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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

O PAPEL DA ESTATISTICA NAS CIENCIAS BIOLOGICAS

Trabalho da Cadeira de Estatística, a ser


Submetido ao Instituto Superior de Ciências e
Educação a Distância (ISCED), como requisito
Parcial para avaliação ao curso de Licenciatura
em Nutrição.

Eugenio Esperança Guihol Junior

ISCED
Tete
2023
Índice

1. Introdução ......................................................................................................................... 3
2. Breve Historia ................................................................................................................... 4
3. Bioestatística ..................................................................................................................... 4
4. A Estatística Descritiva ..................................................................................................... 5
5. A Probabilidade ................................................................................................................. 5
6. A Inferência Estatística ..................................................................................................... 6
7. População .......................................................................................................................... 6
8. Populações Estatísticas ...................................................................................................... 6
9. Amostra ............................................................................................................................. 7
10. Variável ......................................................................................................................... 8
11. Bioestatística e genética ................................................................................................ 8
12. Desenho experimental ................................................................................................... 9
13. Coleta de dados ........................................................................................................... 10
3. CONCLUSAO ................................................................................................................ 11
4. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 12

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1. Introdução

A Estatística é a ciência que utiliza-se das teorias probabilísticas para explicar a

Frequência da ocorrência eventos, tanto em estudos observacionais quanto em

Experimento modelar a aleatoriedade e a incerteza de forma a estimar ou possibilitar a

Previsão de fenômenos futuros, conforme o caso. Algumas práticas estatísticas incluem,

Por exemplo, o planejamento, a sumarização e a interpretação de observações. Dado


que o objetivo da estatística é a produção da melhor informação possível a partir dos
dados disponíveis, alguns autores sugerem que a estatística seja um ramo da teoria da
decisão.

Esta ciência tem aplicações em todas as áreas do conhecimento humano e devido às

Suas raízes empíricas e seu foco em aplicações, a estatística geralmente é considerada

Uma disciplina distinta da matemática, e não um ramo dela.

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2. Breve Historia

O termo estatística surge da expressão em latim statisticum collegium palestra sobre os


assuntos do Estado, de onde surgiu a palavra em língua italiana statista, que significa
"homem de estado", ou político, e a palavra alemã Statistik, designando a análise de
dados sobre o Estado. A palavra foi proposta pela primeira vez no século XVII, em
latim, por Schweitzer na Universidade de Jena e adotada pelo acadêmico alemão
Godofredo Achenwall. Aparece como vocabulário na Enciclopédia Britânica em 1797, e
adquiriu um significado de coleta e classificação de dados, no início do século XIX.

3. Bioestatística

A bioestatística é a aplicação de estatística ao campo biológico e médico, sendo


essencial ao planejamento, coleta, avaliação e interpretação de todos os dados obtidos
em pesquisa em tais campos. É fundamental à epidemiologia, à ecologia, à psicologia
social e à medicina baseada em evidência. A estatística forma uma ferramenta chave nos
negócios e na industrialização como um todo. É utilizada a fim de entender sistemas
variáveis, controle de processos (chamado de "controle estatístico de processo" ou
CEP), custos financeiros (contábil) e de qualidade e para sumarização de dados e
também tomada de decisão baseada em dados. Nessas funções ela é uma ferramenta
chave e a única ferramenta segura. A estatística é uma ferramenta segura, uma ciência
exata. Incorporada ao campo biológico e médico avalia com seguridade dados médicos
e biológicos, tendo assim, uma maior segurança nas análises clínicas, com uso de
ferramentas avançadas e softwares estatísticos, realizando análises estatísticas sobre o
fato ou problema estudado.

Em estudos de agricultura e biologia, os dados de rendimento e os seus componentes


podem ser obtidos por medidas métricas. No entanto, as lesões por pragas e doenças em
placas são obtidas por observação, considerando escalas de pontuação para níveis de
danos. Especialmente em estudos genéticos, devem ser considerados métodos modernos
de recolha de dados no campo e em laboratório, como plataformas de alto rendimento
para fenotipagem e genotipagem. Estas ferramentas permitem experiências maiores,
enquanto tornam possível avaliar muitas parcelas em menos tempo do que um método
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de recolha de dados baseado apenas em humanos. Finalmente, todos os dados
recolhidos de interesse devem ser armazenados num quadro de dados organizado para
posterior análise.

