Você está na página 1de 428

ANAIS

www.aveexpo.com.br
Informações: (19) 3709.1100 ou info@aveexpo.com.br
Palavra do Presidente
Prezado colega!
Desafio é uma palavra que acompanha a vida dos avicultores em todo o mundo. A primeira
década deste século está chegando ao fim e ninguém duvida da nossa capacidade de
alimentar o planeta. Abatemos 50 bilhões de frangos e produzimos mais de 62 milhões
de toneladas de carne por ano. É o resultado direto de investimento e novas tecnologias.
Conseguimos matar a fome de bilhões de pessoas e, ao mesmo tempo, cuidar do Meio
Ambiente e Bem-Estar de nossos plantéis. Mas a etapa que começa exige ainda mais. As
matérias-primas de que precisamos ainda estão muito caras. E a indústria do biocombustível
é um competidor voraz no milho, grão fundamental em nosso negócio.
Vamos, então, escrever o futuro?
Convidamos você para participar da AveExpo 2009 e do III Fórum Internacional de Avicultura,
que serão realizados de 19 a 21 de agosto, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Reuniremos
líderes empresariais, produtores e especialistas de 32 países para traçar o caminho de
nossa atividade nos próximos 12 anos.
É um trajeto de exigência, competição e qualidade. E o desafio é prosperar. Produzir
alimentos cada vez mais saudáveis. Ser referência em escala mundial.
Chegaremos lá juntos. E nossa viagem começa agora.
Contamos com sua presença!
Atenciosamente,

Osler Desouzart
Presidente do III Fórum Internacional de Avicultura

Flávia Roppa
Presidente da AveExpo 2009
e da Editora AnimalWorld
“III FÓRUM INTERNACIONAL DE
AVICULTURA”
19 a 21 de Agosto de 2009
Centro de Convenções do Hotel
Mabu Thermas & Resort
Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil

PROGRAMA DAS PALESTRAS

Dia 19 de Agosto de 2009

Crise Mundial – Tendências e Desafios para o Agronegócio Brasileiro


Marcus Vinícius Pratini de Moraes (JBS)................................................................08
Perspectiva Global do Mercado de Carnes: Consumo, Produção e Políticas de
Mercado e seus impactos no Brasil
Richard Brown (GIRA)..............................................................................................11
O que esperam os grandes mercados e clientes em relação à qualidade da Carne
de Frango?
Daniel Boer (Osi GROUP)........................................................................................18
Como aumentar o consumo de carne de Frango em tempos de crise?
Jonathan Banks (Nielsen)..........................................................................................32

Salas 01 e 02
Debatedor: Dr. Osler Desouzart
Debatedor: Dr. Ariel Mendes

Desafios e Perspectivas para a produção Mundial de Carne de Frango


Paul Aho.......................................................................................................................45
As Novas Perspectivas do Mercado Internacional - O Brasil está preparado para
atender a um novo cenário de demanda?
Carlos Pio....................................................................................................................56
Desafios e Perspectivas para a produção Brasileira de Carne de Frango
Francisco Turra (ABEF).............................................................................................58
Desafios e Perspectivas para a produção Americana de Carne de Frango
Jim Sumner (USAPEEC)..........................................................................................79
Desafios e Perspectivas para a produção Asiática de Carne de Frango
Gordon Butland...........................................................................................................88

Dia 20 de Agosto de 2009

SALAS 01 e 02

Coordenador: Dr. Antônio Guilherme de Castro Machado


Novos conceitos em nutrição avícola
Dr. Horácio Rostagno.................................................................................................91
Por que os programas de controle de Salmonella em aves falham?
Dr. Alberto Back .........................................................................................................117
Alterações no aparelho locomotor em frangos de engorda
Dr. Carlos Lopes Coello.............................................................................................125
Uso de probióticos e prébióticos em frangos de corte
Dr. Todd J. Applegate................................................................................................147

Coordenador: Dr. Vilson Simon


Considerações passadas, presentes e futuras sobre micro minerais em frangos
Dr. Carlos Lopes Coello.............................................................................................161
Ambiência avícola: Construindo soluções com novas tecnologias
Dra. Irenilza Alencar Nãas.........................................................................................178
Alimentação restrita para Frangos
Dr. Antônio Mário Penz Jr..........................................................................................187
Dia 20 de Agosto de 2009
SALA 02

Coordenador: Dr. Joram Saullu


Imunidade e Doenças Imunossupressoras de Aves
Dra. Laura Villarreal....................................................................................................206
A vacinação como estratégia no controle de enfermidades na avicultura
Dr. Luiz Felipe Caron..................................................................................................212
Tendências atuais no controle da Coccidiose: Qual sua importância no futuro da
Avicultura?
Dr. Kenneth Bafundo..................................................................................................222
Atualização dos problemas respiratórios em frangos de corte, reprodutoras e
poedeiras
Dr. Pedro Villegas ......................................................................................................229

Coordenador: Dr. Fábio G. Nunes


Nutrição: O que ela tem feito para melhorar a Qualidade, o Rendimento e a
Uniformidade de Carcaça no Abatedouro?
Dr. Alexandre de Mello Kessler, DSc........................................................................238
A Importância Técnica e Econômica da Manutenção nos Modernos Abatedouros
Avícolas
Eng. Henk Hupke.......................................................................................................250
Programas integrados de controle de patógenos na cadeia de processamento
avícola
Dr. Scott Russell..........................................................................................................252
Processamento de Carne de Frango: Últimas tendências no desenvolvimento de
equipamentos
Dr. David Barker..........................................................................................................268
Dia 21 de Agosto de 2009

SALA 01 e 02
Coordenador: Dr. Arnaldo da Silva Jr.
Design experimental e recentes pesquisas com enzimas
Dr. Jerônimo Brito ......................................................................................................287
Biosurfactante natural e seus benefícios na nutrição de aves
Dra. Sandra Rodrigues..............................................................................................304
Otimização da Produção, através da Nutrição  Pré-Inicial de Frangos de Corte
e  Poedeiras
Dr. João Carlos de Angelo.........................................................................................309
Utilização de ultra-sonografia para seleção genética de aves
Dra. Liliane Suguisawa..............................................................................................327

SALA 02
Coordenador: Dr. Marcelo Zuanaze
Principais estratégias frente aos desafios que ameaçam a qualidade intestinal das
aves
Dr. Joram Saullu..........................................................................................................337
A importância da higienização na avicultura
Dra. Eliana Dantas......................................................................................................350
Impacto econômico e no meio ambiente com o uso de enzimas
Dr. Sebastião Borges.................................................................................................388
Modulando o Sistema imune das aves para incrementar produtividade
Dra. Elizabeth Santin . ...............................................................................................408
Crise Mundial – Tendências
e Desafios para o
Agronegócio Brasileiro

Marcus Vinícius Pratini de Moraes


(JBS)

Ir para a Ir para o
capa Índice
Palestra não disponibilizada

9
Perspectiva Global do
Mercado de Carnes:
Consumo, Produção e
Políticas de Mercado e seus
impactos no Brasil

Richard Brown (GIRA)

Ir para a Ir para o
capa Índice
Global meat markets and
corporate strategies
Before the current global economic crisis, there was broad consensus of strong long
term global meat demand growth of >20% over 10 years (an additional 60 million
tonnes in carcass weight equivalent). Pigmeat and poultry would dominate this
growth, especially in China … made possible by small improvements in productivity
on the millions of Chinese small-holdings, and some large corporate developments,
rather than massive import volumes. Even though most of the Chinese consumption
growth was likely to be met by domestic production growth, there was still the
expectation of growing imports of variety meats and by-products as well as of some
muscle cuts. In Russia, the political imperative was also to substantially grow the
domestic protection to supply the growing appetites of Russian consumers. In many
other regions (e.g. Europe, the Far East, the Middle East & North Africa) the
expectation was of more imports, due to either lower import protection and/or limits
on domestic production.
Gira’s forecast was for some 25 million tonnes c.w.e. of poultry consumption growth
worldwide over a 10 year period. Even though this will need to be somewhat scaled
back due to the severity of the current economic downturn, poultry is the big
winner in the meat basket, followed by pigmeat. The red meats will also grow – but
not nearly to the same extent, because they are so much more expensive to
produce.
This global meat demand growth presented opportunities both at a local level
(China, Russia) and also for the agribusiness powerhouses of the world in North and
South America. The time seemed to be set for investing in almost any agribusiness
opportunity in Brazil because of the combination of low costs, spare land capacity
and more access to global markets. The Brazilians (followed by their South
American neighbours) would take an increasing share of global meat exports,
especially for beef as this is the only other part of the world with scope for significant
production growth. The main Brazilian poultry and pigmeat integrators, Sadia and
Perdigao were growing fast, with rising profitability, and strong share price
performance. They were also developing their brands both domestically and in
export markets – in which they were also beginning to make high profile investments
– including further processing facilities in Russia and the Netherlands, which would
help to pull through their imported ingredient meat for processing.
The largest Brazilian beef firms were also growing fast by a series of
acquisitions in Brazil and neighbouring countries. The strategy was to exploit global
market growth opportunities and also to reduce their country risk, by diversifying the
origins of beef within their portfolio. JBS then significantly broadened its base
through its acquisition of Swift which gave it significant beef and pigmeat processing
assets in the US and beef in Australia. Subsequently it has also acquired the Five
Rivers cattle feeding operation, which as one-time standing capacity of 810,000
cattle makes it the largest cattle finishing operation in the world, forward integrated
into packing and some further processing. This was funded by retained profit,

12
through a successful Stockmarket floatation, and increased borrowing capacity.
Other Brazilian cattle processors such as Marfrig and Minerva followed JBS in
gaining Stockmarket listings and have used this capital to make acquisitions. Marfrig
diversified both geographically and by species by acquiring the Brazilian and
European poultry farming and processing operations of OSI, along with the Brazilian
patty making for McDonalds.
The net effect is that the list of the largest meat firms in the world has changed
substantially. The biggest US firms have been joined by some Brazilians, with the
main European companies a long way down the list in scale, and largely confined to
processing operations in Europe.

Top Global Meat Company


Primary Production Volume estimate '000t cwe
Next 10
Doux
National Beef Packers
Danish Crown
Vion
Bf
Smithfield Foods Pk
Brasil Foods Py
Pilgrims Pride
JBS (excl. NBf)
Cargill Meat Solutions
Tyson Foods

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000


Source: Gira estimates of 2006/07 volume (LTM + Panorama, updated for M&A)

So what was the strategic thinking in all this M&A … and is it still valid? Firstly – the
key strategies:
- economies of scale in both production and marketing: which has long been
illustrated by the US firms. They have enormous packing plants, operating at
very high speed and 2 shifts per day. Nobody can match their processing
efficiencies. They have centralised sales and marketing offices – which give
them countervailing power with the large retailers, and the scale to ship large
quantities of any commodity. Tyson especially has the scale to seriously brand
its meat.
- exploit global agribusiness growth opportunities: this has been the driver for
the Brazilian expansion – fuelled by their low cost of farm production and the
scope to increase production and export into growing world markets.
- develop a portfolio of origins: From nervous beginnings, both the Brazilian and
the US firms were investing in processing facilities outside of their domestic origin
in order to better control route-to-market, to reduce risk, to broaden the portfolio –
and for the growth and profit returns.
- develop a portfolio of meats: diversifying into the range of meats. Although
historically beef and pigmeat processing have often been under common
ownership, poultry has normally been an entirely separate business. ConAgra

13
and Cargill have historically been multi-species operators but there have been
few others. Tyson very substantially upped the ante with its hostile acquisition of
IBP. The Brazilians have been diversifying into the range of species …as to has
Vion, with its assimilation of Grampian’s poultry business – along with the core
pigmeat and beef assets.
- vertical integration: vertical integration as typified by the poultry sector has
been spreading into the pigmeat and beef sectors, although different models are
used. This is Smithfield’s preferred business model in the US hog sector, but
which it has had to modify for its growing European business.
- risk management: through geographic and species diversification, through
vertical integration and through hedging on the futures exchanges.

In the US these strategies are well established. There is a continual re-shuffling of


the ownership of these assets, but the basic strategy of very large scale in order to
drive scale economies is what it is all about. The US meat processing industry has
long been highly concentrated – but whilst they have growing export interests, they
are in the most part most certainly not genuinely global operators. Over the last few
years the US firms have been much more proactive in looking for foreign markets in
which they can employ the same strategies. It has not been so easy – with local
politics being the main impediment and for the future, the management of agricultural
risk and the access to the capital required to become a significant player being
increasingly important.
Almost everywhere else in the world the first step is to concentrate nationally and
regionally fragmented meat industries through M&A. This too has not been so easy.
It is expensive, it is time consuming, post-acquisition restructuring is onerous, it
involves a lot of financing … and multiple site meat processing operations are not
easy to manage.
In the long run, assuming that world meat markets recover their growth and
assuming that trade liberalisation does come then, these strategies are sound … but:

- are either the agricultural and/or processing returns providing an adequate ROI
to attract further capital?
- is the risk acceptable? The threat of disease and political disruption in the meat
sector is a continuous blight, and serves to hugely increase the commodity price
volatility.
- when will global meat markets recover from the demand downturn caused by
the current economic slump, and to what extent will long term global economic
growth now be downgraded from previous optimistic forecasts (including those of
Gira)?
- to what extent will climate change, animal welfare, protectionism, rising
costs etc. constrain the meat industry?
- the 2008/09 share price collapse of many major Brazilian and US meat
processors is a major check on the major players, and the level of investment
activity has nosedived.

The following two figures show the share price performance of selective of the few
quoted companies in the meat sector, which are largely US or Brazilian. In both

14
cases the share prices have crashed since the economic downturn of 4Q08.
Pilgrims Pride – the world’s largest chicken integrator has filed chapter 11 as a result
of debt incurred through the Gold Kist acquisition, brutal competition in 2007/08, and
getting its grain price forecasts wrong. The share prices have partially recovered in
2Q09, but still considerably underperform the market indices. The volatility of meat
sector profitability has yet again undermined the share price of these firms compared
to processed meat firms such as Hormel, and even more so compared with broadly
based food firms such as Unilever and Nestle.
Source: Bovespa

Selective US MeatCo Share Prices 33.0


Brazilian MeatCo Share Prices Stock Market
2.7
Source: Gira based on YahooFin
200% 30.0 2.4
180%
Price index on Jan 04

27.0
160% 2.1
24.0
140% 1.8
21.0
120%

.
18.0 1.5

BRL/USD
100%
USD .

15.0 1.2
80%
60% Hormel 12.0
0.9

40% Tyson 9.0


0.6
20% Smithfield 6.0

3.0 0.3
0%
0.0 0
05/01/2004
05/05/2004
05/09/2004
05/01/2005
05/05/2005
05/09/2005
05/01/2006
05/05/2006
05/09/2006
05/01/2007
05/05/2007
05/09/2007
05/01/2008
05/05/2008
05/09/2008
05/01/2009
05/05/2009

Mar-09

May-09
Mar/06

May/06

Mar/07

May/07

Mar/08

May/08
Jan/06

Sep/06

Nov/06

Jan/07

Sep/07

Nov/07

Jan/08

Sep-08

Nov-08

Jan-09
Jul/06

Jul/07

Jul/08
Perdigao Marfrig JBS
SADIA Minerva BRL/USD

With this sort of share price performance, raising equity for agribusiness
expansion is going to be difficult. The name of the game is now about cost
reduction, risk management and improving the Balance Sheet … but there are
opportunities for the strongest, as Perdigao’s takeover of Sadia to form BRS
illustrates.
Looking to the future, there is a lengthening list of major strategic and political
issues challenging the meat industry and no company without clear answers to
these issues, and strategies for managing / optimising them is going to attract
external investors. The US firms have a significant advantage in the sophistication
of their risk management, and in their scale of business allowing them to harness
this. Cargill is probably the best example.
Cargill should have a significant competitive advantage in its global risk management
due to the wide spread of its agribusiness interests globally, by sector, and also by
stage in the food chain. From its global commodity trading activities Cargill should
glean uniquely good insights into the market situation and competitive dynamics of a
region as a pre-step to investing in the meat industry. In emerging countries such as
Poland, Russia and China, it can (and has) then invested in relative low capital-
intensive businesses (such as feed milling) as the next stage of its market
development strategy. Through such accumulated business experience in a country
it has a solid background from which to consider longer term and more capital
intensive investments. Also as a private firm, it can take a longer term view to short
term profit disruptions than its quoted competitors.

15
Cargill … well adapted to grow in positive long term
demand conditions, with managed risk, globally

CARGILL – global, strategic, agribusiness strength


Geographic – roll out
US Global

Trading
Grains
Complimentary sectors

Ve Farm supplies
Meats rti Milling & crushing
c
Pk, Bf, Ch, Tu … al i Animal feed
n te
gr
Biofuels at Slaughter
io Industrial farms
n
Financial services Retail packing
Steel Branding

© Gira 2009 12

In Europe, there is neither the range of futures markets, nor the liquidity in these
markets, nor the low dealing costs, nor the scale of agribusiness to make this
possible currently. Lack of European instruments for commodity risk management is
a significant disadvantage.
In comparison to North and South America, Australia and NZ, the European meat
industry suffers from fragmentation, relatively small-scale factories and
overcapacity. This reflects its origins as mainly local businesses owned by
cooperatives and private firms. There are only a handful firms with significant foreign
operations, and none who are genuinely international. These characteristics make it
difficult to compete with 3rd country competitors. In response to these and other
forces-for-change, the European meat processing sector is actively consolidating …
but it has a long way to go and is unlikely to step outside Europe to compete with the
global players for the long term meat sector growth opportunities.
The phenomenal expansion of Brazilian agribusiness has come to a temporary
halt, as the combination of economically depressed export markets, unreliable
payments, protectionism, currency volatility and commodity price & cost volatility
have taken their toll. Some fine companies, but with poor risk management and/or
too much debt have become distressed – with takeovers and closures being the
result. Clearly the outstanding global commodity market conditions of 1H08 have
gone into sharp reverse:

- The arable sector is now faced with much lower prices than expected – yet
higher input costs. For 2009 the financial returns are going to be poor … but:

- lower feed costs, at least provide some relief to the hard pressed pigmeat sector
– where the cutbacks in global production during 2009 have not boosted the pig
price yet – as total meat demand is depressed by the economic slump and also
by the H1N1 pandemic and its spurious misnomer as ‘swine’ flu;

- the poultry sector is faring better …but is still impacted by the current export
market weakness. This will recover – but it is not good right now;

16
- the beef processors are suffering from the twin effect of weak export prices and a
downturn in slaughter cattle supply. The Brazilian cattle sector faces a
conundrum: it is amongst the lowest cost beef producers in the world, with
capacity to expand – yet slaughterhouses are being closed and the cattle farmers
are not effectively responding to the serious challenges of western markets on
the environment, disease control and traceability.

These commercial challenges are not unique to Brazil – but they are made more
sensitive by the high dependency on exports. As the following figure illustrates, this
is a time of worldwide commercial uncertainty, and this applies to agriculture in
general and the meat sector specifically.

New Gira study will measure the Macro-economic


Credit crunch - recession -
Issues that drive future developments exchange rates – capital costs

Health & security


We are seeing the building of Animal diseases - human health
increasingly complex inter- Climate change
relationships. Arable & pastoral capacity & yields
Sustainability
Some have an immediate impact - Animal welfare - CO² - Technology
others will work more subtly over time. Prices, Costs & Profitability
Meat - agricultural inputs - bioethanol
The cards are being radically
redistributed - and their effects must Protectionism & Regulatory
TRQ’s - non-tariff
be measured and analysed in terms
of future competitive advantage. Supply chain
Consolidation of: retailers -
slaughterers - processors
Consumption THE ISSUES
=
IO
DEMAND
L/T MEAT
GLOBAL

Production AR S
+
C EN YSI
Imports S AL
- AN We are looking at a
Exports KEY REGIONS fundamental re-
balancing of supply
NAFTA
Russia

China
India
Japan & Korea

South America
Middle East
EU

Australia & NZ

chain relationships
worldwide.

© Gira 2009 46

There are major questions concerning meat demand and the manner in which meat
is produced – which need to be thought through under different scenarios – which
Gira will undertake over the next few months. However, Gira’s expectation is that the
hard times faced by Brazilian agribusiness will be relatively short term, and that the
long term investment prospects are good. However, although domestic demand
will absorb considerably more meat, the main growth and profit opportunities lie in
the global export markets. These will only be achieved if the whole Brazilian meat
chain takes much more robust efforts to understand the needs and sensitivities of its
export market customers. Sporadic Russian import bans, the EC action over cattle
identification and traceability are evidence of this … and should not be taken lightly.
Gira is initiating an update to its Long Term Strategic Trends in Global Meat Markets programme, in which
industry structure issues will be analysed along with other major forces for change. Contact Richard Brown
0044 1323 870 155

17
O que esperam os grandes
mercados e clientes em
relação à qualidade da
Carne de Frango?

Daniel Boer (Osi GROUP)

Ir para a Ir para o
capa Índice
“O que esperam os grandes
mercados e clientes em relação à
qualidade da carne de frango”
O consumidor de proteína animal esta cada vez mais exigente quanto ao
produto que decide adquirir. Para garantir a satisfação desse consumidor e ao
mesmo tempo acessarmos novos mercados internacionais uma há uma serie de
exigências e pré-requisitos que devem ser atendidos. Entre elas selecionei as 6
abaixo que consideramos essenciais para o nosso modelo de negócio:

x Segurança Alimentar
x Bem estar Animal
x Biossegurança
x Sustentabilidade e responsabilidade social
x Rastreabilidade
x Exigências Específicas para alguns Mercados
9 Organismos Geneticamente Modificados
9 HALAL
Esses pré requisitos podem variar de acordo com as exigências e parâmetros de
cada cliente porem é de fundamental importância ter ao menos a base de cada
um desses 6 critérios definidos.

1. Segurança Alimentar

Segurança alimentar consiste em eliminar ou reduzir a níveis aceitáveis a


ocorrências de riscos para a saúde do consumidor final.
Estes riscos são divididos em três categorias: microbiológicos, químicos e
físicos. Abaixo alguns exemplos de risco mais encontrados nos produtos
brasileiros que afetam diretamente a qualidade do produto podendo causar
problemas a saúde do consumidor

x Risco Físico
9 Ossos
9 Cartilagens
9 Metais
9 Madeiras
9 Plásticos

19
9 Pelos, penas, cabelos
9 Vidros e acrílicos

x Riscos Microbiológicos
9 Bolores e leveduras
9 Bactérias (Salmonella, E.Coli, Listeria,)
9 Parasitos

x Riscos químicos
9 Pesticidas
9 Herbicidas
9 Fertilizantes
9 Inseticidas
9 Antibióticos

2. Bem Estar Animal

Bem estar animal consiste em monitorar é assegurar que o animal não sofrerá
nenhum tipo de abuso ou maus tratos desde o campo passando pelo transporte
até a planta onde será abatido. Dentro do programa de bem estar animal está
o abate humanitário que prega a morte rápida com o menor sofrimento possível
do animal.
Normalmente as práticas de bem estar animal são avaliadas através de
auditorias. No nosso modelo de negócios as auditorias são anuais e abrange os
seguintes parâmetros:

Campo:
x Granjas de poedeiras
x Chocadeiras
x Granjas de engorda
x Apanha

Transporte:
x Condições das Gaiolas
x Tempo e distancia de transporte
x Treinamento de motoristas

Abatedouro:
x Porcentagens de Asas Quebradas
x Porcentagem de Patas quebradas
x Porcentagem Aves Vermelhas - Mal Sangradas – (Categoria
1)

20
x Porcentagem de Aves com Hematomas
x Eficácia no atordoamento
x Eficácia da sangria
x Aves penduradas por uma só pata.

* Ver Anexo 1: Modelo de auditoria de Bem estar animal

3. Biossegurança

A Biossegurança envolve uma series de fatores no campo que visam prevenção


de doenças na avicultura industrial. As exigências quanto a Biossegurança não
visam somente a prevenção das doenças e garantir a segurança do alimento
para o consumidor, mas também visa assegurar que não haverá interrupções
brusca na cadeia de suprimentos de matéria prima devido a surto de doença
como uma influenza aviária. Essas exigências também normalmente são
monitoradas através de auditorias anuais nas fazendas e abatedouros.

* Ver Anexo 2: Modelo de auditoria de Biossegurança


4. Sustentabilidade e Responsabilidade Social

O Consumidor está exigindo cada vez que seus produtos sejam originados de
uma cadeia sustentável e socialmente responsável.
O conceito de sustentabilidade é muito amplo e possui diversas exigências,
porem existem algumas praticas que são mais destacadas entre elas estão: a
preservação dos recursos naturais como proteção de florestas tropicais e
recursos hídricos. Já para a questão de responsabilidade social o que está
sendo muito discutido mundialmente é a questão do trabalho escravos e as
condições de trabalho nas plantas frigoríficas.

5. Rastreabilidade

O consumidor está interessado em saber não só a origem do produto que está


consumindo, mas também ter informações sobre as etapas que o alimento
passou até chegar a sua mesa. Para demonstrar a esse consumidor que toda a
cadeia de produção de aves está seguindo os requisitos acima mencionados, a
ferramenta rastreabilidade vem para fazer o arremate.
Em um primeiro momento a rastreabilidade mínima seria demonstrar com
segurança a capacidade de controlar toda a operação até as fazendas de
produção animal; um passo mais avançado seria acrescentar toda informação a
respeito dos ingredientes que compõe a ração das aves finalizando o processo
de rastreabilidade na prateleira dos supermercados ou na mesa do consumidor.

21
6. Exigências Específicas para alguns Mercados

9 Organismos Geneticamente Modificados

Alguns mercados como clientes Europeus estão exigindo que a ração utilizada
para alimentar as aves não contenha grãos geneticamente modificados. Os
clientes que estão exigindo estas praticas possuem controle rigorosos para
assegurar que seus produtos não tenham qualquer tipo de organismo
geneticamente modificado direta ou indiretamente. Normalmente esses
controles são realizados através analises de amostras de ração diretamente
pelo cliente

9 HALAL
Mercados como Oriente Médio, África do Sul e alguns países da Ásia, exigem
que a matéria-prima seja proveniente de abate Halal. Essa matéria prima
necessita de uma certificação que é feita por uma entidade religiosa
mulçumana. O divisor de água para esse tema é o bem estar animal. É de
fundamental importância que o abate Halal seja humanitário e atenda também
os padrões de auditorias de Bem estar animal. Abate Halal não significa que as
exigências de bem estar animal não sejam atendidas. Normalmente a
aprovação de um fornecedor para produzir matéria prima Halal é feita em
conjunto com auditores responsáveis por certificar o abate humanitário

ANEXO 1

Check List para Tratamiento Humanitario


Auditoria de Aves

Compañía..............................................................
Dirección...............................................................….......................
Contacto..............................................................................
Fecha..................................…..... Est No ........................
Auditor(es).............................................................................................
Nº aves/hr..........................
Procedimiento numérico para determinación de resultados - Observar
300 pollos en cada uno de los siguientes criterios. Se recomienda revisar
diferentes grupos. También según la velocidad de la línea (#aves/hr) puede
observarse periodos de tiempo y definirse desviaciones según # de aves.

22
= Lugar recomendado para la observación en las distintas áreas a
evaluar, puede variar según la planta

1. Contusiones/moretones en muslos: % de encuentros o piernas con


moretones. Sólo cuentan los moretones/contusiones que son mayores de 3
cm. de diámetro. Evalué las aves luego del escaldado y el desplumado.
Después de la desplumadora.

Porcentaje de contusiones en muslos _____ / 300 = _____ %


Aprobado/ No Aprobado
Cualquier resultado mayor de 1% es reprobatorio.

Comentarios…………………………………………………………………………………………
………..…………………………………………………………………………………………………
……………………..….

2. Pollos rojos – La presencia de pollos rojos que NO fueron cortados para su


desangrado indica que pollos vivos van al escaldado. Después de la
desplumadora

Porcentaje de pollos rojos/no fueron cortados para su desangrado_____ /


300 =_____ % Aprobado/ No Aprobado
Cualquier resultado mayor de 0% es reprobatorio.

Comentarios…………………………………………………………………………………………
………………..…………………………………………………………………………………………
……………………………..….

3. Patas rotas Después de la desplumadora. Una pata rota se


evidencia por la presencia de hematoma(s) en la coyuntura.

Porcentaje de patas rotas _____ / 300 = _____ % Aprobado / No


Aprobado
Cualquier resultado mayor que 0% es reprobatorio (0 / 300 ó
1/500).

Comentarios…………………………………………………………………………………………
…..………………………………………………………………………………………………………
………………..….

23
4. Eficacia de la maquina del degollado - Porcentaje de aves a las que se
les corta correctamente. Frente de la maquina de degollado.

Porcentaje de pollos correctamente desangrados_____ / 300 = _____ %


Aprobado/ No Aprobado
Cualquier resultado menor que 99% es reprobatorio.

Comentarios…………………………………………………………………………………………
………..…………………………………………………………………………………………………
……………………..….

5. Eficacia del personal en el degollado manual Frente al personal


encargado del degollado

Porcentaje de pollos correctamente degollados_____ / 300 = _____ %


Aprobado/ No Aprobado
Cualquier resultado menor que 100% es reprobatorio.

Comentarios…………………………………………………………………………………………
………..…………………………………………………………………………………………………
……………………..….

6. Eficacia del aturdimiento Entre el área de aturdimiento y el


área de degollado

Amperaje: _____ Hertz: _____ Voltaje: _____


Tiempo de Aturdimiento: ______

24
Porcentaje de pollos aturdidos correctamente _____ / 300 = _____ %
Aprobado/No Aprobado
Cualquier resultado menor que 99% es reprobatorio.

Comentarios……………………………………………………………………………………………
………..……………………………………………………………………………………………………
…………………..….

7. Alas rotas En el área de colgado, antes del aturdimiento/ en el área


antes o después del deguelle, dependiendo de la planta (importante
comentar si se observa más en aves pequeñas o grandes). Un ala rota se
evidencia por la manera en que el ala queda “suelta” mientras que el ave es
colgado.

Porcentaje de alas rotas _____ / 300 = _____ % Aprobado/ No


Aprobado
Cualquier resultado mayor que 1% es reprobatorio. (En el caso de
aves con peso >3 Kg., resultados mayor que 3% es reprobatorio.
En aves con peso >2 Kg., 2% es reprobatorio. Hay una relación
linear por peso)

Comentarios:…………………………………………………………………………………………
………………..…………………………………………………………………………………………
……………………………

8. Colgados de una sola pata En el área de colgado

Porcentaje de pollos colgados por una sola pata _____ / 300 = _____ %
Aprobado/ No Aprobado
Cualquier resultado mayor que 0% es reprobatorio (0 / 300 ó
1/500)

Comentarios…………………………………………………………………………………………
………..…………………………………………………………………………………………………
……………………..….

Criterios Adicionales para la Auditoria- Determinar de cada uno de los


siguientes puntos con un CUMPLE/FALLA de acuerdo al cumplimiento de los

25
mismos durante la inspección. Favor de anotar un breve comentario en caso de
no cumplimiento.
Ítem a Evaluar Cumple Falla Necesita
Auditoria Acciones
Correctivas
1. Hay Suficiente espacio para que
los pollos puedan descansar en el
suelo y recostarse en las jaulas
para su transporte.
Se encuentran los pollos limpios (en
las jaulas y en la línea). 30% o mas
del cuerpo cubierto por suciedad es
considerado falla
3. Hay suficiente espacio para
la persona asistente en el
desangrado (backup bleeder)
pueda identificar los pollos que
no han sido desangrados
correctamente.
4. Se pasó algún animal vivo
sin que el asistente de
degollado manual lo cortará? Si
es así se considera una FALLA
5. Ningún pollo es maltratado
de alguna manera como
aventado o pateado.
5. Ningún pollo herido por la jaula.
6.
7. Las jaulas de transporte están en
buen estado. (95% de las jaulas)
8. Se utiliza la mejor tecnología
disponible, para mantener a las
aves calmadas tales como: uso de
luz tenue o mínima en el área de
colgado, uso de sujetadores de
pecho (breast bars)?
9. Los ventiladores utilizados para
refrescar a los pollos que están
dentro de sus jaulas de transporte
(cuando aplique) están funcionando
adecuadamente en el área.

26
Nota: Cualquier falla de los puntos 3, 4 y/o 5 constituye falla automática de la
auditoria.
ACCION CORRECTIVA: Un plan de acción correctivo y una re-auditoria
enfocado en las áreas con fallas debe someterse dentro de los 30 días de recibir
este reporte.

Comentarios:

Indicadores del bienestar de Aves en la Planta de Sacrifico: (Observar


por lo menos 100 aves)

1. Porcentaje de aves con lesiones en las patas *^ / = %


CUMPLE FALLA
Meta:(30% o menos)
2. Porcentaje de aves sucias ** / = % CUMPLE
FALLA
Meta:(30% o menos)
3. Porcentaje de aves con ampollas en el pecho * / = %
CUMPLE FALLA
Meta: (3% o menos; contusiones > 4 cm. diámetro)
4. Porcentaje de aves muertas en recepción (DOA) / = %
CUMPLE FALLA
Meta: (0.5% o menos)

* saliendo del escaldado ** área de colgado


^ Lesiones en las patas incluye: huesos quebrados, cortadas, ampollas

Comentarios.

Check List Adicional

27
Puntos Secundarios Adicionales para SI NO Necesita
recaudar información general de las Acciones
instalaciones. Correctivas

Manejo Administrativo

1. La planta tiene una persona o grupo


encargado de implementar y
monitorear el programa de Bienestar
Animal?
2. Se provee entrenamiento y hay
registros disponibles que muestren
que todos los empleados que manejan
animales están capacitados; tanto en
el proceso normal como con los
animales sensibles?
3. La compañía tiene un plan escrito con
procedimientos/protocolos y políticas
claras sobre bienestar animal,
incluyendo un plan de emergencia en
caso de un cierre de planta?
4. La planta tiene un plan de acción
escrito para corregir los aspectos de
Bienestar Animal que se encuentren
desviados?
5. Existe un Plan/Programa de Auditoria
interna utilizando los estándares de
McDonald’s y con que frecuencia se
realiza? (Pregunta nueva)
Incubadora (Hatchery)
(En el formato actual son puntos 12-16.
Pasarlos a esta sección aparte para ser
mas claros)
1. Son las aves incubadas/inyectadas
para las enfermedades claves?
2. Los huevos rajados y polluelos
rechazados son destruidos
instantáneamente utilizando 90% de
CO2 o un macerador?
3. Los polluelos rechazados (culls) son

28
eliminados con la frecuencia adecuada
(entre 1-2 horas)
4. El cuarto de almacenaje de los pollitos
está a aproximadamente 72F / 22C?
Se monitorea, controla, y llevan
registros?
5. La máquina Embrex o de inoculación
se encuentra en condiciones
sanitarias?

Crianza y Granja (Growing/Farm)

6. Hay espacio suficiente en las canastas


de recolección para que todos los
pollitos/aves puedan moverse y
recostarse?
7. Las granjas proveen ventilación
adecuada y control de temperatura?
8. Se provee la cantidad suficiente de
agua* para la cantidad de
pollitos/aves presentes en la granja?
9. Se provee la cantidad suficiente de
alimento* para la cantidad de
pollitos/aves presentes en la granja?
10. Se provee espacio suficiente para el
crecimiento de los pollitos/aves de
acuerdo al número por granja?
11. El lecho está limpio, con un nivel
máximo de amonia de 25ppm?
12. El suministro de agua y alimento está
limpio y accesible alrededor de 15 pies
de cada ave?
13. Las aves están recibiendo un mínimo
de 6-8 horas de oscuridad por día
(excepto la semana 1ª y las últimas 2
semanas)?
14. Las instalaciones tienen un control
adecuado que previene el ingreso de
plagas, depredadores y otras pestes?
15. La compañía tiene un programa
aceptable de Eutanasia para las aves

29
dañadas, heridas o eliminaciones?
(dislocación cervical es el
procedimiento recomendado)
16. Los pisos (house bedding) contienen
35% o menos de humedad? (Al
comprimir no debe haber exudación de
humedad) Pregunta nueva

Recolección (Catching)

17. Las granjas tiene planta eléctrica o de


backup en caso de una pérdida de la
potencia?
18. La planta retira el alimento al ave
entre 3 - 6 horas antes de
recolectarlas? (anteriormente
pregunta no. 2 en Crianza &
Recolección)
19. No se colocan más de 5 aves por
mano al momento de recolectarlas
(mayores de 4lbs)
20. Se observa recolección del ala o
cabeza?
21. Existe un programa de incentivo al
personal que promueva un manejo
apropiado de la recolección del ave?
22. Las condiciones del clima es
considerado para la colocación de
ventiladores en el verano y cobertores
en el invierno?
23. Si se tiene una recolección mecánica,
el protocolo observado es
humanitario?
24. Alguna de las aves está lastimada por
el equipo que maneja las canastas?
(Anteriormente punto no. 3 en Crianza
y Recolección)
25. Las aves son transportadas lo mas
pronto posible de la
incubadora/crianza a la granja y de la
granja a planta de proceso ?

30
(Anteriormente punto no. 4 en Crianza
y Recolección)
* Suficiente agua y alimento para mantener buena salud y satisfacer los
requerimientos nutricionales

COMENTARIOS ADICIONALES/FINALES:

31
Como aumentar o consumo
de carne de Frango em
tempos de crise?

Jonathan Banks (Nielsen)

Ir para a Ir para o
capa Índice
European consumers
in the recession
Jonathan Banks
Business Insight Director
The Nielsen Company
This paper summarises the topics I will be exploring in my presentation to Ave Expo in August.
There are some myths and misconceptions surrounding consumer behaviour during the current
downturn. It is very easy to believe all of the gloom and doom published in the media, however, I
prefer to base my understandings on data, and the insights they give us – and at Nielsen we have a
lot!
For those of you not familiar with our organisation, we have 3 key methods of observing consumer
behaviour:
1.Scanning data from store checkouts
2.Household panel data (we’re plugged in to over ½million homes around the world)
3.Consumer research
o We regularly ask consumers in over 50 countries about their thoughts and concerns
on issues related to their purchasing activity.

This helps us build up a picture of what is being done, where, by whom and most interestingly of all,
why.

Background

There are several large geo-demographic changes occurring which are worth reminding ourselves of:
The population is growing – currently there are 6.8 billion of us on the planet. This number will
continue to grow until 2050 when we predict it will level off and stop growing, at about 9.2 billion.
This is 1 billion fewer than we were predicting 5 years ago!
Much of this decline is caused by the speedy lowering of fertility rates, especially in Latin America.
This is due to increasing levels of wealth, and, as more women receive more education, they enter in
to careers of their own, get married later, and have their first children at an older age. Also, lowering
infant mortality rates mean parents can be more confident their offspring will survive childhood.
The population of the world is aging with average life expectancies continuing to rise. Around the
world we see some large variations in life expectancy. Most Europeans can expect to live till they are
nearly 80, that’s 10 years more than the global average. At the other end of the scale, many African
countries have low life expectancies. In Swaziland, it’s just 32. This is as a result of:
x the lower levels of wealth
o there is a high degree of correlation between wealth and longevity, and
x the presence of HIV Aids
o in over a quarter of the adult population.

And worryingly, for me, in most countries I look at, women can expect to live 5 years longer than
men. I could not begin to offer an explanation of why that is for fear of offending half of the readers
of this article!

Whilst the world’s wealth is unevenly dispersed – it is tempting – but a little inaccurate to over-
simplify this in to saying there is a rich North and a poor South. Over the last 60 years there has been
a great increase in the number of people classified as middle-class thanks to the political and
technological changes we’ve seen, amny of which have occurred in just the last 30 years:
x 1981: the first personal computer – from IBM

33
x 1985: the launch of Windows
x 1989: the Berlin Wall falls
x 1990: Nelson Mandela is released; so is Windows 3.0
x 1991: the 1st web site – at CERN in Switzerland
x 1993: the 1st Browser

Deregulation, and the opening up of economies to foreign investment helps improve Gross Domestic
Product (GDP), although protectionism and criminality, stop us reaching our full potential.
This table demonstrates the amount of headroom for some already big growth economies. Many are
not yet matching their share of the world’s GDP to their share of the world’s population:

Country Population GDP (PPP) index


Singapore 0.1% 0.3% 506%
UAE 0.1% 0.3% 381%
Japan 1.9% 6.5% 340%
Taiwan 0.3% 1.1% 307%
Korea, South 0.7% 1.8% 251%
Malaysia 0.4% 0.5% 145%
Chile 0.2% 0.4% 143%
Argentina 0.6% 0.8% 132%
Mexico 1.6% 2.1% 125%
South Africa 0.7% 0.7% 98%
Brazil 2.9% 2.8% 96%
Thailand 1.0% 0.8% 81%
China 19.9% 10.7% 53%
Egypt 1.2% 0.6% 51%
Indonesia 3.5% 1.3% 36%
Philippines 1.4% 0.5% 32%
India 17.0% 4.6% 27%
Pakistan 2.6% 0.6% 24%
So is all this extra wealth making consumers feel more financially confident?
Not really!

Consumer Confidence

We regularly ask our respondents:


x Do you think job prospects in your country over the next 12 months will be:
x Do you think the state of your own personal finances in the next 12 months will be:
x Do you think the state of your own personal finances in the next 12 months will be:
ƒ Excellent, good, not so good, bad (and don’t know)

Amalgamating the answers enables us to construct our Consumer Confidence Index. A score above
100 means people are confident about their future finances, below 100 means they are pessimistic
about their prospects.
Here’s how the numbers have tracked leading into, and during the current downturn:

34
Looking back at the Consumer Confidence Index numbers for the 53 countries in which we carry out
this research, it is interesting to note that some of the least financially confident countries have been
some of the richest (as measured by per capita Gross Domestic Product). Currently, only 4 countries
are recording a score above 100: Indonesia, India, Philippines, and Denmark.

Consumer Concerns

In the past, in most countries, health and work/life balance were normally in the top 3 concerns when
we asked “What is your biggest, and second biggest, concern in the next 6 months?”

35
Whilst it is disappointing to see only 5% give ‘global warming’ as a major concern, in fairness, the
question is “What is your biggest/2nd biggest concern in the next 6 months?” I suppose if we were
asking what the biggest concern is for the next 20 years it would score higher.
We sometimes see large variations in different concerns at a country level. For example, ‘Crime’ is
cited as a major concern in South Africa, Argentina, Italy and Denmark given its prevalence in those
areas.
Similarly, ‘Terrorism’ scores highest in India and Turkey because of the recency and frequency of
attacks there.
When looking at the evolution of these concerns over the last 4 years we can see that financial
concerns (the black bars on the above chart) now dominate to the exclusion of more social concerns.

Unemployment

Unemployment is increasing around the world:

36
Spain has been hit particularly hard given the imortnace of 3 recession-sensitive industries there:
automotive, construction, and tourism.
The German economy has not been run as irresponsibly as some others, but they still suffer there as
their ability to export is curtailed.
It is worth noting however that whilst these numbers are unpleasant, indeed, if you are made
redundant then for you and your family it is potentially catastrophic, the vast majority of the work-
force is employed.
It remains to be seen whether the historic levels of fiscal stimulus being injected in to economies
around the world have been sufficient. This, together with the government debt accrued in bailing out
the failed financial institutions, means we have national debt levels that are painful to sustain. On a
brighter note we can see that in many countries, consumers are beginning to learn that if they buy
something, they have to pay for it! Personal savings levels are still arguably too low, though they are
increasing. In the future we should see more people with sustainable debt levels, and sufficient
pension provision. I’ll believe it when I see it!

Protectionism

37
These results show that despite it being a self-evident truth that restrictions on free trade make us all
averagely worse off, at a local level, there are more votes for the politicians in restricting imports. I
am pleased to note that in Brazil you are better educated with slightly more of you being in favour of
free trade!

Consumer behaviour

This chart shows the growth in sales of Fast Moving Consumer Goods (Consumer Packaged Goods)
recorded by us in Europe in the last 5 quarters:

At the beginning of 2008 we saw a lot of inflation (6.3% in Q1) which has now been squeezed out,
though threatens to return. The other component of our total growth figure is the volume change (the
green segments). The volume has been retarded to the extent that in some countries it is declining.

38
This is not necessarily a bad thing, as in some countries waste levels are high (e.g. 30% in the UK).
The rise in frozen food, and recipe ideas for left-overs shows that consumers are aware of this issue
and trying to do something about it.
Here is a summary of grocery shopping behaviour based on 11 big countries that make up 70% of the
world’s GDP:

Volume levels are largely static, and the growth in value is mainly thanks to last year’s inflation. I’ll
come back to the growth of store brands later. The growth of value channels (discounters like Aldi,
Lidl and Dia) has more to do with their increased store numbers than constraints on household
expenditure. The increases we observed in promotional expenditure may be because shoppers were
seeking out ‘bargains’ but they can be a false economy. ‘Buy one get one free’ (BOGOF) promotions
are now giving way to single pack price reductions, as the additional purchase on the BOGOF often
ended up in the bin. The increases at the start of the year may also have been caused by an increase
in the number of promotions being put in front of shoppers. In other words, as a head office buyer, if
you think that as a result of the downturn, shoppers will want to buy more on promotion, and you
then give them more promotions to buy, it becomes a self-fulfilling prophecy. Much of our research
shows that shoppers want what they get (as opposed to getting what they want!). Shopping
behaviour is greatly influenced by the environment and infrastructure shoppers have available to shop
in.
To save money we see some households shopping more frequently, buying just what is needed for
the next meal or two, and thereby spreading expenditure and reducing waste. More often we see
households shopping slightly less often – 2 completely different tactics to achieve the same objective!
A crucial thing for us in the food industry to understand is that whilst we are not recession-proof, we
are definitely recession-resistant. Sales levels are not declining; the majority of categories we measure
are either static, or growing. There is undoubtedly pressure on categories and the value and profit
they generate as a result of creeping commoditisation. This is caused by:
x the growth of discounters
x the growth of private label and
x increased reliance on promotional activity

39
Private label

Private label’s share is gradually increasing. This is not so much driven by the economic downturn, but
is more a function of the increasing consolidation of ownership of the retail estate. This means that
head office buyers increasingly find they have the critical mass needed to make private label variants
viable. As their most important Key Performance Indicator will often be the percentage profit on
return achieved, decreasing brands’ share is often seen as a high priority in the management of their
category.

Private label’s share varies by country, category, and retailer:

Private label is increasingly supported by professionally marketed initiatives. It evolves from being just
a cheaper copy of the brand, to a more differentiated offering, with category leading innovations,
often sold at a premium to the brand.
The reason that for so many of us it is ‘business as usual’ is whilst we don’t have to buy a new car
every year, or have several exotic foreign holidays, we do have to eat. Food is now cheaper than it
has ever been before, so despite the recession, all of the gloom and doom we see in the media is not
reflected in our data. Here’s why:

40
If you were a peasant in for example, India, earning less than $1 per day, you would probably spend
virtually all of your income on food. In richer western countries only about 15% of our household
expenditure goes on food. So even when we have had a lot of inflation only a small part of our
income is still spent on groceries.
People in employment may now even have more disposable income as they reduce their spending on
big-ticket items like cars and holidays, and see interest rates on their mortgages at their lowest levels.
And of course, Maslow’s ‘Hierarchy of Needs’ shows us that after breathing, food is our highest
priority.

Implications for the poultry industry

Poultry has enjoyed huge gains around the world over the last 20 years. Consumption levels vary
greatly from country to country:

41
Poultry is competitively priced compared with other animal proteins, and also has the benefit of being
versatile, low in fat, and easy to prepare.

In the UK, poultry has grown in tonnage, and market share:

42
Concerns over animal welfare have been prominent in the last few years. We have consequently
observed the growth of (premium priced) free range chicken and eggs.
Organic had also been growing, though the recession has caused many people to consider more
carefully why they are buying it. The normal reasons given for buying organic products are:
x it tastes better
x it is more nutritious
x it is better for the environment

As these ‘reasons’ frequently don’t apply (e.g. organic poultry can have higher carbon emissions),
shoppers are now buying fewer organic products - they don’t feel the premium is justified.
Many shoppers rely on retailers and manufacturers to do ‘choice editing’ for them, as these issues are
confusing, and the conclusions reached after studying the evidence are frequently counter-intuitive.

Brand owners’ response

Having studied thousands of categories, in many countries, over a long period of time, I am sure that
brand owners can be the masters of their own destiny. Private label does not cause brands to be
weak, but if your brands are weak, private label will take over!
The question then becomes – “how do you stop your brand from being weak?”
The answer is to understand the drivers of your brands equity. You must watch for the early warning
signs:
x Is your innovation record poor?
x Is your Research and Development budget large enough?
x Are you becoming more reliant on promotional activity to support your volume?
x Are you charging an unjustifiably high premium for your brand?
x Are you spending enough on good advertising?
x Is there spare capacity in your market?

There is much you can do to add value. Despite the recession, we still see consumers willing to spend
more money on products that align with these mega-trends:
x Health and well-being
x Indulgence and pleasure
x Convenience and practicality
x Ethical

43
If you can bring to market products that tick all 4 of these boxes you may find you can charge quite
significant premiums!
Going forward, the most important of these mega-trends is the last – ethical. It means different things
to different people, so in addition to organic this might include:
x Local
x Animal welfare
x Sustainably sourced (e.g. paper or fish products; recyclable packaging)
x Fair trade
x Low carbon emissions

Now is a great time to develop and launch products - consider that advertising is probably cheaper
now than it has ever been before – so don’t waste this recession!

Jonathan.banks@nielsen.com
+44 (0)1865 732759

44
Desafios e Perspectivas
para a produção Mundial de
Carne de Frango

Paul Aho

Ir para a Ir para o
capa Índice
III Forum Internacional de
Avicultura 2009 Iguazú,
Brazil – Dr. Paul Aho
Challenges and Perspectives of Global Chicken Production

World Chicken Consumption, Trade and Production

There is no question that the current world economic downturn is a setback


for the world animal industries. The consumption of all meats is affected as can be
seen on the following graph;

%WorldEconomic&
MeatProductionGrowth
6
5
4 Economic
Meat
3
2
1
0
-1
-2
2002 2004 2006 2008

Despite the setback of the current world recession it can be expected that
chicken consumption, trade and production will resume the growth that has
characterized the industry for the last several decades. Firms that are able to survive
downturns like the current recession can look forward to much higher chicken
consumption in the year 2020.

46
Chicken Scenarios for 2020

Now High Low

Average Per 10.75 kg 14 lbs 12 kg


Capita
Consumption
Total Trade 8 MMT 16 MMT 12 MMT

Production 74 MMT 112 MMT 96 MMT


Total

Under an optimistic scenario for 2020, world trade would double from today’s
level and production would increase by 38 million metric tons. The optimistic scenario
is based on a resumption of world economic growth and the competitiveness of
chicken compared to other meats. Economic growth at the moment is dismal.
However, expectations are that after the plunge of this year and continued weakness
in 2010, the world economy will return to normal by 2012 at the latest. When
economic growth returns, the growth of chicken production will shift into high gear.

WorldEconomicGrowthin%

7
6
5
4
3
2
1
0
-1
-2
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015

It is expected that when economic growth returns, oil and grain prices will be
relatively high. This is a problem for beef and pork production. However, chicken,

47
with a low feed conversion rate, is a clear competitive winner in a world of high grain
prices. The following graph of the price of oil past and projected into the future is
similar to the expected behavior of grain prices. As grain costs increase it will be the
best converting meat animals such as chicken that will be best able to increase
production, consumption and trade.

Oil Price – US$ Per Barrel

90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012

Where Will New Production Be Located?

When looking around the world for the best sites for new chicken production
plants (outside of the existing leading countries US, Brazil, China, Mexico, Argentina
and Western Europe), a number of factors need to be taken into consideration
including grain costs, labor costs and business climate. As an example of this
winnowing process, the chart below starts with grain exporters then looks at grain
exporters with a relatively good business climate and then grain exporters with a
relatively good business climate that also have low labor costs. This particular
exercise would suggest looking at Eastern Europe and South Africa. This crude
analysis is only intended as an example of a complex process of choosing sites for
investment. In addition, the answer can change from one year to the next.

Locations Outside of Current Leading Chicken Producing


Countries - Potential for a Chicken Processing Complex

Grain Exporters Business Climate Labor

Australia Australia Hungary


Bulgaria Canada Romania

48
Canada Hungary South Africa
Hungary Romania
Kazakhstan South Africa
Romania
Russia
Serbia
South Africa
Ukraine

The challenge of global chicken production is to be a large enough company


to obtain the production and marketing economies of scale to implement a worldwide
chicken production and marketing plan. Part of the plan must be to diversify the
sources of chicken meat to protect against disease and political risk. Although Brazil
may be the lowest or close to the lowest cost place on earth to produce chicken, it
would be unwise to put all production in Brazil. It would be better to be diversified
geographically in a similar fashion to automobile production. Automobiles are not
produced in every country but they are produced in many countries and the firms
that manage to have the right balance of automobile plant location, products and
marketing are the ones that survive.

How big does a Global chicken company have to be?

Although there is room for chicken companies of all sizes, to have a global
presence in the market requires considerable size. As recently as the year 2000, a
leading chicken meat company could be as small as just 500 million chickens per
year. However, the requirements are increasing rapidly. By 2010 leading companies
will need to produce a 1 billion chickens per year in operations that are increasingly
diversified across the globe. This trend is likely to continue; in 2020 the number
could be 2 billion and 3 billion in 2030.

49
LeadingEnterprisesScale
MillionsofChickensPerYear
3000

2000

1000

0
2000 2010 2020 2030

The challenges of global chicken production could be summed up by size,


financial strength and global vision. A leading chicken company must be large
enough to capture the economies of scale of production and marketing while
maintaining financial stability during downturns. This must be accomplished while
pursuing a global vision of production and marketing.

What Does The Current Recession Mean For the Poultry Industry?

The much sharper decline than expected for the world economy this year
resulted in three unusual and temporary conditions;

1) Value Subtraction
2) Falling Consumption
3) Strong Prices in World trade

Value Subtraction

Value subtraction is an appropriate description of what is currently going on in


the poultry industry. For years, as consumer income rose, adding value was the goal
of the world poultry industry. It was never contemplated that that there could be a
period of falling consumer income. Nevertheless, here we are, and until the world
economy turns around, value subtraction is the new, although temporary, trend. An
example of the consequences of value subtraction is the fact that large bird deboning
plants in the US are operating at below capacity while tray-pack plants operate near
capacity. During the recession, the market will be less interested in deboned breast

50
meat and value added products made from deboned breast meat and more
interested in lower value products.
By next year value added products should once again resume their
accustomed place in the chicken industry. However, for the moment, adding value
can paradoxically reduce income as value added products pile up unsold. Personal
consumption expenditures for food in the US dropped by an astounding 15% in the
fourth quarter of 2008. This drop hits hardest those products with the most value
added.

Falling Consumption

Another unusual element of the current recession is the falling per capita
consumption of beef, pork and chicken. World per capita consumption of meat will
fall by approximately 1/3rd kilo per person this year. This can be expected to reverse
in 2010.

51
World Meat Per Capita Consumption –
Kg (USDA World Market Report)
35.0

34.8

34.6

34.4

34.2

34.0
2006 2007 2008 2009

Strong Chicken Prices in World Trade

In addition to falling consumption of meat worldwide, the trade in chicken


meat is also falling. The falling quantity of chicken traded is having a positive effect
on chicken prices. With less chicken meat available for world trade, prices have
increased despite the world recession. In particular, the world market has many
fewer US leg quarters.

World Chicken Trade – 1000’s MT


(USDA World Market Report)
9000

8500

8000

7500

7000

6500

6000
2006 2007 2008 2009

52
Whole Chicken Brazil &
US Leg Quarters in Cents/lb

0.60
Brazil
0.50 US LQ

0.40

0.30

0.20

0.10
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Grain

Farmers in Argentina and parts of Brazil faced drought conditions this year
while farmers in the US planted less than expected due to too much rain. In all
farming areas lower prices for commodities and higher cost for inputs like fertilizer
made farmers more reluctant to plant crops preferring to leave some land fallow.
Grain prices have been rising this year and in particular, soybean meal rose
significantly. All depends now on the Northern Hemisphere harvest to determine
which way prices will move in the next several months.
Unfortunately for the world chicken industry, the use of corn for ethanol in the
US continues to increase. The US government mandates for the use of corn in
making ethanol are 10.5 billion gallons in 2009 and 12 billion gallons in 2010.The
amount of corn needed for the mandated amount is relatively easy to calculate since
each gallon of ethanol requires 2.7 bushels of corn. Adjusting for the fact that crop
years are not calendar years, the use of corn to meet the mandate is the following;

Corn Required to Meet the Ethanol Mandate

Crop Year Amount in Billions of Bushels

2007-2008 3.0
2008-2009 3.7
2009-2010 4.0

53
2010-2011 4.6

The world balance sheet for corn has a relatively high ending inventory this
September which should help moderate corn prices. However, inventories are
expected to fall next year resulting in higher prices.

TotalWorld Corn
Ending StockinMMT
150

140

130

120

110

100
2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010

Drought in South America and in particular, Argentina, reduced the ending


inventory of soybean dramatically this year and increased the price. With a better
harvest next year prices should decrease.

54
TotalWorld Soybean
Ending StockinMMT
65

60

55

50

45

40

35
2006-2007 2007-2008 2008-2009 2009-2010

55
As Novas Perspectivas do
Mercado Internacional - O
Brasil está preparado para
atender a um novo cenário
de demanda?

Carlos Pio

Ir para a Ir para o
capa Índice
Palestra não disponibilizada

57
Desafios e Perspectivas para
a produção Brasileira de
Carne de Frango

Francisco Turra (ABEF)

Ir para a Ir para o
capa Índice
A força das vendas avícolas na
economia brasileira
Francisco Turra
abef@abef.com.br

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF),


desde 1976, tem realizado um trabalho constante para levar o nosso produto
aos mais distantes países nos cinco continentes. O reconhecimento das ações
empreendidas é de que o Brasil, desde 2004, mantém-se como o maior
exportador mundial de carne de frango. Hoje, estamos presentes em mais de
150 países e respondemos por 40% da carne de frango desse mercado
internacional.
Em 2008, o setor bateu mais um recorde histórico. Os embarques atingiram 3,6
milhões de toneladas e geraram uma receita cambial de quase US$ 7 bilhões.
Apesar da pujança do setor, a crise financeira internacional causou retração no
comércio com os principais mercados compradores. As estatísticas da ABEF
apontaram no primeiro bimestre de 2009 uma retração de 5% no volume
exportado e de 20% na receita cambial em comparação com igual período de
2008. Os números, porém, confirmaram que a expectativa da ABEF estava
correta e que foi acertada a iniciativa da entidade de, no final de 2008,
recomendar uma redução de 20% na produção avícola destinada à exportação.
Um excesso de oferta teria consequências nefastas para a rentabilidade da
avicultura nacional no início de 2009.
As exportações em abril, porém, por exemplo, já demonstraram ligeira alta. No
período, foram embarcadas 330 mil toneladas, com uma receita cambial de US$
479 milhões. Estes números são um alento para produtores e exportadores
que, porém, ainda devem manter uma postura cautelosa diante da conjuntura,
evitando um excesso de produção. Este cenário faz com que a ABEF mantenha
a projeção de um crescimento de até 5% nos volumes exportados neste ano. O
sucesso nas exportações reflete a força da Avicultura brasileira, um dos setores
mais importantes da economia nacional, com participação de 1,5% no Produto
Interno Bruto e responsável por 4,5 milhões de empregos diretos e indiretos.
Merece destaque o elevado padrão sanitário da produção avícola. Qualidade,
sanidade e sustentabilidade são atributos do nosso produto, fruto da completa
integração entre produtores e frigoríficos. Importante frisar que, dos grandes

59
produtores e exportadores mundiais, o Brasil é o único que nunca teve um caso
de gripe aviária. Uma das prioridades da avicultura brasileira é o bem-estar
animal, assim como a alimentação do plantel, à base de uma ração de milho e
soja. O país também atende às mais rigorosas exigências de mercados
compradores, tanto em cortes extremamente sofisticados quanto em preceitos
de ordem religiosa para a produção de alimentos, como no Halal islâmico. Além
de consolidar sua presença nos países tradicionais, a ABEF está sempre
empreendendo ações para conquistar novos espaços para levar a carne de
frango brasileira a novos consumidores pelo mundo. Esse esforço,
naturalmente, conta com o apoio do Governo Federal, através de ministérios
como os da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior; e das Relações Exteriores.

Entre as estratégias para ampliar o escopo de países compradores do nosso


produto, a ABEF tem mantido contato com representantes diplomáticos de
outros países, atuais compradores ou possíveis clientes de nossa carne de
frango, e também com embaixadores do Brasil junto a outras nações. Outra
iniciativa é realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e compreende ações de marketing
internacional durante, por exemplo, importantes feiras no exterior, tais como a
Gulf Food Dubai (Emirados Árabes Unidos) e FoodEx Japan (na cidade de
Shiba). Dentro da sua estratégia de aumentar o contingente de países que
compram nosso produto, a ABEF, em 2009, já realizou contatos importantes Em
janeiro, manteve, no México, encontros de diplomatas brasileiros e
representantes dos importadores de carne de frango e também do setor avícola
daquele país. Participou também de missão empresarial ao Norte da África,
onde reuniu-se com representantes comerciais de Líbia, Argélia, Tunísia e
Marrocos. A entidade está otimista também com relação à abertura de países
como Indonésia, Malásia e Filipinas.

O setor comemora a efetivação das exportações de carne de frango para a


China. Embora ainda não se tenha previsão quantitativa do que representa
este mercado, presume-se que, em médio prazo, será um dos mais importantes
mercados para os exportadores de carne de frango brasileiros. A concretização
da abertura deste novo destino foi fruto de um esforço conjunto das ações da
ABEF e do Governo Federal e ratificou o anúncio formal feito em dezembro de
2008, pelos dois governos, de que este novo mercado estava aberto para nosso
produto, com o credenciamento de 24 frigoríficos brasileiros.
A produção avícola nacional respalda o esforço empreendido para ampliar
mercados no exterior. O Brasil hoje exporta apenas cerca de um terço de sua
produção de carne de frango. Ou seja, o maior mercado do frango brasileiro é

60
o mercado nacional, que tem um consumo per capita superior a 38 kg/ano,
ultrapassando o de carne bovina. Os problemas causados pela crise aos
produtores integrados, importantes parceiros na consolidação do atual estágio
do produto no mercado internacional, também tem sido uma preocupação da
ABEF. A entidade, neste sentido, tem empreendido ações junto ao Governo
Federal para que seja prorrogado o prazo para o pagamento de dívidas
contraídas para expansão da produção.
A ABEF esteve, ainda, à frente da mobilização para a inclusão do setor de
carnes no chamado drawback integrado. A medida permite a isenção do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e PIS/COFINS (Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social) na aquisição de insumos, no mercado
interno, destinados à elaboração de produtos a serem exportados. E, no caso
do setor de frango, se aplica às compras de milho e de farelo de soja, que
compõem a ração animal. Apesar dos desafios que tem enfrentado, o setor
exportador brasileiro se mantém unido e empenhado no trabalho de consolidar
o nosso produto junto a consumidores de todo o mundo. É importante frisar
que esta força é resultado, principalmente, da qualidade e da sanidade da
carne de frango brasileira, a partir da integração harmoniosa de toda a cadeia
produtora.

61
Panorama da Avicultura Brasileira

Ave Expo 2009 – 19 de agosto, Foz do Iguaçu/PR

Francisco Sérgio Turra


Presidente Executivo
ABEF

Brasil Produtor de Alimentos


A Demanda Mundial por Alimentos

Fonte: Elanco

62
Brasil Produtor de Alimentos
Disponibilidade de Terras no Mundo

400 Pastagens e areas não utilizadas


350 Agricultura
300
250
Milhões de hectares

200
150
100
50
0

Fonte: FAO

Brasil Produtor de Alimentos


Participação no PIB

PIB do Brasil: R$ 2,56 trilhões

PIB do

Agronegócio:
R$ 642
bilhões

Fonte: CEPEA, IBGE

63
Brasil Produtor de Alimentos
Participação nas Exportações

Exportações Totais do Brasil: R$ 198 bilhões

Exportações
 do
Agronegócio:
US$ 71,8
bilhões

Fonte: MDIC

Brasil Produtor de Alimentos


Geração de Emprego

 Empregos
gerados pelo
Agronegócio

Fonte: MDIC

64
Brasil Produtor de Alimentos
Saldo da Balança Comercial Brasileira

 

 








 




















Fonte: MAPA

Brasil Produtor de Alimentos


Ranking Agropecuário

Participação no
Principais Produtos Produção Exportação
Comércio Mundial
Suco de laranja 1º 1º 83%
Carne de frango 3º 1º 41%
Açúcar 1º 1º 41%
Complexo Soja 2º 1º 39%
Carne bovina 2º 1º 29%
Café 1º 1º 23%
Carne suína 4º 4º 11%
Etanol 2º 1º n.d.

Fonte: CNA, 2007

65
Consumo de Proteínas no Mundo
Projeção do Consumo de Carnes no Mundo

2007 2017 %
Frango 85.500 105.710 24%
Bovinos 67.123 79.517 18%
Suínos 102.577 124.875 22%
Ovinos 13.712 16.420 20%
Total 268.912 326.522 21%

Fonte: ODCE/FAO Agricultural Outlook 2008-2017

Consumo de Proteínas no Mundo


Consumo de Carnes per Capita

Fonte: FAO Food Outlook novembro de 2008

66
Consumo de Proteínas no Mundo
Preços de Carnes

Fonte: FAO Food Outlook novembro de 2008

Consumo de Proteínas no Mundo


O Impacto Relativo da Produção Avícola no Meio Ambiente

Bovinos Suínos Frango


Consumo de energia 28 17 12
(Gigajoules)
CO2 e N2O 16 6.4 4.2
Impacto no aquecimento global
CO2 e N2O 158 100 49
Impacto da Eutrofização
CO2 e N2O 471 394 173
Impacto da acidificação

Fonte: AJC International

67
Consumo de Proteínas no Mundo
A População Mundial vai Crescer!

•      


 
    
   
   
    

•    


    
  

•    


 

Fonte: AJC International

Consumo de Proteínas no Mundo


Essas Tendencias Favorecem o Consumo de Frango

• PIB vai crescer mais • Custo de energia vai aumentar


rapidamente em países em - Frangos são a proteína mais
desenvolvimento eficiente energeticamente
- Aumento do poder aquisitivo - Conversão alimentar de frangos
- Crescimento da classe média vai reduzem os custos
aumentar o consumo de proteínas

• Crescimento com preocupação • População vai crescer


ambiental - Crescimento nos países em
- Frangos consumem menos água desenvolvimento vai gerar
que outras proteínas demanda por proteínas de baixo
- Produção de frangos demandam custo
menos terras aráveis e possuem - Envelhecimento nos países
indicadores ecológicos melhores desenvolvidos vai demandar
que outras proteínas proteínas saudáveis
- Crescimento nos países
muçilmanos vai favorecer o frango

Fonte: AJC International

68
Consumo de Proteínas no Mundo
Substituições na Demanda de Carnes
  

   




 

 

  



 

Fonte: Rabobank

Consumo de Proteínas no Mundo


Os Maiores Produtores de Carne de Frango

EUA 56% da produção


Brasil mundial
China

23%
37%

18%
3%
4% 15%

EUA China Brasil México Índia Outros


Fonte: USDA, ABEF

69
Consumo de Proteínas no Mundo
Os Maiores Importadores de Carne de Frango

16%

9%

54% 9%
6%
6%

Rússia UE-27 Japão Arábia Saudita China Outros

Fonte: USDA

Consumo de Proteínas no Mundo


Os Maiores Exportadores de Carne de Frango

Brasil 78% das


EUA exportações
mundiais

4%4% 6%
8%
41%

37%

Brasil* EUA UE-27


Tailândia China Outros
Fonte: USDA * Não inclui pés

70
Consumo de Proteínas no Mundo
Os Maiores Consumidores de Carne de Frango

19%
36%

18%

5%
10% 12%

EUA China UE-27 Brasil México Outros

Fonte: USDA, ABEF

Espaço para a Carne de Frango


Consumo per Capita de Frango em 2009*

100

80

60

40

20

Fonte: USDA *Projeção

71
Espaço Para Carne de Frango
Aumento do Consumo de Carne de Frango no Mundo

• Mais pessoas
comendo frango

• População
cresceu 28% em
19 anos

•Consumo per
capita de frango
aumentou 94%

Fonte: AJC International

Espaço Para Carne de Frango


Comparação dos Custos de Produção 2000-2009

Fonte: Rabobank

72
Espaço Para Carne de Frango
Comparação de Custo de Ração, Frango Vivo e Salários

Custo do Salário no
Ração
Frango Vivo Processamento
(USD/ton)
(USD/Kg) (USD/mês)
EUA 240 0,77 2500
Brasil 260 0,71 400
Argentina 240 0,69 440
UE 390 0,92 3000
Rússia 380 0,91 440
China 410 0,96 220
Tailândia 340 0,86 250
Índia 300 0,85 100

Fonte: Rabobank

Espaço Para Carne de Frango


A competitividade da Avicultura Brasileira

Recursos naturais
+
Abundância de grãos
+
Sistema integrado
+
Exelência sanitária
+
Investimento em tecnologia
=
Uma das mais competitivas produções avícolas
do mundo

Fonte: ABEF

73
Números da Avicultura Brasileira
Produção e Exportação Brasileira de Carne de Frango
(mil toneladas e milhões de US$)
12.000 11.400
10.940
10.246
9.297 9.336
8.494
7.843
8.000 7.517

4.000
33% 34%
29% 32%
29% 31%
25%
22%
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009*

Produção Exportação (Volume) Exportação (Receita)

Fonte: SECEX, ABEF

Oportunidades e Ameaças
Mapa de Potencial de Produção de Biomassa

Fonte: FAO

74
Oportunidades e Ameaças
Mapa de Crescimento da População de 2005 a 2050

Fonte: FAO elaboração: ICONE

Oportunidades e Ameaças
Mapa de Disponibilidade de Água no Planeta

Fonte: World Resource Institute

75
Oportunidades e Ameaças
Obstáculos para o Agronegócio

Fonte: Anuário Exame 2008/2009

Associados ABEF

76
Obrigado

ABEF – Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos


Tel: +55 11 3812-7666
Email: abef@abef.com.br

77
Pulmotil AC
Busca
Modo de ação único
Ação rápida. Seis horas após a administração, as
moléculas de tilmicosina alcançam níveis terapêu-
ticos nos tecidos pulmonares e dos sacos aéreos,
onde atua de forma sinérgica com as defesas natu-
rais da ave na procura pelos patógenos.
Concentra-se nos fagócitos. O ingrediente ativo de
Pulmotil AC concentra-se rapidamente nas células
do sistema imunológico.
Proteção sustentada. Devido à alta concentração
intracelular e tecidual. Pulmotil AC persiste após o
período de tratamento.

Controla Protege
Poderoso contra os patógenos Saúde e desempenho superiores.
respiratórios primários. Aves mais saudáveis. Com o controle da doença
respiratória, Pulmotil AC ajuda a manter as aves
Controla os patógenos respiratórios primários.
saudáveis e em crescimento.
Pulmotil AC controla Mycoplasma gallisepticum,
Mycoplasma synoviae, Pasteurella multocida e Orni- Melhor desempenho. Ao melhorar a saúde,
thobacterium rhinotracheale. Pulmotil AC ajuda a levar as aves mais rapida-
Reduz a doença. Pulmotil AC reduz a gravidade mente ao abate e com menos ração, ao mesmo
das lesões dos sacos aéreos, e reduz as taxas de tempo em que há menor demanda por medica-
isolamento de micoplasma nos tecidos. ção de emergência.
Diminui a mortalidade. Como resultado do con-
trole da doença, Pulmotil AC reduz significa-
tivamente a mortalidade em relação às aves
não tratadas.

Busca. Controla. Protege.


Os registros do produto, instruções para uso e disponibilidade podem variar de acordo com o país.
Para maiores informações, entre em contato com a equipe local da Elanco.
Pulmotil AC e Elanco são marcas registradas da tilmicosina.
Pulmotil AC, Tylan Soluvel, Elanco e a barra diagonal colorida são marcas registradas da Eli Lilly anda Company.
© 2009 Elanco Saúde Animal. Todos os direitos reservados.
V2DS04_07_2009
Desafios e Perspectivas para
a produção Americana de
Carne de Frango

Jim Sumner (USAPEEC)

Ir para a Ir para o
capa Índice











U.S. poultry industry at a glance


Ave Expo 2009, III International Poultry Forum
Foz do Iguacu, Brazil, August 19-21, 2009

Jim Sumner, President


USA Poultry & Egg Export Council
International Poultry Council

My presentation includes six sections. Section one gives a brief introduction


of USAPEEC and IPC and their missions. Section two discusses U.S. broiler
production and consumption. Section three presents U.S. turkey production and
consumption. Section four examines situation of U.S. broiler and turkey exports.
Section five discusses the challenges facing the U.S. poultry industry, and the final
section concludes.

1. USAPEEC, IPC, and their Missions

A. USAPEEC and its Mission

The USA Poultry & Egg Export Council (USAPEEC) is a non-profit trade
association whose members account for more than 95 percent of all U.S. poultry and
egg exports. USAPEEC exists for the purpose of increasing U.S. poultry and egg
exports by protecting, opening and developing markets throughout the world and by
serving as the industry’s voice on trade policy issues.
Based in Stone Mountain, Georgia, USAPEEC has 13 international offices in
major export markets including China, Russia, and Mexico, etc. Our purpose is to
increase poultry and egg consumption worldwide by educating consumers about the
many advantages of these wholesome products, and to facilitate the U.S. industry’s
participation in these growing markets by ensuring that trade agreements guarantee
appropriate market access opportunities, by developing relationships with local
industries in other countries, and by working to protect the reputation of poultry
products in markets throughout the world.

80










B. IPC and its Mission

The idea that poultry industries can – and, indeed, must – cooperate for
mutual benefit even while they compete for business was a key concept behind my
participation in the formation of the International Poultry Council (IPC).
IPC was formed in October 2005 to bring together poultry industry leaders
from around the world to address issues of trade, science, and improved relations
among nations. The mission of IPC is to strengthen communication between
countries, develop and implement policy for international organizations affecting the
world’s poultry industry, and to promote a common understanding of and confidence
in poultry products in the world.
IPC has been recognized by the World Organization for Animal Health (OIE),
the United Nations Food and Agriculture Organization (FAO), and is in the process of
being recognized by the Codex Alimentarius Commission. IPC currently has 24
country members, accounting for more than 90 percent of world poultry production.
ABEF is a member and Ricardo Santin has a seat on the executive committee. Also,
Argentina, Chile, and Colombia are IPC members.
IPC allows countries to work together on common issues. For example, ABEF
and USAPEEC have been working cooperatively to fight an anti-dumping case that
Ukraine has lodged against the poultry industries of the United States and Brazil. It
is unfortunate, but certain countries around the world do not understand the
concept of anti-dumping.
It is also important for poultry producers and trading companies to belong to
the IPC as associate members. IPC can help to share benefits of free and open trade.
The upcoming IPC annual meeting will be held in Sydney, Australia, on October 29-
30, 2009.

2. U.S. broiler production and consumption

The United States is the largest broiler producer in the world. In 2008, U.S.
broiler production reached 16.6 million metric tons, accounting for 23.2 percent of
total global production.

Production in 2009 is expected to decline by 4.0 percent in response to high


feed and energy costs and weak domestic demand. And the ending stocks of broiler
meat in 2009 are expected to decrease to 283,000 tons, a decrease of 16.3 percent

81










from 2008. U.S. broiler production is expected to grow constantly over the next
decade, reaching about 18.7 million tons in 2018.
The United States is also the largest consumer of broiler meat in the world.
In 2008, total U.S. domestic broiler consumption reached 13.4 million tons, while
total consumption in China and India was 12.0 and 2.5 million tons, respectively.
Per capita consumption has tended to decrease slightly in recent years due
in part to the economic downturn. Per capita broiler consumption reached a peak of
45.8 kilograms in 2006, but it reduced to 44.2 kilograms in 2008, and is expected to
decline to 43.3 kilograms in 2009.
While per capita expenditure on broiler in the United States is expected to
decline in terms of percent of income over the next decade, dollars per person spent
on broiler are expected to increase from currently around 150 dollars to 183 dollars
in 2018. As a result, per capita broiler consumption is expected to increase slightly in
the next decade, with an average annual increase of 0.7 percent.

3. U.S. turkey production and consumption

The United States is also the largest turkey producer in the world. In 2008,
U.S. turkey production reached 2.8 million tons, accounting for 52.8 percent of the
world total turkey production.
U.S. turkey production in 2009 is expected to decline by 7.2 percent in
response to high feed and energy costs and weak domestic demand. However, U.S.
turkey production is expected to grow constantly over the next decade, reaching
about 3.0 million tons in 2018.
The United States is also the top consumer of turkey meat in the world. In
2008, total U.S. domestic turkey consumption reached 2.43 million tons, followed by
the EU-27 (with a total consumption of 1.75 million tons), Brazil (295,000 tons), and
Mexico (218,000 tons). By contrast, China, the most populous country in the world
only consumed 55,000 tons of turkey in 2008.

Per capita consumption of turkey in the U.S. increased dramatically prior to


1990, but tended to stabilize at around 8.0 kilograms afterwards. Per capita
consumption of turkey is expected to remain at around 8.0 kilograms throughout
2018.

82










4. U.S. broiler and turkey exports and imports

Theoretically, exports benefit domestic producers but disfavor domestic


consumers. However, broiler exports benefit both U.S. producers and consumers
due to difference in consumer preferences across the countries. For example, U.S.
consumers prefer wings and breast meat while foreign consumers prefer leg
quarters, wing tips, and even chicken paws, which have little value in the U.S.
domestic market.
Exports boost U.S. domestic broiler production, and more chicken wings and
breasts become available at relatively lower prices in the U.S. domestic market,
which benefits U.S. consumers. For example, the price ratio between leg quarters
and breast meat in the U.S. domestic market tends to increase over time, thanks to
increased exports of leg quarters over the years. In other words, breast meat tends
to become relatively cheaper as compared with leg quarters since domestic supply
of breast meat has increased over time.
The U.S. government does not subsidize any exports of poultry, and has not
issued any poultry export subsidies for more than 10 years.
Regarding poultry imports into the United States, nine countries are
approved to export poultry meat to the United States. Most recently, Chile complete
the approval and in 2008 exported more than 1,000 metric tons of chicken meat to
the United States, with an export value of $2.85 million. In the first five months of
2009, Chilean poultry exports to the U.S. reached 1,538 tons, with an export value
of $3.70 million, up 661 and 478 percent from same period a year earlier,
respectively.
China has also begun the process of gaining approval to export cooked
chicken to the United States and was close to being approved until a single,
powerful member of the U.S. Congress – citing food safety issues – blocked the
process with a legislative provision that prohibits the U.S. Department of Agriculture
from completing its science-based review of China’s ability to comply with U.S.
domestic regulatory standards. China has taken the dispute to the World Trade
Organization.
The U.S. poultry industry is leading the charge to ensure that China is
treated fairly and in accordance with U.S. laws and regulations. We have repeatedly
urged the U.S. Congress to base import decisions on science, not on politics.

83










A. Broiler Exports

The United State is the largest broiler exporter in export tonnage and is
second only to Brazil in export value.
In 2008, U.S. broiler exports set records in both volume and value. Broiler
exports (including paws) reached 3.67 million tons, with an export value of $3.85
billion, up 18.1 and 28.1 percent year on year, respectively. In the first five months
of 2009, broiler exports reached 1.48 million tons, with an export value of $1.47
billion, up 4.0 and 2.0 percent from the same period a year earlier, respectively.
Percentage of broiler production exported has increased over the years. As
discussed above, broiler production is expected to decrease by 4.0 percent in 2009,
but exports are expected to remain strong thanks to increased world demand for
more affordable broiler meat, percentage of broiler production exported is expected
to increase to 20.1 percent in 2009 as compared to 19.1 percent a year earlier. This
suggests that exports will tend to play more important role in driving up U.S. broiler
production as U.S. domestic consumption levels off.
The five top export markets for U.S. broiler are China, Russia, Mexico,
Ukraine, and Cuba. However, U.S. broiler exports have tended to be less dependent
on the top markets over time.
U.S. broiler exports to China have increased rapidly since 2005. In 2008,
exports to China reached 753,908 tons, with an export value of $676.7 million.
Exports in 2009 are expected to remain more or less the same in 2008 given there
are no major trade interruptions.
U.S. broiler exports to Russia have fluctuated over time. In 2008, exports to
Russia reached 828,891 tons, with an export value of $801.5 million. Exports in
2009 are expected to reach 663,000 tons, with an export value of $705.4 million.
The decline in exports to Russia is due in part to the fact that Russia has reduced its
tariff-rate quota (TRQ) significantly in 2009. The TRQ allocated to the U.S. has
reduced from 901,000 tons in 2008 to 750,000 tons in 2009.
U.S. broiler exports to Mexico have increased rapidly over the years. In 2008,
broiler exports to Mexico reached 309,406 tons, with an export value of $271.6
million, an increase of 27.6 and 22.6 percent from 2007, respectively. Exports in
2009 are expected to reach 355,800 tons, with an export value of $304.2 million.
U.S. broiler exports to Cuba have increased rapidly in recent years. In a few
short years, Cuba has become one of the top export markets for U.S. broiler. In
2008, broiler exports to Cuba jumped to 143,660 tons, with an export value of

84










$137.2 million, an increase of 50.4 and 79.7 percent from 2007, respectively.
Exports in 2009 are expected to decrease a few percentage in volume but increase
slightly in value.

B. Turkey Exports
For turkey, the United State is the leading exporter in the world, with an
export share of 45.3 in world total turkey exports in 2008, followed by Brazil (37.3
percent) and the EU-27 (18.4 percent).
In 2008, U.S. turkey exports set records in both volume and value. Export
volume reached 306,696 tons, up 23.7 percent from 2007. Export value was $481.8
million, an increase of 20.5 percent from the previous year. In the first five months
of 2009, turkey exports were 86,753 tons, with an export value of $146.3 million,
down 24.5 and 21.1 percent from 2007, respectively.
This is mainly because turkey meat, as compared with broiler meat, has
become relatively more expensive than before. And consumers, with lower
purchasing power caused by economic downturn, are more sensitive to price
changes and shift to cheaper meat proteins. So far this year, exports to major
markets such as Mexico, China, Canada, and Hong Kong have decreased
significantly over the same period a year earlier.
Percentage of turkey production exported reached 11.0 percent in 2008, a
peak in history. As discussed earlier, turkey production is expected to decrease by
7.0 percent in 2009, but exports are expected to decrease at a faster pace. As a
result, percentage of turkey production exported is expected to decrease to 10.0
percent in 2009.
The five top export markets for U.S. turkey are Mexico, China/Hong Kong,
Russia, Canada, and Taiwan.
U.S. turkey exports to Mexico have increased rapidly over the years. In 2008,
turkey exports to Mexico reached 162,454 tons, with an export value of $275.0
million, an increase of 18.8 and 16.1 percent from 2007, respectively. Exports in
2009 are expected to reach 139,800 tons, with an export value of $251.1 million.
Lower pork prices driven by HINI or swine flu, relatively cheaper broiler meat, lower
GDP pulled down by both economic downturn and swine flu, and the depreciation of
Mexican peso against the U.S. dollar all contribute to the decline in turkey exports to
Mexico.

85










5. Challenges facing the U.S. poultry industry

Income is an important factor for meat consumption. There is no doubt that


the economic downturn is a big challenge for the U.S. poultry industry because it
has led to higher unemployment rate, lower consumers’ income, and lower
consumption confidence, which in turn translate into a weak market demand for
meat protein.
But the economic crisis is just a bump in the road. In the long-run, one of
the big challenges facing the U.S. poultry industry is still the high feed grain prices
driven by the biofuel mandate, among other factors. High feed grain prices in 2008
added tremendous stress on U.S. broiler and turkey producers.
U.S. ethanol industry is expanded rapidly over the past several years, with
ethanol production increased from less than 3 billion gallons in 2003 to over 9 billion
gallons in 2008, according to USDA statistics. Most ethanol production in the United
States uses corn as the feedstock. Over the next decade, corn used for ethanol
production is expected to increase constantly due in part to the increased crude oil
prices.
While U.S. corn production is expected to increase constantly over time
thanks to advanced technology, corn prices are expected to remain high throughout
the next decade. As a result, the cost of broiler and turkey production is expected to
remain high.
However, the next decade is expected to be a great growth period for
poultry because: a). GDP will grow faster in developing countries, implying higher
import demand for poultry meat and other meat proteins. b). Increased world
population will drive up total demand for poultry meat. In particular, population
growth in the Muslim countries will favor poultry consumption. c). Energy costs are
expected to increase everywhere in the future, poultry is the most energy efficient
protein as well as the most efficient converter of feed. d). poultry production is more
environmentally friendly. It demands less water, uses less arable land, and emits
less greenhouse gases.

6. Conclusions

In response to high feed and energy cost, U.S. broiler and turkey production
is expected to decrease throughout 2009 in order to return to profitability. However,
U.S. broiler exports are expected to remain strong in 2009 thanks to increased world

86










demand for broiler meat. This is because consumers, with decreased purchasing
power under economic downturn, would shift from other meats to more affordable
broiler meat.
As U.S. per capita consumption of poultry levels off, exports will become a
more important factor driving U.S. poultry production in the future. In the long run,
more people will eat more poultry meat. And U.S. broiler and turkey production and
exports are expected to increase constantly over the next decade.

87
Desafios e Perspectivas
para a produção Asiática de
Carne de Frango

Gordon Butland

Ir para a Ir para o
capa Índice


Global poultry with special


emphasis on Asia
ASIA; MARKET OR COMPETITOR
As the other speakers will be telling you a lot about the Western world I will
concentrate on Asia. Geographically Asia starts in Syria but for this presentation, we
will consider Asia starting in India and stretching to Indonesia.

The continent houses 53% of the world population, has 30% of global GDP, eats
30% of the chicken in the world and per capita consumption is only 6.8 kilograms
per capita compared to the global average of over 11 kgs.

If we separate Japan the share of GDP falls dramatically to 21%, but the other
indicators above change very little.

For this audience, the key question is “Asia; a competitor or a market”. The answer
of course is both. Japan is the largest “value” importer of animal protein, and China,
including Hong Kong, is the largest global volume importer of chicken products.
Thailand is the largest exporter of cooked chicken, while China is main supplier of
cooked pork to Japan. India with its large population and Indonesia with the largest
Islamic population in the world are both prime targets for Brazilian exporters.

It is interesting to compare the poultry industries of the two giants India and China,
as they are significantly different.

China has a developed and sophisticated fast food sector with KFC and McDonalds
both very active. It has significant cooked product capacity, that is more and more
targeting the domestic market. It is both an importer and exporter although exports
are restricted due to Avian Influenza issues. Finally the industry is very fragmented
all through the chain. Although there are major global players such as Tyson Foods
and the CP (Thailand) group present there is no really large (over 10 million birds a
week), processor.

89


In India about 90% of the production is destined for the wet market and there are
few export opportunities. The market is dominated by two groups Venke and
Suguna. There are huge deficiencies in transport infrastructure and a complete
absence of cold chain facilities, even in urban surroundings. There are no imports of
finished products and even supplies such as grandparents, equipment and animal
health products suffer severe restrictions, although Brasil has been able to export
grandparents over the last two years.

In the long term there is a consensus that Asia will represent the best opportunities
for growth, however most of the region will encounter problems with the supply of
feed ingredients. Well over 80% of the soy production in the world is in the
Americas and today China accounts for a massive 50% of global soy (bean and
meal) imports. Water and arable land constraints in China will tend to exacerbate
the existing situation.

