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Lendas e Fábulas Brasileiras para Crianças
Lendas e Fábulas Brasileiras para Crianças
E FÁBULAS
BRASILEIRAS
Para Crianças
JOSSI BORGES
© 2017 de Jossi Borges.
Revisão e diagramação: Justtech Informática
Capa: Jossi Borges / Justtech Informática
Ilustrações: Pixabay / Free Bible Images /Jossi Borges
Impressão: Clube de Autores
SUMÁRIO
O NASCIMENTO DE JESUS
HOSPITALIDADE E GENEROSIDADE
TUPÃ, DEUS-TROVÃO
O URUBU E O SAPO
A AUTORA
O NASCIMENTO DE JESUS
A jovem, confiante,
contou sua história à Moura Torta, que se aproximou dela, com um sorriso
meloso nos lábios enrugados.
– Hum... sim. Então vai se casar com um belo moço, heim? Ah, que sorte
a sua. Venha cá, vou ajeitar esses lindos cabelos. Posso pentear você?
A jovem deixou que a bruxa pusesse as mãos nos seus longos e brilhantes
cabelos. A Moura continuou a falar e fingia pentear as madeixas louras com as
mãos. De repente, ela segurou o alfinete e o enfiou com força na cabeça da
jovem, que deu um gritinho.
Imediatamente, o feitiço que ela fizera surtiu efeito: A moura encantada, a
linda fadinha, se transformou numa pomba e saiu voando. Sumiu no céu.
A Moura Torta sorriu e sentou-se na pedra à margem do rio.
Passou uma ou duas horas, até que o rapaz voltou da cidade. Viu a velha
andrajosa e olhou ansioso para a árvore. Nada viu e perguntou por sua noiva.
– Sou eu – disse a Moura Torta.
– Como?! – Assustou-se o rapaz.
– Sou eu, sua noiva, saída da melancia.
– Mas minha noiva era loura... era pequena e graciosa... e...
– Oh, meu querido! Não percebe? Eu fiquei muito tempo naquela árvore,
cansei... tive dor nas costas, acho que isso me fez a coluna entortar assim. E
meus cabelos tão louros e brilhantes ficaram ressecados nesse sol forte. Minha
pele tão macia ficou queimada e enrugada. Não tenho culpa. Acho que você
demorou muito. Eu precisava de mais água. Você não chegava, eu desci da
árvore e tomei mais água, porém não adiantou. Agora estou assim, com essa
aparência de velha!
O rapaz ficou muito entristecido, porque saíra deixando uma fada e ao
voltar, encontrara uma velha com cara de bruxa. Aquilo parecia mais um castigo!
Porém ele era um homem honrado: Prometeu casar-se com a mourinha
encantada da melancia e resolveu assumir o compromisso.
Fez que sim, meneando a cabeça e, com uma dor no coração, conduziu a
Moura Torta até a cidade, onde se casou com ela.
***
Caminhou até a velha árvore e lá, de pé, estava o seu amado. Parecia ainda
mais bonito que antes, mais forte e garboso, mesmo com o rosto bronzeado de
sol e com algumas cicatrizes.
Aproximou-se dele e ele a recebeu de
braços abertos. Logo a seguir surgiu o padre, que fora chamado por Bentinho.
– É então verdade? – Perguntou o padre, com ar sério. – Vocês dois,
jovens, tem certeza de que querem se casar em segredo?
– Sim, sim, padre – disse Melancia – É este o meu amado, meu pai não
consentiu que eu esperasse por seu retorno. É só com ele que quero casar-me.
Coco Mole também falou:
– Sim, padre. Nós fizemos promessas, um ao outro, de que nos casaríamos
logo que eu voltasse da guerra.
Desta forma, eles se casaram, sob as bênçãos da Igreja e viveram felizes
pelo resto de suas vidas.
O URUBU E O SAPO
– Ah, isso não é problema. Claro que levo. E você leva seu pandeiro, pode
ser?
– Combinado! – disse o Sapo.
Marcaram o dia da viagem e o Urubu foi embora.
No dia combinado, Urubu voltou ao banhado, na casa do compadre. Este o
mandou entrar, dizendo:
– Minha esposa, sua comadre, quer conversar com você! Ela está lá atrás
daquele tufo de capim, dando comida aos nossos filhos.
O Urubu foi lá ter com a senhora Sapa. Quando o Urubu se afastou, o sapo
pegou a viola, que o velhaco tinha deixado sobre uma pedra, e entrou dentro
dela. E disse em voz alta:
– Bem, compadre... como eu sou lerdo, já vou na frente... te encontro lá na
festa.
O Urubu despediu-se da Sapa, pegou a viola, onde estava o Sapo bem
quietinho e voou para o céu.
A festa era na copa de uma altíssima árvore, onde vários pássaros e aves
da floresta dançavam e cantavam. Alguém perguntou ao Urubu pelo seu
compadre Sapo. Ele respondeu:
– Oras, se meu compadre anda devagar até em terra, imagina se há de
voar!
Nesse instante, quando todos estavam entretidos, o Sapo saiu de fininho de
dentro da viola e se apresentou:
– Ahá! Cheguei, amigos!
Todos se admiraram. O Urubu mal podia crer, mas voltou a dançar e
sambar com o resto do povo das alturas. O Sapo também cantou e dançou um
pouco.
Chegando ao fim da festa, o danado do Sapo esperou que o Urubu
estivesse entretido, despedindo-se de uma Garça, e entrou de volta dentro da
viola.
Por isso, diz a lenda, o Sapo tem aquelas manchas meio amarronzadas
pelo corpo: marcas do tombo que levou, quando caiu da viola do compadre
Urubu.
A LENDA DE SÃO CRISTÓVÃO
CONTAM AS LENDAS DE VÁRIAS PARTES DO MUNDO, que um dia, em
tempos muito antigos, nasceu um homem muito grande.
Era considerado quase gigante, tão alto e tão forte ele era. Seu nome era
Cristóvão.
Ele queria por todos os modos servir ao rei mais poderoso da terra.
Alguém disse-lhe que havia um certo Rei – um rei riquíssimo, dono de um dos
maiores tesouros do mundo. E todos diziam que era o mais poderoso também.
Cristóvão, o homenzarrão, lá se foi atrás do tal Rei poderoso e se tornou
seu servo.
Um dia houve guerra... E o seu senhor, o Rei, foi derrotado pelos inimigos.
Cristóvão, descontente, se tornou servo do outro Rei-Vencedor.
Um dia, esse outro Rei mostrou-se temeroso com alguma coisa...
Cristóvão quis saber: