Você está na página 1de 12

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de português

Tema: Necessidade Educativas Especiais no ambiente escolar

Zanete Alberto Jaquissone: 81230480

Nampula, Maio de 2023

1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de português

Tema: Necessidade Educativas Especiais no ambiente escolar

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de Português da UnISCED.

Tutor: Dr. Lord Chissua

Zanete Alberto Jaquissone: 81230480

Nampula, Maio de 2023


2
Índice

Introdução---------------------------------------------------------------------------------------------------4

Necessidade Educativas Especiais (NEE) -------------------------------------------------------------5

Necessidade educativas especiais no ambiente escolar ----------------------------------------------6

Caraterização das necessidades educativas especiais-------------------------------------------------6

Deficiência músculo-esquelética------------------------------------------------------------------------7

Principais dificuldades na sala de aula------------------------------------------------------------------7

Deficiência visual------------------------------------------------------------------------------------------7

Deficiência auditiva---------------------------------------------------------------------------------------8

Tipos de deficiência auditiva-----------------------------------------------------------------------------8

Problemas aprendizagem – dislexia---------------------------------------------------------------------8

Problemas de saúde mental-------------------------------------------------------------------------------8

Articulação escola-família dos alunos com necessidades educativas especiais-------------------9

Conclusão-------------------------------------------------------------------------------------------------11

Referências bibliográficas-------------------------------------------------------------------------------12

3
Introdução

A escola é o local onde crianças de diversas faixas etárias e com diversos problemas se
encontram, ambos com a finalidade de aprender a organizar os seus conhecimentos adquiridos
de forma empírica.

No meio escolar é notório em muitos caso existência de crianças cujo aspeto físico diferencia-
se com os demais, a capacidade auditiva, a visão, entre outros aspetos, tornam os alunos
diferentes entre si.

Essas características todas fazem com que no início de cada temporada letiva, antes mesmo de
conhecermos os estudantes com quem iremos trabalhar, a elaboraremos programas, definimos
estratégias e a criamos materiais e atividades para uma ou várias unidades curriculares para
responder as exigências da realidade do aluno no meio escola.

Com estas palavras, pretende o estudante referir que, no presente trabalho ira abordar sobre as
necessidades educativas especiais no ambiente escolar.

Objectivo geral

 Compreender a educação na vertente (educação inclusiva);

Objectivo específico

 Conceituar o termo necessidades educativas especiais;


 Mencionar algumas das varias necessidades educativas especiais;
 Caraterizar as necessidades educativas especiais.

Metodologia

Contudo, usou-se a pesquisa bibliográfica, que consistiu basicamente mediante a consulta de


diferentes obras, artigos de cunho científico que abordam o assunto de psicologia de
educação.

4
Necessidade Educativas Especiais (NEE)

Conceito.

Um dos primeiros passos para a inclusão dos estudantes com NEE é o respeito pela
confidencialidade sobre as especificidades da sua necessidade especial.

O conceito de Necessidade Educativa Especial (NEE) foi adotado a partir da Declaração de


Salamanca, uma resolução das Nações Unidas de 1994, que sistematiza os princípios, política
e prática em educação especial, procurando integrar as crianças e jovens cujas necessidades
envolvam deficiências ou dificuldades de aprendizagem.

Deste modo, todos aqueles que se encontrem em desvantagem, devido a deficiência,


problemas de saúde mental ou de aprendizagem, sobredotação, crianças de rua ou em situação
de risco, pertençam a minorias étnicas ou culturais, ou outras (Correia, 2003), são abrangidos
por este conceito que reforça a necessidade de se criarem condições que permitam a inclusão
destes indivíduos num processo de aprendizagem acessível e universal.

Esta educação inclusiva pretende defender o direito de todos os alunos desenvolverem e


concretizarem as suas potencialidades, bem como de apropriarem as competências que lhes
permitam exercer o seu direito de cidadania, através de uma educação de qualidade, que foi
talhada tendo em conta as suas necessidades, interesses e características (Freire, 2008).