So Asia is mainly a market, especially for the products that go into the production
chain. However if China and Thailand were able to overcome their AI issues they
would take away part of Brazilian exports to Japan and Europe to the extent of
about 5% of current production in Brazil.

90
Novos conceitos em
nutrição avícola

Dr. Horácio Rostagno

Ir para a Ir para o
capa Índice
Novos conceitos em
nutrição avícola
G. R. Lelis, L.F.T. Albino, S.C. Salguero Cruz,
P.C. Gomes, A.M.A. Campos,
H.H.C. Mello e H.S. Rostagno.
Departamento de Zootecnia - Universidade Federal de Viçosa
36570-000 - Viçosa – MG Brasil

Resumo: A proteína ideal pode ser definida como o balanço exato dos
aminoácidos, sem deficiências ou excessos, com o objetivo de satisfazer as
exigências absolutas de todos os aminoácidos para mantença e para máximo
ganho de proteína corporal. A lisina foi escolhida como referência (Padrão =
100), e as exigências dos outros aminoácidos essenciais são expressas como
porcentagem da lisina. Mediante a utilização de equações de predição é
possível estimar as exigências de lisina considerando a produtividade das aves.
O nível de energia metabolizável influencia linearmente a conversão alimentar
dos frangos, por isso é recomendável manter constante a relação nutriente /
energia das rações avícolas. A utilização de aminoácidos industriais e do
conceito de proteína ideal, com mínimo de proteína, resulta em ótimo
desempenho dos frangos de corte com redução na excreção de N e NH3. As
dietas avícolas devem ser formuladas com valores de composição e de
exigência de cálcio e de fósforo digestíveis, para minimizar a poluição
ambiental. Experimentos mostraram clara tendência de redução das exigências
nutricionais de fósforo para frangos de corte e para galinhas poedeiras.

1. Introdução
O continuo progresso e a melhora do desempenho que apresenta a
indústria avícola são produtos da contribuição cientifica e da tecnologia das
diferentes áreas como genética e nutrição. Obviamente a nutrição está
diretamente relacionada a este desenvolvimento, e atualizações periódicas são
necessárias, não só para definir a proteína ideal e as novas exigências
nutricionais, como também a composição e a valorização nutritiva dos recursos
alimentares utilizados na alimentação das aves.
Assim podemos concluir que a melhora da eficiência na produção avícola
resulta de trabalhos relacionados com: a) utilização de níveis energéticos
adequados; b) exigências nutricionais; c) uso do conceito de proteína ideal e,
d) formulação de rações de custo mínimo usando o conceito de proteína ideal.

92
2. Proteína Ideal - Definição
Com a disponibilidade comercial dos aminoácidos industriais, nos últimos
anos, foi proposto o conceito de proteína ideal. De acordo com Emmert e Baker
(1997), a proteína ideal pode ser definida como o balanço exato dos
aminoácidos, sem deficiências ou excessos, com o objetivo de satisfazer as
exigências absolutas de todos os aminoácidos para mantença e para máximo
ganho de proteína corporal, isto reduz seu uso como fonte de energia e diminui
a excreção de nitrogênio.
Analisando estas características, os pesquisadores determinaram o perfil
ideal de aminoácidos essenciais, considerando a lisina como base para seu
calculo (Padrão = 100). As exigências dos outros aminoácidos essenciais se
expressam como porcentagem da lisina o que permite a fácil adaptação a
diversas condições. Este conceito é uma ferramenta para a redução dos custos
de alimentação, a partir da flexibilização do nível protéico mínimo e da melhor
utilização de ingredientes alternativos.

3. Proteína ideal – Valores


Como citado acima a lisina é utilizada como aminoácido referência, e as
exigências dos demais aminoácidos são expressas como porcentagem da
exigência de lisina.

3.1. Frangos de Corte


As diferentes relações de aminoácidos digestíveis/lisina digestível são
apresentadas na tabela 1. São apresentados os valores médios de cinco autores
citados por Geraert et al (2005), os de Baker (2002) e as recomendações das
Tabelas Brasileiras (Rostagno et al 2005). A conclusão obvia sobre o perfil de
proteína ideal é que existe grande variação entre os níveis recomendados.

Tabela 1. Perfil da Proteína Ideal – Relação AA/Lisina Dig. para Frangos de


Corte
Aminoácido Geraert Baker UFV (2005) UFV (2005)
(20005) 1994- (2002) Inicial 2 Crescimento2
19991
Lisina, % 100 100 100 100
Met. + Cis. % 74 72 71 72
Treonina, % 68 56 - 58 65 65
Arginina, % 116 105 105 105
Valina, % 80 78 75 77
Isoleucina, % 69 61 65 67
Leucina, % - 109 108 109
Triptofano, % 17 17 16 17
Histidina, % - 35 36 36

93
Fenil + Tir - 105 115 115
Gli + Ser Total, -
105/1103 150 140
%2
1
Média das publicações entre 1994 e 1999 de cinco autores, citados por
Geraert et al., (2005). 2 Valores de Rostagno et al (2005) 3.Valores do NRC
(1994)

3.2. Poedeiras
As diferentes relações para estimar as exigências dos aminoácidos
essenciais nas rações para poedeiras são apresentadas na tabela 2. São
apresentadas as médias de cinco autores citados por Bregendahl et al.(2008),
os valores encontrados pelos mesmos autores e as recomendações das Tabelas
Brasileiras (2005).

Tabela 2. Perfil da Proteína Ideal – Relação AA/Lisina Dig. para Poedeiras


Publicações Bregendahl
Aminoácido UFV (2005)
1994-20051 (2008)
Lisina, % 100 100 100
Metionina, % 47 47 50
Met + Cis, % 87 94 91
Triptofano, % 20 22 23
Treonina, % 73 77 66
Valina, % 88 93 90
Isoleucina, % 83 79 83
Arginina, % 104 -- 100
1. Média das publicações de cinco autores citados por Bregendahl et al.
(2008).
4. Métodos para Determinar as Exigências Nutricionais
As exigências de um nutriente podem ser definidas como a quantidade do
mesmo a ser proporcionado na dieta, para atender as necessidades de
mantença e de produção em condições ambientais compatíveis com a boa
saúde do animal. Para determinar as exigências nutricionais em frangos de
corte podem ser utilizados dois métodos: dose resposta e fatorial. O método
dose resposta determina as exigências com base na resposta de desempenho
dos animais alimentados com dietas que contém níveis crescentes do nutriente
em estudo. O método fatorial é baseado no princípio da determinação da
quantidade diária do nutriente que o animal necessita para a mantença,
crescimento e/ou produção.
x Método dose resposta

94
Para estimar as exigências nutricionais dos aminoácidos as aves são
alimentadas, em um período determinado (ex. 7 a 21 dias), com dietas
experimentais contendo níveis crescentes do nutriente em estudo, e se
determina a resposta de parâmetros predefinidos como ganho de peso,
conversão alimentar, deposição de peito entre outros.
Neste método a exigência do animal a um aminoácido encontra-se no
nível máximo de resposta ao parâmetro avaliado. Como por exemplo, a melhor
conversão alimentar, observado na Tabela 3, onde a exigência de lisina
digestível para frangos de 23 a 36 dias de idade foi de 1,04%, nível no qual se
obteve a melhor conversão alimentar (Toledo, 2004).

Tabela 3. Lisina Digestível e Conversão de Frangos de Corte Machos de 23 a


36 dias.
Lisina Dig., % 0,86% 0,92% 0,98% 1,04% 1,10%
1
Conversão 1,827 1,729 1,720 1,698* 1,711
1
Efeito quadrático (P<0,05). * Melhor valor

Procedimentos para analisar os dados. Os pesquisadores têm usado


diferentes critérios para interpretar os resultados dos experimentos de
exigências nutricionais, o que tem levado as variações nos níveis
recomendados. Os resultados (exigências) são diferentes segundo o critério de
resposta ou os modelos de regressão utilizados.
Um dos procedimentos para analisar os dados dos experimentos de dose
resposta, têm sido os testes de comparação de medias, recomendados para
variáveis qualitativas. O uso destes tem gerado criticas quando são aplicados
em dado de ensaios de exigências, onde os tratamentos são de natureza
quantitativa. Vários modelos podem ser utilizados para estimar o nível ótimo do
nutriente, o modelo Linear Response Plateau (LRP), o modelo quadrático e o
exponencial.
Euclydes & Rostagno (2001), citam que a aplicação de cada modelo
dependerá da relação entre os níveis do nutriente em estudo e a resposta aos
mesmos, podendo haver subestimação do nível ótimo, no caso do LRP. No
entanto a função quadrática que aparentemente apresenta vantagem na
determinação da exigência nutricional, por estimar o desempenho máximo
possível, tem desvantagens, no sentido de ser muito sensível ás diferencias
entre os níveis estudados. Além de apresentar simetria bilateral, ou seja,
descreve a queda na produção com a mesma intensidade que o aumento nos
níveis, o que biologicamente não pode ser adequado.
A combinação dos modelos poderia ser a melhor recomendação,
mediante o uso da equação quadrática de resposta, associada ao platô. A
vantagem deste modelo é que o nível ótimo encontrado não é o maior como é
geralmente estimado na derivação da função quadrática, nem o menor como o
observado no modelo LRP, passando a ser intermediário, no ponto de encontro

95
entre a reta da equação e o platô. Outra opção usada pelos pesquisadores é a
aplicação de um intervalo de confiança de 95% do valor estimado pela equação
quadrática.
Para realizar uma comparação mais adequada das diferentes
metodologias, Euclydes e Rostagno (2001), analisaram os dados de cinco
experimentos com seis níveis de lisina digestível de duas teses de doutorado
realizadas na Universidade Federal de Viçosa; Barboza (1998) e Costa (2000).
As variáveis avaliadas foram: ganho de peso, conversão alimentar e peito com
osso. Com a aplicação de todas as metodologias propostas, a porcentagem de
lisina digestível recomendada na formulação de rações para frangos de corte
machos, apresenta variação de 9% entre a menor e a maior estimativa da
exigência: 0,910% a 0,992%, 0,915% a 1,002% e 0,935% a 1,015%, para
ganho de peso, conversão alimentar e peito com osso, respectivamente. O LRP
mostrou tendência a subestimar e a quadrática a superestimar as exigências de
lisina.
Portanto, a aplicação e a escolha dos modelos dependerão da relação
entre os níveis do nutriente em estudo e a resposta aos mesmos. O
pesquisador tem que conhecer os modelos, saber as vantagens e as limitações.
Deve analisar seus resultados, aplicar os modelos disponíveis e optar por aquele
que se ajuste melhor aos dados obtidos, para definir o nível do nutriente,
conforme o objetivo da pesquisa.
Parâmetros Produtivos. Podem-se ordenar as exigências dos
aminoácidos de frangos de corte de acordo aos parâmetros produtivos
avaliados: Ganho de Peso < Rendimento Peito < Conversão < Gordura
Abdominal. Nas condições em que foram executados os experimentos relatados
neste artigo, os níveis de lisina e de proteína necessários para ótima conversão
alimentar, foram maiores que para máximo peso corporal e rendimento de
peito. Por outro lado, os níveis de aminoácidos e de proteína necessários nas
rações de frangos de corte para minimizar a gordura abdominal parecem ser
sempre maiores que para ótima conversão (Rostagno et al 2007). De forma
similar às exigências de cálcio e de fósforo são menores para os parâmetros de
ganho de peso do que para ótima deposição destes minerais nos ossos.
x Método Fatorial
A abordagem é baseada no conceito de que a exigência de um
aminoácido pode ser divida em dois ou mais compartimentos: exigências para a
deposição de proteína corporal, para crescimento de penas e para mantença.
De esta forma, para a elaboração do modelo fatorial é necessário determinar ou
estabelecer, com base na literatura e nos experimentos, os coeficientes ou os
fatores que expressam as exigências nutricionais. As predições sobre as
exigências se baseiam nos dados obtidos nos ensaios de dose resposta, levando
em consideração a eficiência de utilização metabólica dos nutrientes para
crescimento e para mantença.

96
A mantença pode ser definida como o equilíbrio do aminoácido ou do
nutriente corporal, estado no qual a ingestão deste é igual á soma das perdas.
Para manter este equilíbrio, os aminoácidos devem ser substituídos na mesma
proporção em que são perdidos no metabolismo ou excretados pela ave.
O método fatorial calcula a exigência para ganho de peso baseada na
curva de crescimento e na deposição diária de proteína. O crescimento dos
animais de acordo com a idade pode ser expresso por meio de modelos
matemáticos. Diversas são as equações matemáticas que têm sido usadas para
estimar o crescimento dos animais, entre as quais se destacam: Robertson,
Gompertz, Brody, Bertalanffy e Logística. Destas, a equação desenvolvida por
Gompertz há quase 180 anos, descreve com grande eficiência o crescimento de
frangos de corte assim como também de outras espécies.
Para os animais em crescimento, a maior parte das exigências dos
aminoácidos é para deposição de proteína corporal. As proporções relativas ás
exigências dos aminoácidos são altamente relacionadas com a composição da
proteína corporal.
Segundo Fuller (1994), a deposição dos aminoácidos da dieta na forma
de proteína corporal (ganho de peso) não tem a eficiência de 100%, ou seja, os
aminoácidos não são totalmente retidos. Isto acontece em parte porque as
perdas de aminoácidos são obrigatórias. Para o animal reter uma grama de
proteína corporal, a dieta deve abastecer não só os aminoácidos dessa
proteína, mais também ter um adicional para cobrir as perdas, as quais
resultam na redução da eficiência de utilização dos aminoácidos.
A exigência diária de um aminoácido pode ser calculada, a partir do
conhecimento dos parâmetros: deposição diária de proteína, conteúdo de
aminoácidos na proteína corporal, eficiência de deposição e exigência de
aminoácidos para mantença. O exemplo para o cálculo das exigências da
proteína ideal dos aminoácidos mais importantes para frangos de corte e
galinhas poedeiras, aplicando o método fatorial, é apresentado nas tabelas 4 e
5, respectivamente.

Tabela 4. Utilização do Método Fatorial para Calcular as Exigências de


Aminoácidos para Frangos de Corte. (Ex. Peso = 2,198 kg; P 0,75 = 1,805;
Deposição de Proteína = 17 g./dia)
Lisina Metionina Treonina
0,75
Fator Exig. Mantença x P 0,100 0,043 0,115
Mantença AA. Dig. (g/dia) 0,181 0,078 0,208
Deposição de Proteína1 (g/dia) 17 17 17
Conteúdo de AA da Proteína 7,0 2,0 3,9
AA. Depositado1 (g/dia) 1,190 0,340 0,663

97
Eficiência de Utilização de AA, % 70 52 65
2
AA. Dig. para Ganho (g/dia) 1,700 0,654 1,020
Exig. Manten.+ Ganho (g/dia) 1,881 0,732 1,228
Relação AA Dig. / Lis Dig, % 100 39% (71%)1 65
1
Considerando a proporção de 55 % Met + 45% Cis = 71% Met + Cis / Lis.

5. Atualização da Proteína Ideal


Metionina + Cistina. Em aves, quantidades relativamente maiores de
Met + Cis são necessárias para crescimento de penas e para mantença,
enquanto que a lisina é usada quase exclusivamente para deposição de
proteína.
Utilizando os resultados médios de 14 experimentos (7 na fase inicial e 7
na fase de crescimento) realizados na Universidade Federal de Viçosa foram
utilizadas diferentes metodologias estatísticas para obter a exigência e a relação
Met + Cis digestível / Lisina digestível para frangos de corte. Na tabela 6 são
mostrados os resultados de conversão alimentar e as relações obtidas pelos
diferentes modelos. Não foi possível obter a exigência com o modelo LRP na
fase inicial, mas, na fase de crescimento mostrou tendência de subestimar este.
Pode-se concluir que as relações recomendadas para a fase inicial e de
crescimento são de 72 e 73-74%, respectivamente.

Tabela 5. Utilização do Método Fatorial para Calcular as Exigências de


Aminoácidos para Galinhas Poedeiras. (Ex. Peso = 1,6 kg; P 0,75 = 1,423;
Deposição de Proteína: 2 g. ganho/dia com 18% Prot.= 0,36; Massa de Ovo =
55 g/dia)

Lisina Metionina Treonina


0,75
Fator Exig. Mantença x P 0,100 0,043 0,115
Mantença AA. Dig. (g/dia) 0,142 0,061 0,164
Deposição de Proteína1 (g/dia) 0,36 0,36 0,36
Conteúdo de AA da Proteína 7,0 2,0 3,9
AA. Depositado1 (g/dia) 0,0252 0,0072 0,014
Eficiência de Utilização de AA, % 70 52 65
2
AA. Dig. Para Ganho (g/dia) 0,036 0,014 0,022
Ovo Massa, g/dia 55 55 55

98
Ovo Prot (12%), g/dia 6,6 6,6 6,6
Conteúdo Ovo AA da Proteína 6,77 3,37 4,65
Ovo AA Depositado g/d 0,447 0,222 0,307
Ovo Eficiência utilização AA 70 70 70
AA Dig para Ovo (g/d) 0,639 0,317 0,439
AA para Mantença+Ganho+Ovo
0,817 0,392 0,625
(g/d)
48,0 (87,3%)
Relação AA Dig. / Lis Dig, % 100 1 76,5
1
Considerando a proporção de 55 % Met + 45% Cis = 87,3% Met + Cis / Lis.

Tabela 6. Exigência de Met + Cis Dig e Proteína Ideal de Frangos de Corte


Machos para as Fases Inicial (7 experimentos) e de Crescimento (7
experimentos)
Fase inicial ( 1 – 21 dias)1 Fase de crescimento (22 – 42 dias)2
Met + Cis Dig. (%) Conv. Alim. Met + Cis Dig. (%) Conv. Alim.
0,645 1,629 0,547 2,351
0,700 1,534 0,629 2,093
0,755 1,506 0,684 2,027
0,810 1,476 0,738 2,027
0,865 1,547 0,793 2,021
0,899 1,531 0,847 2,012
Modelo LRP - Modelo LRP 0,676 (68,8)
Modelo Quadrático 0,798 (72,7) Modelo Quadrático 0,768 (78,2)
95% Quadrático 0,758 (69,0) 95% Quadrático 0,730 (74,3)
1 2
Fase inicial lis Dig. = 1,098%. Fase de crescimento Lis. Dig. = 0,982%
Treonina. Em dietas vegetais a base de milho e de farelo de soja para
frangos de corte, a treonina é considerada o terceiro aminoácido limitante,
depois da metionina e da lisina. A relação treonina/lisina (Proteína Ideal)
recomendada nas rações para frangos por diversos autores, varia de 56 a 67%,
e as Tabelas Brasileiras (Rostagno et al.,2005) sugerem uma relação de 65%.
A treonina forma parte da proteína dos músculos e pode ser utilizada para
sintetizar glicina, outro aminoácido essencial para as aves. A mucina contém

99
16,3% de treonina, sete vezes mais que lisina (2,3%), e as imunoglobulinas
têm em média 10,2% de treonina versus 6,2% de lisina. O que demonstra que
este aminoácido não atua somente na produção (ganho de peso), mas também
é extremamente importante para a exigência de mantença (Páez, 2004).
Frangos alimentados com dietas deficientes em treonina mostraram
redução no crescimento, no entanto o desenvolvimento dos órgãos imunes não
foi afetado (Takahashi et al., 1994). Por outro lado, Faure et al. (2005)
concluíram que ratos alimentados com dietas deficientes em treonina,
apresentaram redução na capacidade intestinal para sintetizar mucina.
É de considerar que a relação treonina/lisina pode ser influenciada por
vários fatores, entre eles, as condições ambientais. Kidd et al (2003) avaliaram
dietas com diferentes níveis de treonina para frangos de corte, criados em
ambiente sujo e limpo. Os autores encontraram uma resposta quadrática no
desempenho das aves no ambiente limpo, por outro lado, a resposta no
ambiente sujo foi linear, o que sugere maior exigência de treonina, para manter
a integridade intestinal, no ambiente com desafio. Pesquisa similar foi realizada
por Páez (2004) utilizando frangos de corte de 1 a 45 dias de idade, criados em
ambiente limpo (aviário desinfetado e cama nova) ou sujo (sem desinfecção e
cama reutilizada). As aves alimentadas com a relação de 65% em ambiente
limpo apresentaram a melhor conversão alimentar. Em contraste as aves
criadas em ambiente sujo alimentadas com a relação de 70% mostraram
numericamente a melhor conversão. Uma possível explicação para estes
resultados seria que no ambiente sujo, devido ao maior desafio a nível
intestinal (produção de mucina), a demanda de treonina é maior.
Em outro experimento realizado na Universidade Federal de Viçosa com
frangos de corte, criados sobre cama reutilizada e sem limpar os bebedouros,
para aumentar o desafio sanitário, Carvalho et al (2008), avaliaram novamente
três relações treonina digestivel / lisina digestível em dietas com e sem
suplementação de anticoccidiano. Como esperado, a ausência do anticoccidiano
na dieta, afetou negativamente o desempenho dos frangos e aumentou o
número de oocistos nas excretas. Os frangos alimentados com dietas onde a
relação foi de 65% mostraram desempenho melhor, no entanto a quantidade
de oocistos na excreta aos 28 e 39 dias, diminuiu linearmente com o aumento
de treonina na ração (tabela 7). Pode-se especular que a exigência de treonina
para manter a saúde intestinal (aumento na produção de mucina) parece ser
maior, que para maximizar o ganho de peso e a conversão alimentar.

Glicina. Para as aves os aminoácidos glicina e serina são considerados


dieteticamente essenciais. Apesar de serem sintetizados, a produção não é
suficiente para atender as necessidades de ganho de peso (proteína) e o
catabolismo do excesso de nitrogênio (ácido úrico). A glicina forma parte do
acido úrico, e cada vez que uma molécula de acido úrico é excretada, uma de
glicina também é eliminada.

100
Isto nos leva a pensar, que a exigência de glicina + serina pode ser mais
elevada nas linhagens de frangos corte, devido ao rápido crescimento. As
necessidades destes aminoácidos aumentam quando as aves são alimentadas
com dietas que contém altos níveis de proteína ou com desequilíbrio de
aminoácidos.

Tabela 7. Efeito Do Nível De Treonina Em Dietas Com e Sem Anticoccidiano


Sobre O Número De Oocistos Na Excreta De Frangos De Corte1.
Relação Tre / Lis (%)
Oocistos / g. de Excreta
60 65 70
2
28 dias de Idade (CV = 125%)
Com Anticoccidiano 4450 1225 258
Sem Anticoccidiano 5075 3642 1992
1
39 dias de Idade (CV = 89%)
Com Anticoccidiano 5217 1367 1200
Sem Anticoccidiano 5583 5400 4717
1 2
Adaptado de Carvalho et al. (2008) Efeito lineal (P<0,05)

Por muitos anos, a glicina e a serina foram considerados como


aminoácidos secundários, visto que o NRC (1994) recomenda níveis
extremamente baixos para frangos de corte (1,25 a 0,97% de glicina + serina).
Também foram usados nas dietas de frangos de corte produtos de origem
animal, como a farinha de carne, farinha de vísceras e farinha de penas, que
contem níveis altos destes aminoácidos (9 a 15%), quando são comparados
com o farelo de soja (4,2%) ou o milho (0,7%).
Schutte et al. (1997) estabeleceu que a glicina era um aminoácido
limitante para frangos de corte na fase inicial (1 a 21 dias), quando a proteína
da dieta era reduzida de 22 para 19%. As exigências foram calculadas entre
1,8 a 1,9% de glicina total. Similarmente, Rostagno et al. (2003) estimaram
que a exigência nutricional de glicina + serina total era de 2,11%, para
pintinhos de 8 a 21 dias.
Experimentos realizados recentemente por Dean et al (2006), mostraram
que níveis de glicina + serina, entre 2,32 e 2,44% em dietas de baixa proteína
(16%), suplementadas com aminoácidos essenciais, resultam em ganho de
peso e eficiência alimentar de frangos de corte (0 a 17/18 dias) similar ás aves
alimentadas com a dieta controle de 22% de proteína.
Com o objetivo de demonstrar que a glicina (glicina + serina), é um
aminoácido crítico em dietas vegetais para frangos de corte, Viana et al (2007)
realizaram um experimento com uma dieta a base de milho e farelo de soja
(controle), que foi suplementada com 0,15% de glicina cristalina, ou 5% de
farinha de carne. O desempenho dos frangos melhorou significativamente com
a suplementação de glicina ou com o uso de farinha de carne nas dietas

10

101
experimentais, o que demonstra a necessidade de controlar o nivel de todos os
aminoácidos essenciais nas rações avícolas modernas (tabela 8).
Tabela 8- Efeito da adição de glicina ou farinha de carne em dietas vegetais
sobre o desempenho de frangos de corte. (1 a 38 dias)1
Tipo de Dieta Ganho, g. Conversão Peito (%)
Vegetal 2308,2B 1,702B 25,7 B
Vegetal + 0,15% Glicina 2346,5A 1,658A 26,0 A
Vegetal + 5% F. Carne 2318,2AB 1,675A 26,1 A
ANOVA P<0,03 P<0,01 P<0,05
1
Adaptado de Viana et al. (2007).

A glicina pode estar relacionada com o aumento na população de


Clostridium perfringens, causador de enterite necrótica e da produção da Į
toxina em frangos de corte. Wilkie et al. (2005) encontraram correlação
significativa entre o nivel de glicina dietética e a população de C. perfringens no
íleo e no ceco das aves.
Segundo Dahiya, et al. (2005) é possível que a glicina possa proporcionar
redução de bactérias produtoras de acido láctico, predominantes no intestino de
frangos de corte, estes microrganismos atuam como proteção contra a
colonização de patógenos. Em um experimento os autores observaram que a
glicina aumenta a concentração de C. perfringens. Com base nestes resultados,
pode-se concluir que dietas formuladas com ingredientes de origem animal
contem mais glicina e podem predispor as aves à enterite necrótica clínica.
Arginina, Triptofano, Valina e Isoleucina. Com o objetivo de validar e
atualizar, as proteínas ideais para frangos de corte e poedeiras, foram
realizados vários experimentos com dietas semipurificadas.
Frangos de Corte
Arginina, Valina, Isoleucina e Triptofano. Campos (2008) realizou
vários experimentos com dietas semipurificadas nas fases inicial e crescimento.
Os resultados para os aminoácidos, arginina, valina, isoleucina e triptofano são
mostrados na tabela 9, onde pode ser observado que algumas relações
aumentaram, quando comparadas com as recomendações das Tabelas
Brasileiras de 2005. Novos ensaios foram realizados, com maior número de
tratamentos, para aumentar a precisão da proteína ideal recomendada para os
aminoácidos Valina e Isoleucina. Os resultados obtidos permitiram concluir que
as relações de 78 e 79% de Valina / Lisina dig e de 67 e 70% de Isoleucina /
Lisina dig são adequadas para a fase inicial e de crescimento de frangos de
corte, respectivamente.
Tabela 9 – Efeito dos níveis de Arginina, Valina, Isoleucina e Triptofano sobre a
Conversão Alimentar dos frangos de corte1

11

102
Fase Inicial (7 a 21 dias) Fase Crescimento (28 a 42 dias)
Relação AA / Lis Conversão Relação AA / Lis Conversão
Arginina Arginina
1,513 1,844
100 95
UFV UFV
1,462* 1,762
105 105
110 1,458 115 1,738*
Valina Valina
1,522 1,812
70 71,5
UFV UFV 77
1,487 1,766
75
80
1,458* 1,738*
82,5
Isoleucina Isoleucina
1,523 1,858
60 58
UFV UFV
1,463* 1,799
65 67
70 1,458 76 1,738*
Triptofano Triptofano
1,492 1,898
15 14
UFV UFV
1,473 1,758
16 17
17 1,440* 20 1,738*
1
* Relação recomendada Adaptado de Campos (2008)
Poedeiras
Triptofano, Treonina, Valina e Isoleucina: Lelis (2008) executou
vários experimentos utilizando dietas semipurificadas com o objetivo de
atualizar perfil de proteína ideal para poedeiras. Os resultados são
apresentados na tabela 10, onde os resultados encontrados para os
aminoácidos triptofano e isoleucina concordam com os recomendados pela
Tabela Brasileiras de 2005. Já para os aminoácidos treonina e valina, as
relações encontradas ficaram acima das recomendadas. Assim novos
experimentos foram realizados com o objetivo de estabelecer as novas
relações. De acordo com os resultados encontrados, pode-se concluir que as
relações de treonina/ lisina dig e valina/ lisina dig para poedeiras são 76% e
96%, respectivamente.

Tabela 10. Efeito dos níveis de Triptofano, Treonina, Valina e isoleucina sobre a
massa de ovo de poedeiras.
Relação AA / Lis (%) Massa de Ovo, g/dia
Triptofano 17 40,25

12

103
20 50,00
UFV 23 51,83*
UFV 66 47,28
Treonina 72 51,45
78 51,73*
84 46,80
Valina UFV 90 50,52
96 51,79*
67 46,19
Isoleucina 75 51,50
UFV 83 51,81*
1
* valores recomendados Adaptado de Lelis (2008)

6. Equações para estimar as exigências de lisina


Uma vez que as necessidades nutricionais para a maioria dos nutrientes,
expressadas como porcentagens na dieta, se alteram com a idade, sendo
reflexo do aumento do peso do animal, foram desenvolvidas equações para
estimar as exigências nutricionais de lisina para frangos de corte. Esta forma de
estimar as exigências possui a vantagem de permitir calcular o nível nutricional
para diferentes fases de crescimento e programas de alimentação. Por
exemplo, é possível calcular os nutrientes nas dietas de um programa de 3
fases (inicial, crescimento e terminação) ou de 5 fases (pré-inicial, inicial,
crescimento1, crescimento 2 e terminação). Os níveis dos aminoácidos
restantes podem ser calculados utilizando o conceito de proteína ideal.
Vários autores publicaram equações que permitem estimar a exigência de
lisina de acordo com o desempenho dos frangos de corte (Geraert, 2002;
Rostagno et al, 2005; Ajinomoto, 2007).
A equação citada nas Tabelas Brasileiras (2005), para calcular a
quantidade de lisina digestível /Kg de gahno de peso [14,28 + 2,0439 x (Peso
Médio) R2 = 0,81], sugere claramente que a lisina e consequentemente a
proteína/Kg de ganho, aumenta linearmente com o peso do frango de corte.
A comparação das exigências de lisina digestível entre as três equações é
mostrada na tabela 11, as diferenças podem ser consideradas menores nos
diferentes períodos de crescimento da ave.

7. Cálculo de Dietas Usando a Proteína Ideal


A recomendação para a aplicação do conceito de proteína ideal na
formulação de dietas avícolas seria a redução ou a eliminação do nível protéico,
reduzindo assim o excesso de aminoácidos tanto essenciais como não
essenciais. Nas condições atuais, as dietas são formuladas aplicando o conceito
de proteína ideal somente para os aminoácidos mais limitantes – lisina, met. +
cis., treonina, glicina + serina e valina.

13

104
Mediante a suplementação de aminoácidos industriais como a lisina,
metionina e treonina é possível reduzir significativamente o excesso de
aminoácidos (proteína) nas dietas. Isto pode ser caracterizado como a aplicação
parcial da proteína ideal, devido a que somente com todos os aminoácidos
disponíveis comercialmente seria possível aplicar plenamente este conceito.

Tabela 11. Exigências Nutricionais De Lisina Digestível (g/Dia O %) Em Frangos


De Corte Utilizando as Equações.
Período1, d 8 – 21 21-33 33-42
Ganho1, g/d 45,8 77,6 87,0
Consumo1, g/d 66 135 179
Geraert, g/d (%) 0,757 (1,15) 1,364 (1,01) 1,544 (0,87)
Ajinomoto, g/d (%) 0,844 (1,28) 1,512 (1,12) 1,709 (0,96)
UFV, g/d (%) 0,754 (1,15) 1,443 (1,07) 1,814 (1,01)
1
Tabelas Brasileiras- Peso médio (kg) nos períodos de: 0,463; 1,330; 2,198
Geraert: g lis / dia = 0,0191 X (Ganho/dia) – 0,1179
Ajinomoto: g lis / dia = 0,021 X (Ganho/dia) – 0,118
UFV: g lis / dia = 0,1 x Peso 0,75+ (14,28 + 2,0439 x Peso) * (Ganho/dia)

Os passos a seguir para formular dietas pelo conceito de proteína ideal


são: 1.- Não usar exigências de proteína. 2.- Usar as exigências de todos os
AAs essenciais (Prot. Ideal). 3.- A dieta será ajustada para os AAs mais
limitantes (ex. Lis, Met+Cis, Tre, Tri, Val, Gli+Ser). 4.- Haverá redução do
excesso de AAs essenciais e não essenciais ( Proteína). 5.- A dieta terá menor
incremento calórico e menor excreção de N. 6.- Maior inclusão de AAs
industriais.

8. Digestibilidade do Fósforo e Cálcio


Waldroup (1996) relatou que, embora 12 minerais sejam considerados
essenciais para aves e suínos, o cálcio e o fósforo são os de maior necessidade
pelos animais e de maior preocupação para nutricionistas e produtores. Esta
preocupação é justificada devido às relativas quantidades necessárias, e devido
aos efeitos adversos sobre os animais que ocorrem quando os níveis destes
minerais se encontram inadequados. As decisões devem ser baseadas na saúde
animal, produção e aspectos econômicos.
A qualidade das fontes de cálcio e de fósforo é importante na medida em
que a disponibilidade das fontes utilizadas vai determinar a quantidade que é
necessária na dieta, bem como a quantidade que estará nas excretas dos
animais. Este último aspecto é cada vez de maior importância devido aos
efeitos poluentes do fósforo das excretas. Devido ao custo relativamente
elevado do fósforo, tem havido uma grande quantidade de pesquisas dedicadas
a determinar os níveis dietéticos necessários e a qualidade das fontes de

14

105
fósforo nas dietas avícolas. Em contraste, o cálcio é considerado barato,
comparado com o fósforo, e não existe preocupação ecológica,
conseqüentemente, tem havido menos ênfase nas pesquisas sobre as
exigências e as fontes de cálcio, com exceção da qualidade da casca do ovo
(Coon, 2002). O cálcio é importante devido á participação na formação dos
ossos, no metabolismo e a sua estreita relação nos processos de absorção do
fósforo. Em altas concentrações, pode formar complexos com o fósforo,
tornando-os indisponíveis as aves.

8.1. Digestibilidade do Fósforo


O fósforo (P), além de ser o terceiro nutriente mais oneroso nas dietas
para monogástricos, atrás de proteína e de energia, tem sido considerado um
dos nutrientes mais poluidores. Tal fato reside em grande parte pelo baixo
aproveitamento do fósforo das fontes vegetais pelas aves, exigindo a
suplementação de fontes inorgânicas, o que leva a formulação de dietas com
alto conteúdo de fósforo total, e conseqüentemente, alta excreção nos dejetos
(Bünzen, 2009).
Do conteúdo de P do corpo animal, cerca de 80% se encontra nos ossos;
10% estão combinados às proteínas, lipídeos, carboidratos e outros compostos
no sangue e músculos; e os 10% restantes se encontram distribuídos em vários
compostos químicos. O P é absorvido principalmente no duodeno, sendo a
quantidade absorvida influenciada pela fonte, pela relação cálcio: fósforo, pelo
pH intestinal, pelo nível de vitamina D3, pelo nível de cálcio e por outros
elementos.
Várias pesquisas têm sido conduzidas a fim de determinar a digestibilidade
e/ou disponibilidade do fósforo nos diversos alimentos utilizados nas dietas de
aves. Jongbloed et al. (1990) cita que o ensaio de digestibilidade é uma
metodologia pratica e rápida para determinar o fósforo digestível dos alimentos,
uma vez que, para avaliar a disponibilidade deste mineral utilizam -se ensaios
de crescimento que demandam maior tempo e número de animais, além do
sacrifício destes para avaliar a deposição do mineral nos ossos.
Os ensaios para determinação de digestibilidade do fósforo nos alimentos
são conduzidos em gaiolas metabólicas, de forma semelhante à determinação
dos valores energéticos dos alimentos, realizando a coleta de fezes para análise
da quantidade fósforo excretado. Posteriormente, mediante a determinação do
fósforo ingerido menos o excretado, e da correção do fósforo endógeno
excretado, determina - se a quantidade absorvida de cada alimento.
Bünzen (2009) avaliou em experimentos metabólicos os coeficientes de
digestibilidade do fósforo, de alguns alimentos, determinados com aves em
crescimento utilizando diferentes metodologias. Os valores de digestibilidade do
P de vários alimentos juntamente com os de P retido, determinados por Coon et
al (2002) são mostrados na tabela 12. Segundo Coon et al (2002) quando são

15

106
levado em consideração aspectos econômicos e de redução da excreção, fica
cada vez mais evidente que o uso do P retido dos alimentos, na formulação de
dietas, é mais importante do que os valores de disponibilidade.
8.2. Digestibilidade de Cálcio
Na atualidade o uso correto de cálcio na nutrição animal tem sido motivo
de grande preocupação dos profissionais que atuam na área de nutrição de
monogástricos. Isto porque as exigências são expressas em cálcio total,
apresenta baixo custo e baixa toxicidade, resultando em altos níveis nas rações
para os animais. A conseqüência desta prática é que o cálcio em excesso pode
agir como antagonista, formando complexos insolúveis e dificultando a
absorção dos outros minerais especialmente, fósforo, sódio, potássio,
magnésio, ferro, cobre, zinco e manganês (McDonald, 1993).
Segundo McDowell (1992), a suplementação de cálcio é dependente de
vários fatores. Entre eles pode-se citar: variabilidade e disponibilidade dos
ingredientes nas dietas, potencial genético dos animais, desafio sanitário do
ambiente, das interações nutricionais e/ou alimentares, do manejo e nível de
estresse na criação, da suplementação de vitamina D, da integridade do
intestino, fígado e rins, entre outros.

Tabela 12. Conteúdo de fósforo total, coeficientes de digestibilidade e


disponibilidade de fósforo (P) de alimentos para frangos de corte.

P Coef. P Coef. P Média P


P
Total1 2
Dig. , 3
Retido Coef Dig Dig.
Disp1,
% % % P% %
%
Milho 0,24 43,7 31 37 0,09 0,08
Flo. De Soja 0,53 56,6 42 49 0,26 0,18
Flo. De Trigo 0,99 50,7 34 42 0,42 0,33
F. Carne e Ossos 6,80 57,5 66 62 4,22 6,80
Fosf. Bicálcico 18,5 62,3 77 70 12,95 18,5
Fosf. Monocálcico 21,0 52,9 84 69 14,49 21,2
1 2 3
Rostagno 2005. Adaptado de Bünzen (2009). Média de valores citado por
Coon et al (2002)

Os alimentos de origem vegetal constituem a base da alimentação em


aves e possuem teores de cálcio em níveis insuficientes para atender as
exigências nutricionais dos animais. Segundo Gueguen (1990), o cálcio de
origem vegetal é pouco solúvel por estar em grande parte quelatado na forma
de fitato ou oxalato
Salguero (2008) realizou experimentos metabólicos com o objetivo de
avaliar os coeficientes de digestibilidade do cálcio, de alguns alimentos,

16

107
determinados com aves em crescimento utilizando diferentes metodologias.
(tabela 13).
Tabela 13. Conteúdo de cálcio (Ca) total, coeficientes de digestibilidade e
conteúdo de cálcio digestível de alimentos para frangos de corte.

Conteúdo de Coeficiente
Conteúdo de Ca
Alimentos digestibilidade
Ca Total1 digestível
do Ca
Calcário Calcítico 1 36,69 84,16 30,88
Calcário Calcítico 2 36,05 86,92 31,33
Fosfato Bicálcico 20,58 85,92 17,68
Fosfato Monobicálcico 18,32 85,10 15,59
Calcário Dolomítico 25,04 89,28 22,36
Farinha Carne e Ossos 40% 15,10 85,23 12,87
Farinha Carne e Ossos 50% 9,51 85,82 8,16
Farinha de Vísceras 5,40 84,04 4,54
1
Valores analizados

9. Exigência de Fósforo
Frangos de corte
Vários estudos foram realizados para determinar a exigência de Pdisp.
para frangos de corte. Estudos de exigência nutricional devem levar em conta
que variáveis relacionadas com os ossos são mais sensíveis do que os
parâmetros de crescimento (Runho et al., 2001). Inadequada formação óssea
pode resultar em sérios problemas de perna com efeito negativo sobre o
desempenho animal. Nesse sentido, atenção deve ser dada a relação Ca: Pdisp
que deve ser mantida em 2:1 (Rostagno et al., 2005).
As linhagens de frangos de corte estão em constante melhoramento
genético exigindo a avaliação periódica das exigências nutricionais. Bünzen et
al.(2007), realizaram um experimento com frangos de corte, machos e fêmeas,
de 22 a 35 dias de idade para avaliar o efeito de seis níveis dietéticos de Ca:
Pdisp, mantendo a relação constante em 2:1, sobre parâmetros de
desempenho e ósseos. Os autores concluíram que o nível adequado para a fase
estudada foi de 0,377% de Pdisp (0,745% Ca) e 0,341% Pdisp (0,682% Ca),
para machos e fêmeas, respectivamente. Na tabela 14 são mostrados os
resultados obtidos com os machos.
Recentemente, foram executados vários experimentos na Universidade
Federal de Viçosa por Mello (2009), com o objetivo de atualizar as exigências

17

108
de Ca: Pdisp. em dietas para frangos de corte, machos, em diferentes idades
de produção. A relação de cálcio e fósforo disponível foi mantida constante na
proporção 2:1. Os níveis recomendados, para as diferentes fases, considerados
adequados para o desempenho e a deposição de cinzas nos ossos dos frangos
de corte estão na tabela 15.
Tabela 14. Efeito de diferentes níveis de Ca: Pdisp. (2:1) sobre parâmetros de
desempenho e ósseos de frangos de corte, machos, de 22 a 35 dias idade.
Ganho
Conversão
Ca : P disp (%) de Peso Cinzas Tibia, %
Alimentar
g
0,40 : 0,20 1125 1.756 39,7
0,50 : 0,25 1110 1.751 41,4
0,60 : 0,30 1130 1.736 41,4
0,70 : 0,35 1123 1.724 42,3
0,80 : 0,40 1137 1.725 42,6
0,90 : 0,45 1146 1.731 42,4
Q Exi. 0,393 :
Efeito Exigencia L Q Exi. 0,377: 0,754
0,786
L= efeito linear (P<0,05); Q= efeito quadrático (P<0,05).

Tabela 15. Níveis recomendados de Ca : Pdisp (relação 2:1) em dietas para


frangos de corte, machos, nas diferentes fases de crescimento.
Nível Recomendado de Ca : Pdisp (%)
Fase Ganho Conversão Cinzas Tibia%
Pré-inicial (1-10 d) 0,54 : 0,27 0,82 : 0,41 0,82 : 0,41
Inicial (11-21 d) 0,80 : 0,40 0,80 : 0,40 0,80 : 0,40
Crescimento (22-33 0,36 : 0,18 0,64 : 0,32 0,78 : 0,39
d)
Terminação (34-46 0,62 : 0,31 0,48 : 0,24 0,62 : 0,31
d)
Mello (2009). Tese de Doutorado da UFV em andamento.

A maior parte das necessidades nutricionais de Ca e Pdisp. baseia-se na


máxima deposição óssea ou resistência a quebra dos ossos (tíbia ou fêmur), no
entanto, o nível recomendado deve ser baseado no princípio da produção de
carne, ao menor custo possível, levando em consideração a qualidade óssea e o
mínimo impacto ambiental. Valores superiores de Pdisp aos encontrados nesta
pesquisa têm sido recomendados por pesquisadores na fase de crescimento
variando entre 0,388 a 0,454% (Gomes et al. 2004; Rostagno et al. 2005;
Lesson & Summers, 2005).

18

109
Galinhas Poedeiras
O nível de fósforo disponível apresenta alta relação com a produção e a
qualidade dos ovos, e dentre os minerais utilizados nas formulações de dietas
para as aves, é o que mais onera seu custo final. A suplementação de fósforo
nas rações é necessária para atingir as necessidades nutricionais das aves.
Além do fator econômico, o P requer atenção especial por participar de
funções metabólicas essenciais no organismo (Barreto,1994). O consumo de
quantidades inadequadas deste elemento pode provocar anormalidades
esqueléticas, aumento da mortalidade, redução no tamanho e na produção dos
ovos e má qualidade da casca do ovo, com altos índices de quebra, entre
outros.
As pesquisas sobre as necessidades de P para poedeiras têm recebido
especial atenção. Embora a literatura seja bastante ampla no que diz respeito a
fontes e aos níveis deste elemento para aves de postura, as controvérsias são
inúmeras em relação ao nível nutricional, economicamente viável (Junqueira,
1993).
Experimentos executados na década dos 90 mostraram que níveis de
Pdisp variando entre 0,15 e 0,20% resultaram em ótima produtividade das
galinhas. Keshavarz (2000) realizou um experimento utilizando galinhas
poedeiras alimentadas com um programa de fases de 0,25-0,20-0,15% de
Pdisp (consumo médio de 200 mg de Pdisp / dia) nos períodos de 30-42, 42-54
e 54-66 semanas de idade das aves, respectivamente. O autor não encontrou
diferença, nos parâmetros avaliados, quando comparadas com a produção das
aves controle que consumiram em média 352 mg Pdisp/dia.
Sohail e Roland (2002) realizaram dois experimentos com galinhas
poedeiras avaliando diferentes níveis de Pdisp na ração. Grande variação na
resposta aos níveis de P dietético foram observados de acordo com os critérios
de performance estudados, entretanto consumos de Pdisp variando entre 250 e
350 mg/ave/dia foram considerados adequados. Ensaios realizados por Snow et
al (2004) concluíram que galinhas poedeiras no primeiro ciclo de produção
apresentaram exigência de Pdis aproximada de 198 mg / dia e que no segundo
ciclo, após a muda, o nível deveria ser maior que 209 mg Pdisp/d.
Resultados semelhantes também foram encontrados por Costa et
al.(2004), onde observaram que a redução do nível de fósforo de 0,375%Pd
(421 mg/dia) , para 0,305% (341 mg/dia) e 0,235% (257 mg/dia), não
influenciou as variáveis estudadas (consumo, produção, massa de ovos,
conversão e porcentagem de casca) de galinhas poedeiras de ovos de casca
marrom com 40 semanas de idade
Lelis et al. (2009), realizaram pesquisas na Universidade Federal de Viçosa
com o objetivo de estabelecer os níveis adequados de Pdisp nas dietas de
poedeiras semipesadas no período de 50 a 66 semanas de idade. Não houve
efeito significativo (P>0,05) dos níveis de Pdisp (277, 353, 419 e 559 mg/dia)
sobre os parâmetros avaliados (tabela 16).

19

110
As pesquisas citadas acima sugerem que as exigências de P podem ser
menores que as usadas atualmente com poedeiras comerciais. Rostagno et al
(2005) recomendam 375 mg/ave/dia de Pdisp, entretanto levando em
consideração os resultados dos experimentos realizados em varias instituições
de pesquisa do país e do exterior podemos recomendar um consumo de 277
mg Pdisp / dia para galinhas poedeiras em produção. De acordo com Bertechini
(2006), as exigências dos níveis de cálcio e de fósforo têm evoluído em
sentidos contrários nos últimos anos. Enquanto os níveis de cálcio têm
aumentado, os níveis de fósforo têm sido reduzidos nas dietas de poedeiras.

10. Energia Metabolizável e Nível de Nutriente na Ração de Frangos


de Corte

Segundo as Tabelas Brasileiras (2005) é praticamente impossível fixar o


nível de energia metabolizável (EM), para cada tipo de ração em frangos, o que
se faz é indicar alguns valores comumente utilizados pelas principais empresas
avícolas. Na realidade se deseja produzir frangos a um custo mínimo e
maximizar o lucro, a EM deve variar de acordo aos preços dos ingredientes. Por
exemplo, se fosse possível obter óleo vegetal a preço barato, seria
recomendável adotar altos níveis de EM em todas as fases de produção.

Tabela 16. Desempenho de poedeiras semipesadas no período de 50 a 66


semanas de idade alimentadas com diferentes níveis de fósforo disponível.
Nível de Fósforo disponível (%)
Parâmetros
0,23 0,29 0,35 0,41 0,47 Efeito
Cons Pdisp (mg/dia) 277 353 419 493 559
Cons ração (g/ave/dia) 121 122 120 120 119 ns
Postura (%) 88.98 90.36 90.21 89.95 89.91 ns
Massa de ovo
57.91 59.15 58.27 58.57 57.17 ns
(g/ave/dia)
Conversão (kg/dúzia) 1.630 1.620 1.597 1.607 1.594 ns
Conversão (kg/ Kg) 2.084 2.059 2.057 2.057 2.085 ns
ns = não-significativo; (P>0,05).

Na atualidade, quando os frangos de corte recebem rações “ad libitum”,


com diferentes níveis de EM, o consumo de ração na maioria das vezes é pouco
ou não é afetado. Por outro lado, a conversão alimentar das aves quase sempre
mostra melhora linear com o aumento de EM na ração. Devido a isso, para
evitar deficiência dos nutrientes, é necessário aplicar a relação nutriente /Mcal
de EM para manter constante a quantidade de nutriente (aminoácidos,
minerais, etc.) consumido por Kg de ganho de peso. Na tabela 17 pode-se

20

111
observar que o aumento de 200 kcal EM / kg (+7%) na ração de frangos de
corte nas fases inicial e final resulta na melhora lineal da conversão de 7%. O
ajuste correspondente dos nutrientes de acordo com o incremento de EM, neste
caso lisina, mostrou que a quantidade de lisina digestível consumida por Kg de
ganho de peso foi similar para todos os níveis energéticos avaliados.
Por outro lado, Pesti (1999) avaliou os resultados de experimentos de
desempenho realizados na década dos 50 sobre a relação proteína
(aminoácido) / energia. O autor concluiu que estes experimentos não apóiam o
conceito da formulação de rações mantendo constante a relação proteína /
energia.
Tabela 17. Efeito da EM sobre Desempenho de Frangos de corte e a
Quantidade de Lisina Digestível / kg de Ganho de Peso1 (Adaptado de Benicio,
1995)
EM
Consumo g Lis/kg
(Mcal/kg)2 Ganho (g) Conversão
(g) Ganho3
/ Lis Dig (%)
Fase de 1 a 21 dias (Media de 3 Experimentos)
3,00 / 1,032 610 958 1,571 14,75
3,10 / 1,066 638 958 1,501 14,56
3,20 / 1,101 653 942 1,443 14,46
+7% L** +7% ns -1,7% L** -8%
Fase de 21 a 48 dias (Media de 3 Experimentos)
3,05 / 0,897 1783 3990 2,238 17,86
3,15 / 0,926 1842 3933 2,135 17,60
3,25 / 0,956 1844 3818 2,071 17,61
+6,6% L** +3,4% L* -4,3% L** -5,7%
1 2
Adaptado de Benicio (2005). Relação nutrientes / energia constante. Nível de Lis
dig / Mcal EM, fase inicial = 0,344%, fase final = 0,294%. 3 Corrigida pela
exigência de mantença de Lis, fase inicial -9%; fase final -11%. L=Linear.
Revisões de literatura realizadas por Fisher e Wilson (1974) e por Benicio
(1995) avaliaram um grande número de experimentos onde os níveis de EM
variaram consideravelmente. As conclusões destes autores foram similares, que
o nível de EM da dieta influencia linearmente a conversão alimentar dos frangos
de corte. Para cada mudança de +/-100 kcal EM/kg ração, a conversão
alimentar das aves varia +/-3,4%. Este valor médio pode ser utilizado pelos
nutricionistas para calcular a conveniência ou não de alterar os níveis de EM
nas dietas de frangos de corte. Por exemplo, se a conversão alimentar média é
1,780 com um nível determinado de EM, a redução de 25 kcal EM/kg elevará a
conversão para 1,793; por outro lado, o aumento da EM em 25 kcal/kg
melhorará a conversão para 1,765.

11. Considerações Finais

21

112
- A atualização constante das exigências nutricionais permite acompanhar a
melhora na produtividade dos frangos de corte.
- Mediante a utilização de equações de predição é possível estimar as
exigências de lisina considerando a produtividade das aves.
- O conceito de proteína ideal permite calcular facilmente as exigências de
todos os aminoácidos utilizando como referência o nível de lisina na ração.
- Vários fatores podem influenciar as exigências nutricionais dos aminoácidos.
- A utilização de aminoácidos industriais e do conceito de proteína ideal, com
mínimo de proteína, resulta em ótimo desempenho dos frangos de corte com
redução na excreção de N e NH3.
- O nível de energia metabolizável influencia linearmente a conversão alimentar
dos frangos, por isso é recomendável manter constante a relação nutriente /
energia das dietas avícolas.
- As dietas avícolas devem ser formuladas com valores de composição e de
exigência de cálcio e de fósforo digestíveis para minimizar a poluição
ambiental
12. Bibliografía
Baker, D.H.; Batal, A.B.; Parr, T.M.; et al. Ideal ratio (relative to lysine) of
tryptophan, threonine, isoleucine and valine for chicks during the second and
third weeks posthatch. Poultry Sci. 81: 485-494. 2002.
Barboza, W.A. Exigências nutricionais de lisina para duas marcas comerciais de
frangos de corte. Tese de Doutorado, Viçosa, MG, UFV, 1998, 110 p.
Barreto, S. L. T. Efeitos de níveis de fósforo disponível durante o pico de postura
para duas linhagens de poedeiras comerciais leves. Lavras,1994, 142p.
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG, 1994.
Benicio, L A S. Estudo da influência de linhagens e de níveis nutricionais sobre o
desempenho, rendimento de carcaça e avaliação econômica em frangos de
corte. Tese de Doutorado, UFV, Viçosa MG, 159p, 1995.
Bertechini, A G. Nutrição de monogástricos. Ed. UFLA, Univ. Fed Lavras. 301p.
2006.
Bregendahl. K, Roberts. S. A, Kerr. B, et al,. Ideal ratios of isoleucine,
methionine, methionine plus cystine, threonine, tryptophan, and valine
relative to lysine for white leghorn-type laying hens of 28 to 34 weeks of age.
Poultry Science. 87:744-758. 2008.
Bünzen, S. Digestibilidade aparente e verdadeira do fósforo de alimentos
determinada com aves em crescimento e em terminação. Viçosa. Dissertação
de Doutorado. Universidade Federal de Viçosa, (em andamento). 2009.
Bünzen, S. H S Rostagno, L F T Albino, L Nery e C. Silva. Calcium and available
phosphorus levels at 2:1 ratio for growing broiler chickens. Poultry Science
Ass. Annual Meeting, Pôster M218, 2007.

22

113
Campos, A. M. A. Tese de Doutorado (em andamento), Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, 2008.
Carvalho, T. A., Júnior, V.R.; Lora A. G., et al. Conferência APINCO de ciência e
tecnologia avícola. Santos, pp: 38. 2008.
Coon, C, Leske, K. And Seo, S. The availability of calcium and phosphorus In:
feedstuffs. Poultry Feedstuffs: Supply, Composition and Nutritive Value. Ed. J
M McNab e K N Boorman. CAB Int., Pag. 151-179. 2002.
Costa, F. G. P., Jácome, I.M.T.D., Silva, J.H.V., et al. Níveis de fósforo disponível
e de fitase na dieta de poedeiras de ovos de casca marrom, Ciência Animal
Brasileira v. 5, n. 2, p. 73-81, 2004.
Costa, F.G.P. Níveis dietéticos de lisina e proteína bruta para frangos de corte.
Tese de Doutorado em Zootecnia, UFV, 2000, 131p.
Dahiya, J P, Hoehler, D, D.C. Wilkie, Van Kessel A G. Y Drew, M D. Poult. Sci.
84:1875 – 1885. 2005.
Dean, D. W.; T. D. Bidner And L. L.Southern. Poultry. Science. 85: 288 – 296.
2003.
Emmert, J.L Y Baker, D.H. Use of the ideal protein concept for presicion
formulation of amino acid levels en broiler diets. J.Appl. Poult. Res. 6(4):462-
470, 1997.
Euclydes, R.F.; Rostagno, H.S. Estimativa dos níveis nutricionais via
experimentos de desempenho. In: WORKSHOP LATINO-AMERICANO
AJINOMOTO BIOLATINA, 2001, Foz do Iguaçu. Anais... São Paulo: p.77-88,
2001.
Faure, M., D. Moennoz, F. Montigon, C. Mettraux, D. Breuille And O. Balleve. J.
Nutrition 135: 486 – 491. 2005.
Fisher, C. & Wilson, B.J. Response to dietary energy concentration by growing
chickens. In: Energy Requirements of Poultry. Ed. T R Morris e B M Freeman.
Edinburg, p. 151 – 184, 1974.
Fuller, M. F. Amino acid requirements for maintenance, body protein accretion
and reproduction in pigs. In: Amino Acids in Farm Animal Nutrition. p. 155-
184 JPF D´Mello, ed. Wallingford, Oxon.: CAB International. 1994.
Geraert, P. A., Mercier, Y. And Jakob, S. Utilization of the factorial model to
determine The nutritional requirement of poultry and Swine: practical aspects.
In: II Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos,
2005, Viçosa, Anais... Viçosa, Brasil. p. 293 -292
Geraert, P.A., Mansuy, E., Jakob, S., Dalibard, P. Nutritional Concepts to
determine amino acid requeriment for poultry. In: I 11th European Poultry
Congress, 2002, Bremen, Anais... Bremen, Germany. Cd, 9p.
Gomes, P.C.; Runho, R.C.; D”Agostini, P.. Rev. Bras. Zootecnia 33:1734-1746.
2004.
Gueguen, L. La disponibilité du calcium des aliments. Cahiers Nutrition Dietetic
25: 233-236. 1990

23

114
Jongbloed, A.W. & Kemme, P. A. Apparent digestible phosphorus in the feeding
of pigs in relation to availability, requirement and environment. Digestible
phosphorus in feedstuffs from plant and animal origin. Neth. Journal
Agriculture Science 38:567–75. 1990.
Junqueira, O.M. Avanços recentes nas exigências de fósforo para poedeiras. In:
CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÏCOLAS, Santos, 1993.
Anais... Santos: FACTA, p.167-175. 1993.
Keshavars, K. Nonphytate phosphorus requirement of laying hens with and
without phytase on a phase feeding program. Poultry Science 79:748-763,
2000.
Kidd, M T., Barber, S J, Virden, W S, et al. Appl. Poult. Res. 12:115 – 123. 2003.
Lelis, G. R. Exigência de Treonina digestível e Valina digestível para poedeiras
semipesadas. Universidade Federal de Viçosa. (Tese de doutorado em
andamento). 2008.
Lelis, G. R., Tavernari, F. C., Campos, A. M. A., et al. Exigência de Fósforo
disponível para poedeiras semipesadas no período de 50 a 66 semanas de
idade. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,
2009, Maringá. Anais.... Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2009. (CD-ROM)
Lesson, S. & Summers, J.D. Commercial Poultry Nutrition , 3a Edition. Univ.
Books, Ontario. 398p. 2005.
Mcdonald, P. E., R.A.; Greenhalgh, J.F.D. Nutrición animal. Editorial Acribia S.A,
Zaragosa. 1993.
Mcdowell, L. R. Minerals in animal and human nutrition. Academic Press, New
York, 523 pp. 1992.
Mello, H.H.C.; Tese de doutorado em andamento, Universidade Federal de
Viçosa. 2009
National Research Council.(NRC) Nutrients Requirements of Poultry. 9th. ed.
National Academic Press, Washington D.C.: 1994. 155p.
Páez L.E. Tese de Mestrado, Universidade Federal de Viçosa. 2004.
Pesti, G M. Proteína (aminoácidos) para frangos. Conf. FACTA, Campinas SP. P.
97 – 110, 1999.
Rostagno, H. S, Paez, L.E, Albino L.F.T. Nutrient Requirements of Broilers for
Optimum Growth and Lean Mass. European Poultry Sci. Congress. In CD,
Strasburgo, França, 2007
Rostagno, H.S, Vargas Jr, Albino, L.F.T. En: Conferência APINCO de ciência e
tecnologia avícola. Santos, p: 48. 2003.
Rostagno, H.S. Composição de alimentos e exigência nutricionais. Tabelas
Brasileiras para Aves e Suínos. 2.ed. MG: Viçosa, 2005, 186p.
Runho, R. C; Gomes, P. C; Rostagno, H. S; et al. Exigência de Fósforo
Disponível para Frangos de Corte Machos e Fêmeas de 1 a 21 Dias de Idade.
Revista Brasileira de Zootecnia., 30(1):187-196, 2001.
Salguero, S. C. C., Digestibilidade de cálcio de alguns alimentos determinada
para frangos de corte e suínos em crescimento. Viçosa: Universidade Federal

24

115
de Viçosa, 2008. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Viçosa.
56p. 2008.
Schutte, J.B.; Smink, W.; Pack. M. Requirement of young broiler chicks for
glycine + serine. Arch. Geflügelk. 61:43-47. 1997
Snow, J.L.; Douglas, M.W.; Koelkebeck, K.W.; et al. Minimum phosphorus
requirement of one-cycle and two-cycle (molted) hens. Poultry Sci. 83:917-
924, 2004.
Sohail, S.S & Roland, D.A. Influence of dietary phosphorus on performance of
Hy-Line W36 hens. Poultry Sci. 81:75 – 83, 2002.
Takahashi, K., Konashi, Akiba, S. Anim. Sci. Technol. (Jpn.) 65: 956-960. 1994.
Toledo, R.S.; Rostagno, H.S.; Albino, L.F.T. et al. Exigência de lisina digestível
para frangos de corte criados em ambiente limpo e sujo nas fases de
crescimento e terminação. Brazilian Journal of Poultry Science, v.6, p.72,
2004.
Viana, M.T., Albino, L.F., Rostagno, H.S. et al. En: Conf. APINCO de Ciência e
Tecnologia Avícola. p: 62. 2007
Waldroup, P.W. Calcium and phosphorus for poultry feeds. Technical Bulletin of
American Soybean Association, MITA (P) No. 195/11/95, Vol. PO27– 1996.
Wilkie, D.C., Van Kessel, A. G. White, L. et al. Can. J. Anim. Sci. 85: 185–193.
2005.

25

116
Por que os programas de
controle de Salmonella em
aves falham?

Dr. Alberto Back

Ir para a Ir para o
capa Índice
Por que os programas de controle
para salmonela em aves falham?
Alberto Back, Méd. Vet., MS, PhD
Consultor em Sanidade de Aves
MercoLab – Cascavel PR

1. Introdução.
O gênero Salmonella representa um dos grupos de bactérias de maior
importância para a avicultura. Fizemos grandes descobertas sobre ele, inclusive já
sabemos o código genético, mas isto não é suficiente, pois temos dificuldades em
encontrá-lo. Esse gênero é conhecido a mais de 100 anos e preocupa a indústria
avícola de forma crescente. Infecções por salmonela estão amplamente
distribuídas em todas as espécies animais, inclusive nas aves e no homem. Dos
mais de 2.500 sorotipos conhecidos, cerca de 200 já foram isolados de aves, sendo
Gallinarum e Pullorum os dois mais importantes pela sua patogenicidade. Esses
têm capacidade de causar doenças e matar galinhas e perus. Felizmente estão
praticamente erradicados da avicultura de corte. Aparecem com mais freqüência
em aves caipiras e esporadicamente em aves de postura comercial. Os demais
sorotipos são os que mais preocupam no momento, pois são encontrados com
relativa facilidade no ambiente criatório avícola. Eles não causam sinal clínico ou
lesão e nem qualquer problema de saúde para os animais, porém aves
contaminadas podem ser fontes de infecção para o homem pelo consumo de
carne, ovos e derivados. Para a saúde humana, qualquer sorotipo é considerado
de risco, por isso a grande preocupação com a salmonela no atual estágio da
avicultura comercial.
Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do
Ministério da Saúde, determinou que nas embalagens de ovos fosse escrito a
advertência “O consumo desse alimento cru ou mal cozido pode causar danos a
saúde”. De acordo com a Anvisa essa determinação deve-se ao fato que o ovo
contaminado por salmonela foi responsável por 42,2% dos 117 mil casos de
doenças transmitidas por alimentos entre 1999 a 2007. Nesse período, foram
registradas 64 mortes relacionadas com o consumo de alimentos a base de
maionese e salpicão feitos com ovos crus ou mal cozidos. No caso da carne de

118
aves, a legislação brasileira permite que se comercializem, no mercado interno,
carcaças de frangos com cerca de 20% de salmonela. Este parâmetro vem do
programa de inspeção federal que tolera até 12 carcaças positivas para 51
amostradas (HAACP). A grande maioria dos frigoríficos está bem abaixo desse
número, mas mesmo assim mostra que a salmonela está presente e em números
que merecem atenção. O mercado externo tem sido mais exigente, alguns
importadores praticam tolerância zero e muitas empresas atendem esse requisito.
Apesar das limitações de dados estatísticos recentes e confiáveis, pode-se dizer
que o Brasil, no cenário global, está abaixo da média européia e americana de
contaminação das carcaças de frangos, que estão entre 15 e 20% de positividade.
Isto é bom, mas temos avanços para serem feitos. Os mercados continuarão a
exigir níveis de contaminação cada vez menores.

2. Por que os programas falham?


Conhecedores de que a salmonela é problema, tanto para o mercado
interno como externo, produtores e indústria têm feito grande esforço e investido
soma considerável de dinheiro no controle desta zoonose. Porém, os resultados
nem sempre são satisfatórios.
Os programas postos em prática, muitas vezes têm falhado no controle ou
mesmo na redução dos índices de positividade. É bom salientar que este não é um
problema exclusivo do Brasil, ele é da indústria de aves no mundo. A questão que
precisamos responder é: Por que estes programas falham?
Certamente esta não é uma pergunta simples pelo fato da complexidade
que é controlar salmonela. A resposta pode variar de empresa para empresa.
Ainda, não encontramos um programa que seja infalível ou que erradique a
salmonela das aves. Porém, é possível reduzir a positividade e até trazer abaixo de
dois dígitos para as carcaças e produtos. Para isso precisamos evitar alguns erros
que freqüentemente ocorrem. Dentre estes erros, seguem abaixo os mais comuns:
Falta de conhecimento epidemiológico sobre salmonela – Essa na
maioria dos casos tem sido a razão número um das falhas nos programas de
controle. A salmonela comparativamente com outras bactérias tem um
comportamento epidemiológico complexo. Por isso, necessitamos conhecer com
mais detalhes este microrganismo, e a palavra chave é epidemiologia. Veja abaixo
algumas características epidemiológicas, que não podem ser ignoradas quando se
estabelece o programa de controle. A falta desse conhecimento gera programas
falhos que não atingem seus objetivos.

119
a) A maioria das salmonelas infecta grande variedade de animais e produtos
de origem animal. São facilmente transportadas, portanto a origem de
infecção num plantel ou granja pode ser bastante variada. As fontes mais
comuns são: matrizes, incubatório, frigorífico, fábrica de ração e ambiente
criatório;
b) Uma vez a ave infectada, não há tratamento com antibiótico ou outro
procedimento que garanta a eliminação completa, essa ave pode
permanecer portadora;
c) As aves eliminam salmonela de forma intermitente e em baixo número.
Em determinado momento pode-se isolar salmonela em outros não. Um
número significativo de amostragem é fundamental. Apenas no caso de S.
Gallinarum e Pullorum a eliminação é mais constante;
d) Uma grande variedade de sorotipos pode infectar as aves (cerca de 200).
Ainda, um lote pode estar infectado por mais de um sorotipo
simultaneamente. Isto torna a sorotipificação procedimento chave num
programa de controle. Sem ela não há como controlar salmonela numa
integração;
e) Não há boa imunidade cruzada entre os diferentes sorotipos, portanto as
vacinas não são polivalentes. Isto dificulta e limita o controle pela
imunização;
f) Embora a transmissão vertical clássica ocorra somente com os sorotipos
Gallinarum e Pullorum e discretamente com Enteritidis, é relativamente
comum a passagem de salmonela da matriz para a progênie, ela ocorre via
contaminação da casca do ovo;
g) As salmonelas são relativamente sensíveis no ambiente, mas podem
persistir por semanas e até meses quando protegidas por matéria orgânica;
h) Devido a salmonela ser eliminada em baixo número e de forma
intermitente, com freqüência o número de amostras para monitoramento é
abaixo do necessário. Resultados negativos não necessariamente refletem a
realidade;
i) O controle de salmonela inicia com o recebimento de aves livres, e todo o
esforço deve ser feito em mantê-las livres. Conhecimento epidemiológico
aliado a boas medidas de biosseguridade tem sido a grande arma.
Inexistência de um programa de controle – Para que salmonela seja
controlada, principalmente num sistema de integração como está estruturada a
nossa avicultura, a empresa necessita estabelecer um programa de controle. Não é
possível monitorar salmonela sem que se considerem todos os setores envolvidos e

120
que se estabeleça uma programação de amostragens e análises abrangente. Da
mesma forma que existe um programa de vacinas para matrizes ou para frangos,
o mesmo deve acontecer para salmonela. Este deve ser planejado de forma a
contemplar os objetivos traçados.
É comum observarmos empresas que reconhecem a importância da salmonela,
mas realizam apenas análises esporádicas. Não existe controle de salmonela sem
planejamento e sem um programa que envolva a cadeia toda.
Programa de controle não integrado – Há situações em que a empresa
possui um programa de controle de salmonela, porém este não abrange todos os
segmentos da criação. As grandes fontes de infecção de um plantel podem ser
agrupadas em matrizes, incubatório, frigorífico, fábrica de ração, ambiente
criatório e biosseguridade que envolve o homem conectando todas elas. Não é
possível controlar salmonela sem que todas as fontes estejam igualmente
monitoradas. A corrente vai romper se encontrar um elo frágil. Obrigatoriamente o
programa tem que envolver a cadeia toda e ser conduzido de forma coordenada.
Falta de um coordenador para o programa – É comum empresas
estabelecerem programa de monitoria e controle de salmonela nos diferentes
setores, mas esses agirem independentes. Cada um faz os seus controles e há
pouca interação e comunicação entre eles. Para ser uma indústria conforme o
modelo de integração, é preciso que se escolha um líder (técnico, gerente) que
coordene o programa todo e que pelo menos mensalmente reúna os
representantes de cada segmento da cadeia (matriz, incubatório, fábrica de ração,
frigorífico e integração) para discussões.
É frequente a salmonela ser problema em apenas um ou dois dos
segmentos envolvidos. Neste caso é onde os esforços devem ser concentrados.
Sem um gestor geral os esforços serão dispersos e não focados, a chance de
sucesso diminui significativamente. É importante que este gestor ou líder tenha
acesso a todas as áreas envolvidas no programa e tenha respaldo para tomar as
medidas necessárias.
Interrupção do programa – Há muitos casos em que a empresa
reconhece a necessidade de um programa de controle de salmonela e o mesmo é
estabelecido. No início existe entusiasmo, o monitoramento funciona, mas por
acomodação, pequena crise ou foco em outras prioridades o mesmo passa para
segundo plano e é interrompido. Com isso perde-se o investimento inicial e as
informações são parcialmente geradas. É fundamental que haja consistência na
geração de dados. A robustez do programa só vem com a continuidade. A
interrupção tende a invalidar o que foi anteriormente obtido e compromete

121
totalmente o futuro. A equipe técnica e a direção da empresa devem estar
conscientes que programas não devem ser interrompidos, apenas corrigidos se
necessário.
Controlar salmonela exige investimento – É utopia pensar que um
programa de controle para salmonela se faz com meia dúzia de análises e sem
custos. Ele exige planejamento e envolve finanças. A gerência/direção da indústria
deve estar consciente da necessidade de investimento, (análise de laboratório tem
custo). A complexidade da salmonela não permite simplificar e simplificar para
cortar gastos. É muito frequente reduzir o número de análises a ponto dos
resultados não serem confiáveis. Quem só fica de olho nas finanças, no atual
estágio da avicultura, tem que ajustar a visão. Controle de salmonela não é custo,
é investimento. A perda de um negócio, o retorno de um container, a eliminação
de um lote pagam o programa de salmonela por uma década. Comparativamente
com o valor de um lote, os custos do monitoramento para salmonela são
insignificantes.
As falhas apontadas acima não são as únicas, existem muitas outras. Estas foram
destacadas por estarem entre as mais frequentes e serem importantes. Muitas
parecem simples, mas na prática tem grande significado e não podem ser deixadas
de lado. Não há como controlar salmonela sem que todas sejam cuidadosamente
consideradas.

122
Possíveis fontes de contaminação por Salmonella

Ambiente Transporte
Cama
Animais silvestres
Aves de
reposiç
reposição
Roedores
Salmonella Água
Abatedouro
Alimento
Incubatório Homem Equipamentos

O quadro acima exemplifica as diversas fontes de infecção por salmonela que


podem estar presentes numa estrutura de integração avícola. Observe que elas
são diversas, portanto o programa de controle se torna complexo por conta desta
diversidade. A monitoria deve ser ajustada para cada empresa conforme os
objetivos e o histórico, porém é fundamental que contemple todos os segmentos
da cadeia.

123
Alterações no aparelho
locomotor em frangos de
engorda

Dr. Carlos Lopes Coello

Ir para a Ir para o
capa Índice
Alterações no aparelho locomotor
em frangos de engorda
Carlos López Coello1/, José Arce Menocal2/,
Daniel Camacho Fernández3/
1/
Departamento de Producción Animal:Aves, FMVZ, UNAM, México
16300 D.F. coelloca@servidor.unam.mx, 2/Univ. Michoacana de SNH,
FMVZ, Morelia, Mich, 3/Novus International de México S.A
de C.V., México D.F.

ANTECEDENTES:
Hace cinco décadas cuando la industria avícola estaba en su periodo juvenil, los
retos a los que se enfrentaba estaban centralizados en los parámetros y costos
de producción; los actuales mercados consumidores exigen otros indicadores,
como son productos inocuos, el bienestar animal, la conservación del medio
ambiente y bajos precios.
Los problemas locomotores han tenido una prevalencia constante y representan
uno de los retos a diagnosticar, prevenir y controlar con la intención de hacer
esta industria no solamente más eficiente y rentable, sino también para cumplir
las expectativas de los consumidores.
Un indicador de los distintos criterios para interpretar “los problemas
locomotores” es la gran variación existente en los datos publicados con
referencia a la incidencia e importancia. Solamente como un ejemplo, se ha
señalado que la prevalencia de problemas locomotores en pollos de engorda
mediante el diagnóstico clínico claramente visibles varia entre el 1 al 3% de la
población, estimándose que el 30% de las aves presentan dificultad para
caminar, independientemente que dentro de las causas más comunes de
mortalidad hay que contabilizar las que están relacionadas con este tipo de
alteraciones (1).
Se ha mencionado la participación de diversas etiologías que incluyen aspectos
infecciosos, no infecciosos, predisposición genética, alteraciones metabólicas,
de nutrición, alimentación, manejo, ambientales y tóxicos, Difícilmente se
presentan como cuadros clínicos de una sola etiología, siempre se encontrarán
relacionados e incluso formando un efecto sinérgico o como Síndromes.

126
La frecuencia de las alteraciones locomotoras han ido cambiando en el tiempo,
hace 15 años se consideraba el siguiente orden: Necrosis de la cabeza del
fémur (NCF), artritis infecciosa, (estafilococosis/coliformes), artritis/tendinitis,
rotación de piernas; Discondroplasia tibial (DT), espondilolistesis, osteomielitis,
artritis viral (E. coli, salmonella, estafilococos) y desplazamiento del tendón (2),
otros cuadros han aumentado al paso de los años como son el varus y valgus,
dedos torcidos, y pododermatitis plantar (PDP); en parte a la selección
genética, mejoras en la nutrición y manejo de la cama hay una marcada
disminución en otros siendo el caso del raquitismo, situación similar ocurre con
la artritis viral por los eficientes programas preventivos de vacunación; sin
embargo, existen causas directas poco reconocidas como ejemplos están la
Enfermedad de Newcastle y la Enfermedad de Marek, donde se presentan
trastornos locomotores debido a las lesiones en el sistema nervioso por parálisis
espástica.
A nivel mundial se han realizado a través del tiempo distintos estudios sobre la
prevalencia de problemas locomotores, a continuación se mencionan en orden
cronológico algunos de ellos.

1976: En seis granjas del Este de Anglia se diagnosticó que el 0.06% de la


mortalidad fue atribuida a problemas de las piernas (3).

1982: En los EUA se reportó que hasta el 6% de los pollos de engorde podían
presentar evidentes anomalías esqueléticas (4).

1983: En una encuesta en Canadá se registra el 1.1% de mortalidad por causas


locomotoras (5).

1992: Se determina 0.5% de mortalidad en el Reino Unido por NCF; indicando


que la mortalidad puede ser de hasta del 3%, cuando cursa con cuadros de
inmunosupresión (2).

1992: En los EUA se aceptan perdidas hasta el 2% por cojeras (2).

1992: Basado en estimaciones de una mortalidad del 0.5% en una población de


600 millones de pollos con un valor comercial de £1.26/ ave; se establecieron
perdidas anuales en el Reino Unido debido a la NCF por £3.78 millones (2).

1992: En el Reino Unido el 0.8% de los pollos entre los 15 días de edad y el
periodo de procesamiento fueron seleccionados por problemas locomotores. La
NCF fue la causa más frecuente (38%), seguido por artritis infecciosa (13%),
rotación de tibia (11%) y DT (7%) (2).

127
1992: El 90% de las aves del Reino Unido presentaba alguna dificultad
detectable al andar y el 26% sufrieron una anomalía de la suficiente gravedad
para que su bienestar estuviera comprometido. Alrededor de un 6% de las aves
se vieron afectadas en un grado tal que existieron pérdidas económicas por
selección, muerte o decomisos (6).

1992: En Canadá indican 0.62% de problemas locomotores en parvadas


comerciales (5).

1993: se registra el 1.1% de mortalidad atribuida por alteraciones locomotrices


(7).

1994: En Inglaterra y País de Gales, los decomisos correspondieron al 1.1%,


siendo el 20% por problemas locomotores (representando 0.2% del total de
decomisos) (8).

1995: Con decomisos superiores al 3%, el 0.31% fueron por causa de lesiones
en las piernas; siendo muy probable que el 19.5% de los casos de emaciación
tuviera su origen en problemas locomotores; alrededor del 20% de los
decomisos directa o indirectamente son atribuibles a problemas óseos (9).
En el Reino Unido en el 2008 se identificaron y cuantificaron 150 factores de
riesgo asociados con el manejo que influyeron sobre la integridad del sistema
locomotor en los 5 mayores productores de pollos (que tenían el 50% de la
producción nacional) en un total de 176 parvadas que significaron 51,000 pollos
representativos de una población de 4.8 millones de aves (1).
Los resultados mostraron una variación considerable entre las empresas y las
parvadas. A los 40 días de edad como promedio, se reportó que el 27.6 % de
las aves presentaron limitaciones locomotoras (independientes de la selección
realizada de las aves retrazadas) y 3.3% no tuvieron la capacidad para
desplazarse. Los autores consideraron el resultado conservador tomando en
cuenta que las empresas participaron voluntariamente y que no se continuó la
encuesta hasta los procesos de faenado.
El score de la capacidad para caminar se establece en 6 categorías: La 0
(normal); 1 (defectos leves); 2 (anormalidad definida para caminar); 3 (lesión
evidente, por ejemplo cojera o inestabilidad, las aves suelen estar postradas); 4
(grave daño y dificultad para caminar); 5 (incapaces de sostenerse sobre sus
pies; para su traslado requieren de las alas y se apoyan sobre los corvejones).
En las puntuaciones 3, 4 y 5 es probable que se exista dolor crónico (6).

128
La compañía 4 obtuvo en el 8.5% de las aves un score de caminar de 3 o
superior, y solamente 0.6% con calificación 4, en comparación con el 22.7 al
29.7% de score 3 y 1.3 al 4.2% con clasificación 4 de las otras empresas.

Los principales factores de riesgo estuvieron asociados con la velocidad de


crecimiento, mayor edad de venta, el genotipo, densidad nutricional de las
dietas, programas de iluminación, densidad de población, aspectos infecciosos,
y calidad del pellet, que están muy relacionados entre ellos; por ejemplo, la
densidad de población no es una variable aislada, ya que repercute sobre la
cantidad de biomasa, espacio, condiciones ambientales y de la cama, salud y
actividad de la parvada.
En cuanto al genotipo establecieron que por cada incremento porcentual en la
inclusión de la estirpe A (entre 0 a 100%), existiría una mejora en la
puntuación para caminar de 0.0024, lo que significa que al utilizar el 100% de
esta estirpe, se podría reduce la incidencia en 0.24%. Para alcanzar ese mismo
porcentaje (0.24%) mediante la densidad de población se necesitaría trabajar
con 18.5 kg/m2, debido a que la densidad de población dentro de un rango de
15.9 a 44.8 kg/m2 presentó una disminución de 0.013 puntos. Con respecto al
programa de iluminación, cada hora de aumento en la oscuridad a partir del
rango de 0 a 8.5 horas, se manifestó en una mejoría al caminar de 0.079
puntos; también se concluyó que con las dietas de menor calidad de peleteado,
se obtiene una mejoría al andar de 0.15 puntos.
Varios investigadores han reconocido la susceptibilidad de las líneas genéticas
(6, 10, 11), pero la mayoría de las posibles alternativas para disminuir los
problemas locomotores implican directa o indirectamente una menor ganancia
de peso y posiblemente productividad. Como son una menor densidad
nutricional (12, 13), o reducción en la cantidad de horas luz 14); aunque
también debe reconocerse que existen prácticas de manejo que no han sido del
todo consideradas en la evaluación y prevención de estos problemas, y que se
describirán posteriormente.

2001: La prevalencia de desordenes locomotores se encuestó en Dinamarca en


28 parvadas (8% de la parvada nacional) sobre un total de 2,800 pollos (100
aves/parvada), así como su relación con el bienestar animal (15), reportando
dificultad para caminar (75%), DT (57.1%), varus/ valgus (37%), dedos
torcidos (32.6%), PDP (42%), y asimetría tarsometatarsiana. Existiendo una
correlación positiva (r>0.20) entre el score para caminar y DT; score para
caminar con varus/ valgus; TD y varus/ valgus; varus/ valgus y peso corporal
así como dedos torcidos y peso corporal. Los autores concluyen que la
prevalencia de las alteraciones locomotoras es muy alta y comprometen el

129
bienestar animal, siendo el principal factor la rápida ganancia de peso y el sexo
de las aves.

2003: En Dinamarca y Suecia se publicó un estudio (15) para estimar la


prevalencia de problemas locomotores en dos estirpe de pollos de engorda; la
información de Dinamarca incluyó a 28 parvadas de la estirpe “Y” y la de Suecia
15 parvadas a partir de “Y” y 16 provenientes de la estirpe “Z”. Se evaluó el
score de habilidad para caminar, DT, varus/ valgus y PDP. Los resultados más
sobresalientes indican que:

a) Las aves de Dinamarca presentaron un score significativamente mas alto


para el score > 0; > a 2 y DT, pero menor porcentaje de varus/ valgus, que las
aves suecas “Y”.

b) Los pollos “Z” tuvieron significativamente mas score >0 y > 2 y DT que las
aves suecas “Y”, así como mayor incidencia de varus/ valgus que las danesas.

c) Se determinó una significativa reducción de PDP en los pollos “Y” de ambos


países.

d) Los dos genotipos suecos (“Y”, “Z”) mostraron una relación similar entre el
peso corporal y la probabilidad de score > a 0, DT y varus/ valgus; indicando
que las diferencias en la prevalencia de los problemas locomotores pudo ser
debida a las distintos pesos al momento del procesamiento.

e) En aves con pesos menores a 1900 g los pollos daneses tuvieron una mayor
probabilidad de DT que los suecos; mientras que a un peso superior a los 2200
g la probabilidad fue menor. Los autores indican que las diferencias observadas
en DT entre los pollos de los dos países son atribuidas a los distintos pesos al
procesamiento, así como a las condiciones de alojamiento.

f) En pesos menores de 2300 g los pollos Daneses mostraron una mayor


probabilidad de score > a 2 en comparación con los pollos suecos.

2003: En Suecia se determinó la prevalencia de anormalidades para caminar


de los pollos en ocho parvadas de cuatro granjas diferentes (16), evaluando
50 aves por parvada del día 29 al 33 de edad. El 36.5% presentaron un paso
normal, 48.8% con un ligero defecto, el 13.5% tuvo un problema moderado y
el 1.3% mostró trastornos graves. En el 20.8% se observó varus/ valgus,
existiendo una correlación significativa entre estas lesiones y la dificultad para

130
desplazarse. Los autores reportan diferencias considerables en la prevalencia
entre las granjas e incluso entre las casetas de una misma granja.
En este estudio describieron los tiempos invertidos en las principales
actividades, encontrando que los pollos permanecieron el 67% del tiempo
postrados, el 28% tuvieron una actividad de poca movilidad (comer, beber y
parados) y sólo el 5% del tiempo fue destinado para caminar. Las actividades
de mayor dinámica como correr fueron poco frecuentes y en episodios cortos
de varios segundos de duración, los cuales dependieron principalmente de
alguna motivación; Otras investigaciones indican que los pollos están entre el
10 al 20 % del tiempo de pie (17).
Continuando con estudios etológicos, se demostró que los pollos de engorde
recién nacidos hasta la segunda semana de edad tuvieron un patrón de
conducta diferente en función de la naturaleza de la cama (serrín, arena, paja y
pajilla) con una preferencia (no estadísticamente significativa), hacia los suelos
cubiertos con aserrín donde permanecieron mayor tiempo y menos sobre la
arena; sin embargo la arena y paja fueron más frecuentemente utilizados para
dormir, en tanto que para picotear seleccionaron el serrín (18).
Con la intención de conocer el efecto de la asimetría sobre la conducta al andar
se evaluaron en pollos de una granja comercial a los 28, 35 y 42 días de edad
muestreados al azar, la fuerza de sus pies como un porcentaje del peso
corporal al caminar sobre una plataforma calibrada; así como la longitud
tarsometatarsiana, longitud de las falanges externa, media y posterior (19).
A los 28 días de edad, no hubo importantes diferencias morfológicas entre la
extremidad izquierda y derecha para la longitud tarsometatarsiana y del dedo
medio; sin embargo, para el dedo exterior existió significancia, así como a la
fuerza ejercida sobre la plataforma por la pierna izquierda (7.31% peso
corporal versus 6.73% de la derecha), lo que se interpreta como una forma
irregular de caminar. A los 35 días de edad mostraron diferencia estadística en
la longitud del dedo medio y en la proporción del peso corporal al caminar
siendo 4.02% en la izquierda y 3.42% en la derecha. A los 42 días de edad
hubo diferencias morfológicas en la longitud de los dedos medio y posterior, sin
embargo, no se observó entre las dos piernas sobre la fuerza ejercida en la
plataforma.
No se encontró correlación entre los rasgos específicos de las extremidades y la
capacidad para caminar, y teniendo en cuenta el tiempo invertido con esta
metodología, los autores mencionan que por sí solo, no es un buen indicador de
bienestar de pollos de engorde (19).
Otros autores han reportado que cuando el pollo está caminado, el dedo
posterior se somete a una mayor presión al contacto con el piso y la presión
disminuye a medida que avanza el paso (20).

