Você está na página 1de 544

MINISTÉRIO DA FAZENDA

ASSISTENTE TÉCNICO - ADMINISTRATIVO

CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA:
1. Compreensão e interpretação de textos. ....................................................................................................................... 1
2. Ortografia oficial. ............................................................................................................................................................ 9
3. Acentuação gráfica. ...................................................................................................................................................... 12
4. Emprego das classes de palavras. .............................................................................................................................. 20
5. Emprego do sinal indicativo de crase. .......................................................................................................................... 17
6. Sintaxe da oração e do período. .................................................................................................................................. 36
7. Pontuação. .................................................................................................................................................................... 16
8. Concordância nominal e verbal. ................................................................................................................................... 28
9. Regência nominal e verbal. .......................................................................................................................................... 40
10. Significação das palavras. .......................................................................................................................................... 18
11. Redação Oficial: Manual de Redação da Presidência da República. ........................................................................ 47
12. Redação de correspondências oficiais: documentos oficiais utilizados pelas instituições públicas brasileiras. ......... 47

MATEMÁTICA:
Numeração; Números naturais: múltiplos, divisores, divisibilidade e restos; M.D.C. e M.M.C.; Números fracionários e
Operações com frações; Números Decimais e Dízimas Periódicas; ................................................................................. 5
Sistemas de Unidade, Notação Científica e Bases não Decimais; .................................................................................. 24
Razões e Proporções; Escalas; Divisão Proporcional; Regra de Três Simples ou Composta;. Porcentagem; ................ 32
Teoria dos Conjuntos: Conjuntos Numéricos; .................................................................................................................... 1
Relações, Funções de Primeiro e Segundo Grau; ........................................................................................................... 41
Noções de Probabilidade e Estatística Descritiva; ........................................................................................................... 90
Aplicações e Operações com Inequações; ...................................................................................................................... 50
Sequências e Progressões Aritméticas e Geométricas; ................................................................................................... 77
Operações com Matrizes, Logaritmos, Raízes e Radicais, Fatoração Algébrica; ............................................................ 94

RACIOCÍNIO LÓGICO:
Estruturas lógicas, Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões, Lógica sentencial (ou pro-
posicional), Proposições simples e compostas, Tabelas-verdade, Equivalências, Diagramas lógicos, Lógica de primeira
ordem, Princípios de contagem e probabilidade, Operações com conjuntos, Raciocínio lógico envolvendo problemas
aritméticos, geométricos e matriciais. ................................................................................................................... pp 1 a 53

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA:
1. Conhecimentos básicos de linguagens de programação relativos a Lógica e Estrutura de programação. .................... 6
2. Conceitos básicos de Datamining e Datawarehouse. .................................................................................................... 7
3. Conceitos básicos de armazenamento de dados. Banco de Dados Relacional. ............................................................ 8
4. Conceitos básicos sobre a arquitetura e administração de Banco de Dados. .............................................................. 16
5. Conhecimentos básicos de ambiente de servidores: Estrutura de servidores físicos e virtualizados. ......................... 16
6. Conceito de Computação em Nuvem (Cloud Computing). ........................................................................................... 19
7. Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição de textos, planilhas e apresentações. ........................... 41
8. Conceitos e modos de utilização de ferramentas e aplicativos de navegação na Internet, correio eletrônico, redes
sociais, grupos de discussão e de busca. ........................................................................................................................ 72
9. Conceitos básicos sobre ameaças e segurança da informação.

ATUALIDADES: .................................................................................................................................................... pp 1 a 58
1. Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade.
1.1. Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na vida política e social.
1.2 O debate sobre a legalização das drogas e seu impacto sobre as políticas públicas e sobre a sociedade.
1.3 Tecnologia e educação.
2. Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação do Estado.
2.1. Movimentos sociais na era da internet.

Assistente Técnico Administrativo – MIN FAZENDA


2.2 Conselhos de políticas públicas.
2.3. Instrumentos de participação e controle social.
3. Transformações das estruturas produtivas e influência da economia na sociedade global.
3.1. A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação e suas consequências econômicas, políticas e sociais.
3.2. Poder econômico e responsabilidade social.
3.2.1 Norma Brasileira de Diretrizes sobre Responsabilidade Social - ABNT NBR ISO 26000: 2010.
3.3 Educação e trabalho.
4. Desenvolvimento Sustentável e Administração Pública.
4.1. Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento sustentável.
4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática, efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade.
4.3. A nova ordem ambiental internacional - Rio/92, Agenda 21, Rio+20.
4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda Ambiental da Administração Pública; Contratações
Sustentáveis, Plano de Logística Sustentável.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

GESTÃO DE PESSOAS E DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO.


1. Desafios da Ouvidoria Pública no Brasil. ....................................................................................................................... 1
2. Carta de Serviços ao Cidadão. Decreto nº 6.932/2009....................................................................................................3
3. Lei de Acesso a Informação - Lei 12.527/2011. ............................................................................................................. 3
4. Aprendizagem e Comportamentos Organizacionais. ..................................................................................................... 9
5. Comunicação Eficaz. .................................................................................................................................................... 10
6. Motivação. .................................................................................................................................................................... 11
7. Formação e Desenvolvimento de Equipes. .................................................................................................................. 14
8. Administração de Conflitos e Gestão da Mudança. Clima e Cultura Organizacionais. ................................................ 14

ÉTICA DO SERVIDOR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


1. Ética e moral. ................................................................................................................................................................. 1
2. Ética, princípios e valores. ............................................................................................................................................. 1
3. Ética e democracia: exercício da cidadania. .................................................................................................................. 4
4. Ética e função pública. ................................................................................................................................................... 6
5. Ética no Setor Público. ................................................................................................................................................... 9
5.1. Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal)
5.2. Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA.


1. Conceito de Administração Pública. ............................................................................................................................... 1
2. Princípios da Administração Pública. ............................................................................................................................. 2
3. Hierarquia. Poder Hierárquico e suas Manifestações. ................................................................................................... 3
4. Poderes do Estado. ........................................................................................................................................................ 3
5. Formação e Organização da Administração Pública Brasileira. Concentração. Desconcentração e Descentralização . 4
6. Decreto-Lei nº 200/1967. ............................................................................................................................................... 5
7. O Brasil e sua Administração Pública: Da República velha aos dias atuais. Nascimento e Afirmação da República
Brasileira. Aspectos Fundamentais na Formação do Estado Brasileiro. Teorias das Formas e dos Sistemas de Governo .
18
8. Análise Crítica aos Modelos de Gestão Pública: patrimonialista, burocrático e gerencial. ........................................... 38
9. Controle Interno e Externo da Administração Pública. Lei nº 8.443/92. ....................................................................... 39
10. Medidas Organizacionais para o Aprimoramento da Administração Pública Federal. Manual de Orientação para Ar-
ranjo Institucional de Órgãos e Entidades da Administração Pública Federal. ................................................................ 46
11. Manual Técnico de Orçamento- MTO-2014. .............................................................................................................. 55
12. Processo Administrativo em Âmbito Federal. ............................................................................................................. 52

REGIME JURÍDICO DOS AGENTES PÚBLICOS.


1. Normas Constitucionais Pertinentes aos Servidores Públicos. ...................................................................................... 1
2. Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e seu Regime Disciplinar. .............................................................. 2
3. Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público. ................................................................................................... 2
4. Seguridade Social do Servidor. .................................................................................................................................... 18
5. Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de Improbidade Administrativa. ............................................................. 21
6. Decreto nº 7.203/2010. ................................................................................................................................................ 23
7. Decreto-Lei nº 2.848/1940: Artigos 153; 296; 311-A/337-A e 359-A/359-H. ...........................................................24

Assistente Técnico Administrativo – MIN FAZENDA


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO


PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO
CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA.

O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO


NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS
MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO.

ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A


DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA
APOSTILAS OPÇÃO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS.

INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES


NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO,
NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO
COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE,
www.apostilasopcao.com.br, NO LINK “ERRATAS”, A MATÉRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS
GRATUITAMENTE O CONTEÚDO ALTERADO NA VERSÃO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES.

CASO HAJA ALGUMA DÚVIDA QUANTO AO CONTEÚDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE


DESTA DEVE ACESSAR O SITE www.apostilasopcao.com.br, E ENVIAR SUA DÚVIDA, A QUAL SERÁ
RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSÍVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
E POSSÍVEIS ERRATAS.

TAMBÉM FICAM À DISPOSIÇÃO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) 2856-6066,


DENTRO DO HORÁRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS.

EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS


PRAZOS ESTITUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O


ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.

APOSTILAS OPÇÃO

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

LÍNGUA PORTUGUESA No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
1. Compreensão e interpretação de textos.
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui
2. Ortografia oficial.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica
3. Acentuação gráfica.
da fonte e na identificação do autor.
4. Emprego das classes de palavras.
5. Emprego do sinal indicativo de crase.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de
6. Sintaxe da oração e do período.
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce-
7. Pontuação.
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa-
8. Concordância nominal e verbal.
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
9. Regência nominal e verbal.
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
10. Significação das palavras.
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
11. Redação Oficial: Manual de Redação da Presidência da
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
República.
alternativa mais completa.
12. Redação de correspondências oficiais: documentos ofici-
ais utilizados pelas instituições públicas brasileiras.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento
do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- até o fim, ininterruptamente;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
diante de uma temática qualquer. umas três vezes ou mais;
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Denotação e Conotação 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- ensão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
respondente;
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. perguntou e o que se pediu;
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- exata ou a mais completa;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
diferenciadas em seus leitores. lógica objetiva;
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste resposta;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e definindo o tema e a mensagem;
esclareçam o sentido. 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
Como Ler e Entender Bem um Texto simos na interpretação do texto.
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu de fome.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- do fato (= morte de "ele").
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo Ex.: Ele morreu faminto.
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para quando morreu.;
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
a memória visual, favorecendo o entendimento. as estão coordenadas entre si;
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim Cunegundes

Língua Portuguesa 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS • Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-


TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
heroína, personagem principal da história. tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- tiva que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual
a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- vés do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po-
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
desenlace ou desfecho. travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
resses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- Exemplo:
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
cionados ao principal. hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- unificada.
to que aconteceu depois.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela pouco.
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
espírito. • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é

Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente Um texto argumentativo tem como objetivo convencer alguém das
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje- nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên- tema ou assunto.
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti- É constituído por um primeiro parágrafo curto, que deixe a ideia no ar,
vo, fenomênico, ela é exata e dimensional. depois o desenvolvimento deve referir a opinião da pessoa que o escreve,
com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
também conter contra-argumentos, de forma a não permitir a meio da
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
leitura que o leitor os faça. Por fim, deve ser concluído com um parágrafo
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
que responda ao primeiro parágrafo, ou simplesmente com a ideia chave da
to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
opinião.
cial e econômico .
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o Geralmente apresenta uma estrutura organizada em três partes:
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, a introdução, na qual é apresentada a ideia principal ou tese;
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e
partes mais típicas desse todo. a conclusão. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos de diferentes tipos: exemplos, comparação, dados históricos, dados
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma estatístico, pesquisas, causas socioeconômicas ou culturais, depoimentos -
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor
típicos. tem consistência. A conclusão pode apresentar uma possível
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, solução/proposta ou uma síntese. Deve utilizar título que chame a atenção
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de do leitor e utilizar variedade padrão de língua.
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
A linguagem normalmente é impessoal e objetiva.
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- O roteiro da persuasão para o texto argumentativo:
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer Na introdução, no desenvolvimento e na conclusão do texto argumen-
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluída com suces-
so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um parágrafo argumenta-
tivo:
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- • Declaração inicial: É uma forma de apresentar com assertivi-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- dade e segurança a tese.
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever
com clareza, coerência e objetividade. ‘ A aprovação das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e
um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir or ao negro por meio de políticas afirmativas é uma forma de admitir a
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como diferença social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. de trabalho.’

A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-


• Interrogação: Cria-se com a interrogação uma relação próxima
com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na
do o contexto.
introdução.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : ‘ Por que nos orgulhamos da nossa falta de consciência coletiva? Por
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- que ainda insistimos em agir como ‘espertos’ individualistas?’
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob-
jetiva da definição do ponto de vista do autor. • Citação ou alusão: Esse recurso garante à defesa da tese cará-
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias ‘ As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- as costas e irem embora’. O comentário do fotógrafo Sebastião Salgado
sencadeia a conclusão. sobre o que presenciou na Ruanda é um chamado à consciência públi-
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia ca.’’
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in-
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para • Exemplificação: O processo narrativo ou descritivo da exempli-
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer ficação pode conferir à argumentação leveza a cumplicidade. Porém,
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e não interfira
e opinião. no processo persuasivo.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
a obra ou ação que realmente se praticou. ‘ Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe média.
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- gundo ‘arrastão’ do mês. Clientes e funcionários são assaltados e amea-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. çados de morte. O cotidiano violento de São Paulo se faz presente.’’
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou • Roteiro: A antecipação do que se pretende dizer pode funcionar
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- como encaminhamento de leitura da tese.
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
respeito de algo. ‘ Busca-se com essa exposição analisar o descaso da sociedade em
relação às coletas seletivas de lixo e a incompetência das prefeituras.’’
O TEXTO ARGUMENTATIVO • Enumeração: Contribui para que o redator analise os dados e
exponha seus pontos de vista com mais exatidão.

Língua Portuguesa 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
‘ Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Pau- “Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
lo aponta que as maiores vítimas do abuso sexual são as crianças meno- ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violência se- vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Bying- do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia.”
ton.’’
2º parágrafo: Há o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-
• Causa e consequência: Garantem a coesão e a concatenação gumentativos;
das ideias ao longo do parágrafo, além de conferir caráter lógico ao pro- “O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço
cesso argumentativo. a se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas
‘ No final de março, o Estado divulgou índices vergonhosos do Idesp ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-
– indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educação para ava- sáveis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte,
liar a qualidade do ensino (…). O péssimo resultado é apenas conse- problemas ambientais que afetam a população.
quência de como está baixa a qualidade do ensino público. As causas Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos
são várias, mas certamente entre elas está a falta de respeito do Estado contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar
que, próximo do fim do 1º bimestre, ainda não enviou apostilas para al- os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de
gumas escolas estaduais de Rio Preto. continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
• Síntese: Reforça a tese defendida, uma vez que fecha o texto nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,
com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentação. podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti-
Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo. ca.”

‘ Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que não é o ideal, 3º parágrafo: A conclusão é desenvolvida com uma proposta de
mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento. intervenção relacionada à tese.

O aspecto mais polêmico era a venda de bebidas alcoólicas nos es- “O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os
tádios. A lei eliminou o veto federal, mas não exclui que os organizadores transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
precisem negociar a permissão em alguns Estados, como São Paulo.’’ gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não
• Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga- existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se
rante mais credibilidade ao processo argumentativo. transformar na salvação do mundo.
‘ Recolher de forma digna e justa os usuários de crack que buscam Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci-
ajuda, oferecer tratamento humano é dever do Estado. Não faz sentido sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a
isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to- combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada
dos.’’ Mundograduado.org melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.” Profª Francinete
Modelo de Dissertação-Argumentativa
A ideia principal e as secundárias
Meio-ambiente e tecnologia: não há contraste, há solução
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos
Uma das maiores preocupações do século XXI é a preservação ambi-
nos colocar no papel de narradores, isto é, vamos contar fatos com base na
ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-
organização das ideias.
vivência humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-
do analisados, são equivocadamente colocados em oposição à tecnologia. Leia o trecho abaixo:
O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avanço tem um preço a Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
se pagar. As indústrias, por exemplo, que são costumeiramente ligadas ao quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com
progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), responsá- isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demons-
veis pelo prejuízo causado à Camada de Ozônio e, por conseguinte, pro- trando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos,
blemas ambientais que afetam a população. um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, não vemos Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos
contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa época em que preservar um fato acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Anali-
os ecossistemas do planeta é mais do que avanço, é uma questão de semos, agora, o parágrafo quanto à estrutura.
continuidade das espécies animais e vegetais, incluindo-se principalmente
nós, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, As ideias foram organizadas da seguinte maneira:
podemos considerá-las parceiras na busca por soluções a essa problemáti- Ideia principal:
ca.
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro
O desenvolvimento de projetos científicos que visem a amenizar os quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.
transtornos causados à Terra é plenamente possível e real. A era tecnoló-
gica precisa atuar a serviço do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais Ideias secundárias:
do que em favor de um conforto momentâneo. Nessas circunstâncias não Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas,
existe contraste algum, pelo contrário, há uma relação direta que poderá se demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as
transformar na salvação do mundo. mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.
Portanto, as universidades e instituições de pesquisas em geral preci- A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação peri-
sam agir rapidamente na elaboração de pacotes científicos com vistas a gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundárias
combater os resultados caóticos da falta de conscientização humana. Nada complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador
melhor do que a ciência para direcionar formas práticas de amenizarmos a conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava.
“ferida” que tomou conta do nosso Planeta Azul.
Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado
Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual de ideias secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em pará-
dissertativa assim organizada: grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:
1º parágrafo: Introdução com apresentação da tese a ser defendi- O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
da;

Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a- ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO
proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-
tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe. Resenha Critica de Articulação do Texto
Nesse trecho, há dois parágrafos. Amanda Alves Martins
Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guima-
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia rães
principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura
secundárias. Observe: esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto
e do seu contexto.
Ideia principal:
Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-
texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de
proveitar o bom tempo.
uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a
Ideia secundárias: sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de ima-
gens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma
levando um farto lanche, preparado pela mãe. única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão
“Afinal, de que tamanho é o parágrafo?” deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-
cam de forma recíproca.
Bem, o que podemos responder é que não há como apontar um pa-
drão, no que se refere ao tamanho ou extensão do parágrafo. Completando o processo de formação de um texto, a autora nos escla-
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em rece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo
que são maiores e outros, ainda, muito extensos. indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de
trechos considerados não essenciais.
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da ex-
tensão do parágrafo, pois o que é importante mesmo, é a organização das Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclare-
ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito popular – “nem ce a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o
oito, nem oitenta…”. outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-
forme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas mento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e
parágrafos muito curtos, também não é aconselhável empregarmos os sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida.
muito longos.
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os traba- Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a
lhos de redação. Com o tempo, a prática dirá quando e como usar parágra- uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou
fos – pequenos, grandes ou muito grandes. escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que
muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-
Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia to, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais
principal e outras secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetivida-
ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em que a ideia de para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara.
secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o
exemplo: Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enun-
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo ciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebi-
estremeceu violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de das a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a
um terremoto. qualquer informação.

Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo per- A autora também apresenta diversas formas de classificação do discur-
cebi que se tratava de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. so e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de
As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmação: um texto literário ou ficcional.
“as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do pará- Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um
grafo. nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias
contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria
podem organizar-se da seguinte maneira:
apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repeti-
Ideia principal + ideias secundárias ção é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos”
(p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o
ou sentido original e desejado seja modificado.
Ideias secundárias + ideia principal
Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpre-
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias se- tações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semânti-
cundárias não são ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas ca referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de
em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias deve- palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe
mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito”
principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro
evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importan- não geram uma coerência adequada ao entendimento.
te, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas
que realmente se relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela
valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer assunto. quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia”
(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-
tituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi- outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura
lação, errônea, pode ser utilizada. clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o
início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim
Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nomi- exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o
nações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor.
um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto
na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa
verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos concei-
Elisa Guimarães: tos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande
“Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-
deles não causam o incômodo de dez cearenses. prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e
dificultando o entendimento teórico.
__Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente,
___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO
palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para
essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa se-
escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82). quência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas
forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um
Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto
deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textu- dade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada
al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto
valor para tais feitos. com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-
indo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura pri- texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes
meiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não
de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elemen-
constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutu- tos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são
ra semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coe- as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as
rência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos
raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerên- e conexões e estabelecem sentido ao todo.)
cia textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi
escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreen- Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto
são apesar da má articulação do texto. coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâ-
mica articuladora e garantem a progressão textual.
A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre
as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos
efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos;
Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.),
na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como
A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver
relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos
chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.
entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguísti- 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode
co” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação.
É garantida com o emprego de:
No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, • enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensa-
busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subor- gem-tema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos su-
dinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectiva- cessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse
mente. caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resul-
Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuí- tado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como
do às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do
intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas
Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganá-
O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo de- lo.Enganava.” Vidas secas, p. 143);
sempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como tam- • substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos
bém, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além
das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológi-
Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar,
Othon Moacir Garcia: voar;
“O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-
• hipônimos (relações de um termo específico com um termo de
venientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor
sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um
acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”.
termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específi-
co, ex.: felino, gato);
É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta • nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em
inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:
de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se en-
tre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal)
No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu a- e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
bordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do • substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço.

Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar); ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência,
• enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. finalidade, etc.
Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também
deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente.
(Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora con- Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo.
ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.
Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso a- É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos di-
vançar, mantendo-se sua unidade. ferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que
2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de: estabelecem.
• certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-
se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados Relações de:
como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos
diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não
pessoa que fala e com quem esta fala. só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem.
• certos advérbios e expressões adverbiais;
Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é,
• artigos; a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.
• conjunções;
• numerais; Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se.
• elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por
anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-
recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for- sar inclusão ou exclusão.
ças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.
marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio
enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver- oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-
bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares pú- teúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia,
blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e que, se bem que, mesmo que, etc.
contexto (extratextual);
• as concordâncias; O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula.
• a correlação entre os tempos verbais. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas
proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textu- (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o
al, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou
indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os com- possível, o consequente também o será.
ponentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato
de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma
condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articula-
Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: dor se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição
Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participan- seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro.
tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires.
momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou
posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma
mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra.
agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas:

Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam rela- Passei no vestibular porque estudei muito
ções não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também visto que
entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. já que
uma vez que
Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Mui- _________________ _____________________
tas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoia- consequência causa
da no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo
comunicativo têm da língua.
Estudei tanto que passei no vestibular.
A ligação lógica das ideias Estudei muito por isso passei no vestibular
Uma das características do texto é a organização sequencial dos ele- _________________ ____________________
mentos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se causa consequência
estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto,
fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja
dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse Como estudei passei no vestibular
encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição voca- Por ter estudado muito passei no vestibular
bular e a elipse. ___________________ ___________________
causa consequência
ARTICULAÇÃO
finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para
Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjun-
se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais
ções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos
são: para, afim de, para que.
denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependên-
cia de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As
Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida. redução lexical.

conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposi- Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes
ções, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial
relação a algo afirmado na outra. saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do
discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quan-
O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas
segundo escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respei-
consoante tadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações
como (espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.
de acordo com a solicitação...
FONÉTICA E FONOLOGIA
temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo
ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de
duas proposições. Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
Quando nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os
Mal quais caracterizam a oposição entre os vocábulos.
Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
Assim que Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre
Depois que si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
No momento em que
Nem bem Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
a) concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu- fonemas.
dava com afinco. No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada nemas.
uma das proposições.
b) um tempo progressivo: É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando. sinal gráfico que representa o som.
• bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía. Vejamos alguns exemplos:
Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portan- Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
to, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em Corre – letras: 5: fonemas: 4
relação a algo dito no enunciado anterior: Hora – letras: 4: fonemas: 3
Aquela – letras: 6: fonemas: 5
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Por- Guerra – letras: 6: fonemas: 4
tanto tem condições de se sair bem na prova. Fixo – letras: 4: fonemas: 5
Hoje – 4 letras e 3 fonemas
É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam Canto – 5 letras e 4 fonemas
a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos. Tempo – 5 letras e 4 fonemas
Campo – 5 letras e 4 fonemas
Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, Chuva – 5 letras e 4 fonemas
tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que,
assim como. LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
Ele é tão competente quanto Alberto. determinado som.
Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
que introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente
referido.
VOGAIS
Não se preocupe que eu voltarei a, e, i, o, u
pois A E I O U
porque
SEMIVOGAIS
As pausas Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marca- mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-
das por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar sou-ro, Pa-ra-guai.
tipos de relações diferentes.
CONSOANTES
Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalida-
de) B Cb,
D c,
F Gd,Hf,J g,K h,
L j,
M l,N m,
K Pn,Rp,Sq,T r,
V s,
X t,
Z v,
Y x,
Wz
Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa)
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposi- ENCONTROS VOCÁLICOS
ção) A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão) encontro vocálico.
http://www.seaac.com.br/ Ex.: cooperativa

A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em
diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões DITONGO
referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de Dividem-se em:

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- orais: pai, fui o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
- nasais: mãe, bem, pão
- decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
- crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo ORTOGRAFIA OFICIAL
TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
HIATO modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz. Eis algumas observações úteis:
Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo DISTINÇÃO ENTRE J E G
1. Escrevem-se com J:
SÍLABA a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste,
Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados canjerê, pajé, etc.
numa só emissão de voz. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-ta- mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
li-da-de.
2. Escrevem-se com G:
TONICIDADE a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se ferrugem, etc.
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
pá. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras
em: DISTINÇÃO ENTRE S E Z
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do- 1. Escrevem-se com S:
mi-nó. a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá- b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ter, a-má-vel, qua-dro. ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
ENCONTROS CONSONANTAIS d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. se análise, trombose, etc.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
DÍGRAFOS causa.
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
posta para um som simples. em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
Há os seguintes dígrafos: der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh.
Exs.: chave, malha, ninho. 2. Escrevem-se em Z.
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
ss. mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
Exs. : carro, pássaro. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
rando a sílaba em uma palavra. chapeuzinho, cãozito, etc.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
NOTAÇÕES LÉXICAS 1. Escrevem-se com X
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. feixe, etc.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
São os seguintes: d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; árvore que produz o látex).
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
ra; chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). A palavra “mas” atua como uma conjunção coordenada adversativa, de-
vendo ser utilizada em situações que indicam oposição, sentido contrário.
2. Escrevem-se com CH: Vejamos, pois:
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre- Esforcei-me bastante, mas não obtive o resultado necessário.
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal- Já o vocábulo “mais” se classifica como pronome indefinido ou advérbio de
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim- intensidade, opondo-se, geralmente, a “menos”. Observemos:
bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi- Ele escolheu a camiseta mais cara da loja.
la, piche, pichar, tchau.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que Onde e aonde
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se “Aonde” resulta da combinação entre “a + onde”, indicando movimento para
distingue pelo contraste entre o x e o ch. algum lugar. É usada com verbos que também expressem tal aspecto (o de
Exemplos: movimento). Assim, vejamos:
• brocha (pequeno prego) Aonde você vai com tanta pressa?
• broxa (pincel para caiação de paredes) “Onde” indica permanência, lugar em que se passa algo ou que se está.
• chá (planta para preparo de bebida) Portanto, torna-se aplicável a verbos que também denotem essa caracterís-
• xá (título do antigo soberano do Irã) tica (estado ou permanência). Vejamos o exemplo:
• chalé (casa campestre de estilo suíço) Onde mesmo você mora?
• xale (cobertura para os ombros)
• chácara (propriedade rural) Que e quê
• xácara (narrativa popular em versos) O “que” pode assumir distintas funções sintáticas e morfológicas, entre elas
• cheque (ordem de pagamento) a de pronome, conjunção e partícula expletiva de realce:
• xeque (jogada do xadrez) Convém que você chegue logo. Nesse caso, o vocábulo em questão atua
• cocho (vasilha para alimentar animais) como uma conjunção integrante.
• coxo (capenga, imperfeito) Já o “quê”, monossílabo tônico, atua como interjeição e como substantivo,
em se tratando de funções morfossintáticas:
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Ela tem um quê de mistério.
Observe o quadro das correlações:
Correlações Exemplos Mal e mau
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial “Mal” pode atuar com substantivo, relativo a alguma doença; advérbio,
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter denotando erradamente, irregularmente; e como conjunção, indicando
- detenção; reter - retenção tempo. De acordo com o sentido, tal expressão sempre se opõe a bem:
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer- Como ela se comportou mal durante a palestra. (Ela poderia ter se compor-
rt - rs são;
tado bem)
pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão
corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão “Mau” opõe-se a bom, ocupando a função de adjetivo:
sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão Pedro é um mau aluno. (Assim como ele poderia ser um bom aluno)
ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter- Ao encontro de / de encontro a
gred - gress cessão. “Ao encontro de” significa ser favorável, aproximar-se de algo:
exceder - excessivo (exceto exceção) Suas ideias vão ao encontro das minhas. (São favoráveis)
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - “De encontro a” denota oposição a algo, choque, colisão:
tir - ssão progresso - progressivo
O carro foi de encontro ao poste.
imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
são.
admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. Afim e a fim
(re)percutir - (re)percussão “Afim” indica semelhança, relacionando-se com a ideia relativa à afinidade:
Na faculdade estudamos disciplinas afins.
“A fim” indica ideia de finalidade:
PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
Estudo a fim de que possa obter boas notas.
Mas ou mais: dúvidas de ortografia A par e ao par
Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte “A par” indica o sentido voltado para “ciente, estar informado acerca de
algo”:
Mais ou mais? Onde ou aonde? Essas e outras expressões geralmente são Ele não estava a par de todos os acontecimentos.
alvo de questionamentos por parte dos usuários da língua. “Ao par” representa uma expressão que indica igualdade, equivalência ente
valores financeiros:
Falar e escrever bem, de modo que se atenda ao padrão formal da lingua- Algumas moedas estrangeiras estão ao par.
gem: eis um pressuposto do qual devemos nos valer mediante nossa
postura enquanto usuários do sistema linguístico. Contudo, tal situação não Demais e de mais
parece assim tão simples, haja vista que alguns contratempos sempre “Demais” pode atuar como advérbio de intensidade, denotando o sentido de
tendem a surgir. Um deles diz respeito a questões ortográficas no mo- “muito”:
mento de empregar esta ou aquela palavra. A vítima gritava demais após o acidente.
Nesse sentido nunca é demais mencionar que o emprego correto de um Tal palavra pode também representar um pronome indefinido, equivalendo-
determinado vocábulo está intimamente ligado a pressupostos semânticos, se “aos outros, aos restantes”:
visto que cada vocábulo carrega consigo uma marca significativa de senti- Não se importe com o que falam os demais.
do. Assim, mesmo que palavras se apresentem semelhantes em temos “De mais” se opõe a de menos, fazendo referência a um substantivo ou a
sonoros, bem como nos aspectos gráficos, traduzem significados distintos, um pronome:
aos quais devemos nos manter sempre vigilantes, no intuito de fazermos Ele não falou nada de mais.
bom uso da nossa língua sempre que a situação assim o exigir.
Pois bem, partindo dessa premissa, ocupemo-nos em conhecer as caracte- Senão e se não
rísticas que nutrem algumas expressões que rotineiramente utilizamos. “Senão” tem sentido equivalente a “caso contrário” ou a “não ser”:
Entre elas, destacamos: É bom que se apresse, senão poderá chegar atrasado.
“Se não” se emprega a orações subordinadas condicionais, equivalendo-se
Mas e mais a “caso não”:

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se não chover iremos ao passeio. É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanha-
do de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.
Na medida em que e à medida que Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar con-
“Na medida em que” expressa uma relação de causa, equivalendo-se a centrada. (motivo)
“porque”, “uma vez que” e “já que”: Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)
Na medida em que passava o tempo, a saudade ia ficando cada vez mais Por Sabrina Vilarinho
apertada.
“À medida que” indica a ideia relativa à proporção, desenvolvimento grada- FORMAS VARIANTES
tivo: Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
À medida que iam aumentando os gritos, as pessoas se aglomeravam uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
ainda mais. aluguel ou aluguer hem? ou hein?
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
Nenhum e nem um amídala ou amígdala infarto ou enfarte
“Nenhum” representa o oposto de algum: assobiar ou assoviar laje ou lajem
Nenhum aluno fez a pesquisa. assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
“Nem um” equivale a nem sequer um: azaléa ou azaleia nenê ou nenen
Nem uma garota ganhará o prêmio, quem dirá todas as competidoras. bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
bílis ou bile quatorze ou catorze
Dia a dia e dia-a-dia (antes da nova reforma ortográfica grafado com cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
hífen): carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
Antes do novo acordo ortográfico, a expressão “dia-a-dia”, cujo sentido chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
fazia referência ao cotidiano, era grafada com hífen. Porém, depois de debulhar ou desbulhar ou relampar
instaurado, passou a ser utilizada sem dele, ou seja: fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
O dia a dia dos estudantes tem sido bastante conturbado.
Já “dia a dia”, sem hífen mesmo antes da nova reforma, atua como uma
locução adverbial referente a “todos os dias” e permaneceu sem nenhuma EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
alteração, ou seja:
Ela vem se mostrando mais competente dia a dia. Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Fim-de-semana e fim de semana Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
A expressão “fim-de-semana”, grafada com hífen antes do novo acordo, faz No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
referência a “descanso”, diversão, lazer. Com o advento da nova reforma letra maiúscula.
ortográfica, alguns compostos que apresentam elementos de ligação, como 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
é o caso de “fim de semana”, não são mais escritos com hífen. Portanto, o sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
correto é: Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Como foi seu fim de semana? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
“Fim de semana” também possui outra acepção semântica (significado), O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
relativa ao final da semana propriamente dito, aquele que começou no 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
domingo e agora termina no sábado. Assim, mesmo com a nova reforma religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ortográfica, nada mudou no tocante à ortografia: do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Viajo todo fim de semana. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Vânia Maria do Nascimento Duarte etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
O uso dos porquês
Estado, Pátria, União, República, etc.
O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês órgãos públicos, etc.:
para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto. Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Por que 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
O por que tem dois empregos diferenciados: científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefini- Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
do que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”: Manhã, Manchete, etc.
Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão) 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, Oriente, o falar do Norte.
pelas quais. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual) 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Por quê
Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por Escrevem-se com letra inicial minúscula:
quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
motivo”, “por qual razão”. nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê? ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
Porque São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
vez que”, “para que”. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois) 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que) "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Porquê "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mirra." (Manuel Bandeira) recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
ORTOGRAFIA OFICIAL réis (moeda) Véu dói
Novo Acordo Ortográfico méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas ninguém parabéns Jerusalém
da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário Resumindo:
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo”
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
sua implementação.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a
ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsisti- • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
rão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma
• R – câncer, caráter, néctar, repórter.
língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis
ou Acordos. • X – tórax, látex, ônix, fênix.
• PS – fórceps, Quéops, bíceps.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira des-
complicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a
Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes
(semivogal+vogal):
Alfabeto Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,
letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhu-
ma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios público, pároco, proparoxítona.
e palavras importadas do idioma inglês, como: QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
km – quilômetro, 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
kg – quilograma
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S”
Trema
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
IMPORTANTE
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
o “ü” lê-se “i”) Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
Quanto À Posição Da Sílaba Tônica
5. Trema
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas 6. Acento Diferencial
em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” O acento diferencial permanece nas palavras:
pôde (passado), pode (presente)
Ex. pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo
Chá Mês nós está no singular ou plural:
Gás Sapé cipó SINGULAR PLURAL
Dará Café avós Ele tem Eles têm
Pará Vocês compôs
Ele vem Eles vêm
vatapá pontapés só
Aliás português robô Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
dá-lo vê-lo avó conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Paroxítonas terminadas em “M” não levam acento, mas as oxítonas SIM.
Novo Acordo Ortográfico Descomplicado Jovens provéns
Paroxítonas terminadas em “ENS” não levam acento, mas as oxítonas
Trema
levam.
Não se usa mais o trema, salvo em nomes próprios e seus derivados.
Útil sutil
Acento diferencial
Paroxítonas terminadas em “L” têm acento, mas as oxítonas não levam
Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:
porque o “L”, o “R” e o “Z” deixam a sílaba em que se encontram natural-
mente forte, não é preciso um acento para reforçar isso.
1. Para (verbo) de para (preposição) É por isso que: as palavras “rapaz, coração, Nobel, capataz, pastel, bom-
bom; verbos no infinitivo (terminam em –ar, -er, -ir) doar, prover, consu-
“Esse carro velho para em toda esquina”. mir são oxítonas e não precisam de acento. Quando terminarem do mesmo
“Estarei voltando para casa daqui a uma hora”. jeito e forem paroxítonas, então vão precisar de acento.

1. Pela, pelo (verbo pelar) de pela, pelo (preposição + artigo) e pelo (subs- Uso do Hífen
tantivo) Novo Acordo Ortográfico Descomplicado (Parte V) – Uso do Hífen
2. Polo (substantivo) de polo (combinação antiga e popular de por e lo).
3. pera (fruta) de pera (preposição arcaica). Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande
queixa entre os que usam a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita
tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por que mudar uma
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o
coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já
contexto.
dominava a antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação.
Acento agudo
Quem saiu se beneficiando foram os que estão começando agora a adquirir
Ditongos abertos “ei”, “oi”
o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
Não se usa mais acento nos ditongos ABERTOS “ei”, “oi” quando estiverem
Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo
na penúltima sílaba.
Acordo comparando “o antes e o depois”, feito revista de propaganda de
He-roi-co ji-boi-a
cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e gravadas
As-sem-blei-a i-dei-a
na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
Pa-ra-noi-co joi-a
Não precisa mais quebrar a cabeça: “uso hífen ou não”?
OBS. Só vamos acentuar essas letras quando vierem na última sílaba e se
o som delas estiverem aberto. Regra Geral
Céu véu A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não
Dói herói tem som; em “Hollywood”, tem som de “R”. Portanto, não deve aparecer
Chapéu beleléu encostado em prefixos:
Rei, dei, comeu, foi (som fechado – sem acento)
Não se recebem mais acento agudo as vogais tônicas “I” e “U” quando • pré-história
forem paroxítonas (penúltima sílaba forte) e precedidas de ditongo. • anti-higiênico
feiura baiuca • sub-hepático
cheiinho saiinha • super-homem
boiuno
Não devemos mais acentuar o “U” tônico os verbos dos grupos “GUE/GUI”
Então, letras IGUAIS, SEPARA. Letras DIFERENTES, JUNTA.
e “QUE/QUI”. Por isso, esses verbos serão grafados da seguinte maneira:
Anti-inflamatório neoliberalismo
Averiguo (leia-se a-ve-ri-gu-o, pois o “U” tem som forte)
Supra-auricular extraoficial
Arguo apazigue
Arqui-inimigo semicírculo
Enxague arguem
sub-bibliotecário superintendente
Delinguo
Quanto ao “R” e o “S”, se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá
Acento Circunflexo
ser dobrada:
Não se acentuam mais as vogais dobradas “EE” e “OO”.
suprarrenal (supra+renal) ultrassonografia (ultra+sonografia)
Creem veem
minissaia antisséptico
Deem releem
contrarregra megassaia
Leem descreem
Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, não se unem de jeito
Voo perdoo
nenhum.
enjoo
Outras dicas
Há muito tempo a palavra “coco” – fruto do coqueiro – deixou de ser acen-
• Sub-reino
tuada. Entretanto, muitos alunos insistem em colocar o acento: “Quero • ab-rogar
beber água de côco”.
• sob-roda
Quem recebe acento é “cocô” – palavra popularmente usada para se referir
a excremento. ATENÇÃO!
Então, a menos se que queira beber água de fezes, é melhor parar de Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras
colocar acento em coco. iguais, SEPARA.
Para verificar praticamente a necessidade de acentuação gráfica, utilize o super-requintado super-realista
critério das oposições: inter-resistente
Imagem armazém

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CONTINUAMOS A USAR O HÍFEN Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
Diante dos prefixos “ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-“: a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
Ex-diretor, Ex-hospedeira, Sota-piloto, Soto-mestre, Vice-presidente ,
Vizo-rei Alfabeto
Diante de “pós-, pré- e pró-“, quando TEM SOM FORTE E ACENTO. A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-labore as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
pró-africano, pró-europeu, pós-graduação novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
Diante de “pan-, circum-, quando juntos de vogais. palavras importadas do idioma inglês, como:
km – quilômetro,
Pan-americano, circum-escola
kg – quilograma
OBS. “Circunferência” – é junto, pois está diante da consoante “F”. Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
NOTA: Veja como fica estranha a pronúncia se não usarmos o hífen:
Exesposa, sotapiloto, panamericano, vicesuplente, circumescola. Trema
ATENÇÃO! Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
Não se usa o hífen diante de “CO-, RE-, PRE” (SEM ACENTO) textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
Coordenar reedição preestabelecer
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai
Coordenação refazer preexistir deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
Coordenador reescrever prever o “ü” lê-se “i”)
Coobrigar relembrar
Cooperação reutilização QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
Cooperativa reelaborar
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
menos uma palavra de cada prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas vezes: numa você “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
vai te parecer mais familiar.
Ex.
REGRA GERAL (Resumindo)
Letras iguais, separa com hífen(-).
Chá Mês nós
Letras diferentes, junta.
Gás Sapé cipó
O “H” não tem personalidade. Separa (-).
Dará Café avós
O “R” e o “S”, quando estão perto das vogais, são dobrados. Mas não se
juntam com consoantes. Pará Vocês compôs
http://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico- vatapá pontapés só
descomplicado-parte-i/ Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó
ACENTUAÇÃO GRÁFICA - resumo
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
ORTOGRAFIA OFICIAL
Por Paula Perin dos Santos réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da pastéis Chapéus anzóis
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
ninguém parabéns Jerusalém
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató- Resumindo:
ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
sua implementação.
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
palavras.
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
Leis ou Acordos. • R – câncer, caráter, néctar, repórter.
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- • PS – fórceps, Quéops, bíceps.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.

Língua Portuguesa 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus. b) Crêem
c) Enjôo
d) Pôde
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
e) Lêem
tes (semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
4. Qual das alternativas abaixo apresenta todas as palavras grafadas
corretamente:
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
a) bússola, império, platéia, cajú, Panamá
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
b) bussola, imperio, plateia, caju, Panama
temo, público, pároco, proparoxítona.
c) bússola, imperio, plateia, caju, Panamá
d) bússola, império, plateia, caju, Panamá
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
e) bussola, imperio, plateia, cajú, Panamá
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
5. De acordo com as novas regras para o hífen, passarão a ser corretas as
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S” grafias:
a) Coautor, antissocial e micro-ondas
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. b) Co-autor, anti-social e micro-ondas
c) Coautor, antissocial e microondas
IMPORTANTE d) Co-autor, antissocial e micro-ondas
Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, e) Coautor, anti-social e microondas
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
6. Qual das frases abaixo está redigida de acordo com a nova ortografia?
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos a) É preciso ter autoestima e autocontrole para coordenar o projeto de
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. infraestrutura recém-aprovado,
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. b) É preciso ter auto-estima e autocontrole para coordenar o projeto de
infra-estrutura recém-aprovado,
5. Trema ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai c) É preciso ter auto-estima e autocontrole para co-ordenar o projeto de
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, infraestrutura recémaprovado,
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”) ainda muito polêmico e com ajustes a fazer.
d) É preciso ter auto-estima e auto-controle para coordenar o projeto de
6. Acento Diferencial infra-estrutura recém-aprovado,
ainda muito polemico e com ajustes a fazer.
O acento diferencial permanece nas palavras: e) É preciso ter auto-estima e auto-controle para co-ordenar o projeto de
pôde (passado), pode (presente) infraestrutura recém-aprovado,
pôr (verbo), por (preposição) ainda muito polêmico e com ajústes a fazer.
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
verbo está no singular ou plural: 7. Em quais das alternativas abaixo há apenas palavras grafadas de acordo
com a nova ortografia da língua portuguesa?
a) Pára-choque, ultrassonografia, relêem, União Européia, inconseqüen-
SINGULAR PLURAL te, arquirrival, saúde
Ele tem Eles têm b) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
te, arquirrival, saude
Ele vem Eles vêm
c) Para-choque, ultrassonografia, releem, União Europeia, inconsequen-
te, arquirrival, saúde
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: d) Parachoque, ultra-sonografia, releem, União Européia, inconsequente,
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. arqui-rival, saúde
e) Pára-choque, ultra-sonografia, relêem, União Européia, inconseqüen-
EXERCÍCIOS te, arqui-rival, saúde

1. Com o novo acordo, quantas letras passa a ter o alfabeto da língua Respostas:
portuguesa? 1. b
a) 23 2. d
b) 26 3. d
c) 28 4. d
d) 20 5. a
e) 21 6. a
7. c
2. A regra atual para acentuação no português do Brasil manda acentuar
todos os ditongos abertos “éu”, “éi”, “ói” (como ‘assembléia’, ‘céu’ ou ‘dói’). DIVISÃO SILÁBICA
Pelo novo acordo, palavras desse tipo passam a ser escritas:
a) Assembléia, dói, céu
b) Assembléia, doi, ceu Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
c) Assembléia, dói, ceu GU.
d) Assembleia, dói, céu 1- chave: cha-ve
e) Assembleia, doi, céu aquele: a-que-le
palha: pa-lha
3. Pela nova regra, apenas uma dessas palavras pode ser assinalada com manhã: ma-nhã
acento circunflexo. Qual delas? guizo: gui-zo
a) Vôo

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço PONTO DE INTERROGAÇÃO
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar É usado para indicar pergunta direta.
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma Onde está seu irmão?
globo: glo-bo fraco: fra-co
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so A mim ?! Que ideia!
prato: pra-to

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
3- correr: cor-rer desçam: des-çam É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
fascinar: fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos!

Não se separam as letras que representam um ditongo. VÍRGULA


4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau-
cárie: cá-rie sa na fala. Emprega-se a vírgula:
• Nas datas e nos endereços:
Separam-se as letras que representam um hiato. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el Largo do Paissandu, 128.
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o • No vocativo e no aposto:
Meninos, prestem atenção!
Não se separam as letras que representam um tritongo. Termópilas, o meu amigo, é escritor.
6- Paraguai: Pa-ra-guai • Nos termos independentes entre si:
saguão: sa-guão O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba caso é usado o duplo emprego da vírgula:
que a antecede. Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
7- torna: tor-na núpcias: núp-cias droeira.
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter • Após alguns adjuntos adverbiais:
absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz No dia seguinte, viajamos para o litoral.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba da vírgula:
que a segue Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
8- pneumático: pneu-má-ti-co • Após a primeira parte de um provérbio.
gnomo: gno-mo O que os olhos não vêem, o coração não sente.
psicologia: psi-co-lo-gia • Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
RETICÊNCIAS
sílabas separadas.
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
9- sublingual: sub-lin-gual
Não me disseste que era teu pai que ...
sublinhar: sub-li-nhar
• Para realçar uma palavra ou expressão.
sublocar: sub-lo-car
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Preste atenção nas seguintes palavras:
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
trei-no so-cie-da-de
gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a PONTO E VÍRGULA
ra-diou-vin-te ca-o-lho • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
te-a-tro co-e-lho alguma simetria entre si.
du-e-lo ví-a-mos "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
a-mné-sia gno-mo cido, guardando consigo a ponta farpada. "
co-lhei-ta quei-jo • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co interior.
dig-no e-nig-ma Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
e-clip-se Is-ra-el calmo, resolveu o problema sozinho.
mag-nó-lia
DOIS PONTOS
SINAIS DE PONTUAÇÃO • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
pausas da linguagem oral. passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que".
PONTO • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- or:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
comuns ele é chamado de simples. • Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
TRAVESSÃO Crase é a fusão da preposição A com outro A.
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria? EMPREGO DA CRASE
– Que pátria? • em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra • em locuções prepositivas:
vez. em frente à, à procura de...
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma • em locuções conjuntivas:
coisa". (M. Palmério). à medida que, à proporção que...
• Usa-se para separar orações do tipo: • pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a,
– Avante!- Gritou o general. as
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Fui ontem àquele restaurante.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão:
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam Refiro-me àquilo e não a isto.
uma cadeia de frase:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí. A CRASE É FACULTATIVA
• A ponte Rio – Niterói. • diante de pronomes possessivos femininos:
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos:
ASPAS Dei o livro à(a) Sônia.
São usadas para:
• Indicar citações textuais de outra autoria. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) • Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se A:
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Viajaremos à Colômbia.
Há quem goste de “jazz-band”. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. • Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
• Para enfatizar palavras ou expressões: Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. neza, etc.
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. Viajaremos a Curitiba.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Em casos de ironia: • Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. modifique.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. Ela se referiu à saudosa Lisboa.
Vou à Curitiba dos meus sonhos.
PARÊNTESES • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Empregamos os parênteses: Às 8 e 15 o despertador soou.
• Nas indicações bibliográficas. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":
serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos Referia-se à Casa Gebara.
fora das órbitas. Amália se volta)". • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
(G. Figueiredo) Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de Voltou à terra onde nascera.
fome." Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
(C. Lispector) Mas:
• Para isolar orações intercaladas: Os marinheiros vieram a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho O comandante desceu a terra.
Minha mão na testa alçada) • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Sou eu para ela." artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
(M. Bandeira) Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha
• A QUE - À QUE
COLCHETES [ ] Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu.
ASTERISCO Houve uma sugestão anterior à que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
alguma nota (observação). ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
BARRA Não gostei da peça a que você se referia.
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
abreviaturas.
de:
Meu palpite é igual ao de todos
CRASE Minha opinião é igual à de todos.

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
NÃO OCORRE CRASE Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de
• antes de nomes masculinos: possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica,
Andei a pé. ou seja, os homônimos:
Andamos a cavalo.
As homônimas podem ser:
• antes de verbos:
Ela começa a chorar.  Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Cheguei a escrever um poema. Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
• em expressões formadas por palavras repetidas: indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
Estamos cara a cara. singular presente indicativo do verbo consertar);
• antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.  Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Escrevi a Vossa Excelência. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão
Dirigiu-se gentilmente à senhora. (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo);
• quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:  Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
Não falo a pessoas estranhas. cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo
Jamais vamos a festas. (verbo) - cedo (advérbio);

SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO  Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais
E FIGURADO DAS PALAVRAS. palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro -
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas
Semântica de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar,
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição /
onicolor - unicolor.
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida.
 Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) -
São (santo)
Conotação e Denotação:
 Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra.
de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
sobre a relação entre significantes, tais  Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas.
sua denotação.
Sinônimo
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
e semiótica. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a
enfadonhos.
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo
Eufemismo
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica conhecida como eufemismo).
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes. Exemplos:
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em • gordo - obeso
consideração: • morrer - falecer
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
remoto. Sinônimos Perfeitos
Se o significado é idêntico.
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Exemplos:
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: • avaro – avarento,
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. • léxico – vocabulário,
• falecer – morrer,
• escarradeira – cuspideira,

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• língua – idioma Homófonas heterográficas
• catorze - quatorze Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita).
Sinônimos Imperfeitos Exemplos
Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. cozer / coser;
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso cozido / cosido;
censo / senso
Antônimo consertar / concertar
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário conselho / concelho
(também oposto ou inverso) à outra. paço / passo
O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso noz / nós
estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que hera / era
chame atenção do leitor ou do ouvinte. ouve / houve
voz / vós
Palavra Antônimo
cem / sem
aberto fechado acento / assento
alto baixo Homófonas homográficas
bem mal Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
homográficas (iguais na escrita).
bom mau Exemplos
bonito feio Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
demais de menos janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
deriva do substantivo jantar, e está classificado como
doce salgado
neologismo.
forte fraco Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito
gordo magro (substantivo).
salgado insosso
Parônimo
amor ódio Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
seco molhado semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
grosso fino palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
diferentes.
duro mole O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
doce amargo pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
grande pequeno são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
Exemplos
soberba humildade
Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
louvar censurar acender. verbo - ascender. subir
bendizer maldizer acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
ativo inativo cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
comprimento. extensão - cumprimento. saudação
simpático antipático coro (cantores) - couro (pele de animal)
progredir regredir deferimento. concessão - diferimento. adiamento
rápido lento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
descrição. representação - discrição. reserva
sair entrar
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
sozinho acompanhado despensa. compartimento - dispensa. desobriga
concórdia discórdia destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
pesado leve emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
presente ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
escuro claro enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafo peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na recrear. divertir - recriar. criar de novo
pronúncia. se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
Exemplos vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• rego (subst.) e rego (verbo); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• colher (verbo) e colher (subst.); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
• Sede: lugar e Sede: avidez; DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água.
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
Homófono
seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois
tipos de palavras homófonas, que são:
A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
• Homófonas heterográficas no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
• Homófonas homográficas interpretações.

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de e-
Observe os exemplos lementos (pernalta, de perna + alta).
Denotação
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o a-
créscimo de afixos. São cinco tipos de derivação.
Conotação
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
As estrelas do cinema.
O jardim vestiu-se de flores • sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente);
O fogo da paixão
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva;
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido • regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se
figurado: substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda /
Construí um muro de pedra - sentido próprio de ajudar);
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
A água pingava lentamente – sentido próprio. • imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. a comum).
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários processos para formação de palavras, como:
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
palavras. • Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo,
Exs.: grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, alco-
cinzeiro = cinza + eiro ômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e latino
endoidecer = en + doido + ecer / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);
predizer = pre + dizer
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun-
Os principais elementos móficos são : zum, miau);
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua
RADICAL compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.)
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer • Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se-
enterrar = en + terra + ar quência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de
pronome = pro + nome siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista)

PREFIXO • Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala-


É o elemento mórfico que vem antes do radical. vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos
Exs.: anti - herói in - feliz
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
SUFIXO ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PRE-
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
POSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE
Exs.: med - onho cear – ense
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES).

FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


SUBSTANTIVOS

As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá- me aos seres em geral.
bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis-
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. São, portanto, substantivos.
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala- a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
vras encontramos a seguinte divisão: Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
• palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) lho, corrida, tristeza beleza altura.

• palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS


a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
• palavras simples - só possuem um radical (couve, flor) rio, cidade, pais, menino, aluno
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
aguardente) Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci- c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
mento dos seguintes processos de formação: priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi-
creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
cais. São dois tipos de composição.
fada, bruxa, saci.
• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
sexta-feira); existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, legião - de anjos, de soldados, de demônios
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: malta - de desordeiros
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. manada - de bois, de elefantes
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje- matilha - de cães de caça
tivos ninhada - de pintos
trabalhar - trabalho nuvem - de gafanhotos, de fumaça
correr - corrida panapaná - de borboletas
alto - altura pelotão - de soldados
belo - beleza penca - de bananas, de chaves
pinacoteca - de pinturas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS plantel - de animais de raça, de atletas
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua quadrilha - de ladrões, de bandidos
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. ramalhete - de flores
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: réstia - de alhos, de cebolas
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. récua - de animais de carga
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, romanceiro - de poesias populares
tempo, sol. resma - de papel
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- revoada - de pássaros
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. súcia - de pessoas desonestas
vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
de seres da mesma espécie.
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
alcateia - de lobos Gênero
álbum - de fotografias, de selos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
antologia - de trechos literários escolhidos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) Podemos classificar os substantivos em:
arquipélago - de ilhas a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma
assembleia - de parlamentares, de membros de associações para o masculino, outra para o feminino:
atilho - de espigas de milho aluno/aluna homem/mulher
atlas - de cartas geográficas, de mapas menino /menina carneiro/ovelha
banca - de examinadores Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bando - de aves, de pessoal em geral padrinho/madrinha bode/cabra
cabido - de cônegos cavaleiro/amazona pai/mãe
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cancioneiro - de poemas, de canções em:
caravana - de viajantes 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
cardume - de peixes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
clero - de sacerdotes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve-
colmeia - de abelhas mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê-
concílio - de bispos mea
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
congregação - de professores, de religiosos designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congresso - de parlamentares, de cientistas go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
conselho - de ministros estudante, este dentista.
consistório - de cardeais sob a presidência do papa 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
constelação - de estrelas pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
corja - de vadios tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
elenco - de artistas juge, a pessoa, a criatura.
enxame - de abelhas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxoval - de roupas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
falange - de soldados, de anjos
farândola - de maltrapilhos
fato - de cabras São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
fauna - de animais de uma região o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
feixe - de lenha, de raios luminosos o teorema o ágape a análise a usucapião
flora - de vegetais de uma região o trema o caudal a cal a bacanal
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o edema o champanha a cataplasma a líbido
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
girândola - de fogos de artifício o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o fibroma o guaraná a aguardente
junta - de bois, médicos, de examinadores o estratagema o plasma
o proclama o clã
júri - de jurados

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mudança de Gênero com mudança de sentido pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)

Veja alguns exemplos: 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:


o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) rabo, burros-sem-rabo;
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. caras-pálidas.
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma São invariáveis:
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
fósseis; réptil, répteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
dos-mudos > surdas-mudas.
os ônix.
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi- Graus do substantivo
tos. Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
podem ser: sintéticos ou analíticos.
Substantivos só usados no plural
afazeres anais Analítico
arredores belas-artes Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
cãs condolências nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
confins exéquias
férias fezes
Sintético
núpcias óculos
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
Principais sufixos aumentativos
Plural dos Nomes Compostos AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-
1. Somente o último elemento varia: ça.
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; Principais Sufixos Diminutivos
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem-
homúncula, apícula, velhusco.

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
Observações: blusa azul-marinho blusas azul-marinho
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- camisa azul-celeste camisas azul-celeste
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. variam:
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe- menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc. menina surda-muda meninas surdas-mudas
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, Graus do Adjetivo
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di- pressas em dois graus:
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon- - o comparativo
zinho, pequenito. - o superlativo

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-


FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio é o menos poluído de todos.
Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in- RELATIVO
variáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
acordos sócio-político-econômico pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômicos menor
causa sócio-político-econômica
causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiros acre - acérrimo ágil - agílimo
lente côncavo-convexa agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
lentes côncavo-convexas amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
camisa verde-clara
camisas verde-claras
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
sapato marrom-escuro áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
sapatos marrom-escuros audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
Observações: benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
camisa verde-abacate camisas verde-abacate cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
sapato marrom-café sapatos marrom-café eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo substantivo.
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo • Ele chegou. (ele)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) • Convidei-o. (o)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Classificação dos Pronomes
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bóston - bostoniano Braga - bracarense • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense trem, nada, cada, algo.
bucarestense Campos - campista • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Cairo - cairota Caracas - caraquenho terrogativas.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota PRONOMES PESSOAIS
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiabá - cuiabano 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Eu sai (eu)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Nós saímos (nós)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-me (me)
Equador - equatoriano Évora - eborense Convidaram-nos (nós)
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Tu saíste (tu)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense Vós saístes (vós)
Gabão - gabonês Galiza - galego Convidaram-te (te)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Convidaram-vos (vós)
Goiânia - goianense Granada - granadino 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Ele saiu (ele)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano Eles sairam (eles)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-o (o)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense Convidei-os (os)
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Os pronomes pessoais são os seguintes:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe singular 1ª eu me, mim, comigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 2ª tu te, ti, contigo
Marajó - marajoara Minho - minhoto 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro PRONOMES DE TRATAMENTO
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano PRONOME ABREV. EMPREGO
Veneza - veneziano Vitória - vitoriense Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
Locuções Adjetivas Magnificência V. Mag a reitores de universidades
As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs- Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem Vossa Santidade V.S. papas
ser substituídas por um adjetivo correspondente. Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
reto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
MIM e TI:
finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado)
Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo)
Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
como sujeito de um verbo no infinitivo.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
A mim, ninguém me engana.
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
mo vicioso e sim ênfase.
sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo,
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
exercendo função sintática de adjunto adnominal:
que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado)
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar
Preciso muito falar com você. (certo)
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes.
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Vós sois minha salvação, meu Deus!
Ele feriu-se
Cada um faça por si mesmo a redação
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
O professor trouxe as provas consigo
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
falamos dessa pessoa:
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Vossa Excelência já aprovou os projetos?
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE,
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª
7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como
binações possíveis são as seguintes:
pronomes de terceira pessoa:
me+o=mo me + os = mos
Você trouxe seus documentos?
te+o=to te + os = tos
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
lhe+o=lho lhe + os = lhos
nos + o = no-lo nos + os = no-los

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
COLOCAÇÃO DE PRONOMES enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos contar-lhe o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Podemos-lhe contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise Não lhes podemos contar o ocorrido.
Eu te observo há dias. O menino foi-se descontraindo.
2. Depois do verbo - ênclise O menino foi descontraindo-se.
Observo-te há dias. O menino não se foi descontraindo.
3. No interior do verbo - mesóclise 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
Observar-te-ei sempre. ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
"Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
Ênclise cartes ."
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Tenho-me levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento Não me tenho levantado cedo.
direto ou indireto.
O pai esperava-o na estação agitada. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
Expliquei-lhe o motivo das férias. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua-
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos: gem escrita.
1. Quando o verbo iniciar a oração:
Voltei-me em seguida para o céu límpido. PRONOMES POSSESSIVOS
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
Como eu achasse muito breve, explicou-se. indo-lhes a posse de alguma coisa.
3. Com o imperativo afirmativo:
Companheiros, escutai-me. Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
4. Com o infinitivo impessoal: livro pertence a 1ª pessoa (eu)
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
destino na mesa. Eis as formas dos pronomes possessivos:
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
franco. 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Na linguagem culta, a próclise é recomendada: Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
interrogativos e conjunções. você).
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Quem lhe ensinou esses modos? dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem os ouvia, não os amou. Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Que lhes importa a eles a recompensa? A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Papai do céu o abençoe. Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro-
A terra lhes seja leve. nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
Em se animando, começa a contagiar-nos. suas mãos).
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. Não me respeitava a adolescência.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
pausa entre eles. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Mesóclise Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam O nosso homem não se deu por vencido.
precedidos de palavras que reclamem a próclise. Chama-se Falcão o meu homem
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Dir-se-ia vir do oco da terra. Eu cá tenho minhas dúvidas
Cornélio teve suas horas amargas
Mas: 4. Afetividade, cortesia
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Como vai, meu menino?
Jamais se diria vir do oco da terra. Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo
Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
Lembrarei-me (!?) No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren-
Diria-se (!?) tes de família.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus?
O Pronome Átono nas Locuções Verbais Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida-
de.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está
Daquele instante em diante modifiquei-me.
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto já foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo já é velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A mãe era tal quais as filhas.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos são tais qual o pai.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: É pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): Não creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu coração me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese- casa é um pronome relativo.
jamos distância:
O povo já não confia nesses políticos. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
Não quero mais pensar nisso. feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.
d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente.
Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. No exemplo dado, o antecedente é casa.
O que você quer dizer com isso? Outros exemplos de pronomes relativos:
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
falamos: O lugar onde paramos era deserto.
Um dia desses estive em Porto Alegre. Traga tudo quanto lhe pertence.
Comi naquele restaurante dia desses. Leve tantos ingressos quantos quiser.
f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso?
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan- Eis o quadro dos pronomes relativos:

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Masculino Feminino Meu avô foi buscar ouro.
o qual a qual quem Mas o ouro virou terra.
os quais as quais c) Fenômeno:
cujo cujos cuja cujas que Chove. O céu dorme.
quanto quanta quantas onde
quantos VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis.
Não faças a outrem o que não queres que te façam. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Quem avisa amigo é. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Encontrei quem me pode ajudar. adormece.
Ele gosta de quem o elogia. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA adormecem.
CERTAS. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Cada povo tem seus costumes. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certas pessoas exercem várias profissões. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. A cachorra Baleia corria na frente.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
PRONOMES INTERROGATIVOS Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. pedido
Exemplos: Corra na frente, Baleia.
Que há? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Que dia é hoje? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Reagir contra quê? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Por que motivo não veio? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Quem foi? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Qual será? em que se fala:
Quantos vêm? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
Quantas irmãs tens? c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
VERBO presente.

CONCEITO Veja o esquema dos tempos simples em português:


“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- Presente (falo)
as no tempo. INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re- Imperfeito (falava)
ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e Mais- que-perfeito (falara)
gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Futuro do presente (falarei)
Assim fiz. Morreram.” do pretérito (falaria)
(Clarice Lispector) Presente (fale)
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: Futuro (falar)
a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Não pode haver umas sem as outras.
tado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju- Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
gação.
verbo ser: sou - fui A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
Haja vista aos livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: sentido da frase.
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Exemplo:
etc. Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Garoava na madrugada roxa. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetáculo ontem. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa
Há alunos na sala. passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser-
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos vando o mesmo tempo.
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Outros exemplos:
Fazia dois anos que eu estava casado. Os calores intensos provocam as chuvas.
Faz muito frio nesta região? As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Ele será acompanhado por mim.
Todos te louvariam.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
Serias louvado por todos.
3ª pessoa do singular - quando significa:
Prejudicaram-me.
1) EXISTIR
Fui prejudicado.
Há pessoas que nos querem bem.
Condenar-te-iam.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Serias condenado.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER
a) Presente
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Não haja desavenças entre vós.
- um fato que ocorre no momento em que se fala.

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Eles estudam silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estão estudando silenciosamente. ído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS IRREGULARES
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. DAR
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
maior realce à narrativa. Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
É o chamado presente histórico ou narrativo. Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos:
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
Amanhã vou à escola.
Qualquer dia eu te telefono. MOBILIAR
b) Pretérito Imperfeito Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
Ele andava à toa.
Nós vendíamos sempre fiado. AGUAR
Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
Era uma vez...
- um fato presente em relação a outro fato passado. MAGOAR
Eu lia quando ele chegou. Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
c) Pretérito Perfeito Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já ram
ocorrido, concluído. Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Estudei a noite inteira.
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o APIEDAR-SE
momento presente. Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
Tenho estudado todas as noites. vos, apiadam-se
d) Pretérito mais-que-perfeito Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em vos, apiedem-se
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
MOSCAR
e) Futuro do Presente
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
futuro em relação ao momento em que se fala. quem
Irei à escola. Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
f) Futuro do Pretérito
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: RESFOLEGAR
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
- Eu jogaria se não tivesse chovido. resfolgam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis,
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
resfolguem
- Seria realmente agradável ter de sair? Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
vezes, ironia. NOMEAR
- Daria para fazer silêncio?! Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis,
Modo Subjuntivo nomeavam
a) Presente Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea-
ram
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
Talvez eles estudem... não sei. Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear
- um desejo, uma vontade:
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. COPIAR
b) Pretérito Imperfeito Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram
hipótese, uma condição. Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá-
reis, copiaram
Se eu estudasse, a história seria outra.
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem
e) Pretérito Perfeito
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar ODIAR
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam
características do modo subjuntivo). Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam
Que tenha estudado bastante é o que espero. Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis,
odiaram
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
lamente. CABER
e) Futuro Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam QUERER
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
coubéreis, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, reis, quiseram
coubessem Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no quisessem
imperativo negativo Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem

CRER REQUERER
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram
DIZER Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem requererão
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, ríeis, requereriam
disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requeiram
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerêsseis, requeressem,
dissesse Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem requerem
Particípio dito Gerúndio requerendo
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Particípio requerido
O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
FAZER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem REAVER
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão ram
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam reouveram
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reou-
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, vésseis, reouvessem
fizessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem reouverem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen-
ta a letra v
PERDER
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem SABER
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
PODER soubéreis, souberam
Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam soubessem
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam VALER
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
pudessem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Gerúndio podendo TRAZER
Particípio podido Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
imperativo negativo Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos,
PROVER trouxéreis, trouxeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provê- Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
reis, proveram Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão trouxessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, prove- Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe-
riam rem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Gerúndio trazendo
Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, Particípio trazido
provessem
Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem VER
Gerúndio provendo Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem
Particípio provido Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio indo
Particípio visto Particípio ido

ABOLIR OUVIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, Particípio ouvido
aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão PEDIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo não há Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
abolissem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Imperativo afirmativo abole, aboli
Imperativo negativo não há POLIR
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo impessoal abolir Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Gerúndio abolindo Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Particípio abolido
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REMIR
Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
AGREDIR Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam RIR
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
COBRIR Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Particípio coberto Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão VIR
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Imperativo afirmativo fali (vós) Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Imperativo negativo não há Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Gerúndio falindo Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Particípio falido Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
FERIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Particípio vindo
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir

MENTIR SUMIR
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FUGIR ADVÉRBIO
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância.
IR
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Os advérbios dividem-se em:
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão te, através, defronte, aonde, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
mal, quase, apenas, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
6) NEGAÇÃO: não. IX 9 nove nono nônuplo nono
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, X 10 dez décimo décuplo décimo
provavelmente, etc. XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
Há Muitas Locuções Adverbiais XII 12 doze décimo doze avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- segundo
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
XIII 13 treze décimo treze avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite,
terceiro
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de
XIV 14 quatorze décimo quatorze
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc.
quarto avos
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge- XV 15 quinze décimo quinze avos
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis- quinto
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- sexto avos
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XVII 17 dezessete décimo dezessete
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. sétimo avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
etc. oitavo
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
avos
Advérbios Interrogativos XX 20 vinte vigésimo vinte avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
XL 40 quarenta quadragé- quarenta
Palavras Denotativas simo avos
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, simo avos
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. avos
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. mo
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. XC 90 noventa nonagésimo noventa
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. avos
Você lá sabe o que está dizendo, homem... C 100 cem centésimo centésimo
Mas que olhos lindos! CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
Veja só que maravilha! CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
NUMERAL tos tésimo tésimo
D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
tos simo simo
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
O numeral classifica-se em: mo mo
- cardinal - quando indica quantidade. DCC 700 setecen- septingenté- septingenté-
- ordinal - quando indica ordem. tos simo simo
- multiplicativo - quando indica multiplicação. DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté-
- fracionário - quando indica fracionamento. simo simo
CM 900 novecen- nongentési- nongentési-
Exemplos: tos mo mo
Silvia comprou dois livros. M 1000 mil milésimo milésimo
Antônio marcou o primeiro gol.
Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. Emprego do Numeral
O galinheiro ocupava um quarto da quintal. Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
Algarismos Numerais Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
nos cos tivos Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo meio Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
dobro XX Salão do Automóvel (vigésimo)
III 3 três terceiro tríplice terço VI Festival da Canção (sexto)

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
lV Bienal do Livro (quarta) 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao uma conjunção.
emprego do ordinal.
Hoje é primeiro de setembro No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
Não é aconselhável iniciar período com algarismos orações: são também conjunções.
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- mesma oração.
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a conjunção E é coordenativa.
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
QUANDO é subordinativa.
ARTIGO
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Dividem-se em 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
• definidos: O, A, OS, AS também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). Os livros não só instruem mas também divertem.
As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, as flores.
geral. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
terminado). passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
sar disso, em todo caso.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
CONJUNÇÃO A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Coniunções Coordenativas Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Hoje não atendo, em todo caso, entre.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
senão, no entanto, etc. ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
etc. Ou você estuda ou arruma um emprego.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
consequência. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, "Já chora, já se ri, já se enfurece."
pois, etc. (Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por-
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, que, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc. causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, tivo:
etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que
2º) Os livros ensinam e divertem. traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
Abrangem as seguintes classes: (Maria José de Queirós)
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
que, uma vez que, desde que. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
efeito). etc.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Venha quando você quiser.
Desde que é impossível, não insistirei. Não fale enquanto come.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
(= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
Os governantes realizam menos do que prometem.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que to. Assim, a conjunção que pode ser:
(= embora não). 1) Aditiva (= e):
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Beba, nem que seja um pouco. 2) Explicativa (= pois, porque):
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Apressemo-nos, que chove.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. 3) Integrante:
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas Diga-lhe que não irei.
afirmações. 4) Consecutiva:
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Não vão a uma festa que não voltem cansados.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Onde estavas, que não te vi?
Ficaremos sentidos, se você não vier. 5) Comparativa (= do que, como):
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. A luz é mais veloz que o som.
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Ficou vermelho que nem brasa.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 6) Concessiva (= embora, ainda que):
que os mosquitos se opusessem." Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
(Ferreira de Castro) Beba, um pouco que seja.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não 7) Temporal (= depois que, logo que):
são como (ou conforme) dizem. Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." 8) Final (= pare que):
(Machado de Assis) Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, 9) Causal (= porque, visto que):
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
forma que, de maneira que, sem que, que (não). Coaraci)
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. disse. (sem que = embora não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. (sem que = se não,caso não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Afastou-se depressa para que não o víssemos. (sem que = que não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
À medida que se vive, mais se aprende. PREPOSIÇÃO
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
segundo, um subordinado ou consequente.
Observação:
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida Exemplos:
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Chegaram a Porto Alegre.

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Discorda de você. - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Fui até a esquina. Come-se bem naquele restaurante.
Casa de Paulo. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Choveu ontem.
Preposições Essenciais e Acidentais Há plantas venenosas.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e PREDICADO
ATRÁS. Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
O predicado classifica-se em:
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, do sujeito.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, Nosso colega está doente.
segundo, senão, tirante, visto, etc. Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem A moça permaneceu sentada.
ser: 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- alegria: ahl oh! oba! eh! transitivo.
- animação: coragem! avante! eia! O avião sobrevoou a praia.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis! O sabiá voou alto.
- desejo: tomara! oxalá! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- dor: aí! ui! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- silêncio: psiu! silêncio! de proposição.
- suspensão: alto! basta! Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo auxílio de preposição.
valor de uma interjeição. Ele precisa de um esparadrapo.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
FRASE intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. predicativo do sujeito.
O tempo está nublado. Os rapazes voltaram vitoriosos.
Socorro! • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Que calor! ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ORAÇÃO ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. direto ou indireto.
A fanfarra desfilou na avenida. Elegemos o nosso candidato vereador.
As festas juninas estão chegando.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
PERÍODO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
Período é a frase estruturada em oração ou orações. significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
O período pode ser: compreensão do enunciado.
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Fui à livraria ontem. 1. OBJETO DIRETO
• composto - quando constituído por mais de uma oração. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
Fui à livraria ontem e comprei um livro. transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 2. OBJETO INDIRETO


São dois os termos essenciais da oração: Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
SUJEITO As crianças precisam de CARINHO.
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
O sujeito pode ser : um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
- simples: quando tem um só núcleo Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
núcleo: rosas) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
- composto: quando tem mais de um núcleo (advérbio).
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na

Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
voz passiva. Viajo amanhã, mas volto logo.
A mãe é amada PELO FILHO. - Assindética:
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. ponto e vírgula.
Chegou, olhou, partiu.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO A oração coordenada sindética pode ser:
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo 1. ADITIVA:
alguma circunstância. Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
também:
São termos acessórios da oração: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
1. ADJUNTO ADNOMINAL Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
substantivos. Pode ser expresso:
• pelos adjetivos: água fresca, 2. ADVERSATIVA:
• pelos artigos: o mundo, as ruas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelos numerais : três garotos; sexto ano A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, 3. ALTERNATIVAS:
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
Cheguei cedo. (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
José reside em São Paulo. Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
3. APOSTO OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, (C. Meireles)
desenvolve ou resume outro termo da oração.
Dr. João, cirurgião-dentista, 4. CONCLUSIVAS:
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
4. VOCATIVO etc).
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
interpelar alguém ou alguma coisa. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
Tem compaixão de nós, ó Cristo.
Professor, o sinal tocou. 5. EXPLICATIVAS:
Rapazes, a prova é na próxima semana. Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
Fui ao cinema. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
O pássaro voou. É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
PERÍODO COMPOSTO
No período composto há mais de uma oração. A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
folgam.)
ORAÇÃO PRINCIPAL
Período composto por coordenação Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
Apresenta orações independentes. por um conectivo.
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) ELES DISSERAM que voltarão logo.
ELE AFIRMOU que não virá.
Período composto por subordinação PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
Apresenta orações dependentes.
(É bom) (que você estude.) ORAÇÃO SUBORDINADA
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
Período composto por coordenação e subordinação introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este nem sempre é a primeira do período.
período é também conhecido como misto. Quando ele voltar, eu saio de férias.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAÇÃO COORDENADA
Oração coordenada é aquela que é independente. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
As orações coordenadas podem ser: de um substantivo.
- Sindética: Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção substantivas classificam-se em:
coordenativa.

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1) SUBJETIVA (sujeito) 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
Convém que você estude mais. SE O CONHECESSES, não o condenarias.
Importa que saibas isso bem. . Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) com outro:
Desejo QUE VENHAM TODOS. Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
Pergunto QUEM ESTÁ AI. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:


A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
4) COMPLETIVA NOMINAL Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Complemento nominal.
Ser grato A QUEM TE ENSINA. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
Sou favorável A QUE O PRENDAM. À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
5) PREDICATIVA (predicativo)
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA. ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) ORAÇÕES REDUZIDAS
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerúndio, infinitivo e particípio.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Exemplos:
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
um adjetivo.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
conseguirás.
1) EXPLICATIVAS: • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, ATENTOS.
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
informação. entristeceu-se.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. MAIS.
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
2) RESTRITIVAS: me.
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
um advérbio. Principais Casos de Concordância Nominal
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: gênero e número com o substantivo.
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
O tambor soa PORQUE É OCO. normalmente para o plural.
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
comparação. para o masculino plural.
O som é menos veloz QUE A LUZ. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
próximo:
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: Trouxe livros e revista especializada.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. mo.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sujeito. 5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o
Meus amigos estão atrapalhados. sujeito paciente.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica- Vende-se um apartamento.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere. Vendem-se alguns apartamentos.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. 6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo verbo para a 3ª pessoa do singular.
vão para o singular ou para o plural. Precisa-se de funcionários.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). 7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier singular e o verbo no singular ou no plural.
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem)
Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Ela é que faz as bolas.
tivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- Fui eu que fiz a lição
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
O pessoal ainda não chegou. corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
Os Estados Unidos são um grande país. a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferen- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
temente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
O homem é cinzas.
Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O artilheiro visou a meta quando fez o gol.
6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER • pör o sinal de visto - objeto direto
concorda com o predicativo. O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
Dançar e cantar é a sua atividade.
Estudar e trabalhar são as minhas atividades. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto
Devemos obedecer aos superiores.
7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER Desobedeceram às leis do trânsito.
concorda com o pronome.
A ciência, mestres, sois vós. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
Em minha turma, o líder sou eu. • exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
adjetivos). Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos: • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei-me da sua fisionomia.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pretender (transitivo indireto)
• pedir - Pedi um favor ao colega.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
2. OBEDECER - transitivo indireto
O amor implica renúncia.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
COM:
Já paguei um jantar a você.
O professor implicava com os alunos
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
ção EM:
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Implicou-se na briga e saiu ferido
Prefiro Comunicação à Matemática.
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
Informei-lhe o problema.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
7. ASSISTIR - morar, residir:
Assisto em Porto Alegre.
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
• amparar, socorrer, objeto direto
como sujeito:
O médico assistiu o doente.
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
Assistimos a um belo espetáculo.
ficuldade, será objeto indireto.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
Custou-me confiar nele novamente.
Assiste-lhe o direito.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno. REDAÇÃO OFICIAL
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Atenderam o freguês com simpatia.
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto 2a edição, revista e atualizada
A moça queria um vestido novo. Brasília, 2002
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto
O professor queria muito a seus alunos. Apresentação
Com a edição do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o Pre-
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto sidente da República autorizou a criação de comissão para rever, atualizar,
Todos visamos a um futuro melhor. uniformizar e simplificar as normas de redação de atos e comunicações
• APONTAR, MIRAR - objeto direto

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
oficiais. Após nove meses de intensa atividade da Comissão presidida pelo RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal
hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, apre- s. = substantivo
sentou-se a primeira edição do MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA s.f. = substantivo feminino
DA REPÚBLICA. s.m. = substantivo masculino
sing. = singular
A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata tb. = também
Nestor Forster Jr., tratava das comunicações oficiais, sistematizava seus v. = ver ou verbo
aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, exibia v. g; = verbi gratia
modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde 1937, var. pop. = variante popular
suprimia arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical aplicada à
redação oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, PARTE I
ocupava-se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
Executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedimen-
to legislativo. CAPÍTULO I
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con- 1. O que é Redação Oficial
trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual
finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identificação o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos
clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos que tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugnação
judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no orde- A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do pa-
namento jurídico. drão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabora- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ção de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das normas Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, morali-
e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a experiência dade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
dos encarregados em executar o disposto na norma. princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que
devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se ne-
cessário proceder à revisão e atualização do texto para a elaboração desta Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redi-
2a Edição, a qual preserva integralmente as linhas mestras do trabalho gido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alterações principais transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilida-
deram-se em torno da adequação das formas de comunicação usadas na de, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto
administração aos avanços da informática. Na segunda parte, as alterações legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, ne-
decorreram da necessidade de adaptação do texto à evolução legislativa na cessariamente, clareza e concisão.
matéria, em especial à Lei Complementar no 95, de 26 de fevereiro de
1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002, e às alterações consti- Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos normati-
tucionais ocorridas no período. vos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remon-
tam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigatori-
Espera-se que esta nova edição do Manual contribua, tal como a pri- edade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 – de
meira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionali- que se aponha, ao final desses atos, o número de anos transcorridos desde
zação dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais a Independência. Essa prática foi mantida no período republicano.
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a
consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade. Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, con-
cisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais: elas
PEDRO PARENTE devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente impes-
Chefe da Casa Civil da Presidência da República soais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
Sinais e Abreviaturas Empregados Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são ne-
* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical. cessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço
§ = parágrafo Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público
adj. adv. = adjunto adverbial (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto
arc. = arcaico dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
art. = artigo
cf. = confronte Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais
CN = Congresso Nacional foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e de
Cp. = compare cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Men-
f.v. = forma verbal cione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
fem.= feminino regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de 8 de julho
ind. = indicativo de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revogado pelo
i. é. = isto é Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.
masc. = masculino
obj. dir. = objeto direto Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das ca-
obj. ind. = objeto indireto racterísticas específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o
p. = páginap. us. = pouco usado entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência –
pess. = pessoa de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquialmente
pl. = plural e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que
pref. = prefixo deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e
pres. = presente clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.
Res. = Resolução do Congresso Nacional
RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impesso- do com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
alidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico,
correspondência particular, etc. não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente.
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, da língua, a finalidade com que a empregamos.
passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por
1.1. A Impessoalidade sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles reque-
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. rem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é
Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique, b) aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se
algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É
caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na
ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexi-
que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das
que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes pretendida compreensão por todos os cidadãos.
da União.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De
aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de de- próprios da língua literária.
terminada Seção, é sempre em nome do Serviço Público que é fei-
ta a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão ofici-
que permite que comunicações elaboradas em diferentes setores al de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunica-
da Administração guardem entre si certa uniformidade; ções oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre conce- sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
bido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, te- utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
mos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo te- limitada.
mático das comunicações oficiais se restringe a questões que di-
zem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qualquer A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
tom particular ou pessoal. exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos vale- estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
mos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade. 1.3. Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impesso-
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos alidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público des- formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto
ses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunica-
adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade ção.
precípua é a de informar com clareza e objetividade.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária unifor-
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser midade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é natural
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O estabeleci-
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados mento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação para todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem apresentação dos textos.
sua compreensão dificultada.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definiti-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fala- vo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza-
da e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de nor-
qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros mas específicas para cada tipo de expediente.
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação,
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa 1.4. Concisão e Clareza
distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto
tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa-
para comunicar. ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade,
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acor- qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto.

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias 2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento
ou repetições desnecessárias de ideias. O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga
tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor-
O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de e- porados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento
conomia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra”, passou-se a
palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segun-
como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens da pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior.
substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusiva- Prossegue o autor:
mente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que nada a- “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
crescentem ao que já foi dito. palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria supe-
rior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se o trata-
alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas mento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia eclesiástica
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa santidade.”
mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação
alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já es-
por isso, ser dispensadas. tava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos. Vossa
mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme já vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual
sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro aquele emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos
texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto a clareza às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
características da redação oficial. Para ela concorrem: 2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresen-
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; tam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e prono-
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com
geral e por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
como a gíria e o jargão; para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível integra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o
uniformidade dos textos; substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos
que nada lhe acrescentam. Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará
É pela correta observação dessas características que se redige com seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido.
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramati-
provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. cal deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem,
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fá- o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar
cil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senho-
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assun- ria deve estar satisfeita”.
tos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verda- 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento
de. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significa- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular
do das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser tradição. São de uso consagrado:
dispensados. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que a) do Poder Executivo;
são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua Presidente da República;
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida Vice-Presidente da República;
por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a Ministros de Estado;
máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
redigir. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to- Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos
das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, de natureza especial;
constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas Prefeitos Municipais.
em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas tem
sentido! b) do Poder Legislativo:
CAPÍTULO II Deputados Federais e Senadores;
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS Ministros do Tribunal de Contas da União;
2. Introdução Deputados Estaduais e Distritais;
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial. Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análi- c) do Poder Judiciário:
se, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de Ministros dos Tribunais Superiores;
comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos Membros de Tribunais;
fechos e a identificação do signatário. Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
2.1. Pronomes de Tratamento

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-
Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. Respeitosamente,

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
do cargo respectivo: Atenciosamente,
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
Senhor Ministro, des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
Senhor Governador, disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori- 2.3. Identificação do Signatário


dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,
A Sua Excelência o Senhor todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da
Fulano de Tal autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
Ministro de Estado da Justiça identificação deve ser a seguinte:
70064-900 – Brasília. DF (espaço para assinatura)
NOME
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
(DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressuposto (espaço para assinatura)
para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repe- NOME
tida evocação. Ministro de Estado da Justiça
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para parti-
culares. O vocativo adequado é: Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pági-
Senhor Fulano de Tal, na isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última
(...) frase anterior ao fecho.
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor 3. O Padrão Ofício
Fulano de Tal Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade
Rua ABC, no 123 do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformi-
12345-000 – Curitiba. PR zá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chamamos
de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adiante; por
Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do ora busquemos as suas semelhanças.
superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de
Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de 3.1. Partes do documento no Padrão Ofício
tratamento Senhor. O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes:
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título aca- expede:
dêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o Exemplos:
apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por Mem. 123/2002-MF
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por Aviso 123/2002-SG
doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medici- Of. 123/2002-MME
na. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade
às comunicações. b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à
direita:
Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por for- Exemplo:
ça da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Brasília, 15 de março de 1991.
Corresponde-lhe o vocativo:
Magnífico Reitor, c) assunto: resumo do teor do documento
(...) Exemplos:
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar- Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
quia eclesiástica, são: Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor-
respondente é: d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co-
Santíssimo Padre, municação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço.
(...)
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunica- e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do-
ções aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou – introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas:
(...) “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”, em-
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas pregue a forma direta;
a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve- – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver
rendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos
Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. distintos, o que confere maior clareza à exposição;
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a
2.2. Fechos para Comunicações posição recomendada sobre o assunto.
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em
vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Adminis-
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estru- tração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares.
tura é a seguinte:
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o 3.3.2. Forma e Estrutura
encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami- com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado Tratamento), seguido de vírgula.
(tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela Exemplos:
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: Excelentíssimo Senhor Presidente da República
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encaminho, Senhora Ministra
anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral Senhor Chefe de Gabinete
de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do tele- formações do remetente:
grama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação – nome do órgão ou setor;
Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas – endereço postal;
agrícolas na região Nordeste.” – telefone e endereço de correio eletrônico.
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum
comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar 3.4. Memorando
parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de 3.4.1. Definição e Finalidade
desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades admi-
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); nistrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em
g) assinatura do autor da comunicação; e mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário). comunicação eminentemente interna.

3.2. Forma de diagramação Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma de exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
apresentação: minado setor do serviço público.
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder- em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de
se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número da pági- de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
na; próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado,
em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da 3.4.2. Forma e Estrutura
margem esquerda; Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício,
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo
cm de largura; que ocupa.
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pon- Exemplos:
tos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
comportar tal recurso, de uma linha em branco; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra 4. Exposição de Motivos
forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do do- 4.1. Definição e Finalidade
cumento; Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú-
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran- blica ou ao Vice-Presidente para:
co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e i- a) informá-lo de determinado assunto;
lustrações; b) propor alguma medida; ou
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impres- c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
sos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repúbli-
Text nos documentos de texto; ca por um Ministro de Estado.
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a
arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveita- exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi-
mento de trechos para casos análogos; dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser for-
mados da seguinte maneira: 4.2. Forma e Estrutura
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves do Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão
conteúdo ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002” motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normati-
vo, segue o modelo descrito adiante.
3.3. Aviso e Ofício
3.3.1. Definição e Finalidade A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente i- formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva-
dênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusiva- mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta
mente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao projeto de ato normativo.
passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de enca-
algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura minhamento ao Congresso.
segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
b) encaminhamento de medida provisória.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presi-
da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe dente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura do membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntan-
padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por seu do cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Documen-
autor, devem, obrigatoriamente, apontar: tação da Presidência da República.
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medi-
da ou do ato normativo proposto; c) indicação de autoridades.
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de pes-
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alter- soas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
nativas existentes para equacioná-lo; Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de moti- ção.
vos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto
no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a
mensagem.
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão
equivalente) no , de de de 200 . d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da
República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
5. Mensagem Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a
5.1. Definição e Finalidade autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes
Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de
deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da de emissoras de rádio e TV.
Nação. A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacional
consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presi- efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do
dência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na men-
sagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional art. 223 já define o prazo da tramitação.
têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou finan- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o cor-
ceira. respondente processo administrativo.
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime
normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime nor- O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a aber-
mal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de urgên- tura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
cia. referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congres- pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
so Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da ção, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento
Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputa- Interno.
dos, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput).
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do Pa-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais), as ís e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição, art.
mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso 84, XI).
Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário
do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da
deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é
precisamente, “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do distribuída a todos os Congressistas em forma de livro.
Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição,
art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbi- caminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram os
to do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas enca- exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da
minhadas. República terá aposto o despacho de sanção.

Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos inte- i) comunicação de veto.
ressados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), a
União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na ínte-

Língua Portuguesa 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
gra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das net.
demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao
Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) 7. Fax
7.1. Definição e Finalidade
j) outras mensagens. O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensa- comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
gens com: Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,
ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma
prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. 155, de praxe.
§ 2o, IV);
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax
consolidada (Constituição, art. 52, VI); e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapi-
– pedido de autorização para operações financeiras externas (Cons- damente.
tituição, art. 52, V); e outros.
7.2. Forma e Estrutura
Entre as mensagens menos comuns estão as de: Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, lhes são inerentes.
art. 57, § 6o); É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da Repú- de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identificação da
blica (art. 52, XI, e 128, § 2o); mensagem a ser enviada.
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobilização
nacional (Constituição, art. 84, XIX); 8. Correio Eletrônico
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constitui- 8.1 Definição e finalidade
ção, art. 84, XX); O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, trans-
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua prorro- formou-se na principal forma de comunicação para transmissão de docu-
gação (Constituição, art. 136, § 4o); mentos.
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constitui-
ção, art. 137); 8.2. Forma e Estrutura
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou de Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibili-
defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); dade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretan-
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constitui- to, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação
ção, art. 166, § 5o); oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem des-
pesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou rejei- O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve
ção do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, § ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
8o); destinatário quanto do remetente.
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas
com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferenci-
almente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo
5.2. Forma e Estrutura deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo..
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmen- Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de lei-
te, no início da margem esquerda: tura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de
Mensagem no confirmação de recebimento.
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do
destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; 8.3 Valor documental
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceita como
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon- documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-


pública, não traz identificação de seu signatário. Relação das espécies de documentos (classificação-
um modelo)
6. Telegrama
6.1. Definição e Finalidade
1 - ATA
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos - Utilizada por órgãos/entidades públicas para registrar, resumir
burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial e divulgar fatos e ocorrências verificadas em reunião.
expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
2 - AVISO
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
- Utilizado para a correspondência oficial entre ministros de Es-
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas
àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax
tado e/ou dirigentes de órgãos integrantes da estrutura da Presi-
e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo dência da República.
elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. 3 - BOLETIM
Concisão e Clareza).
- Utilizado para divulgar assuntos de interesse de ór-
6.2. Forma e Estrutura gão/entidade e/ou dos servidores.
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos
formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Inter- 4 - CARTA

Língua Portuguesa 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Forma pela qual os órgãos/entidades, etc. se dirigem aos par- - Editada pelo presidente da República para legislar, em caso de
ticulares em geral. relevância e urgência, devendo ser submetida de imediato ao Con-
5 - CARTA-CIRCULAR gresso Nacional, nos termos do art. 62 da Constituição Federal.
17- MEMORANDO
- Forma pela qual os órgãos/entidades, etc. se dirigem aos par-
ticulares em geral. Utilizada quando o mesmo conteúdo deve ser - Documento utilizado internamente por chefes e dirigentes para
divulgado para vários destinatários. o trato de assuntos administrativos de interesse do próprio ór-
gão/entidade. Sua característica principal é a agilidade. A tramita-
6 - CERTIDÃO
ção do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez
- Utilizada para retratar atos ou fatos constantes de assenta- e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar
mentos públicos permanentes que se encontrem em poder de ór- desnecessário aumento do número de comunicações, os despa-
gãos/entidades públicas. chos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no
7 – CONTRATO caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedi-
mento permite que se historie o andamento da matéria tratada no
Utilizado pelos órgãos/entidades públicas para firmarem compro- memorando.
missos com a iniciativa privada, tendo em vista a aquisição de ma-
teriais e equipamentos ou a execução de obras e serviços diversos. 18- MEMORANDO-CIRCULAR

8 - CONVÊNIO - Documento utilizado internamente por chefes e dirigentes para


o trato de assuntos administrativos de interesse do próprio ór-
- Utilizado pelos órgãos/entidades públicas para firmarem, entre gão/entidade. Utilizado quando o mesmo conteúdo deve ser divul-
si, acordo de interesse comum. gado entre várias unidades administrativas.
9 - DECLARAÇÃO 19- MENSAGEM
- Utilizada para afirmar positiva ou negativamente a existência - Instrumento de comunicação oficial entre os chefes dos pode-
de fato ou estado de conhecimento do órgão/entidade pública, de- res públicos. Enviada pelo chefe do Poder Executivo ao Poder
vendo ser expedida pelo titular da mesma mediante delegação. Legislativo para informar sobre fatos da Administração Pública,
10 - DECRETO expor o plano de governo, submeter ao Poder Legislativo matérias
que dependam de sua liberação, apresentar veto, comunicar san-
- Ato administrativo expedido pelo presidente da República e re- ção, enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de
ferendado por ministro de Estado, com finalidades gerais, específi- interesse dos poderes públicos.
cas ou individuais.
20- NOTA
11 - EDITAL
- Correspondência trocada entre o Ministério das Relações Ex-
- Documento utilizado para o estabelecimento de condições so-
teriores e as representações diplomáticas.
bre assuntos de interesses variados, tornando-se público por meio
de anúncios na imprensa,, no Diário Oficial da União ou com afixa- 21- OFÍCIO
ção em lugares públicos.
- Utilizado por chefes e dirigentes de órgãos/entidades públicas
12 - EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS para a correspondência externa de assuntos oficiais.
- Expediente dirigido ao presidente da República para informá-lo 22- OFÍCIO-CIRCULAR
sobre determinado assunto, para propor alguma medida ou para
submeter à sua consideração projeto de ato normativo. Em regra, a - Utilizado por chefes e dirigentes de órgãos/entidades públicas
exposição de motivos é dirigida ao presidente da República por um para a correspondência externa de assuntos oficiais. Utilizado
ministro de Estado ou secretário da Presidência da República. Nos quando o mesmo conteúdo deve ser divulgado entre vários destina-
casos em que o assunto tratado envolver mais de um ministério, a tários.
exposição de motivos deverá ser assinada por todos os ministros 23- PARECER
envolvidos, sendo, por essa razão, denominada de “interministerial”.
- Utilizado por órgãos consultivos ou técnicos para opinarem
13- FAC-SÍMILE (FAX) e/ou se manifestarem a respeito de assuntos submetidos à sua
- Utilizado para a transmissão de documentos via linha telefôni- consideração.
ca (cópia), em caráter oficial. Em regra, o original desses documen- 24- PARECER NORMATIVO
tos segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
- Utilizado por órgãos consultivos superiores ou centrais de sis-
14- INSTRUÇÃO DE SERVIÇO
temas para fixar entendimento sobre normas legais ou regulamenta-
- Utilizada pelo órgão/entidade objetivando regulamentar e esta- res.
belecer procedimentos de caráter administrativo.
25- PORTARIA
15- INSTRUÇÃO NORMATIVA
- Expedida por ministros de Estado e/ou dirigentes dos órgãos
- Utilizada por órgãos centrais de sistemas objetivando a norma- da Administração Pública Federal para a prática de atos necessá-
tização e a coordenação central das atividades que lhes são ineren- rios ao eficaz andamento dos serviços dentro da área específica de
tes. atuação do órgão.
16- LEI 26- RELATÓRIO
- Norma jurídica escrita, emanada do poder competente, com - Utilizado para reunir informações, de forma sistemática e obje-
caráter de obrigatoriedade, que cria, extingue ou modifica direito. tiva, de atividades desenvolvidas pelo órgão/entidade ou servidor.
16- MEDIDA PROVISÓRIA

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
27- REPRESENTAÇÃO componentes para a indústria.

- Utilizada para levar ao conhecimento de autoridades compe- 05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
tentes ocorrências de fatos ou irregularidades detectadas na execu- para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
ção de serviços prestados por órgãos públicos. ele está empregado conforme o padrão culto.
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
28- REQUERIMENTO (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
- Documento em que se faz pedido à autoridade competente. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
29- RESOLUÇÃO (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
- Utilizado por órgãos colegiados para o estabelecimento de
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
normas sobre assuntos de sua competência. correta em:
30- TELEGRAMA (A) As características do solo são as mais variadas possível.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
- Utilizado para a transmissão, pela ECT, de mensagem urgente (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
e sucinta, em caráter oficial. (D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
31- TELEX
- Utilizado para a transmissão de mensagem direta, de equipa- 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
mento a equipamento, de assunto urgente e sucinto, em caráter flexão de grau.
oficial. (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
32- TERMO ADITIVO te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
- Utilizado para alterar ou complementar, com base em disposi-
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
ção legal, as cláusulas de contratos ou convênios firmados pelos (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade.
órgãos/entidades públicas.
O Assistente em Administração deverá realizar atividades da rotina Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
administrativa na secretaria como a classificação, codificação, catalogação, vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
digitação e arquivamento de papéis e documentos, além disso prestará
assistência ao gerenciamento de informações e atendimento ao público. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia.
(A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
PROVA SIMULADA I (C) à ... do ... sobre o ... a
(D) à ... ao ... sobre o ... à
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (E) a ... do ... sobre o ... à
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(C) O processo foi julgado em segunda estância. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(D) O problema passou despercebido na votação. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. (A) ao ... a ... à
(B) àquele ... à ... à
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (C) àquele...à ... a
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (D) ao ... à ... à
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (E) àquele ... a ... a
(C) A colega não se contera diante da situação.
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. norma culta.
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: trarão grandes benefícios às pesquisas.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. com o meio ambiente.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. vendo projetos na área médica.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre-
sentadas pelos economistas.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
conformidade com a norma culta. litoral ou aproveitam férias ali.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
santes, como resistência e flexibilidade. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de chuvas.
componentes para a indústria. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla-
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de mações.
componentes para a indústria. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- cultura.
ponentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de

Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem
com o padrão culto. a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo te ao da palavra mas;
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- Está correto o contido apenas em
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (A) II e IV.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (B) III e IV.
programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou, dos galhos da velha árvore.
que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tama-
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. nho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças
em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro
25. Felizmente, ninguém se machucou. período da nossa história. As taxas de analfabetismo e mortalidade infantil
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. também são as menores desde que se passou a registrá-las nacionalmen-
Considere: te. O Brasil figura entre as dez nações de economia mais forte do mundo.
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem firmando
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo
modo; tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos.
fato;
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona rural,
Está correto o contido apenas em esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem
(A) I, II e III. posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cida-
(B) I, II e IV. des, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e
(C) I, III e IV. se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações
(D) II, III e IV. é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente
(E) III, IV e V. em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da
pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada sim-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., ples.
indicando concessão, é: Veja, ed. 1735
(A) para poder trabalhar fora.
(B) como havia programado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(C) assim que recebeu o prêmio. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
(D) porque conseguiu um desconto. B) a miséria é culpa da classe dominante;
(E) apesar do preço muito elevado. C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
27. É importante que todos participem da reunião. E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
O segmento que todos participem da reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada 32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
(A) adjetiva com valor restritivo. Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
(B) substantiva com a função de sujeito. ção?'':
(C) substantiva com a função de objeto direto. A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
(D) adverbial com valor condicional. B) representa o tema central de todo o texto;
(E) substantiva com a função de predicativo. C) é só uma motivação para a leitura do texto;
D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
lecida pelo termo como é de
(A) comparatividade. 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(B) adição. que ela:
(C) conformidade. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
(D) explicação. outras áreas;
(E) consequência. B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
cidades;
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão para a classe dominante;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com a
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos de outros indicadores sociais;
possíveis franqueados. E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e décadas.
relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(A) digo ... portanto ... mas 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(B) como ... pois ... mas A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(C) ou seja ... embora ... pois indicadores sociais melhoraram;
(D) ou seja ... mas ... portanto B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
(E) isto é ... mas ... como mantém onipresente;
C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos incompetentes;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados. D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
da, sem alterar o sentido da frase, é: miséria que leva à criminalidade.
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na dasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu
quantidade, exceto: problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino

38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria; to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
E) mantenha. A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos C) do impessoal para o pessoal;
abaixo é: D) do geral para o específico;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; E) do positivo para o negativo.
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO que
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado se
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 milhões texto é:
no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acor- A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados

Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na crônica; PROVA SIMULADA II
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é 1. O elemento grifado está corretamente classificado, EXCETO em:
a sujeira; a) o filme é impróprio para menores; (complemento nominal)
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o b) ignoro onde estão seus conhecimentos; (adjunto adverbial de lugar)
texto; c) deve-se ser tolerante com o próximo; (adjunto adnominal)
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. d) em teu pensamento, serei apenas lembrança; (predicativo do sujeito)
e) há acontecimentos em minha vida de que não gosto. (objeto indireto)

46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma 2. Todas as alternativas contêm predicado nominal, EXCETO em:
forma que: a) a casa, de longe, parecia um monstro;
A) salvo-conduto; b) aquele amor deixava-o insensível:
B) abaixo-assinado; c) ultimamente andava muito nervoso;
C) salário-família; d) fique certo: eu não sou você;
D) banana-prata; e) o tempo está chuvoso, sombrio.
E) alto-falante.
3. Assinale a única frase com predicado nominal:
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do a) os alunos permaneceram em sala;
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é b) estavam todos na praça assistindo ao concerto;
que o autor: c) o tempo parece que vai melhorar;
A) se utiliza de comparações depreciativas; d) o menino continuou a leitura;
B) lança mão de vocábulo animalizador; e) infelizmente, o professor continua doente.
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino;
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; 4. Assinale a frase com predicado verbal:
E) usa grande número de termos adjetivadores. a) o colega acusou-o de covarde;
b) gostei do passeio marítimo;
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto c) o professor entrou preocupado em sala;
significa que: d) os amigos ficaram surpresos com sua reação;
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava e) estavas com saudades de teus irmãos.
morto;
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; 5. Assinale a opção com predicado verbo-nominal:
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou a) os alunos estudiosos normalmente são aprovados;
morto; b) todos ficaram estáticos diante da paisagem;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava c) o espetáculo está anunciado há cerca de dois meses;
dormindo ou morto; d) nunca o julgamos de tal atitude;
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. e) a ciência não é moral nem imoral; é amoral.

49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos 6. Assinale a frase com sujeito indeterminado:
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: a) consertam-se relógios;
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...''; b) falaram na sessão todos os oradores inscritos;
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; c) disseram que o Concurso não será fácil;
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; d) os beija-flores pairam no ar e sugam o pólen das flores;
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; e) construíram-se muitas estradas no interior do Brasil.
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
7. Assinale a única frase com verbo de ligação:
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento a) continuamos em silêncio durante muito tempo;
do texto é uma: b) apesar da chuva, fiquei no meu posto;
A) metonímia; c) vivi em Itabira alguns anos;
B) comparação ou símile; d) andei longes terras à procura de solução;
C) metáfora; e) permanecemos no colégio a manhã inteira.
D) prosopopeia;
E) personificação. 8. Assinale a opção em que o termo grifado NÃO apresenta o valor circuns-
tancial indicado entre parênteses:
a) “ia pelo corredor que o velho José Paulino fizera” (lugar);
b) “no outro dia não voltou mais para trabalhar” (tempo) ;
RESPOSTAS – PROVA I c) “o mestre estremeceu com a palavra do homem” (instrumento) ;
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D d) “faria alpercatas fortes para romper a terra dura das caatingas” (fim);
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B e) “lá para fora José Passarinho cantava baixinho” (modo).
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E 9. Assinale a opção em que a preposição de manifesta o mesmo valor que
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A apresenta em “ (....) e corou da alusão que havia em suas palavras.”
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A a) as crianças sorriam de frio;
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D b) vieram hoje de Recife;
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C c) tinha no dedo um anel de ouro;
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B d) sempre trabalhei de noite;
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C e) alimentava-se apenas de pão e água.

Língua Portuguesa 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
10. Assinale a opção em que a preposição de exprime a mesma ideia que 19. Assinale a opção em que as preposições POR e COM exprimem as
possui em “... a cair de fome.” mesmas idéias que possuem em: POR displicência, machucou-se COM a
a) de tanto chorar, os seus olhos ficaram inchados; faca.
b) de noite todos os gatos são pardos; a) por hoje, eu diria com vocês: basta;
c) chegaram hoje cedo de Pernambuco; b) por mais que estude, não é aprovado com destaque;
d) devemos nutrir o espírito de boas leituras; c) por caminhos estranhos, andava a maluca com fome;
e) carregava no bolso um relógio de ouro. d) por nosso esforço, conseguimos a aprovação com méritos;
e) por ironia do destino, o policial matou-se com sua arma.
11. Assinale o item em que o verbo deve ir obrigatoriamente para a 3ª
pessoa do plural: 20. Assinale a única opção que não se completa adequadamente com a
a) vive-se bem no Nordeste; preposição entre parênteses.
b) necessita-se de datilógrafos; a) O caminho ______ onde vamos é muito; (por)
c) procura-se secretárias estenógrafas; b) caminharemos _____ o mar; (até)
d) admite-se secretária bilíngüe; c) falava-se ______ a reforma eleitoral; (sobre)
e) dispõe-se de incentivos estrangeiros. d) casa _____ cujo teto morávamos; (sob)
e) o aluno ______ que todos maltratavam era meu amigo. (a)
12. Na passagem “. . . um cego que me puxava as orelhas...”, o prono-
me me indica posse (por isso podendo ser analisado como adjunto adno- 21. Assinale a alternativa que contém um objeto indireto.
minal). Da mesma forma ocorre com o pronome grifado em: a) o bom filho é obediente aos pais;
a) tenho-lhe ódio; b) a festa decepcionou a todos;
b) escuto-lhe a voz; c) o bom filho obedece aos pais;
c) ela me tratava bem; d) os pais são obedecidos pelo bom filho;
d) este é o presente que me deste; e) a obediência aos pais é dever do bom filho.
e) não lhe quero mal.

13. Assinale o item em que o elemento sublinhando não é adjunto adverbi-


al:
a) ele sempre agiu comigo às direitas;
b) esta noite haverá jogo no Maracanã;
c) tremiam de frio as pobres crianças;
d) colhemos bastantes exemplos em Castro Alves;
e) as árvores se conhecem pelos frutos.

14. Assinale o item em que o elemento sublinhado não é agente da passi-


va:
a) Desejaria que os exercícios fossem feitos por todos;
b) eras amado de teus pais:
c) foi oferecido um prêmio ao melhor aluno da turma; GABARITO
d) a América teria sido descoberta pelos “vikings”? 1. C
e) fui reprovado por quem não esperava. 2. B
3. E
15. Assinale o único item em que o elemento sublinhado não é aposto: 4. B
a) só desejo uma coisa que vocês sejam aprovados; 5. D
b) nada impedia seus planos: tristeza, dores, sofrimentos; 6. C
c) Rui Barbosa, a Águia de Haia, elevou bem alto o nome do Brasil; 7. A
d) ele conseguiu ser aprovado, o que alegrou muito a seus pais; 8. C
e) entre políticos não se perdoam duas coisas: a neutralidade e a aposta- 9. A
sia. 10. A
11. C
16. Assinale o item em que o elemento sublinhado não é vocativo: 12. B
a) “eu, que a pobreza dos meus pobres cantos / dei aos heróis...”(C.Alves); 13. D
b) “estavas, linda Inês, posta em sossego . . . “ (Camões); 14. C
c) “ó tu, que tens de humano o gesto e o peito . . . .“ (Camões); 15. E
d) “boa noite ! - formosa Consuelo ! . . . “ (C. Alves); 16. A
e) “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?” 17. E
18. D
17. Assinale o item em que o termo sublinhado não é complemento nomi- 19. E
nal: 20. E
a) a invenção da imprensa abriu novos horizontes ao homem; 21. C
b) todos estamos confiantes em tua vitória;
c) gorou minha ida à Bahia;
d) algumas tribos foram hostis aos portugueses;
e) a obediência dos cidadãos às leis é um imperativo social.

18. Assinale a opção em que o termo sublinhado desempenha função


sintática distinta da dos demais, em relação aos textos:
a) imagens vilíssimas da servidão;
b) espetáculos de extrema miséria;
c) legiões de homens;
d) reverberações de prata polida;
e) as folhas das árvores.

Língua Portuguesa 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Elemento: qualquer um dos componentes de um
conjunto, geralmente representado por letras
minúsculas;

 Pertinência: é a característica associada a um


elemento que faz parte de um conjunto;
Numeração; Números naturais: múltiplos, divisores,
divisibilidade e restos; M.D.C. e M.M.C.; Números fra- Pertence ou não pertence
cionários e Operações com frações; Números Decimais
e Dízimas Periódicas; Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
Sistemas de Unidade, Notação Científica e Bases não elemento pertence ao conjunto e podemos escrever
Decimais;
. Se não é um elemento de , nós podemos
Razões e Proporções; Escalas; Divisão Proporcional;
Regra de Três Simples ou Composta;. Porcentagem; dizer que o elemento não pertence ao conjunto e
Teoria dos Conjuntos: Conjuntos Numéricos;
podemos escrever .
Relações, Funções de Primeiro e Segundo Grau;
Noções de Probabilidade e Estatística Descritiva;
Aplicações e Operações com Inequações; 1. Conceitos primitivos
Sequências e Progressões Aritméticas e Geométricas;
Operações com Matrizes, Logaritmos, Raízes e Radi- Antes de mais nada devemos saber que conceitos
cais, Fatoração Algébrica; primitivos são noções que adotamos sem definição.

Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de con-


TEORIA DOS CONJUNTOS junto, o de elemento e o de pertinência de um elemento
a um conjunto. Assim, devemos entender perfeitamente
a frase: determinado elemento pertence a um conjunto,
CONJUNTO sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é
elemento e o que significa dizer que um elemento per-
Em matemática, um conjunto é uma coleção de tence ou não a um conjunto.
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os
elementos estão listados na coleção. Em contraste, 2 Notação
uma coleção de elementos na qual a multiplicidade,
mas não a ordem, é relevante, é chamada Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a
multiconjunto. seguinte notação:

Conjuntos são um dos conceitos básicos da • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas:
matemática. Um conjunto é apenas uma coleção de A, B, C, ... ;
entidades, chamadas de elementos. A notação padrão • os elementos são indicados por letras
lista os elementos separados por vírgulas entre chaves minúsculas: a, b, c, x, y, ... ;
(o uso de "parênteses" ou "colchetes" é incomum) • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto
como os seguintes exemplos: C é indicado com x ∈ C;
• o fato de um elemento y não pertencer a um
{1, 2, 3}
conjunto C é indicado y ∉ C.
{1, 2, 2, 1, 3, 2}
3. Representação dos conjuntos
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
Um conjunto pode ser representado de três
maneiras:
Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
representar o mesmo conjunto.
• por enumeração de seus elementos;
É possível descrever o mesmo conjunto de • por descrição de uma propriedade
diferentes maneiras: listando os seus elementos (ideal característica do conjunto;
para conjuntos pequenos e finitos) ou definindo uma • através de uma representação gráfica.
propriedade de seus elementos. Dizemos que dois Um conjunto é representado por enumeração
conjuntos são iguais se e somente se cada elemento quando todos os seus elementos são indicados e
de um é também elemento do outro, não importando a colocados dentro de um par de chaves.
quantidade e nem a ordem das ocorrências dos
elementos. Exemplo:

Conceitos essenciais a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto


formado pelos algarismos do nosso sistema de
numeração.
 Conjunto: representa uma coleção de objetos,
geralmente representado por letras maiúsculas;

Matemática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t,
u, v, x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do
nosso alfabeto.
c) Quando um conjunto possui número elevado de
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara,
podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o
conjunto dos números pares positivos, menores do
que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar,
por enumeração, conjuntos com infinitas elementos que
tenham uma lei de formação bem clara, como os
seguintes: Por esse tipo de representação gráfica, chamada
diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈
D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números C, z ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
inteiros não negativos;
E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos 4 Número de elementos de um conjunto
números inteiros;
F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números Consideremos um conjunto C. Chamamos de núme-
ímpares positivos. ro de elementos deste conjunto, e indicamos com n(C),
ao número de elementos diferentes entre si, que per-
A representação de um conjunto por meio da des- tencem ao conjunto.
crição de uma propriedade característica é mais sintéti- Exemplos
ca que sua representação por enumeração. Neste ca-
so, um conjunto C, de elementos x, será representado a) O conjunto A = { a; e; i; o; u }
da seguinte maneira: é tal que n(A) = 5.
b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal
C = { x | x possui uma determinada propriedade } que n(B) = 10.
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n
que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que (C) = 99.
possui uma determinada propriedade:
5 Conjunto unitário e conjunto vazio
Exemplos
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C,
O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser tal que n (C) = 1.
representado por descrição da seguinte maneira: A =
{ x | x é algarismo do nosso sistema de numeração } Exemplo: C = ( 3 )

O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c,


representado por descrição da seguinte maneira G = tal que n(C) = 0.
{ x | x é vogal do nosso alfabeto }
2
Exemplo: M = { x | x = -25}
O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser
representado por descrição da seguinte maneira: O conjunto vazio é representado por { } ou por
∅.
H = { x | x é par positivo }
Exercício resolvido
A representação gráfica de um conjunto é bastante
cômoda. Através dela, os elementos de um conjunto Determine o número de elementos dos seguintes
são representados por pontos interiores a uma linha com juntos :
fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a
esta linha representam os elementos que não perten- a) A = { x | x é letra da palavra amor }
cem ao conjunto. b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
c) c é o conjunto esquematizado a seguir
Exemplo d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
e) E é o conjunto dos pontos comuns às
relas r e s, esquematizadas a seguir :

Matemática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x
Resolução é brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A.

a) n(A) = 4 Observações:
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de
possuir dote letras, possui apenas seis letras distintas • Quando A não é subconjunto de B, indicamos
entre si. com A ⊄ B ou B A.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que • Admitiremos que o conjunto vazio está contido
pertencem a C: c e C e d e C em qualquer conjunto.
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo 8 Número de subconjuntos de um conjunto dado
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo n
elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos.
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo Exemplo
. .
. . O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo,
. . 2
ele terá 2 = 4 subconjuntos.
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
Exercício resolvido:
logo: n(D) = 49
1. Determine o número de subconjuntos do conjunto
e) As duas retas, esquematizadas na C = (a; e; i; o; u ) .
figura, possuem apenas um ponto comum.
Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. Resolução: Como o conjunto C possui cinco
5
elementos, o número dos seus subconjuntos será 2 =
6 igualdade de conjuntos 32.

Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e Exercícios propostas:


indicaremos com A = 8, se ambos possuírem os mes-
mos elementos. Quando isto não ocorrer, diremos que 2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
os conjuntos são diferentes e indicaremos com A ≠ B. C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
Exemplos .
Resposta: 1024
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a} 3. Determine o número de subconjuntos do conjunto
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u} 1 1 1 2 3 3
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o} C=  ; ; ; ; ; 
2
e) { x | x = 100} = {10; -10} 2 3 4 4 4 5 
2
f) { x | x = 400} ≠ {20}
Resposta: 32
7 Subconjuntos de um conjunto
B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de
um conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, 1 União de conjuntos
também pertencer a B.
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou
Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o reunião de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao con-
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B : junto constituído por todos os elementos que perten-
cem a A ou a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e


representando com hachuras a interseção dos
conjuntos, temos:

Indicamos que A é um subconjunto de B de duas


maneiras:

a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de


B ou A está contido em B ou A é parte de B;
b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B
inclui A. Exemplos

Exemplo a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}


b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}

Matemática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2 Intersecção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interse-


ção de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto
constituído por todos os elementos que pertencem a A
e a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e


representando com hachuras a intersecção dos
conjuntos, temos: .Resolução

Exemplos
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}

Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia,


como no exemplo a, dizemos que os conjuntos são
disjuntos.

Exercícios resolvidos

1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t 3. No diagrama seguinte temos:


), determinar os seguintes conjuntos: n(A) = 20
a) A ∪ B f) B ∩ C n(B) = 30
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C n(A ∩ B) = 5
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C)
e) B ∪ C Determine n(A ∪ B).
Resolução
Resolução
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v }
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t }
d) A ∩ C = {y }
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t}
f) B ∩ C= ∅ Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t} elementos de B, estaremos considerando os 5
elementos de A n B duas vezes; o que, evidentemente,
h) A ∩ B ∩ C= ∅
é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}
uma vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
2. Dado o diagrama seguinte, represente com n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
hachuras os conjuntos: :
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
a) A ∩ B ∩ C
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
n(A ∪ B) = 45.

4 Conjunto complementar

Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A,


chamamos de conjunto complementar de B em relação
a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A - B.

Matemática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observação: O complementar é um caso particular
de diferença em que o segundo conjunto é subconjunto símbolo ou usualmente representa este
do primeiro. conjunto.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e 5. Números reais incluem os números algébricos


representando com hachuras o complementar de B em e os números transcendentais. O símbolo
relação a A, temos: usualmente representa este conjunto.

6. Números imaginários aparecem como soluções


2
de equações como x + r = 0 onde r > 0. O símbolo
usualmente representa este conjunto.

7. Números complexos é a soma dos números


reais e dos imaginários: . Aqui tanto r quanto s
podem ser iguais a zero; então os conjuntos dos
números reais e o dos imaginários são subconjuntos do
Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} conjunto dos números complexos. O símbolo
usualmente representa este conjunto.
Observação: O conjunto complementar de B
em relação a A é formado pelos elementos que
faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se
igualar a A.
NÚMEROS NATURAIS, INTEIROS, RACIONAIS,
IRRACIONAIS E REAIS.
Exercícios resolvidos:
Conjuntos numéricos podem ser representados de
4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y; diversas formas. A forma mais simples é dar um nome
u; t }, determinar os seguintes conjuntos: ao conjunto e expor todos os seus elementos, um ao
lado do outro, entre os sinais de chaves. Veja o exem-
A–B C-A plo abaixo:
B–A B–C A = {51, 27, -3}
A–C C–B
Esse conjunto se chama "A" e possui três termos,
Resolução que estão listados entre chaves.
a) A - B = { y; z } Os nomes dos conjuntos são sempre letras maiús-
b) B - A= {w;v} culas. Quando criamos um conjunto, podemos utilizar
c) A - C= {x;z} qualquer letra.
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v} Vamos começar nos primórdios da matemática.
f) C – B = {y;u;t} - Se eu pedisse para você contar até 10, o que você
me diria?
Exemplos de conjuntos compostos por números - Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove
e dez.
Nota: Nesta seção, a, b e c são números naturais,
enquanto r e s são números reais. Pois é, estes números que saem naturalmente de
sua boca quando solicitado, são chamados de números
1. Números naturais são usados para contar. O NATURAIS, o qual é representado pela letra .
símbolo usualmente representa este conjunto.
Foi o primeiro conjunto inventado pelos homens, e
2. Números inteiros aparecem como soluções de tinha como intenção mostrar quantidades.
*Obs.: Originalmente, o zero não estava incluído
equações como x + a = b. O símbolo usualmente
neste conjunto, mas pela necessidade de representar
representa este conjunto (do termo alemão Zahlen que
uma quantia nula, definiu-se este número como sendo
significa números).
pertencente ao conjunto dos Naturais. Portanto:
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
3. Números racionais aparecem como soluções
de equações como a + bx = c. O símbolo Obs.2: Como o zero originou-se depois dos outros
usualmente representa este conjunto (da palavra números e possui algumas propriedades próprias, al-
quociente). gumas vezes teremos a necessidade de representar o
conjunto dos números naturais sem incluir o zero. Para
4. Números algébricos aparecem como soluções isso foi definido que o símbolo * (asterisco) empregado
de equações polinomiais (com coeficientes inteiros) e ao lado do símbolo do conjunto, iria representar a au-
envolvem raízes e alguns outros números irracionais. O sência do zero. Veja o exemplo abaixo:
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

Matemática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Estes números foram suficientes para a sociedade Conjunto dos Números Naturais
durante algum tempo. Com o passar dos anos, e o São todos os números inteiros positivos, incluindo o
aumento das "trocas" de mercadorias entre os homens, zero. É representado pela letra maiúscula N.
foi necessário criar uma representação numérica para Caso queira representar o conjunto dos números natu-
as dívidas. rais não-nulos (excluindo o zero), deve-se colocar um *
ao lado do N:
Com isso inventou-se os chamados "números nega- N = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10, ...}
tivos", e junto com estes números, um novo conjunto: o N* = {1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11, ...}
conjunto dos números inteiros, representado pela letra
. Conjunto dos Números Inteiros
São todos os números que pertencem ao conjunto
O conjunto dos números inteiros é formado por to- dos Naturais mais os seus respectivos opostos (negati-
dos os números NATURAIS mais todos os seus repre- vos).
sentantes negativos.
São representados pela letra Z:
Note que este conjunto não possui início nem fim Z = {... -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
(ao contrário dos naturais, que possui um início e não
possui fim). O conjunto dos inteiros possui alguns subconjuntos,
eles são:
Assim como no conjunto dos naturais, podemos re-
presentar todos os inteiros sem o ZERO com a mesma - Inteiros não negativos
notação usada para os NATURAIS. São todos os números inteiros que não são negati-
Z* = {..., -2, -1, 1, 2, ...} vos. Logo percebemos que este conjunto é igual ao
conjunto dos números naturais.
Em algumas situações, teremos a necessidade de
representar o conjunto dos números inteiros que NÃO É representado por Z+:
SÃO NEGATIVOS. Z+ = {0,1,2,3,4,5,6, ...}

Para isso emprega-se o sinal "+" ao lado do símbolo - Inteiros não positivos
do conjunto (vale a pena lembrar que esta simbologia São todos os números inteiros que não são positi-
representa os números NÃO NEGATIVOS, e não os vos. É representado por Z-:
números POSITIVOS, como muita gente diz). Veja o Z- = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}
exemplo abaixo:
Z+ = {0,1, 2, 3, 4, 5, ...} - Inteiros não negativos e não-nulos
É o conjunto Z+ excluindo o zero. Representa-se es-
Obs.1: Note que agora sim este conjunto possui um se subconjunto por Z*+:
início. E você pode estar pensando "mas o zero não é Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
positivo". O zero não é positivo nem negativo, zero é Z*+ = N*
NULO.
- Inteiros não positivos e não nulos
Ele está contido neste conjunto, pois a simbologia São todos os números do conjunto Z- excluindo o
do sinalzinho positivo representa todos os números zero. Representa-se por Z*-.
NÃO NEGATIVOS, e o zero se enquadra nisto. Z*- = {... -4, -3, -2, -1}

Se quisermos representar somente os positivos (ou Conjunto dos Números Racionais


seja, os não negativos sem o zero), escrevemos: Os números racionais é um conjunto que engloba
Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...} os números inteiros (Z), números decimais finitos (por
exemplo, 743,8432) e os números decimais infinitos
Pois assim teremos apenas os positivos, já que o periódicos (que repete uma sequência de algarismos
zero não é positivo. da parte decimal infinitamente), como "12,050505...",
são também conhecidas como dízimas periódicas.
Ou também podemos representar somente os intei-
ros NÃO POSITIVOS com: Os racionais são representados pela letra Q.
Z - ={...,- 4, - 3, - 2, -1 , 0}
Conjunto dos Números Irracionais
É formado pelos números decimais infinitos não-
Obs.: Este conjunto possui final, mas não possui i- periódicos. Um bom exemplo de número irracional é o
nício. número PI (resultado da divisão do perímetro de uma
circunferência pelo seu diâmetro), que vale 3,14159265
E também os inteiros negativos (ou seja, os não po- .... Atualmente, supercomputadores já conseguiram
sitivos sem o zero): calcular bilhões de casas decimais para o PI.
Z*- ={...,- 4, - 3, - 2, -1}
Também são irracionais todas as raízes não exatas,
Assim: como a raiz quadrada de 2 (1,4142135 ...)
Matemática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4+3=7
Conjunto dos Números Reais
É formado por todos os conjuntos citados anterior- EXPRESSÕES NUMÉRICAS
mente (união do conjunto dos racionais com os irracio-
nais). Para calcular o valor de uma expressão numérica
envolvendo adição e subtração, efetuamos essas ope-
Representado pela letra R. rações na ordem em que elas aparecem na expressão.

Representação geométrica de Exemplos: 35 – 18 + 13 =


A cada ponto de uma reta podemos associar um ú- 17 + 13 = 30
nico número real, e a cada número real podemos asso- Veja outro exemplo: 47 + 35 – 42 – 15 =
ciar um único ponto na reta. 82 – 42 – 15=
Dizemos que o conjunto é denso, pois entre dois 40 – 15 = 25
números reais existem infinitos números reais (ou seja,
na reta, entre dois pontos associados a dois números Quando uma expressão numérica contiver os sinais
reais, existem infinitos pontos). de parênteses ( ), colchetes [ ] e chaves { }, procede-
remos do seguinte modo:
Veja a representação na reta de : 1º Efetuamos as operações indicadas dentro dos
parênteses;
2º efetuamos as operações indicadas dentro dos
colchetes;
3º efetuamos as operações indicadas dentro das
chaves.
Fonte:
http://www.infoescola.com/matematica/conjuntos- 1) 35 +[ 80 – (42 + 11) ] =
numericos/ = 35 + [ 80 – 53] =
= 35 + 27 = 62
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N)
2) 18 + { 72 – [ 43 + (35 – 28 + 13) ] } =
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO = 18 + { 72 – [ 43 + 20 ] } =
Veja a operação: 2 + 3 = 5 . = 18 + { 72 – 63} =
A operação efetuada chama-se adição e é indicada = 18 + 9 = 27
escrevendo-se o sinal + (lê-se: “mais") entre os núme-
ros. CÁLCULO DO VALOR DESCONHECIDO

Os números 2 e 3 são chamados parcelas. 0 núme- Quando pretendemos determinar um número natu-
ro 5, resultado da operação, é chamado soma. ral em certos tipos de problemas, procedemos do se-
2 → parcela guinte modo:
+ 3 → parcela - chamamos o número (desconhecido) de x ou
5 → soma qualquer outra incógnita ( letra )
- escrevemos a igualdade correspondente
- calculamos o seu valor
A adição de três ou mais parcelas pode ser efetua-
da adicionando-se o terceiro número à soma dos dois
Exemplos:
primeiros ; o quarto número à soma dos três primeiros
1) Qual o número que, adicionado a 15, é igual a 31?
e assim por diante.
3+2+6 = Solução:
5 + 6 = 11 Seja x o número desconhecido. A igualdade cor-
respondente será:
Veja agora outra operação: 7 – 3 = 4 x + 15 = 31

Quando tiramos um subconjunto de um conjunto, Calculando o valor de x temos:


realizamos a operação de subtração, que indicamos x + 15 = 31
pelo sinal - . x + 15 – 15 = 31 – 15
7 → minuendo x = 31 – 15
–3 → subtraendo x = 16
4 → resto ou diferença
Na prática , quando um número passa de um lado
0 minuendo é o conjunto maior, o subtraendo o sub- para outro da igualdade ele muda de sinal.
conjunto que se tira e o resto ou diferença o conjunto
que sobra. 2) Subtraindo 25 de um certo número obtemos 11.
Qual é esse número?
Somando a diferença com o subtraendo obtemos o
minuendo. Dessa forma tiramos a prova da subtração. Solução:

Matemática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Seja x o número desconhecido. A igualdade corres- - efetuamos as multiplicações
pondente será: - efetuamos as adições e subtrações, na ordem
x – 25 = 11 em que aparecem.
x = 11 + 25
x = 36 1) 3.4 + 5.8– 2.9=
=12 + 40 – 18
Passamos o número 25 para o outro lado da igual- = 34
dade e com isso ele mudou de sinal.
2) 9 . 6 – 4 . 12 + 7 . 2 =
3) Qual o número natural que, adicionado a 8, é i- = 54 – 48 + 14 =
gual a 20? = 20
Solução:
x + 8 = 20 Não se esqueça:
x = 20 – 8 Se na expressão ocorrem sinais de parênteses col-
x = 12 chetes e chaves, efetuamos as operações na ordem
em que aparecem:
4) Determine o número natural do qual, subtraindo 1º) as que estão dentro dos parênteses
62, obtemos 43. 2º) as que estão dentro dos colchetes
Solução: 3º) as que estão dentro das chaves.
x – 62 = 43
x = 43 + 62 Exemplo:
x = 105 22 + {12 +[ ( 6 . 8 + 4 . 9 ) – 3 . 7] – 8 . 9 }
= 22 + { 12 + [ ( 48 + 36 ) – 21] – 72 } =
Para sabermos se o problema está correto é sim- = 22 + { 12 + [ 84 – 21] – 72 } =
ples, basta substituir o x pelo valor encontrado e reali- = 22 + { 12 + 63 – 72 } =
zarmos a operação. No último exemplo temos: = 22 + 3 =
x = 105 = 25
105 – 62 = 43
DIVISÃO
MULTIPLICAÇÃO
Observe a operação: 30 : 6 = 5
Observe: 4 X 3 =12
Também podemos representar a divisão das se-
A operação efetuada chama-se multiplicação e é in- guintes maneiras:
dicada escrevendo-se um ponto ou o sinal x entre os 30
números. 30 6 ou =5
6
Os números 3 e 4 são chamados fatores. O número 0 5
12, resultado da operação, é chamado produto.
3 X 4 = 12 O dividendo (D) é o número de elementos do con-
junto que dividimos o divisor (d) é o número de elemen-
3 fatores tos do subconjunto pelo qual dividimos o dividendo e o
X 4 quociente (c) é o número de subconjuntos obtidos com
12 produto a divisão.

Por convenção, dizemos que a multiplicação de Essa divisão é exata e é considerada a operação
qualquer número por 1 é igual ao próprio número. inversa da multiplicação.
SE 30 : 6 = 5, ENTÃO 5 x 6 = 30
A multiplicação de qualquer número por 0 é igual a 0.
observe agora esta outra divisão:
A multiplicação de três ou mais fatores pode ser efe-
tuada multiplicando-se o terceiro número pelo produto 32 6
dos dois primeiros; o quarto numero pelo produto dos 2 5
três primeiros; e assim por diante. 32 = dividendo
3 x 4 x 2 x 5 = 6 = divisor
5 = quociente
12 x 2 x 5
2 = resto
24 x 5 = 120
Essa divisão não é exata e é chamada divisão apro-
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ximada.

Sinais de associação ATENÇÃO:


O valor das expressões numéricas envolvendo as 1) Na divisão de números naturais, o quociente é
operações de adição, subtração e multiplicação é obti- sempre menor ou igual ao dividendo.
do do seguinte modo: 2) O resto é sempre menor que o divisor.
Matemática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3) O resto não pode ser igual ou maior que o divi- 3 x = 18 + 12
sor. 3 x = 30
4) O resto é sempre da mesma espécie do divi- x = 30 : 3
dendo. Exemplo: dividindo-se laranjas por certo x = 10
número, o resto será laranjas.
5) É impossível dividir um número por 0 (zero), 9) Dividindo 1736 por um número natural, encon-
porque não existe um número que multiplicado tramos 56. Qual o valor deste numero natural?
por 0 dê o quociente da divisão. 1736 : x = 56
1736 = 56 . x
PROBLEMAS 56 . x = 1736
x. 56 = 1736
1) Determine um número natural que, multiplica- x = 1736 : 56
do por 17, resulte 238. x = 31
X . 17 = 238
X = 238 : 17 10) O dobro de um número é igual a 30. Qual é o
X = 14 número?
Prova: 14 . 17 = 238 2 . x = 30
2x = 30
2) Determine um número natural que, dividido x = 30 : 2
por 62, resulte 49. x = 15
x : 62 = 49
x = 49 . 62 11) O dobro de um número mais 4 é igual a 20.
x = 3038 Qual é o número ?
2 . x + 4 = 20
3) Determine um número natural que, adicionado 2 x = 20 – 4
a 15, dê como resultado 32 2 x = 16
x + 15 = 32 x = 16 : 2
x = 32 – 15 x=8
x =17
12) Paulo e José têm juntos 12 lápis. Paulo tem o
4) Quanto devemos adicionar a 112, a fim de ob- dobro dos lápis de José. Quantos lápis tem
termos 186? cada menino?
x + 112 = 186 José: x
x = 186 – 112 Paulo: 2x
x = 74 Paulo e José: x + x + x = 12
3x = 12
5) Quanto devemos subtrair de 134 para obter- x = 12 : 3
mos 81? x=4
134 – x = 81 José: 4 - Paulo: 8
– x = 81 – 134
– x = – 53 (multiplicando por –1) 13) A soma de dois números é 28. Um é o triplo
x = 53 do outro. Quais são esses números?
Prova: 134 – 53 = 81 um número: x
o outro número: 3x
6) Ricardo pensou em um número natural, adi- x + x + x + x = 28 (os dois números)
cionou-lhe 35, subtraiu 18 e obteve 40 no re- 4 x = 28
sultado. Qual o número pensado? x = 28 : 4
x + 35 – 18 = 40 x = 7 (um número)
x= 40 – 35 + 18
x = 23 3x = 3 . 7 = 21 (o outro número).
Prova: 23 + 35 – 18 = 40 Resposta: 7 e 21

7) Adicionando 1 ao dobro de certo número ob- 14) Pedro e Marcelo possuem juntos 30 bolinhas.
temos 7. Qual é esse numero? Marcelo tem 6 bolinhas a mais que Pedro.
2 . x +1 = 7 Quantas bolinhas tem cada um?
2x = 7 – 1 Pedro: x
2x = 6 Marcelo: x + 6
x =6:2 x + x + 6 = 30 ( Marcelo e Pedro)
x =3 2 x + 6 = 30
O número procurado é 3. 2 x = 30 – 6
Prova: 2. 3 +1 = 7 2 x = 24
x = 24 : 2
8) Subtraindo 12 do triplo de certo número obte- x = 12 (Pedro)
mos 18. Determinar esse número. Marcelo: x + 6 =12 + 6 =18
3 . x -12 = 18

Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
EXPRESSÕES NUMÉRICAS ENVOLVENDO AS am . an = a m + n
2 8 2+8
QUATRO OPERAÇÕES Exemplos: 3 . 3 = 3 = 310
6 1+6 7
5.5 = 5 =5
Sinais de associação: 2ª) para dividir potências de mesma base, conser-
O valor das expressões numéricas envolvendo as va-se a base e subtraem-se os expoentes.
quatro operações é obtido do seguinte modo:
- efetuamos as multiplicações e as divisões, na
am : an = am - n
Exemplos:
ordem em que aparecem;
- efetuamos as adições e as subtrações, na ordem 37 : 33 = 3 7 – 3 = 34
em que aparecem; 510 : 58 = 5 10 – 8 = 52
3ª) para elevar uma potência a um outro expoente,
Exemplo 1) 3 .15 + 36 : 9 = conserva-se base e multiplicam-se os expoen-
= 45 + 4 tes.
2 4 2.4
= 49 Exemplo: (3 ) = 3 = 38
Exemplo 2) 18 : 3 . 2 + 8 – 6 . 5 : 10 = 4ª) para elevar um produto a um expoente, eleva-
= 6 . 2 + 8 – 30 : 10 = se cada fator a esse expoente.
= 12 + 8 – 3 = (a. b)m = am . bm
= 20 – 3
3 3 3
= 17 Exemplos: (4 . 7) = 4 . 7 ; (3. 5)2 = 32 . 52

POTENCIAÇÃO RADICIAÇÃO

Considere a multiplicação: 2 . 2 . 2 em que os três Suponha que desejemos determinar um número


fatores são todos iguais a 2. que, elevado ao quadrado, seja igual a 9. Sendo x esse
2
número, escrevemos: X = 9
Esse produto pode ser escrito ou indicado na forma
3
2 (lê-se: dois elevado à terceira potência), em que o 2 De acordo com a potenciação, temos que x = 3, ou
2
é o fator que se repete e o 3 corresponde à quantidade seja: 3 = 9
desses fatores.
A operação que se realiza para determinar esse
3
Assim, escrevemos: 2 = 2 . 2 . 2 = 8 (3 fatores) número 3 é chamada radiciação, que é a operação
inversa da potenciação.
A operação realizada chama-se potenciação.
O número que se repete chama-se base. Indica-se por:
O número que indica a quantidade de fatores iguais 2
9 =3 (lê-se: raiz quadrada de 9 é igual a 3)
a base chama-se expoente.
O resultado da operação chama-se potência. Daí , escrevemos:
3
2 = 8
3 expoente
2
9 = 3 ⇔ 32 = 9

base potência Na expressão acima, temos que:


- o símbolo chama-se sinal da raiz
Observações: - o número 2 chama-se índice
1) os expoentes 2 e 3 recebem os nomes especi- - o número 9 chama-se radicando
ais de quadrado e cubo, respectivamente. - o número 3 chama-se raiz,
2) As potências de base 0 são iguais a zero. 02 = - o símbolo 2
9 chama-se radical
0.0=0
3) As potências de base um são iguais a um. As raízes recebem denominações de acordo com o
3
Exemplos: 1 = 1 . 1 . 1 = 1 índice. Por exemplo:
15 = 1 . 1 . 1 . 1 . 1 = 1 2
36 raiz quadrada de 36
4) Por convenção, tem-se que:
0
- a potência de expoente zero é igual a 1 (a = 1, 3
125 raiz cúbica de 125
a ≠ 0) 4
raiz quarta de 81
30 = 1 ; 50 = 1 ; 120 = 1
81
1
- a potência de expoente um é igual à base (a = 5
32 raiz quinta de 32 e assim por diante
a)
21 = 2 ; 71 = 7 ; 1001 =100 No caso da raiz quadrada, convencionou-se não es-
crever o índice 2.
PROPRIEDADES DAS POTÊNCIAS
Exemplo : 2 49 = 49 = 7, pois 72 = 49
1ª) para multiplicar potências de mesma base,
conserva-se a base e adicionam-se os expoen- EXERCÍCIOS
tes.
01) Calcule:

Matemática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) 10 – 10 : 5 = b) 45 : 9 + 6 = coube a cada um? (16)
c) 20 + 40 : 10 = d) 9. 7 – 3 =
e) 30 : 5 + 5 = f) 6 . 15 – 56 : 4 = 14) A diferença entre dois números naturais é zero
g) 63 : 9 . 2 – 2 = h) 56 – 34 : 17 . 19 = e a sua soma é 30. Quais são esses números?
i) 3 . 15 : 9 + 54 :18 = j) 24 –12 : 4+1. 0 = (15)

Respostas: 15) Um aluno ganha 5 pontos por exercício que a-


a) 8 b) 11 certa e perde 3 pontos por exercício que erra.
c) 24 d) 60 Ao final de 50 exercícios tinha 130 pontos.
e) 11 f) 76 Quantos exercícios acertou? (35)
g) 12 h) 18
i) 8 j) 21 16) Um edifício tem 15 andares; cada andar, 30 sa-
las; cada sala, 3 mesas; cada mesa, 2 gavetas;
02) Calcule o valor das expressões: cada gaveta, 1 chave. Quantas chaves diferen-
3 2
a) 2 +3 = tes serão necessárias para abrir todas as gave-
2 2
b) 3.5 –7 = tas? (2700).
3 3
c) 2 . 3 – 4. 2 =
3 2 2
d) 5 –3 .6 +2 –1= 17) Se eu tivesse 3 dúzias de balas a mais do que
2 4 2
e) (2 + 3) + 2 . 3 – 15 : 5 = tenho, daria 5 e ficaria com 100. Quantas balas
2 4 2
f) 1 + 7 – 3 . 2 + (12 : 4) = tenho realmente? (69)

Respostas: 18) A soma de dois números é 428 e a diferença


a) 17 b) 26 entre eles é 34. Qual é o número maior? (231)
c) 22 d) 20
e) 142 f) 11 19) Pensei num número e juntei a ele 5, obtendo 31.
Qual é o número? (26)
03) Uma indústria de automóveis produz, por dia,
1270 unidades. Se cada veículo comporta 5 20) Qual o número que multiplicado por 7 resulta
pneus, quantos pneus serão utilizados ao final 56? (8)
de 30 dias? (Resposta: 190.500)
21) O dobro das balas que possuo mais 10 é 36.
04) Numa divisão, o divisor é 9,o quociente é 12 e o Quantas balas possuo? (13).
resto é 5. Qual é o dividendo? (113)
22) Raul e Luís pescaram 18 peixinhos. Raul
05) Numa divisão, o dividendo é 227, o divisor é 15 pescou o dobro de Luís. Quanto pescou cada
e o resto é 2. Qual é o quociente? (15) um? (Raul-12 e Luís-6)

06) Numa divisão, o dividendo é 320, o quociente é PROBLEMAS


45 e o resto é 5. Qual é o divisor? (7)
Vamos calcular o valor de x nos mais diversos ca-
07) Num divisão, o dividendo é 625, o divisor é 25 e sos:
o quociente é 25. Qual ê o resto? (0)
1) x + 4 = 10
08) Numa chácara havia galinhas e cabras em igual Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver-
quantidade. Sabendo-se que o total de pés des- sa da adição:
ses animais era 90, qual o número de galinhas? x = 10 – 4
Resposta: 15 ( 2 pés + 4 pés = 6 pés ; 90 : 6 = x=6
15).
2) 5x = 20
09) O dobro de um número adicionado a 3 é igual a Aplicando a operação inversa da multiplicação, te-
13. Calcule o número.(5) mos:
x = 20 : 5
10) Subtraindo 12 do quádruplo de um número ob- x=4
temos 60. Qual é esse número (Resp: 18)
3) x – 5 = 10
11) Num joguinho de "pega-varetas", André e Rena- Obtêm-se o valor de x, aplicando a operação inver-
to fizeram 235 pontos no total. Renato fez 51 sa da subtração:
pontos a mais que André. Quantos pontos fez x = 10 + 5
cada um? ( André-92 e Renato-143) x =15

12) Subtraindo 15 do triplo de um número obtemos 4) x : 2 = 4


39. Qual é o número? (18) Aplicando a operação inversa da divisão, temos:
x=4.2
13) Distribuo 50 balas, em iguais quantidades, a 3 x=8
amigos. No final sobraram 2. Quantas balas
Matemática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x = 2100 : 7
COMO ACHAR O VALOR DESCONHECIDO EM UM x = 300
PROBLEMA 300 . 2 = 600
300 . 4 =1200
Usando a letra x para representar um número, po- Resposta: R$ 300,00; R$ 600,00; R$ 1200,00
demos expressar, em linguagem matemática, fatos e
sentenças da linguagem corrente referentes a esse PROBLEMA 5
número, observe: A soma das idades de duas pessoas é 40 anos. A
- duas vezes o número 2.x idade de uma é o triplo da idade da outra. Qual a i-
dade de cada uma?
- o número mais 2 x+2 Solução:
3x + x = 40
x
- a metade do número 4x = 40
2 x = 40 : 4
- a soma do dobro com a metade do número x = 10
x 3 . 10 = 30
2⋅ x + Resposta: 10 e 30 anos.
2
x PROBLEMA 6
- a quarta parte do número
4 A soma das nossas idades é 45 anos. Eu sou 5 a-
nos mais velho que você. Quantos anos eu tenho?
PROBLEMA 1 x + x + 5 = 45
Vera e Paula têm juntas R$ 1.080,00. Vera tem o x + x= 45 – 5
triplo do que tem Paula. Quanto tem cada uma? 2x = 40
Solução: x = 20
x + 3x = 1080 20 + 5 = 25
4x= 1080 Resposta: 25 anos
x =1080 : 4
x= 270 PROBLEMA 7
3 . 270 = 810 Sua bola custou R$ 10,00 menos que a minha.
Resposta: Vera – R$ 810,00 e Paula – R$ 270,00 Quanto pagamos por elas, se ambas custaram R$
150,00?
PROBLEMA 2 Solução:
Paulo foi comprar um computador e uma bicicleta. x + x – 10= 150
Pagou por tudo R$ 5.600,00. Quanto custou cada 2x = 150 + 10
um, sabendo-se que a computador é seis vezes 2x = 160
mais caro que a bicicleta? x = 160 : 2
Solução: x = 80
x + 6x = 5600 80 – 10 = 70
7x = 5600 Resposta: R$ 70,00 e R$ 80,00
x = 5600 : 7
x = 800 PROBLEMA 8
6 . 800= 4800 José tem o dobro do que tem Sérgio, e Paulo tanto
R: computador – R$ 4.800,00 e bicicleta R$ 800,00 quanto os dois anteriores juntos. Quanto tem cada
um, se os três juntos possuem R$ 624,00?
PROBLEMA 3 Solução: x + 2x + x + 2x = 624
Repartir 21 cadernos entre José e suas duas irmãs, 6x = 624
de modo que cada menina receba o triplo do que x = 624 : 6
recebe José. Quantos cadernos receberá José? x = 104
Solução: Resposta:S-R$ 104,00; J-R$ 208,00; P- R$ 312,00
x + 3x + 3x = 21
7x = 21 PROBLEMA 9
x = 21 : 7 Se eu tivesse 4 rosas a mais do que tenho, poderia
x =3 dar a você 7 rosas e ainda ficaria com 2. Quantas
Resposta: 3 cadernos rosas tenho?
Solução: x+4–7 = 2
PROBLEMA 4 x+4 =7+2
Repartir R$ 2.100,00 entre três irmãos de modo que x+4 =9
o 2º receba o dobro do que recebe o 1º , e o 3º o x =9–4
dobro do que recebe o 2º. Quanto receberá cada x =5
um? Resposta: 5
Solução:
x + 2x + 4x = 2100 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)
7x = 2100

Matemática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Conhecemos o conjunto N dos números naturais: N A soma de três ou mais números inteiros é efetuada
= {0, 1, 2, 3, 4, 5, .....,} adicionando-se todos os números positivos e todos os
negativos e, em seguida, efetuando-se a soma do nú-
Assim, os números precedidos do sinal + chamam- mero negativo.
se positivos, e os precedidos de - são negativos.
Exemplos: 1) (+6) + (+3) + (-6) + (-5) + (+8) =
Exemplos: (+17) + (-11) = +6
Números inteiros positivos: {+1, +2, +3, +4, ....}
Números inteiros negativos: {-1, -2, -3, -4, ....} 2) (+3) + (-4) + (+2) + (-8) =
(+5) + (-12) = -7
O conjunto dos números inteiros relativos é formado
pelos números inteiros positivos, pelo zero e pelos nú- PROPRIEDADES DA ADIÇÃO
meros inteiros negativos. Também o chamamos de A adição de números inteiros possui as seguintes
CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS e o represen- propriedades:
tamos pela letra Z, isto é: Z = {..., -3, -2, -1, 0, +1,
+2, +3, ... } 1ª) FECHAMENTO
A soma de dois números inteiros é sempre um nú-
O zero não é um número positivo nem negativo. To- mero inteiro: (-3) + (+6) = + 3 ∈ Z
do número positivo é escrito sem o seu sinal positivo.
2ª) ASSOCIATIVA
Exemplo: + 3 = 3 ; +10 = 10 Se a, b, c são números inteiros quaisquer, então: a
Então, podemos escrever: Z = {..., -3, -2, -1, 0 , + (b + c) = (a + b) + c
1, 2, 3, ...}
Exemplo:(+3) +[(-4) + (+2)] = [(+3) + (-4)] + (+2)
N é um subconjunto de Z. (+3) + (-2) = (-1) + (+2)
+1 = +1
REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
Cada número inteiro pode ser representado por um 3ª) ELEMENTO NEUTRO
ponto sobre uma reta. Por exemplo: Se a é um número inteiro qualquer, temos: a+ 0 = a
e0+a=a

... -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ... Isto significa que o zero é elemento neutro para a


... C’ B’ A’ 0 A B C D ... adição.

Ao ponto zero, chamamos origem, corresponde o Exemplo: (+2) + 0 = +2 e 0 + (+2) = +2


número zero.
4ª) OPOSTO OU SIMÉTRICO
Nas representações geométricas, temos à direita do Se a é um número inteiro qualquer, existe um único
zero os números inteiros positivos, e à esquerda do número oposto ou simétrico representado por (-a),
zero, os números inteiros negativos. tal que: (+a) + (-a) = 0 = (-a) + (+a)

Observando a figura anterior, vemos que cada pon- Exemplos: (+5) + ( -5) = 0 ( -5) + (+5) = 0
to é a representação geométrica de um número inteiro.
5ª) COMUTATIVA
Exemplos: Se a e b são números inteiros, então:
 ponto C é a representação geométrica do núme- a+b=b+a
ro +3
 ponto B' é a representação geométrica do núme- Exemplo: (+4) + (-6) = (-6) + (+4)
ro -2 -2 = -2

ADIÇÃO DE DOIS NÚMEROS INTEIROS SUBTRAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS


1) A soma de zero com um número inteiro é o pró- Em certo local, a temperatura passou de -3ºC para
prio número inteiro: 0 + (-2) = -2 5ºC, sofrendo, portanto, um aumento de 8ºC, aumento
2) A soma de dois números inteiros positivos é um esse que pode ser representado por: (+5) - (-3) = (+5) +
número inteiro positivo igual à soma dos módulos (+3) = +8
dos números dados: (+700) + (+200) = +900
3) A soma de dois números inteiros negativos é um Portanto:
número inteiro negativo igual à soma dos módu- A diferença entre dois números dados numa certa
los dos números dados: (-2) + (-4) = -6 ordem é a soma do primeiro com o oposto do segundo.
4) A soma de dois números inteiros de sinais contrá-
rios é igual à diferença dos módulos, e o sinal é Exemplos: 1) (+6) - (+2) = (+6) + (-2 ) = +4
o da parcela de maior módulo: (-800) + (+300) = 2) (-8 ) - (-1 ) = (-8 ) + (+1) = -7
-500 3) (-5 ) - (+2) = (-5 ) + (-2 ) = -7

ADIÇÃO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS INTEIROS Na prática, efetuamos diretamente a subtração, eli-
Matemática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
minando os parênteses gual a 0: (+5) . 0 = 0
- (+4 ) = -4
- ( -4 ) = +4 PRODUTO DE TRÊS OU MAIS NÚMEROS IN-
TEIROS
Observação: Exemplos: 1) (+5 ) . ( -4 ) . (-2 ) . (+3 ) =
Permitindo a eliminação dos parênteses, os sinais (-20) . (-2 ) . (+3 ) =
podem ser resumidos do seguinte modo: (+40) . (+3 ) = +120
(+)=+ +(-)=- 2) (-2 ) . ( -1 ) . (+3 ) . (-2 ) =
- (+)=- - (- )=+ (+2 ) . (+3 ) . (-2 ) =
(+6 ) . (-2 ) = -12
Exemplos: - ( -2) = +2 +(-6 ) = -6
- (+3) = -3 +(+1) = +1 Podemos concluir que:
- Quando o número de fatores negativos é par, o
PROPRIEDADE DA SUBTRAÇÃO produto sempre é positivo.
A subtração possui uma propriedade. - Quando o número de fatores negativos é ímpar,
o produto sempre é negativo.
FECHAMENTO: A diferença de dois números intei-
ros é sempre um número inteiro. PROPRIEDADES DA MULTIPLICAÇÃO
No conjunto Z dos números inteiros são válidas as
MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS seguintes propriedades:
1º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS
INTEIROS POSITIVOS 1ª) FECHAMENTO
Exemplo: (+4 ) . (-2 ) = - 8 ∈ Z
Lembremos que: 3 . 2 = 2 + 2 + 2 = 6 Então o produto de dois números inteiros é inteiro.
Exemplo:
(+3) . (+2) = 3 . (+2) = (+2) + (+2) + (+2) = +6 2ª) ASSOCIATIVA
Logo: (+3) . (+2) = +6 Exemplo: (+2 ) . (-3 ) . (+4 )
Este cálculo pode ser feito diretamente, mas tam-
Observando essa igualdade, concluímos: na multi- bém podemos fazê-lo, agrupando os fatores de duas
plicação de números inteiros, temos: maneiras:
(+) . (+) =+ (+2 ) . [(-3 ) . (+4 )] = [(+2 ) . ( -3 )]. (+4 )
(+2 ) . (-12) = (-6 ) . (+4 )
2º CASO: UM FATOR É POSITIVO E O OUTRO É -24 = -24
NEGATIVO
Exemplos: De modo geral, temos o seguinte:
1) (+3) . (-4) = 3 . (-4) = (-4) + (-4) + (-4) = -12 Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
ou seja: (+3) . (-4) = -12 então: a . (b . c) = (a . b) . c

2) Lembremos que: -(+2) = -2 3ª) ELEMENTO NEUTRO


(-3) . (+5) = - (+3) . (+5) = -(+15) = - 15 Observe que:
ou seja: (-3) . (+5) = -15 (+4 ) . (+1 ) = +4 e (+1 ) . (+4 ) = +4

Conclusão: na multiplicação de números inteiros, Qualquer que seja o número inteiro a, temos:
temos: ( + ) . ( - ) = - (-).(+)=- a . (+1 ) = a e (+1 ) . a = a
Exemplos :
(+5) . (-10) = -50 O número inteiro +1 chama-se neutro para a multi-
(+1) . (-8) = -8 plicação.
(-2 ) . (+6 ) = -12
(-7) . (+1) = -7 4ª) COMUTATIVA
Observemos que: (+2). (-4 ) = - 8
3º CASO: OS DOIS FATORES SÃO NÚMEROS IN- e (-4 ) . (+2 ) = - 8
TEIROS NEGATIVOS Portanto: (+2 ) . (-4 ) = (-4 ) . (+2 )
Exemplo: (-3) . (-6) = -(+3) . (-6) = -(-18) = +18
isto é: (-3) . (-6) = +18 Se a e b são números inteiros quaisquer, então: a .
b = b . a, isto é, a ordem dos fatores não altera o pro-
Conclusão: na multiplicação de números inteiros, duto.
temos: ( - ) . ( - ) = +
Exemplos: (-4) . (-2) = +8 (-5) . (-4) = +20 5ª) DISTRIBUTIVA EM RELAÇÃO À ADIÇÃO E À
SUBTRAÇÃO
As regras dos sinais anteriormente vistas podem ser Observe os exemplos:
resumidas na seguinte: (+3 ) . [( -5 ) + (+2 )] = (+3 ) . ( -5 ) + (+3 ) . (+2 )
(+).(+)=+ (+).(-)=- (+4 ) . [( -2 ) - (+8 )] = (+4 ) . ( -2 ) - (+4 ) . (+8 )
(- ).( -)=+ (-).(+)=-
Conclusão:
Quando um dos fatores é o 0 (zero), o produto é i- Se a, b, c representam números inteiros quaisquer,
Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
temos:
a) a . [b + c] = a . b + a . c Portanto potência é um produto de fatores iguais.
A igualdade acima é conhecida como proprieda-
2
de distributiva da multiplicação em relação à adi- Na potência (+5 ) = +25, temos:
ção. +5 ---------- base
b) a . [b – c] = a . b - a . c 2 ---------- expoente
A igualdade acima é conhecida como proprieda- +25 ---------- potência
de distributiva da multiplicação em relação à sub-
tração. Observacões :
1 1
(+2 ) significa +2, isto é, (+2 ) = +2
1 1
DIVISÃO DE NÚMEROS INTEIROS ( -3 ) significa -3, isto é, ( -3 ) = -3

CONCEITO CÁLCULOS
Dividir (+16) por 2 é achar um número que, multipli-
cado por 2, dê 16. O EXPOENTE É PAR
16 : 2 = ? ⇔ 2 . ( ? ) = 16 Calcular as potências
4
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é,
4
O número procurado é 8. Analogamente, temos: (+2) = +16
4
1) (+12) : (+3 ) = +4 porque (+4 ) . (+3 ) = +12 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é,
4
2) (+12) : ( -3 ) = - 4 porque (- 4 ) . ( -3 ) = +12 (-2 ) = +16
3) ( -12) : (+3 ) = - 4 porque (- 4 ) . (+3 ) = -12
4 4
4) ( -12) : ( -3 ) = +4 porque (+4 ) . ( -3 ) = -12 Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16

A divisão de números inteiros só pode ser realizada Então, de modo geral, temos a regra:
quando o quociente é um número inteiro, ou seja,
quando o dividendo é múltiplo do divisor. Quando o expoente é par, a potência é sempre um
número positivo.
Portanto, o quociente deve ser um número inteiro.
6 2
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9
Exemplos:
( -8 ) : (+2 ) = -4 O EXPOENTE É ÍMPAR
( -4 ) : (+3 ) = não é um número inteiro Calcular as potências:
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8
3
Lembramos que a regra dos sinais para a divisão é isto é, (+2) = + 8
3
a mesma que vimos para a multiplicação: 2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8
3
(+):(+)=+ (+):( -)=- ou seja, (-2) = -8
(- ):( -)=+ ( -):(+)=-
3 3
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8
Exemplos:
( +8 ) : ( -2 ) = -4 (-10) : ( -5 ) = +2 Daí, a regra:
(+1 ) : ( -1 ) = -1 (-12) : (+3 ) = -4 Quando o expoente é ímpar, a potência tem o
mesmo sinal da base.
PROPRIEDADE
3 4
Como vimos: (+4 ) : (+3 ) ∉ Z Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16

Portanto, não vale em Z a propriedade do fecha- PROPRIEDADES


mento para a divisão. Alem disso, também não são
válidas as proposições associativa, comutativa e do PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
3 2 3 2 5
elemento neutro. Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 )
( -2 )2 . ( -2 )3 . ( -2 )5 = ( -2 ) 2 + 3 + 5 = ( -2 )10
POTENCIAÇÃO DE NÚMEROS INTEIROS
Para multiplicar potências de mesma base, mante-
CONCEITO mos a base e somamos os expoentes.
A notação
3
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
(+2 ) 5 : (+2 )2 = (+2 )5-2 = (+2 )3
( -2 )7 : ( -2 )3 = ( -2 )7-3 = ( -2 )4
é um produto de três fatores iguais Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor,
Analogamente: mantemos a base e subtraímos os expoentes.
4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 )
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
[( -4 )3]5 = ( -4 )3 . 5 = ( -4 )15
é um produto de quatro fatores iguais Para calcular uma potência de potência, conserva-

Matemática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mos a base da primeira potência e multiplicamos os
expoentes . QUOCIENTE DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE
5 2 5-2 3
(+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
7 3 7-3 4
POTÊNCIA DE UM PRODUTO ( -2 ) : ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 )
4 4 4 4
[( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 ) Para dividir potências de mesma base em que o ex-
poente do dividendo é maior que o expoente do divisor,
Para calcular a potência de um produto, sendo n o mantemos a base e subtraímos os expoentes.
expoente, elevamos cada fator ao expoente n.
POTÊNCIA DE POTÊNCIA
3 5 3.5 15
POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO [( -4 ) ] = ( -4 ) = ( -4 )
(+2 )5 : (+2 )5 = (+2 )5-5 = (+2 )0 Para calcular uma potência de potência, conserva-
e
5 5
(+2 ) : (+2 ) = 1 mos a base da primeira potência e multiplicamos os
expoentes .
0 0
Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
POTÊNCIA DE UM PRODUTO
4 4 4 4
Qualquer potência de expoente zero é igual a 1. [( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )] = ( -2 ) . (+3 ) . ( -5 )
Para calcular a potência de um produto, sendo n o
Observação: expoente, elevamos cada fator ao expoente n.
2 2 2
Não confundir -3 com ( -3 ) , porque -3 significa
2
-( 3 ) e portanto POTÊNCIA DE EXPOENTE ZERO
5 5 5-5 0
2
-3 = -( 3 ) = -92 (+2 ) : (+2 ) = (+2 ) = (+2 )
5 5
2 e (+2 ) : (+2 ) = 1
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9 0 0
2 Consequentemente: (+2 ) = 1 ( -4 ) = 1
Logo: -3 ≠ ( -3 )2 Qualquer potência de expoente zero é igual a 1.
2 2 2
CÁLCULOS Observação: Não confundir-3 com (-3) , porque -3
2 2 2
significa -( 3 ) e portanto: -3 = -( 3 ) = -9
O EXPOENTE É PAR 2
enquanto que: ( -3 ) = ( -3 ) . ( -3 ) = +9
Calcular as potências Logo: -3
2
≠ ( -3 )2
4 4
(+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +16 isto é, (+2)
= +16 NÚMEROS PARES E ÍMPARES
4 4
( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = +16 isto é, (-2 )
= +16 Os pitagóricos estudavam à natureza dos números, e
4 4
baseado nesta natureza criaram sua filosofia e modo de
Observamos que: (+2) = +16 e (-2) = +16 vida. Vamos definir números pares e ímpares de acordo
com a concepção pitagórica:
Então, de modo geral, temos a regra: • par é o número que pode ser dividido em duas par-
Quando o expoente é par, a potência é sempre um tes iguais, sem que uma unidade fique no meio, e
número positivo. ímpar é aquele que não pode ser dividido em duas
6 2
partes iguais, porque sempre há uma unidade no
Outros exemplos: (-1) = +1 (+3) = +9 meio

O EXPOENTE É ÍMPAR Uma outra caracterização, nos mostra a preocupação


com à natureza dos números:
Exemplos: • número par é aquele que tanto pode ser dividido
Calcular as potências: em duas partes iguais como em partes desiguais,
3
1) (+2 ) = (+2 ) . (+2 ) . (+2 ) = +8 mas de forma tal que em nenhuma destas divisões
3
isto é, (+2) = + 8 haja uma mistura da natureza par com a natureza
3
2) ( -2 ) = ( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = -8 ímpar, nem da ímpar com a par. Isto tem uma úni-
3
ou seja, (-2) = -8 ca exceção, que é o princípio do par, o número 2,
3 3 que não admite a divisão em partes desiguais, por-
Observamos que: (+2 ) = +8 e ( -2 ) = -8 que ele é formado por duas unidades e, se isto po-
de ser dito, do primeiro número par, 2.
Daí, a regra:
Quando o expoente é ímpar, a potência tem o Para exemplificar o texto acima, considere o número
mesmo sinal da base. 10, que é par, pode ser dividido como a soma de 5 e 5,
3 4 mas também como a soma de 7 e 3 (que são ambos
Outros exemplos: (- 3) = - 27 (+2) = +16 ímpares) ou como a soma de 6 e 4 (ambos são pares);
PROPRIEDADES mas nunca como a soma de um número par e outro ím-
PRODUTO DE POTÊNCIAS DE MESMA BASE par. Já o número 11, que é ímpar pode ser escrito como
3 2 3 2 5
Exemplos: (+2 ) . (+2 ) = (+2 ) +2 = (+2 ) soma de 8 e 3, um par e um ímpar. Atualmente, definimos
2 3 5 2+3+5 10
( -2 ) . ( -2 ) . ( -2 ) = ( -2 ) = ( -2 ) números pares como sendo o número que ao ser dividido
por dois têm resto zero e números ímpares aqueles que
Para multiplicar potências de mesma base, mante- ao serem divididos por dois têm resto diferente de zero.
mos a base e somamos os expoentes. Por exemplo, 12 dividido por 2 têm resto zero, portanto 12

Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
é par. Já o número 13 ao ser dividido por 2 deixa resto 1, 60 2
portanto 13 é ímpar.
0 30 2
MÚLTIPLOS E DIVISORES
0 15 3
DIVISIBILIDADE 5 0 5
Um número é divisível por 2 quando termina em 0, 2, 4,
6 ou 8. Ex.: O número 74 é divisível por 2, pois termina em 1
4. Portanto: 60 = 2 . 2 . 3 . 5

Um número é divisível por 3 quando a soma dos valo- Na prática, costuma-se traçar uma barra vertical à di-
res absolutos dos seus algarismos é um número divisível reita do número e, à direita dessa barra, escrever os divi-
por 3. Ex.: 123 é divisível por 3, pois 1+2+3 = 6 e 6 é divi- sores primos; abaixo do número escrevem-se os quocien-
sível por 3 tes obtidos. A decomposição em fatores primos estará
terminada quando o último quociente for igual a 1.
Um número é divisível por 5 quando o algarismo das
unidades é 0 ou 5 (ou quando termina em o ou 5). Ex.: O Exemplo:
número 320 é divisível por 5, pois termina em 0. 60 2
30 2
Um número é divisível por 10 quando o algarismo das 15 3
unidades é 0 (ou quando termina em 0). Ex.: O número 5 5
500 é divisível por 10, pois termina em 0. 1
Logo: 60 = 2 . 2 . 3 . 5
NÚMEROS PRIMOS
DIVISORES DE UM NÚMERO
Um número natural é primo quando é divisível apenas
por dois números distintos: ele próprio e o 1. Consideremos o número 12 e vamos determinar todos
os seus divisores Uma maneira de obter esse resultado é
Exemplos: escrever os números naturais de 1 a 12 e verificar se
• O número 2 é primo, pois é divisível apenas por dois cada um é ou não divisor de 12, assinalando os divisores.
números diferentes: ele próprio e o 1. 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 - 11 - 12
• O número 5 é primo, pois é divisível apenas por dois = = = = = ==
números distintos: ele próprio e o 1. Indicando por D(12) (lê-se: "D de 12”) o conjunto dos
• O número natural que é divisível por mais de dois divisores do número 12, temos:
números diferentes é chamado composto. D (12) = { 1, 2, 3, 4, 6, 12}
• O número 4 é composto, pois é divisível por 1, 2, 4.
• O número 1 não é primo nem composto, pois é divi- Na prática, a maneira mais usada é a seguinte:
sível apenas por um número (ele mesmo). 1º) Decompomos em fatores primos o número consi-
• O número 2 é o único número par primo. derado.
12 2
6 2
DECOMPOSIÇÃO EM FATORES PRIMOS (FATORA-
3 3
ÇÃO)
1
Um número composto pode ser escrito sob a forma de
um produto de fatores primos. 2º) Colocamos um traço vertical ao lado os fatores
primos e, à sua direita e acima, escrevemos o nume-
Por exemplo, o número 60 pode ser escrito na forma: ro 1 que é divisor de todos os números.
2
60 = 2 . 2 . 3 . 5 = 2 . 3 . 5 que é chamada de forma fato- 1
12 2
rada.
6 2
Para escrever um número na forma fatorada, devemos 3 3
decompor esse número em fatores primos, procedendo 1
do seguinte modo:
3º) Multiplicamos o fator primo 2 pelo divisor 1 e es-
Dividimos o número considerado pelo menor número crevemos o produto obtido na linha correspondente.
primo possível de modo que a divisão seja exata. x1
Dividimos o quociente obtido pelo menor número pri- 12 2 2
mo possível. 6 2
3 3
1
Dividimos, sucessivamente, cada novo quociente pelo
menor número primo possível, até que se obtenha o quo-
ciente 1. 4º) Multiplicamos, a seguir, cada fator primo pelos
divisores já obtidos, escrevendo os produtos nas
Exemplo: linhas correspondentes, sem repeti-los.
x1

Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
12 2 2 comuns a esses números.
6 2 4
3 3 O processo prático para o cálculo do M.M.C de dois ou
1 mais números, chamado de decomposição em fatores
primos, consiste das seguintes etapas:
x1 1º) Decompõem-se em fatores primos os números
12 2 2 apresentados.
6 2 4 2º) Determina-se o produto entre os fatores primos
3 3 3, 6, 12 comuns e não-comuns com seus maiores expo-
1 entes. Esse produto é o M.M.C procurado.

Os números obtidos à direita dos fatores primos são Exemplos: Calcular o M.M.C (12, 18)
os divisores do número considerado. Portanto:
D(12) = { 1, 2, 4, 3, 6, 12} Decompondo em fatores primos esses números, te-
mos:
Exemplos: 12 2 18 2
1) 6 2 9 3
1 3 3 3 3
18 2 2 1 1
9 3 3, 6 D(18) = {1, 2 , 3, 6, 9, 18}
2 2
3 3 9, 18 12 = 2 . 3 18 = 2 . 3
2 2
1 Resposta: M.M.C (12, 18) = 2 . 3 = 36

2) Observação: Esse processo prático costuma ser sim-


1 plificado fazendo-se uma decomposição simultânea dos
30 2 2 números. Para isso, escrevem-se os números, um ao
15 3 3, 6 lado do outro, separando-os por vírgula, e, à direita da
5 5 5, 10, 15, 30 barra vertical, colocada após o último número, escrevem-
1 se os fatores primos comuns e não-comuns. 0 calculo
estará terminado quando a última linha do dispositivo for
D(30) = { 1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} composta somente pelo número 1. O M.M.C dos números
apresentados será o produto dos fatores.
MÁXIMO DIVISOR COMUM
Exemplo:
Recebe o nome de máximo divisor comum de dois ou Calcular o M.M.C (36, 48, 60)
mais números o maior dos divisores comuns a esses 36, 48, 60 2
números. 18, 24, 30 2
9, 12, 15 2
Um método prático para o cálculo do M.D.C. de dois 9, 6, 15 2
números é o chamado método das divisões sucessivas 9, 3, 15 3
(ou algoritmo de Euclides), que consiste das etapas se- 3, 1, 5 3
guintes: 1, 1 5 5
1ª) Divide-se o maior dos números pelo menor. Se a 1, 1, 1
divisão for exata, o M.D.C. entre esses números é 4 2
o menor deles. Resposta: M.M.C (36, 48, 60) = 2 . 3 . 5 = 720
2ª) Se a divisão não for exata, divide-se o divisor (o
menor dos dois números) pelo resto obtido na di- RAÍZ QUADRADA EXATA DE NÚMEROS INTEIROS
visão anterior, e, assim, sucessivamente, até se
obter resto zero. 0 ultimo divisor, assim determi- CONCEITO
nado, será o M.D.C. dos números considerados. Consideremos o seguinte problema:
Descobrir os números inteiros cujo quadrado é +25.
2 2
Exemplo: Solução: (+5 ) = +25 e ( -5 ) =+25
Calcular o M.D.C. (24, 32) Resposta: +5 e -5

32 24 24 8 Os números +5 e -5 chamam-se raízes quadradas de


+25.
8 1 0 3
Outros exemplos:
Resposta: M.D.C. (24, 32) = 8 Número Raízes quadradas
+9 + 3 e -3
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM +16 + 4 e -4
+1 + 1 e -1
Recebe o nome de mínimo múltiplo comum de dois ou +64 + 8 e -8
mais números o menor dos múltiplos (diferente de zero) +81 + 9 e -9

Matemática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
+49 + 7 e -7 b) eliminamos os colchetes
+36 +6 e -6
O símbolo 25 significa a raiz quadrada de 25, isto 3º ETAPA:
a) efetuamos o que está entre chaves { }
é 25 = +5 b) eliminamos as chaves
Como 25 = +5 , então: − 25 = −5
Em cada etapa, as operações devem ser efetuadas na
Agora, consideremos este problema. seguinte ordem:
1ª) Potenciação e radiciação na ordem em que apa-
Qual ou quais os números inteiros cujo quadrado é - recem.
25? 2ª) Multiplicação e divisão na ordem em que apare-
2 2
Solução: (+5 ) = +25 e (-5 ) = +25 cem.
Resposta: não existe número inteiro cujo quadrado 3ª) Adição e subtração na ordem em que aparecem.
seja -25, isto é, − 25 não existe no conjunto Z dos
números inteiros. Exemplos:
1) 2 + 7 . (-3 + 4) =
Conclusão: os números inteiros positivos têm, como 2 + 7 . (+1) = 2 + 7 = 9
raiz quadrada, um número positivo, os números inteiros 3 2
negativos não têm raiz quadrada no conjunto Z dos nú- 2) (-1 ) + (-2 ) : (+2 ) =
meros inteiros. -1+ (+4) : (+2 ) =
-1 + (+2 ) =
RADICIAÇÃO -1 + 2 = +1

3) -(-4 +1) – [-(3 +1)] =


A raiz n-ésima de um número b é um número a tal que
n -(-3) - [-4 ] =
a = b.
+3 + 4 = 7
n
b = a ⇒ an = b 4)
2
–2( -3 –1) +3 . ( -1 – 3) + 4
3
2 3
-2 . ( -4 ) + 3 . ( - 4 ) + 4 =
-2 . (+16) + 3 . (- 64) + 4 =
5
32 = 2
-32 – 192 + 4 =
5 índice -212 + 4 = - 208
5
32 radicando pois 2 = 32
2 2
5) (-288) : (-12) - (-125) : ( -5 ) =
raiz
(-288) : (+144) - (-125) : (+25) =
2 radical (-2 ) - (- 5 ) = -2 + 5 = +3

Outros exemplos : 3
8 = 2 pois 2 3 = 8 6) (-10 - 8) : (+6 ) - (-25) : (-2 + 7 ) =
(-18) : (+6 ) - (-25) : (+5 ) =
3
− 8 = - 2 pois ( -2 )3 = -8 -3 - (- 5) =
- 3 + 5 = +2
PROPRIEDADES (para a ≥ 0, b ≥ 0)
2 2 4 2
m m: p 7) –5 : (+25) - (-4 ) : 2 - 1 =
1ª) a n = a n: p 15
310 = 3 3 2 -25 : (+25) - (+16) : 16 - 1 =
2ª) n
a⋅b = n a ⋅n b 6 = 2⋅ 3 -1 - (+1) –1 = -1 -1 –1 = -3
2 3 2
8) 2 . ( -3 ) + (-40) : (+2) - 2 =
4
n 5 5
3ª) a:b = n a :n b 4 =
16 4
16 2 . (+9 ) + (-40) : (+8 ) - 4 =
n
+18 + (-5) - 4 =
4ª) ( a)
m
= m an ( x)
3
5
= 3 x5 + 18 - 9 = +9
m n
5ª) a = m⋅n a 6
3 = 12 3 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q)

EXPRESSÕES NUMÉRICAS COM NÚMEROS IN- Os números racionais são representados por um
TEIROS ENVOLVENDO AS QUATRO OPERAÇÕES a
Para calcular o valor de uma expressão numérica com numeral em forma de fração ou razão, , sendo a e b
números inteiros, procedemos por etapas. b
números naturais, com a condição de b ser diferente de
1ª ETAPA: zero.
a) efetuamos o que está entre parênteses ( ) 1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado
b) eliminamos os parênteses (a, b) de números naturais, sendo b ≠ 0, corresponde
a
um número fracionário .O termo a chama-se nume-
2ª ETAPA: b
a) efetuamos o que está entre colchetes [ ] rador e o termo b denominador.

Matemática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser represen- c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou
tado por uma fração de denominador 1. Logo, é possí- maiores que 1.
vel reunir tanto os números naturais como os fracioná- 5 8 9
rios num único conjunto, denominado conjunto dos , , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
números racionais absolutos, ou simplesmente conjun- 5 1 5
to dos números racionais Q.
d) aparentes: todas as que simbolizam um número
Qual seria a definição de um número racional abso- natural.
luto ou simplesmente racional? A definição depende 20 8
= 5, = 4 , etc.
das seguintes considerações: 4 2
a) O número representado por uma fração não mu-
da de valor quando multiplicamos ou dividimos e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as fra-
tanto o numerador como o denominador por um ções, com exceção daquelas que possuem como de-
mesmo número natural, diferente de zero. 2 3
nominador 10, 10 , 10 ...
Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
≈ é o símbolo de equivalência para frações f) frações iguais: são as que possuem os termos i-
2 2 × 5 10 10 × 2 20 3 3 8 8
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅ guais = , = , etc.
3 3 × 5 15 15 × 2 30 4 4 5 5
b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as
frações equivalentes a uma fração dada. g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao
3 6 9 12 numeral formado por uma parte natural e uma parte
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fra-
 4
1 2 3 4 fracionária;  2  A parte natural é 2 e a parte fracio-
3  7
ção: )
4
nária .
1
Agora já podemos definir número racional : número
7
racional é aquele definido por uma classe de equiva-
h) irredutível: é aquela que não pode ser mais sim-
lência da qual cada fração é um representante.
plificada, por ter seus termos primos entre si.
NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO 3 5 3
, , , etc.
NATURAL: 4 12 7
0 0
0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva- 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que
1 2 não possua termos primos entre si, basta dividir os dois
lência que representa o mesmo ternos pelo seu divisor comum.
número racional 0)
8 8:4 2
1 2 = =
1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equiva- 12 12 : 4 3
1 2
lência que representa o mesmo 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.
número racional 1) Para comparar duas ou mais frações quaisquer pri-
e assim por diante. meiramente convertemos em frações equivalentes de
mesmo denominador. De duas frações que têm o
NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚME- mesmo denominador, a maior é a que tem maior nume-
RO FRACIONÁRIO: rador. Logo:
1 2 3
= = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalên-
6 8 9 1 2 3
< < ⇔ < <
2 4 6 12 12 12 2 3 4
cia que representa o mesmo (ordem crescente)
número racional 1/2).
De duas frações que têm o mesmo numerador, a
NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS maior é a que tem menor denominador.
Decimais: quando têm como denominador 10 ou 7 7
uma potência de 10 Exemplo: >
5 7 2 5
, ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
10 100 OPERAÇÕES COM FRAÇÕES

b) próprias: aquelas que representam quantidades ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO


menores do que 1. A soma ou a diferença de duas frações é uma outra
1 3 2 fração, cujo calculo recai em um dos dois casos seguin-
, , ,⋅ ⋅ ⋅ etc. tes:
2 4 7

Matemática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1º CASO: Frações com mesmo denominador. Ob- 1 2 5 3
servemos as figuras seguintes: 1) + = 2) + =
3 4 8 6
4 6 15 12
= + = = + =
12 12 24 24
15 + 12
3 2 =
4+6
=
= =
24
6 6 12
27 9
5 10 5 = =
= = 24 8
6 12 6
3 2 5
Indicamos por: + =
6 6 6 Observações:
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos to-
das ao mesmo denominador e, em seguida, efetuamos
a operação.

Exemplos.
2 2 7 3
a) + + =
3 5 1 1
b) + + + =
6 15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 18 20 3 12
= = = + + + =
5 15 24 24 24 24
6 12 4
= = =
18+ 20+ 3 +12
=
15 5 24
3 53
=
6 24
5 2 3 Havendo número misto, devemos transformá-lo em
Indicamos por: − = fração imprópria:
6 6 6
Exemplo:
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo
1 5 1
denominador, procedemos do seguinte modo: 2 + +3 =
 adicionamos ou subtraímos os numeradores e 3 12 6
mantemos o denominador comum. 7 5 19
+ + =
 simplificamos o resultado, sempre que possível. 3 12 6
28 5 38
Exemplos: +
12 12 12
+ =
3 1 3 +1 4 28 + 5 + 38 71
+ = = =
5 5 5 5 12 12
4 8 4 + 8 12 4
+ = = = Se a expressão apresenta os sinais de parênteses (
9 9 9 9 3 ), colchetes [ ] e chaves { }, observamos a mesma
7 3 7−3 4 2 ordem :
− = = = 1º) efetuamos as operações no interior dos parênte-
6 6 6 6 3
ses;
2 2 2−2 0 2º) as operações no interior dos colchetes;
− = = =0
7 7 7 7 3º) as operações no interior das chaves.

Observação: A subtração só pode ser efetuada Exemplos:


quando o minuendo é maior que o subtraendo, ou igual 2 3 5 4
a ele. 1) +  −  −  =
3 4 2 2
2º CASO: Frações com denominadores diferentes:  8 9  1
Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com = + − =
denominadores diferentes, procedemos do seguinte
 12 12  2
modo: 17 1
= − =
• Reduzimos as frações ao mesmo denominador. 12 2
• Efetuamos a operação indicada, de acordo com o
caso anterior.
17 6
= − =
• Simplificamos o resultado (quando possível). 12 12
11
Exemplos: =
12
Matemática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

  3 1   2 3 
2)5 −  −  − 1 +  =
  2 3   3 4 
  9 2   5 3 
= 5 −  −  −  +  =
  6 6   3 4 
 7   20 9 
= 5 −  −  +  =
 6   12 12 
 30 7  29
= − − =
 6 6  12
23 29 1 2 3
= − = Dizemos que: = =
6 12 2 4 6
46 29
= − = - Para obter frações equivalentes, devemos multi-
12 12 plicar ou dividir o numerador por mesmo número dife-
17 rente de zero.
=
12 1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . =
2 2 4 2 3 6
NÚMEROS RACIONAIS
Para simplificar frações devemos dividir o numera-
dor e o denominador, por um mesmo número diferente
de zero.

Quando não for mais possível efetuar as divisões


dizemos que a fração é irredutível.

Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dize- Exemplo:


mos que uma unidade dividida em duas partes iguais e 18 2 9 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Sim-
indicamos 1/2. 12 2 6 6
onde: 1 = numerador e 2 = denominador plificada

1 3
Exemplo: e
3 4

Calcular o M.M.C. (3,4): M.M.C.(3,4) = 12


1
e
3 (12 : 3 ) ⋅ 1
= e
(12 : 4 ) ⋅ 3 temos: 4 e 9
3 4 12 12 12 12
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos
(das três partes hachuramos 2).
1 4
A fração é equivalente a .
Quando o numerador é menor que o denominador 3 12
temos uma fração própria. Observe:
3 9
A fração equivalente .
Observe: 4 12

Exercícios:
1) Achar três frações equivalentes às seguintes fra-
ções:
1 2
1) 2)
4 3
2 3 4 4 6 8
Respostas: 1) , , 2) , ,
Quando o numerador é maior que o denominador 8 12 16 6 9 12
temos uma fração imprópria.
COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
FRAÇÕES EQUIVALENTES
a) Frações de denominadores iguais.
Duas ou mais frações são equivalentes, quando re- Se duas frações tem denominadores iguais a maior
presentam a mesma quantidade. será aquela: que tiver maior numerador.

Matemática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3 1 1 3 Exercícios: Colocar em ordem crescente:
Ex.: > ou <
4 4 4 4 2 2 5 4 5 2 4
1) e 2) e 3) , e
5 3 3 3 6 3 5
b) Frações com numeradores iguais
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a me- 2 2 4 5
nor será aquela que tiver maior denominador. Respostas: 1) < 2) <
5 3 3 3
7 7 7 7
Ex.: > ou < 4 5 3
4 5 5 4 3) < <
3 6 2
c) Frações com numeradores e denominadores
receptivamente diferentes. OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Reduzimos ao mesmo denominador e depois com-
paramos. Exemplos: 1) Adição e Subtração
2 1 a) Com denominadores iguais somam-se ou subtra-
> denominadores iguais (ordem decrescente) em-se os numeradores e conserva-se o denominador
3 3 comum.
4 4 2 5 1 2 + 5 +1 8
> numeradores iguais (ordem crescente) Ex:
5 3 3
+
3
+
3
=
3
=
3
4 3 4−3 1
SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES − = =
5 5 5 5
Para simplificar frações devemos dividir o numera-
b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo
dor e o denominador por um número diferente de zero.
denominador depois soma ou subtrai.
Ex:
Quando não for mais possível efetuar as divisões,
dizemos que a fração é irredutível. Exemplo: 1 3 2
1) + + = M.M.C.. (2, 4, 3) = 12
18 : 2 9 : 3 3 2 4 3
= =
12 : 2 6 : 3 2
(12 : 2).1 + (12 : 4).3 + (12.3).2 6 + 9 + 8 23
= =
Fração irredutível ou simplificada. 12 12 12
9 36 4 2
Exercícios: Simplificar 1) 2) 2) − = M.M.C.. (3,9) = 9
12 45 3 9
3 4 (9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10
Respostas: 1) 2) = =
4 5 9 9 9

REDUÇÃO DE FRAÇÕES AO MENOR DENOMINA- Exercícios. Calcular:


DOR COMUM 2 5 1 5 1 2 1 1
1) + + 2) − 3) + −
7 7 7 6 6 3 4 3
1 3
Ex.: e 8 4 2 7
3 4 Respostas: 1) 2) = 3)
7 6 3 12
Calcular o M.M.C. (3,4) = 12
MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES
1
e
3
=
(12 : 3 ) ⋅ 1 e (12 : 4 ) ⋅ 3 temos:
3 4 12 12 Para multiplicar duas ou mais frações devemos mul-
4 9 tiplicar os numeradores das frações entre si, assim
e
12 12 como os seus denominadores.
1 4 3 Exemplo:
A fração é equivalente a . A fração equiva- 2 3 2 3 6 3
3 12 4 . = x = =
9 5 4 5 4 20 10
lente .
12
Exercícios: Calcular:
Exemplo: 2 5 2 3 4  1 3  2 1
1) ⋅ 2) ⋅ ⋅ 3)  +  ⋅  − 
2 4 5 4 5 2 3 5 5 3 3
? ⇒ numeradores diferentes e denomina-
3 5 10 5 24 4 4
Respostas: 1) = 2) = 3)
dores diferentes m.m.c.(3, 5) = 15 12 6 30 5 15

(15 : 3).2 (15.5).4 10 12 DIVISÃO DE FRAÇÕES


? = < (ordem
15 15 15 15
crescente) Para dividir duas frações conserva-se a primeira e
multiplica-se pelo inverso da Segunda.
Matemática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 2 4 3 12 6 Outros exemplos:
Exemplo: : = . = =
5 3 5 2 10 5 34 635 2187
1) = 3,4 2) = 6,35 3) =218,7
10 100 10
Exercícios. Calcular:
4 2 8 6  2 3  4 1 Note que a vírgula “caminha” da direita para a es-
1) : 2) : 3)  +  :  −  querda, a quantidade de casas deslocadas é a mesma
3 9 15 25 5 5 3 3 quantidade de zeros do denominador.

20 Exercícios. Representar em números decimais:


Respostas: 1) 6 2) 3) 1
9 35 473 430
1) 2) 3)
10 100 1000
POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
Respostas: 1) 3,5 2) 4,73 3) 0,430
Eleva o numerador e o denominador ao expoente
dado. Exemplo: LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
3 3
2 2 8
  = 3 = Ex.:
3
  3 27

Exercícios. Efetuar:
2 4 2 3
3  1  4   1
1)   2)   3)   −  
4 2 3 2

9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
16 16 72

RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES

Extrai raiz do numerador e do denominador.


4 4 2
Exemplo: = =
9 9 3
OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS
Exercícios. Efetuar:
1 16 9  1
2 Adição e Subtração
1) 2) 3) +  Coloca-se vírgula sob virgula e somam-se ou sub-
9 25 16  2  traem-se unidades de mesma ordem. Exemplo 1:

1 4 10 + 0,453 + 2,832
Respostas: 1) 2) 3) 1
3 5 10,000
+ 0,453
2,832
NÚMEROS DECIMAIS _______
13,285
Toda fração com denominador 10, 100, 1000,...etc,
chama-se fração decimal. Exemplo 2:
3 4 7 47,3 - 9,35
Ex: , , , etc
10 100 100 47,30
9,35
Escrevendo estas frações na forma decimal temos: ______
3 37,95
= três décimos,
10
Exercícios. Efetuar as operações:
4 1) 0,357 + 4,321 + 31,45
= quatro centésimos
100 2) 114,37 - 93,4
7 3) 83,7 + 0,53 - 15, 3
= sete milésimos
1000
Respostas: 1) 36,128 2) 20,97 3) 68,93
Escrevendo estas frações na forma decimal temos:
MULTIPLICAÇÃO COM NÚMEROS DECIMAIS
3 4 7
=0,3 = 0,04 = 0,007
10 100 1000 Multiplicam-se dois números decimais como se fos-
sem inteiros e separam-se os resultados a partir da

Matemática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
direita, tantas casas decimais quantos forem os alga- DIVISÃO
rismos decimais dos números dados. Para dividir os números decimais, procede-se as-
sim:
Exemplo: 5,32 x 3,8 1) iguala-se o número de casas decimais;
5,32 → 2 casas, 2) suprimem-se as vírgulas;
x 3,8→ 1 casa após a virgula 3) efetua-se a divisão como se fossem números in-
______ teiros.
4256
1596 + Exemplos:
______ ♦ 6 : 0,15 = 6,00 0,15
20,216 → 3 casas após a vírgula
000 40
Exercícios. Efetuar as operações: Igualam – se as casas decimais.
1) 2,41 . 6,3 2) 173,4 . 3,5 + 5 . 4,6 Cortam-se as vírgulas.
3) 31,2 . 0,753  7,85 : 5 = 7,85 : 5,00 785 : 500 = 1,57

Respostas: 1) 15,183 2) 629,9 Dividindo 785 por 500 obtém-se quociente 1 e resto
3) 23,4936 285

DIVISÃO DE NÚMEROS DECIMAIS Como 285 é menor que 500, acrescenta-se uma
vírgula ao quociente e zeros ao resto
Igualamos as casas decimais entre o dividendo e o ♦ 2 : 4 0,5
divisor e quando o dividendo for menor que o divisor
acrescentamos um zero antes da vírgula no quociente. Como 2 não é divisível por 4, coloca-se zero e vír-
gula no quociente e zero no dividendo
Ex.: ♦ 0,35 : 7 = 0,350 7,00 350 : 700 =
a) 3:4 0,05
3 |_4_
30 0,75 Como 35 não divisível por 700, coloca-se zero e vír-
20 gula no quociente e um zero no dividendo. Como 350
0 não é divisível por 700, acrescenta-se outro zero ao
b) 4,6:2 quociente e outro ao dividendo
4,6 |2,0 = 46 | 20
60 2,3 Divisão de um número decimal por 10, 100, 1000
0
Obs.: Para transformar qualquer fração em número
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000, ....
decimal basta dividir o numerador pelo denominador.
vezes menor, desloca-se a vírgula para a esquerda,
Ex.: 2/5 = 2 |5 , então 2/5=0,4
respectivamente, uma, duas, três, ... casas decimais.
20 0,4
Exemplos:
Exercícios
25,6 : 10 = 2,56
1) Transformar as frações em números decimais.
04 : 10 = 0,4
1 4 1 315,2 : 100 = 3,152
1) 2) 3)
5 5 4 018 : 100 = 0,18
Respostas: 1) 0,2 2) 0,8 3) 0,25 0042,5 : 1.000 = 0,0425
0015 : 1.000 = 0,015
2) Efetuar as operações:
1) 1,6 : 0,4 2) 25,8 : 0,2 milhar centena dezena Unidade décimo centésimo milésimo
simples
3) 45,6 : 1,23 4) 178 : 4,5-3,4.1/2
5) 235,6 : 1,2 + 5 . 3/4 1 000 100 10 1 0,1 0,01 0,001

Respostas: 1) 4 2) 129 3) 35,07


4) 37,855 5) 200,0833.... LEITURA DE UM NÚMERO DECIMAL
Procedemos do seguinte modo:
Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1º) Lemos a parte inteira (como um número natural).
1000 2º) Lemos a parte decimal (como um número natu-
ral), acompanhada de uma das palavras:
Para tornar um número decimal 10, 100, 1000..... - décimos, se houver uma ordem (ou casa) deci-
vezes maior, desloca-se a vírgula para a direita, res- mal
pectivamente, uma, duas, três, . . . casas decimais. - centésimos, se houver duas ordens decimais;
2,75 x 10 = 27,5 6,50 x 100 = 650 - milésimos, se houver três ordens decimais.
0,125 x 100 = 12,5 2,780 x 1.000 = 2.780
0,060 x 1.000 = 60 0,825 x 1.000 = 825 Exemplos:
1) 1,2 Lê-se: "um inteiro e

Matemática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dois décimos". irracionais.

2) 12,75 Lê-se: "doze inteiros Usaremos o símbolo estrela (*) quando quisermos
e setenta e cinco indicar que o número zero foi excluído de um conjunto.
centésimos".
Exemplo: N* = { 1; 2; 3; 4; ... }; o zero foi excluído de
3) 8,309 Lê-se: "oito inteiros e N.
trezentos e nove
milésimos''. Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos
indicar que os números negativos foram excluídos de
Observações: um conjunto.
1) Quando a parte inteira é zero, apenas a parte de-
cimal é lida. Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram
Exemplos: excluídos de Z.
a) 0,5 - Lê-se: "cinco Usaremos o símbolo menos (-) quando quisermos
décimos". indicar que os números positivos foram excluídos de
um conjunto.
b) 0,38 - Lê-se: "trinta e oito
centésimos".
Exemplo: Z − = { . .. ; - 2; - 1; 0 } ; os positivos foram
c) 0,421 - Lê-se: "quatrocentos excluídos de Z.
e vinte e um
milésimos". Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o
símbolo (+) ou com o símbolo (-).
2) Um número decimal não muda o seu valor se a-
crescentarmos ou suprimirmos zeros â direita do Exemplos
último algarismo.
Exemplo: 0,5 = 0,50 = 0,500 = 0,5000 " ....... a) Z *− = ( 1; 2; 3; ... ) ; o zero e os negativos foram
excluídos de Z.
3) Todo número natural pode ser escrito na forma b) Z *+ = { ... ; - 3; - 2; - 1 } ; o zero e os positivos
de número decimal, colocando-se a vírgula após
o último algarismo e zero (ou zeros) a sua direita. foram excluídos de Z.
Exemplos: 34 = 34,00... 176 = 176,00...
Exercícios resolvidos
1. Completar com ∈ ou ∉ :
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)
a) 5 Z g) 3 Q*
b) 5 *
Z−
CORRESPONDÊNCIA ENTRE NÚMEROS E h) 4 Q
PONTOS DA RETA, ORDEM, VALOR ABSOLUTO *
c) 3,2 Z+
Há números que não admitem representação i) ( − 2)2 Q-
decimal finita nem representação decimal infinita e 1
periódico, como, por exemplo: d) Z j) 2 R
4
π = 3,14159265...
4 k) 4 R-
2 = 1,4142135... e) Z
1
3 = 1,7320508... f) 2 Q
5 = 2,2360679... Resolução
a) ∈ , pois 5 é positivo.
b) ∉ , pois 5 é positivo e os positivos foram
Estes números não são racionais: π ∈ Q, 2
*
excluídos de Z −
∈ Q, 3 ∈ Q, 5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são
chamados de irracionais. c) ∉ 3,2 não é inteiro.
1
Podemos então definir os irracionais como sendo d) ∉ , poisnão é inteiro.
4
aqueles números que possuem uma representação
decimal infinita e não periódico.
4
e) ∈ , pois = 4 é inteiro.
1
Chamamos então de conjunto dos números reais, e f) ∉ , pois 2 não é racional.
indicamos com R, o seguinte conjunto:
g) ∉ , pois 3 não é racional
R= { x | x é racional ou x é irracional} h) ∈ , pois 4 = 2 é racional
Como vemos, o conjunto R é a união do conjunto i) ∉ , pois ( − 2)2 = 4 = 2 é positivo, e os
dos números racionais com o conjunto dos números

Matemática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
positivos foram excluídos de Q− . a) ⊂ c) ⊄ e) ⊄
b) ⊄ d) ⊂
j) ∈ , pois 2 é real.
k) ∉ , pois 4 = 2 é positivo, e os positivos foram 4.
excluídos de R−

2. Completar com ⊂ ou ⊄ :
a) N Z* d) Q Z
* * Reta numérica
b) N Z+ e) Q + R+ Uma maneira prática de representar os números re-
c) N Q ais é através da reta real. Para construí-la, desenha-
mos uma reta e, sobre ela, escolhemos, a nosso gosto,
Resolução: um ponto origem que representará o número zero; a
seguir escolhemos, também a nosso gosto, porém à
a) ⊄ , pois 0 ∈ N e 0 ∉ Z * . direita da origem, um ponto para representar a unidade,
b) ⊂, pois N = Z + ou seja, o número um. Então, a distância entre os pon-
c) ⊂ , pois todo número natural é também tos mencionados será a unidade de medida e, com
racional. base nela, marcamos, ordenadamente, os números
d) ⊄ , pois há números racionais que não são positivos à direita da origem e os números negativos à
2 sua esquerda.
inteiros como por exemplo, .
3
e) ⊂ , pois todo racional positivo é também real
positivo.

Exercícios propostos: EXERCÍCIOS


1. Completar com ∈ ou ∉ 1) Dos conjuntos a seguir, o único cujos elementos
a) 0 N 7 são todos números racionais é:
g) Q +*
b) 0 N* 1  1
a)  , 2, 3, 5, 4 2 

c) 7 Z h) 7 Q  2 
d) - 7 Z+  2 
i) 7 2 Q c)  − 1, , 0, 2, 3 
e) – 7 Q−  7 
1 j) 7 R*
f) Q b) { − 3, − 2, − 2, 0 }
7
d) { 0, 9, 4 , 5, 7 }

2. Completar com ∈ ou ∉
a) 3 Q d) π Q 2) Se 5 é irracional, então:
b) 3,1 Q e) 3,141414... Q m
a) 5 escreve-se na forma , com n ≠0 e m, n ∈ N.
c) 3,14 Q n
b) 5 pode ser racional
3. Completar com ⊂ ou ⊄ :
m
*
a) Z + N* *
d) Z − R c) 5 jamais se escreve sob a forma , com n ≠0 e
n
b) Z − N e) Z − R+ m, n ∈ N.
c) R+ Q d) 2 5 é racional

4. Usando diagramas de Euler-Venn, represente os 3) Sendo N, Z, Q e R, respectivamente, os conjuntos


conjuntos N, Z, Q e R . dos naturais, inteiros, racionais e reais, podemos
Respostas: escrever:
1. a) ∀x ∈ N⇒x∈R c) Z ⊃ Q
a) ∈ e) ∈ i) ∈ b) ∀x ∈Q⇒x∈Z d) R ⊂ Z
b) ∉ f) ∈ j) ∈
c) ∈ g) ∈ 4) Dado o conjunto A = { 1, 2, 3, 4, 5, 6 }, podemos
d) ∉ h) ∉ afirmar que:
a) ∀ x ∈ A ⇒ x é primo
2. b) ∃ x ∈ A | x é maior que 7
a) ∈ c) ∈ e) ∈ c) ∀ x ∈ A ⇒ x é múltiplo de 3
b) ∈ d) ∉ d) ∃ x ∈ A | x é par
e) nenhuma das anteriores
3.
5) Assinale a alternativa correta:
Matemática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) Os números decimais periódicos são irracionais
b) Existe uma correspondência biunívoca entre os
pontos da reta numerada, e o conjunto Q.
c) Entre dois números racional existem infinitos nú-
escrito em linguagem simbólica é:
meros racionais.
a) { x ∈ R | 3< x < 15 } c) { x ∈ R | 3 ≤ x ≤ 15 }
d) O conjunto dos números irracionais é finito
b) { x ∈ R | 3 ≤ x < 15 } d) { x ∈ R | 3< x ≤ 15 }
6) Podemos afirmar que:
a) todo real é racional. 14) Assinale a alternativa falsa:
b) todo real é irracional. a) R* = { x ∈ R | x < 0 ou x >0}
c) nenhum irracional é racional. b) 3∈ Q
d) algum racional é irracional. c) Existem números inteiros que não são números
naturais.
7) Podemos afirmar que:
a) entre dois inteiros existe um inteiro.
b) entre dois racionais existe sempre um racional. d) é a repre-
c) entre dois inteiros existe um único inteiro. sentação de { x ∈ R | x ≥ 7 }
d) entre dois racionais existe apenas um racional.
15) O número irracional é:
8) Podemos afirmar que: 4
a) 0,3333... e)
a) ∀a, ∀b ∈ N⇒a-b∈N 5
b) ∀a, ∀b ∈ N⇒a:b∈N b) 345,777... d) 7
c) ∀a, ∀b ∈ R⇒a+b∈R
d) ∀a, ∀b ∈ Z⇒a:b∈Z 16) O símbolo R − representa o conjunto dos núme-
ros:
9) Considere as seguintes sentenças:
a) reais não positivos c) irracional.
I) 7 é irracional. b) reais negativos d) reais positivos.
II) 0,777... é irracional.
III) 2 2 é racional. 17) Os possíveis valores de a e de b para que a nú-
Podemos afirmar que: mero a + b 5 seja irracional, são:
a) l é falsa e II e III são verdadeiros.
a) a = 0 e b=0 c) a = 0 e b = 2
b) I é verdadeiro e II e III são falsas.
c) I e II são verdadeiras e III é falsa. c) a=1eb= 5 d) a = 16 e b = 0
d) I e II são falsas e III é verdadeira.
18) Uma representação decimal do número 5 é:
10) Considere as seguintes sentenças:
a) 0,326... c) 1.236...
I) A soma de dois números naturais é sempre um
b) 2.236... d) 3,1415...
número natural.
II) O produto de dois números inteiros é sempre um
19) Assinale o número irracional:
número inteiro.
a) 3,01001000100001... e) 3,464646...
III) O quociente de dois números inteiros é sempre
b) 0,4000... d) 3,45
um número inteiro.
Podemos afirmar que:
20) O conjunto dos números reais negativos é repre-
a) apenas I é verdadeiro.
sentado por:
b) apenas II é verdadeira.
a) R* c) R
c) apenas III é falsa.
b) R_ d) R*
d) todas são verdadeiras.
21) Assinale a alternativo falso:
11) Assinale a alternativa correta:
a) 5 ∈ Z b) 5,1961... ∈ Q
a) R ⊂ N c) Q ⊃ N
5
b) Z ⊃ R d) N ⊂ { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 } c) − ∈Q
3
12) Assinale a alternativa correto: 22) Um número racional compreendido entre 3 e
a) O quociente de dois número, racionais é sempre
um número inteiro. 6 é:
b) Existem números Inteiros que não são números 3. 6
reais. a) 3,6 c)
2
c) A soma de dois números naturais é sempre um
número inteiro. 6 3+ 6
b) d)
d) A diferença entre dois números naturais é sempre 3 2
um número natural.
23) Qual dos seguintes números é irracional?
13) O seguinte subconjunto dos números reais a) 3
125 c) 27

Matemática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4 Transformações de unidades: Cada unidade de
b) 1 d) 169
comprimento é dez (10) vezes maior que a unidade
imediatamente. inferior. Na prática cada mudança de vírgula
para a direita (ou multiplicação por dez) transforma uma
unidade imediatamente inferior a unidade dada; e cada
24) é a representação mudança de vírgula para a esquerda (ou divisão por dez)
gráfica de: transforma uma unidade na imediatamente superior.
a) { x ∈ R | x ≥ 15 } b) { x ∈ R | -2≤ x < 4 }
c) { x ∈ R | x < -2 } d) { x ∈ R | -2< x ≤ 4 } Ex.: 45 Km ⇒ 45 . 1.000 = 45.000 m
500 cm ⇒ 500 ÷ 100 = 5 m
RESPOSTAS 8 Km e 25 m ⇒ 8.000m + 25m = 8.025 m
1) d 5) b 9) b 13) b 17) c 21) b ou 8,025 Km.
2) c 6) c 10) c 14) d 18) b 22) b
Resumo
3) a 7) b 11) b 15) d 19) a 23) c
4) e 8) c 12) c 16) b 20) b 24) d

SISTEMA DE MEDIDAS LEGAIS

A) Unidades de Comprimento
B) Unidades de ÁREA
Permitido de um polígono: o perímetro de um polígono
C) Áreas Planas
é a soma do comprimento de seus lados.
D) Unidades de Volume e de Capacidade
E) Volumes dos principais sólidos geométricos
F) Unidades de Massa

A) UNIDADES DE COMPRIMENTO

Medidas de comprimento:

Medir significa comparar. Quando se mede um


determinado comprimento, estamos comparando este
comprimento com outro tomado como unidade de medida.
Portanto, notamos que existe um número seguido de um
nome: 4 metros — o número será a medida e o nome será a
unidade de medida.

Podemos medir a página deste livro utilizando um Perímetro de uma circunferência: Como a abertura do
lápis; nesse caso o lápis foi tomado como unidade de medida compasso não se modifica durante o traçado vê-se logo que
ou seja, ao utilizarmos o lápis para medirmos o comprimento os pontos da circunferência distam igualmente do ponto zero
do livro, estamos verificando quantas vezes o lápis (tomado (0).
como medida padrão) caberá nesta página.

Para haver uma uniformidade nas relações humanas


estabeleceu-se o metro como unidade fundamental de
medida de comprimento; que deu origem ao sistema métrico
decimal, adotado oficialmente no Brasil.

Múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico: Para


escrevermos os múltiplos e sub-múltiplos do sistema métrico
decimal, utilizamos os seguintes prefixos gregos:

KILO significa 1.000 vezes


Elementos de uma circunferência:
HECTA significa 100 vezes
DECA significa 10 vezes
DECI significa décima parte
CENTI significa centésima parte
MILI significa milésima parte.

1km = 1.000m 1 m = 10 dm
1hm = 100m e 1 m = 100 cm
1dam = 10m 1 m = 1000 mm

O perímetro da circunferência é calculado multiplican-


do-se 3,14 pela medida do diâmetro.

3,14 . medida do diâmetro = perímetro.

Matemática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

B) UNIDADES DE ÁREA: a ideia de superfície já é


nossa conhecida, é uma noção intuitiva. Ex.: superfície da
mesa, do assoalho que são exemplos de superfícies planas
enquanto que a superfície de uma bola de futebol, é uma
superfície esférica.

Damos o nome de área ao número que mede uma


superfície numa determinada unidade. Perímetro: é a soma dos quatro lados.
Metro quadrado: é a unidade fundamental de medida Triângulo: a área do triângulo é dada pelo produto da
de superfície (superfície de um quadrado que tem 1 m de base pela altura dividido por dois.
lado).

Propriedade: Toda unidade de medida de superfície é


100 vezes maior do que a imediatamente inferior.

Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:


Perímetro – é a soma dos três lados.
Múltiplos Submúltiplos
2 2 2 2 2
km : 1.000.000 m m cm : 0,0001 m Trapézio: a área do trapézio é igual ao produto da
2 2 2 2
hm : 10.000 m dm : 0,01 m semi-soma das bases, pela altura.
2 2 2 2
dam : 100 m mm : 0,000001m
2 2
1km = 1000000 (= 1000 x 1000)m
2 2
1 hm = 10000 (= 100 x 100)m
2 2
1dam =100 (=10x10) m

Regras Práticas:

• para se converter um número medido numa unidade


para a unidade imediatamente superior deve-se Perímetro – é a soma dos quatro lados.
dividi-lo por 100.
• para se converter um número medido numa unidade, Losango: a área do losango é igual ao semi-produto
para uma unidade imediatamente inferior, deve-se das suas diagonais.
multiplicá-lo por 100.

Medidas Agrárias:
2
centiare (ca) — é o m
2 2
are (a) —é o dam (100 m )
2 2
hectare (ha) — é o hm (10000 m ).
Perímetro – á a soma dos quatro lados.
C) ÁREAS PLANAS
Área de polígono regular: a área do polígono regular é
Retângulo: a área do retângulo é dada pelo produto da
igual ao produto da medida do perímetro (p) pela medida do
medida de comprimento pela medida da largura, ou, medida
apotema (a) sobre 2.
da base pela medida da altura.

Perímetro: a + a + b + b

Quadrado: a área do quadrado é dada pelo produto


“lado por lado, pois sendo um retângulo de lados iguais, base
= altura = lado. Perímetro – soma de seus lados.

DUNIDADES DE VOLUME E CAPACIDADE

Unidades de volume: volume de um sólido é a medida


deste sólido.

Matemática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chama-se metro cúbico ao volume de um cubo cuja
aresta mede 1 m.

Propriedade: cada unidade de volume é 1.000 vezes


maior que a unidade imediatamente inferior.
Volume do cubo: o cubo é um paralelepipedo
Múltiplos e sub-múltiplos do metro cúbico: retângulo de faces quadradas. Um exemplo comum de cubo,
é o dado.
MÚLTIPIOS SUB-MÚLTIPLOS
3 3 3 3
km ( 1 000 000 000m ) dm (0,001 m )
3 3 3 3
hm ( 1 000 000 m ) cm (0,000001m )
3 3 3 3
dam (1 000 m ) mm (0,000 000 001m )

Como se vê:
3
1 km3 = 1 000 000 000 (1000x1000x1000)m
3 3
1 hm = 1000000 (100 x 100 x 100) m O volume do cubo é dado pelo produto das medidas
3 3
1dam = 1000 (10x10x10)m de suas três arestas que são iguais.
3 3 3
1m =1000 (= 10 x 10 x 10) dm V = a. a . a = a cubo
3 3
1m =1000 000 (=100 x 100 x 100) cm
3 3
1m = 1000000000 ( 1000x 1000x 1000) mm Volume do prisma reto: o volume do prisma reto é
dado pelo produto da área da base pela medida da altura.

Unidades de capacidade: litro é a unidade


fundamental de capacidade. Abrevia-se o litro por l.

O litro é o volume equivalente a um decímetro cúbico.

Múltiplos Submúltiplos

hl ( 100 l) dl (0,1 l)
dal ( 10 l) litro l cl (0,01 l)
ml (0,001 l)

Como se vê:
Volume do cilindro: o volume do cilindro é dado pelo
1 hl = 100 l 1 l = 10 dl produto da área da base pela altura.
1 dal = 10 l 1 l = 100 cl
1 l = 1000 ml

VOLUMES DOS PRINCIPAIS SÓLIDOS


GEOMÉTRICOS

Volume do paralelepípedo retângulo: é o mais comum


dos sólidos geométricos. Seu volume é dado pelo produto de
suas três dimensões. F) UNIDADES DE MASSA

— A unidade fundamental para se medir massa de um


corpo (ou a quantidade de matéria que esse corpo possui), é
o kilograma (kg).
3
— o kg é a massa aproximada de 1 dm de água a 4
graus de temperatura.

Matemática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
— Múltiplos e sub-múltiplos do kilograma:
4 + 8 + 12 + 20 44
Múltiplos Submúltiplos ma = = = 11
kg (1000g) dg (0,1 g) 4 4
hg ( 100g) cg (0,01 g)
dag ( 10 g) mg (0,001 g) Média Aritmética Ponderada (mv):

Como se vê: A média aritmética ponderada de vários números aos


quais são atribuídos pesos (que indicam o número de vezes
1kg = 1000g 1g = 10 dg que tais números figuraram) consiste no quociente da soma
1 hg = 100 g e 1g= 100 cg dos produtos — que se obtém multiplicando cada número
1 dag = 10g 1g = 1000 mg pelo peso correspondente, pela soma dos pesos.

Ex.: No cálculo da média final obtida por um aluno


durante o ano letivo, usamos a média aritmética ponderada.
A resolução é a seguinte:

Matéria Notas Peso


Português 60,0 5
Matemática 40,0 3
História 70,0 2
Para a água destilada, 1.º acima de zero.
volume capacidade massa 60 . 5 + 40 3 + 70 . 2
2
mp =
1dm 1l 1kg 5+3+2

Medidas de tempo: 300 + 120 + 140


Não esquecer: = = 56
1dia = 24 horas 10
1 hora = sessenta minutos
1 minuto = sessenta segundos
Dízima periódica simples
1 ano = 365 dias
1 mês = 30 dias Numa dízima periódica simples, o período aparece imediata-
mente após a vírgula1 .
Média geométrica Exemplos:
0,444444…
Numa proporção contínua, o meio comum é 0,5125125125…
denominado média proporcional ou média geométrica dos 0,68686868…
extremos. Portanto no exemplo acima 8 é a média 0,354235423542..
proporcional entre 4 e 16. O quarto termo de uma proporção
contínua é chamado terceira proporcional. Assim, no nosso Dízima periódica composta
exemplo, 16 é a terceira proporcional depois de 4 e 8. Na dízima periódica composta, há um ou mais algarismos
entre a vírgula e o período, que não entram na composição
Para se calcular a média proporcional ou geométrica do período1 .
de dois números, teremos que calcular o valor do meio Exemplos:
comum de uma proporção continua. Ex.: 0,72222222…
4 X 0,58444444…
= 0,15262626…
X 16

4 . 16 x . x RAZÕES E PROPORÇÕES
2
x = 64 x 1. INTRODUÇÃO
64 =8 Se a sua mensalidade escolar sofresse hoje um rea-
juste de R$ 80,00, como você reagiria? Acharia caro,
4.º proporcional: é o nome dado ao quarto termo de normal, ou abaixo da expectativa? Esse mesmo valor,
uma proporção não continua. Ex.: que pode parecer caro no reajuste da mensalidade,
seria considerado insignificante, se tratasse de um
4 12 acréscimo no seu salário.
= , 4 . x = 8 . 12
8 F
Naturalmente, você já percebeu que os R$ 80,00
96
x= =24. nada representam, se não forem comparados com um
4 valor base e se não forem avaliados de acordo com a
natureza da comparação. Por exemplo, se a mensali-
Nota: Esse cálculo é idêntico ao cálculo do elemento
dade escolar fosse de R$ 90,00, o reajuste poderia ser
desconhecido de uma proporção).
considerado alto; afinal, o valor da mensalidade teria
Média Aritmética Simples: (ma) quase dobrado. Já no caso do salário, mesmo conside-
rando o salário mínimo, R$ 80,00 seriam uma parte
A média aritmética simples de dois números é dada mínima. .
pelo quociente da soma de seus valores e pela quantidade
das parcelas consideradas. A fim de esclarecer melhor este tipo de problema,
Ex.: determinar a ma de: 4, 8, 12, 20 vamos estabelecer regras para comparação entre

Matemática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
grandezas. que 20 em 80.
10 20
2. RAZÃO Escrevemos: =
Você já deve ter ouvido expressões como: "De cada
40 80
20 habitantes, 5 são analfabetos", "De cada 10 alunos,
A esse tipo de igualdade entre duas razões dá-se o
2 gostam de Matemática", "Um dia de sol, para cada
nome de proporção.
dois de chuva".

Em cada uma dessas. frases está sempre clara uma


ca
Dadas duas razões , com b e d ≠ 0,
e
comparação entre dois números. Assim, no primeiro db
caso, destacamos 5 entre 20; no segundo, 2 entre 10, e a c
no terceiro, 1 para cada 2. teremos uma proporção se = .
b d
Todas as comparações serão matematicamente
expressas por um quociente chamado razão. Na expressão acima, a e c são chamados de
antecedentes e b e d de consequentes. .
Teremos, pois:
A proporção também pode ser representada como a
De cada 20 habitantes, 5 são analfabetos. : b = c : d. Qualquer uma dessas expressões é lida
5 assim: a está para b assim como c está para d. E im-
Razão = portante notar que b e c são denominados meios e a e
20 d, extremos.
De cada 10 alunos, 2 gostam de Matemática. Exemplo:
2
Razão = 3 9
10 A proporção = , ou 3 : 7 : : 9 : 21, é
7 21
c. Um dia de sol, para cada dois de chuva. lida da seguinte forma: 3 está para 7 assim como 9
está para 21. Temos ainda:
1
Razão = 3 e 9 como antecedentes,
2 7 e 21 como consequentes,
7 e 9 como meios e
A razão entre dois números a e b, com b ≠ 0, é o 3 e 21 como extremos.
a
quociente , ou a : b.
b 3.1 PROPRIEDADE FUNDAMENTAL
O produto dos extremos é igual ao produto dos
Nessa expressão, a chama-se antecedente e b, meios:
consequente. Outros exemplos de razão:
a c
= ⇔ ad = bc ; b, d ≠ 0
Em cada 10 terrenos vendidos, um é do corretor. b d
1
Razão =
10 Exemplo:

Os times A e B jogaram 6 vezes e o time A ganhou


Se 6 =
24 , então 6 . 96 = 24 . 24 = 576.
24 96
todas.
6
Razão = 3.2 ADIÇÃO (OU SUBTRAÇÃO) DOS
6 ANTECEDENTES E CONSEQUENTES
Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos an-
3. Uma liga de metal é feita de 2 partes de ferro e 3 tecedentes está para a soma (ou diferença) dos conse-
partes de zinco. quentes assim como cada antecedente está para seu
2 3 consequente. Ou seja:
Razão = (ferro) Razão = (zinco).
5 5 a c a + c a c
Se = , entao = = ,
3. PROPORÇÃO b d b + d b d
Há situações em que as grandezas que estão sendo a - c a c
ou = =
comparadas podem ser expressas por razões de ante- b - d b d
cedentes e consequentes diferentes, porém com o
mesmo quociente. Dessa maneira, quando uma pes- Essa propriedade é válida desde que nenhum
quisa escolar nos revelar que, de 40 alunos entrevista- denominador seja nulo.
dos, 10 gostam de Matemática, poderemos supor que,
se forem entrevistados 80 alunos da mesma escola, 20 Exemplo:
deverão gostar de Matemática. Na verdade, estamos
afirmando que 10 estão representando em 40 o mesmo

Matemática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
21 + 7 28 7 so pela metade.
= =
12 + 4 16 4 Número de torneiras de mesma vazão e tempo para
21 7 encher um tanque, pois, quanto mais torneiras estive-
= rem abertas, menor o tempo para completar o tanque.
12 4
21 - 7 14 7 Podemos concluir que :
= =
12 - 4 8 4
Duas grandezas são inversamente proporcionais
GRANDEZAS PROPORCIONAIS E DIVISÃO quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas
PROPORCIONAL numa determinada razão, a outra diminui (ou
aumenta) na mesma razão.
1. INTRODUÇÃO:
No dia-a-dia, você lida com situações que envolvem Vamos analisar outro exemplo, com o objetivo de
números, tais como: preço, peso, salário, dias de traba- reconhecer a natureza da proporção, e destacar a
lho, índice de inflação, velocidade, tempo, idade e ou- razão. Considere a situação de um grupo de pessoas
tros. Passaremos a nos referir a cada uma dessas situ- que, em férias, se instale num acampamento que cobra
ações mensuráveis como uma grandeza. Você sabe R$100,00 a diária individual.
que cada grandeza não é independente, mas vinculada
a outra conveniente. O salário, por exemplo, está rela- Observe na tabela a relação entre o número de
cionado a dias de trabalho. Há pesos que dependem pessoas e a despesa diária:
de idade, velocidade, tempo etc. Vamos analisar dois
tipos básicos de dependência entre grandezas propor-
Número de
cionais. pessoas 1 2 4 5 10
2. PROPORÇÃO DIRETA
Grandezas como trabalho produzido e remuneração Despesa
obtida são, quase sempre, diretamente proporcionais.
diária (R$ ) 100 200 400 500 1.000
De fato, se você receber R$ 2,00 para cada folha que
datilografar, sabe que deverá receber R$ 40,00 por 20 Você pode perceber na tabela que a razão de au-
folhas datilografadas. mento do número de pessoas é a mesma para o au-
mento da despesa. Assim, se dobrarmos o número de
Podemos destacar outros exemplos de grandezas pessoas, dobraremos ao mesmo tempo a despesa.
diretamente proporcionais: Esta é portanto, uma proporção direta, ou melhor, as
grandezas número de pessoas e despesa diária são
Velocidade média e distância percorrida, pois, se diretamente proporcionais.
você dobrar a velocidade com que anda, deverá, num
mesmo tempo, dobrar a distância percorrida. Suponha também que, nesse mesmo exemplo, a
quantia a ser gasta pelo grupo seja sempre de
Área e preço de terrenos. R$2.000,00. Perceba, então, que o tempo de perma-
nência do grupo dependerá do número de pessoas.
Altura de um objeto e comprimento da sombra pro-
jetada por ele. Analise agora a tabela abaixo :
Número de 1 2 4 5 10
Assim: pessoas

Duas grandezas São diretamente proporcionais


quando, aumentando (ou diminuindo) uma delas Tempo de
permanência
numa determinada razão, a outra diminui (ou (dias) 20 10 5 4 2
aumenta) nessa mesma razão.
Note que, se dobrarmos o número de pessoas, o
3. PROPORÇÃO INVERSA tempo de permanência se reduzirá à metade. Esta é,
Grandezas como tempo de trabalho e número de portanto, uma proporção inversa, ou melhor, as gran-
operários para a mesma tarefa são, em geral, inver- dezas número de pessoas e número de dias são inver-
samente proporcionais. Veja: Para uma tarefa que 10 samente proporcionais.
operários executam em 20 dias, devemos esperar que
5 operários a realizem em 40 dias. 4. DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS

Podemos destacar outros exemplos de grandezas 4. 1 Diretamente proporcional


inversamente proporcionais: Duas pessoas, A e B, trabalharam na fabricação de
um mesmo objeto, sendo que A o fez durante 6 horas e
Velocidade média e tempo de viagem, pois, se você B durante 5 horas. Como, agora, elas deverão dividir
dobrar a velocidade com que anda, mantendo fixa a com justiça os R$ 660,00 apurados com sua venda?
distância a ser percorrida, reduzirá o tempo do percur- Na verdade, o que cada um tem a receber deve ser

Matemática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
diretamente proporcional ao tempo gasto na confecção x + y x x + y x
= ⇒ =
Dividir um número em partes diretamente 1 1 1 8 1
proporcionais a outros números dados é +
encontrar partes desse número que sejam 3 5 3 15 3
diretamente proporcionais aos números dados e Mas, como x + y = 160, então
cuja soma reproduza o próprio número. 160 x 160 1
do objeto. = ⇒ x = ⋅ ⇒
8 1 8 3
No nosso problema, temos de dividir 660 em partes
diretamente proporcionais a 6 e 5, que são as horas 15 3 15
que A e B trabalharam.
Vamos formalizar a divisão, chamando de x o que A 15 1
tem a receber, e de y o que B tem a receber. ⇒ x = 160 ⋅ ⋅ ⇒ x = 100
Teremos então:
8 3
X + Y = 660
Como x + y = 160, então y = 60. Concluindo, A
deve receber R$ 100,00 e B, R$ 60,00.
X Y
=
6 5 4.3 DIVISÃO PROPORCIONAL COMPOSTA
Vamos analisar a seguinte situação: Uma empreitei-
Esse sistema pode ser resolvido, usando as ra foi contratada para pavimentar uma rua. Ela dividiu o
propriedades de proporção. Assim: trabalho em duas turmas, prometendo pagá-las propor-
cionalmente. A tarefa foi realizada da seguinte maneira:
X + Y
= Substituindo X + Y por 660, na primeira turma, 10 homens trabalharam durante 5
6 + 5 dias; na segunda turma, 12 homens trabalharam duran-
660 X 6 ⋅ 660 te 4 dias. Estamos considerando que os homens ti-
vem = ⇒ X = = 360 nham a mesma capacidade de trabalho. A empreiteira
11 6 11
tinha R$ 29.400,00 para dividir com justiça entre as
Como X + Y = 660, então Y = 300 duas turmas de trabalho. Como fazê-lo?
Concluindo, A deve receber R$ 360,00 enquanto B,
R$ 300,00. Essa divisão não é de mesma natureza das anterio-
res. Trata-se aqui de uma divisão composta em partes
4.2 INVERSAMENTE PROPORCIONAL proporcionais, já que os números obtidos deverão ser
E se nosso problema não fosse efetuar divisão em proporcionais a dois números e também a dois outros.
partes diretamente proporcionais, mas sim inversamen-
te? Por exemplo: suponha que as duas pessoas, A e B, Na primeira turma, 10 homens trabalharam 5 dias,
trabalharam durante um mesmo período para fabricar e produzindo o mesmo resultado de 50 homens, traba-
vender por R$ 160,00 um certo artigo. Se A chegou lhando por um dia. Do mesmo modo, na segunda tur-
atrasado ao trabalho 3 dias e B, 5 dias, como efetuar ma, 12 homens trabalharam 4 dias, o que seria equiva-
com justiça a divisão? O problema agora é dividir R$ lente a 48 homens trabalhando um dia.
160,00 em partes inversamente proporcionais a 3 e a 5,
pois deve ser levado em consideração que aquele que Para a empreiteira, o problema passaria a ser,
se atrasa mais deve receber menos. portanto, de divisão diretamente proporcional a 50 (que
é 10 . 5), e 48 (que é 12 . 4).

Dividir um número em partes inversamente propor- Para dividir um número em partes de tal forma que
cionais a outros números dados é encontrar partes uma delas seja proporcional a m e n e a outra a p
desse número que sejam diretamente proporcio- e q, basta divida esse número em partes
nais aos inversos dos números dados e cuja soma proporcionais a m . n e p . q.
reproduza o próprio número.
Convém lembrar que efetuar uma divisão em partes
No nosso problema, temos de dividir 160 em partes inversamente proporcionais a certos números é o
inversamente proporcionais a 3 e a 5, que são os nú- mesmo que fazer a divisão em partes diretamente pro-
meros de atraso de A e B. Vamos formalizar a divisão, porcionais ao inverso dos números dados.
chamando de x o que A tem a receber e de y o que B
tem a receber. Resolvendo nosso problema, temos:
x + y = 160 Chamamos de x: a quantia que deve receber a
primeira turma; y: a quantia que deve receber a
segunda turma. Assim:
x y
Teremos: = x y x y
1 1 = ou =
10 ⋅ 5 12 ⋅ 4 50 48
3 5 x + y x
⇒ =
Resolvendo o sistema, temos: 50 + 48 50

Matemática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

29400 x Concluindo, o automóvel percorrerá 1 200 km em 8


Como x + y = 29400, então = horas.
98 50
29400 ⋅ 50 Vamos analisar outra situação em que usamos a
⇒x= ⇒ 15.000 regra de três.
98
Um automóvel, com velocidade média de 90 km/h,
Portanto y = 14 400. percorre um certo espaço durante 8 horas. Qual será o
tempo necessário para percorrer o mesmo espaço com
Concluindo, a primeira turma deve receber R$ uma velocidade de 60 km/h?
15.000,00 da empreiteira, e a segunda, R$ 14.400,00.
Grandeza 1: tempo Grandeza 2: velocidade
Observação: Firmas de projetos costumam cobrar (horas) (km/h)
cada trabalho usando como unidade o homem-hora. O
nosso problema é um exemplo em que esse critério
poderia ser usado, ou seja, a unidade nesse caso seria 8 90
homem-dia. Seria obtido o valor de R$ 300,00 que é o
resultado de 15 000 : 50, ou de 14 400 : 48. x 60
REGRA DE TRÊS SIMPLES A resposta à pergunta "Mantendo o mesmo espaço
percorrido, se aumentarmos a velocidade, o tempo
REGRA DE TRÊS SIMPLES aumentará?" é negativa. Vemos, então, que as grande-
Retomando o problema do automóvel, vamos zas envolvidas são inversamente proporcionais.
resolvê-lo com o uso da regra de três de maneira Como a proporção é inversa, será necessário inver-
prática. termos a ordem dos termos de uma das colunas, tor-
nando a proporção direta. Assim:
Devemos dispor as grandezas, bem como os valo-
res envolvidos, de modo que possamos reconhecer a 8 60
natureza da proporção e escrevê-la.
Assim: x 90

Grandeza 1: tempo Grandeza 2: distância Escrevendo a proporção, temos:


(horas) percorrida 8 60 8 ⋅ 90
(km) = ⇒ x= = 12
x 90 60
6 900
Concluindo, o automóvel percorrerá a mesma
8 x distância em 12 horas.

Observe que colocamos na mesma linha valores Regra de três simples é um processo prático utilizado
que se correspondem: 6 horas e 900 km; 8 horas e o para resolver problemas que envolvam pares de
valor desconhecido. grandezas direta ou inversamente proporcionais.
Essas grandezas formam uma proporção em que se
conhece três termos e o quarto termo é procurado.
Vamos usar setas indicativas, como fizemos antes,
para indicar a natureza da proporção. Se elas estive-
rem no mesmo sentido, as grandezas são diretamente REGRA DE TRÊS COMPOSTA
proporcionais; se em sentidos contrários, são inversa- Vamos agora utilizar a regra de três para resolver
mente proporcionais. problemas em que estão envolvidas mais de duas
grandezas proporcionais. Como exemplo, vamos anali-
Nesse problema, para estabelecer se as setas têm sar o seguinte problema.
o mesmo sentido, foi necessário responder à pergunta:
"Considerando a mesma velocidade, se aumentarmos Numa fábrica, 10 máquinas trabalhando 20 dias
o tempo, aumentará a distância percorrida?" Como a produzem 2 000 peças. Quantas máquinas serão ne-
resposta a essa questão é afirmativa, as grandezas são cessárias para se produzir 1 680 peças em 6 dias?
diretamente proporcionais.
Como nos problemas anteriores, você deve verificar
Já que a proporção é direta, podemos escrever: a natureza da proporção entre as grandezas e escrever
6 900 essa proporção. Vamos usar o mesmo modo de dispor
= as grandezas e os valores envolvidos.
8 x
Grandeza 1: Grandeza 2: Grandeza 3:
7200
Então: 6 . x = 8 . 900 ⇒ x = = 1 200
número de máquinas dias número de peças
6

Matemática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é fer-
10 20 2000 ramenta indispensável para a maioria dos problemas
relativos à Matemática Comercial.
x 6 1680
2. PORCENTAGEM
Natureza da proporção: para estabelecer o sentido O estudo da porcentagem é ainda um modo de
das setas é necessário fixar uma das grandezas e comparar números usando a proporção direta. Só que
relacioná-la com as outras. uma das razões da proporção é um fração de denomi-
nador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situa-
Supondo fixo o número de dias, responda à ques- ção em que você tiver de calcular 40% de R$ 300,00, o
tão: "Aumentando o número de máquinas, aumentará o seu trabalho será determinar um valor que represente,
número de peças fabricadas?" A resposta a essa ques- em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso pode ser resu-
tão é afirmativa. Logo, as grandezas 1 e 3 são direta- mido na proporção:
mente proporcionais. 40 x
=
Agora, supondo fixo o número de peças, responda à 100 300
questão: "Aumentando o número de máquinas, aumen-
tará o número de dias necessários para o trabalho?" Então, o valor de x será de R$ 120,00.
Nesse caso, a resposta é negativa. Logo, as grandezas Sabendo que em cálculos de porcentagem será
1 e 2 são inversamente proporcionais. necessário utilizar sempre proporções diretas, fica
claro, então, que qualquer problema dessa natureza
Para se escrever corretamente a proporção, deve- poderá ser resolvido com regra de três simples.
mos fazer com que as setas fiquem no mesmo sentido,
3. TAXA PORCENTUAL
invertendo os termos das colunas convenientes. Natu-
O uso de regra de três simples no cálculo de por-
ralmente, no nosso exemplo, fica mais fácil inverter a
centagens é um recurso que torna fácil o entendimento
coluna da grandeza 2.
do assunto, mas não é o único caminho possível e nem
sequer o mais prático.
10 6 2000
Para simplificar os cálculos numéricos, é
necessário, inicialmente, dar nomes a alguns termos.
x 20 1680
Veremos isso a partir de um exemplo.
Agora, vamos escrever a proporção:
Exemplo:
10 6 2000 Calcular 20% de 800.
= ⋅
x 20 1680 20
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em
100
(Lembre-se de que uma grandeza proporcional a
duas outras é proporcional ao produto delas.) 100 partes e tomar 20 dessas partes. Como a
centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas partes
10 12000 10 ⋅ 33600
= ⇒ x= = 28 será 160.
x 33600 12000
Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de
Concluindo, serão necessárias 28 máquinas. principal; 160 de porcentagem.

Temos, portanto:
 Principal: número sobre o qual se vai calcular a
porcentagem.
PORCENTAGEM  Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100
partes do principal.
1. INTRODUÇÃO  Porcentagem: número que se obtém somando
Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha cada uma das 100 partes do principal até
vitrinas, frequentemente se vê às voltas com conseguir a taxa.
expressões do tipo:
 "O índice de reajuste salarial de março é de A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao
16,19%." calcularmos uma porcentagem de um principal conhe-
 "O rendimento da caderneta de poupança em cido, não é necessário utilizar a montagem de uma
fevereiro foi de 18,55%." regra de três. Basta dividir o principal por 100 e to-
 "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi marmos tantas destas partes quanto for a taxa. Veja-
de 381,1351%. mos outro exemplo.
 "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."
Exemplo:
Mesmo supondo que essas expressões não sejam Calcular 32% de 4.000.
completamente desconhecidas para uma pessoa, é Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que
importante fazermos um estudo organizado do assunto é a centésima parte de 4 000. Agora, somando 32 par-
Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 280 que é a res- De acordo com os dados do problema, temos:
posta para o problema. 25% em 1ano ⇒ 125% (25 . 5) em 5 anos
125
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar 125% = = 1,25
100
o resultado dessa divisão por 32 é o mesmo que multi-
32 Nessas condições, devemos resolver o seguinte
plicar o principal por ou 0,32. Vamos usar esse
100 problema:
raciocínio de agora em diante: Calcular 125% de R$ 720 000,00. Dai:
x = 125% de 720 000 =
Porcentagem = taxa X principal 1,25 . 720 000 = 900 000.
900.000 – 720.000 = 180.000
Resposta: Os juros produzidos são de R$
JUROS SIMPLES 180.000,00
Consideremos os seguintes fatos:
• Emprestei R$ 100 000,00 para um amigo pelo 2.° exemplo: Apliquei um capital de R$ 10.000,00 a
prazo de 6 meses e recebi, ao fim desse tempo, uma taxa de 1,8% ao mês, durante 6 meses. Quan-
R$ 24 000,00 de juros. to esse capital me renderá de juros?
• O preço de uma televisão, a vista, é R$ 4.000,00. 1,8% em 1 mês ⇒ 6 . 1,8% = 10,8% em 6 meses
Se eu comprar essa mesma televisão em 10 10,8
10,8% = = 0,108
prestações, vou pagar por ela R$ 4.750,00. Por- 100
tanto, vou pagar R$750,00 de juros. Dai:
No 1.° fato, R$ 24 000,00 é uma compensação em x = 0,108 . 10 000 = 1080
dinheiro que se recebe por emprestar uma quantia por Resposta: Renderá juros de R$ 1 080,00.
determinado tempo.
3.° exemplo: Tomei emprestada certa quantia du-
No 2.° fato, R$ 750,00 é uma compensação em di- rante 6 meses, a uma taxa de 1,2% ao mês, e devo
nheiro que se paga quando se compra uma mercadoria pagar R$ 3 600,00 de juros. Qual foi a quantia em-
a prazo. prestada?
De acordo com os dados do problema:
Assim: 1,2% em 1 mês ⇒ 6 . 1,2% = 7,2% em 6 meses
 Quando depositamos ou emprestamos certa 7,2
quantia por determinado tempo, recebemos uma 7,2% = = 0,072
compensação em dinheiro. 100
 Quando pedimos emprestada certa quantia por Nessas condições, devemos resolver o seguinte
determinado tempo, pagamos uma compensa- problema:
ção em dinheiro. 3 600 representam 7,2% de uma quantia x. Calcule
 Quando compramos uma mercadoria a prazo, x.
pagamos uma compensação em dinheiro.
Dai:
Pelas considerações feitas na introdução, podemos 3600 = 0,072 . x ⇒ 0,072x = 3 600 ⇒
dizer que : 3600
x=
0,072
Juro é uma compensação em dinheiro que se
recebe ou que se paga. x = 50 000
Resposta: A quantia emprestada foi de R$
50.000,00.
Nos problemas de juros simples, usaremos a se-
guinte nomenclatura: dinheiro depositado ou empresta- 4.° exemplo: Um capital de R$ 80 000,00, aplicado
do denomina-se capital. durante 6 meses, rendeu juros de R$ 4 800,00.
Qual foi a taxa (em %) ao mês?
O porcentual denomina-se taxa e representa o juro De acordo com os dados do problema:
recebido ou pago a cada R$100,00, em 1 ano. x% em 1 mês ⇒ (6x)% em 6 meses
Devemos, então, resolver o seguinte problema:
O período de depósito ou de empréstimo denomina- 4 800 representam quantos % de 80 000?
se tempo. Dai:
4 800 = 6x . 80 000 ⇒ 480 000 x = 4 800
A compensação em dinheiro denomina-se juro.
4 800 48
x= ⇒ x= ⇒ x = 0,01
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE JUROS SIMPLES 480 000 4 800
1
0,01 = =1%
Vejamos alguns exemplos: 100
Resposta: A taxa foi de 1% ao mês.
1.° exemplo: Calcular os juros produzidos por um
capital de R$ 720 000,00, empregado a 25% ao a- Resolva os problemas:
no, durante 5 anos. - Emprestando R$ 50 000,00 à taxa de 1,1% ao
Matemática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mês, durante 8 meses, quanto deverei receber está na presença de uma operação de juros
de juros? compostos.
- Uma pessoa aplica certa quantia durante 2 anos,
à taxa de 15% ao ano, e recebe R$ 21 000,00 de Nestas operações, o capital não é constante através
juros. Qual foi a quantia aplicada? do tempo; pois aumenta ao final de cada período pela
- Um capital de R$ 200 000,00 foi aplicado durante adição dos juros ganhos de acordo com a taxa
1 ano e 4 meses à taxa de 18% ao ano. No final acordada.
desse tempo, quanto receberei de juros e qual o
capital acumulado (capital aplicado + juros)? Esta diferença pode ser observada através do
- Um aparelho de televisão custa R$ 4 500,00. seguinte exemplo:
Como vou comprá-lo no prazo de 10 meses, a lo-
ja cobrará juros simples de 1,6% ao mês. Quanto Exemplo 1: Suponha um capital inicial de R$
vou pagar por esse aparelho. 1.000,00 aplicado à taxa de 30.0 % a.a. por um período
- A quantia de R$ 500 000,00, aplicada durante 6 de 3 anos a juros simples e compostos. Qual será o
meses, rendeu juros de R$ 33 000,00. Qual foi total de juros ao final dos 3 anos sob cada um dos
a taxa (%) mensal da aplicação rearmes de juros?
- Uma geladeira custa R$ 1 000,00. Como vou
compra-la no prazo de 5 meses, a loja vendedo- Pelo regime de juros simples:
ra cobrara juros simples de 1,5% ao mês. Quan- J = c . i . t = R$ 1.000,00 (0,3) (3) = R$ 900,00
to pagarei por essa geladeira e qual o valor de
cada prestação mensal, se todas elas são iguais. Pelo regime de juros compostos:
- Comprei um aparelho de som no prazo de 8 me- n
J = Co  1 + i − 1 =
ses. O preço original do aparelho era de R$ ( ) 
800,00 e os juros simples cobrados pela firma fo-
ram de R$ 160,00. Qual foi a taxa (%) mensal [ ]
J = R$1.000,00 (1,3) − 1 = R$1.197,00
3

dos juros cobrados?


Demonstrando agora, em detalhes, o que se passou
Respostas com os cálculos, temos:
R$ 4 400,00
R$ 70 000,00 Ano Juros simples Juros Compostos
R$ 48 000,00 e R$ 248 000,00 1 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00
R$ 5 220,00 2 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.300,00(0,3) = R$ 390,00
1,1% 3 R$ 1.000,00(0,3) = R$ 300,00 R$ 1.690,00(0,3) = R$ 507,00
R$ 900,00 R$ 1.197,00
R$ 1 075,00 e R$ 215,00
2,5%
Vamos dar outro exemplo de juros compostos:
JUROS COMPOSTOS Suponhamos que você coloque na poupança R$
100,00 e os juros são de 10% ao mês.
1. Introdução
O dinheiro e o tempo são dois fatores que se Decorrido o primeiro mês você terá em sua
encontram estreitamente ligados com a vida das poupança: 100,00 + 10,00 = 110,00
pessoas e dos negócios. Quando são gerados ex-
cedentes de fundos, as pessoas ou as empresas, No segundo mês você terá:110,00 + 11,00 =111,00
aplicam-no a fim de ganhar juros que aumentem o
capital original disponível; em outras ocasiões, pelo No terceiro mês você terá: 111,00 + 11,10 = 111,10
contrário, tem-se a necessidade de recursos
financeiros durante um período de tempo e deve-se E assim por diante.
pagar juros pelo seu uso. Para se fazer o cálculo é fácil: basta calcular os
juros de cada mês e adicionar ao montante do mês
Em período de curto-prazo utiliza-se, geralmente, anterior.
como já se viu, os juros simples. Já em períodos de
longo-prazo, utiliza-se, quase que exclusivamente, os DESCONTO SIMPLES
juros compostos.
Desconto é uma operação de crédito que se realiza, prin-
2. Conceitos Básicos cipalmente, em instituições financeiras bancárias ou monetá-
No regime dos juros simples, o capital inicial sobre o rias, e consiste em que estas instituições aceitem títulos de
qual calculam-se os juros, permanece sem variação crédito, tais como notas promissórias e duplicatas mercantis,
entre outros antes da data de seus vencimentos, e descon-
alguma durante todo o tempo que dura a operação. No
tem de seus valores nominais, o equivalente aos juros do
regime dos juros compostos, por sua vez, os juros que
mercado mais comissões de serviço, além do IOF - Imposto
vão sendo gerados, vão sendo acrescentados ao sobre Operações Financeiras. Este imposto é da União e a
capital inicial, em períodos determinados e, que por sua instituição de crédito apenas recolhe-o do cliente financiado,
vez, irão gerar um novo juro adicional para o período creditando o erário público. Dependendo da política de crédi-
seguinte. to do governo e do momento econômico, os bancos costu-
mam exigir dos financiados uma manutenção de saldo mé-
Diz-se, então, que os juros capitalizam-se e que se dio, deixando parte do empréstimo vinculado à conta corren-
Matemática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
te. Esta operação é chamada de reciprocidade bancária. recebe $87.912,00. A taxa contratada é de 55% a.a. e o valor
Depois de todos estes descontos sobre o valor nominal do nominal do titulo é de $100.000,00 . Calcular quanto tempo
título, ao financiado resta o valor líquido recebido. Esta mo- falta para o vencimento do título.
dalidade de desconto, é a que denominamos de desconto
comercial, ou bancário, ou por fora. Resolução:
VF = $100.000 d = 0,55 a.a. VP = $ 87.912
Desconto Comercial, Bancário ou Por Fora Df = 100.000 - 87.912 = 12.088
Esta modalidade de desconto é a mais utilizada, a curto
prazo, no Brasil. As fórmulas utilizadas são as seguintes: Usando a fórmula Df = VF. d . n, temos:
12.088
12.088 = 100.000(0,55)n ∴ n= =
e VP = VF(1 – d . n) 55.000
onde: n = 0,21978 anos (12 meses) = 2,64 meses, n = 0,64
Df = valor do desconto efetuado. meses = 19,2 dias ≅ 19 dias
VF = valor nominal do título, ou seja, o valor futuro. o prazo é de 2 meses e 19 dias.
n = prazo da operação ou prazo de vencimento do título.
d = taxa de juros utilizada no desconto do título. 2. Desconto Racional ou por Dentro
VP = valor presente ou valor líquido recebido pelo título Esta modalidade de desconto simples, praticamente, não
descontado. é utilizada no Brasil, em operações de desconto e, vamos ver
porque, mais adiante. Este tipo de desconto representa,
Exemplo 1 - A Cia. Descontada descontou um título no precisamente, o conceito de juros, já que é mensurado a par-
Banco Recíproco com o valor nominal de $2.000,00 vencível tir do capital reaImente utilizado na operação.
dentro de 4 meses, à taxa contratada de 5% a.a. Calcular o As fórmulas utilizadas são:
desconto comercial e o valor liquido recebido pela empresa. VF ⋅ i ⋅ n
Dd = VP . i . n ou Dd =
Resolução: 1+ i ⋅n
Para calcular o desconto comercial, vamos utilizar a
fórmula: Exemplo 4 - Se um banco realiza operações de desconto
Df = VF. d . n. = 2.000 (0,05) (4) = 400 à taxa de juros de 50% a.a. e uma empresa deseja descontar
um título, com data de vencimento de 15 de agosto, em 15
A seguir, vamos calcular o valor liquido recebido, usando de junho, de valor nominal de $185.000,00 qual será o valor
a fórmula: líquido a receber?
VP = VF(1 – d . n) = 2.000(1 - 0,20) =
VP = 1.600 Resolução:
VF = $185.000,00 n = 2/12 = 1/6 = 0,50
Exemplo 2 - Uma empresa descontou em um banco uma VP = valor Líquido Recebido
duplicata. Recebeu $166.667,00. Se este tipo de desconto é Como neste caso temos o VF, vamos utilizar a fórmula do
VP = Dd
de 60% a.a., e o vencimento da duplicata era de 4 meses
depois de seu desconto, qual era o valor nominal do título na 185.000(0,5 )(1 6) 15.417
data de seu vencimento? Dd = = = $14.231
1 + (0,5 )(1 6) 1083333
,
Resolução: VL = $185.000 - $14.231 = $170.769, (valor líquido recebido)
Vamos utilizar a fórmula do desconto:
Podemos observar que, no regime de juros simples, o
desconto racional aplicado ao valor nominal é igual dos juros
VP ⋅ d ⋅ n devidos sobre o capital inicial (VP), que é o valor descontado
Df = (VF – Dd), desde que ambos sejam calculados à mesma taxa
1− d⋅n
(taxa de juros da operação = taxa).
VP = $166.667 d = 0,6 Exemplo 5 - Uma empresa descontou em um banco uma
a.a. n = 4/12 =1/3 duplicata. Recebeu $166.677,00. Se a taxa de desconto é de
60% a.a. e o vencimento do título era quatro meses depois
Sabendo-se que Df = VP . d . n e que VF = VP + Df vem: de seu desconto, qual era o valor nominal do título na data de
D f = ( VF + D f )d ⋅ n = VP ⋅ d ⋅ n + D ⋅ d ⋅ n seu vencimento?

D − D ⋅ d ⋅ n = VP ⋅ d ⋅ n Resolução:
VP ⋅ d ⋅ n VP = 166.677, i = 0,60 n = 1/3
D(1 − d ⋅ n) = VP ⋅ d ⋅ n ∴ Df = Fórmula: VF = VP(1 + i . n)
(1 − d ⋅ n) VF = 166.677(1 +(0,6) (1/3) = $200.000
166.667(0,6 )(1 3) 33.333
Df = = = Comparando este exemplo com o exemplo 1.9.2., obser-
1 − ( 0,6)(1 3) 0,8 vamos a diferença, no valor dos juros, entre a modalidade de
Df =$41.667,00 desconto comercial e o desconto racional:

Utilizando a fórmula VF = VP + D, temos: Juros pelo desconto racional:


VF = 166.667, + 41.667, = $208.334,00 $200.000 - $166.667 = $ 33.333
$208.333 - $166.667 = $ 41.667
Exemplo 3 - Uma empresa desconta um titulo, pelo qual

Matemática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esta é uma das principais razões que justificam a 13
escolha, pelos bancos, pela utilização do desconto bancário, ( Valor nominal)
ao invés do desconto racional: maior taxa de desconto sobre (iem ) = i em =
Valor do desconto
−1=
o mesmo valor descontado.
i em =
(10.000,00)1 3 − 1 = 0,07 ou 7% ao mes
3. Desconto Comercial e a Taxa de IOF 8.163,10
O Imposto sobre Operações Financeiras é defini do pelo 12 12
iea = 1 + iem
( ) − 1 = (107
, ) − 1 = 12522
, ou 125,22% a. a.
Banco Central do Brasil e, na data que elaborávamos este
trabalho, as alíquotas vigentes em relação aos tipos de ope- b) com reciprocidade de 30%
rações eram as seguintes: O saldo médio de 30% sobre $10.000 é de $3.000, que
deverá ficar sem movimentação pela companhia, na sua
TIPO _______________________________I O F conta bancária, durante o prazo da operação. Assim, temos:
Operações até 364 dias ...........................................0,0041% ao dia valor líquido recebido, na data zero: 8,163,10 - 3,000 =
Operações com prazo 360 dias ....................................1,5% no ato $5.163,10
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)..........0,3% a.m. e máx. 3,6% valor de resgate, daqui a 3 meses: 10.000 - 3.000 =
Desconto de Duplicatas...........................................0,0041% ao dia $7.000
Repasses governamentais............................................1,5% no ato 13
iem = (7000 5163,10) − 1 = 0,1068 ou 10,68% a.m.
12
Exemplo 1 - Considerando uma situação de desconto de iea = (11068
, ) − 1 = 2,3783 ou 237,83% a. a.
duplicata com as seguintes condições:
valor nominal do título = 100.000 EQUAÇÕES
Prazo = 60 dias; IOF = 0,0041% ao dia; EXPRESSÕES LITERAIS OU ALGÉBRICAS
Taxa mensal = 5%.
Calcular a taxa de custo efetivo e o desconto no ato. IGUALDADES E PROPRIEDADES
São expressões constituídas por números e letras,
Resolução: unidos por sinais de operações.
Temos: D1=C . i . n/100 =10.000
C ⋅ IOF ⋅ n 100.000( 0,0041)( 60 ) D = 246,00 2 2
D2 = = = 2 Exemplo: 3a ; –2axy + 4x ; xyz; x + 2 , é o mesmo
100 100 3
2 2
que 3.a ; –2.a.x.y + 4.x ; x.y.z; x : 3 + 2, as letras a, x, y
Onde: D1 = desconto de juros, D2 = desconto de IOF e z representam um número qualquer.
O desconto total será: D1 + D2 =10.000 + 246 =10.246
O valor descontado do título = Valor nominal - desconto Chama-se valor numérico de uma expressão algé-
total =100.000 - 10.246 = 89.754 brica quando substituímos as letras pelos respectivos
Custo efetivo = (100.000/89.754)1/2 - 1 = 0,055 ou 5,5% valores dados:
ao mês.
2
Exemplo: 3x + 2y para x = –1 e y = 2, substituindo
4. Saldo Médio para Reciprocidade 2
os respectivos valores temos, 3.(–1) + 2.2 → 3 . 1+ 4
O saldo médio, eventualmente, solicitado pela instituição
→ 3 + 4 = 7 é o valor numérico da expressão.
financeira, como reciprocidade, influi no custo total da opera-
ção de desconto de títulos.
Exercícios
Exemplo 1 - A Cia Emperrada descontou no Banco Des- Calcular os valores numéricos das expressões:
conta Tudo, uma duplicata. A operação teve os seguintes 1) 3x – 3y para x = 1 e y =3
parâmetros: 2) x + 2a para x =–2 e a = 0
2
Valor nominal do título = $10.000. 3) 5x – 2y + a para x =1, y =2 e a =3
Prazo de vencimento do título = 3 meses (90 dias) Respostas: 1) –6 2) –2 3) 4
IOF = 0,0041% ao dia, Taxa de desconto = 6% ao mês
Termo algébrico ou monômio: é qualquer número
Determinar o fluxo de caixa da empresa e o custo efetivo real, ou produto de números, ou ainda uma expressão
anual, nas hipóteses de: na qual figuram multiplicações de fatores numéricos e
- não haver exigência de saldo médio (reciprocidade); e literais.
- exigência de um saldo médio de 30% 4
Exemplo: 5x , –2y, 3 x , –4a , 3,–x
Resolução:
a) não haver existência de reciprocidade Partes do termo algébrico ou monômio.
Valor do IOF, em $: IOF = 10.000(0,0041/100)
(90) = $36,90 Exemplo:
Valor do Desconto: D = 10.000 / 6 / 3000) (90) = sinal (–)
5
$1.800 –3x ybz 3 coeficiente numérico ou parte numérica
5
Valor Líquido, na data zero: 10.000 - IOF - D =10.000 x ybz parte literal
- 36,90 - 1.800 = 58,163,10
Valor a desembolsar, dentro de 90 dias =10.000 Obs.:
1) As letras x, y, z (final do alfabeto) são usadas co-
Primeiramente, calculamos o custo mensal efetivo mo variáveis (valor variável)
2) quando o termo algébrico não vier expresso o co-
eficiente ou parte numérica fica subentendido que

Matemática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 2
este coeficiente é igual a 1. 3x + 2x – 1 + 3a + x – 2x + 2 – 4a =
2 2
3x + 1.x + 2x – 2x + 3a – 4a – 1 + 2 =
3 4 3 4 2
Exemplo: 1) a bx = 1.a bx 2) –abc = –1.a.b.c (3+1)x + (2–2)x + (3–4)a – 1+2 =
2
Termos semelhantes: Dois ou mais termos são se- 4x + 0x – 1.a + 1 =
2
melhantes se possuem as mesmas letras elevadas aos 4x – a + 1
mesmos expoentes e sujeitas às mesmas operações.
Obs.: As regras de eliminação de parênteses são as
Exemplos: mesmas usadas para expressões numéricas no conjunto
3 3 3
1) a bx, –4a bx e 2a bx são termos semelhantes. Z.
3 3 3
2) –x y, +3x y e 8x y são termos semelhantes. Exercícios. Efetuar as operações:
1) 4x + (5a) + (a –3x) + ( x –3a)
2 2 2
Grau de um monômio ou termo algébrico: E a so- 2) 4x – 7x + 6x + 2 + 4x – x + 1
ma dos expoentes da parte literal.
2
Respostas: 1) 2x +3a 2) 9x – 3x + 3
Exemplos:
4 3 4 3 1
1) 2 x y z = 2.x .y .z (somando os expoentes da MULTIPLICAÇÃO DE EXPRESSÕES ALGÉBRICAS
parte literal temos, 4 + 3 + 1 = 8) grau 8.
Multiplicação de dois monômios: Multiplicam-se os
Expressão polinômio: É toda expressão literal coeficientes e após o produto dos coeficientes escre-
constituída por uma soma algébrica de termos ou mo- vem-se as letras em ordem alfabética, dando a cada
nômios. letra o novo expoente igual à soma de todos os expoen-
2 2 tes dessa letra e repetem-se em forma de produto as
Exemplos: 1)2a b – 5x 2)3x + 2b+ 1 letras que não são comuns aos dois monômios.

Polinômios na variável x são expressões polinomiais Exemplos:


com uma só variável x, sem termos semelhantes. 4 3 2 3
1) 2x y z . 3xy z ab = 2.3 .x
4+1 3+2 1+3
. y . z .a.b =
5 5 4
6abx y z
Exemplo: 2 2+1 1 +1
2) –3a bx . 5ab= –3.5. a .b . x = –15a b x
3 2
2
5x + 2x – 3 denominada polinômio na variável x cuja
2 3 n
forma geral é a0 + a1x + a2x + a3x + ... + anx , onde a0, Exercícios: Efetuar as multiplicações.
a1, a2, a3, ..., an são os coeficientes. 2 3 3
1) 2x yz . 4x y z =
3 2 2 2
2) –5abx . 2a b x =
Grau de um polinômio não nulo, é o grau do monô-
mio de maior grau. 5 4
Respostas: 1) 8x y z
2 3
2) –10a b x
3 5

2 4 2
Exemplo: 5a x – 3a x y + 2xy EQUAÇÕES DO 1.º GRAU
Grau 2+1 = 3, grau 4+2+1= 7, grau 1+1= 2, 7 é o
Equação: É o nome dado a toda sentença algébrica
maior grau, logo o grau do polinômio é 7.
que exprime uma relação de igualdade.
Exercícios
Ou ainda: É uma igualdade algébrica que se verifica
1) Dar os graus e os coeficientes dos monômios:
2 somente para determinado valor numérico atribuído à
a)–3x y z grau coefciente__________
7 2 2 variável. Logo, equação é uma igualdade condicional.
b)–a x z grau coeficiente__________
c) xyz grau coeficiente__________
Exemplo: 5 + x = 11
2) Dar o grau dos polinômios: ↓ ↓
0 0
4 2
a) 2x y – 3xy + 2x grau __________ 1 .membro 2 .membro
5 2
b) –2+xyz+2x y grau __________
onde x é a incógnita, variável ou oculta.
Respostas:
1) a) grau 4, coeficiente –3 Resolução de equações
b) grau 11, coeficiente –1
c) grau 3, coeficiente 1 Para resolver uma equação (achar a raiz) seguire-
2) a) grau 5 b) grau 7 mos os princípios gerais que podem ser aplicados numa
igualdade.
CÁLCULO COM EXPRESSÕES LITERAIS Ao transportar um termo de um membro de uma i-
gualdade para outro, sua operação deverá ser invertida.
Adição e Subtração de monômios e expressões poli- Exemplo: 2x + 3 = 8 + x
nômios: eliminam-se os sinais de associações, e redu- fica assim: 2x – x = 8 – 3 = 5 ⇒ x = 5
zem os termos semelhantes.
Note que o x foi para o 1.º membro e o 3 foi para o
Exemplo: 2.º membro com as operações invertidas.
2 2
3x + (2x – 1) – (–3a) + (x – 2x + 2) – (4a) Dizemos que 5 é a solução ou a raiz da equação, di-
zemos ainda que é o conjunto verdade (V).

Matemática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
soma-se membro a membro:
Exercícios 5x + 2y = 18
Resolva as equações : 6x – 2y = 4
1) 3x + 7 = 19 2) 4x +20=0 22
3) 7x – 26 = 3x – 6 11x+ 0=22 ⇒ 11x = 22 ⇒ x = ⇒x=2
11
Substituindo x = 2 na equação I:
Respostas: 1) x = 4 ou V = {4} 5x + 2y = 18
2) x = –5 ou V = {–5} 3) x = 5 ou V = {5} 5 . 2 + 2y = 18
10 + 2y = 18
EQUAÇÕES DO 1.º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS 2y = 18 – 10
OU SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES 2y = 8
y=
8
Resolução por adição.
2
 x+ y=7 -I y =4
Exemplo 1: 
 x − y = 1 - II então V = {(2,4)}

Soma-se membro a membro. Exercícios. Resolver os sistemas de Equação Linear:


2x +0 =8 7 x − y = 20 5 x + y = 7 8 x − 4 y = 28
1)  2)  3) 
2x = 8 5 x + y = 16 8 x − 3 y = 2 2x − 2y = 10
8
x=
2 Respostas: 1) V = {(3,1)} 2) V = {(1,2)} 3) V {(–3,2 )}
x=4
INEQUAÇÕES DO 1.º GRAU
Sabendo que o valor de x é igual 4 substitua este va-
lor em qualquer uma das equações ( I ou II ), Distinguimos as equações das inequações pelo sinal,
Substitui em I fica: na equação temos sinal de igualdade (=) nas inequa-
4+y=7 ⇒ y=7–4 ⇒ y=3 ções são sinais de desigualdade.
> maior que, ≥ maior ou igual, < menor que ,
Se quisermos verificar se está correto, devemos ≤ menor ou igual
substituir os valores encontrados x e y nas equações
x+y=7 x–y=1 Exemplo 1: Determine os números naturais de modo
4 +3 = 7 4–3=1 que 4 + 2x > 12.
4 + 2x > 12
Dizemos que o conjunto verdade: V = {(4, 3)} 2x > 12 – 4
2x + y = 11 - I
Exemplo 2 :  2x > 8 ⇒ x >
8
⇒ x>4
 x + y = 8 - II 2

Note que temos apenas a operação +, portanto de- Exemplo 2: Determine os números inteiros de modo
vemos multiplicar qualquer uma ( I ou II) por –1, esco- que 4 + 2x ≤ 5x + 13
lhendo a II, temos: 4+2x ≤ 5x + 13
2x + y = 11 2x + y = 11 2x – 5x ≤ 13 – 4
 →
–3x ≤ 9 . (–1) ⇒ 3x ≥ – 9, quando multiplicamos por
 x + y = 8 . ( - 1) - x − y = − 8
(-1), invertemos o sinal dê desigualdade ≤ para ≥, fica:
soma-se membro a membro 3x ≥ – 9, onde x ≥
−9
ou x ≥ – 3
2x + y = 11 3
 +
 - x- y =-8 Exercícios. Resolva:
x+0 = 3 1) x – 3 ≥ 1 – x,
x=3 2) 2x + 1 ≤ 6 x –2
3) 3 – x ≤ –1 + x
Agora, substituindo x = 3 na equação II: x + y = 8, fica Respostas: 1) x ≥ 2 2) x ≥ 3/4 3) x ≥ 2
3 + y = 8, portanto y = 5 PRODUTOS NOTÁVEIS
Exemplo 3:
5x + 2y = 18 -Ι 1.º Caso: Quadrado da Soma
 2 2
(a + b) = (a+b). (a+b)= a + ab + ab + b
2
3x - y = 2 - ΙΙ
↓ ↓
2 2
neste exemplo, devemos multiplicar a equação II por 1.º 2.º ⇒ a + 2ab +b
2 (para “desaparecer” a variável y).
Resumindo: “O quadrado da soma é igual ao qua-
5x + 2y = 18 5 x + 2 y = 18
 ⇒ drado do primeiro mais duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o
3x - y = 2 .(2) 6 x − 2 y = 4 quadrado do 2.º.

Matemática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2
3a : 3a = a e 6 a : 3 a = 2, fica: 3a. (a + 2).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis
2 2 2 2
1)(a+2) 2) (3+2a) 3) (x +3a) Exercícios. Fatorar:
2 2 3 2
1) 4a + 2a 2) 3ax + 6a y 3) 4a + 2a
Respostas: 1.º caso
2 2
1) a + 4a + 4 2) 9 + 12a + 4a Respostas: 1.º caso 1) 2a .(2a + 1)
4 2 2 2
3) x + 6x a + 9a 2) 3a .(x + 2ay) 3) 2a (2a + 1)

2.º Caso : Quadrado da diferença 2.º Caso: Trinômio quadrado perfeito (É a “ope-
2 2 2
(a – b) = (a – b). (a – b) = a – ab – ab - b ração inversa” dos produtos notáveis caso 1)
↓ ↓
2 2 Exemplo 1
1.º 2.º ⇒ a – 2ab + b
2 2
a + 2ab + b ⇒ extrair as raízes quadradas do ex-
Resumindo: “O quadrado da diferença é igual ao
quadrado do 1.º menos duas vezes o 1.º pelo 2.º mais o tremo a2 + 2ab + b2 ⇒ a 2 = a e b2 = b e o
2 2 2
quadrado do 2.º. termo do meio é 2.a.b, então a + 2ab + b = (a + b)
(quadrado da soma).
Exercícios. Resolver os produtos notáveis:
2 2 2 2
1) (a – 2) 2) (4 – 3a) 3) (y – 2b) Exemplo 2:
2
4a + 4a + 1 ⇒ extrair as raízes dos extremos
Respostas: 2.º caso
2
1) a – 4a +4 2) 16 – 24a + 9a
2 4a2 + 4a + 1 ⇒ 4a2 = 2a , 1 = 1 e o termo cen-
2 2
4 2
3) y – 4y b + 4b
2 tral é 2.2a.1 = 4a, então 4a + 4a + 1 = (2a + 1)

3.º Caso: Produto da soma pela diferença Exercícios


2 2 2
(a – b) (a + b) = a – ab + ab +b = a – b
2 Fatorar os trinômios (soma)
2 2 2
↓ ↓ ↓ ↓ 1) x + 2xy + y 2) 9a + 6a + 1
2
1.º 2.º 1.º 2.º 3) 16 + 8a + a
2
Resumindo: “O produto da soma pela diferença é Respostas: 2.º caso 1) (x + y)
2 2
igual ao quadrado do 1.º menos o quadrado do 2.º. 2) (3a + 1) 3) (4 + a)

Exercícios. Efetuar os produtos da soma pela dife- Fazendo com trinômio (quadrado da diferença)
2 2
rença: x – 2xy + y , extrair as raízes dos extremos
1) (a – 2) (a + 2) 2) (2a – 3) (2a + 3) x2 = x e y 2 = y, o termo central é –2.x.y, então:
2 2
3) (a – 1) (a + 1) 2 2 2
x – 2xy + y = (x – y)
Respostas: 3.º caso
2 2 Exemplo 3:
1) a – 4 2) 4a – 9 2
4
3) a – 1 16 – 8a + a , extrair as raízes dos extremos
16 = 4 e a2 = a, termo central –2.4.a = –8a,
FATORAÇÃO ALGÉBRICA 2
então: 16 – 8a + a = (4 – a)
2

1.º Caso: Fator Comum Exercícios


Fatorar:
2 2 2 2
Exemplo 1: 1) x – 2xy + y 2) 4 – 4a + a 3) 4a – 8a + 4
2a + 2b: fator comum é o coeficiente 2, fica:
2
2 .(a+b). Note que se fizermos a distributiva voltamos Respostas: 2.º caso 1) (x – y)
2 2
no início (Fator comum e distributiva são “operações 2) (2 – a) 3) (2a – 2)
inversas”)
3.º Caso: (Diferença de dois quadrados) (note que
Exercícios. Fatorar: é um binômio)
1) 5 a + 5 b 2) ab + ax 3) 4ac + 4ab
Exemplo 1
Respostas: 1.º caso
a2 = a e
2 2
1) 5 .(a +b ) 2) a. (b + x) a – b , extrair as raízes dos extremos
3) 4a. (c + b) b2 = b, então fica: a – b = (a + b) . (a – b)
2 2

Exemplo 2:
2 Exemplo 2:
3a + 6a: Fator comum dos coeficientes (3, 6) é 3,
a2
2
porque MDC (3, 6) = 3. 4 – a , extrair as raízes dos extremos 4 = 2,
2
2
= a, fica: (4 – a ) = (2 – a). (2+ a)
O m.d.c. entre: “a e a é “a” (menor expoente), então
2
o fator comum da expressão 3a + 6a é 3a. Dividindo Exercícios. Fatorar:

Matemática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 2 2 2
1) x – y 2) 9 – b 3) 16x – 1 Operações: Adição e Subtração
Só podemos adicionar e subtrair radicais semelhan-
Respostas: 3.º caso 1) (x + y) (x – y) tes.
2) (3 + b) (3 – b) 3) (4x + 1) (4x – 1)
Exemplos:
EQUAÇÕES FRACIONÁRIAS 1) 3 2 − 2 2 + 5 2 = (3 − 2 + 5 ) 2 = 6 2

São Equações cujas variáveis estão no denominador 2) 53 6 − 33 6 + 73 6 = (5 − 3 + 7 )3 6 = 93 6


4 1 3
Ex: = 2, + = 8, note que nos dois exem- Multiplicação e Divisão de Radicais
x x 2x Só podemos multiplicar radicais com mesmo índice e
plos x ≠ 0, pois o denominador deverá ser sempre dife-
usamos a propriedade: n a ⋅ n b = n ab
rente de zero.

Para resolver uma equação fracionária, devemos a- Exemplos


char o m.m.c. dos denominadores e multiplicamos os 1) 2 ⋅ 2 = 2.2 = 4 = 2
dois membros por este m.m.c. e simplificamos, temos 2) 3 ⋅ 4 = 3 . 4 = 12
então uma equação do 1.º grau. 3
1 7 3) 3 ⋅ 3 9 = 3 3 . 9 = 3 27 = 3
Ex: + 3 = , x ≠ 0, m.m.c. = 2x 3
x 2 4) 5 ⋅ 3 4 = 3 5 . 4 = 3 20
1 7 5) 3 ⋅ 5 ⋅ 6 = 3 . 5 . 6 = 90
2x . +3 = . 2x
x 2
2x 14 x Exercícios
+ 6x = , simplificando
x 2
Efetuar as multiplicações
2 + 6x = 7x ⇒ equação do 1.º grau. 1) 3⋅ 8 2) 5⋅ 5 3) 3 6 ⋅ 3 4 ⋅ 3 5

Resolvendo temos: 2 = 7x – 6x Respostas: 1) 24 2) 5 3) 3 120


2 = x ou x = 2 ou V = { 2 }
Para a divisão de radicais usamos a propriedade
Exercícios a
Resolver as equações fracionárias: também com índices iguais = a : b = a:b
b
3 1 3
1) + = x≠0
x 2 2x Exemplos:
1 5
2) + 1 = x≠0
x 2x 18
1) = 18 : 2 = 18 : 2 = 9 = 3
Respostas: Equações: 1) V = {–3} 2) V = { 3 } 2
2
20
RADICAIS 2) = 20 : 10 = 20 : 10 = 2
10
3
15
4 = 2, 1 = 1, 9 = 3, 16 = 4 , etc., são raízes exa- 3) = 3 15 : 3 5 = 3 15 : 5 = 3 3
3
5
tas são números inteiros, portanto são racionais: 2=
1,41421356..., 3 = 1,73205807..., 5 = Exercícios. Efetuar as divisões
2,2360679775..., etc. não são raízes exatas, não são 6 3
16 24
números inteiros. São números irracionais. Do mesmo 1) 2) 3)
3
3 2 6
modo 3 1 = 1, 3 8 = 2 , 3 27 = 3 , 3 64 = 4 ,etc., são
Respostas: 1) 2 2) 2 3) 2
racionais, já 3 9 = 2,080083823052.., 3
20 =
2,714417616595... são irracionais. Simplificação de Radicais

Nomes: n a = b : n = índice; a = radicando = sinal Podemos simplificar radicais, extraindo parte de raí-
da raiz e b = raiz. Dois radicais são semelhantes se o n n
zes exatas usando a propriedade a simplificar índice
índice e o radicando forem iguais. com expoente do radicando.
Exemplos:
Exemplos:
1)Simplificar 12
1) 2, 3 2 , - 2 são semelhantes observe o n = 2
decompor 12 em fatores primos:
“raiz quadrada” pode omitir o índice, ou seja, 2 5 = 5 12 2
2) 53 7 , 3 7 , 23 7 são semelhantes 6 2
2
12 = 22 ⋅ 3 = 22 ⋅ 3 = 2 3
3 3
Matemática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1 3
33 2 3
Respostas: 1) 2) 3)
16 18
2) Simplificar 32 , decompondo 32 fica: 4 2 3
32 2
16 2 EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
8 2
4 2 Definição: Denomina-se equação de 2.º grau com
2 2 variável toda equação de forma:
2
32 = 22 ⋅ 22 ⋅ 2 = 2 2 2 ⋅ 2 22 ⋅ 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 2 = 4 2 ax + bx + c = 0
onde : x é variável e a,b, c ∈ R, com a ≠ 0.
3) Simplificar 3 128 , decompondo fica: Exemplos:
128 2 2
3x - 6x + 8 = 0
64 2 2
2x + 8x + 1 = 0
32 2 2
x + 0x – 16 = 0
2
y -y+9 =0
16 2 2
- 3y - 9y+0 = 0
2
5x + 7x - 9 = 0
8 2
4 2 COEFICIENTE DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
2 2 Os números a, b, c são chamados de coeficientes da
1 equação do 2.º grau, sendo que:
fica 2
• a representa sempre o coeficiente do termo x .
3 3 3
3
128 = 23 ⋅ 23 ⋅ 2 = 23 ⋅ 23 ⋅ 3 2 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 2 = 43 2 • b representa sempre o coeficiente do termo x.
• c é chamado de termo independente ou termo
Exercícios constante.
Simplificar os radicais:
Exemplos:
1) 20 2) 50 3) 3 40 2
a)3x + 4x + 1= 0
2
b) y + 0y + 3 = 0
3 a =3,b = 4,c = 1 a = 1,b = 0, c = 3
Respostas: 1) 2 5 2) 5 2 3) 2. 5 2 2
c) – 2x –3x +1 = 0 d) 7y + 3y + 0 = 0
Racionalização de Radiciação a = –2, b = –3, c = 1 a = 7, b = 3, c = 0
Em uma fração quando o denominador for um radical
2 Exercícios
devemos racionalizá-lo. Exemplo: devemos multipli- Destaque os coeficientes:
3 2
1)3y + 5y + 0 = 0
2
2)2x – 2x + 1 = 0
2 2
car o numerador e o denominador pelo mesmo radical 3)5y –2y + 3 = 0 4) 6x + 0x +3 = 0
do denominador.
2 3 2 3 2 3 2 3 Respostas:
⋅ = = =
3 1) a =3, b = 5 e c = 0
3 3 3⋅3 9
2)a = 2, b = –2 e c = 1
2 2 3 3) a = 5, b = –2 e c =3
e são frações equivalentes. Dizemos que
3 3 4) a = 6, b = 0 e c =3

3 é o fator racionalizante. EQUAÇÕES COMPLETAS E INCOMPLETAS


Temos uma equação completa quando os
Exercícios coeficientes a , b e c são diferentes de zero.
Racionalizar: Exemplos:
1 2 3
1) 2) 3) 2
3x – 2x – 1= 0
5 2 2 2
y – 2y – 3 = 0 São equações completas.
2
y + 2y + 5 = 0
Respostas: 1) 2) 2 3)
5 6
5 2
Quando uma equação é incompleta, b = 0 ou c = 0,
costuma-se escrever a equação sem termos de coefici-
2 ente nulo.
Outros exemplos: devemos fazer:
3
2
Exemplos:
2
23 4 23 4 3 x – 16 = 0, b = 0 (Não está escrito o termo x)
3
2 22 2 ⋅ 3 22
⋅ = = = = 4 2
3
21 3
22
3
21 ⋅ 22
3
23 2 x + 4x = 0, c = 0 (Não está escrito o termo inde-
pendente ou termo constante)
2
x = 0, b = 0, c = 0 (Não estão escritos
Exercícios.
o termo x e termo independente)
Racionalizar:
3
1 3 2 FORMA NORMAL DA EQUAÇÃO DO 2.º GRAU
1) 2) 3) 2
3 3 3 ax + bx + c = 0
4 2 2 3

Matemática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2
EXERCÍCIOS 2) 2x + x – 3 = 0
2
Escreva as equações na forma normal: 3) 2x – 7x – 15 = 0
2 2 2 2 2
1) 7x + 9x = 3x – 1 2) 5x – 2x = 2x + 2 4) x +3x + 2 = 0
2 2 2
Respostas: 1) 4x + 9x + 1= 0 2) 3x – 2x –2 = 0 5) x – 4x +4 = 0
Respostas
Resolução de Equações Completas 1) V = { 4 , 5)
Para resolver a equação do 2.º Grau, vamos utilizar a −3
fórmula resolutiva ou fórmula de Báscara. 2) V = { 1, }
2 2
A expressão b - 4ac, chamado discriminante de
−3
equação, é representada pela letra grega ∆ (lê-se deita). 3) V = { 5 , }
2
2 4) V = { –1 , –2 }
∆ = b - 4ac logo se ∆ > 0 podemos escrever:
5) V = {2}

−b± ∆ EQUAÇÃO DO 2.º GRAU INCOMPLETA


x= Estudaremos a resolução das equações incompletas
2a 2
do 2.º grau no conjunto R. Equação da forma: ax + bx =
RESUMO 0 onde c = 0
NA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2.º GRAU
COMPLETA PODEMOS USAR AS DUAS FORMAS: Exemplo:
2
ou 2
∆ = b - 4ac 2x – 7x = 0 Colocando-se o fator x em evidência
2
−b ± b − 4 a c (menor expoente)
x=
2a −b± ∆
x= x . (2x – 7) = 0 x=0
2a
7
ou 2x – 7 = 0 ⇒ x=
Exemplos: 2
2
a) 2x + 7x + 3 = 0 a = 2, b =7, c = 3
Os números reais 0 e são as raízes da equação
7
2
− b ± b2 − 4 a c − (+ 7 ) ± (7 ) − 4 ⋅ 2 ⋅ 3 2
x= ⇒ x=
2a 2⋅2 S={0;
7
)
− (+ 7 ) ± 49 − 24 − (+ 7 ) ± 25 2
2
x= ⇒x = Equação da forma: ax + c = 0, onde b = 0
4 4
− (+ 7 ) ± 5 −7 + 5 -2 -1 Exemplos
x= ⇒x'= = = 2
4 4 4 2 a) x – 81 = 0
2
−7 − 5 -12 x = 81→transportando-se o termo independente
x"= = =-3 para o 2.º termo.
4 4
−1  x = ± 81 →pela relação fundamental.
S =  , - 3 x=±9 S = { 9; – 9 }
2 
2
b) x +25 = 0
ou 2
2 x = –25
b) 2x +7x + 3 = 0 a = 2, b = 7, c = 3
2
∆ = b – 4.a. c x = ± − 25 , − 25 não representa número real,
2
∆ =7 – 4 . 2 . 3 isto é − 25 ∉ R
∆ = 49 – 24 a equação dada não tem raízes em IR.
∆ = 25 S=φ ou S = { }
− (+ 7 ) ± 25 − (+ 7 ) ± 5
x= ⇒x = c)
2
9x – 81= 0
4 4 2
−7 + 5 -2 -1 9x = 81
⇒ ‘x'= = = e 2 81
4 4 2 x =
−7 − 5 -12 9
2
x"= = =-3 x = 9
4 4
x= ± 9
−1 
S =  , - 3 x=±3
 2  S = { ±3}

Observação: fica ao SEU CRITÉRIO A ESCOLHA Equação da forma: ax = 0 onde b = 0, c = 0


DA FORMULA. A equação incompleta ax = 0 admite uma única
solução x = 0. Exemplo:
EXERCÍCIOS 2
3x = 0
Resolva as equações do 2.º grau completa:
2
1) x – 9x +20 = 0

Matemática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 0 b
x = S=x'+x"= −
3 a
2
x =0 c
2 • Representamos o Produto pôr P P = x '⋅x " =
x = + 0 a
S={0} Exemplos:
2
Exercícios Respostas: 1) 9x – 72x +45 = 0 a = 9, b = –72, c = 45.
2
1) 4x – 16 = 0 1) V = { –2, + 2} b (-72) = 72 = 8
2
2) 5x – 125 = 0 2) V = { –5, +5} S=x'+x"= − =-
2 a 9 9
3) 3x + 75x = 0 3) V = { 0, –25}
c 45
P = x '⋅ x " = = =5
Relações entre coeficiente e raízes a 9
2
2
Seja a equação ax + bx + c = 0 ( a ≠ 0), sejam x’ e x” 2) 3x +21x – 24= 0 a = 3, b = 21,c = –24
as raízes dessa equação existem x’ e x” reais dos b (21) = - 21 = −7
S=x'+x"= − =-
coeficientes a, b, c. a 3 3
−b+ ∆ −b− ∆ c + (- 24 ) − 24
x'= e x"= P = x '⋅x " = = = = −8
2a 2a a 3 3
a = 4,
RELAÇÃO: SOMA DAS RAÍZES
2
−b+ ∆ −b − ∆ 3) 4x – 16 = 0 b = 0, (equação incompleta)
x'+ x"= + ⇒ c = –16
2a 2a
b 0
−b+ ∆ −b− ∆ S = x ' + x "= − = = 0
x'+x"= a 4
2a c + (- 16 ) − 16
−2b b P = x '⋅ x " = = = = −4
x'+x"= ⇒ x'+ x"= − a 4 4
2a a a = a+1
2
4) ( a+1) x – ( a + 1) x + 2a+ 2 = 0 b = – (a+ 1)
Daí a soma das raízes é igual a -b/a ou seja, x’+ x” = c = 2a+2
-b/a b [- (a + 1)] = a + 1 = 1
b S=x'+x"= − =-
Relação da soma: x ' + x " = − a a +1 a +1
a c 2a + 2 2(a + 1)
P = x'⋅x " = = = =2
a a +1 a +1
RELAÇÃO: PRODUTO DAS RAÍZES
−b+ ∆ −b− ∆ Se a = 1 essas relações podem ser escritas:
x'⋅ x "= ⋅ ⇒
2a 2a b
x'+x"= − x ' + x " = −b
x'⋅x "=
(− b + ∆ )⋅ (− b − ∆ ) 1
4a2 x'⋅x "=
c
x '⋅ x "=c
1
 − b2  − ∆ 2 ( )
 
x'⋅x "=   ⇒ ∆ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c ⇒ Exemplo:
4a 2 2
x –7x+2 = 0 a = 1, b =–7, c = 2
b2 −  b2 − 4ac  S=x'+x"= − =-
b (- 7) = 7
x '⋅ x " =   ⇒ a 1
4a2 c 2
P = x'⋅x " = = = 2
b2 − b2 + 4ac a 1
x'⋅x "= ⇒ EXERCÍCIOS
4a2 Calcule a Soma e Produto
2
4ac c 1) 2x – 12x + 6 = 0
x'⋅x "= ⇒ x '⋅x " = 2
4a2 a 2) x – (a + b)x + ab = 0
2
3) ax + 3ax–- 1 = 0
2
4) x + 3x – 2 = 0
c
Daí o produto das raízes é igual a ou seja:
a Respostas:
c 1) S = 6 e P = 3
x '⋅ x " = ( Relação de produto) 2) S = (a + b) e P = ab
a
−1
3) S = –3 e P =
Sua Representação: a
• Representamos a Soma por S 4) S = –3 e P = –2

Matemática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APLICAÇÕES DAS RELAÇÕES
2
Se considerarmos a = 1, a expressão procurada é x RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
+ bx + c: pelas relações entre coeficientes e raízes
temos: Um problema de 2.º grau pode ser resolvido por meio
x’ + x”= –b b = – ( x’ + x”) de uma equação ou de um sistema de equações do 2.º
x’ . x” = c c = x’ . x” grau.
2
Daí temos: x + bx + c = 0 Para resolver um problema do segundo grau deve-se
seguir três etapas:
• Estabelecer a equação ou sistema de equações cor-
respondente ao problema (traduzir matemati-
camente), o enunciado do problema para linguagem
simbólica.
• Resolver a equação ou sistema
• Interpretar as raízes ou solução encontradas

REPRESENTAÇÃO Exemplo:
Representando a soma x’ + x” = S Qual é o número cuja soma de seu quadrado com
Representando o produto x’ . x” = P seu dobro é igual a 15?
2
E TEMOS A EQUAÇÃO: x – Sx + P = 0 número procurado : x
2
equação: x + 2x = 15
Exemplos:
a) raízes 3 e – 4 Resolução:
2
S = x’+ x” = 3 + (-4) =3 – 4 = –1 x + 2x –15 = 0
2 2
P = x’ .x” = 3 . (–4) = –12 ∆ =b – 4ac ∆ = (2) – 4 .1.(–15) ∆ = 4 + 60
x – Sx + P = 0 ∆ = 64
2
x + x – 12 = 0 − 2 ± 64 −2 ± 8
x= x=
2 ⋅1 2
b) 0,2 e 0,3
−2 + 8 6
S = x’+ x” =0,2 + 0,3 = 0,5 x'= = =3
P = x . x =0,2 . 0,3 = 0,06 2 2
2
x – Sx + P = 0 −2 − 8 −10
2 x"= = = −5
x – 0,5x + 0,06 = 0 2 2

5 3 Os números são 3 e – 5.
c) e
2 4
5 3 10 + 3 13 Verificação:
2 2
S = x’+ x” = + = = x + 2x –15 = 0 x + 2x –15 = 0
2 4 4 4 2
(3) + 2 (3) – 15 = 0
2
(–5) + 2 (–5) – 15 = 0
5 3 15 9 + 6 – 15 = 0 25 – 10 – 15 = 0
P=x.x= . =
2 4 8 0=0 0=0
2
x – Sx + P = 0 (V) (V)
2 13 15 S = { 3 , –5 }
x – x+ =0
4 8
RESOLVA OS PROBLEMAS DO 2.º GRAU:
d) 4 e – 4
S = x’ +x” = 4 + (–4) = 4 – 4 = 0 1) O quadrado de um número adicionado com o quá-
P = x’ . x” = 4 . (–4) = –16 druplo do mesmo número é igual a 32.
2
x – Sx + P = 0 2) A soma entre o quadrado e o triplo de um mesmo
2
x –16 = 0 número é igual a 10. Determine esse número.
3) O triplo do quadrado de um número mais o próprio
Exercícios número é igual a 30. Determine esse numero.
Componha a equação do 2.º grau cujas raízes são: 4) A soma do quadrado de um número com seu quín-
−4 tuplo é igual a 8 vezes esse número, determine-o.
1) 3 e 2 2) 6 e –5 3) 2 e
5 Respostas:
4) 3 + 5e3– 5 5) 6 e 0 1) 4 e – 8 2) – 5 e 2
3) −10 3 e 3 4) 0 e 3
Respostas:
2 2
1) x – 5x+6= 0 2) x – x – 30 = 0
2 −6 x
3)x – – =0
8
5 5
2 2
4) x – 6x + 4 = 0 5) x – 6x = 0

Matemática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 2° GRAU
Como resolver
Para resolver sistemas de equações do 2º grau, é im- Substituindo em I:
portante dominar as técnicas de resolução de sistema
de 1º grau: método da adição e método da substitui-
ção.

Imagine o seguinte problema: dois irmãos possuem


idades cuja soma é 10 e a multiplicação 16. Qual a
idade de cada irmão?

Equacionando:

As idades dos dois irmãos são, respectivamente, de 2


e 8 anos. Testando:
a multiplicação de 2 X 8 = 16 e a soma 2 + 8 = 10.

Outro exemplo
Encontre dois números cuja diferença seja 5 e a soma
dos quadrados seja 13.

Pela primeira equação, que vamos chamar de I:

Substituindo na segunda: Da primeira, que vamos chamar de II:

Logo: Aplicando na segunda:

Usando a fórmula:

De Produtos notáveis:

Logo

Dividindo por 2:

Matemática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x² + y² = 20
(6 – y)² + y² = 20
(6)² – 2 * 6 * y + (y)² + y² = 20
36 – 12y + y² + y² – 20 = 0
16 – 12y + 2y² = 0
2y² – 12y + 16 = 0 (dividir todos os membros da equaç-
ão por 2)

y² – 6y + 8 = 0

Logo: ∆ = b² – 4ac
∆ = (–6)² – 4 * 1 * 8
∆ = 36 – 32
∆=4

a = 1, b = –6 e c = 8

Substituindo em II:

Determinando os valores de x em relação aos valores


Substituindo em II: de y obtidos:

Para y = 4, temos:
x=6–y
x=6–4
x=2

Par ordenado (2; 4)


Os números são 3 e - 2 ou 2 e - 3.

Para y = 2, temos:
x=6–y
Os sistemas a seguir envolverão equações do 1º e do x=6–2
2º grau, lembrando de que suas representações gráfi- x=4
cas constituem uma reta e uma parábola, respectiva-
mente. Resolver um sistema envolvendo equações Par ordenado (4; 2)
desse modelo requer conhecimentos do método da
substituição de termos. Observe as resoluções comen- S = {(2: 4) e (4; 2)}
tadas a seguir:

Exemplo 1 Exemplo 2

Isolando x ou y na 2ª equação:
x – y = –3
Isolando x ou y na 2ª equação do sistema: x=y–3
x+y=6
x=6–y Substituindo o valor de x na 1ª equação:

Substituindo o valor de x na 1ª equação: x² + 2y² = 18

Matemática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(y – 3)² + 2y² = 18
y² – 6y + 9 + 2y² – 18 = 0
3y² – 6y – 9 = 0 (dividir todos os membros da equação
por 3)

y² – 2y – 3 = 0
Esta relação é uma função de A em B, pois associa a
∆ = b² – 4ac
todo elemento de A um único elemento de B.
∆ = (–2)² – 4 * 1 * (–3)
∆ = 4 + 12
b)
∆ = 16

a = 1, b = –2 e c = –3

Esta relação não é uma função de A em B, pois


associa a x1 Є A dois elementos de B : y1 e y2.
c)

Determinando os valores de x em relação aos valores


de y obtidos: Esta relação é uma função de A em B, pois associa
todo elemento de A um único elemento de B.
Para y = 3, temos: d)
x=y–3
x=3–3
x=0

Par ordenado (0; 3)

Para y = –1, temos:


x=y–3 Esta relação não é uma função de A em B, pois não
x = –1 –3 associa a x2 Є A nenhum elemento de B.
x = –4 e)

Par ordenado (–4; –1)

S = {(0; 3) e (–4; –1)}

FUNÇÕES Esta relação é uma função de A em B, pois associa


todo elemento de A um único elemento de B.
DEFINICÂO f)
Consideremos uma relação de um conjunto A em um
conjunto B. Esta relação será chamada de função ou
aplicação quando associar a todo elemento de A um úni-
co elemento de B.

Exemplos:
Consideremos algumas relações, esquematizadas Esta relação é uma função de A em B, pois associa
com diagramas de Euler-Venn, e vejamos quais são todo elemento de A um único elemento de B.
funções:
Observações:
a) a) Notemos que a definição de função não permite

Matemática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que fique nenhum elemento "solitário" no domínio pode ser indicado com a notação CD ( f ).
(é o caso de x2, no exemplo d); permite, no entan-
to, que fiquem elementos "solitários" no contrado- O conjunto de todos os elementos de B que são ima-
mínio (são os casos de y2, no exemplo e, e de y3, gem de algum elemento de A denomina-se conjunto-
no exemplo f ) . imagem de f e indica-se Im ( f ).
b) Notemos ainda que a definição de função não
permite que nenhum elemento do domínio "lance No nosso exemplo acima temos:
mais do que uma flecha" (é o caso de x1, no e- D(f)=A ⇒ D ( f ) = { 2, 3, 4 }
xemplo b); permite, no entanto, que elementos do CD ( f ) = B ⇒ CD ( f ) = { 4, 5, 6, 7, 8 }
contradomínio "levem mais do que uma flechada" Im ( f ) = { 4, 5, 6 }.
(são os casos dos elementos y1, nos exemplos c e
f ). TIPOS FUNDAMENTAIS DE FUNÇÕES

NOTAÇÃO FUNCÀO INJETORA


Considere a função seguinte, dada pelo diagrama Uma função f definida de A em B é injetora quando
Euler-Venn: cada elemento de B , é imagem de um único elemento de
A.

Exemplo:

Esta função será denotada com f e as associações


que nela ocorrem serão denotadas da seguinte forma:

y2 = f ( x 1): indica que y2 é a imagem de x1 pela f


FUNÇÃO SOBREJETORA
y2 = f ( x 2): indica que y2 é a imagem de x2 pela f
Uma função f definida de A em B é sobrejetora se
y3 = f ( x 3): indica que y3 é a imagem de x3 pela f
todas os elementos de B são imagens, ou seja:
Im ( f ) = B
O conjunto formado pelos elementos de B, que são
imagens dos elementos de A, pela f, é denominado con-
Exemplo:
junto imagem de A pela f, e é indicado por Im (f) .
No exemplo deste item, temos:
A = {x1, x2, x3 } é o domínio de função f.
B = {y1, y2, y3 } é o contradomínio de função f.
Im ( f ) = { y2, y3 } é o conjunto imagem de A pela f.

DOMÍNIO, CONTRADOMINIO E IMAGEM DE UMA


FUNCÃO Im ( f ) = { 3, 5 } = B
Consideremos os conjuntos:
A = { 2, 3, 4 } FUNCÃO BIJETORA
B = { 4, 5, 6, 7, 8 } Uma função f definida de A em B, quando injetora e
e f(x) = x+2 sobrejetora ao mesmo tempo, recebe o nome de função
bijetora.
f(2)=2+2=4
f(3)=3+2=5 Exemplo:
f(4)=4+2=6 é sobrejetora ⇒ Im(f) = B
é injetora - cada elemento da imagem em B tem um
Graficamente teremos: único correspondente em A.
A = D( f ) Domínio B = CD( f ) contradomínio

Como essa função é injetora e sobrejetora, dizemos


que é bijetora.

FUNÇÃO INVERSA
O conjunto A denomina-se DOMINIO de f e pode ser
Seja f uma função bijetora definida de A em B, com
indicado com a notação D ( f ).
x Є A e y Є B, sendo (x, y) Є f. Chamaremos de fun-
-1
ção inversa de f, e indicaremos por f , o conjunto dos pa-
O conjunto B denomina-se CONTRADOMINIO de f e -1
res ordenados (y, x) Є f com y Є B e x Є A.

Matemática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo: Achar a função inversa de y = 2x

Solução:
a) Troquemos x por y e y por x ; teremos: x = 2y

b) Expressemos o novo y em função do novo x ;


x x
teremos y = e então: f −1( x ) =
2 2

GRÁFICOS

SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL Os pontos A, B, C, D e E formam o gráfico da função.


Como já vimos, o sistema cartesiano ortogonal é
composto por dois eixos perpendiculares com origem OBSERVAÇÃO
comum e uma unidade de medida. Se tivermos para o domínio o intervalo [–1,3], teremos
para gráfico de f(x) = 2x – 1 um segmento de reta com
infinitos pontos).

- No eixo horizontal, chamado eixo das abscissas,


representamos os primeiros elementos do par or-
denado de números reais.
- No eixo vertical, chamado eixo das ordenadas, re-
presentamos os segundos elementos do par or-
denado de números reais. Se tivermos como domínio o conjunto IR, teremos
para o gráfico de f(x) = 2x – 1 uma reta.
Vale observar que:
A todo par ordenado de números reais corresponde ANÁLISE DE GRÁFICOS
um e um só ponto do plano, e a cada ponto corresponde Através do gráfico de uma função podemos obter
um e um só par ordenado de números reais. informações importantes o respeito do seu
comportamento, tais como: crescimento, decrescimento,
Vamos construir gráficos de funções definidas por leis domínio, imagem, valores máximos e mínimos, e, ainda,
y = f (x) com x Є IR . Para isso: quando a função é positiva ou negativa etc.
1º) Construímos uma tabela onde aparecem os valo- 3x 1
res de x e os correspondentes valores de y, do se- Assim, dada a função real f(x) = + e o seu gráfi-
5 5
guindo modo: co, podemos analisar o seu comportamento do seguinte
a) atribuímos a x uma série de valores do domínio, modo:
b) calculamos para cada valor de x o correspondente
valor de y através da lei de formação y = f ( x );
2º) Cada par ordenado (x,y), onde o 1º elemento é a
variável independente e o 2º elemento é a variável
dependente, obtido na tabela, determina um ponto
do plano no sistema de eixos.
3º) 0 conjunto de todos os pontos (x,y), com x Є D(f)
formam o gráfico da função f (x).

Exemplo:
Construa o gráfico de f( x ) = 2x – 1 onde
D = { –1, 0, 1, 2 , 3 }

x y ponto
f ( –1 ) = 2 . ( –1 ) –1 = –3 –1 –3 ( –1, –3)
f ( 0 ) = 2 . 0 – 1 = –1 0 –1 ( 0, –1)
f(1)=2. 1 –1=1 1 1 ( 1, 1)
f(2)=2. 2 –1=3 2 3 ( 2, 3)
f(3)=2. 3 –1=5 3 5 ( 3, 5)

Matemática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
interceptado num único ponto, o que não acontece com
b) e c ).

FUNÇÂO CRESCENTE
Consideremos a função y = 2x definida de IR em IR.
Atribuindo-se valores para x, obtemos valores
correspondentes para y e os representamos no plano
cartesiano:

• ZERO DA FUNÇÃO:
3x 1 1
f(x)= 0 ⇒ + =0 ⇒ x = −
5 5 3

Graficamente, o zero da função é a abscissa do ponto


de intersecção do gráfico com o eixo x.

• DOMÍNIO: projetando o gráfico sobre o eixo x :


D ( f ) = [ –2, 3 ] Observe que a medida que os valores de x aumentam,
• IMAGEM: projetando o gráfico sobre o eixo y : os valores de y também aumentam; neste caso dizemos
Im ( f ) = [ –1, 2 ] que a função é crescente.

observe, por exemplo, que para: FUNÇÃO DECRESCENTE


– 2 < 3 temos f (–2) < f ( 3 ) Consideremos a função y = –2x definida de IR em IR.
–1 2
portanto dizemos que f é crescente. Atribuindo-se valores para x, obteremos valores
correspondentes para y e os representamos no plano
• SINAIS: cartesiano.
1
x Є [ –2, – [ ⇒ f(x)<0
3
1
xЄ ]– ,3] ⇒ f(x)>0
3
• VALOR MÍNIMO: –1 é o menor valor assumido
por y = f ( x ) , Ymín = – 1
• VALOR MÁXIMO: 2 é o maior valor assumido
por y = f ( x ) , Ymáx = 2

TÉCNICA PARA RECONHECER SE UM GRÁFICO


REPRESENTA OU NÃO UMA FUNÇAO
Para reconhecermos se o gráfico de uma relação re-
presenta ou não uma função, aplicamos a seguinte técni- Note que a medida que as valores de x aumentam, os
ca: valores de y diminuem; neste caso dizemos que a função
é decrescente.
Traçamos várias retas paralelas ao eixo y ; se o gráfico
da relação for interceptado em um único ponto, então o FUNÇÃO CONSTANTE
gráfico representa uma função. Caso contrário não repre- É toda função de IR em IR definida por
senta uma função. f(x)= c (c = constante)

Exemplos: Exemplos:
a) f(x) = 5 b) f(x) = –2
c) f(x) = 3 d) f(x) = ½

Seu gráfico é uma reta paralela ao eixo x , passando


pelo ponto (0, c).

O gráfico a) representa uma função, pois qualquer que


seja a reta traçada paralelamente a y, o gráfico é

Matemática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplos:
2
a) f(x) = 3x + 5x + 2
2
b) f(x) = x – 2x
2
c) f(x) = –2x + 3
2
d) f(x) = x

FUNÇÃO IDENTIDADE Seu gráfico e uma parábola que terá concavidade


É a função de lR em lR definida por voltada "para cima" se a > 0 ou voltada "para baixo" se
f(x) = x a < 0.
x y=f(x)=x
–2 –2 Exemplos:
2
–1 –1 f ( x ) = x – 6x + 8 (a = 1 > 0) concavidade p/ cima
0 0
1 1
2 2

Observe que seu gráfico é uma reta que contém as


bissetrizes do 1º e 3º quadrantes.
D = IR CD = IR lm = IR

FUNÇÃO AFIM
É toda função f de IR em IR definida por
f (x) = ax + b (a, b reais e a ≠ 0)
2
Exemplos: f ( x ) = – x + 6x – 8 (a = –1 < 0) concavidade p/ baixo
a) f(x) = 2x –1 b) f(x) = 2 – x
c) f(x) = 5x

Observações
1) quando b = 0 a função recebe o nome de função
linear.
2) o domínio de uma função afim é IR: D(f) = IR
3) seu conjunto imagem é IR: lm(f) = IR
4) seu gráfico é uma reta do plano cartesiano.