A Declaração de Salamanca veio alargar o termo NEE que constava no relatório “Warnock
Report”. A orientação do documento remete ao princípio da inclusão e ao reconhecimento da
necessidade de atuar com o objetivo de conseguir uma “Escola para Todos”. As escolas têm
de adaptar-se a todas as crianças independentemente, das suas condições físicas, sociais,
linguísticas ou outras. Assim sendo, o conceito de NEE inclui “…crianças com deficiência ou
sobredotados, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações remotas ou
nómadas, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos
desfavorecidos ou marginais.” (Declaração de Salamanca, 1994, p.6)

De acordo com PIZARRO & LEITE (p.27), o conceito de necessidades educativas especiais
começa a ser utilizado no final dos anos 70 e representa um marco decisivo na forma de
equacionar a criança diferente e os problemas na aprendizagem. Conceito de necessidades
educativas especiais rapidamente passou a ser utilizado para referenciar qualquer tipo de
problema e/ou dificuldade dos alunos.
5
Necessidade educativas especiais no ambiente escolar

O princípio em que se baseia a escola inclusiva é o de que todos os alunos devem aprender
juntos,“sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que
apresentem.” (Declaração de Salamanca, 1994, p.11) As escolas inclusivas devem reconhecer
e responder às diversas necessidades dos seus alunos, adaptando-se aos diversos estilos e
ritmos de aprendizagem de modo a assegurar uma educação de qualidade, utilizando
currículos adequados, modificações organizacionais, estratégias pedagógicas, uso de recursos
e cooperação com a comunidade.

Sendo assim, “As escolas terão de encontrar formas de educar com sucesso estas crianças,
incluindo aquelas que apresentam incapacidades graves, e todas as crianças e jovens cujas
carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares.

Muitas crianças apresentam dificuldades escolares e, consequentemente têm necessidades


educativas especiais, em determinado momento da sua escolaridade. As escolas terão de
encontrar formas de educar com sucesso estas crianças, incluindo aquelas que apresentam
incapacidades graves.” (Declaração de Salamanca, 1994, p.6).

Caraterização das necessidades educativas especiais

Para compreender as necessidades dos alunos com NEE é importante que se tenha o maior
conhecimento possível dos fatores que se relacionam com estas problemáticas.

Convém referir que as características que estão associadas a uma determinada problemática
podem ser coincidentes com outras. Além disso, as sugestões a desenvolver com crianças a
quem foi diagnosticada uma problemática, também podem ter sucesso com crianças que
tenham outro tipo diferente de problemática.

Os professores recorrem sempre a múltiplas e variadas estratégias para conseguirem com


sucesso dar resposta às necessidades dos seus alunos. No entanto, como estes alunos se
encontram incluídos em turmas regulares, por vezes, implementam-se estratégias adicionais.
Os transtornos de aprendizagem escolar são uma alteração que impede o desenvolvimento
normal das crianças.

6
Deficiência músculo-esquelética

 Segundo a OMS (1980) as deficiências músculo-esqueléticas incluem as alterações


mecânicas e funcionais da face, cabeça, pescoço, tronco e membros, assim como os
défices destes últimos. Deficiências mecânicas e motoras dos membros superiores,
inferiores, ou de ambos;
 Paralisia espática de mais de um membro (hemiplegia, paraplegia e tetraplegia);
 Alterações motoras com repercussão na articulação e ritmo da linguagem;
 Dificuldades específicas em manter o equilíbrio;
 Descoordenação motora de uma ou várias partes do corpo, etc

Principais dificuldades na sala de aula

Ainda que as maiores dificuldades sejam ao nível da mobilidade, direta ou indiretamente as


deficiências músculo-esqueléticas podem ter repercussões nos processos de aprendizagem
(Molla, 2005; Patrício, 2007). Deste modo, poderá ser difícil:

 Realizar uma determinada tarefa no tempo estipulado para a maioria dos colegas;
 Escrever de forma convencional;
 Manusear documentação;
 Participar em aulas práticas que impliquem alguma mobilidade específica;
 Manter elevados níveis de concentração nas aulas (devido ao cansaço decorrente de
posturas rígidas);
 Tirar apontamentos ao ritmo da aula.