131
SISTEMA LOCOMOTOR:
El sistema locomotor esta integrado por tejidos y órganos como el esquelético,
muscular, nervioso y vascular; que incluyen huesos, músculos, nervios,
tendones, cartílagos, líquido sinovial y vasos sanguíneos; las alteraciones en
las piernas y en particular en los huesos han sido ampliamente estudiadas y son
el principal foco de atención cuando se evalúan problemas locomotores,
aspecto que no es equitativo en la biomecánica del movimiento con los otros
tejidos; situación que explica parcialmente la dificultad para solventar esta
problemática, siendo importante recordar que los demás constituyentes del
sistema locomotor y la correcta alineación de sus partes son esenciales para
obtener una buena función locomotriz. Aunado a estos aspectos, existen dos
factores muy importantes involucradlas en el metabolismo óseo, que también
se encuentran “olvidados” y son las hormonas y las enzimas.
La participación de las reproductoras, el proceso de incubación y durante todo
el ciclo productivo de las aves incluyendo la captura, transporte y el faenado
están relacionados con las alteraciones locomotoras. Se ha mencionado una
gran cantidades factores involucradas como son los aspectos de genética,
nutrición, infecciosos, incubación, ambientales, estresantes y de manejo;
presentándose en los últimos años una fuerte presión de los sectores que
defienden los aspectos de bienestar animal.
Existe una sintomatología común; aunque el más común y menos reconocido
de los síntomas es el dolor que se manifiesta por la dificultad para caminar,
situación que trasciende sobre el consumo de alimento y con ello de nutrientes,
el crecimiento, ganancia de peso, deshidratación, desuniformidad, cantidad de
aves seleccionadas, lesiones en piel, pechuga, mortalidad, decomisos, calidad
física y microbiológica de las canales, y finalmente en los costos de producción.
La menor actividad física de las aves y los problemas de alineación de los
huesos como es el caso de la desviación del tibiotarso, han sido correlacionados
con una mayor postración, rasguños, callos en la pechuga, contaminación de
las canales, problemas en las líneas de sacrificio y de deshuese automático.

PATOLOGIAS DEL SISTEMA ESQUELETICO


Se dividen en dos grades grupos: Artopatías y osteopatías.
Las artropatías corresponden a procesos que afectan las articulaciones, por ello
cursan con cuadros clínicos de artritis, pudiendo ser la etiología infecciosa (virus
y bacterias), tóxica (uratosis), traumática, degenerativa (artrosis) o neoplásica
(que se observan únicamente en aves con una vida prolongada). Las
osteopatías inflamatorias más comunes corresponden a osteítis y osteomielitis;

132
en el grupo de las neoplásicas se encuentra la osteopetrosis y la
mielocitomatosis (21).
Las osteopatías se caracterizan por afectar el tejido óseo laminar compacto y el
travecular esponjoso de los huesos, teniendo su origen en aspectos de tipo
hereditario (osteodisplasias), metabólico, nutricional (osteodistrofias) e
infeccioso.
Las osteodisplasias están enmarcadas en deformaciones estructurales del
sistema músculo – esquelético, cuyo origen es genético o congénito, Las
osteodisplasias están generalmente asociadas a malformaciones de músculos,
de ligamentos o de tendones. No en todos los casos ha sido demostrada la
alteración genética responsable, y que el posible factor hereditario de la
osteodistrofia este asociado a carencias nutricionales.
Afectan entre el 0.5-1% de la parvada, pero la frecuencia puede elevarse según
el tipo de osteodisplasia. En la rutina de diagnóstico, difícilmente se logra
determinar la etiología de estos padecimientos.
Las osteodisplasias más comunes son: varus/valgus, discondroplasia, NCF,
espondilolistesis osteopetrosis y la mielocitomatosis (21).
Entre las osteodistrofias (origen nutricional) que comprenden malformaciones,
limitado desarrollo y fragilidad ósea están la perosis, raquitismo, osteomalacia,
y aquellas en las que participan minerales (Ca, P, Mn, Zn, Cl) y vitaminas (D3,
A, B1, B2, B6 ácido fólico, ácido pantoténico, ácido fólico, niacina, colina
biotina).

Artritis: Corresponde a un proceso inflamatorio que generalmente cursa con


tenosinovitis y miositis, existiendo cuadros clínicos con un curso agudo o
crónico; en el primer caso el tejido es blando, la piel turgente y se puede palpar
la presencia de líquido; cuando es crónico, la consistencia es dura, se pierden
los puntos cardinales del proceso inflamatorio, pudiendo existir complicaciones
en otros tejidos como es el cartílago articular. Las articulaciones afectadas con
mayor frecuencia son la tibio-tarso-metatarsiana y las metatarso-
falangianas seguidas de la femoro-tibio-tarsiana y en muy raras ocasiones las
articulaciones de las alas (atribuido al menor soporte corporal y a la actividad
realizada) (21).

Artritis traumática: Generalmente se presentan como resultado de prácticas


de manejo como son la aplicación de medicamentos o vacunas así como la
captura y traslado de las aves a la planta de procesamiento.

Artritis de origen infeccioso: Incluye principalmente agentes bacterianos


siendo los más comunes la E. coli, Staphylococcus aureus, Streptococus y
Mycoplasmas. Es frecuente el aislamiento de bacterias oportunistas asociadas a

133
la infección sobre todo cuando existe un estado de inmunodepresión; en el caso
de los virus, los más comunes son los reovirus, cepas nefrotropas de
coronavirus y el picornavirus (21).

Micoplama: Mycoplasma synoviae (Ms) y ocasionalmente M. gallisepticum


(Mg) producen entre el 1-4% de la parvada alteraciones en las articulaciones,
Las artritis causadas por Mycoplasmas son de tipo serofibrinosas; en el caso de
las demás bacterias la artritis es de tipo supurativa. Una vez que la
micoplasmosis esta diagnosticada (mediante la presencia de anticuerpos y
confirmada por el aislamiento e identificación del micoplasma), existen muy
pocas acciones que den resultados positivos, por lo que las medidas preventivas
son fundamentales (22). Por existir una transmisión vertical y horizontal, la
prevención en granjas de multi edades resulta más complicada. La terapia
antimicrobiana contra la artritis bacteriana difícilmente tendrá una respuesta
favorable, podrá reducir la transmisión, pero no lo elimina en su totalidad; en
cambio cuando las medidas son de tipo preventivo las expectativas de éxito
aumentan, por ello bajo ciertas circunstancias la vacunación es una opción (22).

Artritis y tenosinovitis viral: Corresponde a una turgencia e inflamación


sero-fibrinosa de las vainas sinoviales de los tendones flexor digital y extensor
metatarsianas, siendo las articulaciones de la región tibio-tarso-metatarsiana
notoriamente más afectadas, la superficie cartilaginosa articular se erosiona,
pudiendo formarse adherencias y fibrosis que engrosan la cápsula sinovial y la
vaina tendinosa; también se presenta Inflamación de la almohadilla plantar. En
casos muy severos se observa la ruptura del tendón gastrocnemio, con
hemorragia en los tejidos aledaños y en condiciones crónicas fibrosis (21).
El reovirus puede ocasionar tenosinovitis y artritis en aves de 4 a 8 semanas de
edad. La principal vía de transmisión es la horizontal, aunque la vertical
también ha sido reportada. Una medida importante de prevención es obtener
en la progenie títulos altos de anticuerpos maternos; la vacunación en los pollos
también ha sido utilizada para su control, pero hay que tener en cuenta que las
vacunas tienen una protección cruzada limitada entre los distintos serotipos de
reovirus.

Artritis tóxica: La presentación más común corresponde a uremia o


hiperuricemia que es un cuadro clínico más frecuente en las aves atribuido a la
formación de uratos o gota, debido a que las aves no tienen la enzima uricasa
hepática que en los mamíferos participa en la transformación del ácido úrico
hacia alantodina para poder ser excretado por la orina (razón por la cual se les
considera uricotélicos al eliminar los desechos nitrogenados como ácido úrico)
(21).

134
Pododermatitis plantar: La incidencia aumenta considerablemente por las
malas condiciones de las camas y en particular por el exceso de humedad que
puede ser causada por derrames de agua, enteritis, diarreas, o diuresis.

Osteitis/osteomielitis: El proceso inflamatorio en el tejido óseo laminar o


esponjoso se refiere como osteitis; en el caso de osteomielitis los tejidos
implicados son el óseo y mieloproliferativo presente en el canal medular; la
periostitis se refiere únicamente al periostio (21).

Osteodistrofias: Corresponden a las alteraciones en la estructura o


crecimiento de los huesos ocasionadas por deficiencias nutricionales o
trastornos metabólicos; en este último caso la información existente es menor
que la reportada por deficiencias nutricionales (21).

Raquitismo: Los cuadros de raquitismo hoy en día son muy raros, en 1932 se
estableció que en pollitos alimentados con una dieta experimental deficiente en
vitamina D, la presentación de los signos clínicos ocurría entre los 18 y 20 días
posteriores, obteniendo una mortalidad del 100% a los 30 días de edad.
Una deficiencia o imbatanse entre el Ca, P y/o vitamina D3 promueve la
presentación de raquitismo, que puede también tener su origen por la menor
absorción como ocurre en los cuadros de Síndrome de mala absorción o
enteritis crónicas.
El diagnóstico diferencial entre estos elementos es posible realizarlo mediante la
histopatología; La relación Ca:P en las cenizas de huesos (2:1) es un buen
indicador por ejemplo un exceso de Ca provoca la deficiencia de P, o bien
cuando la disponibilidad del P es menor a la esperada como sucede por la
presencia de los fitatos o efectos adversos hacia la fitasa. La disponibilidad del
Ca puede disminuir por los niveles altos de fitatos o por la formación de jabones
en conjunto con los ácidos grasos libres saturados.
En el raquitismo subclínico se observa el engrosamiento de las placas de
crecimiento, y en casos más avanzados una disminución en la mineralización de
la matriz cartilaginosa epifisiaria, fragilidad y deformación ósea. La presentación
subclínica puede predisponer a otras manifestaciones (21).

Osteomalacia: Es un proceso poco frecuente y de alguna manera parecido al


raquitismo, ya que tiene su origen en la deficiencia de Vitamina D3, Ca o P,
siendo la principal diferencia que la deficiente mineralización de los huesos
largos se presenta en aves adultas; por ello en la osteomalacia no se observa
hipertrofia de las articulaciones; los hueso largos no son tan blandos y flexibles
como en el raquitismo, en cambio son quebradizos y frágiles debido a que el

135
proceso de osteoclasia los vuelve porosos; pero al igual que en el raquitismo,
existe un aumento de la matriz osteoide que no esta mineralizada (que es
generada por los osteoblastos en el proceso fisiológico de remodelación y de
sustitución de tejido óseo) (21).

VITAMINAS: Las dietas a base maíz-soya proporcionan una buena cantidad de


vitaminas, por si mismas (siendo importante tomar en cuenta la
biodisponibilidad), pero no son suficientes para el rápido desarrollo óseo; por
ello se adicionan como fuentes sintéticas en cantidades elevadas en la
premezcla, situación que prevé la presentación de deficiencias.
Existen numerosas investigaciones con respuestas variables a la
suplementación extra de vitaminas en el agua de bebida para corregir las
alteraciones locomotoras de los pollos. La adición en el agua puede ser de
utilidad en los procesos de recuperación ante situaciones estresantes, cuadros
entéricos o de mala absorción, pero no debe ser una práctica rutinaria para la
prevención de problemas locomotores. De manera especial las vitaminas D y C
han mostrado un efecto positivo en el metabolismo del esqueleto.
La adición de vitamina D3 en los EUA comúnmente es nueve veces mayor a las
recomendaciones del NRC (1994), siendo muy difícil que bajo condiciones de
producción se presenten cuadros clínicos deficitarios, pero hay que tomar en
cuenta los aspectos de mezclado, errores de adición o alteraciones entéricas. Se
han descrito efectos favorables con la adición de vitamina C (250, 500 o 1,000
mg/Kg de dieta) en dietas con bajo contenido de Vitamina D (2 Njg/kg de 1,25-
(OH)2D3) sobre la disminución de la DT incluso en raciones con bajo contenido
de Ca y P (23).
Deficiencias marginales de B6 están relacionadas con hipertromocisteinemía,
reduciendo la actividad de la lisil oxidasa que participa en el metabolismo de la
elastina y el colágeno; existen reportes indicando que los altos niveles en
sangre de homocisteina y bajos de ácido fólico, vitaminas B6 y B12 incrementan
la incidencia de DT y fracturas; en el caso de biotina ha sido correlacionada con
la presentación de PDP (23).

MICROMINERALS: El zinc es necesario para la síntesis y recambio del


colágeno y la queratina; proteínas que son fundamentales tanto en la
estructura del tejido conectivo como en la matriz extracelular del sistema
tegumentario. La función del zinc en el recambio del colágeno se explica por su
participación como co-factor en la matriz de las metaloproteínasas (24).
El zinc probablemente promueve la síntesis de colágeno a nivel transcripcional,
dado que este elemento se requiere para la función de la super familia de
factores transcriptivos (26), las tasas de recambio de colágeno se ven reducidas
con la deficiencia en el nivel de inclusión, ingestión, digestión, absorción,

136
deposición o exceso de excreción del Zn, probablemente debido a que las
colagenasas son enzimas zinc dependientes (26), independientemente que las
deficiencias y excesos de zinc se asocian con anorexia, menor desempeño y
bajo crecimiento (27).
El cobre también funciona como un constituyente de las metaloenzimas, siendo
un elemento necesario en la estructura y funcionamiento enzimático; como
ejemplo esta la enzima lisil oxidasa que es cobre dependiente, la cual participa
en el auto-ensamble celular en las fibrillas que forman el entramado del
colágeno y elastina (28), que es esencial para proveer fortaleza al colágeno y
por lo tanto a los tejidos. Por ello ante un cuadro deficitario de cobre, la
elastina y el colágeno no tienen la capacidad de responder favorablemente ante
los mecanismos estresantes a que son sometidos los sistemas cardiovascular y
esquelético respectivamente. Debido a la participación que tiene el cobre en la
formación del entramado del colágeno, este mineral participa en una mayor
fortaleza de la piel, huesos e intestinos. El manganeso esta estrechamente
vinculado con la prevención de la perosis (29), velocidad de crecimiento y
anormalidades en hueso (30, 31).

Tipos de osteodisplasias: Perosis, varus valgus y deformidades de las


patas: La perosis también denominada condrodistrófia, se manifiesta por el
encorvamiento de la epífisis distal del tibitarso y/o de la epífisis proximal del
metatarso, provocando o no la desviación lateral interna (varus) o externa
(valgus) de los radios óseos. Se caracteriza por una reducción en el espesor del
cartílago de crecimiento, lo cual disminuye el largo y grosor de los huesos de
las extremidades inferiores que llegan a encorvarse, pero la mineralización es
normal (32).
Generalmente afecta con mayor frecuencia en los machos entre el 0.5 - 2 %,
pudiendo llegar hasta un 5 - 25%. Aunque la perosis puede iniciar desde las
primeras semanas de edad, el cuadro clínico es más manifiesto a medida que
se tiene mayor peso corporal, incluso con el desplazamiento del tendón
gastrocnemio del cóndilo; las aves requieren apoyarse sobre los corvejones
situación que complica la lesión con una artritis bacteriana.
Como causas de perosis se han mencionado las deficiencias de Mn y vitaminas
del complejo B; participando también la susceptibilidad genética al relacionarla
con una mayor velocidad de crecimiento.

Rotación de la tibia: Este padecimiento limita mucho el desplazamiento de


los pollos, es similar a la condrodistrofía, existiendo una torsión de la pierna
hacia fuera hasta de 90° o mayor, afectando la longitud de los huesos y la
asimetría, pero generalmente sin encorvamiento de los epífisis ni
desplazamiento del tendón gastrocnemio. .

137
Se observa generalmente en pollos mayores de 3 semanas de edad de forma
unilateral o bilateral, sin que exista una aparente predisposición por el sexo de
las aves. A pesar de que la etiología no esta del todo establecida, ha sido
relacionada con el síndrome de mala absorción y el raquitismo a edad
temprana.
Sin embargo hay investigadores que demostraron que la incidencia de piernas
torcidas estuvo influenciada por la línea genética y sexo, siendo el doble para
los machos; además mencionan que con la suplementación de vitaminas y
minerales no encontraron un efecto favorable (33).

Dedos torcidos: La frecuencia es muy variable pudiendo ser entre el 4.8 y 7.7
%; en parvadas Australianas se ha registrado hasta el 50%. La etiología no ha
sido precisada y aparentemente no hay repercusiones clínicas significativas,
incluyendo la capacidad para caminar (21).

Discondroplasia: El más obvio y frecuente de los cuadros clínicos de


discondroplasia corresponde a la DT, que se identifica macroscópicamente por
la permanencia anormal del cartílago en la epífisis proximal y distal de la tibia,
esta lesión también es manifiesta en la parte proximal del fémur y del
tarsometatarso (32).
El cartílago es similar al existente en los huesos largos de aves recién nacidas,
no presenta mineralización, vascularización u osificación endocondral, estando
estático incluso cuando la placa de crecimiento se cierra (21). En aves jóvenes
es necesario realizar un diagnóstico diferencial contra raquitismo, ya que
también existe cartílago a nivel de la placa de crecimiento.
Si bien las lesiones moderadas no impiden que los pollos lleguen al alimento y
al agua; el dolor puede motivarlos a postrarse y por consiguiente disminuir el
consumo; La incidencia como presentación subclínica puede ser del 4 al 26%.
En casos más avanzados se presenta claudicación y mayor volumen de la
articulación femoro-tibio-tarsiana con desviación de la epífisis proximal del
tibiotarso. La fragilidad ósea promueve fracturas y asimetría.
El cuadro clínico ha sido relacionado con la predisposición de la estirpe y con
factores nutricionales; Se ha reportado una mayor incidencia cuando el
alimento se contaminó con 75 ppm de la micotoxina fusarochromanona o con
Fusarium roseum, así como al consumir dietas con exceso de fósforo, o por la
presencia de fungicidas como el bisulfuro de tetramethylthiuram.
Como programa preventivo, los cuadros clínicos disminuyen al ajustar en la
dieta las concentraciones de Ca, Cu o Zn, así como al aplicar programas de
restricción al consumo de alimento y/o con la adición de 1,25-(OH)2 D3 o de
1,24R, 25-(OH)3D3 a razón de 5µg/Kg pero no así con la 24R,25-(OH)2D3.

138
Debido a estas circunstancias este padecimiento puede ser considerado a la vez
como osteodisplasia y como osteodistrófia (21).

Espondilolistesis: Se atribuye a una malformación y rotación de la 4°


vértebra torácica, debido a trastornos hereditarios que no han sido
satisfactoriamente caracterizados. La desviación vertebral ocasiona una mayor
presión sobre la médula espinal y afecta la irrigación; el pollo puede presentar
parálisis, apoyándose en ambos corvejones, procurando mantener el equilibrio
mediante el aleteo.
La incidencia es baja, aunque también es poco frecuente utilizar una técnica de
necropsia apropiada para identificar esta lesión que se caracteriza visualmente
por el aumento del volumen en la zona afectada En parvadas de 3 a 6 semanas
de edad puede llegar al 2%.
La Escoliosis también esta relacionada con deformaciones de la columna
vertebral pero es poco frecuente (21, 34), y se ha sugerido que cambios
angulares en la articulación tibiotarsiana predisponen la presentación de
escoliosis (aunque la causa-efecto no ha sido demostrada).

Osteocondrosis: Incluye los procesos degenerativos de los fibrocartílagos de


las vértebras cervicales o torácicas y del cartílago de la cabeza del fémur,
siendo la NCF el mas reconocido, el cual corresponde a una osteoporosis que
entraña resorción de la base de la cabeza femoral (21).
Inicialmente la NCF se describió como una lesión típica de la reovirosis o de
procesos entéricos que inducían una mala absorción, posteriormente se discutió
si el origen radicaba en infecciones septicémicas o si la participación de una
cama húmeda y de mala calidad actuaría como factor predisponerte.
Finalmente se ha comprobado en un 70% de los casos la presencia de
microorganismos patógenos, sobre todo estafilococos coagulasa – positivos
(35).
El origen del cuadro clínico de la NCF es atribuido a la infección bacteriana que
puede iniciar desde la contaminación del huevo (huevo de piso, colección,
almacenamiento) infecciones del sistema respiratorio o digestivo o artritis
bacterianas; la infección también puede ser como consecuencia de fracturas,
trombosis, hemorragias o bien osteomielitis al nivel de la placa de crecimiento.
Este padecimiento puede llegar a producir entre el 5-25% de los casos de
cojeras y el 33% de desintegración de la epífisis femoral, el hecho de que no
coincida el porcentaje de cojeras con el de la lesión es que pueden presentarse
casos de osteocondrosis sin la presentación de signos, pero en la planta
faenadora la incidencia aumenta por el procesamiento incluso con fracturas de
la epífisis proximal del fémur, acompañadas de hemorragias subcutáneas y

139
musculares, que generalmente ocurren durante la recogida y posteriores
manipulaciones de los pollos (35).
Al dislocar las piernas en la necropsia, es común observar el desprendimiento
del cartílago articular. Para el cultivo bacteriológico es necesario romper la
parte próximal del fémur y tomar la muestra a partir del hueso y cartílago. Los
antibióticos no pueden llegar fácilmente al hueso por lo que se limita su
eficiencia (22). Cuando la infección se ha establecido, existen pocas
posibilidades de recuperación, por ello es conveniente llevar un programa
preventivo hacia la NCF.

FORMACION DEL SISTEMA ESQUELETICO: A los 9 días de desarrollo


embrionario es posible identificar el esbozo del esqueleto, que esta compuesto
a esta edad únicamente por tejido cartilaginoso, cinco días después existen
huesos parcialmente osificados y al nacimiento se aprecia un cono de cartílago
embrionario en los tercios proximal y distal de los huesos largos, los cuales
desaparecen totalmente al cabo del quinto u octavo día de edad del pollito (21).
Debido a que el proceso de osificación inicia desde el periodo embrionario, las
condiciones adversas de incubación influyen en su desarrollo.

INCUBACION: Importantes aportaciones han sido publicadas recientemente


relacionadas con las condiciones de preincubación, incubación (temperatura,
conductancia), condiciones de transporte del pollito y su efecto al nacimiento o
al final del ciclo productivo con las alteraciones del sistema esquelético. Los
puntos más sobresalientes son:

1.- La adecuada temperatura de pre-incubación y flujo de aire son


fundamentales para el desarrollo óseo. Condiciones de altas temperaturas e
hipoxia al final de la incubación reducen el peso relativo del fémur y tarsos
(36); En pollos de 40 o 56 días de edad, que tuvieron una preincubación
uniforme a 26.7oC con movimiento de aire forzado por 11 horas, disminuyó la
incidencia de torsión de la tibia (36).

2.- Se evaluó el efecto de la conductancia del cascarón, condiciones de pre-


incubación, temperaturas al principio y fin de la incubación, y concentraciones
de oxígeno en pollitos al nacimiento y su relación con alteraciones locomotoras
en pollos de 41 a 56 días de edad, reportando lo siguiente (37).

a) La temperatura de incubación durante los últimos cuatro a cinco días de


incubación (meseta de consumo de oxígeno), influye sobre la utilización de la
yema, maduración intestinal, desarrollo muscular y metabolismo de la tiroides
y del corazón entre otros aspectos. La implicación sobre el desarrollo del

140
sistema óseo radica en el papel que las hormonas tiroideas tienen en el
crecimiento óseo, especialmente en la diferenciación de la placa de crecimiento
de condorcitos (36).
La preincubación e incubación inadecuada provocan una menor absorción del
vitelo que implica una disminución de nutriente para el embrión y pollito como
lípidos, oligoelementos y vitaminas que comprometen el desarrollo esquelético,
aumentando la asimetría del fémur y tibia, trastornos musculoesqueléticos y los
patrones erróneos de caminar (36).

b) Existen diferencias en la respuesta entre las estirpes genéticas a la


conductancia del cascarón, para alcanzar el plateau del consumo de oxígeno. La
menor conductancia tendrá un efecto negativo sobre la difusión de oxígeno al
embrión, y esto sobre el desarrollo óseo (37).

c) Las condiciones de temperaturas altas (101° F) y bajas concentraciones de


oxígeno (19%) son más críticas los tres primeros días y los cuatro últimos de
incubación modificando negativamente el peso, longitud, grosor y simetría de
los huesos a la eclosión y en el desempeño productivo de pollos de 40 días de
edad (36). Las altas temperaturas deprimen la expresión de colágeno tipo X y
la transformación del factor de crecimiento beta, que son dos importantes
proteínas implicadas en la osificación (particularmente involucradas en los
cuadros de DT) (37).
La DT se manifiesta normalmente después de las tres semanas de vida, su
origen recientemente ha sido correlacionado también con temperaturas
subóptimas (36.9oC versus 39.5oC) durante los primeros 8 días de incubación;
Inclusive periodos cortos (6 h/día) de temperaturas excesivas (39oC) durante la
fase intermedia (10 a 18 días de incubación) reducen el desarrollo de las tibias
(36).

d) La incubación se realizó con temperaturas en el cascarón a la primera


semana de 99.5°F o inferiores, manteniendo entre el día 8 a 17 el estándar y
en la parte final el estándar o superiores; posteriormente los pollitos fueron
transportados bajo dos condiciones (control y subóptima). (37) Las
temperaturas altas al final de incubación y las condiciones "subóptimas" de
transporte aumentaron la incidencia de dedos y piernas torcidas así como en el
porcentaje de pollos con problemas de andar, siendo mayor la incidencia en los
machos (37).

e) La combinación de baja temperatura (98.6° F) al inicio y la temperatura alta


(102.2° F) en la etapa final de la incubación, disminuyen el peso de la tibia; la

141
baja temperatura inicial de incubación aumenta la asimetría de los pesos de la
tibia y tarsos; las bajas temperaturas incrementaron la longitud del tarso (36).

3.- Alteraciones de la temperatura, entre los 4 y 7 primeros días de incubación


(de 37.5oC a 38.5oC), pueden afectar los procesos de osificación e incluso
incrementar la longitud de la tibia y el tarso (36).

4.- La incubación en máquinas de una etapa en comparación con los sistema de


multi-etapa reduce la incidencia de valgus, dedos torcidos (0.8 versus 0.1%), y
rotación de tibia (36) y mejora la puntuación normal de andar (63.4 frente a
53.2%). bajo condiciones comerciales en pollos de 56 días de edad, y aumenta
el peso corporal en una onza (37).
Una adecuada transportación de la incubadora a la granja igualmente
disminuye la presentación de problemas locomotores como lo demuestran el
siguiente estudio (23)
Se evaluaron los efectos de las temperaturas de incubación de embriones y el
transporte de los pollitos sobre el desarrollo de huesos de la pierna a los 41
días de edad. Un total de 5,200 huevos fértiles fueron incubados a una
temperatura de 36.7° (L), y 37.5°C (S), en la primera semana, durante la
tercera semana la temperatura fue de 39°C (H). Los huevos S fueron incubados
entre los días 8 al 17, con cuatro diferentes temperaturas SS, SH, LS, y LH. A
41 días de edad, los machos presentaron mayores problemas en las piernas (P
<0,001). Las altas temperaturas en la incubación y transporte aumentaron (P
<0.01) la incidencia de dedos torcidos y la dificultad para caminar (score 2 y
4); el inadecuado transporte produjo mayor cantidad de aves con rotación de
piernas (p <0,05) (23).
Los autores registraron que el 27% de los traumatismos con mayor incidencia
en pollos con un peso superior a 3 Kg fueron por dislocación o fractura de
fémur, mencionando la importancia en el proceso de captura y carga de las
aves, e indicando que las fracturas, hematomas, arañazos y mortalidad por
asfixia aumentan a mayor densidad de población y amontonamiento durante la
captura. En caso de que la dislocación o fractura ocurra posterior al sacrificio,
el origen seguramente estará en el ajuste de las máquinas desplumadoras;
también recomiendan que en las parvadas con antecedentes de alteraciones
locomotoras, se requerirá de un mayor cuidado en su carga y descarga. (35)
La rotura de pequeños huesos (fúrcula, coracoides, escápula, entre otros)
aumenta por las violentas convulsiones cuando la intensidad de la corriente que
recibe el pollo en el aturdidor eléctrico es elevada ( > 120-150 mA) (35).

PROGRAMAS DE ILUMINACION: En algunas regiones se modula el peso


corporal mediante la disminución de la velocidad de crecimiento entre la

142
segunda semana de edad y dos semanas previas a la comercialización con los
programas de iluminación. El crecimiento compensatorio en los pollos acelera
el desarrollo óseo y predispone a una mayor asimetría. Estudios publicados en
1996 demuestran que el porcentaje de problemas locomotores disminuyó del
20 al 6% al reducir de 23 a 16 la cantidad de horas luz. Los mismos autores en
un segundo experimento reportan que con un programa de iluminación similar
la disminución fue del 15.3% al 3.1% (38).
Estudios realizados en el 2005 (39), concluyen que con un programa de luz
intermitente combinado con la suplementación de 150 mg/l de ácido ascórbico
en comparación con un programa de luz continua, representa una alternativa
para reducir la incidencia de DT sin afectar los parámetros productivos.

BIBLIOGRAFIA

1.- Knowles TG, Kestin SC, Haslam SM, Brown SN, Green LE, et al. (2008) Leg
Disorders in Broiler Chickens: Prevalence, Risk Factors and Prevention. PLoS
ONE 3(2): e1545. doi:10.1371/journal.pone.0001545.
http://www.apd.reading.ac.uk/AgEcon/livestockdisease/poultry/skeletal.htm

2.- Pattison, M. 1992. Impacts of bone problems on the poultry meat industry.
In: Bone Biology and Skeletal Disorders in Poultry, Poultry Science Symposium
No. 23, C. C. Whitehead (Ed.), Carfax Publishing Company, pp. 329-338.

3.- Blaxland, J. D., and Borland, E. D. 1977. A survey of "normal" broiler


mortality in East Anglia. Vet. Rec. 101:224-227.

4.- Shane, S. M. 1982. Skeletal abnormalities in broilers. Poultry Digest,


November:544-551.

5.- Riddell, C. 1992. Non-infectious skeletal disorders of poultry: an overview.


In: Bone Biology and Skeletal Disorders in Poultry, Poultry Science Symposium
No. 23, C. C.
Whitehead (Ed.), Carfax Publishing Company, pp. 119-145.

6.- Kestin, S. C., Knowles, T. G., Tinch, A. E., and Gregory, N. G. 1992.
Prevalence of leg weakness in broiler chickens and its relationship with
genotype. Vet. Rec. 131:190-194.

7.- Morris, M. P. 1993. National survey of leg problems. Broiler Industry,


May:20-24.

143
8.- Bremner, A. S. 1994. Post mortem condemnation returns from poultry
slaughterhouses in England and Wales. Vet. Rec. 135:622-623.

9.- Yogaratnam, V. 1995. Analysis of the causes of high rates of carcase


rejection at a poultry processing plant. Vet. Rec. 137: 215-217.

10.- Kestin SC, Su G, Sorensen P (1999) Different commercial broiler crosses


have different susceptibilities to leg weakness. Poult Sci 78: 1085–1090.

11.- Reiter K, Kutritz B (2001) Behaviour and leg weakness in different broiler
breeds. Archiv fur Geflugelkunde 65: 137–141.

12.- Su G, Sorensen P, Kestin SC (1999) Meal feeding is more effective than


early feed restriction at reducing the prevalence of leg weakness in broiler
chickens. Poult Sci 78: 949–955.

13.- Brickett KE, Dahiya JP, Classen HL, Annett CB, Gomis S (2007) The impact
of nutrient density, feed form, and photoperiod on the walking ability and
skeletal quality of broiler chickens. Poult Sci 86: 2117–2125.

14.- Moller AP, Sanotra GS, Vestergaard KS (1999) Developmental instability


and light regime in chickens. Appl Anim Behav Sci 62: 57–71.

15.- Sanotra GS, Lund JD, Ersbøll AK, Petersen JS, Vestergaard KS(2001).
Monitoring leg problems in broilers: a survey of commercial broiler production in
Denmark. World's Poultry Science Journal, 57, pp 55-69.

16.- Berg C and GS Sanotra. A Survey of the Prevalence of Leg Weakness in


Swedish Broiler Chickens – A Pilot Study. Acta Veterinaria Scandinavica 2003,
44 (Suppl 1):P143doi:10.1186/1751-0147-44-S1-P143.

17.- Bessei, W. (1992). Das Verhalten von Broilern unter intensiven


Haltungsbedingungen. Archiv für Geflügelkunde. 56, 1-7.

18.- Luque-Fernández R. 2008. Preferencia de los pollos de engorde (Gallus


gallus) por cuatro tipos de suelo. Anales Universitarios de Etología, 2:82-86.

19.- Nääs IA, Sonoda LT ,Romanini CEB, Morello GM, Neves HAF, Baracho MS,
Souza SRLS, Menezes AG, Mollo Neto M, Moura DJ, Almeida Paz ICL.
Morphological asymmetry and broiler welfare. Rev. Bras. Cienc.
Avic. vol.10 no.4 Campinas Oct./Dec. 2008.

144
20.- Corr SA, McCorquodale CC, Gentle MJ. Gait analysis of poultry. Research in
Veterinary Science 1998; 65:233-238.

21.-Casaubón MT. En
http://www.medvet.umontreal.ca/etudes/enseignementligne/
patho_aviaire/Aparato_esqueletico/Osteomyelitis_Osteomyelite/index.asp

22.- Ross Tech. Leg health in Broilers 01140. http://aviagen.com/docs/


ross%20 tech%20leg.pdf

23.- Oviedo-Rondón E. Leg health is one of the most prevalent causes of culling
and late mortality during grow-out of heavy broilers according to Edgar O. en
http://www.thepoultrysite.com/articles/1051/leg-health-in-large-broilers

24.- Pardo, A. and Selman, M. 2005. MMP-1: the elder of the family. Int. J.
Biochem. Cell Biol. 37: 283-288.

25.- Dreosti, I. E. Zinc and the gene. Mut. Res. 475: 161-167, 2001.

26.- Starcher, BC, Hill CH and Madaras JG. 1980. Effect of zinc deficiency of
bone collagenase and collagen turnover. J. Nutr. 110: 2095-2102.

27.- Leeson, S. and Summers, J. D. 2001. Scott's Nutrition of the Chicken. 4th
Ed. University Books, Guelph, Ontario.

28.- Rucker RB, Kosonen T, Clegg MS, Mitchell AE, Rucker BR, Uriu-Hare JY and
Keen CL. 1998. Copper, lysyl oxidase, and extracellular matrix protein cross-
linking. Am. J. Clin. Nutr. 67(suppl): 996S-1002S.

29.- Gallup WD and LC Norris, 1939. The amount of manganese required to


prevent perosis in the chick. Poult. Sci., 18: 76-82.

30.- Watson LT, Ammerman CB, Miller SM and Harms RH. 1970. Biological
Assay of Inorganic Manganese for chicks. Poult. Sci., 49: 1548-1554.

31.- Watson LT, Ammerman CB, Miller SM and Harms RH. 1971. Biological
availability to chicks of manganese from different inorganic sources. Poult. Sci.,
50: 1693-1700.

145
32.- Dallorso ME. Discondroplasia tibial de los pollos parrilleros. Revista de
Investigación Pecuaria del Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria. 2002;
31:99-120. Acceso: 21/12/2006. Disponible en: URL:
http://www.inta.gov.ar/ediciones/ria /31_1/007.pdf

33.- U. Haye U and PCM. Simons. Twisted legs in broilers. British Poultry
Science, 19 (4): 549 - 557.

34.- Droual R, Bickford AA and Farver TB. 1991. Scoliosis and tibiotarsal
deformities in broiler chickens. Avian Diseases. 35:23-30.

35.- Ricaurte LS. Problemas del pollo de engorde antes y después del beneficio
(pollo en canal). - Revista Electrónica de Veterinaria REDVET ®, ISSN 1695-
7504, Vol. VI, nº 06, Junio /2005.

36.- Oviedo-Rondón E., La incubación afecta el desarrollo óseo y la incidencia


de problemas de piernas Industria Avícola, July 2008.

37.- Oviedo-Rondón E, Wineland M, Christensen Vern and Brake J. Better


control of of incubation temperatures can help prevent leg problems in flocks of
broilers and turkeys. http://www.wattpoultry.com/leghealth.aspx

38.- Renden JA, Moran ET Jr, Kincaid SA. Lighting programs for broilers that
reduce leg problems Poult Sci. 1996 Nov;75(11):1345-50.

39.- Petek M, Sönmez G, Yildiz H, Baspinar H. Effects of different management


factors on broiler performance and incidence of tibial dyschondroplasia. Br Poult
Sci. 2005 Feb;46(1):16-21.

146
Uso de probióticos e
prébióticos em frangos
de corte

Dr. Todd J. Applegate

Ir para a Ir para o
capa Índice
Use of pre-and probiotics in broilers
T.J. Applegate1, J.A. Patterson1, and V. Klose2,
1
Department of Animal Sciences
Purdue University, West Lafayette, IN 47907, USA
Email: applegt@purdue.edu
2
University of Natural Resources and Applied Life Sciences (BOKU),
Vienna, Department for Agrobiotechnology IFA-Tulln, Institute for
Environmental Biotechnology, Konrad Lorenz Strasse 20, A-3430 Tulln,
Austria

Introduction
Removal of sub-therapeutic antibiotics from poultry diets in Europe and recent
pressure to reduce or removal of these compounds in other parts of the world has
amplified corporate and academic interest in improving intestinal health, improving
nutrient utilization, and reducing endogenous nutrient loss due, in part, to innate
immune responses. Probiotic (direct-fed microbials) and pre-biotic (undigested
carbohydrates, e.g. ǃ-glucans or fructo-oligosacchrarides) feed additives are gaining
market presence. Defined probiotic cultures have improved characteristics due in
large part to in vitro screening and selection, yet regulatory approval, particularly in
Europe, has stymied the application of some micro-organisms in poultry diets.
Hesitation by nutritionists to incorporate these categories feed additives are due in
part to a) unfamiliarity, b) over-selling of plausible effects, c) documented
physiological and microbiological effects in vivo, and d) documentation of
persistence from the feed and within the intestinal tract.

Probiotics
Several excellent reviews have recently been written on probiotics and
competitive exclusion (CE) products with a focus on poultry (see Mead, 2000; Nisbet,
2002; Patterson and Burkholder, 2003; Telez et al., 2006). In general, there is some
agreement as to what encompasses probiotic products:
1. ‘‘Microbial food supplements that beneficially affect the host by improving its
intestinal microbial balance.’’ (Gibson and Roberfroid, 1995)
2. Probiotic bacterial strains should be of host origin, non-pathogenic,
technologically suitable for industrial processes, attach to intestinal mucosa,
acid- and bile-fast, produce antimicrobial substances, modulate immune

148
responses and influence the metabolic activities of the gut (Dunne et al.,
1999).
3. ‘‘Live microorganisms which when administered in adequate amounts confer a
health benefit on the host.’’ (FAO/WHO, 2001)
4. “Food or food supplements containing defined microorganisms in sufficient
numbers to reach the gut in viable status resulting in positive health effects
after consumption.” (Wassenaar and Klein, 2008)
Each of these definitions contains scientific background, yet contains substantial
“guessing” as what and how different bacterial species may interact with its host and
what physiological effects this may translate into. Additionally, the inference of
“health” as implicated by FAO/WHO (2001) as well as Wassenaar and Klein (2008)
has moved some countries towards more stringently regulating probiotics,
particularly from label-claims.
One of the hurdles restricting the breadth, number, and speed of approval of
probiotic and CE products include the regulatory and registration process; which
scope varies from country-to-country. Usually the EU and USA are considered the
more stringent and registration dossier components in other countries use these as
models.
Most effective commercial CE products include undefined (e.g. freeze-dried
intestinal material or cultures) or partly defined microbial cultures derived from the
intestinal contents and/or mucosa of farm animals. These undefined or partially
defined cultures are a very simple approach, but in many countries it is impossible to
register such an undefined feed supplement for placement on the market. In Europe,
for example, only well-defined microbial feed additives are accepted by legislation
(EFSA, 2005, 2007, 2008).
In the United States, the regulatory system for microbial cultures for food and
feed is based on the GRAS (Generally Recognized As Safe) notification scheme
encouraging industry to be more open about the microbial applications in the food
sector (Wessels et al., 2004). In the European Union, microorganisms used as feed
additives are comprehensively regulated (European Comission, 2009). With some
probiotic strains the biosafety is less clear. For example, enterococcal strains have
been isolated from clinical infections and reported to be involved in septicemia (Franz
et al., 1999). Therefore, in Europe the ‘safe use’ status of newly isolated organisms
has to be confirmed by a broad range of safety studies with respect to the target
species, which has caused a long-delay and increased cost of registration of new
probiotic products and has resulted in a prevalence of single bacterial strain products
on the market in the EU.

Probiotics - Mode of Action. Several reports have demonstrated that probiotic


supplementation improves performance and efficiency of nutrient use in broilers
(Mohan et al., 1996; Jin et al., 1998; Schneitz et al., 1998; Zilkiflin et al., 2000; Angel
et al., 2005), and laying hens and pullets (Nashorn et al., 1994a, b, 1996; Belavi et
al., 2001; Hayirli et al., 2005; Gallazi et al., 2008; Panda et al., 2008; Applegate et

149
al., 2009; Example is Figure 1). This improvement is a result of bacterial
antagonism, competition for colonization sites, competition for nutrients, reduction in
production of toxic compounds, and/or modulation of the immune system (Patterson
and Burkholder, 2003). The end result, in some cases, is an improved intestinal
health resulting in higher intestinal enzyme activities and nutrient absorption
(Nashorn et al., 1994a).

Figure 1. Example of
Feed Intake / Egg mass improvements to egg production
No Probiotic Probiotic using a multi-strain probiotic.
(Applegate et al., 2009).
P = 0.08
Feed Intake / Egg weight

1.6
P = 0.006
Pathogen exclusion by
P = 0.006
P = 0.16
1.5 probiotics in poultry have been
documented. These include
1.4
reduction of Eschericia coli,
Salmonella, Campylobacter jejuni,
1.3
33 to 36 37 to 40 41 to 44 33 to 44
as well as Emeria acervulina
W eeks of age Chateau et al., 1993; Jin et al.,
1996; Morishita et al., 1997;
Stern et al., 2001; Dalloul et al.,
2003a,b; McReynolds et al., 2007). The question remains as to if this is a direct
effect or indirect due to immuno-modulation. For example, Dalloul et al. (2003a)
noted an earlier production of IFN-DŽ and IL2, increased intra-epithelial lymphocytes
with recognition markers than unsupplemented birds were challenged with E.
acervulina. When immuno-suppressing the birds with a vitamin A deficiency in
addition to challenging them with E. acervulina, the immuno-modulatory effects were
confirmed, in that probiotics through a 4-fold lower E. acervulia shedding (Dalloul et
al., 2003b).
Much of the purported effects of probiotics are either “exclusionary” to other
pathogenic bacteria, or work through modulating the innate immune response. The
body’s response to unfamiliar pathogens is termed the acute phase response (APR)
and is characterized by inflammation, fever, and altered organ metabolism resulting
in muscle catabolism and anorexia. From a production standpoint, growth and feed
conversion are impacted due to the intestine’s response to presence of more bacteria
and production of inflammatory cytokines thereby shunting of nutrients towards
support of the immune system.
Recent work in our laboratory (Jiang et al., 2009) used a 1 week growth
experiment which was conducted to examine whether dietary supplementation of a
multi-strain probiotic would alleviate growth suppression and anorexia caused by
lipopolysaccharide (LPS)-induced APR. The experiment was designed with 4
treatments starting at 14 days of age. Prior to (0-14 days of age) and for the
experiment (14-21 days of age), male broiler chicks were fed diets devoid or were

150
supplemented with a multi-strain probiotic. At 14 days of age, birds fed the diet
devoid of probiotic diet was further divided into 3 treatments: an unchallenged
positive control (PC), LPS challenged negative control (LPS-NC), and pair-fed to LPS-
NC. The probiotic-fed birds were also then challenged with LPS. The LPS (E. coli
055:B5) was injected intra-peritoneally 4 times at 48h intervals. The LPS challenge
dramatically depressed body weight gain from 14 to 21 days of age by 22% (P <
0.001). However, 41% of growth depression was attributable to factors other than
feed intake reduction when compared with the pair-fed treatment. Probiotic
supplementation recovered 17% of depressed growth (vs. LPS-NC; P=0.068), and
was partly attributable to more rapid improvements in feed intake. In conclusion,
APR (induced by LPS administration) diverted a large portion of consumed nutrients
from tissue accretion and dietary probiotic supplementation lessened these growth-
depressing effects
Due to technological limitations, ability to study the responses to individual
probiotic strains within the bird is limited. Namely, tracking of the exact bacterial
strain fed, where it resides within the intestinal tract, and what the bird’s
physiological and immunological response may be. Until molecular techniques have
been developed to do so, this still remains a significant hurdle.
Quantification of precise physiological and immunological responses are
needed to fully understand the role of specific bacterial strains (and combinations) in
the intestinal tract. Additionally, we need to understand each bacterial strain’s “life
cycle” and stage on this response. For example, van Barleen et al. (2009) noted that
after people were fed with the probiotic, Lactobacillus plantarum, that was either
killed, in a mid-log growth stage, or in a stationary growth phase. Interestingly, the
dead and stationary growth phase L. plantarum elicited an innate immune response.
The mid-log L. plantarum, rather, elicited an anti-inflammatory response and
stimulated duodenal mucosa proliferation. Thus, knowing where different probiotic
strains establish themselves, and their growth cycle is needed to fully understand
how they intact with the bird’s intestine.
Meanwhile, probiotic strain development is restricted to in vitro responses to
multiple traits including: antimicrobial activity, adherence properties, fermentation
characteristics and antibiotic susceptibility patterns (Klose et al., 2006). For example,
unpublished work (Klose et al.) indicates that some of the selected intestinal
probiotic candidates from chicken (e.g. Pediococcus acidilactici) might produce a
bacteriocin against relevant animal and human (zoonotic) pathogens, predominantly
Gram-positives (C. perfringens, L. monocytogenes), whereas other lactic acid
bacterial strains (e.g. L. salivarius) may exert more of pH-related effect through
lactate production against Gram-negative bacteria (e.g. enteropathogenic E. coli).

Prebiotics and Probiotics (Synbiotics)


Several reviews are available addressing prebiotics and synbiotics in humans
and in poultry (de Vrese and Schrezenmeir, 2008; Patterson and Burkholder, 2003;
Rehman et al., 2009; Van Loo, 2007; Verdonk et al., 2005; and Yang, et al., 2009).

151
Although there are several definitions for prebiotics, essentially they are defined as
“a selectively fermented ingredient that allows specific changes, both in the
composition and/or activity in the gastrointestinal microflora that confers benefits
upon host well being and health” (Roberfroid, 2007). Although not explicitly defined,
in essence, most prebiotics are carbohydrates. Prebiotics thus need to be:

x Non-digestible – they should be resistant to gastric acid, host enzymes and


intestinal absorption so that they arrive in the lower digestive tract and are
available for fermentation,
x Fermentable by the intestinal microbiota – they should be digestible by
microbial enzymes and fermented by the intestinal microbiota,
x Selectively stimulate growth and activity of beneficial intestinal bacteria –even
though some pathogenic bacterial species may be able to grow on individual
prebiotics in pure culture, in the competitive mixed microbial communities of
the intestinal tract the prebiotics should be selectively fermented by beneficial
bacteria, which in turn increases their numbers and/or beneficial metabolic
activities.

Prebiotics are manufactured by direct extraction from plants, controlled


enzymatic hydrolysis of high molecular weight polysaccharides, enzymatic synthesis
from simple sugars by microbial enzymes, or thermal polymerization of simple
sugars. Because they are not viable microorganisms, an implied benefit is that
delivery is less problematic since live microorganisms are not being delivered. A
possible limitation of prebiotics resides in the composition of the intestinal
microbiota. If beneficial populations are not present and enriched, then neutral or
detrimental populations could be enriched. Thus, the concept of synbiotics
(sometimes referred to as symbiotics), the combination of prebiotics and probiotics,
arose, where the combination theoretically ensures that through the probiotic, a
beneficial population is present in the intestinal tract, and the prebiotic will enhance
persistence of the probiotic microbiota. However, little effort has been made to
determine that the prebiotic will enrich for the specific probiotic microorganisms
used in the symbiotic in vitro or in vivo.
Established prebiotics are fructans (fructooligosaccharides, inulin,
oligofructose), galactooligosaccharides and lactulose. Prebiotics that have been
examined for human and animal application are listed in Table 1. Alternatives to
growth promotant antibiotics that do not fit into the probiotic or prebiotic categories
include organic acids, phytobiotics, yeast cell wall components (e.g.
mannanoligosaccharides), whole dead yeast products and purified lignin, although
these are sometimes referred to as prebiotics (Khaksar, et al., 2008, Rehman, et al.,
2009 and Yang, et al., 2009). Terminology for these alternatives needs to be
developed to distinguish between compounds that are not fermented for energy, but
may alter the intestinal microbiota.

152
Table 1 Current and Potential Prebiotics
Fructooligosaccharides Isomaltooligosaccharides
Fructooligosaccharides (kestoses) Lactosucrose
Oligofructose Glucomannan
Glucooligosaccharides
Inulin
(GOS)
Chitooligosaccharides Lactulose
Cyclodextrines Maltooligosaccharides
Galactooligosaccharides,
Pectins (unidgestible*)
Transgalactosyloligosaccharides (TOS)
Soybean oligosaccharides
Gentiooligosaccharides
(raffinose, stachyose)
Gums (undigestible*) Starch (undigestible*)
Sucrose Thermal
Hemicelluloses (undigestible*) Oligosaccharide Caramel
(STOC)
Xylooligosaccharides (XO)
* Undigestible by host enzymes. Many are components of “dietary fiber’ or are
thought of as “colonic food” in human nutrition.

A variety of beneficial effects have been claimed for prebiotics. In addition to


improved performance (gain, feed conversion, egg production, mineral absorption),
claims have been made that prebiotics beneficially alter the intestinal microbiota,
increase short chain fatty acid production, reduce production of fecal odor causing
compounds, and alter blood profiles (lipids, cholesterol), egg and meat composition,
immune status and decrease shedding of pathogens.
As is the case with antibiotics in pigs (Cromwell, 2002), one would expect to
see greater results in young animals, animals under physiological, environmental or
pathogen stress. It is also more difficult to show statistical significance in research
station tests than on the farm. Results are more variable that with growth
promotant antibiotics and efficacy of prebiotics and synbiotics should be compared
with negative controls and positive controls containing growth promotant antibiotics.
In a number of trials at our facilities, whether we have seen only numerical increases
in performance with growth promotant antibiotics or significant results, we have
observed similar improvements, compared to antibiotics, with prebiotics or synbiotics
(Patterson, et al., 1997, Orban, et al., 1997, Burkholder et al., 2008; Zhang et al.,
2004). Variable results may also be due to the variety of prebiotics tested, their rate
of fermentation, the dosage tested, the method of administration, parameters
measured, environmental hygiene, stress level and health of the birds. Bird sex has
also been implicated as influencing response to prebiotics (Yusrizal and Chen, 2003).

153
Prebiotics – Mode of Action. Prebiotics are thought to enhance the populations
and/or activities of beneficial bacteria, with the primary focus on lactic acid bacteria
and bifidobacterial species. Thus, the effects on animal performance and immune
status should be similar to the effects of probiotics. Because prebiotics are thought
to influence the microbial community structure in the intestinal tract, with
performance and immune status benefits commensurate with the changes in
intestinal micrboita, much of the prebiotic research has addressed changes in
intestinal microbial populations. This has proved difficult for a number of reasons.
The microbiota of the intestinal tract is very complex, with well over 400 species
present, and species and activities change with location within the digestive tract.
Technical limitations make detecting changes in microbial populations difficult. Less
than 60% of the bacterial species present in the intestine are cultivated using
classical enumeration techniques. The culture techniques are labor intensive so only
a few microbial populations can be enumerated and selective media may either be
too selective, or may allow growth of other microorganisms, thus requiring extensive
secondary identification testing. Molecular techniques show promise, but each
technique has limitations and it is difficult to incorporate some of the information into
known concepts of microbial communities.
Using culture techniques we have shown significant increases in bifidobacteria
and lactobacilli, with a numerical decrease in clostridia and no effect on gain or feed
efficiency when broilers were fed kestoses (Patterson et al. 1997). In one study,
broilers fed sucrose thermal oligosaccharide caramel (STOC) had significantly
improved gain and feed efficiency versus control and antibiotic. There were no
effects on total aerobes or coliforms, but a numerical decrease in clostridia and a
significant decrease in lactobacilli and a significant increase in bifidobacteria (Orban,
et al, 1997). In a companion study, STOC elicited significant increases in gain, feed
efficiency over the control, increased cecal weight and decreased aerobes and
coliforms with no effect on lactobacilli or bifidobacteria.
Summarizing the data from the above reviews, prebiotics and synbiotics have
either numerically or significantly improved body weight or gain in 8 of 12 studies
and improved feed conversion in 7 of 11 studies. Egg production has been increased
in 1 of 2 studies and reductions in egg or serum cholesterol have been reported in 2
studies . Beneficial microbial populations have increased in 9 of 15 studies, whereas
negative microbial populations have decreased in 7 of 11 reports. Butyrate increased
in response to prebiotics in three studies, whereas total VFA changes were variable.
Levels of putrefactive compounds have been decreased in 3 of 4 studies. When
challenged with pathogens, prebiotics/synbiotics have decreased levels of the
pathogen in 6 of 9 trials.
Few studies have been conducted on the effects of prebiotics on immune
status and the results are as variable as the parameters measured. The prebiotic,
chicory, and a Lactobacillus probiotic have been shown to suppress the increase in
heterophils and increase blood lymphocytes, thus improving the H:L ratio, compared

154
to the control response to transportation stress, although there was no dietary effect
on measures of fearfulness (Ghareeb, et al., 2008)

Conclusions
Probiotic and competitive exclusion products are improving their efficacy as in
vitro screening for multiple traits advances. The efficiency of the regulatory /
registration approval process, however, is hindering the breadth and extent of
products on the market. Technological limitations, namely tracking each probiotic
strain from feed through the intestinal tract, is limiting the full understanding of
bacterial interactions (with other bacteria as well as with the bird) as well as
persistence in the intestinal tract. Nevertheless, known positive aspects of probiotic
supplementation include pathogen exclusion and immune modulation and thus are
able to improve bird performance and feed efficiency.
Prebiotics and synbiotics have potential for use as alternatives for growth
promotant antibiotics. Significant research is needed to determine which are
effective and conditions under which they are effective to improve consistency of
response. Advances in molecular techniques will aid in determining effects on
microbial populations and immune function. Altlhough synbiotics may be more
consistently effective, they will undergo the same regulatory hurdles as probiotics.

References
Angel, R., R. Dalloul, and J. Doerr. 2005. Performance of broiler chickens fed
diets
supplemented with direct-fed microbials. Poult. Sci. 84:1222-1231.
Applegate, T.J., E. Onyango, R. Angel, and W.J. Powers. 2009. Effect of amino acid
formulation and dietary probiotic supplementation on egg production and egg
characteristics in laying hens. J. Appl. Poult. Res. (in press).
Belavi, T., U.S.U. An, B. Coskun, V. Kurtoglu, and I.S. Etingul. 2001. Effect of dietary
probiotic on performance and humoral immune response. Brit. Poult. Sci.
42:456-461.
Burkholder KM, Thompson KL, Einstein ME, Applegate TJ, Patterson JA. 2008.
Influence of stressors on normal intestinal microbiota, intestinal morphology,and
susceptibility to Salmonella enteritidis colonization in broilers. Poult Sci.
87(9):1734-41.
Chateau, N., I. Castellanos, and A. M. Deschamps. Distribution of pathogen inhibition
in the
Lactobacillus isolates of a commercial probiotic consortium. J. Appl.Bacteriol.
74:36–40.
1993.
Cromwell, G.L. 2002. Why and how antibiotics are used in swine production. Anim.
Biotechnol. 13:7-27.

155
Dalloul, R. A., H. S. Lillehoj, T. A. Shellem, and J. A. Doerr. 2003a. Enhanced
mucosal
immunity against Eimeria acervulina in broilers fed a Lactobacillus-based
probiotic.
Poult. Sci. 82:62–66.
Dalloul, R. A., H. S. Lillehoj, T. A. Shellem, and J. A. Doerr. 2003b. Intestinal
immunomodulation by vitamin A deficiency and Lactobacillus-based probiotic
in
Eimeria acervulina-infected broiler chickens. Avian Dis.47:1313–1320.
De Vrese, M. and J. Schrezenmeir. 2008. Probiotics, prebiotics, and synbiotics. Adv.
Biochem.
Engin/Biotechnol. 111:1-66.
Dunne, C., L. Murphy, S. Flynn, L. O’Mahony, S. O’Halloran, M. Feeney, D. Morrissey,
G.
Thornton, G. Fitzgerald, C. Daly, B. Kiely, E.M.M. Quigley, G.C. O’Sullivan, F.
Shanahan, and J.K. Collins. 1999. Probiotics: from myth to reality.
Demonstration of
functionality in animal models of disease and in human clinical trials. Antonie
van
Leeuwenhoek 76: 279–292.
EFSA. 2005. Opinion of the Scientific Committee on a request from EFSA related to A
generic approach to the safety assessment by EFSA of microorganisms used in
food/feed
and the production of food/feed additives EFSA J. 226:1-12.
EFSA. 2007. Introduction of a Qualified Presumption of Safety (QPS) approach for
assessment of selected microorganisms referred to EFSA. EFSA J. 587:1-16.
EFSA. 2008. The maintenance of the list of QPS microorganisms intentionally added
to
food or feed. EFSA J. 923:1-48.
European Commission. 2009. Community Register of Feed Additives pursuant to
Regulation
(EC) No. 1831/2003. Append 3 and 4. Annex: List of additives. Edit. 53.
Food and Agriculture Organization and World Health Organization. 2001. Health and
nutritional
properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid
bacteria.
Report of a joint FAO/WHO Expert Consultation on evaluation of health and
nutritional
properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid
bacteria.
http://www.who.int/foodsafety/publications/fs_management/en/probiotics.pdf
Franz, C. M., W. H. Holzapfel, and M. E. Stiles. 1999. Enterococci at the crossroads of
food

156
safety? Int. J. Food Microbiol. 47:1–24.
Gallazzi, D., A. Giardini, M.G. Mangiagalli, S. Marelli, V. Ferrazzi, C. Orsi, and L.G.
Cavalchini. 2008. Effects of Lactobacillus acidophilus D2/CSL on laying hen
performance. Ital. J. Anim. Sci. 7:27-37.
Ghareeb, K., W.A. Awas, S. Nitsch, S. Abdel-Raheem, and J. Bohm. 2008. Effects of
transportation on stress and fear responses of growing broilers supplemented
with
prebiotic or probiotic. Int. J. Poul. Sci. 7:678-685.
Gibson, G.R. and M.B. Roberfroid. 1995. Dietary modulation of the human colonic
microbiotica: introducing the concept of prebiotics. J. Nutr. 125:1401-1412.
Hayirli, A., N. Esenbuga, M. Macit, M.A. Yoruk, A. Yildiz, and H. Karaca. 2005.
Nutrition
practice to alleviate the adverse effects of stress on laying performace,
metabolic profile
and egg quality in peak producing hens: II. The probioitc supplementation.
Asian-Aust. J.
Anim. Sci. 18:1752-1760.
Jiang, Z., G Schatzmayr, M Mohnl, and T.J Applegate. 2009. Net effect of an acute
phase
response - alleviation with probiotic supplementation. Poult. Sci. 88(Suppl. 1)..
Jin, L. Z., Y. W. Ho, N. Abdullah, and S. Jalaudin. 1996. Influence of dried Bacillus
subtilis
and lactobacilli cultures on intestinal microflora and performance in
broilers.Asian-Aust.
J. Anim. Sci. 9:99–107.
Jin, L.Z., Y.W. Ho, N. Abdullah, and S. Jalaludin. 1998. Growth performance,
intestinal
microbial populations, and serum cholesterol of broilers fed diets containing
Lactobacillus cultures. Poult. Sci. 77:1259-1265.
Khaksar, V., A. Golian, H. Kermanshahi, A.R. Movasseghiand and A. Jamshidi. 2008.
Effect of
prebiotic Fermatco on gut development and performance of broiler cvhickens
fed diet
low in digestible amino acids. J. Anim. Vet. Advan. 7:251-257.
Klose, V., M. Mohnl, R. Plail, G. Schatzmayr, and A. P. Loibner. 2006. Development of
a
competitive exclusion product for poultry meeting the regulatory requirements
for
registration in the European Union. Mol. Nutr. Food Res. 50:563–571.
McReynolds, J.L., R.W. Moore, A.P. McElroy, B.M. Hargis, and D.J. Caldwell. 2007.
Evaluation of a competitive exclusion culture and Megan Vac 1 on Salmonella
Typhimurium colonization in neonatal broiler chickens. J. Appl. Poult. Res.
16:456-463.

157
Mead, G. C. 2000. Prospects for “competitive exclusion” treatment to control
salmonellas
and other foodborne pathogens in poultry. Vet. J. 159:111–123.
Mohan, B., R. Kadirvel, A. Natarajan, and M. Bhaskaran. 1996. Effect of probiotic
supplementation on growth, nitrogen utilization and serum cholesterol in
broilers. Br.
Poult. Sci. 37:395-401.
Morishita, T. Y., P. P. Aye, B. S. Harr, C. W. Cobb, and J. R. Clifford. Evaluation of
avian-
specific probiotic to reduce the colonization and shedding of Campylobacter
jejuni in
broilers. Avian Dis. 41:850–855. 1997.
Nahashon, S.N., H.S. Nakaue, and L.W. Mirosh. 1994a. Production variables and
nutrient
retention in Single Comb White Leghorn laying pullets fed diets supplemented
with
direct fed microbials. Poult. Sci. 73:1699-1711.
Nahashon, S.N., H.S. Nakaue, S.P. Snyder, and L.W. Mirosh. 1994b. Performance of
Single
Comb White Leghorn layers fed corn-soybean meal and barley-corn-soybean
meal diets
supplemented with direct fed microbials. Poult. Sci. 73:1712-1723.
Nahashon, S.N., H.S. Nakaue, and L.W. Mirosh. 1996. Nutrient retention and
production
parameters of Single Comb White Leghorn layers fed diets with varying crude
protein
levels and supplemented with direct-fed microbials. Anim. Feed Sci. Technol.
61:17-26.
Nisbet, D. 2002. Defined competitive exclusion cultures in the prevention of
enteropathogen
colonisation in poultry and swine. Antonie van Leeuwenhoek 81:481–486.
Orban, J.I., J.A. Patterson, A.L. Sutton and G.N. Richards. 1997. Effect of sucrose
thermal
oligosaccharide caramel, dietary vitamin-mineral level and brooding
temperatre on
growth and intestinal bacterial populations in broiler chickens. Poul. Sci.
76:482-490.
Panda, A.K., S.S. Rama Rao, M.V.L.N. Raju, and S.S. Sharma. 2008. Effect of
probiotic
(Lactobacillus sporogenes) feeding on egg production and quality, yolk
cholesterol and
humoral immune response of White Leghorn layer breeders. J. Sci. Food Agric.
88:43-

158
47.
Pascual, M., M. Hugas, J. I. Badiola, J. M.Monfort, and M. Garriga. Lactobacillus
salivarius
CTC2197 prevents Salmonella enteritidis colonization in chickens. Appl.
Environ.
Microbiol. 65:4981–4986. 1999.
Patterson, J.A., J.I. Orban, A.L. Sutton and G.N. Richards. 1997. Selective
enrichment of
bifidobacteria in the intestinal tract of broilers by thermally produced kestoses
and the
effect on broiler performance. Poul. Sci. 76:497-500.
Patterson, J. A., and K. M. Burkholder. 2003. Application of prebiotics and probiotics
in
poultry production. Poult. Sci. 82:627–631.
Rehman, H., W. Vahjen, A. Kohl-Parisini, A. Ijaz and J. Zentek. 2009. Influence of
fermentable
carbohydrates on the intestinal bacteria and enteropathogens in broilers.
World’s Poul.
Sci. J. 65: 75-90.
Roberfroid, M. 2007. Prebiotics: the concept revisited. J. Nutr. 137:830-837.
Schneitz, C., T. Kiskinen, V. Toivonen, and M. Nasi. 1998. Effect of BROILAC on the
physiochemical conditions and nutrient digestibility in the gastrointestinal tract
of
broilers. Poult. Sci. 77:426-432.
Stern, N. J., N. A. Cox, J. S. Bailey, M. E. Berrang, and M. T. Musgrove. 2001.
Comparison
of mucosal competitive exclusion and competitive exclusion treatment to
reduce
Salmonella and Campylobacter spp. colonization in broiler chickens. Poult. Sci.
80:156–
160.
Tellez,G., S.E. Higgins, A.M. Donoghue, and B. M. Hargis. 2006. Digestive physiology
and the
role of microorganisms J. Appl. Poult. Res. 15:136–144.
van Baarlen, P. F.T. Troost, S. van Hemert, C. van der Meer, W.M. de Vos, P.J. de
Groot,
G.J.E.J. Hooiveld, R-J.M. Brummer, and M.Kleerebezem. 2009. Differential NF-
ljB
pathways induction by Lactobacillus plantarum in the duodenum of healthy
humans
correlating with immune tolerance. Proc. Natl. Acad. Sci. 106:2371-2376.
Van Loo, J. 2007. How chicory fructans contribute to zootechnical performance and
well-being

159
in livestock and companion animals. J. Nutr. 137:2594S-2597S.
Verdonk, J.M.A.J., S.B. Shim, P. van Leeuwen and M.W.A. Verstegen. 2005.
Application of
inulin-type fructans in animal feed and pet food. BR. J. Nutr. 93 (Suppl.
1):S125-S138.
Wassenaar, T.M. and G. Klein. 2008. Safety aspects and implications of regulation of
probiotic
bacteria in food and food supplements. J. Food Protect. 71:1734–1741.
Yang, Y., P.A. Iji and M Choct. 2008. Dietary modulation of gut microflora in broiler
chickens:
a review of the role of six kinds of alternatives to in-feed antibiotics. World’s
Poul. Sci.
J. 65:97-114.
Yusrizal, C. and T.C. Chen. 2003. Effect of adding chicory fructans in feed on broiler
growth performance, serum cholesterol and intestinal length. Int. J. Poul. Sci.
3:214-219.
Zhang, P., J.L. Wampler, A.K. Bhunia, R.L. Whistler, K.M. Burkholder, and J.A.
Patterson. 2004. Macrophage activation and gut health promotion of
hemicelluloses from corn hulls and banana peels. Cereal Science. 81(4):511-514
Zilkiflin, I., N. Abdullah, N. Mohad Azrin, and Y.W. Ho. 2000. Growth performance
and
immune response of two commercial broiler strains fed diets containing
Lactobacillus
cultures and oxytetracycline under heat stress conditions. Br. Poult. Sci.
41:593-597.

160
Considerações passadas,
presentes e futuras sobre
micro minerais em frangos

Dr. Carlos Lopes Coello

Ir para a Ir para o
capa Índice
Considerações passadas,
presentes e futuras sobre micro
minerais em frangos
Carlos Lopes Coello
Departamento de Producción Animal:
Aves, Fac. de Med. Vet. Y Zoot., UNAM, México 16300 D.F.
coelloca@servidor.unam.mx

ANTECEDENTES.
Los microminerales más importantes en la avicultura comercial (Zn, Fe, Cu, Mn,
Se y I) han sido en algunos casos utilizados desde la prehistoria (edad de fierro,
edad de cobre) para actividades distintas a la alimentación; siendo aislados e
identificados químicamente entre los siglos XVII y XVIII, y reconocidos como
elementos necesarios en la dieta de los animales hasta los siglos XIX y XX.
Hoy en día se han establecido un total de 22 minerales como esenciales para la
vida animal, considerando el concepto de esencialidad en base a las respuestas
obtenidas en los animales bajo condiciones de experimentación (1). Las
primeras aportaciones científicas clasificaban como esencial un micromineral
cuando se cumplían las siguientes características: Que estuviera presente en los
tejidos sanos, tener una concentración constante entre animales de distinta
generación, cuando su retiro del organismo resultase en anormalidades
reproductivas, fisiológicas o estructurales acompañadas de cambios
bioquímicos, mismas que se preveían o resolvían con su inclusión.
Los minerales traza en la alimentación animal, tradicionalmente han sido
adicionados como sales inorgánicas (carbonatos, sulfatos, etc); existiendo
suficiente información científica que avala que las fuentes orgánicas (ácidos
grasos de cadena corta, aminoácidos, monosacáridos) de elementos minerales
pueden tener una mayor biodisponibilidad, pues los minerales se transportan y
absorben con mayor facilidad, son más estables y no reaccionan fácilmente
con otros componentes de la dieta. Nadie pone en duda la importancia de los
minerales en la nutrición; pero, es necesario que su disponibilidad sea
adecuada en el lugar o lugares en los que son necesarios.

PRESENTACIONES QUIMICAS

162
En los finales de los años 1800´s se desarrollaron varios de los conceptos
fundamentales de la quelación. Los químicos reconocieron que ciertos átomos
podrían existir en más de un estado de valencia, pero no comprendían como al
tener más de una valencia podrían formar un componente altamente estable.
En esa época se observaron ciertas estructuras que permanecían intactas a
través de una serie de procesos y transformaciones químicas (2), el autor
propuso en 1893 un modelo que describía esos compuestos a los que denominó
“complejos”: escribiendo lo siguiente “Si pensamos en el ión metal como el
centro de todo el sistema, entonces se pueden ligar las moléculas al ión”,
siendo esa la primera descripción de un quelato.
Posteriormente este investigador concluyó que el ión metal estaba
caracterizado por 2 valencias. A la primera la denominó “valencia principal”, que
posteriormente se conoció como el estado oxidativo o numero de oxidación del
metal; a la segunda valencia, la llamó “valencia auxiliar” que representa el
numero de átomos ligados asociados con el átomo central del metal. El termino
quelato fue aplicado para describir la estructura molecular del “complejo”
descubierto por Werner.
La palabra quelato proviene del griego “chele” que significa pinzas de langosta,
fue utilizada en un principio como un adjetivo, las ligaduras son agentes
quelatantes y los complejos que forman son los metales quelatados; cuando las
ligaduras capturan al ión, el metal no queda libre para participar en otra
reacción química, al ocurrir esto, las características fisicoquímicas del ion metal,
agentes quelatantes y ligaduras cambian.
A pesar que estos conocimientos ya estaban definidos, no fue sino hasta 40
años después (principios de los 60´s) que se consideraron estas moléculas
para propósitos nutricionales, concibiendo la idea de que un metal puede estar
quelatado antes de ingresar al sistema digestivo; la ligadura puede secuestrar
al ión y prevenir que diferentes reacciones químicas limiten su disponibilidad. El
principal objetivo de suplir minerales traza orgánicos (MTO) es el de proteger al
metal de los antagonistas presentes en la dieta. Esto permite una mayor
disponibilidad por el organismo resultando en una mejora sobre los parámetros
productivos, integridad de tejidos y respuesta inmune entre otros aspectos.
Bajo esta premisa surgieron dos tendencias; la primera en base a la
información científica generada indicando que el aminoácido quelatado era la
presentación apropiada para incrementar la absorción mineral; en esa época
esos compuestos fueron llamados proteinatos metálicos en lugar de quelatos.
La segunda tendencia surgió con quelatos sintéticos basados en el ácido
etilenediaminatetraacetico (EDTA), la teoría era similar a la anterior; las
ligaduras del EDTA podrían quelatar al ión y protegerlo de las reacciones
químicas en el intestino, estos compuestos cumplían satisfactoriamente una
parte de la misión en términos de protección, pero en general fallaban en

163
cuanto a la disponibilidad mineral, debido a que el organismo tiene limitantes
para liberar al ión del quelato formado con el EDTA, incluso después de que
estos compuestos fueron absorbidos en el torrente circulatorio. Por ello los
quelatos con EDTA son en gran medida excretados por la orina en vez de ser
utilizados por el animal. Estos quelatos sintéticos fueron altamente promovidos
en la década de los 60´s y hasta principios de los 70´s cuando se demostró que
no cumplían satisfactoriamente con la entrega del mineral.

También se demostró que “los quelatos por si mismos no aseguran la utilización


mineral (3), al no encontrar diferencias significativas entre la absorción del
quelato férrico de EDTA, NTA o gluconato con respecto al sulfato ferroso”, a
pesar de que la quelación puede tener una función primordial en la protección
del mineral.
Por esta razón los poteinatos metálicos se vieron favorecidos en su inclusión; el
término proteinato metálico de hecho se refiere al complejo de metal con
proteína, pero así fue aceptado para evitar la palabra quelatado; situación que
presentaba el inconveniente de no contar una definición para describir el
proteinato metálico con precisión.
En 1970 la American Association of Feed Control Officials (AAFCO) definió los
proteinatos metálicos como el producto resultante de la quelación o el complejo
de una sal soluble con aminoácidos y/o proteína hidrolizada (4). Esta definición
fue muy amplia para identificar con precisión aquellos complejos minerales que
los investigadores habían probado ser eficientes.
En esa década existían grandes controversias entre la calidad y eficiencia de los
productos “quelatados”, algunas compañías no elaboraban quelatos, pero
promocionaban sus productos como proteinatos minerales; en otras sus
compuestos eran de un tamaño y peso molecular muy grandes, por lo que los
minerales quelados no eran absorbidos, (como sucede con los de un peso
mayor a 1,500 daltons) o bien el mineral era fijado total o parcialmente a la
proteína hidrolizada (que tenía que ser digerida con la consecuente liberación
del metal).
Debido a la confusión para definir que proteinato metálico tenía y cual no el
valor como fuente de mineral, se emitió una nueva definición de los: “quelatos
de aminoácidos”, que incluía especificaciones para pesos moleculares, relación
molar de aminoácidos y metal, y la absoluta presencia del quelato. La
definición que la AAFCO emitió para los quelatos de mineral aminoácidos fue “El
producto resultante de la reacción de un metal ion proveniente de una sal con
aminoácidos en una relación molar de un mol de metal con una o tres -
preferentemente dos - moles de aminoácido para formar enlaces covalentes
coordinados, el peso molecular del hidrolizado de aminoácido debe ser
aproximadamente de 150 daltons y el peso molecular final del quelato no debe

164
exceder 800 daltons. Esta definición inhabilito a los complejos de metales con
proteínas o péptidos, que requieren de una digestión antes de la absorción, así
como a los quelatos muy grande que no pueden ser absorbidos.

PRESENTE.
REQUERIMENTOS NUTRICIONALES. Es notoria la poca atención que se le
ha dado a la actualización del requerimiento de los microminerales bajo los
retos actuales de producción como es la mayor velocidad de crecimiento,
eficiencia alimenticia, depósito de tejidos o formación de huevo, respuesta
inmune e integridad y fortaleza de tejidos, así como a su disponibilidad de
acuerdo a las distintas presentaciones químicas (orgánicos vs inorgánicos);
como lo demuestran las concentraciones y la forma en que se reporta el
contenido en las premezclas minerales en las publicaciones científicas, así como
por las recomendaciones de las guías de manejo de las estirpes comerciales
que poco han sido modificadas al respecto en las últimas 3 décadas, a pesar de
que estos elementos participan en múltiples funciones para alcanzar una
máxima productividad.

NIVELES DE INCLUSION EN DISTINTAS PUBLICACIONES

REFERENCIA MICROMINERAL PRODUCTIVIDA


D

AÑ FUENTE Cu Zn M I Fe Co Se EDA PES CON


O n D O V

198 PS 59:2111- 5 54 1867 2..41


0 2120 5 50 1.5 50 0.5

198 PS 64:979- 65 50 0. 49 2467 1.90


5 985 4 55 0.5 10

199 JAPR 1:273- 10 10 1 10 49 2314 1.94


2 279 10 0 0 0

199 JAPR 4:293- 1 2 0. 42 2309 1.78


5 299 10 50 80 50 25

200 JAPR 1 0. 42 2970 1.96


1 10:228-235 6 55 65 55 30

165
200 JAPR 16:1- 12 15 1. 28 1080 1.65
7 12 12 0 12 0 00

200 JAPR 10 0. 42 2563 1.78


8 17:191-201 4. 30 30 0.5 12
5

A continuación se describen las principales funciones y características del zinc,


cobre y manganeso.

ZINC: Representa el micromineral metálico más abundante de las enzimas


celulares (se ha reportado como componente en más de 300 de ellas), y es el
segundo en cantidad dentro del organismo (después del Fe), desempeña
funciones esenciales en la renovación celular (proliferación y muerte),
reproducción, desarrollo y respuesta inmunológica, regulación de genes, así
como en el mecanismo de defensa contra el estrés y el daño oxidativo (1, 5, 6,
7).
El zinc es necesario para la síntesis y recambio del colágeno y la queratina;
proteínas que son fundamentales tanto en la estructura del tejido conectivo
como en la matriz extracelular del sistema tegumentario, siendo el caso de las
plumas, piel y faneras (pico y garras) (1). Este balance también es adecuado
para asegurar la apropiada salud y fortaleza intestinal; La función del zinc en el
recambio del colágeno se explica por su participación como co-factor en la
matriz de las metaloproteínasas (8). El zinc probablemente promueve la síntesis
de colágeno a nivel transcripcional, dado que este elemento se requiere para la
función de la super familia de factores transcriptivos (9); las tasas de recambio
de colágeno se ven reducidas con la deficiencia en el nivel de inclusión,
ingestión, digestión, absorción, deposición o exceso de excreción del Zn,
probablemente debido a que las colagenasas son enzimas zinc dependientes
(8,10).
Las implicaciones tanto por una reducción en la síntesis de colágeno y de la
taza de recambio representan un fuerte impacto económico particularmente al
disminuir la fortaleza de la piel e intestino; en el primer caso se manifiesta en
un deterioro en la calidad de la canal, preferencia del consumidor y valor
comercial. Al ocurrir una reducción de la resistencia del intestino, el riesgo de
ruptura durante el procesamiento es mayor, lo cual repercute en una mayor
incidencia en la contaminación y decomisos de las canales; independientemente
que las deficiencias y excesos de zinc se asocian con anorexia, menor
desempeño y bajo crecimiento (11).

166
El cobre también funciona como un constituyente de las metaloenzimas, siendo
un elemento necesario en la estructura y funcionamiento enzimático; como
ejemplos de la interacción estrecha entre el cobre y el zinc esta la enzima
superóxido dismutasa, que desempeña una función importante en el sistema de
defensa antioxidante del animal (1); un segundo ejemplo es la enzima lisil
oxidasa que es cobre dependiente, la cual participa en el auto-ensamble celular
en las fibrillas que forman el entramado del colágeno y elastina (12), que es
esencial para proveer fortaleza al colágeno y por lo tanto a los tejidos. Por ello
ante un cuadro deficitario de cobre, la elastina y el colágeno no tienen la
capacidad de responder favorablemente ante los mecanismos estresantes a que
son sometidos los sistemas cardiovascular y esquelético respectivamente.
Debido a la participación que tiene el cobre en la formación del entramado del
colágeno, este mineral participa en una mayor fortaleza de la piel, huesos e
intestinos. Por último, al igual que sucede con el zinc, una deficiencia de cobre
repercute de forma negativa sobre el desarrollo y función inmune que pueden
llevar a una menor proliferación de células T, función disminuida de neutrófilos,
y reducida producción de anticuerpos, entre algunos otros efectos (13, 14, 15,
16). La expresión de la MIC2 es particularmente interesante debido a que esta
proteína esta involucrada en la respuesta a la invasión de células intestinales
por el parásito (17). Los anticuerpos que se ligan y neutralizan esta proteína
pueden predecir una disminución al grado de infección; Por ejemplo existen
estudios que demuestran el efecto positivo de la forma orgánica del Zn y Cu
sobre la respuesta inmune a la vacunación con coccidia, al mejorar
significativamente la respuesta de anticuerpos y la fortaleza intestinal (18).
Los minerales traza inorgánicos (MTI) como sales inorgánicas están expuestos
en mayor grado al efecto antagónico de numerosos nutrimentos e ingredientes
que afectan su absorción; como ejemplos están los niveles altos de zinc que
reducen la disponibilidad del cobre (11) o bien la relación existente entre los
minerales di-valentes (incluyendo Zn y Cu) y el fitato. El ácido fítico es capaz
de formar quelatos con estos minerales que son muy estables y altamente
indisolubles (11), como sucede con el fósforo donde la compilación de 22
publicaciones científicas entre 1985-2003 muestran una retención media para el
fósforo del 49.3% en pollos menores de 32 días, y del 41% (en 5
publicaciones) para los de mayor edad. (19).
El común denominador en estos antagonismos es la disociación del catión
metálico de su correspondiente anión en el relativamente bajo pH del sistema
gastrointestinal superior. Cuando el mineral llega al pH más alto en el segmento
posterior del intestino, se puede ligar a múltiples minerales, nutrimentos y
componentes no nutricios de la digesta, tales como los fitatos, que los convierte
en insolubles, siendo el mineral excretado y por lo tanto no aprovechado por el
organismo.

167
La ventaja de los (MTO) radica en que los enlaces del ligante(s) orgánico(s) proveen la
estabilidad del complejo en la parte superior del sistema gastrointestinal, evitando los
efectos adversos de los antagonistas y con ello la perdida de la disponibilidad de los
minerales; por ello los MTO deben resistir el proceso de la disociación en el buche, pro-
ventrículo y molleja, y así permitir que el complejo intacto sea entregado al epitelio en
el intestino delgado para la absorción del mineral (11). Las formas orgánicas de
minerales, incluyendo el zinc, cobre y manganeso, son cada vez más utilizados en la
producción pecuaria, debido en gran parte a la mayor disponibilidad en comparación
con las formas inorgánicas, siendo común su inclusión parcial o bien como
complemento a los MTI, lo cual no tiene mucho sentido si se cuenta con una forma
química que asegure la biodisponibilidad del mineral en cuestión. Es importante
señalar que los diferentes MTO no tienen la misma estructura química, y con ello la
estabilidad cuando se encuentran en un pH bajo; por ello existen variaciones en
cuanto a la biodisponibilidad de los distintas MTO (20).

El Manganeso es un mineral esencial que se agrega rutinariamente en su forma


inorgánica mediante la premezcla mineral a las dietas de las aves. El método
tradicional para evaluar la biodisponibilidad del manganeso en pollitos consiste
en utilizar una dieta basal deficiente en manganeso y compararla con otras
dietas complementadas con las distintas fuentes y niveles de inclusión, teniendo
como variable de respuesta por ejemplo, la incidencia de perosis (21), velocidad
de crecimiento, anormalidades en hueso o concentración del manganeso en
cenizas del hueso (22, 23). Sin embargo, debido al bajo requerimiento de Mn
por el ave, y a la concentración presente en forma natural en los cereales y
oleaginosas, para establecer con mayor precisión el valor y disponibilidad del
Mn (basados en la respuesta lineal a la acumulación de Mn en el riñón y tibia),
se necesita utilizar dietas semipurificadas, las que presentan el inconveniente
de tener menor palatabilidad y mayor costo, aunado a la dificultad para
entrecruzar información entre las distintas condiciones experimentales (24).

A mediados de los años 80´s se realizaron investigaciones para determinar la


disponibilidad en el óxido de Mn grado reactivo en relación con el sulfato de
Mn; utilizando el método de regresión lineal múltiple a partir de la
concentración del mineral obtenida en la tibia e hígado de pollos de engorda
indicando valores de 65.6% y 79.4% respectivamente (25). Dos años después
se reporta un promedio similar, siendo del 66% al aplicar una combinación de
regresión lineal, regresión lineal múltiple sobre la cantidad de Mn en el hueso,
riñón e hígado; en pollitos de 21 días de edad, (26), continuando con este tipo
de estudios en 1989 otros investigadores (27) obtuvieron porcentajes del 81.9,
91.3, 75.0, y 70.3% para diferentes fuentes de óxido de Mn grado reactivo
destinados a la alimentación animal. Sin embargo, también existen estudios que
han mostrado que la biodisponibilidad de algunas presentaciones orgánicas no

168
son mayores que las fuentes inorgánicas (28) apoyados en el análisis de
regresión de la cantidad de Mn en huesos durante un período de alimentación
de 14 días en pollos los autores concluyen que la biodisponibilidad de un
proteinato de Mn-manganeso, no fue significativamente diferente a la del
sulfato de Mn;
Trabajos realizados dos años después al establecer la biodisponibilidad en un
quelato de metionina-Mn con respecto al óxido de Mn grado alimenticio (29.)
en una dieta semi-purificada teniendo como criterio la acumulación de Mn en la
tibia; los autores registraron una biodisponibilidad del 130%, en otros estudios
publicados ese mismo año (30) se registra que la biodisponibilidad en pollos
correspondía al 108% de la Mentionina Mn sobre el sulfato de Mn, tomando
como base el contenido en hueso y de 132% al considera la concentración del
mineral en los riñones.
La absorción verdadera del manganeso inorgánico evaluada en pollitos de los 8
a los 16 días de edad cuando la dieta base maíz – soya se suplementó con 100
mg/kg de Mn, aplicando el método de dilución de isótopos fue del 8.4%, y de
2.8% en la dieta basal no suplementada con Mn (31); estos datos fortalecen la
gran preocupación por la creciente contaminación ambiental debido al exceso
de los microminerales en las excretas de pollos; por ello, el interés en utilizar
fuentes con una mayor disponibilidad biológica en los alimentos, que permitirá
una menor concentración de inclusión y de excreción.
En 1995 se presenta un resumen de los resultados obtenidos en ocho estudios
llevados a cabo en pollos de engorda (31), mencionando una biodisponibilidad
media del 75% para el óxido de Mn en comparación con el sulfato de Mn;
indicando que las variaciones existentes entre los resultados reportados se
atribuyen en gran medida a las diferencias entre los fuentes evaluadas, tejidos
muestreados así como en los métodos de análisis de regresión aplicados.
Ese mismo año se publican estudios basados en la concentración de Mn en la
tibia de pollos de 7 semanas de edad (32), se obtiene una biodisponibilidad del
125% para un proteinato de Mn con relación al sulfato de Mn bajo condiciones
de termoneutralidad y del 145% cuando las aves se mantuvieron en estrés
térmico.
Ocho años después (33) se establece una biodisponibilidad relativa del 84% en
el caso de un producto a base de la quelación del Mn con un aminoácido, en
cambio en el 2006 se reporta que las aves que consumieron un complejo de
MTI obtuvieron 5.81% y 53.9 más de Mn en las cenizas de la tibia en
comparación con las alimentadas con sulfato u oxido de Mn respectivamente
(34), encontrando una biodisponibilidad de 115.81% en relación al sulfato de
Mn y de 153.9% para el óxido de zinc (que presentó un porcentaje del 75.26).
Como se puede apreciar existen diferencias en los porcentajes de
biodisponibilidad reportados a pesar de que la mayoría de las conclusiones

169
están basadas sobre los mismos parámetros; esta situación, se debe en gran
medida a las diferentes estructuras química de los productos evaluados;
particularmente en referencia a los enlaces que componen a los distintos
complejos orgánicos; siendo los más comunes la unión de un mineral con un
solo aminoácido, varios aminoácidos, hidrolizados de proteínas y ácidos
orgánicos; esta situación genera compuestos diferentes con características
distintas que influyen sobre los mecanismos de absorción en el intestino; por
ejemplo la estabilidad del complejo bajo los distintos rangos de pH, cargas de
los grupos funcionales, así como en el tamaño y peso de la molécula.