FUNÇÃO COMPOSTA
Dadas as funções f e g de IR em IR definidas por
2
f ( x ) = 3x e g(x)=x temos que: FUNÇÃO MODULAR
f(1)=3.1=3 Consideremos uma função f de IR em IR tal que, para
f(2)=3.2=6 todo x Є lR, tenhamos f ( x ) = | x | onde o símbolo | x |
f ( a ) = 3 . a = 3 a (a Є lR) que se lê módulo de x, significa:
f ( g ) = 3 . g = 3 g (g Є lR) x, se x ≥0
x =
f [ g( x ) ] = 3.g( x ) - x, se x<0
⇒ f [ g ( x ) ] = 3x 2 esta função será chamada de função modular.
2
g( x )= x
Gráfico da função modular:
função composta de f e g
Esquematicamente:

Símbolo:
f o g lê-se "f composto g" - (f o g) ( x ) = f [ g ( x)]
FUNÇÃO PAR E FUNÇÃO ÍMPAR
Uma função f de A em B diz-se função par se, para
FUNÇÃO QUADRÁTICA
todo x Є A, tivermos f (x ) = f ( –x ).
É toda função f de IR em IR definida por
2
f(x) = ax + bx + c
Uma função f de A em B diz-se uma função ímpar se,
(a, b ,c reais e a ≠ 0 )
para todo x Є R, tivermos f( –x ) = – f (x).
Matemática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Decorre das definições dadas que o gráfico de uma


função par é simétrico em relação ao eixo y e o gráfico
de uma função ímpar é simétrico em relação ao ponto
origem.

função par: f( x ) = f ( – x ) unção ímpar: f( –x ) = – f (x)

EXERCICIOS
01) Das funções de A em B seguintes, esquematiza-
das com diagramas de Euler-Venn, dizer se elas
são ou não sobrejetoras, injetoras, bijetoras.
a) b)

Respostas:
1) D ( f ) = ] –3, 3 ] e lm ( f ) = ] –1, 2 ]
2) D ( f ) = [ –4, 3 [ e lm ( f ) = [ –2, 3 [
3) D ( f ) = ] –3, 3 [ e lm ( f ) = ] 1, 3 [
4) D ( f ) = [ –5, 5 [ e lm ( f ) = [ –3, 4 [
5) D ( f ) = [ –4, 5 ] e lm ( f ) = [ –2, 3 ]
c) d) 6) D ( f ) = [ 0, 6 [ e lm ( f ) = [ 0, 4[

03) Observar os gráficos abaixo, e dizer se as funções


são crescentes ou decrescentes e escrever os in-
tervalos correspondentes:

RESPOSTAS
a) Não é sobrejetora, pois y1, y3, y4 Є B não estão
associados a elemento algum do domínio: não é
injetora, pois y2 Є B é imagem de x1, x2, x3, x4 Є A:
logo, por dupla razão, não é bijetora.
b) É sobrejetora, pois todos os elementos de B (no
caso há apenas y1) são imagens de elementos de
A; não é injetora, pois y1 Є B é imagem de x1, x2,
x3, x4 Є A, logo, por não ser injetora, embora seja
sobrejetora, não é bijetora.
c) Não é sobrejetora, pois y1, y2, y4 Є B não estão
associados a elemento algum do domínio; é
injetora, pois nenhum elemento de B é imagem do
que mais de um elemento de A; logo, por não ser
sobrejetora, embora seja injetora, não é bijetora.
d) É sobrejetora, pois todos os elementos de B (no
caso há apenas y1) são imagens de elementos de
A; é injetora, pois o único elemento de B é imagem
de um único elemento de A; logo, por ser
simultaneamente sobrejetora e injetora, é bijetora.

2) Dê o domínio e a imagem dos seguintes gráficos:

RESPOSTAS
1) crescente: [ –3, 2] decrescente: [ 2, 5 ] crescente:
[ 5, 8 ]
2) crescente: [ 0, 3] decrescente: [ 3, 5 ] crescente:
[5, 8 ]
3) decrescente
Matemática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4) crescente 2 3 2 3
5) decrescente: ] – ∞ , 1] crescente: [ 1, + ∞ [ • f ( x ) é decrescente em ] – , [
3 3
6) crescente: ] – ∞ , 1] decrescente: [ 1, + ∞ [
7) crescente • Domínio → D(f) = lR
8) decrescente • Imagem → Im(f) = lR
• Sinais: x Є ] – ∞ , –2 [ ⇒ f ( x ) < 0
04) Determine a função inversa das seguintes x Є ] – 2, 0 [ ⇒ f ( x ) > 0
funções: x Є ] 0, 2 [ ⇒ f ( x ) < 0
a) y = 3x b) y = x – 2 x Є ] 2, + ∞ [ ⇒ f ( x ) > 0
3 x −5
c) y = x d) y =
3 FUNÇÃO DO 1º GRAU
RESPOSTAS
FUNCÃO LINEAR
x
a) y = b) y = x + 2 Uma função f de lR em lR chama-se linear quando é
3 definida pela equação do 1º grau com duas variáveis y =
c) y = 3 x d) y = 3x + 5 ax , com a Є lR e a ≠ 0.

2
05) Analise a função f ( x ) = x – 2x – 3 ou y = x –2x
2 Exemplos:
– 3 cujo gráfico é dado por: f definida pela equação y = 2x onde f : x → 2x
f definida pela equação y = –3x onde f : x → –3x

GRÁFICO
Num sistema de coordenadas cartesianas podemos
construir o gráfico de uma função linear.

Para isso, vamos atribuir valores arbitrários para x


(que pertençam ao domínio da função) e obteremos valo-
res correspondentes para y (que são as imagens dos
valores de x pela função).

A seguir, representamos num sistema de coordenadas


cartesianas os pontos (x, y) onde x é a abscissa e y é a
ordenada.

Vejamos alguns exemplos:


Construir, num sistema cartesiano de coordenadas
• Zero da função: x = –1 e x = 3 cartesianas, o gráfico da função linear definida pela
• f ( x ) é crescente em ] 1, + ∞ [ equação: y = 2x.
• f ( x ) e decrescente em ] – ∞ , 1[ x=1 →y=2.(1)=2
• Domínio → D(f) = IR x = –1 → y = 2 . ( –1 ) = –2
• Imagem → Im(f) = [ –4, + ∞ [ x=2 → y=2.(2)=4
• Valor mínimo → ymín = – 4 x = – 3 → y = 2 . ( –3 ) = – 6
• Sinais: x Є ] – ∞ , –1[ ⇒ f ( x ) > 0
x Є ] 3, + ∞ [ ⇒ f ( x ) > 0 x y
x Є [ – 1, 3 [ ⇒ f ( x ) < 0 1 2 → A ( 1, 2)
3
06) Analise a função y = x – 4x cujo gráfico é dado –1 –2 → B (–1, –2)
por: 2 4 → C ( 2, 4)
–3 –6 → D ( –3, –6)

RESPOSTAS
• Zero da função: x = – 2; x = 0; x = 2
2 3 2 3 O conjunto dos infinitos pontos A, B, C, D, ..:... chama-
• f (x) é crescente em ]– ∞ ,– [ e em ] , +∞ [ se gráfico da função linear y = 2x.
3 3

Matemática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Outro exemplo: Solução:
Construir, num sistema de coordenadas cartesianas, o x=0 → y=0 –1=–1
gráfico da função linear definida pela equação y = –3x. x=1 → y=1–1 =0
x = 1 → y = – 3 . (1) = – 3 x = –1 → y = –1 – 1 = –2
x = –1 → y = –3 . (–1) = 3 x=2 → y=2 –1=1
x = 2 → y = –3 . ( 2) = – 6 x = –3 → y = –3 – 1 = –4
x = –2 → y = –3 . (–2) = 6
x y → pontos ( x , y)
x y 0 –1 → A ( 0, –1)
1 –3 → A ( 1,– 3) 1 0 → B ( 1, 0 )
–1 3 → B ( –1, 3) –1 –2 → C ( –1, –2)
2 –6 → C ( 2, – 6) 2 1 → D ( 2, 1 )
–2 6 → D ( –2, 6) –3 –4 → E ( –3, –4)

O conjunto dos infinitos pontos A, B, C, D, E,... chama-


se gráfico da função afim y = x – 1.

Outro exemplo:
O conjunto dos infinitos pontos A, B, C, D , ...... Construir o gráfico da função y = –2x + 1.
chama-se gráfico da função linear y = –3x.
Solução:
Conclusão: x=0 → y = –2. (0) + 1 = 0 + 1 = 1
O gráfico de uma função linear é a reta suporte dos x=1 → y = –2. (1) + 1 = –2 + 1 = –1
infinitos pontos A, B, C, D, .... e que passa pelo ponto x = –1 → y = –2. (–1) +1 = 2 + 1 = 3
origem O.
x=2 → y = –2. (2) + 1 = –4 + 1 = –3
Observação x = –2 → y = –2. (–2)+ 1 = 4 + 1 = 5
Como uma reta é sempre determinada por dois
pontos, basta representarmos dois pontos A e B para x y → pontos ( x , y)
obtermos o gráfico de uma função linear num sistema de 0 1 → A ( 0, 1)
coordenadas cartesianas. 1 –1 → B ( 1, –1)
–1 3 → C ( –1, 3)
FUNÇÃO AFIM 2 –3 → D ( 2, –3)
Uma função f de lR em lR chama-se afim quando é –2 5 → E ( –2, 5)
definida pela equação do 1º grau com duas variáveis
y = ax + b com a,b Є IR e a ≠ 0. Gráfico

Exemplos:
f definida pela equação y = x +2 onde f : x → x + 2
f definida pela equação y = 3x –1onde f : x → 3x – 1

A função linear é caso particular da função afim,


quando b = 0.

GRÁFICO
Para construirmos o gráfico de uma função afim, num
sistema de coordenadas cartesianas, vamos proceder do
mesmo modo como fizemos na função linear.

Assim, vejamos alguns exemplos, com b ≠ 0.


FUNÇÃO DO 1º GRAU
As funções linear e afim são chamadas, de modo
Construir o gráfico da função y = x – 1
geral, funções do 1º grau.
Matemática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do gráfico dessa função.
Assim são funções do primeiro grau: x = 1 ⇒ f ( 1) = 1 ⇒ y = 1; logo (1, 1) é um ponto
f definida pela equação y = 3x do gráfico dessa função.
f definida pela equação y = x + 4 x = –1 ⇒ f (–1) = – 1 ⇒ y = –1; logo (–1,–1) é um
f definida pela equação y = – x ponto gráfico dessa função.
f definida pela equação y = – 4x + 1
Usando estes pontos, como apoio, concluímos que o
FUNÇÃO CONSTANTE gráfico da função identidade é uma reta, que é a bissetriz
Consideremos uma função f de IR em IR tal que, para dos primeiro e terceiro quadrantes.
todo x Є lR, tenhamos f(x) = c, onde c Є lR; esta função
será chamada de função constante.

O gráfico da função constante é uma reta paralela ou


coincidente com o eixo x ; podemos ter três casos:
a) c > 0 b) c = 0 c) c < 0

VARIAÇÃO DO SINAL DA FUNÇÃO LINEAR


Observações: A variação do sinal da função linear y = ax + b é forne-
Na função constante, f ( x ) = c ; o conjunto imagem é cida pelo sinal dos valores que y adquire, quando atribuí-
unitário. mos valores para x.

A função constante não é sobrejetora, não é injetora e 1º CASO: a > 0


não é bijetora; e, em consequência disto, ela não admite Consideremos a função y = 2x – 4, onde a = 2 e
inversa. b= – 4.

Exemplo: Observando o gráfico podemos afirmar:


Consideremos a função y = 3, na qual a = 0 e b = 3
Atribuindo valores para x Є lR determinamos y Є lR
xЄR y=0.X+3 y Є lR (x, y)
–3 y = 0 .(–3)+ 3 y = 3 (–3, 3)
–2 y = 0. (–2) + 3 y = 3 (–2, 3)
–1 y = 0. (–1) + 3 y = 3 (–1, 3)
0 y = 0. 0 + 3 y=3 ( 0, 3)
1 y = 0. 1 + 3 y=3 (1 , 3)
2 y = 0. 2 + 3 y=3 ( 2, 3) a) para x = 2 obtém-se y = 0
b) para x > 2 obtém-se para y valores positivos, isto
Você deve ter percebido que qualquer que seja o valor é, y > 0.
atribuído a x, y será sempre igual a 3. c) para x < 2 obtém-se para y valores negativos, isto
é, y < 0.
Representação gráfica: Resumindo:
∀ x ∈ lR | x > 2 ⇒ y>0
∀ x ∈ lR | x < 2 ⇒ y<0
∀ x ∈ lR | x = 2 ⇒ y=0

Esquematizando:

Toda função linear, onde a = 0, recebe o nome de


função constante.

FUNÇÃO IDENTIDADE
Consideremos a função f de IR em IR tal que, para to-
do x Є R, tenhamos f(x) = x; esta função será chamada 2º CASO: a < 0
função identidade. Consideremos a função y = –2x + 6, onde a = – 2 e
b = 6.
Observemos algumas determinações de imagens na
função identidade.
x = 0 ⇒ f ( 0 ) = 0 ⇒ y = 0; logo, (0, 0) é um ponto

Matemática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

02) Verificar quais dos gráficos abaixo representam


funções:

Observando o gráfico podemos afirmar:


a) para x = 3 obtém-se y = 0
b) para x > 3 obtêm-se para y valores negativos, isto
é, y < 0.
c) para x < 3 obtêm-se para y valores positivos, isto
Resposta:
é, y > 0.
Somente o gráfico 3 não é função, porque existe x
Resumindo:
com mais de uma imagem y, ou seja, traçando-se uma
∀ x ∈ lR | x > 3 ⇒ y<0 reta paralela ao eixo y, ela pode Interceptar a curva em
∀ x ∈ lR | x < 3 ⇒ y>0 mais de um ponto. Ou seja:
∃ x ∈ lR | x = 3 ⇒ y=0
Os pontos P e Q têm a mesma abscissa, o que não
satisfaz a definição de função.
Esquematizando:

De um modo geral podemos utilizar a seguinte técnica


para o estudo da variação do sinal da função linear:

3) Estudar o sinal da função y = 2x – 6


Solução a = +2 (sinal de a)
b=–6
y tem o mesmo sinal de a quando x assume valores
maiores que a raiz. a) Determinação da raiz:
y tem sinal contrário ao de a quando x assume valores y = 2x – 6 = 0 ⇒ 2x = 6 ⇒ x = 3
menores que a raiz. Portanto, y = 0 para x = 3.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS b) Determinação do sinal de y:


01) Determine o domínio das funções definidas por: Se x > 3 , então y > 0 (mesmo sinal de a)
2
a) f ( x ) = x + 1 Se x < 3 , então y < 0 (sinal contrário de a)
x3 + 1
b) f ( x ) =
x−4
x −1
c) f ( x ) =
x−2

Solução:
a) Para todo x real as operações indicadas na
fórmula são possíveis e geram como resultado 04) Estudar o sinal da fundão y = –3x + 5
um número real dai: D ( f ) = IR Solução:
b) Para que as operações indicadas na fórmula se- a = –3 (sinal de a) b=+5
jam possíveis, deve-se ter: x – 4 ≠ 0, isto é, x
≠ 4. D ( f ) = { x Є lR | x ≠ 4} a) Determinação da raiz:
c) Devemos ter: 5
y = –3x + 5 = 0 ⇒ –3x = – 5 ⇒ x=
x –1 ≥ 0 e x–2 ≠0 3
x ≥ 1 x ≠2
e daí: D ( f ) = { x Є lR | x ≥ 1 e x ≠ 2 }

Matemática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5 e) y = – x
Portanto, y = 0 para x =
3

b) Determinação do sinal de y:
5
se x > , então y < 0 (mesmo sinal de a)
3
5
se x < , então y > 0 (sinal contrário de a)
3

Solução:

07) Uma função f, definida por f ( x ) = 2x – 1, tem


05) Dentre os diagramas seguintes, assinale os que domínio D(f ) = { x Є lR | –1 ≤ x ≤ 2} Determine
representam função e dê D ( f ) e Im( f ) o conjunto-imagem

Solução:
Desenhamos o gráfico de f e o projetamos sobre o
eixo 0x

x y O segmento AB é o gráfico de f; sua


–1 –3 projeção sobre o eixo 0y nos dá:
2 3 Im ( f ) = [ – 3 , 3 ]

08) Classifique as seguintes funções lineares em


crescentes ou decrescentes:
a) y = f ( x ) = – 2x – 1
b) y = g ( x ) = – 3 + x
1
c) y = h ( x ) = x–5
Respostas: 2
1) È função ; D(f) = {a.b,c,d} e Im(f) = {e,f } d) y = t ( x ) = – x
2) Não é função
3) È função ; D(f) = {1, 2, 3} e Im(f) = { 4, 5, 6 } Respostas:
4) È função ; D(f) = {1, 2, 3 } e Im(f) = { 3, 4, 5} a) decrescente b) crescente
5) Não é função c) crescente d) decrescente
6) È função ; D(f) = {5, 6, 7, 8, 9} e Im(f) = {3}
7) É função ; D(f) = { 2 } e Im(f) = { 3 } 09) Fazer o estudo da variação do sinal das funções:
1) y = 3x + 6 6) y = 5x – 25
06) Construa o gráfico das funções: 2) y = 2x + 8 7) y = –9x –12
1 3) y = –4x + 8 8) y = –3x –15
a) f(x) = 3x b) g ( x ) = – x
2 4) y = –2x + 6 9) y = 2x + 10
2 5 5) y = 4x – 8
c) h ( x ) = 5x + 2 d) i ( x ) = x +
3 2 Respostas:

Matemática 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1) x > –2 ⇒ y > 0; x = –2 ⇒ y = 0; x < –2 ⇒ y < 0 ∆ = - 68 e - 68 ∉ lR
2) x > –4 ⇒ y > 0; x = –4 ⇒ y = 0; x < –4 ⇒ y < 0 não existem raízes reais V = { }
3) x > 2 ⇒ y < 0; x = 2 ⇒ y = 0; x < 2 ⇒ y > 0
4) x > 3 ⇒ y < 0; x = 3 ⇒ y = 0; x < 3 ⇒ y > 0
FUNÇÃO QUADRÁTICA
5) x > 2 ⇒ y > 0; x = 2 ⇒ y = 0; x < 2 ⇒ y < 0
6) x > 5 ⇒ y > 0; x = 5 ⇒ y = 0; x < 5 ⇒ y < 0
Toda lei de formação que pode ser reduzida a forma:
4 4 4 2 2
f ( x ) = ax + bx + c ou y = ax + bx + c
7) x > – ⇒ y < 0; x = – ⇒ y = 0; x < – ⇒ y>0
3 3 3
8) x > –5 ⇒ y < 0; x = –5 ⇒ y = 0; x < –5 ⇒ y > 0 Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0, define uma
9) x > –5 ⇒ y > 0; x = –5 ⇒ y = 0; x < –5 ⇒ y < 0 função quadrática ou função do 2º grau para todo x real.

GRÁFICO
FUNÇÃO QUADRÁTICA Façamos o gráfico de f : IR → IR definida por
2
f ( x ) = x – 4x + 3
EQUACÃO DO SEGUNDO GRAU
Toda equação que pode ser reduzida à equação do
2 A tabela nos mostra alguns pontos do gráfico, que é
tipo: ax + bx + c = 0 onde a, b e c são números reais e
uma curva aberta denominada parábola. Basta marcar
a ≠ 0, é uma equação do 2º grau em x.
estes pontos e traçar a curva.
Exemplos: 2
x y = x - 4x + 3 ponto
São equações do 2º grau:
2
-1 y = ( -1 ) - 4 ( -1 ) + 3 = 8 (-1, 8)
2 2
x – 7x + 10 = 0 ( a = 1, b = –7, c = 10) 0 y =0 -4.0+3=3 ( 0, 3)
2 2
3x +5 x + 2 = 0 ( a = 3, b = 5, c = 2) 1 y =1 -4 .1+3=0 ( 1, 0)
2 2
x – 3x + 1 = 0 ( a = 1, b = –3, c = 1) 2 y = 2 - 4 . 2 + 3 = -1 ( 2,-1)
2 2
x – 2x = 0 ( a = 1, b = –2, c = 0) 3 y =3 -4. 3+3=0 ( 3, 0)
2 2
–x +3=0 ( a = –1, b = 0, c = 3) 4 y =4 -4. 4+3=3 ( 4, 3)
2 2
x =0 ( a = 1, b = 0, c = 0) 5 y =5 -4. 5+3=8 ( 5, 8)

Resolução: De maneira geral, o gráfico de uma função quadrática


Calculamos as raízes ou soluções de uma equação do é uma parábola.
−b± ∆
2º grau usando a fórmula: x = Gráfico:
2a
2
onde ∆ = b – 4a c
2
Chamamos ∆ de discriminante da equação ax + bx +
c=0

Podemos indicar as raízes por x1 e x2, assim:


−b + ∆ −b − ∆
x1 = e x2 =
2a 2a

A existência de raízes de uma equação do 2º grau


depende do sinal do seu discriminante. Vale dizer que:
∆ >0 → existem duas raízes reais e distintas (x1 ≠ x2)
∆ = 0 → existem duas raízes reais e iguais (x1 =x2)
∆ < 0 → não existem raízes reais
2
Exercícios: Eis o gráfico da função f(x) = –x + 4x

1) Determine o conjunto verdade da equação x y = - x + 4x


2
ponto
2
x – 7x + 10 = 0, em IR 2
temos: a = 1, b = –7 e c = 10 -1 y = - ( -1 ) + 4 ( -1 ) = -5 (-1, -5)
2
2
∆ = (–7) – 4 . 1 . 10 = 9 0 y =-0 +4.0=0 ( 0, 0 )
2
1 y = -( 1 ) + 4 .1 = 3 ( 1, 3 )
−(-7)± 9 7±3 x1 = 5 2 y
2
=-(2) + 4.2=4 ( 2, 4 )
x= = ⇒ 2
2 ⋅1 2 x2 = 2 3 y =-(3) + 4.3=3 ( 3, 3 )
2
As raízes são 2 e 5. 4 y =-(4) + 4.4=0 ( 4, 0 )
2
V = { 2, 5 } 5 y = - ( 5 ) + 4 . 5 = -5 ( 5, -5)

2
2) Determine x real, tal que 3x – 2x + 6 = 0 Gráfico:
temos: a = 3, b = –2 e c = 6
2
∆ = (–2 ) – 4 . 3 . 6 = –68

Matemática 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Observe os seguintes esboços de gráficos de funções
do 2º grau:

VÉRTICE E CONCAVIDADE
O ponto V indicado nos gráficos seguintes é
denominado vértice da parábola. Em ( I ) temos uma Note que a abscissa do vértice é obtida pela semi-
parábola de concavidade voltada para cima (côncava soma dos zeros da função. No esboço ( a ) temos:
para cima), enquanto que em (II) temos uma parábola de x + x2 2 + 4 6
xv = 1 = = =3
concavidade voltada para baixo (côncava para baixo) 2 2 2
2
I) gráfico de f(x) = x – 4x + 3 No esboço (b) temos:
x + x 2 −1 + 3 2
xv = 1 = = =1
2 2 2

Como a soma das raízes de uma equação do 2º grau


−b
é obtida pela fórmula S = , podemos concluir que:
a
−b
x1 + x 2 S −b
xv = = = a =
2 2 2 2a

Parábola côncava para cima ou seja, a abscissa do vértice da parábola é obtida


−b
2 pela fórmula: x v =
II) gráfico de f(x) = – x + 4x 2a

Exemplos de determinação de coordenadas do vértice


da parábola das funções quadráticas:
2
a) y = x – 8x + 15
Solução:
−b −( −8 ) 8
xv = = = =4
2a 2(1) 2
2
y v = (4) – 8. (4) + 15 = 16 – 32 + 15 = – 1

Portanto: V = (4, –1)


2
b) y = 2x – 3x +2

parábola côncava para baixo Solução:


− b − (− 3) 3
Note que a parábola côncava para cima é o gráfico de
xv = = =
2 2a 2 (2 ) 4
f(x) = x – 4x + 3 onde temos a = 1 (portanto a > 0) en-
2
quanto que a côncava para baixo é o gráfico de f(x) = 3 3
2
– x + 4x onde temos a = –1 (portanto a > 0). y v = 2  − 3  + 2 =
4 4
De maneira geral, quando a > 0 o gráfico da função 9 9 18 9 18 − 36 + 32
2
f(x) = ax + bx + c é uma parábola côncava para cima.
= 2.  − + 2 = − + 2 = =
 16  4 16 4 16
E quando a < 0 a parábola é côncava para baixo.

COORDENADA DO VÉRTICE

Matemática 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
14 7 Vamos determinar os zeros e esboçar o gráfico das
= =
16 8 funções:
2
a) y = x – 4x + 3
3 7
Portanto: V = ( , )
4 8 Solução:
2
x – 4x + 3 = 0
2
EXERCICIOS ∆ = b – 4ac
2
Determine as coordenadas do vértice da parábola ∆ = (–4) – 4. ( 1 ) . ( 3 )
definida pelas funções quadráticas:
2 ∆ = 16 – 12 = 4 ⇒ ∆=2
a) y = x – 6x + 5
2
b) y = –x – 8x +16 −b± ∆
2 x=
c) y = 2x + 6x 2a
2
d ) y = –2x + 4x – 8 6
2
e) y = –x + 6x – 9 =3
2 − ( −4 ) ± 2 4 ± 2 2
f) y = x – 16 x= = ⇒
2 ( 1) 2 2
=1
Respostas: 2
a) V = {3, –4} b) V = {–4, 32}
c) V = {–3/2, –9/2} d) V = { 1, –6} Como a = 1 > 0, a concavidade está voltada para
e) V = { 3, 0} f) V = {0, –16} cima.

RAÍZES OU ZEROS DA FUNÇAO DO 2º GRAU


2
Os valores de x que anulam a função y = ax + bx + c
são denominados zeros da função.
2 2
Na função y = x – 2x – 3 : b) y = –2x + 5x – 2
• o número –1 é zero da função, pois para x = –1,
temos y = 0. Solução:
2
• o número 3 é também zero da função, pois para x ∆ = b – 4ac
2
= 3, temos y = 0. ∆ = ( 5 ) – 4. ( –2 ) . ( –2 )
2 ∆ = 25 – 16 = 9 ⇒ ∆=3
Para determinar os zeros da função y = ax + bx + c
2
devemos resolver a equação ax + bx + c = 0. −b± ∆
x=
2a
Exemplos: −2 1
Determinar os zeros da função =
2 − (5) ± 3 − 5 ± 3
y = x – 2x – 3 x= = ⇒
−4 2
2(−2) −4 −8
Solução: =2
2 −4
x – 2x – 3 = 0
2
∆ = b – 4ac
2
∆ = ( – 2) – 4. ( 1 ). ( –3) Como a = –2 < 0, a parábola tem a concavidade
voltada para baixo.
∆ = 4 + 12 = 16 ⇒ ∆=4
6
=3
− ( −2) ± 4 2 ± 4

2
x= =
2(1) 2 −2
= −1 2
2 c) y = 4x – 4x + 1

Portanto: – 1 e 3 são os zeros da função: Solução:


2
2
y = x – 2x – 3 4x – 4x +1= 0
2
∆ = b – 4ac
2
Como no plano cartesiano os zeros da função são as ∆ = ( –4 ) – 4. ( 4 ) . ( 1 )
abscissas dos pontos de intersecção da parábola com o ∆ = 16 – 16 = 0
eixo x, podemos fazer o seguinte esboço do gráfico da −b -(-4) 4 1
2 x= ⇒ x= = =
função y = x – 2x – 3. 2a 2(4) 8 2

Lembre-se que, como a > 0, a parábola tem a Como a = 4 > 0, a parábola tem a concavidade voltada
concavidade voltada para cima. para cima.

Matemática 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Gráfico:

2
d) y = –3x + 2x – 1

Solução:
2
–3x + 2x – 1= 0
2
∆ = b – 4ac
2
∆ = ( 2 ) – 4( –3 ) ( –1 )
∆ = 4 – 12 = – 8

A função não tem raízes reais.


ESTUDO DO SINAL DA FUNÇÃO DO 2º GRAU
Como a = –3 < 0, a parábola tem a concavidade Estudar o sinal de uma função quadrática é determinar
voltada para baixo. os valores de x que tornam a função positiva, negativa ou
nula.

Já sabemos determinar os zeros (as raízes) de uma


função quadrática, isto é, os valores de x que anulam a
Em resumo, eis alguns gráficos de função quadrática: função, e esboçar o gráfico de uma função quadrática.
2
Sinais da função f ( x ) = ax + bx + c

Vamos agora esboçar o gráfico de


2
f ( x ) = x – 4x + 3

As raízes de f, que são 1 e 3, são as abscissas dos


pontos onde a parábola corta o eixo x.

CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO
Para construir uma parábola começamos fazendo uma
tabela de pontos da curva. O vértice é um ponto
importante e por isso é conveniente que ele esteja na
tabela.
Eis como procedemos: Vamos percorrer o eixo dos x da esquerda para a
−b direita.
a) determinemos xv, aplicando a fórmula xV =
2a Antes de chegar em x = 1, todos os pontos da
b) atribuímos a x o valor xv e mais alguns valores, parábola estão acima do eixo x, tendo ordenada y
menores e maiores que xv . positiva. Isto significa que para todos os valores de x
c) Calculamos os valores de y menores que 1 temos f ( x ) > 0.
d) marcamos os pontos no gráfico
e) traçamos a curva Para x = 1 temos f ( x ) = 0 (1 é uma das raízes de f )
Exemplo: Depois de x = 1 e antes de x = 3, os pontos da
2
Construir o gráfico de f(x) = x – 2x + 2 parábola estão abaixo do eixo x, tendo ordenada y
Solução: temos: a = 1, b = –2 e c = 2 negativa. Isto significa que para os valores de x
−b −( −2) compreendidos entre 1 e 3 temos f ( x ) < 0.
xv = = =1
2a 2 ⋅ 1
Fazemos a tabela dando a x os valores -1, 0, 2 e 3.

x y = x² – 2x + 2 ponto
2
-1 y = ( -1 ) – 2( -1) + 2 = 5 ( -1, 5)
2
0 y=0 –2. 0+2=2 ( 0, 2)
2
1 y= 1 –2. 1+2=1 ( 1, 1)
2
2 y=2 –2. 2+2=2 ( 2, 2) Para x = 3 temos f ( x ) = 0 (3 é raiz de f ).
2
3 y=3 –2. 3+2=5 ( 3, 5)
Matemática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x=0 ⇒ f(x)=0
Depois de x = 3, todos os pontos da parábola estão x>0 ⇒ f(x)<0
acima do eixo x, tendo ordenada y positiva. Isto significa
2
que para todos os valores de x maiores do que 3 temos 2) f ( x ) = 2x – 8x +8
f(x) > 0. Solução:
Raízes:
2 8 ± 64 − 4 ⋅ 2 ⋅ 8
2x – 8x + 8 = 0 ⇒ x=
4
8± 0
Este estudo de sinais pode ser sintetizado num = =2
esquema gráfico como o da figura abaixo, onde 4
representamos apenas o eixo x e a parábola.
A parábola tangência o eixo x no ponto de abscissa 2.

concavidade: a = 2 ⇒ a > 0 ⇒ para cima

Esquema gráfico
Marcamos no esquema as raízes 1 e 3, e os sinais da
função em cada trecho. Estes são os sinais das ordena-
das y dos pontos da curva (deixamos o eixo y fora da
jogada mas devemos ter em mente que os pontos que
estão acima do eixo x têm ordenada y positiva e os que
estão abaixo do eixo x têm ordenada negativa). Conclusões:
x< 2 ⇒ f(x)>0
Fica claro que percorrendo o eixo x da esquerda para x= 2 ⇒ f(x)=0
a direita tiramos as seguintes conclusões: x> 2 ⇒ f(x)>0
x<1 ⇒ f(x)>0
x=1 ⇒ f(x)=0 2
3) f ( x ) = x + 7x +13
1<x<3 ⇒ f(x)<0 Solução:
x=3 ⇒ f(x)=0 Raízes:
x >3 ⇒ f(x)>0 − 7 ± 49 − 4 ⋅ 1 ⋅ 13 − 7 ± − 3
x= = ∉ lR
2 2
De maneira geral, para dar os sinais da função poli-
2
nomial do 2º grau f ( x ) = ax + bx + c cumprimos as se-
Esquema gráfico
guintes etapas:
a) calculamos as raízes reais de f (se existirem)
b) verificamos qual é a concavidade da parábola
c) esquematizamos o gráfico com o eixo x e a
parábola
d) escrevemos as conclusões tiradas do esquema

Exemplos: Conclusão: ∀ x ∈ lR, f ( x ) > 0


Vamos estudar os sinais de algumas funções
quadráticas: 2
4) f ( x ) = x –6x + 8
2 Solução:
1) f ( x ) = –x – 3x 2
Raízes: ∆ = ( – 6) – 4 . 1 . 8
Solução: ∆ = 36 –32 = 4 ⇒ ∆ = 2
2
Raízes: – x – 3x = 0 ⇒ –x ( x + 3) = 0 ⇒ 6+2 8
= =4
( - x = 0 ou x + 3 = 0 ) ⇒ x = 0 ou x = – 3 6±2 2 2
x= ⇒
concavidade: a = – 1 ⇒ a < 0 para baixo 2 6−2 4
= =2
2 2
Esquema gráfico
x1 = 2 e x2 = 4

Esboço gráfico:

Conclusões:
x < –3 ⇒ f(x)<o Estudo do sinal:
x = –3 ⇒ f(x)=0 para x < 2 ou x > 4 ⇒ y>0
–3 < x < 0 ⇒ f(x)>0 para x = 2 ou x = 4 ⇒ y=0

Matemática 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para 2 < x < 4 ⇒ y<0 para x ≠ –3 ⇒ y < 0 para x = –3 ⇒ y = 0
2
5) f ( x ) = –2x + 5x – 2 Observe que não existe valor de x que torne a função
Solução: positiva.
2
Zeros da função: ∆ = ( 5 ) – 4 . ( –2) .( –2)
2
∆ = 25 – 16 = 9 ⇒ ∆ =3 8) f ( x ) = x – 3x + 3
Solução:
-5+3 −2 1 2
Zeros da função ∆ = (–3) – 4 . 1 . 3
= =
−5±3 -4 −4 2 ∆ = 9 –12 = –3
x= ⇒
2( −2) -5-3 −8
= =2
-4 −4 A função não tem zeros reais
1
x1 = e x2 = 2 Esboço do gráfico:
2

Esboço do gráfico:

Estudo do sinal: ∀ x ∈ lR ⇒ y > 0

9) Determine os valores de m, reais, para que a


Estudo do sinal função
1 2 2
f ( x ) = (m – 4)x + 2x
Para x < ou x > 2 ⇒ y < 0
2 seja uma função quadrática.
1 Solução:
Para x = ou x = 2 ⇒ y = 0 A função é quadrática ⇔ a ≠ 0
2 2 2
Assim: m – 4 ≠ 0 ⇒ m ≠ 4 ⇒ m ≠ ± 2
1
Para < x <2 ⇒ y > 0 Temos: m Є lR, com m ≠ ± 2
2
2 10) Determine m de modo que a parábola
6) f ( x ) = x – 10x + 25 2
y = ( 2m – 5 ) x – x
2
Solução: ∆ = ( –10 ) – 4 . 1 . 25 tenha concavidade voltada para cima.
∆ = 100 – 100 = 0 Solução:
−( −10 ) 10 Condição: concavidade para cima ⇔ a > 0
x= = =5
2(1 ) 2 5
2m – 5 > 0 ⇒ m >
2
Esboço gráfico:
11) Determinar m para que o gráfico da função qua-
2
drática y = (m – 3)x + 5x – 2 tenha concavidade
volta para cima.
solução:
condição: a > 0 ⇒ m – 3 > 0 ⇒ m > 3
Estudo do sinal:
2
para x ≠ 5 ⇒ y > 0 12) Para que valores de m função f ( x ) = x – 3 x +
para x = 5 ⇒ y = 0 m – 2 admite duas raízes reais iguais?
Solução:
Observe que não existe valor que torne a função condição: ∆ > 0
negativa. ∆ = ( –3)² – 4 ( 1 ) ( m – 2) = 9 – 4m +8 ⇒
−17 17
2
7) f ( x ) = – x – 6x – 9 ⇒ –4 m + 17 > 0 ⇒ m => ⇒m>
−4 4
Solução:
2
Zeros da função: ∆ = (–6) – 4(–1)(–9 ) 2
13) Para que valores de x a função f(x) = x –5x + 6
∆ = 36 – 36 = 0 assume valores que acarretam f(x) > 0 e f(x) < 0?
−( −6) 6 Solução:
x= = = −3 2
2( −1 ) − 2 f ( x ) = x – 5x + 6
2
Esboço gráfico: f ( x ) = 0 ⇒ x – 5x + 6 = 0 ⇒ x1 = 2 e x2 = 3

Portanto:
f(x)>0 para [ x Є R / x < 2 ou x > 3 ]
f(x)<0 para [ x Є R / 2 < x < 3 ]

Estudo do sinal: EXERCÍCIOS


01) Determine as raízes, o vértice, D( f ) e Im( f ) das

Matemática 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
seguintes funções: par se e somente se: f ( x ) = f (– x ), ∀ x , x ∈ D isto
2
a) y = x + x +1 é, a valores simétricos da variável x correspondem a
2
b) y = x – 9 mesma imagem pela função.
2
c) y = – x + 4x – 4
2
d) y = – x – 8x Exemplo:
2
f ( x ) = x é uma função par, pois temos, por exemplo:
Respostas:
3
a) não tem; (-1/2, 3/4); IR; { y Є lR | y ≥ } f ( - 2) = ( - 2)2 = 4
4 f ( - 2) = f ( 2 )
b) 3, -3; (0, 0); lR; { y Є lR | y ≥ 0} f ( 2 ) = 22 = 4
c) 2; (2,0); lR; { y Є R | y ≤ 0}
d) 0, -8; (-4, 16); lR; { y Є lR | y ≤ 16} Observe o seu gráfico:

02) Determine os zeros (se existirem) das funções


quadráticas:
2
a) y = x – 6x + 8
2
b) y = –x + 4x – 3
2
c ) y = –x + 4x
2
d) y = x – 6x + 9
2
e) y = –9x + 12x – 4
2
f) y = 2x – 2x +1
2
g) y = x + 2x – 3
2
h) y = 3x + 6x
2
i) y = x
Vale observar que: o gráfico de uma função par é
Respostas: simétrico em relação ao eixo dos y.
a) 2 e 4 b) 1 e 3
c) 4 e 0 d) 3 FUNÇÃO ÍMPAR
e) 2/3 f) φ Dizemos que uma função D em A é uma função
g) –3 e 1 h) – 2 e 0 impar se e somente se f ( – x ) = – f ( x ),
i) 0 ∀ x , x ∈ D , isto é, os valores simétricos da variável x
correspondem as imagens simétricas pela função.
03) Determine os valores reais de m, para os quais:
2
a) x – 6x – m – 4 = 0 admita duas raízes reais
Exemplo:
diferentes
2 f ( x ) = 2x é uma função ímpar, pois temos, por
b) mx – (2m – 2)x + m – 3 = 0 admita duas raízes
exemplo:
reais e iguais
2
c) x – (m + 4)x + 4m + 1 = 0 não admita raízes reais f ( - 1) = 2( - 1) = - 2
2
f ( - 1) = − f ( 1 )
d) x – 2mx – 3m + 4 = 0 admita duas raízes reais di- f ( 1) = 2 ⋅ 1 = 2
ferentes.
Observe o seu gráfico:
Respostas:
a) m ∈ lR | m > − 13
{ }
b) { m ∈ lR | m = - 1 }
c) { m ∈ lR | 2 < m < 6 }
d) { m ∈ lR | m < - 4 e m > 1 }

2
04) Dada a função y = x – x – 6, determine os valores
de x para que se tenha y > 0.
Resposta : S = x ∈ lR | x < - 2 ou x > 3
{ }
2
05) Dada a função y = x – 8x + 12, determine os O gráfico de uma função impar é simétrico em relação
valores de x para que se tenha y < 0. a origem do sistema cartesiano.
Resposta : S = x ∈ lR | 2 < x < 6
{ } EXERCÍCIOS
01) Dizer se as funções seguintes são pares, ímpares
FUNÇÃO PAR ou nenhuma das duas.
FUNÇÃO ÍMPAR a) f(x) = x
2
b) f(x) = x
3
c) f(x) = x
FUNÇAO PAR
d) f(x) = | x |
Dizemos que uma função de D em A é uma função
e) f(x) = x +1

Matemática 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Respostas
a) f(-x) = -x = -f(x); é função ímpar
2 2
b) f(-x) = (-x) = x = f(x); é função par
3 3
c) f(-x) = (-x) = -x = -f ( x ); é função ímpar
d) f(-x) = | -x | = | x | = f ( x ); é função par
e) f(-x) = -x + 1
≠x+1=f(x)
≠ - ( x + 1)= - f ( x )
não é função par nem função ímpar

02) Dizer se as funções seguintes, dados seus D(f)=R Im ( f ) = { y Є lR | y ≥ 1}


gráficos cartesianos são pares, ímpares ou
nenhuma das duas. b) Calcular | x – 5 | = 3
Solução:
| x – 5 | = 3 ⇔ x – 5 = 3 ou x – 5 = –3

Resolvendo as equações obtidas, temos:


x – 5=3 x – 5=–3
x=8 x=2
S = {2, 8}
2
c) Resolver a equação | x | + 2 | x | – 15 = 0
Resposta Solução:
a) é uma função par, pois seu gráfico é simétrico em Fazemos | x | = y, com y ≥ 0, e teremos
2
relação ao eixo x. y + 2y – 15 = 0 ∆ = 64
b) é uma função ímpar, pois seu gráfico é simétrico y’ = 3 ou y " = – 5 (esse valor não convêm pois y ≥ 0)
em relação ao ponto origem,
c) é uma função par, pois seu gráfico é simétrico em Como | x | = y e y = 3, temos
relação ao eixo y. | x | = 3 ⇔ x =3 ou x = –3
d) Não é nem função par nem função impar, pois seu S = { –3, 3}
gráfico não é simétrico nem em relação ao eixo y 2
e nem em relação ao ponto origem. d) Resolver a equação | x – x – 1| = 1
Solução:
2 2
FUNÇÃO MODULO | x – x – 1| = 1 x – x – 1 = 1 ou
2
Chamamos de função modular a toda função do tipo y = | x –x–1 =–1
2 2
x | definida por: x –x–1 =1 x –x–1 =–1
2 2
x –x–2 =0 x –x =0
x, se x ≥ 0 ∆ =9
f (x)=
- x, se x < 0, para todo x real x ( x – 1) = 0
Representação gráfica: x’ = 2 ou x ” = –1 x’ = 0 ou x “ = 1
S = { –1, 0, 1, 2 }
2
e) Resolver a equação | x | – 2 | x | – 3 = 0
Solução:
Fazendo | x | = y, obtemos
2
y – 2y – 3 = 0 ⇒ y = –1 ou y = 3

Como y = | x |, vem:
| x | = 3 ⇒ x = –3 ou x = 3
| x | = –1 não tem solução pois | x | ≥ 0

Assim, o conjunto-solução da equação é


D(f)=R S = { –3, 3}
Im ( f ) = R+
EXERCÍCIOS
Exemplos: Represente graficamente as seguintes funções
a) y = | x | + 1 modulares e dê D ( f ) e lm ( f ) :
 x + 1, se x ≥ 0 1) y = | x | + 2 4) y = –| x – 3 |
y= 2) y = | x | – 1 5) y = –| x + 1 |
- x + 1, se x < 0 3) y = | x + 2| 6) y = | x – 1 | – 1

Matemática 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
y=f(x)
⇒ z = g[ f ( x ) ]
z = g( y )

z =h( x )
⇒ h( x ) = g[h( x )]
z = g [f(x)]

A função h ( x ), composta de g com f, pode ser


indicada por:
g[f(x)] ou (g o f ) ( x )

EXERCICIOS
x3
01) Sendo f ( x ) = 2x e g (x ) = funções reais,
2
calcule g [ f ( –2) ].

FUNÇÃO COMPOSTA Temos :


Consideremos a seguinte função: f ( x ) = 2x ⇒ f ( –2) = 2 ( –2) = ⇒ f ( –2)= –4
x3
Um terreno foi dividido em 20 lotes, todos de forma g(x)= e g [ f ( –2) ] = g ( –4 ) =
2
quadrada e de mesma área. Nestas condições, vamos
mostrar que a área do terreno é uma função da medida ( −4)3
g [ f ( –2) ] = = –32 ⇒ g [ f ( –2) ] = –32
do lado de cada lote, representando uma composição de 2
funções.
x3
Para isto, indicaremos por: 02) Sendo f ( x ) = 2x e g ( x ) = funções reais,
x = medida do lado de cada lote 2
calcule f [ g ( –2 ) ].
y = área de cada terreno
z = área da terreno
Temos :
1) Área de cada lote = (medida do lado)
2
g(x)=
x3
⇒ g ( –2 ) =
(− 2)3 ⇒ g ( –2) = –4
2
⇒ y =x 2 2
f ( x ) = 2x e f [ g (–2)] = f (–4)
Então, a área de cada lote é uma função da medida do f [ g(–2)] = 2 . (–4) = – 8 ⇒ f [ g (–2)] = – 8
2
lado, ou seja, y = f ( x ) = x
03) Sendo f(x) = 2x – 1 e g ( x ) = x + 2 funções reais,
2) Área do terreno = 20. (área de cada lote) calcule:
⇒ z = 20y a) ( g o f ) ou g [ f ( x ) ]
Então, a área do terreno é uma função da área de cada b) ( f o g ) ( x )
lote, ou seja: z = g(y) = 20y
a) Para obter g[ f ( x ) ] substituímos x de g( x ) por
3) Comparando (1) e (2), temos: (2x – 1) que é a expressão de f ( x ).
2
Área do terreno = 20 . (medida do lado) , ou seja: z = g ( x ) = x + 2 ⇒ g [ f ( x )] = (2x – 1) + 2 ⇒
2 2
20x pois y = x e z = 20y ⇒ g [ f ( x ) ] = 2x + 1

então, a área do terreno é uma função da medida de f(x) 2x – 1


2
cada lote, ou seja, z = h ( x ) = 20x
b) Para obter f [ g ( x ) ] substituímos o x de f ( x ) por (
x + 1 ) que é a expressão de g ( x ).
f ( x ) = 2x – 2 ⇒ f [ g ( x )] = 2 (x + 2) –1 ⇒
⇒ f [ g ( x ) ] = 2x + 3

g(x) x+2

A função h, assim obtida, denomina-se função 04) Dados f ( x ) = 2x – 1 e f [ g ( x ) ] = 6x + 11,


composta de g com f. calcular g ( x ).

Observe agora: Solução

Matemática 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Neste caso, vamos substituir x por g ( x ) na função f V = {-7}
(x)e teremos 2 [ g ( x ) ] – 1 = 6x + 11.
18. Resolva a equação:
2 g ( x ) – 1 = 6x + 11 ⇒ 2 g ( x ) = 6x + 12 X
33 ⋅ 3 X = 243 2 ( x ∈ lN, x ≥ 2)
6x + 12
g ( x) = ⇒ g ( x ) = 3x + 6
2 5 2 5 2 10
Sendo 243 = 3 , temos 243 = (3 ) = 3 ; então:
05) Considere as funções: x 10
33 + x = 310 ⇒ 33 + x = 310 x ⇒ 3 + x = ⇒
f de lR em lR, cuja lei é f ( x ) = x + 1 x
2
⇒ x 2 + 3 x − 10 = 0 ⇒ x1 = 2 ou x 2 = −5
g de lR em lR, cuja lei é x
Como x é índice de raiz, a solução é x = 2
V = { 2}
a) calcular (f o g) ( x ) d) calcular (f o f ) ( x )
b) calcular (g o f) ( x ) e) calcular (g o g ) ( x ) 2x+1 x+1
e) dizer se (f o g) ( x ) = (g o f ) ( x ) 19. Determine x em: 3 –3 = 18
2x x x 2 x
3 . 3 – 3 . 3 = 18 ⇒ (3 ) . 3 – 3 . 3 - 18 = 0
x
Respostas: e fazendo 3 = y , temos:
2 2
a) ( f o g) ( x ) = x + 1 3y – 3y - 18 = 0 ⇒ y = -2 ou y = 3
2
b) (g o f) ( x) = x +2x +1 x x
3 = -2 ∃ solução, pois 3 > 0
c) Observando os resultados dos itens anteriores, x
constatamos que, para x ≠ 0, (f o q) ( x) ≠ ( g o f) 3 –y
(x) ∀ x real
d) ( f o f )(x) = x + 2
e) ( g o g)( x ) = x
4 3x = 3 ⇒ x = 1

V = { 1}
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS
Exercícios:
20. Resolva a equação:
Vamos resolver equações exponenciais, isto é,
1
equações onde a variável pode aparecer no expoente. a) 3 x = 3 81 c) 27 2 + x =
81
São equações exponenciais: x 2 1
b) 10 = 0,001 d) 2 x +1 =
X X2 − X 2X X 2
1] 2 = 32 2] 5 = 25 3] 3 – 3 –6=0
21. Determine x em :
x -2 x-2 2x+1
Resolução: Para resolver uma equação a) 3 . 3 = 27 c) (0,001) =10
2 x
exponencial, devemos lembrar que: b) ( 7 ) = 343

a x1 = a x 2 ⇔ x1 = x 2 (a > 0 e a ≠1 ) 22. Resolva a equação:


2 (x-1) (2 –x)
RESOLVENDO EXERCÍCIOS: a) 2 x ⋅ 22 x = 215 c) [3 ] =1
4x
1 3 x-2 2  1 1 0
15. Resolva a equação (11 ) = b) 5 x ⋅   = Obs: 1 = 3
121 5 125
3( x –2) –2
11 = 11 ⇒ 3(x – 2)= -2 ⇒
4 23. Determine x tal que:
⇒ 3 x – 6 = - 2⇒ x =
3 6
a) 253 x +1 = 1254 x − 2
4 x-2 x
V=  b) 81 . 3 = 94 (x ∈ lN | x ≥ 2)
3 
−3 x
2  1 1 24. Resolva a equação:
16. Determine x tal que 2x =   ⋅ x+3 x-2 x x
2 4 a) 2 + 2 = 33 b) 25 –2 . 5 = -1
2x x 2x + 3 x
2 1 2 c) 3 + 2 . 3 = 0 d) 2 - 6 . 2 +1 = 0
2 x = 23 x ⋅ ⇒ 23 x ⋅ 2− 2 ⇒ 2 x = 23 x − 2 ⇒
2
2 25. Resolva a equação;
2 2 x +2 x+3 6x 3x
⇒ x = 3x – 2 ⇒ x – 3x + 2 = 0 ⇒ x = 1 ou x = 2 a) 4 –2 + 1= 0 b) 2 –9.2 +8=0
V = {1, 2}
INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
2x + 5 4 x −1
17. Resolva a equação 8 ⋅ 2 = 8
3x −3 Vamos resolver inequações exponenciais, isto é,
3
2 .2 = [2
2x +5
] ⇒2
3(x –1 ) 1/4
= ⇒
2x + 8
2 4 inequações onde podemos ter a variável no expoente.
Exemplos:
3x − 3
⇒ 2x + 8 = ⇒ 8x + 32 = 3x - 3 ⇒ x = -7
4
Matemática 72 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
x 2 −6x 9 positivo e diferente de 1, temos:
x –1 2 2
1] 2 <8 2]   ⋅  ≥ 1
3 3 loga 1 = 0
Resolução:
Para resolver uma inequação exponencial, vamos d) log9 27
lembrar que: Solução: Se log9 27 = x, então 9 = 27.
x
2 3
Como 9 = 3 e 27 = 3 , temos :
a>1 0< a < 1 2 x
(3 ) = 3
3

x1 x2
a < a ⇔ x1 < x 2 a < a x 2 ⇔ x1 > x 2
x1
2x 3 3
3 = 3 ou 2x = 3 e x =
“conservamos” a “invertemos” a desigual- 2
desigualdade dade 3
Resposta: log927 =
2
1
FUNÇÃO LOGARÍTMICA e) log8
2
1 x 1
Definição: Solução: Se log8 = x, então 8 = .
3
Podemos dizer que em : 5 = 125 2 2
3 é o logaritmo de 125 na base 5. isso pode ser 3 1 –1
Como 8 = 2 e = 2 temos:
escrito da seguinte forma: log5 = 125 = 3 2
3 x –1
(2 ) =2
Veja outros casos: 3x –1 −1
5
2 = 32 ⇔ log232 = 5 2 =2 ou 3x = -1 e x =
4 3
3 = 81 ⇔ log381 = 4
0.3010 1 −1
10 = 2 ⇔ log10 2 = 0,3010 Resposta: log8 =
2 3
De um modo geral, dados dois números reais a e b, f) log100,1
x
positivos, com b ≠ 1, chama-se logaritmo de a na base Solução: log100,1= x, então 10 = 0,1
C
b, ao número c, tal que b = a. Ou seja: 1 –1
C
logb a = c ⇔ b = a Como 0,1 = = 10 , temos:
10
O número a recebe o nome de logaritimando e b é a x –1
10 = 10 ou x = -1
base.
Resposta: log100,1= -1
Alguns logaritmos são fáceis de serem encontrados.
Outros são achados nas tabelas. g) log2 3 2
x
Solução: Se log2 3 2 =x, então 2 = 3 2
Vamos, agora, achar alguns logaritmos fáceis. 1 1
3 3 x 3 1
1. Calcular: Como 2= 2 , temos: 2 = 2 ou x =
3
a) log416 1
Solução: Se log416 = x,
x
então 4 = 16. Resposta: log2 3 2 =
2 3
Como 16 = 4 , temos :
x 2 h) log125 3 25
4 =4
x
Comparando, vem que: x = 2 Solução: Se log125 3 25 =x, então 125 = 3 25
Resposta: log416 = 2 2
3 3 3 2
Como 125 = 5 e 25 = 5 = 53 , temos:
b) log25 5 3 x 3 2
x (5 ) = 5
Solução: Se log25 5 = x, então 25 =5 2
3x 2 2
2 2 x 5 = 53 ou 3x=
ex=
Como 25 = 5 , temos: (5 ) = 5 3 9
2x 1 2
5 =5 ou 2x = 1 ex= Resposta: log125 3 25 =
2 9
1
Resposta: log25 5 =
2 2. O logaritmo de 243 numa certa base é 5. Qual é
c) log3 1 a base?
x
Solução: Se log3 1 = x, então 3 = 1. Solução
5
0
Como 3 = 1, temos: Se logx243 = 5, então x = 243.
5 5
x 0
3 = 3 ou x = 0 Como 243 =3 x =3 ou x =3
Resposta: A base é 3.
Resposta: log3 1 = 0
3. Qual é o logaritmo de - 9 na base 3?
Obs.: De modo geral, para um número a qualquer

Matemática 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Solução
x onde a, b e c são tais que tornam possível a
log3(-9) = x, então 3 = - 9
Não há um número x que satisfaça essas existência da expressão.
condições. Lembre-se de que em logb a, a deve ser
positivo. 2. Logaritmo de um quociente
Resposta: Não existem logaritmo de - 9 na base 3. Já sabemos que log216 = 4 e log28 = 3 Podemos
 16   16 
achar log2   da seguinte maneira: log2   = x,
4. Encontrar um número x tal que logx36 = 2  8  8 
Solução 16
2 x
Se logx36= 2, então x = 36. então 2 =
8
ou x = ± 36 ou x = ± 6 4 3
Mas 16 = 2 e 8 = 2 . Podemos escrever então:
Como não tem sentido log-636, ficaremos somente
com x = 6. 24
Resposta: x = 6 2x = ⇒ 2 x = 24 − 3 ou x = 4 - 3
23
Exercícios Propostos
1. Calcular: Assim :
1  16 
a) log232 i) log2 log2   = 4 – 3 ou ainda:
8  8 
1
b) log1664 j) log8  16 
16 log2   = log216 - log2 8
 8 
c) log100,01 l) log10010 000
d) log16 32 m) log6255 De um modo geral, temos:
e) log6464 n) log 3 3
a
f) logxx, x > 0 e x ≠ 1 o) log981 log c   = log c a − log c b
b
1 3
g) log4 p) loga a 2 , a > 0 e a ≠ 1
4 3. Logaritmo da potência
5
h) log4 3
4 Sabendo que log2 8 = 3, podemos achar log2 8 da
seguinte maneira:
5 x 5
2. Achar o valor de x tal que: Se log2 8 = x, então 2 = 8 .
3
a) logx4 = 1 f) log(x+1)4 = 2 Mas como 8 = 2 , podemos escrever:
x 3 5 x 3.5
b) log2 x = -1 g) log x 18 = 2 2 = (2 ) ⇒ 2 = 2
x = 3 . 5 ou x = 5 . log28
c) log2(4+x ) = 3 h) logx0,00001 = - 5
d) log2 x = 4 i) log2x2 = 2
e) logx169 = 2 j) log749 = 1 + x 5
Desta maneira: log28 = 5 . log2 8

3. Qual é a base na qual o logaritmo de 4 dá o De um modo geral, temos:


mesmo resultado que o logaritmo de 10 na base
100? logban = n logba
PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS
Quatro propriedades serão de importância 4. Mudança de base
fundamental nos cálculos com logaritmos daqui para Sabendo que log28 = 3 e log216 = 4, podemos
frente. Vamos estudá-las.
calcular Iog168 da seguinte forma:
1. Logaritmo de um produto x
Já sabemos que log2 16 = 4 e log28 = 3. Podemos log28 = x ⇒ 16 = 8
achar o log2( 16 . 8) da seguinte maneira: 4 3 4 x 3
x Mas como 16 = 2 e 8 = 2 , temos: (2 ) = 2
Se log2 (16 . 8) = x, então 2 = 16 . 8
4x 3 3
2 = 2 ou 4x = 3 ⇒ x=
4 3
Como 2 = 16 e 2 = 8, então : 4
x 4 3 3
2 = 2 . 2 ou x = 4 + 3 Portanto: log168 = ou ainda
4
Assim: log2(16 . 8) = 4 + 3 ou ainda:
log 28
log2(16 . 8) = log2 16 + log2 8 log 16 8 =
log 216
De um modo geral: De um modo geral, temos: log
log ba = ca
log cb
logC (a . b) = logC a + logC b

Matemática 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1
2
Nessa expressão, c é a base em que pretendemos
c) log x =
(a b) 3
trabalhar. 1
c 2
Exercícios Resolvidos Solução:
1. Sabendo que log2 5 = 2,289 e log26 = 2,585, 1
2 1 1
calcular: (a b) 3
a) log230 log x= = log x a2b 3 − log x c 2 =
( )
1
Solução c2
Como 30 = 5 . 6, então log230 = log2 (5 . 6). 1
Aplicando a propriedade do logaritmo do produto, 1
= log x a2b − log x c 2 =
( )
vem: 3
log2 30 = log2 (5 . 6) = log2 5 + log2 6 1
1
log2 30 = 2,289 + 2,585 = log x a2 + log xb − log x c 2 =
( )
3
Resposta: log2 30 = 4,874
1 1
= ( 2 log x a + log x b ) − log x c =
3 2
5
b) log2  
6  a 
Solução: Aplicando a propriedade do logaritmo do d) log x  
quociente, vem :  bc 
5  a 
log2   = log25 - log26 = 2,289 - 2,585 Solução: log x   = log x a − log x bc =
6  bc 
5 1
Resposta: log2   = - 0,296 2
6 = log x a − log x (bc ) =
1
= log xa − log x (bc ) =
c) log2625 2
4
Solução Como 625 = 5 , temos : 1
4 = log x a − (log xb + log x c )
log2 625 = log2 5 2
Usando a propriedade do logaritmo de potência,
temos: 3. Dados log102 = 0,301 e log103 = 0,477, calcular
4
log2 625 = log2 5 = 4 log25 = 4 . 2,289 log10162.
Resposta: log2 625 = 9,156 Solução:
Decompondo 162 em fatores primos, encontramos
4 4
d) log65 162 = 2 . 3 . Então: log10 162 = log10 ( 2 . 3 )
Solução: Usando a propriedade da mudança de Aplicando as propriedades, vem :
base, temos: log10162 = log102 + 4log103
log 25 2,289 log10162 = 0,301 + 4 . 0,477
log 65 = = = 0,885
log 26 2,585 log10162 = 2,209
Resposta: log65 = 0,885
4. Encontrar um número x > 0 tal que:
2. Desenvolver as expressões abaixo usando as log5 x + log5 2 = 2
propriedades dos logaritmos: Solução: Utilizando ao contrário a propriedade do
 ab  logaritmo do produto, teremos:
a) log x   log5 x + log5 2 = 2
 c 
2 25
 ab  log5(x . 2) = 2 ou x . 2 = 5 e x =
Solução: log x   =logX(ab)-logXc=logXa+logXb– logXc 2
 c 
5. Resolva a equação:
2
 a2b3  log2(x + 2x + 7) – log2 ( x - 1) = 2
b) log x  
Solução:
 c4 
  Antes de começar a resolver esta equação,
Solução: devemos nos lembrar de que não podemos encontrar
 a2b3  logaritmos de números negativos. Por isso, o valor de x
log x  = 2
que encontraremos não poderá tornar x + 2x + 7 ou x -
 c4 
  1 negativos.
2 3 4 2 3 4
= logx(a b ) – logxc = logxa + logxb – logxc =
= 2logxa + 3logxb – 4logxc Aplicando a propriedade do logaritmo do quociente
no sentido inverso, teremos:

Matemática 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2
log2(x + 2x - 7) – log2 ( x - 1) = 2 b) log 10 27 g) log 32
 x 2 + 2x − 7   1
log 2  =2 ou c) log 10  h) log 23
 x - 1   16 
 
3  10 
x 2 + 2x − 7 x 2 + 2x − 7 d) log 10  i) log 105  sugestão : 5 = 
= 22 ⇒ =4 2  2 
x -1 x -1
e) log 1054 j) log 10 45
x 2 + 2x − 7 = 4( x − 1) ⇒ x 2 + 2x − 7 = 4 x − 4
x 2 − 2x − 3 = 0 6. Encontrar o valor de x tal que :
a) log3x + log34 = 2
Aplicando a fórmula de Báskara para resolução de b) log32 – log3x = 4
c) log3x - 1 = log32
− b ± b2 − 4ac
equações do segundo grau, x= , na d) log4(x + 1) = log45
2a e) log10 3 + log10(2x +1) = log10(2 - x)
2
qual a é o coeficiente de x , b é o coeficiente de x e c, o
termo independente de x, vem : FUNÇÃO LOGARITMICA
x1 = 3 Chamamos de função logarítmica a junção que a
2 ± (− 2)2 − 4 ⋅ 1 ⋅ (− 3 ) 2 ± 4 cada número real e positivo x associa o seu logaritmo a
x= =
2 ⋅1 2 certa base positiva e diferente de 1.
x2 = − 1 Assim = y = logax, x > 0, a > 0, a ≠ 1
2
Observe que x2 = -1 torna as expressões x - 1 e x -
2 Vamos construir o gráfico de algumas funções
2x - 7, em log2(x - 1)e Iog2(x + 2x - 7), negativas. Por
isso, deveremos desprezar esse valor e considerar logarítmicas.
apenas x1 = 3.
Resposta: x = 3. Gráfico 1 y = log2x
x log2x
6. Resolver a equação : 8 3
log4x = log2 3 4 2
Solução: 2 1
Primeiramente vamos igualar as bases desses 1 0
logaritmos, passando-os para base 2. 1
log 2 x log 2 x 2 -1
= log 23 ⇒ = log 23
log 2 4 2 1
-2
log 2 x = 2 log 23 ⇒ log 2 x = log 232 4
log2 x = log2 9

Comparando os dois termos da igualdade,


concluímos que x = 9.
Resposta: x = 9.

Exercícios Propostos
4. Aplicar as propriedades dos logaritmos para
desenvolver as expressões:
Gráfico 2 y = log 1 x
 ab 
a) log c a2b ( ) f) log c   2
 d 
  x log 1 x
3 4 n
b) log c (a b ) ( )
g) log c ab 2

 3  8 -3
 a   a  4 -2
c) log c   h) log c  
 b2   3 b2 2 1
  1 0
 1  1
d) log c a i) log c  
 abc  2 -1
 a  1
e) log c   -2
 b2d3  4

5. Sendo dado log102 = 0,301 e log103 = 0,477,


calcular:
a) log 106 f) log 10 8

Matemática 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) 2logc a + logc b b) 3logc a + 4 logc b
1
c) logc a - logc b d) logc a
2
e) logc a - 2 logc b –3logc d
1 1
f) logc a + logc b – logc d
2 2
3 2
g) logc a + n logc b h) logc a - logc b
2 3
Perceba que y = log2x é crescente. Então, podemos i) - logc a - logc b –1
dizer que se b > c então log2b > log2c. Isso de fato
acontece sempre que a base do logaritmo é um 5)
número maior que 1. a) 0,778 f) 0,451
b) 1,431 g) 0,631
Em contrapartida, y = log 1 x é decrescente. c) –1,204 h) 1,585
2 d) 0,176 i) 0,699
Então, podemos dizer que se b > c, então e) 1.732 j) 1,653
log 1 b < log 1 c Isso acontece sempre que a base é um
2 2
6)
número entre 0 e 1. 9 2 −1
a) b) c) 6 d) 4 e)
4 81 7
Exercícios Propostos
16. Construir os gráficos das funções ; 16)
a) y = log3x b) y = log 1 x a) b)
3
17. Verifique se as afirmações abaixo são
verdadeiras ou falsas:
a) log25 > log23 b) log 1 5 > log 1 3
2 2
c) log0,40,31 > log0,40,32 d)Iog403100>Iog403000
e) log41,4> log51,4 f) log0,40,5 < log0,40,6 17)
a) V b) F c) V d) V e) V f) F
18. Construir num mesmo sistema de eixos os 18) (0, 1)
x
x  1
gráficos das funções f1(x) = 2 e f2(x) =   .
2
PROGRESSÕES
Encontrar o ponto (x , y) em que f1(x) = f2(x).
Observe a seguinte sequência: (5; 9; 13; 17; 21; 25; 29)
Respostas dos exercícios
1)
Cada termo, a partir do segundo, é obtido somando-
a) 5 i) –3
se 4 ao termo anterior, ou seja:
b) 1,5 −4
c) –2 j) an = an – 1 + 4 onde 2 ≤ n ≤ 7
3
d) 0,625
l) 2 Podemos notar que a diferença entre dois termos
e) 1
1 sucessivos não muda, sendo uma constante.
f) 1 m)
g) –1 4 a2 – a 1 = 4
1 n) 2 a3 – a 2 = 4
h) o) 2 ..........
3
2 a7 – a 6 = 4
p)
3
2) Este tipo de sequência tem propriedades
a) 4 f) 1 interessantes e são muito utilizadas, são chamadas de
1 g) 18 PROGRESSÕES ARITMÉTICAS.
b) h) 10
2
c) 4 2 Definição:
i) Progressão Aritmética ( P.A.) é toda sequência
d) 256 2
e) 13 onde, a partir do segundo, a diferença entre um termo
j) 1
e seu antecessor é uma constante que recebe o nome
3) 16 de razão.
4) AN – AN -1 = R ou AN = AN – 1 + R

Matemática 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exemplos: extremos é uma constante igual à soma dos extremos.
a) ( 2, 5, 8, 11, 14, . . . . ) a1 = 2 e r = 3
1 1 3 1 1 1 Exemplo:
b) ( , , , ,. . . . ) a1 = e r= ( –3, 1, 5, 9, 13, 17, 21, 25, 29 )
16 8 16 4 16 16
– 3 e 29 são extremos e sua soma é 26
c) ( -3, -3, -3, -3, ......) a1 = –3 e r = 0 1 e 25 são equidistantes e sua soma é 26
d) ( 1, 3, 5, 7, 9, . . . . ) a1 = 1 e r = 2 5 e 21 são equidistantes e sua soma é 26
Dessa propriedade podemos escrever também que:
Classificação Se uma PA finita tem número ímpar de termos
As Progressões Aritméticas podem ser classificadas então o termo central é a média aritmética dos
em três categorias: extremos.
1.º) CRESCENTES são as PA em que cada termo
é maior que o anterior. É imediato que isto VI - INTERPOLACÃO ARITMÉTICA
ocorre somente se r > 0. Dados dois termos A e B inserir ou interpolar k
(0, 5, 10, 15, 20, 25, 30 ) meios aritméticos entre A e B é obter uma PA cujo
(2, 4, 6, 8, 10, 12, 14 ) primeiro termo é A, o último termo é B e a razão é
2.º) DECRESCENTES são as PA em que cada calculada através da relação:
termo é menor que o anterior. Isto ocorre se r < B−A
0.
( 0, - 2, - 4, - 6, - 8, - 10, - 12) K +1
( 13, 11, 9, 7, 5, 3, 1 ) Exemplo:
3.º) CONSTATES são as PA em que cada termo é Interpolar (inserir) 3 meios aritméticos entre 2 e 10
igual ao anterior. É fácil ver que isto só ocorre de modo a formar uma Progressão Aritmética.
quando r = 0.
( 4, 4 , 4, 4, 4, 4 ) Solução:
( 6, 6, 6, 6, 6, 6, 6 ) 1º termo A = 2
B−A
Aplicando a fórmula: último termo B = 10
As PA também podem ser classificadas em: K +1
k meios = 3
a) FINITAS: ( 1, 3, 5, 7, 9, 11)
Substituindo na forma acima vem:
b) INFINITAS: ( 6, 10 , 14 , 18 , ...)
B−A 10 − 2 8
⇒ = = 2
lV - TERMO GERAL K +1 3 +1 4
Podemos obter uma relação entre o primeiro termo portanto a razão da PA é 2
e um termo qualquer, assim:
a2 = a1 + r A Progressão Aritmética procurada será: 2, 4, 6, 8,
10.
a3 = a2 + r = ( a1 + r ) + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = ( a1 + 2r ) + r = a1 + 3r VII –SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE UMA
a5 = a4 + r = ( a1 + 3r ) + r = a1 + 4r PA
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . Podemos determinar a fórmula da soma dos n
a10 = a9 + r = ( a1 + 8r ) + r = a1 + 9r primeiros termos de uma PA Sn da seguinte forma:
logo AN = A 1 + ( N – 1) . R Sn = a1 + a2 + a3 +....+ an -2 + an -1 + an ( + )
Sn = an -2 + an -1 + an +....+ a1 + a2 + a3
que recebe o nome de fórmula do Termo Geral de
uma Progressão Aritmética.
2Sn = (a1+ an) + (a1+ an)+ (a1 + an)+....+ (a1+ an)
V - TERMOS EQUIDISTANTES
Em uma PA finita, dois termos são chamados Observe que aqui usamos a propriedade dos termos
equidistantes dos extremos, quando o número de equidistantes, assim: 2Sn = n (a1+ an)
termos que precede um deles é igual ao número de ( A + AN ) ⋅ N
termos que sucede o outro. logo: SN = 1
2
Por exemplo: Dada a PA EXERCICIOS
( a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8 ) Não esquecer as denominações:
an → termo de ordem n
a1 → 1º termo
n → número de termos
r → razão

a2 e a7 são equidistantes dos extremos 1) Determinar o 20º termo (a20) da PA (2, 5, 8, ...)
a3 e a6 são equidistantes dos extremos Resolução:
a1 = 2 an = a1 + (n – 1) . r
E temos a seguinte propriedade para os termos r=5–2=8–5=3 a20 = 2 + (20 – 1) . 3
equidistantes: A soma de dois termos equidistantes dos
Matemática 78 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
n = 20 a20 = 2 + 19 . 3 a2 6
= = 3
a20 = ? a20 = 2 + 57 a1 2
a20 = 59 a3 18
= = 3
a2 6
2) Escrever a PA tal que a1 = 2 e r = 5, com sete
a4 54
termos. = = 3
Solução: a2 = a1 + r = 2 + 5= 7 a3 18
a3 = a2 + r = 7 + 5 = 12 a5 162
= = 3
a4 = a3 + r = 12 + 5 = 17 a4 54
a5 = a4 + r = 17 + 5 = 22
a6 = a5 + r = 22 + 5 = 27 Sequências onde o quociente entre dois termos
consecutivos é uma constante também possuem
a7 = a6 + r = 27 + 5 = 32
propriedades interessantes. São também úteis para a
Matemática recebem um nome próprio:
Logo, a PA solicitada no problema é: (2, 7, 12, 17, PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.
22, 27, 32).
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS é toda sequência
3) Obter a razão da PA em que o primeiro termo é em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao
– 8 e o vigésimo é 30. produto do seu termo precedente por uma constante.
Solução: Esta constante é chamada razão da progressão
a20 = a1 + 19 r = ⇒ 30 = – 8 + 19r ⇒ geométrica.
⇒ 30 + 8 = 19r ⇒ 38 = 19r ⇒ r = 38 = 2
19 Em símbolos:
AN = A N - 1 . Q N = 1, 2, 3, . . .
4) Calcular r e a5 na PA (8, 13, 18, 23, ....) a 2 a3 a 4
Solução: ou seja: = = =. . .= q
a1 a2 a3
r = 23 – 18 = 13 – 8 = 5

CLASSIFICAÇÃO E TERMO GERAL


a5 = a4 + r
Quanto ao número de termos, podemos classificar a
a5 = 23 + 5 Progressão Geométrica em:
a5 = 28 - FINITA: quando o nº de termo for finito: 2, 4, 8,
16, 32, 64 ( 6 termos)
5) Achar o primeiro termo de uma PA tal que - INFINITA: quando o número de termos for
r = – 2 e a10 = 83. infinito: 2, 4, 8, 16, 32, 64, . . .
Solução:
Aplicando a fórmula do termo geral, teremos que o Quanto à razão, podemos classificar a PG em:
décimo termo é: a10 = a1 + ( 10 – 1 ) r ou seja: - CRESCENTE: quando cada termo é maior que o
anterior: 2, 4, 8, 16, 32
83 = a1 + 9 . (–2) ⇒ – a1 = – 18 – 83 ⇒
- DECRESCENTE: quando cada termo é menor
⇒ – a1 = – 101 ⇒ a1 = 101 que o anterior: 16, 8, 4, 2, 1, 1/2, 1/4, ..,
- CONSTANTE: quando cada termo é igual ao
6) Determinar a razão (r) da PA, cujo 1º termo (a1) anterior: 3, 3, 3, 3, 3, . . . (q = 1)
é – 5 e o 34º termo (a34) é 45. - OSCILANTE OU ALTERNANTE: quando cada
Solução: termo, a partir do segundo tem sinal contrário ao
a1 = –5 a34 = – 5 + (34 – 1) .r do termo anterior.
a34 = 45 45 = – 5 + 33 . r
Em alguns problemas, seria útil existir uma relação
n = 34 33 r = 50
entre o primeiro termo e um termo qualquer. Vejamos
50 como obtê-la.
R=? r=
33 a2 = a1 . q
2
a3 = a2 . q = ( a1 . q ) . q = a1 . q
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS 2 3
a4 = a3 . q = ( a1 . q ) . q = a1 . q
3 4
a5 = a4 . q = ( a1 . q ) . q = a1 . q
1 - DEFINIÇÃO
. . . . . . . . . . . . .
Vejamos a sequência 2, 6, 18, 54, 162 n -2 n -1
an = an -1 . q = ( a1 . q ) . q = a1 . q
Onde cada termo, a partir do 2.º, é obtido AN = A1 . Q N -1
multiplicando-se o termo anterior por 3, ou seja:
an = an – 1 . 3 n = 2, 3, . . . , 5 Esta última expressão é chamada termo geral de
uma Progressão Geométrica.
Observe que o quociente entre dois termos
sucessivos não muda, sendo uma constante. EXERCÍCIOS

Matemática 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
1) Determinar o 9.º termo (a9) da P.G. (1, 2, 4, 8;....). Pn = a1n. q1+ 2 + 3 + . . . + (n -1)
Solução:
an → termo de ordem n Mas 1 + 2 + 3 + .... + (n –1) é uma PA de (n –1)
a1 → 1º termo termos e razão 1. Considerando a fórmula da soma dos
n → número de termos termos de uma PA, temos:
q → razão (a1 + an )n [ 1+ ( n - 1) ] ⋅ n - 1 ⇒ S = n (n − 1)
S= ⇒S=
n –1 2 2 2
FÓRMULA DO TERMO GERAL: an = a1 . q
a1 = 1 q=4=2=2 n=9 a9 = ? Assim, podemos afirmar que:
2 1
9 –1 8
n ( n -1)
a9 = 1 . 2 ⇒ a9 = 1 . 2 ⇒
PN = A N Q 2
1

a9 = 1 . 256 ∴ a9 = 256

2) Determinar a1 (1º termo) da PG cuja a8 (8º termo) V - INTERPOLAÇÃO GEOMÉTRICA.


é 729, sabendo-se que a razão é 3. Inserir ou interpolar k meios geométricos entre os
Solução: números A e B, significa obter uma PG de k+2 termos,
a1 = ? q=3 n=8 a8 = 729 onde A é o primeiro termo e B é o último e a razão é
8 –1 B
a8 = a1 . 3 dada por: QK +1 =
7 A
729 = a1 . 3
6 7
3 = a1 . 3
6 7 VI - SOMA DOS N PRIMEIROS TERMOS DE UMA PG
a1 = 3 : 3 Seja uma PG de n termos a1 , a2, a3, ...., an
–1 1
a1 = 3 ⇒ a1 =
3 A soma dos n primeiros termos será indicada por:
Sn = a1 + a2 + a3 + .... + an
3) Determinar a razão de uma PG com 4 termos
cujos extremos são 1 e 64. Observe que, se q = 1, temos S = n . a1.
4 –1
Solução: a4 = a1 . q Suponhamos agora que, na progressão dada,
4 –1 tenhamos q ≠ 1. Multipliquemos ambos os membros
64 = 1 . q
3 3 por q.
4 =1 .q
3 3 Sn . q = a1 . q + a2 . q + a3 . q +....+ an –1 . q + an . q
4 =q
q =4 Como a1 . q = a2 , a2 . q = a3 , ... an –1 . q = an
temos:
TERMOS EQUIDISTANTES Sn . q = a2 + a3 + a4 +....+ an + an . q
Em toda PG finita, o produto de dois termos
equidistantes dos extremos é igual ao produto dos E sendo a2 + a3 + a4 +....+ an = Sn – a1 , vem:
extremos. Sn . q = Sn – a 1 + a n . q
Sn - S n . q = a 1 - a n . q
Exemplo:
a -a . q
( 1, 3, 9, 27, 81, 243 ) Sn = 1 n ( q ≠ 1)
1 e 243 extremos → produto = 243 1- q
3 e 81 equidistantes → produto = 3 . 81 = 243 a1 - a1 . qn -1 ⋅ q
9 e 27 equidistantes → produto = 9 . 27 = 243 Sn =
1- q
Desta propriedade temos que: a1 - a1 . qn
Sn =
Em toda Progressão Geométrica finita com número 1- q
ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica
dos extremos. 1 - qn
Sn = a1 ⋅ ( q ≠ 1)
1- q
Exemplo: ( 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192)
2
24 = 3 . 192
VII - SOMA DOS TERMOS DE UMA PG INFINITA
IV - PRODUTO DOS N PRIMEIROS TERMOS COM - 1 < Q < 1
DE UMA PG Vejamos como calcular S = 1 + 1 + 1 + 1 + 1 + . . .
Sendo a1, a2, a3, ..., an uma PG de razão q, 2 4 8 16
indicamos o produto dos seus n primeiros termos por:
Pn = a1 . a2 . a3 . ... . an Neste caso, temos a soma dos termos de uma PG
1
0bserve que: infinita com q = .
2 3 n –1
2
Pn = a1. ( a1 . q ) . (a1 . q ) . (a1 . q ) ... (a1 . q )
1 2 3 n –1
Pn = ( a1. a1 . a1 . . . . a1 ) . ( q . q . q . . . q ) Multiplicando por 2 ambos os membros, temos:

Matemática 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2 ⋅ ( 1 - 28 ) 2 ⋅ ( 1 - 256)
1 1 1 1 S8 = = =
2S = 2 + 1 + + + + + . .. 1- 2 -1
2 4 8 16
2 ⋅ ( - 255)
S = = 510 ∴ S8 = 510
−1
2S=2+S ⇒ S=2
1 1 1 1 1 1
Calculemos agora S = 1 + + + + ... 3) Determinar a razão da PG ( 2 ; 1; ; ; ; ... )
3 9 27 2 4 8
Multiplicando por 3 ambos os membros, temos: Solução: De a2 = a1. q tiramos que:
1 1 1 a 1 1
3 S = 3 +1 + + + +... q= 2 = ⇒ q=
3 9 27 a1 2 2
S 1
4) Achar o sétimo termo da PG ( ; 1 ; 2 ; . . .)
3 2
3S = 3 + S ⇒ 2S = 3 ⇒ S =
2 Solução:
1
A PG é tal que a1 = e q=2
Vamos obter uma fórmula para calcular a soma dos 2
termos de uma PG infinita com -1 < q < 1, Neste caso a Aplicando então a fórmula do termo geral,
soma converge para um valor que será indicado por S teremos que o sétimo termo é:
S = a1 + a2 + a3 +....+ an + . . . 1 1
2 n –1 a7 = a1 ⋅ q(7 - 1) = ⋅ 26 = ⋅ 64
S = a1 + a1 . q + a1 . q +....+ a1 . q +... 2 2
portanto ( ∴ ) a7 = 32
multiplicando por q ambos os membros, temos:
2 3 n
Sq = a1q+ a1 q + a1 q +....+ a1 q + . . . ⇒
⇒ Sq = S – a1 ⇒ S – Sq = a1
a
⇒ S(1 – q) = a1 ⇒ S = 1
1− q
ANÁLISE COMBINATÓRIA
Resumindo:
se - 1 < q < 1, temos:
Princípio fundamental da contagem (PFC)
Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras
a1
S = a1 + a2 + a3 + .... + an + . . . = diferentes e um segundo evento, de k maneiras diferen-
1− q tes, então, para ocorrerem os dois sucessivamente,
existem m . k maneiras diferentes.
EXERCÍCIOS
1) Determinar a soma dos termos da PG Aplicações
1 1 1 1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De
( 1, , , . . . . , ) quantos modos distintos ela pode se vestir?
2 4 64
1
Solução: a1 = 1 q= Solução:
2 A escolha de uma blusa pode ser feita de 4 manei-
a1 - an . q ras diferentes e a de uma saia, de 3 maneiras diferen-
Sn =
1- q tes.
1 1 1
1- . 1- Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a
Sn = 64 2 ⇒ Sn = 128 escolha da blusa e saia. Podemos resumir a resolução
1 1 no seguinte esquema;
1-
2 2
127 Blusa saia
127 127
Sn = 128 = ⋅ 2 ⇒ Sn = ou
1 128 64
2
Sn = 1,984375 4 . 3 = 12 modos diferentes

2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e


2) Determinar a soma dos oito primeiros termos da 5 caminhos ligando os pontos B e C. Para ir de
2 3
PG (2, 2 , 2 , . . .). A a C, passando pelo ponto B, qual o número
Solução: de trajetos diferentes que podem ser realiza-
a1 = 2 q = 2 n=8 dos?
a1 ⋅ ( 1 - qn )
Sn = Solução:
1- q Escolher um trajeto de A a C significa escolher um
caminho de A a B e depois outro, de B a C.

Matemática 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Como para cada percurso escolhido de A a B temos


ainda 5 possibilidades para ir de B a C, o número de
trajetos pedido é dado por: 4 . 5 = 20.

Esquema:
Percurso Percurso
AB BC

4 . 5 = 20
6) Quantos números de 3 algarismos distintos po-
3) Quantos números de três algarismos podemos demos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6,
escrever com os algarismos ímpares? 7, 8 e 9?

Solução: Solução:
Os números devem ser formados com os algaris- Existem 9 possibilidades para o primeiro algarismo,
mos: 1, 3, 5, 7, 9. Existem 5 possibilidades para a esco- apenas 8 para o segundo e apenas 7 para o terceiro.
lha do algarismo das centenas, 5 possibilidades para o Assim, o número total de possibilidades é: 9 . 8 . 7 =
das dezenas e 5 para o das unidades. 504

Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = Esquema:


125.
algarismos algarismos algarismos
da centena da dezena da unidade

5 . 5 . 5 = 125 7) Quantos são os números de 3 algarismos distin-


tos?
4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se
forem utilizados três letras e três algarismos pa- Solução:
ra a identificação de um veículo? (Considerar 26 Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
letras, supondo que não há nenhuma restrição.) Temos 9 possibilidades para a escolha do primeiro
algarismo, pois ele não pode ser igual a zero. Para o
Solução: segundo algarismo, temos também 9 possibilidades,
Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilida- pois um deles foi usado anteriormente.
des para cada posição a ser preenchida por letras. Por
outro lado, como dispomos de dez algarismos (0, 1, 2, Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibi-
3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada lidades, pois dois deles já foram usados. O numero
posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648
PFC o número total de placas é dado por:
Esquema:

5) Quantos números de 2 algarismos distintos po- 8) Quantos números entre 2000 e 5000 podemos
demos formar com os algarismos 1, 2, 3 e 4? formar com os algarismos pares, sem os
repetir?
Solução:
Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro Solução:
algarismo e, para cada uma delas, 3 possibilidades Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e
para o segundo, visto que não é permitida a repetição. 8. Como os números devem estar compreendidos entre
2000 e 5000, o primeiro algarismo só pode ser 2 ou 4.
Assim, o número total de possibilidades é: 4 . 3 =12
Assim, temos apenas duas possibilidades para o
primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o
Esquema:
terceiro e duas paia o quarto.

O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48


Matemática 82 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esquema: em o zero como algarismo de dezena?
19) Quantos números de 5 algarismos distintos possu-
em o zero como algarismo das dezenas e come-
çam por um algarismo ímpar?
20) Quantos números de 4 algarismos diferentes tem
o algarismo da unidade de milhar igual a 2?
Exercícios 21) Quantos números se podem escrever com os alga-
1) Uma indústria automobilística oferece um determi- rismos ímpares, sem os repetir, que estejam com-
nado veículo em três padrões quanto ao luxo, três preendidos entre 700 e 1 500?
tipos de motores e sete tonalidades de cor. Quan- 22) Em um ônibus há cinco lugares vagos. Duas pes-
tas são as opções para um comprador desse car- soas tomam o ônibus. De quantas maneiras dife-
ro? rentes elas podem ocupar os lugares?
2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas 23) Dez times participam de um campeonato de fute-
diferentes, que o prédio é dotado de 4 elevadores e bol. De quantas formas se podem obter os três
que cada apartamento possui uma única porta de primeiros colocados?
entrada, de quantos modos diferentes um morador 24) A placa de um automóvel é formada por duas letras
pode chegar à rua? seguidas e um número de quatro algarismos. Com
3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de ma- as letras A e R e os algarismos pares, quantas pla-
neiras distintas de se entrar nele e sair do mesmo cas diferentes podem ser confeccionadas, de modo
por uma porta diferente da que se utilizou para en- que o número não tenha nenhum algarismo repeti-
trar? do?
4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A à 25) Calcular quantos números múltiplos de 3 de quatro
cidade B, e 4 outras ligando B à cidade C. Uma algarismos distintos podem ser formados com 2, 3,
pessoa deseja viajar de A a C, passando por B. 4, 6 e 9.
Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar 26) Obtenha o total de números múltiplos de 4 com
na viagem de ida e volta, sem utilizar duas vezes a quatro algarismos distintos que podem ser forma-
mesma linha? dos com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a
identificação de um veículo se forem utilizados du- ARRANJOS SIMPLES
as letras e quatro algarismos? (Observação: dis-
pomos de 26 letras e supomos que não haverá ne- Introdução:
nhuma restrição) Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2
6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser algarismos distintos podemos formar com 1, 2, 3 e 4.
confeccionadas se forem utilizados 4 letras e 2 al- Os números são :
garismos? 12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43
7) Quantos números de 3 algarismos podemos formar
com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? Observe que os números em questão diferem ou
8) Quantos números de três algarismos podemos pela ordem dentro do agrupamento (12 ≠ 21) ou pelos
formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5? elementos componentes (13 ≠ 24). Cada número se
9) Quantos números de 4 algarismos distintos pode- comporta como uma sequência, isto é :
mos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? (1,2) ≠ (2,1) e (1,3) ≠ (3,4)
10) Quantos números de 5 algarismos não repetidos
podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo
e 7? simples.
11) Quantos números, com 4 algarismos distintos, po-
demos formar com os algarismos ímpares? Definição:
12) Quantos números, com 4 algarismos distintos, po- Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se ar-
demos formar com o nosso sistema de numera- ranjo simples dos n elementos de /, tomados p a p, a
ção? toda sequência de p elementos distintos, escolhidos
13) Quantos números ímpares com 3 algarismos distin- entre os elementos de l ( P ≤ n).
tos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5
e 6? O número de arranjos simples dos n elementos,
14) Quantos números múltiplos de 5 e com 4 algaris- tomados p a p, é indicado por An,p
mos podemos formar com os algarismos 1, 2, 4, 5
e 7, sem os repetir? Fórmula:
15) Quantos números pares, de 3 algarismos distintos,
podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 A n ,p = n . (n -1) . (n –2) . . . (n – (p – 1)),
e 7? E quantos ímpares? p ≤ n e {p, n} ⊂ IN
16) Obtenha o total de números de 3 algarismos distin-
tos, escolhidos entre os elementos do conjunto (1,
2, 4, 5, 9), que contêm 1 e não contêm 9. Aplicações
17) Quantos números compreendidos entre 2000 e 1) Calcular:
7000 podemos escrever com os algarismos ímpa- a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4
res, sem os repetir? Solução:
18) Quantos números de 3 algarismos distintos possu- a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210
Matemática 83 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840 5! 11! + 10 !
b) d)
4! 10 !
2) Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2.
Solução:
Solução:
a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120
x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1) ⇒
5! 5 ⋅ 4!
⇒ x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0 b) = =5
∴ x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0 4! 4!
8! 8 ⋅7 ⋅ 6!
c) = = 56
x = 0 (não convém) 6! 6!
ou 11! + 10 ! 11 ⋅ 10 ! + 10 ! 10 ! (11 + 1)
x = 1 ( não convém) d) = = = 12
10 ! 10! 10 !
ou
x = 5 (convém) n! n ⋅ ( n - 1)( n - 2 )!
e) = = n2 − n
S = {5} (n - 2)! ( n - 2 )!
3) Quantos números de 3 algarismos distintos 2) Obter n, de modo que An,2 = 30.
podemos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8 e 9? Solução:
Utilizando a fórmula, vem :
Solução: n! n ( n - 1) ( n - 2) !
Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o prin- = 30 ⇒ = 30 ∴
(n - 2)! (n - 2)!
cipio fundamental da contagem. Utilizando-se a fórmu-
la, o número de arranjos simples é: n=6
2
A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números n – n – 30 = 0 ou
n = –5 ( não convém)
Observação: Podemos resolver os problemas sobre
arranjos simples usando apenas o principio fundamen- 3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3.
tal da contagem.
Solução:
Exercícios 4 ⋅ ( n - 1 )! n! 4 ⋅ ( n - 3 )! n!
= 3⋅ ⇒ = 3⋅ ∴
1) Calcule: ( n - 4) ! ( n - 3)! ( n - 4) ! ( n - 1) !
a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4
4 ⋅ ( n - 3 )( n - 4 ) ! n ( n - 1) !
2) Efetue: = 3⋅
A 8,2 + A 7,4
( n - 4)! ( n - 1) !
a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 – A 10,2 b) ∴ 4n − 12 = 3n ∴ n = 12
A 5,2 − A10,1
( n + 2 )! - ( n + 1) !
3) Resolva as equações: 4) Obter n, tal que : =4
n!
a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x – 1)
Solução:
FATORIAL
( n + 2 ) ( n +1) ⋅ n !- ( n + 1 ) ⋅ n !
= 4∴
Definição: n!
• Chama-se fatorial de um número natural n, n ≥
2, ao produto de todos os números naturais de 1 n ! ( n + 1 ) ⋅ [n + 2 - 1]
até n. Assim : ⇒ =4
• n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n ≥ 2 (lê-se: n n!
fatorial)
• 1! = 1 n + 1 = 2 ∴ n =1
2
• 0! = 1 ∴ (n + 1 ) = 4
n + 1 = –2 ∴ n = –3 (não
Fórmula de arranjos simples com o auxílio de convém )
fatorial:
n! Exercícios
A N,P = , p ≤ n e { p, n} ⊂ lN 1) Assinale a alternativa correta:
( n − p) !
10 !
a) 10 ! = 5! + 5 ! d) =5
2!
Aplicações b) 10 ! = 2! . 5 ! e) 10 ! =10. 9. 8. 7!
1) Calcular: c) 10 ! = 11! -1!
8! n!
a) 5! c) e) 2) Assinale a alternativa falsa;
6! (n - 2)!
a) n! = n ( n-1)! d) ( n –1)! = (n- 1)(n-2)!

Matemática 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1) O número de permutações simples de n elementos
c) n! = n(n – 1) (n - 2) (n - 3)! é indicado por Pn.

3) Calcule: OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n .


12 ! 7!
a) c) Fórmula:
10 ! 3! 4!
Aplicações
7! + 5! 8! - 6!
b) d) 1) Considere a palavra ATREVIDO.
5! 5! a) quantos anagramas (permutações simples)
podemos formar?
4) Simplifique: b) quantos anagramas começam por A?
n! n! c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE?
a) d)
( n - 1) ! n ( n - 1) ! d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E?
e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E
juntas?
( n + 2 )! n ! 5M ! - 2 ( M - 1 ) !
b) e) f) quantos anagramas começam por vogal e
[( n + 1 ) ! ]2 M! terminam em consoante?
n ! + ( n + 1)!
c) Solução:
n!
a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições
disponíveis.
5) Obtenha n, em:
Assim:
(n + 1)!
a) = 10 b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!
n!
n (n - 1)!
c) =6 d) (n - 1)! = 120
(n - 2)!
Ou então, P8 = 8 ! = 40.320 anagramas
1 n
6) Efetuando − , obtém-se: b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A;
n ! (n + 1)!
assim, devemos distribuir as 7 letras restantes em 7
1 2n + 1 posições, Então:
a) d)
(n + 1) ! (n + 1) !
1
b) e) 0
n!
n ! ( n + 1) !
c)
n -1 c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas
pela sílaba TRE, devemos distribuir as 5 letras restan-
7) Resolva as equações: tes em 5 posições. Então:
a) Ax,3 = 8Ax,2 b) Ax,3 = 3 . ( x - 1)

(n + 2) ! + (n + 1) !
8) Obtenha n, que verifique 8n! =
n +1

9) O número n está para o número de seus


d) considerando a sílaba TRE como um único
arranjos 3 a 3 como 1 está para 240, obtenha n.
elemento, devemos permutar entre si 6 elementos,
PERMUTAÇÕES SIMPLES

Introdução:
Consideremos os números de três algarismos
distintos formados com os algarismos 1, 2 e 3. Esses
números são : 123 132 213 231 312 321
e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo
A quantidade desses números é dada por A3,3= 6. considerado as letras T, R, E como um único elemento:

Esses números diferem entre si somente pela posi-


ção de seus elementos. Cada número é chamado de
permutação simples, obtida com os algarismos 1, 2 e 3.
Definição:
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se
permutação simples dos n elementos de l a toda a se- Devemos também permutar as letras T, R, E, pois
quência dos n elementos. não foi especificada a ordem :

Matemática 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Aplicações
1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos
formados pelos algarismos 2 e 3 de maneira
Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E que cada um apareça duas vezes na formação
podem ser dispostas de P3 maneiras. Assim, para P6 do número.
agrupamentos, temos
P6 . P3 anagramas. Então: Solução:
P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas 2233 2323 2332
os números são 
f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 3322 3232 3223
consoantes. Assim:
A quantidade desses números pode ser obtida por:
4! 4 ⋅ 3 ⋅ 2!
P4(2,2 ) = = = 6 números
2! 2! 2! ⋅ 2 ⋅ 1

2) Quantos anagramas podemos formar com as


letras da palavra AMADA?
Exercícios solução:
1) Considere a palavra CAPITULO: Temos:
A, A, A M D
a) quantos anagramas podemos formar?
b) quantos anagramas começam por C? Assim: 3 1 1
c) quantos anagramas começam pelas letras C, A
e P juntas e nesta ordem? 5! 5 ⋅ 4 ⋅ 3!
p5(3,1,1) = = = 20 anagramas
d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P 3 ! 1! 1! 3!
juntas e nesta ordem?
e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P 3) Quantos anagramas da palavra GARRAFA
juntas? começam pela sílaba RA?
f) quantos anagramas começam por vogal e ter-
minam em consoante? Solução:
2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA Usando R e A nas duas primeiras posições, restam
começam e terminam por vogal? 5 letras para serem permutadas, sendo que:
3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA
possuem as vogais e consoantes alternadas?
G A, A R F
{

{
{

4) De quantos modos diferentes podemos dispor Assim, 1 temos:


2 1 1
as letras da palavra ESPANTO, de modo que as 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 !
vogais e consoantes apareçam juntas, em p5(2,1,1) = = 60 anagramas
2!
qualquer ordem?
5) obtenha o número de anagramas formados com Exercícios
as letras da palavra REPÚBLICA nas quais as 1) O número de anagramas que podemos formar
vogais se mantenham nas respectivas posições. com as letras da palavra ARARA é:
a) 120 c) 20 e) 30
PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM ELEMENTOS RE- b) 60 d) 10
PETIDOS
2) O número de permutações distintas possíveis
Dados n elementos, dos quais : com as oito letras da palavra PARALELA,
α1 são iguais a a1 → a1 , a1 , . . ., a1 começando todas com a letra P, será de ;
α1 a) 120 c) 420 e) 360
α 2 são iguais a a2 → a2, a2 , . . . , a2 b) 720 d) 24
α2
3) Quantos números de 5 algarismos podemos
n!
pn (α1, α 2 , . . . αr ) = formar com os algarismos 3 e 4 de maneira que
α1 ! α ! . . . αr ! o 3 apareça três vezes em todos os números?
a) 10 c) 120 e) 6
b) 20 d) 24
. . . . . . . . . . . . . . . . .
ar → ar , ar , . . . , ar 4) Quantos números pares de cinco algarismos
αr são iguais a αr
podemos escrever apenas com os dígitos 1, 1,
2, 2 e 3, respeitadas as repetições
sendo ainda que: α1 + α 2 + . . . + αr = n, e indicando- apresentadas?
a) 120 c) 20 e) 6 b) 24 d) 12
se por pn (α1, α 2 , . . . α r ) o número das permutações
simples dos n elementos, tem-se que: 5) Quantos anagramas da palavra MATEMÁTICA

Matemática 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
terminam pela sílaba MA? 5! 5 ⋅ 4 ⋅ 3!
a) 10 800 c) 5 040 e) 40 320 C5,3 = = = 10 subconjunt os
3! 2! 3! ⋅ 2 ⋅ 1
b) 10 080 d) 5 400
Cn,3 4
COMBINAÇÕES SIMPLES 3) obter n, tal que =
Cn,2 3
Introdução: Solução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro n!
pontos, conforme a figura. 3! ( n - 3 )! 4 n! 2!( n - 2 )! 4
= ⇒ ⋅ = ∴
n! 3 3!( n - 3 ) n! 3
2! ( n - 2 )!
2 ⋅ ( n - 2 ) ( n - 3 )! 4
∴ = ∴n - 2 = 4
3 ⋅ 2 ⋅ ( n - 3 )! 3

n=6 convém
Só temos 6 retas distintas ( AB, BC, CD,
AC, BD e AD) porque AB e BA, . . . , CD e DC represen- 4) Obter n, tal que Cn,2 = 28.
tam retas coincidentes. Solução:
Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem
n ( n -1 ) ( n - 2 ) !
= 28 ⇒
n!
= 56 ∴
subconjuntos do conjunto formado por A, B, C e D. 2 ! ( n - 2 )! (n − 2) !
Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combi-
nação simples dos n elementos de /, tomados p a p, a n=8
2
qualquer subconjunto de p elementos do conjunto l. n – n – 56 = 0

n = -7 (não convém)
Diferem entre si apenas pelos elementos
componentes, e são chamados combinações simples 5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2
dos 4 elementos tomados 2 a 2. distintos. Obter o número de triângulos que po-
demos formar com vértice nos pontos indicados:
O número de combinações simples dos n elementos
n
tomados p a p é indicado por Cn,p ou   .
p

OBSERVAÇÃO: Cn,p . p! = An,p.

Fórmula:

n!
C n ,p = , p≤n e { p, n } ⊂ lN Solução:
p! ( n - p )! Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3
desses pontos, não importando a ordem. Assim, o nú-
Aplicações mero de triângulos é dado por:
1) calcular: 8! 8 ⋅ 7 ⋅ 6 . 5!
a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4 C 8,3 = = = 56
3!5 ! 3 ⋅ 2 . 5!
Solução:
6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5
7! 7 ⋅ 6!
a) C7,1 = = =7 moças. Quantas comissões de 5 pessoas, 3 ra-
1! 6 ! 6! pazes e 2 moças, podem ser formadas?
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 !
b) C7,2 = = = 21
2! 5! 2 ⋅ 1 ⋅ 5 ! Solução:
Na escolha de elementos para formar uma
7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4!
comissão, não importa a ordem. Sendo assim :
7!
c) C7,3 = = = 35
3!4! 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 4 ! 6!
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4! • escolher 3 rapazes: C6,3 = = 20 modos
d) C7,4= = = 35 3!3!
4!3! 4! ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 5!
• escolher 2 moças: C5,2= = 10 modos
2! 3!
2) Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um
conjunto de 5 elementos?
Como para cada uma das 20 triplas de rapazes te-

Matemática 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mos 10 pares de moças para compor cada comissão, A
então, o total de comissões é C6,3 . C5,2 = 200.
A p,3
7) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre 7) Obtenha o valor de p na equação: = 12 .
Cp,4
uma outra reta, paralela á primeira, 4 pontos.
a) Quantas retas esses pontos determinam?
b) Quantos triângulos existem com vértices em 8) Obtenha x na equação Cx,3 = 3 . Ax , 2.
três desses pontos?
9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos
Solução: distintos. Obtenha:
a) C10,2 – C6,2 – C4,2 + 2 = 26 retas onde a) o número de retas distintas que esses
pontos determinam;
C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem b) o número de triângulos com vértices nesses
determinadas por seis pontos C4,2 é o maior número pontos;
de retas possíveis de serem determinadas por c) o número de quadriláteros com vértices
quatro pontos . nesses pontos;
d) o número de hexágonos com vértices
nesses pontos.

b) C10,3 – C6,3 – C4,3 = 96 triângulos onde 10) A diretoria de uma firma é constituída por 7 dire-
tores brasileiros e 4 japoneses. Quantas comis-
C6,3 é o total de combinações determinadas por três sões de 3 brasileiros e 3 japoneses podem ser
pontos alinhados em uma das retas, pois pontos formadas?
colineares não determinam triângulo.
C4,3 é o total de combinações determinadas por três 11) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas
pontos alinhados da outra reta. pretas. De quantos modos é possível tirar 5 bo-
las, das quais duas sejam brancas e 3 sejam
pretas?

12) Em uma prova existem 10 questões para que os


8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. alunos escolham 5 delas. De quantos modos is-
De quantos modos é possível tirar 7 bolas das to pode ser feito?
quais pelo menos 4 sejam pretas?
13) De quantas maneiras distintas um grupo de 10
Solução: pessoas pode ser dividido em 3 grupos conten-
As retiradas podem ser efetuadas da seguinte do, respectivamente, 5, 3 e duas pessoas?
forma:
4 pretas e 3 brancas ⇒ C6,4 . C10,3 = 1 800 ou 14) Quantas diagonais possui um polígono de n la-
5 pretas e 2 brancas ⇒ C6,5 . C10,2 = 270 ou dos?
6 pretas e1 branca ⇒ C6,6 . C10,1 = 10
15) São dadas duas retas distintas e paralelas. So-
bre a primeira marcam-se 8 pontos e sobre a
Logo. 1 800 + 270 + 10 = 2 080 modos
segunda marcam-se 4 pontos. Obter:
a) o número de triângulos com vértices nos
Exercícios
pontos marcados;
1) Calcule:
b) o número de quadriláteros convexos com
a) C8,1 + C9,2 – C7,7 + C10,0
vértices nos pontos marcados.
b) C5,2 +P2 – C5,3
c) An,p . Pp
16) São dados 12 pontos em um plano, dos quais 5,
e somente 5, estão alinhados. Quantos triângu-
2) Obtenha n, tal que :
los distintos podem ser formados com vértices
a) Cn,2 = 21
em três quaisquer dos 12 pontos?
b) Cn-1,2 = 36
c) 5 . Cn,n - 1 + Cn,n -3 = An,3
17) Uma urna contém 5 bolas brancas, 3 bolas pre-
tas e 4 azuis. De quantos modos podemos tirar
3) Resolva a equação Cx,2 = x.
6 bolas das quais:
a) nenhuma seja azul
4) Quantos subconjuntos de 4 elementos possui
b) três bolas sejam azuis
um conjunto de 8 elementos?
c) pelo menos três sejam azuis
5) Numa reunião de 7 pessoas, quantas
18) De quantos modos podemos separar os
comissões de 3 pessoas podemos formar?
números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4
elementos?
6) Um conjunto A tem 45 subconjuntos de 2
elementos. Obtenha o número de elementos de
19) De quantos modos podemos separar os

Matemática 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
números de 1 a 8 em dois conjuntos de 4 [n !]
elementos, de modo que o 2 e o 6 não estejam a) c) ( n – 4 ) ! e) 4 !
24( n - 4 )
no mesmo conjunto?
n!
b) d) n !
20) Dentre 5 números positivos e 5 números (n-4)
negativos, de quantos modos podemos escolher
quatro números cujo produto seja positivo? 28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes
tipos de salgadinhos, dos quais apenas 4 serão
21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não servidos quentes. O garçom encarregado de ar-
alinhados 3 a 3, exceto cinco que estão sobre rumar a travessa e servi-la foi instruído para que
uma reta. O número de retas determinadas por a mesma contenha sempre só dois tipos dife-
estes pontos é: rentes de salgadinhos frios e dois diferentes dos
a) 180 quentes. De quantos modos diversos pode o
b) 1140 garçom, respeitando as instruções, selecionar
c) 380 os salgadinhos para compor a travessa?
d) 190 a) 90 d) 38
e) 181 b) 21 e) n.d.a.
c) 240
22) Quantos paralelogramos são determinados por
um conjunto de sete retas paralelas, 29) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimen-
interceptando um outro conjunto de quatro retas são: 4 são azuis e as restantes, vermelhas. De
paralelas? quantas maneiras distintas podemos extrair um
a) 162 conjunto de 4 bolas desta sacola, de modo que
b) 126 haja pelo menos uma azul entre elas?
c) 106 20 ! 16 ! 1  20 ! 16 ! 
d) 84 a) − d) ⋅  − 
16 ! 12 ! 4 !  16 ! 12 ! 
e) 33
20 !
b) e)n.d.a.
23) Uma lanchonete que vende cachorro quente o- 4 ! 16 !
ferece ao freguês: pimenta, cebola, mostarda e 20 !
molho de tomate, como tempero adicional. c)
16 !
Quantos tipos de cachorros quentes diferentes
(Pela adição ou não de algum tempero) podem
ser vendidos? 30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas.
a) 12 Quantas comissões diferentes podemos formar
b) 24 com 4 meninos e 3 meninas, incluindo obrigato-
c) 16 riamente o melhor aluno dentre os meninos e a
d) 4 melhor aluna dentre as meninas?
e) 10 a) A10,4 . A9,3 c) A9,2 – A8,3 e) C19,7
b) C10,4 - C9, 3 d) C9,3 - C8,2
24) O número de triângulos que podem ser traçados
utilizando-se 12 pontos de um plano, não ha- 31) Numa classe de 10 estudantes, um grupo de 4
vendo 3 pontos em linha reta, é: será selecionado para uma excursão, De quan-
a) 4368 tas maneiras distintas o grupo pode ser forma-
b) 220 do, sabendo que dos dez estudantes dois são
c) 48 marido e mulher e apenas irão se juntos?
d) 144 a) 126 b) 98 c) 115 d)165 e) 122
e) 180
25) O time de futebol é formado por 1 goleiro, 4 de- RESPOSTAS
fensores, 3 jogadores de meio de campo e 3 a-
tacantes. Um técnico dispõe de 21 jogadores, Principio fundamental da contagem
sendo 3 goleiros, 7 defensores, 6 jogadores de 1) 63 14) 24
meio campo e 5 atacantes. De quantas manei- 2) 12 15) 90 pares e 120 ím-
ras poderá escalar sua equipe? 3) 20 pares
a) 630 4) 72 16) 18
b) 7 000 5) 6 760 000 17) 48
c) 2,26 . 10
9 6) 45 697 600 18) 72
d) 21000 7) 216 19) 1 680
e) n.d.a. 8) 180 20) 504
9) 360 21) 30
26) Sendo 5 . Cn, n - 1 + Cn, n - 3, calcular n. 10) 2 520 22) 20
11) 120 23) 720
27) Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 12) 4 536 24) 48
4. O número de subconjuntos de A com 4 13) 60 25) 72
elementos é: 26) 96

Matemática 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Arranjos simples
1) a) 8 c) 336
b) 56 d) 1680
Cinco são favoráveis á extração da bola vermelha.
2) a) 9 b) 89,6 Dizemos que a probabilidade da extração de uma bola
5 1
3) a) s = {3} b) S = {4} c) S = {5} vermelha é e a da bola branca, .
6 6
Fatorial
Se as bolas da urna fossem todas vermelhas, a ex-
1) e 2) e
tração de uma vermelha seria certa e de probabilidade
3) a) 132 b) 43 c) 35 d) 330
igual a 1. Consequentemente, a extração de uma bola
n+2 5M − 2 branca seria impossível e de probabilidade igual a zero.
4) a) n b) c) n + 2 d) 1 e)
n +1 M
5) n = 9 b) n = 5 c) n = 3 d) n = 6 Espaço amostral:
Dado um fenômeno aleatório, isto é, sujeito ás leis do
6) a acaso, chamamos espaço amostral ao conjunto de todos
os resultados possíveis de ocorrerem. Vamos indica-lo
7) a) S = {10} b) S = {3} pela letra E.

8) n = 5 EXEMPLOS:
Lançamento de um dado e observação da face
9) n = 17 voltada para cima:
E = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Permutações simples
1) a) 40 320 d) 720 2) 144 Lançamento de uma moeda e observação da face
b) 5 040 e) 4 320 3) 72 voltada para cima :
c) 120 f) 11 520 4) 288 E = {C, R}, onde C indica cara e R coroa.
5) 120
Lançamento de duas moedas diferentes e
Permutações simples com elementos repetidos observação das faces voltadas para cima:
1) d 2) c 3) a 4) d 5) b E = { (C, C), (C, R), (R, C), (R, R) }

Combinações simples Evento:


n! p! 15) a) 160 b) 168 Chama-se evento a qualquer subconjunto do espaço
1) a) 44 c) 16) 210
(n − p)! amostral. Tomemos, por exemplo, o lançamento de um
17) a) 28 c) 252 dado :
b) 2
b) 224 • ocorrência do resultado 3: {3}
2) a) n = 7 b) n = 10
18) 70 • ocorrência do resultado par: {2, 4, 6}
c) n = 4
19) 55 • ocorrência de resultado 1 até 6: E (evento certo)
3) S = {3}
20) 105
4) 70 • ocorrência de resultado maior que 6 : φ (evento
21) e
5) 35 impossível)
22) b
6) 10
23) c
7) p=5 Como evento é um conjunto, podemos aplicar-lhe as
24) b
8) S={20} operações entre conjuntos apresentadas a seguir.
25) d
9) a) 21 c) 35 • União de dois eventos - Dados os eventos A e B,
26) n =4
b) 35 d) 7 chama-se união de A e B ao evento formado pe-
27) a
10) 140 los resultados de A ou de B, indica-se por A ∪ B.
28) a
11) 180
29) d
12) 252
30) d
13) 2 520
31) b
n(n − 3)
14)
2

PROBABILIDADE • Intersecção de dois eventos - Dados os eventos


A e B, chama-se intersecção de A e B ao evento
ESPAÇO AMOSTRAL E EVENTO formado pelos resultados de A e de B. Indica-se
Suponha que em uma urna existam cinco bolas ver- por A ∩ B.
melhas e uma bola branca. Extraindo-se, ao acaso, uma
das bolas, é mais provável que esta seja vermelha. Isto
irão significa que não saia a bola branca, mas que é
mais fácil a extração de uma vermelha. Os casos possí-
veis seu seis:

Matemática 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Indicando o evento pela letra B, temos:
B = { (2, 5), (4, 3), (6, 1)} ⇒ n(B) = 3 elementos

Exercícios
1) Dois dados são lançados. O número de
elementos do evento "produto ímpar dos pontos
Se A ∩ B = φ , dizemos que os eventos A e B são mu- obtidos nas faces voltadas para cima" é:
a) 6 b) 9 c) 18 d) 27 e) 30
tuamente exclusivos, isto é, a ocorrência de um deles eli-
mina a possibilidade de ocorrência do outro. 2) Num grupo de 10 pessoas, seja o evento ''esco-
lher 3 pessoas sendo que uma determinada este-
ja sempre presente na comissão". Qual o número
de elementos desse evento?
a) 120 b) 90 c) 45 d) 36 e) 28

3) Lançando três dados, considere o evento "obter


pontos distintos". O número de elementos desse
• Evento complementar – Chama-se evento comple- evento é:
mentar do evento A àquele formado pelos resulta- a) 216 b) 210 c) 6 d) 30 e) 36
dos que não são de A. indica-se por A .
4) Uma urna contém 7 bolas brancas, 5 vermelhas
e 2 azuis. De quantas maneiras podemos retirar
4 bolas dessa urna, não importando a ordem em
que são retiradas, sem recoloca-las?
a) 1 001 d) 6 006
14 !
b) 24 024 e)
Aplicações 7! 5! 2!
1) Considerar o experimento "registrar as faces c) 14!
voltadas para cima", em três lançamentos de
uma moeda. PROBABILIDADE
a) Quantos elementos tem o espaço amostral? Sendo n(A) o número de elementos do evento A, e
b) Escreva o espaço amostral. n(E) o número de elementos do espaço amostral E ( A
⊂ E), a probabilidade de ocorrência do evento A, que se
Solução: indica por P(A), é o número real:
a) o espaço amostral tem 8 elementos, pois para
cada lançamento temos duas possibilidades e, n( A )
P( A )=
assim: 2 . 2 . 2 = 8. n(E )
b) E = { (C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R,
R,C), (R, C, R), (C, R, R), (R, R, R) } OBSERVAÇÕES:
1) Dizemos que n(A) é o número de casos favoráveis
2) Descrever o evento "obter pelo menos uma cara ao evento A e n(E) o número de casos possíveis.
no lançamento de duas moedas". 2) Esta definição só vale se todos os elementos do
espaço amostral tiverem a mesma probabilidade.
Solução:
Cada elemento do evento será representado por um 3) A é o complementar do evento A.
par ordenado. Indicando o evento pela letra A, temos: A
= {(C,R), (R,C), (C,C)} Propriedades:
3) Obter o número de elementos do evento "soma
de pontos maior que 9 no lançamento de dois
dados".

Solução: Aplicações
O evento pode ser tomado por pares ordenados com 4) No lançamento de duas moedas, qual a
soma 10, soma 11 ou soma 12. Indicando o evento pela probabilidade de obtermos cara em ambas?
letra S, temos:
S = { (4,6), (5, 5), (6, 4), (5, 6), (6, 5), (6, 6)} ⇒ Solução:
⇒ n(S) = 6 elementos Espaço amostral:
E = {(C, C), (C, R), (R, C), (R,R)} ⇒ n(E).= 4
4) Lançando-se um dado duas vezes, obter o nú-
mero de elementos do evento "número par no Evento A : A = {(C, C)} ⇒ n(A) =1
primeiro lançamento e soma dos pontos igual a n( A ) 1
7". Assim: P ( A ) = =
n(E ) 4
Solução:

Matemática 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5) Jogando-se uma moeda três vezes, qual a probabilidade de se obter soma dos pontos igual
probabilidade de se obter cara pelo menos uma a 10?
vez?
Solução:
Solução: Considere a tabela, a seguir, indicando a soma dos
E = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R, pontos:
C), (R, C, R), (C, R, R), (R. R, R)} ⇒ n(E)= 8 A
A = {(C, C, C), (C, C, R), (C, R, C), (R, C, C), (R, R, B 1 2 3 4 5 6
C), (R, C, R), (C, R, R) ⇒ n(A) = 7 1 2 3 4 5 6 7
n( A ) 7 2 3 4 5 6 7 8
P( A )= ⇒ P(A) = 3 4 5 6 7 8 9
n(E ) 8
4 5 6 7 8 9 10
6) (Cesgranrio) Um prédio de três andares, com 5 6 7 8 9 10 11
dois apartamentos por andar, tem apenas três 6 7 8 9 10 11 12
apartamentos ocupados. A probabilidade de que
cada um dos três andares tenha exatamente um Da tabela: n(E) = 36 e n(A) = 3
apartamento ocupado é : n( A ) 3 1
Assim: P ( A ) = = =
a) 2/5 c) 1/2 e) 2/3 n ( E ) 36 12
b) 3/5 d) 1/3
Exercícios
Solução: 1) Jogamos dois dados. A probabilidade de obtermos
O número de elementos do espaço amostral é dado pontos iguais nos dois é:
6! 1 1 7
por : n(E) = C6,3 = = 20 a) c) e)
3!3! 3 6 36
5 1
O número de casos favoráveis é dado por n (A) = 2 . b) d)
36 36
2 . 2 = 8, pois em cada andar temos duas possibilidades
para ocupa-lo. Portanto, a probabilidade pedida é:
2) A probabilidade de se obter pelo menos duas
n( A ) 8 2
P( A )= = = (alternativa a) caras num lançamento de três moedas é;
n ( E ) 20 5 3 1 1
a) c) e)
8 4 5
7) Numa experiência, existem somente duas
possibilidades para o resultado. Se a 1 1
b) d)
1 2 3
probabilidade de um resultado é , calcular a
3
ADIÇÃO DE PROBABILIDADES
probabilidade do outro, sabendo que eles são
Sendo A e B eventos do mesmo espaço amostral E,
complementares.
tem-se que:
Solução:
P(A ∪ B) = P (A) + P(B) – P(A ∩ B)
1
Indicando por A o evento que tem probabilidade ,
3
"A probabilidade da união de dois eventos A e B é i-
vamos indicar por A o outro evento. Se eles são gual á soma das probabilidades de A e B, menos a pro-
complementares, devemos ter: babilidade da intersecção de A com B."
1
P(A) + P( A ) = 1 ⇒ + P( A ) = 1 ∴
3

2
P( A ) =
3

8) No lançamento de um dado, qual a probabilidade


de obtermos na face voltada para cima um Justificativa:
número primo? Sendo n (A ∪ B) e n (A ∩ B) o número de
elementos dos eventos A ∪ B e A ∩ B, temos que:
Solução: n( A ∪ B) = n(A) +n(B) – n(A ∩ B) ⇒
Espaço amostral : E = {1, 2, 3, 4, 5, 6} ⇒ n(E) = 6
Evento A : A = {2, 3, 5} ⇒ n(A) = 3 n( A ∪ B) n( A ) n(B) n( A ∩ B)
n( A ) 3 1 ⇒ = + − ∴
Assim: P ( A ) = = ⇒ P( A ) = n(E) n(E) n(E) n(E)
n(E ) 6 2 ∴ P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)

9) No lançamento de dois dados, qual a OBSERVA ÇÃO:

Matemática 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se A e B são eventos mutuamente exclusivos, isto é: 13 7 11
a) c) e)
A ∩ B= φ , então, P(A ∪ B) = P(A) + P(B). 20 10 20
4 3
b) d)
Aplicações 5 5
1) Uma urna contém 2 bolas brancas, 3 verdes e 4
azuis. Retirando-se uma bola da urna, qual a 2) (Santa casa) Num grupo de 60 pessoas, 10 são
probabilidade de que ela seja branca ou verde? torcedoras do São Paulo, 5 são torcedoras do
Palmeiras e as demais são torcedoras do Corin-
Solução: thians. Escolhido ao acaso um elemento do gru-
Número de bolas brancas : n(B) = 2 po, a probabilidade de ele ser torcedor do São
Número de bolas verdes: n(V) = 3 Paulo ou do Palmeiras é:
Número de bolas azuis: n(A) = 4 a) 0,40 c) 0,50 e) n.d.a.
b) 0,25 d) 0,30
A probabilidade de obtermos uma bola branca ou
uma bola verde é dada por: 3) (São Carlos) S é um espaço amostral, A e B e-
P( B ∪ V) = P(B) + P(V) - P(B ∩ V) ventos quaisquer em S e P(C) denota a probabi-
lidade associada a um evento genérico C em S.
Porém, P(B ∩ V) = 0, pois o evento bola branca e o Assinale a alternativa correta.
evento bola verde são mutuamente exclusivos. a) P(A ∩ C) = P(A) desde que C contenha A

Logo: P(B ∪ V) = P(B) + P(V), ou seja: P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)


2 3 5
P(B ∪ V) = + ⇒ P(B ∪ V ) =
9 9 9 b) P(A ∪ B) ≠ P(A) + P(B) – P(A ∩ B)
c) P(A ∩ B) < P(B)
2) Jogando-se um dado, qual a probabilidade de se d) P(A) + P(B) ≤ 1
obter o número 4 ou um número par? e) Se P(A) = P(B) então A = B

Solução: 4) (Cescem) Num espaço amostral (A; B), as


O número de elementos do evento número 4 é n(A) = probabilidades P(A) e P(B) valem
1. 1 2
respectivamente e Assinale qual das
3 3
O número de elementos do evento número par é n(B) alternativas seguintes não é verdadeira.
= 3.
a) A ∪ B = S d) A ∪ B = B
Observando que n(A ∩ B) = 1, temos: b) A ∪ B = φ e) (A ∩ B) ∪ (A ∪ B) = S
P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B) ⇒
c) A ∩ B = A ∩ B
1 3 1 3 1
⇒ P(A ∪ B) = + − = ∴ P( A ∪ B) = 5) (PUC) Num grupo, 50 pessoas pertencem a um
6 6 6 6 2 clube A, 70 a um clube B, 30 a um clube C, 20
pertencem aos clubes A e B, 22 aos clubes A e
3) A probabilidade de que a população atual de um C, 18 aos clubes B e C e 10 pertencem aos três
pais seja de 110 milhões ou mais é de 95%. A clubes. Escolhida ao acaso uma das pessoas
probabilidade de ser 110 milhões ou menos é presentes, a probabilidade de ela:
8%. Calcular a probabilidade de ser 110 milhões. 3
a) Pertencer aos três Clubes é ;
5
Solução:
b) pertencer somente ao clube C é zero;
Temos P(A) = 95% e P(B) = 8%.
c) Pertencer a dois clubes, pelo menos, é 60%;
d) não pertencer ao clube B é 40%;
A probabilidade de ser 110 milhões é P(A ∩ B).
e) n.d.a.
Observando que P(A ∪ B) = 100%, temos:
P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B) ⇒
6) (Maringá) Um número é escolhido ao acaso entre
⇒ 100% = 95% + 8% - P(A ∩ B) ∴
os 20 inteiros, de 1 a 20. A probabilidade de o
(A ∩ B) = 3% número escolhido ser primo ou quadrado perfeito
é:
Exercícios
1 4 3
1) (Cescem) Uma urna contém 20 bolas numeradas a) c) e)
de 1 a 20. Seja o experimento "retirada de uma 5 25 5
bola" e considere os eventos; 2 2
b) d)
A = a bola retirada possui um número múltiplo de 25 5
2
B = a bola retirada possui um número múltiplo de PROBABILIDADE CONDICIONAL
5 Muitas vezes, o fato de sabermos que certo evento
Então a probabilidade do evento A ∪ B é: ocorreu modifica a probabilidade que atribuímos a outro
Matemática 93 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
evento. Indicaremos por P(B/A) a probabilidade do even-
to B, tendo ocorrido o evento A (probabilidade condicio-
nal de B em relação a A). Podemos escrever:

n ( A ∩ B)
P(B / A ) =
n (A)

Multiplicação de probabilidades:
A probabilidade da intersecção de dois eventos A e B
é igual ao produto da probabilidade de um deles pela
probabilidade do outro em relação ao primeiro. 2) Jogam-se um dado e uma moeda. Dê a
probabilidade de obtermos cara na moeda e o
Em símbolos: número 5 no dado.

Justificativa: Solução:
n ( A ∩ B) Evento A : A = {C} ⇒ n(A) = 1
n ( A ∩ B) n(E) Evento B : B = { 5 } ⇒ n ( B ) = 1
P(B / A ) = ⇒ P(B / A ) = ∴
n (A) n (A)
n(E) Sendo A e B eventos independentes, temos:
1 1
P ( A ∩ B) P(A ∩ B) = P(A) . P(B) ⇒ P(A ∩ B) = ⋅ ∴
∴ P(B / A ) = 2 6
P (A)
1
P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A) P(A ∩ B) =
12
Analogamente:
3) (Cesgranrio) Um juiz de futebol possui três cartões
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B) no bolso. Um é todo amarelo, outro é todo vermelho,
e o terceiro é vermelho de um lado e amarelo do
Eventos independentes: outro. Num determinado lance, o juiz retira, ao
Dois eventos A e B são independentes se, e somente acaso, um cartão do bolso e mostra a um jogador. A
se: P(A/B) = P(A) ou P(B/A) = P(B) probabilidade de a face que o juiz vê ser vermelha e
de a outra face, mostrada ao jogador, ser amarela é:
Da relação P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A), e se A e B
1 2 1 2 1
forem independentes, temos: a) b) c) d) e)
2 5 5 3 6
P(A ∩ B) = P(A) . P(B)
Solução:
Evento A : cartão com as duas cores
Aplicações: Evento B: face para o juiz vermelha e face para o
1) Escolhida uma carta de baralho de 52 cartas e jogador amarela, tendo saído o cartão de duas cores
sabendo-se que esta carta é de ouros, qual a
probabilidade de ser dama? Temos:
1 1
Solução: P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A), isto é, P(A ∩ B) = ⋅
3 2
Um baralho com 52 cartas tem 13 cartas de ouro, 13
de copas, 13 de paus e 13 de espadas, tendo uma dama 1
P(A ∩ B) = (alternativa e)
de cada naipe. 6
Respostas:
Observe que queremos a probabilidade de a carta
ser uma dama de ouros num novo espaço amostral mo- Espaço amostral e evento
dificado, que é o das cartas de ouros. Chamando de: 1) b 2) d 3) b 4) a
• evento A: cartas de ouros
• evento B: dama Probabilidade
• evento A ∩ B : dama de ouros 1) c 2) b

Temos: Adição de probabilidades


n ( A ∩ B) 1 1) d 2) b 3) a 4) b 5) b 6) e
P(B / A ) = =
n (A) 13

MATRIZES

Conceito

Matrizes formam um importante conceito matemáti-


co, de especial uso n transformações lineares.
Não é o propósito de o estudo de sta página a
Matemática 94 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
teoria dessas transformações, mas apenas al- Exemplo:
guns fundamentos e operações básicas com ma-
trizes que as representam.
4 0 2 8 0 4
2x  = 
Uma matriz Am×n pode ser entendida como um conjunto 1 3 3  2 6 6
de m×n (m multiplicado por n) números ou variáveis dispostos
em m linhas e n colunas e destacados por colchetes confor-
ALGUMAS PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES DE
me abaixo:
ADIÇÃO E DE MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR

a11 a12 ... a1n  Sejam as matrizes A e B, ambas m×n, e os escalares a e


  b.
a 21 a 22 ... a 2n 
A mxn =  • a (bA) = ab (A)
 
.  • a (A + B) = aA + aB
.a a ...a 
 m1 m2 mn  • se aA = aB, então A = B

Portanto, para a matriz da Figura 02, de 2 linhas e 3 Matrizes nulas, quadradas, unitárias, diagonais e si-
colunas, métricas

a11 = 4 a12 = 0 a13 = 9 Uma matriz m×n é dita matriz nula se todos os elementos
são iguais a zero. Geralmente simbolizada por Om×n.
a21 = 1 a22 = 7 a23 = 3
Assim, Oij = 0

4 0 9 
A 2x3 =   0 0 0 
1 7 3  Exemplo: O 3x2 =  
0 0 0 
Rigorosamente, uma matriz Am×n é definida como
uma função cujo domínio é o conjunto de todos Matriz quadrada é a matriz cujo número de linhas é igual
os pares de números inteiros (i, j) tais que 1 ≤ i ≤ ao de colunas. Portanto, se Am×n é quadrada, m = n. Pode-
m e 1 ≤ j ≤ n. E os valores que a função pode as- se então dizer que A é uma matriz m×m ou n×n.
sumir são dados pelos elementos aij.
Matriz unitária In (ou matriz identidade) é uma matriz
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO quadrada n×n tal que

Essa operação só pode ser feita com matrizes de mesmo Iij = 1 se i = j e Iij = 0 se i ≠ j.
número de linhas e mesmo número de colunas.
Exemplo:
Sejam duas matrizes Am×n e Bm×n. Então a matriz R = A
± B é uma matriz m×n tal que cada elemento de R é dado
por:
1 0 0 
I 3 = 0 1 0 
rij = aij ± bij . 0 0 1 
Exemplo:
Uma matriz quadrada An×n é dita matriz diagonal se

4 0 8 2 4 1  6 4 9 aij = 0 para i ≠ j
1 3 3  + 2 5 4 = 3 8 7 
     
Exemplo:
MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR
- 3 0 0
= 0 5 0 
NESSA OPERAÇÃO, TODOS OS ELEMENTOS DA MATRIZ
SÃO MULTIPLICADOS PELO ESCALAR. SE AM×N É UMA A 3x3
MATRIZ QUALQUER E C É UM ESCALAR QUALQUER, 0 0 8 
P = c A é uma matriz m×n tal que
A matriz unitária é, portanto, uma matriz diagonal com os
pij = c aij elementos não nulos iguais a 1.

Matemática 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma matriz quadrada An×n é dita matriz simétrica se Isso significa que nem sempre ocorre a propriedade co-
mutativa. Se AB = BA, as matrizes A e B são denominadas
comutativas.
aij=aji
Algumas propriedades do produto de matrizes
Exemplo:
Sejam as matrizes A, B e C.
3 7 9 1) Se os produtos A (BC) e (AB) C são possíveis de cálculo,
A 3x3 = 7 4 6  então

9 6 2  A (BC) = (AB) C

Multiplicação de matrizes 2) Se os produtos AC e BC são possíveis, então

Sejam Am×p e Bp×n, isto é, duas matrizes tais que o núme- (A + B) C = AC + BC


ro de colunas da primeira (p) é igual ao número de linhas da
segunda (p).
3) Se os produtos CA e CB são possíveis, então

O produto C = AB é uma matriz m×n (Cm×n) tal que


C (A + B) = CA + CB

cij = ∑k=1,p aik bkj 4) Se Ip é a matriz unitária p×p conforme visto em página
anterior, então valem as relações:

1 2 Ip Ap×n = Ap×n
 4 0 5   9 8  Bm×p Ip = Bm×p
A=  B = 2 5 C = AB =  
1 1 3     6 7 Potências de matrizes
1 0
Seja A uma matriz quadrada e n um inteiro n≥1. As rela-
No exemplo acima,os cálculos são: ções básicas de potências são:

0
c11 = 4.1 + 0.2 + 5.1 = 9 A =I

c12 = 4.2 + 0.5 + 5.0 = 8 n n−1


A =AA

c21 = 1.1 + 1.2 + 3.1 = 6


Transposição de matrizes
c22 = 1.2 + 1.5 + 3.0 = 7
Seja uma matriz A m×n. A matriz transposta de A, usual-
Na linguagem prática, pode-se dizer que se toma a pri-
meira linha de A e se multiplica pela primeira coluna de B (a mente simbolizada por AT, é uma matriz n×m tal que
soma é a primeira linha e primeira coluna da matriz do produ-
to). Depois, a primeira linha de A pela segunda coluna de B. a
T = a para 1 ≤ i ≤ n e1≤ j ≤ m
ij ji
Depois, a segunda linha de A pela primeira coluna de B e
assim sucessivamente.
Na prática, as linhas de uma são as colunas da outra. E-
xemplo:
Ordem dos fatores

Notar que, segundo a definição anterior de produto, só é T


possível calcular AB e BA se A e B são matrizes quadradas.
1 4 
2 5  1 2 3 
  = 4 5 6 
1 1  2 2 3 3  3 6  
A=  B=  AB =  
1 2  1 1  4 4 
Algumas propriedades da transposição de matri-
Entretanto, na multiplicação de matrizes, a ordem dos fa- zes
tores não é indiferente. Em geral, AB ≠ BA. Veja exemplo:
(A )
T T = A

 2 2 1 1 4 8 
1 1  A = 1 2  BA = 2 3 
T = AT + BT
B= (A + B)

     
(kA)
T = k AT

Matemática 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(AB)
T = B T AT Com essa operação, consegue-se 1 no elemento 11 (pri-
meira linha, primeira columa) da matriz esquerda.
T
Se A = A , então A é simétrica
1 0 0 1 -1 0 
1 1 1 0 1 0 
T
det(A ) = det(A)

2 3 2 0 0 1 
Matriz inversa

Seja A uma matriz quadrada. A matriz inversa de A, usu- Os elementos 12 e 13 tornaram-se nulos, mas é apenas
−1 uma coincidência. Em geral isso não ocorre logo na primeira
almente simbolizada por A , é uma matriz também quadrada
operação.
tal que
2ª linha = 2ª linha + 1ª linha multiplicada por −1.
A A
− 1 = A− 1 A = I

3ª linha = 3ª linha + 1ª linha multiplicada por −2.


Ou seja, o produto de ambas é a matriz unitária (ou matriz
identidade).
1 0 0 1 - 1 0 
Nem toda matriz quadrada admite uma matriz inversa. Se 0 1 1 - 1 2 0 
a matriz não possui inversa, ela é dita matriz singular. Se a  
inversa é possível, ela é uma matriz não singular. 0 3 2 - 2 2 1 
Algumas propriedades das matrizes inversas

− 1)− 1 = A
(A Com as operações acima, os elementos 21 e 22 torna-
ram-se nulos, formando a primeira coluna da matriz unitária.
(AB)
− 1 = B − 1 A− 1
3ª linha = 3ª linha + 2ª linha multiplicada por −3.

(A )
T − 1 = (A− 1)T
1 0 0 1 -1 0
0 1 1 - 1 2 0 
Matriz ortogonal é uma matriz quadrada cuja transpos-
ta é igual á sua inversa. Portanto,

0 0 - 1 1 - 4 1 
A AT = AT A = I
Essa operação formou a segunda coluna da matriz identi-
dade.
Determinando a matriz inversa
3ª linha = 3ª linha multiplicada por −1.
Neste tópico são dados os passos para a determinação
da matriz inversa pelo método de Gauss-Jordan.
Multiplicação executada para fazer 1 no elemento 33 da
matriz esquerda.
Seja a matriz da abaixo, cuja inversa se deseja saber.

2 1 1 0 0 1 -1 0
0 1 1 - 1 2 0 
1
1 1 
 1 
2 0 0 1 - 1 4 - 1
3 2 
2ª linha = 2ª linha + 3ª linha multiplicada por −1.
O primeiro passo é acrescentar uma matriz unitária no la-
do direito conforme abaixo:
Essa operação forma a terceira e última coluna da dese-
jada matriz identidade no lado esquerdo.
2 1 1 1 0 0
1 1 1 0 1 0  1 0 0 0

1 -1
2 3 2 0 1 0 0 - 2 1 
0 0 1  
0 0 1 - 1 4 - 1 
O objetivo é somar ou subtrair linhas multiplicadas por es-
calares de forma a obter a matriz unitária no lado esquerdo.
Notar que esses escalares não são elementos da matriz. E a matriz inversa é a parte da direita.
Devem ser escolhidos de acordo com o resultado desejado.

1ª linha = 1ª linha + 2ª linha multiplicada por −1.

Matemática 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

 1 - 1 0 a b
 0 - 2 1 A=  , o determinante de A é indicado por:
  c d 
- 1 4 - 1 
a b a b
detA = det  =
É claro que há outros métodos para a finalidade. Para ma- c d c d
trizes 2x2, uma fórmula rápida é dada na Figura 08A (det =
O cálculo de um determinante é efetuado através de regras
determinante.
específicas que estudaremos mais adiante. É importante
ressaltarmos alguns pontos:
a b 
Se A= , Somente às matrizes quadradas é que associamos de-
c d  terminantes.

 d -b  O determinante não representa o valor de uma matriz.


então A
−1
= ( 1 / det(A) ) = Lembre-se, matriz é uma tabela, e não há significado falar em
- c a  valor de uma tabela.
 
Obs: o método de Gauss-Jordan pode ser usado também DETERMINANTE DE 1 ª ORDEM
para resolver um sistema de equações lineares. Nesse
caso, a matriz inicial (Figura 01) é a matriz dos coeficientes e Dada uma matriz quadrada de 1ª ordem M = [a11 ] , o
a matriz a acrescentar é a matriz dos termos independentes.
seu determinante é o número real a11 :
Seja o sistema de equações:
detM = [a11 ] = a11
2x − 5y + 4z = −3

x − 2y + z = 5 Exemplo

x − 4y + 6z = 10 M = [5] ⇒ detM = 5 ou | 5 |= 5

Monta-se a matriz conforme abaixo: Determinante de 2ª Ordem

2 - 5 4 -3  a a 
1 - 2  Dada a matriz M =  11 12  ,
1 5  a 21 a 22 
 
1 - 4 6 10 
de ordem 2, por definição o determinante associado a
Usando procedimento similar ao anterior, obtém-se a ma- M , determinante de 2ª ordem, é dado por:
triz unitária:
a11 a12
1 0 0 124  = a11 a 22 − a12 a 21
a21 a22
0 1 0 75 
 
0 0 1 31  DETERMINANTE DE 3ª ORDEM

Para o cálculo de determinantes de ordem 3 podemos uti-


E a solução do sistema é: lizar uma regra prática, conhecida como Regra de Sarrus,
que só se aplica a determinantes de ordem 3. A seguir, expli-
x = 124 y = 75 z = 31 . caremos detalhadamente como utilizar a Regra de Sarrus
para calcular o determinante

a11 a12 a13 a11 a12


Fonte: http://www.mspc.eng.br
D = a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
DETERMINANTES a 31 a32 a 33 a 31 a 32
Determinante é um número que se associa a uma matriz
1º passo:
quadrada. De modo geral, um determinante é indicado es-
crevendo-se os elementos da matriz entre barras ou antece-
Repetimos as duas primeiras colunas ao lado da terceira:
dendo a matriz pelo símbolo det .

Assim, se

Matemática 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a11 a12 a13 a11 a12 De modo análogo, para obtermos o menor complementar
relativo ao elemento a13 , eliminamos a linha 1 e a coluna 2:
a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32

2ª passo:

Devemos encontrar a soma do produto dos elementos da Para um determinante de ordem 3, o processo de obten-
diagonal principal com os dois produtos obtidos pela multipli- ção do menor complementar é o mesmo utilizado anterior-
cação dos elementos das paralelas a essa diagonal: mente, por exemplo, sendo

 a11 a12 a13 


M =  a 21 a 22 a 23 

 a 31 a32 a 33 

de ordem 3, temos:
multiplicar e somar

3º passo:

Encontramos a soma do produto dos elementos da diago-


Cofator
nal secundária com os dois produtos obtidos pela multiplica-
ção dos elementos das paralelas a essa diagonal:
Chama-se de cofator de um elemento ai j de uma matriz
quadrada o número A i j tal que

i+ j
Ai j = (− 1) ⋅ MC i j

Exemplo
multiplicar e somar

Assim, subtraindo o segundo produto do primeiro, pode-


 a11 a12 a13 
mos escrever o determinante como: Considerando M =  a 21 a 22 a 23 

 a 31 a32 a 33 
D = (a11 a 22 a 33 + a12 a 23 a 31 + a13 a 21 a 32 )
- (a13 a 22 a 31 + a11 a 23 a 32 + a12 a 21 a 33 )
calcularemos o cofator A23 . Temos que i = 2 e j = 3 ,
2+ 3
MENOR COMPLEMENTAR logo: A23 = (− 1) ⋅ MC 23 .
Chamamos de menor complementar relativo a um ele-
Devemos calcular MC 23 .
mento ai j de uma matriz M quadrada de ordem n > 1, o
determinante MC i j , de ordem n −1, associado à matriz

obtida de M quando suprimimos a linha e a coluna que


passam por ai j . Por exemplo, dada a matriz:
2+3
Assim A23 = (− 1) ⋅ (a11 a32 − a12 a31 )
a a 
M =  11 12 
 a 21 a 22  TEOREMA DE LAPLACE

de ordem 2, para determinar o menor complementar rela- O determinante de uma matriz quadrada
tivo ao elemento a11 (MC11 ) , eliminamos a linha 1 e a colu- [ ]mXn (m ≥ 2) pode ser obtido pela soma dos produtos
M = a ij
na 2: dos elementos de uma fila qualquer (linha ou coluna) da ma-
triz M pelos respectivos cofatores.

Desta forma, fixando j ∈ N , tal que 1 ≤ j ≤ m , temos:

Matemática 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
igual ao produto dos elementos dessa diagonal multipli-
det M = ∑i =1 aij Aij
m
(
n n −1 )
cados por (− 1) .
2

∑ i=1
m
em que é o somatório de todos os termos de ín-
Para A e B matrizes quadradas de mesma ordem n ,
dice i , variando de 1 até m , m ∈ N .
det ( AB ) = detA ⋅ detB . Como A ⋅ A −1 = I ,
Exemplo: det A -1 = 1/det A .

Calcule o determinante a seguir utilizando o Teorema de Se k ∈ R , então det (k ⋅ A) = k n ⋅ det A .


Laplace:

2 3 -4
D = -2 1 2 Fonte: http://www.mundofisico.joinville.udesc.br
0 5 6

SISTEMAS LINEARES
Aplicando o Teorema de Laplace na coluna 1, temos:
Resolvendo sistemas
1+1
D = 2 (− 1)
1 2
+ (− 2 )(− 1) 2 +1 3 -4 3+1
+ 0(− 1)
3 -4 Introdução
5 6 5 6 1 2 Nas equações de 1º grau, cada equação tem uma
incógnita, em geral representada pela letra x.
D = 2 (+1)(−4) + (−2)(−1)38 + 0 = -8 + 76 = 68 Qualquer equação com duas incógnitas (x e y) não
pode ser resolvida porque, para cada valor de x, pode-
mos calcular um valor diferente para y. Por exemplo, na
Observação
equação 2x + y = 20, se fizermos x = 3 e x = 6 então
Se calcularmos o determinante utilizando a Regra de Sar-
teremos, respectivamente:
rus, obteremos o mesmo número real. 2 · 3 + y = 20 → y = 20 - 6 = 14
2 · 6 + y = 20 → y = 20 - 12 = 8
PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES e assim por diante. Vemos então que, para saber os
valores corretos de x e y precisamos de uma outra
Quando todos os elementos de uma fila (linha ou coluna) são informação a respeito das nossas incógnitas.
nulos, o determinante dessa matriz é nulo. Se conseguimos obter duas equações a respeito
das mesmas incógnitas, temos um sistema.
Se duas filas de uma matriz são iguais, então seu determi- Por exemplo:
nante é nulo. 2x + y = 20

Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, 3x - y = 10
então seu determinante é nulo. é um sistema de duas equações nas incógnitas x e
y. É possivel resolver esse sistema, ou seja, é possivel
Se os elementos de uma matriz são combinações lineares descobrir quais são os valores de x e y que satisfazem
dos elementos correspondentes de filas paralelas, então às duas equações simultaneamente.
seu determinante é nulo. Você pode verificar que x = 6 e y = 8 é a solução do
nosso sistema, substituindo esses valores nas duas
Teorema de Jacobi: o determinante de uma matriz não se equações, temos:
altera quando somamos aos elementos de uma fila, uma
combinação linear dos elementos correspondentes de fi- 2 · 6 + 8 = 20

las paralelas. 3 · 6 - 8 = 10
Vamos aprender a resolver sistemas de duas equa-
O determinante de uma matriz e o de sua transposta são ções com duas incógnitas.
iguais.
Mas, antes, vamos perceber que, para serem resol-
vidos, muitos problemas dependem dos sistemas.
Multiplicando-se por um número real todos os elementos de
Sistemas aparecem em problemas
uma fila em uma matriz, o determinante dessa matriz fica
multiplicado por esse número. Para que você perceba que os sistemas aparecem
em problemas simples, imagine a situação a seguir.
Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o de- Pedro e Paulo conversam despreocupadamente
terminante de uma matriz muda de sinal. quando chega José, um amigo comum, que está para
se aposentar. José fala sobre as idades das pessoas
Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da que se aposentam e percebe que os dois amigos ain-
diagonal principal são todos nulos, o determinante é igual dam estão longe da aposentadoria. Então, ele pergun-
ao produto dos elementos dessa diagonal. ta:
- Que idade vocês têm?
Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da Pedro, o mais velho, percebendo um pequeno erro
diagonal secundária são todos nulos, o determinante é na pergunta, responde:
- Nós temos 72 anos.
Matemática 100 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A conversa, então, segue assim: Para começar, devemos isolar uma das letra em
José - Como? Você está brincando comigo. Esse aí qualquer uma das equações.
não passa de um garoto e você certamente não chegou Observando o sistema, vemos que o mais fácil é
aos 50. isolar a incógnita y na segunda equação; assim:
Pedro - Da maneira que você perguntou, eu res- 4x - y =11
pondi. Nós, eu e Paulo, temos juntos 72 anos. - y =11 - 4x
José - Está bem, eu errei. Eu devia ter perguntado - y = -11 + 4x
que idades vocês têm. Mas, pela sua resposta, eu não Isso mostra que o valor de y é igual a 4x - 11. As-
consigo saber as idades de cada um. sim, podemos trocar um pelo outro, pois são iguais.
Pedro - É claro que não. Você tem duas coisas Vamos então substituir y por 4x - 11 na primeira equa-
desconhecidas e apenas uma informação sobre elas. É ção.
preciso que eu lhe diga mais alguma coisa e, aí sim, 3x + 2y = 22
você determina nossas idades. 3x + 2(4x - 11) = 22
José - Diga. Temos agora uma equação com uma só incógnita, e
Pedro - Vou lhe dizer o seguinte. A minha idade é o sabemos o que temos de
dobro da de Paulo. Agora, José, você tem duas coisas fazer para resolvê-la:
desconhecidas, mas tem também duas informações 3x + 2(4x - 11) = 22
sobre elas. Com a ajuda da matemática, você poderá 3x + 2 · 4x - 2 · 11 = 22
saber nossas idades. 3x + 8x = 22 + 22
Vamos pensar um pouco na situação apresentada. 11x = 44
José tem duas coisas a descobrir: a idade de Pedro e a 11x 44
idade de Paulo. Essas são suas incógnitas. =
11 11
Podemos então dar nomes a essas incógnitas: x =4
idade de Pedro = x Já temos o valor de x. Repare que logo no inicio da
idade de Paulo = y solução tínhamos concluido que y = - 11 + 4x. Então,
A primeira informação que temos é que os dois jun- para obter y, basta substituir x por 4.
tos possuem 72 anos. y = - 11 + 4x
Então, nossa primeira equação é: y = - 11 + 4 · 4
x + y = 72 y = - 11 + 16
A outra informação que temos é que a idade de Pe- y =5
dro é o dobro da idade de A solução do nosso sistema é, portanto, x = 4 e y =
Paulo. Com isso, podemos escrever a nossa 5.
segunda equação: Observações - Ao resolver um sistema, é sempre
x = 2y aconselhável conferir a resposta encontrada para ver
Essas duas equações formam o nosso sistema: se não erramos na solução. Os valores de x e de y
x + y = 72 encontrados estarão certos se eles transformarem as

x = 2y duas equações em igualdades verdadeiras.
Esse sistema, por simplicidade, pode ser resolvido 3x + 2y = 22
 x = 4, y = 5
sem necessidade de nenhuma técnica especial. Se a 4x - 0y = 11
segunda equação nos diz que x é igual a 2y, então 3 · 4 + 2 · 5 = 22 → certo
substituiremos a letra x da primeira equação por 2y.
4 · 4 - 5 = 11 → certo
Veja.
Tudo confere. Os valores encontrados estão corre-
x+y = 72
tos.
2y+y = 72
Outra coisa que desejamos esclarecer é que isola-
3y = 72
mos a incógnita y na segunda equação porque isso nos
3y 72 pareceu mais simples.
=
3 3 No método da substituição, você pode isolar
y = 24 qualquer uma das duas incógnitas em qual-
Como x = 2y, então x = 2 · 24 = 48. Assim, conclui- quer das equações e, depois, substituir a
mos que Pedro tem 48 anos e que Paulo tem 24. expressão encontrada na outra equação.
Nem sempre os sistemas são tão simples assim. O método da adição
Nesta aula, vamos aprender dois métodos que você Para compreender o método da adição, vamos re-
pode usar na solução dos sistemas. cordar inicialmente o que significa somar duas igualda-
O método da substituição des membro a membro. Se temos:
O sistema do problema que vimos foi resolvido pelo A=B
método da substituição. e
Vamos nos deter um pouco mais no estudo desse C=D
método prestando atenção na técnica de resolução. podemos somar os dois lados esquerdos e os dois
Agora, vamos apresentar um sistema já pronto, sem lados direitos, para concluir:
a preocupação de saber de onde ele veio. Vamos, en-
tão, resolver o sistema:
A+C=B+D
Considere agora o seguinte problema.
3x + 2y = 22
 “Encontrar 2 números, sabendo que sua soma é 27
4x - y = 11 e que sua diferença é 3.”

Matemática 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para resolvê-lo, vamos chamar nossos números 3y = - 3
desconhecidos de x e y. De acordo com o enunciado, 3y 3
temos as equações: =−
3 3
x + y = 27 y =-1
x-y=3{ A solução do nosso sistema é, portanto, x = 3 e y = -
{
1
10
Você agora deve praticar fazendo os exercícios
A U L A Veja o que acontece quando somamos
propostos. Procure resolver cada sistema pelos dois
membro a membro as duas equações:
métodos para que, depois, você possa decidir qual
x + y = 27 deles é o de sua preferência. Não se esqueça também
x - y = 03 + de conferir as respostas.
x + x + y - y = 27 + 3 Exercícios
2x 30 Exercício 1 x - 3y = 1
=
2 2 
2x + 5y = 13
2x = 30
x = 15 Exercício 2 2x + y = 10

Encontramos o valor de x. Para encontrar o valor de x + 3y = 15
y vamos substituir x por 15 em qualquer uma das e- Exercício 3 3x + y = 13
quações. Por exemplo, na segunda: 
15 - y = 3 2x - y = 12
- y = 3 - 15 Exercício 4 2x + 7y = 17
- y = - 12 
y = 12 5x - y = - 13
A solução do nosso problema é, portanto, x = 15 e y Exercício 5 2x + y = 4
= 12. 
4x - 3y = 3
O método da adição consiste em somar membro a Exercício 6 x + y = 2
membro as duas equações, com o objetivo de eliminar 
uma das incógnitas. No sistema que resolvemos, a 3x + 2y = 6
incógnita y foi eliminada quando somamos membro a Exercício 7 x y
membro as duas equações. Mas isso freqüentemente  + =3
não acontece dessa forma tão simples. Em geral, de- 2 3
x - y = 1
vemos ajeitar o sistema antes de somar. 
Vamos mostrar a técnica que usamos resolvendo o Respostas:
seguinte sistema: 1. x = 4, y = 1 2. x = 3, y = 4
8x + 3y = 21 3. x = 5, y = - 2 4. x = - 2, y = 3
 5. x = 3/2 , y = 1 6. x = 2, y = 0
5x + 2y = 13 7. x = 4, y = 3
Para começar, devemos escolher qual das duas in-
cógnitas vamos eliminar. SISTEMAS RESOLVEM PROBLEMAS
Por exemplo, o y será eliminado. Mostramos como resolver sistemas de duas
Observe que, multiplicando toda a primeira equação equações de 1º grau com duas incógnitas.
por 2 e toda a segunda equação por 3, conseguimos Agora vamos usar essa importante ferra-
tornar os coeficientes de y iguais. menta da matemática na solução de pro-
blemas.
8x + 3y = 21 (x 2) 6x + 6y = 42 Em geral, os problemas são apresentados em lin-
 →  guagem comum, ou seja, com palavras. A primeira
5x + 2y = 13 (x 3) 15x + 6y = 39 parte da solução (que é a mais importante) consiste em
traduzir o enunciado do problema da linguagem comum
Para que o y seja eliminado, devemos trocar os si- para a linguagem matemática. Nessa linguagem,
nais de uma das equações e depois somá-las membro usamos os números, as operações, as letras que re-
a membro. presentam números ou quantidades desconhecidas, e
Veja: as nossas sentenças são chamadas de equações.
- 16x + 6y = 42 Para dar um exemplo, considere a seguinte situa-
- 15x - 6y = - 39 + ção: uma costureira de uma pequena confecção ganha
R$ 7,00 por dia mais uma determinada quantia por
x=3 cada camisa que faz. Certo dia, ela fez 3 camisas e
ganhou R$ 19,00.
Se quisermos saber quanto essa costureira ganha
por cada camisa que faz devemos traduzir em lingua-
Em seguida, substituimos esse valor em qualquer gem matemática a situação apresentada. Vamos então
uma das equações do sistema. Por exemplo, na primei- representar por x a quantia que ela recebe por cada
ra. camisa. Ela faz 3 camisas e ganha R$ 7,00 por dia,
8 · 3 + 3y = 21 independentemente do número de camisas que faz. Se
24 + 3y = 21
3y = 21 - 24
Matemática 102 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
nesse dia ela ganhou R$ 19,00, a equação que traduz os mais variados pesos. Então, no nosso problema,
o problema é: vamos chamar de y a quantidade de calorias contidas
7 + 3x = 19 em cada grama de queijo. l Se cada grama de queijo
Como já sabemos resolver equações e sistemas, possui y calorias, quantas calorias estão contidas em
daremos mais importância, nesta aula, à tradução do 30 gramas de queijo?
enunciado dos problemas para linguagem matemática. Quantas calorias possuem dois ovos?
Agora vamos apresentar alguns problemas e suas so- Escreva em linguagem matemática a frase: “dois ovos
luções. Entretanto, procure resolver cada um antes de mais 30 gramas de queijo possuem 280 calorias”.
ver a solução. Para ajudar, incluímos algumas orienta- Escreva em linguagem matemática a outra informação
ções entre o enunciado e a solução. contida no enunciado.
EXEMPLO 1 Solução - Vamos novamente seguir as orientações
Em uma festa havia 40 pessoas. Quando 7 homens para resolver o problema.
saíram, o número de mulheres passou a ser o dobro do Se as nossas incógnitas estão bem definidas, não
número de homens. Quantas mulheres estavam na teremos dificuldade em traduzir o enunciado do pro-
festa? blema em linguagem matemática. Temos que:
Pense um pouco e leia as orientações a seguir. número de calorias contidas em um ovo = x
Orientações - A quantidade de homens e mulheres número de calorias contidas em um grama de quei-
serão as nossas incógnitas. Então: jo = y
o número de homens = x Portanto, se dois ovos e 30 gramas de queijo pos-
o número de mulheres = y suem 280 calorias temos a equação:
Traduza em linguagem matemática a frase: “havia 40 2x + 30y = 280
pessoas na festa”. Da mesma forma, se três ovos e 10 gramas de quei-
Se 7 homens saíram, quantos ficaram na festa? jos possuem 280 calorias podemos escrever:
Traduza em linguagem matemática a frase: “o número 3x + 10 y = 280
de mulheres é o dobro do número de homens que O sistema que dará a solução do nosso problema é
ficaram na festa”. 2x + 30 y = 280
Solução - Seguindo as nossas orientações, temos 3x + 10 y = 280
como primeira equação x + y = 40. Depois, se tínhamos Repare que o problema pergunta qual é o número
x homens e 7 saíram, então ficaram na festa x - 7 ho- de calorias contidas em um ovo. Portanto, se a respos-
mens. E, se o número de mulheres é o dobro do núme- ta do problema é o valor de x, podemos usar o método
ro de homens, podemos escrever y = 2 (x - 7). da adição e eliminar a incógnita y.
O problema dado é traduzido em linguagem mate- Observe que, multiplicando a segunda equação por
mática pelo sistema: 3, tornamos iguais os coeficientes de y.
x + y = 40 Se, em seguida, mudamos todos os sinais da pri-
 meira equação, estamos prontos para eliminar a incóg-
y = 2 (x - 7) nita y.
Agora, vamos resolvê-lo. Como a incógnita y está
isolada na segunda equação, podemos usar o método
da substituição. Temos, então: 2x + 30y = 280 x (- 2) 2x - 30y = - 280

x + y = 40 3x + 10y = 280

x (3) 9x + 30y = 840 +
x + 2 (x - 7) = 40
9x - 2x = 840 - 280
x + 2x - 14 = 40
7x = 560
3x = 40 + 14
7x 560
3x 54 =
= 7 7
3 3
x = 80
x = 18 Concluímos, então, que cada ovo contém 80 calori-
Substituindo esse valor na primeira equação, temos: as.
18 + y = 40 EXEMPLO 3
y = 40 - 18 Para ir de sua casa na cidade até seu sítio, João
y = 22 percorre 105 km com seu automóvel. A primeira parte
Na festa havia então 22 mulheres. do percurso é feita em estrada asfaltada, com veloci-
EXEMPLO 2 dade de 60 km por hora. A segunda parte é feita em
Uma omelete feita com 2 ovos e 30 gramas de quei- estrada de terra, com velocidade de 30 km por hora. Se
jo contém 280 calorias. João leva duas horas para ir de sua casa até o sítio,
Uma omelete feita com 3 ovos e 10 gramas de quei- quantos quilômetros possui a estrada de terra?
jo contém também 280 calorias. Quantas calorias pos- Pense um pouco e leia as orientações a seguir.
sui um ovo? Pense um pouco e leia as orientações a Orientações - A velocidade de um automóvel é o
seguir. número de quilômetros que ele percorre em uma hora.
Orientações - A caloria é uma unidade de energia. De uma forma geral, a distância percorrida é igual ao
Todos os alimentos nos fornecem energia em maior ou produto da velocidade pelo tempo de percurso.
menor quantidade. Neste problema, vamos chamar de distância = velocidade x tempo
x a quantidade de calorias contida em um ovo. Para
Estabeleça as incógnitas:
diversos alimentos, a quantidade de calorias é dada por
x = distância percorrida na estrada asfaltada
grama. Isso ocorre porque um queijo pode ter diversos
y = distância percorrida na estrada de terra
tamanhos, assim como uma abóbora pode também ter
Matemática 103 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O esquema abaixo ajuda a compreender o proble- ções. Depois, resolva os sistemas e verifique se os
ma. valores encontrados estão corretos.
Exercícios:
1) Determine dois números, sabendo que sua soma é
43 e que sua diferença é 7.
2) Um marceneiro recebeu 74 tábuas de compensa-
do. Algumas com 6 mm de espessura e outras com
Escreva uma equação com as distâncias. 8 mm de espessura. Quando foram empilhadas, a-
Procure escrever uma equação com o seguinte sig- tingiram a altura de 50 cm. Quantas tábuas de
nificado: “o tempo em que João andou na estra- 8mm ele recebeu?
da asfaltada mais o tempo em que ele andou na 3) Em um estacionamento havia carros e motocicletas
de terra é igual a duas horas”. num total de 43 veículos e 150 rodas. Calcule o
Solução - Mais uma vez, vamos resolver o problema número de carros e de motocicletas estacionados.
seguindo as orientações. Se João andou x km na es- 4) Uma empresa desejava contratar técnicos e, para
trada asfaltada e y km na estrada de terra, então a isso, aplicou uma prova com 50 perguntas a todos
nossa primeira equação é x + y = 105. os candidatos. Cada candidato ganhou 4 pontos
Observe novamente a relação: para cada resposta certa e perdeu um ponto para
(distância) = (velocidade) x (tempo) cada resposta errada. Se Marcelo fez 130 pontos,
Na primeira parte do percurso, a distância foi x, a quantas perguntas ele acertou?
velocidade foi 60 e o tempo gasto será chamado de t1. 5) Certo dia, uma doceira comprou 3 kg de açúcar e 4
Temos, então: kg de farinha e, no total, pagou R$ 3,20. Outro dia,
x = 60 · t1 ou ela comprou 4 kg de açúcar e 6 kg de farinha, pa-
x gando R$ 4,50 pelo total da compra. Se os preços
= t1 foram os mesmos, quanto estava custando o quilo
60
Na segunda parte do percurso a distância foi y, a do açúcar e o quilo da farinha?
velocidade foi 30 e o tempo gasto será chamado de t2. 6) Pedro e Paulo têm juntos R$ 81,00. Se Pedro der
Temos, então: 10% do seu dinheiro a Paulo, eles ficarão com
y = 30 · t2 ou quantias iguais. Quanto cada um deles tem?
7) A distância entre duas cidades A e B é de 66 km.
y
= t2 Certo dia, às 8 horas da manhã, um ciclista saiu da
30 cidade A, viajando a 10 km por hora em direção à
Como a soma dos dois tempos é igual a 2 horas, cidade B. No mesmo dia e no mesmo horário um
conseguimos a segunda equação: ciclista saiu da cidade B, viajando a 12 km por hora
x y em direção à cidade A. Pergunta-se:
+ = 2
60 30 a) A que distância da cidade A deu-se o encontro
Vamos melhorar o aspecto dessa equação antes de dos dois ciclistas?
formarmos o sistema. b) A que horas deu-se o encontro?
Multiplicando todos os termos por 60, temos:
Respostas:
1. 25 e 18
2. 28
3. 32 automóveis;;11 motos
4. 36
5. açúcar: R$ 0,60;; farinha: R$ 0,35
6. Pedro: R$ 45,00;; Paulo: R$ 36,00QQ
Temos, agora, o sistema formado pelas duas equa- 7. 30 km; 11hs
ções: Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br
x + y = 105

x + 2y = 120
O valor de y nesse sistema é calculado imediata-
mente pelo método da adição:

- x - y = - 105
x + 2y = 120 +
2y - y = 120 - 105
y = 15
Concluímos, então, que a estrada de terra tem
15 km.
Nesta aula você viu a força da álgebra na solução
de problemas. Entretanto, para adquirir segurança é
preciso praticar. Para cada um dos exercícios, procure
“matematizar” as situações descritas usando o método
algébrico. Escolha suas incógnitas e arme as equa-

Matemática 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
gumento, são as razões que utilizas para defender a conclu-

RACIOCÍNIO LÓGICO são.

Este exemplo permite-nos esclarecer outro aspecto dos


Estruturas lógicas. argumentos, que é o seguinte: embora um argumento seja
Lógica de argumentação: analogias, inferências, dedu- um conjunto de proposições, nem todos os conjuntos de
ções e conclusões. proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte con-
junto de proposições não é um argumento:
Lógica sentencial (ou proposicional): proposições sim-
ples e compostas; tabelasverdade; equivalências;
Eu lancho no bar da escola, mas o João não.
leis de De Morgan; diagramas lógicos. A Joana come pipocas no cinema.
Lógica de primeira ordem. O Rui foi ao museu.
Princípios de contagem e probabilidade.
Operações com conjuntos. Neste caso, não temos um argumento, porque não há
Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, nenhuma pretensão de justificar uma proposição com base
geométricos e matriciais. nas outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um
RACIOCÍNIO LÓGICO conjunto de proposições com alguma relação entre si. Há
apenas uma sequência de afirmações. E um argumento é,
ALGUMAS NOÇÕES DE LÓGICA como já vimos, um conjunto de proposições em que se pre-
tende que uma delas seja sustentada ou justificada pelas
António Aníbal Padrão outras — o que não acontece no exemplo anterior.
Introdução
Todas as disciplinas têm um objecto de estudo. O objeto Um argumento pode ter uma ou mais premissas, mas só
de estudo de uma disciplina é aquilo que essa disciplina pode ter uma conclusão.
estuda. Então, qual é o objecto de estudo da lógica? O que é
que a lógica estuda? A lógica estuda e sistematiza a validade Exemplos de argumentos com uma só premissa:
ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podes considerar que argumen- Exemplo 1
tos, inferências e raciocínios são termos equivalentes.
Premissa: Todos os portugueses são europeus.
Muito bem, a lógica estuda argumentos. Mas qual é o in- Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
teresse disso para a filosofia? Bem, tenho de te lembrar que
a argumentação é o coração da filosofia. Em filosofia temos a Exemplo 2
liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sus-
tentar o que defendemos com bons argumentos e, é claro,
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
também temos de aceitar discutir os nossos argumentos.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano.
Os argumentos constituem um dos três elementos cen-
Exemplos de argumentos com duas premissas:
trais da filosofia. Os outros dois são os problemas e as teori-
as. Com efeito, ao longo dos séculos, os filósofos têm procu-
rado resolver problemas, criando teorias que se apoiam em Exemplo 1
argumentos.
Premissa 1: Se o João é um aluno do 11.º ano, então es-
Estás a ver por que é que o estudo dos argumentos é im- tuda filosofia.
portante, isto é, por que é que a lógica é importante. É impor- Premissa 2: O João é um aluno do 11.º ano.
tante, porque nos ajuda a distinguir os argumentos válidos Conclusão: Logo, o João estuda filosofia.
dos inválidos, permite-nos compreender por que razão uns
são válidos e outros não e ensina-nos a argumentar correc- Exemplo 2
tamente. E isto é fundamental para a filosofia.
Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte,
O que é um argumento? então a vida não faria sentido.
Um argumento é um conjunto de proposições que utili- Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
zamos para justificar (provar, dar razão, suportar) algo. A Conclusão: Logo, há vida para além da morte.
proposição que queremos justificar tem o nome de conclu-
são; as proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a Exemplo 3:
justificam têm o nome de premissas.
Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses.
Supõe que queres pedir aos teus pais um aumento da Premissa 2: Todos os portugueses são europeus.
"mesada". Como justificas este aumento? Recorrendo a Conclusão: Todos os minhotos são europeus.
razões, não é? Dirás qualquer coisa como:
É claro que a maior parte das vezes os argumentos
Os preços no bar da escola subiram; não se apresentam nesta forma. Repara, por exemplo, no
como eu lancho no bar da escola, o lanche argumento de Kant a favor do valor objectivo da felicida-
fica me mais caro. Portanto, preciso de um de, tal como é apresentado por Aires Almeida et al.
aumento da "mesada". (2003b) no site de apoio ao manual A Arte de Pensar:

Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de "De um ponto de vista imparcial, cada pessoa é um
um aumento da 'mesada'". E como justificas esta conclusão? fim em si. Mas se cada pessoa é um fim em si, a felicida-
Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de de de cada pessoa tem valor de um ponto de vista impar-
lanchares no bar. Então, estas são as premissas do teu ar- cial e não apenas do ponto de vista de cada pessoa. Da-

Raciocínio Lógico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do que cada pessoa é realmente um fim em si, podemos Não deves confundir proposições com frases. Uma frase
concluir que a felicidade tem valor de um ponto de vista é uma entidade linguística, é a unidade gramatical mínima de
imparcial." sentido. Por exemplo, o conjunto de palavras "Braga é uma"
não é uma frase. Mas o conjunto de palavras "Braga é uma
Neste argumento, a conclusão está claramente identifica- cidade" é uma frase, pois já se apresenta com sentido gra-
da ("podemos concluir que..."), mas nem sempre isto aconte- matical.
ce. Contudo, há certas expressões que nos ajudam a perce-
ber qual é a conclusão do argumento e quais são as premis- Há vários tipos de frases: declarativas, interrogativas, im-
sas. Repara, no argumento anterior, na expressão "dado perativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas ex-
que". Esta expressão é um indicador de premissa: ficamos a primem proposições. Uma frase só exprime uma proposição
saber que o que se segue a esta expressão é uma premissa quando o que ela afirma tem valor de verdade.
do argumento. Também há indicadores de conclusão: dois
dos mais utilizados são "logo" e "portanto". Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposi-
ções, porque não têm valor de verdade, isto é, não são ver-
Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra dadeiras nem falsas:
ou expressão que utilizamos para introduzir uma razão (uma
premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta 1. Que horas são?
alguns indicadores de premissa e de conclusão: 2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.
Indicadores de premis- Indicadores de conclu-
sa são Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque
têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras ou falsas, ainda
que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se
pois por isso são verdadeiras ou falsas:
porque por conseguinte
dado que implica que 1. Braga é a capital de Portugal.
como foi dito logo 2. Braga é uma cidade minhota.
visto que portanto 3. A neve é branca.
devido a então 4. Há seres extraterrestres inteligentes.
a razão é que daí que
admitindo que segue-se que A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem,
sabendo-se que pode-se inferir que não sabemos qual é o seu valor de verdade, não sabemos se
assumindo que consequentemente é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verda-
deira ou falsa. Por isso, também exprime uma proposição.

É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são Uma proposição é uma entidade abstracta, é o pensa-
precedidas por indicadores. Por exemplo, no argumento: mento que uma frase declarativa exprime literalmente. Ora,
um mesmo pensamento pode ser expresso por diferentes
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 frases. Por isso, a mesma proposição pode ser expressa por
euros por mês. Portanto, há treinadores de futebol que ga- diferentes frases. Por exemplo, as frases "O governo demitiu
nham mais de 100000 euros por mês. o presidente da TAP" e "O presidente da TAP foi demitido
pelo governo" exprimem a mesma proposição. As frases
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as seguintes também exprimem a mesma proposição: "A neve é
premissas não têm nenhum indicador. branca" e "Snow is white".
Ambiguidade e vagueza
Por outro lado, aqueles indicadores (palavras e expres-
sões) podem aparecer em frases sem que essas frases se- Para além de podermos ter a mesma proposição expres-
jam premissas ou conclusões de argumentos. Por exemplo, sa por diferentes frases, também pode acontecer que a
se eu disser: mesma frase exprima mais do que uma proposição. Neste
caso dizemos que a frase é ambígua. A frase "Em cada dez
Depois de se separar do dono, o cão nunca mais foi o minutos, um homem português pega numa mulher ao colo" é
mesmo. Então, um dia ele partiu e nunca mais foi visto. ambígua, porque exprime mais do que uma proposição: tanto
Admitindo que não morreu, onde estará? pode querer dizer que existe um homem português (sempre
o mesmo) que, em cada dez minutos, pega numa mulher ao
O que se segue à palavra "Então" não é conclusão de colo, como pode querer dizer que, em cada dez minutos, um
nenhum argumento, e o que segue a "Admitindo que" não é homem português (diferente) pega numa mulher ao colo (a
premissa, pois nem sequer tenho aqui um argumento. Por sua).
isso, embora seja útil, deves usar a informação do quadro de
indicadores de premissa e de conclusão criticamente e não Por vezes, deparamo-nos com frases que não sabemos
de forma automática. com exactidão o que significam. São as frases vagas. Uma
frase vaga é uma frase que dá origem a casos de fronteira
Proposições e frases indecidíveis. Por exemplo, "O professor de Filosofia é calvo"
Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as é uma frase vaga, porque não sabemos a partir de quantos
premissas quer a conclusão de um argumento são proposi- cabelos é que podemos considerar que alguém é calvo.
ções. Mas o que é uma proposição? Quinhentos? Cem? Dez? Outro exemplo de frase vaga é o
seguinte: "Muitos alunos tiveram negativa no teste de Filoso-
fia". Muitos, mas quantos? Dez? Vinte? Em filosofia devemos
Uma proposição é o pensamento que uma frase evitar as frases vagas, pois, se não comunicarmos com exac-
declarativa exprime literalmente. tidão o nosso pensamento, como é que podemos esperar
que os outros nos compreendam?
Raciocínio Lógico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Validade e verdade argumentos) e a validade é uma propriedade dos argumen-
tos (mas não das proposições).
A verdade é uma propriedade das proposições. A valida-
de é uma propriedade dos argumentos. É incorrecto falar em
proposições válidas. As proposições não são válidas nem Então, repara que podemos ter:
inválidas. As proposições só podem ser verdadeiras ou fal-
sas. Também é incorrecto dizer que os argumentos são ver- Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
dadeiros ou que são falsos. Os argumentos não são verda- são verdadeira;
deiros nem falsos. Os argumentos dizem-se válidos ou invá-
lidos. Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
falsa;
Quando é que um argumento é válido? Por agora, referi-
rei apenas a validade dedutiva. Diz-se que um argumento Argumentos válidos, com premissas falsas e conclusão
dedutivo é válido quando é impossível que as suas premis- verdadeira;
sas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Repara que, para
um argumento ser válido, não basta que as premissas e a Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
conclusão sejam verdadeiras. É preciso que seja impossível clusão verdadeira;
que sendo as premissas verdadeiras, a conclusão seja falsa.
Argumentos inválidos, com premissas verdadeiras e con-
Considera o seguinte argumento: clusão falsa;

Premissa 1: Alguns treinadores de futebol ganham mais Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
de 100000 euros por mês. falsa; e
Premissa 2: O Mourinho é um treinador de futebol.
Conclusão: Logo, o Mourinho ganha mais de 100000 Argumentos inválidos, com premissas falsas e conclusão
euros por mês. verdadeira.

Neste momento (Julho de 2004), em que o Mourinho é Mas não podemos ter:
treinador do Chelsea e os jornais nos informam que ganha
muito acima de 100000 euros por mês, este argumento tem Argumentos válidos, com premissas verdadeiras e conclu-
premissas verdadeiras e conclusão verdadeira e, contudo, são falsa.
não é válido. Não é válido, porque não é impossível que as
premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Podemos
Como podes determinar se um argumento dedutivo é vá-
perfeitamente imaginar uma circunstância em que o Mouri-
lido? Podes seguir esta regra:
nho ganhasse menos de 100000 euros por mês (por exem-
plo, o Mourinho como treinador de um clube do campeonato
regional de futebol, a ganhar 1000 euros por mês), e, neste Mesmo que as premissas do argumento não sejam verda-
caso, a conclusão já seria falsa, apesar de as premissas deiras, imagina que são verdadeiras. Consegues imaginar
serem verdadeiras. Portanto, o argumento é inválido. alguma circunstância em que, considerando as premissas
verdadeiras, a conclusão é falsa? Se sim, então o argumento
não é válido. Se não, então o argumento é válido.
Considera, agora, o seguinte argumento, anteriormente
apresentado:
Lembra-te: num argumento válido, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa.
Premissa: O João e o José são alunos do 11.º ano.
Conclusão: Logo, o João é aluno do 11.º ano. Argumentos sólidos e argumentos bons
Em filosofia não é suficiente termos argumentos válidos,
Este argumento é válido, pois é impossível que a
pois, como viste, podemos ter argumentos válidos com con-
premissa seja verdadeira e a conclusão falsa. Ao contrá-
clusão falsa (se pelo menos uma das premissas for falsa).
rio do argumento que envolve o Mourinho, neste não po-
Em filosofia pretendemos chegar a conclusões verdadeiras.
demos imaginar nenhuma circunstância em que a premis-
Por isso, precisamos de argumentos sólidos.
sa seja verdadeira e a conclusão falsa. Podes imaginar o
caso em que o João não é aluno do 11.º ano. Bem, isto
significa que a conclusão é falsa, mas a premissa também Um argumento sólido é um argumento válido
é falsa. com premissas verdadeiras.

Repara, agora, no seguinte argumento: Um argumento sólido não pode ter conclusão falsa, pois,
por definição, é válido e tem premissas verdadeiras; ora, a
validade exclui a possibilidade de se ter premissas verdadei-
Premissa 1: Todos os números primos são pares.
ras e conclusão falsa.
Premissa 2: Nove é um número primo.
Conclusão: Logo, nove é um número par.
O seguinte argumento é válido, mas não é sólido:
Este argumento é válido, apesar de quer as premissas
quer a conclusão serem falsas. Continua a aplicar-se a no- Todos os minhotos são alentejanos.
ção de validade dedutiva anteriormente apresentada: é im- Todos os bracarenses são minhotos.
possível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão Logo, todos os bracarenses são alenteja-
falsa. A validade de um argumento dedutivo depende da nos.
conexão lógica entre as premissas e a conclusão do argu-
mento e não do valor de verdade das proposições que cons- Este argumento não é sólido, porque a primeira premissa
tituem o argumento. Como vês, a validade é uma proprieda- é falsa (os minhotos não são alentejanos). E é porque tem
de diferente da verdade. A verdade é uma propriedade das uma premissa falsa que a conclusão é falsa, apesar de o
proposições que constituem os argumentos (mas não dos argumento ser válido.

Raciocínio Lógico 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O seguinte argumento é sólido (é válido e tem premissas Para que um argumento seja bom (ou forte), as premis-
verdadeiras): sas têm de ser mais plausíveis do que a conclusão, como
acontece no seguinte exemplo:
Todos os minhotos são portugueses.
Todos os bracarenses são minhotos. Se não se aumentarem os níveis de exigência de estudo e de
Logo, todos os bracarenses são portugue- trabalho dos alunos no ensino básico, então os alunos conti-
ses. nuarão a enfrentar dificuldades quando chegarem ao ensino
secundário.
Também podemos ter argumentos sólidos deste tipo:
Ora, não se aumentaram os níveis de exigência de estudo e
Sócrates era grego. de trabalho dos alunos no ensino básico.
Logo, Sócrates era grego.
Logo, os alunos continuarão a enfrentar dificuldades quando
(É claro que me estou a referir ao Sócrates, filósofo grego chegarem ao ensino secundário.
e mestre de Platão, e não ao Sócrates, candidato a secretá-
rio geral do Partido Socialista. Por isso, a premissa e a con- Este argumento pode ser considerado bom (ou forte),
clusão são verdadeiras.) porque, além de ser válido, tem premissas menos discutíveis
do que a conclusão.
Este argumento é sólido, porque tem premissa verdadeira
e é impossível que, sendo a premissa verdadeira, a conclu- As noções de lógica que acabei de apresentar são ele-
são seja falsa. É sólido, mas não é um bom argumento, por- mentares, é certo, mas, se as dominares, ajudar-te-ão a
que a conclusão se limita a repetir a premissa. fazer um melhor trabalho na disciplina de Filosofia e, porven-
tura, noutras.
Um argumento bom (ou forte) é um argumento válido per-
suasivo (persuasivo, do ponto de vista racional). Proposições simples e compostas

Fica agora claro por que é que o argumento "Sócrates era As proposições simples ou atômicas são assim caracteri-
grego; logo, Sócrates era grego", apesar de sólido, não é um zadas por apresentarem apenas uma idéia. São indicadas
bom argumento: a razão que apresentamos a favor da con- pelas letras minúsculas: p, q, r, s, t...
clusão não é mais plausível do que a conclusão e, por isso, o
argumento não é persuasivo. As proposições compostas ou moleculares são assim ca-
racterizadas por apresentarem mais de uma proposição
Talvez recorras a argumentos deste tipo, isto é, argumen- conectadas pelos conectivos lógicos. São indicadas pelas
tos que não são bons (apesar de sólidos), mais vezes do que letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
imaginas. Com certeza, já viveste situações semelhantes a
esta: Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando
que a proposição composta Q é formada pelas proposições
— Pai, preciso de um aumento da "mesa- simples r, s e t.
da".
Exemplo:
— Porquê?
— Porque sim. Proposições simples:
p: O número 24 é múltiplo de 3.
q: Brasília é a capital do Brasil.
O que temos aqui? O seguinte argumento: r: 8 + 1 = 3 . 3
s: O número 7 é ímpar
Preciso de um aumento da "mesada". t: O número 17 é primo
Logo, preciso de um aumento da "mesa- Proposições compostas
da". P: O número 24 é divisível por 3 e 12 é o dobro de 24.
Q: A raiz quadrada de 16 é 4 e 24 é múltiplo de 3.
Afinal, querias justificar o aumento da "mesada" (conclu- R(s, t): O número 7 é ímpar e o número 17 é primo.
são) e não conseguiste dar nenhuma razão plausível para
esse aumento. Limitaste-te a dizer "Porque sim", ou seja, Noções de Lógica
"Preciso de um aumento da 'mesada', porque preciso de um Sérgio Biagi Gregório
aumento da 'mesada'". Como vês, trata-se de um argumento
muito mau, pois com um argumento deste tipo não conse- 1. CONCEITO DE LÓGICA
gues persuadir ninguém.
Lógica é a ciência das leis ideais do pensamento e a arte
Mas não penses que só os argumentos em que a conclu- de aplicá-los à pesquisa e à demonstração da verdade.
são repete a premissa é que são maus. Um argumento é
mau (ou fraco) se as premissas não forem mais plausíveis do Diz-se que a lógica é uma ciência porque constitui um
que a conclusão. É o que acontece com o seguinte argumen- sistema de conhecimentos certos, baseados em princípios
to: universais. Formulando as leis ideais do bem pensar, a lógica
se apresenta como ciência normativa, uma vez que seu obje-
Se a vida não faz sentido, então Deus não to não é definir o que é, mas o que deve ser, isto é,
existe. as normas do pensamento correto.
Mas Deus existe.
Logo, a vida faz sentido. A lógica é também uma arte porque, ao mesmo tempo
que define os princípios universais do pensamento, estabele-
Este argumento é válido, mas não é um bom argumento, ce as regras práticas para o conhecimento da verdade (1).
porque as premissas não são menos discutíveis do que a
conclusão. 2. EXTENSÃO E COMPREENSÃO DOS CONCEITOS

Raciocínio Lógico 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
até chegar à conclusão. Sérgio Biagi Gregório
Ao examinarmos um conceito, em termos lógicos, deve-
mos considerar a sua extensão e a sua compreensão.
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Vejamos, por exemplo, o conceito homem.
1. Introdução
A extensão desse conceito refere-se a todo o conjunto
de indivíduos aos quais se possa aplicar a designação ho-
Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
mem.
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
A compreensão do conceito homem refere-se ao conjun-
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
to de qualidades que um indivíduo deve possuir para ser
modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
designado pelo termo homem: animal, vertebrado, mamífero,
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
bípede, racional.
raciocínio.
Esta última qualidade é aquela que efetivamente distin-
gue o homem dentre os demais seres vivos (2). Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
3. JUÍZO E O RACIOCÍNIO ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
Entende-se por juízo qualquer tipo de afirmação ou ne- sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
gação entre duas idéias ou dois conceitos. Ao afirmarmos, levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
por exemplo, que “este livro é de filosofia”, acabamos de prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
formular um juízo. sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
O enunciado verbal de um juízo é denomina- psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
do proposição ou premissa. ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
raciocínio”.
Raciocínio - é o processo mental que consiste em coor-
denar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou aque-
juízo novo, denominado conclusão ou inferência. la motivação, se respeita ou não a moral social, se teve influ-
ências das emoções ou não, se está de acordo com uma
Vejamos um exemplo típico de raciocínio: doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
1ª) premissa - o ser humano é racional; embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
2ª) premissa - você é um ser humano; derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
conclusão - logo, você é racional. relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua
obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi
O enunciado de um raciocínio através da linguagem fala- formulado etc.
da ou escrita é chamado de argumento. Argumentar signifi-
ca, portanto, expressar verbalmente um raciocínio (2). Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini-
ções e outras referências à lógica:
4. SILOGISMO
“A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos
Silogismo é o raciocínio composto de três proposições, permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio
dispostas de tal maneira que a terceira, chamada conclusão, ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain).
deriva logicamente das duas primeiras, chamadas premis-
sas. “A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para
distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
Todo silogismo regular contém, portanto, três proposi-
ções nas quais três termos são comparados, dois a dois.
“A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
Exemplo: toda a virtude é louvável; ora, a caridade é uma
como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).
virtude; logo, a caridade é louvável (1).

5. SOFISMA “A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,


sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
Sofisma é um raciocínio falso que se apresenta com apa- bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como
rência de verdadeiro. Todo erro provém de um raciocínio o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
ilegítimo, portanto, de um sofisma. ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
ler).
O erro pode derivar de duas espécies de causas:
das palavras que o exprimem ou das idéias que o constitu- 1.1. Lógica formal e Lógica material
em. No primeiro, os sofismas de palavras ou verbais; no
segundo, os sofismas de idéias ou intelectuais. Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os es-
tudos da lógica orientaram-se em duas direções principais: a
Exemplo de sofisma verbal: usar mesma palavra com da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a da
duplo sentido; tomar a figura pela realidade. lógica material, também conhecida como “lógica maior”.

Exemplo de sofisma intelectual: tomar por essencial o A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
que é apenas acidental; tomar por causa um simples ante- pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
cedente ou mera circunstância acidental (3). teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
respeitada quando se preenchem as exigências de coerência

Raciocínio Lógico 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí- ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos (falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi-
de realidade dos fatos. ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre
a mesa da sala”
No entanto, o erro não está no seu aspecto formal e, sim,
na sua matéria. Por exemplo, partindo das premissas que O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
(1) todos os brasileiros são europeus údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas
para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
e que Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
(2) Pedro é brasileiro,
coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
Quando os raciocínios são organizados com técnica e arte
(3) Pedro é europeu. e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a experi- dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
ência nos diz que a premissa é falsa. gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
de convencer mediante o discurso.
No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam aqui-
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria lo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e as
dos casos, processaformalmente informações nele previa- decisões pessoais (subjetividade), um argumento conseguirá
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as idéias
valor empírico de tais informações. propostas se assentem em boas razões, capazes de mexer
com as convicções daquele a quem se tenta convencer.
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das o- Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como bom
perações do pensamento à realidade, de acordo com a natu- argumento opiniões que, na verdade, não passam de pre-
reza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, interessa conceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de outras
que o raciocínio não só seja formalmente correto, mas que formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habilidade no
também respeite a matéria, ou seja, que o seu conteúdocor- argumentar, associada à desatenção ou à ignorância de
responda à natureza do objeto a que se refere. Neste caso, quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persuasão.
trata-se da correspondência entrepensamento e realidade.
Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar de ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade material. ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à forte etc.
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a
forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri- mente, manter-se num plano distante da existência humana,
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
tem-se a verdade. argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En-
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o
à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela- interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten-
cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor- tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas, do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático.
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os 1.3. Inferência Lógica
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um ra-
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana. ciocínio válido, visando à verdade.

1.2. Raciocínio e Argumentação Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade


quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
Três são as principais operações do intelecto humano: a emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
simples apreensão, os juízos e o raciocínio. de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
podem ser chamadas de proposições ou juízos.
A simples apreensão consiste na captação direta (atra-
vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exemplos:
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já, nas
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o verda-
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter- deiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o caso
mos, p. das interrogações ou das frases que expressam estados
emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente ou
ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”). ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa nem
verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
Raciocínio Lógico 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As frases declaratórias ou assertivas podem ser combina- a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali-
das de modo a levarem a conclusões conseqüentes, consti- dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
tuindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo: identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma
vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-
(1) Não há crime sem uma lei que o defina; se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de
um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; Antônio.

(3) logo, não é crime matar ET’s. b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu-
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são; c)
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes
Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o falso e o
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda
verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verdadeiro. Ou
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase
está chovendo ou não está, não é possível um terceiro ter-
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis-
mo: está meio chovendo ou coisa parecida.
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
1.4. Termo e Conceito
princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala- admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi- como também ao indeterminado.
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
Os jaguares são quadrúpedes;
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Meu carro é um Jaguar posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
logo, meu carro é um quadrúpede. de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
longo do raciocínio, por isso, não tem validade. sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de lógico do raciocínio empregado na argumentação.
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos,
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo, Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um dotado de duas características fundamentais: ter premissas
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo. aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropria-
das. Dos raciocínios mais empregados na argumentação,
Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
nota característica comum a todos os elementos do conjunto, pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental. discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
aquela cuja trajetória existencial destaca-se pela bondade, formal.
virtude, afetividade e equilíbrio.
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre- raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter- abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
mos empregados no discurso.
Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-
1.5. Princípios lógicos quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua como argumento contra a existência da alma o fato de esta
non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor-
ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe- po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon-
ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa-
deve respeitá-los. São eles: do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de
ordem metafísica, não física.

2.1. Raciocínio analógico

Raciocínio Lógico 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera,
partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra,
analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida,
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida de vida.
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida,
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
da vivência direta ou indireta da situação-referência. noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia c) Não devem existir divergências marcantes na compara-
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, ção.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na com-
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também paração.."
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ocasião de tormentas e tempestades;
ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come-
a pescaria marinha não está tendo sucesso porque troveja
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
muito.
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o salá-
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun- rio mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros, tal
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba- como os operários suíços, também recebe um salário míni-
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314). mo; logo, a maioria dos operários brasileiros também vive
bem, como os suíços.
A força de uma analogia depende, basicamente, de três
aspectos: Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta consi-
derar a forma de raciocínio, é muito importante que se avalie
o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é admi-
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e im-
tido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadeiras, a
portantes;
conclusão não o será necessariamente, mas possivelmente,
isto caso cumpram-se as exigências acima.
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa-
ção e outra deve ser significativo;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral do
raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
c) não devem existir divergências marcantes na compara- que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
ção. sariamente válida.

No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, ca- O esquema básico do raciocínio analógico é:
sos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo- A é N, L, Y, X;
tor é um meio de transporte que necessita de um condutor. B, tal como A, é N, L, Y, X;
Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de A é, também, Z
bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada- logo, B, tal como A, é também Z.
mente seu papel.
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
gico é precário, ele é muito importante na formulação de
Aplicação das regras acima a exemplos: hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e re- lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante
levantes, não imaginários ou insignificantes.tc procedimentos indutivos ou dedutivos.

"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
relevantes, não imaginários ou insignificantes." professor de ciência da computação da Universidade de
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao da computação, uma situação semelhante à que ocorre no
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as da genética. Assim como na natureza espécies diferentes
roupas de sua filha. podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento
genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per- informática, também o cruzamento de programas pode con-
fume francês e é um bom advogado; tribuir para montar um programa mais adequado para resol-
ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa
Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; lo- mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies:
go, deve ser um bom advogado. uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland.
“Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos
um programa que dê conta de uma parte do problema e
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situação
cruzamos com outro programa que solucione outra parte.
e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspectos
Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas
semelhantes entre uma situação e outra deve ser significati-
que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por
vo."
várias gerações - sempre selecionando o melhor programa -
até obter o descendente que mais se adapta à questão. É,

Raciocínio Lógico 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em Mônica é mulher e dirige mal;
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, Carla é mulher e dirige mal;
19/10/95, 1º cad., p. 12). logo, todas as mulheres dirigem mal.
2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi- Fernando é político e é corrupto;
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de Paulo é político e é corrupto;
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. Estevão é político e é corrupto;
logo, todos os políticos são corruptos.
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é ta-
refa simples, havendo muitos exemplos na história do conhe-
Ainda que alguns autores considerem a analogia como cimento indicadores dos riscos das conclusões por indução.
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma Basta que um caso contrarie os exemplos até então colhidos
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em para que caia por terra uma “verdade” por ela sustentada.
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da desco-
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi- berta da Austrália, onde foram encontrados cisnes pretos,
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos porque
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen- todos os até então observados eram brancos. Ao ser visto o
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos- primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por terra.
síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu- indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
sejam indicadores da validade das generalizações contidas raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
nas conclusões. te e o da indução por enumeração completa.

O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte: a. Indução por enumeração incompleta suficiente
B é A e é X;
C é A e também é X; Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
D é A e também é X; como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
E é A e também é X; sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
logo, todos os A são X não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos particular, os que foram enumerados são representativos do
particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral. todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
Aplicando o modelo:
A jararaca é uma cobra e não voa; b. Indução por enumeração completa
A caninana é uma cobra e também não voa;
A urutu é uma cobra e também não voa; Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
A cascavel é uma cobra e também não voa; baseado na enumeração completa.
logo, as cobras não voam.
Contudo, Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela ocor-
re quando:
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo, b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas.
ver um gato preto traz azar.
Exemplos correspondentes às duas formas de indução por
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va- enumeração completa:
lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e
caso particular discorde da generalização obtida das premis- em cada uma delas foi constatada uma característica própria
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali- desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve-
dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera cabeça é um dos sintomas da dengue.
coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
há casos em que b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças.
uma simples análise das premissas é suficiente para de-
tectar a sua fraqueza. Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po-
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes-
Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem ser mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa
aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros de científica.
um grupo ou de uma classe tendo como modelo o compor-
tamento de alguns de seus componentes: O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado nos
1. Adriana é mulher e dirige mal; moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso pela
Ana Maria é mulher e dirige mal;

Raciocínio Lógico 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou orde- Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as suas
nada. Observem-se os exemplos: conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade hu-
mana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar a contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
corrupção do cenário político brasileiro. respeito à construção do conhecimento.

Depois da série de protestos realizados pela população, 2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa-
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa, O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos es-
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval tudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as defici-
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de ências da analogia e da indução.
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer,
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
nação. do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo raciocínio:
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan-
to alguns insinuavam a suaculpa, eu continuava seguro de Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. univer-
sua inocência. sal

Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está sen- Premissa menor: Pedro é homem.
do empregando o método indutivo porque o argumento prin-
cipal está sustentado pela observação de muitos casos ou Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a conclu-
são. No primeiro caso, a constatação de que diversas tentati-
No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
vas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas con-
podem-se tirar conclusões de cunho particular.
duzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
portamento do amigo infere-se sua inocência. Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Analogia, indução e probabilidade
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas a conclusão.
não são sinônimas de certezas.
2.3.1. Construção do Silogismo
Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, a
moral e a natural.
A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
nominador representa os casos possíveis e o numerador o através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um conclusão adequada.
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de
50% e a de dar coroa também é de 50%.
Eis um exemplo de silogismo:
b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Mai-
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
or
de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
alegre ou triste etc.
A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor
Exemplos: considerando seu comportamento pregresso, é
provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo... Logo, a concussão é punível Conclusão
Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
receba bem, mas... O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló-
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos natu- sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas
rais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas. ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras
A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba- que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são
lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre- necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior
visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado
eventos naturais. da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor-
Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima,
são passíveis de conclusões inexatas.
punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e
concussão é o menor.
Raciocínio Lógico 10 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
2.3.1.1. As Regras do Silogismo Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser deseja-
dos.
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
relações entre os termos e as demais dizem respeito às 7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
relações entre as premissas. São elas: premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
Exemplo de formulação incorreta:
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior, Conclusão: Alguns animais não voam.
médio e menor. Exemplo de formulação incorreta:
Exemplo de formulação correta: Premissa Maior: As aves são animais que voam.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos. Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Termo Médio: Mimi é um gato. Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Menor: Mimi é um mamífero. 8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Exemplo de formulação incorreta: Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede. Premissa Maior: Mimi é um gato.
Termo Médio: Maria é uma gata(2). Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Menor: Maria é quadrúpede. Conclusão: (?)
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro http://www.guiadoconcursopublico.com.br/apostilas/24_12
termos ao invés de três. 0.pdf
2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
sos que os termos das premissas.
Exemplo de formulação correta: LÓGICA SENTENCIAL E DE PRIMEIRA ORDEM
Termo Maior: Todas as onças são ferozes.
Termo Médio: Nikita é uma onça. Elementos de Lógica sentencial
Termo Menor: Nikita é feroz. 1. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de pre-
Exemplo de formulação incorreta: dicados
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Termo Médio: Antônio e José são surfistas. A lógica divide-se em lógica sentencial e lógica de predi-
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas. cados. A lógica sentencial estuda argumentos que não de-
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos os pendem da estrutura interna das sentenças. Por exemplo:
surfistas”.
(1)
3) O predicado do termo médio não pode entrar na con- Se Deus existe, então a felicidade eterna é possível.
clusão. Deus existe.
Exemplo de formulação correta: Logo, a felicidade eterna é possível.
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem. A validade do argumento (1) depende do modo pelo qual
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei. as sentenças são conectadas, mas não depende da estrutura
Exemplo de formulação incorreta: interna das sentenças. A forma lógica de (1) deixa isso claro:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei. (1a)
Termo Médio: Pedro é homem. Se A, então B.
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a A.
lei. Logo, B.
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
noportuna. Diferentemente, a lógica de predicados estuda argumen-
tos cuja validade depende da estrutura interna das senten-
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez em ças. Por exemplo:
sua extensão universal. (2)
Exemplo de formulação correta: Todos os cariocas são brasileiros.
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- Alguns cariocas são flamenguistas.
des. Logo, alguns brasileiros são flamenguistas.
Termo Médio: Pedro é homem. A forma lógica de (2) é a seguinte:
Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades. (2a)
Exemplo de formulação incorreta: Todo A é B.
Termo Maior: Alguns homens são sábios. Algum A é C.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens Logo, algum B é A.
Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
O predicado “homens” do termo médio não é universal, A primeira premissa do argumento (2) diz que o conjunto
mas particular. dos indivíduos que são cariocas está contido no conjunto dos
brasileiros. A segunda, diz que ‘dentro’ do conjunto dos cari-
2.3.1.1.2. Regras das Premissas ocas, há alguns indivíduos que são flamenguistas. É fácil
5) De duas premissas negativas, nada se conclui. concluir então que existem alguns brasileiros que são fla-
Exemplo de formulação incorreta: menguistas, pois esses flamenguistas que são cariocas se-
Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero rão também brasileiros. Essa conclusão se segue das pre-
Premissa Menor: Lulu não é um gato. missas.
Conclusão: (?).
6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma conclu- Note, entretanto, que as sentenças ‘todos os cariocas são
são negativa. brasileiros’ e ‘alguns cariocas são flamenguistas’ têm uma
Exemplo de formulação incorreta: estrutura diferente da sentença ‘se Deus existe, a felicidade

Raciocínio Lógico 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
eterna é possível’. Esta última é formada a partir de duas operadores sentenciais são funções porque recebem valores
outras sentenças ‘Deus existe’ e ‘a felicidade eterna é possí- de verdade como argumentos e produzem valores de verda-
vel’, conectadas pelo operador lógico se...então. Já para de. Considere-se a seguinte função matemática:
analisar o argumento (2) precisamos analisar a estrutura (4) y =x + 1.
interna das sentenças, e não apenas o modo pelo qual sen-
tenças são conectadas umas às outras. O que caracteriza a Dizemos que y =f(x), isto é, ‘y é função de x’, o que sig-
lógica de predicados é o uso dos quantificadores todo, algum nifica que o valor de y depende do valor atribuído a x.
e nenhum. É por esse motivo que a validade de um argu- Quando x =1, y =2;
mento como o (2) depende da estrutura interna das senten- x =2, y =3;
ças. A diferença entre a lógica sentencial e a lógica de predi- x = 3, y =4,
cados ficará mais clara no decorrer desta e da próxima uni- e assim por diante. Analogamente a uma função matemá-
dade. tica, uma função de verdade recebe valores de verdade co-
mo argumentos e produz valores de verdade como valores.
Usualmente o estudo da lógica começa pela lógica sen-
tencial, e seguiremos esse caminho aqui. Nesta unidade As chamadas tabelas de verdade mostram como os ope-
vamos estudar alguns elementos da lógica sentencial. Na radores da lógica sentencial funcionam.
próxima unidade, estudaremos elementos da lógica de predi-
cados. No lado esquerdo da tabela de verdade temos as senten-
ças a partir das quais a sentença composta foi formada – no
2. Sentenças atômicas e moleculares caso da negação, uma única sentença. O valor produzido
Considere-se a sentença pela função de verdade está na coluna da direita. As letras V
(1) Lula é brasileiro. e F representam os valores de verdade verdadeiro e falso.
A sentença (1) é composta por um nome próprio, ‘Lula’, e 4. A negação
um predicado, ‘... é brasileiro’. Em lógica, para evitar o uso Comecemos pelo operador sentencial mais simples, a
de ‘...’, usamos uma variável para marcar o(s) lugar(es) em negação. A tabela de verdade da negação de uma sentença
que podemos completar um predicado. Aqui, expressões do Aé
tipo x é brasileiro designam predicados. Considere agora a A não A
sentença (2) Xuxa é mãe de Sasha. VF
FV
A sentença (2) pode ser analisada de três maneiras dife-
rentes, que correspondem a três predicados diferentes que A negação simplesmente troca o valor de verdade da
podem ser formados a partir de (2): sentença. Uma sentença verdadeira, quando negada, produz
(2a) x é mãe de Sasha; uma sentença falsa, e vice-versa.
(2b) Xuxa é mãe de x;
(2c) x é mãe de y. Há diferentes maneiras de negar uma sentença atômica
em português. Considere a sentença verdadeira
Do ponto de vista lógico, em (2c) temos o que é chamado (5) Lula é brasileiro.
de um predicado binário, isto é, um predicado que, diferen-
temente de x é brasileiro, deve completado por dois nomes As sentenças
próprios para formar uma sentença. (6) Não é o caso que Lula é brasileiro,
(7) Não é verdade que Lula é brasileiro
As sentenças (1) e (2) acima são denominadas sentenças e
atômicas. Uma sentença atômica é uma sentença formada (8) É falso que Lula é brasileiro
por um predicado com um ou mais espaços vazios, sendo são diferentes maneiras de negar (5). Como (5) é uma
todos os espaços vazios completados por nomes próprios. sentença atômica, podemos também negar (5) por meio da
Sentenças atômicas não contêm nenhum dos operadores sentença
lógicos e, ou, se...então etc., nem os quantificadores todo, (9) Lula não é brasileiro.
nenhum, algum etc.
A negação em (9) é denominada negação predicativa,
Sentenças moleculares são sentenças formadas com o pois nega o predicado, ao passo que em (6) há uma negação
auxílio dos operadores sentenciais. Exemplos de sentenças sentencial porque toda a sentença é negada. No caso de
moleculares são sentenças atômicas, a negação predicativa é equivalente à
(3) Lula é brasileiro e Zidane é francês, negação sentencial, mas veremos que isso não ocorre com
(4) Se você beber, não dirija, sentenças moleculares e sentenças com quantificadores.
(5) João vai à praia ou vai ao clube. Note que negar duas vezes uma sentença equivale a a-
firmar a própria sentença. A negação de
3. A interpretação vero-funcional dos operadores senten- (5) Lula é brasileiro
ciais é
Os operadores sentenciais que estudaremos aqui são as (9) Lula não é brasileiro,
partículas do português não, ou, e, se...então, se, e somente e a negação de (9),
se. A lógica sentencial interpreta esses operadores como (10) Não é o caso que Lula não é brasileiro, é a negação
funções de verdade ou vero-funcionalmente. Isso significa da negação de (5), que é equivalente à própria sentença (5).
que eles operam apenas com os valores de verdade dos
seus operandos, ou em outras palavras, o valor de verdade 5. A conjunção
de uma sentença formada com um dos operadores é deter- Uma sentença do tipo A e B é denominada uma conjun-
minado somente pelos valores de verdade das sentenças ção. Considere-se a sentença
que a constituem. (11) João foi à praia e Pedro foi ao futebol.
A sentença (1) é composta por duas sentenças,
Os operadores sentenciais se comportam de uma manei- (12) João foi à praia
ra análoga às funções matemáticas. Estas recebem números e
como argumentos e produzem números como valores. Os (13) Pedro foi ao futebol

Raciocínio Lógico 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conectadas pelo operador lógico e. Na interpretação vero- (21) o PMDB receberá o ministério da saúde;
funcional do operador e, o valor de verdade de (11) depende (22) o PP receberá o ministério da saúde.
apenas dos valores de verdade das sentenças (12) e (13). É
fácil perceber que (11) é verdadeira somente em uma situa- Quando se diz que um determinado partido receberá um
ção: quando (12) e (13) são ambas verdadeiras. A tabela de ministério, isso significa que um membro de tal partido será
verdade de uma conjunção A e B é a seguinte: nomeado ministro. Posto que há somente um ministro da
ABAeB saúde, não é possível que (21) e (22) sejam simultaneamen-
VVV te verdadeiras. O ou da sentença (20), portanto, é exclusivo.
VFF
FVF Na lógica simbólica, são usados símbolos diferentes para
FFF designar o ou inclusivo e o exclusivo. No latim, há duas pala-
vras diferentes, vel para a disjunção inclusiva e aut para a
Note que, na interpretação vero-funcional da conjunção, exclusiva. No português isso não ocorre. Na maioria das
A e B é equivalente a B e A. Não faz diferença alguma afir- vezes é apenas o contexto que deixa claro se se trata de
marmos (11) ou (14) Pedro foi ao futebol e João foi à praia. uma disjunção inclusiva ou exclusiva.

É importante observar que a interpretação vero-funcional Assim como ocorre com a conjunção, sentenças A ou B e
da conjunção não expressa todos os usos da partícula e em B ou A são equivalentes. Isso vale tanto para o ou inclusivo
português. A sentença quanto para o exclusivo.
(15) Maria e Pedro tiveram um filho e casaram não é e-
quivalente a 7. A condicional
(16) Maria e Pedro casaram e tiveram um filho. Uma condicional é uma sentença da forma se A, então B.
A é denominado o antecedente e B o conseqüente da condi-
Em outras palavras, o e que ocorre em (15) e (16) não é cional.
uma função de verdade.
Em primeiro lugar, é importante deixar clara a diferença
6. A disjunção entre um argumento (23) A, logo B e uma condicional (24) se
Uma sentença do tipo A ou B é denominada uma disjun- A, então B.
ção. Há dois tipos de disjunção, a inclusiva e a exclusiva.
Ambas tomam dois valores de verdade como argumentos e Em (23) a verdade tanto de A quanto de B é afirmada.
produzem um valor de verdade como resultado. Começarei Note que o que vem depois do ‘logo’ é afirmado como verda-
pela disjunção inclusiva. Considere-se a sentença deiro e é a conclusão do argumento. Já em (24), nada se diz
(17) Ou João vai à praia ou João vai ao clube, que é for- acerca da verdade de A, nem de B. (24) diz apenas que se A
mada pela sentenças é verdadeira, B também será verdadeira. Note que apesar de
(18) João vai à praia uma condicional e um argumento serem coisas diferentes
e usamos uma terminologia similar para falar de ambos. Em
(19) João vai ao clube combinadas pelo operador ou. A (23) dizemos que A é o antecedente do argumento, e B é o
sentença (17) é verdadeira em três situações: conseqüente do argumento. Em (24), dizemos que A é o
(i) João vai à praia e também vai ao clube; antecedente da condicional, e B é o conseqüente da condi-
(ii) João vai à praia mas não vai ao clube e cional.
(iii) João não vai à praia mas vai ao clube.
Da mesma forma que analisamos o e e o ou como fun-
A tabela de verdade da disjunção inclusiva é a seguinte: ções de verdade, faremos o mesmo com a condicional. Ana-
A B A ou B lisada vero-funcionalmente, a condicional é denominada
VVV condicional material.
VFV
FVV Quando analisamos a conjunção, vimos que a interpreta-
FFF ção vero-funcional do operador sentencial e não corresponde
exatamente ao uso que dela fazemos na linguagem natural.
No sentido inclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- Isso ocorre de modo até mais acentuado com o operador
dadeira quando uma das sentenças A e B é verdadeira ou se...então. Na linguagem natural, geralmente usamos
quando são ambas verdadeiras, isto é, a disjunção inclusiva se...então para expressar uma relação entre os conteúdos de
admite a possibilidade de A e B serem simultaneamente A e B, isto é, queremos dizer que A é uma causa ou uma
verdadeiras. explicação de B. Isso não ocorre na interpretação do
se...então como uma função de verdade. A tabela de verda-
No sentido exclusivo do ou, uma sentença A ou B é ver- de da condicional material é a seguinte:
dadeira apenas em duas situações: A B se A, então B
(i) A é verdadeira e B é falsa; VVV
(ii) B é verdadeira e A e falsa. VFF
FVV
Não há, na disjunção exclusiva, a possibilidade de serem FFV
ambas as sentenças verdadeiras. A tabela de verdade da
disjunção exclusiva é Uma condicional material é falsa apenas em um caso:
A B A ou B quando o antecedente é verdadeiro e o conseqüente falso.
VVF
VFV A terceira e a quarta linhas da tabela de verdade da con-
FVV dicional material costumam causar problemas para estudan-
FFF tes iniciantes de lógica. Parece estranho que uma condicio-
nal seja verdadeira sempre que o antecedente é falso, mas
Um exemplo de disjunção exnclusiva é veremos que isso é menos estranho do que parece.
(20) Ou o PMDB ou o PP receberá o ministério da saúde,
que é formada a partir das sentenças: Suponha que você não conhece Victor, mas sabe que

Raciocínio Lógico 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Victor é um parente do seu vizinho que acabou de chegar da tem o apoio do PMDB. Há um suposto nexo explicativo e
França. Você não sabe mais nada sobre Victor. Agora consi- causal entre o antecedente e o conseqüente. Suponha, en-
dere a sentença: tretanto, que Lula obtém o apoio do PMDB durante todo o
(25) Se Victor é carioca, então Victor é brasileiro. seu mandato, mas ainda assim faz um mau governo. Nesse
caso, em que o antecedente é verdadeiro e o conseqüente
O antecedente de (25) é (26) Victor é carioca e o conse- falso, (30) é falsa.
qüente é (27) Victor é brasileiro.
Abaixo, você encontra diferentes maneiras de expressar,
A sentença (25) é verdadeira, pois sabemos que todo ca- na linguagem natural, uma condicional se A, então B, todas
rioca é brasileiro. Em outras palavras, é impossível que al- equivalentes.
guém simultaneamente seja carioca e não seja brasileiro. Por Se A, B
esse motivo, a terceira linha da tabela de verdade, que torna- B, se A
ria a condicional falsa, nunca ocorre. Caso A, B
B, caso A
Descartada a terceira linha, ainda há três possibilidades,
que correspondem às seguintes situações: As expressões abaixo também são equivalentes a se A,
(a) Victor é carioca. então B:
(b) Victor é paulista. A, somente se B
(c) Victor é francês. Somente se B, A
A é condição suficiente para B
Suponha que Victor é carioca. Nesse caso, o antecedente B é condição necessária para A,mas elas serão vistas
e o conseqüente da condicional são verdadeiros. com mais atenção na seção sobre condições necessárias e
suficientes.
Temos a primeira linha da tabela de verdade. Até aqui
não há problema algum. 8. Variantes da condicional material
Partindo de uma condicional
Suponha agora que Victor é paulista. Nesse caso, o ante- (31) Se A, então B
cedente da condicional (26) Victor é carioca é falso, mas o podemos construir sua conversa,
conseqüente (27) Victor é brasileiro é verdadeiro. (32) Se B, então A
sua inversa
Temos nesse caso a terceira linha da tabela de verdade (33) Se não A, então não B e sua contrapositiva (34) Se
da condicional. Note que a condicional (25) continua sendo não B, então não A.
verdadeira mesmo que Victor seja paulista, isto é, quando o
antecedente é falso. Há dois pontos importantes sobre as sentenças acima
que precisam ser observados. Vimos que A e B e B e A,
Por fim, suponha que Victor é francês. Nesse caso, tanto assim como A ou B e B ou A são equivalentes. Entretanto, se
(26) Victor é carioca quanto (27) Victor é brasileiro são fal- A, então B e se B então A NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!
sas. Temos aqui a quarta linha da tabela de verdade da con-
dicional material. Mas, ainda assim, a sentença (25) é verda- Isso pode ser constatado facilmente pela construção das
deira. respectivas tabelas de verdade, que fica como exercício para
o leitor. Mas pode ser também intuitivamente percebido.
Vejamos outro exemplo. Considere a condicional Considere as sentenças: (35) Se João é carioca, João é
(28) Se Pedro não jogar na loteria, não ganhará o prêmio. brasileiro e
(36) Se João é brasileiro, João é carioca.
Essa é uma condicional verdadeira. Por quê? Porque é
impossível (em uma situação normal) o antecedente ser Enquanto a sentença (35) é verdadeira, é evidente que
verdadeiro e o conseqüente falso. Isto é, não é possível (36) pode ser falsa, pois João pode perfeitamente ser brasi-
Pedro não jogar e ganhar na loteria. Fica como exercício leiro sem ser carioca.
para o leitor a construção da tabela de verdade de (28).
Uma condicional se A, então B e sua contrapositiva se
Não é difícil perceber, em casos como (25) e (28) acima, não B, então não A são equivalentes. Isso pode ser consta-
por que uma condicional é verdadeira quando o antecedente tado pela construção da tabela de verdade, que fica como
é falso. O problema é que, sendo a condicional material uma um exercício para o leitor. Mas note que a contrapositiva de
função de verdade, coisas como (29) se 2 + 2 = 5, então a (35), (37) Se João não é brasileiro, não é carioca, é verdadei-
Lua é de queijo são verdadeiras. Sem dúvida, esse é um ra nas mesmas circunstâncias em que (35) é verdadeira. A
resultado contra-intuitivo. Note que toda condicional material diferença entre (35) e (37) é que (35) enfatiza que ser carioca
com antecedente falso será verdadeira. Mas no uso corrente é condição suficiente para ser brasileiro, enquanto (37) enfa-
da linguagem normalmente não formulamos condicionais tiza que ser brasileiro é condição necessária para ser cario-
com o antecedente falso. ca. Isso ficará mais claro na seção sobre condições necessá-
rias e suficientes.
Mas cabe perguntar: se a condicional material de fato não
expressa todos os usos do se...então em português e, além 9. Negações
disso, produz resultados contra-intuitivos como a sentença Agora nós vamos aprender a negar sentenças construí-
(29), por que ela é útil para o estudo de argumentos constru- das com os operadores sentenciais.
ídos com a linguagem natural? A resposta é muito simples. O
caso em que a condicional material é falsa, a segunda linha Negar uma sentença é o mesmo afirmar que a sentença
da tabela de verdade, corresponde exatamente ao caso em é falsa. Por esse motivo, para negar uma sentença construí-
que, no uso corrente da linguagem, uma sentença se A, da com os operadores sentenciais e, ou e se...então, basta
então B é falsa. Considere-se a sentença (30) Se Lula con- afirmar a(s) linha(s) da tabela de verdade em que a sentença
seguir o apoio do PMDB, então fará um bom governo. é falsa.

Em (30), o ponto é que Lula fará um bom governo porque 9a. Negação da disjunção

Raciocínio Lógico 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comecemos pelos caso mais simples, a disjunção (inclu- 02. Sendo p a proposição Roberto fala inglês e q a proposi-
siva). Como vimos, uma disjunção A ou B é falsa no caso em
que tanto A quanto B são falsas. Logo, para negar uma dis- ção Ricardo fala italiano traduzir para a linguagem simbólica
junção, nós precisamos dizer que A é falsa e também que B as seguintes proposições:
é falsa, isto é, não A e não B. Fica como exercício para o a) Roberto fala inglês e Ricardo fala italiano.
leitor a construção das tabelas de verdade de A ou B e não A
b) Ou Roberto não fala inglês ou Ricardo fala italiano.
e não B para constatar que são idênticas.
(1) João comprou um carro ou uma moto. c) Se Ricardo fala italiano então Roberto fala inglês.
d) Roberto não fala inglês e Ricardo não fala italiano.
A negação de (1) é:
(2) João não comprou um carro e não comprou uma moto,
ou 03. (UFB) Se p é uma proposição verdadeira, então:
(3) João nem comprou um carro, nem comprou uma moto. a) p ^ q é verdadeira, qualquer que seja q;
b) p v q é verdadeira, qualquer que seja q;
Na linguagem natural, freqüentemente formulamos a ne-
c) p ^ q é verdadeira só se q for falsa;
gação de uma disjunção com a expressão nem...nem. Nem
A, nem B significa o mesmo que não A e não B. d) p =>q é falsa, qualquer que seja q
(4) O PMDB receberá o ministério da saúde ou o PP re- e) n.d.a.
ceberá o ministério da cultura.
A negação de (4) é:
(5) Nem o PMDB receberá o ministério da saúde, nem o 04. (MACK) Duas grandezas x e y são tais que "se x = 3
PP receberá o ministério da cultura. então y = 7". Pode-se concluir que:
a) se x 3 antão y 7
Exercício: complete a coluna da direita da tabela abaixo
com a negação das sentenças do lado esquerdo. b) se y = 7 então x = 3
DISJUNÇÃO NEGAÇÃO c) se y 7 então x 3
A ou B não A e não B d) se x = 5 então y = 5
A ou não B
e) se x = 7 então y = 3
não A ou B
não A ou não B
05. (ABC) Assinale a proposição composta logicamente ver-
9b. Negação da conjunção dadeira:
Por um raciocínio análogo ao utilizado na negação da dis-
junção, para negar uma conjunção precisamos afirmar os a) (2 = 3) => (2 . 3 = 5)
casos em que a conjunção é falsa. Esses casos são a se- b) (2 = 2) => (2 . 3 = 5)
gunda, a terceira e a quarta linhas da tabela de verdade. Isto c) (2 = 3) e (2 . 3 = 5)
é, A e B é falsa quando:
d) (2 = 3) ou (2 . 3 = 5)
(i) A é falsa,
(ii) B é falsa ou e) (2 = 3) e (~ ( 2= 2))
(iii) A e B são ambas falsas. 06. (UGF) A negação de x > -2 é:
a) x > 2
É fácil perceber que basta uma das sentenças ligadas pe-
lo e ser falsa para a conjunção ser falsa. A negação de A e b) x #-2
B, portanto, é não A ou não B. Fica como exercício para o c) x < -2
leitor a construção das tabelas de verdade de A e B e não A d) x < 2
ou não B para constatar que são idênticas.
e) x #2
Exemplos de negações de conjunções:
(6) O PMDB receberá o ministério da saúde e o ministério 07. (ABC) A negação de todos os gatos são pardos é:
da cultura.
a) nenhum gato é pardo;
A negação de (6) é
(6a) Ou PMDB não receberá o ministério da saúde, ou b) existe gato pardo;
não receberá o ministério da cultura. c) existe gato não pardo;
(7) Beba e dirija. d) existe um e um só gato pardo;
A negação de (7) é
(7a) não beba ou não dirija. e) nenhum gato não é pardo.

Fonte: http://abilioazambuja.sites.uol.com.br/1d.pdf 08. (ABC) Se A negação de o gato mia e o rato chia é:


a) o gato não mia e o rato não chia;
Questões:
b) o gato mia ou o rato chia;
Sendo p a proposição Paulo é paulista e q a proposição
c) o gato não mia ou o rato não chia;
Ronaldo é carioca, traduzir para a linguagem corrente as
d) o gato e o rato não chiam nem miam;
seguintes proposições:
e) o gato chia e o rato mia.
a) ~q
b) p ^ q
09. Duas grandezas A e B são tais que "se A = 2 então B =
c) p v q
5". Pode-se concluir que:
d) p " q
a) se A 2 antão B 5
e) p " (~q)
b) se A = 5 então B = 2

Raciocínio Lógico 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
c) se B 5 então A 2 Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”.
Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).
d) se A = 2 então B = 2
e) se A = 5 então B 2 Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se
os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam
10. (VUNESP) Um jantar reúne 13 pessoas de uma mesma a veracidade das informações e unem as proposições uma a
outra ou as transformam numa terceira proposição.
família. Das afirmações a seguir, referentes às pessoas reu-
nidas, a única necessariamente verdadeira é: Veja abaixo:
a) pelo menos uma delas tem altura superior a 1,90m;
b) pelo menos duas delas são do sexo feminino; (~) “não”: negação
c) pelo menos duas delas fazem aniversário no mesmo mês;
(Λ) “e”: conjunção
d) pelo menos uma delas nasceu num dia par;
e) pelo menos uma delas nasceu em janeiro ou fevereiro. (V) “ou”: disjunção

Resolução: (→) “se...então”: condicional

(↔) “se e somente se”: bicondicional


01. a) Paulo não é paulista.
b) Paulo é paulista e Ronaldo é carioca. Agora, vejamos na prática como funcionam estes conec-
c) Paulo é paulista ou Ronaldo é carioca. tivos:
d) Se Paulo é paulista então Ronaldo é carioca.
Temos as seguintes proposições:
e) Se Paulo é paulista então Ronaldo não é carioca.
02. a) p ^ q O Pão é barato. O Queijo não é bom.
b) (~p) v p
c) q " p A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a
d) (~p) ^ (~q) segunda. Assim, temos:

03. B 04. C 05. A 06. C P: O Pão é barato.


07. C 08. C 09. C 10. C
Q: O Queijo não é bom.
http://www.coladaweb.com/matematica/logica
NEGAÇÃO (símbolo ~):
ESTRUTURAS LÓGICAS
Quando usamos a negação de uma proposição inverte-
mos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos:
As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser com-
postas por proposições que provam, dão suporte, dão razão Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógi-
a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensa- ca de P)
mento de sentindo completo. Essas proposições podem ter
um sentindo positivo ou negativo. ~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q)

Exemplo 1: João anda de bicicleta. Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a ne-
gação vira falsa.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vi-
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirma- ra verdadeira.
ção/proposição.
Regrinha para o conectivo de negação (~):
A base das estruturas lógicas é saber o que é verda-
de ou mentira (verdadeiro/falso).

Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar P ~P


verdadeiro.
V F
Há alguns princípios básicos: F V

Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e


falsa ao mesmo tempo.
CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas con-
traditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição Este conectivo é utilizado para unir duas proposições
ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico formando uma terceira. O resultado dessa união somente
(“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira). será verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem ver-
dadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado
será FALSO.

Raciocínio Lógico 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ = P Q P↔Q
“e”
V V V
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ): V F F

P Q PΛQ F V F

V V V F F V

V F F
Fonte: http://www.concursospublicosonline.com/
F V F
F F F
TABELA VERDADE

Tabela-verdade, tabela de verdade ou tabela veritativa


DISJUNÇÃO (símbolo V): é um tipo de tabela matemática usada em Lógica para
determinar se uma fórmula é válida ou se um sequente é
Este conectivo também serve para unir duas proposições. correto.
O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposi-
ções for verdadeira. As tabelas-verdade derivam do trabalho de Gottlob Frege,
Charles Peirce e outros da década de 1880, e tomaram a
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.) forma atual em 1922 através dos trabalhos de Emil Post e
V = “ou” Ludwig Wittgenstein. A publicação do Tractatus Logico-
Philosophicus, de Wittgenstein, utilizava as mesmas para
classificar funções veritativas em uma série. A vasta
Regrinha para o conectivo de disjunção (V):
influência de seu trabalho levou, então, à difusão do uso de
tabelas-verdade.
P Q PVQ
V V V Como construir uma Tabela Verdade

V F V Uma tabela de verdade consiste em:


F V V
1º) Uma linha em que estão contidos todas as
F F F subfórmulas de uma fórmula. Por exemplo, a fórmula
¬((A∧ B)→C) tem o seguinte conjuntos de subfórmulas:

{ ¬((A∋B)→C) , (A∧ B)→C , A∧ B , A , B , C}


CONDICIONAL (símbolo →)
2º) l linhas em que estão todos possíveis valores que os
Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra termos podem receber e os valores cujas as fórmulas
proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q” moleculares tem dados os valores destes termos.
é condição necessária para “P”.
O número destas linhas é l = nt , sendo n o número de
Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é valores que o sistema permite (sempre 2 no caso do Cálculo
bom.) → = “se...então” Proposicional Clássico) e t o número de termos que a
fórmula contém. Assim, se uma fórmula contém 2 termos, o
Regrinha para o conectivo condicional (→): número de linhas que expressam a permutações entre estes
será 4: um caso de ambos termos serem verdadeiros (V V),
P Q P→Q dois casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F , F
V V V V) e um caso no qual ambos termos são falsos (F F). Se a
fórmula contiver 3 termos, o número de linhas que
V F F expressam a permutações entre estes será 8: um caso de
F V V todos termos serem verdadeiros (V V V), três casos de
apenas dois termos serem verdadeiros (V V F , V F V , F V
F F V V), três casos de apenas um dos termos ser verdadeiro (V F
F , F V F , F F V) e um caso no qual todos termos são falsos
(F F F).
BICONDICIONAL (símbolo ↔) Tabelas das Principais Operações do Cálculo
Proposicional Dei
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e Negação
somente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as
duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para
“Q” A ~A

V F
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo
não é bom.) ↔ = “se e somente se” F V

Regrinha para o conectivo bicondicional (↔): A negação da proposição "A" é a proposição "~A", de
maneira que se "A" é verdade então "~A" é falsa, e vice-
versa.

Raciocínio Lógico 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Conjunção (E) F V V F
F F F V
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
são verdadeiros Como usar tabelas para verificar a validade de
argumentos
A B A^B Verifique se a conclusão nunca é falsa quando
V V V as premissas são verdadeiros. Em caso positivo, o
V F F argumento é válido. Em caso negativo, é inválido.
F V F
Alguns argumentos válidos
F F F
Modus ponens
Disjunção (OU)

A disjunção é falsa se, e somente se ambos os


operandos forem falsos
A B A→B
A B AvB V V V
V V V V F F
V F V F V V
F V V F F V
F F F
Modus tollens
Condicional (Se... Então) [Implicação]

A conjunção é falsa se, e somente se, o primeiro


operando é verdadeiro e o segundo operando é falso A B ¬A ¬B A→B
A B A→B V V F F V
V V V V F F V F
V F F F V V F V
F V V F F V V V
F F V Silogismo Hipotético
Bicondicional (Se e somente se) [Equivalência]

A conjunção é verdadeira se, e somente se, ambos


operandos forem falsos ou ambos verdadeiros A B C A→B B→C A→C
V V V V V V
A B A↔B
V V F V F F
V V V
V F V F V V
V F F
V F F F V F
F V F
F V V V V V
F F V
F V F V F V
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA (OU... OU XOR) F F V V V V
F F F V V V
A conjunção é verdadeira se, e somente se, apenas um
dos operandos for verdadeiro Algumas falácias

A B A((B Afirmação do conseqüente


V V F
V F V Se A, então B. (A→B)
F V V
B.
F F F
Logo, A.
Adaga de Quine (NOR)
A B A→B
A conjunção é verdadeira se e somente se os operandos
V V V
são falsos
V F F
F V V
F F V
A B A((B A↓B
V V V F
V F V F

Raciocínio Lógico 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comutação dos Condicionais Desde suas origens na Grécia Antiga, especialmente de
Aristóteles (384-322 a.C.) em diante, a lógica tornou-se um
A implica B. (A→B) dos campos mais férteis do pensamento humano, particular-
mente da filosofia. Em sua longa história e nas múltiplas
Logo, B implica A. (B→A) modalidades em que se desenvolveu, sempre foi bem claro
seu objetivo: fornecer subsídios para a produção de um bom
A B A→B B→A raciocínio.
V V V V
Por raciocínio, entende-se tanto uma atividade mental
V F F V quanto o produto dessa atividade. Esse, por sua vez, pode
F V V F ser analisado sob muitos ângulos: o psicólogo poderá estu-
F F V V dar o papel das emoções sobre um determinado raciocínio; o
sociólogo considerará as influências do meio; o criminólogo
Fonte: Wikipédia levará em conta as circunstâncias que o favoreceram na
prática de um ato criminoso etc. Apesar de todas estas pos-
DIAGRAMAS LÓGICOS sibilidades, o raciocínio é estudado de modo muito especial
no âmbito da lógica. Para ela, pouco importam os contextos
História psicológico, econômico, político, religioso, ideológico, jurídico
ou de qualquer outra esfera que constituam o “ambiente do
Para entender os diagramas lógicos vamos dar uma rápi- raciocínio”.
da passada em sua origem.
O suíço Leonhard Euler (1707 – 1783) por volta de 1770, Ao lógico, não interessa se o raciocínio teve esta ou a-
ao escrever cartas a uma princesa da Alemanha, usou os quela motivação, se respeita ou não a moral social, se teve
diagramas ao explicar o significado das quatro proposições influências das emoções ou não, se está de acordo com uma
categóricas: doutrina religiosa ou não, se foi produzido por uma pessoa
Todo A é B. embriagada ou sóbria. Ele considera a sua forma. Ao consi-
Algum A é B. derar a forma, ele investiga a coerência do raciocínio, as
Nenhum A é B. relações entre as premissas e a conclusão, em suma, sua
Algum A não é B. obediência a algumas regras apropriadas ao modo como foi
formulado etc.
Mais de 100 anos depois de Euler, o logicista inglês John
Venn (1834 – 1923) aperfeiçoou o emprego dos diagramas, Apenas a título de ilustração, seguem-se algumas defini-
utilizando sempre círculos. Desta forma, hoje conhecemos ções e outras referências à lógica:
como diagramas de Euler/Venn.

Tipos “A arte que dirige o próprio ato da razão, ou seja, nos


permite chegar com ordem, facilmente e sem erro, ao próprio
ato da razão – o raciocínio” (Jacques Maritain).
Existem três possíveis tipos de relacionamento entre dois
diferentes conjuntos:
“A lógica é o estudo dos métodos e princípios usados pa-
Indica que um con- ra distinguir o raciocínio correto do incorreto” (Irving Copi).
junto está ompleta-
mente contido no “A lógica investiga o pensamento não como ele é, mas
outro, mas o inverso como deve ser” (Edmundo D. Nascimento).
não é verdadeiro.
“A princípio, a lógica não tem compromissos. No entanto,
sua história demonstra o poder que a mesma possui quando
bem dominada e dirigida a um propósito determinado, como
o fizeram os sofistas, a escolástica, o pensamento científico
Indica que os dois ocidental e, mais recentemente, a informática” (Bastos; Kel-
conjuntos tem alguns ler).
elementos em co-
mum, mas não todos.
1.1. Lógica formal e Lógica material

Desde Aristóteles, seu primeiro grande organizador, os


Indica que não exis- estudos da lógica orientaram-se em duas direções principais:
tem elementos co- a da lógica formal, também chamada de “lógica menor” e a
muns entre os con- da lógica material, também conhecida como “lógica maior”.
juntos.
A lógica formal preocupa-se com a correção formal do
pensamento. Para esse campo de estudos da lógica, o con-
teúdo ou a matéria do raciocínio tem uma importância relati-
OBS: CONSIDERE QUE O TAMANHO DOS CÍRCULOS va. A preocupação sempre será com a sua forma. A forma é
NÃO INDICA O TAMANHO RELATIVO DOS CONJUNTOS. respeitada quando se preenchem as exigências de coerência
interna, mesmo que as conclusões possam ser absurdas do
ponto de vista material (conteúdo). Nem sempre um raciocí-
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, nio formalmente correto corresponde àquilo que chamamos
INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES. de realidade dos fatos. No entanto, o erro não está no seu
aspecto formal e, sim, na sua matéria. Por exemplo, partindo
das premissas que
1. Introdução

Raciocínio Lógico 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(1) todos os brasileiros são europeus para se chegar a conclusões que devem ser adequadas.
Procedendo dessa forma, adquirem-se conhecimentos novos
e que e defende-se ou aprofunda-se o que já se conhece. Para
tanto, a cada passo, é preciso preencher os requisitos da
(2) Pedro é brasileiro, coerência e do rigor. Por exemplo: “Se os três arcanjos estão
sobre a mesa da sala, não estão sobre a mesa da varanda”
formalmente, chegar-se-á à conclusão lógica que
Quando os raciocínios são organizados com técnica e ar-
te e expostos de forma tal a convencer a platéia, o leitor ou
(3) Pedro é europeu.
qualquer interlocutor tem-se a argumentação. Assim, a ativi-
dade argumentativa envolve o interesse da persuasão. Ar-
Materialmente, este é um raciocínio falso porque a expe- gumentar é o núcleo principal da retórica, considerada a arte
riência nos diz que a premissa é falsa. de convencer mediante o discurso.

No entanto, formalmente, é um raciocínio válido, porque a Partindo do pressuposto de que as pessoas pensam a-
conclusão é adequada às premissas. É nesse sentido que se quilo que querem, de acordo com as circunstâncias da vida e
costuma dizer que o computador é falho, já que, na maioria as decisões pessoais (subjetividade), um argumento conse-
dos casos, processa formalmente informações nele previa- guirá atingir mais facilmente a meta da persuasão caso as
mente inseridas, mas não tem a capacidade de verificar o idéias propostas se assentem em boas razões, capazes de
valor empírico de tais informações. mexer com as convicções daquele a quem se tenta conven-
cer. Muitas vezes, julga-se que estão sendo usadas como
Já, a lógica material preocupa-se com a aplicação das bom argumento opiniões que, na verdade, não passam de
operações do pensamento à realidade, de acordo com a preconceitos pessoais, de modismos, de egoísmo ou de
natureza ou matéria do objeto em questão. Nesse caso, outras formas de desconhecimento. Mesmo assim, a habili-
interessa que o raciocínio não só seja formalmente correto, dade no argumentar, associada à desatenção ou à ignorân-
mas que também respeite a matéria, ou seja, que o seu con- cia de quem ouve, acaba, muitas vezes, por lograr a persua-
teúdo corresponda à natureza do objeto a que se refere. são.
Neste caso, trata-se da correspondência entre pensamento e
realidade. Pode-se, então, falar de dois tipos de argumentação: boa
ou má, consistente/sólida ou inconsistente/frágil, lógica ou
Assim sendo, do ponto de vista lógico, costuma-se falar ilógica, coerente ou incoerente, válida ou não-válida, fraca ou
de dois tipos de verdade: a verdade formal e a verdade mate- forte etc.
rial. A verdade formal diz respeito, somente e tão-somente, à
forma do discurso; já a verdade material tem a ver com a De qualquer modo, argumentar não implica, necessaria-
forma do discurso e as suas relações com a matéria ou o mente, manter-se num plano distante da existência humana,
conteúdo do próprio discurso. Se houver coerência, no pri- desprezando sentimentos e motivações pessoais. Pode-se
meiro caso, e coerência e correspondência, no segundo, argumentar bem sem, necessariamente, descartar as emo-
tem-se a verdade. ções, como no caso de convencer o aluno a se esforçar nos
estudos diante da perspectiva de férias mais tranqüilas. En-
Em seu conjunto, a lógica investiga as regras adequadas fim, argumentar corretamente (sem armar ciladas para o
à produção de um raciocínio válido, por meio do qual visa-se interlocutor) é apresentar boas razões para o debate, susten-
à consecução da verdade, seja ela formal ou material. Rela- tar adequadamente um diálogo, promovendo a dinamização
cionando a lógica com a prática, pode-se dizer que é impor- do pensamento. Tudo isso pressupõe um clima democrático.
tante que se obtenha não somente uma verdade formal, mas,
também, uma verdade que corresponda à experiência. Que 1.3. Inferência Lógica
seja, portanto, materialmente válida. A conexão entre os
princípios formais da lógica e o conteúdo de seus raciocínios
Cabe à lógica a tarefa de indicar os caminhos para um
pode ser denominada de “lógica informal”. Trata-se de uma
raciocínio válido, visando à verdade.
lógica aplicada ao plano existencial, à vida quotidiana.
Contudo, só faz sentido falar de verdade ou falsidade
1.2. Raciocínio e Argumentação
quando entram em jogo asserções nas quais se declara algo,
emitindo-se um juízo de realidade. Existem, então, dois tipos
Três são as principais operações do intelecto humano: a de frases: as assertivas e as não assertivas, que também
simples apreensão, os juízos e o raciocínio. podem ser chamadas de proposições ou juízos.

A simples apreensão consiste na captação direta (atra- Nas frases assertivas afirma-se algo, como nos exem-
vés dos sentidos, da intuição racional, da imaginação etc) de plos: “a raiz quadrada de 9 é 3” ou “o sol brilha à noite”. Já,
uma realidade sobre a qual forma-se uma idéia ou conceito nas frases não assertivas, não entram em jogo o falso e o
(p. ex., de um objeto material, ideal, sobrenatural etc) que, verdadeiro, e, por isso, elas não têm “valor de verdade”. É o
por sua vez, recebe uma denominação (as palavras ou ter- caso das interrogações ou das frases que expressam esta-
mos, p. ex.: “mesa”, “três” e “arcanjo”). dos emocionais difusos, valores vivenciados subjetivamente
ou ordens. A frase “toque a bola”, por exemplo, não é falsa
O juízo é ato pelo qual os conceitos ou idéias são ligadas nem verdadeira, por não se tratar de uma asserção (juízo).
ou separadas dando origem à emissão de um “julgamento”
(falso ou verdadeiro) sobre a realidade, mediante proposi- As frases declaratórias ou assertivas podem ser combi-
ções orais ou escritas. Por exemplo: “Há três arcanjos sobre nadas de modo a levarem a conclusões conseqüentes, cons-
a mesa da sala” tituindo raciocínios válidos. Veja-se o exemplo:

O raciocínio, por fim, consiste no “arranjo” intelectual dos (1) Não há crime sem uma lei que o defina;
juízos ou proposições, ordenando adequadamente os conte-
údos da consciência. No raciocínio, parte-se de premissas

Raciocínio Lógico 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(2) não há uma lei que defina matar ET’s como crime; b) Princípio da não-contradição. Se algo é aquilo que é,
não pode ser outra coisa, sob o mesmo aspecto e ao mesmo
(3) logo, não é crime matar ET’s. tempo. Por exemplo, se o brasileiro João está doente agora,
não está são, ainda que, daqui a pouco possa vir a curar-se,
Ao serem ligadas estas assertivas, na mente do interlocu- embora, enquanto João, ele seja brasileiro, doente ou são;
tor, vão sendo criadas as condições lógicas adequadas à
conclusão do raciocínio. Esse processo, que muitas vezes c) Princípio da exclusão do terceiro termo. Entre o fal-
permite que a conclusão seja antecipada sem que ainda so e o verdadeiro não há meio termo, ou é falso ou é verda-
sejam emitidas todas as proposições do raciocínio, chamase deiro. Ou está chovendo ou não está, não é possível um
inferência. O ponto de partida de um raciocínio (as premis- terceiro termo: está meio chovendo ou coisa parecida.
sas) deve levar a conclusões óbvias.
A lógica clássica e a lógica matemática aceitam os três
1.4. Termo e Conceito princípios como suas pedras angulares, no entanto, mais
recentemente, Lukasiewicz e outros pensadores desenvolve-
Para que a validade de um raciocínio seja preservada, é ram sistemas lógicos sem o princípio do terceiro excluído,
fundamental que se respeite uma exigência básica: as pala- admitindo valor lógico não somente ao falso e ao verdadeiro,
vras empregadas na sua construção não podem sofrer modi- como também ao indeterminado.
ficações de significado. Observe-se o exemplo:
2. Argumentação e Tipos de Raciocínio
Os jaguares são quadrúpedes;
Conforme vimos, a argumentação é o modo como é ex-
Meu carro é um Jaguar posto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de
alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso
de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados
logo, meu carro é um quadrúpede.
raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras
ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos
O termo “jaguar” sofreu uma alteração de significado ao sob o mesmo ponto de vista. É bastante comum que raciocí-
longo do raciocínio, por isso, não tem validade. nios desse tipo sejam usados para convencer e logrem o
efeito desejado, explorando a incapacidade momentânea ou
Quando pensamos e comunicamos os nossos pensamen- persistente de quem está sendo persuadido de avaliar o valor
tos aos outros, empregamos palavras tais como “animal”, lógico do raciocínio empregado na argumentação.
“lei”, “mulher rica”, “crime”, “cadeira”, “furto” etc. Do ponto de
vista da lógica, tais palavras são classificadas como termos, Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa
que são palavras acompanhadas de conceitos. Assim sendo, ser dotado de duas características fundamentais: ter premis-
o termo é o signo lingüístico, falado ou escrito, referido a um sas aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apro-
conceito, que é o ato mental correspondente ao signo. priadas.

Desse modo, quando se emprega, por exemplo, o termo Dos raciocínios mais empregados na argumentação, me-
“mulher rica”, tende-se a pensar no conjunto das mulheres às recem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos
quais se aplica esse conceito, procurando apreender uma três, o primeiro é o menos preciso, ainda que um meio bas-
nota característica comum a todos os elementos do conjunto, tante poderoso de convencimento, sendo bastante usado
de acordo com a ‘intencionalidade’ presente no ato mental. pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos
Como resultado, a expressão “mulher rica” pode ser tratada discursos jurídico e religioso; o segundo é amplamente em-
como dois termos: pode ser uma pessoa do sexo feminino pregado pela ciência e, também, pelo senso comum e, por
cujos bens materiais ou financeiros estão acima da média ou fim, a dedução é tida por alguns como o único raciocínio
aquela cuja trajetóriaexistencial destaca-se pela bondade, autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica
virtude, afetividade e equilíbrio. formal.

Para que não se obstrua a coerência do raciocínio, é pre- A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de
ciso que fique bem claro, em função do contexto ou de uma raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo
manifestação de quem emite o juízo, o significado dos ter- como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na
mos empregados no discurso. abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.

1.5. Princípios lógicos Às vezes, um determinado tipo de raciocínio não é ade-


quadamente empregado. Vejam-se os seguintes exemplos: o
Existem alguns princípios tidos como conditio sine qua médico alemão Ludwig Büchner (1824-1899) apresentou
non para que a coerência do raciocínio, em absoluto, possa como argumento contra a existência da alma o fato de esta
ocorrer. Podem ser entendidos como princípios que se refe- nunca ter sido encontrada nas diversas dissecações do cor-
rem tanto à realidade das coisas (plano ontológico), quanto po humano; o astronauta russo Gagarin (1934-1968) afirmou
ao pensamento (plano lógico), ou seja, se as coisas em geral que Deus não existe pois “esteve lá em cima” e não o encon-
devem respeitar tais princípios, assim também o pensamento trou. Nesses exemplos fica bem claro que o raciocínio induti-
deve respeitá-los. São eles: vo, baseado na observação empírica, não é o mais adequa-
do para os objetos em questão, já que a alma e Deus são de
a) Princípio da identidade, pelo qual se delimita a reali- ordem metafísica, não física.
dade de um ser. Trata-se de conceituar logicamente qual é a
identidade de algo a que se está fazendo referência. Uma 2.1. Raciocínio analógico
vez conceituada uma certa coisa, seu conceito deve manter-
se ao longo do raciocínio. Por exemplo, se estou falando de Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é
um homem chamado Pedro, não posso estar me referindo a partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a
Antônio. analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um

Raciocínio Lógico 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No logo, tal como na Terra, em Marte deve ter havido algum tipo
raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida de vida.
com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida,
aplicando a elas as informações previamente obtidas quando Analogia fraca - T. Edison dormia entre 3 e 4 horas por
da vivência direta ou indireta da situação-referência. noite e foi um gênio inventor; eu dormirei durante 3 1/2 horas
por noite e, por isso, também serei um gênio inventor.
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto
de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia c) Não devem existir divergências marcantes na compa-
é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, ração.tc "c) Não devem existir divergências marcantes na
é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também comparação.."
tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e
das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei Analogia forte - A pescaria em rios não é proveitosa por
do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ocasião de tormentas e tempestades; a pescaria marinha
ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No não está tendo sucesso porque troveja muito.
entanto, também é uma forma de raciocínio em que se come-
tem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-
Analogia fraca - Os operários suíços que recebem o sa-
lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha
lário mínimo vivem bem; a maioria dos operários brasileiros,
grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógi-
tal como os operários suíços, também recebe um salário
cos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou
mínimo; logo, a maioria dos operários brasileiros também
não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segun-
vive bem, como os suíços.
do Copi, deles somente se exige “que tenham alguma proba-
bilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
Pode-se notar que, no caso da analogia, não basta con-
siderar a forma de raciocínio, é muito importante que se
A força de uma analogia depende, basicamente, de três
avalie o seu conteúdo. Por isso, esse tipo de raciocínio não é
aspectos:
admitido pela lógica formal. Se as premissas forem verdadei-
ras, a conclusão não o será necessariamente, mas possivel-
a) os elementos comparados devem ser verdadeiros e mente, isto caso cumpram-se as exigências acima.
importantes;
Tal ocorre porque, apesar de existir uma estrutura geral
b) o número de elementos semelhantes entre uma situa- do raciocínio analógico, não existem regras claras e precisas
ção e outra deve ser significativo; que, uma vez observadas, levariam a uma conclusão neces-
sariamente válida.
c) não devem existir divergências marcantes na compa-
ração. O esquema básico do raciocínio analógico é:

No raciocínio analógico, comparam-se duas situações, A é N, L, Y, X;


casos, objetos etc. semelhantes e tiram-se as conclusões
adequadas. Na ilustração, tal como a carroça, o carro a mo-
B, tal como A, é N, L, Y, X;
tor é um meio de transporte que necessita de um condutor.
Este, tanto num caso quanto no outro, precisa ser dotado de
bom senso e de boa técnica para desempenhar adequada- A é, também, Z
mente seu papel.
logo, B, tal como A, é também Z.
Aplicação das regras acima a exemplos:
Se, do ponto de vista da lógica formal, o raciocínio analó-
a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e gico é precário, ele é muito importante na formulação de
relevantes, não imaginários ou insignificantes.tc hipóteses científicas e de teses jurídicas ou filosóficas. Con-
tudo, as hipóteses científicas oriundas de um raciocínio ana-
lógico necessitam de uma avaliação posterior, mediante
"a) Os elementos comparados devem ser verdadeiros e
procedimentos indutivos ou dedutivos.
relevantes, não imaginários ou insignificantes."
Observe-se o seguinte exemplo: John Holland, físico e
Analogia forte - Ana Maria sempre teve bom gosto ao
professor de ciência da computação da Universidade de
comprar suas roupas, logo, terá bom gosto ao comprar as
Michigan, lançou a hipótese (1995) de se verificar, no campo
roupas de sua filha.
da computação, uma situação semelhante à que ocorre no
da genética. Assim como na natureza espécies diferentes
Analogia fraca - João usa terno, sapato de cromo e per- podem ser cruzadas para obter o chamado melhoramento
fume francês e é um bom advogado; genético - um indivíduo mais adaptado ao ambiente -, na
informática, também o cruzamento de programas pode con-
Antônio usa terno, sapato de cromo e perfume francês; tribuir para montar um programa mais adequado para resol-
logo, deve ser um bom advogado. ver um determinado problema. “Se quisermos obter uma rosa
mais bonita e perfumada, teremos que cruzar duas espécies:
b) O número de aspectos semelhantes entre uma situa- uma com forte perfume e outra que seja bela” diz Holland.
ção e outra deve ser significativo.tc "b) O número de aspec- “Para resolver um problema, fazemos o mesmo. Pegamos
tos semelhantes entre uma situação e outra deve ser signifi- um programa que dê conta de uma parte do problema e
cativo." cruzamos com outro programa que solucione outra parte.
Entre as várias soluções possíveis, selecionam-se aquelas
Analogia forte - A Terra é um planeta com atmosfera, que parecem mais adequadas. Esse processo se repete por
com clima ameno e tem água; em Marte, tal como na Terra, várias gerações - sempre selecionando o melhor programa -
houve atmosfera, clima ameno e água; na Terra existe vida, até obter o descendente que mais se adapta à questão. É,
portanto, semelhante ao processo de seleção natural, em

Raciocínio Lógico 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que só sobrevivem os mais aptos”. (Entrevista ao JB, coincidência, tratando-se de uma indução fraca. Além disso,
19/10/95, 1º cad., p. 12). há casos em que uma simples análise das premissas é sufi-
ciente para detectar a sua fraqueza.
Nesse exemplo, fica bem clara a necessidade da averi-
guação indutiva das conclusões extraídas desse tipo de Vejam-se os exemplos das conclusões que pretendem
raciocínio para, só depois, serem confirmadas ou não. ser aplicadas ao comportamento da totalidade dos membros
de um grupo ou de uma classe tendo como modelo o com-
2.2. Raciocínio Indutivo - do particular ao geral portamento de alguns de seus componentes:

Ainda que alguns autores considerem a analogia como 1. Adriana é mulher e dirige mal;
uma variação do raciocínio indutivo, esse último tem uma
base mais ampla de sustentação. A indução consiste em Ana Maria é mulher e dirige mal;
partir de uma série de casos particulares e chegar a uma
conclusão de cunho geral. Nele, está pressuposta a possibi- Mônica é mulher e dirige mal;
lidade da coleta de dados ou da observação de muitos fatos
e, na maioria dos casos, também da verificação experimen- Carla é mulher e dirige mal;
tal. Como dificilmente são investigados todos os casos pos-
síveis, acaba-se aplicando o princípio das probabilidades.
logo, todas as mulheres dirigem mal.
Assim sendo, as verdades do raciocínio indutivo depen-
2. Antônio Carlos é político e é corrupto;
dem das probabilidades sugeridas pelo número de casos
observados e pelas evidências fornecidas por estes. A enu-
meração de casos deve ser realizada com rigor e a conexão Fernando é político e é corrupto;
entre estes deve ser feita com critérios rigorosos para que
sejam indicadores da validade das generalizações contidas Paulo é político e é corrupto;
nas conclusões.
Estevão é político e é corrupto;
O esquema principal do raciocínio indutivo é o seguinte:
logo, todos os políticos são corruptos.
B é A e é X;
A avaliação da suficiência ou não dos elementos não é
C é A e também é X; tarefa simples, havendo muitos exemplos na história do co-
nhecimento indicadores dos riscos das conclusões por indu-
D é A e também é X; ção. Basta que um caso contrarie os exemplos até então
colhidos para que caia por terra uma “verdade” por ela sus-
tentada. Um exemplo famoso é o da cor dos cisnes. Antes da
E é A e também é X;
descoberta da Austrália, onde foram encontrados cisnes
pretos, acreditava-se que todos os cisnes fossem brancos
logo, todos os A são X porque todos os até então observados eram brancos. Ao ser
visto o primeiro cisne preto, uma certeza de séculos caiu por
No raciocínio indutivo, da observação de muitos casos terra.
particulares, chega-se a uma conclusão de cunho geral.
2.2.1. Procedimentos indutivos
Aplicando o modelo:
Apesar das muitas críticas de que é passível o raciocínio
A jararaca é uma cobra e não voa; indutivo, este é um dos recursos mais empregados pelas
ciências para tirar as suas conclusões. Há dois procedimen-
A caninana é uma cobra e também não voa; tos principais de desenvolvimento e aplicação desse tipo de
raciocínio: o da indução por enumeração incompleta suficien-
A urutu é uma cobra e também não voa; te e o da indução por enumeração completa.

A cascavel é uma cobra e também não voa; a. Indução por enumeração incompleta suficiente

logo, as cobras não voam. Nesse procedimento, os elementos enumerados são tidos
como suficientes para serem tiradas determinadas conclu-
Contudo, sões. É o caso do exemplo das cobras, no qual, apesar de
não poderem ser conferidos todos os elementos (cobras) em
particular, os que foram enumerados são representativos do
Ao sair de casa, João viu um gato preto e, logo a seguir,
todo e suficientes para a generalização (“todas as cobras...”)
caiu e quebrou o braço. Maria viu o mesmo gato e, alguns
minutos depois, foi assaltada. Antonio também viu o mesmo
gato e, ao sair do estacionamento, bateu com o carro. Logo, b. Indução por enumeração completa
ver um gato preto traz azar.
Costuma-se também classificar como indutivo o raciocínio
Os exemplos acima sugerem, sob o ponto de vista do va- baseado na enumeração completa.
lor lógico, dois tipos de indução: a indução fraca e a indução
forte. É forte quando não há boas probabilidades de que um Ainda que alguns a classifiquem como tautologia, ela o-
caso particular discorde da generalização obtida das premis- corre quando:
sas: a conclusão “nenhuma cobra voa” tem grande probali-
dade de ser válida. Já, no caso do “gato preto”, não parece b.a. todos os casos são verificados e contabilizados;
haver sustentabilidade da conclusão, por se tratar de mera

Raciocínio Lógico 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b.b. todas as partes de um conjunto são enumeradas. b) A probabilidade moral é a relativa a fatos humanos
destituídos de caráter matemático. É o caso da possibilidade
Exemplos correspondentes às duas formas de indução de um comportamento criminoso ou virtuoso, de uma reação
por enumeração completa: alegre ou triste etc.

b.a. todas as ocorrências de dengue foram investigadas e Exemplos: considerando seu comportamento pregresso,
em cada uma delas foi constatada uma característica própria é provável que Pedro não tenha cometido o crime, contudo...
desse estado de morbidez: fortes dores de cabeça; obteve- Conhecendo-se a meiguice de Maria, é provável que ela o
se, por conseguinte, a conclusão segura de que a dor de receba bem, mas...
cabeça é um dos sintomas da dengue.
c) A probabilidade natural é a relativa a fenômenos na-
b.b. contam-se ou conferem-se todos as peças do jogo de turais dos quais nem todas as possibilidades são conhecidas.
xadrez: ao final da contagem, constata-se que são 32 peças. A previsão meteorológica é um exemplo particular de proba-
lidade natural. A teoria do caos assenta-se na tese da impre-
Nesses raciocínios, tem-se uma conclusão segura, po- visibilidade relativa e da descrição apenas parcial de alguns
dendo-se classificá-los como formas de indução forte, mes- eventos naturais.
mo que se revelem pouco criativos em termos de pesquisa
científica. Por lidarem com probabilidades, a indução e a analogia
são passíveis de conclusões inexatas.
O raciocínio indutivo nem sempre aparece estruturado
nos moldes acima citados. Às vezes, percebe-se o seu uso Assim sendo, deve-se ter um relativo cuidado com as su-
pela maneira como o conteúdo (a matéria) fica exposta ou as conclusões. Elas expressam muito bem a necessidade
ordenada. Observem-se os exemplos: humana de explicar e prever os acontecimentos e as coisas,
contudo, também revelam as limitações humanas no que diz
- Não parece haver grandes esperanças em se erradicar respeito à construção do conhecimento.
a corrupção do cenário político brasileiro.
2.3. Raciocínio dedutivo - do geral ao particular
Depois da série de protestos realizados pela população,
depois das provas apresentadas nas CPI’s, depois do vexa- O raciocínio dedutivo, conforme a convicção de muitos
me sofrido por alguns políticos denunciados pela imprensa, estudiosos da lógica, é aquele no qual são superadas as
depois do escárnio popular em festividades como o carnaval deficiências da analogia e da indução.
e depois de tanta insistência de muitos sobre necessidade de
moralizar o nosso país, a corrupção parece recrudescer, No raciocínio dedutivo, inversamente ao indutivo, parte-se
apresenta novos tentáculos, se disfarça de modos sempre do geral e vai-se ao particular. As inferências ocorrem a partir
novos, encontrando-se maneiras inusitadas de ludibriar a do progressivo avanço de uma premissa de cunho geral,
nação. para se chegar a uma conclusão tão ou menos ampla que a
premissa. O silogismo é o melhor exemplo desse tipo de
- Sentia-me totalmente tranqüilo quanto ao meu amigo, raciocínio:
pois, até então, os seus atos sempre foram pautados pelo
respeito às leis e à dignidade de seus pares. Assim, enquan- Premissa maior: Todos os homens são mamíferos. uni-
to alguns insinuavam a sua culpa, eu continuava seguro de versal
sua inocência.
Premissa menor: Pedro é homem.
Tanto no primeiro quanto no segundo exemplos está
sendo empregando o método indutivo porque o argumento Conclusão: Logo, Pedro é mamífero. Particular
principal está sustentado pela observação de muitos casos
ou fatos particulares que, por sua vez, fundamentam a con- No raciocínio dedutivo, de uma premissa de cunho geral
clusão. No primeiro caso, a constatação de que diversas podem-se tirar conclusões de cunho particular.
tentativas de erradicar a corrupção mostraram-se infrutíferas
conduzem à conclusão da impossibilidade de sua superação,
Aristóteles refere-se à dedução como “a inferência na
enquanto que, no segundo exemplo, da observação do com-
qual, colocadas certas coisas, outra diferente se lhe segue
portamento do amigo infere-se sua inocência.
necessariamente, somente pelo fato de terem sido postas”.
Uma vez posto que todos os homens são mamíferos e que
Analogia, indução e probabilidade Pedro é homem, há de se inferir, necessariamente, que Pe-
dro é um mamífero. De certo modo, a conclusão já está pre-
Nos raciocínios analógico e indutivo, apesar de boas sente nas premissas, basta observar algumas regras e inferir
chances do contrário, há sempre a possibilidade do erro. Isso a conclusão.
ocorre porque se está lidando com probabilidades e estas
não são sinônimas de certezas. 2.3.1. Construção do Silogismo

Há três tipos principais de probabilidades: a matemática, A estrutura básica do silogismo (sýn/com + lógos/razão)
a moral e a natural. consiste na determinação de uma premissa maior (ponto de
partida), de uma premissa menor (termo médio) e de uma
a) A probabilidade matemática é aquela na qual, partin- conclusão, inferida a partir da premissa menor. Em outras
do-se dos casos numerados, é possível calcular, sob forma palavras, o silogismo sai de uma premissa maior, progride
de fração, a possibilidade de algo ocorrer – na fração, o de- através da premissa menor e infere, necessariamente, uma
nominador representa os casos possíveis e o numerador o conclusão adequada.
número de casos favoráveis. Por exemplo, no caso de um
sorteio usando uma moeda, a probabilidade de dar cara é de Eis um exemplo de silogismo:
50% e a de dar coroa também é de 50%.

Raciocínio Lógico 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Todos os atos que ferem a lei são puníveis Premissa Termo Médio: Pedro é homem.
Maior A concussão é um ato que fere a lei Premissa Menor Termo Menor: Pedro é dotado de habilidades.
Exemplo de formulação incorreta:
Logo, a concussão é punível Conclusão Termo Maior: Alguns homens são sábios.
Termo Médio: Ora os ignorantes são homens
O silogismo estrutura-se por premissas. No âmbito da ló- Termo Menor: Logo, os ignorantes são sábios
gica, as premissas são chamadas de proposições que, por O predicado “homens” do termo médio não é universal,
sua vez, são a expressão oral ou gráfica de frases assertivas mas particular.
ou juízos. O termo é uma palavra ou um conjunto de palavras 2.3.1.1.2. Regras das Premissas
que exprime um conceito. Os termos de um silogismo são 5) De duas premissas negativas, nada se conclui.
necessariamente três: maior, médio e menor. O termo maior Exemplo de formulação incorreta:
é aquele cuja extensão é maior (normalmente, é o predicado Premissa Maior: Nenhum gato é mamífero
da conclusão); o termo médio é o que serve de intermediário Premissa Menor: Lulu não é um gato.
ou de conexão entre os outros dois termos (não figura na Conclusão: (?).
conclusão) e o termo menor é o de menor extensão (nor- 6) De duas premissas afirmativas, não se tira uma con-
malmente, é o sujeito da conclusão). No exemplo acima, clusão negativa.
punível é o termo maior, ato que fere a lei é o termo médio e Exemplo de formulação incorreta:
concussão é o menor. Premissa Maior: Todos os bens morais devem ser dese-
jados.
Premissa Menor: Ajudar ao próximo é um bem moral.
2.3.1.1. As Regras do Silogismo
Conclusão: Ajudar ao próximo não (?) deve ser desejado.
7) A conclusão segue sempre a premissa mais fraca. A
Oito são as regras que fazem do silogismo um raciocínio premissa mais fraca é sempre a de caráter negativo.
perfeitamente lógico. As quatro primeiras dizem respeito às Exemplo de formulação incorreta:
relações entre os termos e as demais dizem respeito às Premissa Maior: As aves são animais que voam.
relações entre as premissas. São elas: Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Conclusão: Alguns animais não voam.
2.3.1.1.1. Regras dos Termos Exemplo de formulação incorreta:
1) Qualquer silogismo possui somente três termos: maior, Premissa Maior: As aves são animais que voam.
médio e menor. Premissa Menor: Alguns animais não são aves.
Exemplo de formulação correta: Conclusão: Alguns animais voam.
Termo Maior: Todos os gatos são mamíferos. 8) De duas premissas particulares nada se conclui.
Termo Médio: Mimi é um gato. Exemplo de formulação incorreta:
Termo Menor: Mimi é um mamífero. Premissa Maior: Mimi é um gato.
Exemplo de formulação incorreta: Premissa Menor: Um gato foi covarde.
Termo Maior: Toda gata(1) é quadrúpede. Conclusão: (?)
Termo Médio: Maria é uma gata(2). Fonte: estudaki.files.wordpress.com/2009/03/logica-
Termo Menor: Maria é quadrúpede. argumentacao.pdf
O termo “gata” tem dois significados, portanto, há quatro
termos ao invés de três. DIAGRAMAS LÓGICOS
2) Os termos da conclusão nunca podem ser mais exten-
sos que os termos das premissas. Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todas as onças são ferozes. Introdução
Termo Médio: Nikita é uma onça.
Termo Menor: Nikita é feroz. Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
Exemplo de formulação incorreta: problemas.
Termo Maior: Antônio e José são poetas.
Termo Médio: Antônio e José são surfistas. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é
Termo Menor: Todos os surfistas são poetas. na determinação da quantidade de elementos que apresen-
“Antonio e José” é um termo menos extenso que “todos tam uma determinada característica.
os surfistas”.

3) O predicado do termo médio não pode entrar na con-


clusão.
Exemplo de formulação correta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro pode infringir a lei.
Exemplo de formulação incorreta:
Termo Maior: Todos os homens podem infringir a lei.
Termo Médio: Pedro é homem.
Termo Menor: Pedro ou é homem (?) ou pode infringir a
lei.
A ocorrência do termo médio “homem” na conclusão é i-
noportuna.
4) O termo médio deve ser tomado ao menos uma vez
em sua extensão universal. Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
Exemplo de formulação correta: que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-
Termo Maior: Todos os homens são dotados de habilida- se nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber:
des.
Raciocínio Lógico 25 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente A colocação dos valores começará pela intersecção dos três
carro ou ainda quantas dirigem somente motos. conjuntos e depois para as intersecções duas a duas e por
Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que último às regiões que representam cada conjunto individual-
representam os motoristas de motos e motoristas de carros. mente.

Começaremos marcando quantos elementos tem a intersec- Representaremos esses conjuntos dentro de um retângulo
ção e depois completaremos os outros espaços. que indicará o conjunto universo da pesquisa.

Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo


esse valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B.

A partir dos valores reais, é que poderemos responder as


perguntas feitas.
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são
leitores de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes
elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a
seguinte tabela:

Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas


lêem apenas o jornal A.
Prof Msc SANDRO FABIAN FRANCILIO DORNELLES
Verificamos que 500 pessoas não lêem o jornal C, pois é a
soma 205 + 30 + 115 + 150.
Notamos ainda que 700 pessoas foram entrevistadas, que é
a soma 205 + 30 + 25 + 40 + 115 + 65 + 70 +
150.

EXERCÍCIOS DE CONCURSOS
Diagramas Lógicos

1. De um total de 30 agentes administrativos sabe-se que:


Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmen- I. 18 gostam de cinema
te montar os diagramas que representam cada conjunto. II. 14 gostam de teatro
III. 2 não gostam de cinema, nem de teatro

Raciocínio Lógico 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O número de agentes que gostam de cinema e de teatro praticam vôlei mas não praticam futebol. O total dos que
corresponde a: praticam vôlei é 15.
a) 2 Ao todo, existem 17 alunos que não praticam futebol. O nú-
b) 4 mero de alunos da classe é:
c) 6 a) 30
d) 8 b) 35
c) 37
2. De um grupo de N auxiliares técnicos de produção, 44 d) 42
lêem jornal A, 42 o jornal B e 18 lêem ambos os jornais. e) 44
sabendo que todo auxiliar deste grupo é leitor de pelo menos
um dos jornais, o número N de auxiliares é: 9. Suponhamos que numa equipe de 10 estudantes, 6 usam
óculos e 8 usam relógio. O numero de estudantes que usa ao
mesmo tempo, óculos e relógio é:
3. Em uma turma, 45% dos alunos falam inglês e 33% falam a) exatamente 6
francês. Se 25% dos alunos não falam nenhuma duas lín- b) exatamente 2
guas, a porcentagem de alunos que falam francês, mas não c) no mínimo 6
falam inglês é de: d) no máximo 5
a) 3% e) no mínimo 4
b) 15%
c) 27% 10. Numa pesquisa de mercado, foram entrevistadas várias
d) 30% pessoas acerca de suas preferências em relação a 3 produ-
e) 33% tos: A, B e C. Os resultados da pesquisa indicaram que:
 210 pessoas compram o produto A.
4. Realizou-se uma pesquisa e verificou-se que, das pessoas  210 pessoas compram o produto N.
consultadas, 200 ouviam a rádio A, 300 ouviam a rádio B, 20  250 pessoas compram o produto C.
ouviam as duas rádios (A e B) e 220 não ouviam nenhuma  20 pessoas compram os três produtos.
das duas rádios.  100 pessoas não compram nenhum dos 3 produtos.
Quantas pessoas foram consultadas?  60 pessoas compram o produto A e B.
a) 520  70 pessoas compram os produtos A eC.
b) 560  50 pessoas compram os produtos B e C.
c) 640 Quantas pessoas foram entrevistadas:
d) 680 a) 670
e) 700 b) 970
c) 870
5. Em uma pesquisa, foram entrevistados 100 telespectado- d) 610
res. 60 assistiam à televisão à noite e 50 assistiam à televi- e) 510
são de dia. Quantos assistiam à televisão de dia e de noite?
a) 5 11. No problema anterior, calcular quantas pessoas compram
b) 10 apenas o produto A; apenas o produto B; apenas o produto
c) 15 C.
d) 20 a) 210;210;250
e) 25 b) 150;150;180
c) 100;120;150
6. Em uma pesquisa, foram entrevistadas 200 pessoas. 100 d) 120;140;170
delas iam regularmente ao cinema, 60 iam regularmente ao e) n.d.a.
teatro e 50 não iam regularmente nem ao cinema nem ao
teatro. Quantas 12. (A_MPU_ESAF_04) Um colégio oferece a seus alunos à
dessas pessoas iam regularmente a ambos? prática de um ou mais de um dos seguintes esportes: futebol,
a) 10 basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre,  20 alu-
b) 20 nos praticam vôlei e basquete;
c) 30  60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete;
d) 40  21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei;
e) 50  o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
número dos alunos que praticam só vôlei;
7. (NCNB_02) Uma professora levou alguns alunos ao par-  17 alunos praticam futebol e vôlei;
que de diversões chamado Sonho. Desses alunos:  45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45,
 16 já haviam ido ao parque Sonho, mas nunca andaram de não praticam vôlei;
montanha russa. O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
 6 já andaram de montanha russa, mas nunca haviam ido igual a:
ao parque Sonho. a) 93
 Ao todo, 20 já andaram de montanha russa. b) 114
 Ao todo, 18 nunca haviam ido ao parque Sonho. c) 103
Pode-se afirmar que a professora levou ao parque Sonho: d) 110
a) 60 alunos e) 99
b) 48 alunos
c) 42 alunos 13. (ESAF_97) Uma pesquisa entre 800 consumidores -
d) 366alunos sendo 400 homens e 400 mulheres- mostrou os seguintes
e) 32 alunos resultados:
Do total de pessoas entrevistadas:
8. (ICMS_97_VUNESP) Em uma classe, há 20 alunos que  500 assinam o jornal X
praticam futebol mas não praticam vôlei e há 8 alunos que  350 têm curso superior
 250 assinam o jornal X e têm nível superior

Raciocínio Lógico 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Do total de mulheres entrevistadas: V. O número de moradores que não foram contaminados
 200 assinam o jornal X pelos vírus B e C representa menos de 16% do total de pes-
 150 têm curso superior soas examinadas.
 50 assinam o jornal X e têm nível superior
17. Pedro, candidato ao cargo de Escrivão de Polícia Fede-
O número de homens entrevistados que não assinam o jornal ral, necessitando adquirir livros para se preparar para o con-
X e não têm curso superior é, portanto, igual a: curso, utilizou um site de busca da Internet e pesquisou em
a) 100 uma livraria virtual, especializada nas áreas de direito, admi-
b) 200 nistração e economia, que vende livros nacionais e importa-
c) 0 dos. Nessa livraria, alguns livros de direito e todos os de
d) 50 administração fazem parte dos produtos nacionais. Alem
e) 25 disso, não há livro nacional disponível de capa dura. Com
base nas informações acima é possível que Pedro, em sua
14. No diagrama abaixo, considere os conjuntos A, B, C e U pesquisa, tenha:
( universo ). I. Encontrado um livro de administração de capa dura.
II. Adquirido dessa livraria um livro de economia de capa
flexível.
III. Selecionado para compra um livro nacional de direito de
capa dura.
IV. Comprado um livro importado de direito de capa flexível.

Respostas exercícios: 1-C 2-A 3-A 4-B 5-B

RESPOSTAS
1.B 11.C
2.C 12.E
3.D 13.A
4.E 14.C
5.B 15.C (certo)
6.A 16.C,E,C,C,E
7.B 17.E,C,E,C
8.E
9.E
10.D
A região sombreada corresponde à seguinte operação:  
a) A ∪ B ∪ C
b) (A ∪ B) ∩ C
c) A ∩ B∩ C PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM
d) (A ∩ B) ∪ C
Por meio do princípio fundamental da contagem,
QUESTÕES CERTO / ERRADO (CESPE / UNB) podemos determinar quantas vezes, de modo diferente, um
acontecimento pode ocorrer.
15. (UNB) Numa entrevista realizada pelo Departamento de
Ciências Econômicas da UCG com 50 pessoas, da classe Se um evento (ou fato) ocorre em n etapas consecutivas
média de Goiânia, acerca de suas preferências por aplica- e independentes, de maneira que o número de
ções de seus excedentes financeiros, obteve-se o seguinte possibilidades:
resultado: 21 pessoas disseram que aplicam em fundos de Na 1a etapa é k1,
renda fixa; 34 em cadernetas de poupança e 50 não aplicam Na 2a etapa é k2,
em nenhuma dasmodalidades. Deste modo, 10 pessoas Na 33 etapa é k3,
aplicam nas duas modalidades (obs.: uma mesma pessoa ..........................
pode aplicar em mais de uma modalidade).
Na enésima etapa é kn, então o número total de
16. (MPU_99UNB) Em exames de sangue realizados em 500 possibilidades de ocorrer o referido evento é o produto k1,
moradores de uma região com péssimas condições sanitá- k2, k3 ... kn.
rias foi constatada a presença de três tipos de vírus: A, B, C .
O resultado dos exames revelou que o vírus A estava pre- O princípio fundamental da contagem nos diz que sempre
sente em 210 moradores; o vírus B, em 230; os vírus A e B, devemos multiplicar os números de opções entre as escolhas
em 80; os vírus A e C, em 90; e os vírus B e C, em 70. Além que podemos fazer. Por exemplo, para montar um computa-
disso, em 5 moradores não foi detectado nenhum dos três dor, temos 3 diferentes tipos de monitores, 4 tipos de tecla-
vírus e o numero de moradores infectados pelo vírus C era dos, 2 tipos de impressora e 3 tipos de "CPU". Para saber o
igual ao dobro dos infectados apenas pelo vírus B. numero de diferentes possibilidades de computadores que
Com base nessa situação, julgues os itens abaixo: podem ser montados com essas peças, somente multiplica-
I. O número de pessoas contaminadas pelo três vírus simul- mos as opções:
taneamente representa 9% do total de 3 x 4 x 2 x 3 = 72
pessoas examinadas.
II. O número de moradores que apresentam o vírus C é igual Então, têm-se 72 possibilidades de configurações diferen-
a 230. tes.
III. 345 moradores apresentam somente um dos vírus.
IV. Mais de 140 moradores apresentaram pelo menos, dois Um problema que ocorre é quando aparece a palavra
vírus. "ou", como na questão:
Quantos pratos diferentes podem ser solicitados por um

Raciocínio Lógico 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cliente de restaurante, tendo disponível 3 tipos de arroz, 2 de
feijão, 3 de macarrão, 2 tipos de cervejas e 3 tipos de refrige- Quantos números naturais pares de três algarismos
rante, sendo que o cliente não pode pedir cerveja e refrige- distintos podemos formar?
rante ao mesmo tempo, e que ele obrigatoriamente tenha de Inicialmente, devemos observar que não podemos
escolher uma opção de cada alimento? colocar o zero como primeiro algarismo do número. Como os
números devem ser pares, existem apenas 5 formas de
A resolução é simples: 3 x 2 x 3 = 18 , somente pela co- escrever o último algarismo (0, 2, 4, 6, 8). Contudo, se
mida. Como o cliente não pode pedir cerveja e refrigerantes colocamos o zero como último algarismo do número, nossas
juntos, não podemos multiplicar as opções de refrigerante escolhas para distribuição dos algarismos mudam. Portanto,
pelas opções de cerveja. O que devemos fazer aqui é ape- podemos pensar na construção desse número como um
nas somar essas possibilidades: processo composto de 2 fases excludentes entre si.
(3 x 2 x 3) x (2 + 3) = 90
Fixando o zero como último algarismo do número, temos
Resposta para o problema: existem 90 possibilidades de as seguintes possibilidades de escrever os demais
pratos que podem ser montados com as comidas e bebidas algarismos:
disponíveis. 1º algarismo: 9 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9)
2º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9), porém
Outro exemplo: excluímos a escolha feita para o 1º algarismo;
No sistema brasileiro de placas de carro, cada placa é 3º algarismo: 1 possibilidade (fixamos o zero).
formada por três letras e quatro algarismos. Quantas placas
onde o número formado pelos algarismos seja par, podem Logo, há 9 x 8 x 1 = 72 formas de escrever um número de
ser formadas? três algarismos distintos tendo o zero como último algarismo.

Primeiro, temos de saber que existem 26 letras. Segundo, Sem fixar o zero, temos:
para que o numero formado seja par, teremos de limitar o 3º algarismo: 4 possibilidades (2,4,6,8)
ultimo algarismo à um numero par. Depois, basta multiplicar. 1º algarismo: 8 possibilidades (1,2,3,4,5,6,7,8,9),
26 x 26 x 26 = 17.567 -> parte das letras excluindo a escolha feita para o último algarismo;
10 x 10 x 10 x 5 = 5.000 -> parte dos algarismos, note 2º algarismo: 8 possibilidades (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9) ,
que na última casa temos apenas 5 possibilidades, pois que- porém excluindo as escolhas feitas para o primeiro e
remos um número par (0, 2 , 4 , 6 , 8). último algarismos.

Agora é só multiplicar as partes: 17.567 x 5.000 = Portanto, temos 8 x 8 x 4 = 256 maneiras de escrever um
87.835.000 número de três algarismos distintos sem zero no último
algarismo.
Resposta para a questão: existem 87.835.000 placas on-
de a parte dos algarismos formem um número par. Ao todo, temos 72 + 256 = 328 formas de escrever o
número.
PRINCÍPIO DA ADIÇÃO
Suponhamos um procedimento executado em k fases. A TEORIA DOS CONJUNTOS
fase 1 tem n1 maneiras de ser executada, a fase 2 possui n2
maneiras de ser executada e a fase k tem nk modos de ser
executada. As fases são excludentes entre si, ou seja, não é CONJUNTO
possível que duas ou mais das fases sejam realizadas em
conjunto. Logo, todo o procedimento tem n1 + n2 + ... + nk
Em matemática, um conjunto é uma coleção de
maneiras de ser realizado.
elementos. Não interessa a ordem e quantas vezes os
elementos estão listados na coleção. Em contraste, uma
Exemplo
coleção de elementos na qual a multiplicidade, mas não a
Deseja-se fazer uma viagem para a cidade A ou para a
ordem, é relevante, é chamada multiconjunto.
cidade B. Existem 5 caminhos possíveis para a cidade A e 3
possíveis caminhos para a cidade B. Logo, para esta viagem,
existem no total 5 + 3 = 8 caminhos possíveis. Conjuntos são um dos conceitos básicos da matemática.
Um conjunto é apenas uma coleção de entidades, chamadas
PRINCÍPIO DA MULTIPLICAÇÃO de elementos. A notação padrão lista os elementos
Suponhamos um procedimento executado em k fases, separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses"
concomitantes entre si. A fase 1 tem n1 maneiras de ser ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos:
executada, a fase 2 possui n2 maneiras de ser executada e a
fase k tem nk modos de ser executada. A fase 1 poderá ser {1, 2, 3}
seguida da fase 2 até a fase k, uma vez que são
concomitantes. Logo, há n1 . n2 . ... . nk maneiras de {1, 2, 2, 1, 3, 2}
executar o procedimento.
{x : x é um número inteiro tal que 0<x<4}
Exemplo
Supondo uma viagem para a cidade C, mas para chegar Os três exemplos acima são maneiras diferentes de
até lá você deve passar pelas cidades A e B. Da sua cidade representar o mesmo conjunto.
até a cidade A existem 2 caminhos possíveis; da cidade A
até a B existem 4 caminhos disponíveis e da cidade B até a É possível descrever o mesmo conjunto de diferentes
C há 3 rotas possíveis. Portanto, há 2 x 4 x 3 = 24 diferentes maneiras: listando os seus elementos (ideal para conjuntos
caminhos possíveis de ida da sua cidade até a cidade C. pequenos e finitos) ou definindo uma propriedade de seus
elementos. Dizemos que dois conjuntos são iguais se e
Os princípios enunciados acima são bastante intuitivos. somente se cada elemento de um é também elemento do
Contudo, apresentaremos ainda alguns exemplos um pouco outro, não importando a quantidade e nem a ordem das
mais complexos de aplicação. ocorrências dos elementos.
Raciocínio Lógico 29 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Conceitos essenciais podemos representa-lo, por enumeração, indicando os
primeiros e os últimos elementos, intercalados por
 Conjunto: representa uma coleção de objetos, reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ; 98 ) indica o conjunto
geralmente representado por letras maiúsculas; dos números pares positivos, menores do que100.
d) Ainda usando reticências, podemos representar, por
 Elemento: qualquer um dos componentes de um enumeração, conjuntos com infinitas elementos que tenham
conjunto, geralmente representado por letras minúsculas; uma lei de formação bem clara, como os seguintes:

D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números


 Pertinência: é a característica associada a um inteiros não negativos;
elemento que faz parte de um conjunto; E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos
números inteiros;
Pertence ou não pertence F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números
ímpares positivos.
Se é um elemento de , nós podemos dizer que o
A representação de um conjunto por meio da descrição
elemento pertence ao conjunto e podemos escrever de uma propriedade característica é mais sintética que sua
. Se não é um elemento de , nós podemos representação por enumeração. Neste caso, um conjunto C,
de elementos x, será representado da seguinte maneira:
dizer que o elemento não pertence ao conjunto e

podemos escrever . C = { x | x possui uma determinada propriedade }

que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui


1. Conceitos primitivos uma determinada propriedade:

Antes de mais nada devemos saber que conceitos Exemplos


primitivos são noções que adotamos sem definição.
O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, representado por descrição da seguinte maneira: A = { x | x
o de elemento e o de pertinência de um elemento a um con- é algarismo do nosso sistema de numeração }
junto. Assim, devemos entender perfeitamente a frase: de-
terminado elemento pertence a um conjunto, sem que te- O conjunto G = { a; e; i; o, u } pode ser representado por
nhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e o que descrição da seguinte maneira G = { x | x é vogal do nosso
significa dizer que um elemento pertence ou não a um con- alfabeto }
junto.
O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado
2 Notação por descrição da seguinte maneira:

Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a H = { x | x é par positivo }


seguinte notação:
A representação gráfica de um conjunto é bastante cô-
• os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, moda. Através dela, os elementos de um conjunto são repre-
B, C, ... ; sentados por pontos interiores a uma linha fechada que não
• os elementos são indicados por letras minúsculas: a, se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha representam
b, c, x, y, ... ; os elementos que não pertencem ao conjunto.
• o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é
indicado com x ∈ C; Exemplo
• o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto
C é indicado y ∉ C.

3. Representação dos conjuntos

Um conjunto pode ser representado de três maneiras:

• por enumeração de seus elementos;


• por descrição de uma propriedade característica do
conjunto;
• através de uma representação gráfica.
Um conjunto é representado por enumeração quando
todos os seus elementos são indicados e colocados dentro
de um par de chaves.

Exemplo: Por esse tipo de representação gráfica, chamada


diagrama de Euler-Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z
a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c ∉ C, d ∉ C.
formado pelos algarismos do nosso sistema de numeração.
b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, 4 Número de elementos de um conjunto
x, z ) indica o conjunto formado pelas letras do nosso
alfabeto. Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de
c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos deste conjunto, e indicamos com n(C), ao número
elementos, porém apresenta lei de formação bem clara, de elementos diferentes entre si, que pertencem ao conjunto.
Exemplos

Raciocínio Lógico 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
é tal que n(A) = 5. c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o}
n(B) = 10. 2
e) { x | x = 100} = {10; -10}
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 2
f) { x | x = 400} ≠ {20}
99.
7 Subconjuntos de um conjunto
5 Conjunto unitário e conjunto vazio
Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que conjunto B se todo elemento, que pertencer a A, também
n (C) = 1. pertencer a B.
Exemplo: C = ( 3 ) Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o
conjunto A estará "totalmente dentro" do conjunto B :
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que
n(C) = 0.
2
Exemplo: M = { x | x = -25}

O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅.


Exercício resolvido Indicamos que A é um subconjunto de B de duas
maneiras:
Determine o número de elementos dos seguintes com
juntos : a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou
A está contido em B ou A é parte de B;
a) A = { x | x é letra da palavra amor } b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.
b) B = { x | x é letra da palavra alegria }
c) c é o conjunto esquematizado a seguir Exemplo
d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 )
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = { x | x é
r e s, esquematizadas a seguir : brasileiro} ; temos então que A ⊂ B e que B ⊃ A.

Observações:

• Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A


B ou B
⊄ A.
• Admitiremos que o conjunto vazio está contido em
qualquer conjunto.

Resolução 8 Número de subconjuntos de um conjunto dado


Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n
n
a) n(A) = 4 elementos, então este conjunto terá 2 subconjuntos.
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir Exemplo
dote letras, possui apenas seis letras distintas entre si.
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele
2
C: c e C e d e C terá 2 = 4 subconjuntos.
d) observe que:
2 = 2 . 1 é o 1º par positivo Exercício resolvido:
4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
6 = 2 . 3 é o 3º par positivo 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C =
8 = 2 . 4 é o 4º par positivo (a; e; i; o; u ) .
. .
. . Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o
5
. . número dos seus subconjuntos será 2 = 32.
98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
Exercícios propostas:
logo: n(D) = 49
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
e) As duas retas, esquematizadas na figura, C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
possuem apenas um ponto comum.
Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário. Resposta: 1024

6 igualdade de conjuntos 3. Determine o número de subconjuntos do conjunto


1 1 1 2 3 3
Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indi- C=  ; ; ; ; ; 
caremos com A = 8, se ambos possuírem os mesmos ele- 2 3 4 4 4 5 
mentos. Quando isto não ocorrer, diremos que os conjuntos
são diferentes e indicaremos com A ≠ B. Exemplos . Resposta: 32

Raciocínio Lógico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
B) OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras
1 União de conjuntos os conjuntos: :

Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião a) A ∩ B ∩ C


de A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
por todos os elementos que pertencem a A ou a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras a interseção dos conjuntos, temos:

Exemplos
.Resolução
a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}
b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2 Intersecção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de


A com B, e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído
por todos os elementos que pertencem a A e a B.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras a intersecção dos conjuntos, temos:

Exemplos
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅
3. No diagrama seguinte temos:
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c}
n(A) = 20
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c}
n(B) = 30
n(A ∩ B) = 5
Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no
exemplo a, dizemos que os conjuntos são disjuntos.
Determine n(A ∪ B).
Resolução
Exercícios resolvidos

1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t ),
determinar os seguintes conjuntos:
a) A ∪ B f) B ∩ C
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C) Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos
e) B ∪ C de B, estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas
vezes; o que, evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este
Resolução erro, devemos subtrair uma vez os 5 elementos de A n B;
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v } teremos então:
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t } n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
d) A ∩ C = {y }
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t} n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
f) B ∩ C= ∅
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t} n(A ∪ B) = 45.
h) A ∩ B ∩ C= ∅
4 Conjunto complementar
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y}

Raciocínio Lógico 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos
de conjunto complementar de B em relação a A, e indicamos
com CA B, ao conjunto A - B.
Observação: O complementar é um caso particular de
diferença em que o segundo conjunto é subconjunto do
primeiro.

Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando


com hachuras o complementar de B em relação a A, temos:

Solução:

Raciocinando matematicamente, os resultados cara e co-


roa têm as mesmas chances de ocorrer. Como são duas
possibilidades (cara ou coroa) podemos dizer que as chan-
ces de dar cara é de 1 para 2. Isto é o mesmo que dizer que
a probabilidade de o resultado ser cara é ou 0,5 ou 50%.

Neste exemplo calculamos intuitivamente a probabilidade


Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f} de o resultado ser cara e você deve ter percebido que a
probabilidade de dar coroa é a mesma, 50%.
Observação: O conjunto complementar de B em
relação a A é formado pelos elementos que faltam para No entanto, quando dizemos que a probabilidade é ½ ou
"B chegar a A"; isto é, para B se igualar a A. 50% isso não significa que a cada 2 lançamentos um vai ser
cara e o outro vai ser coroa. O fato de a probabilidade ser ½
Exercícios resolvidos: ou 50% quer dizer apenas que as chances são iguais e que,
se fizermos muitos lançamentos, é provável que aproxima-
4. Sendo A = { x; y; z } , B = { x; w; v } e C = { y; u; t damente metade deles dê cara como resultado.
}, determinar os seguintes conjuntos:
O conceito de probabilidade
A–B C-A
B–A B–C EXEMPLO 2
A–C C–B

Resolução O chefe de uma seção com 5 funcionários deu a eles 1


ingresso da final de um campeonato para que fosse sortea-
a) A - B = { y; z } do. Após escreverem seus nomes em papéis idênticos, colo-
b) B - A= {w;v} caram tudo num saco para fazer o sorteio. Qual a chance
c) A - C= {x;z} que cada um tem de ser sorteado?
d) C – A = {u;t}
e) B – C = {x;w;v} Solução:
f) C – B = {y;u;t}
Os 5 funcionários têm todos a mesma chance de serem
sorteados. No caso de Paulo, por exemplo, as chances de
PROBABILIDADES ser sorteado são de 1 para 5, ou 1/5. Então, podemos dizer
que a chance, ou a probabilidade, de cada um deles ser
Introdução sorteado é de 1/5 , ou 0,2, ou ainda 20%.

Quando usamos probabilidades? EXEMPLO 3

Ouvimos falar desse assunto em situações como: a pro- No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o re-
babilidade de ser sorteado, de acertar numa aposta, de um sultado ser um número par?
candidato vencer uma eleição, de acertar o resultado de um
jogo etc. Portanto, usamos probabilidades em situações em Solução:
que dois ou mais resultados diferentes podem ocorrer e não
é possível saber, prever, qual deles realmente vai ocorrer em Para que o resultado seja par devemos conseguir:
cada situação.

Ao lançarmos para o alto uma moeda e quisermos saber


se o resultado é cara ou coroa, não podemos prever o resul-
tado mas podemos calcular as chances de ocorrência de
cada um. Este cálculo é a probabilidade de ocorrência de um
resultado.

Por meio dos exemplos desta aula, você aprenderá o cál- Assim, temos 3 resultados favoráveis (2, 4 ou 6) em um
culo de probabilidades. total de 6 resultados possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6).

EXEMPLO 1 As chances de dar um resultado par são 3 num total de 6.


Então, podemos dizer que a probabilidade de isso acontecer
Qual a chance de dar cara no lançamento de uma moe- é 3/6 ou 1/2 .
da?

Raciocínio Lógico 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Generalizando essa solução: b) ser um coringa, em jogos que também consideram o 2
como coringa?
nº de resultados favoráveis a 3 1
P (par) E = = =
6 2 Solução:
= nº total de resultados possí-
veis 50%
O número total de cartas é 54 sendo que há 13 cartas
Onde P (par) significa probabilidade de o resultado ser (ás, 2 a 10, valete, dama, rei) de cada um dos 4 naipes (co-
par. pas, ouro, paus e espadas) e 2 coringas.
nº de ases existen- 4
Nos três exemplos que acabamos de ver há dois ou mais p (ás) tes = = 0,07 =
resultados possíveis, todos com a mesma chance de ocorrer. a) 54
=
A probabilidade de ocorrer um desses resultados ou um nº total de cartas 7%
conjunto de resultados que satisfaçam uma condição ou
exigência E, é representado por p (E) e calculado por:
nº de resultados favoráveis a b) Como as 4 cartas com nº 2 também são consideradas
E coringas, a probabilidade de tirar um coringa será:
p (E) =
nº total de resultados possí-
veis nº de coringas 6
= = 0,11 =
EXEMPLO 4 p(coringa) = 54
nº total de cartas
11%
No Exemplo 2 da Aula 48 vimos que, num restaurante
EXEMPLO 7
que prepara 4 pratos quentes, 2 saladas e 3 sobremesas
diferentes, existem 24 maneiras diferentes de um freguês se
servir de um prato quente, uma salada e uma sobremesa. Em análise combinatoria, vimos que, com 6 homens e 3
mulheres, podemos formar C 59 = 126 grupos de 5 pessoas e
No Exemplo 3 daquela aula descobrimos que havia, den-
C 56 = 6 grupos de 5 pessoas nos quais só escolhemos ho-
tre os 24 cardápios possíveis, 6 cardápios econômicos. Qual
a probabilidade de um freguês desavisado escolher uma das mens. Supondo que as chances de cada um dos grupos é a
opções mais caras? mesma, qual a probabilidade de escolher:

Solução: a) um grupo onde não há mulheres;

Já sabemos que a probabilidade de escolher os mais ca- b) um grupo onde haja pelo menos uma mulher.
ros será:
Solução:
nº de cardápios mais
p(mais caro) caros
= nº de cardápios possí- 6
a) p (não mulher) = = 0,05 = 5%
veis 126
Se temos 6 opções econômicas num total de 24, temos
24 - 6 = 18 opções mais caras. Como o número de cardápios 120
b) p (pelo menos 1 mulher) = = 0,95 = 95%
possíveis é 24, então: 126

18 3 Os valores possíveis para as probabilidades


p(mais caro) = = = 0,75 = 75%
54 4
No Exemplo 7 os grupos contados em a) e em b) comple-
As chances de esse freguês escolher um dos cardápios tam todos os grupos possíveis (6 + 120 = 126). Portanto as
mais caros é de 75%. 6 120 126
possibilidades somadas darão + = ou 100%
126 126 126
EXEMPLO 5 (5% + 95%).

Numa urna estão 10 bolas de mesmo tamanho e de Já sabemos que:


mesmo material, sendo 8 pretas e 2 brancas. Pegando-se
uma bola qualquer dessa urna, qual a probabilidade de ela nº de resultados favoráveis a E
ser branca? p (E) =
nº total de resultados possíveis

Solução: A quantidade m será escolhida dentre as n existentes,


por isso m deverá ser menor ou igual a n (m ≤ n) e a fração
nº de bolas bran-
2 1 m
p(branca) = cas = = = 20% será menor ou igual a 1: p (E) ≤1.
nº total de bolas 10 5 n
EXEMPLO 6 Caso a condição E exigida não possa ser cumprida, ou
seja, se não houver nenhum resultado favorável a E, o núme-
De um baralho normal de 52 cartas e mais 2 coringas reti- m
ramos uma das cartas ao acaso. Qual a probabilidade de: ro m será zero e p (E) = =0
n
a) ser um ás?

Raciocínio Lógico 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
m Exercícios
Percebemos ainda que a fração será sempre positiva
n
pois m e n são números naturais. Exercício 1

De um baralho de 52 cartas é retirada uma carta ao aca-


Assim, podemos concluir que:
so.
m
0≤ ≤1 ou 0 ≤ p (E) ≤ 1 a) Qual a probabilidade de a carta retirada ser um rei?
n
EXEMPLO 8 b) Qual a probabilidade de a carta retirada ser uma figura
(valete, dama ou rei)?
Com os algarismos 1, 3 e 5 formamos todos os números
de 3 algarismos possíveis. Dentre eles escolhemos um nú- Exercício 2
mero, ao acaso.
No lançamento de um dado, qual a probabilidade de o
a) Qual a probabilidade de escolher um número que seja número obtido ser menor ou igual a 4?
múltiplo de 3?
Exercício 3
b) Qual a probabilidade de o número escolhido ser par?
No lançamento de dois dados, um verde e outro verme-
Solução: lho, qual é a probabilidade de que a soma dos pontos obtidos
seja:
O total de números formados por 3 algarismos é igual ao
número de permutações possíveis com os algarismos 1, 3 e a) 7
5 em três posições, ou seja, 3! = 6.
b) 1
a) Como a soma dos algarismos 1 + 3 + 5 é igual a 9, que
é um múltiplo de 3, qualquer um dos números formados será c) maior que 12
múltiplo de 3. Assim, a probabilidade de isso ocorrer será:
d) um número par
6
P (múltiplo de 3) = = 1
6 Exercício 4

b) Como qualquer dos algarismos 1, 3 e 5 colocados no Na Aula 48 vimos que na SENA existem 11.441.304.000
final do número formado gera um número ímpar, não forma- maneiras de escolher 6 números de 01 a 50. Se você apostar
remos nenhum número par. em 6 números, qual a probabilidade de sua aposta ser a
sorteada?
Assim, como a quantidade de casos favoráveis é zero,
temos: Exercício 5

O que acontece se você apostar em 5 números de 01 a


0 100? Qual a probabilidade de você acertar a quina de núme-
p (par) = =0
6 ros sorteada?