Deficiência visual

A Deficiência Visual é um dano do Sistema Visual parcial ou global podendo variar quanto às
suas causas (traumatismo, doença, malformação, deficiente nutrição) e/ou natureza
(congénita, adquirida ou hereditária), traduzindo-se numa redução ou numa perda de
capacidade para realizar tarefas visuais (ler, reconhecer rostos) (Pereira, 2008).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deficiência visual engloba duas grandes
categorias: a Cegueira e a Ambliopia.

7
Deficiência auditiva

A deficiência auditiva consiste na perda parcial ou total da capacidade de ouvir. É


considerado surdo todo o individuo cuja audição não é funcional no dia-a-dia; é considerado
parcialmente surdo aquele cuja capacidade de ouvir, ainda que deficiente, é funcional com ou
sem prótese auditiva (Neves, 2007; Bispo, Clara & Clara, 2009; Paul, Trezek & Wang, 2009;
Francisco & Neves, 2010)

Tipos de deficiência auditiva:

 Deficiência Auditiva Condutiva


 Deficiência Auditiva Sensório-Neural
 Deficiência Auditiva Mista

Problemas aprendizagem – dislexia

A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem específica de base neurológica, que implica:


dificuldades no correto e/ou fluente reconhecimento de palavras e/ou pobres capacidades de
descodificação e problemas na ortografia; défice na componente fonológica; dificuldades
inesperadas relativamente a outras competências cognitivas e a um ambiente escolar
favorável; problemas na compreensão da leitura e reduzida experiência de leitura (…).”
(Associação Internacional de Dislexia, 2002).

Trata-se de uma dificuldade relacionada com alterações neurológicas, sendo muitas vezes
confundida com desinteresse, desmotivação, falta de inteligência, etc. Os disléxicos
apresentam boas capacidades (Reid, 2011), ao nível de:

 Competências visuais e visualização tridimensional;


 Expressão verbal;
 Compreensão da linguagem;
 Jogos de equipas.

Problemas de saúde mental

Os problemas de saúde mental poderão implicar perturbações do pensamento, da estabilidade


emocional e/ou do comportamento.

8
Estas perturbações são causadas por interações complexas entre diversas variáveis sociais,
psicológicas, culturais, físicas e biológicas. Assim, pessoas com perturbações mentais podem
apresentar limitações na sua capacidade de gerir o seu dia-a-dia, de forma autónoma e eficaz.

“Cada perturbação mental é concetualizada como um comportamento significativo ou


síndroma psicológico ou padrão que ocorre num indivíduo e que está associado a mal estar
atual (sintoma doloroso) ou incapacidade (numa ou mais áreas importantes do funcionamento)
ou a um risco acrescido de morte, sofrimento, incapacidade ou a uma importante perda de
liberdade.

Além disto, este síndroma ou padrão não pode ser meramente uma resposta esperada e
culturalmente sancionada face a um evento particular, como por exemplo, a morte de alguém
amado. Qualquer que seja a causa original, deve ser considerado uma manifestação de uma
disfunção comportamental, psicológica ou biológica no indivíduo.

Nem o comportamento desviante (e.g., político, religioso ou sexual), nem os conflitos que
ocorrem entre o indivíduo e a sociedade são perturbações mentais, a não ser que a desviância
ou o conflito sejam um sintoma de uma disfunção no indivíduo, como descrito acima” (APA,
2002).

O que deve ser feito no processo de ensino e aprendizagem a alunos com necessidades
educativas especiais?

