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Enfermagem em Saúde da Mulher

SAÚDE MENTAL

Profª. Ma. Vitória Polliany


Suicídio
- Comportamento Suicida
- Fatores de risco
- Sinais de alerta
- Portaria nº 1.271/14
- Competências da Equipe de Saúde
Comportamento Suicida

Fazem parte do comportamento suicida:

✓ Ideações suicidas
✓ Tentativa de suicídio
✓ Suicídio

(DAMIANO et al., 2021)


Ideação Suicida

Pensamento autorrelatado de envolvimento em comportamento


autodestrutivo, para alcançar a morte (DAMIANO et al., 2021).
Tentativa de Suicídio

A tentativa de suicídio se caracteriza por atos de autoagressão com a


intenção de tirar a própria vida, utilizando um meio que acredite ser
letal, mas sem resultar em óbito (CFM, 2014).
Tentativa de Suicídio

Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes


mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50%
daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente (CFM,
2014).
Suicídio

Ato deliberado, executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a


morte, de modo consciente, intencional, mesmo que ambivalente,
usando um meio que ele acredita ser letal (DAMIANO et al., 2021).
Suicídio

O suicídio não é um ato aleatório e vivencia-se como a melhor saída


disponível, pela qual o propósito é encontrar uma solução para um
sofrimento intenso, insuportável e interminável (DAMIANO et al., 2021).
Suicídio

No suicídio, o alvo é interromper, ou seja, cessar o fluxo doloroso, deter


o sofrimento invasor de desesperança que deixa o indivíduo derrotado e
sem saída para a vida (DAMIANO et al., 2021).
Casos de Suicídio no Brasil
Suicídio entre Mulheres

❖ As tentativas de suicídio são, em média, três vezes mais frequentes


entre as mulheres (CFM, 2014).

❖ Mulheres se suicidam menos porque têm redes sociais de proteção


mais fortes e se engajam mais facilmente do que os homens em
atividades domésticas e comunitárias (CFM, 2014).
Suicídio entre Mulheres

❖ Principais meios utilizados:

Envenenamento
Armas de fogo
Enforcamento

(MARÍN-LEÓN; BARROS, 2003)


Características psicopatológicas

A OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado


mental dos suicidas:

✓ Ambivalência

O desejo de viver e de morrer se confundem no indivíduo


Características psicopatológicas

A OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado


mental dos suicidas:

✓ Impulsividade

O impulso para cometer suicídio é transitório e tem duração de


alguns minutos ou horas.
Características psicopatológicas

A OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado


mental dos suicidas:

✓ Rigidez

O indivíduo pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de


perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema.
Fatores predisponentes

✓ Presença de transtornos psiquiátricos


✓ Antecedentes de suicídio na família (caráter genético)
✓ Ter sofrido abuso físico ou sexual na infância ou adolescência
✓ Ter doenças incapacitantes/incuráveis
✓ Isolamento social
✓ Tentativa prévia de suicídio

(DAMIANO et al., 2021)


Fatores precipitantes

✓ Desilusão amorosa
✓ Conflitos nos relacionamentos com familiares, pais ou amigos
✓ Separação conjugal ou de namoro
✓ Perdas financeiras e perdas de emprego
✓ Embriaguez

(DAMIANO et al., 2021)


Suicídio
Sinais de Alerta

Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa


que tem intenção de tirar a própria vida não avisa e não fala
sobre isso.

(BRASIL, 2018)
Sinais de Alerta

✓ Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança

As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio


mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas,
com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro.

(BRASIL, 2018)
Sinais de Alerta

✓ Expressão de ideias ou de intenções suicidas

▪ “Vou desaparecer”
▪ “Vou deixar vocês em paz”
▪ “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”
▪ “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”

(BRASIL, 2018)
Sinais de Alerta

✓ Isolamento

▪ Não atender ligações telefônicas


▪ Redução da interação nas redes sociais
▪ Ficar apenas em casa ou em seus quartos com as portas fechadas
▪ Reduzir ou cancelar todas as atividades sociais, principalmente
aquelas que costumava e gostava de fazer

(BRASIL, 2018)
Risco de Suicídio

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que não se deve fazer:

✓ Não condenar/ julgar:

“Isso é covardia”
“É loucura”
“É fraqueza”

(BRASIL, 2018)
Risco de Suicídio

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que não se deve fazer:

✓ Não banalizar:

“É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não
me matei.”

(BRASIL, 2018)
Risco de Suicídio

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que não se deve fazer:

✓ Não opinar:

“Você quer chamar a atenção”


“Te falta Deus”

(BRASIL, 2018)
Risco de Suicídio

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que não se deve fazer:

✓ Não dar sermão:

“Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em


frente.”

(BRASIL, 2018)
Risco de Suicídio

Diante de uma pessoa sob risco de suicídio, o que não se deve fazer:

✓ Não falar frases de incentivo vazias:

“Levanta a cabeça, deixa disso”


“Pense positivo”
“A vida é boa”

(BRASIL, 2018)
Portaria nº. 1.271, de 6 de junho de 2014

✓ Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças,


agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e
privados em todo o território nacional.

✓ Inclui a tentativa de suicídio como notificação compulsória imediata


que deverá ser realizada em até 24 horas a partir do conhecimento
da ocorrência.

(BRASIL, 2014)
Notificação Compulsória

✓ Apenas a notificação compulsória não basta.

✓ É preciso garantir que essa pessoa que acabou de fazer uma


tentativa de suicídio seja imediatamente colocada em tratamento
para reduzir o risco de nova tentativa ou de suicídio completo.

(CFM, 2014)
Competências da Atenção Primária

✓ A atenção primária tem um canal de proximidade com o paciente e


com a comunidade. Por estar na ponta, diariamente tem o poder de
propiciar uma nova abordagem e uma nova compreensão sobre o
tema.

(CFM, 2014)
Competências da Atenção Primária

✓ Identificação de casos;
✓ Avaliação prévia de risco;
✓ Manejo dos casos de baixo risco;
✓ Encaminhamento para rede de saúde mental

(CFM, 2014)
Competências da Atenção Secundária e Terciária

✓ Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Hospitais de Urgência e


Emergência (geral e/ou psiquiátrico), são de fundamental importância para
os indivíduos que estão em situação de crise, após tentativa e/ou em
acompanhamento por quadro psiquiátrico médio/grave.

(CFM, 2014)
Competências da Atenção Secundária e Terciária

✓ Plano terapêutico;
✓ Diagnóstico psiquiátrico;
✓ Intervenção na crise;
✓ Internação em emergências hospitalares;

(CFM, 2014)
Centro de Valorização da Vida (CVV)

✓ O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza


apoio emocional e prevenção do suicídio,
atendendo voluntária e gratuitamente todas as
pessoas que querem e precisam conversar, sob
total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas
todos os dias.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de
saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: informando para prevenir. Brasília,
2014.
DAMIANO R. F. et al. Compreendendo o Suicídio. 1. ed. Santana de Parnaíba [SP] : Manole, 2021.
MARÍN-LEÓN, L; BARROS, M. Mortes por suicídio: diferenças de gênero e nível socioeconômico. Revista de Saúde
Pública, v. 37, p. 357-363, 2003.

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