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ECOLOGIA FUNCIONAL
Unidade 3 - Ecologia dos Ecossistemas e Mudanças Globais
Temas a abordar
Ecologia dos cursos de água e
ameaças globais • Cursos de água, ecossistemas “diferentes” que fornecem serviços vitais
• Importância dos pequenos cursos de água de florestados
Cristina Canhoto
CFE & Departamento de Ciências da Vida
• Ecologia do pequenos cursos de água: estrutura vs. função
Universidade de Coimbra • Decomposição foliar como ”ferramenta” para avaliar a integridade functional dos
ribeiros

• As ameaças do Antropoceno: quais são? como abordar os problemas?

­ Relação margem/leito Þ
¯ Entrada de luz Þ
¯ Fotossíntese

Input Outonal Macroinvertebrados


> 0.5 mm

Sistemas Heterotróficos Baseados em Detritos Visíveis a olho nu

! Até 99% da energia transformada pelos


organismos aquáticos
Manuel Lopes

Bentónicos – encontram-se no substrato do curso de água


J. Alves

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Complexidade trófica nas teias alimentares


A organização trófica nos cursos de
água pode ser complexa e indistinta
Coletores Tri
tur
East River, Colorado ad
ore
s
re s
do
da
P re
ra d o
re s Pr
Tr it u s ed
ore ad
pad
Ra
sp

Ras or
ad
or Co le
es ctor
es es

A. Covich

Grupos Funcionais Alimentares

NABS(www.benthos.org) By C. Canhoto

Diferenciam-se na forma como capturam o


alimento
g e o g r a p h y. u o r e g o n . e d u / . . . / S C R f ig 2 - 3 3 w e b . jp g

Cursos de Água

Que ferramentas temos para


avaliar a saúde de um curso de água?
In R o d ríg u e s- L o za n o e t a l., 2 0 1 6 (a d a p )

Cadeias Alimentares Castanhas

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?
Cursos de Água
Que ferramentas temos para avaliar a saúde de um ribeiro?

tu ra
E st ru e n to
nam
c io
Fun

“Caracterizar as Avaliar os
Análises Químicas
comunidades” processos
e.g. e.g. Decomposição da folhada
macroinvertebrados➞índices

Cursos de Água
Alguns parâmetros de avaliação Que ferramentas temos para
rápida de interesse: avaliar a saúde de um ribeiro?

tu ra
E st ru e n to
O 2 dissolvido nam
↓ c io
Fun
pH
↑↓

Temperatura
↑ Vida
Condutividade “Caracterizar as
↑ Análises Químicas Avaliar os
comunidades”
processos
… (!!!) e.g. macroinvertebrados➞índices
e.g. Decomposição da folhada

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Bioindicadores

Poluição
Organismo cuja presença e/ou abundância dá informação
sobre as condições ambientais prevalecentes

s
dice
➠ Ín
+

Cursos de Água
Que ferramentas temos para avaliar a saúde de um ribeiro?

tu ra e n to
E st ru nam
c io
Fun

te r
Wa it y ! Análises Químicas
“Caracterizar as Avaliar os
l
qua
comunidades” processos
e.g. e.g. Decomposição da folhada
macroinvertebrados➞índices

4
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Técnica dos sacos de


Exemplo:
Saco nº 12

12
peso inicial = 3.8 g

malha de rede Amieiro


(Alnus glutinosa)

7
10 mm

12
0.5 mm

7
Identificação e
contagem
Secagem

12

7
Lavagem

http://www.living
river.eu/
Pesagem Stream Integr ity
File
+
• Biomassa fúngica

• A8vidade microbiana

Pesofin a l ≃ 1.5 g (?) • Composição da


comunidade fúngica
• …

O protocolo …

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Locomoção antidepre
ssivo
Inibe a reabsorção de
serotonina

Locomoção (% do tempo)
(neurotransmissor)

Testes Interação com reflexos
musculares (?)

Comportamentais
Gammarus pulex 0 ng/L

100 ng/L

# ! " 35 55 75
Tempo (minutos)
95

(Langue et al., 2006)

Traços comportamentais importantes para avaliar efeitos Cursos de Água


subletais de exposição a fármacos e subsequentes efeitos
Que ferramentas temos para
ecológicos (diretos e indiretos)
avaliar a saúde de um ribeiro?
Traços Efeitos Ecológicos
Comportamentais tu ra e n to
Diretos Indiretos E st ru nam
c io
Fun

Atividade
Ac#vidade Cooperação Estrutura da comunidade
Agressividade Dispersão/migração Efeitos através dos ecossistemas
Ousadia Taxas de consumo Funcionamento do ecossistema Efeitos
Exploração Sucesso reprodu=vo Feedbacks “Caracterizar as Avaliar os subletais
Análises Químicas (relação com
Sociabilidade Cuidado parental Dinâmica das populações comunidades” processos comportamento e
processos ecológicos)
Evitamento do predador Cascatas tróficas e.g. e.g. Decomposição da folhada
macroinvertebrados➞índices
(Brodin et al., 2014 (adap.))

