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DEPARTAMENTO DE FÍSICO QUÍMICA

DISCIPLINA QUI030013 - FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL I


RELATÓRIO DE AULA

Grupo 22: Daniela Kern Secchi, Gabriele Pereira de Aguiar


Prática: EN - Entalpia de Neutralização
Data de realização: 26/06/2023
Professor responsável: Paolo Roberto Livotto

Resumo
O objetivo do experimento era determinar a constante estequiométrica de equilíbrio, que
depende da concentração dos componentes da reação e dos fatores que afetam os coeficientes de
atividade dos reagentes e produtos. Também foi calculado o efeito térmico, e para isso foram medidas a
absorbância de cinco soluções de diferentes concentrações, preparadas com Fe(NO3)3, HNO3 e HSCN .
A partir desse dado foi determinado a concentração de FeSCN2+ formado na reação e calculado a
concentração das demais espécies presentes no equilíbrio.

Cálculos e resultados

Supondo o sistema fechado a ser analisado, a reação que ocorre é :


3+ 2+ +
𝐻𝑆𝐶𝑁(𝑎𝑞) + 𝐹𝑒(𝑎𝑞) ↔ 𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁(𝑎𝑞) + 𝐻(𝑎𝑞) (1)

Para calcularmos a constante estequiométrica de equilíbrio para a reação em questão, será


necessário utilizar a fórmula:

( )
𝑚 𝑛
𝐶𝑀*𝐶𝑁
𝐾𝑐 = 𝑎 𝑏 (2)
𝐶𝐴*𝐶𝐵
𝑒𝑞

𝑖
onde, Kc é a constante estequiométrica de equilíbrio que queremos calcular, 𝐶𝐼 é concentração de cada
componente elevado ao seu respectivo coeficiente estequiométrico.
Para isso, será necessário calcular a concentração de cada um dos componentes que participam
da reação (1).
Neste experimento foram preparadas seis misturas diferentes dos reagentes em questão, todos
com 25 mL de Fe(NO3)3 e variando o volume de HSCN entre 0 e 25 mL. Todos os volumes ainda foram
completados com solução de HNO3, gerando as seguintes sistemas:

Tabela 1: composição dos sistemas analisados.


Sistema Fe(NO3)3 HSCN HNO3
0,002 mol/L (mL) 0,002 mol/L (mL) 0,5 mol/L (mL)

1 25,0 5,0 20,0

2 25,0 10,0 15,0

3 25,0 15,0 10,0

4 25,0 20,0 5,0

5 25,0 25,0 0,0


branco 25,0 0,0 25,0

As amostras foram analisadas em espectrofotômetro regulado em 450 nm (comprimento de


2+
onda usado para detectar o 𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ) e em duas temperaturas diferentes (25 e 45°C), reguladas em
banho térmico. Foram registradas medidas de absorbância para amostras das soluções segundo a
tabela 2:

Tabela 2: medidas de absorbância para os sistemas em 25 e 45°C.


Sistema Absorbância Absorbância
(25°C) (45°C)

1 0,087 0,080

2 0,171 0,153

3 0,254 0,230

4 0,334 0,303

5 0,408 0,374

branco 0,029 0,030

Das medidas apresentadas na tabela 2, e com a curva de calibração da Lei de Lambert-Beer,


que nos foi dada através da equção:
2+
[𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ] = 𝑎𝐴 + 𝑏 (3)

Onde A é a absorbância medida, a é 3,69*10-4 e b é 4,92*10-6 . Aplicando o valor de absorbância medido


no sistema 1 a 25ºC, temos:

2+ −4 −6
[𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ] = 3, 69 · 10 · 0, 087 + 4, 92 · 10
2+ −5
[𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ] = 3, 7023 · 10

De forma semelhante podemos determinar a concentração dos demais sistemas e temperatura.

2+
Tabela 3: concentrações calculadas de 𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 (mol/L) a 25 e 45°C.
Sistema [𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ]
2+
[𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ]
2+

a 25°C a 45°C

1 3, 7023 × 10
−5
3, 444 × 10
−5

2 6, 8019 × 10
−5
6, 138 × 10
−5

3 9, 865 × 10
−5
8, 979 × 10
−5

4 1, 282 × 10
−4
1, 167 × 10
−4

5 1, 555 × 10
−4
1, 429 × 10
−4
A concentrações dos outros componentes da equação de equilíbrio será:

[𝐻+] = 0, 5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
[𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁2+] = 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑡𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
[𝐹𝑒3+] = [𝐹𝑒3+]0 − [𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁2+]
2+
[𝐻𝑆𝐶𝑁] = [𝐻𝑆𝐶𝑁]0 − [𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁 ]

+3 +2 +
Para a reação 𝐻𝑆𝐶𝑁𝑎𝑞 + 𝐹𝑒𝑎𝑞 ⇌ 𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁𝑎𝑞 + 𝐻𝑎𝑞 sabemos que o valor da concentração do íon H+ no

princípio da reação é de 0,5 mol/L, já que esta é a concentração de HNO3 em todas as soluções. As
concentrações de [Fe3+]0 e [HSCN]0 são calculadas através da relação:

𝐶1𝑉1 = 𝐶2𝑉2 (4)

Como em todos os balões o volume de Fe(NO3)3 adicionado é o mesmo temos para todos os
sistemas, fazendo:

[0,002 mol/L] x (25 ml) = C2 x (50 ml)

C2= 0,001 mol/L

Descobre-se que a concentração de [Fe3+]0 é igual a 0,001 mol/L em todas as misturas.