Um pouco de história Exercício 6

Os primeiros estudos envolvendo probabilidades foram Suponha que sejam iguais as chances de qualquer uma
motivados pela análise de jogos de azar. Sabe-se que um das placas novas para automóveis (3 letras e 4 números) ser
dos primeiros matemáticos que se ocupou com o cálculo das escolhida para o seu automóvel.
probabilidades foi Cardano (1501-1576). Data dessa época a
expressão que utilizamos até hoje para o cálculo da probabi- Qual a probabilidade de você receber uma placa com as
lidade de um evento (número de casos favoráveis dividido iniciais de seu nome em qualquer ordem?
pelo número de casos possíveis).
Respostas:
Com Fermat (1601-1665) e Pascal (1623-1662), a teoria
das probabilidades começou a evoluir e ganhar mais consis-
4 1
tência, passando a ser utilizada em outros aspectos da vida 1. a) = = 7,69%
social, como, por exemplo, auxiliando na descoberta da vaci- 52 13
na contra a varíola no século XVIII.
12 2
Atualmente, a teoria das probabilidades é muito utilizada b) = = 23%
em outros ramos da Matemática (como o Cálculo e a Estatís-
52 3
tica), da Biologia (especialmente nos estudos da Genética),
da Física (como na Física Nuclear), da Economia, da Socio- 4 1
logia etc. 2. = = 67%
6 13

Raciocínio Lógico 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
6 1 O fato de ter média maior que 7,0 não depende do
3. a) = = 17% fato de saber jogar futebol, e vice-versa. Quando
36 6 isso ocorre, dizemos que os eventos são inde-
pendentes.
b) 0
Considere então os eventos:
c) 0
A: ter média acima de 7,0.
24
d) = 67% B: saber jogar futebol.
36
A e B: ter média acima de 7,0 e saber jogar futebol.
1
4. = 0,000 000 000 087 = Como queremos calcular P (A e B), pense o seguinte: de
1144130400 0
1 5
todos os jovens, têm média acima de 7,0 e sabem
0,000 000 0087% 5 6
5 1 5 1 1
jogar futebol. Ora, de , ou seja, x = , sabem
1 6 5 6 5 6
5. = 0,000 000 000 11 =
9034502400 jogar futebol e têm média acima de 7,0. Portanto, P (A e B) =
1
.
0,000 000 011% 6

3! 6 Repare que para encontrarmos P (A e B) efetuamos P (A)


6. = = 0,000 000 034 =
3
26 10 4 175760000 · P (B). Então, concluímos que, quando A e B são eventos
independentes (não têm “nada a ver” um com o outro):
0,000 003 4%
P (A e B) = P (A) · P (B)
Calculando probabilidades
EXEMPLO 2
Você já aprendeu que a probabilidade de um evento E é:
Dos 30 funcionários de uma empresa, 10 são canhotos e
nº de resultados favoráveis a
25 vão de ônibus para o trabalho. Escolhendo ao acaso um
E
p (E) = desses empregados, qual a probabilidade de que ele seja
nº total de resultados possí- canhoto e vá de ônibus para o trabalho?
veis
Solução:

Iremos calcular a probabilidade de ocorrência de um e- Considere os eventos:


vento e outro, bem como a ocorrência de um ou outro even-
to. Em muitas situações a ocorrência de um fato qualquer A : ser canhoto
depende da ocorrência de um outro fato; nesse caso dize-
mos que são ocorrências dependentes. Em situações onde B : ir de ônibus para o trabalho
não há essa dependência, precisamos calcular probabilida-
des de duas situações ocorrerem ao mesmo tempo.
É claro que A e B são eventos independentes, portanto
um não depende em nada do outro. A probabilidade de os
Para abordarmos situações como as que acabamos de dois eventos (A e B) ocorrerem simultaneamente é calculada
descrever, utilizaremos vários exemplos durante esta aula. por P (A e B) = P (A) · P (B).
Leia-os com bastante atenção e procure refazer as soluções
apresentadas.
Calculando:
Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento e
de outro 10 1
P (A) = =
30 3
EXEMPLO 1
25 5
Num grupo de jovens estudantes a probabilidade de que P (B) = =
um jovem, escolhido ao acaso, tenha média acima de 7,0 é 30 6
1
. Nesse mesmo grupo, a probabilidade de que um jovem 1 5 5
5 P (A e B) = P (A) · P (B) = x =
5 3 6 18
saiba jogar futebol é . Qual a probabilidade de escolher-
6 A probabilidade de que ele seja canhoto e vá de ônibus
mos um jovem (ao acaso) que tenha média maior que 7,0 e
saiba jogar futebol?
5
para o trabalho é de .
18
Solução:
EXEMPLO 3

Raciocínio Lógico 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Alguns atletas participam de um triathlon (prova formada Para os que já passaram no exame escrito, a probabilidade
por 3 etapas consecutivas: natação, corrida e ciclismo). A 2
probabilidade de que um atleta escolhido ao acaso termine a de passar nessa prova prática é .
3
4
primeira etapa (natação) é . Para continuar na competição
7 Qual a probabilidade de que, escolhido um candidato ao
com a segunda etapa (corrida) o atleta precisa ter terminado acaso, ele seja aprovado em ambas as provas escrita e prá-
a natação. Dos atletas que terminam a primeira etapa, a tica e tire a carteira de motorista?
probabilidade de que um deles, escolhido ao acaso, termine
3 Solução:
a segunda é . Qual a probabilidade de que um atleta que
4
iniciou a prova, e seja escolhido ao acaso, termine a primeira Considere os eventos:
e a segunda etapas?
A: aprovação na prova escrita.
Solução:
B: aprovação na prova prática de direção.
A : terminar a 1ª etapa da prova (natação).
Os eventos A e B não são independentes, pois é preciso
B : terminar a 2ª etapa da prova (corrida), tendo termina- ter aprovação na prova escrita e para fazer a prova prática
do a 1ª. de direção. Como a ocorrência de B está condicionada à
ocorrência de A, criamos o evento:
Note que A e B não são eventos independentes pois, pa-
ra começar a 2ª etapa é necessário, antes, terminar a 1ª. B/A: ter aprovação na prova prática de direção, sabendo
que o candidato foi aprovado na prova escrita.
Nesse caso dizemos que a ocorrência do evento B de-
pende (está condicionada) à ocorrência do evento A. Para calcular P(A e B), usamos: P(A e B) = P(A) · P(B/A)

Utilizamos então a notação B/A, que significa a depen- Calculando:


dência dos eventos, ou melhor, que o evento B/A denota a
ocorrência do evento B, sabendo que A já ocorreu. No caso 9
deste exemplo, temos: B/A terminar a 2ª etapa (corrida), P(A) =
sabendo que o atleta terminou a 1ª etapa (natação). 10

E agora? Como calcular P (A e B)? 2


P(B/A) =
3
É simples: no lugar de usarmos P(B) na fórmula P(A e B)
= P(A) · P(B), usaremos P(B/A) já que a ocorrência de B
depende da ocorrência de A. 9 2 3
P(A e B) = x =
10 3 5
O enunciado deste problema nos diz que P(A)
4 3 A probabilidade de passar na prova escrita e na prova de
= P(B/A)= ; assim,
7 4 3
direção é .
5
4 3 3
P(A e B) = P(A) · P(B/A)= x =
7 4 7 Cálculo da probabilidade de ocorrência de um evento
ou outro
A probabilidade de que um atleta, escolhido ao acaso,
EXEMPLO 5
3
termine a 1ª e a 2ª etapas é .
7 Na Copa América de 1995, o Brasil jogou com a Colôm-
bia. No primeiro tempo, a seleção brasileira cometeu 10
Quando A e B não são eventos independentes a probabi- faltas, sendo que 3 foram cometidas por Leonardo e outras 3
lidade de ocorrência de A e B é calculada por: por André Cruz. No intervalo, os melhores lances foram re-
prisados, dentre os quais uma falta cometida pelo Brasil,
P (A e B) = P (A) · P (B/A) escolhida ao acaso. Qual a probabilidade de que a falta es-
colhida seja de Leonardo ou de André Cruz?
onde P (B/A) é a probabilidade de B, dado que A já ocor-
reu. Solução:

EXEMPLO 4 Das 10 faltas, 3 foram de Leonardo e 3 de André Cruz.


Portanto, os dois juntos cometeram 6 das 10 faltas do Brasil.
No exame para tirar a carteira de motorista, a probabili- Assim, a probabilidade de que uma das faltas seja a escolhi-
9 6 3
dade de aprovação na prova escrita é . Depois de ser da dentre as 10 é = .
10 10 5
aprovado na parte teórica, há uma prova prática de direção. Também podemos resolver este problema da se-
guinte maneira:

Raciocínio Lógico 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• probabilidade de ser escolhida uma falta do Leonardo = ferirem um dos sucos, consomem os dois. Para
3 facilitar daremos nomes aos eventos:
.
10 A : preferir o SOSUMO

• probabilidade de ser escolhida uma falta do André Cruz B: preferir o SUMOBOM


3
= . A e B: consumir SOSUMO e SUMOBOM
10
A ou B: consumir SOSUMO ou SUMOBOM
• probabilidade de ser escolhida uma falta de um destes
3 3 6 3 Repare que este ou quer dizer: apenas o SOSUMO ou
dois jogadores= + = =
10 10 10 5 apenas o SUMOBOM.

. Fazendo P(A ou B) = P(A) + P(B) estamos contando duas


vezes as pessoas que apesar de preferirem um dos sucos,
consomem os dois. Logo, devemos
Lembre-se de que qualquer uma das duas escolhas terá
um resultado favorável.
subtrair de P(A) + P(B) o resultado de P(A e B) para reti-
rar a “contagem dobrada”.
Se A e B são os eventos (escolher uma falta de Leonardo
ou escolher uma falta de André Cruz), estamos interessados
na probabilidade do evento A ou B. Temos então:

Temos então: P (A ou B) = P (A) + P (B) P (A e B)

P(A ou B) = P(A) + P(B) Calculando:

Note que isso vale porque uma falta não pode ser come-
250 1
tida pelos dois jogadores ao mesmo tempo, ou seja, o evento P(A) = =
A e B é impossível. 500 2

EXEMPLO 6 300 3
P(B) = =
500 5
Uma empresa que fabrica suco de laranja fez uma pes-
quisa para saber como está a preferência do consumidor em
relação ao seu suco e ao fabricado por seu principal concor- 100 1
P(A e B) = =
rente. Essa empresa é chamada SOSUMO, e seu concorren- 500 5
te SUMOBOM. A pesquisa concluiu que dos 500 entrevista-
dos, 300 preferiam o SUMOBOM, 100 consumiam os dois,
250 preferiam SOSUMO e 50 1 3 1 1 2 5+4 9
P(A ou B) = + - = + = =
2 5 5 2 5 10 10
nenhum dos dois. Um dos entrevistados foi escolhido ao
acaso. Qual a probabilidade de que ele seja: A probabilidade de que o escolhido consuma um suco ou
9
a) consumidor de SOSUMO e SUMOBOM; outro é .
10
b) consumidor de SOSUMO ou SUMOBOM.
Observação
Solução:
Em exemplos como o que acabamos de ver há outras so-
a) De acordo com a pesquisa dos 500 entrevistados, 100 luções possíveis.
consomem os dois sucos. Logo, a probabilidade de que um
entrevistado, escolhido ao acaso, consuma os dois sucos é: Observe que o evento A ou B (consumir um suco ou ou-
100 1 tro) deve incluir como casos favoráveis todas as pessoas que
= . não fazem parte do grupo dos que não consomem esses
500 5 dois sucos.

b) Usando o raciocínio do Exemplo 5, para saber a pro- Sabíamos que dos 500 entrevistados, 50 pessoas con-
babilidade da ocorrência de um evento ou outro, somamos sumiam nenhum dos dois e a probabilidade de escolhermos
as probabilidades de os dois eventos ocorrerem separada- 50 1
mente. Mas, neste exemplo, devemos tomar cuidado com o uma dessas pessoas ao acaso era , ou seja, .
seguinte: existem pessoas que consomem os dois sucos 500 10
indiferentemente, compram o que estiver mais barato, por Assim, podíamos concluir que a probabilidade de não fazer
exemplo. Assim, não podemos contar essas pessoas (que 1 9
consomem um e outro) duas vezes. parte desse grupo era 1 - = , raciocinando por exclu-
10 10
Observe que a soma dos resultados é maior que o são.
número de entrevistados (300 + 100 + 200 + 50
= 650), ou seja, há pessoas que, apesar de pre- Exercícios propostos.

Raciocínio Lógico 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Exercício 1 e) não fume FUMAÇA

Em uma cidade do interior do Brasil, a probabilidade de f) não fume TOBACO


que um habitante escolhido ao acaso tenha televisão em
11 Respostas
casa é . Já a probabilidade de esse habitante ser um
12
1 1
comerciante é . Escolhendo um habitante dessa cidade 1. Eventos independentes:
11 12
ao acaso, qual a probabilidade de que ele tenha televisão em
casa e seja comerciante? 1
2. Eventos dependentes:
6
Exercício 2

Alguns professores estão prestando concurso para dar 300 100 400 4
3. + = =
aulas em uma escola. 500 500 500 5

Inicialmente, eles farão uma prova escrita e, depois de 30 3


serem aprovados nessa prova, farão uma prova prática. 4. a) P (A e B) = =
Aquele que for aprovado na prova prática será contratado. 140 14
Sabendo que a probabilidade de aprovação na prova escrita
1
é e de aprovação na prova prática (depois de ser aprova-
4
2
do na escrita) é , calcule a probabilidade de que um pro-
3
fessor, escolhido ao acaso, seja contratado.

Exercício 3

Em uma noite de sexta-feira, pesquisadores percorreram 40 + 30 + 50 120 6


500 casas perguntando em que canal estava ligada a televi- b) P (A ou B) = = =
são. Desse modo, descobriram que em 300 casas assistiam 140 140 7
ao canal VER-DE-PERTO, 100 viam o canal VERMELHOR e
outras 100 casas não estavam com a TV ligada. Escolhida 40 2
uma 5. a) =
140 7
das 500 casas, ao acaso, qual a probabilidade de que a
TV esteja sintonizada no canal VER-DE-PERTO ou no canal 50 5
VER-MELHOR? b) =
140 14
Exercício 4
40 + 50 9
c) =
Dos 140 funcionários de uma fábrica, 70 preferem a mar- 140 14
ca de cigarros FUMAÇA, 80 preferem TOBACO e 30 fumam
ambas sem preferência. 20 1
d) =
Sabendo que 20 funcionários não fumam, calcule a pro- 140 7
babilidade de que um funcionário, escolhido ao acaso:
50 + 20 70 1
e) = =
a) fume FUMAÇA e TOBACO 140 140 2
b) fume FUMAÇA ou TOBACO
40 + 20 60 3
f) = =
Exercício 5 140 140 7
Fonte: http://www.bibvirt.futuro.usp.br
Com as mesmas informações do exercício anterior, calcu-
le a probabilidade de que um funcionário, escolhido ao aca-
so: MATRIZES

a) fume só FUMAÇA Conceito

b) fume só TOBACO Matrizes formam um importante conceito matemáti-


co, de especial uso n transformações lineares.
c) fume só FUMAÇA ou só TOBACO Não é o propósito de o estudo de sta página a
teoria dessas transformações, mas apenas al-
d) não fume nenhuma das duas marcas de cigarro guns fundamentos e operações básicas com ma-
trizes que as representam.

Raciocínio Lógico 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma matriz Am×n pode ser entendida como um conjunto 4 0 2 8 0 4
de m×n (m multiplicado por n) números ou variáveis dispos- 2x  = 
tos em m linhas e n colunas e destacados por colchetes 1 3 3  2 6 6
conforme abaixo:
ALGUMAS PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES DE
a11 a12 ... a1n  ADIÇÃO E DE MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR
 
a 21 a 22 ... a 2n  Sejam as matrizes A e B, ambas m×n, e os escalares a e
b.
A mxn = 
 
.  • a (bA) = ab (A)
.a a ...a 
 m1 m2 mn  • a (A + B) = aA + aB

Portanto, para a matriz da Figura 02, de 2 linhas e 3 • se aA = aB, então A = B


colunas,
Matrizes nulas, quadradas, unitárias, diagonais e
a11 = 4 a12 = 0 a13 = 9 simétricas

a21 = 1 a22 = 7 a23 = 3 Uma matriz m×n é dita matriz nula se todos os elemen-
tos são iguais a zero. Geralmente simbolizada por Om×n.

4 0 9  Assim, Oij = 0
A 2x3 =  
1 7 3 
0 0 0 
Exemplo: O 3x2 =  
Rigorosamente, uma matriz Am×n é definida como
uma função cujo domínio é o conjunto de todos 0 0 0 
os pares de números inteiros (i, j) tais que 1 ≤ i ≤
m e 1 ≤ j ≤ n. E os valores que a função pode Matriz quadrada é a matriz cujo número de linhas é igual
assumir são dados pelos elementos aij. ao de colunas. Portanto, se Am×n é quadrada, m = n. Pode-
se então dizer que A é uma matriz m×m ou n×n.
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
Matriz unitária In (ou matriz identidade) é uma matriz
Essa operação só pode ser feita com matrizes de mesmo quadrada n×n tal que
número de linhas e mesmo número de colunas.
Iij = 1 se i = j e Iij = 0 se i ≠ j.
Sejam duas matrizes Am×n e Bm×n. Então a matriz R = A
± B é uma matriz m×n tal que cada elemento de R é dado Exemplo:
por:
1 0 0 
I 3 = 0 1 0 
rij = aij ± bij .

Exemplo: 0 0 1 

4 0 8 2 4 1  6 4 9 Uma matriz quadrada An×n é dita matriz diagonal se


1 3 3  + 2 5 4 = 3 8 7 
      aij = 0 para i ≠ j
MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR
Exemplo:
NESSA OPERAÇÃO, TODOS OS ELEMENTOS DA MATRIZ
SÃO MULTIPLICADOS PELO ESCALAR. SE AM×N É UMA - 3 0 0
= 0 5 0 
MATRIZ QUALQUER E C É UM ESCALAR QUALQUER,
A 3x3
P = c A é uma matriz m×n tal que 0 0 8 
pij = c aij
A matriz unitária é, portanto, uma matriz diagonal com os
elementos não nulos iguais a 1.

Exemplo:

Raciocínio Lógico 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma matriz quadrada An×n é dita matriz simétrica se Isso significa que nem sempre ocorre a propriedade co-
mutativa. Se AB = BA, as matrizes A e B são denominadas
comutativas.
aij=aji
Algumas propriedades do produto de matrizes
Exemplo:
Sejam as matrizes A, B e C.
3 7 9 1) Se os produtos A (BC) e (AB) C são possíveis de cálculo,
A 3x3 = 7 4 6  então

9 6 2  A (BC) = (AB) C

Multiplicação de matrizes 2) Se os produtos AC e BC são possíveis, então

Sejam Am×p e Bp×n, isto é, duas matrizes tais que o nú- (A + B) C = AC + BC


mero de colunas da primeira (p) é igual ao número de linhas
da segunda (p).
3) Se os produtos CA e CB são possíveis, então

O produto C = AB é uma matriz m×n (Cm×n) tal que


C (A + B) = CA + CB

cij = ∑k=1,p aik bkj 4) Se Ip é a matriz unitária p×p conforme visto em página
anterior, então valem as relações:

1 2 Ip Ap×n = Ap×n
 4 0 5   9 8  Bm×p Ip = Bm×p
A=  B = 2 5 C = AB =  
1 1 3     6 7 Potências de matrizes
1 0
Seja A uma matriz quadrada e n um inteiro n≥1. As rela-
No exemplo acima,os cálculos são: ções básicas de potências são:

0
c11 = 4.1 + 0.2 + 5.1 = 9 A =I

c12 = 4.2 + 0.5 + 5.0 = 8 n n−1


A =AA

c21 = 1.1 + 1.2 + 3.1 = 6


Transposição de matrizes
c22 = 1.2 + 1.5 + 3.0 = 7
Seja uma matriz A m×n. A matriz transposta de A, usu-
Na linguagem prática, pode-se dizer que se toma a pri-
meira linha de A e se multiplica pela primeira coluna de B (a almente simbolizada por AT, é uma matriz n×m tal que
soma é a primeira linha e primeira coluna da matriz do produ-
to). Depois, a primeira linha de A pela segunda coluna de B. a
T = a para 1 ≤ i ≤ n e1≤ j ≤ m
ij ji
Depois, a segunda linha de A pela primeira coluna de B e
assim sucessivamente.
Na prática, as linhas de uma são as colunas da outra.
Exemplo:
Ordem dos fatores

Notar que, segundo a definição anterior de produto, só é T


possível calcular AB e BA se A e B são matrizes quadradas.
1 4 
2 5  1 2 3 
  = 4 5 6 
1 1  2 2 3 3  3 6  
A=  B=  AB =  
1 2  1 1  4 4 
Algumas propriedades da transposição de matri-
Entretanto, na multiplicação de matrizes, a ordem dos fa- zes
tores não é indiferente. Em geral, AB ≠ BA. Veja exemplo:
(A )
T T = A

 2 2 1 1 4 8 
1 1  A = 1 2  BA = 2 3 
T = AT + BT
B= (A + B)

     
(kA)
T = k AT

Raciocínio Lógico 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(AB)
T = B T AT Com essa operação, consegue-se 1 no elemento 11 (pri-
meira linha, primeira columa) da matriz esquerda.
T
Se A = A , então A é simétrica
1 0 0 1 -1 0 
1 1 1 0 1 0 
T
det(A ) = det(A)

2 3 2 0 0 1 
Matriz inversa

Seja A uma matriz quadrada. A matriz inversa de A, u- Os elementos 12 e 13 tornaram-se nulos, mas é apenas
−1 uma coincidência. Em geral isso não ocorre logo na primeira
sualmente simbolizada por A , é uma matriz também qua-
operação.
drada tal que
2ª linha = 2ª linha + 1ª linha multiplicada por −1.
A A
− 1 = A− 1 A = I

3ª linha = 3ª linha + 1ª linha multiplicada por −2.


Ou seja, o produto de ambas é a matriz unitária (ou ma-
triz identidade).
1 0 0 1 - 1 0 
Nem toda matriz quadrada admite uma matriz inversa. Se 0 1 1 - 1 2 0 
a matriz não possui inversa, ela é dita matriz singular. Se a  
inversa é possível, ela é uma matriz não singular. 0 3 2 - 2 2 1 
Algumas propriedades das matrizes inversas

− 1)− 1 = A
(A Com as operações acima, os elementos 21 e 22 torna-
ram-se nulos, formando a primeira coluna da matriz unitária.
(AB)
− 1 = B − 1 A− 1
3ª linha = 3ª linha + 2ª linha multiplicada por −3.

(A )
T − 1 = (A− 1)T
1 0 0 1 -1 0
0 1 1 - 1 2 0 
Matriz ortogonal é uma matriz quadrada cuja transpos-
ta é igual á sua inversa. Portanto,

0 0 - 1 1 - 4 1 
A AT = AT A = I
Essa operação formou a segunda coluna da matriz iden-
tidade.
Determinando a matriz inversa
3ª linha = 3ª linha multiplicada por −1.
Neste tópico são dados os passos para a determinação
da matriz inversa pelo método de Gauss-Jordan.
Multiplicação executada para fazer 1 no elemento 33 da
matriz esquerda.
Seja a matriz da abaixo, cuja inversa se deseja saber.

2 1 1 0 0 1 -1 0
0 1 1 - 1 2 0 
1
1 1 
 1 
2 0 0 1 - 1 4 - 1
3 2 
2ª linha = 2ª linha + 3ª linha multiplicada por −1.
O primeiro passo é acrescentar uma matriz unitária no la-
do direito conforme abaixo:
Essa operação forma a terceira e última coluna da dese-
jada matriz identidade no lado esquerdo.
2 1 1 1 0 0
1 1 1 0 1 0  1 0 0 0

1 -1
2 3 2 0 1 0 0 - 2 1 
0 0 1  
0 0 1 - 1 4 - 1 
O objetivo é somar ou subtrair linhas multiplicadas por
escalares de forma a obter a matriz unitária no lado esquer-
do. Notar que esses escalares não são elementos da matriz. E a matriz inversa é a parte da direita.
Devem ser escolhidos de acordo com o resultado desejado.

1ª linha = 1ª linha + 2ª linha multiplicada por −1.

Raciocínio Lógico 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Geometria Plana (formulário) - Fórmula para o cálculo
 1 - 1 0 da área das figuras geométricas. Triângulo, trapézio, parale-
 0 - 2 1 logramo, retângulo, losango, quadrado, círculo e polígono
  regular.
- 1 4 - 1 
Ângulos
É claro que há outros métodos para a finalidade. Para
matrizes 2x2, uma fórmula rápida é dada na Figura 08A (det
= determinante.
Lê-se: ângulo
a b  AOB e
Se A= ,
c d  são lados
do ângulo. O
ponto O é o seu
−1
 d -b  vértice.
então A = ( 1 / det(A) ) = - c a 
  Bissetriz de um ângulo

Obs: o método de Gauss-Jordan pode ser usado também È a semi-reta de origem no


para resolver um sistema de equações lineares. Nesse vértice de um ângulo e que o
caso, a matriz inicial (Figura 01) é a matriz dos coeficientes e divide em dois ângulos congru-
a matriz a acrescentar é a matriz dos termos independentes. entes.

Seja o sistema de equações:

2x − 5y + 4z = −3

x − 2y + z = 5 Alguns ângulos notáveis

x − 4y + 6z = 10

Monta-se a matriz conforme abaixo:

2 - 5 4 -3 
1 - 2 1 5

 
1 - 4 6 10 

Usando procedimento similar ao anterior, obtém-se a ma-


triz unitária:

1 0 0 124 
0 1 0 75 
 
0 0 1 31 

E a solução do sistema é:

Ângulos de duas paralelas cortadas por uma trans-


x = 124 y = 75 z = 31 .
versal

Fonte: http://www.mspc.eng.br

GEOMETRIA PLANA
Áreas

Procedimentos para o cálculo das medidas de uma su-


perfície plana. Método para calcular a área do quadrado, do
losango, do paralelogramo, do triângulo, do retângulo, do Nomenclatura Propriedades
polígono e do círculo geométrico. Correspondentes | a e e; b e f; c e g; d e h| Congruentes
Colaterais internos | e e f; d e e| Suplementares

Raciocínio Lógico 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Colaterais externos | a e h; d e g| Suplementares Quadrado
Alternos externos | a e g; b e h| Congruentes
Alternos internos | c e e; d e f| Congruentes

ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA S = a²

Paralelogramo
S=a.h

Losango
Arco: qualquer uma das duas partes em que uma circun-
ferência fica dividida por dois quaisquer de seus pontos .

Corda: Segmento de reta que une dois pontos quaisquer


de uma circunferência.

Diâmetro: Qualquer corda que passa pelo centro de uma


circunferência.

Ângulo central
Um ângulo é central em relação a uma circunferên-
cia se o seu vértice coincide com o centro da mesma.
- Quando um arco é interceptado por um ângulo central,
Trapézio
ele é chamado de arco correspondente ao ângulo.

Triângulo
Ângulo inscrito
É inscrito numa circun-
ferência somente se o seu
vértice é um ponto da cir-
cunferência e cada um de
seus lados contém uma
corda dessa circunferência.

Obs: A medida de um ângulo inscrito é igual à metade da


medida do arco correspondente ele.

ÁREAS DE QUADRILÁTEROS E TRIÂNGULOS

Retângulo Se conhecermos as medidas a e b de dois lados de um


triângulo e a sua medida α, podemos calcular sua área:

S=a.b

Raciocínio Lógico 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Polígono convexo Polígono côncavo

Soma dos ângulos internos de um polígono


- A soma dos ângulos internos de um polígono de n lados
Podemos também calcular a área de um triângulo utili- é:
zando o semi-perímetro:

Um ponto I qualquer no inte-


rior do polígono unindo esse
ponto a cada vértice, o polígono
fica decomposto em n triângu-
los,
Classificação dos polígonos

Vamos ressaltar a definição de polígono:


Soma dos ângulos externos de um polígono
Em qualquer polígono convexo, a soma das medi-
Polígono é uma região plana de uma linha poligonal
das dos ângulos externos é constante e igual a 360º.
fechada com o conjunto de seus pontos interiores.
Essas linhas são chamadas de lados e a união de- i1, i2, i3, i4, ... in
las é chamada de vértice e a união dos vértices é chamada são as medidas
de diagonal. O único polígono que não possui diagonal é o dos ângulos internos de um
triângulo. polígono de n lados.
Dependendo do número de lados de um polígono
ele receberá uma nomenclatura diferente, ( o
menor número de lados para que seja formado
um polígono são três lados) veja abaixo:
3 lados triangulo ou trilátero
4 lados quadrângulo ou quadrilátero Polígono regular
5 lados pentágono ou pentalátero Um polígono regular
6 lados hexagonal ou hexalátero somente se, todos os seus
7 lados heptágono ou heptalátero lados são congruentes e se
8 lados octógono ou octolátero todos os seus ângulos
9 lados eneágono ou enealátero internos são congruentes.
10 lados decágono ou decalátero
11 lados undecágono ou undecalátero
12 lados dodecágono ou dodecalátero QUADRILÁTEROS
15 lados pentadecágono ou pentadecalátero Teorema
20 lados icoságono ou icosalátero A soma das medidas dos quatro ângulos internos de um
quadrilátero qualquer é igual a 360º.
Trapézio
Além de classificar um polígono pelo seu número de la-
dos, podemos também classificá-lo conforme a congruência É todo quadrilá-
de seus lados e ângulos internos. tero que possui somente
um par, de lados opostos
Quando o polígono tem todos os lados e ângulos in- paralelos.
ternos congruentes eles recebem o nome de polígonos regu-
lares.
AB e CD

Quando o polígono não tem nem lados e nem ângulos


congruentes recebe o nome de irregulares.

Para que um polígono seja regular ele tem que assumir AB e CD são as bases do trapézio
ser: eqüilátero, ter todos os lados congruentes e ser ao 
mesmo tempo eqüiângulo, ter os ângulos congruentes. AC e BD são os lados transversa is
Classificação dos Trapézios
Na construção de um polígono é preciso utilizar um trans-
feridor para medir os ângulos corretamente e uma régua para Trapézio escaleno
medir os lados corretamente. Os lados transversos
têm medidas diferentes
POLÍGONOS
AD ≠ BC
É convexo somente se, quaisquer que sejam os pontos x
e y do seu interior, o segmento de reta xy está inteiramente
contido em seu interior.

Raciocínio Lógico 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Trapézio isósceles Dois ou mais triângulos são congruentes somente se os
Os lados transversos seus lados e ângulos forem ordenados congruentes.
têm medidas iguais.
AD = BC

Trapézio retângulo
Um dos lados transver-
sos é perpendicular as
bases.

Paralelogramos
É todo quadrilátero que possui os lados opostos respecti-
vamente paralelos.
O emprego da congruência de triângulos em demonstra-
ção
Com o auxilio da congruência de triângulos é que se de-
monstra grande parte dos teoremas fundamentais da geome-
tria.
Semelhança de triângulos
Dois triângulos são semelhantes somente se, existe uma
correspondência biunívoca que associa os três vértices de
um dos triângulos aos três vértices do outro, de forma que:
I) lados opostos a vértices correspondentes são propor-
cionais.
II) Ângulos com vértices correspondentes são congruen-
Paralelogramos Notáveis tes.

RETÂNGULO

É todo paralelogramo
que possui seu ângulos
retos.

Casos de semelhança de triângulos


Critérios utilizados para que haja semelhança de triângu-
LOSANGO los
1) Caso AA (ângulo, ângulo)Dois triângulos são semelhantes
É todo paralelogramo somente se, têm dois ângulos respectivamente congruen-
que possui quatro lados tes.
congruentes.

QUADRADO

É todo paralelogramo que é


retângulo e losango simultâ-
neamente, ou seja, seu ângulos
são retos e seu lados são con-
gruentes. 2) Caso LAL (lado, ângulo, lado)Dois triângulos são se-
melhantes somente se, têm dois lados, respectivamente,
proporcionais; e são congruentes os ângulos formados
Congruência de triângulos por esses lados.

Raciocínio Lógico 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b² = a . m

c² = a . n

O produto das medidas dos catetos é igual ao produto da


hipotenusa pela altura relativa à hipotenusa, ou seja,

b.c=a.h.

O quadrado da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto


dos segmentos que ela determina na hipotenusa, ou se-
ja,
3) Caso LLL (lado, lado, lado) Dois triângulos são
semelhantes somente se, têm os três lados,
respectivamente, proporcionais. h² = m . n

Triângulo Equilátero

Num triângulo eqüilátero ABC, cujo lado tem medida a:

AH é altura, mediana e bissetriz relativa ao lado BC;


sua medida h é dada por:

Relações Métricas no triângulo Retângulo

Caso ABC seja um triângulo retângulo em A, traçando-se


a altura AH, relativa à hipotenusa, ficam definidos os seguin-
tes elementos.
Relações Métricas
Triângulo Retângulo
O baricentro (ponto de intersecção das medianas), o or-
Num triângulo ABC, retângulo em A, indicamos por: tocentro (ponto de intersecção das retas suportes das altu-
ras), o incentro (ponto de intersecção das bissetrizes inter-
A a medida da hipotenusa BC nas) e o circuncentro(ponto de intersecção das mediatrizes
dos lados) coincidem.
B a medida do cateto AC
O baricentro divide cada mediana em duas partes tais
C a medida do cateto AB que a que contém o vértice é o dobro da outra.

H a medida de AH, altura relativa a BC Quadrado

M a medida de HC, projeção ortogonal de AC sobre BC Num quadrado, cujo lado tem medida a, a medida d de
uma diagonal é dada por:
N a medida de BH, projeção ortogonal de AB sobre BC.

d = a √2

Teorema de Tales

A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da Se um feixe de paralelas determina segmentos congru-
hipotenusa, ou seja, entes sobre uma transversal, então esse feixe determina
segmentos congruentes sobre qualquer outra transversal.
b² + c² = a² (teorema de Pitágoras).

O quadrado da medida de um cateto é igual ao produto da


medida da hipotenusa pela medida da projeção ortogo-
nal desse cateto sobre a hipotenusa, ou seja,

Raciocínio Lógico 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos
republicanos.
(B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto
dos marinheiros.
(C) todos os republicanos são marinheiros.
(D) algum marinheiro não é republicano.
(E) nenhum marinheiro é republicano.

2. Assinale a alternativa que apresenta uma contra-


dição.

(A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetari-


ano é espião.
(B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano
- Um feixe de paralelas separa, sobre duas transversais
não é espião.
quaisquer, segmentos de uma proporcionais aos segmentos
(C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião
correspondentes na outra.
não é vegetariano.
(D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não
é vegetariano.
(E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é
vegetariano.

3. Todos os que conhecem João e Maria admiram


Maria. Alguns que conhecem Maria não a admi-
ram. Logo,

(A) todos os que conhecem Maria a admiram.


(B) ninguém admira Maria.
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.
(D) quem conhece João admira Maria.
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria.

4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Ge-


raldo não é mais rico do que quem o inveja. Logo,

(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre


do que Válter.
(B) Geraldo é mais rico do que Válter.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do
que ele.
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele.
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter.

5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de


gasolina e a banca de jornal, e o posto de gasoli-
na fica entre a banca de jornal e a sapataria. Logo,

(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a pada-


ria.
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e
a padaria.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca
de jornal.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de ga-
solina.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a pa-
daria.

6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obti-


das pela sua equipe nos últimos quatro jogos,
decide apostar que essa equipe também vencerá
o próximo jogo. Indique a Informação adicional
que tornaria menos provável a vitória esperada.
Fonte: http://www.brasilescola.com
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez
de apenas quatro.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de
PROVA SIMULADA que não choverá no próximo jogo.
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por
1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sen- uma diferença de mais de um gol.
do, (D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do esti-
ramento muscular.

Raciocínio Lógico 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados
em seu campo e os outros dois, em campo ad- 13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não te-
versário. nho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de
rosas. Logo,
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana.
Fátima corre tanto quanto Juliana. Logo, (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
de rosas.
(A) Fátima corre menos do que Rita. (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma
(B) Fátima corre mais do que Marta. dúzia de rosas.
(C) Juliana corre menos do que Rita. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia
(D) Marta corre mais do que Juliana. dúzia de lírios.
(E) Juliana corre menos do que Marta. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas
dúzias de lírios.
8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia
se ir de Y a Z. O número de caminhos de X a Z que de lírios.
passam por Y é
14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sen-
(A) 10. do,
(B) 12.
(C) 18. (A) seu esforço é condição suficiente para vencer.
(D) 24. (B) seu esforço é condição necessária para vencer.
(E) 32. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plan- (E) mesmo que se esforce, você não vencerá.
tas que tem clorofila são comestíveis. Logo,
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então
(A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) algumas plantas verdes não são comestíveis. (A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
(C) algumas plantas comestíveis têm clorofila. (B) os sobrinhos de não músicos sempre são músi-
(D) todas as plantas que têm clorofila são comestí- cos.
veis. (C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
(E) todas as plantas vendes são comestíveis. (D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são mú-
10. A proposição 'É necessário que todo aconteci- sicos.
mento tenha causa' é equivalente a
16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre.
(A) É possível que algum acontecimento não tenha O paciente está bem. Logo, o paciente
causa. (A) TEM FEBRE E NÃO ESTÁ BEM.
(B) Não é possível que algum acontecimento não te- (B) TEM FEBRE OU NÃO ESTÁ BEM.
nha causa. (C) TEM FEBRE.
(C) É necessário que algum acontecimento não tenha (D) NÃO TEM FEBRE.
causa. (E) NÃO ESTÁ BEM.
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha
causa. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
(E) É impossível que algum acontecimento tenha às questões de nº 17 e 18.
causa.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendi-
11. Continuando a seqüência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... , zado será sobre a educação universal. Através dos tempos,
temos as escolas, em sua maioria, gastaram horas intermináveis
tentando ensinar coisas que eram melhor aprendidas do que
(A) 21. ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma com-
(B) 22. portamental e através de exercícios, repetição e feedback.
(C) 23. Pertencem a esta categoria todas as matérias ensinadas no
(D) 24. primeiro grau, mas também muitas daquelas ensinadas em
(E) 25. estágios posteriores do processo educacional. Essas maté-
rias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história, bio-
12. ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e logia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia,
até predileção por estados cognitivos de conflito, diagnóstico médico e a maior parte da engenharia - são
em que o problema ainda não é totalmente com- melhor aprendidas através de programas de computador. O
preendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a professor motiva, dirige, incentiva. Na verdade, ele passa a
resposta correta', essa ansiedade pode impedir a ser um líder e um recurso.
exploração mais completa do problema.' (David
Canaher, Senso Crítico). Na escola de amanhã os estudantes serão seus pró-
O AUTOR QUER DIZER QUE O PENSADOR CRÍ- prios instrutores, com programas de computador como fer-
TICO ramentas. Na verdade, quanto mais jovens forem os estu-
(A) precisa tolerar respostas corretas. dantes, maior o apelo do computador para eles e maior o
(B) nunca sabe a resposta correta. seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente,
(C) precisa gostar dos estados em que não sabe a a escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de
resposta correta. mão-de-obra. A escola de primeiro grau de amanhã será
(D) que não fica aflito explora com mais dificuldades fortemente intensiva de capital.
os problemas.
(E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.

Raciocínio Lógico 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educa-
ção universal apresenta tremendos desafios. Os conceitos (A) 30.
tradicionais de educação não são mais suficientes. Ler, (B) 35.
escrever e aritmética continuarão a ser necessários como (C) 37.
hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens (D) 42.
básicos. Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; (E) 44.
uma compreensão básica de ciência e da dinâmica da tec-
nologia; conhecimento de línguas estrangeiras. Também INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder
será necessário aprender a ser eficaz como membro de uma às questões de nº 23 e 24.
organização, como empregado." (Peter Drucker, A socieda-
de pós-capitalista). “Os homens atribuem autoridade a comunicações de
posições superiores, com a condição de que estas comuni-
17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como
cações sejam razoavelmente consistentes com as vanta-
aritmética, ortografia, história e biologia
gens de escopo e perspectiva que são creditadas a estas
posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, in-
(A) Deve Ocorrer Apenas No Primeiro Grau. dependente da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a
(B) deve ser diferente do ensino de matérias como posição. E muitas vezes reconhecido que, embora este
neurocirurgia e diagnóstico médico. sujeito possa ter habilidade pessoal limitada, sua recomen-
(C) será afetado pelo desenvolvimento da informáti- dação deve ser superior pela simples razão da vantagem de
ca. posição. Esta é a autoridade de posição”.
(D) não deverá se modificar, nas próximas décadas.
(E) deve se dar através de meras repetições e exer- Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade supe-
cícios. rior. O seu conhecimento e a sua compreensão, indepen-
dentemente da posição, geram respeito. Os homens atribu-
18. Para o autor, neste novo cenário, o computador
em autoridade ao que eles dizem, em uma organização,
apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.'
(A) terá maior eficácia educacional quanto mais jo- (Chester Barnard, The Functions of the Executive).
vem for o estudante.
(B) tende a substituir totalmente o professor em sala 23. Para o autor,
de aula.
(C) será a ferramenta de aprendizado para os profes- (A) autoridade de posição e autoridade de liderança
sores. são sinônimos.
(D) tende a ser mais utilizado por médicos. (B) autoridade de posição é uma autoridade superior
(E) será uma ferramenta acessória na educação. à autoridade de liderança.
(C) a autoridade de liderança se estabelece por ca-
19. Assinale a alternativa em que se chega a uma
racterísticas individuais de alguns homens.
conclusão por um processo de dedução.
(D) a autoridade de posição se estabelece por habili-
dades pessoais superiores de alguns líderes.
(A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro (E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade
cisne branco ... então todos os cisnes são bran- de liderança são ineficazes.
cos.
(B) Vi um cisne, então ele é branco. 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as
(C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes de- pessoas
vem ser brancos.
(D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é (A) não costumam respeitar a autoridade de posição.
branco. (B) também respeitam autoridade que não esteja li-
(E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne gada a posições hierárquicas superiores.
pode ser branco. (C) respeitam mais a autoridade de liderança do que
de posição.
20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos
(D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade.
gorda do que Bruna. Logo,
(E) confundem autoridade de posição e liderança.
(A) Vera é mais gorda do que Bruna. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna. cientista deduz uma predição sobre a ocorrência
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia. de um certo eclipse solar. Todavia, sua predição
(D) Vera é menos gorda do que Cátia. mostra-se falsa. O cientista deve logicamente
(E) Bruna é menos gorda do que Vera. concluir que
21. Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa.
(A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa.
(B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é ver-
(C) todo animal é cavalo. dadeira.
(D) nem todo cavalo é animal. (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verda-
(E) nenhum animal é cavalo. deira.
22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha as-
mas não praticam vôlei e há 8 alunos que prati- sistencial, então ele cometeu um grave delito.
cam vôlei mas não praticam futebol. O total dos Mas Francisco não desviou dinheiro da campanha
que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alu- assistencial. Logo,
nos que não praticam futebol. O número de alu-
nos da classe é

Raciocínio Lógico 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) Francisco desviou dinheiro da campanha assis- 33- A operação Å x é definida como o dobro do quadrado de
tencial. x. Assim, o valor da expressão Å 21/2 - Å [ 1Å 2 ] é igual a
(B) Francisco não cometeu um grave delito. a) 0
(C) Francisco cometeu um grave delito. b) 1
(D) alguém desviou dinheiro da campanha assisten- c) 2
cial. d) 4
(E) alguém não desviou dinheiro da campanha assis- e) 6
tencial.
34- Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de
27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo, um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e
Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um
(A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu. deles respondeu:
(B) Rodrigo é culpado. Armando: "Sou inocente"
(C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado. Celso: "Edu é o culpado"
(D) Rodrigo mentiu. Edu: "Tarso é o culpado"
(E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu. Juarez: "Armando disse a verdade"
Tarso: "Celso mentiu"
28. Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H . . Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que
..., ..., temos, respectivamente, todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o
culpado é:
(A) O, P. a) Armando
(B) I, O. b) Celso
(C) E, P. c) Edu
(D) L, I. d) Juarez
(E) D, L. e) Tarso

29. Continuando a seqüência 4, 10, 28, 82, ..., temos 35- Três rapazes e duas moças vão ao cinema e desejam
sentar-se, os cinco, lado a lado, na mesma fila. O número de
(A) 236. maneiras pelas quais eles podem distribuir-se nos assentos
(B) 244. de modo que as duas moças fiquem juntas, uma ao lado da
(C) 246. outra, é igual a
(D) 254. a) 2
(E) 256. b) 4
c) 24
30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclu- d) 48
são verdadeira (que corresponde à realidade) e o e) 120
argumento inválido (do ponto de vista lógico).
36- De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matriculados
(A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, por- em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matriculados nem
tanto Sócrates é mortal. em Inglês nem em Francês. Seleciona-se, ao acaso, um dos
(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é 200 estudantes. A probabilidade de que o estudante selecio-
um ser, e todo ser é homem. nado esteja matriculado em pelo menos uma dessas discipli-
(C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto nas (isto é, em Inglês ou em Francês) é igual a
cachorros não são gatos. a) 30/200
(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo b) 130/200
pensamento é um movimento, visto que todos os c) 150/200
raciocínios são movimentos. d) 160/200
(E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco e) 190/200
pés, portanto algumas cadeiras tem quatro pés.
37- Uma herança constituída de barras de ouro foi totalmente
31 - Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, dividida entre três irmãs: Ana, Beatriz e Camile. Ana, por ser
também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessaria- a mais velha, recebeu a metade das barras de ouro, e mais
mente que meia barra. Após Ana ter recebido sua parte, Beatriz recebeu
a) todo C é B a metade do que sobrou, e mais meia barra. Coube a Camile
b) todo C é A o restante da herança, igual a uma barra e meia. Assim, o
c) algum A é C número de barras de ouro que Ana recebeu foi:
d) nada que não seja C é A a) 1
e) algum A não é C b) 2
c) 3
32- Considere as seguintes premissas (onde X, Y, Z e P são d) 4
conjuntos não vazios): e) 5
Premissa 1: "X está contido em Y e em Z, ou X está contido
em P" 38- Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre
Premissa 2: "X não está contido em P" verdadeira, independentemente da verdade dos termos que
Pode-se, então, concluir que, necessariamente a compõem. Um exemplo de tautologia é:
a) Y está contido em Z a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) X está contido em Z b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) Y está contido em Z ou em P c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é
d) X não está contido nem em P nem em Y gordo
e) X não está contido nem em Y e nem em Z d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e
Guilherme é gordo
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo

Raciocínio Lógico 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
39- Sabe-se que a ocorrência de B é condição necessária 46- Se Frederico é francês, então Alberto não é alemão. Ou
para a ocorrência de C e condição suficiente para a ocorrên- Alberto é alemão, ou Egídio é espanhol. Se Pedro não é
cia de D. Sabe-se, também, que a ocorrência de D é condi- português, então Frederico é francês. Ora, nem Egídio é
ção necessária e suficiente para a ocorrência de A. Assim, espanhol nem Isaura é italiana. Logo:
quando C ocorre, a) Pedro é português e Frederico é francês
a) D ocorre e B não ocorre b) Pedro é português e Alberto é alemão
b) D não ocorre ou A não ocorre c) Pedro não é português e Alberto é alemão
c) B e A ocorrem d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês
d) nem B nem D ocorrem e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês
e) B não ocorre ou A não ocorre
47- Se Luís estuda História, então Pedro estuda Matemática.
40- Ou A=B, ou B=C, mas não ambos. Se B=D, então A=D. Se Helena estuda Filosofia, então Jorge estuda Medicina.
Ora, B=D. Logo: Ora, Luís estuda História ou Helena estuda Filosofia. Logo,
a) B ¹ C segue-se necessariamente que:
b) B ¹ A a) Pedro estuda Matemática ou Jorge estuda Medicina
c) C = A b) Pedro estuda Matemática e Jorge estuda Medicina
d) C = D c) Se Luís não estuda História, então Jorge não estuda Me-
e) D ¹ A dicina
d) Helena estuda Filosofia e Pedro estuda Matemática
41- De três irmãos – José, Adriano e Caio –, sabe-se que ou e) Pedro estuda Matemática ou Helena não estuda Filosofia
José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. Sabe-se,
também, que ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais 48- Se Pedro é inocente, então Lauro é inocente. Se Roberto
velho. Então, o mais velho e o mais moço dos três irmãos é inocente, então Sônia é inocente. Ora, Pedro é culpado ou
são, respectivamente: Sônia é culpada. Segue-se logicamente, portanto, que:
a) Caio e José a) Lauro é culpado e Sônia é culpada
b) Caio e Adriano b) Sônia é culpada e Roberto é inocente
c) Adriano e Caio c) Pedro é culpado ou Roberto é culpado
d) Adriano e José d) Se Roberto é culpado, então Lauro é culpado
e) José e Adriano e) Roberto é inocente se e somente se Lauro é inocente

42- Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é 49- Maria tem três carros: um Gol, um Corsa e um Fiesta.
florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho Um dos carros é branco, o outro é preto, e o outro é azul.
canta. Logo: Sabe-se que: 1) ou o Gol é branco, ou o Fiesta é branco, 2)
a) o jardim é florido e o gato mia ou o Gol é preto, ou o Corsa é azul, 3) ou o Fiesta é azul, ou
b) o jardim é florido e o gato não mia o Corsa é azul, 4) ou o Corsa é preto, ou o Fiesta é preto.
c) o jardim não é florido e o gato mia Portanto, as cores do Gol, do Corsa e do Fiesta são, respec-
d) o jardim não é florido e o gato não mia tivamente,
e) se o passarinho canta, então o gato não mia a) branco, preto, azul
b) preto, azul, branco
43- Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados com c) azul, branco, preto
Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente nesta or- d) preto, branco, azul
dem). Perguntados sobre os nomes das respectivas espo- e) branco, azul, preto
sas, os três fizeram as seguintes declarações:
Nestor: "Marcos é casado com Teresa" 50- Um rei diz a um jovem sábio: "dizei-me uma frase e se
Luís: "Nestor está mentindo, pois a esposa de Marcos é ela for verdadeira prometo que vos darei ou um cavalo veloz,
Regina" ou uma linda espada, ou a mão da princesa; se ela for falsa,
Marcos: "Nestor e Luís mentiram, pois a minha esposa é não vos darei nada". O jovem sábio disse, então: "Vossa
Sandra" Majestade não me dará nem o cavalo veloz, nem a linda
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e que o marido espada".
de Teresa disse a verdade, segue-se que as esposas de Para manter a promessa feita, o rei:
Luís, Marcos e Nestor são, respectivamente: a) deve dar o cavalo veloz e a linda espada
a) Sandra, Teresa, Regina b) deve dar a mão da princesa, mas não o cavalo veloz nem
b) Sandra, Regina, Teresa a linda espada
c) Regina, Sandra, Teresa c) deve dar a mão da princesa e o cavalo veloz ou a linda
d) Teresa, Regina, Sandra espada
e) Teresa, Sandra, Regina d) deve dar o cavalo veloz ou a linda espada, mas não a mão
da princesa
44- A negação da afirmação condicional "se estiver choven- e) não deve dar nem o cavalo veloz, nem a linda espada,
do, eu levo o guarda-chuva" é: nem a mão da princesa
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva RESPOSTAS
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva 01. B 11. C 21. B 31. C 41. B
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva 02. A 12. C 22. E 32. B 42. C
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva 03. C 13. D 23. C 33. C 43. D
04. E 14. A 24. B 34. E 44. E
45- Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, 05. E 15. A 25. C 35. D 45. A
do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: 06. B 16. D 26. E 36. D 46. B
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista 07. B 17. C 27. A 37. E 47. A
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro 08. D 18. A 28. D 38. A 48. C
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista 09. C 19. D 29. B 39. C 49. E
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista 10. B 20. D 30. E 40. A 50. B
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista

Raciocínio Lógico 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A Informática, desde o seu surgimento, facilitou a vida dos seres hu-
manos em vários sentidos e nos dias de hoje pode ser impossível viver
NOÇÕES DE INFORMÁTICA: sem o uso dela.queconceito.com.Br

Tipos De Computadores
Emerson Rezende
Podemos dizer com tranquilidade que vivemos atualmente um verda-
deiro “boom” no que se refere à diversidade de formas, preços, tamanhos e
cores de computadores pessoais. A variedade é tão grande que o consu-
midor pode se sentir perdido em meio a tantas opções ou, na pior das
hipóteses, até mesmo enganado ou prejudicado. Afinal, já pensou adquirir
determinado equipamento e descobrir que poderia ter comprado outro? E
que ele só não fez isso porque não hava sido informado, seja pela impren-
sa especializada, pelos “amigos que manjam de informática” ou, pior, pelo
vendedor da loja?
Quem detém a informação, detém o poder, caro leitor internauta. Va-
mos mostrar aqui alguns exemplos do quanto o formato dos computadores
pessoais (PCs) podem variar. E detalhe: com exceção do tablet, todos os
1. Conhecimentos básicos de linguagens de programação modelos estão à venda por aí.
relativos a Lógica e Estrutura de programação.
2. Conceitos básicos de Datamining e Datawarehouse. Desktops e notebooks
3. Conceitos básicos de armazenamento de dados. Banco de Vamos dar uma repassada nos tipos básicos de computador. Os desk-
Dados Relacional. tops são os computadores de mesas. Compostos por monitor, mouse,
4. Conceitos básicos sobre a arquitetura e administração de teclado e a Unidade de Processamento Central (CPU), aquele módulo
Banco de Dados. onde ficam o drive óptico, disco rígido e demais componentes, é o formato
5. Conhecimentos básicos de ambiente de servidores: Estru- mais tradicional dos PCs. A maior vantagem dos desktops é maior possibi-
tura de servidores físicos e virtualizados. lidade de se fazer upgrade no hardware. Trocar o disco rígido por um mais
6. Conceito de Computação em Nuvem (Cloud Computing). espaçoso, instalar mais memória RAM ou mesmo uma placa de vídeo mais
7. Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição robusta são tarefas bem mais fáceis do que em outros tipos de computa-
de textos, planilhas e apresentações. dor. Os notebooks (termo cuja tradução literal é cadernos), são a versão
8. Conceitos e modos de utilização de ferramentas e aplicati- móvel dos desktops. E este é o seu grande trunfo: poder ser levado para
vos de navegação na Internet, correio eletrônico, redes soci- tudo quanto é lado. E com o aprimoramento dos processadores voltados
ais, grupos de discussão e de busca. para esse tipo de equipamento, muitos notebooks – também conhecidos
9. Conceitos básicos sobre ameaças e segurança da infor- como laptops ou computadores de colo – não perdem em nada para os
mação. desktops quando o assunto é desempenho. Aliás, há modelos portáteis tão
poderosos e grandes que até foram classificados em outra categoria de
Definição computador: a dos desknotes, notebooks com telas de 17 polegadas ou
A informática é a ciência que tem como objetivo estudar o tratamento mais, que mais servem para ficar na mesa do que na mochila. O lado ruim
da informação através do computador. Este conceito ou esta definição é dos notes tradicionais é que são mais limitados em termos de upgrade, já
ampla devido a que o termo informática é um campo de estudo igualmente que além de não contarem com a mesma diversidade de componentes que
amplo. os seus irmãos de mesa, uma expansão de funções em um notebook é
A informática ajuda ao ser humano na tarefa de potencializar as capa- bem mais cara.
cidades de comunicação, pensamento e memória. A informática é aplica-
da em várias áreas da atividade social, e podemos perfeitamente usar All-in-one ou Tudo-em-um
como exemplo as aplicações multimídia, arte, desenho computadorizado, Como o próprio nome diz, esse computador de mesa – ou desktop –
ciência, vídeo jogos, investigação, transporte público e privado, telecomu- traz tudo dentro de uma única peça. Nada de monitor de um lado e CPU do
nicações, robótica de fabricação, controle e monitores de processos indus- outro: tudo o que vai neste último foi incorporado ao gabinete do monitor, o
triais, consulta e armazenamento de informação, e até mesmo gestão de que inclui placa-mãe, disco rígido, drive óptico, portas USB e por aí vai. Já
negócios. A informática se popularizou no final do século XX, quando teclado e mouse continuam de fora. Mas o bom é que diversos modelos de
somente era usada para processos industriais e de uso muito limitado, e computador AIO vêm com modelos sem fios desse acessório. Ou seja, se
passou a ser usada de forma doméstica estendendo seu uso a todo aquele você for o felizardo comprador de um PC do tipo com uma tela de 20
que pudesse possuir um computador. A informática, à partir de essa época polegadas ou superior, mais placa sintonizadora de TV (digital, de prefe-
começou a substituir os costumes antigos de fazer quase tudo a mão e rência) poderá usá-lo com um televisor turbinado. Imagina poder assistir
potencializou o uso de equipamentos de música, televisores, e serviços tão TV, gravar a programação, dar stop na transmissão de TV ao vivo e, ainda
essenciais nos dias atuais como a telecomunicação e os serviços de um por cima, dar uma “internetada” na hora do intervalo? E, pra completar,
modo geral. sem ver a bagunça de cabos típica dos desktops convencionais e ainda
O termo informática provém das palavras de origem francesa “informa- contar com tela touschscreen – como o modelo ao lado, o HP TouchS-
tique” (união das palavras “information”, Informática e “Automatique”, mart? Os pontos negativos desse equipamento são o custo, bem mais alto
automática. Se trata de um ramo da engenharia que tem relação ao trata- do que o de um desktop convencional.
mento da informação automatizada mediante o uso de máquinas. Este
campo de estudo, investigação e trabalho compreende o uso da computa- Tablet PC
ção para solucionar problemas vários mediante programas, desenhos, Há anos que a indústria aposta nos tablets PCs, computadores portá-
fundamentos teóricos científicos e diversas técnicas. teis que contam com tela sensível ao toque rotacionável. A possibilidade de
A informática produziu um custo mais baixo nos setores de produção e torcer a tela e dobrá-la sobre o teclado faz com que seja possível segurá-lo
o incremento da produção de mercadorias nas grandes indústrias graças a com uma mão (o que pode ser um pouco penoso por causa do peso) e
automatização dos processos de desenho e fabricação. escrever ou desenhar na tela com a outra por meio de uma canetinha
Com aparecimento de redes mundiais, entre elas, a mais famosa e co- conhecida como stylus. Os ancestrais diretos dos tablets atuais já viveram
nhecida por todos hoje em dia, a internet, também conhecida como a rede dias melhores no mercado. No entanto, ainda são lançados modelos do
das redes, a informação é vista cada vez mais como um elemento de tipo todos os anos, como o netbook conversível Asus EeePC Touch
criação e de intercambio cultural altamente participativo. T101MT quetestamos há alguns dias. Voltados principalmente para o

Informática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mercado corporativo, dificilmente você, usuário doméstico, verá um desses mentos expostos sobre a sua superfície. Estes dados serão armazenados
sendo usado por aí. no próprio computador.
Microfone – Periférico de entrada com a função de gravação de voz e
Netbook testes de pronuncias. Também podem ser usados para conversação
Versão reduzida e bem mais econômica dos notebooks, os netbooks online.
surgiram como a mais nova sensação do mercado – mas não conseguiram Dispositivo de Saída do Computador
manter o pique. A queda do preço dos notebooks e o surgimento de outros
tipos de computador reduziram o alcance desses pequenos. Como contam Monitor – Principal dispositivo de saída de um computador. Sua fun-
com pouquíssimos recursos computacionais, são voltados para o usuário ção é mostrar tudo que está sendo processado pelo computador.
que vive em trânsito e só precisa acessar a internet para baixar e-mails, Impressora – Dispositivo com a função de imprimir documentos para
visitar um site ou outro e...só. Nem com drive óptico eles vêm, o que obriga um plano, folha A4, A3, A2, A1 e etc. Este documento pode ser um dese-
o proprietário a comprar um drive externo ou depender de arquivos que nho, textos, fotos e gravuras. Existem diversos tipos de impressora as mais
possam ser rodados a partir de pen drives caso necessite instalar mais conhecidas são a matricial, jato de tinta, a laser e a Plotter.
programas. E como são equipados com telas de até 10 polegadas e pro- Caixas de Som – Dispositivo essencial para quem desejar processar
cessadores da família Intel Atom, dificilmente o usuário conseguirá rodar arquivos de áudio como MP3, WMA e AVI.
algum programa diferente do que os que já vêm com ele. Por outro lado, Dispositivos de Entrada e Saída
em matéria de consumo de bateria, os netbooks são imbatíveis: há mode- O avanço da tecnologia deu a possibilidade de se criar um dispositivo
los que aguentam até 10 horas longe da tomada em uso normal. com a capacidade de enviar e transmitir dados. Tais periféricos são classi-
ficados como dispositivos de entrada e saída. São eles:
Nettop
Pen Drives – Tipo de memória portátil e removível com capacidade de
Eis um dos formatos (ou fatores de forma, para os mais técnicos) de
transferir dados ou retirar dados de um computador.
computador mais surpreendente que você pode encontrar. Trata-se da
versão de mesa dos netbooks. Ou seja, pegue um desses, tire a tela , o Impressora Multifuncional - Como o próprio nome já diz este tipo im-
teclado e coloque tudo isso em um gabinete do tamanho de uma caixa de pressora poder servir tanto como copiadora ou scanner.
DVD (ok, um pouco maior, vai) e você terá um glorioso nettop. Feitos Monitor Touchscreen – Tela de monitor sensível ao toque. Através
inicialmente para serem uma versão econômica de PCs para uso comercial dela você recebe dados em forma de imagem e também enviar dados e
– como caixas de lojas e supermercados, por exemplo – logo surgiram comandos ao computador através do toque. A tecnologia é mais usada na
modelos para serem conectados à TV, como o aparelho produzido pela indústria telefônica e seu uso em monitores de computadores ainda está
Positivo Informática ao lado. Com saída HDMI, leitor de disco Blu-Ray e um em fase de expansão.
processador Intel Atom que trabalha em conjunto com um chip gráfico
Secure Digital Card
poderoso, esse computador ainda traz o poder do Windows Media Center
para dar mais inteligência à sua TV. O lado ruim do nettop é que ainda há No básico, cartões SD são pequenos cartões que são usados
pouquíssimos modelos no mercado e, os que já foram lançados, não são popularmente em câmeras, celulares e GPS, para fornecer ou aumentar a
nada baratos. memória desses dispositivos. Existem muitas versões, mas a mais
conhecida, sem dúvida é o micro-SD, o cartão de memória que funciona na
Dispositivos de Entrada e Saída do Computador maioria dos celulares.
Os cartões de memória Secure Digital Card ou SD Card são uma
Dispositivos de entrada/saída é um termo que caracteriza os tipos de
evolução da tecnologiaMultiMediaCard (ou MMC). Adicionam capacidades
dispositivo de um computador.
de criptografia e gestão de direitos digitais (daí oSecure), para atender às
Imput/Output é um termo da informática referente aos dispositivos
exigências da indústria da música e uma trava para impedir alterações ou a
de Entrada e Saída.
exclusão do conteúdo do cartão, assim como os disquetes de 3½".
Quando um hardware insere dados no computador, dizemos que ele é
um dispositivo de entrada. Agora quando esses dados são colocados a Se tornou o padrão de cartão de memória com melhor custo/benefício
mostra, ou quando saem para outros dispositivos, dizemos que estes do mercado (ao lado do Memory Stick), desbancando o
hardwares são dispositivos de saída. concorrente Compact Flash, devido a sua popularidade e portabilidade, e
Saber quais são os dispositivos de entrada e saída de um computador conta já com a adesão de grandes fabricantes
é fácil. Não pense que é um bicho de sete cabeças. Listarei neste artigo os como Canon,Kodak e Nikon que anteriormente utilizavam exclusivamente o
principais dispositivos de entrada e saída do computador. padrão CF (sendo que seguem usando o CF apenas em suas câmeras
profissionais). Além disso, está presente também
Dispositivo de Entrada do Computador em palmtops, celulares (nos modelos MiniSD, MicroSD e Transflash),
Teclado – Principal dispositivo de entrada do computador. É nele que sintetizadores MIDI, tocadores de MP3 portáteis e até em aparelhos de
você insere caracteres e comandos do computador. No inicio da computa- som automotivo.
ção sua existência era primordial para que o ser humano pudesse interagi Hardware
com o computador. O inserimento de dados eram feitos através dos prompt
O hardware pode ser definido como um termo geral para
de comandos.
equipamentos como chaves, fechaduras, dobradiças, trincos, puxadores,
Mouse – Não menos importante que os teclados os mouses ganharam fios, correntes, material de canalização, ferramentas, utensílios, talheres e
grande importância com advento da interface gráfica. É através dos botões peças de máquinas. No âmbito eletrônico o termo "hardware" é bastante
do mouse que interagirmos com o computador. Os sistemas operacionais utilizado, principalmente na área de computação, e se aplica à unidade
de hoje estão voltados para uma interface gráfica e intuitiva onde é difícil central de processamento, à memória e aos dispositivos de entrada e
imaginar alguém usando um computador sem este periférico de entrada. saída. O termo "hardware" é usado para fazer referência a detalhes
Ícones de programas, jogos e links da internet, tudo isto é clicado através específicos de uma dada máquina, incluindo-se seu projeto lógico
dos mouses. pormenorizado bem como a tecnologia de embalagem da máquina.
Touchpad – É um dispositivo sensível ao toque que na informática O software é a parte lógica, o conjunto de instruções e dados
tem a mesma função que o mouse. São utilizados principalmente em processado pelos circuitos eletrônicos do hardware. Toda interação dos
Notebooks. usuários de computadores modernos é realizada através do software, que
Web Cam – Câmera acoplada no computador e embutida na maioria é a camada, colocada sobre o hardware, que transforma o computador em
dos notebooks. Dependendo do programa usado, sua função e capturar algo útil para o ser humano.
imagens que podem ser salvos tanto como arquivos de imagem ou como O termo "hardware" não se refere apenas aos computadores pessoais,
arquivos de vídeo. mas também aos equipamentos embarcados em produtos que necessitam
Scanner – Periférico semelhante a uma copiadora, mas com função de processamento computacional, como os dispositivos encontrados em
contraria. O escâner tem a função de capturar imagens e textos de docu-

Informática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
equipamentos hospitalares, automóveis, Como o IBM-PC se tornou a arquitetura "dominante" na época, acabou
aparelhos celulares (em Portugal telemóveis), entre outros. tornando-se padrão para os computadores que conhecemos hoje.
Na ciência da computação a disciplina que trata das soluções de
projeto de hardware é conhecida como arquitetura de computadores. Arquitetura aberta
Para fins contábeis e financeiros, o hardware é considerado um bem A arquitectura aberta (atualmente mais utilizada, criada inicialmente
de capital. pela IBM) é a mais aceita atualmente, e consiste em permitir que outras
empresas fabriquem computadores com a mesma arquitetura, permitindo
História do Hardware que o usuário tenha uma gama maior de opções e possa montar seu
A Humanidade tem utilizado dispositivos para auxiliar a computação há próprio computador de acordo com suas necessidades e com custos que
milênios. Pode se considerar que o ábaco, utilizado para fazer cálculos, se enquadrem com cada usuário.
tenha sido um dos primeiros hardwares usados pela humanidade. A partir
do século XVII surgem as primeiras calculadoras mecânicas. Em Arquitetura fechada
1623 Wilhelm Schickard construiu a primeira calculadora mecânica. A arquitetura fechada consiste em não permitir o uso da arquitetura por
APascalina de Blaise Pascal (1642) e a calculadora de Gottfried Wilhelm outras empresas, ou senão ter o controle sobre as empresas que fabricam
von Leibniz (1670) vieram a seguir. computadores dessa arquitetura. Isso faz com que os conflitos
Em 1822 Charles Babbage apresenta sua máquina diferencial e em de hardware diminuam muito, fazendo com que o computador funcione
1835 descreve sua máquina analítica. Esta máquina tratava-se de um mais rápido e aumentando a qualidade do computador. No entanto, nesse
projeto de um computador programável de propósito geral, empregando tipo de arquitetura, o utilizador está restringido a escolher de entre os
cartões perfurados para entrada e uma máquina de vapor para fornecer produtos da empresa e não pode montar o seu próprio computador.
energia. Babbage é considerado o pioneiro e pai da computação. 8Ada Neste momento, a Apple não pertence exatamente a uma arquitetura
Lovelace, filha de lord Byron, traduziu e adicionou anotações ao Desenho fechada, mas a ambas as arquiteturas, sendo a única empresa que produz
da Máquina Analítica. computadores que podem correr o seu sistema operativo de forma legal,
mas também fazendo parte do mercado de compatíveis IBM.
A partir disto, a tecnologia do futuro foi evoluindo passando pela Principais componentes
criação de calculadoras valvuladas, leitores de cartões perfurados,  1 Microprocessador (Intel, AMD e VIA)
máquinas a vapor e elétrica, até que se cria o primeiro computador digital  2 Disco rígido (memória de massa, não volátil, utilizada para
durante a segunda guerra mundial. Após isso, a evolução escrita e armazenamento dos dados)
dos hardwares vem sendo muita rápida e sofisticada. A indústria  3 Periféricos (impressora, scanner, webcam, etc.)
do hardware introduziu novos produtos com reduzido tamanho como  4 Softwares (sistema operativo, softwares específicos)
um sistema embarcado, computadores de uso pessoal, telefones, assim  5 BIOS ou EFI
como as novas mídias contribuindo para a sua popularidade.  6 Barramento
 7 Memória RAM
Sistema binário  8 Dispositivos de multimídia (som, vídeo, etc.)
Os computadores digitais trabalham internamente com dois níveis
 9 Memórias Auxiliares (hd, cdrom, floppy etc.)
de tensão (0:1), pelo que o seu sistema de numeração natural é o sistema
binário (aceso, apagado).
 10 Memória cache
 11 Teclado
Conexões do hardware  12 Mouse
Uma conexão para comunicação em série é feita através de um cabo  13 Placa-Mãe
ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre a CPU e um
dispositivo externo como o mouse e o teclado, um modem, Redes
um digitalizador (scanner) e alguns tipos de impressora. Esse tipo de Existem alguns hardwares que dependem de redes para que possam
conexão transfere um bit de dado de cada vez, muitas vezes de forma ser utilizados, telefones, celulares, máquinas de cartão de crédito, as
lenta. A vantagem de transmissão em série é que é mais eficaz a longas placas modem, os modems ADSL e Cable, os Acess points, roteadores,
distâncias. entre outros.
Uma conexão para comunicação em paralelo é feita através de um A criação de alguns hardwares capazes de conectar dois ou mais
cabo ou grupo de cabos utilizados para transferir informações entre hardwares possibilitou a existência de redes de hardware, a criação
a CPU e um periférico como modem externo, utilizado em conexões de redes de computadores e da rede mundial de computadores (Internet)
discadas de acesso a rede, alguns tipos de impressoras, um disco é, hoje, um dos maiores estímulos para que as pessoas
rÍgido externo dentre outros. Essa conexão transfere oito bits de dado de adquiram hardwares de computação.
cada vez, ainda assim hoje em dia sendo uma conexão mais lenta que as
demais. Overclock
Uma conexão para comunicação USB é feita através de um cabo ou Overclock é uma expressão sem tradução (seria algo como sobre-
um conjunto de cabos que são utilizados para trocar informações entre pulso (de disparo) ou ainda aumento do pulso). Pode-se definir
a CPU e um periférico como webcams, um teclado, um mouse, o overclock como o ato de aumentar a frequência de operação de um
uma câmera digital, um pda, um mp3 player. Ou que se utilizam da componente (em geral chips) que compõe um dispositivo (VGA ou
conexão para armazenar dados como por exemplo um pen drive. As mesmo CPU) no intuito de obter ganho de desempenho. Existem várias
conexões USBs se tornaram muito populares devido ao grande número de formas de efetuar o overclock, uma delas é por software e outra seria
dispositivos que podiam ser conectadas a ela e a utilização do padrão PnP alterando a BIOS do dispositivo.
(Plug and Play). A conexão USB também permite prover a alimentação Exemplos de hardware
elétrica do dispositivo conectada a ela.  Caixas de som
 Cooler
Arquiteturas de computadores  Dissipador de calor
A arquitetura dos computadores pode ser definida como "as diferenças  CPU ou Microprocessador
na forma de fabricação dos computadores".  Dispositivo de armazenamento (CD/DVD/Blu-ray, Disco
Com a popularização dos computadores, houve a necessidade de um Rídido (HD), pendrive/cartão de memória)
equipamento interagir com o outro, surgindo a necessidade de se criar um  Estabilizador
padrão. Em meados da década de 1980, apenas duas "arquiteturas"  Gabinete
resistiram ao tempo e se popularizaram foram: o PC (Personal  Hub ou Concentrador
Computer ou em português Computador Pessoal), desenvolvido pela  Impressora
empresa IBM e Macintosh (carinhosamente chamado de Mac)  Joystick
desenvolvido pela empresa Apple Inc..  Memória RAM

Informática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 Microfone contraste, a maioria das informações armazenadas eletronicamente na
 Modem maioria dos tipos de semicondutores são microcircuitos memória volátil,
 Monitor pois desaparecem com a remoção da energia elétrica.
 Mouse Com exceção de Códigos de barras e OCR, o armazenamento
 No-Break ou Fonte de alimentação ininterrupta eletrônico de dados é mais fácil de se revisar e pode ser mais econômico
 Placa de captura do que métodos alternativos, devido à exigência menor de espaço físico e
 Placa sintonizadora de TV à facilidade na troca (re-gravação) de dados na mesma mídia. Entretanto, a
 Placa de som durabilidade de métodos como impressão em papel é ainda superior à
 Placa de vídeo muitas mídias eletrônicas. As limitações relacionadas à durabilidade podem
 Placa-mãe ser superadas ao se utilizar o método de duplicação dos dados eletrônicos,
 Scanner ou Digitalizador comumente chamados de cópia de segurança ou back-up.
 Teclado
Tipos de dispositivos de armazenamento:
 Webcam
Dispositivo de armazenamento
 Por meios magnéticos. Exemplos: Disco Rígido, disquete.
 Por meios ópticos. Exemplos: CD, DVD.
 Por meios eletrônicos (SSDs) - chip - Exemplos: cartão de
memória, pen drive.
Frisando que: Memória RAM é um dispositivo de armazenamento
temporário de informações.
Dispositivos de armazenamento por meio magnético
Os dispositivos de armazenamento por meio magnético são os mais
antigos e mais utilizados atualmente, por permitir uma grande densidade
de informação, ou seja, armazenar grande quantidade de dados em um
pequeno espaço físico. São mais antigos, porém foram se aperfeiçoando
no decorrer do tempo.
Para a gravação, a cabeça de leitura e gravação do dispositivo gera
um campo magnético que magnetiza os dipolos magnéticos, representando
assim dígitos binários (bits) de acordo com a polaridade utilizada. Para a
leitura, um campo magnético é gerado pela cabeça de leitura e gravação e,
quando em contacto com os dipolos magnéticos da mídia verifica se esta
atrai ou repele o campo magnético, sabendo assim se o pólo encontrado
na molécula é norte ou sul.
Como exemplo de dispositivos de armazenamento por meio
magnético, podemos citar os Discos Rígidos .
Os dispositivos de armazenamento magnéticos que possuem mídias
removíveis normalmente não possuem capacidade e confiabilidade
equivalente aos dispositivos fixos, pois sua mídia é frágil e possui
capacidade de armazenamento muito pequena se comparada a outros
tipos de dispositivos de armazenamento magnéticos.

Dispositivo de armazenamento é um dispositivo capaz de Dispositivos de armazenamento por meio óptico


armazenar informações (dados) para posterior consulta ou uso. Essa Os dispositivos de armazenamento por meio óptico são os mais
gravação de dados pode ser feita praticamente usando qualquer forma utilizados para o armazenamento de informações multimídia, sendo
de energia, desde força manual humana como na escrita, passando por amplamente aplicados no armazenamento de filmes, música, etc. Apesar
vibrações acústicas em gravações fonográficas até modulação de energia disso também são muito utilizados para o armazenamento de informações
eletromagnética em fitas magnéticas e discos ópticos. e programas, sendo especialmente utilizados para a instalação de
Um dispositivo de armazenamento pode guardar informação, programas no computador.
processar informação ou ambos. Um dispositivo que somente guarda Exemplos de dispositivos de armazenamento por meio óptico são
informação é chamado mídia de armazenamento. Dispositivos que os CD-ROMs, CD-RWs, DVD-ROMs, DVD-RWs etc.
processam informações (equipamento de armazenamento de dados)
podem tanto acessar uma mídia de gravação portátil ou podem ter um A leitura das informações em uma mídia óptica se dá por meio de um
componente permanente que armazena e recupera dados. feixe laser de alta precisão, que é projetado na superfície da mídia. A
superfície da mídia é gravada com sulcos microscópicos capazes de
Armazenamento eletrônico de dados é o armazenamento que requer desviar o laser em diferentes direções, representando assim diferentes
energia elétrica para armazenar e recuperar dados. A maioria dos informações, na forma de dígitos binários (bits). A gravação das
dispositivos de armazenamento que não requerem visão e um cérebro para informações em uma mídia óptica necessita de uma mídia especial, cuja
ler os dados se enquadram nesta categoria. Dados eletromagnéticos superfície é feita de um material que pode ser “queimado” pelo
podem ser armazenados em formato analógico ou digital em uma feixe laser do dispositivo de armazenamento, criando assim os sulcos que
variedade de mídias. Este tipo de dados é considerado eletronicamente representam os dígitos binários (bits).
codificado, sendo ou não armazenado eletronicamente em um dispositivo
semicondutor (chip), uma vez que certamente um dispositivo semicondutor Dispositivos de armazenamento por meio eletrônico (SSDs)
foi utilizado para gravá-la em seu meio. A maioria das mídias de Este tipo de dispositivos de armazenamento é o mais recente e é o
armazenamento processadas eletronicamente (incluindo algumas formas que mais oferece perspectivas para a evolução do desempenho na tarefa
de armazenamento de dados de computador) são considerados de de armazenamento de informação. Esta tecnologia também é conhecida
armazenamento permanente (não volátil), ou seja, os dados permanecem como memórias de estado sólido ou SSDs (solid state drive) por não
armazenados quando a energia elétrica é removida do dispositivo. Em

Informática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
possuírem partes móveis, apenas circuitos eletrônicos que não precisam Para comparar:
se movimentar para ler ou gravar informações. • CPU 8086:
Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico podem ser o Numero de transistores 29000
encontrados com as mais diversas aplicações, desde Pen Drives, até o Frequência máxima 8 Mhz
cartões de memória para câmeras digitais, e, mesmo os discos rígidos o Tamanho do registro da CPU 16 bits
possuem uma certa quantidade desse tipo de memória funcionando o Tamanho da BUS externa 16 bits
como buffer. • Core i7
o Suporte: Socket LGA 1366
A gravação das informações em um dispositivo de armazenamento por o Frequência (MHz): 3,2 GHz
meio eletrônico se dá através dos materiais utilizados na fabricação dos o Bus processador: 4,8 GTps
chips que armazenam as informações. Para cada dígito binário (bit) a ser o Gravação: 32 nm
armazenado nesse tipo de dispositivo existem duas portas feitas de o Tamanho Cache L1: 6 x 64 KB
material semicondutor, a porta flutuante e a porta de controle. Entre estas o Tamanho Cache L2: 6 x 256 KB
duas portas existe uma pequena camada de óxido, que quando carregada o Tamanho Cache L3: 12 MB
com elétrons representa um bit 1 e quando descarregada representa o Arquitetura: Core i7 Westmere
um bit 0. Esta tecnologia é semelhante à tecnologia utilizada nas memórias
RAM do tipo dinâmica, mas pode reter informação por longos períodos de Nota-se a diferença entre os processadores. O CPU 8086 tem fre-
tempo, por isso não é considerada uma memória RAM propriamente dita. quência de 8 MHz, enquanto que o i7 tem uma frequência de 3,2 GHz
(3200 MHz), lembrando que o i7 tem 8 núcleos, cada um com estas especi-
Os dispositivos de armazenamento por meio eletrônico tem a ficações.
vantagem de possuir um tempo de acesso muito menor que os dispositivos
por meio magnético, por não conterem partes móveis. O principal ponto Processadores bons são indispensáveis para as mais simples aplica-
negativo desta tecnologia é o seu custo ainda muito alto, portanto ções no dia a dia. Tarefas como abrir um arquivo, até rodar os games mais
dispositivos de armazenamento por meio eletrônico ainda são encontrados atuais, o processador é quem faz tudo isso acontecer.
com pequenas capacidades de armazenamento e custo muito elevado se A Tecnologia dos processadores está evoluindo cada vez mais. Atual-
comparados aos dispositivos magnéticos. mente temos processadores domésticos com 8 núcleos, e cada vez au-
menta mais a capacidade de processamento dos novos produtos lançados
Processador
no mercado. Yuri Pacievitch
O processador, também chamado de CPU (central processing unit), é
Memória RAM e ROM
o componente de hardware responsável por processar dados e transformar
em informação. Ele também transmite estas informações para a placa mãe, De uma forma bastante simplificada, memória é um dispositivo que
que por sua vez as transmite para onde é necessário (como o monitor, possui a função de guardar dados em forma de sinais digitais por certo
impressora, outros dispositivos). A placa mãe serve de ponte entre o tempo. Existem dois tipos de memórias: RAM e ROM.
processador e os outros componentes de hardware da máquina. Outras
funções do processador são fazer cálculos e tomar decisões lógicas. A memória RAM (Random Access Memory) é aquela que permite a
gravação e a regravação dos dados, no entanto, se o computador for
desligado, por exemplo, perde as informações registradas. Já a memória
ROM (Read Only Memory) permite a gravação de dados uma única vez,
não sendo possível apagar ou editar nenhuma informação, somente aces-
sar a mesma.

Software
Software, logiciário ou suporte lógico é uma sequência de
instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação,
redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou
acontecimento. Software também é o nome dado ao comportamento
exibido por essa sequência de instruções quando executada em um
computador ou máquina semelhante além de um produto desenvolvido
pela Engenharia de software, e inclui não só o programa de computador
propriamente dito, mas também manuais e especificações. Para fins
Algumas características do processador em geral: contábeis e financeiros, o Software é considerado um bem de capital.
Este produto passa por várias etapas como: análise
• Frequência de Processador (Velocidade, clock). Medido em hertz, econômica, análise de
define a capacidade do processador em processar informações ao mesmo
requisitos, especificação, codificação,teste, documentação, Treinamento, m
tempo.
anutenção e implantação nos ambientes.
• Cores: O core é o núcleo do processador. Existem processadores- Software como programa de computador
core e multicore, ou seja, processadores com um núcleo e com vários Um programa de computador é composto por uma sequência de
núcleos na mesma peça. instruções, que é interpretada e executada por um processador ou por
uma máquina virtual. Em um programa correto e funcional, essa sequência
• Cache: A memória Cache é um tipo de memória auxiliar, que faz segue padrões específicos que resultam em um comportamento desejado.
diminuir o tempo de transmissão de informações entre o processador e
O termo "software" foi criado na década de 1940, e é um trocadilho
outros componentes
com o termo hardware. Hardware, em inglês, significa ferramenta
• Potência: Medida em Watts é a quantia de energia que é consumi- física. Software seria tudo o que faz o computador funcionar excetuando-se
da por segundo. 1W = 1 J/s (Joule por segundo) a parte física dele.
Um programa pode ser executado por qualquer dispositivo capaz de
A Evolução dos processadores é surpreendente. A primeira marca no interpretar e executar as instruções de que é formado.
mercado foi a INTEL, com o a CPU 4004, lançado em 1970. Este CPU era
para uma calculadora. Por isto, muitos dizem que os processadores come- Quando um software está representado como instruções que podem
çaram em 1978, com a CPU 8086, também da Intel. ser executadas diretamente por um processador dizemos que está escrito
em linguagem de máquina. A execução de um software também pode ser
Alguns anos mais tarde, já em 2006, é lançado o CORE 2 DUO, um intermediada por um programa interpretador, responsável por interpretar e
super salto na tecnologia dos processadores. executar cada uma de suas instruções. Uma categoria especial e o notável

Informática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
de interpretadores são as máquinas virtuais, como a máquina virtual Atualmente, temos um novo tipo de software. O software como serviço,
Java (JVM), que simulam um computador inteiro, real ou imaginado. que é um tipo de software armazenado num computador que se acessa
O dispositivo mais conhecido que dispõe de um processador é o pela internet, não sendo necessário instalá-lo no computador do usuário.
computador. Atualmente, com o barateamento dos microprocessadores, Geralmente esse tipo de software é gratuito e tem as mesmas
existem outras máquinas programáveis, como telefone celular, máquinas funcionalidades das versões armazenadas localmente.
de automação industrial, calculadora etc. Outra classificação possível em 3 tipos é:
A construção de um programa de computador  Software de sistema: Seu objetivo é separar usuário e
Um programa é um conjunto de instruções para o processador programador de detalhes do computador específico que está sendo usado.
(linguagem de máquina). Entretanto, pode-se utilizar linguagens de O software do sistema lhe dá ao usuário interfaces de alto nível e
programação, que traduza comandos em instruções para o processador. ferramentas que permitem a manutenção do sistema. Inclui, entre outros:
Normalmente, programas de computador são escritos em linguagens  Sistemas operacionais
de programação, pois estas foram projetadas para aproximar-se das  Drivers
linguagens usadas por seres humanos. Raramente a linguagem de  ferramentas de diagnóstico
máquina é usada para desenvolver um programa. Atualmente existe uma
quantidade muito grande de linguagens de programação, dentre elas as  ferramentas de Correção e Otimização
mais populares no momento são Java, Visual Basic, C, C++, PHP, dentre  Servidores
outras.  Software de programação: O conjunto de ferramentas que
Alguns programas feitos para usos específicos, como por permitem ao programador desenvolver programas de computador usando
exemplo software embarcado ou software embutido, ainda são feitos em diferentes alternativas e linguagens de programação, de forma prática.
linguagem de máquina para aumentar a velocidade ou diminuir o espaço Inclui, entre outros:
consumido. Em todo caso, a melhoria dos processadores dedicados  Editores de texto
também vem diminuindo essa prática, sendo a C uma linguagem típica
 Compiladores
para esse tipo de projeto. Essa prática, porém, vem caindo em desuso,
principalmente devido à grande complexidade dos processadores atuais,  Intérpretes
dos sistemas operacionais e dos problemas tratados. Muito raramente,  linkers
realmente apenas em casos excepcionais, é utilizado o código de máquina,  Depuradores
a representação numérica utilizada diretamente pelo processador.
 Ambientes de Desenvolvimento Integrado : Agrupamento das
O programa é inicialmente "carregado" na memória principal. Após ferramentas anteriores, geralmente em um ambiente visual, de modo que o
carregar o programa, o computador encontra o Entry Point ou ponto inicial programador não precisa digitar vários comandos para a compilação,
de entrada do programa que carregou e lê as instruções interpretação, depuração, etc. Geralmente equipados com uma interface de
sucessivamente byte por byte. As instruções do programa são passadas usuário gráfica avançada. Fonte Wikipedia
para o sistema ou processador onde são traduzidas da linguagens de
programação para a linguagem de máquina, sendo em seguida executadas O que são Linguagens de Programação
ou diretamente para o hardware, que recebe as instruções na forma de
Por Gabriel Andrade
linguagem de máquina.
Tipos de programas de computador Podemos imaginar o computador como uma su-
Qualquer computador moderno tem uma variedade de programas que per calculadora, capaz de fazer cálculos muito mais rápido que nós, mas
fazem diversas tarefas. para isso devemos dizer para o computador o que deve ser calculado e
como deve ser calculado. A função das linguagens de programação é
Eles podem ser classificados em duas grandes categorias:
exatamente essa, ou seja, servir de um meio de comunicação entre com-
1. Software de sistema que incluiu o firmware (O BIOS dos putadores e humanos.
computadores pessoais, por exemplo), drivers de dispositivos, o sistema
operacional e tipicamente uma interface gráfica que, em conjunto, Existem dois tipos de linguagens de programação: as de baixo nível e
permitem ao usuário interagir com o computador e seus periféricos. as de alto nível. Os computadores interpretam tudo como números em
2. Software aplicativo, que permite ao usuário fazer uma ou mais base binária, ou seja, só entendem zero e um. As linguagens de baixo nível
tarefas específicas. Aplicativos podem ter uma abrangência de uso de são interpretadas diretamente pelo computador, tendo um resultado rápido,
larga escala, muitas vezes em âmbito mundial; nestes casos, os programas porém é muito difícil e incômodo se trabalhar com elas. Exemplos de
tendem a ser mais robustos e mais padronizados. Programas escritos para linguagens de baixo nível são a linguagem binária e a lingua-
um pequeno mercado têm um nível de padronização menor. gem Assembly.
Ainda é possível usar a Exemplo de código em Assembly:
categoria Software embutido ou software embarcado,
indicando software destinado a funcionar dentro de uma máquina que não MOV r0, #0C ;load base address of string into r0
é um computador de uso geral e normalmente com um destino muito LOAD: MOV r1,(r0) ;load contents into r1
específico. CALL PRINT ; call a print routine to print the character in r1
INC r0 ;point to next character
 Software aplicativo: é aquele que permite aos usuários executar
JMP LOAD ;load next character
uma ou mais tarefas específicas, em qualquer campo de atividade que
pode ser automatizado especialmente no campo dos negócios. Inclui, entre Como pode-se notar, é uma linguagem bastante complicada.
outros:
Já as linguagens de alto nível são mais fáceis de se trabalhar e
 Aplicações de controle e sistemas de automação industrial. de entender, as ações são representadas por palavras de ordem (exemplo
 aplicações de informática para o escritório. faça, imprima, etc) geralmente em inglês, foram feitos assim para facilitar a
 Software educacional. memorização e a lógica. Elas não são interpretadas diretamente pelo
 Software de negócios. computador, sendo necessário traduzí-las para linguagem binária utilizan-
do-se de um programa chamado compilador.
 Banco de dados.
 Telecomunicações. Quando programamos em uma linguagem de programação de alto ní-
vel primeiramente criamos um arquivo de texto comum contendo a lógica
 video games. do programa, ou seja, é onde falamos ao computador como deve ser feito
 Software médico. o que queremos. Este arquivo de texto é chamado de código-fonte, cada
 Software de calculo numérico e simbólico. palavra de ordem dentro do código-fonte é chamada de instrução. Após
criarmos o código-fonte devemos traduzir este arquivo para linguagem

Informática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
binária usando o compilador correspondente com a linguagem na qual Análise do problema
estamos programando. O compilador irá gerar um segundo arquivo que
chamamos de executável ou programa, este arquivo gerado é interpretado O processo de análise inicia a partir de um objetivo de busca, seguindo
diretamente pelo computador. um determinado conhecimento; o principal objetivo é a possibilidade de
selecionar os dados e definir as técnicas utilizadas na análise.
Existem algumas linguagens de programação que não necessitam de
compiladores, como o PHP, uma linguagem dedicada à produção de Preparação dos Dados
websites dinâmicos, como o InfoEscola. As instruções em PHP são compi- A preparação consiste em fases internas de coletânea de dados, ava-
ladas e executadas ao mesmo tempo. liação, consolidação e limpeza, seleção dos dados e transformação.
Exemplo de código PHP (alto nível) • Coletânea de dados: Dados provindos de diversas fontes internas
print ("Bem vindos visitantes do InfoEscola!"); ou externas, como por exemplo de cartão de crédito;
print (" Vamos contar até 50:");
• Avaliação: Exame sobre os dados colhidos com o objetivo de i-
for($x=1;$x<=50;$x++) {
dentificar características do modelo da cada informação.
print $x;
print " "; • Consolidação e limpeza: Construção de base de dados a partir
} de correções de erros, remoção de registros e inserção de valores comuns
if(4 == 2) { em campos vazios.
print ("Fim do mundo! 4 é igual a 2!"); • Seleção de dados: É a seleção de dados específicos para cada
} else { modelo de dado, como a seleção de variáveis em colunas ou dependentes.
print ("Ufa! 4 é diferente de 2");
} • Transformação: Ferramenta escolhida para redirecionar a apre-
?> sentação dos dados.
Cada linguagem de programação é diferente da outra, contendo pala- Modelagem
vras-chave próprias. Exemplos de linguagens de alto nível são C++, Ja-
va, C#, Delphi (Pascal), PHP, Visual Basic, etc. Definição de tarefas e técnicas utilizadas sobre a ação de cada algo-
ritmo, etapa que gera um modelo a ser analisado posteriormente.
Análise e validação de resultados
Conceitos básicos de Datamining e Datawarehou-
se. Considerando que um modelo válido nem sempre é um modelo corre-
to, visa detectar o que há de implícito num modelo, e o que nele é mais
Data Mining peculiar na precisão de uma informação.
Por Fernando Rebouças Datawarehouse
Ao pé da letra, Data Mining é uma mineração de dados, uma análise Por Fernando Rebouças
projetada com o objetivo de vasculhar uma grande quantidade de dados.
Na maioria das vezes, são dados relacionados a negócios, empresas, Sistema de computação que visa o armazenamento de informações e
mercado e pesquisas científicas. dados, relacionadas a uma organização de banco de dados. Ao pé da letra
o termo “data warehouse” significa armazém de dados, sendo referido no
O Data Mining busca padronizar sistemas e subconjuntos de dados. Brasil como depósito de dados.
Segue três etapas básicas:
A arquitetura construída sobre a base de dados gera relatórios para
• Exploração análise e estudo de ampla quantidade de informações obtidas. O data
warehouse possibilita facilidade de análise para decisões estratégicas.
• Construção de modelo
• Definição de padrão
• Validação e verificação
Popularmente, o Data Mining tem sido considerado uma ferramenta de
gerenciamento de informação utilizada no intuito de facilitar o acesso e a
organização às estruturas de conhecimento que auxiliem em decisões
de trabalho. Na prática é uma análise de dados exploratórios e de modela-
gem.
O Data Mining integra o KDD (Knowledge Discovery in Database) ,
processo de conhecimento de estruturação de dados. O Data Mining extrai
informações válidas , abrangentes e até mesmo desconhecidas de uma
ampla base de dados.
Não é apenas uma consulta de banco de dados, pois permite a explo-
ração e a inferência de informação. Utiliza técnicas diferenciadas em redes
neurais, evidenciando informações para uma rede hierárquica de decisão e A sigla desse sistema é DW, para muitos analistas em dados, é um
sistemas estatísticos. conjunto de técnicas aplicadas conjuntamente para geração informações a
serem usadas em tomadas de decisão, funcionando na arquitetura cliente-
A busca, muitas vezes, é interativa possibilitando a revisão dos resul- servidor.
tados pelos analistas responsáveis em Data Mining. O objetivo é formatar
novos conjuntos informação refinada retirada de um banco de dados geral. Por exemplo, há análise de amplos volumes de dados provindos de
Após o refino das informações é realizado uma realimentação do sistema sistemas transacionais, esta análise lida com informações ocorridas em
seguindo novos parâmetros. eventos anteriores que servem para uma decisão presente ou futura. Os
eventos anteriores são considerados séries históricas.
Dentre as etapas mais aprofundadas do Data Mining, podemos eluci-
dar as seguintes: Os dados nesse sistema não são voláteis, não mudam, somente em
caso de correções prévias, pois cada informação está disponível somente

Informática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para leitura. A ferramenta mais utilizada para a geração de determinados ou a tarefa, mas esses dados estão relacionados e podem ser reunidos da
dados é a Online Analytical Processing (OLAP). maneira que você especificar.
O conceito sobre o data warehouse surgiu nos anos 80, fase do ama- Mesmo que o banco de dados de uma sociedade possa armazenar in-
durecimento dos sistemas de informação empresarial. Nessa época, o formações de contato dos membros separadamente das suas listas de
sistema OLTP não respondia à crescente demanda de análise via simples voluntários para reciclagem ou de dados para planejamento de feriados,
geração de relatórios. ele também poderá extrair todas essas informações em conjunto sempre
O data warehouse passou a vigorar em grande uso nas gran- que você precisar.
des empresas, sendo uma ferramenta pertencente aoBusiness Intelligence,
um mercado de inteligência e soluções por meio da informática. Portanto, é possível imprimir rapidamente uma lista das pessoas que
se candidataram como voluntários para reciclar papéis no sábado, incluin-
O sistema faz parte de núcleos de sistemas de informações gerenciais do seus endereços e números de telefone atualizados.
e apoio à decisão estratégica. As principais etapas desse sistema são o
Armazenamento, a Modelagem Multidimensional e o Metadado. Os dois conjuntos de dados são relacionais, ou seja, as informações
O Armazenamento ocorre a partir de um depósito único de rápido a- em um conjunto de dados (como o nome de Nancy Davolio na lista de
cesso para análises solicitadas, contendo dados de eventos passados de reciclagem) estão associadas às informações, ou as "conhecem", no outro
bancos transacionais, busca-se a maior quantidade de informações possí- conjunto de dados (informações de contato de Nancy Davolio).
veis para orientar novas decisões.
Para aproveitar ao máximo o seu banco de dados, convém configurar
A Modelagem Multidimensional ocorre pela utilização de normalização as tabelas de dados para refletir as tarefas e os assuntos associados aos
por parte dos sistemas de base de dados tradicionais, no objetivo de seus dados.
alcançar a consistência dos dados, aproveitamento de espaço para o
armazenamento e mitigação de repetições de informação. A utilização de Ao planejar o banco de dados, leve em consideração os cenários nos
dados em formato normalizados amplia o desempenho das consultas. quais os dados serão inseridos, pesquisados ou reportados pelas pessoas.
Uma simples precaução pode ser um grande empreendimento.
O Metadado é dado sobre dados, ou seja, dados sobre os sistemas
que operam sobre determinados dados. A ferramenta essencial para o
Estrutura de um banco de dados
gerenciamento de um Data Warehouse é o repositório de metadados,
devendo conter informações sobre origem de dados , regras, transforma-
ções e formatos. O metadado abrange : origem dos dados, fluxo de dados,
formato dos dados, definições de negócio, etc.
Conceitos básicos de armazenamento de dados. Ban-
co de Dados Relacional.
Conceitos básicos sobre a arquitetura e administra-
ção de Banco de Dados.

Introdução ao Banco de Dados


Aprenda a estrutura e os benefícios de um banco de dados do Micro-
soft® Access e fique familiarizado com as formas de inserir e extrair os
dados de um banco de dados

Um banco de dados pode ajudá-lo a inserir os dados com facilidade,


encontrá-los com rapidez, usá-los para criar etiquetas ou malas diretas,
bem como resumi-los em relatórios impressos ou online. Este curso o Objetos correspondem às partes mais importantes de um banco
ajudará a compreender os benefícios e a estrutura de um banco de dados de dados.
do Access
Os bancos de dados do Access consistem em objetos. Posterior-
Relacionamento mente nesta apostila, descreveremos com mais detalhes os quatro
importantes objetos a seguir:
• Tabelas armazenam dados em linhas e colunas. Todos os bancos
de dados contêm uma ou mais tabelas.
• Consultas recuperam e processam dados. Elas podem combinar
dados de diferentes tabelas, atualizar dados e executar cálculos
com base nesses dados.
• Formulários controlam a entrada e as exibições de dados. Eles
fornecem indicações visuais capazes de facilitar o trabalho com
dados.
• Relatórios fazem o resumo e a impressão de dados. Eles trans-
formam os dados de tabelas e consultas em documentos destina-
dos à comunicação de ideias

Utilizando o banco de dados


1. Tente se lembrar de um banco de dados.
Reflita sobre as situações recentes nas quais você viu um banco de
dados em operação. É bastante provável que uma loja recém-visitada
utilize um banco de dados para gerenciar o inventário, atualizar informa-
ções sobre clientes e gerar recibos ou faturas. Ou, talvez, a sua empresa
utilize um banco de dados para gerenciar informações sobre clientes ou
funcionários.
O Access cria bancos de dados relacionais, ou seja, os dados são
armazenados em várias tabelas separadas de acordo com o assunto 2. Observe os usos do banco de dados.

Informática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Anote como as pessoas utilizaram o banco de dados: Elas pesquisa- Express e suas informações de contato são um registro na tabela Trans-
ram informações sobre clientes? Digitalizaram etiquetas de preços na caixa portadoras.
registradora ou no computador? Verificaram a disponibilidade de mercado- Um campo é um tipo único de fato que pode se aplicar a cada pessoa,
rias no inventário? Imprimiram recibos? evento ou outro registro. Por exemplo, Código Postal é um campo na
tabela Funcionários, enquanto Telefone é um campo na tabela Transporta-
3. Imagine as atividades do banco de dados. doras
Se estiver planejando criar um banco de dados, anote duas ou mais si-
tuações nas quais você (ou outra pessoa na Campos de dados
organização) provavelmente utilizará os dados, como na criação de um
relatório de status mensal, na revisão de
dados de vendas, no envio de cartas modelo ou no lançamento de no-
tas de estudantes em tarefa

Organizar os dados em tabelas

1 - Se um nome de campo existente não for suficientemente descritivo,


você poderá renomear o campo.
Todos os bancos de dados do Access contêm pelo menos uma 2 - Os tipos de dados de um campo limitam e descrevem os tipos de
tabela. Neste capitulo , mostraremos a composição de uma tabela e informações que podem ser inseridas nesse campo, como Número ou
como você pode estruturá-las de acordo com os seus dados. Moeda.
3 - Você utiliza um identificador exclusivo, chamado de chave primária,
Tabelas, os blocos de construção de bancos de dados para cada registro da sua tabela.
4 - As propriedades de campos são um conjunto de características que
fornecem controle adicional sobre os dados.

Os campos em um banco de dados possuem configurações que de-


terminam os tipos de dados que eles podem armazenar, como os dados
são exibidos e o que pode ser feito com esses dados.
Por exemplo, você pode utilizar as configurações do campo para ga-
rantir que todas as pessoas insiram a data de remessa com dois números
para o mês, dois números para o dia, quatro números para o ano e barras
entre esses números: 09/03/2008. Você também pode exigir que a data de
remessa seja pelo menos dois dias posterior à data de entrada.
Figura 1 A linha que contém informações sobre a United Package é Uma configuração importante para campos são os tipos de dados, in-
um registro. cluindo número, texto, moeda (dinheiro) e data/hora (exibidas em conjunto
como um único tipo no Access). Os tipos de dados limitam e descrevem os
tipos de informações no campo, além de determinarem as ações que
podem ser executadas em um campo e a quantidade de memória utilizada
pelos dados.

Os campos também possuem propriedades que controlam os detalhes


das informações que eles contêm, incluindo um número de caracteres, um
valor padrão e uma regra de validação que garante a conformidade dos
dados com determinados critérios. As propriedades facilitam a entrada e o
gerenciamento de dados
Figura 2 A coluna que contém números de telefone é um campo.
Cada registro é exclusivo
Tabelas armazenam dados e, por isso, são blocos de construção es-
senciais de qualquer banco de dados.
Um banco de dados deve possuir uma tabela individual para cada as-
sunto principal, como registros de funcionários, pedidos de clientes, méto-
dos de transporte ou fornecedores. Os dados não devem ser duplicados
em diversas tabelas. A duplicação de dados é um erro comum, mas poderá
ser facilmente evitada se você estruturar as suas tabelas de maneira
eficiente.
Cada tabela contém linhas chamadas de registros e colunas chama-
das de campos.
Um registro é um conjunto de fatos sobre uma determinada pessoa,
evento, CD ou outro item de interesse. Por exemplo, Nancy Davolio e os
detalhes do seu emprego são um registro na tabela Funcionários. Speedy

Informática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um funcionário e os detalhes do seu emprego formam um registro na 1. Na janela Banco de Dados, em Objetos, verifique se a opção Tabe-
tabela Funcionários. Essas informações não devem ser repetidas em las está selecionada.
outras tabelas e outros registros. 2. Abra a tabela Fornecedores clicando duas vezes nessa tabela. Per-
corra-a de cima para baixo para exibir os dados que ela contém.
Você já deve ter ouvido que dois flocos de neve nunca são iguais. Es- No menu Arquivo, clique em Fechar para fechar a tabela.
sa característica também se aplica a registros em um banco de dados bem
estruturado. Examinar uma tabela
Cada registro em uma tabela deve ser exclusivo. Em outras palavras, 1. Na janela Banco de Dados, em Objetos, verifique se a opção Tabe-
não é possível ter dois registros idênticos sobre Nancy Davolio no mesmo las está selecionada.
banco de dados. Entretanto, o que acontecerá se você tiver duas funcioná- 1. Abra a tabela Produtos clicando duas vezes nessa tabe-
rias chamadas de Nancy Davolio? la.
Para diferenciar um registro do outro, as tabelas podem conter um 3. Clique no botão Exibir na barra de ferramentas Folha de Dados
campo de chave principal. da Tabela. Observe o design subjacente da
A chave principal é um identificador (como um número de peça, um tabela.
código de produto ou um código de funcionário) exclusivo para cada regis-
tro.
A chave primária deve ser uma informação que não será alterada fre-
quentemente.
Se você desejar, o Access pode atribuir uma chave primária numérica
que crescerá em incrementos de 1 sempre que você adicionar um registro
a uma tabela. Esse número continuará a ser associado a esse registro
mesmo que você adicione e exclua outros registros inseridos anteriormente
no banco de dados.
Se a chave primária for um número, como as pessoas reconhecerão o
registro? Não se preocupe, o banco de dados pode associar cada chave
primária a um nome amigável, como o nome de um funcionário. Dessa
forma, é possível trabalhar com informações conhecidas, mesmo que a
tabela de base esteja armazenando um número.

4. Observe que as descrições dos campos Código da Categoria e Có-


digo do Fornecedor correspondem às tabelas Categorias e Fornecedores.
Esses dois campos são chaves primárias nessas tabelas, mas são chaves
externas na tabela Produtos.
5. No menu Ferramentas, clique em Relacionamentos. Observe que li-
nhas de conexão mostram relações entre as três tabelas vinculadas por
Código da Categoria e Código do Fornecedor.
1. Feche a janela Relacionamentos e feche a tabela conforme in-
dicado no Exercício 1.

1 - O Código do Funcionário é exibido em ambas as tabelas como uma


chave principal...
2 - e como uma chave externa.

Uma chave principal separa informações semelhantes, torna cada re-


gistro exclusivo e, além disso, reúne informações. Você relaciona duas
tabelas utilizando uma chave principal. É dessa maneira que as tabelas
compartilham dados e é possível evitar a repetição de informações em
ambas as tabelas.
As chaves primárias permitem que você utilize toda a potência de um
banco de dados relacional em vez de trabalhar com diversas listas repetiti-
vas cuja manutenção é muito difícil e com as quais não é possível operar
em conjunto.
Quando duas tabelas são relacionadas, a chave principal de uma de-
las torna-se uma chave externa da outra.
Digamos que você possua uma tabela Funcionários e uma tabela Pe-
didos. O número do Código do Funcionário é a chave primária da tabela
Funcionários e, ao mesmo tempo, uma chave externa da tabela Pedidos. A
tabela Pedidos possui a sua própria chave primária, o número do Código
do Pedido.
Quando Nancy Davolio recebe um pedido, seu número de Código do
Funcionário é inserido na tabela Pedidos. Esse número de código corres- Analisando, exibindo e reportando dados
ponde aos detalhes sobre Nancy na tabela Funcionários e, portanto, não é
necessário repetir os dados sobre Nancy (como o ramal do seu telefone)
na tabela Pedidos.

Manipulação de Tabelas
Abrir uma tabela

Informática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Um fluxograma pode ajudá-lo a organizar as suas tarefas e a pla-


nejar o seu banco de dados.
Uma janela do banco de dados é aberta para mostrar a lista de objetos
de banco de dados Determinar as tabelas necessárias

Embora as tabelas sejam excelentes para armazenar dados, para a-


proveitar todos os benefícios do Access, você precisa compreender outros
objetos do banco de dados do programa. Nesta lição, falaremos mais sobre
formulários, consultas e relatórios (incluindo páginas de acesso a dados, as
quais relatam dados online) e como eles podem ajudá-lo.

Consultas

Figura 1 United Package é um registro


Figura 2 Telefone é um campo.

Em um banco de dados, as relações entre dados são representa-


das em tabelas por registros (linhas) e campos (colunas).
Cada tabela é dedicada a um assunto específico, como endereços de
funcionários, pedidos de clientes, métodos de transporte ou fornecedores.
Cada pessoa ou item que faz parte do assunto de uma tabela, bem como
Esta consulta extraiu os nomes de funcionários residentes no os dados sobre essa pessoa ou esse item, forma um registro. Por exemplo,
Reino Unido a partir de uma tabela os detalhes sobre o Código da Transportadora 2, a United Package, for-
Funcionários mais extensa. mam um registro.

Você tem perguntas às quais deseja responder com os seus pró- Cada tipo específico de informação sobre uma pessoa ou um item,
prios dados? como sobrenome, endereço ou telefone, corresponde a um campo. Por
Por exemplo: exemplo, Telefone é um campo na tabela Transportadoras.
Quais dos seus funcionários residem no Reino Unido? Cada campo e cada registro devem ser exclusivos. Por exemplo, os
Quantas regiões apresentaram mais de R$250.000,00 em vendas no dados para Speedy Express não devem ser repetidos em outros registro;
último mês? "Nome da Empresa" deve ser exibido apenas uma vez como um nome de
Quais escolas apresentam o maior índice de faltas? campo.
Consultas podem responder a essas perguntas reunindo os dados ar- Todas as entradas em uma única tabela devem ser do mesmo tipo. A
mazenados no banco de dados ou realizando cálculos com esses dados tabela Transportadoras deve conter apenas os nomes das transportadoras
para fornecer informações adicionais. e os seus dados associados. Nenhum dado, com exceção de números de
telefone, deve ser colocado no campo Telefone.
Para responder a perguntas, as consultas recuperam, filtram, classifi- Antes de criar o seu banco de dados, você deve analisar os dados e
cam e reúnem dados em um comando. Outra vantagem das consultas é determinar como eles podem ser divididos em tabelas separadas e bem
combinar os dados de várias tabelas em uma única exibição. estruturadas.
Quando uma consulta encontra dados e os exibe ao usuário, também
pode processar esses dados de acordo com as suas instruções. Criação de uma chave primária
Uma consulta pode realizar cálculos utilizando dados: Qual é o total de 1. Código do Funcionário é a chave primária da tabela
vendas menos os custos de transporte? Funcionários.
Uma consulta também pode remover dados: excluir nomes de mem- 1. O Código do Funcionário na tabela Pedidos apon-
bros com dívidas não pagas durante 24 meses. É necessário ter cautela ta para o registro do funcionário na tabela Funcionários
durante a execução de consultas que alteram dados e também considerar
a realização de um backup desses dados em primeiro lugar. Estruturar tabelas para evitar duplicação
Produtos: Tabela
Desenvolvendo tabelas
Produtos: Tabela

Informática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ID do Produto Nome Fornecedor Endereço 2. Em Nome do Campo, certifique-se de que o campo ID do Funcioná-
rio esteja selecionado e, em seguida, exiba as suas propriedades em
1 Chai Exotic Liquids 49 Gilbert ST Propriedades do Campo na parte inferior da tela.
2 Chang Exotic Liquids 49 Gilbert ST
3 Ikura Tokyo Traders 9-8 Sekimai

Figura 1 Redundante — detalhes repetidos do fornecedor.

Produtos: Tabela

ID do Produto Fornecedor Endereço Cidade

1 Exotic Liquids 49 Gilbert ST Londers


2 Exotic Liquids 49 Gilbert ST Tóquio

Figura 2 Eficiente — tabela Fornecedores criada.

Produtos Tabela
ID do Produto Nome ID do Fornecedor 3. Repita esse processo para mais quatro nomes de campos, e-
1 Chai 1 xaminando uma ou duas propriedades de campo para cada um desses
nomes; feche a tabela quando terminar.
2 Chang 1
Adicionar um campo e definir as suas propriedades
3 Ikura 2
Suponha que você deseje adicionar um campo a uma tabela para
especificar se uma empresa fornece ou não remessas internacionais.
Figura 3 Eficiente — a tabela Produtos faz referência à tabela Forne- 1 . A não ser que a Janela Banco de Dados já esteja exibida, pres-
cedores, mas não contém mais os detalhes dos fornecedores. sione F11 para alternar para essa janela. A não ser que a opção Tabe-
las já esteja selecionada em Objetos, clique em Tabelas.
Definir tipos de dados para campos 2. Clique na tabela Fornecedores e, em seguida, clique no botão De-
sign na barra de ferramentas para abrir a tabela no modo Design.
Tipos de dados Descrição Exemplo 1. Na coluna Nome do Campo, clique na célula em branco em Fax
e digite a palavra Internacional.
Texto Um campo Texto Um nome de produto, 4. Acesse a coluna Tipo de Dados, pressione a seta para abrir a lista
pode armazenar como Access suspensa e selecione Sim/Não. Essa configuração controla os tipos de
qualquer tipo de dados que serão armazenados no campo.
caractere ou número 5. Acesse o campo Descrição e digite Especifica se a empresa contro-
e possui um limite de la remessas internacionais. Essa descrição registra a função do campo no
255 caracteres. banco de dados.
6. Em Propriedades do Campo, clique na caixa Legenda e digite Re-
Número Um campo Número Uma contagem de messa Internacional. Essa propriedade fornece um rótulo que será exibido
pode armazenar unidades, como 200 sempre que o campo for utilizado em um formulário ou relatório. Em segui-
apenas números e da, feche a tabela, salvando as alterações quando solicitado se você quer
esses números exibi-las mais tarde.
podem ser utilizados
para cálculos.
Data/Hora Um campo Data/Hora A data de um pedido, Definir relações
armazena uma data e como 10/10/2008
uma hora. 5:21 P.M.
Moeda Um campo Moeda armazena O preço de um item,
valores monetários, números como $41,99
e formatações de casas
decimais, que podem ser
utilizados em cálculos.
Objeto OLE Um campo Objeto OLE arma- Um anexo, como uma
zena objetos criados por planilha do Excel, um
programas diferentes do documento do Word,
Access e que estão vincula- um gráfico ou um som
dos ou incorporados a uma
tabela do Access.

Configurar campos

Exibir propriedades de campo


1. Na Janela Banco de Dados, em Objetos, verifique se a opção Tabe- Bancos de dados relacionais conectam tabelas para que elas tra-
las está selecionada. Clique na tabela Funcionários e, em seguida, clique balhem em conjunto.
no botão Design na barra de ferramentas. Definir chaves primárias

Informática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

O Access oferece diversos métodos para se criar um novo formulário.


1. Escolha um método.
1. Escolha uma fonte de dados.
1 .Código da Categoria aparece em ambas as tabelas — como uma Assistente de Formulário
chave primária...
1. e como uma chave externa.

Conforme estudado na primeira lição, "Planejar tabelas", o campo de


chave primária identifica um registro exclusivamente. Também vincula
tabelas para que elas detectem a existência umas das outras. Quando
duas tabelas são relacionadas, a chave primária da tabela pai torna-se
uma chave externa na tabela filho. A chave externa é uma referência da
tabela filho às informações na tabela pai relacionada. Normalmente, a
chave primária corresponde apenas a um campo, como um número de
peça. Em algumas circunstâncias, a chave primária pode corresponder a
dois ou mais campos em conjunto, como um número de peça do fabricante
e um código de país, que identificam exclusivamente uma peça para cada
país. Se você não tiver definido a chave primária utilizando o Assistente de
Tabela, poderá defini-la no modo Design. Se necessário, é possível alterar
essa chave mais tarde.

Configurar relações de tabelas

O Assistente de Formulário é recomendado quando você deseja ser o-


rientado em todas as etapas do processo de criação de um formulário. Ele
lhe faz perguntas e cria um formulário com base nas suas respostas. Você
precisará indicar ao assistente:
De qual tabela ou consulta vêm os dados do formulário. Quais campos
devem ser usados no formulário.
Qual layout de formulário deve ser aplicado. Qual estilo visual deve ser
aplicado. Para começar a trabalhar com o Assistente de Formulário, em
Objetos, na janela Banco de Dados, clique em Formulários e, em seguida,
clique em Novo na barra de ferramentas Banco de Dados. Na caixa de
diálogo Novo Formulário, clique no Assistente de Formulário para selecio-
nar este método.

1 . Arraste o campo Código do Funcionário da tabela Funcionários pa- AutoFormulários


ra o campo equivalente na tabela Pedidos.
2. O Código do Funcionário é a chave primária para a tabela Funcioná-
rios.
3. Cada funcionário pode receber vários pedidos, uma relação um-
para-muitos.
1. O Código do Funcionário é uma chave externa na ta-
bela Pedidos.

Criar um formulário

Os AutoFormulários são recomendados quando você não precisa fazer


muitas escolhas. Se o seu novo formulário irá conter todos os campos de
uma tabela ou consulta e você não precisar de muito controle sobre a
aparência do formulário, um AutoFormulário será, simplesmente, perfeito.

Informática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao contrário do Assistente de Formulário, um AutoFormulário não lhe faz 3. Em Tabelas/Consultas, você verá Tabela: Produtos.
perguntas nem oferece opções. A criação de um AutoFormulário é um 4. Em Campos Disponíveis, clique na seta dupla >> para selecionar
processo de duas etapas. Escolha um tipo de AutoFormulário, escolha uma todos os campos na tabela.
tabela ou consulta e o Access fará o restante. 5. Clique em Avançar. Nas opções de layout, Colunar deve estar sele-
cionada. Se não estiver, selecione-a.
Existem muitos tipos de AutoFormulário, mas os dois aqui mostrados 6. Clique em Avançar novamente. Clique em Internacional para o estilo
são tudo o que você precisa saber agora. AutoFormulário: Colunar mostra do formulário.
os registros, um por vez, com cada campo em uma linha rotulada separa- 7. Clique em Avançar e aceite Produtos como o nome do formulário
da. AutoFormulário: Tabular mostra todos os registros de uma vez, com clicando em Concluir.
cada campo mostrado para cada registro e os rótulos de campo na parte
superior do formulário. Para começar a trabalhar com um AutoFormulário, Criando relatórios
em Objetos, na janela Banco de Dados, clique em Formulários e, em
seguida, clique em Novo na barra de ferramentas Banco de Dados. Na
caixa de diálogo Novo Formulário, clique em uma das opções de AutoFor-
mulário para selecioná-la.

No modo Design

O AutoRelatório é o meio mais rápido para se criar um relatório, mas


confere a você menos controle sobre a estrutura e a aparência do relatório.

O AutoRelatório contém automaticamente todos os campos de sua


fonte de dados, seja tabela ou consulta. Sua estrutura pode ser colunar ou
tabular. AutoRelatório: Colunar Cada campo é exibido em uma linha sepa-
rada com um rótulo à esquerda. Somente um registro é visível por vez.
1. A caixa de ferramentas no modo Design contém controles, como AutoRelatório: Tabular Os rótulos de todos os campos são exibidos em
caixas de texto e rótulos, a serem adicionados ao seu formulário. uma linha na parte superior do relatório, com todos os registros visíveis
1. Os pontos e as linhas de grade do modo Design organi- abaixo. O AutoRelatório é mais indicado em duas situações: quando você
zam a área na qual você insere e organiza os controles. precisa de uma visão geral e resumida dos dados de uma tabela ou consul-
ta (por exemplo, seu chefe precisa de um material impresso para uma
O modo Design é a melhor maneira de criar um formulário quando vo- reunião que começará em 10 minutos) ou quando você deseja agilizar a
cê deseja controle total e liberdade completa. Nesse modo, tudo fica a seu produção de um relatório que será personalizado posteriormente.
critério. O desafio é você agir por conta própria, sem os arranjos prévios do
Assistente de Formulário ou de um AutoFormulário. No entanto, você Assistente de Relatório
também pode criar um formulário por um desses métodos e alterar os seus
detalhes no modo Design.

Para trabalhar com um formulário no modo Design, escolha os itens na


caixa de ferramentas. Esses itens, como caixas de seleção, imagens e
rótulos, são chamados de controles. Você pode definir as suas proprieda-
des e formatá-los para que fiquem com a aparência desejada no formulá-
rio. Para obter detalhes, consulte o curso "Assumir os controles". No modo
Design, você pode mover os controles, da mesma maneira como reorgani-
za quadros em uma parede. Por exemplo, você poderá agrupar as caixas
de texto para endereço, cidade, estado e CEP — mas em duas, três ou
quatro linhas? Você pode experimentar facilmente todas as opções e
escolher a melhor.

Para ver o formulário da maneira como ele aparecerá quando alguém


trabalhar nele, abra-o no modo Formulário e continue alternando entre os
modos Formulário e Design até que o formulário fique totalmente do seu
agrado. Para começar a trabalhar no modo Design, em Objetos, na janela
Banco de Dados, clique em Formulários e, em seguida, clique em Novo na O Assistente de Relatório lhe faz perguntas e cria um relatório com ba-
barra de ferramentas Banco de Dados. Na caixa de diálogo Novo Formulá- se nas suas respostas. Recomenda-se este método quando você deseja
rio, clique em Modo Design para selecionar esse método. orientação em todas as etapas do processo de criação de um relatório. O
Assistente de Relatório pergunta quais tabelas ou consultas serão usadas
Criando um formulário rapidamente como base para o seu relatório, e também quais campos das fontes de
dados serão usados. Ele pergunta se você deseja agrupar os dados e
Criar um formulário com o Assistente de Formulário como pretende organizá-los e resumi-los.
1. Se a janela Banco de Dados não aparecer na tela, pressione F11 Depois de informar-se sobre os dados, o Assistente de Relatório per-
para exibi-la. Em Objetos, clique em Formulários. gunta sobre a aparência do relatório: layout, orientação e seis estilos
2. Clique duas vezes em Criar formulário usando o assistente.
Informática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
visuais para seleção. Por fim, ele solicita um título e cria um relatório de rio se quiser.) Você quer que o seu relatório tenha uma aparência casual?
acordo com as suas respostas. Ou você prefere compactar o texto e os títulos de forma a reduzir o número
de páginas?
Modo Design Uma AutoFormatação define o estilo e a cor do texto, dos títulos e das
linhas divisórias (como as linhas entre as seções). Você pode aplicá-la ao
relatório inteiro, a uma seção específica ou a apenas um controle. As
opções de AutoFormatação são as mesmas apresentadas no Assistente de
Relatório. Se você aplicar uma AutoFormatação a qualquer relatório, essa
AutoFormatação também passará a ser a formatação de todos os novos
AutoRelatórios, até você efetuar outra alteração na AutoFormatação.
Observação A aplicação de uma AutoFormatação pode remover uma
formatação personalizada que tenha sido aplicada anteriormente. Para
saber sobre formatação personalizada, continue a leitura.

Consultas : Obter respostas com consultas


Depois de inserir os dados no banco de dados, como acessá-los?
Um banco de dados torna-se realmente valioso quando você usa os
dados nele contidos como um recurso para responder perguntas ou execu-
tar tarefas.
Ao comparar números de vendas semanais, controlar embalagens, lo-
calizar membros de seu clube que moram no Texas ou em vários outros
cenários, uma consulta pode ajudar a recuperar dados e a combiná-los da
forma mais adequada.
Para obter mais informações sobre este curso, leia a visão geral no
centro desta página ou o sumário na coluna esquerda. Em seguida, clique
1. Caixa de ferramentas em Próxima
1. Grade do modo Design
Embora o AutoRelatório e o Assistente de Relatório sejam ótimos mei-
os de começar, você talvez queira personalizar os relatórios criados para
adequá-los às suas necessidades e preferências.
O modo Design permite efetuar alterações que vão da fonte de dados
subjacente à cor do texto. Para obter detalhes sobre como personalizar
seus relatórios no modo Design, consulte a próxima lição. Para obter
informações sobre como usar o modo Design para criar um relatório do
zero, prossiga a leitura.
Caso queira liberdade e controle totais, desde o início — talvez você
prefira aprender a costurar sem moldes ou a cozinhar sem receitas — você
gostará de criar relatórios no modo Design.
O modo Design oferece uma caixa de ferramentas, da qual é possível
arrastar controles selecionados e organizá-los em uma grade. Os controles
podem ser vinculados a dados de seu banco de dados, exibindo-os direta-
mente, ou podem ser desvinculados, sem qualquer ligação com uma fonte
de dados. Texto descritivo, linhas divisórias, logotipos de produto e outros
controles decorativos são geralmente desvinculados. Para obter mais
detalhes, consulte o curso "Assumir os controles".

Aplicar uma AutoFormatação

As consultas podem selecionar itens de dados e torná-los mais úteis

As consultas permitem extrair apenas os dados necessários de um


banco de dados para poder executar tarefas e obter respostas.
Com elas, você pode recuperar, combinar, reutilizar e analisar dados.
Também pode usar as consultas para recuperar dados em várias tabelas
ou como uma fonte para formulários, relatórios e páginas de acesso a
dados.
Neste curso, veremos as noções básicas de como escolher e recupe-
rar dados com consultas seleção, o que lhe dará uma boa base para
trabalhar com outros tipos de consulta mais complexos.

Para economizar tempo, você pode aplicar um formato predefinido —


conhecido como AutoFormatação — ao relatório total ou parcialmente.
(Você pode aplicar diversas AutoFormatações a diversas partes do relató-

Informática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As consultas expressam as perguntas para as quais você deseja que uma consulta seleção para agrupar dados e calcular somas, contagens,
os dados forneçam respostas. médias e outros tipos de totais, embora este curso não aborde os cálculos.
Ao ser executada, uma consulta parâmetro exibe uma caixa de diálo-
Ao trabalhar com consultas, você deve ter em mente as perguntas pa- go, solicitando ao usuário que insira informações a serem utilizadas como
ra as quais deseja que os dados forneçam respostas. Quanto mais bem critérios da pesquisa. Você pode criar uma consulta parâmetro para solici-
formulada a pergunta, mais precisa poderá ser a consulta. Aqui estão tar mais informações; por exemplo, você pode criá-la para solicitar duas
alguns exemplos que ajudarão você a pensar em outros. datas. Em seguida, o Access recuperará todos os dados com valores entre
Banco de dados corporativo de produtos e vendas essas duas datas.
Qual o item da empresa mais vendido no Reino Unido? Uma consulta de tabela de referência cruzada organiza um conjunto
Quais seriam os nossos ganhos e perdas se deixássemos de produzir de registros para torná-lo mais facilmente visível, usando títulos de linhas e
a linha de produtos de menos saída? de colunas. Os dados podem ser vistos em termos de duas categorias ao
Qual é o item de fabricação mais cara? mesmo tempo.
Banco de dados de coleções de mídias pessoais Uma consulta ação cria uma nova tabela ou altera uma tabela existen-
Quantos dos meus DVDs estão emprestados para amigos? te adicionando dados a ela, excluindo dados dela ou a atualizando. Devido
Quais CDs contêm minhas canções favoritas de todos os tempos? à grande potência de uma consulta ação que, na verdade, altera os dados
Banco de dados de liga esportiva da tabela, considere a possibilidade de fazer backup dos seus dados antes
Qual time marcou mais pontos em todos os jogos no último ano? de executar esse tipo de consulta.
Quem fez o pedido de uniformes para o time este ano e quais são os Uma consulta SQL é criada com uma instrução em SQL (Structured
tamanhos necessários? Query Language). SQL é uma maneira avançada de consultar, atualizar e
Para quais perguntas você deseja que os dados forneçam respostas? gerenciar bancos de dados relacionais. O Access poderá criar a instrução
SQL quando você criar esse tipo de consulta, ou você poderá criar a sua
Sempre que você executa uma consulta, ela verifica os dados mais re- própria instrução SQL.
centes no banco de dados. Os dados que ela retorna são chamados de
conjunto de registros.
Você pode navegar pelo conjunto de registros, selecioná-los, classifi- Conhecimentos básicos de ambiente de servidores:
cá-los e imprimi-los. Normalmente, o conjunto de registros gerado por uma Estrutura de servidores físicos e virtualizados.
consulta não é salvo, mas a estrutura e os critérios utilizados na consulta
A Virtualização de Servidor é a técnica de execução de um ou mais
para obter os resultados são salvos. Você poderá verificar os dados mais
servidores virtuais sobre um servidor físico. Permite maior densidade de
recentes novamente a qualquer momento. Para fazer isso, basta executar
utilização de recursos (hardware, espaço e etc), enquanto permite que
a consulta mais uma vez. As consultas têm títulos, o que facilita a sua
localização e o seu uso diversas vezes. isolamento e segurança sejam mantidos. Com a Virtualização de Servidor,
Como o Access salva os critérios e as estruturas das consultas, se vo- conquista-se os seguintes benefícios:
cê precisar de um determinado conjunto de informações com frequência, • Consolidação de Servidores: Muitos servidores implantados
como as vendas durante um ano específico, poderá evitar a procura des- pelas organizações são sub-utilizados. Implantando multiplos servi-
ses dados a cada vez executando a consulta novamente. É provável que dores em um numero menor de servidores físicos, é possível aumen-
você tenha mais o que fazer com o seu tempo. tar a utilização média de recursos dos servidores, enquanto diminui o
Você pode criar e salvar várias consultas para recuperar os dados de numero de máquinas. Na maioria das organizações, consolidar os
maneiras diferentes. Além disso, é fácil revisar as consultas. servidores com Virtualização de Servidores diminui os gastos com
Assim, caso não as configure da maneira correta na primeira vez, ou eletricidade, consumo de espaço e etc.
se as suas necessidades forem outras, você poderá alterar os seus crité-
rios com facilidade. Você poderá até mesmo usar uma ou mais consultas • Isolamento de Aplicação ou Serviço: Com a criação de má-
como fonte dos dados de outra consulta, aumentando a sua eficiência com quinas virtuais isoladas, a execução dos serviços e aplicações é feita
a seleção cada vez mais precisa dos dados exatos desejados em Sistemas Operacionais diferentes. Isso previne que uma aplica-
ção afete outra quando você faz uma atualização ou mudança. Isso
Tipo de consulta Descrição se torna melhor do que executar diversas aplicações em um único
Sistema Operacional.
Consulta seleção Recupera dados de uma ou mais tabelas e exibe
o conjunto de registros em uma folha de dados. • Implantação de Servidores Simplificada: Com a criação de
Esse imagens padrão de servidores virtuais, você pode implantar máqui-
é o tipo mais comum de consulta. nas virtuais de forma muito mais simples. Como você está implemen-
tando um servidor virtual, você também não precisa fazer aquisição
Consulta parâmetro Solicita que o usuário insira valores que de um novo Hardware, e localizar espaço e energia elétrica em um
definam a consulta, como uma região especi- Data Center. (Observando sempre a utilização de recursos comparti-
ficada para os lhados dentro de um Host, você pode ter que adquirir um novo Hard-
resultados das vendas ou uma faixa de preços ware para executar suas Máquinas Virtuais)
especificada para casas.
Consulta de tabela de Organiza um conjunto de registros para torná-lo • Maior disponibilidade de Aplicações e Serviços: Como a apli-
referencia cruzada mais facilmente visível, usando títulos de linhas e cação ou serviço não está mais conectado diretamente a um hardwa-
de colunas. re específico, é mais fácil assegurar disponibilidade e recuperação.
Algumas tecnologias permitem, inclusive, migrar uma máquina virtual
Consulta ação Cria uma nova tabela ou altera uma tabela de um host a outro host sem interrupção da máquina virtual.
existente.
• Multiplos Sistemas Operacionais podem ser executados uma
Consulta SQL Uma consulta avançada que é criada com uma única plataforma: Com a virtualização, é possível utilizar diferentes
instrução SQL. Sistemas Operacionais em um único servidor físico, como Windows
Server 2003 e Windows Server 2008 R2 e até mesmo Linux.
O Access oferece muitos tipos diferentes de consultas para atender às
mais diversas necessidades de dados. Conceito de Computação em Nuvem (Cloud Com-
Apresentaremos uma breve descrição da maioria dos tipos de consul- puting).
tas, ainda que este curso concentre-se no tipo de consulta mais usado, a
consulta seleção.
Uma consulta seleção recupera dados de uma ou mais tabelas e exibe
o conjunto de registros em uma folha de dados. Você também pode usar

Informática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Computação em nuvem ferramentas de desenvolvimento web-based e serviços baseados
em mashup.
 SaaS - Software as a Service ou Software como Serviço
(em português): uso de um software em regime de utilização web
(p.ex.: Google Docs , MicrosoftSharePoint Online).
 CaaS - Communication as a Service ou Comunicação como Serviço
(em português): uso de uma solução de Comunicação Unificada
hospedada em Data Center do provedor ou fabricante (p.ex.: Microsoft
Lync).
 EaaS - Everything as a Service ou Tudo como Serviço
(em português): quando se utiliza tudo, infraestrurura, plataformas,
software, suporte, enfim, o que envolve T.I.C. (Tecnologia da
Informação e Comunicação) como um Serviço.
Serviços oferecidos
Os seguintes serviços atualmente são oferecidos por empresas:
 Servidor Cloud
 Hospedagem de Sites em Cloud
 Load Balancer em Cloud
 Email em Cloud
Modelo de implantação
A nuvem (cloud) é o símbolo da Internet. No modelo de implantação [4], dependemos das necessidades das
O conceito de computação em nuvem (em inglês, cloud computing) aplicações que serão implementadas. A restrição ou abertura de acesso
refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e depende do processo de negócios, do tipo de informação e do nível de
cálculo de computadores e servidorescompartilhados e interligados por visão desejado. Percebemos que certas organizações não desejam que
meio da Internet, seguindo o princípio da computação em grade. [1] todos os usuários possam acessar e utilizar determinados recursos no seu
O armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser ambiente de computação em nuvem. Segue abaixo a divisão dos
acessados de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo diferentes tipos de implantação:
necessidade de instalação de programas x ou de armazenar dados. O  Privado - As nuvens privadas são aquelas construídas exclusivamente
acesso a programas, serviços e arquivos é remoto, através da Internet - daí para um único usuário (uma empresa, por exemplo). Diferentemente
a alusão à nuvem.[2] O uso desse modelo (ambiente) é mais viável do que de um data centerprivado virtual, a infraestrutura utilizada pertence ao
o uso de unidades físicas.[3] usuário, e, portanto, ele possui total controle sobre como as aplicações
Num sistema operacional disponível na Internet, a partir de qualquer são implementadas na nuvem. Uma nuvem privada é, em geral,
computador e em qualquer lugar, pode-se ter acesso a informações, construída sobre um data center privado.
arquivos e programas num sistema único, independente de plataforma. O  Público - As nuvens públicas são aquelas que são executadas por
requisito mínimo é um computador compatível com os recursos disponíveis terceiros. As aplicações de diversos usuários ficam misturadas nos
na Internet. O PC torna-se apenas um chip ligado à Internet — a "grande sistemas de armazenamento, o que pode parecer ineficiente a
nuvem" de computadores — sendo necessários somente os dispositivos de princípio. Porém, se a implementação de uma nuvem pública
entrada (teclado, mouse) e saída (monitor). considera questões fundamentais, como desempenho e segurança, a
Corrida pela tecnologia existência de outras aplicações sendo executadas na mesma nuvem
Empresas como Amazon, Google, IBM e Microsoft foram as primeiras permanece transparente tanto para os prestadores de serviços como
a iniciar uma grande ofensiva nessa "nuvem de informação" (information para os usuários.
cloud), que especialistas consideram uma "nova fronteira da era digital".  Comunidade - A infraestrutura de nuvem é compartilhada por diversas
Aos poucos, essa tecnologia vai deixando de ser utilizada apenas em organizações e suporta uma comunidade específica que partilha as
laboratórios para ingressar nas empresas e, em breve, em computadores preocupações (por exemplo, a missão, os requisitos de segurança,
domésticos. política e considerações sobre o cumprimento). Pode ser administrado
O primeiro serviço na Internet a oferecer um ambiente operacional por organizações ou por um terceiro e pode existir localmente ou
para os usuários—antigamente, disponível no endereço www.webos.org— remotamente.
foi criado por um estudante sueco, Fredrik Malmer, utilizando as  Híbrido - Nas nuvens híbridas temos uma composição dos modelos de
linguagens XHTML e Javascript. Atualmente, o termo AJAX é adotado para nuvens públicas e privadas. Elas permitem que uma nuvem privada
definir a utilização dessas duas linguagens na criação de serviços na possa ter seus recursos ampliados a partir de uma reserva de recursos
Internet. em uma nuvem pública. Essa característica possui a vantagem de
Em 1999, foi criada nos EUA a empresa WebOS Inc., que comprou os manter os níveis de serviço mesmo que haja flutuações rápidas na
direitos do sistema de Fredrik e licenciou uma série de tecnologias necessidade dos recursos. A conexão entre as nuvens pública e
desenvolvidas nas universidades do Texas, Califórnia e Duke. O objetivo privada pode ser usada até mesmo em tarefas periódicas que são
inicial era criar um ambiente operacional completo, inclusive com API para mais facilmente implementadas nas nuvens públicas, por exemplo. O
o desenvolvimento de outros aplicativos. termo computação em ondas é, em geral, utilizado quando se refere às
Tipologia nuvens híbridas.
Atualmente, a computação em nuvem é dividida em seis tipos: Vantagens
 IaaS - Infrastructure as a Service ou Infra-estrutura como Serviço A maior vantagem da computação em nuvem é a possibilidade de
(em português): quando se utiliza uma porcentagem de um servidor, utilizar softwares sem que estes estejam instalados no computador. Mas há
geralmente com configuração que se adeque à sua necessidade. outras vantagens:[5]
 PaaS - Plataform as a Service ou Plataforma como Serviço  na maioria das vezes o usuário não precisa se preocupar com
(em português): utilizando-se apenas uma plataforma como um banco o sistema operacional e hardware que está usando em seu
de dados, um web-service, etc. (p.ex.: Windows Azure). computador pessoal, podendo acessar seus dados na "nuvem
computacional" independentemente disso;
 DaaS - Development as a Service ou Desenvolvimento como
Serviço (em português): as ferramentas de desenvolvimento tomam  as atualizações dos softwares são feitas de forma automática, sem
forma no cloud computing como ferramentas compartilhadas, necessidade de intervenção do usuário;

Informática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
 o trabalho corporativo e o compartilhamento de arquivos se tornam Embora a novidade venha ganhando espaço, ainda é cedo para dizer
mais fáceis, uma vez que todas as informações se encontram no se dará certo ou não. Os arquivos são guardados na web e os programas
mesmo "lugar", ou seja, na "nuvem computacional"; colocados na nuvem computacional - e não nos computadores em si - são
 os softwares e os dados podem ser acessados em qualquer lugar, gratuitos e acessíveis de qualquer lugar. Mas a ideia de que 'tudo é de
bastando que haja acesso à Internet, não estando mais restritos ao todos e ninguém é de ninguém' nem sempre é algo bem visto.
ambiente local de computação, nem dependendo da sincronização de O fator mais crítico é a segurança, considerando que os dados ficam
mídias removíveis. “online” o tempo todo.
 o usuário tem um melhor controle de gastos ao usar aplicativos, pois a Sistemas atuais
maioria dos sistemas de computação em nuvem fornece aplicações Os sistemas operacionais para Internet mais utilizados são:
gratuitamente e, quando não gratuitas, são pagas somente pelo tempo  Google Chrome OS: Desenvolvido pela Google, virá com os
de utilização dos recursos. Não é necessário pagar por uma licença Chromebooks, que têm lançamento marcado para o dia 15 de junho de
integral de uso de software; 2011 nos EUA, Reino Unido, Espanha e em outros 4 países. Trabalha
 diminui a necessidade de manutenção da infraestrutura física de redes com uma interface diferente, semelhante ao do Google Chrome, em
locais cliente/servidor, bem como da instalação dos softwares nos que todas as aplicações ou arquivos são salvos na nuvem e
computadores corporativos, pois esta fica a cargo do provedor do sincronizados com sua conta do Google, sem necessidade de salvá-
software em nuvem, bastando que os computadores clientes tenham los no computador, já que o HD dos dois modelos
acesso à Internet; de Chromebooksanunciados contam com apenas 16gb de HD.
 a infraestrutura necessária para uma solução de cloud computing é  Joli Os: desenvolvido por Tariq Krim, o ambiente de trabalho chamado
bem mais enxuta do que uma solução tradicional jolicloud usa tanto aplicativos em nuvem quanto aplicativos ofline,
de hosting ou collocation, consumindo menos energia, refrigeração e baseado no ubuntu notebook remix, ja tem suporte a varios
espaço físico e consequentemente contribuindo para preservação e navegadores como google chrome, safari, firefox, e esta sendo
uso racional dos recursos naturais. desenvolvido para funcionar no android.
Gerenciamento da segurança da informação na nuvem  YouOS: desenvolvido pela empresa WebShaka, cria um ambiente de
Sete princípios de segurança em uma rede em nuvem: trabalho inspirado nos sistemas operacionais modernos e utiliza a
 Acesso privilegiado de usuários - A sensibilidade de informações linguagem Javascript para executar as operações. Ele possui um
confidenciais nas empresas obriga um controle de acesso dos recurso semelhante à hibernação no MS-Windows XP, em que o
usuários e informação bem específica de quem terá privilégio de usuário pode salvar a área de trabalho com a configuração corrente,
admistrador, para então esse administrador controle os acessos sair do sistema e recuperar a mesma configuração posteriormente.
Esse sistema também permite o compartilhamento de arquivos entre
 Compliance com regulamentação - As empresas são responsáveis os usuários. Além disso, possui uma API para o desenvolvimento de
pela segurança, integridade e a confidencialidade de seus próprios novos aplicativos, sendo que já existe uma lista de mais de 700
dados. Os fornecedores de cloud computing devem estar preparados programas disponíveis. Fechado pelos desenvolvedores em 30 de
para auditorias externas e certificações de segurança. julho de 2008;
 Localização dos dados - A empresa que usa cloud provavelmente  DesktopTwo: desenvolvido pela empresa Sapotek, tem como pré-
não sabe exatamente onde os dados estão armazenados, talvez nem requisito a presença do utilitário Flash Player para ser utilizado. O
o país onde as informações estão guardadas. O fornecedor deve estar sistema foi desenvolvido para prover todos os serviços necessários
disposto a se comprometer a armazenar e a processar dados em aos usuários, tornando a Internet o principal ambiente de trabalho.
jurisdições específicas, assumindo um compromisso em contrato de Utiliza a linguagem PHP como base para os aplicativos disponíveis e
obedecer os requerimentos de privacidade que o país de origem da também possui uma API, chamada Sapodesk, para o desenvolvimento
empresa pede. de novos aplicativos. Fechado pelos desenvolvedores;
 Segregação dos dados - Geralmente uma empresa divide um  G.ho.st: Esta sigla significa “Global Hosted Operating SysTem”
ambiente com dados de diversos clientes. Procure entender o que é (Sistema Operacional Disponível Globalmente), tem como diferencial
feito para a separação de dados, que tipo de criptografia é segura o em relação aos outros a possibilidade de integração com outros
suficiente para o funcionamento correto da aplicação. serviços como: Google Docs, Meebo, ThinkFree, entre outros, além de
 Recuperação dos dados - O fornecedor em cloud deve saber onde oferecer suporte a vários idiomas;
estão os dados da empresa e o que acontece para recuperação de  eyeOS: Este sistema está sendo desenvolvido por uma comunidade
dados em caso de catástrofe. Qualquer aplicação que não replica os denominada EyeOS Team e possui o código fonte aberto ao público. O
dados e a infra-estrutra em diversas localidades está vulnerál a falha objetivo dos desenvolvedores é criar um ambiente com maior
completa. Importante ter um plano de recuperação completa e um compatibilidade com os aplicativos atuais, MS-Office e OpenOffice.
tempo estimado para tal. Possui um abrangente conjunto de aplicativos, e o seu
 Apoio à investigação - A auditabilidade de atividades ilegais pode se desenvolvimento é feito principalmente com o uso da linguagem PHP.
tornar impossível em cloud computing uma vez que há uma variação  iCloud: Sistema lançado pela Apple em 2011, é capaz de armazenar
de servidores conforme o tempo ondes estão localizados os acessos e até 5 GB de fotos, músicas, documentos, livros e contatos
os dados dos usuários. Importante obter um compromisso contratual gratuitamente, com a possibilidade de adquirir mais espaço em disco
com a empresa fornecedora do serviço e uma evidência de sucesso no (pago).
passado para esse tipo de investigação.
 Ubuntu One: Ubuntu One é o nome da suíte que a Canonical
 Viabilidade em longo prazo - No mundo ideal, o seu fornecedor de (Mantenedora da distribuição Linux Ubuntu) usa para seus serviços
cloud computing jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa online. Atualmente com o Ubuntu One é possível fazer backups,
maior. A empresa precisa garantir que os seus dados estarão armazenamento, sincronização e compartilhamento de arquivos e
disponíveis caso o fornecedor de cloud computing deixe de existir ou vários outros serviços que a Canonical adiciona para oferecer mais
seja migrado para uma empresa maior. Importante haver um plano de opções e conforto para os usuários.
recuperação de dados e o formato para que possa ser utilizado em
uma aplicação substituta.  IBM Smart Business - Sistema da IBM que engloba un conjunto de
serviços e produtos integrados em nuvem voltados para a empresa. O
Dúvidas portfólio incorpora sofisticada tecnologia de automação e autosserviço
Arquitetura em nuvem é muito mais que apenas um conjunto (embora para tarefas tão diversas como desenvolvimento e teste de software,
massivo) de servidores interligados. Requer uma infraestrutura de gerenciamento de computadores e dispositivos, e colaboração. Inclui o
gerenciamento desse grande fluxo de dados que, incluindo funções para Servidor IBM CloudBurst server (US) com armazenamento,
aprovisionamento e compartilhamento de recursos computacionais, virtualização, redes integradas e sistemas de gerenciamento de
equilíbrio dinâmico do workload e monitoração do desempenho. serviço embutidos.

Informática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
No Brasil Office 2010 agora é cinza, por padrão, enquanto o plano de fundo do 2007
No Brasil, a tecnologia de computação em nuvem é muito recente, Office System era azul. Para obter mais informações sobre alterações
mas está se tornando madura muito rapidamente. Empresas de médio, específicas no Office 2010, consulte Alterações de produtos e recursos no
pequeno e grande porte estão adotando a tecnologia gradativamente. O Office 2010.
serviço começou a ser oferecido comercialmente em 2008 e em 2012 está Tabela de diferenças
ocorrendo uma grande adoção. A tabela a seguir descreve as diferenças em elementos da interface do
usuário entre o Office 2010, o 2007 Office System e o Office 2003.
A empresa Katri[8] foi a primeira a desenvolver a tecnologia no Brasil,
em 2002, batizando-a IUGU. Aplicada inicialmente no site de busca de Elemento da
pessoas físicas e jurídicas Fonelista. Durante o período em que esteve no interface do Office 2010 Office 2007 Office 2003
ar, de 2002 a 2008, os usuários do site puderam comprovar a grande usuário
diferença de velocidade nas pesquisas proporcionada pelo processamento
paralelo. Menus e A faixa de A faixa de opções Só estão
Em 2009, a tecnologia evoluiu muito,[carece de fontes?] e sistemas guias opções subs- substitui os menus disponíveis
funcionais desenvolvidos no início da década já passam de sua 3ª geração, titui os menus e barras de ferra- menus e
incorporando funcionalidades e utilizando de tecnologias como "índices e barras de mentas no Access barras de
invertidos" (inverted index). ferramentas 2007, Office Excel ferramentas.
em todos os 2007, PowerPoint
A empresa Indústria Virtual lançou em 2009 a versão 2.0 do sistema produtos do 2007, Word 2007 e
WebCenter e está popularizando a utilização da computação em nuvem, Office 2010 e partes do Outlook
trazendo ferramentas que facilitam a utilização desses novos recursos, pode ser 2007.
tanto por empresas como por pessoas físicas. totalmente
No ambiente acadêmico o Laboratório de Redes e personaliza-
da.
Gerência da UFSC foi um dos pioneiros a desenvolver pesquisas em
Computação em Nuvem publicando artigos sobre segurança, IDS (Intrusion
Detection Systems) e SLA (Service Level Agreement) para computação em Painéis de Grupos de Grupos de coman- Painel de
nuvem. Além de implantar e gerenciar uma nuvem privada e computação tarefas comandos na dos na faixa de tarefas bási-
em nuvem verde. faixa de opções e a capaci- co.
opções e a dade de personali-
Nuvens públicas capacidade zação.
Existem pouco menos de 10 empresas ofertantes do serviço em de personali-
nuvens públicas (que podem ser contratadas pela internet em estrutura não zação.
privativa e com preços e condições abertas no site) com servidores dentro
do brasil e com baixa latência. A maioria utiliza tecnologia baseada Barra de Totalmente Introduzida em Não disponí-
em Xen, KVM, VMWare, Microsoft Hypervisor: Ferramentas personalizá- 2007. vel.
Referências de Acesso vel.
Rápido
1. Gartner Says Cloud Computing Will Be As Influential As E-business
2. Cloud Computing - novo modelo de computação. Sisnema (22 de
Janeiro de 2009). Modo de Mais ferra- Ferramentas limi- Ferramentas
3. AT&T oferece cloud computing. Revista Info. exibição mentas fora tadas que podem limitadas no
Backstage da janela de ser acessadas me-
4. Um estudo sobre os benefícios e os riscos de segurança na utilização de Cloud nu Arquivo
exibição do através do Botão
Computing. - Fabrício Rodrigues- Artigo publicado na UNISUAM documento. do Microsoft Office.
5. O que é computação em nuvem?.
6. Cloud Computing: Conheça os sete riscos de segurança em cloud
computing. Computer World (11 de Julho de 2008). Assinaturas Encontrado Formatado com Encontrado
digitais no modo de XMLDSig, encon- emFerramen-
7. http://www.google.com/chromebook/ exibição trado emArqui- tas/ Opções /
8. Nuvem Computacional completo. eiboo.com.br(5 de Novembro de 2009). Backstage vo /Finalizar Seguran-
9. Indústria Virtual. Webcenter 2.0. emInforma- Documen- ça /Assinatur
ções sobre o to /Assinaturas. as Digitais
Documen-
Conceitos e modos de utilização de aplicativos para to /Proteger
edição de textos, planilhas e apresentações. Documento.

Smart Art Aprimorado a As ferramentas de Não disponí-


MICROSOFT OFFICE 2010 partir da design disponíveis vel.
versão 2007. em todos os apli-
Diferenças da interface do usuário no Office 2010 em cativos do Micro-
relação às versões anteriores do Microsoft Office soft Office.
Office 2010
Formatos Incluídos Adicionados no Não disponí-
Dentro de cada aplicativo, o Microsoft Office 2010 melhorou a funcionalida- Open (*.odt) nesta versão. 2007 Office Sys- vel.
de em muitas áreas. Quando o 2007 Microsoft Office System foi lançado, OpenDocu- tem Service Pack 2
uma diferença significativa em relação ao Office 2003 foi a introdução da ment Text (SP2).
faixa de opções na interface do usuário para o Microsoft Office Access
2007, Microsoft Office Excel 2007, Microsoft Office PowerPoint 2007, Integração Opções de Não disponível. Não disponí-
Microsoft Office Word 2007 e partes do Microsoft Office Outlook 2007. A com o Win- postagem de vel.
interface do usuário mudou de uma coleção de menus e barras de ferra- dows Live blog disponí-
mentas para um único mecanismo de faixa de opções. O Pacotes do Writer veis no apli-
Microsoft Office 2010 mantém a faixa de opções e tem alguns recursos cativo.
novos.
A faixa de opções agora está disponível em todos os produtos do Pacotes Verificador O verificador Verificador ortográ- Verificador
do Office 2010, assim a mudança de um aplicativo para outro é otimizada. ortográfico ortográfico é fico básico. ortográfico
Além das mudanças na faixa de opções, o plano de fundo do Pacotes do

Informática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Seja qual for o uso que você faz do computador, com certeza já teve
agora inte- básico. que escrever um texto nele. Apesar do crescimento de alternativas grátis
grado com a
como o BrOffice.org ou o Abiword, o Microsoft Word segue como o editor
correção
automática. de textos mais popular do mercado.
O Microsoft Word 2010 inclui melhorias na formatação de textos e na
Visualização Uma visuali- Colar, Desfazer, Funcionalida- edição de documentos, novos formatos de numeração e efeitos artísticos
de Colar zação dinâ- Colar. des básicas para imagens e fontes. Ainda inclui mais estilos para os gráficos SmartArt e
mica antes de de Colar. uma nova ferramenta para trabalhar com capturas de tela.
você confir-
mar Colar. Os recursos linguísticos também foram melhorados. O Microsoft Word
Evita o uso do facilita o trabalho em várias línguas ao introduzir um botão para verificação
botãoDesfa- ortográfica facilmente configurável em outras línguas. A tradução é feita
zer. imediatamente sem sair do Microsoft Word, seja do texto completo, do
trecho selecionado, ou de uma palavra ou expressão ao colocar o ponteiro
Impresso O modo de Botão do Microsoft Opção básica sobre ela.
exibição Office, Imprimir de Imprimir
Mas talvez a grande novidade do Microsoft Word 2010, sejam os re-
Backstage com ferramentas no me-
combina de impressão nu Arquivo. cursos para o trabalho em equipe, com a opção de compartilhar os docu-
Imprimir com limitadas espalha- mentos via internet. A segurança também melhorou com o registro de
a Visualiza- das ao longo de versões e opções para configurar a proteção do documento.
ção de Im- diversos coman-
pressão, dos. Com a versão 2010 do Microsoft Word, a Microsoft renova alguns re-
Layout da cursos básicos do programa, melhora a segurança e introduz a colabora-
Página e ção via internet, para seguir na liderança dos processadores de texto.
outras opções Mariana Benavidez
de impressão.
Alterações no Word 2010
Minigráficos Um gráfico Gráficos dinâmicos Gráficos O que há de novo
em miniatura e tipos de gráficos. tridimensio-
inserido em nais (3-D). Esta seção destaca os novos recursos do Word 2010.
um texto ou
Interface do usuário do Fluent
embutido em
uma célula de A interface do usuário do Word 2010 foi recriada e agora usa a interfa-
planilha para ce do usuário do Microsoft Office Fluent. Introduzida no 2007 Microsoft
resumir da-
dos.
Office System, a interface do usuário do Fluent foi criada para facilitar a
localização e o uso de uma variedade completa de recursos fornecidos
pelo Office e para manter um espaço de trabalho organizado.
Conceitos Conversa, Não disponível. Não disponí-
básicos de Limpeza, vel. A faixa de opções
email Ignorar Thre-
ad, e Dicas A faixa de opções, parte da Interface de Usuário do Fluent, foi projeta-
de Email para da para otimizar os principais cenários da documentação do Word 2010, de
quando uma forma a facilitar o seu uso. A faixa de opções oferece acesso rápido a
pessoa esti- todos os comandos do Word 2010 e facilita futuras adições e personaliza-
ver fora do ções. Também é possível personalizar a faixa de opções. Por exemplo,
escritório ou você pode criar guias e grupos personalizados para conter os comandos
se o email for utilizados com mais frequência. Para ajudar a maximizar a edição do
enviado para
espaço da sua documentação na página, a faixa de opções também pode
um grupo.
ser ocultada enquanto você escreve.

Ferramenta Disponível Funcionalidade Funcionalida- Modo de exibição Backstage


de edição de nos aplicati- limitada. de limitada. O Microsoft Office Backstage faz parte da Interface de Usuário do Flu-
fotos vos: (Word
2010, Excel
ent e é um recurso complementar à faixa de opções. O modo de exibição
2010, Power- Backstage, que pode ser acessado no menu Arquivo, ajuda você a locali-
Point 2010, zar recursos usados com frequência para o gerenciamento de arquivos de
Outlook 2010 documentação do Word. (A guia Arquivo substitui o Botão do Microsoft
e Microsoft Office e o menu Arquivo que eram usados em versões anterior do Micro-
Publisher soft Office.) O modo de exibição Backstage é usado para gerenciar arqui-
2010). vos e dados sobre arquivos, como criar e salvar arquivos, inspecionar os
metadados ocultos ou as informações pessoais e definir as opções de
Vídeo no Gatilhos e Não disponível. Não disponí- arquivo.
Microsoft controles de vel.
PowerPoint vídeo. Formato de arquivo
O formato de arquivo do Word 2010 permite novos recursos, como co-
autoria, novos efeitos gráficos e de texto e novos formatos de numeração.
O Word 2010 funciona com documentos do Office Word 2007.
Modo de Exibição Protegido
WORD 2010
Os arquivos de um local potencialmente não seguro (como a Internet
ou um anexo de email) ou arquivos que contêm conteúdo ativo (como
A versão 2010 do Microsoft Word renova desde as ferramentas de
macros, conexões de dados ou controles ActiveX) são validados e podem
formatação e imagens, até a segurança e o compartilhamento (agora
ser abertos no Modo de Exibição Protegido. Quando você abre arquivos no
via internet). O programa continua sendo um dos mais potentes edito-
Modo de Exibição Protegido, as funções de edição são desabilitadas. Você
res de texto, ainda que o visual seja um pouco carregado.
Informática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pode abrir e editar arquivos de fontes confiáveis clicando em Habilitar • Manipulação de títulos no painel para reorganizar o conteúdo no
Edição. Também pode explorar dados sobre os arquivos no modo de documento.
exibição Backstage.
• Integração com o recurso Localizar, realçando os títulos com os
Recursos de colaboração e compartilhamento resultados da localização.
O Word 2010 oferece suporte para a funcionalidade de coautoria. Essa O painel redimensionável consiste em:
funcionalidade simplifica a colaboração, permitindo que vários usuários
trabalhem produtivamente no mesmo documento sem atrapalhar ou blo- • Uma caixa de texto para o novo recurso Localizar
quear o trabalho de outra pessoa. O Office 2010 oferece a funcionalidade • Um alternador de exibição para alterar os tipos de exibição
de coautoria para documentos do Word 2010, Microsoft PowerPoint 2010 e
do Microsoft OneNote 2010 no Microsoft SharePoint Server 2010. A nova • Botões para acessar os itens Próximo e Anterior
funcionalidade de coautoria também tem suporte para o Microsoft Excel • A região principal, uma lista de itens navegáveis, com rolagem
Web App e o Microsoft OneNote Web App. Ao trabalhar com documentos quando necessário
não localizados em um servidor que executa o SharePoint Server 2010, o
Word 2010 oferece suporte apenas para a edição de usuário único. As O painel é mostrado por padrão, mas pode ser ocultado por meio de
alterações são: um botão de alternância na parte superior da barra de rolagem, por meio
da guia Exibir, ou pelo controle de navegação no modo Leitura. A caixa de
• O novo conteúdo é automaticamente destacado. seleção para acessar o painel de navegação é igual ao primeiro mapa de
• As informações do autor em qualquer conteúdo adicionado ou documentos (somente o nome mudou).
compartilhado são identificadas por uma barra codificada por cores, que Visualização de impressão
mostra as iniciais do autor.
A experiência de visualização de impressão e a caixa de diálogo Im-
• O suporte a versões permite que os usuários vejam quando e primir foram combinadas no Local de Impressão pelo modo de exibição
quem fez as alterações em um documento, e as alterações relacionadas a Backstage. Esse recurso é consistente em todos os aplicativos Office. Ele
versões anteriores do documento são automaticamente realçadas. pode ser chamado por meio do modelo de objetos por desenvolvedores de
• Sincronização de páginas mais rápida, de forma que as alterações terceiros para criar suplementos para o Word 2010. O processo do fluxo de
sejam exibidas para todos os autores quase em tempo real. trabalho ainda é o mesmo, usando CTRL+P ou selecionando Imprimir no
Backstage. O Modo de Edição da Visualização de Impressão foi comple-
Aprimoramentos gráficos e de criação do documento tamente preterido.
O Word 2010 fornece ferramentas de edição aprimoradas com um no- Formato de arquivo RTF
vo conjunto de Ferramentas de Imagem que permitem transformar os
documentos em documentos artisticamente atraentes. As novas ferramen- O formato de arquivo RTF não é mais aprimorado para incluir novos
tas de edição são: recursos e funcionalidade. Os recursos e a funcionalidade novos no Word
2010 e em versões futuras do Word são perdidos quando salvos em RTF.
• Opções de Correção de Imagem Além disso, o Word 2010 oferece suporte a uma nova interface de conver-
sor com base em Formatos Open XML.
• Opções de Efeito Artístico
Marcas inteligentes
• Remoção de Plano de Fundo
O texto não é mais reconhecido automaticamente por um identificador
• Opções de Layout de Imagem de marca inteligente e não exibirá mais um sublinhado pontilhado violeta.
O que foi alterado? Além disso, os usuários conseguirão acionar o reconhecimento e exibir
ações personalizadas associadas ao texto selecionando o texto e clicando
Esta seção resume as alterações no Word 2010.
nas Ações adicionais no menu de contexto. Depois que o usuário tiver
Recortar, copiar e colar movido o IP fora do parágrafo atual, a marcação do texto será eliminada
para esse parágrafo. Há alterações no modelo de objeto para refletir que o
Recortar, copiar e colar é a maneira mais comum de mover conteúdo texto marcado por um identificador de marca inteligente não será armaze-
entre aplicativos. O Word 2010 pode copiar e colar conteúdo em muitos nado no documento.
formatos. O Word 2010 possui muitas opções disponíveis para colar conte-
údo, por meio do recurso Visualizar antes de colar. As opções de colagem Modos de Exibição
incluem:
No Word 2010, quando você clica na guia Exibir, as opções são:
• Manter Formatação Original • Layout de Impressão
• Mesclar Formatação • Leitura em Tela Inteira
• Usar Tema de Destino • Layout da Web
• Manter Somente Texto • Estrutura de tópicos
Mapa de documentos
• Rascunho (Normal)
A experiência de criação é aprimorada com as novas maneiras de na-
O que foi removido
vegar no conteúdo por título, página ou objeto. O mapa de documento é
substituído pelo painel de navegação. Em vez do mapa de documentos, os Esta seção fornece informações sobre recursos removidos no Word
usuários veem um novo painel de navegação. Os usuários podem ver 2010.
todos os títulos de um documento, suas posições relativas e o local atual.
Com isso disponível, a movimentação entre vários títulos é feita clicando Remoção de Nome da Pessoa da marca inteligente
em partes do painel. As estruturas de tópicos podem ser recolhidas para A marca inteligente Nome de Pessoa (Contatos de Email do Outlook)
ocultar títulos aninhados para documentos complexos longos. Os usuários será removida e substituída pela funcionalidade que usa a GAL (Lista de
podem não ver mais marcas de revisão em títulos dentro do mapa. Em vez Endereços Global) por meio do Microsoft Office Communicator. No Word, a
disso, eles veem o resultado final das revisões dentro do painel. funcionalidade será substituída pela funcionalidade “ações adicionais”
O benefício geral dessa alteração é uma interface mais clara que cor- descrita anteriormente neste artigo, mas no Excel, a funcionalidade será
responde à aparência da faixa de opções. Os usuários também têm acesso completamente removida. O 2007 Office System será a última versão que
às seguintes funcionalidades inéditas: oferece suporte para essa funcionalidade.

Informática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
AutoResumo 2. Execute um destes procedimentos:
AutoResumo é o recurso que lista Título, Assunto, Autor, Palavras- • Para converter o documento sem salvar uma cópia, clique em In-
chave e Comentários. Esse recurso estava disponível no menu Ferramen- formações e em Converter.
tas. No Word 2010, esse recurso não é mais usado. Se você inserir um
resumo no documento, ele não consistirá em dados de AutoResumo e será • Para criar uma nova cópia do documento no modo do Word 2010,
mantido. No entanto, se o documento estava em um modo de exibição de clique em Salvar como, digite um novo nome para o documento na caixa
resumo quando foi salvo, ele não estará mais nesse local quando você o Nome do arquivo e clique em Documento do Word na lista Salvar como
abrir. Tipo.

MODI (Microsoft Office Document Imaging) 3. Clique em Informações e em Converter.

O MODI fornecia uma solução comum de verificação e geração de i- Verificador de Compatibilidade


magens do documento para o Office. Ele também era a base do recurso O Verificador de Compatibilidade lista elementos em um documento
Fax para o Office. Quando o MODI era instalado, ele era o manipulador que não têm suporte ou que funcionarão de maneira diferente no Word
padrão para arquivos .tif, .tiff e .mdi. No Office 2010, o MODI foi completa- 2007 ou no formato do Word 97-2003. Alguns desses recursos serão
mente preterido. Essa alteração também afeta a árvore de configuração, permanentemente alterados e não serão mais convertidos em elementos
que não mostra mais os nós Ajuda do MODI, OCR ou Filtro de Serviço de do Word 2010, mesmo se você converter posteriormente o documento no
Indexação no menu Ferramentas. O recurso Fax da Internet no Office formato Word 2010.
2010 usa o driver de impressora de Fax do Windows para gerar um arquivo
TIF (formato de arquivo fixo). O MODI e todos os seus componentes estão Objetos inseridos do Word 2010
preteridos para a versão do Office 2010 de 64 bits. Os objetos inseridos do Open XML podem ser convertidos para permi-
Painel Pesquisa e Referência tir que usuários de versões anteriores do Word os alterem.

O painel Pesquisa e Referência foi removido do Windows Internet 1. Clique com o botão direito do mouse no objeto inserido.
Explorer 7. Portanto, o atalho ALT+clique no Microsoft Word 2010 não 2. Aponte para Objeto do Documento e clique em Converter.
levam mais os usuários a esse painel. O recurso Pesquisa e Referência
deu origem a um painel de pesquisa para busca em todos os sites e portais 3. Na caixa de diálogo Converter, clique em Converter em.
da Intranet.
4. Na lista Tipo de objeto, selecione Documento do Microsoft
Mala Direta usando um banco de dados do Works Word 97-2003.
Os usuários não podem fazer mala direta no Microsoft Word 2010 ou Equações
no Microsoft Publisher 2010 usando um banco de dados do Microsoft
Se você salvar um documento no formato do Word 97-2003, as equa-
Works, por causa de uma alteração no modelo do objetos. Isso afeta
ções serão convertidas em imagens não editáveis. No entanto, se você
principalmente os usuários que configuraram uma mala direta recorrente
converter posteriormente o documento em um formato de arquivo do Word
que lê o conteúdo de um banco de dados do Works. Recomendamos usar
2010 e nenhuma alteração tiver sido feita nas imagens de equação em
o Works para exportar os dados e, em seguida, criar uma nova fonte de
uma versão anterior, as equações se transformarão em texto, e você
dados para executar a operação de mala direta.
poderá alterá-las.
Botão Pesquisar Bibliotecas
Gráficos SmartArt
O botão Pesquisar Bibliotecas foi removido do menu Inserir Cita-
Quando você salvar um documento que contém um gráfico SmartArt
ções (na guia Referências).
no formato do Word 97-2003, os gráficos serão convertidos em imagens
WLL (Bibliotecas de Suplementos do Word) estáticas. Você não conseguirá alterar o texto dentro de um gráfico, alterar
seu layout ou alterar sua aparência geral. Se você converter posteriormen-
Os arquivos WLL estão preteridos para a versão do Office 2010 de 32 te o documento no formato do Word 2010 e nenhuma alteração tiver sido
bits e não têm suporte na versão do Office 2010 de 64 bits. Uma WLL é um feita nas imagens em uma versão anterior, o gráfico se transformará no-
complemento para o Microsoft Word que pode ser compilado em qualquer vamente em um objeto SmartArt.
compilador com suporte para a compilação de DLLs.
Considerações sobre migração do Office 97-2003 para o Office
Considerações sobre migração 2010
Esta seção descreve as alterações a serem consideradas quando você Muitas das alterações do Office 97-2003 para o Office 2010 não são
migra do Office Word 2007 para o Word 2010. diferentes do Office 97-2003 para o 2007 Office System.
Migrando arquivos do Word As seguintes alterações no Word 2010 podem afetar a migração:
O formato de arquivo padrão não foi alterado no Microsoft Office 2010.
• O AutoTexto está sendo movido novamente para Nor-
O formato de arquivo baseado em XML foi introduzido no 2007 Microsoft mal.dotm para facilitar o preenchimento automático. Para usuá-
Office System e continua sendo usado. rios que mudarem do Office Word 2003 para o Word 2010, re-
Quando você abrir um documento no Word 2010, ele será aberto em comendamos mover o documento para %AppDa-
um dos três modos: ta%\Word\Startup e seguir as etapas para atualizar um docu-
mento. Os usuários do Office Word 2007 encontrarão o autotex-
• Word 2010 to movido automaticamente.
• Modo de compatibilidade do Word 2007 • A galeria do AutoTexto agora está disponível na galeria
de Partes Rápidas. Portanto, os usuários não precisam mais
• Modo de compatibilidade do Word 97-2003
lembrar de mover seu autotexto para a galeria de Partes Rápi-
Para determinar em que modo o documento se encontra, consulte a das.
barra de título do documento. Se (Modo de Compatibilidade) aparecer
após o nome do arquivo, significa que o documento está no modo de • O Word migrará automaticamente os blocos de constru-
compatibilidade do Word 2007 ou do Word 97-2003. Você pode continuar ção para o Word 2010 quando você iniciar pela primeira vez o
trabalhando no modo de compatibilidade ou converter seu documento no aplicativo. Isso é feito criando uma cópia do arquivo de blocos
formato de arquivo do Word 2010. de construção existente e colocando-a em um novo diretório,
%AppData%\Document Building Block\{||cc}\14, e dividindo os
1. Clique na guia Arquivo.

Informática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
blocos de construção que eram fornecidos com o Office Word Contudo, infelizmente os efeitos de textos não podem ser visualizados em
2007 pelo arquivo. versões anteriores do Office ou exportados para páginas Web.
• De maneira similar ao Word 2007, o Word 2010 fornece Imagens artísticas
um novo arquivo Normal.dotm ao ser iniciado pela primeira vez.
Seu arquivo normal antigo será denominado normalold.dotm. Se Adicionar imagens e fotos ao documento nos ajuda a transmitir a ideia
você quiser restaurar sua configuração do Word 2007, clique tratada no texto para o leitor, servindo também como estímulo para a
com o botão direito do mouse no arquivo e clique em Abrir. visualização. Surge na nova versão do Word a possibilidade de adicionar
facilmente às imagens efeitos como: rabiscado, mosaico, escala de cinza
Quando estiver no Word, você deverá usar o botão Converter
em lápis, fotocópia e cimento.
no modo de exibição Backstage para converter o arquivo normal
no formato Word 2010. http://technet.microsoft.com/pt-br/

-o0o-
Diferentemente da versão 2007, o Word 2010 não sofreu modificações
significativas em seu visual e na disposição dos ícones que realizam as
tarefas. Este é um fator positivo, pois evita um incômodo semelhante ao
ocorrido durante a transição dos menus convencionais para o polêmico
Ribbon, que ocorreu entre as versões 2003 e 2007.

Aplique efeitos em suas imagens sem precisar de outros editores

Após aplicar o efeito na imagem, você poderá copiar o resultado e uti-


lizá-lo também em outros aplicativos como o Paint. Com isso, podemos até
mesmo salvar a imagem e enviá-la para amigos ou utilizar como imagem
de exibição no Windows Live Messenger (MSN) 2009 . Esta é uma
O layout, inclusive dos menus, não sofreu alterações significativas ótima forma de se obter efeitos em imagens sem utilizar editores específi-
cos.
No Word 2010, funções como salvar, imprimir e abrir documentos vol-
taram a ser realizadas por meio do item de menu Arquivo, tendo sido Quebrando a barreira do s idiomas
eliminado o botão com o símbolo do Office, existente na versão 2007, que
fornecia acesso a estas opções. Com isso, o aplicativo volta a ter suas Não raras são as vezes em que encontramos documentos sobre um
funções principais no esquema mais utilizado por aplicativos. assunto de nosso interesse escrito em outro idioma. Nestes casos, se não
o dominamos, recorremos ao dicionário ou a ferramentas de tradução
Além das WordArts online. Agora o Word traz a possibilidade de realizar traduções sem que
precisemos recorrer a outros meios.
Até a versão 2007 do Office tínhamos à disposição somente as famo-
sas WordArts para criar textos com efeitos e formas especiais. Já na
versão 2010, foi adicionado o recurso "Efeitos de texto", presente ao lado
direito do botão Cor da Fonte, que nos permite aplicar em poucos cliques
efeitos como sombra, reflexo e brilho ao texto.

Traduza seus documentos diretamente no Word a partir da aba Revisão

Infelizmente, para utilizar este recurso é necessário estar conectado à


Internet, pois o editor realizará a consulta diretamente no site de traduções
da Microsoft. Com este recurso, podemos traduzir parcialmente o texto ou
então solicitar a tradução integral, sendo neste último caso carregada uma
página com o resultado da tradução.
A ferramenta não detectou automaticamente o idioma de origem do
texto inserido, exigindo desta forma que seja feita a configuração por meio
da opção Escolher o Idioma de Tradução, que nos permite escolher os
idiomas de origem e destino. Dentre os idiomas disponíveis estão: inglês,
Diferentemente das WordArts, os efeitos se adaptam melhor ao visual do texto
espanhol, francês, alemão, chinês, japonês, sueco e russo.

Com este recurso é possível criar os modernos efeitos de reflexo que Conclusões
encontramos facilmente na Internet, sem termos de utilizar editores de Felizmente foi mantido no Word o layout de componentes de sua ver-
imagem complexos ou exigir horas de treinamento para o aprendizado. são anterior, a 2007. Desta forma, evitou-se o impacto de uma possível

Informática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
adaptação. Diante do cenário exposto, migrar para a nova versão tende a
ser algo mais atrativo para aqueles que desejam confeccionar documentos
com visual mais atraente no texto e em suas imagens.
Para aqueles que ainda utilizam a versão 2003 e desejam conferir os
novos recursos do Microsoft Office 2010 com o menu clássico,
existe a ferramenta Free Classic Menu for Office 2010, gratuita para usuá-
rios domésticos, que devolve a antiga aparência para o novo pacote de
aplicativos para escritório da Microsoft.
Fonte: http://www.superdownloads.com.br/
Como salvar arquivos no Word 2010
Para salvar arquivos no word 2010 é muito simples, porém existem
alguns detalhes que você deve tomar em conta. A primeira forma de sal-
var documentos é a mais básica, acionando o menu Arquivo -> Salvar.
Esta forma de salvar arquivos deve ser acionada quando o documento
ainda está em edição pela primeira vez, ou seja, quando o documento de A segunda opção, Salvar como, permite que você salve novamente
Word está criado. com outro nome ou até com outro tipo de documento. Este recurso permi-
te criar vários tipos de documento com o mesmo conteúdo. Portanto te-
mos 2 maneiras diferentes de salvar arquivos no Word 2010.

EXCEL 2010

O Excel ganhou, ao longo dos anos, recursos cada vez mais avança-
dos, como a obtenção e filtragem de dados diretamente de bancos de
dados corporativos e o prático recurso de formatação condicional, que se
tornou ainda melhor na versão 2007. Na versão 2010, lançada com o
Microsoft Office 2010 , a ferramenta adquire funções ainda mais
avançadas mantendo o visual de seu antecessor.

A outra opção é Salvar como, esta maneira permite salvar arquivos


que já foram salvos anteriormente, ou seja, que já foram criados. Mas é
possível utilizar esta forma ao criar arquivos também assim como na op-
ção Salvar.

O visual do Excel 2007 foi preservado na versão 2010

Gráficos para cada célula

Uma das principais novidades encontradas no Microsoft Excel 2010 é


a possibilidade de adicionar gráficos que ocupam apenas uma célula. Este
recurso é especialmente útil para demonstrar tendências para cada item de
uma tabela, situação comum, por exemplo, no demonstrativo de vendas de
As duas formas anteriores ao serem acionadas exibirão a janela abai- uma loja, que normalmente reúne dezenas de produtos.
xo quando você for salvar um documento pela primeira vez. Após nomear
o arquivo e salvá-lo, a opção Salvar atualizará o documento de word de
forma automática, sem exibir a janela abaixo.
http://www.computerdicas.com.br/

Adicione facilmente gráficos individuais para cada item de uma tabela

Informática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A configuração do novo tipo de gráfico, também conhecido como mini-
gráfico, é realizada da mesma forma que as dos convencionais. Para
utilizá-los, precisamos somente acessar a aba Inserir e seguir até algum
dos botões Inserir minigráfico. Será oferecida em instantes a seleção dos
intervalos de dados.

Análise segmentada de dados


O recurso Seguimentação de Dados adicionado ao Excel 2010 facilita
a análise de dados obtendo-os diretamente de sua fonte. Esta análise pode Um gráfico sparkline numa célula F6 mostra o desempenho ao longo
ser configurada a partir de servidores Microsoft SQL Server 2008 e de 5 anos dos mesmas títulos, mas apresenta um gráfico de barras de
outros compatíveis com o protocolo de comunicação ODBC, sendo possí- Ganhos/Perdas que só mostra se o ano apresentou um ganho (tal como
vel desta forma visualizar em tempo real o desempenho dos negócios. nos anos 2004 a 2007) ou uma perda (2008). Este gráfico sparkline utiliza
valores das células A6 a E6.

Uma vez que um gráfico sparkline é um pequeno gráfico incorporado


numa célula, pode introduzir texto numa célula e utilizar um gráfico sparkli-
ne como respectivo fundo, tal como mostrado na seguinte imagem.

Pode aplicar um esquema de cores aos seus gráficos sparkline esco-


lhendo um formato incorporado a partir da galeria de Estilos (separador
Estrutura, disponibilizada quando selecciona uma célula que contém um
gráfico sparkline). Pode utilizar os comandos Cor do Gráfico Sparkline ou
Cor do Marcador para escolher uma cor para os valores alto, baixo e
primeiro e último valores (tais como verde para alto e cor-de-laranja para
baixo).

Porquê utilizar?
Filtre dados rapidamente utilizando o recurso de Análise Segmentada do Excel 2010
Os dados apresentados numa linha ou coluna são úteis, mas os pa-
O recurso de análise segmentada surgiu principalmente para suprir as drões podem ser, à primeira vista, difíceis de encontrar. O contexto destes
necessidades referentes à inteligência de negócios, fornecendo e filtrando números pode ser fornecido ao inserir gráficos sparkline junto dos dados.
informações com base no em dados atuais. Para utilizar este recurso é Ocupando uma pequena quantidade de espaço, um gráfico sparkline pode
necessário configurar uma conexão com o banco de dados do negócio, apresentar uma tendência baseada em dados adjacentes numa represen-
tarefa normalmente realizada pelo administrador de tecnologia. tação gráfica clara e compacta. Apesar de não ser obrigatório, recomenda-
se que a célula de um gráfico sparkline esteja directamente junto dos
respectivos dados subjacentes.
Conclusões
Pode ver rapidamente a relação entre um gráfico sparkline e os dados
A versão 2010 do Excel se manteve praticamente idêntica à 2007, com subjacentes, e quando os dados são alterados pode ver imediatamente a
exceção da adição dos minigráficos e de melhorias na filtragem e exibição alteração no gráfico sparkline. Para além de criar um único gráfico sparkli-
de dados dinâmicos, utilizando a análise segmentada. O ponto positivo ne para uma linha ou coluna de dados, pode criar vários gráficos sparkline
com relação à interface é que os botões dos menus que possuem várias ao mesmo tempo, seleccionando várias células que correspondem a dados
opções exibem uma quantidade maior de visualizações. subjacentes, conforme é mostrado na seguinte imagem.

Infelizmente ambos os recursos citados não serão corretamente exibi- Também pode criar gráficos sparkline para linhas de dados que adi-
dos caso a planilha criada seja aberta em versões anteriores do Excel, um cione posteriormente utilizando a alça de preenchimento numa célula
importante fator quando pensamos em um ambiente corporativo com adjacente que contenha um gráfico sparkline.
diferentes versões sendo usadas, uma vez que nem todos poderão ver os
avanços, mesmo na versão 2007.
Fonte: http://www.superdownloads.com.br/

Uma boa novidade no Excel 2010 são os gráficos Sparklines.

Ao contrário de gráficos numa folha de cálculo do Excel, os gráficos


sparkline não são objectos, um gráfico sparkline é, na realidade, um pe-
queno gráfico no fundo de uma célula. A seguinte imagem mostra um
gráfico sparkline de colunas na célula F2 e um gráfico sparkline de linhas
em F3. Ambos os gráficos sparkline obtêm os respectivos dados das
células A2 a E2 e apresentam um gráfico no interior de uma célula que
mostra o desempenho de um título. Os gráficos mostram os valores por O intervalo de dados utilizado por um grupo de gráficos sparkline
trimestre, realçam o valor alto (3/31/08) e o valor baixo (12/31/08), mostram
todos os pontos de dados e mostram a tendência de descida do ano. Um grupo de gráficos sparkline

Informática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Uma das vantagens em utilizar gráficos sparkline é que, ao contrário
dos outros gráficos, os gráficos sparkline são impressos quando imprime
uma folha de cálculo que os contém.

Criando Gráficos SparkLines

Exemplo: Levando-se em consideração os dados abaixo, da variação


de vendas do Produtos A, B e C; utilizaremos os gráficos sparklines pra
mostrar a variação de vendas.

Após digitar os dados, clique no Menu Inserir e escolha a opção de


Minigráficos:

Luiz - http://tecnologiaegestao.wordpress.com/

Ao nível do ambiente de trabalho, depois de o Excel 2007 ter introdu-


zido novos componentes (e.g., Botão Office e Friso) e eliminado alguns
dos componentes “históricos” das versões anteriores (e.g., menus e barras
de ferramentas tradicionais), o Excel 2010 apresenta algumas novidades
mas constitui essencialmente uma versão melhorada de diversas funciona-
Neste exemplo, vamos criar um gráfico de linhas. lidades.
A alteração mais visível ao nível do ambiente de trabalho é o “abando-
Quando você selecionar o tipo de gráfico de linhas, será aberta a jane- no” daquele que foi apresentado como uma das grandes novidades do
la criar minigráficos, e você deverá indicar as sequência de dados que ira Excel 2007, o Botão Office, que acabou por ser convertido num novo
conter o gráfico: separador do Friso, o separador Ficheiro. O separador Ficheiro agrupa
fundamentalmente os principais comandos de manipulação de ficheiros,
acessíveis através da designada Vista Backstage.
À parte da criação do separador Ficheiro e da melhoria gráfica e rear-
ranjo de alguns separadores, grupos e comandos do Friso, não existem
outras alterações significativas ao nível do ambiente de trabalho do Excel
2010.
Assim, no ambiente de trabalho do Excel 2010 destacam-se essenci-
almente dois componentes:
Friso: que agrupa, através de separadores, os comandos necessá-
rios para aceder às diversas funcionalidades.
Barra de Acesso Rápido: que permite o acesso simples e rápido (no
topo da janela do Excel) aos comandos utilizados com maior frequência.
Para além destes componentes, o Excel 2010 mantém no seu ambien-
te de trabalho alguns dos componentes mais tradicionais como a Barra de
Após criar o gráfico da primeira linha de dados, arraste para criar as Fórmulas (onde poderão ser introduzidas e editadas as células), o Sepa-
outras linhas (no caso, os outros produtos): rador de Folhas (onde poderão ser realizadas as operações com as folhas
de um livro), a Barra de Estado e as áreas de Zoom e de Esquema de
Página.

Você pode utilizar as Ferramentas de Minigráficos para Formatar e


personalizar a exibição:

Informática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
FRISO vo, indicando de certa forma uma saída de dinheiro. Por outro lado, para
referir os valores de levantamentos ou receitas deverá ser introduzido um
O Friso é o principal meio no Excel 2010 para aceder às diversas fun- valor positivo, indicando dessa forma que se trata de uma entrada de
cionalidades, que poderão ser aplicadas sobre um documento do Excel dinheiro. Da mesma forma, se uma função financeira devolver um valor
(designado por Livro), sendo constituído pelos seguintes componentes: positivo, significa que é um valor a receber e, se devolver um valor negati-
Separadores: agrupam os comandos relevantes por actividades ou vo, significa que se trata de um valor a pagar.
tarefas. CÁLCULO DE VALOR INICIAL E VALOR FINAL
Grupos: organizam dentro de um separador os comandos relaciona- Para determinar o valor inicial ou o valor final de um investimento ou
dos. de um empréstimo com pagamentos e taxa de juro constantes, o Excel
Comandos: representados por botões, caixas de listagem, caixas de disponibiliza duas funções: a função VA para o cálculo do valor inicial e a
verificação ou pequenos menus, executam uma determinada tarefa ou função VF para o cálculo do valor final. As sintaxes destas duas funções
funcionalidade. são as seguintes:
Iniciadores de Caixa de Diálogo: representados pelo botão posicio- VA(taxa; nper; pgto; vf; tipo)
nado no canto inferior direito de alguns grupos, dão acesso às caixas de taxa: taxa de juro por período.
diálogo associadas aos comandos desses grupos.
nper: número total de períodos.
As funções financeiras do Excel permitem realizar diversos tipos de
cálculos financeiros como, por exemplo, determinar o pagamento de um pgto: pagamento feito em cada período.
empréstimo, o valor final de um depósito ou o capital inicial de um investi-
mento. vf: valor futuro ou saldo que se pretende obter depois do último paga-
mento. Se vf for omitido, será considerado o valor 0 (zero).
Ao utilizar funções financeiras é necessário compreender alguns con-
ceitos-chave de matemática financeira, nomeadamente os conceitos: FCA - Editora de Informática

Valor atual: representa o capital ou valor inicial de um investimento Combinações com a tecla Ctrl como atalhos do Excel
ou de um empréstimo. Num depósito a prazo, este valor representa o valor
inicial do depósito. No caso de um empréstimo, o valor actual representa o Abaixo coloco uma lista de combinações com a tecla Ctrl que ativam
valor contratualizado com a instituição de crédito. atalhos de teclado no Excel:
Valor futuro: representa o valor final de um investimento ou emprés-
timo depois de terem sido efectuados pagamentos. No caso de um depósi- Ctrl + 1 -> Formatar conteúdo da célula atual;
to a prazo o valor futuro será igual, no final do prazo, ao capital inicial mais
os juros entretanto capitalizados. No caso de um empréstimo, o valor futuro Ctrl + 2 -> Ativar Negrito na célula atual;
corresponde ao valor em dívida ao fim de um determinado período, no Ctrl + 3 -> Ativar Itálico na célula atual;
limite este valor será 0 (zero). Ctrl + 4 -> Ativar Sublinhado na célula atual;
Ctrl + 8 -> Mostra os símbolos de tópicos da planilha, caso haja algum.
Prazo: representa o tempo total que durará determinado investimento
Se não houver, sugere criação
ou empréstimo.
deles;
Períodos: representam a unidade de tempo na qual o prazo de um Ctrl + 9 -> Ocultar linha atual;
investimento ou empréstimo poderá ser dividido. Por exemplo, no caso dos Ctrl + 0 -> Ocultar coluna atual;
empréstimos é comum a periodicidade dos pagamentos ser mensal. Nos Ctrl + - -> Abre janela para excluir conteúdo;
depósitos a prazo poderemos ter, por exemplo, uma periodicidade mensal, Ctrl + W -> Fecha a pasta de trabalho atual, dando a opção de salvar
trimestral, semestral ou anual. Os períodos poderão ser definidos em as alterações;
termos de dias, semanas, meses, trimestres, semestres, anos ou outro Ctrl + R -> (Rght) Copia o conteúdo da célula da esquerda, atualizan-
período de tempo especificado pelo utilizador. do as colunas, se for uma fórmula;
Ctrl + T -> (Table) Seleciona todo o conjunto de células contínuas à
Pagamento: representa o montante pago em cada um dos períodos atual, ou a alguma que seja contínua a ela ou a outra já selecionada. Em
estabelecidos para um investimento ou empréstimo. resumo, tenta identificar e selecionar uma tabela;
Taxa: representa a taxa de juros de um empréstimo ou investimento. Ctrl + U -> Abre janela para substituir uma expressão por outra;
Ctrl + I -> O mesmo que Ctrl + 3;
Para além destes conceitos, aquando da utilização das funções finan- Ctrl + O -> (Open) Abre uma pasta de trabalho nova;
ceiras é necessário considerar e respeitar duas regras básicas: Ctrl + P -> (Print) Abre a janela para impressão;
Manter a consistência das unidades de tempo utilizadas, principal- Ctrl + A -> Abre janela para abrir arquivo;
mente na especificação das taxas e do número de períodos. Ctrl + S -> O mesmo que Ctrl + 4;
Ctrl + D -> (Down) Copia conteúdo da célula de cima, atualizando as
Utilizar valores negativos para pagamentos e depósitos e valores po- linhas, se for uma fórmula;
sitivos para receitas e levantamentos. Ctrl + F -> Copia a fórmula da célula acima, mas não atualiza dados,
se for uma fórmula;
Em relação à primeira regra, considere, por exemplo, que pretende Ctrl + G -> (Go) Abre a janela Ir para..., possibilitando o deslocamento
calcular o valor mensal a receber por um investimento a N anos a uma a outra posição na planilha;
determinada taxa de juro anual. Independentemente da função financeira a Ctrl + H -> Insere conteúdo da célula acima e permite seguir adicio-
aplicar neste caso, para que o Excel calcule correctamente o valor mensal nando mais dados. Equivale a copiar o conteúdo e mandar editá-lo;
é imprescindível que a taxa anual seja convertida para uma taxa mensal, Ctrl + K -> Abre janela para inserir hiperlink;
dividindo a taxa anual por 12 meses, e o número de períodos sejam defini- Ctrl + L -> Abre janela para localizar expressão na planilha;
dos em meses, multiplicando os N anos por 12 meses. Se esta regra não Ctrl + Z -> Desfaz a última ação realizada;
for cumprida, as funções financeiras acabarão por devolver valores incorre- Ctrl + X -> Recorta o conteúdo da célula atual e o coloca na área de
tos. transferência;
No que diz respeito à utilização de valores negativos e valores positi- Ctrl + C -> Copia o conteúdo da célula atual para a área de transfe-
vos, tal como para a regra anterior, as funções financeiras poderão devol- rência;
ver valores incorrectos que, por sua vez, poderão conduzir a interpretações Ctrl + V -> Cola o conteúdo da área de transferência na célula atual;
erradas. Em qualquer função financeira, sempre que se pretende referir o Ctrl + B -> Abre a janela Salvar como...;
valor de um depósito ou pagamento, o valor introduzido deverá ser negati- Ctrl + N -> O mesmo que Ctrl + 2;

Informática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ctrl + ; -> Insere a data atual na célula, permitindo que continuemos a Abre a caixa de diálogo Abrir para abrir ou localizar um ficheiro.
edição da célula; CTRL+SHIFT+O selecciona todas as células que tiverem um comentá-
Ctrl + / -> O mesmo que Ctrl + A. rio.
Published Tue, Oct 12 2010 11:09 by paleo CTRL+C
Filed under: Office System Copia as células seleccionadas.
CTRL+D
Teclas de atalho de combinação com a tecla CTRL do Excel 2010 Executa o comando Preencher Para Baixo. para copiar o conteúdo e
Tecla / o formato da célula mais elevada no intervalo, para as células abaixo
Descrição dela.
CTRL+SHIFT+( CTRL+D
Torna visíveis quaisquer linhas ocultas na selecção. Executa o comando Preencher Para a Direita para copiar o conteúdo
CTRL+SHIFT+& e o formato da célula mais à esquerda num intervalo de células, para
Aplica o limite às células seleccionadas. as células à direita.
CTRL+SHIFT_ CTRL+G
Remove o limite das células seleccionadas. Abre a caixa de diálogo Ir Para.
CTRL+SHIFT+~ F5 também abre esta caixa de diálogo.
Aplica o formato Numérico Geral. CTRL+G
CTRL+SHIFT+$ Guarda o ficheiro activo com o nome de ficheiro, caminho e formato de
Aplica o formato Monetário com duas casas decimais (números negati- ficheiro actuais.
vos entre parênteses). CTRL+I
CTRL+SHIFT+% Aplica ou remove a formatação de itálico.
Aplica o formato de número Percentagem com duas casas decimais. CTRL+I
CTRL+SHIFT+^ Apresenta a caixa de diálogo Criar Tabela.
Aplica o formato de número Científico com duas casas decimais. CTRL+K
CTRL+SHIFT+# Abre a caixa de diálogo Inserir Hiperligação para inserir uma nova
Aplica o formato Data, com dia, mês e ano. hiperligação, ou a caixa de diálogo Editar Hiperligação para hiperliga-
CTRL+SHIFT+@ ções existentes.
Aplica o formato de Hora com horas e minutos, e AM ou PM. CTRL+L
CTRL+SHIFT+! Apresenta a caixa de diálogo Criar Tabela.
Aplica o formato de número com duas casas decimais, separador de CTRL+L
milhares e sinal de menos (-) para valores negativos. Abre a caixa de diálogo Localizar e Substituir, com o separador Loca-
CTRL+SHIFT+* lizar seleccionado.
Selecciona a área actual em volta da célula activa (a área de dados SHIFT+F5 também mostra este separador, enquanto que SHIFT+F4
rodeada por linhas e colunas em branco). repete a última acção Localizar.
Numa Tabela Dinâmica, selecciona integralmente o relatório de tabela CTRL+SHIFT+F abre a caixa de diálogo Formatar células, com o se-
dinâmica. parador Tipo de letra seleccionado.
CTRL+SHIFT+: CTRL+N
Introduz a hora actual. Aplica ou remove a formatação de negrito.
CTRL+SHIFT+" CTRL+O
Copia o valor da célula acima da activa para a célula ou Barra de Fór- Cria um novo livro em branco.
mulas. CTRL+P
CTRL+SHIFT+Sinal de adição (+) Apresenta o separador Imprimir no Vista Microsoft Office Backstage.
Abre a caixa de diálogo Inserir para inserir células em branco. CTRL+SHIFT+P abre a caixa de diálogo Formatar Células com o se-
CTRL+Sinal de subtracção (-) parador Tipo de Letra seleccionado.
Mostra a caixa de diálogo Eliminar para eliminar as células seleccio- CTRL+R
nadas. Repete o último comando ou acção, se possível.
CTRL+; CTRL+S
Introduza a data actual. Aplica ou remove o sublinhado.
CTRL+` CTRL+SHIFT+U alterna entre expandir e fechar a barra de fórmulas.
Alterna entre mostrar os valores e as fórmulas das células. CTRL+T
CTRL+' Selecciona toda a folha de cálculo no Excel 2010
Copia a fórmula da célula acima da activa para a célula ou Barra de Se a folha de cálculo contiver dados, CTRL+T selecciona a região ac-
Fórmulas. tual. Premir CTRL+T uma segunda vez selecciona a folha de cálculo
CTRL+1 completa.
Abre a caixa de diálogo Formatar Células. Quando o ponto de inserção está à direita de um nome de função nu-
CTRL+2 ma fórmula, abre a caixa de diálogo Argumentos de Função.
Aplica ou remove a formatação de negrito. CTRL+SHIFT+A insere os nomes dos argumentos e os parênteses,
CTRL+3 quando o ponto de inserção está à direita do nome de função numa
Aplica ou remove a formatação de itálico. fórmula.
CTRL+4 CTRL+U
Aplica ou remove o sublinhado. Abre a caixa de diálogo Localizar e Substituir, com o separador
CTRL+5 Substituir seleccionado.
Aplica ou remove o rasurado. CTRL+V
CTRL+6 Insere o conteúdo da Área de Transferência no ponto de inserção,
Alterna entre ocultar e apresentar objectos. substituindo qualquer selecção. Disponível apenas após ter cortado ou
CTRL+8 copiado um objecto, texto, ou conteúdo de célula.
Mostrar ou oculta símbolos de destaque. CTRL+ALT+V apresenta a caixa de diálogo Colar Especial. Disponível
CTRL+9 apenas depois de cortar ou copiar um objecto, texto ou o conteúdo de
Oculta as linhas seleccionadas. uma célula numa folha de cálculo ou noutro programa.
CTRL+0 CTRL+W
Oculta as colunas seleccionadas. Fecha a janela do livro seleccionada.
CTRL+A CTRL+X

Informática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Corta as células seleccionadas. cação de Erros.
CTRL+Z CTRL+F10 maximiza ou repões a janela do livro seleccionado.
Utiliza o comando Anular para anular o último comando ou para elimi- F11
nar a última introdução de dados. Cria um gráfico dos dados do intervalo atual numa folha Gráfico em se-
Sugestão As combinações de CTRL, F11, CTRL+J, CTRL+M e C- parado.
TRL+Q não têm actualmente atalhos atribuídos. SHIFT+F11 Insere uma nova folha de cálculo.
Teclas de função ALT+F11 abre o Microsoft Visual Basic for Applications Editor, onde é
possível criar macros utilizando a linguagem de programação VBA (Vi-
Tecla sual Basic for Applications).
Descrição F12
F1 Abre a caixa de diálogo Guardar Como.
http://jpsuportes.blogspot.com/2010/09/teclas-de-atalho-no-excel-2010.html
Mostra o painel de tarefas Ajuda do Excel.
CTRL+F1 mostra ou oculta o friso.
ALT+F1 cria um gráfico incorporado dos dados no intervalo actual. POWERPOINT 2010
ALT+SHIFT+F1 insere uma nova folha de cálculo.
F2 MICROSOFT POWER POINT 2007
Edita a célula activa e posiciona o ponto de inserção no fim do conteúdo
da célula. Também move o ponto de inserção para a barra de fórmulas Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Para iniciá-lo
quando a edição em células estiver desactivada. basta clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do Windows, apontar para
SHIFT+F2 adiciona ou edita um comentário de uma célula. Todos os Programas, selecionar Microsoft Office e clicar em Microsoft
CTRL+F2 apresenta a área de pré-visualização de impressão no sepa- Office Power Point Vista 2007.
rador Imprimir no Vista Backstage.
F3 Janela de abertura do programa
Apresenta a caixa de diálogo Colar Nome. Só está disponível se existi-
rem nomes no livro.
SHIFT+F3 abre a caixa de diálogo Inserir Função.
F4
Repete o último comando ou acção, se possível.
CTRL+F4 fecha a janela de livro seleccionada.
ALT+F4 fecha o Excel.
F5
Abre a caixa de diálogo Ir para.
CTRL+F5 repõe as dimensões da janela de livro seleccionada.
F6
Alterna entre a folha de cálculo, friso, painel de tarefas e controlos de
Zoom. Numa folha de cálculo que tenha sido dividida (menu Ver, Gerir
Esta Janela, Fixar Painéis, comando Dividir Janela), F6 inclui os pai-
néis divididos, quando alternar entre os painéis e área do friso.
SHIFT+F6 alterna entre a folha de cálculo, controlos de Zoom, painel de
tarefas e o friso.
CTRL+F6 muda para a janela do próximo livro quando estiverem abertos 1 – Botão do Microsoft Office
mais do que um livro. Ele substitui o menu Arquivo (versões anteriores) e está localizado no
F7 canto superior esquerdo do programa.
Abre a caixa de diálogo Ortografia para verificar a ortografia na folha de
cálculo ou no intervalo de células activo. Ao clicar no Botão do Microsoft Office, serão exibidos comandos básicos:
CTRL+F7 executa o comando Mover na janela do livro quando não está Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, Publicar e
maximizada. Utilize as teclas de setas para mover a janela e, quando Fechar.
concluir, prima a tecla ENTER, ou a tecla ESC para cancelar.
F8 2 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido
Liga ou desliga o modo expandido. No modo expandido, aparece Selec-
ção Alargada na linha de estado, e as teclas de seta expandem a se-
lecção.
SHIFT+F8 permite adicionar uma célula ou um intervalo de células a Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Microsoft
uma selecção de células com as teclas de seta. Office (local padrão), é personalizável e contém um conjunto de comandos
CTRL+F8 executa o comando Tamanho (no menu Controlo da janela independentes da guia exibida no momento. É possível adicionar botões
do livro) quando o livro não está maximizado. que representam comandos à barra e mover a barra de um dos dois locais
ALT+F8 mostra a caixa de diálogo Macro para criar, executar, editar ou possíveis.
eliminar uma macro.
F9 3 – Barra de Titulo
Calcula todas as folhas de cálculo de todos os livros abertos. Exibe o nome do programa (Microsoft PowerPoint) e, também exibe o
SHIFT+F9 calcula a folha de cálculo activa. nome do documento ativo.
CTRL+ALT+F9 calcula todas as folhas de cálculo de todos os livros a-
bertos, tenham o não sido alterados desde o último cálculo. 4 – Botões de Comando da Janela
CTRL+ALT+SHIFT+F9 volta a verificar fórmulas dependentes e, em se- Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e restaurar a
guida, calcula todas as células de todos os livros abertos, incluindo célu- janela do programa PowerPoint.
las não marcadas para serem calculadas.
CTRL+F9 minimiza a janela de livro para um ícone.
F10
Ativa ou desativa Informações de Teclas de Atalho. (Premir ALT efectua
o mesmo procedimento.)
SHIFT+F10 mostra o menu de atalho para um item seleccionado.
ALT+SHIFT+F10 apresenta o menu ou mensagem de um botão Verifi-

Informática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5 – Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os comandos
necessários para executar uma tarefa. Os comandos são organizados em
grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo
de atividade como gravação ou disposição de uma página. Para diminuir a
desorganização, algumas guias são exibidas somente quando necessário.
SELECIONAR SLIDE
Por exemplo, a guia Ferramentas de Imagem somente é exibida quando
Para selecionar um slide, basta clicar na guia Slide no painel à esquerda.
uma imagem é selecionada.
LAYOUT

1) Guias
2) Os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas.
3) Os botões de comando em cada grupo executam um comando ou
exibem um menu de comandos. Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na Guia Início e
depois no botão Layout, escolha o layout desejado clicando sobre ele.
6 – Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em um slide.

7 – Barra de Status
Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre elas: o
número de
slides; tema e idioma.

8 – Nivel de Zoom
Clicar para ajustar o nível de zoom.

CRIAR APRESENTACOES
Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint engloba: iniciar com um
design básico; adicionar novos slides e conteúdo; escolher layouts; modifi-
car o design do slide, se desejar, alterando o esquema de cores ou apli-
cando diferentes modelos de estrutura e criar efeitos, como transições de
slides animados. INSERIR TEXTO
Antes de inserir o primeiro texto é necessário conhecer a aplicação de
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do Microsoft algumas
Office, e em seguida clicar em Novo. teclas:
Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco, Modelos
Instalados, Meus modelos, Novo com base em documento existente ou
Modelos do Microsoft Office Online).
BARRA DE Permite a inserção de espaços em branco.
ESPACOS
Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

Informática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
SHIFT Só funciona quando pressionada simultaneamente com outra
tecla. Serve para fazer letras maiúsculas e acessar a segunda
função da tecla, por exemplo: para digitar o sinal “@”, deve-se
pressionar simultaneamente as teclas SHIFT e 2.

DEL ou DELETE Apaga os caracteres que estão à direita do ponto de inserção.

BACKSPACE Apaga os caracteres que estão à esquerda do ponto de


inserção.

←→↑↓ Movimentam o ponto de inserção (cursor) pelo texto.


ENTER Cria uma nova linha.
CAPS LOCK Trava as maiúsculas. Todas as letras digitadas aparecerão
em
caixa alta.

Para fazer a acentuação, deve-se digitar a tecla de acento e depois a letra


a ser acentuada. Quando a tecla correspondente ao acento for pressiona- 2 – Tamanho da fonte Altera o tamanho da fonte
da, não sairá nada na tela; só depois que for digitada a letra é que ela
aparecerá acentuada.

Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do mouse no


retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar o ponto de inserção
(cursor será exibido).

Então basta começar a digitar.

3 – Negrito
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do
comando Ctrl+N.

4 – Italico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser acionado através do
Formatando o texto comando Ctrl+I.
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para selecionar
um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo sobre o ponto em 5 – Sublinhado
que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressionado, arrastar o Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado através do
mouse até o ponto desejado e soltar o botão esquerdo. comando Ctrl+S.

Com o texto selecionado basta clicar nos botões para fazer as alterações 6 – Tachado
desejadas Desenha uma linha no meio do texto selecionado.

7 – Sombra de Texto
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para destacá-lo no slide.

8 – Espacamento entre Caracteres


Ajusta o espaçamento entre caracteres.

1 – Fonte Altera o tipo de fonte 9 – Maiusculas e Minusculas


Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minúsculas, ou outros
usos comuns de maiúsculas/minúsculas.

10 – Cor da Fonte
Altera a cor da fonte.

11 – Alinhar Texto a Esquerda


Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através do coman-
do Ctrl+Q.

12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do comando Ctrl+E.
Informática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

13 – Alinhar Texto a Direita


Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através do comando
Ctrl+G.

14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando espaço extra
entre as palavras conforme o necessário, promovendo uma aparência
organizada nas laterais esquerda e direita da página.

15 – Colunas
Divide o texto em duas ou mais colunas.

Para inserir um novo slide

INSERIR NOVO SLIDE


Para inserir um novo slide acionar a guia Início e clicar no botão novo slide.
Depois clicar no layout desejado.
INSERIR SIMBOLOS ESPECIAIS
Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inserir no slide
vários caracteres e símbolos especiais.
Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o símbolo.

Acionando a guia inserir

Inserindo símbolos

Selecionar o símbolo.

EXCLUIR SLIDE
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no botão excluir, ou
clique no botão delete do teclado.
Escolha o símbolo desejado depois clique em inserir e fechar.
Para salvar um arquivo
MARCADORES E NUMERCAO SALVAR ARQUIVO
Com a guia Início acionada, clicar no botão marcadores e numeração, para Após criar uma apresentação, é necessário efetuar a gravação do arquivo,
criar parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador clicar essa operação é chamada de “Salvar”. Se o arquivo não for salvo, corre-se
na seta. o risco de perdê-lo por uma eventual falta de energia, ou por outro motivo
que cause a saída brusca do programa.

SAIR DO POWERPOINT
Para sair do Microsoft Office PowerPoint, utilizar as seguintes opções:
• Acionar o Botão do Microsoft Office e clicar em Sair do PowerPoint. Clicar
no Botão Fechar. Ou pressionar as teclas ALT+F4.

Informática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se o arquivo não foi salvo ainda, ou se as últimas alterações não foram
gravadas, o PowerPoint emitirá uma mensagem, alertando- o do fato.

Inserindo figuras

Imagem do Arquivo inserir uma imagem de um arquivo.

Clip-art : é possível escolher entre várias figuras que acompanham


o Microsoft Office.

Formas : inserir formas prontas, como retângulos e círculos, setas,


linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.

SmartArt : inserir um elemento gráfico SmartArt para comunicar


informações visualmente. Esses elementos gráficos variam desde listas
gráficas e diagramas de processos até gráficos mais complexos, como
diagramas de Venn e organogramas.

Gráfico : inserir um gráfico para ilustrar e comparar dados.


Mantê-lo pressionado e arrastá-lo até a posição desejada.

WordArt: : inserir um texto com efeitos especiais.

Cabeçalho e Rodapé

Para editar o cabeçalho ou rodapé do slide, basta clicar no botão ,


na guia Inserir. As informações serão exibidas na parte superior ou inferior
de cada página impressa.

Como inserir tabelas

INSERIR TABELA

Para inserir ou traçar uma tabela, basta clicar no botão , localizado


na guia Inserir. Como alterar plano de fundo

ALTERAR A ORDEM DOS SLIDES ALTERAR PLANO DE FUNDO


Para alterar a ordem dos slides: Para alterar o plano de fundo de um slide, basta clicar com o botão direito
• Selecionar a guia Slides (no painel à esquerda), Clicar com o botão do mouse sobre ele, e em seguida clicar em Formatar Plano de Fundo.
esquerdo do mouse sobre o slide,

Informática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
comumente usados para apresentações autoexecutáveis — por exemplo,
apresentações que são exibidas várias vezes em uma cabine ou quiosque
(um computador e monitor, geralmente localizados em uma área frequen-
tada por muitas pessoas, que pode incluir tela sensível ao toque, som ou
vídeo.

Os quiosques podem ser configurados para executar apresentações do


PowerPoint de forma automática, contínua ou ambas).

1. Na guia Inserir, no grupo Ilustrações, clicar na seta abaixo de Formas e,


em seguida, clique no botão Mais
2. Em Botões de Ação, clicar no botão que se deseja adicionar.
3. Clicar sobre um local do slide e arrastar para desenhar a forma para o
botão.
4. Na caixa Configurar Ação, seguir um destes procedimentos:
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando você clicar
nele, clicar na guia Selecionar com o Mouse.
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando você mover o
Depois escolher entre as opções clicar Aplicar a tudo para aplicar a mu- ponteiro sobre ele, clicar na guia Selecionar sem o Mouse.
dança a todos os slides, se for alterar apenas o slide atual clicar em fechar. 5. Para escolher o que acontece quando você clica ou move o ponteiro
sobre o botão de ação, siga um destes procedimentos:
• Se você não quiser que nada aconteça, clicar em Nenhuma.
• Para criar um hiperlink, clicar em Hiperlink para e selecionar o destino
para o hiperlink.
• Para executar um programa, clicar em Executar programa e, em seguida,
clicar em Procurar e localizar o programa que você deseja executar.

Para executar uma macro (uma ação ou um conjunto de ações que você
pode usar para automatizar tarefas. As macros são gravadas na linguagem
de programação Visual Basic for Applications), clicar em Executar macro e
selecionar a macro que você deseja executar.

As configurações de Executar macro estarão disponíveis somente se a sua


apresentação contiver uma macro.
• Se você deseja que a forma escolhida como um botão de ação execute
uma ação, clicar em Ação do objeto e selecionar a ação que você deseja
que ele execute.

As configurações de Ação do objeto estarão disponíveis somente se a sua


apresentação contiver um objeto OLE (uma tecnologia de integração de
programa que pode ser usada para compartilhamento de informações entre
programas.
ANIMAR TEXTOS E OBJETOS Todos os programas do Office oferecem suporte para OLE; por isso, você
Para animar um texto ou objeto, selecionar o texto ou objeto, clicar na guia pode compartilhar informações por meio de objetos vinculados e incorpo-
Animações, e depois em Animações Personalizadas, abrirá um painel à rados).
direita, clicar em Adicionar efeito. Nele se encontram várias opções de • Para tocar um som, marcar a caixa de seleção Tocar som e selecionar o
animação de entrada, ênfase, saída e trajetórias de animação. som desejado.

TRANSICAO DE SLIDES
As transições de slide são os efeitos semelhantes à animação que ocorrem
no modo de exibição Apresentação de Slides quando você move de um
slide para o próximo. É possível controlar a velocidade de cada efeito de
transição de slides e também adicionar som.

O Microsoft Office PowerPoint 2007 inclui vários tipos diferentes de transi-


ções de slides, incluindo (mas não se limitando) as seguintes:

Legenda
1. Sem transição
2. Persiana Horizontal
3. Persiana Vertical
4. Quadro Fechar
INSERIR BOTAO DE ACAO 5. Quadro Abrir
Um botão de ação consiste em um botão já existente que pode ser inserido 6. Quadriculado na Horizontal
na apresentação e para o qual pode definir hiperlinks. Os botões de ação 7. Quadriculado na Vertical
contêm formas, como setas para direita e para esquerda e símbolos de 8. Pente Horizontal
fácil compreensão referentes às ações de ir para o próximo, anterior, 2. Pente Vertical
primeiro e último slide, além de executarem filmes ou sons. Eles são mais

Informática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar no Interface do usuário do Fluent
botão Mais.
A interface do usuário do PowerPoint 2010 foi atualizada com base na
Adicionar a mesma transição de slides a todos os slides em sua apresen- interface do usuário do Microsoft Office Fluent, que foi introduzida no 2007
tação: Microsoft Office System. A interface do usuário do Microsoft Office Fluent
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. foi projetada para facilitar ainda mais a localização e a utilização da série
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. completa de recursos fornecidos pelos aplicativos do Office e para manter
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar em um um espaço de trabalho organizado.
efeito de transição de slides.
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar
no botão Mais . Faixa de opções
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo Transição para
Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da Transição e, em segui- A faixa de opções, parte da interface do usuário do Fluent, foi projeta-
da, selecionar a velocidade desejada. da para otimizar os principais cenários do PowerPoint, de forma a facilitar o
2. No grupo Transição para Este Slide, clicar em Aplicar seu uso. A faixa de opções oferece acesso mais rápido a todos os coman-
a Tudo. dos do PowerPoint 2010 e facilita futuras adições e personalizações.
Também é possível personalizar a faixa de opções. Por exemplo, é possí-
Adicionar diferentes transições de slides aos slides em sua apresen- vel criar guias e grupos personalizados para conter os comandos utilizados
tação com mais frequência. Para ajudar a maximizar a edição do espaço da sua
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. apresentação na página, a faixa de opções pode ainda ficar oculta durante
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. a criação.
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar no efeito
de transição de slides que você deseja para esse slide. Modo de exibição Backstage
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rápidos, clicar
no botão Mais .
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo Transição para O Microsoft Office Backstage agora faz parte da interface do usuário
Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da Transição e, em segui- do Fluent e é um recurso complementar à faixa de opções. O modo de
da, selecionar a velocidade desejada. exibição Backstage, que pode ser acessado na guia Arquivo, ajuda você a
6. Para adicionar uma transição de slides diferente a outro slide em sua localizar os recursos de uso frequente para gerenciar arquivos de apresen-
apresentação, repetir as etapas 2 a 4. tação do PowerPoint. (A guia Arquivo substitui o Botão do Microsoft Office
e o menu Arquivo, que eram usados em versões anteriores do Microsoft
Adicionar som a transições de slides Office.) O modo de exibição Backstage é utilizado para gerenciar arquivos
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na guia Slides. e dados referentes a arquivos; por exemplo, a inspeção de metadados
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. ocultos ou de informações pessoais e a definição de opções de arquivo.
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, clicar na seta
ao lado de Som de Transição e, em seguida, seguir um destes procedi- Formato de arquivo
mentos:
• Para adicionar um som a partir da lista, selecionar o som desejado.
O formato de arquivo do PowerPoint 2010 habilita novos recursos; por
• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecionar Outro Som,
exemplo, compartilhamento na Web, coautoria de apresentação vinculada
localizar o arquivo de som que você deseja adicionar e, em seguida, clicar
e controle de versão. O PowerPoint 2010 continuará trabalhando com
em OK.
apresentações do Office PowerPoint 2007.
2. Para adicionar som a uma transição de slides diferente, repetir
as etapas 2 e 3.
Modo de exibição protegido
Opções da apresentação
Usar as opções na seção Opções da apresentação para especificar como Arquivos de um local potencialmente não seguro (por exemplo, Inter-
você deseja que arquivos de som, narrações ou animações sejam execu- net ou anexo de email) ou arquivos com conteúdo ativo (como macros,
tados em sua apresentação. conexões de dados ou controles ActiveX) são validados e podem ser
• Para executar um arquivo de som ou animação continuamente, abertos em um modo de exibição protegido. Quando você abre arquivos no
marcar a caixa de opções Repetir até 'Esc' ser pressionada. Modo de Exibição Protegido, as funções de edição são desabilitadas. Para
• Para mostrar uma apresentação sem executar uma narração in- abrir e editar arquivos de fontes confiáveis, clique em Habilitar Edição.
corporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem narra- Também é possível explorar dados referentes aos arquivos no modo de
ção. exibição Backstage.
• Para mostrar uma apresentação sem executar uma animação in-
corporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem anima- Recursos de colaboração e compartilhamento
ção.
• Ao fazer sua apresentação diante de uma audiência ao vivo, é
possível escrever nos slides. Para especificar uma cor de tinta, na O PowerPoint 2010 oferece suporte para a funcionalidade de coautori-
lista Cor da caneta, selecionar uma cor de tinta. a. Essa funcionalidade simplifica a colaboração, pois permite que vários
usuários trabalhem produtivamente na mesma apresentação, sem bloquei-
Avançar slides os ou interferência no trabalho uns dos outros. O Office 2010 fornece a
Usar as opções na seção Avançar slides para especificar como mover de funcionalidade de coautoria para documentos do PowerPoint 2010, do
um slide para outro ou para avançar para cada slide manualmente durante Microsoft Word 2010 e do Microsoft OneNote 2010 no Microsoft SharePoint
a apresentação, clicar em Manualmente. Server 2010. Também há suporte para a funcionalidade de coautoria no
Microsoft Excel Web App e no Microsoft OneNote Web App. As alterações
são as seguintes:
Alterações no PowerPoint 2010
O que há de novo
• O novo conteúdo é automaticamente realçado.
Esta seção destaca os novos recursos do PowerPoint 2010. • As informações do autor em qualquer conteúdo adicionado ou
compartilhado são identificadas por uma barra codificada por cores, que
mostra as iniciais do autor.

Informática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• O suporte a versões permite que os usuários vejam quando e especificado em um dos dois locais. No PowerPoint 2010, é possível inserir
quem fez as alterações em uma apresentação, e as alterações relaciona- qualquer arquivo de qualquer tamanho, portanto, esses dois recursos não
das a versões anteriores da apresentação são automaticamente realçadas. são mais necessários.
• Sincronização mais rápida de páginas, portanto, as alterações são
exibidas para todos os autores praticamente em tempo real. A funcionalidade ainda existe, mas apenas como parte do novo com-
portamento de inserção de áudio/vídeo. O recurso propriamente dito foi
Apresentações para audiências ao vivo e virtuais preterido.

O PowerPoint 2010 tem um recurso de apresentação de slides remota, Você não verá Tamanho Máximo do Arquivo de Som (KB) na faixa
permitindo que você faça uma apresentação de slides pela Web ou por de opções nem Vincular sons a arquivos com mais de em Opções do
uma conexão de rede para participantes virtuais e/ou ao vivo. Alguns PowerPoint. Em vez disso, o recurso para vincular e inserir áudio/vídeo
cenários de transmissão comuns são os seguintes: substituirá essa funcionalidade. Você poderá executar o mesmo procedi-
mento, mas com menos limitações, e também poderá fazê-lo diretamente
• Transmissão ad hoc um a um. quando um arquivo de mídia for inserido.

• Convide vários participantes para assistirem remotamente a uma


apresentação, a qualquer momento. No PowerPoint 2010, o usuário pode escolher se deseja inserir algum
arquivo diretamente usando a caixa de diálogo Inserir. Por isso, as caixas
• Faça uma apresentação de slides para participantes ao vivo e re- Tamanho Máximo do Arquivo de Som e Vincular sons a arquivos com
motos, simultaneamente, no contexto de uma sessão de treinamento, mais de não são mais necessárias. É possível inserir qualquer tipo de
reunião ou chamada em conferência. arquivo de qualquer tamanho, o que elimina a limitação de arquivos .wav
menores que 50 MB.
Trabalhando com texto e objetos

Salvar como página da Web


O PowerPoint 2010 fornece ferramentas aprimoradas de edição, com
um novo conjunto de efeitos de foto que permite a transformação de ima-
gens. Os pontos de entrada para Salvar como Página da Web foram remo-
vidos.
• Edição de vídeo e áudio
Considerações sobre migração
• Gráficos, transições e animações
• Ajuda e tradução Esta seção fornece informações sobre recursos e alterações que os
administradores devem considerar ao fazerem a migração do Microsoft
O que foi alterado
Office PowerPoint 2007 para o Microsoft PowerPoint 2010.

Esta seção resume as alterações no PowerPoint 2010.


Arquivos de apresentação do PowerPoint (.ppt/.pptx)

Grupo Organizar
O formato de arquivo padrão para apresentações criadas no PowerPo-
int 2010 não foi alterado do PowerPoint 2007, que é um formato de arquivo
O grupo Organizar agora é o menu Organizar. habilitado para XML. Não há suporte no PowerPoint 2010 para salvar em
formatos de arquivo do PowerPoint 95 (ou anterior) nem em arquivos do
Inserir uma forma Assistente para Viagem (.ppz).

Anteriormente, as Ferramentas de Desenho (na guia Formatar) eram Para garantir que uma apresentação do PowerPoint 2010 possa ser
automaticamente exibidas quando você inseria uma forma em um slide. exibida no PowerPoint 2003 ou em versões anteriores, execute o Verifica-
Isso não acontece mais. A guia é exibida, mas não é aberta automatica- dor de Compatibilidade no PowerPoint 2010. O Verificador de Compatibili-
mente. Você pode clicar duas vezes na forma para acionar as ferramentas. dade localiza possíveis problemas de compatibilidade entre o PowerPoint
2010 e versões anteriores do PowerPoint e cria um relatório para ajudar
você a resolvê-los.
Painel de seleção

Com todos os novos recursos de mídia, efeitos de foto, gráficos e for-


O painel Seleção é um recurso que lista todos os objetos em uma a- matação do PowerPoint 2010, é importante saber como ocorrerá a conver-
presentação. No PowerPoint 2010, ele agora está localizado no menu são quando o arquivo for aberto em uma versão anterior. Por exemplo, os
Organizar, na guia Página Inicial. novos efeitos de foto são armazenados no arquivo de tal modo que, quan-
do você abrir o arquivo no PowerPoint 2007, as fotos contendo os novos
O que foi removido efeitos terão exatamente a mesma aparência que possuíam no PowerPoint
2010. Entretanto, não será possível modificar o efeito se você voltar para o
Esta seção fornece informações sobre recursos removidos no Power- PowerPoint 2007.
Point 2010.
As novas transições de slides são mapeadas para uma transição do
Tamanho máximo de arquivo de som PowerPoint 2007 quando a apresentação é exibida no PowerPoint 2007 e
qualquer melhoria nas transições de slides será revertida para a aparência
original no PowerPoint 2007. Vídeos inseridos poderão ser exibidos no
O recurso para vincular e inserir áudio/vídeo foi substituído pelo recur- PowerPoint 2007, pois o PowerPoint 2007 Service Pack 2 foi atualizado de
so inserido de tamanho máximo de arquivo de som. No Microsoft Office forma a incluir suporte para vídeos inseridos. Contudo, se você tiver apli-
PowerPoint 2007, ele é exibido em dois locais: 1) como Tamanho Máximo cado alguns efeitos do PowerPoint 2010 ao vídeo do PowerPoint 2010,
do Arquivo de Som (KB) em Ferramentas de Som | Opções | Opções como cortá-lo em uma forma, aplicar 3D, usar formas em camadas ou
de Som e 2) Vincular sons a arquivos com mais de em Opções do aplicar bicromia, ele retornará ao vídeo padrão e será reproduzido sem
PowerPoint. O recurso era necessário anteriormente porque você só podia efeitos especiais.
inserir arquivos .wav menores que um determinado tamanho, conforme

Informática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Armazenando ou compartilhando arquivos 4. Em Personalizar Faixa de Opções, na lista Guias Principais, se-
lecione a guia Desenvolvedor, clique em Adicionar e em OK.
O PowerPoint 2010 fornece suporte para exportação de arquivos em Migração de configurações do VBA
todos os formatos de arquivo anteriores encontrados no PowerPoint 2007 e
em apresentações OpenDocumentation. No modo de exibição Microsoft No Office 2010, o VBA (Visual Basic for Applications) 6.0 foi atualizado
Office Backstage, há um recurso de compartilhamento de clique rápido para o VBA 7.0. As configurações do VBA 7.0 foram redefinidas para seus
para enviar uma apresentação via email como um anexo, como um link padrões após a migração, em vez de serem automaticamente repopuladas.
para a apresentação em um servidor Web ou como uma cópia em formato Isso ocorreu porque as configurações do Registro para o VBA estão em um
.pdf ou .xps. Também é possível compartilhar a apresentação via mensa- hive diferente no Office 2010, como mostra a tabela a seguir.
gem instantânea, na Janela da Apresentação, por Fax da Internet, publica-
ção no Produtos do Microsoft SharePoint 2010 ou em qualquer local espe- Microsoft PowerPoint 2010 é a versão mais potente e atual deste
cífico, ou agrupando-a em um CD. clássico das apresentações. Além das funcionalidades habituais, o
programa traz novidades como as ferramentas para editar vídeos e
Segurança da apresentação imagens ou o modo de trabalho colaborativo para preparar apresen-
tações em conjunto com várias pessoas.
No Office PowerPoint 2007, novos recursos de segurança foram intro-
duzidos para ajudar a garantir que uma apresentação tenha sido gerencia- Faz muito tempo que o PowerPoint é o rei absoluto no que diz respeito
da de modo seguro depois de sair das mãos do usuário. No PowerPoint à criação de apresentações dinâmicas. A versão 2010 traz a eficácia de
2010, permissões ainda podem ser definidas, mas agora através do modo sempre e mais algumas funções novas que deixam o software ainda mais
de exibição Backstage. Os recursos de segurança incluem: completo.

• Impedir alterações acidentais em uma versão final de documen- A interface do Microsoft PowerPoint continua a mesma. Se você utiliza
to usando o comando Marcar como Final. o programa normalmente não vai se perder com as novas ferramentas. O
visual do Microsoft PowerPoint pode ser personalizado para ter um acesso
• Fornecer garantia de autenticidade, integridade e origem da a- mais fácil aos comandos que você utiliza mais frequentemente.
presentação adicionando uma assinatura digital.
• Atribuir permissões que impeçam outros usuários de copiar, im- O Microsoft PowerPoint 2010 traz um editor que permite aprimorar as
primir ou editar a apresentação selecionando o nível de acesso específico imagens e vídeos incluídos na apresentação. Há novos efeitos de anima-
às necessidades dos usuários. ção e transições 3D que podem deixar seus slides com um ar mais profis-
sional.
• Gerenciar as propriedades do documento por meio do modo de
exibição Backstage.
A preparação de projetos em conjunto é outra das novidades importan-
Visualizador do PowerPoint tes do Microsoft PowerPoint 2010. A função SharePoint permite que várias
pessoas em lugares diferentes trabalhem numa mesma apresentação. Da
O Visualizador não é incluído em uma instalação do Office. Portanto, mesma forma, é possível transmitir o seu projeto simultaneamente em
para os usuários que precisam exibir uma apresentação PPT/PPTX em vários computadores. David Moya
modo offline, um novo Visualizador do PowerPoint está disponível online.
Esse Visualizador permite exibir apresentações criadas no Microsoft Po- Dificilmente assistimos a apresentações realizadas com o auxílio de
werPoint 2000, no PowerPoint 2002, no PowerPoint 2003, no PowerPoint um projetor que não tenham sido construídas com o PowerPoint, da Micro-
2007 e no PowerPoint 2010. Além disso, ele também oferece suporte para soft. Em sua versão 2010, lançada com o Microsoft Office 2010, o aplicati-
a abertura de apresentações do PowerPoint protegidas por senha. vo para apresentações permite adicionar molduras a vídeos e cortá-los,
assim como aplicar efeitos artísticos em imagens.
O Visualizador não pode ser instalado lado a lado com o Microsoft Of-
fice de 64 bits e não pode abrir arquivos criados no PowerPoint 95 ou em
versões anteriores. O suporte está limitado ao Windows XP, ai Windows
Server 2003, ao Windows Vista e ao Windows 7. Não há suporte para o
Windows 2000 e o Windows 98. Diferentemente dos visualizadores anterio-
res, os usuários têm a opção de usar o modo Leitura ou o modo Apresen-
tação de Slides em Tela Inteira.

Gravador de macro

O gravador de macro, usado para automatizar tarefas frequentes, não


está disponível no PowerPoint 2010. Em vez disso, você pode usar o VBA
(Microsoft Visual Basic for Applications) para criar ou configurar macros. Se
você criar uma macro em uma versão do PowerPoint anterior ao PowerPo-
int 2007 com o uso do gravador de macro, use o VBA para configurá-la.

Se quiser acessar controles do desenvolvedor, escrever código ou cri- Não foram realizadas alterações significativas no PowerPoint 2010 em relação ao 2007
ar macros, execute o procedimento a seguir para exibir a guia Desenvol-
vedor:
Aplique efeitos em suas i magens

1. Clique na guia Arquivo.


Assim como os outros integrantes da família Office 2010, o PowerPoint
2. Selecione Opções. também trouxe o recurso Efeitos Artísticos que nos permite aplicar efeitos,
como traçado a lápis, filme plástico e fotocópia diretamente na ferramenta.
3. Na caixa de diálogo Opções do PowerPoint, clique na guia Per- Com isso, podemos melhorar as imagens da apresentação sem recorrer a
sonalizar Faixa de Opções. ferramentas de edição externas.

Informática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Capture imagens de aplicativos e da área de trabalho diretamente no PowerPoint 2010

Conclusões
São 23 efeitos artísticos diferentes para aplicar nas imagens
A versão 2010 do PowerPoint trouxe modificações principalmente na
manipulação e na edição de imagens e vídeos, tornando-se uma boa
Atenção para os vídeos opção para pessoas que utilizam este tipo de conteúdo para a confecção
de apresentações, principalmente no mundo corporativo. Com o visual do
Em sua versão 2010, foi adicionada a possibilidade de recortar trechos 2007 mantido, não existem dificuldades para usuários que já utilizam a
dos vídeos adicionados na apresentação, bem como utilizar molduras e versão anterior. Fonte: http://www.superdownloads.com.br/
efeitos que os afetam de forma dinâmica durante a reprodução. Tais op-
ções nos permitem remover trechos indesejados e criar apresentações Na versão 2010 o aplicativo aposta em um recurso cada vez mais po-
com visual mais atraente. pular para evitar apresentações monótonas: o vídeo. É nesta área que
estão as maiores novidades do programa.

Reprodução

Os efeitos e molduras aplicados aos vídeos acresentam maior brilho à apresentação

PowerPoint 2010: vídeo aprimorado


Outro novo recurso importante adicionado para a manipulação de ví-
deos é a adição de indicadores, que nos permite marcar trechos específi-
cos para facilitar a sua visualização durante a apresentação. Desta forma, O PowerPoint 2010 permite, por exemplo, editar um vídeo já dentro de
é possível economizar tempo com as terríveis buscas manuais realizadas um slide. Esse é um recurso e tanto. Frequentemente, um clipe é muito
na linha de tempo do vídeo. grande para uma apresentação e o usuário só quer uma parte dele. Em
vez de ter que editar o vídeo em um aplicativo específico para depois
Capture telas direto no PowerPoint importá-lo para o PowerPoint, o usuário pode simplesmente cortá-lo no
Para as pessoas que criam apresentações com tutoriais de utilização próprio aplicativo de apresentação.
de aplicativos ou apenas desejam ensinar um procedimento a algum
amigo, o PowerPoint 2010 traz o recurso Instantâneo, capaz de capturar Vale destacar ainda que a edição afeta apenas a cópia do vídeo que
telas de aplicativos abertos e adicioná-los automaticamente à folha de está no PowerPoint. O o arquivo original permanece intacto. Além de trazer
apresentação. a função de edição de vídeo, o PowerPoint 2010 vem com novos efeitos
gráficos, molduras e transições. O aplicativo permite também controlar
aspectos como brilho e contraste. Na versão 2007, isso era possível ape-
nas com imagens estáticas, como fotos nos padrões GIF e JPEG.

Apresentações ao vivo

Uma ferramenta muito interessante no novo PowerPoint para uso cor-


porativo, principalmente para treinamentos, é o Broadcast Slideshow. Ela

Informática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
permite fazer uma transmissão ao vivo de uma apresentação a partir do • Para localizar um modelo em Office.com, em Modelos do Offi-
computador em que ela está, sem a necessidade de aplicativos auxiliares. ce.com, clique numa categoria de modelo, selecione o modelo
que pretende e, em seguida, clique em Transferir para transfe-
rir o modelo de Office.com para o computador
Reprodução

Broadcast Slideshow: útil para treinamentos

Para fazer isso, o PowerPoint transfere o arquivo para um servidor da


Microsoft e gera um link para ele. Esse link pode ser enviado por e-mail NOTA Também pode pesquisar modelos em Office.com a partir do
para as pessoas que acompanharão a apresentação. Mudanças de slide PowerPoint. Na caixa Procurar modelos no Office.com, escreva um ou
no computador do autor da apresentação são enviadas também para os mais itens de pesquisa e, em seguida, clique no botão de seta para procu-
outros participantes da sessão. rar.

Esse recurso pode ser integrado com função de voz, permitindo que o Para mais informações sobre como encontrar e aplicar modelos, con-
autor comente o slide como se estivesse na mesma sala dos outros partici- sulte Aplicar um modelo à apresentação.
pantes da reunião. Quando a apresentação é encerrada, o link é desativa-
do. André Cardozo
Criar uma apresentação
O PowerPoint 2010 é uma aplicação visual e gráfica, essencialmente 1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique em Novo.
utilizada para criar apresentações. Com o PowerPoint, pode criar, ver e
apresentar apresentações de diapositivos que combinem texto, formas, 2. Efetue um dos seguintes procedimentos:
imagens, gráficos, animações, vídeos e muito mais. • Clique em Apresentação em Branco e, em seguida, clique
em Criar.
Localizar e aplicar um modelo
• Aplique um modelo ou tema dos incorporados no PowerPoint
2010 ou dos transferidos a partir do Office.com. Consulte Localizar e
O PowerPoint 2010 permite aplicar modelos incorporados, aplicar mo- aplicar um modelo neste artigo.
delos personalizados e pesquisar entre diversos modelos disponíveis em
Office.com. Office.com fornece uma vasta seleção de modelos populares Abrir uma apresentação
do PowerPoint, incluindo apresentações e design slides.
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique em Abrir.

Para localizar um modelo no PowerPoint 2010, efetue o seguinte pro- 2. No painel esquerdo da caixa de diálogo Abrir, clique na unidade
cedimento: ou pasta que contém a apresentação pretendida.
3. No painel direito da caixa de diálogo Abrir, abra a pasta que
1. No separador Ficheiro, clique em Novo. contém a apresentação.
2. Em Modelos e Temas Disponíveis, efetue um dos seguintes 4. Clique na apresentação e, em seguida, clique em Abrir.
procedimentos:
NOTA Por predefinição, o PowerPoint 2010 só mostra apresenta-
• Para reutilizar um modelo utilizado recentemente, clique ções do PowerPoint na caixa de diálogo Abrir. Para ver outros tipos de
em Modelos Recentes, clique no modelo pretendido e, em se- ficheiro, clique em Todas as Apresentações do PowerPoint e selecione o
guida, clique em Criar. tipo de ficheiro que pretender ver.

• Para utilizar um modelo já instalado, clique em Os Meus Mode-


los, selecione o modelo pretendido e, em seguida, clique
em OK.
• Para utilizar um dos modelos incorporados instalados com o
PowerPoint, clique em Modelos de Exemplo, clique no modelo
pretendido e, em seguida, clique em Criar.

Informática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Para obter mais informações sobre como adicionar diapositivos à sua


apresentação, consulte Adicionar, reorganizar e eliminar diapositivos.
Guardar uma apresentação
Adicionar formas ao diapositivo
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique
em Guardar Como. 1. No separador Base, no grupo Desenho, clique em Formas.

2. Na caixa Nome de ficheiro, escreva um nome para a sua apre-


sentação do PowerPoint e, em seguida, clique em Guardar.
NOTA Por predefinição, o PowerPoint 2010 guarda os ficheiros no
formato de ficheiro Apresentação do PowerPoint (.pptx). Para guardar a
apresentação noutro formato para além de .pptx, clique na lista Guardar
com o tipo e, em seguida, selecione o formato de ficheiro pretendido.
2. Clique na forma pretendida, clique em qualquer parte do diapo-
sitivo e, em seguida, arraste para posicionar a forma.
Para criar um quadrado ou círculo perfeito (ou restringir as dimensões
de outras formas), prima continuamente a tecla SHIFT enquanto arrasta.

Para obter mais informações sobre como adicionar formas, consul-


te Adicionar, alterar ou eliminar formas.

Ver uma apresentação de diapositivos

Para ver a sua apresentação na vista de Apresentação de Diapositivos


a partir do primeiro diapositivo, efetue o seguinte procedimento:

• No separador Apresentação de Diapositivos, no grupo Iniciar


Apresentação de Diapositivos, clique em A Partir do Início.

Para obter mais informações sobre como criar uma nova apresenta-
ção, consulte Atribuir um nome e guardar a apresentação.

Inserir um novo diapositivo


Para ver a sua apresentação na vista de Apresentação de Diapositivos
Para inserir um novo diapositivo na sua apresentação, efetue o seguin- a partir do diapositivo atual, efetue o seguinte procedimento:
te procedimento:
• No separador Apresentação de Diapositivos, no grupo Iniciar
• No separador Base, no grupo Diapositivos, clique na seta Apresentação de Diapositivos, clique em A Partir do Diapositivo Atu-
sob Novo Diapositivo e, em seguida, clique no esquema de diaposi- al.
tivos pretendido.

Informática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Para obter mais informações sobre como ver uma apresentação de di- Alguns projetores cortam os diapositivos nas margens, pelo que as
apositivos, consulte Quando e como utilizar vistas no PowerPoint 2010. frases longas poderão ser cortadas.

Imprimir uma apresentação Utilizar efeitos visuais para ajudar a expressar a sua mensagem
1. Clique no separador Ficheiro e, em seguida, clique
em Imprimir. As imagens, os gráficos e os gráficos SmartArt fornecem ajudas visu-
ais que a sua audiência irá memorizar. Adicione gráficos adequados para
2. Em Imprimir, efetue o seguinte procedimento: complementar o texto e as mensagens dos seus diapositivos.
• Para imprimir todos os diapositivos, clique em Todos os Diapo-
sitivos. Contudo, tal como acontece com o texto, evite incluir demasiadas aju-
das visuais nos seus diapositivos.
• Para imprimir apenas o diapositivo atualmente apresentado, cli-
que em Diapositivo Atual. Tornar as etiquetas dos gráficos compreensíveis
• Para imprimir diapositivos específicos por número, clique
em Intervalo Personalizado e, em seguida, introduza uma lista de diaposi- Utilize apenas o texto suficiente para tornar os elementos de etiqueta
tivos individuais, um intervalo ou ambos. num gráfico compreensíveis.
NOTA Utilize vírgulas para separar os números, sem espaços. Por
exemplo: 1,3,5-12. Aplicar fundos de diapositivo subtis e consistentes

3. Em Outras Definições, clique na lista Cor e selecione a defini- Escolha um modelo ou tema apelativo e consistente que não seja de-
ção pretendida. masiado impressionante. Não pretende que o fundo ou desenho deprecie a
4. Quando concluir as suas seleções, clique em Imprimir. mensagem.

Contudo, também pretende criar um contraste entre a cor de fundo e a


cor do texto. Os temas incorporados no PowerPoint 2010 definem o con-
traste entre um fundo claro com texto escuro ou fundo escuro com texto
claro.

Para mais informações sobre como utilizar temas, consulte o tópico


sobre como Aplicar um tema para adicionar cor e estilo à apresentação.

Verificar a ortografia e a gramática

Para ganhar e manter o respeito da sua audiência, verifique sempre a


ortografia e a gramática da sua apresentação.
http://office.microsoft.com/

• CONCEITOS DE INTERNET E FERRAMENTAS COMERCIAIS DE NA-


VEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE BUSCA E PESQUISA
Para obter mais informações sobre a impressão, consulte Imprimir os
diapositivos ou folhetos da apresentação.
REDES DE COMPUTADORES
Sugestões para criar uma apresentação eficaz O termo "Rede de Processamento de Dados" já é um conceito antigo
na informática. O uso distribuído de recursos de processamento de dados
teve seu início há vários anos, quando o pesquisador norte-americano -
Considere as sugestões seguintes para criar uma apresentação apela-
hoje considerado o pai da Inteligência Artificial, John McCarty - introduziu o
tiva que cative a sua audiência.
conceito de Compartilhamento de Tempo ou Timesharing. Em resumo, é a
maneira de permitir que vários usuários de um equipamento o utilizem
Minimizar o número de diapositivos sem, teoricamente, perceberem a presença dos outros. Com essa ideia,
surgiram vários computadores que operavam em rede ou com processa-
Para manter uma mensagem clara e a audiência atenta e interessada, mento distribuído. Um conjunto de terminais que compartilhavam a UCP -
reduza ao mínimo o número de diapositivos da apresentação. Unidade Central de Processamento - e a memória do equipamento para
processarem vários conjuntos de informações "ao mesmo tempo".
Escolher um tamanho de tipo de letra adequado à audiência Naturalmente esses conceitos evoluíram e as maneiras de utilização
de recursos de informática se multiplicaram, surgindo os mais diversos
tipos de uso compartilhado desses recursos.
A escolha do melhor tamanho de tipo de letra ajuda a comunicar a sua
O desenvolvimento das redes está intimamente ligado aos recursos de
mensagem. Lembre-se de que a audiência tem de ser capaz de ler os
comunicação disponíveis, sendo um dos principais limitantes no bom
diapositivos a alguma distância. De um modo geral, um tamanho de tipo de
desempenho das redes.
letra menor que 30 pode dificultar a leitura por parte da audiência.
Uma rede pode ser definida de diversas maneiras: quanto a sua finali-
dade, forma de interligação, meio de transmissão, tipo de equipamento,
Manter o texto dos diapositivos simples disposição lógica etc.
Genericamente, uma rede é o arranjo e interligação de um conjunto de
O seu objetivo é que a audiência o ouça a apresentar as informações e equipamentos com a finalidade de compartilharem recursos. Este recurso
não que esteja a ler ecrã. Utilize marcas de lista ou frases curtas e tente pode ser de diversos tipos: desde compartilhamento de periféricos caros
reduzir o texto a uma linha; ou seja, sem moldagem do texto. até o uso compartilhado de informações (banco de dados etc.).

Informática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Rede de micro computadores é uma forma de se interligar equipamen- tempo real (on-line) como para troca de mensagens por meio de um disco
tos (micros e seus recursos) para que seja possível a troca de informações comum. Esta Função é também chamada de correio eletrônico e, depen-
entre os micros, ou que periféricos mais caros (como impressoras e discos dendo do software utilizado para controle do fluxo das mensagem, permite
rígidos) possam ser compartilhados por mais de um micro. alcançar grandes melhorias de eficiência nas tarefas normais de escritório
TIPOS DE REDES como no envio de memorandos, boletins informativos, agenda eletrônica,
marcação de reuniões etc.
O conceito de rede de micros, mais que os próprios micros, é muito re-
cente. No entanto, está começando a crescer e já existem no mercado Outro grupo é formado pelas redes remotas, que interligam microcom-
nacional vários sistemas para configurar redes de micros. Existem dois putadores não próximos uns dos outros. Este tipo de rede é muito aconse-
tipos básicos principais, saber: lhado a atividades distribuídas geograficamente, que necessitam de coor-
denação centralizada ou troca de informações gerenciais. Normalmente, a
1. Redes estruturadas em torno de um equipamento especial cuja
interligação é feita por meio de linhas telefônicas.
função é controlar o funcionamento da rede. Esse tipo de rede tem, uma
arquitetura em estrela, ou seja, um controlador central com ramais e em Ao contrário dos equipamentos de grande porte, os micros permitem o
cada ramal um microcomputador, um equipamento ou periférico qualquer. processamento local das informações e podem trabalhar independente-
mente dos demais componentes da rede. Pode-se visualizar, numa empre-
2. A outra forma mais comum de estruturação da rede é quando se
sa, vários micros em vários departamentos, cuidando do processamento
tem os equipamentos conectados a um cabo único, também chamada de
local das informações. Tendo as informações trabalhadas em cada local, o
arquitetura de barramento - bus, ou seja, os micros com as expansões são
gerenciamento global da empresa necessitaria recolher informações dos
simplesmente ligados em série por um meio de transmissão. Não existirá
vários departamentos para então proceder às análises e controles gerais
um controlador, mais sim vários equipamentos ligados individualmente aos
da empresa.
micros e nos equipamentos da rede. Em geral, trata-se de uma placa de
expansão que será ligada a outra idêntica no outro micro, e assim por Esse intercâmbio de informações poderá ser feito de diversas manei-
diante. ras: desde a redigitação até a interligação direta por rede.
No primeiro caso básico, o hardware central é quem controla; no se- Além do intercâmbio de informações, outros aspectos podem ser ana-
gundo caso, são partes em cada micro. Em ambas configurações não há lisados. Nesta empresa hipotética, poderia haver em cada unidade gerado-
limitação da rede ser local, pois a ligação entre um micro pode ser feita ra de informações todos os periféricos de um sistema (disco, impressora
remotamente através de modems. etc.). Entretanto, alguns deles poderiam ser subutilizados, dependendo das
aplicações que cada um processasse. Com a solução de rede, a empresa
Uma outra classificação de rede pode ser feita nos seguintes tipos:
poderia adquirir menos equipamentos periféricos e utilizá-los de uma forma
LAN- Rede local ou Local Area Network é a ligação de microcomputa- mais racional como por exemplo: uma impressora mais veloz poderia ser
dores e outros tipos de computadores dentro de uma área geográfica usada por vários micros que tivessem aplicações com uso de impressão.
limitada.
As possíveis desvantagens são decorrentes de opções tecnicamente
WAN- Rede remota ou Wide Area Network, é a rede de computadores incorretas, como tentar resolver um problema de grande capacidade de
que utiliza meios de teleprocessamento de alta velocidade ou satélites para processamento com uma rede mal dimensionada, ou tentar com uma rede
interligar computadores geograficamente separados por mais que os 2 a 4 substituir as capacidades de processamento de um equipamento de gran-
Km cobertos pelas redes locais. de porte.
A solução por redes pode apresentar uma série de aspectos, positivos, Essas possíveis desvantagens desaparecem se não existirem falhas
como: técnicas, que podem ser eliminadas por uma boa assessoria obtida desde
- comunicação e intercâmbio de informações entre usuários; os fabricantes até consultorias especializadas.
- compartilhamento de recursos em geral; TOPOLOGIAS
- racionalização no uso de periféricos; Outra forma de classificação de redes é quando a sua topologia, isto é,
- acesso rápido a informações compartilhadas; como estão arranjados os equipamentos e como as informações circulam
- comunicação interna e troca de mensagem entre processos; na rede.
- flexibilidade lógica e física de expansão; As topologias mais conhecidas e usadas são: Estrela ou Star, Anel ou
Ring e Barra ou Bus.
- custo / desempenho baixo para soluções que exijam muitos recur-
sos;
- interação entre os diversos usuários e departamentos da empresa;
- redução ou eliminação de redundâncias no armazenamento;
- controle da utilização e proteção no nosso acesso de arquivos.
Da mesma forma que surgiu o conceito de rede de compartilhamento
nos computadores de grande porte, as redes de micros surgiram da neces-
sidade que os usuários de microcomputadores apresentavam de intercâm-
bio de informações e em etapas mais elaboradas, de racionalização no uso
dos recursos de tratamento de informações da empresa - unificação de
informações, eliminação de duplicação de dados etc.
Quanto ao objetivo principal para o qual a rede se destina, podemos
destacar os descritos a seguir, apesar de na prática se desejar uma combi-
nação desses objetivos.
Redes de compartilhamento de recursos são aqueles onde o principal
objetivo é o uso comum de equipamentos periféricos, geralmente, muito
caros e que permitem sua utilização por mais de um micro, sem prejudicar A figura a seguir mostra os três principais arranjos de equipamento em
a eficiência do sistema como um todo. Por exemplo, uma impressora redes.
poderá ser usada por vários micros que não tenham função exclusiva de A primeira estrutura mostra uma rede disposta em forma de estrela,
emissão de relatórios (sistemas de apoio a decisão, tipicamente cujo onde existe um equipamento (que pode ser um micro) no centro da rede,
relatórios são eventuais e rápidos). Uma unidade de disco rígido poderá coordenando o fluxo de informações. Neste tipo de ligação, um micro, para
servir de meio de armazenamento auxiliar para vários micros, desde que "chamar" outro, deve obrigatoriamente enviar o pedido de comunicação ao
os aplicativos desses micros não utilizem de forma intensiva leitura e controlador, que então passará as informações - que poderá ser uma
gravação de informações. solicitação de um dado qualquer - ao destinatário. Pode ser bem mais
Redes de comunicações são formas de interligação entre sistemas de eficiente que o barramento, mas tem limitação no número de nós que o
computação que permitem a troca de informações entre eles, tanto em equipamento central pode controlar e, se o controlador sai do ar, sai toda

Informática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
rede. A vantagem desse sistema é a simplificação do processo de gerenci- exigir um compartilhamento multiusuário com uma concorrência de uso de
amento dos pedidos de acesso. Por outro lado, essa topologia limita a arquivos centralizados intensa.
quantidade de pontos que podem ser conectados, devido até mesmo ao SERVIÇOS PÚBLICOS
espaço físico disponível para a conexão dos cabos e à degradação acen-
RENPAC
tuada da performance quando existem muitas solicitações simultâneas à
máquina centralizadora. Em operação desde 1985, a Rede Nacional de Comutação de Dados
por Pacotes (RENPAC), da Embratel, oferece ao mercado uma extensa
A segunda topologia mostrada na figura é uma rede em anel que pode
gama de aplicações em comunicação de dados, tais como: ligação de
ser considerada como uma rede em bus, com as extremidades do cabo
departamentos de processamento de dados de uma empresa e suas filiais,
juntas. Este tipo de ligação não permite tanta flexibilidade quanto a ligação
espalhadas na mesma cidade ou em cidades de outros estados; formação
em bus, forçando uma maior regularidade do fluxo de informações, supor-
de pequenas redes, como de hotéis para serviços de reserva e turismo;
tando por um sistema de detecção, diagnóstico e recuperação de erros nas
acesso a bancos de dados; entre outras modalidades tradicionais de
comunicações. Esta topologia elimina a figura de um ponto centralizador, o
comunicação de dados.
responsável pelo roteamento das informações. As informações são trans-
mitidas de um ponto para outro da rede até alcançar o ponto destinatário. O uso da RENPAC é aberto ao público em geral. Todos os computa-
Todos os pontos da rede participam do processo de envio de uma informa- dores, de micros a mainframes, podem ligar-se à RENPAC, através da
ção. Eles servem como uma espécie de estação repetidora entre dois rede de telefonia pública. No caso dos micros, o usuário necessita de um
pontos não adjacentes. Com vantagem, essa rede propicia uma maior software de comunicação de dados com o protocolo TTY ou X-25 (protoco-
distância entre as estações. Contudo, se houver um problema em um lo interno da RENPAC) e modem.
determinado micro, a transmissão será interrompida. Para os computadores de médio e grande porte, o usuário precisa, a-
A terceira topologia de rede mostrada na figura é denominada rede em lém do software específico de comunicação de dados, de um conversor
bus ou barra, onde existe um sistema de conexão (um cabo) que interligará que transforme o padrão de comunicação de seu equipamento para o
os vários micros da rede. Neste caso o software de controle do fluxo de protocolo X-25. O usuário pode se ligar à RENPAC utilizando, ainda, o
informações deverá estar presente em todos os micros. acesso dedicado, ou seja, uma linha privada em conexão direta com a
Rede. Além da assinatura para utilização do serviço, o usuário paga,
Assim, quando um micro precisa se comunicar com outro, ele "solta"
também, uma tarifa pelo tempo de conexão à rede e pelo volume de infor-
na linha de comunicação uma mensagem com uma série de códigos que
mações trafegadas.
servirá para identificar qual o micro que deverá receber as informações que
seguem. Nesse processo, a rede fica menos suscetível a problemas que TRANSDATA
ocorram no elemento centralizador e sua expansão fica bem mais fácil, A Rede Transdata é uma rede totalmente síncrona para comunicação
bastando aumentar o tamanho do cabo e conectar a ele os demais pontos. de dados abrangendo as maiores cidades do Brasil. A técnica de multiple-
As formas analisadas são as principais em termos de conceito de for- xação por entrelaçamento de bits (bit interleaving) é usada para a multiple-
mação da rede, porém, existe uma série de tipos intermediários ou varia- xação dos canais e formar um agregado de 64 Kbps.
ções deles com estruturas diferentes das barras - de árvore, de estrela ou As velocidades de transmissão disponíveis para os usuários vão de
anel. 300 até 1200 bps (assíncrono) e 1200, 2400, 4800 e 9600 bps (síncronos).
Existem dispositivos que procuram diminuir alguns dos problemas re- Os sinais gerados pelo Equipamento Terminal de Dados (ETD) são conver-
lacionados acima, como meios físicos de transmissão - desde par trançado tidos pelo Equipamento de Terminação de Circuito de Dados (ECD) para a
até fibra ótica, passando por cabo coaxial e a utilização da infra-estrutura transmissão pela linha privada de comunicação de dados. Esta transmis-
de equipamento de comutação telefônica - PBX - para a interligação de são é terminada no Centro de Transmissão ou no Centro Remoto subordi-
equipamentos digitais. nado a este. Nestes centros os sinais são demodulados em sinais de
dados binários de acordo com as recomendações V.24 e V.28 do CCITT.
As possibilidades de ligação de micros em rede são muitas e em diver-
Esses sinais são passados a equipamentos que fazem a multiplexação até
sos níveis de investimentos. Mesmo que haja equipamentos de tecnologias
64 Kbps.
diferentes - famílias diferentes -, algumas redes permitem que eles "tro-
quem" informações, tornando-as mais úteis para a empresa como um todo. A Transdata utiliza equipamentos de multiplexação por divisão de tem-
po (TDM) para multiplexação dos canais dos assinantes, possibilitando,
Uma aplicação mais interessante para usuários de grandes sistemas é
entre outros, que os códigos usados pelos equipamentos terminais de
a possibilidade de substituir os terminais burros por microcomputadores
dados seja transparente à rede.
"inteligentes". Essa troca poderá trazer benefícios ao tratamento da infor-
mação, pois o usuário acessa o banco de dados no mainframe e traz para É um serviço especializado de CD baseado em circuitos privativos que
o seu micro as informações que necessita, processando-as independente- são interconectados em modems instalados nas suas pontas pela Embratel
mente, em certos casos com programas mais adequados ao tipo de pro- e alugados (modem + linha) aos clientes.
cessamento desejado - planilha eletrônica, por exemplo. Conceituações:
Quando uma empresa mantém um precioso banco de dados num - configuração ponto-a-ponto a multiponto, local e interurbana;
computador (de grande porte ou não), ele somente será útil se as pessoas - serviço compreende manutenção dos meios de transmissão e mo-
que dirigirem a empresa tiverem acesso a essas informações para que as dems;
decisões sejam tomadas em função não de hipóteses mas sobre a própria - inclui suporte técnico/comercial no dimensionamento, implantação,
realidade da empresa, refletida pelas informações contidas no banco de manutenção e ampliação.
dados. Por exemplo, a posição do estoque de determinado produto poderá
levar a perdas de recursos quando esta informação for imprecisa; ou então, Características:
uma estimativa errônea de despesas poderá comprometer decisões de - Circuitos dedicados:
expansão e crescimento da empresa. - ponto-a-ponto;
Havendo possibilidade de comunicação entre um computador central e - multiponto.
um micro de um gerente financeiro, os dados e informações podem ser - Classes de velocidades:
usados com maior segurança e as decisões mais conscientes.
- 300, 1200 bps - assíncrono;
Para os PC existem uma tendência para uma arquitetura não - estrela
- 2400, 4800, 9600 bps síncrono.
com duas características importantes. Um ou mais dos micros da rede com
maior capacidade, isto é, um equipamento baseado num 80286 ou 80386, - Transparente a códigos e protocolos;
que é chamado servidor da rede que normalmente é formado por 10 a 20 - Modems fornecidos pela Embratel;
PC. Outra característica é o surgimento dos PC sem unidades de disco - Abrangência maior que 1000 localidades.
(Diskless). Esta estação de trabalho com vídeo, memória, teclado e cone-
DATASAT
xão de rede terá um custo baixo e irá compartilhar os discos, impressoras e
outros periféricos da rede. Trata-se de um serviço de comunicação de dados de alta velocidade,
via Brasilsat, que tanto pode distribuir dados emitidos de um ponto central
As redes em estrela continuarão a ser importantes quando a aplicação
Informática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para diversos pontos receptores, como a comunicação de dados ponto-a- para seu funcionamento e interação com os programas externos (os seus
ponto e multi-ponto que devem ser previamente identificados pelo gerador programas).
e o receptor de mensagem. O conjunto de programas internos é chamado de Sistema Operacional
INTERDATA (S0).
Destinado a setores econômicos, financeiros, comerciais, industriais e É ele quem vai fazer a ligação entre a parte física (circuitos) e a parte
culturais, permite o acesso de assinantes no Brasil a bancos de dados no lógica (seu programa) do computador.
exterior, e vice-versa, bem como a troca de mensagens entre computado- Como podemos ver, os circuitos e o S0 têm ligação essencial; logo pa-
res instalados em diversos países, com formas de acesso e protocolos ra cada computador deve haver um sistema operacional exclusivo.
compatíveis com os equipamentos existentes nas redes mundiais.
Isto, no entanto, é indesejável, pois impede que os computadores pos-
DEA sam “conversar” entre si.
Através do DEA - Diretório de Assinantes da Embratel - o cliente tem Por isso, os fabricantes de microcomputadores padronizaram seus SO,
acesso instantâneo, via telex ou microcomputador, a informações de mais e hoje temos dois principais em uso: O MS/DOS e o CP/M.
de 50 mil empresas em todo o país. O DEA oferece vantagens para as
1. MS/DOS (MicroSoft - Disk Operating System)
empresas que utilizam mala-direta como técnica de marketing ou para
comunicados importantes que requerem a garantia de endereços corretos. Desenvolvido pela empresa Seattle Computer Products, embora seja
comercializado pela MicroSoft. Este S0 é utilizado na linha de micro-
DIGISAT
computadores Apple, PCs XT e AT, PS, etc.
É um serviço internacional de aluguel de circuitos digitais via satélite
2. CP/M (Control Program for Microcomputers)
em alta velocidade que permite o intercâmbio de dados, entre computado-
res, voz digitalizada, áudio e videoconferência, teleprocessamento, fac- Desenvolvido e comercializado pela Digital Research. O CP/M éutiliza-
símile, distribuição eletrônica de documentos e transferência de arquivos do na maioria dos microcomputadores.
entre um ou mais pontos no Brasil e no exterior. Nos grandes computadores, entretanto, existe uma variedade de S0, já
FINDATA incorporando gerenciadores de arquivos e Bases de Dados, linguagens e
outros itens.
Permite aos usuários estabelecidos no Brasil o acesso a informações
sobre o mercado financeiro mundial, armazenados nos bancos de dados É importante salientar que um S0 pode ser de três tipos:
Reuters no exterior. — Monousuário: um usuário com uma tarefa de cada vez. Ex: a maio-
STM 400 ria das versões de S0 para 8 Bits.
É o Serviço de Tratamento de Mensagens da Embratel. Permite a tro- — Concorrente: um usuário com mais de uma tarefa de cada vez. Ex:
ca de mensagens e arquivos, em qualquer ponto do País e do exterior, a maioria das últimas versões para 16 Bits, que permite imprimir
com segurança, rapidez e sigilo absolutos. Com o STM 400 é possível uma tarefa enquanto se digita outra ou que, no meio da execução
enviar mensagens para mais de 100 destinatários, simultaneamente. Nas de um programa, permita acessar outro e depois continuar de onde
comunicações internacionais, pode-se trocar informações com outros parou.
sistemas de tratamento de mensagens com os quais a Embratel mantém — Multiusuário: vários usuários com várias tarefas de cada vez. Ex:
acordo comercial. Assim , o usuário pode participar da rede mundial de Xenix e Unix para PCs de qualquer tipo.
mensagens. Quanto ao modo de incorporar o Sistema Operacional ao computador,
AIRDATA temos duas maneiras:
O Airdata é o serviço de comunicação de mensagens e dados aeroviá- — S0 residente: já vem gravado de fábrica em determinada divisão
rios que possibilita às empresas aéreas com escritórios no Brasil o inter- da memória que não pode ser alterada, conforme veremos no item
câmbio de mensagens e dados com os seus escritórios, com outras com- sobre Hardware. Este tipo de Sistema não permite gerenciamento
panhias aéreas, bases de dados e centros de processamento interligados à de disco.
rede mundial da Sita, Sociedade Internacional de Telecomunicações — S0 em disco (DOS): vem gravado em disco ou disquete; deve ser
Aeronáuticas. “carregado” (lido no disco e colocado na memória). Esta versão a-
DATAFAX tua da mesma forma que o residente, porém com a facilidade de
É um serviço de fac-símile que permite o envio e a recepção de men- manipular programas e coleções de dados em disquete.
sagem em âmbito nacional e internacional. Interligado a outros serviços O Sistema Operacional é quem gerencia o funcionamento do com-
similares no exterior, forma uma rede de abrangência mundial. As Mensa- putador. Controla a entrada e saída de informações, e a tradução de lin-
gens são encaminhadas através de circuitos de dados de alta velocidade e guagens, acessa o vídeo e outros equipamentos periféricos, faz proteção
com controle de erro, em que a qualidade do documento é verificada por de dados, tratamento de erros e interrupções, interação com o operador e
toda a rede. contabilização de ações.
INTERBANK Facilidades oferecidas por um Sistema Operacional ao operador:
Serviço internacional de dados bancários restrito a bancos que operam — índice de programas e coleções de dados gravados em disquete;
no Brasil e são associados à Swift, Society of Worldwide Interbank Financi- — ordenação do índice (diretório) do disquete;
al Telecommunication. — troca de nome de programa ou coleção de dado;
ALUGUEL DE SERVIÇOS DE DADOS INTERNACIONAL — eliminação do programa ou coleção de dado;
Trata-se de um serviço similar ao Transdata. Com sua utilização, as — cópia de segurança dos programas e dados (BackUp);
empresas podem interligar terminais e computadores no Brasil a outros no
exterior. — impressão de conteúdo de programas, textos e outros, direta-
mente;
SISTEMA OPERACIONAL
— atualização de data e hora;
Você já deve ter pensado: “Mas como é que o computador sabe o que
fazer com o meu programa? Como manda as informações para o vídeo? — encadeamento de execuções;
Como é que ele realmente trabalha?” — formatação de disquetes para seu uso e etc.
Vamos por partes: para cada uma dessas funções o computador tem Quanto mais sofisticado for o Sistema, mais recursos oferecerá, porém
um programa interno que lhe explica o que deve fazer. (CUIDADO: nada a a sofisticação custa sempre mais caro ao usuário. Contudo, dependendo
ver com o seu programa, exceto a obediência às instruções.) das tarefas que são realizadas pelo computador, estes recursos encurtam
Da mesma forma que as pessoas nascem com um instinto e uma ba- caminhos e valorizam o seu trabalho.
gagem genética contendo informações do funcionamento de seu corpo e SURGE A WEB
personalidade, o computador já vem de fábrica com um conjunto de pro- A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo-
gramas que regem o seu trabalho e lhe conferem o mínimo de informações ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o

Informática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos aos caros supercomputadores e facilitar a pesquisa.
entre informações. Quando você dá um clique em uma frase ou palavra de Na começo da década de 90, a NSF permitiu que a iniciativa privada
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o assumisse a Internet, causando uma explosão em sua taxa de crescimen-
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu to. A cada ano, mais e mais pessoas passam a usar a Internet, fazendo
escritório ou do outro lado do mundo. com que o comércio na Web continue a se expandir.
A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para A INTRANET
a localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages
Com a introdução do Mosaic em 1993, algumas empresas mostraram
dão acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto,
interesse pela força da Web e desse programa. A mídia noticiou as primei-
imagem, som e/ou vídeo.
ras organizações a criar webs internas, entre as quais a Lockheed, a
Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al- Hughes e o SÃS Instituto. Profissionais provenientes do ambiente acadê-
guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super- mico sabiam do que as ferramentas da Internet eram capazes e tentavam
computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA), avaliar, por meio de programas pilotos, seu valor comercial. A notícia se
da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da espalhou, despertando o interesse de outras empresas.
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na
Essas empresas passaram a experimentar a Internet, criando gate-
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para
ways (portal, porta de entrada) que conectavam seus sistemas de correio
seus computadores; a partir daí, a Web decolou.
eletrônico com o resto do mundo. Em seguida, surgiram os servidores e
navegadores para acesso à Web. Descobriu-se então o valor dessas
CONCEITOS BÁSICOS DE INTRANET e INTERNET ferramentas para fornecer acesso a informações internas. Os usuários
passaram a colocar seus programas e sua documentação no servidor da
O que é uma Intranet?
web interna, protegidos do mundo exterior. Mais tarde, quando surgiram os
Vamos imaginar que você seja o diretor de informática de uma compa- grupos de discussão da Internet, percebeu-se o valor dos grupos de dis-
nhia global. A diretora de comunicações precisa de sua ajuda para resolver cussão internos. Este parece ser o processo evolutivo seguido por muitas
um problema. Ela tem de comunicar toda a política da empresa a funcioná- empresas.
rios em duas mil localidades em 50 países e não conhece um meio eficaz
Antes que pudéssemos perceber, essas ‘internets internas’ receberam
para fazê-lo.
muitos nomes diferentes. Tornaram-se conhecidas como webs internas,
1. O serviço de correio é muito lento. clones da Internet, webs particulares e webs corporativas. Diz-se que em
2. O correio eletrônico também consome muito tempo porque exige 1994 alguém na Amdahl usou o termo Intranet para referir-se à sua Internet
atualizações constantes dos endereços dos funcionários. interna. A mídia aderiu ao nome e ele passou a ser usado. existiam outras
3. O telefone é caro e consome muito tempo, além de apresentar o pessoas que também usavam isoladamente esse termo. Acredito que esta
mesmo problema do caso anterior. seja uma daquelas ideias que ocorrem simultaneamente em lugares dife-
rentes. Agora é um termo de uso geral.
4. O fax também é muito caro e consome tempo, pelas mesmas razões.
CRESCIMENTO DAS INTRANETS
5. Os serviços de entrega urgente de cartas e pacotes oferecido por
algumas empresas nos Estados Unidos não é prático e é bastante dis- A Internet, a Web e as Intranets têm tido um crescimento espetacular.
pendioso em alguns casos. A mídia costuma ser um bom indicador, a única maneira de não ouvir falar
do crescimento da Internet e da Web é não tendo acesso a mídia, pois
6. A videoconferência também apresenta um custo muito alto.
muitas empresas de pequeno e praticamente todas de médio e grande
Você já agilizou a comunicação com pessoas fora da empresa dispo- porte utilizam intranets. As intranets também são muito difundidas nas
nibilizando um site Web externo e publicando informações para a mídia e escolas e nas Faculdades.
analistas. Com essas mesmas ferramentas, poderá melhorar a comunica-
QUAIS SÃO AS APLICAÇÕES DAS INTRANETS?
ção com todos dentro da empresa. De fato, uma Internei interna, ou Intra-
net, é uma das melhores coisas para proporcionar a comunicação dentro A aplicabilidade das Intranets é quase ilimitada. Você pode publicar in-
das organizações. formações, melhorar a comunicação ou até mesmo usá-la para o groupwa-
re. Alguns usos requerem somente páginas criadas com HTML, uma
Simplificando, trata-se de uma Internet particular dentro da sua organi-
linguagem simples de criação de páginas, mas outras envolvem programa-
zação. Um firewall evita a entrada de intrusos do mundo exterior. Uma
ção sofisticada e vínculos a bancos de dados. Você pode fazer sua Intranet
Intranet é uma rede interna baseada no protocolo de comunicação TCP/IP,
tão simples ou tão sofisticada quanto quiser. A seguir, alguns exemplos do
o mesmo da Internet. Ela utiliza ferramentas da World Wide Web, como a
uso de Intranets:
linguagem de marcação por hipertexto, Hypertext Markup Language (HT-
ML), para atribuir todas as características da Internet à sua rede particular. • Correio eletrônico
As ferramentas Web colocam quase todas as informações a seu alcance • Diretórios
mediante alguns cliques no mouse. Quando você da um dique em uma • Gráficos
página da Web, tem acesso a informações de um outro computador, que
• Boletins informativos e publicações
pode estar em um país distante. Não importa onde a informação esteja:
você só precisa apontar e dar um dique para obtê-la. Um procedimento • Veiculação de notícias
simples e poderoso. • Manuais de orientação
Pelo fato de as Intranets serem de fácil construção e utilização, tor- • Informações de benefícios
nam-se a solução perfeita para conectar todos os setores da sua organiza- • Treinamento
ção para que as informações sejam compartilhadas, permitindo assim que • Trabalhos à distância (job postings)
seus funcionários tomem decisões mais consistentes, atendendo melhor a
seus clientes. • Memorandos
HISTÓRIA DAS INTRANETS • Grupos de discussão
De onde vêm as Intranets? Vamos começar pela história da Internet e • Relatórios de vendas
da Web, para depois abordar as Intranets. • Relatórios financeiros
Primeiro, a Internet • Informações sobre clientes
O governo dos Estados Unidos criou a Internet na década de 70, por • Planos de marketing, vídeos e apresentações
razões de segurança nacional. Seu propósito era proteger as comunica- • Informações de produto
ções militares, caso ocorresse um ataque nuclear. A destruição de um • Informações sobre desenvolvimento de produto e esboços
computador não afetaria o restante da rede. Na década seguinte, a Funda-
ção Nacional de Ciência (Nacional Science Foundation — NSF) expandiu a • Informações sobre fornecedores
rede para as universidades, a fim de fornecer aos pesquisadores acesso • Catálogos de insumos básicos e componentes

Informática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Informações de inventario computadores. Primeiro, de um para outro. Depois, com a formação de
• Estatísticas de qualidade redes, até o surgimento da Internet, que hoje pode interligar computadores
de todo o planeta.
• Documentação de usuários do sistema
É claro que, além do custo da conexão, o candidato a internauta preci-
• Administração da rede
sa ter um computador e uma linha telefônica ou conexão de banda larga. O
• Gerência de ativos software necessário para o acesso geralmente é fornecido pelo provedor.
• Groupware e workflow Da Rede Básica à Internet
COMO SE CONSTITUEM AS INTRANETS? A comunicação entre computadores torna possível desde redes sim-
Cada Intranet é diferente, mas há muito em comum entre elas. Em al- ples até a Internet. Isso pode ser feito através da porta serial, uma placa de
gumas empresas, a Intranet é apenas uma web interna. Em outras, é uma rede, um modem, placas especiais para a comunicação Wireless ou as
rede completa, que inclui várias outras ferramentas. Em geral, a Intranet é portas USB ou Firewire.. O backbone – rede capaz de lidar com grandes
uma rede completa, sendo a web interna apenas um de seus componen- volumes de dados – dá vazão ao fluxo de dados originados deste forma.
tes. Veja a seguir os componentes comuns da Intranet: 1. A porta serial é um canal para transmissão de dados presente em
• Rede praticamente todos os computadores. Muitos dispositivos podem ser
• Correio eletrônico conectados ao computador através da porta serial, sendo que o mais
• Web interna comum deles é o mouse. A porta serial pode também ser usada para
formar a rede mais básica possível: dois computadores interligados por
• Grupos de discussão um cabo conectado a suas portas seriais.
• Chat 2. Para que uma rede seja realmente útil, é preciso que muitos computa-
• FTP dores possam ser interligados ao mesmo tempo. Para isso, é preciso
• Gopher instalar em cada computador um dispositivo chamado placa de rede.
• Telnet Ela permitirá que muitos computadores sejam interligados simultanea-
mente, formando o que se chama de uma rede local, ou LAN (do inglês
Rede
Local Area Network). Se essa LAN for ligada à Internet, todos os com-
Inicialmente abordaremos a rede, que é a parte mais complexa e essencial putadores conectados à LAN poderão ter acesso à Internet. É assim
de uma Intranet. Ela pode constituir-se de uma ou de várias redes. As que muitas empresas proporcionam acesso à Internet a seus funcioná-
mais simples são as locais (local área network — LAN), que cobrem rios.
um único edifício ou parte dele. Os tipos de LANs são:
3. O usuário doméstico cujo computador não estiver ligado a nenhuma
- Ethernet. São constituídas por cabos coaxiais ou cabos de par trança- LAN precisará de um equipamento chamado modem. O modem (do
do (tipo telefone padrão) conectados a um hub (eixo ou ponto central), inglês (modulator/demodulator) possibilita que computadores se comu-
que é o vigilante do tráfego na rede. niquem usando linhas telefônicas comuns ou a banda larga. O modem
- Token Ring. Também compostas de cabos coaxiais ou de par trançado pode ser interno (uma placa instalada dentro do computador) ou exter-
conectados a uma unidade de junção de mídia (Media Attachment Unit no (um aparelho separado). Através do modem, um computador pode
— MAU), que simula um anel. Os computadores no anel revezam-se se conectar para outro computador. Se este outro computador for um
transmitindo um sinal que passa por cada um de seus dispositivos, provedor de acesso, o usuário doméstico também terá acesso à Inter-
permitindo a retransmissão. net. Existem empresas comerciais que oferecem esse serviço de a-
- Interface de fibra para distribuição de dados (Siber Distributed Data cesso à Internet. Tais empresas mantêm computadores ligados à In-
Interface). Essas redes usam cabos de fibra ótica em vez dos de par ternet para esse fim. O usuário faz uma assinatura junto a um provedor
trançado, e transmitem um sinal como as redes Token Ring. e, pode acessar o computador do provedor e através dele, a Internet.
Alguns provedores cobram uma taxa mensal para este acesso.
LANs sem fio (wireless) são uma tecnologia emergente, porém caras e
indicadas apenas para casos em que haja dificuldade de instalação de uma A História da Internet
rede com cabos. Muitos querem saber quem é o “dono” da Internet ou quem ou quem
SURGE A WEB administra os milhares de computadores e linhas que a fazem funcionar.
Para encontrar a resposta, vamos voltar um pouco no tempo. Nos anos 60,
A World Wide Web foi criada por Tim Berners-Lee, em 1989, no Labo-
quando a Guerra Fria pairava no ar, grandes computadores espalhados
ratório Europeu de Física de Partículas - CERN, passando a facilitar o
pelos Estados Unidos armazenavam informações militares estratégicas em
acesso às informações por meio do hipertexto, que estabelece vínculos
função do perigo de um ataque nuclear soviético.
entre informações. Quando você dá um dique em uma frase ou palavra de
hipertexto, obtém acesso a informações adicionais. Com o hipertexto, o Surgiu assim a ideia de interconectar os vários centros de computação
computador localiza a informação com precisão, quer você esteja em seu de modo que o sistema de informações norte-americano continuasse
escritório ou do outro lado do mundo. funcionando, mesmo que um desses centros, ou a interconexão entre dois
deles, fosse destruída.
A Web é constituída por home pages, que são pontos de partida para
a localização de informações. Os vínculos de hipertexto nas home pages O Departamento de Defesa, através da ARPA (Advanced Research
dão acesso a todos os tipos de informações, seja em forma de texto, Projects Agency), mandou pesquisar qual seria a forma mais segura e
imagem, som e/ou vídeo. flexível de interconectar esses computadores. Chegou-se a um esquema
chamado chaveamento de pacotes. Com base nisso, em 1979 foi criada a
Para facilitar o acesso a informações na Web, Marc Andreessen e al-
semente do que viria a ser a Internet. A Guerra Fria acabou, mas a heran-
guns colegas, estudantes do Centro Nacional de Aplicações para Super-
ça daqueles dias rendeu bastante. O que viria a ser a Internet tornou-se
computadores (National Center for Supercomputing Applications - NCSA),
uma rede voltada principalmente para a pesquisa científica. Através da
da Universidade de Illinois, criaram uma interface gráfica para o usuário da
National Science Foundation, o governo norte-americano investiu na cria-
Web chamada Mosaic. Eles a disponibilizaram sem nenhum custo na
ção de backbones, aos quais são conectadas redes menores.
Internet e, assim que os usuários a descobriam, passavam a baixá-la para
seus computadores; a partir daí, a Web decolou. Além desses backbones, existem os criados por empresas particula-
res, todos interligados. A eles são conectadas redes menores, de forma
INTERNET
mais ou menos anárquica. É nisso que consiste a Internet, que não tem um
Computador e Comunicação dono.
O computador vem se tornando uma ferramenta cada vez mais impor- Software de Comunicação
tante para a comunicação. Isso ocorre porque todos eles, independente-
Até agora, tratamos da comunicação entre computadores do ponto de
mente de marca, modelo, tipo e tamanho, têm uma linguagem comum: o
vista do equipamento (hardware). Como tudo que é feito com computado-
sistema binário.
res, a comunicação requer também programas (software). O programa a
Pouco a pouco, percebeu-se que era fácil trocar informações entre ser utilizado depende do tipo de comunicação que se pretende fazer.

Informática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Os sistemas operacionais modernos geralmente são acompanhados dereçamento que permite a cada página ter a sua própria identificação.
de algum programa básico de comunicação. Por exemplo, o Internet Explo- Assim, desde que o usuário saiba o endereço correto, é possível acessar
rer acompanha o Windows. qualquer arquivo da rede.
Com programas desse tipo é possível acessar: Na Web, você vai encontrar também outros tipos de documentos além
- Um computador local utilizando um cabo para interconectar as portas dessas páginas interligadas. Vai poder acessar computadores que mantém
seriais dos dois computadores; programas para serem copiados gratuitamente, conhecidos como servido-
res de FTP, grupos de discussão e páginas comuns de texto.
- Um computador remoto, através da linha telefônica, desde que os dois
computadores em comunicação estejam equipados com modens. URL - A Web tem um sistema de endereços específico, tamém chamado
de URL (Uniform Resource Locator, localizador uniforme de recursos).
Além desses programas de comunicação de uso genérico, existem ou-
Com ele, é possível localizar qualquer informação na Internet. Tendo em
tros mais especializados e com mais recursos. Geralmente, quando você
mão o endereço, como http://www.thespot.com, você pode utilizá-lo no
compra um computador, uma placa fax modem ou um modem externo eles
navegador e ser transportado até o destino. O endereço da página, por
vêm acompanhados de programas de comunicação. Esses programas
exemplo, é http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
podem incluir também a possibilidade de enviar e receber fax via computa-
dor. Você pode copiá-lo e passar para um amigo.
Resumo Cada parte de um endereço na Web significa o seguinte:
Uma rede que interliga computadores espalhados por todo o mundo. http://www.uol.com.br/internet/fvm/url.htm
Em qualquer computador pode ser instalado um programa que permite o Onde:
acesso à Internet. Para este acesso, o usuário precisa ter uma conta junto http://
a um dos muitos provedores que existem hoje no mercado. O provedor é o
É o método pelo qual a informação deve ser buscada. No caso, http://
intermediário entre o usuário e a Internet.
é o método utilizado para buscar páginas de Web. Você também vai en-
MECANISMOS DE CADASTRAMENTO E ACESSO A REDE contrar outras formas, como ftp:// (para entrar em servidores de FTP),
Logon mailto: (para enviar mensagens) e news: (para acessar grupos de discus-
são), entre outros.
Significado: Procedimento de abertura de sessão de trabalho em um
computador. Normalmente, consiste em fornecer para o computador um www.uol.com.br
username (também chamado de login) e uma senha, que serão verificados É o nome do computador onde a informação está armazenada, tam-
se são válidos, ou não. Pode ser usado para fins de segurança ou para que bém chamado de servidor ou site. Pelo nome do computador você pode
o computador possa carregar as preferências de um determinado usuário. antecipar que tipo de informação irá encontrar. Os que começam com www
Login - É a identificação de um usuário para um computador. Outra são servidores de Web e contém principalmente páginas de hipertexto.
expressão que tem o mesmo significado é aquele tal de "User ID" que de Quando o nome do servidor começar com ftp, trata-se de um lugar onde
vez em quando aparece por aí. pode-se copiar arquivos. Nesse caso, você estará navegando entre os
diretórios desse computador e poderá copiar um programa imediatamente
Username (Nome do Usuário) ou ID
para o seu micro.
• Significado: Nome pelo qual o sistema operacional identifica o usuá- /internet/fvm/
rio.
É o diretório onde está o arquivo. Exatamente como no seu computa-
• usenet - Conjunto dos grupos de discussao, artigos e computadores dor a informação na Internet está organizada em diretórios dentro dos
que os transferem. A Internet inclui a Usenet, mas esta pode ser trans- servidores.
portada por computadores fora da Internet.
sistema _enderecos.htm
• user - O utilizador dos servicos de um computador, normalmente
É o nome do arquivo que será trazido para o seu navegador. Você de-
registado atraves de um login e uma password.
ve prestar atenção se o nome do arquivo (e dos diretórios) estão escritos
• Senha é a segurança utilizada para dar acesso a serviços privados. em maiúsculas ou minúsculas. Na maior parte dos servidores Internet,
PROTOCOLOS E SERVIÇOS DE INTERNET essa diferença é importante. No exemplo acima, se você digitasse o nome
do arquivo como URL.HTM ou mesmo Url.Htm, a página não seria encon-
Site - Um endereço dentro da Internet que permite acessar arquivos e
trada. Outro detalhe é a terminação do nome do arquivo (.htm). Ela indica o
documentos mantidos no computador de uma determinada empresa,
tipo do documento. No caso, htm são páginas de Web. Você também vai
pessoa, instituição. Existem sites com apenas um documento; o mais
encontrar documentos hipertexto como este com a estensão htm, quando
comum, porém, principalmente no caso de empresas e instituições, é que
se trata de páginas produzidas em um computador rodando Windows.
tenha dezenas ou centenas de documentos. O site da Geocities, por e-
Outros tipos de arquivos disponíveis na Internet são: txt (documentos
xemplo, fica no endereço http://www.geocities.com
comuns de texto), exe (programas) zip, tar ou gz (compactados), au, aiff,
A estrutura de um site ram e wav (som) e mov e avi (vídeo).
Ao visitar o site acima, o usuário chegaria pela entrada principal e es- e-mail, correio:
colheria o assunto que lhe interessa. Caso procure informações sobre
• Significado: local em um servidor de rede no qual ficam as mensa-
móveis, primeiro seria necessário passar pela página que fala dos produtos
gens, tanto enviadas quanto recebidas, de um dado usuário.
e só então escolher a opção Móveis. Para facilitar a procura, alguns sites
colocam ferramentas de busca na home page. Assim, o usuário pode dizer • e-mail - carta eletrônica.
qual informação está procurando e receber uma relação das páginas que • Grupos - Uma lista de assinantes que se correspondem por correio
falam daquele assunto. eletrônico. Quando um dos assinantes escreve uma carta para um de-
As ligações entre as páginas, conhecidas como hyperlinks ou ligações terminado endereco eletrônico (de gestao da lista) todos os outros a
de hipertexto, não ocorrem apenas dentro de um site. Elas podem ligar recebem, o que permite que se constituam grupos (privados) de dis-
informações armazenadas em computadores, empresas ou mesmo conti- cussao atraves de correio eletrônico.
nentes diferentes. Na Web, é possível que uma página faça referência a • mail server - Programa de computador que responde automaticamen-
praticamente qualquer documento disponível na Internet. te (enviando informacoes, ficheiros, etc.) a mensagens de correio ele-
Ao chegar à página que fala sobre os móveis da empresa do exemplo trônico com determinado conteudo.
acima, o usuário poderia encontrar um link para uma das fábricas que HTTP (Hypertext Transfer Protocol)
fornecessem o produto e conferir detalhes sobre a produção. De lá, poderia Significado: Este protocolo é o conjunto de regras que permite a
existir uma ligação com o site de um especialista em madeira e assim por transferência de informações na Web e permite que os autores de páginas
diante. de hipertextos incluam comandos que possibilitem saltos para recursos e
Na Web, pode-se navegar entre sites diferentes outros documentos disponíveis em sistemas remotos, de forma transparen-
O que faz essa malha de informações funcionar é um sistema de en- te para o usuário.

Informática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
HTML - Hypertext Markup Language. É uma linguagem de descricao Quando uma transação da Internet é interceptada por alguém que não
de paginas de informacao, standard no WWW, podendo-se definir páginas deve ser informado dela, essa interceptação geralmente é intencional. Mas,
que contenham informação nos mais variados formatos: texto, som, ima- mesmo essa interceptação em trânsito é rara e, quando acontece, o que o
gens e animações. interceptador vê provavelmente estará fora de contexto. O que é intercep-
HTTP - Hypertext Transport Protocol. É o protocolo que define como é tado em trânsito não é um documento de processador de texto ou alguma
que dois programas/servidores devem interagir, de maneira a transferirem imagem fotográfica, mas alguns pacotes de dados.
entre si comandos ou informacao relativos a WWW. Em cada pacote de dados enviado pela Internet existe um cabeçalho.
FTP (File Transfer Protocol) Esse cabeçalho é perfeitamente legível para um interceptador que conhece
o formato dos cabeçalhos IP. O cabeçalho contém dados suficientes para
Significado: Protocolo usado para a transferência de arquivos. Sem-
que o interceptador descubra a que documento o pacote pertence, e em
pre que você transporta um programa de um computador na Internet para o
que sistema o pacote provavelmente terminará quando o documento for
seu, você está utilizando este protocolo. Muitos programas de navegação,
completamente montado. Rastrear o fluxo de pacotes IP é uma forma de
como o Netscape e o Explorer, permitem que você faça FTP diretamente
fisgar dados suculentos esperando os olhos dos pretendidos receptores,
deles, em precisar de um outro programa.
mesmo antes que estes saibam de sua existência em sua caixa de correio.
• FTP - File Transfer Protocol. Esse é o protocolo usado na Internet para
CUIDADO
transferência de arquivos entre dois computadores (cliente e servidor)
conectados à Internet. Segue agora a informação que você provavelmente não desejará ler:
proteger seu próprio computador não diminui as chances de que
• FTP server - Servidor de FTP. Computador que tem arquivos de interceptadores roubem mensagens ou outros dados sendo enviados por
software acessiveis atraves de programas que usem o protocolo de você. Por quê? Suponha que seu computador é parte de uma rede com
transferencia de ficheiros, FTP. uma conexão permanente com a Internet. Quando chega correio eletrônico
Você pode encontrar uma variedade incrível de programas disponíveis em sua rede, ele não vai direto para sua máquina. Os servidores de correio
na Internet, via FTP. Existem softwares gratuitos, shareware (o shareware eletrônico direcionam as mensagens enviadas a você para sua caixa de
pode ser testado gratuitamente e registrado mediante uma pequena taxa) e correio pessoal. Mas onde ela está? Em muitas redes, sua caixa de correio
pagos que você pode transportar para o seu computador. pessoal está no servidor de rede, não no seu computador. Sua própria
Grandes empresas como a Microsoft também distribuem alguns pro- estação de trabalho (computador) a recupera depois. Quando uma página
gramas gratuitamente por FTP. que você tenha requisitado chega em sua rede, seu primeiro destino é o
News - Noticias, em portuguese, mas melhor traduzido por foruns ou gateway de sua rede local. Seu segundo destino é sua estação de trabalho
grupos de discussao. Abreviatura de Usenet News, as news sao grupos de na rede. O segundo destino não é onde os interceptadores provavelmente
discussao, organizados por temas, a maior parte deles com distribuicao estão para tentar apanhar esses dados. O primeiro destino, o endereço de
internacional, podendo haver alguns distribuidos num só país ou numa gateway IE está mais exposto ao mundo.
instituicao apenas. Nesses grupos, publicos, qualquer pessoa pode ler Agora suponha que seu computador se conecte com a Internet por
artigos e escrever os seus proprios artigos. Alguns grupos sao moderados, meio de um provedor de serviço. O correio eletrônico enviado a você
significando isso que um humano designado para o efeito le os artigos espera pela sua recuperação no servidor de correio eletrônico de seu
antes de serem publicados, para constatar da sua conformidade para com provedor. O Netscape Messenger não conhece o número de identificação
o tema do grupo. No entanto, a grande maioria dos grupos nao sao mode- UIDL (um número usado para identificar mensagens eletrônicas armazena-
rados. das em um servidor) de uma mensagem eletrônica, ou sabe se essa men-
Newsgroup - Um grupo de news, um fórum ou grupo de discussão. sagem possui um número UIDL, até depois de ser transferida do servidor
de correio eletrônico. Entretanto, o servidor de correio eletrônico do prove-
dor conhece esse número, porque esse é o seu trabalho. Um interceptador
NOVAS TECNOLOGIAS que descobre seu correio eletrônico por meio de um pacote em trânsito
Cabo de fibra ótica – Embora a grande maioria dos acessos à internet possui uma alça em seu correio eletrônico que nem mesmo você possui.
ainda ocorra pelas linhas telefônicas, em 1999 começou a ser implantada Quando uma página Web que você tenha requisitado ‘chega’, ela primeiro
no Brasil uma nova tecnologia que utiliza cabos de fibra ótica. Com eles, a chega no endereço de gateway IP dinâmico atribuído a você pelo protocolo
conexão passa a se realizar a uma velocidade de 128, 256 e 512 kilobites SLIP ou PPP. Onde está esse gateway? Ele não está em seu computador
por segundo (kbps), muito superior, portanto, à feita por telefone, a 33 ou mas no provedor de serviço, cujo trabalho é transmitir essa página para
56 kps. Assim, a transferência dos dados da rede para o computador do você por meio da linha telefônica ou da linha ISDN.
usuário acontece muito mais rapidamente. A lógica diz que a melhor maneira de se proteger em todas essas situ-
Internet2 –Voltada para projetos nas áreas de saúde, educação e ad- ações é tornar os dados que você envia pela Internet praticamente ilegíveis
ministração pública, oferece aos usuários recursos que não estão disponí- a qualquer um que não seja a pessoa para a qual os dados se destinam.
veis na internet comercial, como a criação de laboratórios virtuais e de Por esse motivo, a criptografia da Internet entra em ação. Ela não é um
bibliotecas digitais. Nos EUA, já é possível que médicos acompanhem método totalmente garantido. Mas vamos encarar isso: as pessoas que
cirurgias a distância por meio da nova rede. Esta nova rede oferece veloci- ocupam seu tempo violando métodos de criptografia não são tolas, de
dades muito superiores a da Internet, tais como 1 Megabites por segundo e qualquer forma. Esta é uma guerra acontecendo na Internet, com engenha-
velocidades superiores. Sua transmissão é feita por fibras óticas, que ria sofisticada de um lado e métodos anti-segurança extremamente simples
permitem trocas de grandes quantidades de arquivos e informações de de outro.
uma forma mais rápida e segura que a Internet de hoje em dia. Como funciona a criptografia com chave pública
No Brasil, a internet2 interliga os computadores de instituições públicas A criptografia é baseada no conceito de que toda a informação é, por
e privadas, como universidades, órgãos federais, estaduais e municipais, natureza, codificada. O texto que você está lendo neste momento foi
centros de pesquisas, empresas de TV a cabo e de telecomunicação. digitado em um computador e armazenado em disco usando um código
CONCEITO DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO (ASCII) que torna o texto legível às pessoas. A criptografia lida com código
que é ilegível às pessoas. Ela também trata de tornar o código legível em
A lnternet é um sistema aberto. Realizar transações comerciais nesse código ilegível de modo que a outra parte ainda possa determinar o método
sistema é como efetuar negócios secretos nos corredores da Bolsa de para converter o código ilegível em código legível. Veja que estamos
Valores. É bastante improvável ouvir acidentalmente algumas negociações lidando com dois códigos. O código não é o que torna texto legível em
nesse tipo de ambiente devido a todo o barulho. Como, também, intercep- ilegível; mas o texto legível é um código e o texto ilegível é outro.
tar acidentalmente transações da Internet não destinadas a seus olhos é
A diferença entre os códigos legível e ilegível na criptografia pode ser
extremamente raro. Ainda que tenha interceptado, você provavelmente não
descrita por meio de uma fórmula matemática. Para que a criptografia
teve ideia alguma do que estava vendo, uma vez que estava fora de con-
funcione nos computadores, não é a fórmula que deve ser mantida em
texto. Mas isso é possível.
segredo. Na verdade, todo computador que participa do processo cripto-
O que os interceptadores estão realmente procurando gráfico precisa conhecer a fórmula até para que esse processo funcione,

Informática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mesmo quando alguns desses computadores não conheçam o conteúdo chave pública, o emissor da mensagem original permite que o receptor
da mensagem criptografada. O que é mantido em segredo dos computado- envie suas mensagens criptografadas que somente ele (o receptor)
res não conhecedores da mensagem são os coeficientes da fórmula — os pode decodificar, já que apenas ele possui a chave que pode decodifi-
números que formam a chave da fórmula. car a mensagem. E essa chave privada nunca é transmitida pela Inter-
O computador que criptografa uma mensagem gera coeficientes alea- net (ou por qualquer outro meio); portanto, ela é segura. Agora temos
tórios que se encaixam na fórmula. Esse conjunto de coeficientes constitui- um método realmente seguro de criptografar mensagens. A chave pú-
se em uma chave. Para que outro computador decodifique a mensagem, blica também não pode ser usada para decodificar uma mensagem
ele também deve possuir a chave. O processo mais crítico experimentado criptografada com a mesma chave pública. Quando o criador envia sua
hoje por qualquer criptógrafo é transferir essa chave para os receptores da chave pública, o que ele está fazendo na verdade é fornecer a alguém
mensagem, de tal forma que nenhum outro computador reconheça a chave um modo de enviar uma mensagem criptografada confiável de volta
como uma chave. para ele (o criador).
Imagine a fórmula criptográfica como um mecanismo para uma fecha- O que um receptor poderia querer enviar de volta ao criador da primei-
dura. Um fabricante pode montar quantas fechaduras quiser usando esse ra mensagem? Que tal a chave pública desse receptor? Desse modo, o
mecanismo. Mas uma parte crucial do mecanismo para cada fechadura criador pode enviar mensagens criptografadas ao receptor usando a chave
inclui sua capacidade de ser ajustado de modo a aceitar chaves exclusivas. pública do próprio receptor, que só pode ser decodificada usando sua
Sem essa capacidade de ajuste, o fato de ter várias fechaduras perde o chave privada. Consequentemente, duas criptografias estão envolvidas
sentido. A quantidade de ajustes resulta na forma da chave. A chave se nessa conversação, não apenas uma. Essa decodificação representa uma
adapta à quantidade de cada um dos ajustes e, no contexto da fórmula forma simplificada do esquema de handshake, usado para iniciar uma troca
criptográfica, os coeficientes são esses ajustes. de mensagens completa e seguramente criptografadas entre duas partes.
Como a Internet é um sistema livre, com todas as mensagens pesa- MECANISMOS DE BUSCA
damente identificadas por cabeçalhos MIME quanto a seu tipo de conteú- As informações na internet estão distribuídas entre inúmeros servido-
do, como um criptógrafo pode enviar uma chave para os decodificadores res, armazenadas de formas diversas. As páginas Web constituem o
da sua mensagem sem que essa chave seja revelada a todos os outros recurso hipermídia da rede, uma vez que utilizam diversos recursos como
computadores do planeta? Você poderia dizer que seria necessário cripto- hipertextos, imagens, gráficos, sons, vídeos e animações.
grafar a própria chave; mas qual chave seria usada para decodificar a
Buscar informações na rede não é uma tarefa difícil, ao contrário, é
primeira chave?
possível encontrar milhões de referências a um determinado assunto. O
A solução para esse dilema foi descoberta por um trio de empresários, problema, contudo, não é a falta de informações, mas o excesso.
Ron Rivest, Adi Shamir e Len Adleman, cuja empresa, a RSA, leva suas
Os serviços de pesquisa operam como verdadeiros bibliotecários, que
iniciais. Com um truque de álgebra, esses engenheiros conseguiram que-
nos auxiliam a encontrar as informações que desejamos. A escolha de um
brar três das principais pressuposições que ataram as mãos dos criptógra-
“bibliotecário” específico, depende do tipo de informações que pretende-
fos no passado:
mos encontrar. Todos os mecanismos de busca têm a mesma função,
• A chave que o criador da mensagem usa para criptografá-la deve ser a encontrar informações; porém nem todos funcionam da mesma maneira
mesma que o decodificador usa para ler essa mensagem Vistos de uma forma simplificada, os mecanismos de busca têm três com-
• As chaves devem ser negadas para que os segredos que elas codifi- ponentes principais:
cam sejam mantidos 1. Um programa de computador denominado robot, spider, crawler,
• Uma parte em uma transação, simplesmente por usar criptografia, é wanderer, knowbot, worm ou web-bot. Aqui, vamos chamá-los indis-
necessariamente quem ela afirma ser tintamente de robô. Esse programa "visita" os sites ou páginas arma-
As chaves públicas e privadas zenadas na web. Ao chegar em cada site, o programa robô "pára" em
O verdadeiro propósito da criptografia é manter sua mensagem livre cada página dele e cria uma cópia ou réplica do texto contido na pági-
das mãos das pessoas erradas. Mas a única forma de a criptografia fun- na visitada e guarda essa cópia para si. Essa cópia ou réplica vai
cionar é se o receptor de sua mensagem tiver a chave para decifrá-la. compor a sua base de dados.
Como saber se esse receptor é quem ele diz ser e não ser a pessoa erra- 2. O segundo componente é a base de dados constituída das cópias
da’? Além disso, mesmo se o receptor for uma das ‘pessoas certas’, como efetuadas pelo robô. Essa base de dados, às vezes também denomi-
enviar-lhe sua chave decifradora da Internet sem que ela caia em mãos nada índice ou catálogo, fica armazenada no computador, também
erradas? chamado servidor do mecanismo de busca.
A solução apresentada pelo Secure Sockets Layer (SSL) — um padrão 3. O terceiro componente é o programa de busca propriamente dito. Esse
formalizado pela Netscape Corp., mas originado pela RSA Data Security, programa de busca é acionado cada vez que alguém realiza uma pes-
Inc. — é o conceito da criptografia assimétrica. Dito de forma simples, eles quisa. Nesse instante, o programa sai percorrendo a base de dados do
fabricaram uma fechadura que fecha com uma chave e abre com outra. mecanismo em busca dos endereços - os URL - das páginas que con-
A criptografia assimétrica requer um esquema de contraverificação tém as palavras, expressões ou frases informadas na consulta. Em
semelhante ao handshake que os modems realizam quando configuram seguida, os endereços encontrados são apresentados ao usuário.
sessões entre si. Nesse esquema de handshake, considere que duas Funções básicas de um sistema de busca.
partes estão envolvidas. Cada parte possui duas de suas próprias chaves Esses três componentes estão estreitamente associados às três funções
criptográficas reservadas para uso durante o processo de handshake. A básicas de um sistema de busca:
chave pública pode ser enviada seguramente; a chave privada é mantida ♦ a análise e a indexação (ou "cópia") das páginas da web,
pelo emissor. Se uma das partes usar sua chave privada para criptografar
uma mensagem, então somente sua chave pública — a que ela está ♦ o armazenamento das "cópias" efetuadas e
enviando — poderá ser usada para que o receptor da mensagem a decodi- ♦ a recuperação das páginas que preenchem os requisitos indicados
fique. A chave pública de uma parte pode ser usada para decodificar pelo usuário por ocasião da consulta.
qualquer mensagem criptografada com a chave privada dessa mesma Para criar a base de dados de um mecanismo de busca, o programa
parte. Como qualquer pessoa tem acesso à chave pública, essa mensa- robô sai visitando os sites da web. Ao passar pelas páginas de cada site, o
gem pode ser facilmente decodificada. robô anota os URL existentes nelas para depois ir visitar cada um desses
Isoladamente, isso não representa segurança alguma para ninguém. Se URL. Visitar as páginas, fazer as cópias e repetir a mesma operação: cópia
uma parte envia sua chave pública, qualquer mensagem que ela envi- e armazenamento, na base de dados, do que ele encontrar nesses sites.
ar criptografada com sua chave privada não será oculta de ninguém. Essa é uma das formas de um mecanismo de busca encontrar os sites na
Mas aqui está o ‘pulo do gato’ da RSA: a mensagem de resposta que o web.
receptor envia e criptografa usando a chave pública transmitida na A outra maneira de o mecanismo de busca encontrar os sites na web é
primeira mensagem só pode ser decodificada usando a chave privada o "dono" do site informar, ao mecanismo de busca, qual o endereço, o
do emissor da mensagem original. Em outras palavras, enviando sua URL, do site. Todos os mecanismos de buscas têm um quadro reservado

Informática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
para o cadastramento, submissão ou inscrição de novas páginas. É um 1. Alguém envia uma mensagem para o grupo, posta ela.
hiperlink que recebe diversas denominações conforme o sistema de busca. 2. Essa mensagem fica armazenada no servidor do news, e qualquer
Veja alguns exemplos. pessoa que acessar o servidor e o grupo onde essa mensagem foi posta-
da, poderá visualizá-la, respondê-la, acrescentar algo, discordar, concor-
Nome do hiperlink Mecanismos de busca dar, etc. A resposta também fica armazenada no servidor, e assim como a
mensagem original, outras pessoas poderão "responder a resposta" da
Acrescente uma URL RadarUol mensagem original. Para entender melhor, veja um exemplo da estrutura
de um newsgroup, veja o exemplo na figura abaixo.
Cadastre a sua página no Radix Radix

Inserir site Zeek

Nos sites de língua inglesa, usam-se, geralmente, hiperlinks denomi-


nados List your site, Add URL ou Add a site.
Resumindo: num mecanismo de busca, um programa de computador
visita as páginas da web e cria cópias dessas páginas para si. Essas
cópias vão formar a sua base de dados que será pesquisada por ocasião
de uma consulta.
Alguns mecanismos de busca:

Radix RadarUol

AltaVista Fast Search


Cada servidor possui diversos grupos dentro dele, divididos por tema.
Excite Snap Atualmente, a maior rede brasileira de newgroups é a U-BR (http://u-br.tk).
A U-BR foi criada após o UOL ter passado a não disponibilizar mais acesso
HotBot Radix via NNTP (via Gravity, Outlook Express, Agent, etc.) para não-assinantes.
De certa forma, isso foi bom, pois acabou "obrigando" os usuários a buscar
uma alternativa. Eis então que foi criada a U-BR.
Google Aol.Com A grande vantagem da U-BR, é que ela não possui um servidor cen-
tral, ou seja, se um dos servidores dela ficar "fora do ar", você pode aces-
Northern Light WebCrawler sar usando um outro servidor. Os temas (assuntos) disponíveis nos news-
groups em geral, variam desde Windows XP até Política, passando por
Como efetuar uma busca na Internet hardware em geral, sociologia, turismo, cidades, moutain-bike, música,
Jornada nas Estrelas, futebol, filosofia, psicologia, cidades, viagens, sexo,
humor, música e muito mais. É impossível não achar um tema que lhe
agrade.
Instalação configuração e criação de contas
Para acessar um news, você precisa usar um programa cliente, o
newsreader. Um dos mais populares é o Outlook Express, da Microsoft,
mas não é o melhor. Existem inúmeros programas disponíveis na Internet,
que possibilitam, a criação de grupos de discurções, entre eles destacam-
se o Gravity, da MicroPlanet.
Para usários do Linux, recomendo o Pan Newsreader (também dispo-
nível para Windows).
Para configurar uma conta de acesso no Outlook Express, vá no menu
O QUE SÃO "GRUPOS DE DISCUSSÃO" (NEWSGROUPS) Ferramentas > Contas > Adicionar > News. Siga os passos exibidos na
Tela, informando o servidor de sua preferência quando solicitado, veja no
Grupos de discussão, Grupos de Notícias ou Newsgroups, são espé- exemplo abaixo:
cies de fóruns, como estes que você já conhece. As comunidades do Orkut
também seguem um molde parecido com os newsgroups, porém com CONFIGURAÇÃO DE UMA CONTA DE NEWSGROUP
muitas limitações. São incomparavelmente inferiores aos newsgroups. Microsft Outlook Express
Tanto os fóruns da web como as comunidades do Orkut, você acessa pelo Para configurar o acesso aos newsgroups, siga os passos referidos
seu navegador (Firefox, Internet Explorer, Netscape, etc.), através de um em baixo:
endereço de uma página. No Microsoft Outlook Express, seleccionar Tools / Accounts
Entretanto, para acessar os newsgroups, você precisa de um leitor,
chamado newsreader (Leitor de Notícias). Um popular leitor de newsgroup,
é o Outlook Express, esse mesmo que vem com o Internet Explorer e você
usa para acessar seus e-mails, pois além de ser cliente de e-mail, ele tem
capacidade de acessar servidores de newsgroups, mas com algumas
limitações.
Em alguns casos, também é possível acessar os mesmos grupos de
discussão via navegador, mas isso se o administrador do servidor disponi-
bilizar esse recurso. Porém, acessando via navegador, estaremos deixan-
do de usar o serviço newsgroup de fato, passando a utilizar um simples
fórum da Internet.
Operação
Basicamente, um newsgroup funciona assim:

Informática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-


groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de Nesta janela, poderá escolher quais pretende ver, clicando no "News"
servidor de newsgroups: news.iol.pt. desejado e posteriormente em "Subscribe". Depois de ter seleccionado
todos os newsgroups que pretende visualizar, deverá clicar em "OK".