Estatística e Bioestatística Os pesquisadores de disciplinas relacionadas às ciências


biológicas, agrárias e à saúde utilizam uma grande variedade de ferramentas para
entende os fenômenos estudados por eles. Uma das mais importantes é a
bioestatística/estatística, pois esta desempenha um papel fundamental na análise de
dados coletados no contesto de testes químicos e ensaios biológicos, bem como em
estudos de outras áreas como epidemiologia, política sanitária, saúde pública e familiar
entre outras. A Bioestatística é um ramo mais amplo da área Estatística. Então, para fins
didáticos vamos, inicialmente, definir o termo Estatística. A Estatística é fundamental
na análise de dados provenientes de quaisquer processos onde exista variabilidade,
estando assim, interessada nos métodos e processos quantitativos que servem para a
coleta, organização, resumo, apresentação e análise desses dados, bem como na
obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões a partir de tais análises. Assim,
de maneira geral, a estatística pode ser dividida em três áreas: Departamento de
Ciências Exatas.

4. A Estatística Descritiva

Geralmente utilizada nas etapas inicias dos trabalhos, se refere à maneira de representar
dados em tabelas e gráficos, resumi-los por meio de algumas medidas sem, contudo,
tirar quaisquer informações sobre um grupo maior. Portanto, informações e conclusões
a respeito do fenômeno estudado são tiradas de modo informal e direto, restritas àquele
particular conjunto de valores.

5. A Probabilidade
É a teoria matemática utilizada para se estudar a incerteza oriunda de fenômenos de
caráter aleatório. Seu estudo é fundamental na bioestatística/estatística, tem sua origem
ligada aos jogos de azar. Esses jogos implicam em ações como girar uma roleta, lançar
um dado ou uma moeda, tendo como característica a incerteza de ocorrer determinado
acontecimento (como a face cara de uma moeda, ou o às de ouro em um set de baralho)
em determinada tentativa, e a regularidade em longo prazo, que permite prever o

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número de vezes que ocorrerá determinado acontecimento em uma série de tentativas
conduzidas de maneira uniforme.

6. A Inferência Estatística

Ao contrário da estatística descritiva, é o estudo de técnicas que possibilitem a


extrapolação das informações e conclusões obtidas a partir de subconjuntos de dados, a
um grande número de dados, ou seja, procura estabelecer conclusões para toda uma
população, quando apenas se observou uma parte desta (denominada mostra). De
maneira geral a Bioestatística é a Estatística aplicada a dados biológicos e de ciências
agrárias, como tal, está interessada na coleta, organização, resumo, apresentação e
análise de tais dados.

7. População

É um conjunto de pessoas (ou coisas) que possuem uma característica observável


comum" – este é o conceito mais amplo de população, e temos como exemplos:
população de pessoas que moram na Região Norte de Moçambique que apresentam
resultado positivo para hepatite C, a população de plantas de uma variedade de soja
plantada no jardim Tunduro em Moçambique , a população de bovinos de corte de
distrito de Marara em Tete.

8. Populações Estatísticas

"A população estatística se refere a dados (informação), e não às pessoas, indivíduos ou


objetos" nessa abordagem, a população é composta de características das pessoas (ou
objetos de estudo). Tomando o exemplo anterior, na população comum de pessoas que
moram na Região Norte de Moçambique que apresentam positivo para hepatite C,
Departamento de Ciências Exatas 3 teríamos como populações estatísticas um
parâmetro que indicasse se todas as pessoas necessitaram de transfusão sanguínea em
algum momento de suas vidas, por exemplo. No caso da população de uma variedade
específica de soja teríamos como população estatística, a sua produtividade. Portanto, a
população estatística consiste em características de pessoas ou objetos de estudo,
independente de terem sido medidas ou não.

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9. Amostra
Normalmente, um estudo visa compreender um efeito de um fenômeno sobre
uma população. Em biologia, uma população é definida como todos os indivíduos de
uma determinada espécie, numa área específica e num determinado momento. Na
bioestatística, este conceito é alargado a uma variedade de coleções possíveis de estudo.
Embora, em bioestatística, uma população não seja apenas os indivíduos, mas o total de
um componente específico dos seus organismos, como o genoma inteiro, ou todas as
células espermáticas, para os animais, ou a área total da folha, para uma planta, por
exemplo. Não é possível tomar as medidas a partir de todos os elementos de uma
população. Devido a isso, o processo de amostragem é muito importante para
a inferência estatística. A amostragem é definida de forma a obter aleatoriamente uma
parte representativa de toda a população, para fazer inferências posteriores sobre a
população. Assim, a amostra pode apanhar a maior variabilidade entre uma população.
O tamanho da amostra é determinado por várias coisas, desde o âmbito da investigação
até aos recursos disponíveis. Na investigação clínica, o tipo de ensaio, como
inferioridade, equivalência, e superioridade, é uma chave na determinação do tamanho
da amostra.