Para lograr un mejor aprovechamiento del mineral, los complejos orgánicos


tienen que ser estables bajo las distintas condiciones de pH del sistema
gastrointestinal, y transportarse como complejo orgánico hasta los sitios de
absorción. Los enlaces entre el compuesto orgánico y los minerales traza, no
pueden ser demasiado fuertes, ya que es necesario que los minerales sean
liberados del complejo para permitir su absorción mediante la participación de
los transportadores del metal

FUTURO
Existen suficientes estudios que demuestran la mayor disponibilidad de los MTO
en comparación con los MTI (34, 36, 37); basados principalmente en las
concentraciones del mineral en tejidos, pero este parámetro no es
necesariamente el más sensible para poder establecer la biodisponibilidad y con
ello la concentración del mineral como requerimiento nutricional; por ejemplo,
los niveles determinados en hueso, riñones o hígado, representan en gran
medida solamente el mineral que está presente en el momento del muestreo en
esos tejidos, pero puede no reflejar la absorción total del mineral.
Una evaluación más precisa del comportamiento metabólico es mediante la
medición de la expresión de biomarcadores mineral-responsable en el animal,
preferentemente en el intestino delgado donde los minerales son absorbidos.
La Metalotionina (MT) es un biomarcador, debido a que su expresión es
regulada por el status de zinc (38). Cuando el zinc es absorbido en la célula,
debe rápidamente unirse a una proteína, por lo tanto la célula responde a la
ingestión del zinc, sintetizando el RNAm de MT (como un intermediario) y
después con la proteína MT que se une al zinc, hasta que es necesitado por
otras enzimas en la célula (38) Los resultados de las investigaciones han
demostrado que en muchos tejidos el RNAm de MT y su expresión proteica,
aumentan cuando se ingiere una mayor cantidad de zinc, y disminuyen ante
una menor ingestión, mediante la prueba de reacción de cadena de polimerasa
tiempo real, se ha determinado de una manera eficiente y sensible la expresión

170
del RNAm de MT, como marcador para establecer el estado y biodisponibilidad
de de diversas fuentes de zinc (39), como se describe a continuación.
Un experimento inicial fue realizado para determinar si la producción del RNAm
de la MT en pollo es inducido por el zinc (como está probado en otras
especies). Las aves fueron alimentadas con una ración deficiente en zinc
durante 13 días, y después se dividieron en dos grupos. El primero (testigo)
continuó consumiendo la dieta basal deficiente en zinc, mientras que el
segundo tratamiento recibió la misma dieta basal suplementada con 70 ppm de
zinc. Después de 16 días bajo estos regímenes alimenticios, se tomaron
muestras yeyuno, hígado y riñones, para analizar mediante una nueva
metodología de PCR-TR; la expresión del RNAm de la MT. Los niveles del RNAr
18S fueron estandarizados en cada muestra como un control, representando
indicadores del estatus y biodisponibilidad del zinc. El status del Zn no afecto la
expresión del RNar 18S, pero en el caso de la RNAm de la MT, esta fue inducida
por el zinc en todos los tejidos muestreados.
En un segundo experimento se comparó la biodisponibilidad de tres fuentes de
zinc mediante la medición de la MT (18S-normalizada) del intestino delgado
bajo el siguiente esquema: 1) Dieta testigo deficiente en zinc (29 ppm Zn de los
ingredientes), 2) T1 con un contenido adicional de 70 ppm de Zn aportados por
el óxido de zinc, 3) Lo mismo que la 2 pero como fuente de zinc se usó un
compuesto orgánico quelatado con un aminoácido (AACZn), y 4) Lo mismo que
la 2 pero como fuente de zinc se usó un compuesto orgánico formado por dos
moléculas del ácido 2hidroxy-4metil-tio-butanoico unidas al zinc [(HMTBa)2Zn].
El óxido de zinc y el AACZn aumentaron numéricamente la expresión de la MT
en comparación con el tratamiento control; en el caso del [(HMTBa)2Zn] el
incremento fue estadísticamente significativo con respecto al resto de los
tratamientos; lo que indica una mayor absorción del zinc por las células
intestinales. El contenido de zinc en la tibia de las aves apoyó los resultados
obtenidos por la cuantificación de la MT al registrar la misma tendencia
numérica o significativa acordes a las fuentes de zinc analizadas,
En un tercer experimento se evalúo en pollos de engorda la inclusión en el
alimento de diferentes fuentes de MTO sobre los parámetros productivos,
calidad de patas, calidad de la canal, respuesta inmune y fortaleza ósea en
pollos de engorda (40).
Se utilizaron 3 tratamientos con 10 repeticiones de 50 aves cada una hasta los
41 días de edad. Los tratamientos fueron: T1) Dieta basal sin suplementación
de minerales orgánicos (testigo); T2) dieta basal + 40ppm de Zn; T3) dieta
basal + 40 ppm de Zn, 10 ppm de Cu, y 20 ppm de Mn todos como MTO al
estar ligados al ácido 2-hidroxi-4-metiltiobutanoico. En el caso de T2 y T3, los
niveles de metionina fueron ajustados en la dieta final, de acuerdo al aporte
que ofrece el material ligante de los minerales.

171
Algunos parámetros productivos no representan una variable de respuesta muy
sensible para encontrar diferencias estadísticas sobre el desempeño de estos
minerales pero sin lugar a dudas la productividad representa uno de los rubros
económicos de mayor importancia; existiendo de igual manera otros aspectos
de gran interés comercial que comúnmente no se evalúan como son los
relacionados con la integridad de la piel, cojinete plantar y fortaleza ósea,
donde estos minerales traza participan en forma activa. En este estudio al día
20, el T2 mejoró (P<0.05) la ganancia de peso y al día 32 la conversión
alimenticia (P<0.05) con respecto al grupo testigo.
Los resultados sobre las lesiones en el cojinete plantar, indicaron una mejoría
con la inclusión de MTO, siendo significativo (p<0.05) al día 20 de edad con la
combinación de Zn, Mn y Cu, y al día 32 con T2 y T3, cambios que no
ocurrieron en estos periodos para la dieta control al presentar la misma elevada
incidencia de lesiones (ሇ50%). El grupo testigo presentó 57% y 28% más
lesiones tipo 2 en la primera evaluación comparados con T2 y T3
respectivamente. Para la segunda evaluación, estos valores fueron 53% y 64%
más altos (P<0.05). En las aves del T2, en la segunda medición disminuyó la
incidencia de lesiones tipo 1 en 60% y mejoró en 8.5% la calidad de las patas
sin lesiones.
El rendimiento y calidad de la canal (dermatitis, celulítis, rasgado) se evaluaron
al día 32 de edad en aves vivas y al 33 después del sacrificio, en 5 aves por
lote, seleccionadas de acuerdo al peso promedio (+/- 2%), en base a las
condiciones del dorso, pechuga y muslos de acuerdo al siguiente criterio: Se
otorgó la calificación de: Bueno (Ninguna lesión en las regiones examinadas);
Rasguños (Presencia de lesiones recientes o resueltas); Dermatitis (Presencia
de lesiones inflamatorias epidérmicas, superficiales o profundas generalmente
producidas por rasguños); observando un beneficio con el T3 sobre la calidad
de la canal previo al sacrificio, al tener una incidencia menor del 80% (P<0.05);
mismo tratamiento que presentó la mayor calidad de las canales (P<0.05)
registrando 60% mejores canales comparado con el grupo testigo y menor
índice (P<0.05) de dermatitis (32%) comparado con el grupo testigo que
obtuvo un porcentaje del 68%.
La presencia de rasguños, dependiendo de su profundidad, tiende a ser menos
evidentes después de que la canal pasa a través del chiller, las lesiones de
dermatitis que suelen ser más visibles que los rasguños; cuando no son
severos, también estuvieron atenuadas. El origen de estas lesiones
principalmente son exacerbadas por la densidad de población y manejo de la
parvada, teniendo un impacto económico importante desde el punto de vista
comercial del producto terminado.

172
Con respecto al perfil inmunológico humoral y celular, los resultados mostraron
que el T3 promovió una mejor respuesta inmune a la vacunación, al determinar
mediante la técnica de ELISA mayor producción de anticuerpos contra IBF y
más bajo coeficiente de variación entre los tratamientos evaluados,
confirmando la importancia del Zn y Cu sobre la respuesta inmune. El grupo
testigo presentó un CV de 122%, T1 de 118% y T3 de 39%. En términos
prácticos, el más bajo CV observado en las aves del T3, indica una mejor y
uniforme respuesta inmune.
En cuanto a la respuesta inmune celular medida por la reacción inflamatoria en
el músculo de la pechuga y membrana interdigital contra la tuberculina aviar en
aves previamente sensibilizadas, se registró una mayor respuesta tipo celular
para las aves del T2 (P<0.01).

La fortaleza ósea y el contenido de Zn en la tibia, mostraron al día 20 en T2 y


T3 mejores resultados numéricos y contenido de Zn con respecto al grupo
testigo. Al día 41 las aves que recibieron el T3 presentaron estadísticamente
mejores (P<0.05) resultados sobre la fortaleza al rompimiento del hueso, las
aves de T2 y T3 tuvieron mayor (P<0.05) contenido de zinc en tibia al
compararse con el grupo testigo.
En otro estudio (35) basado en la expresión de la MT medida mediante PCR-TR
en el raspado de la mucosa del yeyuno en aves que fueron alimentados con
dietas deficientes en zinc (35 ppm), suplementadas con 70 ppm de sulfato de
zinc, o 70 ppm + 35 ppm de zinc orgánico. (Zn(HMTBa)2 o metionina de zinc, y
desafiadas con E. tenella, Únicamente las aves suplementadas con Zn(HMTBa)2
mostraron una mejora significativa post-vacunal en la respuesta de anticuerpos
para dos antígenos de E. Tenella (proteína de micronema MIC2 y antígeno de
superficie de esporozoíto); estos MTO también mostraron un aumento
significativo en la fortaleza tanto en el duodeno, como en el yeyuno
El conocer con mayor exactitud la biodisponibilidad de un mineral traza, será de
beneficio, para poder sin excesos o deficiencias, cubrir los requerimientos de las
aves con las moléculas que sean más adecuadas, incluyendo el mejor
desempeño en la producción, evitando antagonismos entre los minerales y
excesos que se van a traducir en contaminación del medio ambiente.

Bibliografía consultada
1.- Underwood, E. J. and Suttle, N. F. 2001. The mineral nutrition of livestock.
3rd Edition. CABI Publishing, London, UK. 2001

2.- Werner A. Beitrag zur Konstitution Anaorganischer Verbindungen, Z. anorg


u. Allgem. Chem, 3:267,1983.

173
3.- Bates G W., Boyer J., Hegernarven J.C. and Sulfan P. Facilitation of iron
absorption by ferric fructose Am J. Clinic Nutr. 25:983, 1972.

4.-American Association of Feed Control Officials (AAFCO) www.aafco.org

5.- Shankar, A. H. and Prasad, A. S. 1998. Zinc and immune function: the
biological basis of altered resistance to infection. Am. J. Clin. Nutr. 68(suppl):
447S-463S.

6- Blanchard, R. K., Moore, J. B., Green, C. L. and Cousins, R. J. 2001.


Modulation of intestinal gene expression by dietary zinc status: effectiveness of
cDNA arrays for expression profiling of a single nutrient deficiency. Proc. Natl.
Acad. Sci. USA 98: 13507-13513.

7.- Ho, E., Courtemanche, C. and Ames, B. N. 2003. Zinc deficiency induces
oxidative DNA damage and increases p53 expression in human lung fibroblasts.
J. Nutr. 133: 2543-2548.

8.- Pardo, A. and Selman, M. 2005. MMP-1: the elder of the family. Int. J.
Biochem. Cell Biol. 37: 283-288.

9.- Dreosti, I. E. Zinc and the gene. Mut. Res. 475: 161-167, 2001.

10.- Starcher, B. C., Hill, C. H. and Madaras, J. G. 1980. Effect of zinc


deficiency of bone collagenase and collagen turnover. J. Nutr. 110: 2095-2102.

11.- Leeson, S. and Summers, J. D. 2001. Scott's Nutrition of the Chicken. 4th
Ed. University Books, Guelph, Ontario.

12.- Rucker, R. B., Kosonen, T., Clegg, M. S., Mitchell, A. E., Rucker, B. R.,
Uriu-Hare, J. Y. and Keen, C. L. 1998. Copper, lysyl oxidase, and extracellular
matrix protein cross-linking. Am. J. Clin. Nutr. 67(suppl): 996S-1002S.

13.- Percival, S. S. 1998. Copper and immunity. Am. J. Clin. Nutr. 67(suppl):
1064S-1068S.

14.- Shankar, A. H. and Prasad, A. S. 1998. Zinc and immune function: the
biological basis of altered resistance to infection. Am. J. Clin. Nutr. 68(suppl):
447S-463S.

174
15.- Erickson, K. L., Medina, E. A. and Hubbard, N. E. 2000. Micronutrients and
innate immunity. J. Infect. Dis. 182(Suppl 1): S5-S10.

16.- Ibs, K.-H. and Rink, L. 2003. Zinc-altered immune function. J. Nutr. 133:
1452S-1456S.

17.- Tomley, F. M., Bumstead, J. M., Billington, K. J. and Dunn, P. P. 1996.


Molecular cloning and characterization of a novel acidic microneme protein
(Etmic-2) from the apicomplexan protozoan parasite, Eimeria tenella. Mol.
Biochem. Parasitol. 79: 195-206.

18.- Richards D, Celis A, Atwell C.A., Hume J.A., Yi G.F., Hampton T.R.,
Wuelling C.W., Wehmeyer M.E., and Dibner J.J. Las formas orgánicas de zinc y
cobre quelatadas con ácido 2-hydroxi-4(metiltio) butanóico (HMTBa) mejoran
tanto la fortaleza intestinal como la respuesta inmune ante vacunación y/o
infección de coccidiosis, y funciona como fuente de actividad de Metionina.
XXXI Convención Anual de la ANECA, 27 al 30 de agosto del 2006.

19.- Applegate, T.J., L.P.V. Potturi, and R. Angel, 2003. Model Ledoux, D.R.,
P.R. Henry, C.B. Ammerman, P.V. Rao, of estimating poultry manure nutrient
excretion: a mass balance approach. In: Agricultural and Feed Processing
Wastes, Proceedings of the Ninth International Symposium, 11-14 October
2003. Raleigh, NC. Association of Official Analytical Chemists, 1990.

20.- Cao, J., Henry, P. R., Davis, S. R., Cousins, R. J., Miles, R. D., Littell, R. C.
and Ammerman, C. B. 2002. Relative bioavailability of organic zinc sources
based on tissue zinc and metallothionein in chicks fed conventional dietary zinc
concentrations. Anim. Feed Sci. Tech. 101: 161-170.

21.- Gallup, W.D. and L.C. Norris, 1939. The amount of manganese required to
prevent perosis in the chick. Poult. Sci., 18: 76-82.

22.- Watson, L.T., C.B. Ammerman, S.M. Miller and R.H. Harms, 1970.
Biological Assay of Inorganic Manganese for chicks. Poult. Sci., 49: 1548-1554.

23.- Watson, L.T., C.B. Ammerman, S.M. Miller and R.H. Harms, 1971.
Biological availability to chicks of manganese from different inorganic sources.
Poult. Sci., 50: 1693-1700.

175
24.- FASS, 1999. Guide for the Care and Use of Agricultural Animals in
Agricultrual Research and Teaching. 1 st rev. ed. Fed. Anim. Sci. Sco., Savoy.
IL.

25.- Black, J.R., C.B. Ammerman, P.R. Henry and R.D. Miles, 1984. Biological
availability of manganese sources and effects of high dietary manganese on
tissue mineral composition of broiler-type chicks. Poult. Sci., 63: 1999-2006.

26.- Henry, P.R., C.B. Ammerman and R.D. Miles, 1986. Bioavailability of
manganese sulfate and manganese monoxide in chicks as measured by tissue
uptake of manganese from conventional dietary levels. Poult. Sci., 65: 983-986.

27.- Wong-Valle, J., C.B. Ammerman and P.R. Henry, 1989. Bioavailability of
manganese from feed grade manganese oxides for broiler chicks. Poult. Sci.,
68: 1368-1373.

28.- Baker, D.H. and K.M. Halpin, 1987. Efficacy of a manganese-protein


chelate compared with that of manganese sulfate for chicks. Poult. Sci., 66:
1561- 1563.

29.- Fly, A.D., O.A. Izquierdo, K.R. Lowry and D.H. Baker, 1989. Manganese
bioavailability in a Mn-methionine chelate. Nutr. Res., 9: 901-910.

30.- Henry, P.R., C.B. Ammerman and R.D. Miles, 1989. Relative bioavailability
of manganese in a manganese-methionine complex for broiler chicks.
Poult. Sci., 68: 107-112.

31.- Ammerman, C.B., D.H. Baker and A.J. Lewis (Eds), 1995. Bioavailability of
nutrients for animals: amino acid, msinerals, and vitamins. Academic Press,
New York, NY.

32.- Smith, M.O., I.L. Sherman, L.C. Miller and K.R. Robbins, 1995. Relative
biological availability of manganese from manganese proteinate, manganese
sulfate, and manganese monoxide in broilers reared at elevated temperatures.
Poult. Sci., 74: 702-707.

33.- Miles, R.D., P.R. Henry, V.C. Sampath, M. Shivazad and C.W. Comer, 2003.
Relative bioavailability of novel amino acid chelates of manganese and copper
for chicks. J. Appl. Poult. Res., 12: 417-423.

176
34.- Yan F and Waldroup PW: 2006. Evaluation of Mintrex® Manganese as a
Source of Manganese for Young Broilers. International Journal of Poultry
Science 5 (8): 708-713.

35.- Richards, J., C. Atwell, J. Hume and J. Dibner, 2005. MINTREX® Zn


organic trace mineral (zinc bis[-2- hydroxy-4-methythiobutyrate]) can travel
intact to the small intestine, and is equivalent to ALIMET® feed supplement as
a methionine source. 2005 Poultry Science Association Annual Meeting. Abstract
231. P89. Auburn, AL.

36.- Leeson, S., 2005. Trace mineral requirements of poultry -validity of the
NRC recommendations. In: Tucker, L. A., Taylor-Pickard, J.A., Re-defining
Mineral Nutrition. Nottingham University Press, Nottingham, UK, PP: 107-117.

37.- Predieri G, Elviri L., Tegoni M., Zagnoni I., Cinti E., Biagi G., Ferruzza S.,
Leonardi G. Metal chelates of 2-hydroxy-4-methylthiobutanoic acid in animal
feedingPart 2: further characterizations, in vitro and in vivo investigations.
Journal of Inorganic Biochemistry, 99 (2): 627-636.

38.- Davis SR and Cousins RJ. 2000. Metallothionein Expression in Animals: A


Physiological Perspective on Function1 J. Nutr. 130, 1085-1088.

39.- Martinez MM, Hill G. M., Hill G.H., Link J.E., Raney N.E. , Templelman R.J.,
and Ernst C.W. Pharmacological Zinc and Phytase Supplementation Enhance
Metallothionein mRNA Abundance and Protein Concentration in Newly Weaned
Pigs. J. Nutr. 134, 538-544.

40.-.Pophal, S., Suida, D., Oetting L., Camacho-Fernández, D. Evaluación de la


inclusión de minerales traza orgánicos en el alimento sobre los parámetros
productivos, calidad de patas, calidad de canal, respuesta inmune y calidad de
hueso en pollos de engorda. 57th Western Poultry Disease Conference, XXXIII
Convención Anual ANECA, April 9 – 12, 2008, Puerto Vallarta, Jalisco, México.

177
Ambiência avícola:
Construindo soluções com
novas tecnologias

Dra. Irenilza Alencar Nãas

Ir para a Ir para o
capa Índice
Ambiência avícola: construindo
soluções com novas tecnologias
Irenilza de Alencar Nääs
FEAGRI - UNICAMP,
irenilza@feagri.unicamp.br
Introdução
Mudanças significativas ocorreram na avicultura nas últimas três décadas. Enquanto em 1980,
um frango levava cerca de 70 dias para atingir 2 kg de peso corporal, a partir de 2002 isto é
alcançado em cerca de 40 dias. Esse desenvolvimento excepcional tem duas faces: a primeira está
relacionada com o desempenho do excelente produto “frango de corte”, possibilitando retorno
econômico rápido; já a segunda, diz respeito ao fato das técnicas de produção, utilizadas nos anos
oitenta, não terem sido acompanhadas proporcionalmente, com o mesmo desenvolvimento que foi o
do produto frango. Por exemplo, considerando-se a produção a partir da incubação de ovos férteis, o
frango com 40 dias na verdade teria 58 dias de vida no total. Ora, a evolução entre os anos 80 e hoje,
de menos 30 dias, não foi acompanhada por mudanças no tempo de incubação dos ovos, que se
manteve em 18 dias. Assim, o processo de incubação atual, que pode ser considerado como parte do
processo de produção, representa aproximadamente 45% do tempo total de produção dos frangos,
enquanto que na década de 1980, essa proporção era de aproximadamente 25%. Outro ponto
importante está relacionado ao desenvolvimento da ave dentro das instalações, que oferecem uma
ambiência baseada nos dados de trocas térmicas dos anos 80. Sendo hoje alojado um frango com
características genéticas de rápido crescimento, será que se está oferecendo ambiente adequado para
que ele possa expressar seu potencial genético? Como se trata de uma atividade em que os lucros
estão localizados nos centavos de dólares será que se está dando a devida importância ao ambiente
de alojamento, desde o alojamento de matrizes, a incubação, o nascedouro, a vacinação, o transporte
e o galpão de produção nas suas duas fases? E como vencer os novos desafios? Este texto procura
comentar, sem esgotar o assunto, sobre o cenário atual e as novas tecnologias disponíveis, para se
avaliar a ambiência dentro de instalações avícolas.

Cenários da ambiência avícola nas diversas fases


Uma definição de zona de conforto térmico pode ser indicada como sendo a faixa de
temperatura ambiente onde a taxa metabólica é mínima e a homeotermia é mantida com menor
gasto energético. Na zona de conforto térmico, a fração de energia metabolizável utilizada para
termogênese é mínima e a energia líquida de produção é máxima. No frio, as aves procuram manter a
homeotermia através de aumento na produção de calor e na redução de perdas, enquanto no calor o
processo é invertido.

Reprodução e incubação
As matrizes de frango de corte apresentam grandes quantidades de músculo branco com
poucas mitocôndrias, pequena vascularização e baixa capacidade calirogênica e, portanto, vulneráveis
à grande variação de temperatura. No verão as aves de maneira geral, procuram dissipar calor
através de mecanismos evaporativos (cutâneos e respiratórios). Respostas comportamentais são
também evidenciadas como a queda da asa, o aumento de área superficial (crista e barbela), a ereção
das penas (arrepiar) e outras. A capacidade das aves adultas de dissipar calor diminui drasticamente,
na medida em que a temperatura ambiente, e a umidade relativa, se elevam acima da zona
termoneutra. A redução de consumo alimentar, como alternativa escapatista de sobrevivência, diminui
os substratos metabólicos ou combustíveis disponíveis para o metabolismo, desta forma reduzindo a

179
produção de calor Nesta ocasião geralmente há recusa natural à alimentação e a prostração é
evidenciada.
As conseqüências mais importantes do excesso de calor são: queda do consumo de
alimentos, menor taxa de crescimento, queda na produção de ovos, maior incidência de ovos com
casca mole, e de menor densidade, diminuição da eclodibilidade, e, aumento da mortalidade. Na
Figura 1 pode-se notar que, à medida que a temperatura ambiente aumenta, o uso do bebedouro
cresce proporcionalmente ao decréscimo do uso do comedouro. De acordo com resultados de
pesquisa com matrizes pesadas, o limite de temperatura crítica superior destas aves adultas está em
torno de 30-32°C (Hocking et al., 1994; Pereira & Nääs, 2005).

Temperaturaambiente
variandode15Ͳ35°C

Frequênciadeuso
variandode0Ͳ70%

Figura 1. Frequência de uso de comedouro e bebedouro, por matrizes pesadas, em função da


temperatura ambiente. (Adaptada de Pereira & Nääs, 2005)

A variação excessiva ou o decréscimo de temperatura dentro dos estágios do incubatório


podem prejudicar o embrião e comprometer o bom desempenho do pinto, posteriormente. Vários
autores indicam que, no início da incubação os embriões são particularmente sensíveis às baixas
temperaturas ambientes (TA), entretanto, apresentam algum crescimento compensatório quando a
temperatura se estabiliza em torno de 35,0 a 40,5 ºC. Em pesquisa relatada por Gigli et al. (2009),
em equipamentos de estágio múltiplo, foi encontrado que 17% de TA estava abaixo do admissível,
indicando perda de qualidade de embriões, ou mesmo mortalidade. TA na sala de vacinação
apresentava valor médio de 25,30±0,46°C e, embora apresentasse alta variação na distribuição
dentro da sala, seus limites estiveram dentro da faixa de 28-22°C. A umidade relativa variou de 40-
70%, enquanto a literatura recomenda o valor ideal de 50%.

180
Os parâmetros físicos necessários para incubação ideal permanecem os mesmos desde o
inicio da incubação industrial. Porém, houve evolução no conhecimento de como gerenciar os
aspectos físicos mais importantes, tais como viragem dos ovos, ventilação, umidade, temperatura e as
concentrações gasosas. Assim, o sucesso da incubação envolve condições adequadas de manejo,
considerando as pressões impostas às aves pelo ambiente e a somatório dos fatores biológicos e
físicos.

Produção
Quando se busca um sistema de climatização adequado deve-se levar em conta aspectos como
biológico, técnico, climático e econômico. Os limites estabelecidos serão as respostas e limites críticos das
aves nas várias fases de produção, expostas a diferentes graus de ventilação e nebulização, ou diferentes
temperaturas, inclusive a remoção de gases em situações de extremos calor e frio, sempre levando em
conta a sensação de conforto térmico da ave. As considerações técnicas relacionadas ao clima, que vão
potencializar, mas não limitar, o dimensionamento de um sistema de climatização, são: os valores críticos
de temperatura e umidade relativa do ar, não somente num período de vinte e quatro horas, mas
também durante todo o ano. As limitações econômicas são função do custo - beneficio da implantação do
sistema para determinada densidade.
Frangos de corte respondem negativamente às variações bruscas de temperatura ambiente,
principalmente quando associadas ao acréscimo de umidade relativa do ar. Estas respostas podem ser
de vários aspectos, sendo principalmente seu nível de atividade. Dentre as conseqüências de
exposição ao calor dentro das instalações, a mais importante é o estresse por calor (Yahav et al.,
2004). Em geral, vários elementos do ambiente físico (temperatura, umidade relativa, intensidade de
luz, velocidade do ar, etc) têm sido demonstrados como provocando efeitos negativos na fisiologia
dos frangos de corte, quando associados a padrões excessivamente estressantes. Em períodos mais
quentes são observados comportamentos específicos, como prostração e ofego.
Embora muitos estudos de comportamento estejam relacionados a pequenos grupos, diversos
autores relataram em seus trabalhos de pesquisas, que o tamanho do grupo é um fator que interfere
no comportamento agressivo de aves alojadas. As aves, no seu ambiente natural, convivem em
pequenos grupos e a dominância pela hierarquia é baseada em lutas para este estabelecimento.
Quando se varia a densidade de aves, existe uma tendência inicial de aumento do comportamento
agressivo, principalmente nos grupos de tamanhos menores, prevalecendo a estratégia para grupos
maiores. Muitas vezes as temperaturas baixas em alojamento de grupos de aves adultas levam ao
comportamento agressivo, o que pode ser resultado apenas da disputa pelo alimento.
A velocidade de perda de calor das aves é influenciada pela temperatura ambiental. Quando a
mesma estiver em níveis próximos a 21qC, as aves perdem até 75% de calor através dos meios
sensíveis: radiação, condução e convecção. Porém, quando a temperatura ambiental aproxima-se de
sua temperatura corporal, em média 41qC, seu meio principal de perda de calor passa a ser a
liberação de calor latente, através da evaporação: a respiração ofegante. Uma instalação avícola ideal
em termos de conforto térmico proporcionado às aves prevê uma circulação de ar adequada com a
finalidade de remover o excesso de umidade e calor concentrado no interior dos galpões. Em casos de
meses mais frios, é desejável manter a temperatura interna do aviário em níveis adequados à
sobrevivência e produtividade do lote. Neste caso, a função da ventilação seria apenas renovar o ar
interno (ambiência aérea), controlando a concentração de gases, a poeira e o vapor d’água,
produzidos no interior dos galpões. Aumentando a movimentação do ar sobre a superfície corporal
das aves, é facilitada a perda de calor da ave para o ambiente, por processos convectivos.
A ventilação do ar reduz a temperatura corporal e a taxa respiratória das aves, amenizando o
estresse térmico a qual estão sendo submetidas, sob condições de altas temperaturas. Quando estas
estão associadas às altas umidades relativas, o aumento na velocidade do ar de um aviário via
ventilação forçada, é o único método de amenizar o estresse térmico sofrido pelas aves.

Novas tecnologias
A avicultura nacional localiza-se fundamentalmente em regiões de clima quente e as perdas
em produção, durante períodos de calor, são significativas. O conhecimento das formas como as aves
podem perder calor, ou ainda, aqueles relacionados com as temperaturas superficiais, resposta

181
fisiológica da forma de perda de calor sensível, para a manutenção da termoneutralidade, pode ser
impactante para a solução de climatização de ambientes de alojamento para frangos de corte. A
quantificação mais precisa da temperatura superficial das aves é de fundamental importância para a
estimativa do ambiente térmico de alojamento de frangos de corte. A diferença de temperatura entre
a superfície das aves e o ambiente, determina a transferência de calor sensível que, por sua vez,
serve de input no dimensionamento de sistemas de climatização (Yahav et al., 2004).
A determinação da temperatura superficial de animais, tem sido divulgada na literatura
(Cangar et al., 2008) e apresenta maior precisão nos resultados e aplicações. Fisiologicamente, o
controle sobre a taxa de transferência de calor das aves é influenciado pelo fluxo sanguíneo
superficial, que ocorre na epiderme, logo abaixo da camada de plumagem. As penas representam um
importante isolante térmico nas aves, que também não possuem glândulas sudoríparas, o que
dificulta sua perda corporal de calor. A análise de imagens termográficas infravermelho, em que é
possível identificar pontos de diferentes valores de temperatura, tem sido utilizada para identificar
eventos fisiológicos em animais e humanos.
Estudando a perda de calor no transporte entre o nascedouro e o embarque, Neves et al.
(2009) registraram o deslocamento dos pintos de um dia, desde o nascedouro até a sala de
vacinação. Em ambos locais foram captadas imagens termográficas infravermelhas do perfil desta
(Figura 2a e 3a). O cálculo da área superficial foi feito a partir das formas geométricas que mais
representavam as seguintes partes em 3D: cabeça (esfera), corpo (oval) e perna (parede lateral de
cilindro).

Figura 2a. Imagem termográfica da ave no Figura 2b. Esquema de processamento da área
nascedouro. superficial da ave.

Figura 3a. Imagem termográfica da ave na sala de Figura 3b. Esquema de processamento da área
vacinação. superficial da ave.

A perda de calor total sensível (Qst) foi considerada como sendo a somatória das perdas de
calor por radiação (Qr) e convecção (Qc), segundo Yahav et al. (2004), que não consideram
significante a perda de calor por condução. Qr e Qc foram calculadas usando as equações 1 e 2:
Qr HVA(Ts 4  Ta 4 ) Eq.1

182
e
Qc hA(Ts  Ta ) Eq.
2
onde: Qr = perda de calor por radiação (W), Qc= perda de calor por convecção (W), İ=emissividade
de tecido biológico, ı=constante de Stefan Boltzmann (5,67 10-8 W/m2K4), h=coeficiente convectivo
(15W/m2 ŃC), A= área superficial da ave (m), Ts=temperatura superficial as ave (ŃC) e
Ta=temperatura do ar (ŃC).
Foram calculadas as perdas de calor separadamente, da cabeça, do corpo e das pernas
obtendo-se os valores separadamente para os dois ambientes. A perda de calor total no nascedouro
foi equivalente a 0,70 k cal/h, enquanto que na sala de vacinação, foi 1,0 kcal/h. O efeito desses
valores em um tempo de traslado muito longo, desde o nascedouro até a granja, pode ser prejudicial
à ave. A estimativa de perda de calor mais precisa, durante o traslado de pintinhos após o
nascimento, possibilita dimensionar com maior precisão, o valor de energia metabolizável que é
requerida pela ave, nos primeiros dias de vida. A ambiência correta durante o processo de traslado
pode reduzir perdas térmicas e permitir homogeneidade no arraçoamento das primeiras horas.
Embora se saiba que o calor latente é prevalente quando as aves estão sob estresse térmico,
a quantificação do calor sensível e trocas térmicas pelas áreas expostas, como áreas sem penas,
cristas e barbela e pernas, podem determinar a variação da temperatura superficial de frangos de
corte, em diversas partes do corpo, bem como encontrar a relação entre estas e as variáveis internas
do ambiente de alojamento. Utilizando esta tecnologia, Romanini et al. (2009) estudaram a variação
das temperaturas superficiais de frangos na última semana, sob estresse térmico. Foram captadas
imagens termográficas das aves e o processamento destas consistiu em extrair os valores de
temperaturas superficiais das aves, nas seguintes partes do corpo, com as seguintes freqüências,
proporcionais à área: crista (1), orelha (1), barbela (1), perna (1), pé (1), dorso (3), asa (4), cauda
(3) e coxa (3) (Figura 3).

Figura 3. Ilustração da imagem termográfica e imagem real e dos pontos de coleta da temperatura
superficial das aves.

A partir da observação das imagens, verificou-se que as regiões que, não são cobertas pela
plumagem (dorso, asa, cauda e coxa), apresentaram temperaturas superficiais superiores àquelas
descobertas (perna, pé, crista, orelha e barbela). A vascularização superficial, diretamente relacionada
ao acréscimo da temperatura superficial em clima quente, se mostra mais difícil de detectar em aves,
especialmente nas áreas cobertas por penas. Houve um aumento do valor absoluto das médias das
temperaturas superficiais das partes das aves, no período da tarde, resultado do acréscimo da
temperatura do ambiente do alojamento (Figura 4). A análise estatística descritiva indicou que na
parte da manhã, com as temperaturas mais amenas houve a prevalência da homogeneidade das
temperaturas superficiais das áreas sem cobertura de penas. Já não período da tarde houve maior

183
dispersão dos valores de temperaturas superficiais, sendo isto um indicativo da prevalência da perda
de calor latente.
O uso da tecnologia de processamento de imagens termográficas infravermelho permitiu
conhecer, de maneira acurada, a distribuição da temperatura superficial nas diversas partes do corpo
das aves alojadas. As imagens processadas indicaram que, as partes descobertas apresentaram maior
temperatura, devido a maior vascularização na presença de ambiente quente e que representam
maior potencial de perda de calor sensível.

Figura 4. Comparação das temperaturas superficiais de frango de corte entre a manhã e a tarde.

Já elementos construtivos podem interferir significativamente no ambiente interno de um


aviário. Para determinar este efeito, imagens termográficas foram captadas para extrair os valores de
temperaturas superficiais das cortinas de diferentes cores e densidade (azul e branca). As
características técnicas de ambas as cortinas se encontram na Tabela 1.

Tabela 1. Características técnicas dos materiais dos elementos de membranas.


Cortina 1 Cortina 2
Cor Azul Branca
Material Não laminado, polipropileno Laminado polietileno
Gramatura (g/m2) 93 125
Espessura (µ/mm) 170/0,17 180/0,18
Emissividade 0,97 0,87

Em cada cortina foram coletados 120 pontos de registro de temperatura superficial, conforme
mostra a Figura 5.

184
Figura 5. (a) Os pontos de temperaturas superficiais coletados; (b) imagens termográfica; (c)
representação esquemática dos quatro quadrantes; (d) foto do galpão.

Pelos resultados (Tabela 5), pode-se ver que a temperatura superficial da cortina 1 foi
significativamente (p-valor=0,001) maior do que a temperatura superficial da cortina 2, contribuindo,
portanto, para o acréscimo da temperatura interna do aviário. A superfície externa (solo) também
representa importante fonte de calor radiante.

Tabela 2. Resultado das médias de temperaturas superficiais dos elementos membranas.


Média de temperatura superficial
Cortina 1 Cortina 2
externa (°C)
1 35,75 29,03
2 36,54 28,79
3 28,10 27,26
Média geral ± desvio padrão 33,46 ± 3,8 28,36 ± 0,78

Considerações finais
Como o mercado avícola se segmentou em função dos mercados compradores e das
exigências de produção no Brasil (encontram-se atualmente, vários segmentos produtivos que fazem
parte desta cadeia do agronegócio da avicultura de corte), a exigência da qualidade e da otimização
das etapas de produção, além da observância dos ditames internacionais, se torna complexa. Conferir
ambiente térmico ideal, além do ambiente acústico e aéreo, às aves alojadas, faz parte de atender
aos princípios de bem estar animal. Entretanto, verifica-se que há grande carência de entendimentos
e formas de compreender e medir tais conceitos, que se revelam muito ligados ao cunho da
interpretação individual, ou na utilização de padrões de produtividade.
O uso de novas tecnologias aplicadas às medidas em tempo real é a saída estratégica para
uma resposta fácil e direta. Existem as respostas, falta-nos, em alguns casos, a adoção no campo das
técnicas desenvolvidas.

Bibliografia consultada

185
Cangar, Ö et al. Spatial distribution of surface temperatures and heat loss in broiler
chickens. In: Livestock Environment VIII, 2008, Iguassu Falls, Brazil. ASABE n.
701P0408. 8p.
Freeman, B. M. Physiological responses of the adult fowl to environmental
temperature. In: WPSA meeting of the U.K. Branch, International Poultry Show.
Proceedings… London, 1965.
French, N. A. Modeling incubation temperature: the effects of incubator design, embryonic
development, and egg size. Poultry Science, v. 76, p.124–133, 1997.
Gigli, A.C.de S.et al. Environmental conditions in broiler multi-stage setter: a case study. Sci. Agric.,
v.66, n.2, p. 145-149, 2009.
Hocking, P.M. et al. Haematology and blood composition at two ambient temperatures in genetically
fat and lean adult broiler breeder females fed ad libitum or restricted throughout life. British Poultry
Science, v.35, p.799-807, 1994.
Hulet, R. M. Managing Incubation: Where are we and why? Poultry Science, v.86, p.1017-1019. 2007.
Meijerhof, R., Van Beek, G. Mathematical modeling of temperature and moisture of
hatching eggs. Journal of Theoretical Biology, v.165, p.27-41, 1993.
Neves, D.P. et al. Estimativa da perda de calor em pintos de um dia dentro do incubatório. Congresso
Brasileira de Engenharia Agrícola, Petrolina. 2009.
Pereira, D. F.; Naas, I. A. Estimativa do conforto de matrizes de frango de corte baseada em análise
do comportamento de preferência térmica. Eng. Agríc. v.25, n.2, 2005. CDRom.
Romanini, C.E.B. et al. Visualização da distribuição de temperatura superficial de frangos de corte
utilizando termografia infravermelho. Congresso Brasileira de Engenharia Agrícola, Petrolina.
2009.CDRom.
Van Brecht, A. et al. Quantification of the heat exchange of chicken eggs. Poultry Science, v. 84,
p.353-361, 2005.
Yahav, S. et al. Ventilation, sensible heat loss, broiler energy, and water balance
under harsh environmental conditions. 2004 Poultry Science, v. 83, p.253–258,
2004.
Yahav, S. et al. Thermoregulation in “naked neck” chickens subjected to different ambient
temperatures. Poultry Science, v. 39, p.133-128, 1998.
Yalçin, S.; Siegel, P.B. Exposure to cold or heat during incubation on developmental stability of broiler
embryos. Poultry Science, v. 82, p.1388–1392, 2003.

186
Alimentação restrita para
Frangos

Dr. Antônio Mário Penz Jr.

Ir para a Ir para o
capa Índice
Alimentação restrita
para frangos
Dr. Antônio
Antônio MárioMário
Penz Penz
Junior
DanielFigueiredo
Adriana Bruno
NutronGolçalves
Daniel AlimentosBruno
Ltda

1) Introdução

A restrição alimentar planejada é uma prática de redução do


fornecimento de ração, visando diminuição do consumo de alimento em um
dado período (restrição quantitativa), ou de nutrientes (restrição qualitativa)
para a redução na taxa de ganho de peso das aves (Rosa et al., 2000). Entre os
objetivos desta técnica, podem ser citados:
- A diminuição dos problemas metabólicos e dos problemas locomotores
(Julian, 1997) e da mortalidade por síndrome ascítica (McGovern et al., 1999),
decorrentes das altas taxas de crescimento apresentadas pelas linhagens atuais
de frangos de corte. Urdaneta-Rincon e Leeson (2002) relataram que no
período de 1 a 49 dias de idade, à medida que o período de restrição alimentar
aumentou a mortalidade dos frangos por ascite diminuiu de forma linear. O
mesmo foi observado por Leu et al. (2002).
- A melhoria na conversão alimentar e a diminuição da deposição lipídica
na carcaça. A melhoria na conversão alimentar, quando utilizada a restrição
alimentar precoce, provavelmente é decorrente da diminuição das exigências de
mantença, devido a diminuição na taxa metabólica basal (Zubair e Leeson,
1994) e está associada a um peso corporal menor durante o crescimento inicial.
Frangos submetidos à alimentação à vontade podem consumir de duas a três
vezes mais energia do que necessitam para mantença. Com isto há a tendência
de ocorrer deposição lipídica (Boekholt et al.,1994,). Ainda, Segundo Yu e
Robinson (1992), com esta menor exigência para mantença, depois de uma
restrição alimentar, mais nutrientes poderão ser direcionados para o
crescimento durante o período de realimentação, levando ao fenômeno do
ganho de peso compensatório nesta fase. A redução na gordura abdominal
observada em frangos submetidos à restrição alimentar pode estar ligada à
diminuição do número de adipócitos, influenciada pela menor lipogênese
(Zhong et al., 1995).
- A diminuição dos custos com ração. De acordo com Fontana et al.
(1992), um dos pontos favoráveis ao uso desta técnica é a redução dos custos,

188
quando a eficiência alimentar se apresenta superior, sem diminuir o peso ao
abate. Estes autores verificaram que a restrição alimentar pode reduzir em até
22% o consumo de dieta inicial, uma das mais caras do ciclo produtivo de
frangos de corte.

2) Efeitos fisiológicos da restrição alimentar

2.1. Efeitos sobre a morfologia e a fisiologia do trato gastrintestinal

Vários estudos descrevem as adaptações fisiológicas que ocorrem nas


aves durante o período de restrição alimentar e, posteriormente, no período de
realimentação. Entre elas está o maior peso relativo dos órgãos do trato
gastrintestinal durante a realimentação (Susbilla et al., 1994), as alterações na
funcionalidade das enzimas digestivas (Palo et al., 1995a), a alteração na
morfologia dos enterócitos (Silva et al., 2007) e até a expressão dos
transportadores de nutrientes na superfície dos enterócitos (Gilbert et al.,
2008). Alguns autores ainda citam alterações adaptativas da ave após o período
de realimentação, como hiperfagia e aumento na digestibilidade aparente dos
nutrientes (Fassbinder-Orth e Karasov, 2006).
Para avaliar os efeitos da restrição alimentar sobre as enzimas
relacionadas à digestão protéica Susbilla et al. (2003) conduziram dois
experimentos, com uma linhagem australiana de frangos (Inghams 70). No
primeiro experimento realizaram restrição alimentar quantitativa, com base no
consumo alimentar de um grupo recebendo alimentação à vontade. As aves do
grupo com restrição alimentar receberam quantidade de alimento equivalente a
40% das aves do grupo alimentado à vontade, de 5 a 11 dias de idade. Como
os efeitos da restrição alimentar sobre o trato gastrintestinal podem ser
influenciados por uma anorexia transitória, um segundo experimento foi
conduzido, avaliando o efeito da restrição alimentar levando em conta não a
quantidade, mas o tempo de restrição (meal feeding, ou alimentação
intermitente). Os frangos foram alimentados, por períodos intermitentes,
durante alguns períodos do dia e ficaram em jejum durante outros, de 5 a 17
dias de idade. Imediatamente após o período de restrição, uma menor
atividade proteolítica no proventrículo foi identificada, sugerindo uma adaptação
do pâncreas em resposta à menor disponibilidade de substrato. No pâncreas,
de uma maneira geral, a atividade proteolítica foi diminuída pela restrição
alimentar (tanto de endopeptidases quanto de exopeptidades) e em menor
extensão pela alimentação intermitente. O peso do pâncreas também diminuiu
após o período de restrição alimentar. Estas alterações fisiológicas podem
explicar a redução na retenção de nitrogênio apresentada pelas aves. No
entanto, as atividades das peptidases do intestino delgado foram aumentadas

189
durante o período de restrição, não sendo afetadas nas aves em regime de
alimentação intermitente. Isto demonstrou que a restrição alimentar possui
efeitos distintos nos diferentes órgãos e enzimas do trato gastrintestinal. Estas
observações foram confirmadas por Palo et al. (1995a), que também
observaram que a restrição alimentar de 7 a 14 dias de idade reduziu a
atividade da fosfatase alcalina no jejuno, da amilase e da tripsina pancreática
aos 14 dias de idade, o que não afetou as atividades destas enzimas aos 21 e
aos 42 dias de idade. Aos 21 dias de idade, as atividades relativas da maltase e
da sacarase jejunal foram maiores nas aves do grupo restrito. Após o período
de realimentação, Fassbinder-Orth e Karasov (2006) observaram maior
atividade enzimática em frangos submetidos à restrição alimentar e
realimentados, seguidas de frangos restritos, e por fim, de aves mantidas com
alimentação à vontade durante todo o período experimental.
Yang et al. (2009) distribuíram frangos da linhagem Ross em 4
tratamentos, tendo eles dois níveis de energia (13,4 e 12,0 MJ/kg) e dois níveis
protéicos (184 e 230 g/kg). Os tratamentos foram impostos aos frangos de 8 a
14 dias de idade. De 1 a 7 dias e 15 a 42 dias de idade, todas as aves foram
alimentadas à vontade, com os mesmos níveis de nutrientes. Imediatamente
após o período de restrição, o nitrogênio ureíco no sangue e os pesos relativos
do coração e do músculo do peito foram menores nas aves com restrição
protéica, perdurando estes efeitos até 42 dias de idade. A restrição energética
diminuiu a glicose plasmática, a gordura abdominal e o peso intestinal.
Gilbert et al. (2008) também observaram o efeito da restrição alimentar
sobre alguns transportadores de nutrientes da superfície intestinal. Em
conseqüência à restrição alimentar, a expressão dos transportadores de
peptídeos e de aminoácidos aumentou aos 7 dias de idade, indicando que a
restrição alimentar pode modular a expressão gênica de proteínas relacionadas
à absorção de nutrientes. Estes autores citaram Ferraris e Carrey (2000), que
cogitaram que a restrição alimentar pode promover uma maior expressão
gênica na proporção de células intestinais com atividade transportadora de
nutrientes.
Para verificar os efeitos da restrição alimentar sobre a morfologia do
trato gastrintestinal, Palo et al. (1995b) distribuíram frangos machos, da
linhagem Ross, em dois tratamentos, um recebendo alimentação à vontade de
1 a 48 dias de idade, e outro em restrição alimentar de 7 a 14 dias de idade. O
peso corporal e o peso relativo dos órgãos do sistema gastrintestinal foram
reduzidos pela restrição alimentar aos 14 dias de idade. Também foi observada
uma diminuição no número de células do jejuno. Todos os órgãos voltaram ao
peso normal após a realimentação, bem como todos os valores dos
constituintes celulares avaliados (proteína, RNA e DNA). Os pesos relativos do
proventrículo, da moela, do intestino delgado, do fígado e do pâncreas foram

190
pouco afetados pela restrição alimentar e voltaram mais rapidamente ao normal
após a realimentação do que o peso corporal. Por outro lado, Silva et al. (2007)
observaram que aves submetidas à restrição alimentar (30% da alimentação à
vontade) apresentaram, aos 14 dias de idade, enterócitos do intestino delgado
com menor área nas extremidades.
Vários autores relataram os efeitos da restrição alimentar durante a
primeira semana de vida sobre a morfologia e a funcionalidade das células
intestinais e do crescimento dos órgãos do sistema digestório. Noy et al. (2001)
demonstraram que o desenvolvimento destes tecidos é alto nos primeiros dias
após a eclosão, em condições em que as aves não sofreram privação de
alimento. Uni et al. (1998) observaram que frangos sem acesso à alimentação
por 36 horas após a eclosão apresentaram menor altura de vilosidade, menor
profundidade de cripta e menor crescimento em todos os segmentos intestinais.
O atraso no fornecimento da alimentação por 48 horas após a eclosão também
causou alterações na dinâmica da produção de mucinas no intestino delgado,
proteínas relacionadas com a absorção de nutrientes e a proteção do epitélio
intestinal (Uni et al., 2003). Noy et al. (2001) relataram que em perus privados
de alimento por 48 horas após a eclosão, algumas alterações prejudiciais ao
epitélio intestinal foram notadas. As aves com acesso ao alimento
imediatamente após à eclosão absorveram melhor a gema residual presente no
saco vitelínico e os nutrientes exógenos, apresentando maior desenvolvimento
do intestino delgado. Nestas aves, o intestino delgado aumentou de 3,8% do
peso corporal para 8,9% nas 48 horas após a eclosão, em comparação com as
aves restritas, em que o peso relativo do órgão não atingiu o mesmo
crescimento, correspondendo à somente 4,5% do peso corporal no mesmo
período). Neste estudo, o atraso ao acesso de alimento diminuiu a taxa de
crescimento das vilosidades e o comprimento dos enterócitos em todos os
segmentos intestinais até o sexto dia pós-eclosão. Ainda, houve diminuição na
proporção de células em proliferação nas criptas intestinais, sendo observado
aumento na proliferação após a realimentação. Estas diferenças também foram
observadas por Geyra et al (2001), que identificaram que a privação de
alimentos por 48 horas após a eclosão levou à diminuição no tamanho das
criptas no jejuno e no duodeno, no número de criptas por vilo, na proliferação
de criptas, na área das vilosidades e na taxa de migração dos enterócitos. Dos
segmentos intestinais, o duodeno foi o mais afetado.

2.2. Efeitos sobre o sistema imunológico

A absorção das imunoglobulinas presentes na gema residual do saco


vitelínico é retardada quando há ausência de alimentos no trato entérico, que
estimula os movimentos anti-peristálticos responsáveis por transportar

191
nutrientes desta estrutura para o duodeno (Juul-Madsen et al., 2004). Estes
autores observaram que a restrição alimentar por 24 e 48 horas após a eclosão
promoveu a diminuição ou o atraso no aparecimento de determinadas
populações de leucócitos sangüíneos e alteração na expressão de antígenos do
Complexo de Histocompatibilidade Maior (MHC), nas células B. Também
observaram que as aves que não consumiram alimento nas primeiras 24 horas
apresentaram peso ao abate 1,4% menor do que aquelas alimentadas à
vontade. Já nas aves em restrição por 48 horas esta diferença foi de 6,1%.
Por outro lado, a restrição alimentar em fases posteriores do ciclo de
produção pode amenizar os efeitos negativos do estresse térmico sobre o
sistema imunológico (Khajavi et al, 2003). Estes autores conduziram um
experimento em que frangos de duas linhagens (Ross e Avian), separados por
sexo, foram alimentados à vontade ou com restrição alimentar de 11 a 20 dias
de idade (alimentados dia sim e dia não). Posteriormente, de 35 a 41 dias de
idade, todas as aves foram divididas em dois grupos, um mantido em ambiente
termoneutro (33°C) e outro em estresse térmico (39°C). Aos 42 dias de idade,
o estresse térmico diminuiu a quantidade de células T citotóxicas (CD8+), T-
helper (CD4+) e o título de anticorpos em resposta aos antígenos (células
vermelhas sangüíneas de carneiro, SRBC), aumentando a razão entre
heterófilos e neutrófilos (H/L). No entanto, nas aves restritas, a diminuição das
células CD4+ e da produção de antígenos foi menos pronunciada do que nas
aves alimentadas à vontade. Nas aves em condições de termoneutralidade não
houve diferenças entre a relação H/L para os diferentes regimes de
alimentação. No entanto, em condição de estresse térmico, nas aves
alimentadas à vontade, esta relação foi maior do que nas aves restritas. Assim,
a diminuição da função imune das aves submetidas ao estresse térmico foi
menor naquelas submetidas a um regime de restrição em comparação com as
aves alimentadas à vontade. Porém, outros autores relataram, em aves
reprodutoras submetidas a regimes de restrição alimentar, um aumento na
concentração plasmática de hormônios relacionados ao estresse
(corticoesterona), bem como maior liberação desta substância em resposta à
contenção manual, que possui efeito depressor sobre o sistema imune (de Jong
et al., 2002). Por outro lado, Fassbinder-Orth e Karasov (2006) relataram não
haver alterações nas funções imunes de aves submetidas à restrição alimentar,
incluindo a massa da bursa de Fabrício e do baço, o conteúdo de IgA no
intestino, ao qual os autores atribuíram o fato de todas as alterações estarem
direcionadas às modificações digestivas para a adaptação à restrição alimentar
e posterior realimentação.

3) Idade de aplicação e intensidade da restrição alimentar

192
De acordo com as pesquisas da EMBRAPA, o melhor momento para a
aplicação de um programa de restrição alimentar é entre a segunda e a terceira
semanas de idade das aves (Rosa et al., 2000). Fontana et al. (1992)
observaram que frangos restritos na fase inicial de vida são capazes de utilizar
maior nível de proteína (26 vs 21%) para aumentar sua taxa de crescimento na
realimentação.
Na primeira semana de idade, os pintos ainda são muito frágeis para
suportar o estresse do jejum, podendo ocorrer aumento na deposição lipídica
na carcaça (Zhan et al., 2007) e alterações nas células satélites, que
proporcionarão a diminuição na hipertrofia de células da musculatura
esquelética (Velleman e Mozdziak, 2005). A restrição de alimento nesta fase
ainda pode levar à diminuição na habilidade dos pintos em lidar com os
desafios sanitários do meio ambiente, devido a uma baixa resistência
imunológica (Juul-Madsen et al., 2004), e a alterações na altura das vilosidades
intestinais (Noy et al., 2001). Por outro lado, a restrição alimentar após 21dias
de idade, dependendo da idade de abate, não possibilitará um tempo suficiente
para as aves apresentar ganho compensatório, recuperando o peso perdido
durante a restrição (Rosa et al., 2000). Pan et al. (2005) observaram que
frangos submetidos à restrição alimentar (sendo alimentados somente 8 horas
por dia) de 7 a 21 dias, não recuperaram o peso aos 49 dias de idade,
enquanto que frangos submetidos a este mesmo regime de alimentação, mas
somente dos 7 aos 14 dias de idade, tiveram tempo suficiente para atingir o
mesmo peso de abate das aves alimentadas à vontade. No entanto, Fontana et
al. (1992) não observaram efeito da restrição alimentar precoce (a partir de 4
dias de idade, até 10 ou 11 dias de idade), em relação às aves alimentadas à
vontade sobre a gordura abdominal, o peso de moela, a gordura na carcaça e
no fígado, aos 49 dias de idade.
Estes dados são reforçados por aqueles de Urdaneta-Rincon e Leeson
(2002), que demonstraram que a restrição alimentar deve ser aplicada em uma
fase mais inicial do ciclo de vida de frangos. Também, a restrição alimentar não
deve ser muito severa, para que seja observada a recuperação do peso
corporal e uma redução na mortalidade. Em um primeiro momento, estes
autores, ao realizarem restrição alimentar de 5 a 42 dias, em pintos machos, da
linhagem Ross, observaram que em relação às aves consumindo dieta à
vontade, a redução de 5, 10 e 15% da quantidade consumida pelo grupo
controle acarretou em prejuízo no desempenho das aves, com redução linear
no peso corporal e no ganho de peso, com menor peso de carcaça e
rendimento de peito, sem causar diminuição da porcentagem de gordura
abdominal. No entanto, a mortalidade das aves com maior nível de restrição
alimentar (15%) foi significativamente menor do que daquelas do grupo
controle. Posteriormente, os mesmos autores realizaram dois experimentos, em

193
que as aves foram alimentadas com 90% da quantidade de ração das aves do
grupo controle, em diversos períodos (de 5 a 9, 5 a 14, 5 a 19, 5 a 24 ou 5 a
29 dias, no experimento 1, e de 14 a 17, 14 a 20, 14 a 23, 14 a 26 ou 14 a 29
dias, no experimento 2). Em ambos experimentos, as aves em restrição
alimentar cresceram mais lentamente, de modo que a diferença entre o peso
corporal das aves do grupo controle e dos grupos recebendo restrição em
diferentes períodos tendeu a diminuir dos 14 aos 49 dias de idade, indicando
ganho compensatório. Já a conversão alimentar até os 42 dias de idade
melhorou linearmente com o aumento do período de restrição alimentar.
Também, aos 42 dias de idade, o rendimento de peito diminuiu linearmente
com o aumento do período de restrição, o que pode estar relacionado à menor
ingestão de aminoácidos e de energia. Aos 49 dias de idade não foram
observadas diferenças.
Ainda, segundo Rosa et al. (2000), após terminado o período de
restrição alimentar, as aves não podem apresentar uma redução de mais de
12% no seu peso corporal. Se a redução for maior que 12%, o ganho de peso
compensatório no período de realimentação, estará comprometido e,
inevitavelmente, as aves apresentarão redução no peso de abate. Segundo os
autores, em resposta à restrição alimentar, as aves buscam satisfazer suas
necessidades energéticas para manutenção das suas atividades primeiramente
através do glicogênio hepático, seguido das reservas de gordura e das
proteínas musculares. A partir do momento em que as aves passam a mobilizar
tecido protéico, a restrição alimentar torna-se indesejável, pois mais
dificilmente irá haver recuperação de peso no período de realimentação,
havendo redução no peso de abate.

4) Restrição alimentar e seus efeitos sobre o desempenho

Leone et al (2001) realizaram um trabalho em que o objetivo foi verificar


o efeito da restrição protéica e energética em frangos machos (Ross)
submetidos a diferentes temperaturas. As aves foram divididas em três grupos,
cada um mantido em galpões com temperaturas constantes (18, 25 e 33 °C) de
1 a 42 dias de idade. De 1 a 7 e de 15 a 42 dias de idade todas as aves
receberam a mesma dieta. Entretanto, de 7 a 14 dias de idade, dentro de cada
galpão climatizado, os pintos foram submetidos a três programas alimentares
distintos – um grupo controle, recebendo uma ração contendo 2850 kcal de
EM/kg de ração e 20% de proteína bruta (relação energia (E): proteína (P) de
142,5); um grupo com restrição energética (ração contendo 2565 kcal de
EM/kg, 20% de proteína bruta e E:P de 128,25); um grupo com restrição
protéica (ração contendo 2850 kcal de EM/kg,15% de proteína bruta e E:P de
190,0). Aos 14 dias de idade, apenas as aves em restrição protéica e mantidas

194
à 18°C apresentaram peso corporal significativamente menor do que as aves do
grupo controle, sugerindo que a alteração na relação entre a energia e a
proteína é mais efetiva em causar alteração no peso corporal em ambientes
frios. Nas outras idades, independente da temperatura, o peso corporal não foi
influenciado pelos programas alimentares, sendo os pesos estatisticamente
semelhantes, o que levou os autores a concluir de que houve tempo suficiente
para que as aves apresentassem ganho compensatório. No entanto,
numericamente pode ser observado que os pesos corporais das aves aos 42
dias foram muito semelhantes no galpão com 25°C (1917, 1904 e 1909 g,
respectivamente para as aves controle, com restrição energética e restrição
protéica), mas tenderam a serem menores para os grupos com restrição em
relação ao controle, no galpão com 18°C (1957, 1910 e 1844 g) e no galpão
com 33°C (1419, 1366 e 1395 g) (respectivamente para as aves controle, com
restrição energética e restrição protéica). Assim, é possível inferir que houve
tendência da restrição de nutrientes em exercer maior efeito em condições de
estresse térmico do que em condição de termoneutralidade.
Leeson e Zubair (1997) compararam o desempenho de pintos machos
(Ross vs Arbor Acre) alimentados à vontade ou com restrição alimentar de 6 a
12 dias de idade (dois grupos, um com restrição quantitativa, recebendo
metade da quantidade de ração do grupo à vontade, ou qualitativa, recebendo
a mesma ração do grupo à vontsde, mas diluída em 50%, através da adição de
casca de soja). Os autores observaram que, apesar do ganho de peso das aves
restritas ser maior do que o daquelas recebendo alimentação à vontade no
período de realimentação (12 a 21 dias), estas ainda apresentaram melhor
desempenho. Os resultados sugerem que houve ganho compensatório nas aves
restritas, mas que devido à severidade da restrição e o curto período após a
realimentação, não conseguiram acompanhar o desempenho das alimentadas à
vontade.
Por outro lado, Mazzuco et al. (2000) realizaram restrição alimentar
qualitativa no mesmo período do experimento relatado anteriormente (7 a 14
dias), através da diluição de uma dieta inicial (21,5% de PB e 3.050 kcal/kg de
EM) com 25 e 50% de casca de soja (resultando em dietas com 2.463 e 1.875
kcal/kg, e 18,7 e 15,5% de PB, respectivamente), de forma contínua, ou então
intercalando as dietas diluídas com dieta controle, nos dias 8, 10 e 12 de idade.
Os autores não observaram ganho compensatório. Numericamente, aos 42 dias
de idade, as aves cuja dieta foi diluída com 25% de casca de soja apresentaram
menor peso corporal do que as aves que receberam a dieta controle (embora
as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas). Já as aves
alimentadas com a dieta diluída com 50% de casca de soja foram
significativamente mais leves. A conversão alimentar foi significativamente
melhor para as aves do grupo controle, quando comparadas com as aves dos

195
outros grupos. As mortalidades por morte súbita, ascite e outras causas não
variou entre os tratamentos. Os autores atribuíram a não observação de ganho
compensatório à linhagem dos frangos utilizada, que tem crescimento inicial
lento, apesar de não citarem no trabalho a linhagem empregada.
Leu et al. (2002) avaliaram o desempenho de frangos da linhagem Ross,
submetidos a dois programas de restrição alimentar de 7 a 21 dias de idade. As
aves ficavam em jejum por 10 (restrição mais branda) e 14 horas/dia, em
relação aos frangos que receberam alimentação à vontade. O ganho de peso no
período em que as aves receberam alimentação restrita foi menor, quanto
maior foi a intensidade da restrição. Entretanto, no período total do
experimento (7 a 42 dias de idade), o consumo de ração, o peso e o ganho de
peso aos 42 dias de idade foram estatisticamente inferiores no grupo cuja
restrição durou 14 horas/dia, durante o período de 7 a 21 dias de idade, não
diferindo os resultados entre os grupos que receberam alimentação à vontade e
restrição mais branda (10 horas). Esta aproximação de desempenho do grupo
com restrição mais branda em relação ao grupo com alimentação à vontade foi
decorrente de ganho compensatório, o que foi evidenciado pelo maior ganho de
peso relativo (diferença entre o ganho de peso de 22 a 42 e o ganho de peso
entre 7 e 21 dias de idade) do grupo com restrição mais branda em relação ao
grupo com alimentação à vontade. Ainda, os frangos em regime de restrição
alimentar apresentaram estatisticamente maior viabilidade (96,15 e 94,66%,
para os grupos com restrição de 14 e 10 horas diárias, respectivamente) do que
o grupo à vontade (86,11%). O fator europeu de produção foi maior para o
grupo com restrição alimentar mais branda. Assim, a restrição alimentar de 7 a
21 dias, com 10 horas de jejum mostrou-se mais vantajosa, de modo que as
aves apresentaram desempenho semelhante a aquelas alimentadas à vontade e
tiveram maior viabilidade e maior fator de produção.
Cornejo et al (2007) realizaram restrição qualitativa em frangos Hubbard,
através da diminuição dos níveis de energia metabolizável e do aumento dos
níveis de proteína bruta da dieta. Isto foi com o intuito de diminuir a relação
energia:proteína da dieta. As aves foram divididas em 4 grupos, um grupo
controle, com alimentação à vontade e nos outros três grupos a restrição
alimentar foi dada de 7 a 14, de 7 a 21 e de 22 a 35 dias de idade. O ganho de
peso acumulado (1 a 49 dias de idade) dos frangos do grupo controle foi
estatisticamente superior àquele dos frangos do grupo que recebeu restrição de
7 a 21 dias de idade, enquanto que os frangos dos outros grupos apresentaram
valores intermediários, não diferindo estatisticamente deles.
Leeson e Zubair (1997) observaram o efeito da restrição alimentar de 6 a
12 dias de idade na retenção de nitrogênio e na energia metabolizável em
frangos machos (Ross vs Arbor Acre). Os autores compararam um grupo de
frangos alimentados à vontade com um grupo que recebeu restrição alimentar

196
tanto qualitativa (isso é, a mesma ração do grupo à vontade, mas diluída em
50%, através da adição de casca de soja), quanto quantitativa (a mesma dieta
do grupo à vontade, mas a quantidade correspondendo à 50% deste grupo). As
aves com restrição quantitativa usaram a energia mais eficientemente no
período acumulado, sendo a relação energia metabolizável:ganho de peso
menor neste grupo (4,39 kcal/g), em relação ao grupo alimentado à vontade
(4,69 kcal/g), ou do grupo recebendo restrição quantitativa (4,66 kcal/g). Não
houve diferenças significativas quanto à energia metabolizável aos 19 dias de
idade. Houve também maior retenção de nitrogênio durante o período de
realimentação nas aves dos grupos restritos, contrariamente ao observado
durante o período de restrição, em que as aves consumindo ração à vontade
apresentaram maior retenção de nitrogênio. Estes mesmos autores também
estudaram o efeito da composição nutricional das dietas durante o período de
realimentação. Em um experimento, observaram o efeito de diversos níveis de
lisina (1.25, 1.38, 1.51, 1.63, 1.76 ou 1.88%) e os efeitos de diferentes níveis
de proteína bruta (22 a 29%) e de energia metabolizável (3000 a 3500
kcal/kg). Eles concluíram que não há benefício do aumento destes nutrientes
imediatamente após o fim do período de restrição, de modo que a proteína
bruta e a lisina influenciaram negativamente no desempenho. No caso da
energia metabolizável da dieta, houve influência positiva sobre o desempenho,
apesar desta melhor resposta ter sido associada a um aumento na gordura
abdominal.

5) Restrição alimentar e efeito sobre as características de carcaça

5.1) Após os sete dias de idade

Um dos efeitos que se almeja atingir com um programa de restrição


alimentar é a melhoria das características de carcaça, diminuindo a quantidade
de gordura (Zhan et al, 2007). Leone et al (2001) realizaram restrição alimentar
qualitativa (protéica ou energética) em frangos da linhagem Ross, de 7 a 14
dias de idade, mantidos em diferentes temperaturas ambientais (18, 25 e 33
°C). Os autores observaram que aos 14 dias de idade, em relação ao grupo
controle, as aves alimentadas com dietas com menor quantidade de proteína
bruta apresentaram maior porcentagem de gordura na carcaça, quando
mantidas à 18 e 25°C, e menor porcentagem de proteína na carcaça quando
mantidas à 25 e 33°C. Entretanto, aos 42 dias de idade, esta diferença não foi
mantida, apresentando todas as aves a mesma composição de carcaça.
Por outro lado, uma menor deposição de gordura no fígado, em
decorrência da restrição alimentar, foi relatada por Cornejo et al. (2007). Os
autores realizaram restrição qualitativa em frangos Hubbard, através da

197
diminuição dos níveis de energia metabolizável e do aumento dos níveis de
proteína bruta da dieta, com o intuito de diminuir a relação energia:proteína. As
aves foram divididas em 4 grupos, um grupo controle, e outros três em que a
restrição foi dada de 7 a 14 dias, 7 a 21 e 22 a 35 dias de idade.
Numericamente, aos 49 dias de idade o escore médio de infiltração gordurosa
no fígado foi menor em todos os grupos que receberam restrição alimentar. Em
relação à composição química do fígado, a percentagem de gordura foi menor
nod frangos de todos os grupos restritos, enquanto que a percentagem de
proteína bruta foi maior nos frangos do grupo que recebeu dieta restrita por
mais tempo (7 a 21 dias), em relação aos frangos do grupo controle. Já nos
grupos que receberam dieta restrita por uma semana, a percentagem de
proteína bruta foi intermediária, não diferindo estatisticamente de ambos,
possivelmente em decorrência da maior ingestão de proteína e menor ingestão
de gordura nos grupos em restrição. Os valores de triglicerídios plasmáticos não
foram afetados pela restrição alimentar.
A restrição de nutrientes distintos na dieta pode ter como conseqüência
efeitos diferenciados sobre as características de carcaça. Yang et al (2009)
avaliaram a restrição de nutrientes de 8 a 14 dias de idade, distribuindo aves da
linhagem Ross em 4 tratamentos - dois níveis de energia (13,4 e 12 MJ/kg), e
dois níveis protéicos (230 e 184 g/kg). As aves recebendo dieta com baixos
níveis de energia tiveram menor deposição de gordura, enquanto a redução
protéica diminuiu o rendimento de peito aos 14 e 42 dias. Ambos os tipos de
restrição levaram a menores coeficientes de metabolizabilidade durante o
período de restrição. Outra observação importante deste estudo foi a correlação
entre a restrição alimentar e a expressão de genes que regulam a deposição de
proteína e de energia. A diminuição na deposição protéica na musculatura do
peito foi correlacionada com o aumento na expressão de miostatina. Esta
observação é consistente com aquela de outros autores, que evidenciaram
influência negativa desta proteína sobre a hipertrofia e a hiperplasia muscular
(Mcpherron et al.,1997 CITADO EM YANG ET AL., 2009). Além disto, estes
autores ainda observaram que a restrição de energia levou à diminuição na
expressão de leptina na gordura abdominal durante o período de restrição,
relacionado com a diminuição da hipertrofia de adipócitos neste tecido.

5.2) Antes dos sete dias de idade

A aplicação da restrição alimentar já na primeira semana de idade dos


pintos não é recomendada, havendo evidências de que quando aplicada neste
período, conseqüências negativas podem ocorrer em relação à qualidade da
carcaça. Uma das conseqüências da aplicação deste manejo neste período é o
fenômeno da programação metabólica, em que os níveis nutricionais no início

198
da vida dos pintos podem levar a alterações metabólicas que irão repercutir
posteriormente, mesmo na ausência dos fatores que causaram esse fenômeno.
Nesta fase as aves são muito sensíveis à influência da composição da dieta e
possuem maiores exigências nutricionais, devido a uma taxa metabólica mais
alta (Camacho et al., 2004). Zhan et al (2007) aplicaram um programa de
restrição alimentar de 1 a 21 dias, com aves mantidas em jejum por 4 horas
por dia, e concluíram que isto levou a uma maior deposição lipídica no
abdômen e obesidade aos 63 dias de idade. Aos 21 dias, imediatamente após o
período de restrição, eles observaram menores rendimento de peito,
rendimento de carcaça, e porcentagem de gordura abdominal e maior conteúdo
de gordura no músculo do peito. Já aos 63 dias de idade a porcentagem de
gordura abdominal foi contrariamente maior nas aves em restrição, enquanto
que o conteúdo de gordura no músculo do peito diminuiu e as outras
características de carcaça não foram alteradas. Os autores observaram
também que aos 63 dias de idade houve aumento na atividade das enzimas
geradoras de NADPH das aves restritas, e diminuição da atividade da lípase
sensível ao hormônio (HSL) no fígado e na gordura abdominal, e aumento da
atividade da lípase lipoprotéica na gordura abdominal. As enzimas geradoras de
NADPH dão suporte à lipogênese. A HSL, por outro lado, tem efeito oposto,
mobilizando ácidos graxos dos adipócitos para a corrente sangüínea, para o
processo de lipólise. Assim, estas observações são consistentes com um quadro
de aumento na atividade lipogênica das aves restritas.
A programação metabólica foi também observada por Fontana et al.
(1992). Os autores restringiram dois grupos de frangos, um dos 4 aos 10 e
outro dos 4 aos 11 dias de idade. Aos 49 dias, as aves alimentadas à vontade,
quando comparadas com as aves restritas, apresentaram maior quantidade de
VLDL e LDL no plasma. Aos 28 dias de idade, as aves restritas apresentaram
aumento na concentração plasmática de triglicerídios e lipoproteínas, bem como
na lipogênese, indicando que a restrição no início da vida levou à alterações
metabólicas aos 28 dias consistentes com atividade lipogênica.
Outra conseqüência da aplicação da restrição alimentar já na primeira
semana de vida são as alterações no crescimento das células satélites
musculares. Antes da eclosão e logo após este evento, a continuação do
crescimento da musculatura esquelética é dependente da proliferação e da
diferenciação das células satélites miogênicas. Estas células doam seus núcleos
para as fibras musculares adjacentes, levando ao crescimento muscular a partir
da hipertrofia celular, através da síntese protéica. O fator de crescimento dos
fibroblastos-2 (FGF2) participa deste processo, sendo um estimulador da
proliferação das células satélites e inibidor da diferenciação destas. Para que
esta proteína se ligue aos seus receptores na superfície das células e assim
expresse sua atividade, ela deve interagir com co-receptores, as proteglicanas

199
heparano-sulfato (HSPG), sendo as sindecanas e glipicanas as principais HSPG.
Velleman e Mozdziak (2005) mantiveram um grupo de aves em jejum hídrico e
alimentar durante 3 dias após a eclosão, sendo alimentadas à vontade de 4 a 7
dias, e outro grupo alimentado à vontade por todo o período experimental. Os
autores avaliaram a concentração de HSPG, de sindecanas e de glipicanas no
músculo peitoral das aves. Eles observaram que a concentração das HSPG
diminuiu nas aves em restrição a partir do segundo dia. A expressão de
sindecana não alterou, enquanto a expressão da glipicana diminuiu durante o
período de restrição, mas foi maior do que das aves consumindo ração à
vontade após a realimentação. Estes dados servem de evidência de que a
restrição alimentar no início da vida dos pintos pode afetar a habilidade de
resposta das células satélites. Moore et al. (2005) observaram que pintos em
jejum durante os 3 primeiros dias de vida apresentaram menor atividade
mitótica nas células satélites da musculatura esquelética do peito e depleção
nas células satélites em proliferação, conservando no entanto as células de
reserva.

6) Relação com as doenças metabólicas

As altas taxas de crescimento nos frangos modernos, em decorrência dos


recentes avanços na nutrição e do melhoramento genético, estão associadas a
algumas desordens metabólicas, entre elas a ascite, que levam a aumento nas
taxas de mortalidade das aves. Rápida taxa de crescimento, em conjunção com
uma alta taxa metabólica basal aumentam a demanda por oxigênio, levando a
um déficit de oxigênio que excede a capacidade pulmonar em provê-lo. Em
decorrência deste fato, há um aumento na concentração de hemoglobina e de
eritrócitos para compensar a falta de oxigênio, levando ao aumento na
viscosidade do sangue e na hipertensão pulmonar. Com isto, há um aumento
na carga no ventrículo direito do coração, culminado com hipertrofia e a
dilatação e, por fim, a falência da atividade desta área cardíaca, levando ao
aumento da pressão portal, edema e ascite (McGovern et al, 1999). Assim, a
diminuição na taxa inicial de crescimento das aves, através da restrição
alimentar, pode amenizar a incidência deste problema. Os autores aplicaram
restrição alimentar dos 7 aos 16 dias de idade (quando somente 18 gramas de
ração foram administrados às aves), sendo após disto restabelecida a
alimentação à vontade. A restrição alimentar diminuiu significativamente a taxa
de mortalidade (6,3%, em comparação com 15,9% nas aves alimentadas à
vontade) e diminuiu o escore médio de ascite (0,61, comparado com 0,87).
Ainda, foi observado nas aves restritas menor área total e percentual cardíaca,
área ventricular direita, peso ventricular direito, área total cardíaca, peso total
do coração. A conclusão do trabalho é de que a restrição alimentar permitiu

200
que o desenvolvimento cardíaco acompanhasse o desenvolvimento corporal das
aves.
Outros autores também observaram menor incidência de ascite em
frangos submetidos à restrição alimentar. Acar et al. (1995) relataram menor
incidência de ascite em frangos submetidos a dois regimes de restrição
alimentar (recebendo quantidade de energia metabolizável correspondente à
75% das aves consumindo ração à vontade, um grupo com restrição de 4 a 11
dias de idade, e outro, de 7 a 14 dias de idade). As aves restritas apresentaram
menor porcentagem do músculo Pectoralis major.

7) Conclusões

A restrição alimentar, quando bem empregada, pode levar à diminuição


da incidência de doenças metabólicas e mortalidade em frangos de corte. No
entanto, alguns cuidados devem ser tomados quanto ao período em que é
aplicado este manejo, devendo ser evitado na fase pré-inicial e quando as aves
se encontram próximo da idade de abate. Também, cuidados devem ser
tomados quanto à severidade da restrição. Alguns estudos expostos nesta
revisão mostram que a restrição alimentar causa seus efeitos sobre o
desempenho não somente através da privação de nutrientes. Alterações
fisiológicas foram observadas, algumas delas inclusive após a retirada da
restrição, podendo levar a efeitos permanentes sobre o crescimento e as
características de carcaça dos frangos. Antes da introdução deste manejo, deve
ser levado em consideração a linhagem genética das aves, o período de vida
em que será aplicado e a intensidade de aplicação da restrição alimentar. As
avaliações devem ser conduzidas visando identificar se as aves estão atingindo
um peso ao abate proporcional ao que teriam com a alimentação à vontade e
se a qualidade da carcaça não está sendo afetada negativamente.

8) Referências bilbiográficas

ACAR, N; SIZEMORE, FG; LEACH, GR; WIDEMAN, RF JR, OWEN, RL; BARBATO,
GF. Growth of broiler chickens in response to feed restriction regimens to
reduce ascites. Poult Sci. 74(5):833-43, 1995.

BOEKHOLT, H; PH. VAN DER GRINTEN, VVAM; SCHREURS, M; LOS, JN ;


LEFFERING, CP. Effect of dietary energy restriction on retention of protein, fat
and energy in broiler chickens. Br. Poult. Sci. 35:603–614, 1994.

201
CAMACHO, MA; SUAREZ, ME; HERRERA, J.G; CUCA, JM; CM, CARCIA-BOJALIL.
Effect of age of feed restriction and microelement supplementation to control
ascites on production and carcass characteristics of broilers. Poult. Sci.
83:526–532, 2004.

CORNEJO, S.; GADELHA, AC; POKNIAK, J, VILLOUTA, G. Qualitative feed


restriction on productive performance and lipid metabolism in broiler chickens.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 59(6):1554-1562, 2007.

FASSBINDER-ORTH, CA; KARASOV, WH. Effects of Feed Restriction and


Realimentation on Digestive and Immune Function in the Leghorn Chick. Poult.
Sci. 85:1449–1456, 2006.

FERRARIS, RP; CAREY, HV. Intestinal transport during fasting and malnutrition.
Annu Rev Nutr. 20:195–219, 2000.

FONTANA, EA; WEAVER, WD JR; WATKINS, BA; DENBOW, DM. Effect of early
feed restriction on growth, feed conversion, and mortality in broiler chickens.
Poult Sci. 71(8):1296-305, 1992.

GEYRA, A; UNI, Z; SKLAN, D; The effect of fasting at different ages on growth


and tissue dynamics in the small intestine of the young chick. 1: Br J Nutr.,
86(1):53-61, 2001.

GILBERT, ER; LI, H.; EMMERSON, DA; WEBB JR, KE; WON, EA. Dietary Protein
Quality and Feed Restriction Influence Abundance of Nutrient Transporter
mRNA in the Small Intestine of Broiler Chicks. J. Nutr. 138: 262–271, 2008.

JULIAN, RJ. Causes and prevention of ascites in broilers. Zootec. Int. 4:52–53,
1997.

JUUL-MADSEN, HR; SU, G; SØRENSEN, P. Influence of early or late start of


first feeding on growth and immune phenotype of broilers. Br. Poult. Sci.,
45(2):210–222, 2004.

KHAJAVI, M; RAHIMI, S; HASSAN, ZM; KAMALI, MA; MOUSAVI, T. Effect of


feed restriction early in life on humoral and cellular immunity of two commercial
broiler strains under heat stress conditions. Br. Poult. Sci. 44(3):490–497,
2003.
LEESON, S; ZUBAIR, AK. Nutrition of the Broiler Chicken Around the Period of
Compensatory Growth. Br. Poult. Sci. 76:992–999, 1997.

202
LEONE, ER; BERNAL, FEM; FURLAN, RL; MALHEIROS, EB; MACARI, M. Efeitos
da Restrição Alimentar Protéica ou Energética sobre o Crescimento de
Frangos de Corte Criados em Diferentes Temperaturas Ambiente. Rev. bras.
zootec., 30(3):1058-1064, 2001 (Suplemento 1).

LEU, WMK; COTTA, JTB; DE OLIVEIRA, AIG; RODRIGUES, PB. Desempenho de


frangos submetidos à restrição alimentar na fase inicial em diferentes sistemas
de criação. Ciênc. agrotec., Lavras, 26(3):610-617, 2002.

MAZZUCO, H; GUIDONI, AL; JAENISCH, FR. Efeito da restrição alimentar


qualitativa sobre o ganho compensatório em frangos de corte. Pesq. agropec.
bras., 35(3):543-549, 2000.

McGOVERN, RH; FEDDES, JJR; ROBINSON, FE; HANSON, JA. Growth


Performance, Carcass Characteristics, and the Incidence of Ascites in Broilers in
Response to Feed Restriction and Litter Oiling. Poult. Sci. 78:522–528, 1999.

MCPHERRON, AC; LAWLER, AM; LEE, SJ. Regulation of skeletal muscle mass in
mice by a new TGF-beta superfamily member. Nature, 387: 83–90., 1997.

MOORE, DT; FERKET, PR; MOZDZIAK, PE. Early post-hatch fasting induces
satellite cell self-renewal. Comp Biochem Physiol A Mol Integr Physiol.
142(3):331-9, 2005.

NOY, Y; GEYRA, A; SKLAN, D. The Effect of Early Feeding on Growth and Small
Intestinal Development in the Posthatch. Poult. Poult. Sci. 80:912–919, 2001.

PALO, PE; SELL, JL; PIQUER, FJ; VILASECA, L; SOTO-SALANOVA, MF. Effect of
early nutrient restriction on broiler chickens. Performance and digestive enzyme
activities. Poult Sci. 74(9):1470-83, 1995a.

PALO, PE; SELL, JL; PIQUER, FJ; SOTO-SALANOVA, MF; VILASECA, L.


Effect of early nutrient restriction on broiler chickens. 1. Performance and
development of the gastrointestinal tract. Poult Sci. 74(1):88-101, 1995b.

PAN, J-Q; TAN, X; LI, J-C; SUN, W-D; WANG, X-L. Effects of early feed
restriction and cold temperature on lipid peroxidation, pulmonary vascular
remodelling and ascites morbidity in broilers under normal and cold
temperature. Br. Poult. Sci. 46(3):374–381, 2005.

203
ROSA, PS; ÁVILA, VS; JAENISCH, FRF. Restrição alimentar em frangos de corte:
como explorar suas potencialidades. CT / 250 / Embrapa Suínos e Aves,
Julho/2000, p. 1–4

SILVA, AV; MAYORKA, A; BORGES, SA; SANTIN, E; BOLELI, IC; MACARI, M.


Surface area of the tip of the enterocytes in small intestine mucosa of broilers
submitted to early feed restriction and supplemented with glutamine. Intl J
Poult Sci., 6:31–35, 2007.

SUSBILLA, JP; FRANKEL, TL; PARKINSON, G; GOW, CB. Weight of internal


organs and carcase yield of early food restricted broilers. Br. Poult. Sci., 35:
677—686, 1994.

SUSBILLA, JP; TARVIDy, I; GOWz, CB; FRANKEL, TL. Quantitative feed


restriction or meal-feeding of broiler chicks alter functional development of
enzymes for protein digestion. Br. Poult. Sci. 44(5):698–709, 2003.

UNI, Z; GANOT, S; SKLAN, D; Posthatch development of mucosal function in


the broiler small intestine. Poult Sci. 77:75–82, 1998.

UNI, Z; SMIRNOV, A; SKLAN, D. Pre- and posthatch development of goblet cells


in the broiler small intestine: effect of delayed access to feed. Poult Sci.,
82(2):320-7, 2003.

URDANETA-RINCON, M; LEESON, S. Quantitative and Qualitative Feed


Restriction on Growth Characteristics of Male Broiler Chickens. Poult. Sci.
81:679–688, 2003.

VELLEMAN, SG; MOZDZIAK, PE. Effects of Posthatch Feed Deprivation on


Heparan Sulfate Proteoglycan, Syndecan-1, and Glypican Expression:
Implications for Muscle Growth Potential in Chickens. Poult. Sci. 84:601–606,
2005.

YANG, YX; GUO, J; YOON, SY; JIN, Z; CHOI, JY; PIAO, XS; KIM, BW; OHH, SJ;
WANG, MH; CHAE, BJ. Early energy and protein reduction: effects on growth,
blood profiles and expression of genes related to protein and fat metabolism in
broilers. Br. Poult. Sci. 50(2):218—227, 2009.

YU, MW; ROBINSON, FE. The application of short term feed restriction to
broiler chicken production: a review. J. Appl. Poult. Res. 1:147-153, 1992.

204
ZHAN, XA; WANG, M; REN, H; ZHAO, RQ; LI, JX; TAN, ZL. Effect of Early Feed
Restriction on Metabolic Programming and Compensatory Growth in Broiler
Chickens. Poult. Sci. 86:654–660, 2007.

ZHONG, C; NAKAUE, HS; HU, CY; MIROSH, LW. Effect of full feed and early
feed restriction on broiler performance, abdominal fat level, cellularity, and fat
metabolism in broiler chickens. Poult Sci. 74(10):1636-43, 1995.

ZUBAIR, AK; LEESON, S. Effect of varying period of early nutrient restriction on


growth compensation and carcass characteristics of male broilers. Poult. Sci.
73:129–136, 1994.