ECOLOGIA FUNCIONAL
Unidade 3 - Ecologia dos Ecossistemas e Mudanças Globais
Temas a abordar Algumas ameaças à saúde dos cursos de água:

• Cursos de água, ecossistemas “diferentes” que fornecem serviços vitais - Monocultura de eucaliptos
• Importância dos pequenos cursos de água de florestados - Alterações climá7cas (Aquecimento global)
• Ecologia do pequenos cursos de água: estrutura vs. função
- Salinização secundária
- Seca (persistentes (→) (&) intermitentes)
• Decomposição foliar como ”ferramenta” para avaliar a integridade functional dos
-…
ribeiros

• As ameaças do Antropoceno: alguns exemplos

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Degradação das bacias


hidrográficas Monocultura de Eucalyptus globulus

+ antiga
+ séria (?) Ameaça antropogénica
+ extensa
+ generalizada

C. Canhoto

Floresta Ripícola Caducifólia Mista

Floresta Caducifólia Mista

Alnus glutinosa Fraxinus excelsior Salix alba Castanea sativa Quercus robur

Amieiro Freixo Salgueiro Castanheiro Carvalho

Eucalyptus globulus

Input foliar misto e


dominantemente outonal
M anuel Lopes

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Eucalyptus globulus
~1829

C. Canhoto

Eucalyptus globulus

• Reflorestação rápida das áreas


ardidas
• Economicamente rentável Ribeiros ladeados por eucaliptais
diferentes dos “originais” nativos
• ­ Taxas de crescimento ladeados por caducifólias
• ­ Madeira (construção e indústria do papel)
• Múltiplos usos em cosmética e indústria
farmacêutica

Ribeiros de eucalipto
Ribeiros de eucalipto • Inputs de matéria orgânica distintos em
quantidade, qualidade, diversidade e sazonalidade

70
60
50

• Alterações na
M asa seca (g.m )
-2

40
30

hidrologia 20
10
0
F M A M J J A S O N D J
( A b e l h o & G r a ç a , 1 9 9 6 .)

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Folhas de eucalipto – ↓ qualidade e ↑ toxicidade

↑↓N
↑ Lenhina

As características defensivas das folhas de


C o m p o s to s fe n ó lic o s
Cutícula cerosa e espessa
eucalipto permanecem após a senescência,
C rista is d e o x a la to d e cá lc io

morte e imersão da folha


Óleos (5%ww)

Eucalyptus globulus
Folha adulta Oil Vesicles

Canhoto & Graça.1999

Cursos de água ladeados por E. globulus Ribeiros de Eucalipto


apresentam reduzida diversidade
➜ Qualidade foliar distinta
Mas… Efeitos nos fungos ?
Efeitos nos invertebrados

➜ Hidrologia e qualidade da água “diferentes”


Efeitos nos fungos
Efeitos nos invertebrados
?

Taxas de decomposição foliar (k d-1) frequentemente médias

Crescimento Fúngico
Crescimento Fúngico
Lunulospora curvula

Fenóis

Tamanho médio da colónia (cm2 )


12
Ó le o s

10

Fenóis 8

6 #

Óleos *
4
Supressão Inibição 2

0
A. tetracladia H. lugdunensis 0 0.1 0.25 0.5 0.75 1 2.5 5 7.5
L. aquatica L. curvula
T. gracile T. angulatum Compostos secundários (%) (Canhoto & Graça, 1999)

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O micélio fúngico ultrapassa as defesas físicas


foliares e evita as defesas químicas (i.e.
vesículas de óleos)
Degradação eficaz (“atrasada”) por

)
microorganismos

By C. Canhoto
Invertebrados???
Invertebrados

3500 60

Nº de indivíduos
2500

Nº de taxa
40

1500
20

500

0 0
Caducifólia Mista Eucalipto

Sobrevivência
Amieiro
100

Dieta de folhas de eucalipto 80

S u rv iva l (% )
↓ ∅ Consumo
60

40

↓ ∅ Crescimento 20 Eucalipto †
0

0 14 28 42 56 70 84 98 112 126

T im e (d ay s)

(Canhoto & Graça, 1999)


(Canhoto & Graça, 1999)