Na maioria dos casos, não conseguimos acessar toda uma população para estudar as
características de interesse, isso devido às razões econômicas, éticas e dificuldades de
outra natureza. Assim, tomaremos alguns elementos dessa população para formar um
grupo a ser estudado. Este subconjunto da população, em geral com menores
dimensões, é denominado amostra, ou seja, qualquer subconjunto da população. Dado:
esse termo se refere ao registro das medições de características de interesse. Assim, as
características tipo sanguíneo e altura de alguns, ou todos, os elementos de uma
população são avaliadas e registradas. Os resultados desses processos são obtidos na
forma de dados. Assim, em um ensaio experimental ou levantamento, o pesquisador terá
medido, ou observado, as características que compõe a amostra e as terão registradas em
forma de dados. Entretanto, o mesmo não será verdade no caso da população. Tomemos
como exemplo um experimento no qual temos por objetivos realizar um teste clínico
para aferição da pressão sanguínea dos alunos da ISCED. Nesse caso, será impraticável
medir a pressão sanguínea de todos os alunos, mas é bastante razoável fazer medições
em uma amostra de 50 dessas pressões sanguíneas.

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10. Variável

Uma característica que pode diferir de uma entidade biológica para outra é denominada
variável. É a característica de estudo do pesquisador. As informações a respeito das
variáveis de interesse são armazenadas na forma de dados.

Parâmetros estatísticos Os conceitos de parâmetros e estatísticas se relacionam


fortemente aos conceitos de população e amostra. Um parâmetro é definido como
qualquer resumo dos elementos de uma população, enquanto o resumo provável de
elementos de uma amostra é chamado de estatística (medida, métrica) (não confundir
com o nome da disciplina Estatística). Assim, a pressão sanguínea média de todos os
alunos de uma universidade seria um parâmetro enquanto que a pressão sanguínea
média dos alunos de uma determina turma (amostra) dessa universidade seria uma
estatística. Os valores dos parâmetros de uma população não são, normalmente,
disponíveis ao pesquisador. Por outro lado, os valores das estatísticas estão prontamente
disponíveis.

11. Bioestatística e genética

A modelação bioestatística constitui uma parte importante de numerosas teorias


biológicas modernas. Os estudos genéticos, desde o seu início, utilizaram conceitos
estatísticos para compreender os resultados experimentais observados. Alguns cientistas
da genética contribuíram mesmo com avanços estatísticos com o desenvolvimento de
métodos e ferramentas. Gregor Mendel iniciou os estudos genéticos investigando os
padrões de segregação genética em famílias de ervilhas e utilizou estatísticas para
explicar os dados recolhidos. No início do século XIX, após a redescoberta do trabalho
de Mendel sobre a herança Mendeliana, houve lacunas na compreensão entre a genética
e o darwinismo evolutivo. Francis Galton tentou expandir as descobertas de Mendel
com dados humanos e propôs um modelo diferente com fracções da hereditariedade
provenientes de cada antepassado, compondo uma série infinita. Ele chamou a isto a
teoria da "Lei da Hereditariedade Ancestral". As suas ideias foram fortemente
contestadas por William Bateson, que seguiu as conclusões de Mendel, segundo as
quais a herança genética provinha exclusivamente dos pais, metade de cada um deles.
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Isto levou a um debate vigoroso entre os biometristas, que apoiaram as ideias de Galton,
como Raphael Weldon, Arthur Dukinfield Darbishire e Karl Pearson, e Mendelianos,
que apoiaram as ideias de Bateson (e de Mendel), como Charles Davenport e Wilhelm
Johannsen. Mais tarde, os biometristas não puderam reproduzir as conclusões de Galton
em diferentes experiências, e as ideias de Mendel prevaleceram. Na década de 1930,
modelos construídos com base no raciocínio estatístico tinham ajudado a resolver estas
diferenças e a produzir a síntese evolucionária moderna neo-darwinista.

A resolução destas diferenças permitiu também definir o conceito de genética da


população e reuniu a genética e a evolução. As três figuras principais no
estabelecimento da genética populacional e esta síntese basearam-se todas em
estatísticas e desenvolveram a sua utilização em biologia.

