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UFC - Campus Russas

Manual de práticas - Física Experimental


Prof. Dr. Anderson Cunha - Tec. Lab. Rogério Régis

PRÁTICA 9: DILATAÇÃO TÉRMICA

ALUNO Ana Beatriz da Silva Pereira. Matrícula: 540916

Helena de Fátima Sousa Eufrásio. Matrícula: 536986

Jayelly Santos Sousa. Matrícula: 540831

Mariene Lourrane de Lima. Matrícula: 536873

CURSO Engenharia de Produção 2022.2

FÍSICA EXPERIMENTAL PARA ENGENHARIA

PÓS-LABORATÓRIO - PRÁTICA 9: DILATAÇÃO TÉRMICA

9.3 – OBJETIVOS

- Determinar o coeficiente de dilatação linear de sólidos.

9.4 – MATERIAL
- Dilatômetro; - tubos ocos de: aço, latão e alumínio;
- Relógio comparador; - Kitasato;
- Termômetro; - Fita métrica;
- Fogareiro elétrico.

9.5 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PASSO 1: Observe o comportamento de uma lâmina bimetálica (O professor demonstrará


seu funcionamento).
PASSO 2: Monte a experiência conforme indica a Figura 1. Tomando as seguintes
precauções:
i. Suspenda o tubo escolhido nas hastes de sustentação do dilatômetro,
tocando (sem empurrar) o relógio comparador;
ii. Posicione a saída lateral do tubo inclinada para baixo. Isso facilitará a saída
de água que eventualmente venha a se condensar dentro do tubo.
iii. Fixe o tubo na haste próxima à entrada de vapor de água e deixe a outra
extremidade livre.
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Fig. 1

PASSO 3: Meça o comprimento L0, à temperatura ambiente, da porção do tubo considerada


na dilatação (comprimento do tubo entre o ponto de apoio fixo e a extremidade fechada que
toca o relógio comparador). Anote na Tabela 1.
PASSO 4: Anote a temperatura inicial, ta (temperatura ambiente).
PASSO 5: Conecte a saída de vapor e aguarde aquecer;
PASSO 6: Quando o ponteiro estacionar (sairá vapor pela saída lateral do tubo oco), anote
a temperatura final, t’ (temperatura do vapor d’água) e a medida da dilatação, ΔL (medida
do relógio comparador).
PASSO 7: Repita o procedimento para os outros tubos.
OBS: Tenha cuidado ao tocar as amostras, pois a temperatura pode estar
elevada e provocar queimaduras.
PASSO 8: Indique na Tabela 1 as unidades de medidas utilizadas.
Material 𝐿 0 (𝑚𝑚) 𝑡(℃) 𝑡 ′ (℃) ∆𝐿 (𝑚𝑚) 𝛼(℃−1 )
Ferro 450 24℃ 98℃ 0,35 1,05  ⋅  10 −5  ℃ −1
Latão 450 24℃ 98℃ 0,70 2,1  ⋅  10 −5  ℃−1
Alumínio 450 25℃ 92℃ 0,70 2,32 ⋅ 10−5  ℃ −1
Tabela 1. Resultados experimentais para R1.

PASSO 9: Determine o coeficiente de dilatação linear, de cada material fornecido.


• Material: Ferro
𝐿 0 (𝑚𝑚) = 450
𝑡 =  24℃
𝑡 ′ =  98℃
∆𝐿 = 0,35 𝑚𝑚
∆𝐿 0,35
𝛼  =   →  𝛼  =  
𝐿 0 ⋅ ∆𝑇 450 ⋅ (98 − 24)

0,35 (0,35)
𝛼  =     →  𝛼 =  
450 ⋅ 74 33330
𝛼  =  1,05  ⋅  10−5  ℃ −1
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• Material: Latão
𝐿 0 (𝑚𝑚) = 450
𝑡 =  24℃
𝑡 ′ =  98℃
∆𝐿 = 0,70 𝑚𝑚
∆𝐿 0,70
𝛼  =     →  𝛼  =  
𝐿 0 ⋅ ∆𝑇 450 ⋅ (98 − 24)

0,70 0,70
𝛼  =     →  𝛼 =  
450 ⋅ 74 33330

𝛼  =  2,1  ⋅  10 −5  ℃−1

• Material: Alumínio
𝐿 0 (𝑚𝑚) = 450
𝑡 =  25℃
𝑡 ′ =  92℃
∆𝐿 = 0,70 𝑚𝑚
∆𝐿 0,70
𝛼= →  𝛼 =
𝐿 0 ⋅ ∆𝑇 450 ⋅ (92 − 25)

