Parasitologia

Parasitologia, saúde pública e situação

socioeconômica são sempre interligadas.
Existem diferentes formas de contágio dos
parasitos, seja através da carne, água, ato
FATORES ENVOLVIDOS NO
sexual, sangue,etc.Formas evolutivas ou
ESTABELECIMENTO E PROPAGAÇÃO
estágios são as formas do parasito e cada
DE DOENÇAS
parasito tem uma forma de evolução. O ciclo
biológico é o agrupamento das formas
Existem cinco fatores principais e propícios
evolutivas. Outro fato importante é em relação
das parasitoses:
aos sintomas. Nas Parasitoses é comum ter dor
1. Fatores biológicos
abdominal, diarreia, febre, fezes com sangue
Fatores relacionados diretamente ao parasita
ou de forma normal como sintomas típicos,
2. Fatores econômicos
enquanto em algumas parasitoses tem
São fatores modificáveis. Locais onde a
sintomas específicos. Saneamento básico
situação socioeconômica está presente
envolve abastecimento de água e etc. No brasil
intensamente, a parasitose também está
tem cerca de apenas 38% de saneamento
presente de forma intensa. A situação
básico.
socioeconômica está intimamente ligada à
parasitose. Relação com saneamento básico.
CONCEITOS EM PARASITOLOGIA
3. Fatores culturais
Algumas parasitoses relacionam-se com o
1. Agente etiológico
hábito cultural que pode propiciá-las. Por
É o agente causador ou responsável pela
exemplo os índios que viviam sem roupa e
origem da doença. Pode ser um vírus,
descalços, propiciando determinada parasitose.
bactérias, fungos,
4. Fatores ambientais
protozoários e helmintos.
Esses fatores ambientais auxiliam no ciclo
2. Agente infeccioso
biológico do parasita. Determinadas
É o parasito, sobretudo, microparasitos
parasitoses como a enterobiose pode ser mais
(bactérias, fungos, protozoários, vírus, etc)
propícia em ambientes quentes. Por exemplo
inclusive helmintos
no norte do país onde é mais quente pode
capazes de produzir infecção ou doença
existir algumas parasitoses que não são
infecciosa.
frequentes no sul.
3. Antroponose
5. Fatores políticos
Doença exclusivamente humana. Por exemplo,
Os fatores políticos estão intimamente ligados
a filariose bancroftiana, a necatorose, a gripe,
ao saneamento básico.
etc.
Água tratada e alimentos lavados, obtidos com
4. Antropozoonose
saneamento básico, podem diminuir a
Doença primária de animais, que pode ser
incidência de várias parasitoses. A água acaba
transmitida aos humanos. Como a Brucelose
sendo um veículo importante dos parasitos e
na qual o homem é um hospedeiro acidental.
serve como criadouro para determinadas
5. Cepa
formas evolutivas, para determinado
É o grupo ou linhagem de um agente
hospedeiro intermediário. Se a água não for de
infeccioso de ascendência conhecida
qualidade, havendo poluição, pode
compreendida dentro de uma
desenvolver determinadas doenças
espécie e que se caracteriza por alguma
parasitárias.
propriedade fisiológica biológica. Como por
As doenças parasitárias, a situação
exemplo a cepa
socioeconômica e a vontade política estão
entrelaçadas.
“Laredo” e da E. histolytica se cultivam bem a é a forma de transição (imaturos) de um
temperatura ambiente com média artrópode ou helminto para completar o ciclo
patogenicidade. biológico.
6. Contaminação 14. Fase aguda
É a presença de um agente infeccioso na é aquele período após a infecção em que os
superfície do corpo, roupas, brinquedos, água, sintomas clínicos são mais marcantes (febre
leite, alimentos, alta, etc)
etc. 15. Fase crônica
7. Doença metaxênica é a que se segue a fase aguda; caracteriza-se
Quando parte do ciclo vital de um parasito se pela diminuição da sintomatologia clínica e
realizam no vetor, isto é, o vetor não só existe o
transporta o agente, equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o
mas é um elemento obrigatório para maturação agente infeccioso.
e/ou multiplicação do agente, como por 16. Fômite
exemplo Malária e Esquistossomose. É representado por utensílios que podem
8. Enzoose veicular o parasito entre os hospedeiros. Por
É a doença exclusivamente de animais, como exemplo roupas,
por exemplo a peste suína, o Dioctophume seringas, espéculos, etc.
renale 17. Fonte de infecção
parasitando o rim de um cão e lobo etc. É a pessoa, coisa ou substância da qual o
9. Endemia agente infeccioso passa diretamente a um
É a prevalência usual de determinada doença hospedeiro.
com relação à área. Normalmente considera-se 18. Habitat
como é endêmica a doença, cuja incidência é o ecossistema, local ou órgão onde
permanece constante por vários anos dando determinada espécie ou população vive. Por
uma ideia de equilíbrio exemplo Ascaris
entre a doença e a população. lumbricoides tem por habitat o intestino
10. Epidemia ou surto epidêmico delgado.
É a ocorrência, numa coletividade ou região, 19. Hospedeiro
de casos que ultrapassam nitidamente a É o organismo que alberga o parasito, como
incidência normal esperada de uma doença e por exemplo o hospedeiro do Ascaris
derivada de fonte comum de infecção ou lumbricoides é o ser
propagação. humano.