Já para a espécie [HSCN]0, temos:

[0,002 mol/L] x (5 ml) = C2 x (50 ml)

C2 = 0,0002 mol/L

Para os outros sistemas o cálculo foi feito de maneira análoga, de forma que foi obtido o seguinte
resultado:

Tabela 4: concentrações iniciais de cada um dos componentes dos sistemas em mol/L.


Sistemas
[𝐻+]0 [𝐻𝑆𝐶𝑁]0 [𝐹𝑒3+]0
1 0,5 2, 0 × 10
−4 −3
1, 0 × 10

2 0,5 4, 0 × 10
−4 −3
1, 0 × 10

3 0,5 6, 0 × 10
−4 −3
1, 0 × 10

4 0,5 8, 0 × 10
−4 −3
1, 0 × 10

5 0,5 1, 0 × 10
−3 −3
1, 0 × 10
Combinando os dados da tabela 4 com a tabela 3, é possível encontrar as concentrações no
equilíbrio para ambas as temperaturas.
Demonstrando o cálculo de [Fe3+] em 25ºC, temos:
[𝐹𝑒3+] = [𝐹𝑒3+]0 − [𝐹𝑒𝑆𝐶𝑁2+]
[𝐹𝑒3+] = 1 · 10−3 − 3, 7023 × 10−5
[𝐹𝑒3+] = 9, 63 · 10−4
Calculando para todas as espécies obtemos:
Tabela 5: concentrações de cada um dos componentes dos sistemas em mol/L.
Sistemas [𝐻𝑆𝐶𝑁]𝑒𝑞 [𝐹𝑒+3]𝑒𝑞 [𝐻𝑆𝐶𝑁]𝑒𝑞 [𝐹𝑒+3]𝑒𝑞
25ºC 25ºC 45ºC 45ºC

1 1, 63 × 10
−4
9, 63 × 10
−4
1, 66 × 10
−4
9, 66 × 10
−4

2 3, 32 × 10
−4
9, 32 × 10
−4
3, 39 × 10
−4
9, 39 × 10
−4

3 5, 01 × 10
−4
9, 01 × 10
−4
5, 10 × 10
−4
9, 10 × 10
−4

4 6, 72 × 10
−4
8, 72 × 10
−4
6, 83 × 10
−4
8, 83 × 10
−4

5 8, 45 × 10
−4
8, 45 × 10
−4
8, 57 × 10
−4
8, 57 × 10
−4

Com os dados da tabela 5 e 3, é possível calcular o valor das constantes de equilíbrio para as
diferentes temperaturas e sistemas, aplicando os resultados na equação 2, para o sistema 1 a 25ºC
temos:
−5
3,7023×10 ·0,5
𝐾𝑐 = −4 −4
1,63×10 ·9,63×10
𝐾𝑐 = 117, 93
Fazendo o cálculo para todos os sistemas e temperaturas temos:
Tabela 6: Constante estequiométrica de equilíbrio da reação calculada.
Sistema T=25ºC T=45ºC

1 117,93 107,38

2 109,91 96, 41

3 109,27 96, 74

4 109,38 96, 75

5 108,89 97, 28

Média 111,08 98,91

Temos Ttab=138 [1]


Então o erro relativo do experimento foi de 19,51% o K encontrado em 25ºC.
Finalmente, aplicando a equação 5, foi calculado o efeito térmico:

𝑙𝑛 ( ) 𝐾2
𝐾1
=
〈∆𝐻〉
𝑅 ( )
𝑇2−𝑇1
𝑇2 𝑇1
(5)

𝑙𝑛 ( 98,91
111,08 )= 〈∆𝐻〉
8,314 𝐿/𝑚𝑜𝑙·𝐾 ( 318−298
318·298 )
〈∆𝐻〉=-4566,93 J/mol = -4,56kJ/mol

Discussão e conclusão

O método utilizado é de fácil realização, pois o preparo das soluções e as medidas de absorbância
se dão de maneira simples. Apesar de o erro encontrado ser baixo, podemos citar algumas possíveis
causas de erro como o fato de que talvez as soluções não tenham sido bem homogeneizadas, e talvez
não tenham atingido a exata temperatura desejada; também é possível que houvesse impurezas na
cubeta, o que afetaria a medição da absorbância; Impurezas nos reagentes, ou nas vidrarias utilizadas.

Referências bibliográficas

[1] http://nist.gov, 01/07/2023, 11:50.

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