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23/08/2022

Proteção e combate a incêndio – NR-


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ABORDAGEM ERGONÔMICA DE SISTEMAS

Prof. BLAKE CHARLES

Aula 3
ERGONOMIA
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Teoria geral de sistemas Teoria geral de sistemas

 BERTALANFFY define "sistema como um conjunto de


unidades reciprocamente relacionadas".

Desta definição decorrem dois conceitos:

• Objetivo do sistema: as unidades, bem como os


relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre um
objetivo.
A Teoria de Sistemas surgiu com os trabalhos
• Globalidade do sistema: o sistema sempre reagirá
do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, globalmente a qualquer estímulo produzido em quaisquer das
publicados entre 1950 e 1968. suas unidades. Isto é, há uma relação de causa-efeito entre as
diferentes partes de um sistema.

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Teoria geral de sistemas Teoria geral de sistemas

 Origem da Teoria de sistemas

Há três aspectos que caracterizam um


• A teoria de sistemas foi elaborada pelo biólogo alemão LUDWIG VON
BERTALANFFY, no final da década de 40.
sistema:

• Ela partia de três premissas básicas: • os seus componentes (elementos ou


subsistemas);
Os sistemas existem dentro de outros
sistemas (formando sub-sistemas) • as relações (interações) entre os
Os sistemas são abertos
subsistemas;
• e a sua permanente evolução;
As funções de um sistema dependem de sua
estrutura

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Definição de sistemas Definição de sistemas

“Sistema é um conjunto de atividades


interligadas de forma que todas estejam em A definição de um sistema depende da focalização à ele
uma relação direta, de maneira a possibilitar dada, pelo sujeito que pretenda analisá-lo. Uma
que determinados objetivos sejam determinada situação de trabalho pode ser:
alcançados”
“Um todo complexo e organizado; uma reunião de
coisas ou partes formando um todo unitário e Um sistema
complexo.”
JOHNSON, R. A., KAST, F. E., ROSENWEIG, J. E. The theory and management of systems. New
York, International Student Edition, Mc Graw-Hill, 1963.

Um sub-sistema
“Conjunto de partes interagentes e inter-dependentes
que, conjuntamente, formam um todo unitário com
determinado objetivo e efetuam determinada função.” Um super sistema
OLIVEIRA, Djalma P. R. Sistemas, Organização e Métodos. São Paulo: Atlas, 2001.

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Hierarquia de sistemas Classificação de sistemas

Metassistema  Quanto a sua constituição


• Sistemas abstratos
Sistema A Sistema B
• Sistemas físicos o concretos
Subsistema Subsistema  Quanto a complexidade:
A1 B1

• Sistemas simples: dinâmicos;


Subsistema Subsistema Subsistema Subsistema
A2 A3 B2 B3
• Sistemas complexos: altamente elaborados e bem inter-
relacionados;
• Sistemas hipercomplexos: complicados e não descritivos.

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Classificação de sistemas Classificação de sistemas

Quanto a sua natureza

 Sistemas abertos
 Sistema aberto
Os sistemas abertos podem ser entendidos como conjuntos de partes
em constante interação (característica de interdependência das partes),
constituindo um todo sinérgico (o todo é maior do que a soma das
partes), orientados para determinados fins (comportamento teleológico) Sistema aberto 1 2 3
e em permanente relação de interdependência com o ambiente externo
(influencia e é influenciado pelo meio ambiente externo);
 Sistemas fechados Intervenção externa
os sistemas fechados são sistemas isolados das influências das
variáveis externas, sendo então, determinísticos;

Fonte: Lida, 1990

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Classificação de sistemas Confiabilidade de sistemas


Noção de “confiabilidade” : comportamentos que não se alteram, (pessoas que)
cumprem os deveres, não se atrasam .

 Um sistema que nunca falha tem confiabilidade igual a 1 ou 100% confiável


 Sistema fechado
Ex: Ligar a chave de contato e o motor funcionar com chances de 1 falha a cada 1000
tentativas (Probabilidade de falha de 0,1 %).

Sistema fechado 1 2 3  Pode-se também atribuir a medida de confiabilidade de quão


durável ou quão duradouro é o tempo que o sistema se mantém
funcionando sem falhas.

Ex :Um motor de um veículo apresenta uma falha a cada 10.000 Km rodados. Atribuímos a
isso o índice MKBF1 (Média de Kilometragem Boa Funcionando)

Realimentação
1
MKBF do inglês: Mean Kilometers Between Failures

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Confiabilidade de sistemas Confiabilidade de sistemas


Medida de confiabilidade Calcular a confiabilidade PT do seguinte sistema:

Probabilidade de um desempenho bem sucedido = Percentagem (0


a 100%) C

A E
Tempo médio de falha = Números de 0 a infinito B

D
 Sistemas em série : a confiabilidade do sistema é afetada pela confiabilidade
de todos os componentes

Ex: C1 = 0,9 ;C2 = 0,9 → Csistema = 0,9 x 0,9 = 0,81 PA = 0,90


PB = 0,80
PC = 0,40
 Sistemas em paralelo : redundância de sistemas garante o sistema CS = PA x PB x (1 – [1-PC] x [1-PD]) x PE
PD = 0,98
funcionando, mesmo quando uma delas falhar PE = 0,95
CS = 0,90 x 0,80 x (1 – [1 - 0,40] x [1 – 0,98]) x 0,95
CS = 0,684 x 0,988
CS = ?
CS = 0,6758
Ex: C1 = 0,9; C2= 0,9 → Csistema = 1 – (1 – Ci)n = 1 – (1 – 0,9)2 = 0,99

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Exemplos de sistemas Hierarquia de sistemas

“É um conjunto de elementos (subsistemas) que se interagem


SISTEMAS SIMPLES COMPLEXOS HIPERCOMPLEXOS entre si, com um objetivo comum e que evoluem no tempo.”

Encaixe de janela Computador digital

E
DETERMINÍSTICOS Bilhar Sistema planetário N S
Dados
Informação
T PROCESSAMENTO A
Energia
Leiaute Automação R Í Energia
A Materiais D Produtos
D A
PROBABILÍSTICOS Jogos de dados Mercado de capitais Economia Nacional
e
A
ESTOCÁSTICOS
Movimento de uma lesma Reflexos condicionados Cérebro humano

Conceito de Sistemas

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Hierarquia de sistemas Abordagem ergonômica de sistemas

Do ponto de vista ergonômico, uma


Sistema situação de trabalho é um sistema
complexo dinamicamente inter-
Entrada Subsistemas Saída relacionado
Variáveis independentes Variáveis
dependentes

O ponto de partida de qualquer Intervenção,


Fronteira do estudo ou pesquisa em Ergonomia se dara
sistema através de uma abordagem sistêmica.

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Abordagem ergonômica de sistemas Sistema Homem-Máquina


“Um sistema homem-máquina é uma organização cujos componentes são
homens e máquinas que trabalham conjuntamente para alcançar um fim
comum e estão unidos entre si por uma rede de
comunicação.”(MCCORMICK , 1971)
Estado de Trabalho
Ambiente

Instruções
Campo de
Trabalho

Fronteira
do
Sistema
Fonte: Lida, 1990

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Sistema Homem-Máquina Sistema Homem-Máquina

Sistema homem/máquina/ambiente

SITUAÇÃO DE TRABALHO

ENTRADAS MÁQUINAS SAÍDAS

I A
A I I
A

Informações Informações
recebidas de HOMENS transmitidas para
outros postos outros postos

Fonte: Neri Santos

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Sistemas Homens-Tarefas Homem versus Máquina

As tarefas compreendem não só as condições técnicas


de trabalho, mas as condições ambientais e
organizacionais de trabalho

Fonte: Neri Santos

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Homem versus Máquina Homem versus Máquina

O homem se distingue por: A máquina se distingue por:


• a. ter capacidade de decidir, julgando e resolvendo situações imprevistas; • não estar sujeita á fadiga nem a fatores emocionais;
• b. ser capaz de resolver situações não codificadas, isto é, não se restringe ao
• executar operações rotineiras, repetitivas ou muito precisas com
previsível;
maior confiabilidade, pois podem ser programadas;
• c. não requer programação, desenvolvendo seus próprios programas, à
medida que se fazem necessários; • selecionar muito mais rapidamente as informações e os dados
necessários;
• d. ser sensível a extensa variedade de estímulos;
• memorizar, com exatidão, muito maior número de dados;
• e. perceber modelos e generalizar a partir destes;
• f. guardar grande quantidade de informações por longo período e • exercer uma grande quantidade de força regularmente e com precisão;
recordar fatos relevantes em momentos apropriados; • executar computações complexas rapidamente e com exatidão;
• g. aplicar originalidade na resolução de problemas: soluções alternativas; • ser sensível a estímulos além da faixa de sensibilidade do homem
• h. aproveitar experiências anteriores; (infravermelho, ondas de rádio, etc.);
• i. executar manipulações delicadas, quando da ocorrência de eventos • executar simultaneamente diversas atividades;
inesperados • ser insensível a fatores estranhos;
• j. agir mesmo sob sobrecarga; • repetir operações rápidas, contínuas, e precisamente da mesma
• l. raciocinar indutivamente. maneira, sob longo período de tempo;
• operar em ambientes hostis ou até mesmo inóspitos ao homem.

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Análise ergonômica dos postos de trabalho Análise ergonômica dos postos de trabalho

Estudo da parte do sistema onde atua o trabalhador. Faz-se a análise da tarefa,


postura e dos movimentos, além das exigências físicas e psicológicas. Análise de sistemas - funcionamento global da equipe.
Critérios: custo, confiabilidade, segurança e outros.
Ex: operação de soldagem

Subsistemas: Recepção
Sistema de material
Homem e máquina de soldar Entrada Solda
Fronteira do
saída
subsistema
Entrada: Solda Estampagem Subsistema
Corte
Peças a serem soldadas e
insumos
Saída: Usinagem Montagem Expedição
Fronteira do sistema
Peças soldadas Fronteira do
Fonte: Lida, 1990 sistema

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Análise ergonômica dos postos de trabalho Análise ergonômica dos postos de trabalho
Dados referentes às condições técnicas-máquina
Dados a coletar referentes ao homem
Estrutura geral da máquina (ou das máquinas);

Trabalhador que intervém no posto e seu papel no sistema de produção; Dimensões características (croqui, foto, fluxo de produção);

Formação e qualificação profissional; Órgãos de comando da máquina;

Número de trabalhadores trabalhando simultaneamente sobre cada posto e Órgãos de controle da máquina;
regras de divisão de tarefas (quem faz o que?);
Princípios de funcionamento da máquina (mecânico, elétrico, hidráulico, pneumático,
Número de trabalhadores trabalhando sucessivamente sobre cada posto e eletrônico,...);
regras de sucessão (horários, modos de alternância de equipes);
Problemas aparentes na máquina;
Características da população: idade, sexo, forma de admissão, remuneração,
estabilidade no posto e na empresa, absenteísmo, turn-over, sindicalização,... Aspectos críticos evidentes na máquina.

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Análise ergonômica dos postos de trabalho Análise ergonômica dos postos de trabalho
Dados referentes às condições ambientais: Dados referentes às condições organizacionais

O espaço e planos de trabalho; Repartição de funções entre os diferentes postos;

O ambiente térmico; O arranjo físico das máquinas e sistemas de produção;

O ambiente acústico; A estrutura das comunicações;

O ambiente luminoso; Os métodos e procedimentos de trabalho;

As modalidades de execução do trabalho (horários, equipes, normas de produção,


O ambiente vibratório; modo de remuneração)

As modalidades de planificação e de tomada de decisão.


A qualidade da ar.

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Considerações gerais
“...corra e olha o céu, que o sol vem trazer bom
dia...”
A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de
trabalho para adequar a atividade neles
existentes às características, habilidades e
limitações das pessoas com vistas ao seu
desempenho eficiente, confortável e seguro. Cartola

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