Depois de seleccionados, poderá encontrar os newsgroups escolhidos


na pasta news.iol.pt.

Aqui vai iniciar o processo de configuração da sua conta nos news-


groups. Para tal terá de preencher o nome e endereço de correio electróni-
co que pretende que apareçam nas mensagens, bem como o endereço de
servidor de newsgroups: news.iol.pt.
COOKIES
Alguns sites da Web armazenam informações em um pequeno arquivo
de texto no computador. Esse arquivo é chamado cookie.
Existem vários tipos de cookies e você pode decidir se permitirá que
alguns, nenhum ou todos sejam salvos no computador. Se não quiser
salvar cookies, talvez não consiga exibir alguns sites da Web nem tirar
proveito de recursos de personalização (como noticiários e previsões
Clique em "Yes" para obter as mensagens dos newsgroups.
meteorológicas locais ou cotações das ações).
Como os cookies são usados
Um cookie é um arquivo criado por um site da Internet para armazenar
informações no computador, como suas preferências ao visitar esse site.
Por exemplo, se você pedir informações sobre o horário dos vôos no site

Informática 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da Web de uma companhia aérea, o site poderá criar um cookie contendo Para organizar as suas páginas favoritas em pastas
o seu itinerário. Ou então, ele poderá conter apenas um registro das pági- À medida que a sua lista de itens favoritos for crescendo, você poderá
nas exibidas no site que você visitou, para ajudar o site a personalizar a mantê-los organizados criando pastas. Pode ser conveniente organizar as
visualização na próxima vez que visitá-lo. suas páginas por tópicos. Por exemplo, você pode criar uma pasta chama-
Os cookies também podem armazenar informações pessoais de identi- da Arte para armazenar informações sobre exposições e críticas de arte.
ficação. Informações pessoais de identificação são aquelas que podem ser 1. No menu Favoritos, clique em Organizar Favoritos.
usadas para identificar ou contatar você, como seu nome, endereço de
2. Clique em Criar pasta, digite um nome para a pasta e pressione
email, endereço residencial ou comercial ou número de telefone. Entretan-
ENTER.
to, um site da Web só tem acesso às informações pessoais de identificação
que você fornece. Por exemplo, um site não pode determinar seu nome de 3. Arraste os atalhos (ou pastas) da lista para as pastas apropriadas.
email a menos que você o forneça. Além disso, um site não pode ter aces-
so a outras informações no computador.
Quando um cookie é salvo no computador, apenas o site que o criou
poderá lê-lo.
Cookies temporários
Um cookie temporário ou por sessão é armazenado apenas para a
sessão de navegação atual e é excluído do computador quando o Internet
Explorer é fechado.
Cookies primários versus cookies secundários
Um cookie primário é aquele criado ou enviado para o site que você
está exibindo no momento. Esses cookies costumam ser usados para
armazenar informações, como suas preferências ao visitar o site.
Um cookie secundário é aquele criado ou enviado para um site diferen-
te daquele que você está exibindo no momento. Em geral, os sites secun-
dários fornecem conteúdo no site que você está exibindo. Por exemplo,
muitos sites exibem propagandas de sites secundários e esses sites po- Se o número de atalhos ou pastas fizer com que arrastar seja pouco
dem usar cookies. Esse tipo de cookie costuma ser usado para controlar o prático, você pode usar o botão Mover para pasta.
uso da sua página da Web para propagandas ou outras finalidades de
Compartilhando indicadores e favoritos
marketing. Os cookies secundários podem ser persistentes ou temporários.
Os favoritos, conhecidos como indicadores no Netscape Navigator,
Cookies não satisfatórios
são uma forma prática de organizar e estabelecer links para páginas da
Os cookies não satisfatórios são cookies que podem permitir acesso a Web que você visita frequentemente.
informações pessoais de identificação que poderiam ser usadas com uma
O Internet Explorer importa automaticamente todos os seus indicado-
finalidade secundária sem o seu consentimento.
res do Netscape. No menu Favoritos, clique na pastaIndicadores impor-
Suas opções para trabalhar com cookies tados para visualizá-los.
O Internet Explorer permite o uso de cookies, mas você pode alterar Se você usa o Internet Explorer em diversos computadores, pode fa-
suas configurações de privacidade para especificar que o Internet Explorer cilmente compartilhar itens favoritos entre computadores, importando-os.
deve exibir uma mensagem antes de inserir um cookie no computador (o Além disso, se usar o Internet Explorer e o Netscape Navigator, você pode
que permite a você autorizar ou bloquear o cookie) ou para impedir que ele manter os seus favoritos e indicadores atualizados entre si, importando-os
aceite cookies. entre programas.
Você pode usar as configurações de privacidade do Internet Explorer • Para importar indicadores ou favoritos, no menu Arquivo, clique em
para especificar como o Internet Explorer deve lidar com cookies de sites Importar e exportar.
da Web específicos ou de todos os sites da Web. Também pode personali-
zar as configurações de privacidade importando um arquivo que contém • Para exportar favoritos para indicadores ou favoritos no mesmo ou em
configurações personalizadas de privacidade ou especificando essas outro computador, no menu Arquivo, clique em Importar e exportar.
configurações para todos os sites da Web ou para sites específicos. Observações
As configurações de privacidade aplicam-se apenas a sites da Web na • Os favoritos exportados são salvos como um arquivo HTML normal;
zona Internet. portanto, o Internet Explorer ou o Netscape Navigator pode importá-
MANUTENÇÃO DE ENDEREÇOS FAVORITOS los. Você pode exportar uma pasta selecionada na sua lista Favoritos,
Ao localizar sites ou páginas da Web preferidos, mantenha controle ou todos os seus favoritos.
deles para que possa abri-los facilmente no futuro. • O arquivo de favoritos exportados é relativamente pequeno. Por isso,
• Adicione uma página da Web à sua lista de páginas favoritas. Sempre você pode copiá-lo para um disquete ou pasta de rede ou anexá-lo a
que você desejar abrir essa página, basta clicar no botão Favoritos uma mensagem de email se desejar compartilhar os itens favoritos
na barra de ferramentas e depois clicar no atalho na lista Favoritos com outras pessoas.
HISTÓRICO
Há várias formas de localizar sites da Web e páginas visualizadas nos
últimos dias, horas ou minutos.
Para localizar uma página que você viu nos últimos dias
1. Na barra de ferramentas, clique no botão Histórico.

Informática 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Para obter ajuda sobre um item, clique em na parte superior da


caixa de diálogo e, em seguida, clique no item.
ACESSO A DISTANCIA A COMPUTADORES
TELNET (REMOTE LOGIN)
É um serviço que permite ao usuário conectar-se a um computador
remoto interligado à rede. Uma vez feita a conexão, o usuário pode execu-
tar comandos e usar recursos do computador remoto como se seu compu-
tador fosse um terminal daquela máquina que está distante.
Telnet é o serviço mais comum para acesso a bases de dados (inclusi-
ve comerciais) e serviços de informação. A depender do tipo de recurso
acessado, uma senha pode ser requerida. Eventualmente, o acesso a
determinadas informações de caráter comercial pode ser negado a um
usuário que não atenda aos requisitos determinados pelo detentor da
informação.
A barra Histórico é exibida, contendo links para sites da Web e pági- Para fazer um login remoto, pode-se proceder da seguinte forma: No
nas visitadas em dias e semanas anteriores. browser, no espaço existente para se digitar o endereço da Internet, colo-
2. Na barra Histórico, clique em uma semana ou dia, clique em uma que o nome do protocolo, no caso, telnet e o endereço que se deseja
pasta de site da Web para exibir páginas individuais e, em seguida, acessar. Exemplo: telnet://asterix.ufrgs.br (endereço para consultar a
clique no ícone da página para exibi-la. biblioteca da UFRGS)
Para classificar ou pesquisar a barra Histórico, clique na seta ao lado TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES E ARQUIVOS
do botão Exibir na parte superior da barra Histórico. FTP (File Transfer Protocol)
Para localizar uma página que você acabou de visitar É o serviço básico de transferência de arquivos na rede. Com a devida
• Para retornar para a última página que você visualizou, clique no botão permissão o usuário pode copiar arquivos de um computador à distância
Voltar na barra de ferramentas. para o seu computador ou transferir um arquivo do seu computador para
um computador remoto. Para tanto, o usuário deve ter permissão de aces-
• Para visualizar uma das últimas nove páginas que você visitou nesta
so ao computador remoto.
sessão, clique na seta ao lado do botão Voltar ou Encaminhar e de-
pois clique na página que você deseja na lista. Ante às restrições para transferência de arquivos, foi criado o "FTP
Anônimo", para facilitar o acesso de usuários de todo mundo a determina-
Observações
das máquinas que mantém enormes repositórios de informação. Não é
• Você pode ocultar a barra Histórico clicando no botão Histórico necessária uma permissão de acesso; o usuário se identificará como
novamente. anonymous quando o sistema requisitar o "login".
• Você pode alterar o número de dias durante os quais as páginas são O FTP é geralmente usado para transferência de arquivos contendo
mantidas na lista de histórico. Quanto mais dias você especificar, mais programas (software) e documentos. Não há, contudo, qualquer limitação
espaço em disco será usado no seu computador para salvar as infor- quanto ao tipo de informação que pode ser transferida. Vale ressaltar que
mações. esse serviço pressupõe que o usuário conheça a localização eletrônica do
Para especificar o número de dias durante os quais a lista do histórico documento desejado, ou seja, o endereço do computador remoto, os
mantém o controle de suas páginas nomes dos diretórios onde o arquivo se encontra, e, por fim, o nome do
próprio arquivo. Quando a localização não é conhecida, o usuário pode
3. No Internet Explorer, no menu Ferramentas, clique em Opções da
usar o archie para determinar a localização exata do arquivo.
Internet.
Para fazer uma transferência de arquivo através do FTP, pode-se pro-
ceder da seguinte forma: No browser, no espaço existente para se digitar o
endereço da Internet, coloque o nome do protocolo, no caso, ftp e o ende-
reço que se deseja acessar. Exemplo: ftp://microsoft.com (endereço para
4. Clique na guia Geral. transferir programas (free) da Microsoft)
5. Em Histórico, altere o número de dias durante os quais a lista do DOWNLOAD: Copiando arquivos para o seu micro
histórico mantém o controle de suas páginas. Navegue pelos diretórios, localize o arquivo desejado, selecione-o e
clique 2 vezes para transferir para o seu computador, no diretório que você
escolheu.
O WS_FTP é um programa shareware para windows, que facilita a vi-
da de quem quer transferir um arquivo. Ele é um dos melhores programas
nessa área, pois é rápido e fácil de usar.
APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
Mas o que vem a ser multimídia?
O termo nasce da junção de duas palavras:“multi” que significa vários,
diversos, e “mídia”, que vem do latim “media”, e significa meios, formas,
maneiras. Os americanos atribuíram significado moderno ao termo, graças
ao seu maciço poder de cultura, comércio e finanças sobre o mundo,
difundidos pelas agências de propaganda comerciais. Daí nasceu a ex-
pressão: meios de comunicação de massa (mass media). O uso do termo
multimídia nos meios de comunicação corresponde ao uso de meios de
expressão de tipos diversos em obras de teatro, vídeo, música, performan-
ces etc. Em informática significa a técnica para apresentação de informa-
ções que utiliza, simultaneamente, diversos meios de comunicação, mes-
Observações clando texto, som, imagens fixas e animadas.
• Para esvaziar a pasta Histórico, clique em Limpar histórico. Dessa Sem os recursos de multimídia no computador não poderíamos apre-
forma, será liberado espaço no seu computador temporariamente. ciar os cartões virtuais animados, as enciclopédias multimídia, as notícias

Informática 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
veiculadas a partir de vídeos, os programas de rádio, os jogos e uma zada. Existem diferentes formatos de vídeos na web. Entre os padrões
infinidade de atrações que o mundo da informática e Internet nos oferece. mais comuns estão o avi, mov e mpeg.
Com os recursos de multimídia, uma mesma informação pode ser O avi (Audio Video Interleave) é um formato padrão do Windows, que
transmitida de várias maneiras, utilizando diferentes recursos, na maioria intercala, como seu nome sugere, trechos de áudio juntamente com qua-
das vezes conjugados, proporcionando-nos uma experiência enriquecedo- dros de vídeo no inflacionado formato bmp para gráficos. Devido à exten-
ra. são do seu tamanho e outros problemas como o sincronismo de qualidade
Quando usamos um computador os sentidos da visão e da audição es- duvidosa entre áudio e vídeo, o AVI é um dos formatos de vídeo menos
tão sempre em ação. Vejamos: toda vez que um usuário liga seu micro- populares na web. Já o formato mpeg (Moving Pictures Expert Group) é
computador com sistema operacional Windows, placa de som e aplicativos bem mais compacto e não apresenta os problemas de sincronismo comu-
devidamente instalados, é possível ouvir uma melodia característica, com mente observados no seu concorrente avi. O formato mpeg pode apresen-
variações para as diferentes versões do Windows ou de pacotes especiais tar vídeos de alta qualidade com uma taxa de apresentação de até 30
de temas que tenham sido instalados. Esse recurso multimídia é uma quadros por segundo, o mesmo dos televisores.
mensagem do programa, informando que ele está funcionando corretamen- O formato mov, mais conhecido como QuickTime, foi criado pela Apple
te. e permite a produção de vídeos de boa qualidade, porém com taxas de
A música de abertura e a exposição na tela do carregamento da área compressão não tão altas como o formato mpeg. Enquanto o mpeg chega
de trabalho significam que o micro está pronto para funcionar. Da mesma a taxas de 200:1, o formato QuickTime chega à taxa média de 50:1. Para
forma, operam os ruídos: um alerta soado quando um programa está mostrar vídeos em QuickTime, em computadores com Windows, é neces-
tentando se instalar, um sinal sonoro associado a um questionamento sário fazer o download do QuickTime for Windows. O Windows Media
quando vamos apagar um arquivo, um aviso de erro etc. e alguns símbo- Player e o Real Áudio são bastante utilizados na rede. Tanto um como o
los com pontos de exclamação dentro de um triângulo amarelo, por exem- outro tocam e rodam a maioria dos formatos mais comuns de som e ima-
plo, representam situações em que devemos ficar atentos. gem digitais como wav, mp3 e midi e os vídeos mpeg e avi. Ambos os
players suportam arquivos transmitidos no modo streaming gerados para
Portanto, a mídia sonora no micro serve para que o sistema operacio-
rodar neles.
nal e seus programas interajam com os usuários. Além disso, ela tem
outras utilidades: permite que ouçamos música, enquanto lemos textos ou USO DA INTERNET NOS NEGÓCIOS E OUTROS DOMÍNIOS
assistimos vídeos; que possamos ouvir trechos de discursos e pronuncia- Desde que foi criada, a Internet não parou de se desenvolver, disponi-
mentos de políticos atuais ou do passado; que falemos e ouçamos nossos bilizando um grande número de serviços aos seus usuários. Nesse curso
contatos pela rede e uma infinidade de outras situações. veremos alguns desses serviços: World Wide Web, transferência de arqui-
A evolução tecnológica dos equipamentos e aplicativos de informática vos, correio eletrônico, grupos de notícias e listas de discussão.
tem nos proporcionado perfeitas audições e gravações digitais de nossa Dentre as muitas utilidades da Internet, podemos destacar:
voz e outros sons. Propagação do conhecimento e intercâmbio de informações: atra-
Os diferentes sons que ouvimos nas mídias eletrônicas são gravados vés da Web, é possível encontrar informações sobre praticamente qualquer
digitalmente a partir de padrões sonoros. No mundo digital, três padrões assunto, a quantidade e variedade de opções é impressionante. Pode-se
com finalidades distintas se impuseram: wav, midi e mp3. ficar a par das últimas notícias, fazer pesquisas escolares, buscar informa-
O padrão wav apresenta vantagens e desvantagens. A principal van- ções específicas que auxiliem no trabalho (ex: um médico pesquisando
tagem é que ele é o formato de som padrão do Windows, o sistema opera- sobre um novo tratamento), etc.
cional mais utilizado nos computadores do mundo. Dessa forma, na maio- O usuário comum também pode ser um gerador de informações, se
ria dos computadores é possível ouvir arquivos wav, sem necessidade de você conhece um determinado assunto, pode criar seu próprio site, com-
se instalar nenhum programa adicional. A qualidade sonora desse padrão partilhando seus conhecimentos com os outros internautas. Podemos citar
também é muito boa. Sua desvantagem é o tamanho dos arquivos. Cada também os vários projetos de educação a distância que estão sendo
minuto de som, convertido para formato wav, que simule qualidade de CD, desenvolvidos, inlusive na Unicamp (http://www.ead.unicamp.br/).
usa aproximadamente 10 Mb de área armazenada. Meio de comunicação: o serviço de correio eletrônico permite a troca
O padrão midi surgiu com a possibilidade de se utilizar o computador de mensagens entre pessoas do mundo todo, com incrível rapidez. As
para atividades musicais instrumentais. O computador passou a ser usado listas de discussão, grupos de notícias e as salas de bate-papo (chat)
como ferramenta de armazenamento de melodias. Definiu-se um padrão também são bastante utilizados.
de comunicação entre o computador e os diversos instrumentos (principal- Serviços: dentre os vários serviços disponibilizados, podemos citar o
mente teclados e órgãos eletrônicos), que recebeu o nome de “interface Home-banking (acesso a serviços bancários) e a entrega da declaração do
midi”, que depois passou a ser armazenado diretamente em disco. imposto de renda via Internet (Receita Federal).
Esse padrão também apresenta vantagens e desvantagens. Sua prin- Comércio: existe um grande número de lojas virtuais, vendendo produ-
cipal vantagem junto aos demais é o tamanho dos arquivos. Um arquivo tos pela rede. A Livraria Saraiva (http://www.livrariasaraiva.com.br/) é uma
midi pode ter apenas alguns Kbs e conter toda uma peça de Chopin ao delas. Recentemente a GM lançou o Celta e com ele a ideia de vender
piano. A principal desvantagem é a vinculação da qualidade do áudio ao automóvel pela Internet (www.celta.com.br).
equipamento que o reproduz.
O internauta também pode vender seus produtos em sites como Arre-
Ultimamente, a estrela da mídia sonora em computadores é o padrão mate.com (www.arremate.com.br).
mp3. Este padrão corresponde à terceira geração dos algoritmos Mpeg,
Marketing: Muitas empresas estão utilizando a Internet para divulgação
especializados em som, que permite ter sons digitalizados quase tão bons
de seus produtos. O Parque Dom Pedro Shopping
quanto podem ser os do padrão wav e, ainda assim, serem até 90% meno-
(www.parquedpedro.com.br/), antes da inauguração, e já tinha um site na
res. Dessa forma, um minuto de som no padrão wav que, como você já
Internet, onde as pessoas podiam acompanhar a evolução da obra e
sabe, ocuparia cerca de 10 MB, no padrão mp3 ocuparia apenas 1 MB sem
conferir todos os detalhes do empreendimento.
perdas significativas de qualidade sonora.
Os estúdios de Hollywood também incorporaram a Internet como mídia
O padrão mp3, assim como o jpeg utilizado para gravações de ima-
de apoio para o lançamento de filmes. Atualmente, grande parte das pro-
gens digitalizadas: Uso da impressora e tratamento de imagens), trabalha
duções já tem seu site oficial disponível antes mesmo de estrear nos
com significância das perdas de qualidade sonora (ou gráfica no caso das
cinemas.
imagens). Isso significa que você pode perder o mínimo possível ou ir
aumentando a perda até um ponto que se considere aceitável em termos NAVEGADORES
de qualidade e de tamanho de arquivo. Um navegador (também conhecido como web browser ou
O vídeo, entre todas as mídias possíveis de ser rodadas no computa- simplesmente browser) é um programa que habilita seus usuários a
dor, é, provavelmente, o que mais chama a atenção dos usuários, pois lida interagirem com documentos HTML hospedados em um servidor Web. É o
ao mesmo tempo com informações sonoras, visuais e às vezes textuais. tipo mais comumente usado de agente. A maior coleção interligada de
Em compensação, é a mídia mais demorada para ser carregada e visuali- documentos hipertexto, dos quais os documentos HTML são uma
substancial fração, é conhecida com a World Wide Web.

Informática 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exemplo, (g palavra-chave) na barra de endereço equivale a uma busca
por palavra-chave no Google. Inclui genreciador de downloads, de senhas
gravadas e de cookies - arquivo que grava informações em texto durante a
navegação - e pode também bloquear janelas popups. Para utilizar a
linguagem Java, muito comum em sites de bancos, é necessário instalar o
Plugin Java. Existe um programa de instalação em que o Java está incluí-
do, mas essa versão faz o programa crescer para 12.7 Mb.

Opera

www.opera.com

versão atual: 7.11

possui programa de e-mail


Conheça os browsers que garantem uma navegação segura na in-
ternet sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, Mac,
Para quem pensa que o Internet Explorer é o único navegador exis- OS/2, Solaris, FreeBSD, QNX, Smartphone/PDA
tente no mundo virtual, vai aí uma informação. Além de existirem outras
opções de browsers, elas podem ser disponibilizadas de graça e são tão free (mas mostra banners)
eficientes quanto o software mais conhecido pelos internautas.
E tem mais. Esses outros navegadores possuem recursos que não são
encontrados no Internet Explorer como os mouse gestures, programas de disponível em português
mensagem instantânea, como o ICQ, e softwares de e-mail que substituem
o tradicional Outlook Express. Apesar de não serem muito conhecidos, Mozilla
seguem as normas recomendadas pelo W3C, organização que define Após a liberação do código fonte do Netscape (ainda na versão 4), iniciou-
padrão para as tecnologias existentes na internet. se o projeto Mozilla, que no futuro daria suporte a novos browsers. O
Conheça os principais browsers utilizados para navegar na Web Mozilla, assim como o Opera, apresenta um sistema que permite que as
páginas sejam visualizadas à medida que o browser vai baixando o arquivo
Internet Explorer e não após tudo ser carregado. Também possui gerenciador de downloads,
É o browser mais utilizado no mercado, com mais de 90% de penetra- cookies, popups, senhas e dados digitados em formulário. Permite que o
ção, em função de a Microsoft já inserir o software no pacote Windows. usuário faça pesquisas utilizando seu mecanismo de busca favorito através
Curiosamente, hoje o Internet Explorer é o navegador que menos atende da barra de endereços. Para quem desenvolve programas e páginas para
aos padrões recomendados pelo W3C. Devido à sua grande audiência, a a Web há ferramentas muito úteis como o JavaScript Debugger. É neces-
dupla Internet Explorer/Outlook Express é uma grande porta para os vírus sário instalar o Plugin Java caso você ainda não o possua em sua máqui-
que se aproveitam das falhas de segurança encontradas nesses progra- na (é o mesmo plugin que o Opera utiliza).
mas como é o caso do Fortnight, Cavalo de Tróia que está invadindo
muitas máquinas que usam o navegador. Tem a vantagem de abrir mais Mozilla
rápido devido a essa interação com o Windows. Existem softwares de
terceiros, como o MyIE2 ou o Avant Browser, que adicionam algumas
funcionalidades ao Internet Explorer, como navegação por abas, suporte a www.mozilla.org
skins.
versão atual: 1.4
Internet Explorer

possui programa de e-mail


www.microsoft.com/windows/ie

sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, MacOS X


versão atual: 6 SP 1

free
possui programa de e-mail

não está disponível em português


sistema operacional: Win98, NT 4.0, Me, 2000, XP

free

disponível em português

Opera
Bastante rápido para carregar as páginas e não tão pesado quanto o
Netscape. O programa de instalação é o menor com 3.2 Mb. Possui recur-
so de navegação por abas - novas páginas são abertas na mesma janela
do Opera, não havendo necessidade de abrir outras instâncias do browser.
Admite mouse gestures que são atalhos chamados através de um movi-
mento de mouse, como a atualização e o fechamento de uma janela.
Possui teclas de atalho para os principais sites de busca. Digitar, por

Informática 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

disponível em português (versão 7.02)

UTILIZAÇÃO DA INTERNET EXPLORER 7.0 E


CORREIO ELETRÔNICO
Histórico da Internet
A Internet começou no início de 1969 sob o nome ARPANET (USA).
Abreviatura Descrição
Gov.br Entidades governamentais
Org.br Entidades não-governamentais
Mozilla Firebird Com.br Entidades comerciais
Mais um filho do Mozilla. O Firebird pode ser chamado de Mozilla Lite, Mil.br Entidades militares
pois ele traz apenas o browser e as funções mais úteis como controle de
cookies, senhas, popups, abas, o que o torna bem leve, tanto para baixar Composta de quatro computadores tinha como finalidade, demonstrar
quanto para executá-lo. Não possui programa de instalação, basta des- as potencialidades na construção de redes usando computadores disper-
compactar o arquivo - para isso é necessário o WinZip - num diretório sos em uma grande área. Em 1972, 50 universidades e instituições milita-
qualquer. No site podem-se baixar extensões que acrescentam novos res tinham conexões.
recursos a ele, como os mouse gestures. Hoje é uma teia de redes diferentes que se comunicam entre si e que
são mantidas por organizações comerciais e governamentais. Mas, por
Mozilla Firebird mais estranho que pareça, não há um único proprietário que realmente
possua a Internet. Para organizar tudo isto, existem associações e grupos
que se dedicam para suportar, ratificar padrões e resolver questões opera-
texturizer.net/firebird/index.html cionais, visando promover os objetivos da Internet.
A Word Wide Web
versão atual: 0.6 A Word Wide Web (teia mundial) é conhecida também como WWW,
uma nova estrutura de navegação pêlos diversos itens de dados em vários
computadores diferentes. O modelo da WWW é tratar todos os dados da
não possui programa de e-mail Internet como hipertexto, “ Link” isto é, vinculações entre as diferentes
partes do documento para permitir que as informações sejam exploradas
sistema operacional: Win 95 ou superior, Linux, MacOS X interativamente e não apenas de uma forma linear.
Programas como o Internet Explorer, aumentaram muita a popularida-
de da Internet graças as suas potencialidades de examinador multimídia,
free capaz de apresentar documentos formatados, gráficos embutidos, vídeo,
som e ligações ou vinculações e mais, total integração com a WWW.
não está disponível em português Este tipo de interface poderá levá-lo a um local (site) através de um
determinado endereço (Ex: www.apostilasopcao.com.br) localizado em
Netscape qualquer local, com apenas um clique, saltar para a página (home page) de
A partir da versão 6, o Netscape passou a utilizar o engine do Mozilla, um servidor de dados localizado em outro continente.
ou seja, por dentro eles são o mesmo browser e compartilham praticamen-
te dos mesmos recursos, porém o Netscape traz no programa de instala-
ção alguns outros softwares, como o Winamp, o Real Player e o Plugin
Java, o que torna o instalador muito pesado - aproximadamente 32 Mb,
sendo que muitas vezes os usuários já têm esses softwares ou não têm
interesse em instalá-los. Isso pode ser contornado durante a instalação,
quando se pode optar por não instalar todos eles, mas fatalmente terá que Navegação
se baixar todos os 30Mb. Além desses softwares externos, ele traz ainda Para podermos navegar na Internet é necessário um software navega-
um programa de mensagem instantânea, que funciona como o ICQ ou dor (browser) como o Internet Explorer ou Netscape (Estes dois são os
AIM. mais conhecidos, embora existam diversos navegadores).
Netscape Endereços na Internet
Todos os endereços da Internet seguem uma norma estabelecida pelo
InterNic, órgão americano pertencente a ISOC (Internet Society).
www.netscape.com
No Brasil, a responsabilidade pelo registro de Nomes de Domínios na
rede eletrônica Internet é do Comitê Gestor Internet Brasil (CG), órgão
versão atual: 7.1 responsável. De acordo com as normas estabelecidas, o nome do site, ou
tecnicamente falando o “nome do domínio”, segue a seguinte URL (Univer-
sal Resource Locator), um sistema universal de endereçamento, que
possui programa de e-mail
permite que os computadores se localizem na Internet:
Exemplo: http://www.apostilasopcao.com.br
sistema operacional: Win98, NT 4.0, 2000, XP, Linux, Onde:
MacOS X
1. http:// - O Hyper Text Transfer Protocol, o protocolo padrão que permi-
te que os computadores se comuniquem. O http:// é inserido pelo
free browser, portanto não é necessário digitá-lo.
2. www – padrão para a Internet gráfica.
3. apostilasopcao – geralmente é o nome da empresa cadastrada junto

Informática 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ao Comitê Gestor.
Home
4. com – indica que a empresa é comercial.
O botão página inicial tem como função ir para a página que o seu na-
As categorias de domínios existentes na Internet Brasil são:
vegador está configurado para abrir assim que é acionado pelo usuário,
UTILIZANDO LINKS geralmente o Internet Explorer está configurado para ir a sua própria pági-
A conexão entre páginas da Web é que caracteriza o nome World Wi- na na Microsoft, caso o usuário não adicionou nenhum endereço como
de Web (Rede de Amplitude Mundial). página principal.
Basicamente, as páginas da Web são criadas em HTML (Hyper Text
Markup Language). Como essas páginas são hipertextos, pode-se fazer Pesquisar
links com outros endereços na Internet. Este botão, é altamente útil pois clicando no mesmo Internet Explorer
Os links podem ser textos ou imagens e quando se passa o mouse em irá abrir uma seção ao lado esquerdo do navegador que irá listar os princi-
cima de algum, o ponteiro torna-se uma “mãozinha branca espalmada”, pais, sites de busca na Internet, tal como Cadê, Google, Altavista etc. A
bastando apenas clicar com o botão esquerdo do mouse para que se partir daqui será possível encontrar o que você está procurando, mas
façam links com outras páginas. veremos isto mais a fundo nas próximas páginas.
Configuração do Browser Internet Explorer 7
A compilação Internet Explorer 7 inclui melhoramentos de desempe- Favoritos
nho, estabilidade, segurança e compatibilidade de aplicações. Com esta O botão favoritos contem os Websites mais interessantes definidos pe-
compilação, a Microsoft também introduziu melhoramentos estéticos e lo usuário, porém a Microsoft já utiliza como padrão do IE 6 alguns sites
funcionais à interface de utilizador, completou alterações na plataforma que estão na lista de favoritos.
CSS, adicionou suporte para idiomas e incluiu uma função de auto-
desinstalação no programa de configuração, que desinstala automatica- Para você adicionar um site na lista de favoritos basta você clicar com
mente versões beta anteriores do Internet Explorer 7, tornando a desinsta- o botão direito em qualquer parte da página de sua escolha e escolher
lação da nova compilação ainda mais fácil. adicionar a favoritos. Geralmente utilizamos este recurso para marcar
nossas páginas preferidas, para servir de atalho.

Histórico
O botão histórico exibe na parte esquerda do navegador quais foram
Clicando na setinha você verá o seguinte menu os sites visitados nas últimas semanas, ou dias com isso você pode manter
um controle dos sites que você passou nas últimas semanas e dias.
Bastante útil para usuários que esqueceram o nome do site e desejam
acessar novamente.

Página
O botão tem várias funções: Recortar
Copiar – Colar - Salvar Página - Enviar esta página através de e-mail
- Zoom Esta ferramenta aumenta o zoom da página fazendo com que ela
possa ficar ilegíve.Esta outra ferramenta só precisa ser utilizada se você
Note que os que estão em cima do que está marcado são as “próxi- não conseguir enxergar direito a letras ou imagens de um site - Tamanho
mas páginas”(isso ocorre quando você volta várias páginas), e os que do texto, configura o tamanho da fonte da página - Ver código fonte,
estão em baixo são as páginas acessadas. E o Histórico é para ver o visualiza o código fonte da página - Relatório Da Segurança, verifica se a
histórico, últimos sites acessados. página contem diretivas de segurança ou certificadas digitais - Privacidade
Barra de endereço e botões atualizar e parar da página, verifica se a página esta configurada de acordo com a sua
política de privacidade.

BOTÕES DE NAVEGAÇÕES
Impressão
Botão utilizado para imprimir a página da internet .
Voltar
Abaixo as funções de cada botão de seu navegador Internet Explorer
7.0 da Microsoft. Alternar entre as abas
O botão acima possibilita voltar na página em que você acabou de sair Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
ou seja se você estava na página da Microsoft e agora foi para a da aposti- Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
lasopcao, este botão lhe possibilita voltar para a da Microsoft sem Ter que suas respectivas páginas
digitar o endereço (URL) novamente na barra de endereços. Alternar entre as abas
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
Avançar Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
O botão avançar tem a função invertida ao botão voltar citado acima. suas respectivas páginas

Parar
O botão parar tem como função obvia parar o download da página em
execução, ou seja, se você está baixando uma página que está demorando
muito utilize o botão parar para finalizar o download.

O botão atualizar tem como função rebaixar a página em execu-


ção, ou seja ver o que há de novo na mesma. Geralmente utilizado para
rever a página que não foi completamente baixada, falta figuras ou textos.

Informática 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
computador executando o Windows . O Bloqueador de pop-ups é um novo
recurso no Internet Explorer. Esse recurso impede que a maioria das
janelas pop-up indesejadas apareçam. Ele está ativado por padrão. Quan-
do o Bloqueador de Pop-ups é ativado, as janelas pop-up automáticas e de
plano de fundo são bloqueadas, mas aquelas abertas por um usuário ainda
abrem normalmente.
Como ativar o Bloqueador de pop-ups
O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras:
• Abrir o browser ou seja o navegador de internet.
• No menu Ferramentas.
• A partir das Opções da Internet.
Alternar entre as abas
Clicando na setinha, abre-se um menu contendo todas as abas
Clicando no ícone abre-se uma páginas mostrando todas as abas e
suas respectivas páginas
Download Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você
precisará ativá-lo apenas se estiver desativado.
É nada mais que baixar arquivos da Internet para seu computador U-
pload em português significa carregar – é a transferência de um arquivo do
seu computador para outro computador.
Como efetuar download de uma figura na Internet.
a) Clique com o botão direito do mouse sobre a figura desejada;
b) Escola a opção Salvar figura como;
c) Escolha o nome e a pasta onde o arquivo será baixado;
d) Clique em Salvar.
Como efetuar download de arquivos na Internet
Alguns arquivos como jogos; músicas; papéis de parede; utilitários
como antivírus etc.; são disponibilizados na Internet para download a partir
de links (texto destacado ou elemento gráfico), e o procedimento é pareci-
do com o download de figuras.
a) Clique no respectivo link de download;
b) Aparecerá uma tela com duas opções, Abrir arquivo ou Salvar ar-
quivo em disco;
c) Escolha Salvar arquivo em disco; Fazer abrir uma janela do tipo “pop up” sem identificação, solicitando
d) Escolha a pasta de destino e logo em seguida clique em Salvar. dados confidenciais que são fornecidos pelo usuário por julgar que a janela
e) Observa-se a seguir uma Janela (de download em execução) que “pop up” enviará os dados ao domínio da instituição segura, quando na
mostra o tempo previsto e a porcentagem de transferência do ar- verdade ela foi aberta a partir de código gerado por terceiros.
quivo. O tempo de transferência do arquivo varia de acordo com o A partir da versão 7 do IE isso já não mais pode ocorrer já que toda ja-
ser tamanho (byte, kilobyte, megabyte). nela, “pop up” ou não, apresenta obrigatoriamente uma barra de endereços
Tipos de programas disponíveis na Internet onde consta o domínio a partir de onde foi gerada (Veja na Figura a barra
de endereços na janela “pop up”).
• Shareware: É distribuído livremente, você pode copiá-lo para o
Como desativar a ferramanta anti- popup no Windows XP
seu computador e testá-lo, mas deve pagar uma certa quantia es-
tipulada pelo autor do programa, se quiser ficar com ele. Normal- 1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em In-
mente custam menos que os programas comerciais, pois o dinhei- ternet Explorer.
ro vai direto para o desenvolvedor. 2. No menu Ferramentas, aponte para - Desligarr bloqueador de
janelas pop-up
• Demos: São versões demonstrativas que não possuem todas as
funções contidas no programa completo. COOKIES
• Trials: Também são versões para testes, mas seu uso é restrito a Um cookie é um arquivo de texto muito pequeno, armazenado em sua
um determinado período. Depois dessa data, deixam de funcionar. maquina (com a sua permissão) por um Servidor de páginas Web. Há dois
tipos de cookie: um é armazenado permanentemente no disco rígido e o
• Freeware: São programas gratuitos, que podem ser utilizados li- outro é armazenado temporariamente na memória. Os web sites geralmen-
vremente. O autor continua detendo os direitos sobre o programa, te utilizam este último, chamado cookie de sessão e ele é armazenado
embora não receba nada por isso. apenas enquanto você estiver o usando. Não há perigo de um cookie ser
• Addware: O usuário usa o programa gratuitamente, mas fica rece- executado como código ou transmitir vírus, ele é exclusivamente seu e só
bendo propaganda. pode ser lido pelo servidor que o forneceu.
UPLOAD Pelos procedimentos abaixo, você pode configurar seu browser para
Como já verificamos anteriormente é a transferência de arquivos de aceitar todos os cookies ou para alertá-lo sempre que um deles lhe for
um cliente para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar oferecido. Então você poderá decidir se irá aceitá-lo ou não.
um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a Para que mais eles são utilizados?
transferência. Ou seja caso tenha algum arquivo, por exemplo fotos ou Compras online e registro de acesso são os motivos correntes de utili-
musicas, e gostaria de disponibilizar estes arquivos para outros usuários na zação. Quando você faz compras via Internet, cookies são utilizados para
Internet, basta enviar os arquivos para um provedor ou servidor, e posteri- criar uma memória temporária onde seus pedidos vão sendo registrados e
ormente disponibilizar o endereço do arquivo para os usuários, através calculados. Se você tiver de desconectar do portal antes de terminar as
deste endereço, os arquivos poderão ser compartilhados. compras, seus pedidos ficarão guardados até que você retorne ao site ou
Gerenciamento de Pop-ups e Cookies portal.
Este artigo descreve como configurar o Bloqueador de pop-ups em um Webmasters e desenvolvedores de portais costumam utilizar os cooki-

Informática 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
es para coleta de informações. Eles podem dizer ao webmaster quantas em uma compra on-line, transações de Internet banking e outros. Mas
visitas o seu portal recebeu, qual a frequência com que os usuários retor- porquê se preocupar com a segurança da informação? A resposta é
nam, que páginas eles visitam e de que eles gostam. Essas informações simples, sendo itens básicos como:
ajudam a gerar páginas mais eficientes, que se adaptem melhor as prefe- • Garantia de identidade dos sistemas participantes de uma transa-
rências dos visitantes. Sua privacidade e segurança é mantida na utilização ção;
de cookies temporários.
Como configurar os cookies em seu computador
• Garantia de confidencialidade;
1. Escolha Ferramentas e, em seguida, • Garantia de integridade dos dados;
2. Opções da Internet • Garantia de unicidade da transação(única), impedindo sua replica-
3. Clique na guia Segurança ção indevida;
4. Selecione a área Internet ou Intranet, a depender da sua forma de • Garantia de autoria da transação;
acesso • Defesa contra “carona”, ou seja, o processo em que um terceiro in-
5. Clique no botão "Nível personalizado" tervém numa transação autêntica já estabelecida;
6. Ativar a opção "Permitir Cookies por sessão" • Defesa contra a “indisponibilização forçada”;
Spam Estes são alguns dos muitos motivos que nos trazem a preocupação
Spam é o termo usado para se referir aos e-mails não solicitados, que com a segurança, assim tornando-os o objetivo de uma luta intensa para
geralmente são enviados para um grande número de pessoas. Quando o se ter a tão imaginada segurança da informação.
conteúdo é exclusivamente comercial, este tipo de mensagem também é Por que devo me preocupar com a segurança do meu computa-
referenciada como UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail). dor?
Quais são os problemas que o spam pode causar para um usuário da Computadores domésticos são utilizados para realizar inúmeras tare-
Internet? fas, tais como: transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo
Os usuários do serviço de correio eletrônico podem ser afetados de di- compra de produtos e serviços; comunicação, por exemplo, através de e-
versas formas. Alguns exemplos são: mails; armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou comerciais, etc.
Não recebimento de e-mails. Boa parte dos provedores de Internet li- É importante que você se preocupe com a segurança de seu compu-
mita o tamanho da caixa postal do usuário no seu servidor. Caso o número tador, pois você, provavelmente, não gostaria que:
de spams recebidos seja muito grande o usuário corre o risco de ter sua • suas senhas e números de cartões de crédito fossem furtados e u-
caixa postal lotada com mensagens não solicitadas. Se isto ocorrer, o tilizados por terceiros;
usuário não conseguirá mais receber e-mails e, até que possa liberar
espaço em sua caixa postal, todas as mensagens recebidas serão devolvi- • sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém não au-
das ao remetente. O usuário também pode deixar de receber e-mails em torizado;
casos onde estejam sendo utilizadas regras anti-spam ineficientes, por • seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem alterados,
exemplo, classificando como spam mensagens legítimas. destruídos ou visualizados por terceiros;
Gasto desnecessário de tempo. Para cada spam recebido, o usuário • seu computador deixasse de funcionar, por ter sido comprometido
necessita gastar um determinado tempo para ler, identificar o e-mail como e arquivos essenciais do sistema terem sido apagados, etc
spam e removê-lo da caixa postal. Engenharia Social
Aumento de custos. Independentemente do tipo de acesso a Internet Nos ataques de engenharia social, normalmente, o atacante se faz
utilizado, quem paga a conta pelo envio do spam é quem o recebe. Por passar por outra pessoa e utiliza meios, como uma ligação telefônica ou e-
exemplo, para um usuário que utiliza acesso discado a Internet, cada spam mail, para persuadir o usuário a fornecer informações ou realizar determi-
representa alguns segundos a mais de ligação que ele estará pagando. nadas ações. Exemplos destas ações são: executar um programa, acessar
Perda de produtividade. Para quem utiliza o e-mail como uma ferra- uma página falsa de comércio eletrônico ou Internet Banking através de um
menta de trabalho, o recebimento de spams aumenta o tempo dedicado à link em um e-mail ou em uma página, etc.
tarefa de leitura de e-mails, além de existir a chance de mensagens impor- Como me protejo deste tipo de abordagem?
tantes não serem lidas, serem lidas com atraso ou apagadas por engano.
Em casos de engenharia social o bom senso é essencial. Fique atento
Conteúdo impróprio ou ofensivo. Como a maior parte dos spams são para qualquer abordagem, seja via telefone, seja através de um e-mail,
enviados para conjuntos aleatórios de endereços de e-mail, é bem provável onde uma pessoa (em muitos casos falando em nome de uma instituição)
que o usuário receba mensagens com conteúdo que julgue impróprio ou solicita informações (principalmente confidenciais) a seu respeito.
ofensivo.
Procure não fornecer muita informação e não forneça, sob hipótese al-
Prejuízos financeiros causados por fraude. O spam tem sido ampla- guma, informações sensíveis, como senhas ou números de cartões de
mente utilizado como veículo para disseminar esquemas fraudulentos, que crédito.
tentam induzir o usuário a acessar páginas clonadas de instituições finan-
ceiras ou a instalar programas maliciosos projetados para furtar dados Nestes casos e nos casos em que receber mensagens, procurando lhe
pessoais e financeiros. Este tipo de spam é conhecido como phishing/scam induzir a executar programas ou clicar em um link contido em um e-mail ou
(Fraudes na Internet). O usuário pode sofrer grandes prejuízos financeiros, página Web, é extremamente importante que você, antes de realizar qual-
caso forneça as informações ou execute as instruções solicitadas neste quer ação, procure identificar e entrar em contato com a instituição envolvi-
tipo de mensagem fraudulenta. da, para certificar-se sobre o caso.
Como fazer para filtrar os e-mails de modo a barrar o recebimento Mensagens que contêm links para programas maliciosos
de spams Você recebe uma mensagem por e-mail ou via serviço de troca instan-
Existem basicamente dois tipos de software que podem ser utilizados tânea de mensagens, onde o texto procura atrair sua atenção, seja por
para barrar spams: aqueles que são colocados nos servidores, e que curiosidade, por caridade, pela possibilidade de obter alguma vantagem
filtram os e-mails antes que cheguem até o usuário, e aqueles que são (normalmente financeira), entre outras. O texto da mensagem também
instalados nos computadores dos usuários, que filtram os e-mails com pode indicar que a não execução dos procedimentos descritos acarretarão
base em regras individuais de cada usuário. consequências mais sérias, como, por exemplo, a inclusão do seu nome no
SPC/SERASA, o cancelamento de um cadastro, da sua conta bancária ou
Conceitos de segurança e proteção do seu cartão de crédito, etc. A mensagem, então, procura induzí-lo a clicar
Importância da Preocupação com a Segurança. em um link, para baixar e abrir/executar um arquivo.
Apesar de muitas pessoas não se preocuparem com a segurança Risco: ao clicar no link, será apresentada uma janela, solicitando que
de seu computador, há também grandes empresas e comércio que você salve o arquivo. Depois de salvo, se você abrí-lo ou executá-lo, será
não se preocupam com a segurança do usuário como, por exemplo, instalado um programa malicioso (malware) em seu computador, por

Informática 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
exemplo, um cavalo de tróia ou outro tipo de spyware, projetado para furtar computador. O vírus depende da execução do programa ou arquivo hos-
seus dados pessoais e financeiros, como senhas bancárias ou números de pedeiro para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo de
cartões de crédito2. Caso o seu programa leitor de e-mails esteja configu- infecção.
rado para exibir mensagens em HTML, a janela solicitando que você salve
o arquivo poderá aparecer automaticamente, sem que você clique no link.
Nesta seção, entende-se por computador qualquer dispositivo compu-
Ainda existe a possibilidade do arquivo/programa malicioso ser baixa- tacional passível de infecção por vírus. Computadores domésticos, notebo-
do e executado no computador automaticamente, ou seja, sem a sua oks, telefones celulares e PDAs são exemplos de dispositivos computacio-
intervenção, caso seu programa leitor de e-mails possua vulnerabilidades. nais passíveis de infecção.
Esse tipo de programa malicioso pode utilizar diversas formas para fur-
tar dados de um usuário, dentre elas: capturar teclas digitadas no teclado;
Como um vírus pode afetar um computador
capturar a posição do cursor e a tela ou regiões da tela, no momento em
que o mouse é clicado; sobrepor a janela do browser do usuário com uma Normalmente o vírus tem controle total sobre o computador, podendo
janela falsa, onde os dados serão inseridos; ou espionar o teclado do fazer de tudo, desde mostrar uma mensagem de "feliz aniversário", até
usuário através da Webcam (caso o usuário a possua e ela esteja aponta- alterar ou destruir programas e arquivos do disco.
da para o teclado). Como o computador é infectado por um vírus
Como identificar: seguem algumas dicas para identificar este tipo de Para que um computador seja infectado por um vírus, é preciso que
mensagem fraudulenta: um programa previamente infectado seja executado. Isto pode ocorrer de
diversas maneiras, tais como:
• leia atentamente a mensagem. Normalmente, ela conterá diversos
erros gramaticais e de ortografia; - abrir arquivos anexados aos e-mails;
• os fraudadores utilizam técnicas para ofuscar o real link para o arquivo - abrir arquivos do Word, Excel, etc;
malicioso, apresentando o que parece ser um link relacionado à institu- - abrir arquivos armazenados em outros computadores, através do
ição mencionada na mensagem. Ao passar o cursor do mouse sobre o compartilhamento de recursos;
link, será possível ver o real endereço do arquivo malicioso na barra de - instalar programas de procedência duvidosa ou desconhecida, ob-
status do programa leitor de e-mails, ou browser, caso esteja atualiza- tidos pela Internet, de disquetes, pen drives, CDs, DVDs, etc;
do e não possua vulnerabilidades. Normalmente, este link será diferen- - ter alguma mídia removível (infectada) conectada ou inserida no
te do apresentado na mensagem; qualquer extensão pode ser utiliza- computador, quando ele é ligado.
da nos nomes dos arquivos maliciosos, mas fique particularmente a-
Algumas das medidas de prevenção contra a infecção por vírus
tento aos arquivos com extensões ".exe", ".zip" e ".scr", pois estas são
são:
as mais utilizadas. Outras extensões frequentemente utilizadas por
fraudadores são ".com", ".rar" e ".dll"; fique atento às mensagens que • instalar e manter atualizados um bom programa antivírus e suas assi-
solicitam a instalação/execução de qualquer tipo de arquivo/programa; naturas;
acesse a página da instituição que supostamente enviou a mensagem, • desabilitar no seu programa leitor de e-mails a auto-execução de
e procure por informações relacionadas com a mensagem que você arquivos anexados às mensagens;
recebeu. Em muitos casos, você vai observar que não é política da ins-
tituição enviar e-mails para usuários da Internet, de forma indiscrimina- • não executar ou abrir arquivos recebidos por e-mail ou por outras
da, principalmente contendo arquivos anexados. fontes, mesmo que venham de pessoas conhecidas. Caso seja neces-
sário abrir o arquivo, certifique-se que ele foi verificado pelo programa
Recomendações:
antivírus; procurar utilizar na elaboração de documentos formatos me-
No caso de mensagem recebida por e-mail, o remetente nunca deve nos suscetíveis à propagação de vírus, tais como RTF, PDF ou PostS-
ser utilizado como parâmetro para atestar a veracidade de uma mensa- cript; procurar não utilizar, no caso de arquivos comprimidos, o formato
gem, pois pode ser facilmente forjado pelos fraudadores; se você ainda executável. Utilize o próprio formato compactado, como por exemplo
tiver alguma dúvida e acreditar que a mensagem pode ser verdadeira, Zip ou Gzip.
entre em contato com a instituição para certificar-se sobre o caso, antes de
SPYWARE
enviar qualquer dado, principalmente informações sensíveis, como senhas
e números de cartões de crédito. Spyware, por sua vez, é o termo utilizado para se referir a uma grande
categoria de software que tem o objetivo de monitorar atividades de um
Como verificar se a conexão é segura
sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela
Existem adwares que também são considerados um tipo de spyware,
do seu browser, e que significam que as informações transmitidas entre o
pois são projetados para monitorar os hábitos do usuário durante a nave-
browser e o site visitado estão sendo criptografadas.
gação na Internet, direcionando as propagandas que serão apresentadas.
O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é di-
Os spywares, assim como os adwares, podem ser utilizados de forma
gitado. O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas
legítima, mas, na maioria das vezes, são utilizados de forma dissimulada,
conexões normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o
não autorizada e maliciosa.
endereço em questão é de um site com conexão segura e, portanto, os
dados serão criptografados antes de serem enviados. A figura abaixo Seguem algumas funcionalidades implementadas em spywares, que
apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura, observado nos podem ter relação com o uso legítimo ou malicioso:
browsers Firefox e Internet Explorer, respectivamente. - monitoramento de URLs acessadas enquanto o usuário navega na
Internet;
- alteração da página inicial apresentada no browser do usuário;
- varredura dos arquivos armazenados no disco rígido do computador;
- monitoramento e captura de informações inseridas em outros progra-
Alguns browsers podem incluir outros sinais na barra de digitação do mas, como IRC ou processadores de texto; instalação de outros pro-
endereço do site, que indicam que a conexão é segura. No Firefox, por gramas spyware;
exemplo, o local onde o endereço do site é digitado muda de cor, ficando - monitoramento de teclas digitadas pelo usuário ou regiões da tela
amarelo, e apresenta um cadeado fechado do lado direito. próximas ao clique do mouse;
Proteção contra Malware - captura de senhas bancárias e números de cartões de crédito;
Vírus - captura de outras senhas usadas em sites de comércio eletrônico;
Vírus é um programa ou parte de um programa de computador, nor- É importante ter em mente que estes programas, na maioria das ve-
malmente malicioso, que se propaga infectando, isto é, inserindo cópias de zes, comprometem a privacidade do usuário e, pior, a segurança do com-
si mesmo e se tornando parte de outros programas e arquivos de um putador do usuário, dependendo das ações realizadas pelo spyware no

Informática 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
computador e de quais informações são monitoradas e enviadas para Grego" e "Cavalo de Tróia".
terceiros. Na informática, um cavalo de tróia (trojan horse) é um programa, nor-
Como se proteger malmente recebido como um "presente" (por exemplo, cartão virtual, álbum
Existem ferramentas específicas, conhecidas como "anti-spyware", ca- de fotos, protetor de tela, jogo, etc), que além de executar funções para as
pazes de detectar e remover uma grande quantidade de programas spywa- quais foi aparentemente projetado, também executa outras funções nor-
re. Algumas destas ferramentas são gratuitas para uso pessoal e podem malmente maliciosas e sem o conhecimento do usuário.
ser obtidas pela Internet (antes de obter um programa anti-spyware pela Algumas das funções maliciosas que podem ser executadas por um
Internet, verifique sua procedência e certifique-se que o fabricante é confi- cavalo de tróia são:
ável). Furto de senhas e outras informações sensíveis, como números de
Além da utilização de uma ferramenta anti-spyware, as medidas pre- cartões de crédito; inclusão de backdoors, para permitir que um atacante
ventivas contra a infecção por vírus são fortemente recomendadas. tenha total controle sobre o computador; alteração ou destruição de arqui-
Uma outra medida preventiva é utilizar um firewall pessoal, pois alguns vos.
firewalls podem bloquear o recebimento de programas spyware. Além Como um cavalo de tróia pode ser diferenciado de um vírus ou
disso, se bem configurado, o firewall pode bloquear o envio de informações worm
coletadas por estes programas para terceiros, de forma a amenizar o Por definição, o cavalo de tróia distingue-se de um vírus ou de um
impacto da possível instalação de um programa spyware em um computa- worm por não infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
dor. automaticamente.
WORMS Normalmente um cavalo de tróia consiste em um único arquivo que
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamente através necessita ser explicitamente executado.
de redes, enviando cópias de si mesmo de computador para computador. Podem existir casos onde um cavalo de tróia contenha um vírus ou
Diferente do vírus, o worm não embute cópias de si mesmo em outros worm. Mas mesmo nestes casos é possível distinguir as ações realizadas
programas ou arquivos e não necessita ser explicitamente executado para como consequência da execução do cavalo de tróia propriamente dito,
se propagar. Sua propagação se dá através da exploração de vulnerabili- daquelas relacionadas ao comportamento de um vírus ou worm.
dades existentes ou falhas na configuração de softwares instalados em Como um cavalo de tróia se instala em um computador
computadores.
É necessário que o cavalo de tróia seja executado para que ele se ins-
Como um worm pode afetar um computador tale em um computador. Geralmente um cavalo de tróia vem anexado a um
Geralmente o worm não tem como consequência os mesmos danos e-mail ou está disponível em algum site na Internet.
gerados por um vírus, como por exemplo a infecção de programas e arqui- É importante ressaltar que existem programas leitores de e-mails que
vos ou a destruição de informações. Isto não quer dizer que não represente podem estar configurados para executar automaticamente arquivos anexa-
uma ameaça à segurança de um computador, ou que não cause qualquer dos às mensagens. Neste caso, o simples fato de ler uma mensagem é
tipo de dano. suficiente para que um arquivo anexado seja executado.
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos recursos. Que exemplos podem ser citados sobre programas contendo ca-
Degradam sensivelmente o desempenho de redes e podem lotar o disco valos de tróia?
rígido de computadores, devido à grande quantidade de cópias de si mes-
Exemplos comuns de cavalos de tróia são programas que você recebe
mo que costumam propagar. Além disso, podem gerar grandes transtornos
ou obtém de algum site e que parecem ser apenas cartões virtuais anima-
para aqueles que estão recebendo tais cópias.
dos, álbuns de fotos de alguma celebridade, jogos, protetores de tela, entre
Como posso saber se meu computador está sendo utilizado para outros.
propagar um worm?
Enquanto estão sendo executados, estes programas podem ao mes-
Detectar a presença de um worm em um computador não é uma tarefa mo tempo enviar dados confidenciais para outro computador, instalar
fácil. Muitas vezes os worms realizam uma série de atividades, incluindo backdoors, alterar informações, apagar arquivos ou formatar o disco rígido.
sua propagação, sem que o usuário tenha conhecimento.
Existem também cavalos de tróia, utilizados normalmente em esque-
Embora alguns programas antivírus permitam detectar a presença de mas fraudulentos, que, ao serem instalados com sucesso, apenas exibem
worms e até mesmo evitar que eles se propaguem, isto nem sempre é uma mensagem de erro.
possível.
O que um cavalo de tróia pode fazer em um computador
Portanto, o melhor é evitar que seu computador seja utilizado para
O cavalo de tróia, na maioria das vezes, instalará programas para pos-
propagá-los.
sibilitar que um invasor tenha controle total sobre um computador. Estes
Como posso proteger um computador de worms programas podem permitir que o invasor: tenha acesso e copie todos os
Além de utilizar um bom antivírus, que permita detectar e até mesmo arquivos armazenados no computador; descubra todas as senhas digitadas
evitar a propagação de um worm, é importante que o sistema operacional e pelo usuário; formate o disco rígido do computador, etc.
os softwares instalados em seu computador não possuam vulnerabilidades. Um cavalo de tróia pode instalar programas sem o conhecimento
Normalmente um worm procura explorar alguma vulnerabilidade dis- do usuário?
ponível em um computador, para que possa se propagar. Portanto, as Sim. Normalmente o cavalo de tróia procura instalar, sem que o usuá-
medidas preventivas mais importantes são aquelas que procuram evitar a rio perceba, programas que realizam uma série de atividades maliciosas.
existência de vulnerabilidades: Riscos Envolvidos no Uso da Internet e
É possível saber se um cavalo de tróia instalou algo em um com-
Métodos de Prevenção.
putador?
Uma outra medida preventiva é ter instalado em seu computador um
A utilização de um bom programa antivírus (desde que seja atualizado
firewall pessoal6. Se bem configurado, o firewall pessoal pode evitar que
frequentemente) normalmente possibilita a detecção de programas instala-
um worm explore uma possível vulnerabilidade em algum serviço disponí-
dos pelos cavalos de tróia.
vel em seu computador ou, em alguns casos, mesmo que o worm já esteja
instalado em seu computador, pode evitar que explore vulnerabilidades em É importante lembrar que nem sempre o antivírus será capaz de detec-
outros computadores. tar ou remover os programas deixados por um cavalo de tróia, principal-
mente se estes programas forem mais recentes que as assinaturas do seu
TROJANS
antivírus.
Conta a mitologia grega que o "Cavalo de Tróia" foi uma grande está-
Existe alguma maneira de proteger um computador dos cavalos
tua, utilizada como instrumento de guerra pelos gregos para obter acesso a
de tróia?
cidade de Tróia. A estátua do cavalo foi recheada com soldados que,
durante a noite, abriram os portões da cidade possibilitando a entrada dos Instalar e manter atualizados um bom programa antivírus e suas assi-
gregos e a dominação de Tróia. Daí surgiram os termos "Presente de naturas; desabilitar no seu programa leitor de e-mails a auto-execução de
arquivos anexados às mensagens; não executar ou abrir arquivos recebi-

Informática 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos por e-mail ou por outras fontes, mesmo que venham de pessoas de webmail utilizam páginas web para a apresentação e utilização dos
conhecidas. Caso seja necessário abrir o arquivo, certifique-se que ele foi protocolos envolvidos no envio e recebimento de e-mail. Diferente de um
verificado pelo programa antivírus; devem estar sempre atualizados, caso aplicativo de acesso ao e-mail instalado num computador, que só pode ser
contrário poderá não detectar os vírus mais recentes acessado localmente pelo utilizador ou através de acesso remoto (ver esse
PHISHIN SCAN uso abaixo), o conteúdo pode ser acessado facilmente em qualquer lugar
através de um sistema de autenticação pela WWW.
Phishing, também conhecido como phishing scam ou phishing/scam,
foi um termo originalmente criado para descrever o tipo de fraude que se World Wide Web
dá através do envio de mensagem não solicitada, que se passa por comu-
nicação de uma instituição conhecida, como um banco, empresa ou site
popular, e que procura induzir o acesso a páginas fraudulentas (falsifica-
das), projetadas para furtar dados pessoais e financeiros de usuários.
A palavra phishing (de "fishing") vem de uma analogia criada pelos
fraudadores, onde "iscas" (e-mails) são usadas para "pescar" senhas e
dados financeiros de usuários da Internet.
Atualmente, este termo vêm sendo utilizado também para se referir
aos seguintes casos:
- mensagem que procura induzir o usuário à instalação de códigos
maliciosos, projetados para furtar dados pessoais e financeiros;
- mensagem que, no próprio conteúdo, apresenta formulários para o
preenchimento e envio de dados pessoais e financeiros de usuários.
A subseções a seguir apresentam cinco situações envolvendo phi- Um navegador apresentando umapágina web.
shing, que vêm sendo utilizadas por fraudadores na Internet. Observe que Através de páginas web classificadas por motores de busca e
existem variantes para as situações apresentadas. Além disso, novas organizadas em sítios web, milhares de pessoas possuem acesso
formas de phishing podem surgir, portanto é muito importante que você se instantâneo a uma vasta gama de informação on-line em hipermídia.
mantenha informado sobre os tipos de phishing que vêm sendo utilizados Comparado às enciclopédias e às bibliotecas tradicionais, a WWW permitiu
pelos fraudadores, através dos veículos de comunicação, como jornais, uma extrema descentralização da informação e dos dados. Isso inclui a
revistas e sites especializados. criação ou popularização de tecnologias como páginas
Também é muito importante que você, ao identificar um caso de fraude pessoais, weblogs e redes sociais, no qual qualquer um com acesso a
via Internet, notifique a instituição envolvida, para que ela possa tomar as umnavegador (um programa de computador para acessar a WWW) pode
providências cabíveis. disponibilizar conteúdo.
A www é talvez o serviço mais utilizado e popular na Internet.
CORREIO ELETRÔNICO Frequentemente, um termo é confundido com o outra. A Web vem se
tornando uma plataforma comum, na qual outros serviços da Internet são
disponibilizados. Pode-se utilizá-la atualmente para usar o correio
Correio eletrônico eletrônico (através de webmail), realizar colaboração (como na Wikipédia)
e compartilhar arquivos (através de sítios web específicos para tal).
Acesso remoto

Ícone de um cliente de correio eletrônico.


O conceito de enviar mensagens eletrônicas de texto entre partes de Um ambiente de trabalho remoto em execução
uma maneira análoga ao envio de cartas ou de arquivos é anterior à
criação da Internet. Mesmo hoje em dia, pode ser importante distinguir a A Internet permite a utilizadores de computadores a conexão com
Internet de sistemas internos de correios eletrônicos (e-mails). O e-mail de outros computadores facilmente, mesmo estando em localidades distantes
Internet pode viajar e ser guardado descriptografado por muitas outras no mundo. Esse acesso remoto pode ser feito de forma segura, com
redes e computadores que estão fora do alcance do enviador e do autenticação e criptografia de dados, se necessário. Uma VPN é um
receptor. Durante este tempo, é completamente possível a leitura, ou exemplo de rede destinada a esse propósito.
mesmo a alteração realizada por terceiras partes de conteúdo de e-mails. Isto está encorajando novos meios de se trabalhar de casa, a
Sistemas legítimos de sistemas de e-mail internos ou de Intranet, onde as colaboração e o compartilhamento de informações em muitas empresas.
informações nunca deixam a empresa ou a rede da organização, são muito Um contador estando em casa pode auditar os livros-caixa de uma
mais seguros, embora em qualquer organização haja IT e outras pessoas empresa baseada em outro país por meio de um servidor situado num
que podem estar envolvidas na monitoração, e que podem ocasionalmente terceiro país, que é mantido por especialistas IT num quarto país. Estas
acessar os e-mails que não são endereçados a eles. Hoje em dia, pode-se contas poderiam ter sido criadas por guarda-livros que trabalham em casa
enviar imagens e anexar arquivos no e-mail. A maior parte dos servidores em outras localidades mais remotas, baseadas em informações coletadas
de e-mail também destaca a habilidade de enviar e-mails para por e-mail de todo o mundo. Alguns desses recursos eram possíveis antes
múltiplos endereços eletrônicos. do uso disperso da Internet, mas o custo de linhas arrendadas teria feito
Também existem sistemas para a utilização de correio eletrônico muitos deles impraticável.
através da World Wide Web (ver esse uso abaixo), os webmails. Sistemas

Informática 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um executivo fora de seu local de trabalho, talvez no outro lado do disponibilizá-lo. A partir do momento que a midia é publicada, perde-se o
mundo numa viagem a negócios ou de férias, pode abrir a sua sessão controle sobre ela. Os compartilhadores de arquivo através de redes
de desktop remoto em seu computador pessoal, usando uma conexão descentralizadas como o P2P são constantemente alvo de críticas devido a
de Virtual Private Network (VPN) através da Internet. Isto dá ao usuário um sua utilização como meio de pirataria digital: com o famoso caso Napster.
acesso completo a todos os seus dados e arquivos usuais, incluindo o e- Tais redes evoluiram com o tempo para uma maior descentralização, o que
mail e outras aplicações. Isso mesmo enquanto está fora de seu local de acaba por significar uma maior obscuridade em relação ao conteúdo que
trabalho. está trafegando.
O Virtual Network Computing (VNC) é um protocolo bastante usado Estas simples características da Internet, sobre uma base mundial,
por utilizadores domésticos para a realização de acesso remoto de estão mudando a produção, venda e a distribuição de qualquer coisa que
computadores. Com ele é possível utilizar todas as funcionalidades de um pode ser reduzida a um arquivo de computador para a sua transmissão.
computador a partir de outro, através de uma área de trabalho virtual. Toda Isto inclui todas as formas de publicações impressas, produtos de software,
a interface homem-computador realizada em um computador, como o uso notícias, música, vídeos, fotografias, gráficos e outras artes digitais. Tal
do mouse e do teclado, é refletida no outro computador. processo, vem causando mudanças dramáticas nas estratégias de
mercado e distribuição de todas as empresas que controlavam a produção
Colaboração e a distribuição desses produtos.
Transmissão de mídia

Um mensageiro instantâneo na tela de conversa.


O baixo custo e o compartilhamento quase instantâneo de ideias,
conhecimento e habilidades, tem feito do trabalho Transmissão de um vídeo
colaborativo drasticamente mais fácil. Não somente um grupo pode de Muitas difusoras de rádio e televisão existentes proveem feeds de
forma barata comunicar-se e compartilhar ideias, mas o grande alcance da Internet de suas transmissões de áudio e de vídeo ao vivo (por exemplo,
Internet permite a tais grupos facilitar a sua própria formação em primeiro a BBC). Estes provedores têm sido conectados a uma grande variedade de
lugar. Um exemplo disto é o movimento do software livre, que produziu "difusores" que usam somente a Internet, ou seja, que nunca obtiveram
o Linux, o Mozilla Firefox, o OpenOffice.org, entre outros. licenças de transmissão por meios oficiais. Isto significa que um aparelho
conectado à Internet, como um computador, pode ser usado para acessar
O chat, as redes sociais e os sistemas de mensagem instantâneas são
mídias online pelo mesmo jeito do que era possível anteriormente somente
tecnologias que também utilizam a Internet como meio de troca de ideias e
com receptores de televisão ou de rádio. A variedade de materiais
colaboração. Mesmo o correio eletrônico é tido atualmente como uma
transmitidos também é muito maior, desde
ferramenta de trabalho colaborativo. Ainda bastante usado em ambientes
a pornografia até webcasts técnicos e altamente especializados.
corporativo, vêm perdendo espaço entre utilizadores pessoais para
serviços como mensagem instantânea e redes sociais devido ao O podcasting é uma variação desse tema, em que o material -
dinamismo e pluralidade de opções fornecidas por esses dois. normalmente áudio - é descarregado e tocado num computador, ou
passado para um tocador de mídia portátil. Estas técnicas que se utilizam
Outra aplicação de colaboração na Internet são os sistemas wiki, que de equipamentos simples permitem a qualquer um, com pouco controle de
utilizam a World Wide Web para realizar colaboração, fornecendo censura ou de licença, difundir material áudio-visual numa escala mundial.
ferramentas como sistema de controle de versão e autenticação de
utilizadores para a edição on-line de documentos. As webcams podem ser vistas como uma extensão menor deste
fenômeno. Enquanto que algumas delas podem oferecer vídeos a taxa
Compartilhamento de arquivos completa de quadros, a imagem é normalmente menor ou as atualizações
são mais lentas. Os usuários de Internet podem assistir animais africanos
em volta de uma poça de água, navios no Canal do Panamá, o tráfego de
uma autoestrada ou monitorar seus próprios entes queridos em tempo
real. Salas de vídeo chat ou de vídeoconferência também são populares, e
muitos usos estão sendo encontrados para as webcams pessoais, com ou
sem sistemas de duas vias de transmissão de som.
Telefonia na Internet (Voz sobre IP)
VoIP significa "Voice-over-Internet Protocol" (Voz sobre Protocolo de
Internet), referindo-se ao protocolo que acompanha toda comunicação na
Um compartilhador de arquivos Internet. As ideias começaram no início da década de 1990, com as
Um arquivo de computador pode ser compartilhado por diversas aplicações de voz tipo "walkie-talkie" para computadores pessoais. Nos
pessoas através da Internet. Pode ser carregado numservidor Web ou anos recentes, muitos sistemas VoIP se tornaram fáceis de se usar e tão
disponibilizado num servidor FTP, caracterizando um único local de fonte convenientes quanto o telefone normal. O benefício é que, já que a Internet
para o conteúdo. permite o tráfego de voz, o VoIP pode ser gratuito ou custar muito menos
do que telefonemas normais, especialmente em telefonemas de longa
Também pode ser compartilhado numa rede P2P. Nesse caso, o distância, e especialmente para aqueles que estão sempre com conexões
acesso é controlado por autenticação, e uma vez disponibilizado, o arquivo de Internet disponíveis, seja a cabo ou ADSL.
é distribuído por várias máquinas, constituindo várias fontes para um
mesmo arquivo. Mesmo que o autor original do arquivo já não o O VoIP está se constituindo como uma alternativa competitiva ao
disponibilize, outras pessoas da rede que já obtiveram o arquivo podem serviço tradicional de telefonia. A interoperabilidade entre diferentes

Informática 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
provedores melhorou com a capacidade de realizar ou receber uma ligação supostamente apenas endereços URL de sites de pornografia infantil, o
de telefones tradicionais. Adaptadores de redes VoIP simples e baratos conteúdo desta lista é secreta.
estão disponíveis, eliminando a necessidade de um computador pessoal.
Muitos países, incluindo os Estados Unidos, elaboraram leis que fazem
A qualidade de voz pode ainda variar de uma chamada para outra, da posse e da distribuição de certos materiais, como pornografia infantil,
mas é frequentemente igual ou mesmo superior aos telefonemas ilegais, mas não bloqueiam estes sites com a ajuda de softwares.
tradicionais.
Há muitos programas de software livres ou disponíveis
No entanto, os problemas remanescentes do serviço VoIP incluem a comercialmente, com os quais os usuários podem escolher bloquear
discagem e a confiança em número de telefone de emergência. websites ofensivos num computador pessoal ou mesmo numa rede. Esses
Atualmente, apenas alguns provedores de serviço VoIP proveem um softwares podem bloquear, por exemplo, o acesso de crianças à
sistema de emergência. Telefones tradicionais são ligados a centrais pornografia ou à violência.
telefônicas e operam numa possível queda do fornecimento de eletricidade;
o VoIP não funciona se não houver uma fonte de alimentação Educação
ininterrupta para o equipamento usado como telefone e para os O uso das redes como uma nova forma de interação no processo
equipamentos de acesso a Internet. educativo amplia a ação de comunicação entre aluno e professor e o
Para além de substituir o uso do telefone convencional, em diversas intercâmbio educacional e cultural. Desta forma, o ato de educar com o
situações, o VoIP está se popularizando cada vez mais para aplicações de auxílio da Internet proporciona a quebra de barreiras, de fronteiras e
jogos, como forma de comunicação entre jogadores. Serviços populares remove o isolamento da sala de aula, acelerando a autonomia da
para jogos incluem o Ventrilo, o Teamspeak, e outros. O PlayStation 3 e aprendizagem dos alunos em seus próprios ritmos. Assim, a educação
o Xbox 360 também podem oferecer bate papo por meio dessa tecnologia. pode assumir um caráter coletivo e tornar-se acessível a todos, embora
ainda exista a barreira do preço e o analfabetismo tecnológico.
Impacto social
Ao utilizar o computador no processo de ensino-aprendizagem,
A Internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação, destaca-se a maneira como esses computadores são utilizados, quanto à
organização e atividades sociais, graças as suas características básicas, originalidade, à criatividade, à inovação, que serão empregadas em cada
como o uso e o acesso difundido. sala de aula. Para o trabalho direto com essa geração, que anseia muito
ter um "contato" direto com as máquinas, é necessário também um novo
Redes sociais, como Facebook, MySpace, Orkut, Twitter, entre outras, tipo de profissional de ensino. Que esse profissional não seja apenas
têm criado uma nova forma de socialização e interação. Os usuários reprodutor de conhecimento já estabelecido, mas que esteja voltado ao uso
desses serviços são capazes de adicionar uma grande variedade de itens dessas novas tecnologias. Não basta que as escolas e o governo façam
as suas páginas pessoais, de indicar interesses comuns, e de entrar em com a multimédia o que vem fazendo com os livros didáticos, tornando-os
contato com outras pessoas. Também é possível encontrar um grande a panaceia da atividade do professor.
círculo de conhecimentos existentes, especialmente se o site permite que
usuários utilizem seus nomes reais, e de permitir a comunicação entre os A utilização da Internet leva a acreditar numa nova dimensão
grandes grupos existentes de pessoas. qualitativa para o ensino, através da qual se coloca o ato educativo voltado
para a visão cooperativa. Além do que, o uso das redes traz à prática
Internet, as organizações políticas e a censura pedagógica um ambiente atrativo, onde o aluno se torna capaz, através da
autoaprendizagem e de seus professores, de poder tirar proveito dessa
tecnologia para sua vida.
A preocupação de tornar cada vez mais dinâmico o processo de
ensino e aprendizagem, com projetos interativos que usem a rede
eletrônica, mostra que todos os processos são realizados por pessoas.
Portanto, elas são o centro de tudo, e não as máquinas.
Consequentemente, não se pode perder isto de vista e tentarmos fazer
mudanças no ensino sem passar pelos professores, e sem proporcionar
uma preparação para este novo mundo que esta surgindo.
Aliar as novas tecnologias aos processos e atividades educativos é
algo que pode significar dinamismo, promoção de novos e constantes
conhecimentos, e mais que tudo, o prazer do estudar, do aprender, criando
Protestos eleitorais no Irã em 2009. Através do Twitter, do Facebook e e recriando, promovendo a verdadeira aprendizagem e renascimento
outrasredes sociais a população iraniana pode trocar informações com constante do indivíduo, ao proporcionar uma interatividade real e bem mais
outros países, além de organizar protestos, dado que os veículos verdadeira, burlando as distâncias territoriais e materiais. Significa
da mídia tradicional sofriam restrições por parte do governo do país. impulsionar a criança, enfim, o sujeito a se desfazer da pessoa da
passividade.
Em sociedades democráticas, a Internet tem alcançado uma nova
relevância como uma ferramenta política. A campanha presidencial Torna-se necessário que educadores se apropriem das novas
de Barack Obama em 2008 nos Estados Unidos ficou famosa pela sua tecnologias, vendo nestes veículos de expressão de linguagens o espaço
habilidade de gerar doações por meio da Internet. Muitos grupos políticos aberto de aprendizagens, crescimento profissional, e mais que isso, a porta
usam a rede global para alcançar um novo método de organização, com o de inserção dos indivíduos na chamada sociedade da informação. Para
objetivo de criar e manter o ativismo na Internet. isso, deve a instituição escolar extinguir o "faz-de-conta" através da pura e
limitada aquisição de computadores, para abrir o verdadeiro espaço para
Alguns governos, como os do Irã, Coreia do Norte, Mianmar, República inclusão através do efetivo uso das máquinas e do ilimitado ambiente web,
Popular da China, Arábia Saudita e Cuba, restringem o que as pessoas em não como mero usuário, mas como produtor de novos conhecimentos.
seus países podem acessar na Internet, especialmente conteúdos políticos
e religiosos. Isto é conseguido por meio de softwares que filtram O computador se tornou um forte aliado para desenvolver projetos,
determinados domínios e conteúdos. Assim, esses domínios e conteúdos trabalhar temas discutíveis. É um instrumento pedagógico que ajuda na
não podem ser acessados facilmente sem burlar de forma elaborada o construção do conhecimento não somente para os alunos, mas também
sistema de bloqueio. aos professores. Entretanto, é importante ressaltar que, por si só, o
computador não faz nada. O potencial de tal será determinado pela teoria
Na Noruega, Dinamarca, Finlândia e na Suécia, grandes provedores escolhida e pela metodologia empregada nas aulas. No entanto, é
de serviços de Internet arranjaram voluntariamente a restrição importante lembrar que colocar computadores nas escolas não significa
(possivelmente para evitar que tal arranjo se torne uma lei) ao acesso a informatizar a educação, mas sim introduzir a informática como recurso e
sites listados pela polícia. Enquanto essa lista de URL proibidos contêm
Informática 64 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ferramenta de ensino, dentro e fora da sala de aula, isso sim se torna da natureza eficiente do comércio e da publicidade a baixos custos na
sinônimo de informatização da educação. Internet. É o caminho mais rápido para difundir informações para um vasto
número de pessoas simultaneamente. A Internet também revolucionou
Sabe-se que a mola mestra de uma verdadeira aprendizagem está na subsequentemente as compras. Por exemplo, uma pessoa pode pedir
parceria aluno-professor e na construção do conhecimento nesses dois um CD on-line e recebê-lo na sua caixa de correio dentro de alguns dias,
sujeitos. Para que se possa haver um ensino mais significativo, que ou descarregá-lo diretamente em seu computador, em alguns casos. A
abrange todos os alunos, as aulas precisam ser participativas, interativas, Internet também facilitou grandemente o mercado personalizado, que
envolventes, tornando os alunos sempre "agentes" na construção de seu permite a uma empresa a oferecer seus produtos a uma pessoa ou a um
próprio conhecimento. grupo específico mais do que qualquer outro meio de publicidade.
Também é essencial que os professores estejam bem preparados para Exemplos de mercado personalizado incluem comunidades on-line,
lidar com esse novo recurso. Isso implica num maior comprometimento, tais como o MySpace, o Friendster, o Orkut, o Facebook, o Twitter, entre
desde a sua formação, estando este apto a utilizar, ter noções outros, onde milhares de internautas juntam-se para fazerem publicidade
computacionais, compreender as noções de ensino que estão nos software de si mesmos e fazer amigos on-line. Muitos destes usuários são
utilizados estando sempre bem atualizados. adolescentes ou jovens, entre 13 a 25 anos. Então, quando fazem
Lazer publicidade de si mesmos, fazem publicidade de seus interesses
e hobbies, e empresas podem usar tantas informações quanto para qual
A Internet é uma enorme fonte de lazer, mesmo antes da aqueles usuários irão oferecer online, e assim oferecer seus próprios
implementação da World Wide Web, com experimentos sociais de produtos para aquele determinado tipo de usuário.
entretenimento, como MUDs e MOOssendo conduzidos em servidores de
universidades, e muitos grupos Usenet relacionados com humor recebendo A publicidade na Internet é um fenômeno bastante recente, que
boa parte do tráfego principal. Muitos fóruns de Internet têm seções transformou em pouco tempo todo o mercado publicitário mundial. Hoje,
dedicadas a jogos e vídeos de entretenimento; charges curtas na forma estima-se que a sua participação em todo o mercado publicitário é de 10%,
de vídeo flash também são populares. Mais de seis milhões de pessoas com grande pontencial de crescimento nos próximos anos. Todo esse
usam blogs ou sistemas de mensagens instantâneas como meios de fenômeno ocorreu em curtíssimo espaço de tempo: basta lembrar que foi
comunicação e compartilhamento de ideias. apenas em 1994 que ocorreu a primeira ação publicitária na Internet. O
primeiro anúncio foi em forma de banner, criado pela empresa Hotwired
As indústrias de pornografia ou de jogos de azar tem tido vantagens para a divulgação da empresa norte-americana AT&T, que entrou no ar em
completas no World Wide Web, e proveem frequentemente uma 25 de outubro de 1994. O primeiro banner da história
significativa fonte de renda de publicidades para outros websites. Embora
muitos governos têm tentado impor restrições no uso da Internet em ambas Ética na Internet
as indústrias, isto tem geralmente falhado em parar a sua grande O acesso a um grande número de informações disponível às pessoas,
popularidade. com ideias e culturas diferentes, pode influenciar o desenvolvimento moral
Uma das principais áreas de lazer na Internet é o jogo de múltiplos e social das pessoas. A criação dessa rede beneficia em muito
jogadores. Esta forma de lazer cria comunidades, traz pessoas de todas as a globalização, mas também cria a interferência de informações entre
idades e origens para desfrutarem do mundo mais acelerado dos jogos on- culturas distintas, mudando assim a forma de pensar das pessoas. Isso
line. Estes jogos variam desde os MMORPG até a jogos em role-playing pode acarretar tanto uma melhora quanto um declínio dos conceitos da
game (RPG). Isto revolucionou a maneira de muitas pessoas de se sociedade, tudo dependendo das informações existentes na Internet.
interagirem e de passar o seu tempo livre na Internet. Essa praticidade em disseminar informações na Internet contribui para
Enquanto que jogos on-line estão presentes desde a década de 1970, que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e
as formas dos modernos jogos on-line começaram com serviços como diferentes pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na
o GameSpy e Mplayer, nos quais jogadores poderiam tipicamente apenas Internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo "liberdade
subscrever. Jogos não-subscrevidos eram limitados a apenas certos tipos de expressão" quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer
de jogos. indivíduo publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando,
assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.
Muitos usam a Internet para acessar e descarregar músicas, filmes e
outros trabalhos para o seu divertimento. Como discutido acima, há fontes Um outro fato relevante sobre a Internet é o plágio, já que é muito
pagas e não pagas para todos os arquivos de mídia na Internet, usando comum as pessoas copiarem o material disponível. "O plagiador raramente
servidores centralizados ou usando tecnologias distribuídas em P2P. melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O plagiador é um
Algumas destas fontes tem mais cuidados com os direitos dos artistas ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica; ao
originais e sobre as leis de direitos autorais do que outras. contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já
existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual" Ao
Muitos usam a World Wide Web para acessar notícias, previsões do fazer uma cópia de um material da Internet, deve-se ter em vista um
tempo, para planejar e confirmar férias e para procurar mais informações possível melhoramento do material, e, melhor, fazer citações sobre o
sobre as suas ideias aleatórias e interesses casuais. verdadeiro autor, tentando-se, assim, ao máximo, transformar a Internet
As pessoas usam chats, mensagens instantâneas e e-mails para num meio seguro de informações.
estabelecer e ficar em contato com amigos em todo o mundo, algumas Nesse consenso, o usuário da Internet deve ter um mínimo de ética, e
vezes da mesma maneira de que alguns tinham anteriormente amigos por tentar, sempre que possível, colaborar para o desenvolvimento da mesma.
correspondência. Websites de redes sociais, como o MySpace, O usuário pode colaborar, tanto publicando informações úteis ou
o Facebook, e muitos outros, ajudam as pessoas entrarem em contato com melhorando informações já existentes, quanto preservando a integridade
outras pessoas para o seu prazer. desse conjunto. Ele deve ter em mente que algum dia precisará de
O número de web desktops tem aumentado, onde os usuários podem informações e será lesado se essas informações forem ilusórias.
acessar seus arquivos, entre outras coisas, através da Internet. Crime na Internet
O "cyberslacking" tem se tornado uma séria perda de recursos de Os crimes mais usuais na rede incluem o envio de e-mails com falsos
empresas; um funcionário que trabalha no Reino Unido perde, em média, pedidos de atualização de dados bancários e senhas, conhecidos
57 minutos navegando pela web durante o seu expediente, de acordo como phishing. Da mesma forma, e-mails prometendo falsos prêmios
como um estudo realizado pela Peninsula Business Services. também são práticas onde o internauta é induzido a enviar dinheiro ou
Marketing dados pessoais. Também há o envio de arquivos anexados contaminados
com vírus de computador. Em 2004, os prejuízos com perdas on-line
A Internet também se tornou um grande mercado para as empresas; causadas por fraudes virtuais foram de 80% em relações às perdas por
algumas das maiores empresas hoje em dia cresceram tomando vantagem razões diversas.

Informática 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Como meio de comunicação, a rede também pode ser usada na Pelo fato de sua aplicação, todos os conceitos TCP/IP se empregam à
facilitação de atos ilícitos, como difamação e a apologia ao crime, e no intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para tanto, a
comércio de itens e serviços ilícitos ou derivados de atos ilícitos, como o faixa de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação é de
tráfico de entorpecentes e a divulgação de fotos pornográficas de menores. 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Deep web Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem alguma
informação que pode ser trocada com os demais setores, podendo cada
seção ter uma forma direta de se comunicar com as demais, o que se
assemelha muito com a conexão LAN, que, porém, não emprega restrições
de acesso.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 19 de Abril de 1995, num
artigo de autoria técnica de Stephen Lawton1 , na Digital News & Reviews.
Aplicabilidade
Vejamos alguns exemplos de aplicabilidade da intranet em uma
empresa, para que possamos compreender melhor.
 Um departamento de tecnologia disponibiliza aos seus
colaboradores um sistema de abertura de chamado técnico;
 Um departamento de RH anuncia vagas internas disponíveis;
 Um departamento pessoal disponibiliza formulários de alteração
de endereço, vale transporte, etc...
 Um diretor em reunião em outro país, acessando os dados
corporativos da empresa, por meio de uma senha de acesso.
Objetivo
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em
corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, buscando reduzir os
O iceberg é uma analogia à deep web, onde seu conteúdo não pode
custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição de informações.
ser visto da superfície.
Apesar do seu uso interno acessando os dados corporativos,
É conhecida como deep web, o conteúdo que não é visível
a intranet, permite que microcomputadores localizados em uma filial, se
pelos motores de busca, em sites gerados dinamicamente e de
conectados à internet por meio de senha, acessem conteúdos que estejam
comunicação anônima, muitas vezes acessados por
em sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre a empresa e
redes P2P específicas, dentre as principais ferramentas de acesso à deep
seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho significativo em termos
web estão o TOR, o I2P e o Freenet. Um dos mais famosos sites que
de segurança.
começaram na deep web e ganharam a superfície é oWikileaks.
Diferenças entre termos comuns
Países sem acesso à Internet livre
Em pleno século XXl informação e tecnologia estão evoluindo a cada
 LAN: É uma rede local onde dois ou mais computadores se
segundo, mesmo com toda a modernidade virtual, ainda existem países conectam ou até mesmo dividem o mesmo acesso à internet. Neste tipo de
que não compartilham dessa realidade. Países como: Arábia Saudita, rede, os hosts se comunicam entre si e com o resto do mundo sem
Belarus, Burma, Cuba, Egito, Etiópia, Irã, Coreia do Norte, Síria, Tunísia, "nenhum" tipo de restrição.
Turcomenistão, Uzbequistão, Vietnã e Zimbábue. Segundo a ONG que  Internet: É um conglomerado de redes locais, interconectadas e
divulga os “inimigos da internet” intitulada: Repórteres Sem Fronteiras, espalhadas pelo mundo inteiro, através do protocolo de
"esses países transformaram a internet em uma intranet, para que os internet facilitando o fluxo de informações espalhadas por todo o globo
usuários não obtenham informações consideradas indesejáveis”. Além do terrestre.
mais, todas essas nações têm em comum governos autoritários, que se
mantêm no poder por meio de um controle ideológico". A Coreia do Norte  Intranet: É uma rede interna, utilizado especificamente no
por exemplo é o país que possui apenas dois websites registrados: o órgão mundo corporativo. Neste tipo de conexão, o acesso ao conteúdo é
de controle de uso da rede(Centro Oficial de Computação) e o portal oficial geralmente restrito, assim, somente é possível acessá-lo por esquemas
do governo. Para população, é completamente vetado o uso de internet até especiais de segurança (ex.: sistemas de bancos, supermercados, etc). A
porque não existem provedores no país. Existem cyber’s autorizados pelo intranet é uma versão particular da internet, podendo ou não estar
governo, com conteúdo controlado e ainda assim as idas e vindas dos conectada à ela.
policiais são indispensáveis. Apenas os governantes tem acesso a
 Extranet: Permite-se o acesso externo às bases corporativas,
conexão via-satélite. Já em Cuba, existe apenas um Cyber e o preço para
liberando somente dados para fins específicos para representantes,
acessar sites estrangeiros (e controlado) é de cerca de 6 dólares por hora,
fornecedores ou clientes de uma empresa. Outro uso comum do
sendo que o salário médio da população é de 17 dólares por mês. Com a
termo extranet ocorre na designação da "parte privada" de um site, onde
velocidade da informação que a internet proporciona, os governantes
apenas os usuários registrados (previamente autenticados por seu login e
desses países omitem informações da população, pois elas não tem
senha) podem navegar. Por exemplo, um cliente acessando somente os
acesso a esse emaranhado de notícias em tempo real.
seus dados específicos em um extrato bancário on-line.
Intranet Microsoft Office Outlook
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta sobre Envie e receba email; gerencie sua agenda, contatos e tarefas; e regis-
a suite de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de um tre suas atividades usando o Microsoft Office Outlook.
determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, que só Iniciando o Microsoft Office Outlook
pode ser acessada por seus usuários ou colaboradores internos, tanto
internamente como externamente ao local físico da empresa. Clique em Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Offi-
ce Outlook.
Esta versão do Outlook inclui novos recursos criados para ajudá-lo a

Informática 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
acessar, priorizar e lidar com comunicação e informações, de forma a maiores emails da caixa de correio, independentemente da pasta em que
otimizar o seu tempo e facilitar o gerenciamento do fluxo crescente de eles estão armazenados. Você também pode criar suas próprias Pastas de
emails recebidos. Pesquisa: escolha uma pasta na lista de modelos predefinidos ou crie uma
Experiência de Email Dinâmica. O Outlook ajuda você a ler, organi- pesquisa com critérios personalizados e salve-a como uma Pasta de
zar, acompanhar e localizar emails com mais eficiência do que antigamen- Pesquisa para uso futuro.
te. O novo layout da janela exibe mais informações na tela de uma só vez, Calendários Lado a Lado,.Agora você pode exibir vários calendários
mesmo em monitores pequenos. A lista de mensagens foi reprojetada para lado a lado na janela Calendário do Outlook.Todos os calendários podem
utilizar o espaço de forma mais inteligente. Como resultado disso, você ser vistos lado a lado: calendários locais, calendários de pastas públicas,
perderá menos tempo com a navegação e dedicará mais tempo à realiza- calendários de outros usuários ou lista de eventos da equipe do Microsoft
ção de suas tarefas. O agrupamento automático de mensagens ajuda o Windows® SharePoint™ Services. Os calendários são codificados por
usuário a localizar e a ir para emails em qualquer lugar da lista com mais cores para ajudá-lo a distingui-los.
rapidez do que antes. E você ainda pode mover ou excluir todas as men- Regras e Alertas. O Outlook o alertará da chegada de novos emails
sagens em um grupo de uma vez. na sua Caixa de Entrada exibindo uma notificação discreta na área de
Filtro de Lixo Eletrônico. O novo Filtro de Lixo Eletrônico ajuda a evi- trabalho, mesmo quando você estiver usando outro programa. É possível
tar muitos dos emails indesejáveis que você recebe todos os dias. Ele usa criar rapidamente regras para arquivar emails com base na mensagem,
a tecnologia mais avançada desenvolvida pelo Centro de Pesquisa da selecionando a mensagem e clicando em Criar Regra.
Microsoft para avaliar se uma mensagem deve ser tratada como lixo ele- Modo de Transferência em Cachê. Se você usa o Microsoft Exchan-
trônico com base em vários fatores como, por exemplo, o horário em que a ge Server não precisa mais se preocupar com problemas causados por
mensagem foi enviada e o seu conteúdo. O filtro não identifica nenhum redes lentas ou distantes. O Outlook pode baixar a caixa de correio para o
remetente ou tipo de email específico; ele se baseia no conteúdo da men- seu computador, reduzindo a necessidade de comunicação com o servidor
sagem e faz uma análise avançada da estrutura da mensagem para de- de email. Se a rede ficar indisponível, o Outlook continuará utilizando as
terminar a probabilidade de ser ou não lixo eletrônico. Qualquer mensagem informações já baixadas — e talvez você nem perceba a queda da rede. O
detectada pelo filtro é movida para a pasta Lixo Eletrônico, de onde ela Outlook se adapta ao tipo de rede disponível, baixando mais itens de email
pode ser recuperada ou revisada posteriormente. Você pode adicionar em redes mais rápidas e oferecendo mais controle sobre os itens baixados
emails à Lista de Remetentes Confiáveis para garantir que as mensagens em redes lentas. Se usar o Outlook com o Microsoft Exchange Server,
desses remetentes nunca sejam tratadas como lixo eletrônico e pode ainda você se beneficiará de uma redução significativa no tráfego da rede, que o
bloquear mensagens de determinados endereços de email ou nomes de ajudará a obter as informações com mais rapidez.
domínio adicionando o remetente à Lista de Remetentes Bloqueados.
Ícones de listas de mensagens do Outlook Express
Painel de Navegação. O Painel de Navegação é mais do que uma
Os ícones a seguir aparecem nos e-mails e indicam a prioridade das
simples lista de pastas: ele combina os recursos de navegação principal e
mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda se as
compartilhamento do Outlook em um local de fácil utilização. Em Email,
mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas. Veja o que eles
você encontrará mais pastas de email do que antigamente. Além disso,
significam:
poderá adicionar suas pastas favoritas ao início da lista. Em Calendário,
você poderá exibir os calendários compartilhados de outras pessoas lado a
lado com o seu próprio calendário. Em Contatos, você verá a lista de todas
as pastas de contatos que poderá abrir (estejam elas armazenadas no seu
computador ou em um local da rede), bem como maneiras aperfeiçoadas
de exibir os contatos. Todos os oito módulos do Outlook possuem uma
interface de usuário criada para ajudá-lo a encontrar rapidamente o que
você está procurando, na forma como você gosta de ver essa informação.
Painel de Leitura. O Painel de Leitura é o local ideal para ler emails,
sem a necessidade de abrir uma janela separada para cada mensagem.
Como um pedaço de papel, o Painel de Leitura é posicionado verticalmen-
te. Esse layout é mais confortável e, em conjunto com a nova lista de
mensagens de várias linhas, significa que você pode ver quase o dobro do
conteúdo de um email em um monitor do mesmo tamanho, se comparado
com o Painel de Visualização das versões anteriores do Outlook.
Sinalizadores Rápidos. Se você precisar responder a um email, mas
não tiver tempo agora, clique no ícone do sinalizador ao lado da mensa-
gem para marcá-la com um Sinalizador Rápido. Os diversos sinalizadores Como criar uma conta de e-mail
coloridos facilitam a categorização das mensagens. A pasta denominada –
Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte:
Para Acompanhamento" sempre contém uma lista atualizada de todas as
mensagens marcadas com sinalizadores rápidos em cada pasta da caixa 1. Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do
de correio. administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor
de e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails.
Organizar por Conversação. Se você receber muitos emails diaria-
mente, poderá se beneficiar da opção de agrupamento denominada Orga- 2. Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office
nizar por Conversação. O modo de exibição Organizar por Conversação Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP (Hy-
mostra a lista de mensagens de uma forma orientada a conversação ou pertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da conta
"segmentada". Para que você leia os emails com mais rapidez, esse modo e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para POP3
de exibição mostra primeiro apenas as mensagens não lidas e marcadas e IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geralmente
com Sinalizadores Rápidos. Cada conversação pode ser ainda mais ex- SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
pandida para mostrar todas as mensagens, inclusive os emails já lidos. Vamos à configuração:
Para organizar as mensagens dessa forma, clique em Organizar por Con- 3. No menu Ferramentas, clique em Contas.
versação no menu Exibir.
Pastas de Pesquisa. As Pastas de Pesquisa contêm resultados de
pesquisa, atualizados constantemente, sobre todos os itens de email
correspondentes a critérios específicos. Você pode ver todas as mensa-
gens não lidas de cada pasta na sua caixa de correio em uma Pasta de
Pesquisa denominada "Emails Não Lidos". Para ajudá-lo a reduzir o tama-
nho da caixa de correio, a Pasta de Pesquisa "Emails Grandes" mostra os

Informática 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Na lista de contatos, selecione o contato que deseja compartilhar.


Arraste o contato para a pasta Contatos compartilhados ou para uma
de suas subpastas.
Salvar um rascunho
Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde, faça o
seguinte:
1. Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.
2. A seguir, clique em Salvar.
Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma mensagem
de e-mail em outros arquivos de seu computador no formato de e-mail
(.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html).
Abrir anexos
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte:
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de papel no cabe-
çalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do arquivo.
Ou apenas clique no símbolo de anexo
Logo a seguir visualizaremos o assistente de configuração do Outlook,
posteriormente clique no botão adicionar- Email.

Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes no ícone


de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem.
(Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone de clipe
de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.)
Salvar anexos

Clique em Email e o Assistente para conexão com a Internet irá se a-


brir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma conexão com um
servidor de e-mail ou de notícias e ir preenchendo os campos de acordo
com seus dados. Para salvar um anexo de arquivo de seu e-mail, faça o seguinte:
Observação: 1. Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar.
Cada usuário pode criar várias contas de e-mail, repetindo o procedi- 2. No menu Arquivo, clique em Salvar anexos.
mento descrito acima para cada conta.
Compartilhar contatos
Para compartilhar contatos você tiver outras identidades (outras pes-
soas) usando o mesmo Outlook Express, poderá fazer com que um contato
fique disponível para outras identidades, colocando-o na pasta Contatos
compartilhados. Desta forma, as pessoas que estão em seu catálogo de
endereços "aparecerão" também para outras identidades de seu Outlook. Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer salvar.
O catálogo de endereços contém automaticamente duas pastas de identi- 4. Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa abaixo é
dades: a pasta Contatos da identidade principal e uma pasta que permite o onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique em "Procu-
compartilhamento de contatos com outras identidades, a pasta Contatos rar" e escolha outra pasta ou arquivo.)
compartilhados. Nenhuma destas pastas pode ser excluída. Você pode 5. Clique em Salvar.
criar um novo contato na pasta compartilhada ou compartilhar um contato Como redigir um e-mail
existente, movendo um de seus contatos para a pasta Contatos comparti-
lhados.
1. Clique em Ferramentas/ Catálogo de Endereços.
Seu catálogo de endereços irá se abrir. Se você não estiver visuali-
zando a pasta Contatos compartilhados à esquerda, clique em Exibir
de seu Catálogo de Endereços, clique em Pastas e grupos.

Informática 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A competitividade no mundo dos negócios obriga os profissionais a 5. Coloque em destaque (negrito, sublinhado, ou itálico) os aspectos
uma busca cada vez maior de um diferencial em sua qualificação. Sabe-se principais do e-mail.
da importância de uma boa comunicação em nossos dias. Quantos não 6. Digite o seu nome completo ou nome da empresa.
vivem às voltas com e-mails, atas, cartas e relatórios?
7. Abaixo digite o seu e-mail (no caso do destinatário querer responder
A arte de se comunicar com simplicidade é essencial para compor para você, ou guardar seu endereço).
qualquer texto. Incluímos aqui todas e quaisquer correspondências comer-
8. Envie a mensagem.
ciais, empresariais ou via Internet (correio eletrônico).
Verificar novas mensagens
Uma correspondência tem como objetivo comunicar algo. Portanto, é
fundamental lembrar que a comunicação só será eficiente se transmitir ao Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte:
destinatário as ideias de modo simples, claro, objetivo, sem deixar dúvidas Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra de ferra-
quanto ao que estamos querendo dizer. mentas.
O e-mail é uma forma de comunicação escrita e, portanto, exige cui- Os e-mail serão recebidos na caixa de entrada do Outlook, caso hou-
dado. A maior diferença entre um e-mail e uma correspondência via correio ver algum e-mail a ser enviado, o mesmo será enviado automaticamente.
tradicional está na forma de transmissão, sendo a primeira, indubitavel- Pastas Padrões
mente, mais rápida e eficiente. As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você poderá
Ao escrevermos um e-mail, sobretudo com finalidade comercial ou criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pastas:
empresarial, devemos observar alguns pontos: 1. Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens que
1. A forma como você escreve e endereça o e-mail permite que o des- chegam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para mudar
tinatário interprete seu interesse e o quanto ele é importante para você. o lugar para o qual suas mensagens devam ser encaminhadas.).
O bom senso deve sempre prevalecer de acordo com o tipo de men- 2. Caixa de Saída: aqui ficam os e-mails que você já escreveu e que vai
sagem a ser transmitida. A natureza do assunto e a quem se destina o e- mandar para o(s) destinatário(s).
mail determinam se a mensagem será informal ou mais formal. Em qual- 3. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os e-mails que você já
quer um dos casos, os textos devem ser curtos, bastante claros, objetivos. mandou.
O alinhamento à esquerda facilita a leitura. 4. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já excluiu de
2. Quando vamos enviar um e-mail em nome de uma empresa ou or- outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook.
ganização, é conveniente deixar em destaque que se trata de uma comuni- 5. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem ficar
cação institucional, o que não se faz necessário na correspondência tradi- guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor definitivamen-
cional, uma vez que esse aspecto é evidenciado pelo timbre, nome ou te. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos.
marca já impresso no papel.
Criar novas pastas
No caso dos e-mails, temos apenas os campos Para ou To e, para en-
viarmos com uma cópia para outra pessoa, preenchemos o campo CC Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar quantas pas-
(Cópia Carbono). tas quiser.
Convém ressaltar que existe um outro campo que pode utilizado para 1. No menu Arquivo, clique em Pasta.
enviarmos uma cópia para outra pessoa, de modo que não seja exibido o 2. Clique em Nova.
endereço em questão: é o campo CCO (Cópia Carbono Oculta). 3. Uma nova janela se abrirá.
Às vezes, recebemos um e-mail com uma lista enorme de destinatá- Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar à pas-
rios, o que não é nada recomendável. Se quisermos enviar uma mesma ta e, em seguida, selecione o local para a nova pasta.
mensagem para um grande Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova dentro
Veja o exemplo: daquela que estiver selecionada no momento. Se você selecionar, por
Posteriormente basta clicar no botão enviar exemplo, "Caixa de Entrada" e solicitar uma nova pasta, esta será posicio-
nada dentro da Caixa de Entrada.

Para grupos de endereços, é preferível colocarmos todos eles no


campo CCO e apenas um endereço no campo Para. Estaremos fazendo
um favor a quem recebe, além de não estarmos divulgando o endereço de
outras pessoas desnecessariamente.
3. É importante indicar no campo Assunto qual é o tema a ser tratado.
Uma indicação clara nessa linha ajuda na recepção da mensagem. Lem-
bre-se de que seu destinatário pode receber muitas mensagens e não
presuma que ele seja um adivinho. Colocar, por exemplo, apenas a palavra
“informações” no campo assunto, não ajuda em nada. Especifique clara-
Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que você já
mente o conteúdo. Por exemplo: Informações sobre novo curso.
criou, selecione sempre o item Pastas Locais
4. No espaço reservado à mensagem, especifique logo no início o e-
Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova pasta
missor e o receptor. Exemplo:
que você acabou de criar.
Prezado Cliente
Agradecemos aquisição de nossos produtos.
ORGANIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES PARA USO NA INTERNET, ACES-
Grato. SO Á DISTÂNCIA A COMPUTADORES, TRANSFERÊNCIA DE INFOR-
Podemos sintetizar assim: MAÇÕES E ARQUIVOS, APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO, MULTIMÍ-
1. Sempre colocar o assunto. DIA, USO DA INTERNET NA EDUCAÇÃO.
2. Indique o emissor e o destinatário no corpo da mensagem. Ingresso, por meio de uma rede de comunicação, aos dados de um
3. Coloque apenas uma saudação. computador fisicamente distante da máquina do usuário.
4. Escreva a mensagem com palavras claras e objetivas. TIPOS DE ACESSO A DISTÂNCIA
Redes VPN de acesso remoto
Informática 69 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Um dos tipos de VPN é a rede de acesso remoto, também chamada cações entre o cliente e o servidor podem ser vistas, já que são em texto
rede discada privada virtual (VPDN). É uma conexão usuário-LAN utilizada plano, incluindo a senha.
por empresas cujos funcionários precisam se conectar a uma rede privada SSH
de vários lugares distantes. Normalmente, uma empresa que precisa
Em informática, o Secure Shell ou SSH é, simultaneamente, um pro-
instalar uma grande rede VPN de acesso remoto terceiriza o processo para
grama de computador e um protocolo de rede que permite a conexão com
um provedor de serviços corporativo (ESP). O ESP instala um servidor de
outro computador na rede, de forma a executar comandos de uma unidade
acesso à rede (NAS) e provê os usuários remotos com um programa
remota. Possui as mesmas funcionalidades do TELNET, com a vantagem
cliente para seus computadores. Os trabalhadores que executam suas
da conexão entre o cliente e o servidor ser criptografada.
funções remotamente podem discar para um 0800 para ter acesso ao NAS
e usar seu software cliente de VPN para alcançar os dados da rede corpo- Uma de suas mais utilizadas aplicações é o chamado Tunnelling, que
rativa. oferece a capacidade de redirecionar pacotes de dados. Por exemplo, se
alguém se encontra dentro de uma instituição cuja conexão à Internet é
Grandes empresas com centenas de vendedores em campo são bons
protegida por um firewall que bloqueia determinadas portas de conexão,
exemplos de firmas que necessitam do acesso remoto via VPN. O acesso
não será possível, por exemplo, acessar e-mails via POP3, o qual utiliza a
remoto via VPNs permite conexões seguras e criptografadas entre redes
porta 110, nem enviá-los via SMTP, pela porta 25. As duas portas essenci-
privadas de empresas e usuários remotos por meio do serviço de provedor
ais são a 80 para HTTP e a 443 para HTTPS. Não há necessidade do
terceirizado.
administrador da rede deixar várias portas abertas, uma vez que conexões
indesejadas e que comprometam a segurança da instituição possam ser
estabelecidas pelas mesmas.
Contudo, isso compromete a dinamicidade de aplicações na Internet.
Um funcionário ou aluno que queira acessar painéis de controle de sites,
arquivos via FTP ou amigos via mensageiros instantâneos não terá a
capacidade de fazê-lo, uma vez que suas respectivas portas estão bloque-
adas.
Para quebrar essa imposição rígida (mas necessária), o SSH oferece o
recurso do Túnel. O processo se caracteriza por duas máquinas ligadas ao
mesmo servidor SSH, que faz apenas o redirecionamento das requisições
do computador que está sob firewall. O usuário envia para o servidor um
pedido de acesso ao servidor pop.xxxxxxxx.com pela porta 443 (HTTPS),
por exemplo. Então, o servidor acessa o computador remoto e requisita a
ele o acesso ao protocolo, retornando um conjunto de pacotes referentes à
aquisição. O servidor codifica a informação e a retorna ao usuário via porta
443. Sendo assim, o usuário tem acesso a toda a informação que necessi-
O que uma VPN faz? ta. Tal prática não é ilegal caso o fluxo de conteúdo esteja de acordo com
Bem planejada, uma VPN pode trazer muitos benefícios para a empre- as normas da instituição.
sa. Por exemplo, ela pode: O SSH faz parte da suíte de protocolos TCP/IP que torna segura a
• ampliar a área de conectividade administração remota.
• aumentar a segurança FTP (File Transfer Protocol)
• reduzir custos operacionais (em relação a uma rede WAN) Significado: Protocolo usado para a transferência de arquivos. Sem-
• reduzir tempo de locomoção e custo de transporte dos usuários pre que você transporta um programa de um computador na Internet para o
remotos seu, você está utilizando este protocolo. Muitos programas de navegação,
como o Netscape e o Explorer, permitem que você faça FTP diretamente
• aumentar a produtividade deles, em precisar de um outro programa.
• simplificar a topologia da rede FTP - File Transfer Protocol. Esse é o protocolo usado na Internet para
• proporcionar melhores oportunidades de relacionamentos globais transferência de arquivos entre dois computadores (cliente e servidor)
• prover suporte ao usuário remoto externo conectados à Internet.
• prover compatibilidade de rede de dados de banda larga. FTP server - Servidor de FTP. Computador que tem arquivos de
software acessiveis atraves de programas que usem o protocolo de
• Prover retorno de investimento mais rápido do que a tradicional WAN transferencia de ficheiros, FTP.
Que recursos são necessários para um bom projeto de rede VPN? Você pode encontrar uma variedade incrível de programas disponíveis
Ele deve incorporar: na Internet, via FTP. Existem softwares gratuitos, shareware (o shareware
• segurança pode ser testado gratuitamente e registrado mediante uma pequena taxa) e
• confiabilidade pagos que você pode transportar para o seu computador.
• escalabilidade Grandes empresas como a Microsoft também distribuem alguns pro-
gramas gratuitamente por FTP.
• gerência da rede
APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
• gerência de diretrizes
Mas o que vem a ser multimídia?
Telnet
O termo nasce da junção de duas palavras:“multi” que significa vários,
É um protocolo cliente-servidor de comunicações usado para permitir a diversos, e “mídia”, que vem do latim “media”, e significa meios, formas,
comunicação entre computadores ligados numa rede (exemplo: Conectar- maneiras. Os americanos atribuíram significado moderno ao termo, graças
se da sua casa ao computador da sua empresa), baseado em TCP. ao seu maciço poder de cultura, comércio e finanças sobre o mundo,
Antes de existirem os chats em IRC o telnet já permitia este género de difundidos pelas agências de propaganda comerciais. Daí nasceu a ex-
funções. pressão: meios de comunicação de massa (mass media). O uso do termo
O protocolo Telnet também permite obter um acesso remoto a um multimídia nos meios de comunicação corresponde ao uso de meios de
computador. expressão de tipos diversos em obras de teatro, vídeo, música, performan-
Este protocolo vem sendo gradualmente substituído pelo SSH, cujo ces etc. Em informática significa a técnica para apresentação de informa-
conteúdo é encriptado antes de ser enviado. O uso do protocolo telnet tem ções que utiliza, simultaneamente, diversos meios de comunicação, mes-
sido desaconselhado, à medida que os administradores de sistemas vão clando texto, som, imagens fixas e animadas.
tendo maiores preocupações de segurança, uma vez que todas as comuni- Sem os recursos de multimídia no computador não poderíamos apre-

Informática 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ciar os cartões virtuais animados, as enciclopédias multimídia, as notícias ao mesmo tempo com informações sonoras, visuais e às vezes textuais.
veiculadas a partir de vídeos, os programas de rádio, os jogos e uma Em compensação, é a mídia mais demorada para ser carregada e visuali-
infinidade de atrações que o mundo da informática e Internet nos oferece. zada. Existem diferentes formatos de vídeos na web. Entre os padrões
Com os recursos de multimídia, uma mesma informação pode ser mais comuns estão o avi, mov e mpeg.
transmitida de várias maneiras, utilizando diferentes recursos, na maioria O avi (Audio Video Interleave) é um formato padrão do Windows, que
das vezes conjugados, proporcionando-nos uma experiência enriquecedo- intercala, como seu nome sugere, trechos de áudio juntamente com qua-
ra. dros de vídeo no inflacionado formato bmp para gráficos. Devido à exten-
Quando usamos um computador os sentidos da visão e da audição es- são do seu tamanho e outros problemas como o sincronismo de qualidade
tão sempre em ação. Vejamos: toda vez que um usuário liga seu micro- duvidosa entre áudio e vídeo, o AVI é um dos formatos de vídeo menos
computador com sistema operacional Windows, placa de som e aplicativos populares na web. Já o formato mpeg (Moving Pictures Expert Group) é
devidamente instalados, é possível ouvir uma melodia característica, com bem mais compacto e não apresenta os problemas de sincronismo comu-
variações para as diferentes versões do Windows ou de pacotes especiais mente observados no seu concorrente avi. O formato mpeg pode apresen-
de temas que tenham sido instalados. Esse recurso multimídia é uma tar vídeos de alta qualidade com uma taxa de apresentação de até 30
mensagem do programa, informando que ele está funcionando corretamen- quadros por segundo, o mesmo dos televisores.
te. O formato mov, mais conhecido como QuickTime, foi criado pela Apple
A música de abertura e a exposição na tela do carregamento da área e permite a produção de vídeos de boa qualidade, porém com taxas de
de trabalho significam que o micro está pronto para funcionar. Da mesma compressão não tão altas como o formato mpeg. Enquanto o mpeg chega
forma, operam os ruídos: um alerta soado quando um programa está a taxas de 200:1, o formato QuickTime chega à taxa média de 50:1. Para
tentando se instalar, um sinal sonoro associado a um questionamento mostrar vídeos em QuickTime, em computadores com Windows, é neces-
quando vamos apagar um arquivo, um aviso de erro etc. e alguns símbo- sário fazer o download do QuickTime for Windows. O Windows Media
los com pontos de exclamação dentro de um triângulo amarelo, por exem- Player e o Real Áudio são bastante utilizados na rede. Tanto um como o
plo, representam situações em que devemos ficar atentos. outro tocam e rodam a maioria dos formatos mais comuns de som e ima-
gem digitais como wav, mp3 e midi e os vídeos mpeg e avi. Ambos os
Portanto, a mídia sonora no micro serve para que o sistema operacio-
players suportam arquivos transmitidos no modo streaming gerados para
nal e seus programas interajam com os usuários. Além disso, ela tem
rodar neles.
outras utilidades: permite que ouçamos música, enquanto lemos textos ou
assistimos vídeos; que possamos ouvir trechos de discursos e pronuncia-
mentos de políticos atuais ou do passado; que falemos e ouçamos nossos CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
contatos pela rede e uma infinidade de outras situações.
Muitas são as definições possíveis e apresentadas, mas há um con-
A evolução tecnológica dos equipamentos e aplicativos de informática senso mínimo em torno da ideia de que educação a distância é a modali-
tem nos proporcionado perfeitas audições e gravações digitais de nossa dade de educação em que as atividades de ensino-aprendizagem são
voz e outros sons. desenvolvidas majoritariamente (e em bom número de casos exclusiva-
Os diferentes sons que ouvimos nas mídias eletrônicas são gravados mente) sem que alunos e professores estejam presentes no mesmo lugar à
digitalmente a partir de padrões sonoros. No mundo digital, três padrões mesma hora.
com finalidades distintas se impuseram: wav, midi e mp3. Como funciona
O padrão wav apresenta vantagens e desvantagens. A principal van- O conceito de educação a distância utiliza os mais diversos meios de
tagem é que ele é o formato de som padrão do Windows, o sistema opera- comunicação, isolados ou combinados como, por exemplo: material im-
cional mais utilizado nos computadores do mundo. Dessa forma, na maio- presso distribuído pelo correio, transmissão de rádio ou TV, fitas de áudio
ria dos computadores é possível ouvir arquivos wav, sem necessidade de ou de vídeo, redes de computadores, sistemas de teleconferência ou
se instalar nenhum programa adicional. A qualidade sonora desse padrão videoconferência, telefone.
também é muito boa. Sua desvantagem é o tamanho dos arquivos. Cada
Regulamentação da Educação a Distância
minuto de som, convertido para formato wav, que simule qualidade de CD,
usa aproximadamente 10 Mb de área armazenada. Além da Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação bem
como portarias, resoluções e normas do Ministério da Educação e das
O padrão midi surgiu com a possibilidade de se utilizar o computador
Secretarias Estaduais de Educação compõem a legislação brasileira sobre
para atividades musicais instrumentais. O computador passou a ser usado
educação a distância.
como ferramenta de armazenamento de melodias. Definiu-se um padrão
de comunicação entre o computador e os diversos instrumentos (principal- Quais são os cursos de graduação reconhecidos pelo MEC e em
mente teclados e órgãos eletrônicos), que recebeu o nome de “interface que instituições, como esses cursos funcionam.
midi”, que depois passou a ser armazenado diretamente em disco. Em 2004 foram catalogados 215 cursos de ensino a distância reco-
Esse padrão também apresenta vantagens e desvantagens. Sua prin- nhecidos pelo MEC, ministrados por 116 instituições espalhadas pelo país.
cipal vantagem junto aos demais é o tamanho dos arquivos. Um arquivo Cada instituição tem sua metodologia e seu esquema de trabalho, por isso
midi pode ter apenas alguns Kbs e conter toda uma peça de Chopin ao cabe à instituição fornecer informações sobre o funcionamento de seu
piano. A principal desvantagem é a vinculação da qualidade do áudio ao cursos.
equipamento que o reproduz. Como saber se um curso feito a distância em uma universidade es-
trangeira terá validade no Brasil?
Ultimamente, a estrela da mídia sonora em computadores é o padrão Todo o diploma de instituições estrangeiras deve ser validado por insti-
mp3. Este padrão corresponde à terceira geração dos algoritmos Mpeg, tuição nacional, conveniada com o MEC, que ofereça o mesmo curso, para
especializados em som, que permite ter sons digitalizados quase tão bons poder ser reconhecido pelo MEC.
quanto podem ser os do padrão wav e, ainda assim, serem até 90% meno- Orientação para escolha de curso a distância:
res. Dessa forma, um minuto de som no padrão wav que, como você já - colha impressões de alunos atuais e ex-alunos do curso; caso você
sabe, ocuparia cerca de 10 MB, no padrão mp3 ocuparia apenas 1 MB sem não tenha contato com nenhum, solicite aos responsáveis indicações
perdas significativas de qualidade sonora. de nomes e contato;
O padrão mp3, assim como o jpeg utilizado para gravações de ima- - verifique a instituição responsável, sua idoneidade e reputação, bem
gens digitalizadas: Uso da impressora e tratamento de imagens), trabalha como dos coordenadores e professores do curso;
com significância das perdas de qualidade sonora (ou gráfica no caso das
- confira ou solicite informações sobre a estrutura de apoio oferecida
imagens). Isso significa que você pode perder o mínimo possível ou ir
aos alunos (suporte técnico, apoio pedagógico, orientação acadêmica,
aumentando a perda até um ponto que se considere aceitável em termos
etc);
de qualidade e de tamanho de arquivo.
- verifique se você atende aos pré-requisitos exigidos pelo curso;
O vídeo, entre todas as mídias possíveis de ser rodadas no computa-
dor, é, provavelmente, o que mais chama a atenção dos usuários, pois lida - avalie o investimento e todos os custos, diretos e indiretos, nele envol-

Informática 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vidos; • Abrir o browser ou seja o navegador de internet.
- para o caso de cursos que conferem titulação, solicite cópia ou refe- • No menu Ferramentas.
rência do instrumento legal (credenciamento e autorização do MEC ou • A partir das Opções da Internet.
do Conselho Estadual de Educação) no qual se baseia sua regularida-
de.
Perfil dos professores.
Além do exigido de qualquer docente, quer presencial quer a distância,
e dependendo dos meios adotados e usados no curso, este professor deve
ser capaz de se comunicar bem através dos meios selecionados, funcio- Observação O Bloqueador de pop-ups está ativado por padrão. Você
nando mais como um facilitador da aprendizagem, orientador acadêmico e precisará ativá-lo apenas se estiver desativado.
dinamizador da interação coletiva (no caso de cursos que se utilizem de
meios que permitam tal interação). Fazer abrir uma janela do tipo “pop up” sem identificação, solicitando
Quais as vantagens e desvantagens dados confidenciais que são fornecidos pelo usuário por julgar que a janela
As principais vantagens estão ligadas às facilidades oferecidas pela “pop up” enviará os dados ao domínio da instituição segura, quando na
maior flexibilidade com relação a horários e lugares. As principais desvan- verdade ela foi aberta a partir de código gerado por terceiros.
tagens estão relacionadas aos custos de desenvolvimento, que podem ser A partir da versão 7 do IE isso já não mais pode ocorrer já que toda ja-
relativamente elevados, como por exemplo instação de programas, aceso a nela, “pop up” ou não, apresenta obrigatoriamente uma barra de endereços
banda larga, e compra de equipamentos, câmeras digitais, computador etc. onde consta o domínio a partir de onde foi gerada (Veja na Figura a barra
O aluno vai estudando o material didático e tem à disposição tutores a de endereços na janela “pop up”).
distância de cada disciplina que ele pode acessar por telefone, fax, correio, Como desativar a ferramanta anti- popup no Windows XP
e-mail, etc. 1. Clique em Iniciar, aponte para Todos os programas e clique em In-
Embora o estudante conte com a facilidade de organizar os estudos da ternet Explorer.
maneira que achar mais conveniente, ele deverá comparecer á instituição 2. No menu Ferramentas, aponte para - Desligarr bloqueador de
de ensino para fazer as avaliações de cada disciplina, conforme prevê o janelas pop-up
decreto que regulamenta a EAD. COOKIES
De acordo com o secretário de Educação a Distância do Ministério da Um cookie é um arquivo de texto muito pequeno, armazenado em sua
Educação, Ronaldo Mota, o estudante terá de fazer, obrigatoriamente, uma maquina (com a sua permissão) por um Servidor de páginas Web. Há dois
prova presencial. "O aluno pode ter avaliações a distância. No entanto, tipos de cookie: um é armazenado permanentemente no disco rígido e o
mais de 50% do peso da nota final tem de ser de uma avaliação presenci- outro é armazenado temporariamente na memória. Os web sites geralmen-
al." te utilizam este último, chamado cookie de sessão e ele é armazenado
apenas enquanto você estiver o usando. Não há perigo de um cookie ser
CONCEITOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA. executado como código ou transmitir vírus, ele é exclusivamente seu e só
pode ser lido pelo servidor que o forneceu.
Tipos de programas disponíveis na Internet
Pelos procedimentos abaixo, você pode configurar seu browser para
• Shareware: É distribuído livremente, você pode copiá-lo para o seu aceitar todos os cookies ou para alertá-lo sempre que um deles lhe for
computador e testá-lo, mas deve pagar uma certa quantia estipulada oferecido. Então você poderá decidir se irá aceitá-lo ou não.
pelo autor do programa, se quiser ficar com ele. Normalmente custam Para que mais eles são utilizados?
menos que os programas comerciais, pois o dinheiro vai direto para o
desenvolvedor. Compras online e registro de acesso são os motivos correntes de utili-
zação. Quando você faz compras via Internet, cookies são utilizados para
• Demos: São versões demonstrativas que não possuem todas as criar uma memória temporária onde seus pedidos vão sendo registrados e
funções contidas no programa completo. calculados. Se você tiver de desconectar do portal antes de terminar as
• Trials: Também são versões para testes, mas seu uso é restrito a um compras, seus pedidos ficarão guardados até que você retorne ao site ou
determinado período. Depois dessa data, deixam de funcionar. portal.
• Freeware: São programas gratuitos, que podem ser utilizados livre- Webmasters e desenvolvedores de portais costumam utilizar os cooki-
mente. O autor continua detendo os direitos sobre o programa, embora es para coleta de informações. Eles podem dizer ao webmaster quantas
não receba nada por isso. visitas o seu portal recebeu, qual a frequência com que os usuários retor-
nam, que páginas eles visitam e de que eles gostam. Essas informações
• Addware: O usuário usa o programa gratuitamente, mas fica receben- ajudam a gerar páginas mais eficientes, que se adaptem melhor as prefe-
do propaganda. rências dos visitantes. Sua privacidade e segurança é mantida na utilização
UPLOAD de cookies temporários.
Como já verificamos anteriormente é a transferência de arquivos de Como configurar os cookies em seu computador
um cliente para um servidor. Caso ambos estejam em rede, pode-se usar 1. Escolha Ferramentas e, em seguida,
um servidor de FTP, HTTP ou qualquer outro protocolo que permita a
2. Opções da Internet
transferência. Ou seja caso tenha algum arquivo, por exemplo fotos ou
musicas, e gostaria de disponibilizar estes arquivos para outros usuários na 3. Clique na guia Segurança
Internet, basta enviar os arquivos para um provedor ou servidor, e posteri- 4. Selecione a área Internet ou Intranet, a depender da sua forma de
ormente disponibilizar o endereço do arquivo para os usuários, através acesso
deste endereço, os arquivos poderão ser compartilhados. 5. Clique no botão "Nível personalizado"
Gerenciamento de Pop-ups e Cookies 6. Ativar a opção "Permitir Cookies por sessão"
Este artigo descreve como configurar o Bloqueador de pop-ups em um Spam
computador executando o Windows . O Bloqueador de pop-ups é um novo
Spam é o termo usado para se referir aos e-mails não solicitados, que
recurso no Internet Explorer. Esse recurso impede que a maioria das
geralmente são enviados para um grande número de pessoas. Quando o
janelas pop-up indesejadas apareçam. Ele está ativado por padrão. Quan-
conteúdo é exclusivamente comercial, este tipo de mensagem também é
do o Bloqueador de Pop-ups é ativado, as janelas pop-up automáticas e de
referenciada como UCE (do inglês Unsolicited Commercial E-mail).
plano de fundo são bloqueadas, mas aquelas abertas por um usuário ainda
abrem normalmente. Quais são os problemas que o spam pode causar para um usuário da
Internet?
Como ativar o Bloqueador de pop-ups
Os usuários do serviço de correio eletrônico podem ser afetados de di-
O Bloqueador de pop-ups pode ser ativado das seguintes maneiras:

Informática 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
versas formas. Alguns exemplos são: É importante que você se preocupe com a segurança de seu compu-
Não recebimento de e-mails. Boa parte dos provedores de Internet li- tador, pois você, provavelmente, não gostaria que:
mita o tamanho da caixa postal do usuário no seu servidor. Caso o número • suas senhas e números de cartões de crédito fossem furtados e utili-
de spams recebidos seja muito grande o usuário corre o risco de ter sua zados por terceiros;
caixa postal lotada com mensagens não solicitadas. Se isto ocorrer, o
usuário não conseguirá mais receber e-mails e, até que possa liberar
• sua conta de acesso a Internet fosse utilizada por alguém não autori-
zado;
espaço em sua caixa postal, todas as mensagens recebidas serão devolvi-
das ao remetente. O usuário também pode deixar de receber e-mails em • seus dados pessoais, ou até mesmo comerciais, fossem alterados,
casos onde estejam sendo utilizadas regras anti-spam ineficientes, por destruídos ou visualizados por terceiros;
exemplo, classificando como spam mensagens legítimas. • seu computador deixasse de funcionar, por ter sido comprometido e
Gasto desnecessário de tempo. Para cada spam recebido, o usuário arquivos essenciais do sistema terem sido apagados, etc
necessita gastar um determinado tempo para ler, identificar o e-mail como Engenharia Social
spam e removê-lo da caixa postal.
Nos ataques de engenharia social, normalmente, o atacante se faz
Aumento de custos. Independentemente do tipo de acesso a Internet passar por outra pessoa e utiliza meios, como uma ligação telefônica ou e-
utilizado, quem paga a conta pelo envio do spam é quem o recebe. Por mail, para persuadir o usuário a fornecer informações ou realizar determi-
exemplo, para um usuário que utiliza acesso discado a Internet, cada spam nadas ações. Exemplos destas ações são: executar um programa, acessar
representa alguns segundos a mais de ligação que ele estará pagando. uma página falsa de comércio eletrônico ou Internet Banking através de um
Perda de produtividade. Para quem utiliza o e-mail como uma ferra- link em um e-mail ou em uma página, etc.
menta de trabalho, o recebimento de spams aumenta o tempo dedicado à Como me protejo deste tipo de abordagem?
tarefa de leitura de e-mails, além de existir a chance de mensagens impor-
Em casos de engenharia social o bom senso é essencial. Fique atento
tantes não serem lidas, serem lidas com atraso ou apagadas por engano.
para qualquer abordagem, seja via telefone, seja através de um e-mail,
Conteúdo impróprio ou ofensivo. Como a maior parte dos spams são onde uma pessoa (em muitos casos falando em nome de uma instituição)
enviados para conjuntos aleatórios de endereços de e-mail, é bem provável solicita informações (principalmente confidenciais) a seu respeito.
que o usuário receba mensagens com conteúdo que julgue impróprio ou
Procure não fornecer muita informação e não forneça, sob hipótese al-
ofensivo.
guma, informações sensíveis, como senhas ou números de cartões de
Prejuízos financeiros causados por fraude. O spam tem sido ampla- crédito.
mente utilizado como veículo para disseminar esquemas fraudulentos, que
Nestes casos e nos casos em que receber mensagens, procurando lhe
tentam induzir o usuário a acessar páginas clonadas de instituições finan-
induzir a executar programas ou clicar em um link contido em um e-mail ou
ceiras ou a instalar programas maliciosos projetados para furtar dados
página Web, é extremamente importante que você, antes de realizar qual-
pessoais e financeiros. Este tipo de spam é conhecido como phishing/scam
quer ação, procure identificar e entrar em contato com a instituição envolvi-
(Fraudes na Internet). O usuário pode sofrer grandes prejuízos financeiros,
da, para certificar-se sobre o caso.
caso forneça as informações ou execute as instruções solicitadas neste
tipo de mensagem fraudulenta. Mensagens que contêm links para programas maliciosos
Como fazer para filtrar os e-mails de modo a barrar o recebimento Você recebe uma mensagem por e-mail ou via serviço de troca instan-
de spams tânea de mensagens, onde o texto procura atrair sua atenção, seja por
curiosidade, por caridade, pela possibilidade de obter alguma vantagem
Existem basicamente dois tipos de software que podem ser utilizados
(normalmente financeira), entre outras. O texto da mensagem também
para barrar spams: aqueles que são colocados nos servidores, e que
pode indicar que a não execução dos procedimentos descritos acarretarão
filtram os e-mails antes que cheguem até o usuário, e aqueles que são
consequências mais sérias, como, por exemplo, a inclusão do seu nome no
instalados nos computadores dos usuários, que filtram os e-mails com
SPC/SERASA, o cancelamento de um cadastro, da sua conta bancária ou
base em regras individuais de cada usuário.
do seu cartão de crédito, etc. A mensagem, então, procura induzí-lo a clicar
Conceitos de segurança e proteção em um link, para baixar e abrir/executar um arquivo.
Importância da Preocupação com a Segurança. Risco: ao clicar no link, será apresentada uma janela, solicitando que
Apesar de muitas pessoas não se preocuparem com a segurança você salve o arquivo. Depois de salvo, se você abrí-lo ou executá-lo, será
de seu computador, há também grandes empresas e comércio que instalado um programa malicioso (malware) em seu computador, por
não se preocupam com a segurança do usuário como, por exemplo, exemplo, um cavalo de tróia ou outro tipo de spyware, projetado para furtar
em uma compra on-line, transações de Internet banking e outros. Mas seus dados pessoais e financeiros, como senhas bancárias ou números de
porquê se preocupar com a segurança da informação? A resposta é cartões de crédito2. Caso o seu programa leitor de e-mails esteja configu-
simples, sendo itens básicos como: rado para exibir mensagens em HTML, a janela solicitando que você salve
• Garantia de identidade dos sistemas participantes de uma transação; o arquivo poderá aparecer automaticamente, sem que você clique no link.
Ainda existe a possibilidade do arquivo/programa malicioso ser baixa-
• Garantia de confidencialidade;
do e executado no computador automaticamente, ou seja, sem a sua
• Garantia de integridade dos dados; intervenção, caso seu programa leitor de e-mails possua vulnerabilidades.
• Garantia de unicidade da transação(única), impedindo sua replicação Esse tipo de programa malicioso pode utilizar diversas formas para fur-
indevida; tar dados de um usuário, dentre elas: capturar teclas digitadas no teclado;
• Garantia de autoria da transação; capturar a posição do cursor e a tela ou regiões da tela, no momento em
que o mouse é clicado; sobrepor a janela do browser do usuário com uma
• Defesa contra “carona”, ou seja, o processo em que um terceiro inter- janela falsa, onde os dados serão inseridos; ou espionar o teclado do
vém numa transação autêntica já estabelecida; usuário através da Webcam (caso o usuário a possua e ela esteja aponta-
• Defesa contra a “indisponibilização forçada”; da para o teclado).
Estes são alguns dos muitos motivos que nos trazem a preocupação Como identificar: seguem algumas dicas para identificar este tipo de
com a segurança, assim tornando-os o objetivo de uma luta intensa para mensagem fraudulenta:
se ter a tão imaginada segurança da informação. • leia atentamente a mensagem. Normalmente, ela conterá diversos
Por que devo me preocupar com a segurança do meu computa- erros gramaticais e de ortografia;
dor? • os fraudadores utilizam técnicas para ofuscar o real link para o arquivo
Computadores domésticos são utilizados para realizar inúmeras tare- malicioso, apresentando o que parece ser um link relacionado à institu-
fas, tais como: transações financeiras, sejam elas bancárias ou mesmo ição mencionada na mensagem. Ao passar o cursor do mouse sobre o
compra de produtos e serviços; comunicação, por exemplo, através de e- link, será possível ver o real endereço do arquivo malicioso na barra de
mails; armazenamento de dados, sejam eles pessoais ou comerciais, etc. status do programa leitor de e-mails, ou browser, caso esteja atualiza-

Informática 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
do e não possua vulnerabilidades. Normalmente, este link será diferen- 4. Contêm apenas dispositivos de conexão com a Internet que não possu-
te do apresentado na mensagem; qualquer extensão pode ser utiliza- em mecanismos físicos de proteção, deixando vulnerável o computador
da nos nomes dos arquivos maliciosos, mas fique particularmente a- que possui a conexão, caso o compartilhamento esteja habilitado:
tento aos arquivos com extensões ".exe", ".zip" e ".scr", pois estas são (A) hub, roteador e switch.
as mais utilizadas. Outras extensões frequentemente utilizadas por (B) hub, roteador e cabo cross-over.
fraudadores são ".com", ".rar" e ".dll"; fique atento às mensagens que (C) hub, switch e cabo cross-over.
solicitam a instalação/execução de qualquer tipo de arquivo/programa; (D) roteador, switch e cabo cross-over.
acesse a página da instituição que supostamente enviou a mensagem, (E) roteador e switch.
e procure por informações relacionadas com a mensagem que você
recebeu. Em muitos casos, você vai observar que não é política da ins- 5. Um programa completamente gratuito que permite visualizar e interagir
tituição enviar e-mails para usuários da Internet, de forma indiscrimina- com o desktop de um computador em qualquer parte do mundo denomina-
da, principalmente contendo arquivos anexados. se
Recomendações: (A) MSN.
(B) VNC.
No caso de mensagem recebida por e-mail, o remetente nunca deve
(C) BROWSER.
ser utilizado como parâmetro para atestar a veracidade de uma mensa-
(D) BOOT.
gem, pois pode ser facilmente forjado pelos fraudadores; se você ainda
(E) CHAT.
tiver alguma dúvida e acreditar que a mensagem pode ser verdadeira,
entre em contato com a instituição para certificar-se sobre o caso, antes de
6. Durante a elaboração de um documento no editor de textos MS-Word,
enviar qualquer dado, principalmente informações sensíveis, como senhas
um Agente deparou-se com a necessidade de criar uma tabela que ocupa-
e números de cartões de crédito.
va mais de uma página, onde algumas células (intersecções de linhas e
Como verificar se a conexão é segura colunas) continham valores. Entretanto, esses valores deveriam ser totali-
Existem pelo menos dois itens que podem ser visualizados na janela zados na vertical (por coluna), porém, no sentido horizontal, um valor
do seu browser, e que significam que as informações transmitidas entre o médio de cada linha era exigido. Nessas circunstâncias, visando à execu-
browser e o site visitado estão sendo criptografadas. ção dos cálculos automaticamente, o Agente optou, acertadamente, por
O primeiro pode ser visualizado no local onde o endereço do site é di- elaborar a tabela no
gitado. O endereço deve começar com https:// (diferente do http:// nas (A) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Editar,
conexões normais), onde o s antes do sinal de dois-pontos indica que o utilizando as funções apropriadas do MS-Word.
endereço em questão é de um site com conexão segura e, portanto, os (B) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Tabela,
dados serão criptografados antes de serem enviados. A figura abaixo utilizando as funções apropriadas do MS-Word.
apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura, observado nos (C) MS-Excel e depois importá-la no editor de textos pelo menu Arquivo,
browsers Firefox e Internet Explorer, respectivamente. utilizando as funções apropriadas do MS-Word.
(D) próprio MS-Word, utilizando as funções apropriadas disponíveis no
menu Ferramentas do editor de textos.
(E) próprio MS-Word, utilizando as funções apropriadas disponíveis no
menu Tabela do editor de textos.

7. No MS-Word, ao marcar uma parte desejada de um texto e


Alguns browsers podem incluir outros sinais na barra de digitação do (A) optar pela cópia, o objetivo é fazer a cópia de formatos de caractere e
endereço do site, que indicam que a conexão é segura. No Firefox, por parágrafo, somente.
exemplo, o local onde o endereço do site é digitado muda de cor, ficando (B) optar pelo recorte, o objetivo é fazer a cópia de formatos de caractere e
amarelo, e apresenta um cadeado fechado do lado direito. parágrafo, somente.
(C) optar pelo recorte, o objetivo é fazer a cópia do conteúdo do texto e/ou
INFORMÁTICA marcadores, somente.
Professor: Alisson Cleiton (D) pressionar o ícone Pincel, o objetivo é fazer a cópia de formatos de
http://www.alissoncleiton.com.br/arquivos_material/a8c722f9fb121ded caractere e/ou parágrafo, somente.
24c5df0bc9cac04d.pdf (E) pressionar o ícone Pincel, o objetivo é fazer a cópia do conteúdo de
1. Os títulos das colunas, na primeira linha de uma planilha eletrônica Excel texto do parágrafo e/ou marcadores, somente.
2003, para serem congelados na tela deve-se selecionar
(A) a primeira célula da primeira linha, apenas. 8. Em uma planilha MS-Excel, um Agente digitou o conteúdo abaixo:
(B) a primeira célula da segunda linha, apenas.
(C) a primeira célula da primeira linha ou a primeira linha.
(D) a primeira célula da segunda linha ou a segunda linha.
(E) somente as células com conteúdos de título, apenas.

2. A formatação de um parágrafo que deve terminar avançando até 1 cm


dentro da margem direita de um documento Word 2003 exige a especifica-
ção
(A) do Deslocamento em -1 cm (menos 1) a partir da margem direita.
(B) do Deslocamento em +1 cm (mais 1) a partir da margem direita.
O valor da célula C1 e os valores da célula C2 e C3, após arrastar a célula
(C) do Deslocamento em +1 cm (mais 1) a partir da margem esquerda.
C1 pela alça de preenchimento para C2 e C3, serão
(D) da medida +1 cm (mais 1) no recuo Direito.
(A) 7, 9 e 11
(E) da medida -1 cm (menos 1) no recuo Direito.
(B) 7, 8 e 9
(C) 7, 10 e 11
3. Os cartões de memória, pendrives, memórias de câmeras e de smart-
(D) 9, 10 e 11
phones, em geral, utilizam para armazenar dados uma memória do tipo
(E) 9, 9 e 9
(A) FLASH.
(B) RAM.
9. Considere a planilha abaixo elaborada no MS-Excel:
(C) ROM.
(D) SRAM.
(E) STICK.

Informática 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
15. Um Agente foi acionado para estudar a respeito dos conceitos de
certificação digital. Após alguma leitura, ele descobriu que NÃO tinha
relação direta com o assunto o uso de
(A) chave pública.
(B) criptografia.
(C) assinatura digital.
(D) chave privada.
(E) assinatura eletrônica.

16. A área para aplicação de um cabeçalho em um documento MS Word


deve levar em consideração, sem qualquer pré-definição de valores, as
medidas da
O conteúdo da célula C1 foi obtido pela fórmula =A$1*$B$1 apresentando, (A) altura do cabeçalho igual à distância da borda somada à margem
inicialmente, o resultado 10. Caso todas as células, com exceção da C1, superior.
tenham seu conteúdo multiplicado por 8, o resultado da ação de arrastar a (B) margem superior igual à distância da borda somada à altura do cabeça-
célula C1 pela alça de preenchimento para as células C2 e C3 será lho.
(A) valor de C2 maior que C1 e valor de C3 maior que C2. (C) margem superior somada à distância da borda, mais a altura do cabe-
(B) valor de C2 menor que C1 e valor de C3 menor que C2. çalho.
(C) valores e fórmulas em C2 e C3 idênticos aos de C1. (D) distância da borda igual à margem superior.
(D) valores iguais, porém fórmulas diferentes nas células C1, C2 e C3. (E) altura do cabeçalho igual à margem superior.
(E) valor de C2 igual ao de C1 porém menor que o de C3.
17. NÃO se trata de uma opção de alinhamento da tabulação de parágra-
10. No Windows XP (edição doméstica), o uso da Lente de aumento da fos no MS Word:
Microsoft é objeto de (A) Direito.
(A) acessibilidade. (B) Centralizado.
(B) gerenciamento de dispositivos. (C) Esquerdo.
(C) gerenciamento de impressoras. (D) Justificado.
(D) configuração de formatos de dados regionais. (E) Decimal.
(E) configuração das propriedades de teclado.
18. Selecionando-se as linhas 3 e 4 de uma planilha MS Excel existente e
11. Pressionando o botão direito (destro) do mouse em um espaço vazio clicando-se na opção Linhas do menu Inserir, ocorrerá a inserção de
do desktop do Windows XP (edição doméstica) e selecionando Proprieda- (A) uma linha em branco, na posição de linha 3, sobrepondo a linha 3
des, será exibida uma janela com abas tais como Área de Trabalho e existente.
Configurações. Entre outras, será exibida também a aba (B) uma linha em branco, na posição de linha 5, sobrepondo a linha 5
(A) Ferramentas administrativas. existente.
(B) Opções de pasta. (C) uma linha em branco, na posição de linha 5, deslocando as linhas
(C) Propriedades de vídeo. existentes em uma linha para baixo.
(D) Painel de controle. (D) duas linhas em branco, nas posições de linha 3 e 4, sobrepondo as
(E) Tarefas agendadas. linhas 3 e 4 existentes.
(E) duas linhas em branco, nas posições de linha 3 e 4, deslocando as
12. A boa refrigeração de um processador geralmente é obtida mediante linhas existentes em duas linhas para baixo.
(A) a execução do boot proveniente de uma unidade periférica.
(B) a instalação de uma placa-mãe compacta. 19. Para imprimir títulos de colunas em todas as páginas impressas de
(C) a adequada distribuição da memória. uma planilha MS Excel deve-se selecionar as linhas de título na guia
(D) o uso de um cooler. (A) Planilha do menu Exibir.
(E) o aumento do clock. (B) Cabeçalho/rodapé do menu Exibir.
(C) Planilha da janela Configurar página.
13. Na Web, a ligação entre conjuntos de informação na forma de docu- (D) Página da janela Configurar página.
mentos, textos, palavras, vídeos, imagens ou sons por meio de links, é (E) Cabeçalho/rodapé da janela Configurar página.
uma aplicação das propriedades
(A) do protocolo TCP. 20. No MS Windows XP, se um arquivo for arrastado pelo mouse, pressio-
(B) dos hipertextos. nando-se simultaneamente a tecla SHIFT, será
(C) dos conectores de rede. (A) movido o arquivo para a pasta de destino, se as pastas de origem e
(D) dos modems. destino estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unidades dife-
(E) das linhas telefônicas. rentes.
(B) movido o arquivo para a pasta de destino, se as pastas de origem e
14. Nos primórdios da Internet, a interação entre os usuários e os conteú- destino estiverem apenas em unidades diferentes.
dos virtuais disponibilizados nessa rede era dificultada pela não existência (C) copiado o arquivo na pasta de destino, se as pastas de origem e desti-
de ferramentas práticas que permitissem sua exploração, bem como a no estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unidades diferentes.
visualização amigável das páginas da Web. Com o advento e o aperfeiço- (D) copiado o arquivo na pasta de destino, se as pastas de origem e desti-
amento de programas de computador que basicamente eliminaram essa no estiverem apenas em unidades diferentes.
dificuldade, os serviços e as aplicações que puderam ser colocados à (E) criado na pasta de destino um atalho para o arquivo, se as pastas de
disposição dos usuários, iniciaram uma era revolucionária, popularizando origem e destino estiverem na mesma unidade ou se estiverem em unida-
o uso da Internet. Segundo o texto, a eliminação da dificuldade que auxiliou des diferentes.
na popularização da Internet foi
(A) o uso de navegadores. 21. Considere os seguintes motivos que levaram diversas instituições
(B) o surgimento de provedores de acesso. financeiras a utilizar teclados virtuais nas páginas da Internet:
(C) o aumento de linhas da rede. I. facilitar a inserção dos dados das senhas apenas com o uso do mouse.
(D) o surgimento de provedores de conteúdo. II. a existência de programas capazes de capturar e armazenar as teclas
(E) a disponibilização de serviços de banda larga. digitadas pelo usuário no teclado de um computador.
III. possibilitar a ampliação dos dados do teclado para o uso de deficientes
visuais.

Informática 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Está correto o que se afirma em (E) largura da coluna, do comprimento do conteúdo da célula e da mescla-
(A) I, apenas. gem da célula.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas. 29. Em uma classificação crescente, o MS Excel usa a ordem a seguir:
(D) II e III, apenas. (A) Células vazias, valores lógicos, textos, datas e números.
(E) I, II e III. (B) Células vazias, textos, valores lógicos, datas e números.
(C) Números, valores lógicos, datas, textos e células vazias.
22. O aplicativo equivalente ao MS-Excel é o BrOffice.org (D) Números, datas, valores lógicos, textos e células vazias.
(A) Math. (E) Números, datas, textos, valores lógicos e células vazias.
(B) Writer.
(C) Calc. 30. O sistema operacional Windows, 2000 ou XP, pode reconhecer
(D) Base. (A) o sistema de arquivo FAT, somente.
(E) Draw. (B) o sistema de arquivo FAT32, somente.
(C) o sistema de arquivo NTFS, somente.
23. A formatação no MS-Word (menu Formatar) inclui, entre outras, as (D) os sistemas de arquivo FAT32 e NTFS, somente.
opções (E) os sistemas de arquivo FAT, FAT32 e NTFS.
(A) Parágrafo; Fonte; Colunas; e Molduras.
(B) Parágrafo; Fonte; Data e hora; e Legenda. 31. No Calc, a célula A1 contém a fórmula =30+B1 e a célula B1 contém o
(C) Referência cruzada; Parágrafo; Maiúsculas e minúsculas; e Estilo. valor 8. Todas as demais células estão vazias. Ao arrastar a alça de preen-
(D) Cabeçalho e rodapé; Régua; Barra de ferramentas; e Marcadores e chimento da célula A1 para A2, o valor de A2 será igual a
numeração. (A) 38
(E) Barra de ferramentas; Marcadores e numeração; Referência cruzada; e (B) 30
Fonte. (C) 22
(D) 18
24. A placa de circuito de um micro onde ficam localizados o processador e (E) 0
a memória RAM, principalmente, é a placa
(A) serial. 32. O número 2.350.000 inserido em uma célula do Calc com o formato
(B) paralela. Científico será exibido na célula como
(C) USB. (A) 2,35E+006
(D) de vídeo. (B) 2,35+E006
(E) mãe. (C) 2,35E006+
(D) 0,235+E006
25. O espaçamento entre as linhas de um parágrafo do MS Word, aumen- (E) 235E+006
tado em 100% a partir do espaçamento simples, é definido apenas pela
opção 33. No Writer, o ícone utilizado para copiar a formatação do objeto ou do
(A) Exatamente = 2 ou Duplo. texto selecionado e aplicá-la a outro objeto ou a outra seleção de
(B) Múltiplos =2 ou Duplo. texto é o
(C) Múltiplos =2 ou Exatamente =2. (A) Localizar e substituir.
(D) Pelo menos =2 ou Duplo. (B) Gallery.
(E) Duplo. (C) Navegador.
(D) Pincel de estilo.
26. Para repetir uma linha de cabeçalho de uma tabela no início de cada (E) Copiar e colar.
página do MS Word, deve-se, na janela “Propriedades da tabela”, assinalar
a referida opção na guia OBJETIVO:
(A) Tabela. O Ministério Público do Governo Federal de um país deseja modernizar
(B) Página. seu ambiente tecnológico de informática.
(C) Linha. Para tanto irá adquirir equipamentos de computação eletrônica avançados
(D) Cabeçalho. e redefinir seus sistemas de computação a fim de agilizar seus processos
(E) Dividir tabela. internos e também melhorar seu relacionamento com a sociedade.
REQUISITOS PARA ATENDER AO OBJETIVO:
27. Sobre cabeçalhos e rodapés aplicados no MS Word, considere: (Antes de responder às questões, analise cuidadosamente os requisitos a
I. Em um documento com seções é possível inserir, alterar e remover seguir, considerando que estas especificações podem ser adequadas ou
diferentes cabeçalhos e rodapés para cada seção. não).
II. Em um documento é possível inserir um cabeçalho ou rodapé para §1 º - Cadastros recebidos por intermédio de anexos de mensagens eletrô-
páginas ímpares e um cabeçalho ou rodapé diferente para páginas pares. nicas deverão ser gravados em arquivos locais e identificados por ordem
III. Os cabeçalhos e rodapés podem ser removidos da primeira página de de assunto, data de recebimento e emitente, para facilitar sua localização
um documento. nos computadores.
Está correto o que se afirma em §2º - Todos os documentos eletrônicos oficiais deverão ser identificados
(A) I, apenas. com o timbre federal do Ministério que será capturado de um documento
(B) I, II e III. em papel e convertido para imagem digital.
(C) I e III, apenas. §3 º - A intranet será usada para acesso de toda a sociedade aos dados
(D) II e III, apenas. ministeriais e às pesquisas por palavra chave, bem como os diálogos
(E) III, apenas. eletrônicos serão feitos por ferramentas de chat.
§4 º - Os documentos elaborados (digitados) no computador (textos) não
28. Assinalar “Quebrar texto automaticamente” em Formatar Células de podem conter erros de sintaxe ou ortográficos.
uma planilha MS Excel indica a possibilidade da quebra do texto em várias §5 º - Todas as planilhas eletrônicas produzidas deverão ter as colunas de
linhas, cujo número de linhas dentro da célula depende da valores totalizadas de duas formas: total da coluna (somatório) e total
(A) largura da coluna, apenas. acumulado linha a linha, quando o último valor acumulado deverá corres-
(B) mesclagem da célula, apenas. ponder ao somatório da coluna que acumular. Exemplo:
(C) largura da coluna e da mesclagem da célula, apenas.
(D) largura da coluna e do comprimento do conteúdo da célula, apenas.

Informática 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
38. Considerando o ambiente Microsoft, o requisito especificado no §4 º
quer dizer ao funcionário que, para auxiliá-lo na tarefa de verificação e
correção, ele deve
(A) usar a configuração de página do editor de textos.
(B) acionar uma função específica do editor de textos.
(C) usar a ferramenta de edição do organizador de arquivos.
(D) usar a correção ortográfica do organizador de arquivos.
(E) acionar a formatação de página do editor de textos.

39. Uma determinação da diretoria de um órgão público obriga que a


segurança de zonas internet, intranet local, sites confiáveis e sites restritos
seja configurada no nível padrão para todas elas. O local apropriado para
configurar essa segurança de zona, no Internet Explorer, é na aba Segu-
rança
34. Considere os seguintes dispositivos:
(A) da opção Configurar página do menu Formatar.
I. impressora multifuncional;
(B) da opção Configurar página do menu Arquivo.
II. pen drive;
(C) das Opções da Internet do menu Editar.
III. scanner;
(D) das Opções da Internet do menu Ferramentas.
IV. impressora a laser.
(E) das Opções da Internet do menu Formatar.
Em relação à captura referenciada nos requisitos especificados no §2º, é
INCORRETO o uso do que consta SOMENTE em
40. O supervisor de um departamento solicitou a um funcionário que ele
(A) II.
fizesse uma lista de itens de hardware e de software que estavam em seu
(B) IV.
poder. O funcionário tinha em sua posse, além de uma CPU com Windows
(C) I e III.
XP, um hard disk, um pen drive onde tinha gravado o Windows Media
(D) II e IV.
Player, e uma unidade de CD-ROM. Na CPU ele tinha instalado também o
(E) I, III e IV.
MS-Word e a Calculadora do Windows. Nessa situação, na lista que o
funcionário fez corretamente constavam
35. Para atender aos requisitos especificados no §1º é preciso saber usar
(A) dois itens de hardware e três de software.
ferramentas de
(B) três itens de hardware e quatro de software.
(A) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas e Arquivos
(C) três itens de hardware e cinco de software.
dentro de Pastas.
(D) quatro itens de hardware e três de software.
(B) chat e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas e Arquivos
(E) quatro itens de hardware e quatro de software.
dentro de Arquivos.
(C) browser e que é possível organizar Pastas dentro de Pastas, mas não
41. Prestam-se a cópias de segurança (backup)
Arquivos dentro de Pastas.
(A) quaisquer um destes: DVD; CD-ROM; disco rígido externo ou cópia
(D) e-mail e que é possível organizar Pastas dentro de Arquivos e Arquivos
externa, quando os dados são enviados para um provedor de serviços via
dentro de Pastas.
internet.
(E) busca e que é possível organizar Arquivos dentro de Pastas, mas não
(B) apenas estes: CD-ROM; disco rígido e cópia externa, quando os dados
Pastas dentro de Pastas.
são enviados para um provedor de serviços via internet.
(C) apenas estes: DVD, CD-ROM e disco rígido externo.
36. Considere os Quadros 1 e 2 abaixo e os requisitos especificados no
(D) apenas estes: CD-ROM e disco rígido externo.
§3º.
(E) apenas estes: DVD e CD-ROM.

42. Foi solicitado que, no editor de textos, fosse aplicado o Controle de


linhas órfãs/viúvas. Para tanto, esta opção pode ser habilitada na aba
Quebras de linha e de página, no menu/Opção
(A) Arquivo/Configurar página.
(B) Formatar/Parágrafo.
(C) Formatar/Tabulação.
(D) Exibir/Normal.
(E) Ferramentas/Estilo.

43. O chefe do departamento financeiro apresentou a um funcionário uma


Quanto ao uso das especificações dos requisitos, a relação apresentada planilha contendo o seguinte:
nos quadros é correta entre
(A) I-a - I-b - II-c.
(B) I-a - II-b - I-c.
(C) II-a - I-b - II-c.
(D) II-a - II-b - II-c.
(E) II-a - II-b - I-c.

37. Considere os dados da planilha eletrônica exemplificada no §5º. Está Em seguida solicitou ao funcionário que selecionasse as 6 células (de A1
correta a fórmula inserida em B3 e pronta para ser propagada para B4 e B5 até C2) e propagasse o conteúdo selecionado para as 6 células seguintes
se for igual a (de A3 até C4), arrastando a alça de preenchimento habilitada na borda
(A) =B3+A2. inferior direita de C2. Após essa operação, o respectivo resultado contido
(B) =B$2+A3. nas células C3 e C4 ficou
(C) =B2+A3. (A) 11 e 13.
(D) =B2+A2. (B) 13 e 15.
(E) =B2+A$3. (C) 15 e 19.
(D) 17 e 19.
(E) 17 e 21.

Informática 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
44. Os aplicativos abertos pelos usuários no Windows XP, que podem ser
alternados como janela ativa ou inativa, são apresentados na forma 52. Os dispositivos de rede de computadores que são interconectados
de física e logicamente para possibilitar o tráfego de informações pelas
(A) botões na barra de tarefas. redes compõem layouts denominados
(B) ícones na área de trabalho. (A) protocolos.
(C) opções no menu iniciar. (B) topologias.
(D) ferramentas no painel de controle. (C) roteamentos.
(E) ícones na área de notificação. (D) arquiteturas.
(E) cabeamento.
45. Um papel de parede pode ser aplicado no Windows XP por meio das
Propriedades de Vídeo na guia 53. Considere:
(A) Temas. I. Uma Intranet é uma rede pública e uma Extranet é uma rede privada.
(B) Aparência. II. O protocolo padrão da Internet é o TCP/IP.
(C) Área de trabalho. III. Os softwares plug-ins acrescentam funcionalidades aos navegadores da
(D) Proteção de telas. Internet.
(E) Configurações. Está correto o que se afirma em:
(A) I, II e III.
46. Estando o cursor em qualquer posição dentro do texto de um documen- (B) I, apenas.
to Word, a função da tecla especial Home é movimentá-lo para o (C) I e III, apenas.
início (D) I e II, apenas.
(A) da tela. (E) II e III, apenas.
(B) da linha.
(C) da página. 54. O Windows permite a conexão com uma pasta de rede compartilhada
(D) do parágrafo. bem como a atribuição de uma letra de unidade à conexão para que se
(E) do documento. possa acessá-la usando "Meu computador". Para fazer isso, deve-se clicar
com o botão direito em "Meu computador" e escolher
47. Para criar um cabeçalho novo em um documento Word deve-se primei- (A) "Meus locais de rede".
ramente (B) "Procurar computadores".
(A) clicar duas vezes na área do cabeçalho, apenas. (C) "Explorar".
(B) selecionar a opção Cabeçalho e Rodapé no menu Inserir, apenas. (D) "Gerenciar".
(C) selecionar a opção Cabeçalho e Rodapé no menu Exibir, apenas. (E) "Mapear unidade de rede".
(D) clicar duas vezes na área do cabeçalho ou selecionar a opção Cabeça-
lho e Rodapé no menu Inserir. 55. Existe uma operação específica no Word que serve para destacar um
(E) clicar duas vezes na área do cabeçalho ou selecionar a opção Cabeça- texto selecionado colocando uma moldura colorida em sua volta, como
lho e Rodapé no menu Exibir. uma caneta "destaque" (iluminadora). Trata-se de
(A) "Cor da fonte".
48. Dada a fórmula =(A1+B1+C1+D1)/4 contida na célula E1 de uma (B) "Pincel".
planilha Excel, para manter o mesmo resultado final a fórmula poderá ser (C) "Realce".
substituída pela função (D) "Cor da borda".
(A) =MÉDIA(A1:D1) (E) "Caixa de texto".
(B) =MÉDIA(A1;D1)
(C) =MÉDIA(A1+B1+C1+D1) 56. Em uma planilha Excel foram colocados os seguintes dados nas célu-
(D) =SOMA(A1;D1)/4 las A1 até A4, respectivamente e nessa ordem:
(E) =SOMA(A1+B1+C1+D1) josé+1
catavento
49. A formatação da altura de uma linha selecionada da planilha Excel, catavento+3
com a opção AutoAjuste, indica que a altura da mesma será ajustada José
(A) na medida padrão, apenas no momento da formatação. Selecionando-se essas quatro células e arrastando-as pela alça de preen-
(B) na medida padrão, automaticamente a cada redefinição da letra. chimento (na borda da célula A4) até a célula A8, o resultado em A5 e A7
(C) na medida determinada pelo usuário, automaticamente a cada redefini- será, respectivamente,
ção da letra. (A) José+1 e catavento.
(D) com base no tamanho da maior letra, automaticamente a cada redefini- (B) josé+2 e catavento+4.
ção da letra. (C) josé e catavento+3.
(E) com base no tamanho da maior letra, apenas no momento da formata- (D) josé+3 e catavento+4.
ção. (E) josé+1 e catavento+3.

50. A exibição de tela inteira do computador para mostrar da mesma ma- 57. Para iniciar uma nova apresentação em branco no PowerPoint, é
neira que o público verá a aparência, os elementos e os efeitos nos slides possível usar a opção "Apresentação em branco", do "Painel de Tarefas",
é utilizada pelo PowerPoint no modo de exibição ou ainda o botão "Novo", que fica no início da barra de ferramentas padrão.
(A) normal. Ao fazer isso, o "Painel de Tarefas" será modificado para
(B) de estrutura de tópicos. (A) "Mostrar formatação".
(C) de guia de slides. (B) "Barra de títulos".
(D) de classificação de slides. (C) "Apresentação".
(E) de apresentação de slides. (D) "Layout do slide".
(E) "Barra de desenho".
51. Uma apresentação em PowerPoint pode conter efeitos nas exibições
dos slides, entre outros, do tipo esquema de transição 58. Ao fazer uma pesquisa envolvendo três termos no Google, foi escolhida
(A) mostrar em ordem inversa. uma determinada opção em um dos sites constantes da lista apresentada.
(B) aplicar zoom gradativamente. Ao abrir o site, tal opção faz com que os três termos sejam apresentados
(C) máquina de escrever colorida. em destaque com cores diferentes ao longo dos textos da página aberta.
(D) persiana horizontal. Tal opção é
(E) lâmpada de flash. (A) "Em cache".

Informática 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) "No domínio". 65. No Google é possível definir a quantidade de sites listados em cada
(C) "Similares". página por meio da opção
(D) "Com realce". (A) Ferramentas.
(E) "Filtrados". (B) Exibir.
(C) Histórico.
59. Um funcionário utilizou uma função automática do editor de texto para (D) Resultados das pesquisas.
converter em letras maiúsculas uma sentença completa que antes era de (E) Configurações da pesquisa.
composição mista (maiúsculas e minúsculas). O menu que habilita essa
opção dentro da qual se pode acessar a função Maiúsculas e minúsculas é 66. É possível expandir a memória RAM do computador mediante a inser-
(A) Ferramentas. ção de uma placa correspondente em um
(B) Formatar. (A) sistema de arquivos.
(C) Inserir. (B) sistema operacional.
(D) Exibir. (C) slot livre.
(E) Editar. (D) boot livre.
(E) DVD.
60. Para modificar a pasta padrão, onde o editor de texto guarda os Mode-
los do usuário, deve-se acessar o menu 67. O dispositivo que, ligado ao modem, viabiliza a comunicação sem fio
(A) Ferramentas, a opção Opções e a aba Arquivos. em uma rede wireless é
(B) Ferramentas, a opção Modelos e suplementos e a aba Arquivos. (A) o sistema de rede.
(C) Ferramentas, a opção Estilos e a aba Opções. (B) o servidor de arquivos.
(D) Formatar, a opção Estilo e a aba Modelos e suplementos. (C) a porta paralela.
(E) Editar, a opção Estilo e a aba Modelos e suplementos. (D) a placa-mãe.
(E) o roteador.
61. Considere a planilha:
68. Com relação à computação, considere:
I. Basicamente, duas grandes empresas, Intel e AMD, disputam o mercado
mundial de fabricação de processadores. A Intel mensura a desempenho
dos seus processadores baseados no clock. A AMD, por sua vez, tem
conseguido rendimentos proporcionais dos seus chips com clocks mais
baixos, desconsiderando, inclusive, o clock como referência.
II. Comparada ao desktop, a mobilidade é a principal vantagem do notebo-
Ao arrastar a célula B2 para B3 pela alça de preenchimento, B3 apresenta- ok. No entanto, as restrições quanto à facilidade de atualizações tecnológi-
rá o resultado cas dos itens de hardware, são o seu fator de desvantagem. Os fabricantes
(A) 6. alegam que as limitações decorrem do fato de a maior parte dos compo-
(B) 10. nentes vir integrada de forma permanente à placa-mãe do equipamento,
(C) 12. visando construir modelos menores, de baixo consumo de energia e com
(D) 14. pouco peso.
(E) 16. III. O conceito do software, também chamado de sistema ou programa,
pode ser resumido em sentença escrita em uma linguagem que o compu-
62. O chefe do departamento financeiro pediu a um funcionário que, ao tador consegue interpretar. Essa sentença, por sua vez, é a soma de
concluir a planilha com dados de contas contábeis, este aplicasse um filtro diversas instruções ou comandos que, ao serem traduzidas pelo computa-
na coluna que continha o nome das contas, a fim de possibilitar a exibição dor, fazem com que ele realize determinadas funções.
apenas dos dados de contas escolhidas. Para tanto, o funcionário escolheu IV. A licença de uso de software denominada OEM é uma das melhores
corretamente a opção Filtrar do menu formas para o adquirente comprar softwares, como se estivesse adquirindo
(A) Editar. na loja o produto devidamente embalado, pois a negociação pode ser feita
(B) Ferramentas. pela quantidade, o que garante boa margem de economia no preço do
(C) Exibir. produto.
(D) Dados. É correto o que consta em
(E) Formatar. (A) I e II, apenas.
(B) I, II, III e IV.
63. No Windows, a possibilidade de controlar e reverter alterações perigo- (C) II, III e IV, apenas.
sas no computador pode ser feita por meio (D) I, II e III, apenas.
I. da restauração do sistema. (E) II e III, apenas.
II. das atualizações automáticas.
III. do gerenciador de dispositivos. 69. No que concerne a conceitos básicos de hardware, considere:
Está correto o que consta em I. Memória Cache é uma pequena quantidade de memória estática de alto
(A) I, apenas. desempenho, tendo por finalidade aumentar o desempenho do processa-
(B) II, apenas. dor realizando uma busca antecipada na memória RAM. Quando o proces-
(C) I e II, apenas. sador necessita de um dado, e este não está presente no cache, ele terá
(D) I e III, apenas. de realizar a busca diretamente na memória RAM. Como provavelmente
(E) I, II e III. será requisitado novamente, o dado que foi buscado na RAM é copiado na
cache.
64. Em alguns sites que o Google apresenta é possível pedir um destaque II. O tempo de acesso a uma memória cache é muitas vezes menor que o
do assunto pesquisado ao abrir a página desejada. Para tanto, na lista de tempo de acesso à memória virtual, em decorrência desta última ser ge-
sites apresentados, deve-se renciada e controlada pelo processador, enquanto a memória cache tem o
(A) escolher a opção “Pesquisa avançada”. seu gerenciamento e controle realizado pelo sistema operacional.
(B) escolher a opção “Similares”. III. O overclock é uma técnica que permite aumentar a frequência de ope-
(C) escolher a opção “Em cache”. ração do processador, através da alteração da frequência de barramento
(D) dar um clique simples no nome do site. da placa-mãe ou, até mesmo, do multiplicador.
(E) dar um clique duplo no nome do site. IV. O barramento AGP foi inserido no mercado, oferecendo taxas de velo-
cidade de até 2128 MB por segundo, para atender exclusivamente às
aplicações 3D que exigiam taxas cada vez maiores. A fome das aplicações

Informática 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
3D continuou e o mercado tratou de desenvolver um novo produto, o PCI (C) recebe formatação especial e funcionalidades não contidas no formato
Express que, além de atingir taxas de velocidade muito superiores, não se DOC.
restringe a conectar apenas placas de vídeo. (D) não recebe nenhum tipo de formatação, sendo salvo, portanto, como
É correto o que consta em um texto sem formatação.
(A) I, III e IV, apenas. (E) assemelha-se ao formato RTF na sua formatação, mas diferencia-se na
(B) I, II, III e IV. descrição dos dados.
(C) II, III e IV, apenas.
(D) I e II, apenas. 74. No MS-Office 2003:
(E) II e III, apenas. (A) no menu Ferramentas, tanto a opção Proteger Documento quanto o
comando Opções têm a mesma finalidade, excetuando-se apenas os
70. No que se refere ao ambiente Windows, é correto afirmar: botões Segurança de macros e Assinaturas digitais contidos somente no
(A) Programas de planilha eletrônica, navegadores da Web e processado- comando Opções.
res de texto são executados com o dobro de velocidade em um computa- (B) quando se define uma Senha de proteção para um documento, a
dor de 64 bits, em relação a um computador de 32 bits. criptografia é utilizada para proteger o conteúdo do arquivo, sendo possível
(B) Um aspecto interessante no ambiente Windows é a versatilidade de até mesmo escolher o tipo de criptografia utilizada. Embora outras pessoas
uso simultâneo das teclas [Ctrl], possam ler o documento, elas estarão impedidas de modificá-lo.
[Alt] e [Del], notadamente nos aplicativos onde há interação usuário- (C) algumas das configurações exibidas na guia Segurança, como, por
programa. A função executada pelo acionamento de tais teclas associa-se exemplo, a opção Recomendável somente leitura, (disponível no Word,
diretamente às requisições de cada aplicativo. Excel e PowerPoint) têm como função proteger um documento contra
(C) Os termos versão de 32 bits e versão de 64 bits do Windows referem- interferência mal intencionada.
se à maneira como o sistema operacional processa as informações. Se o (D) a opção Proteger Documento, do menu Ferramentas (disponível no
usuário estiver executando uma versão de 32 bits do Windows, só poderá Word e no PowerPoint), tem como função restringir a formatação aos
executar uma atualização para outra versão de 32 bits do Windows. estilos selecionados e não permitir que a Autoformatação substitua essas
(D) No Windows XP, através do Painel de controle, pode-se acessar os restrições.
recursos fundamentais do sistema operacional Windows, tais como, a (E) a proteção de documentos por senha está disponível em diversos
Central de Segurança, o Firewall do Windows e as Opções da Internet. programas do Office. No Word, no Excel e no PowerPoint o método é
(E) Em termos de compatibilidade de versões, uma das inúmeras vanta- exatamente o mesmo, sendo possível selecionar diversas opções, incluin-
gens do Windows Vista é a sua capacidade de atualizar os dispositivos de do criptografia e compartilhamento de arquivos para proteger os documen-
hardware através do aproveitamento de drivers existentes nas versões de tos.
32 bits.
75. No que concerne ao Microsoft Excel, considere:
71. Mesmo existindo uma variedade de programas de outros fornecedores I. Quando criamos uma ou mais planilhas no Excel, estas são salvas em
de software que permitem reparticionar o disco rígido sem apagar um arquivo com extensão .xls. Ao abrirmos uma nova pasta de trabalho,
os dados, esse recurso também está presente esta é criada, por padrão, com três planilhas.
(A) em todas as edições do Windows XP. II. Os nomes das planilhas aparecem nas guias localizadas na parte inferior
(B) em todas as edições do Windows Vista. da janela da pasta de trabalho e poderão ser renomeadas desde que não
(C) em todas as edições do Windows XP e do Windows Vista. estejam vazias.
(D) no Windows XP Professional e no Windows Vista Ultimate. III. Dentro de uma pasta de trabalho as planilhas podem ser renomeadas
(E) no Windows XP Starter Edition, no Windows XP Professional, no Win- ou excluídas, mas não podem ser movidas para não comprometer as
dows Vista Business e no Windows Vista Ultimate. referências circulares de cálculos. Se necessário, novas planilhas podem
ser incluídas na sequência de guias.
72. A ativação ajuda a verificar se a cópia do Windows é genuína e se não IV. As fórmulas calculam valores em uma ordem específica conhecida
foi usada em mais computadores do que o permitido, o que ajuda a impedir como sintaxe. A sintaxe da fórmula descreve o processo do cálculo. Uma
a falsificação de software, além de se poder usar todos os recursos do fórmula no Microsoft Excel sempre será precedida por um dos operadores
sistema operacional. Em relação à ativação do Windows, considere: matemáticos, tais como, +, -, * e /.
I. Ativação ou registro consiste no fornecimento de informações do adqui- É correto o que consta APENAS em
rente (dados de cadastramento, endereço de email, etc) e validação do (A) II.
produto no computador. (B) I.
II. A ativação pode ser on-line ou por telefone e não deve deixar de ser (C) IV.
feita dentro de um determinado período após a instalação do produto, sob (D) I, II e III.
pena de deixarem de funcionar alguns recursos, até que a cópia do Win- (E) II, III e IV.
dows seja ativada.
III. O Windows pode ser instalado no mesmo computador quantas vezes se 76. Constituem facilidades comuns aos programas de correio eletrônico
desejar, desde que seja efetuado sobre a instalação atual, pois a ativação Microsoft Outlook e Microsoft Outlook Express:
relaciona a chave do produto Windows com informações sobre o hardware I. Conexão com servidores de e-mail de Internet POP3, IMAP e HTTP.
do computador. II. Pastas Catálogo de Endereços e Contatos para armazenamento e
IV. Se expirar o prazo para ativação, o Windows não vai parar, mas se recuperação de endereços de email.
tornará instável a ponto de não se poder mais criar novos arquivos e nem III. Calendário integrado, incluindo agendamento de reuniões e de eventos,
salvar alterações nos arquivos existentes, entre outras consequências. compromissos e calendários de grupos.
É correto o que consta em IV. Filtro de lixo eletrônico.
(A) I, II e III, apenas. Está correto o que consta em
(B) I e II, apenas. (A) II e III, apenas.
(C) II, III e IV, apenas. (B) II, e IV, apenas.
(D) I, II, III e IV. (C) III e IV, apenas.
(E) II e III, apenas. (D) I, II, III e IV.
(E) I e II, apenas.
73. No Word 2003, o documento salvo no formato XML
(A) adquire a propriedade de armazenar dados em uma base de dados, de 77. Quanto às tecnologias de comunicação voz/dados, considere:
modo que eles fiquem disponíveis para serem usados em uma ampla I. Largamente adotada no mundo todo como meio de acesso rápido à
variedade de softwares. Internet, através da mesma infraestrutura das linhas telefônicas convencio-
(B) recebe formatação especial para possibilitar sua manipulação por nais. Sua grande vantagem é permitir acesso à Internet ao mesmo tempo
softwares específicos.

Informática 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em que a linha de telefone fica livre para voz ou fax, ou mesmo uma liga- (E) I e III, apenas.
ção via modem, usando um único par de fios telefônicos.
II. Uma linha telefônica convencional é transformada em dois canais de 81. A Internet usa um modelo de rede, baseado em requisições e respos-
mesma velocidade, em que é possível usar voz e dados ao mesmo tempo, tas, denominado
cada um ocupando um canal. Também é possível usar os dois canais para (A) word wide web.
voz ou para dados. (B) protocolo de comunicação.
III. Aproveita a ociosidade das frequências mais altas da linha telefônica (C) provedor de acesso.
para transmitir dados. Uma de suas características é a diferença de veloci- (D) ponto-a-ponto.
dade para efetuar download e upload; no download ela é maior. (E) cliente-servidor.
IV. Útil quando é necessária transferência de informações entre dois ou
mais dispositivos que estão perto um do outro ou em outras situações onde 82. Uma assinatura digital é um recurso de segurança cujo objetivo é
não é necessário alta taxa de transferência. Os dispositivos usam um (A) identificar um usuário apenas por meio de uma senha.
sistema de comunicação via rádio, por isso não necessitam estar na linha (B) identificar um usuário por meio de uma senha, associada a um token.
de visão um do outro. (C) garantir a autenticidade de um documento.
Os itens acima referem-se, respectivamente, a (D) criptografar um documento assinado eletronicamente.
(A) ISDN (Integrated Services Digital Network), ADSL (E) ser a versão eletrônica de uma cédula de identidade.
(Assimetric Digital Subscriber Line), ISDN, Wi-Fi.
(B) ADSL, ISDN, ISDN e Bluetooth. 83. NÃO se trata de uma função do chip ponte sul de um chipset, controlar
(C) ADSL, ISDN, ADSL e Bluetooth. (A) disco rígido.
(D) ADSL, ISDN, ADSL e Wi-Fi. (B) memória RAM.
(E) ISDN, ADSL, ADSL e Bluetooth. (C) barramento AGP.
(D) barramento PCI Express.
78. A Internet é uma rede mundial de telecomunicações que conecta (E) transferência de dados para a ponte norte.
milhões de computadores em todo o mundo. Nesse sentido, considere:
I. Nela, as redes podem operar estando ou não conectadas com outras 84. O MS Word, na versão 2003, possui uma configuração de página pré-
redes e a operação não é dependente de nenhuma entidade de controle definida que pode ser alterada, na opção Configurar Página do menu
centralizado. Arquivo, apenas por meio das guias Papel,
II. Qualquer computador conectado à Internet pode se comunicar gratuita- (A) Layout e Recuos.
mente com outro também conectado à Internet e usufruir os serviços por (B) Layout e Propriedades.
ela prestado, tais como, Email, WEB, VoIP e transmissão de conteúdos de (C) Margens e Propriedades.
áudio. (D) Margens e Layout.
III. A comunicação entre as redes locais e a Internet utiliza o protocolo NAT (E) Margens e Recuos.
(Network Address Translation) que trata da tradução de endereços IP não-
roteáveis em um (ou mais) endereço roteável. 85. Estando o cursor numa célula central de uma planilha MS Excel, na
Está correto o que consta em versão 2003, e pressionando-se a tecla Home, o cursor será movimentado
(A) I, II e III. para a
(B) I e II, apenas. (A) primeira célula no início da planilha.
(C) I e III, apenas. (B) primeira célula no início da linha em que está o cursor.
(D) II e III, apenas. (C) primeira célula no início da tela atual.
(E) III, apenas. (D) célula adjacente, acima da célula atual.
(E) célula adjacente, à esquerda da célula atual.
79. Secure Sockets Layer trata-se de
(A) qualquer tecnologia utilizada para proteger os interesses de proprietá- 86. O tipo mais comum de conexão à Internet, considerada banda larga por
rios de conteúdo e serviços. meio de linha telefônica e normalmente oferecida com velocidade de até 8
(B) um elemento de segurança que controla todas as comunicações que Mbps, utiliza a tecnologia
passam de uma rede para outra e, em função do que sejam, permite ou (A) ADSL.
denega a continuidade da transmissão. (B) Dial Up.
(C) uma técnica usada para garantir que alguém, ao realizar uma ação em (C) HFC Cable.
um computador, não possa falsamente negar que realizou aquela ação. (D) ISDN.
(D) uma técnica usada para examinar se a comunicação está entrando ou (E) RDIS.
saindo e, dependendo da sua direção, permiti-la ou não.
(E) um protocolo que fornece comunicação segura de dados através de 87. NÃO é um serviço provido pelos servidores DNS:
criptografia do dado. (A) Traduzir nomes de hospedeiros da Internet para o endereço IP e subja-
cente.
80. Em relação à segurança da informação, considere: (B) Obter o nome canônico de um hospedeiro da Internet a partir de um
I. Vírus do tipo polimórfico é um código malicioso que se altera em tama- apelido correspondente.
nho e aparência cada vez que infecta um novo programa. (C) Obter o nome canônico de um servidor de correio a partir de um apeli-
II. Patch é uma correção ampla para uma vulnerabilidade de segurança do correspondente.
específica de um produto. (D) Transferir arquivos entre hospedeiros da Internet e estações clientes.
III. A capacidade de um usuário negar a realização de uma ação em que (E) Realizar a distribuição de carga entre servidores Web replicados.
outras partes não podem provar que ele a realizou é conhecida como
repúdio. 88. A criptografia utilizada para garantir que somente o remetente e o
IV. Ataques DoS (Denial of Service), também denominados Ataques de destinatário possam entender o conteúdo de uma mensagem transmitida
Negação de Serviços, consistem em tentativas de impedir usuários legíti- caracteriza uma propriedade de comunicação segura denominada
mos de utilizarem um determinado serviço de um computador. (A) autenticação.
Uma dessas técnicas é a de sobrecarregar uma rede a tal ponto que os (B) confidencialidade.
verdadeiros usuários não consigam utilizá-la. (C) integridade.
É correto o que consta em (D) disponibilidade.
(A) II e IV, apenas. (E) não repudiação.
(B) I, II e III, apenas.
(C) I, II, III e IV. 89. O barramento frontal de um microcomputador, com velocidade nor-
(D) III e IV, apenas. malmente medida em MHz, tem como principal característica ser

Informática 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(A) uma arquitetura de processador que engloba a tecnologia de processos (D) LCD colorido.
do processador. (E) CRT colorido ou monocromático.
(B) um conjunto de chips que controla a comunicação entre o processador
e a memória RAM. 97. Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído permanente-
(C) uma memória ultra rápida que armazena informações entre o proces- mente, sem colocá-lo na Lixeira, pressionando-se simultaneamente as
sador e a memória RAM. teclas
(D) um clock interno que controla a velocidade de execução das instruções (A) Ctrl + Delete.
no processador. (B) Shift + End.
(E) uma via de ligação entre o processador e a memória RAM. (C) Shift + Delete.
(D) Ctrl + End.
90. Uma única face de gravação, uma trilha de gravação em forma de (E) Ctrl + X.
espiral e a possibilidade de ter conteúdo editado, sem ter de apagar todo o
conteúdo que já estava gravado, são características de um DVD do tipo 98. Ao digitar um texto em um documento Word, teclando-se simultanea-
(A) DVD-RAM. mente Ctrl + Backspace será excluído
(B) DVD-RW. (A) todas as palavras até o final do parágrafo.
(C) DVD+RW. (B) uma palavra à direita.
(D) DVD-RW DL. (C) um caractere à esquerda.
(E) DVD+RW DL. (D) um caractere à direita.
(E) uma palavra à esquerda.
91. Cada componente do caminho
E:\ARQUIVOS\ALIMENTOS\RAIZES.DOC corresponde, respectivamente, 99. No Internet Explorer 6, os links das páginas visitadas recentemente
a podem ser excluídos executando-se
(A) extensão do arquivo, nome do arquivo, pasta, subpasta e diretório raiz. (A) Limpar histórico da pasta Histórico.
(B) extensão do arquivo, pasta, subpasta, nome do arquivo, e diretório raiz. (B) Excluir cookies dos arquivos temporários.
(C) diretório raiz, nome do arquivo, pasta, subpasta, e extensão do.arquivo. (C) Assinalar about:blank na página inicial .
(D) diretório raiz, pasta, subpasta, nome do arquivo e extensão do arquivo. (D) Limpar cookies da página inicial.
(E) diretório raiz, pasta, subpasta, extensão do arquivo e nome do arquivo. (E) Assinalar about:blank na pasta Histórico.

92. O cabeçalho ou rodapé pode conter, além de número da página, a 100. Quando um arquivo não pode ser alterado ou excluído acidentalmente
quantidade total de páginas do documento MS Word, escolhendo o modelo deve-se assinalar em Propriedades do arquivo o atributo
Página X de Y inserido por meio da aba (A) Criptografar o conteúdo.
(A) Inserir, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Número da página. (B) Somente leitura.
(B) Inserir, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Cabeçalho ou botão (C) Gravar senha de proteção.
Rodapé. (D) Proteger o conteúdo.
(C) Layout da página, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Número da (E) Oculto.
página.
(D) Layout da página, do grupo Cabeçalho e rodapé e do botão Cabeçalho
ou botão Rodapé.
(E) Layout da página, do grupo Número de página e do botão Cabeçalho
ou botão Rodapé.

93. As “Linhas a repetir na parte superior” das planilhas MS Excel, em


todas as páginas impressas, devem ser referenciadas na caixa Configurar RESPOSTAS
página e aba Planilha abertas pelo botão 01. D 11. C 21. B 31. B 41. A
(A) Imprimir área, na aba inserir. 02. E 12. D 22. C 32. A 42. B
(B) Imprimir títulos, na aba inserir. 03. A 13. B 23. A 33. D 43. C
(C) Inserir quebra de página, na aba Inserir. 04. C 14. A 24. E 34. D 44. A
(D) Imprimir área, na aba Inserir. 05. B 15. E 25. B 35. A 45. C
(E) Imprimir títulos, na aba Layout de página. 06. E 16. B 26. C 36. E 46. B
07. D 17. D 27. B 37. C 47. C
94. Dadas as células de uma planilha do BrOffice.org Calc, com os conteú- 08. B 18. E 28. D 38. B 48. A
dos correspondentes: A1=1, B1=2, C1=3, D1=4 e E1=5, a função 09. C 19. C 29. E 39. D 49. D
=SOMA(A1:D1!B1:E1) apresentará como resultado o valor 10. A 20. A 30. E 40. E 50. E
(A) 6.
(B) 9. 51. D 61. B 71. B 81. E 91. D
(C) 10. 52. B 62. D 72. C 82. C 92. A
(D) 14. 53. E 63. A 73. D 83. A 93. E
(E) 15. 54. E 64. C 74. E 84. D 94. B
55. C 65. E 75. B 85. B 95. C
95. Um texto relacionado em um documento do editor BrOffice.org Writer e 56. B 66. C 76. E 86. A 96. D
definido com a opção de rotação a 270 graus será girado em 57. D 67. E 77. C 87. D 97. C
(A) 60 graus para a direita. 58. A 68. D 78. A 88. B 98. E
(B) 60 graus para a esquerda. 59. B 69. A 79. E 89. E 99. A
(C) 90 graus para a direita. 60. A 70. D 80. C 90. C 100. B
(D) 90 graus para a esquerda.
(E) 270 graus para a direita.

96. As tecnologias denominadas Matriz passiva e Matriz ativa são utiliza-


das em monitores de vídeo de
(A) CRT monocromático.
(B) LCD monocromático.
(C) CRT colorido.

Informática 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tumes, crenças e instituições, encarados como técnicas que possibilitam a
ATUALIDADES: vida social. Tal definição também marcou o início do uso inclusivo do termo,
1. Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade. continuado dentro da tradição dos estudos antropológicos por Franz Boas e
1.1. Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na Bronislaw Malinowski, entre outros. Sobretudo na segunda metade do
vida política e social. século XX, esse uso caracterizou-se pela ênfase dada à pluralidade de
1.2 O debate sobre a legalização das drogas e seu impacto sobre culturas locais, enfocadas como conjuntos organizados e em funcionamento,
as políticas públicas e sobre a sociedade. e pela perda de interesse na evolução dos costumes e instituições, preocu-
1.3 Tecnologia e educação. pação dos antropólogos do século XIX.
Só o homem é portador de cultura; por isso, só ele a cria, a possui e a
2. Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento transmite. As sociedades animais e vegetais a desconhecem. É um comple-
político e ação do Estado. xo, porque forma um conjunto de elementos, inter-relacionados e interde-
2.1. Movimentos sociais na era da internet. pendentes, que funcionam em harmonia na sociedade. Os hábitos, idéias,
2.2 Conselhos de políticas públicas. técnicas, compõem um conjunto, dentro do qual os diferentes membros de
uma sociedade convivem e se relacionam. A organização da sociedade,
2.3. Instrumentos de participação e controle social.
como um elemento desse complexo, está relacionada com a organização
econômica; os dois entre si relacionam-se igualmente com as idéias religio-
3. Transformações das estruturas produtivas e influência da econo- sas. O conjunto dessa inter-relação faz com que os membros de uma socie-
mia na sociedade global. dade atuem em perfeita harmonia.
3.1. A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação e
A cultura é uma herança que o homem recebe ao nascer. Desde o mo-
suas consequências econômicas, políticas e sociais.
mento em que é posta no mundo, a criança começa a receber uma série de
3.2. Poder econômico e responsabilidade social. influências do grupo em que nasceu: as maneiras de alimentar-se, o vestuá-
3.2.1 Norma Brasileira de Diretrizes sobre Responsabilidade Social rio, a cama ou a rede para dormir, a língua falada, a identificação de um pai
- ABNT NBR ISO 26000: 2010. e de uma mãe, e assim por diante. À proporção que vai crescendo, recebe
3.3 Educação e trabalho. novas influências desse mesmo grupo, de modo a integrá-la na sociedade,
da qual participa como uma personalidade em função do papel que nela
4. Desenvolvimento Sustentável e Administração Pública. exerce. Se individualmente o homem age como reflexo de sua sociedade,
4.1. Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento sustentá- faz aquilo que é normal e constante nessa sociedade. Quanto mais nela se
vel. integra, mais adquire novos hábitos, capazes de fazer com que se considere
um membro dessa sociedade, agindo de acordo com padrões estabelecidos.
4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática,
Esses padrões são justamente a cultura da sociedade em que vive.
efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade.
4.3. A nova ordem ambiental internacional - Rio/92, Agenda 21, A herança cultural não se confunde, porém, com a herança biológica. O
Rio+20. homem ao nascer recebe essas duas heranças: a herança cultural lhe
4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agenda transmite hábitos e costumes, ao passo que a herança biológica lhe transmi-
te as características físicas ou genéticas de seu grupo humano. Se uma
Ambiental da Administração Pública; Contratações Sustentáveis,
criança, nascida numa sociedade bororo, é levada para o Rio de Janeiro,
Plano de Logística Sustentável. passando a ser criada por uma família de Copacabana, crescerá com todas
as características físicas -- cor da pele e do cabelo, forma do rosto, em
1. Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade. especial os olhos amendoados -- de seu grupo bororo. Todavia, adquirirá
1.1. Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos hábitos, costumes, a língua, as idéias, modos de agir da sociedade carioca,
na vida política e social. em que se cria e vive.
1.2 O debate sobre a legalização das drogas e seu impacto Além desses hábitos e costumes que recebe de seu grupo, o homem
sobre as políticas públicas e sobre a sociedade. vai ampliando seus horizontes, e passa a ter novos contatos: contatos com
1.3 Tecnologia e educação. grupos diferentes em hábitos, costumes ou língua, os quais farão com que
adquira alguns desses hábitos, ou costumes, ou modos de agir. Trata-se da
aquisição pelo contato. Foi o que se verificou no Brasil do século XIX com
Cultura hábitos introduzidos pelos imigrantes alemães ou italianos; o mesmo suce-
Todos os povos, mesmo os mais primitivos, tiveram e têm uma cultura, deu em séculos anteriores, com costumes introduzidos pelos negros escra-
transmitida no tempo, de geração a geração. Mitos, lendas, costumes, vos trazidos da África. Tais costumes vão-se incorporando à sociedade e,
crenças religiosas, sistemas jurídicos e valores éticos refletem formas de com o tempo, são transmitidos como herança do próprio grupo.
agir, sentir e pensar de um povo e compõem seu patrimônio cultural. É certo que essa transmissão pelo contato não abrange toda a cultura
Em antropologia, a palavra cultura tem muitas definições. Coube ao an- do outro grupo. Somente alguns traços se transmitem e se incorporam à
tropólogo inglês Edward Burnett Tylor, nos parágrafos iniciais de Primitive cultura receptora. Esta, por sua vez, se torna também doadora em relação à
Culture (1871; A cultura primitiva) oferecer pela primeira vez uma definição cultura introduzida, que incorpora a seus padrões hábitos ou costumes que
formal e explícita do conceito: "Cultura ... é o complexo no qual estão incluí- até então lhe eram estranhos. É o processo de transculturação, ou seja, a
dos conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras troca recíproca de valores culturais, pois em todo contato de cultura as
aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade." sociedades são ao mesmo tempo doadoras e receptoras. Dessa forma, o
homem adquire novos elementos culturais, e enriquece seu tipo cultural.
Já o antropólogo americano Melville Jean Herskovits descreveu a cultu-
ra como a parte do ambiente feita pelo homem; Ralph Linton, como a heran- Esses elementos, que compõem o conceito de cultura, permitem mos-
ça cultural, e Robert Harry Lowie, como o conjunto da tradição social. No trar que ela está ligada à vida do homem, de um lado, e, de outro, se encon-
século XX, o antropólogo e biólogo social inglês Ashley Montagu a definiu tra em estado dinâmico, não sendo estática sua permanência no grupo. A
como o modo particular como as pessoas se adaptam a seu ambiente. cultura se aperfeiçoa, se desenvolve, se modifica, continuamente, nem
Nesse sentido, cultura é o modo de vida de um povo, o ambiente que um sempre de maneira perceptível pelos membros do próprio grupo. É justa-
grupo de seres humanos, ocupando um território comum, criou na forma de mente isso que contribui para seu enriquecimento constante, por meio de
idéias, instituições, linguagem, instrumentos, serviços e sentimentos. novas criações da própria sociedade e ainda do que é adquirido de outros
grupos.
Conceituação. A história da utilização antropológica do conceito de cul-
tura tem origem nessa famosa definição de Tylor, que ensejou a oposição Graças às pesquisas em jazidas arqueológicas, tem sido possível re-
clássica entre natureza e cultura, na medida em que ele procurou definir as compor ou reconstruir as culturas, o que permite conhecer o desenvolvimen-
características diferenciadoras entre o homem e o animal a partir dos cos- to cultural do homem, sobretudo no campo material. É mais difícil, porém,

Atualidades 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
conhecer o desenvolvimento da cultura espiritual, embora muita coisa já se se verifica a aprendizagem da cultura. A família, os companheiros de traba-
tenha podido esclarecer. De qualquer forma o que se sabe é que, nascida lho, os professores, o esporte, a igreja, a escola, são linhas de transmissão,
com o homem, a cultura, sofreu modificações ao longo dos tempos, enrique- ou seja, transmitem a cultura, que se torna assim aprendida pelos que se
cendo-se de novos elementos e adquirindo novos valores. A cultura acom- incorporam à sociedade.
panha, pois, a marcha da humanidade; está ligada à vida do homem, desde
o ser mais antigo. Com a expansão do homem pela Terra, ocupando os Do mesmo modo, a cultura é estruturada, pois tem uma forma ou estru-
grupos humanos novos meios ambientes, a cultura se ampliou e se diversifi- tura que lhe dá estabilidade no respectivo grupo humano, sem prejuízo das
cou em face das influências impostas pelo meio, cujas relações com o possibilidades de mudança, que são imensas. É estruturada no sentido de
homem condicionaram o aparecimento de novos valores culturais ou o que, compondo-se de diversos valores, mantém entre eles uma estruturação
desaparecimento de outros. orgânica.

Sentidos de cultura. Assim, dentro do conceito geral de cultura, é possí- Constituída de diferentes valores, a cultura forma os complexos que, u-
vel falar de culturas e, por isso, se identificam sentidos específicos segundo nidos e inter-relacionados, dão o padrão cultural. A organização social, a
os quais a cultura é antropologicamente considerada. São quatro, a saber: língua usada, a organização política, a estética, as idéias religiosas, as
(1) a cultura entendida como modos de vida comuns a toda a humanidade; técnicas, o sistema de ensino são alguns dos elementos existentes em uma
(2) a cultura entendida como modos de vida peculiares a um grupo de sociedade. Esses elementos dão forma à cultura e a representam, em
sociedades com maior ou menor grau de interação; (3) a cultura entendida conjunto, de maneira a caracterizar a sociedade em que se manifestam. Não
como padrões de comportamento peculiares a uma dada sociedade; (4) a são iguais, porém, em todas as sociedades; daí a cultura ser variável. A
cultura entendida como modos especiais de comportamento de segmentos cultura é também cumulativa; vão-se acumulando nela, em face da respecti-
de uma sociedade complexa. va sociedade, os elementos vindos de gerações anteriores, sem prejuízo
das mudanças que se podem verificar no decorrer do tempo.
O primeiro sentido apresenta aqueles elementos de cultura comuns a
todos os seres humanos, como a linguagem (todos os homens falam, embo- Cada geração humana, em determinada sociedade, recebe os elemen-
ra se diversifiquem os idiomas ou línguas faladas). São aqueles hábitos -- o tos vindos de seus antepassados, e ao mesmo tempo vai acolhendo novos
de dormir, o de comer, o de ter uma atividade econômica -- que se tornam elementos que se juntam àqueles. Por isso mesmo, a cultura é também
comuns a toda a humanidade. contínua: vai além do indivíduo ou de uma geração, pois continua, mesmo
modificada, mas sem interromper sua permanência na sociedade a que
No segundo sentido, encontram-se os elementos comuns a um grupo pertence. É o continuum cultural que liga cada sociedade a suas raízes mais
de sociedades, como o vestuário chamado ocidental, que é comum a fran- antigas. Se alguns valores se alteram, desaparecem e são substituídos por
ceses, a portugueses, a ingleses. São diversas sociedades que têm o mes- novos, outros se mantêm constantes, vivos, geração após geração. Essa
mo elemento cultural; um exemplo é o uso do inglês por habitantes da continuidade cultural dá à sociedade sua estabilidade, pois apesar das
Inglaterra, da Austrália, da África do Sul, dos Estados Unidos, que, entre si, revoluções, invasões, novos contatos com grupos diferentes, o fato é que a
entretanto, têm valores culturais diferentes. cultura permanece, e a sociedade prossegue em sua existência.
O terceiro sentido é formado pelo conjunto de padrões de determinada
sociedade, por exemplo, aqueles padrões culturais que caracterizam o Por fim, a cultura é um instrumento de adaptação do homem ao ambien-
comportamento da sociedade do Rio de Janeiro; ou as peculiaridades que te. É pelos valores culturais que o homem se integra a seu meio. Primeiro,
assinalam os habitantes dos Estados Unidos. como indivíduo. Ao transformar-se em personalidade que se incorpora a seu
grupo, vai adquirindo os hábitos, os usos e os costumes da sociedade a que
O quarto sentido de cultura refere-se a de modos especiais de compor- pertence, de forma a adaptar-se inteiramente a ela. Aprende a língua que
tamento de um segmento de sociedade mais complexa. Uma dada socieda- deve ser falada; adquire as noções de relações com os companheiros;
de possui valores culturais comuns a todos os seus integrantes. Dentro, aprende os mesmos jogos infantis e as mesmas atividades juvenis; adquire
porém, dessa sociedade encontram-se elementos culturais restritos ou uma profissão que atende aos interesses da sociedade. Em segundo lugar,
específicos de determinados grupos que a integram. São certos costumes cria instrumentos ou concebe novas idéias, que o capacitam a melhor adap-
que, dentro da sociedade multíplice do Rio de Janeiro, apresentam os tar-se ao ambiente.
habitantes de Copacabana, os de uma favela ou de um subúrbio distante. A
esses segmentos culturais de uma sociedade complexa, dá-se também o Classificações da cultura. Apesar de formar uma unidade devidamente
nome de subcultura. estruturada, cumulativa e contínua, a cultura pode ser dividida. É o que se
chama de classificação de cultura, isto é, a divisão dos valores culturais
São esses sentidos que permitem verificar a diferenciação de cultura exclusivamente por necessidade metodológica, ou para fins pedagógicos ou
entre os diversos grupos humanos. Tal diferenciação resulta de processos didáticos. Os elementos que integram uma cultura não dominam uns aos
internos ou externos, uns e outros atuando de maneira diversa sobre o outros; unem-se e ajudam a compreender a cultura e seu funcionamento. A
fenômeno cultural. Entre os processos internos, encontram-se as inovações, classificação ou divisão da cultura é apenas uma necessidade que têm os
traduzidas em descobertas e invenções, que, às vezes, surgem em determi- estudiosos para melhor apreciar os diferentes aspectos dessa cultura. Daí a
nado grupo e depois se transmitem a outros grupos, não raro sofrendo própria variação dessas classificações ou divisões, em geral conforme as
modificações ao serem aceitas pela nova sociedade. Os processos externos preferências ou pontos de vista em que se coloca cada autor.
explicam-se pela difusão: é a transmigração de um elemento cultural de uma
sociedade a outra. Em alguns casos o elemento cultural mantém a mesma A mais antiga classificação se deve ao sociólogo americano William Fi-
forma e função; em outros, modifica-as ou mantém apenas a forma e modifi- elding Ogburn, que em Social Change: With Respect to Culture and Original
ca a função. Nature (1922; Mudança social: referida à cultura e natureza original) dividiu a
cultura em material e não-material ou espiritual. A primeira compreenderia
A caracterização de Herskovits. Todos esses aspectos relacionados todos os elementos capazes de uma representação objetiva, em um objeto
com o processo cultural de uma sociedade podem ser analisados à base de ou fato. A segunda seria tudo o que é criado pelo homem, como concepção
alguns princípios. De acordo com a caracterização de Melville Herskovits, a ou idéia, nem sempre traduzido em objetos ou fatos.
cultura deriva de componentes da existência humana, é aprendida, estrutu-
rada, formada de elementos, dinâmica, variável, cumulativa, contínua e um Outras classificações podem ainda ser lembradas. Ralph Linton, base-
instrumento de adaptação do homem ao ambiente. ando-se na constatação de que os fatos culturais resultam das necessidades
humanas, dividiu a cultura em: necessidades biológicas, agrupando todos os
A cultura é derivada de componentes da existência humana, ou seja, o- fatos que correspondem à vida física do homem (alimentação, habitação,
rigina-se de fatores ligados ao homem. São fatores ambientais, psicológicos, vestuário etc.); necessidades sociais, em que se reúnem todos os fatos
sociológicos e históricos, que contribuem para compor a cultura dentro de relacionados com a vida em sociedade (organização social, organização
uma sociedade estudada. Ela é também aprendida, porque se verifica um política, ensino etc.); e necessidades psíquicas, que compreendem todos os
processo de transmissão dos mais velhos -- pessoas ou instituições -- aos fatos que representam manifestações de pensamento dos seres humanos
mais novos, à proporção que estes se vão incorporando a sua sociedade. (crenças, estética etc.). Melville Herskovits ofereceu a seguinte distribuição
São as chamadas linhas de transmissão, isto é, aqueles meios pelos quais

Atualidades 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos elementos culturais: cultura material e suas sanções; instituições soci- esperar investigações ulteriores para chegar a uma definição adequada do
ais; homem e universo; estética, linguagem. conceito de padrão.
Pode-se ainda assinalar a classificação dos elementos culturais, tendo Escola histórico-cultural. Corrente etnológica que procura explicar o de-
em vista os sistemas operacionais de ação do homem: sistema ou nível senvolvimento cultural como processo de difusão, a escola histórico-cultural
adaptativo, em que se verificam as relações do homem com o meio (ecolo- teve seus primeiros idealizadores na Áustria e na Alemanha, donde o nome
gia, tecnologia, economia); sistema ou nível associativo, em que se estudam com que é também conhecida: escola austro-alemã. O antropólogo e arque-
as relações dos homens entre si (organização social, família, parentesco, ólogo alemão Leo Frobenius é um de seus primeiros nomes. A ele se deve a
organização política); e sistema ou nível ideológico, onde se compreendem idéia dos ciclos culturais, de que a constância na associação dos elementos
os produtos mentais resultantes de relações entre os homens e as idéias ou culturais determina a formação de um ciclo -- um conjunto de determinados
concepções (saber, crenças, linguagem, arte etc.). valores culturais partidos de um ponto único dentro da área ocupada. A área
ocupada por esses valores de cultura é o círculo cultural.
Uma última observação deve ser feita, em face da aplicação do sentido
de cultura: é que muitas vezes se tem confundido, na linguagem menos Ao mesmo tempo que Frobenius aplicava essa teoria aos povos africa-
científica, o sentido de cultura com o de raça ou de língua. Falar-se, por nos, o etnólogo Fritz Graebner, em Berlim, estudava, dentro do mesmo
exemplo, de uma raça ariana é um engano, pois o que existe são povos que critério, os povos da Oceania. Começaram então a surgir as bases dessa
falaram originariamente as línguas indo-européias ou arianas, tronco de nova teoria antropológica, especificamente etnológica, repercutindo sobretu-
onde nasceram as modernas línguas faladas na Europa contemporânea. Da do em Viena, onde o padre Wilhelm Schmidt estudou também a distribuição
mesma forma é um engano falar-se de raça judaica, pois o que existe são dos grupos humanos em ciclos culturais. Viena e Berlim tornaram-se os
elementos humanos, que se aglutinam pela cultura, em particular pelos centros fundamentais da formação e desenvolvimento dessa escola, cujos
mesmos ideais ou sentimentos religiosos, e nunca pelas mesmas caracterís- princípios metodológicos estão sistematizados por Graebner, em livro publi-
ticas físicas. cado na primeira década deste século, sob o título Methode der Ethnologie
(1911; Metodologia etnológica). Também Schmidt publicou um livro com os
Convém salientar que as três variáveis -- cultura, raça e língua -- são in- fundamentos metodológicos da escola histórico-cultural.
dependentes e não seguem a mesma direção. Encontram-se casos em que
persistem as características raciais e se modificam as lingüísticas e cultu- Os estudos de Wilhelm Schmidt nem sempre concordaram plenamente
rais, como se verificou com os negros da África e na América do Norte ou com os de Graebner. Surgiram, entre os dois, certas divergências de deta-
com os vedas do Ceilão (hoje Sri Lanka). Em outras ocasiões, persistem as lhes que não invalidam, entretanto, o conjunto. Além dos critérios de Graeb-
características lingüísticas e modificam-se as raciais; foi o que sucedeu com ner, que são o de forma e o de qualidade, Schmidt estabeleceu o princípio
os magiares na Europa, vindos de um mesmo tronco lingüístico, mas de de causalidade cultural, quer dizer, apontou a existência de causas externas
variada formação racial. Pode também suceder a persistência de caracterís- e internas que incidem na formação da cultura. As causas externas são as
ticas culturais e a modificação das características físicas ou lingüísticas. É o que, de fora, influem sobre o homem, tais como as forças físicas e a própria
exemplo encontrado nos povos chamados latinos. Com tais exemplos, atividade do homem; as causas internas são as vindas de dentro, do próprio
conclui-se que cultura não se confunde com raça ou língua. grupo, de natureza instintiva. São causas que nem sempre podem observar-
se, salvo quando se traduzem em formas concretas.
Padrão cultural. Em antropologia, a expressão padrão cultural se refere
à soma total das atividades -- atos, idéias, objetos -- de um grupo; ao ajus- Uma das divergências entre Graebner e Schmidt era o estabelecimento
tamento dos diversos traços e complexos de uma sociedade. É aquela dos ciclos culturais. Enquanto Graebner considerava os tasmanianos como
configuração exterior que uma cultura apresenta, traduzindo o conjunto de o povo mais primitivo, Schmidt assim considerava os pigmeus da floresta da
valores que expressa essa mesma cultura. África. Ora, um ciclo de cultura caracteriza-se pelo conjunto dos valores
culturais existentes naquele grupo, e pode não ter continuidade geográfica.
A idéia desse conceito começou a formar-se com o antropólogo ameri- Chegou-se, pois, à evidência de que nem os tasmanianos são mais primiti-
cano Franz Boas, que em 1910 afirmou a individualidade da cultura em cada vos que os pigmeus africanos, nem estes mais que aqueles. Cientificamente
tribo indígena americana por ele estudada. Essa observação decorreu da colocam-se num mesmo plano e, assim, dentro de um mesmo ciclo.
presença de certos elementos que distinguem determinada cultura. No caso
dos grupos estudados, Boas mencionou o conservantismo dos esquimós, O círculo cultural, além de caracterizar uma distribuição geográfica,
sua capacidade de invenção, sua boa índole, seu conceito peculiar da considera ainda a história do desenvolvimento cultural e estuda a estratifica-
natureza e outros aspectos. Tais elementos não são conseqüência de ção dos elementos existentes. Nisso diverge do conceito, mais moderno, de
simples difusão: resultam, em grande parte, de seu próprio método de vida; área cultural, que considera territorialmente a existência dos elementos
e o esquimó mesmo vai remodelando os elementos obtidos de outros gru- culturais em face de semelhança de cultura material e de condições geográ-
pos, de acordo com os padrões dominantes em seu meio. ficas. Não considera como importante a reconstituição histórica dos elemen-
tos. Baseia-se essencialmente em sua localização. O conceito de área
A idéia de padrão, em seu sentido antropológico, somente se formulou, cultural foi um dos traços de diversificação e divergência da escola america-
no entanto, com a antropóloga americana Ruth Benedict, em sua obra na, liderada por Franz Boas, em face da escola histórico-cultural, da qual se
clássica Patterns of culture (1934; Padrões culturais). Estudando as diferen- originou.
tes características das culturas tribais, ela ressaltou que existe um padrão
psicológico modelador dos elementos culturais emprestados. Por sua vez, Diversidade cultural
esse mesmo padrão afasta aqueles elementos culturais que a ele não se
conformam. A cultura é como o indivíduo, e tem um padrão mais ou menos A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o ser
consistente em seu pensamento e ação. Benedict analisa as culturas dos humano. Há vários tipos, tais como:
índios zunis, indicando os padrões culturais de cada um desses grupos, para a linguagem, danças, vestuário, religião e outras tradições como a
mostrar o que os caracteriza. Admite, igualmente, uma influência da psicolo- organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado à
gia gestaltista, que lhe permitiu demonstrar a importância de tratar o todo em dinâmica do processo aceitativo da sociedade.Pessoas que por algumas
lugar das partes e provar que nenhuma análise das percepções separadas razões decidem pautar suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a
pode explicar a experiência total. esquecer suas próprias idiossincrasias (Mistura De Culturas). Em outras
palavras, o todo vigente se impõe às necessidades individuais. O
Por meio dos três grupos tribais estudados na obra, Ruth Benedict pro- denominado "status quo" deflagra natural e espontaneamente, e como diria
cura explicar, e não apenas expor, as características que cada um apresenta Hegel, num processo dialético, a adequação significativa do ser ao meio. A
em seu padrão cultural. Apesar da ampla difusão de sua obra e da imensa cultura insere o indivíduo num meio social.
aceitação de seu conceito de padrão cultural, não se podem negar as críti-
cas feitas a seu método de estudo, traduzidas principalmente nas observa- O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de ideias,
ções de Robert Lowie; a este se afigurava que o desejo de distinguir um características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto,
padrão de outro conduz necessariamente a uma tendência de sobreestimar situação ou ambiente. Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um
diferenças. Dessa forma podem produzir-se sérias alterações em virtude de termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e
uma seleção subjetiva dos critérios. Enfim, a Lowie parecia que se deveriam diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um

Atualidades 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
padrão determinado no espaço/tempo. Se refere Conflito
a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que
permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações
social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num que podem ser consideradas incompatíveis.
determinado período. Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbam a ação ou
Conceito Principal a tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos.

A ideia de diversidade está ligada aos conceitos Kurt Lewin define o conflito no indivíduo como "a convergência
de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de de forças de sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe
abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode atração por duas valências positivas, mas opostas (desejo de assistir a
ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, uma peça de teatro e a um filme exibidos no mesmo horário e em locais
ou ainda, na tolerância mútua. A diversidade cultural é complicada de diferentes); ou duas valências negativas (enfrentar uma operação ou ter o
quantificar, mas uma boa indicação é pensar em uma contagem do número estado de saúde agravado); ou uma positiva e outra negativa, ambas na
de línguas faladas em uma região ou no mundo como um todo. Através mesma direção (desejo de pedir aumento salarial e medo de
desta medida, há sinais de que podemos estar atravessando um período de ser demitido por isso)".
declínio precipitado na diversidade cultural do mundo. Pesquisa realizada Salvatore Maddi classifica as teorias da personalidade segundo três
na década de 1990 por Luã Queiros (Professor Honorário de Linguística na modelos, um dos quais o de conflito. Esse modelo supõe que a pessoa
University of Wales, Bangor) sugeriu que naquela época em média, uma esteja permanentemente envolvida pelo choque de duas grandes forças
língua caía em desuso a cada duas semanas. Ele calculou que se a taxa antagônicas, "que podem ser exteriores ao indivíduo (conflito
de mortalidade de línguas continuasse até o ano 2100, mais de 90% dos entre indivíduo e sociedade) ou intrapsíquicas (forças conflitantes do
estilos falados atualmente no mundo serão extintos. interior do indivíduo que se dão, por exemplo, entre os impulsos de
A Origem da Diversidade Cultural separação, individuação e autonomia e os impulsos de integração,
comunhão e submissão)".
Há um consenso geral entre os principais antropólogos que o
primeiro homem surgiu na África, há cerca de dois milhões de anos atrás. O conflito, no entanto, pode ter efeitos negativos como positivos, mas
Desde então, temos nos espalhados por todo o mundo, com sucesso em em certos casos e circunstâncias, como fator motivacional da atividade
nos adaptarmos às diferentes condições, como por exemplo, as mudanças criadora.
climáticas. As muitas sociedades que surgiram separadas por todo O conflito em algumas escolas da sociologia é enxergado como o
o globo diferiam sensivelmente umas das outras, e muitas dessas desequilíbrio de forças do sistema social que deveria estar em repouso, isto
diferenças persistem até hoje. é, equilibrado, quanto à forças que o compõe. Segundo esta teoria, não se
Bem como os mais evidentes as diferenças culturais que existem entre enxerga mais o grupo como uma relação harmônica entre órgãos, não
os povos, como a língua, vestimenta e tradições, também existem suscetíveis de interferência externa.
variações significativas na forma como as sociedades organizam-se na sua Os conflitos, para ter uma solução pacífica, devem ter todos os meios
concepção partilhada da moralidade e na maneira como interagem no possíveis de negociação de controvérsias, estas, precisam ser executadas
seu ambiente. Joe Nelson, de Stafford Virginia, tem popularizado a com diplomacia, bons ofícios, arbitragem e conciliação
expressão "Cultura e diversidade", enquanto na África, é discutível se essas
diferenças são apenas artefatos decorrentes de padrões de Sempre que se deve escolher entre duas situações incompatíveis,
migração humana, ou se elas representam uma característica evolutiva que sejam elas de prazer ou de perigo, instala-se um conflito.
é fundamental para o nosso sucesso como uma espécie. Por analogia com
Conflito é um antagonismo psicológico que perturba a ação ou a
a biodiversidade, que é considerada essencial para a sobrevivência a longo tomada de decisão por parte da pessoa. Trata-se de um fenômeno
prazo da vida na Terra. É possível argumentar que a diversidade cultural subjetivo, muitas vezes inconsciente ou de difícil percepção. De modo
pode ser vital para a sobrevivência a longo prazo da humanidade e que a geral, o indivíduo tem consciência apenas do sofrimento ou da perturbação
preservação das culturas indígenas pode ser tão importante para a de comportamento, originados do conflito reprimido.
humanidade como a conservação das espécies e do ecossistemas para a
vida em geral. A abordagem condutista dos fenômenos psíquicos entende que a
situação de conflito é fruto da concorrência de respostas incompatíveis, ou
Este argumento é rejeitado por muitas pessoas, por várias razões: seja, um choque de motivos dentro do indivíduo. O prolongamento do
Em primeiro lugar, como a maioria das questões evolutivas da natureza estado de conflito pode acarretar fadiga, fraqueza, depressão nervosa etc.
humana, a importância da diversidade cultural para a sobrevivência pode O estudo dos conflitos ajuda a compreender melhor alguns aspectos de
ser uma hipótese impossível de testar, que não podem ser provadas nem certos desajustes comportamentais, neuroses, psicopatias e psicoses
refutadas. funcionais.
Em segundo lugar, é possível argumentar que é antiético conservar A teoria psicanalítica de Freud parte da hipótese básica do conflito
deliberadamente sociedades "menos desenvolvidos", pois isso irá negar às entre os impulsos de prazer e as imposições da realidade, que se
pessoas dentro dessas sociedades os benefícios de avanços tecnológicos expressam pelo choque entre as forças do id, que é o substrato instintivo
e médicos desfrutado por aqueles no mundo "desenvolvido". da psique, e a repressão exercida pelo superego, que impõe ao
comportamento as exigências ético-sociais. Desde o início do processo de
Finalmente, há muitas pessoas, especialmente aquelas com fortes socialização, a criança se depara com situações ambíguas, em que a
convicções religiosas, que afirmam que é do interesse dos indivíduos e da busca do prazer é coibida pelo adulto quando esse prazer é inconveniente
humanidade como um todo, que todos respeitem o único modelo de ou ameaçador. Assim, por exemplo, uma criança que rabisca as paredes
sociedade que eles considerem correcto. Por exemplo, organizações com a intenção de corresponder ao desejo dos pais de que aprenda a
missionárias evangelistas fundamentalistas como a Missão Novas Tribos do escrever, pode ser castigada por isso. A ação do adulto é ao mesmo tempo
Brasil trabalham ativamente para reduzir a diversidade cultural, procurando protetora e restritiva, incentivadora e punitiva.
remotas sociedades tribais, convertendo-as à sua própria fé, e induzindo-os
a remodelação de sua sociedade de acordo com os seus princípios. É inegável a influência dos conflitos interpessoais do âmbito familiar na
formação da personalidade e na gênese dos conflitos psicológicos. De
Existem várias organizações internacionais que trabalham para modo geral, a terapia psicanalítica busca mostrar claramente os conflitos ao
proteger sociedades e culturas, incluindo a Survival International e a próprio analisando, para que ele possa elaborá-los e resolvê-los.
UNESCO. A Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade
Cultural, aprovada por 185 Estados-Membros em 2001, representa o Com uma concepção teórica diferente, Kurt Lewin define o conflito
primeiro instrumento de definição de padrão internacional destinado a como a convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade. O
preservar e promover a diversidade cultural e o diálogo intercultural . conflito surge quando o indivíduo é atraído por duas valências, positivas

Atualidades 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mas opostas (desejo de assistir a uma peça e a um filme exibidos no
mesmo horário e em locais diferentes) ou duas valências negativas
(enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde agravado) ou uma
positiva e outra negativa, ambas na mesma direção (desejo de pedir
aumento e medo de ser despedido por isso).
A obra de Salvatore Maddi classifica as teorias da personalidade
segundo três modelos, um dos quais o de conflito. Esse modelo supõe que
a pessoa esteja permanentemente envolvida pelo choque de duas grandes
forças antagônicas, que podem ser exteriores ao indivíduo (conflito entre
indivíduo e sociedade) ou intrapsíquicas (forças conflitantes do interior do
indivíduo que se dão, por exemplo, entre os impulsos de separação,
individuação e autonomia e os impulsos de integração, comunhão e
submissão).
Apesar das diferentes abordagens do conceito de conflito, todas elas Devemos ponderam a maneira que falamos certos assuntos se qui-
reconhecem sua influência na origem dos desajustes psicológicos e até de sermos ser bem compreendidos. Se falamos de um modo grosseiro o
processos perturbadores mais graves, como as neuroses e psicoses. O ouvinte ficará na defensiva e o dialogo não será feito como deveria.
conflito, no entanto, pode ter efeitos positivos, em certos casos e
circunstâncias, como fator motivacional da atividade criadora. Há pessoas que não se dão conta que certos assuntos não devem ser
falados em certos lugares e que não interessam a algumas pessoas. Quem
Vida em Sociedade fala o que não deve acaba sendo evitado e quem fala de mais acaba sendo
cansativo e causa a dispersão do ouvinte no meio da conversa. Para saber
Todos nós precisamos de alguém. se estamos sendo compreendidos e a conversa está sendo agradável,
devemos prestar atenção no ouvinte, conforme a sua reação podemos
dosar o tom da conversa.

Por outro lado também, é necessário saber ouvir, é muito desagradável


tentar conversar com uma pessoa que não te deixa falar, acabamos ficando
desanimados de conversar com ela.

Para conhecermos as pessoas e aprendermos sobre elas é preciso


prestar atenção no que elas dizem, pois grande parte do que aprendemos
vem pela audição. Imagine quanto conhecimento desperdiçados não escu-
tando. As pessoas têm muito a nos ensinar, não há pessoa tão pequena ou
insignificante que não possa nos ensinar algo. Até as crianças nos ensinam
muito. Podemos aprender com a experiência dos outros ouvindo suas
histórias. O interesse pelo outro ser humano é uma qualidade muito enri-
quecedora.
Nos desenvolvemos nos integrando com outras pessoas, dependemos
uns dos outros direta ou indiretamente. Quando somos crianças depende- A comunicação é uma troca constante de informação que não é perfei-
mos totalmente dos nossos pais, ao crescermos aprendemos a fazer coisas ta, sempre corremos o risco de sermos mal interpretados. Muitas vezes
sozinhos, mas precisamos deles para nos sustentar. Mesmo quando saí- tentamos expressar algo, mas não achamos palavras. Os pensamentos
mos de casa e temos nossa profissão dependemos do nosso emprego, e que temos em forma de voz conseguimos transmitir com facilidade, mas os
mesmo se tivermos um negócio próprio dependemos dos clientes, ou seja, pensamentos abstratos não. Isso acontece porque esses dois tipos de
somos todos dependentes. pensamentos se encontram em lugares diferentes do cérebro, o pensamen-
to em forma de voz se chama dialético e o pensamento abstrato se chama
Viver num círculo social não é uma escolha apenas, mas sim uma ne- antidialético. Quando tentamos expressar um pensamento abstrato como
cessidade, mesmo que uma pessoa vá morar sozinha em outro planeta um sentimento por exemplo, temos dificuldade, pois não conseguimos
com todas as condições de sobrevivência, logo se sentiria solitário, sentiria desenhá-lo em nossa mente. É como quando temos um sonho, lembramos
falta de afeto e calor humano e certamente ficaria depressivo. Temos dele, mas não conseguimos contar com exatidão o que sonhamos.
necessidade de interação com os outros. Nossa constituição física e psico-
lógica não permite que vivamos sós. A dificuldade de expressão pode ser confundida ainda que injustamen-
te com incompetência. Imagine-se criando um projeto, se dedicando ao
A sociedade é uma coisa muito antiga, desde os primórdios, o homens máximo a ele, perdendo horas para finalizá-lo, mas no momento de apre-
das cavernas já se organizavam, com tarefas estabelecidas para cada um. sentá-lo em uma reunião não é capaz de dizer como ele funciona. Mesmo
Civilizações antiquíssimas tinham seu próprio jeito de organizar sua vida com todo o seu comprometimento e estudo na construção desse projeto vai
em comum, com sua regras e leis. E até mesmo os animais têm hierarquias parecer que você não sabe nada sobre ele. É nesse e em outros casos que
que usam para organizar seu bando. A vida em sociedade é organizada de a má comunicação compromete o desempenho de uma pessoa. O segredo
acordo com os valores que construímos e se modifica de acordo com o nesses casos é manter a calma e confiar em si mesmo. Se você se dedicou
tempo. tanto ao projeto e sabe responder qualquer pergunta sobre ele não há o
que temer. Se o nervosismo for por conta das pessoas ao redor, saiba que
A Comunicação elas estarão interessadas pelo que você fez, não há motivos para ficar na
defensiva, respire e fale pausadamente.
Falar é bom, mas ouvir é melhor.
Quem se comunica bem transmite confiança nas pessoas e essa é
Se comunicar é fazer-se entender por quem ouve. Há certas pessoas uma arma poderosa no mundo de hoje, não só no mercado de trabalho,
que tem muita facilidade com a comunicação, são articuladas, falam o mas na vida também, saber se expressar é sem duvida um marketing
necessário e conseguem manter a atenção para si. Já outras pessoas têm pessoal.
mais dificuldade, não conseguem expressar o que pensam ou falam demais
cansando que o ouve. A Tolerância

Atualidades 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Precisamos rever nossos conceitos. Na legislação internacional existem iniciativas à tal prática na Holanda,
Canadá, Argentina, Chile, Inglaterra e Portugal. Observa-se que a política
Não existe verdade absoluta, todos nós temos nossos conceitos sobre de redução de danos nesses países vem acompanhada de um esquema
as coisas, mas quantas vezes nos vimos errados sobre um determinado para tratar o usuário crônico por meio de um sistema de saúde.
assunto pelo qual tínhamos uma opinião formada e dada como certa?
Quantas vezes fomos obrigados a mudar de opinião pelas circunstâncias? O termo "legalização" pode confundir, já que legalizar não se trata de
Quantas vezes rejeitamos um alimento por achar que fosse ruim e depois liberar o uso indiscriminado de drogas, mas sim de regulamentar sua pro-
que experimentamos vimos que era bom? Formamos um conceito sobre as dução e/ou distribuição. Nenhum dos países supracitados tem o uso libera-
coisas sem saber do que realmente se trata. Fechamos a nossa mente do das drogas hoje ilegais no território brasileiro, estando as substâncias
porque achamos que estamos sempre certos. "legalizadas" sujeitas a um rígido controle que vem muitas vezes acompa-
nhado de uma política de redução da oferta. As ações de prevenção come-
çam com o diálogo dentro da família e a decisão sempre será por conta do
indivíduo.
O primeiro é que, a legalização das drogas, e, consequentemente, a
legalização do mercado de drogas, levaria a desmobilização do crime
organizado e da rede associada ao tráfico. Estima-se que grupos crimino-
sos perderiam sua fonte de receita e sua capacidade de corromper autori-
dades e de aliciar jovens e novos usuários. Serguei Duz

Legalização de drogas cria novos problemas

Quando a mente esta fechada para coisas novas ela não evolui, o tem-
po passa e a pessoa continua do mesmo jeito. A mente que evolui é aquela
que questiona se aquela opinião está certa ou não. Quando temos uma
mente fechada envelhecemos, ainda que sejamos jovens. Temos a certeza
de que o que pensamos é o certo e ponto final, e que qualquer coisa dife-
rente disso não será bem recebida. Uma pessoa com a mente fechada é
cheia de pré conceitos e leis próprias. São críticas dos outros e nunca de si
mesmos. Foto: splifr/flickr/com
A recente legalização da maconha no Uruguai originou novas discus-
A constante reciclagem das idéias faz a mente ficar ativa e pronta para sões sobre a racionalidade dessa decisão que, na opinião de peritos, não
aprender mais, para se expandir. Isso não significa que devemos nos levará a nada de bom.
deixar levar por modismos ou qualquer ideologia que apareça, mas sim
questionar os nossos próprios conceitos. Na realidade, a legalização de drogas leves no Uruguai pode ser quali-
ficada como acontecimento do século. Pela primeira vez, o Estado autoriza
As coisas mudam numa velocidade espantosa, se não tivermos com- e sujeita a seu controle todo o setor, das importações para as exportações,
placência, em alguns anos nos sentiremos como pessoas de séculos atrás sem falar da semeadura, cultivo, colheita, transformação, compra, armaze-
que vieram parar nessa época por meio de uma máquina do tempo. namento, venda e propagação. Mas é evidente que o Uruguai não é o
primeiro sujeito de direito internacional em que as ideias libertárias encon-
Uma mente complacente se dá muito melhor com as outras pessoas traram apoio por parte de círculos de poder. Podemos falar com certeza de
que estão em constante aprendizado e constante dúvida. Não há limites uma nova tendência mundial, destaca o chefe da Seção da Ásia Média e
para a evolução mental e nem idade para parar de aprender. Central do Instituto dos Países da CEI, Andrei Grozin:
http://inteligencia-social.info/
“Aquilo que acontece hoje no mundo pode ser considerado como lega-
Movimento cultural
lização de drogas leves, da maconha, em primeiro lugar. Por um lado, este
Um movimento cultural é uma mudança no modo como diferentes é um acontecimento bastante extraordinário, pelo menos para a UE, porque
disciplinas (artísticas, científicas, filosóficas, etc.) encaram o seu trabalho. os burocratas europeus tentavam até recentemente impedir esta ação
É, em grande medida, uma distinção artificial, uma vez que raramente liberal. Mas agora o pêndulo moveu-se para outra parte. Atualmente, a
existe uma quebra radical, deliberada e consciente, antes as mudanças se legalização de drogas leves é uma certa tendência. Por enquanto é impos-
processam lentamente e quase de forma inconsciente. sível prever quanto tempo durar esta situação. Não diria que a legalização
de drogas leves é uma tendência de longo prazo. Mas avaliando as deci-
Legalização de drogas sões tomadas agora por alguns governos, a maconha equipara-se ao
A legalização de drogas, no que se refere às substancias recreativas, tabaco e álcool.”
é uma estratégia de reforma da política antidrogas proposta por alguns
juristas e ativistas políticos. O fundamento é enfraquecer a rede de tráfico e É só à primeira vista que a tendência definida por peritos seja inofensi-
seu poder de aliciamento de novos usuários, supondo-se ser mais fácil lidar va. As drogas leves, tal como as drogas em geral, é o caminho mais curto
com os danos à saúde, distúrbios psiquiátricos e psicológicos causados ao inferno de onde não há saída, considera o presidente da Associação de
pelo consumo do que empregar forças policiais em luta armada a quadri- Saúde Pública da Rússia, professor e doutor em Medicina, Andrei Demin:
lhas de traficantes enriquecidos pelo comércio ilegal e apoiados por funcio-
“Uma política absolutamente justa é aplicada pelos países que proíbem
nários de delegacias e do sistema prisional ou por representantes políticos
corruptos. É um tema extremamente complexo e polêmico, inclusive a as drogas e perseguem seus produtores e vendedores. Mas o número de
depender do modo como for feito pode-se ser enquadrado na legislação de consumidores é enorme. Esta é uma doença perpétua: mesmo se uma
proselitismo e incentivo ao consumo de drogas (Induzir, instigar ou auxiliar pessoa alcançar uma fase de remissão, ela deverá ser controlada até o fim
alguém ao uso indevido de droga) segundo legislação brasileira. dos seus dias. Isso, infelizmente, não é conhecido por todos. Mesmo as
drogas legais, como, por exemplo, as bebidas alcoólicas e cigarros, são

Atualidades 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
capazes de alterar a mentalidade humana. No fundo, esta é uma doença Racionalidade da legalização de uma droga
mental incurável. Infelizmente, a ciência não pode propor-nos algo hoje em
dia. A eficácia de ações de reabilitação constitui 3%, não ultrapassando os Com a intensidade que o debate sobre as drogas gera, poderíamos
imaginar que a sociedade sempre tenha reagido de forma eficiente ao
limites de erro estatístico.” tema, ao longo do tempo. Entretanto, historicamente, a sociedade não tem
avaliado muito bem os riscos do uso de uma nova droga ou uma nova
Se enfrentarmos o problema da legalização de drogas leves (tal como
forma de uso de uma velha droga. Por exemplo, a partir do começo do
outros problemas discutíveis) a partir da posição cui prodest, os consumido-
século XX, inovações tecnológicas tornaram a produção de cigarros mais
res não são beneficiários. Na opinião de Andrei Grozin:
fácil, tornando a absorção da nicotina muito mais eficaz do que ocorria
“A legalização de drogas leves é vantajosa para seus produtores. Atu-
anteriormente. Além disso, o preço do cigarro caiu dramaticamente. Pro-
gressivamente, houve aumento no número de fumantes em todo o mundo
almente, o mercado de drogas é superlotado devido à situação no Afega- e, por muitos anos, os danos físicos associados ao cigarro não foram
nistão. Sua quantidade cresceu em flecha. São tantas que o mercado em identificados. Muitos governos chegaram a estimular o consumo, pelos
que se vendiam não é capaz de absorve-las. Mas se o mercado legal ou ganhos com impostos. Levou-se mais de quarenta anos para que os países
semilegal de maconha ou de haxixe irá crescer, o volume de vendas au- desenvolvidos identificassem os males causados pelo fumo e outros vinte
mentará também. Tal pode ser vantajoso também para os setores da anos para que implementassem políticas de reversão da situação. Essa
economia mundial, que são auxiliares para a produção, o tráfico e o con- lentidão em reconhecer danos em algumas situações sociais faz que mu-
sumo de drogas. Em outras palavras, a legalização de drogas leves não danças no status de qualquer droga, e principalmente quando um aumento
apenas facilitará a vida a narcobarões, mas também a algumas companhi- de consumo é uma das possibilidades, sejam encaradas com cuidado.
as e estruturas financeiras que vivem à conta desse negócio, encontrando-
se ao mesmo tempo na esfera da economia absolutamente legal.” Um dos motivos que dificulta a ação da sociedade é o excesso de retó-
rica sobre o problema: cada droga produz sua própria retórica. Por exem-
Especialistas afirmam que os mitos que justificam a liberalização da le- plo, no caso recente da maconha, no Brasil tem sido comum utilizar-se uma
gislação, não resistem a quaisquer críticas. Por exemplo, a legalização de retórica na qual o uso da substância estaria relacionado com a liberdade e
drogas não reduz o nível da criminalidade ligada ao seu consumo, não os direitos do cidadão. Já o cigarro inspira outro tipo de retórica, que busca
erradica o mercado paralelo e não enfraquece a atividade do crime organi- estimular uma ação estatal para controlar o abuso das companhias produ-
zado, assim como não impede a propagação da AIDS. Devemos constatar toras. A retórica pode mudar de país para país, de acordo com o momento
que a legalização não acaba com antigos problemas e cria novos. Se no histórico.
governo do Uruguai prevaleceu um ponto de vista diferente, tal aconteceu
Tanto a intensidade do debate quanto o clima ideológico sobre as dro-
contrariamente aos fatos evidentes.
gas advém do fato de quase não haver informação objetiva para avaliar as
Legalização de drogas e a saúde pública políticas que tratam da questão. Nesse sentido, é importante ter alguns
referenciais teóricos que ajudem na tomada de decisões. A Figura 1 mostra
Drugs legalization and public health -Ronaldo Laranjeira os três modelos que, de forma explícita ou não, acabam prevalecendo. Os
RESUMO que defendem a proibição total do uso de drogas acreditam que a curva a-b
representa o controle ideal, significando que a proibição total é a melhor
O objetivo deste artigo para debate é: (1) avaliar a racionalidade e a opção, pois não causa nenhum dano social. Ao contrário, os que estão do
oportunidade desse debate; (2) tentar estabelecer pontes com drogas lado b da curva, ou seja, da legalização das drogas, consideram que, com a
lícitas; (3) avaliar os dados disponíveis sobre o efeito da legalização de proibição, o dano social aumenta. O argumento geralmente usado é a
uma droga; (4) propor uma alternativa de política de drogas baseada em histórica Lei Seca americana, que produziu aumento considerável da vio-
objetivos claros a serem alcançados; e (5) descrever como a Suécia está lência promovida pelo crime organizado. Muito tem sido escrito sobre este
lidando com o tema de restrição às drogas como cuidado social. Metodolo- período e os autores, em geral, enfatizam seu custo social. No entanto, do
gicamente, o texto constitui uma síntese das leituras e elaborações do ponto de vista do consumo de álcool, a lei foi um sucesso, pois diminuiu
próprio autor, colocada de forma a provocar discussão. consideravelmente o consumo global. Entretanto, houve aumento do con-
sumo de álcool de péssima qualidade e um número considerável de pesso-
Conclui-se que quatro aspectos precisam ser levados em conta quando as teve problemas sérios de saúde. De qualquer forma, uma simples análi-
se analisa a política de drogas de um país: (1) fatores externos influenciam se de custo-benefício mostra que essa foi uma experiência que nenhum
a política: tratados internacionais, políticas de saúde e de assistência país ocidental quer repetir, embora os islâmicos ainda adotem tal controle
social, direitos individuais, autoridade e autonomia dos médicos e outros rígido.
profissionais; (2) os objetivos estabelecidos influenciam as políticas formais
e sua implementação; (3) a influência simbólica que transcende à imple- Há pessoas que defendem a legalização total das drogas. A curva c-d
mentação - pessoas influentes fazem declarações que atingem fortemente ilustra este modelo, em que a proibição total levaria a elevado nível de
a legitimidade e a adesão às ações; (4) as políticas formais e sua imple- dano, principalmente pelo crime que estaria associado com seu uso ilegal,
mentação recebem influência direta dos danos percebidos socialmente pelo maior corrupção social, nível mais impuro da substância no mercado negro
uso de drogas, o que pode ser independente do nível real do seu uso em e dificuldade das pessoas buscarem ajuda para se tratar da adicção. O
determinada sociedade. argumento é que a proibição total causa mais dano do que a legalização
total. A grande fraqueza desse tipo de raciocínio é que não leva em consi-
Introdução deração que a legalização produz maior oferta e, portanto, expõe um núme-
A intensidade do debate sobre legalização de drogas no Brasil mostra ro maior de pessoas ao consumo e a suas complicações. Esses defensores
que o assunto "drogas" produz efeitos nas pessoas, que se sentem levadas enfatizam em demasia o comportamento individual e não consideram o
a ter muitas certezas e a ficar de um lado ou de outro da questão. Mostra nível agregado do dano. Por exemplo, se legalizássemos completamente a
também que o debate é profundamente ideológico e que após ouvirmos o maconha, uma das possibilidades seria maior consumo global da droga e,
lado favorável à legalização e o lado da proibição pura e simples, não possivelmente, maior consumo na população mais jovem, pois é isto que
ficamos mais esclarecidos a respeito da melhor política a ser seguida. ocorre com o álcool e o cigarro. Portanto, com a legalização, teríamos
Quando somente um dos aspectos de uma política de drogas, como a que talvez menor número de crimes violentos, mas a população mais jovem
discute apenas o status legal de uma delas, se torna o assunto principal do teria maiores complicações na escola e até poderia aumentar um tipo de
debate, é como se o rabo estivesse abanando o cachorro e não o contrário. criminalidade menos violenta por parte dos usuários a fim de conseguirem
dinheiro para consumo.
O objetivo deste artigo para debate é: (1) avaliar a racionalidade e a
oportunidade desse debate; (2) tentar estabelecer pontes com drogas O terceiro modelo, intermediário, baseia-se na curva c-e, que tem re-
lícitas; (3) avaliar os dados disponíveis sobre o efeito da legalização; (4) cebido grande suporte em termos de pesquisa. Nessa curva, podemos
propor uma alternativa de política de drogas que seja baseada em objetivos perceber que a proibição total de uma droga produz dano e, à medida que
claros a serem alcançados; (5) descrever o exemplo da Suécia: restrição às ela progride na escala de legalidade, aumentam sua disponibilidade social,
drogas como cuidado social; e (6) algumas conclusões. o número de usuários e o nível global do dano. As drogas lícitas oferecem

Atualidades 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
evidências para esse modelo. No caso do álcool, centenas de pesquisas de no consumo, que no caso do álcool é diferente de outras mercadorias.
mostram que quanto menor o preço e maior a disponibilidade, maior é o Mas para cada aumento de 100% do preço, existe cerca de 30% de queda
número de pessoas com problemas relacionados ao uso. A consequência de consumo global. Mesmo os bebedores pesados diminuem o consumo
de adotar a curva c-e como modelo de política de drogas é, em primeiro nesse caso. Este tipo de política pode ser muito útil no Brasil, onde o preço
lugar, diminuir o consumo global de todas as drogas. A estratégia para do álcool é um dos mais baixos do mundo ocidental, cerca de U$ 1,5 por
atingir essa diminuição pode variar de droga para droga e depende do um litro de pinga.
momento histórico.
(2) Políticas que diminuam o acesso físico ao álcool. Está demonstrado
A tendência mundial é, por exemplo, tornar progressivamente o álcool que, quanto menor o número de locais vendendo álcool, maior o respeito
e o fumo mais próximos da proibição ou de controles sociais rígidos, atra- ao limite de idade. Maior a consistência das leis do beber e dirigir, menor é
vés de leis e restrições ao uso. No caso da maconha, não existe uma o consumo global de uma população.
tendência mundial nítida. Alguns países adotam penas leves ou um grau
maior de tolerância com os usuários, mas em nenhum lugar existe a legali- (3) Políticas de proibição da propaganda nos meios de comunicação. O
zação aberta. No caso das drogas mais pesadas, como heroína e cocaína, objetivo da propaganda do álcool não é só buscar preferência por determi-
a tendência é marcante em relação à proibição. O fato de existir políticas nada bebida, mas criar um clima social de tolerância e estímulo ao álcool,
diferentes para drogas diferentes é muitas vezes apontado como hipocrisia visando nitidamente a aumentar o consumo global. A proibição da propa-
social. Na realidade, essa deveria ser uma atitude pragmática numa socie- ganda tem sido consistentemente mostrada em pesquisas como fator
dade que busque responder ao problema com foco em resultados e não em importante na diminuição do consumo.
retórica e debate ideológico. Tal proposta deveria ser julgada pelo seu (4) Campanhas na mídia e nas escolas visando a informar melhor os
efeito na diminuição do custo social de todas as drogas e não somente de efeitos de álcool. O efeito das campanhas quando feitas desacompanhadas
uma droga específica. das demais diretrizes é muito pequeno. De nada adianta a professora
As drogas lícitas podem nos ensinar algo? informar ao aluno sobre álcool e outras drogas, se a televisão continua
mostrando a alegria e a descontração associada à bebida e, sobretudo,
O álcool é a substância com maior potencial para ensinar como estabe- essa droga transformada em "paixão nacional".
lecer uma verdadeira política de drogas baseada em resultados. Em 2003,
a Organização Mundial de Saúde produziu um livro1 em que os maiores Em resumo, o álcool apresenta as formas de controles sociais mais es-
especialistas do mundo propuseram medidas a ser implementadas em tudados e de políticas eficazes para diminuir seu uso global. Os princípios
todos os países, buscando diminuir o custo social relacionado a essa citados podem muito bem ser usados em relação às demais drogas, visan-
substância. A conclusão geral é que todos os países deveriam diminuir o do a diminuir o acesso e o consumo.
consumo global de álcool. A Figura 2 ilustra o modelo a ser seguido. O As leis influenciam o consumo das drogas?
consumo de álcool de qualquer população segue uma curva normal, que
nesta figura seria a curva X onde, para melhor visualização, foi excluída a Uma pergunta importante é: se os controles sociais são efetivos, por
população que não bebe. Temos, portanto, uma parte da população que que tornar ilegais somente algumas das drogas? Como já salientado,
bebe um pouco, grande parte que bebe dentro da média e uma parte de estratégias diferentes deveriam ser usadas para o controle dos vários tipos
bebedores pesados. Inicialmente, se pensa que o foco seria diminuir o de drogas e as evidências mostram que muito pouco benefício traz trans-
número de bebedores pesados, mantendo-se a média de ingestão da formar drogas ilegais em legais, pois há forte tendência no aumento do
população. No entanto, essa diretriz poderia, quando muito, produzir um consumo. Há uma questão que permanece: as leis efetivamente influenci-
pequeno efeito quando implementada, como mostra a curva Y. Quando as am o comportamento de consumo de drogas?
orientações são no sentido de diminuir o consumo global, como na curva Z, No caso do álcool, tem sido demonstrado por inúmeros trabalhos que a
decrescendo a média de consumo populacional, existe um impacto muito proibição da venda para menores diminui significantemente o consumo. Em
maior, pois um número menor de pessoas beberá, um número menor ficará vários estados americanos, quando foram colocadas em prática leis proi-
dependente e, portanto, haverá menor custo social global. Esse efeito tem bindo a venda de bebidas, houve diminuição substancial no número de
sido chamado do "paradoxo preventivo", pois se orienta para diminuir acidentes de carro entre menores. O grande problema, ao responder o
substancialmente a quantidade de pessoas dependentes e o consumo quanto as leis impedem o consumo é que não existem muitos dados sobre
global de toda a população. as drogas que sempre foram ilegais. Em artigo recente, MacCoun2 analisou
a escassa literatura baseando-se também no efeito das leis em deter outros
comportamentos antissociais. Esse autor mostrou que leis e controles
informais têm o poder de conter o consumo de drogas através de vários
mecanismos: disponibilidade da substância, estigmatização do uso, medo
das consequências de praticar atividades ilegais, efeito do fruto proibido e
efeito simbólico geral da proibição. A abolição das leis proibindo o consumo
teria um efeito dramático em vários desses citados fatores, diminuindo,
portanto, uma série de impedimentos para o consumo.
O mais importante nesse estudo são as evidências de que a abolição
das leis teria um efeito maior nas pessoas que comumente não consomem
drogas, potencialmente levando um maior número a experimentar e a se
tornar usuário regular ou esporádico. Por isso, MacCoun2 ressalta que
qualquer efeito dramático no status legal de uma droga é desaconselhável,
pois as consequências são imprevisíveis em relação ao aumento do con-
sumo, por falta de controles sociais disponíveis e ausência de leis claras.
Outros estudos mostram que, quanto maior o envolvimento com drogas,
menor é o impacto das leis em deter o consumo.
Como construir uma política de resultados em relação às drogas?
O desafio de formular e por em prática uma política de drogas é buscar
São várias as diretrizes políticas que visam a diminuir o consumo glo- o balanço para cada uma, sempre visando a uma diminuição global do
bal de álcool: consumo. A melhor atitude social seria de uma tolerância contrariada, sem
fervor ideológico, mas com pragmatismo afiado e persistente. No Brasil, por
(1) Políticas de preço e taxação são ações com maior impacto social exemplo, corremos o risco de que o debate sobre a legalização oculte as
imediato. Estudos mostram que o preço do álcool segue o padrão de qual- reais questões que devem pautar uma política baseada em exemplos e
quer mercadoria e, quanto maior, menor o consumo. Existe uma elasticida- experiências eficazes. O risco é ficar num debate ideológico improdutivo a

Atualidades 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
favor ou contra, com grande paixão e pouca informação, como é o caso do dos adultos não-dependentes poderia ter como motivação comprá-las para
debate ideológico sobre drogas injetáveis e a infecção pelo HIV. Passamos revender a crianças, tornando o acesso a esse grupo ainda mais fácil do
todos esses anos discutindo se seria válido trocar seringas e agulhas dos que já é nos dias de hoje.
usuários de drogas injetáveis e se isto seria ou não um estímulo ao consu-
mo. Chegamos em 1996 com mais de 50% dos usuários de drogas conta- Existe também o problema da dose. Quanto deixar as pessoas com-
minados pelo HIV e milhares de usuários, suas esposas e filhos mortos. A prar? Se o objetivo é suprir o dependente químico da sua necessidade para
Inglaterra, por exemplo, começou a discutir esse assunto em 1984 e im- eliminar o mercado negro, teríamos que fornecer a quantidade solicitada, o
plementou, rapidamente, políticas realistas, apresentando somente 1% dos que, em muitas situações, é uma grande dose, pois vários dependentes
usuários contaminados. Os ingleses buscaram uma política de resultados, desenvolvem tolerância e usam uma quantidade que para outras pessoas
em que a prioridade fosse manter vivos os usuários. significaria risco certo de overdose. Mas se devêssemos fornecer a todos
os adultos qualquer dose, o risco de desvio de boa parte das drogas au-
O desafio do debate das drogas no Brasil não é se devemos afrouxar mentaria ainda mais. Se fornecêssemos uma dose pequena, não eliminarí-
as leis da maconha, mas apresentar dados e informações e produzir uma amos o mercado negro. A experiência inglesa, que durante muito tempo
política passível de ser avaliada constantemente. A implementação dessa prescreveu a heroína para os dependentes, mostrou que além do uso
política não ocorre espontaneamente, mas como uma ação determinada de regular, os usuários buscam-na também em fonte ilegal.
governo. Talvez seja inútil esperar por uma grande política nacional de
drogas. Os estados e municípios poderiam se envolver nessas ações com Esses argumentos são distantes de uma perspectiva puramente moral.
a ajuda comunitária. A sociedade civil já está bastante mobilizada sobre o O que argumentamos é que também do ponto de vista da saúde pública é
assunto álcool e drogas. É necessário que os governos democraticamente errado legalizar as drogas. A solução é promover a prevenção e o trata-
eleitos mostrem a sua capacidade de organizar uma resposta adequada a mento baseados em evidências e não em ideologia. Novas pesquisas com
esse problema, que afeta milhões de brasileiros. suficiente financiamento deveriam buscar o que realmente funciona na área
de prevenção. Ainda sabemos pouco sobre os reais fatores de risco e
Cada vez mais o custo social, econômico e emocional das drogas au- proteção nesse particular. Na área de tratamento, as pesquisas já avança-
menta e na sua proporção existe a tendência de buscar soluções mágicas e ram muito nos últimos anos e temos condições de fornecer um sistema
simples como a de legalização de todas. Os proponentes dessa solução efetivo e eficaz para a doença chamada dependência química. No entanto,
não apresentam uma clara operacionalização de como isso deveria ocorrer, o acesso a um tratamento de qualidade para a maioria da população ainda
mas aportam argumentos a favor. Primeiro, dizem que a quantidade de é um sonho de consumo distante.
crimes associados ao uso de drogas diminuiria na medida em que fosse
retirado o lucro dos traficantes. O segundo argumento é que, tornando as Existem muitas dificuldades práticas para uma política adequada em
drogas disponíveis legalmente, haveria uma série de benefícios para a relação às drogas. A humanidade ingere substâncias psicoativas por mais
saúde pública. A disponibilidade de drogas mais puras e seringas e agulhas de dez mil anos. E somente nos últimos duzentos anos temos tentado
limpas poderiam prevenir doenças como hepatite e aids, por exemplo. Tais controlar a produção, a distribuição e o uso dessas substâncias. Poucas
argumentos têm apelo somente no nível superficial. Quando olhados em ações tiveram sucesso. É bem possível que tenhamos igual número de
detalhes, eles desabam. A ação direta de qualquer droga com potencial de sucessos do que de insucessos. No século XVII, após os europeus levarem
criar dependência reforça a chance de que ela venha a ser usada nova- o tabaco da América Latina, vários países tentaram proibir o seu uso, mas
mente. As drogas que produzem dependência ativam os circuitos cerebrais em seguida desistiram. Entre 1920 e 1933, o álcool foi proibido nos Estados
que são normalmente acionados por reforçadores naturais como fome e Unidos, mas em seguida também a lei foi revogada.
sexo. A ativação desses circuitos está na raiz do aprendizado, que ocorre Para algumas questões, a ciência tem respostas claras e válidas. Na
no começo do processo de dependência química. farmacologia, sabemos muito bem os mecanismos de ação da maioria das
A idéia de que a legalização diminuiria o crime não tem sido discutida drogas. Para cada droga, podemos prever a ação imediata e de uso crôni-
com o devido rigor, mesmo quando o argumento caminha para os eventu- co. Os epidemiologistas já são capazes de mostrar o impacto do uso, do
ais benefícios de aumento da arrecadação do governo com a venda das abuso, da dependência e o custo social de cada uma das drogas.
drogas e que isso poderia ser revertido para a sociedade na forma de No entanto, vários assuntos relacionados à política das drogas perma-
tratamento ou prevenção. Essa análise de custo/benefício ignora pelo necem controvertidos. Como controlar as substâncias que afetam a mente?
menos dois fatores. Primeiro, subestima o custo da dependência para os A posse e a venda deveriam ser controladas por lei criminal? A qual droga
indivíduos e suas famílias. A menos que as drogas sejam fornecidas de o acesso deveria ser permitido? As leis produzem mais danos do que
graça, os usuários deveriam pagar por ela. Como a maioria dos usuários de benefícios? Como medir uma política em relação às outras? As penalidades
drogas não tem empregos fixos e estáveis, existe razão para acreditar que por uso deveriam ser mais duras ou mais leves? Todo mundo tem a sua
muitos continuariam roubando para sustentar o consumo. Além disso, opinião, muitas vezes simplistas para um problema tão complexo. Somente
muitos dos criminosos começaram a sua carreira no crime muito antes de teremos uma boa política quando houver estratégias tão complexas quanto
usar qualquer droga. Uma suposta fonte legal de suprimento, eventualmen- o tamanho do problema.
te coordenada pelo governo, é muito improvável que não mude os determi-
nantes comportamentais e sociais das pessoas envolvidas no crime. Por- Teoricamente, é possível criar um tipo de regulação que possa evitar
tanto, qualquer análise de custo/benefício é complexa e exige que muitas os danos da proibição às drogas ilícitas, mas a experiência sugere que
variáveis sejam levadas em conta. existem grandes dificuldades em se manter esse tipo de controle. Se não
somos capazes de evitar a promoção de álcool para menores de idade,
Ainda sobre a legalização, mesmo que o custo/benefício pudesse ser como seríamos capazes de evitá-la em relação à maconha, por exemplo?
demonstrado, ninguém até hoje apresentou um plano operacional para
isso. Um aspecto fundamental dessa operacionalização é: quem receberia A experiência holandesa serve para alguma coisa? Houve duas fases
essas drogas legais? Deveríamos restringir o acesso aos dependentes nesse país na forma de tratar a questão das drogas. Inicialmente, na déca-
químicos? Assumindo que tivéssemos uma boa definição de quem seja um da de setenta, houve uma decisão de tolerar a posse de pequenas quanti-
dependente, restringir a essa população o acesso significa que o mercado dades de maconha, com o argumento de priorizar a repressão às drogas
negro das drogas continuaria, pois boa parte dos usuários não preenche os mais pesadas. Durante esse período, não ocorreu aumento significativo do
critérios de dependência. Na realidade, com a oferta pública de drogas, consumo de maconha. Entretanto, de 1980 a 1988 - numa segunda fase -,
ainda teríamos o risco de que parcela dessas fosse criminalmente desviada houve tolerância em relação à venda de maconha nos coffee shops, e um
para o mercado negro. aumento de mais de dez vezes no número desses estabelecimentos, com o
correspondente aumento no consumo da droga. Se, em 1984, 15% dos
Consideremos a venda de drogas apenas para adultos. Como já men- jovens holandeses consumiam maconha, em 1992 esse número dobrou
cionado, essa facilitação do acesso levaria a um aumento de consumo, para 30% e se mantém nesse nível até os dias de hoje. No entanto, a
mesmo entre eles. Mas examinemos um pouco mais fundo essa possibili- experiência holandesa e de outros lugares como Austrália e do próprio
dade. Se alguém que comprou a droga de uma fonte pública machucar Estados Unidos mostra que remover penalidades criminais em relação ao
outra pessoa sob o efeito dela, quem seria o responsável? Como garantir uso de maconha não aumenta necessariamente o consumo. Isso porque
que uma fração das drogas não seja repassada para crianças? Uma parte remover somente a penalidade do uso sem a promoção comercial não

Atualidades 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
produz grande estímulo ao consumo. Vale ressaltar, porém, que a descri- de demonizar os usuários e de criminalizar a posse e uso das drogas ilícitas
minalização, ou a despenalização, não oferece grandes vantagens, pois por ser injusto, opressivo e desumano, um tipo de caça às bruxas que
deixa intacto o submundo do tráfico e todas as condições para a perma- penaliza o desafortunado. Defendem a redução de danos como uma forma
nência dos problemas relacionados ao uso. de cuidado com o usuário. A chave desse pensamento é a crença de que o
uso de drogas deveria ser regido como qualquer outro comportamento, pois
Escolher a melhor política não é tarefa fácil. Com uma eventual legali- os usuários não são nem mais nem menos racionais em suas escolhas do
zação, podemos até ter uma diminuição da violência individual, o que é que qualquer outra pessoa.
uma coisa boa. No entanto, se houver um aumento geral no consumo, a
violência global pode aumentar. O dano total à sociedade é o resultado da A chamada "redução de danos" representa uma mala eclética cheia de
média de dano nos indivíduos pela quantidade de drogas consumida. Com propostas políticas. No nível mais geral, defende a idéia de que, se não
uma política que resulte em muito mais usuários e talvez até mesmo de podemos eliminar as drogas, pelo menos podemos diminuir os danos. A
usuários mais pesados, o dano total à sociedade deve aumentar. reforma legal, portanto, não seria prioridade, mas sim a prática concreta. Os
que estão a favor ressaltam abertamente a tolerância com os usuários, o
Existe uma grande dificuldade em transformar boas intenções em be- que se transforma numa descriminalização de fato. Existem dilemas teóri-
nefício social. As políticas não deveriam ser consistentes apenas do ponto cos e práticos nessa abordagem. Algumas questões permanecem sem
de vista ideológico, mas também do ponto de vista prático; ou seja, diminuir resposta: como medir a diminuição de um dano em relação a outro? Ao
o uso global das drogas. Quanto a isso, há uma briga de discursos, ou diminuirmos o dano para alguns, não facilitamos o uso de muitos, aumen-
melhor, uma briga de significados que alguns sociólogos chamam de men- tando o numero de usuários? Nessa perspectiva, teremos menos crime e
sagem simbólica. Independente do que possa ocorrer na política de drogas, mais usuários? E se essa política melhorar a vida dos usuários dependen-
as pessoas, inicialmente, se preocupam em apresentar a mensagem corre- tes e piorar a vida de outros, como fica a família dos próprios usuários? Se
ta. quisermos diminuir os danos, por que não enfatizar a diminuição das dro-
Uma definição legalista define que algumas drogas são ilícitas. Por e- gas legais, pois isso acarretaria maiores benefícios para a sociedade?
xemplo, no Brasil, a Política Nacional sobre Drogas abrange somente as Ninguém pode ser contra a diminuição de danos provocados pelas
drogas ilícitas, deixando de lado o álcool e o cigarro. Os legalistas aparen- drogas, pois é exatamente isso que as políticas sobre o assunto buscam.
temente estão dizendo que o problema das drogas diz respeito à infração Como objetivo geral, a proposta é indiscutível. No entanto, não acreditamos
legal e não a um dano à sociedade. Assim, o uso de drogas proibidas é que a eventual diminuição do dano a alguns indivíduos possa produzir uma
considerado um ato de rebelião à autoridade, o que ameaça à sociedade diminuição global do dano.
constituída.
É preciso tornar muito claro que o objetivo geral de uma política de re-
Como disse o pesquisador americano Mark Kleiman, "qualquer política dução de danos deveria ser a redução total do uso de drogas. Para isso,
de drogas que omita o "álcool" (será que não se deveria incluir 'tabaco'?) precisamos distinguir entre os planos micro e macro. De forma esquemáti-
será como uma estratégia naval que omita o Oceano Atlântico e Pacífico"3. ca, temos a equação: dano total das drogas = média de dano por usuário x
Por sua vez, o debate político partidário não oferece mais confiança, uso total. Em relação ao uso total, temos o numero de usuários e a quanti-
pois apresenta visões contraditórias. Por exemplo, alguns políticos conser- dade que cada um usa. A média de dano por usuário tem dois vetores, o
vadores são contra a legalização de drogas. No entanto, conservadores dano causado a si próprio e o dano causado a outros.
extremos, como Milton Friedman, defendem sua total legalização. Erich O exemplo da Suécia: restrição às drogas como cuidado social
Goode, no seu livro "Between Politics and Reason: The drug legalization
debate"4, propõe a seguinte classificação dos políticos em relação à política O sistema de controle de drogas de um país é uma construção com-
de drogas: plexa e na maioria das vezes controvertida. Desenvolve-se ao interior da
própria cultura, em dado momento histórico e é influenciado por políticas
(1) conservadores culturais: acreditam nos valores tradicionais e de- sociais e legais. Esse controle se faz somente em parte através de leis e
nunciam que as pessoas se afastaram dos valores tradicionais, que deverí- está mais relacionado a sua aplicação que a sua letra. Além disso, a políti-
amos voltar aos valores religiosos e familiares, às práticas sexuais conven- ca de saúde, de segurança social, de formas de manejo do desvio social e
cionais, à educação básica, aos laços comunitários, à moderação no con- os aparatos judiciários são todos intimamente conectados ao sistema de
sumo de álcool e à completa abstenção de drogas ilícitas. Esse grupo controle.
acredita que todos são responsáveis por suas ações que, em última instân-
cia, são escolhas morais. Traçam clara distinção entre álcool e drogas O sistema de controle de drogas sueco é um dos mais debatidos nos
ilícitas. Sob essa ideologia, o abuso de drogas é imoral e degrada a vida anos recentes porque difere em muito do que ocorre no mundo e na Euro-
humana. pa, em particular. Ele é muito mais restritivo e o uso de drogas não é tole-
rado. Na realidade, em 1977 foi declarado que um dos objetivos do sistema
(2) libertários do mercado livre: também estão no lado conservador no seria criar uma sociedade livre das drogas. Para a implementação desse
espectro político, mas discordam completamente em relação à legalização. objetivo, quantidade substancial de dinheiro foi alocada na prevenção e
Diferente dos conservadores, esse grupo considera que a distinção entre informação, na política de controle e no tratamento, os três pilares do
as drogas é artificial e deveria ser abandonada. Defendem que o governo sistema. Os indicadores disponíveis mostram que o número de dependen-
deve ficar de fora e permitir o laissez-faire. Ninguém seria obrigado a usar tes químicos nesse país é relativamente muito mais baixo quando compa-
drogas e nem forçado a parar de usá-las. As leis deveriam proteger apenas rado com os da Europa.
os menores de idade. Portanto, defendem a descriminalização completa.
Thomas Szasz, no seu livro: "Our Right to Drugs. The Case for a Free Para entendermos o modelo sueco, é essencial discutir suas bases i-
Market5, faz a defesa da legalização de drogas, baseada em considerações deológicas e científicas. Um autor influente nesse sentido foi Nils Bejerot6,
político-filosóficas. que fez distinção entre vários tipos de dependência, em especial do que
denominou "dependência epidêmica". Nesse conceito, ressaltava que
(3) construcionistas radicais: acreditam que a realidade é socialmente pessoas psicológica e socialmente instáveis, após influência direta de outro
construída, que não existe um problema de drogas e sim os governos dependente, começam a usar drogas que não são aceitas socialmente,
deixam parecer que existe para criar uma causa conveniente e desviar a para obter euforia. Um ponto importante é o significado do termo "epidêmi-
atenção dos cidadãos de questões mais importantes. O pânico moral co", que mostra o caráter de doença com incomum alta incidência no
dispersaria o foco de outros problemas. As drogas são tratadas como efeito tempo, no lugar e no envolvimento de pessoas. Além disso, Berejot7 inclui o
e não causas de problemas sociais. Nessa linha, consideram que só resol- caráter de contágio, ou seja, o fato de um usuário influenciar o outro. Ele
veremos o problema com a solução da pobreza e das injustiças sociais. considera que a epidemia do uso de substâncias tem alto grau de contágio
(4) legalizadores progressivos: defendem acabar com a distinção entre psicossocial em que a disponibilidade da substância é o fator mais impor-
drogas licitas e ilícitas, que o Estado dispense as drogas para os depen- tante no desenvolvimento das formas de abuso. Uma vez que se organiza
dentes e que as leis sobre drogas sejam problemas a serem solucionados um grupo de usuários, cria-se uma subcultura da droga, o que contamina a
pelo desaparecimento dessas próprias leis. Vêem o debate sobre drogas sociedade. Isso explica o termo "contágio psicossocial" ou "pressão grupal".
como problema de Direitos Humanos. Ou seja, a sociedade deveria parar

Atualidades 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Esse contágio pode mesmo ser colocado numa fórmula "C=SxE, ou seja, o de apreendida. Quando alguém é identificado pelo teste de urina, recebe
contágio é função das suscetibilidades individuais e da exposição. uma multa. Quando, além do teste, a pessoa tem posse de pequenas
quantidades, a prisão até de até seis meses é uma opção, mas isso rara-
Para Bejerot7, a suscetibilidade individual é difícil de ser influenciada, mente ocorre, pois a multa é a penalidade mais comum na primeira ou
mas a exposição tem um papel importante nesse sentido. No seu ponto de segunda vez em que uma pessoa é flagrada. Um usuário apreendido várias
vista, a sociedade deveria restringir o acesso às drogas e isso fará efeito no vezes provavelmente será condenado a um mês de prisão. Quando alguém
número de pessoas usando substâncias tóxicas. A política, portanto, deve- é apanhado vendendo drogas, será preso em todos os casos. Embora a lei
ria olhar para o usuário, que é a parte central da "corrente das drogas", pela não faça grande distinção entre usuários e traficantes, na prática a diferen-
sua influência direta em outros usuários. Os traficantes sempre serão ça existe. As infrações consideradas maiores recebem pelo menos dois
trocados por novos traficantes dispostos a correr os riscos do dinheiro fácil. anos de reclusão. A sentença máxima é de dez anos quando há posse de
Os usuários, por outro lado, não deveriam ser repostos e sim ser conside- mais de um quilo de heroína ou de dois quilos de cocaína. A quantidade de
rados como o motor do sistema de prevenção: "Nós temos que aceitar o drogas apreendidas por tráfico é relativamente baixa. A geografia do país
fato doloroso de que não faremos avanços decisivos a menos que o abuso dificulta o acesso, mas, com certeza, a fiscalização também é outro fator
de substâncias, os usuários e a posse pessoal de drogas sejam colocados importante. Vale a pena salientar que existe uma grande pressão por parte
no centro da nossa estratégia"3. Bejerot7 posicionase contra a repressão da opinião pública em reivindicar maior controle social e legal em relação às
pelo sistema legal, mas acredita que os usuários deveriam ser responsabili- drogas.
zados por seu comportamento.
Como já citado, o objetivo da política sueca não é punir os usuários,
Outro aspecto conceitual importante é o da hipótese de "porta de en- mas oferecer reabilitação. O tratamento é um dos três pilares do sistema.
trada", significando que a maconha levaria à experimentação de drogas Um conceito importante é o de "corrente de cuidado", que significa articula-
mais perigosas. Embora esse conceito seja objeto de grande debate cientí- ção dos elementos no sistema de tratamento: atividades
fico, o fato é que o uso da maconha pode ser considerado, no mínimo, de outreach (busca ativa de usuários), desintoxicação, cuidados ambulato-
como fator de risco para a experimentação. Na realidade, um grande foco riais e internação. Os assistentes sociais são muito importantes nesse
da política sueca é a maconha e em como desestimular o seu consumo. processo, pois são eles que fazem a busca ativa dos usuários e determi-
Vale a pena olhar historicamente para outro fator que influenciou a polí- nam quem deve se submeter ao tratamento. Dois tipos de assistência são
tica restritiva de drogas na Suécia: o desenvolvimento, por mais de um disponibilizados: voluntário e involuntário, com grande diversidade de
século, de ações relacionadas ao uso de álcool. Desde o século XIX, a técnicas. O sistema de comunidade terapêutica domina e não é incomum
Suécia adotou uma política repressiva, tendo como base a limitação de um usuário ficar dois anos internado. No sistema compulsório, que é rara-
disponibilidade de bebidas alcoólicas. Esse é um modelo de sucesso, mente utilizado, a pessoa pode passar até seis meses e o principal objetivo
levando a que os suecos sejam o povo que menos consome álcool na é motivá-la a se tornar voluntária no seu tratamento. A maioria do tratamen-
Europa. O modelo baseia-se no fato de que o consumo total do álcool to involuntário ocorre com adolescentes recalcitrantes.
influencia o total de dano social causado pela substância. E sugere que, Uma grande mudança ocorreu no sistema de tratamento nos anos oi-
quanto mais indivíduos bebem numa sociedade, mais haverá bebedores tenta, com o advento da aids. Diferente dos demais países europeus, a
pesados. Portanto, do ponto de vista da saúde pública, a melhor opção é Suécia não adotou a política de redução de danos. O governo decidiu que,
manter o número menor possível de bebedores. com o risco da aids, o melhor seria identificar rapidamente os usuários e
Esse modelo que mostra evidências de eficácia em relação ao álcool é oferecer desintoxicação e tratamento imediato. Houve uma grande expan-
usado para as drogas. Como resultado, a política de drogas foca em limitar são do setor de tratamento. A temida epidemia nessa população de usuá-
o consumo total, começando com qualquer forma de experimentação. rios não ocorreu.
Portanto, uma grande parte da prevenção nesse país baseia-se em preve- Algumas considerações finais
nir a experimentação da maconha. Um grande debate nacional criou uma
percepção de risco bastante alto na população em relação a essa substân- Um dos aspectos a destacar nesse debate é que a utilização contínua
cia, tendo como consequência um baixo uso quando comparado com os de qualquer substância psicoativa produz uma doença cerebral em decor-
outros países europeus. rência do uso inicialmente voluntário. A consequência é que, a partir do
momento que a pessoa desenvolve uma doença chamada "dependência", o
Embora o uso de drogas seja considerado socialmente inaceitável, o uso passa a ser compulsivo e acaba destruindo as melhores qualidades da
objetivo da política não é punir os indivíduos. Ao receber cuidado e trata- própria pessoa, contribuindo para a desestabilização da sua relação com a
mento, o usuário deveria se tornar livre das drogas e ficar reabilitado e família e com a sociedade.
reintegrado à sociedade. Por exemplo, se um indivíduo usa drogas em
público, será encaminhado por uma assistente social para tratamento, se O uso de substancias altera mecanismos cerebrais responsáveis pelo
necessário, de forma compulsória. O país investe muito no tratamento para humor, pela memória, pela percepção, pelos estados emocionais e pelos
dependentes. controles finos de vários comportamentos. O uso de drogas regular modifi-
ca a estrutura cerebral e pode demorar anos para voltar ao normal. Essas
Nos anos oitenta, houve uma mudança conceitual importante do siste- modificações de vários circuitos cerebrais são responsáveis pelas distor-
ma, que passou a buscar reduzir a demanda de drogas na Suécia. O obje- ções cognitivas e emocionais que caracterizam as pessoas dependentes. É
tivo não mais seria mais atacar os traficantes, mas os usuários, considera- como se o uso de drogas modificasse os circuitos de controle da motivação
dos como a engrenagem do tráfico. O uso de drogas tornou-se criminaliza- natural, tornando esse uso quase como a única prioridade do indivíduo. A
do. Essa abordagem potencialmente permitiu identificar novos usuários e maioria da comunidade de especialistas considera a dependência de dro-
oferecer tratamento, o que, quando necessário, conta com ações do apara- gas uma doença cerebral com persistentes mudanças na estrutura e função
to policial. Na Suécia, existe uma boa relação dos policiais com a popula- do cérebro.
ção e 12% do tempo deles são gastos com problemas de usuários e uso de
substâncias. A força policial está focada no objetivo de ter uma sociedade A visão da dependência gera controvérsias principalmente entre as
sem drogas. Em 1988, o uso de drogas tornou-se crime nesse país, mas a pessoas com tendência a apresentar uma visão unidimensional para pro-
penalidade para o uso não é a prisão, e sim, uma multa. Mais recentemen- blemas complexos. Essas pessoas colocam a biologia como oposição à
te, a pena aumentou para prisão de até seis meses e a polícia tem vários mente do dependente, quando na realidade existe uma grande conexão
meios a seu dispor para detectar o uso de drogas, mesmo que o indivíduo entre o cérebro e o comportamento. Isso não significa que o dependente
não tenha cometido nenhum delito. Os exames de urina para detecção do seja uma vítima indefesa e sem responsabilidade por seus atos. Na reali-
usuário são muito comuns e não parecem encontrar grande resistência por dade, o uso de substâncias começa com um ato voluntário e a pessoa tem
parte da população. Um bom número de usuários, especialmente de ado- grande responsabilidade pelo seu comportamento e também pela sua
lescentes, acaba indo para o sistema de tratamento dessa forma, não sem recuperação. Portanto, ter uma doença cerebral com essas características
antes pagar uma multa. não exime de responsabilidade o dependente. No entanto, o fato de ter
uma doença cerebral implica que muitas vezes é necessário tratamento
O sistema legal sueco tem três categorias de punição à infração em re- médico para se produzir uma mudança sólida de comportamento.
lação às drogas: menor, normal e maior. Depende da droga e da quantida-

Atualidades 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Há grande dificuldade na análise dos resultados das políticas relacio- Outra questão a ser considerada, é que neste novo sistema do mundo
nadas às drogas. Anos de debate internacional produziram poucas certezas tecnológico, o professor deixou definitivamente de ser o detentor de todo o
sobre a eficácia das políticas. Uma das poucas avaliações mais bem orga- saber, para se afirmar como um orientador, um intermediário entre o aluno
nizadas é proposta por MacCoun e Reuter7. Esses autores sustentam que e os conhecimentos que a Internet pode fornecer.
precisamos olhar as políticas de forma bem mais analítica e levando em A passagem do papel do professor de veículo transportador de infor-
consideração a complexidade da situação, pois várias áreas se relacionam mação para o de condutor desse mesmo veículo reforça-lhe a importância,
de forma causal, como é o caso da cultura, da ação dos governos, das se assumirmos a Internet como uma espécie de “território livre”, onde tudo
diretrizes para confrontar o problema, da vontade dos indivíduos e do pode ser publicado. O discernimento da qualidade das fontes de informa-
impacto do uso. ção e a análise da sua fidedignidade são deste modo papéis fundamentais
desempenhados pelo professor. A sua participação é crucial para orientar o
Quatro aspectos precisam ser levados em conta quando analisamos a aluno evitando que ele incorra em erros ou se apoie em informações impre-
política de drogas de um país: (1) vários fatores externos influenciam a cisas. Para mim, este é um dos mais importantes papéis do professor no
política: os tratados internacionais, as políticas de saúde e de assistencial contexto atual: oferecer aos alunos orientação para consultas e pesquisas,
social, os direitos individuais, a autoridade e a autonomia dos médicos e aproveitando eficazmente as potencialidades da Internet.
outros; (2) os objetivos estabelecidos influenciam não somente as políticas
formais, mas também, sua implementação; (3) as políticas recebem influên- Por outro lado o aparecimento de formatos comunicacionais mais ape-
cia simbólica que transcende à sua implementação -pessoas influentes lativos e abrangentes coloca nos pedagogos inquietações constantes no
fazem declarações que atingem fortemente a legitimidade e a aderência sentido de transportarem para o território educativo - as redes sociais, os
das ações; (4) as políticas formais e sua implementação recebem influência fóruns, os chats e toda a diversidade interactiva hoje existente.
direta dos danos percebidos socialmente pelo uso de drogas que podem
ser independentes do nível real do uso em determinada sociedade. É neste contexto que experimentei transformar os chats em ferramenta
Avaliar a extensão do problema das drogas, portanto, vai além de sa- educacional. Assumindo o papel de orientador e despoletador das pesqui-
ber o número de usuários de cada tipo. As drogas diferem em termos de sas por parte dos alunos, constatei que os mesmos desenvolveram compe-
danos ao indivíduo e a sociedade. Também é necessário saber como são tências de pesquisa, tornando-se mais autónomos e colaborativos. O
consumidas; por exemplo, a cocaína cheirada produz um dano diferente do procedimento é relativamente simples e disponível a qualquer docente. No
que a fumada na forma de crack. fundo trata-se de recorrer a um serviço de Chat, o que se consegue gratui-
tamente na Internet, e fazer com que o mesmo seja acessível a todos os
Existem duas visões claras na forma de lidar com as drogas: uma pro- alunos de uma dada turma. Depois de todos estarem ligados no chat, o
veniente da saúde pública e outra da justiça criminal. Devido ao fenômeno docente coloca uma questão temática, os alunos procuram a resposta e
da violência relacionado ao tráfico de drogas nos Estados Unidos, o país respondem igualmente por chat. Deste modo e em sequência cada aluno
escolheu o lado da justiça criminal para lidar com o problema, com todas as vai poder responder ao docente e às questões que os colegas tenham
implicações que isso acarreta. A Europa escolheu o lado da saúde pública, sugerido. Pode igualmente comentar as respostas dos colegas, assim
muito embora haja grandes diferenças de abordagem entre os países. Por como pedir ajuda ou partilhar o encanto/estupefação pelo que acabou de
exemplo, a Suíça convive com experimentos sociais alternativos para ler. A possibilidade de “em tempo real” enviar, aos restantes participantes,
usuários de heroína e uma das maiores taxas de encarceramento da Euro- as ligações para os sítios que visitou permite a troca de pontos de vistas
pa. A Suécia tem clara retórica antidrogas e leis consideradas duras, com sobre um mesmo assunto. Depois de uma fase de teste em sala de aula,
investimento muito maior do que qualquer outro país, inclusive que a Ho- esta metodologia permite que em situações de isolamento, por motivos de
landa, na área de prevenção e tratamento. As escolhas são sempre influ- saúde ou outros, o aluno possa permanecer em “contacto direto” com os
enciadas por valores políticos e por definições do que constitui o problema. seus colegas de turma.
Tecnologia e Educação A tecnologia na educação sempre esteve presente como forma de
auxílio no processo tanto de aprendizagem quanto de ensino; desde em
http://superdom.blogs.sapo.pt/
aparelhos rudimentares como o ábaco aos computadores pessoais. Essas
Os Chats - uma ferramenta didáctica tecnologias estão possibilitando não só novas formas de ensino através de
novos recursos, como também processos de aprendizagem diferente dos
As Tecnologias da Informação e da Comunicação têm vindo a provocar tradicionais. A inserção da tecnologia na educação apresenta um evolução
uma enorme mudança na Educação, originando novos modos de difusão tão grandiosa que chegou ao ponto da importância da figura física do
do conhecimento, de aprendizagem, e, particularmente, novas relações professor ser colocada em questionamento.
entre professores e alunos.As pesadas enciclopédias foram substituídas
Tecnologia no método de ensino
pelas enciclopédias digitais, pela consulta de portais acadêmicos e outros
locais diversificados. Passamos a utilizar sistemas electrónicos e apresen- O processo de ensino sofre constante mutação e sempre busca novas
tações coloridas para tornar as aulas mais atrativas e, frequentemente, soluções para tornar essa prática mais fácil, interativa e até mesmo diverti-
deixamos de lado o tradicional quadro negro e o giz e passamos diretamen- da para as pessoas. Muitas formas surgiram ao longo dos tempos, desde o
te para as superfícies e projeções interactivas. giz e o quadro-negro, passando por livros, cursos por correspondências,
rádio aula, tele aula, aulas através de mídias(videocassete, dvd's), projeto-
A revolução originada pela Internet possibilita que a informação produ- res, entre outras. Muitos desses métodos procuram contudo, também
zida e disponibilizada em qualquer lugar esteja rapidamente disponível em atender as várias necessidades do aluno, como falta de tempo, local apro-
todo o Mundo, originando uma mudança nas práticas de comunicação e, priado, facilidade de obtenção desses meios
consequentemente, educacionais, em vários aspectos tais como na leitura,
na forma de escrever, na pesquisa e até como instrumento complementar Esses recursos foram bastante utilizados até o fim do século passado,
na sala de aula ou como estratégia de divulgar a informação, permitindo porém com a popularização dos computadores a metodologia de ensino,
tanto o ensino individualizado como o trabalho cooperativo e em grupo principalmente nas escolas, teve uma grande mudança, pois eles auxiliam
entre alunos. os professores a ministrar suas matérias de forma mais dinâmica e divertida
O computador por seu lado vem-se afirmando também pelo interesse e os alunos passaram a possuir novos meios de interação com a matéria.
que causa nos alunos. Curiosos e entusiasmados para aprenderem a Até mesmo a necessidade atual de dominar essa tecnologia levou muitas
mexer, eles ficam atentos a todo tipo de orientação e novidade relacionada escolas a colocar como obrigatória, aulas de informática.
ao computador e a Internet. A informática tem, assim, o poder de entreter Outra invenção de bastante impacto no processo de ensino foi a inter-
mesmo aqueles alunos com dificuldades de comunicação e concentração. net, que passou a integrar os diversos meios de comunicação fazendo com
Deste modo, educar no mundo de hoje é uma tarefa não só das escolas e que as informações antes obtidas de diversas fontes possam agora serem
universidades, mas também da rede mundial de computadores. encontradas em um único lugar de fácil acesso. Isso ajudou no processo de
'disseminação' do ensino, pois qualquer pessoa em qualquer lugar do

Atualidades 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mundo pode obter o conhecimento sem necessitar do tradicional modelo de econômica e política dessas relações. Seu interesse focaliza-se no todo
ensino formal, através de instituições físicas como escolas e universidades. das interações sociais e não em apenas um de seus aspectos, cada um
dos quais constitui o domínio de uma ciência social específica. As preocu-
Tecnologia na aprendizagem pações de ordem normativa são estranhas à sociologia e não lhe cabe a
Existem diversas teorias sobre a forma de aprendizagem, as principais aplicação de soluções para problemas sociais ou a responsabilidade pelas
são: reformas, planejamento ou adoção de medidas que visem à transformação
das condições sociais.
behaviorismo: afirma ser o aprendizado uma troca de estímu-
los(provenientes do meio) e respostas(comportamento apresentado)1 . O Vários obstáculos impediram a constituição da sociologia como ciência,
conhecimento pode ser adquirido não voluntariamente(condicionamento desde que ela surgiu, no século XIX. Entre os mais importantes citam-se a
respondente), como um reflexo das mudanças dos estímulos do meio, ou inexistência de terminologia clara e precisa; a tendência a subjetivar os
voluntariamente(condicionamento operante) exigindo uma maior atividade fatos sociais; a multiplicidade de temas de seu interesse e aplicação; as
humana. Essa teoria foi proposta por John B. Watson no inicio do século afinidades partilhadas com outras ciências sociais; a dificuldade de experi-
XX. mentação, já que os elementos com que lida são seres humanos; e a
proliferação de métodos, técnicas e escolas que tentaram elaborar uma
epistemologia genética: o aprendizado é uma combinação teoria sociológica unificada como instrumento adequado de análise, descri-
de estruturas inerentes da pessoa e uma interação dela com o ção e interpretação dos fenômenos sociais.
objeto de estudo . Essa teoria foi proposta pelo suíço Jean Pia-
get em meados do século XX. Antecedentes. O interesse pelos fenômenos sociais já existia na Grécia
antiga, onde foram estudados pelos sofistas. Os filósofos gregos, porém,
Essas teorias têm um tom mais psicológico e neurológico, porém exis- não elaboraram uma ciência sociológica autônoma, já que subordinaram
tem teorias mais relacionadas com o lado pedagógico do aprendizado, os fatos sociais a exigências éticas e didáticas. Assim, a contribuição grega
como no caso do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, afirmando que à sociologia foi apenas indireta.
o indivíduo aprenderia o objeto de estudo através de uma continua troca de
questionamentos e respostas com a realidade, trilhando o seu próprio Um pensamento social existiu na Idade Média, mas sob uma forma
caminho e rumo de aprendizado, pois o processo de aprendizagem não não-sistemática de raciocínio e análise dos fenômenos sociais, pois se
trata-se apenas de uma repetição, mas também de um processo de cons- baseava na especulação e não na investigação objetiva dos fatos. Além
trução e reconstrução fazendo possível, dessa forma, constatar as mudan- disso, nesse período anulou-se a distinção entre as leis da natureza e as
ças propostas . Essa teoria levou a constatação de que cada pessoa a- leis humanas e impôs-se a concepção da ordem natural e social como
prende de forma diferente e da maneira que mais a agrada. Apesar de decorrência da vontade divina, que não seria passível de transformação.
ainda válidas, essas teorias vêm se adaptando aos moldes da sociedade Assim, eivado de conotações ideológicas, éticas e religiosas, o pensamento
atual. Existe uma trabalho atual realizado pelo norte americano Salman social medieval pouco evoluiu.
Khan denominada Khan Academy, um site onde ele posta vários videos As profundas modificações econômicas, sociais e políticas ocorridas na
sobre os mais variados assuntos dando assim a possibilidade da pessoa sociedade européia nos séculos XVIII e XIX, em decorrência da revolução
escolher não só o assunto a ser estudado, como a hora e lugar mais apro- industrial, permitiram o surgimento do capitalismo e libertaram pensamento
priados para o seu aprendizado, que se assemelha bastante com a idéia dos dogmas medievais. Assim, as ciências naturais e humanas fizeram
proposta por Paulo Freire. A inovação proposta por Khan não foi só a rápidos progressos.
disponibilização de vídeos tutoriais, pois essa ideia já existia, mas a junção
dos vídeos com exercícios propostos que utilizam um técnica chama- Os principais antecedentes da sociologia são a filosofia política, a filo-
da gamification. Essa técnica busca trazer elementos de games como uma sofia da história, as teorias biológicas da evolução e os movimentos pelas
forma de estímulo e para uma melhor compreensão do assunto a ser reformas sociais e políticas, que ensaiaram um levantamento das condi-
aprendido. No caso da Khan Academy, ela funciona propondo desafios ao ções sociais vigentes na época. Nos primórdios da sociologia, foram mais
aluno, chamados módulos, e a medida que os assuntos são dominados, influentes a filosofia da história e os movimentos reformistas.
são fornecidas recompensas e sugeridos novos desafios com um nível
maior de dificuldade. O avanço nesses desafios refletem a velocidade de A história permitiu o acesso ao conhecimento de dados objetivos sobre
aprendizado assim como o estado de maturação em que o aluno se encon- a sociedade, acumulados ao longo do tempo. Além disso, a evolução da
tra. Os resultados obtidos nesses desafios são colocados como dados historiografia contribuiu em parte para o aperfeiçoamento dos métodos
gráficos para a visualização não só do aluno mas também do professor ou empíricos de compilação de dados e a análise dos fatos sociais. Em rela-
até mesmo os pais do aluno. Essa metodologia proposta pela Khan Aca- ção aos movimentos reformistas, a sociologia partilhou com eles sua preo-
demy não se limitou apenas a internet e está atualmente sendo realizada cupação com os problemas sociais e não mais aceitou como fato natural
como teste em uma escola em Los Altos, São Francisco. Técnicas como condições como a pobreza, seqüela da industrialização. Incorporou tam-
o gamification são cada vez mais estudadas por psicólogos como alternati- bém os procedimentos dos reformistas, que se basearam nos métodos das
vas viáveis no processo de aprendizagem. ciências naturais para fazer levantamentos sociais, numa tentativa de
classificar e quantificar os fenômenos sociais.
A pré-história da sociologia situa-se, assim, num período aproximado
2. Formas de organização social, movimentos sociais, pensa- de cem anos, de 1750 a 1850, entre a publicação de L'Esprit des lois (O
mento político e ação do Estado. espírito das leis), de Montesquieu, e a formulação das teorias de Auguste
2.1. Movimentos sociais na era da internet. Comte e Herbert Spencer. Sua constituição como ciência ocorreu na se-
2.2 Conselhos de políticas públicas. gunda metade do século XIX.
2.3. Instrumentos de participação e controle social.
O termo sociologia foi consagrado por Auguste Comte na obra Cours
Sociologia de philosophie positive (1839; Curso de filosofia positiva), em que batizou a
nova "ciência da sociedade" e tentou definir seu objeto. No entanto, a
Disciplina que se distingue das demais ciências sociais pela abrangên- palavra sociologia continuou suscetível de inúmeras interpretações e defini-
cia de seu objeto, a sociologia busca conhecer, mediante métodos científi- ções no que diz respeito à delimitação de seu objeto, pois cada escola
cos, a totalidade da realidade social como tal, sem proposta de transforma- sociológica criou suas próprias definições, de acordo com as perspectivas
ção. teóricas, filosóficas e metodológicas adotadas. Todas essas definições, no
Sociologia é a ciência que estuda a natureza, causas e efeitos das re- entanto, partilhavam um substrato comum: o estudo das relações e intera-
lações que se estabelecem entre os indivíduos organizados em sociedade. ções humanas.
Assim, o objeto da sociologia são as relações sociais, as transformações Abrangência. As ciências sociais se constituem a partir de dois pilares:
por que passam essas relações, como também as estruturas, instituições e a teoria e o método. A teoria se ocupa dos princípios, conceitos e generali-
costumes que têm origem nelas. A abordagem sociológica das relações zações; o método proporciona os instrumentos necessários para a pesqui-
entre os indivíduos distingue-se da abordagem biológica, psicológica, sa científica dos fenômenos sociais.

Atualidades 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A sociologia subdivide-se em disciplinas especializadas: a sociologia O método formal, ou sistemático, analisa as relações sociais existentes
do conhecimento, da família, dos meios rurais e urbanos, da religião, da entre os indivíduos, sobretudo no que diz respeito às diversas formas que
educação, da cultura etc. A essa lista seria possível acrescentar um sem- essas relações podem assumir independentemente de seu conteúdo. Em
número de novas especializações, como a sociologia da vida cotidiana, do completa oposição ao formal, o método compreensivo atribui uma impor-
teatro, do esporte etc., já que os interesses do pesquisador se orientam tância fundamental ao significado e aos motivos das ações sociais, isto é, a
para a compreensão e explicação sistemática, mediante a utilização das seu conteúdo. O método estatístico enfatiza a medição matemática dos
teorias e dos métodos mais adequados, dos aspectos sociais de todos os fenômenos sociais. No entanto, como a maior parte dos dados sociológicos
setores e atividades da vida humana. é do tipo qualitativo, não se pode adotar tratamento estatístico rígido.
Teorias sociológicas. Na sociologia, a teoria é o instrumento de enten- Por último, o método monográfico centraliza-se no estudo aprofundado
dimento da realidade, dentro da qual se enunciam as leis gerais. Difere, por de casos particulares: um grupo, uma comunidade, uma instituição ou um
isso, da doutrina social, de cunho normativo e ideológico, e a ela se opõe. indivíduo. Cada um dos objetos de estudo deve necessariamente represen-
tar vários outros para que seja possível estabelecer generalizações.
As teorias sociológicas enunciadas ao longo dos séculos XIX e XX cen-
tralizaram-se em algumas questões básicas. Entre elas distinguem-se a Técnicas sociológicas. Antes de mais nada, é preciso estabelecer a di-
determinação do que representam a sociedade e a cultura; a fixação de ferença entre métodos e técnicas sociológicas. Os métodos representam
unidades elementares para seu estudo; a especificação dos fatores que uma opção estratégica e não devem ser confundidos com os objetivos da
condicionam sua estabilidade ou sua mudança; a descoberta das relações investigação, enquanto as técnicas constituem níveis de etapas práticas de
que mantêm entre si e com a personalidade; a delimitação de um campo; e operação limitada, ligadas a elementos concretos e adaptadas a uma
a especificação de um objeto e de métodos de estudos próprios à sociolo- finalidade determinada. O método é, portanto, uma concepção intelectual
gia. que coordena um conjunto de técnicas.
O desenvolvimento da teoria sociológica pode ser analisado de acordo Entre as principais técnicas utilizadas na investigação sociológica figu-
com três grandes temas: os tipos de generalização empregados, os concei- ram as entrevistas, as experiências de grupo, as histórias de vida ou de
tos e esquemas de classificação e os tipos de explicação. caso e os formulários ou questionários, que podem ser de tipo fechado, que
oferecem alternativas prévias de resposta, ou aberto, que permitem ao
São seis os tipos de generalização geralmente aceitos: (1) correlações entrevistado uma liberdade maior de expressão. Tais técnicas não são
empíricas entre fenômenos sociais concretos; (2) generalizações das necessariamente excludentes, pois permitem a utilização simultânea e
condições sob as quais surgem as instituições e outras formas sociais; (3) complementar.
generalizações que afirmam que as mudanças que determinadas institui-
ções experimentam estão regularmente associadas às mudanças que Principais correntes sociológicas. De acordo com as classificações ge-
ocorrem em outras instituições; (4) generalizações sobre a existência de ralmente aceitas, são cinco as correntes principais da sociologia: organi-
repetições rítmicas de vários tipos; (5) generalizações que enumeram as cismo positivista, teorias do conflito, formalismo, behaviorismo social e
principais tendências evolutivas da humanidade; e (6) elaboração de leis funcionalismo.
sobre as repercussões e hipóteses relacionadas ao comportamento huma-
no. Organicismo positivista. Primeira construção teórica importante surgida
na sociologia, nasceu da hábil síntese que Comte fez do organicismo e do
A sociologia se mostrou mais fecunda no campo da elaboração de positivismo, duas tradições intelectuais contraditórias.
conceitos e esquemas de classificação. No entanto, e apesar de terem sido
criados muitos conceitos, as definições existentes continuam ainda insatis- O organicismo representa uma tendência do pensamento que constrói
fatórias, o que impede a classificação adequada das sociedades, dos sua visão do mundo sobre um modelo orgânico e tem origem na filosofia
grupos e das relações sociais, assim como o descobrimento de conceitos idealista. O positivismo, que fundamenta a interpretação do mundo exclusi-
centrais que permitam a elaboração de uma teoria sistemática. Verifica-se vamente na experiência, adota como ponto de partida a ciência natural e
que numerosos conceitos foram utilizados com significados distintos por tenta aplicar seus métodos no exame dos fenômenos sociais. Assim, os
diferentes sociólogos. Mais ainda, tentativas recentes de aperfeiçoar a base primeiros conceitos da nova disciplina foram elaborados de acordo com
da conceituação atribuíram importância excessiva à definição do conceito e analogias orgânicas, três das quais são fundamentais para a compreensão
relegaram a segundo plano sua finalidade fundamental, a utilização. dessa corrente sociológica: (1) o conceito teleológico da natureza, que
implica uma postura fatalista, já que as metas a serem alcançadas estão
As teorias de explicação dividem-se em dois tipos principais, a causal e predeterminadas, o que impede qualquer tentativa de alterá-las; (2) a idéia
a teleológica. A primeira, que seria uma ciência natural da sociedade, segundo a qual a natureza, a sociedade e todos os demais conjuntos
indaga o porquê dos fenômenos sociais, qual a causa de sua ocorrência. A existentes perdem vida ao serem analisados e por isso não se deve intervir
segunda indaga a finalidade dos fenômenos sociais, com que objetivo eles em tais conjuntos. Essa noção leva, em conseqüência, à adoção de uma
ocorrem, e tenta interpretar o comportamento humano em termos de propó- atitude de laissez-faire; e (3) a crença de que a relação existente entre as
sitos e significados. diversas partes que compõem a sociedade é semelhante à relação que
guardam entre si os órgãos de um organismo vivo.
Métodos sociológicos. Distinguem-se sete métodos na sociologia: his-
tórico, comparativo, funcional, formal ou sistemático, compreensivo, estatís- Os fundadores da nova disciplina adaptaram essa síntese ao ambiente
tico e monográfico. O método histórico ocupa-se do estudo dos aconteci- social e intelectual de seus países: Auguste Comte, na França, Herbert
mentos, processos e instituições das civilizações passadas para proceder à Spencer, no Reino Unido, e Lester Frank Ward, nos Estados Unidos. Os
identificação e explicação das origens da vida social contemporânea. três eram partidários da divisão da sociologia em duas grandes partes,
estática e dinâmica, embora tenham atribuído importância maior à primeira.
O método comparativo, considerado durante muito tempo o método so- Algumas diferenças profundas, porém, marcaram seus pontos de vista.
ciológico por excelência porque permitia a realização de correlações tanto
restritas como gerais, estabelece comparações entre diversos tipos de Comte propôs, para o estudo dos fenômenos sociais, o método positi-
grupos e fenômenos sociais com o fim de descobrir diferenças e semelhan- vo, que exige a subordinação dos conceitos aos fatos e a aceitação da
ças. idéia segundo a qual os fenômenos sociais estão sujeitos a leis gerais,
embora admita que as leis que governam os fenômenos sociais são menos
O método funcional estuda os fenômenos sociais do ponto de vista de rígidas do que as que regulamentam o biológico e o físico. Comte dividiu a
suas funções. O sistema social total de uma comunidade seria integrado sociologia em duas grandes áreas, a estática, que estuda as condições de
por diversas partes inter-relacionadas e interdependentes e cada uma delas existência da sociedade, e a dinâmica, que estuda seu movimento contí-
desempenharia uma função necessária à vida do conjunto. Nessa aborda- nuo. A principal característica da estática é a ordem harmônica, enquanto a
gem são evidentes as analogias entre a sociedade e um organismo, o que da dinâmica é o progresso, ambas intimamente relacionadas. O fator pre-
levou seus partidários a tentativas de diferenciar o funcionamento normal ponderante do progresso é o desenvolvimento das idéias, mas o cresci-
das instituições e sistemas sociais de seu funcionamento patológico. mento da população e sua densidade também são importantes. Para evolu-

Atualidades 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ir, o indivíduo e a sociedade devem atravessar três etapas: a teológica, a
metafísica e a positiva.
Comte não aceitou o método matemático e propôs a utilização da ob-
servação, da experimentação, da comparação e do método histórico. Para
Comte, a sociedade era um organismo no qual a ordem não se realiza
apenas automaticamente; é possível estabelecer uma ordem planejada,
baseada no conhecimento das leis sociais e de sua aplicação racional a
problemas e situações concretas.
Spencer, o segundo grande pioneiro, negou a possibilidade de atingir o
progresso pela interferência deliberada nas relações entre o indivíduo e a
sociedade. Para ele, a lei universal do progresso é a passagem da homo-
geneidade para a heterogeneidade, isto é, a evolução se dá pelo movimen-
to das sociedades simples (homogêneas), para os diversos níveis das
sociedades compostas (heterogêneas). Individualista e liberal, partidário do
laissez-faire, Spencer deu mais ênfase às concepções evolucionistas e
usou com largueza analogias orgânicas. Distinguiu três sistemas principais: Teorias do conflito. Segunda grande construção do pensamento socio-
de sustentação, de distribuição e regulador. As instituições são as partes lógico, surgida ainda antes que o organicismo tivesse alcançado sua matu-
principais da sociedade, isto é, são os órgãos que compõem os sistemas. ridade, a teoria do conflito conferiu à sociologia uma nova dimensão da
Seu individualismo expressou-se numa das diferenças que apontou: en- realidade. A partir de seus pressupostos, o problema das origens e do
quanto no organismo as partes existem em benefício do todo, na sociedade equilíbrio das sociedades perdeu importância diante dos significados atribu-
o todo existe apenas em benefício do individual. ídos aos mecanismos de conflito e de defesa dos grupos e da função de
Ward compartilhou das idéias de Spencer e Comte mas não incorreu ambos na organização de formas mais complexas de vida social. O grupo
em seus extremos -- individualismo e conservadorismo utópico. Deu grande social passou a ser concebido como um equilíbrio de forças e não mais
ênfase, porém, ao aperfeiçoamento das condições sociais pela aplicação como uma relação harmônica entre órgãos, não-suscetíveis de interferência
de métodos científicos e a elaboração de planos racionais, concebidos externa.
segundo uma imagem ideal da sociedade. Antes mesmo de ser adotada pela sociologia, a teoria do conflito já ha-
Depois da fase dos pioneiros, surgiu o chamado período clássico do via obtido resultados de grande importância em outras áreas que não as
organicismo positivista, caracterizado por uma primeira etapa, em que a especificamente sociológicas. É o caso, por exemplo, da história; da eco-
biologia exerceu influência muito forte, e uma segunda etapa em que pre- nomia clássica, em especial sob a influência de Adam Smith e Robert
dominou a preocupação com o rigor metodológico e com a objetividade da Malthus; e da biologia nascida das idéias de Darwin sobre a origem das
nova disciplina. espécies. Dentro dessas teorias, cabe destacar o socialismo marxista, que
representava uma ideologia do conflito defendida em nome do proletariado,
O organicismo biológico, inspirado nas teorias de Charles Darwin, con- e o darwinismo social, representação da ideologia elaborada em nome das
siderava a sociedade como um organismo biológico em sua natureza, classes superiores da sociedade e baseada na defesa de uma política
funções, origem, desenvolvimento e variações. Segundo essa corrente, seletiva e eugênica. Ambas enriqueceram a sociologia com novas perspec-
praticamente extinta, o que é válido para os organismos é aplicado aos tivas teóricas.
grupos sociais. A segunda etapa clássica do organicismo positivista, tam-
bém chamada de sociologia analítica, foi marcada por grandes preocupa- Os principais teóricos do darwinismo social foram o polonês Ludwig
ções metodológicas e teve em Ferdinand Tönnies, Émile Durkheim e Ro- Gumplowicz, que explicava a evolução sociocultural mediante o conflito
bert Redfield seus expoentes máximos. entre os grupos sociais; o austríaco Gustav Ratzenhofer, que utilizou a
noção do choque de interesses para explicar a formação dos processos
Para Tönnies, a sociedade e as relações humanas são fruto da vonta- sociais; e os americanos William Graham Sumner e Albion Woodbury
de humana, manifesta nas interações. O desenvolvimento dos atos indivi- Small, para os quais a base dos processos sociais residia na relação entre
duais permite o surgimento de uma vontade coletiva. A Tönnies deve-se a a natureza, os indivíduos e as instituições.
distinção fundamental entre "sociedade" e "comunidade", duas formas
básicas de grupos sociais que surgem de dois tipos de desejo, o natural e o O darwinismo social assumiu conotações claramente racistas e sectá-
racional. Segundo Tönnies, não são apenas tipos de grupos mas também rias. Entre suas premissas estão a de que as atividades de assistência e
etapas genéticas -- a comunidade evolui para a sociedade. bem-estar social não devem ocupar-se dos menos favorecidos socialmente
porque estariam contribuindo para a destruição do potencial biológico da
O núcleo organicista da obra de Durkheim encontra-se na afirmação raça. Nesse sentido, a pobreza seria apenas a manifestação de inferiorida-
segundo a qual uma sociedade não é a simples soma das partes que a de biológica.
compõem, e sim uma totalidade sui generis, que não pode ser diretamente
afetada pelas modificações que ocorrem em partes isoladas. Surge assim o Formalismo. A terceira corrente teórica do pensamento sociológico,
conceito de "consciência coletiva", que se impõe aos indivíduos. Para que definiu a sociologia como o estudo das formas sociais, independente
Durkheim, os fatos sociais são "coisas" e como tal devem ser estudados. de seu conteúdo, legou à sociologia um detalhado estudo sobre os aconte-
cimentos e as relações sociais. Para o formalismo, as comparações devem
Provavelmente o sociólogo que mais se aproximou de uma teoria sis- ser feitas entre as relações que caracterizam qualquer sociedade ou institu-
temática, Durkheim deixou uma obra importante também do ponto de vista ição, como, por exemplo, as relações entre marido e mulher ou entre patrão
metodológico, pela ênfase que deu ao método comparativo, segundo ele o e empregado, e não entre sociedades globais, ou entre instituições de
único capaz de explicar a causa dos fenômenos sociais, e pelo uso do diferentes sociedades. O interesse pela comparação entre relações permi-
método funcional. Afirmou que não basta encontrar a causa de um fato tiu à sociologia alcançar um nível mais amplo de generalização e conferiu
social; é preciso também determinar a função que esse fato social vai maior importância ao indivíduo do que às sociedades globais. Essa segun-
preencher. Sociólogos posteriores, como Marcel Mauss, Claude Lévi- da característica abriu caminho para o surgimento da psicologia social.
Strauss e Mikel Duffrenne, retomaram de forma atenuada o realismo socio-
lógico de Durkheim. Os dois ramos principais dessa corrente são o formalismo neokantiano
e o fenomenológico. O primeiro, baseado na divisão kantiana do conheci-
Um dos principais teóricos do organicismo positivista, Redfield analisou mento dos fenômenos em duas classes -- o estudo das formas, considera-
a diferença existente entre as sociedades consideradas em sua totalidade e das a priori como certas, e dos conteúdos, que seriam apenas contingentes
sugeriu a utilização da dicotomia sagrado/secular. Em suas análises utili- -- teve grandes teóricos nos alemães Georg Simmel, interessado em de-
zou, de forma mais avançada e profunda, a grande tipologia do organicismo terminar as condições que tornam possível o surgimento da sociedade, e
positivista clássico, basicamente sociedade/comunidade, e suas diversas Leopold von Wiese, que renovou a divisão kantiana entre forma e conteúdo
configurações. quando a substituiu pela idéia de relação.

Atualidades 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Em oposição à interpretação positivista e objetiva do formalismo kanti- O que é Organizaçã Social?
ano, o ramo fenomenológico contribuiu com uma perspectiva subjetivista.
Concentrou-se não nas formas ou relações que a priori determinam o Organização social, segundo Raymond Firth, consiste na ordenação sis-
surgimento de uma sociedade e sim nas condições sociopsicológicas que a temática de relações sociais pelos atos da escolha e da decisão. A partir de
tornam possível. Tem grande importância, portanto, o estudo dos dados uma organização social os indivíduos fazem escolhas baseando-se nas
cognitivos, isto é, das essências que podem ser diretamente intuídas, para normas da estrutura social.
cuja análise o filósofo alemão Edmund Husserl propôs um método de
redução a fim de alcançar diversos níveis de profundidade.
Behaviorismo social. Surgida entre 1890 e 1910, o behaviorismo social
se dividiu em três grandes ramos -- behaviorismo pluralista, interacionismo
simbólico e teoria da ação social -- e legou à sociologia preciosas contribui-
ções metodológicas. O behaviorismo pluralista, formado a partir da escola
de imitação-sugestão representada pelo francês Gabriel Tarde, centralizou-
se na análise dos fenômenos de massas e atribuiu grande importância ao
conceito de imitação para explicar os processos e interações sociais, en-
tendidos como repetição mecânica de atos.
Os americanos Charles Horton Cooley, George Herbert Mead e Char-
les Wright Mills são alguns dos teóricos do interacionismo simbólico que, ao
contrário do movimento anterior, centralizou-se no estudo do eu e da per-
sonalidade, assim como nas noções de atitude e significado para explicar
os processos sociais.
A organização social diz respeito à forma como os homens se relacio-
O alemão Max Weber foi o expoente máximo do terceiro movimento do nam através de suas ações
behaviorismo, a teoria da ação social. Com seu original método de "cons-
trução de tipos sociais", instrumento de análise para estudo de situações e Na compreensão de uma sociedade, para além da análise de sua estru-
acontecimentos históricos concretos, exerceu poderosa influência sobre tura social (a qual consiste na forma como esta se estrutura, nas funções
numerosos sociólogos posteriores. necessárias para aquele grupo, nas posições sociais e papéis sociais que
estão dispostos conforme privilégios e deveres), é preciso compreender sua
Funcionalismo. A reformulação do conceito de sistema foi o centro de organização. Segundo Raymond Firth, em artigo publicado no livro Homem
todas as interpretações que constituem a contribuição do funcionalismo, e Sociedade, organizado por Fernando Henrique Cardoso e Octavio Ianni, a
última grande corrente do pensamento sociológico e integrada por dois "organização social implica algum grau de unificação, ou união de diversos
importantes ramos: o macrofuncionalismo, derivado do organicismo socio- elementos numa relação comum” (IANNI, 1973, p. 41). A ideia de organiza-
lógico e da antropologia, e o microfuncionalismo, inspirado nas teorias da ção social está ligada ao processo social, à ideia de mudança, de arranjo do
escola psicológica da Gestalt e no positivismo. Entre os adeptos do funcio- comportamento dos indivíduos na construção da vida social.
nalismo estão os antropólogos culturais Bronislaw Malinowski e A. R.
Radcliffe-Brown. Dentro de uma organização social os indivíduos podem tomar decisões
e fazer escolhas tendo como referência as normas dadas pela estrutura
O macrofuncionalismo se caracteriza pela unidade orgânica que consi- social, concordando ou não com os valores grupais, com as convenções.
dera fundamental: os esquemas em larga escala. Foi o italiano Vilfredo Contudo, como se sabe, aqueles que fogem à regra podem sofrer pressões.
Pareto quem permitiu a transição entre o organicismo e o funcionalismo, Ao mesmo tempo, quando um comportamento se torna mais frequente,
quando concebeu o conceito de sistema, conferindo-lhe correta formulação deixa de ser exceção para se tornar regra. Como exemplo, basta pensarmos
abstrata. A forma da sociedade, segundo ele, é determinada pela interação nas mudanças do papel social exercido pela mulher em sua posição de
entre os elementos que a compõem e a interação desses elementos com o esposa. Se outrora era apenas alguém do lar, hoje pode assumir funções
todo, o que implica a existência de uma determinação recíproca entre profissionais fora de casa, o que certamente afetou a organização da socie-
diversos elementos: a introdução de qualquer mudança provoca uma dade (principalmente a ocidental) nas últimas décadas. A organização social
reação cuja finalidade é a recuperação do estado original (noção de equilí- diz respeito à forma como os homens se relacionam através de suas ações,
brio sistêmico). levando em consideração aspectos como: período de tempo, responsabili-
dade e representatividade com os grupos, riqueza, a camada social na qual
O microfuncionalismo desenvolveu-se na área de análise dos grupos
estão inseridos, enfim, entre uma sorte de outros aspectos que podem
em sua dinâmica e não na área do estudo da sociedade como um sistema.
contribuir para marcar a posição social do indivíduo para o desempenho de
O americano Kurt Lewin, com a teoria sobre os "campos dinâmicos", con-
seu papel.
juntos de fatos físicos e sociais que determinam o comportamento de um
indivíduo na sociedade, abriu novos caminhos para o estudo dos grupos Mas qual a diferença mais específica entre estrutura e organização so-
humanos. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. cial? Para Firth, “a continuidade é expressa na estrutura social, na trama de
relações que é feita através da estabilidade de expectativas, pela validação
Organização social.
de experiência do passado em termo de experiência similar no futuro. Os
Expressão que se refere ao sistema político-social de um povo. Desig- membros da sociedade procuram um guia seguro para a ação, e a estrutura
na também qualquer associação que obedece a determinada doutrina da sociedade lhes dá isso – através da família, do sistema de parentesco,
política, social, ética e econômica, com finalidades diversas. das relações de classe, da distribuição ocupacional, e assim por diante. Ao
mesmo tempo, oferece oportunidade para a variação e para a compreensão
dessas variações. Isto é encontrado na organização social, a ordenação
sistemática de relações sociais pelos atos da escolha e decisão” (ibidem, p.
45).
Assim, o que se pode compreender dessa afirmação é que se que a es-
trutura social diz respeito ao sistema de posições sociais que os indivíduos
podem ocupar, a organização diz respeito ao sistema de papéis sociais que
esse mesmo indivíduo pode ocupar. Numa comparação ao jogo de xadrez,
enquanto a estrutura social poderia equivaler às normas e regras do jogo
(por exemplo, como cada peça deve se movimentar, regra previamente
definida), a organização social equivale aos lances e estratégias de jogo, à
combinação de jogadas. Logo, ainda segundo Firth, enquanto na “estrutura
social se encontra o princípio de continuidade da sociedade; no aspecto da

Atualidades 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
organização se encontra o princípio de variação ou mudança – que permite públicas esporádicas, mas trata-se de organizações que sistematicamente
a avaliação da situação e a escolha individual”. (ibidem, p.46). Paulo Silvino atuam para alcançar seus objetivos políticos, o que significa haver uma luta
Ribeiro constante e em longo prazo dependendo da natureza da causa. Em outras
palavras, os movimentos sociais possuem uma ação organizada de caráter
Movimentos sociais: breve definição permanente por uma determinada bandeira. Paulo Silvino Ribeiro
Autor apresenta análise sobre movimentos sociais na era
da internet;
da Livraria da Folha
Articular mentes, criar significado, contestar o poder
NINGUÉM ESPERAVA. Num mundo turvado por af lição econômica,
cinismo político, vazio cultural e desesperança pessoal, aquilo apenas
aconteceu. Subitamente, ditaduras podiam ser derrubadas pelas mãos
desarmadas do povo, mesmo que essas mãos estivessem ensanguentadas
pelo sacrifício dos que tombaram. Os mágicos das finanças passaram de
objetos de inveja pública a alvos do desprezo universal. Políticos viram-se
expostos como corruptos e mentirosos. Governos foram denunciados. A
mídia se tornou suspeita. A confiança desvaneceu-se. E a confiança é o
que aglutina a sociedade, o mercado e as instituições.
Sem confiança nada funciona. Sem confiança o contrato social se dis-
solve, e as pessoas desaparecem, ao se transformarem em indivíduos
Exemplo de movimentos sociais defensivos lutando pela sobrevivência. Entretanto, nas bordas de um mun-
do que havia chegado ao limite de sua capacidade de propiciar aos seres
Em linhas gerais, o conceito de movimento social se refere à ação cole- humanos a faculdade de viver juntos e compartilhar sua vida com a nature-
tiva de um grupo organizado que objetiva alcançar mudanças sociais por za, mais uma vez os indivíduos realmente se uniram para encontrar novas
meio do embate político, conforme seus valores e ideologias dentro de uma formas de sermos nós, o povo.
determinada sociedade e de um contexto específicos, permeados por ten-
sões sociais. Podem objetivar a mudança, a transição ou mesmo a revolu- De início, eram uns poucos, aos quais se juntaram centenas, depois
ção de uma realidade hostil a certo grupo ou classe social. Seja a luta por formaram-se redes de milhares, depois ganharam o apoio de milhões, com
um algum ideal, seja pelo questionamento de uma determinada realidade suas vozes e sua busca interna de esperança, confusas como eram, ultra-
que se caracterize como algo impeditivo da realização dos anseios deste passando as ideologias e a publicidade para se conectar com as preocupa-
movimento, este último constrói uma identidade para a luta e defesa de seus ções reais de pessoas reais na experiência humana real que fora reivindi-
interesses. Torna-se porta-voz de um grupo de pessoas que se encontra cada. Começou nas redes sociais da internet, já que estas são espaços de
numa mesma situação, seja social, econômica, política, religiosa, entre autonomia, muito além do controle de governos e empresas, que, ao longo
outras. Gianfranco Pasquino em sua contribuição ao Dicionário de Políti- da história, haviam monopolizado os canais de comunicação como alicer-
ca (2004) organizado por ele e por Norberto Bobbio e Nicolau Mateucci, ces de seu poder. Compartilhando dores e esperanças no livre espaço
afirma que os movimentos sociais constituem tentativas – pautadas em público da internet, conectando-se entre si e concebendo projetos a partir
valores comuns àqueles que compõem o grupo – de definir formas de ação de múltiplas fontes do ser, indivíduos formaram redes, a despeito de suas
social para se alcançar determinados resultados. opiniões pessoais ou filiações organizacionais. Uniram-se. E sua união os
ajudou a superar o medo, essa emoção paralisante em que os poderes
Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, Em defesa da Sociolo- constituídos se sustentam para prosperar e se reproduzir, por intimidação
gia (1976), para se compreender os movimentos sociais, mais do que pen- ou desestímulo - e quando necessário pela violência pura e simples, seja
sar em valores e crenças comuns para a ação social coletiva, seria necessá- ela disfarçada ou institucionalmente aplicada. Da segurança do ciberespa-
rio considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se manifestam. ço, pessoas de todas as idades e condições passaram a ocupar o espaço
Cada sociedade ou estrutura social teria como cenário um contexto histórico público, num encontro às cegas entre si e com o destino que desejavam
(ou historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria forjar, ao reivindicar seu direito de fazer história - sua história -, numa
posto um conflito entre classes, terreno das relações sociais, a depender manifestação da autoconsciência que sempre caracterizou os grandes
dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os movimentos sociais movimentos sociais.
fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social geradora por si só
da contradição entre as classes, sendo uma ferramenta fundamental para a Os movimentos espalharam-se por contágio num mundo ligado pela in-
ação com fins de intervenção e mudança daquela mesma estrutura. ternet sem fio e caracterizado pela difusão rápida, viral, de imagens e
ideias. Começaram no sul e no norte, na Tunísia e na Islândia, e de lá a
Dessa forma, para além das instituições democráticas como os partidos, centelha acendeu o fogo numa paisagem social diversificada e devastada
as eleições e o parlamento, a existência dos movimentos sociais é de fun- pela ambição e manipulação em todos os recantos deste planeta azul. Não
damental importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestação foram apenas a pobreza, a crise econômica ou a falta de democracia que
e reivindicação. Podemos citar como alguns exemplos de movimentos o da causaram essa rebelião multifacetada. Evidentemente, todas essas doloro-
causa operária, o movimento negro (contra racismo e segregação racial), o sas manifestações de uma sociedade injusta e de uma comunidade política
movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo, movimento não democrática estavam presentes nos protestos. Mas foi basicamente a
feminista, movimentos ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatis- humilhação provocada pelo cinismo e pela arrogância das pessoas no
tas, movimentos marxista, socialista, comunista, entre outros. Alguns destes poder, seja ele financeiro, político ou cultural, que uniram aqueles que
movimentos possuem atuação centralizada em algumas regiões (como no transformaram medo em indignação, e indignação em esperança de uma
caso de movimentos separatistas na Europa). Outros, porém, com a expan- humanidade melhor. Uma humanidade que tinha de ser reconstruída a
são do processo de globalização (tanto do ponto de vista econômico como partir do zero, escapando das múltiplas armadilhas ideológicas e institucio-
cultural) e disseminação de meios de comunicação e veiculação da informa- nais que tinham levado inúmeras vezes a becos sem saída, forjando um
ção, rompem fronteiras geográficas em razão da natureza de suas causas, novo caminho, à medida que o percorria. Era a busca de dignidade em
ganhando adeptos por todo o mundo, a exemplo do Greenpeace, movimento meio ao sofrimento da humilhação - temas recorrentes na maioria dos
ambientalista de forte atuação internacional. movimentos.
A existência de um movimento social requer uma organização muito Movimentos sociais conectados em rede espalharam-se primeiro no
bem desenvolvida, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas mundo árabe e foram confrontados com violência assassina pelas ditaduras
muito engajadas. Os movimentos sociais não se limitam a manifestações locais. Vivenciaram destinos diversos, incluindo vitórias, concessões,

Atualidades 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
massacres repetidos e guerras civis. Outros movimentos ergueram-se maioria das pessoas pensa de forma contraditória em relação aos valores e
contra o gerenciamento equivocado da crise econômica na Europa e nos normas institucionalizados em leis e regulamentos aplicados pelo Estado, o
Estados Unidos, por governos que se colocavam ao lado das elites finan- sistema vai mudar, embora não necessariamente para concretizar as
ceiras responsáveis pela crise à custa de seus cidadãos: Espanha, Grécia, esperanças dos agentes da mudança social. É por isso que a luta funda-
Portugal, Itália (onde mobilizações de mulheres contribuíram para pôr fim à mental pelo poder é a batalha pela construção de significado na mente das
bufa commedia dell'arte de Berlusconi), Grã-Bretanha (onde a ocupação de pessoas.
praças e a defesa do setor público por sindicatos e estudantes se deram as
mãos) e, com menos intensidade, mas simbolismo semelhante, na maioria Movimentos sociais na era da internet
dos outros países europeus. Em Israel, um movimento espontâneo com por Alexandre Matias
múltiplas demandas tornou-se a maior mobilização de base da história do
país, obtendo a satisfação de muitas de suas reivindicações.
Nos Estados Unidos, o movimento Occupy Wall Street, tão espontâneo
quanto os outros e igualmente conectado em redes no ciberespaço e no
espaço urbano, tornou-se o evento do ano e afetou a maior parte do país, a
ponto de a revista Time atribuir ao "Manifestante" o título de personalidade
do ano. E o lema dos 99%, cujo bem-estar fora sacrificado em benefício do
1% que controla 23% das riquezas do país, tornou-se tema regular na vida
política americana. Em 15 de outubro de 2011, uma rede global de movi-
mentos Occupy, sob a bandeira "Unidos pela Mudança Global", mobilizou
centenas de milhares de pessoas em 951 cidades de 82 países, reivindi-
cando justiça social e democracia verdadeira. Em todos os casos, os movi-
mentos ignoraram partidos políticos, desconfiaram da mídia, não reconhe-
ceram nenhuma liderança e rejeitaram toda organização formal, sustentan-
do-se na internet e em assembleias locais para o debate coletivo e a toma-
da de decisões.
Este livro busca analisar esses movimentos: formação, dinâmica, valo-
res e perspectivas de transformação social. É uma investigação sobre os
movimentos sociais da sociedade
em rede, movimentos que, em última instância, farão as sociedades do
século XXI, ao se engajarem em práticas conflitivas enraizadas nas contra-
dições fundamentais de nosso mundo. A análise aqui apresentada baseia-
se na observação dos movimentos, mas não tentará descrevê-los, nem
será capaz de fornecer provas definitivas dos argumentos expostos no Ao mesmo tempo em que o sociólogo espanhol Manuel Castells falava
texto. Já está disponível uma profusão de informações, artigos, livros, em mais uma palestra do evento Fronteiras do Pensamento, que aconteceu
reportagens e arquivos de blogs que podem ser facilmente consultados no Teatro Geo na terça-feira desta semana, em São Paulo, a tensão entre
navegando-se pela internet. É cedo demais para construir uma interpreta- manifestantes contra o aumento da passagem de ônibus e a polícia militar
ção sistemática, acadêmica, desses movimentos. Assim, meu propósito é chegava às vias de fato a poucos quilômetros dali, na Avenida Paulista. Não
mais limitado: sugerir algumas hipóteses, baseadas na observação, sobre a estava alheio ao que acontecia na cidade, ao citar o protesto paulistano
natureza e as perspectivas dos movimentos sociais em rede, com a espe- como uma das inúmeras manifestações de uma indignação que, nos últimos
rança de identificar os novos rumos da mudança social em nossa época e cinco anos, tem começado em um novo espaço social, a internet, para
de estimular um debate sobre as implicações práticas (e, em última instân- depois chegar às ruas, em massa.
cia, políticas) dessas hipóteses.
O sociólogo é um dos principais acadêmicos a compreender esta mu-
Essa análise tem por base uma teoria fundamentada do poder que a- dança, que é o tema de seu novo livro, chamado Redes de Indignação e
presentei no meu livro Communication Power (2009), teoria que fornece Esperança – Movimentos Sociais na Era da Internet, que deve sair no Brasil
substrato para a compreensão dos movimentos aqui estudados. em setembro, pela editora Zahar. O livro também foi a base para sua confe-
Parto da premissa de que as relações de poder são constitutivas da rência, em que começou explicando que qualquer manifestação política
sociedade porque os que detêm o poder constroem as instituições segundo começa em nossas mentes para depois materializar-se na prática. “A forma
seus valores e interesses. O poder é exercido por meio da coerção (o como pensamos, determina a forma como atuamos. Portanto, o que real-
monopólio da violência, legítima ou não, pelo controle do Estado) e/ou pela mente condiona o comportamento da sociedade é o que ocorre em nossas
construção de significado na mente das pessoas, mediante mecanismos de mentes”, explicou. Falou sobre o papel da coerção do estado para manter o
manipulação simbólica. As relações de poder estão embutidas nas institui- poder (“uma tradição que começa em Maquiavel e que foi formalizada me-
ções da sociedade, particularmente nas do Estado. Entretanto, uma vez lhor por Max Weber”, disse) e como apenas o monopólio da violência –
que as sociedades são contraditórias e conflitivas, onde há poder há tam- válido ou não – torna este mesmo estado débil. “Pois ao mesmo tempo há
bém contrapoder, que considero a capacidade de os atores sociais desafia- outra tradição, que inclui Bertrand Russell, Foucault e também Gramsci, que
rem o poder embutido nas instituições da sociedade com o objetivo de insiste no papel decisivo da persuasão para a manutenção do poder, pela
reivindicar a representação de seus próprios valores e interesses. Todos os maneira implícita e explícita de influenciar nossa maneira de pensar”, expli-
sistemas institucionais refletem as relações de poder e seus limites tal cou, antes de cravar que “afinal, manipular as mentes é muito mais eficaz do
como negociados por um interminável processo histórico de conflito e que torturar os corpos”.
barganha. A verdadeira configuração do Estado e de outras instituições que Com esta introdução ele explicou que a atuação do poder – de qualquer
regulam a vida das pessoas depende dessa constante interação de poder e natureza, político, econômico, militar, tecnológico, etc. – não acontece
contrapoder. sozinha, e sim com a participação da sociedade civil. “Nossas mentes vivem
Coerção e intimidação, baseadas no monopólio estatal da capacidade imersas em um ambiente de comunicação, onde construímos nossa forma
de exercer a violência, são mecanismos essenciais de imposição da vonta- de pensar e, portanto, de fazer o que fazemos”, considerou, lembrando que,
de dos que controlam as instituições da sociedade. Entretanto, a constru- com a chegada das tecnologias digitais, não temos mais como fugir deste
ção de significado na mente das pessoas é uma fonte de poder mais deci- ambiente – cada vez mais intenso, veloz e, portanto, mais decisivo para
siva e estável. A forma como as pessoas pensam determina o destino de definirmos nossas posições e preferências, tanto quanto indivíduos como
instituições, normas e valores sobre os quais a sociedade é organizada. sociedade.
Poucos sistemas institucionais podem perdurar baseados unicamente na Eis o centro de sua palestra: o impacto que estas novas tecnologias im-
coerção. Torturar corpos é menos eficaz que moldar mentalidades. Se a primiram primeiro à sociedade, depois aos meios de comunicação – ou à

Atualidades 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“arena da comunicação”, frisando que não mais podemos separar o público Taksim na Turquia ou no aumento de centavos nas passagens de ônibus em
dos grupos que antes controlavam este debate – e, finalmente, aos poderes São Paulo. “Centenas de milhões de pessoas já participaram destes movi-
políticos constituídos. “O poder político é construído no espaço da comuni- mentos”, continua, “e são movimentos que podem ter saído das ruas, mas
cação”, frisou, “este é o espaço em que se joga o poder”. Exemplificou o não desapareceram. Eles continuam online. Quando vem a repressão física,
impacto da internet na sociedade moderna, primeiro em números, citando eles se retiram das ruas, rediscutem online. Não têm líderes nem programa,
que há quase o mesmo número de linhas de telefones celulares ativas no mas têm a capacidade de resistir e de renascer a qualquer momento. Isso
mundo que de pessoas (“Sem nos esquecer que bebês – ainda – não usam só acontece porque há a capacidade de autocomunicação de massa que os
celulares”, brincou), e como a evolução do digital e das tecnologias móveis permitiu existir”.
aceleram um processo que está mudando a cara da política. “A humanidade
está conectada”, atestou, “e isso aconteceu num espaço duas décadas, E conclui: “A palavra ‘dignidade’ aparece em todos os países, em todos
sobretudo nos últimos dez anos.” estes movimentos, em diferentes países e culturas. Eles não têm uma
reivindicação concreta, mas querem o reconhecimento da própria dignidade,
Lamentou a crise do jornalismo, agente que funcionaria como mediador pois as pessoas não se vêem reconhecidas como pessoas ou cidadãos”.
entre os poderes e as pessoas, mas que tem perdido o contato com o públi- Castells reforçou que as semelhanças entre movimentos que partem de
co por não saber dialogar com a nova realidade digital e estar obcecado com causas tão distintas apenas enfatizam seu papel no século 21 – e compara o
números de audiência – antes fáceis de ser conseguidos e que agora dis- que está acontecendo nos últimos anos com o que aconteceu nos últimos 40
persam-se pois os espectadores e leitores não são mais “vegetativos” – anos no que diz respeito às mulheres, sem se referir a um autor, ideologia
como explicitou no caso do público da TV – e que consomem muito mais ou movimento feminista específico. “Foi um movimento coletivo, em que
informação que antes, por canais diferentes. “O uso da internet se aprofun- todas as mulheres do mundo decidiram abandonar o papel de sujeitada para
dou pois novos espaços sociais de interação foram ocupados, cada vez assumirem o papel de sujeitas da história”, reforçou, lembrando os avanços
mais personalizados”, continuou, listando redes sociais e enfatizando que o da ascensão do papel da mulher na sociedade na última metade de século,
até o e-mail já perdeu seu espaço. “Há mais de 500 milhões de blogs atuali- principalmente em comparação a milênios de história. E, segundo ele, isso
zados diariamente, a maioria na China, e as redes sociais, hoje onipresen- está acontecendo de novo, nesta nova forma de manifestação social – que
tes, existem há menos de dez anos”, além de salientar que a internet se demanda mudanças culturais mais do que políticas.
tornou um espaço multicultural, em que o inglês, por exemplo, perdeu a
dominância: “Menos de 29% da internet é escrita em inglês”, reforçou. Conselhos de políticas públicas.
Este novo cenário resulta na crise total do negócio tradicional da comu-
nicação, disse Castells. “Ninguém ainda encontrou a resposta para a ques- Os conselhos são órgãos colegiados criados pelo Estado, cuja com-
tão da perda do monopólio nas transmissões das mensagens. Todos os posição e competência são determinadas pela lei que os instituiu. São
grandes meios de comunicação em todo o planeta estão em profunda crise também conhecido como Conselhos Municipais ou Conselhos Setoriais.
empresarial, pois tentam se apropriar de um modelo que não entendem. É
um problema mental – e generalizado no mundo todo. A internet é ativa, os Os conselhos de políticas públicas têm as seguintes características:
outros meios eram passivos”, refletiu.
criação por iniciativa do Estado;
Castells também falou sobre como enfraquecimento dos meios tradicio-
a sua composição deve ser integrada por representantes do Poder Pú-
nais de comunicação afetou a política, que hoje busca um rosto para repre-
blico e da sociedade;
sentar o poder, não apenas ideologias ou partidos. Disse que isso acontece
pois há uma crise de representação de poder que encontra eco nos novos tem por finalidade principal servir de instrumento para garantir a partici-
espaços sociais e faz que a sociedade se pergunte sobre seu papel nestes pação popular, o controle social e a gestão democrática das políticas e dos
novos tempos. serviços públicos, envolvendo o planejamento e o acompanhamento da
execução destas políticas e serviços públicos;
O novo cenário é composto não apenas de veículos de comunicação de
massa e ambientes digitais que permitem discussões entre as pessoas, mas as decisões, naquilo que tange ao acatamento ou não do resultado por
de uma nova forma de comunicação, que chama de “autocomunicação de quem tem a capacidade de execução da decisão, poderão ser de caráter
massas”. Ele explica o termo: “É de massas porque pode alcançar, potenci- deliberativo ou consultivo. As decisões de caráter consultivo não geram
almente, milhões e milhões de pessoas. Não ao mesmo tempo, mas uma direitos subjetivos públicos, são meramente opinativas e indicativas da
pequena rede se conecta a muitas redes que se conecta a muitas redes e se vontade do conselho. Já as deliberativas, são aquelas decisões de acata-
chega a todo o mundo”, definiu, “e é ‘auto’ porque há autonomia na emissão mento obrigatório pela autoridade responsável pela execução da decisão,
das mensagens, na seleção da recepção das mensagens, na criação de portanto geram direitos públicos subjetivos passíveis de reivindicação
redes sociais específicas. Assim, a capacidade de encontrar informação é judicial por qualquer interessado.
ilimitada, se você tem critérios de busca – que não são tecnológicos e sim não remuneração dos conselheiros, via de regra;
metais ou intelectuais.”
raramente os conselheiros exercem esta função com exclusividade,
E a partir daí começou a conclusão de sua conferência, explicando que tendo em vista que a maioria dos seus membros tem outras atividades no
movimentos como o que propôs a criação coletiva da constituição da Islân- setor público ou no privado;
dia, os Indignados na Espanha, o Occupy Wall Street nos Estados Unidos, a
Primavera Árabe e o grupo Anonymous são parte de um mesmo movimento, o Poder Público deve disponibilizar a estrutura necessária para garantir
coletivo e global, que não é político e sim social. “São estes movimentos, a autonomia funcional dos conselhos, como equipamentos, finanças, infor-
sociais e não políticos, que realmente mudam a história, pois realizam uma mações, assistência técnica e servidores públicos;
transformação cultural, que está na base de qualquer transformação de os representantes do Estado geralmente são técnicos e os represen-
poder”, salientou. tantes da sociedade , na sua maioria, são leigos e oriundos de movimentos
Disse que estes movimentos começam na internet mas não são essen- sociais;
cialmente digitais. “Eles só tornam-se visíveis e passam a existir de fato as reuniões devem ser em local de fácil acesso para o público, sendo o
quando tomam as ruas”, explicou, reforçando que estes movimentos aconte- horário, data, local e pauta divulgados com antecedência;
cem há apenas cinco anos e que eles não têm lideranças, que repudiam a
violência e que embora não tenham objetivo definido, encontrem coincidên- os representantes da sociedade não devem ocupar funções de livre
cias e semelhanças ao indignar-se. “São movimentos emocionais e que se nomeação e exoneração no Poder Público ao qual o conselho se propõe a
unem pela recuperação de uma dignidade que se perdeu. Às vezes eles formular a política e o controle, por determinado período;
começam pequenos e parecem que se mobilizam por pouca coisa, mas que
as atividades dos conselhos estão sujeitas a controle institucional e so-
funcionam como apenas uma gota a mais em uma indignação que existe em
cial;
todos os setores sociais, que as pessoas não aguentam mais”, realçando
que isso pode ser a construção de um shopping para turistas na praça

Atualidades 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
as decisões dos conselhos, independente de serem consultivas ou de- ainda que a vida fora da sociedade é exceção, se enquadrando em três
liberativas, são equivalentes aos atos administrativos. Portanto, estão hipóteses: a mala fortuna, quando um indivíduo, acidentalmente, por um
sujeitas aos mesmos princípios e regras, dentro da hierarquia normativa, infortúnio passa a viver em isolamento, como é o caso de um náufrago, por
em especial as do artigo 37 da Constituição. exemplo; a corruptio naturae, quando por alienação mental ou anomalia, o
homem é desprovido de razão e busca viver distanciado dos demais; e
Sociedade, Direito e controle social a excellentia naturae, que é a hipótese do homem isolar-se buscando a
Wanessa Mota Freitas Fortes comunhão com Deus e o seu aperfeiçoamento espiritual.

O direito não tem existência por si só. Ele existe no meio social e em Durante a época moderna surgem os contratualistas, destacando os
função da sociedade, não sendo seu único instrumento de organização e nomes de Spinoza, Hobbes, Locke, Leibnitz, Vico e Rousseau. Existe uma
harmonia, mas, merece lugar de destaque, pois é o que possui maior gama enorme e variada de teorias contratualistas que buscam explicações
pretensão de efetividade, manifestando-se como um corolário inafastável. para o impulso associativo do homem, com diferentes explicações e teses.
Há, no entanto, um ponto em comum entre eles. Todas negam o impulso
Resumo associativo natural, concluindo que somente a vontade humana justifica a
existência em sociedade. A sociedade, portanto, é uma criação humana e
O homem é um ser social e político, vivendo em grupos, em socieda-
se tem sua base firmada em um contrato, que pode ser alterado ou desfei-
des. É natural que no seio destes grupos haja conflitos, desentendimentos
to.
e interesses divergentes. No entanto, o homem sente necessidade de
segurança e busca a harmonia social. Para que a sociedade subsista é Hobbes, por exemplo, com suas ideias apresentadas na obra "Leviatã",
necessário que os conflitos sejam resolvidos e para tanto, o homem dispôs defendia que o homem é um ser mau e antissocial por natureza, enxergan-
de vários meios com o intuito de controlar as ações humanas e trazer um do seus semelhantes como concorrentes a serem dominados ou destruí-
equilíbrio à sociedade. São os instrumentos de controle social. O Direito, dos. O constante estado de guerra, de conflitos e brutalidade teria levado
criação humana, é um destes instrumentos, cujo principal objetivo é viabili- os homens a firmarem um contrato entre si, transferindo o poder de se
zar a existência em sociedade, trazendo paz, segurança e justiça. autogovernar, seus direitos e liberdades ao Estado, que deveria impor
1.A sociabilidade humana ordem e segurança a todos.

O homem é um ser social e precisa estar em contato com seus seme- Rousseau, por sua vez, em "O contrato social", afirma que o homem,
lhantes e formar associações. Ele se completa no outro. Somente da inte- ao revés do entendimento de Hobbes, é essencialmente bom e livre. A
ração social é possível o desenvolvimento de suas potencialidades e facul- sociedade e o aparecimento da propriedade privada é que o corrompe,
dades. Ele precisa buscar no outro as experiências ou faculdades que não dando início aos inúmeros conflitos sociais. A solução encontrada por ele
possui e, mais, há a necessidade de passar seu conhecimento adiante. para extirpar os conflitos seria a organização de um Estado que só se guie
Dessa interação, há crescimento, desenvolvimento pessoal e social. pela vontade geral, e não pelos interesses particulares. O instrumento pelo
qual se perfaz essa sociedade é o contrato social, pelo qual cada indivíduo
Conforme Battista Mondin (1986, p.154) o homem é um ser sociável, transfere ao Estado a sua pessoa, todos os seus direitos e suas coisas.
pois tem a "propensão para viver junto com os outros e comunicar-se com
Ante o exposto, entendemos que a sociedade é fruto da própria nature-
eles, torná-los participantes das próprias experiências e dos próprios dese-
za humana, de uma necessidade natural de interação. O homem tem
jos, conviver com eles as mesmas emoções e os mesmos bens." Segundo
necessidade material e espiritual de conviver com seus semelhantes, de se
o mesmo autor, ele também é um ser político. A politicidade é "o conjunto
desenvolver e de se completar. No entanto, essa interdependência recípro-
de relações que o indivíduo mantém com os outros, enquanto faz parte de
ca não exclui a participação da consciência ou da vontade humana. Cons-
um grupo social."
ciente de que necessita da vida social o indivíduo procura melhorá-la e
Vários estudiosos tentam explicar o impulso associativo do ser huma- torná-la mais viável. A sociedade, em suma, seria o produto de um impulso
no. Platão (428-348 a.C.) interpreta a dimensão social do homem como um natural conjugado com a vontade e consciência humana.
fenômeno contingente. Para ele o homem é um ser etéreo, é essencialmen-
te alma e se realiza em sua plenitude e perfeição, alcançando a felicidade 2.Sociedade e interação
ao contemplar as ideias. Estas se localizam em um mundo denominado O conceito de sociedade apresenta inúmeras controvérsias devido ao
"topos uranos", ou lugar celeste. Para esta atividade não necessita de seu amplo aspecto. O vocábulo pode ser utilizado de diversas formas e
ninguém, cada alma se basta, existindo e se realizando por conta própria, com vários sentidos, tais como o de nação e o de grupo social. Em termos
independentemente das outras. Mas, por causa de uma grande culpa, que gerais podemos definir sociedade como um grupo de pessoas que intera-
não é explicada em sua teoria, as almas perderam sua condição original de gem entre si.
espiritualidade absoluta e caíram na Terra, sendo obrigadas a assumir um
corpo físico para expurgar suas culpas e purificar-se. Esse corpo físico Deste conceito podemos deduzir três características da sociedade: a
funcionaria como um limitador de suas potencialidades e faculdades, impe- multiplicidade de pessoas, a interação entre elas e a previsão de compor-
dindo-as de se sentirem completas por si só. Desse modo, as almas corpo- tamento. Para a formação da sociedade não basta que existam várias
rificadas precisam se associar para suprir suas carências e limitações. pessoas reunidas, uma aglomeração de indivíduos, mas que elas interajam,
Segundo Platão, portanto, a sociabilidade é uma consequência da corpo- que desenvolvam ações conjuntas, que tenham reações aos comportamen-
reidade e dura apenas enquanto as almas estiverem ligadas ao corpo tos uns dos outros, que desenvolvam diálogos sociais. Ela se faz por um
físico, material. amplo relacionamento humano. Dessa interação é possível prever compor-
tamentos, situações e condutas que poderão se manifestar no seio do
Aristóteles (384-322 a.C), de maneira oposta, entende que a sociabili- grupo, sejam elas lícitas ou ilícitas.
dade é uma propriedade essencial do homem. Na sua visão, o homem é
constituído de corpo e de alma, essencialmente. E, por esta constituição, Conforme ensina Betioli (2008, p.7): "A interação, por seu turno, pres-
não pode se autorrealizar, sendo necessário criar vínculos sociais para supõe uma previsão de comportamento, ou de reações ao comportamento
satisfazer suas próprias necessidades e vontades. É a natureza do homem dos outros.(...) Cada um age orientando-se pelo provável comportamento
que o impulsiona a querer associar-se e interagir com os demais. Por este do outro e também pela interpretação que faz das expectativas do outro
motivo, considerava o homem fora da sociedade um ser superior ou inferior com relação a seu comportamento."
à condição humana: "O homem é, por sua natureza, um animal político. Segundo Paulo Nader, a interação social, basicamente, vai se realizar
Aquele que, por natureza, não possui estado, é superior ou mesmo inferior de três formas: a cooperação, a competição e o conflito. Vejamos:
ao homem, quer dizer: ou é um deus ou mesmo um animal" (de sua obra: A
política). "Na cooperação, as pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e
valor e por isso conjugam o seu esforço. Na competição há uma disputa,
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), como Aristóteles, considerava o uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, uma
homem um ser naturalmente sociável: "O homem é, por natureza, ani- visando à exclusão da outra. (...) O conflito se faz presente a partir do
mal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros impasse, quando os interesses em jugo não logram uma solução pelo
animais, o que evidencia pela natural necessidade." (S.Th, I, 96, 4). Afirma

Atualidades 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
diálogo e as partes recorrem à luta, moral ou física, ou buscam a mediação 4.O direito como instrumento de controle social
da justiça." (2007, p.25)
Como vimos o direito não é o único instrumento responsável pela orga-
Vivendo em um mesmo ambiente e possuindo os mesmos instintos e nização e pela harmonia da sociedade, uma vez que as demais normas de
necessidades, é natural que surjam diversos conflitos entre as pessoas e conduta também contribuem para o sucesso das relações sociais. No
que necessitam de uma solução. Para que a sociedade subsista é impres- entanto, merece lugar de destaque, pois é o que possui maior pretensão de
cindível que se resolvam estes conflitos de interesses. As pessoas têm a efetividade, manifestando-se como um corolário inafastável da sociedade.
necessidade de buscar a segurança, a justiça e a realização do bem co-
mum. Diante disto surge a necessidade de criar instrumentos que controlem Émile Durkheim (1960, p.17) ressalta que "a sociedade sem
ou que regulamentem a vida social. o direito não resistiria, seria anárquica, teria o seu fim. O direito é a grande
coluna que sustenta a sociedade. Criado pelo homem, para corrigir a sua
3.Instrumentos de controle social imperfeição, o direito representa um grande esforço para adaptar o mundo
exterior às suas necessidades de vida."
Existem diversos meios que servem para regular a condutas dos mem-
bros da sociedade visando à harmonia da vida social. Entre eles podemos A necessidade de uma convivência ordenada impõe-se como condição
destacar a religião, a moral, as regras de trato social e, obviamente, para a subsistência da sociedade. O direito corresponde a essa exigência
o Direito. ordenando as relações sociais através de normas obrigatórias de organiza-
ção e comportamento humano.
Paulo Nader (2007, p.31) afirma que "o mundo primitivo não distinguiu
as diversas espécies de ordenamentos sociais. O Direito absorvia questões Miguel Reale (2006, p.62) define o direito como sendo "a ordenação
afetas ao plano da consciência, própria da moral e da religião, e assuntos das relações de convivência".
não pertinentes à disciplina e equilíbrio da sociedade, identificados hoje por
usos sociais". Telles jr. (2001, p.381), neste mesmo sentido, conceitua-o como "a dis-
ciplina da convivência".
No entanto, é certo que hoje não podemos confundir as diferentes esfe-
ras normativas. Cada instrumento de controle social possui uma faixa de Por sua vez, Paulo Nader (2007, p. 76), em sua brilhante definição, as-
atuação, um objetivo específico. sim considera: "direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto
coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os
A faixa de atuação do Direito é regrar a conduta social, visando à or- critérios de justiça".
dem e ao bem comum. Por este motivo, ele irá disciplinar apenas os fatos
sociais mais relevantes para o convívio social. Ele irá disciplinar, principal- Do conceito de Paulo Nader podemos perceber três grandes distinções
mente, as relações de conflitos e, quanto às relações de cooperação e entre o direito e as demais regras de trato social. A primeira diferença
competição, somente onde houver situação potencialmente conflituosa. repousa no fato do direito ser a única norma que emana do Estado. A
segunda, pelo fato de ser impositivo, imperativo. Não há margem de liber-
Betioli ressalta que: dade para escolher se irá ou não se adequar aos seus preceitos. Por últi-
mo, temos a coercitividade, que exerce intimidação sobre os destinatários
"O direito não visa ao aperfeiçoamento interior do homem; essa meta das normas jurídicas. Sendo assim, podemos depreender que o indivíduo
pertence à moral. Não pretende preparar o ser humano para uma vida que não se adequa ou não realiza atos de acordo com o ordenamento
supraterrena, ligada a Deus, finalidade buscada pela religião. Nem se jurídico vigente poderá ser submetido a uma punição.
preocupa em incentivar a cortesia, o cavalheirismo ou as normas de etique-
ta, campo específico das regras de trato social, que procuram aprimorar o 5.Conclusões
nível das relações sociais." (2008, p.8-9)
Do exposto, podemos concluir pela mútua dependência entre direito e
Há vários pontos de divergência entre direito e religião. Legaz e La- sociedade. Não pode haver sociedade sem direito e não há direito sem
cambra apontam duas diferenças estruturais: a alteridade e a segurança. sociedade. Não poderia existir sociedade sem uma ordem mínima, sem
Segundo o autor (1961, p.419), "a alteridade, essencial ao direito, não é guias e direcionamentos. Há a necessidade de se limitar a esfera de condu-
necessária à religião". O próximo, o semelhante é um elemento circunstan- ta de cada indivíduo de modo que sua liberdade de atuação não gere
cial e não um elemento essencial na ideia religiosa. O mais importante é a conflitos sociais. Da mesma forma que não se concebe o homem sem o
prática do bem. A religião é uma relação entre o homem e Deus e não entre convívio social, também não se concebe uma sociedade sem regras, sem
o homem e os demais. Para o Direito, no entanto, o que importa é o com- o direito.
portamento humano e social.
O direito, por sua vez, não tem existência por si só. Ele existe no mei-
A segunda diferença estrutural diz respeito à segurança. Para a religião o social e em função da sociedade. O indivíduo isolado não carece
a segurança é algo inatingível e espiritual, porquanto que para o direito, se de direito.
alcança a partir da certeza ordenadora.
Desta forma, ele modifica a sociedade no sentido de impor condutas e
Em relação às diferenças existentes entre o direito e a moral, podemos comportamentos, mas também é influenciado por ela, através da cultura,
apontar algumas das distinções feitas por Paulo Nader (2007, p.40-44). dos usos e costumes e pela evolução temporal.
Segundo o autor, "o direito se manifesta mediante um conjunto de regras
que definem a dimensão da conduta exigida, que especificam a fórmula do Dante Alighieri, em sua obra "Da Monarquia", assim conclui: "o direito é
agir". Ao contrário damoral que possui diretrizes mais gerais. uma porção real e pessoal, de homem para homem que, conservada,
conserva a sociedade, corrompida, corrompe-a".
As normas jurídicas possuem uma "estrutura imperativo-atributiva, isto
é, ao mesmo tempo em que impõem um dever jurídico a alguém, atribuem FORTES, Wanessa Mota Freitas. Sociedade, Direito e controle social
um poder ou direito subjetivo a outrem". A moral, por sua vez, com uma . Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 3100, 27 dez. 2011 . Disponível
estrutura mais simples, impõe apenas deveres. em: <http://jus.com.br/artigos/20736>. Acesso em: 31 jan. 2014.

Enquanto a moral se preocupa com a vida interior das pessoas, como a


consciência, o direito cuida, em primeiro plano, das ações humanas. 3. Transformações das estruturas produtivas e influência da
O animus do agente só será considerado quando necessário. economia na sociedade global.
3.1. A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação
Além disso, a moral, bem como todas as demais regras sociais, se dis-
tingue do direito, pois carece de coercibilidade e de heteronomia. O direito,
e suas consequências econômicas, políticas e sociais.
ao revés, é imposto independentemente de vontade de sujeição e possui 3.2. Poder econômico e responsabilidade social.
formas de garantir o respeito e obediência a seus preceitos. 3.2.1 Norma Brasileira de Diretrizes sobre Responsabilidade
Social - ABNT NBR ISO 26000: 2010.
3.3 Educação e trabalho.

Atualidades 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação e suas secções deste texto.
conseqüências econômicas.
A ligação entre eles é clara: a revolução nas comunicações favorece e
A globalização veio trazer enormes mudanças, sócias econômicas e permite a integração econômica. O fator econômico, por sua vez, tem
políticas, que transformaram nosso planeta, de tal forma que se tornou implicações no cenário e no relacionamento político. E o elemento político,
praticamente impossível alguém viver de forma isolada. A exemplo disso em última instância, está presidido por valores e princípios. A presença ou
temos Cuba que com a extinção da antiga União Soviética, encontra-se ausência de valores éticos e princípios morais nas pessoas que comandam
praticamente isolada do resto do mundo; sofrendo embargos econômicos , a política, a cultura, a economia e as comunicações é fundamental para
especialmente dos Estados Unidos da América. No âmbito das telecomuni- compreender a evolução da humanidade e o processo de globalização em
cações temos acompanhado um avanço tecnológico de grandes propor- curso.
ções; hoje esse avanço nos tem proporcionado; até certo ponto certa
comodidade; pois como se vê você pode comprar de tudo sem mesmo sair Outra maneira de enunciar o mesmo processo é dizer que a informação –
de casa. Essa globalização tem trazido grandes transformações, em todas favorecida pela comunicação – é necessária para tomar decisões econômi-
as áreas e especialmente na economia global. Ramiro Thamay Yamane cas. A economia, por sua vez, está a serviço da política e a política deveria
Dimensões da globalização: comunicações, economia, polí- perseguir o bem da sociedade, norteada por princípios ou valores éticos.
tica e ética. Este ponto de partida descansa na idéia de que a ação humana é intencio-
nal e as pessoas se dirigem a determinados fins quando atuam.
José Maria Rodriguez Ramos*
O triste atentado terrorista ao coração de Nova York, no ano passado, é um
Resumo: O estudo da globalização desde os anos 80 implica a análise
exemplo claro desse ponto de vista. Embora condenável sob todos os
de diversas variáveis: a evolução das comunicações, a globalização eco-
pontos de vista, a motivação dos terroristas suicidas provinha de valores
nômica, a integração política e os valores éticos presentes no relaciona-
compartilhados. Apesar de os valores que motivaram suas ações serem
mento social e mundial. A ligação entre cada um desses aspectos é clara: a
totalmente condenáveis, nem por isso deixam de ser valores.
revolução nas comunicações favorece e permite a integração econômica. O
fator econômico, por sua vez, é orientado pelo cenário e relacionamento
Nas entrelinhas da Carta da América, divulgada em fevereiro de 2002 pelo
político. E o elemento político, em última instância, está presidido por
Institute for American Values e assinada por 60 intelectuais americanos,
valores e princípios.
dentre eles Samuel Huntington e Francis Fukuyama, condenando todos os
I. Introdução radicalismos e extremismos que matam em nome da fé, suprimem a liber-
dade das consciências, desrespeitam a liberdade humana e ferem a digni-
Nas duas últimas décadas, o tema da globalização tem ocupado espa- dade da pessoa humana, encontram-se valores que vão muito além dos
ço cada vez maior nas pautas das reuniões de organizações internacionais interesses comerciais ou econômicos.
e nos fóruns de debate mundiais. O recente fim de século e de milênio
propiciou uma oportunidade de reflexão em escala mundial sobre os rumos II. Revolução nas comunicações
da história ao longo dos últimos cem anos, e estimulou o pensamento sobre
o futuro da humanidade face aos novos desafios e dilemas do mundo O relacionamento humano, assim como o relacionamento comercial ou
moderno. entre países está baseado na comunicação. É preciso comunicar-se para
estabelecer elos que permitam a integração. A língua e a linguagem são os
Não é possível afirmar que exista qualquer consenso ou diagnóstico defini- meios que facilitam essa comunicação. Nas últimas décadas, a integração
tivo sobre o passado, presente e futuro do processo de globalização por econômica mundial foi impulsionada pela revolução das comunicações que,
que atravessa o mundo moderno. A tentativa de comparar a atual integra- por sua vez, foi favorecida pelos avanços na tecnologia.
ção mundial com épocas de globalização no passado não está isenta de
perigos e armadilhas, em função das novas circunstâncias e variáveis em Os avanços tecnológicos na área da informática e das comunicações, tais
que se insere o processo de reestruturação da nova ordem internacional. como o microcomputador, os satélites, a fibra ótica, a Internet, multiplicaram
as possibilidades e oportunidades de negócios a um custo cada vez menor.
Para procurar compreender um fenômeno é preciso, em primeiro lugar, O deus Hermes, na mitologia grega, filho de Zeus e de Maia, é o deus do
definir os termos e, depois, dividir a questão de modo a separar as possí- comércio por sua versatilidade, decisão, astúcia e rapidez de comunicação.
veis variáveis que contribuem para explicar o conjunto. Dada a complexida- Era o mensageiro de Zeus. As sandálias aladas e asas no chapéu, com
de do fenômeno da integração mundial, torna-se especialmente necessária que é representado, emprestavam ao deus a velocidade e mobilidade
essa separação dos fatores que estão contribuindo para a nova conforma- necessárias ao exercício da atividade comercial.
ção do cenário internacional.
Comunicar-se é o primeiro passo no mundo dos negócios. Consideremos,
Antes, porém de iniciar a análise, é importante comentar que há duas por exemplo, o preço das comunicações. Em 1930, o custo de uma chama-
visões, contraditórias e irreconciliáveis em relação à globalização. Uma da telefônica de três minutos entre Nova York e Londres (a preços constan-
delas, em face da complexidade do tema, renuncia a uma tentativa de tes) era 245 dólares. Quarenta anos depois, em 1970, o custo era quase
compreensão global do fenômeno e enuncia fatos ocorridos ao redor do um décimo, 32 dólares. Decorridos vinte anos, em 1990, o custo foi nova-
globo sem procurar uma explicação unitária, impossível de ser alcançada mente dividido por dez, 3 dólares (UNDP, 1999).
sob este ponto de vista. A tentativa de interpretação unitária, como um
trabalho de Sísifo, estaria condenada ao fracasso. Os eventos mundiais O avanço das comunicações na década de 90 foi surpreendente, como
seriam apenas flashes que iluminariam o escuro cenário mundial, impossí- mostram os indicadores de comunicação global divulgados pela Internatio-
vel de ser captado de modo unitário. nal Telecommunication Unit (ITU). De 1990 a 2000, a receita do mercado
O outro enfoque, mais próximo da perspectiva científica, procura um de telecomunicações mais do que duplicou, passando de 508 bilhões para
método de análise, a partir da observação da realidade e, ao mesmo tem- 1,16 trilhão de dólares (a preços correntes).
po, divide o estudo das questões, de modo a iluminar cada canto do cená-
rio. A reconstituição metódica das luzes permitiria uma visão integrada do Os principais responsáveis pelo aumento das receitas no mundo das co-
quadro mundial. Esta segunda perspectiva é mais desafiadora e fértil. municações são os telefones celulares, os microcomputadores e a internet.
De acordo com o relatório da ITU, o número de usuários de telefones
O presente estudo adota a segunda perspectiva e procura focalizar quatro celulares passou de 11 milhões, em 1990, para 650 milhões, em 2000, e
importantes fatores que têm contribuído de forma diversa para configurar o estimava-se que esse número alcançaria 1 bilhão em 2002.
processo de globalização nos últimos vinte anos, ou seja, desde o início
dos anos 80: a globalização nas comunicações, a econômica, a política e a Na década de 90, de acordo com o mesmo relatório, quadruplicou o uso de
dos valores presentes no convívio em todos os níveis: pessoal, social, computadores pessoais e duplicou o número de linhas telefônicas fixas. Em
nacional e mundial. Cada um desses aspectos será abordado nas quatro 1990, a ITU calculava que havia 2,6 milhões de usuários dos serviços de

Atualidades 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Internet no mundo. No ano de 1999 seriam 230, em 2000, 311 e, para so, que são conseqüência, mesmo que por vezes involuntária, da integra-
2002, a projeção era de 500 milhões, um número próximo a 10% da popu- ção econômica mundial.
lação mundial.
Um estudo dessas questões, que procure ser objetivo, necessita olhar tanto
Esse crescimento vertiginoso das comunicações, entretanto, não está para as vantagens quanto para os inconvenientes da globalização econô-
ocorrendo de um modo simétrico no mundo como um todo. O mercado da mica à luz de dois aspectos: os dados compilados sobre a economia mun-
indústria de tecnologia está concentrado nos países industrializados. De dial e, principalmente, os valores e princípios que deveriam nortear esse
acordo com o European Information Technology Observatory (1998), Euro- processo.
pa (30%), Estados Unidos (35%) e Japão (14%), concentram 79% do
mercado mundial das tecnologias de comunicação e informação. Ao resto Para muitos países, a divisão internacional do trabalho e a teoria das van-
do mundo correspondem apenas 21% do mercado. tagens comparativas do comércio internacional estão alterando significati-
vamente as relações comerciais entre eles. Em 2000, o volume de comér-
Os dados estatísticos do World Communication and Information Report de cio mundial cresceu 12%. A taxa média de crescimento do comércio mun-
2000, divulgados pela Unesco, confirmam essa tendência mundial. Enquan- dial nos anos 90 foi de 7% ao ano. Em 2001, por causa dos atentados
to serviços tradicionais de comunicação, tais como cartas postadas no terroristas contra os Estados Unidos, o comércio internacional estagnou.
correio, têm declinado nos últimos anos, as novas tecnologias alavancam o Essa reversão foi encarada por vários autores como um fim da era da
desenvolvimento das comunicações. O número de cartas per capita posta- globalização, porém ainda é cedo para emitir diagnósticos definitivos.
das nos correios, por exemplo, que em 1985 era 75, declinou para 69 em
1995, conforme dados da Universal Postal Union (Unesco, 2000, p.150). Para as empresas, a globalização abriu novas fontes de tecnologia, financi-
amento, trabalho e difusão dos seus produtos e serviços. Ao mesmo tempo,
Com relação à imprensa diária, um veículo também tradicional de informa- a globalização acelerou o processo de fusão e incorporação de empresas.
ção, o número de jornais diários publicados entre 1980 e 1995 permaneceu Observa-se uma concentração do capital e uma expansão das empresas
constante. De acordo com a Unesco (Statistical Yearbook, 1998), verificou- multinacionais. Novas marcas mundiais, com know-how e tecnologia pró-
se um pequeno declínio na América do Norte e um pequeno aumento na prias avançam na maioria dos países. Tanto na indústria automobilística
Europa. No resto do mundo não houve nenhuma alteração substancial. A quanto no setor bancário ou nos supermercados, para não citar o caso da
circulação diária de jornais por 1.000 habitantes manteve-se constante nos indústria da informática, verifica-se uma concentração do capital.
anos 90, também em escala mundial.
Também para as pessoas a globalização abre novas perspectivas e moda-
O uso da Internet, entretanto, cresceu vertiginosamente nos últimos anos. lidades de trabalho. Muitas tarefas podem ser realizadas, graças à internet,
Se consideramos o número de provedores como variável para avaliar a fora do local habitual de trabalho. A globalização, entretanto, também
expansão da rede mundial de microcomputadores ligados na internet, em ameaça muitas ocupações que, em função do avanço das comunicações,
apenas três anos, de 1995 a 1998, o número de provedores passou de não são mais necessárias. O estudo desses aspectos é extremamente
cinco para 30 milhões, no mundo inteiro, ou seja, foi multiplicado por seis vasto e interessante, porém foge ao propósito do presente estudo, que
(Unesco, 2000, p.157). pretende concentrar-se na análise econômica.

Essa evolução, entretanto, precisa ser qualificada. O relatório do Desenvol- Restringindo a globalização ao âmbito da economia durante o século XX, é
vimento Humano de 1999, publicado pelo Programa das Nações Unidas importante distinguir dois períodos: do início do século até 1980 e nas duas
para o Desenvolvimento divulgou dados que mostram que os países que se últimas décadas. É dos anos 80 em diante que ganha força a globalização
encontram no topo da pirâmide da riqueza mundial – os 20% mais ricos - econômica.
concentram 93,3% dos usuários da internet.
Crescimento econômico do início do século XX até 1980
De acordo com o mesmo relatório: “nos últimos anos da década de 90, o
quinto da população mundial que vive nos países de renda mais elevada O século XX, apesar das duas guerras mundiais e da grande depressão
tinha (...) 74% das linhas telefônicas mundiais, meios básicos de comunica- dos anos 30, foi um século de crescimento econômico, principalmente após
ção atuais, enquanto que o quinto de menor renda possuía apenas 1,5% a Segunda Guerra. A crise do petróleo de 1973 brecou, porém não inter-
das linhas. Alguns observadores previram uma tendência convergente. No rompeu o crescimento econômico mundial. De acordo com o relatório do
entanto, a década passada mostrou uma crescente concentração de renda, Banco Mundial de 1999, de 1975 a 1995 a taxa média de crescimento do
recursos e riqueza entre pessoas, empresas e países” (PNUD, 1999, p.5). Produto Nacional Bruto mundial foi 2,8% ao ano. Em termos per capita essa
taxa foi 1,1%.
O avanço nas comunicações está relacionado com a globalização econô-
mica à medida que a revolução na informação está abrindo novos espaços O crescimento econômico favoreceu os pobres, porém não solucionou o
e perspectivas econômicas em todos os níveis, tanto para os países, quan- problema da pobreza no mundo. Com base em dados de 80 países ao
to para as empresas e para as pessoas. Representa um avanço real e longo de quatro décadas, um estudo desenvolvido por Dollar e Kraay
significativo para o futuro mundial, embora não esteja isento de perigos e concluiu que “o relacionamento entre o crescimento da renda dos pobres e
desafios. O ideal de um mercado com informação perfeita e instantânea o crescimento da renda geral é um para um” (2000, p. 27). Ou seja, a renda
está deixando o status de utopia dos livros-texto de economia para tornar- dos pobres aumentou na mesma proporção em que a renda em geral .
se uma possibilidade real graças ao baixo custo e rapidez da informação,
principalmente pelo uso da Internet. Se ao longo do século passado o crescimento econômico foi uma tendência
generalizada, a riqueza gerada não se distribuiu simetricamente. De acordo
A conclusão é clara: a revolução nas comunicações transformou a atividade com o relatório do Desenvolvimento Humano (1999), publicado pelas
econômica nos últimos vinte anos e – muito embora a sua distribuição Nações Unidas, 20% dos países mais ricos detêm 86% do PIB mundial,
tenha sido assimétrica - favoreceu a integração entre países e o processo enquanto que os 20% mais pobres participam apenas com 1% da produção
de globalização. mundial.
Em relação às diferenças de renda entre países, estudo desenvolvido por
III. Globalização econômica Nicholas Crafts sobre o crescimento econômico no século XX conclui que
houve um “generalizado e sem precedentes distanciamento em termos de
A globalização econômica é uma faca de dois gumes. De um lado, descor- nível de renda e desempenho entre países, e especialmente entre a OCDE
tina novos horizontes para a economia mundial, de outro, entretanto, pode e muitos países em desenvolvimento, tanto na primeira quanto na segunda
abrir o fosso que separa pessoas e países, aumentando o abismo entre os metade do século XX” (2000, p. 4).
beneficiados com o processo e os desfavorecidos da fortuna. Há um claro
divisor de águas entre aqueles que defendem os aspectos positivos da Independentemente dessa observação, a análise do Índice de Desenvolvi-
integração econômica e aqueles que somente vêem as mazelas do proces- mento Humano (IDH) ao longo do século passado mostra que houve avan-

Atualidades 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ços significativos, fundamentalmente por causa da redução generalizada da taxas de crescimento da renda nos últimos anos e, por último, um grupo de
mortalidade. O estudo histórico da evolução da renda nacional subestima o países que está à margem da globalização e da riqueza em que vivem dois
crescimento nos padrões de vida. bilhões de pessoas, isto é, um terço da população mundial.

Globalização econômica de 1980 em diante: crescimento, pobreza e distri- Este último grupo de países representa um desafio para o futuro econômico
buição de renda e político mundial. Na avaliação do Banco Mundial, os países mais pobres,
assim como os países em desenvolvimento de modo geral, têm enfrentado
Para avaliar como a globalização afetou o crescimento econômico, a po- diversas dificuldades para crescer e competir com os países mais ricos. A
breza e a distribuição de renda, Dollar e Kraay (2001) reuniram dados de primeira delas é o protecionismo desses países: “as tarifas dos países ricos
um grupo de mais de cem países. Eles foram divididos em três grupos: são baixas, mas eles mantêm barreiras exatamente nas áreas em que os
países ricos, países inseridos no processo de globalização (“globalizers”), e países em desenvolvimento têm vantagens comparativas: agricultura e
países não inseridos na globalização (“non-globalizers”). O critério para manufaturas intensivas em trabalho”. (World Bank, 2002, p.9).
diferenciar os países inseridos na globalização do resto dos países em
desenvolvimento, de 1980 em diante, foi fixado em função de duas variá- Um segundo desafio são as restrições para o investimento externo: “en-
veis: cortes de tarifas e aumento do volume de comércio exterior. quanto fluxos de capital privado para países novos em termos de globaliza-
ção têm crescido dramaticamente, os países menos globalizados têm
Os países inseridos na globalização tiveram mudanças significativas no experimentado com freqüência fugas de capital – desde 1990 perto de 40%
volume de comércio exterior em relação ao Produto Interno Bruto, passan- da riqueza privada da África foi enviada para fora do continente” (idem, p.
do de 16% para 32% nos últimos vinte anos. Como elemento de compara- 10).
ção, nos países ricos esse aumento foi de 29% para 50%. Ao mesmo A migração representa a terceira dificuldade. Se, de um lado, as pressões
tempo os países inseridos na globalização reduziram as suas tarifas em 22 econômicas para a migração aumentam, do outro, a migração legal é
pontos percentuais (de 57% para 35%). Os países inseridos na globaliza- altamente restritiva: “Em comparação com cem anos atrás, o mundo é
ção representam metade da população mundial, ou seja, mais de três muito menos globalizado no que se refere a fluxos de mercado de trabalho.
bilhões de pessoas. Dentre eles se encontram China, Índia, Brasil, México e O número de migrantes residindo em países diferentes da sua nacionalida-
Argentina. de representa apenas 2% da população mundial” (idem, p.11).

As conclusões do estudo mostram que “enquanto as taxas de crescimento Além desses desafios, específicos dos países mais pobres, a abertura
dos países ricos declinaram nas décadas passadas, as taxas de crescimen- econômica promovida pela globalização aumentou a competição entre as
to dos ´globalizers´ tem seguido o caminho inverso, acelerando-se dos empresas, valorizando o fator educacional, as habilidades técnicas dos
anos 70 para os 80 e 90. O resto do mundo em desenvolvimento, por outro trabalhadores e a experiência profissional. Ou seja, o fator capital humano,
lado, seguiu o mesmo caminho que os países ricos: desaceleração do adquiriu maior importância com a globalização. Ao mesmo tempo, prejudi-
crescimento dos anos 70 para os 80 e 90. Nos anos 90 os países inseridos cou o trabalhador de mais idade, ao enfrentar maiores dificuldades para
na globalização tiveram um crescimento per capita de 5% ao ano; os paí- adaptar-se às novas tecnologias e aprender novos ofícios.
ses ricos cresceram a 2,2% per capita e os países não inseridos cresceram Em função desse diagnóstico, “a combinação de abertura com uma força
apenas 1,4% (Dollar e Kraay, 2001, p. 27). Ou seja, a distância entre paí- de trabalho bem treinada e educada, produz especialmente bons resultados
ses ricos e em desenvolvimento declinou nas duas últimas décadas em para a redução da pobreza e o bem-estar humano. Portanto, um bom
relação aos países inseridos na globalização e aumentou para aqueles sistema educacional que providencie oportunidades para todos é crítico
países não inseridos no processo. para o sucesso neste mundo globalizado” (idem, p. 14).

O estudo sugere também que a taxa de inflação dos países com maior Também a partir dessa avaliação, o Banco Mundial propõe uma agenda
abertura para o exterior declinou nas últimas décadas. para ação que permita que os países mais pobres se beneficiem da globali-
Dos anos 80 para os anos 90, a inflação média desses países passou de zação nas seguintes áreas-chave:s 1) participação do mercado global em
24% ao ano para 12%. A estabilização monetária deverá contribuir para expansão, favorecido por uma redução das barreiras comerciais e uma
que a renda dos pobres cresça em torno de 0,4%. Em função desses nova rodada de negociações comerciais; 2) melhorar o clima de investimen-
resultados, os autores do estudo comentam: “podemos esperar que uma to nos países em desenvolvimento; 3) aperfeiçoar os serviços de educação
maior abertura deverá melhorar a vida material dos pobres. Também sa- e saúde; 4) providenciar proteção social adequada a um mercado de traba-
bemos que no curto prazo haverá alguns perdedores entre os pobres e que lho dinâmico em uma economia aberta; 5) maior volume de ajuda externa;
a efetiva proteção social pode facilitar a transição para uma economia mais 6) perdão das dívidas, especialmente para os países africanos; 7) preocu-
aberta, de tal maneira que todos os pobres se beneficiem com o desenvol- pação com o meio ambiente: aquecimento global e emissão de gases.
vimento” (Dollar e Kraay, 2001, p.6).
A globalização econômica – aumento de comércio exterior e redução de As propostas do Banco Mundial são importantes e relevantes. Não há
tarifas – favorece o crescimento e a diminuição da pobreza. O grande dúvida de que contribuiriam para elevar a renda e os padrões de vida
desafio da globalização, entretanto, continua a ser a distribuição de renda mundiais, principalmente nos países mais pobres, ou seja, para um terço
entre países e entre pessoas: “países que reduziram a inflação e expandi- da população mundial. A questão, entretanto, é como colocar em prática
ram o comércio e viram acelerar suas taxas de crescimento nos últimos 20 essa agenda para a ação. A componente fundamental é política e não
anos não tiveram mudanças significativas na distribuição de renda” (Dollar econômica.
e Kraay, 2001, p. 5). Resumindo, a análise comparativa da evolução econômica mundial ao
longo do século vinte e nas duas últimas décadas mostra resultados inte-
Analisando o índice de Gini de 23 países em desenvolvimento inseridos no ressantes. O século XX foi um século de crescimento econômico. Esse
processo de globalização, em 11 deles a distribuição de renda melhorou crescimento, embora não tenha solucionado o problema da pobreza no
enquanto que em 12 esse índice foi pior, dentre eles na China. Assim, em mundo, que continua a desafiar o mundo moderno, favoreceu os pobres. O
função das evidências empíricas disponíveis não é possível concluir que a crescimento econômico, por outro lado, não teve uma distribuição eqüitativa
globalização tenha contribuído para uma melhor distribuição de renda. entre os países e, em muitos casos, a distância entre países ricos e pobres
aumentou.
O Banco Mundial também tem procurado evidências empíricas do impacto
da globalização sobre o crescimento econômico e a pobreza, como mostra Esta conclusão geral que deriva da evidência empírica observado no século
relatório de pesquisa sobre o tema, publicado em 2002. A partir do diagnós- XX assume características diferentes com o advento do fenômeno da
tico da aceleração da integração mundial nas últimas décadas, enfatiza a globalização, nos anos 80. O balanço das evidências empíricas sobre como
divisão econômica do mundo em três esferas: os países ricos, que repre- a globalização afetou o mundo nas últimas duas décadas torna-se mais
sentam um sexto da população mundial e detém a maior parte da riqueza claro quando se distinguem três grupos de países: países ricos, países em
do mundo, os países em desenvolvimento abertos à globalização, com desenvolvimento inseridos na globalização e países em desenvolvimento
metade da população mundial – três bilhões de pessoas – e com elevadas não integrados no processo de globalização. Tanto o primeiro – países

Atualidades 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ricos – quanto o segundo grupo se beneficiou com a maior integração O ponto de vista utópico descrevia um mundo ideal. O paradigma utópico
econômica, tanto em termos de crescimento quanto de redução da pobre- privilegiava o direito internacional, o cumprimento das obrigações interna-
za. O crescimento econômico do segundo grupo foi inclusive superior ao cionais e via a paz como fruto da harmonia e do interesse mútuos dos
primeiro. Entretanto, no último grupo, que corresponde a países pobres não países. A razão humana aplicada às relações internacionais conduziria à
integrados na globalização, as suas taxas de crescimento econômico foram paz entre os países.
as menores, o que provocou um aumento da distância entre eles e o resto
do mundo. Ao considerar que nesses países reside um terço da população Do outro lado, o pondo de vista realista estava baseado na idéia de poder.
mundial o desafio econômico é significativo e urgente. A distribuição de O ideal utópico, que ignorava a política de balanço do poder entre Estados,
renda, com base no índice de Gini, não parece ter melhorado com a globa- não corresponderia a uma percepção correta da realidade internacional. A
lização em nenhum desses grupos de países. partir de uma visão pessimista da natureza humana, o realismo analisa a
política como confronto de interesses em função do poder. O conceito-
As soluções para modificar as sombras desse quadro mundial passam pela chave é o de Estado-nação, que representa o elemento básico das rela-
política. Decisões como perdão da dívida, ajuda e financiamento externo, ções internacionais e, na luta pelo poder, a moralidade deve estar subordi-
redução de barreiras não tarifárias, e muitas outras, implicam decisões nada aos interesses políticos.
políticas. Tal como aponta o relatório do Banco Mundial, “a redução do
custo das comunicações, informação e transporte que contribuiu para a Para o ponto de vista neo-realista atual, a globalização política não passa
globalização não deverá ser revertida, mas a redução do comércio e as de uma utopia. As fronteiras políticas e o poder do Estado-nação dominam
barreiras ao investimento podem ser revertidas pelo protecionismo e nacio- e devem continuar a dominar o cenário mundial. O debate utópico-realista
nalismo, como aconteceu nos anos 30. Protecionismo e nacionalismo não teve continuidade ao longo das últimas décadas, mas a chama das
poderão provocar uma reação profundamente prejudicial para as oportuni- divergências em torno da globalização política continua acesa. David e
dades criadas pela globalização” (World Bank, 2002, p.22). Held e Anthony McGrew (2001), por exemplo, resumem o debate acadêmi-
co a favor e contra a globalização como a confronto entre duas visões: de
Embora a face mais visível da globalização seja econômica, o processo um lado, a perspectiva dos céticos e, do outro, a dos assim denominados
como um todo não deve estar subordinado aos interesses exclusivamente pelos autores como globalistas.
econômicos, mas, antes de tudo, aos valores humanos. A globalização
deve estar a serviço da humanidade e não a humanidade a serviço da Os céticos olham com desconfiança para a globalização enfatizando o
globalização. Os interesses econômicos devem estar subordinados à ética predomínio do Estado nacional e do poder: “freqüentemente associado a
e não os valores éticos à globalização. essa postura cética está um sólido apego a uma ontologia essencialmente
marxista ou realista”. (Held e McGrew, 2002, p. 16). A ordem internacional -
É por essa razão que as Nações Unidas dedicaram o Relatório Mundial de sob a égide cética -, ao estar associada à atuação das nações econômica e
1999 ao tema: Globalização com uma face humana. O primeiro Relatório do militarmente mais poderosas, dependeria das políticas e preferências das
Desenvolvimento Humano, de 1990, afirmava: “A verdadeira riqueza de grandes potências.
uma nação é o seu povo. E o objetivo do desenvolvimento é a criação de
um ambiente que permita às pessoas desfrutarem de uma vida longa, Os globalistas, por sua vez, salientam que, no novo cenário internacional, o
saudável e criativa. Esta simples verdade é muitas vezes esquecida quan- conceito de soberania, autonomia e legitimidade do Estado está perdendo
do se persegue a riqueza material e financeira” (apud PNUD, 1999, p.4). força. O Estado-nação está declinando em áreas do multilateralismo entre
países: “três aspectos tendem a ser identificados na literatura globalista: a
A questão fundamental envolvida na globalização diz respeito, portanto, transformação dos padrões dominantes da organização sócio-econômica, a
aos valores que presidem o processo. Quando os interesses econômicos do principio territorial e a do poder. Ao fazer desaparecer as limitações do
são privilegiados em detrimento dos valores humanos, éticos, surge a face espaço e do tempo nos padrões de interação social, a globalização cria a
perversa da globalização. É nessa direção que aponta o Relatório das possibilidade de novas formas de organização social transnacional” (Held e
Nações Unidas quando afirma que “a crescente interdependência da vida McGrew, 2002, p. 21).
das pessoas apela para valores e compromissos compartilhados em prol do
desenvolvimento humano de todos os povos” (PNUD, 1999, p.4). O debate deverá continuar nas próximas décadas. A realidade mundial,
Antes, porém, de analisar os valores, é importante tratar da globalização entretanto, seguirá o seu curso, obrigando a repensar os conceitos teóricos
em termos de política internacional. e a reformular as teorias das relações internacionais, como de fato está
ocorrendo desde o tristemente famoso 11 de setembro de 2001.
IV. Globalização política
O cenário atual, independentemente do que venha a ocorrer em um futuro
Se a integração nas comunicações impulsionada pelo avanço tecnológico é mais ou menos próximo, é de um mundo construído com base em Estados-
um fato incontestado e a globalização econômica alcançou dois terços da nações. Tal como comentava Fernando Henrique Cardoso, por ocasião da
população mundial nos últimos vinte anos, a globalização política está sua visita à Rússia em janeiro de 2002, “a economia está globalizada, mas
distante de ser uma realidade concreta e prática na vida dos países. a política não” (O Estado de S.Paulo, 16/1/2002, p.A3).

Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, a livre iniciativa e o A mesma opinião manifestou George Kennan, experiente diplomata ameri-
sistema de mercado se espalharam pelos países da antiga Cortina de Ferro cano ao ser indagado pela revista Veja (10/12/97) sobre o que significava
e pelo Extremo Oriente. A onda de liberalização econômica, entretanto, não globalização: “Para mim nada. No sentido comercial e financeiro hoje há
teve o mesmo impacto na arena política. As fronteiras e a soberania nacio- comunicações mais eficientes entre países do que em outros tempos. No
nal não se alteraram e o Estado-nação continua a prevalecer no âmbito das campo político, ainda estamos longe disso. Graças a Deus! É uma boa
relações internacionais. política temer qualquer tipo de arranjo que se pretenda global. Sou a favor
dos arranjos regionais, porque são os que realmente funcionam. Portanto,
A questão de como a globalização está afetando e afetará a soberania não vejo nada de novo que justifique o uso e abuso de palavras pomposas
nacional e a delimitação das fronteiras políticas dos países é polêmica. De para descrever a presente situação internacional”.
um lado, há analistas que prevêem uma diminuição e enfraquecimento do
Estado-nação, enquanto que, do outro lado, há aqueles que olham com Um último comentário de Joseph Nye, diretor da Kennedy School of Go-
desconfiança e ceticismo para a globalização política. vernment, de Harvard, escrevendo a respeito do poderio americano no
novo século, confirma os pontos de vista citados anteriormente: “A revolu-
Este tema já estava presente nas primeiras décadas do século XX. E. H. ção na informação, a mudança tecnológica e a globalização não deverão
Carr (1939), analisando as relações internacionais no período entre guer- substituir o Estado-nação, porém deverão contribuir para complicar os
ras, descrevia a interdependência mundial com base na explicação ofereci- atores e questões no mundo político” (The Economist, 23/3/2002, p. 25).
da por duas correntes de pensamento opostas: utópica e realista.
Conclui-se, portanto, que a globalização política, em termos práticos, ainda

Atualidades 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
não passa de um projeto não realizado. O Estado-nação continua a ser o entre essas duas éticas, tal como resume Dahrendorf, consiste em que “a
elemento-chave do relacionamento internacional. primeira abraça valores absolutos; é a moralidade dos santos. A segunda
reconhece a complexidade das relações meios-fins; é a ética dos políticos”
V. Globalização e Ética (1997, p. 86).

A análise da globalização conduz-nos, finalmente, ao tema crucial da É possível conviver com as duas éticas? Tanto para Weber, quanto para
globalização: os valores que presidem o relacionamento internacional neste muitos políticos e teóricos das relações internacionais, sim. Para Dahren-
início de século e de milênio. O atentado ao World Trade Center surpreen- dorf, não, e explica: “a insistência na qualidade absoluta de determinados
deu o mundo. Após a fase inicial de estupor e revolta diante da tragédia, o valores fundamentais foi, creio eu, a razão de ser da tese que apresentei
desastre começou a ser esclarecido. Ao compasso das investigações sobre em Homo Sociologicus. Nunca confie na autoridade, pois é possível usá-la
a ação terrorista, surgiram as tentativas de explicação e a ética nas rela- de forma horrivelmente abusiva. É certo que há condições – e as vimos
ções internacionais tornou-se o tema do momento. prevalecer em tantos países, durante este século – nas quais a ‘ética da
convicção’ é a única moralidade válida” (1997, p. 87).
Inicialmente ganhou força a tese do choque das civilizações enunciado por
Samuel Huntington (1997). O futuro das relações internacionais estaria É somente a partir de uma ética da convicção que a análise dos valores
associado ao fator cultural. As culturas que impregnam as diversas civiliza- nas relações internacionais e, portanto, na presente conjuntura de globali-
ções entrariam em conflito em uma conjuntura de integração mundial. A zação por que atravessa o mundo, pode ser frutífera. E precisamente a
globalização, de acordo com Huntington, contribuiu para esse cenário e tem ética que presidiu o pensamento de Sócrates, Platão e Aristóteles, na
a sua parte de responsabilidade: “a globalização incentiva e permite que Grécia clássica.
gente como Bin Laden trame seus ataques ao centro de Manhattan, en-
quanto está em uma gruta do Afeganistão pobre”. (O Estado de S.Paulo, A partir do momento em que há um reconhecimento de que a ética não é
28/10/2001, p. A23). O ataque terrorista, na opinião de Huntington, restituiu relativa, é possível analisar quais os valores que devem estar presentes
ao Ocidente sua identidade comum. nos diversos aspectos da globalização. Estudar os valores presentes na
globalização é analisar as motivações humanas. Muitas respostas foram
A interpretação dos ataques aos Estados Unidos levantou a questão de dadas a esta questão, porém a proposta de Aristóteles na sua obra Ética a
quais são os valores que presidem as diversas civilizações como elementos Nicômaco, permanece atual e importante. Para Aristóteles as pessoas
subjacentes à explicação dos acontecimentos e da história. É preciso atuam procurando um bem, sendo que o bem mais importante é a felicida-
esclarecer, entretanto, que o responsável pela tragédia não foi o mundo de.
islâmico, mas apenas um grupo radical que não representa adequadamen-
te o Islã. Como apontou Henry Kissinger, “a América e seus aliados preci- É possível estabelecer uma ponte entre os valores da globalização e a obra
sam tomar cuidado para não apresentar esta nova política como choque de de Aristóteles. Reconhecendo que há diversas opiniões sobre a felicidade,
civilizações entre o Ocidente e o Islã. A batalha é contra uma minoria
radical que macula os aspectos humanos manifestados pelo islamismo em Aristóteles afirma que alguns colocam a felicidade no prazer, ou na riqueza,
seus períodos grandiosos”. (Folha de S.Paulo, 20/11/2001, Especial, p.6) ou em outras coisas. A maioria das pessoas coloca a felicidade na riqueza
e no prazer, porém, de acordo com o filósofo, nesse objetivo não reside a
O episódio das Torres Gêmeas, entretanto, alertou o mundo quanto à felicidade. Espíritos mais refinados põem a felicidade na glória, porém
importância dos valores que presidem as culturas e civilizações. Ou seja, a também não é nas honras que reside a felicidade. A felicidade se encontra
ética nas comunicações, na economia, na política e na cultura é o elemen- na virtude. É na virtude que reside o fim do homem.
to-chave para o futuro do mundo. Este é o fator fundamental que deve ser
analisado na globalização. Para quem coloca a felicidade na riqueza, a globalização econômica pode
ser uma fonte de oportunidades. Para Aristóteles, a riqueza é um bem
Antes de avançar nesse estudo é necessário indagar: há uma única ética exterior necessário como um meio, pois é impossível fazer o bem quando
correta, aplicável a uma determinada situação, ou a ética é passível de faltam recursos, porém não deixa de ser um meio e não um fim da vida
interpretação diversa em função de fatores circunstanciais? Mais: há valo- humana.
res universais, que se aplicam a todos os povos de todos os tempos, ou os
valores éticos são relativos? A glória da vida pública está associada ao poder político. Também não é o
fim da vida humana, de acordo com Aristóteles. A virtude é o verdadeiro fim
O mundo presente vive mergulhado no relativismo ético. Sob a égide do do homem. É por essa razão que Aristóteles dedica a sua ética ao estudo
relativismo, a ética torna-se subjetiva sendo impossível chegar a qualquer da virtude. Como definir e alcançar as virtudes, como meio para uma vida
conclusão objetiva e permanente. Esse é o grande dilema e limitação do feliz. No processo de globalização, os fatores econômicos e políticos são
mundo moderno: a ética esqueceu as suas origens como estudo filosófico, importantes como meios para que as pessoas possam praticar as virtudes.
na Grécia clássica, sob a poderosa luz da inteligência de Sócrates. A virtude que destaca nesse processo é a justiça. E a esta virtude é que o
filósofo grego dedica o livro V da sua obra.
Nas relações internacionais, por exemplo, o dualismo ético foi formulado
por Max Weber ao distinguir entre uma ética da convicção e uma ética da A justiça deveria presidir a evolução da globalização como um valor univer-
responsabilidade: “toda a atividade orientada segundo a ética pode ser salmente presente no processo. O reconhecimento do valor universal da
subordinada a duas máximas inteiramente diversas e irredutivelmente justiça como virtude para todos e a ser praticada por todos seria um bom
opostas. Pode orientar-se segunda a ética da responsabilidade ou segundo começo para o futuro dos âmbitos econômico e político. Entretanto, a
a ética da convicção” (Weber, 1968, p. 113). O partidário da ética da con- prática da justiça pura e simples não conduziria a eliminar o fosso existente
vicção deve velar pela doutrina pura. Seus atos “visam apenas àquele fim: entre países ou a superar as limitações e dificuldades econômicas de
estimular perpetuamente a chama da própria convicção” (idem, p. 114). A países ou pessoas que carecem dos mínimos meios para a própria subsis-
ética da responsabilidade, por sua vez, tem como guia as previsíveis con- tência. É nesse ponto que entra um novo valor, não econômico, para ame-
seqüências dos atos: “o partidário da ética da responsabilidade, ao contrá- nizar e corrigir as distorções ou assimetrias promovidas pela globalização: a
rio, contará com as fraquezas comuns do homem [...] e entenderá que não solidariedade.
pode lançar a ombros alheios as conseqüências previsíveis da sua própria
ação” (idem, pp. 113-14). A solidariedade não se impõe. É um valor humano que vem de dentro.
Somente a solidariedade pode ajudar a mudar o que a simples justiça não
Sob este ponto de vista, Weber afirma que os meios podem justificar os pode alterar. Nas últimas décadas, pari passu com a globalização, tem
fins: “para alcançar fins ‘bons’, vemo-nos com freqüência, compelidos a aumentado o número de organizações de voluntários, ONGs, instituições
recorrer, de uma parte, a meios desonestos ou, pelo menos, perigosos, e religiosas e entidades diversas que têm contribuído para sarar as feridas
compelidos, de outra parte, a contar com a possibilidade e mesmo a even- abertas da desigualdade, porém ainda um sexto da população mundial vive
tualidade de conseqüências desagradáveis” (idem, p.114). A diferença em países muito pobres. Há muito a ser feito e somente a partir dos valores

Atualidades 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
é possível corrigir aquilo que a política e a economia, no novo mundo a Neste contexto, observa-se uma maior integração das economias de
caminho de uma maior integração, não conseguem solucionar de um modo mercado, o que vem sendo chamado de “globalização”. Na verdade, não há
satisfatório. um consenso sobre o que seja de fato a globalização e quais seriam seus
desdobramentos sócio-políticos.
São, portanto, os valores presentes nas civilizações os verdadeiros respon-
sáveis pelo destino do futuro mundial nas próximas décadas e séculos. Se Segundo o jornalista Thomas Friedman, autor do Best-Seller O mundo
a justiça e a solidariedade prevalecerem sobre a riqueza e o poder, ainda é plano, a globalização se apresenta como a esperança de se melhorar as
há esperança para o nosso futuro comum. oportunidades. Estaríamos vivendo num “mundo plano” onde interligamos
Referências Bibliográficas os centros de conhecimento ao longo do planeta e, tecendo uma rede
ARISTÓTELES, (1998) Ética Nicomaquea. Madri: Gredos. global
CARR, E.H. [1939] (2002). Vinte anos de Crise – 1919-1939. Brasília: Editora Univer-
sidade de Brasília.
única, criando, assim, a oportunidade para que surja uma era notável
CARTA DA AMÉRICA (2002). O Estado de S.Paulo, 17/2/2002, pp. A14-15. de prosperidade, inovação e colaboração entre empresas, comunidades e
CRAFTS, N. (2000) “Globalization and Growth in The Twentieth Century”. IMF indivíduos.
Working Paper, WP/00/44. Washington DC, International Monetary Fund.
DAHRENDORF, Ralf (1997) Após 1989. Rio de Janeiro, Paz e Terra. Contrariamente a esta visão, o sociólogo e cientista político José Luís
DOLLAR, D. (2001). “Globalization, Inequality and Poverty since 1980”. Development Fiori (1997) acredita que a natureza do processo de globalização é desigual
Research Group. The World Bank. e descontínua. A globalização não é uma resultante exclusiva das forças de
DOLLAR, D. e KRAAY, A. (2000). “Growth is Good for the Poor”. Development mercado, não é um fenômeno universal, inclusivo e homogenizador. Na
Research Group. The World Bank. verdade, o processo de globalização, já em marcha, tem mostrado que não
DOLLAR, D. e KRAAY, A. (2001). “Trade, Growth and Poverty”. Development Re- foi capaz de distribuir riquezas, mas, ao contrário, concentra benefícios,
search Group. The World Bank. não havendo uma fragmentação eqüitativa destes entre os vários partici-
HELD, D. e McGREW, A. Prós e Contras da globalização (2001) Rio de Janeiro,
pantes deste mercado globalizado. Embora a globalização seja um fato, ela
Zahar.
HUNTINGTON, S. (1997) O Choque das Civilizações e a Composição da Ordem é tudo menos global neste sentido de inclusão, ao contrário, ela tem sido
Mundial. Rio de Janeiro: Objetiva. parceira inseparável de um aumento gigantesco da polarização entre
HUNTINGTON, S. (2002) Entrevista a Nathan Gardels (Global Viewpoint). Reprodu- países e classes do ponto de vista da distribuição da riqueza.
zida em O. Estado de S.Paulo, 28/10/2002, p. A23.
INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION (ITU), 2001. Key Global Telecom Diante do fato do processo desigual e concentrador de renda, as Na-
Indicators for the World Telecommunication Service Sector.htm. 26/08/01. ções Unidas tem procurado um modelo alternativo de desenvolvimento que
KISSINGER, H. (2001) “Ataque terrorista exige resposta nova”. Folha de S.Paulo vá além do progresso econômico. Apenas discutir o avanço econômico é
20/9/2001, Especial, p.6. insuficiente diante tantos problemas que este modelo vem trazendo para os
NYE, J. (2002). “The new Rome meets the new barbarians”. The Economist, 362 países e para o meio ambiente. Desde a conferência das Nações Unidas
(8265): pp.23-25. 23/3/2002. sobre meio ambiente e desenvolvimento em 1992, na chamada agenda 21,
PNUD (1999). Relatório sobre o Desenvolvimento Humano. Lisboa: Trinova Editora. foram estabelecidos os princípios de um desenvolvimento sustentável.
RAMOS, J.M.R. (2000) “Ética e Crescimento Econômico: Pobreza e Distribuição de
Hoje, além da economia, os países discutem a interação das dimensões
Renda”. Second ISBEE (International Society of Business, Economics and Ethics)
Congress: The Ethical Challenges of Globalization. Fundação Getúlio Vargas. São sociais, ambientais e institucionais na busca do o desenvolvimento susten-
Paulo, 19 a 23 de julho de 2000. tável.
UNESCO (1998). Statistical Yearbook.
E o Brasil?
UNESCO (2000). World Communication and Information Report 2000.
WEBER, M. (1968) Ciência e Política. São Paulo: Cultrix. São Paulo. Em 2005, as Nações Unidas elaboraram um relatório sobre o Brasil
WORLD BANK (2002). Globalization, Growth, and Poverty: Building an Inclusive apontando seus principais desafios frente ao desenvolvimento sustentável
World Economy. Oxford: Oxford University Press.
(Desafios do Brasil, 2005). Entre os países participantes da ONU, somos a
Cultura é atitude: Responsabilidade Social e Cultura!* 5a maior população do mundo, temos o 14o maior PIB (Produto Interno
Bruto) e o 63o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O Brasil não é um
Por Júlia Andrade Ramalho Pinto país pobre, mas injusto e desigual. Neste sentido, continuamos dentro do
O mundo ontem e hoje que vem acontecendo no mundo: produção de riqueza sem distribuição, ao
contrário, com concentração.
Desde a invenção da máquina a vapor por James Watt (1776) e sua
aplicação à produção industrial, mudou a concepção de trabalho, alterando Para monitorar alguns aspectos do desenvolvimento sustentável em
a estrutura social e comercial a partir daquela época. No início do século nosso país, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
XIX as mudanças se aceleraram e, em menos de um século, passamos a 2002, elaborou um relatório destacando alguns aspectos como: dimensão
ter uma nova ordem política, econômica e social. Esse período, caracteri- social (população, equidade, saúde, educação, habitação e segurança),
zado como Revolução Industrial, se iniciou na Inglaterra e se alastrou por dimensão ambiental (atmosfera, terra, biodiversidade, saneamento), dimen-
todo o mundo. Pode-se dizer que foi um período de uma maior especializa- são econômica (estrutura econômica, padrão de produção e consumo),
ção e fragmentação do trabalho, simplificação das operações de produção, dimensão institucional (estrutura institucional, capacidade institucional).
buscando-se uma maior produtividade e aumentando o controle sobre a Para abordar a relação do tema desenvolvimento sustentável e res-
produção. Nesse período os chamados economistas liberais (James Mill, ponsabilidade social, alguns pontos da dimensão social devem ser ressal-
David Ricardo, Adam Smith) iriam sustentar a tese que a atividade econô- tados, como: educação e renda.
mica devia se afastar da influência do Estado, tornando a livre concorrência
o postulado principal do liberalismo econômico que viria prevalecer até os Com relação à renda familiar per capta (IBGE, 2002), levantamentos do
dias de hoje. IBGE mostram que tem havido uma queda na participação na renda nacio-
nal de pessoas com renda de até um salário mínimo, mas mos-
Hoje vivemos numa sociedade que apresenta um impasse: a economia tram, também, um crescimento da participação de pessoas com renda
de mercado não cumpriu sua promessa de garantir um sistema de trocas acima de cinco salários mínimos, significando uma melhoria na participação
razoável, e nem todos que participam do mercado têm a mesma força das classes mais baixas na renda nacional e, por outro lado, uma maior
competitiva. Segundo o sociólogo italiano Domenico de Masi (1999), os concentração de renda nas classes mais altas.
dois grandes modelos econômicos que se confrontaram no século XX não
ofereceram soluções para uma sociedade mais justa, isto é, o capitalismo Com relação à média de anos de estudo da população com mais de 25
demonstrou saber produzir riqueza, mas não como distribuí-la; enquanto o anos de idade (IBGE, 2002), os estudos mostram que também tem havido
comunismo demonstrou saber distribuí-la, mas não produzi-la. O século XX uma melhoria no número médio de anos de estudo para a população brasi-
não terminou bem, pois há uma enorme concentração de renda, os proble- leira, mas através da taxa de alfabetização – apesar de apresentar curva
mas sociais são de dimensões extraordinárias, com desigualdades agudas, ascendente – percebe-se como ainda é relevante o analfabetismo entre
além dos problemas ambientais alarmantes. nós. Percebemos uma melhora no tempo de estudo da população e na

Atualidades 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
redução do analfabetismo, mas ainda em índices muito baixos para o elementares, ou mesmo em garantir a ordem e o respeito às leis. Abre-se,
desenvolvimento de “massa crítica humana”. assim, um vácuo para que outros setores participem. Embora o papel do
Estado seja primordial e muitas vezes insubstituível na gerência das ques-
Dimensões sociais da participação cultural, ou cultura e desenvolvi- tões sociais, ele tem se mostrado insuficiente.
mento sustentável, não fazem parte do relatório de indicadores de desen-
volvimento sustentável do IBGE. Podemos perguntar qual a importância da Quanto aos indivíduos, sem dúvida, poderiam desempenhar papéis im-
participação cultural para o desenvolvimento de um país? portantes, mas suas ações podem ser de pouca abrangência e seu alcance
acaba por ser pontual. Na verdade, no Brasil o exercício da cidadania ainda
Observa-se que um número significativo de países e organizações in- é precário. Muitos não sabem quais seus direitos e suas obrigações e,
ternacionais vem dedicando crescente atenção à produção de conhecimen- neste sentido, a educação se torna a solução e também o problema para
to sobre as especificidades e potencialidades das atividades diretas e este ponto. Isto é, ainda temos dificuldade, diante tantos desafios educa-
indiretamente ligadas à cultura, em termos de valor adicionado, emprego, cionais, de implementar ações que busquem desenvolver os indivíduos
renda, receitas e demais variáveis socioeconômicas. Desde 1970, a França como cidadãos.
foi um dos primeiros países a incluírem a cultura no plano de metas nacio-
nal, enquanto Estados Unidos e outros países membros da Unesco vêm Parece-me, então, que neste cenário pode-se pensar que as organiza-
incorporando a cultura em suas estratégias de desenvolvimento social e ções acabam tendo importante função de complementaridade ao Estado.
econômico. Elas agem, por exemplo, no ambiente, têm poder sobre este, sendo assim,
podem também ser responsabilizadas pelo seu desenvolvimento e não
Embora o Brasil não tenha incluído a cultura nos indicadores de desen- apenas pela extração das condições de sua sobrevivência. O setor empre-
volvimento sustentável, em 2003 o IBGE apresentou um “Sistema de Infor- sarial brasileiro acaba tendo condições privilegiadas de intervir na socieda-
mações e Indicadores Culturais” com o objetivo de organizar e sistematizar de, uma vez que possui capacidade de mobilização, poder econômico e
informações relacionadas ao setor cultural, democratizando o acesso e político. Ele passa a poder ser responsabilizado pelos problemas sociais,
contribuindo para a construção de um sistema de informação que possibilite ambientais e acaba tendo potencial para desenvolver ações passíveis de
a sua análise como setor produtivo. Além do esforço de melhor compreen- serem replicadas por outros atores sociais.
der as informações do setor cultural, no dia 04 de outubro de 2007, o Minis-
tério da Cultura lançou o programa “Mais Cultura”, que alguns têm denomi- Hoje sabemos que o homem é capaz de destruir a si próprio e ao pla-
nado de PAC (Plano de Aceleração) da cultura. Com este plano o governo neta. Para lidar com isso, o filósofo Hans Jonas propõe uma nova ética,
pretende investir R$ 2,2 bilhões do orçamento da União e mais R$ 2,2 uma ética que se funda e acontece para além dos limites do ser humano,
bilhões em parcerias. Os principais objetivos serão ampliar o número de isto é, que afeta a natureza das coisas extra-humanas. Ele acredita que
pontos de cultura de 630 para 20 mil em 2010, como o de leitura (buscando temos que agir de tal maneira, que os efeitos de nossa ação sejam compa-
zerar municípios sem biblioteca e baratear o custo de produção de li- tíveis com a permanência de uma vida humana autêntica, isto é, não de-
vros, ampliando o acesso a eles), a difusão (através de cineclubes) e o de vemos por em perigo a continuidade indefinida da humanidade na Terra.
memória. Verifica-se assim, por parte do governo federal, uma intensifica- Acrescento que isto valerá tanto para nós, como indivíduos, como para as
ção na elaboração de planos e projetos culturais, visando aumentar a organizações enquanto um conjunto de indivíduos buscando um objetivo
acessibilidade da população aos produtos culturais em regiões metropolita- comum. Produzir ou oferecer serviços é inerente ao próprio negócio, mas
nas com maiores índices de violência e baixos índices educacionais, para como fazê-lo e quais os seus desdobramentos no ambiente devem ser
que parte da população, hoje marginalizada, também tenha acesso aos urgentemente questionados. Penso que este conceito de ética esbarra na
bens e produtos culturais, enfatizando a inclusão social. chamada responsabilidade social das empresas e no que hoje podemos
chamar de Desenvolvimento Sustentável. Segundo o relatório de Brund-
Nesse contexto de desenvolvimento, nosso país tem encontrado difi- fland de 1987, o desenvolvimento sustentável é um processo de transfor-
culdades de coordenar suas ações e muitas vezes acabam faltando recur- mação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a
sos diante de tantos desafios de desenvolvimento da sociedade. Assim, as orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se
empresas, que participam e se desenvolvem através do mercado, têm sido harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às
chamadas a se responsabilizar pela sua participação nessa nossa socieda- necessidades e aspirações futuras. O desenvolvimento sustentável é
de. Contudo, o que se observa ainda é pouca preocupação por parte des- aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
tas com o ambiente externo em que atuam. Verificamos que muitas degra- possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades,
dam o meio ambiente, outras abusam da força de poder explorando o isto é, não podemos colocar em risco nossa perpetuação conforme aponta-
trabalho infantil e das mulheres, etc.; elas acabam não se implicando com a do por Hans Jonas.
realidade da sociedade na qual estão inseridas e onde geram seus lucros.
Na ausência de uma auto-regulação tanto no plano econômico quanto no Apesar de sabermos que várias empresas acabam tendo um grande
plano social, as empresas que têm poder para agir em prol do desenvolvi- poder em relação ao ambiente em que atuam, isso não significa necessari-
mento sustentável, muitas vezes, acabam não o fazendo. amente que seus gestores formulem perguntas acerca do possível impacto
da sua empresa no ambiente natural e social. Buscar as implicações políti-
Mas porque as empresas deveriam se envolver com os problemas cas e práticas de suas ações, questionar sua responsabilidade social torna-
sociais? se um caminho possível para ações mais éticas dos gestores, impactando
O crescimento do comércio mundial tem sido cada vez mais dependen- em ações de responsabilidade social das empresas.
te das decisões de uma centena de grandes corporações: 2/3 do comércio O que é Responsabilidade Social das Empresas (R.S.R)?
é internacional, sendo 1/3 diretamente intrafirmas e 1/3, entre mega-
corporações. Com relação às grandes empresas transacionais, existe algo O conceito de Responsabilidade Social surge de forma mais sistemáti-
entorno de 39 mil e 270 filiais. Conforme apontado por José Luís Fiori, ca, mas ainda muito limitada, nos anos 50 e 60 na França e Estados Uni-
destas, apenas 100 (0,3%) detém 1/3 do estoque mundial de capital e, dos, segundo autores como Ashley (2002) e Melo-Neto e Froes (1999). O
ainda, 39 delas são norte-americanas e 19 japonesas. Além disso, dos 180 que se buscava neste momento era a manutenção da legitimidade das
países existentes no mundo, aproximadamente apenas 100 recebem 1% atividades da empresa, da gestão da sua imagem e sua visibilidade no
do investimento direto estrangeiro, ou seja, os outros 80 recebem 99%, isto mercado.
é, uma distribuição de recursos de investimentos entre os países, extrema-
mente desigual. Parece-me que podemos dizer que, de fato, as empresas Mas esse conceito de Responsabilidade Social veio sofrendo mudan-
possuem um grande poder econômico. ças para responder aos desafios que foram se apresentando no ambiente
interno e externo às organizações. Conforme discutido por John Scherme-
O Estado brasileiro como muitos outros países latino-americanos vem rhorn (1999), de uma maneira mais ampla, Responsabilidade Social diz do
reduzindo o seu papel na economia à função de guardião dos equilíbrios grau de comprometimento da empresa com seus váriosStakehol-
macroeconômicos. Nesta economia de mercado o Estado não interfere ders (atores com que se relaciona: fornecedores, sociedade, clientes,
tanto na economia e,não interferindo, acaba reduzindo seu papel na defini- empregados, acionistas, concorrentes, etc.). Esse conceito se torna com-
ção de prioridades, na implementação de políticas e incentivos, em oferecer plexo quando pensamos que não há uma determinação do “grau de com-
proteção social às suas populações, em prestar serviços públicos mais

Atualidades 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
prometimento” das empresas; há uma liberdade de criação e da flexibilida- to ao patrocínio ou apoio a eventos, como: shows musicais, concertos,
de dessas ações. espetáculos teatrais, assim como manutenção do patrimônio público e
privado, isto é, restauração de igrejas, casas de cultura, museus e acervos,
Para melhor delimitar isto, Aligleri e Borinelli (2001) sistematizam 3 e palestras de formação de público.
formas diferentes para pensar os limites do grau de “comprometimento das
ações” de responsabilidade Social das Empresas A cultura como: Construção da Subjetividade e Democracia.
1a- A R.S.E como uma obrigação social, visa à maximização dos lu- Numa perspectiva antropológica e simbólica, Geertz (1978) acredita
cros, busca satisfazer apenas as obrigações legais e as atividades empre- que a cultura é um conjunto de mecanismos simbólicos para o controle do
sariais são centradas em critérios econômicos; (visão de marketing de comportamento, de informações extra-somáticas, fornecendo o vínculo
causas – maximiza lucros). Por exemplo, quando uma empresa registra entre o que os homens são intrinsecamente capazes de se tornar e o que
seus funcionários, não contrata mão-de-obra infantil, paga seus funcioná- se tornaram, um a um.
rios em dia. Para alguns, ela já estaria sendo Responsável Socialmente,
mas podemos dizer que nada além do que é legal. O conceito de cultura tratado aqui se refere a tudo aquilo que um grupo
produz que se reflete na sua identidade, na construção de seus valores e
2a- A R.S.E como forma de buscar aprovação, envolve basicamente, normas, no que é desenvolvido pelo Homem. Mas, conforme já discutido
dois grupos de ações: uma que é a satisfação das obrigações legais e outra por Walter Benjamim, não se pode tratar a noção de identidade como algo
que é a satisfação das obrigações sociais e que afetam diretamente a homogenizante e padronizante. Algo que se torna padrão, pode muitas
empresa, pensando a empresa como membro da sociedade (visão utilitaris- vezes se tornar banalizado, universal, mas a cultura não se pretende a ser
ta). Nesta visão de Responsabilidade Social teríamos a idéia de que a isto, a fazer sentido para todos. Isto seria mais da ordem do entretenimen-
empresa deve se envolver apenas com o que é legal e com o que afeta to, da cultura de massa, que muitas vezes enfoca mais a técnica do que o
diretamente suas ações. Pode-se citar aqui as ações das empresas apenas conteúdo, tornando-se algo repetido e vazio.
na sua comunidade. Isto é, se a organização vai investir em meio ambiente
ela o faz buscando atender aspectos legais e ao mesmo tempo reduzir o Walter Benjamim ainda explicita o conceito de entretenimento. Este
impacto de suas atividades no local onde está situada, mas não há uma pode ser pensado como algo que pode distrair, desviar nossa atenção.
preocupação em agir além do seu ambiente. Ela acaba focando muito as Segundo o autor, seria assim, uma “espiritualização forçada de diversão”,
suas questões legais e da estratégia do negócio numa perspectiva espaci- ou seja, da ordem do espetáculo. Tudo tem um significado e uma eficácia,
al, tornando sua estratégia também limitada, uma vez que, em economias o espetáculo removeria o non-sense (ou sem–sentido), gerando a ilusão de
globalizadas, o negócio de uma empresa não pode ser tão determinado um mundo harmônico e perfeito. Divertir e entreter, passam a ter um senti-
pelo espaço. do de esquecer o sofrimento, de esquecer o que pode nos incomodar, pode
ser pensado como uma fuga, uma liberação do pensamento, ou mesmo
3a- A R.S.E dentro de uma visão sistêmica dos stakeholders, segundo uma negação do pensamento.
Zadek (1998), ocorre quando as empresas buscam satisfazer as obrigações
legais e sociais, mas também visam desenvolver uma rede de relaciona- Já a cultura, diferentemente do entretenimento, deve ser pensada a
mentos entre os envolvidos e antecipar questões sociais e ambientais para partir de um conjunto de bens culturais: a literatura, a pintura, as diversas
resolvê-las no presente, evitando que se transformem em problemas futu- formas de arte, a filosofia, que têm como elemento a elaboração, o imagi-
ros para a sociedade. Vejo aqui uma aproximação dessa visão com a idéia nário, a sensibilidade de uma época, fundamentais para criar laços de
de Desenvolvimento Sustentável já apresentada. Essa visão, bem mais convivência. Por outro lado, a própria produção cultural pode ser uma forma
ampla, mostra uma preocupação das organizações em irem além da gestão para lidar com nosso “mal-estar na civilização”, conforme pensado por
do projeto hoje, mas com sua perpetuação em longo prazo, agregando Freud. Isto é, ela nos permite elaborar, construir novos sentidos, novas
valor a todos os atores sociais envolvidos, como também acreditam Pastron “saídas” para nossas angústias. Ela é um elemento importante da constru-
(1997), Aktouf (1996), e Chanlat (1999). Outros autores, como Kanaane ção de nosso mundo interno, da nossa subjetividade. Quanto mais questio-
(1999),McWilliams e Siegel (2001), Duarte e Dias (1986), reforçam nessa nadora, quanto mais elaborada simbolicamente, mais rica e complexa,
justificativa a importância do poder que a empresa obtém na sociedade, quanto mais diversa, maior a possibilidade de sentidos, mais rico será
devendo exercer seu poder para melhorá-la, tendo, assim, obrigação de nosso suporte para construção da subjetividade dos indivíduos. Uma vez
demonstrar sensibilidade social. Essa abordagem é bem mais difícil de se que a subjetividade é marcada e influenciada pelo contexto cultural, social e
ver na prática, uma vez que muitos gestores tendem a analisar as ações a político.
curto prazo, de forma imediatista, tendo dificuldade de desenvolver uma Contrariamente a essa noção de cultura, é o que vemos, por exem-
visão estratégica e ampla com seu ambiente, ações estas que são bem plo, na literatura de auto-ajuda. A literatura de auto-ajuda tende a banalizar
mais duradouras. a complexidade humana. Mas, nem todo livro de auto-ajuda é ruim, o
O que se pode pensar é que lucro e ações sociais não são antagôni- problema da auto-ajuda é levar o leitor a acreditar que as coisas são muito
cos; ao contrário, a competência organizacional é reconhecida também simples, verdadeiras mágicas. Simplificar, metaforizar, desenhar, ilustrar,
pela abrangência e pela complementaridade das ações e dos resultados sempre é bom para a gente compreender, mas é preciso dialogar com
que concretizam sua gestão. Avaliar e pensar os impactos da organização estas formas, criar um sentido próprio, individual e subjetivo, e, ainda,
na sociedade e suas possíveis contribuições para uma sociedade mais sustentar o que fica sem sentido. O que se percebe hoje é um exagero na
justa se tornam fundamentais. Dentre as várias ações de R.S.E. destacam- exigência de entretenimento e relaxamento. Por isso, muitos dizem “ah
se: cultura, educação, esporte, lazer, meio ambiente, saúde, urbanização e não… aquele filme a gente tem que pensar!”, “Ah não gosto de ler livro
as próprias políticas de recursos humanos. pesado”, “Gosto de ler tudo aquilo que entendo! Quero ler coisas simples!”
E essas coisas, de tão simples, se tornam mágicas e empobrecedoras da
Na pesquisa que coordenei sobre “Ética no ambiente organizacional: subjetividade humana.
avaliando políticas e ações de responsabilidade social em empresas em
Minas Gerais”, constatamos que educação e cultura são as principais áreas Se extrapolarmos isto para a sociedade, podemos dizer que, quanto
de envolvimento das empresas, e hoje eu gostaria de focar mais a cultura e mais rica a cultura de um país, maior a possibilidade de desenvolvermos a
seus desdobramentos para o desenvolvimento sustentável de uma socie- democracia e a cidadania dos indivíduos. Se entendermos por democracia
dade. uma forma de convivência entre as pessoas, de maioridade política,
em que cada um é emancipado porque é capaz de refletir por si mesmo,
Em 23 de dezembro de 1991 foi criada a Lei No 8.313, a chamada lei permitindo a livre circulação das opiniões e dos interesses, o enfrentamento
Rouanet, que se tornou um importante incentivo para as empresas investi- dos conflitos, a instituir direitos e exercê-los, todos dependendo de uma lei
rem em cultura através da destinação de imposto de renda. Através desta comum, então, poderemos pensar assim, que a cultura fortalece os laços
lei constata-se uma importante possibilidade de ação de Responsabilidade de inserção na sociedade. Quanto mais frágil, mais banal e homogenizante
Social, mas observa-se que muitas empresas desconhecem o alcance das a cultura de uma sociedade, menos suporte simbólico teremos e mais ao
ações possíveis a serem realizadas aproveitando o incentivo fiscal. Neste sabor dos conflitos que se estabelecem dentro dela ficaremos, podendo
sentido, é importante que se conheça a lei e se compreenda a importância nos tornar assim refém desses conflitos, em vez de criamos formas criati-
da cultura para uma sociedade. Essas ações na área cultural dizem respei- vas de resolvê-los.

Atualidades 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na sociedade em que vivemos hoje, a chamada Sociedade do Espetá- Por fim, ainda teríamos que pensar que a avaliação ou financiamento
culo, conforme denominada por Debord (1997), ou da Era do Vazio, con- de um projeto cultural passa por uma perspectiva ética, já enfocada anteri-
forme Lipovetsky (1989), há uma predominância da importância da imagem ormente: será que estou fazendo aquilo em que acredito? Como repercute
sobre o objeto, da forma sobre o conteúdo. Há uma busca constante por na sociedade este projeto? Quais os seus desdobramentos? Cabe aos
prazer, e neste contexto a produção cultural, muitas vezes, acaba ofere- empresários fazerem essa reflexão no sentido de orientar seus investimen-
cendo produtos e serviços facilitadores para se manter esse prazer. Temos, tos para a responsabilidade social cultural, enquanto nós, como agentes de
assim, esta situação delicada: uma sociedade “sedutora”, que busca a projetos culturais, buscamos a construção de novas formas de acesso e
“leveza” do “espetáculo” onde a produção cultural tende a ser uma repeti- democratização da cultura e, quem sabe, de educação? Nosso papel tem
ção de padrões, idéias e comportamentos. Onde tudo busca ser tão dócil sido o de envolver as pessoas e as empresas para encontrarmos, ou mes-
que não há surpresas e nem non-sense, havendo pouca possibilidade de mo inventar, novos espaços para a circulação do saber, buscando, além do
elaboração simbólica, pouca reflexão e assim, muito da produção cultural pensar e falar, uma dimensão ético-política, para que possamos ter uma
se apresenta como dada, pronta para ser docilmente consumida. sociedade mais humana, com cidadãos mais envolvidos com a realidade e
com a criação de novas soluções de um bem-estar possível diante das
A cultura como um dos principais pilares de investimento em a- nossas desigualdades.
ções de responsabilidade social das empresas.
Responsabilidade social
Nesta “sociedade do espetáculo” as empresas vêm investindo em cul-
tura como um de seus principais focos de responsabilidade social. Aí nos No cenário mundial contemporâneo percebe-se o processar de
resta perguntar se elas estão sabendo em que estão investindo. Refletir se inúmeras transformações de ordem econômica, política, social e cultural
o investimento em cultura muitas vezes acaba sendo feito como instrumen- que, por sua vez, se adaptam aos novos modelos de relações entre
to apenas de marketing, de divulgação da marca das empresas, sem se instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das actuais
levar em conta o que se pretende com aquele investimento para a socieda- tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos interesses
de. Neste sentido, pode-se investir muito mais em entretenimento, que já é das organizações e os da sociedade resultar em esforços múltiplos para o
consagrado e de fácil assimilação pela grande população, ao invés de cumprimento de objetivos compartilhados.
buscar investimentos que resgatem a identidade de um grupo e de um país.
É o caso, por exemplo, de empresas que investem em peças de teatro que Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram
tenham atores que estão na televisão. Isto não deveria ser o ponto impor- início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60
tante para determinar o investimento em cultura, podendo ter pouca chance (BICALHO, 2003). As primeiras manifestações sobre este tema surgiram,
que essas ações se desdobrem em possibilidades de desenvolvimento de no início do século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley
uma sociedade. Neste sentido, corremos o risco de não estarmos focando (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não receberam
no desenvolvimento sustentável através da cultura, mas, ao contrário, apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953,
sendo capazes de apenas produzir “do mesmo de uma sociedade”, focando nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the
mais o entretenimento e o lazer. Como disse antes, não que eles não sejam Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou
importantes; são importantes enquanto possibilidades de fruição, mas a espaço. Na década de 70, surgiram associações de profissionais
abrangência das ações culturais são mais permanentes e geram possibili- interessados em estudar o tema: American Accouting Association e
dade de construção de identidade cultural forte. Uma vez que as empresas American Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí que a
são apontadas como parcerias na solução dos investimentos culturais, elas responsabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se
se tornam responsáveis pelas conseqüências de seus investimentos e transforma num novo campo de estudo. A responsabilidade social revela-se
deveriam avaliar o desdobramento social de suas ações. então um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das
empresas.
Nesse sentido, para se investir em cultura é preciso discutir constante-
mente o que seja cultura, para que se possa ter ações mais amplas e Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001),
duradouras para a sociedade. Além disso, cabe às organizações auxiliarem a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas
num aspecto também muito difícil de ser gerenciado no que tange à cultu- decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e
ra, que é a acessibilidade. Neste sentido, deve-se atentar para que não se para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das
façam apenas ações isoladas, eruditas e para poucas pessoas. Durante a empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o
análise de investimento em ações culturais, dever-se-ia procurar entender cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também
como o projeto irá atingir as pessoas em geral, quais as maneiras de facili- pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os
tar a assimilação, a compreensão e o acesso a vários públicos e aos bens trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as
culturais. autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Afirma
Carlos Cabral-Cardoso (2002) que o conceito de responsabilidade social
Todo nosso esforço, ao montar este projeto da Estação do Saber de deve ser entendido a dois níveis. O nível interno relaciona-se com os
debate cultural dentro de um shopping, foi o de criar um espaço onde as trabalhadores e, mais genericamente, a todas as partes interessadas
pessoas fossem capazes de refletir sobre alguns conceitos. Estes perpas- afetadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar no alcance
sam os bens culturais, mas, muitas vezes, não são compreendidos e, de seus resultados. O nível externo tem em conta as conseqüências das
conseqüentemente, acabam sendo afastados; dificultam, assim, o próprio ações de uma organização sobre os seus componentes externos,
consumo e acesso aos bens culturais. A idéia é resgatar a noção de conte- nomeadamente, o ambiente, os seus parceiros de negócio e meio
údo e não apenas de forma. Aspecto fundamental para se pensar o que envolvente. Fatores que originaram o conceito a RSE São diversos os
seja cultura e sua importância na nossa sociedade. Contudo, nosso desafio fatores que deram origem à necessidade de se observar uma
é grande. Muitas vezes somos cobrados para que nossos palestrantes responsabilidade acrescida das organizações. Num contexto da
sejam divertidos, que tenham uma dinâmica que agrade ao público. Claro globalização e de mutação industrial em larga escala, emergiram novas
que isto facilitaria a comunicação e assimilação do conteúdo, mas não preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das
podemos nos ater à técnica. Podemos ter ótimos palestrantes, que atraem autoridades públicas e dos investidores. Os indivíduos e as instituições,
multidões, mas que não conseguem falar de um lugar consistente, de um como consumidores e/ou como investidores, adotam, progressivamente
saber. Com pouco conteúdo, eles nos seduzem e nos divertem, mas não critérios sociais nas suas decisões (ex: os consumidores recorrem aos
podemos pensar que isto seja suficiente para se tornar um projeto cultu- rótulos sociais e ecológicos para tomarem decisões de compra de
ral, nem de uma proposta de educação através da cultura. Não vou me produtos). Os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas,
estender neste ponto, mas penso que a cultura deve ser pensada a partir (ex: marés negras, fugas radioativas) tem gerado preocupações crescentes
da educação, e que talvez a educação também não devesse ser pensada entre os cidadãos e diversas entidades coletivas, pressionando as
dissociada da cultura. Por isto, nosso maior desafio é auxiliar o público em empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo a
geral a entender o que é cultura e suas mais diversas manifestações, entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de
mesmo que num primeiro momento tudo possa nos parecer difícil e sem quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação. Os meios de
sentido. comunicação social e as modernas tecnologias da informação e da
comunicação têm sujeitado a atividade empresarial e econômica a uma

Atualidades 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
maior transparência. Daqui tem resultado um conhecimento mais rápido e que gera retorno positivo aos negócios, ou seja, os resultados são medidos
mais profundo das ações empresariais – tanto as socialmente através do faturamento, vendas e market share.
irresponsáveis (nefastas) como as que representam bons exemplos (e que,
por isso, são passíveis de imitação) – com consequências notáveis na A responsabilidade social como estratégia de relacionamento: Voltado
reputação e na imagem das empresas. na melhoria de qualidade do relacionamento com seus diversos públicos-
alvo, a responsabilidade social é usada como estratégia de marketing de
Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e relacionamento, especialmente com clientes, fornecedores e distribuidores.
obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral.
A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O
Existem várias outras definições para o termo responsabilidade. foco está na melhoria da imagem institucional da empresa. São os ganhos
Podemos citar, entre elas, as seguintes: institucionais da condição de empresa-cidadã que justificam os
investimentos em ações sociais encetadas pela empresa.
Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a
forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da
hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto. empresa (agregação de valor): Para Georgete Pereira, “a reputação de uma
empresa e o valor de suas ações no mercado andam juntos” (CECATO,
Podemos citar um exemplo: A implantação de uma fábrica em uma 2000 apud MELO NETO E FROES, 2001, p. 40). Uma pesquisa feita por
determinada localidade, cujo espaço era utilizado pelos moradores como esta organização identificou que 70% do valor de mercado de uma
pasto para seus animais, ocasionando perda desse acesso, exigindo a empresa dependem de seus resultados financeiros. Os outros 30%
criação de novas forma de alcançar o que estava posto e estabelecendo dependem da sua reputação no mercado.
um novo cenário para o local.
A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos: As
Como compensar aos nativos e a natureza por essa "invasão"? Aplica- ações são focadas nos colaboradores e nos seus dependentes, com o
se no caso atos contínuos que possam de uma forma adequada objetivo de satisfazê-los e conseqüentemente reter seus principais talentos
compatibilizar a perda dos antigos moradores com meios compensatórios e aumentar a produtividade.
de forma a evitar o máximo mudanças bruscas.
A responsabilidade social como estratégia de valorização de
Observe-se que há outras interpretações. produtos/serviços: O objetivo não é apenas comprovar a qualidade dos
Um outro exemplo: produtos/serviços da empresa, mas também proporciona-lhes o status de
“socialmente corretos”.
Uma empresa que patrocina um time de futebol ou vôlei que
supostamente tem condições de se manter sozinho é responsabilidade A responsabilidade social como estratégia de inserção na comunidade:
social? A empresa busca aprimorar suas relações com a comunidade e a
sociedade e também a definição de novas formas de continuar nela
Sim, desde que a relevância do fato de determinada empresa efetuar inserida.
tal patrocínio tenha relevância social e seja de amplo aspecto de aplicação.
Tornando mais fácil ao acesso da educação, esporte, cultura, entre outros a A responsabilidade social como estratégia social de desenvolvimento
comunidade local envolvida. na comunidade: A responsabilidade social é vista como uma estratégia
para o desenvolvimento social da comunidade. Dessa forma, a organização
Responsabilidade social corporativa passa a assumir papel de agente do desenvolvimento local, junto com
É o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as outras entidades comunitárias e o próprio governo.
corporações que são tomadas pelas empresas, levando em consideração a A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e
economia, educação, meio ambiente, saúde, transporte, moradia, atividade coletiva: A empresa, mediante suas ações, ajuda seus colaboradores a se
locais e governo, essas ações otimizam ou criam programas a tornarem verdadeiros cidadãos e contribui para a promoção da cidadania
sociais,trazendo benefício mútuo entre a empresa e a comunidade, na sociedade e na comunidade.
melhorando a qualidade de vida dos funcionários, quanto da sua atuação
da empresa e da própria população. A responsabilidade social como exercício de consciência ecológica: A
responsabilidade social é vista como responsabilidade ambiental. A
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão ética e empresa investe em programas de educação e preservação do meio
transparente que tem a organização com suas partes interessadas, de ambiente, e conseqüentemente, torna-se uma difusora de valores e
modo a minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na práticas ambientalistas.
comunidade. Ser ético e transparente quer dizer conhecer e considerar
suas partes interessadas objetivando um canal de diálogo. A responsabilidade social como exercício de capacitação profissional:
Neste caso, o exercício de responsabilidade social se dá com a
Uma organização voltada para o desenvolvimento sustentável ela capacitação profissional dos membros da comunidade e empregados da
planeia nos seus negócios um horizonte multidimensional, que engloba e empresa.
assegura os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e
ambientais, na medida em que todos fazem parte de um sistema de A responsabilidade social como estratégia de integração social: Esse
obtenção de uma economia solidária. conceito parte do pressuposto de que o maior desafio histórico da nossa
sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a efetiva inclusão
Visões de Responsabilidade Social social no país.
De acordo com Melo Neto e Froes (2001), a melhor maneira de Responsabilidade Social tem um conceito amplo, com muitos
analisar o conceito de responsabilidade social empresarial é identificando significados e sinónimos, cidadania corporativa, desenvolvimento
as diversas visões existentes, apresentadas a seguir: sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade, capitalismo
A responsabilidade social como atitude e comportamento empresarial sustentável, filantropia empresarial, marketing social e activismo social
ético e responsável: É dever e compromisso da organização assumir uma empresarial. Todos estes desfechos referem-se em geral ao conjunto de
postura transparente, responsável e ética em suas relações com os seus acções estabelecidas por empresas em relação a sociedade que transitam
diversos públicos (governo, clientes, fornecedores, comunidade, etc.) a esfera directa da sua actividade econômica ( Joana Garcia,2004).

A responsabilidade social como um conjunto de valores: Não incorpora A responsabilidade social de uma empresa melhora a sua
apenas conceitos éticos, mas uma série de outros conceitos que lhe comunicação com a sociedade por uma simples razão: a partir do momento
proporciona sustentabilidade, como por exemplo, autoestima dos em que a empresa está convencida do seu papel social e se orienta para a
funcionários, desenvolvimento social e outros. melhoria contínua dessa sociedade, este esforço resulta apenas num
constante fortalecimento, que aumenta e reforça o seu conceito junto dessa
A responsabilidade social como postura estratégica empresarial: A mesma sociedade.
busca da responsabilidade social é vista como uma ação social estratégica

Atualidades 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Percebe-se então que inúmeras são as interpretações e definições de para garantir que as empresas se comportem de forma socialmente
Responsabilidade Social Empresarial, e que cada empresa acaba atuando responsável. Outros, como Patricia Werhane, argumentam que a RSE deve
de uma forma perante si e a sociedade. Em geral, não há um significado ser considerado mais como uma responsabilidade corporativa moral, e
preciso de responsabilidade social, surgindo assim, conhecimentos teóricos limitar o alcance da RSE, centrando-se mais sobre os impactos directos da
com diferentes conceituações – responsabilidade social como obrigação organização, visto através de uma perspectiva de sistemas para identificar
social (Friedman, 1970); responsabilidade social como aprovação social as partes interessadas.
(Davis e Blomstrom, 1975) e responsabilidade social como abordagem
sistêmica dos stakeholders (Zadek, 1998). Luiz Ramos, um dos maiores especialistas brasileiros em Segurança,
Meio Ambiente e Responsabilidade Social, que atualmente vem
Críticas, Debates e Preocupações desenvolvendo um amplo trabalho de preparação de empresas visando
certifica-las em diferentes Normas Auditáveis, atuando em cidades como
Os críticos da RSE (Responsabilidade Social Empresarial), debatem São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras, escreveu em
com os seus defensores uma série de preocupações relacionadas com o artigo publicado recentemente que “emparedados, canalizados, esgotados
seu âmbito. Inclui entre outras a relação da RSE como propósito (em todos os sentidos que esta palavra permite), ainda assim os rios
fundamental e a natureza dos motivos de negócios, bem como a resistem”. Busco nesta frase do excelente autor uma forma de mostrar a
questionabilidade dos motivos para a prática de RSE, incluindo as importância de reciclar os conhecimentos, aprimorando os conceitos de
preocupações sobre falsidade e hipocrisia. Cultura Organizacional (resistência; luta; domínio!) para a implementação
Actualmente a temática Responsabilidade Social e as suas implicações da Responsabilidade Social não como um modismo, mas como uma
é muito comentada. Mas o que é Responsabilidade Social em sua bandeira inquestionável. Como um valor presente e irremovível! No artigo
essência? O que compreende em um todo? O que levou ao seu “Corporate Social Responsibility” (CARROLL, 1999), demonstrou que na
aparecimento? Qual a importância RSE, hoje, para as empresas e a literatura, o conceito de responsabilidade social é o mesmo no passado e
sociedade? Qual é o papel da RSE nas empresas ? Qual é a no presente; o que mudou são as questões encaradas pelas empresas e as
responsabilidade das empresas defronte dos problemas sociais e práticas de responsabilidade social, principalmente porque a sociedade
ambientais que a sociedade encara? mudou e as empresas mudaram, e, consequentemente, as relações entre a
sociedade e as empresas.
Natureza do negócio
As organizações que implementam a RSE beneficiam da protecção e
Milton Friedman e outros têm argumentado que objectivo da empresa é fortalecimento da imagem da marca e da sua reputação, favorecendo a
maximizar o retorno aos seus accionistas, e que já que só as pessoas imagem da organização, pois a credibilidade passa a ser uma importante
podem ter responsabilidade social, as empresas são responsáveis apenas vantagem, um diferencial competitivo no mundo globalizado.
perante os seus accionistas e não para a sociedade como um todo. Apesar
de aceitar que as empresas devem obedecer às leis dos países em que A responsabilidade Social Empresarial gera a atração de investidores,
actuam, eles afirmam que as empresas não têm outra obrigação para a uma vez que muitos investidores individuais e institucionais percebem que
sociedade. Algumas pessoas percebem que a RSE é incongruente com a o retorno é garantido nas empresas socialmente responsáveis e a dedução
própria natureza e finalidade do negócio, e de facto um obstáculo ao fiscal, onde as empresas podem abater nos impostos, o valor utilizado em
comércio livre. Aqueles que afirmam que a RSE é incompatível com o actividades sociais.
capitalismo, mas em favor do neoliberalismo argumentam que as melhorias O consumo ético
na saúde, longevidade e / ou de mortalidade infantil foram criadas pelo
crescimento econômico atribuído à livre iniciativa.1 O aumento da popularidade do consumo ético nas últimas duas
décadas pode estar ligada à ascensão da RSE. Os consumidores estão
Os críticos desse argumento entendem que o neoliberalismo se opõe cada vez mais conscientes das implicações ambientais e sociais das suas
ao bem-estar da sociedade e é um obstáculo à liberdade humana. Eles decisões de consumo do dia-a-dia e, portanto, começam a tomar decisões
afirmam que o tipo de capitalismo praticado em muitos países em de compra em que é factor decisório as suas preocupações ambientais e
desenvolvimento é uma forma de imperialismo econômico e cultural, éticas. No entanto, esta prática está longe de ser coerente ou universal.
destacando que esses países normalmente têm menos protecção do
trabalho e, portanto, os seus cidadãos estão em maior risco de exploração Segundo alguns estudiosos a ética é um factor importante na garantia
por empresas multinacionais .2 da competitividade das empresas. A Responsabilidade Social é a ética que
vêm movimentando um grande número de organizações, caso que deve
Entre estes dois pólos existe uma grande variedade de posições. servir de reflexão, pois, mostra ser o caminho a percorrer para a
Muitas tradições religiosas e culturais sustentam que a economia existe sustentabilidade, para o êxito empresarial e a edificação de uma sociedade
para servir os seres humanos, pelo que todas as entidades econômicas mais desenvolvida e justa.
têm uma obrigação para a sociedade. Além disso, muitos defensores da
RSE apontam as potencialidades para melhorar significativamente, a longo A globalização e as forças de mercado
prazo, a rentabilidade das empresas, pois reduz os riscos e ineficiências,
oferecendo uma série de vantagens, tais como a reputação da marca e Responsabilidade Social Empresarial é um dos novos fenómenos de
maior envolvimento dos colaboradores. mercado proveniente da globalização da economia. Ao longo dos ciclos
históricos, tivemos a empresa orientada sucessivamente para o produto,
Estudiosos inferem que as empresas que investem no social e para o mercado e depois para o cliente. Agora a empresa encontra-se
acompanham a moda tanto mercadológica quanto legal, estão alterando orientada para o social(Bicalho, 2003)
seus próprios conceitos, pois evoluem a qualidade de vida dos seus
funcionários, da colectividade e, como resultado, tem maior produtividade e Conforme as empresas procuram crescer através da globalização, elas
aceitação social. têm encontrado novos desafios que impõem limites ao seu crescimento e
lucros potenciais. As regulamentações dos governos, as tarifas, as
Motivos restrições e normas ambientais diferentes do que constitui a "exploração do
trabalho" são problemas que podem custar milhões de euros às
Alguns críticos acreditam que os programas de RSE são realizadas por organizações. Algumas questões éticas são vistas simplesmente como um
empresas para distrair o público de questões éticas decorrentes de suas estorvo caro, enquanto algumas empresas utilizam metodologias RSE
operações centrais. Eles argumentam que algumas empresas começam como uma táctica estratégica para obter apoio público para a sua presença
programas de RSE para o benefício comercial que beneficiam com o nos mercados globais, ajudando-as a sustentar uma vantagem competitiva
aumento da sua reputação com o público ou com o governo. Eles sugerem usando suas contribuições sociais para proporcionar um nível
que as empresas que existem apenas para maximizar os lucros são subconsciente de publicidade. (Fry, Keim, Meiners 1986,) A concorrência
incapazes de defender os interesses da sociedade como um todo.3 global coloca uma grande pressão sobre as empresas multinacionais para
Críticos preocupados com a hipocrisia e falsidade corporativa analisar não só as suas próprias práticas de trabalho, mas os de toda a sua
geralmente sugerem que uma regulação, aplicação e fiscalização cadeia, a partir de uma perspectiva de RSE.
internacionais, ao invés de medidas voluntárias, é que são necessárias

Atualidades 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ISO 26000
Esta Norma internacional de responsabilidade social é de diretrizes e não de
No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional requisitos, por isso não é certificável, tão pouco é sistema de gestão. AISO –
ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi organização privada sem fins lucrativos, fundada em 1947 – desenvolve
em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em normas que facilitam o comércio internacional, difundem conhecimento e
português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na compartilham avanços tecnológicos e as boas práticas de gestão.
Fiesp, em São Paulo.
Segundo a ISO 26000, a responsabilidade social se expressa pelo de- O que é ISO 26000
sejo e pelo propósito das organizações em incorporarem considerações
socioambientais em seus processos decisórios e a responsabilizar-se pelos O que é?
impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente.
Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o
A ISO 26000 surge para ser a primeira norma internacional de Responsabi-
desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis
lidade Social Empresarial. Ela começou a ser desenvolvida em 2005 e sua
aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comporta-
versão final será publicada no final 2010. O documento tem como objetivo
mento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em
traçar diretrizes para ajudar empresas de diferentes portes, origens e
toda a organização, seja praticada em suas relações e leve em conta os
localidades na implantação e desenvolvimento de políticas baseadas na
interesses das partes interessadas. sustentabilidade.
A norma fornece orientações para todos os tipos de organização, inde-
pendente de seu porte ou localização, sobre: A norma foi construída com a participação de diversos setores da socieda-
conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social; de, em todo mundo, e liderada por um brasileiro: o engenheiro Jorge Caja-
zeira, gerente corporativo de competitividade da Suzano Papel e Celulose,
histórico, tendências e características da responsabilidade social; responsável pelo Grupo de Trabalho e Responsabilidade Social da ISO
(International Organization for Standardization).
princípios e práticas relativas à responsabilidade social;
os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; Criação
integração, implementação e promoção de comportamento socialmente
responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas Foi durante uma reunião do Comitê de Política de Consumidores da ISO
dentro de sua esfera de influência; (Copolco), em 2001, que se cogitou, pela primeira vez, a criação de uma
norma global de Responsabilidade Social Corporativa. No entanto, o docu-
identificação e engajamento de partes interessadas; mento só passou a ser discutido em 2005. Desde então, uma série de
comunicação de compromissos, desempenho e outras informações re- encontros do comitê organizador já ocorreram em diversas partes do mun-
ferentes a responsabilidade social. do.
A ISO 26000:2010 é uma norma de diretrizes e de uso voluntário; não
visa nem é apropriada a fins de certificação. Qualquer oferta de certificação Diretrizes para uma conduta sustentável
ou alegação de ser certificado pela ABNT NBR ISO 26000 constitui em
declaração falsa e incompatível com o propósito da norma. A norma internacional tem a proposta de servir como um importante norte
para as corporações e não como uma certificadora. Os sete princípios da
O objetivo da ISO 2600 é estabelecer um entendimento comum sobre a ISO 26000 são:
prática da Responsabilidade Social, visando orientar as organizações de
todos os tipos e tamanhos sobre os cuidados e princípios que devem ser
observados por instituições, empresas e demais entidades que desejam ser • Responsabilidade;
socialmente responsáveis. • Transparência,
• Comportamento Ético;
Ao enfocar e praticar a responsabilidade social, o objetivo principal de uma • Consideração pelas partes interessadas;
organização é maximizar sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, • Legalidade;
incluindo a saúde e o bem-estar da sociedade. • Normas Internacionais;
• Direitos Humanos.
Embora não haja nenhuma lista detalhada dos princípios para a responsabi-
lidade social, as organizações e empresas deveriam ao menos observar os Além dos princípios, os temas centrais do documento envolvem as áreas
sete princípios da norma que são: de Direitos Humanos; Práticas de Trabalho; Meio Ambiente; Práticas Leais
de Operação; Combate à Corrupção e Propina; Consumidores e Desenvol-
- Responsabilidade por Ações vimento aliado a participação comunitária. As empresas terão de aplicar
- Transparência ações de cada área citada em suas gestões.
- Comportamento Ético
- Respeito pelos Interesses dos Stakholders
- Respeito pelas Regras da Lei
- Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento
- Respeito pelos Direitos Humanos

São Sete os Temas Centrais e Questões de Responsabilidade Social.


Explicam os assuntos essenciais e questões associadas envolvidas na
responsabilidade social, a saber:

- Governança Organizacional
- Direitos Humanos
- Relações de Trabalho
- Meio Ambiente
- Práticas Leais de Operação
- Questões Relativas ao Consumidor
- Envolvimento e Desenvolvimento da Comunidade

Atualidades 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Importância EDUCAÇÃO E TRABALHO: DIREITOS FUNDAMENTAIS COMPLE-
MENTARES?
Faltava um instrumento oficial capaz de integrar a forma como as organiza- Vanessa Vieira Pessanha
ções lidam com o mundo à sua volta. Essa é a grande importância da ISO
26000, que apesar de reconhecer que já existem muitas respostas para tais RESUMO
demandas, entende, ao mesmo tempo, que há a necessidade de estruturá- O presente trabalho tem como principal objetivo demonstrar a relação
las. Vivemos em um tempo de crise nos setores econômico, ambiental e direta de considerável melhoria na qualidade de vida dos membros da
social em todo o mundo. Empresas e associações de todos os segmentos sociedade brasileira com a efetivação do direito à educação e sua conse-
pecam pela ausência de ética, ao desconsiderarem seus públicos e até qüente repercussão no direito ao trabalho, fator este de imensa relevância
mesmo os próprios funcionários. Soma-se aí o fato de que o conceito de dentro do contexto essencialmente capitalista no qual o país está inserido.
sustentabilidade empresarial ainda é novo, o que provoca ruídos na comu- O desenvolvimento sócio-econômico mais igualitário pode ser vislumbrado
nicação das empresas em relação ao tema. Todos esses fatores favorecem como basilar para uma vida em comunidade digna, situação que ganha
a consolidação da ISO 26000 como mecanismo internacional. especial relevo nos países considerados subdesenvolvidos (ou em desen-
volvimento). Para atingir esse escopo, inicialmente o foco de análise é o
Os stakeholders direito à educação, com as previsões constitucionais pertinentes ao tema e
alguns tópicos relevantes desse direito fundamental. Em seguida, o direito
Os stakeholders (partes interessadas) são pessoas ou entidades afetadas ao trabalho passa a ser o alvo da exposição, tratando-se da diferença
pelas atividades de uma determinada empresa. Em suma, são todos os ontológica em relação ao direito do trabalho, da importância do trabalho na
envolvidos em um processo, que pode ser temporário, como um simples história da humanidade e o trabalho enquanto valor assegurado pela Carta
projeto, ou duradouro, a exemplo da missão norteadora de cada organiza- Magna de 1988. No momento subseqüente (item 4 deste artigo), o enfoque
ção. Os stakeholders são fundamentais para o sucesso de qualquer em- propriamente dito do texto é apresentado, imiscuindo-se os direitos sociais
preendimento. Por essa razão, pode-se dizer que eles são imprescindíveis em tela (direito à educação e direito ao trabalho) de maneira a demonstrar
também para a ISO 26000. A norma oferece orientação a respeito da a relevância da educação na concretização do direito ao trabalho, finalizan-
identificação, priorização e engajamento de suas partes interessadas. do com algumas considerações acerca do tema abordado.
INTRODUÇÃO
Dificuldades
Tendo em vista a realidade de descumprimento no que tange à efetiva-
ção de diversos direitos sociais, destacam-se os direitos à educação e ao
A norma ISO 26000 deverá servir pelo menos a 50 países de todo o mun- trabalho no quadro jurídico-social brasileiro. O presente trabalho enfoca o
do. Como cada país possui uma particularidade em si, as diferenças cultu- entrelaçamento dos direitos elencados, visando à demonstração da influên-
rais foram o principal entrave para a aceleração do projeto. Nos Estados cia direta que geralmente exerce a educação na concretização do direito ao
Unidos, por exemplo, as empresas não têm a cultura das doações e, quan- trabalho de maneira digna.
do as praticam, são vistas com maus olhos. Lá, o tradicional é que as
pessoas públicas tenham o engajamento social. Ou seja, os presidentes ou As questões de acesso à escola (e permanência), bem como o difícil
donos das corporações fazem as doações em seus nomes. No Brasil, é ingresso no mercado de trabalho, são constante alvo de protestos, em
feito justamente o contrário. virtude de essas dificuldades perpassarem áreas que deveriam gozar de
um tratamento privilegiado, justamente por consistirem em aspectos de
grande interesse em um Estado que se propõe social.
Apesar das distinções, os líderes internacionais da ISO 26000 sempre
estiveram otimistas e acreditaram que estas diferenças é o que iria fazer da Alguns autores já enfrentaram o tema da profissionalização do empre-
norma algo relevante e verdadeiro. Um exemplo é a Declaração Mundial gado em produções acadêmicas, entretanto, quando se pontua a educação
dos Direitos Humanos, da ONU, que abrange dezenas de nações ao explo- como um todo (desde a educação básica, passando não apenas pelos
rar os pontos que elas têm em comum. níveis, como também pelas modalidades de ensino), o assunto é pouco
discutido, em que pese ser considerado de grande relevância dentro do
O respeito aos acordos internacionais estabelecidos também é uma pre- contexto das comunidades humanas, especialmente nos países subdesen-
missa da norma. Esse cuidado evitará, por exemplo, práticas protecionistas volvidos – nos quais a efetivação de direitos sociais costuma ser bastante
no comércio internacional, além de um possível desrespeito a autoridade precária.
de instituições legítimas e representativas Inicialmente, será apresentado o direito à educação, com algumas pe-
culiaridades e informações importantes acerca da sua configuração atual.
Dicas para quem não quiser ficar de fora da RSE Em seguida, o enfoque é modificado para o direito ao trabalho, com suas
nuances na contemporaneidade. Logo após, far-se-á uma discussão que
De acordo com Cajazeira, que há 19 anos trabalha na Suzano Papel e entrelaça ambos, enquanto direitos fundamentais pouco respeitados e que
Celulose e é referência quando o assunto é a sustentabilidade dos negó- têm implicação direta nas relações de diversas naturezas que são verifica-
cios, as empresas que querem ser perenes no mercado precisam implantar das no convívio social, já que a vida em sociedade é extremamente com-
políticas de Responsabilidade Social Empresarial. “As empresas que opta- plexa e são inúmeros os fatores capazes de modificá-la. Por fim, algumas
rem por não aderir às RSE poderão ganhar muito dinheiro fácil, durante considerações finais são oferecidas, com o escopo de sintetizar as discus-
algum tempo, mas logo depois irão acabar, porque o modelo de gestão sões, buscando refletir sobre o que se verifica hodiernamente e a possibili-
desses novos tempos é pautado na transparência e na ética das organiza- dade de mudança dessa situação não adeqüada à necessidade de uma
ções”, explicou. O executivo listou dois fatores tidos por ele como essenci- sociedade plenamente desenvolvida e que preserve a dignidade humana.
ais para quem deseja aplicar uma gestão socialmente responsável: Educação e trabalho: direitos fundamentais complementares? Para
responder a essa pergunta, tratar-se-á, primeiramente, do direito social à
1º - Ter comprometimento com todos os públicos em que a empresa causa educação.
impacto.
2º - Procurar as instituições competentes para auxiliar na implantação de 1 DIREITO À EDUCAÇÃO
políticas de Responsabilidade Socioempresarial, como, por exemplo, A Constituição Federal de 1988 (CF/88) trata da educação na Seção I
o Instituto Ethos. (Da Educação) do Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) do
Título VIII (Da Ordem Social).
http://www.ecodesenvolvimento.org/iso26000/o-que-e-iso26000 Silva (2004, p. 312) pontua que “as normas [...] elevam a educação à
categoria de serviço público essencial que ao Poder Público impende
possibilitar a todos”. Tal é a importância da educação na formação do

Atualidades 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
indivíduo que passa a ser considerada um direito fundamental que deve ser atualmente. Além disso, sua abordagem encaminha a educação para a
provido pelo Estado. perspectiva da discussão acerca do mundo do trabalho.
Na CF/88 (BRASIL, 1988), consta a seguinte redação: O direito à educação consiste em um dos direitos considerados de su-
ma importância na sociedade moderna. Quando se pensa em prestação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, estatal, ele logo surge como um dos parâmetros para que se considere um
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, governo como satisfatório ou não no atendimento às necessidades funda-
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o e- mentais do cidadão. Falar em educação trata-se, destarte, do desenvolvi-
xercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. mento pleno da pessoa humana.
O art. 206 da CF/88, por sua vez, apresenta em seus incisos os princí- Reconhecida a relevância da educação para a formação do indivíduo e
pios acolhidos pelo legislador constituinte acerca da educação, a exemplo a conseqüente necessidade de proteção desse direito fundamental, passar-
da gratuidade do ensino público, valorização dos respectivos profissionais e se-á à explanação sobre o direito ao trabalho.
liberdade. 2 DIREITO AO TRABALHO
Silva Neto (2006, p. 634) considera os arts. 205 e 206 “exemplos de Vale iniciar destacando a necessidade de uma análise com a devida
cláusulas programáticas invariavelmente desrespeitadas”, asseverando que parcimônia acerca de alguns discursos de legitimação do trabalho. Para
“o direito social à educação acentua a distância havida entre o projeto Zerga (2007, p. 43-45), por exemplo, a centralidade do trabalho na vida
constitucional e a realidade física, na qual as políticas públicas na área humana e sua direta relação com a dignidade e o desenvolvimento da
educacional estão em franco descompasso às determinações constitucio- personalidade servem como pilares para a construção do ordenamento. O
nais”. autor defende que o trabalho é um privilégio, pois, enquanto a pessoa
De fato, o quadro do sistema educacional no Brasil difere – e muito – trabalha, transforma a natureza, a adapta às suas necessidades e pode
dos parâmetros estabelecidos pela Carta Magna de 1988. chegar a compreender seu sentido – diferença essencial entre a atividade
humana e animal. É um direito e um dever expressando, por um lado, a
O direito à educação em sua plenitude, promovendo uma análise crítica obrigação de servir socialmente e, por outro, a dignidade pessoal.
do assunto, pode ser considerado um direito social historicamente destina-
do a poucos. As conseqüências dessa afirmação são perceptíveis na Como ponto inicial, é essencial ressaltar que não se nega a função
atualidade por meio de muitos problemas sociais, dentre os quais é possí- primordial do trabalho dentro da sociedade; trata-se de algo que conduz, no
vel citar a miséria, a violência e o próprio desemprego. decorrer da história, ao sucesso ou fracasso de muitas sociedades. Ocorre,
todavia, que um discurso ingênuo, apenas direcionado à exposição do lado
“A educação como processo de reconstrução da experiência é um atri- positivo do trabalho, não pretende ser adotado nesse artigo, haja vista a
buto da pessoa humana e, por isso, tem que ser comum a todos. É essa necessidade de reflexão que sempre deve permear a academia.
concepção que a Constituição agasalha [...] quando declara que ela é um
direito de todos e dever do Estado” (SILVA, 2004, p. 817, grifo do autor). O trabalho, a priori associado tão somente àqueles que não contavam
com a possibilidade de ter pessoas que o fizessem (escravidão), com o
Bezerra (2007, p. 166), por sua vez, oferece sua contribuição a respeito passar dos anos foi adquirindo outra conotação. É bem verdade que, inici-
do processo educacional: almente, essa mudança de paradigma busca legitimar a idéia de que aque-
[...] a educação [é] um processo que consiste em ajudar o educando a les que não detinham os meios de produção deveriam trabalhar porque
atingir a sua plena formação de homem, o seu crescimento, o seu desen- essa foi a escolha da divindade para as suas vidas.
volvimento, a sua maturidade, um melhor funcionamento e uma maior Na atualidade, entretanto, não cabe promover grandes elocuções ma-
capacidade de enfrentar a vida, aclarando os seus horizontes nas imagens niqueístas acerca do tema. Efetivamente, de modo geral, exercer uma
da incerteza e permitindo que ele atinja a maturidade espiritual para se atividade laboral faz parte do cotidiano do ser humano e essa prática possi-
auto-dirigir, numa verdadeira e plena liberdade [...]. bilita seu sustento e o de sua família – o que, por si só, traz a carga de
O papel da educação no processo de formação do indivíduo é pratica- dignidade bastante aludida pelos doutrinadores. No entanto, o que ocorre
mente incontestado, contudo o respeito a esse direito fundamental não é muitas vezes é o excesso nessa preleção, fazendo com que o labor ocupe
verificado a contento, levando a severas discussões e a uma tentativa dos tamanho espaço na vida do indivíduo que o impossibilite de desempenhar
juristas de procurar categorias cada vez mais importantes para envolvê-lo, bem outros papéis sociais, a exemplo da cidadania em sua plenitude.
de maneira a preservar seu valor e buscar uma proteção intangível no que Apesar da necessidade de uma leitura crítica do quanto apresentado
concerne ao seu núcleo essencial. acima, pode-se afirmar que o direito ao trabalho cumpre uma relevante
Para Bezerra (2007, p. 185), “a educação [...] é um direito humano, no função dentro de uma economia capitalista. É o trabalho que impulsiona a
sentido de que é inerente a todo ser humano como tal, e fundamental, da economia, que promove a circulação de riquezas por meio da divisão
espécie, a um tempo social e cultural”. (ainda que não igualitária) do capital entre aqueles que detêm os meios de
produção e os que vendem sua força de trabalho, único bem do qual dis-
É extremamente significativa a contribuição que Covre (1983, p. 195) põem.
apresenta para a compreensão do assunto em foco, afirmando que, sob
uma perspectiva da lógica do pensamento dominante, a educação conta O direito ao trabalho é um direito fundamental agasalhado na CF/88
com duas facetas: direito social do cidadão e propiciadora de um fator do (art. 6º) e difere do direito do trabalho, ramo do Direito destinado a soluções
capital (melhoria da qualificação da mão-de-obra). de conflitos oriundos das relações de trabalho – nas palavras de Almeida
(2005, p. 1), “a relação capital versus trabalho é o objeto central da jurisdi-
Para Covre (1983, p. 195), “do primeiro prisma [...], diz respeito ao uni- ção trabalhista”.
verso do consumo de um ‘bem’, o cultural, e [...], aumentando as oportuni-
dades de emprego, possibilita maior participação no consumo dos bens Delgado (2007, p. 87) oferece sua explicação para a formação do Direi-
gerados pela sociedade tecnológica”. Informa, ainda, que a educação pode to do Trabalho:
ser pensada como política social, diretamente relacionada à questão do O Direito do Trabalho surge da combinação de um conjunto de fatores,
pleno emprego, sendo útil, assim, ao processo de legitimação da idéia em os quais podem ser classificados em três grupos específicos: fatores eco-
destaque. Já no que diz respeito à segunda acepção, “está intimamente nômicos, fatores sociais, fatores políticos. Evidentemente que nenhum
vinculada ao desenvolvimento que se fez com base na tecnologia, na deles atua de modo isolado, já que não se compreendem sem o concurso
criação e implementação dessa tecnologia e sua relação com maior produ- de outros fatores convergentes. Muito menos têm eles caráter estritamente
tividade” (COVRE, 1983, p. 195). singular, já que comportam dimensões e reflexos diferenciados em sua
Note-se que a autora apresenta uma posição visivelmente crítica desse própria configuração interna (não há como negar-se a dimensão e reper-
direito social, cada vez mais compatível com a realidade na qual se vive cussão social e política, por exemplo, de qualquer fato fundamentalmente
econômico).

Atualidades 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A gênese do Direito do Trabalho, sem dúvida, é um fato complexo e de Do ponto de vista jurídico-constitucional, o direito ao trabalho remune-
raízes históricas – como, em verdade, é o Direito como um todo, em virtude rado nas democracias modernas é tão fundamental quanto o direito de
da sua natureza de regulação de fatos sociais e de ciência notadamente propriedade. Ambos se relacionam com o próprio direito de sobrevivência,
social. assim como ambos partilham a mesma qualidade de valor impessoal asse-
gurado a todos, indistintamente. Sabemos que nem todos os homens são
Almeida (2005, p. 7) reforça a importância da existência do Direito do ou serão proprietários, assim como sabemos que nem todos os homens
Trabalho para a sociedade: terão trabalho dignamente remunerado em todas as situações históricas
Direito do Trabalho é um núcleo de resistência ao dito “capitalismo sel- concretas, mas as constituições democráticas modernas se fundam na
vagem”, onde o lucro justifica tudo, inclusive a exploração sem limites da possibilidade abstrata de que isso aconteça. E não poderia ser de outra
força de trabalho. Neste aspecto, o Direito do Trabalho torna-se um alvo forma: as constituições modernas expressam a vontade da soberania
porque, mitigada a sua aplicação, todo o sistema organizado fica enfraque- ampliada, e a soberania ampliada inclui proprietários e aqueles que só têm
cido. como meio de sobrevivência a venda da própria força de trabalho.
Trazendo mais uma reflexão sobre o assunto, como lembra Palomeque O autor acima mencionado destaca o caráter de direito fundamental do
(2001, p. 15-16), a razão de ser do Direito do Trabalho precisa ser vista de direito ao trabalho, demonstrando a sua relação de relevância na vida do
uma outra ótica. São conquistas históricas alcançadas a duras penas pelos ser humano ao evidenciar a ligação direta com a sobrevivência, uma vez
trabalhadores, contudo precisam ser percebidas também como molduras que os trabalhadores geralmente dispõem apenas da sua força de trabalho
exatas de migalhas que são oferecidas ao trabalhador como forma de e é dela que precisam buscar recursos para a sua subsistência. Como bem
conter o caos social e permitir, assim, a continuidade do sistema capitalista. lembra, a situação ideal de uma sociedade é aquela na qual seja possível
que todos os cidadãos tenham um trabalho dignamente remunerado.
Almeida (2005, p. 9) afirma ainda que “constitui-se numa relevante a-
meaça à democracia o momento em que a cidadania do trabalhador e a Assis (2001, p. 6) vai além em suas afirmações, buscando comprovar a
mensuração de seu labor fundamentalidade do direito ao trabalho:
é (sic) desrespeitado diuturnamente. Só se pode falar em Estado De- Na realidade, o próprio conceito de igualdade, inerente à democracia,
mocrático quando se asseguram efetivamente normas protetivas ao traba- contém implícito o princípio do direito ao trabalho, na medida em que o
lhador”. E é justamente esse o papel que cumpre o Direito do Trabalho: o processo histórico ampliou a cidadania para nela incluir os não proprietá-
de guardião do mínimo de dignidade para o trabalhador. rios, que dispõem apenas da aplicação e venda do produto de sua força de
trabalho para sobreviver. Nesse sentido, o direito ao trabalho é uma subca-
Sob a égide do princípio da dignidade da pessoa humana, tão festejado tegoria do direito de sobrevivência, inerente à cidadania, num nível superior
e considerado como parâmetro máximo de restrição de direitos fundamen- ao do direito de propriedade, uma vez que este pode ser modificado e
tais (FREITAS, 2007, p. 175), “de fato, faltando as condições materiais regulado para atender ao primeiro.
mínimas, [...] a dignidade da pessoa humana não estará sendo respeitada”
(MEIRELES, 2005, p. 223). O direito ao trabalho efetivamente está ligado à igualdade. A isonomia
material busca valorizar o tratamento diferenciado para aqueles que dele
O trabalho consiste em uma figura tão intricada que levou à criação de necessitam, justamente porque só assim se alcança a igualdade de fato –
um ramo jurídico para promover um tratamento mais individualizado, devido situação que pode ser aplicada àqueles
à necessidade de uma regulação eficaz por conta da importância que
exerce em toda a engrenagem social. A tensão capital x trabalho, bastante que não detêm os meios de produção e, por essa razão, precisam de
explorada pela doutrina juslaboralista, funciona como um fator decisivo para um labor para viver dignamente.
a proteção do trabalho humano. O Estado percebeu empiricamente que a Ter direito ao trabalho é, em última análise, ter direito à sobrevivência
não existência de normas disciplinadoras das atividades laborais leva ao digna. Sua importância é tamanha que, ao longo da história da humanidade
caos social, em função da sede por mais capital gerada pelo próprio capital. (com a ampliação da idéia de cidadania a todos os indivíduos), ganhou
Alguns princípios desse ramo jurídico – a exemplo da imperatividade maior visibilidade e importância que o direito à propriedade. O direito à
das normas trabalhistas, da condição mais benéfica e da indisponibilidade propriedade era considerado absoluto, contudo esse entendimento foi
dos direitos trabalhistas – evidenciam o valor trabalho no contexto de uma modificado com a evolução da idéia de dignidade da pessoa humana como
sociedade, ajudando a dar o contorno de uma busca pelo equilíbrio da parâmetro fundamental para a vida em sociedade e, atualmente, trata-se de
relação acima elencada, naturalmente tendente para o lado do capital um direito bastante relativizado (em comparação à sua disciplina jurídica
(DELGADO, 2007). De acordo com Almeida (2005, p. 3), “garantir a mínima inicial), até mesmo em função do direito ao trabalho – ao qual, hodierna-
dignidade aos trabalhadores é o que informam todos os princípios peculia- mente, é atribuído um valor social maior que ao primeiro.
res da seara trabalhista”. De acordo com a CF/88, o trabalho consiste em um dos fundamentos
Darcanchy (2001, grifo do autor) manifesta-se acerca da formação do da República Federativa do Brasil (art. 1º). Almeida (2005, p. 4-5) explica
direito fundamental ao trabalho: esse fato:
O trabalho, concebido na antigüidade clássica como um castigo, algo A Constituição Federal é um marco instrumental de mudança de para-
penoso representa em nossos dias um bem de valor imensurável. Assim, digma social porque adota valores que norteiam toda a interpretação das
também, o direito ao trabalho, um dos valores sociais fundamentais trazidos leis e imprime ao aplicador do direito uma nova tônica. Esta tônica é voltada
pela Revolução Francesa, que sempre esteve axiologicamente associado para a satisfação dos interesses garantidos nos preceitos constitucionais,
ao dever de trabalhar como uma obrigação exigível à sociedade enquanto conferindo-lhes o valor axiológico e pragmático concretos, de modo a
direito, e ao indivíduo enquanto dever. favorecer que os direitos se efetivem.
O trabalho como algo exigível para completar a vida humana digna – No art. 1º da Constituição de 1988 (CF/88) encontramos a dignidade da
uma das facetas apresentadas pela autora supracitada – configura exata- pessoa humana e o valor social do trabalho como fundamentos de constru-
mente a noção de direito ao trabalho, uma vez que tem embutido em si ção da sociedade brasileira, concebida inserta no Estado Democrático de
toda a carga semântica de Direito. O trabalho é compreendido como instrumento de realização e
efetivação da justiça social, porque age distribuindo renda.
fundamentalidade não só dessa atividade, como também (e principal-
mente) da possibilidade de gozo desse direito, por inúmeras vezes não Além dessa menção tão significativa do trabalho desde o primeiro arti-
observado no que tange a uma quantidade bastante expressiva de indiví- go da Lei maior brasileira, ele aparece também no Título Da ordem econô-
duos. mica e financeira, in verbis: “art. 170. A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
De grande valor para o que vem sendo discutido até o momento é o todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
posicionamento de Assis (2001, p. 4): os seguintes princípios: [...] VIII – busca do pleno emprego [...]” (BRASIL,
1988, grifo nosso).

Atualidades 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É interessante observar que a valorização do trabalho é apontada co- demonstra a relevância de ambos dentro do sistema jurídico e até mesmo
mo um dos pilares da ordem econômica brasileira. De fato, o trabalho da compreensão da esfera inerente ao ser humano.
estabelece relação direta com a economia, contudo não é apenas essa
ligação que é pontuada pelo legislador constituinte: a valorização é um forte Silva (2004, p. 285) também apresenta sua contribuição acerca do
indício de que se quis ir além, demonstrando a conceito dos direitos sociais:

necessidade de enfocar o ser humano em si, indício que se confirma [...] como dimensão social dos direitos fundamentais do homem, são
na leitura do artigo acima citado, quando menciona expressamente o impe- prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta e indiretamente,
rativo de assegurar uma existência digna. enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condi-
ções de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização
Um dos princípios elencados no art. 170 da CF/88 é a busca do pleno de situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao
emprego, fato que corrobora a tese aqui advogada de que o trabalho digno direito de igualdade. Valem como
é o foco pretendido pela Constituição para os cidadãos que se encontram
sob a sua égide. pressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que criam
condições materiais mais propícias ao auferimento da igualdade real, o
Para finalizar esse tópico, faz-se oportuna uma reflexão produzida por que, por sua vez, proporciona condição mais compatível com exercício
Almeida (2007, p. 2) acerca do trabalho: efetivo da liberdade.
O princípio constitucional da valorização do trabalho emerge como uma Identificar os direitos sociais como uma tentativa de aplicação do prin-
forma de proteção humanística ao trabalhador, tão desvalorizado em razão cípio da isonomia consiste em uma perspectiva de grande valia no trata-
dos resultados econômicos de sua exploração. É preciso reestruturar todo mento que se procura dar ao tema no presente trabalho, haja vista o enfo-
o pensamento social acerca do trabalho, envolvendo a sociedade numa que humano que esses direitos adquirem, dando-lhes contornos de suma
discussão ampla e irrestrita sobre o papel do trabalho no mundo contempo- importância para a defesa de sua concretização.
râneo, discutindo desafios e perspectivas, visando (sic) encontrar soluções
para a atual crise pela qual o Direito do Trabalho passa. De acordo com Meireles (2005, p. 90), “[...] as normas de direitos soci-
ais surgem como direitos de segunda dimensão, eis que sucedem os
Ter-se-á, agora, a discussão acerca da influência estabelecida pelo di- clássicos direitos de liberdades, tidos como espécies normativas de primei-
reito à educação (item 2) no direito ao trabalho. ra dimensão”.
3 DIREITO À EDUCAÇÃO E DIREITO AO TRABALHO: DIREITOS Os direitos em tela fazem parte, destarte, dos chamados direitos fun-
FUNDAMENTAIS COMPLEMENTARES damentais de segunda geração, diretamente relacionados à perspectiva do
homem enquanto ser integrante de uma comunidade (vida em sociedade).
De acordo com a doutrina especializada, tanto o direito à educação
como o direito ao trabalho são considerados direitos fundamentais, sobre Silva Neto (2006, p. 464) explica o surgimento dos direitos fundamen-
os quais se discorrerá um pouco nesta oportunidade. tais de segunda geração:
Os direitos fundamentais possuem quatro características essenciais, A deflagração da Revolução Francesa, amparada no ideário de liber-
como explica Silva Neto (2006, p. 465): dade individual e política, determinou o surgimento dos direitos fundamen-
tais de primeira geração, marcados pelo signo da ausência do estado das
O caráter histórico dos direitos fundamentais está representado pela questões individuais: os direitos civis e políticos.
circunstância de que a sua consolidação se dá por meio do passar do
tempo, do percurso histórico. Contudo, o Estado que se atrelava à idéia do laisser-faire laisser-
passer, omitindo-se, foi responsável pela agudização das desigualdades
São direitos que se situam fora do comércio jurídico, não podendo ser sociais.
alienados.
Surgiram, assim, os direitos de segunda geração: os direitos sociais ou
Fundamentais que são, a ausência de exercício durante determinado direitos à prestação, tais como o direito ao trabalho, à seguridade, à segu-
lapso temporal não implica prescrição. rança, lazer, moradia.
E, por fim, são irrenunciáveis, o que importa concluir que não é válida a Como é possível inferir da leitura do trecho acima, os direitos sociais
manifestação de vontade do indivíduo tendente a consumar denúncia. surgem como uma forma de conter o abismo social que se formava com
A imprescritibilidade e a irrenunciabilidade ganham destaque sob a óti- extrema rapidez durante o liberalismo econômico, trazendo a idéia de que o
ca ora proposta, tendo em vista a não verificação de gozo dos direitos em Estado deveria, sim, intervir em alguns momentos, sob pena de se formar
tela (à educação e ao trabalho) de forma satisfatória por boa parte da um caos generalizado que inviabilizasse a vida em sociedade e a concreti-
população do Brasil. O não exercício desses direitos, portanto, não significa zação da dignidade dos cidadãos.
dizer que estão prescritos e os cidadãos não podem abdicar deles. Trata-se De pronto, faz-se necessário superar a discussão acerca da eficácia
de direitos que compõem a esfera de complementação de uma vida digna à imediata ou não desses direitos, afirmando que “[...] hoje, já não se pode
qual todos devem ter acesso. mais acatar esta noção de norma programática. Há de se reconhecer a sua
Os direitos sociais representam uma conquista democrática e configu- natureza de norma jurídica dotada de eficácia e aplicabilidade na medida
ram um dos motivos pelos quais se convencionou chamar a Carta Magna de suas possibilidades” (MEIRELES, 2005, p. 92).
vigente de “constituição cidadã”. Amplamente difundida é a previsão consti- É interessante notar a ressalva da autora de que essa aplicação deverá
tucional dos direitos sociais, no caput do art. 6º da Constituição Federal de ser na medida de suas possibilidades (limite fático), contudo essa não deve
1998 (CF/88), in verbis: “são direitos sociais a educação, a saúde, o traba- ser uma nova brecha para que continue a prática de descumprimento dos
lho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à direitos sociais. Ultrapassada a discussão sobre a aplicabilidade imediata
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta ou não desses direitos, não se deve oferecer vulto extremado a um novo
Constituição” (BRASIL, 1998, grifo nosso). argumento que surge no intuito de restringir o gozo de direitos de tamanha
Para Silva Neto (2006, p. 551, grifo nosso), os direitos sociais são “di- estima.
reitos fundamentais dirigidos contra o Estado a determinar a exigibilidade As relações de trabalho, notadamente, estão sujeitas a freqüentes afe-
de prestações no que se refere a educação, saúde, trabalho, lazer, segu- tações. Quando se pensa em direito ao trabalho, a raiz dos questionamen-
rança e previdência social”. O autor afirma que “diferem [...] dos direitos e tos cresce em abstração em virtude do caráter de direito subjetivo, contudo
garantias individuais na medida em que impõem obrigação comissiva ao sua relação direta com outros institutos e as conseqüências no mundo
Estado, comando positivo representado por um mínimo em termos de fático podem ser consideradas de grande extensão e importância, diante da
realização do projeto social” (SILVA NETO, 2006, p. 551). inegável dinâmica social. Quase que de maneira imediata, surgem ilações a
O supracitado autor elenca alguns direitos sociais, dentre os quais apa- respeito do papel que ocupam os trabalhadores na atividade produtiva e,
recem a educação e o trabalho, focos dessa produção acadêmica – o que

Atualidades 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por conseguinte, da inegável influência direta do cerceamento na fruição do Pensando, nesse momento, sob a ótica de direitos constitucionalmente
direito à educação para a economia como um todo. garantidos e a sua efetivação, o princípio do não retrocesso social, ao invés
de servir de simulacro jurídico para um programa de governo no panorama
É nítida a proximidade do tema em debate com a economia, uma vez constitucional brasileiro, poderá representar exatamente o contrário: um
que o trabalhador consiste em uma figura que simboliza o desenvolvimento mecanismo de amparo dos indivíduos em face do exercício do poder políti-
da maior parte das atividades produtivas. co e das cambiantes plataformas de governo (DERBLI, 2007, p. 291-292).
Covre (1983, p. 195-196) apresenta o processo que considera como o Em suma, é possível fazer uso do princípio do não retrocesso social como
de desenvolvimento das sociedades: uma espécie de defesa diante de tentativas de subtrair o que já foi conquis-
tado, lembrando que o mesmo autor afirma em sua obra estar esse princí-
Capital externo e concomitante inovação tecnológica levam a uma mai- pio constituído não só pela impossibilidade de retorno, como também pela
or produtividade, que, por sua vez, propicia maior acumulação e conse- necessidade de avanço, visto que a estagnação poderia ser, dentro de uma
qüente investimento, que vêm possibilitar maior oferta de empregos e que, dinâmica social tão grande como a que se verifica, o mesmo que um retro-
ao incorporar maior número de ‘cidadãos’ ao mercado, diminui o ‘círculo cesso (DERBLI, 2007).
vicioso’ da pobreza, próprio dos países subdesenvolvidos.
Bezerra (2007, p. 81, grifo do autor) reforça esse entendimento:
Em que pese a lógica do raciocínio apresentada pela autora, na prática
tudo ocorreu de maneira bem diferente. A seqüência de idéias de cresci- [...] o princípio [do não retrocesso social] quer é exatamente conceder,
mento que forneceu faz parte da chamada teoria do bolo, uma teoria eco- a esses direitos fundamentais essenciais, uma eficácia mais reforçada do
nômica segundo a qual o crescimento levaria, como resultado necessário e que aquela atribuída aos direitos de defesa em geral, senão não teriam por
imediato, ao desenvolvimento (inclusive social), provocando a tão esperada que ser fundamentais. [...] o mínimo de existência condigna é parâmetro de
mudança na situação socioeconômica do país. Ocorre, no entanto, que manutenção do núcleo essencial de qualquer direito, isto é, permite-se a
essa relação de causa e efeito não se consumou. Em verdade, houve o restrição a direitos, desde que não represente um retrocesso que leve à
crescimento econômico, porém a riqueza passou a ficar cada vez mais perda do mínimo de existência condigna, que configura, por seu turno, um
núcleo essencial.
concentrada na mão de poucos, o que, conseqüente, não levou ao de-
senvolvimento social – muito pelo contrário, aumentou o abismo que já se É fato que esses direitos ganham novas perspectivas e possibilidades
verificava historicamente. de aplicação a depender do enfoque que se pretende dar e do referencial
por meio do qual se vislumbra os problemas do cotidiano. Entretanto, faz-se
No mesmo sentido, Almeida (2005, p. 3): imprescindível lembrar que os direitos à educação e ao trabalho, enquanto
O significado mais importante do trabalho é a dignidade que confere ao direitos sociais constitucionalmente protegidos, devem ser respeitados e
ser humano, constituindo-se em equívoco vislumbrá-lo apenas em sua efetivados tanto quanto possível (e sempre avançando), haja vista o evi-
dimensão econômica, desumanizada. Até na questão do desenvolvimento dente interesse social e os benefícios que podem ser verificados com essa
de um país, o fator mais relevante, dentro de uma lógica humanística, é a medida.
qualidade de vida dos cidadãos e não apenas percentuais de crescimento e Faz-se interessante ressaltar que um dos objetivos estabelecidos pelo
localização topográfica em lista numérica de países mais pujantes econo- legislador constituinte para a educação é a qualificação para o trabalho
micamente. (arts. 205 e 214 da CF/88), fato que demonstra, até do ponto do vista
É bem verdade que uma situação economicamente positiva pode trazer legislativo, a importância do processo educacional para a concretização do
grandes benefícios, especialmente em uma economia globalizada como a direito ao trabalho.
atual, contudo não basta a riqueza, é necessário reparti-la de maneira a É justamente por um prisma diferenciado que se busca analisar o enla-
melhorar a qualidade de vida da população. ce entre os direitos sociais em foco, com suas contribuições nas relações
Embora a teoria econômica apresentada por Covre tenha sido supera- laborais e, conseqüentemente, na economia como um todo.
da com o passar dos anos, nesse ponto é claro o diálogo da autora com a Há pesquisas demonstrando a sobra de empregos no mercado quando
teoria da causação circular cumulativa de Gunnar Myrdal – sendo a segun- se trata de cargos de alta qualificação, ao passo que se verifica um “incha-
da ainda aceita e respeitada no mundo acadêmico. ço” quanto às vagas para as quais o nível de escolaridade do candidato é
De acordo com Myrdal (1968), a causação circular cumulativa pode ser mínimo. Esse fato social representa um indicativo de que há algo errado na
positiva (países desenvolvidos) ou negativa (típica dos países subdesen- condução do processo educacional ao qual está submetida a grande maio-
volvidos). O movimento de crescimento e desenvolvimento econômico, ria da população brasileira. Vale destacar que a educação deve ser pensa-
portanto, ocorre em sentido ascendente nos países ricos e descendente da como um direito do indivíduo e a educação básica é o complemento
nos países pobres. Em outras palavras, a riqueza gera riqueza e, por sua inicial da formação da pessoa, dentro desse parâmetro de sociedade de-
vez, a pobreza tende a gerar cada vez mais pobreza. senvolvida que foi estabelecido ao longo dos anos.

É oportuno pontuar que a causação circular cumulativa negativa não A distribuição de renda também deve ser observada como um fator re-
muda sozinha, haja vista ser ela a fonte que alimenta os países desenvolvi- levante na reflexão acerca do direito à educação e sua afetação no direito
dos. Dialogando com o autor, Cardoso e Faletto (1969) explicam que, por si ao trabalho, por conta da possibilidade de melhor circulação da riqueza,
própria, essa situação não se modifica, uma vez que é interessante para os descentralizando-a das mãos de uma minoria e melhorando a qualidade de
países desenvolvidos que tudo continue dessa forma para que eles possam vida de muitos. Com o povo recebendo salários melhores, mais dinheiro
seguir crescendo cada vez mais, em larga escala, às custas da riqueza que estará em circulação e, como conseqüência, o desenvolvimento será mais
retiram dos países subdesenvolvidos. Eles sugerem que estes países unam facilmente verificado. Esse seria um caminho que possivelmente aumenta-
forças para desenvolverem uma possibilidade de crescimento alternativo, ria o grau de desenvolvimento econômico, social e cultural do país.
sem a necessidade de uma revolução socialista (grande preocupação à Vislumbra-se uma perspectiva de aproximação e influência direta do di-
época), de maneira a conseguir se livrar da dependência econômica em reito à educação como um instrumento de melhoria da situação socioeco-
relação aos países desenvolvidos à qual costumam estar atrelados. nômica brasileira, uma vez que, ao que tudo indica, um investimento eficaz
No entendimento de Myrdal (1968), reside justamente aí a necessidade na educação (em seus diversos níveis) pode ser uma das soluções para o
da intervenção estatal para modificar essa situação negativa. Na visão do problema do abismo social que se verifica no Brasil, especialmente no que
economista, o Estado deve atuar para promover uma mudança nesse tange à sua capacidade de incidência direta no fator empregabilidade, tão
quadro econômico. O Estado, por sua vez, pode atuar de diversas formas, caro nas sociedades hodiernas.
figurando entre elas o investimento maciço em educação. Embora seja um Diante de tudo quanto exposto, percebe-se a implicação direta da edu-
investimento considerado de médio/longo prazo pelos pesquisadores, tem cação na efetivação do direito ao trabalho, pois, uma vez oferecidas ao
retorno praticamente garantido, como demonstra, de maneira irrefutável, a indivíduo ferramentas básicas para se desenvolver (no caso em tela, um
trajetória de alguns países (a exemplo do Japão e da Alemanha). mínimo de escolarização e com qualidade), é provável que se alcance um
patamar mais justo de suprimento das

Atualidades 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5306 4. Desenvolvimento Sustentável e Administração Pública.
carências sociais por meio da inserção desse indivíduo no mercado de 4.1. Origem e evolução do conceito de Desenvolvimento sus-
trabalho, gerando uma maior distribuição de renda e, conseqüentemente, tentável.
um incremento na circulação da riqueza – que, como num ciclo, caminha 4.2. Questões ambientais contemporâneas: mudança climática,
para um maior desenvolvimento. efeito estufa, chuva ácida, biodiversidade.
Por fim, traz-se um trecho da obra de Bezerra (2007, p. 62) para a re- 4.3. A nova ordem ambiental internacional - Rio/92, Agenda 21,
flexão que se amolda perfeitamente à situação atual do Brasil, no que tange Rio+20.
aos direitos fundamentais: “há a necessidade que ultrapassa o simples 4.4. O serviço público e os desafios da sustentabilidade: Agen-
reconhecimento e inserção em textos legais, de direitos fundamentais, da Ambiental da Administração Pública; Contratações Susten-
necessitando-se de mais solidez e fundamentação à dinâmica de reconhe- táveis, Plano de Logística Sustentável.
cer direitos e oferecer mecanismos de proteção aos mesmos”.
Desenvolvimento sustentável
Mais que previsão constitucional, urge a efetivação dos direitos funda-
mentais à educação e ao trabalho, como forma de melhoria da realidade Rodrigues, V.J. (2009) - Desenvolvimento sustentável: uma introdução
social brasileira. crítica. Perede: Principia.
Destarte, é possível afirmar que o direito à educação e o direito ao tra-
balho são direitos fundamentais complementares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentam-se, nesse momento, algumas considerações acerca do
tema pouco visitado, por vezes polêmico e de tão grande importância para
o efetivo desenvolvimento social digno.
Levando-se em consideração a imperiosa necessidade de que o Direito
esteja vinculado a soluções de conflitos postos e a ciência como um todo
vislumbre uma prática detentora de funcionalidade, é possível afirmar que,
estando o direito à educação com sua materialização cada vez mais próxi-
ma do patamar de um Estado justo, solidário e cumpridor dos direitos Esquema representativo das várias componentes do desenvolvimento
sociais, caminhará também para uma significativa melhora a questão do sustentável
direito ao trabalho, haja vista a inserção de ambos no mesmo panorama
social, com implicações diretas da efetivação do primeiro no quadro eco- Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz
nômico do país. num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos
de desenvolvimento ambiental.1 2 Foi usado pela primeira vez em 1987,
É utilizada como ponto de partida a idéia de que o direito ao trabalho no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial
representa não só um direito social constitucionalmente protegido, mas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pela Assembleia
também uma representação jurídica de aspectos ideológicos e econômicos das Nações Unidas.3
relevantes, tendo em vista o quão inoportuno é para o modelo capitalista ter
pessoas que não estejam participando do A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:

cotidiano de circulação de riquezas, que não sejam consumidores em O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração
potencial dentro desse sistema. atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfaze-
rem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas,
Além disso, quando o foco é o trabalho, este deve ser considerado, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e
desde sua acepção inicial, como palavra que carrega a carga semântica de econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo,
dignidade. A educação, dessa forma, tem relação direta com o desenvolvi- um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os
mento humano e permite ao indivíduo ter acesso a postos de trabalho que habitats naturais. —Relatório Brundtland4
não atentem contra a dignidade da pessoa humana, seja em sua execução,
seja quanto às garantias mínimas do trabalhador. O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceptualmente
dividido em três componentes: a sustentabilidade
O objetivo precípuo consiste em sopesar a influência que a educação ambiental, sustentabilidade econômica esustentabilidade sociopolítica.5
pode exercer na mudança do quadro socioeconômico atual de pobreza e
exclusão de boa parte das pessoas que se encontram dentro da faixa da História
população com potencial para serem consideradas economicamente ativas, Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que
fator que gera inúmeras conseqüências jurídicas no convívio social. marcam a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo
Buscou-se, portanto, demonstrar a relação direta que se estabelece en- com os progressos tecnológicos, assim como do aumento da
tre o trabalho e a educação, de modo a desenvolver um raciocínio teórico consciencialização das populações para o mesmo.
que possa ser materializado de maneira a estimular mudanças práticas no
cenário brasileiro. O crescimento econômico é apenas o primeiro passo
para o desenvolvimento; para que este ocorra de fato, é necessário não
apenas aquele, mas também um investimento social significativo, o qual
compreende um olhar mais humano e efetivo em relação ao sistema edu-
cacional em sua totalidade, possibilitando aos cidadãos galgar novos espa-
ços no mercado de trabalho, caminhando sempre para a concretização da
dignidade da pessoa humana – em foco, nessa oportunidade, a do traba-
lhador brasileiro.
Havendo a efetivação dos direitos sociais – em especial o direito à e-
ducação e o direito ao trabalho –, ressalte-se, o lucro será de toda a socie-
dade, que, provavelmente, ganhará contornos mais justos e igualitários (em
tratamento dos indivíduos e em possibilidades de futuro).
Trata-se, como dito oportunamente, de um investimento, cujos frutos a
serem colhidos promoverão uma melhoria na qualidade de vida de todos.

Atualidades 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Roma tem, entre seus membros principais cientistas, inclusive alguns
prêmios Nobel, economistas, políticos, chefes de estado e até mesmo
associações internacionais.6
O Clube de Roma publicou o relatório Os limites do crescimento, pre-
parada a seu pedido por uma equipa de pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology. Este relatório apresenta os resultados da simulação
em computador, da evolução da população humana com base na explora-
ção dos recursos naturais, com projeções para 2100. Mostra que, devido à
prossecução do crescimento econômico durante o século XXI é de prever
uma redução drástica da população devido à poluição, a perda de terras
aráveis e da escassez de recursos energéticos.7
Em 16 de Junho de 1972 inicia-se a Conferência sobre o Ambiente
Humano das Nações Unidas (Estocolmo). É a primeira Cimeira da Terra.
Ocorre pela primeira vez a nível mundial a preocupação com as questões
ambientais globais.8
Em 1979 o filósofo Hans Jonas exprime a sua preocupação no li-
vro Princípio responsabilidade.
Em 1980, A União Internacional para a Conservação da Natureza pu-
blicou um relatório intitulado "A Estratégia Global para a conservação",
onde surge pela primeira vez o conceito de" desenvolvimento sustentável
".9
O Relatório Brundtland, Our Common Future, preparado pe-
la Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987,
onde foi pela primeira vez formalizado o conceito de desenvolvimento
sustentável.9 10
De 3 a 14 de Junho de 1992, realizou-se a Conferência das Nações
Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento (segunda "Cimeira da Terra"),
onde nasce a Agenda 21, e são aprovadas a Convenção sobre Alterações
Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do Rio),
bem como a Declaração de Princípios sobre Florestas.8 11
Em 1994 acontece o V Programa Ação Ambiente da União Europeia:
Rumo a um desenvolvimento sustentável. Apresentação da nova estratégia
da UE em matéria de ambiente e as ações a serem tomadas para alcançar
um desenvolvimento sustentável para o período 1992-2000.12
27 de maio de 1994 - Primeira Conferência sobre Cidades Europeias
Sustentáveis.Aalborg (Dinamarca), de onde surgiu a Carta de Aal-
borg.13 14
8 de Outubro de 1996 - Segunda Conferência sobre Cidades Europeias
Sustentáveis. Plano de Ação de Lisboa: da Carta à ação.13 15
1997 - 3 ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climá-
ticas, em Quioto, onde se estabelece o Protocolo de Quioto.16
8 de Setembro de 2000 - Após os três dias da Cimeira do Milénio de lí-
deres mundiais na sede das Nações Unidas, a Assembleia Geral aprovou
a Declaração do Milénio.17
2000 - Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis.4 18
De 26 a 4 de Setembro de 2002 - Conferência Mundial sobre o Desen-
volvimento Sustentável (Rio +10), em Joanesburgo, onde reafirmou o
desenvolvimento sustentável como o elemento central da agenda interna-
cional e se deu um novo impulso à ação mundial para combater a pobreza
assim como a proteção do ambiente.19
Fevereiro de 2004 - A sétima reunião ministerial da Conferência sobre
Diversidade Biológica foi celebrado com a Declaração Kuala Lumpur, que
gerou descontentamento entre os países pobres e não satisfez plenamente
as nações ricas.
2004 - Conferência Aalborg +10 - Inspiração para o futuro. Apelo a to-
dos os governos locais e regionais da Europa para participar na assinatura
do compromisso de Aalborg e fazerem parte da Campanha Europeia das
Cidades Sustentáveis e Cidades.20
11 de Janeiro de 2006 - Comunicação da Comissão Europei-
a ao Parlamento Europeusobre a Estratégia temática sobre o ambiente
A criação do Clube de Roma, em 1968, reuniu pessoas em cargos de
urbano. É uma das sete estratégias do Sexto Programa de Ação Ambiental
relativa importância em seus respectivos países e visa promover um cres-
para o Ambiente da União Europeia, desenvolvido com o objetivo de contri-
cimento econômico estável e sustentável da humanidade. O Clube de
buir para uma melhor qualidade de vida através de uma abordagem inte-

Atualidades 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
grada e centrada nas zonas urbanas e para tornar possível um elevado por vezes, impede o crescimento. Alguns consideram que a implementação
nível de qualidade de vida e bem-estar social para os cidadãos, proporcio- do desenvolvimento sustentável implica um retorno à estilos de vida pré-
nando um ambiente em que níveis da poluição não têm efeitos adversos modernos.31
sobre a saúde humana e o ambiente assim como promover o desenvolvi-
mento urbano sustentável.21 Indicadores de desenvolvimento sustentável

2007 - Carta de Leipzig sobre as cidades europeias sustentáveis.4 22 Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento
2007 - Cimeira de Bali, com o intuito de criar um sucessor do Protocolo sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países em
de Quioto, com metas mais ambiciosas e mais exigente no que diz respeito desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento
às alterações climáticas.23 sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos
em 2001 e 2007.32 33
Julho de 2009 - Declaração de Gaia, que implanta o Condomínio da
Terra no I Fórum Internacional do Condomínio da Terra.24 2 O quadro atual contém 14 temas, que são ligeiramente modificado a
partir da edição anterior:34
Pobreza
Perigos naturais
Âmbito e definições de aplicação O desenvolvimento econômico
Governação
Ambiente
Estabelecer uma parceria global econômica
Saúde
Terra
Padrões de consumo e produção
Educação
Os oceanos, mares e costas
Demografia
Água potável, Escassez de água e Recursos hídricos
Biodiversidade

Cada um destes temas encontra-se dividido em diversos sub-temas,


indicadores padrão e outros indicadores.
Além das Nações Unidas, outras entidades elaboram ainda outros
modelos de indicadores, como no caso da Comissão Europeia,
da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
e do Global Environment Outlook (GEO).35
Os três componentes do Desenvolvimento sustentável
Sustentabilidade ambiental
A terra como um planeta frágil, a ser protegido pela Humanidade.
O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito que abrange
várias áreas, assentando essencialmente num ponto de equilíbrio entre o
crescimento econômico, equidade social e a proteção do ambiente.26 27
A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural adiciona um novo
enfoque na questão social, ao afirmar que "… a diversidade cultural é tão
necessária para a humanidade como a biodiversidade é para a natureza"
torna "as raízes do desenvolvimento entendido não só em termos de
crescimento econômico mas também como um meio para alcançar um mais
satisfatório intelectual, emocional, moral e espiritual ". Nessa visão,
a diversidade cultural é a quarta área política do desenvolvimento
sustentável.28
A Divisão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
enumera as seguintes áreas como incluídas no âmbito do desenvolvimento
sustentável:29 Como evoluir do tempo e dos conhecimentos técnicos, o
desenvolvimento sustentável foi crescendo como resposta às assimetrias
O conceito inclui noções de sustentabilidade fraca, de sustentabilidade globais, e aos problemas locais e intertransfronteiriços.
e ecologia profunda. Diferentes concepções revelam também uma forte
tensão entre ecocentrismo e o antropocentrismo. O conceito permanece A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e
mal definido e contém uma grande quantidade de debates a respeito de componentes do ecossistema, de modo sustentável,36 37podendo
sua definição. igualmente designar-se como a capacidade que o ambiente natural tem de
manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos,
Durante os últimos dez anos, diversas organizações têm tentado medir tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função
e monitorizar a proximidade com o que consideram a sustentabilidade como fonte de energias renováveis.38 39
através da aplicação do que tem sido chamado de métricas e indicadores
de sustentabilidade.30 As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas de
desenvolvimento do milênio procura garantir ou melhorar a sustentabilidade
O desenvolvimento sustentável é dito para definir limites para o mundo ambiental,40 através de quatro objetivos principais:41
em desenvolvimento. Enquanto os atuais países de primeiro mundo,
poluído significativamente durante o seu desenvolvimento, os mesmos Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e
países incentivam os países do terceiro mundo a reduzir a poluição, o que, programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.

Atualidades 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade. Estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável
Reduzir para metade a proporção de população sem acesso a água
potável e saneamento básico.
Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem
milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza.
Sustentabilidade econômica
A sustentabilidade econômica, enquadrada no âmbito do
desenvolvimento sustentável é um conjunto de medidas e politicas que
visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais.
Aos conceitos tradicionais de mais valias econômicas são adicionados
como fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais e sócio-
econômicos, criando assim uma interligação entre os vários
setores.42 43 Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente
financeira, mas igualmente na vertente ambiental e social,44 45 o que
potencia um uso mais correto quer das matérias primas, como dos recursos
humanos. Há ainda a incorporação da gestão mais eficiente dos recursos
naturais, sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda
energéticos, de forma a garantir uma exploração sustentáveldos mesmos,
ou seja, a sua exploração sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo
introduzidos elementos como nível óptimo de poluição ou as externalidades Lista dos Objectivos do Milénio das Nações Unidas na sua sede em
ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor econômico.46 Nova Iorque.
Sustentabilidade sócio-politica O capítulo 8 da Agenda 21 incentiva os países a adaptarem estratégias
A sustentabilidade sócio-politica centra-se no equilíbrio social, tanto na nacionais de desenvolvimento sustentável (ENDS), estimulando-os a
sua vertente de desenvolvimento social como sócio-econômica. É um desenvolver e harmonizar as diferentes políticas sectoriais,
veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende econômicas,crimes, sociais e ambientais e de planos que operam no
desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e país.54 O apelo à elaboração destes documentos estratégicos, que devem
culturais.47 48 reforçar e harmonizar as políticas nacionais para a economia, as questões
sociais e o ambiente, foi reforçado na Sessão Especial da Assembleia das
Neste sentido, foram desenvolvidos dois grandes planos: a agenda Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Cimeira Mundial sobre
21 e as metas de desenvolvimento do milénio. Desenvolvimento Sustentável de 2002 em Joanesburgo (Rio+10).55
A Agenda 21 é um plano global de ação a ser tomada a nível global, A primeira revisão para estabelecer os elementos básicos de boas
nacional e local, por organizações das Nações Unidas, governos, e grupos práticas foi um "Manual para NSDS" preparado por Carew-Reid et al.
locais, nas diversas áreas onde se verificam impactos significativos no (1994) partindo das experiências compartilhadas por vários países, através
ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente tentativa de relatórios nacionais e regionais, durante um projeto liderado
de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, pela IUCN e IIED. Este trabalho preparou o terreno para a obra mais
tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável.49 50 posteriores. Foi construído em cima pelo CAD da OCDE no seu trabalho
para produzir orientações para ENDS (CAD 2001), que estabeleceu os
As Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDM) surgem
princípios acordados para a ENDS, mais tarde ecoou na UNDESA
da Declaração do Milénio das Nações Unidas, adaptada pelos 191
orientação desenvolvido na sequência de um workshop internacional
estados membros no dia 8 de Setembro de2000. Criada em um esforço
(UNDESA 2002).56
para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas
mundiais ao longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e Na prática, é uma estratégia eficaz para o desenvolvimento sustentável
desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social, racismo, reúne as aspirações e capacidades de governo, sociedade civil e do sector
entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, privado para criar uma visão para o futuro, e para trabalhar taticamente e
se cumpridos nos prazos fixados, segundo os indicadores quantitativos que progressivamente para esses objectivos, identificando e construindo sobre
os acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. "o que funciona", melhorando a integração entre as abordagens,
Esta declaração menciona que os governos "não economizariam esforços fornecendo um quadro para fazer as escolhas que a integração não é
para libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições abjetas e possível. Estas estratégias incidem sobre o que é realmente praticável, pois
desumanas da pobreza extrema", tentando reduzir os níveis de com uma estratégia eficaz e abrangente poderá solucionar-se vários
pobreza, iliteracia e promovendo o bem estar social.51 52 Estes projetos problemas ao mesmo tempo.57 58
são monitorizados com recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano,
que é uma medida comparativa que engloba três Assim, as ENDS apresentam 7 pontos chave, sendo tratados de forma
dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida.53 integrada as questões econômicas, ambientais e sociais, a saber:59

↑ WWF Brazil - O que é desenvolvimento sustentável?. www.wwf.org.br. Página

visitada em 17 de Agosto de 2009.


Ir para cima↑ What Is Sustainable Development?. www.menominee.edu. Página
visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Background. www.usda.gov. Página visitada em 17 de Agosto de 2010.
↑ Ir para:a b c A21 - Desenvolvimento Sustentável - C.M. Amadora. www.cm-
amadora.pt. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ nssd: Sustainable Development Concepts and Approaches.
www.nssd.net. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ THE CLUB OF ROME - The Story of the Club of Rome.
www.clubofrome.org. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Fair Warning?: The Club of Rome Revisited, by Keith Suter.
www.abc.net.au. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
↑ Ir para:a b Earth_Summit. www.un.org. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.

Atualidades 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
↑ Ir para:a b A brief history of sustainable development · About sustainable develop- Ir para cima↑ DSD :: Areas of Work :: NSDS. www.un.org. Página visitada em 11 de
ment · Sustainable Development Commission. www.sd-commission.org.uk. Página Novembro de 2009.
visitada em 17 de Agosto de 2009. Ir para cima↑ [12]
Ir para cima↑ Europa - Sustainable Development - History. ec.europa.eu. Página Ir para cima↑ [13]
visitada em 17 de Agosto de 2009. Ir para cima↑ [14]
Ir para cima↑ Rio Declaration on Environment and Development. habitat.igc.org. Ir para cima↑ BCSD Portugal - Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável.
Página visitada em 17 de Agosto de 2009. www.bcsdportugal.org. Página visitada em 11 de Novembro de 2009.
Ir para cima↑ EUROPA - Environment - Title: The 5th Environmental Action pro- Ir para cima↑ Environment - Sustainable Development. ec.europa.eu. Página visitada
gramme. ec.europa.eu. Página visitada em 17 de Agosto de 2009. em 11 de Novembro de 2009.
↑ Ir para:a b Aalborg Charter Ceremony - Aalborg Plus 10. www.aalborgplus10.dk. Ir para cima↑ O que é a A21L?. www.agenda21local.info. Página visitada em 29-
Página visitada em 17 de Agosto de 2009. Abril-2010.
Ir para cima↑ [1] Ir para cima↑ O que é a A21L?. www.agenda21local.info. Página visitada em 18 de
Ir para cima↑ Welcome to the aalborg commitments SIGNING website - Aalborg Plus Janeiro de 2011.
10. www.aalborgplus10.dk. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Protocolo de Quioto relativo às alterações climáticas. europa.eu. Poluição
Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ UNdemocracy - A-RES-55-2 General Assembly Resolution 55/2. Fenômeno estreitamente vinculado ao progresso industrial, a degrada-
www.undemocracy.com. Página visitada em 25 de Agosto de 2009. ção das condições ambientais tem aumentado de maneira considerável e
Ir para cima↑ [2] preocupante nas regiões mais desenvolvidas do mundo, sobretudo a partir
Ir para cima↑ United Nations: Johannesburg Summit 2002. www.4tube.com. Página de meados do século XX.
visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Introduction - Aalborg Plus 10. www.aalborgplus10.dk. Página visitada Poluição é o termo empregado para designar a deterioração das condi-
em 17 de Agosto de 2009. ções físicas, químicas e biológicas de um ecossistema, que afeta negativa-
Ir para cima↑ Sexto programa de acção em matéria de ambiente.. europa.eu. Página mente a vida humana e de espécies animais e vegetais. A poluição modifica
visitada em 17 de Agosto de 2009. o meio ambiente, ou seja, o sistema de relações no qual a existência de uma
Ir para cima↑ Eurocid - Implementação da Carta de Leipzig. www.eurocid.pt. Página espécie depende do mecanismo de equilíbrio entre processos naturais
visitada em 17 de Agosto de 2009.
destruidores e regeneradores.
Ir para cima↑ United Nations Climate Change Conference, 3-14 December, Nusa
Dua, Bali, Indonesia, (COP 13 and CMP 3). unfccc.int. Página visitada em 17 de
Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Portal UNEB. www.uneb.br. Página visitada em 17 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Earth Condominium. Página visitada em 04 de Novembro de 2009.
Ir para cima↑ [3]
Ir para cima↑ [4]
Ir para cima↑ [5]
Ir para cima↑ DSD :: Resources - Documents - Sustainable Development Topics.
www.un.org. Página visitada em 25 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ Sustainable development indicators: a scientific challenge, a democratic
issue. sapiens.revues.org. Página visitada em 25 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ What Is Sustainable Development?. www.menominee.edu. Página
visitada em 25 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ DSD :: Resources - Publications - Core Publications. www.un.org.
Página visitada em 25 de Agosto de 2009.
Ir para cima↑ [6]
Ir para cima↑ [7]
Ir para cima↑ [8]
Ir para cima↑ Terms Beginning With "E". www.epa.gov. Página visitada em 2009-07-
09.
Ir para cima↑ Environmental sustainability. www.acdi-cida.gc.ca. Página visitada em Do meio ambiente depende a sobrevivência biológica. A atividade cloro-
2009-07-09. filiana produz o oxigênio necessário a animais e vegetais; a ação de ani-
Ir para cima↑ What is Environmental Sustainability. www.ces.vic.gov.au. Página
visitada em 2009-07-09.
mais, plantas e microrganismos garante a pureza das águas nos rios, lagos
Ir para cima↑ Sutton, Philip. A Perspective on environmental sustainability?. Victorian e mares; os processos biológicos que ocorrem no solo possibilitam as co-
Commissioner for Environmental Sustainability. Página visitada em 2009-07-09. lheitas. A vida no planeta está ligada ao conjunto desses fenômenos, cuja
Ir para cima↑ MDG MONITOR :: Goal :: Ensure Environmental Sustainability. inter-relação é denominada ecossistema. Processo natural recuperável, a
www.mdgmonitor.org. Página visitada em 2009-07-09. poluição resulta da presença de uma quantidade inusitada de matéria ou
Ir para cima↑ United Nations Millennium Development Goals. www.un.org. Página energia (gases, substâncias químicas ou radioativas, rejeitos etc) em deter-
visitada em 2009-07-09. minado local. É, por isso, principalmente obra do homem em sua atividade
Ir para cima↑ [9] industrial.
Ir para cima↑ [10]
Ir para cima↑ Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE. www.fipe.org.br. Mesmo antes da existência do homem, a própria natureza já produzia
Página visitada em 19 de Novembro de 2009. materiais nocivos ao meio ambiente, como os produtos da erupção de
Ir para cima↑ O Conceito de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável. vulcões e das tempestades de poeira. Na verdade, materiais sólidos no ar,
www.catalisa.org.br. Página visitada em 19 de Novembro de 2009.
Ir para cima↑ [11]
como poeira ou partículas de sal, são essenciais como núcleos para a
Ir para cima↑ .:: Instituto Percepções de Responsabilidade Social::.. formação de chuvas. Quando, porém, as emanações das cidades aumentam
www.percepcoes.org.br. Página visitada em 28 de Novembro de 2009. desmedidamente tais núcleos, o excesso pode prejudicar o regime pluvial,
Ir para cima↑ A DIMENSÃO POLÍTICA DA SUSTENTABILIDADE NA FORMULA- porque as gotas que se formam são demasiado pequenas para cair como
ÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE HABITAÇÃO. CASO:. 209.85.229.132. Página chuva. Alguns tipos de poluição, sobretudo a precipitação radioativa e a
visitada em 28 de Novembro de 2009. provocada por certas substâncias lançadas ao ar pelas chaminés de fábri-
Ir para cima↑ Agenda 21. www.agenda21grandeporto.com. Página visitada em 28 de cas, podem disseminar-se amplamente, mas em geral a poluição só ocorre
Novembro de 2009. em limites intoleráveis onde se concentram as atividades humanas.
Ir para cima↑ Agenda 21 - texto completo. www.ecolnews.com.br. Página visitada em
28 de Novembro de 2009.
Ir para cima↑ Ministério das Relações Exteriores - Declaração do Milênio/ Metas do Desde a antiguidade há sinais de luta contra a poluição, mas esta só se
Milenio- Relatório Brasileiro. www.mre.gov.br. Página visitada em 28 de Novembro
tornou realmente um problema com o advento da revolução industrial. Já no
de 2009.
Ir para cima↑ Agência Senado - 29/05/2009 - Oito objetivos com início do século XIX registraram-se queixas, no Reino Unido, contra o ruído
{{subst:Número2palavra2|18}} metas a serem cumpridas até 2015. ensurdecedor de máquinas e motores. As chaminés das fábricas lançavam
www.senado.gov.br. Página visitada em 28 de Novembro de 2009. no ar quantidades cada vez maiores de cloro, amônia, monóxido de carbono
Ir para cima↑ Statistics. hdr.undp.org. Página visitada em 28 de Novembro de 2009. e metano, aumentando a incidência de doenças pulmonares. Os rios foram

Atualidades 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
contaminados com a descarga de grande volume de dejetos, o que provo- cidade de Minamata, Japão, em 1973, devido ao lançamento de mercúrio no
cou epidemias de cólera e febre tifóide. No século XX surgiram novas fontes mar por uma indústria, fato que causou envenenamento em massa e levou o
de poluição, como a radioativa e, sobretudo, a decorrente dos gases lança- governo japonês a proibir a venda de peixe. A poluição marinha tem sido
dos por veículos automotores. objeto de preocupação dos governos, que tentam, no âmbito da Organiza-
ção das Nações Unidas, estabelecer controles por meio de organismos
A poluição e seu controle são em geral tratados em três categorias natu- jurídicos internacionais.
rais: poluição da água, poluição do ar e poluição do solo. Estes três elemen-
tos também interagem e em conseqüência têm surgido divisões inadequa- A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no Brasil,
das de responsabilidades, com resultados negativos para o controle da em especial em rios como o Tietê, no estado de São Paulo, e o Paraíba do
poluição. Os depósitos de lixo poluem a terra, mas sua incineração contribui Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maior responsabilidade
para a poluição do ar. Carregados pela chuva, os poluentes que estão no pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais
solo ou em suspensão no ar vão poluir a água e substâncias sedimentadas cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.
na água acabam por poluir a terra.
Poluição do ar
Poluição da água
Embora a poluição do ar sempre tenha existido -- como nos casos das
Considera-se que a água está poluída quando não é adequada ao con- erupções vulcânicas ou da morte de homens asfixiados por fumaça dentro
sumo humano, quando os animais aquáticos não podem viver nela, quando de cavernas -- foi só na era industrial que se tornou problema mais grave.
as impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso recrea- Ela ocorre a partir da presença de substâncias estranhas na atmosfera, ou
tivo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação industrial. de uma alteração importante dos constituintes desta, sendo facilmente
observável, pois provoca a formação de partículas sólidas de poeira e fuma-
Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o ça.
destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto
doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas Em 1967, o Conselho da Europa definiu a poluição do ar nos seguintes
costeiras, quando em alta concentração. A matéria orgânica transportada termos: "Existe poluição do ar quando a presença de uma substância estra-
pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e nha ou a variação importante na proporção de seus constituintes pode
protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu provocar efeitos prejudiciais ou criar doenças." Essas substâncias estranhas
alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos, são os chamados agentes poluentes, classificados em cinco grupos princi-
nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao pais: monóxido de carbono, partículas, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos e
mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países, entre óxidos de nitrogênio. Encontram-se suspensos na atmosfera, em estado
eles o Brasil. sólido ou gasoso.
Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os As causas mais comuns de poluição do ar são as atividades industriais,
fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos combustões de todo tipo, emissão de resíduos de combustíveis por veículos
microrganismos e a conseqüente redução da taxa de oxigênio nos rios, automotivos e a emissão de rejeitos químicos, muitas vezes tóxicos, por
lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos fábricas e laboratórios.
sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrantes, que se incorpo-
ram à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhe- O principal poluente atmosférico produzido pelo homem (o dióxido de
cidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água são carbono e o vapor d'água são elementos constitutivos do ar) é o dióxido
elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal. sulfúrico, formado pela oxidação do enxofre no carvão e no petróleo, como
ocorre nas fundições e nas refinarias. Lançado no ar, ele dá origem a peri-
gosas dispersões de ácido sulfúrico. Às vezes, à poluição se acrescenta o
mau cheiro, produzido por emanações de certas indústrias, como curtumes,
fábricas de papel, celulose e outras.
O dióxido de carbono, ou gás carbônico, importante regulador da atmos-
fera, pode causar modificações climáticas consideráveis se tiver alterada a
sua concentração. É o que ocorre no chamado efeito estufa, em que a
concentração excessiva desse gás pode provocar, entre outros danos, o
degelo das calotas polares, o que resulta na inundação das regiões costei-
ras de todos os continentes. O monóxido de carbono, por sua vez, é produ-
zido sobretudo pelos automóveis, pela indústria siderúrgica e pelas refinarias
de petróleo. Outros poluentes atmosféricos são: hidrocarbonetos, aldeídos,
óxidos de azoto, óxidos de ferro, chumbo e derivados, silicatos, flúor e
derivados, entre outros.

Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por


derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em va-
zamentos de poços petrolíferos submarinos. Uma vez no mar, a mancha de
óleo, às vezes de dezenas de quilômetros, se espalha, levada por ventos e No final da década de 1970, descobriu-se nova e perigosa conseqüên-
marés, e afasta ou mata a fauna marinha e as aves aquáticas. O maior cia da poluição: a redução da camada de ozônio que protege a superfície da
perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na incorporação de Terra da incidência de raios ultravioleta. Embora não esteja definitivamente
substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos que servem de comprovado, atribuiu-se o fenômeno à emissão de gases industriais conhe-
alimento ao homem. Exemplo desse tipo de intoxicação foi o ocorrido na cidos pelo nome genérico de clorofluorcarbonos (CFC). Quando atingem a

Atualidades 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
atmosfera e são bombardeados pela radiação ultravioleta, os CFC, muito populacional, poluição ambiental, fome e todos os problemas sociológicos e
usados em aparelhos de refrigeração e em sprays, liberam cloro, elemento políticos atuais, são em grande parte ecológicos.
que destrói o ozônio. Além de prejudicar a visão e o aparelho respiratório, a
concentração de poluentes na atmosfera provoca alergias e afeta o sangue A palavra ecologia (do grego oikos, "casa") foi cunhada no século XIX
e os tecidos ósseo, nervoso e muscular. pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, para designar a "relação dos animais
com seu meio ambiente orgânico e inorgânico". A expressão meio ambiente
Poluição do solo inclui tanto outros organismos quanto o meio físico circundante. Envolve
relações entre indivíduos de uma mesma população e entre indivíduos de
A poluição pode afetar também o solo e dificultar seu cultivo. Nas gran- diferentes populações. Essas interações entre os indivíduos, as populações
des aglomerações urbanas, o principal foco de poluição do solo são os e os organismos e seu ambiente formam sistemas ecológicos, ou ecossis-
resíduos industriais e domésticos. O lixo das cidades brasileiras, por exem- temas. A ecologia também já foi definida como "o estudo das inter-relações
plo, contém de setenta e a oitenta por cento de matéria orgânica em decom- dos organismos e seu ambiente, e vice-versa", como "a economia da natu-
posição e constitui uma permanente ameaça de surtos epidêmicos. O esgo- reza", e como "a biologia dos ecossistemas".
to tem sido usado em alguns países para mineralizar a matéria orgânica e
irrigar o solo, mas esse processo apresenta o inconveniente de veicular Histórico. A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra
microrganismos patogênicos. Excrementos humanos podem provocar a seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente
contaminação de poços e mananciais de superfície. Os resíduos radioativos, em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as
juntamente com nutrientes, são absorvidos pelas plantas. Os fertilizantes e relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a
pesticidas sintéticos são suscetíveis de incorporar-se à cadeia alimentar. ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas
sobre plantas e animais.
Fator principal de poluição do solo é o desmatamento, causa de dese-
quilíbrios hidrogeológicos, pois em conseqüência de tal prática a terra deixa O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso
de reter as águas pluviais. Calcula-se que no Brasil sejam abatidos anual- especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou
mente trinta mil quilômetros quadrados de florestas, com o objetivo de obter atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da
madeira ou áreas para cultivo. Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito
Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das
Outra grande ameaça à agricultura é o fenômeno conhecido como chu- populações, o que levou a experiências sobre a interação de predadores e
va ácida. Trata-se de gases tóxicos em suspensão na atmosfera que são presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional. O
arrastados para a terra pelas precipitações. A chuva ácida afeta regiões com estudo da influência do comportamento sobre as populações foi incentivado
elevado índice de industrialização e exerce uma ação nefasta sobre as pelo reconhecimento, em 1920, da territorialidade dos pássaros. Os concei-
áreas cultivadas e os campos em geral. tos de comportamento instintivo e agressivo foram lançados por Konrad
Poluição radioativa, calor e ruído Lorenz e Nikolaas Tinbergen, enquanto V. C. Wynne-Edwards estudava o
papel do comportamento social no controle das populações.
Um tipo extremamente grave de poluição, que afeta tanto o meio aéreo
quanto o aquático e o terrestre, é o nuclear. Trata-se do conjunto de ações No início e em meados do século XX, dois grupos de botânicos, um na
contaminadoras derivadas do emprego da energia nuclear, e se deve à Europa e outro nos Estados Unidos, estudaram comunidades vegetais de
radioatividade dos materiais necessários à obtenção dessa energia. A dois diferentes pontos de vista. Os botânicos europeus se preocuparam em
poluição nuclear é causada por explosões atômicas, por despejos radioati- estudar a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vege-
vos de hospitais, centros de pesquisa, laboratórios e centrais nucleares, e, tais, enquanto os americanos estudaram o desenvolvimento dessas comu-
ocasionalmente, por vazamentos ocorridos nesses locais. nidades, ou sua sucessão. As ecologias animal e vegetal se desenvolveram
separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-
Também podem ser incluídos no conceito de poluição o calor (poluição relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico.
térmica) e o ruído (poluição sonora), na medida em que têm efeitos nocivos
sobre o homem e a natureza. O calor que emana das fábricas e residências Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e popu-
contribui para aquecer o ar das cidades. Grandes usinas utilizam águas dos lações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia. Em
rios para o resfriamento de suas turbinas e as devolvem aquecidas; muitas 1920, o biólogo alemão August Thienemann introduziu o conceito de níveis
fábricas com máquinas movidas a vapor também lançam água quente nos tróficos, ou de alimentação, pelos quais a energia dos alimentos é transferi-
rios, o que chega a provocar o aparecimento de fauna e flora de latitudes da, por uma série de organismos, das plantas verdes (produtoras) aos vários
mais altas, com conseqüências prejudiciais para determinadas espécies de níveis de animais (consumidores). Em 1927, C. S. Elton, ecologista inglês
peixes. especializado em animais, avançou nessa abordagem com o conceito de
nichos ecológicos e pirâmides de números. Dois biólogos americanos, E.
O som também se revela poluente, sobretudo no caso do trânsito urba- Birge e C. Juday, na década de 1930, ao medir a reserva energética de
no. O ruído máximo tolerável pelo homem, sem efeitos nocivos, é de noven- lagos, desenvolveram a idéia da produção primária, isto é, a proporção na
ta decibéis (dB).Diversos problemas de saúde, inclusive a perda permanente qual a energia é gerada, ou fixada, pela fotossíntese.
da audição, podem ser provocados pela exposição prolongada a barulhos
acima desse limite, excedido por muitos dos ruídos comumente registrados A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvi-
nos centros urbanos, tais como o som das turbinas dos aviões a jato ou de mento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de
música excessivamente alta. ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses
estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e
No Brasil, além dos despejos industriais, o problema da poluição é agra- Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi
vado pela rápida urbanização (três quartos da população do país vivem nas realizado pelo australiano J. D. Ovington.
cidades), que pressiona a infra-estrutura urbana com quantidades crescen-
tes de lixo, esgotos, gases e ruídos de automóveis, entre outros fatores, com O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo
a conseqüente degradação das águas, do ar e do solo. Já no campo, os dois desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, microcalorimetria,
principais agentes poluidores são as queimadas, para fins de cultivo, pecuá- computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular,
ria ou mineração, e o uso indiscriminado de agrotóxicos nas plantações. Tais rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através
práticas, além de provocarem desequilíbrios ecológicos, acarretam riscos de dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo está-
erosão e desertificação. gio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estu-
da a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Ecologia
Conceito unificador. Até o fim do século XX, faltava à ecologia uma base
Durante muito tempo desconhecida do grande público e relegada a se- conceitual. A ecologia moderna, porém, passou a se concentrar no conceito
gundo plano por muitos cientistas, a ecologia surgiu no século XX como um de ecossistema, uma unidade funcional composta de organismos integra-
dos mais populares aspectos da biologia. Isto porque tornou-se evidente que dos, e em todos os aspectos do meio ambiente em qualquer área específica.
a maioria dos problemas que o homem vem enfrentando, como crescimento Envolve tanto os componentes sem vida (abióticos) quanto os vivos (bióti-

Atualidades 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cos) através dos quais ocorrem o ciclo dos nutrientes e os fluxos de energia. são aqueles ligados ao ciclo de nutrientes, reservas energéticas, e desen-
Para realizá-los, os ecossistemas precisam conter algumas inter-relações volvimento dos ecossistemas. A sinecologia tem ligações estreitas com a
estruturadas entre solo, água e nutrientes, de um lado, e entre produtores, pedologia, a geologia, a meteorologia e a antropologia cultural.
consumidores e decomponentes, de outro.
A sinecologia pode ser subdividida de acordo com os tipos de ambiente,
Os ecossistemas funcionam graças à manutenção do fluxo de energia e como terrestre ou aquático. A ecologia terrestre, que contém subdivisões
do ciclo de materiais, desdobrado numa série de processos e relações para o estudo de florestas e desertos, por exemplo, abrange aspectos dos
energéticas, chamada cadeia alimentar, que agrupa os membros de uma ecossistemas terrestres como microclimas, química dos solos, fauna dos
comunidade natural. Existem cadeias alimentares em todos os habitats, por solos, ciclos hidrológicos, ecogenética e produtividade.
menores que sejam esses conjuntos específicos de condições físicas que
cercam um grupo de espécies. As cadeias alimentares costumam ser com- Os ecossistemas terrestres são mais influenciados por organismos e su-
plexas, e várias cadeias se entrecruzam de diversas maneiras, formando jeitos a flutuações ambientais muito mais amplas do que os ecossistemas
uma teia alimentar que reproduz o equilíbrio natural entre plantas, herbívo- aquáticos. Esses últimos são mais afetados pelas condições da água e
ros e carnívoros. possuem resistência a variáveis ambientais como temperatura. Por ser o
ambiente físico tão importante no controle dos ecossistemas aquáticos, dá-
Os ecossistemas tendem à maturidade, ou estabilidade, e ao atingi-la se muita atenção às características físicas do ecossistema como as corren-
passam de um estado menos complexo para um mais complexo. Essa tes e a composição química da água. Por convenção, a ecologia aquática,
mudança direcional é chamada sucessão. Sempre que um ecossistema é denominada limnologia, limita-se à ecologia de cursos d'água, que estuda a
utilizado, e que a exploração se mantém, sua maturidade é adiada. vida em águas correntes, e à ecologia dos lagos, que se detém sobre a vida
em águas relativamente estáveis. A vida em mar aberto e estuários é objeto
A principal unidade funcional de um ecossistema é sua população. Ela da ecologia marinha.
ocupa um certo nicho funcional, relacionado a seu papel no fluxo de energia
e ciclo de nutrientes. Tanto o meio ambiente quanto a quantidade de energia Outras abordagens ecológicas se concentram em áreas especializadas.
fixada em qualquer ecossistema são limitados. Quando uma população O estudo da distribuição geográfica das plantas e animais denomina-se
atinge os limites impostos pelo ecossistema, seus números precisam estabi- geografia ecológica animal e vegetal. Crescimento populacional, mortalida-
lizar-se e, caso isso não ocorra, devem declinar em conseqüência de doen- de, natalidade, competição e relação predador-presa são abordados na
ça, fome, competição, baixa reprodução e outras reações comportamentais ecologia populacional. O estudo da genética e a ecologia das raças locais e
e psicológicas. Mudanças e flutuações no meio ambiente representam uma espécies distintas é a ecologia genética. As reações comportamentais dos
pressão seletiva sobre a população, que deve se ajustar. O ecossistema tem animais a seu ambiente, e as interações sociais que afetam a dinâmica das
aspectos históricos: o presente está relacionado com o passado, e o futuro populações são estudadas pela ecologia comportamental. As investigações
com o presente. Assim, o ecossistema é o conceito que unifica a ecologia de interações entre o meio ambiente físico e o organismo se incluem na
vegetal e animal, a dinâmica, o comportamento e a evolução das popula- ecoclimatologia e na ecologia fisiológica.
ções.
A parte da ecologia que analisa e estuda a estrutura e a função dos e-
Áreas de estudo. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve cossistemas pelo uso da matemática aplicada, modelos matemáticos e
biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, análise de sistemas é a ecologia dos sistemas. A análise de dados e resul-
meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, tados, feita pela ecologia dos sistemas, incentivou o rápido desenvolvimento
matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira da ecologia aplicada, que se ocupa da aplicação de princípios ecológicos ao
entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre manejo dos recursos naturais, produção agrícola, e problemas de poluição
ela. A mesma situação existe dentro da própria ecologia. Na compreensão ambiental.
das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é
quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, Movimento ecológico. A intervenção do homem no meio ambiente ao
comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia longo da história, principalmente após a revolução industrial, foi sempre no
animal de ecologia vegetal. sentido de agredir e destruir o equilíbrio ecológico, não raro com conse-
qüências desastrosas. A ação das queimadas, por exemplo, provoca o
A ecologia se desenvolveu ao longo de duas vertentes: o estudo das desequilíbrio da fauna e da flora e modifica o clima. Várias espécies de
plantas e o estudo dos animais. A ecologia vegetal aborda as relações das animais foram extintas ou se encontram em risco de extinção em decorrên-
plantas entre si e com seu meio ambiente. A abordagem é altamente descri- cia das atividades do homem.
tiva da composição vegetal e florística de uma área e normalmente ignora a
influência dos animais sobre as plantas. A ecologia animal envolve o estudo Já no século XIX se podia detectar a existência de graves problemas
da dinâmica, distribuição e comportamento das populações, e das inter- ambientais, como mostram os relatos sobre poluição e insalubridade nas
relações de animais com seu meio ambiente. Como os animais dependem fábricas e bairros operários. Encontram-se raciocínios claros da vertente que
das plantas para sua alimentação e abrigo, a ecologia animal não pode ser mais tarde se definiria como ecologia social na obra de economistas como
totalmente compreendida sem um conhecimento considerável de ecologia Thomas Malthus, Karl Marx e John Stuart Mill, e de geógrafos como Friedri-
vegetal. Isso é verdade especialmente nas áreas aplicadas da ecologia, ch Ratzel e George P. Marsh. Mesmo entre os socialistas, porém, predomi-
como manejo da vida selvagem. nava a crença nas possibilidades do industrialismo e a ausência de preocu-
pação com os limites naturais. Também contribuiu o fato de a economia
A ecologia vegetal e a animal podem ser vistas como o estudo das inter- industrial não ter ainda revelado as contradições ecológicas inerentes a seu
relações de um organismo individual com seu ambiente (auto-ecologia), ou funcionamento, evidenciadas no século XX.
como o estudo de comunidades de organismos (sinecologia).
De fato, a maioria das teorias econômicas recentes traduz essa atitude
A auto-ecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimental e induti- e raciocina como se a economia estivesse acima da natureza. A economia,
va. Por estar normalmente interessada no relacionamento de um organismo no entanto, pode até mesmo ser considerada apenas um capítulo da ecolo-
com uma ou mais variáveis, é facilmente quantificável e útil nas pesquisas gia, uma vez que se refere somente à ação material e à demanda de uma
de campo e de laboratório. Algumas de suas técnicas são tomadas de espécie, o homem, enquanto a ecologia examina a ação de todas as espé-
empréstimo da química, da física e da fisiologia. A auto-ecologia contribuiu cies, seus relacionamentos e interdependências.
com pelo menos dois importantes conceitos: a constância da interação entre
um organismo e seu ambiente, e a adaptabilidade genética de populações A radicalização do impacto destrutivo do homem sobre a natureza, pro-
às condições ambientais do local onde vivem. vocada pelo desenvolvimento do industrialismo, inspirou, especialmente ao
longo do século XX, uma série de iniciativas. A mais antiga delas é o con-
A sinecologia é filosófica e dedutiva. Largamente descritiva, não é facil- servacionismo, que é a luta pela conservação do ambiente natural ou de
mente quantificável e contém uma terminologia muito vasta. Apenas recen- partes e aspectos dele, contra as pressões destrutivas das sociedades
temente, com o advento da era eletrônica e atômica, a sinecologia desen- humanas. Denúncias feitas em congressos internacionais geraram uma
volveu os instrumentos para estudar sistemas complexos e dar início a sua campanha em favor da criação de reservas de vida selvagem, que ajudaram
fase experimental. Os conceitos importantes desenvolvidos pela sinecologia a garantir a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.

Atualidades 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Existem basicamente três tipos de recursos naturais: os renováveis, A biosfera refere-se a região do planeta ocupada pelos seres vivos. É
como os animais e vegetais; os não-renováveis, como os minerais e fósseis; possível encontrar vida em todas as regiões do planeta, por mais quente ou
e os recursos livres, como o ar, a água, a luz solar e outros elementos que frio que elas sejam.
existem em grande abundância. O movimento ecológico reconhece os
recursos naturais como a base da sobrevivência das espécies e defende O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros conceitos emprega-
garantias de reprodução dos recursos renováveis e de preservação das dos para designar parte de nosso planeta. De modo qual, podemos dizer
reservas de recursos não-renováveis. que os limites da biosfera se estendem desde às altas montanhas até as
profundezas das fossas abissais marinhas.
No Brasil, o movimento conservacionista está razoavelmente estabele-
cido. Em 1934, foi realizada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, a I O aparecimento da espécie humana na Terra dada uns 100 mil anos, e a
Conferência Brasileira de Proteção à Natureza. Três anos mais tarde criou- grande expansão das populações humanas aconteceu durante o último
se o primeiro parque nacional brasileiro, na região de Itatiaia RJ. milênio. A presença tem interferido profundamente no mundo natural.

Além dos grupos conservacionistas, surgiu no movimento ecológico um É necessário preservar as harmonias da biosfera, se nós não nos concreti-
novo tipo de grupo, o dos chamados ecologistas. A linha divisória entre eles zarmos que as espécies de seres vivos, inclusive a humana mantém várias
nem sempre está bem demarcada, pois muitas vezes os dois tipos de gru- inter-relações e que a influência no mundo pode criar vários desequilíbrios.
pos se confundem em alguma luta específica comum. Os ecologistas, po- FOTOSSÍNTESE
rém, apesar de mais recentes, têm peso político cada vez maior. Vertente do
movimento ecológico que propõe mudanças globais nas estruturas sociais, É a capacidade que um ser tem (graças a clorofila) de captar a energia
econômicas e culturais, esse grupo nasceu da percepção de que a atual luminosa do sol e utiliza-la na síntese de moléculas orgânicas que serviram
crise ecológica é conseqüência direta de um modelo de civilização insusten- de alimento.
tável. Embora seja também conservacionista, o ecologismo caracteriza-se A energia luminosa captada e convertida para a energia química e utilizada
por defender não só a sobrevivência da espécie humana, como também a para reunir moléculas de gás carbônico (CO2) e de água (H2O) produzindo
construção de formas sociais e culturais que garantam essa sobrevivência. assim, moléculas de glicose (C6H12O6) e oxigênio (O2).
Um marco nessa tendência foi a realização, em Estocolmo, da Confe- Vale lembrar que a fotossíntese realizada pelas plantas é muito importante
rência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972, que oficiali- para a sobrevivência do homem e dos animais na terra, pois estes, depen-
zou o surgimento da preocupação ecológica internacional. Seguiram-se dem diretamente de oxigênio para suas sobrevivências. Portanto, como a
relatórios sobre esgotamento das reservas minerais, aumento da população taxa de natalidade do homem vai cada vez aumentando, temos que tomar
etc., que tiveram grande impacto na opinião pública, nos meios acadêmicos cuidado com a preservação da natureza e das matas já existentes e até
e nas agências governamentais. mesmo, criar novas áreas florestais, como parques nacionais e reservas
Em 1992, 178 países participaram da Conferência das Nações Unidas ecológicas.
para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. NICHO ECOLÓGICO
Embora com resultados muito aquém das expectativas dos ecologistas, foi
mais um passo para a ampliação da consciência ecológica mundial. Aprovou É o conjunto de interações que os membros de uma dada espécie mantêm
documentos importantes para a conservação da natureza, como a Conven- com o meio abiótico e com os outros seres vivos da biosfera.
ção da Biodiversidade e a do Clima, a Declaração de Princípios das Flores-
RECICLAGEM
tas e a Agenda 21.
Reaproveitamento de alguma coisa já usada. Ex: papel, plástico, metal.
A Agenda 21 é talvez o mais polêmico desses documentos. Tenta unir
ecologia e progresso num ambicioso modelo de desenvolvimento sustentá- A reciclagem é uma importante ação para o equilíbrio do meio ambiente,
vel, ou seja, compatível com a capacidade de sustentação do crescimento pois com ela, a cada vez mais não temos que retirar coisas da natureza. O
econômico, sem exaustão dos recursos naturais. Prega a união de todos os que já foi usado uma vez, poderá ser usada outra, ao invés de retirar no-
países com vistas à melhoria global da qualidade de vida. ©Encyclopaedia vamente aquele produto da natureza e dos seres vivos. Assim, com um
Britannica do Brasil Publicações Ltda. bom investimento na reciclagem, todos lucrariam, pois a natureza estaria
menos devastada.
Questões ambientais
HÚMUS
http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/ecologia/quest
oes_ambientais/questoes_ambientais.html É na verdade, um tipo de adubo, aproveitado de algum tipo de animal.
Quando ele defeca e libera o coliforme, quando ele morre e seu corpo se
Termos Básicos desintegra, as substâncias boas para a terra, só vai fortalece-la mais ainda.
CADEIA ALIMENTAR Desenvolvimento Sustentado
Os diferentes elementos que compõem um ecossistema cumprem papéis A degradação do meio ambiente está diretamente vinculada às atividades
específicos dentro da cadeia alimentar. As plantas verdes são organismos econômicas praticadas no planeta. Para conter a degradação, os analistas
produtores. Acionadas pela luz do Sol, absorvem os compostos inorgânicos indicam a necessidade de mudar o atual modelo de desenvolvimento
presentes na atmosfera e no solo e os transformam em compostos orgâni- econômico, considerado predatório. Especialistas do mundo inteiro elabo-
cos, processo conhecido por fotossíntese. Os animais herbívoros são ram o conceito de desenvolvimento sustentado: sistemas de exploração
organismos consumidores. Alimentam-se das plantas (os produtores) e, por mais racional dos recursos naturais, que preservem o equilíbrio ecológico,
sua vez, servem de alimento para os animais carnívoros, ou predadores. reduzindo os danos ao meio ambiente. Esse conceito implica mudanças
Quando os dejetos desses animais são lançados no solo entram em ação nas relações políticas internacionais: maior cooperação entre as nações
os chamados organismos decompositores. Eles completam o ciclo vital: para a geração de tecnologias não-poluidoras e acordos internacionais
decompõem a matéria orgânica presente nos dejetos animais e plantas sobre o uso dos recursos naturais, limitações à produção de substâncias
mortas, transformando-a novamente nos compostos inorgânicos que ali- tóxicas e emissões de poluentes no meio ambiente.
mentam as plantas. O equilíbrio do ecossistema depende da realização de
cada uma dessas etapas da cadeia alimentar. A drástica redução dos 1a CONFERENCIA MUNDIAL
animais predadores, por exemplo, pode resultar na proliferação dos animais
A primeira Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
herbívoros e, com isso, na escassez ou extinção de algumas espécies
realiza-se em 1972, em Estocolmo, na Suécia, com patrocínio da ONU e
vegetais.
deflagra vários estudos com o objetivo de traçar uma estratégia para a
A BIOSFERA preservação da vida no planeta. Os principais resultados são reunidos no
livro Nosso futuro comum, publicado em 1987. Os estudos mostram o
estreito vínculo entre pobreza, desigualdade de renda e deterioração ambi-
ental, e apontam o desequilíbrio ecológico como um dos resultados das

Atualidades 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
relações entre países pobres e ricos. Demonstram que os países pobres ou so igualitário à tecnologia de conservação e à tecnologia baseada em
em desenvolvimento são os que detêm as maiores reservas de recursos recursos biológicos. Reconhece a soberania dos países detentores da
naturais e estão destruindo-as rapidamente para pagar suas dívidas exter- biodiversidade, como o Brasil, sobre seus recursos e propõe que tenham o
nas. Mostram que os países ricos são os grandes consumidores desses direito de participar dos lucros resultantes de sua exploração. O documento
recursos e, portanto, os maiores responsáveis pela manutenção do equilí- é aprovado pelo Programa de Meio Ambiente da ONU e pelas ONGs que
brio ambiental e preservação das espécies. Aconselham os países pobres participam do Fórum Global. Os EUA, país que detém a maior indústria
a construir modelos de desenvolvimento não-predatórios e sugerem que os farmacêutica do planeta, recusam-se a assinar o documento, o que só será
países ricos os ajudem nessa tarefa através de verbas e tecnologias. Após feito em julho de 1993, pelo presidente Clinton.
a Conferência de Estocolmo, a questão ambiental é assumida oficialmente
por um grande número de governos e mais de cem países criam organis- Degradação Ambiental
mos oficiais específicos para tratar do tema. A superfície da Terra está em constante processo de transformação e, ao
ECO-92 longo de seus 4,5 bilhões de anos, o planeta registra drásticas alterações
ambientais . Há milhões de anos, a área do atual deserto do Saara, por
A segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento exemplo, era ocupada por uma grande floresta e os terrenos que hoje
é realizada no Rio de Janeiro, no centro de convenções Riocentro, em abrigam a floresta amazônica pertenciam ao fundo do mar. As rupturas na
junho de 1992, com patrocínio da ONU. Participam 114 chefes de Estado e crosta terrestre e a deriva dos continentes mudam a posição destes ao
170 delegações oficiais, além de equipes do FMI (Fundo Monetário Interna- longo de milênios . Em conseqüência, seus climas passam por grandes
cional) e do Banco Mundial. Para pressionar os organismos oficiais, mais transformações. As quatro glaciações já registradas – quando as calotas
de 3.200 ONGs de todo o mundo organizam um encontro paralelo, o Fórum polares avançam sobre as regiões temperadas – fazem a temperatura
Global, que reúne cerca de 40 mil militantes no aterro do Flamengo (RJ) . média do planeta cair vários graus. Essas mudanças, no entanto, são
Na mesma época, realiza-se também a Conferência Mundial dos Povos provocadas por fenômenos geológicos e climáticos e podem ser medidas
Indígenas, no bairro de Jacarepaguá (RJ), numa grande taba construída em milhões e até centenas de milhões de anos. Com o surgimento do
por índios tucanos e do Alto Xingu, a Kari-Oca. As delegações oficiais homem na face da Terra, o ritmo de mudanças acelera-se.
concordam teoricamente com os princípios da preservação ambiental. As
formas de implantá-los, no entanto, são motivo de controvérsia. Os dois AGENTES DO DESEQUILÍBRIO
documentos mais importantes aprovados na conferência são a Carta da A escalada do progresso técnico humano pode ser medida pelo seu
Terra, também chamada de Declaração do Rio, e a Agenda 21. poder de controlar e transformar a natureza. Quanto mais rápido o desen-
Carta da Terra – O ponto central da Carta da Terra é a constatação de que volvimento tecnológico, maior o ritmo de alterações provocadas no meio
os países ricos poluem mais o planeta e, portanto, devem ajudar as nações ambiente. Cada nova fonte de energia dominada pelo homem produz
pobres com tecnologias não-poluidoras e avanços científicos que as con- determinado tipo de desequilíbrio ecológico e de poluição. A invenção da
duzam a um desenvolvimento mais rápido e menos predatório. Reconhece máquina a vapor, por exemplo, aumenta a procura pelo carvão e acelera
que os Estados têm o direito soberano sobre os recursos naturais de seus o ritmo de desmatamento. A destilação do petróleo multiplica a emissão
territórios, têm a responsabilidade de garantir que sua exploração não de gás carbônico e outros gases na atmosfera. Com a petroquímica,
cause danos ao meio ambiente de outros países e o dever de indenizar as surgem novas matérias-primas e substâncias não-biodegradáveis, como
vítimas de poluição e outros danos ambientais. Todos os governos e pes- alguns plásticos.
soas devem cooperar na erradicação da pobreza, mas os países desenvol- Crescimento populacional – O aumento da população mundial ao longo
vidos têm responsabilidades maiores: são os que mais consomem e os que da história exige áreas cada vez maiores para a produção de alimentos e
detêm as tecnologias necessárias para o desenvolvimento dos países técnicas de cultivo que aumentem a produtividade da terra. Florestas
pobres. cedem lugar a lavouras e criações, espécies animais e vegetais são
Agenda 21 – O objetivo da Agenda 21 é traçar estratégias para implantar domesticadas, muitas extintas e outras, ao perderem seus predadores
os princípios da Carta da Terra. De seus 40 capítulos, oito tratam de ques- naturais, multiplicam-se aceleradamente. Produtos químicos não-
tões econômicas e sociais; 14, da conservação e gestão dos recursos biodegradáveis, usados para aumentar a produtividade e evitar predado-
naturais; sete descrevem o papel dos grupos sociais; e 11 tratam das res nas lavouras, matam microrganismos decompositores, insetos e aves,
políticas para garantir a qualidade de vida das próximas gerações. São reduzem a fertilidade da terra, poluem os rios e águas subterrâneas e
inúmeras as divergências entre as delegações oficiais, e a conferência não contaminam os alimentos. A urbanização multiplica esses fatores de
consegue estabelecer a fonte de recursos para financiar a implantação das desequilíbrio. A grande cidade usa os recursos naturais em escala con-
políticas aprovadas. É criada uma Comissão para o Desenvolvimento centrada, quebra as cadeias naturais de reprodução desses recursos e
Sustentável (CDS), para fiscalizar o cumprimento da Agenda 21. Em 1993 o reduz a capacidade da natureza de construir novas situações de equilí-
Brasil passa a integrar a comissão, formada por 53 países. brio.

Clima e florestas – Três outros documentos tratam do desmatamento, do Economia do desperdício – O estilo de desenvolvimento econômico atual
clima e da biodiversidade. A declaração sobre as florestas garante a sobe- estimula o desperdício. Automóveis, eletrodomésticos, roupas e demais
rania de cada país no uso de suas riquezas florestais. São eliminadas as utilidades são planejados para durar pouco. O apelo ao consumo multipli-
barreiras comerciais para a madeira e a borracha exploradas com técnicas ca a extração de recursos naturais: embalagens sofisticadas e produtos
de manejo que evitem o esgotamento desses recursos. Os projetos de descartáveis não-recicláveis nem biodegradáveis aumentam a quantidade
desenvolvimento sustentável ficam na dependência da definição dos meca- de lixo no meio ambiente. A diferença de riqueza entre as nações contri-
nismos de financiamento e de transferência de tecnologia, que serão defi- bui para o desequilíbrio ambiental. Nos países pobres, o ritmo de cresci-
nidos em novos fóruns internacionais. Formas de redução do desmatamen- mento demográfico e de urbanização não é acompanhado pela expansão
to também não são consolidadas em documento. da infra-estrutura, principalmente da rede de saneamento básico. Uma
boa parcela dos dejetos humanos e do lixo urbano e industrial é lançada
A convenção sobre mudanças climáticas limita a emissão dos gases tóxicos sem tratamento na atmosfera, nas águas ou no solo. A necessidade de
associados ao efeito estufa e à destruição da camada de ozônio, mas não aumentar as exportações para sustentar o desenvolvimento interno
define datas para seu cumprimento. É assinada por 153 países. Os EUA estimula tanto a extração dos recursos minerais como a expansão da
não aceitam limites à emissão de poluentes atmosféricos e não assinam o agricultura sobre novas áreas. Cresce o desmatamento e a superexplora-
documento. ção da terra.
Biodiversidade – O documento Estratégia global para a biodiversidade, Lixo – Acúmulo de detritos domésticos e industriais não-biodegradáveis
elaborado pelo World Resource Institute, dos EUA, e pela União Mundial na atmosfera, no solo, subsolo e nas águas continentais e marítimas
para a Natureza, da Suíça, apresenta 85 propostas para a preservação da provoca danos ao meio ambiente e doenças nos seres humanos. As
diversidade biológica no planeta e um plano para o uso sustentado de substâncias não-biodegradáveis estão presentes em plásticos, produtos
recursos biológicos. Mostra que os desmatamentos podem destruir milha- de limpeza, tintas e solventes, pesticidas e componentes de produtos
res de espécies vivas ainda desconhecidas, indica a necessidade do aces- eletroeletrônicos. As fraldas descartáveis demoram mais de cinqüenta

Atualidades 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
anos para se decompor, e os plásticos levam de quatro a cinco séculos. também é alta: 94 mcg/m³, e os níveis de dióxido de enxofre são maiores
Ao longo do tempo, os mares, oceanos e manguezais vêm servindo de que os de São Paulo. A maior responsável por esses índices é Contagem,
depósito para esses resíduos. cidade mineira que concentra as indústrias metalúrgicas, têxteis e de trans-
formação de minerais não-metálicos.
Resíduos radiativos – Entre todas as formas de lixo, os resíduos radiati-
vos são os mais perigosos. Substâncias radiativas são usadas como Em 1986, o governo federal cria o Programa de Controle de Poluição do Ar
combustível em usinas atômicas de geração de energia elétrica, em por Veículos Automotores, que obriga a instalação de filtros catalisadores
motores de submarinos nucleares e em equipamentos médico- no escapamento dos automóveis e caminhões novos. O programa entra em
hospitalares. Mesmo depois de esgotarem sua capacidade como combus- funcionamento em 1988 e deve estar concluído em 1997.
tível, não podem ser destruídas e permanecem em atividade durante
milhares e até milhões de anos. Despejos no mar e na atmosfera são Águas contaminadas
proibidos desde 1983, mas até hoje não existem formas absolutamente Praticamente todas as grandes e médias cidades brasileiras têm suas
seguras de armazenar essas substâncias. As mais recomendadas são águas contaminadas por esgotos, lixo urbano, metais pesados e outras
tambores ou recipientes impermeáveis de concreto, à prova de radiação, substâncias tóxicas. Os deltas do Amazonas e do Capibaribe , as baías de
que devem ser enterrados em áreas geologicamente estáveis. Essas Todos os Santos, de Guanabara e de Paranaguá, os rios da bacia Amazô-
precauções, no entanto, nem sempre são cumpridas e os vazamentos nica, os rios Paraíba do Sul, das Velhas, Tietê, Paranapanema, do Peixe,
são freqüentes. Em contato com o meio ambiente, as substâncias radiati- Itajaí, Jacuí, Gravataí, Sinos e Guaíba são repositórios desses resíduos. Na
vas interferem diretamente nos átomos e moléculas que formam os Amazônia, o maior dano é provocado pelo mercúrio, jogado nos rios à
tecidos vivos, provocam alterações genéticas e câncer. média de 2,5 kg para cada grama de ouro extraído dos garimpos. Os rios
Tapajós , Xingu, Taquari, Miranda e Madeira são os mais afetados.

Ameaça nuclear – Atualmente existem mais de quatrocentas usinas Em São Paulo, em alguns trechos do rio Tietê dentro da capital existem
nucleares em operação no mundo – a maioria no Reino Unido, EUA, apenas bactérias anaeróbicas. O excesso de cargas orgânicas em suas
França e Leste europeu. Vazamentos ou explosões nos reatores por águas consome todo o oxigênio, mata os peixes e qualquer outra forma de
falhas em seus sistemas de segurança provocam graves acidentes nu- vida aeróbica. O lixo e o desmatamento nas margens provocam o assore-
cleares. O primeiro deles, na usina russa de Tcheliabínski, em setembro amento de seu leito. Em 1993, o governo do Estado inicia um programa de
de 1957, contamina cerca de 270 mil pessoas. O mais grave, em Cher- despoluição e desassoreamento do rio: barcaças retiram areia e lixo do seu
nobyl , na Ucrânia, em 1986, deixa mais de trinta mortos, centenas de leito. A areia e a terra são levadas a uma distância de 5 km e o lixo para
feridos e forma uma nuvem radiativa que se espalha por toda a Europa. O aterros sanitários.
número de pessoas contaminadas é incalculável. No Brasil, um vazamen- Poluição do mar – Dejetos industriais e orgânicos são jogados em vários
to na Usina de Angra I, no Rio de Janeiro, contamina dois técnicos. Mas o pontos do litoral. Vazamentos de petróleo em poços das plataformas sub-
pior acidente com substâncias radiativas registrado no país ocorre em marinas e acidentes em terminais portuários e navios-tanques têm provo-
Goiânia , em 1987: o Instituto Goiano de Radioterapia abandona uma cado graves desastres ecológicos. O terminal de São Sebastião (SP)
cápsula com isótopo de césio-137, usada em equipamento radiológico. registra 105 vazamentos em 1990 e 1991. O litoral do Pará e as praias da
Encontrada e aberta por sucateiros, em pouco tempo provoca a morte de ilha de Marajó estão contaminados por pentaclorofeno de sódio, substância
quatro pessoas e a contaminação de duzentas. Submarinos nucleares tóxica usada no tratamento de madeira. Os pólos petroquímicos e cloro-
afundados durante a 2a Guerra Mundial também constituem grave amea- químicos localizados em quase todos os estuários dos grandes rios lançam
ça. O mar Báltico é uma das regiões do planeta que mais concentram metais pesados e resíduos de petróleo nos manguezais e na plataforma
esse tipo de sucata. continental . A baía de Todos os Santos, na Bahia, está contaminada por
Questões Ambientais no Brasil mercúrio. A baia de Guanabara, no Rio de Janeiro, recebe diariamente
cerca de 500 toneladas de esgotos orgânicos, 50 toneladas de nitratos e
Reflexões metais pesados, além de 3 mil toneladas de resíduos sólidos – areia, plásti-
cos, latas e outras sucatas. Em maio de 1994, o governo do Estado do Rio
Ecologia no Brasil de Janeiro consegue financiamento do BID (Banco Interamericano de
Com dimensões continentais e 70% da população concentrados em áreas Desenvolvimento) de US$ 793 milhões para a despoluição da baía de
urbanas, o Brasil é o país em desenvolvimento que mais tem atraído a Guanabara.
atenção internacional. A poluição e o desmatamento ameaçam seus diver- Degradação da superfície
sificados ecossistemas, inclusive o de maior biodiversidade do planeta, o
amazônico. O principal fator de poluição do solo, subsolo e águas doces é a utilização
abusiva de pesticidas e fertilizantes nas lavouras. A média anual brasileira
O agravamento dos problemas ambientais no país está ligado à industriali- é duas vezes superior à do mundo inteiro. Ainda são usados no Brasil
zação, iniciada na década de 50, ao modelo agrícola monocultor e exporta- produtos organoclorados e organofosforados, proibidos ou de uso restrito
dor instituído desde os anos 70, à urbanização acelerada e à desigualdade em mais de 50 países devido a sua toxicidade e longa permanência no
socioeconômica. Nas grandes cidades, dejetos humanos e resíduos indus- ambiente. As regiões mais atingidas por esses agrotóxicos são a Centro-
triais saturam a deficiente rede de saneamento básico e envenenam águas Oeste, a Sudeste e a Sul, responsáveis por quase toda a produção agrícola
e solos. Gases liberados por veículos e fábricas, além das queimadas no para consumo interno e exportação. O agente laranja, um desfolhante
interior, poluem a atmosfera. usado pelos americanos na Guerra do Vietnã para devastar a mata tropical,
Poluição do ar já foi aplicado por empresas transnacionais na Amazônia, para transformar
a floresta em terrenos agropastoris. A cultura da soja, hoje espalhada por
As emissões de dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxido e dióxido quase todas as regiões do país, também faz uso acentuado desses fosfo-
de nitrogênio e de material particulado, como poeira, fumaça e fuligem, rados. A médio e longo prazo esses produtos destroem microrganismos,
crescem em todas as aglomerações urbanas e industriais do país. A situa- fungos, insetos e contaminam animais maiores. Eles também tornam as
ção é mais grave em grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro e pragas cada vez mais resistentes, exigindo doses cada vez maiores de
Belo Horizonte. Dados da Cetesb (Companhia Estadual de Tecnologia e pesticidas. No homem, causam lesões hepáticas e renais e problemas no
Saneamento Básico), de 1991, mostram que as indústrias da Grande São sistema nervoso. Podem provocar envelhecimento precoce em adultos e
Paulo lançam por ano no ar cerca de 305 mil toneladas de material particu- diminuição da capacidade intelectual em crianças.
lado e 56 mil toneladas de dióxido de enxofre. Automóveis e veículos
pesados são responsáveis pela emissão de 2.065 toneladas anuais de Queimadas – Desde o início da ocupação portuguesa o fogo foi o principal
monóxido de carbono . No complexo industrial da Baixada Fluminense, no instrumento para derrubar a vegetação original e abrir áreas para lavoura,
Rio de Janeiro, a concentração de partículas em suspensão atinge a média pecuária, mineração e expansão urbana. Ao longo dos quase cinco séculos
anual de 160 mcg/m³, o dobro do considerado seguro. Na região metropoli- de história do país, desaparece quase toda a cobertura original da mata
tana de Belo Horizonte, a concentração média de partículas poluentes no ar Atlântica nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul. No Centro-Oeste, de ocupa-

Atualidades 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção mais recente, o cerrado vem sendo queimado para abrir espaço à soja Em 1988, a Assembleia das Nações Unidas aprovou uma resolução
e à pecuária. Nos anos 80, as queimadas na floresta Amazônica são consi- que determinava a realização de uma conferência sobre temas ambientais.
deradas uma das piores catástrofes ecológicas do mundo. O Brasil ofereceu-se para sediar o encontro esperando se tornar um articu-
lador internacional. Os temas propostos para a conferência se pautavam
Em algumas regiões, é a seca que provoca os incêndios que devastam os em questões apontadas desde Estocolmo: proteção aos solos, por meio do
ecossistemas: 80% do Parque Nacional das Emas , na divisa de Goiás com combate ao desmatamento, desertificação e seca; proteção da atmosfera,
Mato Grosso do Sul, são destruídos pelo fogo em 1988 e, em 1991, outro por meio do combate às mudanças climáticas; proteção das áreas oceâni-
incêndio destrói 17 mil ha do parque. cas e marítimas; conservação da diversidade biológica, controle de biotec-
Desertos – Desmatamento indiscriminado, queimadas, mineração, uso nologia, controle de dejetos químicos e tóxicos; erradicação de agentes
excessivo dos defensivos agrícolas, poluição, manejo inadequado do solo e patogênicos e proteção das condições de saúde.
seca trazem a desertificação de algumas áreas do país. A região Nordeste Também influenciou a Rio 92 o chamado Relatório Brundtland, docu-
é a mais atingida: 97% de sua cobertura vegetal nativa já não existem. A mento de 1987 igualmente conhecido como “Nosso Futuro Comum”, que
área desertificada chega a 50 mil ha e afeta a vida de 400 mil pessoas. A apontava para o risco de esgotamento dos recursos naturais devido ao
mineração e as salinas também afetam o sul do Pará e a região de Mosso- modelo adotado pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ele
ró (RN). No Rio Grande do Sul, a superexploração agrícola e a pecuária recebe o nome da primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland,
extensiva fazem crescer o já chamado "deserto dos pampas": uma área de uma das responsável pela consolidação do conceito de sustentabilidade.
200 ha no município de Alegrete. Em seu discurso, na plenária da Rio 92, Gro defendeu pontos que formam
Radiatividade – A ausência de comunicação imediata de problemas em a base da discussão que se dará este ano:
usinas nucleares preocupa militantes ecológicos e cientistas no mundo — O tempo é curto para corrigirmos os atuais padrões insustentáveis
inteiro. Isso também acontece no Brasil. Em março de 1993, o grupo Gre- do desenvolvimento humano. Nós devemos erradicar a pobreza e alcançar
enpeace denuncia: a paralisação da Usina Nuclear de Angra I, em Angra mais igualdade dentro e entre as nações. Nós devemos reconciliar as
dos Reis (RJ), provoca um aumento anormal de radiatividade no interior de ações humanas e os números humanos com as leis da natureza. Nós todos
seu reator. Pressionada, a direção da usina confirma a informação, mas seremos responsabilizados por eventuais falhas nos acordos do Rio. Pela
garante que o problema não é preocupante. No caso de Angra, o incidente primeira vez na história da humanidade, em todo o mundo, as pessoas
serviu de alerta para o fato de ainda não se ter estabelecido um plano poderão monitorar de perto seus líderes em uma grande conferência atra-
eficiente para a população abandonar a cidade em caso de acidente grave. vés da difusão pela televisão e da cobertura da mídia.
Espécies ameaçadas O secretário-geral da Rio 92, Maurice Strong, também presidente da
Brasil, Colômbia, México e Indonésia são os países de maior diversidade conferência de Estocolmo, tinha fortes expectativas com relação à realiza-
biológica no mundo. A Amazônia, a mata Atlântica e o Pantanal estão entre ção do encontro no Rio de Janeiro.
as maiores reservas biológicas do planeta, a maioria delas ameaçadas pelo — É a primeira vez na história que temos uma reunião de todos os líde-
processo de degradação ambiental. res de todas as nações da Terra reunidos para tomar decisões que vão
Espécies vegetais ameaçadas – A substituição dos ecossistemas origi- literalmente determinar o futuro da Terra. Se nós não o fizermos aqui, se
nais por pastagens, o extrativismo desordenado e a poluição têm reduzido nós não permitirmos nosso interesse comum superar todas estas diferen-
e até levado à extinção inúmeras espécies vegetais nativas. É o caso da ças e a curto prazo estreitar os interesses próprios, quando iremos fazê-lo?
araucári Haverá tempo? — questionava há 20 anos.
A cidade fervilhava durante os dias da conferência. Enquanto líderes e
O que foi a Rio 92
diplomatas se reuniam no Riocentro, representantes de movimentos sociais
e artistas, tomaram as ruas. Cerca de dez mil pessoas se reuniram num
Entenda o contexto e os resultados da que foi considerada a maior grande encontro da sociedade civil, o Fórum Global, que ocupou o Aterro
conferência de meio ambiente do Flamengo. A tônica das discussões das ONGs girava em torno da
necessidade de energias renováveis e limpas e lutava contra a energia
FLÁVIA MILHORANCE (EMAIL) nuclear, a destinação do lixo tóxico, a poluição do ar, o aquecimento global
e o consumo de petróleo. Participaram do movimento o então senador
norte-americano Al Gore e o líder religioso Dalai Lama.
Na Avenida Rio Branco, uma companhia de teatro francesa encenou
cenas de guerra, “a maior ameaça ao planeta”. Nas praias, manifestantes
protestavam contra a destruição do meio ambiente. Uma grande marcha
tomou conta da na Praia de Ipanema, onde se misturavam Pelé e Shirley
MacLaine. Enquanto isso, nas favelas, o exército montou um forte esquema
de segurança para a chegada dos chefes de estado e de governo, e áreas
foram cercadas. Não se pode esquecer, que há 20 anos, a cidade vivia
uma grave crise de segurança, com uma onda de sequestros e disputas
entre facções criminosas.
No Riocentro, durante as negociações, muito embates se travaram e,
em muitos momentos, havia a dificuldade de se atingir um acordo. Jornais
de todo o mundo chegaram a publicar nas manchetes: “Fracassa a Cúpula
da Terra”. Entre os obstáculos, estavam a transferência a tecnologia dos
países industrializados e a discussão sobre a necessidade de ajuda finan-
Há duas décadas, o Rio de Janeiro se tornou palco do que ficou co- ceira dos países em desenvolvimento para implementar as metas sustentá-
nhecida como a mais importante conferência sobre meio ambiente da veis. Além disso, movimentos sociais se irritaram com a falta de vontade
história. Cerca de 180 chefes de estado e de governo se reuniram no dos Estados Unidos em assinar os documentos propostos. Houve intensos
Riocentro, entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, na Conferência das debates fora dos âmbitos oficiais e fortes críticas ao então presidente norte-
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92) ou americano George Bush e sua ausência de liderança em questões ecológi-
Cúpula da Terra. Segundo a ONU, nove mil jornalistas de todo o mundo se cas.
credenciaram para acompanhar as discussões sobre desenvolvimento
Para fechar a conferência, o então presidente Fernando Collor exaltou
sustentável, que tinham sido iniciadas em 1972, na Conferência de Esto-
a realização do encontro, e ressaltou a necessidade de investimentos em
colmo, da qual resultou na Declaração de Estocolmo. Segundo especialis-
meio ambiente:
tas, a Rio 92 consolidou uma agenda global para o meio ambiente.

Atualidades 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
— Durante pelo menos doze dias, as atenções da humanidade estive- como Rio-92 ou Eco-92, entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro,
ram voltadas para as questões essenciais da vida, do desenvolvimento e onde representantes de 179 governos aceitaram adotar o programa.
da justiça na Terra. O mundo sabe, muito mais do que há 12 dias, que
devemos contar com um sistema de mecanismos de financiamento para A Agenda 21 teve um estreito acompanhamento a partir do qual foram
levar recursos novos e adicionais aos projetos e propostas orientados para feitos ajustes e revisões. Primeiro, com a conferência Rio+5, entre os
o progresso sustentável, atendendo às necessidades dos países em de- dias 23 e 27 de junho de 1997na sede da ONU, em Nova Iorque;
senvolvimento; as decisões adotadas pela conferência com relação a tais posteriormente com a adoção de uma agenda complementária
mecanismos constituem passo importante nessa direção. denominada metas do desenvolvimento do milênio (Millenium development
goals), com ênfase particular nas políticas de globalização e na erradicação
Já a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou, no início de da pobreza e da fome, adotadas por 199 países na 55ª Assembléia da
maio deste ano, no Rio de Janeiro, que a Rio 92 foi uma “conferência de ONU, que ocorreu em Nova Iorque entre os dias 6 e 8 de
chegada”: setembro de 2000; e a mais recente, a Cúpula de Johannesburgo, na
cidade sul-africana entre 26 de agosto a 4 de setembro de 2002.
— Ela conclui e legitima as questões das convenções, acordos, e dá
para o multilateralismo uma envergadura política para o desenvolvimento Este termo, contou com a assinatura de 179 países.
sustentável. Ela consolida o pilar ambiental como um pilar fundamental
para as questões sobre o desenvolvimento daí para frente. Naquela época, Estrutura e conteúdo
globalizamos o tema ambiental. No momento em que o mundo também Os temas fundamentais da Agenda 21 estão tratados em 41 capítulos
estava discutindo outros mecanismos de globalização, econômico, social, organizados em um preâmbulo e quatro seções:
político e da informação.
Preámbulo
Agenda 21 Seção I. Dimensões sociais e econômicas
A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco- Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável
92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento dos países em desenvolvimento das políticas internas conexas
que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir,
global e localmente, sobre a forma pela Luta contra a pobreza
qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os Evolução das modalidades de consumo
setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os
problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Dinâmica demográfica e sustentabilidade
Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de
Proteção e fomento da saúde humana
Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda
21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade Fomento do desenvolvimento sustentável dos recursos humanos
industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do
conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico Integração do meio ambiente e o desenvolvimento na tomada de
entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a decisões
quantidade do crescimento. Seção II. Conservação e gestão dos recursos para o
Com a Agenda 21 criou-se um instrumento aprovado pela OMF, desenvolvimento
internacionalmente, que tornou possível repensar o planejamento. Abriu-se Proteção da atmosfera
o caminho capaz de ajudar a construir politicamente as bases de um plano
de ação e de um planejamento participativo em âmbito global, nacional e Enfoque integrado do planejamento e da ordenação dos recursos das
local, de forma gradual e negociada, tendo como meta um novo paradigma terras
econômico e civilizatório. Luta contra o desmatamento
As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são os programas Ordenação dos ecossistemas frágeis: luta contra a desertificação e
de inclusão social (com o acesso de toda a população à educação, saúde e a seca
distribuição de renda), a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos
recursos naturais e minerais e a ética política para o planejamento rumo Ordenação dos ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das
ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais importante ponto dessas zonas montanhosas
ações prioritárias, segundo este estudo, é o planejamento de sistemas de
Fomento da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável
produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício. A
Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e Conservação da diversidade biológica
localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e
pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o Gestão ecologicamente racional da biotecnologia
meio ambiente. Proteção dos oceanos e dos mares de todo tipo, incluídos os mares
História fechados e semi-fechados e as zonas costeiras, e o uso racional e o
desenvolvimento de seus recursos vivos
A adoção formal por parte da ONU do conceito de desenvolvimento
sustentável parte da criação em 1972 da Comissão Mundial sobre Meio Proteção da qualidade dos recursos de água doce: aplicação de
Ambiente e Desenvolvimento(WCED) que em 1987 publicou um relatório critérios integrados para o aproveitamento, ordenação e uso dos recursos
intitulado "Nosso futuro comum", também conhecido como o relatório de água doce
Brundtland. Esse relatório indicou a pobreza nos países do sul e o Gestão ecologicamente racional dos produtos químicos tóxicos,
consumismo extremo dos países do norte como as causas fundamentais da incluída a prevenção do tráfico internacional ilícito de produtos tóxicos e
insustentabilidade do desenvolvimento e das crises ambientais. A comissão perigosos
recomendou a convocação de uma conferência sobre esses temas.
Gestão ecologicamente racional dos rejeitos perigosos, incluída a
O desenvolvimento da Agenda 21 começou em 23 de prevenção do tráfico internacional ilícito de rejeitos perigosos
dezembro de 1989 com a aprovação em assembléia extraordinária das
Nações Unidas uma conferência sobre o meio ambiente e o Gestão ecologicamente racional dos rejeitos sólidos e questões
desenvolvimento como fora recomendado pelo relatório Brundtland e com a relacionadas com as matérias fecais
elaboração de esboços do programa, que, como todos os acordos dos
Gestão inócua e ecologicamente racional dos rejeitos radioativos
estados-membros da ONU, sofreram um complexo processo de revisão,
consulta e negociação, culminando com a segunda Conferência das Seção III. Fortalecimento do papel dos grupos principais
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida

Atualidades 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Preâmbulo 3º Incluir gradativamente critérios ambientais, elaborando
especificações técnicas claras e precisas dos produtos, bens e construções
Medidas mundiais em favor da mulher para atingir um desenvolvimento sustentáveis.
sustentável e equitativo
4º Os novos critérios deverão ser incluídos nos editais de compras,
A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável serviços e obras.
Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e 5º Comunique-se com outros gestores para trocar informações, pedir
suas comunidades auxílio e sensibilizá-los.
Fortalecimento do papel das organizações não-governamentais Fonte: Contratações Públicas Sustentáveis, 2010. Disponível
associadas na busca de um desenvolvimento sustentável em: http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/?page_id=2
Iniciativas das autoridades locais em apoio ao Programa 21 A análise do mercado compreende: • identificar e avaliar os recursos
Fortalecimento do papel dos trabalhadores e seus sindicatos disponíveis no mercado, especialmente no mercado local, e as
possibilidades de ampliação da competitividade, sem perda de economia
Fortalecimento do papel do comércio e da indústria de escala; • levantar os preços correntes do mercado; • levantar as
A comunidade científica e tecnológica condições de aquisição e pagamento usualmente praticadas pelo setor
privado; • levantar os padrões de desempenho e qualidade usualmente
Fortalecimento do papel dos agricultores adotados no mercado; • estimar a homogeneidade ou heterogeneidade
entre os fornecedores quanto à possibilidade de uso do direito de
Seção IV. Meios de execução
preferência nos casos de empate e/ou para inserção de mecanismos de
Recursos e mecanismos de financiamento estímulo às micro e pequenas empresas (Comunidade de Tecnologia da
Informação Aplicada ao Controle (TIControle), disponível
Transferência de tecnologia ecologicamente racional, cooperação e em: http://www.ticontrole.gov.br/).
aumento da capacidade
As aquisições públicas podem auxiliar na criação de um grande
A ciência para o desenvolvimento sustentável mercado para negócios sustentáveis (GUIA DE COMPRAS, 2010).
Fomento da educação, a capacitação e a conscientização Rio+20
Mecanismos nacionais e cooperação internacional para aumentar a A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
capacidade nacional nos países em desenvolvimento Sustentável (CNUDS), conhecida também como Rio+20, foi uma
Acordos institucionais internacionais conferência realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012 na cidade
brasileira do Rio de Janeiro, cujo objetivo era discutir sobre a renovação do
Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais compromisso político com o desenvolvimento sustentável.
Informação para a adoção de decisões Considerado o maior evento já realizado pela Nações Unidas, o Rio+20
ligados a eco 92 contou com a participação de chefes de estados de cento e noventa nações
que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão sendo usados
Agenda 21 Brasileira os recursos naturais do planeta.1 Além de questões ambientais, foram
discutidos, durante a CNUDS, aspectos relacionados aquestões
Em 1997 foi criada Agenda 21 Brasileira, com o propósito de firmar
sociais como a falta de moradia e outros.2
compromissos da sociedade brasileira com o desenvolvimento sustentável
e, com isto, promover padrões de consumo e produção sustentáveis O evento ocorreu em dez locais, tendo o Riocentro como principal local
(AGENDA 21 BRASILEIRA, 2004). de debates e discussões; entre os outros locais, figuram o Aterro do
Flamengo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.3
Critérios sustentáveis
Mobilização da sociedade e o FSM 2012
A Instrução Normativa nº 01/2010 definiu os critérios de
sustentabilidade ambiental que podem ser inseridos nas especificações de No Brasil, foi formado o Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira
bens, serviços e obras da Administração Pública Federal (BRASIL, 2010a). para a Rio+20. Segundo Aron Belinky, coordenador de Processos
Internacionais do Instituto Vitae Civis, que representa o Fórum Brasileiro de
A Lei de Licitações inovou, Lei Federal nº 8.666/1993, ao colocar que
ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
as especificações para a aquisição de bens, contratação de serviços e
(FBOMS) na Coordenação Nacional do Comitê, o papel do grupo –
obras na esfera federal deverão conter critérios de sustentabilidade,
atualmente formado por 14 redes – é trazer mais participantes para o
deixando ao instrumento convocatório a formulação da exigência de
debate até o ano que vem. “Nossas ações são elaboradas por meio de
natureza ambiental de forma a não frustrar a competitividade (BRASIL,
grupos de trabalhos. Um deles é o de formação e mobilização, que deverá
2010a).
levar os temas em discussão para a sociedade e cuidará da organização do
Verificou-se a existência de fundamentação legal suficiente para a evento paralelo previamente chamado de Cúpula dos Povos, que terá a
inserção dos critérios sustentáveis nas compras públicas. Com isso, participação da sociedade civil”, pontual.
demonstra-se que estes critérios podem ser utilizados, desde que a sua
O encontro da sociedade, segundo ele, deverá começar antes, por
aplicação não contrarie aos princípios que norteiam a Administração
volta do dia 20 de junho de 2012. “Além de representantes do Brasil, outros
Pública (DOROCINSKI, 2011).
do Canadá, França, Japão, e de alguns países da América Latina já estão
Passos para inclusão de critérios sustentáveis nas compras públicas: envolvidos nestas ações”, adianta o ambientalista. “Na Cúpula dos Povos,
queremos que seja garantido que a economia verde seja avaliada como um
1º Identificar os bens, serviços e obras mais adquiridos (bens feijão saboroso interessante indutor de sustentabilidade, desde que abranja
comuns)para analisar a viabilidade de adotar exigências de as questões sociais, além das ambientais, e tenha sempre presente a
sustentabilidade nas licitações futuras, optando por produtos equivalentes questão da qualidade de vida dos cidadãos, além da ecoeficiência.”
que causem menor impacto ambiental e tenham maior eficiência
energética. Também devem ser exigidas práticas sustentáveis nas Uma outra frente da sociedade civil rumo à Rio+20 se dará no âmbito
execuções dos serviços e obras. do Fórum Social Mundial (FSM). A decisão foi tomada ao final da edição
deste ano, em Dacar, noSenegal. Segundo o empresário e ativista da área
2º Verificar a disponibilidade no mercado. Há grande oferta em relação de responsabilidade social, Oded Grajew, que integra o Comitê
a muitos produtos. Existem portais com catálogos de bens e serviços Internacional do FSM – que ocorrerá entre 27 e 31 de janeiro de 2013 (data
sustentáveis. sujeita a alterações) –, a edição internacional descentralizada do evento
terá como principal pauta a temática ambiental, voltada à conferência.
Atualidades 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
“O FSM não representa as elites econômicas e exigirá uma demanda presidente Mahmoud Ahmadinejad, para participar do evento em junho.
de mobilização da sociedade sobre outro modelo de desenvolvimento. Entretanto, o Irã possui sérias questões das quais se recusa a abordar,
Trataremos de propostas de mudança da matriz energética para a como as persistentes violações dos direitos humanos, as declarações
renovável, da questão nuclear, das hidrelétricas em confronto com as belicistas e racistas contra Israel e a negativa em cooperar com a AIEA
populações indígenas, do modelo de consumo e resíduos orgânicos, entre sobre seu programa nuclear. Alguns argumentaram que Ahmadinejad
outros”, aponta Grajew. Segundo ele, a meta é propor políticas públicas ao planeja usar a cúpula no Rio de Janeiro como uma plataforma para
governo e informações sobre indicadores quanto à grave situação do propaganda e projetar para o público interno uma falsa imagem de líder
modelo atual de desenvolvimento, que leva ao esgotamento de recursos respeitado internacionalmente.
naturais e ao aumento das desigualdades.
Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P
“Como 2012 será também um ano de eleições em alguns países
importantes como EUA, Alemanha e França, isso prejudica decisões. A administração pública tem a responsabilidade de contribuir no enfrenta-
Talvez essas nações não queiram assumir alguns compromissos, que mento das questões ambientais, buscando estratégias inovadoras que
podem comprometer os resultados nas urnas”, alerta. Ele reforça que, no repensem os atuais padrões de produção e consumo, os objetivos econômi-
contexto da Economia Verde, as discussões do FSM permanecerão cos, inserindo componentes sociais e ambientais. Diante dessa necessidade
voltadas a questões sociais, ao combate às desigualdades. as instituições públicas têm sido motivadas a implementar iniciativas especí-
ficas e desenvolver programas e projetos que promovam a discussão sobre
No campo empresarial, Grajew informa que algumas iniciativas em desenvolvimento e a adoção de uma política de Responsabilidade Socioam-
andamento são do Instituto Ethos, que lançou, em fevereiro deste ano, a biental do setor público.
Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável. “A proposta
é que possa ser apresentada também uma agenda de sustentabilidade Nesse sentido, a Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P se
urbana para os candidatos às eleições municipais brasileiras, no ano que tornou o principal programa da administração pública de gestão socioambi-
vem. O projeto será amadurecido na Conferência Ethos, em agosto deste ental. O programa tem sido implementado por diversos órgãos e instituições
ano.” 4 públicas das três esferas de governo, no âmbito dos três poderes e pode ser
usado como modelo de gestão socioambiental por outros segmentos da
Governança e desenvolvimento sustentável
sociedade.
Um tema complexo que estará na Conferência, segundo Belinky, diz
respeito à governança em um cenário de desenvolvimento sustentável. É importante que as instituições públicas tenham participação efetiva no
“Este tema está sendo pouco debatido oficial e extraoficialmente. Deve ser processo de inserção da RSA e o Estado é o principal interlocutor junto à
visto não como uma discussão sobre burocracia, mas como uma condição sociedade, possuindo uma ampla capilaridade e papel indutor fundamental
necessária para encaminhar as decisões e recomendações que se tomem para tornar as iniciativas atuais, e também as futuras, mais transparentes,
na conferência”, analisa. estimulando a inserção de critérios de sustentabilidade em suas atividades e
integrando as ações sociais e ambientais com o interesse público.
Belinky afirma que, se por um lado, hoje se enxerga o desenvolvimento
sustentável no conjunto, as instituições internacionais e internas a cada Além da capacidade de indução, há o poder de mobilização de importantes
país são estanques. “Umas atuam no campo econômico, como o Banco setores da economia exercido pelas compras governamentais, que movi-
Interamericano de Desenvolvimento (BID), o FMI e a Organização Mundial mentam de 10 a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), podendo ser usado
do Comércio(OMC), que não se conectam nas dimensões sociais e para garantir a mudança e adoção de novos padrões de produção e consu-
ambientais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização mo, buscando a redução dos impactos socioambientais negativos gerados
Mundial do Trabalho (OIT), que têm algum poder político, estão pela atividade pública. Dessa forma, o setor público pode contribuir com o
desconectadas do lado ambiental. A ideia é integrá-las à questão do crescimento sustentável, promovendo a responsabilidade socioambiental e
desenvolvimento sustentável”. respondendo às expectativas sociais.
No caso da questão ambiental, as discussões levam à constatação de
que não existe nenhuma organização internacional com real poder A3P em números
regulatório. “O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma) é um dos com menor orçamento na ONU e depende de adesões
voluntárias. Não é essencial dentro do sistema, participa quem quer. Pode
encaminhar, no máximo, estudos, recomendações, mas sem poder Histórico
regulatório”.
A A3P surgiu em 1999 e em 2001 foi criado o Programa Agenda Ambiental
Como primeiro passo, uma das propostas que serão defendidas pela
na Administração Pública. Em 2002, a A3P foi reconhecida pela Unesco
sociedade civil é que haja uma resolução para se criar uma agência
devido à relevância do trabalho desempenhado e dos resultados positivos
ambiental internacional, aprimorando o funcionamento do Pnuma ou por
obtidos ao longo do seu desenvolvimento, ganhando o prêmio “O melhor dos
meio de sua união com outras agências. “O governo brasileiro, inclusive,
exemplos” na categoria Meio Ambiente.
tem defendido uma 'agência guarda-chuva', que tenha sob ela várias
agências internacionais do sistema ONU.” As entidades, segundo Belinky,
Diante da sua importância, a A3P foi incluída no PPA 2004/2007 como ação
enxergam que existe uma necessidade tanto ética quanto política e
integrante do programa de Educação Ambiental para Sociedades Sustentá-
econômica de tirar as pessoas da pobreza. “Isso não significa que deverão
veis, tendo continuidade no PPA 2008/2011. Essa medida garantiu recursos
ter padrão de consumo insustentável, como o norte-americano e europeu.
que viabilizaram a implantação efetiva da A3P, tornando-a um referencial de
Não é objetivo estender a sociedade perdulária”, adverte.
sustentabilidade nas atividades públicas.
As expectativas sobre os resultados da Rio+20 caminham na direção
de dois extremos. “Será uma grande oportunidade ou nulidade. A A partir de 2007, com a reestruturação do Ministério do Meio Ambiente, a
conferência pode fazer uma convergência, desatar nós ou, então, se não se A3P passou a integrar o Departamento de Cidadania e Responsabilidade
dispuser, será um ponto de jogar conversa fora. Mas de qualquer forma, a Socioambiental - DCRS, da Secretaria de Articulação Institucional e Cidada-
mobilização de propostas da sociedade civil será um avanço. Ou os nia Ambiental - SAIC.
governos são capazes de mostrar relevância no mundo contemporâneo ou
são incapazes de acompanhar o ritmo que a sociedade avança, se Nesse novo arranjo institucional, a A3P foi fortalecida enquanto Agenda de
tornando um empecilho”. 4 Responsabilidade Socioambiental do Governo e passou a ser uma das
principais ações para proposição e estabelecimento de um novo compromis-
Irã so governamental ante as atividades da gestão pública, englobando critérios
A participação do Irã na conferência Rio +20 gerou uma enorme ambientais, sociais e econômicos a tais atividades.
controvérsia. O país enviará uma delegação, que inclui o
Atualmente, o principal desafio da A3P é promover a Responsabilidade
Atualidades 53 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Socioambiental como política governamental, auxiliando na integração da padrões de sustentabilidade;
agenda de crescimento econômico concomitantemente ao desenvolvimento
sustentável. Projeto Esplanada Sustentável em 2012 – composto pela A3P do MMA,
PEG/MPOG, do PROCEL/MME e da Coleta Seletiva Solidária da Secretaria
• Portaria Nº 217 de 30 de julho de 2008 - Institui o Comitê de Implemen- Geral da Presidência da República, com metas de redução nos gastos e
tação da A3P no Ministério do Meio Ambiente. consumos pela administração pública federal;

• Portaria No. 61 de 15 de maio de 2008 - Estabelece práticas de sustenta- Decreto nº 7.746/2012 – determina a adoção de iniciativas, dentre elas a
bilidade ambiental nas compras públicas. A3P, referentes ao tema da sustentabilidade pelos órgãos e entidades
federais bem como suas vinculadas;

Fundamentação Legal Instrução Normativa Nº 10/2012: MPOG – estabelece as regras para elabo-
ração dos Planos de Gestão de Logística Sustentável pela administração
Criada em 1981, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938) pública federal bem como suas vinculadas.
é considerada um marco histórico no desenvolvimento do direito ambiental,
estabelecendo definições legais sobre os temas: meio ambiente, degrada- O que é a A3P?
ção da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos ambientais. Esta
lei instituiu, entre outros, um importante mecanismo de proteção ambiental – A Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P - é um programa que
o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (Rima), visa implementar a gestão socioambiental sustentável das atividades admi-
instrumentos modernos em termos ambientais mundiais. nistrativas e operacionais do Governo. A A3P tem como princípios a inser-
ção dos critérios ambientais; que vão desde uma mudança nos investimen-
Em 1988, nossa Constituição Federal dedicou, em seu título VIII - Da Ordem tos, compras e contratação de serviços pelo governo; até uma gestão
Social - Capítulo VI, Artigo 225, normas direcionais da problemática ambien- adequada dos resíduos gerados e dos recursos naturais utilizados tendo
tal, definindo meio ambiente como bem de uso comum do povo. como principal objetivo a melhoria na qualidade de vida no ambiente de
trabalho.
Já a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que trata dos crimes é consi-
derada um marco na proteção efetiva do meio ambiente. Por sua vez, a A A3P é uma decisão voluntária respondendo à compreensão de que o
Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada Governo Federal possui um papel estratégico na revisão dos padrões de
no Rio de Janeiro e conhecida como ECO-92, sacramentou, em termos produção e consumo e na adoção de novos referenciais em busca da
mundiais, a preocupação com as questões ambientais, reforçando os princí- sustentabilidade socioambiental. O programa tem como diretriz a sensibili-
pios e as regras para o combate à degradação ambiental. Uma das princi- zação dos gestores públicos para as questões socioambientais, estimulan-
pais conquistas da conferência foi a elaboração da Agenda 21, instrumento do-os a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental nas atividades
diretriz do desenvolvimento sustentável que concilia métodos de proteção administrativas, por meio da adoção de ações que promovam o uso racio-
ambiental, justiça social e eficiência econômica. nal dos recursos naturais e dos bens públicos, o manejo adequado e a
diminuição do volume de resíduos gerados, ações de licitação sustentá-
A Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P, se fundamenta nas vel/compras verdes e ainda ao processo de formação continuada dos
recomendações do Capítulo IV da Agenda 21, que indica aos países o servidores públicos.
“estabelecimento de programas voltados ao exame dos padrões insustentá-
veis de produção e consumo e o desenvolvimento de políticas e estratégias A Agenda se fundamenta nas recomendações do Capítulo IV da Agenda 21
nacionais de estímulo a mudanças nos padrões insustentáveis de consumo”, que indica aos países o “estabelecimento de programas voltados ao exame
no Princípio 8 da Declaração do Rio/92, que afirma que “os Estados devem dos padrões insustentáveis de produção e consumo e o desenvolvimento
reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo e promo- de políticas e estratégias nacionais de estímulo a mudanças nos padrões
ver políticas demográficas adequadas” e, ainda, na Declaração de Joanes- insustentáveis de consumo”; no Princípio 8 da Declaração do Rio/92 que
burgo, que institui a “adoção do consumo sustentável como princípio basilar afirma que “os Estados devem reduzir e eliminar padrões insustentáveis de
do desenvolvimento sustentável”. produção e consumo e promover políticas demográficas adequadas”; e
ainda na Declaração de Johannesburgo que institui a "adoção do consumo
Como exemplo de importantes formulações de legislações relacionadas aos sustentável como princípio basilar do desenvolvimento sustentável".
princípios e diretrizes da A3P, destacam-se:
A A3P é um convite ao engajamento individual e coletivo para a mudança
Decreto nº 5.940/2006 – instituiu a separação dos resíduos recicláveis de hábitos e a difusão da ação. Nesse sentido, convidamos você a repen-
descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal sar a sua atuação pessoal e profissional, visando à construção de uma
direta e indireta, bem como sua destinação às associações e cooperativas nova cultura institucional.
dos catadores de materiais recicláveis;
Contratações Públicas Sustentáveis – O uso racional dos re-
Lei nº 12.349/2010 – que altera o Art. 3º Lei nº 8.666/1993 com a inclusão cursos públicos
da Promoção do Desenvolvimento Nacional Sustentável como objetivo das O Estado quando atua como consumidor, não é um comprador comum,
licitações; além da sua conduta se pautar pela observância do princípio da legalidade,
em consonância com os princípios primários da administração pública, deve
Lei 12.187/2009 – Política Nacional de Mudanças Climáticas; fazê-lo da forma mais racional possível. Na verdade, o Estado deve usar o
poder de compra para implementar políticas públicas, alocando o gasto dos
Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos; recursos públicos de forma eficiente e otimizando o gasto investido. Esta
forma de uso do poder de compra representa um novo paradigma nas
Instrução Normativa nº 1/2010 do MPOG – estabelece critérios de sustenta- compras públicas brasileiras. Alocar os recursos de forma eficiente repre-
bilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras senta bem mais do que obter bons preços, dar transparência e rigidez
na Administração Pública Federal; formal aos procedimentos. Trata-se, na verdade, de maximizar os recursos
públicos alocando-os em setores estratégicos e relevantes para o desen-
ISO 2600 – Diretrizes sobre responsabilidade social. volvimento econômico, social e ambiental.

Lei 12.462/2011 – Regime Diferenciado de Contratações Públicas; Assim, vários países do mundo vêm implementando o uso do poder de
compra do Estado, para diversos fins, sendo a proteção ao meio ambiente
Recomendação CONAMA Nº 12/2011 – indica aos órgãos e entidades do um dos objetivos consagrados internacionalmente, já que as compras
Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA a adoção de normas e “verdes”, como são conhecidas, têm se mostrado um fator de indução de

Atualidades 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
novos mercados e tecnologias de menor impacto ambiental, e sinalizam objetivos maiores da atuação estatal, conforme estabelece o art. 225 da
para as empresas a necessidade de adaptação de seus processos produti- Constituição Federal.
vos aos novos padrões ambientais, sociais e econômicos, sob pena de
exclusão do mercado das compras públicas. “Art.225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
Nesse sentido, o procedimento licitatório não é somente um meio para
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
fornecer bens e serviços necessários ao funcionamento da Administração
Pública, mas um instrumento de implementação de políticas públicas, já para as presentes e futuras gerações”.
que não importa contratar levando em consideração somente as melhores
condições de preço e qualidade. Deve-se contratar mais com aqueles Assim, objetiva-se que a Administração Pública Federal, na seleção da
setores e grupos sociais considerados estratégicos, relevantes ou sensíveis proposta mais vantajosa ao interesse público, considere, em primeiro lugar,
os bens e serviços cujas características atendam a esse interesse, isto é,
para o desenvolvimento sustentável do país. Mais recentemente, a Lei nº cujas especificações sejam adequadas tanto em termos de qualidade,
12.187, de 29 de novembro de 2009, adotou o uso do poder de compra do funcionalidade e preço, quanto aos princípios e deveres do Estado, defini-
Estado como importante instrumento para implementar a política de mu- dos na Constituição Federal. Ou seja, a Administração tem o dever de
danças climáticas, in verbis: selecionar os bens, serviços e obras que sejam vantajosos em um sentido
amplo, considerando não apenas o preço, mas a qualidade, custo com a
“Art. 6o São instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima: utilização e a conformidade com o dever do Estado de proteção ao meio
ambiente, que hoje se traduz em uma política de desenvolvimento susten-
XII – as medidas existentes, ou a serem criadas, que estimulem o desen- tável, ou seja, um desenvolvimento que garanta uma sociedade forte,
volvimento de processos e tecnologias, que contribuam para a redução de saudável e justa, e que observe os limites do meio ambiente, sem compro-
emissões e remoções de gases de efeito estufa, bem como para a adapta- meter o bem estar das gerações futuras.
ção, dentre as quais o estabelecimento de critérios de preferência nas
Conclui-se, portanto, que a inclusão de critérios ambientais às contratações
licitações e concorrências públicas, compreendidas aí as parcerias público-
públicas possibilitará que o estado participe do mercado tanto como con-
privadas e a autorização, permissão, outorga e concessão para exploração
sumidor quanto como regulador, utilizando-se do seu poder de compra
de serviços públicos e recursos naturais, para as propostas que propiciem
como instrumento de justiça social e ambiental, alinhando a sua atuação
maior economia de energia, água e outros recursos naturais e redução da
com os princípios primários do Estado. O uso do poder de compra, o Go-
emissão de gases de efeito estufa e de resíduos;” verno Federal incentivará a produção de bens, serviços e obras sustentá-
veis, de modo que as compras públicas tornar-se-ão um instrumento de
As compras públicas no Brasil movimentam cerca de 10% do PIB, o que fomento de novos mercados, gerando emprego e renda, e servindo ainda
demonstra o grande poder de compra e contratação da Administração para preparar a economia nacional para a competição internacional em
Pública. Tal poder de compra possui enormes potencialidades econômicas, uma área considerada estratégica no novo cenário econômico mundial.
sociais e políticas, podendo desempenhar um papel de destaque na orien-
tação dos agentes econômicos, quanto aos padrões do sistema produtivo e Existe um processo de mudança, em busca da sustentabilidade, que é
do consumo de produtos e serviços ambientalmente sustentáveis incluindo orientado por valores econômicos, sociais e ambientais, e que deve funda-
o estímulo à inovação tecnológica. Esta demanda permanente das entida- mentar o planejamento e as tomadas de decisão. Neste contexto, o proces-
des da administração pública, nas três esferas de governo, por um amplo so licitatório deve ser um suporte nas políticas públicas, ou seja, numa
conjunto de bens, serviços e obras para o seu funcionamento, implica em visão panorâmica dos objetivos perseguidos pelo Estado, a tomada de
um consumo de recursos naturais e causa impacto em todas as etapas decisões de compras públicas deve ser orientada de maneira a maximizar
associadas à produção; transporte; utilização dos produtos; e geração de os recursos de forma a que tanto as áreas meio como as áreas fim desen-
resíduos ou formas de disposição final. Daí a necessidade de racionaliza- volvam os mesmos objetivos e metas no processo.
ção das contratações públicas, que devem primar pela utilização de materi-
Ana Maria Vieira Santos Neto
ais recicláveis, com vida útil mais longa, que contenham menor quantidade
de materiais perigosos ou tóxicos, consumam menor quantidade de maté- Planos de Gestão de Logística Sustentável
rias-prima e energia, e orientem as cadeias produtivas a práticas mais No dia 14 de novembro de 2012 foi publicada, no Diário Oficial da União,
sustentáveis de gerenciamento e gestão. Lembra-se, por oportuno, que, a Instrução Normativa Nº 10 que estabelece as regras para elaboração dos
como defende Affonso Leme Machado, “o Poder Público passou a figurar Planos de Gestão de Logística Sustentável. Esses Planos foram criados
pelo art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012.
não como proprietário dos bens ambientais – águas, ar e solo, fauna e
florestas, patrimônio histórico –, mas como um gestor ou gerente que O que são os Planos de Gestão de Logística Sustentável - PLS?
administra bens que não são dele e, por isso, deve explicar convincente-
mente sua gestão. A aceitação dessa concepção jurídica vai conduzir o Os PLS são ferramentas de planejamento que permitem aos órgãos ou
Poder Público a ter que prestar contas sobre a utilização dos bens de uso entidades estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de
gastos e processos na Administração Pública.
comum do povo”.
Quem deve elaborar?
Como consumidor, a Administração Pública Federal tem a capacidade de
induzir padrões de produção de bens e serviços a partir de critérios, proce-
Todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta,
dimentos administrativos e jurídicos que sinalizem, para seus fornecedores,
autárquica, fundacional e as empresas estatais dependentes.
os patamares de custos e padrões produtivos e tecnológicos mais adequa-
dos sob o ponto de vista da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
Quem são os gestores responsáveis pela elaboração dos PLS?
Assim, à medida que o Estado, enquanto grande consumidor de bens e
serviços, passar a exigir nas suas contratações que os bens, serviços e
Os Secretários-Executivos, no caso de Ministério, ou cargo equivalente no
obras adquiridos estejam dentro de padrões de sustentabilidade, fará com
caso das Autarquias, Fundações e empresas estatais dependentes.
que o setor produtivo se adapte a essas exigências, já que essa se torna
uma condição imprescindível para a participação no mercado das contrata-
Qual o prazo para elaborar os PLSs?
ções públicas.
Por outro lado, adquirir produtos de menor impacto ambiental representa De acordo com a IN Nº 10, de 12/11/2012, os PLS deverão ser elaborados
obter a contratação mais vantajosa, ainda que eventualmente não seja o no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publicação da Instru-
menor preço disponível no mercado quando comparado com o de produtos ção Normativa, ou seja, até 14 de maio de 2013.
convencionais que carecem de atributos fundamentais para atender ao
interesse público da preservação ao meio ambiente e do bem estar social, Qual o conteúdo dos PLS?

Atualidades 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Nos PLS devem constar: VI – uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos na-
turais; e
1) os objetivos do Plano; VII – origem ambientalmente regular dos recursos naturais utiliza-
dos nos bens, serviços e obras.
2) as responsabilidades dos gestores que implementarão o Plano; Art. 5º A administração pública federal direta, autárquica e funda-
cional e as empresas estatais dependentes poderão exigir no instrumento
3) as ações, metas e prazos de execução; 4) os mecanismos de monitora- convocatório para a aquisição de bens que estes sejam constituídos por
mento e avaliação das ações que serão implementadas. material reciclado, atóxico ou biodegradável, entre outros critérios de sus-
tentabilidade.
Além disso, a IN Nº 10 previu um conteúdo mínimo para as ações que serão Art. 6º As especificações e demais exigências do projeto básico ou
elaboradas como: executivo para contratação de obras e serviços de engenharia devem ser
elaboradas, nos termos do art. 12 da Lei nº 8.666, de 1993, de modo a
I - atualização do inventário de bens e materiais do órgão ou entidade e proporcionar a economia da manutenção e operacionalização da edificação
identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição; e a redução do consumo de energia e água, por meio de tecnologias,
práticas e materiais que reduzam o impacto ambiental.
II - práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e Art. 7o O instrumento convocatório poderá prever que o contratado
serviços; adote práticas de sustentabilidade na execução dos serviços contratados e
critérios de sustentabilidade no fornecimento dos bens.
III - responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; Art. 8o A comprovação das exigências contidas no instrumento
e convocatório poderá ser feita mediante certificação emitida por instituição
pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio defini-
IV - ações de divulgação, conscientização e capacitação. do no instrumento convocatório.
§ 1o Em caso de inexistência da certificação referida no caput, o
Como elaborar os PLS? instrumento convocatório estabelecerá que, após a seleção da proposta e
antes da adjudicação do objeto, o contratante poderá realizar diligências
Uma boa dica para começar a elaborar os PLS é consultar a Cartilha de para verificar a adequação do bem ou serviço às exigências do instrumento
Implementação da A3P. Isso porque, como consta da IN Nº 10, a Agenda convocatório.
Ambiental na Administração Pública é um dos programas referenciais do § 2o Caso o bem ou serviço seja considerado inadequado em rela-
PLS. ção às exigências do instrumento convocatório, o contratante deverá apre-
sentar razões técnicas, assegurado o direito de manifestação do licitante
DECRETO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012 vencedor.
Regulamenta o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, para esta- Art. 9o Fica instituída a Comissão Interministerial de Sustentabili-
belecer critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento dade na Administração Pública – CISAP, de natureza consultiva e caráter
nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração públi- permanente, vinculada à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informa-
ca federal, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade ção, com a finalidade de propor a implementação de critérios, práticas e
na Administração Pública – CISAP. ações de logística sustentável no âmbito da administração pública federal
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe direta, autárquica e fundacional e das empresas estatais dependentes.
confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo Art. 10. A CISAP será composta por:
em vista o disposto no art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, I – dois representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento
DECRETA: e Gestão, sendo:
Art. 1o Este Decreto regulamenta o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de a) um representante da Secretaria de Logística e Tecnologia da In-
junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas e diretrizes gerais para a formação, que a presidirá; e
promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contrata- b) um representante da Secretaria de Orçamento Federal;
ções realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e II – um representante do Ministério do Meio Ambiente, que exerce-
fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão rá a vice-presidência;
Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública – CISAP. III – um representante da Casa Civil da Presidência da República;
Art. 2o A administração pública federal direta, autárquica e funda- IV – um representante do Ministério de Minas e Energia;
cional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e contra- V – um representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
tar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade e Comércio Exterior;
objetivamente definidos no instrumento convocatório, conforme o disposto VI – um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
neste Decreto. vação;
Parágrafo Único. A adoção de critérios e práticas de sustentabili- VII – um representante do Ministério da Fazenda; e
dade deverá ser justificada nos autos e preservar o caráter competitivo do VIII – um representante da Controladoria-Geral da União.
certame. § 1o Os membros titulares da CISAP deverão ocupar cargo de Se-
Art. 3o Os critérios e práticas de sustentabilidade de que trata o art. cretário, Diretor ou cargos equivalentes no órgão que representam, possu-
2o serão veiculados como especificação técnica do objeto ou como obriga- indo cada um deles um suplente.
ção da contratada. § 2o Os representantes, titulares e suplentes, dos órgãos referidos
Parágrafo único. A CISAP poderá propor à Secretaria de Logística nos incisos II a VIII do caput serão designados, no prazo de trinta dias
e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e contado da data de publicação deste Decreto, por ato do Ministro de Estado
Gestão o estabelecimento de outras formas de veiculação dos critérios e do Planejamento, Orçamento e Gestão.
práticas de sustentabilidade nas contratações. Art. 11. Compete à CISAP:
Art. 4o São diretrizes de sustentabilidade, entre outras: I – propor à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação:
I – menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, a) normas para elaboração de ações de logística sustentável;
solo e água; b) regras para a elaboração dos Planos de Gestão de Logística
II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de Sustentável, de que trata o art. 16, no prazo de noventa dias a partir da
origem local; instituição da CISAP;
III – maior eficiência na utilização de recursos naturais como água c) planos de incentivos para órgãos e entidades que se destaca-
e energia; rem na execução de seus Planos de Gestão de Logística Sustentável;
IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de d) critérios e práticas de sustentabilidade nas aquisições, contrata-
obra local; ções, utilização dos recursos públicos, desfazimento e descarte;
V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da o-
bra;

Atualidades 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) estratégias de sensibilização e capacitação de servidores para a Administração Pública;
correta utilização dos recursos públicos e para a execução da gestão IV – práticas de racionalização: ações que tenham como objetivo a melho-
logística de forma sustentável; ria da qualidade do
f) cronograma para a implantação de sistema integrado de infor- gasto público e contínua primazia na gestão dos processos;
mações para acompanhar a execução das ações de sustentabilidade; e V – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados
g) ações para a divulgação das práticas de sustentabilidade; e conforme sua
II – elaborar seu regimento interno. constituição ou composição;
Art. 12. A CISAP poderá constituir Grupo de Apoio Técnico, forma- VI – coleta seletiva solidária: coleta dos resíduos recicláveis descartados,
do por técnicos indicados pelos órgãos referidos no art. 10, com o objetivo separados na fonte
de assessorá-la no desempenho de suas funções, nos termos do seu geradora, para destinação às associações e cooperativas de catadores de
regimento interno. materiais recicláveis;
Art. 13. Poderão ser convidados a participar das reuniões da CI- VII – resíduos recicláveis descartados: materiais passíveis de retorno ao
SAP especialistas, pesquisadores e representantes de órgãos e entidades seu ciclo produtivo,
públicas ou privadas. rejeitados pelos órgãos ou entidades da Administração Pública;
Art. 14. A participação na CISAP é considerada prestação de ser- VIII – material de consumo: todo material que, em razão de sua utilização,
viço público relevante, não remunerada. perde
Art. 15. Compete à Secretaria de Logística e Tecnologia da Infor- normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois
mação, como órgão central do Sistema de Serviços Gerais – SISG, expedir anos;
normas complementares sobre critérios e práticas de sustentabilidade, a IX – material permanente: todos os bens e materiais que, em razão de sua
partir das proposições da CISAP. utilização, não
§ 1o As proposições da CISAP serão avaliadas com base nas dire- perdem sua identidade física, mesmo quando incorporados a outros bens,
trizes gerais de logística e compras da administração pública federal. tendo durabilidade superior a
§ 2o A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação exerce- dois anos;
rá a função de Secretaria-Executiva da CISAP. X – inventário físico financeiro: relação de materiais que compõem o esto-
Art. 16. A administração pública federal direta, autárquica e funda- que onde figuram
cional e as empresas estatais dependentes deverão elaborar e implementar a quantidade física e financeira, a descrição, e o valor do bem; e
Planos de Gestão de Logística Sustentável, no prazo estipulado pela Se- XI – compra compartilhada: contratação para um grupo de participantes
cretaria de Logística e Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo: previamente
I – atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identi- estabelecidos, na qual a responsabilidade de condução do processo licita-
ficação de similares de menor impacto ambiental para substituição; tório e gerenciamento da ata de
II – práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de ma- registro de preços serão de um órgão ou entidade da Administração Pública
teriais e serviços; Federal.
III – responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação Capítulo II
do plano; e DOS PLANOS DE GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL
IV – ações de divulgação, conscientização e capacitação. Seção I
Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Aspectos Gerais
Brasília, 5 de junho de 2012; 191o da Independência e 124o da Re- Art. 3º Os PLS são ferramentas de planejamento com objetivos e respon-
pública. sabilidades
definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitora-
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 10, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2012.
mento e avaliação, que permite ao
Estabelece regras para elaboração dos Planos de Gestão de Logística
órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização
Sustentável de que trata o art. 16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho
de gastos e processos na
de 2012, e dáoutras providências.
Administração Pública.
Art. 4º Os PLS devem ser elaborados pelo órgão ou entidade e sua delega-
O SECRETÁRIO DE LOGÍSTICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO ção e aprovação
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, SUBSTI- será de responsabilidade do Secretário-Executivo do respectivo Ministério,
TUTO, no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto no art. 3º da ou cargo equivalente no caso
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, art. 15 do Decreto nº 7.746, de 5 de das Autarquias, Fundações e empresas estatais dependentes.
junho de 2012, resolve: § 1º Os PLS poderão ser subdivididos, a critério de cada órgão ou entidade,
Capítulo I em razão da
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES complexidade de sua estrutura, sendo os resultados consolidados e apre-
Art. 1º Ficam instituídas as regras para elaboração dos Planos de Gestão sentados pela autoridade referida
de Logística no caput deste artigo.
Sustentável - PLS, na Administração Pública Federal direta, autárquica, § 2º Na hipótese de o edifício ser ocupado por mais de um órgão ou entida-
fundacional e nas empresas de, cada PLS
estatais dependentes, conforme determina a alínea “b” do inciso I do art. 11 deverá conter as ações específicas e as compartilhadas que dependam de
do Decreto nº 7.746, de 5 de esforços conjuntos.
junho de 2012. § 3º Na hipótese de o órgão ou entidade não ser autorizado a realizar
Art. 2º Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se: ações de adaptação no
I – logística sustentável: processo de coordenação do fluxo de materiais, de edifício que ocupa, tal impossibilidade deverá ser informada e justificada no
serviços e de PLS.
informações, do fornecimento ao desfazimento, que considera a proteção Seção II
ambiental, a justiça social e o Do Conteúdo
desenvolvimento econômico equilibrado; Art. 5º Os PLS deverão conter, no mínimo:
II – critérios de sustentabilidade: parâmetros utilizados para avaliação e I – atualização do inventário de bens e materiais do órgão ou entidade e
comparação de bens, identificação de
materiais ou serviços em função do seu impacto ambiental, social e econô- similares de menor impacto ambiental para substituição;
mico; II – práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e
III - práticas de sustentabilidade: ações que tenham como objetivo a cons- serviços;
trução de um novo III – responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do
modelo de cultura institucional visando a inserção de critérios de sustenta- plano; e
bilidade nas atividades da IV – ações de divulgação, conscientização e capacitação.