11. Epidemiologia 20. Hospedeiro definitivo
É o estudo da distribuição e dos fatores É o que apresenta o parasito em fase de
determinantes da frequência de uma doença maturidade ou em fase de atividade sexual.
(ou outro evento). Isto é, a epidemiologia trata 21. Hospedeiro intermediário
de dois aspectos fundamentais: a distribuição é aquele que apresenta o parasito em fase
(idade, sexo, raça, geografia, larvária ou assexuada.
etc) e os fatores determinantes da frequência 22. Incidência
(tipo de patógeno, meios de transmissão, etc) Frequência com que uma doença ou fato
de uma doença. ocorre no período de tempo definido e com
12. Estádio relação à população
É a fase intermediária ou intervalo entre duas (casos novos, apenas).
mudas da larva de um artrópode ou helminto. 23. Infecção
13. Estágio Penetração e desenvolvimento, ou
multiplicação, de um agente infeccioso dentro
do organismo de
humanos ou animais.
24. Infestação
Alojamento, desenvolvimento e reprodução de
artrópodes na superfície de corpo ou vestes.
25. Letalidade
Expressa o número de óbitos com relação a
determinada doença ou fato ou com relação à
população.
26. Morbidade
Expressa o número de pessoas doentes com
relação à população.
27. Mortalidade
Determina o número geral de óbitos em
determinado período de tempo e com relação à
população.
28. Parasitismo
É a associação entre seres vivos em que existe
unilateralidade de benefícios sendo um
dos associados prejudicados pela associação.
Endoparasitismo x Ectoparasitismo.
29. Parasito acidental
É o que parasita outro hospedeiro que não seu
normal.
30. Parasito facultativo
É o que pode viver parasitando ou não um
hospedeiro (nesse último caso, isto é, quando
não está parasitando, é chamado vida livre).
Por exemplo larvas de moscas Sarcophagidae,
que podem
desenvolver-se em feridas necrosadas em
matéria orgânica (esterco) em decomposição.
31. Parasito heteroxênico
É o que possui hospedeiro definitivo e
intermediário, como por exemplo
Trypanossoma cruzi e S.mansoni.
32. Parasito monoxênico
É o que possui apenas um hospedeiro
definitivo, como por exemplo Enterobius
vermicularis e A.lumbricoides.
33. Parasito obrigatório
É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro,
como por exemplo Toxoplasma gondii,
Plasmodium e S.
mansoni.
34. Patogenia ou Patogênese
É um mecanismo com que um agente
infeccioso provoca lesões no hospedeiro, como
por exemplo, o
Schistossoma mansoni provoca lesões no
organismo através de ovos, formando
granulomas.
35. Patogenicidade
É a habilidade de um agente infeccioso
provocar lesões, como por exemplo,
Leishmania braziliensis tem
uma patogenicidade alta; Taenia saginata tem
uma patogenicidade baixa.
36. Período de incubação
É o período decorrente entre o tempo de
infecção e o aparecimento dos primeiros
sintomas clínicos.
Exemplo: Esquistossomose - penetração da
cercária até o aparecimento da dermatite
cercariana (24horas).
37. Prevalência
É o termo geral utilizado para caracterizar o
número total de casos de uma doença ou
qualquer outra ocorrência numa população em
tempo definido (casos antigos somados aos
casos novos).
38. Profilaxia
É o conjunto de medidas que visam a
prevenção e erradicação ou controle de
doenças ou fatos prejudiciais aos seres
humanos
39. Reservatório
São o homem, os animais, as plantas, o solo e
qualquer matéria orgânica inanimada onde
vive e se multiplica um agente infeccioso.
40. Vetor
É um artrópode, molusco ou outro veículo que
transmite o parasito entre dois hospedeiros.
41. Virulência
É a severidade e rapidez com que um agente
infeccioso provoca lesões no hospedeiro.
42. Zooantroponose
Doença primária dos humanos que pode ser
transmitida aos animais. Ex: Esquistossomose
mansoni no Brasil. O ser humano é o principal
hospedeiro.
43. Zoonoses
Doenças e infecções que são naturalmente
transmitidas entre animais invertebrados e os
humanos.
ESQUISTOSSOMOSE
A primeira parasitose a ser estudada é a
Esquistossomose, também chamada de Barriga
d’água (relação com a hepatomegalia), xistose,
Mal do Caramujo. É uma patologia bastante
antiga, vinda com os escravos, onde encontrou
um ambiente muito propício para se perpetuar.
Essa parasitose existe em números muito
significativos. É uma doença negligenciada, ou
seja, tem envolvido a doença, a condição
socioeconômica e a falta de investimentos em
pesquisa para medicamentos; possui apenas
um medicamento para tratar a doença.
Schistosoma mansoni – Esquistossomose
Filo: Platelmintos, Classe:Trematoda, Família:
Schistosomatidae Hospedeiro intermediário
O hospedeiro intermediário é o Caramujo
Biomphalaria que possui 3 espécies. No Brasil
- Estima-se que cerca de 25 milhões de
pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair
a doença. Os estados das
regiões Nordeste e Sudeste são os mais
afetados sendo que a ocorrência está
diretamente ligada à presença dos caramujos
transmissores. Nessa região tem altas
temperaturas que favorecem a prevalência da
doença, ou seja, o fator ambiental influencia
nesta parasitose e no seu ciclo biológico.
