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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas


História – História da Arte – 2022.1.
Professora: Daniela Queiroz Campos
Aluno: Miguel Ângelo dos Santos Demétrio

SCHMITT, Jean-Claude. Introdução; As relíquias e as Imagens; Das Relíquias


Corporais de Cristo; As Relíquias dos Santos. In: SCHMITT, Jean-Claude. O corpo das
imagens: ensaios sobre a cultura visual na idade média. Bauru: Edusc, 2007. p. 11-22,
279-290.

p. 11 “As imagens são hoje consideradas objetos que relevam, como os demais
[...] da observação das ciências sociais e do discurso do historiador” pois
“participam plenamente do funcionamento e da reprodução das
sociedades presentes e passadas” (SCHMITT).
p. 12 “Imagem”: a representação visível de alguma coisa, presente no domínio
do imaterial e da imaginação. Há várias intepretações para o termo.
p. 13 “A diferença essencial é que a noção medieval de imago se inscreve num
contexto cultural e ideológico bem diferente do nosso [...] Com efeito, a
imago é o fundamento da antropologia cristã”, sendo que “A criação é a
‘imagem do mundo’, imago mundi” (SCHMITT).
p. 14 A função da imagem (Criação e da Queda, por exemplo) é dar significado
em etapas, fazendo a história sacra ter a aparência familiar da natureza e
da sociedade humana. Com isso, a arte medieval “não se encontra
submetida à mimesis dos Antigos” (SCHMITT).
p. 15 O período que destaca a “arte românica” e “arte gótica” não pode ser
julgada pelos padrões do Renascimento, pois havia a perspectiva à sua
maneira de organização dos espaços da imago, dando sentido contrário a
ótica do Renascimento (SCHMITT).
p. 16 “A imagem medieval se impõe como uma aparição, entra no visível,
torna-se sensível” (SCHMITT), sendo utilizada pela cultura cristã
(Encarnação de Cristo) como forma de legitimação. Assim, a imagem se
torna o ponto de mediação entre o homem e o divino (teoria agostiniana
da imaginatio – visio corporalis, visio intellectualis e visio spiritualis).
p. 17 Na visão espiritual há uma tensão permanente e antagônica: da carne e a
espiritualidade monástica. No séc. XII a teoria da imaginatio se renova:
teologia mística, cosmologia, psicologia, ótica e medicina.
p. 18-19 A imagem de devoção (místicas) dá a visão e sinais de uma presença real.
Assim, “os místicos estabelecem uma relação privilegiada com as quais
procuram se assemelhar” (SCHMITT). Com isso, o primeiro momento
entre a imagem e o devoto é determinante
p. 20-22 O trabalho se desdobra na longa duração da cultura cristã, dividida em
espaços articulados em constantes renovações universais e particulares.
p. 279-280 Hans Belting propõe que “na Idade Média a imagem não é um objeto
definido unicamente por suas funções estéticas, mas, antes de tudo, por
suas funções rituais e devocionais” (SCHMITT).
p. 281-283 Seguindo a trajetória de Cristo da vida, morte e ressurreição, não deveria
haver relíquias corporais, com exceção das relíquias por contato, porém,
as relíquias-objetos não impediram a difusão das relíquias corporais, que
se inseriam na lógica própria do cristianismo em relação a encarnação,
sendo complementares e ao mesmo tempo contraditórias (SCHMITT).
p. 284 A eucaristia/relíquia em modos rituais de visualização e de encenação,
evoca uma “super-relíquia”. Elas, junto com as imagens, procedem de
uma dialética do visível e do invisível, dando a função de memória dos
santos e do desejo de apropriação dos fiéis (SCHMITT).
p. 285 A legitimidade das relíquias dos santos reside “[...] na corporeidade e
historicidade de Cristo”, sendo assim, “a memória dos santos é preservada
pelas suas relíquias” (SCHMITT), apresentando uma relação contínua
entre relíquia, eucaristia e imagem.
p. 286-287 Relíquias dos Santos se constituem em partes dos corpos como parcelas
duras da eternidade. Se ligam em 2 pontos fundamentais no conjunto
social: a virtus do corpo integral e na acumulação.
p. 288 O que faz algo uma relíquia é quem o identifica e o define “autêntica”,
reconhecimento institucional mediante a uma encenação material,
imagística e ritual (relicário) (SCHMITT).
p. 289-290 “O caráter simbólico de todos esses modos [...] não visam exclusivamente
representar o santo e sua história, mas sempre deixam uma figuração
simbólica que transcende as contingências da simples percepção”
(SCHMITT).

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