0,70 0,70
𝛼=   →  𝛼 =
450 ⋅ 67 30150

𝛼 = 2,32 ⋅ 10−5  ℃−1

9.6 QUESTIONÁRIO
1- Compare os coeficientes de dilatação linear encontrados experimentalmente
com os seus respectivos valores da literatura. Calcule o erro experimental e dê
suas possíveis causas.
Os dados dos cálculos realizados são expostos na tabela a seguir:
Material Valor Teórico (℃−1 ) Valor Experimental (℃−1 ) Erro percentual
Ferro 1,2  ⋅  10−5 1,05  ⋅  10−5 12,5%
−5
Latão 2,0  ⋅  10 2,1  ⋅  10−5 5%
Alumínio 2,4  ⋅  10−5 2,32  ⋅  10−5 3,33%
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Erros percentuais
• Material: Ferro
|𝑉𝑇𝐹𝑒 − 𝑉𝐸𝐹𝑒 |
𝐸𝑃𝐹𝑒 = ⋅ 100
𝑉𝑇𝐹𝑒
|1,2⋅10 −5 −1,05⋅10 −5 | | 0,000012−0,0000105|
𝐸𝑃𝐹𝑒 = ⋅ 100 → 𝐸𝑃𝐹𝑒 = ⋅ 100
1,2⋅10 −5 0,000012

𝐸𝑃𝐹𝑒 = 12,5%

• Material: Latão
|𝑉𝑇𝐿𝑎 − 𝑉𝐸𝐿𝑎 |
𝐸𝑃𝐿𝑎 = ⋅ 100
𝑉𝑇𝐿𝑎
|2,0⋅10 −5 −2,1⋅10 −5 | | 0,00002−0,000021 |
𝐸𝑃𝐿𝑎 = ⋅ 100 → 𝐸𝑃𝐿𝑎 = ⋅ 100
2,0⋅10 −5 0,00002

𝐸𝑃𝐿𝑎 = 5%

• Material: Alumínio
|𝑉𝑇𝐴𝑙 − 𝑉𝐸𝐴𝑙 |
𝐸𝑃𝐴𝑙 = ⋅ 100
𝑉𝑇𝐴𝑙
|2,4⋅10 −5 −2,32⋅10 −5 | | 0,000024 −0,0000232 |
𝐸𝑃𝐴𝑙 = ⋅ 100 → 𝐸𝑃𝐴𝑙 = ⋅ 100
2,32 ⋅10 −5 0,000024

𝐸𝑃𝐴𝑙 = 3,33%

Os erros experimentais calculados podem ser justificados com base em algumas causas,
entre elas, os erros de aferição do coeficiente de dilatação linear dos tubos, gerado por um
posicionamento realizado de forma errada no pino do relógio comparador, além da falta de
experiência em manusear os materiais utilizados na prática. Dessa forma, colaborando
para um aumento do erro experimental percentual.

2- Uma lâmina bimetálica consiste de duas tiras metálicas rebitadas e é utilizada


como elemento de controle em um termostato comum. Explique como ela
funciona.
As lâminas bimetálicas é uma estrutura constituída por duas lâminas de materiais diferentes
unidas rigidamente e utilizadas como chaveamento elétrico, pois, quando atravessadas por
uma corrente elétrica, têm sua temperatura aumentada, sofrendo uma dilatação. Como são
constituídas de materiais diferentes, dilatam diferentemente, forçando uma curva na direção
daquela que tem menor coeficiente de dilatação, desligando assim o chaveamento,
interrompendo a passagem da corrente elétrica. Este equipamento é muito usado em ferros
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de passar roupa, como chave de segurança, assim como em estufas elétricas e outros
eletrodomésticos que utilizam um termostato, bem como em elementos de proteção
elétrica, como os interruptores térmicos, evitando o superaquecimento de condutores, e
consequentemente a ocorrência de acidentes. Após um determinado tempo, a lâmina volta
ao estado inicial possibilitando o retorno da passagem de corrente elétrica, pois a
temperatura diminui.

