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REFELXAO EM TORNO DO CONTRIBUTO DAS TRANSFERENCIAS

INTERGOVERNAMETAIS NO CONTEXTO DA PROMOÇÃO DO


DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÓMICO LOCAL

Paulino André Júnior1

Resumo

O presente artigo tem por objectivo apresentar a abordagem literária que gira em torno das
Transferências Intergovernamentais e o seu contributo na promoção do desenvolvimento
socioeconómico local. Portanto, antes de avançar faz-se uma breve caracterização das finanças
autárquicas, onde será apresentada a autonomia financeira e o sistema tributário das AL’s, para
uma melhor percepção do contributo das transferências inter-governamentais no desenvolvimento
socioeconómico local. A análise do tema é vista na prespectiva Institucional associada à Funcional,
a medida que se verifica que a governação municipal exige uma planificação orientada a avaliação
dos benefícios da utilidade e da efectividade alocativa de recursos, traduzindo-se na existência de
processos decisórios entre as prioridades quali-quantitativas e a racionalidade socioeconómica do
municipio. Neste contexto, importa frisar que a governação municipal se refere a satisfação das
necessidades colectivas, entretanto, as transferências orçamentais são de extrema importâncias
para as Autarquias Locais assegurarem a realização das despesas locais e minimizar as
desigualdades entre os municípios em vários aspectos com destaque para a qualidade de bens e
serviços fornecidos aos munícipes.

Palavras – Chave: Transferências Intergovernamentais, Desenvolvimento Socioeconómico


Local, Municipio, Bens e Serviços Públicos.

1
Paulino André Júnior, Licenciado em Administraҫão Pública, pelo Instituto Superior de Relaҫões Internacionais.
Contacto꞉ paulinoandrejunior@gmail.com/ +258 842830589 ou +258 825296850

1
Abistract

The purpose of this article is to present the literary approach that revolves around
Intergovernmental Transfers and their contribution to the promotion of local socio-economic
development. Therefore, before proceeding, a brief characterization of municipal finances is
presented, in which the financial autonomy and the tax system of the LAs will be presented, in
order to better understand the contribution of intergovernmental transfers to local socio-economic
development. The analysis of the theme is seen in the institutional perspective associated with the
Functional, as it is verified that the municipal governance requires a planning oriented to evaluate
the benefits of the utility and the resource allocation effectiveness, resulting in the existence of
decision-making processes among the priorities Qualitative and socio-economic rationality of the
municipality. In this context, it should be stressed that municipal governance refers to the
satisfaction of collective needs, however, budget transfers are extremely important for Local
Authorities to ensure the realization of local expenditures and to minimize inequalities among
municipalities in several aspects, Quality of goods and services provided to citizens.

Keywords: Intergovernmental Transfers, Local Socioeconomic Development, Municipality,


Public Goods and Services.

2
Introduҫão

A autonomia administrativa, financeira e patrimonial, atribuídas as Autarquias Locais (AL’s) no


âmbito da descentralização política e administrativa desencadeada pelo Estado Moçambicano a
partir dos anos 90, foi impulsionada pela necessidade de manter a eficiência do sistema tributário
e garantir a aplicação óptima dos recursos a nível local. Neste âmbito, a luz da então lei das
finanças autárquicas a Lei n°. 11/97 de 31 de Maio (BR, 1997), as autarquias foram atribuídas o
direito de cobrar receitas fiscais e não fiscais, aprovar o orçamento para a satisfação das
necessidades colectivas das respectivas circunscrições territoriais.

A semelhança de todos Estados descentralizados do mundo, em Moçambique a arrecadação de


receitas é maior a nível central e menor nos níveis locais tornando necessária a transferência de
recursos da instância central aos governos locais. Entretanto, a literatura aponta a importância das
transferências para atenuar as desigualdades regionais através da equidade nas transferências
fiscais, beneficiando municípios com menor Base Tributária (BT) e maiores custos de provisão
dos bens e serviços públicos (Rezende et al. 20062 , citado por Baião et al. 2014).

Em Moçambique as transferências representam a maior fonte de receita orçamental dos


municípios, (Cistac et al. 2001). Contudo, apesar da dimensão dos recursos públicos que são
transferidos aos municípios, ainda há poucos estudos que investiguem de forma sistemática os
resultados dessas transferências na redistribuição, redução do défice financeiro e promoção do
desenvolvimento socioeconómico local. Nesses termos, pretende-se analisar o contributo das
transferências orçamentais na satisfação das necessidades colectivas.

2
REZENDE, F. (2006). Os Desafios do Federalismo Fiscal. In: REZENDE, F. (Org.). Desafios do Federalismo
Fiscal. FGV Editora: Rio de Janeiro.

3
Autonomia Financeira das Autarquias Locais

Abordando as finanças autárquicas é pertinente lembrar os ensinamentos dados por Lopes et


al. (2014), citando Tiebout et al. (1956)3 , quando afirma que a autonomia tributária garante a
eficiência das decisões políticas na realização das despesas locais, visto que, a autonomia tributária
manifesta-se pela aproximação da cobrança das receitas à realização das despesas locais.

