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METALURGIA DO PÓ

Camila Torres

camilator@gmail.com
Operações complementares
 Embora a metalurgia do pó permita, mediante as
operações de compactação e sinterização obter peças
com formas e dimensões definitivas, é comum submetê-
las a operações complementares, visando melhorar as
propriedades mecânicas, as tolerâncias dimensionais e o
aspecto superficial.
 Em determinados casos, quando não foi possível, por
razões técnicas ou econômicas, dar a forma definitiva às
peças sinterizadas algumas operações secundárias são
necessárias.
Operações complementares
 A porosidade típica de muitas peças sinterizadas impõe
restrições à determinadas operações secundárias.
 Por exemplo, a utilização de sais fundidos, fluidos de
corte, soluções para limpeza e para revestimento
superficial não é recomendável, pois esses materiais
podem ficar retidos nos poros, provocando uma rápida
corrosão das peças.

Essas limitações devem ser levadas em conta ao submeter


peças sinterizadas a operações complementares.
Operações complementares
 Recompressão
 Tem por objetivo aumentar a densidade e as propriedades
mecânicas do material, ao mesmo tempo melhora suas
dimensões.
 Geralmente as matrizes de recompressão são diferentes das
de compactação.
 A recompressão de materiais ferrosos pode levar a uma
redução de altura que varia de 3 a 5%, em não ferrosos pode
atingir 7%.
Operações complementares
 Calibragem
 O objetivo é melhorar as tolerâncias dimensionais das peças.
 Durante a sinterização as peças podem sofrer alteração
dimensional.
 A calibração é uma deformação plástica por aplicação de
pressão realizada em moldes específicos a fim de atingir a
tolerância dimensional requerida da peça.
Operações complementares
 Cunhagem

 Modifica a configuração do topo e da base de peças


sinterizadas com forma de medalhas e moedas.
Operações complementares
 Infiltração metálica
 É um processo de fechamento dos poros (total ou
parcial) de uma peça sinterizada com baixa ou média
densidade (5,6 até 6,8 g/cm³ no caso dos aços) com um
metal ou liga de ponto de fusão mais baixo.
 A infiltração do metal líquido ocorre por efeito de
capilaridade, e tem o objetivo melhorar as propriedades
mecânicas, resistência à corrosão e também como pré-
tratamento para acabamento superficial, como cromagem,
niquelação e galvanização. (neste caso somente os poros
superficiais e os poros comunicantes são fechados).
Operações complementares
 Infiltração metálica
(a) uma pequena parte do esqueleto
poroso é mergulhado no líquido, o
líquido é puxado por capilaridade
para o interior do esqueleto,
expulsando os gases dos poros.
(b) ocorre total submersão do
esqueleto no líquido, o líquido
penetra em todos os lados em
direção ao núcleo do compactado e o
gás contido nos poros é expelido por
difusão através do líquido.
(c) o infiltrante metálico no estado
sólido é sobreposto no esqueleto,
levado ao forno onde se funde. Na
fusão se espalha sobre todas as faces
do esqueleto por tensão superficial.
Operações complementares
 Infiltração metálica
 O processo se aplica na produção de contatos de W-Cu, W-Ag,
Mo-Cu e Mo-Ag e em muitas peças ferrosas em que o
infiltrante é Cu ou suas ligas.
 Ligas não ferrosas de Cu onde o infiltrante pode ser Pb ou Bi.
Operações complementares
 Usinagem
 Embora uma das grandes vantagens da metalurgia do pó seja a
obtenção de peças de forma e dimensões definitivas, às vezes é
necessário aplicar operações de usinagem para produzir
ângulos reentrantes, sulcos anulares, orifícios laterais, roscas,
etc.
Operações complementares
 Usinagem
 Quando as peças sinterizadas apresentam porosidade de no
máximo 10%, a usinagem é semelhante às de peças fundidas ou
trabalhadas.
 Peças com porosidade maior, surge problemas na usinagem,
como choque, vibração, etc.
Operações complementares
 Usinagem
 As peças de Fe sem elementos de liga ou C são mais difícies de
usinar porque possuem dureza muito baixa.
 Para evitar um mau acabamento superficial, devem ser usinadas
lentamente.
 A usinabilidade melhora se as peças forem recomprimidas
antes da usinagem, pois estando encruadas a dureza aumenta e
melhora a usinabilidade.
Operações complementares
 Tratamentos térmicos e termoquímicos

 As peças sinterizadas podem receber tratamentos


térmicos após a sinterização a fim de alterar suas
propriedades mecânicas.
 Nos tratamentos termoquímicos, a porosidade
desempenha um papel importante, pois os poros
comunicantes permite a difusão de gases ou líquidos para
o seu interior interferindo positivamente ou
negativamente no resultado final.
Operações complementares
 Tratamentos térmicos e termoquímicos

 A têmpera é feita de acordo com a técnica convencional,


devendo utilizar atmosfera protetora e resfriamento feito em
óleo. Não se emprega água ou salmora pois podem provocar
enferrujamento interno.

 Cementação ou carbonitretação para obter uma superfície


dura e resistente ao desgaste. A densidade deve ser no mínimo
7,2 g/cm3 para evitar que os gases penetrem muito no interior
da peça, através dos poros, tornando seu núcleo também duro.

