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UNIVERSIDADE LICUNGO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Licenciatura Em Ensino Basico


4• Ano

5• Grupo
Samira Lazaro Silva
Lídia Lino Mentiroso
Lucrécia Fernando Lobo
Noêmia Nihoca
Pascoa Alberto P. Saraiva

Procedimentos de ensino em Educação Física

Quelimane

2021
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5• Grupo

Samira Lazaro Silva

Lídia Lino Mentiroso

Lucrécia Fernando Lobo

Noêmia Nihoca

Pascoa Alberto P. Saraiva

Procedimentos de ensino em Educação Física

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado a faculdade de Educacao , como
requesito a cadeira de Didactica de
Educacao e Expressao Fisica e Motor .

Docente: Dr. Joao Monteiro

Quelimane

2021
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INDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5

1.1. OBJECTIVOS ................................................................................................................................. 5

1.1.1. Geral: ........................................................................................................................................... 5

1.1.2. Específicos: .................................................................................................................................. 5

1.1.3. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 5

2. PROCEDIMENTOS DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FISICA ...................................................... 6

2.1. Concepções de aulas abertas .......................................................................................................... 6

2.1.1. Exemplo prático .......................................................................................................................... 6

2.2. Crítico Emancipatória .................................................................................................................... 7

2.2.1. Exemplo prático .......................................................................................................................... 7

2.3. Concepção Educação Física e Saúde ............................................................................................. 8

2.3.1. Exemplo prático .......................................................................................................................... 8

2.4. Esportivizadora ............................................................................................................................... 9

2.4.1. Exemplo prático .......................................................................................................................... 9

2.5. Crítico Superadora ......................................................................................................................... 9

2.5.1. Exemplo prático ........................................................................................................................ 10

3. RECURSOS DIDACTICOS EM EDUCAÇÃO FISICA .............................................................. 10

4. ESTRATEGIAS DO PROFESSOR PARA CONTORNAR A FALTA DE RECURSOS NA


ESCOLA .................................................................................................................................................... 12

4.1. Organização da aula por blocos de conteúdos ............................................................................ 12

4.2. Verificação do conhecimento prévio das crianças...................................................................... 13

4.3. Relação das atividades com os projetos da escola ...................................................................... 13

4.4. Formação de grupos operacionais ............................................................................................... 13

4.5. Atividades paralelas ...................................................................................................................... 14


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4.6. Registro e verificação conjunta de vivências .............................................................................. 14

5. A EDUCAÇÃO FISICA E O ALUNO COM DEFICIÊNCIA ..................................................... 14

5.1. Dificuldades atribuídas ao aluno ................................................................................................. 14

5.2. Dificuldades atribuídas ao diagnóstico ....................................................................................... 16

5.3. Dificuldades atribuídas à família ................................................................................................. 16

5.4. Dificuldades atribuídas ao recurso pedagógico .......................................................................... 16

5.5. Dificuldades atribuídas às estratégias ......................................................................................... 17

6. INCLUIR OU INTEGRAR O ALUNO COM DIFICIÊNCIA NAS AULAS DE EF ................. 17

6.1. Como trabalhar a inclusão na educação física escolar? ............................................................ 18

6.1.1. Passa repassa (Deficiência física) ............................................................................................. 18

6.1.2. Minitênis (Deficiência física) .................................................................................................... 18

6.1.3. Caranguejobol (Deficiência auditiva)...................................................................................... 18

6.1.4. Pegue o rabo (Deficiência auditiva) ......................................................................................... 19

6.1.5. Adivinhe pelo tato (Deficiência visual) .................................................................................... 19

6.1.6. Vôlei sentado (Deficiência física) ............................................................................................. 19

6.2. Como planejar uma aula adaptada ............................................................................................. 19

6.2.1. Algumas dicas para o planejamento: ...................................................................................... 19

6.2.2. Cuidados e restrições: ............................................................................................................... 20

7. Conclusão ........................................................................................................................................... 21

8. Referencias Bibliograficas ................................................................................................................ 22


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1. INTRODUÇÃO
A Educação Física escolar vem se constituindo como prática pedagógica, a partir de diferentes
interesses e concepções pedagógicas; portanto, com diferentes concepções de Homem. Existe
uma busca por uma por estratégia metodológica que possam dar conta das necessidades
educacionais. O ensino vem, historicamente, buscando organizar meios e formas metodológicas
que possa dar conta de facilitar o processo ensino-aprendizagem. Objetivo deste trabalho é
analisar os conceitos referentes às concepções de ensino da Educação Física e descrever
exemplos práticos de aula de cada concepção.

