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Processos de Fabricação e

Metrologia

Prof. Plínio de Andrade Vieira


Metalurgia do pó

UNIDADE 04
A metalurgia do pó é um processo de fabricação que utiliza pós
para a concepção de peças. Esses pós são sólidos, na forma de partículas
muito pequenas, e podem ser metálicos, ou não.

Para os pós que não são metálicos, a obtenção destes é feita por
meio de britagem ou por moagem, que é o caso, por exemplo, dos pós de
cerâmica tradicional. Para os pós de metal e os de cerâmica que são formados
à base de óxidos e carbonetos, estes são originários de processos industriais.
METAL DURO
SINTERIZAÇÃO
Preparação do pó metálico

O primeiro passo envolve a obtenção de pós metálicos de alta


qualidade. Esses pós podem ser produzidos por diversos métodos, como
atomização, moagem mecânica, redução química e outros.

A qualidade do pó é fundamental, pois afetará diretamente as


características finais da peça.
Atomização

Esse processo envolve a


transformação de um metal líquido
em pequenas partículas, conhecidas
como pós, por meio da quebra
mecânica ou térmica do metal
líquido em gotas finas.
Atomização

Na atomização mecânica, o metal líquido é forçado através de pequenos


orifícios ou bicos, criando um fluxo contínuo de gotas. Essas gotas, que são
extremamente pequenas, são então resfriadas rapidamente para solidificar antes que
possam se aglomerar novamente em partículas maiores.

Esse resfriamento pode ser feito por contato com um meio refrigerante ou
por arrefecimento por um gás inerte. As partículas resultantes têm tamanhos que
variam de micrômetros a algumas dezenas de micrômetros, dependendo do processo e
das condições utilizadas.
Atomização Térmica

A atomização térmica, por outro lado, envolve o aquecimento


do metal líquido acima do seu ponto de fusão e, em seguida, a
pulverização do metal derretido em uma câmara de vácuo ou de gás
inerte.

As gotas do metal líquido derretido se solidificam à medida


que caem na câmara, formando partículas de pó.
Mistura

A mistura tem como objetivo principal criar uma composição


homogênea, onde os diferentes pós metálicos ou aditivos se distribuam
de maneira uniforme.

Isso é fundamental para evitar variações nas propriedades


finais da peça e garantir que as características desejadas sejam
alcançadas.
Mistura por Tamboreamento

Os pós são colocados em um tambor rotativo, onde são


misturados à medida que o tambor gira. Esse método é eficaz para
misturar pós secos ou pós com lubrificantes sólidos.
Mistura por Agitação em Vortex

Os pós são colocados em um recipiente e agitados em um


padrão circular. Isso ajuda a garantir a dispersão uniforme dos materiais.
Mistura em Planetária

Nesse método, um recipiente gira em torno de seu próprio


eixo e também ao redor de um eixo central. Isso cria um movimento
tridimensional eficiente para a mistura.
Mistura a Seco e a Úmido

A mistura a seco envolve a mistura dos pós sem a adição de


líquidos, enquanto a mistura a úmido inclui a adição controlada de
líquidos, como água ou óleos, para melhorar a homogeneização.
Compactação

O objetivo principal da compactação é criar uma estrutura


coesa a partir do pó metálico. Isso envolve a aplicação de pressão para
comprimir as partículas de pó e causar a aderência entre elas.

O resultado é uma peça conhecida como "compactado verde",


que ainda não possui a densidade e a resistência finais, mas já possui a
forma aproximada da peça final.
Técnicas de Compactação

Prensa Uniaxial: Nessa técnica, o pó é colocado em um molde


e a pressão é aplicada unidirecionalmente, compactando-o em uma
forma específica.

Prensa Isostática a Quente (HIP): Aqui, o pó é colocado em um


molde flexível que é submetido a pressões isostáticas de todos os lados.
Isso ajuda a obter uma compactação mais uniforme e maior densidade.
Técnicas de Compactação

Extrusão: O pó é forçado através de um molde com um orifício em


uma configuração semelhante à extrusão de massas, produzindo peças com
seções transversais específicas.

Prensagem a Quente: O pó é aquecido durante o processo de


compactação, melhorando a plasticidade das partículas e permitindo maior
conformação.
Sinterização

O compactado verde é aquecido em um forno em um processo


chamado sinterização. Nesse estágio, os pós metálicos são aquecidos
abaixo do ponto de fusão, o que permite que as partículas metálicas se
colem e se solidifiquem, formando uma peça sólida.

Durante a sinterização, a peça encolhe ligeiramente e adquire


sua densidade final.
Fase Líquida da Sinterização

Em algumas situações, especialmente quando se trabalha com


ligas, pode ocorrer uma fase líquida durante a sinterização, onde uma
parte do material começa a derreter antes do restante.

Isso pode facilitar a movimentação de átomos, melhorando a


ligação entre as partículas e permitindo uma densificação ainda maior.
Sinterização

A sinterização é um estágio crítico na metalurgia do pó, pois é


responsável por transformar o compactado verde poroso em uma peça
densa e resistente.

A temperatura, o tempo e a seleção de materiais desempenham


papéis vitais na obtenção das características desejadas na peça final.
Tratamentos Térmicos Opcionais:

Após a sinterização, as peças podem ser submetidas a


tratamentos térmicos adicionais para melhorar suas propriedades
mecânicas, como resistência, dureza e tenacidade.
Usinagem (Opcional)

Dependendo das tolerâncias e requisitos dimensionais, as


peças podem passar por usinagem após a sinterização para obter a
forma e as características finais desejadas.
Usinagem (Opcional)

Dependendo das tolerâncias e requisitos dimensionais, as


peças podem passar por usinagem após a sinterização para obter a
forma e as características finais desejadas.
Acabamento

Algumas peças podem exigir processos de acabamento, como


retificação, polimento ou revestimento, para atingir as especificações
finais e a aparência desejada.
Inspeção e Controle de Qualidade

Após a fabricação, as peças são submetidas a inspeções


rigorosas para garantir que atendam aos padrões de qualidade e às
especificações técnicas exigidas.
O processo de metalurgia do pó é vantajoso para a produção de
peças complexas com geometrias intrincadas, materiais de difícil usinagem e
requisitos de alta precisão. Ele oferece a possibilidade de obter peças com
propriedades mecânicas e características específicas, muitas vezes
eliminando etapas de usinagem mais tradicionais.

No entanto, a escolha desse processo depende das necessidades


do projeto, dos materiais envolvidos e das propriedades desejadas para a
peça final.
Comando Numérico
Computadorizado
UNIDADE 05

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