3- Uma pequena esfera metálica pode atravessar um anel metálico. Entretanto,


aquecendo a esfera, ela não conseguirá mais atravessar o anel. O que
aconteceria se aquecêssemos o anel e não a esfera?
Aquecendo o anel, ocorreria uma dilatação e consequente um aumento no diâmetro do
anel, possibilitando a passagem da esfera. Logo, a esfera iria atravessar o anel metálico
com uma maior facilidade do que na temperatura inicial.

4- Explique o que ocorre ao período de um relógio de pêndulo com a redução da


temperatura. Ele passa a adiantar, atrasar ou permanece marcando as horas
corretamente?
O período do pêndulo depende diretamente do comprimento (L) do fio:

𝑇 = √2 ⋅ 𝜋 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑔
O fio irá sofrer um processo de contração com a redução da temperatura, diminuindo o
comprimento L do fio e o período do pêndulo, consequentemente o relógio passa a adiantar
na marcação das horas.

5- Um orifício circular numa lâmina de alumínio tem diâmetro de 28,7 cm a 0°C.


Qual o seu diâmetro quando a temperatura da lâmina alcançar 100°C? (dado:
a = 23 x 10-6 °C -1)
𝛼 = 23 ⋅ 10−6  ℃ −1
𝐿 0 = 28,7 𝑐𝑚  =  287 𝑚𝑚
∆𝑇 = 100

∆𝐿 = 𝛼 ⋅ 𝐿 0 ⋅ ∆𝑇
∆𝐿  =  23  ⋅  10−6 ⋅ 287 ⋅ 100
∆𝐿 =  0,6601 𝑚𝑚  =  0,06601 𝑐𝑚

Logo, somamos a variação de comprimento ∆𝐿 com o comprimento 𝐿 0 para determinar


o diâmetro D da lâmina quando o ∆𝑇 corresponder à 100℃ :

𝐷 = 28,7  +  0,06601 
𝐷 = 28,76601 𝑐𝑚
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6- A figura mostra duas barras metálicas presas por uma das extremidades a uma
mesma parede. A temperatura inicial das barras é t, e seus comprimentos
iniciais obedecem à relação, L 1 = 2L2. Qual a relação entre os coeficientes de
dilatação linear, a1 e a2, para que d não varie com a temperatura?

∆𝐿 = 𝛼 ⋅ 𝐿 0 ⋅ ∆𝑇

𝐿 1 = 𝐿 0 ⋅ (1 + 𝛼1 ⋅ ∆𝑇 ) (equação 1)
Tendo 𝐿 1 = 2 ⋅ 𝐿 2 logo:
2 ⋅ 𝐿 2 = 2 ⋅ 𝐿 0 ⋅ (1 + 𝛼2 ⋅ ∆𝑇 ) (equação 2)
Igualando as duas equações e eliminando os termos semelhantes presente em cada
extremo da igualdade, temos:
2 ⋅ 𝐿 0 ⋅ (1 + 𝛼2 ⋅ ∆𝑇 ) = 𝐿 0 ⋅ (1 + 𝛼1 ⋅ ∆𝑇 )
Determinando a relação entre os coeficientes de dilatação linear, 𝛼1 e 𝛼2 , para que d não
varie com a temperatura.

𝛼1 = 2 ⋅ 𝛼2
9.7 CONCLUSÃO

Logo, com o desenvolvimento dessa prática foi possível aliar a prática e a


teoria sobre o estudo da dilatação térmica através de suas aplicações, compreendendo os
conceitos envolvidos, de forma que, foi possível aprofundamos nossos conhecimentos
sobre a variação que ocorre nas dimensões de um corpo quando submetido a uma variação
de temperatura.
Além disso, determinamos o coeficiente de dilatação linear de alguns
sólidos, como ferro, latão e alumínio, considerando também a existência de erros ocorridos
durante a prática, quando comparado os valores obtidos experimentalmente com os valores
teóricos, calculando o erro percentual ocorrido para cada material. Vale ressaltar, que entre
as causas para a discrepância dos valores podem ser associadas a falta de habilidade de
leitura de um termômetro, erros de estimativa na aferição do coeficiente de dilatação linear
dos tubos, entre outros fatores.
Dessa forma, através desta prática realizamos o estudo da dilatação
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térmica e suas características, entendo o funcionamento da lâmina bimetálica, revendo


conceitos teóricos, aliando com cálculos, aspectos procedimentais e observação
experimental. Compreendemos também a vasta importância e relevância desse conceito
tão fundamental na Física, na ciência e na tecnologia, assim como suas aplicações.

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