1.1.OBJECTIVOS
1.1.1. Geral:

 Conhecer os Procedimentos de ensino em Educação Física

1.1.2. Específicos:

 Distinguir de forma clara e explicita as estratégias do professor para contornar a falta de


recursos na escola

 Identificar Recursos didáticos em Educação Física

 Compreender como Incluir ou integrar o aluno com dificiência nas aulas de EF

1.1.3. METODOLOGIA

Para a elaboração do presente trabalho foi empregue a técnica de consulta bibliográfica de


manuais Fisicos e electrónicos, leitura e síntese das informações a sistematização e sua
respectiva compilação. Este trabalho caracteriza-se como sendo um estudo do tipo descritivo. A
metodologia utilizada foi a de pesquisa bibliográfica nas principais obras de cada concepção
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2. PROCEDIMENTOS DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FISICA


2.1. Concepções de aulas abertas

De acordo com o referencial das Aulas Abertas, os objetivos para as aulas assumem a busca da
autonomia e da emancipação do aluno: valorizar a participação dos alunos, propiciando
momentos em que possam questionar e opinar; possibilitar a construção coletiva do
conhecimento, a partir de decisões tomadas em conjunto professor e alunos estimular a
criatividade e o pensar dos alunos trabalhar o aspecto das relações aluno/aluno, no que tange a
incentivar a cooperação e socialização (HILDEBRANDT, LANGING, 1986).

A literatura discute uma forma de pensar as aulas de Educação Física, colocando os alunos como
sujeitos do processo de ensino-aprendizagem. Diante disso, o processo ensino-aprendizagem,
passa a plano de elaboração e de planejamento conjunto entre professores e alunos na questão
dos objetivos, conteúdos, e avaliação (HILDEBRANDT, LANGING, 1986).

2.1.1. Exemplo prático

Os professores podem explicar várias formas de nadar, ou melhor, técnicas como: crawl e
costas, possibilitando os alunos, ficarem diante da atividade de se deslocar na piscina,
procurando alternativas de nadar da forma que eles melhor se adaptarem. Alguns alunos nadam
da forma chamada cachorrinho, outros apenas vão boiando, outros nadam o chamado jacaré,
enfim a minoria utiliza a técnica do crawl e do costas propriamente dita.

Durante o desenvolvimento da atividade que era uma brincadeira de aquecimento, os professores


estimulam os alunos como, por exemplo: Vamos, vamos, como podemos nadar agora? Para qual
direção?E assim por diante.

É frente a esta possibilidade, de prática que se entende as aulas abertas, como uma grande
possibilidade de desenvolver: estimulo a ação exploratória, liberdade criativa; é permitido ao
aluno entrar de forma autônoma em contato aos conteúdos. Enfim os alunos podem ficar livres
na questão dos movimentos corporais. Além disso, existe um grande diálogo entre os
participantes da aula, aluno-aluno, aluno-professor.
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2.2. Crítico Emancipatória

Uma Pedagogia Crítico-Emancipatória e Uma Didática Comunicativa na Educação Física


Escolar, entende-se que: “ao induzir a auto-reflexão, a pedagogia critico-emancipatória deverá
oportunizar aos alunos perceberem a coerção auto-imposta de que padecem, conseguindo com
isto, dissolver o “poder” ou a “objetividade” dessa coerção e assumindo um estado de maior
liberdade e conhecimento de seus verdadeiros interesses, ou seja, esclarecimento e emancipação”
(KUNZ, 2001).

Então, para que os alunos possam liberta-se do comodismo, é preciso que o professor crie
situações para que os alunos possam aprender esportes, por exemplo, de uma maneira crítica.
Para isso, significa, aprender além habilidades e técnicas, mas sim a interação social e a
integração por meio da linguagem. Diante deste contexto, é que fica claro a relação que é
apresentada no texto: “Trabalho, interação e linguagem”, e como conseqüência desta relação
desenvolven-se as competências: objetiva; social; comunicativa (KUNZ, 2001).

Diante disso, o professor de educação física deve problematizar situações de ensino, onde as
aulas vão ter momentos abertos e outros fechados de ensino. O ensino na concepção crítico-
emancipatória deve ser um ensino de libertação de falsas ilusões, de falsos interesses e desejos,
criados e construídos nos alunos pela visão de mundo que apresentam a partir de
„conhecimentos‟ colocados à disposição pelo contexto sociocultural onde vivem (KUNZ, 2001b,
p. 121).