12. Desenho experimental

Os desenhos experimentais sustentam esses princípios básicos das estatísticas


experimentais. Existem três desenhos experimentais básicos para atribuir tratamentos
aleatórios em todas as parcelas da experiência. São desenhos completamente
randomizados, desenhos de blocos aleatórios, e desenhos fatoriais. Os tratamentos
podem ser dispostos de muitas maneiras dentro da experiência. Na agricultura, o
desenho experimental correto é a raiz de um bom estudo e a disposição dos tratamentos
dentro do estudo é essencial porque o ambiente afeta largamente as parcelas (plantas,
gado, microrganismos). Estes arranjos principais podem ser encontrados na literatura
sob os nomes de "treliças", "blocos incompletos", "parcela dividida", "blocos
aumentados", e muitos outros. Todos os desenhos podem incluir parcelas de controle,
determinadas pelo investigador, para fornecer uma estimativa de erro durante a
inferência.

Em estudos clínicos, as amostras são geralmente mais pequenas do que noutros estudos
biológicos, e na maioria dos casos, o efeito ambiental pode ser controlado ou medido. É
comum utilizar ensaios clínicos controlados randomizados, onde os resultados são
normalmente comparados com desenhos de estudos observacionais, tais como caso-
controle ou coorte.

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13. Coleta de dados

Os métodos de coleta de dados devem ser considerados no planeamento da


investigação, porque influenciam fortemente o tamanho da amostra e a concepção
experimental.

A recolha de dados varia de acordo com o tipo de dados. Para os dados qualitativos, a
recolha pode ser feita com questionários estruturados ou por observação, considerando a
presença ou intensidade da doença, utilizando o critério de pontuação para categorizar
os níveis de ocorrência. Para os dados quantitativos, a recolha é feita através da medição
de informação numérica utilizando instrumentos.

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3. CONCLUSAO

Acredita-se que o estudo da estatística deve ser feito desde o ensino fundamental e não
apenas no curso superior como tem acontecido comumente, para que o pensamento

estatístico esteja apresentado desde o inicio da escolarização e o aluno possa adquirir

uma habilidade de interpretar os dados estatísticos de forma habitual e gradual. Dessa

forma, o educando receberá uma educação que o fará perceber que a estatística não é

apenas relevante, mas fundamental no nosso cotidiano para o entendimento da realidade

que nos cerca. É necessário, enquanto educadores, trabalharmos para minimizar a


dificuldade dos alunos no entendimento dos conceitos e métodos estatísticos. É
importante termos profissionais aptos e preparados para o atendimento dessa clientela,
pois cabe ao professor a tarefa de auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas
competências, inserindo-os na realidade estatística a partir dos assuntos de seu interesse
e orientandoos na construção de novos significados a partir daqueles que eles já
conhecem, para que sejam capazes de discernir diante de uma dificuldade e perceber
qual é a melhor direção a tomar. Em muitas situações para o entendimento da realidade,
só são possíveis através das estatísticas, dessa forma, o conhecimento estatístico nos
auxilia na procura incessante pela verdade absoluta. Todavia é clara e abrangente a
importância de algumas mudanças dentro do contexto da estatística, pois somente com
essas mudanças poderemos aumentar o poder de criticidade por parte dos cidadãos e
alunos quanto aos dados estatísticos.

Ensinar estes conceitos na escola requer do professor preparação e consciência da

importância destes temas para o sujeito hoje, em que a sua relação com o mundo supera

a sua própria capacidade de lidar com as certezas, transcendendo, assim, para o âmbito

das incertezas, o que exige uma percepção do acaso. Nesta idéia, o professor que ensina

Matemática, ao trabalhar com Probabilidades e Estatística, faz que o aluno aprecie não

apenas a Matemática das incertezas.

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4. BIBLIOGRAFIA

APOSTILA PRÁTICA DE ESTATÍSTICA BÁSICA - LAVRAS

BHATTACHARYYA, G.K.; JOHNSON, R.A. Statistical concepts and methods. New


York: John Wiley & Sons, Inc., 1977.

BUSSAB, W.O.; MORETTIN, P.A. Estatística básica. São Paulo: Saraiva, 2003.

ELANDT-JOHNSON, R.C. Probability models and statistical methods in Genetics.


New York: John Wiley & Sons, Inc., 1971.

MAGALHÃES, M.N.; LIMA, A.C.P. Noções de probabilidade e estatística. São Paulo:


Edusp, 2002.

PETRIE, A.; WATSON, P. Estatística em ciência animal e veterinária. São Paulo:


Editora Roca Ltda, 2009.

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