205
Imunidade e Doenças
Imunossupressoras de Aves

Dra. Laura Villarreal

Ir para a Ir para o
capa Índice
Doenças imunosupressoras
das aves
Laura Y. Villarreal - DMV, MsC, PhD
Intervet / Schering Plough Animal Health
laura.villarreal@sp.intervet.com

Um dos principais fatores para que a exploração avícola seja rentável, é


que o sistema imunológico funcione da melhor maneira possível. Uma
diminuição da resposta imune pode provocar um aumento das perdas
econômicas, geralmente devidas por um incremento na mortalidade, nas
condenações e nos custos de medicação.
O manejo e o ambiente na avicultura industrial têm sido focados para
potencializar o crescimento, diminuir a conversão alimentar ou aumentar
numero de ovos produzidos por ave alojada. No entanto, as condições
utilizadas para garantir o máximo rendimento (programas vacinais exaustivos,
alimentação, necessidades de alojamento, programas de luminosidade, etc.)
podem às vezes não ser as mais adequadas.
Uma vez que uma ave se instala em uma granja, a mesma começa a
interagir com os agentes existentes no meio ambiente. O resultado final pode
ser uma alteração na resposta imune ou não. No caso da alteração da resposta
imune ou IMUNOSUPRESSÃO, a mesma se define como “um estado de
disfunção temporal ou permanente da resposta imune, devido a uma lesão no
sistema imune que produzirá um aumento na susceptibilidade a sofrer de
doenças”.
Dentre os numerosos agentes imunossupressores se encontram os vírus,
bactérias, toxinas, produtos químicos, deficiências nutricionais, fatores
estressantes (ambiente, manejo, etc.). Alguns destes agentes podem agir
diretamente sobre o sistema imune e outros o farão de forma indireta, embora
o resultado final será o mesmo: uma alteração da resposta imune. Alguns vírus
com ação direta sobre o sistema imune são: Gumboro, Marek, Reovírus,
Anemia Infecciosa, leucose, enquanto que alguns de ação indireta são:
Bronquite, newcastle, Adenovírus, Laringotraqueite, Pneumovirus etc.
O principal problema radica em como poderemos reconhecer se as
nossas aves estão sendo afetadas por problemas imunossupressores. É fácil
quando os problemas são devidos a doenças clínicas como Gumboro ou anemia

207
infecciosa, mas é mais difícil quando as perdas econômicas são produzidas por
uma imunossupressão subclinica, crônica ou transitória, que na maioria das
vezes está relacionada com uma combinação de fatores ambientais, de manejo,
alimentação, genéticos ou por infecções por novos agentes patogênicos.
Nestes casos é possível observar algum dos seguintes fatos:

x Aumento na incidência de complicações respiratórias, geralmente devidas a


E. coli com condenações por aerosaculite e septicemia;
x Reações pos-vacinais severas;
x Baixa resposta aos antibióticos;
x Os títulos de anticorpos não condizem com os programas vacinais;
x Aumento da incidência de outras doenças;
x Leões macro e microscópicas na bursa de Fabrício e o timo;
x As aves vacinadas não resistem aos desafios homólogos.

A pesar de constatar em um lote a existência de algum destes fatos, há


outros fatores que podem mascarar o diagnostico de imunossupressão. Dentre
estes podemos encontrar: a existência de vírus variantes de Bronquite
infecciosa, que provocam uma má eficiência do programa vacinal; uso de
vacinas de newcastle e/ou de Bronquite pouco atenuadas podem aumentar as
reações pos-vacinais e a infecção posterior por E. coli; falhas na administração
das vacinas (via não apropriada, diluição excessiva para diminuir as reações
etc.) que vão produzir um pior título de anticorpos e um efeito booster ruim, a
existência de aves pálidas pode deverse a falhas na assimilação de nutrientes
(síndrome de má absorção, reovirose, etc.) e não necessariamente a uma
infecção pelo vírus da anemia infecciosa.
Por isso tudo, perante uma suspeita de imunossupressão, devem ser
estudados todos os fatores envolvidos na mesma, levando em conta também
que o efeito imunossupressor vai ser mais forte quanto maior seja o numero de
fatores relacionados entre si.
Uma vez que o vírus da anemia infecciosa (CAV) esta sendo
demonstrado como amplamente disseminado no plantel avícola brasileiro, serão
apresentados alguns fatos de relevância de alguns vírus imunossupressores,
mas fazendo ênfase ao papel do vírus da anemia infecciosa na
imunossupressão dos frangos e as suas relações com outros vírus como o
Gumboro, reovirus, Marek etc.

VIRUS DA ANEMIA INFECCIOSA

208
Este vírus pertence à família circoviridae, gênero Gyrovirus. É um vírus
não envelopado, de DNA simples e circular. Pelo fato de não possuir envelope,
o mesmo é resistente à acetona, éter, clorofórmio e ao pH 3.
A transmissão do vírus é por via vertical e horizontal. Na ultima forma, é
importante a resistência do CAV (Chicken anemia vírus) no meio ambiente,
especialmente na presença de matéria orgânica. A entrada do vírus pode ser
por ingestão ou inalação.
A transmissão por via vertical em surtos de campo acontece durante
umas 3 a 6 semanas, embora alguns autores elevam este período ate as 12
semanas. Durante este período, as aves não apresentarão sintomatologia
clínica, nem alterações da postura, incubabilidade e/ou fertilidade. A progênie
produzida durante a eliminação vertical nascera com anemia e sofrerá doença
clinica entre os dias 10 – 14.
Devido à sua distribuição mundial e a que muitas aves apresentam
anticorpos no momento de iniciar a postura, a incidência da doença clinica é
menor hoje em dia. No entanto, existem diversos trabalhos nos quais se
menciona a importância do CAV em infecções subclinicas de frangos no
abatedouro. McNulty comparou dados produtivos de varias naves de frangos
soronegativos ou soropositivos ao abate e encontrou que as aves positivas
tiveram um 2% de conversão alimentar a mais.
O efeito final de uma infecção por CAV é uma doença clinica com
mortalidade elevada e/ou uma imunossupressão por existir menor numero de
linfócitos disponíveis para agir. O mecanismo que utiliza o CAV para produzir
imunossupressão, começa pela apoptose ou morte celular programada. Este é
um processo ativo e programado de morte celular que acontece em condições
fisiológicas e patológicas, diferenciando-se da necrose celular na qual há um
processo de aumento do volume celular, lise das membranas e lesões das
organelas (mitocôndrias e ribosomas), enquanto que a apoptose esta
caracterizada por mudanças morfológicas especificas no núcleo e citoplasma
celular. Alem da apoptose, o efeito do CAV sobre os linfócitos CD4+ e CD8+
também é importante na imunossupressão. Este vírus provoca uma diminuição
das subpopulações de linfócitos T CD4+ e CD8+, provocando uma baixa
estimulação dos linfócitos B a produzir anticorpos e uma baixa lise das células
infectadas.
Outro efeito do CAV é sobre os macrófagos. Este vírus provoca uma
menor capacidade de fagocitose e pior atividade antibacteriana.
Existem inúmeros trabalhos demonstrando os efeitos imunossupressor
do CAV no campo. Entre eles podemos citar: respostas vacinais ruins,
mortalidade inicial alta e problemas de Marek em franguinhas, resultados
produtivos ruins ao abatedouro etc.

209
Falando de matrizes, o que acontece quando se analisam lotes de aves
ao longo da vida produtiva? Alguns lotes de aves se infectam de forma
homogênea e uniforme o que leva à manutenção de índices médios ao longo da
produção com títulos ao redor de 9 ou 10 log2; mas também existem muitos
lotes de aves com índices meios e irregulares com valores médios de 7 a 8
Log2, o que nos indica que existe um grupo de aves em esses lotes com índices
não protetores e que pelo tanto são aves susceptíveis de transmitir o vírus pela
via vertical. Arriscar a como ira se infectar um lote é difícil e alem disso a
infecção natural não se produz ao mesmo tempo em todos os lotes, com o que
podem existir aves negativas ao CAV em produção mesmo que seja numa
porcentagem baixa. Isto é importante já que tem se demonstrando uma
diminuição de rendimentos em frangos procedente de estas aves por anemia
clinica (frangos com o vírus CAV) e piores crescimentos pela transmissão
horizontal do vírus. Por tanto, a única via que assegura títulos uniformes e
elevados nas matrizes é a vacinação.

INTERAÇÕES DO CAV E OUTROS VIRUS IMUNOSSUPRESSORES

CAV E MAREK

O efeito da inoculação do CAV em aves vacinadas com Marek e não


desafiadas, encontrando-se que quando a infecção foi realizada no primeiro dia
de idade, a mortalidade foi quase de 100% no grupo com ambos os vírus e de
69% no grupo somente com CAV. Não houve mortalidade quando a infecção
aconteceu aos 14 dias de idade. Em todos os grupos com os dois vírus, o
hematócrito e a reposta dos linfócitos à estimulação mitogênica foi menor.

CAV E GUMBORO

Yuasa, 1980 demonstrou que aves SPF de um dia de idade infectadas


com o vírus de gumboro desenvolveram anemia ao ser inoculados com o CAV
entre as 2 e 4 semanas de vida. A anemia não acontecia quando o CAV se
inoculava sozinho às 2 ou 4 semanas de idade. Rosenberger, 1997 mostrou
que quando se inoculava gumboro em aves no primeiro dia de idade, se
aumentava o período de susceptibilidade à anemia produzida pelo CAV ate os
21 dias. As aves infectadas por CAV sofreram anemia somente na inoculação
ao primeiro dia de idade. A mortalidade e a anemia foram maiores nos lotes
infectados previamente pelo vírus de gumboro.
O vírus de gumboro sozinho ou em co-infecção com o CAV diminuíram os
linfócitos do baço e bursa. O numero de macrófagos e células T do baço e timo
estavam diminuídos quando a infecção era conjunta por ambos os vírus,

210
estando em concordância com as baixas relações de peso do timo e bursa/peso
corporal após a dupla infecção.

CAV E REOVIRUS

A infecção dupla com o vírus de anemia e com o reovirus provoca uma


diminuição significativa no ganho de peso, maiores lesões do timo, bursa e
medula óssea, assim como no hematocrito, muito maior do que nas aves
infectadas pelos vírus isolados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
x O poder imunossupressor do CAV é demonstrado por atacar células tímicas
muito importantes no estabelecimento da imunidade celular e a células
geradoras das series eritrocíticas e mieloides
x A positividade das aves não implica plena proteção
x A infecção de CAV não vai produzir títulos protetores no 100% do lote
x O efeito sinérgico de dois ou mais doenças imunossupressoras sempre é
mais prejudicial que em infecções isoladas.

211
A vacinação como
estratégia no controle de
enfermidades na avicultura

Dr. Luiz Felipe Caron

Ir para a Ir para o
capa Índice
A vacinação como estratégia
no controle de enfermidades
na avicultura
Luiz Felipe Caron
lfcaron@ufpr.br

Como resposta imune entende-se o desenvolvimento de um mecanismo de defesa


do animal por meio da estimulação de um sistema do organismo, o sistema imune.
A partir daí se percebe que a abrangência é maior do que se concebe, pois como
efeito da resposta imune dividem-se a imunidade inata e a imunidade adaptativa.
São dois compartimentos diferentes onde o primeiro manifesta-se de forma
inespecífica criando as primeiras barreiras de defesa que podem significar no
animal barreiras físicas como a pele o muco a lágrima, entre outros e em nível
celular a fagocitose por macrófagos e células dendríticas além do efeito citotóxico
de células como linfócitos T (NK) ou “natural killers”. Há uma diferenciação
temporal também nestas duas respostas quando em até 96 horas o desafio e
resolvido poderia significar o sucesso imune apenas com a resposta inata e se a
partir daí o desafio ainda persiste haveria a necessidade do recrutamento da
resposta adaptativa. Na verdade a resposta adaptativa, essencialmente
dependente da resposta inata para seu início, resultaria em duas características
particulares, que são a especificidade e a memória imunológica. Pode-se
vislumbrar algumas vantagens da reposta específica em relação à inata, no
entanto para as aves há uma correlação negativa entre resposta adaptativa de
qualidade e parâmetros zootécnicos. Neste sentido atualmente a decisão da
escolha das linhagens a serem criadas é essencial bem como a qualidade do
indivíduo quanto a sua capacidade de responder a desafios com baixo custo
metabólico, o que na prática significa reagir imunologicamente a uma agressão de
forma rápida e com menor desgaste metabólico possível. Para isto a eficiência das
células envolvidas na resposta imune, tanto inata como adaptativa, pode garantir o
sucesso. O fator determinante disto é o bom funcionamento do sistema imune
como um todo, o qual evolui diferentemente nas várias espécies animais conforme
a idade. Neste capítulo a vacinologia aviária avançou muito, pois procura-se

213
intervir de forma muito precoce nas aves, ainda dentro do ovo, em sua vida
embrionária, com algumas vantagens. A primeira delas talvez seja logística,
quando de forma automática poderiam se vacinar vários indivíduos, minimizando a
manipulação pós-eclosão. Neste sentido é importante entender o que esta por trás
da resposta imune como necessidade para garantir a interação do antígeno com o
animal. Em outras palavras , como a maturidade do sistema imune pode garantir
boas respostas e para que tipo de produto.
Após a entrada de um antígeno no animal, a resposta ao mesmo deve ser
equilibrada em humoral e celular, principalmente contra os vírus. Para bactérias
extra-celulares e toxinas, principalmente humoral e bactérias intra-celulares tal
como para os vírus, com algumas diferenças na resposta celular. As vacinas que
originalmente eram diferenciadas em vivas atenuadas ou inativadas (mortas),
podem ser melhor classificadas hoje em replicantes e não replicantes. Na prática
significa, após a aplicação, o antígeno infectar a célula ou não, e devido a isto ser
apresentado aos linfócitos T ligado a dois diferente tipos de MHC (complexo
principal de histocompatibilidade), que consiste em um complexo protéico
responsável na resposta imune pelo acoplamento do determinante antigênico no
interior da célula, e posterior apresentação deste. O início da resposta imune não
se dá pelo reconhecimento de um antígeno solúvel livre, mas de um complexo
antígeno-MHC na superfície de células apresentadoras de antígeno profissionais
(macrófagos e células dendríticas). Dependendo do tipo de MHC ligado, tem-se a
direção da resposta.
A capacidade do embrião em responder a um estímulo vacinal está
relacionada à maturidade do sistema imune deste animal e nas aves já se pode
observar na vida embrionária a participação de células importantes da resposta
adaptativa, como Linfócitos T oriundos do timo e Linfócitos B, oriundos da bursa
de Fabrício, ambos já receptivos e funcionando na vida embrionária, conforme
mostra a figura 1

214
Figura 1- época de colonização do timo,da bursa e da medula óssea

A partir destes órgãos, pode-se observar no animal a presença de linfócitos


B, importantes para a resposta humoral e linfócitos T, do tipo CD4, importantes
para a formação de IgG e IgA e CD8 importantes para o efeito citotóxico
específico contra células infectadas por vírus. Nos primeiros dias de vida é a
presença dos anticorpos transferidos pela fêmea que deverão garantir a
sobrevivência do animal, anticorpos do líquido alantóide do tipo IgM e IGA e da
gema do tipo IgG, ou IgY nas aves (de yolk). A taxa de degradação destes
anticorpos é tanto mais acelerada quanto maiores os níveis dos mesmos e eles
chegarão a níveis não protetivos rapidamente, o que é determinado pela
doença em questão, pela pressão de desafio no ambiente e pela higidez deste
indivíduo. A melhor época para se vacinar gera uma variedade de protocolos
diferentes para cada empresa, mas com a intenção de o quanto antes
despertar a resposta adaptativa do animal. Como fator comum poderiam se
levantar algumas constatações de relevância como por exemplo a presença de
tonsilas cecais rudimentares no nascimento contendo principalmente CD4 e às
6 semanas de idade número significativo de linfócitos B comparativo a poucos
linfócitos T (CD8). Dentre os fatores envolvidos poderiam se destacar que na
embriogênese inicial as divisões celulares importantes estão ocorrendo
principalmente nas primeiras 48 horas pós- eclosão e que a conversão gênica e
especializações são mais intensas nas 6 semanas de idade o que culmina com a
atividade máxima de algumas células imunes como linfócitos B, sendo período

215
mais importante antes da eclosão até 3 semanas de idade. Condições que
afetam a bursa neste período (gumboro, micotoxinas), resultam em perda
permanente da imunidade humoral e maior custo metabólico na cascata imune.
A utilização de vacinas vivas (ou replicantes), no embrião, são uma
estratégia interessante para antecipar a resposta imune após o nascimento.
Após a introdução desta metodologia se percebeu que o nível de
desenvolvimento do sistema imune do embrião na época da vacinação, apesar
de ser adiantado, não poderia justificar efeitos tão positivos vistos na prática.
Após algum tempo se constatou que possivelmente, após o nascimento e a
natural estimulação para maturação dos órgãos imunes a partir daí, os vírus e
agentes vivos das vacinas continuavam desafiando o animal após o nascimento,
o que poderia explicar o sucesso deste método. Não se pode negar a
importância dos estímulos externos pós- eclosão na aceleração do
desenvolvimento do sistema imune. Na figura 2 pode-se ver o comparativo do
peso da bursa em pintos alimentados no primeiro dia e com restrição alimentar
(fasted) que assim como pesquisado em outros órgãos verifica-se a importância
destes estímulos no melhor funcionamento do sistema imune.

Figura 2- peso da bursa em animais alimentados e em jejum(fasted)

A apresentação e captação de antígenos via mucosa segue os mesmos


princípios de interação agente – hospedeiro, e quando consegue contornar os
inconvenientes da tolerância (não reação) apresenta as vantagens de incitar
anticorpos que podem evitar a infecção pelo agente ( IgA) no seu sítio de adsorção,
pois no local de ligação deste há neutralização do mesmo. Na avicultura comercial

216
a administração de vacinas via mucosa apresenta antes de tudo uma vantagem
logística pela facilidade de aplicação na água, spray, ou ocular, e paralelamente
uma vantagem na resposta pela produção de IgA, além de IgM e IgG. Como estas
vacinas classicamente apresentam antígenos vivos, os inconvenientes hoje são
relacionados com segurança ou reatogenicidade destas vacinas, o que vêm
impulsionando o desenvolvimento de novas tecnologias na produção de vacinas
associadas à adjuvantes de mucosa, antígenos recombinantes, vacinas de DNA
entre outros.
Dentre todos os vertebrados superiores, as aves apresentam a maior
diversidade na composição e funcionamento o seu sistema imune. A precocidade
com que as células envolvidas na resposta aos patógenos surgem, aliada ao
grande número de órgãos imunes secundários e suas organizações, tornam as
interações um capítulo de grande importância na compreensão das diferentes
respostas às vacinas, dependentes da via de administração, da dose, da idade do
animal, raça e manejo empregado. Atualmente as aferições da resposta a uma
vacina ou mesmo aos desafios de campo, são realizadas de modo específico,
monitorando-se a resposta de anticorpos nos indivíduos, o que é uma medida com
sensibilidades diferentes dependendo do método empregado, e posterior ao uso
do produto, ou mesmo ao sucesso ou falha após um desafio de campo. Desde a
década de 80 tem se documentado e comprovado por pesquisas moleculares que a
capacidade de resposta imune de uma ave é inversamente proporcional ao seu
desempenho zooténico, o que se observa na prática com linhagens que, por
exemplo, tem melhor conversão alimentar, e comparadas a animais com menor
rendimento desenvolvem uma resposta imune inferior. Neste contexto a utilização
de vacinas é uma ferramenta importante na garantia da sanidade os animais e na
sua sobrevivência pois, cada vez mais, se selecionam melhores parâmetros
zootécnicos e as diversidades e incompreensões nas respostas às vacinas
aumentam.
Como até o presente o método mais viável econômica e tecnicamente
disponível para avaliação de uma resposta é a mensuração de anticorpos, muitas
situações carecem de explicações e justificativas para se apontar como encontrar
soluções e caminhos para investimentos futuros. O desenvolvimento de uma
resposta imune ideal passa pela chamada resposta humoral, mediada por
anticorpos e resposta celular, mediada por células, quando o desenvolvimento
tanto de uma como da outra recruta a participação de uma diversidade de células
que produzem uma diversidade de citocinas, sinalizadores e mediadores da

217
interação entre estas células. A capacidade da ave em responder a diferentes
antígenos ao longo de sua vida varia conforme a presença e função de células
específicas, e a detecção destas células antes ou depois da aplicação de vacinas
tem significados de grande impacto na compreensão da resposta imune. A
diversidade destas células vai além de sua classificação mais básica pelo tipo
celular, como por exemplo, Linfócitos B, Linfócitos T ou Macrófagos e células
dendríticas, e envolvem a caracterização destas pelos tipos de receptores
presentes na superfície, pelo tipo de substâncias liberadas, etc. Assim uma
metodologia que permitisse a identificação e mensuração destas células poderia
complementar as medidas de anticorpos atuais, gerando uma sensibilidade muito
maior na determinação da resposta imune.
Todos estes fatores devem contribuir para o objetivo primordial da
vacinação, que tem o propósito de proteger a ave como indivíduo, mas
principalmente de garantir a chamada imunidade de rebanho, que pode ao longo
do tempo melhorar as condições do ambiente, minimizando os desafios, e
contribuir para o controle e até a erradicação de determinada doença, no micro-
universo da propriedade, da região, e assim por diante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Archbold, J. K., Ely, L. K.,Kjer-Nielsen, L., Burrows, S. R., Rossjohn, J.,
McCluskey, J., Macdonald, W. A. (2008), T cell allorecognition and MHC restriction-
A case of Jekyll and Hyde?. Molecular Immunology 45, 583–598.

2. Ashraf,S., Abdel-Alim, G., Al-Natour, M. Q., Saif, Y. M.- Interference Between


Mild and Pathogenic Strains of Infectious Bursal Disease Virus in Chickens, Avian
Diseases 49:99–103, 2005

3. Babu, U., Dalloul, R. A., Okamura, M., Lillehoj, H. S., Xie, H., Raybourne, R. B.,
Gaines, D., Heckert, R. A. (2004), Salmonella enteritidis clearance and immune
responses in chickens following Salmonella vaccination and challenge Veterinary
Immunology and Immunopathology 101 - 251–257

4. Barrow, P. A., Salmonella infections: immune and non immune protection with
vaccines, Avian Pathology, 36(1), 1_13, 2007

218
5. Beal, R, Powers, C., Wigley, P., Barrow, a., Kaise, P. Smith, A. L., A strong
antigen- specific T- cell response is associated with age and genetically dependent
resistance to avian enteric salmonellosis, Infection and immunity, v.73 (11),
7509-7516, 2005

6. Berndt, Pieper, A. J., Methner, U. (2006), Circulating T Cells in Response to


Salmonella enterica Serovar Enteritidis Exposure in Chickens, Infection and
immunity, 74, 3967–3978.

7. Bridle, Julian, B. W. R., Shewen, P. E., Vaillancourt, J. P., Kaushik, A. Z. (2006),


T lymphocyte subpopulations diverge in commercially raised chickens, The
Canadian Journal of Veterinary Research 70, 183–190.

8. Bublot, M., Pritchard, N., Le Gros, F. and Goutebroze, S. - Use of a Vectored


Vaccine against Infectious Bursal Disease of Chickens in the Face of High Titred
Maternally Derived Antibody, J.Comp. Path. .137, S81-84, 2005

9. Erf G.F. (1996), Immune system function and development in broilers. Center
of Excellence for Poultry Science University of Arkansas, Fayetteville.

10. Erf, G. F., Bottje, W. G., Bersi, T. K.(1998), CD4, CD8 and TCR defined T-cell
subsets in thymus and spleen of 2- and 7-week old commercial broiler chickens,
Veterinary Immunology and Immunopathology 62, 339–348.

11.Hoffmann, E., Krauss, S., Perez, D., Webby, R, Webster, R. G.- Eight-plasmid
system for rapid generation of influenza virus vaccines, Vaccine 20 3165–3170,
2002

12. Jo´nsdo´ttir, I. - Maturation of Mucosal Immune Responses and Influence of


Maternal Antibodies, J.Comp. Path,137, S20-26, 2007

13. Levy, A. M., Davidson, I., Burgess, S.C., Dan Heller, E. – Major
histocompatibility complex class I is downregulated in Marek’s disease virus
infected chicken embryo fibroblasts and corrected by chicken interferon,
Comparative Immunology, Microbiology & Infectious Diseases 26. 189–
198, 2003

219
14. Laub, R.,, Dorsch, M.,, Meyer, D.,, Ermann, J., A multiple transgenic mouse
model with a partially humanized activation pathway for helper T cell responses,
Journal of Immunological Methods 246,37–50, 2000

15. Meeusen, E. N. T., Walker, J., Peters, A., Pastoret, P. P., Jungersen5, G.,
Current Status of Veterinary Vaccines, Clinical microbiology reviews, v.20 (3)
489–510, 2007

16. Patel, B. A., Gomis, S., Arshud Dar, A., Willson. P. J., Babiuk, L. A., Potter, A.,
Mutwiri, G., Tikoo, S. K., Oligodeoxynucleotides containing CpG motifs (CpGODN)
predominantly induce Th1-type immune response in neonatal chicks,
Developmental and Comparative Immunology ( in press), 2008

17. Sayegh, C. E., Demaries, S. L., Pike, K. A., Friedman, J. E., Ratcliffe, M. H., The
chicken B-cell receptor complex and its role in avian B-cell development ,
Immunological Reviews, v.175: 187–200, 2000

18. Schonewille, E., Singh, A., Go¨bel, T. W., Gerner, W., Saalmu¨ller, A., Hess, M.
(2008), Fowl adenovirus (FAdV) serotype 4 causes depletion of B and T cells in
lymphoid organs in specific pathogen-free chickens following experimental
infection, Veterinary Immunology and Immunopathology 12, 130–139.

19. Scott, T. R., Our Current Understanding of Humoral Immunity of Poultry,


Poultry Science 83:574–579, 2004

20. Steel, J., Burmakina, S. V., Thomas, C., Spackman, E., Garcia-Sastre, A.,
Swayne, D. E.,Palese, P., A combination in ovo vaccine for avian influenza virus
and Newcastle disease virus, Vaccine 26, 522—531, 2008

21. Tarpey, I., van Loon, A. A., Haas, N., Davis, P. J., Orbell, S., Cavanagh, D.,
Britton, P., Casais, R., Sondermeijer, P., Sundick, R., A recombinant turkey
herpesvirus expressing chicken interleukin-2 increases the protection provided by
in ovo vaccination with infectious bursal disease and infectious bronchitis vírus,
Vaccine 25, 8529–8535, 2007

220
22. Tarpey, I., Sharma, J., Schijns,E. J. C.- Practical aspects of poultry vaccination
in: Avian Immunology of Davison, F. Kaspers, B. Schat, K. A. Elsevier, 2008

23. Wang, Y., Korkeama¨ki, M., Vainio, O. (2003), A novel method to analyze viral
antigen-specific cytolyticactivity in the chicken utilizing flow cytometry, Veterinary
Immunology and Immunopathology 95 1–9

24. Zhang, X., Yang, Q., Effect of compound mucosal immune adjuvant on
mucosal and systemic immune responses in chicken orally vaccinated with
attenuated Newcastle-disease vaccine, Vaccine 25, 3254–3262, 2007

25. Zekarias, B., Ter Huurne, A. H. M., Landman, W. J. M., Rebel, J.M. J., Pol, J. M.
A., Gruy, E., ( 2002), Immunological basis of differences in disease resistance in
the chicken. Vet. Res. 33. 109–125.

221
Tendências atuais no
controle da Coccidiose:
Qual sua importância no
futuro da Avicultura?

Dr. Kenneth Bafundo

Ir para a Ir para o
capa Índice
Coccidiosis Control in the USA:
Current Status of
Frequently-Used Control Methods

Kenneth W. Bafundo, Ph.D.


Phibro Animal Health Corporation
Ridgefield Park, NJ
USA
Coccidiosis, an enteric condition produced by several species of Eimeria parasites,
remains one of the major diseases of commercial poultry. Due to its effects on the
integrity of the intestinal tracts of growing birds and its resultant effects on growth
and feed efficiency, it is responsible for an enormous financial burden on the global
poultry industry. Current estimates indicate that these costs could be as high as 3
billion dollars annually. Because coccidial parasites are known to be ubiquitous in
poultry environments, effective control measures must be utilized for chickens to
be raised efficiently.

Persistence of Ionophores

Since the early 1970s, the global poultry industry has relied on the polyether
ionophores as the primary means of controlling the disease. While additional
products (chemicals) or vaccines are also used frequently, most major production
regions rely upon ionophores because of their safety and consistency: coccidiosis

223
control is good, performance results exceed those of other technologies, and they
promote intestinal health by controlling important bacterial pathogens.
Additionally, they provide these benefits at a cost that is reasonable to the poultry
producer (Bafundo, 2006). Given these properties, it is not surprising that their
usage today is widespread, and depending upon the region, 70 to 85% of all
medicated feeds administered to chickens contain one of these products.

Despite this long history of success with the ionophores and chemotherapy overall,
future success for these products is frequently questioned. Apart from the political
issues associated with ionophore (hopefully now fully resolved) and chemotherapy
usage in general, questions about the current and future status of ionophores and
coccidiosis control are prominent in the minds of many poultry scientists and
health specialists. The purpose of this review is to outline some of the critical
biological issues now affecting efficient coccidiosis control, and to review the
importance of effective program strategies that will assist production personnel in
the management of coccidiosis in the coming years.

Ionophore Resistance: Realities and Current Difficulties

Because ionophore usage has been so prominent for so long, scientists and
production personnel frequently question how long these products can continue to
work effectively. Historically, questions of this nature have followed the ionophores
since their introduction, and many scientific studies have described resistance
development or loss of sensitivity of field strains of coccidia. Despite these
findings, extensive use continues on a global basis. One fact seems to be clear:
when resistance develops to ionophores erosion of efficacy rather than a complete
loss of activity (typical for resistance to chemical anticoccidials) is observed. Thus,
in commercial production, coccidiosis outbreaks due to ionophore resistance have
been comparatively rare. However, a gradual increase in the presence of coccidial
lesions and diminished growth performance are commonly observed when
ionophore resistant coccidia develop. When efficacy erodes slowly over time, there
is less of a need to make immediate changes to the drug program. Even to the
trained poultry health specialist, the lack of urgency associated with these changes
frequently becomes an issue that can be dealt with at a later time. Often, it is only
when viewed over the long-term that we become aware of the actual magnitude of
the change that has taken place.

224
In the United States at least, problems associated with reduced efficacy of the
ionophores seem to have become more frequent in the last 10 to 15 years, and
drug sensitivity studies support these findings (Mathis, 1999; Bafundo and
Hopkins, 2000). Many broiler health specialists feel that these results are
associated with the continuous usage practices (i.e. continuous use of one
ionophore without rotation year after year) and extended low-dosage feeding
programs (continuously feeding suboptimal dosages to reduce input costs) that
were commonly implemented in the USA from the late1990s until about 2006. In
retrospect, it is likely that we are currently paying for the marginally effective
anticoccidial programs that were implemented as cost effective measures during
the previous decade.

Shuttle and Rotation Strategies

In an environment where ionophores are not performing optimally, the importance


of effective shuttle and rotational strategies cannot be underestimated. The
difficulties associated with coccidial infections have led broiler producers to rely
more upon nicarbazin and nicarbazin-based products for effective coccidiosis
control. It should be clear that no chemical anticoccidial is more compatible with
ionophores than nicarbazin. Despite being used for more than 50 years, it has
proven to be remarkably stable over this time period and resistance to nicarbazin is
rare or unlikely to develop (Bafundo et al., 2008; Chapman, 1994). Its activity
clearly enhances the effects of ionophore medication, and potentiated nicarbazin-
ionophore combination products have been available for 20 years. In addition,
most broiler producers realize significant improvements in feed conversion when
nicarbazin or nicarbazin-based anticoccidials are placed in the shuttle or rotational
scheme. Well designed shuttle programs involving these products now dominate
cool weather usage programs in the USA and in Europe. While other chemical
anticoccidial products clearly have utility in shuttle programs and rotational
schemes, rapid onset of resistance may offset any benefits that they provide.
Production personnel should recognize that these products must be used sparingly,
with some products requiring at least a two-year interval between usages.

To take full advantage of the value of rotation, two to three rotational changes
should be made yearly. These normally occur at significant seasonal changes, but
in conditions where coccidiosis challenges are particularly high, where
management is questionable or where the immune response has been

225
compromised by other disease challenges, more frequent rotation may be
necessary.

Vaccine Utilization

In recent years many sophisticated broiler markets have learned the techniques
required for efficient utilization of vaccines. Recent studies suggest that when
managed appropriately, production results produced with vaccines can be relatively
consistent with chemotherapy (Mathis, 2005). In environments like the USA,
vaccines are used by some broiler producers as a summer rotational option, during
the time when nicarbazin use is avoided. Vaccine use during this time period
appears to be increasing. Perhaps the greatest advantage of use of live vaccines is
the coccidia themselves. Vaccine strains should be sensitive to all drugs currently
in use. Thus, vaccine usage should reintroduce drug sensitive coccidia and displace
the current populations of coccidia which may be display varying degrees of
resistance. Several scientific studies have shown this benefit to occur after several
successive cycles of vaccine use. Most importantly, when anticoccidial drugs are
reintroduced, a greater level of efficacy is achieved.

Despite these benefits, concerns are still expressed on the use of vaccines. Effects
on bird performance (profitability) and incidence of bacterial complications and/or
necrotic enteritis are still questioned by broiler producers in many areas
(Vermeulen et al., 2005). In those environments where Gram positive antibiotics
are no longer used, this issue has become a major obstacle for vaccine usage.
Whether these issues will be overcome by the introduction of new application
technologies (e.g. in ovo) or broader use of attenuated coccidial vaccine strains,
remains to be proven.

Recommendations

Recommendations for continued utility of available products, while frequently


described, are also frequently forgotten. Application and implementation of several
basic principles of drug management, environmental control and animal husbandry
are now being reintroduced to allow for continued success existing anticoccidial
products. Some important principles are listed below:

226
1. Appropriate dosage. Many anticoccidials have been approved with broad
dosage ranges, and due to cost considerations, lower dosages are often
chosen. Doing so also allows for a larger proportion of coccidia to escape the
action of the drug. Over time this process may increase the coccidial challenge
to unacceptable levels. Avoidance of excessively low dosage levels, particularly
during the grower phase of rearing (18 to 35 days), will go a long way toward
long term management of the coccidia.

2. Shuttle Programs and Rotation Plans. As mentioned earlier, use of chemical


anticoccidials as support for the ionophores is a well-founded concept in
coccidial management. Choosing the appropriate chemical products in a timely
manner greatly assists in long-term control of coccidial infections. Similarly,
rotational changes, involving two or three different anticoccidial programs per
year, are known to minimize the development of coccidial resistance. The
programs chosen and the times when these changes are implemented should
be pre-planned to occur prior to the development of any coccidiosis problems.
Normally, changes of this type occur seasonally, coinciding with the optimal
utilization of the specific drugs in question.

3. Use of Vaccines. One meaningful advantage of live vaccine utilization is the


reintroduction of drug sensitive strains of coccidia into production facilities.
Where long-term difficulties with coccidial infection occur, “reseeding” houses
with drug sensitive coccidia often restores the utility of many anticoccidial
drugs. This technique can be used effectively now and may become a more
important tool in the future.

4. Environmental Management. Minimizing stress through integrated disease


(effective vaccination) and environmental management (water, temperature,
air and litter) are essential components in efficient poultry production. Not
surprisingly, these same principles are known to reduce challenge levels of
many endemic disease agents, the coccidia not withstanding. While great
strides have been made in recent years to improve the conditions under which
broilers are raised, we must continue to emphasize these principles for optimal
coccidiosis protection. As an example, composting of broiler litter is becoming
more common in the USA. The effects of this technique are easily measurable
with lower viable oocyst counts and reduced levels of disease organisms
commonly found following composting.

227
Literature Cited

Bafundo, K. W. 2006. Chemotherapeutic coccidiosis control: Perspectives on


current and future programs. Proceedings of the XI International Seminar in Avian
Pathology and Production. AMEVEA and the University of Georgia, Athens, Ga.

Bafundo, K.W., H.M. Cervantes and G.F. Mathis. 2008. Sensitivity of Eimeria
isolates in the United States: Responses of nicarbazin-containing anticoccidials.
Poultry Sci. 87: 1760-1767.

Bafundo, K.W. and B. Hopkins. 2000. Laboratory and field observations on the
effectiveness of selected ionophores with reference to continuous usage practices.
Poultry Sci. 79 (Suppl. 1): 106. (Abstr.)

Chapman, H.D. 1994. A review of the biological activity of the anticoccidial drug
nicarbazin and its application for the control of coccidiosis in poultry. Poult. Sci.
Rev. 5: 231-243.

Mathis, G.F. 1999. Anticoccidial sensitivity of recent field isolates of chicken


coccidia. Poultry Sci. 78 (Suppl. 1): 116. (Abstr.)

Mathis, G., 2005. Poultry coccidiosis control: from now to the next coccidiosis
symposium. Proceedings of the IXth International Coccidiosis Conference,
Supplement 1, p. 3, Foz do Iguassu, Brazil.

Vermeulen, A., T. Schetters and D. Schaap. 2005. “If you can’t beat them.....?”
Proceedings of the IXth International Coccidiosis Conference, Supplement 1, p. 4,
Foz do Iguassu, Brazil.

228
Atualização dos problemas
respiratórios em frangos
de corte, reprodutoras e
poedeiras

Dr. Pedro Villegas

Ir para a Ir para o
capa Índice
Desafíos respiratorios en pollos,
reproductoras y ponedoras:
situación actual.
“III FORUM INTERNACIONAL DE AVICULTURA”
19 a 21 de Agosto de 2009

Pedro Villegas
Universidad de Georgia
Athens, Georgia, USA 30605

Los problemas respiratorios se constituyen quizás en el desafío más importante


para la industria avícola, especialmente para los pollos de engorde. Las principales
enfermedades respiratorias de tipo viral incluyen Newcastle, bronquitis infecciosa,
laringotraqueítis infecciosa, metapneumovirus e influenza aviar. En la mayoría de
países los pollos son vacunados rutinariamente contra Newcastle y bronquitis, mientras
que las reproductoras y algunas veces las ponedoras son vacunadas contra estos
agentes virales respiratorios, exceptuando la influenza aviar. Para esta última
enfermedad, la vacunación con vacunas inactivadas se practica rutinariamente en
algunos países como México y varios países de Asia y del Oriente medio.
Otros agentes infecciosos que juegan un papel primario muy importante en el
complejo respiratorio aviar incluyen los micoplasmas aviares (M. gallisepticum y M.
synoviae), los mismo que la bacteria Pasteurella multocida. Como agentes bacterianos
secundarios se consideran la Escherichia coli y el Ornithobacterium rhinotracheale.
Actualmente, los mayores desafíos para América latina son la influenza aviar
serotipos H5 y H7, la enfermedad de Newcastle que siempre es una amenaza, y la
laringotraqueítis infecciosa que de las ponedoras se ha diseminado en la industria de
pollos de engorde en los últimos años.

230
Por lo tanto, el desafío por organismos de tipo respiratorio es algunas veces
bastante severo, especialmente para los pollos que tienen un tiempo de vida muy corto
y deben ser vacunados con vacunas de tipo respiratorio que aunque atenuadas,
siempre se tienen que multiplicar en las células del tracto respiratorio y por lo tanto,
inducir una reacción postvacunal.

Update on the Respiratory Challenges in Broilers, Breeders and Layers

Pedro Villegas
University of Georgia
Athens, Georgia, USA 30605

Respiratory diseases are perhaps one of the most important dilemmas faced by
the poultry industry, especially by those engaged in broiler production. The principle
viral respiratory conditions include Newcastle disease, infectious bronchitis, infectious
laryngotracheitis, metapneumovirus, and avian influenza. In most countries, broilers
are vaccinated against the first two conditions, while layers and broiler breeders are
sometimes vaccinated against all other viruses, with the exception of avian influenza.
Vaccination against avian influenza in chickens is practiced in countries like Mexico and
several countries in Asia and the Middle East, using inactivated products.
Other infectious agents that play important roles in the respiratory complex
include avian Mycoplasmas (M. gallisepticum and M. synoviae), as well as some bacteria
considered as primary invaders like Pasteurella multocida, or responsible for secondary
infections like E. coli and Ornithobacterium rhinotracheale.
Currently, the main challenges for Latin America are serotypes H5 and H7 avian
influenza, the ever present Newcastle disease, and infectious laryngotracheitis that has
evolved to become a serious threat to the broiler industry during the last few years.
Thus, the challenge from respiratory organisms is sometimes overwhelming,
especially for the broiler that has a relatively short lifespan and has to be vaccinated
with respiratory pathogens that, although attenuated, replicate in the cells of the
respiratory tract and therefore, induce a respiratory reaction.

Introducción

231
Los problemas de tipo respiratorio en la avicultura comercial se constituyen en
uno de los principales desafíos para el personal dedicado a la sanidad aviar. Desde los
primeros días de vida el ave muestra su susceptibilidad a padecer problemas de tipo
respiratorio cuando se enfrenta al ambiente que le rodea.

Existen numerosos factores que contribuyen a la presentación de problemas


respiratorios. Algunos están relacionados con los sistemas de manejo, otros son de
carácter infeccioso, inherentes al ave, medioambientales, etc. De todos modos, aunque
la etiología sea diferente, se puede decir en general que las aves jóvenes son más
susceptibles a las reacciones respiratorias graves debido a que sus defensas son
menores pues su sistema inmunitario no está completamente desarrollado. Además,
debido a la necesidad de la industria avícola de proporcionar protección contra distintas
enfermedades aviares, las aves, principalmente los pollos de engorde, son vacunados a
muy temprana edad con organismos vivos contra los cuales el ave reacciona al
reconocer el agente o agentes invasores.

Agentes Infecciosos

Los agentes infecciosos primarios que con mayor frecuencia causan reacciones
respiratorias, incluyen los virus de Newcastle, bronquitis, metapneumovirus,
laringotraqueítis e influenza aviar. Entre los agentes bacterianos algunas veces
considerados como primarios o secundarios, dependiendo del tipo de cepa, se incluyen
el Ornithobacterium rhinotracheale (ORT), cepas de Escherichia coli, Pasteurella
multocida, Gallibacterium anatis (anteriormente P. hemolytica) y Avibacterium
paragallinarum (anteriormente Hemophilus paragallinarum). Los micoplasmas, M.
gallisepticum y M. synoviae, son agentes considerados como primarios. Ambos
micoplasmas son organismos que se multiplican en el tracto respiratorio de las aves.
Su presencia en los lotes de aves se constituye en uno de los mayores problemas
patológicos de la industria avícola moderna. Esta es la razón por la cuál la industria
avícola de muchos países ha optado por mantenerse libre de estos dos organismos. La
patología que se observa en aves con y sin micoplasma es definitivamente muy
diferente, tanto en la industria del pollo de engorde como en ponedoras comerciales.
Ejemplos de agentes infecciosos secundarios pueden incluir algunas cepas de
adenovirus, reovirus, bacterias como E. coli, Staphylococcus, Pseudomonas.

232
Los agentes infecciosos primarios son definitivamente los más importantes pues
son los que inician la reacción respiratoria. Los virus vacunales de Newcastle y
bronquitis, a pesar de que son cepas de baja patogenicidad, no son sin embargo
cepas de baja "reactividad" y cuando se vacunan las aves, se espera una reacción
normal. Esta reacción puede pasar a ser anormal cuando los agentes infecciosos
secundarios encuentran el medio adecuado para reproducirse, generalmente a causa de
fallas en los factores ambientales bajo los cuales se crían las aves.

Enfermedad de Newcastle

Se podría decir que el virus de Newcastle es UNIVERSAL a pesar de que hay


países libres de los virus patógenos. . A pesar de los programas de vacunación que se
aplican en muchos países, las cepas patógenas del virus de Newcastle continúan
apareciendo esporádicamente causando tanto mortalidades considerables en las
parvadas afectadas, como problemas en la exportación de aves y sus subproductos.
El control de la enfermedad se logra por medio del uso de vacunas a virus vivo
conocidas como lentogénicas o de baja patogenicidad, siendo las cepas B1 y LaSota las
más conocidas. Estas cepas, aunque proporcionan niveles adecuados de inmunidad,
inducen la presentación de reacciones postvacunales respiratorias que pueden
agravarse cuando existen las condiciones apropiadas para ellos. Por esta razón,
durante los últimos años se han desarrollado vacunas que contienen cepas con menor
capacidad de inducir reacciones postvacunales debido a que tienen tropismo diferente
(generalmente intestinal).
Los planes de vacunación en pollos de engorde generalmente consideran una
aplicación a edad temprana (en la planta de incubación), con una segunda vacunación
antes de la 3ª semana de edad. En las ponedoras comerciales y la reproductoras,
generalmente se aplican 3 a 4 vacunas a virus vivo durante la crianza o levante,
seguida de una vacuna inactivada con múltiples antígenos. La vacunación en
producción cada 60 a 90 días se practica con mayor frecuencia en las ponedoras, no
siempre en las reproductoras.

Bronquitis infecciosa

En todas las aves comerciales (pollos, ponedoras, reproductoras), la bronquitis


infecciosa es una de las causas más frecuentes de reacciones respiratorias. La

233
variabilidad antigénica del virus o variedad de serotipos, junto con los diferentes
tropismos demostrados por las cepas virales, influyen en el control de la enfermedad.
En el continente Americano los serotipos de más frecuente presentación son el
Massachusetts y el Connecticut. En Estados Unidos, otros serotipos como el Arkansas,
JMK, Florida, Delaware 072 y Georgia 98 son reportados con alguna frecuencia.
Actualmente, en la mayoría de países donde se aislan e identifican
cepas del virus de bronquitis infecciosa, se reportan virus de serotipos
diferentes a los comunes como Massachusetts y Connecticut. Algunos
investigadores denominan estas cepas diferentes como cepas “variantes” del
virus de bronquitis. El virus tiene una alta capacidad de mutar o cambiar su
estructura antigénica, resultando en la aparición de cepas con características diferentes
a las cepas estándar.

El diagnóstico de la bronquitis se basa en el aislamiento e identificación completa


del virus. Es importante conocer el serotipo de virus para establecer la relación que
puede existir con el tipo de vacunas empleadas en el control de la enfermedad.
Mediante el uso de la reacción en cadena por la polimerasa-transcriptasa reversa (por
sus siglas en Inglés RT-PCT), las cepas del virus se pueden identificar y comparar su
porcentaje de similitud o identidad con las cepas de los serotipos comunes.
El control de la bronquitis infecciosa se logra mediante programas de
vacunación. En los pollos de engorde se aplica una vacunación temprana,
generalmente al día de edad en la planta de incubación. Dependiendo de las
condiciones de campo, en algunos casos es necesario aplicar una segunda vacuna en el
campo. Las ponedoras comerciales y reproductoras, el plan de vacunación es similar al
ya descrito contra Newcastle, incluso en muchos casos las vacunas a virus vivo se
aplican simultáneamente.
Qué hacer si hay cepas vacunales de campo diferentes a las presentes
en las vacunas comerciales? Debido a que en la mayoría de países no se permite la
vacunación con serotipos diferentes a Masss y Conn, la industria avícola debe entonces
vacunar con las vacunas comerciales existentes, sabiendo que cada vez que se aplique
la vacuna, el espectro a protección se incrementa y es posible controlar o disminuir el
efecto de las cepas de campo diferentes.

234
MetaPneumovirus

Las infecciones por este virus se han incrementado considerablemente durante


los últimos años. Las reproductoras pesadas y los pollos de engorde son los más
susceptibles, mientras que la infección en ponedoras comerciales es menos dramática.
El control de la enfermedad en las reproductoras de engorde se realiza a través de la
vacunación durante la crianza con una o dos vacunas a virus vivo seguidas de una
vacuna inactivada antes de la producción. En las ponedoras comerciales durante la
crianza se ha utilizado un programa de vacunación similar al empleado en las
reproductoras pesadas, con resultados variables.
En los pollos de engorde la vacunación ha sido un método controvertido, la mayoría de
las empresas han logrado controlar este problema practicando buenos programas de
limpieza y desinfección, aumentando el tiempo de descanso de las casetas, y, cuando
sea posible, disminuyendo las densidades de aves. La vacunación, aunque
recomendada en algunos casos, debe practicarse con cautela en el pollo de engorde.

Laringotraqueítis

Los problemas de laringotraqueítis se han presentado en la industria de


ponedoras comerciales, sin embargo, durante los últimos años el virus ha afectado
planteles de pollo de engorde causando pérdidas económicas representadas en
aumento de la mortalidad, disminución de pesos corporales, incremento en los
tratamientos antibióticos, etc. La vacunación en los pollos no siempre ha dado los
resultados esperados cuando los desafíos con virus de campo son fuertes, por lo que
muchas empresas han optado por controlar la enfermedad mejorando los manejos,
aumentando el período de descanso de las casetas después de una limpieza y
desinfección exhaustiva. Las vacunas a virus vivo se pueden utilizar en casos extremos
como una ayuda en el proceso de erradicación o eliminación de la enfermedad en el
pollo.

Influenza aviar

La mayoría de países han establecido la eliminación de los virus de influenza que


posean la hemaglutinina H5 o H7, pues algunos de estos virus han demostrado su

235
capacidad o potencial patógeno. Así entonces, la enfermedad se controla mediante la
eliminación de las aves infectadas. En algunos otros países donde es difícil establecer
programas de erradicación, se practica la vacunación con vacuna inactivada preparada
con el tipo de virus causante del problema. La vacunación disminuye la capacidad de
diseminación del virus a otras aves, reduciendo así la cantidad de virus presente en el
medio ambiente avícola.

Micoplasmas

El control de los micoplasmas patógenos (M. gallisepticum y M. synoviae) se


lleva a cabo en los lotes de reproductoras, abuelas y pies de cría con el objeto de
proporcionar progenies libres de estos organismos. Por lo tanto, el control en el pollo
de engorde se basa en obtener pollos de empresas que mantienen su libertad contra
Micoplasma. En los últimos años se han incrementado los brotes de M. synoviae en
reproductoras comerciales. El uso de antibióticos en las reproductoras definitivamente
disminuye considerablemente la transmisión vertical de los micoplasmas y en los pollos
controla las reacciones secundarias que causan los incrementos en mortalidad.

Otras condiciones

La coriza infecciosa en ponedoras comerciales principalmente, se controla


mediante el uso de bacterinas preparadas con los diferentes serotipos del organismo.
El las reproductoras pesadas no es común observar problemas de coriza, sin embargo,
cuando se presenta es necesario inmunizar las aves usando las bacterinas. Los
problemas causados por P. multocida y G. anatis también se controlan con el uso de
bacterinas comerciales o autógenas.

236
1 Modo de ação sinérgico a partir de uma mistura 1:1 de narasina
(ionóforo) e nicarbazina (químico):
• Afeta diferentes sistemas de energia da célula da coccídia1.
MAXIBAN
ASSEGURANDO A EXPORTAÇÃO BRASILEIRA.

Maximizando
• Cada componente tem atividade durante diferentes • Desde janeiro de 2007, exportadores brasileiros vêm utilizando

MaximizandoSegurança
estágios do ciclo de vida da coccídia1.
Segurança ee desempenho.
desempenho.
• Resulta em maior resposta que a medicação de alta dose
Maxiban e exportando carne de frango aos diferentes mercados
mundiais com segurança e lucratividade.

oo desempenho
desempenho através
através
com um único agente, como nicarbazina1.
• Resulta em prevenção eficaz da coccidiose.
• Maxiban é usado por produtores europeus de frango com total
segurança.

do controle da coccidiose.
do controle da coccidiose.
2
Bibliografia:
MECANISMO DE AÇÃO: REDUZ 1. Evans, R. Maxiban’s mode of action and impact on coccidiosis control. Feather
O POTENCIAL DE SELEÇÃO DE RESISTÊNCIA Tech, Oct. 2001.
E ESTIMULA A RESPOSTA IMUNOLÓGICA. 2. Watkins, K. and Bafundo, K. Effect of anticoccidial programs on broiler
performance. Journ. Applied Poultry Research, 2: 55-60, Spring 1993.
Baixas doses de cada componente asseguram risco menor de 3. Rings, B., Cochrane, J., et al. The performance of Maxiban and nicarbazin with

1 COMBATE À COCCÍDIA DE DUAS FORMAS.


seleçãodedeação
Modo resistência
sinérgicodo
a que
partirmedicação
(ionóforo) e nicarbazina (químico):
de alta1:1dose
de uma mistura

único agente, como Nicarbazina. Como as baixas doses não


com um
de narasina
MAXIBAN
and without BMD in starter rations. AVMA presentation, Boston, Mass., July
2001.

1
4. University of Arkansas, Fayetteville.
ASSEGURANDO A EXPORTAÇÃO7-day heat stress trials with a total of 2,125
BRASILEIRA.

MAXIBAN
• Afeta diferentes sistemas de energia da célula da coccídia1.
COMBATE
•eliminam
Cada todas ÀasCOCCÍDIA
coccídias,
componente DEdesenvolvem
DUAS
temasatividade
aves FORMAS.
durante imunidade
diferentes male broiler
• Desde chicks
janeiro dein2007,
three exportadores
groups: Nicarbazin 125 ppm;vêm
brasileiros Maxiban 80 ppm
utilizando
1
estágios do ciclo de vida da coccídia . 1 (equivalent to 72 g/ton); nonmedicated control.
Maxiban e exportando carne de frango aos diferentes mercados
Modo deemação sinérgico a poucos
partir deorganismos
uma mistura 1:1 de narasina
•natural
Resulta emresposta
maior aos
resposta sobreviventes
que a medicação .
de alta dose
(ionóforo) e nicarbazina (químico): 5. mundiais
Experimentocom segurança e lucratividade.
ainda não publicado. Dados em poder da Elanco Saúde Animal.
com um único agente, como nicarbazina1. • Maxiban é usado por produtores europeus de frango com total
•• Afeta diferentes
Resulta sistemas
em prevenção de energia
eficaz da célula da coccídia1.
da coccidiose. ASSEGURANDO
segurança.
A EXPORTAÇÃO BRASILEIRA.

32
• Cada componente tem atividade durante diferentes • Desde janeiro de 2007, exportadores brasileiros vêm utilizando
BENEFÍCIO: MELHORA A INTEGRIDADE
estágios do ciclo de
MECANISMO DEvida da coccídia
AÇÃO:
1
REDUZ.
Maxiban®
Nicarb®
é a marca registrada da narasina e Nicarbazina Elanco.
Bibliografia:
MaxibanMaxiban’s
e exportando
1. Evans,éR.marca registrada
mode
carne
daofKoffolk,
de
action Inc.
frango
andMembro
aos diferentes
dococcidiosis
impact on
mercados
grupo de empresas Philipps
control. Feather
INTESTINAL.
•OResulta
POTENCIAL
E com
ESTIMULA
em maiorDE
A
SELEÇÃO
resposta
RESPOSTA
DE RESISTÊNCIA
que a medicação
IMUNOLÓGICA.
1
de alta dose mundiais
Tech, Oct. com
Brothers
2. Watkins,
2001. segurança e lucratividade.
Chemicals,
K. andInc.
Bafundo, K. Effect of anticoccidial programs on broiler
um único agente, como nicarbazina . • Maxiban é usado
performance. Journ. por produtores
Applied europeus
Poultry Research, de Spring
2: 55-60, frango1993.
com total
Com o
Baixas controle
doses
• Resulta emde da coccidiose,
cada
prevenção eficazpreservam-se
componente asseguram
da coccidiose.os risco
nutrientes
menorpara
de 3. Rings, B., Cochrane, J., et al. The performance of Maxiban and nicarbazin with
segurança.
seleção de resistência do que medicação de alta dose com um Elanco®, Maxiban®
and without BMD e in
a barra
starterdiagonal
rations.colorida são marcas registradas
AVMA presentation, da Eli July
Boston, Mass., Lilly
ganho de peso, não permitindo seu desvio para o combate da
único agente, como Nicarbazina. Como as baixas doses não and
2001.
Company.of Arkansas, Fayetteville. 7-day heat stress trials with a total of 2,125
4. University

2
doença
eliminame detodas
infecções bacterianas
as coccídias, secundárias,
as aves particularmente
desenvolvem imunidade ©2008 Elanco
male Saúde
broiler
Bibliografia: Animal.
chicks Todosgroups:
in three os direitos reservados.
Nicarbazin 125 AI9332 (07/02) 80 ppm
ppm; Maxiban
MECANISMO
natural em respostaDE aosAÇÃO: REDUZ sobreviventes1.
poucos organismos 1.
(equivalent to 72 g/ton); nonmedicated control.
5. Evans, R. Maxiban’s mode of actionDados
and impact on coccidiosis
da Elancocontrol. Feather
Oaquelas causadas peloDE
POTENCIAL Clostridium
SELEÇÃO perfringens.
DE RESISTÊNCIA
Experimento
V2NN05
Tech,- Oct.
06/2009
ainda não
2001.
publicado. em poder Saúde Animal.

3 MINIMIZA OS EFEITOS DOSE-DEPENDENTES


EBENEFÍCIO:
ESTIMULAMELHORA A RESPOSTA IMUNOLÓGICA.
A INTEGRIDADE
2. Watkins,é aK.marca
Maxiban® and registrada
Bafundo, da K.narasina
Effect of anticoccidial
e Nicarbazina programs on broiler
Elanco.
performance.
Nicarb® Journ. Applied
é marca registrada Poultry
da Koffolk, Inc.Research,
Membro 2: do55-60,
grupoSpring 1993. Philipps
de empresas
INTESTINAL.

4
Baixas doses de cada componente asseguram risco menor de Brothers
3. Rings, Chemicals, Inc.J., et al. The performance of Maxiban and nicarbazin with
B., Cochrane,
Com o controle da coccidiose, preservam-se os nutrientes para and without BMD in starter rations. AVMA presentation, Boston, Mass., July
seleção de resistência do que medicação de alta dose com um Elanco®, Maxiban® e a barra diagonal colorida são marcas registradas da Eli Lilly
ganho de peso, não permitindo seu desvio para o combate da and2001.
Company.
DO USO ISOLADO DE NICARBAZINA
único agente,
doença como Nicarbazina.
e de infecções Como as baixas
bacterianas secundárias, doses não
particularmente 4. University
©2008 Elancoof Arkansas,
Saúde Animal.Fayetteville. 7-day heat
Todos os direitos stress trials
reservados. with(07/02)
AI9332 a total of 2,125
eliminam
aquelas todas
® aspelo
causadas coccídias, as aves
Clostridium desenvolvem imunidade
perfringens. male- broiler
06/2009 chicks in three groups: Nicarbazin 125 ppm; Maxiban 80 ppm
(NICARB ).
natural em resposta aos poucos organismos sobreviventes1.
V2NN05
(equivalent to 72 g/ton); nonmedicated control.

4
5. Experimento ainda não publicado. Dados em poder da Elanco Saúde Animal.

Maxiban
MINIMIZA OS EFEITOS DOSE-DEPENDENTES
• Controlando a coccidiose,
DEMaxiban proporciona um maior

3
DO USO ISOLADO NICARBAZINA
®).2
(NICARB
BENEFÍCIO:
ganho de peso ,MELHORA alimentar3, reduzindo a
A INTEGRIDADE
melhor conversão Maxiban® é a marca registrada da narasina e Nicarbazina Elanco.
Nicarb® é marca registrada da Koffolk, Inc. Membro do grupo de empresas Philipps
INTESTINAL.
Maxiban
4
mortalidade durante o verão .
• Controlando a coccidiose, Maxiban proporciona um maior Brothers Chemicals, Inc.
ganho de peso2, melhor conversão alimentar3, reduzindo a
Com o controle da coccidiose,4preservam-se os nutrientes para SEGURANÇA E DESEMPENHO.
•mortalidade
Em aves submetidas
durante oa verão
estresse. calórico, o uso de nicarbazina Elanco®, Maxiban®
SEGURANÇA e a barra diagonal colorida são marcas registradas da Eli Lilly
E DESEMPENHO.
• Em aves submetidas a estresse seu
ganho de peso, não permitindo desvioo para
calórico, o combate
uso de da
5
nicarbazina and Company.
isoladamente leva a
doença e de infecções
isoladamente um aumento
bacterianas
leva a um da temperatura
aumentosecundárias, corporal5..
corporal
particularmente
da temperatura ©2008 Elanco Saúde Animal. Todos os direitos reservados. AI9332 (07/02)
aquelas causadas pelo Clostridium perfringens. V2NN05 - 06/2009

MINIMIZA OS EFEITOS DOSE-DEPENDENTES


Nutrição: O que ela tem
feito para melhorar a
Qualidade, o Rendimento e a
Uniformidade de Carcaça no
Abatedouro?

Dr. Alexandre de Mello Kessler, DSc.

Ir para a Ir para o
capa Índice
Nutrição: o que ela tem feito para
melhorar a qualidade, o rendimento
e uniformidade de carcaça
no abatedouro?
Alexandre de Mello Kessler; Maitê de Moraes Vieira
Departamento de Zootecnia - UFRGS

Introdução
A qualidade de carcaça é a busca constante da indústria avícola, pois a preocupação
com qualidade da carne é mundial, estimulando pesquisas e revisões neste segmento. A
influência dos diversos fatores tem sido pesquisada no intuito de proporcionar qualidade
ao produto. O frango de corte atual é submetido a desafios cada vez maiores ao longo
da criação e aA intensificação da produção tem levado à dificuldade de alojamento e
manejo nos aviários. O aumento da densidade populacional influencia diretamente a
qualidade da cama e compromete o produto final, pois favorece o aparecimento de
lesões na carcaça. A composição e o rendimento de carcaça refletem na qualidade final
do produto, sendo interessante para a indústria avícola uma menor quantidade de
gordura na carcaça além de peso corporal e rendimento satisfatório no momento de
abate. Os parâmetros de qualidade da carcaça de frango devem ser pesquisados para,
futuramente, serem estabelecidos critérios de qualidade para carne de frango. O desafio
científico nessa área continua sendo melhorar a carcaça de frango, de forma que atenda
à necessidade da indústria, do mercado e do consumidor, ou seja, produtividade,
inocuidade e qualidade do produto. A qualidade do produto tem sido, atualmente, a
grande preocupação para a produção do alimento seguro. A qualidade do frango pode
ser abordada em diversos momentos da cadeia produtiva, porém, na maioria delas, são
sinais subjetivos que definem esse conceito. Ao nível de granja, busca-se um frango de
qualidade que possua rusticidade de linhagem, rendimento e conversão alimentar
excepcionais e peso ideal no momento de abate. No abatedouro busca uma carcaça que
apresente qualidade de carne, rendimento de carne e corte, uniformidade e
aproveitamento máximo de carcaças.
Os fatores que influenciam a qualidade da carne podem, na sua maioria, ser
controlados nas diversas etapas de criação do frango ou durante o abate e

239
processamento. Fatores como linhagem, idade de abate, sexo, taxa de lotação, tempo
de jejum, apanha das aves, transporte, temperatura ambiente, pendura, atordoamento,
escalda e resfriamento afetam a composição e qualidade da carne (MENDES et al.,
2003). Em relação à nutrição, a maior parte da informação adquirida está direcionada
para as relações exigências nutricionais X desempenho X rendimento de cortes em
frangos de corte, usualmente buscando a maximização nas respostas animais. No
entanto a contribuição atual da pesquisa em nutrição pra melhorar especificamente a
qualidade da carcaça de frango tem sido objeto de um menor número de trabalhos,
cujos resultados ainda não geraram um modelo de aplicabilidade imediata. Estes
trabalhos dizem respeito à modificação da composição da carcaça em termos de
músculo e gordura, a aspectos envolvidos na uniformidade da carcaça do frango de
abate e o uso de nutrientes e aditivos alimentares que afetam positivamente a
qualidade da carne.

Nutrição e qualidade de carcaça


A nutrição em frangos de corte tem evoluído para proporcionar a melhor qualidade
do produto final, abrangendo diversos fatores como qualidade da ração, melhores
custos de produção e qualidade da carne. A melhor qualidade de carcaça refere-se a
aves com menor deposição de gordura e incremento do tecido muscular (ROSA et al.,
2000). Carnes de peito de aves têm baixo teor de gordura, no entanto, os depósitos de
gordura subcutâneo, na cavidade abdominal e nas sobrecoxas são bastante acentuados.
Nas carcaças de frangos de corte, a quantidade de gordura pode ser influenciada por
uma série de fatores como genética, ambiente, fisiologia e nutrição, sendo o papel da
genética, provavelmente, o de maior impacto (KESSLER et al., 2000). A melhor forma
de diminuir a gordura corporal de frangos de corte é através da aproximação da relação
energia:proteína, que tem interessantes perspectivas na melhoria das carcaças
(KESSLER et al., 2000). Em geral, dietas altas em energia produzem carcaças mais
gordas, enquanto que dietas altas em proteína produzem carcaças mais magras
(BRUGALLI et al., 2000). Quando o consumo energético pela ave excede aquele exigido
pela mantença e crescimento, este excesso de energia é depositado como gordura.
Fisiologicamente, o excesso protéico na dieta parece ser um mecanismo eficiente,
porém de alto custo, de reduzir a gordura corporal (KESSLER et al., 2000). O aumento
nos níveis dos aminoácidos limitantes leva à produção de carcaças mais magras,
especialmente em machos de frangos de corte (Kolling, 2001). Por outro lado, a
restrição energética parece ter um efeito menor no ganho muscular, especialmente em
idades mais próximas ao peso de abate (Kessler et al., 2000). Apesar disso, o
rendimento de peito em relação à carcaça em frangos de corte (21, 35 e 42 dias) foi
maior com dietas mais energéticas (3200 x 2900 kcal de EM/kg, em ROSA et al., 2000).
Já a deficiência de lisina na fase pré-inicial leva ao maior e mais precoce acúmulo de
gordura corporal, em machos das linhagens Cobb e Ross (Pophal, 2004).
Alterações nas qualidades e parâmetros nutricionais das dietas têm sido propostas a
fim de obter melhores resultados e melhor aproveitamento ao longo da cadeia
produtiva. A suplementação de manganês nas dietas, apesar de ser prática aceita, ao
nível de 100mg/kg, superior ao recomendado pelo NRC (60mg/kg) é suficiente para

240
diminuir a gordura abdominal da carcaça devido a diminuição da atividade da lipase
lipoprotéica, melhorando a qualidade da carcaça (LU et al. 2006).
A densidade de aves no galpão e a qualidade da cama, entre outros fatores,
influenciam direta ou indiretamente na qualidade final das carcaças. A densidade
populacional alta é um fator muito importante para o aumento na ocorrência de lesões
cutâneas, justamente por favorecer o contato das aves entre si (FALAVENNA, 2004). O
aumento populacional causa um maior teor de umidade na cama, o que causa uma
maior incidência de lesões, principalmente em joelho e coxim plantar, já que essas
regiões estão em constante contato com a cama (OLIVEIRA & CARVALHO, 2002). Com
o aumento da densidade de criação ocorre um aumento linear na incidência de lesões
na pele das aves e há um efeito linear significativo de densidades sobre a incidência de
lesões na carcaça das aves (hematomas, calo de peito, coxim plantar, arranhões e
dermatite lombar) (GARCIA et al., 2002). A suplementação das dietas com minerais
complexados, com especial atenção ao zinco, tem sido eficiente devido às suas
propriedades na manutenção da integridade da pele (ROSSI, et al. 2007). A
suplementação de vitamina E na dieta de frangos é capaz de diminuir a susceptibilidade
dos tecidos à autoxidação lipídica, aumentando a vida de prateleira (GUO et al, 2001).
Já no trabalho de DOWNS et al., (2000) confirmou-se que o uso de vitamina E e zinco
orgânico na dieta diminui a incidência de celulite nas carcaças de frangos. O magnésio
proteinado associado à vitamina E ou suplementados individualmente na dieta também
apresentam efeito positivo, melhorando a estabilidade oxidativa da carne de frango
(GUO et al., 2001).

Tabela 1. Níveis de Į-tocoferol no fígado e TBARS na carne da coxa após 4 dias a 4oC
de frangos de corte de 42 dias de idade, recebendo dietas com níveis crescentes de
vitamina E.
Vitamina E suplementar Į-tocoferol no fígado TBARS na carne da coxa
(Njg/g) (MDA, Njmol/g)
5 0,59 0,19
10 1,04 0,17
20 2,56 0,15
50 5,41 0,13
100 14,07 0,09
R2 0,98 0,93
P 0,0007 0,007
Adaptado de Guo et al. (2001)
Nutrição e rendimento de carcaça
O rendimento de carcaça pode ser afetado por diversos fatores, interferindo na
qualidade de carcaça do frango de corte e o sexo das aves também afetará o
rendimento da carne. O crescimento de peito, em frangos, é contínuo com a idade, os
machos e as fêmeas apresentam crescimento semelhante até os 35 dias. A partir daí, as
fêmeas passam a apresentar um maior crescimento relativo à carcaça do que os machos
(MENDES et al., 2003). GARCIA et al. (2002) verificaram que os machos apresentam

241
maiores valores médios de espessura, comprimento e largura em centímetros do peito
do que as fêmeas. Existem diferenças quanto à deposição de carne de peito. Entre
machos e fêmeas essas diferenças começam a acontecer desde os 28 dias porém, tanto
machos quanto fêmeas aumentam a deposição de carne de peito relativo ao peso da
carcaça até os 42 dias. Após os 42 dias que parece ser o ponto de maturidade de
crescimento corporal para os machos, a deposição de carne de peito já não apresenta
mais crescimento relativo ao peso da carcaça, mas as fêmeas ainda continuam com
deposição de carne de peito (MENDES et al., 2003). O rendimento de peito é fortemente
influenciado pela concentração em aminoácidos limitantes da dieta, respondendo
fortemente ao nível de lisina (Figura 1). Embora a resposta seja assintótica, com um
ponto de máximo a partir do qual não há mais ganho, linhagens modernas,
especialmente nos machos, respondem a níveis de lisina e proteína ideal superiores aos
das exigências praticadas. Viola et al. (2009), reportaram resposta linear no ganho de
peito em frangos machos aos 26, 33 e 40 dias de idade, até o nível dietético de 1,22%
de lisina digestível (Tabela 2). O nível de 1,22% já é mais alto que a exigência
recomendada (Rostagno et al., 2005), e a resposta linear indica que o crescimento do
peito poderia ser maior em níveis mais altos de lisina.

Figura 1. Resposta do ganho de peito ao nível diet’’tico de lisina (Adaptado de Pack et al, 2002).

Tabela 2. Análise estatística para os pesos de frações corporais e de carcaças em


frangos de corte submetidos a níveis crescentes de Lis dig
Variável Período Análise estatística
(g) (dias) Modelo de regressão Equação P R2 Lis ótimo
26 Linear Y=218+70,9x 0,0193 0,175 •1,22
Peito 33 Linear Y=305+155x 0,0088 0,227 •1,22
40 Linear Y=320+297x <0,0001 0,503 •1,22
26 Linear Y=165+38,7x 0,0498 0,100 •1,22
Coxa 33 - - NS - -
40 Linear Y=254+139x <0,0001 0,372 •1,22

242
26 Linear Y=112+27,4x 0,0416 0,108 •1,22
Perna 33 Linear Y=157+51,2x 0,0041 0,305 •1,22
40 Quadrática Y=547-708x+419x^2 0,0127 0,450 •1,22
26 - - NS - -
Penas 33 - - NS - -
40 Linear Y=171+82,7x 0,0094 0,165 •1,22
26 Linear Y=978+184x 0,0677 0,100 •1,22
Carcaça 33 Linear Y=1333+402x 0,0044 0,195 •1,22
40 Linear Y=1504+749x <0,0001 0,481 •1,22
Viola et al.
(2009)

A concentração dietética em aminoácidos afeta diferentemente machos e fêmeas. O


aumento na concentração dietética de emergia e aminoácidos limitantes afeta
positivamente o crescimento de frangos machos das linhagens Ross 308 e Cobb 500,
até os 42 dias de idade, declinando após esta idade (Ribeiro et al., 2007). O rendimento
de carcaça e peito é fortemente correlacionado com o ganho de peso, e as linhagens
mantiveram ganho próximos destes componentes. Kolling (2001) já demonstrara que a
concentração elevada de aminoácidos na dieta tem um efeito marcante sobre o ganho
de peito e proteína corporal, sendo este efeito persistente em machos até os 49 dias de
idade, mas em fêmeas somente até os 35 dias de idade, ainda que o ganho total aos 49
dias tenha respondido favoravelmente à dieta de alta proteína (Tabela 3). Assim, a
concentração das dietas (relação EM:AAE) deve ser estabelecida de acordo com o sexo
e idade de abate, sendo que de forma geral o abate precoce, em frangos fêmeas, pode
ser beneficiado com maior concentração proporcional de aminoácidos em relação à
energia da dieta. Em fêmeas Ross, aos 28 e 49 dias de idade, foi observada redução da
quantidade de gordura abdominal quando utilizado uma dieta com nível suplementar de
lisina, no entanto, o desempenho produtivo dos frangos de corte não respondeu ao
incremento dietético de lisina e as alterações no rendimento de carcaça não justificam a
suplementação adicional de lisina (ALMEIDA et al., 2002). Já em frangos machos de
linhagem Ross, foi verificado um efeito linear decrescente para porcentagem de gordura
abdominal à medida que aumentou a relação Arginina: Lisina na dieta, também não
houve efeito significativo sobre o desempenho das aves, porém, houve um efeito linear
crescente para rendimento de perna (COSTA et al., 2000). Níveis adicionais de
Metionina nas rações não influenciaram os rendimentos de carcaça, peito, perna, asa,
dorso e gordura abdominal e composição da carcaça. Independentemente dos níveis
adicionais de metionina, as fêmeas apresentaram maior percentual de gordura
abdominal do que os machos (WHITAKER et al., 2002). Níveis elevados de lisina e
metionina aumentam a porcentagem de peito enquanto que o nível de energia está
mais relacionada à alterações na quantidade de gordura (ALMEIDA et al., 2002).
OLIVEIRA & CARVALHO (2002) observaram que rendimentos de carcaça e de cortes e o
peso ao abate não foram influenciados pelo aumento populacional.
O uso de próbiotico e antibiótico não afetou o rendimento de partes, vísceras,
gordura abdominal e características sensoriais da carne de peito e perna. Não foram
encontrados efeitos benéficos da suplementação de próbioticos para frangos de corte da

243
linhagem Ross aos 42 dias de idade (LODDI et al., 2000). Além disso, quando são
utilizados prébióticos em frangos de corte, aos 42 dias, não são afetados o peso de
abate, o rendimento de carcaça, a percentagem de peito e a percentagem de gordura
abdominal e não havendo diferença significativa entre os prébioticos utilizados
(DIONÍZIO et al., 2002).

Tabela 3. Ganho de peito, coxa+perna, carcaça, vísceras, gordura, proteína corporal total
e tecido magro (g) em frangos de corte de 21 a 49 dias de idade, recebendo dietas com
diferentes níveis de proteína.
Gordura Proteína Tec. Peito Coxa+P Carcaça Víscera
Magro . s
TRAT (PB %)
20 356,4a 433,3ab 1562,5ab 472,1ab 456,6a 1800,4ab 157,4ª
18 365,7a 398,9b 1496,1b 437,5b 459,5a 1723,4b 168,2ª
22 349,4a 454,7a 1618,5a 496,9a 437,5a 1806,2ab 166,6ª
18x22 L.E.* 350,8a 439,0a 1648,5a 466,6ab 473,6a 1824,2a 178,1ª
SEXO
FÊMEA 358,1a 407,5a 1453,4a 459,8a 413,7a 1668,3a 159,1ª
MACHO 353,1a 455,2b 1709,4b 476,8b 499,9b 1908,8b 176,1ª
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si significativamente por Tukey (P > 0.05).
*L.E. – livre escolha
Modificado de Kolling (2001).

Nutrição e uniformidade
A qualidade de carcaça em frangos de corte pode ser influenciada por fatores
genéticos, os quais têm sido estudados ao longo dos anos. Contudo, STRINGHINI et al.
(2003) demonstraram que as linhagens diferem em conversão alimentar e consumo de
ração, porém o peso das carcaças, suas percentagens em relação ao peso vivo,
rendimento de carcaça e cortes não são influenciados pelos grupos genéticos que
formaram a linhagem. As diferenças entre sexos são marcantes. FALLAVENA (2004),
evidenciando as diferenças entre sexos nas aves, cita que os machos possuem
velocidade de empenamento mais lenta, são mais agressivos e, dessa forma, mais
afetados por doenças cutâneas associados a traumatismos. Segundo STRINGHINI et al.
(2003), os machos apresentam desempenho e peso de carcaça superior às fêmeas,
porém nas características de rendimento de carcaça, mostraram-se semelhantes.
Entretanto, os machos apresentaram maior peso de carcaça e melhor rendimento de
carcaça expresso em termos de carcaça eviscerada/peso vivo e carcaça
eviscerada/carcaça, depenada e sangrada. As fêmeas dos frangos de corte acumulam
maior quantidade de gordura corporal, o que compromete seu ganho de peso e
conversão alimentar (STRINGHINI et al., 2003).
A uniformidade, ou mais especificamente a desuniformidade – representada pelo
coeficiente de variação (CV) de um lote de frangos, é uma variável de profundo impacto
no abatedouro mas que vem recebendo relativamente pouca atenção por grupos de

244
pesquisa. Infelizmente, a variabilidade é uma característica inerente a um determinado
grupo genético e parece ser pouco influenciada pelo processo de seleção. O CV de um
lote de frangos de corte oscila em torno de 10% desde a eclosão até o peso de abate
(Figura 2). Carlborg et al. (2006) relatam resultados de seleção de duas linhagens
divergentes de aves, para alto e baixo ganho de peso, e que após mais de 40 gerações
ainda não mostraram indícios de esgotamento da variabilidade em cada grupo (Figura
3). A origem da variabilidade está em diferentes capacidades ingestivas, taxas de
crescimento e eficiência metabólica, em cada indivíduo dentro de um lote. As exigências
nutricionais de frangos de corte são usualmente determinadas para a média de um
grupo de animais, de forma que as variações individuais persistem e contribuem para
reduzir a eficiência de predição dos modelos nutricionais (Gous, 2007). A variabilidade
pode ser comprimida ao se permitir a um lote o máximo de disponibilidade de
nutrientes, seja pelo, manejo alimentar, pelo uso de dietas mais densas e pelo
processamento e uso de enzimas. Com isto, uma maior percentagem dos animais
consomem os nutrientes para expressar seu potencial de crescimento, levando a um
aumento na média do lote com concomitante redução na variabilidade. Isto pode ser
observado no trabalho de Peak et al. (2000) que demonstra que uma redução
nutricional pode reduzir fortemente a uniformidade de um lote.
A variabilidade da matriz nutricional dos ingredientes é uma realidade em muitos
casos de difícil solução. Tal variabilidade tem sido consistentemente reportada para o
milho, o ingrediente de maior inclusão em dietas para aves (Lima et al., 2005). O
processamento e o uso de enzimas trazem perspectivas promissoras na redução da
variabilidade da resposta animal ocasionada pela variação na composição dos
ingredientes e presença de fatores anti-nutricionais. A peletização parece ser
particularmente efetiva na melhoria do desempenho e aumento na uniformidade de
frangos de corte, especialmente nas fases iniciais de crescimento (Figura 4). O aumento
e uniformidade do consumo alimentar em frangos nas fases pré-inicial e inicial é
revertido em ganho de peso e uniformidade do lote, além dos benefícios associados ao
processamento térmico da ração. A inclusão de carboidratos de alta digestibilidade nas
dietas pré-iniciais, como forma de aporte precoce de energia na forma de glicose, levam
à melhora de desempenho seguida de tendência à produção de lotes com maior
uniformidade inicial (Longo et al., 2005).

245
Figura 2. Coeficientes de variação (%) para o peso vivo de frangos de corte no
alojamento, 2, 4, 6 e 8 semanas de idade, recebendo dietas padrão (std) ou de baixo
conteúdo nutricional (low) (Peak et al., 2000).

Figura 3. Evolução dos pesos de aves em várias gerações de seleção para alto (High
line) e baixo (Low line) peso corporal (a), e respectivas curvas de distribuição (b) dos
pesos das duas linhagens e seus cruzamentos (Carlborg et al., 2006).

246
12

11

10

9
CV (%)

Peletizada
Farelada
8

5
0 7 14 21 28 35
Idade (d)

Figura 4. Efeito da peletização sobre o coeficiente de variação (CV %) de lotes


industriais de fêmeas de frangos de corte.

Considerações finais

O aumento na produção de carne em linhagens modernas de frangos de corte


pode ser obtido com o uso dos níveis mais altos das exigências determinadas de
aminoácidos dietéticos limitantes, tendo como referência a lisina digestível. Estes altos
níveis, numa relação energia:proteína ideal menor, também levam à menor deposição
de gordura nas carcaças. No entanto, devido ao custo destas formulações, deve-se
conhecer linhagem, sexo e idade de abate de forma a otimizar o programa alimentar.
De forma geral, carcaças de frangos abatidos mais precocemente se beneficiam destas
formulações. O processamento das rações é uma estratégia de base para o
desempenho e uniformidade dos lotes, cujo custo normalmente se justifica. Por último,
o uso de níveis de nutrientes e aditivos que efetivamente afetam a composição e
qualidade oxidativa da carne de frango, como a vitamina E, traz custos adicionais à
formulação que devem ser compensados pelos benefícios ao mercado consumidor.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, I.C.L.; MENDES, A.A.; GARCIA, R.G. et al. Efeito do Nível de Lisina da Dieta e
do Sexo Sobre o Desempenho e Rendimento de Carcaça de Frangos de Corte. Revista
Brasileira de Ciência Avícola., Campinas, v. 4, n. 1 p. 001- 008, jan./mar., 2002.
BRUGALLI, I.; PENZ JUNIOR, A.M.; KESSLER, A.M. Efeito da Idade e do Sexo e Fatores
Nutricionais na Deposição de Gordura em Frangos de Corte. In: BERNARDI, Mari;
AFONSO, Luis; ROTTA, Marco (Eds.) Seminários Apresentados no Programa de

247
Pós-Graduação em Zootecnia Área de Concentração Produção Animal – 1º
semestre 1999. Porto Alegre: Departamento de Zootecnia da UFRGS, 2000. p. 24-40.
CARLBORG, Ö.; JACOBSSON, L.; AHGREN, P. et al. Epistasis and the release of genetic
variation during long-term selection. Nature Genetics, v. 38, p. 418-420, 2006.
COSTA, F.G.P.; ROSTAGNO, H.S.; TOLEDO, R.S.; ALBINO, L.F.T. Efeito da Relação
Arginina:Lisina Sobre o Desempenho e Qualidade de Carcaça de Frangos de Corte
Criados em Condições de Alta Temperatura Ambiente. In: Reunião Anual da Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 37, 2000 Viçosa-MG. Anais. Viçosa: SBZ, 2000. 3 p.
DIONÍZIO, M.A.; BERTECHINI, A.G.; KATO, R.K.; TEIXEIRA, A.S. Prebióticos como
Promotores de Crescimento para Frangos de Corte – Desempenho e Rendimento de
Carcaça. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, Edição Especial, p.1580-1587, dez..,
2002.
DOWNS, R.M., HESS, J.B., MACKLIN, I.C.S., NORTON, R.A. Dietary zinc complexes and
vitamin E for reducing cellulitis incidence in broilers. J. Appl. Poultry Res. v.9, p. 319-
323, 2000.
FALAVENNA, L.C.B. Lesões Cutâneas em Frangos de Corte. Revista Sanidade
Avícola. Disponível em: URL <http://www.avisite.com.br/cet/1/09/index.shtm> Acesso
em: 24 fev. 2004.
GARCIA, R.G.; MENDES, A.A.; GARCIA, E.A. et al. Efeito da Densidade de Criação e do
Sexo Sobre o Empenamento, Incidência de Lesões na Carcaça e Qualidade da Carne de
Peito de Frangos de Corte. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v.4, n.
1, p. 001-009, jan./mar., 2002.
GOUS, R. M. Predicting nutrient responses in poultry: future challenges. Animal, v. 1,
p. 57-65, 2007.
GUO, Y., TANG, Q. YUAN, J. JIANG, Z. Effects of supplementation with vitamin E on the
performance and the tissue peroxidation of broiler chicks and the stability of thigh
meatagainst oxidative deterioration. Animal Feed Science and Technology v.89,
p.165-173, 2001.
KESSLER, A.M.; SNIZEK JUNIOR, P.N.; BRUGALLI,I. Manipulação da Quantidade de
Gordura na Carcaça de Frangos. In: Conferência Apinco 2000 de Ciência e Tecnologia
Avícolas, 23 a 25 de maio, 2000. Campinas. Anais, v. 2. São Paulo: FACTA, 2000. p.
107-133.
KOLLING, A. V. Efeito de relação calórico proteca da dieta sobre as curvas de
crescimento corporal de frangos de corte de 1 a 49 dias de idade. Dissertação de
Mestrado. UFRGS, Depto. Zootecnia, Porto Alegre. 166p. 2001.
LIMA, G. J. M. M.; PASSOS, A. A.; COLDEBELLA, A. et al. Qualidade nutricional do milho,
padrões e valorização econômica. In: Anais da Conferência Apinco 2005 de
Ciência e Tecnologia Avícolas. V. 1, p. 235-248, 2005.
LODDI, M.M.; GONZALES, E.; TAKITA, T.S. et al. Uso de Probiótico e Antibiótico sobre o
Desempenho, o Rendimento e a Qualidade de Carcaça de Frangos de Corte. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.29, n. 4, p. 1124-1131, 2000.
LONGO, F. A.; MENTEN, J. F. M.; PEDROSO, A. A. et al. Carboidratos na dieta pré-inicial
de frangos de corte. R. Brás. Zootecnia, v. 34, p. 123-133, 2005.

248
MENDES, A.A.; MOREIRA,J.; GARCIA,R.G. Qualidade da Carne de Peito de Frango de
corte. Revista Nacional da Carne, ed. 317, julho, 2003. 3p.
OLIVEIRA, M.C.; CARVALHO, I.D. Rendimento e Lesões em Carcaça de Frangos de
Corte Criados em Diferentes Camas e Densidades Populacionais. Ciência e
Agrotecnologia., Lavras, v. 26, n.5, p.1076-1081, set./out., 2002.
PACK, M.; FICKLER, J.; RADEMACHER, M.; LEMME, A.; MACK, S.; HÖHLER, D.
FONTAINE, J.; PETRI, A. Amino Acids in Animal Nutrition. Bucharest: Coral Snivet.
Degussa, 2002. 558p.
PEAK, S. D.; WALSH, T. J.; BENTON, C. E.; BRAKE, J. EffectS of two planes of nutrition
on performance and uniformity of four strains of broiler chicks. J. Appl. Poultry Res. v.
9, p. 185-194, 2000.
POPHAL, S. Características de crescimento de dois cruzamentos de frangos de corte
recebendo dietas com diferentes níveis de lisina na primeira semana de vida. Tese
(Doutorado – Produção Animal)- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2004. 175p.
RIBEIRO, Andréa Machado Leal, SILVA, Isabel C M, TREVIZAN, Luciano, KESSLER, A.
M., RUBIN, Lauricio L. Eficiência de programas nutricionais brasileiros no desempenho
de frangos de corte criados sob condições práticas In: Conferência Apinco 2007 de
Ciência e Tecnologia Avícolas, 2007, Santos. Revista Brasileira de Ciência Avícola.
Campinas: Facta, 2007. v.sup 9. p.29 – 29.
ROSA, A.P.; BORIN JUNIOR, H.; THIER, J.; VIEIRA, N.S. Desempenho e Composição de
Carcaça de Frangos Submetidos à Dietas com Diferentes Teores Energéticos e Níveis de
Gordura. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 37, 2000 Viçosa-MG.
Anais. Viçosa: SBZ, 2000
ROSSI, P. RUTZ, F., ANCIUTTI, M.A. et al. Influence of Graded Levels of Organic Zinc on
Growth Performance and Carcass Traits of Broilers. J. Appl. Poult. Res. v. 16, p.219–
225, 2007
STRINGHINI, J.H.; LABOISSIÉRE, M.; MURAMATSU, K. et al. Avaliação do Desempenho
e Rendimento de Carcaça de Quatro Linhagens de Frangos de Corte Criadas em Goiás.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n. 1, p. 183-190, 2003.
VIEIRA, S.L. Fatores Pré-Abate que influenciam a Qualidade e o Rendimento de Carcaça
de Frangos de Corte. In: V SIMPÓSIO GOIANO DE AVICULTURA, 17 a 19 de abril, 2002,
Goiânia. Anais. Goiás: V Simpósio Goiano de Avicultura, 2002. 3p.
VIOLA, T. H.; KESSLER, A. M.; RIBEIRO, A. M. L. et al. Desempenho e peso de frações
corporais, na suplementação crescente de lisina, dos 19 aos 40 dias de idade em
frangos de corte. Ciência Rural, v. 39, p. 515-521, 2009.
WHITAKER, H.M.A.; MENDES, A.A.; GARCIA, E.A. et al. Efeito da Suplementação de
Metionina Sobre o Desempenho e a Avaliação de Carcaças de Frangos de Corte.
Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v.4, n. 1, p. 01-09, jan./mar..,
2002.