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Consumo – Manipulação de óleos ~f A – Amieiro Fenóis totais


en
0.08
E - Eucalipto
ó is 0.06
↓50%

0.04

0.02

Consumo médio
0.00

(mg/mg/dia)
A A 5% A 10% A 25% E

Amieiro Amieiro + Óleos Eucalypto - Óleos Eucalipto

0.08
Óleos
0.06 ↓50%

0.04

0.02

0.00
A A + O E -O E

(Canhoto& Graça, 1999


(Canhoto & Graça, 1999)

“A dose faz o veneno”


Paracelsus (adapt)

Os óleos e os fenóis das folhas de eucalipto são


importantes inibidores do consumo foliar e
tóxicos para os invertebrados

M. Graça
Ribeiros de Eucalipto
Fragmentação foliar ➜ Qualidade foliar distinta
100 Com invert. 100
Com invert.
Sem invert.
Efeitos nos fungos
Sem invert.
Efeitos nos invertebrados
80
80 …
AFDMr (%)
AFDMr (%)

60

40
60
➜ Hidrologia e qualidade da
20
40
água “diferente”
0 20
Efeitos nos fungos
0 5 10 15
Time (days)
20 25 30 0 20 40 60
Time (days)
80 100
Efeitos nos invertebrados ?
Gulis et al., 2006 Gama et al., 2007

Eucalyptus

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•Oxigénio

•pH

Hidrologia dis*nta •Temperatura

•Fenóis totais (→fitomelaninas)


Alterações nas caracterís*cas 3sico-químicas
da água

•Condutividade
Canhoto& Laranjeira, 2007

A água dos ribeiros de


eucalipto (época
quente)

INVERTEBRADOS ?

Testes de Toxicidade Toxicidade aguda


Com efeito
Lixiviados de Eucalipto (efeitos letais)
Sem efeito

+ O2 (com fluxo)
Leachates gradient - O2 (sem fluxo)
O2 O2

Mortalidade às 48h Sericostoma vittatum Echinogammarus meridionalis Chironomus riparius

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Conseguem os
invertebrados detetar e
fugir dos lixiviados?
Efeitos no
comportamento

Comportamento de Evitamento
Sericostoma vittatum

Echinogammarus meridionalis

Chironomus riparius

FUGA?

Janine Mackintosh
São todos os eucaliptos iguais aos ...
globulus?
Strangers in the garden
Outras espécies presents na Península Ibérica D. Attenborough
Fonte: Google
Fonte: Google

Fonte: Google

E. globulus E. grandis E. camaldulensis E. nitens


Fonte: Google

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Algumas ameaças à saúde dos cursos de água:

- Monocultura de eucaliptos
- Alterações climáticas (Aquecimento global)
- Salinização secundária
- Seca (persistentes (→) (&) intermitentes)

Relembrar… Relembrar… ↑ Temperatura → ê Oxigénio na água

↑ Temperatura → é M etabolismo

s
ico
lo t é rm
qui
Po i

Relembrar…

Aumento da Temperatura da Água


CURSOS DE ÁGUA EXTREMAMENTE VULNERÁVEIS
Aumento de 0.6 – 1.0°C por cada grau de aumento da temperatura do ar ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

(Morrill et al. 2005)

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Abordagens para estudar os efeitos do


aquecimento em cursos de água
Como avaliar os efeitos do aumento de
temperatura nos cursos de água ? • Experiências laboratoriais
• Mesocosmos
• Estudos correlativos
• Manipulações de larga escala

Indoors …M esocosmos… Centros de Ciência Viva


No laboratório …

In the field…
Indoors …Mesocosmos…
mesocosms
Indoors …Mesocosmos…

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No campo … mesocosmos
Indoors …Mesocosmos…

No campo…M esocosmos…
No campo … mesocosmos

Yvon-Durocher et al. (2011) GCB

No campus… mesocosmos… No campo… aproveitando condições naturais

O’Gorman et al. AER

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Efeitos do aumento da temperatura em


cursos de água

?
cala Avaliação dos efeitos do aumento de
a es
Estudos Mesocosmos Microcosmos
compara,vos
m larg temperatura em cursos de água
e
ivas
desafios técnicos, sociais e científicos
ulat
s manip
ncia
eriê
Exp

Temperatura média diária da água calculada a partir das


médias diárias lidas a montante e a jusante

Quebras ocasionais
≠ 3°C não constante
Metade
Experimental Metade
+ 3°C Controlo

Inoperacional; Inoperacional;
Seca Seca

Ano Ambiente Ano Aquecido

Diferença média de temperatura de 3.1°C entre as


metades do segmento do curso de água dividido,
E ainda…
durante cerca de um ano, garantindo as oscilações
térmicas diárias naturais

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Cristina Canhoto

Edifício do Patronato
(gabinete “½ andar”)

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