2.2.1. Exemplo prático

Ensino do basquetebol

 Ensinar técnicas e fundamentos básicos deste esporte: no entanto, criar situações de


diálogo entre o grupo, onde possa ser tematizado o porquê, por exemplo: é melhor passar
a bola para o colega do que infiltrar para a cesta.

 Dialogar na questão das técnicas, exemplo: o professor pergunta: por que temos que
arremessar desta forma, e por que não de outra?
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2.3. Concepção Educação Física e Saúde

O estilo de vida da população, ou melhor, da sociedade atual, esta muito desequilibrado no que
diz respeito à questão da qualidade de vida. Ou seja, falta de atividade física, alimentação
inadequada contribuem para o grande aumento das doenças crônico-degenerativas, contexto no
qual que o autor, Dartagnan Pinto Guedes (1999), explica em seu artigo: Educação para a saúde
mediante programas de educação física escolar.

Existe uma falta de investimento na população mais jovem, para que estes adquiram hábitos de
vida saudáveis, como é explicado: Nessa perspectiva, a função proposta aos professores de
educação física é a de incorporarem nova postura frente à estrutura educacional, procurando
adotar em suas aulas, não mais uma visão de exclusividade á prática de atividades esportivas e
recreativas, mas fundamentalmente, alcançarem metas voltadas para educação para a saúde
(GUEDES, 1999).

Então, a idéia é incorporar nas aulas de educação física escolar, conceitos e referencias teóricas
sobre a questão da educação e saúde. O professor deve adquirir um comportamento voltado para
praticar este tipo de abordagem.

2.3.1. Exemplo prático

Ensino do Futebol

 No aquecimento, explicar a importância do mesmo, o porquê do alongamento, como a


flexibilidade é importante, para a vida deles.

 Explicar que durante uma subida ao ataque muito rápida, sprint, é necessário saber o
momento certo para a recuperação, baixar a freqüência cardíaca.

E diante disso, como é importante estar bem condicionado para fazer tal esforço. Ou seja, não
devemos praticar atividade física uma ou duas vezes na semana, mas sim na maioria dos dias, ou
diariamente.
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2.4. Esportivizadora

Esta concepção de ensino trata do assunto: esporte, e mais especificamente o esporte escolar. A
preocupação da área escolar, é que o esporte de alto rendimento não tenha ligações práticas com
o esporte na escola. Diante disso é preciso relembrar conceitos do Tecnicismo.

A partir da Pedagogia Tecnicista, historicamente percebemos os fatos sociais ligados: atribuir à


escola, a função de preparar e qualificar tecnicamente os trabalhadores para um futuro trabalho
industrial, fruto do “milagre econômico”. No tecnicismo, a proposta pedagógica em Educação
Física é uma proposta competitivista, com os conteúdos centrados nos esportes, dentro de uma
visão biológica, que objetiva a performance e o rendimento motor (KUNZ, 1994).

O professor, nesta pedagogia, assume um caráter de técnico esportivo, com o intuito de melhorar
a eficiência motora e física do aluno com ênfase nas técnicas esportivas, e também, formar e
selecionar futuros atletas que venham possivelmente a representar a nação. O trabalho As
dimensões inumanas do esporte de rendimento, escrito pelo professor Kunz (1994), faz
referencia da especialização precoce: crianças e adolescentes, estão sendo conduzidas cada vez
mais cedo e com mais intensidade ao esporte.

O esporte deve ser praticado na escola. No entanto de maneira lúdica e que estimule a
cooperação e o desenvolvimento de várias competências do aluno,e não o rendimento. “Com
toda certeza, Nenhuma criança, por si só, optaria livremente em treinar o esporte de forma
especializada, sistemática e intensa como normalmente é realizado” (KUNZ, 1994).

2.4.1. Exemplo prático

Ensinar o esporte de maneira lúdica, estimulando a cooperação.

 Jogos pré-desportivos, mini-jogos com dimensões da quadra reduzidas, como também


adaptação das regras.