249
A Importância Técnica e
Econômica da Manutenção
nos Modernos Abatedouros
Avícolas

Eng. Henk Hupke

Ir para a Ir para o
capa Índice
Palestra não disponibilizada

251
Programas integrados de
controle de patógenos na
cadeia de processamento
avícola

Dr. Scott Russell

Ir para a Ir para o
capa Índice
Intervention Strategies for
Reducing Salmonella
Prevalence on
Ready-to-Cook Chicken
Cooperative Extension Service/The University of Georgia
College of Agricultural and Environmental Sciences

253
Contents
Introduction . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Hatching . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Growout . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Coop Disinfection . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Sanitation . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Water . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Ice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Air Supply . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Employee Hygiene . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Processing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Incoming Birds . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Scalder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Feed Withdrawal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Venter/Opener/Eviscerator . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Cropper . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Inside/Outside Bird Washer and Other Washers or Rinses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Automated Reprocessing Systems . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Chiller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Management . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Conclusion . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
References . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

254
Intervention Strategies for Reducing Salmonella Prevalence
On Ready-to-Cook Chicken
Scott M. Russell, Ph.D.
Associate Professor, Poultry Science

A ccording to the United States Department of


Agriculture-Food Safety and Inspection Service’s
(USD A-FSIS) regulations, poultry slaughter facilities
made a rule in which almost 50 percent of the proces-
sors in the country were producing carcasses out of
specification for Salmo nella prevalence. Since that
must be evaluated for Salmo nella on an intermittent time, researchers and poultry companies have been
basis. A USD A Inspector in Charge (IIC) will receive trying to institute numerous intervention approach es to
notification that he or she should begin testing and the lower Salmo nella prevalence on carcasses. Due to the
following will occur: confidential nature of this subject, some of the sugges-
1. One carcass per day will be selected, rinsed, and tions in this article are not based on published data;
the rinse will be mailed to the USDA-FSIS and how ever, they have been shown to be effective in field
tested for the presence of Salmo nella. settings by individu al companies.
Reducing Salmo nella on finished carcasses requires
2. Carcasses will be selected and tested for approxi-
a comprehensive, multi-hurdle approach. No individual
mately 51 processing days or until 51 carcasses
procedure is adequate to accomplish this task. The
have been evaluated. In some cases, carcass rinses
USD A stated that “intervention strategies aimed at
must be discarded and more rinses are collected.
reducing fecal contamination and other sources of
For example, if carcass rinses are temperature
Salmo nella on raw product should be effective against
abused or lost during shipment, they would not be
other pathogens” (USD A, 1996). This statement is mis-
tested.
leading in that reducing fecal contamination has not
3. Thirteen or more positives out of 51 samples been sufficient to reduce Salmonella prevalence.
(>23.5 percent) results in a failure. Reducing fecal contamination may be effective for
4. Once the first failure occurs, the plant is given 30 reducing the number of Salmonella on each carcass;
days to make corrections, and the testing series (51 however, only one Salmonella cell is required on a
samples) begins again. carcass to produce a “positive” result. Thus, unless all
5. After a second failure, the company must write an Salmo nella are elim inated, the carcass will still remain
action plan detailing corrective actions that will be positive.
taken to prevent the problem from recurring. Moreover, the USDA also stated that “slaughter
6. Testing resumes 30 days after the second testing establishments concerned that they might not meet the
series has been completed. pathogen redu ction performance stand ard have avail-
7. On ce the third failure has occurred, inspection will able a wide range of technologies shown to reduce the
be withdrawn, wh ich effectively closes the proces- levels of pathogen s that may be on the surface of car-
sing plant (USDA, 1996). This action by the USDA casses” (USDA, 1996). This is not true since many
would result in layoffs, loss of reputation, and lost strategies must be used together to realize reductions in
business. In addition, flocks must be processed by Salmo nella.
another plant that is owned by the same company
or the birds must be sold to another processor. Hatching
These regulations have caused enormous problems
To red uce the prevalence of Salmo nella on poultry
within the poultry industry. Initial baseline studies by
carcasses during processing, a number of approaches
the USD A indicated that nationwide, raw broiler chick-
have proven useful; however, to be truly successful at
en carcasses were 20 percent positive for Salmo nella.
controlling Salmo nella, intervention strategies should
Thus, the U SD A set the maximum limit for Salmo nella
be implemented during the breeding, hatching, grow-
on chicken carcasses at 23 percent. By taking the aver-
out and transportation phases of poultry production as
age prevalence nationwide, and making it the new
well. Salmo nella spp. may be found in the nest boxes of
maximum level for prevalence, the USD A effectively
breeder chickens, cold egg storage rooms at the farm,

3
255
on the hatchery truck, or in the hatchery environment
(Cox et al., 2000). These bacteria may then be sp read to
fertilized hatching eggs on the shell or, in some cases,
may penetrate the shell and reside just beneath the sur-
face of the eggshell.
Research has demonstrated that contamination of
raw poultry products with Salmo nella spp. may be
attributable to cross-contamination in the hatchery from
Salmo nella infected eggs or surfaces to uninfected baby
chicks during the hatching process. Cox et al. (1990
and 1991) reported that broiler and breeder hatcheries
were highly contaminated with Salmo nella spp. Within
the broiler hatchery, 71 percent of eggshell fragments,
80 p ercent of chick conveyor belts swabs, and 74 per-
cent of pad samples placed under newly hatched chicks
contained Salmo nella spp. (Cox et al., 199 0). Figure 1. Electrostatic spraying system in the
Cason et al. (1994) reported that, although fertile plenum of a hatchery.
hatching eggs were contaminated with high levels of
Salmonella typhimurium, they were still able to hatch. 2. Spray disinfectant every 30 minutes during setting
The authors stated that paratyphoid salmonellae do not and hatching to prevent cross-contamination.
cause adverse health effects to the developing and 3. Thoroughly clean an d sanitize setters and h atchers
hatching chick. Du ring the h atching process, Salmo- regularly using documented sanitation stan dard
nella spp. is readily spread throughout the hatching operating procedures (SSOP s).
cabinet due to rapid air movement by circulation fans. 4. Regularly monitor eggshell fragments, chick paper
Wh en eggs were inoculated with a marker strain of pads, and chick dander from the bottom of the
Salmo nella during hatching, greater than 80 percent of hatching cabinet for Salmo nella.
the chicks in the trays above and below the inoculated
eggs were contaminated (Cason et al., 1994). In an
earlier study, Cason et al (1993) demon strated that Growout
salmonellae on the exterior of eggs or in eggshell mem- The modern broiler chicken has been bred over the
branes could be transmitted to baby chicks during years to be a veritable “eating machine.” During grow-
pipping. out, broiler chickens eat approximately every 4 hours.
Salmo nella may persist in hatchery environments Frequent eating is advantageous because birds that eat
for long periods of time. W hen chick fluff contami- this frequently gain w eight and put on edible muscle
nated with Salmonella was held for 4 years at room rapidly. This attribute may be considered a disadvan-
temperature, up to 1,000,000 Salmo nella cells per gram
could be recovered from these samples (Muira et al.,
196 4).
Researchers have demonstrated a link between
cross-contamination in the hatchery and contaminated
carcasses during processing. Goren et al. (1988) iso-
lated salmonellae from three different commercial
hatcheries in Europe and reported that the same sero-
types found in the hatcheries could be found on pro-
cessed broiler chicken carcass skin. Thus, proper
disinfection of the hatchery environm ent and fertile
hatching eggs is essential for reducing Salmo nella on
ready-to-cook carcasses. Suggestions for elimination of
Salmo nella in the hatchery include:
1. Install a disinfectant fogging system or electrostatic
spraying system in the hatchery plen um (Figure 1),
setters and hatchers (Figure 2) that are linked to a Figure 2. Electrostatic spray application of sanitizer
timer system. in a hatching cabinet.

2564
tage for maintaining the sanitary quality of the bird
during processing.
At the end of the growout period, prior to catching
the birds and cooping them for transportation to the
processing plant, the feed is removed from the birds for
a period of approximately 3 to 7 hours. During this
time, birds become hungry and begin to search for
food. Because no food is available to them in the
feeders, they begin to search for feed on the floor,
which may be contaminated. This activity has been
demonstrated to significantly contribute to the level of
Salmonella on processed carcasses (Byrd et al., 200 1).
Figure 4. Crop removal machine.
Studies have shown that many birds entering the pro-
cessing p lant have high levels of Salmo nella in their
crops as a result of this litter pecking (Byrd et al.,
200 1) (Figure 3).
Salmo nella in the crops of chickens that have con-
sumed litter may be spread from carcass to carcass
during the crop removal process (Hargis et al., 1995,
and Barnhart et al., 1999). During cropping, the crop-
per piston is inserted into the vent area of the carcass
and continues through the entire carcass, spinning as it
goes (Figure 4).
The piston has sharp grooves on the end of it that
pick up the crop and wraps the crop around the end of
the cropper piston (Figure 5). As the piston moves Figure 5. Cropper piston removing crop.
through the neck opening, the cropper piston comes in
contact with a brush that removes the crop from the
piston (Figure 6). Then the piston, while spinning, goes
back through the entire carcass.
If the crop breaks during this removal process, the
contents leak onto the cropp er piston and are trans-
ferred to the interior and exterior of the carcass, possi-
bly spreading Salmo nella (Figure 7).
Studies have been conducted by Dr. Allen Byrd of
the U SD A-A gricultural R esearch S ervice (ARS ) in
which the crop s of live birds were filled with

Figure 6. Crop removal brush.

Figure 3. Fecal material in crop of chicken upon Figure 7. Liquid in the crop that may contami-
arrival at back dock of processing plant. nate carcass.

2575
fluorescein dye. After 30 minutes, the birds were pro- Coop Disinfection
cessed. By examining the carcasses at different stages
of processing under a black light, crop contents that Conventional cage-dump systems used in the
were transferred to the inside or outside of the carcass poultry industry are very difficult to clean and sanitize
could be clearly visualized. These studies have shown (Figure 8).
that commercial croppers result in a large amount of If transportation coops are to be cleaned, they must
contamination of the inside and outside of the carcas- be thorough ly washed and sanitized. Remove dry
ses. Thus, efforts should be m ade to control Salmo nella excreta before washing if possible. Some companies
in the crop prior to the crop rem oval process. have implemented rinsing systems that do not tho-
Some companies have been successful at controlling roughly clean excreta off coops. This rehydrates the
Salmo nella in the crop by acidifying the birds drinking excreta, allowing Salmo nella to proliferate.All of the
water during the feed w ithdrawal process. A cetic, citric environmental conditions (nutrients, pH, moisture and
and lactic acids have all been used at low concentra- temperature) that Salmo nella require to multiply are
tions (0.3 to 0.5 percent) to acidify the crop to the available if the comp any simply rinses the coops. If
extent that Salmonella are unable to survive. Byrd et al. disinfection systems are used, be su re they are cap able
(2001) found that lactic acid was most effective and of thoroughly removing excreta prior to sanitizing the
that 0.44 percent lactic acid in the waterers of broilers coops.
during the feed withdrawal period reduced Salmo nella
contaminated crops by 80 percent. This effect carried Sanitation
over to the pre-chill carcasses on which the prevalence
of Salmo nella was reduced by 52.4 percent (Byrd et al., All poultry companies in the U nited States are
2001). When acidifying drinking w ater using lactic requ ired to operate using guidelines spelled out in their
acid, it is best to gradually expose the birds to higher SSO P manual. These SSOPs describe exactly how each
and higher levels of acid in the water the week before piece of equipment and processing area (walls and
birds are to be caught. The key is to make the lactic floors) should be cleaned and sanitized. P rior to initi-
acid concentration as high as possible while insuring ation of production, evaluate processing equipment
that the birds continue drinking the water. Suggestions surfaces to ensu re that they have been prop erly sani-
for elimination of Salmo nella in the crop prior to tized. Equipm ent surfaces should be clean and free of
processing are as follows: processing residue. Different companies consider
1. Apply lactic acid to drinking water of the chickens sanitation in a trem endous variety of ways. R ecently a
before the feed withdrawal period. company claimed that they “do not have time for
sanitation.” With the United States being a country of
2. Begin by applying sm all amoun ts and gradually
extreme litigation in cases of food-borne illness where
increase levels until they reach 0.5 percent (0.64
negligence has been established, it is untenable that
oz. of lactic acid/gallon of w ater).
some companies take this approach .
3. Occasionally have the QA employees check the pH
Many poultry companies use old, outdated and
of the crops of birds at the plant to insure that they
ineffective methods for determining sanitary status of
are being acidified.
equipment. Traditional swabbing methods are slow (48
hours), expensive, inaccurate (many of the bacteria on
surfaces are psychrotrophic and are not detected using a
traditional plate count), and ineffective because inade-
quately cleaned surfaces cannot be detected prior to
production. Evaluate equipment surfaces using a “real-
time” contamination or b acterial detection system to
determine their microbiological condition. Adenosine
triphosphate (ATP ) bioluminescence is a “real-time”
monitoring proced ure because an incubation period is
not required and cleanliness can be assessed in 1 or 2
minutes. Many poultry companies are interested in this
new technology because they can determine the effec-
tiveness of their sanitation procedure immediately and
make corrections such as re-cleaning and sanitizing
Figure 8. Dirty cage-dump system. before production begins, instead of having to discard

6
258
product produced on inadequately sanitized processing If the pH of the water is too high (>8.0), then bleach
lines. The ATP method has been made simple and inex- added to chlorinated rinse waters or chiller water will
pensive so quality control or sanitation personnel can be ineffective, as the bleach will drive the pH up even
use it daily. further. At pHs above 8.0, ch lorine is not foun d in its
Moreover, the AT P technique fits into a Hazard active form (hypochlorous acid) in high quantities and
Analysis and Critical Control Point (HAC CP) scheme. is ineffective for killing bacteria. If lye is used in the
Proper cleaning and sanitation of equipment can be water reservoir that supplies the plant as a means of
considered a control point that is critical to the safety of reducing the effects of acid rain, and the pipe that feeds
food products. Because all H AC CP program s require the plant picks up this lye, then the pH of the water
that the processor be able to control these critical con- may be driven up to 10 or greater, causing problems
trol points, it would be impossible to use traditional with the chlorine as previously discussed. If am monia
microbiological methods for assessing the efficiency of has been added by the city to the incoming water, there
sanitation, since 24 to 48 hours is not an acceptable is a greater likelihood that, wh en chlorine is added to
time frame for identifying improperly cleaned equip- the water, some of the chlorine will form trichlora-
ment. The need for an immediate assessment of mines. Trichloramines form noxious odors and, even
sanitation efficiency has increased the popularity of though the plant may be using very low levels of
ATP bioluminescence. chlorine (<20 ppm), the inspectors and employees may
One consideration with A TP biolum inescent assays complain about the odor, cau sing the plant to have to
is that, when sampling food contact surfaces in a reduce chlorine levels, resulting in inadequate bacterial
poultry processing facility, the surfaces have often just reduction. Some companies using well water have
been exposed to sanitizers. San itizers and cleansers are complained abou t decreased shelf-life of their product.
formulated to kill microorganisms and/or remove pro- These companies should evaluate their well water to
cessing residues from food processing equipment or determine if bacterial levels are excessive. If the wells
food contact surfaces. M any sanitizers and cleansers are contam inated, they need to be shock-treated w ith
contain compon ents that break d own or d estroy organic chlorine. Evaluate well and city water to be sure no
material such as fats, proteins and biological mem- chemical or biological contaminant is present. Water
branes. Green et al. (1998 and 1999) dem onstrated that hardness should be controlled because salts contained
exposing ATP bioluminescen ce reaction compon ents in hard water can make some disinfectants ineffective.
directly to sanitizers an d cleansers may significantly
redu ce ATP readings. Of the nine chem icals tested in Ice
the study, quaternary ammonia increased ATP readings
(Green et al., 1999). Sodium hypochlorite (bleach) had Evaluate the ice supply in the plant. In one proces-
no effect on AT P readings. Lactic acid at concentra- sing facility, water from the processing floor was
tions of 0.5 percent and higher reduced readings by 75 allowed to run freely into the fresh ice supply, to be
percent (Green et al., 199 8). ATP measurements were placed back on fin ished read y-to-cook carcasses. In
significantly (P<0.05) reduced by approximately 60 another case, a fresh ice bin was placed under the
percent when levels of trisodium phosphate exceeded 1 corner of a drip pan that was collecting exudate under
percent. H ydrogen peroxide at 1 percent significantly raw chickens on the processing line. The contaminated
(P<0.05) decreased AT P measurements by approxi- water from the drip pan was draining into the fresh ice
mately 60 percent. These results indicate that com mer- to be used on product. In another instance, augers used
cial sanitizers m ay negatively affect A TP readings if to transport ice around the plant were located on the
the sanitizer is allowed to come into direct contact with roof of the plant and were uncovered. Birds were able
the ATP bioluminescence reagents (Green et al., 199 8). to roost on the edge of the augers and defecate in the
ice.
Water Carefully store and transport fresh ice to be used on
product to ensure that it does not become contami-
Evaluate process w ater frequently todetermine its nated prior to being used on product. Evaluate the
characteristics. Evaluate incoming water for the follow- following with regard to fresh ice:
ing: 1. Ice is transported using covered augers.
1. pH 2. Ice containers are protected from contamination by
2. Ammonia covering them with plastic.
3. Contam inants 3. Ice house is protected from contamination by
4. Hardn ess employees or other sources.

7
259
4. Evaluate total air volume coming into the plant and
make sure the temperature of the air is controlled,
even during the summ er months.

Employee Hygiene
Employee hygiene is also an important part of keep-
ing con tamination down in the plant. Some poultry
processing plants em ploy individ uals that have cattle
farms. These employees have cattle in their yards at
home and are allowed to wear their street clothes and
boots in to the plant. Any Salmo nella on their clothes or
boots from the cows may be tran smitted to the product.
Figure 9. Ice chute in po ultry processing plant. All plants should be equipped with mandatory hand-
washing/sanitizing stations that are refreshed fre-
4. Ice chutes (Figure 9) are evaluated occasionally for quently. There should be no access to restrooms
microbial contamination using psychrotrophic plate directly from the processing floor. Each employee
counts. should begin his or her shift with a clean, long smock,
hairnet and gloves (Figure 10).
Air Supply Examine employees daily for illness. Send visibly
sick employees home. Briefly interview foreign
Thoroughly evalute the air sup ply for the plant to employees returning from their hom e coun try to deter-
determine its source and whether there is positive or mine if they have had any food-borne illnesses. They
negative pressure inside the plant. In one processing may be asymptomatic carriers similar to Typhoid M ary,
facility, all of the air within the plant was flowing who was infected with typhoid fever in 1900. She
through the inside of a trash compactor. In another worked as a cook an d spread the disease to 22 people
instance, the air being blown onto the live birds outside between 1900 and 1907, causing one death. Later, she
to keep them cool was coming directly into the plant became a cook at a hospital and 25 more people be-
and onto finished ready-to-cook carcasses. In another came infected and two people died. T hese individu als
plant, the wastewater facility was only 30 yards from may be carrying Salmo nella or Shigella and not be
the door of the processing room and the plant had nega- aware of the risk they pose to the consumer. Only 10
tive air pressure. All of these conditions may greatly cells of Shigella are required to cause a severe, life-
contribute to contamination. Abu-Ruwaida et al. (1994) threatening food-borne infection.
dem onstrated that Salmo nella spp. were frequently Many Central or South American employees of
isolated from air samples where live birds carrying the modest social background are unfamiliar with U.S.
organisms were handled. hygiene customs. They often discard used toilet paper
It is important to go to each plant exit doorway, on the floor in the restroom next to the toilet because
crack it slightly, and try to determine if the air is going they believe it will clog the plumbing. Although this is
into or out of the processing plant. It should be going
out. If it is flowing into the plant, then the plant has
negative pressure and it needs to have more clean
make-up air pumped into the plant. Otherwise, all con-
taminants outside will be pulled into the plant. Some
strategies for ensuring that the air supply is clean are:
1. Evaluate the environmental air make-up to ensure
that it is clean.
2. Determine if each room has p ositive or negative air
pressure and strive for positive pressure.
3. Evaluate the air supply for compressors that feed
air to areas such as the chiller for bacterial con-
taminants.

Figure 10. Employees wearing proper clothing.

8
260
a com mon practice in processing plants today, it is on in the process can lead to contamination of equip-
completely unacceptable and every employee must be ment downstream.
retrained intermittently to discontinue this practice.
Anyone who may step on toilet paper from an asymp- Scalder
tomatic Salmo nella carrier will track the organism into The scalder is one of the most important areas in the
the plant and it will likely make its way onto product. processing plant in which cross-contam ination with
Strategies for controlling the hygiene of personnel are: Salmo nella occurs (Okrend et al., 1986). The water in
1. Control personnel flow (i.e., they should not go most scalders in the U.S. does not move against the
from the kill room to the deboning area or from a carcasses, going from the exit of the scalder toward the
cattle farm into the processing p lant). entrance (counter-current) and contains high levels of
2. Con trol personal hygiene using written standard excreta (Figures 11 and 12). This opposing water flow
operating procedures that are spelled out for each is essential to wash the birds and remove contamination
area and monitored by managers daily. from the birds as they travel throu gh the scalder.
Counter-current flow may be accomplished by adding a
3. Managers should evalu ate emp loyee health daily.
steel barrier between the lines of chickens going in
4. Managers should question employees returning
either direction. B y separating these chickens, bacteria
from foreign coun tries about food-borne illness.
that are washed off of the external surface of the chick-
5. Em ployees must be held accountable for their fail- ens entering the scalder are not transferred to chickens
ures to use hygienic practices. that are exiting the scalder. The rate of water flow
6. Managers should train employees regularly con- should be high, so as to dilute the concentration of
cerning proper hygiene. foreign material and bacteria in the scalder. There is a
common adage that goes “A dilution is the solution to
Processing pollution,” and it applies in this case. Plants that are not
equipped w ith multi-stage scald ers should attempt to
Incoming Birds make their scalders multi-stage.
Som e companies have found that their scalders are
If birds com ing into the plant are dirty, then install a not long enough to thoroughly rinse caked material
brush system w ith a pressurized, chlorinated rinse to from the outside of the birds.These companies have
remove foreign material. In one processing plant, added sections to their scalders to increase length. In
chickens coming into the plant were coated with excre- addition, the temperature of the scalder should be
ta because the chickens were large (>7 lbs.), the weath- maintained as high as p ossible without causing visible
er was hot, and misting systems were used in the grow- defects to finished carcasses, such as breast striping.
out houses to keep the birds cool. As a result, all of the The water where the birds exit the scalder should be
external organic material could not be removed from fairly clean. One company installed a water recycling
the birds during scalding. This condition led to exces- system that takes all rinse water from equipment and
sive contamination of processing equipment and chiller carcass rinsers in the plant and recycles the water using
water in this plan t. Thus, excessive contamination early diatomaceous earth filters. The water is then ozonated,

Figure 11. Scald water containing a high concentra- Figure 12. Scald water that is not flow ing and acts
tion of excreta. as a bath.
9
261
heated and returned to the scalder. In one processing If birds are not held off feed long enough (<8
plant, this system has had an enormous impact on hou rs), the intestin es will be full of digesta (N orthcutt
Salmo nella prevalence on finished product. et al., 1997). If full intestines are nicked during evis-
Suggestions to ensure that scalders are operating ceration, contents likely will be spread to the inside or
optimally with regard to decreasing cross-contamina- outside of the carcass, to other carcasses and to proces-
tion include: sing equipment. A lso, if pressure is applied to the out-
1. Make sure scald water flows in the opposite side of a bird with full intestines, the contents may
direction as the birds (counter-curren t). come out of the vent and spread onto the carcass.
Immediately after venting, if the colons are full of
2. Put as much fresh water into the scald er as possible
material, then the contents will leak onto the carcass,
to dilute Salmo nella concentrations.
especially if any line jerking or swinging occurs (Fig-
3. Keep scalder water temperature as high as p ossible ure 14). Insufficient feed withdrawal time is perhaps
without causing breast striping. the most important factor in meeting the “zero
Feed Withdrawal tolerance” standard for contamination on carcasses
entering the chiller. Reprocessing levels as high as 75
Prior to evisceration, carcasses should be evaluated percent and line speeds as low as 20 birds/minute have
to determine if the birds have undergone proper feed been reported in plants due to excessive contamination
withdrawal. By examining the abdominal cavity to see as a result of insufficient feed withdraw al times.
if it is concave (small amount of feces in the intestines) Excessive contamination on incoming birds causes
or convex (large amoun t of feces in the intestines), it is the water in the scalder to become dirty. This water
possible to determine if the birds have been withdrawn may then be driven into the feather follicle during pick-
from feed long enough. ing (Figure 15, page 11).
Moreover, the intestinal tracts on the intestines The carcass then proceeds to the chiller. When
hanging from the birds after evisceration should be flat exposed to the icy cold water in the chiller, the feather
(Figure 13) and not full of digesta or bloated with gas follicle contracts to hold the contaminated water in the
(Northcutt et al., 1997). In the processing plant, birds follicle. T his is one reason that pathogenic bacteria
held off feed for extended periods may exhibit a higher cannot be eliminated in the chiller simply by adding
incidence of contamination with pathogens due to loose antimicrobial agents. Also, pathogenic bacteria may
droppings as the result of cross-contamination from become encased in fat globules and may be spread from
bird to bird during transport. These birds may have carcass to carcass during chilling. The bacteria are
intestines that are distended with gas which, if nicked protected from destruction within the feather follicle or
during evisceration , may explode and disperse contents by fat globules. Therefore, to reduce Salmo nella
onto the carcass, other carcasses or processing mach- prevalence on processed carcasses, every effort must be
inery. Extended periods of feed withdrawal also cause made to reduce contamination in the field and during
the tensile strength of the intestines to become weak processing. To accomplish this, feed withdrawal
(Northcutt et al., 1997). W eakness increases the pro- regimens should be strictly followed.
pensity for them to be torn during evisceration.

Figure 14. Fecal contamination due to feces leaking


Figure 13. Flat intestines indicate proper feed with- from colon. Line swinging caused feces to be spread
drawal time. to the back of the carcass.
10
262
Figure 15. Broiler picking system. Figure 16. Intestinal cuts due to improperly func-
tioning venting machine.
Venter/Opener/Eviscerator
If the venter, opener or eviscerator are misadjusted,
nicked or cut intestines may cause the spreading of
contaminated contents to the inside and outside of the Figure 17. Torn
carcass (Figures 16 and 17). Make sure these pieces of intestines and
equipment are adjusted properly to prevent contam- nicked vent due to
ination. improperly func-
Cropper tioning venting
machine.
Carcasses exiting the cropper should be evaluated to
determine if there is evidence of ingesta from torn crops
or improperly cleaned pistons on or inside the carcass.
Pistons should be cleaned and sanitized each time they
exit a carcass and are ready to enter another, and each
time they go through a carcass and the brush removes
the crop from the piston (Figures 5 and 6). This
decreases cross-contamination with Salmonella from
carcass to carcass because crops are often con-
nozzle. This had a dramatic influence on bacterial
taminated with Salmonella (Hargis et al., 1995). More-
levels.
over, the other parts of the cropper should be rinsed
If bleach is added to spray rinses or the IOBW, the
with chlorinated high-pressure sprays as well.
pH will rise to unacceptable levels. The pH should be
Inside/Outside Bird Washer (IOBW) monitored to ensure that it is not too high. If so, the pH
of the water should be reduced using a food-grade or-
and All Other Washers or Rinses ganic acid or carbon dioxide gas. General suggestions
The water from these sprayers or rinses should be for all washers and rinsers include:
checked frequently to determine chlorine levels, pH, 1. Maintain proper nozzle pressure.
pressure and distribution. In one processing facility, the
2. Maintain proper water pH.
IOBWs had very little water pressure. When con-
fronted, the maintenance manager said, “Oh, do you 3. Maintain proper chlorine level.
want this turned up? I had it turned down so that it 4. Maintain proper water distribution on the carcass or
wouldn’t spray people as they walked by.” This is a equipment.
case of someone changing the process without under-
standing the microbiological effect on the carcass. Automated Reprocessing Systems
In another instance, a company’s E. coli results Trisodium phosphate (TSP)
became unacceptable within one day and continued that
Use of trisodium phosphate (TSP) over the years has
way. The maintenance manager had swapped the
been encouraged by the USDA as an approved method
nozzles in the IOBW for a different type of low flow
26311
Figure 18. Trisodium phosphate system (TSP). Figure 19. Rinse cab inet installed to remove tri-
sodium phosphate from carcasses after treatm ent.
for automated reprocessing. TSP is costly to use
because of the high concentration (10 percent) used on rinse the TSP off the carcass prior to entering the chiller
carcasses (Figure 18). The negative aspects to using (Figure 19).
TSP in poultry processing plants should be considered.
Alcide (Sanova) Acidulated Sodium Chlorite
Residual TSP on carcasses causes the chiller water
pH to increase dram atically. In plants where TSP is This product is approved as a poultry spray or dip at
used, the chiller water will generally be in the pH range 500 to 1200 ppm singly or in combination with other
of 9.7 to 10.5. This is extremely high and preven ts GRAS acids to achieve a pH of 2.3 to 2.9 as an auto-
chlorine from being converted to its effective form, mated reprocessing method. In chiller water, sodium
hypochlorous acid. Hypochlorous acid forms most chlorite is limited to 50 to 150 ppm singly or in com-
effectively when water is in the pH range of 6.5 to 7.5. bination with other GR AS acids to ach ieve a pH of 2.8
Thus, plants using TSP are wasting their bleach. T his is to 3.2. Studies have shown that it can reduce Salmo-
not a desired situation because chlorine is very effec- nella contamination from 31.6 percent prevalence to 10
tive against Salmo nella. percent prevalence (Kemp et al., 200 1). M any poultry
In fact, plants in the southeastern United States that processing facilities have switched from TSP systems
have installed a TSP system have often seen their to Sanova as an approved automated reprocessing
Salmo nella prevalence increase wh en compared to system because it appears to reduce Salmo nella more
levels prior to usin g the TSP. This is m ost likely due to effectively than TSP.
the TSP washing Salmo nella off one carcass and onto
Chiller
other carcasses. K eep in mind that Salmo nella washed
from one carcass to another may be reducing the num- More bacterial reduction (both numbers and preva-
ber of Salmo nella on one carcass, but it is significantly lence) can be accomplished in a properly balanced
increasing the prevalence of Salmo nella on other car- chiller than anywhere else in the processing p lant. Most
casses. The USDA is only concerned with prevalence, studies demonstrate that the ch iller can significantly
not numbers of cells. Scientists have reported that reduce Salmo nella prevalence (Izat et al., 1989) if
Listeria monocytogenes is resistant to the effects of operating properly. As with the scalder, the pH , temper-
trisodium phosphate (TSP), and exposure to a high (8 ature, flow rate, flow direction, chlorine concentration,
percent) level of TSP for 10 minutes at room tempera- and concentration of organic material (digesta, fat,
ture is required to reduce bacterial numbers by 1 log 10 blood) is crucial in order for the chlorine in the chiller
after a colony has grown on a surface and a protective to do its job. The pH shou ld be 6.5 to 7.5, the tempera-
layer (biofilm) has been formed . ture shou ld be below 40 degrees F, the flow rate should
If a poultry company is having trouble with high be high (at least one gallon per bird), and the flow
Salmo nella prevalence and have an op erating TSP sys- direction should be counter-current (Figure 20, page
tem in place, it must make major adjustments to reduce 13).
Salmo nella prevalence. CO 2 gas systems have been The organic material in the chiller is determined by
added to the aeration systems of chillers as a way to three factors: the flow rate, flow direction and the
redu ce the pH of the water so when chlorine is added, it cleanliness of the scalder. More organic material
will form hypochlorous acid. Also, post TSP treatment (blood, digesta, fat) in the chiller will result in less
rinse cabinets up to 26 feet long have been installed to
12
264
chlorine being available to kill bacteria, as it will be
bound u p and rendered useless by the organic material.
It is also preferable to ozonate and filter the recy-
cled, rechilled (redwater) to decrease organic material
and to add an additional level of sanitation. Many of
the chillers in the industry are more like a bath than a
river. The water is stagnant and organic material builds
up during the shift. Also, fat builds up on the chiller
paddles and sides of the chiller. This allows for Salmo-
nella to be encased in the fat, offering it protection
from the sanitizers used in the chiller. Suggestions for
maintaining a balanced chiller include:
1. Maintain proper water flow direction (cou nter-
current). Figure 20. Fresh water input to chiller exit makes
2. Maintain proper water pH. the water flow in a counter-current direction.
3. Maintain proper chlorine level. person of this caliber should be hired and should be
4. Maintain w ater temperature below 40 degrees F. supported by upper management.
Management
Conclusion
In cases of Salmo nella failure, each company shou ld
get someone to review its operation from the ground up Reducing Salmo nella prevalence requires a mu lti-
and construct an appropriate solution as soon as p ossi- hurdle approach at all stages of breeding, hatching,
ble; this is a difficult prob lem to deal with and it growout, transportation and processing. No “silver
requires someone w ith knowledge of the entire pou ltry bullets” can be added at a single point in production or
operation and knowledge of how to implement strate- processing that will completely eliminate Salmo nella
gies throughout an operation. on chickens.
A serious need exists for highly informed Directors Nu merous studies are being con ducted by the poul-
of Food Safety at the corporate level of each poultry try industry, academe and the U SD A, attempting to
company who are familiar with all aspects of produc- devise solutions to this problem. W e hope that inter-
tion and processing that affect the safety of the finished vention at all stages of poultry production coupled w ith
product. At the present time, very few companies have innovative sanitizers an d disinfection processes will
such an individu al. This person should be familiar with dramatically reduce the prevalence and level of Salmo-
the pH and chlorine level of the chiller and the concen- nella on processed chicken carcasses and, at the same
tration and type of chemical used to disinfect eggs in time, decrease the prevalence of salmonellosis in the
the hatchery on a daily basis. In order for a company to population.
get handle a problem such as a Salmo nella failure, a

265
References
Abu-Ruwaida, A. S., W. N. Sawaya, B. H. Dashti, M. Murad, and H. A. Al-Othman. 1994. Microbiological
quality of broilers during processing in a modern commercial slaughterhouse in Kuwait. J. Food Prot.
57:887-892.
Barnhart, E. T., D. J. Caldwell, M. C. Crouch, J. A. Byrd, D. E. Corrier, and B. M. Hargis. 1999. Effect of
lactose administration in drinking water prior to and during feed withdrawal on Salmonella recovery from
broiler crops and ceca. Poultry Science 78:211-214.
Byrd, J. A., B. M. Hargis, D. J. Caldwell, R. H. Bailey, K. L., Herron, J. L. McReynolds, R. L. Brewer, R. C.
Anderson, K. M. Bischoff, T. R. Callaway, and L. F. Kubena. 2001. Effect of lactic acid administra-tion in
the drinking water during preslaughter feed withdrawal on Salmonella and Campylobacter contamination of
broilers. Poultry Science 80:278-283.
Cason, J. A., J. S. Bailey, and N. A. Cox. 1993. Location of Salmonella typhimurium during incubation and
hatching of inoculated eggs. Poult. Sci. 72:2064-2068.
Cason, J. A., J. S. Bailey, and N. A. Cox. 1994. Transmission of Salmonella typhimurium during hatching of
broiler chicks. Avian Dis. 38:583-588.
Cox, N. A., M. E. Berrang, and J. A. Cason. 2000. Salmonella penetration of egg shells and proliferation in
broiler hatching eggs – A review. Poult. Sci. 79:1571-1574.
Cox, N. A., J. S. Bailey, J. M. Mauldin, and L. C. Blankenship. 1990. Research note: Presence and impact of
Salmonella contamination in commercial broiler hatcheries. Poultry Sci. 69:1606-1609.
Cox, N. A., J. S. Bailey, J. M. Mauldin, L. C. Blankenship, and J. L. Wilson. 1991. Research note: Extent of
salmonellae contamination in breeder hatcheries. Poultry Sci. 70:416-418.
Green, T. A., S. M. Russell, and D. L. Fletcher. 1998. Effect of chemical sanitizing agents on ATP
bioluminescence measurements. J. Food Prot. 61(8):1013-1017.
Green, T. A., S. M. Russell, and D. L. Fletcher. 1999. Effect of chemical cleaning agents and commercial
sanitizers on ATP bioluminescence measurements. J. Food Prot. 62(1):86-90.
Goren, E., W. A. de Jong, P. Doornenbal, N. M. Bolder, R. W. Mulder, and A. Jansen. 1988. Reduction of
Salmonella infection of broilers by spray application of intestinal microflora: A longitudinal study. Vet. Q.
10:249-255.
Hargis, B. M., D. J. Caldwell, R. L. Brewer, D. E. Corrier, and J. R. DeLoach. 1995. Evaluation of the chicken
crop as a source of Salmonella contamination of broiler carcasses. Poultry Science 74:1548-1552.
Izat, A. L., M. Colberg, M. H. Adams, M. A. Reiber, and P. W. Waldroup. 1989. Production and processing
studies to reduce the incidence of salmonellae on commercial broilers. J. Food Protect. 52:670-673.
Kemp, G. K., M. L. Aldrich, M. L. Guerra, and K. R. Schneider. 2001. Continuous online reprocessing of fecal-
and ingesta-contaminated poultry carcasses using an acidified sodium chlorite antimicrobial intervention. J.
Food Protect. 64:807-812.
Muira, S., G. Sato, and T. Miyamae. 1964. Occurrence and survival of Salmonella organisms in hatcher chick
fluff in commercial hatcheries. Avian Dis. 8:546-554.
Northcutt, J. K., S. I. Savage, and L. R. Vest. 1997. Relationship between feed withdrawal and viscera condition
of broilers. Poultry Science 76:410-414.
Okrend, A. J., R. W. Johnston, and A. B. Moran. 1986. Effect of acetic acid on the death rates at 52 C of
Salmonella newport, Salmonella typhimurium, and Campylobacter jejuni in poultry scald water. J. Food
Protect. 49:500-503.
United States Department of Agriculture, Federal Register. 1996. 9 CFR Part 304 et al., Pathogen Reduction;
Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) Systems; Final Rule. Vol. 61, Number 144, pp. 38846-
38848.

26614
When you have a question ...
Call or visit your local office of The
University of Georgia’s
Cooperative Extension Service.
You’ll find a friendly, well-trained
staff ready to help you with infor-
mation, advice and free publications
covering agriculture and natural
resources, family and consumer
sciences, 4–H and youth development,
and rural and community development.

The University of Georgia and Ft. Valley State University, the U.S. Department of Agriculture and counties of the
state cooperating. The Cooperative Extension Service, the University of Georgia College of Agricultural and
Environmental Sciences offers educational programs, assistance and materials to all people without regard to
race, color, national origin, age, sex or disability.

An Equal Opportunity Employer/Affirmative Action Organization


Committed to a Diverse Work Force
Bulletin 1222 December, 2002
Issued in furtherance of Cooperative Extension work, Acts of May 8 and June 30, 1914, The University of
Georgia College of Agricultural and Environmental Sciences and the U.S. Department of Agriculture cooperating.

Gale A. Buchanan, Dean and Director

267
Processamento de Carne de
Frango: Últimas tendências
no desenvolvimento de
equipamentos

Dr. David Barker

Ir para a Ir para o
capa Índice
Processamento de Aves–Tendências em
Desenvolvimento de Equipamentos

AveExpo, Foz do Iguaçú, 20-08-2009

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Principais Tópicos

• Tendências de Mercado no Consumo Mundial de Carne


de Aves
• O Papel dos Fornecedores de Equipamento
• Tendências no Processamento de Aves
• Realizações até o Momento
• O Futuro.

269
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Tendências de Mercado
• Nossa indústria continuará a crescer
mundialmente
• Competitivade e aceitação universal
garantirão que a carne de aves se
mantenha e cresca em sua posição
de liderança
• Mais e mais aves serão processadas
em cada vez mais e mais produtos
acabados
• O desenvolvimento de novos
produtos será conduzido por
mercados de varejo para produtos
frescos e produtos processados.

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Desenvolvimento das exigências do


consumidor

Product innovation

270
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Nosso Papel como Fornecedores de


Equipamento
• Melhorar a eficiência de processamento
• Ajudar os processadores criar valores onde for possível
• Desenvolver novas tecnologias para garantir consistente
qualidade de produto e ótimos padrões de segurança
• Criar processos confiáveis e gerenciáveis
• Ajudar os processadores a maximizar a rentabilidade
sustentável.

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Melhorar a Eficiência de Processamento

• Acelerar os processos existentes


• Reduzir mão-de-obra
• Maximizar a eficiência da planta.

271
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Criar Valor
• Foco na contínua melhoria de rendimentos
• Assegurar o melhor aproveitamento de cada carcaça
• Soluções mecanizadas para novos produtos frescos de
valor agregado
• Agregar valor aos sub-produtos.

Temperado /marinado Cubos/Tiras Espetinhos Trussing Linguiça Fresca

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Qualidade de Produto e Higiene Alimentar

• Desenvolver equipamentos que sejam rápidos e fáceis de limpar


• Reduzir ao mínimo a necessidade de tocar o produto durante o
processo
• Manter num mínimo absoluto a contaminação cruzada durante o
processo
• Atenção na logística, particularmente nos departamentos de
embalgem de em aves inteiras e cortes
• Processar em linha.

272
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Criar Processos Gerenciáveis e Confiáveis


• Remover fatores impredizíveis do processo
• Tirar trabalhadores, qualquer entrada de mão-
de-obra deveria ser limitada somente a funções
de controle
• Eliminar acúmulos de produto
• Livrar-se de processos independentes
• Tecnologia durável e confiável capaz de
processar consistentemente em altos níveis o
material variável de entrada
• Coletar e apresentar toda a informação de
processo para poder gerenciar e repetir o
mesmo excelente resultado dia a dia.

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Tendências no Processamento de Aves

• Aves mais pesadas


• Velocidades de linhas mais altas
• Novas técnicas de atordoamento
• Processos em linha
• Crescente foco em produtos frescos de
valor agregado
• Crescente foco na adição de valor a
sub-produtos.

10

273
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Realizaçôes até o Momento

• Melhorar a eficiência de
processamento

11

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Velocidades de Processamento Primário

• Frango 12,000 aves/hora, subiu um terço nos últimos


dez anos. As atuais linhas de alta
velocidade podem trabalhar acima de
36,000 kg por hora

• PerusAté 60,000 kg por hora (facilitado pelo corte e


desossa de peito automaticos)
• Patos Até 5,000 aves por hora

12

274
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Economia de Mão-de-Obra – Processo


Primário
• A prioridade para processadores em mercados onde a
mão-de-obra é escassa e cara
• Processos primários de 12,000 frangos/hora – da
recepção de aves até/e incluindo resfriamento a ar –
podem ser feitos usando menos que 20 operadores
• Subir de 9,000 para 12,000 é necessário somente 4
operadores adicionais ou 750 aves/hora por operador
• Com exceção da pendura de aves vivas todos os
trabalhos restantes no processo primário são somente
funções de controle.

13

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Processamento Primário– cronologia e


progresso
• Automação de escaldagem e depenagem
• Automação de evisceração
• Sistemas de conteinerização do manejo de aves vivas
• Introdução de resfriamento a ar para produtos frescos na
Europa e mercados influenciados pelo processo Europeu
• Transferência automática de linha a linha
• Coleta automática de miúdos
• Pesagem em linha e avaliação computadorizada de
qualidade
• No caso de resfriado a ar, há opção de amaciamento
acelerado em linha usando eletro estimulação e técnicas
de maturação a frio.
14

275
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Economia de Mão-de-Obra – após


resfriamento
• Mecanização contínua aumentando as velocidades de
linha mesmo em distribuição de aves inteiras e atividades
de corte e desossa
• Estas agora são feitas na maior parte automaticamente
com somente funcionários para controle
• Melhor logística com menor manipulação de produto.

15

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Economia de Mão-de-Obra após


resfriamento – cronologia e progresso
• Pesagem em linha e avaliação visual de qualidade
• Corte automático
• Filetagem automática de peito/metade dianteira
• Transferência automática de linha em linha
• Coxa, sobrecoxa e desossa de perna inteira automaticas
• Automatização em linha e computadorização da
qualidade da carcassa inteira e partes
• Pesagem e bateladas em linha de pernas e coxas.

16

276
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Velocidades de Corte e Desossa de Frango

• Corte automático – 6,500+ aves/hora,


aumentou mais que 50% nos últimos
dez anos
• Desossa automática de peito – linhas
de 4,200+ peitos com osso agora é
comum
• Desossa automática de coxa/
sobrecoxa – 7,000+ pernas por hora.

17

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Maximizar a Eficiência da Planta

• Garantir o máximo de horas


efetivas produzidas
• Garantir ótima performance
• Dar aos gerentes da planta
informações permanentes em
tempo real necessárias para
obter máxima eficiência e
performance.

18

277
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Garantir Eficiência das Máquinas

• Máquinas projetadas para operar


confiavelmente em altas
velocidades sob regimes multi
turno
• Cooperação profunda na
manutenção entre fabricantes de
equipamentos e processadores
• Um valor típico de eficiência em
uma planta equipada com a última
tecnologia será próximo de 100%.

19

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Dar ao Gerenciamento Informação de


Processo em tempo real
• Contagem, pesagem e avaliação de qualidade em vários
pontos no processo dará a gerência informações
contínuas do que exatamente está acontecendo
• O gerenciamento será apto a identificar imediatamente
qualquer variação de rendimento
• O gerenciamento também saberá o número e o peso das
aves rejeitadas ou removidas durante o processo, bem
como a razão da rejeição ou remoção
• Se você não sabe o que está perdendo, não pode
tomar a ação necessária para evitar tais perdas.

20

278
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Dar ao Gerenciamento informação de


processo em tempo real

21

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Melhora na Eficiência do Processamento


por carcaça
• Hoje os custos por ave nas plantas de12,000 aves/hora
são 17% menor que uma planta de 9,000 aves/hora a dez
anos atrás
• Melhor eficiência da mão-de-obra
• Melhor uso do espaço e dos ativos fixos
• O uso da água pode ser abaixo de 8-9 litros por carcaça
• O consumo de energia (com equipamento tratado nesta
apresentação) pode ser abaixo de 0.1 kW por carcaça.

22

279
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Realizações até agora


• Aperfeiçoar a eficiência do processo
• Criar valor

23

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Foco na Melhoria Contínua dos Rendimentos


• Entrega das aves na planta em ótimas condições.
Mínima contagem de mortos na chegada
• Atenção no atordoamento para evitar marcas de
ossos quebrados/sangue
• Rendimentos mais elevados possíveis para
miúdos comestíveis
• Na Europa e mercados influenciados pela Europa,
técnicas aperfeiçoadas de resfriamento a ar e
maturação com perdas de peso reduzidas em
mais de 70%
• Aperfeiçoadas técnicas de corte e desossa
• Captação de dados detalhada permitindo que os
rendimentos sejam monitorados em tempo real
• Poucas aves perdidas ou desvalorizadas durante
o processo.

24

280
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Garantir que melhor uso será feito de


cada carcaça
• Contagem, pesagem e avaliação de qualidade em vários
pontos do processo permite ao gerenciamento otimizar
automaticamente a distribuição para um melhor retorno
• O processo pode dizer se é uma carcaça para destinar a
uma embagem inteira ou ser cortada e desossada
• No corte, o processo pode dizer como otimizar o corte da
carcaça
• A gerência dirige o processo com base nos pedidos
recebidos dos clientes e na matéria prima disponível
e trabalha sempre para obter o melhor encaixe
possível.
25

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Soluções Mecanizadas para novos produtos


frescos de valor agragado – um exemplo
• Mecanização em linha da produção de um popular
petisto de asa Francês
• Esse produto de valor agragado está agora começando a
decolar em outros mercados Europeus.

26

281
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Soluções Mecanizadas para novos produtos


frescos de valor agregado – segundo exemplo
• Sistemas flexíveis para marinar
porções de frango cortadas em
linha
• Economia de mão-de-obra
• Feito para um produto acabado mais
consistente
• Melhora a higiene do produto
• Serve para séries de produção longas
e curtas
• Oferece flexibilidade de
comercialização aos
processadores.
27

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Criar sub-produtos de valor – três


exemplos
• Coleta automática e resfriamento de miúdos comestíveis
melhorada
• Coleta automática de carne residual/nervos após
dosossa da metade dianteira. Carne/nervos coletado
pode ser melhor aproveitado em produtos processados
• Remoção automática seletiva de gordura abdominal
durante o corte. Gordura pode ser usada para, por
exemplo, a produção de biodiesel.

28

282
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Qualidade Consistente e Vida Útil

• Processos automatizados em linha usando a tecnologia


adequada com consistente alta performance
• Mão-de-obra bastante reduzida e só para funções de
controle
• Melhoria na logística – sem acúmulos de produto
• Processo mais curto possível desde a produção até a
distribuição
• Habilidade para rastrear e controlar corretamente o
produto.

29

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Processo Gerenciável e Confiavel

• Reduzir/Eliminar fatores
imprevisíveis no processo
• Garantir que melhor aproveitamento
em cada carcaça
• Criar processos transparentes, que
podem ser administrados de
maneira eficiente e eficientemente
prover ótima rentabilidade todos os
dias.

30

283
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Realizações até o momento


• Melhoria na eficiência do processo
• Criar valor
• O Futuro!

31

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Metas

• Melhorar ainda mais a eficiência dos processos


• Trazer sempre mais processos em linha
• Continuar a criar soluções mecanizadas para novos
produtos (frescos) de valor agregado
• Quanto maior a transparência da produção tanto maior
será o controle.

32

284
Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Produção geralmente significa montar um


produto a partir de um menor ou maior
número de partes individuais.

Nós fazemos o contrário!


A nossa tarefa é desmontar e
nosso objetivo é aproveitar o melhor
possível de cada parte desmontada.

33

Processamento de Aves–Tendências em Desenvolvimento de Equipamentos

Obrigado pela Atenção!

34

285
286
Design experimental e
recentes pesquisas com
enzimas

Dr. Jerônimo Brito

Ir para a Ir para o
capa Índice
Desenhos experimentais e
recentes pesquisas com enzimas

Jerônimo Ávito G. de Brito


Zootecnista, D. Sc. - Nutrição de Monogástricos
Com. Ind. Uniquímica Ltda - Depto. Técnico/P&D
pd@uniquimica.com

1- INTRODUÇÃO

A utilização de enzimas em dietas avícolas no Brasil, ganhou amplo espaço


na última década, sendo explicada por vários motivos entre os quais podemos
destacar alguns;
- A eficácia técnica-econômica do uso de “fitases” quebrou paradigmas
freqüentemente encontrados na implantação de uma nova ferramenta tecnológica,
neste caso, o uso das enzimas e complexos enzimáticos.
- A busca incessante por redução no custo por unidade de ganho na
indústria avícola está intrinsecamente ligada à redução no custo com alimentação.
- Variabilidade nos custos dos principais insumos/matérias-primas das
dietas, e em alguns casos variação na composição nutricional.
- Disponibilidade regional de ingredientes alternativos específicos que
apresentam perfil nutricional (proteína/carboidrato/lipídeos) diferenciada em
relação á dieta padrão nacional (milho-farelo de soja-farinha de carne e ossos).
- Adoção da ferramenta tecnológica por parte dos técnicos da indústria
avícola, acreditando e fomentando informações, creditando e validando os fatores
e motivos descritos acima.
Sob ponto de vista legislativo, no Brasil as enzimas se enquadram como
aditivos zootécnicos, que por conceito, segundo o MAPA (IN 13, Anexo I, item
3.5.1.d) retrata aditivos zootécnicos como “toda substância utilizada para influir
positivamente na melhoria do desempenho dos animais”. Ainda segundo o Anexo

288
II da mesma “Instrução Normativa” que trata mais especificamente aos grupos de
aditivos, pode enquadrar as enzima mais precisamente no item 4.a como “aditivo
zootécnico digestivo” sendo definida como “substância que facilita a digestão dos
alimentos ingeridos, atuando sobre determinadas matérias-primas destinadas à
fabricação de produtos para alimentação animal.
A legislação é clara, ou seja, para licenciamento de um produto comercial
para esta finalidade, entre outras necessidades descritas na(s) Instrução (ões)
Normativa (s) é primordial que se comprove eficácia técnica funcional da enzima
ou complexo enzimático.
Sob a ótica da acadêmica, apesar da incessante busca por respostas
também deflagrada na última década pelos pesquisadores nacionais, várias
respostas necessitam de respostas ou as respostas precisam de ajustes sobre o
uso adequado das enzimas. O(s) “porquê(s)?”, “onde?” e “para quem?” já foram
bastante explorados, mais ainda sim, às vezes, necessitam de esclarecimentos.
Acredita-se no entanto, que os principais focos da pesquisa atual e por
conseqüência, da utilização comercial seriam “como utilizar?” e talvez para espanto
de alguns “quanto utilizar?”. “Como utilizar?” seria um questionamento de base
técnica, por outro lado, “quanto usar” aborda tanto questões de ordem técnica,
assim como econômica e financeira.
Objetiva-se com a discussão que se segue, abordar algumas informações
sobre desenhos experimentais que focam comprovar e validar a eficácia do uso de
enzimas para aves que é objetivo primordial, inclusive das exigências da legislação
vigente, associadas à apresentação de pesquisas recentes que apontam novos
rumos ou mesmo que comprovem hipóteses levantadas que visam evidenciar mais
claramente “como” e “quanto” utilizar as enzimas no contexto da avicultura
industrial no Brasil, que é sem dúvida uma das mais desenvolvidas do mundo.

2- FORMAS DE USO DAS ENZIMAS versus DESENHOS EXPERIMENTAIS

O desenho experimental adequado para avaliação da eficácia técnica das


enzimas ou complexos enzimáticos é determinada pela forma de utilização adotada
para o produto. Normalmente na pesquisa e o uso corriqueiro à campo no Brasil é
caracterizado por duas formas básicas de utilização, que seriam, o uso “on-top”
(uso da enzima na formulação normal com expectativa de melhoria no
desempenho) e o uso das valorizações nutricionais (valorizações dos nutrientes do

289
ingrediente ou uso de uma matriz nutricional fixa para determinada inclusão e
espécie).

2.1 Uso de enzimas “on-top”

Alguns pesquisadores, entre os quais, Bertechini & Brito (2008), destacam


que a utilização de enzimas para frangos de corte e poedeiras comerciais com o
conceito “on-top” (excetuando fitases, que geralmente não proporciona resposta
positiva com o uso on-top) normalmente apresenta resultado imprevisível por uma
série de fatores, entre os quais se destacam: o desajuste de matrizes nutricionais
dos ingredientes básicos na formulação, as margens de segurança praticadas pela
indústria avícola, aliadas à limitação fisiológica das aves em fases específicas, para
se melhorar a sua eficiência alimentar, pela melhoria no aproveitamento de
nutrientes de uma dieta.
Aves em fases fisiológicas específicas, podem ser mais sensíveis ao uso de
enzimas na condições “on-top”. Da mesma forma uma determinada situação de
déficit nutricional (energia, aminoácidos, vitaminas e minerais) bem diagnosticada
pode ser foco interessante para esta prática do uso de enzimas. Exemplos
poderiam ser fases pré-iniciais, onde aves de corte e de postura apresentam
sabidamente, limitações no aproveitamento de nutrientes (produção endógenas de
enzimas) e as exigências preconizadas contribuem para o uso em alto volume de
ingredientes com eventuais componentes anti-nutritivos em maior proporção,
como farelo de soja (PNA’s e fitato) e aves poedeiras em pico de produção com
alta demanda nutricional e com baixa capacidade de consumo em função de altas
temperaturas ou outro fator qual quer.
Por outro lado, apesar da utilização factível e racional em função do
diagnóstico, a mensuração dos efeitos descritos nos exemplos acima apresentam
certo grau de dificuldade em função da variabilidade das respostas nestas fases.
Especificamente com frangos de corte nas fases pré-inicias (1-7 dias de idade ou
1-10 dias), a variação é relativamente alta e por conseqüência observar resultados
consistentes com significância torna-se geralmente complicado.
Para avaliar a precisão dos experimentos, um parâmetro comumente
utilizado pelos pesquisadores no Brasil tem sido o coeficiente de variação (CV, %),
o qual expressa o desvio-padrão como porcentagem da média. O CV permite que
comparações de uma mesma variável/medida/característica em diferentes

290
experimentos (Sakomura & Rostagno 2007). Os autores apresentam ainda, uma
revisão na qual os CV’s médios, em diversos ensaios científicos, para ganho de
peso (GP) e conversão alimentar (CA), que nesta fase seriam de 4,59% e 4,62%
respectivamente, bem superiores aos valores de 2,94% e 2,39% para as mesmas
características no período total de criação. Ainda em relação ao CV, Mohallem et
al. (2007), apresentam uma classificação do CV de acordo com seu valor, para as
características mais importantes de desempenho e carcaça para frangos de corte
sendo importante fonte de consulta para pesquisadores.
Geralmente, a obtenção de respostas com diferença estatística significante,
teria que ser no mínimo igual ao porcentual do CV, ou seja, a diferença para
conversão alimentar entre o grupo com uso de enzimas “on-top” e o grupo
controle teria nestas condições, necessariamente que ser no mínimo 4,62% (p.ex.:
considerando um valor padrão de CA até 10 dias de 1,119 a CA com enzimas teria
que ser melhorada para 1,067).
Contrariamente, a melhoria no desempenho de frangos de corte descrita na
literatura, com uso “on-top” das enzimas dificilmente supera 2%, o que nestas
condições geralmente não podem ser mensuradas. Em ocasiões como estas o
pesquisador pode usar ferramentas como aumentar o “n” experimental que é sem
dúvida uma das mais eficientes armas para minimizar o erro experimental, outra
possibilidade seria avaliar o lote até o final, com base na alta correlação entre
desempenho pré-inicial e desempenho como o todo do lote, que em situação de
menor influência do erro experimental (CV) a resposta poderia ocasionalmente ser
mensurada ao final do ciclo. Em se tratando de produção de ovos, o CV ainda é
maior, com média em torno de 7,16% (22 experimentos tabulados, segundo
Sakomura & Rostagno, 2007). Com poedeiras, talvez a melhor alternativa seja,
realmente uma boa uniformização das condições experimentais no período pré-
experimental, assim como a condução e acompanhamento criterioso da avaliação,
visando minimizar o erro experimental, para possibilitar detecção de menores
diferenças porcentuais entre tratamentos avaliados.

2.2 Uso de enzimas com redução nos níveis nutricionais (valorizações)

O uso mais corriqueiro das enzimas na avicultura nacional sem dúvida é


realizado através da redução nos níveis nutricionais das dietas. Esta prática é mais
comum em função da viabilização econômica das formulações com a expectativa,
no mínimo, da manutenção do desempenho, fato este que impactará diretamente

291
na redução do custo com alimentação por unidade de ganho e consequentemente
no custo final, além do fato de ser melhor mensurada, quando comparada o uso
“on-top” como comentado anteriormente.
Os pesquisadores e a indústria avícola nacional tem utilizado desta forma de
abordagem com bastante criatividade, no entanto, algumas respostas podem levar
à interpretações equivocadas, quando extrapoladas para a população total.
Com esta abordagem é de suma importância o uso de tratamentos que
academicamente são relatados como “controle positivo - CP” e “controle negativo -
CN”, visando evidenciar com qual precisão está se medindo a resposta, ou mesmo,
avaliar a matriz nutricional usada para os alimentos e os níveis nutricionais
praticados experimentalmente ou mesmo das granjas experimentais de médias e
grandes integrações.
Como relatado anteriormente, dietas que atendam plenamente as
necessidades nutricionais para máximo desempenho das aves dificultam a
mensuração de respostas com o uso de enzimas, dessa forma é imprescindível o
uso dos controles positivos e negativos para se ter parâmetros de comparação da
efetividade das enzimas.
Enquanto as respostas de melhoria de desempenho nos anos 90, em função
do aumento nos níveis energéticos das rações eram praticamente lineares, nos
dias atuais, a seleção e melhoramento genético para hiperfagia (alto consumo)
associadas a altas taxas de ganho de tecido dificilmente possibilitam a obtenção de
respostas lineares para ganho, talvez até, devido à não correção nos níveis
aminoacídicos das rações. O resultado normalmente seria uma resposta com
ajuste não-linear (geralmente exponencial) para ganho (Figura 1), com maior
sensibilidade para conversão alimentar e/ou eficiência alimentar (Bertechini, 2007;
Guevara 2004; Dozier et al., 2008).

292
GP e CA

3000 3080 3160 3240 3320


EM, kcal/kg (densidade)

Figura 1. Simulação de desempenho em função do incremento


nos padrões energéticos das rações.

Dessa forma, a avaliação da conversão alimentar passa a ser uma medida


interessante para se avaliar a eficácia das enzimas, nestas situações. É importante
ressaltar, que a conversão alimentar se trata da relação entre duas outras
variáveis e nem sempre apresenta distribuição normal, fato este bastante
questionado por estatísticos, mas ao mesmo tempo, retrata de forma técnica e
econômica o resultado obtido e é tradicionalmente aceita nas publicações
acadêmicas e referência na avicultura comercial.
Após confirmação da importância dos controles (CP e CN) ao se avaliar
enzimas em dietas com níveis nutricionais reduzidos (marginais), focamos para a
importância do número de repetições a se utilizar. Convencionalmente as
avaliações de desempenho utilizam no mínimo 4 repetições e dificilmente mais que
8 repetições por tratamento. O aumento no número de aves por repetição mostra-
se interessante para redução na variação do acaso, no entanto, pode começar a
limitar quando este número afeta a condução operacional do experimento.

293
Em frangos de corte, Potter (1972), relata que instalações com 50-60 aves
por box (parcela) minimizaram as variações entre repetições, sendo que boxes
maiores dificultam a condução da avaliação e a manutenção de condições
uniformes no ambiente. Dessa forma, Euclydes & Rostagno (2002), concluem que
o uso de 20-30 aves/box com número de repetições maiores que 8, seriam ideais
para se conseguir minimizar o erro-padrão e por conseqüência evidenciar
diferenças para características estatísticas de desempenho e carcaça sem prejuízos
sob aspecto de condução operacional da avaliação.
Para evidenciar a importância do número de repetições nas avaliações com
enzimas, é apresentado na tabela 1, o número de repetições necessárias para se
verificar diferenças entre dois tratamentos, em função do CV médio, partindo de
um número convencional de repetições (6) e da diferença esperada entre as
médias dos tratamentos.

Tabela 1. Número de repetições por tratamento necessárias para detectar


diferença significativa em ganho de peso e conversão alimentar entre
2 tratamentos de acordo com o CV.
Diferença Ganho de peso (CV) Conversão alimentar (CV)
como % da 1,5% 2,5% 3,5% 1,0% 1,5% 2,0%
média
2,5% 4 10 19 2 4 6
2,0% 6 16 30 3 6 10
1,5% 10 28 54 4 10 18
1,0% 22 62 122 10 22 40
Adaptado de Aquino (1992)

Fica exposto a necessidade do aumento no número de repetições nas


avaliações com enzimas, em relação às avaliações que visam medir diferenças
maiores que 2% entre as médias. O aumento no número de repetições além de
aumentar a possibilidade de detectar diferenças em um determinado cenário, é
eficaz em reduzir o erro experimental e por conseqüência o CV, ou seja, em um
determinado experimento com 6 repetições por tratamento obtém-se um CV

294
específico, ao se extrapolar o número de repetições necessárias para estimar
diferenças, consegue-se ao mesmo tempo, reduzir o CV.
O uso de controle negativo é de suma importância tanto para evidenciar
que o padrão utilizado (CP) é o ideal, quanto para demonstrar que os níveis
praticados podem ser excessivos ou mesmo a matriz nutricional dos ingredientes
está desajustada. Há que se ter cuidado, no entanto, pois a reduções nos níveis
nutricionais, quando se pesquisa carboidrases e proteases, pro exemplo, as
valorizações ou redução nos níveis nutricionais são da ordem de 1-2% no caso dos
aminoácidos e de 2-3% (50-100 kcal) para energia metabolizável, em função disso
o uso de um pequeno número de repetições poderá mascarar uma falsa hipótese
de uso de níveis nutricionais excessivos em função da não diferenciação entre o
controle positivo e o negativo.
Os pesquisadores tem sido muito criativos ao avaliar diferentes CN’s e sua
associação com as enzimas avaliadas e desta forma permitem interpretações e
extrapolações gerar matrizes nutricionais com boa precisão, pois cercam as
possibilidades de super e subestimar os efeitos das enzimas nas situações
avaliadas, assim, com bom censo das empresas, produtos comerciais são
designados com boas margens, pois as condições experimentais podem não
expressar necessariamente como um todo, os desafios e formas de uso a campo.

2.3 Uso de enzimas em ensaios/estudos metabólicos

Experimentos e ensaios metabólicos são extremamente importantes, para


se entender de forma mais aprofundada e científica os efeitos das enzimas sob
aspecto nutricional e fisiológico em aves. Porém o grau de dificuldade e tempo em
se conduzir estes estudos não podem ser comparados com estudos de
desempenho, pois exigem, instalações adequadas e específicas para este fim,
equipamentos e laboratórios e o mais importante equipe especializada para
condução, desde o planejamento da avaliação, sua condução à campo, análises
laboratoriais (etapa crítica), tabulação e análise estatística dos dados. Infelizmente,
considera-se que mesmo algumas instituições de pesquisas e ensino não
apresentam por completo estrutura necessária à condução destas avaliações.
Um estudo mais aprofundado com avaliações de substratos (p.ex.: PNA’s,
fitato, amido), nutrientes de interesse (aminoácidos) e a determinação da
atividade enzimática nos produtos e/ou rações, no Brasil é praticamente impossível

295
em uma única instituição em função da infra-estrutura física e recursos humanos.
Este fato é sem dúvida uma preocupação, pois apesar de sermos grandes usuários
das enzimas, às vezes, conhecemos de forma “abstrata” os seus efeitos
fisiológicos, através da literatura internacional (teorias e hipóteses).
A compensação ocorre como relatado anteriormente, pesquisas (criativas)
com foco no desempenho, muito bem estruturadas, com um bom número de
animais e repetições e mensuração de características metabólicas relativamente
fáceis de se avaliar, permitem aos pesquisadores e técnicos à campo posicionar a
avicultura Brasileira em uma das mais modernas do mundo.
Adaptações da técnica da substituição dos alimentos em uma ração
referência permite estimar valores de aproveitamento energético e digestibilidade
dos aminoácidos com o uso das enzimas e seus respectivos diferenciais para os
alimentos ou matérias-primas de interesse. Entretanto o mesmo problema relatado
referente ao grau do efeito das enzimas aqui, tem fator complicador extra que
seria a maior variação ou erro experimental para variáveis metabólicas. As
principais medidas em ensaios metabólicos no Brasil, que seriam a digestibilidade
da meteria seca, da proteína bruta, energia digestível e metabolizável e retenção
de fósforo (coleta ileal e total), apresentam CV variando em média de 5,5-10%.
Ao se avaliar o diferencial nutricional de um complexo enzimático sobre um
determinado alimento em condições de substituição na ração referência, ocasiona
desbalanceamento nutricional, fato este que associado ao menor número de aves
por unidade experimental, período curto de adaptação/avaliação e erro laboratorial
na análise potencializa o erro experimental e dificulta a detecção de pequenas
diferenças. A análise do milho por exemplo tende a ter uma determinada variação,
ao passo que para o farelo de soja seria bem maior. Normalmente a avaliação da
dieta ou ração referência com e sem enzimas gera a melhor resposta sob ponto de
vista interpretativo.
A determinação da digestibilidade dos aminoácidos (alvo direto e indireto
das enzimas) além de ser um técnica difícil, ainda é onerosa para os padrões da
pesquisa nacional, sendo que projetos de parcerias público-privada parecem ser
principais fomentadores destas informações.

3- PESQUISAS COM O USO DE ENZIMAS

296
Por conseqüência da demanda comercial, maior parte das pesquisas com
enzimas são conduzidas focando determinação de valorizações nutricionais
específicas para determinado produto comercial (enzima ou complexo enzimático),
na maioria dos casos conduz-se ensaios metabólicos que são posteriormente
complementados com validações em experimentos de desempenho tanto em
instituições de pesquisas, quanto em unidades experimentais de médias e grandes
integrações.
Por melhorarem o aproveitamento de nutrientes e da energia de uma ração
o conceito tido como mais adequado com o uso de enzimas seria propor
valorizações nutricionais para os ingredientes que apresentam o substrato
específico de atuação da mesma, no entanto, em função de maior praticidade, o
uso das chamadas “matrizes nutricionais” é bem aceito entre técnicos em nutrição
na avicultura industrial. As variações nas inclusões dos diferentes ingredientes
numa formulação em função da fase, gera cenários com diferentes padrões de
substrato e portanto pode haver maior ou menor efetividade com o uso de
matrizes nutricionais fixas que caracterizam a enzima ou complexo enzimático
como um ingrediente na formulação (teoricamente).

3.1 Fitases

Inicialmente disponíveis apenas as fitases de origem fúngica, nos dias atuais


uma grande diversidade de produtos comerciais estão disponíveis, sendo bastante
representativa a presença de fitases de origem bacteriana. A maioria das fitases de
origem bacteriana apresentam hidrólise na posição do carbono 6 da molécula do
fitato (hexafosfato de mio-inositol), daí, serem denominadas de 6-fitase, por outro
lado algumas fitases fúngicas são denominadas 3-fitases pela especificidade em
iniciar a hidrólise na posição 3.
Não há estudos suficientes que permitam concluir uma maior ou menor
eficácia em função no ponto de hidrólise no fitato, no entanto, é salutar afirmar
que, a maioria das pesquisas apontam as fitases de origem bacterianas com maior
estabilidade frente a enzimas endógenas e ampla faixa de atuação no trato
digestório das aves e em alguns casos maior estabilidade à altas temperaturas
relativas, quando comparadas à fitases fúngicas. Daí talvez, o apelo da
denominação mercadológica de fitases geração mais recente.

297
Entre os vários componentes que afetam a resposta com o uso de fitases, já
é bem relatado em pesquisas nacionais e internacionais (Brito et al., 2008; Quian
et al., 1997; Schoulten et al., 2003) uma maior eficácia na hidrólise de fitato pelas
fitases, com o uso de níveis de cálcio moderados, ou seja, uma relação
cálcio/fósforo total sempre menor que 1,35 para frangos de corte e uma redução
exigência dietética na ordem de 5% aproximadamente, (0,2 pontos porcentuais)
para poedeiras em produção. Há alguns motivos para este efeito, entre os quais
pode-se destacar o poder do cálcio em aumentar o pH da digesta, principalmente
o cálcio oriundo de fonte de alta solubilidade como o calcário (por exemplo), e pela
formação de sais insolúveis com o fitato em regiões ainda passíveis de atuação das
fitases no trato digestório.
Sob ponto de vista pessimista (continuísmo), vale ressaltar a dosagem
estática do uso das fitases, independente do produto comercial, da situação
técnica e econômica a padronização de 300 unidades de fitase para poedeiras e
500 unidades de fitase para frangos foi estabelecida há muito tempo e parece ser
um dogma da nutrição. Aos poucos, surgem pesquisas que visam maximizar a
hidrólise do fitato com incremento na suplementação de fitase.
Estudos iniciais que estabeleceram a suplementação padrão de fitase para
cada espécie (fase), pouco apresentavam níveis de fósforo aquém das deficiências
marginais, fato este que possibilitaria maior eficácia na hidrólise. Como relatado
anteriormente, não há, ou há pouquíssimos benefícios do uso de fitases “on-top”,
assim, com pequenas diferenças entre deficiência marginal e nível mínimos não
permite explorar adequadamente o efeito de maiores níveis ou suplementações.
Considera-se o estudo conduzido por Shirley & Edwards (2003), como um
divisor de águas com níveis de fitase, por demonstrar que há substrato disponível
para hidrólise e a fitase maximiza seu efeito em dosagens mais altas para frangos
de corte, sem prejuízos sobre o desempenho e qualidade óssea e incremento na
utilização de aminoácidos e de energia das rações.
Meneghetti et al. (2009), concluíram que a suplementação em até 4.500
FTU/kg é suficiente para um bom desempenho, qualidade óssea e otimiza o
aproveitamento de nutrientes da dieta com redução nos níveis nutricionais de
fósforo disponível (para 0,22% e 0,20 nas fases inicial e crescimento
respectivamente), 4% nos níveis de proteína e aminoácidos de acordo com a fase
e 85 e 60 kcal, nas fases inicial e crescimento, respectivamente.
Seguindo a mesma ótica, Geraldo et al. (2009), verificaram que poedeiras
comerciais suplementadas com 1.200 FTU/kg de ração (redução em 65 kcal, 3,5%

298
PB e aminoácidos e fósforo disponível para 0,17%) apresentaram desempenho e
qualidade de ovos semelhantes à poedeiras submetidas à uma dieta padrão
(Atendimento das exigências da linhagem).
Estes resultados e outros da literatura, acenam para um cenário
interessante na produção avícola no que tange à fitase, ou seja, o planejamento
do nível de suplementação pode ser reavaliado em função do substrato, do manejo
técnico da granja além é claro do cenário econômico. Vale aqui ressaltar também,
que a hidrólise linear do fitato com o uso de altos níveis de fitase possibilita
redução na excreção de fósforo fítico e total para o ambiente, otimizando também
um problema ambiental.

3.2 Carboidrases

Este grupo de enzimas teve seu uso bastante amplificado nos últimos anos
e ganham cada vez mais força, por atuarem no aumento da disponibilização de
energia, principal componente do custo dietético e de suma importância para um
desempenho adequado.
Pesquisas nacionais apontam a eficácia de produtos comerciais que
apresentam diferenciadas margens de valorização na energia que por sua vez
viabilizam a formulação das rações. Indiretamente enzimas com foco em PNA’s e
amido podem influenciar a digestibilidade dos aminoácidos que passam a ser um
benefício extra.
Matrizes nutricionais e valorizações em ingredientes apontam valorizações
dietéticas finais entre 40-120 kcal e 1-2% na digestibilidade dos aminoácidos. O
uso associado entre fitases e carboidrase gerou um certo confundimento e
indefinições sobre as valorizações mais adequadas, pois fitases são enzimas tidas
como mais estabelecidas e apresentam efeito extra-fosfórico nas matrizes
nutricionais, no entanto não são específicas para aumentar aproveitamento
energético ou digestibilidade dos aminoácidos. Após condução de um grande
número de avaliações, dificilmente teremos respostas baseadas em todos produtos
presentes no mercado, porém por bom censo, muitos técnicos, consultores de
mercado e pesquisadores apontam que em termos energético acima de 150 kcal
seria um limiar perigoso trabalhar com valorização dietética com uso associado
entre fitases e carboidrases.

299
3.3 Proteases

Apesar de apresentar das dietas à base de milho e farelo de soja serem


classificadas como de alta digestibilidade relativa quanto aos aminoácidos, a
retenção de nitrogênio por aves ainda tem um bom potencial para ser explorado.
Assim sendo, o uso de enzimas proteases com este objetivo ganhou espaço com a
realização de pesquisas recentes.
Com o uso de proteases, principalmente em demonstrou-se não somente
melhor aproveitamento protéico e aminoacídico, mas também, da energia dos
ingredientes básicos com compões uma dieta tipicamente brasileira (milho, farelo
de soja e farinha de carne e ossos). A preocupação com estabilidade de outros
tipos de enzimas exógenas a serem utilizadas simultaneamente, parece ter sido
superada e hoje o uso de proteases é uma realidade, ampliando o leque de opções
ao nutricionista e gestores avícolas.

4. CONSIDERAÇÕES

Ainda permanecem desafios para a pesquisa, principalmente o


estabelecimento de estratégias concretas com a utilização conjunta de várias
espécies de enzimas, com conceitos teóricos embasados em resultados e
explicações fisiológicas factíveis, visto que o melhoramento genético intenso
aumenta ano após ano a capacidade e aproveitamento de nutrientes e por
conseqüência a eficiência alimentar de aves e suínos, adequações regionais nos
níveis nutricionais, visto que, margens de segurança e variabilidade nos
ingredientes (composição e matrizes nutricionais) torna às vezes impraticável o uso
do conceito de enzimas, possibilidade de recuperação/padronização da atividade
(“potência”) de todas enzimas quando presentes nas rações (diluídas),
possibilitando ajustes em dose-resposta e auxílio para formação de hipóteses.
Durante anos de pesquisas, há que se ressaltar, a intensa evolução
biotecnológica dos laboratórios que produzem/desenvolvem/especificam e
melhoram (estabilidade) produtos (enzimas) comerciais.
Considera-se o uso de enzimas uma ferramenta extremamente importante
nos dias atuais, pois os custos com alimentação são responsáveis em média com
70% dos custos de produção e sua otimização implicará necessariamente em
redução nos custos por unidade de ganho. Atualmente a preocupação com

300
resíduos excretados para o ambiente é uma realidade e em pouco tempo também
irá compor o custo de produção e finalmente, as duas principais culturas
agronômicas de interesse na cadeia aves e suínos estarão envolvidas direta ou
indiretamente no cenário de produção de energia, ou seja, o custo energético
(maior componente) em rações tende a sofrer mudanças e conseqüentemente a
busca por alternativas já é e será ainda mais freqüente. O melhor aproveitamento
de nutrientes e principalmente da energia dos ingredientes possibilitará a inclusão
das enzimas nas matrizes de formulação com maior facilidade. O conhecimento de
cada enzima associada ao seu substrato e relações, aliado a aspectos econômicos
serão as formas mais coerentes de utilização deste aditivo em dietas avícolas.

BIBLIOBRAFIA
AQUINO L.H. Técnica experimental com animais. 430p. UFLA- Lavras-MG.
1992.

BERTECHINI, A.G; BRITO J.A.G Utilização correta de enzimas em rações de aves.


07p. 2007. In: Anais da AVEEXPO (Curitiba).
BRITO J.A.G et al. In Anais do Prêmio José Maria Lamas da Silva, Conferência
APINCO 2008, p.143
DOZIER W.A, CORZO. A. KIDD M.T Apparent metabolizable energy needs of broiler
chick subjected to diverse ambient temperature regimens. Journal Applied
Poultry Research, 17:134-140, 2008.
EUCLYDES R.F; ROSTAGNO H.S. Conferência APINCO 2002 – FACTA,117-134p.
2002 Campinas.
GUEVARA V.R., Use of nonlinear programming to optimize performance response
to energy density in broiler feed formulation. Poutry Science, 83:147-151, 2004
MENEGHETTI C. et al. In Anais do Prêmio José Maria Lamas da Silva, Conferência
APINCO 2009, NU113.
MOHALLEN D.F. et al. In Anais do Prêmio José Maria Lamas da Silva, Conferência
APINCO 2007, p.174
POTTER L.M. Desenhos experimentais em estudos nutricionais com frandos de
corte. Zootecnia, 3:67–73, 1973.

301
QUIAN, H., KORNEGAY, E.T., DENBOW, D.M., Utilization of phytate phosphorus
and calcium as influenced by microbial phytase, cholecalciferol, and the
calcium:total phosphorus ratio in broiler diets. Poultry Science, 76:37-46, 1997.
SAKOMURA N.K.; ROSTAGNO H.S. Métodos de pesquisa em Nutrição de
Monogástricos. FUNEP, 283p. 2007.
SANTOS L.A et al., In Anais do Prêmio José Maria Lamas da Silva, Conferência
APINCO 2009, NU032.
SCHOULTEN, N. A. et al. Níveis de cálcio em rações de frangos de corte na fase
inicial de criação suplementadas com fitase. Rev. Bras. Zootecnia, v. 32, p.
1191-1197 2003.
SHIRLEY R.B; EDWARS H.M Jr. Graded levels of phytase past industry standards
improves broiler performance Poultry Science, 82:671-680, 2003.

302
Biosurfactante natural e
seus benefícios na nutrição
de aves

Dra. Sandra Rodrigues

Ir para a Ir para o
capa Índice
Biosurfactante natural e
seus benefícios na
nutrição de aves
Sandra Rodrigues e Arnaldo Silva
Kemin South América

Da mesma forma que há progresso no conhecimento científico sobre a digestão, existe o


progressivo desenvolvimento de novas tecnologias destinadas a melhor produzir proteína
animal neste cenário competitivo e de altos índices de desempenho. Sendo a avicultura uma
atividade altamente dinâmica, absorve rapidamente as transformações tecnológicas,
resultando em melhorias na produtividade do setor.
A nutrição contribui de forma considerável para esse progresso, estando seu grande suporte
no grande volume de pesquisas geradas por várias instituições de pesquisa, tanto públicas
como privadas no desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias para aumentar o
aproveitamento dos nutrientes da ração, em especial a energia, reduzindo assim os custos
sem comprometer a sua qualidade nutricional.
A energia necessária para atingir o potencial genético das aves e maximizar seus resultados
econômicos e zootécnicos em dietas comerciais é um dos pontos que mais oneram o custo de
produção. Na prática, a gordura ou extrato etéreo, fração presente na maioria dos
ingredientes utilizados nas formulações, bem como adição de óleos vegetais e gorduras
animais, fornecem grande parte da energia requerida de forma a atender os requerimentos
nutricionais destas aves.
Diversos aditivos estão sendo progressivamente implementados na nutrição de aves e alguns
conceitos que outrora foram inovadores já estão mais próximos de serem considerados uma
regra em escala global. Neste estudo vamos focar a categoria de aditivos com uso crescente
nos sistemas produtivos, os lisofosfolipídios.
O processo de digestão dos alimentos guarda em si um grande desafio. Os nutrientes, que se
encontram em grande parte imobilizados dentro de tecidos ou estruturas celulares, compondo
macromoléculas como exemplo as gorduras que não podem ser absorvidos, devem ser
misturados com os sucos digestivos que contém as enzimas responsáveis por hidrolisar tais
macromoléculas, transformando-as em nutrientes que podem ser absorvidos e aproveitados
pelo animal para as suas necessidades de manutenção, crescimento e reprodução.
A fração gordurosa do alimento enfrenta um desafio biofísico adicional severo, um paradoxo
químico da digestão. Apesar de serem compostos lipossolúveis, devem ser digeridos e/ou
transportados em um meio aquoso, que favorece a dissolução e transporte de substâncias
hidrossolúveis. Em uma simplificação extrema podemos dizer que o sistema digestivo deve ser
capaz de misturar água e óleo.
O desafio biofísico de mistura, transporte e absorção enfrentado pela bile, responsável pela
emulsificação e apoio biofísico para absorção de compostos lipossolúveis, também recebe o

305
auxílio de outros surfactantes naturais, como a Fosfatidilcolina (PC) e a Lisofosfatidilcolina
(LPC). Estes surfactantes estão naturalmente presentes nos sucos digestivos, ou são
formados pela ação de enzimas específicas no lúmen. A PC secretada na bile é de
fundamental importância para a emulsificação das gorduras e lipossolúveis e para a formação
de micelas vitais no processo de absorção, juntamente com sais biliares, ácidos graxos livres,
mono e diacil-gliceróis, esteróides e outros nutrientes no duodeno. Esta mistura é alvo da
atividade da Fosfolipase A2 secretada pelo pâncreas, formando Lisofosfatidilcolina na micela
(Nalbone et al., 1980; Hoffman et al., 1983).
A Fosfolipase A2 secretada pelo pâncreas encontra duas fontes principais de PC para catalisar
a produção de LPC no lúmen intestinal; a lecitina encontrada no próprio alimento e a PC que é
secretada pelo fígado na bile. A LPC é, portanto um componente fundamental e sempre
presente no processo de hidrólise e posterior absorção de nutrientes pelo epitélio intestinal,
com uma ação marcante sobre os nutrientes lipossolúveis (Ammon et al., 1983; Tso & Balint,
1986).
Todo o avanço no conhecimento deste processo levou a nutrição a experimentar a inclusão de
Lecitina pura em determinadas formulações, ou mais recentemente, a inclusão de Lecitina
enriquecida enzimaticamente em Lisolecitina (em sua maior parte Lisofosfatidilcolina ou LPC).
A LPC pode ser produzida industrialmente a partir da Lecitina de soja (rica em PC), por um
processo patenteado com a enzima Fosfolipase A2 imobilizada.
Além dos efeitos dos lisofosfolipídios diretamente sobre a absorção de gorduras e outros
nutrientes, um possível mecanismo de ação destes compostos pode estar relacionado com o
efeito antibacteriano que estes compostos já demonstraram (Coonrod & Yoneda,1983). Os
lisofosfolipídios são capazes de desestabilizar as membranas celulares das bactérias,
aumentando a sua permeabilidade para íons e por fim destruindo o equilíbrio iônico entre o
interior e o exterior das células. Não é de surpreender que a Fosfolipase A2, secretada pelo
pâncreas, seja um importante fator nos processos de defesa do sistema imune (Dubouix et al.,
2003, Dominiecki & Weiss, 1999). Esta interação com a microflora também ajuda a explicar a
maior digestibilidade de gorduras com o uso de Lisofosfolipídios na dieta, dado que a
microflora bacteriana tem a capacidade de desconjugar e destruir os sais biliares por atividade
da Coliltaurina Hidrolase Bacteriana, provocando forte queda na digestibilidade de gorduras
(Smits et al., 1998; Fuller & Coates, 1983; Maisonnier et al 2003).
A adição de LPC, pelos seus efeitos positivos e marcantes como componente fundamental da
digestão, apresenta benefícios no desempenho, permite a formulação de dietas de menor
densidade nutricional, mais econômicas, sem perda de desempenho zootécnico. Possui efeito
marcante na avicultura, especialmente em aves jovens que apresentam menos capacidade de
digerir gorduras, ou em fases e desafio de consumo, como por exemplo, estresse por altas
temperaturas.

Conclusão:
Os lisofosfolipídios aumentam a absorção de nutrientes, especialmente as gorduras evitando
fermentações indesejáveis e aumentando o aproveitamento destes nutrientes pela ave.

306
Entre os benefícios do uso dos lisofosfolipídios na avicultura estão um melhor desempenho e
saúde intestinal, além de possuírem potencial para reduzir custos de formulação com a
substituição ou redução de ingredientes energéticos na ração.