Sendo assim, Franco et al. (2010), afirma que a autonomia financeira se traduz em atributos
do poder financeiro das entidades públicas intraestaduais relativamente ao Estado, é definida como
medida de liberdade do poder financeiro das entidades públicas. Desta forma, o Ministério de
Administração Estatal (MAE) (2008), ressalva que o princípio de autonomia financeira das AL’s
tem como pressupostos dotar aos municípios uma capacidade de arrecadar impostos e taxas
superiores ao Estado, tendo como finalidade a criação de condições favoráveis para a prossecução
das suas actividades de uma forma eficiente e eficaz.

Neste contexto, entende-se que a autonomia financeira é tida como um dos requisitos essências
para que qualquer autonomia se efective. Pois de acordo com, Aragão et al. (2004), a génese das
AL’s já previa a existência de autonomia financeira diante do executivo central, caso contrário,
não havia razão para o Estado criar uma pessoa jurídica que desempenhe parte das suas funções
sem autonomia financeira.

Neste âmbito, Justen et al. (2002), acrescenta que o desempenho satisfatório de uma entidade
independente, porém depende em primeira instância dos recursos financeiros que essa dispõe para
assegurar a prossecução das suas actividades. De acordo com Cistac et al. (2001), um dos desafios
que se coloca a descentralização para que seja realmente efectiva é que as AL’s disponham de
recursos que lhes permitam desenvolver as actividades que lhes são inerentes em boas condições.
Neste contexto, afirma-se que:

[...] a descentralização como um todo é eficiente se as autarquias locais dominarem as suas


finanças, em sentido contrário, a descentralização é meramente aparente se as autarquias
locais não beneficiarem de uma autonomia financeira real ainda que possuam, além disso,
largas competências, (Ibid).

3
TIEBOUT, C.M., (1956). A Pure Theory of Local Expenditures. Journal of Political Economy. Vol. 64, n.º 5, Pp.
416

4
Citando Labie et al. (1995)4, Cistac et al. (Ibid: 170-171) advoga que a autonomia financeira
das AL’s reveste uma dupla dimensão, uma jurídica que consiste no reconhecimento de livre poder
de decisão das AL’s em matéria de receitas, assim como das despesas. Esse poder não deve ser
travado pelos controlos estritos por parte do Estado. A dimensão material, que consiste na
possibilidade das AL’s assegurarem a cobertura das suas despesas por recursos próprios sem
recorrer aos subsídios do Estado para equilibrar os seus orçamentos ou torná-los sustentáveis,
(Idem).

Neste contexto, convém prosseguir para ter uma percepção mais clara destes dois aspectos
referentes à autonomia financeira das AL’s. Cistac et al. (Ibid), na sua abordagem ensina-nos que
as AL’s têm capacidade jurídica em matéria financeira. Essa capacidade confere-lhes o poder de
decidir em matéria de receitas, porem, não tem nenhum poder de criar receitas, excpeto nos casos
de taxas ou tarifas de prestação de serviços. Acrescenta que as AL’s têm um poder limitado no que
se refere a afixação da matéria colectável e em matéria de fixação do montante da receita, contudo,
têm um poder juridicamente autónomo no que se refere à arrecadação de receitas.

Sistema Tributário das Autarquias Locais

O sistema tributário das AL’s reflecte um grau de descentralização ou desconcentração do


Estado, entretanto, o sistema tributário deve ser analisado tendo em consideração o contexto de
cada Estado embora, existam semelhanças no critério de definição de tributos descentralizados,
(Comiche et al, 2008).

Importa referir que o sistema tributário efectivo é capaz de garantir a sustentabilidade dos
municípios, no entanto, carece de recursos humanos altamente qualificados para minimizar a
deficiência do sistema e garantir uma maior sustentabilidade dos orçamentos municipais.

Comiche et al. (2008), citando Matias et al. (2000)5, refere que o sistema tributário das AL’s
é composto por um conjunto de receitas tributárias (fiscais e não fiscais), pelas transferências
governamentais e pelas receitas creditícias e doações. Todavia, Bernardes et al. (2007) advoga que

4
LABIE, F. (1995), Finances Locales, Ed. Dalloz: Paris.
5
MATIAS, A; CAMPELO, C. (2000), Administração Financeira Municipal.Editora Atlas S.A: São Paulo.

5
as principais fontes de receitas deviam ser os tributos, mas sem descartar a importância das
transferências orçamentas feitas pelos governos centrais.

Neste contexto, Guimarães et al. (1998), advoga que apesar das receitas próprias das AL’s
assegurem a sua autonomia, não são independentes em relação ao Estado, pois importa realçar que
as AL’s do ponto de vista fiscal não são soberanas e que a soberania fiscal cabe por excelência ao
Estado. Bailey et al. (1999)6 citado por Nguenha et al. (2013), fez menção aos níveis adequados
dos recursos financeiros autárquicos afirmando que, estes se efectivam por via das concessões de
competências tributárias pelo Estado, o que confere às AL’s a autonomia na determinação da BT.

De acordo com Bernardes et al. (Ibid), a constituição estabelece os princípios e as garantias da


tributação. Em detrimento disso, a Constituição da Republica de Moçambique (CRM), estabelece
nos termos do n.º 2 do art.º 127, que o poder de criar imposto, é reservado por excelência ao
Parlamento e nenhuma disposição constitucional prevê a partilha de competência nessa matéria,
ou seja, o legislador contém a competência exclusiva de criar impostos autárquicos, (Cistac et al,
2001).

Deste modo, entende-se que as AL’s não têm nenhum poder no que diz respeito à criação de
receitas fiscais, contudo, dispõem de uma relativa liberdade de criação de receitas não fiscais,
nomeadamente, as taxas e rendas que resultam de um serviço prestado (Ibid)7. Ainda no contexto
das receitas fiscais e não fiscais, a Lei n° 01/2008, de 16 de Janeiro (BR, 2008), no seu art.º 51,
em harmonia com o n˚2 do art.º 2 do Decreto nº 63/2008, de 30 de Dezembro (BR, 2008),
estabelecem que o sistema tributário autárquico é composto pelas seguintes receitas próprias:

a) Imposto Predial Autárquico (IPRA);


b) Imposto Pessoal Autárquico (IPA);
c) Imposto sobre veículos;
d) Imposto sobre a transação de imóveis (SISA);
e) Outras fontes.

6
BAILEY, S. J. (1999). Local Government Economics: Principles and Practice. Macmillan Press, Lda. London.
7
Nos termos da alínea e) do art. 73 da Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro (BR, 2008), prevê que as autarquias locais
podem cobrar taxas por prestação de serviços ao público.

6
No que se refere às transferências orçamentais, a Lei nº1/2008, de 16 de Janeiro (BR, 2008),
no seu art.º 43 prevê a existência de um tipo de transferência incondicional do Governo central
para as AL’s, o FCA. Todavia, Nguenha et al. (2013), e Weimar et al. (2012), em observância a
lei das finanças autárquicas, referem que além do FCA as AL’s podem receber o FIIL, esta última
é uma transferência condicional, podem ainda receber o Fundo de Estradas (FE) e transferências
para investimentos específicos através das Transferências Extraordinárias em situações de
emergência.

Entretanto, o sistema tributário do AL’s é composto por várias fontes de receitas, e merecem
destaque as fontes próprias compostas pelas receitas fiscais e não fiscais e pelas transferências
inter-governamentais, no caso Moçambicano a transferência inter-governamental incondicional é
designada FCA, que segundo Cistac et al. (2001), se tornou a principal fonte de financiamento do
orçamento das autarquias.

Transferências Inter-governamentais

A descentralização envolve uma série de dificuldades, das quais se destacam o


desequilíbrio vertical, horizontal e externalidades. Como forma de minimizar esses efeitos e
maximizar os benefícios, surgiu uma extensa literatura normativa que procura estabelecer regras
sobre a distribuição do poder tributário e das responsabilidades de gastos entre os diferentes níveis
de governo, (Pereira et al, 2000).

Neste âmbito, Tiebout et al. (1956)8 e Oates et al. (1972)9, citados por Gomes et al. (2011),
estabeleceram referenciais teóricas favoráveis à descentralização fiscal como instrumento para
ampliar o bem-estar social. As transferências fiscais dos níveis mais altos para os governos locais,
surgiram como ferramenta para a solução de desequilíbrios verticais e horizontais, bem como de
correção de externalidades, (Ibid).

Entende-se que as AL’s apesar de serem autónomas são afectadas pelas opções da
administração central, porque a actividade municipal depende da atribuição dos recursos

8
TIEBOUT, C. M, (1956). A pure Theory of Local Government Expenditure. Journal of Political Economy, v. 64,
Pp. 416-424.
9
OATES, W. E. (1972). Fiscal federalism. Harcourt Brace: New York.

7
transferidos anualmente do OE, sem os quais as despesas inerentes a essas actividades seriam
colocadas em causa, (Costa & Rodrigues, 2007).

Curto et al. (2010:397) corrobora com essa ideia ao frisar que “os municípios, tal como as
demais entidades da administração local autárquica, apresentam insuficiências de autonomia
financeira na medida em que não dispõem de autossuficiência económica, e não podem realizar as
suas despesas e todas receitas necessárias.” Portanto, a impossibilidade de gerar receitas fiscais
que possam assegurar o financiamento e a autonomia das AL’s, faz com que a maioria dos países
recorra às transferências inter-governamentais a fim de financiar as despesas das AL’s, (Matias et
al, 1987).

Camões et al. (2013), citando Baleiras et al. (1998)10, revela que todos os sistemas verticais de
governo e a descentralização financeira assentam na existência de transferências dos governos
centrais para os respectivos governos locais. O autor ainda revela que as relações que se
estabelecem entre os governos centrais e locais influenciam significativamente no desempenho
governamental, particularmente na provisão de bens e serviços públicos.

De acordo com Breton et al. (1998) 11 , citado por Camões et al. (Ibid), a literatura do
federalismo fiscal refere que a descentralização é equivalente ao nível de descentralização fiscal,
a atribuição vertical de competências aos diferentes níveis de governo e ao seu financiamento. Por
sua vez, Rodden et al. (2000) e Pereira et al. (2000) advogam que a literatura económica do
federalismo fiscal está associada a produção de um conjunto de regras desejáveis ou óptimas que
devem ser seguidas pelos decisores políticos na escolha de tipos e forma das transferências
financeiras verticais (critérios normativos).