2.5. Crítico Superadora

Está concepção tem como base o materialismo-histórico dialético. Para que, aconteça mudança,
o que prevalece é a consciência mediante o questionamento das práticas, logo, o indivíduo é
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incentivado a problematizar as relações sociais em que se insere, ao invés de aceitá-las


passivamente como modelos (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

A superação na concepção crítico supera Dora ocorre quando o trato com o conhecimento reflete
a sua direção epistemológica e informa os requisitos para selecionar, organizar e sistematizar os
conteúdos de ensino que emergem dos conteúdos culturais universais, que são indissociáveis e
significados humana e socialmente. Assim, os alunos podem compreender a realidade dentro de
uma visão de totalidade, como algo dinâmico e carente de transformações, se opondo, enfim, à
perspectiva tradicional de Educação Física (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

Essa concepção trabalha com o conceito de cultura corporal, que se opõe portanto ao conceito
de aptidão física enquanto objetivo final da disciplina, e propõe o trato com o conhecimento em
forma de ciclos de escolarização (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

2.5.1. Exemplo prático


 No inicio da aula problematizar a questão do corpo esteticamente perfeito que a mídia
transmite para as pessoas.
 Explicar todo o contexto do sistema capitalista que tem por traz do corpo perfeito do
cinema americano
3. RECURSOS DIDACTICOS EM EDUCAÇÃO FISICA

Zabala (1998) entende que os materiais didáticos são todos os recursos que podem
proporcionar aos professores respaldos, referências e critérios para tomar decisões, tanto
na fase de planejamento, na intervenção direta no processo de ensino e aprendizagem,
bem como em sua avaliação. Desta forma, torna-se possível considerar os materiais
didáticos como os meios que auxiliam os professores nas diferentes fases de
planejamento, execução e avaliação do processo de ensino e aprendizagem dos diferentes
componentes curriculares.

A inovação do ensino a partir da elaboração de novos materiais pedagógicos, como


afirma Sacristán (2000), deve ser uma estratégia muito bem pensada para que possa haver
uma melhoria e qualidade dos sistemas educativos. Desta forma, torna-se possível que os
professores busquem auxílio em diferentes tipos de materiais para planejar suas ações,
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direcionar seus trabalhos, aprofundar seus conhecimentos e favorecer o processo de


ensino e aprendizagem dos alunos.

Diante da atual fase tecnológica e moderna atrelada às Tecnologias da Informação


e Comunicação (TIC), pode-se facilmente pensar enquanto possíveis materiais didáticos
os mais variados tipos de softwares, jogos digitais, redes sociais e blogs, dispositivos
móveis (smartphones, iPads, etc.), entre outras inúmeras possibilidades. Entretanto,
não se deve esquecer que tradicionalmente nas instituições escolares o quadro negro, giz,
caderno, caneta, lápis e borracha, bem como os inúmeros livros-texto foram e ainda são
exemplos de materiais didáticos frequentemente adotados em âmbito educacional2010, p. 545).

Os materiais didáticos são elementos que auxiliam o professor na aplicação das aulas de todas as
disciplinas. Na Educação Física esses materiais são diferenciados das demais. Bolas, cones,
coletes, bambolês e cordas, são exemplos de materiais dessa disciplina.

Para que as aulas de Educação Física possam ser ministradas, o colégio deve possuir um
profissional com formação superior de licenciatura em Educação Física, cujo exercício da
profissão requer algumas especificidades, tais como, espaço físico e materiais adequados para a
aplicação e desenvolvimento dos conteúdos propostos pelo projeto pedagógico.

Aguiar (2009) destaca que se a disponibilidade de materiais for diferente das necessidades
adequadas para a realização da atividade planejada pelo professor, a qualidade e a dinâmica das
aulas podem ser influenciadas.

Muitas vezes um fator que limita o professor de Educação Física a um número específico de
atividades a serem trabalhadas nas aulas é a falta ou a inadequação dos espaços. A dificuldade
em adequar a atividade proposta ao espaço disponível, acaba reduzindo a qualidade das aulas de
Educação Física conforme ressaltado por Rodrigues e Darido (2008).

Segundo Bonamigo et al(1982) durante o contato com o meio físico e social, a criança passa a ter
um desenvolvimento mais completo e eficiente. Isto quer dizer que a partir da interação com seu
meio social ocorrem diversos processos internos de desenvolvimento que irão permitir alcançar
um novo patamar de aprendizagem.
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Farias Filho e Vago (2001) apontam que para o professor de Educação Física desenvolver com
excelência sua prática pedagógica, se tornam necessárias condições de trabalho adequadas. Pois
a falta de local e materiais disponíveis para realização das atividades é um dos fatores que podem
interferir, modificar e até prejudicar o planejamento e a execução das atividades propostas, por
outro lado esta escassez de materiais e locais pode estimular a criatividade do professor na
elaboração das suas aulas.

