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Aspectos introdutórios
Material Teórico
A Colonização da América
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
A Colonização da América
• Introdução
• A carreira das Índias: a empresa colonial espanhola
• O mercantilismo espanhol
• O sistema colonial espanhol
Nesta unidade, deve ler atentamente o conteúdo. Ele lhe possibilitará conhecer e
compreender os laços políticos e econômicos que o reino da Espanha estabeleceu com
a América, durante a colonização espanhola do continente. Especificamente, conhecerá
alguns aspectos importantes da expansão marítima e comercial dos espanhóis, como era a
política econômica que mantinham com a América e como construíram um sistema para
explorar a riqueza americana e transferi-la para a Europa.
Você também encontrará nesta unidade uma atividade composta por questões de múltipla
escolha, relacionada com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar
conhecimentos e de debater questões sobre o tema da unidade no Fórum de Discussão.
É extremante importante que consulte os materiais complementares, pois eles são ricos em
informações que possibilitam o aprofundamento do tema da unidade.
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Unidade: A Colonização da América
Contextualização
Para iniciarmos esta unidade, convido você a refletir sobre a seguinte charge:
NOVAES, Carlos E.; LOBO, César. História do Brasil para principiantes. São Paulo: Ática. 2003, p. 15.
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Introdução
O escritor uruguaio Eduardo Galeano deu a um de seus livros mais célebres o título: Las
Venas Abiertas de América Latina (As Veias Abertas da América Latina). Ele interpreta
as expedições marítimas dos europeus para descobrir, conquistar e colonizar o continente
americano, como uma fera que vem se arrojando pela água, lança-se em direção à sua presa
e crava-lhe os dentes na garganta. Com essa imagem ele propõe que a Europa enriqueceu e
conquistou uma posição central no capitalismo mundial, sugando os recursos americanos. Em
outras palavras, defende a ideia de que os europeus prosperaram economicamente absorvendo
toda a riqueza americana (seu sangue). Para ele, a América continua sangrando pelos orifícios
deixados pela mordida dos europeus. O instante em que essa mordida ocorreu foi no período
dos descobrimentos europeus. Durante a colonização europeia, a América teve seu sangue,
que simboliza suas fontes de riqueza e sua mão de obra, sorvido pela Europa.
Essa expansão foi, sobretudo, marítima. No caso espanhol, esse processo construiu uma
rede de comunicações marítimas, através dos portos instalados nas orlas americana e europeia
(CHAUNU, 1982, p. 199-200).
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Unidade: A Colonização da América
The Battle with the Spanish Armada, Hendrick Cornelisz Vroom, 1601
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Casa de Contratação (à esquerda) e Porto (à direita), em Sevilha - Espanha
Fonte: wikimedia commons Fonte: Vista de Sevilla, Alonso Sánchez Coello, 1576-1600
Já os centros do império colonial espanhol foram a Cidade do México e Lima. Esses locais
do vale do México e dos Andes centrais concentravam a população americana e suas riquezas
agrícolas e minerais. Não foi fortuito o fato de essas regiões terem sido os primeiros alvos da
conquista espanhola (MACLEOD, 1990, p. 54).
Inicialmente, as embarcações deixavam a costa americana rumando para a Europa com
carregamento de ouro. Durante o processo de conquista, as incursões espanholas resultavam
no saque desse metal, quando o encontravam com os chefes indígenas mais abastados. Esse
metal também foi retirado dos rios dos territórios conquistados, com o emprego de mão de
obra indígena e africana. À medida que algumas fontes se esgotavam, outras eram encontradas,
ocasionando que a produção de ouro passasse por vários ciclos (MACLEOD, 1990, p. 59).
Por volta da metade do século XVI, a produção de ouro na colônia diminuiu vertiginosamente.
Esse acontecimento provocou uma alta dos preços tanto nas Índias como no reino espanhol.
Essa crise dos preços ultrapassou as fronteiras espanholas e atingiu toda a Europa (MACLEOD,
1990, p. 60).
Fonte: wikimoneda.com
Além do ouro, os navios retornavam para o reino espanhol com significativos carregamentos
de prata. Enquanto o ouro foi extraído das ilhas e das terras baixas, a prata era retirada das
terras altas como, por exemplo, Potosí, que se situava no alto Peru. O mesmo fenômeno se
aplica às regiões mexicanas de Zacatecas e Guanajuato (MACLEOD, 1990, p. 64).