Atualidades 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 6º Deverá ser constituída a Comissão Gestora do Plano de Gestão de autarquias e das fundações, de acordo com o disposto no Decreto nº 5.707,
Logística de 23 de fevereiro de 2006, e
Sustentável, composta por no mínimo três servidores, designados pelos nos planos de capacitação similares, no caso das empresas estatais de-
respectivos titulares dos órgãos ou pendentes.
entidades, no prazo de trinta dias, a contar da publicação desta Instrução Art. 11. As seguintes iniciativas poderão ser observadas na elaboração dos
Normativa. PLS:
§ 1º Os órgãos ou entidades poderão ratificar as comissões já instituídas no I – Programa de Eficiência do Gasto Público - PEG, desenvolvido no âmbito
âmbito das da Secretaria
iniciativas elencadas nos incisos do art. 11 para atender ao disposto no de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
caput deste artigo. - SOF/MP;
§ 2º A Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável terá II – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - Procel, coor-
a atribuição de denado pela
elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de
Art. 7º A elaboração e atualização do inventário de bens móveis deverão Minas e Energia -
ser feitas em SPE/MME;
conformidade com a Instrução Normativa SEDAP nº 205, de 8 de abril de III – Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P, coordenado pela
1988, ou normativo que a Secretaria de
substituir. Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambi-
Parágrafo único O inventário de materiais deverá ser composto pela lista ente - SAIC/MMA;
dos materiais de IV – Coleta Seletiva Solidária, desenvolvida no âmbito da Secretaria-
consumo para uso nas atividades administrativas, adquiridos pelo órgão ou Executiva do
entidade no período de um Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - SE/MDS;
ano, conforme Anexo I. V – Projeto Esplanada Sustentável – PES, coordenado pelo Ministério do
Art. 8º As práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de materiais Planejamento,
e serviços Orçamento e Gestão, por meio da SOF/MP, em articulação com o MMA,
deverão abranger, no mínimo, os seguintes temas: MME e MDS; e
I – material de consumo compreendendo, pelo menos, papel para impres- VI – Contratações Públicas Sustentáveis - CPS, coordenada pelo órgão
são, copos central do Sistema de
descartáveis e cartuchos para impressão; Serviços Gerais – SISG, na forma da Instrução Normativa nº 1, de 19 de
II – energia elétrica; janeiro de 2010, da Secretaria de
III – água e esgoto; Logística e Tecnologia da Informação – SLTI/MP.
IV – coleta seletiva; Parágrafo único. Os Planos de Ação, ou instrumentos similares, das iniciati-
V – qualidade de vida no ambiente de trabalho; vas elencadas
VI – compras e contratações sustentáveis, compreendendo, pelo menos, neste artigo, poderão ser incorporados aos PLS dos órgãos ou entidades.
obras, Capítulo III
equipamentos, serviços de vigilância, de limpeza, de telefonia, de proces- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
samento de dados, de apoio Art. 12. Os PLS deverão ser elaborados e publicados no site dos respecti-
administrativo e de manutenção predial; e vos órgãos ou
VII – deslocamento de pessoal, considerando todos os meios de transporte, entidades no prazo de cento e oitenta dias, contados a partir da publicação
com foco na desta Instrução Normativa.
redução de gastos e de emissões de substâncias poluentes. Art. 13. Os resultados alcançados a partir da implantação das ações defini-
Parágrafo único. As práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de das no PLS
materiais e deverão ser publicados semestralmente no site dos respectivos órgãos ou
serviços constantes no Anexo II poderão ser utilizadas como referência na entidades, apresentando as
elaboração dos PLS. metas alcançadas e os resultados medidos pelos indicadores.
Art. 9º Os PLS deverão ser formalizados em processos e, para cada tema Art. 14. Ao final de cada ano deverá ser elaborado relatório de acompa-
citado no art. 8º, nhamento do PLS de
deverão ser criados Planos de Ação com os seguintes tópicos: forma a evidenciar o desempenho de cada órgão ou entidade, contendo:
I - objetivo do Plano de Ação; I – consolidação dos resultados alcançados; e
II - detalhamento de implementação das ações; II – identificação das ações a serem desenvolvidas ou modificadas para o
III - unidades e áreas envolvidas pela implementação de cada ação e ano subsequente.
respectivos Parágrafo único. Os relatórios deverão ser publicados no site dos respecti-
responsáveis; vos órgãos ou
IV - metas a serem alcançadas para cada ação; entidades e encaminhados eletronicamente à Secretaria Executiva da
V - cronograma de implantação das ações; e CISAP.
VI - previsão de recursos financeiros, humanos, instrumentais, entre outros, Art. 15. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
necessários para Bibliografia
a implementação das ações. Wikipédia, a enciclopédia livre.
§ 1º Para os temas listados no art. 8º, os resultados alcançados serão ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
avaliados
semestralmente pela comissão gestora, utilizando, no mínimo, os indicado-
res elencados no Anexo III.
§ 2º Caso o órgão ou entidade inclua outros temas no PLS deverão ser
definidos os
respectivos indicadores, contendo: nome, fórmula de cálculo, fonte de
dados, metodologia de apuração e
periodicidade de apuração.
Art. 10. As iniciativas de capacitação afetas ao tema sustentabilidade
deverão ser incluídas
no Plano Anual de Capacitação das unidades integrantes da administração
pública federal direta, das

Atualidades 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tipo de mapeamento e identificação da problemática para posteriormente
GESTÃO DE PESSOAS E DO apresentar o diagnóstico.

ATENDIMENTO AO PÚBLICO. Para a garantia do direito das crianças e adolescentes, foram destaca-
dos dez Defensores Públicos que traçaram roteiros de visitas e estratégias
1. Desafios da Ouvidoria Pública no Brasil. de atuação e abordagem da população nas ruas. Uma ação conjunta para
2. Carta de Serviços ao Cidadão. Decreto nº 6.932/2009. atender jovens, crianças e famílias em situação de risco social e pessoal.
3. Lei de Acesso a Informação - Lei 12.527/2011. Esta, contou com articulação entre UNICEF e Ministério dos Direitos Hu-
4. Aprendizagem e Comportamentos Organizacionais. manos.
5. Comunicação Eficaz. Sobre o Congresso, Helia Barbosa disse que espera um resultado mui-
6. Motivação. to positivo a partir deste evento, “ pois o alto nível de competência, capaci-
7. Formação e Desenvolvimento de Equipes. dade intelectual e comprometimento dos colegas, isso significa que o
8. Administração de Conflitos e Gestão da Mudança. Clima e Cultu- conteúdo dos palestrantes e a integração sem dúvida nutrimos enriqueci-
ra Organizacionais. mento e solidificar ainda mais o nosso trabalho", acrescentou.
A Defensora Pública, Daniela Skromov de Albuquerque trouxe a mesa
Os desafios da Defensoria Pública a frente do exercício e do aces- um tema bastante forte: Os desafios da Defensoria de São Paulo no com-
so à cidadania são tema de Congresso bate à violação dos direitos dos usuários de droga e álcool no centro da
cidade, local que se convencionou chamar de" Crackolândia "por abrigar
O segundo dia do III Congresso Nacional de Defensores Públicos da dependentes químicos.
Infância e da Juventude, que está sendo realizado entre os dias 12 a 14 de
Setembro no Hotel Hilton em Belém do Pará contou com momentos excep- “Fazer o enfrentamento de uma situação onde o descaso impera e on-
cionais na programação no período vespertino. de os mais variados tipos de pessoas transitam, trazendo consigo marcas
deixadas pelo abandono e de exposição a inúmeras violações e pessoas
Durante o intervalo entre a apresentação das Mesas 1 e 2 houve a bela em situação de extrema vulnerabilidade, fez com que o trabalho desta
apresentação do grupo folclórico "Boi Bumbá Malhadinho", coordenado Defensoria se intensificasse, mesmo não tendo nenhum tipo de planeja-
Eliana Soares. O grupo é formado por crianças e adolescentes das mais mento estratégico que a situação demandava, porém era necessária aten-
variadas idades. dimentos urgentes, afinal o patrimônio maior da Instituição é o cidadão e
este precisava de atenção em caráter emergencial”, detalhou a Defensora.
Segundo a coordenadora, "é importante a participação de crianças e
jovens neste projeto sócio-educativo, estamos na terceira geração, onde o Durante a tarde, partir de breve diagnóstico, foram articulados vários
maior legado que podemos deixar para esta geração vai além de passar a Órgãos para auxiliarem neste intuito, a princípio, foi feita a abordagem das
cultura paraense a eles, mas também os valores que caracterizam a nossa pessoas, que resultou na elaboração de uma micro cartilha que especifica-
missão como formadores de cidadãos", explica. va pragmaticamente os direitos dos cidadãos e como lidar com situações
de repressão e abuso por parte da Polícia Militar, que estava a realizar uma
O evento contou ainda com a palestra intitulada "Atenção a grandes
truculenta medida de combate ao tráfico de drogas na região. Este trata-
demandas sociais: Defensoria Pública Proativa e Criativa", que evidenciou
mento dado pela Polícia caracterizou muitos relatos de torturas, abusos de
ações da Defensoria Pública do Pará em vários Estados brasileiros através
poder e inúmeros casos de violências mais absurdas possíveis com aque-
de trabalhos realizados junto ao cidadãos de forma efetiva, inovadora e,
les que de vítimas marginalizadas pela ação daqueles que deveriam lhe
principalmente para fins de prevenção e garantia de assistência humaniza-
prestar segurança. Neste sentido, mostrando a todos que além do atendi-
da à população.
mento jurídico, a cartilha vinha no sentido de assegurar a esperança e
Na ocasião, estiveram presentes cerca de 100 congressistas de todo dignidade e, a priori classificar o que era e o que não era permitido, deter-
Brasil. A mesa composta pelos Defensores Públicos Rodrigo de Castro minando com isso, como proceder em caso de ter seus direitos desrespei-
Fuly, do Rio de Janeiro; Andrea Macedo Barreto, do Pará; Daniela Skromov tados.
de Albuquerque, de São Paulo; Hélia Maria Amorim Santos Barbosa, da
“Em a minha visão, é muito importante ampliar este momento de pro-
Bahia, e a frente da coordenação da mesa, esteve Josiane Fruent Bettini
dução de conhecimento durante o Congresso. Fugir um pouco do eixo
Lupion, da Defensoria Pública do Paraná.
Rio/São Paulo e trazer uma discussão até a Região Norte, em específico ao
Para compor o primeiro painel da palestra, a Defensora Pública para- Pará é engrandecedor" , concluiu a Defensora Daniela Albuquerque.
ense, Andrea Macedo trouxe sua experiência frente ao Grupo de Trabalho
Com o tema "Acompanhamento às Unidades de Execução de Medidas
Belo Monte, e retratou seu trabalho realizado na região onde será instalada
Sócioeducativas (UASE), o Defensor Público, Rodrigo de Castro Fuly (RJ),
a Hidrelétrica de Belo Monte. O exposto tratou sobre o Núcleo de Atendi-
trouxe à mesa o relato de sua experiência sobre as unidades de interna-
mento Especializado à Criança e ao Adolescente- NAECA e o atendimento
ções permanentes, temporárias e por sentença.
das famílias que estão condicionadas aos problemas de demanda ambien-
tal, e que seu cumprimento tem como prioridade oportunizar melhores Ele iniciou sua fala justificando que"nossa cultura traz um infeliz históri-
condições às crianças e adolescentes bem como seus familiares. co de práticas vistas como autoritárias pela opinião pública, e que fazem
com que o trabalho da Defensoria seja visto como autoritário, contrariando
"É muito importante sentar e discutir sobre os direitos da crianças e a-
o princípio maior que é o de promover fiscalização judicial. É uma luta
dolescentes partindo da vertente da educação como um direito fundamen-
diária, de afirmação de direitos de uma minoria bastante hostilizada como o
tal. As práticas pensadas a partir do contato e troca de experiências entre
menor infrator e o dependente de drogas”, acrescentou.
os Defensores de outros Estados colaboram pra somar na discussão dos
direitos humanos, e da garantia de fazer com que cada jovem ou cada Para fins de atendimento e resguardo de direitos, segundo Rodrigo
criança tenham atendimento digno", concluiu a Defensora. Fuly, os Defensores do Rio de Janeiro possuem a metodologia de recorrer
aos tribunais superiores, a fim de garantir os direitos dos jovens e crianças.
A Defensora Pública, Hélia Maria Barbosa (BA) trouxe aos congressis-
Possuem como abordagens: primeiramente listagem de atendimento;
tas seu relato documentado em foto e vídeo sobre as ações da Defensoria
análise de prontuários, e inclusão do menor em um banco de dados e
Pública do Estado da Bahia durante os grandes eventos, notadamente no
acompanhamentos que vão desde atendimentos médicos à atendimentos
período do carnaval, onde os mais variados abusos contra crianças e
psicossociais, jurídicos e familiares.
jovens ocorrem nos bastidores da festa, que mobiliza milhares de brincan-
tes de todo país nos dias que precedem o feriado carnavalesco, configura- Ao fim de sua explanação, o Defensor acrescentou que a "excelente
do como pano de fundo para a elaboração de um projeto que visava muito troca de ideias é importante que conheçamos as peculiaridades de cada
mais do que autuação e informação, mas a prevenção de abusos, explora- Estado, assim poderemos aprimorar o nosso trabalho. A dinâmica das
ção sexual e trabalho infantil, com isso, objetivou também servir como um tarefas tem sido satisfatória. Agradeço a oportunidade de poder participar
de uma mesa tão rica quanto essa" , declarou.

Gestão de Pessoas 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao fim das apresentações, a coordenadora da mesa, a Defensora Pú- tência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
blica do Paraná, Josiane Lupion que conduziu todos os debates, fez ques- recursos” (art. 5º, LXXIV, da CF).
tão de parabenizar os expositores dizendo estar "feliz por estar coordenan-
do uma mesa dessas com tantos temas de suma importância e de discus- Para que o Estado pudesse cumprir com esse objetivo, a Constituição
sões de alto nível. Temas valiosos e debates bem construídos, já o poder- inovou ao criar a Defensoria Pública, “instituição essencial à função jurisdi-
mos considerar o Congresso como um grande sucesso", concluiu a Defen- cional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos
sora. Matéria: Myriam Connor. os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV” (art. 134).
Percebe-se que o modelo de assistência jurídica aos necessitados por
Defensoria Pública em Santa Catarina: o desafio da conso-
meio da Defensoria Pública é parte de um processo de afirmação da cida-
lidação do Estado Democrático de Direito dania e consolidação da democracia, estabelecido na Constituição Federal
Alessandro da Silva de 1988.

Defensoria Pública em Santa Catarina: o desafio da consolidação A adoção desse sistema foi objeto de profunda discussão durante a
do Estado Democrático de Direito constituinte, tendo em vista a existência de outros modelos, como a defen-
soria dativa, no qual advogados indicados pela OAB prestam assistência
A Constituição Federal de 1988 refundou o Estado Brasileiro a partir de judiciária. Portanto, não cabe mais questionar se a opção pela Defensoria
bases democráticas. A função jurisdicional foi uma das que mais recebeu Pública foi ou não a mais adequada.
atenção, com significativas modificações, o que revelou a intenção do
constituinte de fortalecer o Estado Democrático de Direito. Como era de se esperar em um Estado Democrático de Direito, esse
foi o caminho seguido pela imensa maioria dos entes federados da nossa
O Poder Judiciário foi transformado com ampliação de sua estrutura República, com a nada honrosa exceção de Santa Catarina, único que
material e de pessoal, modificação da organização institucional e criação de ainda não instituiu a Defensoria Pública.
mecanismos e instrumentos que visaram ampliar o acesso à Justiça e
permitir a solução justa das lides, em prazo razoável. Dentre outros argumentos menos consideráveis, o principal sustenta
que o sistema de defensoria dativa cumpriria de maneira mais eficaz o
O Ministério Público também foi objeto de completa remodelação, pois dever de prestar assistência jurídica aos necessitados.
deixou de ser arrolado como órgão do Poder Executivo, para figurar em um
capítulo à parte daqueles destinados aos demais Poderes, como função O argumento é claramente equivocado, já que a Defensoria Pública vai
essencial à justiça. além da mera atuação em processo judicial e também abrange o papel
preventivo, de orientação e educação. Como instituição goza de autonomia
Segundo Sepúlveda Pertence1, o Ministério Público foi: funcional e administrativa, o que lhe permite inclusive atuar em face do
desvinculado do seu compromisso original com defesa judicial do Erá- poder público.
rio e a defesa dos atos governamentais aos laços de confiança do Executi- Já a defensoria dativa é uma atividade pulverizada, sem uma diretriz de
vo, está agora cercado de contraforte de independência e autonomia que o atuação definida, que se limita à assistência judiciária, pois os advogados
credenciam ao efetivo desempenho de uma magistratura ativa de defesa somente recebem seus honorários do Estado se ajuizarem uma ação.
impessoal da ordem jurídica democrática, dos direitos coletivos e dos
direitos da cidadania. De todo modo, essa discussão não tem sentido, pois se cada cidadão
puder descumprir a Constituição com o singelo argumento de que tem uma
Em explícita oposição ao período autoritário que a antecedeu, a Consti- solução melhor do que a por ela adotada, nosso Estado Democrático de
tuição Federal de 1988 declarou expressamente a existência de direitos Direito estará com os dias contados. A prevalecer a posição catarinense,
sociais e individuais, como liberdade, igualdade, saúde, educação, moradia logo teremos que admitir, por exemplo, que outro Estado possa extinguir o
e segurança. Também estabeleceu como objetivos fundamentais da Repú- Ministério Público e transferir suas funções para os procuradores do estado.
blica a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem pobreza e
livre de preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras Ora, a escolha pelo modelo de Defensoria Pública já foi feita pela
formas de discriminação. Constituição e cabe aos Estados cumprir o que ela estabeleceu!

Preocupada não apenas em estabelecer uma declaração formal de di- O fato é que em nosso estado até as pedras sabem que a grande
reitos, a Constituição também previu uma série de medidas que buscaram resistência, até agora bem sucedida, à criação da Defensoria Pública, se dá
dar efetividade a eles, como a ampliação do acesso à justiça. pela cúpula local da OAB. A defensoria dativa é utilizada em grande medida
como um meio de subsistência para advogados em início de carreira e sua
Mas não bastava garantir o mero acesso à via judiciária, já previsto nas manutenção serve de plataforma eleitoral nas eleições da seccional.
Constituições anteriores, a Carta Cidadã buscou estabelecer o direito de
acesso a uma ordem jurídica justa, que segundo Kazuo Watana- O sistema também abastece os cofres da entidade, que fica com dez
be2 compreende: por cento de todos os valores pagos pelo Estado como honorários aos
defensores dativos. São cerca de três milhões de reais anuais destinados à
1) o direito a informação e perfeito conhecimento do direito substancial OAB a título de indenização pelas despesas com administração da defen-
e à organização de pesquisa permanente a cargo de especialistas e orien- soria dativa. Dinheiro público, cuja utilização não está sujeita a nenhum tipo
tada à aferição constante da adequação entre a ordem jurídica e a realida- de controle externo.
de socioeconômica do País; 2) direito de acesso à justiça adequadamente
organizada e formada por juízes inseridos na realidade social e comprome- Essa postura pequena, de um corporativismo mesquinho, contrária a
tidos com o objetivo de realização da ordem jurídica justa; 3) direito a explícitas manifestações de presidentes do Conselho Federal4, mancha a
preordenação dos instrumentos processuais capazes de promover a efetiva atuação da seccional da OAB em Santa Catarina e é incompatível com a
tutela de direitos; 4) direito à remoção de todos os obstáculos que se ante- grandeza dos posicionamentos que, ao longo da história, essa instituição
ponham ao acesso efetivo à Justiça com tais características. assumiu.

Percebe-se que, além do acesso ao Judiciário, nesse novo modelo há Essa conduta vai de encontro à postura de várias entidades com a
destaque para a educação que visa dar conhecimento acerca dos próprios quais a OAB, em regra, anda de braços dados na defesa das boas causas,
direitos e para o respeito aos direitos dos outros. Assim, o acesso à justiça pois a sociedade catarinense se organizou e apresentou na Assembleia
pode ser encarado como o requisito fundamental - o mais básico dos direi- Legislativa um projeto de lei de iniciativa popular, com 48 mil assinaturas,
tos humanos - de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda para criação da Defensoria Pública.
garantir e não apenas proclamar os direitos de todos3. Além disso, tramitam no Supremo Tribunal Federal duas Ações Diretas
Dessa forma, o acesso à ordem jurídica justa deve alcançar todos os de Inconstitucionalidade que têm por objeto o sistema de defensoria dativa
cidadãos e não somente àqueles que podem pagar por orientação jurídica adotado em Santa Catarina, sendo que na de número 3892 o Procurador
ou para o ajuizamento de ações, visto que cabe ao Estado prestar “assis- Geral da República apresentou parecer no qual afirma que:

Gestão de Pessoas 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A olhos vistos, no Estado de Santa Catarina se ignora o modelo consti- Parágrafo único. Exclui-se da aplicação do disposto no caput:
tucional de instituição autônoma funcional e administrativamente para a I - comprovação de antecedentes criminais;
Defensoria Pública. Em suma, o Estado absolve-se, pelo sistema normativo II - informações sobre pessoa jurídica; e
que adota, do dever de prestar assistência jurídica aos necessitados, III - situações expressamente previstas em lei.
remetendo tal papel a organismo estranho ao corpo estatal. Art. 3o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal não po-
derão exigir do cidadão a apresentação de certidões ou outros documentos
A obstinação de Santa Catarina em permanecer na ilegalidade faz expedidos por outro órgão ou entidade do Poder Executivo Federal, ressal-
lembrar a conhecida anedota da família que foi assistir a parada militar em vado o disposto no parágrafo único do art. 2o. (Vigência)
que o rapaz desfilava. Quando o seu regimento passava, o pai não se § 1o O órgão ou entidade deverá, quando necessário, juntar aos
conteve de orgulho e exclamou: “Puxa, no meio de tanta gente, o nosso autos do respectivo processo administrativo versão impressa da certidão ou
filho é o único com o passo certo!” documento obtido por meio eletrônico.
Também revela o tamanho do desafio que temos pela frente para criar § 2o As certidões ou outros documentos que contenham informa-
e consolidar instituições que são essenciais à afirmação do Estado ções sigilosas do cidadão somente poderão ser obtidas por meio de sua
Democrático de Direito, em meio à resistência daqueles que, na expressão autorização expressa.
de Raymundo Faoro, ex-presidente do Conselho Federal da OAB, insistem § 3o Quando não for possível a obtenção de atestados, certidões e
em se considerar donos do poder5. documentos comprobatórios de regularidade de situação diretamente do
órgão ou entidade expedidora, os fatos poderão ser comprovados mediante
1 Apud MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 23. ed. São declaração escrita e assinada pelo cidadão, que, em caso de declaração
Paulo: Atlas, 2008. p. 602. falsa, ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis.
2 WATANABE, Kazuo. Acesso à justiça e sociedade moderna. São Art. 4o No âmbito da administração pública federal, os órgãos e
Paulo: RT, 1988. p. 128. entidades gestores de base de dados oficial colocarão à disposição dos
órgãos e entidades públicos interessados as orientações para acesso às
3 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à justiça. Tradução informações constantes dessas bases de dados, observadas as disposi-
Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris, 2002. p. 11-12. ções legais aplicáveis e as diretrizes, orientações e procedimentos estabe-
lecidos pelo Comitê Executivo do Governo Eletrônico, criado pelo Decreto
4 Brasília, 17/11/2004 - O presidente nacional da Ordem dos Advoga-
de 18 de outubro de 2000.
dos do Brasil, Roberto Busato, defendeu hoje (17) a concessão de maior
Art. 5o No atendimento aos requerimentos do cidadão, os órgãos e
autonomia à Defensoria Pública, um dos itens da Reforma do Judiciário
entidades do Poder Executivo Federal observarão as seguintes práticas:
previstos para serem votados logo mais pelo Senado Federal. “A autonomia
I - gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania, nos
funcional e administrativa para a defensoria pública é perfeitamente cabível.
termos da Lei no 9.265, de 12 de fevereiro de 1996;
Mais do que cabível, é necessária”, afirmou Busato, certo do avanço do
II - padronização de procedimentos referentes à utilização de for-
Senado também neste campo. (...) In “Busato defende maior autonomia
mulários, guias e outros documentos; e
para Defensoria Pública”. http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=3180 .
III - vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos
Brasília, 25/02/2007 – (...) Na ocasião, Brito também lembrou que é do serviços de protocolo, salvo quando o órgão ou entidade for manifestamen-
Estado a tarefa de garantir o acesso à Justiça e, por meio das defensorias te incompetente.
públicas, assegurar assistência aos mais necessitados. E garantiu que a § 1o Na ocorrência da hipótese referida no inciso III, os serviços de
OAB cobrará esses compromissos. In “Defensores Públicos agradecem protocolo deverão prover as informações e orientações necessárias para que o
apoio de Cezar Britto”. http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=9086 . cidadão possa dar andamento ao requerimento.
§ 2o Após a protocolização do requerimento, caso o agente públi-
5 Cf. FAORO, Raymundo. Os donos do poder. Formação do patronato co verifique que o órgão ou entidade é incompetente para o exame ou
político brasileiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Globo, 2001. decisão da matéria, este deverá providenciar a remessa imediata do reque-
DECRETO Nº 6.932, DE 11 DE AGOSTO DE 2009. rimento ao órgão ou entidade competente.
Dispõe sobre a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, § 3o Quando a remessa referida no § 2o não for possível, o inte-
ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos ressado deverá ser comunicado imediatamente do fato para adoção das
no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providên- providências a seu cargo.
cias. Art. 6o As exigências necessárias para o requerimento serão feitas
desde logo e de uma só vez ao interessado, justificando-se exigência
posterior apenas em caso de dúvida superveniente.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
Art. 7o Não será exigida prova de fato já comprovado pela apre-
confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
sentação de outro documento válido.
DECRETA:
Art. 8o Para complementar informações ou solicitar esclarecimen-
Art. 1o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal obser-
tos, a comunicação entre o órgão ou entidade e o interessado poderá ser
varão as seguintes diretrizes nas relações entre si e com o cidadão:
feita por qualquer meio, inclusive comunicação verbal, direta ou telefônica,
I - presunção de boa-fé;
correspondência, telegrama, fax ou correio eletrônico, registrando-se a
II - compartilhamento de informações, nos termos da lei;
circunstância no processo, caso necessário.
III - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, cer-
Art. 9o Salvo na existência de dúvida fundada quanto à autentici-
tidões e documentos comprobatórios de regularidade;
dade e no caso de imposição legal, fica dispensado o reconhecimento de
IV - racionalização de métodos e procedimentos de controle;
firma em qualquer documento produzido no Brasil destinado a fazer prova
V - eliminação de formalidades e exigências cujo custo econômico
junto a órgãos e entidades da administração pública federal, quando assi-
ou social seja superior ao risco envolvido;
nado perante o servidor público a quem deva ser apresentado.
VI - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar
Art. 10. A juntada de documento, quando decorrente de disposi-
processos e procedimentos de atendimento ao cidadão e a propiciar melho-
ção legal, poderá ser feita por cópia autenticada, dispensada nova confe-
res condições para o compartilhamento das informações;
rência com o documento original.
VII - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o
§ 1o A autenticação poderá ser feita, mediante cotejo da cópia
uso de siglas, jargões e estrangeirismos; e
com o original, pelo próprio servidor a quem o documento deva ser apre-
VIII - articulação com Estados, Distrito Federal, Municípios e outros
sentado.
poderes para a integração, racionalização, disponibilização e simplificação
§ 2o Verificada, a qualquer tempo, falsificação de assinatura ou de
de serviços públicos prestados ao cidadão.
autenticação de documento público ou particular, o órgão ou entidade
Art. 2o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que ne-
considerará não satisfeita a exigência documental respectiva e, dentro do
cessitarem de documentos comprobatórios de regularidade de situação do
prazo máximo de cinco dias, dará conhecimento do fato à autoridade com-
cidadão, atestados, certidões ou outros documentos comprobatórios que
petente para adoção das providências administrativas, civis e penais cabí-
constem em base de dados oficial da administração pública federal deverão
veis.
obtê-los diretamente do respectivo órgão ou entidade.
Gestão de Pessoas 3 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 11. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que Art. 15. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão pode-
prestam serviços diretamente ao cidadão deverão elaborar e divulgar “Carta rá dispor sobre a implementação do disposto neste Decreto, inclusive sobre
de Serviços ao Cidadão”, no âmbito de sua esfera de competência. mecanismos de acompanhamento, avaliação e incentivo.
§ 1o A Carta de Serviços ao Cidadão tem por objetivo informar o Art. 16. O servidor civil ou militar que descumprir as normas conti-
cidadão dos serviços prestados pelo órgão ou entidade, das formas de das neste Decreto estará sujeito às penalidades previstas, respectivamen-
acesso a esses serviços e dos respectivos compromissos e padrões de te, na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei no 6.880, de 9 de
qualidade de atendimento ao público. dezembro de 1980.
§ 2o A Carta de Serviços ao Cidadão deverá trazer informações Parágrafo único. O cidadão que tiver os direitos garantidos neste
claras e precisas em relação a cada um dos serviços prestados, em espe- Decreto desrespeitados poderá fazer representação junto à Controladoria-
cial as relacionadas com: Geral da União.
I - o serviço oferecido; Art. 17. Cabe à Controladoria-Geral da União e aos órgãos inte-
II - os requisitos, documentos e informações necessários para a- grantes do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal zelar
cessar o serviço; pelo cumprimento do disposto neste Decreto, bem como adotar as provi-
III - as principais etapas para processamento do serviço; dências para a responsabilização dos dirigentes e dos servidores que
IV - o prazo máximo para a prestação do serviço; praticarem atos em desacordo com as disposições aqui estabelecidas.
V - a forma de prestação do serviço; Art. 18. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal terão
VI - a forma de comunicação com o solicitante do serviço; e prazo de cento e oitenta dias, após a publicação deste Decreto, para cum-
VII - os locais e formas de acessar o serviço. prir o disposto no art. 4o.
§ 3o Além das informações descritas no § 2o, a Carta de Serviços Art. 19. Este Decreto entra em vigor:
ao Cidadão deverá detalhar os padrões de qualidade do atendimento I - trezentos e sessenta dias após a data de sua publicação, em re-
relativos aos seguintes aspectos: lação ao art. 3o; e
I - prioridades de atendimento; II - na data de sua publicação, em relação aos demais dispositi-
II - tempo de espera para atendimento; vos.
III - prazos para a realização dos serviços; Art. 20. Ficam revogados os Decretos nos 63.166, de 26 de agosto
IV - mecanismos de comunicação com os usuários; de 1968, 64.024-A, de 27 de janeiro de 1969, e 3.507, de 13 de junho de
V - procedimentos para receber, atender, gerir e responder às su- 2000.
gestões e reclamações; Brasília, 11 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da
VI - fornecimento de informações acerca das etapas, presentes e República.
futuras, esperadas para a realização dos serviços, inclusive estimativas de
prazos;
VII - mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca das
etapas, cumpridas e pendentes, para a realização do serviço solicitado; LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
VIII - tratamento a ser dispensado aos usuários quando do atendi- Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
mento; 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Consti-
IX - requisitos básicos para o sistema de sinalização visual das u- tuição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
nidades de atendimento; 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositi-
X - condições mínimas a serem observadas pelas unidades de a- vos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras provi-
tendimento, em especial no que se refere a acessibilidade, limpeza e con-
dências.
forto;
XI - procedimentos alternativos para atendimento quando o siste-
ma informatizado se encontrar indisponível; e A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
XII - outras informações julgadas de interesse dos usuários. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 4o A Carta de Serviços ao Cidadão será objeto de permanente CAPÍTULO I
divulgação por meio de afixação em local de fácil acesso ao público, nos DISPOSIÇÕES GERAIS
respectivos locais de atendimento, e mediante publicação em sítio eletrôni- Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observa-
co do órgão ou entidade na rede mundial de computadores. dos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garan-
Art. 12. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal deve- tir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II
rão aplicar periodicamente pesquisa de satisfação junto aos usuários de do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
seus serviços e utilizar os resultados como subsídio relevante para reorien- Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
tar e ajustar os serviços prestados, em especial no que se refere ao cum- I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Po-
primento dos compromissos e dos padrões de qualidade de atendimento deres Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e
divulgados na Carta de Serviços ao Cidadão. do Ministério Público;
§ 1o A pesquisa de satisfação objetiva assegurar a efetiva partici- II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
pação do cidadão na avaliação dos serviços prestados, possibilitar a identi- sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou
ficação de lacunas e deficiências na prestação dos serviços e identificar o indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
nível de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados. Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às en-
§ 2o Os órgãos e as entidades do Poder Executivo Federal deve- tidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações
rão divulgar, anualmente, preferencialmente na rede mundial de computa- de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou medi-
dores, os resultados da avaliação de seu desempenho na prestação de ante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios,
serviços ao cidadão, especialmente em relação aos padrões de qualidade acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
do atendimento fixados na Carta de Serviços ao Cidadão. Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entida-
Art. 13. O Programa Nacional da Gestão Pública e Desburocrati- des citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e
zação - GESPÚBLICA, instituído pelo Decreto no 5.378, de 23 de fevereiro à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam
de 2005, colocará à disposição dos órgãos e entidades do Poder Executivo legalmente obrigadas.
Federal interessados, gratuitamente, metodologia para elaboração da Carta de Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a asse-
Serviço ao Cidadão e instrumento padrão de pesquisa de satisfação. gurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executa-
Art. 14. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que dos em conformidade com os princípios básicos da administração pública e
prestam serviços diretamente aos cidadãos deverão envidar esforços para com as seguintes diretrizes:
manter esses serviços disponíveis às Centrais de Atendimento ao Cidadão I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
estaduais, municipais e do Distrito Federal. exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independen-
temente de solicitações;

Gestão de Pessoas 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnolo- § 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por
gia da informação; ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
administração pública; § 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles
V - desenvolvimento do controle social da administração pública. contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato admi-
Art. 4o Para os efeitos desta Lei, considera-se: nistrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utiliza- § 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formu-
dos para produção e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer lado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamenta-
meio, suporte ou formato; da, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que desta Lei.
seja o suporte ou formato; § 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o inte-
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à res- ressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sindicân-
trição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segu- cia para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
rança da sociedade e do Estado; § 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o respon-
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural iden- sável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez)
tificada ou identificável; dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à pro- Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, inde-
dução, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, pendentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no
transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou
avaliação, destinação ou controle da informação; geral por eles produzidas ou custodiadas.
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser conhe- § 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-
cida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados; verão constar, no mínimo:
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido produ- I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços
zida, expedida, recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipa- e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público;
mento ou sistema; II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, inclusi- financeiros;
ve quanto à origem, trânsito e destino; III - registros das despesas;
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, com IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusi-
o máximo de detalhamento possível, sem modificações. ve os respectivos editais e resultados, bem como a todos os contratos
Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informa- celebrados;
ção, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão. projetos e obras de órgãos e entidades; e
CAPÍTULO II VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entida-
Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas des públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de
as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a mundial de computadores (internet).
ela e sua divulgação; § 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamen-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, au- to, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
tenticidade e integridade; e I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o aces-
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, ob- so à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de
servada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual restri- fácil compreensão;
ção de acesso. II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos ele-
Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, trônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto,
entre outros, os direitos de obter: de modo a facilitar a análise das informações;
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de aces- III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em
so, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a infor- formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
mação almejada; IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou da informação;
acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos V - garantir a autenticidade e a integridade das informações dispo-
públicos; níveis para acesso;
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou enti- VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
dade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entida- VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comu-
des, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; nicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detento-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; ra do sítio; e
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entida- VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade
des, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os
utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
VII - informação relativa: no 186, de 9 de julho de 2008.
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos progra- § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi-
mas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se
indicadores propostos; refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e
contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado median-
informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- te:
cos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e en-
de e do Estado. tidades do poder público, em local com condições apropriadas para:
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;

Gestão de Pessoas 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respecti- servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em
vas unidades; risco a conservação do documento original.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informa- Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de
ções; e negativa de acesso, por certidão ou cópia.
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à par- Seção II
ticipação popular ou a outras formas de divulgação. Dos Recursos
CAPÍTULO III Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra
Seção I a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
Do Pedido de Acesso Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquica-
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso mente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se manifes-
a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por tar no prazo de 5 (cinco) dias.
qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do reque- Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades
rente e a especificação da informação requerida. do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identifi- Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
cação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem a solicita- I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for nega-
ção. do;
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar al- II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcial-
ternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios mente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou
oficiais na internet. a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos de- desclassificação;
terminantes da solicitação de informações de interesse público. III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa esta-
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder belecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
o acesso imediato à informação disponível. IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimen-
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma tos previstos nesta Lei.
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à
prazo não superior a 20 (vinte) dias: Controladoria-Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efe- menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a
tuar a reprodução ou obter a certidão; decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parci- § 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controla-
al, do acesso pretendido; ou doria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que adote as
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o § 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de
remessa de seu pedido de informação. Informações, a que se refere o art. 35.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação
(dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o de informação protocolado em órgão da administração pública federal,
requerente. poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e das competências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá ofere- previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
cer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de § 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido
que necessitar. às autoridades mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informa- menos uma autoridade hierarquicamente superior à autoridade que exarou
ção total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser informado sobre a decisão impugnada e, no caso das Forças Armadas, ao respectivo Co-
a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, mando.
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreci- § 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto
ação. a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à
§ 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida Comissão Mista de Reavaliação de Informações prevista no art. 35.
nesse formato, caso haja anuência do requerente. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de
formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso univer- documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes
sal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi-
se poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimen- tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser informado
to esse que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu sobre o andamento de seu pedido.
fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios Art. 19. (VETADO).
para realizar por si mesmo tais procedimentos. § 1o (VETADO).
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratui- § 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
to, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo órgão ou enti- marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministé-
dade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusiva- rio Público, respectivamente, as decisões que, em grau de recurso, nega-
mente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos rem acesso a informações de interesse público.
materiais utilizados. Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784,
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem CAPÍTULO IV
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
no 7.115, de 29 de agosto de 1983. Seção I
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- Disposições Gerais
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deverá ser Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à
oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
original. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem so-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o in- bre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por
teressado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser
objeto de restrição de acesso.

Gestão de Pessoas 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses le- gê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação
gais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo indus- não autorizados.
trial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências neces-
ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o sárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as
poder público. normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para trata-
Seção II mento de informações sigilosas.
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em ra-
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- zão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades de trata-
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações mento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para
cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: que seus empregados, prepostos ou representantes observem as medidas
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade e procedimentos de segurança das informações resultantes da aplicação
do território nacional; desta Lei.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as Seção IV
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação
caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da ad-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; ministração pública federal é de competência: (Regulamento)
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
monetária do País; a) Presidente da República;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos b) Vice-Presidente da República;
das Forças Armadas; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogati-
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvol- vas;
vimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
ou áreas de interesse estratégico nacional; e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autorida- exterior;
des nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos ti-
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de inves- tulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de
tigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou economia mista; e
repressão de infrações. III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS
observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de
da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação específica de cada
secreta ou reservada. órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, § 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela
produção e são os seguintes: autoridade responsável a agente público, inclusive em missão no exterior,
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; vedada a subdelegação.
II - secreta: 15 (quinze) anos; e § 2o A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecreto
III - reservada: 5 (cinco) anos. pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I deverá ser
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo previsto em
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônjuges e regulamento.
filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o § 3o A autoridade ou outro agente público que classificar informa-
término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso de reelei- ção como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que trata o art. 28
ção. à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art.
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser es- 35, no prazo previsto em regulamento.
tabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência de deter- Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo
minado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máxi- deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes
mo de classificação. elementos:
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento I - assunto sobre o qual versa a informação;
que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de II - fundamento da classificação, observados os critérios estabele-
acesso público. cidos no art. 24;
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias,
sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado o ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites previstos no art.
critério menos restritivo possível, considerados: 24; e
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do IV - identificação da autoridade que a classificou.
Estado; e Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina mesmo grau de sigilo da informação classificada.
seu termo final. Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela auto-
Seção III ridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento,
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, obser-
informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, asseguran- vado o disposto no art. 24. (Regulamento)
do a sua proteção. (Regulamento) § 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as
§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classifi- peculiaridades das informações produzidas no exterior por autoridades ou
cada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de agentes públicos.
conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regula- § 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exami-
mento, sem prejuízo das atribuições dos agentes públicos autorizados por nadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de danos
lei. decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obri- § 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o
gação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua produ-
§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se- ção.
rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a prote-

Gestão de Pessoas 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publica- § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do
rá, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veiculação devido processo legal, as condutas descritas no caput serão considera-
de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento: das:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últi- I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
mos 12 (doze) meses; transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles esta-
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com belecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção
identificação para referência futura; penal; ou
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de in- II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
formação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informações gené- 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apena-
ricas sobre os solicitantes. das, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publica- § 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente
ção prevista no caput para consulta pública em suas sedes. público responder, também, por improbidade administrativa, conforme o
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de infor- disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
mações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e dos de 1992.
fundamentos da classificação. Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informa-
Seção V ções em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder público e
Das Informações Pessoais deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes san-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de ções:
forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e I - advertência;
imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. II - multa;
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas III - rescisão do vínculo com o poder público;
à intimidade, vida privada, honra e imagem: IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de contratar com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois)
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de anos; e
produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a ad-
se referirem; e ministração pública, até que seja promovida a reabilitação perante a própria
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros autoridade que aplicou a penalidade.
diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas § 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
se referirem. cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
artigo será responsabilizado por seu uso indevido. § 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
quando as informações forem necessárias: prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver físi- base no inciso IV.
ca ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o § 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência
tratamento médico; exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da abertura de vista.
da pessoa a que as informações se referirem; Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente
III - ao cumprimento de ordem judicial; pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada ou
IV - à defesa de direitos humanos; ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais,
V - à proteção do interesse público e geral preponderante. cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou
§ 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física
prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer natureza com
informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recupe- órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
ração de fatos históricos de maior relevância. submeta a tratamento indevido.
§ 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamen- CAPÍTULO VI
to de informação pessoal. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO V Art. 35. (VETADO).
DAS RESPONSABILIDADES § 1o É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilida- ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, sobre o
de do agente público ou militar: tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá competência
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta para:
Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencio- I - requisitar da autoridade que classificar informação como ultras-
nalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; secreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou integral da infor-
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, mação;
desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas,
encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, observado o
razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como ul-
informação; trassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional ou à
indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; integridade do território nacional ou grave risco às relações internacionais
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de ter- do País, observado o prazo previsto no § 1o do art. 24.
ceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; § 2o O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renova-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informa- ção.
ção sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e § 3o A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1o deverá
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concer- ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação prevista no
nentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agentes do art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos ou secretos.
Estado.

Gestão de Pessoas 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 4o A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o implicará a de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
desclassificação automática das informações. “Art. 116. ...................................................................
§ 5o Regulamento disporá sobre a composição, organização e VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, obser- conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de
vado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e demais disposi- envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente
ções desta Lei. (Regulamento) para apuração;
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de trata- Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990,
dos, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e recomendações passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
constantes desses instrumentos. “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institu- ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quan-
cional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credencia- do houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade compe-
mento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento) tente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de se- improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do
gurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento exercício de cargo, emprego ou função pública.”
de informações sigilosas; e Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aque- em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta
las provenientes de países ou organizações internacionais com os quais a Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art.
República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou 9o e na Seção II do Capítulo III.
qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério Art. 46. Revogam-se:
das Relações Exteriores e dos demais órgãos competentes. I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, orga- II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
nização e funcionamento do NSC. Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novem- data de sua publicação.
bro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurídica, cons- Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e
tante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de o
123 da República.
caráter público.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reava-
liação das informações classificadas como ultrassecretas e secretas no APRENDIZAGEM E COMPORTAMENTOS ORGANIZA-
prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta
Lei.
CIONAIS
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições previstos COMPORTAMENTOS ORGANIZACIONAIS Amanda C. Ribeiro e Mariana
nesta Lei. Cadore COMPORTAMENTOS ORGANIZACIONAIS •Formalismo: atua nas
§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação pessoas de forma padronizada e comportamento estabelecido por outros,
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão sendo este um superior;
Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.
§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto •Impessoalidade: não são as pessoas que se relacionam entre si, mas sim
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da legis- os cargos e funções que se comunicam;
lação precedente.
§ 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas •Profissionalismo: as pessoas têm que ser especializadas em determinadas
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, automati- carreiras; Modelos organizacionais: Organizações contemporâneas:
camente, de acesso público. As organizações estão cada vez mais motivando seus colaboradores.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Os resultados empresariais mostram que com isso há mais satisfação em
Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da administração públi- seus clientes.
ca federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as A globalização da economia impôs modelos na gestão das organizações
seguintes atribuições: que traz maior participação e autonomia dos colaboradores.
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a in-
formação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; Atualmente as empresas dependem da inovação para prosseguir no mer-
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar cado, sendo esta uma contribuição humana. Para isso, o processo educa-
relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; cional tem que, não só compreender o desenvolvimento humano mas sim
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao entender suas habilidades, para assim entender a organização como um
aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao correto sistema aberto. APRENDIZAGEM Segundo Mednick (1973) Aprendizado
cumprimento do disposto nesta Lei; e no ambiente familiar: De acordo com Lenhard (1985), a família monopoliza
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumpri- as possibilidades de experiência da criança, que varia conforme os costu-
mento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. mes onde ela vive.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
tração pública federal responsável: O desempenho escolar depende do nível de conhecimentos que ela traz do
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo- lar. “O que a criança quer depende do que vê os outros quererem; a sua
mento à cultura da transparência na administração pública e conscientiza- vontade organiza-se em função dos padrões mentais da família.” Podem-se
ção do direito fundamental de acesso à informação; observar certas características: A aprendizagem decorre da pratica; A
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao de- mudança produzida é quase permanente; O processo resulta em mudança
senvolvimento de práticas relacionadas à transparência na administração de comportamento; O processo de aprendizagem não é diretamente obser-
pública; vável; A aprendizagem não é diretamente observável: Só é possível com-
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da adminis- provar o sucesso da aprendizagem quando o indivíduo exerce a atividade
tração pública federal, concentrando e consolidando a publicação de infor- para a qual foi treinado. A prática: Permanência do comportamento adquiri-
mações estatísticas relacionadas no art. 30; do: Mudança de comportamento: Só se aprende aquilo que se praticou
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório a- repetidamente até alcançar
nual com informações atinentes à implementação desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.

Gestão de Pessoas 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o nível desejado de perícia. A permanência de um novo comportamento atue cada vez mais em equipe e transpareça naturalidade, segurança,
está diretamente relacionada à permanência da recompensa daí decorren- persuasão, credibilidade e fidedignidade, levando as empresas a oferecer
te. “ A aprendizagem é apenas uma das variáveis que influenciam o de mais transparência na prestação de serviço.
sempenho.”Nem toda a alteração de comportamento corresponde a uma
aprendizagem. Ao contrário, a aprendizagem é que será observada por Um outro efeito deste processo macroeconômico é a necessidade de
meio da mudança de comportamento. Aprendizado no ambiente escolar: segurança na transmissão de informações a clientes e parceiros, dado a
Segundo Enguita (1989), a escola realiza um tipo de preparação para o insegurança geral em que vivemos. Para tanto, a contratação de profissio-
trabalho que a família não é capaz de fazer. Atualmente experimentam-se nais exige que estes sejam cada vez mais especializados em comunicação,
mudanças nas formas de legitimar o poder e de controlar equipes, tornan- capaz de realizar mediações entre diferentes públicos internos e externos
do-as mais participativas. respondendo as expectativas da assistência, de uma forma objetiva e
coerente.
O modelo educacional da Revolução Industrial está ultrapassado, visto que
se baseia na obediência cega e na padronização em oposição à criativida- A pluralidade mercadológica, a competitividade social, a busca acirrada
de. Esforço nesse sentido foi feito por Carl Rogers, defensor de uma a- pelo desenvolvimento de produtos e marcas com qualidade e funcionalida-
prendizagem centrada na pessoa. Para ele, a boa aprendizagem ocorre de respondendo as expectativas de consumo, necessita de profissionais
quando estão presentes as seguintes condições: Autenticidade do profes- capacitados com um bom exercício da comunicação, sendo este profissio-
sor: deve ser uma pessoa coerente e transparente; Aceitação e compreen- nal capaz de oferecer informações reais que atendam as solicitações do
são: aceitar os alunos como são, e não como gostaria que fossem; Recur- consumidor o deixando altamente seguro do produto que adquiriu.
sos disponíveis: deve expor seu conhecimento e experiência da disciplina;
Motivo fundamental: o bom aprendizado ocorrerá quando o professor Para tanto é preciso investir em atualização, pós-graduação, redefinir
desenvolver uma relação que permita aos alunos tomarem conhecimento políticas, estratégias e metas por parte da empresa, bem como recorrer a
dos reais problemas de suas vidas. A socialização dos indivíduos: assessorias e consultorias por profissionais capacitados a diagnosticar
falhas, a gerenciar conflitos e a propor soluções.
Geralmente tem início no seio da família, na escola e instituições sociais Neste sentido, por meio de consultorias. assessoria e treinamentos, por
muito presentes na vida das pessoas. Por isso é fundamental entender exemplo, podemos conhecer o perfil comunicativo de determinada empresa
como elas intervêm no processo de aprendizagem comportamental. Com- e traçar um planejamento para desenvolver ou simplesmente lapidar as
portamento Inovador habilidades comunicativas dos colaboradores em prol da credibilidade e
O ambiente organizacional tem que ser favorável para possível inovação, efetividade nas relações e negociações da corporação.
importância da atitude de aprendizado, liderança, trabalho em equipe,
comunicação participativa e prazer em realizar o trabalho. Obstáculos ao Por meio de consultorias, internas ou externas, levanta-se o perfil do contri-
comportamento inovador As pessoas que não têm domínio de conhecimen- buinte, e as competências que deveria possuir na área de comunicação.
tos relacionados ao seu trabalho, dificilmente terá comportamento inovador. Após o diagnóstico, trabalham-se os pontos falhos e potencializam-se as
São pessoas que não cultivam o habito de pensar e preferem soluções habilidades comunicativas existentes em cada indivíduo, que muitas vezes
prontas, ou que sofrem de bloqueio mental diante da opinião o líder. A não são valorizadas no cotidiano sistêmico em que este está inserido.
realização de um trabalho estrutura alienada é um fator essencial na forma- Mas será que atualmente este cuidado com as informações e meios comu-
ção de comportamentos motivados exclusivamente por ganhos financeiros. nicativos de multimídia de grande massa é realizado? Vejamos, quando
você liga na central de atendimento ao consumidor daquele cartão de
Uma educação voltada para especialização tecnológica produz profissio- crédito que adquiriu. Atende uma gravação, normalmente com uma voz
nais alienados em relação ao todo da organizacional. Alienação e compor- feminina, que oferece um menu de opções, no entanto, algumas vezes as
tamento organizacional: O líder como educador As empresas estão inves- opções não correspondem ao seu desejo, então você aguarda até a opção
tindo cada vez mais em capital intelectual, para com isso atrair e preservar fale com um “dos nossos atendentes”.
o conhecimento, assim adquirindo novas inovações por meio da criativida-
de. Coloca-se em prática um exercício de paciência e educação, afinal de
contas, o consumidor deseja que todas as suas dúvidas sejam sanadas por
Ensinar é promover condições para que os conhecimentos sejam construí- meio de respostas rápidas. Mas não acaba por aí, você é obrigado a escu-
dos pelo aprendiz. O líder promove a construção do conhecimento e propõe tar uma musiquinha e ficar com o telefone ocupado por alguns, quando não
desafios, acompanha a realização das tarefas, avalia criticamente. muitos, minutos.
Para ensinar, o líder deve pensar certo, respeitando os saberes do liderado Após um tempo, o atendente informa o seu nome, menciona que a grava-
e sua consciência crítica, ao ensinar o líder deverá partir do nível de conhe- ção está sendo registrada e você já prestes a explodir por ficar ao telefone
cimento em que se encontra o liderado. com pendências outras a resolver, verbaliza sua insatisfação por algum
serviço prestado, então o atendente diz que não pode resolver, que a
central não é a responsável por aquele tipo de informação e sugere que
ligue novamente e digite a tecla “x”. Neste momento sua paciência foi para
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EFICAZ NO SÉCULO XXI o espaço! Você já pagou por um produto, e sabe que ao invés de resolver
Fonoaudióloga Roberta, seu problema a preocupação do atendente é cumprir uma meta de ligações
que pouco tem haver com sua satisfação. Não adianta nem explodir com o
A comunicação, desde os primórdios, é um instrumento de integração, atendente, que é em última análise, menos que um parafuso nesta máquina
instrução, troca mútua e desenvolvimento entre as pessoas em quaisquer de moer gente.
atividades realizadas. Com o passar dos tempos, este novo milênio vem
exigindo cada vez mais das peculiaridades e capacitações do ser humano, Neste cenário corriqueiro brasileiro, as empresas ainda pecam no atendi-
sendo a forma como nos comunicamos a ferramenta mais importante no mento, principalmente na pós-venda, esquecendo que o termo comunica-
processo de expansão das organizações em todo o mundo. ção significa “colocar em comum”, compartilhar informações e ideias. E
todos aqueles valores, competências, “know how” empresarial mencionado,
A partir da primeira metade dos anos 90 o contexto social mercadológico aliás, compartilhado, no momento do atendimento para a venda, não exis-
passou por incríveis mutações, em decorrência das mudanças sociais, tem mais. Sendo substituídos por insatisfação, falta de credibilidade e
políticas e econômicas. A globalização, essa transformação social maciça respeito.
na realidade capitalista, acirrou a competitividade entre as corporações, e
também entre as pessoas, à procura de estabilidade financeira e mercantil. Por meio de estratégias comunicativas elaboradas conjuntamente por uma
equipe transdisciplinar de profissionais da comunicação, pode-se propiciar
Neste sentido, a sociedade globalizada atual demanda que o profissional a integração e motivação de todas as equipes; capacitar os participantes a

Gestão de Pessoas 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
realizar boas apresentações, de forma a elaborar e organizar o discurso de FIGURA 1 O processo da motivação.
forma objetiva, com início, meio e fim; fazendo uso da palavra de forma Motivo Comportament Necessidade
lícita a identidade da empresa. Afinal de contas, saber O QUE falar é tão o humana
importante como saber COMO falar. (tensão)
(atividade) (redução da
por exemplo,
É importante conscientizar as empresas sobre a importância da comunica- estudar, tensão)
desejo de
ção empática e natural, seja através das palavras, seja através do corpo; aprender auto-realização
prosperar
demonstrar posturas, formas de apresentação e vestimentas adequadas a
cada contexto, desta forma, se obtém o equilíbrio entre pensamento, fisio- Para começar, gostaríamos que você fizesse o exercício apresentado a
logia corporal e coerência ao contexto situacional. Afinal de contas, todos seguir, chamado Fatores que me motivam”. Assinale os seis itens da lista
os funcionários são a imagem de uma empresa, mesmo aqueles que não que você acredita serem OS mais importantes em sua motivação para você
realizam o atendimento direto ao cliente. realizar melhor o seu trabalho. Isso deve lhe tomar aproximadamente cinco
minutos.
A comunicação empresarial advém com múltiplas estratégias comunicati- FATORES QUE ME MOTIVAM
vas, com visão e ação transdisciplinar, a qual objetiva a maximização da
informação, sendo esta congruente com os valores, visão e missão da Assinale com um ‘X” os seis itens da lista abaixo que você considera os
empresa, bem como com as estratégias, planejamentos e ações daqueles mais importantes para motivá-lo a realizar melhor seu trabalho.
que compõe a corporação. Neste sentido há a eclosão da comunicação 1. Estabilidade no emprego
eficaz, principal ferramenta inter-relacional entre funcionários, clientes, 2. Respeito por mim como pessoa
fornecedores e parceiros nos processos de negociação. 3. Períodos adequados de descanso ou pausas para café
4. Ótimo salário
A comunicação no século XXI deve ser concebida de forma holística, sendo 5. Boas condições físicas de trabalho
uma ferramenta estratégica de suporte administrativo para quaisquer seto- 6. Oportunidade de realizar trabalho de qualidade
res da empresa. É esta comunicação a maior aliada à ausência de erros e 7. Bom relacionamento com os colegas de trabalho
conflitos empresariais considerada em extinção. A responsabilidade por 8. Ter um jornal local dos funcionários
oferecer uma boa informação e instrução de ação deve ser incorporada e 9. Oportunidade de promoção
homogênea, por todos os funcionários de uma organização, instituição ou 10. Oportunidade de fazer um trabalho interessante
corporação. Afinal de contas ficar horas ao telefone esperando por respos- 11. Aposentadoria e outros benefícios
tas medíocres e insatisfatórias não é o que você deseja, não é mesmo? 12. Não ter de trabalhar demais
13. Saber o que está acontecendo na organização
MOTIVAÇÃO: TEORIA E PRÁTICA 14. Sentir que meu trabalho é importante
Patrick J Montna 15. Ter um conselho de funcionários
16. Ter uma descrição do cargo por escrito
Hierarquia das necessidades: Os cinco níveis diferentes de necessida- 17. Meu chefe me dizer quando faço um bom trabalho
des individuais identificados por Abraham H. Maslow em sua teoria da 18. Receber uma avaliação de desempenho
motivação são: fisiológico, de segurança, social, de estima (ou do ego) e 19. Participar de reuniões de assessoria
auto-realização. 20. Concordar com os objetivos da organização
Motivação: Processo de estimular um indivíduo a empreender ação que 21. Oportunidade de autodesenvolvimento e crescimento
realizará uma meta desejada. 22. Planos justos de férias
23. Saber que serei orientado se fizer um trabalho ruim
Teoria das expectativas: Teoria da motivação desenvolvida por Victor 24. Trabalhar sob estreita supervisão
Vroom que tenta explicar o comportamento em termos dos objetivos do 25. Grande autonomia no trabalho (chance de trabalhar sem
indivíduo ou de suas expectativas de realizá-los. supervisão direta)
Teoria dos dois fatores ou de Teoria da motivação formulada por Fre- Um entendimento básico das teorias da motivação pode ser útil aos
derick Herzberg motivação e higiene e que afirma que todos os fatores gerentes em sua tentativa de motivar as pessoas em suas organizações.
relacionados ao trabalho podem ser agrupados em uma dentre duas cate- Consequentemente, apresentaremos detalhadamente várias teorias que
gorias: os fatores higiênicos, que não produzem motivação, mas podem possuem relevância e aplicação para o cargo de gerente e resumiremos
impedi-la, e os fatores de motivação, que podem estimular a motivação. algumas das mais populares dos últimos anos.
Satisfação no cargo: Atitude e impressão geral de um indivíduo sobre Lembre-se
seu trabalho.
Motivação é um processo de estimular um indivíduo a empreender
A teoria e a prática da motivação há muito fazem parte de nossa vida. ação que realize um objetivo desejado. Existiram muitas teorias da
Indivíduos altamente motivados podem resultar em aumentos substanciais motivação, e uma das mais antigas é a teoria tradicional baseada na
na produtividade e na satisfação no trabalho, além de considerável redução premissa de que o dinheiro é o principal motivador.
no absenteísmo, nos atrasos, queixas e assim por diante. Por isso, é
importante que compreendamos algumas teorias básicas da motivação e TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW
que, ao mesmo tempo, sejamos capazes de aplicar algumas. Provavelmente o modelo de motivação mais difundido seja o estudo de
No processo de motivação, as necessidades não satisfeitas geram Abraham H. Maslow. De acordo com Maslow, apenas as necessidades
tensão, que produz estímulos que provocam comportamento ou atividade insatisfeitas são fontes primordiais de motivação. Isso quer dizer que
voltada a satisfazer a necessidade humana de reduzir a tensão. Esse apenas quando você sentir fome você irá comprar, cultivar ou —
processo é ilustrado na Figura 1. A motivação pode ser descrita como o dependendo do tamanho ou duração de sua fome — até roubar comida
processo de estimular um indivíduo para empreender ação que conduza à para satisfazer a necessidade fisiológica primitiva de sobreviver. Da mesma
satisfação de uma necessidade ou à realização de uma meta desejada. maneira, apenas quando tiver um desejo intenso de prosperar você
estudará e aprenderá o máximo possível para satisfazer essa ambição.
No curso dos anos surgiram muitas teorias da motivação. A teoria tra-
dicional da motivação, que evoluiu a partir do movimento da Administração Maslow sugeria existir cinco sistemas de necessidade responsáveis
Científica na virada do século XIX para o século XX, baseia-se na premissa pela maior parte de nosso comportamento. Ele colocou esses sistemas em
de que o dinheiro é o principal motivador. Se a recompensa financeira for uma hierarquia que ia das mais primitivas e imaturas — em termos do
suficientemente grande, os trabalhadores produzirão mais. Desse modo, as comportamento que promovem — até as mais civilizadas e maduras. A
recompensas financeiras devem estar diretamente relacionadas ao desem- Figura 1 retrata a hierarquia de Maslow com os cinco níveis de
penho.

Gestão de Pessoas 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
necessidades: sobrevivência; proteção ou segurança; ato de pertencer; seguinte na hierarquia e experimentar um novo conjunto de
estima e, finalmente, auto-realização. comportamentos destinados a satisfazer a nova necessidade.
Segundo Maslow, existe uma tendência natural na qual os indivíduos Lembre -se
se tornam conscientes de cada uma dessas necessidades, sendo
motivados por elas em ordem ascendente. A elevação na hierarquia de A teoria da hierarquia das necessidades de Maslow sugere que
Maslow pode ser comparada a subir uma escada um degrau de cada vez; a existem cinco sistemas de necessidades responsáveis pela maior parte de
percepção do degrau seguinte pressupõe a superação bem-sucedida do nosso comportamento. Ele dispunha esses sistemas em uma hierarquia
degrau anterior. O nível mais baixo, que consiste nas necessidades que ia do mais primitivo e inovador em termos do comportamento que
fisiológicas, reflete a preocupação do indivíduo com a sobrevivência. Em promovem até o mais amadurecido. Esses sistemas de necessidades
seguida, passamos para o degrau da segurança, que reflete nossa partem dos fatores fisiológicos ou mais primitivos para as necessidades de
preocupação com a segurança e em evitar ferimentos. O terceiro degrau segurança, ato de pertencer, estima e auto-realização, nessa ordem.
representa as necessidades de pertencer, o desejo normal do ser humano A TEORIA DOS DOIS FATORES OU DA MOTIVAÇÃO-HIGIENE
de ser aceito e considerado pelos outros. O quarto é o nível das Frederick I. Herzberg adotou uma abordagem um pouco diferente para
necessidades de estima que motiva a pessoa a contribuir ao máximo com a motivação. Maslow se preocupava com as fontes de motivação no senti-
os esforços do grupo em troca das muitas formas de recompensa que o do da vida em geral, enquanto Herzberg se concentrava nas fontes de
reconhecimento pode assumir. O degrau mais alto na escada é o das motivação que pareciam pertinentes ao trabalho e à realização no trabalho.
necessidades de auto-realização, que são satisfeitas quando o indivíduo Mesmo assim, as investigações de Herzberg o levaram a concluir que
consegue experimentar uma sensação de crescimento e realização necessidades muito similares às sugeridas por Maslow estavam operando
pessoal, de satisfação e conquista por meio da ação. no contexto do trabalho.
Figura 2 Necessidades e estímulos. A seção A mostra a teoria da Herzberg basicamente descobriu que apenas os sistemas de
hierarquia das necessidades de Maslow. A B mostra a relação entre a necessidades que correspondem aos níveis de estima e auto-realização de
teoria de Maslow e a de Herzberg, que se concentrava nos estímulos em Maslow funcionam como fontes diretas de motivação para se trabalhar com
termos de sua relação com o local de trabalho. Como se pode ver, eficácia. As necessidades de pertencer, segundo ele, são de certa forma
Herzberg achava que as necessidades de nível superior identificadas por ligadas à motivação para o trabalho, particularmente na área das relações
Maslow serviam para motivar o desempenho no trabalho; que as entre supervisor e subordinado, e as questões extratrabalho relacionadas
necessidades de nível inferior, ou básicas, agiam como fatores higiênicos, com as satisfações pessoais. Essas necessidades de nível superior na
talvez de insatisfação; e que a necessidade de pertencer ora podia hierarquia de Maslow foram chamadas por Herzherg de motivadores.
funcionar como um fator motivador, ora como um fator de insatisfação.
Os sistemas das necessidades inferiores, particularmente as que dizem
respeito às necessidades básicas, fisiológicas e de segurança, foram
chamados por Herzberg de frustradores, em vez de fontes de motivação
para o trabalho. Ele acreditava que as necessidades de amor ficavam na
interseção entre ambos os grupos (veja a Figura 13.2B).
Herzherg achava que os fatores de motivação do nível superior
levavam a comportamentos diretamente relevantes ao trabalho a ser
realizado, enquanto os fatores de frustração dos níveis inferiores
promoviam comportamentos voltados a questões periféricas ao trabalho em
si. Além disso, Herzberg concluiu que, mesmo quando as necessidades
dos níveis inferiores são satisfeitas — e, desse modo, de acordo com
Maslow, deixassem de ser fontes de comportamento voltado para objetivos
— ainda assim não há razão para se esperar que as pessoas terão
desempenho mais eficaz no trabalho. Por quê? Porque as necessidades
dos níveis inferiores — frustradores — funcionam principalmente como
fatores higiênicos, as necessidades que as pessoas supõem que, em sua
maior parte, serão atendidas. Um bom chefe e boas condições de trabalho
são exemplos de tais necessidades. Poucos gerentes e profissionais
citariam essas condições como fatores que mais as motivam em um
trabalho. Mesmo assim, no momento em que o chefe ou as condições de
trabalho se tornam uma preocupação principal, fatores como trabalho
interessante e oportunidade de promoção perdem seu poder de motivação,
e o empregador se vê em dificuldades. Em suma, o desempenho eficaz no
trabalho depende da adequação tanto das necessidades motivadoras
quanto das de higiene.
Lembre-se
A teoria dos dois fatores ou da motivação-higiene de Herzberg afirmava
que as necessidades básicas que correspondem às necessidades de
sobrevivência e segurança de Maslow funcionavam como frustradores, ou
fatores higiênicos, no local de trabalho, enquanto as necessidades do nível
superior, de estima e auto-realização eram fatores motivadores.
FATORES DE MOTIVAÇÃO E DE DESESTIMULO NA SITUAÇÃO DE
TRABALHO (SEGUNDO HERZBERG)
MOTIVADORES (DE SATISFAÇÃO)
Maslow não queria dizer que toda necessidade sempre recebe
satisfação completa. Ao contrário, ele acreditava que é preciso algum grau Trabalho em si
mínimo de satisfação antes que a necessidade deixe de preocupar o Responsabilidade
indivíduo à exclusão de necessidades mais elevadas. Uma vez alcançado
esse ponto, a pessoa ficará livre para sentir as tensões associadas ao nível Realização
Reconhecimento

Gestão de Pessoas 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Promoção 14. Sentir que meu trabalho é importante
Crescimento 21. Oportunidade de autodesenvolvimento e crescimento
25. Grande autonomia no trabalho
FATORES HIGIÊNICOS (DE INSATISFAÇÃO) Não é notável como esses dois grupos se correspondem? É claro que
você concordará com isso, mas a distribuição não será sempre quase a
Política e Administração da Organização mesma em toda coisa desse tipo? Não, nem sempre.
Condições de Trabalho O terceiro grupo (50 universitários recém-formados — em 1999)
Relações Interpessoais (com superiores, subordinados e colegas) classificou os fatores motivacionais da seguinte forma:
Salário 1. Estabilidade no emprego
Status 2. Respeito por mim como pessoa
Segurança no emprego 4. Ótimo salário
Vida pessoal 9. Oportunidade de promoção
FATORES DE MOTIVAÇÃO: IGUAIS E DIFERENTES 21. Oportunidade de autodesenvolvimento e crescimento
Por que entramos em tantos detalhes para explicar a teoria? Porque 25. Grande autonomia no trabalho
isso será importante quando você pensar sobre as respostas que deu no Esses jovens, entre homens e mulheres da chamada geração X
exercício chamado Fatores que me motivam. Quais os fatores que (nascida a partir de 1965), estavam voltados para suas carreiras. Ao
realmente o motivam? Você deve lembrar-se de que fatores diferentes contrário dos gerentes e executivos, não tinham preocupações imediatas
podem ter pesos diferentes conforme as várias etapas de sua vida. Vamos com promoção ou avanço firme rumo a altos níveis de responsabilidade ou
dizer, por exemplo), que você seja jovem, casado e tenha dois filhos empregos de melhor remuneração. No entanto, os fatores que eles
pequenos. Um bom salário será, sem sombra de dúvida, uma consideração assinalaram eram muito parecidos com os escolhidos pelos grupos
fundamental, mas a oportunidade de promoção pode ser ainda mais anteriores.
decisiva se você estiver pensando no futuro. Agora, suponhamos que a
empresa para a qual você trabalha foi fundida com outra e você, um alto Para uma comparação, consideremos como 150 estudantes
executivo de 56 anos de idade, tenha sido demitido. Você terá de assumir universitários classificaram esses motivadores em uma pesquisa realizada
um novo emprego. Certamente você terá de sustentar a si e sua família, em 1999. Eles os agruparam por tipo da mesma forma que os recém-
mas se olhar as coisas de modo realista perceberá que provavelmente não formados. Esses estudantes universitários, porém, representavam a
conseguirá igualar seu antigo status e seu salário. Desse modo, é possível chamada geração Y (os nascidos nas duas últimas décadas do século XX,
que, como alternativa, um trabalho interessante ou a autonomia no trabalho e os motivadores são marcadamente diferentes dos das gerações
se tornem os principais motivadores para você. anteriores. De fato, o recente estudo do Urban Institute, Tendências de
longo prazo nas opiniões dos trabalhadores sobre sua segurança no
Além disso, quer se trate da realização de metas pessoais ou de metas emprego, constatou que a ansiedade quanto à perda do emprego aumenta
de carreira, a motivação é auxiliada ou obstada pelas condições existentes, entre os trabalhadores como um todo, o que dá crédito à visão de que os
pelo ambiente no qual operamos. Por isso, não faria mais sentido procurar crescentes temores quanto à insegurança no emprego têm alterado a
condições, criar um ambiente no qual sejam dominantes os fatores que nos relação empregatícia. Os empregadores devem, portanto, criar um
motivam a realizar, em lugar dos fatores higiênicos que mencionamos? ambiente no qual os fatores que motivam os funcionários a realizar
Você pode estar interessado em comparar o modo como classificou os compensem os fatores higiênicos, os potenciais frustradores.
fatores naquele exercício com a classificação de outras pessoas. Como Dissemos que a motivação é influenciada pela idade e por
ficamos em relação à norma, por assim dizer? Sabemos que não existe circunstâncias pessoais, pela fase que a pessoa está atravessando em sua
uma coisa do tipo um homem ou uma mulher medianos, mas às vezes as vida e em sua carreira no momento. Entretanto, isso não é tudo. O
comparações são divertidas — e esclarecedoras. ambiente externo também afeta a motivação. Nos períodos de recessão
Gordon Lippitt, que tem feito consideráveis estudos nessa área, pediu a econômica, por exemplo, o item 1 — estabilidade no emprego — é
6 mil gerentes que respondessem esse mesmo exercício. E quais foram os apontado com muita frequência, bem como um ótimo salário. Quando a
resultados? Os gerentes assinalaram os seis itens seguintes da lista economia está prosperando, as pessoas geralmente tomam como
“Fatores que me motivam” como os mais importantes em sua motivação garantidos tanto o seu salário como o seu emprego.
para realizar um trabalho melhor. Lembre-se
2. Respeito por mim como pessoa Os fatores que motivam as pessoas podem mudar conforme as
4. Ótimo salário diferentes fases de suas vidas (por exemplo, quando se casam ou quando
estão prestes a se aposentar), mas muitos estudos têm constatado
6. Oportunidade de realizar trabalho de qualidade semelhanças surpreendentes no modo como as pessoas classificam os
14. Sentir que meu trabalho é importante fatores que mais as motivam. Respeito por mim como pessoa é um fator
frequentemente citado. Da mesma forma, no geral, a estabilidade no
21. Oportunidade de autodesenvolvimento e crescimento emprego é um fator motivador mais importante para as pessoas nos
períodos de recessão econômica.
25. Grande autonomia no trabalho
O que o futuro nos reserva? Quais mudanças tendem a ocorrer na
Apresentamos a seguir um outro conjunto de resultados. Pedimos a
motivação dos trabalhadores? Considere por um instante a Figura 3. O
500 executivos de nível superior de diferentes empresas e agências
gráfico revela dados compilados pelo Stanford Research Institute, utilizando
governamentais, todos eles participantes de um programa universitário de
a hierarquia das necessidades de Maslow a que nos referimos.
desenvolvimento de executivos, para que respondessem o exercício. Os
resultados foram os seguintes:
2. Respeito por mim como pessoa
4. Ótimo salário
10. Oportunidade de fazer um trabalho interessante

Gestão de Pessoas 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Ao longo da história, as equipes têm sido um componente chave da reali-
dade organizacional. Seja numa fazenda familiar, uma escola ou pelotão do
exército, as organizações precisavam trabalhar como equipes; a diferença
era que, uma pessoa era designada a ser o líder, e as demais a receberem
e executarem as ordens.
O principio para uma equipe de alto desempenho, é que esta, seja formada
por grupos que confiem uns nos outros e estejam comprometidos com o
planejamento, todos com o mesmo objetivo, tendo claro e definido o propó-
sito de seu trabalho.
Segundo Parker (1994 p. 53), "a equipe eficaz está interessada na execu-
ção do trabalho e na maneira pela qual é executado: tanto os meios como
Em termos de 1965, o gráfico retrata uma sociedade bastante segura os fins".
—embora, naturalmente, isso não fosse verdade para os países subdesen-
Concordam com esta informação Carvalhal e Ferreira (2001) quando asse-
volvidos em 1965 e não o seja hoje. Mas consideremos as previsões para
guram que as equipes estão no melhor de seu desempenho quando basei-
os anos de 1990. Observe que a segurança de forma alguma se torna um
am ações numa visão comum e num forte senso de propósito em transfor-
motivador menor em outras palavras, as pessoas que forneceram as res-
mar sua visão em realidade, desenvolvem suas relações através de uma
postas não sentiam que estariam mais seguras em 1990 do que estão hoje.
comunicação aberta, fortalecem a confiança e o respeito mútuo entre seus
As necessidades de pertencer ainda seriam importantes em 1990, mas não
membros, a liderança é compartilhada, seus procedimentos são eficazes,
na mesma medida. As necessidades sociais de estima — como vemos o
criam e inovam a partir das diferenças individuais.
valor de nosso trabalho, nossa contribuição para o mundo em que vivemos,
nossa importância geral na ordem das coisas — serão muito mais importan- O que se deve esclarecer, é que em uma equipe de Alto Desempenho, os
tes. Nossas necessidades de auto-realização são encaradas como quatro propósitos têm que ser extremamente claros, principalmente em relação à
vezes mais importantes em 1990, talvez porque esperássemos dispor de meta, visão e missão da organização. Quando a visão geral da equipe se
mais tempo de lazer. torna a mesma, até o clima tende a se tornar mais favorável e propicio a um
Em suma, temos aqui uma estrutura mutável de valores, de ideias maior rendimento da equipe; eles se respeitam, ouvem e são mais recepti-
vos às informações recebidas; as divergências tendem a ser melhor recebi-
sobre o significado da vida. Quais são as implicações desse quadro? Bem,
das; e o mais importante " a liderança é compartilhada".
se considerarmos a crescente importância atribuída à satisfação das
necessidades da estima e da auto-realização, parece que o futuro exigirá O sucesso dessas equipes, na maioria das vezes, é atribuído a capacidade
constante reciclagem profissional para aproveitar as mudanças nas de talentos que as completam, o contrário também ocorre. Tudo vai depen-
necessidades e oportunidades da carreira além de constante atenção ao der do quanto estão envolvidos equipe e objetivos. Para Parker (1994) as
enriquecimento de nossas vidas. equipes que não funcionam bem, não são simplesmente o inverso das
equipes de alto desempenho. Um equipe pode ter alto desempenho em
Nesse ponto, considere novamente os itens que você assinalou como
algumas dimensões e não estar se concentrando em outras áreas ou
os 6 fatores que o motivam a realizar melhor seu trabalho. Agora, compare-
tarefas que estejam críticas na organização. Mesmo se houver um bom
os com os fatores assinalados pelos grupos acima mencionados. Somos
resultado e alcance das metas, a equipe ainda não será de alto desempe-
capazes de apostar que seu pensamento estará muito próximo do
nho se não apresentar missão e metas bem definidas e compreendidas por
consenso geral, bem como das conclusões de Maslow e de Herzberg e dos
todos de um mesmo modo.
resultados encontrados pelo Stanford Research Institute .
Os conceitos e práticas utilizados são diversos, e promovem a prática de
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES DE ALTO DESEM- diagnósticos organizacionais e do estabelecimento de metas. O objetivo
PENHO principal é sempre o de incrementar a afetividade de um grupo, que precisa
O trabalho individual há certo tempo vem dando espaço para a rea- trabalhar unido para alcançar a meta.
lização de tarefas em grupo. Isto ocorre porque, as empresas demandam Para que a equipe se desenvolva e alcance níveis de alto desempenho, é
cada vez mais de conhecimentos diferenciados para a obtenção dos resul- necessário que se crie um ambiente de dialogo aberto e saudável. Isso
tados almejados, o que leva a formação de equipes de pessoas que se acaba gerando uma relação de transparência entre todos, gerando um
completam. ambiente ético e honesto. Portanto, uma equipe de alto desempenho man-
Diante uma era de informatização, conhecimento, de mudanças cada vez tém o enfoque nos resultados, nos objetivos comuns, tanto do individuo
mais corriqueiras e da globalização, se torna fundamental que dentro das como das organizações, a administração por princípios para a tomada de
organizações, tais mudanças entre as relações pessoais e o desenvolvi- decisões e soluções de problemas, o trabalho em equipe, a integração das
mento dos colaboradores sejam atendidas de forma criativa e imediata. habilidades, o reforço do compromisso total, o uso produtividade das dife-
renças de pensamento e o desenvolvimento do individuo através do fazer,
Nesse novo contexto em que fomos inseridos, algumas dúvidas pairam no saber fazer e saber estar. Vanderlei Moraes
ar: como as empresas estão se portando hoje, e como elas estão se prepa-
rando para o futuro? E como fazer para que todos trabalhem sempre bus-
cando o mesmo norte? Em busca destas respostas, alguns modelos de ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS E GESTÃO DA MUDANÇA.
gestão vêm se aperfeiçoando. Com o caminhar dos tempos, novas ferra- CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAIS.
mentas sendo desenvolvidas e outras se aprimorando, especialmente as
que se referem ao âmbito comportamental. GESTÃO DE CONFLITOS
Uma das novas ferramentas utilizadas neste novo contexto de gestão, É certo que onde há pessoas reunidas com os mesmos interesses e
trata-se das Equipes de Alto Desempenho. O trabalho individual há certo propósitos, independentemente das condições ou preposições de cada
tempo vem dando espaço para a realização de tarefas em grupo. Isto uma, haverá a existência de conflitos.
ocorre porque, as empresas demandam cada vez mais de conhecimentos
diferenciados para a obtenção dos resultados almejados, o que leva a Nas empresas não é diferente. Todo ser humano, mesmo que incons-
formação de equipes de pessoas que se completam nos diferentes depar- cientemente, em algum momento se vê em conflito consigo mesmo. Se
tamentos organizacionais. colocarmos esses embates sob uma ótica positiva no dia-a-dia profissional,
poderemos afirmar que discussões saudáveis promovem a troca de conhe-
Com isso, a importância da valorização do trabalho em equipe cresce, e cimentos e contribuem para a homogeneização da equipe e melhoria do
sua importância cada vez mais evidenciada como uma alternativa para que clima organizacional. Porém, quando as situações de conflito ocasionam
as empresas supram suas necessidades de pessoas altamente capazes, e antipatia e afronta recíprocas entre os envolvidos, o ambiente empresarial
consequentemente atinjam os resultados desejados. fica comprometido.

Gestão de Pessoas 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A gestão de pessoas é uma arte. Envolve entre outros fatores, práti- Equilibradas.
cas e processos que buscam minimizar conflitos entre os membros de uma
organização. Para que exista uma evolução no ambiente corporativo, as Distingue-se da atitude denominada positiva, pelo fato de se tentar
empresas devem disseminar as características comportamentais esperadas encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois tipos anteriores quando se
pelos seus profissionais. Podemos citar algumas delas, como: comunicar- verifica que qualquer conflito pode ter resultados negativos quer para a
se de forma direta, clara e objetiva; saber escutar; discutir ideias, mas empresa/organização ou para as próprias pessoas envolvidas.
respeitar a opinião das partes envolvidas; utilizar a intuição e o auto- Esta medida permite reduzir a ambiguidade e o conflito no trabalho.
conhecimento para expor da melhor forma seus pensamentos; transmitir
credibilidade no momento da argumentação; e persuadir pelo convencimen- Conflito e Ambiguidade do Trabalho
to. Definição de Trabalho
Os conflitos são importantes e essenciais para o crescimento de todos Trabalho é o conjunto de tarefas e atividades que um indivíduo é su-
e da empresa. A expectativa é quanto à solução. Por exemplo, quando um posto desempenhar
cliente entra em contato com a empresa ele quer que o profissional resolva
o seu problema. O fato pode demonstrar se a empresa é competente ou O Conflito no Trabalho ocorre quando uma pessoa está sujeita a
não. A empresa saudável é aquela que prioriza de forma inteligente o pressões ou expectativas muito elevadas e/ou inconsistentes.
cliente interno. Isto é, o ambiente interno saudável vai espelhar o bom
A Ambiguidade do trabalho ocorre quando:
atendimento ao cliente externo.
Não existe informação adequada;
É impossível imaginar que existe uma empresa sem conflitos, até por-
que somos seres humanos e temos uma história milenar que influencia o A informação que chega ao indivíduo não é propriamente a que essa
nosso inconsciente coletivo e individual. Necessitamos do conflito para pessoa necessitava para desempenhar a sua tarefa o que, obviamente,
sobreviver, provar nossas competências, elevar a auto-estima e sermos conduz a uma ambiguidade do trabalho a desempenhar.
respeitados como indivíduos que se relacionam com a sociedade. Patrícia
Regina A informação é confusa ou incompleta;

Gestão de Conflitos e Gestão de Stress A Informação transmitida ao indivíduo não revela os pormenores mais
importantes para que a tarefa seja realizada sem existirem duvidas de que
Introdução de facto o trabalho que estamos a desempenhar é aquele que nos foi
mencionado.
Desde pequenos que somos confrontados com situações quer de con-
flito, quer de stress. Inicialmente essas situações são pouco significantes Não se sabe as suas consequências;
mas, assim como as pessoas crescem, também crescem os seus proble-
Quando não se conseguem saber os resultados quer para a própria
mas.
pessoa, quer para a empresa, de se realizar certa tarefa, a ambiguidade
De certeza que pela vossa vida fora vocês vão ter muitas situações aparece novamente.
onde vão necessitar de alguma forma saber reagir a um destes problemas.
Quando surge um conflito no trabalho, possivelmente, ele enquadra-
Porque não começar a aprende-lo já antes que seja tarde demais?
se em uma das seguinte categorias:
Gestão de Conflitos
Conflitos Intrapessoais;
O que o conflito?
Quando o conflito que temos diz respeito a apenas uma pessoa (o
Basicamente todos sabemos o que é um conflito. A dificuldade surge nosso chefe, um colega ou outro membro da nossa organização)
quando temos de o definir.
Conflitos Interpessoais;
Efetuando como que uma tradução a letra da definição encontrada no
Quando o conflito existe para com varias pessoas dentro da organiza-
livro "Management", podemos definir o conflito como sendo:
ção.
"A oposição que surge quando existe um desacordo dentro ou entre
Como exemplo apresenta-se a seguinte situação: O Diretor de Ven-
indivíduos, equipas, departamentos ou organizações"
das comunica ao indivíduo que pretende que se tenha pronta mais quanti-
E, independentemente dos tipos de divergências de onde pode resul- dade do produto mas, o Diretor de Marketing necessita que o produto seja
tar, podemos dividir o conflito em 3 tipos: muito mais testado de forma a não ter falhas.
Conflitos de Objetivos; Conflitos com outros trabalhos;
Conflitos Cognitivos; Quando existem outros trabalhos/tarefas dentro ou fora da organiza-
ção, que não possibilitam que o trabalho seja efetuado devidamente.
Conflitos Afetivos;
Conflitos entre necessidades e valores.
Tipos de Atuação face a Conflitos
Quando o que necessitamos para cumprir o objetivo do nosso traba-
Independentemente do tipo de conflito que se esteja a enfrentar, exis- lho entra em conflito com a nossa personalidade e os valores que preza-
tem três tipos formas actuar perante um conflito: mos, estamos sem duvida face a um Conflito entre necessidades e valores.
Negativas; Como exemplo suponha que com um objetivo de aumentar a produ-
O indivíduo tenta evitar a todo o custo qualquer tipo de conflito ou ção vamos lançar no mercado uma quantidade elevada de produtos em
estado deficiente. Esta situação pode levar à existência de um conflito
O indivíduo tenta utilizar o conflito de uma forma que leva a uma com- deste tipo.
petição intensiva.
Estilos de Gestão e de Conflitos
Positivas;
Quando se trata de resolver um conflito, existem diversas maneiras de
O Indivíduo tenta manter sempre um conflito o abordar. Analisando essas abordagens podemos dizer que, na sua es-
O Indivíduo quer que esse conflito seja um conflito construtivo sência existem Cinco estilos de gestão de Conflitos:

O indivíduo graças a esse conflito vai tentar descobrir as diferenças Estilo "Evitar"
de opinião entres os diversos participantes. Consistem em tentar evitar a existência de conflitos.

Gestão de Pessoas 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Chega-se a dá-se razão a outra parte, mesmo que esta não a tenha, O tempo que dispomos é muito curto não permitindo amplos debates;
só para que esse conflito não apareça.
Existe a possibilidade de aparecerem aspectos negativos de elemen-
Este estilo, apesar de parecer pouco interessante revela-se positivo tos do grupo;
quando:
A tomada de uma ação desse tipo seria ma vista pela empresa caso
Os assuntos são pouco significantes; se trata-se de uma empresa cuja gestão se baseia-se em métodos antiqua-
dos.
Existe falta de Informação pelo que não convém tomar certas atitudes
que podem-se revelar erradas; Negociação e gestão de conflitos
A falta de Poder que temos não nos possibilitas que a nossa posição Definição
seja tida em consideração;
Negociar é o processo necessário que os indivíduos com objetivos
Existe outro indivíduo que consegue resolver melhor este problema comuns ou divergentes, usam para apresentar e discutir propostas para
atingir um acordo.
Estilo "Calmo"
Características
Permite a existência de conflitos mas sem haver grandes discussões
sobre o assunto. Implica envolvimento de 2 ou mais entidades
Quando o conflito se torna um pouco mais elevado, facilmente desiste Não são apenas os gestores que têm que negociar, são todas as pes-
da sua posição. soas. Os filhos com os pais, a mulher com o marido, etc.
São condições para que este estilo seja utilizado com sucesso: Divergências em pelo menos um aspecto
Existir uma carga emocional elevada entre as partes envolvidas Se não houvessem diferenças entre as entidades envolvidas, não ha-
veria necessidade de negociar. Essas diferenças costuma surgir quando há
Ser fundamental que a harmonia se mantenha diferentes objetivos ou diferentes formas de os atingir.
O conflito existente basear-se na personalidade de cada um e não nos Partilha de aspectos comuns
objetivos ou meios utilizados.
É extremamente necessário que as entidades envolvidas tenham al-
Estilo "Ditador" guns interesses em comum, que partilhem alguns objetivos. Porque se não
Como o próprio nome indica, o funcionamento deste estilo, é a base for assim, dificilmente chegarão a um acordo, ou quando conseguir chegar
da ditadura. a algum acordo, já não haverá resultados positivos a tirar desse acordo.
Independentemente da opinião dos outros envolvidos, o "Ditador" tem Por exemplo, entre 1994 e 1995 houve uma greve de jogadores de
de "vencer" sempre. basebol nos EUA, que durou meses, simplesmente porque nenhuma das
partes se preocupou com os interesses mútuos, mas sim, apenas com os
Parecendo um estilo totalmente a reprovar, existe pois algumas situa- seus próprios interesses.
ções onde a sua utilização se revela benéfica.
É um processo sequencial
A emergência da situação em que nos encontramos implica uma ação
imediata; As partes envolvidas apresentam à outra parte, propostas e contra-
postas, no sentido de chegarem a um acordo. Durante todo o processo de
É necessário tomar medidas pouco populares que vão contra a posi- negociação haverá troca de informação, e deverá haver flexibilidade, confi-
ção dos outros elementos. ança e responsabilidade, para que se chegue a um verdadeiro acordo.
As consequências de uma "derrota" são muito elevadas especialmen- Implica uma solução partilhada
te para nos.
A solução que resulta de negociação, pode envolver a partilha de re-
Estilo "Compromisso" cursos relativos às duas partes, como é o caso de um acordo laboral, onde
Difere do estilo "Ditador" pelo fato de permitir que exista um compro- há por um lado o recurso horas de trabalho e a produtividade que interessa
misso entre o que pretendemos e o que os outros pretendem. à organização e do outro estão os pagamentos e benefícios para os traba-
lhadores.
Exemplos de situações onde este tipo de ação se torna eficaz são:
Diagnosticar a situação: 6 questões a ter em conta
A existência de um acordo é preferível a este não existir;
Primeiro que tudo devem ser diagnosticadas as questões que criaram
Não será possível levar a avante a nossa posição pois sabemos que a necessidade de negociação. Isto é muito importante porque a falha no
não nos é possível ganhar; diagnóstico da situação, pode causar hostilidade durante o processo e
consequente fracasso. Para diagnosticar a situação devem ser respondidas
Os pontos de vista existentes são muito diferentes.
algumas questões, tendo em conta as causas, mais do que as personalida-
Estilo "Colaborativo" des envolvidas. No mínimo, deveram ser encontradas respostas para as
seguintes 6 questões:
O estilo Colaborativo consiste, como o próprio nome indica em colabo-
rar. O que se quer? É isso mesmo?
Basicamente tentamos chegar a um acordo comum entre todos que O que se acha que a outra entidade quer ou precisa? De certeza?
minimize as perdas para todas as partes envolvidas.
Há divergências relativamente a fatos, objetivos, métodos ou funções?
Este tipo de atitude é muito útil quando:
O que se perde se o conflito reinar?
O objetivo é o mesmo apenas existe uma divergência na forma como
Que objetivos são partilhados por ambas as partes?
o obter;
Se se decidir a colaborar durante a negociação, quais os primeiros
Existe necessidade de se obter um consenso
passos a dar?
A solução a que devemos chegar necessita de ter muita qualidade;
Negociação e estilos de conflitos
Mas, apesar de parecer muito nobre, existem algumas situações que
não se devem resolver com base neste método.

Gestão de Pessoas 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A relação existente entre negociar e os estilos de conflito, é bastante de gestão de conflitos pouco eficientes, como o estilo "ditador". Normalmen-
interessante e não deve ser desprezada, pois há estilos que ajudam ou te o indivíduo não dá conta da reação que está a ter face às exigências que
pioram a negociação. Se não, vejamos o caso tradicional, onde cada parte sofre.
envolvida fazia sempre uso do estilo "ditador", cedendo apenas em última
instância, com algum compromisso. Tipos de Stress

É portanto, evidente que o estilo colaborativo é o que produz melhores Mas … o stress nem sempre é algo de negativo nem de prejudicial,
resultados na maioria das negociações. A seguinte frase de Leornard que deve ser evitado. Como dizia Hand Selye: " Apenas a morte nos
Greenhalgh (professor de negociação no Dartmounth's Tuck School of separa do stress ". Isto significa que nem todos os conflitos são negativos.
Business Administration) ilustra bem o contrário da filosofia tradicionalista: Há que distinguir dois tipos de stress: eustress e distress. O eustress
"Os gestores precisam de fazer negócios, baseados nas relações com é agradável e construtivo (emoções positivas devido a bons feitos). O
os outros." distress é por outro lado, desagradável, prejudicial e causador de doenças
Ou seja, não é estranho, o uso dos vários estilos de gestão de confli- relacionadas com o stress.
tos durante as negociações. Principalmente se os estilos colaborativo e À atividade ou ação que provoca stress, é normal denominar por s-
compromisso dominarem o processo, e neste caso normalmente chega-se tressante.
a soluções positivas para ambas as partes. É ainda aconselhável o uso do
estilo calmo, para ceder em alguma situação que seja muito importante Causas do Stress
para a outra parte, e pouco penosa para a nós. Todos tipos de conflitos e de ambiguidade, que anteriormente referi-
Em contrapartida ao estilo "ditador", pode ser usado o estilo compro- mos, são potenciais causadores de stress.
misso quando nenhumas das partes consegue fazer valer a sua solução. É possível identificar três tipos principais de causas, sendas elas:
Neste caso pode ainda recorrer-se ao estilo "evitar", deixando para futuras
negociações os pontos de discórdia. O ambiente físico
Usando de novo a exemplo da breve dos jogadores de basebol, a ne- Os conflitos de trabalho
gociação durou meses, porque as duas partes (jogadores e clubes) usavam
As ambiguidades de trabalho.
o estilo "ditador", querendo apenas impor a sua própria solução, causando
hostilidade. Um elevado grau de stress pode ser causado pela pouca satisfação
que um indivíduo tem pelo trabalho que desenvolve, causando o desejo de
Mecanismos para resolver impasses
abandonar o emprego ou ainda um elevado grau de distração.
Durante as negociações poderão ser usados 5 mecanismos para aju-
Efeitos do Stress
dar a evitar, reduzir ou resolver impasses no processo. Estes mecanismos
são apenas uma ajuda à resolução, mas não substituem a negociação. Há cinco principais categorias de efeitos negativos:
Arbitragem voluntária: as entidades envolvidas, aceitarem que certos Efeitos Subjetivos: ansiedade, agressividade, apatia, falta de paci-
pontos de discórdia, sejam resolvidos por uma entidade neutra (individual ência, depressão, fatiga, frustração, nervosismo e solidão, de entre outros.
ou coletiva).
Efeitos Comportamentais: Consumo ilegal de drogas, distúrbios e-
Mediador: um elemento neutro, ouvir ambas as entidades, de modo a mocionais, excesso do tabaco e de álcool, instabilidade, etc.
aconselhá-las com novas alternativas, no sentido de chegarem a um en-
tendimento e colaboração. Efeitos Cognitivos: Falta de concentração, incapacidade para tomar
de decisões, lapsos de memória, etc.
Provedor: alguém que ajuda os empregados a apresentar as suas
preocupações e que lhes fornece informações de como prosseguir a nego- Efeitos Fisiológicos: Aumento da pressão arterial, suores, falta de
ciação. ar, etc.

Facilitador: é uma entidade neutra que dá formação e consultoria a Efeitos sobre a Organização: Distração, más relações, má produtivi-
cada entidade envolvida, de forma independente e isenta, com o objetivo e dade, má qualidade do trabalho, insatisfação pelo emprego, etc.
ajudar a definir os problemas e a criar alternativas. É normalmente usado Apesar de ser possível um indivíduo apresentar efeitos em mais que
antes da negociação. uma das categorias acima indicadas, apenas se torna mais grave a situa-
Tribunal: quando uma ou ambas as entidades apresentam um proces- ção quando o stress é frequente e intenso.
so em tribunal, indicando o que a outra entidade fez de errado e o que quer Esgotamento
como recompensa. Este mecanismo é desvantajoso, pois cria uma situação
de vitória-derrota, provoca uma decisão imposta pelo tribunal, para além O esgotamento pode ocorrer quando alguém fica sujeito a um elevado
dos custos tempo e dinheiro envolvidos. grau de stress durante um período de tempo mais alargado. Esta situação é
claramente bastante prejudicial para a saúde. Mas não se atinge este nível
Dilemas Éticos sem mais nem menos. É resultado de problemas pessoais, no emprego, no
Estão presentes em qualquer conflito ou negociação e a sua resolu- trabalho em equipa ou ainda das características culturais da organização
ção está claramente dependente do estado de espírito das partes envolvi- onde se insere.
das no conflito. Um dos dilemas mais comuns é a partilha de informação, Essas pessoas, normalmente seguem este três estágios:
por parte duma entidade. Partilhar informação até que nível?
Confusão, resolução difícil de problemas e aparecimento de frustra-
Ou seja, se não são revelados todos os fatos envolventes, não é ético, ção.
mas se são revelados, pode prejudicar a solução que mais interessa a essa
parte. É de fato um compromisso. Frustração intensa e raiva.

Gestão de Stress Apatia, desordem e perca de esperança.

Nesta secção, discute-se as causas e efeitos do stress relacionado Ações Individuais - 7 maneiras de gerir o Stress
com o trabalho e o que fazer para tentar geri-lo. Para que cada indivíduo saiba gerir o stress é muito importante o co-
Definição nhecimento das causas do stress e das reações às situações stressantes.

É a reação emocional, física e cognitiva que um indivíduo tem, para Há 7 ações principais que ajudam a eliminar os efeitos negativos do
com uma situação que lhe exige demais dele próprio. O stress, pode ser stress. Se elas:
provocado pela existência de conflitos, de ambiguidades ou ainda de estilos

Gestão de Pessoas 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Clarifique os seus valores: não faça as coisas ao seu ritmo Programas especiais
Melhore a relação consigo próprio: é sabido que todos as pessoas A criação de programas de saúde, de exercício físico, de treino de li-
falam consigo mesmas, só que muitas vezes negativamente, prevendo o derança, de trabalho em equipa e de restruturação do trabalho, são exem-
fracasso. Seja positivista e agressivo consigo mesmo. plos de atividades que as organizações podem levar a cabo como preven-
ção de estados avançados de stress.
Aprenda a relaxar: retire-se para um sitio isolado, confortável e tente
relaxar afastando todas as distrações por 10 a 15 minutos. Dentro deste conjunto de programas especiais, há que dar também
importância a programas que flexibilizem o horário dos empregados com
Faça exercício regularmente: Tente fazer exercício físico pelo me- situações especiais, tais como pais que têm que levar os filhos à escola,
nos três vezes por semana. quando ao mesmo tempo já deveriam estar a entrar ao serviço. Este tipo de
Divirta-se: A melhor maneira de evitar o esgotamento é divertir-se um programa elimina a carga de stress que os pais desenvolvem devido às
pouco de modo a renovar a sua orientação no trabalho e para recarregar as preocupações com os filhos.
baterias. Os programas de saúde são igualmente muito úteis, para prevenir o
Faça dieta: Mantenho o peso e tome sempre um pequeno almoço aparecimento de doenças devido ao trabalho. Programas deste tipo inclu-
normal. em normalmente seminários sobre gestão de stress, redução de peso,
deixar de fumar e exercício físico, tal como o aeróbica. José Paulo Henri-
Evite as "substâncias": Evite o abuso da tabaco, do álcool e de dro- ques/Paulo Sérgio Santos
gas.
Gestão da mudança
Mudanças de comportamento e de atitude
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Muitas das vezes são as atitudes das próprias pessoas perante a si-
tuação, que a torna stressante. Se cada indivíduo melhorar o seu compor- Gestão da mudança é uma área de estudo em administração que
tamento perante as situações, poderá gerir mais facilmente o stress. possui o enfoque na necessidade de constante adaptação das
organizações contemporâneas. Pois, são dotadas de paradigmas que
Isto pode ser feito, recorrendo aos estilos colaborativo e de compro-
fazem parte de sua cultura organizacional, esses paradigmas são comuns e
misso relativamente aos conflitos, para conseguir vencer mais facilmente a
regem o comportamento das pessoas, resultando muitas vezes no
pressão causa pelo conflito.
estabelecimento de culturas burocráticas e funcionais, as quais exigem
Comportamentos Tipo A e Tipo B uma atitude inovadora e eficiente. A intensidade e a volatilidade das
pressões internas e externas impõem esses desafios para as empresas,
Os indivíduos com um comportamento Tipo A, caracterizam-se por ser fomentando a necessidade real da mudança e assim, a quebra de
agressivos estarem constantemente a tentar fazer mais e mais em menos paradigmas.
tempo, passando por cima do que for preciso.
A mudança organizacional pode significar desde uma alteração de
Do outro lado está o comportamento Tipo B, que é mais contemplati- posição no mercado, mudança na sua função social, modificação no seu
vo, pouco ou nada agressivo, realista nos seus objetivos e não demasiado direcionamento estratégico com possível alteração na sua missão e visão e
critico consigo e com os outros. reavaliação das suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e
Como se pode verificar, os Tipos A e B representam extremos opos- responsabilidade. A mudança é tida como processo natural ao longo da
tos. Mas a maioria das pessoas identifica-se num ponto intermédio. existência das organizações. Para que um processo de mudança tenha
sucesso, deve existir liderança, confiança dos acionistas e tempo.
Retirada estratégica
O Processo de mudança
A maneira mais fácil de reagir face ao stress é fugir das situações.
Pode ser através de mudar de departamento, de chefe, de emprego ou até A gestão da mudança é um processo eficaz de alocação de recursos,
mesmo de carreira. de forma a transformar a organização, com o objetivo de melhorar a sua
eficácia. Existem diversas condicionantes que influenciam o processo de
No entanto, esta estratégia pode não ser a melhor, por se estar cons- mudança de uma organização, como o nível de recursos que a empresa
tantemente a fugir à realidade, fugindo sempre aos problemas. dispõe, o setor onde se insere, a maior ou menor necessidade de mudança,
Medidas anti-stress na organização qualidade da gestão e a atual envolvente política, econômica, social,
tecnológica, ambiental e legal.
Nas organizações e nas equipas, convém que os gestores sejam ca-
pazes de reduzir o número de situações stressantes com as quais os Habitualmente, torna-se necessário promover um processo de
empregados se deparam. Se não as reduzem, convém que pelo menos mudança quando a organização não satisfaz os stakeholders,
consigam que os colaboradores se habituem a viver com o stress. nomeadamente os acionistas. Os sinais evidentes de necessidade de uma
intervenção profunda, poderão ser de caráter quantitativo ou qualitativo.
Para tal existem algumas técnicas, tais como: Diminuição das vendas, perda de quota de mercado, aumento de custos,
redução de rendibilidade, poderão ser claros sinais de uma deficiente
Definir os objetivos gestão. Insatisfações dos clientes, fornecedores e colaboradores, são
Fazer com que os empregados participem na definição dos objetivos, também sérios alertas de caráter qualitativo. De forma a validar e enquadrar
ajuda na redução de conflitos e de incertezas face às funções de cada um. a deficiente “performance individual” da empresa ou organização, será de
Juntando a isto a delegação de responsabilidades ligadas ao trabalho de capital importância, a realização de um trabalho debenchmark com as
cada um, ajuda a controlar o stress, pois cada um participa nas decisões empresas concorrentes.
em que ele e o seu próprio trabalho são envolvidos. As necessidades de mudança, poderão revestir diversas formas, entre
Dar apoio emocional as quais destaco:
O apoio emocional nesta situação, é a preocupação e a confiança que Mudança Incremental
se tem com um indivíduo. Não gera habitualmente grandes impactos na organização, a
As organizações onde este tipo de apoio faz parte da sua cultura con- intervenção efetua-se através de ligeiros ajustamentos organizativos.
seguem, com sucesso, que os seus empregados consigam reagir bem às Mudança Transformacional
pressões e expectativas criadas sobre o seu desempenho.
Procede-se a mudanças no clima e cultura da organização, com
O uso dos estilos "calmo", "colaborativo e "compromisso", na gestão alterações profundas dos processos de gestão, estruturação e de
dos conflitos, permite criar uma imagem de preocupação e confiança para concepção de trabalho, segundo um plano previamente elaborado.
com o empregado.
Gestão de Pessoas 18 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Mudança Planejada/Planeada Mudanças Estruturais
Envolvem toda a hierarquia da empresa ou organização, as metas, as
Quando a empresa reformula a sua estratégia, de uma forma características estruturais, os procedimentos administrativos e os sistemas
claramente pacífica, normalmente ocorre quando a organização apresenta administrativos. Uma mudança estrutural bem-sucedida é realizada por
um bom desempenho, no entanto vislumbra a possibilidade de claras uma abordagem de cima para baixo porque a habilidade para a melhoria
melhorias com a indicada reformulação. administrativa tem a sua origem nos níveis médio e alto da organização. O
Mudança Improvisada processo de cima para baixo não significa que a coerção seja a melhor
táctica de implementação. As tácticas de implementação incluem instrução,
É um tipo de mudança deliberada, mas não resulta de decisões pró- participação e negociação com todos os empregados.
ativas, mas de decisões tomadas em tempo real.
Mudanças Culturais
Mudança Emergente Referem-se a uma mudança nos valores, normas, atitudes, crenças e
Processo habitualmente complexo, não planejado/planeado, no qual a comportamento dos empregados. Relacionam-se com a maneira como os
organização vai respondendo de forma a ultrapassar as ameaças ou os colaboradores da organização pensam.
desafios com que se vai deparando. O treino e formação são as ferramentas frequentemente mais utilizadas
Mudança Radical para mudar o pensamento dominante na organização. Uma empresa pode
oferecer programas de formação aos seus colaboradores em assuntos
Habitualmente planejada/planeada, de forma a antecipar como trabalho em equipa, qualidade, administração participativa,
acontecimentos futuros ou a inverter uma deficiente performance. Apesar atendimento ao cliente. Outra abordagem fundamental para mudanças nas
dos diversos tipos de gestão de mudança referidos, existe um conjunto de pessoas e culturas é o desenvolvimento organizacional. O desenvolvimento
etapas fundamentais, comuns aos diversos tipos de intervenções. organizacional, sugere a aplicação da ciência do comportamento num
esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização em
Tipos de Mudança
confrontar-se com o ambiente externo e aumentar a capacidade de resolver
Existem diferentes tipos de mudanças organizacionais, problemas. O desenvolvimento organizacional melhora as relações de
nomeadamente: tecnológicas, de produtos, estruturais, de pessoas/cultura trabalho entre os seus colaboradores.
e de estratégia. As organizações podem inovar numa ou mais áreas,
O desenvolvimento organizacional é um excelente auxiliar dos gerentes
dependendo das forças internas e externas de mudança.
para lidar com problemas relacionados associados a:
Mudanças Tecnológicas
Fusões/aquisições
A mudança de tecnologia é relativa ao processo de produção da
O péssimo resultado financeiro de muitas aquisições e fusões é causado
organização – como a organização realiza seu trabalho. São
pela falha dos gestores em determinar se o estilo administrativo e a cultura
dimensionadas para tornar mais eficiente o processo de produção de um
organizacional das duas empresas “se encaixam” mutuamente. Os gestores
produto ou a prestação de um serviço. Como podem os gestores estimular
podem concentrar-se na sinergia potencial da tecnologia, de produtos, de
a mudança de tecnologia? A regra é que a mudança tecnológica deve ser
marketing e dos sistemas de controlo, mas, amiudadas vezes, falham no
feita de baixo para cima, ou seja, significa que as ideias têm origem nos
reconhecimento que as duas empresas podem ter valores, crenças e
níveis mais baixos da organização e são canalizadas para cima para
práticas extremamente diferentes. Essas diferenças criam stress e
aprovação. Os empregados nos níveis hierárquicos mais baixos
ansiedade entre os seus colaboradores, afetando, assim, o desempenho da
compreendem a tecnologia e têm a habilidade necessária para propor as
empresa.
mudanças.
Declínio / revitalização da organização
Mudanças no portfólio de produtos
As organizações que passam por um período de declínio e
É uma mudança no produto ou serviço produzido pela organização. As
revitalização experimentam uma variedade de problemas que incluem baixo
inovações em novos produtos têm grandes implicações para uma
nível de confiança, falta de inovação, rotatividade elevada, alto nível de
organização porque frequentemente são o resultado de uma nova
conflito e stress. O período de transição exige comportamentos opostos,
estratégia e podem definir um mercado novo. O lançamento de um novo
que incluem enfrentar o stress, facilitar a comunicação e incentivar a
produto é difícil porque ele não envolve somente uma nova tecnologia, mas
inovação criativa para emergir com altos níveis de produtividade.
também deve atender às necessidades dos clientes. As ideias para novos
produtos têm sua origem nos níveis mais baixos da organização, assim Gestão de conflitos
como ocorre com as mudanças tecnológicas. A diferença é que as ideias
de novos produtos circulam horizontalmente entre os departamentos. A O conflito pode ocorrer a qualquer momento e em qualquer lugar
inovação de produto requer perícia de diversos departamentos dentro de uma organização. O desenvolvimento organizacional pode ajudar
simultaneamente. O fracasso de um produto novo é frequentemente o a resolver esses mesmos conflitos.
resultado de uma cooperação falhada. De fato, o desenvolvimento organizacional propõe três etapas distintas
Por exemplo, os departamentos de R&D, produção e marketing devem para atingir a mudança de atitude e de comportamento:
desenvolver simultaneamente novos produtos. Os colaboradores desses Descongelamento: os colaboradores devem ser informados dos
departamentos reúnem-se frequentemente em equipas para compartilhar problemas e estar dispostos a mudar. Esta etapa, muitas vezes, utiliza um
ideias e resolver problemas. O departamento de R&D informa o especialista externo (agente de mudança), que faz um diagnóstico da
departamento de marketing sobre novas tecnologias para saber se eles organização e identifica problemas diretamente relacionados com o
serão úteis aos clientes. A equipa de marketing transmite ao departamento trabalho. Este reúne e analisa dados de entrevistas pessoais, questionários
de pesquisa as queixas dos clientes para que as utilize no projeto de novos e observações de reuniões. O diagnóstico ajuda a determinar a extensão
produtos. A produção informa os outros departamentos se o produto dos problemas organizacionais e a “descongelar” os gestores ao informá-
resultante da ideia pode ser fabricado dentro dos limites de custo. A los dos problemas de seu comportamento;
decisão de desenvolver um novo produto é uma decisão conjunta. A
sofisticação cada vez maior do mercado consumidor, atualmente procura Mudança: ocorre quando os indivíduos experimentam um novo
uma evolução contínua no desenvolvimento de produtos e marketing. O comportamento e aprendem novas habilidades para serem usadas no local
empowerment no ambiente cada vez mais competitivo de hoje vai além dos de trabalho. Algumas vezes isso é conhecido como intervenção, durante a
empregados para incluir fornecedores e clientes no processo de qual o agente de mudança implementa um plano específico para formação
desenvolvimento do produto. Outro exemplo de vínculo simultâneo entre os dos gestores e colaboradores (formação de equipas, pesquisa de feedback,
departamentos é o uso da competição baseada no tempo, o que significa entendimento de processos, atividades de liderança);
entregar produtos e serviços mais rápido do que os concorrentes, Recongelamento: ocorre quando indivíduos adquirem novas atitudes e
fornecendo à empresa uma vantagem estratégica significativa. valores e a organização os recompensa por eles. O impacto de novos

Gestão de Pessoas 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
comportamentos é avaliado e reforçado. O agente de mudança fornece psicológicos, onde as atitudes emocionais tais como o medo do
novos dados que mostram mudanças positivas no desempenho. Gestores e desconhecido e a dificuldade de compreender a mudança são fatores
colaboradores participam de cursos de atualização para manter e reforçar determinantes; por último, são destacados os aspectos sociológicos, nos
os novos comportamentos. quais prevalecem os interesses de grupos e fatores sociológicos, como
valores sociais opostos. Cabe ao gestor integrar os indivíduos e enfrentar
Etapas da gestão da mudança as resistências que se apresentarem a mudança, procurando envolver,
Contratação de um líder com o perfil adequado a este tipo de processo. negociar e manter uma comunicação clara e objetiva com o grupo.
Terá que possuir um conjunto de competências, entre as quais destaco, a Certas empresas vivem uma situação de estagnação, onde ainda
experiência em situações similares e grande capacidade de liderança. persistem paradigmas de conservadorismo e certa “liberdade assistida”.
Definição de objetivos estratégicos, após negociação com os Esse tipo de empresa, que ainda se sustenta em valores ultrapassados,
acionistas. considerando a mudança um risco para a organização e até mesmo para
sua rotina de trabalho, possui um alto grau de incertezas e resistências
Envolvimento da organização nos objetivos, devendo o gestor explícitas as mudanças. De fato, toda mudança em uma organização
promover a sua descentralização. representa alguma modificação nas atividades cotidianas, nas relações de
Definição da nova missão da empresa. trabalho, nas responsabilidades, nos hábitos e comportamentos das
pessoas que são os membros da organização 2 , p. 249.
Envolvimento de toda a organização na missão.
Ainda segundo Chiavenato:
Constituir uma equipe/departamento de mudança.
[...] quem sempre viveu em empresas imutáveis e estáticas, fechadas e
Contratação de quadros necessários ao processo de mudança. herméticas, onde as coisas não mudam, nunca aprenderá a mudar e a
inovar, como fazem as empresas excelentes do mundo industrializado. [...]
Dispensa de quadros não envolvidos no processo. Os colaboradores
para que a mudança seja dinamizada, é mister que exista um ambiente
não envolvidos neste tipo de acção, caso permaneçam na organização,
psicológico propício, uma cultura organizacional adequada, um estímulo
poderão ser uma importante condicionante no sucesso da mudança.
individual e grupal para a melhoria e para a excelência 2 , p. 251
Atribuição de poderes a um reduzido número de pessoas.
Desta forma, o ambiente psicológico e a cultura da organização devem
Não deverão ser delegadas autoridades. fomentar um alinhamento da equipe, para aperfeiçoar a implantação da
mudança, com o mínimo de resistência possível, porquanto:
Promover rápidas melhorias do desempenho, pois estas motivam as
equipes e dão credibilidade externa ao projeto. [...] a resistência à mudança é uma fase inicial, prevista em qualquer
programa de mudança planejada e que evidentemente os fatores de
Apesar da importância do líder, a organização terá que criar condições, personalidade terão influência decisiva sobre as percepções, sentimentos e
para não depender excessivamente deste gestor na atividade corrente. maneira de reagir à mudança, notando-se uma grande diferença em
Resistência à mudança pessoas mais seguras e outras mais inseguras [...] do ponto de vista
psicológico, a resistência à mudança é uma reação normal, natural e sadia,
Em um sentido mais amplo, os conceitos de globalização, lucro, desde que represente um período transitório de tentativas de adaptação,
competitividade e mudança fazem parte integrante das decisões das em que a pessoa busca recursos para enfrentar e lidar com o desafio de
organizações, que tem seus objetivos voltados para a garantia da uma situação diferente .
sobrevivência e crescimento sustentável no mercado. Os paradigmas e a
mudança são elementos que caracterizam a flexibilidade de adaptação e a A resistência a mudança é um fator previsível e ao mesmo tempo
dinâmica de relacionamento com os indivíduos. adaptável. Cabe a organização e principalmente ao gestor analisar,
compreender e envidar todos os esforços no sentido de alinhar os fatores
Nesse contexto, a mudança é influenciada por fatores internos e determinantes da mudança, buscando o melhor resultado para a
externos que se relacionam positiva ou negativamente. A mudança é organizações e para os indivíduos.
caracterizada pela implantação de um novo processo, o qual se faz
necessário pela intensa competitividade do mercado que cada vez Estratégias de Mudança
demanda processos mais rápidos, produtos com melhor qualidade e - Comunicação e educação. São utilizadas quando é necessário
eficiência operacional. A inovação surge como ferramenta de garantia de consistência sobre a mudança, sobre os usuários que podem resistir à
sustentabilidade das organizações, para sua produtividade e lucratividade. implementação. A educação é especialmente importante quando a
A estratégia da organização deve ser conciliada com a necessidade de mudança envolve conhecimento técnico e que as pessoas não estão
mudança, pois esta relação resultará na vantagem competitiva que a familiarizadas com a ideia.
organização deseja obter no mercado. A melhor adaptação a mudança - Consiste em preparar e treinar os empregados para os novos
dará a flexibilidade necessária para que se estabeleça a diferenciação da procedimentos introduzidos pela mudança
empresa no mercado, criando valor para o cliente e sustentabilidade para a
organização. Ou seja, o método mais eficaz para educação e comunicação passa
por educar pessoas sobre mudança usando discussões; apresentações
Assim, a busca pela competitividade deve fomentar uma reestruturação públicas; memorandos e relatórios e ainda vídeos de simulação. Através
inovadora, diferente daqueles modelos amplamente praticados. Como deste método ter-se-á a vantagem de facilitar a adesão ao processo, sendo
propõem Prahalad e Hamel 1 , deve ocorrer uma reinvenção dos setores e que o inconveniente mais direto poderá ser o fato deste método exigir
regeneração das estratégias, com foco na reavaliação de seus processos e longos períodos de tempo.
atitudes. A adaptação da organização e dos indivíduos para esse objetivo,
constrói as bases de uma organização bem estruturada. - Participação. Envolve as pessoas resistentes à mudança. Isto
consome tempo, mas vale a pena porque as pessoas compreendem e
Chiavenato, p. 251 2 afirma que quem sempre viveu em empresas comprometem-se com a mudança. A participação também auxilia os
imutáveis e estáticas, fechadas e herméticas, onde as coisas não mudam, gerentes a determinar problemas potenciais e perceber a recepção dos
nunca aprenderá a mudar e a inovar. Desta forma, somente o trabalho do empregados quanto à mudança.
gestor, alinhado a sua facilidade em conduzir os mais diferentes grupos e
personalidades, poderá resultar em uma mudança eficaz e com o mínimo A participação, será pois um dos aspectos mais importantes, porque
de resistência. através dela poder-se-á ouvir as pessoas envolvidas no processo e obter
maior informação sobre aquilo que pensam sobre o mesmo, assim, a
A resistência, por sinal, se destaca como um dos principais obstáculos vantagem será não só esta mas também o maior empenhamento de todos.
para a mudança. Os principais motivos são: aspectos lógicos dos
indivíduos, onde se destacam os interesses pessoais; aspectos Existe um outro aspecto a considerar não menos importante e que é a
facilitação e apoio e que consiste basicamente no apoio emocional que se
Gestão de Pessoas 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
poderá transmitir aos subordinados, sobretudo quando há resistências Segundo Chiavenato (1997), o Clima Organizacional tem uma íntima
devido a problemas de ajustamento, ansiedade ou medo, assim, se relação com a motivação das pessoas que compõem a organização. Quan-
conseguirá ajudar a ultrapassar os receios face à mudança, sendo que to maior for a motivação das pessoas, maior será o nível do Clima Organi-
também aqui poderemos demorar algum tempo para obter os resultados no zacional. O contrário também é verdadeiro: quanto menor a motivação,
sentido desejado. menor é o nível do Clima Organizacional.
- Negociação. É o meio mais formal de atingir a cooperação. A
negociação usa a conversação para conquistar a aceitação e aprovação de Chiavenato (1997) diz que a apuração do nível em que se encontra o
uma mudança desejada. Clima Organizacional da empresa é ferramenta imprescindível para a
Na negociação e acordo podem ser oferecidos incentivos como administração de pessoas dentro das organizações. Através dessa avalia-
incrementos salariais, oportunidades de carreira aos ativos e presumíveis ção é possível constatar os pontos negativos, positivos e conflituais existen-
resistentes, esta pode ser a melhor forma de remover a resistência, no tes nas relações da empresa com seus empregados, bem como, levantar
entanto, também pode ser muito dispendioso para a empresa. eventuais necessidades individuais não satisfeitas. A partir dos resultados,
Podemos acrescentar também o método de manipulação e cooperação podem ser tomadas as providências adequadas à solução dos problemas
que consiste em envolver os presumíveis resistentes, oferecendo-lhes detectados.
papéis desejáveis no processo embora sem desejar a sua participação Kolb (1978) também emite sua opinião sobre “clima organizacional”
ativa nem o aproveitamento das suas sugestões, este método será o como força capaz de alterar o comportamento dos empregados dentro das
caminho a seguir quando nenhum outro método parecer adequado, porque organizações:"...Embora uma compreensão da motivação humana seja
pode ter como vantagem ser a solução mais rápida e mais económica para valiosa para o administrador em atividade, vimos que a motivação não é o
a empresa, no entanto, as vantagens mais diretas poderão ser o fato das único determinante do comportamento. O clima organizacional também
pessoas se sentirem manipuladas e representar o fracasso total de quem pode moldar o comportamento em relação a associação, poder ou realiza-
quer avançar com o processo e implementação da mudança. ção. Pelo seu comportamento, pelas políticas, pelos procedimentos, pelos
- Coerção. Significa que os gestores usam o seu poder formal para sistemas de recompensa e pelas estruturas que eles criam, os administra-
forçar os empregados a mudar. Aos resistentes é dito para aceitar a dores podem influenciar significativamente o clima motivacional de uma
mudança ou perderão os benefícios a até mesmos os seus empregos. Ela organização”. (Kolb, 1978).
é necessária em situações de crise quando uma resposta rápida é exigida.
Ou seja a Coerção pode ser implícita ou explicita quando as pessoas Sobre o assunto Chiavenato (1997) diz ainda que, o homem está sem-
são forçadas a mudar sob ameaças (despedimento, por exemplo) ou perda pre numa postura de ajustamento ao ambiente onde se encontra. Esse
de oportunidades, este método poderá ocorrer quando a mudança tem de ajustamento varia de indivíduo para indivíduo e através do tempo. Dessa
ser rápida e quem a pretende implementar tem forte poder. Esta estratégia forma o Clima Organizacional é uma questão a ser verificada periodica-
é rápida e capaz de ultrapassar vários tipos de resistência no entanto, mente. O tamanho e a complexidade da estrutura organizacional é que
através dela podem ser desenvolvidos sentimentos negativos indesejáveis. deverá propiciar a estimativa do intervalo com que se deve realizar tal
- Apoio da alta administração. O apoio visível da alta administração procedimento avaliativo.
também ajuda a superar a resistência à mudança. O seu apoio simboliza Considerando o conteúdo deste texto a Rede de Talentos pode realizar o
para todos os empregados que a mudança é importante para a diagnóstico do Clima Organizacional de sua empresa, fazer
organização. Ela é importante quando a mudança envolve vários a análise dos resultados obtidos e propor soluções adequa-
departamentos ou quando os recursos estão a ser relocados noutros das para resolver problemas eventualmente constatados.
departamentos. Sem o seu apoio, estas mudanças podem ficar http://www.rededetalentos.com.br/clima_organizacional.htm
condenadas a discussões entre os departamentos. O Que é Cultura Organizacional
Clima Organizacional A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e
crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas
Do conceito de motivação – nível individual – surge o de clima organi- compartilhados por todos os membros da organização. Ela refere-se ao
zacional – no nível da organização. É a “qualidade ou propriedade do sistema de significados compartilhados
ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros
da organização e que influencia seu comportamento” (Chiavenato, 1997). A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e
Ele traduz os mais importantes aspectos do relacionamento entre a empre- crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas
sa e seus empregados: a motivação, a integração e a interação de todos os compartilhados por todos os membros da organização. Ela refere-se ao
membros de uma organização. sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distin-
O Clima Organizacional pode ser alto, baixo ou pode situar-se num ní- gue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de
vel intermediário. Ele é considerado baixo quando existe um distanciamento pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de
muito grande entre os membros de uma organização. Isso fica patente com uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a
o aparecimento do pessimismo, da descrença, da depressão e do desâni- maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia
mo entre as pessoas. O nível alto é traduzido por reações de otimismo, ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de leal-
calor, receptividade. O clima considerado neutro é aquele que não causa dade expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura
reação no comportamento dos indivíduos. organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da
organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por
esta razão, ela condiciona a administração das pessoas.

Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas infor-


mais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma
organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos
objetivos organizacionais. No fundo, é a cultura que define a missão e
provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A
cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das decisões
e ações da organização como planejamento, organização, direção e contro-
le para que se possa melhor conhecer a organização.

Pode-se Mudar a Cultura de uma Organização? Deve-se mudar a


cultura da Organização em busca de resultados?

Segundo Kissil (1998), para que a organização possa sobreviver e se


desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a
cultura organizacional. Esse conceito responde plenamente esta questão,

Gestão de Pessoas 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
onde o Autor sugere que a revitalização e a inovação são fatores importan- (faculdade, curso de línguas, cursos profissionalizantes específicos, etc.).
tes para as empresas, e de certo modo só se consegue isso mudando a Pode ser implantado com divulgação de uma nova política de valorização
cultura da organização. dos funcionários incentivando aos estudos, tem um reflexo muito bom, e
seus resultados podem ser de curto prazo.
O esforço de entendimento mútuo dentro da empresa é uma maneira de
garantir uma estrutura consistente e manter o ritmo de produtividade da Critérios para recrutamento, seleção, promoção de empregados. Os tipos
organização. Para montar as equipes com um perfil variado é preciso de de pessoas que são contratadas e os que têm sucesso são aqueles que
um enfoque cultural e escolher as pessoas que são diferentes. O que faz aceitam e comportam-se de acordo com os valores da organização. É
uma empresa forte é o respeito mútuo interno, é ele que poderá gerar fundamental não ter o favoritismo de algumas pessoas, onde o caráter
respostas rápidas e eficientes. Se as diversidades forem integradas em paternalista, pode ser visto muito fortemente em empresas familiares acon-
torno de um único compromisso, a empresa estará sempre pronta para tecer tornando a organização desacreditada internamente. Aplica-se com
administrar as mudanças que forem necessárias. Só se consegue isso com um recrutamento e seleção feita por profissionais qualificados, onde são
uma cultura organizacional forte, onde as pessoas têm os valores e princí- buscados profissionais que se encaixam com o perfil da vaga e os objetivos
pios da empresa disseminados de forma clara, onde todos tem orgulho de da organização. Seu retorno é de longo prazo.
fazer parte de uma organização transparente e focada no sucesso.
É importante porém ressaltar que antes de qualquer atitude deve-se primei-
Ferramentas que ajudam na mudança na Cultura da Organização ramente fazer um diagnóstico da atual cultura da organização, para poder
assim fazer um plano de ação e finalmente executa-lo e controla-lo.
Clareza de objetivos, valores e princípios: Onde a empresa tem seus objeti-
vos claros, definidos, formalmente estabelecidos e orientados para médio e Aplicação das ferramentas citadas
longo prazo. Para dar certo a empresa deve fazer com que todos funcioná-
rios tenham acesso aos seus objetivos, ter definidos os valores e princípios, Os mecanismos acima citados, realmente podem ser aplicados, e são
sendo relembrados periodicamente (Ex. reunião mensal), isso auxilia no formas de fazer com que a organização mude sua cultura corporativa, claro
processo de mudança e seu retorno pode ser de médio prazo, caso bem que se deve observar o tamanho e a estrutura de cada empresa e adaptar
divulgado e aplicado. a ferramenta conforme sua situação.

Imagem de produtos e serviços: Grau em que os vários públicos (internos e A mudança da cultura certamente começa de cima para baixo, e podem e
externos) percebem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Não devem ser executadas pela Diretoria (CEO). Os gerentes intermediários,
basta o cliente externo ter percepção da empresa, mas também os funcio- supervisores, ou chefes de departamentos, devem obrigatoriamente fazer
nários, a "venda" interna é muito importante, divulgação de projetos que parte do processo, ou etapas como a de comunicação não funcionariam, é
estão sendo executados, conquistas, detalhes sobre a qualidade de seus seu papel também incentivar as mudanças propostas, é por eles que as
produtos e serviços, devem ser do conhecimento dos clientes internos e instruções normalmente chegam, e se falhar nessa etapa todo o processo
externos, fazendo com que o funcionário tenha orgulho do seu trabalho. pode vir por água abaixo.
Seu resultado na mudança pode ser notado no longo prazo. Deve ser
também ser trabalhado constantemente, para manter os funcionários infor- Dessa forma conclui-se que apenas com a integração de todos é possível
mados. fazer com que se mude a cultura de uma organização.

Integração e comunicação: Onde a estrutura da organização permite a "Só existem duas maneiras de mudar a cultura de uma organização: mu-
comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta. dando as pessoas ou mudando de pessoas." (Autor desconhecido)
Tendo também a colaboração e parceria como meio existente como auxílio http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=582qebocp
mútuo, sendo tanto internamente (funcionários) quanto externamente
(fornecedores). A comunicação flexível, entre subordinados e gestores,
caso a empresa for muito fechada se dará num período de longo prazo, PROVA SIMULADA I
porém sendo um pouco mais flexível, se dará no curto ou médio prazo. A
política de "portas abertas" deve ser incentivada pelos gestores até se 1 .(STJ, Cespe - Técnico Administrativo - 2008) No trabalho em equipe,
tornar comum na organização. normas básicas asseguram a qualidade dos resultados e o bom clima entre
os integrantes. Acerca desse tema, julgue os próximos itens em (C) CERTO
Abertura a novas ideias: Grau em que a empresa é dinâmica, está atenta ou (E) ERRADO.
às mudanças, tem senso de oportunidade, estabelece objetivos arrojados, a) A comunicação deve ser assertiva, o que significa, por exemplo, que
é líder de tendências e cria um ambiente motivador. Nesse ambiente a uma pessoa pode falar algo muito desagradável para a outra, mas de
empresa valoriza e incentiva as novas ideias de seus colaboradores. Pode maneira que não seja ameaçadora nem ofensiva.
ser feito incentivos financeiros como premiações por economia na mudança b) Se, em um grupo de trabalho, quando um membro fala, outro habitual-
de algum processo, criar uma caixa de sugestões, ter reuniões periódicas mente o interrompe com piadas acerca do assunto ou com relato de caso
entre setores na busca de melhorias, criar um grupo de melhoria, etc. irrelevante, a possibilidade de que esse grupo venha a funcionar como
Depende muito da comunicação, ela deve ser aberta a ponto do funcionário equipe eficaz será diminuída.
ter a ousadia de expor e criar novos métodos e procedimentos. É um traba- c) Um trabalho em equipe será tanto menos produtivo quanto mais o chefe
lho que pode trazer resultados no curto, médio, ou longo prazo. do serviço definir os objetivos e metas, porque essa conduta reduz a criati-
vidade do grupo.
Desempenho profissional: O trabalho é estimulante para os funcionários e A) C, C, C
oferece desafios profissionais, possibilidade de crescimento e valorização B) C, C, E
pessoal. A própria prática de ideias faz com que o profissional sinta-se mais C) C, E, C
valorizando, pode-se também fazer rodízios, onde o funcionário deixa de D) E, C, C
ser um especialista numa função e começa a ter conhecimento de outras E) E, C, E
atividades, ajudando no entendimento do todo do processo e seu objetivo
final. A construção de um plano de carreira também é importante, mas 2 . (FUNDAC-PB, Cespe - Agente Protetivo - 2008) Em relação ao trabalho
certamente é mais viável em empresas de grande porte. Seus resultados em equipe, assinale a opção correta.
são de médio a longo prazo. A) Embora a atividade em equipe possa ser entendida como resultado de
um esforço em conjunto, um único membro pode ser responsabilizado por
Aprendizado: A empresa estimula e proporciona oportunidade de desenvol- um fracasso que, porventura, venha a ocorrer.
vimento profissional para os funcionários. A empresa não passa da fase de B) Em um trabalho em equipe, é desnecessária a cooperação de todos
apenas cobrar qualificação do quadro funcional, mas passa a incentivar. para a realização dos serviços com qualidade.
Pode-se fazer isso com cursos internos, auxílio financeiro nos estudos C) Trabalhar em grupo visando, principalmente, a benefício próprio é fator

Gestão de Pessoas 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que dificulta o funcionamento adequado da equipe. c) No trabalho em equipe, a subordinação enseja atitudes de lealdade,
D) O trabalho em equipe pode ser definido como aquele realizado por um dedicação, disciplina e colaboração com os pares e com a gerência.
grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa, sem terem, necessariamen- A) C, C, C
te, objetivos comuns. B) C, C, E
E) N.R.A. C) C, E, C
D) E, C, C
3 .(MP-AM, Cespe - Agente Administrativo - 2007) O trabalho em grupo é E) E, C, E
uma situação social em que é importante o desenvolvimento do espírito de
equipe, necessário para a efetiva satisfação de necessidades individuais e 7 . As organizações que têm orientação para a qualidade buscam, frequen-
a realização dos objetivos organizacionais. Em relação ao trabalho em temente, planejar seus trabalhos por meio da utilização de equipes de
equipe, julgue os seguintes itens em (C) CERTO ou (E) ERRADO. trabalho. Essa estratégia gerencial, se bem conduzida, dá mais confiança
a) Os participantes de uma equipe devem contribuir com habilidades e aos colaboradores e possibilita melhores resultados para a organização.
comportamentos semelhantes para o alcance das metas, pois a diversidade Tendo o texto acima por referência inicial, julgue os itens que se seguem
dificultaria a adequada abordagem das situações e dos problemas. em (C) CERTO ou (E) ERRADO, a respeito do trabalho em equipe.
b) A responsabilidade é uma habilidade que os membros de uma equipe a) O nível potencial de desempenho de uma equipe pouco depende dos
devem desenvolver, pois cada um é responsável tanto pelo seu trabalho, recursos individuais de seus membros. O bom nível de desempenho da
quanto pelo de seus colegas. equipe depende mais do recurso global, constituído pelo grupo.
A) C, C b) As equipes de trabalho precisam de um líder formal. Essa liderança tem
B) C, E os propósitos de organizar melhor o desenvolvimento do trabalho, conduzir
C) E, C a equipe para o alcance das metas e intermediar a comunicação com os
D) E, E superiores.
E) N.R.A. c) Para ser eficaz, uma equipe de trabalho deve ter os papéis de seus
membros preestabelecidos, por meio de definição clara e objetiva de atribu-
4 .(TRE-AL, Cespe - Auxiliar Judiciário - 2004) Com referência ao trabalho ições e competências, que restrinja o campo de atuação individual de seus
em equipe, julgue os itens a seguir em (C) CERTO ou (E) ERRADO. membros.
a) O trabalho em equipe meritório enseja atitudes de lealdade, dedicação, d) O relacionamento interpessoal é um dos aspectos mais importantes que
disciplina e colaboração dos subordinados com o seu superior, mas não contribuem para a eficácia do trabalho em equipe. Esse tipo de trabalho
com seus pares. exige que seus membros tenham empatia, postura profissional participativa,
b) A eficácia e a eficiência do trabalho em equipe são igualmente resultan- capacidade de comunicação e respeito à individualidade do outro.
tes do empenho individual e coletivo. A) E, C, C, C
c) Para obter sucesso com sua equipe, o gerente deve abolir a postura de B) C, C, E, C
autoritarismo e agir como parte integrante da equipe. C) E, C, E, C
A) C, C, C D) E, E, E, C
B) C, C, E E) E, C, E, E
C) C, E, C
D) E, C, E 8 . Em uma organização pública, os servidores encontram-se desmotiva-
E) E, C, C dos. Há um ambiente entre eles de desconfiança e individualismo. Essa
atmosfera está causando uma série de impactos na organização.
5 . (TRT-MA, Cespe - Técnico Judiciário - 2005) As organizações que têm Considerando a situação hipotética acima, julgue os itens a seguir em (C)
orientação para a qualidade buscam, freqüentemente, planejar seus traba- CERTO ou (E) ERRADO, relativos ao trabalho em equipe e à qualidade no
lhos por meio da utilização de equipes de trabalho. Essa estratégia geren- atendimento ao público.
cial, se bem conduzida, dá mais confiança aos colaboradores e possibilita a) No contexto apresentado, os impactos são negativos para a organiza-
melhores resultados para a organização. Tendo o texto acima por referên- ção, no que diz respeito aos processos internos e no relacionamento com
cia inicial, julgue os itens que se seguem em (C) CERTO ou (E) ERRADO, usuários.
a respeito do trabalho em equipe. b) A atuação em equipe poderia modificar a situação descrita, por meio de
a) O relacionamento interpessoal é um dos aspectos mais importantes que um trabalho de liderança que adaptasse os aspectos individuais dos servi-
contribuem para a eficácia do trabalho em equipe. Esse tipo de trabalho dores às expectativas da organização e dos usuários.
exige que seus membros tenham empatia, postura profissional participativa, A) C, C
capacidade de comunicação e respeito à individualidade do outro. B) C, E
b) Para ser eficaz, uma equipe de trabalho deve ter os papéis de seus C) E, C
membros preestabelecidos, por meio de definição clara e objetiva de atribu- D) E, E
ições de competências, que restrinja o campo de atuação individual de E) N.R.A.
seus membros.
c) As equipes de trabalho precisam ter um líder formal. Essa liderança tem 9 .(DPU, Cespe - Agente Administrativo - 2010) Hoje, mais do que anteri-
os propósitos de organizar melhor o desenvolvimento do trabalho, conduzir ormente, o trabalho em equipe tem sido incentivado em praticamente todas
a equipe para o alcance das metas e intermediar a comunicação com os as áreas da atividade humana. Vários autores têm destacado as vantagens
superiores. dessa forma de trabalho em relação ao trabalho individual. Apesar desse
d) O nível potencial de desempenho de uma equipe pouco depende dos reconhecimento, na prática existem muitas dificuldades à sua realização.
recursos individuais de seus membros. O bom nível de desempenho da Em parte, isso se deve às diferentes percepções do que seja uma equipe e
equipe depende mais do recurso global constituído pelo grupo. dos fatores que aumentam seu desempenho e garantem sua efetividade. A
A) C, E, C, E respeito dos fatores que afetam o desempenho e a efetividade da equipe,
B) C, E, C, C assinale a opção correta.
C) C, C, C, E A) Para se melhorar o desempenho de uma equipe de trabalho, recomen-
D) C, E, E, E da-se restringir sua avaliação à atuação da equipe como um todo, recom-
E) E, E, C, E pensando-se os membros do grupo de forma igualitária.
B) Para ser eficaz, uma equipe de trabalho deve prever um campo de
6 .A respeito do trabalho em equipe, julgue os itens subsequentes em (C) atuação restrito de seus membros.
CERTO ou (E) ERRADO. C) O gestor que aumenta o salário de seus colaboradores necessariamente
a) A gestão do trabalho em equipe pressupõe o despojamento da arrogân- tem um incremento proporcional no desempenho deles.
cia, da vaidade e da superestimação do cargo por parte dos supervisores. D) Um conjunto de pessoas que trabalham de forma coordenada e organi-
b) A eficácia e a eficiência do trabalho em equipe são, igualmente, resultan- zada e com objetivos comuns constitui uma equipe de trabalho, todavia
tes do empenho individual e coletivo. essas condições não são suficientes para que essa equipe seja efetiva na

Gestão de Pessoas 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
realização das tarefas. ( ) O modelo democrático de liderança caracteriza-se pela participação dos
E) Toda equipe de trabalho necessita de um líder porque o trabalho do líder empregados no processo de tomada de decisões.
é imprescindível para que os objetivos do grupo sejam alcançados. ( ) No modelo autocrático de liderança, as comunicações verticais descen-
dentes prevalecem sobre as ascendentes.
10 . (AL-SP, FCC - Agente Administrativo - 2010) A equipe de trabalho ( ) O modelo autocrático de liderança enfatiza a confiança mútua, a partici-
formada para resolver determinados assuntos ou problemas específicos, pação e o envolvimento do grupo.
em bases temporárias, denomina-se
A) comissão. Escolha a alternativa que contém a seqüência CORRETA.
B) equipe funcional. A) V, F, V, V, F.
C) força-tarefa. B) V, V, F, V, V.
D) equipe de comando. C) V, V, V, F, F.
E) coaching. D) F, V, V, F, F.
E) V, V, V, F, V.
RESPOSTAS
4. É de fundamental importância, para se compreender a relação entre
01. B motivação e desempenho, entender que
02. C A) motivação e cultura organizacional estão estreitamente vinculadas.
03. C B) o estilo gerencial vigente na organização não afeta o desempenho.
04. E C) todas as pessoas têm o mesmo nível motivacional.
05. A D) a motivação caracteriza-se por um elevado padrão de racionalidade
06. A objetiva.
07. C
E) o desempenho individual não depende da capacidade da pessoa nem
08. B
09. D das oportunidades oferecidas pela organização.
10. C
5. Complete a afirmativa a seguir com a opção CORRETA.
PROVA SIMULADA II As políticas de gestão de pessoas e suas respectivas práticas devem
estar _______________________ às estratégias empresariais para produ-
1. Leia as afirmativas a seguir. zirem melhores ___________________ para as organizações.
I. O comportamento organizacional refere-se ao estudo de indivíduos e A) alinhadas, resultados
grupos atuando em organizações . B) vinculadas, processos
II. O comportamento organizacional está voltado para o estudo da dinâmica C) desagregadas, lucros
e do funcionamento das D) extrínsecas, vantagens
organizações. E) alheias, satisfações
III. O comportamento organizacional corresponde ao lado humano da
organização. 6. A teoria motivacional de Maslow se baseia na chamada hierarquia das
Assinale a alternativa CORRETA. necessidades. Assinale a alternativa que indica, apenas, aspectos relacio-
A) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. nados à classificação de necessidades sociais.
B) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. A) Trabalho seguro, reconhecimento, responsabilidade.
C) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. B) Interação com clientes, amizade dos colegas, chefia amigável.
D) Nenhuma das afirmativas está correta. C) desagregadas, lucros
E) Todas as afirmativas estão corretas. D) Crescimento pessoal, benefícios, grupos sociais.
E) Trabalho seguro, horário, interação com clientes.

2. Sobre a liderança, assinale como verdadeira ( V ) ou falsa ( F ) cada 7. Considerando que se pretenda implantar, em uma organização, um
afirmativa. sistema de gestão de desempenho, julgue os itens a seguir, como Certo ou
( ) Liderança é o processo de dirigir o comportamento das pessoas para o Errado, quanto às premissas que devem embasar esse processo.
alcance de objetivos. a) O modelo de gestão de desempenho deve ser definido com a partici-
( ) Liderança é uma influência interpessoal exercida em uma dada situação pação restrita das chefias da organização.
e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução
de um ou mais objetivos específicos. b) Deve-se utilizar a avaliação 360 graus por ela se adequar a qualquer
( ) Liderança é uma função das necessidades existentes em uma determi- ambiente/situação organizacional.
nada situação e consiste em uma relação entre um individuo e um grupo.
( ) Liderança é uma característica exclusiva das funções de chefia e decor- c) Na definição de investimento em capacitação, devem ser utilizados os
re da estrutura formal da organização. resultados da avaliação do desempenho.
( ) Liderança é a capacidade de justificar legalmente o exercício do poder.
d) Os sistemas focados na avaliação comportamental devem ser priori-
Assinale a alternativa que contém a seqüência CORRETA. zados sob qualquer circunstância, não sendo importantes os que focalizam
A) V, F, V,V , V. resultados.
B) V, V, F, V, V.
C) V, V, V, F, F. e) O comprometimento da alta direção da organização constitui diferen-
cial para o sucesso da implantação de um sistema de gestão de desempe-
D) F, V, V, F, F.
nho.
E) V, V, V, F, V.
f) São duas as etapas do sistema de gestão de desempenho: planeja-
mento e avaliação.
3. Sobre estilos de liderança, assinale como verdadeira ( V ) ou falsa ( F )
cada afirmativa. a) EECECE
( ) O modelo autocrático de liderança caracteriza-se pela centralização das b) EEECCC
decisões na cúpula da organização. c) CECECE
( ) O modelo autocrático de liderança caracteriza-se pela valorização do d) CECECE
processo representativo.

Gestão de Pessoas 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
8. O processo de gestão por competências tem se destacado como uma 11. O desempenho na realização de qualquer tipo de tarefa é influenciado
opção para o aprimoramento da gestão de pessoas nas organizações. por forças chamadas motivos, as quais produzem a motivação. Podemos
Acerca desse tema, julgue os próximos itens, como Certo ou Errado. citar como exemplos de motivos internos:
a) A gestão por competência deve ser implantada a partir do mapea- a) valores e habilidades das pessoas;
mento das competências organizacionais e profissionais desejadas bem b) discurso de exortação feito por líder político;
como das competências existentes. c) escala de progressão salarial;
d) desafio proposto pelo gerente de vendas.
b) Nesse processo deve-se considerar que as competências dos indiví-
duos são influenciadas por aspectos motivacionais, traços de personalidade
e capacidades pessoais. 12. Uma empresa realizou um processo de seleção visando a enfatizar a
liderança, os aspectos comportamentais e a facilidade no relacionamento
c) A gestão por competência é voltada para o desenvolvimento sistemá- interpessoal. A técnica de seleção utilizada, nesse caso, foi:
tico de competências profissionais das equipes e dos empregados. A) a simulação
B) a entrevista
d) As competências humanas são externadas quando as pessoas C) a prova objetiva
relatam verbalmente o que fazem na organização. D) o teste de personalidade

e) Nas organizações, o enfoque com base em competências possibilita 13. O modelo contingencial de desenho de cargos é caracterizado pela
uma visão mais clara das possibilidades de ascensão do empregado, na seguinte afirmação:
medida em que especifica o conjunto de competências para diferentes A) a busca da eficiência do desenho de cargo realiza-se através do método
níveis de carreira do mesmo eixo, ou mesmo para eixos distintos. e racionalização do trabalho.
a) CCCEC B) o desenho de cargos simples requer pouco treinamento e facilita a
b) ECCEC seleção
c) ECECE C) o desenho de cargo baseia-se na dinâmica e na contínua mudança e
d) CCECC revisão do cargo
D) o desenho de cargo deve ser projetado como algo definitivo
9. A respeito das expectativas atuais relativas à atuação estratégica da
área de gestão de pessoas, julgue os itens subseqüentes, como Certo ou 14. Uma organização utiliza, em sua avaliação de desempenho, um método
Errado. que se baseia nas características externas relacionadas a desempenhos
a) A área de gestão de pessoas pode orientar políticas e ações, visando altamente positivos ou altamente negativos. Esta forma de avaliar caracte-
à aquisição das competências necessárias à consecução dos objetivos riza o método:
organizacionais. A) das listas de avaliações
B) dos incidentes críticos
b) A área de gestão de pessoas deve estar voltada para o atendimento C) de participação por objetivos
da padronização das competências dos indivíduos. D) de escolha forçada

c) Para que a organização alcance seus objetivos, as atribuições rela- 15. Com relação às necessidades básicas do ser humano, avalie os itens a
cionadas à área de gestão de pessoas devem envolver estudo da cultura, seguir:
das competências e do desenvolvimento do comprometimento dos empre- 1- A cesta básica distribuída por empresas, é ideal para motivar um grupo
gados. que está com a
necessidade de segurança mais precária.
d) O foco da área de gestão de pessoas deve ser móvel, adaptando-se 2- A compra de um carro de luxo está mais ligada à satisfação da necessi-
às mudanças no cenário em que a organização se insere, as quais podem dade de status.
interferir no mercado de trabalho ou no resultado da empresa. 3- A estabilidade de emprego atende melhor os empregados com necessi-
dade de segurança.
a) CECC 4- A habitação ou moradia satisfaz mais às necessidades fisiológicas do ser
b) CCCC humano.
c) CECE 5- Os elogios atendem melhor aquela pessoa com maior necessidade de
d) CEEE estima.
O correto está somente em:
A) 1, 2, 4 e 5.
10. O gerente de recursos humanos de uma empresa farmacêutica está B) 2, 3, 4 e 5.
implantando uma metodologia de avaliação de desempenho em sua em- C) 1 e 3.
presa, e optou pelo método de pesquisa de campo. Isto significa: D) 1, 2, 3 e 5.
a) avaliar o desempenho das pessoas por meio de fatores de avaliação
previamente definidos e graduados, utilizando um formulário de dupla 16. Nesses últimos anos, assistimos a muitas mudanças e transformações.
entrada no qual as linhas em sentido horizontal representam os fatores de Testemunhamos guerras e a paz entre continentes. Vimos grandes potên-
avaliação do desempenho, enquanto as colunas em sentido vertical repre- cias surgirem no mundo empresarial, da mesma forma que assistimos a
sentam os graus de variação dos fatores de avaliação; outras tantas desaparecer. Embora ouçamos sempre dizer que as mudan-
ças são necessárias, por que há tantas resistências?
b) avaliar o desempenho dos indivíduos por intermédio de frases descritivas 1- pela maneira inadequada como são implantadas.
de determinadas alternativas de tipos de desempenho individual; 2- porque ninguém gosta de mudança.
3- pelo medo do novo, do que é desconhecido, do que não é familiar.
c) que o superior irá avaliar o subordinado, com o auxílio de um especialista 4- porque resistências sempre fazem bem às mudanças.
(staff). Este especialista irá a cada seção para entrevistar as chefias sobre 5- pelo medo de fazer contato com as pessoas.
o desempenho de seus respectivos subordinados; São corretas somente as afirmativas:
A) 1 e 4.
d) que a avaliação será feita por todos os elementos que mantêm alguma B) 1, 2 e 5.
interação com o avaliado, de forma circular. C) 1 e 3.
D) 2, 3 e 4.

Gestão de Pessoas 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
17. Considerando que a Remuneração por Competência é uma ferramenta A) a retroação
de Gestão, é correto afirmar: B) a autonomia
1- Os funcionários que ocupam o mesmo cargo podem receber salários C) o significado das tarefas
diferentes conforme a competência de cada um. D) a identificação com as tarefas
2- É uma forma de remuneração relacionada com o grau de informação e o
nível de capacitação de cada funcionário. 24. A maneira de se obter satisfação através do cargo que tem como esco-
3- O foco principal é o cargo e não a pessoa. po aumentar gradativamente os objetivos, as responsabilidades e os desa-
4- O objetivo é remunerar de maneira personalizada cada funcionário de fios das tarefas, denomina-se:
acordo com sua competência pessoal. A) enriquecimento
O correto está apenas em: B) ampliação
A) 1 e 2. C) extensão
B) 2 e 4. D) rotação
C) 1, 2 e 4.
D) 2, 3 e 4. 25. A obtenção da análise do cargo é possível a partir dos requisitos cha-
mados de fatores de especificação. Exigência anterior e tempo de adapta-
18. Com relação às vantagens esperadas pelo desenho clássico dos car- ção são fatores relacionados ao seguinte tipo de requisito:
gos, é correto afirmar: A) físico
A) Cargos simples requerem pouco treinamento e facilitam a seleção. B) mental
B) Cargos simples requerem pessoas com poucas habilidades, porém com C) técnico
salários mais altos. D) responsabilidade
C) A padronização dos cargos dificulta o controle e supervisão dos subordi-
nados. 26. O treinamento realizado com o objetivo de aumentar o nível de abstra-
D) Devido à mecanização, o ocupante do cargo fica fisicamente cansado. ção do indivíduo é o do tipo:
A) transmissão de informações
19. A avaliação do desempenho tem várias aplicações e propósitos, dentre B) desenvolvimento de atitudes
os quais: C) desenvolvimento de conceitos
I- Localizar pessoas com características e atitudes adequadas ao negócio D) desenvolvimento de habilidades
da organização.
II- Indicar se as pessoas estão sendo adequadamente recompensadas e 27. A monitoração do processo de treinamento, bem como a comparação
remuneradas. da situação atual com a situação
III- Verificar se o tempo de serviço se constitui no melhor critério de promo- anterior, correspondem às etapas de:
ção. A) implementação e ação
IV- Propiciar a retroação às pessoas sobre o desenvolvimento de suas B) avaliação e controle
tarefas. C) diagnóstico e prognóstico
O correto está apenas em: D) decisão estratégica e implementação
A) I e IV.
B) II e III. 28. Relativamente a gestão de pessoas, assinale a opção correta.
C) I, II e III. a) O processo de seleção de recursos humanos deve apoiar-se em um
D) I, II e IV. conjunto de critérios extraídos das características do cargo a ser preenchi-
do. Assim, os instrumentos utilizados no processo de seleção possibilitam a
20. O processo de seleção de pessoal é um sistema de comparação e de coleta de informações acerca do candidato, o que permite a comparação
escolha, através do qual determinados padrões são adotados como crité- entre o perfil deste e o do cargo a ser ocupado.
rios extraídos de informações sobre o cargo a ser preenchido, e sobre os b) O modelo clássico de desenho de cargos favorece a segmentação e
candidatos que se apresentam. Uma das maneiras de realizar a coleta fracionamento dos cargos em tarefas simples, repetitivas e facilmente
destas informações baseia-se na anotação sistemática e criteriosa que os treináveis, na busca da máxima eficiência em um ambiente estável; o
gestores procuram realizar sobre fatos e comportamentos dos ocupantes modelo contingencial baseia-se na contínua ampliação do cargo através do
anteriores do cargo e que produziram bons ou maus resultados no trabalho. amplo enriquecimento de tarefas. As estruturas com muitos níveis adminis-
Este método de avaliação é conhecido como: trativos, como os órgãos públicos brasileiros, cujos grupos de trabalho são
A) descrição e análise do cargo. focados nas unidades administrativas formalizadas, utilizam caracteristica-
B) técnica dos incidentes críticos. mente o modelo contingencial.
C) requisição de pessoal. c) A responsabilidade pela avaliação de desempenho é unicamente do
D) análise do cargo no mercado. próprio indivíduo, pois, na área de gestão de pessoal, destaca-se a neces-
sidade de cada pessoa se auto-avaliar o mais adequadamente quanto à
21. A técnica indicada para seleção de pessoal que enfatiza aspectos sua performance, eficiência e eficácia.
comportamentais, bem como evidencia a liderança do candidato e a facili- d) Em uma organização, a principal responsabilidade da assessoria (staff)
dade no relacionamento com as outras pessoas, é a: é a identificação dos problemas decorrentes da carência de treinamento,
A) entrevista preliminar processo que deve ser iniciado a partir do levantamento de necessidades
B) entrevista técnica (LNT).
C) teste de seleção
D) simulação 29. A Avaliação de Desempenho tem por objetivo realizar uma apreciação
sistemática do desempenho do indivíduo no cargo, e seu potencial de
22. Ao processo de iniciação e de aculturação às práticas e filosofias da desenvolvimento futuro. Um dos pontos fracos do processo de avaliação do
organização, bem como à modificação de hábitos e comportamentos inde- desempenho pode ocorrer quando:
sejados da pessoa recém-admitida, dá-se o nome de: a) a avaliação enfatiza a atuação do indivíduo no cargo e não a impres-
A) socialização são a respeito dos hábitos pessoais, observados no trabalho.
B) acomodação b) a avaliação abarca não somente o desempenho dentro do cargo
C) cultura organizacional ocupado, mas, também, o alcance de metas e objetivos.
D) desenvolvimento de habilidades c) avaliador e avaliado estão de acordo em que a avaliação deve trazer
algum benefício para a organização, e para o próprio funcionário.
23. O grau de liberdade que o ocupante tem para programar suas ativida- d) as pessoas envolvidas na avaliação de desempenho a percebem como
des, selecionar equipamentos e escolher métodos e procedimentos a uma situação de recompensa, ou de punição, pelo desempenho passado.
seguir está relacionado com:

Gestão de Pessoas 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
30. A Avaliação de Desempenho tem por objetivo realizar uma apreciação acerca das relações humanas no trabalho,
sistemática do desempenho do indivíduo no cargo, e seu potencial de seguida de uma assertiva a ser julgada em (C) CERTO ou (E) ERRADO.
desenvolvimento futuro. Um dos pontos fracos do processo de avaliação do a) Maria é gerente e tem, sob sua coordenação, dez colaboradores, com os
desempenho pode ocorrer quando: quais mantém um relaciona-mento muito bom. Nessa situação, Maria
A) a avaliação enfatiza a atuação do indivíduo no cargo e não a impressão demonstra ter competência técnica e interpessoal.
a respeito dos hábitos pessoais, observados no trabalho. b) José é Líder de um grupo. Ele é capaz de se relacionar com seus cola-
B) a avaliação abarca não somente o desempenho dentro do cargo ocupa- boradores de modo equilibrado e sabe como compreender as pessoas.
do, mas, também, o alcance de metas e objetivos. Nessa situação, José demonstra ter empatia com sua equipe.
C) avaliador e avaliado estão de acordo em que a avaliação deve trazer A ) C, E
algum benefício para a organização, e para o próprio funcionário. B ) C, C
D) as pessoas envolvidas na avaliação de desempenho a percebem como C ) E, E
uma situação de recompensa, ou de punição, pelo desempenho passado. D ) E, C
E ) N. R. A.
31. O processo de interação humana é um dos aspectos mais importantes
na definição de atividades voltadas para a obtenção dos resultados de 35. A competência interpessoal é um requisito imprescindível em todos os
qualquer organização. Com relação a esse assunto, julgue os itens subse- níveis ocupacionais de uma organização, desde o atendimento à comuni-
quentes em (C) CERTO ou (E) ERRADO. dade externa até o convívio diário com o público interno, no mesmo setor
a) Os processos interpessoais existentes nas organizações dependem (os colegas e a chefia imediata) e
tanto da qualificação técnica de seus membros quanto de habilidades de intersetores. Acerca de relações humanas, julgue os itens subsequentes
comunicação. em (C) CERTO ou (E) ERRADO.
b) A sujeição a variações conjunturais caracteriza o relacionamento inter- a) A competência interpessoal é a habilidade de ser eficaz nas relações
pessoal como um processo. interpessoais, de lidar com outras pessoas de maneira diferenciada, ade-
c) A discriminação de certos aspectos do próprio comportamento facilita a quada ás necessidades de cada uma.
convivência com os colegas no trabalho e contribui para evitar influências b) Perceber de forma acurada uma situação e suas variáveis permite que o
recíprocas, que prejudicam a autonomia de cada um. indivíduo seja capaz de se posicionar de forma habilidosa na rede de
d) O desempenho esperado, tanto individual quanto coletivo, pode ser relações interpessoais interna e externa no local de trabalho.
alterado pela interação entre os membros da organização, que pode tam- c) Espaços internos de exposição de conflitos, no trabalho, podem aumen-
bém gerar tar as divergências e dificultar a elaboração das relações de confiança entre
comportamentos insólitos. os trabalhadores.
A ) C, E, E, C A ) C, E, C
B ) E, C, E, C B ) C, C, E
C ) E, E, C, C C ) E, E, E
D ) E, E, E, C D ) C, C, C
E ) E, E, E, E E ) E, C, E

32. A maneira como as relações humanas são conduzidas em uma organi- 36. Considere a seguinte situação hipotética:
zação tem forte impacto na produtividade e na a) Carlos, funcionário público, integra uma equipe de agentes administrati-
qualidade do trabalho. Com referência a esse tema, julgue os itens que se vos do setor de recursos humanos do MEC. Carlos está sempre reforçando
seguem em (C) CERTO ou (E) ERRADO. para seus pares a ideia de que toda a equipe precisa trabalhar suas com-
a) A diminuição da qualidade das relações interpessoais entre os emprega- petências de integração por meio de atitudes de respeito às diferenças
dos de uma empresa está diretamente relacionada ao aumento de produti- individuais, busca de qualidade do trabalho, busca de alcance das metas,
vidade. ausência de imposição de limites nas relações interpessoais e estabeleci-
b) A valorização do ser humano no ambiente profissional é fato gerador de mento de relações de poder sadias. Nessa situação, todos os aspectos
produtos e serviços de melhor qualidade. reforçados por Carlos conduzem a equipe a um estágio de boas relações
c) Relações humanas infortunadas entre empregados que desempenham a humanas no trabalho.
mesma função normalmente são benéficas, uma vez que estimulam o b) Bruno, administrador público, interage com os demais colaboradores de
espírito competitivo dos empregados, o que gera resultados mais positivos. seu setor basicamente para compartilhar informações e tomar decisões que
d) O relaxamento da cobrança de disciplina produz incremento nos graus ajudem cada pessoa no seu desempenho funcional, no campo definido
de satisfação dos empregados, o que contribui para maior eficiência no como de responsabilidade individual. Nessa situação, essa coletividade
trabalho. funcional com a qual Bruno interage é denominada equipe de trabalho.
A ) C, C, C, C A ) C, C
B ) E, C, E, E B ) E, E
C ) C, E, C, E C ) E, C
D ) C, C, C, E D ) C, E
E ) E, E, E, E E ) N. R. A

33. Manter boas relações humanas no trabalho é uma habilidade que 37. Segundo as teorias da motivação, recompensas extrínsecas são
compõe importante diferencial nas organizações. (A) externas à própria organização e resultantes da valorização do trabalho
Acerca desse tema, julgue os itens que se seguem em (C) CERTO ou (E) da empresa pelo mercado.
ERRADO: (B) independentes da direção da organização, decorrendo da necessidade
a) Coletar informações, junto à chefia imediata, acerca do contexto no qual de autorrealização dos indivíduos.
ocorreu determinado problema de relacionamento interpessoal é suficiente (C) fundamentais para a possibilidade de satisfação das necessidades de
para a solução desse problema. autorrealização das pessoas.
b) O gerente que tem opinião própria e que decide sozinho o que é impor- (D) aquelas que geram um sentimento de autorrealização pela participação
tante para a sua equipe favorece o bom clima de trabalho. na gestão da empresa.
A ) E, C (E) aquelas que os indivíduos recebem por seu envolvimento com progra-
B ) E, E mas de responsabilidade social da organização.
C ) C, E
D ) C, C 38. A abordagem da Qualidade de Vida no Trabalho envolve duas dimen-
E ) N. R. A. sões potencialmente antagônicas. São elas:
(A) A necessidade de aumentos constantes de produtividade no trabalho e
34. Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética a luta dos trabalhadores pelas melhorias salariais.

Gestão de Pessoas 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(B) O bem-estar e a satisfação dos funcionários no trabalho e a produtivi-
dade e a qualidade dos produtos/serviços fornecidos pela organização. 44. Dadas as afirmações a respeito do processo de atendimento ao cliente,
(C) A preservação do meio ambiente e a expansão da produção industrial. I. Quando chegar a hora marcada para o fim do expediente e fechamento
(D) O crescente uso de tecnologias poupadoras de mão de obra e a neces- do ponto, devemos demonstrar para o cliente a ansiedade pelo encerra-
sidade de elevar a qualificação dos trabalhadores. mento dos serviços.
(E) A melhoria contínua dos processos e a necessidade de lazer dos traba- II. A falta de comunicação dos dados importantes e indispensáveis para o
lhadores. serviço ao funcionário responsável pelo atendimento é certeza de prejuízo.
III. A atenção para os itens que interessam ao cliente é uma questão de
39. Nem sempre as empresas que criaram um nicho de mercado serão preparo e postura do prestador de serviço. Enquanto o estabelecimento
sempre as líderes desse mesmo mercado. Isto ocorre porque a moderna recebe os clientes, é hora de atendimento.
gestão de pessoas pressupõe IV. Equipes multidisciplinares enxergam melhor os problemas, complemen-
(A) a existência de uma política de carreiras estável e bem delineada. tando-se e encontrando soluções de forma mais imediata.
(B) uma cultura organizacional onde predominem valores como respeito à verifica-se que estão corretas
hierarquia e à disciplina. A) II, III e IV.
(C) uma política de remuneração centrada na valorização da qualificação B) II e IV.
formal dos funcionários. C) I e II.
(D) a existência de um clima organizacional saudável e seguro para todos D) I, II, III e IV.
os funcionários. E) I, II e III.
(E) o desenvolvimento de um clima organizacional próativo e desafiador.
45. O profissional de recursos humanos deve dispor de um conjunto de
40. Em ambientes altamente competitivos, em que predominam a mudança elementos a fim de tornar o processo seletivo menos subjetivo e mais
e a incerteza, a cultura organizacional pragmático. Considerando os itens seguintes,
(A) deve ser tratada como mais um elemento do planejamento estratégico I. Ter a descrição do cargo da vaga em aberto.
da organização. II. Conhecer (e entender) a missão, a visão, os objetivos estratégicos, os
(B) terá um impacto significativo sobre o desempenho econômico da orga- princípios da empresa para não contratar “um estranho no ninho”.
nização apenas no curto prazo. III. Conhecer os principais desafios esperados pela área solicitante.
(C) exerce maior influência sobre o desempenho e os resultados da empre- IV. Ter a percepção correta do perfil comportamental esperado/desejado.
sa do que os aspectos físicos, estruturais e estratégias organizacionais. V. Conhecer a cultura, os valores e os princípios, não só da empresa, mas
(D) dificulta a sobrevivência de uma organização no longo prazo, quando da área, bem como da equipe da vaga em aberto.
baseada em valores centrais que transcendem considerações econômicas.
(E) representa aspectos irracionais profundamente enraizados na organiza- O reconhecimento do desempenho apresentado pelas equipes constitui
ção que devem ser removidos. parte da dinâmica da gestão de pessoas. Acerca desse tema, julgue os
itens a seguir.
41. A área de recursos humanos possui um papel determinante na valori-
zação das competências humanas da empresa. 46. Os critérios utilizados para a definição de recompensas pelo desempe-
Nessa perspectiva, é falso afirmar que nho das equipes devem ter por base o mercado de trabalho e padrões
A) o processo seletivo é hoje considerado pelos empresários e executivos internos de eqüidade.
das organizações, como um evento empresarial
estratégico e vital. 47. As informações externas, que contribuem para a organização manter-se
B) recrutar e selecionar pessoas no mercado é uma atividade sem metodo- competitiva, devem ser obtidas por meio de pesquisas específicas ou de
logia própria e pode ser encarada como um evento pontual e subjetivo. contatos com o mercado.
C) a seleção por competências é nada mais nada menos que ter, em nos-
sos quadros de colaboradores, pessoas capazes 48. Para que haja percepção de eqüidade no processo de recompensa,
de desempenhar determinada atividade com eficácia, em qualquer situa- devem ser utilizados padrões que eliminem
ção. diferenciações inválidas de desempenho.
D) as universidades e entidades voltadas à formação profissional, estão
hoje em seus programas de desenvolvimento e capacitação profissional ou 49. É aceitável o entendimento de que atualmente as pessoas devem ser
acadêmico, dando forte ênfase à questão da seleção por competências. valorizadas não pelo que fazem, mas pelo valor daquilo que entregam à
E) as Organizações de ponta estabelecem sistemas eficazes de Recruta- organização.
mento que definem claramente o perfil das pessoas passíveis de nela
alcançarem sucesso. 50. A remuneração focada em resultados pressupõe maior envolvimento e
comprometimento das pessoas com sua
42. Liderar é ter a capacidade de ajudar as pessoas a entender o lugar carreira e com sua valorização no âmbito da empresa, o que pode gerar
onde elas se encontram, a desenhar o futuro e a atitude de resistência entre os empregados de uma organização.
descobrir meios de realizá-lo, e acima de tudo (esse é seu maior desafio),
fazê-las acreditar que têm capacidade de
atravessar a ponte para o sucesso. São traços de personalidade comuns
nos líderes, com exceção da seguinte alternativa: RESPOSTAS
A) Gosto pelo poder. 01. E 11. A 21. D 31. D 41. B
B) Senso de identidade pessoal. 02. C 12. A 22. A 32. B 42. C
C) Busca exclusiva de suas metas. 03. A 13. C 23. B 33. B 43. B
D) Capacidade de comunicação. 04. A 14. B 24. A 34. B 44. A
E) Capacidade de tomar a iniciativa nas relações sociais. 05. A 15. B 25. B 35. D 45. D
06. B 16. C 26. C 36. B 46. C
43. Para saber com precisão se o enfoque das relações humanas tem 07. A 17. C 27. B 37. C 47. C
influência positiva sobre o desempenho das pessoas e das organizações, o 08. A 18. A 28. A 38. B 48. E
método apropriado é: 09. A 19. D 29. D 39. E 49. C
A) Estudo de caso. 10. C 20. B 30. D 40. C 50. C
B) Levantamento correlacional.
C) Levantamento simples.
D) Incidente crítico.
E) [Todas as alternativas são verdadeiras.]

Gestão de Pessoas 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ÉTICA DO SERVIDOR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: de saber se há uma realidade moral que corresponde às nossas crenças e
1. Ética e moral. outras atitudes morais. As questões de saber se a moral é subjetiva ou
objetiva, relativa ou absoluta, e em que sentido o é, pertencem à metaéti-
2. Ética, princípios e valores.
ca.
3. Ética e democracia: exercício da cidadania.
4. Ética e função pública. A palavra "moral" e as suas cognatas refere-se ao que é bom ou mau,
5. Ética no Setor Público. correto ou incorreto, no caráter ou conduta humana. Mas o bem moral (ou a
correção) não é o único tipo de bem; assim, a questão é saber como distin-
5.1. Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do guir entre o moral e o não moral. Esta questão é objeto de discussão.
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal) 5.2. Reso- Algumas respostas são em termos de "conteúdo". Uma opinião é que as
luções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da preocupações morais são unicamente as que se relacionam com o sexo.
República. Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as
que afetam outras pessoas. Mas há teorias (Aristóteles, Hume) que consi-
derariam que mesmo esta demarcação é excessivamente redutora. Outras
1 Ética e moral respostas fornecem um critério "formal": por exemplo, que as exigências
morais são as que têm origem em Deus, ou que as exigências morais são
*Thomas Mautner* as que derrotam quaisquer outros tipos de exigências ou, ainda, que os
juízos morais são universalizáveis.
Universidade Nacional da Austrália
A palavra latina "moralis", que é a raíz da palavra portuguesa, foi criada
A palavra "ética" relaciona-se com "ethos", que em grego significa hábi- por Cícero a partir de "mos" (plural "mores"), que significa costumes, para
to ou costume. A palavra é usada corresponder ao termo grego "ethos" (costumes). É por isso que em muitos
em vários sentidos relacionados, que é necessário distinguir para evitar contextos, mas nem sempre, os termos "moral/ético", "moralidade/ética",
confusões. "filosofia moral/ética" são sinônimos. Mas as duas palavras têm também
*1.* É a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do cor- sido usadas para fazer várias distinções:
reto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao caráter e à conduta, 1. Hegel contrasta a "Moralität" (moralidade) com a "Sittlichkeit" ("etica-
que uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar. Esta classe pode ser lidade" ou vida ética). Segundo Hegel, a moralidade tem origem em Sócra-
a humanidade em geral, mas podemos também considerar que a ética tes e foi reforçada com o nascimento do cristianismo, a reforma e Kant, e é
médica, a ética empresarial, etc., são corpos de padrões que os profissio- o que é do interesse do indivíduo autônomo. Apesar de a moralidade en-
nais em questão devem aceitar e observar. Este tipo de investigação e a volver um cuidado com o bem-estar não apenas de si mas também dos
teoria que daí resulta (a ética kantiana e a utilitarista são exemplos ampla- outros, deixa muito a desejar por causa da sua incompatibilidade potencial
mente conhecidos) não descrevem o modo como as pessoas pensam ou com valores sociais estabelecidos e comuns, assim como com os costumes
se comportam; antes prescrevem o modo como as pessoas devem pensar e instituições que dão corpo e permitem a manutenção desse valores. Viver
e comportar-se. Por isso se chama "ética normativa": o seu objetivo princi- numa harmonia não forçada com estes valores e instituições é a "Sittlich-
pal é formular normas válidas de conduta e de avaliação do caráter. O keit", na qual a autonomia do indivíduo, os direitos da consciência individu-
estudo sobre que normas e padrões gerais são de aplicar em situações- al, são reconhecidos mas devidamente restringidos;
problema efetivos chama-se também "ética aplicada". Recentemente, a
expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste sentido. Muito do que 2. De modo análogo, alguns autores mais recentes usam a palavra
se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada. "moralidade" para designar um tipo especial de ética. Bernard Williams
(Ethics and the Limits of Philosophy, 1985), por exemplo, argumenta que "a
*2.* A ética social ou religiosa é um corpo de doutrina que diz respeito instituição da moralidade" encara os padrões e normas éticas como se
o que é correto e incorreto, bom e mau, relativamente ao caráter e à condu- fossem semelhantes a regras legais, tornando-se por isso a obediência ao
ta. Afirma implicitamente que lhe é devida obediência geral. Neste sentido, dever a única virtude genuína. Esta é uma perspectiva que, na sua opinião,
há, por exemplo, uma ética confucionista, cristã, etc. É semelhante à ética deve ser abandonada a favor de uma abordagem da vida ética menos
normativa filosófica ao afirmar a sua validade geral, mas difere dela porque moralista e mais humana e sem restrições;
não pretende ser estabelecida unicamente com base na investigação
racional. 3. Habermas, por outro lado, faz uma distinção que está também implí-
cita na "Teoria da Justiça" de Rawls entre ética, que tem a ver com a vida
*3. * A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que um conjunto boa (que não é o mesmo para todas as pessoas), e a moralidade, que tem
de indivíduos adere geralmente, que dizem respeito ao que é correto e a ver com a dimensão social da vida humana e portanto com princípios de
incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta. Os indivíduos conduta que podem ter aplicação universal. A ética ocupa-se da vida boa, a
podem ser os membros de uma comunidade (por exemplo, a ética dos moralidade da conduta correcta.
índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de honra) ou qualquer outro
tipo de grupo social. Pode-se contrastar a moralidade positiva com a mora- Tradução e adaptação de Desidério Murcho Retirado de "Dictionary of
lidade crítica ou ideal. A moralidade positiva de uma sociedade pode tolerar Philosophy", org. por Thomas Mautner (Penguin, 2005) Copyright © 1997-
a escravatura, mas a escravatura pode ser considerada intolerável à luz de 2005 criticanarede.com, ISSN 1749-8457,
uma teoria que supostamente terá a autoridade da razão (ética normativa)
ou à luz de uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião (ética 2 Ética, princípios e valores.
social ou religiosa).
*4. *Ao estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um sistema de Difundindo princípios e conceitos éticos
crenças e práticas de um grupo social também se chama ética, mais espe- Milton Emílio Vivan
cificamente "ética descritiva", dado que um dos seus objetivos principais é
descrever a ética do grupo. Também se lhe chama por vezes étnoética, e é Rotary Club de São Paulo-Pacaembu, D.4610, desenvolveu no ano rotário
parte das ciências sociais. 2003-04 um projeto de difusão de princípios e conceitos éticos. O projeto
*5.* Chama-se "metaética" ou "ética analítica" a um tipo de investiga- procura responder a uma das frases mais relevantes de Paul Harris: “O
ção ou teoria filosófica que se distingue da ética normativa. A metaética tem Rotary continuará a ser caridoso, mas pode fazer mais do que isso: faça-
como objecto de investigação filosófica os conceitos, proposições e siste- mos com que o Rotary extermine a causa que faz necessária a caridade”. A
mas de crenças éticos. Analisa os conceitos de correto e incorreto, bom e que se referia Paul Harris? Após profunda reflexão, por vários caminhos,
mau, com respeito ao caráter e à conduta, assim como conceitos relacio- surgiu a resposta: a maior vivência dos preceitos éticos. Assim nasceu a
nados com estes, como, por exemplo, a responsabilidade moral, a virtude, ideia do projeto. O primeiro passo foi a escolha de conceitos simples, de
os direitos. Inclui também a epistemologia moral: o modo como a verdade fácil mas ampla aplicação, e profundos em sua essência. Resultou na
ética pode ser conhecida (se é que o pode); e a ontologia moral: a questão escolha dos princípios da universalidade e do respeito enunciados por
Emmanuel Kant.

Ética no serviço público 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Princípios da universalidade e do respeito de Kant nha que esse empreendimento tenha enorme sucesso, com produtos de
Princípio da Universalidade: quando você quiser saber se uma ação é ótima qualidade e preços competitivos.
ética ou não, suponha que essa ação se tornará um padrão universal de Admita que as condições de trabalho sejam adequadas, e que os traba-
comportamento, ou seja, a partir de agora, esse será o modelo de compor- lhadores possam educar seus filhos e contar com assistência médica, ter à
tamento. Imagine, então, todos agindo dessa forma. disposição transportes, lazer e segurança, enfim, que tenham o necessário
Se não gostar de viver numa sociedade com todas as pessoas agindo para que possam exercer com plenitude a cidadania. A ação desse empre-
dessa forma, pode-se concluir que a ação em questão não é ética. endedor será uma ação ética, pois resultará em benefício para toda a
Em resumo, a pergunta é: e se todos agissem assim? Princípio do Res- sociedade. Fatos como esse podem ocorrer no campo, em qualquer cidade
peito: todo ser humano deve ser considerado como um fim em si mesmo. e em qualquer metrópole.
Os aspectos que mais caracterizam o Princípio do Respeito são:
• Não negar informações pertinentes e Ações legais porém não-éticas
• Permitir-lhe liberdade de escolha. Toda lei que não beneficie a sociedade será uma ação não-ética. Leis
Em todos os boletins semanais do clube esses princípios foram citados. incompetentes ou leis que venham a beneficiar grupos em prejuízo de toda
Durante o ano, em todos eles foram incluídas perguntas e respostas sobre uma sociedade gerarão ações legais, mas não-éticas. Esse tipo de ação é
a aplicação prática desses dois princípios. Ao final, foram enunciadas e bastante comum quando grupos julgam legítimo defender seus interesses
respondidas 100 perguntas, as quais foram englobadas em um livro que foi corporativos, mesmo quando em detrimento do interesse da sociedade.
distribuído na Conferência Distrital do D.4610. A comunidade foi atingida Não são raras as ações desse tipo em todas as casas onde se legisla, seja
pela inserção em jornais de bairro. Para que o projeto alcançasse o âmbito nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas, Câmara de Depu-
mundial, foi criado o boletim Stadium International, que foi enviado para tados, Senado Federal e até em Associações de Normas Técnicas. Nestas
mais de 600 clubes no mundo e que veiculou os dois princípios de Kant últimas, interesses corporativos podem pugnar por maiores tolerâncias,
enunciados em português, inglês, francês, italiano, espanhol, alemão, incompatíveis com requisitos de qualidade etc. Esses interesses corporati-
japonês e hindi. Algumas dessas versões foram feitas por clubes do exteri- vos procuram se cercar de garantias que diminuam os riscos de prejuízo,
or, por solicitação do RCSP-Pacaembu, como sinal de engajamento no não pela competência e maior qualidade dos produtos, mas pela mudança
projeto. nos parâmetros de controle. Ações legais e não-éticas também podem ter
A acolhida tem sido excepcional. Governadores incluíram em suas cartas origem na corrupção, na omissão de pessoas ou instituições, mas também
mensais os dois princípios e incentivaram seus presidentes a se envolve- simplesmente em ações não-competentes. Um exemplo é o caso de situa-
rem no projeto. ções geradas por governos que endividam seus países em níveis incompa-
tíveis com a capacidade de pagamento, obrigando ao envolvimento em
Influência do “estado da arte” sobre a ética dívidas monstruosas, quase que impagáveis, e que obrigam esses gover-
Para sabermos se uma ação é benéfica a toda sociedade, é necessário nos a empenharem vultosas quantias que, em princípio, deveriam ser
que se conheçam adequadamente as consequências dessa ação sobre a investidas em benefício da população. Outro exemplo é o caso da cobrança
sociedade. Nos casos onde o estado da arte do assunto em questão não exagerada de impostos que, apesar de legal, pode se tornar não-ética
atingiu um grau de maturidade suficiente para conclusões seguras e corre- quando sufocar os meios de produção de uma sociedade.
tas, não se pode concluir se a ação é ou não ética. Leonardo da Vinci era
criticado por ter iniciado a dissecação de cadáveres, mas sem essa prática Comportamentos éticos aplicáveis universalmente
a medicina jamais conseguiria atingir o grau de evolução atual. Hoje vemos • A compaixão, relacionada com a ajuda ao próximo;
que sua atitude era ética, apesar de que, naquela época, alguns o critica- • A não-maleficência, que trata de evitar a imposição de sofrimento ou
vam injustamente, principalmente por ignorância de origem religiosa ou privação ao próximo;
simplesmente técnica. • A beneficência, que procura prevenir e combater o sofrimento do próxi-
mo, promover a felicidade do próximo, e com natural e maior intensidade à
Quando uma ação é ou não é ética nossa família e amigos;
Não é difícil diferenciar o que é e o que não é benéfico para uma socie- • A imparcialidade: tratar as pessoas da forma como merecem ser trata-
dade. Mas em alguns casos, onde o conhecimento humano do estado da das, tendo direitos iguais até que o mérito ou necessidades justifiquem
arte não atingiu um nível adequado, a decisão sobre se uma ação é ou não tratamento especial;
ética ficará prejudicada. Estão claramente nesse rol a clonagem de seres • A coragem para se opor a injustiças, mesmo que em prejuízo próprio;
humanos, o plantio de alimentos transgênicos etc. Outras ações como a • O respeito à autonomia individual: não manipular ou induzir o pensa-
eutanásia, em certas circunstâncias, o aborto em determinadas situações, a mento das pessoas, mesmo que para o próprio bem delas;
prisão perpétua ou a pena de morte de alguns crimes também podem • A honestidade: não enganar as pessoas. A mentira é um vício, especi-
carecer de maior conhecimento humano se desconsiderarmos os preceitos almente quanto à supervalorização das próprias capacidades. Acostume-se
religiosos, pois ainda não sabemos cientificamente a partir de que momento a saber que as pessoas merecem saber a verdade;
existe ou deixa de existir a vida, a alma, o espírito ou a capacidade de • Não fazer promessas que não pretende ou que sabe que dificilmente
regeneração de um ser humano. conseguirá cumprir;
• Integridade: cumprir com as obrigações, mesmo que a despeito de
Meio ambiente e a ética inconveniência pessoal.
Como a ética está umbilicalmente ligada à obtenção de melhores condi- • Consistência. Pode-se medir o valor moral de um ser humano pela
ções da vida em sociedade, a preservação e melhoria das condições do consistência de suas ações. Essa medida tem maior qualidade quando
meio ambiente são itens dos mais importantes para as gerações futuras. princípios conflitam com interesses.
Portanto, uma indústria que solta poluentes em um rio, o carro que emite
gases que poluem o ar por estar desregulado, empresas que produzem Como a televisão poderia servir como difusor desses princípios e
materiais não-biodegradáveis ou que ataquem a camada de ozônio etc não conceitos?
estão agindo de forma ética, pois estarão comprometendo a qualidade de A televisão é claramente subutilizada socialmente nesse aspecto. As
vida das gerações e sociedades futuras. telenovelas poderiam conter episódios que didaticamente mostrassem as
consequências benéficas de atitudes éticas à sociedade. Nos esportes
Uma ação egoísta, porém ética poderiam ser ressaltados, valorizados e premiados os comportamentos
Imagine a criação de um empreendimento de sucesso, com ótimos resul- mais adequados. Reconhecimentos profissionais em âmbito nacional a
tados aos investidores, mas que também permita empregar centenas de entidades e pessoas que se destacaram em suas funções e objetivos,
trabalhadores, inserindo-os socialmente e permitindo-lhes que exerçam observando os princípios éticos. Programas dominicais poderiam apresen-
plenamente a cidadania. Esta ação, por ser benéfica à sociedade, é consi- tar quadros específicos a esse respeito. Pequenas histórias e séries pode-
derada uma ação ética. Imagine um local onde ocorra seca periodicamente riam conter temas que focalizassem um determinado assunto sob o ponto
no Nordeste brasileiro. Um empreendedor investe num projeto de irrigação de vista ético. Programas de entrevista poderiam dar ênfase a comporta-
e cria um pólo produtor de frutas que emprega centenas de famílias. Supo- mentos a serem imitados. Prêmios poderiam ser oferecidos a comporta-

Ética no serviço público 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mentos exemplares, programas de perguntas e respostas poderiam dar maior valor. O mérito, quando legítimo, não pode ter limites. Isso induz e
ênfase aos princípios e conceitos éticos, enfim, em quase todos os tipos de incentiva a prática do bem, das boas ações, facilitando o alcance da felici-
programas há uma forma de incluir conceitos éticos. dade comum.
A corrupção, os conluios e acertos visando aos privilégios que sabotam a
A ética na formação moral de uma nação ação da justiça e que visam à certeza da impunidade devem ser encarados
Pode-se constatar que há pessoas bastante cultas, educadas, formadas como vícios e imperfeições da sociedade, que não podem ser tolerados.
pelas melhores escolas do Brasil ou até do exterior que não se preocupam
com a vida em comunidade, ou seja, não têm a necessária sensibilidade Relação entre a ética e a malandragem e o otário
ética. Por outro lado, um analfabeto pode ser tão ou mais ético que um Em nosso país, inclusive na TV, é comum a valorização e a banalização
doutor se suas ações forem pautadas pelo respeito ao que é de todos. Não do termo “malandro”. Malandro assume então o significado de esperto, o
é necessário ser alfabetizado para se compreender e viver os valores que leva vantagem. Mas é impossível dissociar que malandro também
éticos. Basta que a cabeça seja aberta e não fechada em seus próprios significa trapaceiro, velhaco.
interesses. Otário é o que se deixa enganar pela esperteza, pela trapaça do velhaco.
Assim é comum ver-se a figura do malandro, do que procura levar vanta-
A ética no Rotary gem em tudo, ser valorizada em detrimento de um comportamento condi-
A difusão de princípios e conceitos éticos é, sem dúvida, um dos objetivos zente com a vida em sociedade, que sequer é lembrado – e muitas vezes
do Rotary. O comportamento ético está diagnosticado como remédio ade- até rejeitado – pelos mais insuspeitos cidadãos. É lamentável a falta de
quado para quaisquer países de todos os continentes: grandes potências, sensibilidade de quem de fato ou de direito deveria corrigir essas atitudes
países ricos, emergentes, carentes e pobres. Uma instituição como o que deformam o caráter dos indivíduos, mas principalmente de nossa
Rotary, de âmbito internacional, tem vocação inerente para ser a portadora mocidade.
da bandeira da difusão dos princípios éticos. Esse projeto custa muito A existência de um malandro sempre supõe a existência de um otário que
pouco comparado com os existentes, e os frutos serão colhidos em todas foi enganado. A malandragem que visa a obtenção de alguma vantagem
as áreas, com benefício incomensurável para todos os seres humanos. para si ou para outrem, mesmo que independente dos meios, e com o
mínimo esforço possível, é evidentemente incompatível com a vida em
sociedade. Esse conceito deve ser rejeitado com veemência e não tolera-
Relação entre a ética e a religião do. O mérito e o valor da conquista com disciplina e talento devem ser
Não importa de que religião somos, no que, em que e como cremos: valorizados. Não se pode pretender uma sociedade ética ou justa quando
podemos sempre nos empenhar na prática do bem. Isso não contradiz se valoriza o comportamento do malandro.
qualquer religião. Se nossas ações visam ao empenho pela prática do bem
da sociedade, nossas ações cumprem a meta de cada religião. É pela
prática verdadeira em sua vida diária que o homem cumpre de fato a meta Ética e Valores
de toda religião, qualquer que seja ela, qualquer nome que tenha. Se
acreditamos na prática do bem independente de quaisquer recompensas, Fala-se muito a respeito de ética, mas poucos conhecem até mesma a sua
imediatas ou futuras, cumprimos ainda melhor essa missão. correta definição. O que seria a ética?

Segundo os dicionários, ética é a parte da filosofia que estuda os valores


Relação entre ética e política morais e os princípios ideais da conduta humana. Conjunto de princípios
Ética e política se entrelaçam e se confundem em seu significado mais morais que se deve observar no exercício de uma profissão.
profundo. A ética está profundamente ligada com a vida em sociedade.
Ações éticas implicam em ações que beneficiam a comunidade. Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos
Na política deve prevalecer o interesse da sociedade como um todo, e contra os interesses egoístas dos cidadãos. Infelizmente esse problema só
não o de uma minoria privilegiada com acesso ao poder. Um bom político é se resolverá quando a educação tomar para si essa responsabilidade.
aquele que consegue melhorar as condições de vida de seu povo. Assim
ele será ético. Um deputado que cria leis que não beneficiam seu povo ou Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar
que beneficiam a poucos criará uma ação que, apesar de legal, será não- exemplos de violação dos princípios éticos que deveriam nortear as ações
ética. A criação de novos impostos que venham a sufocar a economia são do homem de bem.
ações tipicamente não-éticas. A outorga de benefícios imerecidos e injustos
também são ações não-éticas. Não basta aos políticos terem boas inten- Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais: A pirataria de
ções ou boa vontade. Também é necessário ter competência. Para os CDs, vídeos, ideias e outros produtos é assustadora. A aquisição de peças
políticos, a prática da ética está intimamente relacionada com a sua compe- em oficinas de “desmanche” de automóveis roubados, mesmo sabendo
tência profissional. disso, por custar mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios
O problema é que, para os políticos, mesmo que queiram, não é fácil ilícitos, também são formas de alimentar a agressão aos princípios da ética.
praticar a ética. Soluções simples e surradas muitas vezes não bastam. É
necessário criatividade, inteligência, arrojo e coragem para encontrar solu- Geralmente o indivíduo que comete essas faltas alega que não pode ser
ções competentes e, portanto, éticas, que vão realmente beneficiar a soci- responsabilizado por isso, pois não foi ele que roubou o carro, nem fez as
edade. Uma casa legislativa onde se criam leis ineficazes será uma fonte cópias ilegais.
de ações não-éticas, mas legais.
Por isso eu pergunto: Aquele que não pratica o mal, mas se aproveita do
Relação entre ética e justiça mal praticado por outrem, é tão culpado como este?
Numa sociedade ética é fundamental que todos tenham, apesar das
diferenças individuais, no mínimo, as mesmas oportunidades para viver É como se o tivessem praticado. Aproveitar o mal é participar dele. Talvez
com plenitude a cidadania. O desenvolvimento de suas capacidades será não fosse capaz de praticá-lo, mas, desde que, achando o feito, dele tira
função de suas habilidades e vocações, de sua disciplina e talento. A partido, é que o aprova, é o que teria praticado, se pudesse, ou fosse mais
desigualdade social deve ser a mínima aceitável de modo a garantir ao ousado, ou quem sabe menos covarde.
mais humilde o essencial para que possa ter acesso à cidadania: saúde,
educação, transporte e segurança. A justiça deve agir no sentido de asse- Da mesma forma, quando levamos o carro, ou um eletrodoméstico para
gurar que cada indivíduo da sociedade tenha o que realmente merece, conserto, por exemplo, quase sempre ficamos na dúvida se não estamos
principalmente do ponto de vista distributivo, em função do mérito, mas sendo vítimas de comportamentos não éticos, como a substituição de peças
também do ponto de vista corretivo, em função do dano causado. Uma desnecessárias, defeitos “fabricados” etc. Quando somos atendidos por um
justiça eficiente permite que a sociedade viva de forma mais estável, har- vendedor falante que nos oferece vantagens, fica sempre a dúvida. Seria
moniosa, com paz e, portanto, mais feliz, atingindo assim os objetivos de possível o milagre?
uma sociedade ética. Numa sociedade justa, até o mérito do sucesso tem

Ética no serviço público 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Se um internauta é desonesto e gosta de uma mensagem que encontra Os valores são características morais que todas as pessoas possuem, tais
divulgada em um site, e passa a divulgá-la como se fosse sua. Mas se for como a humildade, a piedade e o respeito.
honesto repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.
Como podemos perceber o problema não é do meio de comunicação, mas Conceito de Valor
do indivíduo.
Se considera "valor" aquelas qualidades ou características dos objetos, das
Ambos os indivíduos são filhos de alguém, foram alunos de alguém, convi- ações ou das instituições, selecionadas ou eleitas de maneira livre e cons-
veram com alguém que foi o responsável pela sua educação. Quando a ciente. Servem ao indivíduo para orientar seus comportamentos e ações,
criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará na satisfação de determinadas necessidades.
quando jovem ou adulto, mas se não percebe essas noções de honradez na
infância, raramente as respeitará mais tarde. Importância

Se quisermos ter os direitos respeitados, respeitemos os alheios. Façamos Os valores são o que orientam a nossa conduta, com base neles decidimos
aos outros somente o que gostaríamos que nos fizessem, e para garantir como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe.
novas gerações, éticas, passemos exemplos de honestidade, honradez, Se relacionam principalmente com os efeitos que tem sobre o que fazemos
sempre lembrando que a vida não acaba no túmulo, e que nossas ações para as pessoas, para a sociedade ou em nosso ambiente geral.
seguirão conosco, como testemunhas silenciosas, aplaudindo-nos ou repro-
vando-nos. Suas principais funções são:
Robert Gonçalves Monteiro
* Motivam, impulsam a ação, dizem o quê fazer.
Ética, moral e valores * Dão significado aos comportamentos e os legitimam.
Objetivo: Gerar a reflexão e consciênciaprática sobre o importante papel * Servem como guia e orientação.
da ética, da moral e dos valores.
A questão dos valores, da ética e da moral, está muito vinculada com a dos
Ética - O que é? direitos e obrigações do cidadão e do ser humano em geral, por esta razão,
ensinar os valores preparará as pessoas para que suas decisões, atitudes
É uma ciência prática e normativa que estuda o comportamento dos ho- e ações sejam respeitosas e responsáveis, para si e para os demais.
mens, que convivem socialmente sob uma série de normas que lhes permi-
tem ordenar suas ações, as quais o mesmo grupo social estabeleceu. Cultura

Estudo da Ética A cultura é o conjunto de todas as formas e expressões de uma determina-


da sociedade. Como tal, inclui costumes, práticas, códigos, normas e regras
Ética, do latim ethica, provém do grego "Ethikos", cujo significado é "cará- da maneira de ser, vestimenta, religião, rituais, comportamento e crenças.
ter". A ética tem como objeto de estudo a moral e a ação humana. De outro ponto de vista, pode-se dizer que a cultura é toda a informação e
A ética estuda a moral, e determina o que é bom, e a partir deste ponto de habilidade que possui o ser humano.
vista, como se deve agir. Ou seja, é a teoria ou a ciência do comportamento
moral. Mudança Social

A Moral Uma mudança social é uma alteração da estrutura do sistema estabelecido,


e as consequências e manifestações, dessas estruturas ligadas as normas,
"Esse político é corrupto", "Esse homem é pouco apresentável", "Sua aos valores e as mudanças internas e/ou externas, produto das mesmas.
presença é louvável". Nestas declarações aparecem os termos "corrupto", Identidade
"pouco apresentável" e "louvável" envolvendo avaliações de moral.
Conjunto de características próprias de um indivíduo ou de uma coletivida-
Conceito de Moral de que os caracterizam frente aos demais. Consciência individual ou coleti-
va que tem de ser ela mesma e distinta das demais.
A palavra Moral tem sua origem no termo do latim "mos, moris", cujo signifi-
cado é "costume". Costume
Conjunto de costumes, crenças, valores e normas de uma pessoa ou grupo
social, que funciona como um guia para o trabalho, ou seja, que orienta Um costume é uma prática social enraizada. Geralmente se distingue entre
sobre o bem ou mal - certo ou errado - de uma ação. bons costumes, aqueles que contam com a aprovação social, e os maus
costumes, que são relativamente comuns, porém não possuem a aprova-
Conjunto de regras e normas de ações, destinada a regular as relações dos ção social, e as vezes, leis são promulgadas para tratar de modificar a
indivíduos em uma comunidade. conduta.

Diferenças entre Ética e Moral Hábitos

Ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível O hábito é qualquer comportamento repetido regularmente, que requer um
intelectual, enquanto que "a moral tende a ser particular, pela concretude pequeno ou nenhum raciocínio e é aprendido, ao invés de congênito.
de seus objetos, a ética tende a ser universal, pela abstração de seus http://oratoriaelideranca.blogspot.com.br/2010/05/etica-moral-e-valores.html
princípios.
3 Ética e democracia: exercício da cidadania.
Ato Moral

Todo ato realizado pelo homem está sujeito a aprovação ou sanção dos Ética e democracia
demais.
Márcio C. Coimbra
Amoral - Sem moral O Brasil ainda vive em uma democracia em consolidação, ainda incipi-
Imoral - Que vai conta a moral ente. Infelizmente, em grande parte de nossa história, vivemos à sombra de
golpes de estado e revoluções, como a de 1930 e mais recentemente em
Os Valores 1964. A cada ruptura institucional, o regime democrático sofria um duro

Ética no serviço público 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
golpe, atingindo-o no seu ponto fundamental: o respeito ao Estado Demo- Democracia e ética no Brasil
crático de Direito. A democracia é definitivamente a melhor forma com que a sociedade
pode conviver harmonicamente, sem que as benesses sejam direcionadas
Nosso período mais recente de democracia começou em 1985, com a totalmente para os mais fortes. Nos outros regimes alternativos à democra-
eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República, cia, somente quem é mais forte tem a possibilidade de almejar os ganhos
colocando um fim em 21 anos de regime militar. Logo, chegamos a 2001 na própria vida e em qualquer disputa. Somente por meio da política é que
com 16 anos de democracia recente. Neste período conhecemos cinco se pode realizar a democracia. A política é o veículo que transporta e
Presidentes da República: Tancredo Neves, que não assumiu devido ao viabiliza todos os processos que dão sustentáculo ao regime democrático.
seu falecimento, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Por que, mesmo com toda essa importância a política é contestada por boa
Henrique Cardoso. Durante o termo de José Sarney, produziu-se uma parte da sociedade? O que torna pessoas que são aparentemente hones-
nova Constituição Federal, a de 1988. Logo, percebe-se que o Brasil ainda tas em políticos corruptos? O que fazer para melhorar a percepção da
está se acostumando com um regime democrático sem rupturas abruptas, política como uma atividade ética?
ou seja, a democracia brasileira, assim como suas instituições, ainda está
em fase de amadurecimento. É bastante recorrente notícias na mídia referentes a escândalos, falca-
A consolidação de um regime democrático somente ocorre com o tem- truas e corrupção no meio político em nosso país, que deixam as pessoas
po e com o amadurecimento da sociedade e de suas instituições. A base acostumadas com tantas baixarias e falta de respeito com a coisa pública.
de sustentação desta forma de governo é o povo e a sua soberania, que é É com tristeza que a sociedade brasileira assiste à desmoralização de
exercida através do voto, como bem coloca Bobbio: “democracia é o gover- pessoas em quem foram depositadas esperanças e confianças na condu-
no do povo, para o povo”. Além disto, é baseada fortemente no exercício da ção de órgãos públicos relevantes. No passado recente tivemos um caso,
cidadania, no respeito às leis e no exercício da ética como ponto fundamen- dentre muitos outros de menor monta, o chamado caso de mensalão no
tal das relações interpessoais. Portanto, percebe-se um andar quase que qual políticos de diversos partidos recebiam dinheiro para votar conforme
em conjunto entre a democracia e a ética. os interesses do governo. Apesar da grande repercussão, o grau de puni-
ção até o momento está muito abaixo do que se espera para casos dessa
Ainda sobre ética, vale ressaltar as palavras do Prof. Alberto Oliva na magnitude. A grande maioria dos processos vem se arrastando nos tribu-
apresentação do livro do Doutor em Filosofia Mário A. L. Guerreiro: “Aplica nais, com protelações e todos os tipos de artifícios das defesas em favor
à ética o enfoque negativista segundo o qual ao prescritivo não incumbe dos réus.
especificar o que alguém deve fazer, e sim o que deve ser impedido de
fazer por ser danoso ao outro”. Logo, a ética apresenta-se como ponto de Outro caso mais recente é o descoberto recentemente envolvendo políticos
convergência e harmonização entre norma e liberdade, assim como já do primeiro escalão do governo do Distrito Federal, onde o governador é
assegurava John Locke. um dos principais envolvidos. O nível de detalhes é muito grande, ficando
Como consequência de uma série de rupturas institucionais que marca- muito difícil da contestação por parte dos envolvidos. Onde as pessoas que
ram fortemente a formação do Estado brasileiro e seu desenvolvimento, escolheram esses políticos erraram? O grau de preocupação dos eleitores
vemos que o respeito às regras e ao exercício ético de convivência não tem com o destino dos entes da federação não é suficiente para levá-los a
sido uma constante recentemente no que tange às práticas políticas. Claro realizar uma pesquisa criteriosa dos políticos que irão votar? A verdade é
que esta tese comporta algumas grandes exceções, pois não podemos que sempre existe a possibilidade dos eleitores não se preocuparem muito
generalizar os fatos. Mas de qualquer forma, faz-se extremamente impor- em quem irão votar, se importando mais com os discursos, enfeites e
tante traçar uma linha paralela entre estes conceitos. outros adereços do candidato do que propriamente com o provável compor-
tamento dele no governo. Ao mesmo tempo, existe a possibilidade de
A capa de uma das mais importantes revistas semanais do Brasil, no pessoas que se dizem certinhas, que possuem um passado honroso, sem
dia 2 de maio de 2001 traduz com clareza os últimos acontecimentos nenhum tipo de comportamento que o desabone, mas quando chegam ao
políticos envolvendo o Senado Federal com a seguinte manchete: “Eles poder se transformam e passam a se comportar de forma totalmente sem
encolheram o Congresso: Como o Senado se transformou na Casa da ética.
Mentira com Jader, Arruda e ACM”. Não há dúvidas: é uma manchete de
impacto. Mas será que o problema reside apenas neste fato? Acredito que Em economia, existe uma máxima que diz que os piores expulsam os
não. Os escândalos envolvendo os maiores escalões do Estado estão melhores. Não se pode dizer categoricamente que isso seja verdade na
sendo uma constante. Muitos deles lidam com a falta de ética daqueles que política, mas é verdade que em razão da descrença da política por parte da
exercem uma função pública. Infelizmente, está se criando uma sensação sociedade, muitas pessoas que poderiam contribuir brilhantemente com
de descrédito da população perante os seus governantes, o que é muito municípios, estados ou a nação não o fazem. Isso deixa aberta a possibili-
grave. A mesma revista, na edição de 23 de maio de 2001, mostra como dade de pessoas sem nenhum ou muito pouco compromisso com as pes-
um ex-presidente do Banco Central, supostamente, vendia informações soas em geral assumam cargos de grande importância, contaminando de
privilegiadas para o mercado financeiro e como, supostamente, o governo forma irreparável o processo de escolha democrático dos dirigentes públi-
acobertou o fato. Além destes casos, podem ser citados outros vários que o cos. Desta forma, muita gente encontra na política a possibilidade de enri-
governo já tem sobrevivido, como os supostos casos relativos a compra de quecerem por meios de atos ilícitos. Além disso, a ganância, a falta de
votos para reeleição, implantação do projeto Sivam, BNDES e teles, CPI da princípios éticos, a falta de punição severa dos atos de corrupção, o incen-
Corrupção, e por fim as denúncias envolvendo suposta corrupção no tivo de pessoas corruptas podem levar pessoas que a princípio poderiam
DNER, Sudam e Sudene. ser consideradas sérias a cometerem atos ilícitos.
O Brasil está pagando um preço alto pela falta da prática democrática
Quem é eleito diretamente pelo público deve ter por este um respeito
através dos anos e como consequência, a falta de ética e transparência em
muito grande, agindo sempre objetivando o bem estar de todos e tendo
suas instituições. O amadurecimento está acontecendo do modo mais
como guia o programa e a plataforma pelos quais foi eleito. Para aqueles
difícil. É necessário que o Brasil passe por estes acontecimentos, pois eles
que desviam de conduta, a punição deve ser sistemática, rápida, forte e
fazem parte da maturação pela qual o Estado brasileiro tem que, necessa-
impiedosa. Isso levaria á diminuição da corrupção na política, os políticos
riamente, passar. Ainda hoje, em grau infinitamente menor, ainda existem
trabalhariam com mais seriedade e respeito aos princípios éticos e mais
denúncias de corrupção em um regime amadurecido e estável, de mais de
pessoas realmente de bem entrariam na política. Desta forma, as pessoas
200 anos, como é o caso da democracia norte-americana, onde a ética está
em geral passariam a perceber que a atividade política é uma atividade
no topo dos valores nacionais, como foi recentemente retratado no livro
ética, séria e muito importante para todos e que todos deveriam participar
“Shadow” de Bob Woodward.
efetivamente seja direta ou indiretamente. A sociedade brasileira deve ficar
De qualquer forma, o caminho que o Brasil tem que trilhar ainda é lon- muito atenta nas eleições que ocorrerão no ano de 2010. A responsabilida-
go e depende principalmente da consolidação do regime democrático e do de será de todos os eleitores, todos já devem começar a pesquisar sobre
respeito ao Estado de Direito, que são os pilares básicos de sustentação de os pretensos candidatos aos diversos cargos para que erros do passado
uma sociedade estável e ética. não sejam cometidos.

Ética no serviço público 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
http://mais.uol.com.br/view/e8q9e7rfb3bz/democracia-e-etica-no-brasil- transporte do paradigma econômico para entender certos problemas da
0402376AD0C97386?types=A# administração pública e da ação coletiva de um modo gera l.
Cito de cabeça duas linhas de trabalho que, ainda na década de 1960 e
Democracia, política e ética início de 1970, tiveram forte influência na compreensão contemporânea das
burocracias estatais, das dificuldades do cidadão comum para mantê-las
“O Brasil não pode mergulhar num mar de desesperança e apatia em sob controle e fazê-las prestar os serviços a que foram destinadas. Começo
relação à sua democracia” mencionando os estudos de James Buchanan e associados2, cujas conclu-
MARCUS PESTANA sões apontam, primeiro, para a tendência, especialmente nas democracias,
de proliferação de serviços à custa dos contribuintes, como forma de garan-
Winston Churchill disse certa vez que “a democracia é o pior sistema tir a reprodução das próprias burocracias encarregadas de fornecer tais
de governo existente, excluídos todos os demais experimentados”. Fora da serviços; e, segundo, para a tendência de “busca da renda particular” (rent
liberdade não há salvação. A democracia reflete as contradições, as virtu- seeking): como que tentando desmistificar a auréola do funcionário como
des e os pecados presentes na sociedade. Para o campo das decisões um promotor imparcial do bem comum, esses estudos mostram os servido-
políticas convergem todos os interesses, legítimos ou não. A democracia é res estatais como um grupo de interesse à parte – não apenas um grupo de
processo, é experimentação e aprendizado, tentativa e erro, crise e corre- interesse dentre outros, mas um grupo colocado numa posição especial, já
ção de rumos. que detentor de certos monopólios legais, exatamente por fazer parte do
Estado – sempre disposto a transformar em exclusivo benefício próprio pelo
Democracia é liberdade individual, de organização, de opinião e de im-
menos parte dos recursos extraídos dos cidadãos, em princípio destinados
prensa. Democracia é cidadania. Democracia é o império da Constituição e
ao benefício comum.
das leis democráticas. Democracia é participação, controle social. Demo-
cracia é equilíbrio entre os Poderes. Democracia é transparência, impesso- O outro estudo que vale mencionar, realizado por Mancur Olson, esten-
alidade, espírito republicano. dese para os problemas de articulação de qualquer ação coletiva que
A substância, consistência e efetividade da vida democrática depen- requeira o engajamento de um grande número de pessoas.3 Suponha que
dem fundamentalmente da força e da credibilidade de suas instituições. uma comunidade precisa providenciar um determinado bem coletivo, diga-
Não há democracia sem partidos, eleições, voto, casas parlamentares, mos, uma rua pavimentada: se o grupo de pessoas que conjugar seus
representação. Embora experiências de democracia participativa sejam esforços para prover esse bem for muito pequeno, a ausência de uma
importantes, é impossível substituir a democracia representativa. delas pode prejudicar toda a empreitada; como prover o bem é do interesse
de cada membro do grupo, há um forte incentivo para que todos realmente
No Brasil, as pesquisas indicam uma imagem institucional muito nega- se esforcem para gerar o benefício.
tiva dos partidos políticos e do Congresso Nacional. O sistema eleitoral não
cria vínculos sólidos, enfraquece os partidos como polos organizadores, Contudo, se o grupo for muito grande, de tal forma que a contribuição
individual de cada participante seja proporcionalmente muito pequena ou
gera campanhas milionárias e cria um ambiente propício para a corrupção.
insignificante, haverá fortes incentivos para que não haja amplo comparti-
Em 2011, tivemos sete ministros afastados por denúncias de corrup- lhamento dos esforços, e para jogar nos ombros dos demais o peso do
ção. Novos escândalos como o da Casa da Moeda e das lanchas do Minis- empreendimento. Se houver, dentro do grupo maior, um grupo bem menor
tério da Pesca foram denunciados. Há enorme expectativa da sociedade altamente interessado em fornecer esse benefício de qualquer forma, a
em relação ao julgamento do mensalão, ainda em 2012, por parte do Su- despeito do comportamento parasitário do restante, a ação coletiva fatal-
premo Tribunal Federal. A impunidade alimenta o ceticismo. mente resultará capenga, para não dizer totalmente frustrada em seus
propósitos. Esse é o famoso problema do “carona” (free rider), que coloca
Nas últimas semanas, fomos afogados por uma torrencial cachoeira de em evidência o por quê das organizações sociais se estruturarem em
denúncias envolvendo um contraventor, empresas e o mundo político. O hierarquias, às quais se apendam incentivos especiais às diferentes cama-
Congresso instalará uma CPI que esperamos trazer um esclarecimento das, de modo a aumentar sua eficácia ou produtividade, ou então de modo
amplo, isento, firme, sereno e não seletivo de suas implicações. a evitar que os efeitos corrosivos do “carona” simplesmente não destruam a
A maioria da população tem repulsa à corrupção. Mas desenvolvemos ação coletiva à qual foram encarregadas de organizar. Aliás, qualquer
uma postura um tanto leniente. A maioria está preocupada com questões executivo de uma grande organização social, seja ela privada ou pública,
concretas como salário, emprego, custo de vida, crédito, saúde, violência, sabe muito bem, ainda que apenas de forma intuitiva, o que significa o
educação. Tentamos até obscurecer os fatos, criando novas palavras. A “carona” e de seus efeitos nefastos na vida da organização que ajuda a
própria presidente Dilma cunhou o termo malfeito. Ora, malfeito é antônimo administrar. O feito de Olson foi isolar o fenômeno, estabelecer uma hipóte-
de bem-feito. A contraposição à ética e à honestidade é corrupção. Às se para explicar suas razões e dar-lhe grande relevância para a compreen-
palavras, seu significado. O resto é neologismo eufemístico. são da ação coletiva nas suas mais variadas formas.

Se quisermos fortalecer nossa democracia, urge uma profunda trans- Não vou me deter no detalhe dos argumentos que esses autores lan-
formação ética no comportamento de nossas elites. As lideranças da socie- çam mão para demonstrar essas conclusões, mesmo porque estamos
dade devem servir de exemplo, espelho, devem gerar confiança e credibili- falando de estudos bastante complexos, envolvendo também entendiantes
dade. A impunidade tem que ser extirpada. O sistema, reformado. formalizações matemáticas. A menção a eles visa apenas destacar as
premissas psicológicas de todo o encadeamento do raciocínio, raramente
O combustível da vida é a esperança. O Brasil não pode mergulhar problematizadas e discutidas, mas geralmente justificadas por seu aparente
num mar de desesperança e apatia em relação à sua democracia. realismo: a base elementar das interações sociais são indivíduos egoístas,
exclusivamente “auto-interessados”, que ingressam em ações cooperativas
4 Ética e função pública. apenas porque não há outra maneira de obter certos bens (justamente os
“bens coletivos”) para si mesmos. Mas que são também indivíduos “racio-
A RELEVÂNCIA DA ÉTICA NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA nais”, isto é, capazes de escolher, dentro de um leque de diferentes opções
Cicero Araujo de ação, aquela alternativa que otimize a relação entre o benefício espera-
do da opção e o custo para viabilizá-la – ou que “maximize a utilidade”,
I.
para empregar a terminologia dos economistas.
Já faz algumas décadas que a Ciência Política contemporânea procu-
Há que reconhecer a enorme força atrativa que essas premissas são
rou transpor para seu campo de investigação o paradigma do homo oeco-
capazes de exercer sobre o investigador social, tanto por sua simplicidade
nomicus – a psicologia egoística utilizada pela teoria econômica convencio-
(elas são aptas a fornecer modelos explicativos enxutos e elegantes, senão
nal para dar conta das interações sociais no mercado. “Seu campo de
do ponto de vista moral, ao menos do ponto de vista cognitivo) quanto por
investigação”, isto é, o comportamento de atores coletivos como os parti-
sua plausibilidade e realismo – quem não seria tentado a admitir a hipótese
dos, os sindicatos, os gabinetes governamentais, ou de atores individuais
de que, em média, as pessoas são auto-interessadas, pelo menos quando
como as lideranças partidárias, os parlamentares, os eleitores etc. Para o
assunto que nos interessa aqui, teve grande impacto no debate posterior o

Ética no serviço público 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
se trata das interações anônimas do mercado ou das grandes organizações (2) O dilema prático é o seguinte. Se por Soberano entendemos de fato
estatais? um superior incontrastável, a autoridade acima da qual não há recurso,
somos tentados a imaginar uma figura que, eventualmente, de posse dos
No entanto, um leitor mais atento desses estudos não deixa de suspei- recursos de poder para tanto, venha a agir de forma sistematicamente
tar de um certo sabor de paradoxo em suas conclusões, derivadas do arbitrária e tirânica,
aparência mesma de realismo das premissas. Pois se é verdade que as
organizações sociais e as No capítulo 18 do Leviathan, sua obra-prima, Hobbes faz o seguinte
trocadilho, que indica claramente essa intenção: “Covenants without the
ações coletivas são focos permanentes de rent seekers e free riders, sword are bu t words” (“Os pactos sem a espada não passam de palavras”).
como não deixar de pensar que, levadas às últimas consequências, a desrespeitando suas próprias leis, perseguindo, prendendo e arrebentando
compulsão egoísta e a “maximização da utilidade” deveriam liquidar com- seus súditos. O que fazer? Hobbes havia dito que a vida sob o pior Sobe-
pletamente a vida social e toda a possibilidade de cooperação? Porém: (1) rano seria ainda assim bem melhor que a sob o estado de natureza, a vida
as organizações sociais persistem, assim como o fato da cooperação – e em perpétua guerra civil. Para um observador atento do século XXI, porém,
as premissas só nos deixam perplexos a respeito de por quê elas persis- que conheceu as misérias dos regimes tirânicos, autoritários ou totalitários
tem; e (2) os próprios estudos assumem que, sem a vida social e, portanto, do século XX (e que ainda persistem em muitos lugares), isso deve soar
sem a cooperação, interesses cruciais dos agentes egoístas seriam afeta- mais como uma profissão de fé do que um argumento sólido. Para tal
dos. Em outras palavras, o auto-interesse mesmo deveria ser impulso observador, soaria mais razoável pensar que toda a autoridade política
suficiente à cooperação e, no entanto, é o autointeresse que a corrói, deve ser limitada por outras autoridades. Algo como um regime constitucio-
quando não a elimina pura e simplesmente. Eis o sabor de paradoxo. nal de “freios e contrapesos” (checks and balances), como gostam de dizer
II. os americanos.
Na verdade, a longa tradição da filosofia moral e política já havia esbo- Mas o próprio Hobbes se antecipara a essa aparentemente agradável
çado paradoxos como os mencionados acima, os quais apareciam com solução (evidentemente falsa, a seu ver). Controlar o Soberano – digamos,
frequência na forma de dilemas práticos. (Por exemplo, como aparece no através da intervenção periódica do “Povo” (o conjunto dos cidadãos co-
episódio da condenação de Sócrates, mencionado nos diálogos de Platão: muns participando diretamente do controle), ou, para ser mais realista, dos
é preferível, se tivéssemos apenas essas duas opções, sofrer a injustiça ou “Representantes do Povo” reunidos numa Câmara especial de fiscalização
cometê - la?) Poderíamos recuar a esses debates dos antigos filósofos – controlar o Soberano, dizia ele, significa simplesmente fazer com que o
gregos – estamos falando de uma longa tradição mesmo! – mas vamos nos Soberano deixe de ser Soberano, e transferir essa função para a figura do
contentar com certos pais fundadores do pensamento político moderno, e controlador.
com a brevidade que esta palestra requer. Em primeiro lugar, no pensa- Quem, porém, controlará o controlador? Um novo controlador, e o con-
mento de Thomas Hobbes, um filósofo inglês do século XVII, pois ele é trolador desse controlador, etc etc etc?
também o primeiro moderno a explorar rigorosamente as premissas do
homo oeconomicus antes mesmo da teoria econômica ter se estabelecido Enfim, o dilema ou conduz a uma regressão ao infinito – e aqui se ante-
como disciplina autônoma. E usou-a não para elucidar o mercado, mas vê o problema da hipertrofia do aparato estatal indicado por Buchanan, na
para mostrar por que a organização política das comunidades, isto é, o forma de uma sobreposição indefinida de mecanismos burocráticos de
Estado, e a estrita obediência a ela por parte de seus súditos era necessá- fiscalização –, ou então somos obrigados a parar em algum ponto nessa
ria para promover interesses vitais de cada indivíduo. Para tanto, Hobbes escalada, sem que a questão inicial que deveria ser respondida (como
postulou uma situação inteiramente hipotética, na qual pessoas compulsi- estabelecer o controle da autoridade política por outras autoridades) fique
vamente egoístas se viam expostas umas às outras sem a mediação dessa claramente equacionada.
organização política comum, situação a que chamou de “estado de nature-
za” (em oposição ao “estado civil ou político”). Sua análise dessa situação III.
hipotética era a demonstração da completa impossibilidade da vida social Vejamos agora um outro pensador político que se debruçou sobre os
no estado de natureza. Este, se existisse de fato, não poderia ser outra mesmos problemas, mas de uma outra perspectiva. David Hume, esse
coisa senão um “estado de guerra de todos contra todos”: para Hobbes, a pensador, um filósofo escocês do século XVIII, tinha genuínas preocupa-
anarquia, a ausência de organização política comum, correspondia à ano- ções de ordem moral em suas elaborações. Hume é muito citado como um
mia, a completa ausência de regras de convivência e, logo, de cooperação dos autores iluministas que via a moralidade não como um artifício das
social. Invertendo o raciocínio, Hobbes queria dizer que a condição neces- organizações políticas para conter nossos instintos egoístas, mas como
sária da cooperação social é a firme e voluntária disposição de cada indiví- uma espécie de sentimento primário, natural, que estimulava certas ações
duo para obedecer a um superior comum, o “Soberano”, a autoridade espontâneas de solidariedade e cooperação, isto é, sem o recurso ao
política incontrastável (leia-se: uma autoridade acima da qual não poderia Soberano hobbesiano. Contudo, quando se tratava de pensar a organiza-
haver recurso), cabeça de uma organização social maior que inclui a Lei e ção política de uma sociedade grande e complexa, seu argumento e suas
a Espada da Lei (o Estado). Reparem onde recai a ênfase do argumento: conclusões parecem não escapar de dilemas análogos aos de Hobbes,
não se trata apenas de estabelecer a nomia do est ado civil em oposição à Buchanan e Olson, conforme veremos daqui a pouco.
anomia do estado de natureza, pois os indivíduos nessa condição bem
poderiam ter experimentado estabelecer regras comuns de ação, e então Hume partia, sem dúvida, de premissas mais variadas que as de Hob-
chamá-las de “Lei”. Mas é precisamente isso que Hobbes pensava ser bes. Ao lado dos impulsos psicológicos do auto-interesse, ele suponha
impossível sem o Soberano: este no fundo representa o instrumento co- também impulsos benevolentes e altruístas: além da busca pelo próprio
mum capaz de coagir os recalcitrantes a respeitar as regras, quaisquer que bem, o que é natural e até certo ponto desejável, as pessoas também se
fossem. Sem a devida constituição de tal instrumento, o desrespeito à Lei interessam pelo bem alheio. Detalhe, porém: não se trata de uma benevo-
seria generalizado. Em essência, é isso o que significa Estado. lência indefinida e ilimitada, mas de uma benevolência parcial. Gostamos e
desejamos sinceramente o bem de
Mas essa breve apresentação já nos faz pressentir, no raciocínio de
Hobbes, pelo menos um paradoxo (do qual ele não tinha plena ciência) e certas pessoas, mais do que de outras: o de nossos pais, filhos, irmãos
um dilema prático (sobre o qual estava perfeitamente atento): e amigos, mais do que uma pessoa que mal conhecemos, ou de um con-
junto anônimo de pessoas. Sim, amamos o próximo muitas vezes até mais
(1) O paradoxo é que a decisão voluntária de instituir e obedecer um do que a nós mesmos, porém o próximo é o próximo de fato, que não raro
Soberano significa, em si mesma, um ato cooperativo. Porém, não havia o concorre com o distante, quando não está em briga com ele.
argumento estabelecido que qualquer ação cooperativa da parte de indiví-
duos compulsivamente egoístas requer a figura do Soberano e seu Estado? É verdade que somos capazes de ressoar espontaneamente os sofri-
Dito de outra maneira: para cooperar precisamos de um Soberano, mas mentos e as alegrias alheias, como que reproduzindo esses sentimentos
para ter um Soberano precisamos já cooperar de alguma forma. Como sair em nós mesmos, ainda que de forma esmaecida, um fenômeno que Hume
dessa enrascada? De certo modo, a obra de Hobbes antecipa alguns dos chamava de “simpatia”,
problemas de autores como Buchanan e Olson, já citados, quando puxa-
mos suas premissas até seus extremos.

Ética no serviço público 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
da qual derivou os sentimentos morais. Mas a simpatia apenas transmi- urna por mim? Estamos outra vez diante da mesmíssima questão identifi-
te e reproduz sentimentos, ela não implica automat icamente desejar e cada por Olson: o problema do “carona”. Mas é óbvio que se todos pensas-
efetivamente fazer o bem a qualquer pessoa ou a qualquer necessitado que sem como o carona, o bem coletivo almejado não se consumaria. Mas por
esbarremos no caminho, como faria o Bom Samaritano dos Evangelhos. que não pensariam, se os estranhos cooperam apenas graças à reciproci-
Antes, a benevolência parcial, um desejo natural de fazer o bem, explica dade e o auto-interesse?
nossas propensões tribais primárias, ou seja, nossa disposição para convi-
ver num círculo restrito, próximo, de amigos e familiares: nossa propensão (2) Hume imagina duas saídas para esse aparente labirinto. A primeira
espontânea ao clã ou à tribo. Mas o clã ou a tribo, ao mesmo tempo que volta a recorrer à psicologia: o hábito explicaria, pelo menos em parte,
desenvolve impulsos de altíssima atração para dentro, não raro cria tam- porque continuamos a cooperar mesmo quando deixamos de perceber
bém impulsos igualmente fortes de repulsão ao estranho, os círculos soci- claramente em que medida nossa participação num empreendimento
ais distantes. Como membros de um grupo, pensava Hume, somos até cooperativo é decisiva ou não para produzir o resultado almejado. Se em
estimulados, em certas circunstâncias, a praticar maldades ao estranho – e situações mais simples e visíveis julgamos que nossa participação é sim
isso não em prol de nós mesmos, mas do grupo a que pertencemos – mais decisiva, tendemos a estender esse juízo, sem conferir se tal é mesmo o
terríveis do que praticaríamos se vivêssemos a sós. caso, para os casos mais complexos e menos visíveis.

A história das sociedades humanas, contudo, sugere uma contínua ex- Mas o hábito, admite Hume, está longe de uma explicação suficiente, e
pansão rumo a comunidades mais amplas e complexas do que tribos e então ele recorre a uma segunda saída, mais fundamental. Trata-se da
clãs. Como explicá-la? Aqui Hume é obrigado a apelar, não para o senti- constituição do governo, ou seja, de uma espécie de divisão de trabalho
mento natural, mas para a convenção, para o artifício institucional, cujo entre governantes e governados, o primeiro formado por um grupo relati-
primeiro fruto é a virtude da Justiça, a base das regras do Direito. A Justiça vamente pequeno e o segundo reunindo a grande maioria da comunidade;
é a virtude da macro - sociabilidade, geradora de regras estritas e in flexí- o primeiro altamente motivado a garantir, como administradores da coisa
veis (“convenções”), porém impessoais (pois não importa quem elas benefi- pública, o provimento dos bens coletivos, o segundo liberado para perse-
ciam ou prejudicam em cada caso de sua aplicação) e expansivas, que guir seus bens privados e os de seu círculo restrito de amigos e familiares,
contrasta com as virtudes da micro - sociabilidade, maleáveis e personali- contanto que paguem os impostos que sustentarão as atividades do primei-
zadas (isto é, onde importa o “quem”), mas exatamente por isso de curto ro grupo. Vejam que esse esquema não implica que os governantes sejam
alcance. Mas qual a base do respeito às convenções sociais, as regras da altruístas: eles são motivados a produzir os bens coletivos porque essa é,
Justiça? Tem de haver um princípio geral que sustente as convenções. na repartição social das tarefas, a meta auto-interessada mais próxima e
Esse princípio é a reciprocidade. Daí que o contrato e a promessa sejam os visível, enquanto é a mais distante para o restante da comunidade, isto é,
modelos exemplares da Justiça em ação: os dois primeiros contratantes os governados. A instalação do governo significa simplesmente uma opera-
devem ter sido sujeitos estranhos um ao outro, mas que por um motivo ção de transformar, pelo menos para alguns (os governantes), o auto-
qualquer – digamos, comercial – precisaram produzir um bem coletivo. Qual interesse distante e embaçado – que ameaça desintegrar a cooperação em
a estrutura geral do contrato? Eu faço a minha parte e, no momento apra- sociedade anônimas – num auto-interesse próximo e nítido. É como se o
zado, você faz a sua. Sou indiferente à sua felicidade, e, contudo, para artifício do governo simbolizasse a arte da construção de uma lente social
produzir certo bem para mim ou para meus entes queridos, preciso estabe- para corrigir a miopia congênita dos grandes conglemerados humanos.
lecer uma relação cooperativa com o estranho, sem o qual aquele bem não Outra vez, a um observador atento do sinuoso raciocínio humeano não
vinga. Logo, só tem sentido cooperar nessas condições se cada um faz a escapará novas dificuldades nessa segunda saída. Porque se o grupo dos
sua parte, e na medida em que cada um faz a sua parte (daí a reciprocida- governantes, encarregado da administração dos negócios públicos, for
de). Essa é a natureza da convenção, tão bem caracterizada pela imagem suficientemente coeso, compacto e bem articulado como nas burocracias
humeana dos dois remadores de um barco que se controlam mutuamente estatais modernas, eles acabarão por constituir um conjunto de interesses
na alternância de seus respectivos lances de remo. apartado, talvez mesmo divergente, do restante da sociedade. O auto-
interesse para os seus membros pode significar algo substancialmente – e
Um faz seu lance na medida em que o outro faça o seu, e só nessa não apenas ilusoriamente (por causa apenas de uma distorção de óptica) –
medida o bem coletivo (a navegação rumo a um porto comum desejado) diferente dos governados. E como a promoção daquele interesse depende
será produzido. da extração, via impostos, dos recursos dos governados, eles serão tenta-
dos a desviar esses recursos para benefício próprio e não para o benefício
Notem como nesse argumento a percepção do auto-interesse embasa a comum. E aqui estamos de novo, e por caminhos transversos, perante o
reciprocidade. E é desse ponto em diante que os problemas do argumento rent seeking de James Buchanan.
vão aparecendo:
IV.
(1) A sociedade grande e complexa, reconhece Hume, supera as difi-
culdades e deficiências do círculo restrito da tribo, e porém gera suas Para onde afinal nos leva todo essa apresentação de argumentos?
próprias dificuldades e deficiências. Quanto mais cresce a sociedade, mais Penso que nos leva a constatar o contra-senso das premissas psicológicas
anônima e impessoal ela se torna, de modo que sua sustentação depende- do homo oeconomicus quando estendidas ao mundo da cooperação social
rá menos das paixões altruístas do que da reciprocidade e, logo, da per- de um modo geral, e da administração da coisa pública em particular. Se
cepção do auto –interesse na própria atividade cooperativa. Uma coisa, levamos até a sua raiz a hipótese de que todos os que promovem serviços
porém, é cooperar com uns poucos estranhos, onde é possível controlar os a outrem, privadamente ou em nome do público, são exclusivamente moti-
laços recíprocos de cada parte e onde está claro que a defecção de um dos vados pelo interesse egoísta, então a minha sugestão é que o fato do
cooperantes põe a perder todo o empreendimento. Outra é a situação em provimento sistemático desses serviços deve aparecer como um mistério
que o número de estranhos é enorme, em que a contribuição de cada um é da investigação social. O próprio fato da organização social se torna um
proporcionalmente ínfima. mistério. Se alguém contestar dizendo que esse fato em que estou me
arvorando é transitório e só ilusoriamente sólido, então é preciso admitir, na
Pensem, para ficar num exemplo bem simples, na diferença da partici- ausência de outras premissas plausíveis, que os Estados modernos, os
pação eleitoral de um grupo de cinco eleitores e a participação num grupo quais procuram enlaçar sociedades grandes e complexas, caminham de
de um milhão de eleitores. A importância da participação de cada indivíduo modo inexorável para o seu colapso, provavelmente de forma lenta, porém
para a determinação de um certo resultado no primeiro caso é visivelmente constante, gradualmente introduzindo aquela anomia que Hobbes tanto
maior do que no segundo caso. No primeiro, relutaria muito em deixar de temia.
participar, se estou de fato interessado nesse resultado determinado. No
segundo, tendo a estimar, com razão, que minha ausência será muito Minha própria contra-resposta a essas duas sugestões é pura e sim-
menos decisiva (e também muito menos sentida) para esse ou aquele plesmente destacar aquilo que dá título a esta palestra: a relevância da
resultado final, ainda que seja do meu interesse obtê-lo, a ponto de eu ética no exercício da função pública. Ao que agora posso acrescentar: a
apostar que um número suficiente de parceiros cumprirão a sua parte em relevâ ncia da ética na preservação da organização social, genericamente
meu lugar, e então obter resultado idêntico ao que obteria se eu tivesse falando, e não apenas da administração da coisa pública. Mas até aqui a
participado. Mas o dia da votação, um domingo, está ensolarado: por que ética ou a moral se apresentou negativamente, como um vago oposto da
não desfrutar esse sol na praia, e deixar que os outros enfrentem a fila da compulsão egoísta. Porém, o que ela é positivamente?

Ética no serviço público 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Devo dizer de partida que a longa tradição da filosofia moral a que me valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são postos em
referi no começo desta palestra jamais logrou construir um consenso a prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de consciência dos
respeito dessa pergunta. A esmagadora maioria dos filósofos, é verdade, próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por
descartou ser possível reduzir a moralidade ao egoísmo. O que isso signifi- nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cida-
ca, porém? O altruísmo? A deferência aos mandamentos de Deus? O dão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos governan-
respeito incondicional a certas regras ou leis que consigamos formular de tes que enriquecem justamente através da ignorância em relação aos
modo universal, que podem até coincidir com aqueles mandamentos, direitos conquistados pela população o que gera um grande desrespeito
porém sem necessariamente assumir suanatureza divina? O respeito para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua.
incondicional a uma certa interpretação da igualdade entre os seres huma-
nos? Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que
estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos
Todas elas, creio, são alternativas plausíveis para fundar a ética, e aju- funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e
dam a explicar, em parte, o sustento da organização social, da cooperação principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que os
e da solidariedade. Não digo que para ajudar a explicar seja preciso assu- serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é inaliená-
mir que elas são praticadas por todos e em todos os momentos. Fosse vel.
assim, incorreríamos no mesmo exagero a que incorre a psicologia egoísti-
ca. Basta afirmar que quando detectamos alguma forma de cooperação e Para que possamos esclarecer melhor nossas ideias, chegamos à
solidariedade, haveríamos de pelo menos suspeitar de que alguma dessas questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"?
alternativas da vida ética esteja em operação. Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra ética é mais
Contudo, todas elas deveriam apontar para uma visão mais sintética, compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por objetivo a
reconciliadora. Estamos, como disse, longe de obter consenso sobre uma moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e a boa fé,
visão concreta. Mas penso que, seja qual for, ela deveria ser marcada pelo inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente ligada ao
esforço de aproximar a natureza da ética ou da moralidade – vejam que, comportamento humano, na mesma medida, em que está o seu caráter,
para meus propósitos, não me interessei pela distinção desses termos, mas personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética pode ser
espero que outros colegas aqui presentes tenham a chance de sugerir uma avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.
para a discussão – com a ponderação sobre o que torna a vida digna de Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse
ser vivida, uma ponderação sobre os valores e princípios que expressem o conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos
que significa essa vida digna, essa vida que valha a pena ser vivida, como referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissionais
indivíduos e como membros de uma comunidade. E que valha a pena não podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, um
porque garante meu próprio bem ou o bem alheio, ou porque garante a político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, ética
cega obediência às leis estabelecidas, mas porque promove uma gama de jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.
ideais sobre o que deve ser uma vida humana, ideais por definição não
realizados, e talvez jamais plenamente realizáveis, mas que promovidos Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão
graças à nossa capacidade de realizar ações conscientes e inteligentes. de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político,
como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar
Penso também, para concluir, que nada poderia representar melhor o seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações)
excelente exercício das funções públicas do que a consciência dessa e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar
questão. Seria ótimo, por certo, que tal ponderação estivesse no horizonte nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante
de cada funcionário público, ainda que suas diferentes conclusões geras- que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
sem conflito – pois o predomínio da ponderação ética não significa a elimi- conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode
nação do conflito social, apenas o desloca para um outro patamar: não o ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz
conflito por interesses mesquinhos, mas o conflito para o qual vale a pena respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a
lutar, porque feito em prol de coisas dignas. Crucial, porém, é que tal pon- essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na
deração contamine suas principais artérias e envolva especialmente os que vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do
exercem suas altas responsabilidades, porque, afinal, como diz a velha tema central dessa pesquisa.
sabedoria, esses são os exemplos para os demais. Insisto: são exemplos
para os demais não tanto porque indiscutivelmente corretos, mas porque A questão da ética no serviço Público.
são suficientemente ousados e ambiciosos para pensar, querer, buscar Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, ex-
ideais nobres e elevados. torsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto
5. Ética no Setor Público. de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é
que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a
Ética no Serviço Público atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na
vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é neces-
Jorge Teixeira da Silva; Letícia Clara Ribeiro; Antonio Carlos Menegon; sário que esse padrão seja ético, acima de tudo .
Joyce de Castro Nunes; Vanderlei Dandrea; Ana Paula Rodrigues; Francis-
ca Dantas; Polliane Tenório Neto; Márcia de Jesus silva; Rogério Chagas O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos
Pozo. Alunos do Curso de Direito da UMESP. dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter
público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está dire-
Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de todos tamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados
nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipoté-
presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética pública e tica com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver
ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados ao públi- relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás,
co, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcionários sem boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais
mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaram no trabalho se de- a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão
cepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas ideias, de modo citado, pelos gregos antigos, "bem viver".
que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desrespeito que
vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao
serviços públicos visam prestar. contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores
devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o
O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou mui- termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o
to tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, sofrendo serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No
com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia para fazer ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei".

Ética no serviço público 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administra-
que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que ção Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a
gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação,
interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni- ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os
cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos
principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética interesses sociais.
que deveria estar acima de seus interesses.
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o
sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e
define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste
indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi- pais. E somos todos brasileiros.".
car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa violação
dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que base-
dos bons costumes em uma sociedade. ado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão
ético, impessoal e moralístico:
A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se
reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de 1 - Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de com-
se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de preparo portamento orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade
dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de meca- humana.
nismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos. 2 - O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantidade"
A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta si- de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um padrão
tuação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir estes de comportamento ético:
casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. Um dos Maior valor atribuído (bem), maior ética.
motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta de uma Menor valor atribuído (bem), menor ética.
cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A cidadania 3 - A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referimos
Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas precisa ser a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquirido,
descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui através de pro- mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da
cessos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status, função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do
ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garan- ser humano .
te um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os
impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania 4 - A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento
deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém Milton jurídico.
Santos questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois para ele desde o nas- 5 - Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade humana,
cimento as pessoas herdam de seus pais e ao longa da vida e também da dos bons costumes e da boa fé.
sociedade, conceitos morais que vão sendo contestados posteriormente
com a formação de ideias de cada um, porém a maioria das pessoas não 6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor pa-
sabem se são ou não cidadãos. drão de ética.
A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão 5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do
consciente para a construção de um futuro melhor. Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal).
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princípios
éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos deso-
nestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol "cultural" DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994
de aproveitamento em beneficio próprio.
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como re- Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
gra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o Executivo Federal.
ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportunidade
para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição publica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe
A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art.
ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11
desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudança de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de
na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se junho de 1992,
utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimentos, isto é, DECRETA:
a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor
de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos. Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal di-
A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gra- reta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessá-
dativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura organi- rias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição
zacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valorização da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empre-
das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se forma ao gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comuni-
organização. cada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República,
Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem nas com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.
máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da
ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de República.
regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses ANEXO
escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe-
pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a cutivo Federal
eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos CAPÍTULO I

Ética no serviço público 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Seção I a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou em-
Das Regras Deontológicas prego público de que seja titular;
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento,
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinató-
público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o rias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com
e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição o fim de evitar dano moral ao usuário;
dos serviços públicos. c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento éti- seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a
co de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essenci-
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante al da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção processo de comunicação e contato com o público;
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos
o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrati- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando
vo. a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-
exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de represen-
erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade. tar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comu- funda o Poder Estatal;
nidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contra-
que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode tantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses
ser considerado como seu maior patrimônio. ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, e denunciá-las;
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específi-
fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada pode- cas da defesa da vida e da segurança coletiva;
rão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausên-
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais cia provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo
ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem o sistema;
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato
lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficá- ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
cia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo
bem comum, imputável a quem a negar. os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti- o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a
la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa inte- melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do
ressada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou bem comum;
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exer-
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto cício da função;
mais a de uma Nação. q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções su-
pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe periores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não cons- s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de di-
titui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, reito;
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administra-
que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação tivos;
de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do servi- u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou
ço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que ob-
mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. servando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação ex-
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de pressa à lei;
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até Seção III
mesmo imprudência no desempenho da função pública. Das Vedações ao Servidor Público
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de traba- XV - E vedado ao servidor público;
lho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição
conduz à desordem nas relações humanas. e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organi- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
zacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos de cidadãos que deles dependam;
pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni- c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com
dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua
Seção II profissão;
Dos Principais Deveres do Servidor Público d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

Ética no serviço público 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcan- Informações patrimoniais destas autoridades
ce ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; As seguintes informações sobre estas autoridades devem ser enviadas à
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, pai- Comissão de Ética Pública (CEP):
xões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com lista dos bens, com identificação dos respectivos valores estimados ou de
os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superi- aquisição, que poderá ser substituída pela remessa de cópia da última
ores ou inferiores; declaração de bens apresentada à Secretaria da Receita Federal do Minis-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de tério da Fazenda;
ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de informação sobre situação patrimonial específica que, a juízo da autorida-
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumpri- de, suscite ou possa eventualmente suscitar conflito com o interesse públi-
mento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; co e, se for o caso, o modo pelo qual pretende evitá-lo.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar As informações prestadas são de caráter sigiloso e, uma vez conferidas por
para providências; pessoa designada pela CEP, serão encerradas em envelope lacrado.
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendi- A autoridade deverá também comunicar à CEP as participações das quais
mento em serviços públicos; for titular em sociedades de economia mista, de instituição financeira ou de
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; empresa que negocie com o Poder Público.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, O prazo de apresentação de informações será de dez dias, contados da
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; data da posse, para as autoridades que forem nomeadas.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno
de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de tercei- Resolução 2 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
ros; A Resolução 2/2000 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; República regula a participação de autoridade pública em seminários e
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a outros eventos.
moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a em- Tipos de participação
preendimentos de cunho duvidoso. A participação de autoridade pública em atividades externas, tais co-
CAPÍTULO II mo seminários, congressos, palestras e eventos semelhantes, no
DAS COMISSÕES DE ÉTICA Brasil ou no exterior, pode ser de interesse institucional ou pessoal.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou Eventos de interesse institucional
entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser Quando se tratar de participação em evento de interesse institucional,
criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre as despesas de transporte e estada, bem como as taxas de inscrição, se
a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o devidas, correrão por conta do órgão a que pertença a autoridade,
patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação observado o seguinte:
ou de procedimento susceptível de censura. as despesas de transporte e estada, bem como as taxas de inscrição,
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos en- poderão ser custeadas pelo patrocinador do evento, se este for:
carregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros organismo internacional do qual o Brasil faça parte;
sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções governo estrangeiro e suas instituições;
e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor instituição acadêmica, científica e cultural;
público. empresa, entidade ou associação de classe que não esteja sob a jurisdição
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética regulatória do órgão a que pertença a autoridade, nem que possa ser
é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, beneficiária de decisão da qual participe a referida autoridade, seja indivi-
assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso. dualmente, seja em caráter coletivo.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende- a autoridade poderá aceitar descontos de transporte, hospedagem e refei-
se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de ção, bem como de taxas de inscrição, desde que não se refira a benefício
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária pessoal.
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado
direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar- Eventos de interesse pessoal
quias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas Quando se tratar de evento de interesse pessoal da autoridade, as des-
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde pesas de remuneração, transporte e estada poderão ser custeadas
prevaleça o interesse do Estado. pelo patrocinador, desde que:
a autoridade torne públicas as condições aplicáveis à sua participação,
inclusive o valor da remuneração, se for o caso;
Resoluções 1 a 10 da Comissão de Ética Pública da Pre-
o promotor do evento não tenha interesse em decisão que possa ser toma-
sidência da República
da pela autoridade, seja individualmente, seja de caráter coletivo.
As atividades externas de interesse pessoal não poderão ser exercidas em
Resolução 1 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República prejuízo das atividades normais inerentes ao cargo.
A Resolução 1/2000 da Comissão de Ética Pública da Presidência da A publicidade da remuneração e das despesas de transporte e estada será
República trata dos procedimentos para apresentação de informações, assegurada mediante registro do compromisso na respectiva agenda de
sobre situação patrimonial, pelas autoridades submetidas ao Código trabalho da autoridade, com explicitação das condições de sua participa-
de Conduta da Alta Administração Federal. ção, a qual ficará disponível para consulta pelos interessados.
A autoridade não poderá aceitar o pagamento ou reembolso de despesa de
Autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Administração transporte e estada, referentes à sua participação em evento de interesse
Federal institucional ou pessoal, por pessoa física ou jurídica com a qual o órgão a
Ministros e Secretários de Estado; que pertença mantenha relação de negócio, salvo se o pagamento ou
titulares de cargos de natureza especial, secretários-executivos, secretários reembolso decorrer de obrigação contratual previamente assumida perante
ou autoridades equivalentes ocupantes de cargo do Grupo-Direção e As- aquele órgão.
sessoramento Superiores – DAS, nível seis;
presidentes e diretores de agências nacionais, autarquias, inclusive as Resolução 3 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
especiais, fundações mantidas pelo Poder Público, empresas públicas e A Resolução 3/2000 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
sociedades de economia mista. República define as regras sobre o tratamento de presentes e brindes
aplicáveis às autoridades públicas.

Ética no serviço público 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presentes proibidos às autoridades resolver dúvidas a respeito da aplicação do Código de Conduta e deliberar
Considera-se, preliminarmente, que é proibido a aceitação de presentes sobre os casos omissos;
de qualquer valor por autoridades públicas quando o ofertante for colaborar, quando solicitado, com órgãos e entidades da administração
pessoa, empresa ou entidade que: federal, estadual e municipal, ou dos Poderes Legislativo e Judiciário; e
esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a que pertença a autoridade; dar ampla divulgação ao Código de Conduta.
tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em decisão que possa
ser tomada pela autoridade, individualmente ou de caráter coletivo, em Composição da CEP
razão do cargo; A CEP é composta por seis membros designados pelo Presidente da
mantenha relação comercial com o órgão a que pertença a autoridade; ou República, com mandato de três anos, podendo ser reconduzidos. Os
represente interesse de terceiros, como procurador ou preposto, de pesso- membros da CEP não terão remuneração e os trabalhos por eles desenvol-
as, empresas ou entidades compreendidas nos quesitos anteriores. vidos são considerados prestação de relevante serviço público. As despe-
Não caracteriza presente: sas com viagens e estada dos membros da CEP serão custeadas pela
prêmio em dinheiro ou bens concedido à autoridade por entidade acadêmi- Presidência da República, quando relacionadas com suas atividades.
ca, científica ou cultural, em reconhecimento por sua contribuição de cará- Os membros da CEP devem escolher o seu presidente, que terá mandato
ter intelectual; de um ano, permitida a recondução. As deliberações da CEP serão toma-
prêmio concedido em razão de concurso de acesso público a trabalho de das por voto da maioria de seus membros, cabendo ao presidente o voto
natureza acadêmica, científica, tecnológica ou cultural; de qualidade.
bolsa de estudos vinculada ao aperfeiçoamento profissional ou técnico da A CEP terá um Secretário-Executivo, vinculado à Casa Civil da Presidência
autoridade, desde que o patrocinador não tenha interesse em decisão que da República, que lhe prestará apoio técnico e administrativo. O Secretário-
possa ser tomada pela autoridade, em razão do cargo que ocupa. Executivo submeterá anualmente à CEP plano de trabalho que contemple
suas principais atividades e proponha metas, indicadores e dimensione os
Presentes permitidos às autoridades recursos necessários.Nas reuniões ordinárias da CEP, o Secretário-
É permitida a aceitação de presentes: Executivo prestará informações sobre o estágio de execução das atividades
em razão de laços de parentesco ou amizade, desde que o seu custo seja contempladas no plano de trabalho e seus resultados, ainda que parciais.
arcado pelo próprio ofertante, e não por pessoa, empresa ou entidade que As reuniões da CEP ocorrerão, em caráter ordinário, mensalmente, e,
se enquadre nas restrições anteriores. extraordinariamente, sempre que necessário, por iniciativa de qualquer de
quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos protocolares em seus membros.
que houver reciprocidade ou em razão do exercício de funções diplomáti- A pauta das reuniões da CEP será composta a partir de sugestões de
cas. qualquer de seus membros ou por iniciativa do Secretário-Executivo, admi-
Devolução de presentes proibidos tindo-se no início de cada reunião a inclusão de novos assuntos na pauta.
Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de presente cuja acei- Assuntos específicos e urgentes poderão ser objeto de deliberação median-
tação é vedada, a autoridade deverá adotar uma das seguintes providên- te comunicação entre os membros da CEP.
cias (atualizada de acordo com a Resolução 6/2001):
tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, destiná-lo ao Atribuições do Presidente da CEP
acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN para Ao Presidente da CEP compete:
que este lhe dê o destino legal adequado; convocar e presidir as reuniões;
promover a sua doação a entidade de caráter assistencial ou filantrópico orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os debates, iniciar e concluir as
reconhecida como de utilidade pública, desde que, tratando-se de bem não deliberações;
perecível, se comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação orientar e supervisionar os trabalhos da Secretaria-Executiva;
em suas atividades fim; tomar os votos e proclamar os resultados;
determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do órgão público autorizar a presença nas reuniões de pessoas que, por si ou por entidades
onde exerce a função. que representem, possam contribuir para os trabalhos da CEP;
proferir voto de qualidade;
Brindes determinar o registro de seus atos enquanto membro da Comissão, inclusi-
É permitida a aceitação de brindes: ve reuniões com autoridades submetidas ao Código de Conduta;
que não tenham valor comercial ou sejam distribuídos por entidade de determinar ao Secretário-Executivo, ouvida a CEP, a instauração de pro-
qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou cessos de apuração de prática de ato em desrespeito ao preceituado no
por ocasião de eventos ou datas comemorativas de caráter histórico ou Código de Conduta da Alta Administração Federal, a execução de diligên-
cultural, desde que não ultrapassem o valor unitário de R$ 100,00 (cem cias e a expedição de comunicados à autoridade pública; e
reais); decidir os casos de urgência, ad referendum da CEP.
cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12 (doze) meses; e O Presidente da CEP, em suas ausências, será substituído pelo membro
que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a agraciar exclusi- mais antigo da Comissão.
vamente uma determinada autoridade.
Atribuições dos membros da CEP
Resolução 4 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República Aos membros da CEP compete:
A Resolução 4/2001 da Comissão de Ética Pública da Presidência da examinar as matérias que lhes forem submetidas, emitindo pareceres;
República define a aprovação do Regimento Interno da Comissão de pedir vista de matéria em deliberação pela CEP;
Ética Pública (CEP). Esta resolução, assim, especifica as funções e como solicitar informações a respeito de matérias sob exame da Comissão; e
está estruturada a Comissão. representar a CEP em atos públicos, por delegação de seu Presidente.

Comissão de Ética Pública (CEP) Atribuições do Secretário-Executivo da CEP


São responsabilidades da CEP: Ao Secretário-Executivo compete:
assegurar a observância do Código de Conduta da Alta Administração organizar a agenda das reuniões e assegurar o apoio logístico à CEP;
Federal; secretariar as reuniões;
submeter ao Presidente da República sugestões de aprimoramento do proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas atas;
Código de Conduta e resoluções de caráter interpretativo de suas normas; dar apoio à CEP e aos seus integrantes no cumprimento das atividades que
dar subsídios ao Presidente da República e aos Ministros de Estado na lhes sejam próprias;
tomada de decisão concernente a atos de autoridade que possam implicar instruir as matérias submetidas à deliberação;
descumprimento das normas do Código de Conduta; providenciar, previamente à instrução de matéria para deliberação pela
apurar, de ofício ou em razão de denúncia, condutas que possam configu- CEP, nos casos em que houver necessidade, parecer sobre a legalidade de
rar violação do Código de Conduta, e, se for o caso, adotar as providências ato a ser por ela baixado;
nele previstas;

Ética no serviço público 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e pareceres como agências nacionais, autarquias, inclusive as especiais, fundações mantidas
subsídios ao processo de tomada de decisão da CEP; pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia mista.
solicitar às autoridades submetidas ao Código de Conduta informações e A autoridade pública comunicará à CEP, no mesmo prazo, quaisquer
subsídios para instruir assunto sob apreciação da CEP. alterações relevantes nas informações prestadas, podendo, para esse fim,
apresentar nova DCI.
Deliberações da CEP Dúvidas específicas relativas ao preenchimento da DCI, assim como sobre
As deliberações da CEP relativas ao Código de Conduta compreenderão: situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito
homologação das informações prestadas em cumprimento às obrigações com o interesse público, serão submetidas à CEP e esclarecidas por sua
nele previstas; Secretaria Executiva.
adoção de orientações complementares: a) mediante resposta a consultas
formuladas por autoridade a ele submetidas; b) de ofício, em caráter geral Resolução 6 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
ou particular, mediante comunicação às autoridades abrangidas, por meio A Resolução 6/2001 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
de resolução, ou, ainda, pela divulgação periódica de relação de perguntas República altera parte do texto da Resolução 3. Assim considera-se que,
e respostas aprovada pela CEP; não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de presente cuja acei-
elaboração de sugestões ao Presidente da República de atos normativos tação é vedada, a autoridade deverá adotar uma das seguintes providên-
complementares ao Código de Conduta, além de propostas para sua even- cias:
tual alteração; tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, destiná-lo ao
instauração de procedimento para apuração de ato que possa configurar acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN para
descumprimento ao Código de Conduta; e que este lhe dê o destino legal adequado;
adoção de uma das seguintes providências em caso de infração: promover a sua doação a entidade de caráter assistencial ou filantrópico
a) advertência, quando se tratar de autoridade no exercício do cargo; reconhecida como de utilidade pública, desde que, tratando-se de bem não
b) censura ética, na hipótese de autoridade que já tiver deixado o cargo; e perecível, se comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação
c) encaminhamento de sugestão de exoneração à autoridade hierarquica- em suas atividades fim; ou
mente superior, quando se tratar de infração grave ou de reincidência. determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do órgão público
onde exerce a função.
Procedimentos de apuração de infração ao Código de Conduta
O procedimento de apuração de infração ao Código de Conduta será Resolução 7 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
instaurado pela CEP, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, A Resolução 7/2002 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
desde que haja indícios suficientes, observado o seguinte: República regula a participação de autoridade pública submetida ao Código
a autoridade será oficiada para manifestar-se por escrito no prazo de cinco de Conduta da Alta Administração Federal em atividades de natureza
dias; político-eleitoral.
o eventual denunciante, a própria autoridade pública, bem assim a CEP, de Conceitos iniciais
ofício, poderão produzir prova documental; A autoridade pública vinculada ao Código de Conduta da Alta Administra-
a CEP poderá promover as diligências que considerar necessárias, assim ção Federal (CCAAF) possui o direito de participar de de eventos de natu-
como solicitar parecer de especialista quando julgar imprescindível; reza político-eleitoral, tais como convenções e reuniões de partidos políti-
concluídas as diligências mencionadas no inciso anterior, a CEP oficiará à cos, comícios e manifestações públicas autorizadas em lei.
autoridade para nova manifestação, no prazo de três dias; A atividade político-eleitoral da autoridade não poderá resultar em prejuízo
se a CEP concluir pela procedência da denúncia, adotará providências, do exercício da função pública, nem implicar o uso de recursos, bens
com comunicação ao denunciado e ao seu superior hierárquico. públicos de qualquer espécie ou de servidores a ela subordinados. Desta
forma a autoridade deve abster-se de:
Deveres e Responsabilidades dos Membros da Comissão se valer de viagens de trabalho para participar de eventos político-eleitorais
Eventuais conflitos de interesse, efetivos ou potenciais, que possam surgir (esta norma não impede que a autoridade que viajou por seus próprios
em função do exercício das atividades profissionais de membro da Comis- meios para participar de evento político-eleitoral cumpra outros compromis-
são, deverão ser informados aos demais membros. sos inerentes ao seu cargo ou função);
O membro da CEP que, em razão de sua atividade profissional, tiver rela- expor publicamente divergências com outra autoridade administrativa
cionamento específico em matéria que envolva autoridade submetida ao federal ou criticar-lhe a honorabilidade e o desempenho funcional;
Código de Conduta da Alta Administração, deverá abster-se de participar exercer, formal ou informalmente, função de administrador de campanha
de deliberação que, de qualquer modo, a afete. eleitoral (não haverá restrição se a autoridade se licenciar do cargo, sem
As matérias examinadas nas reuniões da CEP são consideradas de caráter vencimentos).
sigiloso até sua deliberação final, quando a Comissão deverá decidir sua Nos eventos político-eleitorais de que participar, a autoridade não poderá
forma de encaminhamento. fazer promessa, ainda que de forma implícita, cujo cumprimento dependa
Os membros da CEP não poderão se manifestar publicamente sobre situa- do cargo público que esteja exercendo, tais como realização de obras,
ção específica que possa vir a ser objeto de deliberação formal do Colegia- liberação de recursos e nomeação para cargos ou empregos.
do. A autoridade, a partir do momento em que manifestar de forma pública a
Os membros da CEP deverão justificar eventual impossibilidade de compa- intenção de candidatar-se a cargo eletivo, não poderá praticar ato de ges-
recer às reuniões. tão do qual resulte privilégio para pessoa física ou entidade, pública ou
Resolução 5 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República privada, situada em sua base eleitoral ou de seus familiares.
A Resolução 5/2001 da Comissão de Ética Pública da Presidência da Para prevenir-se de situação que possa suscitar dúvidas quanto à sua
República aprova o modelo de Declaração Confidencial de Informações a conduta ética e ao cumprimento das normas estabelecidas pelo CCAAF, a
ser apresentada por autoridade submetida ao Código de Conduta da Alta autoridade deverá apresentar em agenda de trabalho de acesso público:
Administração Federal, e dispõe sobre a atualização de informações patri- audiências concedidas, com informações sobre seus objetivos, participan-
moniais. O modelo foi posteriormente alterado pela resolução 9/2008. tes e resultados, as quais deverão ser registradas por servidor do órgão ou
Considerações iniciais entidade por ela designado para acompanhar a reunião;
A autoridade pública nomeada para cargo abrangido pelo Código de eventos político-eleitorais de que participe, informando as condições de
Conduta da Alta Administração Federal deve encaminhar à Comissão logística e financeiras da sua participação.
de Ética Pública (CEP), no prazo de dez dias da data de nomeação, Havendo possibilidade de conflito de interesse entre a atividade político-
Declaração Confidencial de Informações (DCI). eleitoral e a função pública, a autoridade deverá abster-se de participar
Estão obrigados à apresentação da DCI ministros, secretários de estado, daquela atividade ou requerer seu afastamento do cargo.
titulares de cargos de natureza especial, secretários executivos, secretários
ou autoridade equivalentes ocupantes de cargos do Grupo-Direção e As- Resolução 8 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República
sessoramento Superiores – DAS, nível seis, presidentes e diretores de A Resolução 8/2003 da Comissão de Ética Pública da Presidência da
República identifica situações que suscitam conflito de interesses da autori-

Ética no serviço público 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dade pública submetida ao Código de Conduta da Alta Administração atuar como instância consultiva do dirigente máximo e dos respectivos
Federal. servidores de órgão ou de entidade federal;
Conceitos iniciais aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: Executivo Federal, devendo:
em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo submeter à Comissão de Ética Pública – CEP propostas de aperfeiçoamen-
ou função pública da autoridade, como tal considerada, inclusive, a ativida- to do Código de Ética Profissional;
de desenvolvida em áreas ou matérias afins à competência funcional; apurar, de ofício ou mediante denúncia, fato ou conduta em desacordo com
viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de cargo em comissão as normas éticas pertinentes;
ou função de confiança, que exige a precedência das atribuições do cargo recomendar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento de ações objetivan-
ou função pública sobre quaisquer outras atividades; do a disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e
implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídica ou a manuten- disciplina;
ção de vínculo de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interes- representar o órgão ou a entidade na Rede de Ética do Poder Executivo
se em decisão individual ou coletiva da autoridade; Federal;
possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à qual a autoridade supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta Administração
tenha acesso em razão do cargo e não seja de conhecimento público; Federal e comunicar à CEP situações que possam configurar descumpri-
possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integridade, morali- mento de suas normas;
dade, clareza de posições e decoro da autoridade. aplicar o código de ética ou de conduta próprio, se couber;
A ocorrência de conflito de interesses independe do recebimento de qual- orientar e aconselhar sobre a conduta ética do servidor, inclusive no rela-
quer ganho ou retribuição pela autoridade. cionamento com o cidadão e no resguardo do patrimônio público;
Prevenção do conflito de interesses responder consultas que lhes forem dirigidas;
A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de interesses ao receber denúncias e representações contra servidores por suposto des-
adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes providências: cumprimento às normas éticas, procedendo à apuração;
abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto perdurar a situa- instaurar processo para apuração de fato ou conduta que possa configurar
ção passível de suscitar conflito de interesses; descumprimento ao padrão ético recomendado aos agentes públicos;
alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja manutenção convocar servidor e convidar outras pessoas a prestar informação;
possa suscitar conflito de interesses; requisitar às partes, aos agentes públicos e aos órgãos e entidades fede-
transferir a administração dos bens e direitos que possam suscitar conflito rais informações e documentos necessários à instrução de expedientes;
de interesses a instituição financeira ou a administradora de carteira de requerer informações e documentos necessários à instrução de expedien-
valores mobiliários autorizada a funcionar pelo Banco Central ou pela tes a agentes públicos e a órgãos e entidades de outros entes da federação
Comissão de Valores Mobiliários, conforme o caso, mediante instrumento ou de outros Poderes da República;
contratual que contenha cláusula que vede a participação da autoridade em realizar diligências e solicitar pareceres de especialistas;
qualquer decisão de investimento assim como o seu prévio conhecimento esclarecer e julgar comportamentos com indícios de desvios éticos;
de decisões da instituição administradora quanto à gestão dos bens e aplicar a penalidade de censura ética ao servidor e encaminhar cópia do
direitos; ato à unidade de gestão de pessoal, podendo também:
na hipótese de conflito de interesses específico e transitório, comunicar sua sugerir ao dirigente máximo a exoneração de ocupante de cargo ou função
ocorrência ao superior hierárquico ou aos demais membros de órgão cole- de confiança;
giado de que faça parte a autoridade, em se tratando de decisão coletiva, sugerir ao dirigente máximo o retorno do servidor ao órgão ou entidade de
abstendo-se de votar ou participar da discussão do assunto; origem;
divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com identificação das sugerir ao dirigente máximo a remessa de expediente ao setor competente
atividades que não sejam decorrência do cargo ou função pública. para exame de eventuais transgressões de naturezas diversas;
A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela autoridade e opina- adotar outras medidas para evitar ou sanar desvios éticos, lavrando, se for
rá, em cada caso concreto, sobre a suficiência da medida adotada para o caso, o Acordo de Conduta Pessoal e Profissional – ACPP;
prevenir situação que possa suscitar conflito de interesses. arquivar os processos ou remetê-los ao órgão competente quando, respec-
A participação de autoridade em conselhos de administração e fiscal de tivamente, não seja comprovado o desvio ético ou configurada infração cuja
empresa privada, da qual a União seja acionista, somente será permitida apuração seja da competência de órgão distinto;
quando resultar de indicação institucional da autoridade pública competen- notificar as partes sobre suas decisões;
te. Nestes casos, é-lhe vedado participar de deliberação que possa suscitar submeter ao dirigente máximo do órgão ou entidade sugestões de aprimo-
conflito de interesses com o Poder Público. ramento ao código de conduta ética da instituição;
No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, sem finalidade de dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas de conduta ética e
lucro, também deverá ser observado o disposto nesta Resolução. deliberar sobre os casos omissos, observando as normas e orientações da
As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão estar acompa- CEP;
nhadas dos elementos pertinentes à legalidade da situação exposta. elaborar e propor alterações ao código de ética ou de conduta próprio e ao
regimento interno da respectiva Comissão de Ética;
Resolução 9 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República dar ampla divulgação ao regramento ético;
A Resolução 9/2005 da Comissão de Ética Pública da Presidência da dar publicidade de seus atos;
República aprova o modelo de Declaração Confidencial de Informações de requisitar agente público para prestar serviços transitórios técnicos ou
que trata a Resolução 5/2001. A autoridade ocupante de cargo público administrativos à Comissão de Ética, mediante prévia autorização do diri-
vinculado ao Código de Conduta da Alta Administração Federal deverá gente máximo do órgão ou entidade;
apresentar a Declaração Confidencial de Informações, devidamente preen- elaborar e executar o plano de trabalho de gestão da ética; e
chida pela primeira vez, até dez dias após a posse; e sempre que ocorrer indicar por meio de ato interno, representantes locais da Comissão de
alteração relevante nas informações prestadas, até trinta dias da ocorrên- Ética, que serão designados pelos dirigentes máximos dos órgãos ou
cia. entidades, para contribuir nos trabalhos de educação e de comunicação.
Composição das Comissões de Éticas
Resolução 10 da Comissão de Ética Pública da Presidência da República A Comissão de Ética do órgão ou entidade será composta por três mem-
A Resolução 10/2008 da Comissão de Ética Pública da Presidência da bros titulares e respectivos suplentes, servidores públicos ocupantes de
República ajusta e determina as normas de funcionamento e de rito pro- cargo efetivo ou emprego do seu quadro permanente, designados por ato
cessual, delimitando competências, atribuições, procedimentos e outras do dirigente máximo do correspondente órgão ou entidade.
providências no âmbito das Comissões de Ética de cada organismo da Não havendo servidores públicos no órgão ou na entidade em número
administração pública. suficiente para instituir a Comissão de Ética, poderão ser escolhidos servi-
Competências e Atribuições das Comissões de Éticas dores públicos ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro perma-
Compete às Comissões de Ética: nente da Administração Pública.

Ética no serviço público 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A atuação na Comissão de Ética é considerada prestação de relevante funções.Aos representantes locais compete contribuir com as atividades de
serviço público e não enseja qualquer remuneração, devendo ser registrada educação e de comunicação.
nos assentamentos funcionais do servidor. Mandatos dos Membros das Comissões de Ética
O dirigente máximo de órgão ou entidade não poderá ser membro da Os membros da Comissão de Ética cumprirão mandatos, não coincidentes,
Comissão de Ética. de três anos, permitida uma única recondução.Os mandatos dos primeiros
O Presidente da Comissão será substituído pelo membro mais antigo, em membros e dos respectivos suplentes serão de um, dois e três anos, esta-
caso de impedimento ou vacância. belecidos em portaria designatória.
No caso de vacância, o cargo de Presidente da Comissão será preenchido Poderá ser reconduzido uma única vez ao cargo de membro da Comissão
mediante nova escolha efetuada pelos seus membros. de ética o servidor público que for designado para cumprir o mandato
Na ausência de membro titular, o respectivo suplente deve imediatamente complementar, caso o mesmo tenha se iniciado antes do transcurso da
assumir suas atribuições. metade do período estabelecido no mandato originário.
Cessará a investidura de membros das Comissões de Ética com a extinção Na hipótese de o mandato complementar ser exercido após o transcurso da
do mandato, a renúncia ou por desvio disciplinar ou ético reconhecido pela metade do período estabelecido no mandato originário, o membro da
Comissão de Ética Pública. Comissão de Ética que o exercer poderá ser conduzido imediatamente ao
A Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva, que terá como posterior mandato regular de 3 (três) anos, permitindo-lhe uma única re-
finalidade contribuir para a elaboração e o cumprimento do plano de traba- condução ao mandado regular.
lho da gestão da ética e prover apoio técnico e material necessário ao Fases Processuais dos Procedimentos das Comissões de Ética
cumprimento das atribuições. As fases processuais no âmbito das Comissões de Ética serão as seguin-
O encargo de secretário-executivo recairá em detentor de cargo efetivo ou tes:
emprego permanente na administração pública, indicado pelos membros da Procedimento Preliminar: compreendendo:
Comissão de Ética e designado pelo dirigente máximo do órgão ou da juízo de admissibilidade;
entidade. instauração;
Fica vedado ao Secretário-Executivo ser membro da Comissão de Ética. provas documentais e, excepcionalmente, manifestação do investigado e
A Comissão de Ética poderá designar representantes locais que auxiliarão realização de diligências urgentes e necessárias;
nos trabalhos de educação e de comunicação. relatório;
Outros servidores do órgão ou da entidade poderão ser requisitados, em proposta de ACPP;
caráter transitório, para realização de atividades administrativas junto à decisão preliminar determinando o arquivamento ou a conversão em Pro-
Secretaria-Executiva. cesso de Apuração Ética;
Funcionamento das Comissões de Ética Processo de Apuração Ética: subdividindo-se em:
As deliberações da Comissão de Ética serão tomadas por votos da maioria instauração;
de seus membros. instrução complementar, compreendendo:
As Comissões de Ética se reunirão ordinariamente pelo menos uma vez por a realização de diligências;
mês e, em caráter extraordinário por iniciativa do Presidente, dos seus a manifestação do investigado; e
membros ou do Secretário-Executivo. a produção de provas;
A pauta das reuniões da Comissão de Ética será composta a partir de relatório; e
sugestões do presidente, dos membros ou do Secretário-Executivo, sendo deliberação e decisão, que declarará improcedência, conterá sanção,
admitida a inclusão de novos assuntos no início da reunião. recomendação a ser aplicada ou proposta de ACPP.
Atribuições específicas dentro das Comissões de Ética A apuração de infração ética será formalizada por procedimento preliminar,
Compete ao presidente da Comissão de Ética: que deverá observar as regras de autuação, compreendendo numeração,
convocar e presidir as reuniões; rubrica da paginação, juntada de documentos em ordem cronológica e
determinar a instauração de processos para a apuração de prática contrária demais atos de expediente administrativo.
ao código de ética ou de conduta do órgão ou entidade, bem como as Até a conclusão final, todos os expedientes de apuração de infração ética
diligências e convocações; terão a chancela de “reservado”.
designar relator para os processos;
Ao denunciado é assegurado o direito de conhecer o teor da acusação e ter
orientar os trabalhos da Comissão de Ética, ordenar os debates e concluir
vista dos autos no recinto da Comissão de Ética, bem como de obter cópias
as deliberações;
de documentos.
tomar os votos, proferindo voto de qualidade (apenas quando necessário
As cópias deverão ser solicitadas formalmente à Comissão de Ética.
desempate), e proclamar os resultados; e
As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível ocorrência de
delegar competências para tarefas específicas aos demais integrantes da
ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de infração discipli-
Comissão de Ética.
nar, encaminhará cópia dos autos às autoridades competentes para apura-
Compete aos membros da Comissão de Ética:
ção de tais fatos, sem prejuízo da adoção das demais medidas de sua
examinar matérias, emitindo parecer e voto;
competência.
pedir vista de matéria em deliberação;
A decisão final sobre investigação de conduta ética que resultar em sanção,
fazer relatórios; e
em recomendação ou em Acordo de Conduta Pessoal e Profissional será
solicitar informações a respeito de matérias sob exame da Comissão de
resumida e publicada em ementa, com a omissão dos nomes dos envolvi-
Ética.
dos e de quaisquer outros dados que permitam a identificação.
Compete ao Secretário-Executivo:
A decisão final contendo nome e identificação do agente público deverá ser
organizar a agenda e a pauta das reuniões;
remetida à Comissão de Ética Pública para formação de banco de dados
proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas atas;
de sanções, para fins de consulta pelos órgãos ou entidades da administra-
instruir as matérias submetidas à deliberação da Comissão de Ética;
ção pública federal, em casos de nomeação para cargo em comissão ou de
desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e subsídios ao
alta relevância pública.
processo de tomada de decisão da Comissão de Ética;
Os setores competentes do órgão ou entidade darão tratamento prioritário
coordenar o trabalho da Secretaria-Executiva, bem como dos representan-
às solicitações de documentos e informações necessárias à instrução dos
tes locais;
procedimentos de investigação instaurados pela Comissão de Ética.
fornecer apoio técnico e administrativo à Comissão de Ética;
A inobservância da prioridade determinada neste artigo implicará a respon-
executar e dar publicidade aos atos de competência da Secretaria-
sabilidade de quem lhe der causa.
Executiva;
No âmbito do órgão ou da entidade e em relação aos respectivos agentes
coordenar o desenvolvimento de ações objetivando a disseminação, capa-
públicos a Comissão de Ética terá acesso a todos os documentos necessá-
citação e treinamento sobre ética no órgão ou entidade; e
rios aos trabalhos, dando tratamento específico àqueles protegidos por
executar outras atividades determinadas pela Comissão de Ética.
sigilo legal.
Compete aos demais integrantes da Secretaria-Executiva fornecer o supor-
te administrativo necessário ao desenvolvimento ou exercício de suas

Ética no serviço público 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III – Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o
processo de comunicação e contato com o público é um dos principais
QUESTÕES DE ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO I
deveres do
http://www.crisagra.com/2011/12/questoes-de-etica-no-servico-
servidor público.
publico.html
IV – Permitir a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de
atraso na prestação do serviço, é agir contra a ética.
1) Assinale a alternativa que não apresenta fatores que afetam positiva- Estão certos apenas os itens.
mente a ética administrativa. a. I e II.
a)Políticas organizacionais e códigos de conduta que dirigem a tomada de b. II e III.
decisão. c. II e IV.
b)Experiências pessoais e modelo ético familiar coerentes com os padrões d. III e IV.
da sociedade.
c)Normas e valores da sociedade. Julgue os itens que se seguem, acerca da ética no serviço público.
d)Proteção das pessoas com comportamentos não éticos, quando este
comportamento é justificado com benefícios reais para a organização. 7. São deveres do servidor público a manutenção da limpeza e a organiza-
ção do local onde executa suas funções.
2) A respeito da ética nas organizações, assinale a alternativa correta.
a) É uma questão pessoal e subjetiva, que atende aos valores e moral de 8. A rapidez de resposta ao usuário pode ser caracterizada como uma
cada um. atitude ética na administração pública.
b) São regras regais de comportamento que pretendem ser imparciais.
c) É uma necessidade específica dos níveis gerenciais de uma organiza- 9. Documentos encaminhados para providências podem ser alterados em
ção. situações específicas.
d) É um conjunto de valores e regras que definem a conduta dos indivíduos
como certa e errada. 10. Informações privilegiadas obtidas no serviço, desde que não sejam
e) É um conjunto de regras que dizem como se comportar em todas as utilizadas em benefício próprio, devem ser fornecidas pelo servidor quando
situações. solicitadas por pessoas idôneas.
3) São vedações ao servidor público, previstas no Código de Ética Profis- 11. É desnecessária a autorização legal para a retirada de documentos que
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n°. pertençam ao local de trabalho do servidor no órgão público.
1.171, 22.06.94), exceto:
a) Proceder a prática religiosa no recinto do serviço. Considerando que a expectativa da sociedade com relação à conduta
b) Exercer atividade profissional aética ou ligar seu nome a empreendimen- daqueles que desempenham atividades no serviço e na gestão de bens
tos de cunho duvidoso. públicos é cada vez maior, julgue os itens que seguem, relativos à ética no
c) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular. contexto do serviço público e à legislação permanente.
d) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
serviços públicos. 12. A ética representa uma abordagem sobre as constantes morais, ou
e) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para seja, refere-se àquele conjunto de valores e costumes mais ou menos
providências. permanente no tempo e no espaço.
4) Pelo Código de Ética do Servidor Público Civil (Decreto 1.171 de 13. A ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de
22.06.94),a sanção aplicada pela comissão de ética é de: desmoralização do serviço público e pode ser considerada uma atuação
a)Multa. antiética.
b)Advertência.
c)Suspensão. 14. O êxito da opção por uma forma ética de prestação de serviços públicos
d)Censura. requer a procura contínua de padrões de excelência elaborados com base
e)Repreensão. em mecanismos de avaliação internos, correspondentes aos posicionamen-
tos daqueles servidores que ocupam posições elevadas na hierarquia da
5) Julgue os itens a seguir. administração. Nesse sentido, a avaliação dos usuários-cidadãos tem papel
1. O respeito à hierarquia e à disciplina não impede que o servidor público secundário.
represente contra ato que caracterize omissão ou abuso de poder, ainda
que esse ato tenha emanado de superior hierárquico. 15. Em caso de atraso no atendimento a cidadãos em órgão público, o
2. O servidor público deve abster-se de exercer sua função, poder ou servidor deve com base nos princípios de ética no serviço público,
autoridade a) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, buscando
com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo por fim ao problema.
qualquer violação expressa à lei. b) ter respeito à hierarquia, não se imiscuindo na situação, que não lhe diz
3. É dever do servidor público guardar sigilo sobre assuntos da repartição respeito, e procurando fazer da melhor maneira suas atribuições.
que envolvam questões relativas à segurança da sociedade. c)ser apenas cortês com os cidadãos, caso lhe apresentem reclamações
4. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao quanto a situação de atraso.
patrimônio público, sem prévia autorização da autoridade competente, se d) informar aos cidadãos que, diante da situação, só deve fazer o que está
exercer cargo de confiança ou função a qual esse documento esteja rela- previsto em lei, em respeito ao princípio da estrita legalidade.
cionado. e) atender ao princípio de isonomia, não se envolvendo na situação em
tela, cumprindo suas obrigações, porque, caso aja de modo diferente,
6) Julgue os itens abaixo, relativos à ética no serviço público e qualidade incorrerá em crime de advocacia administrativa.
no atendimento ao público.
I – Os valores fundamentais do serviço público decorrem exclusivamente do 16. Considere que um servidor público, membro de comissão de licitação,
seu caráter público. tenha recebido um presente valioso de um fornecedor contumaz do órgão a
II – O princípio da impessoalidade, na administração pública, vem acompa- que é vinculado. Mesmo não existindo nenhum indício indicando que houve
nhado dos valores da igualdade e da imparcialidade, ou seja, todos têm o favorecimento ilícito para que esse fornecedor ganhasse licitação promovi-
mesmo valor como cidadãos e merecem o mesmo tratamento, exceto os da anteriormente, é correto afirmar, à luz das regras deontológicas do
casos mais peculiares, que devem ser considerados de forma parcial. Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, que

Ética no serviço público 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) o servidor deveria avaliar, antes de receber a oferta do presente, se esse público. A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a
ato viria ao encontro do bem comum. de:
b) a moralidade na administração pública se limita a distinguir se o ato do a) censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado
servidor é bom ou mau. por dois terços dos seus integrantes, com ciência dos faltosos.
c) a moralidade na administração pública se atém, com exclusividade, à b) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi-
violação concreta de alguma lei quando da realização do ato administrativo nado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
desenvolvido pelo servidor. c) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi-
d)a moralidade na administração pública se atém, com prioridade, à finali- nado por todos os seus integrantes, sem ciência do faltoso.
dade do servidor quando recebeu o presente. d) censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado
e) o servidor público deve decidir apenas entre se é justo ou injusto receber por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
o presente. e) suspensão e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assi-
nado por dois terços dos seus integrantes, com ciência dos faltosos.
17. Assinale a opção correta acerca da comissão de ética prevista no
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 22. Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por
Federal. servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer
a) As ações de ética não devem guardar correlação com outros procedi- ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excep-
mentos administrativos da organização, como, por exemplo, a promoção de cional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
servidores. indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as
b) Para fins de apuração de comprometimento ético entende-se como fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as
servidor apenas o concursado, mesmo que ainda não estável. sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
c) A comissão de ética deve ser formada, preferencialmente, pelos dirigen- interesse do Estado. É vedado ao servidor público:
tes da organização. a) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
d) À comissão de ética é vedado fornecer informações acerca dos registros atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses
da conduta ética dos servidores. dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos.
e) Qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo b) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autorida-
poder público deverá criar uma comissão de ética. de com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando
as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei.
18. Ao ter conhecimento de um ato administrativo ilegal, o servidor público c) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
a)tem dever de dizer a verdade em primeiro lugar às chefias e aos demais, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou
quando autorizado, visando atentar ao princípio da hierarquia. vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
b) não pode omitir esse ato, ainda que contrário aos interesses da própria denunciá-las.
pessoa interessada ou da administração pública. d) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu
c) deverá sempre contar tudo que tiver conhecimento em qualquer situa- caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a
ção. melhor e a mais vantajosa para o bem comum.
d) poderá falsear a informação sobre o referido ato, visando preservar o e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do
interesse do governo vigente. seu conhecimento para atendimento do seu mister.
e) deverá atentar sempre ao princípio da publicidade, que é inerente à
moralidade pública. 23) Analise os itens que se seguem, relativos aos deveres fundamentais do
servidor público.
19. Ao exercer as prerrogativas funcionais inerentes ao seu cargo, o servi- I - Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o pro-
dor público deverá cesso de comunicação e contato com o público.
a) exercer, inclusive, aquelas estranhas ao seu cargo, desde que esteja II - Omitir a verdade sobre fato para beneficiar o cidadão.
atuando no atendimento ao público. III - Ser eficiente no cumprimento de suas tarefas sem ter que estar regu-
b) exercê-las em plenitude e com intensidade. larmente presente ao local de trabalho.
c) exercê-las com moderação. IV - Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.
d) exercê-las enfaticamente quando estiver atuando no atendimento ao De acordo com o Decreto no 1.171/1994, correspondente ao Código de
público. Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, estão corre-
e) exercê-las ao seu bel-prazer. tos APENAS os itens:

20. Ao tomar ciência de que um subordinado seu praticou ato que contraria I e III.
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo I e IV.
Federal, a despeito de não se tratar de uma ilegalidade propriamente dita, o II e III.
servidor deverá II e IV.
a) instaurar um inquérito administrativo visando apurar o desvio ético.
b) encaminhar as informações ao MP, que poderá oferecer, ou não, a 24) No que se refere à ética no serviço público e à qualidade no atendimen-
denúncia ao Poder Judiciário. to ao público, assinale a opção correta.
c) deverá, em função do espírito de solidariedade, chamar esse subordina- a) Para a qualidade do atendimento ao público, é fundamental tratar cuida-
do para conversar e dar-lhe uma nova oportunidade. dosamente os usuários dos serviços, o que torna dispensável o aperfeiço-
d) encaminhar a situação para o comitê de ética, que apreciará o caso amento do processo de comunicação.
concreto. b) O servidor deve ser cortês, ter urbanidade, sem, contudo, ter de estar
e) retirar o servidor da função que exerce e, a partir desse momento, acom- atento às limitações individuais de todos os usuários, diante do caráter
panhá-lo, evitando que exerça qualquer outra função. geral da prestação de serviços públicos
c) A manutenção da limpeza no local de trabalho e a observância de méto-
21. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal dos adequados à sua organização não têm relação com a ética no serviço
direta, indireta, autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade público. e) O comparecimento ao trabalho com vestimentas adequadas ao
que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada exercício da função, embora recomendável, não tem relação com a conduta
uma Comissão de Ética encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética ética no serviço público.
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio d) O comparecimento ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
público. À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarre- da função, embora recomendável, não tem relação com a conduta ética no
gados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros serviço público.
sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e) No exercício de suas atribuições, o servidor deve dar prioridade à resolu-
e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor ção de situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de

Ética no serviço público 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
qualquer outra forma de atraso na prestação de serviços pelo setor em que e) C, E, C
exerce suas atribuições.
29) (TRT-MA, Cespe - Auxiliar Judiciário - 2005) Cada um dos próximos
25) O servidor público quando instado pela legislação a atuar de forma itens apresenta uma situação hipotética acerca do comportamento profis-
ética, não tem que decidir somente entre o que é legal e ilegal, mas, acima sional, seguida de uma afirmativa a ser julgada em (C) CERTO ou (E)
de tudo entre o que é ERRADO.
a) oportuno e inoportuno
b) conveniente e inconveniente a) Considere a seguinte situação hipotética. Angelina, auxiliar judiciária do
c) público e privado. TRT, foi indiscreta no ambiente de trabalho ao comentar com seus colegas
d) honesto e desonesto o que ouviu na reunião de diretores em ocasião em que estava dando apoio
e) bom e ruim. ao atendimento do serviço de copa do tribunal. Ao receber advertência de
seu chefe imediato, Angelina julgou-se injustiçada, pois sua conduta não
26) De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil gerou nenhuma consequência ao tribunal. Nessa situação, o sentimento de
do Poder Executivo Federal, é vedado ao servidor público: injustiça de Angelina é procedente e eticamente justificável, pois sua con-
I. solicitar a um servidor, que lhe é subordinado, que decida a pretensão duta não trouxe prejuízo a ninguém.
deduzida por um amigo seu, de acordo com o que foi por ele postulado.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não autorizados. b) Considere a seguinte situação hipotética. Albertino, servidor público, ao
III. informar a um amigo o teor de um ato governamental, ainda não publi- se comunicar com seu chefe, manipula as informações para que elas sejam
cado, o qual afetará interesses de mais bem aceitas por ele. Nessa situação, Albertino está prejudicando sua
muitas pessoas, inclusive desse mesmo amigo. comunicação com o chefe, pois está colocando uma barreira interpessoal
IV. fazer exigências desnecessárias que retardem o exercício regular de um no processo de comunicação com ele.
direito, pelo seu titular.
c) Considere a seguinte situação hipotética. Irene, servidora pública de um
Estão corretas: TRT, atua na área de atendimento ao público. Irene procura conhecer bem
a) apenas as afirmativas I, II, III. o funcionamento de seu setor, ser eficiente, interessada e atenciosa no
b) apenas as afirmativas II, III, IV. trabalho. Ela faz de tudo para que os clientes fiquem satisfeitos com os
c) as afirmativas I, II, III, IV. seus serviços, mesmo que tenha de ignorar algumas normas institucionais.
d) apenas as afirmativas III e IV. Nessa situação, mesmo tendo boas intenções, a atitude de Irene é contrá-
e) apenas as afirmativas II e IV. ria ao correto comportamento profissional.