Entretanto, é de frisar que a abordagem normativa não impede a produção de uma abordagem
positiva. Conforme ressalta Pereira et al. (1995: 186), essa ultima abordagem visa “submeter às
intenções proclamadas por esses decisores ao escrutínio empírico e ir além delas na procura de
explicações alternativas e adicionais para os sistemas de transferências realmente escolhidos”.

10
BALEIRAS, R. N. FERNANDO, C. G. (1998). Finanças Sub nacionais na União Europeia. UNL.
11
BRETON, A. (1998). Competitive Governments: An Economic Theory of Politics and Public Finance. Cambridge
University Press: New York.

8
Pois, segundo Camões et al. (2013), citando Bravo e Sá (2000) 12 as transferências têm dois
objectivos:

 Promover a equidade horizontal entre autarquias do mesmo grau;


 Aumentar a eficiência na afetação de recursos.

Guengant et al. (1993) fez menção à importância relativa da equidade versus eficiência,
segundo o autor essas variáveis dependem do grau de mobilidade dos agentes económicos, onde a
perfeita mobilidade desses, é essencialmente a razão de eficiência que justifica as transferências
do Poder Central para o Poder Local.

Camões et al. (Ibid), nas suas abordagens revela que é mais fácil descentralizar despesas para
a provisão de bens e serviços públicos locais, em relação a descentralização das receitas ou o seu
financiamento. Se esse desequilíbrio ocorrer, o défice de receitas deve ser suprido pelas
transferências do governo central, visto que as transferências são a solução clássica para a correção
das externalidades e assimetrias entre as regiões desfavorecidas.

Critérios de Atribuição das Transferências Inter-governamentais

Dado o papel das transferências na promoção da equidade da provisão de serviços públicos, na


defesa da eficiência na alocação, torna-se necessário saber como definir quanto cada governo local
irá receber de recursos financeiros.

Segundo Anderson et al. (1994), os municípios podem atingir a sustentabilidade a partir de


transferências do OE, na medida em que essas transferências obedecem os critérios e objectivos
definidos na lei, e não impliquem qualquer tipo de vinculação ou dependência face à administração
central, isto é, sejam transferências incondicionais que não representem desigualdades económicas
e fiscais entre as entidades locais.

De acordo com Pereira et al. (1995:185), “o design das transferências em muitos países baseia-
se em fórmulas complexas, com muitas variáveis a serem usadas como indicadores das
necessidades e da capacidade fiscal dos governos locais.” A capacidade fiscal expressa quanto o
governo local consegue arrecadar determinado nível de esforço fiscal, refletindo a BT da sua

12
BRAVO, A; SÁ, J. (2000). Autarquias Locais, Descentralização e Melhor Gestão. Verbo: Lisboa, Pp. 52-56.

9
localidade e a renda da população. A necessidade fiscal incorpora as diferenças entre o nível dos
bens e serviços públicos necessários para cada localidade, devido às características da população
ou da região, (Martinez - Vasquez & Boex, 199913, citados por Baião et al, 2014).

Sousa et al. (2014) corroboram explicando que o modelo mais sofisticado define o valor da
transferência ao governo local de acordo com seu gap fiscal, ou seja, a diferença entre suas
necessidades fiscais e sua capacidade de obtenção dos recursos. Entretanto, entende-se que o
sistema ideal das transferências inter-governamentais deve resumir-se na distribuição dos recursos
de forma inversamente proporcional à capacidade fiscal dos municípios, e proporcional às
necessidades fiscais.

No entanto, a transferência nem sempre apresenta uma solução, visto que, a distribuição
eficiente dos recursos nas diferentes regiões do país, não é determinada pelos propósitos
redistributivos, mas sim pela capacidade local de arrecadação, associada à actividade econômica
regional, dessa forma, a economia nacional é favorecida enquanto a equidade é sacrificada.
Portanto, em algumas situações existe um trade-off entre promover o crescimento econômico
nacional e reduzir as desigualdades regionais, (Maciel, Andrade, & Telles, 200614 citados por
Sousa et al, Ibid).

Neste contexto, Treisman et al. (2000)15 e Prud et al. (2001)16 , citados por Camões et al.
(2013), corroboram com essa ideia ao frisar que as transferências financeiras não têm só funções
benéficas, elas podem apresentar problemas, pois essas tornam mais difícil a percepção da ligação
entre os bens e serviços produzidos e o esforço do seu financiamento por parte dos cidadãos locais.
Por sua vez Rodden et al. (2000), advoga que as transferências podem dificultar a avaliação dos
serviços locais, da mesma forma que podem quebrar o estímulo de alguns decisores locais
desenvolverem uma gestão fiscal saudável, à medida que verificam a existência de uma
transferência para todas as suas despesas, e que as suas receitas são ilimitadas.

13
MARTINEZ-VASQUEZ, J. & BOEX, J. (1999). The Design of Equalization Grants: Theory and Applications,
Part I: “Theory and Concepts”, The World Bank Institute and AYSPS, Georgia State University, Washington D.C.
14
MACIEL, P. J., ANDRADE, J. & TELES, V. K. (2006). Transferências fiscais e convergência regional no Brasil.
USP-São Paulo.
15
TREISMAN. D. (2000). Decentralization and Inflation: Commitment, Collective Action, or Continuity. American
Political Science Review 94: 837-58.
16
PRUD´HOMME, R. (2001). "Fiscal Decentralization and Intergovernmental Fiscal Relations." Summary Report
prepared for the UNCDF Symposium on Decentralization Local Governance in Africa. Cape Town.

10
Transferências Inter-governamentais em Moçambique

O Estado Moçambicano criou através da Lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro (BR, 1997), às
Autarquias Locais, e atribuiu-as competências nas questões ligadas ao desenvolvimento
socioeconómico local, meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida, abastecimento
público, saúde, educação, cultura, tempos livres e desporto, polícia da autarquia, urbanização
construção e habitação 17 . Neste âmbito, configurou o regime jurídico-legal das finanças e
património autárquico que, sob ponto de vista teórico-legal assumiu um conjunto de autonomias:
administrativa, patrimonial e financeira 18.

Com a convicção de que os governos municipais têm a capacidade de autossustento (cobrar


receitas e realizar despesas), o que mesmo nos países em desenvolvimento não ocorre, as
autarquias moçambicanas dependem basicamente da transferência orçamental concedida pelo
governo central através do FCA, (Cistac et al, 2001; Canhanga et al, 2009).

O FCA é a transferência orçamental prevista na Lei n.º1/2008 de 16 de Janeiro (BR,2008), no


seu art.º 43 e seguintes que estabelecem que os municípios moçambicanos recebem transferência
do OE, designado Fundo de Compensação Autárquica, destinado a complementar os recursos
orçamentais das autarquias.

O FCA é objecto da dotação própria a inscrever no OE e é constituído por 1,5 % das receitas
previstas no respectivo ano económico, composto por todos os impostos colectados pelo Governo
nacional. Estas transferências são incondicionais, a única proibição é serem usadas para
complementar os salários de pessoal municipal19. Segundo o disposto no n° 1 e 2 do art 44 da lei
n° 1/2008 de 16 de Janeiro, (BR,2008) a distribuição do FCA, por cada autarquia é determinada
pela aplicação da fórmula que atenda simultaneamente os seguintes factores:

a) O número de habitantes da correspondente autarquia;

b) A respectiva área territorial.

A fórmula acima referida é determinada da seguinte forma:

17
Ver o n.1 do artigo 6 da lei n. 2/97 de 18 de Fevereiro (BR,97).
18
Ver o artigo 7 da lei n. 2/97 de 18 de Fevereiro (BR,97).
19
Ver o número 3 do artigo 43 da Lei n.º1/2008 de 16 de Janeiro (BR,2008).

11
FCAa = Nha/NHaT X 75% FCA + Ata/ATT X 25% FCA

a) FCAa- Fundo de Compensação Autárquica para cada Autarquia;

b) NHT- Numero de Habitantes Total do conjunto da Autarquia;

c) FCA- Fundo de Compensação Autárquica;

d) Ata- Área Territorial da Autarquia;

e) ATT- Área Territorial Total do conjunto das Autarquias.

Além do FCA, as AL’s podem receber do governo central o FIIL, FE e as Transferências


Extraordinárias. O FIIL é constituído por transferências destinadas a projectos de investimento.
A distribuição deste fundo é feita de acordo com critérios e prioridades estabelecidos anualmente
na lei do orçamento. Nem a Lei nº 11/97, de 31 de Maio (BR, 1997) nem a Lei nº 01/2008, de 16
de Janeiro (BR, 2008), estabelece uma fórmula para a atribuição do FIIL.

O FE é destinado ao financiamento de algumas responsabilidades no sector das vias urbanas.


Weimar et al. (2012) afirma que o FE integra 10 % das taxas sobre combustíveis (75% da taxa
sobre gás e 50% da taxa sobre gasolina), e que estes 10% são distribuídos pelas autarquias e têm
representado cerca de USD 5 milhões anualmente, desde 2005 ano em que o fundo foi criado. A
atribuição a cada município é feita segundo dois critérios: a densidade da rede de estradas em cada
município e a tipologia do próprio município.

No que tange as Transferências Extraordinárias, a Lei nº 01/2008, de 16 de Janeiro (BR, 2008),


no art.º 50, estabelece que as transferências extraordinárias são transferências que visam a
concessão de auxílio financeiro às AL’s nas seguintes circunstâncias:

a) Ocorrência de situações de calamidade pública;


b) Resolução de situações graves, que afectem a prestação de serviços públicos
indispensáveis.

Portanto, não são permitidas transferências extraordinárias sob forma de subsídios ou


comparticipações financeiras por parte do Estado, institutos públicos ou fundos autónomos a favor
das AL’s, salvo nos caso especialmente previstos na lei. A semelhança das transferências

12
extraordinárias as autarquias moçambicanas têm também acesso a ajudas e empréstimos, que não
são uma fonte regular, pois variam de acordo com os projectos de investimento de cada doador.
Estas verbas não são sistematizadas nas estatísticas nacionais e as autarquias inscrevem estas
transferências de diferentes formas, (BM, 2007: 113).

Entretanto, importa frisar que compete ao Governo Central a aprovação de normas e


regulamentos gerais relativos à realização de investimentos públicos e respectiva fiscalização, sem
prejuízo do exercício da competência regulamentar própria dos órgãos autárquicos.