FORMAS EVOLUTIVAS
1. VERME ADULTO
O parasita apresenta dimorfismo sexual, ou
seja, a fêmea e o macho estão separados. O
macho e a fêmea possuem habitat nas veias
mesentéricas inferiores, que engloba o sistema
porta-hepático.
MACHO: O macho é maior e tem uma fenda,
com um órgão de inserção, com o canal
ginecóforo, onde a fêmea vai se inserir. Ele
possui 1 cm com extremidade anterior
cilíndrica e apresenta duas ventosas e canal
ginecóforo. Possui tegumento revestido de
espinhos e tubérculos.
FÊMEA: delgada cilíndrica em toda extensão,
é mais longa que o macho. Tegumento
praticamente liso e com ventosas pequenas.
Ele não está presente diretamente no intestino,
mas nas veias mesentéricas, região que
engloba o sistema porta-hepático. Nas veias
mesentéricas, o verme adulto, macho e fêmea,
fazem a cópula e a oviposição. Os ovos
liberados vão chegar até o intestino devido a
um conjunto de fatores. Geralmente são 200 a
400 ovos por dia.
2. OVO
Possui cor amarelo-amarronzada, casca
transparente e contém um miracídio.
Longevidade: 3 a 4 semanas (até 5 dias no
meio externo) Ovo grande, pesado (o peso
influencia na técnica de diagnóstico),
apresenta espícula ou esporão lateral, sendo
uma estrutura peculiar. O ovo fértil apresenta o
miracídio na sua estrutura. O ovo deve se
romper, através dos fatores ambientais, para
liberar o miracídio. Os fatores ambientais
influenciam nesse rompimento, se não fosse
rompido, o miracídio morreria no seu interior.
3. MIRACÍDIO
É ciliado e promove a sua locomoção pelo
organismo. Tem tropismo, ou seja, tem atração
por algumas situações, como o fototropismo.
Os caramujos produzem substâncias que
atraem o miracídio, que irá penetrar no
caramujo. Dentro do caramujo tem uma
grande produção de Cercárias.
Liberação de cercárias por B. glabrata: 3-4
semanas após a infecção 1000-3000 por dia,
100.000 durante a vida do molusco.
4. CERCÁRIA
Tem tropismo pela pele. Sempre que a cercária
penetra a pele, ela perde a cauda bifurcada;
tem movimento pela cauda. Assim, ela se
transforma em esquistossômulo. O
esquistossômulo tem a função
de migrar pelo organismo até chegar às veias
mesentéricas onde é seu habitat.

Existem alguns fatores que promovem a
passagem dos ovos para o intestino
● Reação inflamatória: as veias
mesentéricas ficam ligadas ao
intestino e essa região
inflamatória podem propiciar a chegada dos
ovos
● A pressão dos ovos: os ovos ficam
sobrepostos. Tem vários casais, onde
vários ovos são liberados e vão ficar
sobrepostos, o que facilita a sua
chegada na luz intestinal
● Enzimas proteolíticas:
Em parte produzidas pelos miracídios
que vão denegrir a parede intestinal.
● Adelgaçamento da parede do vaso
● Perfuração do intestino
Não é um único fator que promove a passagem
dos ovos, mas é esse conjunto de fatores vão
deixar a parede intestinal um pouco mais fina,
talvez até perfurando a parede e facilitando a
entrada dos ovos. Essa eliminação de ovos
através das fezes ocorre de uma forma intensa,
depende do local e também do tempo que ele
se encontra naquela situação.
Na esquistossomose, a eliminação dos ovos
pelas fezes é praticamente todos os dias, nessa
doença a intermitência não existe. A parasitose
demora um tempo para chegar na fase crônica.
CICLO BIOLÓGICO
Quando o indivíduo está contaminado com
Esquistossomose significa que possui os
vermes adultos na veia mesentérica, onde a
fêmea penetra no macho pelo canal ginecóforo
e ocorre o processo de oviposição (fêmea
elimina seus ovos), e diversos fatores
permitem que esses ovos cheguem na região
intestinal, adelgaçamento, perfuração do
intestino.
O homem que possui hábitos incorretos de
higiene deposita suas fezes em lagos ou bem
próximo ao lago, em locais onde a água atinge
o material fecal, e os ovos ao atingir água
necessita de fatores
ambientais (temperatura elevada do local,
luminosidade e oxigenação da água). Esses
fatores vão fazer com que os ovos se rompam
e liberem os miracídios, que vão migrar pela
água e penetrar no caramujo,se tornam em
esporocisto I e II e depois em cercárias.
As cercárias liberadas possuem tropismo pela
pele do indivíduo e por isso penetra facilmente
e após a sua penetração perde a cauda e se
transforma em esquistossômulo, que atinge a
veia mesentérica.
Em seguido, tornam-se vermes adultos, macho
e fêmea dependendo da carga genética.