27) Comissão de Ética do Servidor Público, nos termos do Decreto a) C, C, C


1171/94, indaga qual a punição que pode ser aplicada, quando constatada b) E, C, C
conduta passível de punição no âmbito da Comissão? c) E, E, C
a) Suspensão até 30 dias. d) E, E, E
b) Suspensão até 90 dias. e) E, C, E
c) Demissão.
d) Censura, com ciência do faltoso do ato da Comissão. 30) STJ, Cespe - Técnico Judiciário - 2008) No serviço público, o funcioná-
e) Censura com publicação no Diário Oficial, para ciência de todos rio deve-se guiar pela conduta ética, que abrange aspectos da atuação e da
relação com os públicos externo e interno. Julgue os itens a seguir em (C)
28) (TRT-MA, Cespe - Auxiliar Judiciário - 2005) Cada um dos itens subse- CERTO ou (E) ERRADO, acerca do comportamento ético do servidor
quentes apresenta uma situação hipotética relativa à ética no serviço públi- público e suas implicações.
co, seguida de uma afirmativa a ser julgada em (C) CERTO ou (E) ERRA-
DO. 1) O funcionário, ao atender o usuário de seu serviço, deve ser cortês e
a) Considere a seguinte situação hipotética. Paula, auxiliar judiciária, tem interessado, mesmo que este usuário apresente comportamento irritado e
entre suas atribuições as tarefas de proceder à entrega e ao recebimento indelicado ou seja de classe socioeconômica inferior à sua ou, ainda,
de documentos, retirar e devolver livros na biblioteca e providenciar fotocó- ostente símbolos religiosos diferentes de sua religião.
pias. Paula atende a três setores de um tribunal regional do trabalho (TRT),
sendo que, em um deles, a chefe é uma pessoa com quem Paula se rela- 2) O funcionário que, no exercício de suas funções, deixa o usuário de seu
ciona muito bem. Para esse setor, Paula é sempre mais ágil e atenciosa serviço à espera enquanto atende ligação telefônica particular por 20 minu-
com relação à execução das tarefas, recebendo, eventualmente, presentes tos causa danos morais a esse usuário.
da chefia do setor em agradecimento a sua presteza e seu interesse ao
realizar os serviços. Nessa situação, é correto afirmar que a conduta de 3) Caso o chefe de um órgão público determine a seu subordinado a exe-
Paula é antiética, pois privilegia o atendimento de um setor específico e é cução de ato vetado pelo código de ética no serviço público, o servidor
beneficiada com presentes por essa ação. deverá obedecer prontamente à determinação, pois é seu dever respeitar a
b) Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, servidor público há 6 hierarquia em todas as situações.
anos, tem sob sua guarda patrimonial todos os equipamentos eletrônicos
do seu setor. Por necessidade pessoal, Carlos pegou, sem consultar nin- 4) Caso ocorra uma tentativa de suborno por parte do usuário, compete ao
guém, um aparelho que teve baixa patrimonial por ter sido considerado funcionário recusar a proposta e registrar a ocorrência, omitindo a identifi-
ultrapassado. Nessa situação, é correto afirmar que o comportamento de cação do usuário porque, mesmo nessas condições, o funcionário tem o
Carlos é compromisso ético de preservar a idoneidade moral do usuário.
c) Considere a seguinte situação hipotética. Marly, servidora pública de um
tribunal, sabe executar bem suas tarefas. Ela tem consciência de que tem 5) Em situações únicas, se o servidor necessitar de mão-de-obra, equipa-
um bom desempenho profissional e, por isso, muitas vezes deixa de cum- mento ou material do órgão público para atender necessidades de superio-
prir as orientações superiores, pois, de acordo com seu entendimento, o res ou imprevistos pessoais, estará impedido pelo código de ética, mas
resultado de seu trabalho atende bem às necessidades do seu setor. Nessa poderá pedir auxílio a colega prestador de serviço temporário e não-
situação, é correto afirmar que a conduta autônoma de Marly é antiética, remunerado,pois, nessa categoria, o trabalhador não é considerado servi-
pois desrespeita a hierarquia estabelecida no serviço público. dor público e não está submetido às mesmas restrições éticas.
a)C - C - C - E – E
a) C, C, C b)C - C - E - E – E
b) E, C, C c)E - C - E - C – E
c) E, E, C d)E - C - E - E – E
d) E, E, E e)C - E - E - E - C

Ética no serviço público 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
_______________________________________________________

GABARITO _______________________________________________________
_______________________________________________________
1. D
2. D _______________________________________________________
3. A _______________________________________________________
4. D
5. 1-C; 2-C; 3-C; 4-E _______________________________________________________
6. D
7. C
_______________________________________________________
8. C _______________________________________________________
9. E
10. E _______________________________________________________
11. E _______________________________________________________
12. C
13. C _______________________________________________________
14. E
______________________________________________________
15. A
16. A _______________________________________________________
17. E
18. B _______________________________________________________
19. C _______________________________________________________
20. D
21. D _______________________________________________________
22. E _______________________________________________________
23. B
24. E _______________________________________________________
25. D
26. C
_______________________________________________________
27. D _______________________________________________________
28. B
29. C _______________________________________________________
30. B _______________________________________________________
_______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

___________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

_______________________________________________________ _______________________________________________________

Ética no serviço público 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA. tui-se dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos ministérios, enquanto que a Administração Indireta consti-
1. Conceito de Administração Pública. tui-se nas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
2. Princípios da Administração Pública. fundações públicas. As autarquias e as fundações públicas têm natureza
3. Hierarquia. Poder Hierárquico e suas Manifestações. jurídica de direito público, enquanto que as empresas públicas e socieda-
4. Poderes do Estado. des de economia mista têm natureza jurídica de direito privado. Cabe frisar
5. Formação e Organização da Administração Pública Brasileira. ao leitor a grande importância deste texto legal, objeto de várias questões
Concentração. Desconcentração e Descentralização. de prova. O leitor deve ter em mente que esses entes citados pertencem à
6. Decreto-Lei nº 200/1967. Administração Pública federal e estão no ordenamento jurídico legal, ou
7. O Brasil e sua Administração Pública: Da República velha aos seja, estão positivados (na lei). Existem vários outros entes, que pertencem
à Administração Pública Indireta segundo a doutrina (ou seja, o sistema
dias atuais.
teórico de princípios aplicáveis ao direito positivo, consubstanciado pelo
Nascimento e Afirmação da República Brasileira. consenso dos escritores) e não estão positivados, tais como os entes
Aspectos Fundamentais na Formação do Estado Brasileiro. Teorias cooperativos (ou entes de cooperação).
das Formas e dos Sistemas de Governo.
8. Análise Crítica aos Modelos de Gestão Pública: patrimonialista, A atividade administrativa - Em sentido lato, administrar é gerir inte-
burocrático e gerencial. resses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e
9. Controle Interno e Externo da Administração Pública. Lei nº conservação alheias; a Administração Pública, portanto, é a gestão de bens
8.443/92. e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou
10. Medidas Organizacionais para o Aprimoramento da Administra- municipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o bem comum.
No trato jurídico, a palavra administração traz em si conceito oposto ao de
ção Pública Federal. Manual de Orientação para Arranjo Institucio-
propriedade, isto é, indica a atividade daquele que gere interesses alheios,
nal de Órgãos e Entidades da Administração Pública Federal. muito embora o proprietário seja, na maioria dos casos, o próprio gestor de
11. Manual Técnico de Orçamento- MTO-2014. seus bens e interesses; por aí se vê que os poderes normais do adminis-
12. Processo Administrativo em Âmbito Federal. trador são simplesmente de conservação e utilização dos bens confiados à
sua gestão, necessitando sempre de consentimento especial do titular de
1. Conceito de Administração Pública. tais bens e interesses para os atos de alienação, oneração, destruição e
renúncia (na Administração Pública, deve vir expresso em lei).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para Hely Lopes MEIRELLES o conceito de administração pública
Antes de falar sobre a estrutura da Administração Pública brasileira, é
não oferece contornos bem definidos, quer pela diversidade de sentidos da
importante que sejam dados conceitos de alguns importantes institutos,
própria expressão, quer pelos diferentes campos em que se desenvolve a
quais sejam: Estado, Governo e Administração Pública. O Estado, sinteti-
atividade administrativa.
camente, é o ente que necessariamente é composto por três elementos
Administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos
essenciais: povo, território e governo soberano. Para que o Estado exerça
bens entregues à guarda e conservação alheias. Se os bens e interesses
suas funções, este manifesta-se por meio dos Poderes do Estado (ou
geridos são individuais, realiza-se administração particular; se são da
Funções do Estado), que são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
coletividade, realiza-se administração pública. Administração pública,
independentes e harmônicos entre si, conforme assevera a nossa Constitu-
portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, no
ição Federal (art. 2º). A função principal do Poder Legislativo é a elabora-
âmbito federal, estadual ou municipal, segundo os preceitos do direito e da
ção de leis (função legislativa), a função principal do Poder Executivo é a
moral, visando ao bem comum. Há de distinguir ainda, na Administração
execução das leis (função administrativa), enquanto que a função principal
Pública:
do Poder Judiciário é a aplicação das leis aos casos concretos (função
I) - os atos de império (é todo aquele que contém uma ordem ou de-
judicial). Aqui, cabe um primeiro alerta aos leitores, pois em várias questões
cisão coativa da Administração para o administrado);
de prova, tenho visto que os examinadores tentam confundir os concursan-
II) - os atos de gestão (é todo aquele que ordena a conduta interna da
dos ao tentar vincular a função administrativa exclusivamente ao Poder
Administração e de seus servidores, ou cria direitos e obrigações
Executivo, o que é um erro, pois conforme expliquei, cada um dos três
entre ela e os administrados, tais como os despachos que deter-
Poderes desempenham cada uma dessas funções de maneira precípua,
minam a execução de serviços públicos, os atos de provimento de
mas todos eles desempenham todas as funções. Ou seja o Poder Executi-
cargo e movimentação de funcionários, as autorizações e permis-
vo, também legisla e julga; o Poder Legislativo, também executa e julga e o
sões, os contratos em geral);
Poder Judiciário, também executa e legisla, mas em todos esses casos de
III) - os atos de expediente (é todo aquele de preparo e movimentação
forma secundária. Governo, conforme nos ensina o eminente autor Hely
de processos, recebimento e expedição de papéis e de despachos
Lopes, "é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de
rotineiros, sem decisão de mérito administrativo).
objetivos, do Estado e da manutenção da ordem jurídica vigente." No que
se refere à Administração Pública, os autores têm várias formas de concei-
Natureza e fins da administração – A Natureza da Administração Pú-
tuá-la. Novamente, aqui, utilizaremos a definição de Hely Lopes, "a Admi-
blica é a de um munus público para quem a exerce, isto é, a de um encargo
nistração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em prática as
de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses
opções políticas de governo." (Direito Administrativo Brasileiro, 1993,
da coletividade, impondo ao administrador público a obrigação de cumprir
Malheiros, págs. 56-61)
fielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa que regem sua
atuação, pois tais preceitos é que expressam a vontade do titular dos
A Administração Pública pode classificar-se em: Administração Pública
interesses administrativos - o povo - e condicionam os atos a serem prati-
em sentido objetivo, que "refere-se às atividades exercidas pelas pessoas
cados no desempenho do munus público que lhe é confiado. Os Fins da
jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às ne-
Administração Pública resumem-se num único objetivo: o bem comum da
cessidades coletivas", e Administração Pública em sentido subjetivo, que
coletividade administrativa; toda atividade deve ser orientada para esse
"refere-se aos órgãos integrantes das pessoas jurídicas políticas (União,
objetivo; sendo que todo ato administrativo que não for praticado no inte-
Estados, Municípios e Distrito Federal), aos quais a lei confere o exercício
resse da coletividade será ilícito e imoral.No desempenho dos encargos
de funções administrativas." (Direito Administrativo, Maria Sylvia Zanella Di
administrativos o agente do Poder Público não tem a liberdade de procurar
Pietro, 1997, Atlas, págs. 55-56)
outro objetivo, ou de dar fim diverso do prescrito em lei para a atividade;
descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a incumbência
Cada um desses entes políticos possui sua organização administrativa.
que aceitou ao empossar-se no cargo ou função pública.Em última análise,
Será objeto do nosso estudo, a estrutura administrativa federal, ou seja da
os fins da Administração consubstanciam-se em defesa do interesse públi-
União. O Decreto-Lei n.º 200, de 25 de fevereiro de 1967, dispõe sobre a
co, assim entendidas aquelas aspirações ou vantagens licitamente almeja-
organização da Administração Federal, e em seu art. 4º estabelece a
das por toda a comunidade administrativa, ou por parte expressiva de seus
divisão entre administração direta e indireta. A Administração Direta consti-

Administração Pública 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
membros; o ato ou contrato administrativo realizado sem interesse público to dos poderes do Estado traduzia a supremacia do poder legislativo em
configura desvio de finalidade. relação ao poder executivo; no âmbito das atuações, exprimia a suprema-
cia da lei sobre os atos e medidas administrativa,, Mediante a submissão
da Administração à lei, o poder tornava-se objetivado; obedecer à Adminis-
Formas e características – a) As pessoas que exercem as ati- tração era o mesmo que obedecer à lei, não à vontade instável da autori-
vidades de administração pública são agentes de Direito Público, dade. Daí um sentido de garantia, certeza jurídica e limitação do poder
especialmente designados, podendo também serem designados por contido nessa concepção do princípio da legalidade administrativa.
delegação. b) Os objetivos perseguidos pela Administração Pública
são sempre estabelecidos por lei, ou seja, são sempre vinculados e Tornaram-se clássicos os quatros significados arrolados pelo francês
Eisenmann: a) a Administração pode realizar todos os atos e medidas que
não discricionários. c) Os interesses são sempre públicos, isto é, não sejam contrários à lei; b) a Administração só pode editar atos ou medi-
visando a coletividade como um todo, segundo o princípio da iso- das que uma nora autoriza; c) somente são fixado por norma legislativa; d)
nomia. d) As atividades administrativas e seus atos em geral gozam a Administração só pode realizar atos ou medidas que a lei ordena fazer.
de executoriedade prática, ou possibilidade imediata de serem
realizados. e) A natureza da Administração é munus público (encar- 4 - PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
go que alguém de exercer), ou seja, o que procede de natureza No entender de Celso Antônio Bandeira de Mello, impessoalidade “tra-
pública ou da lei, obrigando o agente ao exercício de certos encar- duz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
gos visando o benefício da coletividade ou da ordem social. sem discriminações, benéficas ou detrimentosas... O princípio em causa
não é senão o próprio princípio da legalidade ou isonomia” (Elementos de
direito administrativo, 1992, p. 60)
Modo de atuação - A Administração, visando o interesse social, de-
sempenha suas atividades diretamente através de seus agentes técnicos e Os aspectos apontados acima representam ângulo diversos do intuito
administrativos, devidamente selecionados, ou então o faz indiretamente, essencial de impedir que fatores pessoais, subjetivos sejam os verdadeiros
delegando para outra personalidade jurídica de direito público, ou mesmo móveis e fins das atividades administrativas.
para uma instituição de direito privado que possas agir em nome da referida 5 - PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA
Administração Pública, o que significa, neste caso. outorga de competên-
cia, como ocorre nas concessões, permissões, etc. Da mesma forma, a Para configurar o princípio da moralidade administrativa e operacionali-
Administração diversifica no regime jurídico de sua atuação, ora manifes- zá-lo parece melhor adotar o último entendimento. O princípio da moralida-
tando-se com maior poder de império ou de comando, segundo as normas de é de difícil tradução verbal talvez porque seja impossível enquadrar em
de direito público, como, v. g.. quando exerce o poder de tributar, ou o um ou dois vocábulos a ampla gama de condutas e práticas desvirtuadoras
poder-dever de coibir a prática de um delito, ou mesmo de punir; ora prati- das verdadeiras finalidades da Administração Pública. Em geral, a percep-
cando sua atividade em concorrência com a iniciativa privada, no mesmo ção da imoralidade administrativa ocorre no enfoque contextual; ou melhor,
pé de igualdade e condições, produzindo e vendendo, bens e serviços. ao se considerar o contexto em que a decisão foi ou será tomada. A deci-
Para atuar devidamente, a Administração Pública divide-se em entidades são, de regra, destoa do contexto, e do conjunto de regras de conduta
de administração, ou seja, em Administração Direta e Administração Indire- extraídas da disciplina geral norteadora da Administração. Exemplo: em
ta, como definido em lei (Decreto-lei 200/67), especificando os órgãos que momento de crise financeira, numa época de redução de mordomias, num
compõe o Poder Executivo, não obstante as manifestações do poder esta- período de agravamento de problemas sociais, configura imoralidade
tal serem exercidas igualmente também por órgãos do Poder Legislativo e efetuar gastos com aquisição de automóveis de luxo para "servir" autorida-
do Poder Judiciário, sendo o primeiro na função de fazer leis e o segundo des, mesmo que tal aquisição revista-se de legalidade.
de aplicá-las. A ação popular que pode ser proposta por qualquer cidadão (no senti-
do de detentor de direitos políticos) para anular ato lesivo à moralidade
2. Princípios da Administração Pública.
administrativa (art. 5.', ine. LXXUI).
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Outro é a previsão de sanções a governantes e agentes públicos por
1- NOÇÃO atos ou condutas de improbidade administrativa. A probidade, que há de
caracterizar a conduta e os atos das autoridades e agentes públicos, apa-
Os órgãos e entes da Administração direta e indireta na realização das recendo como dever, decorre do princípio da moralidade administrativa. Na
atividades que lhes competem regem-se por normas. Além das normas linguagem comum, probidade equivale a honestidade, honradez, integrida-
específicas para cada matéria ou setor, há preceitos gerais que informam de de caráter, retidão. A improbidade administrativa tem um sentido forte de
amplos campos de atuação. São os princípios do direito administrativo. conduta que lese o erário público, que importe em enriquecimento ilícito ou
Tendo em vista que as atividades da Administração Pública são disci- proveito próprio ou de outrem no exercício de mandato, cargo, função,
plinadas preponderantemente pelo direito administrativo, tais princípios emprego público.
podem ser considerados também princípios jurídicos da Administração 6 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Pública brasileira.
Ao discorrer sobre democracia e poder invisível, Bobbio caracteriza a
2 - TIPOLOGIA democracia, sob tal prisma, como o "governo do poder público em público",
Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados explicitamente atribuindo a este último vocábulo o sentido de "manifesto(,", "visível" (O
como princípios os seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, futuro da democracia, 1986, p, 84). Por sua vez, Celso Lafer pondera que
publicidade e eficiência (este último acrescentado pela Emenda 19/98 - "numa democracia a visibilidade e a publicidade do poder são ingredientes
Reforma Administrativa). Alguns doutrinadores buscam extrair outros prin- básicos, posto que permitem um importante mecanismo de controle 'ex
cípios do texto constitucional como um todo, seriam os princípios implícitos. parte populi' da conduta dos governantes... Numa democracia a publicida-
Outros princípios do direito administrativo decorrem classicamente de de é a regra básica do poder e o segredo, a exceção, o que significa que é
elaboração jurisprudencial e doutrinária. extremamente limitado o espaço dos segredos de Estado" (A ruptura totali-
tária e a reconstrução dos direitos, 1988, p. 243-244).
3 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A Constituição de 1988 alinha-se a essa tendência de publicidade am-
ASPECTOS GENÉRICOS pla a reger as atividades da Administração, invertendo a regra do segredo e
do oculto que predominava. O princípio da publicidade vigora para todos os
Uma das decorrências da caracterização de um Estado como Estado
setores e todos os âmbitos da atividade administrativa.
de Direito encontrase no princípio da legalidade que informa as atividades
da Administração Pública. Na sua concepção originária esse princípio Um dos desdobramentos desse princípio encontra-se no inc. XXXIII do
vinculou-se à separação de poderes e ao conjunto de ideias que historica- art. 5.', que reconhece a todos o direito de receber, dos órgãos públicos,
mente significaram oposição às práticas do período absolutista. No conjun- informações do seu interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.

Administração Pública 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
7 - PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
A Emenda Constitucional 19198 - Reforma Administrativa - acrescen-
tou o princípio da e ficiência aos princípios da Administração enunciados no
caput do art. 37.
Na legislação pátria o termo eficiência já aparecera relacionado à pres-
tação de serviços públicos. Assim, a Lei Orgânica do Município de São
Paulo, de 04.04.1990, no art. 123, parágrafo único, diz que ao 44 usuário
fica garantido serviço público compatível com sua dignidade humana,
prestado com eficiência, regularidade, pontualidade, uniformidade, conforto
e segurança, sem distinção de qualquer espécie". Por sua vez, a Lei
8.987195 - Concessão e Permissão de Serviços Públicos - no § 1.'do art. Funcional: Correspondente à autoridade estabelecida pela função
6.', caracteriza o serviço adequado como aquele "que satisfaz as condições
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generali-
exercida pelas unidades organizacionais
dade, cortesia na sua prestação, modificidade das tarifas".
Agora a eficiência é princípio que norteia toda a atuação da Adminis-
tração Pública. O vocábulo liga-se à ideia de ação, para produzir resultado
de modo rápido e preciso. Associado à Administração Pública, o princípio
da eficiência determina que a Administração deve agir, de modo rápido e
preciso, para produzir resultados que satisfaçam as necessidades da
população. Eficiência contrapõe-se a lentidão, a descaso, a negligência, a
omissão - características habituais da Administração Pública brasileira, com
raras exceções.

3. Hierarquia. Poder Hierárquico e suas Manifestações.


A autoridade tem a ver com a hierarquia e o escalonamento. A autori-
dade é um tipo de superioridade que envolve o direito legitimado de contro-
lar as ações de outros num sistema de relação social.
Existem as sociedades dominadas pelo parentesco. Trata-se de soci-
edades onde a estrutura política se confunde com a estrutura do parentes-
co.
Nestes grupos sociais, ainda sem hierarquia ou autoridade, o meca-
http://www.professorcezar.adm.br/
nismo de equilíbrio social surge normalmente de uma liderança forte.
Depois temos as sociedades com uma autoridade centralizada, com Poder Hierárquico
aparelho administrativo extenso e instituições judiciais com tradição, e toda
uma panóplia de ferramentas para chatear o cidadão, como exemplo o Conceito:
caso Português. Poder hierárquico é o poder conferido à Administração para se auto-
organizar, isto é, para distribuir as funções dos seus órgãos (estabelecer
Depois temos uma Autoridade, legitimada pela hierarquia, mas com campos de atuação) e fiscalizar a atuação dos seus agentes.
muita classe e diplomacia, esta assisti hoje e, de uma forma simples e
linear. Francisco Fonseca A importância de se conhecer a estrutura da Administração se dá não
Sistema de autoridade: só para quem faz parte da Administração como também para quem esta de
Direito de fazer, tomar decisões, dar ordens, dirigir fora. Exemplos:

Quando o servidor ingressar na Administração, já saberá quem é o seu


superior hierárquico, de quem irá cumprir ordens e a quais deve obedecer.
As ilegais não esta obrigado a cumprir.

Alguém que queira entrar em litígio contra a Administração precisa sa-


ber a sua estrutura. Ex: Para entrar com um mandado de segurança, preci-
sa saber quem é autoridade que tem poder de decisão.

Os institutos da delegação (descentralização de competência a 3º) e


avocação (trazer de 3º a competência para centralizar) de competência
estão relacionados com o Poder hierárquico, pois só delega ou avoca quem
tem competência e para saber quem tem competência, é preciso verificar a
estrutura da Administração.

São dois os tipos de autoridade: Responsabilização dos agentes pela prática de atos que não eram de
Hierárquica: Segue as linhas de comando estabelecidas pela estru- sua competência ou pela prática irregular.
tura hierárquica da empresa.
4. Poderes do Estado.

Poderes de Estado — Os Poderes de Estado, na clássica tripartição


de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, são o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas
funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). Esses Poderes são
imanentes e estruturais do Estado (diversamente dos poderes administrati-

Administração Pública 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vos, que são incidentais e instrumentais da Administração), a cada um
deles correspondendo uma função que lhe é atribuído com precipuidade. Para tanto, há que se buscar o fundamento de validade da atuação es-
Assim, a função precípua do Poder Legislativo é a elaboração da lei (fun- tatal na Constituição Federal que apresenta, quanto ao ente federativo
ção normativa); a função precípua do Poder Executivo é a conversão da lei titular do serviço, a classificação de serviços privativos e serviços comuns.
em ato individual e concreto (função administrativa); a função precípua do Os primeiros são aqueles atribuídos a somente uma das esferas da federa-
Poder Judiciário é a aplicação coativa da lei aos litigantes (função judicial). ção, como por exemplo, a emissão de moeda, de competência privativa da
Referimo-nos à função precípua de cada Poder de Estado porque, embora União (CF, art. 21, VII). Já os serviços comuns, podem ser prestados por
o ideal fosse a privatividade de cada função para cada Poder, na realidade mais de uma esfera federativa, como por exemplo, os serviços de saúde
isso não ocorre, uma vez que todos os Poderes têm necessidade de prati- pública (CF, art. 23, II).
car atos administrativos, ainda que restritos à sua organização e ao seu
funcionamento, e. em caráter excepcional admitido pela Constituição, Analisados o conceito e a atribuição para a prestação dos serviços pú-
desempenham funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro Poder. blicos, deve-se ter em mente que estes são regidos por princípios que
O que há, portanto, não é separação de Poderes com divisão absoluta de levam em consideração o prestador (ente público ou delegado), os destina-
funções, mas, sim, distribuição das três funções estatais precípuas entre tários e o regime a que se sujeitam. Como exemplo dos princípios que
órgãos independentes, mas harmônicos e coordenados no seu funciona- regem os serviços públicos temos o princípio da generalidade - o serviço
mento, mesmo porque o poder estatal é uno e indivisível. deve beneficiar o maior número possível de indivíduos; princípio da continu-
idade – os serviços não devem sofrer interrupção; princípio da eficiência;
Aliás, já se observou que Montesquieu nunca empregou em sua obra princípio da modicidade – o lucro, meta da atividade econômica capitalista,
política as expressões “separação de Poderes” ou “divisão de Poderes”, não é objetivo da função administrativa.
referindo-se unicamente à necessidade do “equilíbrio entre os Poderes”, do
que resultou entre os ingleses e norte-americanos o sistema de checks and Feitas breves considerações preliminares, quanto à origem, ao concei-
balances, que é o nosso método de freios e contrapesos, em que um Poder to, à titularidade, e aos princípios informativos, passamos à análise da
limita o outro, como sugerira o próprio autor no original: “le pouvoir arrête le questão central que é a forma de execução dos serviços públicos.
pouvoir”. Seus apressados seguidores é que lhe deturparam o pensamento Sendo o titular dos serviços públicos, o Estado deve prestá-los da me-
e passaram a falar em “divisão” e “separação de Poderes”, como se estes lhor forma possível. Assim, pode, em casos específicos, dividir a tarefa da
fossem estanques e incomunicáveis em todas as suas manifestações, execução, não podendo, em nenhuma hipótese, transferir a titularidade do
quando, na verdade, isto não ocorre, porque o Governo é a resultante da serviço.
interação dos três Poderes de Estado — Legislativo, Executivo e Judiciário
—, como a Administração o é de todos os órgãos desses Poderes. O certo é que, possível a parceria, podem os serviços públicos serem
executados direta ou indiretamente.
5. Formação e Organização da Administração Pública Brasilei-
O Estado, por seus diversos órgãos e nos diversos níveis da federa-
ra: Concentração. Desconcentração e Descentralização.
ção, estará prestando serviço por EXECUÇÃO DIRETA quando, dentro de
sua estrutura administrativa -ministérios, secretarias, departamentos, dele-
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO gacias -, for o titular do serviço e o seu executor. Assim, o ente federativo,
PÚBLICA será tanto o titular do serviço, quando o prestador do mesmo. Esses órgãos
O Estado tem como função primordial o oferecimento de utilidades aos formam o que a doutrina chama de ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA,
administrados, não se justificando sua atuação senão no interesse público. porque é o próprio Estado que, nesses casos, centraliza a atividade.
Assim, entende-se que todas as vezes que o Estado atua, o faz porque à
coletividade deve atender. O professor CARVALHO DOS SANTOS, em sua obra já citada (pg.
229), conclui:
No início dos estudos sobre o Direito Administrativo havia o entendi- "O Decr.-lei n° 200/67, que implantou a reforma administrativa federal,
mento de que os serviços público eram poderes estatais (e não deveres), denominou esse grupamento de órgãos de administração direta (art. 4°, I),
que independiam da vontade ou da necessidade do cidadão ou do residen- isso porque o Estado, na função de administrar, assumirá diretamente seus
te de um determinado local. encargos." (GN)
Esta ideia inicial foi superada com o surgimento da Escola Francesa do Por outro lado, identifica-se a EXECUÇÃO INDIRETA quando os servi-
Serviço Público, capitaneada por Léon Duguit, quando se passou a enten- ços são prestados por pessoas diversas das entidades formadoras da
der serviço público como serviços prestados aos administrados. federação.
HELY LOPES MEIRELLES nos deixou o seguinte conceito de serviço Ainda que prestados por terceiros, insisto, o Estado não poderá nunca
público: abdicar do controle sobre os serviços públicos, afinal, quem teve o poder
"Serviço Público é todo aquela prestado pela Administração ou por jurídico de transferir atividades deve suportar, de algum modo, as conse-
seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessi- quências do fato.
dades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniência
do Estado." Essa execução indireta, quando os serviços públicos são prestados por
(HELY LOPES MEIRELLES, Direito Administrativo Brasileiro, São Pau- terceiros sob o controle e a fiscalização do ente titular, é conhecido na
lo, Ed. Malheiros, 1997, 22ª Ed., pg. 297) doutrina como DESCENTRALIZAÇÃO.
Nesse sentido, prendendo-se aos critérios relativos à atividade pública, Leciona o Professor CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO que:
ensina o Professor JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO: "Diz-se que a atividade é descentralizada quando é exercida, ..., por
"..., conceituamos serviço público como toda atividade prestada pelo pessoas distintas do Estado.
Estado ou por seus delegados, basicamente sob o regime de direito públi-
co, com vistas a satisfação de necessidades essenciais e secundárias da Na descentralização o Estado atua indiretamente, pois o faz através de
coletividade." outras pessoas, seres juridicamente distintos dele, ainda quando sejam
(JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de Direito Adminis- criaturas suas e por isso mesmo se constituam, ..., em parcelas personali-
trativo, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 3ª ed., 1999, pg. 217) zadas da totalidade do aparelho administrativo estatal."
(CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direto Adminis-
Apresentado dois dos diversos conceitos oferecidos pela doutrina, de- trativo, São Paulo, Ed. Malheiros, 10 ed., 1998, pg. 96)
ve-se buscar qual a entidade federativa (União, Estados-Membros, Distrito
Federal ou Municípios) competente para instituir, regulamentar e controlar Visualizado o conceito de descentralização da prestação dos serviços
os diversos serviços públicos. públicos, há que destacar os modelos de descentralização adotados pela

Administração Pública 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
doutrina pátria. vo de acelerar a prestação do serviço. Na desconcentração o serviço era
centralizado e continuou centralizado, pois que a substituição se processou
Não há, pelos doutrinadores, uniformidade na classificação das subes- apenas internamente.
pécies de descentralização.
Na desconcentração, as atribuições administrativas são outorgadas
Entretanto, tenho por mais didática a apresentação feita pela Professo- aos vários órgãos que compões a hierarquia, criando-se uma relação de
ra MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO, em seu Direito Administrativo, São coordenação e subordinação entre um e outros. Isso é feito com o intuito de
Paulo, Ed. Atlas, 1997, 8° ed. Pg. 296 e ss. desafogar, ou seja, desconcentrar, tirar do centro um grande volume de
atribuições para permitir o seu mais adequado e racional desempenho.
Em seu curso, a professora MARIA SYLVIA divide a descentralização SANCHES, Salvador Infante. Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 35,
inicialmente em política e administrativa. out. 1999.

A descentralização política ocorre quando o ente descentralizado exer- 6. Decreto-Lei nº 200/1967.


ce atribuições próprias que não decorrem do ente central. Tema que já foi
abordado supra, a descentralização política decorre diretamente da consti-
tuição (o fundamento de validade é o texto constitucional) e independe da DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967.
manifestação do ente central (União). Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretri-
zes para a Reforma Administrativa e dá outras providências.
Já a descentralização administrativa ocorre quando o ente descentrali- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe
zado exerce atribuições que decorrem do ente central, que empresta sua confere o art. 9°, § 2º, do Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966,
competência administrativa constitucional a um dos entes da federação tais decreta:
como os Estados-Membros, os municípios e o Distrito Federal, para a TÍTULO I
consecução dos serviços públicos. DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República
Assim, entende-se que na descentralização administrativa, os entes auxiliado pelos Ministros de Estado.
descentralizados têm capacidade para gerir os seus próprios "negócios", Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem
mas com subordinação a leis postas pelo ente central as atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com
o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal.
A descentralização administrativa se apresenta de três formas. Pode Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo
ser territorial ou geográfica, por serviços, funcional ou técnica e por colabo- estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo
ração. regulará a estruturação, as atribuições e funcionamento do órgãos da
Administração Federal. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
A descentralização territorial ou geográfica é a que se verifica quando Art. 4° A Administração Federal compreende:
uma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada de personalidade I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na
jurídica própria, de direito público, com capacidade jurídica própria e com a estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
capacidade legislativa (quando existente) subordinada a normas emanadas II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias
do poder central. de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
No Brasil, podem ser incluídos nessa modalidade de descentralização b) Empresas Públicas;
os territórios federais, embora na atualidade não existam. c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)
A descentralização por serviços, funcional ou técnica é a que se verifi- Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração
ca quando o poder público (União, Estados, Distrito Federal ou Município) Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver
por meio de uma lei cria uma pessoa jurídica de direito público – autarquia enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei nº 7.596, de
e a ela atribui a titularidade (não a plena, mas a decorrente de lei) e a 1987)
execução de serviço público descentralizado. II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado
Doutrina minoritária permite, ignorando o DL 200/67, a transferência da por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja
titularidade legal e da execução de serviço público a pessoa jurídica de levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrati-
direito privado. Essa classificação permitiria no Brasil a transferência da va podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direi-
titularidade legal e da execução dos serviços às sociedades de economia to. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
mista e às empresas públicas. III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalida-
de jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade
Na descentralização por serviços, o ente descentralizado passa a deter econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a
a "titularidade" e a execução do serviço nos termos da lei não devendo e voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração
não podendo sofrer interferências indevidas por parte do ente que lhe deu Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
vida. Deve pois, desempenhar o seu mister da melhor forma e de acordo IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica
com a estrita demarcação legal. de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução
A descentralização por colaboração é a que se verifica quando por por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
meio de contrato (concessão de serviço público) ou de ato administrativo patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funciona-
unilateral (permissão de serviço público), se transfere a execução de mento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei
determinado serviço público a pessoa jurídica de direito privado, previamen- nº 7.596, de 1987)
te existente, conservando o poder público, in totum, a titularidade do servi- § 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime
ço, o que permite ao ente público dispor do serviço de acordo com o inte- de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em
resse público. caráter permanente.
§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração
Feitas as distinções concernentes ao tema, vale recordar que a des- Indireta existentes nas categorias constantes deste artigo.
centralização não se confunde com a desconcentração. § 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem per-
sonalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição
A desconcentração é procedimento eminentemente interno, significan- no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais
do, tão somente, a substituição de um órgão por dois ou mais com o objeti-

Administração Pública 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
disposições do Código Civil concernentes às fundações. (Incluído pela Lei tivos, para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento,
nº 7.596, de 1987) supervisão, coordenação e controle.
TÍTULO II § 3º A Administração casuística, assim entendida a decisão de casos
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS individuais, compete, em princípio, ao nível de execução, especialmente
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos se- aos serviços de natureza local, que estão em contato com os fatos e com o
guintes princípios fundamentais: público.
I - Planejamento. § 4º Compete à estrutura central de direção o estabelecimento das
II - Coordenação. normas, critérios, programas e princípios, que os serviços responsáveis
III - Descentralização. pela execução são obrigados a respeitar na solução dos casos individuais e
IV - Delegação de Competência. no desempenho de suas atribuições.
V - Controle. § 5º Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconve-
CAPÍTULO I niência, a execução de programas federais de caráter nitidamente local
DO PLANEJAMENTO deverá ser delegada, no todo ou em parte, mediante convênio, aos órgãos
Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a estaduais ou municipais incumbidos de serviços correspondentes.
promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança § 6º Os órgãos federais responsáveis pelos programas conservarão a
nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma autoridade normativa e exercerão controle e fiscalização indispensáveis sor
do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes a execução local, condicionando-se a liberação dos recursos ao fiel cum-
instrumentos básicos: primento dos programas e convênios.
a) plano geral de governo; § 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coor-
b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; denação, supervisão e controle e com o objetivo de impedir o crescimento
c) orçamento-programa anual; desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará deso-
d) programação financeira de desembôlso. brigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre
CAPÍTULO II que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na
DA COORDENAÇÃO área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a de-
Art . 8º As atividades da Administração Federal e, especialmente, a sempenhar os encargos de execução.
execução dos planos e programas de governo, serão objeto de permanente § 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer caso,
coordenação. aos ditames do interesse público e às conveniências da segurança nacio-
§ 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da administra- nal.
ção, mediante a atuação das chefias individuais, a realização sistemática CAPÍTULO IV
de reuniões com a participação das chefias subordinadas e a instituição e DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo. (Vide Decreto nº 83.937, de 1979)
§ 2º No nível superior da Administração Federal, a coordenação será Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento
assegurada através de reuniões do Ministério, reuniões de Ministros de de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior
Estado responsáveis por áreas afins, atribuição de incumbência coordena- rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos,
dora a um dos Ministros de Estado (art. 36), funcionamento das Secretarias pessoas ou problemas a atender.
Gerais (art. 23, § 1º) e coordenação central dos sistemas de atividades Art . 12 . É facultado ao Presidente da República, aos Ministros de
auxiliares (art. 31). Estado e, em geral, às autoridades da Administração Federal delegar
§ 3º Quando submetidos ao Presidente da República, os assuntos competência para a prática de atos administrativos, conforme se dispuser
deverão ter sido prèviamente coordenados com todos os setores nêles em regulamento.
interessados, inclusive no que respeita aos aspectos administrativos perti- Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a autori-
nentes, através de consultas e entendimentos, de modo a sempre compre- dade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto de delega-
enderem soluções integradas e que se harmonizem com a política geral e ção.
setorial do Governo. Idêntico procedimento será adotado nos demais níveis CAPÍTULO V
da Administração Federal, antes da submissão dos assuntos à decisão da DO CONTROLE
autoridade competente. Art. 13 O controle das atividades da Administração Federal deverá
Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área geográfica serão sub- exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos, compreendendo,
metidos à coordenação com o objetivo de assegurar a programação e particularmente:
execução integrada dos serviços federais. a) o controle, pela chefia competente, da execução dos programas e
Parágrafo único. Quando ficar demonstrada a inviabilidade de celebra- da observância das normas que governam a atividade específica do órgão
ção de convênio (alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos estaduais e controlado;
municipais que exerçam atividades idênticas, os órgãos federais buscarão b) o controle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância
com êles coordenar-se, para evitar dispersão de esforços e de investimen- das normas gerais que regulam o exercício das atividades auxiliares;
tos na mesma área geográfica. c) o controle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens
10) com os órgãos estaduais e municipais que exerçam atividades da União pelos órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.
idênticas, os órgãos federais buscarão com êles coordenar-se, para evitar Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplifi-
dispersão de esforços e de investimentos na mesma área geográfica. cação de processos e supressão de controles que se evidenciarem como
CAPÍTULO III puramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco.
DA DESCENTRALIZAÇÃO TÍTULO III
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá DO PLANEJAMENTO, DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E DA PROGRA-
ser amplamente descentralizada. MAÇÃO FINANCEIRA
§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos princi- Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a pro-
pais: gramas gerais, setoriais e regionais de duração plurianual, elaborados
a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se através dos órgãos de planejamento, sob a orientação e a coordenação
claramente o nível de direção do de execução; superiores do Presidente da República.
b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando § 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elaboração do
estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; programa setorial e regional correspondente a seu Ministério e ao Ministro
c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos de Estado, Chefe da Secretaria de Planejamento, auxiliar diretamente o
ou concessões. Presidente da República na coordenação, revisão e consolidação dos
§ 2° Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que com- programas setoriais e regionais e na elaboração da programação geral do
põem a estrutura central de direção devem permanecer liberados das Governo. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administra- § 2º Com relação à Administração Militar, observar-se-á a finalidade
precípua que deve regê-la, tendo em vista a destinação constitucional das

Administração Pública 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Forças Armadas, sob a responsabilidade dos respectivos Ministros, que são Art. 24. Os Órgãos Centrais de direção superior (art. 22, item II) execu-
os seus Comandantes Superiores. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, tam funções de administração das atividades específicas e auxiliares do
de 1969) Ministério e serão, preferentemente, organizados em base departamental,
§ 3º A aprovação dos planos e programas gerais, setoriais e regionais observados os princípios estabelecidos nesta lei. (Vide Lei nº 6.228, de
é da competência do Presidente da República. 1975)
Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que Art . 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na área de
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício competência do Ministro de Estado:
seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa I - Assegurar a observância da legislação federal.
anual. II - Promover a execução dos programas do Governo.
Parágrafo único. Na elaboração do orçamento-programa serão consi- III - Fazer observar os princípios fundamentais enunciados no Título II.
derados, além dos recursos consignados no Orçamento da União, os IV - Coordenar as atividades dos órgãos supervisionados e harmonizar
recursos extra-orçamentários vinculados à execução do programa do sua atuação com a dos demais Ministérios.
Governo. V - Avaliar o comportamento administrativo dos órgãos supervisiona-
Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-programa ao dos e diligenciar no sentido de que estejam confiados a dirigentes capaci-
fluxo provável de recursos, o Ministério do Planejamento e Coordenação tados.
Geral e o Ministério da Fazenda elaborarão, em conjunto, a programação VI - Proteger a administração dos órgãos supervisionados contra
financeira de desembôlso, de modo a assegurar a liberação automática e interferências e pressões ilegítimas.
oportuna dos recursos necessários à execução dos programas anuais de VII - Fortalecer o sistema do mérito.
trabalho. VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valores e bens
Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamen- públicos.
tal e ao orçamento-programa e os compromissos financeiros só poderão IX - Acompanhar os custos globais dos programas setoriais do Gover-
ser assumidos em consonância com a programação financeira de desem- no, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviços.
bôlso. X - Fornecer ao órgão próprio do Ministério da Fazenda os elementos
TÍTULO IV necessários à prestação de contas do exercício financeiro.
DA SUPERVISÃO MINISTERIAL XI - Transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuízo da fiscalização
(Vide Lei nº 6.036, de 1974) deste, informes relativos à administração financeira e patrimonial dos
Art . 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou órgãos do Ministério.
indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, exce- Art. 26. No que se refere à Administração Indireta, a supervisão minis-
tuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão submeti- terial visará a assegurar, essencialmente:
dos à supervisão direta do Presidente da República. I - A realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da
Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da entidade.
República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enqua- II - A harmonia com a política e a programação do Governo no setor
drados em sua área de competência. de atuação da entidade.
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da III - A eficiência administrativa.
orientação, coordenação e controle das atividades dos órgãos subordina- IV - A autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.
dos ou vinculados ao Ministério, nos termos desta lei. Parágrafo único. A supervisão exercer-se-á mediante adoção das
Art. 21. O Ministro de Estado exercerá a supervisão de que trata este seguintes medidas, além de outras estabelecidas em regulamento:
título com apoio nos Órgãos Centrais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº a) indicação ou nomeação pelo Ministro ou, se fôr o caso, eleição dos
900, de 1969) dirigentes da entidade, conforme sua natureza jurídica;
Parágrafo único. No caso dos Ministros Militares a supervisão ministe- b) designação, pelo Ministro dos representantes do Governo Federal
rial terá, também, como objetivo, colocar a administração, dentro dos prin- nas Assembleias Gerais e órgãos de administração ou controle da entida-
cípios gerais estabelecidos nesta lei, em coerência com a destinação de;
constitucional precípua das Forças Armadas, que constitui a atividade afim c) recebimento sistemático de relatórios, boletins, balancetes, balan-
dos respectivos Ministérios. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) ços e informações que permitam ao Ministro acompanhar as atividades da
Art. 22. Haverá na estrutura de cada Ministério Civil os seguintes entidade e a execução do orçamento-programa e da programação financei-
Órgãos Centrais: (Vide Lei nº 6.228, de 1975) ra aprovados pelo Governo;
I - Órgãos Centrais de planejamento, coordenação e controle financei- d) aprovação anual da proposta de orçamento-programa e da progra-
ro. mação financeira da entidade, no caso de autarquia;
II - Órgãos Centrais de direção superior. e) aprovação de contas, relatórios e balanços, diretamente ou através
Art. 23. Os órgãos a que se refere o item I do art. 22, têm a incumbên- dos representantes ministeriais nas Assembleias e órgãos de administração
cia de assessorar diretamente o Ministro de Estado e, por força de suas ou controle;
atribuições, em nome e sob a direção do Ministro, realizar estudos para f) fixação, em níveis compatíveis com os critérios de operação econô-
formulação de diretrizes e desempenhar funções de planejamento, orça- mica, das despesas de pessoal e de administração;
mento, orientação, coordenação, inspeção e controle financeiro, desdo- g) fixação de critérios para gastos de publicidade, divulgação e rela-
brando-se em: (Vide Decreto nº 64.135, de 25.12.1969) (Vide Lei nº ções públicas;
6.228, de 1975) h) realização de auditoria e avaliação periódica de rendimento e pro-
I - Uma Secretaria Geral. dutividade;
II - Uma Inspetoria Geral de Finanças. i) intervenção, por motivo de interesse público.
§ 1º A Secretaria Geral atua como órgão setorial de planejamento e Art. 27. Assegurada a supervisão ministerial, o Poder Executivo outor-
orçamento, na forma do Título III, e será dirigida por um Secretário-Geral, o gará aos órgãos da Administração Federal a autoridade executiva necessá-
qual poderá exercer funções delegadas pelo Ministro de Estado. ria ao eficiente desempenho de sua responsabilidade legal ou regulamen-
§ 2º A Inspetoria Geral de Finanças, que será dirigida por um Inspetor- tar.
Geral, integra, como órgão setorial, os sistemas de administração financei- Parágrafo único. Assegurar-se-á às empresas públicas e às socieda-
ro, contabilidade e auditoria, superintendendo o exercício dessas funções des de economia mista condições de funcionamento idênticas às do setor
no âmbito do Ministério e cooperação com a Secretaria Geral no acompa- privado cabendo a essas entidades, sob a supervisão ministerial, ajustar-se
nhamento da execução do programa e do orçamento. ao plano geral do Governo.
§ 3º Além das funções previstas neste título, a Secretaria-Geral do Art. 28. A entidade da Administração Indireta deverá estar habilitada a:
Ministério do Planejamento e Coordenação Geral exercerá as atribuições I - Prestar contas da sua gestão, pela forma e nos prazos estipulados
de Órgão Central dos sistemas de planejamento e orçamento, e a Inspeto- em cada caso.
ria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda, as de Órgãos Central do II - Prestar a qualquer momento, por intermédio do Ministro de Estado,
sistema de administração financeira, contabilidade e auditoria. (Redação as informações solicitadas pelo Congresso Nacional.
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Administração Pública 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - Evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus trabalhos, X - o Conselho Nacional de Informática e Automação. (Redação dada
indicando suas causas e justificando as medidas postas em prática ou cuja pela Lei nº 7.232, de 1984)
adoção se impuser, no interesse do Serviço Público. Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Civil, o Chefe do Gabinete
Art. 29. Em cada Ministério Civil, além dos órgãos Centrais de que Militar, o Chefe da Secretaria de Planejamento, o Chefe do Serviço Nacio-
trata o art. 22, o Ministro de Estado disporá da assistência direta e imediata nal de Informações e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas são
de: Ministros de Estado titulares dos respectivos órgãos. (Redação dada pela
I - Gabinete. Lei nº 7.232, de 1984)
II - Consultor Jurídico, exceto no Ministério da Fazenda. Art. 33. Ao Gabinete Civil incumbe:
III - Divisão de Segurança e Informações. I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República no
§ 1º O Gabinete assiste o Ministro de Estado em sua representação desempenho de suas atribuições e, em especial, nos assuntos referentes à
política e social, e incumbe-se das relações públicas, encarregando-se do administração civil.
preparo e despacho do expediente pessoal do Ministro. II - Promover a divulgação de atos e atividades governamentais.
§ 2º O Consultor Jurídico incumbe-se do assessoramento jurídico do III - Acompanhar a tramitação de projetos de lei no Congresso Nacio-
Ministro de Estado. nal e coordenar a colaboração dos Ministérios e demais órgãos da adminis-
§ 3º A Divisão de Segurança e Informações colabora com a Secretaria tração, no que respeita aos projetos de lei submetidos à sanção presidenci-
Geral do Conselho de Segurança Nacional e com o Serviço Nacional de al. (Vide Lei nº 8.028, de 1990) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
Informações. Art. 34. Ao Gabinete Militar incumbe:
§ 4º No Ministério da Fazenda, o serviço de consulta jurídica continua I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República no
afeto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e aos seus órgãos inte- desempenho de suas atribuições e, em especial, nos assuntos referentes à
grantes, cabendo a função de Consultor Jurídico do Ministro de Estado ao Segurança Nacional e à Administração Militar.
Procurador-Geral, nomeado em comissão, pelo critério de confiança e livre II - Zelar pela segurança do Presidente da República e dos Palácios
escolha, entre bacharéis em Direito. Presidenciais.
TITULO V Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Militar exerce as funções de
DOS SISTEMAS DE ATIVIDADES AUXILIARES Secretário-Geral do Conselho de Segurança Nacional.
Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades de TITULO VII
pessoal, orçamento, estatística, administração financeira, contabilidade e DOS MINISTÉRIOS E RESPECTIVAS ÁREAS DE COMPETÊNCIA
auditoria, e serviços gerais, além de outras atividades auxiliares comuns a Art. 35 - Os Ministérios são os seguintes: (Redação dada pela Lei nº
todos os órgãos da Administração que, a critério do Poder Executivo, 6.036, de 1974) Vide: Lei nº 7.739, de 20.3.1989, Lei nº 7.927, de 1989,
necessitem de coordenação central. (Vide Decreto nº 64.777, de 1969) Lei nº 8.422, de 1992, Lei nº 8.490, de 1992, Lei nº 9.649, de 1998, Lei nº
§ 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que trata 10.683, de 28.5.2003
este artigo consideram-se integrados no sistema respectivo e ficam, conse- Ministério da Justiça (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
quentemente, sujeitos à orientação normativa, à supervisão técnica e à Ministério das Relações Exteriores (Redação dada pela Lei nº 6.036,
fiscalização específica do órgão central do sistema, sem prejuízo da subor- de 1974)
dinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados. Ministério da Fazenda (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
§ 2º O chefe do órgão central do sistema é responsável pelo fiel cum- Ministério dos Transportes (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
primento das leis e regulamentos pertinentes e pelo funcionamento eficien- Ministério da Agricultura (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
te e coordenado do sistema. Ministério da Indústria e do Comércio (Redação dada pela Lei nº
§ 3º É dever dos responsáveis pelos diversos órgãos competentes dos 6.036, de 1974)
sistemas atuar de modo a imprimir o máximo rendimento e a reduzir os Ministério das Minas e Energia (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
custos operacionais da Administração. 1974)
§ 4° Junto ao órgão central de cada sistema poderá funcionar uma Ministério do Interior (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1º.5.1974)
Comissão de Coordenação, cujas atribuições e composição serão definidas Ministério da Educação e Cultura (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
em decreto. 1974)
Art. 31. Aestruturação dos sistemas de que trata o artigo 30 e a subor- Ministério do Trabalho (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
dinação dos respectivos Órgãos Centrais serão estabelecidas em decre- Ministério da Previdência e Assistência Social (Redação dada pela Lei
to. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) nº 6.036, de 1974)
TITULO VI Ministério da Saúde (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Ministério das Comunicações (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
Art. 32. A Presidência da República é constituída essencialmente pelo 1974)
Gabinete Civil e pelo Gabinete Militar. Também dela fazem parte, como Ministério da Marinha (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
órgãos de assessoramento imediato ao Presidente da República: (Redação Ministério do Exército (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
dada pela Lei nº 7.232, de 1984) Vide: Lei nº 7.739, de 20.3.1989, Decreto Ministério da Aeronáutica (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
nº 99.180, de 1990, Lei nº 8.490, de 1992, Lei nº 9.649, de 1998, Lei nº Parágrafo único. Os titulares dos Ministérios são Ministros de Estado
10.683, de 28.5.2003 (Art. 20). (Incluído pela Lei nº 6.036, de 1974)
I - o Conselho de Segurança Nacional; (Redação dada pela Lei nº Art. 36. Para auxiliá-lo na coordenação de assuntos afins ou interde-
7.232, de 1984) pendentes, que interessem a mais de um Ministério, o Presidente da Repú-
II - o Conselho de Desenvolvimento Econômico; (Redação dada pela blica poderá incumbir de missão coordenadora um dos Ministros de Estado,
Lei nº 7.232, de 1984) cabendo essa missão, na ausência de designação específica ao Ministro de
III - o Conselho de Desenvolvimento Social; (Redação dada pela Lei nº Estado Chefe da Secretaria de Planejamento. (Redação dada pela Lei nº
7.232, de 1984) 6.036, de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
IV - a Secretaria de Planejamento; (Redação dada pela Lei nº 7.232, § 1º O Ministro Coordenador, sem prejuízo das atribuições da Pasta
de 1984) ou órgão de que for titular atuará em harmonia com as instruções emana-
V - o Serviço Nacional de Informações; (Redação dada pela Lei nº das do Presidente da República, buscando os elementos necessários ao
7.232, de 1984) cumprimento de sua missão mediante cooperação dos Ministros de Estado
VI - o Estado-Maior das Forças Armadas; (Redação dada pela Lei nº em cuja área de competência estejam compreendidos os assuntos objeto
7.232, de 1984) de coordenação. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei nº
VII - o Departamento Administrativo do Serviço Público; (Redação 10.683, de 28.5.2003)
dada pela Lei nº 7.232, de 1984) § 2º O Ministro Coordenador formulará soluções para a decisão final
VIII - a Consultoria-Geral da República; (Redação dada pela Lei nº do Presidente da República. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de
7.232, de 1984) 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)
IX - o Alto Comando das Forças Armadas; (Redação dada pela Lei nº Art. 37. O Presidente da República poderá prover até 4 (quatro) cargos
7.232, de 1984) de Ministro Extraordinário para o desempenho de encargos temporários de

Administração Pública 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
natureza relevante.(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) I - Desenvolvimento regional.
(Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003) II - Radicação de populações, ocupação do território. Migrações inter-
Art . 38. O Ministro Extraordinário e o Ministro Coordenador disporão nas.
de assistência técnica e administrativa essencial para o desempenho das III - Territórios federais.
missões de que forem incumbidos pelo Presidente da República na forma IV - Saneamento básico.
por que se dispuser em decreto. (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003) V - Beneficiamento de áreas e obras de proteção contra sêcas e
Art. 39 Os assuntos que constituem a área de competência de cada inundações. Irrigação.
Ministério são, a seguir, especificados: Vide Leis: Lei nº 7.739, de VI - Assistência às populações atingidas pelas calamidades públicas.
20.3.1989, Lei nº 10.683, de 28.5.2003 VII - Assistência ao índio.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA VIII - Assistência aos Municípios.
I - Ordem jurídica, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, garanti- IX - Programa nacional de habitação.
as constitucionais. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
II - Segurança interna. Polícia Federal. I - Educação; ensino (exceto o militar); magistério.
III - Administração penitenciária. II - Cultura - letras e artes.
IV - Ministério Público. III - Patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e artístico.
V - Documentação, publicação e arquivo dos atos oficiais. IV - Desportos.
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (Vide Lei nº
I - Política Internacional. 6.036, de 1974)
II - Relações diplomáticas; serviços consulares. I - Trabalho; organização profissional e sindical; fiscalização.
III - Participação nas negociações comerciais, econômicas, financei- II - Mercado de trabalho; política de emprego.
ras, técnicas e culturais com países e entidades estrangeiras. III - Política salarial.
IV - Programas de cooperação internacional. IV - Previdência e assistência social.
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL V - Política de imigração.
I - Plano geral do Governo, sua coordenação. Integração dos planos VI - Colaboração com o Ministério Público junto à Justiça do Trabalho.
regionais. MINISTÉRIO DA SAÚDE
II - Estudos e pesquisas sócio-econômicos, inclusive setoriais e regio- I - Política nacional de saúde.
nais. II - Atividades médicas e para-médicas.
III - Programação orçamentária; proposta orçamentária anual. III - Ação preventiva em geral; vigilância sanitária de fronteiras e de
IV - Coordenação da assistência técnica internacional. portos marítimos, fluviais e aéreos.
V - Sistemas estatístico e cartográfico nacionais. IV - Controle de drogas, medicamentos e alimentos.
VI - Organização administrativa. V - Pesquisas médico-sanitárias.
MINISTÉRIO DA FAZENDA MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES
I - Assuntos monetários, creditícios, financeiros e fiscais; poupança I - Telecomunicações.
popular. II - Serviços postais.
II - Administração tributária. MINISTÉRIO DA MARINHA
III - Arrecadação. (Art. 54)
IV - Administração financeira. MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
V - Contabilidade e auditoria. (Art. 59)
VI - Administração patrimonial. (Redação dada pela Lei nº 6.228, de MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
1975) (Art. 63)
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES TITULO VIII
I - Coordenação dos transportes. DA SEGURANÇA NACIONAL
II - Transportes ferroviários e rodoviários. CAPÍTULO I
III - Transportes aquaviários. Marinha mercante; portos e vias navegá- DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL
veis. Art. 40. O Conselho de Segurança Nacional é o órgão de mais alto
IV - Participação na coordenação dos transportes aeroviários, na nível no assessoramento direto do Presidente da República, na formulação
forma estabelecida no art. 162. e na execução da Política de Segurança Nacional. (Redação dada pelo
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA Decreto-Lei nº 900, de 1969)
I - Agricultura; pecuária; caça; pesca. § 1º A formulação da Política de Segurança Nacional far-se-á, bàsica-
II - Recursos naturais renováveis: flora, fauna e solo. mente, mediante o estabelecimento do Conceito Estratégico Nacional.
III - Organização da vida rural; reforma agrária. § 2º No que se refere a execução da Política de Segurança Nacional,
IV - Estímulos financeiros e creditícios. o Conselho apreciará os problemas que lhe forem propostos no quadro da
V - Meteorologia; climatologia. conjuntura nacional ou internacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
VI - Pesquisa e experimentação. 900, de 1969)
VII - Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal. Art. 41. Caberá, ainda, ao Conselho o cumprimento de outras tarefas
VIII - Padronização e inspeção de produtos vegetais e animais ou do específicas previstas na Constituição.
consumo nas atividades agropecuárias. Art. 42. O Conselho de Segurança Nacional é convocado e presidido
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO pelo Presidente da República, dêle participando, no caráter de membros
I - Desenvolvimento industrial e comercial. natos, o Vice-Presidente da República, todos os Ministros de Estado,
II - Comércio exterior. inclusive os Extraordinários, os Chefes dos Gabinetes Civil e Militar da
III - Seguros privados e capitalização. Presidência da República, o Chefe do Serviço Nacional de Informações, o
IV - Propriedade industrial; registro do comércio; legislação metrológi- Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e os Chefes dos Estados-
ca. Maiores da Armada, do Exército e da Aeronáutica.
V - Turismo. § 1º O Presidente da República poderá designar membros eventuais,
VI - Pesquisa e experimentação tecnológica. conforme a matéria a ser apreciada.
MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA § 2° O Presidente da República pode ouvir o Conselho de Segurança
I - Geologia, recursos minerais e energéticos. Nacional, mediante consulta a cada um dos seus membros em expediente
II - Regime hidrológico e fontes de energia hidráulica. remetido por intermédio da Secretaria-Geral.
III - Mineração. Art. 43. O Conselho dispõe de uma Secretaria-Geral, como órgão de
IV - Indústria do petróleo. estudo, planejamento e coordenação no campo da segurança nacional e
V - Indústria de energia elétrica, inclusive de natureza nuclear. poderá contar com a colaboração de órgãos complementares, necessários
MINISTÉRIO DO INTERIOR

Administração Pública 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ao cumprimento de sua finalidade constitucional. (Redação dada pelo Art. 51. A Chefia do Estado-Maior das Forças Amadas é exercida por
Decreto-Lei nº 1.093, de 1970) um oficial-general do mais alto pôsto nomeado pelo Presidente da Repúbli-
CAPÍTULO II ca, obedecido, em princípio, o critério de rodízio entre as Forças Arma-
DO SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES das. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 44. O Serviço Nacional de Informações tem por finalidade superin- Art. 52. As funções de Estado-Maior e Serviços no Estado-Maior das
tender e coordenar, em todo o território nacional, as atividades de informa- Forças Armadas são exercidas por oficiais das três Forças singulares.
ção e contra-informação, em particular as que interessem à segurança Art. 53. O Conselho de Chefes de Estado-Maior, constituído do Chefe
nacional. do Estado-Maior das Forças Armadas e dos Chefes do Estado-Maior das
TITULO IX Forças singulares, reúne-se periedicamente, sob a presidência do primeiro,
DAS FORÇAS ARMADAS para apreciação de assuntos específicos do Estado-Maior das Forças
CAPÍTULO I Armadas e os de interesse comum a mais de uma das Forças singulares.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO III
Art. 45. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha de Guerra, pelo DOS MINISTÉRIOS MILITARES
Exército e pela Aeronáutica Militar, são instituições nacionais, permanentes SEÇÃO I
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a Do Ministério da Marinha
autoridade suprema do Presidente da República e dentro dos limites da lei. Art. 54. O Ministério da Marinha administra os negócios da Marinha de
As Forças Armadas, essenciais à execução da Política de Segurança Guerra e tem como atribuição principal a preparação desta para o cumpri-
Nacional, destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos Poderes consti- mento de sua destinação constitucional.
tuídos, da Lei e da Ordem. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de § 1º Cabe ao Ministério da Marinha;
1969) I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e adestra-
Parágrafo único. As Forças Armadas, nos casos de calamidade públi- mento das Forças Navais e Aeronavais e do Corpo de Fuzileiros Navais,
ca, colaborarão com os Ministérios Civis, sempre que solicitadas, na assis- inclusive para integrarem Forças Combinadas ou Conjuntas.
tência às populações atingidas e no restabelecimento da normalida- II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interesse da
de. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Marinha, obedecido o previsto no item V do art. 50 da presente Lei.
Art. 46. O Poder Executivo fixará a organização pormenorizada das III - Estudar e propor diretrizes para a política marítima nacional.
Forças Armadas singulares - Forças Navais, Forças Terrestres e Força § 2º Ao Ministério da Marinha competem ainda as seguintes atribui-
Aérea Brasileira - e das Forças Combinadas ou Conjuntas, bem como dos ções subsidiárias;
demais órgãos integrantes dos Ministérios Militares, suas denominações, I - Orientar e controlar a Marinha Mercante Nacional e demais ativida-
localizações e atribuições. des correlatas no que interessa à segurança nacional e prover a segurança
Parágrafo único. Caberá, também, ao Poder Executivo, nos limites da navegação, seja ela marítima, fluvial ou lacustre.
fixados em lei, dispor sobre as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros II - Exercer a polícia naval.
Militares, como forças auxiliares, reserva do Exército. Art. 55. O Ministro da Marinha exerce a direção geral do Ministério da
CAPÍTULO II Marinha e é o Comandante Superior da Marinha de Guerra. (Redação dada
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO DIRETO DO PRESIDENTE DA pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
REPÚBLICA Art. 56. A Marinha de Guerra compreende suas organizações próprias,
SEÇÃO I pessoal em serviço ativo e sua reserva, inclusive as formações auxiliares
Do Alto Comando das Forças Armadas conforme fixado em lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Art. 47. O Alto Comando das Forças Armadas é um órgão de assesso- Art. 57. O Ministério da Marinha é constituído de:
ramento do Presidente da República, nas decisões relativas à política I - Órgãos de Direção Geral.
militar e à coordenação de assuntos pertinentes às Forças Armadas. - Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra).
Art. 48. Integram o Alto Comando das Forças Armadas os Ministros - Estado Maior da Armada.
Militares, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e os Chefes dos II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental
Estados-Maiores de cada uma das Forças singulares. (art. 24).
Art. 49. O Alto Comando das Forças Armadas reúne-se quando con- III - Órgãos de Assessoramento.
vocado pelo Presidente da República e é secretariado pelo Chefe do Gabi- - Gabinete do Ministro.
nete Militar da Presidência da República. - Consultoria Jurídica.
SEÇÃO II - Conselho de Almirantes.
Do Estado-Maior das Forças Armadas - Outros Conselhos e Comissões.
Art. 50. O Estado-Maior das Forças Armadas, órgãos de assessora- IV - Órgãos de Apoio.
mento do Presidente da República tem por atribuições: (Redação dada pelo - Diretorias e outros órgãos.
Decreto-Lei nº 900, de 1969) V - Forças Navais e Aeronavais (elementos próprios - navios e helicóp-
I - Proceder aos estudos para a fixação da Política, da Estratégia e da teros - e elementos destacados da Força Aérea Brasileira).
Doutrina Militares, bem como elaborar e coordenar os planos e programas - Corpo de Fuzileiros Navais.
decorrentes;(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) - Distritos Navais.
II - Estabelecer os planos para emprego das Forças Combinadas ou - Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo. (Incluído pelo
Conjuntas e de forças singulares destacadas para participar de operações Decreto-Lei nº 900, de 1969)
militares no exterior, levando em consideração os estudos e as sugestões SEÇÃO II
dos Ministros Militares competentes; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº Do Ministério do Exército
900, de 1969) Art. 59. O Ministério do Exército administra os negócios do Exército e
III - Coordenar as informações estratégicas no Campo Mili- tem, como atribuição principal a preparação do Exército para o cumprimen-
tar; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) to da sua destinação constitucional.
IV - Coordenar, no que transcenda os objetivos específicos e as dis- § 1º Cabe ao Ministério do Exército:
ponibilidades previstas no Orçamento dos Ministérios Militares, os planos I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e o adestra-
de pesquisas, de desenvolvimento e de mobilização das Forças Armadas e mento das Forças Terrestres, inclusive para integrarem Forças Combinadas
os programas de aplicação de recursos decorrentes. (Redação dada pelo ou Conjuntas.
Decreto-Lei nº 900, de 1969) II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interesse do
V - Coordenar as representações das Forças Armadas no País e no Exército, obedecido o previsto no item V do art. 50 da presente lei.
exterior; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) § 2º Ao Ministério do Exército compete ainda propor as medidas para
VI - Proceder aos estudos e preparar as decisões sobre assuntos que a efetivação do disposto no Parágrafo único do art. 46 da presente lei.
lhe forem submetidos pelo Presidente da República. (Redação dada pelo Art. 60. O Ministro do Exército exerce a direção geral das atividades
Decreto-Lei nº 900, de 1969) do Ministério e é o Comandante Superior do Exército.
Art. 61. O Exército é constituído do Exército ativo e sua Reserva.

Administração Pública 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1° O Exército ativo é a parte do Exército organizada e aparelhada - Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (Redação dada pelo
para o cumprimento de sua destinação constitucional e em pleno exercício Decreto-Lei nº 991, de 1969)
de suas atividades. III - Órgãos de Assessoramento: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
§ 2° Constitui a Reserva do Exército todo o pessoal sujeito à incorpo- 991, de 1969)
ração no Exército ativo, mediante mobilização ou convocação, e as forças e - Gabinete do Ministro (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
organizações auxiliares, conforme fixado em lei. 1969)
Art. 62. O Ministério do Exército compreende: - Consultoria Jurídica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
I - Órgãos de Direção Geral 1969)
- Alto Comando do Exército. - Conselhos e Comissões (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
- Estado-Maior do Exército. 1969)
- Conselho Superior de Economia e Finanças. IV - Órgãos de Apoio: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental 1969)
(art. 24) - Comandos, Diretorias, Institutos, Serviços e outros órgãos (Redação
III - Órgãos de Assessoramento dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
- Gabinete do Ministro. V - Força Aérea Brasileira: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
- Consultoria Jurídica. 1969)
- Secretaria Geral. - Comandos Aéreos (inclusive elementos para integrar Forças Combi-
- Outros Conselhos e Comissões. nadas ou Conjuntas) - Comandos Territoriais. (Redação dada pelo Decreto-
IV - Órgãos de Apoio Lei nº 991, de 1969)
- Diretorias e outros órgãos. CAPÍTULO IV
V - Forças Terrestres DISPOSIÇÃO GERAL
- Órgãos Territoriais. Art. 67. O Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra), o Alto
SEÇÃO III Comando do Exército e o Alto Comando da Aeronáutica, a que se referem
Do Ministério da Aeronáutica os arts 57, 62 e 66 são órgãos integrantes da Direção Geral do Ministério
Art. 63. O Ministério da Aeronáutica administra os negócios da Aero- da Marinha, do Exército e da Aeronáutica cabendo-lhes assessorar os
náutica e tem como atribuições principais a preparação da Aeronáutica respectivos Ministros, principalmente:
para o cumprimento de sua destinação constitucional e a orientação, a a) nos assuntos relativos à política militar peculiar à Força singular;
coordenação e o controle das atividades da Aviação Civil. (Redação dada b) nas matérias de relevância - em particular, de organização, adminis-
pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) tração e logística - dependentes de decisão ministerial;
Parágrafo único. Cabe ao Ministério da Aeronáutica: (Redação dada c) na seleção do quadro de Oficiais Generais.
pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) TITULO X
I - Estudar e propor diretrizes para a Política Aeroespacial Nacio- DAS NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DE CONTABILI-
nal. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) DADE
II - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e o adestra- Art. 68. O Presidente da República prestará anualmente ao Congresso
mento da Força Aérea Brasileira, inclusive de elementos para integrar as Nacional as contas relativas ao exercício anterior, sobre as quais dará
Forças Combinadas ou Conjuntas. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, parecer prévio o Tribunal de Contas.
de 1969) Art. 69. Os órgãos da Administração Direta observarão um plano de
III - Orientar, coordenar e controlar as atividades da Aviação Civil, contas único e as normas gerais de contabilidade e da auditoria que forem
tanto comerciais como privadas e desportivas. (Redação dada pelo Decre- aprovados pelo Governo.
to-Lei nº 991, de 1969) Art . 70. Publicados a lei orçamentária ou os decretos de abertura de
IV - Estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante autoriza- créditos adicionais, as unidades orçamentárias, os órgãos administrativos,
ção ou concessão, a infra-estrutura aeronáutica, inclusive os serviços de os de contabilização e os de fiscalização financeira ficam, desde logo,
apoio necessárias à navegação aérea. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº habilitados a tomar as providências cabíveis para o desempenho das suas
991, de 1969) tarefas.
V - Orientar, incentivar e realizar pesquisas e desenvolvimento de Art. 71. A discriminação das dotações orçamentárias globais de des-
interesse da Aeronáutica, obedecido, quanto às de interesse militar, ao pesas será feita:
prescrito no item IV do art. 50 da presente lei. (Redação dada pelo Decreto- I - No Poder Legislativo e órgãos auxiliares, pelas Mesas da Câmara
Lei nº 991, de 1969) dos Deputados e do Senado Federal e pelo Presidente do Tribunal de
VI - Operar o Correio Aéreo Nacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei Contas.
nº 991, de 1969) II - No Poder Judiciário, pelos Presidentes dos Tribunais e demais
Art. 65. A Força Aérea Brasileira é a parte da Aeronáutica organizada órgãos competentes.
e aparelhada para o cumprimento de sua destinação constitucio- III - No Poder Executivo, pelos Ministros de Estado ou dirigentes de
nal. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) órgãos da Presidência da República.
Parágrafo único. Constituí a reserva da Aeronáutica todo o pessoal Art. 72. Com base na lei orçamentária, créditos adicionais e seus atos
sujeito à incorporação na Força Aérea Brasileira, mediante mobilização ou complementares, o órgão central da programação financeira fixará as cotas
convocação, e as organizações auxiliares, conforme fixado em e prazos de utilização de recursos pelos órgãos da Presidência da Repúbli-
lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) ca, pelos Ministérios e pelas autoridades dos Poderes Legislativo e Judiciá-
Art. 66. O Ministério da Aeronáutica compreende: (Redação dada pelo rio para atender à movimentação dos créditos orçamentários ou adicionais.
Decreto-Lei nº 991, de 1969) § 1º Os Ministros de Estado e os dirigentes de Órgãos da Presidência
I - Órgãos de Direção Geral: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, da República aprovarão a programação financeira setorial e autorizarão às
de 1969) unidades administrativas a movimentar os respectivos créditos, dando
- Alto Comando da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº ciência ao Tribunal de Contas.
991, de 1969) § 2º O Ministro de Estado, por proposta do Inspetor Geral de Finanças,
- Estado-Maior da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº decidirá quanto aos limites de descentralização da administração dos
991, de 1969) créditos, tendo em conta as atividades peculiares de cada órgão.
- Inspetoria Geral da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº Art. 73. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de
991, de 1969) crédito que a comporte ou quando imputada a dotação imprópria, vedada
II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental expressamente qualquer atribuição de fornecimento ou prestação de servi-
(art. 24): (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969) ços cujo custo exceda aos limites previamente fixados em lei.
- Departamento de Aviação Civil (Redação dada pelo Decreto-Lei nº Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil serão
991, de 1969)v impugnados quaisquer atos referentes a despesas que incidam na proibi-
ção do presente artigo.

Administração Pública 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 74. Na realização da receita e da despesa pública será utilizada a responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis, sem prejuízo do
via bancária, de acordo com as normas estabelecidas em regulamento. julgamento da regularidade das contas pelo Tribunal de Contas.
§ 1º Nos casos em que se torne indispensável a arrecadação de Art. 81. Todo ordenador de despesa ficará sujeito a tomada de contas
receita diretamente pelas unidades administrativas, o recolhimento à conta realizada pelo órgão de contabilidade e verificada pelo órgão de auditoria
bancária far-se-á no prazo regulamentar. interna, antes de ser encaminhada ao Tribunal de Contas (artigo 82 ).
§ 2º O pagamento de despesa, obedecidas as normas que regem a Parágrafo único. O funcionário que receber suprimento de fundos, na
execução orçamentária (lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), far-se-á forma do disposto no art. 74, § 3º, é obrigado a prestar contas de sua
mediante ordem bancária ou cheque nominativo, contabilizado pelo órgão aplicação procedendo-se, automaticamente, a tomada de contas se não o
competente e obrigatòriamente assinado pelo ordenador da despesa e pelo fizer no prazo assinalado.
encarregado do setor financeiro. Art. 82. As tomadas de contas serão objeto de pronunciamento ex-
§ 3º Em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível presso do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência da
pela via bancária, as autoridades ordenadoras poderão autorizar suprimen- República ou de autoridade a quem estes delegarem competência, antes
tos de fundos, de preferência a agentes afiançados, fazendo-se os lança- de seu encaminhamento ao Tribunal de Contas para os fins constitucionais
mentos contábeis necessários e fixando-se prazo para comprovação dos e legais. (Vide Decreto nº 99.626, de 1990)
gastos. § 1º A tomada de contas dos ordenadores, agentes recebedores,
Art. 75. Os órgãos da Administração Federal prestarão ao Tribunal de tesoureiros ou pagadores será feita no prazo máximo de 180 (cento e
Contas, ou suas delegações, os informes relativos à administração dos oitenta) dias do encerramento do exercício financeiro pelos órgãos encar-
créditos orçamentários e facilitarão a realização das inspeções de controle regados da contabilidade analítica e, antes de ser submetida a pronuncia-
externo dos órgãos de administração financeira, contabilidade e auditori- mento do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência da
as. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) República ou da autoridade a quem estes delegarem competência, terá sua
Parágrafo único. As informações previstas neste artigo são as impres- regularidade certificada pelo órgão de auditoria.
cindíveis ao exercício da auditoria financeira e orçamentária, realizada com § 2º Sem prejuízo do encaminhamento ao Tribunal de Contas, a
base nos documentos enumerados nos itens I e II do artigo 36 do Decreto- autoridade a que se refere o parágrafo anterior no caso de irregularidade,
lei número 199, de 25 de fevereiro de 1967, vedada a requisição sistemáti- determinará as providências que, a seu critério, se tornarem indispensáveis
ca de documentos ou comprovantes arquivados nos órgãos da administra- para resguardar o interesse público e a probidade na aplicação dos dinhei-
ção federal, cujo exame se possa realizar através das inspeções de contro- ros públicos, dos quais dará ciência oportunamente ao Tribunal de Contas.
le externo. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) § 3° Sempre que possível, desde que não retardem nem dificultem as
Art. 76. Caberá ao Inspetor Geral de Finanças ou autoridade delegada tomadas de contas, estas poderão abranger conjuntamente a dos ordena-
autorizar a inscrição de despesas na conta "Restos a Pagar" (Lei nº 4.320, dores e tesoureiros ou pagadores.
de 17 de março de 1964), obedecendo-se na liquidação respectiva as Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer
mesmas formalidades fixadas para a administração dos créditos orçamen- indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito
tários. de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua
Parágrafo Único. As despesas inscritas na conta de "Restos a Pagar" aplicação em data posterior, observados os prazos assinalados pelo orde-
serão liquidadas quando do recebimento do material, da execução da obra nador da despesa.
ou da prestação do serviço, ainda que ocorram depois do encerramento do Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será
exercício financeiro. comprovada até 15 de janeiro seguinte.
Art. 77. Todo ato de gestão financeira deve ser realizado por força do Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não foi prestada,
documento que comprove a operação e registrado na contabilidade, medi- ou que ocorreu desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que
ante classificação em conta adequada. resulte prejuízo para a Fazenda Pública, as autoridades administrativas,
Art. 78. O acompanhamento da execução orçamentária será feito sob pena de co-responsabilidade e sem embargo dos procedimentos
pelos órgãos de contabilização. disciplinares, deverão tomar imediatas providência para assegurar o res-
§ 1° Em cada unidade responsável pela administração de créditos pectivo ressarcimento e instaurar a tomada de contas, fazendo-se as co-
proceder-se-á sempre à contabilização destes. municações a respeito ao Tribunal de Contas.
§ 2° A contabilidade sintética ministerial caberá à Inspetoria Geral de Art. 85. A Inspetoria Geral de Finanças, em cada Ministério, manterá
Finanças. atualizada relação de responsáveis por dinheiros, valores e bens públicos,
§ 3 ° A contabilidade geral caberá à Inspetoria Geral de Finanças do cujo rol deverá ser transmitido anualmente ao Tribunal de Contas, comuni-
Ministério da Fazenda. cando-se trimestralmente as alterações.
§ 4º Atendidas as conveniências do serviço, um único órgão de conta- Art. 86. A movimentação dos créditos destinados à realização de
bilidade analítica poderá encarregar-se da contabilização para várias uni- despesas reservadas ou confidenciais será feita sigilosamente e nesse
dades operacionais do mesmo ou de vários Ministérios. caráter serão tomadas as contas dos responsáveis.
§ 5° Os documentos relativos à escrituração dos atos da receita e Art. 87. Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso ficarão sob
despesa ficarão arquivados no órgão de contabilidade analítica e à disposi- a responsabilidade dos chefes de serviço, procedendo-se periodicamente a
ção das autoridades responsáveis pelo acompanhamento administrativo e verificações pelos competentes órgãos de controle.
fiscalização financeira e, bem assim, dos agentes incumbidos do controle Art. 88. Os estoques serão obrigatoriamente contabilizados, fazendo-
externo, de competência do Tribunal de Contas. se a tomada anual das contas dos responsáveis.
Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma Art. 89. Todo aquele que, a qualquer título, tenha a seu cargo serviço
a evidenciar os resultados da gestão. de contabilidade da União é pessoalmente responsável pela exatidão das
Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão como responsável contas e oportuna apresentação dos balancetes, balanços e demonstra-
todo o ordenador da despesa, o qual só poderá ser exonerado de sua ções contábeis dos atos relativos à administração financeira e patrimonial
responsabilidade após julgadas regulares suas contas pelo Tribunal de do setor sob sua jurisdição.
Contas. Art. 90. Responderão pelos prejuízos que causarem à Fazenda Públi-
§ 1° Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade de cujos ca o ordenador de despesas e o responsável pela guarda de dinheiros,
atos resultarem emissão de empenho, autorização de pagamento, supri- valores e bens.
mento ou dispêndio de recursos da União ou pela qual esta responda. Art. 91.Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento
§ 2º O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por anual poderá conter dotação global não especificamente destinada a de-
prejuízos causados à Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por terminado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica,
agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas. cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicio-
§ 3º As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não nais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.763, de 1980)
impugnadas pelo ordenador, serão escrituradas e incluídas na sua tomada Art. 92. Com o objetivo de obter maior economia operacional e racio-
de contas, na forma prescrita; quando impugnadas, deverá o ordenador nalizar a execução da programação financeira de desembolso, o Ministério
determinar imediatas providências administrativas para a apuração das da Fazenda promoverá a unificação de recursos movimentados pelo Tesou-

Administração Pública 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ro Nacional através de sua Caixa junto ao agente financeiro da Uni- gências de pessoal superiores às indicadas pelos critérios de produtividade
ão. (Vide Decreto nº 4.529, de 2002) e rentabilidade. Vide Decreto nº 67.326, de 05.10.1970
Parágrafo único. Os saques contra a Caixa do Tesouro só poderão ser Art . 96. Nos termos da legislação trabalhista, poderão ser contratados
efetuados dentro dos limites autorizados pelo Ministro da Fazenda ou especialistas para atender às exigências de trabalho técnico em institutos,
autoridade delegada. órgãos de pesquisa e outras entidades especializadas da Administração
Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu Direta ou autarquia, segundo critérios que, para esse fim, serão estabeleci-
bom e regular emprego na conformidade das leis, regulamentos e normas dos em regulamento.
emanadas das autoridades administrativas competentes. Art . 97. Os Ministros de Estado, mediante prévia e específica autori-
TITULO XI zação do Presidente da República, poderão contratar os serviços de con-
DAS DISPOSIÇÕES REFERENTES AO PESSOAL CIVIL sultores técnicos e especialistas por determinado período, nos termos da
CAPÍTULO I legislação trabalhista. (Expressão substituída pelo Decreto-Lei nº 900, de
DAS NORMAS GERAIS 1969)
Art. 94. O Poder Executivo promoverá a revisão da legislação e das CAPÍTULO II
normas regulamentares relativas ao pessoal do Serviço Público Civil, com o DAS MEDIDAS DE APLICAÇÃO IMEDIATA
objetivo de ajustá-las aos seguintes princípios: Art. 98. Cada unidade administrativa terá, no mais breve prazo, revista
I - Valorização e dignificação da função pública e ao servidor público. sua lotação, a fim de que passe a corresponder a suas estritas necessida-
II - Aumento da produtividade. des de pessoal e seja ajustada às dotações previstas no orçamento (art. 94
III - Profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público; fortale- inciso IX).
cimento do Sistema do Mérito para ingresso na função pública, acesso a Art. 99. O Poder Executivo adotará providências para a permanente
função superior e escolha do ocupante de funções de direção e assesso- verificação da existência de pessoal ocioso na Administração Federal,
ramento. diligenciando para sua eliminação ou redistribuição imediata.
IV - Conduta funcional pautada por normas éticas cuja infração incom- § 1º Sem prejuízo da iniciativa do órgão de pessoal da repartição, todo
patibilize o servidor para a função. responsável por setor de trabalho em que houver pessoal ocioso deverá
V - Constituição de quadros dirigentes, mediante formação e aperfei- apresentá-lo aos centros de redistribuição e aproveitamento de pessoal que
çoamento de administradores capacitados a garantir a qualidade, produtivi- deverão ser criados, em caráter temporário, sendo obrigatório o aproveita-
dade e continuidade da ação governamental, em consonância com critérios mento dos concursados.
éticos especialmente estabelecidos. § 2º A redistribuição de pessoal ocorrerá sempre no interesse do
VI - Retribuição baseada na classificação das funções a desempenhar, Serviço Público, tanto na Administração Direta como em autarquia, assim
levando-se em conta o nível educacional exigido pelos deveres e respon- como de uma para outra, respeitado o regime jurídico pessoal do servidor.
sabilidade do cargo, a experiência que o exercício deste requer, a satisfa- § 3º O pessoal ocioso deverá ser aproveitado em outro setor, continu-
ção de outros requisitos que se reputarem essenciais ao seu desempenho ando o servidor a receber pela verba da repartição ou entidade de onde
e às condições do mercado de trabalho. tiver sido deslocado, até que se tomem as providências necessárias à
VII - Organização dos quadros funcionais, levando-se em conta os regularização da movimentação.
interesses de recrutamento nacional para certas funções e a necessidade § 4° Com relação ao pessoal ocioso que não puder ser utilizado na
de relacionar ao mercado de trabalho local ou regional o recrutamento, a forma deste artigo, será observado o seguinte procedimento:
seleção e a remuneração das demais funções. a) extinção dos cargos considerados desnecessários, ficando os seus
VIII - Concessão de maior autonomia aos dirigentes e chefes na ocupantes exonerados ou em disponibilidade, conforme gozem ou não de
administração de pessoal, visando a fortalecer a autoridade do comando, estabilidade, quando se tratar de pessoal regido pela legislação dos funcio-
em seus diferentes graus, e a dar-lhes efetiva responsabilidade pela super- nários públicos;
visão e rendimento dos serviços sob sua jurisdição. b) dispensa, com a consequente indenização legal, dos empregados
IX - Fixação da quantidade de servidores, de acordo com as reais sujeitos ao regime da legislação trabalhista.
necessidades de funcionamento de cada órgão, efetivamente comprovadas § 5º Não se preencherá vaga nem se abrirá concurso na Administra-
e avaliadas na oportunidade da elaboração do orçamento-programa, e ção Direta ou em autarquia, sem que se verifique, previamente, no compe-
estreita observância dos quantitativos que forem considerados adequados tente centro de redistribuição de pessoal, a inexistência de servidor a
pelo Poder Executivo no que se refere aos dispêndios de pessoal. Aprova- aproveitar, possuidor da necessária qualificação.
ção das lotações segundo critérios objetivos que relacionam a quantidade § 6º Não se exonerará, por força do disposto neste artigo, funcionário
de servidores às atribuições e ao volume de trabalho do órgão. nomeado em virtude de concurso.
X - Eliminação ou reabsorção do pessoal ocioso, mediante aproveita- Art. 100. Instaurar-se-á processo administrativo para a demissão ou
mento dos servidores excedentes, ou reaproveitamento aos desajustados dispensa de servidor efetivo ou estável, comprovadamente ineficiente no
em funções compatíveis com as suas comprovadas qualificações e apti- desempenho dos encargos que lhe competem ou desidioso no cumprimen-
dões vocacionais, impedindo-se novas admissões, enquanto houver servi- to de seus deveres.
dores disponíveis para a função. Art. 101. O provimento em cargos em comissão e funções gratificadas
XI - Instituição, pelo Poder Executivo, de reconhecimento do mérito obedecerá a critérios a serem fixados por ato do Poder Executivo
aos servidores que contribuam com sugestões, planos e projetos não que: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
elaborados em decorrência do exercício de suas funções e dos quais a) definirá os cargos em comissão de livre escolha do Presidente da
possam resultar aumento de produtividade e redução dos custos operacio- República; (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
nais da administração. b) estabelecerá os processos de recrutamento com base no Sistema
XII - Estabelecimento de mecanismos adequados à apresentação por do Mérito; e (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
parte dos servidores, nos vários níveis organizacionais, de suas reclama- c) fixará as demais condições necessárias ao seu exercício. (Incluído
ções e reivindicações, bem como à rápida apreciação, pelos órgãos admi- pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
nistrativos competentes, dos assuntos nelas contidos. Art. 102. É proibida a nomeação em caráter interino por incompatível
XIII - Estímulo ao associativismo dos servidores para fins sociais e com a exigência de prévia habilitação em concurso para provimento dos
culturais. cargos públicos, revogadas todas as disposições em contrário.
Parágrafo único. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Art. 103. Todo servidor que estiver percebendo vencimento, salário ou
Nacional mensagens que consubstanciem a revisão de que trata este provento superior ao fixado para o cargo nos planos de classificação e
artigo. remuneração, terá a diferença caracterizada como vantagem pessoal,
Art. 95. O Poder Executivo promoverá as medidas necessárias à nominalmente identificável, a qual em nenhuma hipótese será aumentada,
verificação da produtividade do pessoal a ser empregado em quaisquer sendo absorvida progressivamente pelos aumentos que vierem a ser reali-
atividades da Administração Direta ou de autarquia, visando a colocá-lo em zados no vencimento, salário ou provento fixado para o cargo nos mencio-
níveis de competição com a atividade privada ou a evitar custos injustificá- nados planos.
veis de operação, podendo, por via de decreto executivo ou medidas admi- Art. 104. No que concerne ao regime de participação na arrecadação,
nistrativas, adotar as soluções adequadas, inclusive a eliminação de exi- inclusive cobrança da Dívida Ativa da União, fica estabelecido o seguinte:

Administração Pública 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - Ressalvados os direitos dos denunciantes, a adjudicação de cota- Art. 114. O funcionário público ou autárquico que, por força de disposi-
parte de multas será feita exclusivamente aos Agentes Fiscais de Rendas tivo legal, puder manifestar opção para integrar quadro de pessoal de
Internas, Agentes Fiscais do Imposto de Renda, Agentes Fiscais do Impos- qualquer outra entidade e por esta aceita, terá seu tempo de serviço anteri-
to Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de Impostos Internos e Guardas Aduanei- or, devidamente comprovado, averbado na instituição de previdência,
ros e somente quando tenham os mesmos exercido ação direta, imediata e transferindo-se para o INPS as contribuições pagas ao IPASE.
pessoal na obtenção de elementos destinados à instauração de autos de CAPÍTULO III
infração ou início de processos para cobrança dos débitos respectivos. DO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DO PESSOAL CIVIL
II - O regime de remuneração, previsto na Lei n° 1.711, de 28 de Art. 115. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP) é o
outubro de 1952, continuará a ser aplicado exclusivamente aos Agentes órgão central do sistema de pessoal, responsável pelo estudo, formulação
Fiscais de Rendas Internas, Agentes Fiscais do Imposto de Renda, Agen- de diretrizes, orientação, coordenação, supervisão e controle dos assuntos
tes Fiscais do Imposto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de Impostos Internos e concernentes à administração do Pessoal Civil da União. (Vide Lei nº 6.228,
Guardas Aduaneiros. de 1975)
III - A partir da data da presente lei, fica extinto o regime de remunera- Parágrafo único. Haverá em cada Ministério um órgão de pessoal
ção instituído a favor dos Exatores Federais, Auxiliares de Exatorias e Fiéis integrante do sistema de pessoal.
do Tesouro. Art. 116. Ao Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP)
V - A participação, através do Fundo de Estímulo, e bem assim as incumbe: (Vide Lei nº 6.228, de 1975)
percentagens a que se referem o art. 64 da Lei n° 3.244, de 14 de agôsto I - Cuidar dos assuntos referentes ao pessoal civil da União, adotando
de 1957, o Art. 109 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958, os artigos medidas visando ao seu aprimoramento e maior eficiência.
8º, § 2º e 9º da Lei nº 3.756, de 20 de abril de 1960, e o § 6º do art. 32 do II - Submeter ao Presidente da República os projetos de regulamentos
Decreto-lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, ficam também extintas. indispensáveis à execução das leis que dispõem sobre a função pública e
Parágrafo único. Comprovada a adjudicação da cota-parte de multas os servidores civis da União.
com desobediência ao que dispõe o inciso I deste artigo, serão passíveis III - Zelar pela observância dessas leis e regulamentos, orientando,
de demissão, tanto o responsável pela prática desse ato, quanto os servi- coordenando e fiscalizando sua execução, e expedir normas gerais obriga-
dores que se beneficiarem com as vantagens dele decorrentes. tórias para todos os órgãos.
Art . 105. Aos servidores que, na data da presente lei estiverem no IV - Estudar e propor sistema de classificação e de retribuição para o
gozo das vantagens previstas nos incisos III, IV e V do artigo anterior fica serviço civil administrando sua aplicação.
assegurado o direito de percebê-las, como diferença mensal, desde que V - Recrutar e selecionar candidatos para os órgãos da Administração
esta não ultrapasse a média mensal que, àquele título, receberam durante Direta e autarquias, podendo delegar, sob sua orientação, fiscalização e
o ano de 1966, e até que, por força dos reajustamentos de vencimentos do controle a realização das provas o mais próximo possível das áreas de
funcionalismo, o nível de vencimentos dos cargos que ocuparem alcance recrutamento.
importâncias correspondente à soma do vencimento básico e da diferença VI - Manter estatísticas atualizadas sobre os servidores civis, inclusive
de vencimento. (Vide Lei nº 5.421, de 1968) os da Administração Indireta.
Art. 106. Fica extinta a Comissão de Classificação de Cargos transfe- VII - Zelar pela criteriosa aplicação dos princípios de administração de
rindo-se ao DASP, seu acervo, documentação, recursos orçamentários e pessoal com vistas ao tratamento justo dos servidores civis, onde quer que
atribuições. se encontrem.
Art. 107. A fim de permitir a revisão da legislação e das normas regu- VIII - Promover medidas visando ao bem-estar social dos servidores
lamentares relativas ao pessoal do Serviço Público Civil, nos termos do civis da União e ao aprimoramento das relações humanas no trabalho.
disposto no art. 94, da presente lei, suspendem-se nesta data as readapta- IX - Manter articulação com as entidades nacionais e estrangeiras que
ções de funcionários que ficam incluídas na competência do DASP. se dedicam a estudos de administração de pessoal.
Art. 108. O funcionário, em regime de tempo integral e dedicação X - Orientar, coordenar e superintender as medidas de aplicação
exclusiva, prestará serviços em dois turnos de trabalho, quando sujeito a imediata (Capítulo II, deste Título).
expediente diário. Art. 117. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil prestará às
Parágrafo único. Incorrerá em falta grave, punível com demissão, o Comissões Técnicas do Poder Legislativo toda cooperação que for solicita-
funcionário que perceber a vantagem de que trata este artigo e não prestar da.
serviços correspondentes e bem assim o chefe que atestar a prestação Parágrafo único. O Departamento deverá colaborar com o Ministério
irregular dos serviços. Público Federal nas causas que envolvam a aplicação da legislação do
Art. 109. Fica revogada a legislação que permite a agregação de pessoal.
funcionários em cargos em comissão e em funções gratificadas, mantidos Art. 118. Junto ao Departamento haverá o Conselho Federal de Admi-
os direitos daqueles que, na data desta lei, hajam completado as condições nistração de Pessoal, que funcionará como órgão de consulta e colabora-
estipuladas em lei para a agregação, e não manifestem, expressamente, o ção no concernente à política de pessoal do Governo e opinará na esfera
desejo de retornarem aos cargos de origem. administrativa, quando solicitado pelo Presidente da República ou pelo
Parágrafo único. Todo agregado é obrigado a prestar serviços, sob Diretor-Geral do DASP nos assuntos relativos à administração de pessoal
pena de suspensão dos seus vencimentos. civil, inclusive quando couber recurso de decisão dos Ministérios, na forma
Art. 110. Proceder-se-á à revisão dos cargos em comissão e das estabelecida em regulamento.
funções gratificadas da Administração Direta e das autarquias, para su- Art. 119. O Conselho Federal de Administração de Pessoal será
pressão daqueles que não corresponderem às estritas necessidades dos presidido pelo Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Pessoal
serviços, em razão de sua estrutura e funcionamento. Civil e constituído de quatro membros, com mandato de três anos, nomea-
Art. 111. A colaboração de natureza eventual à Administração Pública dos pelo Presidente da República, sendo: dois funcionários, um da Admi-
Federal sob a forma de prestação de serviços, retribuída mediante recibo, nistração Direta e outro da Indireta, ambos com mais de vinte anos de
não caracteriza, em hipótese alguma, vínculo empregatício com o Serviço Serviço Público da União, com experiência em administração e relevante
Público Civil, e somente poderá ser atendida por dotação não classificada folha de serviços; um especialista em direito administrativo; e um elemento
na rubrica "PESSOAL", e nos limites estabelecidos nos respectivos pro- de reconhecida experiência no setor de atividade privada.
gramas de trabalho. (Vide Decreto nº 66.715, de 1970) § 1° O Conselho reunir-se-á ordinariamente duas vezes por mês e,
Art. 112. O funcionário que houver atingido a idade máxima (setenta extraordinariamente, por convocação de seu presidente.
anos) prevista para aposentadoria compulsória não poderá exercer cargo § 2° O Conselho contará com o apoio do Departamento, ao qual
em comissão ou função gratificada, nos quadros dos Ministérios, do DASP ficarão afetos os estudos indispensáveis ao seu funcionamento e, bem
e das autarquias. assim, o desenvolvimento e a realização dos trabalhos compreendidos em
Art. 113. Revogam-se na data da publicação da presente lei, os Arts. sua área de competência.
62 e 63 da Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, e demais disposições § 3º Ao Presidente e aos Membros do Conselho é vedada qualquer
legais e regulamentares que regulam as readmissões no serviço público atividade político-partidária, sob pena de exoneração ou perda de mandato.
federal. Art. 120. O Departamento prestará toda cooperação solicitada pelo
Ministro responsável pela Reforma Administrativa.

Administração Pública 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 121. As medidas relacionadas com o recrutamento, seleção, Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o Poder Executi-
aperfeiçoamento e administração do assessoramento superior da Adminis- vo: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
tração Civil, de aperfeiçoamento de pessoal para o desempenho dos car- a) promoverá o levantamento das leis, decretos e atos regulamentares
gos em comissão e funções gratificadas a que se referem o art. 101 e seu que disponham sobre a estruturação, funcionamento e competência dos
inciso II (Título XI, Capítulo II) e de outras funções de supervisão ou espe- órgãos da Administração Federal, com o propósito de ajustá-los às disposi-
cializadas, constituirão encargo de um Centro de Aperfeiçoamento, órgão ções desta Lei;
autônomo vinculado ao Departamento Administrativo do Pessoal Civil. (Vide b) obedecidas as diretrizes, princípios fundamentais e demais disposi-
Lei nº 6.228, de 1975) ções da presente lei expedirá progressivamente os atos de reorganização,
Parágrafo único. O Centro de Aperfeiçoamento promoverá direta ou reestruturação lotação, definição de competência, revisão de funcionamen-
indiretamente mediante convênio, acordo ou contrato, a execução das to e outros necessários a efetiva implantação da reforma. (Redação
medidas de sua atribuição. dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
CAPÍTULO IV Art . 147. A orientação, coordenação e supervisão das providências de
DO ASSESSORAMENTO SUPERIOR DA ADMINISTRAÇÃO CIVIL que trata este Título ficarão a cargo do Ministério do Planejamento e Coor-
Art. 122. O Assessoramento Superior da Administração Civil compre- denação Geral, podendo, entretanto, ser atribuídas a um Ministro Extraor-
enderá determinadas funções de assessoramento aos Ministros de Estado, dinário para a Reforma Administrativa, caso em que a este caberão os
definidas por decreto e fixadas em número limitado para cada Ministério assuntos de organização administrativa.
civil, observadas as respectivas peculiariedades de organização e funcio- Art. 148. Para atender às despesas decorrentes de execução da
namento. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Reforma Administrativa, fica autorizada a abertura pelo Ministério da Fa-
Decreto-lei nº 2.280, de 1985) (Vide Lei nº 7.419, de 1985) (Vide zenda do crédito especial de NCr$20.000.000,00 (vinte milhões de cruzei-
Decreto-lei nº 2.310, de 1986) (Vide Decreto nº 2.365, de 1987) ros novos), com vigência nos exercícios de 1967 a 1968. (Vide Decreto
(Vide Decreto-lei nº 2.367, de 1987) (Vide Lei nº 7.995, de 1990) nº 61.383, de 1967)
§ 1º As funções a que se refere este artigo, caracterizadas pelo alto § 1º Os recursos do crédito aberto neste artigo incorporar-se-ão ao
nível de especificidade, complexidade e responsabilidade, serão objeto de "Fundo de Reforma Administrativa", que poderá receber doações e contri-
rigorosa individualização e a designação para o seu exercício sómente buições destinadas ao aprimoramento da Administração Federal.
poderá recair em pessoas de comprovada idoneidade, cujas qualificações, § 2° O Fundo de Reforma Administrativa, cuja utilização será discipli-
capacidade e experiência específicas sejam examinadas, aferidas e certifi- nada em regulamento, será administrado por um órgão temporário de
cadas por órgão próprio, na forma definida em regulamento. (Incluído pelo implantação da Reforma Administrativa, que funcionará junto ao Ministro
Decreto-Lei nº 900, de 1969) responsável pela Reforma Administrativa.
§ 2º O exercício das atividades de que trata este artigo revestirá a Art. 149. Na implantação da reforma programada, inicialmente, a
forma de locação de serviços regulada mediante contrato individual, em organização dos novos Ministérios e bem assim, prioritariamente, a instala-
que se exigirá tempo integral e dedicação exclusiva, não se lhe aplicando o ção dos Órgãos Centrais, a começar pelos de planejamento, coordenação
disposto no artigo 35 do Decreto-lei número 81, de 21 de dezembro de e de controle financeiro (art. 22, item I) e pelos órgãos centrais dos siste-
1966, na redação dada pelo artigo 1º do Decreto-Iei número 177, de 16 de mas (art. 31).
fevereiro de 1967. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Art. 150. Até que os quadros de funcionários sejam ajustados à Re-
§ 3º A prestação dos serviços a que alude este artigo será retribuída forma Administrativa, o pessoal que os integra, sem prejuízo de sua situa-
segundo critério fixado em regulamento, tendo em vista a avaliação de ção funcional para os efeitos legais, continuará a servir nos órgãos em que
cada função em face das respectivas especificações, e as condições vigen- estiver lotado, podendo passar a ter exercício, mediante requisição, nos
tes no mercado de trabalho. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) órgãos resultantes de desdobramento ou criados em virtude da presente
Art. 123. O servidor público designado para as funções de que trata o lei.
artigo anterior ficará afastado do respectivo cargo ou emprego enquanto Art. 152. A finalidade e as atribuições dos órgãos da Administração
perdurar a prestação de serviços, deixando de receber o vencimento ou Direta regularão o estabelecimento das respectivas estruturas e lotações de
salário correspondente ao cargo ou emprego público. (Redação dada pelo pessoal.
Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Lei nº 7.419, de 1985) (Vide De- Art. 153. Para implantação da Reforma Administrativa poderão ser
creto-lei nº 2.310, de 1986) (Vide Decreto-lei nº 2.367, de 1987) ajustados estudos e trabalhos técnicos a serem realizados por pessoas
Parágrafo único. Poderá a designação para o exercício das funções físicas ou jurídicas, nos termos das normas que se estabelecerem em
referidas no artigo anterior recair em ocupante de função de confiança ou decreto. (Vide Decreto nº 61.383, de 1967)
cargo em comissão diretamente subordinados ao Ministro de Estado, caso Art . 154. Os decretos e regulamentos expedidos para execução da
em que deixará de receber, durante o período de prestação das funções de presente lei disporão sobre a subordinação e vinculação de órgãos e enti-
assessoramento superior, o vencimento ou gratificação do cargo em comis- dades aos diversos Ministérios, em harmonia com a área de competência
são ou função de confiança. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de destes, disciplinando a transferência de repartições e órgãos.
1969) TITULO XIV
Art. 124. O disposto no presente Capítulo poderá ser estendido, por DAS MEDIDAS ESPECIAIS DE COORDENAÇÃO
decreto, a funções da mesma natureza vinculadas aos Ministérios Militares CAPÍTULO I
e órgãos integrantes da Presidência da República. (Redação dada pela Lei DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
nº 6.720, de 1979) (Vide Lei nº 7.419, de 1985) (Vide Decreto-lei nº Art. 155. As iniciativas e providências que contribuem para o estímulo
2.310, de 1986) (Vide Decreto nº 2.365, de 1987) e intensificação das atividades de ciência e tecnologia, serão objeto de
TITULO XIII coordenação com o propósito de acelerar o desenvolvimento nacional
DA REFORMA ADMINISTRATIVA através da crescente participação do País no progresso científico e tecno-
Art. 145. A Administração Federal será objeto de uma reforma de lógico. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
profundidade para ajustá-la às disposições da presente lei e, especialmen- CAPÍTULO II
te, às diretrizes e princípios fundamentais enunciados no Título II, tendo-se DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
como revogadas, por força desta lei, e à medida que sejam expedidos os Art . 156. A formulação e Coordenação da política nacional de saúde,
atos a que se refere o art. 146, parágrafo único, alínea b , as disposições em âmbito nacional e regional, caberá ao Ministério da Saúde.
legais que forem com ela colidentes ou incompatíveis. § 1º Com o objetivo de melhor aproveitar recursos e meios disponíveis
Parágrafo único. A aplicação da presente lei deverá objetivar, priorita- e de obter maior produtividade, visando a proporcionar efetiva assistência
riamente, a execução ordenada dos serviços da Administração Federal, médico-social à comunidade, promoverá o Ministério da Saúde a coordena-
segundo os princípios nela enunciados e com apoio na instrumentação ção, no âmbito regional das atividades de assistência médico-social, de
básica adotada, não devendo haver solução de continuidade. modo a entrosar as desempenhadas por órgãos federais, estaduais, muni-
Art. 146. A Reforma Administrativa, iniciada com esta lei, será realiza- cipais, do Distrito Federal, dos Territórios e das entidades do setor privado.
da por etapas, à medida que se forem ultimando as providências necessá- § 2º Na prestação da assistência médica dar-se-á preferência à cele-
rias à sua execução. bração de convênios com entidades públicas e privadas, existentes na
comunidade.

Administração Pública 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO III XII - Representante do Ministério do Exército; (Incluído pela Lei nº
DO ABASTECIMENTO NACIONAL 5.396, de 1968)
Art. 157. As medidas relacionadas com a formulação e execução da XIII - Representante do Ministério da Aeronáutica. (Incluído pela Lei nº
política nacional do abastecimento serão objeto de coordenação na forma 5.396, de 1968)
estabelecida em decreto. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) Parágrafo único. O Departamento Nacional de Telecomunicações
Art. 158. Se não considerar oportunas as medidas consubstanciadas passa a integrar, como Órgão Central (art. 22, inciso II), o Ministério das
no artigo anterior, o Governo poderá atribuir a formulação e coordenação Comunicações.
da política nacional do abastecimento a uma Comissão Nacional de Abas- Art. 166. A exploração dos troncos interurbanos, a cargo da Empresa
tecimento, órgão interministerial, cuja composição, atribuições e funciona- Brasileira de Telecomunicações, poderá, conforme as conveniências eco-
mento serão fixados por decreto e que contará com o apoio da Superinten- nômicas e técnicas do serviço, ser feita diretamente ou mediante contrato,
dência Nacional do Abastecimento. delegação ou convênio.
Art. 159. Fica extinto o Conselho Deliberativo da Superintendência Parágrafo único. A Empresa Brasileira de Telecomunicações poderá
Nacional do Abastecimento, de que trata a Lei Delegada n° 5, de 26 de ser acionista de qualquer das empresas com que tiver tráfego-mútuo.
setembro de 1962. Art. 167. Fica o Poder Executivo autorizado a transformar o Departa-
Art. 160. A Superintendência Nacional do Abastecimento ultimará, no mento dos Correios e Telégrafos em entidade de Administração Indireta,
mais breve prazo, a assinatura de convênios com os Estados, Prefeitura do vinculada ao Ministério das Comunicações. (Vide Decreto-Lei nº 509, de
Distrito Federal e Territórios com o objetivo de transferir-lhes os encargos 20.3.1969)
de fiscalização atribuídos àquela Superintendência. CAPÍTULO VI
CAPÍTULO IV DA INTEGRAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS
DA INTEGRAÇÃO DOS TRANSPORTES TITULO XV
Art. 161. Ficam extintos os Conselhos Setoriais de Transportes que DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
atualmente funcionam junto às autarquias do Ministério da Viação e Obras CAPÍTULO I
Públicas, sendo as respectivas funções absorvidas pelo Conselho Nacional DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
de Transportes, cujas atribuições, organização e funcionamento serão Art. 170. O Presidente da República, por motivo relevante de interesse
regulados em decreto. (Expressão substituída pelo Decreto-Lei nº 900, de público, poderá avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administra-
1969) ção Federal.
Art. 162. Tendo em vista a integração em geral dos transportes, a Art. 171. A Administração dos Territórios Federais, vinculados ao
coordenação entre os Ministérios da Aeronáutica e dos Transportes será Ministério do Interior, exercer-se-á através de programas plurianuais, con-
assegurada pelo Conselho Nacional de Transportes que se pronunciará cordantes em objetivos e etapas com os planos gerais do Governo Federal.
obrigatoriamente quanto aos assuntos econômico-financeiros da aviação Art. 172. O Poder Executivo assegurará autonomia administrativa e
comercial e, em particular, sobre: financeira, no grau conveniente aos serviços, institutos e estabelecimentos
a) concessão de linhas, tanto nacionais como no exterior; incumbidos da execução de atividades de pesquisa ou ensino ou de caráter
b) tarifas; industrial, comercial ou agrícola, que por suas peculiaridades de organiza-
c) subvenções; ção e funcionamento, exijam tratamento diverso do aplicável aos demais
d) salários (de acordo com a política salarial do Governo). órgãos da administração direta, observada sempre a supervisão ministeri-
Art. 163. O Conselho será presidido pelo Ministro de Estado dos al. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
Transportes e dele participará, como representante do Ministério da Aero- § 1º Os órgãos a que se refere este artigo terão a denominação gené-
náutica, o chefe do órgão encarregado dos assuntos da aeronáutica civil. rica de Órgãos Autônomos. (Renumerado do Parágrafo Único pelo Decre-
Art. 164. O Poder Executivo, se julgar conveniente, poderá formular a to-Lei nº 900, de 1969)
integração no Ministério dos Transportes, das atividades concernentes à § 2º Nos casos de concessão de autonomia financeira, fica o Poder
aviação comercial, compreendendo linhas aéreas regulares, subvenções e Executivo autorizado a instituir fundos especiais de natureza contábil, a
tarifas, permanecendo sob a competência da Aeronáutica Militar as demais cujo crédito se levarão todos os recursos vinculados às atividades do órgão
atribuições constantes do item IV e as do item V do Parágrafo único do art. autônomo, orçamentários e extra-orçamentários, inclusive a receita pró-
63 e as relativas ao controle de pessoal e das aeronaves. pria. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)
§ 1° A integração poderá operar-se gradualmente, celebrando-se, Art. 173. Os atos de provimento de cargos públicos ou que determina-
quando necessário, convênios entre os dois Ministérios. rem sua vacância assim como os referentes a pensões, aposentadorias e
§ 2° Promover-se-á, em consequência, o ajuste das atribuições come- reformas, serão assinados pelo Presidente da República ou, mediante
tidas ao Conselho Nacional de Transportes nesse particular. delegação deste, pelos Ministros de Estado, conforme se dispuser em
CAPÍTULO V regulamento.
DAS COMUNICAÇÕES Art. 174. Os atos expedidos pelo Presidente da República ou Ministros
Art. 165. O Conselho Nacional de Telecomunicações, cujas atribui- de Estado, quando se referirem a assuntos da mesma natureza, poderão
ções, organização e funcionamento serão objeto de regulamentação pelo ser objeto de um só instrumento, e o órgão administrativo competente
Poder Executivo, passará a integrar, como órgão normativo, de consulta, expedirá os atos complementares ou apostilas.
orientação e elaboração da política nacional de telecomunicações, a estru- Art . 175. Para cada órgão da Administração Federal, haverá prazo
tura do Ministério das Comunicações, logo que este se instale, e terá a fixado em regulamento para as autoridades administrativas exigirem das
seguinte composição: partes o que se fizer necessário à instrução de seus pedidos.
I - Presidente, o Secretário-Geral do Ministério das Comunicações; § 1º As partes serão obrigatoriamente notificadas das exigências, por
II - Representante do maior partido de oposição no CONGRESSO via postal, sob registro, ou por outra forma de comunicação direta.
NACIONAL; (Redação dada pela Lei nº 5.396, de 1968) § 2º Satisfeitas as exigências, a autoridade administrativa decidirá o
III - Representante do Ministério da Educação e Cultura. assunto no prazo fixado pelo regulamento, sob pena de responsabilização
IV - Representante do Ministério da Justiça. funcional.
V - Representante do maior partido que apóia o Governo no CON- Art. 176. Ressalvados os assuntos de caráter sigiloso, os órgãos do
GRESSO NACIONAL; (Redação dada pela Lei nº 5.396, de 1968) Serviço Público estão obrigados a responder às consultas feitas por qual-
VI - Representante do Ministério da Indústria e Comércio. quer cidadão, desde que relacionadas com seus legítimos interesses e
VII - Representante dos Correios e Telégrafos. pertinentes a assuntos específicos da repartição.
VIII - Representante do Departamento Nacional de Telecomunicações. Parágrafo único. Os chefes de serviço e os servidores serão solidari-
IX - Representante da Empresa Brasileira de Telecomunicações. amente responsáveis pela efetivação de respostas em tempo oportuno.
X - Representante das Empresas Concessionárias de Serviços de Art . 177. Os conselhos, comissões e outros órgãos colegiados que
Telecomunicações. contarem com a representação de grupos ou classes econômicas direta-
XI - Representante do Ministério da Marinha; (Incluído pela Lei nº mente interessados nos assuntos de sua competência, terão funções
5.396, de 1968) exclusivamente de consulta, coordenação e assessoramento, sempre que

Administração Pública 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
àquela representação corresponda um número de votos superior a um Art. 189. Sem prejuízo de sua subordinação técnica à autoridade
terço do total. monetária nacional, os estabelecimentos oficiais de crédito manterão a
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os órgãos seguinte vinculação:
incumbidos do julgamento de litígios fiscais e os legalmente competentes I - Ministério da Fazenda
para exercer atribuições normativas e decisórias relacionadas com os - Banco Central da República (Vide Decreto-Lei nº 278, de 28.2.1967)
impostos de importação e exportação, e medidas cambiais correlatas. - Banco do Brasil
Art. 178. As autarquias, as empresas públicas e as sociedades de - Caixas Econômicas Federais
economia mista, integrantes da Administração Federal Indireta, bem assim II - Ministério da Agricultura
as fundações criadas pela União ou mantidas com recursos federais, sob - Banco Nacional do Crédito Cooperativo (Vide Decreto nº 99.192, de
supervisão ministerial, e as demais sociedades sob o controle direto ou 1990)
indireto da União, que acusem a ocorrência de prejuízos, estejam inativas, III - Ministério do Interior
desenvolvam atividades já atendidas satisfatoriamente pela iniciativa priva- - Banco de Crédito da Amazônia
da ou não previstas no objeto social, poderão ser dissolvidas ou incorpora- - Banco do Nordeste do Brasil
das a outras entidades, a critério e por ato do Poder Executivo, resguarda- - Banco Nacional da Habitação (Vide Del 2.291, de 21.11.1986)
dos os direitos assegurados, aos eventuais acionistas minoritários, nas leis IV - Ministério do Planejamento e Coordenação Geral
e atos constitutivos de cada entidade.(Redação dada pelo Decreto-Lei nº - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico.
2.299, de 1986) CAPÍTULO III
Art . 179. Observado o disposto no art. 13 da Lei n° 4.320, de 17 de DA PESQUISA ECONÔMICO-SOCIAL APLICADA E DO FINANCIAMEN-
março de 1964, o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral atuali- TO DE PROJETOS
zará, sempre que se fizer necessário, o esquema de discriminação ou Art. 190. É o Poder Executivo autorizado a instituir, sob a forma de
especificação dos elementos da despesa orçamentária. fundação, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a finali-
Art . 180. As atribuições previstas nos arts. 111 a 113, da Lei número dade de auxiliar o Ministro de Estado da Economia, Fazenda e Planejamen-
4.320, de 17 de março de 1964, passam para a competência do Ministério to na elaboração e no acompanhamento da política econômica e promover
do Planejamento e Coordenação Geral. atividade de pesquisa econômica aplicada nas áreas fiscal, financeira,
Art . 181. Para os fins do Título XIII desta Lei, poderá o Poder Executi- externa e de desenvolvimento setorial. (Redação dada pela Lei nº 8.029, de
vo: 1990)
I - Alterar a denominação de cargos em comissão. Parágrafo único. O instituto vincular-se-á ao Ministério da Economia,
II - Reclassificar cargos em comissão, respeitada a tabela de símbolos Fazenda e Planejamento. (Redação dada pela Lei nº 8.029, de 1990)
em vigor. Art. 191. Fica o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral
III - Transformar funções gratificadas em cargos em comissão, na autorizado, se o Governo julgar conveniente, a incorporar as funções de
forma da lei. financiamento de estudo e elaboração de projetos e de programas do
IV - Declarar extintos os cargos em comissão que não tiverem sido desenvolvimento econômico, presentemente afetos ao Fundo de Financia-
mantidos, alterados ou reclassificados até 31 de dezembro de 1968. mento de Estudos e Projetos (FINEP), criado pelo Decreto nº 55.820, de 8
Art . 182. Nos casos dos incisos II e III do art. 5º e no do inciso I do de março de 1965, constituindo para esse fim uma empresa pública, cujos
mesmo artigo, quando se tratar de serviços industriais, o regime de pessoal estatutos serão aprovados por decreto, e que exercerá todas as atividades
será o da Consolidação das Leis do Trabalho; nos demais casos, o regime correlatadas de financiamento de projetos e programas e de prestação de
jurídico do pessoal será fixado pelo Poder Executivo. assistência técnica essenciais ao planejamento econômico e social, poden-
Art . 183. As entidades e organizações em geral, dotadas de persona- do receber doações e contribuições e contrair empréstimos de fontes
lidade jurídica de direito privado, que recebem contribuições para fiscais e internas e externas. (Vide Decreto nº 61.056, de 1967)
prestam serviços de interesse público ou social, estão sujeitas à fiscaliza- CAPÍTULO IV
ção do Estado nos termos e condições estabelecidas na legislação perti- DOS SERVIÇOS GERAIS
nente a cada uma.
Art. 184. Não haverá, tanto em virtude da presente lei como em sua CAPÍTULO V
decorrência, aumento de pessoal nos quadros de funcionários civis e nos DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
das Forças Armadas. Art. 198. Levando em conta as peculiaridades do Ministério das Rela-
Art. 185. Incluem-se na responsabilidade do Ministério da Indústria e ções Exteriores, o Poder Executivo adotará a estrutura orgânica e funcional
do Comércio a supervisão dos assuntos concernentes à indústria siderúrgi- estabelecida pela presente Lei, e, no que couber, o disposto no seu Título
ca, à indústria petroquímica, à indústria automobilística, à indústria naval e XI.
à indústria aeronáutica. CAPÍTULO VI
Art. 186. A Taxa de Marinha Mercante, destinada a proporcionar à, DOS NOVOS MINISTÉRIOS E DOS CARGOS
frota mercante brasileira melhores condições de operação e expansão, será Art. 199. Ficam criados:
administrada pelo Órgão do Ministério dos Transportes, responsável pela II - O Ministério do Interior, com absorção dos órgãos subordinados ao
navegação marítima e interior. Ministro Extraordinário para Coordenação dos Organismos Regionais.
Art. 187. A Coordenação do Desenvolvimento de Brasília (CODE- III - O Ministério das Comunicações, que absorverá o Conselho Nacio-
BRÁS) passa a vincular-se ao Ministro responsável pela Reforma Adminis- nal de Telecomunicações, o Departamento Nacional de Telecomunicações
trativa. e o Departamento dos Correios e Telégrafos. (Vide Decreto-Lei nº 509, de
Art. 188. Toda pessoa natural ou jurídica - em particular, o detentor de 20.3.1969)
qualquer cargo público - é responsável pela Segurança Nacional, nos Art. 200. O Ministério da Justiça e Negócios Interiores passa a deno-
limites definidos em lei. Em virtude de sua natureza ou da pessoa do deten- minar-se Ministério da Justiça.
tor, não há cargo, civil ou militar, específico de segurança nacional, com Art. 201. O Ministério da Viação e Obras Públicas passa a denominar-
exceção dos previstos em órgãos próprios do Conselho de Segurança se Ministério dos Transportes.
Nacional. Art. 202. O Ministério da Guerra passa a denominar-se Ministério do
§ 1º Na Administração Federal, os cargos públicos civis, de provimento Exército.
em comissão ou em caráter efetivo, as funções de pessoal temporário, de Art. 203. O Poder Executivo expedirá os atos necessários à efetivação
obras e os demais empregos sujeitos à legislação trabalhista, podem ser do disposto no Artigo 199, observadas as normas da presente Lei.
exercidos por qualquer pessoa que satisfaça os requisitos legais. Art. 204. Fica alterada a denominação dos cargos de Ministro de
§ 2º Cargo militar é aquêee que, de conformidade com as disposições Estado da Justiça e Negócios Interiores, Ministro de Estado da Viação e
legais ou quadros de efetivos das Forças Armadas, só pode ser exercida Obras Públicas e Ministro de Estado da Guerra, para, respectivamente,
por militar em serviço ativo. Ministro de Estado da Justiça, Ministro de Estado dos Transportes e Minis-
CAPÍTULO II tro de Estado do Exército.
DOS BANCOS OFICIAIS DE CRÉDITO Art. 205. Ficam criados os seguintes cargos:

Administração Pública 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - Ministros de Estado do Interior, das Comunicações e do Planeja- § 1º Até a instalação dos órgãos centrais incumbidos da administração
mento e Coordenação Geral. financeira, contabilidade e auditoria, em cada Ministério (art. 22), serão
II - Em comissão: enviados ao Tribunal de Contas, para o exercício da auditoria financeira:
a) Em cada Ministério Civil, Secretário-Geral, e Inspetor-Geral de a) pela Comissão de Programação Financeira do Ministério da Fazen-
Finanças. da, os atos relativos à programação financeira de desembolso;
b) Consultor Jurídico, em cada um dos Ministérios seguintes: Interior, b) pela Contadoria Geral da República e pelas Contadorias Seccio-
Comunicações, Minas e Energia, e Planejamento e Coordenação Geral. nais, os balancetes de receita e despesa;
c) Diretor do Centro de Aperfeiçoamento, no Departamento Adminis- c) pelas repartições competentes, o rol de responsáveis pela guarda
trativo do Pessoal Civil (DASP). de bens, dinheiros e valores públicos e as respectivas tomadas de conta,
d) Diretor-Geral do Departamento dos Serviços Gerais, no Ministério nos termos da legislação anterior à presente lei.
da Fazenda. § 2º Nos Ministérios Militares, cabe aos órgãos que forem discrimina-
Parágrafo único. À medida que se forem vagando, os cargos de Con- dos em decreto as atribuições indicadas neste artigo.
sultor Jurídico atualmente providos em caráter efetivo passarão a sê-lo em Art . 215 Revogam-se as disposições em contrário.
comissão. Brasília, em 25 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da
Art. 206. Ficam fixados da seguinte forma os vencimentos dos cargos República.
criados no Art. 205: 7. O Brasil e sua Administração Pública: Da República velha
I - Ministro de Estado: igual aos dos Ministros de Estado existentes. aos dias atuais. Nascimento e Afirmação da República Brasilei-
II - Secretário-Geral e Inspetor-Geral de Finanças: Símbolo 1-C.
ra. Aspectos Fundamentais na Formação do Estado Brasileiro.
III - Consultor Jurídico: igual ao dos Consultores Jurídicos dos Ministé-
rios existentes. Teorias das Formas e dos Sistemas de Governo.
IV - Diretor do Centro de Aperfeiçoamento: Símbolo 2-C.
V - Diretor -Geral do Departamento de Serviços Gerais: Símbolo 1-C.
Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral do Departamento Adminis- Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930: dimen-
trativo do Serviço Público (DASP), Símbolo 1-C, passa a denominar-se sões estruturais e culturais.
Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP),
Símbolo 1-C. Se partirmos da premissa que a administração pública tem como pa-
Art. 207. Os Ministros de Estado Extraordinários instituídos no Artigo râmetro o que conhecemos hoje, podemos afirmar que ela não era visível
37 desta Lei terão o mesmo vencimento, vantagens e prerrogativas dos até 1930.
demais Ministros de Estado. A chamada Administração Pública Patrimonial caracterizava-se por
Art . 208. Os Ministros de Estado, os Chefes dos Gabinetes Civil e representações da burguesia que se alternavam no poder, fenômeno este
Militar da Presidência da República e o Chefe do Serviço Nacional de que ficou conhecido como Política do Café com leite.
Informações perceberão uma representação mensal correspondente a 50%
(cinquenta por cento) dos vencimentos. De acordo com Luiz Carlos Bresser Pereira, a característica que definia
Parágrafo único. Os Secretários-Gerais perceberão idêntica represen- o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-democráticas era a privati-
tação mensal correspondente a 30% (trinta por cento) dos seus vencimen- zação do Estado, ou a impermeabilidade dos patrimônios público e privado.
tos. “Patrimonialismo” significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe
TITULO XVI distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A administração
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS do Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista.
Art. 209. Enquanto não forem expedidos os respectivos regulamentos
O Brasil era, na verdade, um federalismo aparente, onde prevaleciam
e estruturados seus serviços, o Ministério do Interior, o Ministério do Plane-
os interesses destes pequenos grupos. Com o avanço da aliança liberal e a
jamento e Coordenação Geral e o Ministério das Comunicações ficarão
crise econômica causada pela queda da bolsa de Nova Iorque, os países
sujeitos ao regime de trabalho pertinente aos Ministérios Extraordinários
desenvolvidos, deixaram de importar nosso café, principal produto em
que antecederam os dois primeiros daqueles Ministérios no que concerne
nossa pauta de exportação. O que se sucede, é uma crise de superprodu-
ao pessoal, à execução de serviços e à movimentação de recursos finan-
ção sem precedentes em nossa história que culmina com o golpe de 1937.
ceiros.
Parágrafo único. O Poder Executivo expedirá decreto para consolidar A administração burocrática surge no quadro da aceleração da indus-
as disposições regulamentares que em caráter transitório, deverão prevale- trialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo
cer. pesadamente no setor produtivo de bens e serviços. A partir da reforma
Art. 210. O atual Departamento Federal de Segurança Pública passa a empreendida no governo Vargas por Nabuco e Luiz Simões Lopes, a
denominar-se Departamento de Polícia Federal, considerando-se automàti- administração pública sofre um processo de racionalização que se traduziu
camente substituída por esta denominação a menção à anterior constante no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção
de quaisquer leis ou regulamentos. do concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da
Art. 211. O Poder Executivo introduzirá, nas normas que disciplinam a administração pública burocrática é uma consequência clara da emergência
estruturação e funcionamento das entidades da Administração Indireta, as de um capitalismo moderno no país.
alterações que se fizerem necessárias à efetivação do disposto na presente
Lei, considerando-se revogadas todas as disposições legais colidentes com A Burocracia, Teoria Burocrática de Administração ou Modelo Racio-
as diretrizes nela expressamente consignadas. nal-Legal surge como resposta à necessidade de um modelo organizacio-
Art. 212. O atual Departamento Administrativo do Serviço Público nal que considerasse todas as variáveis envolvidas (processo, comporta-
(DASP) é transformado em Departamento Administrativo do Pessoal Civil mento humano, estrutura etc.), e que pudesse ser aplicada a todos os tipos
(DASP), com as atribuições que, em matéria de administração de pessoal, de organização (não se restringindo à indústria). Corresponde a uma forma
são atribuídas pela presente Lei ao novo órgão. (Vide Lei nº 6.228, de de organização que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos
15.7.1975) meios aos fins (objetivos) pretendidos.
Art. 213. Fica o Poder Executivo autorizado, dentro dos limites dos Para compreender a Burocracia, Max Weber estudou os tipos de soci-
respectivos créditos, a expedir decretos relativos às transferências que se edade e autoridade:
fizerem necessárias de dotações do orçamento ou de créditos adicionais
requeridos pela execução da presente Lei. A – Sociedade tradicional, onde predominam as características patriar-
TITULO XVII cais (a família, por exemplo);
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS B – Sociedade carismática, onde predominam características místicas,
Art. 214. Esta Lei entrará em vigor em 15 de março de 1967, observa- arbitrárias e personalísticas (grupos revolucionários), e;
do o disposto nos parágrafos do presente artigo e ressalvadas as disposi-
ções cuja vigência, na data da publicação, seja por ela expressamente
determinada.

Administração Pública 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
C – Sociedade legal, racional ou burocrática, onde predominam normas Dica:. É importante que você lembre na hora da prova que não existe
impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins (grandes organização totalmente racional, que o homem não é totalmente previsível,
empresas, exércitos). que a burocracia gerou excesso de formalismo e papelório, gerou grande
resistência às mudanças e conflitos com o público.
Weber estudou as organizações sob um ponto de vista estruturalista,
preocupando-se com sua racionalidade, isto é, com a relação entre os Em resumo, tendo em vista as práticas patrimonialistas (rent-seeking
meios e os recursos utilizados e os objetivos a serem alcançados pelas ou privatização do Estado - leia-se: usar a máquina administrativa com fins
organizações burocráticas. A organização por excelência, para Weber, é a privados, escusos) correntes em nossa cultura, Vargas optou pela adoção
burocracia. de um modelo que pautasse pelo controle minucioso das atividades-meio.
Ou seja, para “colocar ordem na casa”, buscou referências no modelo
Suas principais características são: idealizado por Weber, acreditando que a burocracia, dado seu caráter
1 – Hierarquia da autoridade, herdada das organizações militares rígido e hierarquizado, poderia ordenar a máquina administrativa em nosso
País.
2 – Caráter legal das normas e regulamentos – assim como a tradição
legitima a autoridade patriarcal, a autoridade burocrática fundamenta-se em Está, aí, o primeiro modelo estruturado de administração do Brasil.
normas e regulamentos. É como se cada empresa possuísse uma constitu- Para facilitar sua implementação, contou com o apoio do DASP - De-
ição própria; partamento Administrativo do Setor Público, extinto há pouco tempo atrás
3 – Caráter formal das comunicações – na burocracia todas as comuni- sem, infelizmente, ter logrado êxito em sua missão (se a burocracia tivesse
cações são feitas por escrito, com vistas à comprovação e à padronização; funcionado, em tese as práticas patrimonialistas teriam sido suprimidas, o
que parece não ter ocorrido).
4 – Impessoalidade nas relações – a administração nas burocracias é
efetuada sem considerar as pessoa como pessoas, mas como ocupantes Originalmente, o DASP tinha três objetivos:
de cargos e funções. A obediência é impessoal; não é prestada em consi- Centralizar a administração pública nas mãos do Governo Federal.
deração à pessoas do chefe, e sim do cargo que ocupa;
Criar uma política de gestão de recursos humanos
5 – Rotinas e procedimentos padronizados – a burocracia é uma orga-
nização que fixa regras e normas técnicas para desempenho do cargo, Promover uma racionalização dos métodos e procedimentos adminis-
reeducando a conduta de seus membros; trativos até então utilizados.
6 – Meritocracia – a admissão, transferência e remoção dos funcioná- Infelizmente o DASP não funcionou em toda a sua plenitude, devido à
rios são baseadas no mérito e na competência técnica, e não em critérios aspectos políticos e ao distanciamento entre planejamento e ação; na
particulares e arbitrários. verdade, o DASP não se traduziu no elo de ligação esperado, transforman-
do-se em um mero órgão técnico, teórico. Em termos práticos sua maior
7 – Especialização da administração – o que se deseja é a profissiona- colaboração foi na implantação do sistema burocrático de administração,
lização de todos os membros, com distinção das atividades de gerência das também conhecido como burocracia.
de execução.
As reformas administrativas e a redefinição do papel do Estado. Reforma
2.1.Vantagens da burocracia do Serviço Civil (mérito, flexibilidade e responsabilização) e Plano Diretor
As vantagens da burocracia, para Weber, são: para a Reforma do Aparelho do Estado de 1995.

1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização; A crise do Estado implicou a necessidade de reformá-lo e reconstruí-lo;
a globalização tornou imperativa a tarefa de redefinir suas funções.
2. Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento
exato dos deveres; Em 1942, com a superação da crise, o estado despe-se do papel de
regulador da economia e assume uma postura desenvolvimentista, seguin-
3. Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito do a esteira mundial. Essa nova feição culmina com o governo de Juscelino
e por quem e as ordens e papéis tramitam através de canais preestabeleci- Kubistchek, (“50 anos em 5”) e caracteriza-se pela criação de órgãos de
dos. linha, staff1 e das primeiras entidades da administração indireta. A ideia
dominante é que a participação maciça no estado no setor produtivo de-
Disfunções (“defeitos”) da burocracia
senvolveria e dinamizaria a economia, e é nesse momento que se percebe
1 – Internalização das regras e apego aos regulamentos - existe a ineficiência da burocracia.
quando: cumprir as normas passa a ser mais importante que atingir os O que se sucede ao longo dos anos são tentativas de se simplificar o
objetivos. A atividade-meio passa a ser o resultado a ser alcançado. O modelo burocrático:
funcionário se torna um especialista em normas;
1956  Cria-se o COSB (Comissão de Simplificação da Burocracia)
2 – Excesso de formalismo e papelório – a necessidade de docu- com o objetivo de desburocratizar a administração, descentralizando-a, ou
mentar todas as comunicações conduz à tendência ao excesso de papeló- seja, delegando competência às entidades da administração indireta.
rio;
b) Este processo culmina com o Decreto-lei nº 200 de 1967, que
3 – Resistência à mudanças – como tudo é padronizado e previsto elenca princípios que nortearão a conduta da administração indireta.
com antecipação, o funcionário se acostuma a uma estabilidade, proporcio-
nando-lhe segurança a respeito de seu trabalho. Qualquer mudança tende Este Decreto-lei foi a primeira tentativa de reforma gerencial da admi-
a ser interpretada como algo que desconhece, tornando-se indesejável. nistração Pública brasileira.
4 – A base do processo decisorial – quem toma decisões é aquele A reforma iniciada pelo Decreto-Lei nº 200 foi uma tentativa de supera-
que ocupa o posto hierárquico mais alto, mesmo que nada saiba sobre o ção da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro
tema. A “co-gestão” passa longe... momento da administração gerencial no Brasil. Colocou-se toda ênfase na
descentralização, mediante a autonomia da administração indireta, a partir
5 – Superconformidade às rotinas – com o tempo, as regras tendem do pressuposto da rigidez da administração direta e da maior eficiência da
a se tornar absolutas, sagradas, conduzindo a uma rigidez no comporta- administração descentralizada.
mento do burocrata que restringe-se ao desempenho mínimo. Perde inicia-
tiva, criatividade e inovação. O decreto-lei promoveu a transferência das atividades de produção de
bens e serviços para autarquias, fundações, empresas públicas e socieda-
6 – Dificuldade no atendimento a clientes – todos os clientes são a-
tendidos de forma padronizada, seguindo normas e rotinas internas, fazen-
do com que o público se irrite com a pouca atenção e o descaso. A buro-
cracia fecha-se em si mesma.

Administração Pública 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
des de economia mista, consagrando e racionalizando uma situação que já Resultou do desentendimento da velha burocracia contra a reforma pe-
se delineava na prática. la qual a administração central passara no regime militar: estava na hora de
restabelecer a força do centro e a pureza do sistema burocrático;
Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o plane-
jamento e o orçamento, a descentralização e o controle dos resultados. Relaciona-se com a campanha pela desestatização, que acompanhou
toda a transição democrática: esse fato levou os contribuintes a intensifica-
Nas unidades descentralizadas foram utilizados empregos celetistas, rem os controles estatais, que haviam ganho grande autonomia graças ao
submetidos ao regime privado de contratação e trabalho. O momento era Decreto-lei nº 200.
de grande expansão das empresas estatais e das fundações.
Em suma, considerando a evolução de nossa administração, podemos
Através da flexibilização de sua administração buscava-se uma eficiên- concluir que:
cia maior nas atividades econômicas do Estado, e se fortalecia a aliança
política entre a alta tecnoburocracia estatal, civil e militar e a classe empre- Para sanar a administração direta, criou-se a indireta, que devido à au-
sarial. tonomia, cresceu artificialmente.
O Decreto-lei nº 200 teve, porém, duas consequências inesperadas e A falta de uma política de pessoal, levou a um inchaço de pessoal no
indesejáveis. De um lado, por permitir a contratação de empregados sem setor público, na maioria não qualificado.
concurso público, facilitou a sobrevivência de práticas patrimonialistas e
fisiológicas. De outro, por não se preocupar com mudanças no âmbito da Havia uma concepção de que controle, segurança e padronização, ge-
administração direta ou central, que era vista pejorativamente como “buro- rariam bons resultados, ao invés do foco no atendimento às necessidades
crática” ou rígida, deixou de realizar concursos e de desenvolver carreiras do cidadão.
de altos administradores. Na prática, o que aconteceu foi uma substituição do coronelismo pelo
O núcleo estratégico do estado foi, na verdade, enfraquecido indevi- clientelismo (favorecimento de determinados grupos).
damente através da estratégia oportunista do regime militar que, ai invés de A crise fiscal e a crise do modo de intervenção do Estado na economia
se preocupar com a formação de administradores públicos de alto nível e na sociedade começaram a ser percebidas em 1987. Foi nesse momento,
selecionados através de concursos públicos, preferiu contratar os escalões depois do fracasso do Plano Cruzado, que a sociedade brasileira se deu
superiores da administração através das empresas estatais. conta, ainda que de forma imprecisa, de que estava vivendo fora do tempo,
A Constituição de 1988 ignorou completamente as novas orientações de que a volta ao nacionalismo e ao populismo dos anos 50 era algo inviá-
da administração pública. Os constituintes e, mais amplamente, a socieda- vel. Os Constituintes de 1988, porém, não perceberam a crise fiscal, muito
de brasileira revelaram nesse momento uma incrível falta de capacidade de menos a crise do aparelho do Estado.
ver o novo. Perceberam apenas que a administração burocrática clássica, Só depois do episódio da hiperinflação, em 1990, no final do governo
que começara a ser implantada no país nos anos 30, não havia sido ple- Sarney, a sociedade abriria os olhos para a crise. Em consequência, as
namente instaurada. Viram que o Estado havia adotado estratégias descen- reformas econômicas e o ajuste fiscal ganharam impulso no governo Collor.
tralizadoras – as autarquias e fundações públicas – que não se enquadra- Esse governo (que acabou se perdendo em meio à corrupção generaliza-
vam no modelo burocrático-profissional clássico. da) é que daria os passos decisivos no sentido de iniciar a reforma da
Notaram que essa descentralização havia aberto espaço para o cliente- economia e do Estado.
lismo, principalmente nos estados e municípios – clientelismo que se acen- Na área da administração pública as tentativas de reforma do governo
tuara após a redemocratização. Não perceberam que as formas mais Collor foram equivocadas. O fracasso deveu-se principalmente à tentativa
descentralizadas e flexíveis da administração, que o Decreto-lei nº 200 desastrada de reduzir o aparelho do Estado, demitindo funcionários e
havia consagrado, eram uma resposta à necessidade de o Estado adminis- eliminando órgãos, sem antes assegurar a legalidade das medidas através
trar com eficiência as empresas e os serviços sociais. E decidiram comple- da reforma da Constituição. Afinal, além da redução drástica da remunera-
tar a revolução burocrática antes de pensar nos princípios da moderna ção dos servidores, sua intervenção na administração pública desorganizou
administração pública. Ao agirem assim aparentemente seguiram uma ainda mais a já precária estrutura burocrática existente, desprestigiando os
lógica linear compatível com a ideia de que primeiro seria necessário com- servidores públicos, de repente acusados de todos os males do país e
pletar a revolução mecânica para só depois participar da revolução eletrô- identificados com o corporativismo.
nica.
No início do governo Itamar a sociedade brasileira começou a se dar
Contraditoriamente com seu espírito burocrático-legal, a Constituição conta da crise da administração pública. Havia, entretanto, ainda muita
de 88 permitiu que uma série de privilégios fossem consolidados ou cria- perplexidade e confusão. Um documento importante nesta fase é o estudo
dos. Privilégios que foram ao mesmo tempo um tributo pago ao patrimonia- Estrutura e organização do Poder Executivo, realizado pelo Centro de
lismo ainda presente na sociedade brasileira e uma consequência do Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) para a Escola Nacional de
corporativismo que recrudesceu com a abertura democrática, levando todos Administração Pública (Enap).
os atores sociais a defender seus interesses particulares como se fossem
interesses gerais. A partir de 1995, com o governo Fernando Henrique, surge uma nova
oportunidade para a reforma do Estado, em geral, e do aparelho do Esta-
O mais grave dos privilégios foi o estabelecimento de aposentadoria do e de seu pessoal, em particular. Essa reforma tem por dois objetivos: a
com remuneração integral sem nenhuma relação com o tempo de serviço curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos estados e municí-
prestado diretamente ao Estado, elevando violentamente o custo do siste- pios, onde existe um claro problema de excesso de quadros; a médio
ma previdenciário estatal, representando um pesado ônus fiscal para a prazo, tornar mais eficiente e moderna a administração pública, voltando-a
sociedade. para o atendimento dos cidadãos.
Um segundo privilégio foi ter permitido que, de um golpe, mais de 400 O Plano Diretor da Reforma do Estado, torna-se um marco em nossa
mil funcionários celetistas de fundações e autarquias se transformassem história, vindo ratificar a importância da nova conotação de governo, que
em funcionários estatutários, detentores de estabilidade e aposentadoria deixa de ser burocrático para se tornar um governo empreendedor. O
integral. (este episódio ficou conhecido como “trem da alegria”) governo empreendedor consiste, na verdade, em uma reorganização da
Na verdade, o retrocesso: máquina administrativa, através da redefinição do papel de estado: de
desenvolvimentista e protecionista para empreendedor, visando descentra-
Resultou de uma visão equivocada das forças democráticas que derru- lização e delegação de autoridade.
baram o regime militar acerca da natureza da administração pública então
vigente; O governo empreendedor sugere o deslocamento dando ênfase dos
procedimentos para os resultados. Tal governo empreendedor ou adminis-
Foi consequência da aliança política que as forças democráticas foram tração pública gerencial inspira-se na administração privada, visando a
levadas a celebrar com o velho patrimonialismo, sempre pronto a se reno- satisfação de seu cliente (o cidadão!). No governo empreendedor, os admi-
var para não mudar; nistradores gerenciam suas instituições ou seus órgãos como se fossem o
Administração Pública 20 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dono do negócio; a ideia é de estimular o negócio, estimular seus empre- O aparelho de estado é composto de três elementos básicos de orga-
gados e seus funcionários, utilizando a Co-gestão( ou gestão participativa), nização: a administração, as forças armadas e a fazenda. A administração
onde todos são responsáveis pelo planejamento e pela execução; é “gerar é a organização encarregada de tomar as decisões políticas e de fazer com
receita, ao invés de efetuar despesas”, segundo Peter Drucker, em seu livro que elas sejam cumpridas por intermédio de uma série de órgãos ou depar-
“Reinventando o Governo”. tamentos (governo, ministérios, governos territoriais ou regionais, polícia,
previdência social etc.). A função das forças armadas é defender o estado.
Uma das maneiras de mudarmos nosso governo desenvolvimentista A manutenção de todo o aparelho estatal exige a arrecadação de fundos
para empreendedor seria através, por exemplo, da criação dos chamados mediante a contribuição dos membros da sociedade, função que corres-
títulos de inovação (fundos sem ônus para os contribuintes, adquiridos por ponde à fazenda.
empresários desejosos de contribuir para o engrandecimento da Nação...);
este exemplo deu certo na Flórida, nos EUA. Nenhum poder político pode manter-se durante muito tempo pelo uso
exclusivo da força. O que legitima o poder do estado é o direito, ordem
Uma outra maneira seria sobretaxarmos condutas ilícitas tal como foi jurídica que regula o funcionamento das instituições e o cumprimento das
feito na Flórida, onde pesadas multas foram aplicadas aos motoristas que leis pelas quais deve reger-se a coletividade. Ao mesmo tempo em que
causassem acidentes decorrentes da ingestão de bebidas alcoólicas. Em legitima o estado, o direito limita sua ação, pois os valores que orientam o
suma, este governo empreendedor, (administração pública gerencial) veio corpo jurídico emanam, direta ou indiretamente, do conjunto da sociedade.
para ficar e foi ratificado, como já foi dito, pelo plano diretor da reforma do As normas consuetudinárias, os códigos de leis e, modernamente, as
estado. A dificuldade na implantação reside no fato de que o servidor constituições definem os direitos e deveres dos cidadãos, além das fun-
público existe para fazer o bem a todos (não sendo medido o esforço ções e limites do estado. Nos estados liberais e democráticos, as leis são
marginal), pois se na administração privada atender um único cliente a mais elaboradas e aprovadas pelos corpos legislativos, cujos membros, eleitos
resultasse em uma relação custo-benefício desfavorável, é provável que pelos cidadãos, representam a soberania nacional. A lei está acima de
isso não acontecesse; na administração pública, isto não acontece. Se para todos os indivíduos, grupos e instituições. Esse é o significado da expres-
nós, um hospital público que tem capacidade para atender 1000 (mil) são "império da lei".
pessoas, fosse obrigado a dobrar o custo deste hospital para se atender
mais uma pessoa, isto seria feito, pois a administração pública não pauta O julgamento sobre o cumprimento ou não-cumprimento das leis e o
sua conduta pela relação custo-benefício, mas pela satisfação do cidadão. estabelecimento das penas previstas para punir os criminosos compete ao
poder judiciário, exercido nos tribunais.
Dentro do governo empreendedor, surge um novo conceito de lideran-
ça: o administrador passa de gerente (controlador de resultados) para o Evolução histórica do estado
líder, um motivador, um impulsionador, que substitui a força pelo compro- Origem do estado. Nas sociedades matriarcais, anteriores ao surgi-
metimento, pela lealdade. Embora tanto o líder como o gerente tenham o mento da família monogâmica e da propriedade privada, o poder social era
mesmo objetivo, que é o de maximizar o resultado, a maneira pela qual distribuído de forma hierarquizada, a partir dos conselhos de anciãos e das
chegarão a este resultado será diferente. estruturas tribais. As relações entre os membros das sociedades eram de
tipo pessoal e a coesão do grupo se baseava em práticas religiosas e ritos
A necessidade de mudarmos o enfoque da administração para aten-
sociais de tipo tradicional.
dermos às necessidades do cidadão-cliente trouxe à tona o conceito de
efetividade, ou seja, a satisfação das necessidades do cliente (ou a junção O surgimento da agricultura e a consequente distribuição de terras en-
da eficácia com a eficiência num mesmo tempo). Temos como conceito de tre os membros da sociedade favoreceu a criação da propriedade privada,
eficácia, o cumprimento dos objetivos previamente estabelecidos, enquanto dos direitos hereditários e, por conseguinte, da família patriarcal. Nela, a
que a eficiência se encontra relacionada com o como fazer (a quantidade descendência devia ser assegurada por meio de um sólido vínculo matri-
de recursos que foram empregados e se foram ou não utilizados de manei- monial de caráter monogâmico (a mulher só podia ter um marido). Os
ra inteligente). Em suma, para sermos efetivos, precisamos ser eficazes e primeiros estados, no Egito, na Mesopotâmia, na China, na Índia, na Amé-
eficientes, atendendo às necessidades de nossos clientes. rica Central, nos Andes etc. surgiram como uma delegação do poder social,
numa estrutura política capaz de assegurar o direito de propriedade frente a
Para atingirmos a efetividade o governo criou as chamadas organiza- inimigos internos (ladrões) ou externos (invasores). Tiveram origem ainda
ções sociais (as agências autônomas), que celebrariam contratos de como organização destinada a tornar possível a realização dos trabalhos
gestão implementados pelo MARE (Ministério da Administração e Reforma coletivos (construção de canais, barragens, aquedutos etc.) necessários
do Estado) com o objetivo de “amarrarmos” resultados à conduta dos para a comunidade.
gestores públicos.
Esses primeiros estados se caracterizaram por exercer um poder abso-
Estado luto e teocrático, no qual os monarcas se identificavam com uma divindade.
Em todas as sociedades humanas, a convivência pacífica só é possível O poder se justificava por sua natureza divina e era a crença religiosa dos
graças à existência de um poder político instituído acima dos interesses e súditos que o sustentava.
vontades individuais. O estado, organização que monopoliza esse poder A primeira experiência política importante no mundo ocidental foi reali-
nas civilizações desenvolvidas, tem alcançado o bem comum ao longo da zada na Grécia por volta do século V a.C. A unidade política grega era a
história pelo emprego de formas diferentes de governo. polis, ou cidade-estado, cujo governo foi, em alguns momentos, democráti-
Conceito geral co. Os habitantes que alcançavam a condição de cidadãos - da qual esta-
vam excluídos os escravos - participavam das instituições políticas. Essa
Estado é a organização política de um país, ou seja, a estrutura de po- democracia direta teve sua expressão mais genuína em Atenas.
der instituída sobre determinado território ou população. Poder, território e
povo (ou nação) são, consequentemente, os elementos componentes do Para os filósofos gregos, o núcleo do conceito de estado se achava re-
conceito de estado, que com eles deve estar identificado. presentado pela ideia de poder e de submissão. Platão, em A república e
As leis, afirmou que a soberania política devia submeter-se à lei. Para ele,
Poder é a capacidade que o aparelho institucional tem para impor à so- somente um estado em que a lei fosse o soberano absoluto, acima dos
ciedade o cumprimento e a aceitação das decisões do governo ou órgão governantes, poderia tornar os cidadãos felizes e virtuosos. Platão esboçou
executivo do estado. O território, espaço físico em que se exerce o poder, o modelo de uma cidade-estado ideal, na qual a lei exercia uma função
está claramente delimitado com relação ao de outros estados e coincide educadora tanto dos cidadãos como do estado. Aristóteles distinguiu várias
com os limites da soberania. A nação ou povo sobre o qual atua o estado é formas de governo e de constituição, mas admitiu limites ao exercício do
uma comunidade humana que possui elementos culturais, vínculos econô- poder por intermédio do direito e da justiça.
micos, tradições e histórias comuns. Isso configura um espírito solidário que
geralmente é anterior à formação da organização política. Dessa forma, o A organização política de Roma foi, no início, semelhante à grega. A
estado e a nação nem sempre coincidem: há estados plurinacionais (com civitas (cidade) era o centro de um território reduzido, onde todos os cida-
várias nacionalidades) - como a Espanha, a Suíça e o Canadá - e nações dãos participavam do governo. Com a expansão do império e das leis
repartidas entre vários estados - como no caso do povo árabe. gerais promulgadas por Roma, respeitaram-se as leis específicas dos
povos dominados. Marco Túlio Cícero, orador e filósofo romano, afirmou

Administração Pública 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
que a justiça é um princípio natural e tem a missão de limitar o exercício do do poder como garantia efetiva dos direitos do indivíduo. A missão principal
poder. do estado liberal se baseava na proteção das liberdades individuais e na
manutenção de uma ordem jurídica que permitisse o livre jogo das forças
Os arquétipos políticos gregos e as ideias de Cícero exerceram influ-
sociais e econômicas. Para cumprir essa missão, o estado se valia dos
ência decisiva sobre santo Agostinho e em todos os seguidores de sua
meios legais estabelecidos pela constituição.
doutrina. Para santo Agostinho, o estado é uma comunidade de homens
unida pela igualdade de direitos e pela comunhão de interesses: não pode O crescimento do proletariado industrial e os conflitos imperialistas en-
existir estado sem justiça. Apenas a igreja, modelo da cidade celeste, pode tre as potências europeias favoreceram a deterioração e o descrédito dos
orientar a ação do estado na direção da paz e da justiça. regimes liberais a partir do final do século XIX. O socialismo utópico e,
depois, o anarquismo e o marxismo negaram a legitimidade do estado
Na Idade Média, a teoria de que o poder emanava do conjunto da co-
liberal e propuseram novos modelos de sociedade nos quais o homem
munidade surgiu como elemento novo. O rei ou o imperador, portanto,
poderia desenvolver plenamente suas capacidades.
deviam ser eleitos ou aceitos como tais por seus súditos, para que sua
soberania fosse legítima. O enfoque de que o poder terreno era autônomo O anarquismo criticou diretamente o estado por considerá-lo um ins-
com relação à ordem divina permitiu o surgimento da doutrina de um "pac- trumento de opressão dos indivíduos. Os anarquistas sustentavam que
to" que devia ser realizado entre soberano e súditos, em que eram estabe- todo o poder era desnecessário e nocivo. Propunham a substituição das
lecidas as condições do exercício do poder e as obrigações mútuas para relações de dominação estabelecidas pelas instituições estatais por uma
alcançar o bem comum. A lei humana, reflexo da lei divina, devia apoiar-se colaboração livre entre indivíduos e coletividades. Max Stirner, Pierre-
na razão. Santo Tomás de Aquino expõe essa concepção do poder na Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin foram importantes
Summa theologica. representantes das diferentes correntes anarquistas.
Desenvolvimento do estado moderno. A concepção antropocêntrica do Para Karl Marx, Friedrich Engels e os marxistas que vieram depois, a
mundo adotada pelos renascentistas levou à secularização da política. igualdade jurídica e as declarações formais de liberdade nos estados
Maquiavel, em O príncipe, defendeu um estado secular forte, capaz de liberais encobriam a desigualdade econômica e a situação de exploração
fazer frente ao poder temporal do papado. Segundo Maquiavel, o estado de determinadas classes sociais por outras. O estado capitalista era o meio
tem sua própria razão como guia: a razão de estado, independente da de opressão da burguesia sobre o proletariado e as demais classes popula-
religião e da moral. O estado renascentista tinha as seguintes característi- res. Segundo a teoria do materialismo histórico, o próprio desenvolvimento
cas: existência de um poder independente, com um exército, uma fazenda do capitalismo e o crescimento do proletariado desembocariam na destrui-
e uma burocracia a seu serviço; superação da atomização política medie- ção do estado burguês e em sua substituição por um estado transitório, a
val; base territorial ampla; e separação entre o estado e a sociedade. ditadura do proletariado. Essa finalmente se extinguiria para dar lugar à
sociedade sem classes. A revolução russa e, posteriormente, a chinesa, a
No século XVI, Jean Bodin incorporou a noção de soberania à ideia de
cubana e outras procuraram colocar em prática o estado socialista, ou
independência do poder político: o estado é soberano e não tem que reco-
comunista, da ditadura proletária em suas diferentes interpretações.
nhecer na ordem temporal nenhuma autoridade superior que lhe dê consis-
tência jurídica. A esse conteúdo racional, trazido pelo Renascimento, se Na primeira metade do século XX, a crítica ao estado liberal se desen-
deve a aparição do estado moderno, que se distingue por ser constituído de volveu também a partir das ideologias fascistas, baseadas em uma con-
uma população ampla, que normalmente reúne características nacionais, cepção radical do nacionalismo. Tanto o fascismo italiano quanto o nacio-
estabelecida num território definido e regida por um poder soberano. nal-socialismo alemão defenderam os interesses da nação sobre a liberda-
de dos indivíduos. O estado, encarnação do espírito nacional, devia con-
A partir do século XVI, o estado conheceu as seguintes configurações:
centrar todas as energias individuais a fim de atingir seus objetivos últimos
estado autoritário, estado absoluto, estado liberal, estado socialista ou
e transcendentes. Historicamente, o fascismo representou uma reação
comunista, estado fascista e estado democrático.
contra o auge do movimento operário e o comunismo internacional depois
A primeira fase do estado moderno se caracterizou pelo fortalecimento da revolução russa. Também significou uma justificativa ideológica para o
do poder real, embora seus meios de ação política tenham sido limitados imperialismo de dois estados que haviam ficado fora da divisão do mundo
pela privatização dos cargos públicos. O exemplo mais conhecido de esta- promovida pelas outras potências ocidentais.
do autoritário foi o império hispânico de Filipe II. No processo de seculariza-
Depois da segunda guerra mundial, dois sistemas políticos e econômi-
ção e racionalização do poder, o absolutismo (séculos XVII e XVIII) promo-
cos disputaram o poder sobre o planeta. No bloco socialista, os estados
veu a desvinculação definitiva do estado com relação tanto aos poderes do
mantiveram suas características totalitárias, baseadas no poder absoluto de
império e do papado, quanto da nobreza e das corporações urbanas. A
um partido único considerado porta-voz dos interesses da classe trabalha-
soberania, capacidade de criar o direito e de impor a obediência às leis,
dora. No bloco ocidental, o estado liberal se consolidou mediante a adoção,
ficou concentrada no estado, identificado com o monarca absoluto. Luís XIV
desde o início do século, de diversos princípios democráticos e sociais:
da França foi o expoente máximo do absolutismo monárquico.
sufrágio universal (antes o voto era censitário, ou seja, só para as classes
A ascensão econômica da burguesia criou, na segunda metade do sé- ricas), voto feminino, desenvolvimento dos serviços públicos e sociais,
culo XVIII, a necessidade de encontrar fórmulas políticas que abrangessem intervenção estatal na economia etc. A tradicional divisão de poderes se
as propostas burguesas sobre a configuração da sociedade e do estado: manteve formalmente, mas o fortalecimento do poder executivo se genera-
participação, igualdade jurídica, liberdades individuais e direito de proprie- lizou em quase todos os países.
dade. Novas teorias políticas contribuíram para compor a ideologia da
A partir de 1990, a reunificação dos dois estados alemães, o esfacela-
burguesia revolucionária. Thomas Hobbes, defensor do estado absolutista,
mento da União Soviética e a derrocada dos regimes comunistas represen-
introduziu o individualismo radical no pensamento político e estabeleceu as
taram não só o fim da divisão do mundo em dois blocos antagônicos, como
bases teóricas do conceito moderno de contrato social, que seria desenvol-
também a abertura política e econômica dos países do leste e o acirramen-
vido, posteriormente, por Jean-Jacques Rousseau. John Locke afirmou o
to de movimentos nacionalistas. Sob intensas disputas, os mapas políticos
caráter natural do direito à vida e à propriedade e defendeu uma divisão de
da Europa e da antiga União Soviética foram redefinidos, de tal forma que
poderes voltada para combater a centralização absolutista. Montesquieu
os limites territoriais dos estados passaram a coincidir, na maioria dos
definiu a configuração clássica dessa divisão de poderes em executivo,
casos, com as fronteiras nacionais. A perspectiva de unificação europeia
legislativo e judiciário.
poderia representar uma alteração no equilíbrio de forças da nova ordem
Estados contemporâneos. A revolução francesa teve como consequên- mundial na virada do século. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publica-
cia a criação de uma nova estrutura política adaptada às transformações ções Ltda.
econômicas que a sociedade estava experimentando com o desenvolvi-
Estado (do latim status,us: modo de estar, situação, condição),
mento do capitalismo. Para garantir as liberdades individuais, a igualdade
segundo o Dicionário Houaiss é datada do século XIIIe designa "conjunto
jurídica e o direito de propriedade, foram limitadas as prerrogativas reais e a
das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público etc.) que
atuação estatal foi submetida à lei. Com o precedente das constituições
controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura
americana e francesa, logo começaram a surgir, nos países europeus e
própria e politicamente organizado". Segundo o jurista italiano Norberto
americanos, textos constitucionais em que se consagrava o fracionamento

Administração Pública 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Bobbio, a primeira vez que a palavra foi utilizada, com o seu sentido Critérios Modernos
contemporâneo, foi no livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel.
Teoria de Estado Moderno
É organizada política, social e juridicamente, ocupando
Em 1815, no Congresso de Viena, o Ato Final do Congresso de Viena
um território definido, normalmente onde a lei máxima é
só reconheceu 39 Estados soberanos no sistema diplomático europeu e,
umaConstituição escrita, e dirigida por um governo que
como resultado, foi firmemente que, no futuro, novos estados foram
possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um
reconhecidos pelos outros estados, o que significava, na prática, o
Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo,
reconhecimento, por um ou mais Estados das grandes potências.
um território".
A teoria constitutiva foi desenvolvida no século XIX para definir o que é
O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois
e o que não é um Estado. Com esta teoria, a obrigação de obedecer
detém, segundo Max Weber, o monopólio da violência legítima (coerção,
o direito internacionaldepende de uma entidade de reconhecimento por
especialmente a legal).
outros países. Devido a isto, os novos estados não poderiam tornar-se
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de imediatamente parte da comunidade internacional, ou ser obrigado pelo
diferenciá-lo de seus homônimos. Há, entretanto, uma corrente de filólogos direito internacional, recohecendo que essas nações, a princípio, não têm
que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil. Não obrigação de respeitar o direito internacional nas suas relações com eles.
com o objetivo de ferir a definição tradicional de Estado, mas a fim de
Uma das principais críticas da presente lei é a confusão causada
equiparar a grafia a outros termos não menos importantes.
quando alguns estados iriam reconhecer uma nova entidade, mas outros
O reconhecimento da independência de um estado em relação aos estados não, uma situação, a teoria não se tratar. Hersch Lauterpacht, um
outros, permitindo ao primeiro firmar acordos internacionais, é uma dos principais proponentes da teoria, sugere que é um dever do Estado a
condição fundamental para estabelecimento da soberania. O Estado pode conceder o reconhecimento como uma solução possível. No entanto, um
também ser definido em termos de condições internas, especificamente Estado pode utilizar quaisquer critérios quando julgar se eles devem dar
(conforme descreveu Max Weber, entre outros) no que diz respeito à reconhecimento e eles não têm obrigação de utilizar esses critérios. Muitos
instituição do monopólio do uso da violência. países só podem reconhecer um estado, se for para a sua vantagem.
O conceito parece ter origem nas antigas cidades-estados que se Convenção de Montevidéu
desenvolveram na antiguidade, em várias regiões do mundo, como
Um dos critérios mais comumente citados por micronação no que diz
a Suméria, a América Central e no Extremo Oriente. Em muitos casos,
respeito à dificuldade em obter o reconhecimento internacional é
estas cidades-estados foram a certa altura da história colocadas sob a
o Convenção de Montevidéu. A Convenção foi assinada em Montevidéu, 26
tutela do governo de um reino ou império, seja por interesses económicos
de dezembro de 1933 pelo Estados
mútuos, seja por dominação pela força. O estado como unidade política
Unidos, Honduras, ElSalvador, República
básica no mundo tem, em parte, vindo a evoluir no sentido de
Dominicana, Haiti, Argentina, Venezuela,Uruguai, Paraguai, México, Panam
um supranacionalismo, na forma de organizações regionais, como é o caso
á, Bolívia, Guatemala, Brasil, Equador, Nicarágua, Colômbia, Chile, Peru e
da União Europeia.
Cuba, mas nunca foi consenso na comunidade internacional. A Convenção
Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos de Montevidéu tem quatro condições que uma entidade deve cumprir para
procedem de tal forma a chegarem à ideia de Estado, cujas bases foram se tornarem um país:
determinadas na história mundial com a Ordem de Wetsfalia (Paz de
Uma permanente população
Vestfália), em 1648. A instituição estatal, que possui uma base de
prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como "casa Território definido
forte" das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade. Governo
Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização Capacidade de entrar em relações com outros Estados
humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade
Internacional. Devido a dificuldade de se cumprir os critérios, a Convenção de
Montevidéu nunca foi aceite pela comunidade internacional e a maior parte
Definições sobre o Estado dos países em usar a teoria do Estado como uma referência.
Embora o termo inclua frequentemente amplamente as instituições A evolução histórica do Estado
de governo, ou de regras antigas e modernas, o Estado moderno suporta
um número de características que foram pela primeira vez consolidadas a As primeiras formas do Estado surgiram quando se tornou possível
sério no início do século XV, quando o termo "estado" também adquiriu o para centralizar o poder em uma forma duradoura. A agricultura e
seu atual significado. Assim, o termo é frequentemente utilizado em sentido a escrita são quase sempre associados a este processo. O processo
estrito para se referir apenas aos modernos sistemas políticos. agrícola também permitiu a produção e armazenamento de um excedente.
Este, por sua vez, permitido e incentivado o surgimento de uma classe de
Em uso casual, os termos "país", "nação", e "estado" são muitas vezes pessoas que controlado e protegido os armazéns agrícolas e, portanto, não
usados como se fossem sinônimos, mas num sentido mais estrito uso, as tem que gastar a maior parte do seu tempo, que prevê a sua própria
que podem ser distinguidas: subsistência. Além disso, a escrita (ou o equivalente, como
Nação denota um povo que acredita-se que a partilha ou considerados os Quipus incas), pois possibilitou a centralização de informações vitais.
aduaneira comum, origens e história. No entanto, os Alguns filósofos acreditam que a origem do Estado reside, em última
adjetivos nacional e internacionaltambém se referem a questões instância, a cultura tribal que desenvolveu com sensibilidade humana, o
relacionadas ao que são estritamente Estados, como na capital nacional, o modelo para o qual foi concedido o alegado "macho alfa" primata das
direito internacional. microsociedades dos nossos antepassados, que eram baseadas na
Estado refere-se ao conjunto de instituições que regulam e de apoio coacção dos fracos pelo forte. No entanto, antropólogos salientam que
que têm soberania ao longo de um território definido e população. sobrevivente tribo nivelada e as sociedades são notáveis pela sua falta de
autoridade centralizada, e que altamente estratificadas sociedades - ou
Teorias contratualistas
seja, os Estados - constituem um relativamente recente ruptura com o curso
As teorias contratualistas de Hobbes e Locke explicitam em comum a da história humana.
interpretação individualista, dado o contrato ser um ato firmado entre
O Estado na antiguidade clássica
indivíduos conscientes e deliberados que abrem mão em parte ou em todo
de seu arbítrio para que outrem o exerça. Esse é o exercício estatal, ao A história do Estado no Ocidente geralmente começa com Antiguidade
prescrever condutas que devem ser observadas e seguidas de forma clássica. Durante esse período, o estado teve uma variedade de formas,
heterônoma e externa pelos indivíduos sob a sua tutela. nenhum deles parece muito com o moderno Estado. Houve monarquias
cujo poder (tal como o do Egito dos Faraós) foi baseado na função religiosa
do rei e do seu controle de um exército centralizado. Houve também

Administração Pública 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
grande, quase burocratizados impérios, como o Império Romano, que correspondência entre o Estado e nação, e daí o papel ativo que muitas
dependia menos da função religiosa e mais centralizada sobre militares e vezes tomadas pelo Estado para promover o nacionalismoatravés da
organizações legais e de uma coesão da nobreza. ênfase na partilha de símbolos e identidade nacional.
Também vieram na Antiguidade Clássica inovações como na cidade- É neste período que o termo "Estado" é primeiramente introduzido no
estados e a República Romana. A Grécia Antiga durante o século IV antes discurso político, em mais ou menos o seu significado actual.
de Cristo concedeucidadania à população livre, e em Atenas esses direitos Embora Nicolau Maquiavel seja muitas vezes creditado com a primeira
foram combinadas com uma democrática forma de governo embrionária. utilização do termo para se referir a um governo soberano territorial
moderno no sentido em O Príncipe, publicado em 1532, ainda não é no
Em contrapartida, Roma desenvolveu logo após o fim da monarquia e a
período que os filósofos ingleses Thomas Hobbes e John Locke e do
posterior república, que era regida por um Senado e dominado
filósofo francês Jean Bodin que o conceito na sua acepção corrente está
pela aristocracia romana. O sistema político romano contribuiu para o
totalmente desenvolvido.
desenvolvimento das leis e para a distinção entre a esfera privada e
a pública. Hoje alguns consideram que a maioria dos estados ocidentais mais ou
menos apto a influente definição do Estado de Max Weber. Segundo
A partir do Estado feudal para o Estado moderno no Ocidente
Weber, o Estado moderno monopoliza os meios de legítima violência física,
A história do desenvolvimento do Estado moderno especificamente no ao longo de um território bem definido. Além disso, a legitimidade deste
Ocidente normalmente começa com a dissolução do Império Romano. Isto monopólio em si é de um tipo muito especial, a "autoridade racional-legal"
levou à fragmentação do estado imperial para mãos de privados e os com base em regras impessoais que restringe o poder do Estado nas elites.
chamados feudos descentralizados cujo papel político, jurídico e militar
No entanto, em algumas outras partes do mundo os termos de Weber
corresponde à organização da produção econômica. Nestas condições, de
não se encaixam bem como da definição. Eles podem não ter um completo
acordo com os marxistas, a unidade econômica da sociedade correspondia
monopólio sobre os meios legítimos de violência física, ao longo de um
exatamente à situação a nível local.
território definido, nem a sua legitimidade não pode ser adequadamente
O sistema feudal foi implantado de forma instável, dos suseranos descrito como racional-legal. Mas eles ainda são reconhecidamente distinta
aos reis ungidos. Um monarca, formalmente, o chefe de uma hierarquia de da Estados feudais e absolutistas no âmbito das suas burocratizações e a
soberanos, mas não era um poder absoluto que poderia legislar à vontade; sua dependência em relação a nacionalismo como um princípio de
ora, as relações entre senhores e monarcas eram mediados por diversos legitimação.
graus de dependência mútua, que foi assegurada pela ausência de um
Desde o surgimento do conceito de Weber, uma extensa literatura
sistema centralizado tributado. Esta realidade assegurou que cada
sobre os processos pelos quais o "Estado moderno" surgiu a partir do
governante necessárias para obter o "consentimento" de cada um no reino.
estado feudal foi gerada. Acadêmicos marxistas, por exemplo, afirmam que
Este não era um 'Estado' no sentido weberiano do termo, uma vez que o rei
a formação dos Estados modernos pode ser explicado, principalmente, em
não quer monopolizar o poder de legislar (que era compartilhado com a
função dos interesses e lutas de classes sociais.
igreja) ou os meios de violência (que foram partilhada com os nobres).
Acadêmicos que trabalham na ampla tradição weberiana, pelo
A formalização das lutas sobre a taxação entre o monarca e outros
contrário, muitas vezes enfatizam a construção de instituições em efeitos
elementos da sociedade (especialmente a nobreza e as cidades) deram
da guerra. Por exemplo,Charles Tilly, defendeu que as receitas de coleta de
origem ao que agora é chamado de Standestaat, caracterizada
imperativos forçada sobre nascentes estados pela concorrência geopolítica
pelos parlamentos em que grupos sociais fundamentais negociam com o rei
e constante guerra foram principalmente os responsáveis pelo
sobre questões jurídicas e econômicas. Estes Estados do reino por vezes
desenvolvimento do poder territorial centralizado, assim como as
evoluído no sentido de uma verdadeira parlamentos, mas às vezes perdido
burocracias que caracterizam "Estados modernos" na Europa. Estados que
em suas lutas com o monarca, o que conduz a uma maior centralização de
foram capazes de desenvolver burocracia de recolha fiscal centralizada e
legislar de forma coercitiva (principalmente militar)com o poder em suas
exércitos camponeses de massa sobreviveram na era moderna.
mãos. A partir do século XV, este processo deu origem ao Estado
Absolutista . O Estado e a sociedade civil
O Estado Moderno O Estado moderno é um tanto distinto e ligado à sociedade civil. A
natureza dessa ligação têm sido objeto de uma atenção considerável em
A ascensão do "Estado moderno", como um poder público que
ambas as análises de estado e desenvolvimento das teorias do Estado.
constituem a suprema autoridade política dentro de um território definido
Pensadores clássicos, tais como Thomas Hobbes, Jean Jacques
dentro da Europa Ocidental está associado a gradual desenvolvimento
Rousseau, Immanuel Kant enfatizaram a identidade do Estado e
institucional que começa no final do século XV, culminando com a
da sociedade, enquanto pensadores modernos, pelo contrário, começando
ascensão do absolutismo e do capitalismo.
com Hegel e Alexis de Tocqueville, enfatizando as relações entre eles
Com a Europa do Inglaterra sob os Tudors, Espanha com como entidades independentes. Após Karl Marx, Jurgen Habermas, tem
os Habsburgos, e França com Bourbons, embarcou em uma variedade de argumentado que a sociedade civil pode formar uma base econômica para
programas destinados a aumentar o controle político e econômico um esfera pública, como uma posição política no domínio
centralizado, cada vez mais expostas muitas das características da superestrutura extra-institucional de envolvimento com os assuntos
institucionais que caracterizam o "Estado moderno". Essa centralização do públicos a fim de tentar influenciar o Estado e ainda necessariamente
poder político envolveu a delimitação das fronteiras, como monarcas relacionados com ele.
europeus gradualmente derrotados ou co-optado outras linhas de poder,
Alguns teóricos marxistas, tais como Antonio Gramsci, têm questionado
tais como a Igreja Católica e a nobreza. Em lugar do sistema fragmentado
a distinção entre o Estado e a sociedade civil em conjunto, argumentando
das leis feudais, com muitas vezes reivindicações territoriais, grandes
que o primeiro é integrado em muitas partes do último. Outros, como Louis
territórios definitivos emergiram. Este processo deu origem à alta
Althusser, sustentam que as organizações civis, como a Igreja, escolas, e
centralização e cada vez mais formas burocráticas de leis absolutistas do
mesmo sindicatos são parte de umaparato estatal ideológico. Neste
séculos XVII e XVIII, quando as principais características do sistema estatal
sentido, o Estado pode financiar uma série de grupos dentro da sociedade
contemporânea tomou forma, incluindo a introdução de um exército
que, embora autônomo em princípio, estão dependentes do apoio estatal.
permanente, uma sistema de tributação central,
relações diplomáticas permanentes com as embaixadas, bem como o Dado o papel que muitos grupos sociais têm no desenvolvimento de
desenvolvimento da política econômica do Estado mercantilista. políticas públicas e as extensas ligações entre burocracias estatais e outras
instituições, tornou-se cada vez mais difícil identificar os limites do
Homogeneização cultural e nacional têm figurado proeminentemente
estado. Privatização, nacionalização, e a criação de novos
na origem do Estado moderno. Desde o período absolutista, os estados
regulamentações de órgãos também alteram as fronteiras do Estado em
têm sido largamente organizadas em um nação como base. O conceito de
relação à sociedade. Muitas vezes, a natureza de organizações quase
um Estado nacional, no entanto, não é sinônimo de Estado-nação. Mesmo
autônomas e é claro, de forma a gerar debate entre os cientistas políticos
na maioria dos etnias aliadas e das sociedades nem sempre têm uma
sobre se eles são parte do Estado ou da sociedade civil. Alguns cientistas

Administração Pública 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
políticos, assim, preferem falar de política e redes descentralizadas de apenas como Estados de jure em que uma organização é reconhecida
governo nas sociedades modernas, em vez de burocracias de Estado e como tendo soberania e ser o governo legítimo de um território sobre o qual
direta o controle estatal sobre política. eles não têm controle real. Muitos países da Europa continental tem
mantido governo no exílio durante a Segunda Guerra Mundial, que
Periodicamente entre o Estado e os setores não-estatais (como os
continuou a gozar de relações diplomáticas com os Aliados, apesar de sua
partidos políticos). Whaites argumentou que em países em
países estavam sob ocupação nazista.
desenvolvimento, existem perigos inerentes à promoção da sociedade civil
forte onde os estados são fracas, os riscos que devem ser considerados e Outros estados podem ter soberania sobre um território, mas como
atenuado por aqueles financiamento da sociedade civil ou defendendo o falta de reconhecimento internacional, são de facto apenas os
seu papel como uma fonte alternativa de prestação de serviços. Estados. Somalilândia é geralmente considerado como tal estado. Além
disso, a República da China, que deixou de ser reconhecida pelas Nações
O Estado e o sistema internacional
Unidas desde 25 de outubro de 1971, mas ainda mantém relações com um
Desde fim do século XIX são a totalidade do mundo habitável foi número de Estados.
parcelado em estados com mais ou menos definidas fronteiras reivindicada
Abordagens contemporâneas para o estudo do Estado
por vários estados. Anteriormente, bastante grande quantidade de terras
tinham sido quer não reclamados ou desabitadas, ou habitadas Existem três principais tradições dentro de ciência
por nômades, povos que não foram organizados como estados. Atualmente política e sociologia de que forma "teorias do Estado": o Pluralismo,
mais de 200 Estados compõem a comunidade internacional, com a grande os marxistas, e os institucionalistas. Além disso, os anarquistas estão
maioria deles representados na Nações Unidas. presentes, de forma similar, mas com alguns pontos diferentes a de um
marxista.
Esses países formam as teóricas relações internacionais chamadas de
sistema, onde cada estado tem em conta o comportamento de outros Cada uma dessas teorias tem sido empregado para obter
estados quando se fazem os seus próprios cálculos. Deste ponto de vista, conhecimento sobre o Estado, embora reconhecendo a sua complexidade.
afirma embutido em um sistema internacional face a segurança interna e Várias questões subjacentes a esta complexidade. Em primeiro lugar, os
externa e legitimação de dilemas. Recentemente, a noção de uma limites do setor estatal não estão claramente definidos, mas eles mudam
"comunidade internacional" foi desenvolvida para se referir a um grupo de constantemente. Em segundo lugar, o estado não é apenas o local de
Estados que estabeleceram wiktionary: regra, processos, einstituições para conflito entre as diferentes organizações, mas também conflitos internos e
a realização de suas relações. Desta forma, a fundação tem sido os conflitos dentro das organizações. Alguns estudiosos falam do "interesse
estabelecidas pelo direito internacional, a diplomacia, os regimes e do Estado", mas muitas vezes existem vários interesses em diferentes
organizações. partes do Estado que não são nem exclusivamente centradas, mas se
desenvolvem entre os diferentes grupos da sociedade civil e os diferentes
Supranacionalismo
atores estatais.
No final do século XX, a globalização do mundo, a mobilidade de
Pluralismo
pessoas e de capital, e com o aumento de muitas instituições
internacionais, todos combinados para circunscrever a liberdade de ação O pluralismo tem sido muito popular nos Estados Unidos. Na realidade,
dos estados. Estas restrições sobre o estado da liberdade de ação são poderia ser visto como a visão dominante da política naquele país.
acompanhados, em alguns domínios, nomeadamente daEuropa Ocidental,
Dentro desta tradição, Robert Dahl vê o estado quer como: (1) uma
com projetos de integração interestatal como a União Europeia. No entanto,
arena neutra para a resolução de litígios entre grupos de interesses ou (2)
o Estado continua a ser a base da unidade política do mundo, como tem
um conjunto de agências que eles agem como simplesmente um outro
sido desde o século XVI. O estado é considerado o maior conceito central
conjunto de grupos de interesse. Com poder difundido em toda a
no estudo da política, e sua definição é objeto de intenso debate
sociedade, entre muitos grupos concorrentes, política estatal é um produto
acadêmico.
da recorrente negociação. Embora reconheça a existência de
Afinal, mesmo com a globalização, o Estado mantém três aspectos desigualdade, o pluralismo afirma que todos os grupos tenham uma
muito peculiares e importantes: oportunidade para pressionar o Estado. A abordagem pluralista sugere que
o Estado democrático modernos ações são o resultado de pressões
Só um Estado pode estabelecer o arcabouço legal a viger dentro de
aplicadas por uma variedade de interesses organizados. Dahl chama este
seu território, para os que nele vivem e fazem negócios;
tipo de um estado poliarca.
O Estado assegura uma identidade única (especialmente quando suas
Em alguns aspectos, o desenvolvimento da escola pluralista é uma
fronteiras coincidem com as da nação);
resposta à teoria do "poder da elite" apresentada em 1956 pelo
O Estado mantém o monopólio do poder coercitivo (reprimindo sociólogo C. Wright Mills sobre osEUA, fomentados pela pesquisa e pelo G.
o crime na esfera interna e garantindo a segurança na esfera externa). William Domhoff, entre outros. Nessa teoria, os mais poderosos elementos
O Estado e o Direito Internacional da política, militar, económico e de partes da sociedade dos EUA estão
unidos no topo do sistema político, agindo para servir os seus interesses
Até a declaração da teoria do Estado de relações internacionais, uma comuns. As "massas" ficaram de fora do processo político. No contexto,
soberania do Estado está condicionada à reconhecimento diplomático do poderia dizer-se que Mills viu a elite estadunidense em parte como sendo
estado da reivindicação de independência. Graus de reconhecimento e de muito semelhante à do União Soviética e, em seguida, os principais rivais
soberania podem variar. No entanto, qualquer grau de reconhecimento, até da geopolítica americana. Uma resposta foi o sociólogo Arnold M. Rose e a
mesmo o reconhecimento, por uma maioria dos Estados no sistema publicação do The Power Structure: Political Process in American
internacional, não é vinculativa para os Estados de terceiros. Society em 1967. Ele alegou que a distribuição do poder na era mais
Os critérios legais para a independência não são óbvias. os EUA era difusa e pluralista na natureza.
Frequentemente, as leis são ultrapassadas pelas circunstâncias políticas. A importância das eleições democráticas dos dirigentes políticos nos
No entanto, um dos documentos frequentemente citado na matéria é E.U.A. (e não à União Soviética) fornece evidência em favor da perspectiva
a Convenção de Montevidéu a partir de 1933, o primeiro artigo de que pluralista para aquele país. Podemos ver que a elite tem poder para
dispõe: conciliar teoria com o pluralismo, em termos de Joseph Schumpeter e a
O estado como uma pessoa de direito internacional, devem possuir as teoria da democracia. Para ele, "democracia" está envolvida com as
seguintes qualificações: (1) uma população permanente, (b) um território massas(não-elite), escolhendo a elite que teria o poder.
definido, (c) governo, e (d) a capacidade de entrar em relações com os A ausência de eleições democráticas, não exclui o pluralismo, no
outros estados. entanto. A antiga União Soviética é muitas vezes descrita como sendo
Estados de fato e de jure governado por uma elite, que decorreu sociedade através de
uma burocracia, que uniu o Partido Comunista da União Soviética, as
A maioria dos estados são estados soberanos de jure e de facto(ou forças armadas, e Gosplan, e o planejamento econômico. No entanto,
seja, existem tanto na lei e na realidade). No entanto, por vezes, existem

Administração Pública 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
acima de regra burocrática nunca é perfeito. Isto significava que, em certa Estado da actividade. Fortemente influenciada pelo filósofo francês Louis
medida, reflexo de um pluralista soviética políticas de concorrência grupos Althusser, Nicos Poulantzas, um grego teórico neo-marxista, argumentou
de interesse dentro do Partido, os militares, e Gosplan, incluindo gestores que os Estados capitalistas, nem sempre agem em nome da classe
da fábrica. dominante, e quando o fazem, não é necessariamente o caso, uma vez
indicar funcionários conscientemente tentar encontrá-lo, mas porque
Marxismo
a estrutural posição do Estado é configurado de forma a assegurar que os
Teorias marxistas do Estado eram relativamente influentes na Europa interesses do capital são sempre dominante.
continental em 1960 e 1970. Mas é difícil resumir a teoria desenvolvida
A principal contribuição de Poulantzas para a literatura marxista sobre
por Karl Marx eFriedrich Engels. Afinal, o esforço por Hal Draper para
o Estado era o conceito de autonomia relativa do Estado: políticas estatais
destilar seu pensamento político, na sua Karl Marx's Theory of
não correspondem exactamente ao coletivo ou a longo prazo os interesses
Revolution(Monthly Review Press) teve vários volumes de espessura. Mas
da classe capitalista, mas ajudar a manter e preservar capitalismo no longo
muitos têm tentado.
curso. O "poder da elite", se existir alguma, podem agir de formas que vão
Para os teóricos marxistas, o papel dos Estados modernos é contra a vontade dos capitalistas. Enquanto Poulantzas em trabalho sobre
determinado ou relacionadas ao seu papel nas sociedades capitalistas. autonomia estatal »tem servido para afinar e especificar uma grande
Eles concordam com Weber sobre o papel crucial na definição de coerção quantidade de literatura marxista sobre o estado, o seu próprio quadro veio
do Estado. (Na verdade, Weber inicia a sua análise com uma citação sob crítica para o seu "funcionalismo estrutural".
de Leon Trotski, um líder bolchevique.) Mas marxistas rejeitam as
Mas este tipo de crítica pode ser respondida por considerar o que
ideias liberais que consideram que o Estado é uma instituição estabelecida
acontece se gestores estatais não trabalham para favorecer o
no interesse colectivo dos sociedade como um todo (talvez por um contrato
funcionamento do capitalismo como uma sociedade de classes. Eles
social) para conciliar interesses em nome do bem comum. Contrariamente
acham que a economia são punidos por uma greve ou fuga de capital, e
à visão pluralista, o Estado não é uma mera "arena neutra para a resolução
incentivar maior desemprego, uma diminuição das receitas fiscais, e os
de litígios entre alegando interesses", porque pende fortemente para apoiar
problemas financeiros internacionais. A diminuição das receitas fiscais torna
um interesse grupo (os capitalistas) sozinho. Nem o Estado costuma agir
ainda mais necessária para a contracção de empréstimos da burguesia.
como um mero "recolha de agências que eles agem como simplesmente
Devido a este último cobrará taxas de juro elevadas(especialmente para um
um outro conjunto de grupos de interesse", novamente por causa do estado
governo visto como hostil), o estado financeiro pode aprofundar problemas.
do viés sistemático para servir interesses capitalistas.
Tais eventos podem ser vistos no Chile, em 1973, em Salvador Allende e o
Em contraste com a opinião liberal ou pluralista, o economista governo de Unidad Popular. Adicionado ao relativamente "automático"
americano Paul Sweezy e outros pensadores marxista têm apontado que a funcionamento da economia (sob o estímulo de empresas com fins
principal tarefa do Estado capitalista é a de proteger direitos de propriedade lucrativos), são as maneiras pelas quais um governo anticapitalista provoca
sobre o meios de produção. No primeiro momento, isso parece pouco conspirações antigovernamentais, incluindo os do Central Intelligence
controversos. Afinal, muitos economia e política didáticos referem-se ao Agency e das forças políticas locais, como realmente aconteceu em 1973.
estado do papel crucial na defesa dos direitos de propriedade e de fazer
A menos que eles realmente estão prontos para mobilizar a população
cumprir contratos. Mas os capitalistas próprios uma parte dos meios de
trabalhadora para revolucionar a sociedade e movimentar algo além do
produção que está muito fora de proporção com os capitalistas "papel em
capitalismo, os gestores irão praticar políticas anticapitalistas. Em qualquer
relação à população total. Mais importante ainda, na teoria marxista, da
caso, eles provavelmente nunca irão longe, porque a sua aceitação
propriedade dos meios de produção que dá poder sobre a minoria social
da ideologia dominante é incentivada pelo actual sistema educativo.
aqueles que não possuem os meios de produção (os trabalhadores).
Devido a esse poder, ou seja, o poder de explorar e dominar, a classe Apesar dos debates entre os teóricos marxistas do Estado, há também
operária, o estado da defesa deles não é nada, mas o uso da coerção para muitos acordos. É possível que tanto "instrumentalmente" e
defender capitalismo como um classe social. Em vez de servir os interesses "estruturalmente" pode-se encorajar a unidade política dos gestores
da sociedade como um todo, nesta perspectiva o Estado serve aqueles de estatais com a classe capitalista. Ou seja, tanto a influência pessoal dos
uma pequena minoria da população. capitalistas e dos condicionalismos sociais em atividades estatais
desempenham um papel.
Entre os marxistas, tal como acontece com outros temas, há muitos
debates sobre a natureza eo papel do Estado capitalista. Uma divisão é Evidentemente, não importa o quão forte esta ligação, o ditado de
entre os "instrumentistas" e as "estruturalistas". Marx-Engels que "O poder executivo do Estado moderno não é senão um
comitê para gerir os assuntos comuns de toda a burguesia" não quer dizer
No primeiro, alguns marxistas contemporâneos aplicar uma
que o executivo irá sempre fazer um bom trabalho, nessa gestão.
interpretação literal do comentário por Marx e Frederich Engels em O
(Poulantzas Como referiu, o Estado mantém um certo grau de autonomia.)
Manifesto Comunista que "O poder executivo do Estado moderno não é
Em primeiro lugar, há o problema de conciliar os interesses particulares de
senão um comitê para gerir os assuntos comuns da toda burguesia ". Nesta
cada uma das organizações capitalistas uns com os outros. Por exemplo,
tradição, Ralph Miliband argumentou que a classe dominante usa o Estado
diferentes partes da mídia podem discordar sobre a natureza das
como seu instrumento para dominar a sociedade em uma maneira simples.
necessárias regulamentações governamentais. Além disso, sempre é claro
Para Miliband, o Estado é dominado por uma elite que provém do mesmo
o que a longo prazo da classe interesses capitalistas são, para além da
pano de fundo da classe capitalista e, portanto, partilha muitos dos mesmos
simples defesa dos direitos à propriedade capitalista. Pode ser impossível
objetivos. Membros funcionários partilham os mesmos interesses, portanto,
descobrir interesses de classe até depois do fato, ou seja, depois de uma
como os proprietários do capital e estão ligados a eles através de um vasto
política foi implementada. Terceiro, gestores podem utilizar os seus poderes
conjunto de laços interpessoais e político. Em muitas maneiras, essa teoria
administrativos para servir os seus próprios interesses e até mesmo para
pode ser semelhante à teoria do "poder da elite" de C. Wright Mills.
facilitar a sua entrada para a classe capitalista.
A pesquisa é específica para o Reino Unido, onde o sistema de classes
Por último, a pressão de trabalho de organizações de classe
tem sido, tradicionalmente, fortemente integrada no sistema educativo
(sindicatos, partidos social-democrata, etc) ou de outras forças não-
(Eton, OXBRIDGE, etc) e redes sociais. No Estados Unidos, o sistema
capitalista (ambientalistas, etc) podem aumentar o estado de habitual da
educativo e das redes sociais são mais heterogêneos e parecem ter
"linha" do capitalismo exactamente. No final, estes problemas implicam que
pequenos grupos dominantes a muitos. Mas uma relação social entre os
o Estado vai ter sempre um certo grau de autonomia a partir obedecendo
gestores estatais e da classe capitalista pode ser visto na dependência dos
exatamente a vontade das classes capitalistas.
principais partidos políticos e as suas contribuições de campanha sobre os
ricos, sobre a aprovação da mídia capitalista de propriedade, em conselhos Nesta perspectiva, a teoria marxista do Estado na verdade não
de empresas, e coisas do gênero. contradiz a pluralista visão do Estado como uma arena para a contenção de
muitos grupos de interesse, incluindo os que se baseiam no próprio Estado.
Na segunda visão, outros teóricos marxistas argumentam que o exato
Pelo contrário, a proposta marxista seria a multi-facetada concorrência e os
nomes, biografias, e os papéis sociais das pessoas que controlam o estado
seus resultados são fortemente distorcidos no sentido de reprodução do
são irrelevantes. Em vez disso, eles ressaltam a estruturais do papel do
sistema capitalista ao longo do tempo.

Administração Pública 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Deve-se ressaltar que todas as teorias marxistas do Estado discutido "instrumento" ou um "espaço" e não "função" no interesse de uma única
acima referem-se apenas ao Estado normal capitalista de tempos em classe. Académicos que trabalham com esta abordagem salientam a
tempos(sem guerra civil e similares). Durante um período de crise importância de interposição entre a sociedade civil da economia e do
econômica e social, a absoluta necessidade de manter a ordem pode Estado para explicar a variação nas formas do Estado.
aumentar o poder dos militares - e objetivos militares - em assuntos
As obras dos "novos institucionalistas" sobre o Estado, como as obras
governamentais, por vezes, mesmo que conduz à violação dos direitos à
de Theda Skocpol, sugerem que os agentes estatais são um importante
propriedade capitalista.
grau de autonomia. Em outras palavras, tem estado pessoal dos seus
Em um sistema não-capitalista, como feudalismo, historiadores próprios interesses, e que eles podem fazer exercício independente (por
marxistas disseram que o Estado não existe realmente no sentido de hoje vezes em conflito com) dos agentes na sociedade. Uma vez que o Estado
(através da definição de Weber). Isto é, o Estado central não monopoliza controla os meios de coerção, e dada a dependência de muitos grupos da
vigor em uma área geográfica específica. O rei tipicamente feudal tinha que sociedade civil do Estado para a realização de objetivos que podem cair,
depender do poder militar. Isto significava que o país era mais do que uma em certa medida o Estado pode impor suas próprias preferências sobre a
aliança de um todo unificado. Além disso, a diferença entre o Estado sociedade civil.
e sociedade civil foi fraca: os senhores feudais não eram simplesmente
Muitos desta corrente, alegando fidelidade a Weber, frequentemente
envolvidos na atividade da "economia" (produção, venda, etc), mas também
utilizam a distinção entre os "Estados fortes" e "Estados fracos", alegando
na atividade política: eles usaram da força contra os seus servos (para
que o grau de "autonomia relativa" do Estado a partir de pressões da
extrair rendas), enquanto atuando como juiz, júri e polícia.
sociedade determina o poder do Estado, um posição que tem encontrado
Obter mais além do capitalismo, teoria marxista afirma que, uma vez em favor do domínio de política econômica internacional.
que o Estado é fundamental para proteger desigualdade das classes, ele
Teorias de legitimação do Estado
irá se afastar logo que as classes e a desigualdade de poder é abolida. Na
prática, nenhuma auto-denominado líder marxista ou governo já fez Somando a coerção, os Estados geralmente reivindicam alguma forma
tentativas de avançar para uma sociedade sem um Estado. de legitimar seu poder político de forma a manter domínio sobre os
indíviduos.
Anarquismo
Direito divino dos reis
Os anarquistas convergem em muitas partes das proposições
marxistas sobre o estado. Mas, em contrapartida, anarquistas argumentam A ascensão do sistema do Estado moderno estava relacionado a
que um país de interesses colectivos pode ser servido sem ter uma mudanças nos pensamentos políticos, especialmente no que concerne a
organização centralizada. A manutenção da ordem e da lei não exige que forma de compreender as mudanças de legitimar a mudança estatal.
haja um setor da sociedade que monopoliza o uso legítimo da força. É Defensores do Estado tradicionais como Thomas Hobbes e Jean
possível para a sociedade a prosperar sem um Estado, mesmo sem um Bodin seguiram as linhas do direito divino dos reis para explicar as
longo período de aulas "a desaparecer." Na realidade, anarquistas vêem o mudanças.
estado como um parasita que pode e deve ser abolida. Esta doutrina, com antecedentes no cesaropapismo bizantino, que foi
Assim, se opõem ao Estado como uma questão de princípio ou desenvolvida no ancien régime francês e no protestantismo inglês, baseou-
preferência e rejeitam a perspectiva marxista de que pode ser necessária se na crença de que o monarca tem o direito de reinar por vontade
temporariamente, como parte de uma transição para de Deus, e não devido à vontade de seus súditos,
a socialismo ou comunismo. Eles propõem diferentes estratégias para a parlamento, aristocracia ou qualquer outra autoridade. Esta doutrina dizia
eliminação do Estado. Existe uma dicotomia de opiniões quanto à sua que qualquer tentativa de depor o monarca ou restringir seus poderes seria
substituição. Anarco-capitalistas vislumbram um livre mercado guiada contrária à vontade de Deus.
pela mão invisível oferecendo valiosas críticas ou funções tradicionalmente Estado Natural
prestados por a substituir o Estado, outros anarquistas
(como Bakunin e Kropotkin no século XIX) tendem a colocar menos ênfase Antecessor à constituição da sociedade civil. Todos os autores
nos mercados, para discutir uma forma de socialismo sem o estado. Tais contratualistas admitem, de certa forma, um "estado de natureza". Alguns
socialismo exigiria auto-gestão do trabalhador dos meios de produção e da dos autores contratualistas, apesar de descreverem um "estado de
federação de organizações de trabalhadores comunas que irá então natureza", admitem que ele possa nunca ter vindo a existir, mas que era
federado em unidades maiores. preciso fazer essa construção para entender a formação da sociedade civil.
Anarquistas consideram o Estado a ser a institucionalização da É a ausência de sociedade. O que difere a sociedade humana das
dominação e de privilégio. Segundo os principais teóricos, o Estado surgiu sociedades formadas por outras criaturas é a necessidade de regras para
para ratificar e aprofundar o domínio dos vencedores da história. Ao que haja organização dos interesses. A cultura faz com que o homem se
contrário, marxistas, anarquistas acreditam que o Estado, enquanto que emancipe dos outros animais. O ser humano, sendo dotado de razão torna-
refletem os interesses sociais, não é um mero comitê executivo da classe se livre.
dominante. Em si mesmo, sem regra de classe, é uma posição de poder Para Thomas Hobbes, por exemplo, o "estado de natureza" é qualquer
sobre toda a sociedade que pode dominar e explorar a sociedade. situação onde não há um governo que estabeleça a ordem.
Teóricamente, muitos frações da classe dominante e mesmo as classes
oprimidas esforçam para controlar o Estado, formando diferentes e alianças Contrato Social
sempre em mutação. Eles também rejeitam a necessidade de um estado No âmbito do Estado, seria um acordo entre os membros da
para servir à necessidades do povo coletivamente. Assim, eles não só sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de
rejeitam a actual situação, mas como a ideia marxista da ditadura do um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.
proletariado). Em vez disso, eles vêem o estado como uma força
inerentemente opressivo que tira a capacidade das pessoas para tomar O ponto inicial da maior parte dessas teorias é o exame da condição
decisões sobre as coisas que afetam suas vidas. humana na ausência de qualquer ordem social estruturada, normalmente
chamada de "estado de natureza". Nesse estado, as ações dos indivíduos
Institucionalismo estariam limitadas apenas por seu poder e sua consciência. Desse ponto
Ambas as abordagens marxista e pluralista ver o estado como reagir às em comum, os proponentes das teorias do contrato social tentam explicar,
atividades de grupos dentro da sociedade, tais como classes ou grupos de cada um a seu modo, como foi do interesse racional do indivíduo abdicar
interesse. Neste sentido, têm ambos estão sob críticas por sua da liberdade que possuiria no estado de natureza para obter os benefícios
compreensão do estado por estudiosos que enfatizam a autonomia do da ordem política.
Estado no que diz respeito às forças sociais. Difundiram-se entre os séculos XVI e XVIII como forma de explicar ou
Em particular, os "novos institucionalistas", dão uma abordagem à postular a origem legítima dos governos e, portanto, das obrigações
política que detém esse comportamento é fundamentalmente moldadas políticas dos governados ou súditos. Thomas Hobbes (1651), John
pelas instituições em que se insere, afirmam que o Estado não é um

Administração Pública 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Locke (1689) e Jean-Jacques Rousseau (1762) são os mais famosos Absoluto. Para Jean-Jacques Rousseau, fundador da
filósofos do contratualismo. concepção democrática da sociedade civil também nasce através de um
contrato social, no qual os homens não podem renunciar
Autoridade legal-racional
aos princípios da liberdade e igualdade. Para Rousseau, o contrato
Max Weber identificou três principais fontes de legitimidade política em constitui somente a sociedade. Ao povo pertence a soberania. Ele ressalta
suas obras. A legitimidade, em primeiro lugar com base em motivos que não há liberdade onde não existe igualdade, vê no surgimento
tradicionais é derivado de uma crença de que as coisas deveriam ser como da propriedade a origem de todos os males da humanidade.
foram no passado, e que aqueles que defendem essas tradições têm
O Estado Absolutista
um direito legítimo ao poder. A legitimidade, por outro baseado em
liderança carismática é a devoção a um líder ou grupo que é visto como O absolutismo é a primeira forma de Estado moderno. A formação dos
excepcional heróico ou virtuoso. O terceiro é a autoridade racional-legal, no Estados absolutistas não teve o mesmo percurso em todos os países
qual a legitimidade é derivada da crença de que um determinado grupo europeus, e nem ocorreu de forma tranquila. Fortes conflitos entre países,
tenha sido colocado no poder de forma legal, e que seus atos são entre burguesia e aristocracia, entre católicos e protestantes,
justificáveis de acordo com um código específico de leis escritas. Weber entre camponeses e senhores e entre Estado e sociedade civil marcaram a
acreditava que o Estado moderno se caracteriza, principalmente, apelando constituição do mundo capitalista. Mas em pouco tempo quase toda
para a autoridade racional-legal. a Europa era absolutista, a França é apontada como a nação que vivenciou
em sua forma mais plena.
Estado moderno
O Estado Liberal
O Estado Moderno nasceu na segunda metade do século XV, a partir
do desenvolvimento do capitalismo mercantil nos países como O Estado Liberal apresenta-se como desdobramento lógico da
a França, Inglaterra e Espanha, e mais tarde na Itália. Foi na Itália que separação entre o publico e o privado ou pessoal. A revolução da burguesia
surgiu o primeiro teórico a refletir sobre a formação dos Estados transformou radicalmente a sociedade feudal na Europa, exigindo uma
Modernos, Nicolau Maquiavel, que no início de 1500 falou que os Estados nova forma de Estado, que rompeu com a
Modernos fundam-se na força. Entre as características do Estado Moderno ordem hierárquica das corporações, dos laços sanguíneos e
estão: dos privilégios e criou uma estrutura de poder político capaz de manter e
ampliar suas conquistas. Em 1787 foi aprovada a primeira constituição
Soberania do Estado: o qual não permite que sua autoridade dependa
liberal, que tinha como princípios à liberdade, a igualdade e a fraternidade,
de nenhuma outra autoridade
lema da Revolução Francesa de 1789.
Distinção entre Estado e sociedade civil: evidencia-se com a ascensão
O Liberalismo Econômico
da burguesia, no século XVII
Ser burguês liberal no século XVIII significava recusar
A partir de duas formas o Estado Moderno pode ser visto
qualquer intervencionismo estatal na economia. Adam Smith, o pai
Enfoque Liberal: constitui-se numa interpretação feita pela burguesia do liberalismo econômico, afirma existir umalógica interna,
nos diferentes momentos do desenvolvimento do capitalismo. Esse enfoque uma razão própria, na produção das mercadorias. Haveria um ordenamento
nos mostra que o Estado objetiva a realização do bem comum e de que é perfeito, quase natural, no funcionamento das atividades econômicas. A
neutro. Sendo uma instituição política que, por estar acima dos interesses intervenção de qualquer elemento externo seria, portanto, dispensável.
das classes sociais, é responsável pelo aperfeiçoamento do corpo social no Uma mercadoria só seria produzida se existisse necessidade para o seu
seu conjunto. consumo, ou seja, o consumidor é a peça – chave.
Enfoque Marxista: fundamenta-se na existência de uma sociedade de O Liberalismo Político
classe onde os interesses são antagônicos, o que inviabiliza a realização
A teoria liberal do Estado fundamentava-se na competição de uma
do bem comum e a neutralização do Estado. Segundo esse enfoque, o
sociedade dividida, portanto, estimulava as partes a não se submeterem ao
Estado é uma instituição política controlada por uma classe social
todo, cada um cuidava da sua vida, mas a administra-lo em condições de
dominante, e que representa, o predomínio dos interesses dessa classe
igualdade. Para que não ficasse apenas uma pessoa mandando em tudo,
sobre o conjunto da sociedade, embora estes se apresentem como
se criou uma divisão de poderes, oExecutivo, o Legislativo e o Judiciário. A
interesses universais, de toda sociedade. Esse enfoque foi constituído em
teoria liberal tem uma forte inspiração democrática, caracterizada pelos
cima da crítica ao enfoque liberal de Estado.
princípios de igualdade e da participação. Em razão da própria natureza da
Concepção Liberal do Estado ordem liberal, que dissemina a desigualdade entre os cidadãos, a igualdade
As transformações que ocorreram no século XIV, XV e XVI, com o de participação constitui-se na grande contradição do liberalismo. Opartido
advento do capitalismo mercantil e a superação do modo de político seria uma espécie de veículo que levaria a sociedade civil ao
produção feudal, ocasionou a redefinição do Estado. Foram profundas Estado.
mudanças nessa nova sociedade, e o Estado precisou se tornar forte e A EVOLUÇÃO DO ESTADO CONTEMPORÂNEO
centralizado. Surgiu inicialmente, o Estado Absolutistae em seguida
O ESTADO CONTEMPORÂNEO ATUAL
o Estado Liberal. O Estado Absolutista era defendido por Thomas Hobbes,
que foi seu grande representante teórico. Sua teoria procurava as origens Adhemar Bernardes Antunes
no Estado, sua razão de ser, sua finalidade. Para Hobbes, o Estado
O Estado Constitucional Contemporâneo compreende um processo
soberano significava a realização máxima de uma sociedade civilizada e
evolutivo que se inicia com a queda do Estado Moderno Absolutista e
racional. Ele defendeu que em estado natural, sem o jugo político do
envolve o Estado Liberal, o Estado Social e o Estado Socialista, represen-
Estado, os homens viveriam em liberdade e igualdade segundo seus
tando os três grandes tipos de Estado que entretanto apresentam, cada
instintos. Somente o Estado, um poder acima das individualidades,
um, uma enorme variante, segundo o lugar e a época.
garantiria segurança a todos. O egoísmo, a crueldade e a ambição,
próprios de cada homem, gerariam uma luta sem fim, levando-os ESTADO LIBERAL E DIREITOS HUMANOS
à destruição. Percebendo que desta forma seriam destruídos, os homens A evolução do Estado Constitucional Contemporâneo se inicia com a
fazem um pacto, um contrato, que impede a sua ruína e vise o bem geral. Revolução norte-americana em 1776, a Constituição da Federação norte-
Com esse contrato, criou-se umEstado Absoluto, de poder absoluto. Jonh americana de 1787 e o processo da Revolução francesa a partir de 1789.
Locke é o teórico da Revolução Liberal inglesa. Para Locke, o homem é
livre no estado natural, porém, temendo que um homem tentasse submeter Neste momento, afirma-se o Estado Liberal, primeiro tipo de Estado
o outro a seu poder absoluto, os homens delegaram poderes a um Estado, Constitucional. Em linhas gerais este Estado caracteriza-se pela omissão
através de um contrato social, para que esse assegurasse seus direitos perante os problemas sociais e econômicos, não consagrando direitos
naturais, assim como, a sua propriedade. Para ele, o Estado pode ser feito sociais e econômicos no seu texto além da regra básica de não intervenção
e desfeito como qualquer contrato, caso o Estado ou o Governo não o no domínio econômico.
respeitarem. Enquanto que para Hobbes, o contrato resulta num Estado

Administração Pública 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Garantem ainda, as Constituições liberais, os direitos individuais, en- Embora no final do século XIX e início do século XX, as Constituições
tendidos estes como direitos que regulam condutas individuais e protegem liberais mantivessem ainda a característica de ser essencialmente um texto
a esfera de interesses individuais, contra o Estado, sendo o limite destes político, sem a previsão de intervenção no domínio econômico e nas ques-
direitos o direito do outro, e os direitos políticos. tões sociais, a legislação infra-constitucional incorpora estas mudanças,
demonstrando a necessidade de urgente mudança de postura por parte do
O conteúdo destes direitos será variável de Estado para Estado, assim
Estado.
como o tratamento que estes direitos receberão será diverso no tempo e no
espaço. Entretanto, a mudança tardia de comportamento do Estado não é ca-
paz de solucionar a grave crise que resulta na primeira grande guerra
OS DIREITOS POLÍTICOS NO NASCENTE ESTADO LIBERAL
(1914-1918), marco divisor de águas entre o Estado abstencionista e o
A primeira fase do Estado liberal caracteriza-se pela vitória da proposta novo Estado Social assistencialista.
econômica liberal, aparecendo teoricamente os direitos individuais como
Em 1917, no México o mundo assiste a primeira Constituição Social,
grupo de direitos que se fundamenta na propriedade privada, principalmen-
que mantendo o núcleo liberal de direitos individuais e políticos, amplia o
te na propriedade privada dos meios de produção.
catálogo de direitos fundamentais acrescentando dois novos grupos de
O alicerce teórico da liberdade será a propriedade, e os cidadãos serão direitos: os direitos sociais relativos ao trabalho, saúde, educação, previ-
aqueles que participam da ordem econômica de forma produtiva. dência e os direitos econômicos que marcam a postura intervencionista do
Os direitos políticos em sentido restrito, entendidos como direitos de Estado que passa a regular a economia e em alguns casos a exercer
participar no poder do Estado votando e sendo votado, serão apenas dos atividades econômicas.
que tem acesso à riqueza e ao saber, muitas vezes constitucionalmente Embora cronologicamente a Constituição Mexicana de 1917 tenha sido
prevista. a primeira, a Constituição matriz do constitucionalismo social será a de
Assim, o cidadão será apenas o proprietário. Weimar, Alemanha, em 1919.

A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CIDADANIA Importante notar que as mudanças sociais através de um processo de
democracia representativa, não são capazes de oferecer respostas imedia-
Numa segunda fase, ocorre uma evolução do conceito de cidadania, tas para o caos social e econômico em boa parte da Europa, especialmente
resgatando-se a ideia de igualdade jurídica, e não mais a propriedade Alemanha e Itália.
privada, como o alicerce dos direitos fundamentais. Fruto de lutas sociais e
parlamentares, que terão em cada país pesos diferentes, conquista-se o Ao mesmo tempo, a revolução bolchevique na Rússia e a imediata ex-
direito ao voto secreto, periódico e universal. Desaparece assim a diferen- pansão do recém criado Estado socialista ao vasto império czarista forman-
ciação em razão do poder econômico para se ter acesso ao voto, permane- do a União Soviética, representava uma séria ameaça aos interesses do
cendo entretanto, em vários países, a diferenciação em razão de sexo, que capital no restante da Europa. O Estado socialista que surgiu também em
desaparecerá em alguns casos apenas no século vinte, e outras limitações 1917, na Rússia, ao contrário do Estado Social-liberal no modelo alemão e
permanecerão, como as que ainda hoje existem, como a idade e escolari- mexicano, representava uma ruptura com o modelo de economia e de
dade por razões claras. sociedade capitalistas, e com os valores liberais.

As regras do liberalismo, embora bem simples, não levam ao que fora Podemos dizer que o Estado Social-liberal, significou uma necessária
prometido pelos seus teóricos. mudança do Estado Liberal clássico, para de alguma forma preservar a
ideia de uma economia capitalista livre, onde, a custa do não intervencio-
O descumprimento das regras pelos competidores, levava a economia nismo se preservasse a concorrência e a livre iniciativa.
do século XIX, ao mesmo tempo a um processo de crescimento jamais
visto até então e a uma acumulação e concentração de riquezas também Em outras palavras o liberalismo muda e o capitalismo liberal passa a
incomuns. ter uma preocupação social para preservar uma importante parcela do
núcleo do pensamento liberal.
A concentração de riqueza leva a eliminação da livre concorrência e li-
vre iniciativa, ideias basilares do liberalismo, ao mesmo tempo que acentu- Não há uma justificativa geral aplicável a todos os estados que passa-
ava a limites alarmantes a miséria e outras formas emergentes de exclusão ram por este processo, mas, em geral, a mudança de comportamento do
social. Estado perante as questões sociais e econômicas terá em menor ou maior
grau, como motivação, a pressão dos trabalhadores e dos movimentos
A resposta inicial do Estado liberal será a de combater a crescente sociais e das internacionais socialistas; a pressão dos liberais pela neces-
marginalidade, criminalidade e as revoltas sociais de trabalhadores com a sidade de se preservar a concorrência comprometida pela concentração
força policial e com reformas urbanas, que permitissem à polícia controlar econômica; a grave crise social, e a ameaça socialista, vindo, de certa
mais facilmente as revoltas sociais. forma, o intervencionismo estatal, evitar a continuidade do processo de
O ESTADO SOCIAL-LIBERAL concentração, mas, ao mesmo tempo, preservar o modelo de repartição
econômica de riquezas, e portanto privilégios econômicos, construídos,
A atuação da organização internacional de trabalhadores e a existência durante o século XIX.
na segunda metade do século XIX, de uma proposta científica como alter-
nativa ao Estado liberal, fazem com que, a elite que se afirmou com o O MUNDO BIPOLARIZADO DO PÓS GUERRA: ESTADO SOCIAL E
modelo econômico construído neste século, percebesse a necessidade de ESTADO SOCIALISTA
gradativamente incorporar reivindicações dos trabalhadores e propostas O período pós-guerra traz o renascimentos do Estado Social assim
dos socialistas, numa tentativa de atenuar as distorções sociais e econômi- como a expansão do Estado Socialista. Enquanto o Estado Socialista
cas e acalmar a tensão social. representa uma ruptura com a economia liberal e o capitalismo, o Estado
Desta forma, o Estado Liberal passa a admitir uma sensível mudança Social representa um novo paradigma, sem entretanto existir uma ruptura
de postura perante as questões sócio-econômicas, passando a garantir com o capitalismo liberal.
determinados direitos sociais como a limitação da jornada de trabalho, a As Constituições socialistas consagram uma economia socialista, ga-
regulamentação do trabalho do menor e a previdência social. rantindo a propriedade coletiva e estatal e abolindo a propriedade privada
O Estado Alemão, recém unificado é um dos pioneiros na legislação dos meios de produção.
social, enquanto a Áustria elabora sua legislação previdenciária e nos Há uma clara ênfase aos direitos econômicos e sociais e uma proposi-
Estados Unidos, em 1890, temos a lei Sherman, modelo de legislação anti- tal limitação dos direitos individuais, pois o exercício destes direitos no
truste, visando combater a concentração econômica que provoca a elimina- Estado socialista está condicionado a evolução do Estado e da sociedade
ção da concorrência e da livre iniciativa. socialista que devem ser capazes de educar e preparar o cidadão a viver
É o momento de transição entre o Estado Liberal e o Estado Social que no futuro em uma sociedade completamente livre, onde não haja Estado,
nasceria com a primeira grande guerra mundial. poder ou hierarquia: a sociedade comunista.

Administração Pública 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Por esta característica do Estado socialista não podemos classificá-lo O oferecimento, neste primeiro momento, de direitos sociais como saú-
simplesmente como espécie de Estado social. Sua evolução se destaca da de pública e educação pública, oferecerá à população os mecanismos para
sua linha evolutiva, pois rompe com a economia capitalista. se formar, informar e daí se organizar, exigindo agora a sua inclusão no
sistema econômico e social, pressionando o Estado a efetivar políticas
Retornando a nossa linha evolutiva que parte do Estado liberal, temos
econômicas que venham gerar empregos e salários justos.
no pós-guerra a retomada de outra fase evolutiva e teórica do Estado
Constitucional. Esta fase que tinha sido bruscamente interrompida com os Esta combinação de fatores transformará o Estado Social, que de uma
anos violentos do fascismo e do nazismo, retorna agora com muito mais perspectiva clientelista, de manutenção da exclusão social, transforma-se
força, sendo que os Estados da Europa ocidental experimentam a imple- em um Estado Social includente, pressionado pela população cada vez
mentação eficaz do Estado de bem estar social, o que, embora os Estados mais organizada e informada.
de economia periférica tenham adotado constituições sociais, não ocorre de
É cada vez mais comum perceber a força, desses grupos organizados,
maneira completa na América Latina, Ásia e África.
as ONGs, organizações não governamentais.
O ESTADO SOCIAL-LIBERAL TENDE AO ESTADO DE BEM ESTAR
Do ponto de vista teórico isto representa a consagração da tese da in-
SOCIAL
divisibilidade dos direitos fundamentais. Em outras palavras, a liberdade
Este Estado Social-Liberal é marcado por um assistencialismo e clien- não existe a partir da simples omissão do Estado perante os direitos indivi-
telismo típico deste novo liberalismo social. O Estado deixa a postura duais, mas existe a partir da atuação do Estado oferecendo os meios para
abstencionista onde não tinha nenhuma preocupação social e econômica e que os indivíduos sejam livres.
passa a intervir no domínio econômico, regulando e em alguns casos
Desta forma, a liberdade de expressão não existe apenas porque o Es-
exercendo atividade econômica, passando a assistir a clientela permanente
tado não censura a palavra ou a imprensa, mas porque os indivíduos têm
do Estado, ou seja, os excluídos do sistema social e econômico, necessá-
acesso a educação que lhe oferece o meio para formar a sua consciência
rios à existência do sistema capitalista.
filosófica, política e religiosa de maneira livre, e expressá-la.
O pleno emprego é neste estágio do desenvolvimento do capitalismo
O direito a vida deixa de ser um direito a manutenção do organismo bi-
uma condição inexistente. O número de desempregados, iria apontar a
ológico funcionando porque o Estado não o extingue, mas sim o direito à
força dos sindicatos e possibilidade de pressão sobre os interesses do
saúde, educação, meio ambiente, trabalho, justa remuneração, etc.
capital.
Em outras palavras, os direitos individuais para existirem, para que o
Quanto mais emprego, mais fortes os sindicatos. As políticas de em-
indivíduo seja livre, ele tem que ter acesso a direitos sociais como saúde,
prego além de políticas de preços (controle da inflação) mantém os sindica-
educação, e direitos econômicos como trabalho e justa remuneração.
tos sob controle do capital e do Estado. Cria-se o desemprego para enfra-
quecer os sindicatos assim como aumenta-se a inflação para reduzir salá- A democracia não se resume ao ato de votar, mas na possibilidade de
rios, mantendo as reivindicações salariais em níveis não ameaçadores aos participação constante nos destinos do Estado, da sociedade e da econo-
lucros crescentes. mia, de uma população que é livre, porque tem acesso aos direitos sociais
e econômicos.
A EVOLUÇÃO DO DIREITO SOCIAL
O cidadão não é mais o que vota, mas sim o que vota, que se informa,
As Constituições Sociais elevam os direitos sociais e econômicos ao
que se educa, que come, que mora, que veste, que trabalha, que tem
nível de norma fundamental, havendo uma ampliação do leque de direitos
dignidade.
fundamentais, somando-se estes ao núcleo liberal de direitos individuais e
políticos. Este Estado Social europeu, includente, necessita de crescimento eco-
nômico que lhe garanta também crescente arrecadação tributária para que
Entretanto, a leitura oferecida a estes direitos é ainda numa perspectiva
possa arcar com os serviços públicos de qualidade e políticas econômicas
liberal.
includentes, o que faz diminuir a demanda social básica, pois diminui a
Os direitos individuais ainda são vistos como direitos contra o Estado e exclusão, podendo então cada vez mais sofisticar a assistência à popula-
a liberdade fundamental existe se o Estado não intervém no livre espaço de ção e ainda poupar para promover a recuperação econômica nos períodos
escolha individual. de crises cíclicas e passageiras do capitalismo.
Os direitos individuais e políticos são direitos de implementação ime- AS RAÍZES DA CRISE DO ESTADO SOCIAL
diata e os direitos sociais e econômicos aparecem como normas programá-
Enquanto há crescimento econômico e alta arrecadação tributária, o
ticas, de implementação gradual e quando necessário. Os grupos de direi-
Estado social pode se sofisticar, com serviços públicos cada vez melhores.
tos fundamentais são vistos de forma estanque. Isto faz com que, a demo-
cracia, por exemplo, seja vista apenas como simples exercício do direito de A educação é inteiramente pública e gratuita, assim como a assistência
votar e de ser votado do cidadão. médica de qualidade, em vários Estados europeus.
A Europa pós-guerra encontra-se destruída, e para os interesses da Entretanto, a capacidade do Estado de resistir a crises tem limites, de
economia capitalista liberal, ameaçada pela expansão da influência soviéti- intensidade e duração, e poucos contavam, com a crise profunda da déca-
ca. da de 70. Com a crise econômica há uma diminuição da arrecadação
tributária. Para isto o Estado Social estava preparado, pois vinha trabalhan-
Os Estados Unidos da América, nova grande potência global manterá
do com a ideia de "superávit" e "déficit orçamentário". Poupar nos momen-
nos países sob sua influência, os seus interesses mantidos por métodos
tos de crescimento e investir para recuperar a economia nos momentos de
diferentes.
crise.
Enquanto o terceiro mundo, de economias periféricas, recebe Constitu-
Entretanto, a crise profunda diminui a capacidade do Estado responder
ições sociais, mas governos autoritários ou ditaduras militares, que sejam
à crescente demanda social, estando mais frágil, justamente no momento
capazes de manter o ideal comunista distante, a Europa ocidental, aliada
em que é mais requisitado.
dos EUA receberá apoio para reerguer sua economia e construir de forma
efetiva o modelo de Estado de bem estar social. Este é o momento do aparecimento da proposta neoliberal já presente
como uma crítica ao Estado Social desde o pós-guerra.
Onde, podemos afirmar, que este modelo de Estado existiu ou ainda
existe de forma efetiva, será a Europa. Nas economias periféricas o Estado O NEOLIBERALISMO
social funcionará de forma imperfeita ou incompleta. Os neoliberais apresentam uma solução para a crise que o Estado So-
A implementação efetiva dos direitos sociais e econômicos em boa par- cial naquele momento não era capaz de superar.
te da Europa Ocidental traz consigo o germe da nova fase democrática do Entretanto, para superá-la, era necessário criar-se as condições para
Estado Social e a superação da visão liberal dos grupos de direitos funda- acumulação e expansão do capital, com a posterior criação de riquezas e
mentais. empregos.

Administração Pública 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A FÓRMULA DO NEOLIBERALISMO Globalização designa um movimento complexo de abertura de frontei-
ras econômicas e de desregulação, que permite às atividades econômicas
O Neoliberalismo apresenta um receituário.
capitalistas estenderem seu campo de ação a todo o mundo.
Esse receituário é amargo, comprometendo a evolução do Estado So-
O aparecimento de instrumentos de telecomunicação extremamente e-
cial.
ficientes permitiu a viabilidade deste conceito, reduzindo as distâncias a
Senão, vejamos, para que o capital se expandisse era necessário que nada.
o Estado criasse as seguintes situações ideais:
O fim do bloco soviético e o aparente triunfo mundial do modelo neoli-
Primeiro: Diminuição do Estado com processo de privatização, permi- beral no início dos anos 90 parecem dar a esta noção uma validade históri-
tindo que o setor privado pudesse atuar naqueles setores onde o Estado ca.
era concorrente ou único ator;
Na França foi escolhido o nome mundialização para substituir globali-
Segundo: Com a diminuição do Estado, inclusive nas suas prestações zação, que insiste, particularmente, sobre dimensão geográfica e tentacu-
sociais fundamentais, é possível a diminuição ou eliminação dos tributos do lar, sem esquecer o sentido original.
capital, deixando que a classe assalariada arque com o que subsiste dos
Parece-nos que a globalização tem sua origem na literatura destinada
serviços públicos; (Os dados do período Reagan nos EUA ilustram esta
às firmas multinacionais, designando inicialmente um fenômeno limitado a
afirmativa).
uma mundialização da demanda enriquecendo-se com o tempo, até o
Terceiro: Enfraquecimento dos Sindicatos para que não haja pressão ponto de ser identificado atualmente como uma nova fase da economia
eficiente sobre o valor do trabalho ameaçando os lucros crescentes; mundial, principalmente após as Conferências Ministeriais da Organização
Quarto: Para enfraquecer os sindicatos é necessário políticas econômi- Mundial do Comércio de Seattle, em 1999, nos Estados Unidos e de Davos,
cas de geração do desemprego, com a substituição gradual do trabalho em 2001, na Suiça.
humano pela automação, (O capital tem investimento maciço em serviços e DIFERENTES ENFOQUES CONCEITUAIS DE GLOBALIZAÇÃO
bens sofisticados para ampliação dos lucros, aumentando o consumo sem
Não há entretanto uniformidade na conceituação de Globalização e pu-
aumentar os consumidores, permitindo assim, também, a geração do
demos observar quatro significados distintos, mas semelhantes:
desemprego, o que pode parecer incompatível).
Primeiro: Théodore Levitt propõe a palavra Globalização para designar
Quinto: Com o enfraquecimento dos sindicatos, há a diminuição dos
a convergência de mercados no mundo inteiro.
salários em determinadas áreas da produção, (Os salários perdem seu
valor real com uma inflação controlada, que permita a sua diminuição sem Globalização e tecnologia serão os dois principais fatores que operam
afetar o setor produtivo – em outras palavras, inflação existente mas sob as relações internacionais. Em consequência, a sociedade global opera
controle). com constância e resolução, com custos relativamente baixos, como se o
mundo inteiro (ou as principais regiões) constituíssem uma entidade única,
Sexto: Com o enfraquecimento dos sindicatos, a diminuição dos direi-
ela vende a mesma coisa, da mesma maneira em todos os lugares.
tos sociais especialmente os direitos constitucionais do trabalhador o que
significa um retorno a características da fase evolutiva anterior do Estado. Neste sentido, a globalização dos mercados se opõe a visão anterior
de um ciclo de produção que consistia na venda aos países menos avan-
A AÇÃO DO NEOLIBERALISMO NO ESTADO SOCIAL
çados os produtos que ficaram obsoletos nos países mais ricos. O termo se
Nas economias periféricas, onde o Estado Social é muito mais frágil, aplica mais a gestão da multinacionais e diz respeito exclusivamente às
este processo ocorre com maior velocidade e profundidade, trazendo um trocas internacionais.
novo e importante dado neste processo: o capital globalizado começa a se
Segundo: Em 1990, esta noção é estendida por Kenichi Ohmae ao
deslocar com enorme facilidade a procura de Estados que lhe ofereçam
conjunto da cadeia de criação do valor (pesquisa - desenvolvimento [P-D],
melhores condições para expansão dos seus lucros.
engenharia, produção, mercado, serviços e finanças).
Ao contrário do Estado Social fascista, onde o grande capital se tornou
Se num primeiro momento uma firma exporta a partir de sua base na-
nacional para defender seus interesses, agora o grande capital é apátrida,
cional, ela estabelece em seguida serviços de vendas no estrangeiro,
não tendo nenhum compromisso com o Estado nacional que se enfraquece
depois produzidos na localidade e ulteriormente ainda estabelece uma
cada vez mais diante da impossibilidade de controlar a economia e o poder
medida completa da cadeia de valor na sua filial. Este processo converge
econômico privado.
em direção a uma quinta etapa: a integração global, uma vez que as firmas
Este fato faz com que ocorra uma migração do investimento, principal- que pertencem a um mesmo grupo conduzem o seu P-D, financiam seus
mente da Europa, onde o Estado, por exigência de uma população infor- investimentos e recrutam pessoal em escala mundial.
mada e organizada, é ainda grande e caro, para Estados do terceiro mun-
Desta forma globalização designa ainda uma forma de gestão, total-
do.
mente integrada em escala mundial da grande firma multinacional.
Talvez este seja um golpe fatal no Estado Social. Não podendo ignorar
Terceiro: Desde que estas multinacionais representam uma fração im-
a globalização da economia os governos europeus conservadores e mes-
portante da produção mundial, os diversos espaços nacionais se encontram
mo os de tendência social-democrata, procuram de certa forma estabelecer
obrigados a se ajustarem às suas exigências pelo fato da extrema mobili-
as condições exigidas pelo capital.
dade que elas se beneficiam hoje (comércio, investimento, finanças e P-D).
Recentemente a população europeia disse não ao neoliberalismo,
Desta forma a globalização significa então o processo através do qual
quando colocou no poder os socialistas e trabalhistas em grande parte dos
as empresas, as mais internacionalizadas, tentam redefinir a seu proveito
Estados.
as regras do jogo antes impostas pelos Estados-Nação.
Resta saber sobre a possibilidade de se construir uma alternativa eco-
Nesta conceituação deixamos o domínio da gestão interna das firmas
nômica capaz de manter a segurança social com crescimento econômico e
para abordarmos a questão da arquitetura do sistema internacional.
geração de emprego. Se isto não ocorrer o que vem a seguir já foi anuncia-
do: com a crise do Estado Social e democrático de direito, a inviabilidade Passamos da micro para a macro economia, das regras da boa gestão
de uma solução socialista, o fim do liberalismo e a farsa da solução neolibe- da economia privada para o estabelecimento de políticas econômicas e a
ral, os europeus anunciam o neofascismo, força parlamentar importante construção ou redefinição das instituições nacionais.
hoje na Noruega e Áustria e conquistando espaço na Alemanha, França e
Esta noção evoca muito mais o processo em curso do que um estado
em quase toda Europa central e oriental.
final do regime internacional que substituirá aquele de Bretton-Woods.
A GLOBALIZAÇÃO
Constantemente, alguns sublinham o caráter irreversível das tendên-
Para Jean Luc Ferrandérry a globalização é um conceito que apareceu cias em curso frente a impotência das políticas tradicionais dos governos
em meados dos anos 80, nas escolas de negócios norte-americanas e na diante das estratégias das grandes firmas.
imprensa anglo-saxã.

Administração Pública 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Quarto: Finalmente, a globalização pode significar uma nova configura- Incapaz de subordiná-los às suas prioridades, impotente até mesmo
ção que marca a ruptura em relação às etapas precedentes da economia para obrigá-los a sentar à mesa e fazê-los aceitar barganhas em que suas
internacional. pretensões não sejam plenamente atendidas, o Estado deve reverenciar
esses capitais – ou "o mercado", seu nome coletivo. E transformar-se numa
Antes a economia era inter-nacional, pois sua evolução era determina-
criatura voluntariamente dócil e servil, única possibilidade que lhe resta se
da pela interação de processos operacionais essencialmente no nível dos
deseja ser minimamente efetivo.
Estados-Nação.
Ora, dependência rima com irresponsabilidade. Esse Estado obediente
No período contemporâneo vemos surgir uma economia globalizada na
ao mercado até que procura assistir os desvalidos e reduzir desequilíbrios
qual as economias nacionais serão decompostas e posteriormente rearticu-
sociais mais gritantes: se não consegue fazer mais, não lhe cabe a culpa.
ladas no seio de um sistema de transações e de processos que operam
diretamente no nível internacional. O enredo é conhecido. Ele aparece regularmente sob duas roupagens.
A versão crítica é declamada pala esquerda trágica. A versão apologética
Esta definição é a mais geral e sistemática. De uma parte, os Estados-
atende pelo nome de neoliberalismo.
Nação, e, por consequência os governos nacionais, perdem toda a capaci-
dade de influenciar as evoluções econômicas nacionais, ao ponto que as No apertado resumo acima, foram propositalmente misturados elemen-
instituições centralizadas herdadas do pós-guerra devem ceder lugar a tos das duas. Entre elas as diferenças não são apenas teóricas, ou valora-
entidades regionais ou urbanas, ponto de apoio necessário da rede tecida tivas. A versão neoliberal não se limita a registrar a seu modo a realidade
pelas multinacionais. da economia-mundo.
De outro lado, os territórios submetidos a este novo modelo ficam for- Ela contém fórmulas bem definidas sobre como essa realidade deve se
temente interdependentes ao ponto de manifestar evoluções sincronizadas, constituir e o que deve ser feito para garantir tal resultado. Na versão
por vezes idênticas, mas em todo caso em via de homogeinização. neoliberal, mais do que um processo, a globalização é um macro-objetivo.
Adeus, portanto, ao compromisso político nacional e à noção mesmo Numa ou noutra versão, esse argumento parece bastante persuasivo.
de conjuntura local. Entretanto, quando exposto a um olhar menos crédulo, ele não resiste. Em
primeiro lugar, ele envolve um raciocínio circular. Isto fica patente quando
O PAPEL DO ESTADO DIANTE DO MUNDO NEOLIBERAL E GLO-
preenchemos suas lacunas.
BALIZADO
Senão, vejamos. O principal fator a restringir a autonomia do Estado é
O papel do Estado no contexto da globalização tem um discurso muito
a liberdade com que se movimentam os capitais. Como precisa deles e não
comum e difundido.
pode controlá-los o Estado procura atraí-los e, nesse sentido, deve curvar-
O capitalismo organiza-se sob a forma de uma economia inter- se a sua vontade. Mas a vivacidade dos capitais não é um fato recente (era
nacional. Inter, porque integrada, estreitamente interligada por fluxos volu- igualmente grande no final do século XIX), nem um produto das novas
mosos de comércio e de investimentos, pela ampla circulação de indivíduos tecnologias (o telégrafo e os cabos submarinos já permitiam a transmissão
e de ideias, pela difusão permanente de formas organizacionais e novas instantânea de dados e notícias). Ela resulta de mudanças institucionais
maneiras de produzir. que vêm sendo introduzidas no sistema financeiro internacional e nos
Nacional, porque neste sistema a unidade básica continuava sendo o principais países desde o início dos anos 70.
mercado interno de cada país. Espaços institucionalmente diferenciados Ora, em ambos os planos, a liberalização financeira foi produzida por
com fronteiras bem defendidas, as economias nacionais constituíam o foco decisões e ações dos Estados. Se hoje o Estado é inibido pelos efeitos de
de atenção das empresas (mesmo das multinacionais) e o palco onde o suas políticas passadas, cabe dizer que ele se auto limita. Em princípio, ele
jogo de rivalidades entre elas se desenvolvia. poderia reverter o que fez recriar as condições para o exercício de graus
Nos dias de hoje não é mais assim. maiores de autonomia.

Sob o impacto das mudanças revolucionárias que vêm se produzindo Em segundo lugar, a imagem projetada pela tese da globalização exa-
nas tecnologias de transporte e de comunicação, as antigas fronteiras vão gera alguns e deixa de lado outros aspectos importantes da economia
sendo derrubadas, ou se tornam cada vez menos efetivas. Ao facilitar mundial.
extraordinariamente o acesso e o tratamento de informações, ao possibilitar Se é verdade que, depois de quase 30 anos de liberalização financeira,
o estabelecimento de contatos eletrônicos instantâneos por todo o globo, é possível falar com alguma propriedade de um "mercado global de capi-
ao reduzir drasticamente o tempo e o custo do transporte a longa distância, tais", o mesmo não acontece com o comércio, a indústria e os serviços,
as novas tecnologias dão um ímpeto inédito à internacionalização do capi- para não falar da agricultura. Mesmo considerando apenas o universo das
tal. empresas multinacionais, estudos mais circunstanciados demonstram
Assistimos, então, a uma mudança profunda no comportamento das cabalmente a importância preponderante que continuam tendo para elas os
empresas, que passam a distribuir suas atividades segundo estratégias seus respectivos mercados nacionais – ou regionais, no caso das firmas
compreensivas no contexto das quais a diferença entre espaços domésti- europeias.
cos e externos deixa de fazer sentido. De certo ponto de vista, porém, o decisivo está em outro lugar.
O NOVO PAPEL DO ESTADO CONTEMPORÂNEO A ABERTURA DO ESTADO NO JOGO POLÍTICO E ECONÔMICO
Neste mundo novo que surge aos nossos olhos, a própria ideia de INTERNACIONAL
mercado nacional perde substância. A economia é global; o seu ritmo e o A força do discurso da globalização deriva em grande medida de sua
seu dinamismo respondem a movimentos cuja escala é o planeta. correspondência com certas características da economia internacional,
Com essa mudança o papel do Estado se altera radicalmente. Antes, quando esta opera em condições de relativa normalidade. Nestes períodos,
ele era chamado a intervir para fomentar e dirigir o processo de desenvol- tudo parece se passar de acordo com o figurino: os capitais se movem
vimento. Coisa que o Estado fazia, com maior ou menor grau de sucesso, combinando, em dosagens variadas, os objetivos de lucratividade e segu-
através do manejo soberano de um conjunto de instrumentos de política rança; os Estados se abrem, empenham-se em programas permanentes de
econômica e da orientação que imprimia às atividades de suas empresas. reformas e adotam medidas tópicas a fim de atrair esses mesmos capitais
esquivos; nesse movimento, crenças e valores estabelecidos são ridiculari-
Agora, com a globalização, todas essas fórmulas e as ideias que a a- zados, compromissos sociais fortemente institucionalizados são rompidos...
companhavam estão ultrapassadas, insistir nelas é dar provas de idiotia. E tudo isso se faz em nome da eficiência e da liberdade econômica – para
No quadro da economia global, o Estado pode até ser operoso, mas não os neoliberais, mãe de todas as outras, condição de possibilidade e princí-
tem vida: em tudo que faz ele é monitorado pelos capitais móveis, univer- pio regulador da democracia.
salmente cobiçados, e pelas agências especializadas que lhes prestam
serviço. Mas quando sobrevêm dificuldades mais sérias, e se generaliza a per-
cepção de que economia é prenhe de crise, a questão do "que fazer" se
impõe, e ela não é endereçada aos agentes da economia global, aos "glo-

Administração Pública 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
bal players" – empresas, bancos, investidores institucionais, ou mega- alteração em relação ao modelo anterior é que, para Políbio, a democracia
especuladores, estão voltados para os responsáveis pelas instituições de é uma forma boa e a oclocracia sua forma degradada. Além disso, Políbio
governo. E de governos nacionais. Os quais estão obrigados a responder tem uma visão fatalista da história, no sentido de que esse ciclo sempre
como atores de um jogo simultaneamente econômico e político, que pode será mantido na alternância entre constituições boas e ruins, sendo que a
levar em consideração o desejável do ponto de vista global, mas cuja boa que se segue é sempre menos boa do que a boa anterior.
referência básica continua sendo uma definição determinada do que seja o
interesse nacional nas circunstâncias vividas. Formação e reforma do Estado brasileiro
Wladimyr Mattos Albano, Alexandre Basbaum Barcellos
Naturalmente, a atenção não se distribui de forma homogênea. Ela se
concentra, principalmente, nos governos dos Estados Unidos, do Japão, e I – Breve escorço sobre a evolução do Estado.
no sistema decisório deste híbrido que é a União Europeia. É desta tríade O Estado, pode ter sempre existido, independentemente da produção
que se esperam medidas capazes de debelar os focos de tensões e dese- humana, ou seja, ele foi surgindo através das múltiplas relações mútuas em
quilíbrios mais agudos; dela deverão partir igualmente as ações de maior prol de um bem comum até que conseguiu se organizar estruturalmente, ou
alcance, destinadas a evitar que, no futuro, comoções como as que estão pode nunca ter existido sendo fruto apenas de uma acepção ontológica do
presenciando venham a se repetir. que na verdade sempre existiu com outro nome, o Poder, pode ainda ser
uma “invenção” moderna que evoluiu das teses político filosóficas de diver-
Nem por isso a atuação de outros Estados é desprovida de importân- sos pensadores e ativistas políticos no curso da história e pode estar fada-
cia. Como a leitura mais atenta do noticiário permite constatar, mesmo do a desaparecer como pregou Marx.
entre os países ditos emergentes as situações variam consideravelmente, e
Muitas são as teses e teorias sobre o surgimento ou mesmo a existên-
são muito distintas também as maneiras como eles reagem à crise. E já
cia do Estado, o fato é que entre esta e àquela ficaremos com o surgimento
vimos que, além de seus efeitos internos, as decisões (ou não decisões)
do Estado, em alguma parte da história, mesmo que incidentalmente, pelo
desses Estados podem provocar verdadeiros abalos sísmicos.
forte argumento de que é extrema perda de tempo escrever sobre algo que
Embora muito rápida, a análise precedente nos permite extrair algumas não existe, pois uma vez que não existe, não está no mundo.
lições instrutivas: Basicamente, o Estado na Idade Média surge da luta contínua travada
Mesmo aceitando, para efeito de raciocínio, a imagem estilizada da "e- pelo território, uma vez que o sistema feudal de aproveitamento da terra
conomia global" é forçoso reconhecer que ela é uma economia política e garantiria o controle e monopólio do poder[1]:
que o seu suporte institucional básico continua sendo o sistema de Esta- “As lutas entre a nobreza, a Igreja e os príncipes por suas respectivas
dos. parcelas no controle e produção da terra prolongaram-se durante toda a
Idade Média. Nos séculos XII e XIII, emerge mais um grupo como partici-
Ao refletir sobre as consequências políticas das transformações na e-
pante nesse entrechoque de forças: os privilegiados moradores das cida-
conomia internacional devemos ter sempre presente que o Estado, no
des, a "burguesia".”
singular, não existe. Em todo momento, o que encontramos é uma plurali-
dade de Estados, desiguais e hierarquizados, que se interligam como Chama-se atenção para o fato do surgimento de uma classe social e
unidades de um sistema e desempenham papéis claramente distintos. econômica, formada de moradores da cidade, homens livres, comerciantes,
banqueiros, estudiosos, artesões, entre outras atribuições autônomas e
Devemos registrar, por fim, que mesmos os Estados mais débeis go- sustentáveis, que conseguiram através de seus dotes e por meio do paga-
zam de graus variáveis de liberdade e que – dentro desses limites – res- mento de tributo de proteção aos senhores feudais formarem os burgos,
pondem às circunstâncias criadas pelos dinamismos da economia interna- vindo daí a origem da expressão “burguês”.
cional em função de suas experiências prévias, das orientações preponde-
Este monopólio do poder, pelo soberano, afora a ingerência da Igreja,
rantes em suas elites governantes, das resistências que estas encontram e
foi evoluindo para o absolutismo ao mesmo tempo em que a classe bur-
dos apoios que elas conseguem mobilizar.
guesa igualmente evoluía, mas achacada pelos altos tributos cobrados de
Teoria das formas de governo todos os meios e de todos os lados, evoluindo para uma situação, quem em
torno do século XVIII já seria insustentável.
A teoria das formas de governo se deriva de duas questões básicas: O Estado moderno surgiu no auge da monopolização do poder do go-
quem governa e como se governa? vernante do estado, conforme a exposição de Norbert Elias[2]:
Aristóteles e Políbio compartilhavam da uma mesma classificação das “O governo monopolista, fundamentado nos monopólios da tributação e
diversas formas de governo. Para Aristóteles, o comportamento político da violência física, atingira assim, nesse estágio particular, como monopólio
pode ser organizado em três formas principais: a monarquia (governo de pessoal de um único indivíduo, sua forma consumada. Era protegido por
um só), a aristocracia (governo dos melhores) e a politeia (governo de uma organização de vigilância muito eficiente. O rei latifundiário, que distri-
muitos). Essas formas, no entanto, estão sujeitas a degradação por buía terras ou dízimos, tornara-se o rei endinheirado, que distribuía salá-
interesses privados e pessoais dos homens, sofrendo alterações em seu rios, e este fato dava à centralização um poder e uma solidez nunca alcan-
foco de governo e se desviando da busca pelo bem comum. Essas formas çados antes. O poder das forças centrífugas havia sido finalmente quebra-
degradadas são, respectivamente, a tirania, a oligarquia e do. Todos os possíveis rivais do governante monopolista viram-se reduzi-
a democracia (entendida como democracia popular, onde a população livre dos a uma dependência institucionalmente forte de sua pessoa. Não mais
não teria "a mais perfeita igualdade política", portanto não seria possível em livre competição, mas apenas numa competição controlada pelo mono-
existir liberdade e igualdade entre a população, essenciais a um satisfatório pólio, apenas um segmento da nobreza, o segmento cortesão, concorria
governo de todos. Destarte, essa organização política sucumbe facilmente pelas oportunidades dispensadas pelo governante monopolista, e ela vivia
ao demagogo, ao adulador do povo. Ressalte-se que Aristóteles ao mesmo tempo sob a constante pressão de um exército de reserva
considerava essa forma, dentre as piores, a melhor.) formado pela aristocracia do interior do país e por elementos em ascensão
da burguesia. A corte era a forma organizacional dessa competição restri-
Além disso, Aristóteles também ordena essas formas de governo de ta.”
modo hierárquico. Assim como em Platão, o critério hierárquico é o mesmo:
Mas este monopólio não era ilimitado, e por conta de muitas despesas
a forma pior é a forma degradada da melhor e a degradação das formas
com as guerras, a manutenção dos privilégios e descontroles administrati-
que seguem a melhor é cada vez mais amena. Sendo assim, a ordem
vos, o governante sofria pressões da classe em expansão, a burguesia,
hierárquica dessas seis formas seria: monarquia, aristocracia, politeia,
exsurgia comandando o Terceiro Estado, operando-se a transformação do
democracia, oligarquia e tirania. Na Ética a Nicômaco, essa ordem pode ser
monopólio pessoal em monopólio público[3]:
confirmada: “Delas a melhor é o reino, e a pior é a timocracia” (1150 A.C.) e
“Mas a democracia é o desvio menos ruim: com efeito, pouco se afasta da “A capacidade do funcionário central de governar toda a rede humana,
forma de governo correspondente”. sobretudo em seu interesse pessoal, só foi seriamente restringida quando a
balança sobre a qual se colocava se inclinou radicalmente em favor da
Políbio confirma a teoria tradicional das seis formas de governo e, além burguesia e um novo equilíbrio social, com novos eixos de tensão, se
disso, propõe que elas sucedem-se de acordo com determinado ritmo: estabeleceu. Só nessa ocasião, os monopólios pessoais passaram a tomar-
monarquia, tirania, aristocracia, oligarquia, democracia e oclocracia. A única se monopólios públicos no sentido institucional. Numa longa série de pro-

Administração Pública 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
vas eliminatórias, na gradual centralização dos meios de violência física e outros fenômenos políticos como a globalização e a unificação dos países,
tributária, em combinação com a divisão de trabalho em aumento crescente de modo à regular a cibernética, a informática, a biogenética, entre outros.
e a ascensão das classes burguesas profissionais, a sociedade francesa foi Uma definição de Estado contemporâneo envolve numerosos proble-
organizada, passo a passo, sob a forma de Estado.” mas, derivados principalmente da dificuldade de analisar exaustivamente
Apesar da transformação do monopólio, de pessoal a público, quem as múltiplas relações que se criaram entre o Estado e o complexo social e
detém efetivamente este monopólio é a burguesia, que assume o controle de captar, depois, os seus efeitos sobre a racionalidade interna do sistema
do Estado[4]: político. Uma abordagem que se revela particularmente útil na investigação
Passando o monopólio para o Estado[5], independentemente de quem referente aos problemas subjacentes ao desenvolvimento do Estado con-
o controle, tornando-o público e institucionalizado, corresponde a dizer que temporâneo é a da análise da difícil coexistência das formas do Estado de
a riqueza do Estado proveniente da cobrança de tributos, fonte de recei- direito com os conteúdos do Estado social.
ta prima facie, que anteriormente constituía a riqueza monopolista – o A estrutura do Estado de direito pode ser, assim, sistematizada co-
soberano, que a distribuía como lhe apreciasse -, agora passaria a ser mo[11]:
recolhida e administrada, do ponto de vista formal, pelas instituições, con- 1) Estrutura formal do sistema jurídico: garantia das liberdades funda-
tudo sem ainda ter uma estrutura organizacional que pudesse administrar mentais com a aplicação da lei geral-abstrata por parte de juízes indepen-
esse capital de modo a estabelecer uma relação de deveres e obrigações dentes.
entre o Estado, através de suas instituições, e o pagador de tributos, onde 2) Estrutura material do sistema jurídico: liberdade de concorrência no
não houvesse mais privilégios, intervenções eclesiásticas, confiscos, des- mercado, reconhecida no comércio aos sujeitos da propriedade.
perdício de dinheiro alheio e se realizasse o mínimo necessário de aporte
capital para as políticas de desenvolvimento social. 3) Estrutura social do sistema jurídico: a questão social e as políticas
reformistas de integração da classe trabalhadora.
A sociedade deste Estado se dividia em classes, o Estado de classes,
que primava pela máxima da igualdade, contudo uma igualdade à moda da 4) Estrutura política do sistema jurídico: separação e distribuição do
ficção de George Orwell[6]. poder.
De fato, o Estado burguês manteve o monopólio da tributação e da vio- Na nova ordem internacional, a expressão significativa de “Estado”, iso-
lência física, só que ao invés de centralizá-lo em um individuo, descentrali- ladamente, vai perdendo seu sentido semântico e transformando-se em
zou-o através de suas instituições. polissemia dos blocos de poder, “Mercado”, “União” e outras nomenclaturas
dos novos tempos globalizados, de forma que ao se referir ao Estado em si,
Com a formação dos Estados, em sentido lato de sociedade política, por si só, resta um território e umpovo, mas muito se discute sobre o verda-
soberania, povo, território, além de uma Constituição política, grande parte deiro sentido e alcance da soberania.
adotou como sistema econômico o capitalismo, centrado nos postulados
dapropriedade privada dos meios de produção e do lucro, regulando a II – O Estado brasileiro.
matéria relativa aos seus tributos e demais receitas, contudo, não regulan- A formação contemporânea do Estado brasileiro é peculiar, devido ao
do corretamente a contrapartida do benefício estatal, de modo que pode- grande período de colonização que se utilizou do solo nacional como entre-
mos apontar aqui o surgimento de um – unicamente - Estado Fiscal. posto de mercadorias agrícolas para abastecimento da rota mercantilista
Do ponto de vista da historiografia considera-se a Revolução francesa, portuguesa, o Brasil não experimentou o sistema feudal e muito menos
em 1789, como o marco inicial do surgimento do Estado de Direito - estado seus habitantes não constituíram burgos, tendo-se assim formado uma
burguês como visto acima -, mormente pela célebre Declaração dos Direi- “burguesia” a moda nacional[12]:
tos do Homem e do Cidadão e porque foi o início da queda do absolutismo “Na verdade, assim como não tivemos um “feudalismo”, também não
e das dinastias, gozando, portanto, de importância histórica especial, entre- tivemos o “burgo” característico do mundo medieval. Apesar da existência e
tanto a primeira organização estruturada de Estado surgiu em 1778 com o da longa duração forçada das corporações de ofícios, não conhecemos o
pacto das 13 colônias americanas e a edição de uma constituição confede- “burguês” da fase em que se diferenciava o mestre do artesão senão das
rativa, com estados soberanos e, mais tarde, em 1787 com a unificação da relações deles entre si – o “burguês” como típico morador do “burgo”.
soberania, sancionando uma constituição federativa. O burguês já surge, no Brasil, como uma entidade especializada, seja na
Classifica-se a evolução do Estado de Direito em: figura do agente artesanal inserido na rede de mercantilização da produção
interna, seja como negociante (...). Pela própria dinâmica da economia
a) Estado Liberal – surge com a revolução burguesa na França, suas colonial, as duas florações do “burguês” permaneceriam sufocadas, en-
características básicas são a não intervenção do Estado na economia, quanto o escravismo, a grande lavoura exportadora e o estatuto colonial
igualdade formal, autonomia e divisão dos poderes, Constituição como estiveram conjugados. A Independência, rompendo o estatuto colonial,
norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantia de direitos criou condições de expansão da “burguesia” e, em particular, de valoriza-
fundamentais individuais, surgindo os denominados direitos de primeira ção social crescente do “alto comércio”.”
geração;[7]
A economia nacional, que tem como marcos a Independência e a liber-
b) Estado Social – surge com a Revolução Russa, em 1917, após tação dos escravos, foi construída sobre díspares realidades, de um lado
constantes reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de tendo grandes fazendeiros num país de forte dependência econômica
vida, suas características básicas são a intervenção do Estado na econo- agrícola e de outro o resto da sociedade[13]:
mia para garantir um mínimo necessário ao cidadão, aproximação a uma
igualdade material, autonomia e divisão dos poderes, Constituição como “Da economia brasileira, em suma, e é o que devemos levar daqui, o
norma suprema e limitadora dos poderes públicos e garantias de direitos que se destaca e lhe serve de característica fundamental é: de um lado, na
sociais como, educação, saúde, trabalho, moradia, entre outros, surgindo sua estrutura, um organismo meramente produtor, e constituído só para
os direitos de segunda geração;[8] isto: um pequeno número de empresários e dirigentes que senhoreiam
tudo, e a grande massa da população que lhe serve de mão-de-obra.
c) Estado Democrático – surge após a Segunda Guerra mundial, dis- Doutro lado, no funcionamento, um fornecedor do comércio internacional
sociando-se das políticas totalitárias como o nazismo e fascismo, sendo dos gêneros que este reclama e de que ela dispõe. Finalmente, na su-
suas características principais a representatividade política pelo voto do a evolução, e como consequência daquelas feições, a exploração extensi-
povo, detentor da soberania e uma Constituição não apenas limitadora de va e simplesmente especuladora, instável no tempo e no espaço, dos
poderes e políticas públicas, mas regulamentadora das prestações positi- recursos naturais do país. É isto a economia brasileira que vamos encontrar
vas do Estado em prol do cidadão e da coletividade, direitos fundamentais no momento em ora abordamos sua história.”
individuais e coletivos, tais como, direito a paz, ao meio ambiente ecologi-
camente correto, às tutelas de liberdade do pensamento, expressão, auto- Historicamente o Brasil sempre “importou” suas políticas, a aristocracia
ria e intimidade, o respeito e a autodeterminação dos povos, as políticas de rural nacional, composta da elite de fazendeiros, enviava seus filhos para a
reforma agrária e moradia popular, os benefícios e aposentadorias previ- Europa para que se formassem bacharéis, e estes em suas viagens ao
denciários, a assistência social, entre outros, surgindo os direitos Velho Mundo traziam na bagagem as novas ideologias, implantando-se
de terceira geração[9] e outros, denominados de quarta geração[10], aqui ideologias de fachada[14]:
ligados ao constante progresso científico e tecnológico contemporâneo e “A democracia no Brasil sempre foi um lamentável mal-entendido. Uma
aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la, onde

Administração Pública 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
fosse possível, aos seus direitos e privilégios, os mesmos privilégios que Cohen), engrossadas pelas duas principais correntes ideológicas da época
tinham sido, no Velho Mundo, o alvo da luta da burguesia contra os aristo- os comunistas e os integralistas.
cratas. E assim puderam incorporar à situação tradicional, ao menos como Vargas governou o país com o apoio dos militares, da Igreja e de ou-
fachada ou decoração externa, alguns lemas que pareciam os mais acerta- tros segmentos nacionais, implantando uma política assistencialista, autori-
dos para a época e eram exaltados nos livros e discursos.” tária e com a utilização dos meios de comunicação sob suas rédeas, teve
No período conhecido por Primeira República (1889-1930), o país foi inúmeros adversários políticos (que perduram até os dias atuais), alterou
governado através de uma aliança política que realizava um rodízio no suas ideologias ao sabor das tendências mundiais, praticou atos de despo-
poder e envolvia os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do tismo e de puro autoritarismo, perseguindo seus adversários políticos,
Sul e seus respectivos mandatários, fazendeiros e produtores, membros da encarcerando-os e, se possível, deportando-os (como exemplo, Olga
oligarquia nacional, acima inclusive da chamada política do “café com Benário Prestes, esposa do então presidente do PCB, Luis Carlos Prestes)
leite”[15]: mas, sobretudo, realizou mudanças radicais que ficariam para sempre
“O “café com leite” exprime a ideia de que uma aliança entre São Paulo enraizadas em solo nacional[20]:
e Minas Gerais comandou, no período, a política nacional. A realidade era “Em 1945, depois de o verem expelido do poder, os olhos democráticos
porém mais complexa do que isso. Para entendê-la, devemos olhar mais de perceberam que Vargas revolucionara de fato o país. Comparando-o, é
perto as relações entre a União e pelo menos três estados – São Paulo, claro, ao que o antecedeu. Iniciou e avançou na fundação e integração
Minas Gerais e Rio Grande do Sul -, bastante diversos entre si.” material da nação pela criação e expansão das vias férreas e a implantação
Aliados de uma nova classe social, exsurgente após a Primeira Guerra de redes de comunicação. Removeu obstáculos institucionais à integração
Mundial, composta de profissionais liberais que formavam a nova classe via mercado ao extinguir os impostos interestaduais. Promoveu enorme
média nacional, começavam a questionar o modelo político-liberal exercido diferenciação organizacional do Estado, dotando-o de agências e pessoal
na República, formando frentes políticas de opinião e partidos políticos – qualificado – o Departamento de Administração do Serviço Público (Dasp)
como o PCB -, reforçados por um movimento militar que ficou conhecido foi organizado em 1938, com a incumbência de produzir quadros adminis-
como “tenentismo”[16]: trativos competentes e introduzir o critério do mérito no ingresso e carreira
“Os “tenentes” podem ser vistos como herdeiros dos “salvacionistas”, do funcionalismo. A essa nova geração de burocratas seria entregue a
em um contexto de agravamento de problemas no interior do Exército e responsabilidade de zelar pela vasta legislação regulatória produzida e pela
fora dele. Além disso, já não havia um presidente militar, mas civis encara- gestão do setor produtivo estatal. Em quase inaceitável resumo, a ser
dos com muitas restrições. Uma das principais razões de queixa dos qua- desdobrado adiante, ainda neste capítulo, é este o curriculum da Era Var-
dros intermediários do Exército residia na estrutura da carreira, que dificul- gas. Destruí-la constitui, claramente, formidável desafio.”
tava a ascensão aos postos mais altos. Além disso, “os tenentes” tinham O Estado brasileiro desta e de outras épocas, no período compreendi-
desprezo por personagens da cúpula militar que haviam se associado aos do entre 1930-1988, foi marcado pela política do intervencionismo e contro-
figurões da República.” le da economia, transformando-se num Estado burocrático e formando-se
Começa a formar-se as bases para uma nova elite no poder, formada uma enxurrada de burocratas cada vez mais imbricados com o poder e com
por militares, profissionais liberais e outros segmentos societários, contudo a troca de cargos, favores e indicações políticas, criando-se uma forte
sem conter uma homogeneidade ou diretriz política, encabeçando um corrente clientelista que favorecia o clima de corrupção[21]:
movimento que historicamente ficou conhecido por Revolução de 1930[17]: “Tal diagnóstico tem sido aplicado ao caso brasileiro, cuja história con-
“A heterogeneidade dos grupos revolucionários nada tinha de excep- temporânea (a partir, digamos, de 1945) teria sido marcada pela óbvia e
cional, sendo mesmo fato comum na maioria das revoluções. Importa saber ininterrupta troca de favores escusos entre os políticos e entre políticos e
que setores predominaram e quais os objetivos desenhados no pós-trinta. eleitores, com prejuízo para o desempenho do Estado e favorecimento da
Sob o primeiro aspecto, podemos dizer que, a partir de 1930, ocorreu uma corrupção.”
troca da elite do poder sem grandes rupturas. Caíram os quadros oligárqui- II.1 – A necessidade das reformas.
cos tradicionais, os “carcomidos da política”, como se dizia na época. No início da década de 90 o mundo já se preparava para a globaliza-
Subiram os militares, os técnicos diplomados, os jovens políticos e, um ção e os países de tradição política liberal intervencionista contavam com
pouco mais tarde, os industriais. Muitos, a começar pelo próprio Getúlio, já uma máquina burocrática administrativa falida e combalida pela nova ordem
tinham começado um carreira vitoriosa, no interior da antiga ordem.” econômica iminente, descompassada com as novas tendências tecnológi-
Um novo Estado surge depois da Revolução de 1930[18], centralizando cas, sucateada pela ineficiência estatal e esvaziada de investimentos na
o poder e ganhando autonomia de governo, reforçando as bases de uma qualidade, frente ao agigantamento dos Estados ao longo dos anos. Con-
economia voltada para a industrialização, realizando reformas sociais soante BRESSER-PEREIRA[22]:
trabalhistas e com grande influência das Forças Armadas – destaque para “A reforma gerencial de 1995, como as demais reformas desta nature-
o Exército – como garantidor da ordem interna e suporte para formação de za, respondeu ao grande aumento do tamanho do Estado que implicou sua
uma indústria de base. transformação em um Estado social; ao tornar a administração pública ou a
Sobretudo rompendo com a velha estrutura oligárquica essa nova soci- organização do Estado mais eficiente, legitimou os grandes serviços sociais
edade política procurou alianças para reconstruir o Estado, buscando de Educação, Saúde, Previdência e Assistência Social que a partir de dois
realizar não somente uma mudança estrutural, mas uma verdadeira recons- marcos – a Revolução de 1930 e a transição democrática de 1985 - resulta-
trução política, social e econômica de modo que se enterrasse de vez a ram na transformação do regime oligárquico-liberal brasileiro em um regime
prática eleitoral dos vencedores antecipados[19]: democrático e social.”
“O rompimento com a prática política oligárquica assinala o início da Tratava-se então de realizar uma reforma administrativa de modo a re-
complexa trajetória política modernizante, no Brasil, empenhada que estava organizar o Estado brasileiro estruturando-o para o novo milênio, adequan-
a parcela da elite recém-chegada ao poder em reorganizar de alto a baixo o do os seus serviços essenciais transformando-os em um modelo de ges-
Estado, inaugurar pontes diversificadas com a sociedade e deixar definiti- tão[23]:
vamente para trás as competições políticas cujos vencedores eram anteci- “Ao dar início à reforma gerencial de 1995 o Brasil estava participando
padamente conhecidos.” da segunda grande reforma administrativa do Estado moderno. A primeira
Getúlio Vargas governou e permaneceu no poder de 1930 a 1945, implicara na transformação do Estado patrimonial no burocrático; a segun-
quando foi deposto, e ainda voltaria pelo voto popular em 1950, não tendo da, a transformação deste no Estado gerencial.”
completado seu mandato por conta de seu suicídio em 1954. II.1.1 – A reforma administrativa.
Durante a Era Vargas o país sofreu diversas mudanças em todos os Depois de duas décadas de governo militar ditatorial o país enfrentou
segmentos, começando pela centralização do poder, com Getúlio assumin- uma transição para a democracia e elegeu uma assembleia constituinte
do o poder executivo e legislativo após dissolver o Congresso Nacional e os que promulgou a Constituição em 05 de outubro de 1988.
legislativos estaduais e municipais, em novembro de 1930. A passagem de uma política autoritária e restritiva para outra democrá-
O país enfrentou não só grandes mudanças econômicas e sociais com tica e social requeria a especialização de setores estratégicos que se
a criação de institutos e legislações, como também turbulências políticas encontravam saturados pela inércia e ineficiência da gigantesca máquina
marcadas pelas tentativas de golpes e planos mirabolantes (como o Plano burocrática, criada, principalmente através da política de cargos e troca de

Administração Pública 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
favores entre os políticos e suas bases aliadas, no período anterior à obri- contrato de gestão com definição de indicadores de desempenho. Esta é
gatoriedade dos concursos públicos para o preenchimento de certos cargos uma definição geral; não faz sentido uma definição legal, porque além da lei
ou pelas indicações para os cargos de confiança. federal, um grande número de estados e municípios definiu legalmente as
A novel Constituição de 1988 trazia em seu texto garantias e direitos organizações sociais. No quadro da reforma gerencial, Ruth Cardoso,
num rol não taxativo, necessitando de uma premente retomada do eixo da preocupada em estabelecer um marco jurídico mais claro para as entidades
história por parte das instituições e da realização de reformas administrati- ‘públicas não-estatais’, promoveu a lei das OSCIPs (Organização da Socie-
vas nos setores mais vitais para o processo político da construção da dade Civil de Interesse Público).”
democracia, ou seja, do Estado democrático social[24]: Essas últimas mudanças não foram objetivo de ampla aceitação na
“O Estado democrático garantiu, adicionalmente, os direitos políticos – comunidade política, que criticou o fato da excessiva privatização dos
o sufrágio universal – e o Estado democrático social, os direitos sociais, e, setores públicos de serviços[29]:
mais amplamente, os direitos republicanas – o direito de cada cidadão de “Há adversários da reforma que ainda insistem a afirmar que as organi-
que o patrimônio público seja utilizado para fins públicos.” zações sociais são uma forma de ‘privatização’ do Estado – o que não faz o
A reforma iniciou-se com a criação de um regime jurídico dos servido- menor sentido. Na verdade, garantem maior autonomia e flexibilidade a
res públicos civis da União (Lei 8.112/1990), reescalonamento das dívidas atividades que não são exclusivas de Estado, como é o caso dos serviços
das administrações direta e indireta dos Estados, DF e Municípios (Lei sociais, culturais e científicos, possibilitam uma operação muito mais efici-
8.727/1993) e Emenda Constitucional n. 19/1998, esta última de suma ente, ao mesmo tempo em que o Estado mantém o controle sobre a quali-
importância para a reestruturação da gestão da administração pública, dade e direcionamento desses serviços através do contrato de gestão e da
estabelecendo critérios de eficiência e transparência na administração[25]: auditoria por resultados”.
“...[a] emenda 19, além de adicionar o princípio da eficiência, restringiu Transferindo alguns serviços de natureza social para essas entidades
os cargos de confiança a atividades de “direção, chefia e assessoramento” sociais não públicas o Estado consegue centralizar seu foco nas atividades
(art. 37, V), previu lei para disciplinar “formas de participação do usuário na de mais alto nível de especialização, conseguindo assim, através destas
administração pública direta e indireta” (art. 37, §3º), exigiu transparência e entidades, prestar serviços de assistência à cultura, ciência e educação,
publicidade da remuneração dos agentes públicos (art. 39, §6º), e permitiu entre outros[30]:
a assinatura de contratos de gestão – fato a que a lei deveria reconhecer “Talvez o aspecto mais interessante dessa transferência da execução
efeitos de ampliar a “autonomia gerencial, orçamentária e financeira de dos serviços sociais, culturais e científicos para as organizações públicas
órgãos e entidades da administração direta e indireta”(art. 37, §8). A admi- ou de interesse público não-estatais é o fato de que essa forma de realizá-
nistração gerencial, assim, sem deixar de ser administração legal, deve los permite que o Estado se limite a contratar servidores estatutários de alto
responder pelo atendimento de resultados concretos; a auditoria não deve nível que, além de participarem em conjunto com os políticos da formulação
se limitar aos processos mas estender-se aos resultados contratados ou das políticas públicas, encarregar-se-ão de contratar os serviços e verificar
visados.” sua execução. Dessa forma, o Estado, ainda que possa e deva ser grande
Nas palavras de Luiz Carlos Bresser-Pereira[26], articulador da reforma do ponto de vista da despesa se pretende ser um Estado Social, pode ser
administrativa a frente do MARE (Ministério da Administração Pública e pequeno em termos do quadro de pessoal, e contar com um pessoal alta-
Reforma do Estado): mente bem treinado e bem pago que supervisione serviços não-exclusivos
“A Reforma Gerencial de 1995 constituiu-se, inicialmente, de um do- de Estado. Uma mudança dessa natureza não acontece do dia para a
cumento, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e de um noite. Nem tem um único caminho para chegar a bom termo. Trata-se,
projeto de emenda constitucional que, depois de três anos de discussão no porém, de uma mudança que está ocorrendo em todo o mundo, porque
Congresso, transformou-se na Emenda 19, de abril de 1998. (...) Além do aumenta a eficiência e a efetividade do Estado.”
diagnóstico, o plano continha uma proposta de reforma inovadora e realista, Outra grande inovação trazida pela reforma gerencial foi a mudança de
que buscava fortalecer a organização do Estado, torná-la mais capaz e paradigma do controle para o de responsabilização, não dissociados, mas
eficiente, e indicava os meios para isto, os quais não eram apenas estraté- com este último sendo resultado da auditoria realizada através do controle
gias de gestão, mas também mudanças estruturais nas diversas unidades da eficiência[31], verificando-se, através de auditorias de resultados, a
ou organizações do Estado – mudanças na forma de propriedade como era eficiência dos métodos gerencias aplicados na administração pública,
o caso da criação das organizações sociais. Este fato foi reconhecido pela dotando os mecanismos de controle de novos métodos de análise, tais
sociedade brasileira, e era isto o que mais importava.” como, a responsabilização pelos resultados obtidos, perante aos superiores
A reforma seguiu as diretrizes e tendências mundiais, com a desestati- hierárquicos e perante a sua responsabilidade frente a sociedade, aumen-
zação de serviços de atividades não exclusivas do Estado e sua transfe- tando desse jeito a eficiência frente ao juízo do próprio administrado:
rência para os setores privados, aumentando a competitividade e especiali- “Já sob o ângulo da gestão, a grande mudança trazida pela reforma ge-
zação destes setores implicando na eficiência e melhoria da prestação dos rencial foi em relação às formas deresponsabilização (accountability) ou de
serviços, ao mesmo tempo em que foram criadas agencias reguladoras controle. (...) ....[enquanto] a alta burocracia pública está baseada no con-
setoriais que executam as políticas públicas, regulamentação e fiscalização trole por supervisão direta, em regulamentos precisos, e na auditoria de
dos setores[27]: procedimentos, a gerencial baseia-se na responsabilização por resultados,
“Do ponto de vista estrutural, a característica fundamental da reforma na competição administrada por excelência, na responsabilização social e
gerencial é a de associar formas de propriedade distintas a tipos de ativida- na auditoria de resultados. Não se tratam de mudanças radicais, porque as
des também distintas; mais especificamente é a de transferir as atividades antigas formas não são abandonadas, apenas perdem importância relativa,
não exclusivas de Estado para o setor público não estatal. A transformação mas a mudança da ideia de controle para responsabilização mostra que a
dos serviços exclusivos de Estado em agências executivas ou em agências abordagem é muito diferente. A responsabilização é também uma forma de
reguladoras depende de operarem em mercados monopolistas e terem controle, uma forma de exercício do poder, mas é uma forma que envolve o
como papel principal a definição de preços como ser mercado houvesse próprio controlado na medida em que o torna responsável perante o superi-
(agências reguladoras), ou simplesmente estarem diretamente encarrega- or hierárquico e, mais amplamente, perante a sociedade.”
das da execução das leis e das políticas públicas (agências). As agências A reforma do judiciário veio através da Emenda Constitucional n.
realizam principalmente trabalhos de certificação e de fiscalização com 45/2004, criando o Conselho Nacional de Justiça, incluindo as questões
autonomia administrativa, as agências executivas diferenciando-se das relativas aos tratados internacionais de direitos humanos e o tribunal penal
reguladoras pelo fato de que as últimas definem os preços como se merca- internacional, promoveu o acesso à justiça com celeridade, reformulou e
do houvesse, para isso devendo ter certa autonomia decisória.” regulamentou as carreiras de magistrado, ampliou a autonomia administra-
Foram introduzidas, igualmente, as entidades sociais sem fins lucrati- tiva e financeira do poder judiciário, entre outras inovações.
vos ou organizações sociais[28], que prestam auxílio social de saúde e De uma forma ou de outra, mesmo com a extinção do MARE e sua
assistência social em apoio aos órgãos públicos estatais, através de ações subsequente substituição por outra nomenclatura institucional, e longe de
populares e comunitárias, e sem fins lucrativos: ter atingido o ideal de Estado auto-suficiente e modelo de gestão, a reforma
“Já as organizações sociais são entidades sem fins lucrativo, públicas atingiu importantes objetivos e realizou mudanças significativas na máquina
não estatais, financiadas pelo Estado, e por ele controladas através de administrativa e segue sendo realizada em outros setores da administração
pública sempre visando a atender a melhoria na eficiência.
Administração Pública 36 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
II.1.2 – A reforma política. me se depreende da leitura da reportagem divulgada na revista Veja, com a
Por tudo que se escreveu acima, principalmente na evolução do Estado capa "O vídeo da corrupção em Brasília", Edição de 18 de maio de 2005,
brasileiro, ainda que em breve palavras, a inteligência de qualquer leitor ou com a matéria “O Homem Chave do PTB”, referindo-se a Roberto Jeffer-
interlocutor dessa mensagem aguça convergente na mesma questão - qual son, o homem por trás do esquema naquela estatal.[.....]
seja -, com tantos descaminhos políticos enfrentados na construção da O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado fede-
história brasileira e depois de tantas reformas e transformações experimen- ral Roberto Jefferson em entrevista que deu ressonância nacional ao es-
tadas nos outros poderes – executivo e judiciário -, por que o legislativo, ou cândalo, é uma variante da palavra "mensalidade" usada para se referir a
ainda os partidos políticos e o sistema eleitoral, jamais experimentou uma uma suposta "mesada" paga a deputados para votarem a favor de projetos
reforma ou transformação, muito embora seja o grande vilão de quase a de interesse do Poder Executivo. Segundo o deputado, o termo já era
totalidade dos entraves na construção de um Estado brasileiro ideal. comum nos bastidores da política entre os parlamentares para designar
A Constituição de 1988 inseriu o sistema de democracia hibrida através essa prática ilegal.
de dois sistemas distintos, orepresentativo ou indireto, através do sistema A palavra "mensalão" foi então adotada pela mídia para se referir ao
de eleições pelo voto popular de representantes no processo legislativo e caso. A primeira vez que a palavra foi grafada em um veículo de comunica-
o participativo ou direito, através do plebiscito, do referendo e da iniciativa ção de grande reputação nacional ocorreu no jornal Folha de S.Paulo, na
popular (CF/1988, art. 14, incisos I, II e III). matéria do dia 6 de junho de 2005. A palavra, tal como ela é, foi utilizada
O sistema participativo ou direito no Brasil é pouco explorado e prati- também na mídia internacional sempre acompanhada de uma pseudo-
camente foi utilizado por própria determinação constitucional (no caso do tradução. Em espanhol já foi traduzida como "mensalón" e em inglêscomo
plebiscito), sofrendo um enorme hiato na histórica política nacional[32]: "big monthly allowance" (grande pagamento mensal) e "vote-buying" (com-
“Os mecanismos de democracia direta, em especial, o plebiscito, pra de votos).”
o referendum e a iniciativa popular de lei, não foram as formas de participa- A grande expectativa em torno da reforma política gira em torno de
ção ampliada mais utilizadas no Brasil democrático. Um plebiscito e um uma esperança de uma nova ordem ética e moral que trouxesse à consci-
referendo foram convocados no Brasil democrático, o primeiro, acerca da ência do dever de se combater as desigualdades ao mesmo tempo em que
forma de governo, e o segundo, sobre a comercialização das armas de se fomentasse um grande desenvolvimento nacional em todas as áreas, ou
fogo. Foram propostas três leis de iniciativa popular, todas elas aprovadas seja, busca-se uma reforma política, não da ideologia política, mas das
ainda que através de processos diferenciados na Câmara dos Deputados.” regras de como ela é planejada e executada, em outras palavras, busca-se
Não é pela falta de propostas[33] de reformas políticas ou pela satisfa- modificar as “regras do jogo”.
ção com o regime atual que a situação enseje ritmo de inércia, o maior Um aspecto que deve ser abordado antes de qualquer outro, refere-se
problema parece ser mesmo a falta de voluntariedade ou de vontade políti- ao voto obrigatório, sendo público e notório que a sociedade brasileira,
ca por parte dos próprios membros do legislativo ao longo das sessões: após ter sofrido uma “amnésia eleitoral forçada” durante o período compre-
“Entre 1989 e 2005, cerca de 180 proposições legislativas tramitaram endido entre o referendo de 1963 - rejeitando o parlamentarismo como
no Congresso Nacional, a grande maioria delas de iniciativa de legisladores condição imposta pelo Congresso Nacional para a posse do vice-presidente
individuais (deputados ou senadores). É interessante observar que há uma João Goulart (após a renúncia de Jânio Quadros) -, e as eleições diretas de
concentração de apresentação de propostas de reforma no período mais 1989, perfazendo vinte e seis (26) anos sem votar, o que torna inquietante
recente, especialmente nos três últimos anos, o que explica por que tais para uma parcela de brasileiros[35] o fato de se extinguir a obrigatoriedade:
proposições, em sua maioria, estejam ainda em tramitação e apenas 11 “Suas falhas, ainda que graves, deveriam levar à rejeição do próprio
delas tenham sido transformadas em normas jurídicas. (...) Há temas que regime político? Após uma experiência recente e dolorosa de ditadura
têm sido, recorrentemente, objetos de iniciativas dos legisladores: fidelida- militar, essa é uma questão inquietante para muitos brasileiros sinceramen-
de partidária, listas partidárias, propaganda eleitoral, pesquisas eleitorais, te preocupados em preservar do esvaziamento uma democracia frágil e
financiamento de campanhas, coligações eleitorais, ainda que, muitas ainda em construção. É certo que a rejeição da representação política
vezes, essas iniciativas tenham sinais trocados.” corrente não implica a condenação do regime democrático em si, diferença
Diversas são as distorções no sistema político e eleitoral brasileiro, fi- que poderia ser muito bem marcada pelo comparecimento com voto nulo ou
nanciamentos de campanhas com “caixa dois”, sistemas de cooptação de em branco. Porém, boa parte do eleitorado potencial não a percebe, o que
eleitores e compra de votos, favorecimentos de acessos a cargos, coliga- acaba facilitando o caminho da abstenção.”
ções escusas e sem propósitos políticos, infidelidade partidária, crise de O problema central é saber se a quantidade de eleitores votantes é i-
representatividade, propaganda eleitoral de baixo nível, morosidade e nexoravelmente importante para o processo democrático ou dever-se-ia
brechas normativas que esvaziam a legislação eleitoral, corrupção endêmi- primar por elaborar um plano de conscientização política e aproveitar esses
ca, falta de ética e de decoro, entre outras de menor importância, contudo quadros para a construção de uma nova comunidade de eleitores, votantes
não imperceptíveis. ou não, que através do engajamento consciente fizesse a diferença pela
Os escândalos nacionais envolvendo a política brasileira sempre foram qualidade[36]:
conhecidos de todos, através dos noticiários estampados nos jornais, “O voto obrigatório, por sua vez, não parece ser capaz de corrigir essa
revistas e demais veículos comunicativos, porém no primeiro decênio deste deficiência, na medida em que seja fator de participação pouco refletida.
século XXI, a enxurrada de fraudes, esquema de compra de votos, rapina- Retornamos então ao ponto crucial: a quantidade não substitui a qualidade.
gem em licitações, desvio de dinheiro público, entre outras tantas “falcatru- O compromisso com o regime não é função de números expressivos de
as”, atingiram um nível estratosférico, a ponto do escândalo domensalão, comparecimento que se possam apresentar no final de um pleito — como
conhecido de todos, ter-se transformado em verbete da Wikipédia[34], faziam os governos socialistas autoritários do Leste Europeu —, mas do
enciclopédia livre da Internet, conforme trechos transcritos abaixo: engajamento consciente e deliberado na sua sustentação.”
“Escândalo do mensalão O fato é que a sociedade brasileira não possui uma consciência demo-
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. crática e participativa, fruto dos diversos problemas rapidamente descritos e
expostos neste breve resumo, além de sofrer de distorções culturais em
Escândalo do Mensalão ou "Esquema de compra de votos de par- relação aos direitos humanos e ao próprio conceito de dignidade huma-
lamentares" é o nome dado à maior crisepolítica sofrida pelo governo do na[37]:
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2005/2006 no Brasil.
“O trabalho sugere uma hipótese explicativa para o problema relacio-
No dia 14 de maio de 2005, aconteceu a divulgação pela imprensa de nado com a fragilidade moral e social da sociedade brasileira, que não teria
uma gravação de vídeo na qual o ex Chefe do DECAM/ECT, Maurício incorporado a noção de dignidade como um atributo inerente ao ser huma-
Marinho, solicitava e também recebia vantagem indevida para ilicitamente no, mas como um atributo que pode ou não lhe ser reconhecido, depen-
beneficiar um falso empresário - na realidade o advogado curitibano Joel dendo do que o indivíduo faz ou deixa de fazer.”
Santos Filho, o denunciante da corrupção, que para colher prova material
do crime, faz-se passar por empresário - interessado em negociar com os Muitos são os caminhos para a construção de um Estado que seja, ou
Correios. Na negociação então estabelecida com o falso empresá- possa ser reconhecido como, ideal ou mesmo que demonstre ter uma
rio, Maurício Marinho expôs, com riqueza de detalhes, o esquema de sociedade mais equânime e dotada de um mínimo de instrumentos e direi-
corrupção de agentes públicos existente naquela empresa pública, confor-

Administração Pública 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tos de cidadania e participe conscientemente do processo de governo e da Disponível em: http://bdjur.stj.jus.br/dspace/handle/2011/27569, consulta realizada as
elaboração das políticas públicas. 14:20 h do dia 28/08/2011.
[6] “todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os
Certo é que um desses caminhos é o de uma reforma política da políti- outros”.ORWELL, George. A revolução dos bichos (Animal Farm). Tradução: Heitor
ca e dos políticos, entendendo-se compreendidos nesses grupos os eleito- Ferreira. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 92
res e não eleitores, todos aqueles que participem e possam participar ou vir [7] BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 20a ed. São Paulo: Malhei-
a participar do processo político nacional. ros, 2007, p. 562.
III – Conclusão. [8] Idem, p. 564.
[9] Ibidem, p. 569.
1. O Estado evoluiu encimado pelo poder supremo de um soberano, [10] Ibidem, p. 560; BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier,
que em determinado momento conta com o clero para satisfazer seus 2004
domínios e explorar a terra e seus habitantes. É a exploração de uns pou- [11] BOBIO, Norberto et ali. Dicionário de Política. 11a edição. Tradução: coordena-
cos homens sobre todos os outros homens, através de um sistema econô- ção de João Ferreira. Brasília: UNB, 1998, p. 401
mico exploratório de natureza monista, autoritário e sem a garantia de [12] FERNANDES, Florestan. A Revolução burguesa no Brasil. 5a edição. São Paulo:
qualquer direito. Globo, 2006, p. 34.
[13] PRADO JR., Caio. Formação do Brasil contemporâneo (colônia). 6a edição. São
2. O Estado Moderno surge das revoluções do povo contra a monar- Paulo: Brasiliense, 1961, p. 123
quia, contra a exploração de todos por poucos e ganha força na medida em [14] HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26a edição. São Paulo: Com-
que abarca direitos aos homens que não tinham direitos, e dá inicio ao panhia da Letras, 1995, p.160
sistema capitalista, garante o direito de propriedade e a livre iniciativa de [15] FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2a edição. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 265.
mercado. Seu marco é a Revolução em França no ano de 1789. [16] Idem. Obra citada, p. 314
[17] FAUSTO, Boris. Citado, p. 327.
3. O Estado brasileiro não conheceu o feudalismo na acepção da pala-
[18] Idem, p. 327
vra e aqui não se constituiu os denominados burgos, logo, sua burguesia foi [19] SANTOS, Wanderley Guilherme dos. O ex-Leviatã brasileiro: do voto disperso ao
construída sob a realidade nacional e suas ideologias políticas sempre clientelismo concentrado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 21
foram “importadas” dos países anglo-saxões, tendo-se construído, igual- [20]
mente, uma política tipicamente nacional. [21] SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Obra citada, p. 47
4. O Brasil experimentou décadas de governança atípica através de [22] BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Os primeiros passos da reforma gerencial do
presidente - algumas vezes eleito pelo voto e outras pelos golpes – Getúlio Estado de 1995. In: D’INCAO, Maria Ângela & MRTINS, Hermínio (org.), 2010, p.172
[23] Idem, p. 172
Vargas, períodos conhecidos historicamente pela “Era Vargas”. Neste [24] BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Citado, p. 203.
período foram produzidas as primeiras grandes reformas do Estado, em [25] Idem, p. 179
todos os níveis do poder, iniciou-se uma fase de industrialização de base e [26] BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Obra citada, pp. 195 e 198
enraizou-se uma política nacional de paternalismo e liberalismo clássico, [27] Idem, p. 199
com a intervenção do Estado em todos os setores da economia e da políti- [28] BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Obra citada, p. 199
ca. [29] BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Obra citada, p. 199-200
[30] Idem, p. 200-201.
5. O país foi evoluindo para um quadro de saturação de burocratas e [31] Idem, p. 201
ingerência estatal em todos os setores, criando-se uma máquina que se [32] AVITRIZER, Leonardo. Reforma Política e Participação no Brasil. In: Reforma
utilizava desta situação para se perpetuar no poder através das trocas de Política no Brasil, AVITRIZER, Leonardo & ANASTASIA, Fátima (org.), Belo Horizon-
favores e de indicações para cargos estratégicos em troca de votos e bases te: Ed. UFMG, 2006, p. 36
eleitorais, a denominada política do clientelismo. [33] ANASTASIA, Fátima e NUNES, Felipe. A Reforma da Representação. Idem, p.
6. O mundo caminhava para uma grande reforma de conceitos e pro- 27.
[34] Disponível
cedimentos nunca vista antes e começava essa grande revolução pelo
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%C3%A2ndalo_do_mensal%C3%A3o; consulta
próprio conceito e estrutura de Estado. Após a redemocratização do Brasil - realiza no dia 24/08/2011 as 15:32 h.
com as eleições diretas de 1989 -, tornava-se premente a necessidade de [35] ARAÚJO, Cícero. Voto Obrigatório. In: Reforma Política no Brasil, Citado, p. 89
reformas em todos os setores do Estado. [36] ARAÚJO, Cícero. Idem, citado, p. 89
7. As reformas administrativas realizadas pelo governo em 1995, atra- [37] BARCELLOS, Ana Paula. “Violência urbana, condições das prisões e dignidade
vés do MARE, deram início a uma grande transformação no setor executivo humana”. In: Revista de Direito Administrativo, 254, p. 39
e apesar de não lograrem o ideal resolveram problemas de gestão, eficiên-
cia, controle e responsabilidade, além de se descentralizar os serviços com 8. Análise Crítica aos Modelos de Gestão Pública: patrimonia-
a criação das agências reguladoras e das organizações sociais. lista, burocrático e gerencial.
8. O poder judiciário nacional também realizou uma grande reforma no
ano de 2004, reformulando seus procedimentos – dando prioridade à Administração Pública: Patrimonialista, Burocrática e Gerencial.
celeridade processual -, ajustando seu regime jurídico e criando órgãos de A Patrimonialista aproxima-se muito do estilo de administração dos
controle como o CNJ. Estados Totalitários, onde não se sabe ao certo o que separa o patrimônio
9. Na contramão da história o poder legislativo brasileiro reluta em não do ditador ou rei, do patrimônio do povo. A vontade do soberano, aí englo-
se inovar e a realizar as reformas de seus estatutos e de seus procedimen- bada a vontade do Estado, é que define e determina as regras da Adminis-
tos, faltando para isso à vontade de se por em prática as inúmeras propos- tração Pública, sem qualquer preocupação com o bem estar social.
tas que tramitam pelo Congresso Nacional faz muitos anos.
A Burocrática, na tentativa de coibir os abusos desta última, cria re-
10. A sociedade brasileira sofre de uma “amnésia eleitoral” que faz com
gras rígidas para o funcionamento da máquina estatal, e o Estado torna-se
que seja anestesiada politicamente e seja manobrada para participar do
fim em si mesmo. As necessidades públicas continuam relegadas a segun-
processo político apenas como votante e não como real partícipe das
do plano e a ênfase é dada no controle administrativo, visando evitar o
discussões nacionais.
nepotismo e a corrupção.
A Gerencial preocupa-se mais com a eficiência da Administração Pú-
Notas: blica, a qualidade dos serviços prestados e as necessidades vitais da
[1] ELIAS, Norbert. O processo civilizador. v. II. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de coletividade. O dinamismo operacional desaguou numa inevitável descen-
Janeiro: Jorge Zahar, 1993, p. 15 tralização administrativa, e porque não dizer, numa flexibilização da admi-
[2] ELIAS, Norbert. Obra citada, p. 170. nistração.
[3] Idem. Ob. cit., p. 171
[4] GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988. 13a ed. São São quatro os setores do Estado que são enumerados: o Núcleo Estra-
Paulo: Malheiros, 2008, p. 15 tégico, as Atividades Exclusivas, os Serviços Não-Exclusivos e a Produção
[5] ALBANO, Wladimyr Mattos. As declarações tributárias obrigatórias e o direito de de Bens e Serviços para o Mercado.
não produzir provas contra si mesmo. Rio de Janeiro, 2010. 124 f. Monografia.
(Especialização em Direito Público e Tributário) - Universidade Cândido Mendes. O Núcleo Estratégico corresponde ao governo, em sentido amplo. É o
setor que define as leis e as políticas públicas. Corresponde aos Poderes
Administração Pública 38 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Legislativo, Judiciário, Executivo e ao Ministério Público, personificado pelo administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e manti-
presidente da república, ministros, seus auxiliares diretos, etc. das pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias,
As Atividades Exclusivas são os setores em que são prestados os reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem
serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o o fundamento legal do ato concessório;
poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar e fomen- VI - efetuar, observada a legislação pertinente, o cálculo das quotas
tar. Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a referentes aos fundos de participação a que alude o parágrafo único do art.
polícia, etc. 161 da Constituição Federal, fiscalizando a entrega dos respectivos recur-
Os Serviços Não-Exclusivos correspondem aos setores onde o Esta- sos;
do atua simultaneamente com outras organizações pública não-estatais e VII - emitir, nos termos do § 2º do art. 33 da Constituição Federal,
privadas. As instituições deste setor não possuem o poder de Estado. Este, parecer prévio sobre as contas do Governo de Território Federal, no prazo
entretanto, está presente, porque os serviços envolvem direitos humanos de sessenta dias, a contar de seu recebimento, na forma estabelecida no
fundamentais, como os da educação e da saúde. São exemplos desse Regimento Interno;
setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa. VIII - representar ao poder competente sobre irregularidades ou abu-
sos apurados, indicando o ato inquinado e definindo responsabilidades,
A Produção de Bens e Serviços para o Mercado corresponde a área inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equi-
de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas valente;
voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, IX - aplicar aos responsáveis as sanções previstas nos arts. 57 a 61
por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão no Estado, seja porque desta Lei;
faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são X - elaborar e alterar seu Regimento Interno;
atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado XI - eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar-lhes posse;
não é possível, tornando-se necessária, no caso de privatização, a regula- XII - conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros,
mentação rígida. auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, dependendo
Outro aspecto interessante a ser abordado é o referente às formas de de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde por prazo
propriedade. Ao lado das tradicionais formas de propriedade conhecidas: a superior a seis meses;
propriedade estatal e a propriedade privada, é acrescentada uma tercei- XIII - propor ao Congresso Nacional a fixação de vencimentos dos
ra, qual seja: a propriedade pública não-estatal. Esta é constituída por ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal;
organizações sem fins lucrativos, que não são propriedade de nenhum XIV - organizar sua Secretaria, na forma estabelecida no Regimento
indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente para o atendimento do Interno, e prover-lhe os cargos e empregos, observada a legislação perti-
interesse público. nente;
XV - propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extin-
Para cada setor do Estado acima indicado, corresponde um determina- ção de cargos, empregos e funções de quadro de pessoal de sua secretari-
do tipo de propriedade que deve predominar. Senão vejamos. A proprieda- a, bem como a fixação da respectiva remuneração;
de estatal deve estar presente no núcleo estratégico e nas atividades XVI - decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer
exclusivas de Estado. Já para o setor não-exclusivo, a propriedade deve cidadão, partido político, associação ou sindicato, na forma prevista nos
ser a pública não-estatal e em se tratando do setor de produção de bens e arts. 53 a 55 desta Lei;
serviços, a propriedade, necessariamente, deve ser a privada. (artigo XVII - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
extraído de google) competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos
legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na
9. Controle Interno e Externo da Administração Pública. Lei nº forma estabelecida no Regimento Interno.
8.443/92. § 1° No julgamento de contas e na fiscalização que lhe compete, o
Tribunal decidirá sobre a legalidade, de legitimidade e a economicidade dos
Lei Nº 8.443, DE 16 DE JULHO DE 1992. atos de gestão e das despesas deles decorrentes, bem como sobre a
Dispõe sobre a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e dá aplicação de subvenções e a renúncia de receitas.
outras providências. § 2° A resposta à consulta a que se refere o inciso XVII deste artigo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso tem caráter normativo e constitui prejulgamento da tese, mas não do fato
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ou caso concreto.
TÍTULO I § 3° Será parte essencial das decisões do Tribunal ou de suas Câma-
NATUREZA, COMPETÊNCIA E JURISDIÇÃO ras:
Capítulo I I - o relatório do Ministro-Relator, de que constarão as conclusões da
Natureza e Competência instrução (do relatório da equipe de auditoria ou do técnico responsável
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, pela análise do processo, bem como do parecer das chefias imediatas, da
compete, nos termos da Constituição Federal e na forma estabelecida unidade técnica), e do Ministério Público junto ao Tribunal;
nesta Lei: II - fundamentação com que o Ministro-Relator analisará as questões
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por de fato e de direito;
dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e III - dispositivo com que o Ministro-Relator decidirá sobre o mérito do
das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e socieda- processo.
des instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles Art. 2° Para desempenho de sua competência o Tribunal receberá, em
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte cada exercício, o rol de responsáveis e suas alterações, e outros documen-
dano ao Erário; tos ou informações que considerar necessários, na forma estabelecida no
II - proceder, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Regimento Interno.
Nacional, de suas Casas ou das respectivas comissões, à fiscalização Parágrafo único. O Tribunal poderá solicitar ao Ministro de Estado
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades supervisor da área, ou à autoridade de nível hierárquico equivalente outros
dos poderes da União e das demais entidades referidas no inciso anterior; elementos indispensáveis ao exercício de sua competência.
III - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Art. 3° Ao Tribunal de Contas da União, no âmbito de sua competência
República, nos termos do art. 36 desta Lei; e jurisdição, assiste o poder regulamentar, podendo, em consequência,
IV - acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e das expedir atos e instruções normativas sobre matéria de suas atribuições e
entidades referidas no inciso I deste artigo, mediante inspeções e auditori- sobre a organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obri-
as, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no gando ao seu cumprimento, sob pena de responsabilidade.
Regimento Interno; Capítulo II
V - apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Jurisdição
Interno, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na

Administração Pública 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 4° O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e privati- Art. 9° Integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a toma-
va, em todo o território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua da de contas especial, dentre outros elementos estabelecidos no Regimen-
competência. to Interno, os seguintes:
Art. 5° A jurisdição do Tribunal abrange: I - relatório de gestão;
I - qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I II - relatório do tomador de contas, quando couber;
do art. 1° desta Lei, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre III - relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou órgão de controle interno, que consignará qualquer irregularidade ou ilega-
que, em nome desta assuma obrigações de natureza pecuniária; lidade constatada, indicando as medidas adotadas para corrigir as faltas
II - aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade encontradas;
de que resulte dano ao Erário; IV - pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da
III - os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob autoridade de nível hierárquico equivalente, na forma do art. 52 desta Lei.
intervenção ou que de qualquer modo venham a integrar, provisória ou Seção II
permanentemente, o patrimônio da União ou de outra entidade pública Decisões em Processo de Tomada ou Prestação de Contas
federal; Art. 10. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas
IV - os responsáveis pelas contas nacionais das empresas suprana- pode ser preliminar, definitiva ou terminativa.
cionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, § 1° Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de
nos termos do tratado constitutivo. pronunciar-se quanto ao mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento,
V - os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica ordenar a citação ou a audiência dos responsáveis ou, ainda, determinar
de direito privado que recebam contribuições parafiscais e prestem serviço outras diligências necessárias ao saneamento do processo.
de interesse público ou social; § 2° Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regula-
VI - todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam res, regulares com ressalva, ou irregulares.
sujeitos à sua fiscalização por expressa disposição de Lei; § 3° Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamen-
VII - os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassa- to das contas que forem consideradas iliquidáveis, nos termos dos arts. 20
dos pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos e 21 desta Lei.
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; Art. 11. O Relator presidirá a instrução do processo, determinando,
VIII - os sucessores dos administradores e responsáveis a que se mediante despacho singular, de ofício ou por provocação do órgão de
refere este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal, o sobrestamento do
do inciso XLV do art. 5° da Constituição Federal; julgamento, a citação ou a audiência dos responsáveis, ou outras providên-
IX - os representantes da União ou do Poder Público na assembleia cias consideradas necessárias ao saneamento dos autos, fixando prazo, na
geral das empresas estatais e sociedades anônimas de cujo capital a União forma estabelecida no Regimento Interno, para o atendimento das diligên-
ou o Poder Público participem, solidariamente, com os membros dos conse- cias, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva
lhos fiscal e de administração, pela prática de atos de gestão ruinosa ou para decisão de mérito.
liberalidade à custa das respectivas sociedades. Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal:
TÍTULO II I - definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão
JULGAMENTO E FISCALIZAÇÃO inquinado;
Capítulo I II - se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo
Julgamento de Contas estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou recolher a quan-
Seção I tia devida,
Tomada e Prestação de Contas III - se não houver débito, determinará a audiência do responsável
Art. 6° Estão sujeitas à tomada de contas e, ressalvado o disposto para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de
no inciso XXXV do art. 5° da Constituição Federal, só por decisão do Tribu- justificativa; não resulte dano ao Erário;
nal de Contas da União podem ser liberadas dessa responsabilidade as IV - adotará outras medidas cabíveis.
pessoas indicadas nos incisos I a VI do art. 5° desta Lei. § 1° O responsável cuja defesa for rejeitada pelo Tribunal será cientifi-
Art. 7° As contas dos administradores e responsáveis a que se refere cado para, em novo e improrrogável prazo estabelecido no Regimento
o artigo anterior serão anualmente submetidas a julgamento do Tribunal, Interno, recolher a importância devida.
sob forma de tomada ou prestação de contas, organizadas de acordo com § 2° Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a liquidação tempestiva do
normas estabelecidas em instrução normativa. débito atualizado monetariamente sanará o processo, se não houver sido
Parágrafo único. Nas tomadas ou prestações de contas a que alude observada outra irregularidade nas contas.
este artigo devem ser incluídos todos os recursos, orçamentários e extra- § 3° O responsável que não atender à citação ou à audiência será
orçamentários, geridos ou não pela unidade ou entidade. considerado revel pelo Tribunal, para todos os efeitos, dando-se prosse-
Art. 8° Diante da omissão no dever de prestar contas, da não compro- guimento ao processo.
vação da aplicação dos recursos repassados pela União, na forma prevista Art. 13. A decisão preliminar a que se refere ao art. 11 desta Lei pode-
no inciso VII do art. 5° desta Lei, da ocorrência de desfalque ou desvio de rá, a critério do Relator, ser publicada no Diário Oficial da União.
dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, da prática de qualquer ato Art. 14. O Tribunal julgará as tomadas ou prestações de contas até o
ilegal, ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao Erário, a autorida- término do exercício seguinte àquele em que estas lhes tiverem sido apre-
de administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, sentadas.
deverá imediatamente adotar providências com vistas à instauração da Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares,
tomada de contas especial para apuração dos fatos, identificação dos regulares com ressalva, ou irregulares.
responsáveis e quantificação do dano. Art. 16. As contas serão julgadas:
§ 1° Não atendido o disposto no caput deste artigo, o Tribunal deter- I - regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exati-
minará a instauração da tomada de contas especial, fixando prazo para dão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a econo-
cumprimento dessa decisão. micidade dos atos de gestão do responsável;
§ 2° A tomada de contas especial prevista no caput deste artigo e em II - regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou
seu § 1° será, desde logo, encaminhada ao Tribunal de Contas da União qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte dano ao Erário;
para julgamento, se o dano causado ao Erário for de valor igual ou superior III - irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrên-
à quantia para esse efeito fixada pelo Tribunal em cada ano civil, na forma cias:
estabelecida no seu Regimento Interno. a) omissão no dever de prestar contas;
§ 3° Se o dano for de valor inferior à quantia referida no parágrafo b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração
anterior, a tomada de contas especial será anexada ao processo da respec- à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentá-
tiva tomada ou prestação de contas anual do administrador ou ordenador ria, operacional ou patrimonial;
de despesa, para julgamento em conjunto. c) dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconô-
mico;

Administração Pública 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos. a) obrigação de o responsável, no prazo estabelecido no Regimento
§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reinci- Interno, comprovar perante o Tribunal que recolheu aos cofres públicos a
dência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha quantia correspondente ao débito que lhe tiver sido imputado ou da multa
tido ciência, feita em processo de tomada ou prestarão de contas. cominada, na forma prevista nos arts. 19 e 57 desta Lei;
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, b) título executivo bastante para cobrança judicial da dívida decorrente
ao julgar irregulares as contas, fixará a responsabilidade solidária: do débito ou da multa, se não recolhida no prazo pelo responsável;
a) do agente público que praticou o ato irregular, e c) fundamento para que a autoridade competente proceda à efetivação
b) do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática das sanções previstas nos arts. 60 e 61 desta Lei.
do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do Art. 24. A decisão do Tribunal, de que resulte imputação de débito ou
dano apurado. cominação de multa, torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título
§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, executivo, nos termos da alínea b do inciso III do art. 23 desta Lei.
o Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação Art. 25. O responsável será notificado para, no prazo estabelecido no
pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis Regimento Interno, efetuar e comprovar o recolhimento da dívida a que se
e penais cabíveis. refere o art. 19 e seu parágrafo único desta Lei.
Subseção I Parágrafo único. A notificação será feita na forma prevista no art. 22
Contas Regulares desta Lei.
Art. 17. Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação Art. 26. Em qualquer fase do processo, o Tribunal poderá autorizar o
plena ao responsável. recolhimento parcelado da importância devida, na forma estabelecida no
Subseção II Regimento Interno, incidindo sobre cada parcela os correspondentes a-
Contas Regulares com Ressalva créscimos legais.
Art. 18. Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal Parágrafo único. A falta de recolhimento de qualquer parcela importará
dará quitação ao responsável e lhe determinará, ou a quem lhe haja suce- no vencimento antecipado do saldo devedor.
dido, a adoção de medidas necessárias à correção das impropriedades ou Art. 27. Comprovado o recolhimento integral, o Tribunal expedirá
faltas identificadas, de modo a prevenir a ocorrência de outras semelhan- quitação do débito ou da multa.
tes. Art. 28. Expirado o prazo a que se refere o caput do art. 25 desta Lei,
Subseção III sem manifestação do responsável, o Tribunal poderá:
Contas Irregulares I - determinar o desconto integral ou parcelado da dívida nos venci-
Art. 19. Quando julgar as contas irregulares, havendo débito, o Tribu- mentos, salários ou proventos do responsável, observados os limites pre-
nal condenará o responsável ao pagamento da dívida atualizada monetari- vistos na legislação pertinente; ou
amente, acrescida dos juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe a II - autorizar a cobrança judicial da dívida por intermédio do Ministério
multa prevista no art. 57 desta Lei, sendo o instrumento da decisão consi- Público junto ao Tribunal, na forma prevista no inciso III do art. 81 desta Lei.
derado título executivo para fundamentar a respectiva ação de execução. Art. 29. A decisão terminativa, acompanhada de seus fundamentos,
Parágrafo único. Não havendo débito, mas comprovada qualquer das será publicada no Diário Oficial da União.
ocorrências previstas nas alíneas a, b e c do inciso III, do art. 16, o Tribunal Art. 30. Os prazos referidos nesta Lei contam-se da data:
aplicará ao responsável a multa prevista no inciso I do art. 58, desta Lei. I - do recebimento pelo responsável ou interessado:
Subseção IV a) da citação ou da comunicação de audiência;
Contas Iliquidáveis b) da comunicação de rejeição dos fundamentos da defesa ou das
Art. 20. As contas serão consideradas iliquidáveis quando caso fortuito razões de justificativa;
ou de força maior, comprovadamente alheio à vontade do responsável, c) da comunicação de diligência;
tornar materialmente impossível o julgamento de mérito a que se refere o d) da notificação;
art. 16 desta Lei. II - da publicação de edital no Diário Oficial da União, quando, nos
Art. 21. O Tribunal ordenará o trancamento das contas que forem casos indicados no inciso anterior, o responsável ou interessado não for
consideradas iliquidáveis e o consequente arquivamento do processo. localizado;
§ 1° Dentro do prazo de cinco anos contados da publicação da deci- III - nos demais casos, salvo disposição legal expressa em contrário,
são terminativa no Diário Oficial da União, o Tribunal poderá, à vista de da publicação da decisão ou do acórdão no Diário Oficial da União.
novos elementos que considere suficientes, autorizar o desarquivamento do Seção IV
processo e determinar que se ultime a respectiva tomada ou prestação de Recursos
contas. Art. 31. Em todas as etapas do processo de julgamento de contas será
§ 2º Transcorrido o prazo referido no parágrafo anterior sem que tenha assegurado ao responsável ou interessado ampla defesa.
havido nova decisão, as contas serão consideradas encerradas, com baixa Art. 32. De decisão proferida em processo de tomada ou prestação de
na responsabilidade do administrador. contas cabem recursos de:
Seção III I - reconsideração;
Execução das Decisões II - embargos de declaração;
Art. 22. A citação, a audiência, a comunicação de diligência ou a III - revisão.
notificação far-se-á: Parágrafo único. Não se conhecerá de recurso interposto fora do
I - mediante ciência do responsável ou do interessado, na forma prazo, salvo em razão da superveniência de fatos novos na forma prevista
estabelecida no Regimento Interno; no Regimento Interno.
II - pelo correio, mediante carta registrada, com aviso de recebimento; Art. 33. O recurso de reconsideração, que terá efeito suspensivo, será
III - por edital publicado no Diário Oficial da União quando o seu desti- apreciado por quem houver proferido a decisão recorrida, na forma estabe-
natário não for localizado. lecida no Regimento Interno, e poderá ser formulado por escrito uma só
Parágrafo único. A comunicação de rejeição dos fundamentos da vez, pelo responsável ou interessado, ou pelo Ministério Público junto ao
defesa ou das razões de justificativas será transmitida ao responsável ou Tribunal, dentro do prazo de quinze dias, contados na forma prevista no art.
interessado, na forma prevista neste artigo. 30 desta Lei.
Art. 23. A decisão definitiva será formalizada nos termos estabelecidos Art. 34. Cabem embargos de declaração para corrigir obscuridade,
no Regimento Interno, por acórdão, cuja publicação no Diário Oficial da omissão ou contradição da decisão recorrida.
União constituirá: § 1° Os embargos de declaração podem ser opostos por escrito pelo
I - no caso de contas regulares, certificado de quitação plena do res- responsável ou interessado, ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal,
ponsável para com o Erário; dentro do prazo de dez dias, contados na forma prevista no art. 30 desta
II - no caso de contas regulares com ressalva, certificado de quitação Lei.
com determinação, nos termos do art. 18 desta Lei; § 2° Os embargos de declaração suspendem os prazos para cumpri-
III - no caso de contas irregulares: mento da decisão embargada e para interposição dos recursos previstos
nos incisos I e III do art. 32 desta Lei.