 Recozimento para reduzir as tensões resultantes do


encruamento ou para melhorar a usinabilidade.
Operações complementares
 Tratamentos térmicos e termoquímicos

 Tratamento a vapor (ferrox): esse é um tratamento específico


da metalurgia do pó, devido a natureza porosa das peças
sinterizadas de média densidade.
 Com esse tratamento aumenta-se a resistência ao desgaste e a
resistência a corrosão superficiais.
 As peças são aquecidas até uma temperatura de 500ºC e então
submetidas a uma atmosfera de vapor superaquecido.
 O resultado é a formação de uma camada de óxido estável, de
coloração azulada escura ou preta, que acaba por vedar a
porosidade da peça sinterizada.
Operações complementares
 Tratamentos térmicos e termoquímicos
 Tratamento a vapor (ferrox): aplicado em compressores
herméticos e amortecedores de veículos.
 O óxido formado (Fe3O4) tem ainda como característica uma
alta dureza e uma certa resistência à corrosão, que permite a
sua estocagem ou uso sem a necessidade de aplicação de óleo
protetivo.
Operações complementares
 Revestimentos protetores
 As peças com porosidade <
10% podem ser
eletrodepositadas pelos
processos padronizados.
Quando a porosidade é maior é
necessário primeiro infiltrar os
poros com uma resina ou
fecha-los.
 Os metais mais empregados
como revestimentos protetores
são o Cu, Ni, Cr, Zn e Cd.
Operações complementares
 Soldagem
 Os processos convencionais de soldagem não se aplicam nas
peças sinterizadas devido à presença de porosidade.
 Mas dependendo da densidade das peças, não se pode
descartar imediatamente um determinado processo de
soldagem.

É necessário um conhecimento completo da peça no que


diz respeito a sua densidade e composição, para poder
avaliar corretamente a aplicabilidade de um determinado
processo de soldagem
Operações complementares
 Brasagem

 A união de peças sinterizadas por brasagem é feita de maneira


relativamente fácil, desde que de preferência as peças tenham
sido anteriormente infiltradas com Cu ou tenham sido
recomprimidas e re-sinterizadas.
Operações complementares
 Tamboreamento

 É empregada às vezes na metalurgia do pó para rebarbar ou


polir peças sinterizadas.
 O método usual emprega tambores rotativos convencionais,
utilizando abrasivos sólidos ou abrasivos em meio líquido.
 Em peças relativamente simples, recomenda-se um auto
tamboreamento, ou seja, sem a necessidade de abrasivo.
 O tamboreamente em meio líquido não é muito recomendado
devido à dificuldade de remoção do líquido dos poros da peça.
Propriedades e Controle de qualidade
 A inspeção e controle de qualidade de peças sinterizadas
são tão importantes quanto nos produtos metalúrgicos
obtidos por processos convencionais.

 Considerando as características de precisão dimensional


das peças sinterizadas, assim como sua porosidade, a
determinação de certas propriedades, como densidade e
dureza, embora feitas pelos métodos convencionais, exige
cuidados e técnicas que permitam uma avaliação confiável
dessas características.
Propriedades e Controle de qualidade
 Análise das propriedades

 Distribuição granulométrica e tamanho de partícula


 Compressibilidade
 Variação dimensional
 Densidade
 Propriedades mecânicas de sinterizados
 Caracterização microestrutural
Propriedades e Controle de qualidade
 Distribuição granulométrica e tamanho de partícula
Propriedades e Controle de qualidade
 Compressibilidade
Propriedades e Controle de qualidade
 Variação dimensional
 Na sinterização ocorre, normalmente, uma deformação do
compactado, que se contrai, podendo chegar a uma redução de
40% do seu volume inicial ou a uma redução linear de cerca de
16%.
Propriedades e Controle de qualidade
 Densidade
 A densidade dos metais e ligas sinterizadas dificilmente atinge
valores próximos dos teóricos, isto porque, salvo algumas
exceções, o material sinterizado se caracteriza por apresentar
porosidade, que em alguns casos é uma característica desejável.

A influência da densidade nas outras propriedades de produtos


sinterizados é muito grande, de modo que sua determinação é
um dos itens mais importantes no controle de qualidade.
Propriedades e Controle de qualidade
 Densidade
Propriedades e Controle de qualidade
 Densidade

 A densidade é determinada pela equação:


Onde D: densidade em g/cm3
A: peso da peça no ar, em g
B: peso da peça suspensa em água, em g
Essa fórmula vale para componentes mecânicos com densidade próxima da teórica.

 Quando a peça é porosa, devem ser impregnadas de óleo. Neste caso, a


densidade é dada pela equação:
Onde D: densidade em g/cm3
C: peso da peça no ar, da peça em óleo, em g
B: peso da peça impregnada em óleo suspensa em água, em g

 A determinação da densidade verde é feita da mesma maneira, desde que


os poros estejam fechados com impermeabilizante.
Propriedades e Controle de qualidade
Propriedades e Controle de qualidade
 Análise microestrutural
Propriedades e Controle de qualidade
 Análise microestrutural
Propriedades e Controle de qualidade

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