O mecanismo de contaminação é a penetração
ativa da cercária na mucosa ou pele, ou seja, se
penetrar na mucosa bucal pode ocorrer a
doença e o mais comum é a penetração no pé.
Se ingerir uma água com cercaria, ela irá
penetrar na mucosa bucal e então pode haver a
contaminação.
As medidas profiláticas são retirar o caramujo,
tratar os doentes, educação sanitária,
saneamento básico, etc. A sintomatologia é
variável.
A patogenia da esquistossomose depende da
carga parasitária, idade, estado nutricional,
resposta
imune.
A carga parasitária influencia muito nessa
parasitose. Quanto mais parasitas tem no
corpo, a gravidade tende a ser muito maior.
Quando o indivíduo mora naquele local, a
recidiva da doença é quase diária, pois todos
os dias vai naquele local. A recidiva vai
diminuir o tempo de evolução da doença,
então a doença vai ser muito mais severa e
grave. Além disso, o sistema imune do
indivíduo tende a estar mais
debilitado, mais deprimido.
FASE AGUDA
Em qualquer patologia, há algumas formas
evolutivas que são enquadradas em
determinadas fases da doença. Na fase inicial
(fase aguda) tem duas formas principais:
cercaria e esquistossômulo.
Essa transformação de formas é muito rápida e
por isso, quase não tem sintomas
característicos. Nessa fase, uma forma de
diagnóstico é o exame parasitológico das
fezes.
Na fase assintomática é possível diagnosticar
no exame parasitológico das fezes (EPF), onde
irá apresentar eosinofilia.
Essa eosinofilia é um alerta para doenças
parasitárias, principalmente esquistossomose.
Esses eosinófilos são lançados pela medula
óssea como um mecanismo de defesa e
geralmente indica infecção virótica ou
parasitária ou processo alérgico.
O primeiro fenômeno da fase sintomática é a
dermatite cercariana, sintoma característico da
fase aguda da doença, um prurido intenso,
ocasionado pela penetração da cercaria. A
dermatite cercariana é caracterizada por
micropápulas eritematosas e pruriginosas.
Existe também a febre, em torno de 3 a 7
semanas, denominada Febre de Katayama.
Lembrar da eosinofilia elevada.
FASE CRÔNICA
Essa fase é a partir do sexto mês após a
infecção até anos. Na fase crônica da doença
tem-se duas
formas evolutivas importantes que é o verme
adulto (que vai fazer o processo esfoliativo:
quando o
parasita utiliza nutrientes do hospedeiro) e os
ovos liberados. Nessa fase pode ocorre o
processo de
hepatoesplenomegalia e granuloma hepático
(ovos serão calcificados).
Evolução da patologia:
1. Fase 1 ou intestinal
Geralmente sem sintomas ou com sintomas
inespecíficos, há a descoberta dos ovos nas
fezes (EPF).No inicio da doença, os ovos
estarão mais presentes na região intestinal com
sintomas (não específicos) nessa região.
2. Fase 2 ou Hepatointestinal: apresentação
clínica pode ser assintomática ou sintomas
intestinais.
Há o sistema porta-hepático, onde as fêmeas
fazem o processo de oviposição, os ovos
chegam até a região intestinal e assim o
indivíduo começará a contaminar o meio
ambiente. A carga parasitária é muito elevada,
ou seja, as fêmeas lançam de 200 a 400 ovos
por dia. Mesmo com todos os fatores
mencionados, muito ovos não conseguem
chegar à região intestinal. Então, esses ovos
seguirão o fluxo do sistema porta-hepático,
chegando à veia porta, onde haverá um
acúmulo de ovos nessa veia, com pressão
portal. Então, o primeiro problema é hepático.
Essa pressão portal vai desencadear a
hepatomegalia, decorrente de um processo
inflamatório, que levará a uma calcificação,
formando um granuloma hepático.
3. Fase 3 ou hepatoesplênica
Além do acúmulo de ovos na veia porta, vai
ocorrer o acúmulo de ovos na veia esplênica,
causando um processo inflamatório, com
calcificação, desencadeando a
hepatoesplenomegalia.
Ocorre hipertensão portal sem sintomas
referentes, levando a esplenomegalia e ao
aparecimento de varizes no esôfago. O baço
encontra-se aumentado e mostra-se endurecido
e indolor à palpação.
Devido ao fluxo dificultado, o organismo
começa a produzir anastomoses (chuntos).
Quando o organismo observa que as veias
principais estão obstruídas, ele começa a
utilizar as veias auxiliares, contudo essas veias
não comportam o tráfego tão intenso e ocorre
o fenômeno também muito importante na
esquistossomose, que são as veias varicosas,
principalmente na região umbilical. Essa fase é
chamada de fase compensatória, isto é, as
veias varicosas estão compensando a
obstrução que ocorreu.
4. Fase 4 ou hepatoesplênica descompensada
É uma das fases mais graves e responsável por
óbitos.
Caracteriza-se por diminuição da atividade
funcional do fígado. A descompensação pode
estar relacionada a outros fatores como surto
de hemorragia digestiva, isquemia hepática,
etc. Se o indivíduo não for tratado da doença,
irá acontecer o processo descompensatório, o
que pode levá-lo a óbito. Sendo assim, a
doença possui uma evolução lenta que pode
ser acelerada se o indivíduo viver naquele
local, ter os mesmos hábitos todos os dias e
todo esse processo pode durar cerca de 6
meses até levar ao óbito.
