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Na época, Altos não possuía ainda um hospital. Além da maternidade, havia o Posto de
Saúde São José, que ficava onde hoje funciona o fórum da cidade. Assim, pela carência
primeiros socorros urgentes, muitas vezes eram encaminhados para para a Maternidade.
Assim, ali muitas vezes vieram a óbito, não apenas mulheres em trabalho de parto, ou
acidentados e doentes que muitas vezes iam procurar auxílio médico no lugar.
Quando a velha maternidade cessou suas atividades no início dos anos 1980, o prédio
foi abandonado e depredado, de modo que parecia ter sido abandonado há décadas, pois
tinha uma aparência não apenas decadente, mas também bem assustadora. Pelos
escuridão e o que se dizia nas ruas é que o lugar era assombrado. Eu mesmo, ainda
criança, muitas vezes ouvi falarem isso, de modo que a molecada da rua evitava até
ouvia mais falar em assombração por ali. Mas o que o leitor deve saber é que não é
porque ele não ouviu falar em algo, que essa coisa deixou de existir ou acontecer. Eu
mesmo às vezes esqueço dessa lição. Qual não foi minha surpresa ao descobrir
persistiram?
Bom, alguns anos atrás uma das servidoras do lugar [que não me autorizou revelar o
nome] encontrava-se no interior da UESPI. Até mesmo o vigia estava sentado à porta do
prédio em uma pracinha que há por ali. Era tarde e ela já se preparava para ir embora
quando ouviu sons que lhe fizeram crer que uma intensa chuva com ruidosos trovões
havia começado. Até aí nada fora do normal. De repente, vindos de uma sala de aula,
sons de cadeiras sendo arrastadas. A mulher imagina que pode ser o vigia. O único que
ainda estava por ali àquela hora. Chama por ele, mas ninguém responde. Caminha até a
ninguém por ali. Assustada, pensa que talvez seja melhor sair dali. Mal retorna ao
choros, muitos sons de choros de crianças pequenas, fazendo com que a moça, assustada
funcionária percebe que não estava chovendo, e vê o vigia tranquilo, sentado em uma
cadeira à porta do prédio, olhando para a rua. Nitidamente apavorada, ela conta a ele o
ocorrido, ao que ele lhe responde que também já haveria presenciado algumas coisas
Foi essa ex-funcionária da UESPI, dos tempos de aula presencial, quem me disse onde
encontrar o tal vigia. Assim, no sábado (15 de Julho), fui à casa do seu Zé Maria Vieira,
o tal vigia, onde conversei com ele e com sua esposa, dona Francisca das Chagas. Ele
me contou que uma vez dormia em um colchão que colocava à noite nos corredores da
UESPI, quando, de repente, viu um pequeno globo de luz flutuando pelos corredores.
Parecia que ele tinha vindo da parte externa do prédio e passou para os fundos do
prédio, seguindo pelo corredor que leva à região em que fica o bebedouro. Vendo
aquela aparição, o homem vendo-se em um corredor sem saída, logo decidiu seguir seu
instinto que lhe mandava sair dali e procurar um canto que tivesse espaços para onde
pudesse correr. Dirigiu-se a parte externa do prédio, mas ainda teve tempo de ver a
colchão, e, de lá, não retornou mais. Naquela noite, o homem não entrou mais no
A sua esposa disse-me que às vezes ia para o lugar fazer companhia ao esposo ao longo
eles que uma vez estavam por lá e ouviram uns barulhos que pareciam muitos sons de
passos de pessoas. E vinham em sua direção. De repente, uma porta um pouco à frente
deles se abre e, após algum tempo, fecha, sem que houvesse qualquer vento por ali. Era
como se alguém houvesse aberto a porta para a passagem de uma ou mais pessoas e
depois houvesse fechado. Contaram-me ainda que uma noite estavam por lá com um
dos filhos do casal, ainda criança, e pediram ao menino que fosse ao bebedouro buscar
água em um garrafa para eles. Com pouco tempo, o menino voltou de lá em disparada
dizendo que teria visto ali uma mulher muito estranha vestida com um avental branco
(aquelas roupas que as mulheres vestem nas maternidades). O menino teria ficado muito
assustado e estava branco de medo. Os pais ainda teriam ido ao lugar, mas não
encontraram nada, e com certeza não poderiam, pois àquela hora não havia ninguém ali.
Seu Zé Maria contou-me ainda que um outro vigilante, contemporâneo seu, também
teria visto aparições por ali, e, por isso, teria se demitido do serviço e dito que não iria
trabalhar em um lugar assombrado. O que se conta é que esse outro vigia teria
presenciado a descarga do banheiro sendo acionada sozinha e sons de máquina de
datilografia vindos da secretaria por algumas vezes, até que um dia teria dado de cara
do vigia, informando que quando estudou por lá, em uma conversa com o vigilante,
teria ouvido dele o fato de que globos de luz andariam zanzando pelos corredores da
UESPI.
Paulo Rocha, professor e escritor altoense, declarou-me que quando estudava o segundo
porta da sala de aula, do nada, sem qualquer vento, abriu-se sozinha e, do mesmo modo,
após algum tempo, se fechou. Disse ainda que nessa época, volta e meia, os alunos
tinham a impressão de ver vultos passando pelas janelas, e, ainda, algumas raras vezes
Mauriceia Abreu, uma ex-aluna, contou-me que, certa vez, uma professora que dizem
comportamento. Depois saíram comentários de que ela era uma médium muito sensível
Já Daniel Clemente, um outro que estudou lá, diz que o banheiro ficava no fim do