Referências Bibliográficas
AMMON H.V., LOEFFLER R.E., LUEDTKE L.A. Effects of lysophosphatidylcholine on jejunal
water and solute transport in the rat in vivo. Lipids. v.18, n.6, p.428-433, 1983.
COONROD, J.D. AND YONEDA K. Detection and Partial Characterization of Antibacterial
Factor(s) in Alveolar Lining Material of Rats. The Journal of Clinical Investigation, v.71, p.129-
141, 1983.
DOMINIECKI M.E. AND WEISS J. Antibacterial Action of Extracellular Mammalian Group IIA
Phospholipase A2 against Grossly Clumped Staphylococcus aureus. Infection and Immunity,
v.67, n.5, p.2299–2305, 1999.
DUBOUIX A., CAMPANAC C., FAUVEL J. et al. Bactericidal properties of group IIa secreted
phospholipase A2 against Pseudomonas aeruginosa clinical isolates. Journal of Medical
Microbiology, v.52, p.1039–1045, 2003.
FULLER, R., AND M. E. COATES. Influence of the intestinal microflora on nutrition. In:
FREEMAN B.M. Physiology and Biochemistry of the Domestic Fowl, Vol. 4., ed. Academic Press,
London, 1983, p. 51-61.
HOFFMAN WJ, VAHEY M, HAJDU J. Pancreatic porcine phospholipase A2 catalyzed hydrolysis
of phosphatidylcholine in lecithin-bile salt mixed micelles: kinetic studies in a lecithin-sodium
cholate system. Arch Biochem Biophys., v.221, n.2, p.361-370, 1983.
MAISONNIER S., GOMEZ J., BRE, E.A., BERRI C., BAEZA E. AND CARRE B. Effects of Microflora
Status, Dietary Bile Salts and Guar Gum on Lipid Digestibility, Intestinal Bile Salts, and
Histomorphology in Broiler Chickens. Poultry Science, v.82, p.805–814, 2003.
NALBONE G., LAIRON D., CHARBONNIER-AUGEIRE M., VIGNE J.L., LEONARDI J., CHABERT
C., HAUTON J.C., VERGER R. Pancreatic phospholipase A2 hydrolysis of phosphatidylcholines
in various physicochemical states. Biochim Biophys Acta. v.620, n.3, p.612-625, 1980.
SMITS C.H.M., VELDMAN A., VERKADE H.J., AND BEYNEN A.C. The inhibitory effect of
carboxymethylcellulose with high viscosity on lipid absorption in broiler chickens coincides with
reduced bile salt concentration and raised microbial numbers in the small intestine. Poult. Sci.
v.77, p.1534–1539, 1998.
TSO P., BALINT J.A Formation and transport of chylomicrons by enterocytes to the lymphatics.
Am J Physiol. v.250, p.G715-G726, 1986.

307
Otimização da Produção,
através da Nutrição  Pré-
Inicial de Frangos de Corte
e  Poedeiras

Dr. João Carlos de Angelo

Ir para a Ir para o
capa Índice
Otimização da nutrição pré-inicial
de frangos de corte e poedeiras
João Carlos de Angelo

Gerente de Produtos Avicultura


joaocarlos@guabi.com.br
Guabi Nutrição Animal

INTRODUÇÃO

A produção de frangos de corte em crescimento, a exigência do consumidor e a


competitividade do setor têm feito com que as empresas busquem maior eficiência
no ciclo de produção, atendam as normas de boas práticas de fabricação e tenham
responsabilidade sócio-ambiental.
Estamos passando por uma verdadeira revolução, onde paradigmas estão sendo
quebrados. Consumidores cada vez mais exigentes e preocupados com o alimento
que consomem, questionam se há ou não aditivos na ração que podem prejudicar a
saúde humana, sendo o papel das instituições públicas e privadas orientá-los e
fiscalizar se as boas práticas de fabricação estão sendo cumpridas.
Mas a percepção mercadológica das empresas faz com que elas se moldem a
este novo mercado consumidor, implantando a rastreabilidade em toda sua cadeia
produtiva para dar todas as garantias da qualidade do produto ao seu cliente e
colocam o meio ambiente, os seus colaboradores e a sociedade como integrantes do
processo global de produção avícola.
Dentro deste universo, o constante progresso genético reduz o período da
criação, tornando a fase pré-inicial cada ano mais importante no ciclo de produção,
sendo fundamentais avanços nos conhecimentos em nutrição, sanidade e manejo
alimentar para suplantar este potencial que o pintinho de corte e postura tem
capacidade intrínseca de exacerbar.
Avanços na aplicação de tecnologias em nutrição, sanidade, ambiência e manejo
têm permitido a criação de frangos em densidades mais elevadas, procedimentos de
manejo específicos, como ambiência, inserção de comedouros modernos nas granjas
proporcionam menor desperdício de ração e maior estímulo ao consumo pelas aves.
As empresas avícolas cada vez mais deverão estar avaliando, testando e
implantando novas tecnologias, sendo a nutrição um dos pilares da produção avícola

310
e a nutrição pré-inicial fundamental no desenvolvimento do pinto de corte e da
pintainha de postura.
Desta forma, no sistema de produção avícola, onde produtividade e lucratividade
são cruciais para a perenidade das empresas, a otimização da nutrição pré-inicial é
uma ferramenta real, que permite aumentar a produtividade e os ganhos
econômicos, proporcionando à empresa uma vantagem competitiva.

IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL

A maximização da nutrição pré-Inicial para frangos de corte e poedeiras, vem


sendo cada vez mais preconizada por nutricionistas e pesquisadores e estudada por
estes.
Sabe-se que na produção de frango de corte as duas primeiras semanas de
idade são fundamentais para o bom desempenho da criação. Faço-me das sábias
palavras dos granjeiros para expor o que pretendo mostrar tecnicamente no decorrer
deste texto: “Pintinho que começa bem, termina bem”. Já para pintainhas
direcionadas de postura a fase pré-inicial representa a maior uniformidade na fase de
maturidade e picos maiores de produção pela melhor formação inicial da estrutura
muscular e esquelética.
Várias são as razões que sustentam o uso da nutrição pré-inicial. Nesta idade as
aves têm a anatomia e a fisiologia do aparelho digestivo diferenciadas das aves com
mais idade; níveis nutricionais diferenciados em função da dificuldade em digerir e
absorver certos nutrientes; apresentam um rápido potencial de crescimento nestes
primeiros dias de vida; necessitam de muito calor ambiental para se desenvolver
adequadamente. Todos esses fatores tornam-se ainda mais limitantes, pois os
frangos de corte estão cada vez mais precoces, com maior ganho de peso e melhor
conversão alimentar.
Esta primeira fase representa de 3,0 a 4,5% do total de ração consumida na vida
do frango de corte. Desta forma, a implantação da nutrição pré-inicial nas empresas
que ainda não a usam é fundamental para obter melhores resultados bioeconômicos.
Dentro deste novo conceito, este trabalho tem como objetivo mostrar as
ferramentas que temos disponíveis para aperfeiçoar a nutrição pré-inicial.

A IMPORTÂNCIA DO SACO VITELINO PÓS-ECLOSÃO.

Após a eclosão ocorre uma alteração radical na fonte nutricional do pinto de


corte e da pintainha, uma vez que na fase embrionária a gema é a única fonte e
após a eclosão, os pintos recebem uma dieta rica em carboidratos. A gema é
completamente internalizada na cavidade abdominal entre os dias 19 e 20 de
incubação, mas continua a fornecer nutrientes durante vários dias após a eclosão.

311
Estas reservas têm importância fundamental durante as primeiras 72 horas de
vida do pintinho, período em que é quase totalmente consumido (Vieira e
Moran,1999). Em torno de 80% do saco vitelino é consumido no 1º dia, mas a
proteína é utilizada mais lentamente (Nitsan et al. ,1991) Murakami et al (1988)
afirma que durante os 3 primeiros dias de vida o saco vitelino é responsável por 29%
da energia e 45% dos lipídios exigido pelos pintos.
O saco vitelino fornece a maior parte dos nutrientes necessários durante o início
da vida dos pintos. Entretanto, é a presença do alimento sólido no trato digestivo
que propicia alterações no mesmo e induz a produção de secreções digestivas.
Desta forma, é conveniente arraçoar os pintos o mais rápido possível. A perda de
peso dos pintinhos com o atraso no alojamento de 24 a 48 horas pós-eclosão
determinou 1 e 2 dias respectivamente, a mais para que as aves atingissem o peso
de mercado (Nir e Levarion, 1993). Dessa forma, Vieira e Moran (1999), observaram
que ao retardar o alojamento em 24 horas resultou na perda de peso dos frangos em
170 gramas aos 49 dias de idade bem como aumento na mortalidade.
Além do aspecto nutricional de mantença e crescimento a absorção do saco
vitelino tem importância na proteção imunológica do pintinho. O saco vitelino atua na
transferência de imunidade passiva. As imunoglobulinas (IgA e IgG) presentes no
albúmen e gema passam para o pintinho recém nascido protegendo-o do ataque
microbiano do meio. Segundo Pinchasov (1991), o uso de solução nutritiva
provavelmente estimula o trato digestivo fazendo com que os pintos que receberam
aquela solução se tornassem mais rapidamente independentes dos nutrientes do
saco vitelino e mais dependentes das fontes externas de nutrientes.
Assim, a disponibilidade de nutrientes o mais rápido possível resulta em benefício
considerável no desempenho dos frangos de corte. Em condições práticas, isso pode
ser feito no incubatório, nas caixas de transporte, ou ao retirar os pintos das
câmaras de eclosão e arraçoar imediatamente.

ASPECTOS NUTRICIONAIS RELACIONADOS À NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL


Na formulação de uma ração pré-inicial, temos que levar em consideração os
aspectos de exigência nutricional, tipo e qualidade de ingredientes (Macro e
Microingredientes) e forma física da Dieta (farelada, peletizada, triturada, expandida
e extrusada).

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS NA FASE PRÉ-INICIAL


Ainda há manuais de algumas linhagens, que não oferecem os níveis nutricionais
que devem ser adotados na formulação para a fase pré-inicial e as referências
nutricionais muitas vezes não são recentes, considerando que a linhagens atuais
evoluem com muita rapidez e possuem particularidades nutricionais. Assim,
informações sobre níveis nutricionais em rações pré-iniciais são restritos ou algumas
vezes de embasamento científico duvidoso.

312
Observa-se que toda a informação literária apresenta exigências protéicas dos
frangos de corte decrescentes à medida que aumenta a idade das aves. Desta forma,
a conclusão mais simplista seria assumir como óbvia a maior necessidade de
aminoácidos essenciais para uma dieta anterior à tradicional fase inicial, mas isto não
pode ser tomado como certo por não se tratar de um caso de um simples arranjo
linear para os aminoácidos, devido à participação da fração protéica oriunda das
reservas contidas no saco vitelino.
Portanto, vou procurar no texto abaixo colocar os principais pontos nutricionais
que devemos levar em consideração ao formular uma Ração Pré-Inicial:

PROTEINA E AMINOÁCIDOS

A exigência proteína e dos teores de aminoácidos das aves nas diferentes fases
de criação é percentualmente decrescente no programa de nutrição. O
estabelecimento do nível ideal no início do período pós-eclosão dos pintos de corte e
postura deve ser basear na exigência nutricional da linhagem, temperatura e
umidade do local de criação. Assim, Schutte et al., (1997) determinaram que a dieta
de frangos de corte na primeira semana de vida, a base de milho e farelo de soja
não deveria ter menos do que 21% de proteína sob o risco da carência dos
aminoácidos glicina e serina. Segundo Penz (1992) estabelece que em base de peso
metabólico as exigências protéicas são superiores durante os primeiros dias de vida e
que a partir de 17 dias de idade as exigências reduzem em relação à primeira fase
ficando constantes até o abate. A hipótese de Penz (1992) está baseada na
compensação calórica em um sistema termorregulador mal desenvolvido dos pintos
durante os primeiros dias de vida. Isso se dá, devido à geração de incrementos de
calor devida à ação enzimática sobre substratos ao nível do fígado, bem como do
calor produzido durante a ação enzimática que ocorre durante a digestão e absorção
dos nutrientes.

VITAMINA C

Aves são animais que apresentam a enzima gulolactona redutase sendo,


portanto, passíveis de sintetizar ácido ascórbico. Entretanto a eficiência desta enzima
fica comprometida em situações de estresse, sobre tudo o estresse calórico.
Assim, sobre esta condição Kutlu e Forbes (1993) observaram melhor
desempenho de pintinhos recebendo a suplementação de 250mg de ácido
ascórbico/kg.

SÓDIO NA NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL

313
A maior parte dos mecanismos de absorção são dependentes de sódio
(transporte ativo secundário), desta maneira, ao aumentarmos os níveis de sódio da
dieta na fase pré-inicial propicia um aumento na probabilidade de encontro deste
mineral com o sítio modulador das proteínas carreadoras de nutrientes dependentes
de sódio.
Observa-se que dietas com baixo nível de sódio propiciam somente uma
absorção mínima de nutrientes ao nível da mucosa intestinal. Portanto, o sódio
apresenta papel essencial na absorção intestinal no período pós-eclosão.
Além disso, o sódio também participa no equilíbrio ácido-básico através do
intercâmbio que exerce nas diversas estruturas do corpo juntamente com o potássio
e o cloro, principais componentes do equilíbrio eletrolítico e com atuação direta no
troca de íons como o hidrogênio.
O NRC (1994) recomenda para frangos de corte nas três primeiras semanas de
idade o nível de 0,20% de Na. BRITTON(1992), trabalhando com níveis de
suplementação de sódio, na forma de cloreto de sódio, mostrou que o recomendado
pelo NRC 1984 (0,15% de Na) não permite o melhor desempenho dos frangos de
corte até 7 dias de idade (tabela 1)

Tabela 1 – Efeito da suplementação de sódio no consumo de água, consumo de


ração e ganho de peso dos pintos com 7 dias de idade.

Parâmetros Nível de sódio suplementado(%)


0, 0,1 0,2 0,3 0,40 0,4
08 6 4 2 8
Consumo de água (g) 21 257 281 310 321 356
7
Consumo de ração (g) 11 123 126 132 128 136
2
Ganho de Peso (g) 12 143 151 162 161 167
6
Conversão Alimentar g/g 0,8 0,86 0,83 0,81 0,80 0,81
9

MAIORKA, et al.(1998), trabalhando com níveis crescentes de sódio total em


Dietas para a primeira semana de frango de corte, verificaram que o nível de sódio
adequado estava muito próximo do recomendado por BRITTON (1992) e superior ao
sugerido pelo NRC (1994), conforme observamos na Tabela 2.

314
Tabela 2- Efeito da suplementação de sódio no consumo de água (ml), no
consumo de ração (g), no ganho de peso (g), na conversão alimentar (g/g) e na
umidade de excreta (%) de pintos na primeira semana de idade.

Sódio Consumo Consumo Ganho Conversã Umidade


Total (%) de água de Ração de Peso o Alimentar excreta
0,10 213 a 124 a 67 a 1,85 a 68,3
0,22 282 b 139 b 104 b 1,34 b 69,7
0,34 303 bc 148 b 116 bc 1,28 b 70,9
0,46 322 c 147 b 119 c 1,24 b 71

Adaptado de MAIORKA et al, 1998 P< 0,05

USO DE LÍPIDIOS NA NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL

MAIORKA, et al (1997), mostram que dietas com diferentes níveis de energia


metabolizável não proporcionaram alteração no consumo de alimento na primeira
semana de idade. (Tabela 3). É importante a utilização de óleo de soja em níveis
baixos nessa fase, mas devermos estar atentos quanto à qualidade desse
ingrediente. Peróxidos, provenientes da rancificação oxidativa dos lipídeos,
comprometem a anatomia do trato digestivo e as células em geral, além de
prejudicar a disponibilidade de vários nutrientes, entre eles as vitaminas
lipossolúveis.

Tabela 3- Efeito da energia metabolizável da Dieta no consumo de ração (g) e de


energia metabolizável (kcal)

Idade Nível de EMA (kcal/kg)

315
Dias
2900 3000 3100
Consumo de 1–7 177 178 177
Ração 8 – 14 423 402 403

15 - 21 701 675 662

Consumo de EM 1–7 513 534 549

8 – 14 1227 1206 1249


15 - 21 2033 2025 2052

Tabela 4- Digestibilidade e energia metabolizável (Kcal/Kg) de diversas fontes de


gorduras e óleos relacionada com a idade das aves.

Digestibilidade Energia metabolizável


(kcal/Kg)
Tipo/ Idade 0 – 21 d > 21 d 0 – 21 d > 21 d
Sebo 80 86 7400 8000
Gordura aves 88 97 8200 9000
Óleo vegetal 95 99 8800 9200
Óleo Palma 77 86 7200 8000
Óleo Peixe 92 97 8600 9000

Adaptado de LEESON et al.

Segundo (Freitas et al.,1999), os maiores índices de digestibilidade do EE foram


da ração com óleo (tratamento A) em relação ao tratamento B, sem óleo (P<0,05),
em todos os dias analisados, indicam que o pinto de corte possui plenas condições
para digestão de gordura nos primeiros dias de vida, com uma digestibilidade acima
de 90% para o tratamento A e de 85% para o tratamento B nos três primeiros dias
de vida (Tabela 5). Esses resultados indicam que a digestibilidade da gordura não
deve ser um fator limitante para o crescimento dos pintos de corte e talvez possam
ser explicados pelo rápido desenvolvimento do TGI (Calixto, 1988; Nir et al., 1988;
Nitsan, 1991b), e maior capacidade de absorção dos nutrientes na primeira semana
de vida, observada por Bayer et al. (1975). Podem também ser explicados pela

316
diminuição do tempo de passagem do alimento pelo trato gastrointestinal devido à
utilização de óleo na ração e pela presença ao nascimento da enzima lipase,
acumulada durante a fase de desenvolvimento embrionário (Nitsan, 1995), e sua
atividade máxima alcançada ao oitavo dia de vida no pâncreas e ao quarto dia de
vida no intestino delgado (Nitsan et al., 1991b). O sexo não interferiu na
digestibilidade em nenhum dos tratamentos (P>0,05).

Tabela 5. Digestibilidade aparente do extrato etéreo para frangos de corte até


os 21 dias, na matéria seca.

Digestibilidade aparente do extrato etéreo (%)


Dia
S 3 4 5 6 7 9 1 1 1 1 1 2 M
exo 1 3 5 7 9 1 édia

M 9 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
0,5 8,9 7,1 4,3 0,9 2,5 4,2 4,9 7,6 8,0 7,1 8,9 6,28
8A 1B 1C 1D 7F 0E 8D 8D 7C 7 6C 7B
BC

F 9 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
0,6 8,5 6,6 5,2 2,4 3,4 4,5 5,5 7,9 8,0 6,6 8,7 6,54
0A 3B 5C 8D 8E 6E 8D 1D 1B 3B 5C 8B

M 9 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8
édia 0,5 8,7 6,8 4,8 1,7 2,9 4,4 5,2 7,7 8,0 6,9 8,8 6,41
9 2 8 0 3 8 3 5 9 5 1 8 a
a a a a a a a a a a a a

M 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8
6,5 2,0 9,0 7,8 6,2 4,1 6,8 7,2 8,2 8,1 9,2 2,0 8,88
8A 0B 4 9D 0E 2F 2E 2 6 2D 3C 8B
CD DE CD

F 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 7
5,0 2,4 9,8 7,6 6,6 4,0 6,6 6,9 8,2 8,4 9,8 2,0 8,98
8A 8B 0C 8 0E 4F 1E 3E 1D 3D 2C 8B
DE

317
M 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 7
édia 5,8 2,2 9,4 7,7 6,4 4,0 6,7 7,0 8,2 8,2 9,5 2,0 8,93
3 4 2 9 0 8 2 8 4 8 3 8 b
b b b b b b b b b b b b

100

90

) 80
%
(
ed
ad70
il
ib
it 60
se
g
i
D50

40
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Dia
Ração CO

CV. = 1,02 dms º = 2,217 dms ¹ = 0,989


A,B...F - Médias dentro da mesma linha , seguidas de letras maiúsculas distintas,
diferem estatisticamente entre si (P <0,05)
a,b - Médias dentro da mesma coluna , seguidas de letras minúsculas distintas,
diferem estatisticamente entre si (P <0,05)

318
QUALIDADE DOS INGREDIENTES
Este é um dos pontos mais importantes a ser considerado na produção deste
tipo de alimento. O ideal é o controle efetivo de recebimento de matérias- primas e a
seleção das mesmas, de forma que dentro das matérias-primas aceitáveis, deve-se
direcionar as de melhor qualidade, para a produção das rações pré-iniciais, pois os
componentes da dieta também podem afetar negativamente o desenvolvimento da
mucosa intestinal. Dibner, et al (1996), constataram que aves alimentadas com
dietas contendo gordura oxidada apresentaram redução no comprimento e área de
superfície do vilo, o que afetou negativamente a secreção enzimática e a capacidade
de absorção dos enterócitos.
A utilização de subprodutos de origem animal que foram impropriamente
processados para inativação bacteriana ou foram precariamente armazenados podem
sofrer a degradação bacteriana e produzir grande variedade de aminas biogênicas
tóxicas. Já foi associado aminas biogênicas à "síndrome da má absorção", que
diminui a eficiência alimentar e causa lesões no intestino delgado das aves jovens.
Desta forma, o cuidado com a matéria-prima de origem animal que será
incorporada na dieta pré-inicial das aves é de extrema importância para a
preservação da integridade intestinal das mesmas, durante os primeiros dias de vida.
Alimentos contendo micotoxinas também agem negativamente sobre o trato
gastrintestinal, provocando ulcerações na moela, espessamento da mucosa intestinal
e hemorragias, bem como danos ao fígado e pâncreas, enterites e esteatose.

BALANÇO ELETROLÍTICO

Existem grandes variações quanto à recomendação nutricionais para o sódio. O


NRC (1994), recomenda um nível de 0,20% para o período de 1 – 21 dias, enquanto
que ROSTAGNO, et al. (2000), recomenda 0,224% para o período de 1 a 7 dias.
Entretanto esses valores tabelados diferem dos recomendados por outros autores

319
para o período de 1 a 7 dias, como 0,39% recomendado por BRITTON (1992)
0,36% ( VIEIRA, et al., 2000) e 0,40% ( MAIORKA, et al. 1998).
O balanço eletrolítico é definido como a diferença entre a concentração de
cátions e ânions da ração. O valor obtido desse equilíbrio eletrolítico, é conhecido
como o número de Mongin, possuindo como unidade de medida, o meq/kg de dieta.
São encontrados na literatura, dados relativos ao balanço entre Na+ + K+ – Cl-
apresentados por diversos autores.
São valores divergentes quanto à amplitude do balanço eletrolítico adequado
para máximo desempenho das aves. (tabela 6)
O equilíbrio eletrolítico, atuando no balanço hídrico, afeta o consumo de água,
fazendo com que o aumento deste consumo possa facilitar o aparecimento de cama
molhada. Segundo PENZ E VIEIRA (1998), mesmo que haja a produção de excretas
com maiores teores de umidade nos primeiros sete dias de vida, a quantidade seria
pequena e pouco afetaria a qualidade da cama durante a criação. Estes autores
sugerem que a maior ingestão de água resultará no aumento do consumo de ração e
em conseqüência, melhor desempenho dos pintos.

Tabela 6 – Recomendação de balanço eletrolítico (Na + k – Cl ) de acordo com


diversos autores.

Autor (es) Período (dias) Recomendação


LAURENTIZ et al. (2000) 1–7 260 mEq/kg
RONDON et al. (2000) 1–7 250 a 319 mEq/kg
VIEIRA et al. (2000) 1–7 160 a 240 mEq/kg
MAIORKA et al. (1998) 1–7 163 mEq/kg
BORGES et al. (1999) 1 – 21 186 a 197 mEq/kg
MONGIN (1981) 1 – 21 250 mEq/kg

UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS NA NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL


As proibições do uso de alguns promotores de crescimento, ocasionaram
aumento do custo de produção e considerando que 70% do custo do frango de corte

320
provem da alimentação, é de suma importância que nós técnicos devemos trabalhar
sempre buscando alternativas que diminuam o custo de produção e continuem
viabilizando o negócio.
Para maximização do aproveitamento dos nutrientes e para que sejam ingeridos,
digeridos, protegidos da destruição, absorvidos e transportados até as células do
organismo, incluímos na dieta certos aditivos, em sua maioria não nutritivos.
Desde a década de 50, vários aditivos vêem sendo utilizados nas rações animais
com excelente opção para melhorar resultados de desempenho e índices
zootécnicos, sendo que os que mais se destacam são: acidificantes, antioxidantes,
anticoccidianos, enzimas, flavorizantes, probióticos, prebióticos, ácidos orgânicos,
fitoterápicos, nucleotídeos e os antibióticos, sendo este último grupo utilizado para
fins terapêuticos ou como Antimicrobianos Melhoradores de Desempenho.

TIPOS DE DIETAS PRÉ-INICIAIS


As dietas pré-iniciais podem apresentar os seguintes formatos físicos: farelada,
peletizada, triturada, expandida, extrusada.

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA UTILIZAÇÃO DE DIETAS PRÉ-


INICIAIS
Os principais fatores críticos na utilização da nutrição pré-inicial são a genéticas,
manejo, nutrição, sanidade e diâmetro geométrico médio dos pellets.

GRANULOMETRIA

A tendência natural dos técnicos envolvidos com a nutrição de aves é o


fornecimento de dietas finamente moídas, para aves durante a primeira semana de
vida. Entretanto, Nir, et al.; (1994), mostraram que pintos com 7 dias de idade
preferiram dietas mais grosseiramente a finamente moídas. Já Krabbe (2000),
avaliando vários diâmetros geométricos médios (437; 635; 780; 866 e 970 micra)
constatou que o diâmetro geométrico médio muito fino ou muito grosso pode
comprometer o desempenho dos frangos de corte até 21 dias, mesmo que tenha
recebido estas dietas até 7 dias de idade somente. O autor também observou que ao
ingerir um maior diâmetro geométrico médio pode resultar em menor consumo de
proteína, cálcio, fósforo e sódio. Ainda Krabbe observou que a dieta finamente
moída (561 micra) pode comprometer o metabolismo dos nutrientes,
comparativamente a granulometria superiores (783 e 997 micra).
Considerando que logo após o nascimento os pintinhos têm dificuldade de
consumir ração na forma farelada e preferem ração com um diâmetro levemente
inferior ao tamanho de sua glote e com uniformidade no tamanho das partículas,
com baixo percentual de finos, pois ração pulverulenta não é bem aceita pelos

321
pintinhos, pois frequentemente entopem os orifícios salivares dificultando a
apreensão e ingestação do alimento.
Ração micropeletizada e/ou triturada proporciona melhores resultados por ter um
tamanho de partícula mais apropriado à ingestão da ave.

MANEJO E AMBIÊNCIA

Durante os primeiros dias de vida, o pintinho tem o aparelho termorregulador


pouco desenvolvido e não toleram de maneira nenhuma baixas temperaturas. Ao
primeiro sinal de desconforto térmico, os pintinhos param de comer e se amontoam,
o que se reflete em perdas irreversíveis de produtividade.
O controle da umidade, temperatura e ventilação do ambiente estão diretamente
relacionados com a otimização da nutrição pré-inicial.

QUANTIDADE E PERÍODO DA DIETA PRÉ-INICIAL A SER UTILIZADA

De maneira gera, l a quantidade da ração pré-inicial a ser consumida está entre


120 a 200 gramas/ave para o período de 7 dias em frangos de corte e de 300 a 400
gramas/ave para o período de 21 dias para pintainhas.
Alguns fatores como temperatura do ambiente, problemas sanitários,
disponibilidade de água, linhagem, etc., são responsáveis por essa variação.
Em pintos de corte, não se recomenda o uso desta ração após 9 a 10 dias de
idade, pois normalmente são produtos de baixa energia metabolizável e isso poderá
começar a influir no desempenho dos frangos. Ao prolongar esta dieta para um
período superior tal como duas semanas pode comprometer os benefícios
preconizados pela mesma. Dentre os aspectos estão o baixo nível de energia
metabolizável, o elevado nível de sal que pode gerar problemas de cama. Além disso,
o período de permanência da dieta na granja aumentará, reduzindo os benefícios da
escolha de melhores ingredientes e do uso de aditivos diferenciados.
Desta forma, fatores como temperatura ambiente, problema sanitário do lote,
espaço de comedouro e bebedouro, linhagem entre outros determinarão o
melhor período de fornecimento da dieta pré-inicial.

VANTAGENS PRÁTICAS DA NUTRIÇÃO PRÉ-INICIAL


Ração produzida com os melhores ingredientes disponíveis na fabrica de ração:
melhora na conversão alimentar; no ganho de peso; na uniformidade; na
mortalidade; no rendimento de carcaça; utilização em maior concentração nas doses
de vitaminas, microminerais, antioxidantes, antifúngicos, etc.

322
RESULTADOS ZOOTÉCNICOS E ECONÔMICOS

Tabela 7- Efeito da utilização de Dietas Pré-inicial sobre o peso médio (g),


ganho de peso (g), consumo de ração (g) e conversão alimentar.

1 – 49 dias
Trat Peso médio Ganho de Consumo de Conversão
(g) peso (g) ração (g) alimentar
1 3039 b 2995 5810 1,94 b
2 3162 a 3118 6007 1,93 b
3 3151 a 3108 5977 1,92 b
4 3174 a 3130 5884 1,88 a
CV( 4,56 3,84 2,57 1,00
%)
Prob 0,030 0,22 0,15 0,001
(p)
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo
teste SNK.
p>0,05 não significativo - p<0,05 * - p<0,01 **
Fonte: JUNQUEIRA et al. (2002)

Tratamentos:
1 – Dieta Pré-inicial Farelada;
2 – Dieta Pré-inicial Triturada;
3 – Dieta Pré-inicial Mini-Peletizada;
4 – Dieta Pré-inicial Extrusada.

Tabela 8 – Rendimento de carcaça (%)

Trat Peso Vivo Peso Abatido Rendiment


(g) (g) o (%)
1 2938 2110 71,81
2 3078 2216 72,07
3 3012 2212 73,52

323
4 3028 2192 72,38
CV( 5,54 5,64 3,04
%)
Prob 0,22 0,11 0,24
(p)
Médias seguidas de letras diferentes na mesma coluna, diferem entre si pelo
teste SNK.
p>0,05 não significativo - p<0,05 * - p<0,01 **
Fonte: JUNQUEIRA et al. (2002)

CONCLUSÕES

A evolução da nutrição pré-inicial, é de fundamental importância em função das


diferentes características anatomo-fisiológicas do aparelho digestivo das aves nesta
fase.
A otimização da nutrição pré-inicial deve considerar as características únicas dos
animais nessa fase de vida, como à presença de reservas nutritivas de origem
materna até o terceiro dia de vida, que têm sua utilização otimizada, à medida que
é possível ser reduzido o período entre a eclosão e o alojamento.
É fundamental um rígido controle da qualidade dos ingredientes como uma
forma de maximizar a capacidade digestivo-absortiva nesta fase.
Como a primeira semana corresponde aproximadamente 15 % do tempo total da
vida do frango de corte e o avanço genético tem o tornado as aves mais precoces a
cada ano, a importância da nutrição pré-inicial ganha maior importância no ciclo de
produção.
Portanto, o investimento nutricional feito nesta fase de vida da ave acaba sendo
convertido em melhor resultado zootécnico e lucratividade, sendo os níveis
nutricionais, a escolha dos ingredientes, o controle de qualidade das matérias-prima
utilizadas, bem como processamento e tecnologia de fabricação, são fatores
fundamentais para o sucesso desta ração.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITTON, N.M. 1992. Effect of dietary salt intake on water and feed
consumption Proc. 1992 Georgia Nutr. Conf. For Feed Ind. 48 – 53.

FREITAS, B.C.F. 1999. Digestibilidade da gordura nas primeiras semanas de vida


e seu efeito sobre o desempenho do frango de corte.

324
LAURENTIZ, A . C., et al 2000. Efeito dos níveis de proteína bruta e balanço
eletrolítico sobre o desempenho de frangos de 1 a 7 dias de idade. In: Conf. Apinco
de Ciências e tec. Avícola, Anais Campinas Facta p. 36.

LEESON. S et al. – Digestion in Poultry I Proteius and Fats. University of Guelph,


Ontario, Canada.

MAIORKA, A ., J. LECZNIESKI, H. ª BARTELS E A . M. PENZ JR. 1197. Efeito do


nível energético da ração sobre o desempenho de frangos de corte de 1 a21 dias de
idade. Anais da Conf. APINCO ’97 de Ciências e Tec. Avícolas. São Paulo Brasil p. 18.

MONGIN, P. 1981. Recent advances in dietary anion-cation balance in poultry.


Recent Advances in animal nutrition, p. 109-119

NATIONAL ACADEMY OF SCIENCE, 1984. Nutrient requeriments of poultry. 8th


edição. National Academy Press Washington, EUA.

NATIONAL ACADEMY OF SCIENCE, 1994. Nutrient requeriments of poultry. 9th


edição. National Academy Press Washington, EUA.

NIR, I. 1998. Mecanismos de digestão e absorção de nutrientes durante a


primeira semana. In: Cof. Apinco’98 de Ciências e Tec. Avícola, Anais. Campinas:
FACTA p. 81-91.

NIR, I. et al. 1994 a . Efffect of grain particle size on performance 2. Grain


texture interactions Poult. Sci. 73; 781-791.

PENZ JR., AM. VIEIRA, S. L. 1998. Nutrição na primeira semana. In. Conf.
Apinco’98 de Ciências e Téc. Avícola Anis FACTA P. 121 – 139.

PENZ JR., AM. VIEIRA, S. L. 1998. Características nutricionais da dieta de


primeira semana de pintinhos In.: Simpósio Goiano de Avicultura, Anais. Goiás, 1998
p. 21-28.

325
ROSTAGNO, H.S. et al. 2000. Tabelas Brasileiras para aves e suínos. Comparação
de Alimentos e Exigências Nutricionais.

326
Utilização de ultra-
sonografia para seleção
genética de aves

Dra. Liliane Suguisawa

Ir para a Ir para o
capa Índice
Utilização da ultrassonografia na
seleção genética de aves
Liliane Suguisawa, Ana Carolina W. Marques, Jorge Murilo Suguisawa
Designer Genes Technologies Brasil / Presidente Prudente/SP
dgtbrasil@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

As constantes transformações nos sistemas mundiais de produção de carne e


a conscientização da população sobre o impacto das atitudes nas doenças humanas,
além da busca incansável pela “qualidade de vida”, promoveram mudanças de
hábitos alimentares valorizando as fontes de proteína animal com reduzidos níveis de
gordura. Dentro deste mercado altamente competitivo, com oferta de várias fontes
alternativas de proteína, a Avicultura, juntamente com a Suinocultura foram os
segmentos da Zootecnia que primeiramente combinaram: sistemas de produção com
foco no produto final / mercado consumidor. Dentro desta nova realidade, as
indústrias de aves e suínos investem intensivamente na produção com eficiência x
qualidade, otimizando custos de produção, além de atender as exigências dos
consumidores que procuram carne com segurança, satisfação, praticidade a preços
acessíveis.
De uma maneira generalizada, as características de carcaça e qualidade da
carne apresentam valores de herdabilidade moderados a altos, indicando
possibilidade de melhorias genéticas pela seleção de fenótipos superiores. No
entanto, uma das grandes dificuldades na coleta de dados de campo reside, em
parte, no tempo necessário para obter as informações do ciclo completo; do
crescimento ao abate de animais selecionados. Em função disto, grande parte do
melhoramento destas características tem sido feito com base em parâmetros
estimados a partir de características consideradas “indicadoras”, com resultados
menos precisos do que o conseguido com mensurações objetivas (Suguisawa, 2007).
Sabe-se que, para padronização dos lotes e dos sistemas de produção, o peso não
descreve de maneira adequada o valor de um animal produtor de carne, por não
incluir a composição da carcaça (Roque et al., 1999; Osório et al., 2007). Hoje, as
características mais valorizadas nas carcaças são: peso ideal para possibilitar alto
rendimento de cortes cárneos, teor de gordura subcutânea suficiente só para
garantir a qualidade da carne dentro da indústria frigorífica, além de muita
suculência e sabor, conferido pelo teor de gordura entremeada na carne –
marmoreio.

328
Assim, tecnologias que permitam avaliações precisas das principais
características de carcaça e da qualidade da carne nos animais vivos podem ser de
extrema utilidade para o alcance dos objetivos de seleção de forma consistente e
competitiva. Para tanto, faz-se necessária a utilização de ferramentas de seleção que
sejam eficazes a campo e tenham boa acurácia. O uso da ultrassonografia para
mensurar a composição corporal de animais in vivo tem potencial para satisfazer
esses dois requisitos (Wilson, 1992; Barbosa et al., 2006).
A utilização da ultrassonografia na avaliação das características de carcaça
teve seu início histórico na Suinocultura, onde as avaliações eram realizadas
primeiramente para avaliação da espessura de toucinho (gordura de acabamento na
carcaça) “sem imagem” (leitor digital). Em seguida, com auxílio de Softwares
especializados na interpretação de imagens de ultrassom, começou-se o uso das
avaliações “com imagem” da espessura de toucinho e da área, profundidade e grau
de marmoreio do músculo Longissimus dorsi (AOL), como ferramenta de predição da
quantidade e qualidade da carne produzida. A partir da Suinocultura, o
desenvolvimento da tecnologia de Softwares de ultrassom alcançou com muita
ênfase a Bovinocultura e a Ovinocultura de Corte, tanto para fins de melhoramento
genético dos rebanhos, como, mais recentemente, para formação e gestão de lotes
de animais em confinamento comercial, de modo a reduzir os custos de produção e a
padronizar as carcaças quanto à qualidade da carne. Finalmente, já no início de
2000, o desenvolvimento de Softwares de ultrassom para melhoramento genético na
Avicultura chega ao mercado norte-americano com muita força e precisão,
demonstrando os melhores resultados práticos, quando comparados com os demais
trabalhos nas espécies acima citadas .

USO DA ULTRA-SONOGRAFIA NA AVALIAÇÃO DE CARCAÇA DE AVES

A carcaça é a unidade mais importante e a responsável pelo valor


determinado do animal, tanto para produtores como para os consumidores e
segmentos intermediários. Sabendo que a realização de abates para geração de
dados de características de carcaça para seleção genética é um trabalho lento,
intensivo, caro e nem sempre um método eficiente para melhoramento de frangos
de corte, numerosos esforços têm sido feitos para estimar in vivo o rendimento de
carne de frangos. Dentre os fatores que interferem na composição da carcaça
(gênero, ambiente, composição da dieta, etc.), sabe-se que a genética desempenha
o papel mais importante (Acar et al., de 1993; Gous et al., 1999; Moran, 1999;
Scheuermann et al., 2003; Oviedo-Rondón, et.al., 2007). A estimação dos
parâmetros genéticos em linhagens de frangos é condição imprescindível para
definir, orientar e avaliar a eficiência da seleção empregada nas gerações que
compuseram essa linhagem e também à adequação da seleção às exigências atuais
dos mercados produtivo, industrial e consumidor (Grosso et al., 2008).
As características de carcaça apresentam valores de herdabilidade de
moderada a alta, o que facilita o processo de seleção de animais superiores para tais

329
características. As herdabilidades de peso do músculo do peito e o peito como
indicativo de peso corporal foram estimadas em, respectivamente: 0,53 e 0,65 com
uma correlação positiva genética de 0,73 (Le Bihan-Duval et al., 1998) (Tabelas 1 e
2).

Tabela 1. Herdabilidades de Peso de Músculo do


Peito e Peito como indicativo de Peso Corporal.
h² Correlação
Peso do
0,53
Músculo Peito
+ 0,73
Músculo Peito 0,65

(Le Bihan-Duval et al., 1998)

Tabela 2. Herdabilidades de Características de Peso


Vivo e Musculosidade de Peito
Característica h2 Citação
Peso Vivo 351 0,45 Grosso et al., 2008
2
FL (escore visual) 0,32 Grosso et al., 2008
3
Peso Musculo Peito 0,53 Le Bihan-Duval et al., 1998
Musculosidade Peito4 0,65 Le Bihan-Duval et al., 1998
1
Peso Vivo (g) aos 35 dias de vida
2
Escore visual da conformação do peito
3
Peso do músculo do peito
4
Musculosidade do peito (carcaça)

Assim, por ser o peito do frango a parte de maior porção comestível da


carcaça e de maior valor econômico para a indústria, tem-se que, na Avicultura esta
é a avaliação mais importante para quantidade e qualidade de carcaça, onde
esforços para desenvolver uma metodologia que permita esta avaliação in vivo tem
muito valor. Em aves, desde o início, as técnicas: tomografia computadorizada
(Bentsen e Sehested, 1989; Svihus e Katle, 1993; Andrassy-Baka et al., 2003) e
ressonância magnética (Mitchell et al., 1991; KOVER et al., 1998; Scollan et al.,
1998), foram apontadas como muito precisas. No entanto, dado ao elevado custo e
imobilidade severa destes do equipamento houve uma grande limitação da sua
aplicação rotineira em ciência animal.
Apesar da tecnologia de ultrassom ter sido utilizada para identificação de
animais com alta produção e para estimar a composição de carcaça por mais de 30
anos em várias espécies (Wilson, 1992), esta ferramenta só foi direcionada para
predição da composição da carcaça de aves recentemente (Bochno et al., 2000;

330
Dixson et al., 2000; Greiner et al., 2003; Melo et al., 2003; Stouffer, 2004; Silva et
al., 2005). Considerando a funcionalidade da técnica da ultrassonografia no campo e
os valores de herdabilidade das características de carcaça no processo produtivo de
frangos de corte (Tabelas 1 e 2), vários estudos vem sendo realizados de modo a
aumentar ainda mais a precisão e aplicação desta técnica na Avicultura. Com isto,
primeiramente, os estudos de ultrassonografia em aves focaram o tamanho/área do
peito em frangos de corte (Figura 1) (Grashorn, 1996; Dixson et al., 2000; Melo et
al. 2003).

Figura 1. Imagem ultra-sonográfica de corte secional de peito de


frango. A parte principal da anatomia está marcada e descrita. As
mensurações da área do peito e do perímetro foram realizadas com
software embutido no equipamento de ultra-som.
Fonte: E.O. OVIEDO-RONDON et al. (2007)

No entanto, foi-se observado alta correlação entre peso e volume de peito em


frangos de corte (r² = 0,99) (Scollan et al., 1998), assim como peso e espessura do
peito (Bochno et al., 2000; Grashorn, 1996) (Tabela 3). Alguns autores também
observaram que as avaliações ultrassonográficas que avaliam o comprimento, a
largura e a profundidade do peito são as que apresentaram alta correlação com o
rendimento do peito de frango de aves (Rymkiewicz e Bochno, de 1998; Michalik et
al., 1999; Melo et al., 2003; Scheuermann et al., 2003).

Tabela 3. Correlação entre Peso e Espessura de Peito por Ultrassom


Espessura
Peso Peito Citação
Peito
(Ultrassom)
1
Peso Peito - 0,82 Bochno et al., 2000

331
Espessura
Peito 0,77 - Grashorn, 1996
2
(Ultrassom)
1
Peso do Peito do animal
2
Espessura do Músculo do Peito avaliada por Ultrassonografia

Assim, para aferir todas estas mensurações (comprimento, largura e


profundidade do peito do frango), houve o desenvolvimento de Softwares modernos
de interpretação de imagens de ultrassom. Esta recente ferramenta permite; além da
captura de maior número de imagens por animal, possibilita também a interpretação
automática destas medidas e o armazenamento das imagens. Os benefícios da
utilização destes Softwares compreendem desde a qualidade do serviço (maior
número de imagens por animal), menor desperdício de tempo (interpretação
automática das medidas), segurança do trabalho (armazenamento de todas as
imagens para posterior re-avaliação, caso necessário) e conforto (todos os dados
coletados são exportados em arquivos txt ou planilhas de Excel).
Estas novas ferramentas possibilitaram, além da mensuração do comprimento,
largura e profundidade do peito do frango, a constatação de que a herdabilidade da
profundidade do peito de frango é também considerada de média a alta,
complementando as tradicionais avaliações do tamanho/área do peito de frango
(Tabela 4).

Tabela 4. Herdabilidade da Profundidade do


Músculo do Peito em Aves
Característica h2 Citação
Profundidade US* 0,35 Grosso et al., 2008
* Profundidade do Músculo do Peito avaliada
por Ultrassonografia

Dado esta constatação, a mais recente proposta na Avicultura Industrial é a


avaliação ultrassonográfica da área do peito do frango considerando o comprimento
e a profundidade em 3 pontos do músculo. Além disso, outra mensuração
ultrassonográfica valorizada é o cálculo da área/100 g que é a área do peito do
frango dividida pelo peso vivo (gramas) vezes 100, índice importante que afere o
potencial genético do animal “expresso” para produção de carne (Figura 2), sendo
produto destes modernos Softwares de interpretação de imagens de ultrassom.

332
Figura 2. Área, comprimento e profundidade de peito de frango
avaliada por software de interpretação de imagem de ultra-som
(PIA®.) e re-interpretada pelo técnico.

Estas novas ferramentas aliadas as novas propostas de avaliação e


interpretação de imagens ultrassonográficas geram dados mais precisos sobre o
potencial genético dos animais produtores de carne, com o único objetivo de acelerar
em muito, o ganho genético das populações.

IMPLICAÇÕES TÉCNICAS
A técnica de ultra-sonografia é utilizada para melhoramento genético de aves
nos EUA com relativa frequência. No entanto, o uso desta tecnologia, com este foco
no Brasil, ainda é incipiente. Desta forma, a ultrassonografia para avaliação das
características de carcaça e qualidade de carne no mercado brasileiro, é mais
conhecida como metodologia de ampla aplicação no melhoramento genético de
bovinos e ovinos de corte, além de ferramenta para gerenciamento de rebanhos
comerciais e classificação / tipificação de produtos de qualidade destas espécies.
Sabendo que os valores de herdabilidade das características de carcaça e
qualidade da carne de frango são também moderados a altos, viabilizando a seleção
de indivíduos superiores pelo fenótipo, e também, dado a facilidade de uso da ultra-
sonografia a campo, vislumbra-se amplo mercado para expansão da técnica no
Brasil, principalmente quando direcionada as empresas produtoras de genética
superior de aves.

333
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACAR, N., MORAN JR, E.T. & MULVANEY, D.R. (1993) Breast muscle development of
commercial broilers from hatching to twelve weeks of age. Poultry Science, 72: 317–
325.

ANDRA´SSY-BAKA, G., ROMVA´RI, R., MILISITS, G., SU¨TO00 , Z., SZABO´ , A.,
LOCSMA´NDI, L. & HORN, P. (2003) Non-invasive body composition measurement of
broiler chickens between 4—18 weeks of age by computer tomography. Archiv fu¨r
Tierzucht Dummerstorf, 46: 585–595.

Barbosa, L.; Lopes, P. S.; Regazzi A. J.; Guimarães, S. E. F.; Torres, R. A. Avaliação
de características de qualidade da carne de suínos por meio de componentes
principais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1639-1645, 2006.

BENTSEN, H.B. & SEHESTED, E. (1989) Computerised tomography of chickens.


British Poultry Science, 30: 575–585.

BOCHNO, R., RYMKIEWICZ, J. & SZEREMETA, J. (2000) Regression equations for in


vivo estimation of the meat content of duck carcasses. British Poultry Science,
41: 313–317.

DIXSON, S.J., TEETER, R.G., BAHR, R.J. & POWELL, K.C. (2000) Using ultrasound to
predict breast yield and abdominal fat weight in broiler breeder hens. Poultry
Science, 58(Suppl. 1) (Abstract): 58.

GOUS, R.M., MORAN JR, E.T., STILBORN, H.R., BRADFORD, G.D. & EMMANS, G.C.
(1999) Evaluation of the parameters needed to describe the overall growth, the
chemical growth, and the growth of feathers and breast muscles of broilers. Poultry
Science, 78: 812–821.

GRASHORN, M. (1996) Real-time sonography an excellent tool for estimating breast


meat yield of meat-type chicken in vivo. Proceedings of the XXth World’s
Poultry Congress, New Delhi, Vol. 4, pp. 60-61.

GROSSO, J.L.B.M.; ELER, J.P.; BALIEIRO, J.C.C.; FERRAZ, J.B.S.; MICHELAN FILHO,
T.; FELÍCIO, A.M.; MATTOS, E.C. Estimativas de herdabilidade para medida de
ultrassonografia em tempo real e escore visual do peito em frangos. VII Simpósio
Brasileiro de Melhoramento Animal, São Carlos, SP. 2008.

KO¨ VE´R, G., ROMVA´RI, R., HORN, P., BERE´NYI, E., JENSEN, J.F. & SORENSEN,
P. (1998) In vivo assessment of breast muscle, abdominal fat and total fat volume in

334
meat type chickens by magnetic resonance imaging. Acta Veterinaria Hungarica,
46: 135–144.

LE BIHAN-DUVAL, E., MIGNON-GASTEAU, S., MILLET, N. & BEAUMONT, C. (1998)


Genetic analysis of a selection experiment on increased body weight and breast
muscle weight as well as on limited abdominal fat weight. British Poultry Science, 39:
346-356.

MELO, J.E., MOTTER, M.M., MORA˜O, L.R., HUGUET, M.J., CANET, Z. & MIQUEL,
C.M. (2003) Use of in-vivo measurements to estimate breast and abdominal fat
content of a
free-range broiler strain. Animal Science, 77: 23–31.

MITCHELL, A.D., WANG, P.C., ROSEBROUGH, R.W., ELSASSER, T.H. & SCHMIDT,
W.F. (1991) Assessment of body composition of poultry by nuclear magnetic
resonance
imaging and spectroscopy. Poultry Science, 70: 2494–2500.

MORAN, E.T. (1999) Live production factors influencing yield and quality of poultry
meat, in: RICHARDSON, R.I. & MEAD, G.C. (Eds) Poultry Meat Science, Poultry
Science Symposium Series, pp. 179—196 (New York, CABI).

OSÓRIO, J.C.S.; OSÓRIO, M.T.M.; HASHIMOTO, J.H.; ESTEVES, R.G. Organização da


cadeia produtiva da carne ovina com enfoque no consumidor e na qualidade do
produto. In: Anais do XVII Congresso Brasileiro de Zootecnia Londrina, PR.
Anais... Londrina: ZOOTEC, 2007, p.277-296.

OVIEDO-RONDON, E. O.; PARKER, J.; CLEMENTE-HERNANDEZ, S. Application of


real-time ultrasound technology to estimate in vivo breast muscle weight of broiler
chickens British Poultry Science, V.48, N.2, p. 154-161, 2007.

ROQUE, A.P. et al. Produção de carne em ovinos de cinco genótipos,


desenvolvimento relativo. Ciência Rural, Santa Maria, v. 29, n. 3, p. 549-553, 1999

SCHEUERMANN, G.N., BILGILI, S.F., HESS, J.B. & MULVANEY, D.R. (2003) Breast
muscle development in commercial broiler chickens. Poultry Science, 82: 1648–1658.

SCOLLAN, N.D., CASTON, L.J., LIU, Z., ZUBAIR, A.K., LEESON, S. & MCBRIDE, B.W.
(1998) Nuclear magnetic resonance imaging as a tool to estimate the mass of the
pectoralis muscle of chickens in vivo. British Poultry Science, 39: 221–224.

335
SILVA, S R., GOMES, M.J., DIAS-DA-SILVA, A., GIL, L.F. & AZEVEDO, J.M.T. (2005)
Estimation in vivo of the body and carcass chemical composition of growing lambs by
realtime ultrasonography. Journal of Animal Science, 83: 350–357.

STOUFFER, J.R. (2004) History of ultrasound in animal science. Journal


Ultrasound Medicine, 23: 577–584.

STOUFFER, J.R., PERRY, T.C., FOX, D.G., 1989. New techniques for real
time ultrasonic evaluation of beef cattle. Journal of Animal Science, 67 Suppl.
1:121 (Abstr).

SUGUISAWA, L., MARQUES, A.C.W., BARDI, A.E., FAUSTO, D. A. Utilização da ultra-


sonografia como ferramenta para padronização de carcaças comerciais. III Simpósio
Internacional sobre Caprinos e Ovinos de Corte – SINCORTE 2007. Anais... João
Pessoa, PB.

SVIHUS, B. & KATLE, J. (1993) Computerised tomography as a tool to predict


composition traits in broilers. Comparisons of results across samples and years. Acta
Agriculturae Scandinavia, Animal Science, 43: 214–218.

WILSON, D.E. (1992) Application of ultrasound for genetic improvement. Journal of


Animal Science, 70: 973–983.

336
Principais estratégias
frente aos desafios que
ameaçam a qualidade
intestinal das aves

Dr. Joram Saullu

Ir para a Ir para o
capa Índice
“Principais estratégias frente aos
desafios que ameaçam a
qualidade intestinal das aves”
Dr. Joram Saullu
Médico Veterinário

Introdução

Nesses últimos anos, temos visto muitas apresentações em congressos e simpósios


que tratam sobre a saúde intestinal das aves. Sem dúvida nenhuma, essa atenção
tem sido enfatizada em detrimento da melhor percepção e necessidade atribuída
para obtermos mais conhecimentos sobre esse tema, haja vista a relação econômica
entre um bom status sanitário intestinal e uma boa performance zootécnica das
aves.
Por outro lado, a incidência de quadros entéricos tem aumentado devido às
restrições impostas no uso de antibióticos e de proteínas de origem animal em
alimentos para aves, e que a fim de reduzir sua incidência sobre a produtividade se
tem sugerido mudanças no manejo e modificações nutricionais.
Com isso temos recomendado estimular o desenvolvimento do trato gastrointestinal
(TGI) nos primeiros estágios de vida, melhorar a digestibilidade dos nutrientes da
dieta e modificar as condições físico-químicas do conteúdo intestinal para conseguir
um crescimento equilibrado da flora intestinal.
As pesquisas mais recentes têm sugerido a utilização de enzimas e a inclusão de
grão de cereal inteiro na dieta. Outra área de interesse crescente é o estudo das
interações entre a composição da dieta e a microflora dentro do TGI.
É de fundamental importância estudar a influência do processamento das dietas e
seus ingredientes e a inclusão de aditivos naturais sobre a fisiologia digestiva e o
desenvolvimento da microflora.
Recentemente temos visto muitos avanços importantes sobre este assunto já que,
por meio da saúde pública, existe uma grande preocupação sobre a resistência de
certas bactérias aos antibióticos. Onde se tem questionado sobre o uso de
antimicrobianos em níveis baixos durante períodos prolongados para promover assim
maior produtividade das aves, visto que seja de maneira preventiva ou como terapia,
o controle das enfermidades mostra maior efetividade. (Thomke & Elwinger, 1998).
Mundialmente, principalmente na Europa, atualmente existe a tendência de não
utilizar certos antibióticos como moduladores da flora bacteriana intestinal, e tem
dado como resultado os quadros de enterites necróticas que tem cada dia mais
aumentado e subseqüentemente dificultado o seu controle, além da síndrome de

338
trânsito rápido e enterites sub-clínicas. Diante deste panorama, a investigação sobre
produtos naturais, ácidos orgânicos, probióticos, prebióticos, simbióticos e
imunoestimuladores tem cobrado mais importância nas pesquisas e sobre o qual se
conduzem projetos sobre o comportamento da microflora do TGI.
Atualmente não temos dúvida sobre os fatores pelos quais a produtividade do frango
de corte se vê afetada, e que estão relacionados à estrutura e saúde intestinal, como
também a sua capacidade como órgão imunocompetente:

1- Aumento de perdas endógenas (secreções, mucos, enzimas, descamação).


2- Aumento da viscosidade com redução do contacto entre enzimas e nutrientes.
3- Encapsulamento dos nutrientes dentro das paredes celulares, limitando o trabalho
enzimático.
4- Alteração da atividade microbiana e produção potencial de toxinas.
5- Alteração da morfologia da mucosa do TGI (Sell, 1996 & Liburn, 1998).

Do ponto de vista nutricional a flora bacteriana intestinal é responsável pela retenção


de energia e nitrogênio, aumenta a absorção de vitaminas e minerais, ácidos graxos
e glicose. (Macari, 2001).
Nas aves e em particular nos frangos de corte, o TGI é o órgão que necessita de
maior aporte de nutrientes e recebe entre 23% e 36% do total de energia e entre
23% e 38% de toda a proteína absorvida pelo organismo. Sendo assim, quando da
instalação de uma enfermidade no TGI, tem-se afetado diretamente a eficácia e as
necessidades de proteína e energia da ave. Qualquer ataque bacteriano ao TGI se
acompanha de um processo inflamatório, o que provoca um alto custo de nutrientes.
(Goddeeris, 2002).
Obled, 2002 e et al indicam que os desajustes metabólicos que acompanham um
ataque bacteriano ao TGI, redirecionam os nutrientes desde processos fisiológicos
importantes para os mecanismos de defesa contra o ataque bacteriano. Os
aminoácidos que limitam a síntese de proteínas chaves para o sistema imune são a
treonina, triptofano e glutamina.

Desta forma os aminoácidos em completo equilíbrio com o papel da flora microbiana


do TGI permitem a capacidade defensiva local da mucosa intestinal, a função
imunológica e a absorção de nutrientes nas aves.

Conhecendo a Microflora Intestinal

Hoje em dia já sabemos que o número e composição dos microorganismos da


microflora intestinal das aves variam consideravelmente ao longo do TGI. No inglúvio
existe a predominância de Lactobacilos, que produzindo ácido lático e acético
reduzem o pH, impedindo o crescimento de bactérias. O pH no proventrículo e moela
são extremamente baixos. E poucas bactérias são capazes de tolerar este ambiente.

339
pH do Trato Gastrointestinal das
Aves
Papo (inglúvio) 5.5
Proventrículo 2.5
Moela 3.5
Duodeno 5-6
Jejuo 6.5 - 7
Cólon 7-8
Ceco 7

No duodeno, o pH é neutro e os microrganismos colonizam este segmento do


intestino delgado, bem como o jejuno e íleo. O ceco é reconhecido como o segmento
de maior colonização de microrganismos, sendo que grande número de bactéria
Gram positiva e Gram negativa estão presentes neste local.
Durante o metabolismo o papel do pH é imprescindível, já que é responsável por
ativar o trabalho enzimático. A microflora intestinal que tem conseguido estabelecer-
se nesta idade das aves consiste em lactobacilos e bifidobactérias, os quais cumprem
uma função de sintetizar ácido fólico, biotina, niacina, ácido pantotênico e vitamina
K. (Reichielt, 1935; Orla, 1939; Leter, 1960 & Liebscher, 1961).

As bactérias no TGI podem encontrar-se, tanto associadas intimamente com o


epitélio, ou livres na luz intestinal. As bactérias livres devem multiplicar-se
rapidamente para compensar a eliminação pelo peristaltismo intestinal ou ainda
agregam-se às demais bactérias que se encontram aderidas à mucosa intestinal.
Nas aves, a flora microbiana se estabelece gradualmente de acordo com a idade. E é
por isso que encontramos do 1º ao 7º dia: Enterococcus, Bacilos e E. Coli em
intestino delgado, nos cecos se detectam Lactobacilos e Bacteróides.
Ao 11º dia de idade se agrega outro tipo de bactérias à população intestinal, nos
cecos cresce Fusobacterium. (Rasic & Kurman, 1983).
Do 15º ao 21º dia de idade os lactobacilos formam um enramado filamentoso entre
as bactérias formando uma rede de proteção, para evitar a colonização de outras
bactérias. A capacidade de aderência às superfícies mucosas do intestino é
importante para que as bactérias colonizem o TGI. Por isso, as bactérias benéficas
podem impedir que isto ocorra se conseguem cobrir a parede intestinal e, desse
modo, bloquear os sítios de fixação, especialmente nos sítios de peristaltise ativa
(Garriga, 1998).
Além disso, estas bactérias metabolizam o açúcar transformando-o em lactato e
acetato, o que converte ao intestino um pH, mas ácido, o qual suprime a
fermentação anormal e estimula o peristaltismo do intestino (Mitsuoka, 1986).
Para o 22º dia de idade finalmente as bactérias encontram seu sítio como
hospedeiro, localizando-se respectivamente:

340
x Papo: Lactobacilos, Streptococos e Coliformes.
x Proventrículo e Moela: Lactobacilos, Streptococos e Coliformes.
x Intestino Delgado: Lactobacilos, Streptococos e Coliformes.
x Cecos: Bifidobactérias, Bacteróides, Streptococos e Clostridium.

A maior população microbiana coloniza a parte baixa do intestino delgado e intestino


grosso, nas áreas com ausência de oxigênio (Zinsser, 1976 & Hafter, 1978).
É por isso que os cecos, cólon e reto representam a parte de corpo com maior carga
microbiana e onde os anaeróbios ocupam os 90% (Luckey, 1965 & Mitsuoka, 1977).
Diante de um balanço de flora intestinal estabelecido em equilíbrio, exerce-se um
efeito protetor da mucosa e as Bifidobactérias fazem um papel de primeira ordem na
“limpeza” do ecossistema. (Brock, 1966).
Sendo assim, a ave adquire mais propriedades de auto-regulação, graças à flora
microbiana, e não podemos deixar de mencionar a descamação epitelial, a qual
consiste na remoção sincronizada de células inflamadas, epitélio em grau de infarto
em algumas áreas de sua estrutura, toxinas aderidas à mucosa e camadas de muco,
que tem suportado fisicamente o contato antigênico no TGI. (Rolfe, 1991).
A vasta e variada composição da microflora intestinal pode ser tanto benéfica quanto
maléfica para o hospedeiro, dependendo da natureza e da quantidade de
microrganismos. Os efeitos maléficos seriam: Diarréia, Infecções, Distúrbios
hepáticos, Carcinogênese, Putrefação Intestinal, Redução da digestão e Absorção de
nutrientes. Já, os benefícios estariam vinculados à inibição do crescimento de
bactérias patogênicas, estímulos ao sistema imune, síntese de vitaminas, redução da
produção de gases e melhor digestão e absorção dos nutrientes.
O entendimento de que o desenvolvimento de microflora poderia causar prejuízos
em lotes de frangos de corte, seja pela concorrência pelo alimento ou devido às
lesões provocadas diretamente na mucosa intestinal pelas bactérias patogênicas,
levou a utilização de aditivos - os antibióticos/ antimicrobianos, os quais foram
erroneamente denominados de “promotores de crescimento”.
A preocupação de que estes aditivos possam induzir resistência aos patógenos
importantes aos seres humanos, muitos países estão proibindo, ou em fase de
proibição, a utilização dos mesmos em rações, não só de frangos como de outros
animais destinados à alimentação humana. Assim, algumas alternativas têm sido
buscadas para promover o equilíbrio da microbiota intestinal dos frangos, a fim de
obter um bom desempenho produtivo, sem risco para a saúde humana. Trabalhos
têm demonstrado que é possível estabelecer um sistema de proteção mucosa
intestinal, com proteção contra microrganismos patogênicos, e como conseqüência
manutenção da homeostase do TGI das aves.
Os mecanismos podem reduzir ou excluir o crescimento de patógenos é classificado
em quatro categorias:

a) Criação de um ambiente hostil a outras bactérias;

b) Eliminação da viabilidade de sítios receptores de outras bactérias;

341
c) Produção de secreções que têm ações antimicrobianas;

d) Competição por nutrientes da luz intestinal.

Importância da flora microbiana do TGI

Tem-se encontrado uma correlação interessante entre a qualidade dos ingredientes


da dieta e o papel da flora microbiana, já que se detecta um aumento na
viscosidade, diminuindo o contato entre o substrato e a enzima, que como
conseqüência prejudica o desenvolvimento da microflora natural do TGI. (Leterme,
1998, Pluske, 2001 & Fade, 1998).
Por outro lado, o tamanho das partículas da dieta, se sabe que tem um efeito
positivo sobre a digestibilidade dos nutrientes (Douglas, 1990 & Lott 1992). Onde o
tamanho excessivo das partículas pode prejudicar o desenvolvimento e
funcionalidade do TGI (Penz, 1998), e atrofia da moela, que é o principal regulador
da motilidade intestinal e elevação do pH, e também que reduz o controle sobre o
crescimento microbiano e diminuição do apetite (Nir, 1994, Jones & Taylor 2001).
É importante conhecer cada um dos fatores dos mecanismos do metabolismo e da
imunidade e onde podemos ver a flora microbiana do TGI isolada de uma forma
importante.
E tudo isso tem sua explicação já que, a flora bacteriana se encontra como
responsável dos importantes mecanismos de imunidade, ao mesmo tempo em que
coordena processos metabólicos sobre a absorção de nutrientes, entre outras
funções. Fisiologicamente, a flora microbiana permite aumentar o padrão de
absorção de nutrientes e participar no desenvolvimento e formação da estrutura
intestinal, particularmente sobre seu diâmetro a altura das vilosidades.

Mecanismos de aderência das bactérias à mucosa intestinal das aves

Os estudos microbiológicos têm demonstrado que as bactérias têm a capacidade de


aderir tenazmente às superfícies mais estranhas, desde o esmalte dos dentes,
pulmões, intestinos e até uma rocha no fundo de um rio ou oceano. Este processo
de aderência é feito através de polissacarídeos - Moléculas de açúcares ramificadas,
que se estendem da parede externa da bactéria formando uma estrutura chamada
de GLICOCALIX ou FÍMBRIA, que envolve a célula ou mesmo a colônia de bactérias.
A aderência das bactérias mediadas pelo glicocalix é que determina a localização das
mesmas nos diferentes ambientes, e este é o fator mais determinante do início do
processo de progressão das doenças bacterianas. (Macari, 2001).
É interessante salientar que a demonstração da presença do glicocalix -
Polissacarídeos, nas bactérias somente foram feitas em 1968, pelos pesquisadores,
Ivan L. Roteh, na Universidade da Geórgia - USA e Ian W. Sutherdland, da
Universidade de Edinburgh - Escócia. Desde esta época, estudos têm demonstrado a
importância dos polissacarídeos (glicocalix) na aderência das bactérias aos diferentes

342
sistemas orgânicos e inorgânicos. É importante salientar, ainda, que a natureza
química do glicocalix pode sofrer alterações, em função da composição de açúcares
que compõem os polissacarídeos. Pesquisadores mostraram também, que os
microorganismos quando em meio de cultura, não produzem o glicocalix,
aparentemente utilizando as reservas para multiplicação, e não aderência, a qual não
são necessárias nestas circunstâncias. (Macari, 2001).
Levando em consideração que os enterócitos no intestino delgado também
apresentam seu glicocalix, a colonização por bactérias nos diferentes segmentos
parece estar na dependência da aderência do glicocalix de uma bactéria com o
glicocalix do enterócito. Este mecanismo parece ser aquele que regula todo o
processo de colonização das bactérias no intestino delgado e ceco dos frangos, na
fase pós-eclosão. Foi mostrada, que o elo entre estes glicocalix, em muitos casos,
pode ser uma proteína denominada de lectina, a qual se liga especificamente a um
polissacarídeo com estrutura molecular peculiar. (Macari, 2001).
As pesquisas têm sugerido que o posicionamento do glicocalix não apenas atua como
um sistema de aderência da bactéria ao enterócito, mas pode armazenar e
concentrar as enzimas digestivas produzidas pelas bactérias, enzimas estas que
atuam diretamente sobre a mucosa do hospedeiro liberando substratos importantes
para a sobrevivência e multiplicação do microrganismo. Neste sentido, a estrutura do
glicocalix, funciona com um reservatório de nutrientes para as bactérias. Outra
função relevante do glicocalix é de proteção, pois as bactérias estão sendo
submetidas aos estresses, por exemplo, outras bactérias, vírus, íons e moléculas
deletérias.
A aderência à mucosa intestinal parece, portanto, o mecanismo chave da colonização
das bactérias patogênicas, e seus efeitos nocivos sobre a saúde intestinal. Assim,
processos que possam prevenir a aderência das bactérias são eficazes em reduzir a
colonização por patógenos, nos segmentos do TGI. Três procedimentos são
propostos para reduzir a aderência bacteriana:

A) Promover a quebra dos mecanismos que sintetizam o glicocalix, principalmente


pela inibição da polimerase bacteriana que estabelece os elos dos açúcares dos
polissacarídeos;

B) Desenvolver compostos que ocupam e bloqueiam o loco ativo de ação da lectina,


que liga os glicocalix da bactéria com o do enterócito;

C) Estabelecer bloqueio dos receptores na célula hospedeira, evitando assim ligação


glicocalix bacteriano com glicocalix do enterócito.

Dentre as propostas acima, o uso de oligossacarídeos (Frutoligossarides e


manonoligossacarides), que fazem parte do chamado “prebióticos” parecem ser
efetivos em reduzir colonização, pois atuam inibindo a aderência das bactérias ao
enterócito, através da ligação com o glicocalix. A exclusão competitiva, também tem
como princípio a aderência de bactérias não patogênicas, a sítios de ligação dos
enterócitos (Glicocalix) nos diferentes segmentos do TGI.

343
A flora biótica e a partir do seu estabelecimento no TGI das aves

Quando falarmos do TGI das aves com suas propriedades imunológicas, devemos
insistir nos mecanismos de defesa como barreira física com reação imediata e onde a
flora microbiana participa com grande coordenação com cada um dos fatores
envolvidos no metabolismo de defesa para o organismo.
Quanto mais cedo for o estabelecimento da microflora intestinal, maior será a
produção de ácidos graxos voláteis e ácidos láctico, o que condiciona um pH baixo. O
pH baixo e o alto volume de ácidos graxos voláteis é um “caldo” desfavorável para os
patógenos entéricos, adquirindo assim a propriedade de penetrar a célula bacteriana,
já que carecem de carga elétrica e isto resulta numa atividade antibacteriana
potente. (Barnes, 1979; Hinton, 1990; Nisbet, 1993 & Motsh, 1995).
O pH determina duas propriedades importantes nas proteínas (entre as quais se
encontram as enzimas, hormônios, imunoglobulinas, macrófagos, etc.).

1- Capacidade electrolítica
2- Capacidade Biológica

Caso a acidez empeça qualquer colonização bacteriana, muitas das espécies de


bactérias resistem à passagem através do proventrículo e moela e se estabelecem no
intestino. Os pHs baixos, ácidos, nos grupos dissociáveis recebem carga positiva,
portanto, o crescimento bacteriano não é possível nesta posição. No pH alto,
alcalino, recebem carga negativa, o qual permite o deslocamento de bactérias e suas
toxinas no interior do TGI, esta condição por sua vez, permite maior potencial de
aderência de endotoxinas na mucosa intestinal. (Macari, 2001).

A caracterização da flora microbiana intestinal é dada por uma alta atividade


enzimática, decomposição de aminoácidos, carboidratos, compostos biliares e ainda
produção de certas vitaminas.
Por volta dos 11 dias de idade as enzimas só podem funcionar numa margem
relativamente estreita de pH, portanto, quando encontramos um desbalanço de pH
gastrointestinal, as enzimas alcançam neutralização, pelo qual se afeta certos
processos da digestão, e se espera uma reação de defesa em cadeia.
Já as enzimas exógenas digerem polímeros, em monômeros e facilitam sua
absorção. Se não são digeridos os substratos, ficam disponíveis aos microorganismos
no intestino grosso que serão usados como fonte de energia, que pode produzir
ácidos graxos voláteis. As enzimas permitem aumentar a digestibilidade dos
nutrientes, sejam exógenas ou endógenas, atuam da mesma maneira, com
capacidade para atuar sobre determinado substrato. Tem ação catalítica e específica,
determinada por sua estrutura protéica. O pH ácido do proventrículo e moela as
desnaturalizam. (Wenk, 1993).
As enzimas permitem digerir os PNA dos grãos, diminuem a viscosidade de todo
material no lúmem, regulam a velocidade do trânsito no intestino, e permitem a

344
difusão e transporte de nutrientes. (Guenter, 1993, “in” experimento de Annison &
Choct, 1993).

Mecanismos de Ações dos probióticos, prebióticos e simbióticos sobre o


desempenho de frangos.

O conceito moderno de probióticos foi definido por FULLER (1989) com sendo “um
suplemento alimentar constituído de microrganismos vivos capazes de beneficiar o
hospedeiro através do equilíbrio da microbiota intestinal”. Posteriormente, o mesmo
autor considerou que para serem considerados como probióticos, “os microrganismos
deveriam ser produzidos em larga escala, permanecerem estáveis e viáveis em
condições de estocagem, serem capazes de no ecossistema intestinal e possibilitar
ao organismo os benifícios de sua presença”.

Os principais gêneros bacterianos utilizados como probióticos são:


x Lactobacilos
x Bifidobactérias
x Estreptococos

Conceitualmente os probióticos são “ingredientes alimentares que não são digeridos


na porção proximal do TGI de monogástricos, e que proporcionam benefícios aos
hospedeiros por estimular o crescimento e /ou metabolismo de um limitado ou um
ilimitado grupo de bactérias no cólon” (GIBSON & ROBERFORFROID, 1995). Outro
aspecto importante é que, para ser considerado um probiótico, “o ingrediente não
pode ser hidrolisado ou absorvido no intestino anterior (intestino delgado), seja um
substrato seletivo para um determinado grupo de bactérias comensal benefícios, seja
capaz de alterar de forma benéfica a microbiota intestinal e induza efeitos luminais
ou sistêmicos que sejam benéficos ao hospedeiro” ( GIBSON & ROBERFROID,
1995). Assim, carboidratos não digeríveis como oligossacarídeos, alguns peptídeos e
lipídeos não digeríveis podem ser considerados com prebióticos.
Recentes pesquisas têm mostrado que os efeitos da adição de parede celular de S.
cerevisiae, a qual é constituída de manoligossacarídes (MOS) sobre o
desenvolvimento da mucosa intestinal de frangos. Os resultados mostram que a
adição deste probiótico na ração de frangos tem efeito sobre o desenvolvimento das
vilosidades intestinais, com aumento significativo (P < 0,05) da altura do vilo, nos 03
segmentos do intestino delgado, sendo este efeito mais acentuado na primeira
semana de vida do frango. Contudo, o ganho de peso das aves tratadas com parede
celular de S. Cerevisiae mostrou-se maior (P < 0,05) aos 42 dias de idade, quando
comparada aos frangos não tratados com este prebiótico.

Propriedades das bactérias do Intestino das Aves

Diante da presença contínua de antígenos, da flora nociva, e sua passagem pela


mucosa, o sistema imune se vê constantemente estimulado. Fisiologicamente é
interessante este mecanismo já que nos indica que temos um órgão sempre “alerta”

345
e disposto a defender o organismo de possíveis endotoxinas, pois; nutricionalmente
não nos convence esse constante estímulo já que os processos de absorção e
metabolismo de nutrientes se vêem relegados devido à prioridade que tem o TGI
como parte do sistema imune. Ante a competência de nutrientes e o desafio de
aderência por parte das bactérias, existem dois grupos de microorganismos
benéficos que produzem substâncias antibióticas, estas são os lactobacilos, que
produzem lactocidina, acidofilina e acidolina, por sua parte, as bifidobacterias têm
como propriedade um efeito bacteriolítico. (Vincent, 1953; Vakyl, 1965 & Hamdan,
1974).
Cada vez se observa uma melhor infra-estrutura nos mecanismos de defesa do TGI,
e podemos levar em conta que a superfície da mucosa da boca contém anticorpos e
enzimas que destroem os microorganismos. O ácido gástrico constitui uma barreira
altamente efetiva contra os patógenos alimentícios. A mucosa intestinal e o muco
atuam como barreira física e de defesa contra os patógenos.
O epitélio segrega uma camada de mucosidade, enzimas e outras sustâncias
biologicamente ativas. O muco é bastante variado em sua composição e espessa ao
longo do tubo intestinal. As camadas mais grossas se encontram no reto e as mais
delgadas no intestino delgado. A mucosidade protege ao epitélio de ácidos como o
da bílis. Esta camada de muco só pode ser degradada por enzimas bacterianas. O
epitélio compõe uma camada de vários tipos de células constantemente renovadas e
com propriedades imunológicas importantes. (Bondi, 2004).
Neste processo, as microfloras do TGI, por meio dos lactobacilos e das
bifidobactérias, se responsabilizam pelo controle da putrefação intestinal, devido à
degradação de nitrosaminas. Este composto se dá como resultado uma vez que as
bactérias produzem amônia, aminas e sulfitos. (Orla, 1945; Hoffman, 1966; Drasar,
1974 & Rowland, 1975).

O mecanismo de ação da microflora do TGI das aves é classificado em:

1. Efeito Biológico: Produz um micro ambiente com um baixo nível de oxigênio,


desfavorável para o estabelecimento de microrganismos patógenos.

2. Efeito Químico: Ao criar um ambiente ácido, inibe o crescimento de outras


bactérias.

3. Efeito Físico: Forma uma barreira de bactérias, tipo rede filamentosa na


estrutura celular intestinal com capacidade de impedir aderência de bactérias e
suas endotoxinas.

4. Efeito Bioquímico: Tem-se uma propriedade bacteriolítica transcendental nas


bactérias, como os lactobacilos e bifidobacterias, as que produzem entre outras
sustâncias, bacteriocinas. (Macari, 2001).

Mediante o uso do substrato intestinal, as bactérias estabelecem competência por


todos os nutrientes. Se as bactérias benéficas “ganham” e tendem a utilizar com

346
mais eficiência estes compostos. Assim, ante a falta de apenas um dos substratos, as
bactérias patógenas não sobrevivem, ou, se reduzem a capacidade de aderência das
bactérias à superfície da mucosa intestinal e não tentam colonizar o intestino.

Este mecanismo controlado por agentes vasos ativos e a oxigenação esta regida por
ácido nítrico, endotelinas e adenosina, liberados no endotélio.
É importante citar que para o suporte do endotélio, a Arginina e Glutamina fazem um
papel importante. A Glutamina participa no transporte de nitrogênio entre os órgãos
e tecidos, regula o balanço ácido-básico, a síntese protéica e funciona como
nutriente das células imunes. Além disso, mantém a “arquitetura” da mucosa
intestinal participando em sua diária regeneração, dotando-lhe capacidade
bactericida á função imune não específica.
A Arginina produz um estímulo sobre o timo, incrementando assim à produção de
linfócitos T, tanto “helper” como “natural killer”, tem um potente efeito secretor nas
glândulas endócrinas e neuro-endócrinas, estimula a produção de insulina e
hormônio de crescimento e atua fortemente na síntese protéica. (Redmond HP &
Daly JM, 1993).
Outras substâncias que inibem o crescimento de patógenos entéricos são: o
amoníaco, peróxido de hidrogênio, enzimas bacterianas, bacteriófagos e
bacteriocinas. A aderência bacteriana está mediada pela união da fímbria tipo I das
bactérias aos receptores da mucosa intestinal, que contém D-Manosa. Tem-se
demonstrado que os MOS, adsorvem as bactérias através desta fímbria e assim
impedem a bactéria que se fixe à parede intestinal. (Barnes, 1979; Hinton, 1990 &
Nisbet, 1993).

Relação ente os antimicrobianos e a flora do TGI

O crescimento das bactérias patogênicas é inibido pelas bactérias benéficas, e o


efeito de suas endotoxinas e seu balanço no TGI das aves, permite melhorar o
rendimento nos padrões de absorção de nutrientes. É por isso que quando se
apresenta um desequilíbrio na população microbiana, as aves se enfrentam com uma
diminuição no nível de absorção de nutrientes, visto que os mecanismos imunes se
encontram estimulados. (Macari, 2001).
Uma das práticas mais adotadas para controlar esta condição, dentro da indústria
avícola tem sido sem dúvida o uso de programas rotacionais de antimicrobianos
necessários para estabilizar a microflora do TGI e melhorar a performance das aves;
Além disso, controlar processos patológicos como a Enterites Necrótica, diminuir
crescimento bacteriano e suas toxinas, as quais incrementam a necessidade de
energia do animal e reduz a capacidade de absorção do intestino; e finalmente, os
antimicrobianos reduzem o estímulo do aparato imunocompetente.

Sua eficácia está correlacionada a sua atividade antimicrobiana e seu espectro de


ação, isso nos permite eleger o antimicrobiano para um programa rotacional entre os
diversos antimicrobianos comercialmente existentes, e, além disso, se obtenha um
balanço no controle de bactérias patógenas gram positivas e gram negativas no

347
mesmo evento. Para considerar um programa de antimicrobiano com estas
qualidades, atualmente podemos levar em conta a Colistina, a qual com sua dupla
atividade, antibacteriana e anti-endotóxica, resulta a melhor opção visto que é
específica para bactérias gram negativas. Quando combinada com Avilamicina,
Enramicina ou Bacitracina de Zinco obteremos o controle das bactérias gram
positivas e o mais importante: O controle bacteriano tanto de Gram positivas e Gram
negativas.

Literatura citada

1- Anderson DB, McCracken RI, Aminov JR, Simpson RI, Mackie MWA, Verstegen
HR, Gaskins “Gut Microbiology and Growth Promoting Antibiotics “ Pig and Avian
News & information 1999, Vol 20, Nº 4, 115N-122N.

2- Bedford M “Removal of Antibiotic Growth Promoters from Poultry Diets:


Implications and strategies to minimize subsequent Problems”. Worlds Poultry
Science Journal, Vol 56, Dec 2000.

3- Bennet CD Proceeding 16ª Western Nutritional Conference Saskatoon,


Sascatchewan, Canadá, pp 160 – 167.

4- Dibner JJ, Knight CD, Kitchell ML, Atwell CA, Downs AC, Ivey FJ JAppl Poultry
Res, 7: 425- 436.

5- Douglas JH, Sullivan TW, Bond PL, Struwe FJ, Baier JG, Robeson LG Poultry
Science 69, pp. 2150 - 2156, 1990.

6- Ferket P “Practical Nutritional Perspective on Gut Health and Development”


Proceeding 27ª Annual Carolina Poultry Nutrition Conference and Soybean Meal
Symposium Nov 15 - 16, Triangle Park NC. 2000.

7- Goddeeris BM, Boersma WJA, Cox E, Van Der Stedo, Koenen ME, Vancaeneghem
S, Mast J, Van D “Nutrition and Health of the Gastrointestinal Tract in Poultry”
Wageningen Academic Publishers, Países Bajos 2002, pp 97 - 134.

8- Jones GPD, Taylor RD British Poultry Science, 2002, 42: 477 - 483

9- Klasing KC, Leshchinsky TV “Nutrition and Inmunology: Principles and Practice”


Elsevier, Amsterdam, Holanda 2000, pp 363 - 373.

10-Lott BD, Day EJ, Deaton JM, May JD Poultry Science 1992, 71: 618 - 624.

11-Macari MA, Maiorca. “Aspectos Fisiológicos da Qualidade Intestinal e


Productividade em Frangos de Corte” Dept de Morph & Fisiol Animal, Faculdade
de Ciencias Agrarias & Veterinarias, Campus Jaboticabal.

348
12-Mateos GG, Lázaro R, Gracia MI “MODIFICACIONES NUTRICIONALES Y
PROBLEMÁTICA DIGESTIVA EN AVES” Departamento de Producción Animal,
Universidad Politécnica de Madrid 28040 Madrid, Pág. 15 - 37 XVIII Curso de
Especialización FEDNA 2002.

13-Obled C “Aminoacids: Meat, Milk & More” Canadian Society Animal Science,
Québec, Canadá 2002, pp 55 - 63.

14-Pérez HG, MV MAM; Asesor avícola “La Exclusión Competitiva en las Aves” citado
en revista Venezuela Avícola. Venezuela 2001.

15-Pluske JR, Hampson DJ, Williams IH Liv. Prod. Science 1997, 51: 215 – 236.

16-Téllez G, Nava G, Drake A, Donoghue AM, Hargis BM “Manipulación de la Ecología


Intestinal para una mejor Salud del Intestino” University of Arkansas, USDA -
ARS, Fayetteville, Arkansas USA, citado en Acontecer Avícola 2004, pp. 10 – 12.

17-Robert Gauthier, DVM ACPV “La Salud Intestinal: Clave de la Productividad” Jefo
Nutrition Inc, Quebec Canadá, 2002.

18-Thomke S, Elwinger K Annual Zootechnical 1998, 47: 85 – 97.

19-Vanbelle M “The Use of the Feed Additives in the E U Regulations, Problems and
Future” Eastern Nutrition Conference, Animal Nutrition Association of Canadá,
Niagara Falls, Ontario 1999.

20-Visek WJ “The Role of Growth Promotion By Antibiotics” Journal of Animal


Science, 46, 1447 - 1469.

349
A importância da
higienização na avicultura

Dra. Eliana Dantas

Ir para a Ir para o
capa Índice
A IMPORTÂNCIA DA HIGIENIZAÇÃO
NA AVICULTURA

Eliana Dantas
Bayer HealthCare – Animal Health – Brasil

351
BIOSSEGURANÇA

“Programa de biossegurança é um conjunto


de medidas cuja finalidade é proporcionar
ao animal ótimas condições de saúde afim
de que este possa desenvolver a máxima
produtividade de que é potencialmente
capaz”

Sobestiansky,J. et al. 1985; Sobestiansky, J. 2002

Plano de
Contingência

Educação
Isolamento Continuada

Controle de
Tráfego
Programa de Auditoria
Atualização
biossegurança

Higienização
Controle e
Erradicação
de Doenças
Quarentena
Medicação
Vacinação Monitoramento
Rastreabilidade

352
HIGIENIZAÇÃO
A palavra “higienização” deriva do grego hygieiné que
significa “saúde”

Ela engloba vários procedimentos operacionais de


extrema importância na eficiência de um programa de
biossegurança

Visa a redução de microorganismos a níveis não


nocivos à saúde

POR QUE DEVO HIGIENIZAR O AMBIENTE?

É necessário estabelecer o controle de patógenos


sobre o ambiente de criação e assim reduzir o
nível de ocorrência de doenças

PRESSÃO DE INFECÇÃO NÚMERO DE ANIMAIS DOENTES

353
Nutrição
Iluminação
Potencial Genético

Temperatura DOENÇAS

Ventilação Manejo

POR QUE DEVO HIGIENIZAR O AMBIENTE?

Necessidade da redução do número de


patógenos de importância econômica
e de saúde humana garantindo a
segurança alimentar

354
ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO
1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

INSPEÇÃO
355
INSPEÇÃO

356
INSPEÇÃO DO PISO ANTES DE LAVAR

357
358
ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO
1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

359
2. IDENTIFICAR OS PONTOS CRÍTICOS DE
HIGIENIZAÇÃO

Após a inspeção criar um relatório orientando as


ações necessárias e essenciais para a eliminação
ou a redução significativa da contaminação
ambiental e dos equipamentos

2. IDENTIFICAR OS PONTOS CRÍTICOS DE


HIGIENIZAÇÃO

HIGIENIZAÇÃO

Operação que se divide em duas etapas:


! Limpeza
! Desinfecção

360
CINCO PASSOS DA HIGIENIZAÇÃO

1. LIMPEZA SECA
2. LIMPEZA ÚMIDA
3. APLICAÇÃO DO DETERGENTE/LIMPADOR
4. ENXÁGUE
5. DESINFECÇÃO

DESMONTAR EQUIPAMENTOS

361
362
Limpeza seca - Remoção física da matéria orgânica

REMOVER SUJEIRA DAS PARTES SUPERIORES


DAS PAREDES E DO TETO

363
CINCO PASSOS DA HIGIENIZAÇÃO

2. LIMPEZA ÚMIDA

364
CINCO PASSOS DA HIGIENIZAÇÃO

3. APLICAÇÃO DO
DETERGENTE/LIMPADOR

3. APLICAÇÃO DO DETERGENTE/LIMPADOR

• Reduz o tempo, a energia e a água necessária para


o processo de limpeza

• Ajuda a remover o biofilme

• Ajuda a maximizar a eficiência do desinfetante

365
APLICAÇÃO DO DETERGENTE

APLICAÇÃO DO DETERGENTE

366
APLICAÇÃO DO DETERGENTE

APLICAÇÃO DO DETERGENTE

367
O QUE É UM BIOFILME E
COMO ELE SE FORMA?

BIO = Vida

FILME = Película

“Película de microorganismos vivos”

O QUE É UM BIOFILME E
COMO ELE SE FORMA?
•Os microorganismos preferem viver em agregados

•Formam microcolônias ou filmes sobre as superfícies

368
FORMAÇÃO DE BIOFILMES

• Superfícies ásperas acumulam matéria orgânica e


são mais difíceis de limpar do que as superfícies
lisas

– Bactérias sobreviventes podem crescer


novamente e produzir biofilme mais resistente
à desinfetantes

– Biofilme protege a bactéria contra sanitizantes

L. monocvtogenes 24 hs em aço inoxidável: capacidade bactéria


se fixar em gde nº em superfície sólida (fendas ou outras
superfícies irregulares)

369
P. fluorescens após 10 dias crescimento em PVC (Midelet, 2002)

CONTROLE DE BIOFILMES

Medidas de controle devem ser tomadas:


• monitoramento
• detecção
• remoção
• prevenção e controle

Remoção mecânica – esfregar

370
4. ENXÁGUE

• O enxágue deve ser realizado preferencialmente


com água pressurizada

• Após o enxágue, retirar a água estagnada sobre o


piso, nos comedouros e/ou nos bebedouros

• Deixar secar

5. DESINFECÇÃO
CONSISTE NA APLICAÇÃO DO DESINFETANTE

OBJETIVO
DESTRUIR OS MICROORGANISMOS PATOGÊNICOS

É A ELIMINAÇÃO DOS MICROORGANISMOS CONTAMINANTES


QUE NÃO FORAM REMOVIDOS DURANTE OS PROCESSOS DE
LIMPEZA E APLICAÇÃO DO DETERGENTE/LIMPADOR, E ASSIM
SE ENCONTRAM ADERIDOS À SUPERFÍCIES E EQUIPAMENTOS

371
5. DESINFECÇÃO

É IMPORTANTE LEMBRAR QUE A PRESENÇA


DE MATÉRIA ORGÂNICA IRÁ
COMPROMETER A AÇÃO DOS
DESINFETANTES!