Além dessas formas, podem ter outras não
comuns, como a forma pulmonar e a
neurológica.
FORMA PULMONAR: Embolização para a
circulação pulmonar o que vai causar
formação de granulomas nos capilares do
pulmão. “Entupindo” esses capilares, levando
ao aumento da pressão da circulação pulmonar
FORMA NEUROLÓGICA:
Deve à embolização de ovos para a circulação
sistêmica
A esquistossomose é uma doença de
notificação compulsória. Fatores
epidemiológicos são fatores que fazem com
que aquela parasitose existe naquele
determinado local. Através da epidemiologia
pode se avaliar qual desses fatores pode haver
modificação para exterminar uma determinada
parasitose.
Os fatores epidemiológicos são:
● Luminosidade e temperatura
ambiental elevada por longo período
do ano
● Presença do caramujo
● Presença de pessoas infectadas com
hábitos de defecar no solo em fossas
que desaguam em criadouros
peridomiciliares.
DIAGNÓSTICO
Clínico: observar os sintomas através de
anamnese e exame físico
Laboratorial: Exame de fezes, Biopsia ou
raspagem da mucosa retal, intradermorreação,
ELISA
O exame parasitológico das fezes (EPF) é o
mais fácil e mais viável. O exame relaciona-se
ao peso dos ovos. EPF tem várias técnicas,
como:
Técnica de sedimentação espontânea
Hoffman (método de LUTZ)–é um método
qualitativo
É a técnica mais utilizada pela sua fácil
execução e o seu baixo custo, uma vez que
utiliza apenas água e lâmina. Inicialmente, faz
uma emulsão de água, filtra o material fecal,
que passa por processo de sedimentação, e
espera precipitar. É no sedimento que irá
procurar os ovos do parasita.
Método Kato Katz – Método quantitativo (é
o exame mais importante!)
Utilizado para avaliar a intensidade da
infecção para então direcionar o tratamento,
além de avaliar a eficácia desse tratamento.
Por isso, é extremamente efetivo na
Esquistossomose. Além da esquistossomose,
pode ser utilizada na ascaridíase,
ancilostomose, tricuríase, teníase. Permite
identificação e quantificação de ovos por
grama de fezes (opg) das infestações por
alguns helmintos.
Resultados do método Kato Katz:
o 1 a 100: infecção branda
o 101 a 400: infecção moderada
o Acima de 400: infecção intensa
Teste de eclosão do miracídio – o exame
mimetiza o rompimento do ovo para liberação
do miracídio, faz a pesquisa desse miracídio.
Teste utilizado para avaliar o nível
epidemiológico do
local.
Exame anatomopatológico
Biópsia ou raspagem da mucosa retal
Retirada de uma parte da mucosa e analisada
para verificar se há ovos nesta região.
Intradermorreação
Como se fosse um exame alérgico, um exame
rápido. Coloca o antígeno e posterior formação
de nódulo positivo ou negativo para detectar a
parasitose. Não é tão utilizado assim pois há
limitações e em algumas situações ele não é
tão efetivo. A reação apresenta uma
sensibilidade de 95% em maiores de 20 anos
do sexo masculino e cerca de 65% em
mulheres e jovens. As crianças são menos
sensíveis ao antígeno. A reação não se torna
negativa após uma quimioterapia eficaz, não
servindo para controle de cura. Em algumas
áreas, o índice de falso-positivo pode chegar a
10%. A indicação dessa técnica para casos
individuais só se justifica para esclarecer casos
em que há suspeita clínica com vários exames
de fezes negativas. Sua aplicação é justificada
em inquéritos epidemiológicos.
EPF e sorologia: O exame parasitológico das
fezes (EPF) para pesquisar uma forma
evolutiva do parasita tem uma margem de erro.
Na realidade, a sorologia é sempre mais
sensível, mas não existe exame para todos os
parasitas, além de ser muito mais caro. A
sorologia é sempre mais específica, uma vez
que pesquisa anticorpos e não o parasita em si,
na fase aguda ou crônica, o exame vai detectar
a parasitose.
A profilaxia envolve tratamento dos doentes, o
combate aos moluscos, construção de fossas e
rede de esgotos e educação sanitária da
comunidade.
A esquistossomose é uma doença tardia, pois a
adequada educação sanitária e o saneamento
básico já resolveriam a situação e erradicar a
doença.
TRATAMENTO
Deve-se verificar a condição socioeconômica
da população a ofertar o medicamento, avaliar
se ele é acessível.
1. Prazinquantel
Esse medicamento aumenta o influxo de cálcio
e afeta a contração muscular. Ocorrem efeitos
indesejáveis leves que consistem em distúrbios
gastrintestinais, tonteira, dor muscular e
articular, erupções cutâneas e febre baixa.
O prazinquantel é o que mais se utiliza no
brasil, pelo valor, pela acessibilidade e pelos
poucos
efeitos colaterais e reações adversas. Ele atua
no verme adulto, tanto no macho, quanto na
fêmea, que ficará mais estático e não irá
ocorrer o processo de oviposição.