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Unidade: A Colonização da América
À medida que os carregamentos de ouro tiveram a Espanha como destino principal, a maior
parte da prata ficava retida na América. Ela era absorvida pela burocracia, que empregava
na remuneração de cargos administrativos. Também era absorvida nas trocas comerciais
existentes na colônia (MACLEOD, 1990, p. 64).
Essa produção de metais preciosos na América e seu transporte para o reino espanhol
movimentaram a conjuntura mercantilista europeia.
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O mercantilismo espanhol
Pierre Deyon considera “[...] o mercantilismo como o conjunto das teorias e das
práticas de intervenção econômica que se desenvolveram na Europa moderna
desde a metade do século XV.” (DEYON, 1992, p. 47, tradução nossa).
O reino espanhol, pelos projetos exuberantes da coroa e, sobretudo, por ela dispor de
recursos que lhe permitiam pagá-los prontamente, atraiu mercadores e banqueiros de várias
regiões da Europa. A intensa circulação de metais preciosos promoveu um crescente aumento
nos preços. Esse aumento ocasionou uma crise financeira em todo o continente europeu.
Como a Espanha era um reino predominantemente agrícola, necessitava exportar de outras
partes da Europa os produtos que precisava. Os atravessadores instalados no reino, movidos
pelos carregamentos de ouro e prata que chegavam aos portos espanhóis, buscavam lucros
exorbitantes com as ofertas de suas mercadorias (MACLEOD, 1990, p. 64).
Até o século XVIII, o quadro mercantilista espanhol não sofreu alterações significativas. Tarifas
onerosas arrasaram a insipiente indústria espanhola. Em vista disso, persistiu sua dependência
de produtos exportados. Para tentar mudar esse quadro, os espanhóis buscaram inspiração
nas políticas econômicas inglesas, francesas e holandesas. Sua economia apresentou alguns
traços de renovação, em especial, com as medidas tomadas para incentivar a agricultura e
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Unidade: A Colonização da América
a indústria. Contudo, essas medidas não tiveram sucesso. O pouco incremento que ocorreu
na economia do reino espanhol foi na produção de equipamentos, artigos e munições para
os militares. Também houve um incremento na produção de artigos destinados aos nobres
(BRADING, 1990, p. 89-90).
Se considerarmos o enorme volume de mercadorias que circulava no império espanhol, a
maior quantidade era exportada da Inglaterra, da França e da Holanda. Barcos franceses visitavam
os portos americanos frequentemente. Uma medida mercantilista dos espanhóis foi proibir os
mercadores franceses de comercializar na colônia. Tal medida visava garantir aos espanhóis
o monopólio comercial no Atlântico. Entretanto, a grande necessidade de mercadorias não
permitia que se livrassem dos comerciantes ingleses (BRADING, 1990, p. 103).
Grande parte dessa mercadoria era fruto de contrabando. O reino da Espanha aumentou a
fiscalização da costa americana. Isso fez com que as hostilidades entre os reinos crescessem.
Ao mesmo tempo, o combate ao contrabando inglês provocava na colônia uma escassez de
produtos e, por conseguinte, o aumento de preços (BRADING, 1990, p. 105).
Houve um curto período no qual a economia colonial mostrou algum desenvolvimento.
Foi durante o conflito ocorrido durante o processo de independência norte-americano (1779-
1783). Além do conflito atingir a produção dos ingleses, sua marinha foi empregada no
esforço de não perder sua colônia americana. A carência de mercadorias inglesas fez com
que a produção na colônia fosse estimulada. Contudo, terminado o conflito, as mercadorias
inglesas voltaram a abarrotar os portos hispano-americanos.
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O sistema colonial espanhol
Foi construído um sistema que garantia a um grupo restrito de mercadores o monopólio do
comércio atlântico. Esse grupo formou uma rede comercial que abrangia os portos espanhóis,
os do México e os do Peru.
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Unidade: A Colonização da América
Material Complementar
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Referências
GALEANO, E. Las Venas Abiertas de America Latina. Buenos Aires: Siglo XXI, 2004.
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Anotações
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