(In) eficácia das Transferências Inter-governamentais em Moçambique

De acordo com Ter-Minassian et al. (1995)20 citado por Canhanga et al. (2009), a arquitectura
das transferências inter-governamentais em qualquer país depende dos factores da ordem política,
social, cultural e económica. Para este autor a história de um país, associada a evolução do seu
equilíbrio político, a distribuição das forças políticas dentro do território e das tradições culturais
são alguns dos factores não económicos que exercem influência importante sobre a estrutura
legislativa e constitucional e sobre as instituições que governam as relações entre os diferentes
níveis de governos no país.

Dentro da limitada esfera económica, a estrutura das transferências inter-governamentais e


sua evolução ao longo do tempo, reflecte a evolução do balanço entre os objectivos que visam
alcançar a eficiência alocativa, a redistribuição da renda e a gestão macroeconómica.

Nesse âmbito, Canhanga et al. (2009), advoga que a fraca oportunidade oferecida pelo sistema
tributário autárquico; o descompasso entre o aumento das competências do governo central para
os governos municipais; o baixo nível das transferências orçamentais inter-governamentais, assim
como, a ausência de uma coordenação, harmonização entre as políticas de desenvolvimento local
com os demais instrumentos da acção governativa do país, comprometem os níveis de
desenvolvimento e os esforços da redução da pobreza nos municípios do país.

Bird e Smart. (2002), afirmam que essa distorção pode ser associada ao não cumprimento do
princípio estabelecido na teoria da descentralização fiscal que considera que a descentralização

20
TER-MINASSIAN, (1995) Relações Fiscais Intergovernamentais sob uma Perspectiva Macroeconômica:
algumas questões e experiências de países. Mimeo.

13
das finanças deve sempre acompanhar a descentralização das funções nas políticas e estratégias de
descentralização adoptadas.

Esse princípio está previsto nos termos do art.º 25 da Lei nº 2/1997, de 18 de Fevereiro (BR,
1997), que advoga transferência das competências dos órgãos do Estado para órgãos autárquicos,
e nos termos da alínea “a” do nº 1 do art.º 16 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro (BR, 2008),
estabelece que o financiamento para transferência das funções sempre que se revele necessário, o
OE deve prever a verba necessária para o exercício das funções a transferir para as AL’s, a partir
do ano em que tal transferência deve operar-se, devendo o plano de distribuição da correspondente
dotação constar da lei.

Analisando as transferências inter-governamentais, Canhanga et al. (Ibid), revela que os


municípios moçambicanos confrontam-se com limitado aumento do FCA repassado da
administração central do Estado para as AL’s, ao mesmo tempo em que se assiste ao decréscimo
do orçamento alocado para promoção das iniciativas locais, o autor acrescenta, que a respeito do
carácter autónomo que se procura conferir às autarquias, elas apresentam reduzido potencial na
arrecadação de receitas internas limitando a sua capacidade de realização de despesas públicas
locais.

A título de exemplo, no período compreendido entre 2005 e 2009 as despesas previstas no OE


aumentaram expressivamente, enquanto, as transferências orçamentais do governo central as AL’s
(FCA) aumentaram de forma muito limitada. Com uma base inicial de 217,296 milhões de
meticais, correspondente à 1,04% do OE (registada em 2005), o FCA subiu para 513,869,50
milhões de meticais em 2009, correspondente à 1,24% do OE, (Canhanga et al, 2009).

Segundo o relatório do Banco Mundial (BM, 2009), as transferências representam cerca de


50% do total da receita autárquica, que é a proporção comparável que se verifica em outros países
em desenvolvimento. No entanto, a proporção total da receita nacional e as transferências
municipais (capital e recorrente), não chegam a um por cento e a proporção é consequentemente
elevada em relação à reduzida cobrança das receitas próprias.

Nesse âmbito, Sousa et al. (2011), afirma que o nível de interdependência dos municípios no
que se refere às transferências verticais está muito relacionado com o respectivo índice de
desenvolvimento que cada um destes apresenta. Ainda revela que, quando mais desenvolvido for,

14
maior será a possibilidade de atrair mais receitas próprias facto que pode culminar na minimização
da subordinação as transferências do Estado.

No entanto, o sistema nacional das transferências precisa de ser alargado e baseado em


fórmulas, e novos instrumentos fiscais introduzidos para apoiar a implementação da nova lei fiscal.
É necessário que o governo garanta que as autarquias cumprem a legislação do SISTAFE e forneça
a consequente assistência técnica para esse fim. As AL’s devem crescer exponencialmente para
responder às necessidades resultantes do crescimento populacional urbano dentro dos seus limites
territoriais, (BM, Ibid).

Abordagem em torno do Processo de Desenvolvimento Socioecónomico Local

O Desenvolvimento Socioeconômico Local é um processo que se regista em pequenas


unidades territoriais e agrupamentos humanos capazes de promover uma dinamica econômica e
melhorar a qualidade de vida da população, (Faria et al. 2011). Entretanto, é uma transformação
das bases econômicas e da organização social a nível local, resultante da mobilização de energias
da sociedade, explorando as suas capacidades e potencialidades específicas.