Indicação • 50 mg/kg de peso do paciente,
dose única, por via oral.
• Crianças: 60 mg/kg de peso, dose única, por
via oral.
2. Oxamniquina (Mansil)
Possível paralisia e destacamento do parasito
das veias mesentéricas
Indicação • 20 mg/kg de peso do paciente,
dose única, por via oral.
• Crianças com menos de 30 kilos
- 20 mg/kg de peso, em duas doses de 10
mg/kg, com intervalo de 4 a 6 hora.
Os efeitos indesejáveis: tontura e cefaléia
transitórias, cuja ocorrência é relatada em 30 –
95% dos pacientes. Podem ocorrer sintomas
causados pela estimulação do SNC, incluindo
alucinações e episódios convulsivos.
Oxamniquina (Mansil) é utilizado para
esquistossomose; atua nos vermes adultos,
com maior frequência sobre os vermes adultos
machos, que são eliminados, com
consequência para a não formação de ovos,
uma vez que diminuem os machos.
A avaliação de cura (verificar se o tratamento
foi efetivo) é necessária, deve-se repetir o
exame parasitológico das fezes (EPF), para ver
se diminui o número de ovos, 3 a 6 exames
num período de 6
meses.
COMO EVITAR A ESQUISTOSSOMOSE :
Evitar contato com as águas que tenham
caramujos contaminados.
Construir privadas (fossas) para evitar a
contaminação do ambiente.
Avisar às autoridades sanitárias sobre a
existência de caramujos.
Utilizando água tratada. Destinando os dejetos
por rede de esgoto.
CLASSE CESTODA
Filo Platyelminthes, classe Cestoda, família
Taeniidae, Gênero Taenia, Espécies: T. solium,
T. saginata
A ingestão de água e alimentos é o mecanismo
de transmissão de maior importância nessa
classe.
Exclusão de grande parcela de doenças é feita
através do cuidado com a água e alimentos.
CARACTERÍSTICAS DA CLASSE
CESTODA
A principal diferenciação das demais espécies
é que eles não possuem dimorfismo sexual
(diferença da classe trematoda).
Possui a forma de fitas, são alongados.
O ovo contém o embrião hexacanto. Essa
classe também possui oncosfera, estrutura que
tem atração por tecido, ou seja, vai penetrar
por algum tecido.
Todo verme adulto é dividido em escólex, colo
e estróbilo (conjunto de proglotes) e eles são
parasitas intestinais.
Forma larvária: cysticercus (no caso da
teníase), tende a ter sintomatologia mais grave,
com lesões mais graves e Forma adulta: verme
adulto
A forma larvária geralmente causa grandes
alterações patológicas, enquanto os vermes
adultos não costumam causá-las, isto é,
causam poucos danos.
Nutrição e metabolismo: em ambiente
anaeróbio, os vermes adultos usam tanto CO2
como O2.
A durabilidade do verme adulto tende a ser
mais intensa pois consegue fazer essa reserva
nutricional pelo processo fermentativo,
importante para o processo nutritivo. Só perder
os proglotes não faz diferença para o verme
adulto, pois ele consegue continuar seu
crescimento.
Essa parasitose está relacionada intimamente
com a situação da pecuária brasileira. O
âmbito veterinário envolve os hospedeiros
(porco e boi). Tem que utilizar as áreas
humana e animal para conseguir combater
(modificar a epidemiologia) essas doenças.
As notificações dessas doenças não são
obrigatórias, há uma tentativa de implantar em
alguns estados no Brasil, por isso os dados dos
infectados pela doença não são tão reais.
Os estados onde te mais hospedeiros
intermediários ou definitivos não costumam
fazer a notificação da doença.
Dizer que está com cisticercose é porque ele
tem no seu interior a forma larvária que é o
cisticerco, então o homem será hospedeiro
intermediário, enquanto dizer que está com
teníase, é porque está com a forma adulta
(verme adulto) no organismo, sendo o homem
o hospedeiro definitivo.
É uma parasitose heteroxêmica.
Tem um parasita heteroxeno que possui dois
hospedeiros.
O hospedeiro intermediário pode ser bovino ou
suíno e o homem será o hospedeiro definitivo.
Teníase: Verme adulto de Taenia solium ou
Taenia saginata (solitária) no intestino
delgado.
Cisticercose (canjiquinha): Larva (cisticerco)
nos tecidos do hospedeiro intermediário (suíno
e bovino).
O homem pode ser tanto hospedeiro
intermediário (cisticercose) quanto hospedeiro
definitivo
(teníase).
FORMAS EVOLUTIVAS
1. OVOS
Morfologia: ovos esféricos, ovo com
embrióforo (membrana radial), assemelha-se a
um pneu. O ovo possui a oncosfera que em
algum momento irá se romper e liberá-la para
aderir ao tecido.
2. CISTICERCO
O cisticerco é uma bolsa contendo um líquido
dentro que de certa forma é visível a olho nu.
Cisticerco é a forma larvária que pode ter duas
espécies.
Numa carne suína, ele é chamado de C.
cellulosae (contém acúleos)
Na carne bovina, é C.bovis (não apresenta
acúleos).