DESINFECÇÃO

" Desinfecção Terminal

" Desinfecção Contínua

372
DESINFECÇÃO TERMINAL
Procedimentos realizados em um galpão na ausência de animais

DESINFECÇÃO CONTÍNUA
Consiste na aplicação de desinfetante com o galpão povoado
para prevenir ou minimizar os desafios externos

373
DESINFECÇÃO CONTÍNUA

Nebulização da instalação com solução desinfetante

" Instalação ocupada


" Superlotação
" Má ventilação
" Redução de 71% do título bacteriano
" Orientação Médico Veterinário
! Desinfetante largo espectro
! Baixa toxicidade

DESINFECÇÃO CONTÍNUA

RODOLÚVIOS - ARCO DE DESINFECÇÃO

374
DESINFECÇÃO CONTÍNUA

PEDILÚVIOS

DESINFECÇÃO CONTÍNUA

TRATAMENTO DA ÁGUA
DE BEBIDA

375
DESINFECÇÃO CONTÍNUA

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE


BEBIDA

5. DESINFECÇÃO
SELEÇÃO DO DESINFETANTE
• Selecionar desinfetante de amplo espectro

• Que seja eficaz contra agentes patogênicos potenciais: capaz


de eliminar bactérias, vírus, protozoários, fungos e esporos

• Que seja seguro para pessoas, animais e ambiente

• Que não provoque impacto negativo sobre equipamentos (não


corrosivo)

• Preço razoável

376
TIPOS DE DESINFETANTES

• Quaternários de Amônia
• Fenólicos
• Ácidos Cresílicos
• Peróxido de Hidrogênio
• Ácido Peracético
• Hipoclorito de Sódio
• Dióxido de Cloro
• Glutaraldeído
• etc…

RESISTÊNCIA AOS DESINFETANTES

MAIS SENSÍVEIS
Micoplasmas
Bactérias Gram positivas
Bactérias Gram negativas
Pseudomonas
Vírus com envelope
Vírus sem envelope
Esporos de fungos
Esporos de bactérias
Coccídios
Príons

MAIS RESISTENTES Linton (1987)

377
5. DESINFECÇÃO

Fatores que interferem na desinfecção:

• Limpeza prévia

• Concentração do agente químico

• Tempo de exposição

• Temperatura e valor de pH do produto dissolvido

• Dureza da água

5. DESINFECÇÃO

A desinfecção pode ser realizada em dois momentos:

• 1ª Desinfecção: realizada logo após a lavagem


das instalações e equipamentos

• 2ª Desinfecção: realizada entre 4 e 24 horas


antes da introdução dos animais na instalação

378
VAZIO SANITÁRIO

A INSTALAÇÃO DEVE PERMANECER VAZIA POR UM


PERÍODO DE 3 A 5 DIAS, DEPENDENDO DO TIPO DE
AGENTE PATOGÊNICO QUE SE PRETENDE ELIMINAR

DEVE SER REALIZADO ENTRE A 1ª E A 2ª


DESINFECÇÃO

ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO

1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

379
ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

Adequada
Quando visualmente não houver matéria orgânica
residual após a higienização

Regular
Quando visualmente houver pequena quantidade de
matéria orgânica residual após a higienização

Ruim
Quando visualmente houver grande quantidade de
matéria orgânica residual após a higienização

ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO

1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

380
4. DEFINIR COMO OS PONTOS
CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

FREQUÊNCIA: CONSTANTE, EVITANDO O


ACÚMULO DE SUJIDADES E PROLIFERAÇÃO
BACTERIANA

• Durante o período de vazio sanitário


• Após a transferência dos animais
• Durante todo o período de criação

MONITORIA

• VERIFICAÇÃO VISUAL
– Aplicada superfícies equipamentos, juntas, válvulas etc.

• VERIFICAÇÃO DE CONTATO
– Usado para locais onde a vista não alcança ou superfícies
suspeitas visão

• VERIFICAÇÃO DA CARGA MICROBIANA


– Suabe, placas de contato, última água de enxágue

• VERIFICAÇÃO DOS POPs E OPERAÇÕES


– Verificação da concentração das soluções de limpeza,
temperatura das soluções, tempo de contato, pressão de linha
etc.

381
ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO
1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

Quando indicar as ações corretivas???

• Quando houver falha na limpeza adequada de superfícies e


equipamentos o limite crítico aceitável não foi atingido

• Quando houver falhas no cumprimento das boas práticas de


higienização

• Quando a monitoração indicar falhas no processo de


higienização

382
5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

Como proceder frente a falhas de higienização???

REPETIR O PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO

ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO


1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

383
6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

• FAZER RELATÓRIOS

• ANOTAR AS VARIAÇÕES OCORRIDAS

• ANEXAR CERTIFICAÇÕES

ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO

1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

384
7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

GARANTE A EFETIVIDADE DO PROGRAMA DE


HIGIENIZAÇÃO

SEGUIR PLANILHA DE CHECK-LIST PADRÃO DA


GRANJA

ETAPAS DO PROGRAMA DE HIGIENIZAÇÃO


1. INSPEÇÃO

2. IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CRÍTICOS DE HIGIENIZAÇÃO

3. ESTABELECER OS LIMITES CRÍTICOS DA HIGIENIZAÇÃO

4. DEFINIR COMO OS PONTOS CRÍTICOS SERÃO MONITORADOS

5. ESTABELECER AÇÕES CORRETIVAS

6. REGISTRO EFETIVO DE TODOS OS DADOS

7. ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO

8. TREINAMENTO DO PESSOAL

385
8. TREINAMENTO DO PESSOAL

• OS TREINAMENTOS DEVEM SER FREQUENTES

• TODOS OS FUNCIONÁRIOS DEVEM CONHECER O


PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO

CONCLUSÕES

" Chave do sucesso do programa de higienização:


deve haver limpeza e desinfecção

" Limpeza: deve ser cumprida a sequência dos passos


da limpeza seca e úmida

" Desinfecção: usar corretamente o desinfetante


indicado para o agente da doença que se quer
eliminar

386
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!

Eliana Dantas
Bayer HealthCare – Animal Health
eliana.dantas@bayerhealthcare.com

387
Impacto econômico e no
meio ambiente com o uso de
enzimas

Dr. Sebastião Borges

Ir para a Ir para o
capa Índice


Impacto econômico e no meio


ambiente com o uso de enzimas
1
Samuel Augusto dos Santos; 1Franciely Benthien da Costa
2
Sebastião Aparecido Borges
1
Mestrando em Ciências Veterinárias; UFPR Curitiba
2
Prof Dr UTP Curitiba; Brasil – borgessa@terra.com.br

Introdução
O grande avanço da avicultura nos últimos anos, em especial da produção de
frangos de corte, deve-se, em parte, a uma série de estudos desenvolvidos nos mais
diversos segmentos do setor, desde a genética até a nutrição animal. Com o
melhoramento genético foram desenvolvidas linhagens altamente eficientes na
produção de carne e ovos; com os avanços na nutrição animal, cada vez mais as
formulações adéquam-se às reais exigências nutricionais das aves. Além disso,
melhorias das técnicas de manejo, adaptações das instalações e os avanços
relacionados à sanidade permitiram que a avicultura se tornasse uma das principais
atividades do setor agropecuário brasileiro.
Para suportar tanto crescimento, apenas no ano de 2008, a produção de rações
para frangos de corte sofreu um aumento de 10,4%, sendo a avicultura responsável
pelo consumo de pouco mais de 50% de todas as rações produzidas no Brasil, o que
representa cerca de 30 milhões de toneladas (SINDIRAÇÕES, 2009). Em contrapartida,
é esperada para este ano significativa redução da produção das principais matérias-
primas utilizadas na produção de rações (tabela 1), fato esse que, aliado ao
crescimento populacional e a conseqüente redução da disponibilidade destes produtos,
representa aumento de custos à produção de rações.

Tabela 1: Produção agrícola brasileira obtida em 2008 e expectativa de produção


para o ano de 2009.
Produtos Agrícolas Produção em Expectativa para Variação

389


2008 (t) 2009 (t) (%)


Milho em grão (total) 59.011.703 50.894.209 -13,80%
Milho em grão (1a
39.962.138 33.501.783 -16,20%
safra)
Milho em grão (2a
19.049.565 17.392.426 -8,70%
safra)
Soja (em grão) 59.916.830 57.195.834 -4,50%
Sorgo (em grão) 1.965.865 1.751.096 -10,90%
Trigo (em grão) 5.886.009 5.715.170 -2,90%
Triticale (em grão) 184.602 169.763 -8,0%

FONTE: IBGE (2009).

Com isso, uma alternativa encontrada, amplamente difundida e muito


pesquisada na atualidade é a utilização de enzimas exógenas, aditivos que têm por
objetivo quebrar os fatores antinutricionais presentes nos ingredientes, melhorar o
aproveitamento das rações pelos animais, reduzir a excreção de poluentes, bem como
reduzir os custos na alimentação sem que sejam afetados os parâmetros produtivos.
Nesse contexto, enzimas que atuem sobre as fontes energéticas (carbohidrolases) e o
fósforo dos vegetais (fitases) recebem maior atenção, uma vez que estes componentes
(energia e fósforo) constituem uma fatia significativa no custo das formulações.

Fatores antinutricionais
Dentre os principais fatores tidos como antinutricionais presentes nos
ingredientes utilizados na produção de rações para aves figuram os polissacarídeos não
amiláceos e o fitato. Os polissacarídeos não amiláceos (PNA’s), ou do inglês non-starch
polysaccharides (NSP), são carboidratos de cadeias longas presentes principalmente na
parede celular dos vegetais. Por sua vez, o fitato representa o complexo formado
durante a maturação dos vegetais (MAGA, 1982) e que indisponibiliza às aves, além do
fósforo, outros nutrientes.
Os PNA’s reduzem a digestibilidade dos alimentos pelo fato de se ligarem a
grandes quantidades de água e, dessa forma, aumentarem a viscosidade do conteúdo

390


intestinal, acarretando em redução da atividade das enzimas edógenas sobre os


nutrientes (COUSINS, 1999). SOUZA (2005) ressalta que, além de reduzirem os efeitos
das enzimas endógenas, dentre outros efeitos, os PNA’s levam ao aumento do tempo
de retenção da digesta, favorecendo assim a proliferação de bactérias no trago
gastrintestinal dos monogástrivos. A tabela 2 apresenta a composição em PNA’s de
alguns ingredientes utilizados na alimentação de aves.

Tabela 2: Composição de diferentes alimentos em polissacarídeos não amiláceos PNA’s (% MS).


Ác. ǃ-
Alimento Celulose Arabinose Xylose Manose Galactose Urônico Glucano Total
Cevada 4,3 2,8 5,3 0,3 0,2 0,4 4,2 17,5
Milho 2,2 2,0 2,7 0,3 0,5 0,7 0,1 8,5
Centeio 1,6 3,6 5,8 0,4 0,4 0,3 1,6 13,7
Sorgo 2,2 2,0 0,9 0,1 0,2 1,3 0,2 6,9
Trigo 2,0 3,1 4,8 0,3 0,4 0,4 0,8 11,8
Canola* 5,9 4,3 1,7 0,4 1,8 4,8 - 18,9
Soja* 6,2 2,3 1,8 0,9 3,5 3,7 - 18,4
Girassol* 8,9 2,5 4,0 1,0 1,1 5,3 - 22,8
Aveia 8,2 1,8 8,0 0,3 0,7 1,0 2,8 22,8
Ervilha 5,3 3,6 1,3 0,2 0,7 3,2 - 14,3
Algodão* 9,2 3,4 6,0 0,4 1,2 4,5 - 24,7
Linhaça* 5,3 3,6 6,6 0,4 3,3 6,8 - 26
Glutem 7,5 6,8 10,4 0,4 1,8 6,6 0,2 33,7

FARELO* - FONTE: CLASSEN (1996); KNUDSEN (1997); CHOCT (1997).

Os monogástricos não sintetizam enzimas capazes de quebrar as complexas


ligações químicas presentes nos PNA’s. Na figura 1 podemos observar um esquema
geral da estrutura central dos cereais, bem como a presença dos polissacarídeos não
amiláceos.

391


FIGURA 1: ESTRUTURA DOS GÃOS DE CEREAIS E POLISSÁRIDEOS NÃO AMILÁCEOS


PRESENTES EM SUA CONSTITUIÇÃO (FONTE: BACH-KNUDSEN, 2001).

Nos ingredientes de origem vegetal utilizados na alimentação das aves, 50 a


80% do fósforo encontra-se na forma de fitato (figura 2), o que indisponibiliza, além do
próprio fósforo, uma série de outros nutrientes (CHUNG, 2002). Na tabela 3 podem ser
observadas as quantidades de fósfoto total, fósforo fítico (complexado e indisponível),
fósforo não fítico, digestibilidade do fósforo e fósforo digestível de alguns ingredientes
utilizados na produção de rações para aves.

392


FIGURA 2: ESTRUTURA DO ANEL DE MIO INOSITOL HEXAFOSFATO (ÁCIDO FÍTICO)


(FONTE: ADAPTADO DE BEDFORD, 2000).

Tabela 3: Conteúdos de fósforo total (Pt), fósforo fítico (Pf), não fítico (Pnf),
digestibilidade do fósforo (dP) e fósfoto digestível (Pdig.) de ingredientes utilizados na
alimentação de aves.
dP
Ingrediente Pt (%) Pf (%) Pnf (%) (%) Pdig. (%)
Milho 0,24 0,17 0,07 29,00 0,07
Trigo 0,27 0,19 0,08 38,00 0,10
Farelo de Arroz 1,31 1,05 0,26 16,00 0,24
Farelo de Trigo 0,99 0,79 0,20 37,00 0,37
Farelo de Soja 0,39 0,23 0,16 42,00 0,16
Farinha de Carne e Ossos 5,00 0,00 5,00 61,00 3,05
Farinha de Peixe 2,20 0,00 2,20 74,00 1,63

FONTE: Adaptado de CHUNG (2002).

Como citado anteriormente, além de indisponibilizar o fósforo, o fitato também


indisponibiliza às aves outros nutrientes; pode formar uma ampla variedade de sais
insolúveis com minerais como o cálcio, manganês, ferro, zinco e magnésio,
indisponibilizando-os à absorção intestinal (MADDAIAH et al., 1963; OBERLEAS, 1973;
PALLAUF & RIMBACH, 1995). O ácido fítico apresenta ainda efeitos negativos sobre a
digestão do amido (THOMPSON et al., 1987) e de proteínas e aminoácidos (KNUCKLES

393


et al., 1985), inibindo a atividade de enzimas proteolíticas como pepsina e tripsina


(SINGH & KRIKORIAN, 1982). A figura 3 demonstra a estrutura do fitato e suas
possíveis complexações.

FIGURA 3: ESTRUTURA DO FITATO (ANEL DE MIO-INOSITOL HEXAFOSFATO) E SUAS


POSSÍVEIS COMPLEXAÇÕES COM OUTROS NUTRIENTES (FONTE: THOMPSON et al.,
1988).

Enzimas
Enzimas são, de maneira resumida, proteínas globulares que atuam como
catalisadoras de processos biológicos, aumentando a velocidade de algumas reações
químicas no organismo (CHAMPE & HARVEY, 1989). São substrato dependentes,
necessitam de condições ideais de temperatura e pH e possuem um sítio de ligação, ou
sítio ativo, ponto no qual ligam-se ao substrato, formando o complexo enzima-substrato
que, em seguida, será convertido a enzima-produto (HENN, 2009). De acordo com
GUENTER (2009), os principais objetivos/vantagens da suplementação de enzimas
exógenas são:
9 Remoção ou destruição dos fatores anti-nutricionais presentes nos grãos;
9 Aumento da digestibilidade total da ração;
9 Potencialização da ação de enzimas endógenas;

394


9 Diminuição da poluição ambiental causada pela excreção excessiva de nutrientes nas


fezes.

Dentre as principais enzimas hoje utilizadas na alimentação de aves estão a


fitase, amilase, protease e as enzimas NSP, que atuam, respectivamente, sobre fitato,
amido, proteina e os polissacarídeos não amiláceos. Pode-se dizer que a fitase é
utilizada quase que na totalidade das rações produzidas para a alimentação de aves,
uma vez que seu substrato, o fitato, está presente em praticamente todos os
ingredientes de origem vegetal. Além disso, com as recentes restrições impostas à
utilização de produtos de origem animal na produção de rações, alternativas à
substituição das fontes inorgânicas de fósforo, as quais encarecem as formulações, vêm
sendo estudadas.
Por outro lado, a utilização das enzimas NSP passou a ser amplamente difundida
com o início da utilização de ingredientes tidos como alternativos, os quais contêm
quantidades consideráveis de fatores antinutricionais como os polissacarídeos não
amiláceos. Diferentemente da fitase, a utilização de determinada enzima NSP depende
do ingrediente em questão, uma vez que os PNA’s possuem estruturas diferentes de
acordo com sua fonte.

Fitases
Atualmente, o mercado mundial de fitases movimenta cerca de US$ 250 milhões
ao ano, com crescimento anual médio de 15%. A consistência dos resultados,
comprovada pela bioeficácia das enzimas, bem como a preocupação com o meio
ambiente e o aspecto econômico, são os principais motivos da crescente utilização de
fitases na avicultura mundial.
Considerando-se a baixa disponibilidade do fósforo nos ingredientes de origem
vegetal e sabendo-se das restrições impostas à utilização de farinhas origem animal,
pode-se dizer que o fostafo bicálcico consiste na principal fonte para a suplementação
de fósforo nas dietas de aves; porém, por representar significativo custo às formulações
(SOUZA, 2004), torna-se proibitivo a utilização de fontes inorgânicas de fósforo como
fontes exclusivas deste mineral às aves. Aliando-se este importante fator (custo) à
preocupação que hoje cresce, em relação ao meio ambiente e sua sustentabilidade, a
utilização das fitases permite que dois objetivos sejam alcançados: atendimento das

395


necessidades de fósforo por parte das aves e redução da excreção de fósforo no meio
ambiente.
As fitases são classificadas em duas categorias de enzimas, de acordo com o
local onde é iniciada a hidrólise da molécula de fitato: 3-fitase e 6-fitase, que iniciam a
hidrólise do anel de mio-inositol hexafostafo nas posições 3 e 6, respectivamente.
Teoricamente, a hidrólise do fitato, por meio de reações de desfosforilação, gera uma
molécula de inositol e 6 moléculas de fósforo inorgânico, então disponíveis às aves.
Porém, pelo fato de a molécula presente na posição 2 do anel de mio-inositol
hexafostato ser, de certa forma resistente á hidrólise (WODZINSKI & ULLAH, 1996), o
resultado final da ação da fitase seria então a formação de 5 moléculas de fósforo e
uma de mio-inositol monofosfato (SELLE & RAVINDRAN, 2007). Como diversos fatores
interferem a ação das fitases, dentre eles a concentração e a fonte do substrato,
relação Ca:P, quantidade de fibra da ração, temperatura e pH, idade dos animais e
conteúdo de vitamina D nas dietas (BEDFORD, 2000), não há quebra de 100% do fitato
presente nos vegetais, bem como a hidrólise completa das moléculas de fitato.
Para que sejam garantidas a estabilidade e a ação das enzimas fitases sobre o
fitato, seu armazenamento deve ser em baixas temperaturas. O seu armazenamento a
temperatura elevada reduz em 5% a estabilidade, enquanto a mistura da enzima em
suplementos vitamínicos ou minerais reduz a estabilidade das fitases em 25%
(PIZZOLANTE, 2000). De acordo com SIMONS et al. (1990), a estabilidade da enzima
se mantém em 96% quando do condicionamento a 50ºC e peletização a 78ºC; porém,
com elevação das temperaturas para 60 e 87ºC, respectivamente, a estabilidade da
enzima é reduzida aos 54%.
Considerando os prejuízos causados ao desempenho pela presença do fitato e a
síntese praticamente nula de fitase endógena por parte das aves, torna-se
completamente viável a utilização de fitases exógenas para o melhor aproveitamento do
fósforo presente nos vegetais, com conseqüente redução dos custos com a formulação
e a redução da excreção de fósforo e outros nutrientes no ambiente.
SHELTON et al. (2004), avaliando a matriz nutricional de uma enzima comercial
em dietas a base de milho e farelo de soja, observaram que foi possível considerar a
matriz completa da enzima, incluindo aminoácidos e energia, sem prejudicar o
desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte. Em trabalho realizado por
PAYNE et al. (2005), avaliando duas enzimas comerciais na forma líquida e sólida, com

396


3 diferentes níveis de inclusão, não observaram diferenças no desempenho em relação


as fontes de fitase utilizadas e observaram melhora a medida que a inclusão de fitase
aumentava; foram realizados 3 experimentos onde os níveis de suplementação iam de
100 até 750 FTU/kg de alimento.
Muitos fatores que influenciam a resposta animal têm sido encontrados frente a
diferentes tipos de fitases, incluindo propriedades moleculares. Algumas fitases
possuem limitações para se manterem estáveis em ambiente gástrico, sendo que o
fitato é solubilizado principalmente em regiões ácidas como o estômago (TAMIM et al.,
2004). Uma dificuldade encontrada pelos nutricionistas no momento de utilizar fitase na
sua formulação é o fato de que as fitases comerciais possuem unidades diferentes, por
exemplo: FYT; FTU; PPU e PU, sendo que FYT  FTU  PPU  PU. Segundo SELLE et
al. (2006), devido a grande variação intrínseca entre as fitases, não existe uma
metodologia padrão internacional para expressar sua atividade. Sendo assim, muitas
vezes fica difícil a aplicação dos resultados encontrados em trabalhos científicos quando
a enzima que está sendo utilizada não possui as mesmas unidades da relatada no
trabalho em questão.

Efeitos antinutricionais do fitato


O fitato é o fator antinutricional responsável por indisponibilizar às aves cerca de
2/3 do fósforo presente nos vegetais (BANKS et al., 2004), trazendo assim a
necessidade da suplementação de fósforo por meio da utilização de outras fontes. O
papel fisiológico do ácido fítico nos vegetais é descrito como estoque de fósforo,
reserva de grupos fosfatos reativos, estoque energético, fonte de cátions (CHERYAN,
1980) e iniciação da dormência (REDDY et al., 1982). COWIESON et al. (2004) sugerem
que o fitato é um dos mais potentes fatores antinutricionais e sua presença resulta em
perdas significativas de nutrientes e energia sob a forma de mucinas, células intestinais
e, talvez, enzimas pancreáticas.
Nos alimentos, sob condições naturais, o ácido fítico encontra-se carregado
negativamente, o que lhe confere alto potencial para complexação com moléculas
carregadas positivamente, como cátions e proteínas (CHERYAN, 1980). Em baixo pH o
ácido fítico precipita Fe3+ quantitavamente e, em pH’s intermediário e alto, forma
complexos insolúveis com outros cátions polivalentes, reduzindo a biodisponibilidade de
vários minerais (GRAF, 1983). Em pH intestinal (7,4), o fitato forma complexos com

397


metais preferencialmente na seguinte ordem decrescente: Cu > Zn > Co > Mn > Fe >
Ca (OBERLEAS, 1973), indisponibilizando-os à absorção.
Trabalhos recentes têm mostrado a influencia do fitato na metabolizabilidade de
energia e aminoácidos (SELLE et al., 2006; COWIESON et al., 2008), quer seja por uma
interação direta com aminoácidos carregados positivamente, pela privação da ativação
dos cátions pertencentes às enzimas digestivas, ou ainda pelo excesso na produção de
mucina, como mencionado anteriormente. Dessa forma, sugere-se que os efeitos da
fitase sobre o aproveitamento de aminoácidos e energia devam-se principalmente à
redução das perdas endógenas causadas pela presença do fitato.

Enzimas NSP (Non-Starch Polisaccharides)


A utilização de ingredientes tidos como alternativos (trigo, cevada, centeio,
aveia, farelo de arroz, farelo de girassol, etc e seus subprodutos) na alimentação de
aves, decorrente do aumento dos preços de ingredientes como o milho e o farelo de
soja, foi o principal impulso à utilização das enzimas NSP. O termo NSP (non-starch
polysaccharides), ou em português, PNA (polissacarídeos não amiláceos), representa
uma diversidade de compostos que possuem diferentes propriedades físico-químicas.
Seu principal efeito está associado com a viscosidade natural desses polissacarídeos e
seu impacto na morfologia e fisiologia do trato digestivo, bem como com suas
interações com a microflora intestinal. Os mecanismos envolvidos nesse processo
incluem mudanças no trânsito, modificações na mucosa intestinal bem como alterações
na regulação hormonal devida a variação na taxa de absorção dos nutrientes
(BEDFORD & PARTRIDGE, 2001). Basicamente, o objetivo da utilização das
enzimas NSP é o de quebrar as estruturas dos polissacarídeos não amiláceos (PNA’s),
impedindo que estes manifestem seus efeitos sobre a viscosidade do meio intestinal e,
com isso, interfiram na digestibilidade dos nutrientes e no conseqüente desempenho
animal. A figura 4 demonstra o modo de ação dos PNA’s, bem como das enzimas NSP
que os degradam.
Existem hoje várias enzimas NSP’s disponíveis no mercado; entretanto, mesmo
avaliando apenas a classe de xilanases, por exemplo, encontramos grandes diferenças
de perfis de pH, estabilidade gástrica, sua capacidade de ligação as arabinoxilanos
solúveis e/ou insolúveis, e também produtos finais gerados. Avaliando a ação de seis
níveis de xilanase (0,0; 0,1; 0,2; 0,4; 0,8 e 1,6%) em dietas com quatro níveis de

398


centeio (0,0; 20,0; 40,0; e 60,0%) em substituição ao trigo, BEDFORD & CLASSEN
(1992a) observaram que a adição da enzima resultou em redução da viscosidade
intestinal, bem como em aumento do ganho de peso. Além disso, os autores
verificaram que existe uma relação direta entre a viscosidade da digesta e o ganho de
peso das aves. É interessante a observação de que, em aves mais velhas, são maiores
os ganhos conseguidos com a utilização da enzima em dietas à base de centeio; isso
deve-se, provavelmente, ao aumento da capacidade digestiva e da motilidade intestinal
em aves mais velhas. Em outro trabalho, no qual se utilizou a enzima ǃ-Glucanase em
dietas à base de cevada, BEDFORD & CLASSEN (1992b) observaram redução da
viscosidade intestinal, melhoria da conversão alimentar e aumento do ganho de peso
quando da suplementação enzimática.

FIGURA 4: MODO DE AÇÃO DOS POLISSACARÍDEOS NÃO AMILÁCEOS (NSP – NON-


STARCH POLISACCHARIDES) E DAS ENZIMAS QUE OS DEGRADAM (ENZIMAS NSP)

399


(FONTE: SIMON (1998), citado por COUSINS (1999)).

Efeitos antinutricionais dos polissacarídeos não amiláceos


Os polissacarídeos não amiláceos encontrados nos alimentos estão presentes
principalmente na parede celular dos vegetais, destacando-se entre eles os
arabinoxilanos e os ǃ-glucanos (ANNISON & CHOCT, 1994). Para COUSINS (1999), os
PNA’s são classificados como fatores antinutricionais pelo fato de possuírem a
capacidade de se ligarem a grandes quantidades de água (PNA’s solúveis), aumentando
consideravelmente a viscosidade do meio intestinal e reduzindo assim a digestibilidade
dos nutrientes; o autor cita ainda como conseqüência da ingestão de PNA’s o aumento
da umidade das fezes das aves. Existem também os PNA’s insolúveis que, apesar se
não influenciarem a viscosidade do meio, não são digeridos e absorvidos pelas aves.
De modo geral, a viscosidade da digesta reduz o contato entre os nutrientes e
as secreções digestivas, a ação das enzimas endógenas e dos sais biliares, reduz os
movimentos peristálticos, aumentando o tempo de retenção da digesta e favorecendo a
proliferação de bactérias no trato digestório (SOUZA, 2005); ocorrem ainda alterações
no desenvolvimento do trato gastrintestinal das aves, principalmente sobre o tamanho
dos órgãos (BEDFORD & PARTRIDGE, 2001).
O milho e o farelo de soja comumente utilizados nas dietas no Brasil são
considerados ingredientes não viscosos e apresentam uma quantidade de PNA’s
relativamente baixos quando comparados com dietas a base de trigo, cevada ou
centeio. Mesmo assim, os componentes insolúveis dos PNA’s presentes no milho e no
farelo de soja podem estar relacionados com o efeito de encapsulamento de nutrientes,
citado por GRACIA et al. (2003). Este efeito pode ser observado em trabalho realizado
por MENG & SLOMINSKI (2005), onde a utilização de um complexo enzimático em
dietas a base de milho e farelo de soja teve efeito sobre a digestibilidade de amido,
proteína e na metabolizabilidade da energia; o complexo utilizado continha xilanase,
pectinase, glucanase, celulase, mananase e galactanase. Além disso, a suplementação
de enzimas exógenas reduz a síntese de enzimas endógenas e, como conseqüência, o
organismo tem à disposição maior quantidade de aminoácidos para a síntese protéica.

Enzimas, Economia e Meio Ambiente

400


É indiscutível o avanço da atividade avícola em todo o mundo e, principalmente,


no Brasil. O desenvolvimento de novas tecnologias e a adoção de novas práticas de
manejo e nutrição foram alguns dos fatores que colaboraram para a consolidação da
avicultura como uma das principais atividades do agronegócio brasileiro; como
sabemos, o Brasil figura entre os maiores produtores e exportadores mundiais de
carnes, dentre elas a carne de frango. Porém, a produção encontra hoje não apenas a
necessidade de atender a demanda de alimentos; há também as exigências de
instituições visando a redução dos impactos ambientais gerados pela produção animal.
Outro desafio encontrado, neste caso especificamente para os nutricionistas, é a
redução dos custos com a formulação das dietas; para a discussão que se pretende
aqui, estas duas situações podem ser analisadas de maneira conjunta. Como sabemos,
a utilização de enzimas exógenas tem por objetivo permitir aos animais um melhor
aproveitamento dos nutrientes presentes na dieta. Com isso consegue-se, além da
redução dos custos de formulação (uma vez que é possível a utilização de ingredientes
com “qualidade inferior”), a redução na excreção de nutrientes.
De certa forma, no Brasil, a poluição ambiental gerada pela avicultura passou a
ser discutida enfaticamente a partir do ano de 2001, ano em que o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento proibiu, por meio da Instrução Normativa Nº. 15,
a utilização de cama de frango na alimentação de ruminantes. O destino encontrado
para o grande volume produzido (entre 1,4 e 1,7 kg/ave; ANUALPEC, 2004) foi a sua
utilização na agricultura, como adubo. Diferentemente do que se pensa na teoria, na
prática observamos que os dejetos de aves são consideravelmente mais poluentes do
que de animais como suínos e bovinos (tabela 4), o que enfatiza a necessidade da
redução na excreção de nutrientes e, conseqüentemente, do impacto ambiental gerado
pela avicultura.

Tabela 4: Quantidade de nutrientes nos resíduos de espécies animais por 453,6 kg


de peso vivo.
Bov. Bov. Aves
Elementos (kg) Leite Corte Suínos Postura Aves Corte
Nitrogênio 68,04 56,24 74,39 119,30 191,87
Fósforo 11,97 18,16 24,75 46,30 43,11
Potássio 44,42 39,91 49,69 51,20 59,48

401


FONTE: HAMMOND (1994)

No caso do fósforo, por exemplo, é possível observamos a grande quantidade


excretada pelas aves. Além de ser altamente prejudicial quando presente em excesso
no ambiente, o fósforo é obtido por meio de extrações de fontes não renováveis. Sendo
assim, quando as fontes esgotarem, como será a suplementação de fósforo às aves?
Talvez este seja o exemplo mais claro para o entendimento do papel das enzimas
(fitases, nesse caso) na redução dos impactos ambientais gerados pela produção
animal.
Considerando que mais de 2/3 do fósforo presente nos ingredientes de origem
vegetal encontra-se na forma de fitato, indisponível às aves, fica clara a necessidade da
suplementação por meio de fontes inorgânicas ou então através das farinhas de origem
animal. Porém, as fontes inorgânicas de fósforo encarecem as formulações, uma vez
que este é o 3º componente mais caro da dieta e, as farinhas de origem animal já têm
seu uso restrito por alguns mercados. Sendo assim, a suplementação com a enzima
fitase, por otimizar o aproveitamento do fósforo presente na dieta, reduz o custo da
formulação (menor suplementação com fontes inorgânicas) e a excreção de fósforo no
ambiente (melhor aproveitamento por parte das aves). Fica clara assim, a relação
existente entre os dois fatores discutidos: custo de formulação e redução na excreção
de nutrientes. Logicamente, se os animais recebem a quantidade de nutrientes
adequada e excretam menos, estão aproveitando de maneira mais eficiente o que lhes
é fornecido. Com isso, deixa de existir (ou reduz) a necessidade da suplementação por
meio da utilização de fontes específicas de fósforo e energia (óleos e gorduras)), o que
reduz o custo da formulação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANNISON, G.; CHOCT, M. Plant polysaccharides – their physiochemical properties and


nutritional roles in monogastric animals. In: LYONS, T.P.; JACQUES, K. A.
Biotechnology in the feed Industry. Procedings of Alltech’s Tenth Annual
Symposium. Nottingham: Nottingham University Press, p. 51-66, 1994.

402


ANUALPEC – Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP –


Consultoria & Comércio, 2004. 250p.

BACH-KNUDSEN, K.E.; JØRGENSEN, H. Intestinal Degradation of Dietary


Carbohydrates. Birth to Maturity. In Lindberg, L.E and Ogle, B. (editors): Digestive.
Physiology of Pigs and Poultry, chap. 26. CABI Publishing. 2001.

BANKS, K.M. et al. The effects of copper on the efficacy of phytase, growth, and
phosphorus retention in broiler chicks. Poultry Science, v.83, p.1335-1341, 2004.

BEDFORD, M.R.; CLASSEN, H.L. Reduction of intestinal viscosity through manipulation


of dietary rye and pentosanase concentration is effected through changes in the
carbohydrate composition of the intestinal aqueous phase and results in improved
growth rate and feed conversion. Journal Nutr., 122: 560-569; 1992a.

BEDFORD, M.R.; CLASSEN, H.L. Reduction of intestinal viscosity on barley-fed broilers


by P-glucanase: site of action and effect on bird performance. Animal Prod., 54: 88.
1992b.

BEDFORD, M.R. Exogenous enzymes in monogastric nutrition – their current value and
future benefits. Animal Feed Science and Techonology. 86. 1-13. 2000.

BEDFORD, M.R.; PARTRIDGE, G.G. The role and efficacy of carbohydrase enzymes in
pig nutrition. In: Enzymes in Farm Animal Nutrition, p. 161-198. Wallingford, Oxon.;
CABI Publishing, 2001.

CHERYAN, M. Phytic acid interactions in foods systems. Critical Reviews in Food Science
an Nutrition, v.13, p.297-335, 1980.

CHOCT, M.’ANNISON, G. Anti-nutritive effect of wheat pentosans in broiler chickens:


roles of viscosity and gut microflora. British Poultry Science, 33:821-834, 1992.

403


COUSINS, B. Enzimas na nutrição de Aves. In: I Simpósio Internacional ACAV –


EMBRAPA sobre nutrição de aves. Concórdia, SC, Brasil. Anais... p. 118-132. 1999.

COWIESON, A.J.; ACAMOVIC, T.; BEDFORD, M.R. The effects of phytase and phytic
acid on the loss of endogenous amino acids and minerals from broiler chickens. British
Poultry Science, 45:101, 2004.

COWIESON, A.J.; RAVINDRAN, V.; SELLE, P.H. Influence of dietary phytic acid and
source of microbial phytase on ileal endogenous amino acid flows in broiler chickens.
Poultry Science, 87:2287-2299, 2008.

CHAMPE, P.C.; HARVEY, R.A. Enzimas. In: Bioquímica Ilustrada, 2. ed. São Paulo:
Artes Médicas, 446 p. 53-66 p. 1989.

CHOCT, M. et al. Increase small intestinal fermentation is partly responsible for the anti-
nutritive activity of non-starch polysaccharides in chickens. British Poultry Science.
v.37, p.609-612, 1996.

CHUNG, T.K. Roche Vitamins Asia Pacific LTD. In: Maximising response to phytase.
World Poultry – Elseiver Volume 18, n. 8, 2002.

GRACIA, M.I.; ARANÍBAR, M.J.; LÁZARO, R.; MEDEL, P.; MATEOS, G.G. Alfa-amylase
supplementation of broiler diets based on corn. Poultry Science, 82:436-442, 2003.

GRAF, E. Applications of phytic acid. Journal of the American Oil Chemist’s Society,
v.60, p.1861-1867, 1983.

GUENTER, W. Departament of Animal Science, University of Manitoba, Canada. In:


Pratical experience with the use of enzymes. Disponível em:
(http://www.idrc.ca/es/ev-30924-201-1-DO_TOPIC.html) Acessado em:
02/07/2009.

HAMMOND, C. Animal waste and the environment. Cooperative Extension Service. The

404


University of Georgia College of Agricultural & Environmental Sciences. Circular 827


out. 1994.

HENN, J.D. Aditivos Enzimáticos em dietas de suínos e aves. In: Bioquímica do tecido
animal. Pós-graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul.. Disponível em: < http://www6.ufrgs.br/bioquimica/> Acessado em:
02/07/2009.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção agrícola brasileira.


Produção. Confronto das safras de 2008 e 2009 – Brasil – Maio 2009. Disponível em:
<www.ibge.gov.br> Acesso em: 25/06/2009.

KNUCKLES, B.E., KUZMICKY, D.D, BETSCHART, A.A. Effect of phytate and partially
hydrolyzed phytate on in vitro protein digestibility. Journal of Food Science. 50:1080.
1985.

MADDAIAH, V.T.; KURNICK, A.A., REID, B.L. Phytic acid studies. Proc. of the Soc. for
Exp. Biol. Med. 115:391. 1963.

MAGA, J.A. Phytate: its chemistry, occurrence, food interactions, nutritional significance,
and methods of analysis. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.30, p.1-9,
1982.

MENG, X.; SLOMINSKI, B.A. Nutritive values of corn, soybean meal, canola meal, and
peãs for broiler chickens as affected by a multicarbohydrase preparation of cell wall
degrading enzymes. Poultry Science, 84:1242-1251, 2005.

OBERLEAS, D. Phytates. In: Toxicants Occurring Naturally in Foods. National


Academy of Sciences, Washington, D.C. p 363. 1973.

PALLAUF, J, RIMBACH, G. Recent results on phytic acid and phytase. Proceedings of


5th Forum Animal Nutrition, BASF, p. 43, May 4-5, 1995.

405


PAYNE, R.L.; LAVERGNE, T.K.; SOUTHERN, L.L. A comparison of two sources of


phytase in liquid and dry forms in broilers. Poultry Science, 8:265-272, 2005.

PIZZOLANTE, C.C. Estabilidade da fitase e sua utilização na alimentação de


frangos de corte. 2000. 117p. Tese (Doutorado em Nutrição de Monogástricos) -
UFLA – Lavras, 2000.

SELLE, P.H.; RAVINDRAN, V. BRYDEN, W.L.; SCOTT, T.A. Influence of dietary phytate
and exogenous phytase on amino acid digestibility in Poultry: A review. Journal of
Poultry Science, 43:89, 2006.

SELLE, P.H.; RAVINDRAN, V. Microbial phytase in poultry nutrition. Review. Animal Feed
Science and Technology. 135. 1-41, (2007).

SHELTON, J.L.; SOUTHERN, L.L.; GASTON, L.A.; FOSTER, A. Evaluation of the nutrient
matrix values for phytase in broilers. Journal Applied of Poultry Research, 13:213-221,
2004.

SIMONS, P.C.M. et al. Improvement of phosphorus availability by microbial phytase in


broilers and pig. British Journal of Nutrition, v.64, p.525-540, 1990.

SINDIRAÇÕES. Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal. Produção de


Ração para avicultura de corte cresce 10,4% em 2008. Indicativos. Disponível em:
<www.sindiracoes.org.br> Acesso em: 25/06/2009.

SINGH, M., KRIKORIAN, A.D. Inhibition of trypsin activity by phytate. Journal of


Agricultural and Food Chemistry. 30:799. 1982.

SOUZA, L.W.O. Biodisponibilidade do fósforo em ingredientes alternativos (Revisão de


Literatura). Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. 3. Ed., Julho,
2004.

406


SOUZA, R.M. Uso de complexo enzimático em rações fareladas e peletizadas para


frangos de corte. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Lavras, 2005.

REDDY, N.R.; SATHE, S.K. SALUNKHE, D.K. Phytates in legumes and cereals. Advances
in Food Research, v.28, p.1-92, 1982.

TAMIM, N.M.; ANGEL, R.; CHRISTMAN, M. Influence of dietary calcium and phytase on
phytate phosphorus hydrolysis in broiler chickens. Poultry Science, 83:1358-1367, 2004.

THOMPSON, L.U., BUTTON, C.L., JENKINS, D.J.A. Phytic acid and calcium affect the in
vitro rate of navy bean starch digestion and blood glucose response in humans. Am. J.
Clin. Nutr. 46:467, 1988.

WODZINSKI, R.J.; ULLAH, A.H.J., 1996. Phytase. Adv. Appl. Microbiol. 42, 263–303.

407
Modulando o Sistema imune
das aves para incrementar
produtividade

Dra. Elizabeth Santin

Ir para a Ir para o
capa Índice
Modulando o sistema
imune das aves para
incrementar produtividade
Profa. Dra. Elizabeth Santin
M.V. Larissa Pickler
LABMOR/DMV/UFPR
Curitiba - PR
santin@ufpr.br

Introdução

A defesa dos animais a agentes estranhos como vírus, bactérias,


protozoários e outros parasitas ocorre devido ao trabalho fundamental do
sistema imunológico dos animais. O equilíbrio entre a boa funcionalidade do
sistema imune (imunocompetência) e os desafios de campo é o fator
determinante da saúde de um animal. Sempre que ocorrer aumento na pressão
infectiva ou uma diminuição na capacidade imunitária do indivíduo ocorre o que
caracterizamos como doença. Animais enfermos são menos produtivos, e, além
disso, aumentam os custos de produção por necessidade de medicamentos e
intervenções veterinárias.
Por outro lado, sabe-se também que a ativação do sistema imune
demanda recursos orgânicos que podem comprometer o bom desempenho
animal, isso porque, quando ativado, o sistema imune desvia parte de
proteínas, vitaminas, energia e minerais para a reação inflamatória e diminui a
disponibilidade deste para produção de carne e ovos.
Compreender como ocorre estes mecanismos e as formas de modular o
sistema imune positivamente para manter a saúde e desempenho animal se
torna fundamental para o retorno econômico da atividade avícola

Conhecendo o Sistema Imune das Aves


De acordo com Abbas et al(2000), o termo imunidade tem sua origem na
palavra latina immunitas que na Roma antiga referia-se a exceções legais
oferecidas aos senadores da época durante seu período de mandato. A parte
disso, ao longo dos séculos o termo imunidade refere-se a prevenir doenças,
mais especificamente a doenças infecciosas. Na verdade uma definição mais

409
ampla de imunidade relaciona a reação do organismo contra substâncias
incluindo microorganismos, macromoléculas como proteínas e polissacarídeos.
As células e moléculas responsáveis por essa imunidade constituem o sistema
imunológico e a interação coletiva dessas estruturas e molécula na resposta
contra agentes estranhos ao organismo é denominado resposta imunológica.
Quando o sistema imunológico funciona adequadamente e ocorre um
equilíbrio entre esse sistema imunológico e a pressão infecciosa, o animal
encontra-se em condições de homeostase ou apresenta-se saudável. Em
condições de homeostase, este sistema é um consumidor modesto dos recursos
orgânicos, porém, uma vez ativado, torna-se um grande sorvedouro de energia
e nutrientes, os quais o organismo animal desvia da produção de carne, leite e
ovos (Klasing et al, 1997).
O efeito negativo da estimulação imune sobre o crescimento dos animais
pode ser observado quando imunógenos que não causam patologias
diretamente (como LPS e polidextranos) diminuem a taxa de crescimento de
ave em até 15% (Klasing et al., 1997).
Algumas vezes pode ocorrer também, que esses mecanismos
desenvolvidos para defender o organismo causem danos teciduais e doenças
autoimunes.
A resposta imune das aves, assim como dos mamíferos, pode ser dividido
em duas partes: resposta inata e resposta adaptativa.
A resposta inata é a primeira linha de defesa, não apresenta
especificidade sendo reconhecida como barreiras físicas e químicas como
epitélio e substâncias produzidas por algumas células que possam ter alguma
atividade anti-bacteriana como o ácido estomacal e o muco que reveste as
mucosas, por exemplo. Além disso, fazem ainda parte da imunidade inata do
organismo as células fagocíticas (macrófagos e neutrófilos) e células natural
killer (NK), proteínas do sangue como as que compõem o sistema complemento
e as citocinas que regulam e coordenam muitas atividades das células que
fazem parte desta imunidade inata e também específica. Apesar da imunidade
inata já existir no animal independente de qualquer desafio, sabe-se que esta
imunidade aumenta em magnitude e capacidade defensiva a cada exposição
sucessiva a distintos agentes.
A imunidade adaptativa é considerada a imunidade desenvolvida
especificamente para um agente, por isso também sendo denominada de
imunidade específica, e tem a capacidade de “memorizar”, de forma que a
segunda resposta a esse mesmo agente será ainda mais vigorosa que da
primeira vez que esse agente for detectado. Os componentes desta resposta
especifica são os linfócitos e seus produtos como as linfocinas e os anticorpos.
Na realidade, a imunidade inata e a adaptativa trabalham de forma
integrada, sendo que a imunidade inata é fundamental para que se desenvolva
posteriormente uma imunidade específica contra determinado antígeno. Por

410
outro lado, a resposta secundária da imunidade especifica utiliza inúmeros
componentes da imunidade inata para que essa resposta secundária especifica
seja realmente mais rápida e eficaz.
Dentro da imunidade especifica existem dois tipos de imunidade
denominados imunidade especifica humoral e imunidade celular. A imunidade
humoral é mediada por anticorpos produzido pelos linfócitos B que tem como
função neutralizar a infectividade dos agentes e sinalizar esses para eliminação
através de vários mecanismos. Alguns anticorpos induzem a fagocitose por
células fagocíticas e outros desencadeiam a liberação de mediadores da
resposta inflamatória a partir de mastócitos. A imunidade celular é mediada por
linfócitos T que normalmente dirigem-se contra células infectadas. Isso pode
acontecer quando algum vírus, bactéria ou protozoário infecta e se prolifera
dentro de fagócitos.
Para otimizar essa interação entre os componentes do sistema imune, os
linfócitos e as células do sistema imune encontram-se localizados e
concentrados em órgãos denominados anatomicamente como órgãos linfóides.
Estes órgãos são denominados de órgãos linfóides primários e órgãos linfóides
secundários. Os primários são aqueles onde os linfócitos primeiramente se
desenvolvem, expressam os receptores de antígenos e atingem sua maturidade
funcional, são eles o timo (desenvolvimento de linfócitos T) e a bolsa cloacal
(desenvolvimento de linfócitos B). Os órgãos linfóides secundários são aqueles
para onde migram essas células B e T e onde ocorre a resposta destas à
antígenos, são eles o baço, glândula de Harder, tonsilas cecais, placas de
Peyer, agregados linfóides e divertículo de Meckel.
Desta maneira fica claro que o sistema imune desempenha papel
importante também no desempenho animal podendo interferir no
funcionamento de outros órgãos e sendo interferido por diversos fatores,
principalmente manejos estressantes, alterações ou deficiências nutricionais e a
presença de micotoxinas na dieta.
O objetivo maior da resposta imune, em última análise, é a manutenção
da homeostase, ou seja, o retorno à normalidade fisiológica anterior à ativação
antigênica. Para isso, os integrantes do sistema imune desencadeiam uma série
de resposta metabólica, neuro-endócrinas e comportamentais que compõem o
chamado estresse imunológico. Essa integração de resposta só é possível
através de mediadores específicos que possam interagir com outros sistemas
no organismo. Com o recente acúmulo de informações derivadas da pesquisa
aplicada, pode-se afirmar que a modulação das interações imunofisiológicas dos
animais dá-se em grande parte pela participação de moléculas chamadas
citocinas que fazem parte da resposta imune inata (Machado e Fontes, 2003).

A rede citocínica e produção Animal

411
Toda vez que a resposta imune dos animais é estimulada por agentes
infecciosos ou toxinas protéicas, desencandeia-se um processo inflamatório
com liberação de mediadores químicos que fazem a ativação e integração entre
os diferentes componentes do sistema imune (resposta inata ou especifica
humoral e celular). Normalmente todo esse complexo fenômeno de ativação
imunológica ocorre através de citocinas. As citocinas podem ter seu efeito
autócrino (na células que a produziram), parócrino (nas células adjascentes
aquela que a produziu) ou endócrino (em tecido distantes das células que a
produziram). A complexa teia de interações entre todos os tipos celulares do
sistema imune pode ser denominada “rede citocínica”, sendo comprovadamente
mediada por muitas citocinas diferentes (Kelley, 1997, Klassing et al, 1997)
Além de promover a interação entre componentes celulares do sistema
imune, as citocinas agem ainda como importantes mediadores e reguladores de
funções em outros sistemas fisiológicos, formando o chamado complexo imuno-
neuro-endócrino (Klassing et al, 1997, Machado e Fontes, 2003; Salak-Johnson
e McGlone, 2007).
Sabe-se atualmente que as citocinas podem ganhar acesso ao Sistema
Nervoso Central (SNC) por várias formas: utilizando transportadores específicos
no endotélio vascular cerebral, induzindo sua própria síntese por células do SNC
ou alcançando as regiões ventriculares onde não há barreira hematencefálica,
entre outras. As citocinas inflamatórias, incluindo IL-1, IL-6 e TNFĮ, sinalizam
ao cérebro sobre o início de uma resposta imune. O cérebro, por sua vez,
desencadeia reações homeostáticas tais como febre, sonolência, letargia e
anorexia, além de disparar várias respostas endócrinas através do eixo
hipotalâmico-hipofisário. Existem variações entre o estímulo destas citocinas no
SNC, a IL-1, por exemplo, reduz o consumo de alimento pela inibição da
liberação de CRH e altera o metabolismo de glicose de forma bem mais drástica
que o TNF-Į. A liberação de CRH induzida pela IL-1 desencadeia o aumento do
glucagon e diminuição da insulina de colecistoquinina. Perifericamente, a IL-1
inibe a motilidade e esvaziamento gástrico bem como a secreção de suco
gástrico (Klasing et al, 1997) o que resulta em efeito anorexico, podendo
diminuir em até 50% o consumo de alimento.
Por outro lado, o efeito pirogênico (febre), por exemplo, faz com que
ocorra um aumento de 10 a 15% na taxa metabólica basal para cada 1ºC de
elevação de temperatura corporal Essas mudanças metabólicas, mediadas pelas
citocinas, fazem com que a glicose seja mobilizada em tecidos periféricos e
direcionada para os sítios de geração da resposta imune. As citocinas estão
envolvidas nesse processo através da geração de resistência à insulina nas
células da musculatura esquelética e do tecido adiposo, agindo diretamente
sobre os receptores de insulina e os transportadores de glicose. Na produção
animal o aumento da taxa metabolica durante um desafio infecciosos pode
estar diretamente relacionado com piora na conversão alimentar.

412
Outros efeitos centrais mediados pela rede citocínica compreendem a
redução na síntese de hormônios anabólicos como a somatotropina (GH) e o
Fator-1 de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), bem como o aumento na
secreção de hormônios catabólicos, tais como os glicocorticóides. A degradação
acelerada de proteínas musculares e a intensa secreção de proteínas hepáticas
de fase aguda são características marcantes da resposta imune. Essas proteínas
hepáticas fazem parte integrante da reação imunológica e compreendem uma
imensa gama de moléculas específicas, dentre as quais estão os componentes
do complemento, as haptoglobinas, a AGP (Į-acilglicoproteína) e alguns fatores
de coagulação. Uma dessas respostas, por exemplo, é o estímulo que a IL-1,
IL-6 e o TNF-Į promovem sobre o eixo hipotalâmico-hipofisário, estimulando a
secreção de CRH (hormônio liberador da corticotropina) que, em última análise,
elevará os níveis de glicocorticóides secretados. O aumento na secreção de
glicocorticóides (imunossupressores) representa um mecanismo de feed-back
negativo para evitar uma reação exagerada do sistema imune. Mas, além do
efeito de auto-regulação, sabe-se que os glicocorticóides promovem também
diversos outros efeitos metabólicos em nível periférico. No fígado, por exemplo,
eles são anabólicos e incrementam a síntese protéica. Já no tecido muscular e
no tecido adiposo, os glicocorticóides são catabólicos e facilitam a proteólise e a
lipólise,
respectivamente (Machado e Fontes, 2003).
Na prática esses achados sugerem que cada vez que o sistema imune é
ativado e há liberação de citocinas ocorre degradação do músculo esquelético,
diminuição na síntese de proteína no músculo esquelético, aumento na síntese
de proteínas no fígado e coração e aumento na reabsorção óssea, afetando
ganho de peso, qualidade de carcaça e desempenho geral dos animais.

Tolerância Imunológica
O organismo desde o terço inicial do período de incubação, através do
Complexo de Histocompatibilidade Principal (CHP), é capaz de reconhecer as
estruturas próprias de não-próprias, e a príncipio desenvolve resposta
inflamatória para tudo aquilo que for considerado não-próprio. Isso envolve
resposta a microorganismos do meio ambiente, proteínas da dieta, etc.
Entretanto como esses agente são diariamente apresentados ao animal e,
normalmente não causam maiores prejuízos ao organismo, o sistema imune
desenvolve o que chamamos tolerância imunológica. De acordo com Guimarães
(2000), o fenômeno da tolerância imunológica é uma propriedade básica
natural do sistema imune, que, ao discriminar entre o próprio e o não-próprio,
atenua ou abole a resposta imune ativa a estruturas reconhecidas como
inerentes ao organismo. A tolerância imunológica é adquirida durante a
maturação do sistema imune, por mecanismos que deletam ou inativam clones
de linfócitos antígeno-específicos. A indução de tolerância por via oral se inicia

413
com a apresentação do antígeno exógeno ao sistema imune periférico através
do trato digestivo. Portanto, é uma forma de tolerância imunológica extra-
tímica, induzida por antígenos que atenuam a resposta a proteínas
imunogênicas previamente apresentadas à mucosa entérica. Dessa forma, se
obtém importante supressão, tanto da resposta humoral quanto daquela
mediada por células, após a administração do antígeno por via oral e
subsequente imunização sistêmica com o mesmo antígeno.

A resposta imune como produtora de Radicais livres

Os radicais livres tomam parte na destruição de microorganismos


durante o processo de fagocitose, mecanismo essencial na defesa contra
infecções, e atuam como fatores de transcrição na sinalização intracelular,
induzindo à apoptose(Ferreira,1997).
O superóxido é gerado pela reação entre moléculas de substâncias que
participam da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria e no retículo
endoplasmático e outras (como as catecolaminas e os tetrahidrofolatos) com o
oxigênio, em decorrência do metabolismo aeróbico. Apenas uma pequena
fração do oxigênio inspirado é utilizada para fabricar radicais superóxido
gerados por acidentes químicos, conseqüência natural da existência no
organismo de moléculas que necessitam de oxigênio (Leite, 2003).
As células fagocitárias produzem superóxido como parte do mecanismo
de defesa imunológica para eliminar microorganismos patogênicos e nas
doenças inflamatórias crônicas esta produção torna-se excessiva, provocando
lesões nos tecidos(Bianchi et al, 1999).
Além do oxigênio, o nitrogênio também participa da estrutura dos
radicais livres, em especial o óxido nítrico, cujo precursor é a L-arginina. Entre
suas principais funções destacam-se a regulação da pressão arterial e a
sinalização intercelular. Seu efeito tóxico, como radical livre, contribui de modo
importante para a lesão tecidual que ocorre nos processos inflamatórios
crônicos e também na sepse. A enzima superóxido-dismutase previne a
conversão do óxido nítrico em suas formas oxidativas, apresentando efeito
sinérgico com a L-arginina. (Leite, 2003)
O desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes que resulta na
indução de danos celulares pelos radicais livres tem sido chamado de estresse
oxidativo (SIES, 1993).
A ocorrência de um estresse oxidativo moderado, freqüentemente é
acompanhada do aumento das defesas antioxidantes enzimáticas, mas a
produção de uma grande quantidade de radicais livres pode causar danos e
morte celular (ANDERSON, 1996).

414
Fatores que afetam a resposta imune

Manejo Pós-eclosão

Nas aves a imunidade passiva é passada da matriz até o pintinho através


do ovo, no processo de produção do ovo, imunoglobulinas (Ig) Y presentes no
sangue das matrizes chega até o oviduto e se deposita na gema do ovo,
enquanto, durante a secreçao do albúmen, que ocorre na porção magnum do
oviduto, secreta também IGA e IgM. Ë essa imunidade enviada pela mãe que
protege esses pintinhos nos primeiros dias de vida contra vários agentes que
estão presentes no campo. Existe uma relação direta entre os títulos séricos de
Ig da mãe e a quantidade repassada ao ovo. Ë importante que o pintinho
absorva adequadamente e rapidamente essa gema para que ele tenha acesso a
estas Ig.
Estudos de Maiorka (2002) demonstram que jejum de água e alimento 12
após a eclosão diminuem a absorção da gema e afetam o desenvolvimento da
mucosa intestinal de frangos de corte. Vargas et al. (2009) apresentam que os
títulos séricos de anticorpos contra a vacina de doença de Newcastle (NDV)
foram mais baixos em pintinhos submetidos a 12 horas de jejum pós eclosão
quando comparados aqueles que consumiram água e alimento logo após a
eclosão. Estes dados claramente mostram que o atraso no consumo de
alimento dos animais pode diminuir a absorção da gema e conseqüentemente a
passagem da imunidade passiva da mãe para o pintinho. Dibner (1998) sugere
que quando o pintinho não recebe rapidamente água e alimento após a eclosão
acaba utilizando as Ig e os fosfolipídios da gema como alimento e diminuindo
sua função na proteção do animal.

Micotoxinas

Micotoxinas podem causar atrofia e esgotamento celular em órgãos linfóides.


No caso das aflatoxinas e ocratoxinas, a interferência na síntese protéica pode
ser a principal causa da supressão imunológica, pois para manter a resposta
imune do organismo, os animais necessitam de uma maior síntese protéica. Em
um estudo com micotoxinas em frangos de corte, observou-se redução no
número de células mitóticas da bolsa cloacal, e também redução na resposta
imune humoral à vacina NDV (Santin et al, 2001), sugerindo que a presença de
micotoxinas pode reduzir a eficiência vacinal. Este estudo também sugere que
em casos de micotoxicoses em matrizes pode haver uma redução da

415
transferência de anticorpos maternos para a progênie, resultando em menor
viabilidade das aves de um dia. As fumonisinas são também potentes inibidores
da enzima esfinganina N-acil transferase, o que indica que as membranas
celulares de células imunes são seus alvos principais. As fumonisinas reduzem a
imunidade humoral, suprimem a proliferação linfocitária e reduzem a depuração
bacteriana. Alguns estudos recentes também mostraram uma interferência
linear das fumonisinas no título vacinal contra NDV em frangos de corte, de
maneira que quanto maior o nível de fumonisina, menor será a concentração de
títulos vacinais. Uma recente dissertação conduzida em nosso Laboratório
(Gertner, 2009) apresenta que níveis de 7 ppm de fumonisina foi capaz de
diminuir a proliferação de células no intestino das aves, bem como das células
da bolsa cloacal. Desta maneira conclui-se que o efeito da fumonisina sobre a
integridade intestinal e da resposta imune provoca prejuízos na digestão e
absorção de nutrientes bem como imunossupressão.
Apesar, a baixa regulação de a resposta imune ser o aspecto mais
conhecido das micotoxicoses, um interessante estudo de Petska et al (2004)
mostrou um mecanismo de imunomodulação celular e molecular da DON e
outros tricotecenos. Neste estudo, a exposição transcricional e pós-
transcricional a baixas doses de tricotecenos promoveu a regulação da
expressão das citocinas, quemocinas e genes inflamatórios com concomitante
estimulação imune, enquanto que a exposição a altas doses promoveu a
apoptose dos leucócitos com concomitante supressão imune. Para serem mais
bem entendidos, estes resultados deveriam ser avaliados em aspectos mais
profundos. Se em baixas doses de tricotecenos há uma estimulação imune, isso
não significa que esse evento possa ser uma boa resposta num animal saudável
ou no seu desempenho, pois de acordo com Klasing (1997), cada vez que a
resposta imune é ativada o sistema se torna dispendioso para o organismo,
usando muitos recursos orgânicos. Numa visão prática, cada resposta animal
contra patógenos ocasionais será muito intensa e irá usar parte dos recursos
orgânicos do animal resultando em redução na taxa de conversão alimentar. A
campo, a supressão imune está relacionada com redução dos títulos vacinais,
aumento na ocorrência de infecções oportunistas, como E. coli ou Clostridium
sp, e aumento das perdas no abatedouro devido ao aparecimento de lesão
septicemica. Por ouro lado, um aumento nas reações inespecíficas no intestino
e mucosa oral ou uma forte reação vacinal e pior taxa de conversão alimentar
podem estar associados com uma regulação do sistema imune.

Doença de Gumboro

A doença da bursa de Fabricius (DIB) é uma infecção viral aguda, causada


pelo Birnavírus, altamente contagiosa que acomete aves jovens, e afeta
particularmente os linfócitos B da bursa de Fabricius, mas agride também

416
outros órgãos linfóides como tonsilas cecais e baço (Tessari et al., 2001). Essa
virose resulta na depleção linfocitária, atrofia da bursa de Fabricius e
imunossupressão, causando grandes perdas econômicas para a indústria
avícola (Kibenge et al). A imunossupressão se deve, em parte, ao fato do vírus
da DIB (VDIB) induzir apoptose de linfócitos em galinhas (Nieper et al., 1999).
Esta doença leva a inúmeras perdas na produção avícola, pois causa a
perda permanente da capacidade das aves afetadas de produzir adequadas
respostas a vacinação e patógenos oportunistas. Pode afetar aves de 3 a 6
semanas de idade causando a doença clínica, com alta mortalidade e queda no
desempenho.
O VDIB é bem conhecido como agente imunossupressor de aves, mas o
seu mecanismo de ação ainda não está completamente esclarecido.
Aparentemente, o VDIB produz um efeito citopático direto nos linfócitos B
imaturos, causando necrose e depleção linfocitária (Muller, 1986; Burkhardt &
Muller, 1987). Entretanto, há casos em que a bolsa cloacal infectada sofre uma
atrofia muito rápida e extensa sem nenhuma ou mesmo muito pouca resposta
inflamatória (Lukert & Saif, 1991).
Em relação aos prejuízos econômicos que a DIB pode ocasionar, deve-se
levar em consideração dois itens: o primeiro refere-se a algumas cepas virais
que podem causar mortalidade de 20 a 40% e o segundo, e mais importante, é
a imunossupressão severa e prolongada com conseqüências, que incluem
dermatite gangrenosa, hepatite por corpúsculode inclusão (síndrome anêmica),
falha na reposta às vacinações e infecções por Escherichia coli, podendo levar a
lesões de pele como a celulite que causa lesões na pele dos frangos, causando
condenação total ou parcial das carcaças.

Anemia Infecciosa

A Anemia Infecciosa das Galinhas é causada por um Circovirus (CAV) e


caracteriza-se por uma grave anemia aplásica temporal, destruição das células
da linha eritoblastóide, atrofia do timo, imunossupressão e aplasia da medula
óssea.
Este vírus possui grande capacidade de causar severa anemia transitória
pela destruição das células eritroblastóides da medula óssea ou
imunodepressão pela destruição dos linfócitos da cortical do timo.
A infecção pode ocorrer via intestino, pulmões com infecção dos
macrófagos e células linfóides dessas áreas. Após 8 a 10 dias pós infecção
ocorre infecção de células da medula e apoptose destas. Ocorre depleção de
células linfóides em quase todos os tecidos (bursa, fígado,tonsilas cecais)
Macrófagos reduzem a produção de interleucina e na expressão do
receptor Fc da fagocitose

417
A anemia em pintos jovens susceptíveis, freqüentemente leva as aves
acometidas a complicações por infecções secundárias virais, bacterianas ou
fúngicas e contribui para a quebra da imunidade vacinal.

Estresse de Manejo
Historicamente se tem o conhecimento empírico de que condições
estressantes poderiam afetar a resposta imune de animais e humanos, mas de
fato foi de Selve (1936), a primeira observação publicada de que fatores de
estresse como frio, drogas tóxicas ou lesões cirúrgicas resultavam em atrofia de
timo, linfonodos e baço.
Embora muitos pesquisadores não tenham concordado com Selve na
época, é incontestavelmente dele a primeira prova morfológica do efeito do
estresse sobre órgãos linfóides e foi este mesmo autor que também
demonstrou que essa atrofia de órgãos linfóides ocasionada pelo estresse não
ocorria em animais adrenalectomizados (Selye, 1936b). Foi subsequente a isso
o entendimento que se desenvolveu de que o mecanismo do estresse sobre o
sistema imune estava relacionado à ativação do eixo hipotalamico-pituitária-
adrenal. O estresse agudo causa liberação do hormônio de liberação da
corticotropina (CRH) pelo hipotálamo que por sua vez estimula a liberação pela
pituitária anterior de ACTH e outros peptídeos. O ACTH, por sua vez, aumenta a
liberação de glicocorticóides pelo cortex da glândula adrenal para corrente
sanguínea (Minton, 1994). Glicocorticóides são conhecidos como supressores da
resposta imune, em geral, por inibir as citocinas pró-inflamatórias e induzir a
produção de citocinas com potencial imunossupressivo (Wiegers et al., 2005).
Esses efeito são muito claros, tanto que análogos sintéticos de glicocorticoides
são comumente utilizados com anti-inflamatórios em humanos e animais.
Glicocorticoides podem afetar a relação Th1/Th2 no organismo.
Baseando-se na imunologia classica, o dogma aceito é de que as células T
CD+4 uma vez ativadas iniciam a diferenciação em dois tipos celulares
distintos: células T auxiliares 1 ( Th1 - T helper 1) ou T auxiliares 2 (Th2 – T
helper 2). Esses diferentes tipos celulares são responsáveis por diferentes
funções na defesa do organismo, células Th1 respondem muito bem a
antígenos apresentados pelas células B, enquanto Th2 respondem otimamente
a antígenos apresentados pelas células dendríticas e macrófagos.
Essencialmente, IFNDŽ inibe Th2 enquanto IL4 e IL10 inibem Th1. IL-12 é
positiva para Th1 e não tem efeito sobre Th2. Glicocorticoides podem afetar a
produção e a responsividade para IL12. Catecolaminas inibem a IL12 e
aumentam a produção de IL10.
Em uma revisão de Salak-Johnson e McGlone (2007) inúmeros trabalhos
são mencionados citando o efeito do estresse sobre a imunidade como
supressão da resposta imune celular e humoral. Aqueles autores concluem que
se o sistema imune tem predominantemente células Th2 a proteção do

418
organismo especifica contra bactérias pode estar aumentada, contudo, a
proteção contra vírus e a patógenos expostos pela primeira vez (imunidade
inespecífica ou inata) pode ser suprimida e os animais podem estar mais
susceptíveis a doenças alérgicas e autoimunes.
Animais expostos a condições de estresse (como frio, calor, transporte,
mistura de lotes, etc) desencadeiam esse processo de liberação de
glicocorticóides e podem ser mais susceptiveis a doenças infecciosas (Kelley,
1997, Hicks et al., 1998, Salak-Johnson e McGlone, 2007).

Rancidez Oxidativa
A rancidez oxidativa, também conhecida como lipoperoxidação, é um
termo usado para se referir aos processos de oxidação que ocorrem em
gorduras e óleos, principalmente nos ácidos graxos polinsaturados.
Existem várias matérias-primas de origem vegetal, utilizadas na alimentação
animal, que podem ser deteriorados por tal processo.
A peroxidação lipídica é iniciada por formas químicas de oxigênio, de
grande reatividade, chamadas radicais livres, e a sua formação é acelerada pela
presença de metais, principalmente ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn) e níquel
(Ni), por altas temperaturas, efeito da luz solar e pela concentração de
oxigênio. A presença de microrganismos também é importante, pois possuem
enzimas que podem exercer efeito oxidante.
Os peróxidos formados podem se ligar a um grande número de produtos
instáveis, que destroem a molécula de ácido graxo, originando os produtos de
oxidação, que são tóxicos. Muitos deles são pequenos e voláteis, liberando odor
característico de ranço, percebidos em processos de avançado estado de
oxidação. Esta etapa, geralmente, é lenta, podendo durar horas, semanas ou
meses, dependendo do tipo de gordura e das condições ambientais, porém
uma vez iniciado o processo, é muito difícil o controle.
Os produtos, quando afetados pela rancidez oxidativa, sejam eles,
matérias primas, alimentos ou rações, não são prejudicados somente no seu
componente lipídico, mas também no seu componente protéico e vitamínico,
principalmente no que diz respeito às vitaminas hidrossolúveis (Vit. do
complexo B e Vit. C).

419
Agentes Imunomoduladores

O termo imunomodulação é mais indicado para se referir a um produto


que possa melhorar a resposta imune dos animais. Entede-se por este termo
que determinado produto ou microorganismo teria a capacidade de estimular a
resposta imune, principalmente das mucosas, para a mobilização de células
imunes, porém devido a seu baixo grau de patogenicidade rapidamente teria a
capacidade de induzir a tolerância imunológica de maneira que ele não estaria
estimulando constantemente este sistema com mobilização de recursos que
poderia comprometer o desempenho dos animais. Podem ser chamados de
imunomodularores os prebióticos, probióticos, extratos de plantas, vitaminas,
minerais e outros.

Prébióticos e probióticos

A suplementação com probióticos, além de modular a microbiota


intestinal, tem sido descrito como importante também na resposta imune,
alterando os mediadores da resposta inflamatória, porém seu mecanismo não
está completamente esclarecido. Um estudo de Aguilar-Nascimento et al (2006)
demonstraram que o uso de probiotico na dieta de ratos aumentou as proteinas
totais e globulinas séricas e a produção de IgA quando comparados a ratos que
não receberam a suplementação com probióticos. Estudo de Madsen (2006)
sugerem que a administração de organismos vivos via oral (probióticos) podem
modular as células resultando no aumento da produção de IL10 e desta forma
regulando as células T.
Prebióticos são produtos contendo carboidratos que não são digeridos na
porção proximal do TGI de monogástricos e podem ser usados para reduzir a
colonização por bactérias enteropatogênicas (Gibson e Roberfroid, 1995). São
representados principalmente por mananoligossacarideos e
frutoligossacarídeos; Estas substâncias atuam mantendo ou restabelecendo as
condições de equilíbrio da microbiota no TGI. Santin et al., (2001) mostraram
os efeitos da adição de parede celular de S. cerevisiae, a qual é constituída de
mananoligossacarídeos sobre o desenvolvimento da mucosa intestinal de
frangos. A ação destes prebióticos como estimuladores das placas de Peyer
modulando a resposta imune dos animais também tem sido referida.

Vitaminas e Minerais

420
A vitamina E ou Į-tocoferol tem importante ação antioxidante; atua na
eliminação de radicais livres da fração solúvel em gordura das células,
estabilizando as membranas celulares, evitando a destruição oxidativa.
O selênio faz parte de uma enzima, a glutationperoxidase, que
praticamente complementa a ação da vitamina E. Esta enzima destrói os
lipoperóxidos formados pelos radicais livres. A deficiência de vitamina E/Se
pode determinar redução da reação do linfócito T e redução na função
fagocitária, com conseqüente redução na reação imunológica.
O Selênio é necessário para o crescimento e o desenvolvimento normal;
atua como o principal antioxidante, junto com a vitamina E, para proteger as
membranas da célula e prevenir a geração de radicais livres, oxidativos
induzidos pelos radicais livres (SCIESZKA et al., 1997). Em estudo recente,
SAAD et al(2009) demonstrou que a suplementação de frangos de corte com
0,2 ppm de Selênio orgânico é capaz de aumentar o número de células CD3+
(linfócitos T) na mucosa intestinal e diminuir a severidade de enterites.
A vitamina C atua na nutrição dos capilares, tem importante ação
antioxidante e está ligada à fração hidrossolúvel dos componentes celulares. A
deficiência de vitamina C reduz o poder de eliminação de leucócitos, bem como
as funções fagocitárias e a atividade do linfócito T. A vitamina C é encontrada
em altas concentrações em leucócitos e está envolvida em uma série de
funções incluindo proliferação de linfócitos T, prevenção da supressão induzida
por corticosteróide na atividade de neutrófilos e inibição de replicação viral
(Peters, 2000). Também é a vitamina solúvel em água com maior atividade
antioxidante tanto dentro como fora das células.
O zinco tem importante participação em metaloenzimas e na sua
deficiência ocorre redução humoral, bem como redução nas funções das células
do grupo B, funções fagocitárias, e redução na estrutura e função do timo.
Deve se tomar cuidado com níveis excessivos de zinco, por prejudicarem a
reação imunológica orgânica. Vários setores da resposta imune, desde a
integridade de barreiras mucosas até a regulação de genes dentro dos
linfócitos, são influenciados pelo zinco, o qual também exerce papel
fundamental no desenvolvimento e na função das células “natural Killer”.A
imunidade humoral torna-se comprometida, com alterações na produção de
imunoglobulinas, especialmente IgG. Porém, a imunidade celular é o setor da
resposta imune mais afetado pela deficiência do deste mineral, a qual ocasiona
alterações tróficas do timo e nos linfócitos (maturação, ativação e produção de
citocinas TH1) (CHANDRA, 1988).

ß – glucanos

O glucano é um polissacarídeo composto de glicose com ligações ß 1,6 e ß


1,3. São encontrados em produtos como aveia, fungos unicelulares ou

421
pluricelulares e aumentam o número e a função de linfócitos intraepiteliais e
também são responsáveis pela melhora da imunidade intestinal (Tsukada et al,
2003). Estudos de Lowry et al (2005) demostram que a administração via oral
de ß – glucanos em aves, reduz a colonização intestinal por Salmonella
Enteritidis.

Óleos Essenciais e extratos de plantas

Extratos de plantas e óleos essencias tem sido, ao longo da história da


humanidade relacionado com a resistência a doenças. Apesar disso o
mecanismo de ação tem sido bastante questionado na medicina moderna.
Ainda não esta completamente definido se estes aditivos atuam sobre os
patógenos especificamente ou tem ação imunomodulatoria tornando os animais
resistentes a infecções. De qualquer maneira maiores estudos são necessários
nesta área para melhor compreender seu mecanismo de ação no controle de
enfermidades.
Acredita-se que maioria dos óleos essenciais exerce efeito microbiano na
estrutura da parede celular bacteriana, desnaturando e coagulando proteínas.
Alteram a permeabilidade da membrana citoplasmática por íons de hidrogênio e
potássio, causando a interrupção dos processos vitais da célula, como
transporte de elétrons, traslocação de proteínas, fosforilação e outras reações
que dependem de enzimas, o que resulta em perda do controle quimiosmótico
da célula afetada, levando a morte bacteriana (DORMAN; DEANS, 2000).
A alteração da permeabilidade da membrana das paredes celulares das
bactérias se deve ao caráter lipofílico dos óleos essenciais que se acumulam nas
membranas. As bactérias Gram-negativas possuem uma membrana externa
que contém lipopolissacarídeos, formando uma superfície hidrofílica. Este
caráter hidrofílico cria uma barreira à permeabilidade das substâncias
hidrofóbicas como óleos essenciais, explicando a resistência de bactérias Gram-
negativas aos óleos essenciais. (DORMAN; DEANS, 2000).
Estudos in vitro de LEE E AHN (1998) demonstram a atividade
bactericida do cinamaldeído, um derivado da canela, que inibiu fortemente
Clostridium perfringens e Bacterioides fragilis e demonstrou moderada inibição
frente o Bifidobacterium longum e Lactobacillus acidophilus isolados de fezes
humanas.
Alguns estudos mostraram que o carvacrol pode inibir o crescimento in
vitro de várias espécies de bactérias patogênicas incluindo S. typhimurium e E.
coli. (Helander, 1998). Outro estudo utilizando óleo essencial de pimenta
mostrou uma ligeira atividade inibitória contra E. coli, Salmonella pulorum e
Clostridium sporogenes. (DORMAN; DEANS, 2000).
Pesquisas realizadas com frangos de corte parecem confirmar as
respostas obtidas in vitro. Losa (2001) observou que a inclusão de uma mistura

422
de extratos vegetais reduziu em 70% o número de frangos infectados por
Clostridium perfringens. Mitsch et al (2004) observaram que houve uma
redução na contagem de Clostridium perfringens em duodeno, jejuno, íleo e
ceco quando foi incluído na dieta uma mistura de óleos essenciais a base de
carvacrol, timol, cinamaldeído, eugenol e capsaícina, quando comparado ao
grupo controle que não teve a mistura incluída na ração. Entretanto, maiores
estudos são necessários para comprovar se os efeitos destes extratos de
plantas e óleos essências se deve a capacidade anti microbiana ou diretamente
como imunomodulador do sistema imune.

Considerações finais

Conhecer o funcionamento do sistema imune dos animais é fundamental


para se conhecer as necessidades nutricionais dos mesmos. Sabe-se que em
condições de repouso o sistema imune utiliza muito pouco os recursos
orgânicos, porém uma vez ativado, desvia muito destes recursos e desta forma
interfere com a produtividade dos animais;
Alguns fatores que interferem negativamente sobre o sistema imune
refere-se a estresse de manejo, micotoxinas e baixos níveis de vitaminas e
minerais na dieta. Assegurar que esses fatores estejam controlados pode
melhorar a saúde e a produtividade dos animais, bem como afetar diretamente
no custo de produção animal.

Referências:

.ABBAS, A.K., LICHTMAN, A.H., POBER, J.S. Cellular and Molecular Immunology
4 edition, 2000.

AGUILAR-NASCIMENTO, J.E., PRADO, S, ZAFFANI, G, SALOMÃO, A.B, NEVES,


J.S, DOCK-NASCIMENTO, D.B, MELLO, P.B.,OKAY, T.S. Uso peroperatório de
probióticos: efeitos na resposta imune, resistência anastomótica e trofismo da
mucosa colônica Acta Cir. Bras. vol.21 suppl.4 São Paulo 2006.

ANDERSON, D. Antioxidant defences against reactive oxygen species causing


genetic and other damage. Mutation Research, Amsterdam, v.350, n.1, p.103-
108, 1996.

423
BIANCHI, M.L.P. & ANTUNES, L.M.G. - Radicais livres e os principais
antioxidantes da dieta. Nutr., 112: 123-30, 1999.

BURKHART, E.; MULLER, H. Susceptibility of chicken blood lymphoblasts and


monocytes to infection bursal disease virus (VDIB). Arch. of Virol., n.94, p.297-
303, 1987.

DORMAN, HJD.; DEANS, S.G. Antimicrobial agents from plants: antibacterial


activity of plant volatile oils. Journal of applied Microbiology. Oxford, v. 88, p.
308-316, 2000.

DIBNER, J.J. KNIGHT, C.D., KITCHEL, M.L., ATWELL, C.A., DOWNS, A.C., IVEY,
F.J. Early feeding and development of the immune system in neonatal poultry.
J. Appl. Poult. Res. 7:425-436. 1998.

EDENS, F.W. An alternative for antibiotics use in poultry : probiotics. Brazilian


Journal of Poultry Science, Campinas, v.5, n.2, p.75-97,2003

FERREIRA, A.L.A. & MATSUBARA, L.S. - Radicais livres: conceitos,


doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo.
Assoc. Med. Bras., 43: 61-8, 1997

GIBSON GR, ROBERFROID MB. Dietary modulation of the human colonic


microbiota: Introducing the concept of prebiotics. Journal of Nutrition 1995;
125: 1401-1412

Gertner, L.R.S. Avaliação do efeito de fumonisinas em ração de frangos de


corte na histologia de fígado, mucosa intestinal e resposta imunológica humoral
à vacina contra doença de Newcastle. Dissertação de Mestrado, 2009.
Programa de PósGraduação em Ciência Veterinárias, UFPR.

HICKS, T.A, MCGLONE, J.J., WHISNANT, C.S, KATTESH, H.G,NORMAN, R.L.


Behavioral, endocrine, immune, and performance measures for pigs exposed to
acute stress. J Anim Sci 1998. 76:474-483.

KELLEY, K. Cross-Talk between the Immune and Endocrine Systems J Anim Sci
1988. 66:2095-2108. 1997

KIBENGE, F.S.B.; DHILLON, A.S.; RUSSELL, R.G. Biochemistry and immunology


of infection bursal disease virus. J. Gen. Virol., v.69, p.1757-1775, 1988.

424
Klasing, K, Kover, D. Leukocytic Cytokines Regulate Growth Rate and
Composition Following Activation of the Immune System. J Anim Sci 1997.
75:58-67.

LEE,H-S; ANH,Y-J. Growth-inhibiting effects of Cinnamomum cássia bark-


derived materials on human intestinal bactéria. Journal of Agricultural and
Food Chemistry, n. 46, p. 8-12.1998.

LEITE, H. P.; SAMI, R. S. Radicais livres, anti-oxidantes e nutrição. Revista


Brasileira de Nutrição Clínica, Brasil, v. 18, n. 2, p. 87-94, 2003

LOSA, R. The uso of essential oil in animal nutrition. Cathiers Options


Mediterraneemes, Reus, v.54, p.39-44, 2001.

LOWRY, V.K.; FARNELL,M.B.; FERRO,P.J. Purified B-glucan as na antibiotic feed


additive up regulates the innate immune response in immature chickens agains
Salmonella enterica serovar Enteritidis. International Journal of Food
Microbiology, v. 98, p. 309-318, 2005.

LUKERT, P.D.; SAIF, Y.M. Infection bursal disease. In: Calnek, B.W.; Barnes,
th
H.J.; Beard, C.W.; Reid, W.M.; Yoder, Jr., H.W. (Eds), Diseases of Poultry, 9
ed., Iowa State University Press, 1991, p.648-663.

MACHADO, G. S; FONTES, D.O. Ativação do sistema imune e sua correlação


com a produção e a nutrição de suínos. Cadernos Técnicos de Veterinária e
Zootecnia. Belo Horizonte, MG, n.42, p.27-42, set.2003.

MADSEN K. Probiotics and the immune response. J Clin Gastroenterol. 2006;


40:232-4.

MAIORKA, A. Efeitos da idade da matriz, do jejum, da energia da ração e da


glutamina sobre o desenvolvimento intestinal e atividade enzimática do
pâncreas de pintos de corte. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2002.

MINTON, J.E. Function of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis and the


sympathetic nervous system in models of acute stress in domestic farm
animals. J Anim Sci 1994. 72:1891-1898.

MITSCH, P., ZITTERL-EGLSEER,K., KOHLER,B.,GABLER, C., LOSA,R.,


ZIMPERNIK I.The effect of two different blendS of essential oil components on

425
the proliferation of Clostridium perfringens in the intestines of broiler chickens.
Poultry Science, n. 87, p. 669-675, 2004.

MULLER, H. Replication of infectious bursal disease virus in lymphoid cells.


Arch. of Virol., n.87, p.191-203, 1986.

NIEPER,H.; TEIFKE, J.P.; JUNGMANN, A. et al. Infected and apoptotic cells in


the IBDV-infected bursa of Fabricius by double-labeling techniques. Avian
Pathol., v.28, p.279-285, 1999.

PESTKA, J.J., HUI-REN ZHOU, MOON, Y, CHUNG, Y.J. Cellular and molecular
mechanism for immune modulation by deoxynivalenol and other
trichothecenes: unraveling a paradox. Toxicology Letters 153 (2004) 61-73.

PETERS, E.M. Vitamins, immunity and infection risk in athletes. In Nutrition and
Exercise Immunology (edited by D.C. Nieman and B.K. Pedersen), pp. 109–135.
Boca Raton, FL: CRC Press

MB Saad*, LRS Gertner, JM Alvarez, LCC Silva, M Toledo, E Santin. EFEITO DA


SUPLEMENTAÇÃO DE SELÊNIO ORGÂNICO, EM FRANGOS DE CORTE
VACINADOS CONTRA COCCIDIOSE, NA PROTEÇÃO DA MUCOSA INTESTINAL.
Brazilian Poultry Science, 2009.

SALAK-JOHNSON, JJ, MCGLONE. J. Making sense of apparently conflicting data:


Stress and immunity in swine and cattle J Anim Sci 2007.85:E81-E88.

SANTIN E, MAIORKA A, MACARI M, GRECCO M, SANCHEZ JC, OKADA MT,


MYASAKA AM. Performance and intestinal mucosa development of broiler
chickens fed diets containing Saccharomyces cerevisiae cell wall. Journal of
Applied Poultry Research. 2001; 10: 236-244

SCIESZKA, M., DANCH, A., MACHALSKI, M., DROZDZ, M. Plasma selenium


concentration in patients with stomach and colon cancer in the Upper Silesia.
Neoplasma, Bratislava, v.44, n.6, p.395-397, 1997.

SELYE, H. 1936a. A syndrome produced by diverse nocuous agents. Nature


138:32

SELYE, H. 1936B. Thymus and adrenals in the response of the organism to


injuries and intoxications. Br.J. Exp. Pathol. 17:234.

426
SIES, H., STAHL, W. Vitamins E and C, 兟-carotene, and other carotenoids as
antioxidants. American Journal of Clinical Nutrition, Bethesda, v.62, n.6, p.1315-
1321, 1995.

TESSARI, E.N.C.; CASTRO, A.G.M.; CARDOSO, A.L.S.P. et al. Ocorrência da


doença de Gumboro em aves de postura causadas por cepas hipervirulentas.
Arq. Int. Biol., v.68, p.115-117, 2001.

TSUKADA, C.; YOKOYAMA,H.; MIYAJI,C. ; ISHIMOTO,Y. ; KAWAMUR,H.;


ABO,T. Immunopotentiation of intraepithelial lymphocytes in the intestine by
oral administration of B-glucan. Cellular Immunology, v. 221,p. 1-5, 2003.

WIEGERS, G. J., I. E. M. STEC, P. STERZER, J. M. H. M. RUEL. 2005.


Glucocorticoids and the immune response. Pages 175–191 in Handbook of
stress and the brain. T. Steckler, N. H. Kalin, and J. M. H. M. Reul, ed. Elsevier,
Amsterdam, the Netherlands.

427

Você também pode gostar