4. ESTRATEGIAS DO PROFESSOR PARA CONTORNAR A FALTA DE


RECURSOS NA ESCOLA

Diante da diversidade de problemas encontrados para ministrar as aulas de educação física, o


professor passa a se tornar o sujeito que, através de conhecimento e estrutura, orienta a prática
educacional sobre significados que retratem o cotidiano da escola e dos alunos, respectivamente.
Segundo Franchin (2006) a responsabilidade de ministrar uma boa aula exige que o professor,
além de dominar conhecimentos profissionais e científicos, possa despertar o interesse pela
educação física, desviando o foco dos problemas recorrentes de seu cotidiano, e voltando para a
aplicação de conteúdos diversificados.

a) Nesse sentido, Oliveira (2010) comenta sobre algumas ações estratégias que podem
auxiliar na realização concreta e eficiente de atividades pedagógicas na aula de educação
física, entre elas: a) organização da aula por blocos de conteúdo;
b) Verificação do conhecimento prévio das crianças;
c) Relação com os projetos da escola; d) formação de grupos operacionais;
d) Atividades paralelas;
e) Registro e verificação conjunta das vivências; g) acordo, trato ou combinados em relação
às atitudes nas aulas.
4.1. Organização da aula por blocos de conteúdos

A divisão da aula de educação física através de blocos de conteúdos é uma proposta que surgiu
pelo contato de grupo de professores-pesquisadores em busca de uma “Formação Pessoal e
Social e o Conhecimento de Mundo no trato pedagógico”.
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Oliveira (2010) especifica os blocos de conteúdos específicos da aula de Educação Física, entre
eles:

a. Elementos culturais; jogos, brincadeiras, dança, luta e capoeira;


b. Aspectos pessoas e interpessoais; anatomia, biomecânica e prevenção de lesões;
c. Movimentos; manipulação, locomoção e estabilização;
d. Demandas do ambiente; natureza, virtual, história e geografia.
4.2. Verificação do conhecimento prévio das crianças

Verificar os conhecimentos prévios das crianças em relação as atividades a serem executadas,


permite ao professor avaliar seu aluno a respeito da sua capacidade e interesse quanto atividade
proposta. Oliveira (2010) cita como exemplo respeito de um material que será utilizado na
atividade, seja ele bola, peteca, arco, bexiga ou outros. O professor poderá questionar os alunos a
respeito de: nome do objeto,

4.3. Relação das atividades com os projetos da escola

Ainda que as proposta pedagógicas da escola não sejam direcionadas especificamente para
realização de atividades físicas, os professores da área devem procurar encontrar uma maneira de
conciliar seus objetivos com os propostos pela proposta pedagógica escolar.

Para tanto, especifica Oliveira (2010), o planejamento das aulas de Educação Física devem
envolver estratégias que respeitem, agreguem e envolvam as demais estratégicas e propostas
escolares. De acordo com Oliveira (2010) é preciso que os professores de Educação Física
estejam atualizados e informados sobre a programação e projetos escolares, além de procurar
discutir coletivamente a possibilidade de contemplar a participação da Educação Física nos
demais projetos escolares. “Estar presente nos projetos da escola tem dado à Educação Física um
maior respeito pelos demais professores, tornando sua presença na Educação Infantil algo
merecido” (OLIVEIRA, 2010, p.10). possibilidade de uso, origem do material.

4.4. Formação de grupos operacionais

A organização de grupos operacionais pode ser utilizada como uma estratégia de socialização e
interação entre grupos que, muitas vezes, se distinguem por questões de gênero. De acordo com
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Oliveira (2010), a organização de grupos operacionais é uma boa estratégia a ser realizada com
turmas grandes, permitindo a formação de atividades paralelas e abordando.

4.5. Atividades paralelas

As atividades paralelas podem ser utilizadas para instigar as crianças a uma maior liberdade em
relação ao que vivenciaram na aula, relacionando a proposta da atividade física com o ambiente
em que estão. Para Oliveira (2010, p.13), “haja vista que em algumas situações de aprendizagem
há diversas atividades com a possibilidade de escolha, esta estratégia se assemelha a organização
de circuito”. As atividades paralelas permitem um maior envolvimento das crianças, pois não
priorizam um tipo especifico de atividade, e sim estimulam a participação em um maior número
de vivências possíveis, desafiando os alunos a passarem gradualmente por cada etapa.