Se ingerir o cisticerco pode desencadear a
teníase. Se tiver a forma larvária dentro do
organismo desencadeia a cisticercose.
Estágios (evolução da cisticercose) do
cisticerco:
o Estágio vesicular: membrana delgada e
transparente com líquido hialino (forma ativa
por tempo indeterminado);
o Estágio coloidal: líquido vesicular turvo e
escólex em degeneração;
o Estágio granular: o escólex apresenta-se
mineralizado de aspecto granular;
o Estágio granular calcificado: cisticerco
calcificado (o processo de calcificação
significa que o sistema imune reage) e
tamanho reduzido;
O tempo de calcificação é definido pelo
sistema imune, pela quantidade de cisticercos
no local e pela localização. Essa calcificação
levará a algum tipo de problema no indivíduo.
3. VERME ADULTO
O verme adulto é macroscópico, é uma tênia,
tem grande importância no diagnóstico. A
tênia tem as divisões: escólex (cabeça), colo
(estrutura com ausência de ramificações e
divisões) e estróbilo. O colo é responsável pela
formação das proglotes, importante para o
crescimento em extensão. Na porção final tem
as proglotes grávidos, podendo ter ate 40.000
ovos, eliminando-os. O verme cresce de tal
forma que fica enovelado podendo atingir até
9 metros na região intestinal.
Proglotes são constantemente renovadas –
brotamento transversal, empurradas para trás,
aumentam de tamanho, amadurecem
sexualmente e destacam-se. O verme adulto é
hermafrodita. Ele consegue produzir ovos sem
o cruzamento macho-fêmea porque possui
estruturas (proglotes) para isso ocorrer. Essa
produção é em grande quantidade, com até
40.000 ovos.
Não é possível fazer a diferenciação das tênias
nos ovos (são idênticas), somente nos vermes
adultos. No verme adulto é possível fazer
diferenciação através do escólex e das
proglotes.
T.solium: escólex com ventosas de forma
globular e apresenta acúleos; proglotes pouco
numerosas, ramificações dendríticas; as tênias
saem junto com as fezes.
T.saginata: escólex com ventosas de forma
quadrangular e não apresenta acúleos;
proglotes muito numerosas, ramificações
dicotômicas; as tênias saem no intervalo das
defecações.
CICLO EVOLUTIVO
O homem está contaminado com o verme
adulto, possui hábitos incorretos de higiene e
irá depositar suas fezes de forma incorreta no
meio ambiente, fezes que tem proglotes, ovos
e vermes adultos. Os ovos são ingeridos pelos
hospedeiros. O ovo, após ser ingerido, se
rompe, libera oncosfera. A oncosfera tem
atração por tecidos, onde se fixa e, então, se
transforma em cisticerco. O homem ingere os
ovos viáveis, liberando oncosfera para cérebro,
músculo ou olho. Se é na carne suína, é T.
solium e na carne bovina, T.saginata.
Ingestão do cisticerco leva a teníase. A
cisticercose humana é desencadeada pela
ingestão dos ovos, que se rompem, liberam a
oncosfera e se transforma em cisticerco. A
teníase pode se transformar em cisticercose
desde que os ovos sejam liberados no
organismo. Por auto-infecção interna ou
externa uma teníase pode se transformar em
cisticercose. A sintomatologia da teníase é
muito mais branda.
A ingestão dos ovos pode ser uma
auto-infecção interna ou externa ou
heteroinfecção. O homem já está com teníase,
com o verme adulto no organismo. A auto
infecção externa é quando os indivíduos que
têm hábitos incorretos de higiene, passam as
mãos na região perianal, onde pode ter a
presença dos ovos, e levam à boca, isso
acontece principalmente com as crianças. Auto
infecção interna é composta por
movimentos retroperistálticos; muitas pessoas
tomam medicamentos que mobilizam o verme
adulto; esses movimentos fazem com que os
vermes se movimentam muito no organismo e
consequentemente elimina muitos ovos dentro
do organismo. Todo caso de teníase deveria ser
monitorada para verificar se ocorreu a
instalação de cisticercose.

DICA:
● Ingestão através da água contaminada:
sugestão para cisticercose;
● Ingestão através da carne
contaminada: sugestão para teníase.
TENÍASES
Alterações na motricidade digestiva
com redução de secreção gástrica Dor
epigástrica (simula úlcera duodenal) e
eosinofilia, hemorragias, desnutrição.
Perda de peso, náuseas, vômitos,
cefaléias, constipação e diarréia,
prurido anal. A sintomatologia da
teníase é muito mais branda, com
sintomas visíveis.
Ação do parasita no homem na
teníase:
Espoliativa: absorve os nutrientes do
intestino delgado por osmose no
tegumento;
Mecânica traumática: pelos
movimentos da Taenia sp
(hemorragias);
Tóxica: metabólitos excretados pela
Taenia sp.;
CISTICERCOSE: Penetração do
cisticerco apresenta manifestações
clínicas (mais evidentes).
Fixação do cisticerco aos tecidos:
início do processo patogênico.
COMPRESSÃO MECÂNICA de
um determinado local e deslocamento
do tecido pelo crescimento e
localização do cisticerco e obstrução
do fluxo de líquidos orgânicos.
