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EDUCANDO PARA A IGUALDADE: COMBATENDO A

CIGANOFOBIA NO ESTADO DA BAHIA

Profa. Esp. Elaine Pereira – UFRGS


Profa. Dra. Patrícia Cristina de Aragão - UEPB
Neste artigo, cujo lócus é o estado da Bahia, no período dos últimos anos,
estuda-se casos relatados em sites jornalísticos, de extrema violência cometida
contra pessoas da comunidade cigana fixada em diversos municípios, culminando
em execuções de vários homens jovens, em uma caçada humana a seus membros,
dentre outras violações graves de inúmeros direitos. Objetivou-se observar o
racismo estrutural e o racismo institucional da Polícia Militar por trás destas
violações de direitos, voltado à esta população, o chamado anticiganismo e, seu
extremo, a ciganofobia. Assim, a partir desta análise, refletir sobre alternativas
capazes de evitar novas violações de Direitos Humanos, seja através da Educação
em Direitos Humanos, seja em campanhas públicas educativas antirracistas para
com o povo cigano, somadas e acompanhadas de outras ações governamentais.

INTRODUÇÃO
Foi escolhida a abordagem qualitativa, documental e bibliográfica, com
aporte de historiadores, do jurista Almeida (2019), bem como de
reportagens de sites de notícias, respaldando-se na legislação brasileira
e na Declaração Internacional de Direitos Humanos vigente.

METODOLOGIA
O estudo foi concluído com um artigo. Acredita-se que, assim como o
racismo foi incutido ou aprendido, o antirracismo e a aceitação da
igualdade também podem ser ensinados. É premente a ação através de
medidas de combate às violações dos direitos fundamentais e dos
Direitos Humanos desta população tradicional, visando a promoção da
justiça social e da paz na região onde grande contingente do povo
Romani estabeleceu residência.

DISCUSSÃO
Concorda-se com Almeida quando diz que o racismo é inerente à ordem social que vige
em nossa sociedade e de que
[...] a única forma de uma instituição combatê-lo é por meio da implementação de práticas
antirracistas efetivas. É dever de uma instituição que realmente se preocupe com a
questão racial investir na adoção de políticas internas que visem: a) promover a igualdade
e a diversidade em suas relações internas e com o público externo – por exemplo, na
publicidade; b) remover obstáculos para a ascensão de minorias em posições de direção e
de prestígio na instituição; c) manter espaços permanentes para debates e eventual
revisão de práticas institucionais; d) promover o acolhimento e possível composição de
conflitos raciais e de gênero. (ALMEIDA, 2019, p.32-33)
Portanto, acredita-se que não bastam punições às violações de direitos e crimes
cometidos. É preciso avançar propondo à população também formas de conviver melhor
com o povo romani da região que vem resistindo e buscando se fixar e viver ali.
Espera-se que as análises e reflexões tecidas neste texto possam adicionar elementos para o
respeito aos Direitos Humanos, bem como aos Direitos Fundamentais da nossa Constituição Federal
ao povo cigano, ou romani, não apenas na Bahia. Espera-se que o Poder Judiciário tome todas
medidas cabíveis na averiguação de todos os fatos ocorridos e lamenta-se todas mortes, de civis e
militares. Os Direitos Humanos não preceituam que uma vida valha mais que a outra, pelo contrário,
deseja-se a igualdade, e, como tal o respeito à vida, à dignidade e à diversidade de todas as
manifestações legais neste território que também pertence à população cigana, assim como à negra,
à indígena, à emigrante, à de origem asiática e assim por diante. Não se pode calar à omissão da
responsabilização do Estado cujo compromisso é para com todes brasileires.
Palavras-chave: Educação em Direitos Humanos; Povos ciganos/Romani; Educação para a
Brigada Militar, Racismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019. (Feminismos
Plurais / coordenação de Djamila Ribeiro).
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CAIRUS, Brigitte Grossmann. Mio Vacite: anticiganismo, transnacionalismo e a formação da União
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Disponível em: <https://www.mpf.mp.br/pgr/documentos/maio_cigano_coletanea_versao_final.pdf>.
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(Dissertação de mestrado) Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Instituto de Filosofia e Ciências
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FERREIRA, James Jácio; PARAENSE SOBRINHO, Waldenir Soares. Educação em Direitos Humanos na
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<http://revistacientifica.pm.mt.gov.br/ojs/index.php/semanal/article/view/353>. Acesso em: 05 mar.
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SOUZA, Adilson Paes de. A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar. 2012, 156f. (Dissertação
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VARGAS, Michele da Silva. A educação como promotora dos direitos humanos na atividade policial
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https://jus.com.br/artigos/37882/a-educacao-como-promotora-dos-direitos-humanos-na-atividade-p
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R REFERÊNCIAS:
WENDEL, Bruno. Ciganos na mira de sequestradores: pelo menos 6 casos na Bahia. Correio 24 horas,
10.01.2023. Disponível em:
<>https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/ciganos-na-mira-de-sequestradores-pelo-menos-6-
casos-na-bahia/>. Acesso em: 17 fev. 2023.

R REFERÊNCIAS:
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