4.6. Registro e verificação conjunta de vivências

Esta estratégia pode ser utilizada pelo professor para identificar o significado que seus alunos
atribuem as situações de aprendizagem. De maneira geral, esse método utiliza da mídia (câmeras
digitais, máquinas fotográficas, laptop, aparelho de DVD, televisão) para identificar conteúdos,
movimentos, comportamentos, participação e envolvimento. De acordo com Oliveira (2010), a
introdução desta estratégica de verificação conjunta de vivências facilita, às crianças, a
aprendizagem de termos ligados a movimentos, tipos de atividades e reconhecimento de
sensações. Segundo o autor, esta estratégia também contribui para que a sequência de conteúdos
seja organizada e crescente.

5. A EDUCAÇÃO FISICA E O ALUNO COM DEFICIÊNCIA


5.1. Dificuldades atribuídas ao aluno

Os professores de Educação Física relataram dificuldades na inclusão educacional em função dos


alunos com deficiência e dos alunos sem deficiência. Especificamente sobre os alunos com
deficiência, são relatadas quatro dificuldades:

1) As características decorrentes do tipo e nível da deficiência quanto à


participação: faltava muito, era dependente da companhia da professora de
sala
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2) Não querem participar


3) Não aceitam as adaptações de atividade e recurso;
4) Tem dificuldade para compreender e entender a atividade .

Sobre a dificuldade advinda das características decorrentes do tipo e nível da deficiência, sugere-
se as seguintes ações:

1) Identificar na unidade escolar, por meio de laudos e relatos dos professores, quais são os
alunos e quais as deficiências;
2) Contar com a ajuda de profissionais especializados para avaliar cada aluno;
3) Buscar conhecimento teórico-prático sobre cada tipo de deficiência, em especial, aquela
que acomete seus alunos.

Na etapa teórica da formação é importante tratar das características de cada deficiência, mas
pontuar que o professor deve se pautar não pela limitação, comprometimento ou falta de
funcionalidade, mas pelo potencial, capacidades e possibilidades dos alunos com deficiência
(MUNSTER; ALMEIDA, 2006).

Quanto à participação do aluno com deficiência, sugere-se identificar o motivo das faltas, por
exemplo, vontade própria, restrição médica, transporte, problema familiar. Entretanto, em etapa
teórica da formação continuada dos professores, será preciso discutir dois tópicos: 1) nível de
apoio que o aluno precisa (KREBS, 2004); 2) estimular o desenvolvimento do aluno, criar
possibilidades, identificar potencialidades, motivar a participação (SEABRA JÚNIOR; ARAÚJO
2006).

Sobre não aceitar as adaptações de atividade e recurso, o professor poderia:

1) Conversar com o aluno, o qual pode sinalizar suas necessidades (FLORENCE,


2002);
2) Incentivar que o aluno participe das tomadas de decisão sobre as adaptações,
considerando o aceite ou não e, permitir que o aluno escolha as variáveis de
adaptação (LIEBERMAN, 2002).
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O relato sobre as dificuldades para compreender e entender a atividade indica ser necessário
abordar durante a formação, nas etapas teórica e prática, o tópico tipos de instrução.

5.2. Dificuldades atribuídas ao diagnóstico

O desconhecimento sobre as características específicas das deficiências e síndromes sugere a


ação, do proponente da formação dos professores de Educação Física, em identificar quais eram
as deficiências e síndromes; convidar profissionais para falar sobre o tema durante a etapa
teórica. Além disso, essas dificuldades sinalizam alguns caminhos no estabelecimento de
conteúdos da formação, como: 1) a maneira de proceder diante de cada tipo de deficiência e 2) as
possibilidades do aluno e como seu desenvolvimento pode ser potencializado nas aulas
(AFONSO; MUNSTER, 2008).

5.3. Dificuldades atribuídas à família

Ainda que haja um consenso sobre a importância da parceria entre escola e família, a efetivação
apresenta problemas (SILVA; MENDES, 2008). Dessa maneira, uma ação seria a de conhecer os
motivos pelos quais as famílias não vêm correspondendo às expectativas das escolas (VALLE;
GUEDES, 2003). Por isso, durante a etapa teórica da formação continuada dos professores, um
conteúdo pode ser o de entender qual é a responsabilidade da família e qual é responsabilidade
dos professores.