No geral deve-se:

 Adaptar o meio físico de forma a torná-lo acessível (por ex. aqueles que necessitem
de usar cadeira de rodas devem ter mesas adaptadas, habitualmente mais altas do que
a dos colegas);
 Ler em voz alta enquanto escreve no quadro (deficiência Visual);
 Fale de forma clara e com um ritmo pausado mas natural (deficiência auditiva);
 Entre outros aspectos que se deve ter em consideração para cada tipo de caso
relacionado a uma deficiências que exige algum tipo de tratamento especifico.

Articulação escola-família dos alunos com necessidades educativas especiais

A família e escola têm campos específicos de actuação e obrigações básicas que lhes são
próprias, mas também áreas de sobreposição da intervenção. Assim, a família participa nas

9
acções promovidas pela escola (acções de apoio às famílias e acções respeitantes a currículos
e progressão dos alunos); em trabalho voluntário na escola (participação em festas ou mesmo
em actividades na sala de aula); na orientação e ajuda para a realização de trabalhos escolares
em casa; e nos orgãos de administração da escola, nos termos da lei.

A colaboração entre a família e a escola tem repercussões positivas no aproveitamento escolar


e comportamento dos alunos, qualquer que seja o grau de ensino e o grupo social em que a
família se insere.

As experiências directas de implicação e envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos,
levadas a efeito quer através da solicitação de uma maior participação dos pais nas actividades
da turma ou da escola, quer através de programas específicos de acompanhamento em casa
(por exemplo, lendo duas vezes por semana para os filhos), mostram um aumento
significativo dos resultados escolares destes alunos, em relação àqueles que não estiveram
sujeitos a este tipo de trabalho (Marques, 1977)

O envolvimento dos pais na escola é hoje uma necessidade que decorre também da
diversidade dos públicos que frequenta a escolaridade obrigatória. Quando as sociedades eram
mais homogéneas, a continuidade entre os valores e as tradições culturais da escola e da
família era assegurada de forma natural.

Actualmente, para muitos grupos sociais, existe uma descontinuidade entre a escola,
transmissora de uma cultura padrão, e as famílias com origens e hábitos diferentes, o que
provoca dificuldades de adaptação e de integração em alguns alunos, levando-os a rejeitar ou
ignorar quer o tipo de informações, quer o tipo de comportamentos, que a cultura escolar
exige e valoriza.

10
Conclusão

Após varias consultas de obras relacionadas a necessidades educativas especiais, o estudante


conclui que, a educação inclusiva permite que as crianças com diversas deficiências tenham
direito a educação escolar no seio das demais crianças.

Assim, tem-se usado o termo necessidades educativas especiais (NEE) para se referir a
metodologia de ensino levada a cabo pelos professores em ambientes em há inclusão das
crianças portadoras de deficiência.

Contudo, esta modalidade de ensino faz com que nenhuma criança com idade escolar fique
fora da escola por qualquer que seja o seu problema nas condições normais (excepto doentes
mentais com nível acelerado da doença).

11
Referências bibliográficas

Correia, L. M. (Org.) (2003) Educação Especial e Inclusão: quem Disser que uma Sobrevive
sem Outra Não está no Seu Perfeito Juízo. Porto: Porto Editora, Lda.

MARQUES, R. e SILVA, P. (1977) Os Professores e as Famílias: a Colaboração Possível.


Lisboa: Livros Horizonte

Molla, C. (2005). Docéncia universitària i necessitats especials. Fundació Autònoma


Solidària. Programa per la Integració dels Universitaris amb Necessitats Especials.Campus
UAB: Cerdanyola del Vallès.

Pereira, F. (Coord.) (2008). Alunos Cegos e com Baixa Visão. Orientações Curriculares.
Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular/Direção de Serviços da
Educação Especial e do Apoio Sócio-Educativo.

Reid, G. (2011). Dyslexia. Londres: Continuum Books

UNESCO, (1994) Conferência mundial sobre necessidades educativas especiais: acesso e


qualidade, Informe final. Salamanca, Espanha.

12

Você também pode gostar