PROCESSO INFLAMATÓRIO ao
redor do cisticerco, patologia e clínica
dependem do tamanho, fase de
desenvolvimento e resposta imune,
com evolução dos estágios.
REAÇÃO LOCAL: processo
inflamatório. Após a morte e
degeneração do parasito, a
liberação de Ag – resposta imune -
com formação de granuloma.
Absorção do cisticerco e calcificação
Patogenia da cisticercose:
Ocular: o crescimento do cisticerco
provoca o deslocamento da retina ou
sua perfuração. Pode
ocorrer perda da visão total ou parcial.
Pouca queixa devido à pouca dor.
Tecido subcutâneo: provoca poucas
alterações, com dor leve no local
(reação local).
Nódulo sem Dor na pele.
Em grande quantidade, podem
provocar dor, especialmente na
musculatura esquelética.
Neurocisticercose: reação local de
processo inflamatório. Após a morte e
degeneração do parasito, tem a
liberação de antígeno como resposta
imune com formação de granuloma.
Há absorção de cisticerco e
calcificação. Mais grave e importante.
Atinge o SNC Pode ocorrer absorção
ou morte do cisticerco (calcificado).
Cefaléia intensa, náuseas, ataxia (falta
de coordenação motora), tonturas,
quadros neuropsiquiátricos.
Língua: é rara. O local é
extremamente vascularizado, mas não
é tão grave.
Existem alguns relatos atuais da
literatura. Epilepsia pode ocorrer e em
alguns casos pode ser frequente, mas
deve ser investigado principalmente se
estiver em região endêmica.
Casos de hidrocefalia também
deveriam ser investigados a
neurocisticercose. Além de epilepsia e
hidrocefalia deveria se investigar
infarto cerebral para neurocisticercose.
A carga parasitária, o tamanho do
parasita, e a localização influenciam a
gravidade da
cisticercose. A sintomatologia é vasta
e depende da localização, do tamanho
e da quantidade.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico geralmente é
oligossintomático (não são tão
específicos), o quadro da
teníase não é sugestivo, não tão
efetivo.
Teníase: EPF (tem eliminação pelas
fezes) e Tamisação (pesquisa de
vermes adultos
macroscópicos no bolo fecal do
indivíduo após passar numa peneira).
Cisticercose: testes imunológicos,
ultrassonografia, ressonância
magnética e tomografia
computadorizada.
Diagnóstico laboratorial:
Pesquisa de proglotes (coloração de
proglotes): tenta verificar os tipos de
ramificações para definir
qual é a espécie do verme adulto.:
Ácido acético, onde as ramificações
não terão coloração.
Metoquina, onde as ramificações serão
avermelhadas.
Tinta da china (tinta Nanquim), onde
as ramificações terão coloração negra
Pesquisa de ovos.
Pesquisa de anticorpos: indica apenas
a exposição à infecção.
Anatomia patológica Sorologia (não é
tão eficaz para teníase nem para a
cisticercose).
Realizar diagnósticos diferenciais para
excluir outras neuro infecções, como
tuberculose,toxoplasmose,
criptococose ou hidatidose; algumas
colagens como lúpus eritematoso
(LES) ou neoplasias.
MEDIDAS PROFILÁTICAS
Saneamento básico (fossas e rede de
esgoto)
Fiscalização dos abatedouros
Tratamento dos doentes
Não comer carne mal cozida ou mal
assada Educação sanitária
TRATAMENTO
Utilizam-se medicamentos que atuam
na perda da mobilidade do parasita, e
o tratamento pode possuir diferenças
na teníase e na cisticercose.
Teníase
Mebendazol: 200mg, 2 vezes ao dia,
por 3 dias, VO;
Niclosamida ou Clorossalicilamida:
Inibe fosforilação oxidativa e causa
paralisia levando ao desprendimento e
desintegração do parasita. USO:
adulto e criança com 8 anos ou mais,
2g, e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO,
dividida em 2 tomadas;
Praziquantel, VO, dose única, 5 a
10mg/kg de peso corporal (tenicida)
Albendazol, Diminui captação de
glicose em larvas e adultos e portanto
produção de energia: imobilização e
morte. USO: 400mg/dia, durante 3
dias.
Cucurbita pepo, Cucurbita maxima
(semente de abóbora) – Tenífuga
(consegue eliminar o verme adulto) +
purgativo (pode ser perigoso pois a
eliminação do verme adulto é muito
agressiva; pode desencadear a
cisticercose)
Neurocisticercose
Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia,
durante 21 dias, associado a
Dexametasona, para reduzir a
resposta inflamatória, consequente a
morte dos cisticercos.
Interação com fosfolípidos e proteínas
afetando transporte de íons.
Contrações da musculatura e
vaquiolização do tegumento.
Albendazol, 15mg/dia, durante 30
dias, dividida em 3 tomadas diárias,
associado a 100mg de
Metilprednisolona, no primeiro dia de
tratamento, a partir do qual se mantém
20mg/dia, durante 30
dias.
O uso de anticonvulsivantes, às vezes,
se impõe, pois cerca de 62% dos
pacientes desenvolvem
epilepsia secundária ao parasitismo do
SNC.