Assim como a ausência de diagnóstico dos alunos com deficiência, o relato sobre a ausência de
laudos indica a necessidade de discutir com os representantes as implicações, para alunos e
professores e, quais as possibilidades de obter diagnósticos quando a família não se
responsabiliza.

5.4. Dificuldades atribuídas ao recurso pedagógico

De acordo com os relatos dos professores de Educação Física, as dificuldades para incluir os
alunos com deficiência também ocorrerem em função dos materiais.

A presente pesquisa apoia-se na definição de Manzini e Deliberato (2007) que conceituaram o


recurso pedagógico como um estímulo concreto, manipulável e que a esse estímulo seja atribuído
uma ou mais finalidades pedagógicas.
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As dificuldades relativas aos recursos também sugerem ações a serem adotadas pelos
proponentes da formação, como: 1) fazer uma busca na literatura sobre o que é indicado adquirir;
2) identificar na literatura as opções de adaptação de recursos para alunos com diferentes
deficiências. Em termos de parte prática da formação dos professores, seria preciso: 1) realizar
um levantamento dos recursos disponíveis nas escolas dos professores participantes; 2)
providenciar a comprar de recursos necessários, o que ficaria a encargo dos proponentes da
formação.

5.5. Dificuldades atribuídas às estratégias

Por definição, a estratégia é uma ação do professor que, na maioria das vezes, faz uso de um
recurso para alcançar o objetivo. Enquanto ação, a estratégia acontece no momento do ensino,
porém, deve ser previamente planejada com base nas características dos alunos, no objetivo da
atividade e no nível de complexidade (MANZINI, 2010).

"O que fazer" e "como fazer" quando há um ou mais alunos com deficiência foi uma das grandes
indagações do grupo de professores de Educação Física.

6. INCLUIR OU INTEGRAR O ALUNO COM DIFICIÊNCIA NAS AULAS DE EF

A educação física inclusiva pressupõe que as atividades sejam preparadas em um ambiente em


que todos aprendam juntos, independente de possuir uma deficiência ou não.

Estimular a inclusão de crianças e jovens na escola tem se tornando uma pauta bastante discutida
no cenário educacional e a educação física inclusiva tem muito a acrescentar nesse quesito, por
ser uma disciplina em que os alunos desenvolvem determinadas habilidades, inclusive motoras.

Qual a importância da Educação Física Inclusiva?

Entre os diversos benefícios dessa modalidade podemos citar:

 Melhoria na coordenação motora e autoestima

 Contribuição para a inclusão social;

 Redução do estresse;
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 Prevenção de doenças do coração e respiratórias.

 Geração de mais empatia

6.1. Como trabalhar a inclusão na educação física escolar?

O professor poderá propor a construção de um comitê escolar que planeje melhorias e


adequações no espaço físico, como também em outras práticas que possam contribuir na real
inclusão de todos os alunos.
Existem algumas atividades que podem ajudar os educadores nessa tarefa:

6.1.1. Passa repassa (Deficiência física)

Já que na Educação Física Inclusiva estudantes com deficiência ou não, podem participar das
atividades, neste jogo eles devem sentar espalhados em uma quadra onde duas pessoas fiquem
nas extremidades do campo. Os que ficarem nas pontas, iniciam a partida através da troca de
passes de bola, enquanto os outros que estiverem no centro tentam pegá-la sem tirar o quadril do
chão. Quem conseguir, troca de lugar com aquele que a jogou.

6.1.2. Minitênis (Deficiência física)

Mais uma atividade inclusiva e tem como objetivo fazer a bola cruzar a rede. O tamanho da
quadra é adaptada para os alunos com demarcações de giz no chão. Pode-ser usar da criatividade
na escolha do equipamento como por exemplo, um papelão grosso pode dar origem às raquetes,
folhas de papéis amassadas podem se transformar em bola e as telas de proteção de insetos pode
simbolizar a rede, sustentada por tubos de PVC presos em pneus.

6.1.3. Caranguejobol (Deficiência auditiva)

Com o mesmo número de participantes, duas equipes são formadas e cada uma ocupa metade da
quadra para defender seu próprio gol e tentar acertar o gol da equipe adversária. Os participantes
só podem se movimentar sentados ou suspendendo o quadril, apenas com o apoio das mãos e dos
pés. Após um gol, o jogo é reiniciado pela equipe que levou o gol.
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6.1.4. Pegue o rabo (Deficiência auditiva)

Ainda dividindo a turma em duas equipes com o mesmo número de participantes, cada um
ganhará um jornal, que deve ser preso na roupa próximo da cintura, representando o “rabo”. O
objetivo de cada equipe é roubar o rabo dos participantes da equipe adversária. Vence quem
conseguir roubar todos os rabos do adversário primeiro.

6.1.5. Adivinhe pelo tato (Deficiência visual)

A turma é dividida em dois ou três grupos e cada aluno estará com olhos vendados e poderá
sentir vários objetos (cadernos, borrachas, livros, etc) tendo que acertar os nomes dos objetos.
Vence o grupo que tiver maior número de acerto.

6.1.6. Vôlei sentado (Deficiência física)

O vôlei sentado pode ser jogado por atletas independente do gênero, portadores de deficiência
física, mas por pessoas que não possuem deficiência. O mais legal é que pode ser praticado por
meninos e meninas ao mesmo tempo.

6.2.Como planejar uma aula adaptada

Primeiro o professor precisa estar ciente da vivência e dificuldades do estudante e definir um


objetivo a ser alcançado, além dos métodos que utilizará. A proposta é que contemple o maior
número de práticas corporais e conhecimentos a partir de conteúdos explorados em jogos e
brincadeiras.

A aula adaptada pode ocorrer havendo ou não alunos com deficiência e nesse caso, a aplicação
de conteúdo de jogos adaptados serve para mostrar como pessoas com deficiência se sentem e as
dificuldades e desafios que encontram. Assim, quando for preciso incluir na turma um aluno com
deficiência, os outros estudantes e o professor já estarão mais preparados.

6.2.1. Algumas dicas para o planejamento:

1. Fazer adaptações no programa escolar: avaliação, planejamento e execução das


atividades;
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2. Aplicar uma metodologia que os alunos compreendam com facilidade, usando estratégias
e recursos que despertem neles o interesse e a motivação;

3. Entender interesses e necessidades dos estudantes nas atividades propostas;

4. Analisar o tempo de concentração dos alunos nas tarefas solicitadas, para que possa fazer
qualquer ajuste necessário.

6.2.2. Cuidados e restrições:

1. Respeitar o ritmo e ter paciência, pois podem ser mais lentos em algo que fazem como
falar, andar, pegar as coisas, entender uma ordem, etc;

2. Perguntar sempre antes de ajudar em algo;

3. O professor deve procurar saber sobre a tipologia e grau de deficiência do aluno que
compõe sua turma.

A inclusão de todos na escola independente do seu talento ou deficiência, traz inúmeros


benefícios para os alunos, para os professores e na sociedade em geral, pois o convívio das
crianças reforça atitudes positivas no processo da inclusão e desenvolvimento físico e intelectual.
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7. Conclusão

É muito importante para o exercício da função de professor ter o conhecimento das concepções
de ensino, como: aulas abertas; crítico- emancipatória; crítico-superadora; esportivizadora e
educação e saúde. Entende – se que o professor não deve adotar uma única concepção para suas
aulas e sim escolher várias, cada qual para o momento adequado. A importância, do
conhecimento das mesmas se justifica para o profissional justificar a sua prática: teoria-prática.
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8. Referencias Bibliograficas

COELHO, Olímpio. Actividades Físicas e Desportivas. Lisboa, Livros Horizonte, 1995.

GRAÇA, Amândio; OLIVEIRA, José. O Ensino dos Jogos Desportivos. Porto, FCDEF -
Universidade do Porto, 1994.

HURTADO, Johann G. G. Melcherts. O Ensino da Educação Física – uma abordagem didáctico


- metodológica. Brasil, Prodil, 1988.

MESQUITA, Isabel. Pedagogia do treino – formação em jogos desportivos colectivos. Lisboa,


Livros Horizonte, 1997.

FARIA JÚNIOR, A. G. Futebol, Questões de Gênero e Co-educação – Algumas considerações


didáticas sob enfoque multicultural. Revista do Núcleo de Sociologia do Futebol. Rio de Janeiro,
n. 2, 1995.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.

SOUZA JUNIOR, O.; DARIDO, S. C. Influências da cultura escolar no desenvolvimento de


propostas coeducativas em aulas de Educação Física. Motriz (Rio Claro), v. 9, p. 143-152, 2003.

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