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Sistema Federal: consiste das diferentes esferas de Governo que produzem bens e
serviços. “O governo federal é o governo comum ou nacional ou supranacional de uma
federação. Um governo federal pode ter poderes distintos em vários níveis autorizados ou
delegados a ele por seus estados membros. A estrutura dos governos federais varia.”
A maior parte das receitas fica na União e isso não é bom no sentido de que os Estados e
Municípios ficam muito dependentes do repasse de receita da União pra eles. Isso ajuda na
redução de eficiência.
1956 – Charles Tiebout: o que existe no mercado privado que garante o provisionamento
eficiente de bens privados e falta no setor público?
● Competição
A competição entre comunidades locais levaria ao provisionamento eficiente de bens
públicos não nacionais (assim como no modelo de competição entre firmas no mercado
privado)
Quando existe muita externalidade, é preciso que uma esfera mais alta do governo invista
Por causa das externalidades, provisionamento pode ser central ou posso optar por
transferências
Com externalidade pode haver sub-provisionamento de bens públicos, se não houver
recursos do governo central
Transferências podem garantir nível mínimo de provisionamento mas não tem equalização,
a não ser com alguns serviços muito essenciais. Quanto mais uma localidade tiver menos
serviços funcionando, menos ela vai ter incentivo para aumentar a arrecadação.
Se a hipótese de Tiebout fosse válida e perfeita não deveria existir redistribuição entre
localidades (municípios)
Competição entre comunidades já teria obtido nível eficiente de provisionamento público
Redistribuição deveria focar em indivíduos não em comunidades (ineficiência associada ao
fato de distribuir renda entre comunidades)
6. COMPETIÇÃO FISCAL
Comunidades manteriam suas alíquotas baixas para não perder base fiscal
Pode provocar ineficiência alocativa:
Distorção das escolhas dos indivíduos sobre onde viver e das empresas onde se instalar
Corrida ao piso: mobilidade crescente do capital leva a uma alíquota de equilíbrio
decrescente
Resultado: sub-provisionamento de bens públicos
7. TIPOS DE TRANSFERÊNCIAS
Transferência não condicional: Governo central envia recursos para o governo local sem
vinculação de gasto
Agora localidade decide gastar menos no provisionamento público e prefere aumentar
recursos privados
Agora só existe efeito renda
Mas com “transferência condicional” existe maior gasto com o serviço público
Se o objetivo do governo central for maximizar bem-estar ele deve usar “transferência não
condicional”, se o objetivo for aumentar gastos em bens públicos deve usar “transferência
condicional”.
1. TRIBUTAÇÃO GERAL
Tributos Diretos
Tributo sobre a renda do trabalho (payroll tax)
Tributo sobre a renda individual (income tax)
Tributo sobre a riqueza das pessoas (wealth tax) (Inclui : imposto sobre a propriedade e o
imposto sobre herança).
Tributo sobre a receita das empresas (corporate tax)
Tributos Indiretos
● Tributo sobre o consumo (tipos: percentual do valor de renda e valor monetário fixo)
Objetivos distributivos:
- Equidade Vertical: grupos sociais com mais recursos devem recolher mais tributos
- Equidade Horizontal: indivíduos com mesma capacidade de pagamento mas com
diferentes comportamentos (difícil de medir).
Geralmente, o responsável por coletar imposto é um coletor, fabricante, enfim, você já sai
do mercado tendo pago o imposto, não sai com uma guia para pagar o imposto.
2. EQUIDADE EM TRIBUTAÇÃO
A equidade horizontal ocorre quando contribuintes com igual capacidade de pagar
contribuem com a mesma quantidade, e a equidade vertical ocorre quando contribuintes
com desigual capacidade de pagar contribuem com quantias distintas, surgindo aqui os
critérios da progressividade, proporcionalidade e seletividade, garantindo que os
contribuintes que possuem mais recurso contribuam proporcionalmente e equitativamente.
3. INCIDÊNCIA FISCAL
Exemplo: o que acontece quando o governo inclui o imposto de $0,50 sobre a gasolina?
Para os produtores isso equivale à um aumento de $0,50 no custo marginal
Efeito do imposto aumenta preço final.
Não importa quem é o responsável legal pelo tributo
Efeito sobre o preço e valor recolhido do tributo de cada agente não muda
Tributo recai sobre firmas com oferta inelástica ou consumidores com demanda inelástica
Demanda é mais elástica para os bens com mais substitutos (elasticidade preço demanda
com valor mais alto), mais difícil repassar aumentos de impostos para os preços
Mesmo raciocínio se aplica para o lado da oferta e para o mercado de insumos
O Brasil tem uma arrecadação fiscal bem distorcida. Alguns países são mais e outros
menos distorcidos.
O foco é gerar uma regra fiscal que gere a menor distorção possível.
Frank Ramsey (1927) foi pioneiro nessa questão Regra de Ramsey: para minimizar peso
morto, alíquotas devem ser definidas entre bens, de modo que a proporção de peso morto
marginal seja igual a receita marginal obtida naquele bem.
Na prática essa relação mede o valor do próximo $ 1 para o governo em relação ao seu
melhor uso no setor privado
Essa relação entre PMmg/Rmg deveria ser a mesma para todos os bens PMmg/ Rmg = TM
Se TM for pequeno, então receita adicional para o governo tem pouco (peso morto) valor
privado individual
Se TM for pequeno, é provável que as alíquotas do dos tributos sejam baixas para a maioria
dos bens
Se TM for grande, é provável que as alíquotas dos dos tributos sejam altas para a maioria
dos bens
Assim, o governo só desejaria ter elevado TM se tiver uma elevada necessidade
orçamentária
De acordo com a Regra de Ramsey, 2 fatores devem ser considerados para tributação
ótima:
●Regra da elasticidade: peso morto de qualquer imposto aumenta com a elasticidade da
demanda, eficiência aumenta tributando bens mais inelásticos
●Regra da base fiscal “larga”: é melhor tributar uma maior variedade de bens com alíquotas
moderadas do que poucos bens com alíquotas muito altas
Um sistema de tributação direta ótima segue a condição de fixar alíquotas de modo que:
Utilidade mg do indivíduo i
Receita mg obtida da tributação = valor da receita adicional
Sistema ótimo de tributação direta é aquele no qual a utilidade mg por $1 obtida é igual
entre os indivíduos
À primeira vista, o princípio da curva de Laffer parece não fazer sentido. Se o governo
aumentar os impostos, o normal seria a arrecadação sempre aumentar também. Porém, o
efeito das políticas monetária e fiscal sobre a economia contrariam essa lógica.
A curva de Laffer é uma definição econômica que mostra quanto o governo arrecada de
impostos aplicando diferentes alíquotas.Segundo a curva, essa relação não é diretamente
proporcional – ou seja, em determinado ponto, um aumento na tributação resultaria em uma
receita menor do que antes.
Com essa medida, uma menor tributação resultaria indiretamente em um aumento na
arrecadação do Estado.
A partir disso, se concluiu que a representação gráfica entre alíquota de impostos e receita
tributária e não seria uma reta ascendente, e sim uma “curva” voltada para baixo – a
chamada curva de Laffer.
6. TRIBUTAÇÃO ÓTIMA
Características desejáveis de um sistema fiscal - (Heady, 1993)
- Eficiência
- Equidade
- Transparência
- Simplicidade
- Baixo custo de coleta
7. Imposto sobre a Propriedade
Abordagem Tradicional
• Quantidade de terra é considerada fixa
• Curva de oferta é perfeitamente inelástica
• Proprietários absorvem toda a carga fiscal
• Valor do aluguel ou da venda do terreno considera valor do tributo (valor do aluguel cai
exatamente pelo valor do Imposto)
Abordagem moderna:
Modalidade de tributo sobre a riqueza Imposto sobre a propriedade = imposto sobre capital
Quanto mais rígida (fixa) for quantidade de capital na economia, maior carga fiscal do
proprietário Capital pode migrar para áreas com menor imposto
Abordagem moderna:
Imposto tende a ser progressivo
Parte da riqueza que vem da posse de terra tende a subir com a renda
Efeito longo prazo: afeta acumulação de capital
Efeito geral: reduz retorno sobre o capital e tende a ser progressivo sobre a distribuição de
renda
Em Tiebout:
Comunidades usam imposto sobre a propriedade para financiar produção de bens públicos
Esse imposto é o custo de “comprar” bens públicos
Nesse sentido, esse tributo não cria carga fiscal excessiva
Balanceamento: efeito negativo do imposto sobre valor da propriedade e contrabalanceado
pela quantidade de serviços públicos recebidos (valor da propriedade reflete isso).
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Aula 9 - Dinâmica da Dívida Pública & Ilusão Fiscal
Downs (1957) não há razão para o eleitor investir tempo em descobrir custos e benefícios
relativos das várias alternativas de financiamento público
Leva a informação imperfeita
Qual a direção do viés?
• Orçamentos pequenos
• Gastos excessivos
Discussão:
Benefícios ou Tributos são mais difíceis de serem percebidos?
Eleitores perceberiam mais os benefícios aos custos do governo
Nesse caso, ilusão fiscal resulta em tamanho excessivo do setor público Ilusão estaria na
estrutura das receitas (tributos)
Ilusão do Débito
Arrecadação X Endividamento
Eleitores percebem mais custos de programas públicos associados a maiores tributos do
que maior endividamento
Quanto maior o endividamento, maior o tamanho do governo
Municípios mais endividados deveriam apresentar menor valor dos imóveis
Ciclos eleitorais: Governantes usariam política fiscal e monetária para gerar condições
econômicas favoráveis a véspera da eleição
Comportamento diferente da política fiscal antes e depois das eleições Antes: mais gastos
Depois: mais impostos ou menos gastos
3. CICLOS POLÍTICOS
Como o comportamento fiscal afeta as chances de reeleição?
Evidências para o Brasil:
Expansão fiscal aumenta as chances de reeleição
Déficit municipais aumentam em anos eleitorais
Ou seja, aumentar os gastos aumenta a chance de ganhar a eleição mais do que aumentar
as receitas
Implicações econômicas:
Como a dívida afeta o funcionamento da economia? Quais as consequências de políticas
fiscais passadas sobre o futuro da economia
Política Fiscal responsável X crescimento da dívida:
-Tamanho da dívida afeta liquidez da economia
-Afeta nível da taxa de juros que exige o seu financiamento
1. INTRODUÇÃO
Resultado Fiscal Nominal:
Diferença entre total de despesas e receitas do Governo
Corresponde a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP)
Resultado primário superavitário
Receita>despesa não financeira
3. GERENCIAMENTO DA DÍVIDA
Carga Fiscal e Serviço da Dívida Para “rolar” a dívida, juros devem ser pagos Impostos
utilizados para financiar esses pagamentos afetam carga fiscal e peso morto da economia
Questão passa a ser como os juros dos títulos afetam a economia
Uma diretriz para a dívida é fixar uma estrutura que minimize seus custos
Ilusão fiscal: quando as pessoas deixam de perceber quanto elas pagam por um bem
público.
Provisionamento (despesa) (+)
Arrecadação (receita) (-)
Se as pessoas percebessem isso, não haveria ilusão fiscal. As pessoas percebem mais o
que está sendo oferecido pelo governo do que o quanto estão pagando.