Segundo Buarque et al. (1999)21 citado por Faria et al. (2011), para que esse processo seja
consistente e sustentável, deve elevar as oportunidades sociais, a viabilidade e competitividade da
economia local, aumentando a renda e as formas de riqueza, ao mesmo tempo que assegura a
conservação dos recursos naturais. Fauré et al. (2005) corrobora afirmando que o desenvolvimento
socioeconômico local é de certa maneira, o encontro entre potencialidades localizadas, até então
não exploradas, e iniciativas intencionais, proactivas ou voluntarias dos atores públicos assim
como privados.

Para Faria et al. (2011), citando Castells e Borja (1996)22, as experiências bem-sucedidas
de desenvolvimento socioeconômico local decorrem num ambiente político e social favorável,
caracterizado por uma mobilização, e convergência dos atores sociais do município em torno de
determinadas prioridades e orientações básicas de desenvolvimento. Neste sentido, reflete os
efeitos de uma vontade conjunta da sociedade, que sustenta a viabilidade política das iniciativas e

21
BUARQUE, S. C. et al. (1999) Metodologia de planejamento do desenvolvimento econômico local e municipal
sustentável. Brasília (Relatório do Projeto de Cooperação técnica INCRA/IICA).
22
CASTELLS, M. & BORJA, J. (1996). As Cidades como Atores Políticos. Novos Estudos, CEBRAP, n.45, São
Paulo.

15
ações capazes de organizar as energias e promover uma dinâmica com vista a transformação da
realidade.

Mendonça e Pinheiro (2008) corroboram revelando que o modelo de desenvolvimento


socioeconómico local é estruturado a partir dos próprios atores locais, e não por meio do
planeamento centralizado ou das forças do mercado. Deste modo, o desenvolvimento
socioeconómico local ocorre mediante um processo de organização social caracterizado pela
ampliação da base das decisões autônomas por parte dos atores locais, uma ampliação que coloca
nas mãos destes o destino da economia local, ou seja, ocorre mediante uma transformação que
possibilita a trajetória sustentável de crescimento económico no contexto local.

Nestes termos, Marques et al. (2001) afirmam que a primeira condição para o êxito das
iniciativas locais a favor do desenvolvimento socioeconómico local é a coordenação dos diversos
agentes que atuam no local. Com destaque para os órgãos de poder local, na sua condição de
responsáveis pela coesão territorial, que assumem e promovem as referidas iniciativas, reiterando
que um dos pilares do desenvolvimento socioeconómico local é a participação activa dos agentes
locais.

Indicadores do Desenvolvimento Socioeconómico Local

Abordar o desenvolvimento socioeconómico local significa organizar um conjunto de


variáveis e medidas relativas aos aspectos sócias e econômicos. Neste sentido, as questões a
colocar sobre o desenvolvimento socioeconómico local são as seguintes: qual é a evolução
registada em termos da redução da pobreza, do desemprego, e das desigualdades de rendimento.

Segundo Costa et al. (2013) citando Daly et al. (2002)23 se estas três dimensões registarem
mudanças positivas, não há dúvida de que houve desenvolvimento na região, enquanto, quando
uma ou duas destas dimensões ter registado uma evolução pouco satisfatória não há indicações de
desenvolvimento. Diante disso, Vasconcelos et al. (2003)24 , citado por Mendes et al. (2008),
afirma que existem vários indicadores do desenvolvimento socioeconómico mas merecem

23
DALY, H. (2002) “ Politicas para o desenvolvimento sustentável.” In: CAVALCANTI, C. (ORG.). Meio ambiente,
desenvolvimento sustentável e politicas públicas. 4 ed Cortez/Fundação Juanquina Nabuco. Pp. 179-192.
24
PINHO, D.; CASTOR, B.; VASCONCELLOS, M. (2003), Manual de economia. Saraiva, 4 ed. São Paulo.

16
destaque os seguintes: o PIB, a Renda Per Capita, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
o nível de Desemprego e a Oferta de Bens e Serviços Públicos a população.

a) Produto Interno Bruto (PIB)

O PIB é referente à riqueza produzida pelas actividades desencadeadas numa determinada


região ou país, o seu valor corresponde a toda produção e consumo, podendo ser dividido em sector
primário, secundário e terciário, (Mendes et al. 2008).

O sector primário é composto por um conjunto de actividades económicas que exploram


recursos naturais renováveis e não renováveis, com o objectivo de obter matérias-primas. O setor
secundário é o sector responsável pela transformação dos produtos fornecidos pelo sector primário
em bens de consumo, de capital e intermediário. O sector terciário envolve as actividades
relacionadas com serviços, desde a distribuição, comercialização até serviços públicos. O autor
enfatiza ainda que quando a económia de uma região regista uma evolução em relação ao período
anterior dá-nos a entender que o PIB aumentou, isto é, as actividades económicas tiveram maior
atuação nos níveis de produção assim como de consumo.

b) Renda Per Capita

Quanto à Renda Per Capita, Mendes et al. (2008), afirma que é a distribuição das riquezas
produzidas na região pela sua população, sendo assim, ela não é calculada a partir do PIB, mas
sim do Produto Nacional Bruto (PNB), que corresponde ao valor do PIB subtraído pelo capital que
sai do país e adicionado ao capital que entra no país. Desta forma, a renda per capita, indica o
PNB de um país dividido pela populaçãoão correspondente a um dado período de tempo.

A estrutura da distribuição de rendimento estabelece uma relação directa entre o


rendimento per capita e o número daqueles que vivem em situação de pobreza. Neste contexto a
canalização do rendimento deve ser considerada como um objectivo em si mesma, visto que é a
terceira dimensão do desenvolvimento, (Costa et al. 2013). De referir que o cálculo do rendimento
nacional como indicador de desenvolvimento de um país exige a selecção das actividades a serem
incluídas, como distinguir os produtos finas do produto intermediário, isto é, daqueles que tem
valor intrínseco, sendo apenas produzido porque tornam possível a produção de outros bens mais
procurados, (Ibid).

17
c) Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Segundo Mendes et al. (2008), o IDH é um conceito elaborado pela ONU na década de
1990 com vista à obtenção de mais dados sobre o desenvolvimento social, para alem de
informações económicas, leva em consideração a qualidade de vida da população como um todo.
O cálculo do IDH tem em consideração a relação entre três principais factores (Idem):

a) A renda per capita da população, que inclui a produção de riquezas adicionada à


remessa de divisas recebidas por um país ou território;
b) A expectativa de vida, referente à esperança de vida da população ao nascer;
c) O acesso a educação, medida pelas taxas de alfabetização, escolaridade e número
de matrículas efetuadas;

Diante disso, Costa et al. (2013) revela que a verdadeira realização da personalidade
humana requer muitas condições que não podem ser especificadas em termos económicos. O autor
destaca como um dos factores os níveis educacionais adequados (especialmente alfabetização), a
participação politica, independência económica e política no sentido de posições de outras regiões
ou países não determinem nem influenciem as decisões do governo local25.

d) Coeficiente de Gini ou índice Gini

O coeficiente de Gini é um dado utilizado para medir o índice de desigualdade social.


Analisa a corelação entre as populações mais pobres e as mas ricas, classificando-as conforme os
níveis de renda. Em termos matemáticos, esse coeficiente é medido de 0 a 1, isto é, quanto mais
próximo de zero, mais desigual é o país, e quanto mais próximo a 1, melhor é a distribuição de
renda, (Mendes et al. 2008). Por sua vez Costa et al. (2013) revela que a desigualdade social e de
rendimento pode ser quantificada de varias formas tais como por grupos de rendimento, raça,
região, distribuição funcional do rendimento. Importa frisar que todas formas têm objectivos
diferentes, mas existe uma relação entre elas.

25
Estes aspectos são analisados na introdução de Nancy Baster ao artigo: “Measuring development: a special issue on
development indicators”.

18
e) Taxa de Desemprego

Citando Vasconcellos et al. (2003)26, Mendes et al. (2008) afirma que o desemprego é um
dos principais problemas enfrentados pelos governos, pois, representa falta de renda para boa parte
da população quando há redução do mercado do consumidor, o que gera menos lucros culminando
na falta de emprego. Ainda revela que é por essa razão que as grandes crises económicas sempre
afetam a população por meio da subida da taxa de desemprego.

f) Provisão de Bens e Serviços Públicos

A qualidade da vida da população está associada a provisão de bens e serviços públicos


pelo Estado, entre as quais podemos destacar o saneamento básico, a iluminação pública e
infraestruturas. Além destes podem ser considerados outros indicadores socias, tais como a
proporção da população economicamente activa, a qualidade dos serviços de saúde pública,
Mendes et al. (2008). No entanto, importa frisar que qualquer um dos indicadores implica ou esta
associada, ou pode ser a condição necessária para que haja um desenvolvimento socioeconómico.

Conclusão

O presente estudo revestiu-se de particular interesse por apresentar contributos para os


munícipes, pelo facto de esclarecer as razões da instabilidade financeira que culmina no
fornecimento de bens e serviços precários aos munícipes. Pois verifica-se que os órgãos municipais
têm encarado vários problemas no que tange a provisão de bens e serviços públicos devido a
insuficiência de fundos, causado pela fraca arrecadação de receitas.

Esse facto torna o sistema de governação autárquica deficiente no seu todo, embora,
estejam criadas as condições para assegurar a satisfação das necessidades colectivas através de
transferências orçamentais feitas pelo Estado, com destaque para o FCA, com vista a promoção do
desenvolvimento socioeconómico do municipio. Mas por razões internas o fundo não tem dado o
contributo necessário para a promoção do desenvolvimento socioeconómico local, porque as
necessidades colectivas são colocadas em segundo plano.

26
PINHO, D.; CASTOR, B.; VASCONCELLOS, M. (2003), Manual de economia. Saraiva, 4 ed. São Paulo.

19
Entretanto, assume-se que há necessidade, de rever os critérios usados para a exploração
da BT assim como a sua alocação na realização das despesas públicas, e torna-se cada vez mais
necessária a intervenção do governo central nos programas municipais, mas sem colocar em causa
a autonomia destes órgãos, ou seja, a tutela do governo central não deve resumir-se em aferir a
legalidade dos Actos Administrativos das autarquias, deve ir mais além dando auxilio as autarquias
no que se refere a gestão e alocação de recursos disponíveis na provisão de bens e serviços básicos
e promoção do desenvolvimento socioeconómico local.

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