Administração Pública 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 35. De decisão definitiva caberá recurso de revisão ao Plenário, Art. 41. Para assegurar a eficácia do controle e para instruir o julga-
sem efeito suspensivo, interposto por escrito, uma só vez, pelo responsá- mento das contas, o Tribunal efetuará a fiscalização dos atos de que resul-
vel, seus sucessores, ou pelo Ministério Público junto ao Tribunal, dentro do te receita ou despesa, praticados pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdi-
prazo de cinco anos, contados na forma prevista no inciso III do art. 30 ção, competindo-lhe, para tanto, em especial:
desta Lei, e fundar-se-á: I - acompanhar, pela publicação no Diário Oficial da União, ou por
I - em erro de cálculo nas contas; outro meio estabelecido no Regimento Interno:
II - em falsidade ou insuficiência de documentos em que se tenha a) a lei relativa ao plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias, a
fundamentado a decisão recorrida; lei orçamentária anual e a abertura de créditos adicionais;
III - na superveniência de documentos novos com eficácia sobre a b) os editais de licitação, os contratos, inclusive administrativos, e os
prova produzida. convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, bem como
Parágrafo único. A decisão que der provimento a recurso de revisão os atos referidos no art. 38 desta Lei;
ensejará a correção de todo e qualquer erro ou engano apurado. II - realizar, por iniciativa própria, na forma estabelecida no Regimento
Capítulo II Interno, inspeções e auditorias de mesma natureza que as previstas no
Fiscalização a Cargo do Tribunal inciso I do art. 38 desta Lei;
Seção I III - fiscalizar, na forma estabelecida no Regimento Interno, as contas
Contas do Presidente da República nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
Art. 36. Ao Tribunal de Contas da União compete, na forma estabele- participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
cida no Regimento Interno, apreciar as contas prestadas anualmente pelo IV - fiscalizar, na forma estabelecida no Regimento Interno, a aplica-
Presidente da República, mediante parecer prévio a ser elaborado em ção de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,
sessenta dias a contar de seu recebimento. acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Parágrafo único. As contas consistirão nos balanços gerais da União e Federal ou a Município.
no relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Exe- § 1° As inspeções e auditorias de que trata esta seção serão regula-
cutivo sobre a execução dos orçamentos de que trata o § 5° do art. 165 da mentadas no Regimento Interno e realizadas por servidores da Secretaria
Constituição Federal. do Tribunal.
Seção II § 2° O Tribunal comunicará às autoridades competentes dos poderes
Fiscalização exercida por iniciativa do Congresso Nacional da União o resultado das inspeções e auditorias que realizar, para as
Art. 37. (Vetado) medidas saneadoras das impropriedades e faltas identificadas.
Parágrafo único. (Vetado) Art. 42. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser
Art. 38. Compete, ainda, ao Tribunal: sonegado ao Tribunal em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer
I - realizar por iniciativa da Câmara dos Deputados, do Senado Fede- pretexto.
ral, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza § 1° No caso de sonegação, o Tribunal assinará prazo para apresen-
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades tação dos documentos, informações e esclarecimentos julgados necessá-
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e nas enti- rios, comunicando o fato ao Ministro de Estado supervisor da área ou à
dades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis.
instituídas e mantidas pelo poder público federal; § 2° Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal aplicará
II - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por as sanções previstas no inciso IV do art. 58 desta Lei.
qualquer de suas Casas, ou por suas comissões, sobre a fiscalização Art. 43. Ao proceder à fiscalização de que trata este capítulo, o Relator
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resul- ou o Tribunal:
tados de inspeções e auditorias realizadas; I - determinará as providências estabelecidas no Regimento Interno,
III - emitir, no prazo de trinta dias contados do recebimento da solici- quando não apurada transgressão a norma legal ou regulamentar de natu-
tação, pronunciamento conclusivo sobre matéria que seja submetida a sua reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, ou for
apreciação pela comissão mista permanente de Senadores e Deputados, constatada, tão-somente, falta ou impropriedade de caráter formal;
nos termos dos §§ 1° e 2° do art. 72 da Constituição Federal. II - se verificar a ocorrência de irregularidade quanto à legitimidade ou
IV - auditar, por solicitação da comissão a que se refere o art. 166, § economicidade, determinará a audiência do responsável para, no prazo
1°, da Constituição Federal, ou comissão técnica de qualquer das Casas do estabelecido no Regimento Interno, apresentar razões de justificativa.
Congresso Nacional, projetos e programas autorizados na Lei orçamentária Parágrafo único. Não elidido o fundamento da impugnação, o Tribunal
anual, avaliando os seus resultados quanto à eficácia, eficiência e econo- aplicará ao responsável a multa prevista no inciso III do art. 58 desta Lei.
micidade. Art. 44. No início ou no curso de qualquer apuração, o Tribunal, de
Seção III ofício ou a requerimento do Ministério Público, determinará, cautelarmente,
Atos Sujeitos a Registro o afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes
Art. 39. De conformidade com o preceituado nos arts. 5°, inciso de que, prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou
XXIV, 71, incisos II e III, 73 in fine, 74, § 2°, 96, inciso I, alínea a, 97, 39, §§ dificultar a realização de auditoria ou inspeção, causar novos danos ao
1° e 2° e 40, § 4°, da Constituição Federal, o Tribunal apreciará, para fins Erário ou inviabilizar o seu ressarcimento.
de registro ou reexame, os atos de: § 1° Estará solidariamente responsável a autoridade superior compe-
I - admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e tente que, no prazo determinado pelo Tribunal, deixar de atender à deter-
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, minação prevista no caput deste artigo.
executadas as nomeações para cargo de provimento em comissão; § 2° Nas mesmas circunstâncias do caput deste artigo e do parágrafo
II - concessão inicial de aposentadoria, reformas e pensões, bem anterior, poderá o Tribunal, sem prejuízo das medidas previstas nos arts. 60
como de melhorias posteriores que tenham alterado o fundamento legal do e 61 desta Lei, decretar, por prazo não superior a um ano, a indisponibili-
respectivo concessório inicial. dade de bens do responsável, tantos quantos considerados bastantes para
Parágrafo único. Os atos a que se refere este artigo serão apreciados garantir o ressarcimento dos danos em apuração.
pelo Tribunal na forma estabelecida no Regimento Interno. Art. 45. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato, o Tribunal, na
Art. 40. O Relator presidirá a instrução do processo, determinando, forma estabelecida no Regimento Interno, assinará prazo para que o res-
mediante despacho singular, por sua ação própria e direta, ou por provoca- ponsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
ção do órgão de instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal, a fazendo indicação expressa dos dispositivos a serem observados.
adoção das providências consideradas necessárias ao saneamento dos § 1° No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não atendido:
autos, fixando prazo, na forma estabelecida no Regimento Interno, para o I - sustará a execução do ato impugnado;
atendimento das diligências, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à II - comunicará a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Câmara respectiva para decisão de mérito. Federal;
Seção IV III - aplicará ao responsável a multa prevista no inciso II do art. 58
Fiscalização de Atos e Contratos desta Lei.

Administração Pública 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2° No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, comunicará o Art. 54. O denunciante poderá requerer ao Tribunal de Contas da
fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato de sustação e União certidão dos despachos e dos fatos apurados, a qual deverá ser
solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis. fornecida no prazo máximo de quinze dias, a contar do recebimento do
§ 3° Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de pedido, desde que o respectivo processo de apuração tenha sido concluído
noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o ou arquivado.
Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato. Parágrafo único. Decorrido o prazo de noventa dias, a contar do
Art. 46. Verificada a ocorrência de fraude comprovada à licitação, o recebimento da denúncia, será obrigatoriamente fornecida a certidão de
Tribunal declarará a inidoneidade do licitante fraudador para participar, por que trata este artigo, ainda que não estejam concluídas as investigações.
até cinco anos, de licitação na Administração Pública Federal. Art. 55. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal
Art. 47. Ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência de dará tratamento sigiloso às denúncias formuladas, até decisão definitiva
desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao sobre a matéria.
Erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão do processo em § 1° Ao decidir, caberá ao Tribunal manter ou não o sigilo quanto ao
tomada de contas especial, salvo a hipótese prevista no art. 93 desta Lei. objeto e à autoria da denúncia. (Expressão suspensa pela Resolução SF nº
Parágrafo único. O processo de tomada de contas especial a que se 16, de 2006)
refere este artigo tramitará em separado das respectivas contas anuais. § 2° O denunciante não se sujeitará a qualquer sanção administrativa,
Seção V cível ou penal, em decorrência da denúncia, salvo em caso de comprovada
Pedido de Reexame má-fé.
Art. 48. De decisão proferida em processos concernentes às matérias Capítulo V
de que tratam as Seções III e IV deste capítulo caberá pedido de reexame, Sanções
que terá efeito suspensivo. Seção I
Parágrafo único. O pedido de reexame reger-se-á pelo disposto no Disposição Geral
parágrafo único do art. 32 e no art. 33 desta Lei. Art. 56. O Tribunal de Contas da União poderá aplicar aos administra-
Capítulo III dores ou responsáveis, na forma prevista nesta Lei e no seu Regimento
Controle Interno Interno, as sanções previstas neste capítulo.
Art. 49. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de Seção II
forma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de: Multas
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a Art. 57. Quando o responsável for julgado em débito, poderá ainda o
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; Tribunal aplicar-lhe multa de até cem por cento do valor atualizado do dano
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e causado ao Erário.
à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e Art. 58. O Tribunal poderá aplicar multa de Cr$ 42.000.000,00 (quaren-
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos ta e dois milhões de cruzeiros), ou valor equivalente em outra moeda que
públicos por entidades de direito privado; venha a ser adotada como moeda nacional, aos responsáveis por:
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, I - contas julgadas irregulares de que não resulte débito, nos termos
bem como dos direitos e haveres da União; do parágrafo único do art. 19 desta Lei;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional . II - ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de
Art. 50. No apoio ao controle externo, os órgãos integrantes do siste- natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
ma de controle interno deverão exercer, dentre outras, as seguintes ativi- III - ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustifica-
dades: do dano ao Erário;
I - (Vetado) IV - não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a dili-
II - realizar auditorias nas contas dos responsáveis sob seu controle, gência do Relator ou a decisão do Tribunal;
emitindo relatório, certificado de auditoria e parecer; V - obstrução ao livre exercício das inspeções e auditorias determina-
III - alertar formalmente a autoridade administrativa competente para das;
que instaure tomada de contas especial, sempre que tiver conhecimento de VI - sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções
qualquer das ocorrências referidas no caput do art. 8° desta Lei. ou auditorias realizadas pelo Tribunal;
Art. 51. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conheci- VII - reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal.
mento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência de § 1° Ficará sujeito à multa prevista no caput deste artigo aquele que
imediato ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade deixar de dar cumprimento à decisão do Tribunal, salvo motivo justificado.
solidária. § 2° O valor estabelecido no caput deste artigo será atualizado, perio-
§ 1° Na comunicação ao Tribunal, o dirigente do órgão competente dicamente, por portaria da Presidência do Tribunal, com base na variação
indicará as providências adotadas para evitar ocorrências semelhantes. acumulada, no período, pelo índice utilizado para atualização dos créditos
§ 2º Verificada em inspeção ou auditoria, ou no julgamento de contas, tributários da União.
irregularidade ou ilegalidade que não tenha sido comunicada tempestiva- § 3° O Regimento Interno disporá sobre a gradação da multa prevista
mente ao Tribunal, e provada a omissão, o dirigente do órgão de controle no caput deste artigo, em função da gravidade da infração.
interno, na qualidade de responsável solidário, ficará sujeito às sanções Art. 59. O débito decorrente de multa aplicada pelo Tribunal de Contas
previstas para a espécie nesta Lei. da União nos do art. 57 desta Lei, quando pago após o seu vencimento,
Art. 52. O Ministro de Estado supervisor da área ou a autoridade de será atualizado monetariamente na data do efetivo pagamento.
nível hierárquico equivalente emitirá, sobre as contas e o parecer do contro- Art. 60. Sem prejuízo das sanções previstas na seção anterior e das
le interno, expresso e indelegável pronunciamento, no qual atestará haver penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades competentes, por
tomado conhecimento das conclusões nele contidas. irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União, sempre que
Capítulo IV este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infração
Denúncia cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que variará de
Art. 53. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função de
parte legítima para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o confiança no âmbito da Administração Pública.
Tribunal de Contas da União. Art. 61. O Tribunal poderá, por intermédio do Ministério Público, solici-
§ 1° (Vetado) tar à Advocacia-Geral da União ou, conforme o caso, aos dirigentes das
§ 2° (Vetado) entidades que lhe sejam jurisdicionadas, as medidas necessárias ao arres-
§ 3º A denúncia será apurada em caráter sigiloso, até que se compro- to dos bens dos responsáveis julgados em débito, devendo ser ouvido
ve a sua procedência, e somente poderá ser arquivada após efetuadas as quanto à liberação dos bens arrestados e sua restituição.
diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do responsável. TÍTULO III
§ 4º Reunidas as provas que indiquem a existência de irregularidade ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL
ou ilegalidade, serão públicos os demais atos do processo, assegurando-se Capítulo I
aos acusados a oportunidade de ampla defesa. Sede e Composição

Administração Pública 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 62. O Tribunal de Contas da União tem sede no Distrito Federal e ceira, orçamentária e patrimonial necessários ao funcionamento do Tribu-
compõe-se de nove ministros. nal.
Art. 63. Os ministros, em suas ausências e impedimentos por motivo Capítulo IV
de licença, férias ou outro afastamento legal, serão substituídos, mediante Ministros
convocação do Presidente do Tribunal, pelos auditores, observada a ordem Art. 71. Os ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados
de antiguidade no cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica antiguidade. dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
§ 1° Os auditores serão também convocados para substituir ministros, I - ter mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
para efeito de quorum, sempre que os titulares comunicarem, ao Presidente idade;
do Tribunal ou da Câmara respectiva, a impossibilidade de comparecimento II - idoneidade moral e reputação ilibada;
à sessão. III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e finan-
§ 2° Em caso de vacância de cargo de ministro, o Presidente do ceiros ou de administração pública;
Tribunal convocará auditor para exercer as funções inerentes ao cargo IV - contar mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva
vago, até novo provimento, observado o critério estabelecido no caput atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso
deste artigo. anterior.
Art. 64. Funciona junto ao Tribunal de Contas da União o Ministério Art. 72. Os ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
Público, na forma estabelecida nos arts. 80 a 84 desta Lei. I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado
Art. 65. O Tribunal de Contas da União disporá de secretaria para Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Minis-
atender às atividades de apoio técnico e administrativo necessárias ao tério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Plenário,
exercício de sua competência. segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
Capítulo II II - dois terços pelo Congresso Nacional.
Plenário e Câmaras Art. 73. Os ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas
Art. 66. O Plenário do Tribunal de Contas da União, dirigido por seu garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos
Presidente, terá a competência e o funcionamento regulados nesta Lei e no ministros do Superior Tribunal de Justiça e somente poderão aposentar-se
seu Regimento Interno. com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido efetivamente por
Art. 67. O Tribunal de Contas da União poderá dividir-se em Câmaras, mais de cinco anos.
mediante deliberação da maioria absoluta de seus ministros titulares. Parágrafo único. Os ministros do Tribunal gozarão das seguintes
§ 1° Não será objeto de deliberação das Câmaras matéria da compe- garantias e prerrogativas:
tência privativa do Plenário, a ser definida no Regimento Interno. I - vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por sentença
§ 2° A competência, o número, a composição, a presidência e o judicial transitada em julgado;
funcionamento das Câmaras serão regulados no Regimento Interno. II - inamovibilidade;
Art. 68. O Tribunal fixará, no Regimento Interno, os períodos de fun- III - irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remunera-
cionamento das sessões do Plenário e das Câmaras e o recesso que ção, o disposto nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III e 153, § 2°, I, da Constitui-
entender conveniente, sem ocasionar a interrupção de seus trabalhos. ção Federal;
Capítulo III IV - aposentadoria, com proventos integrais, compulsoriamente aos
Presidente e Vice-Presidente setenta anos de idade ou por invalidez comprovada, e facultativa após trinta
Art. 69. Os ministros elegerão o Presidente e o Vice-Presidente do anos de serviço, contados na forma da lei, observada a ressalva prevista no
Tribunal para mandato correspondente a um ano civil, permitida a reeleição caput, in fine, deste artigo.
apenas por um período de igual duração. Art. 74. É vedado ao ministro do Tribunal de Contas da União:
§ 1° A eleição realizar-se-á em escrutínio secreto, na última sessão I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
ordinária do mês de dezembro, ou, em caso de vaga eventual, na primeira uma de magistério;
sessão ordinária após sua ocorrência, exigida a presença de, pelo menos, II - exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação
cinco ministros titulares, inclusive o que presidir o ato. ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de
§ 2° O Vice-Presidente substituirá o Presidente em suas ausências ou classe, sem remuneração;
impedimentos e exercerá as funções de corregedor, cujas atribuições serão III - exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgãos de
as estabelecidas no Regimento Interno. controle da administração direta ou indireta, ou em concessionárias de
§ 3° Na ausência ou impedimento do Vice-Presidente, o Presidente serviço público;
será substituído pelo ministro mais antigo em exercício no cargo. IV - exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, ou partici-
§ 4° O eleito para a vaga que ocorrer antes do término do mandato par de sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista sem ingerên-
exercerá o cargo no período restante. cia;
§ 5° Não se procederá a nova eleição se a vaga ocorrer dentro dos V - celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa
sessenta dias anteriores ao término do mandato. pública, sociedade de economia mista, fundação, sociedade instituída e
§ 6° A eleição do Presidente precederá à do Vice-Presidente . mantida pelo poder público ou empresa concessionária de serviço público,
§ 7° Considerar-se-á eleito o ministro que obtiver a maioria dos votos. salvo quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e qualquer
Não alcançada esta, proceder-se-á a novo escrutínio entre os dois mais contratante;
votados, decidindo-se afinal, entre esses, pela antiguidade no cargo de VI - dedicar-se à atividade político-partidária.
ministro do Tribunal, caso nenhum consiga a maioria dos votos. Art. 75. (Vetado)
§ 8° Somente os ministros titulares, ainda que em gozo de licença, Parágrafo único. (Vetado)
férias, ou ausentes com causa justificada, poderão tomar parte nas elei- Art. 76. Não podem ocupar, simultaneamente, cargos de ministro
ções, na forma estabelecida no Regimento Interno. parentes consanguíneos ou afins, na linha reta ou na colateral, até o se-
Art. 70. Compete ao Presidente, dentre outras atribuições estabeleci- gundo grau.
das no Regimento Interno: Parágrafo único. A incompatibilidade decorrente da restrição imposta
I - dirigir o Tribunal; no caput deste artigo resolve-se:
II - dar posse aos ministros, auditores, membros do Ministério Público I - antes da posse, contra o último nomeado ou contra o mais moço, se
junto ao Tribunal e dirigentes das unidades da secretaria, na forma estabe- nomeados na mesma data;
lecida no Regimento Interno; II - depois da posse, contra o que lhe deu causa;
III - expedir atos de nomeação, admissão, exoneração, remoção, III - se a ambos imputável, contra o que tiver menos tempo de exercí-
dispensa, aposentadoria e outros atos relativos aos servidores do quadro cio no Tribunal.
de pessoal da secretaria, os quais serão publicados no Diário Oficial da Capítulo V
União e no Boletim do Tribunal; Auditores
IV - diretamente ou por delegação, movimentar as dotações e os Art. 77. Os auditores, em número de três, serão nomeados pelo Presi-
créditos orçamentários próprios e praticar os atos de administração finan- dente da República, dentre os cidadãos que satisfaçam os requisitos exigi-

Administração Pública 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
dos para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União, mediante Art. 85. A secretaria incumbe a prestação de apoio técnico e a execu-
concurso público de provas e títulos, observada a ordem de classificação. ção dos serviços administrativos do Tribunal de Contas da União.
Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício por mais de dez § 1° A organização, atribuições e normas de funcionamento da secre-
anos de cargo da carreira de controle externo do quadro de pessoal da taria são as estabelecidas no Regimento Interno.
secretaria do Tribunal constitui título computável para efeito do concurso a § 2º O Tribunal poderá manter unidades integrantes de sua secretaria
que se refere o caput deste artigo . nos estados federados.
Art. 78. (Vetado) Art. 86. São obrigações do servidor que exerce funções específicas de
Parágrafo único. O auditor, quando não convocado para substituir controle externo no Tribunal de Contas da União:
ministro, presidirá à instrução dos processos que lhe forem distribuídos, I - manter, no desempenho de suas tarefas, atitude de independência,
relatando-os com proposta de decisão a ser votada pelos integrantes do serenidade e imparcialidade;
Plenário ou da Câmara para a qual estiver designado. II - representar à chefia imediata contra os responsáveis pelos órgãos
Art. 79. O auditor, depois de empossado, só perderá o cargo por e entidades sob sua fiscalização, em casos de falhas e/ou irregularidades;
sentença judicial transitada em julgado. III - propor a aplicação de multas, nos casos previstos no Regimento
Parágrafo único. Aplicam-se ao auditor as vedações e restrições Interno;
previstas nos arts. 74 e 76 desta Lei. IV - guardar sigilo sobre dados e informações obtidos em decorrência
Capítulo VI do exercício de suas funções e pertinentes aos assuntos sob sua fiscaliza-
Ministério Público Junto ao Tribunal ção, utilizando-os, exclusivamente, para a elaboração de pareceres e
Art. 80. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, ao relatórios destinados à chefia imediata.
qual se aplicam os princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e Art. 87. Ao servidor a que se refere o artigo anterior, quando credenci-
da independência funcional, compõe-se de um procurador-geral, três sub- ado pelo Presidente do Tribunal ou, por delegação deste, pelos dirigentes
procuradores-gerais e quatro procuradores, nomeados pelo Presidente da das unidades técnicas da secretaria do Tribunal, para desempenhar fun-
República, dentre brasileiros, bacharéis em direito. ções de auditoria, de inspeções e diligências expressamente determinadas
§ 1° (Vetado) pelo Tribunal ou por sua Presidência, são asseguradas as seguintes prer-
§ 2° A carreira do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da rogativas:
União é constituída pelos cargos de subprocurador-geral e procurador, este I - livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribu-
inicial e aquele representando o último nível da carreira, não excedendo a nal de Contas da União;
dez por cento a diferença de vencimentos de uma classe para outra, respei- II - acesso a todos os documentos e informações necessários à reali-
tada igual diferença entre os cargos de subprocurador-geral e procurador- zação de seu trabalho;
geral. III - competência para requerer, nos termos do Regimento Interno, aos
§ 3° O ingresso na carreira far-se-á no cargo de procurador, mediante responsáveis pelos órgãos e entidades objeto de inspeções, auditorias e
concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem diligências, as informações e documentos necessários para instrução de
dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas nomeações, processos e relatórios de cujo exame esteja expressamente encarregado
a ordem de classificação, enquanto a promoção ao cargo de subprocura- por sua chefia imediata.
dor-geral far-se-á, alternadamente, por antiguidade e merecimento. Art. 88. Fica criado, na secretaria, diretamente subordinado à Presi-
Art. 81. Competem ao procurador-geral junto ao Tribunal de Contas da dência, um instituto que terá a seu cargo:
União, em sua missão de guarda da lei e fiscal de sua execução, além de I - a realização periódica de concursos públicos de provas ou de
outras estabelecidas no Regimento Interno, as seguintes atribuições: provas e títulos, para seleção dos candidatos a matrícula nos cursos de
I - promover a defesa da ordem jurídica, requerendo, perante o Tribu- formação requeridos para ingresso nas carreiras do quadro de pessoal do
nal de Contas da União as medidas de interesse da justiça, da administra- Tribunal;
ção e do Erário; II - a organização e a administração de cursos de níveis superior e
II - comparecer às sessões do Tribunal e dizer de direito, verbalmente médio, para formação e aprovação final dos candidatos selecionados nos
ou por escrito, em todos os assuntos sujeitos à decisão do Tribunal, sendo concursos referidos no inciso anterior;
obrigatória sua audiência nos processos de tomada ou prestação de contas III - a organização e a administração de cursos de treinamento e de
e nos concernentes aos atos de admissão de pessoal e de concessão de aperfeiçoamento para os servidores do quadro de pessoal;
aposentadorias, reformas e pensões; IV - a promoção e a organização de simpósios, seminários, trabalhos e
III - promover junto à Advocacia-Geral da União ou, conforme o caso, pesquisas sobre questões relacionadas com as técnicas de controle da
perante os dirigentes das entidades jurisdicionadas do Tribunal de Contas administração pública;
da União, as medidas previstas no inciso II do art. 28 e no art. 61 desta Lei, V - a organização e administração de biblioteca e de centro de docu-
remetendo-lhes a documentação e instruções necessárias; mentação, nacional e internacional, sobre doutrina, técnicas e legislação
IV - interpor os recursos permitidos em lei. pertinentes ao controle e questões correlatas.
Art. 82. Aos subprocuradores-gerais e procuradores compete, por Parágrafo único. O Tribunal regulamentará em resolução a organiza-
delegação do procurador-geral, exercer as funções previstas no artigo ção, as atribuições e as normas de funcionamento do instituto referido
anterior. neste artigo.
Parágrafo único. Em caso de vacância e em suas ausências e impe- Seção II
dimentos por motivo de licença, férias ou outro afastamento legal, o procu- Orçamentos
rador-geral será substituído pelos subprocuradores-gerais e, na ausência Art. 89. (Vetado)
destes, pelos procuradores, observada, em ambos os casos, a ordem de § 1° (Vetado)
antiguidade no cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica antiguidade, § 2º (Vetado)
fazendo jus, nessas substituições, aos vencimentos do cargo exercido. § 3° (Vetado)
Art. 83. O Ministério Público contará com o apoio administrativo e de TÍTULO IV
pessoal da secretaria do Tribunal, conforme organização estabelecida no DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Regimento Interno. Art. 90. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
Art. 84. Aos membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Con- patrimonial do Tribunal de Contas da União será exercida pelo Congresso
tas da União aplicam-se, subsidiariamente, no que couber, as disposições Nacional, na forma definida no seu regimento comum.
da Lei orgânica do Ministério Público da União, pertinentes a direitos, § 1° O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e
garantias, prerrogativas, vedações, regime disciplinar e forma de investidu- anualmente, relatório de suas atividades.
ra no cargo inicial da carreira. § 2° No relatório anual, o Tribunal apresentará análise da evolução
Capítulo VII dos custos de controle e de sua eficiência, eficácia e economicidade.
Secretaria do Tribunal Art. 91 . Para a finalidade prevista no art. 1°, inciso I, alínea g e no art.
Seção I 3°, ambos da Lei Complementar n° 64, de 18 de maio de 1990, o Tribunal
Objetivo e Estrutura enviará ao Ministério Público Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos respon-

Administração Pública 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
sáveis cujas contas houverem sido julgadas irregulares nos cinco anos § 3° A quebra de sigilo sem autorização do Plenário constitui infração
imediatamente anteriores à realização de cada eleição. funcional punível na forma do art. 132, inciso IX da Lei n° 8.112, de 11 de
Art. 92. Os atos relativos a despesa de natureza reservada serão, com dezembro de 1990.
esse caráter, examinados pelo Tribunal, que poderá, à vista das demons- § 4° O disposto neste artigo aplica-se à autoridade a que se refere o
trações recebidas, ordenar a verificação in loco dos correspondentes com- art. 52 desta Lei.
probatórios, na forma estabelecida no Regimento Interno. Art. 105. O processo de escolha de ministro do Tribunal de Contas da
Art. 93. A título de racionalização administrativa e economia processu- União, em caso de vaga ocorrida ou que venha a ocorrer após a promulga-
al, e com o objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao ção da Constituição de 1988, obedecerá ao seguinte critério:
valor do ressarcimento, o Tribunal poderá determinar, desde logo, o arqui- I - na primeira, quarta e sétima vagas, a escolha caberá ao Presidente
vamento do processo, sem cancelamento do débito, a cujo pagamento da República, devendo recair as duas últimas, respectivamente, em auditor
continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação. e membro do Ministério Público junto ao Tribunal.
Art. 94. É vedado a ministro, auditor e membro do Ministério Público II - na segunda, terceira, quinta, sexta, oitava e nona vagas, a escolha
junto ao Tribunal intervir em processo de interesse próprio, de cônjuge ou será da competência do Congresso Nacional;
de parente consanguíneo ou afim, na linha reta ou na colateral, até o se- III - a partir da décima vaga, reinicia-se o processo previsto nos incisos
gundo grau. anteriores, observada a alternância quanto à escolha de auditor e membro
Art. 95. Os ministros, auditores e membros do Ministério Público junto do Ministério Público junto ao Tribunal, nos termos do inciso I do § 2° do
ao Tribunal têm prazo de trinta dias, a partir da publicação do ato de nome- art. 73 da Constituição Federal.
ação no Diário Oficial da União, prorrogável por mais sessenta dias, no Art. 106. Aos ministros do Tribunal de Contas da União que, na data
máximo, mediante solicitação escrita, para posse e exercício no cargo. da promulgação da Constituição Federal de 1988, preenchiam os requisitos
Art. 96. As atas das sessões do Tribunal serão publicadas, na íntegra, necessários à aposentadoria com as vantagens do cargo, não se aplica a
sem ônus, no Diário Oficial da União. ressalva prevista no art. 73, caput, in fine, desta Lei.
Art. 97. As publicações editadas pelo Tribunal são as definidas no Art. 107. - A distribuição dos processos observará os princípios da
Regimento Interno. publicidade, da alternatividade e do sorteio.
Art. 98. O Boletim do Tribunal de Contas da União é considerado Art. 108. Serão públicas as sessões ordinárias do Tribunal de Contas
órgão oficial. da União.
Art. 99. O Regimento Interno do Tribunal somente poderá ser aprova- § 1° O Tribunal poderá realizar sessões extraordinárias de caráter
do e alterado pela maioria absoluta de seus ministros titulares. reservado, para tratar de assuntos de natureza administrativa interna ou
Art. 100. O Tribunal de Contas da União poderá firmar acordo de quando a preservação de direitos individuais e o interesse público o exigi-
cooperação com os Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal, rem.
dos Municípios, ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, os atos processuais terão o
na forma estabelecida pelo Regimento Interno. concurso das partes envolvidas, se assim desejarem seus advogados,
Art. 101. O Tribunal de Contas da União, para o exercício de sua podendo consultar os autos e pedir cópia de peças e certidões dos mes-
competência institucional, poderá requisitar aos órgãos e entidades fede- mos.
rais, sem quaisquer ônus, a prestação de serviços técnicos especializados, § 3° Nenhuma sessão extraordinária de caráter reservado poderá ser
a serem executados em prazo previamente estabelecido, sob pena de realizada sem a presença obrigatória de representante do Ministério Públi-
aplicação da sanção prevista no art. 58 desta Lei. co.
Art. 102. Entidade competente do Poder Executivo federal fará publi- Art. 109. O Tribunal de Contas da União ajustará o exame dos proces-
car no Diário Oficial da União, para os fins previstos no inciso VI do art. sos em curso às disposições desta Lei.
1o desta Lei, a relação das populações: (Redação dada pela Lei Com- Art. 110. No prazo de noventa dias a contar da entrada em vigor desta
plementar nº 143, de 2013) (Produção de efeito) Lei, o Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei dispondo
I - até 31 de dezembro de cada ano, no caso dos Estados e do sobre o quadro próprio de pessoal de sua secretaria, com observância dos
Distrito Federal; (Incluído pela Lei Complementar nº 143, de princípios constitucionais pertinentes e, especialmente, das seguintes
2013) (Produção de efeito) diretrizes:
II - até 31 de agosto de cada ano, no caso dos Municí- I - regime jurídico único;
pios. (Incluído pela Lei Complementar nº 143, de 2013) (Produção de II - previsão das respectivas estrutura orgânica e atribuições;
efeito) III - condicionamento, como indispensável a investidura em cargo ou
§ 1o (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar nº emprego, à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas
143, de 2013) (Produção de efeito) e títulos, bem como em cursos organizados na forma preconizada no inciso
§ 2o (Revogado) (Redação dada pela Lei Complementar nº II do art. 88 desta Lei;
143, de 2013) (Produção de efeito) IV - provimento dos cargos em comissão e funções de confiança por
§ 3o Far-se-á nova comunicação sempre que houver, transcorrido servidores do quadro de pessoal, exceto quanto aos Gabinetes de Ministro,
o prazo fixado nos incisos I e II do caput, a criação de novo Estado ou do Procurador-Geral e de Auditor em relação a um Oficial de Gabinete e a
Município a ser implantado no exercício subsequente. (Incluído pela Lei um Assistente, que serão de livre escolha da autoridade, obedecidos os
Complementar nº 143, de 2013) (Produção de efeito) requisitos legais e regimentais; (Redação dada pela Lei nº 9.165, de 1995)
Art. 103. O Tribunal de Contas da União prestará auxílio à comissão V - competência do Tribunal, para em relação aos cargos em comis-
mista do Congresso Nacional incumbida do exame do endividamento são e funções de confiança:
externo brasileiro, nos termos do art. 26 do Ato das Disposições Constitu- a ) estabelecer-lhes o escalonamento, segundo a legislação pertinen-
cionais Transitórias. te;
Art. 104. Os ordenadores de despesas dos órgãos da administração b) transformá-los e reclassificá-los em consonância com os parâme-
direta, bem assim os dirigentes das entidades da administração indireta e tros previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias;
fundações e quaisquer servidores responsáveis por atos de que resulte VI -fixação da respectiva remuneração, observados os limites orça-
despesa pública, remeterão ao Tribunal de Contas da União por solicitação mentários, fixados, os níveis de remuneração adotados para os servidores
do Plenário ou de suas Câmaras, cópia das suas declarações de rendimen- do Poder Legislativo e, no que couber, os princípios reguladores do sistema
tos e de bens. de pessoal da União.
§ 1° O descumprimento da obrigação estabelecida neste artigo ense- Parágrafo único. É vedada a nomeação, para cargos em comissão, e
jará a aplicação da multa estabelecida no art. 58 desta Lei, pelo Tribunal, a designação, para funções de confiança, de cônjuge, companheiro ou
que manterá em sigilo o conteúdo das declarações apresentadas e poderá parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro
solicitar os esclarecimentos que entender convenientes sobre a variação grau, de ministro, auditor ou membro do Ministério Público junto ao Tribu-
patrimonial dos declarantes. nal, em atividade ou aposentados há menos de cinco anos, exceto se
§ 2° O sigilo assegurado no parágrafo anterior poderá ser quebrado admitidos no quadro próprio de pessoal mediante concurso públi-
por decisão do Plenário, em processo no qual fique comprovado enriqueci- co. (Incluído pela Lei nº 9.165, de 1995)
mento ilícito por exercício irregular da função pública.

Administração Pública 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 111. Os atuais cargos de subprocurador-geral junto ao Tribunal de III - resultados que se pretende alcançar com o fortalecimento institu-
Contas da União integrarão quadro em extinção, assegurados os direitos e cional e indicadores para mensurá-los.
observadas as vedações aplicáveis a seus titulares. Parágrafo único. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão ana-
Art. 112. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. lisará as propostas com base nas diretrizes relacionadas no art. 1o, cabendo-lhe
Art. 113. Revogam-se as disposições em contrário, em especial emitir parecer sobre sua adequação técnica e orçamentária, bem como propor
o Decreto-Lei n° 199, de 25 de fevereiro de 1967. ou adotar os ajustes e medidas que forem necessários à sua implementação ou
Brasília, 16 de julho de 1992; 171° da Independência e 104° da Repú- prosseguimento.
blica. Art. 3o O órgão ou entidade deverá apresentar as propostas de que
tratam os incisos I e II do § 2o do art. 1o, quando acarretarem aumento de
despesa, até o dia 31 de maio de cada exercício, de modo a compatibilizá-
10. Medidas Organizacionais para o Aprimoramento da Admi- las com o projeto de lei orçamentária anual para o exercício subsequente.
nistração Pública Federal. Manual de Orientação para Arranjo Seção II
Institucional de Órgãos e Entidades da Administração Pública Dos Documentos e Informações a serem encaminhados
Art. 4o Para avaliação do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Federal.
Gestão, as propostas de que trata o § 2o do art. 1o deverão ser acompa-
nhadas dos documentos abaixo relacionados:
DECRETO Nº 6.944, DE 21 DE AGOSTO DE 2009. I - aviso do Ministro de Estado sob cuja subordinação ou supervisão
Estabelece medidas organizacionais para o aprimoramento da administra- se encontrar o órgão ou entidade;
ção pública federal direta, autárquica e fundacional, dispõe sobre normas II - minuta de exposição de motivos, quando for o caso;
gerais relativas a concursos públicos, organiza sob a forma de sistema as III - minuta de projeto de lei ou decreto, e respectivos anexos, quando
atividades de organização e inovação institucional do Governo Federal, e for o caso, observado o disposto no Decreto no 4.176, de 2002;
dá outras providências. IV - nota técnica da área competente; e
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe con- V - parecer da área jurídica.
fere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, Art. 5o Quando a proposta acarretar aumento de despesa, em com-
DECRETA: plementação à documentação prevista no art. 4o, deverá ser encaminhada
CAPÍTULO I a estimativa do seu impacto orçamentário-financeiro, no exercício em que
DAS MEDIDAS PARA O FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE deva entrar em vigor e nos dois exercícios subsequentes, observadas as
INSTITUCIONAL normas complementares a serem editadas pelo Ministério do Planejamento,
Seção I Orçamento e Gestão.
Das Disposições Gerais § 1o A estimativa de impacto deverá estar acompanhada das premis-
Art. 1o Para fins deste Decreto, considera-se fortalecimento da capa- sas e da memória de cálculo utilizadas, elaboradas pela área técnica com-
cidade institucional o conjunto de medidas que propiciem aos órgãos ou petente, que deverão conter:
entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional I - o quantitativo de cargos ou funções a serem criados ou providos;
a melhoria das suas condições de funcionamento, compreendendo as de II - os valores referentes a:
caráter organizacional, que lhes proporcionem melhor desempenho no a) remuneração do cargo ou emprego, na forma da legislação;
exercício de suas competências institucionais, especialmente na execução b) encargos sociais;
dos programas do Plano Plurianual - PPA. c) pagamento de férias;
§ 1o As medidas de fortalecimento da capacidade institucional obser- d) pagamento de gratificação natalina, quando for o caso; e
varão as seguintes diretrizes: e) demais despesas com benefícios de natureza trabalhista e previ-
I - organização da ação governamental por programas; denciária, tais como auxílio-alimentação, auxilio-transporte, auxílio-moradia,
II - eliminação de superposições e fragmentações de ações; indenização de transporte, contribuição a entidades fechadas de previdên-
III - aumento da eficiência, eficácia e efetividade do gasto e da ação cia, FGTS e contribuição a planos de saúde; e
administrativa; III - indicação do mês previsto para ingresso dos servidores ou em-
IV - orientação para resultados; pregados no serviço público.
V - racionalização de níveis hierárquicos e aumento da amplitude de § 2o Para efeito da estimativa de impacto deverá ser considerado o
comando; valor correspondente a vinte e dois por cento para os encargos sociais
VI - orientação para as prioridades de governo; e relativos ao Plano de Seguridade Social do Servidor Público - PSS e o
VII - alinhamento da proposta apresentada com as competências da adicional de um terço de férias a partir do segundo ano de efetivo exercí-
organização e os resultados que se pretende alcançar. cio.
§ 2o O fortalecimento da capacidade institucional será alcançado por Art. 6o Os órgãos e entidades deverão encaminhar, ainda, outros do-
intermédio: cumentos e informações definidos em ato do Ministro de Estado do Plane-
I - da criação e transformação de cargos e funções, ou de sua extin- jamento, Orçamento e Gestão.
ção, quando vagos; Seção III
II - da criação, reorganização e extinção de órgãos e entidades; Das Estruturas Regimentais, Estatutos e Regimentos Internos dos Ór-
III - da realização de concursos públicos e provimento de cargos e gãos e Entidades
empregos públicos; Art. 7o Quando da publicação das estruturas regimentais e dos estatutos
IV - da aprovação e revisão de estrutura regimental e de estatuto; dos órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional, para
V - do remanejamento ou redistribuição de cargos e funções públicas; fins de classificação de seus cargos em comissão e funções de confiança,
e considerar-se-á a nomenclatura padrão e o nível correspondente do cargo ou
VI - da autorização para contratação temporária de excepcional inte- função, na forma a ser estabelecida em ato do Ministro de Estado do Planeja-
resse público, nos termos da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993. mento, Orçamento e Gestão.
Art. 2o As propostas sobre matéria de que trata o § 2o do art. 1o serão Art. 8o Na proposta de aprovação ou revisão de suas estruturas regi-
encaminhadas ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e, mentais ou estatutos, os órgãos e entidades deverão tomar como referên-
quando couber, submetidas à apreciação da Casa Civil da Presidência da cia, para cálculo da despesa com pessoal, o custo unitário efetivo expresso
República, nos termos do disposto no Decreto no 4.176, de 28 de março de em DAS - Unitário, constante do Anexo I.
2002, e deverão conter: Parágrafo único. As disposições estabelecidas no caput não se apli-
I - justificativa da proposta, caracterizando-se a necessidade de forta- cam às instituições federais de ensino e ao Banco Central do Brasil.
lecimento institucional, demonstrando o seu alinhamento com os resultados Art. 9o Os órgãos e entidades que decidirem pela edição de regimen-
pretendidos, em especial no que se refere aos programas do PPA; to interno deverão publicá-lo no Diário Oficial da União, em absoluta conso-
II - identificação sucinta dos macroprocessos, produtos e serviços nância com o decreto que aprovar a respectiva estrutura regimental ou
prestados pelos órgãos e entidades; e estatuto.

Administração Pública 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1o Poderá haver um único regimento interno para cada Ministério § 8o Quando o número de candidatos matriculados para a segunda
ou órgão da Presidência da República, abrangendo todas as unidades etapa ensejar a formação de mais de uma turma, com início em datas
administrativas integrantes de sua estrutura regimental, ou regimentos diferentes, o resultado será divulgado por grupo, ao término de cada turma.
internos específicos para cada unidade administrativa, a critério do Ministro Art. 14. A realização de avaliação psicológica está condicionada à e-
de Estado correspondente. xistência de previsão legal específica e deverá estar prevista no edi-
§ 2o As autarquias e fundações terão apenas um regimento. tal. (Redação dada pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
CAPÍTULO II § 1o Para os fins deste Decreto, considera-se avaliação psicológica o
DO CONCURSO PÚBLICO emprego de procedimentos científicos destinados a aferir a compatibilidade
Seção I das características psicológicas do candidato com as atribuições do car-
Das Disposições Gerais go. (Redação dada pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
Art. 10. Fica delegada competência ao Ministro de Estado do Plane- § 2o A avaliação psicológica será realizada após a aplicação das pro-
jamento, Orçamento e Gestão para autorizar a realização de concursos vas escritas, orais e de aptidão física, quando houver. (Redação dada pelo
públicos nos órgãos e entidades da administração pública federal direta, Decreto nº 7.308, de 2010)
autárquica e fundacional e decidir sobre o provimento de cargos e empre- § 3o Os requisitos psicológicos para o desempenho no cargo deverão
gos públicos, bem como expedir os atos complementares necessários para ser estabelecidos previamente, por meio de estudo científico das atribui-
este fim. ções e responsabilidades dos cargos, descrição detalhada das atividades e
§ 1o A delegação prevista no caput não se aplica para efeito de in- tarefas, identificação dos conhecimentos, habilidades e características
gresso: pessoais necessários para sua execução e identificação de características
I - nas carreiras de Advogado da União, de Procurador da Fazenda restritivas ou impeditivas para o cargo. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de
Nacional e de Procurador Federal, cujos atos serão praticados pelo Advo- 2010)
gado-Geral da União; § 4o A avaliação psicológica deverá ser realizada mediante o uso de
II - na carreira de Defensor Público da União, cujos atos serão prati- instrumentos de avaliação psicológica, capazes de aferir, de forma objetiva
cados pelo Defensor Público-Geral; e e padronizada, os requisitos psicológicos do candidato para o desempenho
III - na carreira de Diplomata, cujos atos serão praticados pelo Ministro das atribuições inerentes ao cargo. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de
de Estado das Relações Exteriores. 2010)
§ 2o Prescinde de autorização do Ministro de Estado do Planejamen- § 5o O edital especificará os requisitos psicológicos que se-
to, Orçamento e Gestão o provimento de cargo docente e contratação de rão aferidos na avaliação. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
professor substituto, observado o limite que cada universidade federal se Art. 14-A. O resultado final da avaliação psicológica do candidato se-
encontra autorizada a manter em seu quadro docente, conforme norma rá divulgado, exclusivamente, como “apto” ou “inapto”. (Incluído pelo Decre-
conjunta dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e to nº 7.308, de 2010)
da Educação. § 1o Todas as avaliações psicológicas serão fundamentadas e os
§ 3o Nas hipóteses dos incisos I a III do § 1o, os atos ali referidos de- candidatos poderão obter cópia de todo o processado envolvendo sua
penderão de manifestação do Ministério do Planejamento, Orçamento e avaliação, independentemente de requerimento específico e ainda que o
Gestão, emitida previamente à realização do concurso, que confirme a candidato tenha sido considerado apto. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de
existência de disponibilidade orçamentária para cobrir as despesas com o 2010)
provimento dos cargos. § 2o Os prazos e a forma de interposição de recurso acerca do resul-
Art. 11. Durante o período de validade do concurso público, o Ministério tado da avaliação psicológica serão definidos pelo edital do concur-
do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá autorizar, mediante motivação so. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
expressa, a nomeação de candidatos aprovados e não convocados, podendo § 3o Os profissionais que efetuaram avaliações psicológicas no cer-
ultrapassar em até cinquenta por cento o quantitativo original de vagas. tame não poderão participar do julgamento de recursos. (Incluído pelo
Art. 12. Excepcionalmente o Ministro de Estado do Planejamento, Orça- Decreto nº 7.308, de 2010)
mento e Gestão poderá autorizar a realização de concurso público para forma- § 4o É lícito ao candidato apresentar parecer de assistente técnico na
ção de cadastro reserva para provimento futuro, de acordo com a necessidade, fase recursal. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
de cargos efetivos destinados a atividades de natureza administrativa, ou de § 5o Caso no julgamento de recurso se entenda que a documentação
apoio técnico ou operacional dos planos de cargos e carreiras do Poder Executi- e a fundamentação da avaliação psicológica são insuficientes para se
vo federal. concluir sobre as condições do candidato, a avaliação psicológica será
Art. 13. O concurso público será de provas ou de provas e títulos, po- anulada e realizado novo exame. (Incluído pelo Decreto nº 7.308, de 2010)
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuser a lei ou o regula- Art. 15. O valor cobrado a título de inscrição no concurso publico será
mento do respectivo plano de carreira. fixado em edital, levando-se em consideração os custos estimados indis-
§ 1o Quando houver prova de títulos, a apresentação destes deverá pensáveis para a sua realização, e ressalvadas as hipóteses de isenção
ocorrer em data a ser estabelecida no edital, sempre posterior à da inscri- nele expressamente previstas, respeitado o disposto no Decreto no 6.593,
ção no concurso, ressalvada disposição diversa em lei. de 2 de outubro de 2008.
§ 2o A prova de títulos deverá ser realizada como etapa posterior à Art. 16. O órgão ou entidade responsável pela realização do concurso
prova escrita e somente apresentarão os títulos os candidatos aprovados público homologará e publicará no Diário Oficial da União a relação dos
nas etapas anteriores ou que tiverem inscrição aceita no certame. candidatos aprovados no certame, classificados de acordo com Anexo II
§ 3o Havendo prova oral ou defesa de memorial, deverá ser realizada deste Decreto, por ordem de classificação.
em sessão pública e gravada para efeito de registro e avaliação. § 1o Os candidatos não classificados no número máximo de aprovados de
§ 4o A realização de provas de aptidão física exige a indicação no que trata o Anexo II, ainda que tenham atingido nota mínima, estarão automati-
edital do tipo de prova, das técnicas admitidas e do desempenho mínimo camente reprovados no concurso público.
para classificação. § 2o No caso de realização de concurso público em mais de uma eta-
§ 5o No caso das provas de conhecimentos práticos específicos, de- pa, o critério de reprovação do § 1o será aplicado considerando-se a classi-
verá haver indicação dos instrumentos, aparelhos ou das técnicas a serem ficação na primeira etapa.
utilizadas, bem como da metodologia de aferição para avaliação dos candi- § 3o Nenhum dos candidatos empatados na última classificação de
datos. aprovados serão considerados reprovados nos termos deste artigo.
§ 6o É admitido, observados os critérios estabelecidos no edital de § 4o O disposto neste artigo deverá constar do edital de concurso pú-
abertura do concurso, o condicionamento da aprovação em determinada blico.
etapa à, simultaneamente, obtenção de nota mínima e obtenção de classifi- Art. 17. Na autorização do Ministro de Estado do Planejamento, Or-
cação mínima na etapa. çamento e Gestão para realização de concurso público ou na manifestação
§ 7o No caso da realização do concurso em duas etapas, a segunda de que trata o § 3odo art. 10, será fixado prazo não superior a seis meses
será constituída de curso ou programa de formação, de caráter eliminatório para o órgão ou entidade publicar o edital de abertura de inscrições para
e classificatório, ressalvada disposição diversa em lei específica. realização do certame.

Administração Pública 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1o Para as instituições federais de ensino vinculadas ao Ministério CAPÍTULO III
da Educação, o prazo referido no caput será contado a partir da publicação DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E INOVAÇÃO INSTITUCIONAL
do ato do Ministro de Estado da Educação que realizar a distribuição, entre DO GOVERNO FEDERAL - SIORG
essas entidades, das vagas autorizadas. Art. 20. Ficam organizadas sob a forma de sistema, com a designa-
§ 2o Findo o prazo de que trata o caput, sem a abertura de concurso ção de Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo Fede-
público, ficará sem efeito a autorização concedida pelo Ministro de Estado ral - SIORG, as atividades de desenvolvimento organizacional dos órgãos e
do Planejamento, Orçamento e Gestão ou a manifestação de que trata o § entidades da administração direta, autárquica e fundacional do Poder
3o do art. 10. Executivo Federal, com as seguintes finalidades:
Seção II I - uniformizar e integrar ações das unidades que o compõem;
Do Edital do Concurso Público II - constituir rede colaborativa voltada à melhoria da gestão pública;
Art. 18. O edital do concurso público será: III - desenvolver padrões de qualidade e de racionalidade;
I - publicado integralmente no Diário Oficial da União, com antecedên- IV - proporcionar meios para melhorar o desempenho institucional e
cia mínima de sessenta dias da realização da primeira prova; e otimizar a utilização dos recursos disponíveis; e
II - divulgado no sitio oficial do órgão ou entidade responsável pela re- V - reduzir custos operacionais e assegurar a continuidade dos pro-
alização do concurso público e da instituição que executará o certame, logo cessos de organização e inovação institucional.
após a sua publicação. Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, consideram-se funções bási-
§ 1o A alteração de qualquer dispositivo do edital deverá ser publica- cas de organização e inovação institucional:
da no Diário Oficial da União e divulgada na forma do disposto no inciso II. I - definição das competências dos órgãos e entidades e das atribui-
§ 2o O prazo de que trata o inciso I poderá ser reduzido mediante ato ções de seus dirigentes;
motivado do Ministro de Estado sob cuja subordinação ou supervisão se II - organização e funcionamento da administração federal;
encontrar o órgão ou entidade responsável pela realização do concurso III - estabelecimento de programas de melhoria do desempenho dos
público. órgãos e entidades;
Art. 19. Deverão constar do edital de abertura de inscrições, no míni- IV - geração, adaptação e disseminação de tecnologias de inovação;
mo, as seguintes informações: V - racionalização de métodos e processos administrativos;
I - identificação da instituição realizadora do certame e do órgão ou VI - elaboração de planos de formação, desenvolvimento e treinamen-
entidade que o promove; to do pessoal envolvido na área de abrangência do sistema; e
II - menção ao ato ministerial que autorizar a realização do concurso VII - disseminação de informações organizacionais e de desempenho
público, quando for o caso; da gestão administrativa.
III - número de cargos ou empregos públicos a serem providos; Art. 21. São integrantes do SIORG todas as unidades administrativas
IV - quantitativo de cargos ou empregos reservados às pessoas com incumbidas de atividades de organização e inovação institucional da Admi-
deficiência e critérios para sua admissão, em consonância com o disposto nistração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo federal,
nos arts. 37 a 44 do Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999; observada a seguinte estrutura:
V - denominação do cargo ou emprego público, a classe de ingresso e I - órgão central: o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
a remuneração inicial, discriminando-se as parcelas que a compõem; por intermédio da Secretaria de Gestão;
VI - lei de criação do cargo, emprego público ou carreira, e seus regu- II - órgãos setoriais: as Secretarias-Executivas ou equivalentes, as-
lamentos; sessoradas pelas unidades administrativas responsáveis pela área de
VII - descrição das atribuições do cargo ou emprego público; organização e inovação institucional dos Ministérios e órgãos integrantes
VIII - indicação do nível de escolaridade exigido para a posse no car- da Presidência da República; e
go ou emprego; III - órgãos seccionais: diretorias administrativas ou equivalentes, que
IX - indicação precisa dos locais, horários e procedimentos de inscri- atuam na área de organização e inovação institucional, nas autarquias e
ção, bem como das formalidades para sua confirmação; fundações.
X - valor da taxa de inscrição e hipóteses de isenção; § 1o As unidades setoriais e seccionais do SIORG subordinam-se
XI - orientações para a apresentação do requerimento de isenção da tecnicamente ao órgão central do Sistema, para os estritos fins deste
taxa de inscrição, conforme legislação aplicável; Decreto, sem prejuízo da subordinação administrativa decorrente de sua
XII - indicação da documentação a ser apresentada no ato de inscri- posição na estrutura do órgão ou entidade em que se encontrem.
ção e quando da realização das provas, bem como do material de uso não § 2o Caberá às unidades setoriais a articulação com as unidades
permitido nesta fase; seccionais a elas vinculadas, com o objetivo de contribuir para a integração
XIII - enunciação precisa das disciplinas das provas e dos eventuais sistêmica do SIORG.
agrupamentos de provas; Art. 22. Ao órgão central do SIORG compete:
XIV - indicação das prováveis datas de realização das provas; I - definir, padronizar, sistematizar e estabelecer, mediante a edição
XV - número de etapas do concurso público, com indicação das res- de enunciados e instruções, os procedimentos atinentes às atividades de
pectivas fases, seu caráter eliminatório ou eliminatório e classificatório, e organização e inovação institucional;
indicativo sobre a existência e condições do curso de formação, se for o II - estabelecer fluxos de informação entre as unidades integrantes do
caso; Sistema e os demais sistemas de atividades auxiliares, visando subsidiar os
XVI - informação de que haverá gravação em caso de prova oral ou processos de decisão e a coordenação das atividades governamentais;
defesa de memorial; III - gerar e disseminar tecnologias e instrumental metodológicos des-
XVII - explicitação detalhada da metodologia para classificação no tinados ao planejamento, execução e controle das atividades de organiza-
concurso público; ção e inovação institucional;
XVIII - exigência, quando cabível, de exames médicos específicos pa- IV - orientar e conduzir o processo de organização e de inovação insti-
ra a carreira ou de exame psicotécnico ou sindicância da vida pregressa; tucional;
XIX - regulamentação dos meios de aferição do desempenho do can- V - analisar e manifestar-se sobre propostas de:
didato nas provas, observado o disposto na Lei nº 10.741, de 1º de outubro a) criação e extinção de órgãos e entidades;
de 2003; b) definição das competências dos órgãos e entidades, e das atribui-
XX - fixação do prazo de validade do concurso e da possibilidade de ções de seus dirigentes;
sua prorrogação; e c) revisão de categoria jurídico-institucional dos órgãos e entidades;
XXI - disposições sobre o processo de elaboração, apresentação, jul- d) remanejamento de cargos em comissão e funções de confiança;
gamento, decisão e conhecimento do resultado de recursos. e) criação, transformação e extinção de cargos e funções; e
Parágrafo único. A escolaridade mínima, e a experiência profissional, f) aprovação e revisão de estrutura regimental e de estatuto
quando exigidas, deverão ser comprovadas no ato de posse no cargo ou VI - promover estudos e propor a criação, fusão, reorganização, trans-
emprego, vedada a exigência de comprovação no ato de inscrição no ferência e extinção de órgãos e entidades; e
concurso público ou em qualquer de suas etapas, ressalvado o disposto em VII - administrar o cadastro de órgãos e entidades do Poder Executivo
legislação específica. Federal.

Administração Pública 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 23. Às unidades setoriais e seccionais do SIORG compete: § 2o O mandato dos membros do Comitê Gestor será de dois anos,
I - cumprir e fazer cumprir as normas de organização e inovação insti- permitida a recondução.” (NR)
tucional expedidas pelo órgão central; Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
II - propor ações e sugerir prioridades nas atividades de organização e Art. 32. Ficam revogados:
de inovação institucional da respectiva área de atuação; I - o Decreto no 92.360, de 4 de fevereiro de 1986;
III - acompanhar e avaliar os programas e projetos de organização e II - o parágrafo único do art. 1o e os arts. 2o a 4o do Decreto no 1.351,
inovação institucional, informando ao órgão central; de 28 de dezembro de 1994;
IV - organizar e divulgar informações sobre estrutura regimental, esta- III - o Decreto no 3.134, de 10 de agosto de 1999;
tuto, normas, rotinas, manuais de orientação, regimentos internos, instru- IV - o Decreto no 3.716, de 3 de janeiro de 2001;
ções e procedimentos operacionais; V - o Decreto no 4.175, de 27 de março de 2002;
V - elaborar e rever periodicamente os documentos normativos ne- VI - o Decreto no 4.567, de 1o de janeiro de 2003;
cessários ao bom andamento das atividades de organização e inovação VII - o Decreto no 4.896, de 25 de novembro de 2003;
institucional, segundo padrões e orientação estabelecidos; VIII - o § 1o do art. 3o do Decreto no 4.748, de 16 de junho de 2003;
VI - normatizar, racionalizar e simplificar instrumentos, procedimentos IX - o art. 2o e o Anexo II ao Decreto no 5.452, de 1o de junho de 2005;
e rotinas de trabalho; X - o art. 2o do Decreto no 6.097, de 24 de abril de 2007; e
VII - desenvolver padrões de qualidade e funcionalidade destinados à XI- o Decreto no 6.133, de 26 de junho de 2007.
melhoria do desempenho dos trabalhos e dos serviços prestados; e Brasília, 21 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da Re-
VIII - promover ações visando eliminar desperdício de recursos. pública.
Art. 24. O suporte às atividades de organização e inovação institucio-
nal contará com um sistema informatizado que conterá o cadastro oficial
sobre as estruturas, as competências e os cargos em comissão e funções A Instrução Normativa da Secretaria de Gestão do Ministério do Planeja-
de confiança dos órgãos e entidades integrantes do SIORG. mento, Orçamento e Gestão MPOG nº 3, de 12 de janeiro de 2010, dispõe
Art. 25. Para fins de integração, os sistemas abaixo relacionados de- sobre o processamento de propostas de fortalecimento da capacidade
verão utilizar a tabela de órgãos do sistema informatizado de apoio ao institucional dos órgãos ou entidades da administração pública federal
SIORG como única referência para o cadastro de órgãos e unidades admi- direta, autárquica e fundacional, que tratem de: criação, realocação interna
nistrativas: e transformação de cargos e funções, ou de sua extinção, quando vagos;
I - Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos - criação, reorganização e extinção de órgãos e entidades; realização de
SIAPE; concursos públicos e provimento de cargos e empregos públicos; revisão e
II - Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG; aprovação de estrutura regimental e de estatuto; remanejamento ou redis-
III - Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR; tribuição de cargos e funções públicas; e autorização para contratação
IV - Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento - temporária de excepcional interesse público, nos termos da Lei nº
SIGPLAN; 8.745/93 (DOU de 13/1/10, MPOG, pág. 46). A IN estabelece que as pro-
V -Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI; postas deverão ser previamente encaminhadas para análise por meio
VI - Sistema de Concessão de Passagens e Diárias - SCDP; e eletrônico (vigência em 45 dias após a data da publicação da IN), nos
VII - Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Infor- termos do Manual de Orientação para o Arranjo Institucional de Órgãos e
mática - SISP. Entidades do Poder Executivo Federal (ver em www.siorg.gov.br, que não
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se aos sistemas suce- abriu quando consultamos). Serão divulgadas por extrato, no sítio eletrôni-
dâneos, aos subsistemas destes e aos sistemas de uso corporativo do co da Secretaria de Gestão do MPOG e no Portal Interno da Ges-
Poder Executivo Federal que vierem a ser instituídos. tão/InformaSeges, as demandas de fortalecimento da capacidade institu-
CAPÍTULO IV cional enviadas pelos órgãos e entidades, suas justificativas e o impacto
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS orçamentário resultante, quando houver, bem como o resultado do proces-
Art. 26. As propostas submetidas ao Ministério do Planejamento, Or- so.
çamento e Gestão , para fins do disposto no § 2o do art. 1o poderão ser INSTRUÇÃO NORMATIVA MPOG Nº 03, DE 12 DE JANEIRO DE 2010
devolvidas ao Ministério de origem caso o encaminhamento não obedeça DOU DE 13/01/2010 – Alterado
as disposições deste Decreto.
Art. 27. Serão divulgadas por extrato, no sítio eletrônico do Ministério Alterado pela IN MPOG Nº 05, DE 18/03/2010
do Planejamento, Orçamento e Gestão, as demandas de fortalecimento da
capacidade institucional enviadas pelos órgãos e entidades, suas justificati- Dispõe sobre o processamento de propostas de fortalecimento da
vas e o impacto orçamentário resultante, quando houver. capacidade institucional dos órgãos ou entidades da administração
Art. 28. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão expedirá pública federal direta, autárquica e fundacional.
os atos complementares necessários à aplicação deste Decreto, cabendo-
lhe dirimir as dúvidas porventura existentes. O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO,
Art. 29. Aos concursos públicos autorizados até a data da publicação ORÇAMENTO E GESTÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o
deste Decreto aplicam-se as disposições do Decreto no 4.175, de 27 de disposto no Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009 e considerando
março de 2002, e os procedimentos complementares estabelecidos pelo necessidade de compatibilizar o processamento das propostas de fortale-
Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. cimento da capacidade institucional provenientes dos órgãos setoriais e
Parágrafo único. Opcionalmente, o órgão ou entidade poderá aplicar seccionais do Sistema de Organização e Inovação Institucional do Governo
as disposições deste Decreto aos concursos públicos autorizados anterior- Federal – SIORG com o ciclo de gestão orçamentária, resolve:
mente à sua data de publicação.
Art. 30. O art. 8o do Decreto no 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, Art. 1º - As propostas de alteração das estruturas regimentais e de adequa-
passa a vigorar com a seguinte redação: ção da força de trabalho, visando ao fortalecimento da capacidade institu-
“Art. 8o ..................................................................................................... cional dos órgãos ou entidades da administração pública federal direta,
............ autárquica e fundacional, sem prejuízo do atendimento ao disposto no art.
.................................................................................................................. 4º do Decreto nº 6.944, de 2009, deverão ser previamente encaminhadas
................. para análise por meio eletrônico, de acordo com esta Instrução Normativa.
III - representantes de órgãos e entidades da administração pública,
assim como de entidades privadas com notório engajamento em ações Art. 2º - As propostas a que se referem o art. 1º consistem em:
ligadas à qualidade da gestão e à desburocratização, conforme estabelecido
pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. I - criação, realocação interna e transformação de cargos e funções, ou de
§ 1o Os membros a que se referem o caput, titulares e suplentes, se- sua extinção, quando vagos;
rão indicados pelos dirigentes dos órgãos ou entidades representados e II - criação, reorganização e extinção de órgãos e entidades;
designados pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Administração Pública 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - realização de concursos públicos e provimento de cargos e empregos ança, considerar-se-á a nomenclatura padrão e o nível correspondente do
públicos; cargo ou função, na forma apresentada no Anexo V.
IV - revisão e aprovação de estrutura regimental e de estatuto;
V - remanejamento ou redistribuição de cargos e funções públicas; e §1º Não se aplica o disposto no caput às Instituições Federais de Ensino e
VI - autorização para contratação temporária de excepcional interesse ao Banco Central do Brasil.
público, nos termos da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. §2º O cargo de Assessor Especial da Presidência da República, nível DAS
102.6, será admissível apenas nos órgãos essenciais ou de assessoramen-
§1º O órgão ou entidade deverá apresentar as propostas de que tratam os to imediato da Presidência da República, dispostos na Lei nº 10.683, de 28
incisos I, II, IV e V, quando acarretarem aumento de despesa, e as propos- de maio de 2003.
tas do inciso III do caput deste artigo até o dia 31 de maio de cada exercí- §3º Somente Ministros de Estado, titulares de órgãos integrantes da Presi-
cio, de modo a compatibilizá-las com a elaboração do projeto de Lei Orça- dência da República e titulares de cargos de Natureza Especial poderão
mentária Anual. dispor de Assessores Especiais, nível DAS 102.5.
§2º O encaminhamento por meio eletrônico, previsto nesta Instrução Nor- §4º Os cargos em comissão e as funções de confiança existentes no âmbi-
mativa, somente será realizado por servidor previamente cadastrado no to do Poder Executivo Federal, que não estejam relacionados no Anexo V,
sitio www.siorg.gov.br. terão suas nomenclaturas definidas no ato normativo que aprovar seu
§3º As propostas serão processadas pela Secretaria de Gestão, observan- Quadro Demonstrativo de Cargos e Funções, levando-se em consideração
do-se a ordem cronológica de protocolo, exceto quando se tratar de cum- as especificidades de cada órgão ou
primento de sentença judicial ou no interesse da Administração, a juízo do entidade.
titular do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e serão subme-
tidas a despacho conclusivo do titular da Secretaria. Art. 5º- Os cargos em comissão de Gerente de Projeto, Auditor-Interno e
Diretor-Adjunto, nível DAS 101.4, de Diretor de Programa e Secretário-
Art. 3º - Para fins desta Instrução Normativa considera-se: Adjunto, nível DAS 101.5, e os cargos de assessoramento não terão unida-
des administrativas ou cargos em comissão a eles subordinados.
I - estrutura básica: conjunto de órgãos e unidades administrativas, previs-
tos em lei e atos normativos, subordinados diretamente a Ministro de Esta- Art. 6º - As propostas de fortalecimento da capacidade institucional, além
do ou a dirigente máximo de órgão integrante da Presidência da República, das exigências e documentos relacionados no Decreto nº 6.944, de 2009,
de autarquia ou de fundação. (Alterado pela IN MPOG Nº 05, DE deverão ser encaminhadas da seguinte forma:
18/03/2010)
I - remanejamento de Funções Comissionadas Técnicas - FCT - o preen-
II - estrutura regimental: chimento dos formulários contidos no Anexo I;
II - realização de concurso público - o preenchimento do formulário contido
a) de ministérios e órgãos da Presidência da República, o ato aprovado no Anexo II;
pelo Presidente da República que descreve as áreas de suas competên- III - alteração de estrutura regimental, estatuto ou remanejamento de car-
cias, desdobra o conjunto de órgãos e unidades administrativas integrantes gos em comissão e funções de confiança - o preenchimento do formulário
da estrutura básica e relaciona as respectivas competências, atribuições contido no Anexo III; e
dos dirigentes e outros assuntos inerentes à sua organização; e IV - autorização de contratação temporária de excepcional interesse público
b) de autarquias, o ato aprovado pelo Presidente da República que descre- - o preenchimento do formulário contido no Anexo IV .
ve as finalidades e competências, natureza e sede, desdobra o conjunto de
órgãos e unidades administrativas integrantes da estrutura básica que são §1º Em complemento às informações solicitadas no inciso I, as propostas
diretamente subordinados ao dirigente máximo da entidade e detalha as de remanejamento de Funções Comissionadas Técnicas - FCT deverão
respectivas competências, a forma de direção, as atribuições dos dirigen- observar, ainda, as disposições contidas no Decreto nº4.941, de 29 de
tes, o patrimônio, os recursos financeiros e outros assuntos inerentes à dezembro de 2003.
organização da autarquia; §2º O formulários relativos aos anexos referidos nos incisos I a IV serão
disponibilizados no Sistema de Informações Organizacionais do Governo
III - estatuto: ato aprovado pelo Presidente da República que descreve as Federal - SIORG, no sítiowww.siorg.gov.br.
finalidades e competências das fundações públicas, sua natureza e sede, e § 3º Durante o período compreendido entre a publicação desta Instrução
detalha o conjunto de órgãos e unidades administrativas que são direta- Normativa e a data de início do procedimento eletrônico para envio das
mente subordinados ao dirigente máximo da entidade, as respectivas propostas no SIORG, citada no caput deste artigo, os órgãos e entidades
competências, a forma de direção e nomeação dos ocupantes dos cargos e interessadas poderão realizar o envio dos formulários que compõem as
funções, as atribuições dos dirigentes, o patrimônio, os recursos financeiros propostas de fortalecimento da capacidade institucional, disciplinados no
e outros assuntos inerentes à organização da fundação; art. 6º, pelo endereço eletrônico: dmi.seges@planejamento.gov.br, devendo
IV - demonstrativo dos cargos em comissão e das funções de confiança: constar, no campo assunto, o termo: Demandas - DMI. (Incluído pela IN
quadro anexado à estrutura regimental ou ao estatuto, aprovado por ato do MPOG Nº 05, DE 18/03/2010)
Presidente da República, que contém o detalhamento dos cargos em § 4º Os formulários que compõem as propostas de fortalecimento da capa-
comissão e funções de confiança à disposição do órgão ou entidade, de- cidade institucional, dispostos nos anexos de I a IV desta Instrução Norma-
monstrando seus níveis e as relações de coordenação e subordinação tiva, estarão disponíveis no sítio eletrônico da Secretaria de Gestão do
entre os órgãos e unidades administrativas da estrutura básica; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (Incluído pela IN MPOG
V - regimento interno: instrumento jurídico que desdobra em subunidades Nº 05, DE 18/03/2010)
administrativas os órgãos e unidades relacionados na estrutura regimental
ou no estatuto, especifica suas respectivas competências e define as Art. 7º - O encaminhamento formal das propostas deverá ser feito na forma
atribuições de seus dirigentes, devendo ser aprovado pelo Ministro de do art. 4º do Decreto nº 6.944, de 2009, observado o prazo fixado no art. 3º
Estado ou pelo dirigente máximo de órgão da Presidência da República, de do mesmo Decreto.
autarquia ou de fundação sob cuja subordinação ou supervisão se encon-
trar o órgão ou a entidade; e Art. 8º - Quando se tratar de proposta de alteração ou aprovação de estru-
VI - remanejamento: a alocação, mediante lei ou decreto, de cargos em tura regimental ou estatuto deverão ser encaminhados, juntamente com a
comissão e funções de confiança nas estruturas dos órgãos e entidades, proposta de decreto, os seguintes anexos:
podendo ou não implicar aumento de despesa.
I - texto da estrutura regimental ou do estatuto;
Art. 4º - Quando da publicação das estruturas regimentais ou dos estatutos II - quadro demonstrativo dos quantitativos e dos níveis dos cargos em
dos órgãos e entidades da administração direta, autárquica ou fundacional, comissão e das funções de confiança ou equivalentes;
para fins de classificação de seus cargos em comissão e funções de confi- III - quadro resumo de custos dos cargos em comissão e das funções de
confiança, expressos em DAS-Unitários; e

Administração Pública 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - indicativo de remanejamento de cargos e funções, quando for o caso. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Pode-
res Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
§1º Para fins do inciso I: administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
a) quando se tratar de órgão da Presidência da República ou de Ministério, I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administra-
deverão ser informadas as áreas de competência do órgão, as unidades ção direta e da estrutura da Administração indireta;
administrativas integrantes da estrutura básica e as respectivas competên- II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
cias, as atribuições dos dirigentes e outros assuntos inerentes a sua orga- III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de
nização; decisão.
b) quando se tratar de Autarquia ou de Fundação, deverão ser indicadas a Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princí-
finalidade e as competências, natureza e sede da entidade, as unidades pios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
administrativas integrantes da estrutura básica e as respectivas competên- moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
cias, a forma de direção, as atribuições dos dirigentes, o patrimônio e os público e eficiência.
recursos financeiros, e outros assuntos inerentes à organização da entida- Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,
de; entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
§ 2º No caso de remanejamento ou redistribuição de cargos e funções II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou
públicas que acarretar aumento no quantitativo unitário de cargos em parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
comissão e funções de confiança, nas estruturas dos órgãos e entidades, o III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a pro-
processo deverá ser instruído com atestado de disponibilidade de cargos e moção pessoal de agentes ou autoridades;
funções, emitido pela Secretaria de Gestão, por meio do Sistema de Orga- IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
nização e Inovação Institucional do Governo Federal – SIORG (Alterado V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóte-
pela IN MPOG Nº 05, DE 18/03/2010) ses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
Art. 9º - As propostas encaminhadas em desacordo com as disposições do restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias
Decreto nº 6.944, de 2009 e desta Instrução Normativa serão devolvidas ao ao atendimento do interesse público;
órgão ou entidade de origem. VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem
a decisão;
§1º As propostas encaminhadas até 21 de agosto de 2009 que tenham VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos
perdido o objeto ou que não tenham sido processadas até a entrada em dos administrados;
vigor desta Instrução Normativa serão arquivadas, salvo manifestação em IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado
contrário do órgão ou entidade interessada, no prazo de trinta dias a contar grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
da publicação da presente Instrução Normativa, devendo essa manifesta- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
ção vir acompanhada de nova proposta, adaptada a este normativo. finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos
§ 2º As propostas encaminhadas em data posterior à citada no § 1º, que de que possam resultar sanções e nas situações de litígio;
não tenham sido processadas até a data da publicação desta Instrução XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as
Normativa, deverão ser adaptadas às suas disposições pelo órgão ou previstas em lei;
entidade interessada, até o dia 30 de junho de 2010, excetuando-se os XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da
processos relativos à substituição de terceirizados que ainda estejam em atuação dos interessados;
andamento, sob pena de arquivamento Alterado pela IN MPOG Nº 05, DE XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor
18/03/2010) garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação
retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO II
Art. 10 - Fica aprovado o Manual de Orientação para o Arranjo Institucional DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
de Órgãos e Entidades do Poder Executivo Federal, que se encontra dis- Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administra-
ponível no sítiowww.siorg.gov.br. ção, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deve-
Art. 11 - Serão divulgadas por extrato, no sítio eletrônico da Secretaria de rão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obriga-
Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão na rede inter- ções;
nacional de computadores e no Portal Interno da Gestão - InformaSeges, II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que
as demandas de fortalecimento da capacidade institucional enviadas pelos tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de do-
órgãos e entidades, suas justificativas e o impacto orçamentário resultante, cumentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
quando houver, bem como o resultado do processo. III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os
quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
Art. 12 - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publica- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando
ção, exceto quanto ao procedimento eletrônico para envio das propostas, obrigatória a representação, por força de lei.
que entrará em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a data da publicação. CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem
prejuízo de outros previstos em ato normativo:
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pú- I - expor os fatos conforme a verdade;
blica Federal. II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso III - não agir de modo temerário;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para
CAPÍTULO I o esclarecimento dos fatos.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO IV
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo adminis- DO INÍCIO DO PROCESSO
trativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido
especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumpri- de interessado.
mento dos fins da Administração. Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for
admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguin-
tes dados:

Administração Pública 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
II - identificação do interessado ou de quem o represente; ou respectivo cônjuge ou companheiro.
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunica- Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
ções; comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus funda- Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento
mentos; constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou
recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro
quanto ao suprimento de eventuais falhas. grau.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar mode- Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto
los ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões de recurso, sem efeito suspensivo.
equivalentes. CAPÍTULO VIII
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma
requerimento, salvo preceito legal em contrário. determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
CAPÍTULO V § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em verná-
DOS INTERESSADOS culo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade
Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo: responsável.
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será
ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; exigido quando houver dúvida de autenticidade.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou inte- § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita
resses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; pelo órgão administrativo.
III - as organizações e associações representativas, no tocante a § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente
direitos e interesses coletivos; e rubricadas.
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no
direitos ou interesses difusos. horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já
de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou
CAPÍTULO VI cause dano ao interessado ou à Administração.
DA COMPETÊNCIA Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autori-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos admi- dade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem
nistrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
avocação legalmente admitidos. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver dobro, mediante comprovada justificação.
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na
titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de reali-
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, zação.
social, econômica, jurídica ou territorial. CAPÍTULO IX
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delega- DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
ção de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo admi-
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: nistrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão
I - a edição de atos de caráter normativo; ou a efetivação de diligências.
II - a decisão de recursos administrativos; § 1o A intimação deverá conter:
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrati-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados va;
no meio oficial. II - finalidade da intimação;
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferi- III - data, hora e local em que deve comparecer;
dos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da dele- IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se repre-
gação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribui- sentar;
ção delegada. V - informação da continuidade do processo independentemente do
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade seu comparecimento;
delegante. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicita- § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis
mente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. quanto à data de comparecimento.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevan- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via
tes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribu- postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegu-
ída a órgão hierarquicamente inferior. re a certeza da ciência do interessado.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamen- § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com
te os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fun- domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação
dacional competente em matéria de interesse especial. oficial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo adminis- § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das
trativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta
para decidir. ou irregularidade.
CAPÍTULO VII Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido
autoridade que: direito de ampla defesa ao interessado.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei- restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza,
ro ou parente e afins até o terceiro grau; de seu interesse.

Administração Pública 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO X § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no
DA INSTRUÇÃO prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresenta-
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar ção, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou medi- § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido
ante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com
dos interessados de propor atuações probatórias. sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os atendimento.
dados necessários à decisão do processo. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previa-
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados mente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cum-
devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. prirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obti- deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e
das por meios ilícitos. capacidade técnica equivalentes.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifes-
geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir tar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da deci- fixado.
são do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifesta-
meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar ção do interessado.
os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram,
condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou
Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
alegações substancialmente iguais. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das
relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente
sobre a matéria do processo. justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, CAPÍTULO XI
poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, dire- DO DEVER DE DECIDIR
tamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconheci- Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão
das. nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros matéria de sua competência.
meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Adminis-
indicação do procedimento adotado. tração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de igual período expressamente motivada.
outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião CAPÍTULO XII
conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos DA MOTIVAÇÃO
competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
disposto no art. 37 desta Lei. II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão regis- III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção públi-
trados em documentos existentes na própria Administração responsável ca;
pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respecti- V - decidam recursos administrativos;
vas cópias. VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou
da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação ato administrativo.
do relatório e da decisão. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamenta- consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores
da, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, imperti- pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão
nentes, desnecessárias ou protelatórias. parte integrante do ato.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser
apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões,
intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.
de atendimento. § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.
competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, CAPÍTULO XIII
não se eximindo de proferir a decisão. DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao inte- Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir
ressado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não aten- total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
dimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação disponíveis.
implicará arquivamento do processo. § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência orde- somente quem a tenha formulado.
nada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não
hora e local de realização. prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consulti- que o interesse público assim o exige.
vo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quan-
norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. do exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível,
inútil ou prejudicado por fato superveniente.

Administração Pública 54 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
CAPÍTULO XIV Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando para que formule suas alegações antes da decisão.
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniên- Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula
cia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco pela Lei nº 11.417, de 2006).
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso,
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos seme-
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. lhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, adminis-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao trativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções pode-
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. rão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem
CAPÍTULO XV fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inade-
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO quação da sanção aplicada.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agrava-
de legalidade e de mérito. mento da sanção.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a CAPÍTULO XVI
qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autori- DOS PRAZOS
dade superior. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do
independe de caução. vencimento.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recur- encerrado antes da hora normal.
so à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instân- Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do
cias administrativas, salvo disposição legal diversa. prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; prazos processuais não se suspendem.
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados CAPÍTULO XVII
pela decisão recorrida; DAS SANÇÕES
III - as organizações e associações representativas, no tocante a Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente,
direitos e interesses coletivos; terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
difusos. CAPÍTULO XVIII
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divul- Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-
gação oficial da decisão recorrida. se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo desta Lei.
deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou
dos autos pelo órgão competente. instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
por igual período, ante justificativa explícita. I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o pela Lei nº 12.008, de 2009).
recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei
juntar os documentos que julgar convenientes. nº 12.008, de 2009).
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
suspensivo. IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neopla-
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta sia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediata- grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
mente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte
recurso. deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina
deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do
úteis, apresentem alegações. processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova
I - fora do prazo; de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competen-
II - perante órgão incompetente; te, que determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei
III - por quem não seja legitimado; nº 12.008, de 2009).
IV - após exaurida a esfera administrativa. § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. 12.008, de 2009).
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrati- § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
va. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a República.
matéria for de sua competência.

Administração Pública 55 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

11. Manual Técnico de Orçamento- MTO-2014.

MANUAL TÉCNICO DE ORÇAMENTO MTO 2014


SUMÁRIO
1. LISTAS DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
1.1 LISTA DE SIGLAS
ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
ARO - Antecipação da Receita Orçamentária
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
CF - Constituição Federal
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CTN - Código Tributário Nacional
DEST - Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais
DOU - Diário Oficial da União
FPE - Fundo de Participação dos Estados
FPM - Fundo de Participação dos Municípios
GND - Grupo de Natureza de Despesa
ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
IDOC - Identificador de Doação e de Operação de Crédito
IDUSO - Identificador de Uso
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR - Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA - Lei Orçamentária Anual
LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social
LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal
MF - Ministério da Fazenda
MP - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
NFGC - Necessidade de Financiamento do Governo Federal
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
PIS/PASEP - Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PLDO - Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
PLOA - Projeto de Lei Orçamentária Anual
PLPPA - Projeto de Lei do Plano Plurianual
PO - Plano Orçamentário
PPA - Plano Plurianual
RGPS - Regime Geral de Previdência Social
RP - Resultado Primário
RPPS - Regime Próprio de Previdência Social
SAOC - Sistema Auxiliar de Operações de Crédito
SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal
SIOP - Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento
SOF - Secretaria de Orçamento Federal
SPI - Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos
SRFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil
STN - Secretaria do Tesouro Nacional
UO - Unidade Orçamentária
1.2. LISTA DE ABREVIAÇÕES2
Esf - Esfera
Fte - Fonte
INV - Investimentos
IU - IDUSO
Mod - Modalidade de Aplicação

1. APRESENTAÇÃO

O Manual Técnico de Orçamento - MTO é um instrumento de apoio aos processos orçamentários da União. Conforme proposição da Secretaria de Orçamen-
to Federal - SOF, o MTO será editado, anualmente, no início do processo de elaboração da proposta orçamentária.
Além da tradicional versão impressa, convém destacar que, desde 2006, o MTO está disponível também em meio eletrônico, no Portal do Orçamento Fede-
ral, http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias, permitindo maior agilidade nas atualizações decorrentes de modificações nos processos
orçamentários e na legislação aplicada.
Com o intuito de aprimorar continuamente o processo orçamentário federal, apresenta-se a edição do MTO para o exercício de 2014.
Conforme a Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001:
Art. 2o O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade:
I - formular o planejamento estratégico nacional;
II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social;

Administração Pública 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;
IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal;
V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas,
nos planos federal, estadual, distrital e municipal.
Art. 3o O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e
orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas sócio-econômicas.
Art. 4o Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal:
I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central;
II - órgãos setoriais;
III - órgãos específicos.
§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil
da Presidência da República.
§ 2o Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planeja-
mento e orçamento.
§ 3o Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordina-
ção ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados.
§ 4o As unidades de planejamento e orçamento das entidades vinculadas ou subordinadas aos Ministérios e órgãos setoriais ficam sujeitas à orientação
normativa e à supervisão técnica do órgão central e também, no que couber, do respectivo órgão setorial.
§ 5o O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área de atuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República, ressal-
vados outros determinados em legislação específica.
Art. 5o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orienta-
ção normativa do órgão central do Sistema.

Art. 6o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e órgãos da Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do
Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e as unidades responsáveis pelo planejamento e orçamento dos demais Poderes realizarão o acompa-
nhamento e a avaliação dos planos e programas respectivos.
2.2. PAPEL DOS AGENTES DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DE ORÇAMENTO FEDERAL
2.2.1. SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL
O trabalho desenvolvido pela SOF, no cumprimento de sua missão institucional, tem sido norteado por um conjunto de competências, descritas no art. 17 do
Anexo I do Decreto no 7.675, de 20 de janeiro de 2012, e amparado no art. 8o da Lei no 10.180, de 2001, assim relacionadas:
Art. 17. À Secretaria de Orçamento Federal compete:
I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias e da proposta orçamentária da União, compreendendo os orçamen-
tos fiscal e da seguridade social;
II - estabelecer as normas necessárias à elaboração e à implementação dos orçamentos federais sob sua responsabilidade;
III - proceder, sem prejuízo da competência atribuída a outros órgãos, ao acompanhamento da execução orçamentária;
IV - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do processo orçamentário federal;
V - orientar, coordenar e supervisionar tecnicamente os órgãos setoriais de orçamento;
VI - exercer a supervisão da Carreira de Analista de Planejamento e Orçamento, em articulação com a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégi-
cos, observadas as diretrizes emanadas do Comitê de Gestão das Carreiras do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
VII - estabelecer as classificações orçamentárias da receita e da despesa; e
VIII - acompanhar e avaliar o comportamento da despesa pública e de suas fontes de financiamento, bem como desenvolver e participar de estudos econô-
mico-fiscais, voltados ao aperfeiçoamento do processo de alocação de recursos.
Essa missão pressupõe uma constante articulação com os agentes envolvidos na tarefa de elaboração das propostas orçamentárias setoriais das diversas
instâncias da Administração Pública Federal e dos demais Poderes da União.
2.2.2. ÓRGÃO SETORIAL
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura, coordenando o processo decisório no nível subsetorial (UO). Sua atuação no
processo orçamentário envolve:
- estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações orçamentárias;
- definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração e alteração
orçamentária;
- avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das alterações necessárias;
- coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do cadastro de programas e ações;
- fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias e dos limites de movi-
mentação e empenho e de pagamento de suas respectivas UO;
- análise e validação das propostas e das alterações orçamentárias de suas UOs; e
- consolidação e formalização da proposta e das alterações orçamentárias do órgão.
2.2.3. UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
A UO desempenha o papel de coordenação do processo de elaboração da proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o
trabalho das suas unidades administrativas, tendo em vista a consistência da programação do órgão.
As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária detalhada da despesa por programa, ação e subtítulo. Sua atuação no processo
orçamentário compreende:
- estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da proposta e alterações orçamentárias;
- estudos de adequação da estrutura programática;
- formalização, ao órgão setorial, da proposta de alteração da estrutura programática sob a responsabilidade de suas unidades administrativas;
- coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do cadastro de ações orçamentárias;
- fixação dos referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias e dos limites de movimentação e empenho e de pagamento de
suas respectivas unidades administrativas;
- análise e validação das propostas orçamentárias das unidades administrativas; e
- consolidação e formalização de sua proposta orçamentária.

3. CONCEITOS ORÇAMENTÁRIOS
3.1. DIREITO FINANCEIRO E DIREITO TRIBUTÁRIO
Administração Pública 57 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O Direito Financeiro tem por objeto a disciplina jurídica de toda a atividade financeira do Estado e abrange receitas, despesas e créditos públicos. O Direito
Tributário tem por objeto específico a disciplina jurídica de uma das origens da receita pública: o tributo.
As normas básicas referentes ao Direito Financeiro e ao Tributário encontram-se na CF; na Lei no 4.320, de 17 de março de 1964; na Lei no 5.172, de 25 de
outubro de 1966 - CTN; na Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 - LRF; e no Decreto no 93.872, de 24 de dezembro de 1986.
Os incisos I e II do art. 24 da CF, a seguir, estabelecem competência concorrente para legislar sobre o assunto:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento.
3.2. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, exe-
cução e controle do orçamento público. Válidos para todos os Poderes e para todos os entes federativos - União, Estados, Distrito Federal e Municípios -, são
estabelecidos e disciplinados tanto por normas constitucionais e infraconstitucionais quanto pela doutrina.
Nesse sentido, integram este Manual Técnico de Orçamento princípios orçamentários cuja existência e aplicação decorrem de normas jurídicas.
3.2.1. UNIDADE OU TOTALIDADE
De acordo com este princípio, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um único orçamento. Este princípio é mencionado
no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e
despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada nível federativo: LOA.
3.2.2. UNIVERSALIDADE
Segundo este princípio, a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e
fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Este princípio é mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, recepcionado e normatizado
pelo § 5o do art. 165 da CF.

3.2.3. ANUALIDADE OU PERIODICIDADE


Conforme este princípio, o exercício financeiro é o período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na
LOA. Este princípio é mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964. Segundo o art. 34 dessa lei, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil
(1o de janeiro a 31 de dezembro).
3.2.4. EXCLUSIVIDADE
O princípio da exclusividade, previsto no § 8o do art. 165 da CF, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por
Antecipação de Receitas Orçamentárias - ARO, nos termos da lei.
3.2.5. ORÇAMENTO BRUTO
O princípio do orçamento bruto, previsto no art. 6o da Lei no 4.320, de 1964, preconiza o registro das receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto,
vedadas quaisquer deduções.
3.2.6. NÃO VINCULAÇÃO DA RECEITA DE IMPOSTOS
Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF, este princípio veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabeleci-
das pela própria CF:
Art. 167. São vedados:
[...]
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §2o, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8o, bem como o disposto no §4o deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional no 42,
de 19.12.2003);
[...]
§4o É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158
e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional
no 3, de 1993).
4. RECEITA
4.1. INTRODUÇÃO
O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo previsto dos ingressos e das aplicações de
recursos em determinado período.
A matéria pertinente à receita é disciplinada, em linhas gerais, pelos arts. 3o, 9o, 11, 35 e 57 da Lei no 4.320, de 1964.
Em sentido amplo, receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado, que se desdobram em receitas orçamentárias, quando
representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
Em sentido estrito, são públicas apenas as receitas orçamentárias.

4.1.1. INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS


Recursos financeiros de caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas
restituições não se sujeitam à autorização legislativa. Exemplos: Depósitos em Caução, Fianças, Operações de Crédito por ARO, emissão de moeda e outras
entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.
4.1.2. RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
Disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do
qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade
precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.

Administração Pública 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Essas receitas pertencem ao Estado, integram o patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro e, via de regra, por força do princípio da
universalidade, estão previstas na LOA.
Nesse contexto, embora haja obrigatoriedade de a LOA registrar a previsão de arrecadação das receitas, a mera ausência formal desse registro não lhes
retiram o caráter orçamentário, haja vista o art. 57 da Lei no 4.320, de 1964, classificar como receita orçamentária toda receita arrecadada que represente
ingresso financeiro orçamentário, inclusive a proveniente de operações de crédito.
4.2. CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
A classificação orçamentária da receita, no âmbito da União, é normatizada por meio de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão. A normatização da classificação válida para Estados e Municípios é feita por meio de portaria interministerial (SOF e STN).
As receitas orçamentárias são classificadas segundo os seguintes critérios:
1. natureza;
2. indicador de resultado primário; e
3. fonte/destinação de recursos.
OBSERVAÇÃO:
Receitas Originárias e Receitas Derivadas
A doutrina classifica as receitas públicas, quanto à procedência, em originárias e derivadas. Essa classificação possui uso acadêmico e não é normatizada;
portanto, não é utilizada como classificador oficial da receita pelo poder público.
Receitas públicas originárias, segundo a doutrina, são as arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resul-
tam, principalmente, de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais
e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
Receitas públicas derivadas, segundo a doutrina, são as obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal
e, por isso, são auferidas de forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.
4.2.1. CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA RECEITA
O § 1o do art. 8o da Lei no 4.320, de 1964, define que os itens da discriminação da receita, mencionados no art. 11 dessa Lei, serão identificados por núme-
ros de código decimal. Convencionou-se denominar esse código de natureza da receita.
Importante destacar que a classificação da receita por natureza [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.] é utilizada por todos os entes da Federação e visa identificar
a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da receita nos cofres públicos.
Assim, a natureza da receita representa o menor nível de detalhamento das informações orçamentárias sobre as receitas públicas; por isso, contêm as infor-
mações necessárias para as devidas alocações no orçamento.
A fim de possibilitar a identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, esta classificação é formada por um código numérico de 8
dígitos [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.] que se subdivide em seis níveis: categoria econômica (1o dígito), origem (2o dígito), espécie (3o dígito), rubrica (4o
dígito), alínea (5o e 6o dígitos) e subalínea (7o e 8o dígitos).

Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores, aloca-se a receita pública correspondente na natureza da receita
código “1112.04.10”, segundo o esquema abaixo:

Como se depreende do nível de detalhamento apresentado, a classificação por natureza é a de nível mais analítico da receita; por isso, auxilia na elaboração
de análises econômico-financeiras sobre a atuação estatal.

Administração Pública 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4.2.1.1. CATEGORIA ECONÔMICA
Quanto à categoria econômica [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.], os §§ 1o e 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em
Receitas Correntes (código 1) e Receitas de Capital (código 2):
1 - Receitas Correntes: são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o
Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas.
De acordo com o § 1o do art. 11 da Lei no Lei no 4.320, de 1964, classificam-se como correntes as receitas provenientes de tributos; de contribuições; da
exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferências
Correntes); e demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).
2 - Receitas de Capital: aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não
provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido.
De acordo com o § 2o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto-Lei no 1.939, de 20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as
provenientes de: realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas; conversão, em espécie, de bens e direitos; recebimento de recursos
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender Despesas de Capital; e, superávit do Orçamento Corrente.
OBSERVAÇÃO:
Receitas de Operações Intraorçamentárias
Operações intraorçamentárias são aquelas realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social do mesmo ente federativo. Não representam novas entradas de recursos nos cofres públicos do ente, mas apenas remanejamento de
receitas entre seus órgãos. As receitas intraorçamentárias são contrapartida de despesas classificadas na modalidade de aplicação 91 - Aplicação Direta
Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social, que, devidamente identi-
ficadas, evitam a dupla contagem na consolidação das contas governamentais.
Assim, a Portaria Interministerial STN/SOF no 338, de 26 de abril de 2006, que alterou a Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, incluiu as Recei-
tas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de Capital Intraorçamentárias representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômi-
cas. Essas classificações não constituem novas categorias econômicas de receita, mas apenas especificações das categoria econômica Receitas Correntes
e Receitas de Capital.
Dessa forma, os códigos a serem utilizados seriam:

4.2.1.2. ORIGEM
A origem é o detalhamento das categorias econômicas Receitas Correntes e Receitas de Capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no
momento em que ingressam nos cofres públicos.
Os códigos da origem para as Receitas Correntes e de Capital, de acordo com o § 4o do art. 11 da Lei no 4.320, de 1964, são:

Administração Pública 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Por exemplo, no que diz respeito à origem, a Receita Tributária é um dos detalhamentos possíveis para Receitas Correntes [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.]
[tabela-resumo das origens e espécies - item 8.1.3.].
Esquema da Classificação e Códigos das Receitas Públicas, incorporando-se categoria econômica e origem:

Origens que compõem as Receitas Correntes:


Receitas Tributárias: são decorrentes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria, previstos no art. 145 da CF.
Receitas de Contribuições: são oriundas das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, conforme preceitua o art. 149 da CF.
Administração Pública 61 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Receitas Patrimoniais: são provenientes da fruição de patrimônio pertencente ao ente público, tais como as decorrentes de compensações financei-
ras/royalties, concessões e permissões, entre outras.
Receitas Agropecuárias: resultam da exploração econômica, por parte do ente público, de atividades agropecuárias, tais como a venda de produtos agríco-
las (grãos, tecnologias, insumos etc.), pecuários (semens, técnicas em inseminação, matrizes etc.), para reflorestamentos etc.
Receitas Industriais: são provenientes de atividades industriais exercidas pelo ente público, tais como: indústria de extração mineral, de transformação, de
construção, entre outras.
Receitas de Serviços: decorrem da prestação de serviços por parte do ente público, tais como comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares,
armazenagem, serviços recreativos, culturais etc. Tais serviços são remunerados mediante preço público, também chamado de tarifa.
Transferências Correntes: são provenientes do recebimento de recursos financeiros de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender
despesas de manutenção ou funcionamento que não impliquem contraprestação direta em bens e serviços a quem efetuou essa transferência. Por outro
lado, a utilização dos recursos recebidos vincula-se à determinação
constitucional ou legal, ou ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e
instituições privadas.
Outras Receitas Correntes: constituem-se pelas receitas cujas características não permitam o enquadramento nas demais classificações da receita corren-
te, tais como: multas, juros de mora, indenizações, restituições, receitas da dívida ativa, entre outras. Exemplos:
a) Multa: receita de caráter não tributário, é penalidade pecuniária aplicado pela Administração Pública aos administrados e depende, sempre, de prévia
cominação em lei ou contrato. Podem decorrer do regular exercício do poder de polícia por parte da Administração (multa por auto de infração), do descum-
primento de preceitos específicos previstos na legislação, ou de mora pelo não pagamento das obrigações principais ou acessórias nos prazos previstos; e
b) Dívida Ativa: crédito da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. O crédito é
cobrado por meio da emissão de certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, inscrita na forma da lei, com validade de título executivo. Isso confere
à certidão da dívida ativa caráter líquido e certo, embora se admita prova em contrário.
Origens que compõem as Receitas de Capital:
Operações de Crédito: recursos financeiros oriundos da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos junto a entidades públicas ou
privadas, internas ou externas.
Alienação de Bens: ingressos financeiros provenientes da alienação de bens móveis ou imóveis de propriedade do ente público. O art. 44 da LRF veda a
aplicação da receita de capital decorrente da alienação de bens e direitos que integrem o patrimônio público para financiar despesas correntes, salvo as
destinadas por lei ao RGPS ou ao regime próprio do servidor público.
Amortização de Empréstimos: ingressos financeiros provenientes da amortização de financiamentos ou de empréstimos que o ente público haja previamen-
te concedido. Embora a amortização do empréstimo seja origem da categoria econômica Receitas de Capital, os juros recebidos associados ao empréstimo
são classificados em Receitas Correntes/ de Serviços/ Serviços Financeiros, pois os juros representam a remuneração do capital.
Transferências de Capital: recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesas com investimen-
tos ou inversões financeiras, independentemente da contraprestação direta a quem efetuou essa transferência. Por outro lado, a utilização dos recursos
recebidos vincula-se ao objeto pactuado. Tais transferências ocorrem entre entidades públicas de diferentes esferas ou entre entidades públicas e instituições
privadas.
Outras Receitas de Capital: registram-se nesta origem receitas cuja característica não permita o enquadramento nas demais classificações da receita de
capital, tais como: Resultado do Banco Central, Remuneração das Disponibilidades do Tesouro Nacional, Integralização do Capital Social, entre outras.
4.2.1.3. ESPÉCIE
A espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da origem Receita
Tributária, identificam-se as espécies Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.].
A tabela-resumo com os códigos relacionados às origens e espécies de receitas encontra-se no item 8.1.3. deste manual.
4.2.1.4. RUBRICA
A rubrica detalha a espécie por meio da identificação dos recursos financeiros cujas características próprias sejam semelhantes. Por exemplo, a rubrica
Impostos sobre o Patrimônio e a Renda corresponde ao detalhamento da espécie Impostos [tabelas nos itens 8.1.1. e 8.1.2.].
4.2.1.5. ALÍNEA
A alínea é o detalhamento da rubrica e identifica o nome da receita que receberá o registro pela entrada de recursos financeiros. Por exemplo, a alínea Im-
posto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza corresponde ao detalhamento da rubrica Impostos sobre o Patrimônio e a Renda [tabelas nos itens
8.1.1. e 8.1.2.].
4.2.1.6. SUBALÍNEA
A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se detalhar a alínea com maior especificidade. Por exemplo, a
subalínea Pessoas Físicas corresponde ao detalhamento da alínea Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza [tabelas nos itens 8.1.1. e
8.1.2.].
4.2.2. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO
Conforme esta classificação, as receitas do Governo Federal podem ser divididas em: a) primárias (P), quando seus valores são incluídos no cálculo do
resultado primário; e b) financeiras (F), quando não são incluídas no citado cálculo [tabela no item 8.1.2.].
As receitas primárias referem-se, predominantemente, às receitas correntes que advêm dos tributos, das contribuições sociais, das concessões, dos dividen-
dos recebidos pela União, da cota-parte das compensações financeiras, das decorrentes do próprio esforço de arrecadação das UOs, das provenientes de
doações e convênios e outras também consideradas primárias.
As receitas financeiras são aquelas que não contribuem para o resultado primário ou não alteram o endividamento líquido do Governo (setor público não
financeiro) no exercício financeiro correspondente, uma vez que criam uma obrigação ou extinguem um direito, ambos de natureza financeira, junto ao setor
privado interno e/ou externo. São adquiridas junto ao mercado financeiro, decorrentes da emissão de títulos, da contratação de operações de crédito por
organismos oficiais, das receitas de aplicações financeiras da União (juros recebidos, por exemplo), das privatizações e outras.
4.2.3. CLASSIFICAÇÃO POR FONTE / DESTINAÇÃO DE RECURSOS
Instrumento criado para assegurar que receitas vinculadas por lei a finalidade específica sejam exclusivamente aplicadas em programas e ações que visem a
consecução de despesas ou políticas públicas associadas a esse objetivo legal, as fontes/destinações de recursos agrupam determinadas naturezas de
receita conforme haja necessidade de mapeamento dessas aplicações de recursos no orçamento público, segundo diretrizes estabelecidas pela SOF [tabela
no item 8.1.4.].
Como mecanismo integrador entre a receita e a despesa, o código de fonte/destinação de recursos exerce duplo papel no processo orçamentário: na receita,
indica o destino de recursos para o financiamento de determinadas despesas; na despesa, identifica a origem dos recursos que estão sendo utilizados.
Assim, o mesmo código utilizado para controle das destinações da receita também é utilizado na despesa, para controle das fontes financiadoras. Dessa
forma, esse mecanismo contribui para o atendimento do parágrafo único do art. 8o, parágrafo único, e do art. 50, inciso I, da LRF:
Art. 8o [...]

Administração Pública 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda
que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. [...]
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e
escriturados de forma individualizada.
Enquanto a natureza da receita orçamentária busca identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, a fonte/destinação de recursos possui a finali-
dade precípua de identificar o destino dos recursos arrecadados. Em linhas gerais, pode-se dizer que há destinações vinculadas e não vinculadas:
a) destinação vinculada10: processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas
pela norma.
b) destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalida-
des, desde que dentro do âmbito das competências de atuação do órgão ou entidade.

A vinculação de receitas deve ser pautada em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos e os direcionam para despesas, entes, ór-
gãos, entidades ou fundos.
A classificação de fonte/destinação consiste em um código de três dígitos. O 1o dígito representa o grupo de fonte [tabela no item 8.1.4.1.], enquanto o 2o e o
3o representam a especificação da fonte [tabela no item 8.1.4.2.].

O Anexo IV da Portaria SOF no 1, de 19 de fevereiro de 2001 lista os grupos de fontes e as respectivas especificações das fontes de recursos vigentes:

Exemplos de fontes/destinação de recursos:

O Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias da União evidencia as fontes e respectivas naturezas de receita e pode ser obtido em:
http://www.orcamentofederal.gov.br/ informacoes-orcamentarias/arquivos-receitas-publicas/receitas-publicas.
[CÓDIGO-EXEMPLO DA ESTRUTURA COMPLETA DA PROGRAMAÇÃO]
4.3. ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País.
Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento.

Administração Pública 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

OBSERVAÇÃO: Exceção às Etapas da Receita


Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que
não foram lançadas, como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos.

4.3.1. PREVISÃO
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade
com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto, vale citar o art. 12 da referida norma:
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de pre-
ços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores,
a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. O modelo dependerá do comportamento da série histórica
de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no processo.
A previsão de receitas é a etapa que antecede a fixação do montante de despesas que irá constar nas leis de orçamento, além de ser base para se estimar
as necessidades de financiamento do governo.
4.3.2. LANÇAMENTO
O art. 53 da Lei no 4.320, de 1964, define o lançamento como ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta. Por sua vez, conforme o art. 142 do CTN, lançamento é o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, pro-
põe a aplicação da penalidade cabível.
Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja,
aplica-se a impostos, taxas e contribuições de melhoria.
4.3.3. ARRECADAÇÃO
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições
financeiras autorizadas pelo ente.
Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei no 4.320, de 1964, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção
do regime de caixa para o ingresso das receitas públicas.
4.3.4. RECOLHIMENTO
Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela
programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir
transcrito:
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para cria-
ção de caixas especiais.
4.4. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE TRIBUTOS
Principal fonte de recursos do Governo Federal, tributos são origens de receita orçamentária corrente. Embora, atualmente, os tributos englobem as contribu-
ições, a classificação orçamentária por Natureza da Receita, exposta no Capítulo 4.3., faz uma distinção entre as receitas de origem Tributária e as de Con-
tribuições, atendendo ao disposto na Lei no 4.320, de 1964.
Trata-se de receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Sujeita-se aos princípios
da reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 3o do CTN define tributo da seguinte forma:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
O art. 4o do CTN preceitua que a natureza específica do tributo, ao contrário de outros tipos de receita, é determinada pelo fato gerador da obrigação, sendo
irrelevantes para qualificá-la:
I - a sua denominação; e
II - a destinação legal do produto de sua arrecadação.
4.4.1. IMPOSTOS
Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade
estatal específica, relativa ao contribuinte, o qual não recebe contraprestação direta ou imediata pelo pagamento.
O art. 167 da CF proíbe, ressalvadas algumas exceções, a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Os impostos estão enumerados na
CF, ressalvando-se unicamente a possibilidade de utilização, pela União, da competência residual prevista no art. 154, inciso I, e da competência extraordiná-
ria, no caso dos impostos extraordinários de guerra externa, prevista no inciso II do mesmo artigo.
4.4.2. TAXAS
De acordo com o art. 77 do CTN:
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.
A taxa está sujeita ao princípio constitucional da reserva legal e, sob a ótica orçamentária, classifica-se em: Taxas de Fiscalização11 e Taxas de Serviço.
Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia
As taxas de fiscalização ou de poder de polícia são definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do
qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança. A definição de poder de polícia é estabelecida pelo
art. 78 do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais e coletivos.
Taxas de Serviço Público

Administração Pública 64 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
As taxas de serviço público são as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos, sob os pontos de vista material e formal. Nesse
contexto, o serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela Administração Pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.
A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada e os serviços têm
que ser específicos e divisíveis.
Conforme o art. 77 do CTN:
Os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte, ou colocados à sua disposição.
Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do contri-
buinte.
OBSERVAÇÃO:
Distinção entre Taxa e Preço Público
Taxas são compulsórias (decorrem de lei). O que legitima o Estado a cobrar a taxa é a prestação ou a disponibilização de serviços públicos específicos e
divisíveis ou o regular exercício do Poder de Polícia. A relação decorre de lei, sendo regida por normas de direito público.
Preço Público, sinônimo de tarifa, decorre da utilização de serviços facultativos que a Administração Pública, de forma direta ou por delegação (concessão
ou permissão), coloca à disposição da população, que poderá escolher se os contrata ou não. São serviços prestados em decorrência de uma relação contra-
tual regida pelo direito privado.

4.4.3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA


A contribuição de melhoria é espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras
públicas, contanto que haja nexo causal entre a melhoria ocorrida e a realização da obra pública. De acordo com o art. 81 do CTN:
A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para
fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
4.4.4. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
Classificada como espécie de contribuição, por força da Lei no 4.320, de 1964, a contribuição social é tributo vinculado a uma atividade estatal que visa
atender aos direitos sociais previstos na CF, tais como a saúde, a previdência, a assistência social e a educação.
A competência para instituição das contribuições sociais é da União, exceto das contribuições dos servidores estatutários dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, que são instituídas pelos respectivos entes. As contribuições sociais para a seguridade social (§ 6o do art. 195 da CF) estão sujeitas ao princípio
da anterioridade nonagesimal, ou seja, somente poderão ser cobradas noventa dias após a publicação da lei que as instituiu ou majorou.
OBSERVAÇÃO:
Seguridade Social
Conforme dispõe o art. 195 da CF, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de contribuições sociais. Em complemento, a composição das receitas que financiam a seguridade social é
discriminada nos arts. 11 e 27 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, que instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social.
O Anexo II do Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias da União descreve o conjunto de receitas que integram o Orçamento da Seguridade
Social. Essas receitas classificam-se como Contribuições Sociais e Demais Receitas, por meio da seguinte

metodologia:
Contribuições Sociais: para integrarem o Orçamento da Seguridade Social, as receitas de contribuições sociais devem ser destinadas para as áreas de
saúde, previdência ou assistência social.
Demais Receitas: consideram-se receitas do Orçamento da Seguridade Social aquelas que:
a) sejam próprias das UOs que integrem o Orçamento da Seguridade Social; ou seja, das unidades que compõem os Ministérios da Saúde e da Previ-
dência Social, a Assistência Social e o Fundo de Amparo ao Trabalhador, subordinado ao Ministério do Trabalho;
b) sejam originárias da prestação de serviços de saúde, independentemente das entidades às quais pertençam; e
c) sejam vinculadas à seguridade social por determinação legal.

4.4.5. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE é tributo classificado no orçamento público como uma espécie de contribuição que atinge um
determinado setor da economia, com finalidade qualificada em sede constitucional, instituída mediante um motivo específico.
Essa intervenção se dá pela fiscalização e por atividades de fomento, como, por exemplo, desenvolvimento de pesquisas para crescimento de setor e ofere-
cimento de linhas de crédito para expansão da produção. Um exemplo de CIDE é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, voltado à
suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego.
4.4.6. CONTRIBUIÇÃO DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS
Esta espécie de contribuição se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais ou econômicas, vinculando sua arrecadação às entidades
que as instituíram. Não transita pelo orçamento da União.
Essas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais, como, por exemplo, Ordem dos Advogados do Brasil -
OAB, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, Conselho Regional de Medicina - CRM, entre outros.
É preciso esclarecer que existe uma diferença entre as contribuições aludidas acima e as contribuições confederativas. Conforme o art. 8o da CF:
Art. 8o É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: [...]
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei.
Assim, há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembleia geral da categoria, além da contribuição sindical, prevista em
lei. A primeira não é tributo, pois será instituída pela assembleia geral e não por lei. A segunda é instituída por lei, portanto compulsória, e encontra sua regra
no art. 149 da CF, possuindo assim natureza de tributo.
4.4.7. CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DE SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Instituída pela Emenda Constitucional no 39, de 19 de dezembro de 2002, que acrescentou o art. 149-A à CF, possui a finalidade de custear o serviço de
iluminação pública. A competência para instituição é dos Municípios e do Distrito Federal.
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
Sob a ótica da classificação orçamentária, a Contribuição para o Custeio de Serviço de Iluminação Pública é espécie da origem Contribuições, que integra a
categoria econômica Receitas Correntes.
5. DESPESA

Administração Pública 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5.1. ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e sua organização, implementadas por meio de um sistema de classificação estrutura-
do. Esse sistema tem o propósito de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças públicas, como
os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e a sociedade em geral.
Na estrutura atual do orçamento público, as programações orçamentárias estão organizadas em programas de trabalho, que contêm informações qualitativas
e quantitativas, sejam físicas ou financeiras.
5.1.1. PROGRAMAÇÃO QUALITATIVA
O programa de trabalho, que define qualitativamente a programação orçamentária, deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que
caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação: classificação por esfera, classificação
institucional, classificação funcional, estrutura programática e principais informações do Programa e da Ação, conforme detalhado a seguir:

5.1.2. PROGRAMAÇÃO QUANTITATIVA


A programação orçamentária quantitativa tem duas dimensões: a física e a financeira.
A dimensão física define a quantidade de bens e serviços a serem entregues.

A dimensão financeira estima o montante necessário para o desenvolvimento da ação orçamentária de acordo com os seguintes classificadores:

Administração Pública 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.1.3. CÓDIGO-EXEMPLO DA ESTRUTURA COMPLETA DA PROGRAMAÇÃO

5.2. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA


Na LOA, a esfera tem por finalidade identificar se a despesa pertence ao Orçamento Fiscal (F), da Seguridade Social (S) ou de Investimento das Empresas
Estatais (I), conforme disposto no § 5o do art. 165 da CF. Na base de dados do SIOP, o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e
será associado à ação orçamentária:

Administração Pública 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Orçamento Fiscal (código 10): referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive funda-
ções instituídas e mantidas pelo Poder Público;
- Orçamento da Seguridade Social (código 20): abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público; e
- Orçamento de Investimento (código 30): orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto.
O § 2o do art. 195 da CF estabelece que a proposta de Orçamento da Seguridade Social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela
saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus recur-
sos.
5.3. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
A classificação institucional [tabela no item 8.2.1.], na União, reflete as estruturas organizacional e administrativa e compreende dois níveis hierárquicos:
órgão orçamentário e unidade orçamentária. As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas
às UOs, que são as responsáveis pela realização das ações. Órgão orçamentário é o agrupamento de UOs.
O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à UO.

Um órgão ou uma UO não correspondem necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os
órgãos Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, Encargos Financeiros da União, Operações Oficiais de Crédito, Refinanciamento da Dívida
Pública Mobiliária Federal e Reserva de Contingência.
5.4. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA
A classificação funcional é formada por funções e subfunções [tabela no item 8.2.2.] e busca responder basicamente à indagação “em que áreas de despesa
a ação governamental será realizada?”. Cada atividade, projeto e operação especial identificará a função e a subfunção às quais se vinculam.
A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria no 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão (MOG), e é composta de
um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nos três níveis de Governo.
Trata-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e
da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.
A classificação funcional é representada por cinco dígitos, sendo os dois primeiros relativos às funções e os três últimos às subfunções. Na base de dados do
SIOP, existem dois campos correspondentes à classificação funcional:

A codificação para a Reserva de Contingência foi definida pelo art. 8o da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, alterado pelo art. 1o da Portaria
Conjunta STN/SOF no 1, de 18 de junho de 2010, atualizada, vigorando com a seguinte redação:
Art. 8o A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, ou em
atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no art. 5o,
inciso III, da Lei Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua destinação, bem como a Reserva do Regime Próprio de
Previdência do Servidor - RPPS, quando houver, serão identificadas no orçamento de todas as esferas de Governo pelos códigos “99.999.9999.xxxx.xxxx” e
“99.997.9999.xxxx.xxxx”, respectivamente, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o “x” representa a
codificações das ações e o respectivo detalhamento.
Parágrafo Único. As reservas referidas no caput serão identificadas, quanto à natureza da despesa, pelo código “9.9.99.99.99”.
5.4.1. FUNÇÃO
A função [tabela no item 8.2.2.] pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Reflete a competência
institucional do órgão, como, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. Há situações em que o
órgão pode ter mais de uma função típica, considerando-se que suas competências institucionais podem envolver mais de uma área de despesa. Nesses
casos, deve ser selecionada, entre as competências institucionais, aquela que está mais relacionada com a ação.
A função Encargos Especiais engloba as despesas que não podem ser associadas a um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais
como dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. A utilização dessa função irá requerer o uso das
suas subfunções típicas, conforme tabela abaixo:

Administração Pública 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.4.2. SUBFUNÇÃO
A subfunção [tabela no item 8.2.2.] representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar a natureza da atuação governamen-
tal . De acordo com a Portaria no 42, de 14 de abril de 1999, é possível combinar as subfunções a funções diferentes daquelas a elas diretamente relaciona-
das, o que se denomina matricialidade.

5.5. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA


5.5.1. PROGRAMA
Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do PPA, ou seja,
quatro anos.
Os novos conceitos de cada categoria do Plano 2012-2015, bem como exemplos constantes no documento de orientação para elaboração da programação
poderão ser encontrados no endereço:
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/spi/publicacoes/Orientacoes_para_Elaboracao_do_PPA_2012-2015.pdf
A Lei do PPA 2012-2015 foi elaborada com base em diretrizes oriundas do Programa de Governo. Dentre essas diretrizes, destaca-se a Visão Estratégica,
que indica em termos gerais o País almejado em um horizonte de longo prazo e estabelece, ainda, os Macrodesafios para o alcance dessa nova realidade de
País.
Com base nessas diretrizes, o PPA 2012-2015 contempla os Programas Temáticos e de Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado (art. 5o da
lei):
- Programa Temático: aquele que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade;
- Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: aquele que expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção
da atuação governamental.

Na base de dados do SIOP, o campo que identifica o programa contém quatro dígitos.

A integração das ações orçamentárias com o PPA é retratada na figura a seguir:

Administração Pública 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

A Ação , que era uma das categorias compartilhadas entre PPA e LOA, passa a integrar exclusivamente a LOA. Os programas, que constam em ambos os
instrumentos, são subdivididos em Programas Temáticos e Programas de Gestão. Todavia, na LOA, há alguns programas que não constam no PPA – os
Programas compostos exclusivamente por Operações Especiais. Com essas mudanças, a integração Plano-Orçamento se dará da seguinte forma:

Dessa forma, a Iniciativa será um elo entre o Plano e o Orçamento quando se tratar de Programas Temáticos.
OBSERVAÇÃO:

Administração Pública 70 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Considerando que as metas regionalizadas para a Administração Pública estão retratadas no PPA 2012-2015 na categoria Objetivos, essa categoria deverá
servir de referencial para a avaliação das ações. Feita essa primeira validação com os Objetivos, é necessário, também, que se verifique a pertinência das
ações com as iniciativas.
Caso seja necessária a criação de novas ações que não possam ser vinculadas a Iniciativas ou Objetivos existentes, o órgão setorial deverá solicitar à SPI a
criação dessas novas categorias .
5.5.2. AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Operação da qual resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação
as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contri-
buições, entre outros, e os financiamentos.
Na base do sistema, a ação é identificada por um código alfanumérico de oito dígitos:

5.5.2.1. ATIVIDADE
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: ação 4339 - Qualificação da Regulação e
Fiscalização da Saúde Suplementar.
OBSERVAÇÃO:
As ações do tipo Atividade mantêm o mesmo nível da produção pública.
5.5.2.2. PROJETO
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta
um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Exemplo: ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entronca-
mento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468.
OBSERVAÇÃO:
As ações do tipo Projeto expandem a produção pública ou criam infraestrutura para novas atividades, ou, ainda, implementam ações inéditas num prazo
determinado.
5.5.2.3. OPERAÇÃO ESPECIAL
Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
OBSERVAÇÃO:
As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou
serviços à sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes.
O processo de revisão das ações para 2014 envolve a identificação, quando possível, útil ou desejável, de unidades de mensuração (volume de operação,
carga de trabalho, produtos/serviços gerados a partir das transferências etc.) para as operações especiais.
Esse processo de revisão envolve, também, a análise geral das ações atuais, que permitirá a identificação de falhas de classificação e os seus respectivos
ajustes, quando necessário.
Por fim, as operações especiais deverão ser tipificadas conforme o atributo "Subtipo de Operação Especial" (vide item 5.5.2.4.3.1.).

Administração Pública 71 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Em grande medida, as operações especiais estão associadas aos programas do tipo Operações Especiais, os quais constarão apenas do orçamento, não
integrando o PPA, conforme codificação relacionada abaixo:

Nesses programas, a classificação funcional a ser adotada será a função 28 - Encargos Especiais com suas respectivas subfunções, não havendo possibili-
dade de matricialidade nesses casos.
5.5.2.4. ATRIBUTOS DAS AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
5.5.2.4.1. Título
Forma de identificação da ação orçamentária pela sociedade nas LOAs. Expressa, em linguagem clara, o objeto da ação. Exemplo:
7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468.
OBSERVAÇÃO:
O título não poderá conter sentença genérica que permita executar quaisquer despesas não relacionadas à operação; também não poderá ser apenas “no-
me-fantasia”, mas poderá trazê-lo entre parênteses ou ao final da sentença, separado por um travessão. Durante o processo de revisão das ações e opera-
ções especiais para 2014, deverá ser analisado o título de cada ação ou operação especial para verificar se esse expressa realmente a sua Finalidade, de
forma resumida.
5.5.2.4.2. Descrição
Para o exercício de 2014, o campo descrição deverá expressar, de forma sucinta, o que é e para que efetivamente é feito no âmbito da ação, seu escopo,
suas delimitações e o seu objetivo. Exemplo: para a ação 7M64, a descrição é:
O que é feito?
Continuação da pavimentação dos 6 últimos km ainda não pavimentados da BR-468, que envolve serviços de terraplenagem, pavimentação, drenagem,
sinalização e obras complementares. Envolve também a implementação da Gestão Ambiental do empreendimento, englobando, entre outras, ações mitigado-
ras e compensatórias das áreas de influência direta e indireta, e o atendimento das licenças ambientais.
Para que é feito (objetivo)?
Promover eficiência e efetividade no fluxo de transporte na BR-468 no Estado do Rio Grande do Sul.
OBSERVAÇÃO:
Poderá haver a atualização da descrição durante todo o ano de execução, desde que mantida a compatibilidade com a finalidade da existência da ação,
expressa no seu título (atributo legal).

Administração Pública 72 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
5.5.2.4.3. Tipo
Projeto, atividade ou operação especial. A ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468 é
do tipo projeto.
No âmbito do SIOP, as Reservas de Contingências correspondem a um tipo de ação específico e com numeração própria.

5.5.2.4.3.1. Subtipo de Operação Especial


Quando se tratar do tipo operações especiais, a ação deverá ser classificada quanto ao subtipo. A utilização do campo “Item de Mensuração” será facultada
nos casos apontados como “Opcional” na tabela abaixo.

5.5.2.4.4. Base Legal


Instrumentos normativos que dão respaldo à ação orçamentária e que permitem identificar se é transferência obrigatória ou se trata de aplicação de recursos
em área de competência da União. No caso da ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-
468, a base legal é a Lei no 10.233, de 2001, e alterações.
5.5.2.4.5. Produto
Bem ou serviço que resulta da ação, destinado ao público-alvo, ou o insumo estratégico que será utilizado para a produção futura de bem ou serviço. Cada
ação deve ter um único produto. Em situações especiais, expressa a quantidade de beneficiários atendidos pela ação. Exemplo: Trecho pavimentado.
5.5.2.4.5.1. Item de Mensuração
No caso das operações especiais em que a mensuração seja possível, útil ou desejável, ao invés do campo produto, haverá um campo intitulado "Item de
Mensuração".
5.5.2.4.5.2. Especificação do Item de Mensuração
Visa detalhar o volume de operação, carga de trabalho, produtos ou serviços gerados a partir das transferências. Para a ação 0920 Concessão de Bolsa para
Equipes de Alfabetização, a
especificação é “Bolsas concedidas a alfabetizadores voluntários, tradutores intérpretes de LIBRAS e coordenadores de turmas que atuam no processo de
alfabetização de jovens e adultos”.
5.5.2.4.5.3. Unidade de Medida
Padrão selecionado para mensurar a produção do bem ou serviço. Para a ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira
Brasil/Argentina - na BR-468, a unidade de medida é “km”.
5.5.2.4.5.4. Especificação do Produto

Administração Pública 73 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Características do produto acabado, visando sua melhor identificação. Para a ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fron-
teira Brasil/Argentina - na BR-468, a especificação é “Km de Trecho Pavimentado”.
5.5.2.4.6. Beneficiário da Ação
Segmento da sociedade ou do Estado para o qual os bens ou serviços são produzidos ou adquiridos, ou ainda aqueles que diretamente usufrui dos seus
efeitos.
5.5.2.4.7. Forma de Implementação12
Descrição de todas as etapas do processo até a entrega do produto, inclusive as desenvolvidas por parceiros. Deve ser classificada segundo os conceitos
abaixo:
a) direta: ação orçamentária executada diretamente pela unidade responsável, sem que ocorra transferência de recursos financeiros para outros entes
da Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios) ou para entidades privadas. É o caso da ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - En-
troncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468, executada diretamente pelo Governo Federal;
b) descentralizada: atividade ou projeto, na área de competência da União, executado por outro ente da Federação (Estado, Município ou Distrito Fe-
deral), com recursos repassados pela União. Exemplo: ação 8658 - Prevenção, Controle e Erradicação de Doenças dos Animais, de responsabili-
dade da União, executada por governos estaduais com repasse de recursos da União;

OBSERVAÇÃO:
Delegação
Conforme o art. 63 do PLDO 2014:
Art. 63. A entrega de recursos aos Estados, Distrito Federal, Municípios e consórcios públicos em decorrência de delegação para a execução de ações de
responsabilidade exclusiva da União, inclusive das quais resulte preservação ou acréscimo no valor de bens públicos federais, não se configura como transfe-
rência voluntária e observará as modalidades de aplicação a que se refere o art. 7o, § 8o, incisos III, VI e X.
§1o A destinação de recursos nos termos do caput observará o disposto nesta Seção, salvo a exigência prevista no caput do art. 62.
§2o É facultativa a exigência de contrapartida na delegação de que trata o caput.

c) transferência:

c.1) obrigatória: operação especial que transfere recursos, por determinação constitucional ou legal, aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Exemplo:
ação 0515 - Dinheiro Direto na Escola para a Educação Básica; e
c.2) outras: transferência de recursos a entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, organizações não governamentais e outras instituições, que não
decorram de determinação constitucional ou legal. Exemplo: ação 00B9 - Contribuição à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura - UNESCO (MEC); e
d) linha de crédito: ação realizada mediante empréstimo de recursos aos beneficiários da operação. Enquadram-se também nessa classificação os ca-
sos de empréstimos concedidos por estabelecimento oficial de crédito a Estados e Distrito Federal, Municípios e ao Setor Privado. Exemplo: ação
0A81 - Financiamento para a Agricultura Familiar - PRONAF (Lei no 10.186, de 2001).

5.5.2.4.8. Detalhamento da Implementação


Modo como a ação orçamentária será executada, podendo conter dados técnicos e detalhes sobre os procedimentos que fazem parte da respectiva execu-
ção.
Para a ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468, o detalhamento da implementação é:
Identificada a necessidade de intervenção pelos especialistas do setor, com base no relatório técnico apresentado e aprovado pela direção do órgão, são
contratadas por meio de licitações públicas, empresas especializadas para a elaboração dos estudos e projetos, incluindo licenças ambientais.
Após aprovação dos estudos e projetos, inicia-se a etapa da execução da obra.
Caso a obra seja implementada de forma direta, ou seja, sem repasse de recursos a outras unidades da federação, sua execução se dará por meio de con-
tratação de empresa privada ou de consórcio de empresas, por meio de processo licitatório.
Para o caso de implementação indireta, ou seja, por meio de Convênios ou Termo de Cooperação Técnica, as obras passam a ser executadas pelo ente
convenente ou cooperado, mediante formalização de contrato de convênio ou Termo, entre o DNIT e a parte interessada.
5.5.2.4.9. Unidade Responsável
Unidade administrativa, entidade, inclusive empresa estatal ou parceiro (Estado, Distrito Federal, Município, ou setor privado), responsável pela execução da
ação orçamentária. No caso da ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468, a unidade
responsável é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, do Ministério dos Transportes.
5.5.2.4.10. Custo Total Estimado do Projeto
Atributo específico dos projetos, que trata do custo de referência, a preços correntes, desde o seu início até a sua conclusão. Na ação 7M64 Construção de
Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468 , o custo total é R$ 5.894.000,00.
Nas ações em que houver mais de um localizador, o custo total estimado será o somatório do custo individual de cada localizador.
5.5.2.4.11. Total Físico do Projeto
Atributo específico dos projetos que trata da quantidade de produto a ser ofertado ao final de seu período de execução. Na ação 7M64 Construção de Trecho
Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468, o total físico é “7Km”.
Nas ações em que houver mais de um localizador, o total físico será omitido.
5.5.2.4.12. Previsão de início e término (Duração do Projeto)
Datas de início e término do projeto. A ação 7M64 Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 - Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468 teve
início e término previstos, respectivamente, para 01/01/2009 e 31/12/2012.
Nas ações em que houver mais de um localizador, a data de início da ação corresponderá à do localizador que primeiramente se inicia e a de término do
último a ser concluído.
5.5.2.4.13. Marcador “Regionalizar na Execução?”

Administração Pública 74 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.5.2.4.14 Marcador “Ação de Insumo Estratégico”


Este campo deverá ser marcado nos casos de ações que retratem a produção ou a aquisição de insumos estratégicos. Tais insumos são aqueles cuja inter-
rupção no fornecimento pode comprometer a produção de bens e serviços ou a expansão do fornecimento destes à sociedade ou ao Estado.
5.5.2.4.15 Marcador “Detalhamento Obrigatório em Planos Orçamentários”
Quando marcado, indica que a ação deverá conter um PO. Como exemplo podem-se citar as ações que exigem acompanhamento intensivo.
5.5.2.4.16. Plano Orçamentário – PO
5.5.2.4.16.1. Conceito
Plano Orçamentário – PO é uma identificação orçamentária, de caráter gerencial (não constante da LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por finali-
dade permitir que, tanto a elaboração do orçamento quanto o acompanhamento físico e financeiro da execução, ocorram num nível mais detalhado do que o
do subtítulo/localizador de gasto.

Administração Pública 75 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.5.2.4.16.2. Atributos do PO

Administração Pública 76 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.5.2.4.16.3. Finalidade do PO
Para contemplar as diferentes formas de acompanhamento das ações orçamentárias, o PO poderá apresentar-se de três maneiras:
a) Produção pública intermediária: quando identifica a geração de produtos ou serviços intermediários ou a aquisição de insumos utilizados na gera-
ção do bem ou serviço final da ação orçamentária. Excepcionalmente, nas situações em que não é possível identificar a relação produto interme-
diário x produto final, as ações de “meios” serão incorporadas à ação 2000 - Administração da Unidade e poderão ser identificadas por POs, con-
forme orientações constantes no item 6.1 deste Manual.

Exemplos:

Administração Pública 77 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

b) Etapas de projeto: quando representa fase de um projeto cujo andamento se pretende acompanhar mais detalhadamente. Não haverá obrigatorie-
dade de todos os projetos a serem detalhados em POs. No entanto, haverá um campo no Cadastro de Ações, marcado pela SOF, indicando caso
haja obrigatoriedade.
Exemplos:

c) Mecanismo de acompanhamento intensivo: quando utilizado para acompanhar um segmento específico da ação orçamentária.

Administração Pública 78 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.5.2.4.16.4. Produto do PO
De maneira geral, os produtos dos POs terão as seguintes características:

5.5.3. SUBTÍTULO
As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos, utilizados especialmente para identificar a localização física da ação
orçamentária, não podendo haver, por conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas estabelecidas.
A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a
focalização, os custos e os impactos da ação governamental.
A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste, Sul), por Estado ou Município
ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário. A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de uma localidade, área
geográfica ou beneficiário, se determinados.
Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado por esfera orçamentária, por GND, por modalidade de aplica-
ção, IDUSO e por fonte/destinação de recursos, sendo o produto e a unidade de medida os mesmos da ação.
OBSERVAÇÃO:
O subtítulo deverá ser usado para indicar a localização geográfica da ação ou operação especial da seguinte forma:
1.Projetos: localização (de preferência, Município) onde ocorrerá a construção, no caso de obra física, como por exemplo, obras de engenharia; nos demais
casos, o local onde o projeto será desenvolvido;
2.Atividades: localização dos beneficiários/público-alvo da ação, o que for mais específico (normalmente são os beneficiários); e,
5.5.3.1. ATRIBUTOS DO SUBTÍTULO
5.5.3.1.1. Localização Geográfica, Codificação e o campo “Complemento”
A identificação dos subtítulos/localizadores é feita por um código numérico de quatro posições, que até 2012 seguia um padrão próprio e cujas faixas foram
aprimoradas para utilização a partir de 2013. A tabela abaixo demonstra esta evolução:

Administração Pública 79 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Administração Pública 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Administração Pública 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Administração Pública 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.5.3.1.2. Repercussão Financeira sobre o Custeio do Órgão


Impacto (estimativa de custo anual) sobre as despesas de operação e manutenção do investimento após o término do projeto e em quais ações esse aumen-
to ou decréscimo de custos ocorrerá, caso o projeto venha a ser mantido pela União.
A execução de um determinado projeto geralmente acarreta incremento no custo de atividades. Por exemplo, ao se construir um hospital a ser mantido pela
União, haverá um incremento no custo das atividades de manutenção hospitalar da União. Se por alguma razão o impacto for nulo, deverá ser justificado o
motivo. Por exemplo, a União, ao construir uma escola a ser operada pelo governo municipal, não terá custos futuros, uma vez que as despesas de manuten-
ção incorrerão sobre outro ente da Federação. Campo obrigatório nas ações do tipo Projeto e opcional nos demais tipos.
5.5.3.1.3. Valor da Repercussão Financeira
Registra o montante da Repercussão Financeira decorrente da implantação do Subtítulo sobre o custeio do órgão. O campo poderá registrar acréscimos e
reduções sobre o custeio do órgão, ou, ainda, valor zero quando não houver repercussão sobre o custeio. Campo obrigatório nas ações do tipo Projeto e
opcional nos demais tipos.
5.5.3.1.4. Data de início e data de término da execução
Nas ações do tipo Projeto, registra a data de início e a previsão de término de cada subtítulo.
5.5.3.1.5. Total Físico
Registra o quantitativo total do produto a ser entregue na localidade expressa no subtítulo durante o período de execução. Campo exclusivo de projetos e de
preenchimento obrigatório.
5.5.3.1.6. Custo Total
Registra o montante correspondente ao custo total previsto na execução do subtítulo.
5.5.4. AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS PADRONIZADAS NO ORÇAMENTO
5.5.4.1. CONCEITO
A ação orçamentária é considerada padronizada quando, em decorrência da organização institucional da União, sua implementação é realizada em mais de
um órgão orçamentário e/ou UO. Nessa situação, diferentes órgãos/UOs executam ações que têm em comum:
a) a subfunção à qual está associada;
b) a descrição (o que será feito no âmbito da operação e o objetivo a ser alcançado);
c) o produto14 (bens e serviços) entregue à sociedade, bem como sua unidade de medida; e
d) o tipo de ação orçamentária.

A padronização se faz necessária para organizar a atuação governamental e facilitar seu acompanhamento. Ademais, a existência da padronização vem
permitindo o cumprimento de previsão constante da LDO, segundo a qual: “As atividades que possuem a mesma finalidade devem ser classificadas sob um
único código, independentemente da unidade executora”.
5.5.4.2. TIPOLOGIA
Considerando as especificidades das ações orçamentárias de governo existentes, a padronização pode ser de três tipos:

Administração Pública 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
a) setorial: ação orçamentária que, em virtude da organização do Ministério, para facilitar sua execução, são implementadas por mais de uma UO do
mesmo órgão. Exemplos: Funcionamento dos Hospitais de Ensino; Promoção da Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER; Administração
das Hidrovias;
b) multissetorial: ação orçamentária que, dada a organização da atuação governamental, são executadas por mais de um órgão ou por UOs de órgãos
diferentes, considerando a temática desenvolvida pelo setor à qual está vinculada. Exemplos: Desenvolvimento de Produtos e Processos no Cen-
tro de Biotecnologia da Amazônia - CBA (implementada no MCTI, SUFRAMA e MMA); Fomento para a Organização e o Desenvolvimento de Coo-
perativas Atuantes com Resíduos Sólidos

(executada no MEC, MDS, MMA e MTE); e Elevação da Escolaridade e Qualificação Profissional - ProJovem Urbano e Campo (realizada no MEC, MTE
e Presidência); e
c) da União: operações que perpassam diversos órgãos e/ou UOs sem contemplar as especificidades do setor ao qual estão vinculadas. Caracterizam-
se por apresentar base legal, finalidade, descrição e produto padrão, aplicável a qualquer órgão e, ainda, pela gestão orçamentária realizada de
forma centralizada pela SOF. Exemplos: Pagamento de Aposentadorias e Pensões; Contribuição da União, de suas Autarquias e Fundações para
o Custeio do Regime de Previdência dos Servidores Públicos Federais; e Auxílio-Alimentação aos Servidores e Empregados. A relação completa
das ações orçamentárias padronizadas da União está no item 8.2.4. deste manual.
[Sumário]
OBSERVAÇÃO:
A principal alteração introduzida na estrutura das ações orçamentárias que compõem o rol das padronizadas da União, diz respeito à criação de atividade
específica para o pagamento de pessoal ativo civil da União, dissociando essas despesas das voltadas para a manutenção administrativa ou similares, como
até então se vinha fazendo. Além disso, as operações especiais relativas ao pagamento de aposentadorias e pensões civis, também passaram a ser identifi-
cadas em uma única ação. Com essas alterações, foi possível conceber ações orçamentárias que agregam tão somente despesas de caráter obrigatório,
voltadas exclusivamente para o pagamento de pessoal e encargos sociais, facilitando, assim, o seu reconhecimento e a transparência alocativa dos recursos
orçamentários.
5.5.4.3. ATRIBUTOS DAS AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS PADRONIZADAS
A padronização consiste em adotar um modelo único, padrão, para alguns atributos das operações. Assim, uma vez alterados tais atributos, a mudança é
replicada automaticamente para todas as operações. A partir de 2013, a padronização será dos seguintes atributos:

Em decorrência da nova tipologia, a alteração dos atributos das ações orçamentárias padronizadas setoriais compete ao próprio órgão setorial. No caso das
operações multissetoriais e da União, pelo caráter que apresentam, a alteração dos atributos padronizados é realizada somente pela SOF.

5.6. COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA


5.6.1. PROGRAMAÇÃO FÍSICA
5.6.1.1. META FÍSICA
A meta física é a quantidade de produto a ser ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado período, e instituída para cada ano.
As metas físicas são indicadas em nível de subtítulo e agregadas segundo os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.
Ressalte-se que a territorialização das metas físicas é expressa nos localizadores de gasto previamente definidos para a ação. Exemplo: No caso da vacina-
ção de crianças, a meta será regionalizada pela quantidade de crianças a serem vacinadas ou de vacinas empregadas em cada Estado (localizadores de
gasto), ainda que a campanha seja de âmbito nacional e a despesa paga de forma centralizada. O mesmo ocorre com a distribuição de livros didáticos.
5.6.2. COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA
5.6.2.1. NATUREZA DA DESPESA
Os arts. 12 e 13 da Lei no 4.320, de 1964, tratam da classificação da despesa por categoria econômica e elementos. Assim como no caso da receita, o art. 8o
dessa lei estabelece que os itens da discriminação da despesa serão identificados por números de código decimal, na forma do respectivo Anexo IV, atual-
mente consubstanciados no Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. O conjunto de informações que formam o código é conhecido
como classificação por natureza da despesa [tabela no item 8.2.3.] e informa a categoria econômica da despesa, o grupo a que ela pertence, a modalidade
de aplicação e o elemento.

Administração Pública 84 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Na base de dados do sistema de orçamento, o campo que se refere à natureza da despesa contém um código composto por oito algarismos, sendo que o 1o
dígito representa a categoria econômica, o 2o o grupo de natureza da despesa, o 3o e o 4o dígitos representam a modalidade de aplicação, o 5o e o 6o o
elemento de despesa e o 7o e o 8o dígitos representam o desdobramento facultativo do elemento de despesa (subelemento)

OBSERVAÇÃO: Reserva de Contingência e Reserva do RPPS


A classificação da Reserva de Contingência, bem como a Reserva do RPPS, destinadas ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos
fiscais imprevistos, inclusive para a abertura de créditos adicionais, quanto à natureza da despesa orçamentária, serão identificadas com o código “9.9.99.99”,
conforme estabelece o parágrafo único do art. 8o da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001.
5.6.2.1.1. Categoria Econômica da Despesa
A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos:

3 - Despesas Correntes: as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
4 - Despesas de Capital: as que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
[Tabela no item 8.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA DA DESPESA]
5.6.2.1.2. Grupo de Natureza da Despesa
O GND é um agregador de elemento de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir

Administração Pública 85 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

1 - Pessoal e Encargos Sociais


Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros
de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas
pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000.
2 - Juros e Encargos da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da
dívida pública mobiliária.
3 - Outras Despesas Correntes
Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte,
além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.
4 - Investimentos
Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à
realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.
5 - Inversões Financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas,
além de outras despesas classificáveis neste grupo.
6 - Amortização da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa,
contratual ou mobiliária.
[Tabela no item 8.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA DA DESPESA]
5.6.2.1.3. Modalidade de Aplicação
A modalidade de aplicação indica se os recursos serão aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária
para outros níveis de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, direta-
mente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo.
A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados, conforme discriminado a
seguir:

Administração Pública 86 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

20 - Transferências à União
Despesas orçamentárias realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursos financeiros à União, inclusive para
suas entidades da administração indireta.
22 - Execução Orçamentária Delegada à União
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação ou descentralização à União para execução de
ações de responsabilidade exclusiva do delegante.
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive
para suas entidades da administração indireta.

31 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal - Fundo a Fundo


Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por inter-
médio da modalidade fundo a fundo.

Administração Pública 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
32 - Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação ou descentralização a Estados e ao Distrito
Federal para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.
35 - Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complemen-
tar no 141, de 2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por inter-
médio da modalidade fundo a fundo, à conta de recursos referentes aos restos a pagar considerados para fins da aplicação mínima em ações e serviços
públicos de saúde e posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012.
36 - Transferências Fundo a Fundo aos Estados e ao Distrito Federal à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de
2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal por inter-
médio da modalidade fundo a fundo, à conta de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde que deixou de
ser aplicada em exercícios anteriores, de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012.
40 - Transferências a Municípios
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades
da administração indireta.
41 - Transferências a Municípios - Fundo a Fundo
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados ou do Distrito Federal aos Municípios por intermé-
dio da modalidade fundo a fundo.
42 - Execução Orçamentária Delegada a Municípios
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação ou descentralização a Municípios para execu-
ção de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.
45 - Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados ou do Distrito Federal aos Municípios por intermé-
dio da modalidade fundo a fundo, à conta de recursos referentes aos restos a pagar considerados para fins da aplicação mínima em ações e serviços públi-
cos de saúde e posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012.
46 - Transferências Fundo a Fundo aos Municípios à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União, dos Estados ou do Distrito Federal aos Municípios por intermé-
dio da modalidade fundo a fundo, à conta de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde que deixou de ser
aplicada em exercícios anteriores de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012.
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administra-
ção pública.

60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos


Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administra-
ção pública.
70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou
por dois ou mais países, inclusive o Brasil, exclusive as transferências relativas à modalidade de aplicação 71 (Transferências a Consórcios Públicos median-
te contrato de rateio).
71 - Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei
no 11.107, de 6 de abril de 2005, mediante contrato de rateio, objetivando a execução dos programas e ações dos respectivos entes consorciados, observado
o disposto no § 1o do art. 11 da Portaria STN no 72, de 2012.
72 - Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros, decorrentes de delegação ou descentralização a consórcios públicos
para execução de ações de responsabilidade exclusiva do delegante.
73 - Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Comple-
mentar no 141, de 2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei
no 11.107, de 6 de abril de 2005, por meio de contrato de rateio, à conta de recursos referentes aos restos a pagar considerados para fins da aplicação
mínima em ações e serviços públicos de saúde e posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141,
de 13 de janeiro de 2012, observado o disposto no § 1o do art. 11 da Portaria STN no 72, de 1o de fevereiro de 2012.
74 - Transferências a Consórcios Públicos mediante contrato de rateio à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de
2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei
no 11.107, de 6 de abril de 2005, por meio de contrato de rateio, à conta de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e serviços públi-
cos de saúde que deixou de ser aplicada em exercícios anteriores, de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012, observado o disposto no § 1o
do art. 11 da Portaria STN no 72, de 2012.
75 - Transferências a Instituições Multigovernamentais à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de
2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou
por dois ou mais países, inclusive o Brasil, exclusive as transferências relativas à modalidade de aplicação 73 (Transferências a Consórcios Públicos median-
te contrato de rateio à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012), à conta de recursos referentes aos
restos a pagar considerados para fins da aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde e posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam
os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012.

76 - Transferências a Instituições Multigovernamentais à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou
por dois ou mais países, inclusive o Brasil, exclusive as transferências relativas à modalidade de aplicação 74 (Transferências a Consórcios Públicos median-
te contrato de rateio à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012), à conta de recursos referentes à diferença da aplica-

Administração Pública 88 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção mínima em ações e serviços públicos de saúde que deixou de ser aplicada em exercícios anteriores, de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141,
de 2012.
80 - Transferências ao Exterior
Despesas orçamentárias realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a
organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil.
90 - Aplicações Diretas
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orça-
mentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo.
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
Despesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e
da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações,
quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamen-
tos, no âmbito da mesma esfera de Governo.
93 - Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com
Consórcio Público do qual o Ente Participe.
Despesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e
da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, além de outras operações, exceto no caso de transferências, delegações ou
descentralizações, quando o recebedor dos recursos for consórcio público do qual o ente da Federação participe, nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril
de 2005.
94 - Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com
Consórcio Público do qual o Ente Não Participe.
Despesas orçamentárias de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e
da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, além de outras operações, exceto no caso de transferências, delegações ou
descentralizações, quando o recebedor dos recursos for consórcio público do qual o ente da Federação não participe, nos termos da Lei no 11.107, de 6 de
abril de 2005.
95 - Aplicação Direta à conta de recursos de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Complementar no 141, de 2012
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orça-
mentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de Governo, à conta de recursos referentes aos restos a pagar considerados para fins da
aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde e posteriormente cancelados ou prescritos, de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 24 da Lei Comple-
mentar no 141, de 2012.

96 - Aplicação Direta à conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012
Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orça-
mentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de Governo, à conta de recursos referentes à diferença da aplicação mínima em ações e
serviços públicos de saúde que deixou de ser aplicada em exercícios anteriores, de que trata o art. 25 da Lei Complementar no 141, de 2012.
99 - A Definir
Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou para classificação orçamentária da Reserva de Contingência e da Reserva do RPPS, vedada a
execução orçamentária enquanto não houver sua definição.
[CÓDIGO-EXEMPLO DA ESTRUTURA COMPLETA DA PROGRAMAÇÃO]
[Tabela no item 8.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA DA DESPESA]
5.6.2.1.4. Elemento de Despesa
O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo,
serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e
outros que a Administração Pública utiliza para a consecução de seus fins.
Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. A descrição dos elementos pode
não contemplar todas as despesas a eles inerentes, sendo, em alguns casos, exemplificativa. A relação dos elementos de despesa é apresentada a seguir:

Administração Pública 89 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Administração Pública 90 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Administração Pública 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

01 - Aposentadorias do RPPS, Reserva Remunerada e Reformas dos Militares


Despesas orçamentárias com pagamento de aposentadorias dos servidores inativos do Regime Próprio de Previdência do Servidor - RPPS, e de reserva
remunerada e reformas dos militares.
03 - Pensões do RPPS e do militar
Despesas orçamentárias com pagamento de pensões civis do RPPS e dos militares.
04 - Contratação por Tempo Determinado
Despesas orçamentárias com a contratação de pessoal por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de
acordo com legislação específica de cada ente da Federação, inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso.
05 - Outros Benefícios Previdenciários do servidor ou do militar
Despesas orçamentárias com benefícios previdenciários do servidor ou militar, tais como auxílio-reclusão devido à família do servidor ou do militar afastado
por motivo de prisão, e salário-família, exclusive aposentadoria, reformas e pensões.
06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso
Despesas orçamentárias decorrentes do cumprimento do art. 203, inciso V, da Constituição Federal, que dispõe:
“Art. 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
[...]
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.”
07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência
Despesas orçamentárias com os encargos da entidade patrocinadora no regime de previdência fechada, para complementação de aposentadoria.
08 - Outros Benefícios Assistenciais do servidor e do militar
Despesas orçamentárias com benefícios assistenciais, inclusive auxílio-funeral devido à família do servidor ou do militar falecido na atividade, ou do aposen-
tado, ou a terceiro que custear, comprovadamente, as despesas com o funeral do ex-servidor ou do ex-militar; auxílio-natalidade devido a servidora ou militar,

Administração Pública 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
por motivo de nascimento de filho, ou a cônjuge ou companheiro servidor público ou militar, quando a parturiente não for servidora; auxílio-creche ou assis-
tência pré-escolar devido a dependente do servidor ou militar, conforme regulamento; e auxílio-doença.
09 - Salário-Família20
Despesas orçamentárias com benefício pecuniário devido aos dependentes econômicos do militar ou do servidor, exclusive os regidos pela Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, os quais são pagos à conta do plano de benefícios da previdência social.
10 - Seguro Desemprego e Abono Salarial
Despesas orçamentárias com pagamento do seguro-desemprego e do abono de que tratam o inciso II do art. 7o e o § 3o do art. 239 da Constituição Federal,
respectivamente.
20 Portaria Conjunta STN/SOF no 1, de 13/07/2012 - DOU de 16/07/2012; (válida a partir de 2013, exceto em relação aos arts. 3o ao 6o, que podem ser
utilizados em 2012).

11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil


Despesas orçamentárias com: Vencimento; Salário Pessoal Permanente; Vencimento ou Salário de Cargos de Confiança; Subsídios; Vencimento do Pessoal
em Disponibilidade Remunerada; Gratificações, tais como: Gratificação Adicional Pessoal Disponível; Gratificação de Interiorização; Gratificação de Dedica-
ção Exclusiva; Gratificação de Regência de Classe; Gratificação pela Chefia ou Coordenação de Curso de Área ou Equivalente; Gratificação por Produção
Suplementar; Gratificação por Trabalho de Raios X ou Substâncias Radioativas; Gratificação pela Chefia de Departamento, Divisão ou Equivalente; Gratifica-
ção de Direção Geral ou Direção (Magistério de lo e 2o Graus); Gratificação de Função-Magistério Superior; Gratificação de Atendimento e Habilitação Previ-
denciários; Gratificação Especial de Localidade; Gratificação de Desempenho das Atividades Rodoviárias; Gratificação da Atividade de Fiscalização do Tra-
balho; Gratificação de Engenheiro Agrônomo; Gratificação de Natal; Gratificação de Estímulo à Fiscalização e Arrecadação de Contribuições e de Tributos;
Gratificação por Encargo de Curso ou de Concurso21; Gratificação de Produtividade do Ensino; Gratificação de Habilitação Profissional; Gratificação de
Atividade; Gratificação de Representação de Gabinete; Adicional de Insalubridade; Adicional Noturno; Adicional de Férias 1/3 (art. 7o, inciso XVII, da Consti-
tuição); Adicionais de Periculosidade; Representação Mensal; Licença-Prêmio por assiduidade; Retribuição Básica (Vencimentos ou Salário no Exterior);
Diferenças Individuais Permanentes; Vantagens Pecuniárias de Ministro de Estado, de Secretário de Estado e de Município; Férias Antecipadas de Pessoal
Permanente; Aviso Prévio (cumprido); Férias Vencidas e Proporcionais; Parcela Incorporada (ex-quintos e ex-décimos); Indenização de Habilitação Policial;
Adiantamento do 13o Salário; 13o Salário Proporcional; Incentivo Funcional - Sanitarista; Abono Provisório; “Pró-labore” de Procuradores; e outras despesas
correlatas de caráter permanente.
12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar
Despesas orçamentárias com: Soldo; Gratificação de Localidade Especial; Gratificação de Representação; Adicional de Tempo de Serviço; Adicional de
Habilitação; Adicional de Compensação Orgânica; Adicional Militar; Adicional de Permanência; Adicional de Férias; Adicional Natalino; e outras despesas
correlatas, de caráter permanente, previstas na estrutura remuneratória dos militares.
13 - Obrigações Patronais
Despesas orçamentárias com encargos que a administração tem pela sua condição de empregadora, e resultantes de pagamento de pessoal ativo, inativo e
pensionistas, tais como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e contribuições para Institutos de Previdência, inclusive a alíquota de contribuição suple-
mentar para cobertura do déficit atuarial, bem como os encargos resultantes do pagamento com atraso das contribuições de que trata este elemento de
despesa.
14 - Diárias - Civil
Despesas orçamentárias com cobertura de alimentação, pousada e locomoção urbana, do servidor público estatutário ou celetista que se desloca de sua
sede em objeto de serviço, em caráter eventual ou transitório, entendido como sede o Município onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver
exercício em caráter permanente.
15 - Diárias - Militar
Despesas orçamentárias decorrentes do deslocamento do militar da sede de sua unidade por motivo de serviço, destinadas à indenização das despesas de
alimentação e pousada.
16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil
Despesas orçamentárias relacionadas às atividades do cargo/emprego ou função do servidor, e cujo pagamento só se efetua em circunstâncias específicas,
tais como: hora-extra; substituições; e outras despesas da espécie, decorrentes do pagamento de pessoal dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta

17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar


Despesas orçamentárias eventuais, de natureza remuneratória, devidas em virtude do exercício da atividade militar, exceto aquelas classificadas em elemen-
tos de despesas específicos.
18 - Auxílio Financeiro a Estudantes
Despesas orçamentárias com ajuda financeira concedida pelo Estado a estudantes comprovadamente carentes, e concessão de auxílio para o desenvolvi-
mento de estudos e pesquisas de natureza científica, realizadas por pessoas físicas na condição de estudante, observado o disposto no art. 26 da Lei Com-
plementar no 101/2000.
19 - Auxílio-Fardamento
Despesas orçamentárias com o auxílio-fardamento, pago diretamente ao servidor ou militar.
20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores
Despesas Orçamentárias com apoio financeiro concedido a pesquisadores, individual ou coletivamente, exceto na condição de estudante, no desenvolvimen-
to de pesquisas científicas e tecnológicas, nas suas mais diversas modalidades, observado o disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101/2000.
21 - Juros sobre a Dívida por Contrato
Despesas orçamentárias com juros referentes a operações de crédito efetivamente contratadas.
22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato
Despesas orçamentárias com outros encargos da dívida pública contratada, tais como: taxas, comissões bancárias, prêmios, imposto de renda e outros
encargos.
23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária
Despesas orçamentárias com a remuneração real devida pela aplicação de capital de terceiros em títulos públicos.
24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária
Despesas orçamentárias com outros encargos da dívida mobiliária, tais como: comissão, corretagem, seguro, etc.
25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita
Despesas orçamentárias com o pagamento de encargos da dívida pública, inclusive os juros decorrentes de operações de crédito por antecipação da receita,
conforme art. 165, § 8o, da Constituição.
26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária

Administração Pública 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Despesas orçamentárias com a cobertura do resultado negativo do Banco Central do Brasil, como autoridade monetária, apurado em balanço, nos termos da
legislação vigente.
27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares
Despesas orçamentárias que a administração é compelida a realizar em decorrência da honra de avais, garantias, seguros, fianças e similares concedidos.
28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos
Despesas orçamentárias com encargos decorrentes da remuneração de cotas de fundos autárquicos, à semelhança de dividendos, em razão dos resultados
positivos desses fundos.
29 - Distribuição de Resultado de Empresas Estatais Dependentes
Despesas orçamentárias com a distribuição de resultado positivo de empresas estatais dependentes, inclusive a título de dividendos e participação de em-
pregados nos referidos resultados.

30 - Material de Consumo
Despesas orçamentárias com álcool automotivo; gasolina automotiva; diesel automotivo; lubrificantes automotivos; combustível e lubrificantes de aviação; gás
engarrafado; outros combustíveis e lubrificantes; material biológico, farmacológico e laboratorial; animais para estudo, corte ou abate; alimentos para animais;
material de coudelaria ou de uso zootécnico; sementes e mudas de plantas; gêneros de alimentação; material de construção para reparos em imóveis; mate-
rial de manobra e patrulhamento; material de proteção, segurança, socorro e sobrevivência; material de expediente; material de cama e mesa, copa e cozi-
nha, e produtos de higienização; material gráfico e de processamento de dados; aquisição de disquete; pen-drive; material para esportes e diversões; material
para fotografia e filmagem; material para instalação elétrica e eletrônica; material para manutenção, reposição e aplicação; material odontológico, hospitalar e
ambulatorial; material químico; material para telecomunicações; vestuário, uniformes, fardamento, tecidos e aviamentos; material de acondicionamento e
embalagem; suprimento de proteção ao voo; suprimento de aviação; sobressalentes de máquinas e motores de navios e esquadra; explosivos e munições;
bandeiras, flâmulas e insígnias e outros materiais de uso não-duradouro.
31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras
Despesas orçamentárias com a aquisição de prêmios, condecorações, medalhas, troféus, bem como com o pagamento de prêmios em pecúnia, inclusive
decorrentes de sorteios lotéricos.
32 - Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita
Despesas orçamentárias com aquisição de materiais, bens ou serviços para distribuição gratuita, tais como livros didáticos, medicamentos, gêneros alimentí-
cios e outros materiais, bens ou serviços que possam ser distribuídos gratuitamente, exceto se destinados a premiações culturais, artísticas, científicas,
desportivas e outras.
33 - Passagens e Despesas com Locomoção
Despesas orçamentárias, realizadas diretamente ou por meio de empresa contratada, com aquisição de passagens (aéreas, terrestres, fluviais ou marítimas),
taxas de embarque, seguros, fretamento, pedágios, locação ou uso de veículos para transporte de pessoas e suas respectivas bagagens, inclusive quando
decorrentes de mudanças de domicílio no interesse da administração.
34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização
Despesas orçamentárias relativas à mão-de-obra constantes dos contratos de terceirização, de acordo com o art. 18, § 1o, da Lei Complementar no 101, de
2000, computadas para fins de limites da despesa total com pessoal previstos no art. 19 dessa Lei.
35 - Serviços de Consultoria
Despesas orçamentárias decorrentes de contratos com pessoas físicas ou jurídicas, prestadoras de serviços nas áreas de consultorias técnicas ou auditorias
financeiras ou jurídicas, ou assemelhadas.
36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física
Despesas orçamentárias decorrentes de serviços prestados por pessoa física pagos diretamente a esta e não enquadrados nos elementos de despesa
específicos, tais como: remuneração de serviços de natureza eventual, prestado por pessoa física sem vínculo empregatício; estagiários, monitores direta-
mente contratados; gratificação por encargo de curso ou de concurso;22 diárias a colaboradores eventuais; locação de imóveis; salário de internos nas peni-
tenciárias; e outras despesas pagas diretamente à pessoa física.
37 - Locação de Mão-de-Obra
Despesas orçamentárias com prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos públicos, tais como limpeza e higiene, vigilância ostensiva e outros,
nos casos em que o contrato especifique o quantitativo físico do pessoal a ser utilizado.

38 - Arrendamento Mercantil
Despesas orçamentárias com contratos de arrendamento mercantil, com opção ou não de compra do bem de propriedade do arrendador.
39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica
Despesas orçamentárias decorrentes da prestação de serviços por pessoas jurídicas para órgãos públicos, tais como: assinaturas de jornais e periódicos;
tarifas de energia elétrica, gás, água e esgoto; serviços de comunicação (telefone, telex, correios, etc.); fretes e carretos; locação de imóveis (inclusive des-
pesas de condomínio e tributos à conta do locatário, quando previstos no contrato de locação); locação de equipamentos e materiais permanentes; software;
conservação e adaptação de bens imóveis; seguros em geral (exceto os decorrentes de obrigação patronal); serviços de asseio e higiene; serviços de divul-
gação, impressão, encadernação e emolduramento; serviços funerários; despesas com congressos, simpósios, conferências ou exposições; vale-refeição;
auxílio-creche (exclusive a indenização a servidor); habilitação de telefonia fixa e móvel celular; e outros congêneres, bem como os encargos resultantes do
pagamento com atraso de obrigações não tributárias.
41 - Contribuições
Despesas orçamentárias às quais não correspondam contraprestação direta em bens e serviços e não sejam reembolsáveis pelo recebedor, inclusive as
destinadas a atender a despesas de manutenção de outras entidades de direito público ou privado, observado o disposto na legislação vigente.
42 - Auxílios
Despesas orçamentárias destinadas a atender a despesas de investimentos ou inversões financeiras de outras esferas de governo ou de entidades privadas
sem fins lucrativos, observado, respectivamente, o disposto nos artigos 25 e 26 da Lei Complementar no 101/2000.
43 - Subvenções Sociais
Despesas orçamentárias para cobertura de despesas de instituições privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, de acordo com os
artigos 16, parágrafo único, e 17 da Lei no 4.320/1964, observado o disposto no art. 26 da LRF.
45 - Subvenções Econômicas
Despesas orçamentárias com o pagamento de subvenções econômicas, a qualquer título, autorizadas em leis específicas, tais como: ajuda financeira a
entidades privadas com fins lucrativos; concessão de bonificações a produtores, distribuidores e vendedores; cobertura, direta ou indireta, de parcela de
encargos de empréstimos e financiamentos e dos custos de aquisição, de produção, de escoamento, de distribuição, de venda e de manutenção de bens,
produtos e serviços em geral; e, ainda, outras operações com características semelhantes.

Administração Pública 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
46 - Auxílio-Alimentação
Despesas orçamentárias com auxílio-alimentação pagas em forma de pecúnia, de bilhete ou de cartão magnético, diretamente aos militares, servidores,
estagiários ou empregados da Administração Pública direta e indireta.
47 - Obrigações Tributárias e Contributivas
Despesas orçamentárias decorrentes do pagamento de tributos e contribuições sociais e econômicas (Imposto de Renda, ICMS, IPVA, IPTU, Taxa de Limpe-
za Pública, COFINS, PIS/PASEP, etc.), exceto as incidentes sobre a folha de salários, classificadas como obrigações patronais, bem como os encargos
resultantes do pagamento com atraso das obrigações de que trata este elemento de despesa.
48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas
Despesas orçamentárias com a concessão de auxílio financeiro diretamente a pessoas físicas, sob as mais diversas modalidades, tais como ajuda ou apoio
financeiro e subsídio ou complementação na aquisição de bens, não classificados explícita ou implicitamente em outros elementos de despesa, observado o
disposto no art. 26 da Lei Complementar no 101/2000.

49 - Auxílio-Transporte
Despesas orçamentárias com auxílio-transporte pagas em forma de pecúnia, de bilhete ou de cartão magnético, diretamente aos militares, servidores, estagi-
ários ou empregados da Administração Pública direta e indireta, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo municipal,
intermunicipal ou interestadual nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa, ou trabalho-trabalho nos casos de acumula-
ção lícita de cargos ou empregos.
51 - Obras e Instalações
Despesas com estudos e projetos; início, prosseguimento e conclusão de obras; pagamento de pessoal temporário não pertencente ao quadro da entidade e
necessário à realização das mesmas; pagamento de obras contratadas; instalações que sejam incorporáveis ou inerentes ao imóvel, tais como: elevadores,
aparelhagem para ar condicionado central, etc.
52 - Equipamentos e Material Permanente
Despesas orçamentárias com aquisição de aeronaves; aparelhos de medição; aparelhos e equipamentos de comunicação; aparelhos, equipamentos e uten-
sílios médico, odontológico, laboratorial e hospitalar; aparelhos e equipamentos para esporte e diversões; aparelhos e utensílios domésticos; armamentos;
coleções e materiais bibliográficos; embarcações, equipamentos de manobra e patrulhamento; equipamentos de proteção, segurança, socorro e sobrevivên-
cia; instrumentos musicais e artísticos; máquinas, aparelhos e equipamentos de uso industrial; máquinas, aparelhos e equipamentos gráficos e equipamentos
diversos; máquinas, aparelhos e utensílios de escritório; máquinas, ferramentas e utensílios de oficina; máquinas, tratores e equipamentos agrícolas, rodoviá-
rios e de movimentação de carga; mobiliário em geral; obras de arte e peças para museu; semoventes; veículos diversos; veículos ferroviários; veículos
rodoviários; outros materiais permanentes.
53 - Aposentadorias do RGPS - Área Rural
Despesas orçamentárias com pagamento de aposentadorias dos segurados do plano de benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, relativos
à área rural.
54 - Aposentadorias do RGPS - Área Urbana
Despesas orçamentárias com pagamento de aposentadorias dos segurados do plano de benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, relativos
à área urbana.
55 - Pensões do RGPS - Área Rural
Despesas orçamentárias com pagamento de pensionistas do plano de benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, inclusive decorrentes de
sentenças judiciais, todas relativas à área rural.
56 - Pensões do RGPS - Área Urbana
Despesas orçamentárias com pagamento de pensionistas do plano de benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, inclusive decorrentes de
sentenças judiciais, todas relativas à área urbana.
57 - Outros Benefícios do RGPS - Área Rural
Despesas orçamentárias com benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS relativas à área rural, exclusive aposentadoria e pensões.
58 - Outros Benefícios do RGPS - Área Urbana
Despesas orçamentárias com benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS relativas à área urbana, exclusive aposentadoria e pensões.
59 - Pensões Especiais
Despesas orçamentárias com pagamento de pensões especiais, inclusive as de caráter indenizatório, concedidas por legislação específica, não vinculadas a
cargos públicos.

61- Aquisição de Imóveis


Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização de obras ou para sua pronta utilização.
62 - Aquisição de Produtos para Revenda
Despesas orçamentárias com a aquisição de bens destinados à venda futura.
63 - Aquisição de Títulos de Crédito
Despesas orçamentárias com a aquisição de títulos de crédito não representativos de quotas de capital de empresas.
64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado
Despesas orçamentárias com a aquisição de ações ou quotas de qualquer tipo de sociedade, desde que tais títulos não representem constituição ou aumento
de capital.
65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
Despesas orçamentárias com a constituição ou aumento de capital de empresas industriais, agrícolas, comerciais ou financeiras, mediante subscrição de
ações representativas do seu capital social.
66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos
Despesas orçamentárias com a concessão de qualquer empréstimo ou financiamento, inclusive bolsas de estudo reembolsáveis.
67 - Depósitos Compulsórios
Despesas orçamentárias com depósitos compulsórios exigidos por legislação específica, ou determinados por decisão judicial.
70 - Rateio pela Participação em Consórcio Público
Despesa orçamentária relativa ao rateio das despesas decorrentes da participação do ente Federativo em Consórcio Público instituído nos termos da Lei no
11.107, de 6 de abril de 2005.
71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado
Despesas orçamentárias com a amortização efetiva do principal da dívida pública contratual, interna e externa.
72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
Despesas orçamentárias com a amortização efetiva do valor nominal do título da dívida pública mobiliária, interna e externa.

Administração Pública 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada
Despesas orçamentárias decorrentes da atualização do valor do principal da dívida contratual, interna e externa, efetivamente amortizado.
74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada
Despesas orçamentárias decorrentes da atualização do valor nominal do título da dívida pública mobiliária, efetivamente amortizado.
75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação de Receita
Despesas orçamentárias com correção monetária da dívida decorrente de operação de crédito por antecipação de receita.
76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado
Despesas orçamentárias com o refinanciamento do principal da dívida pública mobiliária, interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com
recursos provenientes da emissão de novos títulos da dívida pública mobiliária.

77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado


Despesas orçamentárias com o refinanciamento do principal da dívida pública contratual, interna e externa, inclusive correção monetária ou cambial, com
recursos provenientes da emissão de títulos da dívida pública mobiliária. (38)(A)
81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas
Despesas orçamentárias decorrentes da transferência a outras esferas de governo de receitas tributárias, de contribuições e de outras receitas vinculadas,
prevista na Constituição ou em leis específicas, cuja competência de arrecadação é do órgão transferidor.
91 - Sentenças Judiciais
Despesas orçamentárias resultantes de:
a) pagamento de precatórios, em cumprimento ao disposto no art. 100 e seus parágrafos da Constituição, e no art. 78 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias - ADCT;
b) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, de empresas públicas e sociedades de economia mista, integrantes dos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social;
c) cumprimento de sentenças judiciais, transitadas em julgado, de pequeno valor, na forma definida em lei, nos termos do § 3o do art. 100 da Constituição;
d) cumprimento de decisões judiciais, proferidas em Mandados de Segurança e Medidas Cautelares; e
e) cumprimento de outras decisões judiciais.
92 - Despesas de Exercícios Anteriores
Despesas orçamentárias com o cumprimento do disposto no art. 37 da Lei no 4.320/1964, que assim estabelece:
“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que
não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerra-
mento do exercício correspondente, poderão ser pagas à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento, obedecida,
sempre que possível, a ordem cronológica”.
93 - Indenizações e Restituições
Despesas orçamentárias com indenizações, exclusive as trabalhistas, e restituições, devidas por órgãos e entidades a qualquer título, inclusive devolução de
receitas quando não for possível efetuar essa devolução mediante a compensação com a receita correspondente, bem como outras despesas de natureza
indenizatória não classificadas em elementos de despesas específicos.
94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas
Despesas orçamentárias resultantes do pagamento efetuado a servidores públicos civis e empregados de entidades integrantes da administração pública,
inclusive férias e aviso prévio indenizados, multas e contribuições incidentes sobre os depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, etc., em função
da perda da condição de servidor ou empregado, podendo ser em decorrência da participação em programa de desligamento voluntário, bem como a restitui-
ção de valores descontados indevidamente, quando não for possível efetuar essa restituição mediante compensação com a receita correspondente.
95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo
Despesas orçamentárias com indenizações devidas aos servidores que se afastarem de seu local de trabalho, sem direito à percepção de diárias, para
execução de trabalhos de campo, tais como os de campanha de combate e controle de endemias; marcação, inspeção e manutenção de marcos decisórios;
topografia, pesquisa, saneamento básico, inspeção e fiscalização de fronteiras internacionais.

96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado


Despesas orçamentárias com ressarcimento das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem quando o servidor pertencer a outras esferas de
governo ou a empresas estatais não-dependentes e optar pela remuneração do cargo efetivo, nos termos das normas vigentes.
97 - Aporte para Cobertura do Déficit Atuarial do RPPS
Despesas orçamentárias com aportes periódicos destinados à cobertura do déficit atuarial do Regime Próprio de Previdência Social - RPPS, conforme plano
de amortização estabelecido em lei do respectivo ente Federativo, exceto as decorrentes de alíquota de contribuição suplementar.
98 - Compensações ao RGPS
Despesas orçamentárias com compensação ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social em virtude de desonerações, como a prevista no inciso IV do
art. 9o da Lei no 12.546, de 14 de dezembro de 2011, que estabelece a necessidade de a União compensar o valor correspondente à estimativa de renúncia
previdenciária decorrente dessa Lei.
99 - A Classificar
Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda a classificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução orçamentá-
ria.
[Tabela no item 8.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA NATUREZA DA DESPESA]
5.6.2.2. IDENTIFICADOR DE USO - IDUSO
Esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos recursos e destina-se a indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de
empréstimos ou de doações ou destinam-se a outras aplicações, constando da LOA e de seus créditos adicionais. Conforme § 11 do art. 7o do ) , a especifi-
cação é a seguinte:

Administração Pública 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

5.6.2.3. IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO - IDOC


O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida
de recursos da União. Os gastos referentes à contrapartida de empréstimos serão programados com o IDUSO igual a “1”, “2”, “3” ou “4” e o IDOC com o
número da respectiva operação de crédito, enquanto que, para as contrapartidas de doações, serão utilizados o IDUSO “5” e respectivo IDOC.
O número do IDOC também pode ser usado nas ações de pagamento de amortização, juros e encargos para identificar a operação de crédito a que se
referem os pagamentos.
Quando os recursos não se destinarem à contrapartida nem se referirem a doações internacionais ou operações de crédito, o IDOC será “9999”. Nesse
sentido, para as doações de pessoas, de entidades privadas nacionais e as destinas ao combate à fome, deverá ser utilizado o IDOC “9999”.
5.6.2.4. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO
O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como finalidade auxiliar a apuração do resultado primário previsto na LDO, devendo constar
no PLOA e na respectiva Lei em todos os GNDs, identificando, de acordo com a metodologia de cálculo das necessidades de financiamento, cujo demonstra-
tivo constará em anexo à LOA. De acordo com o estabelecido no § 4o do art. 7o do , nenhuma ação poderá conter, simultaneamente, dotações destinadas a
despesas financeiras e primárias, ressalvada a reserva de contingência.
O quadro a seguir evidencia a mudança em relação à LDO 2012:

6. ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA PARA 2014


O PLOA para o exercício seguinte deve ser enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até 31 de agosto de cada ano.
O processo de elaboração do PLOA se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal e envolve um conjunto articulado de
tarefas complexas e um cronograma gerencial e operacional com especificação de etapas, de produtos e da participação dos agentes. Esse processo com-
preende a participação dos órgãos central, setoriais e das UOs do sistema, o que pressupõe a constante necessidade de tomada de decisões nos seus vários
níveis. Para nortear o desenvolvimento do seu processo de trabalho, a SOF utiliza as seguintes premissas:
- orçamento visto como instrumento de viabilização do planejamento do Governo;
- ênfase na análise da finalidade do gasto da Administração Pública, transformando o orçamento em instrumento efetivo de programação, de modo a
possibilitar a implantação da avaliação das ações;
- acompanhamento das despesas que constituem obrigações constitucionais e legais da União, nos termos do art. 9o, § 2o, da LRF;
- ciclo orçamentário desenvolvido como processo contínuo de análise e decisão ao longo de todo o exercício;
- avaliação da execução orçamentária com o objetivo de subsidiar a elaboração da proposta orçamentária, com base em relatórios gerenciais, conferin-
do racionalidade ao processo;
- atualização das projeções de receita e de execução das despesas e de elaboração da proposta orçamentária, com o intuito de se atingir as metas fis-
cais fixadas na LDO; e
- elaboração do projeto e execução da LOA, realizadas de modo a evidenciar a transparência da gestão fiscal, permitindo o amplo acesso da sociedade.

No que concerne especificamente à elaboração da proposta orçamentária para 2014, essa deverá estar compatível com o PPA 2012-2015 e com a LDO
2014.
OBSERVAÇÃO:

Administração Pública 97 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O processo de elaboração da proposta orçamentária para os Poderes Legislativo e Judiciário e para o Ministério Público da União apresenta as seguintes
peculiaridades:
- o art. 22 do determina que o envio da proposta orçamentária desses órgãos à SOF será até 15 de agosto de 2013;
- o Poder Judiciário e o Ministério Público da União deverão encaminhar parecer de mérito do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público, conforme estabelece o § 1o do art. 22 ; e
- o art. 23 do fixa os parâmetros para a elaboração de suas respectivas propostas orçamentárias.

6.1 PROCESSO DE REVISÃO DAS AÇÕES ORÇAMENTÁRIAS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA DE 2014 - PLOA 2014.
De acordo com os conceitos expostos no item 5.5.2 deste Manual, as ações devem expressar a produção pública, ou seja, a geração de bens e serviços
públicos à sociedade ou ao Estado. Assim, para o exercício 2014, será despendido grande esforço de revisão das ações orçamentárias atuais, constante do
Cadastro de Ações do SIOP, no sentido de evidenciar no orçamento, no que concerne a atividades e projetos, somente as que entregam produtos e serviços
“finais” à sociedade ou ao Estado, minorando assim o alto grau de pulverização das programações orçamentárias existentes.
Serão admitidas, no entanto, as seguintes exceções:
1) ações de aquisição ou produção de insumos estratégicos, desde que devidamente marcadas no Cadastro de Ações; e
2) única ação de “meios” ou de “insumos compartilhados” por UO e vinculada ao Programa de Gestão do órgão. Esta será a ação 2000 - Administração da
Unidade.
Entende-se como insumo estratégico aquele, identificado pelo órgão setorial em conjunto com a SOF, cuja interrupção no fornecimento pode comprometer a
produção de bens e serviços ou a expansão do fornecimento destes à sociedade ou ao Estado.
Nesse sentido, caberá aos órgãos setoriais e UOs identificarem as ações que em 2013 geram bens e produtos finais à sociedade ou ao Estado, no âmbito
do orçamento federal. Esse grupo de ações deverá, em princípio, ser mantido para 2014.
Adicionalmente, deverão ser identificadas as ações que geram produtos intermediários, ou seja, aquelas que contribuem ou são utilizadas na geração dos
produtos finais, aí compreendida a aquisição ou produção de insumos não estratégicos. Tais ações deverão ser incorporadas por aquelas identificadas como
as que geram bens e produtos finais.
O exemplo a seguir evidencia a diferença entre o que se pratica em 2012 e o que se pretende para 2014 com a revisão das ações:

6.1.1. PLANO ORÇAMENTÁRIO - PO


No contexto da revisão das ações, foi criado o Plano Orçamentário - PO, que se constitui em uma identificação orçamentária parcial ou total de uma ação, de
caráter gerencial (ou seja, não constante na LOA), vinculada à ação orçamentária, que tem por finalidade permitir que tanto a elaboração do orçamento
quanto o acompanhamento físico e financeiro da execução ocorram num nível mais detalhado do que o do subtítulo (localizador de gasto) da ação.
Apesar de o PO, na maioria dos casos, ser opcional, será obrigatório para as ações orçamentárias que requerem acompanhamento intensivo.
Nessa situação, haverá um campo no cadastro da ação, marcado pela SOF, que indicará essa obrigatoriedade.
Nos casos em que não houver necessidade de utilização dos POs, será enviado ao SIAFI um código para indicar a sua inexistência. As ações padronizadas
da União, de pagamento de pessoal e
benefícios ao servidor, passam a conter um conjunto de POs padronizados (vide tabela 8.2.4). Também será criado um PO com código exclusivo para se
identificar as despesas administrativas não passíveis de apropriação nos demais POs da ação finalística. Em ambos os casos, os POs padronizados serão
criados pela SOF.
6.1.2. DESPESAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Em razão do disposto no inciso XIII do Anexo I do PLDO-2014, é necessário detalhar, em nível de subelemento de despesa, os gastos previstos com tecno-
logia da informação, inclusive, hardware, software e serviços. A relação das naturezas de despesas pertinentes a esse caso encontra-se na tabela 8.2.5.
[Sumário]
6.2. DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
6.2.1. PLANO PLURIANUAL
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo Federal, que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas
da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
6.2.2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Instituída pela CF, a LDO é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em que dispõe, para cada exercício financeiro sobre:
- as prioridades e metas da Administração Pública Federal;
- a estrutura e organização dos orçamentos;
- as diretrizes para elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações;
- a dívida pública federal;
- as despesas da União com pessoal e encargos sociais;
- a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento;
- as alterações na legislação tributária da União; e
- a fiscalização pelo Poder Legislativo sobre as obras e os serviços com indícios de irregularidades graves.

A LRF atribuiu à LDO a responsabilidade de tratar de outras matérias, tais como:


- estabelecimento de metas fiscais;
- fixação de critérios para limitação de empenho e movimentação financeira;
- publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores civis e militares;
- avaliação financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e projeções de longo prazo dos benefícios da LOAS;

Administração Pública 98 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza continuada; e
- avaliação dos riscos fiscais.

6.2.2.1. PRIORIDADES E METAS PARA 2014


As prioridade e metas definidas no s ão o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e o Plano Brasil sem Miséria – PBSM.
[Sumário]
6.3. ETAPAS E PRODUTOS DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO
As etapas do processo de elaboração, os responsáveis e os produtos gerados estão relacionados na tabela a seguir:

Administração Pública 99 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

6.4. FLUXO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO

Administração Pública 100 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

6.5. INSTRUÇÕES PARA O DETALHAMENTO DA PROPOSTA SETORIAL


6.5.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO DETALHAMENTO DA PROPOSTA SETORIAL
Para a elaboração da proposta orçamentária para 2014, o sistema de informação a ser utilizado será o SIOP.
Com base nos referenciais monetários, os órgãos setoriais detalham, no SIOP, a abertura desses limites segundo a estrutura programática da despesa.
Considerando a escassez de recursos, cada órgão setorial observará, no processo de alocação orçamentária, pela melhor distribuição, tendo em vista as
prioridades e a qualidade do gasto.
OBSERVAÇÃO:
Segundo o :

Administração Pública 101 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 4o As prioridades e metas da administração pública federal para o exercício de 2014, atendidas as despesas contidas no Anexo III e as de funcionamento
dos órgãos e das entidades que integram os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, correspondem às ações relativas ao Programa de Aceleração do
Crescimento - PAC e ao Plano Brasil Sem Miséria - PBSM, as quais terão precedência na alocação dos recursos no Projeto e na Lei Orçamentária de 2014,
não se constituindo, todavia, em limite à programação da despesa.

Vale registrar que o detalhamento da proposta orçamentária para as despesas com sentenças/precatórios e com a parcela da dívida contratual, que não diz
respeito aos Encargos Financeiros da União, é feito diretamente pela SOF. As informações para elaboração da proposta relativa a essas despesas são
captadas pela SOF junto aos Tribunais Superiores e aos órgãos setoriais, respectivamente.
A captação da proposta setorial para 2014 será aberta segundo o cronograma no SIOP, por UO e por tipo de detalhamento, e apresentará as seguintes
particularidades:
- a proposta das UOs será feita no SIOP e encaminhada aos seus respectivos órgãos setoriais para análise, revisão e ajustes. Tanto no momento das
UOs, quanto no dos órgãos setoriais, a proposta é elaborada por tipo de detalhamento orçamentário;
- as fontes/destinações de recursos serão indicadas na fase da elaboração da proposta, ressaltando que a proposta setorial deverá incluir o detalha-
mento das despesas a serem custeadas com recursos oriundos de:

- para as despesas custeadas pelas demais fontes, deverá ser utilizado o identificador de fonte/destinação de recursos 105 - Recursos do Tesouro a
Definir. A associação das fontes efetivas a essas despesas é processada pela SOF;
- o encaminhamento das propostas dos órgãos setoriais à SOF será feito para o conjunto das UOs e por tipo de detalhamento; e
- será realizada uma verificação, pelo SIOP, da compatibilidade das propostas encaminhadas pelos órgãos setoriais, com os limites orçamentários esta-
belecidos, condição básica para se iniciar a fase de análise no âmbito da SOF. Caso sejam constatadas incompatibilidades, o próprio SIOP não
permitirá que a proposta elaborada seja encaminhada, requerendo, assim, ajustes nos valores informados.

A utilização do SIOP, para a captação da proposta, é descrita no Manual de Operação do Sistema.


Em consonância com a estrutura programática, a proposta orçamentária setorial para 2014 será consolidada por programa, com detalhamento das respecti-
vas atividades, projetos e operações especiais, conforme o seguinte diagrama:

Administração Pública 102 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

6.5.1.1. MOMENTOS DO PROCESSO DE DETALHAMENTO DA PROPOSTA SETORIAL


O processo de detalhamento da proposta setorial, via SIOP, compreende as três etapas decisórias básicas, denominadas “momento”: UO, órgão setorial e
Órgão Central. Cada momento é tratado exclusivamente pelos atores orçamentários responsáveis pela respectiva etapa decisória e não pode ser comparti-
lhado, o que confere privacidade e segurança aos dados.
Nos seus respectivos momentos, a UO, o órgão setorial e a SOF poderão consultar, incluir, alterar e excluir dados até o encaminhamento da proposta. Encer-
rado cada momento, o órgão e a unidade poderão, ainda, consultar os dados encaminhados ou, excepcionalmente, alterar apenas os textos referentes à
justificativa de sua programação.
Para melhor organizar a elaboração da proposta orçamentária, os referenciais monetários são distribuídos por tipo de detalhamento:

6.6. OPERAÇÃO DE CRÉDITO EXTERNA

Administração Pública 103 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Visando ao financiamento de projetos de interesse da Administração Pública Federal e devido à insuficiência ou custo de outras fontes de recursos, a União
pode lançar mão de operação de crédito junto a organismo financeiro externo.
A contratação de operação de crédito externo necessita de autorização do Senado Federal, conforme preconiza o art. 52, inciso V, da CF, e os recursos
financeiros provenientes da operação serão inseridos no PLOA segundo regras constantes da LRF e da LDO.
Objetivando racionalizar o procedimento de pagamento aos credores do serviço da dívida referente aos contratos de dívida externa em que a União figura
como devedora e cujos desembolsos pelos credores tenham sido totalmente realizados, o Poder Executivo editou o Decreto no 5.994, de 19 de dezembro de
2006, com o intuito de transferir esses contratos dos órgãos de origem para o MF.
Entenda-se como serviço da dívida contratual externa o pagamento programado dos encargos financeiros da operação de crédito, quais sejam: pagamento
de juros, comissões e amortização. Os desembolsos pelo credor, por sua vez, são os ingressos para o tomador dos recursos financeiros contratados na
operação de crédito externo.
Os valores referentes à proposta orçamentária da dívida contratual externa transferida do órgão de origem para a STN serão alocados no âmbito do órgão
Encargos Financeiros da União, na ação 0419 Dívida Externa da União decorrente de Empréstimos e Financiamentos.
Em se tratando da proposta orçamentária referente às obrigações financeiras decorrentes de contratos de financiamentos ou empréstimos externos, cujos
desembolsos ainda não tenham sido finalizados, bem como os já finalizados e não transferidos para a STN, continuará sendo encaminhada pelos setoriais
dos órgãos de origem à SOF por meio do Sistema Auxiliar de Operações de Crédito - SAOC.
O diagrama abaixo demonstra as duas situações possíveis:

6.7. ELABORAÇÃO DA MENSAGEM PRESIDENCIAL


A mensagem presidencial que encaminha o PLOA é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Congresso Nacional. Seu
conteúdo é regido pelo art. 11 do :
Art. 11. A Mensagem que encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária de 2014 conterá:
I - resumo da política econômica do País, análise da conjuntura econômica e atualização das informações de que trata o § 4o do art. 4o da Lei de Responsa-
bilidade Fiscal, com indicação do cenário macroeconômico para 2014, e suas implicações sobre a proposta orçamentária de 2014;
II - resumo das políticas setoriais do governo;
III - avaliação das necessidades de financiamento do Governo Central relativas aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, explicitando receitas e despe-
sas e os resultados primário e nominal implícitos no Projeto de Lei Orçamentária de 2014, na Lei Orçamentária de 2013 e em sua reprogramação e os reali-
zados em 2012, de modo a evidenciar:
a) a metodologia de cálculo de todos os itens computados na avaliação das necessidades de financiamento; e
b) os parâmetros utilizados, informando, separadamente, as variáveis macroeconômicas de que trata o Anexo de Metas Fiscais referido no inciso II do § 2o
do art. 4o da Lei de Responsabilidade Fiscal, verificadas em 2012 e suas projeções para 2013 e 2014;
IV - indicação do órgão que apurará os resultados primário e nominal, para fins de avaliação do cumprimento das metas;
V - justificativa da estimativa e da fixação, respectivamente, dos principais agregados da receita e da despesa; e

Administração Pública 104 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
VI - demonstrativo sintético, por empresa, do Programa de Dispêndios Globais, informando as fontes de financiamento, com o detalhamento mínimo igual ao
estabelecido no § 3o do art. 37, bem como a previsão da sua respectiva aplicação, e o resultado primário dessas empresas com a metodologia de apuração
do resultado.
[Sumário]
7. ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA EXECUÇÃO
7.1. DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E DE LIMITAÇÃO DE EMPENHO E MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CONTIN-
GENCIAMENTO)
Em decorrência da necessidade de garantir o cumprimento dos resultados fiscais estabelecidos na LDO e de obter maior controle sobre os gastos, a Adminis-
tração Pública, em atendimento aos arts. 8o, 9o e 13 da LRF, faz a programação orçamentária e financeira da execução das despesas públicas, bem como o
monitoramento do cumprimento das metas de superávit primário.
A preocupação de manter o equilíbrio entre receitas e despesas no momento da execução orçamentária já constava na Lei no 4.320, de 1964, prevendo a
necessidade de estipular cotas trimestrais das despesas que cada UO ficava autorizada a utilizar.
Esse mecanismo foi aperfeiçoado na LRF, que determina a elaboração da programação financeira e do cronograma mensal de desembolso, bem como a
fixação das metas bimestrais de arrecadação, no prazo de 30 dias após a publicação dos orçamentos.
Verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas fiscais,
torna-se necessária a adoção de mecanismos de ajuste entre receita e despesa.
A limitação dos gastos públicos é feita por decreto do Poder Executivo e por ato próprio dos demais Poderes, de acordo com as regras fixadas nos arts. 50 e
51 do , para o exercício de 2014. No âmbito do Poder Executivo, esse decreto ficou conhecido como Decreto de Contingenciamento, que, normalmente, é
detalhado por portaria interministerial (MP e MF), evidenciados os valores autorizados para movimentação e empenho e para pagamentos no decorrer do
exercício. Em resumo, os objetivos desse mecanismo são:
a) estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o exercício;
b) estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos financeiros para o Governo;
c) cumprir a legislação orçamentária (LRF, LDO etc.); e
d) assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.

7.1.1. BASES LEGAIS


a) Lei no 4.320, de 1964:
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixadas, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas
trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.
Art. 48. A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá os seguintes objetivos:
a) assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;
b) manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais
insuficiências de tesouraria.
b) Lei Complementar no 101, de 2000 - LRF:
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do
inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda
que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.”
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subse-
quentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma
proporcional às reduções efetivadas.
§ 2o Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do
serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo
autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre,
em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas
pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetárias, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e
o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
[...]
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especifica-
ção, em separado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida
ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.
c) PLDO 2014:
Art. 50. Os Poderes e o Ministério Público da União deverão elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a publicação da Lei Orçamentária de
2014, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do art. 8o da Lei de Responsabilidade Fiscal, com vistas ao cumprimento da meta de
superávit primário estabelecida nesta Lei.
§ 1o No caso do Poder Executivo, o ato referido no caput e os que o modificarem conterão, em milhões de reais:
I - metas quadrimestrais para o superávit primário dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, demonstrando que a programação atende à meta estabe-
lecida no art. 2o;
II - metas bimestrais de realização de receitas primárias, em atendimento ao disposto no art. 13 da Lei de Responsabilidade Fiscal, discriminadas pelos
principais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as contribuições previdenciárias para o Regime Geral de Previdência Social e
para o Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a contribuição para o salário-educação, as concessões e permissões, as compensações financei-
ras, as receitas próprias das fontes 50 e 81 e as demais receitas, identificando-se separadamente, quando cabível, as resultantes de medidas de combate à
evasão e à sonegação fiscal, da cobrança da dívida ativa e da cobrança administrativa;
III - cronograma de pagamentos mensais de despesas primárias à conta de recursos do Tesouro Nacional e de outras fontes, excluídas as despesas que
constituem obrigação constitucional ou legal da União, constantes do Anexo III, ou custeadas com receitas de doações e convênios, e, incluídos em demons-
trativo à parte, os restos a pagar, distinguindo-se os processados dos não processados; e

Administração Pública 105 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - metas quadrimestrais para o resultado primário das empresas estatais federais, com as estimativas de receitas e despesas que o compõem, destacando
as principais empresas e separando, nas despesas, os investimentos.
§ 2o Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais, precatórios e sentenças judiciais, os cronogramas anuais de desembolso mensal dos Poderes
Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União terão como referencial o repasse previsto no art. 168 da Constituição, na forma de duodécimos.
[Sumário]
Art. 51. Se for necessário efetuar a limitação de empenho e movimentação financeira de que trata o art. 9o da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Poder Exe-
cutivo apurará o montante necessário e informará a cada órgão orçamentário dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União, até o
vigésimo segundo dia após o encerramento do bimestre, observado o disposto no § 4o.
§ 1o O montante da limitação a ser promovida pelo Poder Executivo e pelos órgãos referidos no caput será estabelecido de forma proporcional à participação
de cada um no conjunto das dotações orçamentárias iniciais classificadas como despesas primárias discricionárias, identificadas na Lei Orçamentária de
2014 na forma das alíneas “b” e “c” do inciso II do § 4o do art. 7o desta Lei, excluídas as:
I - atividades dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União constantes do Projeto de Lei Orçamentária de 2014; e
II - custeadas com recursos de doações e convênios.
§ 2o A exclusão das despesas de que trata o inciso I do § 1o aplica-se integralmente no caso de a estimativa atualizada da receita primária líquida de transfe-
rências constitucionais e legais, demonstrada no relatório de que trata o § 4o, ser igual ou superior àquela estimada no Projeto de Lei Orçamentária de 2014,
e proporcionalmente à frustração da receita estimada no referido Projeto, no caso de a estimativa atualizada ser inferior.
§ 3o Os Poderes e o Ministério Público da União, com base na informação a que se refere o caput, editarão ato, até o trigésimo dia subsequente ao encerra-
mento do respectivo bimestre, que evidencie a limitação de empenho e movimentação financeira.
§ 4o O Poder Executivo divulgará na internet e encaminhará ao Congresso Nacional e aos órgãos referidos no caput deste artigo, no prazo nele previsto,
relatório que será apreciado pela Comissão Mista a que se refere o § 1o do art. 166 da Constituição, contendo:
I - a memória de cálculo das novas estimativas de receitas e despesas primárias e a demonstração da necessidade da limitação de empenho e movimenta-
ção financeira nos percentuais e montantes estabelecidos por órgão;
II - a revisão dos parâmetros e das projeções das variáveis de que tratam o inciso XXI do Anexo II e o Anexo de Metas Fiscais;
III - a justificativa das alterações de despesas obrigatórias, explicitando as providências que serão adotadas quanto à alteração da respectiva dotação orça-
mentária, bem como os efeitos dos créditos extraordinários abertos;
IV - os cálculos relativos à frustração das receitas primárias, que terão por base demonstrativos atualizados de que trata o inciso XI do Anexo II, e demonstra-
tivos equivalentes, no caso das demais receitas, justificando os desvios em relação à sazonalidade originalmente prevista; e
V - a estimativa atualizada do superávit primário das empresas estatais, acompanhada da memória dos cálculos referentes às empresas que responderem
pela variação.
§ 5o Aplica-se somente ao Poder Executivo a limitação de empenho e movimentação financeira cuja necessidade seja identificada fora da avaliação bimes-
tral, devendo ser divulgado na internet e encaminhado ao Congresso Nacional relatório nos termos do § 4o.
§ 6o O restabelecimento dos limites de empenho e movimentação financeira poderá ser efetuado a qualquer tempo, devendo o relatório a que se refere o §
4o ser divulgado na internet e encaminhado ao Congresso Nacional e aos órgãos referidos no caput deste artigo.
§ 7o O decreto de limitação de empenho e movimentação financeira, ou de restabelecimento desses limites, editado nas hipóteses previstas no caput e no §
1o do art. 9o da Lei de Responsabilidade Fiscal e nos §§ 5o e 6o, conterá as informações relacionadas no § 1o do art. 50 desta Lei.
§ 8o O relatório a que se refere o § 4o será elaborado e divulgado na internet também nos bimestres em que não houver limitação ou restabelecimento dos
limites de empenho e movimentação financeira.
§ 9o O Poder Executivo prestará as informações adicionais para apreciação do relatório de que trata o § 4o no prazo de cinco dias úteis do recebimento do
requerimento formulado pela Comissão Mista a que se refere o § 1o do art. 166 da Constituição.
§ 10. Não se aplica a exigência do art. 9o, § 1o, da Lei de Responsabilidade Fiscal, de restabelecimento dos limites de empenho e movimentação financeira
proporcional às reduções anteriormente efetivadas quando tiver sido aplicado a essas reduções o disposto no § 2o.
§ 11. Os órgãos setoriais de planejamento e orçamento ou equivalentes manterão atualizado no respectivo sítio da internet demonstrativo bimestral com os
montantes aprovados e os valores da limitação de empenho e movimentação financeira por unidade orçamentária.
§ 12. Os prazos para publicação dos atos de restabelecimento de limites de empenho e movimentação financeira, quando for o caso, serão de até:
I - trinta dias após o encerramento de cada bimestre, quando decorrer da avaliação bimestral de que trata o art. 9o da Lei de Responsabilidade Fiscal; ou
II - sete dias úteis após o encaminhamento do relatório previsto no § 6o, se não for resultante da referida avaliação bimestral.
§ 13. A execução das despesas primárias discricionárias dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do Ministério Público da União, decorrente da
abertura de créditos suplementares e especiais e da reabertura de créditos especiais, no exercício de 2014, fica condicionada aos limites de empenho e
movimentação financeira estabelecidos nos termos deste artigo, exceto quando a abertura de créditos suplementares e especiais ocorrer à conta de excesso
de arrecadação de recursos próprios financeiros e não financeiros, apurado de acordo com o § 3o do art. 43 da Lei no 4.320, de 1964.
7.1.2. METAS DE RESULTADO FISCAL
Em cumprimento ao disposto na LRF, a LDO estabelece as metas de resultado primário do setor público consolidado para o exercício e indica as metas para
os dois seguintes. O resultado primário mede o comportamento fiscal (arrecadação/gasto) do Governo, representado pela diferença entre a arrecadação de
impostos, taxas, contribuições e outras receitas inerentes à função arrecadadora do Estado, excluindo-se as receitas de aplicações financeiras, e as despe-
sas orçamentárias, excluídas as despesas com amortização, juros e encargos da dívida, bem como as despesas com concessão de empréstimos. Em sínte-
se, o cálculo do resultado primário é uma forma de avaliar se o Governo está ou não operando dentro de seus limites orçamentários, ou seja, se está ocor-
rendo redução ou elevação do endividamento do setor público, o que justifica a importância do seu monitoramento contínuo.
O objetivo primordial da política fiscal do governo é promover a gestão equilibrada dos recursos públicos, de forma a assegurar a manutenção da estabilidade
econômica e o crescimento sustentado. Para isso, atuando concomitantemente com as políticas monetária, creditícia e cambial,
o governo procura criar as condições necessárias para a queda gradual do endividamento público líquido em relação ao PIB, a redução das taxas de juros e a
melhora do perfil da dívida pública.
7.2. DIRETRIZES PARA AS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
7.2.1. PLANO PLURIANUAL
O PPA 2012-2015, em seu art. 21, traz a seguinte disposição sobre alterações:
Art. 21. Considera-se revisão do PPA-2012-2015 a inclusão, a exclusão ou a alteração de Programas.
§ 1o A revisão de que trata o caput, ressalvado o disposto nos §§ 4o e 5o deste artigo, será proposta pelo Poder Executivo por meio de projeto de lei.
§ 2o Os projetos de lei de revisão do Plano Plurianual que incluam Programa Temático ou Objetivo deverão conter os respectivos atributos.
§ 3o Considera-se alteração de Programa a inclusão, a exclusão ou a alteração de Objetivos, Iniciativas e Metas.
§ 4o O Poder Executivo, para compatibilizar as alterações promovidas pelas leis orçamentárias anuais e pelas leis de crédito adicional, deverá:
I - alterar o Valor Global do Programa;
II - incluir, excluir ou alterar Iniciativas;
III - adequar as vinculações entre ações orçamentárias e Iniciativas; e

Administração Pública 106 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IV - incluir, excluir ou alterar Metas;
[Sumário]
§ 5o O Poder Executivo fica autorizado a incluir, excluir ou alterar as informações gerenciais e os seguintes atributos:
I - Indicador;
II - Valor de Referência;
III - Meta de caráter qualitativo, cuja implementação não impacte a execução da despesa orçamentária;
IV - Órgão Responsável; e
V - Iniciativa sem financiamento orçamentário.
§ 6o As modificações efetuadas nos termos dos §§ 4o e 5o deverão ser informadas à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
7.2.2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
O traz as seguintes disposições:
Art. 83. (...)
§1o A inclusão de recursos no Projeto e na Lei Orçamentária de 2014 para atender às despesas de que trata o caput fica condicionada à informação do
número efetivo de beneficiários nas respectivas metas, existentes em março de 2013.
(...)
Art. 42. Na abertura de crédito extraordinário, é vedada a criação de novo código e título para ação já existente.
(...)
Art. 43. Os recursos alocados na Lei Orçamentária de 2014 para pagamento de precatórios somente poderão ser cancelados para a abertura de créditos
suplementares ou especiais para finalidades diversas mediante autorização específica do Congresso Nacional.
(...)
Art. 49. As dotações destinadas à contrapartida nacional de empréstimos internos e externos, bem como ao pagamento de amortização, juros e outros encar-
gos, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo, somente poderão ser remanejadas para outras categorias de programação por meio da abertura
de créditos adicionais por intermédio de projeto de lei.
Parágrafo único. Os recursos de que trata o caput poderão ser remanejados para outras categorias de programação, por meio de decreto ou de ato dos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União, observados os limites autorizados na Lei Orçamentária de 2014 e o disposto no
art. 40, desde que mantida a destinação, respectivamente, à contrapartida nacional e ao serviço da dívida. As dotações destinadas à contrapartida nacional
de empréstimos internos e externos, bem como ao pagamento de amortização, juros e outros encargos, ressalvado o disposto no parágrafo único deste
artigo, somente poderão ser remanejadas para outras categorias de programação por meio da abertura de créditos adicionais por intermédio de projeto de lei.

OBSERVAÇÃO:
Regras para os Poderes Legislativo e Judiciário e para o Ministério Público da União
Segundo o :
Art. 40. As propostas de abertura de créditos suplementares autorizados na Lei Orçamentária de 2014, ressalvado o disposto nos §§ 1o e 6o, serão submeti-
das ao Presidente da República, acompanhadas de exposição de motivos que inclua a justificativa e a indicação dos efeitos dos cancelamentos de dotações,
observado o disposto no § 5o do art. 39.
§ 1o Os créditos a que se refere o caput, com indicação de recursos compensatórios dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público
da União, nos termos do inciso III do § 1o do art. 43 da Lei no 4.320, de 1964, serão abertos, no âmbito desses Poderes e Órgão, observados os procedimen-
tos estabelecidos pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o disposto no § 2o deste artigo, por atos:
I - dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União;
II - dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça, do Conselho da Justiça Federal, do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios; e
III - do Procurador-Geral da República e do Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.
§ 2o Quando a aplicação do disposto no § 1o envolver mais de um órgão orçamentário, no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público
da União, os créditos serão abertos por ato
conjunto dos dirigentes dos órgãos envolvidos, conforme indicado nos incisos I, II e III do referido parágrafo, respectivamente.
§ 3o Na abertura dos créditos na forma do § 1o, fica vedado o cancelamento de despesas:
I - financeiras para suplementação de despesas primárias;
II - obrigatórias, de que trata o Anexo III, exceto para suplementação de despesas dessa espécie; e
III - discricionárias, conforme definidas na alínea “b” do inciso II do § 4o do art. 7o, para suplementação de despesas obrigatórias, de que trata o Anexo III.
§ 4o As aberturas de créditos previstas no § 1o, no âmbito do Poder Judiciário, deverão ser comunicadas ao Conselho Nacional de Justiça e, no âmbito do
Ministério Público da União, ao Conselho Nacional do Ministério Público.
§ 5o Os créditos de que trata o § 1o serão incluídos no SIAFI, exclusivamente, por intermédio de transmissão de dados do SIOP.
§ 6o O Presidente da República poderá delegar, no âmbito do Poder Executivo, aos Ministros de Estado, a abertura dos créditos suplementares a que se
refere o caput.

7.2.3. LEI ORÇAMENTÁRIA


Em consonância com o art.165, § 8o, da CF, a LOA de 2014 irá prever as hipóteses em que fica o Poder Executivo autorizado a promover as alterações
orçamentárias. Nesse sentido, a abertura de créditos suplementares fica condicionada aos limites constantes na referida Lei.

OBSERVAÇÃO:
Sobre alterações orçamentárias, conforme o :
Art. 38. As classificações das dotações previstas no art. 7o, as fontes de financiamento do Orçamento de Investimento e os códigos e títulos das ações e dos
subtítulos poderão ser alterados de acordo com as necessidades de execução, mantido o valor total do subtítulo e observadas as demais condições de que
trata este artigo.
§ 1o As alterações de que trata o caput poderão ser realizadas, justificadamente, se autorizadas por meio de:
I - ato do Poder Executivo para alterações dos:
a) GNDs “3 - Outras Despesas Correntes”, “4 - Investimentos” e “5 - Inversões Financeiras”, no âmbito do mesmo subtítulo; e
b) GNDs “2 - Juros e Encargos da Dívida” e “6 - Amortização da Dívida”, no âmbito do mesmo subtítulo;
II - portaria do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, no que se refere ao Orçamento de Investimento:
a) para as fontes de financiamento, os identificadores de uso e de resultado primário e as esferas orçamentárias; e
b) para os títulos das ações e subtítulos, desde que constatado erro de ordem técnica ou legal;

Administração Pública 107 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
III - portaria da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no que se refere aos Orçamentos Fiscal e da Seguri-
dade Social:
a) para as fontes de recursos, inclusive as de que trata o art. 91, observadas as vinculações previstas na legislação, para os identificadores de uso e de
resultado primário e para as esferas orçamentárias; e
b) para os títulos das ações e subtítulos, desde que constatado erro de ordem técnica ou legal.
§ 2o As modificações a que se refere este artigo também poderão ocorrer quando da abertura de créditos suplementares autorizados na Lei Orçamentária de
2014, observado o disposto no art. 49, quando couber.
§ 3o As alterações das modalidades de aplicação serão realizadas diretamente no SIAFI pela unidade orçamentária.
§ 4o Ajustes na codificação orçamentária, decorrentes da necessidade de adequação à classificação vigente, serão processados diretamente no SIOP, desde
que não impliquem em mudança de valores e finalidade da programação.
§ 5o Consideram-se como excesso de arrecadação, para fins do § 3o do art. 43 da Lei no 4.320, de 1964, os recursos disponibilizados em razão das modifi-
cações efetivadas por força da alínea “a” do inciso II e alínea “a” do inciso III, ambos do § 1o deste artigo, sendo consideradas receitas financeiras as modifi-
cações que envolverem fontes de recursos dessa espécie.
Art. 39. Os projetos de lei relativos a créditos suplementares e especiais serão encaminhados pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, também em meio
magnético, preferencialmente de forma consolidada de acordo com as áreas temáticas definidas no art. 26 da Resolução no 1, de 2006-CN, ajustadas a
reformas administrativas supervenientes.
§ 1o Cada projeto de lei e a respectiva lei deverão restringir-se a um único tipo de crédito adicional, conforme definido nos incisos I e II do art. 41 da Lei no
4.320, de 1964.
§ 2o O prazo final para o encaminhamento dos projetos referidos no caput é 15 de outubro de 2014.
§ 3o Acompanharão os projetos de lei concernentes a créditos suplementares e especiais exposições de motivos circunstanciadas que os justifiquem e
indiquem as consequências dos cancelamentos de dotações propostos sobre a execução de atividades, projetos, operações especiais e respectivos subtítu-
los e metas.
§ 4o As exposições de motivos às quais se refere o § 3o, relativas a projetos de lei de créditos suplementares e especiais destinados ao atendimento de
despesas primárias, deverão conter justificativa de que a realização das despesas objeto desses créditos não afeta a obtenção do resultado primário anual
previsto nesta Lei.
§ 5o Nos casos de créditos à conta de recursos de excesso de arrecadação, as exposições de motivos conterão a atualização das estimativas de receitas
para o exercício, comparando-as com as estimativas constantes da Lei Orçamentária de 2014, apresentadas de acordo com a classificação de que trata a
alínea “a” do inciso III do caput do art. 9o, a identificação das parcelas já utilizadas em créditos adicionais, abertos ou cujos projetos se encontrem em trami-
tação.
§ 6o Nos casos de abertura de créditos adicionais à conta de superávit financeiro, as exposições de motivos conterão informações relativas a:
I - superávit financeiro do exercício de 2013, por fonte de recursos;
II - créditos reabertos no exercício de 2014;
III - valores já utilizados em créditos adicionais, abertos ou em tramitação; e
IV - saldo do superávit financeiro do exercício de 2013, por fonte de recursos.
§ 7o Para fins do disposto no § 6o, será publicado, junto com o Relatório Resumido da Execução Orçamentária referente ao primeiro bimestre do exercício
financeiro de 2014,
demonstrativo do superávit financeiro de cada fonte de recursos, apurado no Balanço Patrimonial da União do exercício de 2013.
§ 8o No caso de receitas vinculadas, o demonstrativo a que se refere o § 7o deverá identificar as respectivas unidades orçamentárias.
§ 9o Os projetos de lei referentes a créditos suplementares ou especiais solicitados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público
da União, com indicação dos recursos compensatórios, exceto se destinados a pessoal, benefícios aos servidores e seus dependentes, sentenças judiciais e
dívida, serão encaminhados ao Congresso Nacional no prazo de até trinta dias, a contar do recebimento, pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, do parecer a que se refere o art. 41.
§ 10. Os créditos de que trata este artigo, aprovados pelo Congresso Nacional, serão considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da
respectiva lei.
Art. 40. As propostas de abertura de créditos suplementares autorizados na Lei Orçamentária de 2014, ressalvado o disposto nos §§ 1o e 6o, serão submeti-
das ao Presidente da República, acompanhadas de exposição de motivos que inclua a justificativa e a indicação dos efeitos dos cancelamentos de dotações,
observado o disposto no § 5o do art. 39.
§ 1o Os créditos a que se refere o caput, com indicação de recursos compensatórios dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público
da União, nos termos do inciso III do § 1o do art. 43 da Lei no 4.320, de 1964, serão abertos, no âmbito desses Poderes e Órgão, observados os procedimen-
tos estabelecidos pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o disposto no § 2o deste artigo, por atos:
I - dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Tribunal de Contas da União;
II - dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça, do Conselho da Justiça Federal, do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios; e
III - do Procurador-Geral da República e do Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.
§ 2o Quando a aplicação do disposto no § 1o envolver mais de um órgão orçamentário, no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público
da União, os créditos serão abertos por ato conjunto dos dirigentes dos órgãos envolvidos, conforme indicado nos incisos I, II e III do referido parágrafo,
respectivamente.
§ 3o Na abertura dos créditos na forma do § 1o, fica vedado o cancelamento de despesas:
I - financeiras para suplementação de despesas primárias;
II - obrigatórias, de que trata o Anexo III, exceto para suplementação de despesas dessa espécie; e
III - discricionárias, conforme definidas na alínea “b” do inciso II do § 4o do art. 7o, para suplementação de despesas obrigatórias, de que trata o Anexo III.
§ 4o As aberturas de créditos previstas no § 1o, no âmbito do Poder Judiciário, deverão ser comunicadas ao Conselho Nacional de Justiça e, no âmbito do
Ministério Público da União, ao Conselho Nacional do Ministério Público.
§ 5o Os créditos de que trata o § 1o serão incluídos no SIAFI, exclusivamente, por intermédio de transmissão de dados do SIOP.
§ 6o O Presidente da República poderá delegar, no âmbito do Poder Executivo, aos Ministros de Estado, a abertura dos créditos suplementares a que se
refere o caput.
Art. 41. As propostas de abertura de créditos especiais e suplementares, em favor dos órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público da União, deverão
ser encaminhadas à Secretaria de Orçamento Federal, com o parecer de mérito emitido, respectivamente, pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conse-
lho Nacional do Ministério Público, como forma de subsídio à análise das referidas solicitações.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao Supremo Tribunal Federal, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério Público Federal e ao
Conselho Nacional do Ministério Público.
Art. 42. Na abertura de crédito extraordinário, é vedada a criação de novo código e título para ação já existente.

Administração Pública 108 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1o O crédito aberto por medida provisória deverá ser classificado, quanto ao identificador de resultado primário, de acordo com o disposto no § 4o do art. 7o
desta Lei.
§ 2o Os grupos de natureza de despesa decorrentes da abertura ou reabertura de créditos extraordinários durante o exercício, destinados, exclusivamente,
ao atendimento de despesas relativas à calamidade pública, poderão ser alterados, justificadamente, por ato do Poder Executivo, para adequá-los à necessi-
dade da execução.
Art. 43. Os Anexos dos créditos adicionais obedecerão à mesma formatação dos Quadros dos Créditos Orçamentários constantes da Lei Orçamentária de
2014.
Art. 44. As dotações das categorias de programação canceladas em decorrência do disposto no § 9o do art. 39 e no § 1o do art. 40 não poderão ser suple-
mentadas, salvo se por remanejamento de dotações no âmbito do próprio órgão ou em decorrência de legislação superveniente.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput as dotações das unidades orçamentárias do Poder Judiciário que exerçam a função de setorial de orça-
mento, quando canceladas para suplementação das unidades do próprio órgão.
Art. 45. Os recursos alocados na Lei Orçamentária de 2014 para pagamento de precatórios somente poderão ser cancelados para a abertura de créditos
suplementares ou especiais para finalidades diversas mediante autorização específica do Congresso Nacional.
Art. 46. A reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conforme disposto no § 2o do art. 167 da Constituição, será efetivada, se necessária, mediante
ato próprio de cada Poder e do Ministério Público da União, até 15 de fevereiro de 2014, observado o disposto no art. 43.
§ 1o O prazo de que trata o caput será 28 de fevereiro de 2014, quando se tratar do Orçamento de Investimento.
§ 2o Os créditos reabertos na forma deste artigo, relativos aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, serão incluídos no SIAFI, exclusivamente, por
intermédio de transmissão de dados do SIOP.
Art. 47. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos especiais ao Orçamento de Investimento para o atendimento de despesas relativas a ações em
execução no exercício de 2013, mediante a utilização, em favor da correspondente empresa estatal e da respectiva programação, de saldo de recursos do
Tesouro Nacional repassados em exercícios anteriores ou inscritos em restos a pagar no âmbito dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social.
Art. 48. O Poder Executivo poderá, mediante decreto, transpor, remanejar, transferir ou utilizar, total ou parcialmente, as dotações orçamentárias aprovadas
na Lei Orçamentária de 2014 e em créditos adicionais, em decorrência da extinção, transformação, transferência, incorporação ou desmembramento de
órgãos e entidades, bem como de alterações de suas competências ou atribuições, mantida a estrutura programática, expressa por categoria de programa-
ção, conforme definida no § 1o do art. 5o, inclusive os títulos, descritores, metas e objetivos, assim como o respectivo detalhamento por esfera orçamentária,
grupos de natureza de despesa, fontes de recursos, modalidades de
aplicação e identificadores de uso e de resultado primário.
Parágrafo único. A transposição, a transferência ou o remanejamento não poderá resultar em alteração dos valores das programações aprovadas na Lei
Orçamentária de 2014 ou em créditos adicionais, podendo haver, excepcionalmente, adequação da classificação funcional e do Programa de Gestão, Manu-
tenção e Serviço ao Estado ao novo órgão.
Art. 49. As dotações destinadas à contrapartida nacional de empréstimos internos e externos, bem como ao pagamento de amortização, juros e outros encar-
gos, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo, somente poderão ser remanejadas para outras categorias de programação por meio da abertura
de créditos adicionais por intermédio de projeto de lei.
Parágrafo único. Os recursos de que trata o caput poderão ser remanejados para outras categorias de programação, por meio de decreto ou de ato dos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público da União, observados os limites autorizados na Lei Orçamentária de 2014 e o disposto no
art. 40, desde que mantida a destinação, respectivamente, à contrapartida nacional e ao serviço da dívida.

7.2.4. PORTARIAS
Anualmente são editadas Portarias da SOF disciplinando os procedimentos e prazos que devem ser observados para solicitação de alterações orçamentá-
rias.
7.2.5. PROCESSO DE SOLICITAÇÃO E ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
Durante a execução do orçamento, as dotações inicialmente aprovadas na LOA podem revelar-se insuficientes para realização dos programas de trabalho,
ou pode ocorrer a necessidade de realização de despesa não autorizada inicialmente. Assim, a LOA poderá ser alterada no decorrer da sua execução por
meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA. Os créditos adicionais são classifica-
dos em:
a) créditos especiais: destinados a despesas, para as quais não haja dotação orçamentária específica, devendo ser autorizados por lei. Note-se que sua
abertura depende da existência de recursos disponíveis. Os créditos especiais não poderão ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo
se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subsequente;
b) créditos extraordinários: destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
conforme art. 167 da CF. Na União, serão abertos por medida provisória. Os créditos extraordinários não poderão ter vigência além do exercício em que
forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus
saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente; e
c) créditos suplementares: destinados a reforço de dotação orçamentária. A LOA poderá conter autorização para abertura de créditos suplementares,
limitados a determinada importância ou percentual, sem a necessidade de submissão ao Poder Legislativo. Os créditos suplementares terão vigência no
exercício em que forem abertos.
7.2.5.1. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS QUALITATIVAS
Nos casos de abertura de créditos especiais ou extraordinários, em que há necessidade de criação de um novo programa de trabalho, deve-se proceder à
solicitação de uma alteração orçamentária qualitativa. Tal alteração implica a criação de uma nova ação com todos os seus
atributos, ou no desdobramento de uma ação existente em novo subtítulo. A solicitação de alteração qualitativa pode partir da UO, do órgão setorial ou mes-
mo da SOF.
Ao identificar a necessidade de criação de programa de trabalho para créditos especiais ou extraordinários, a UO, ou o órgão setorial, deve fazer a solicitação
por meio do módulo qualitativo do SIOP.
A UO solicitante, ou o órgão setorial, deve prestar informações claras e precisas para o entendimento e a análise do pedido.
7.2.5.2. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS QUANTITATIVAS
As alterações quantitativas do orçamento viabilizam a realização anual dos programas mediante a alocação de recursos para as ações orçamentárias e são
de responsabilidade conjunta dos órgãos central e setoriais e das UOs.
A necessidade de alteração orçamentária pode ser identificada pela UO ou pelo órgão setorial. Em qualquer caso, a solicitação de alteração deverá ser
elaborada de forma a atender as condições dispostas nas portarias editadas pela SOF.
As solicitações que tiverem início nas UOs deverão ser elaboradas mediante acesso ao SIOP, no momento específico para as UOs, as quais, em seguida,
deverão encaminhá-las para o respectivo órgão setorial. O órgão setorial correspondente procederá a uma avaliação global da necessidade dos créditos

Administração Pública 109 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
solicitados e das possibilidades de oferecer recursos compensatórios. Após a verificação do crédito e aprovação da sua consistência, os órgãos setoriais
deverão encaminhar à SOF as solicitações de créditos adicionais de suas unidades.
As solicitações que tiverem início nos órgãos setoriais também deverão ser elaboradas mediante acesso ao SIOP, no momento específico para o órgão
setorial e nos prazos estabelecidos pela portaria da SOF. Em seguida, deverão encaminhá-las à SOF para análise.
Ao recebê-las, a SOF, por meio de uma análise criteriosa, decidirá por atendê-las ou não. Caso sejam aprovadas, serão preparados os atos legais necessá-
rios à formalização das respectivas alterações no orçamento.
7.2.5.3 ELABORAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DOS ATOS LEGAIS
Cabe à SOF a elaboração dos atos legais relativos às alterações orçamentárias. Os documentos são elaborados por tipo de alteração e podem ser:
a) decreto do Poder Executivo para créditos suplementares autorizados na LOA e para a transposição e os remanejamentos (De/Para institucionais) au-
torizados na LDO;
b) projeto de lei para os créditos suplementares dependentes de autorização legislativa e para os créditos especiais, cabendo salientar que os projetos
de lei são produzidos separadamente por área temática;
c) medida provisória para os créditos extraordinários; e
d) portaria do Secretário da SOF para alterações de fonte de recursos, de identificador de uso ou de identificador de resultado primário.

Para cada tipo de ato legal elaborado, existe um caminho diferente até sua publicação. Caso seja uma portaria da SOF, ela é enviada diretamente à Imprensa
Nacional para publicação, se for um decreto, um projeto de lei ou uma medida provisória, a SOF encaminha o documento ao Ministro do Planejamento Orça-
mento e Gestão, que o envia à Casa Civil para avaliação do Presidente da República. Em se tratando de um decreto, após a assinatura do Presidente, este é
enviado para publicação na Imprensa Nacional.
Os projetos de lei são remetidos ao Congresso Nacional para que sejam apreciados e votados, momento em que é publicada mensagem presidencial no
Diário Oficial da União. E no caso de créditos extraordinários, que são efetivados por medida provisória, a Casa Civil a encaminha para publicação e dá
conhecimento ao Congresso Nacional.
7.2.5.4. EFETIVAÇÃO DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS NO SIAFI
A SOF procederá à efetivação, no SIOP, dos créditos publicados e transmitirá as informações à STN, para que seja efetuada a sua disponibilização no SIAFI,
por intermédio de notas de dotação para que as unidades gestoras possam utilizar os respectivos créditos.

_____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________________________________

Administração Pública 110 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
REGIME JURÍDICO DOS AGENTES PÚBLICOS. § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
1. Normas Constitucionais Pertinentes aos Servidores Públi- disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da eco-
cos. nomia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
2. Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e seu aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
Regime Disciplinar. treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e raciona-
3. Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público. lização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
4. Seguridade Social do Servidor. produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
5. Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de Improbida- § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira
de Administrativa. poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional
6. Decreto nº 7.203/2010. nº 19, de 1998)
7. Decreto-Lei nº 2.848/1940: Artigos 153; 296; 311-A/337-A e
359-A/359-H. Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
1. Normas Constitucionais Pertinentes aos Servidores Públi- fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e
solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
cos.
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
DOS SERVIDORES PÚBLICOS pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que tra-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institu- ta este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos
irão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias Constitucional nº 41, 19.12.2003)
e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institu- tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço,
irão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma
integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.(Redação da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos
§ 1º - A lei assegurará, aos servidores da administração direta, iso- proporcionais ao tempo de contribuição; (Redação dada pela Emenda
nomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados Constitucional nº 20, de 1998)
do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos
Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em
natureza ou ao local de trabalho. (Regulamento) que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condi-
§ 2º - Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VI- ções: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX. a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mu-
do sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Consti- lher; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
tucional nº 19, de 1998) Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos car- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
gos componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribui-
nº 19, de 1998) ção. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitu- § 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de
cional nº 19, de 1998) sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servi-
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucio- dor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de
nal nº 19, de 1998) referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de
governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da
constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promo- sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base
ção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contra- para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que
tos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela Emen-
nº 19, de 1998) da Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este
XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os
quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de
nº 19, de 1998) 2005)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados 47, de 2005)
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitu-
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação cional nº 47, de 2005)
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que pre-
no art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) judiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cional nº 47, de 2005)
poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos § 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão redu-
servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, zidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o pro-
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) fessor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anual- ções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e mé-
mente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos dio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumu-
láveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma

Regime Jurídico 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste arti- para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
go. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as e-
que será igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, xigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que
19.12.2003) opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limi- equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
te máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de pre-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) vidência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalva-
em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os do o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, 41, 19.12.2003)
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas so-
atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, bre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o
19.12.2003) dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído
em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso públi-
para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, co. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
de 15/12/98) § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pe-
de 15/12/98) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) la Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proven- II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
tos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribui- III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
ção para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela
adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti- será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzi-
tucional nº 20, de 15/12/98) do ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência soci- 1998)
al. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação
cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
15/12/98) avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
que instituam regime de previdência complementar para os seus respecti- Seção III
vos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata TERRITÓRIOS
este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
geral de previdência social de que trata o art. 201.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98) Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Mi-
litares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.(Redação dada
instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de
entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, §
modalidade de contribuição definida.(Redação dada pela Emenda Consti- 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual especí-
tucional nº 41, 19.12.2003) fica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no
serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspon- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e
dente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Consti- dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo
tucional nº 20, de 15/12/98) ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo
do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 2. Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e seu
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e Regime Disciplinar.
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o 3. Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público.
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previ-
dência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
SERVIDORES PÚBLICOS
Regime Jurídico 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Considerações gerais estatutário de natureza peculiar, a exemplo da Magistratura e do Ministério
Servidores públicos Público.
Os servidores públicos constituem subespécies dos agentes pú- Os servidores públicos em sentido estrito ou estatutários são os
blicos administrativos, categoria que abrange a grande massa de prestado- titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico
res de serviços à Administração e a ela vinculados por relações profissio- estatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração direta, das
nais, em razão de investidura em cargos e funções, a título de emprego e autarquias e das fundações públicas com personalidade de Direito Público.
com retribuição pecuniária. Tratando-se de cargo efetivo, seus titulares podem adquirir estabilidade e
A Constituição de 1988, corrigindo a anterior, abriu a seç. II do seu estarão sujeitos a regime peculiar de previdência social.
cap. VII com a epígrafe “Dos servidores públicos civis”, no que andou bem, Os empregados públicos são todos os titulares de emprego público
porque seus dispositivos englobam todos os que prestam serviços à Admi- (não de cargo público) da Administração direta e indireta, sujeitos ao regime
nistração em geral. Nesta seção a Constituição reformulou o tratamento do jurídico da CLT; daí serem chamados também de “celetistas”. Não
pessoal do serviço público civil, separando-o dos militares (seç. III). Estas ocupando cargo público e sendo celetistas, não têm condição de adquirir a
seçs. II e III e outras normas da Constituição de 1988 concernentes aos estabilidade constitucional (CF, art. 41), nem podem ser submetidos ao
servidores públicos civis e militares foram profundamente modificadas regime de previdência peculiar, como os titulares de cargo efetivo e os
pelas EC 18, 19 e 20, publicadas, respectivamente, em 6.2.98, 5.6.98 e agentes políticos, sendo obrigatoriamente enquadrados no regime geral de
16.12.98, e, agora, pela EC 41, de 19.12.2003, publicada em 3 1.12.2003. previdência social, a exemplo dos titulares de cargo em comissão ou
Assim, pela EC 18, a seç. II passou a denominar-se “Dos temporário. Salvo para as funções de confiança e de direção, a serem
servidores públicos”, e a seç. III, “Dos militares dos Estados, do Distrito previstas à luz dos princípios de eficiência e razoabilidade nos respectivos
Federal e dos Territórios”, passando os militares das Forças Armadas a ser quadros de pessoal das pessoas jurídicas da Administração indireta (na
disciplinados exclusivamente no cap. II, “Das Forças Armadas”, do tít. V, Administração direta, autárquica e fundacional as funções de confiança só
mediante o acréscimo do § 3º ao art. 142 da CF. O regime jurídico único podem ser exercidas por ocupantes de cargo efetivo — art. 37, V), os
previsto pela empregados públicos devem ser admitidos mediante concurso ou processo
seletivo público, de modo a assegurar a todos a possibilidade de
Carta de 1988, que tanta polemica causou, também foi abolido pela EC participação.
19.
Os contratados por tempo determinado são os servidores públicos
A Carta de 1988 estendeu diversos direitos dos trabalhadores submetidos ao regime jurídico administrativo especial da lei prevista no art.
urbanos e rurais aos servidores públicos civis (art. 39, § 3º). Como o Autor 37, IX, da Carta Magna, bem como ao regime geral de previdência social. A
havia advertido, essa extensão, pelas dificuldades impostas aos Estados e contratação só pode ser por tempo determinado e com a finalidade de
Municípios, provocou reações que culminaram com as modificações atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
determinadas pela EC 19, que suprimiu as vantagens previstas nos incs. VI Ademais, a lei deve prever os casos de contratação temporária de forma
e XXIII do art. 70, além de estabelecer que a lei poderá estabelecer especifica, não se admitindo hipóteses abrangentes ou genéricas. O inc. IX
requisitos diferenciados de admissão, de acordo com a natureza ou a não se refere exclusivamente às atividades de natureza eventual,
complexidade do cargo ou emprego. temporária ou excepcional. Assim, não veda a contratação para atividades
A EC 20 também modificou profundamente a previdência social de natureza regular e permanentes. O que importa é o atendimento da
concernente aos servidores, efetuando nítida distinção entre o servidor finalidade prevista pela Norma. Assim, “desde que indispensáveis ao
titular de cargo vitalício e efetivo e os demais servidores, titulares de outros atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público,
cargos ou de empregos públicos. Na sequência, a EC 41/2003 trouxe quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, temporário ou
novas e significativas alterações na parte relativa ao teto remuneratório e excepcional, quer para o desempenho das atividades de caráter regular ou
ao sistema de previdência social. Por sua vez, a EC 47, que entrou em permanente”, a contratação é permitida. Desta forma, embora não possa
vigor em 6.7.2005, data da sua publicação, mas com efeitos retroativos à envolver cargos típicos de carreira, a contratação pode envolver o
data de vigência da EC 4 1/2003, modificou esses dois pontos. desempenho da atividade ou função da carreira, desde que atendidos os
Por fim, ante tantas e profundas alterações, a inevitável questão requisitos acima. Fora daí, tal contratação tende a contornar a exigência de
pertinente ao direito adquirido será tratada no fim deste capítulo. concurso público, caracterizando fraude à Constituição.
Classificação na Constituição Regime jurídico
Servidores públicos em sentido amplo, no nosso entender, são O regime jurídico dos servidores civis consubstancia os preceitos
todos os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública, direta legais sobre a acessibilidade aos cargos públicos, a investidura em cargo
e indireta, do Estado, sob regime jurídico (a) estatutário regular, geral ou efetivo (por concurso público) e em comissão, as nomeações para funções
peculiar, ou (b) administrativo especial, ou (c) celetista (regido pela de confiança; os deveres e direitos dos servidores; a promoção e
Consolidação das Leis do Trabalho — CLT), de natureza profissional e respectivos critérios; o sistema remuneratório (subsídios ou remuneração,
empregatícia. envolvendo os vencimentos, com as especificações das vantagens de
A classificação dos servidores públicos em sentido amplo é campo ordem pecuniária, os salários e as reposições pecuniárias); as penalidades
propício para divergências doutrinárias. De acordo com a Constituição e sua aplicação; o processo administrativo; e a aposentadoria.
Federal, na redação resultante da EC 19, chamada de “Emenda da Como vimos, a EC 19, ao dar conteúdo totalmente diverso ao art.
Reforma Administrativa”, bem como da EC 20, classificam-se em quatro 39, caput, e ao alterar a redação do art. 206, V, suprimiu a obrigatoriedade
espécies: agentes políticos, servidores públicos em sentido es frito ou de um regime jurídico Único para todos os servidores públicos.
estatutários, empregados públicos e os contratados por tempo Assim, o regime jurídico pode ser estatutário, celetista (o da CLT) e
determinado. administrativo especial.
Reitere-se que a classificação ora proposta procura espelhar a Em consequência, em razão de suas autonomias políticas, a
sistemática da Carta Política, com a ressalva de que esta, nas seçs. I e II União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem estabelecer
do cap. VII (“Da Administração Pública”), embora trate de forma regime jurídico não contratual para os titulares de cargo público, sempre
preponderante dos servidores públicos em sentido estrito, também contém através de lei geral ou de leis específicas para determinadas categorias
vários dispositivos aplicáveis às demais espécies. profissionais, as quais consubstanciam o chamado regime estatutário
Os agentes políticos constituem, na realidade, categoria própria de regular, geral ou peculiar. Podem, ainda, adotar para parte de seus
agente público. Porém, sem dúvida, no título e seções referidas, a Carta servidores o regime da CLT. Por fim, devem adotar um de natureza
Magna, para fins de tratamento jurídico, coloca-os como se fossem administrativa especial, na forma da lei de cada pessoa política, prevista
servidores públicos, sem embargo de os ter como agentes políticos, como pelo art. 37, IX, da CF, para a contratação por tempo determinado para
se verá mais adiante. Todos os cargos vitalícios são ocupados por agentes atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
políticos, porém estes também ocupam cargos em comissão, como os Mister, no entretanto, ter presente que alguns servidores públicos,
Ministros de Estado. Normalmente deverão ser regidos pelo regime por exercerem atribuições exclusivas de Estado, submetem-se,
estatutário, contudo alguns estão obrigatoriamente submetidos a um regime obrigatoriamente, a regime jurídico estatutário, pois, como se depreende do

Regime Jurídico 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
art. 247 da CF, com a redação da EC 19, devem ter cargo efetivo, sendo governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos,
certo que alguns, como os membros da Magistratura e do Ministério Público facultada a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
e os Conselheiros dos Tribunais de Contas, têm, também por força da Tal ressalva era desnecessária, pois, de regra, os entes federados podem
própria Carta Magna, cargo vitalício. Depreende-se, também, do exposto, celebrar convênios e contratos. Parece-nos que a ressalva objetiva
que certas categorias de servidores públicos têm necessariamente regimes estimular a celebração de convênios e contratos, como meio de
jurídicos peculiares, de natureza estatutária. racionalização desse encargo para aquelas pessoas políticas, que, dessa
O legislador deverá adotar cautela extrema na elaboração desses forma, poderão manter suas escolas de governo sem que, para tanto,
regimes jurídicos diferenciados, uma vez que no passado tal aspecto gerou tenham que construí-las ou admitir servidores. É, portanto, instrumento de
e ainda gera inúmeras disputas judiciais, que, além da insegurança jurídica eficiência e economia, mesmo porque o objetivo maior da reforma é
para a própria pessoa política, acabam causando vantagens muitas vezes propiciar redução de gastos. Os Municípios, embora não obrigados,
por ela não pretendidas. poderão instituir suas escolas; contudo, pelo que se expôs, é-lhes muito
Querendo atender ao princípio da publicidade e assegurar um mais conveniente a celebração de convênios e contratos para esse fim.
controle sobre os valores percebidos pelos servidores públicos em geral, o Convém observar que alguns órgãos constitucionais, em razão de suas
art. 39, § 6º, da CF, na redação da EC 19, determina que os Poderes atribuições, poderão ter escolas próprias, como, a título de exemplo, ocorre
Executivo, Legislativo e Judiciário publiquem “anualmente os valores do com a Magistratura, o Ministério Público, a Advocacia Pública e os órgãos
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos” — obrigação de fiscalização tributária.
que, obviamente, se estende ao Ministério Público e aos Tribunais de Cargos e funções
Contas, órgãos constitucionais autônomos e independentes. É importante Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço
esclarecer que a norma não obriga à publicação de quanto percebe cada público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades
servidor, mas dos valores dos cargos e dos empregos públicos. específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por
Organização do serviço público um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o
As entidades estatais são livres para organizar seu pessoal para o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria
melhor atendimento dos serviços a seu cargo, mas há três regras profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a
fundamentais que não podem postergar: a que exige que a organização se execução de serviços eventuais, sendo comumente remunerada através de
faça por lei; a que prevê a competência exclusiva da entidade ou Poder pro labore. Diferenciase, basicamente, do cargo em comissão pelo fato de
interessado; e a que impõe a observância das normas constitucionais não titularizar cargo público.
federais pertinentes aos servidores públicos e das leis federais, de caráter Em face da EC 19, as funções de confiança, que só podem ser
nacional. Vejamos separadamente cada uma dessas regras. exercidas por servidores ocupantes de cargo efetivo, destinam-se,
Organização legal obrigatoriamente, apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento (CF, art. 37, V), que são de natureza permanente. Tal
A organização legal do serviço público é exigida pela Constituição comando independe de lei, uma vez que o exame desse art. 37, V, revela
ao permitir a acessibilidade dos “cargos, empregos e funções públicas” a que para as funções de confiança ele é de eficácia plena, ao reverso do
todos os brasileiros “que preencham os requisitos estabelecidos em lei”, que ocorre em relação aos cargos em comissão, a serem preenchidos por
assim como aos estrangeiros, na forma da lei (art. 37, I). A parte final do servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
dispositivo refere-se expressamente à lei. Isto significa que todo cargo previstos em lei, como ali está dito. Essas funções, por serem de confiança,
público só pode ser criado e modificado por norma legal aprovada pelo a exemplo dos cargos em comissão, são de livre nomeação e exoneração.
Legislativo. Todavia, o Executivo pode, por ato próprio, extinguir cargos
públicos, na forma da lei (CF, art. 84, XXV), competindo-lhe, ainda, provê- Todo cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. As
los e regulamentar seu exercício, bem como praticar todos os atos relativos funções do cargo são definitivas; as funções autônomas são, por índole,
aos servidores (nomeação, demissão, remoção, promoção, punição, provisórias, dada a transitoriedade do serviço que visam a atender, como
lotação, concessão de férias, assistência à saúde, licença médica, ocorre nos casos de contratação por prazo determinado (CF, art. 37, IX).
aposentadoria etc.). Daí por que as funções permanentes da Administração só podem ser
desempenhadas pelos titulares de cargos efetivos, e as transitórias, por
Na organização do serviço público a Administração cria cargos e servidores designados, admitidos ou contratados precariamente. Os
funções, institui classes e carreiras, faz provimentos e lotações, estabelece servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. Como
vencimentos e vantagens e delimita os deveres e direitos de seus visto, a EC 19 restringe o exercício das funções de confiança apenas para
servidores. o titular de cargo efetivo, vale dizer, o concursado. Dessa forma, o fator
Conselhos de política de administração e remuneração de pessoal. Escolas confiança fica restrito ao âmbito interno da Administração.
de governo Os cargos distribuem-se em classes e carreiras, e
Como acentuado, a EC 19 deu ao art. 39, caput, da CF conteúdo excepcionalmente criam-se isolados.
totalmente diverso, afastando, de um lado, a exigência de um regime Classe — É o agrupamento de cargos da mesma profissão, e com
jurídico único para os servidores e acrescentando, de outro, a idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos. As classes
obrigatoriedade de a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios constituem os degraus de acesso na carreira.
instituírem, no âmbito de suas Administrações, conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores Carreira — E o agrupamento de classes da mesma profissão ou
designados pelos respectivos Poderes. atividade, escalonadas segundo a hierarquia do serviço, para acesso
privativo dos titulares dos cargos que a integram, mediante provimento
A composição entre os Poderes deverá ser paritária e é originário. O conjunto de carreiras e de cargos isolados constitui o quadro
recomendável que seus integrantes tenham investidura a termo certo, para permanente do serviço dos diversos Poderes e órgãos da Administração
terem maior independência na formulação da política pretendida pela Pública. As carreiras iniciam-se e terminam nos respectivos quadros.
norma constitucional. Desse conselho também deverão participar
integrantes do Tribunal de Contas e do Ministério Público, uma vez que Quadro — É o conjunto de carreiras, cargos isolados e funções
estes órgãos constitucionais autônomos e independentes têm competência gratificadas de um mesmo serviço, órgão ou Poder. O quadro pode ser
para a iniciativa de leis a respeito de sua Administração e da remuneração permanente ou provisório, mas sempre estanque, não admitindo promoção
de seus membros e pessoal. Aliás, quanto ao último, a redação do § 2º do ou acesso de um para outro.
art. 127 da CF assegura-lhe autonomia na formulação de sua política Cargo de carreira — E o que se escalona em classes, para
remuneratória e planos de carreira. Assim, se, de um lado, estes órgãos acesso privativo de seus titulares, até o da mais alta hierarquia profissional.
têm competência para a formulação de suas políticas, não podem, de outro, Cargo isolado — É o que não se escalona em classes, por ser o
estar divorciados da política geral pretendida pela EC 19, e que deve único na sua categoria. Os cargos isolados constituem exceção no
decorrer justamente das diretrizes desse conselho. Não podem também funcionalismo, porque a hierarquia administrativa exige escalonamento das
deixar de considerar os comandos do art. 169 e da CF. funções para aprimoramento do serviço e estímulo aos servidores, através
Obrigou, ainda, pelo § 2º do art. 39, a União, os Estados e o da promoção vertical. Não é o arbítrio do legislador que deve predominar
Distrito Federal — não os Municípios — a instituir e manter escolas de

Regime Jurídico 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na criação de cargos isolados, mas sim a natureza da função e as transformação “implicar em alteração do título e das atribuições do cargo,
exigências do serviço. configura novo provimento”, que exige o concurso público.
Cargo técnico — É o que exige conhecimentos profissionais No Poder Executivo a extinção de cargos, funções ou empregos só
especializados para seu desempenho, dada a natureza científica ou pode ser feita por lei de sua iniciativa ou por ato próprio (CF, art. 84, XXV),
artística das funções que encerra. Nesta acepção é que o art. 37, XVI, “b”, removendo-se seus titulares para cargos, funções ou empregos equivalen-
da CF o emprega, sinonimizando-o com cargo científico, para efeito de tes. Se se tratar de servidor estável, extinto o cargo, será ele colocado em
acumulação. disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
Cargo em comissão — E o que só admite provimento em caráter seu adequado aproveitamento em outro cargo (CF, art. 41, § 3º). Antes da
provisório. São declarados em lei de livre nomeação (sem concurso EC 19 a remuneração era integral.
público) e exoneração (art. 37, II), destinando-se apenas às atribuições de As leis de criação, transformação e extinção de cargos, funções ou
direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V). Todavia, pela EC 19, o empregos, ainda que dependam de iniciativa do Poder competente, podem
preenchimento de uma parcela dos cargos em comissão dar-se-á sofrer emendas do Legislativo, desde que não ultrapassem os limites
unicamente por servidores de carreira, nos casos, condições e percentuais qualitativos (natureza ou espécie, ou seja, estreita pertinência com o objeto
mínimos previstos em lei (art. 37, V). Portanto, nestas hipóteses o do projeto) e quantitativos da proposta, nem desfigurem o projeto original.
provimento não será totalmente livre, como ocorre com os não servidores, Negar totalmente o poder de emenda é suprimir uma prerrogativa
isto é, os sem vínculo efetivo anterior à nomeação. A lei ali referida será de institucional do Legislativo, mas permiti-lo sem limites é invalidar o controle
cada entidade política, mas, especialmente na fixação dos percentuais de um Poder sobre seus serviços e seu orçamento, cuja competência lhe é
mínimos, deverá observar o princípio da razoabilidade, sob pena de fraudar dada pela própria Constituição da República. Daí por que a Carta Magna
a determinação constitucional, no sentido de uma parte dos cargos em veda expressamente emendas que aumentem a despesa prevista na
comissão ser provida de forma totalmente livre e outra, parcialmente, diante proposta de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo (art. 63, I) e do
das limitações e condições previstas nessa lei. A instituição de tais cargos é Legislativo ou do Judiciário (art. 63, II). Essas colocações são também
permanente, mas seu desempenho é sempre precário, pois quem os aplicáveis à Constituição Estadual e suas Emendas, bem como à Lei
exerce não adquire direito à continuidade na função, mesmo porque a Orgânica Municipal, como tem proclamado o STF.
exerce por confiança do superior hierárquico; daí a livre nomeação e Em que pese à Constituição proibir somente emendas que
exoneração. aumentem a despesa prevista, entendemos também inadmissíveis as que
Cargo de chefia — É o que se destina à direção de serviços. alterem, em qualidade (natureza ou espécie) ou quantidade, o cargo,
Pode ser de carreira ou isolado, de provimento efetivo ou em comissão, função ou emprego proposto pelo Poder competente.
tudo dependendo da lei que o instituir. No Poder Legislativo a criação, transformação ou extinção de
Lotação — É o número de servidores que devem ter exercício em cargos, empregos ou funções cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado
cada repartição ou serviço. A lotação pode ser numérica ou básica e Federal, às Assembleias Legislativas e às Câmaras de Vereadores,
nominal ou supletiva: a primeira corresponde aos cargos e funções respectiva-mente, que podem, no âmbito de sua competência privativa,
atribuídos às várias unidades administrativas; a segunda importa a “dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
distribuição nominal dos servidores para cada repartição, a fim de transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus
preencher os claros do quadro numérico. Ambas são atos administrativos serviços, e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva remuneração,
típicos e, como tais, da competência privativa do Executivo, no que observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias”
concerne aos serviços. Por lei se instituem os cargos e funções; por (CF, arts. 51, IV, e 52, XIII). Esses atos de criação, transformação ou
decreto se movimentam os servidores, segundo as necessidades do extinção de cargos, funções ou empregos devem ser efetuados por
serviço. A lotação e a relotação constituem prerrogativas do Executivo, resolução, como se infere da interpretação do art. 48, c/c os arts. 51 e 52,
contra as quais não se podem opor os servidores, desde que feitas na da CF. Todavia, a fixação ou a alteração de vencimentos só pode ser
forma estatutária. Na omissão da lei, entende-se amplo e discricionário o efetuada mediante lei específica, sujeita, evidentemente, a sanção (CF, art.
poder de movimentação dos servidores, por ato do Executivo, no interesse 37, X). Não, porém, a fixação dos subsídios dos Deputados Federais e
do serviço, dentro do quadro a que pertencem. Senadores, do Presidente e do Vice-Presidente e dos Ministros de Estado,
Criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos públi- uma vez que tal matéria, por força do art. 49, VII e VIII, está entre aquelas
cos de “competência exclusiva do Congresso Nacional”, para as quais não se
A criação, transformação e extinção de cargos, empregos e exige sanção, o que constitui exceção à regra introduzida pela Reforma
funções públicas do Poder Executivo exige lei de iniciativa privativa do Administrativa, de que a fixação ou maj oração de subsidio e vencimentos
Presidente da República, dos Governadores dos Estados e do Distrito está sujeita ao princípio da reserva legal especifica.
Federal e dos Prefeitos Municipais, conforme seja federal, estadual ou No Poder Judiciário a criação e a extinção de cargos e a
municipal a Administração interessada, abrangendo a Administração direta, remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
autárquica e fundacional (CF, art. 48, X, c/c o art. 61, § 1º, II, “d”). Com a vinculados, bem como afixação do subsídio de seus membros e dos juizes,
EC 32/2001, ao Chefe do Executivo compete privativamente dispor sobre a inclusive dos tribunais inferiores, observado o disposto no art. 169 da CF,
“extinção de funções ou cargos quando vagos” (CF, art. 84, VI, “b”). Assim, dependem de lei de iniciativa privativa do STF, dos Tribunais Superiores e
não estando vago, a extinção depende de lei, também de sua iniciativa dos Tribunais de Justiça (CF, art. 96, II, “b”), salvo no tocante aos subsídios
privativa. dos Ministros do STF, cuja fixação deve observar o disposto no art. 48, XV,
A privatividade de iniciativa do Executivo toma inconstitucional o da Carta.
projeto oriundo do Legislativo, ainda que sancionado e promulgado pelo Os Tribunais de Contas, embora órgãos auxiliares do Poder
Chefe do Executivo, porque as prerrogativas constitucionais são Legislativo, por serem órgãos constitucionais autônomos e independentes,
irrenunciáveis por seus titulares. Trata-se do princípio constitucional da têm quadro próprio de pessoal e exercem, “no que couber, as atribuições
reserva de administração, que impede a ingerência do Poder Legislativo em previstas no art. 96” (CF, art. 73), acima examinadas.
matéria administrativa de competência exclusiva do Poder Executivo ou, Quanto ao Ministério Público, a Constituição de 1988 estendeu-lhe a
mesmo, do Judiciário. faculdade de propor a criação e extinção de seus cargos e serviços auxilia-
A transformação de cargos, funções ou empregos do Executivo é res. Agora, com a EC 19 também ficou assente sua competência para pro-
admissível desde que realizada por lei de sua iniciativa. Pela transformação por ao Poder Legislativo a sua política remuneratória (CF, art. 127, § 2º), o
extinguem-se os cargos anteriores e se criam os novos, que serão providos que o STF já havia proclamado.
por concurso ou por simples enquadramento dos servidores já integrantes Provimento de cargos
da Administração, mediante apostila de seus títulos de nomeação. Assim, a Provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo
investidura nos novos cargos poderá ser originária (para os estranhos ao público, com a designação de seu titular. O provimento pode ser originário
serviço público) ou derivada (para os servidores que forem enquadrados), ou inicial e derivado. Provimento inicial é o que se faz através de
desde que preencham os requisitos da lei. Também podem ser nomeação, que pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de
transformadas funções em cargos, observados o procedimento legal e a serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto é
investidura originária ou derivada, na forma da lei. Todavia, se a
Regime Jurídico 5 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço dispositivos constitucionais, como o que assegura o livre exercício de
público quanto a de outra que já exercia função pública como ocupante de “qualquer trabalho, oficio ou profissão” (CF, art. 5º, XIII).
cargo não vinculado àquele para o qual foi nomeada. Já, o provimento Competência para organizar o serviço público
derivado, que se faz por transferência, promoção, remoção, acesso, A competência para organizar o serviço público é da entidade
reintegração, readmissão, enquadramento, aproveitamento ou reversão, é estatal a que pertence o respectivo serviço. Sobre esta matéria as
sempre uma alteração na situação de serviço do provido. competências são estanques e incomunicáveis. As normas estatutárias
Em razão do art. 37, II, da CF, qualquer investidura em carreira federais não se aplicam aos servidores estaduais ou municipais, nem as do
diversa daquela em que o servidor ingressou por concurso é, hoje, vedada. Estado-membro se estendem aos servidores dos Municípios.
Acrescente-se que a única reinvestidura permitida sem concurso é a Cada entidade estatal é autônoma para organizar seus serviços e
reintegração, decorrente da ilegalidade do ato de demissão. compor seu pessoal. Atendidos os princípios constitucionais e os preceitos
Em qualquer hipótese, porém, o provimento de cargos do das leis nacionais de caráter complementar, a União, os Estados-membros,
Executivo é da competência exclusiva do Chefe deste Poder (CF, art. 84, o Distrito Federal e os Municípios instituirão seus regimes jurídicos,
XXV), uma vez que a investidura é ato tipicamente administrativo. Por segundo suas conveniências administrativas e as forças de seus erários
idêntica razão, a desinvestidura dos cargos e os exercícios dos poderes (CF, arts. 39 e 169).
hierárquico e disciplinar são da alçada privativa do Executivo no que Competência da União — A competência da União para organizar
concerne a seus servidores. A lei só poderá estabelecer a forma e as seu serviço público só encontra limites na Constituição da República e não
condições de provimento e desprovimento; não poderá, entretanto, enseja conflito de normas, porque suas leis ordinárias jamais poderão
concretizar investiduras ou indicar pessoas a serem nomeadas, porque isto colidir, nesse campo, com a legislação dos Estados-membros, do Distrito
é missão do Executivo, indelegável ao Legislativo. O provimento feito por lei Federal e dos Municípios. A questão, porém, complica-se no âmbito esta-
é nulo, como nula é a criação ou modificação de cargo por decreto ou dual e municipal, em face da superposição de normas de entidades
qualquer outro ato administrativo. diferentes e das diversas áreas de competência, nem sempre bem
No âmbito do Legislativo, do Judiciário, do Tribunal de Contas e do delimitadas e muitas vezes confundidas pelo administrador e pelo legislador
Ministério Público o provimento e demais atos atinentes aos cargos e seus das três entidades estatais.
servidores devem ser da competência do respectivo Presidente ou do Pro- A legislação federal, fora os casos expressamente previstos no
curador-Geral, conforme o caso. texto constitucional, só atinge os servidores estaduais — do Distrito Federal
Direitos do titular do cargo e municipais — quando tem natureza jurídica de lei nacional. São dessa
Os direitos do titular do cargo restringem-se ao seu exercício, às natureza, exemplificativamente, as que dispõem sobre crimes funcionais
prerrogativas da função e ao subsídio ou aos vencimentos e vantagens (CP, arts. 312 a 327; CPP, arts. 513 a 518); inviolabilidade no exercício da
decorrentes da investidura, sem que o servidor tenha propriedade do lugar função pública (CP, art. 142, III); perda da função pública e interdição de
que ocupa, visto que o cargo é inapropriável pelo servidor. Daí por que a direitos (CP, arts. 92, I, e 47, I); facilitação culposa de conhecimento de
Administração pode suprimir, transformar e alterar os cargos públicos ou segredo concernente à segurança nacional, revelação de segredo funcional
serviços independentemente da aquiescência de seu titular, uma vez que o relacionado com operações anti-subversivas (Lei 6.620/78, arts. 29 e 37);
servidor não tem direito adquirido à imutabilidade de suas atribuições, nem sanções específicas, sequestro e perdimento de bens, pela prática de atos
à continuidade de suas funções originárias. A lei posterior pode extinguir e de improbidade administrativa (Lei 8.429/92); coação eleitoral (Código
alterar cargos e funções de quaisquer titulares — vitalícios, estáveis e Eleitoral, art. 300); requisição para o serviço eleitoral (Código Eleitoral, arts.
instáveis. 30, XIV, e 344); retardamento ou recusa de publicação em órgão oficial de
O servidor poderá adquirir direito à permanência no serviço atos da Justiça Eleitoral (Código Eleitoral, art. 341); proibição de uso de
público, mas não adquirirá nunca direito ao exercício da mesma função, no serviços ou dependências públicas em beneficio de partido político (Código
mesmo lugar e nas mesmas condições, salvo os vitalícios, que constituem Eleitoral, arts. 346 e 377); proibição de nomeação e de remoção no período
uma exceção constitucional à regra estatutária. O poder de organizar e pré e pós-eleitoral (Lei 6.091, de 15.8.74, art. 13); requisições e
reorganizar os serviços públicos, de lotar e relotar servidores, de criar e afastamentos de servidores públicos pela Justiça Eleitoral (Lei 6.999, de
extinguir cargos, é indespojável da Administração, por inerente à soberania 7.6.82); impedimentos e prazos de desincompatibilização (Lei
interna do próprio Estado. Complementar 64, de 18.5.90 — Lei das Inelegibilidades); requisição de
Enquanto subsistir o cargo, como foi provido, seu titular terá direito veículos e embarcações oficiais para o transporte gratuito de eleitores (Lei
ao exercício nas condições estabelecidas pelo estatuto; mas, se se 6.091/74, art. 1º); acidente do trabalho (Lei 6.367, de 19.10.76); seguridade
modificarem a estrutura, as atribuições, os requisitos para seu social (Lei 8.212, de 24.7.91); Programa de Formação do Patrimônio do
desempenho, lícitas são a exoneração, a disponibilidade, a remoção ou a Servidor Público — PASEP (Lei Complementar 8, de 3.12.70);
transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da obrigatoriedade de declaração de bens (Leis 8.429/92 e 8.730/93); conduta
lei. O que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por do servidor nas eleições (Lei 9.424/97).
ato do Executivo, sem lei que o autorize. Essa legislação federal bem como outras que tenham a mesma
Acesso a informações privilegiadas natureza de leis nacionais são aplicáveis às entidades estatais — União,
Estados, Distrito Federal e Municípios —, obrigatoriamente, sem que se
O acesso a informações privilegiadas em razão do exercício de possa falar em quebra das suas respectivas autonomias administrativas,
cargo ou emprego público é questão que sempre preocupou o Governo e porque tais leis nacionais são hierarquicamente superiores, por força da
os estudiosos, por envolver, inclusive, a moralidade administrativa. Agora, própria Carta Magna. Aliás, o mesmo ocorre, por exemplo, com a lei
segundo o art. 37, § 7º, da CF, com a redação da EC 19, “a lei disporá nacional sobre normas gerais de licitação e contratos administrativos (Lei
sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 8.666/93).
Administração direta e indireta que possibilite” aquele acesso. Essa lei será
de caráter nacional. Competência do Estado-membro — A competência do Estado-
membro é ampla, mas fica adstrita não só às normas pertinentes da
O objetivo é estatuir um verdadeiro código de conduta para Constituição da República e aos preceitos das leis de caráter nacional, bem
aqueles agentes públicos que pelo só exercício de suas funções tenham como aos ditames especiais da Constituição Estadual, no que concerne ao
acesso a informações privilegiadas sobre programas e atividades do seu pessoal. O estatuto dos servidores federais e demais normas
Governo relativas a qualquer campo, como o tecnológico, o industrial, o das complementares e regulamentares não se aplicam aos servidores estaduais
finanças públicas, inclusive câmbio, o comercial e societário, o da pela óbvia razão de que o Estado-membro é autônomo para organizar seus
segurança nacional ou qualquer outro que o possibilite. serviços e compor seu pessoal.
As restrições devem ocorrer quer durante, quer após o exercício Competência do Município — A competência do Município para
da função, durante o tempo a ser fixado de acordo com as nuanças de organizar seu funcionalismo é consectário da autonomia administrativa de
cada cargo ou emprego público. A restrição ao exercício de determinadas que dispõe (CF, art. 30, I). Assim, a exemplo dos Estados, atendidas as
atividades ou empregos após os da atividade pública deverá ser normas constitucionais aplicáveis ao servidor público, os preceitos das leis
estabelecida com razoabilidade, para que não se contrariem outros de caráter nacional e de sua Lei Orgânica, pode o Município elaborar o
regime jurídico de seus servidores, segundo as conveniências locais. Nesse
Regime Jurídico 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
campo é inadmissível a extensão das normas estatutárias federais ou lógica, a E. Corte Estadual concluiu que “os Estados (e, por extensão, os
estaduais aos servidores municipais. Só será possível a aplicação do Municípios) podem dar aos funcionários outras garantias, outros benefícios
estatuto da União ou do Estado-membro se a lei municipal assim o além dos conferidos pela Constituição Federal. É certo, mas, se essas
determinar expressamente. garantias, esses benefícios estão previstos na Constituição, não é possível
Nem mesmo a Constituição Estadual poderá estabelecer direitos, ampliá-los e nem estendê-los a outros funcionários que não os por ela
encargos ou vantagens para o servidor municipal, porque isto atenta contra favorecidos”.
a autonomia local. Desde que o Município é livre para aplicar suas rendas e Se até a Constituição de 1967 os dispositivos constitucionais
organizar seus serviços (CF, art. 30, III e V), nenhuma interferência pode ter pertinentes ao servidor público eram vistos apenas como mínimos de
o Estado-membro nesse campo da privativa competência local. garantia dos servidores públicos e só se impunham integralmente por
Só o Município poderá estabelecer o regime de trabalho e de recomendação da boa doutrina e pela moralizadora orientação
pagamento de seus servidores, tendo em vista as peculiaridades locais e jurisprudencial, a partir de então passaram a ser normas de observância
as possibilidades de seu orçamento. Nenhuma vantagem ou encargo do obrigatória em todas as esferas administrativas, situação mantida pela atual
funcionalismo federal ou estadual se estende automaticamente aos Constituição da República (arts. 37 a 41). Com isso, fica prejudicada
servidores municipais, porque isto importaria hierarquização do Município à qualquer discussão sobre a possibilidade de sua restrição ou ampliação,
União e ao Estado-membro. As Constituições Estaduais e leis ordinárias uma vez que, atualmente, constituem, mesmo, “um código de direitos e
que estabelecem essa extensão de vantagens do servidor público estadual obrigações fundamentais que devem ser respeitados pelo Distrito Federal,
ao municipal tiveram as respectivas disposições invalidadas, por pelos Estados e Municípios (e, também, pela União, acrescentamos) em
inconstitucionais. suas leis ordinárias”, como ensina Themístocles Cavalcanti.
Competência do Distrito Federal — A competência do Distrito Sobejam razões justificadoras desse entendimento, mas a principal
Federal corresponde à prevista para os Estados e para os Municípios, por delas é que a organização legal dos servidores públicos é tarefa do
força do art. 32, § 1º, da CF. Assim, o que foi dito para essas duas Legislativo, e este, muitas vezes, desconhecendo particularidades
entidades vale para o Distrito Federal. administrativas e peculiaridades dos serviços afetos ao Executivo e para
Observância das normas constitucionais atender a pretensões classistas, confere aos servidores vantagens e
prerrogativas que vão dificultar substancialmente o manejo e a execução do
Como já vimos, em razão de sua autonomia constitucional, as serviço público. Ora, o servidor é apenas meio e não fim da Administração,
entidades estatais são competentes para organizar e manter seus e toda vez que esta lhe confere uma vantagem deve fazê-lo na exata
servidores, criando e extinguindo cargos, funções e empregos públicos, medida do interesse público. Vale dizer, as prerrogativas, garantias e
instituindo carreiras e classes, fazendo provimentos e lotações, demais vantagens do servidor só se legitimam quando reclamadas pelo
estabelecendo a remuneração, delimitando os seus deveres e direitos e serviço público e não anulem seus requisitos de eficiência, moralidade e
fixando regras disciplinares. Os preceitos reguladores das relações jurídicas aperfeiçoamento. Na concessão desses benefícios por via constitucional
entre a Administração e o servidor constituem o regime jurídico, explicitados existe uma presunção de imprescindibilidade, diante da qual devem curvar-
nos decretos e regulamentos expedidos para sua fiel execução pelo Poder se as entidades estatais; mas, ao concedê-los, a Constituição subtrai de
Executivo ou pelos demais Poderes, pelo Tribunal de Contas e pelo cada uma delas o poder de disposição sobre a mesma matéria, de modo
Ministério Público, no exercício das suas respectivas administrações. que lhes é defeso postergá-los, restringi-los ou ampliá-los, salvo quando
As disposições estatutárias ou de outra natureza, se outro for o expressamente autorizadas, e nos estritos limites da autorização. Assim, se
regime jurídico, todavia, não podem contrariar o estabelecido na o constituinte entendeu que somente os servidores públicos nomeados
Constituição da República como normas gerais de observância obrigatória para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso têm direito à
pela Administração direta e indireta, conforme o caso, na organização do permanência no serviço após três anos de exercício — o que, em principio,
seu pessoal e dos respectivos regimes jurídicos. Sempre entendemos, com constitui um entrave para a Administração —, não é licito ao Estado abdicar
a melhor doutrina, que essas normas, mesmo no período anterior à da sua prerrogativa de livre disposição do seu pessoal para estender a
Constituição de 1988, eram impositivas para toda a Administração, em face estabilidade a outros servidores, nem para reduzir o lapso do estágio
do seu duplo objetivo. Realmente, ao instituí-las, a Constituição não visa probatório. Pelas mesmas razões, não pode conceder a outras as
unicamente ao resguardo dos interesses dos servidores, como prerrogativas de vitaliciedade, de inamovibilidade ou de irredutibilidade de
erroneamente se pensa. Não é assim. Juntamente com as garantias vencimentos que a Carta Magna outorgou a determinadas categorias de
outorgadas aos servidores, o texto constitucional assegura ao Estado os agentes públicos e que não são exigidas pelos interesses administrativos.
meios para realizar uma boa administração, dentre os quais o poder-dever Não quer isso dizer que a Administração esteja impedida de
de zelar pela eficiência, moralidade e aprimoramento do pessoal conceder outros direitos e vantagens a seus servidores, através de normas
administrativo. É o que ocorre, p. ex., com o instituto da estabilidade, que, a legais. Absolutamente, não. Além de o texto constitucional não exaurir a
par de um direito, para o servidor titular de cargo efetivo, de permanência matéria, deixando, portanto, muita coisa à discrição das entidades estatais,
no serviço público enquanto bem servir, representa para a Administração a estas se vêem, comumente, obrigadas a assegurar outros benefícios a
garantia de que nenhum servidor nomeado para cargo de provimento seus servidores, pois os recrutam em competição com o mercado
efetivo em virtude de concurso poderá subtrair-se ao estágio probatório de empresarial. Daí por que os regimes jurídicos, além de encampar as
três anos e a de que nenhum outro servidor titular de cargo em comissão garantias outorgadas constitucionalmente aos servidores (art. 39, § 3º),
poderá adquirir igual direito. Assim, não pode a Administração — federal, costumam dispor sobre outros direitos e vantagens de que esses muitas
estadual, municipal ou do Distrito Federal — ampliar o prazo do art. 41 da vezes não desfrutam (licença para tratamento de interesses particulares,
CF, pois estaria restringindo direito do servidor público; mas também não licença-prêmio, adicional por tempo de serviço etc.). Todas essas
pode diminuí-lo ou estendê-lo a outros servidores que não os efetivos concessões são legítimas desde que, como já salientamos, se conformem
nomeados por concurso, porque estaria renunciando a prerrogativas aos interesses do serviço público, pois, no que concerne aos direitos e
constitucionais consideradas essenciais na relação Estado-agente vantagens de seus servidores, cada entidade estatal pode estabelecê-los
administrativo. Não sendo lícito ao Estado renunciar a essas prerrogativas, livremente, com observância das normas constitucionais e das leis de
seria nula e de nenhum efeito, portanto, a disposição estatutária em caráter nacional. O que não se permite é dispensar ou alterar o que a
desacordo com o preceito constitucional. Constituição já estabeleceu como condições de eficiência, moralidade e
O exame dessas normas constitucionais deu ensejo a que o TJSP, aprimoramento do serviço (requisitos de investidura, estágio probatório,
em sessão plenária, nos legasse esta magnífica lição de Direito Público: limite para a aposentadoria, processo demissório, inacumulabilidade de
“Tais dispositivos não contêm somente garantia, benefícios aos cargos, responsabilização funcional) e como garantias dos servidores
funcionários; têm uma acepção mais ampla, pois são as normas primordiais públicos (estabilidade, aposentadoria remunerada, contagem do tempo de
que regem as relações entre o Poder Público e seus agentes. Nessas serviço prestado às três esferas administrativas, disponibilidade).
relações há sempre duas pessoas: uma de Direito Público — o Estado —, Feitas estas considerações de ordem geral, vejamos, a seguir, em
outra, a individual do funcionário. Não se pode considerar que os princípios espécie, as normas constitucionais pertinentes ao servidor público para, ao
preceituados na Constituição visaram apenas a favorecer uma dessas depois, examinarmos os deveres e direitos dos servidores que poderão
pessoas, o funcionário. Ao contrário, dizem respeito também ao Estado, constar de disposições estatutárias ou de outro regime jurídico.
para garantia de sua boa administração”. E por esse raciocínio, de inegável

Regime Jurídico 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Deveres e direitos dos servidores tam contra os princípios da administração pública, diz constituir ato dessa
Os deveres e direitos dos servidores estão detalhadamente natureza “qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
estabelecidos na Constituição da República, a serem observados pelos legalidade e lealdade às instituições” (art. 11, caput, da Lei 8.429/92).
respectivos regimes jurídicos ditados segundo as regras de iniciativa de lei Restrições funcionais
previstas naquela Carta. Na imposição desses deveres e na concessão Dentre as restrições que a função pública impõe aos seus
desses direitos a Administração deverá ter sempre presente o interesse exercentes destacam-se a de se sujeitarem aos impedimentos
coletivo na obtenção dos serviços públicos, lembrando-se de que — como estabelecidos para o desempenho do cargo.
o nome está indicando — são serviços para o público e de que seus Os impedimentos ou incompatibilidades para o desempenho de
agentes são servidores públicos, vale dizer, servidores do público: public função pública constituem restrições perfeitamente admissíveis ao direito
servants, na expressão inglesa consagrada por Brandeis. dos servidores estatais, autárquicos e paraestatais, porque é lícito à
Neste item estudaremos esses direitos e deveres e, Administração estabelecer condições para a realização de seus serviços.
separadamente, o sistema remuneratório ou a remuneração em sentido Assim sendo, permitido é ao Poder Público impedir contratos de seus
amplo, que destacamos do tópico Direitos, pela importância e servidores com a Administração, estabelecer incompatibilidades entre o
complexidade do seu estudo. exercício do cargo ou da função e certas atividades públicas ou
Deveres particulares, impor exigências de residência no local do trabalho e
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres aos quaisquer outros requisitos de eficiência e moralidade do serviço público,
servidores públicos como requisitos para o bom desempenho de seus desde que não afronte os direitos fundamentais do servidor, resguardados
encargos e regular funcionamento dos serviços públicos. A Lei de pela Constituição da República. Nessa linha serão os requisitos e restrições
Improbidade Administrativa, de natureza nacional, diz que constitui ato de da lei prevista pela Carta Magna em seu art. 37, §7º, comentado em outra
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da passagem.
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de A Lei nacional 9.504, de 30.9.97, que dispõe sobre normas gerais
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições (cf. Lei de eleições para cargos no Executivo e no Legislativo, estabelece as
8.429/92, art. 10, caput), as quais, para serem punidas, pressupõem que o condutas de agentes públicos que podem afetar a igualdade de
agente as pratique com a consciência da ilicitude, isto é, dolosamente. oportunidades entre os candidatos, vedando-as, sob as penas ali previstas
Dentre esses deveres salientam-se, por sua constância na e sem prejuízo da aplicação da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade
legislação dos povos cultos, o de lealdade à Administração, o de Administrativa).
obediência às ordens superiores e, agora, o de conduta ética. Direitos
Dever de lealdade — O dever de lealdade, também denominado A Constituição da República, ao cuidar do servidor público (arts. 37
dever de fidelidade, exige de todo servidor a maior dedicação ao serviço e a 41), detalhou seus direitos, indicando especificamente os que lhe são
o integral respeito às leis e às instituições constitucionais, identificando-o extensivos dentre os reconhecidos aos trabalhadores urbanos e rurais (CF,
com os superiores interesses do Estado. Tal dever impede que o servidor art. 7º).
atue contra os fins e os objetivos legítimos da Administração, pois que, se De um modo geral, pode dizer-se que os servidores públicos têm
assim agisse, incorreria em infidelidade funcional, ensejadora da mais os mesmos direitos reconhecidos aos cidadãos, porque cidadãos também o
grave penalidade, que é a demissão, vale dizer, o desligamento são, apenas com certas restrições exigidas para o desempenho da função
compulsório do serviço público. publica. Com a Constituição de 1988 gozam dos seguintes direitos
Dever de obediência — O dever de obediência impõe ao servidor assegurados aos trabalhadores do setor privado: salário mínimo; garantia
o acatamento às ordens legais de seus superiores e sua fiel execução.. Tal de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
dever resulta da subordinação hierárquica e assenta no princípio disciplinar variável; décimo-terceiro salário; remuneração do trabalho noturno superior
que informa toda organização administrativa. à do diurno; salário-família para os seus dependentes; jornada de trabalho
Por esse dever não está o servidor obrigado a cumprir não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais; repouso
mecanicamente toda e qualquer ordem superior, mas, unicamente, as semanal remunerado; remuneração do serviço extraordinário superior, no
ordens legais. E por ordens legais entendem-se aquelas emanadas de mínimo, em cinquenta por cento à do normal; gozo de férias anuais
autoridade competente, em forma adequada e com objetivos lícitos. Tanto o remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
cumprimento de ordem manifestamente ilegal como o descumprimento de licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
ordem legal acarretam para o servidor responsabilidade disciplinar e de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
criminal (CP, art. 22), conforme seja a lesão causada à Administração ou a proteção do mercado de trabalho da mulher; redução dos riscos inerentes
terceiros. ao trabalho; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e
Dever de conduta ética — O dever de conduta ética decorre do de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. A
princípio constitucional da moralidade administrativa e impõe ao servidor Constituição admitiu, agora, o direito de greve ao servidor público, que será
público a obrigação de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. exercido nos termos e nos limites definidos em lei agora especifica, e não
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil mais em lei complementar (art. 37, VII, com a redação da EC 19), e
Federal (Dec. 1.171, de 22.6.94), “a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia garantiu seu direito à sindicalização (art. 37, VI).
e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem Os direitos decorrentes da função pública consubstanciam-se no
nortear o servidor público”. O dever de honestidade está incluído na exercício do cargo, na remuneração, nas férias, na aposentadoria e demais
conduta ética. vantagens concedidas expressamente pela Constituição e respectivas leis
Dever de eficiência — O dever de eficiência do servidor público da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São direitos
decorre do inc. LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado pela EC 45/2004 dos servidores públicos que vicejam ao lado dos direitos gerais e
fundamentais do cidadão, e, por isso mesmo, sua extensão e seus limites
Outros deveres — Outros deveres são comumente especificados só podem ser apreciados em face das normas legais que os concedem,
nos estatutos, procurando adequar a conduta do servidor ao serviço que segundo as conveniências do serviço. Dentre os direitos dos servidores
lhe é cometido; mas, como bem observa Masagão, já se acham veremos especifica-mente, a seguir, o sistema remuneratório, o subsídio e
compreendidos nos deveres de fidelidade e obediência. Realmente, os a remuneração, envolvendo os vencimentos, com as vantagens
deveres de lealdade e obediência constituem a matriz dos demais, porque pecuniárias, e os salários.
neles se contêm as imposições e proibições exigidas para o exato
desempenho da função pública, sendo redundantes e ociosas quaisquer Sistema remuneratório. Remuneração. Subsídio. Vencimentos.
outras especificações. Vantagens pecuniárias. Indenizações
Muitas vezes o dever não resulta diretamente das normas No campo funcional a matéria de maior interesse, pelos constantes
estatutárias, mas de outras, hierarquicamente superiores, que exigem dos atritos entre o servidor e a Administração, é a concernente ao sistema
servidores em geral determinada conduta, positiva ou negativa, decorrente remuneratório ou á remuneração em sentido amplo. Esses atritos decorrem
das chamadas restrições funcionais, a seguir examinadas. das posições diametralmente opostas em que se colocam o servidor e o
Poder Público na interpretação das leis pertinentes, pressionado aquele
A Lei de Improbidade Administrativa, ao tratar dos atos que aten-
Regime Jurídico 8 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
pelas exigências financeiras do seu status; interessado este em realizar o procuradores só abarca os procuradores dos Estados ou do Distrito
máximo de serviço com o mínimo de despesas de custeio, dentre as quais Federal.
se incluem as de pessoal. Daí a nossa preocupação em destacar o assunto Para os fins do disposto nesse referido inciso XI, a EC 47
do tópico relativo aos direitos dos servidores, para esta apreciação mais acrescentou o § 12 ao art. 37 da CF, facultando aos Estados e ao Distrito
detida e aprofundada. Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Sistema remuneratório — O exame da Constituição Federal, com Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsidio mensal dos
as alterações das ECs 19/98 e 41/2003, demonstra que há um sistema Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
remuneratório para os ocupantes de cargos, funções e empregos públicos inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
da Administração direta, autárquica e fundacional, para os membros de Ministros do Supremo Tribunal Federal. O disposto nesse § 12 não se
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos aplica aos subsídios dos Deputados Estaduais e dos Vereadores.
Municípios, para os detentores de mandato eletivo e para os demais Nas edições anteriores, quando tratamos do subsídio, como
agentes políticos, bem como para os empregados públicos das chamadas parcela única, com base na própria Constituição, dissemos que as
pessoas governamentais, com personalidade de Direito Privado. indenizações não integram tal parcela. Agora, explicitando a questão a EC
Assim, o sistema remuneratório ou a remuneração em sentido 47 inseriu o § 11 ao art. 37, da CF, dispondo que não serão computados,
amplo da Administração direta e indireta para os servidores da ativa para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI desse artigo,
compreende as seguintes modalidades: a) subsídio, constituído de parcela as parcelas de caráter indenizatório “previstas em lei “. Segundo o art. 40
única e pertinente, como regra geral, aos agentes políticos; b) da EC 47, enquanto não editada essa lei, não será computada, para efeito
remuneração, dividida em (b1) vencimentos, que corresponde ao dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do art. 37, qualquer
vencimento (no singular, como está claro no art. 39, § 1º, da CF, quando parcela de caráter indenizatório, assim definida pela legislação em vigor na
fala em” fixação dos padrões de vencimento”) e às vantagens pessoais data da publicação da EC 41, de 2003.
(que, como diz o mesmo art. 39, § 1º, são os demais componentes do O inc. XV do art. 48, caput, na redação da EC 19/98, determinava
sistema remuneratório do servidor público titular de cargo público na que a fixação do subsídio dos Ministros do STF, previstos no inc. XI do art.
Administração direta, autárquica e fundacional), e em (b2) salário, pago aos 37, fosse feita por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República,
empregados públicos da Administração direta e indireta regidos pela CLT, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF. Como o STF
titulares de empregos públicos, e não de cargos públicos. entendeu que esse inc. XI não era auto-aplicável, para contornar esse
Nesse sentido, dentre outros, o conteúdo dos arts. 37, XI (com a entendimento e assegurar a auto-aplicabilidade do teto previsto pelo art. 37,
redação da EC 41), 61, § 1º, II, “a” e “f’, e 96, “b”, da CF. No entanto, a XI, na redação dada pela EC 41, o art. 8º dessa Emenda 41, em regra de
Constituição e as Emendas referidas em alguns pontos empregam transição, estatui que, até que o valor desse subsídio seja fixado, será
terminologia equivocada e não sistematizada. Assim, a titulo de exemplo, considerado como limite para a aplicação do art. 37, XI, na sua nova
no art. 37, o inc. XV, quando fala em vencimentos, quer se referir a redação: a) no âmbito da União, o valor da maior remuneração atribuída por
remuneração, e no inc. X desse artigo remuneração significa vencimentos. lei a Ministro do STF, a titulo de vencimento, de representação mensal e da
Outra inovação é que o subsídio (salvo o dos Deputados Federais, parcela recebida em razão de tempo de serviço; b) nos Estados e no
dos Senadores, do Presidente e Vice-Presidente e dos Ministros, por força Distrito Federal: b1) no Poder Executivo, o subsídio mensal do Governador;
do art. 49, VII e VIII, da CF) e os vencimentos, por expresso mandamento b2) no Poder Legislativo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais;
constitucional, estão sujeitos ao princípio da reserva legal especifica, pelo b3) no Poder Judiciário, o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de
quê somente poderão ser fixados e alterados por lei especifica, isto é, para Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento da
cada hipótese de fixação ou modificação, observada a iniciativa privativa maior remuneração mensal de Ministro do STF, prevista pela letra “a”,
em cada caso. acima; b4) o teto previsto em “b3” aplica-se também aos membros do
É assegurada revisão geral anual dos subsídios e vencimentos, Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; e c) nos
sempre na mesma data e sem distinção de índices (CF, art. 37, X).Parece- Municípios, o subsidio do Prefeito.
nos que essa rega, a par de consagrar o princípio da periodicidade da Ao lado dessa rega, especificamente quanto aos vencimentos,
reposição da remuneração do servidor, culminou por assegurar a temos a do inc. XII do mesmo art. 37, estabelecendo que os dos cargos do
irredutibilidade real, e não apenas nominal, do subsídio e dos vencimentos, Legislativo e do Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
mas não obriga a que a revisão seja feita numa data-base. Essa revisão Poder Executivo. Portanto, temos os tetos acima referidos e há um teto
não se equipara à chamada reestruturação, significando, na realidade, um entre os vencimentos dos cargos pertencentes aos Poderes, que
aumento geral, por nós denominado de impróprio, como veremos mais corresponde àqueles pagos pelo Executivo.
adiante. Registre-se, por relevante, que os salários dos empregados
O art. 37, XI, na redação da EC 41, institui tetos para a União, para públicos das empresas públicas e das sociedades de economia mista, e
os Estados, para o Distrito Federal e para os Municípios, no âmbito de seus suas subsidiárias, só estarão submetidos ao teto geral se essas pessoas
Poderes e das suas Administrações diretas, autárquicas e fundacionais. jurídicas receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
Alguns falam em subtetos — o que, a nosso ver, não é adequado, pois o dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
que se tem é um teto para a União e tetos para os entes federados. Assim, geral (CF, art. 37, § 9º) Assim, se tiverem vida financeira própria no que diz
a remuneração, o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos respeito às despesas de custeio em geral e de pessoal, excluídos, pois, os
públicos, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes investimentos, não estarão submetidas ao comando do art. 37, XI. A
políticos, bem como os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, exceção é altamente salutar e moralizadora, servindo de estimulo à
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou eficiência. A lei nacional prevista no art. 173, § 1º, da CF, por ela chamada
de qualquer natureza, não poderão exceder: a) na União, o subsídio de “estatuto jurídico”, deverá dispor a respeito da aplicação dessa matéria.
mensal, em espécie, dos Ministros do STF; b) nos Estados e no Distrito Vale ainda observar que o art. 37, XI, da CF, ao falar em “outras
Federal: b1) no poder Executivo, o subsidio mensal do Governador; b2) no espécies remuneratórias” após cuidar de proventos e pensões por morte,
Poder Legislativo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais; b3) no deixa patente que aqueles e estas constituem espécies remuneratórias,
Poder Judiciário, o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, pelo quê também se enquadram no conceito geral de remuneração, para
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio fins de observância dos tetos gerais.
mensal, em espécie, dos Ministros do STF; b4) o teto previsto em “b3” Faculta-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
aplica-se também aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e Municípios estabelecer por lei a relação entre a maior e a menor
aos Defensores Públicos; e c) nos Municípios, o subsídio do Prefeito. remuneração dos servidores públicos (art. 39, § 5º, da CF, na redação da
Registre-se, todavia, que em nenhuma hipótese os Estados, o Distrito EC 19), observando-se, como diz a parte final desse § 5º, “em qualquer
Federal e os Municípios poderão fixar seus tetos acima daquele previsto caso, o disposto no art. 37, XI”. Vale dizer, a “relação” terá de respeitar os
para a União. Nas ADIs 112, 120-5 e 1.434, considerando que o art. 132 da tetos constitucionais aí previstos.
Carta só abrangeu os procuradores do Estado (este como pessoa jurídica Embora evidente, por força da sistematização, convém consignar que
distinta da autarquia), o STF entendeu que ela não se refere aos os direitos assegurados pelo § 3º do art. 39 — como, por exemplo, o déci-
procuradores autárquicos. Dai por que o teto acima referido para os

Regime Jurídico 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mo-terceiro salário e o terço de férias — não estão incluídos nos tetos Administração direta, autárquica e fundacional. Esses conceitos resultam,
remuneratórios. hoje, da própria Cada Magna, como se depreende do art. 39, § 1º, I, c/c o
Cada uma dessas modalidades ou formas de remuneração, como art. 37, X, XI, XII e XV.
contraprestação devida pelo exercício de função pública, será objeto de Quando o legislador pretender restringir o conceito ao padrão do
exame a seguir. cargo do servidor, deverá empregar o vocábulo no singular — vencimento;
Subsídio — É outra grande novidade da chamada “Emenda da quando quiser abranger também as vantagens conferidas ao servidor,
Reforma Administrativa” (EC 19). Como visto, subsídio é uma modalidade deverá usar o termo no plural — vencimentos.
de remuneração, fixada em parcela única, paga obrigatoriamente aos Os vencimentos — padrão e vantagens — só por lei específica
detentores de mandato eletivo (Senadores, Deputados Federais e (reserva legal específica) podem ser fixados ou alterados (art. 37, X),
Estaduais, Vereadores, Presidente e Vice-Presidente, Governador e Vice- segundo as conveniências e possibilidades da Administração. A EC 19
Governador e Prefeito e Vice-Prefeito) e aos demais agentes políticos, manteve a irredutibilidade assegurada pela Constituição de 1988 e
assim compreendidos os Ministros de Estado, Secretários Estaduais e esclareceu que ela só se aplica ao subsídio e aos vencimentos (aqui
Municipais, os membros da Magistratura e do Ministério Público e os empregado com o significado de remuneração) dos ocupantes de cargos
Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (CF, arts. 39, § 4º, 49, VII públicos e empregos públicos. Todavia, restringindo a Constituição Federal
e VIII , e 73, § 3º, c/c os arts. 75, 95, III, e 128, § 5º, I, “c”). de 1988, ressalvou que ela não se aplica nos casos previstos nos incs. XI e
Dessa forma, para os que a Carta Magna considera agentes XIV do art. 37 e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I (art. 37,
políticos —os membros de Poder, os detentores de mandato eletivo, os XV), o que também é previsto para os magistrados, conselheiros dos
Ministros de Estado, os Secretários Estaduais e Municipais, os Ministros Tribunais de Contas e membros do Ministério Público.
dos Tribunais de Contas e os membros do Ministério Público — o subsídio Vantagens irretiráveis do servidor só são as que já foram
é a única modalidade de remuneração cabível. adquiridas pelo desempenho efetivo da função (pro labore facto) ou pelo
Os servidores integrantes das carreiras relativas à Advocacia- transcurso do tempo de serviço (ex facto temporis); nunca, porém, as que
Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das dependem de um trabalho a ser feito (pro labore faciendo), ou de um
Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal e da Defensoria Pública, serviço a ser prestado em determinadas condições (ex facto officii), ou em
bem como os servidores policiais das Polícias Federal, Ferroviária Federal, razão da anormalidade do serviço (proper laborem), ou, finalmente, em
Civil, Militares (não os das Forças Armadas) e Corpos de Bombeiros razão de condições individuais do servidor (propterpersonam).
Militares, por força dos arts. 135 e 144, § 9º, da CF, embora não sejam Desde que sob o regime estatutário o Estado não firma contrato
agentes políticos, também serão obrigatoriamente remunerados “na forma com seus servidores, mas para eles estabelece unilateralmente um regime
do art. 39, § 4º”. Outrossim, como prevê o art. 39, § 8º, da CF, outros de trabalho e de retribuição por via estatutária, lícito lhe é, a todo tempo,
servidores públicos, desde que organizados em carreira, também poderão, alterar esse regime jurídico e, assim, as condições de serviço e de
por lei federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, ter remuneração pagamento, desde que o faça por lei, sem discriminações pessoais,
“fixada nos termos do § 4º”, acima referido. visando às conveniências da Administração. Todavia, da alteração do
Como se vê, na sistemática constitucional os agentes políticos só regime jurídico não pode advir redução de remuneração, pois a garantia da
podem perceber subsídio, enquanto que os demais agentes públicos irredutibilidade, acima referida, protege o montante dos ganhos.
poderão ter remuneração fixada “nos termos” ou “na forma” do §4º do art. A percepção de vencimentos pelo exercício do cargo é a regra da
39, porém para alguns servidores a própria Cada Política já se antecipou, Administração Brasileira, que desconhece cargo sem retribuição pecuniária.
determinando que seria fixada na forma desse dispositivo, ou seja, Pode haver função gratuita, como são as honorificas e as de suplência,
exclusiva-mente em parcela única (arts. 135 e 144, § 9º, c/c o art. 39, §§ 8º mas cargo gratuito é inadmissível na nossa organização administrativa.
e 4º). Diante deste princípio, resulta que todo aquele que for investido num cargo
Em razão da natureza jurídica que lhe foi imposta e o exercer como titular ou substituto tem direito ao vencimento respectivo,
constitucionalmente, o subsídio é constituído de parcela única. Por isso, o salvo, obviamente, quando a função do cargo for a de substituição. Daí por
art. 39, § 4º, veda expressamente que tal parcela seja acrescida de que a jurisprudência é uniforme e pacífica no reconhecer ao suplente que
“qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou substitui o titular a retribuição correspondente ao exercício do cargo.’34 A
outra espécie remuneratória”. Obviamente, como a Cada Política deve ser mesma razão de direito impõe o pagamento da diferença’35 de vencimento
interpretada de forma sistematizada, deve-se concluir que os valores entre a do cargo do substituído e a do substituto, mas a lei pode
correspondentes aos direitos por ela assegurados no § 3º do art. 39 — condicionar este pagamento a um período mínimo de substituição e a
como, para ilustrar, do décimo-terceiro salário e do terço de férias — não outros requisitos de eficiência.
são atingidos pela proibição de qualquer acréscimo. Aliás, como visto, o
mesmo ocorre em relação ao teto geral. O aumento de subsídio e de vencimentos — padrão e vantagens
— dos servidores públicos depende de lei específica, observada a
Como vimos antes, o § 11 do art. 37, da Constituição, competência. constitucional para a iniciativa privativa em cada caso (CF,
acrescentado pela EC 47, dispõe que não serão computadas, para efeito art. 37, X). Assim, para os do Executivo a iniciativa é exclusiva de seu
dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI, as parcelas de caráter Chefe (CF, art. 61, § 1º, II, “a”). É uma restrição fundada na harmonia dos
indenizatório previstas em lei. Poderes e no reconhecimento de que só o Executivo está em condições de
Os aspectos acima apontados deverão, por cedo, servir de norte para saber quando e em que limites pode majorar a retribuição de seus
a estipulação, pela lei ali referida, das parcelas remuneratórias que não servidores. Para não repetir a matéria, remetemos o leitor ao item 2.8 deste
serão computadas nos limites do inciso XI do art. 37, da CF, e, também no mesmo capítulo, onde, sob a epigrafe Competência para organizar o
subsídio — como as relativas a gastos de transporte, diárias, ajuda de serviço público, já analisamos a privatividade da iniciativa do Executivo
custo, presença em sessão extraordinária. O mesmo aplica-se às férias e para os seus servidores e os limites do poder de emenda do Legislativo
licenças-prêmios não gozadas e indenizadas. Todas deverão, obviamente, nessa matéria.
observar os princípios constitucionais, especialmente os da legalidade, O princípio da isonomia, mesmo antes da Carta de 1988 — que,
razoabilidade e moralidade, sob pena de caracterizarem inaceitável fraude pelo § 10 do art. 39, modificado inteiramente pela EC 19, o havia
aos limites remuneratórios e ao conceito constitucional de subsídio, a ser determinado especificamente para os servidores civis —,já vinha sendo
repelida pelo Poder Judiciário no exame de constitucionalidade, direto frequentemente invocado para a equiparação de servidores não
(concentrado) ou incidental (difuso), da lei que as instituírem. contemplados nas leis majoradoras de vencimentos ou concessivas de
Vencimentos — Vencimentos (no plural) é espécie de vantagens. Hoje, com a redação do §1ºdo art. 39 dada pela EC 19,
remuneração e corresponde à soma do vencimento e das vantagens suprimindo o princípio da isonomia da seç. II— “Dos servidores civis” —, a
pecuniárias, constituindo a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo questão é regulada pelo principio geral da igualdade previsto no art. 5º da
exercício do cargo público. Assim, o vencimento (no singular) Carta. Dessa forma, mesmo com a EC 19 sua aplicação não pode ser
correspondente ao padrão do cargo público fixado em lei, e os vencimentos afastada. Mas há de ser entendido e aplicado nos justos limites do
são representados pelo padrão do cargo (vencimento) acrescido dos mandamento igualitário.
demais componentes do sistema remuneratório do servidor público da O que a Constituição assegura é a igualdade jurídica, ou seja,

Regime Jurídico 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
tratamento igual, aos especificamente iguais perante a lei. A igualdade 821 e 833 do mesmo diploma legal, relativamente ao arresto e ao
genérica dos servidores públicos não os equipara em direitos e deveres e, sequestro. Todavia, as prestações alimentícias devidas pelo servidor
por isso mesmo, não os iguala em vencimentos e vantagens. público são descontáveis em folha (CPC, art. 734).
Genericamente, todos os servidores são iguais, mas pode haver diferenças O desconto em folha de pagamento é forma administrativa usual
especificas de função, de tempo de serviço, de condições de trabalho, de para a retenção de contribuições de previdência, de imposto de renda, de
habilitação profissional e outras mais, que desigualem os genericamente quantias pagas indevidamente aos servidores, de empréstimos contraídos
iguais. Se assim não fosse, ficaria a Administração obrigada a dar os no serviço, de aquisições ou consumações feitas na própria repartição ou
mesmos vencimentos e vantagens aos portadores de iguais títulos de por seu intermédio. Essa modalidade de desconto é legítima quando
habilitação, aos que desempenham o mesmo oficio, aos que realizam o realizada na forma e limites previstos no estatuto respectivo e não houver
mesmo serviço embora em cargos diferentes ou em circunstâncias dúvida sobre a quantia a ser reposta. Se, porém, ocorrer divergência sobre
diversas. Todavia, não é assim, porque cada servidor ou classe de servidor o quantum a descontar ou sobre a legalidade do ato que determinou a
pode exercer as mesmas funções (v.g., de médico, engenheiro, escriturário, restituição, já não poderá a Administração efetivar os descontos a que se
porteiro etc.) em condições funcionais ou pessoais distintas, fazendo jus a opõe o servidor. Em tal hipótese, somente após a solução definitiva da
retribuições diferentes, sem ofensa ao princípio isonômico. Até mesmo a controvérsia é que se iniciará o desconto em folha, nas condições
organização da carreira, com escalonamento de classes para acesso constantes do estatuto ou de leis especiais, assegurado o direito de defesa.
sucessivo, com gradação crescente dos vencimentos, importa diferençar os Os vencimentos ou vantagens percebidos em virtude de medida liminar
servidores sem os desigualar perante a lei. É uma contingência da obtida em mandado de segurança ficam sujeitos a reposição, mediante
hierarquia e da seleção de valores humanos na escala dos servidores desconto em folha, caso a liminar seja cassada ou a segurança denegada.’
públicos. Em julgado exemplar, o TSE entendeu que o desconto em folha de
O que o princípio da isonomia impõe é tratamento igual aos contribuição para partido político discrepa do arcabouço normativo em
realmente iguais. A igualdade nominal não se confunde com a igualdade vigor.
real. Cargos de igual denominação podem ser funcionalmente desiguais, A prescrição de vencimentos e vantagens consuma-se em
em razão das condições de trabalho de um e de outro; funções cinco anos (Dec. federal 20.910, de 6.1.32) e sua interrupção só poderá ser
equivalentes podem diversificar-se pela qualidade ou pela intensidade do feita uma vez, recomeçando o prazo a correr pela metade (Dec.-lei 4.597,
serviço ou, ainda, pela habilitação profissional dos que as realizam. A de 19.8.42). Suspende-se, entretanto, a prescrição durante o tempo em que
situação de fato é que dirá da identidade ou não entre cargos e funções a Administração permanecer estudando o recurso ou a reclamação do
nominalmente iguais. servidor (Lei 5.761, de 25.6.30). Como se trata de débito vencível mês a
Há duas espécies de aumento de vencimentos: uma genérica, mês, a prescrição só atinge os vencimentos e vantagens anteriores ao
provocada pela alteração do poder aquisitivo da moeda, à qual poderíamos quinquênio. Observe-se que a irredutibilidade dos vencimentos dos
denominar aumento impróprio, por se tratar, na verdade, de um servidores públicos não tem o condão de torná-los imprescritíveis, uma vez
reajustamento destinado a manter o equilíbrio da situação financeira dos que a perda da ação pela inércia do seu titular não se confunde com a
servidores públicos; e outra específica, geralmente feita à margem da lei garantia constitucional que os tomou irredutíveis.
que concede o aumento geral, abrangendo determinados cargos ou classes Vantagens pecuniárias — Já vimos que os servidores públicos,
funcionais e representando realmente uma elevação de vencimentos, por quando não remunerados por subsídio, podem ser estipendiados por meio
se fazer em índices não proporcionais ao do decréscimo do poder de vencimento. Além dessa retribuição estipendiária podem, ainda, receber
aquisitivo. outras parcelas em dinheiro, constituídas pelas vantagens pecuniárias a
No tocante à primeira espécie, a parte final do inc. X do art. 37, na que fizerem jus, na conformidade das leis que as estabelecem. Neste
redação da EC 19, assegura “revisão geral anual, sempre na mesma data e tópico veremos a natureza e efeitos das vantagens pecuniárias, bem como
sem distinção de índices”, dos vencimentos e dos subsídios. A revisão já as espécies e modalidades em que geralmente se repartem.
era prevista pela mesma norma na sua antiga redação, que, todavia, não a Vantagens pecuniárias são acréscimos ao vencimento do
assegurava. Agora, no entanto, na medida em que o dispositivo diz que a servidor, concedidas a titulo definitivo ou transitório, pela decorrência do
revisão é “assegurada”, trata-se de verdadeiro direito subjetivo do servidor tempo de serviço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções
e do agente político, a ser anualmente respeitado e atendido pelo emprego especiais (ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que se
do índice que for adotado, o qual, à evidência, sob pena de fraude á realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de condições
Constituição e imoralidade, não pode deixar de assegurar a revisão. Tais pessoais do servidor (propter personam). As duas primeiras espécies
considerações é que nos levaram a entender que, agora, a Constituição constituem os adicionais (adicionais de vencimento e adicionais de função),
assegura a irredutibilidade real, e não apenas nominal, da remuneração. as duas últimas formam a categoria das gratificações (gratificações de
Este aumento não obsta, como se verá a seguir, ao aumento impróprio. serviço e gratificações pessoais). Todas elas são espécies do gênero
A segunda espécie ocorre através das chamadas reestruturações, retribuição pecuniária, mas se apresentam com características próprias e
pelas quais se corrigem as distorções existentes no serviço público, tendo efeitos peculiares em relação ao beneficiário e à Administração,
em vista a valorização profissional observada no setor empresarial, para constituindo os “demais componentes do sistema remuneratório” referidos
que a Administração não fique impossibilitada de satisfazer suas pelo art. 39, § 1º, da CF. Somadas ao vencimento (padrão do cargo),
necessidades de pessoal. A fim de facilitar a ação do Poder Público e evitar resultam nos vencimentos, modalidade de remuneração.
a descaracterização das reestruturações, anteriormente transformadas em Certas vantagens pecuniárias incorporam-se automaticamente ao
verdadeiros aumentos gerais, pela reação em cadeia que provocavam vencimento (v.g., por tempo de serviço) e o acompanham em todas as suas
relativamente aos vencimentos de cargos não abrangidos diretamente pela mutações, inclusive quando se converte em proventos da inatividade
lei reestruturadora, foi que as Constituições, desde 1967, passaram a (vantagens pessoais subjetivas); outras apenas são pagas com o
proibir a “vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de vencimento, mas dele se desprendem quando cessa a atividade do servidor
remuneração de pessoal do serviço público” (CF, art. 37, XIII). (vantagens de função ou de serviço); outras independem do exercício do
Em qualquer das hipóteses — aumento impróprio e reestruturação cargo ou da função, bastando a existência da relação funcional entre o
—podem ocorrer injustiças, pela inobservância do princípio da isonomia, tal servidor e a Administração (v.g., salário-família), e, por isso, podem ser
como explicado acima. Nesse caso, porém, somente a lei poderá corrigi- auferidas mesmo na disponibilidade e na aposentadoria, desde que
las, pois qualquer interferência do Judiciário nesta matéria constituiria subsista o fato ou a situação que as gera (vantagens pessoais objetivas).
usurpação de atribuições do Legislativo, consoante vêm decidindo Em razão do art. 37, XIV, da CF, com a redação da EC 19, os
reiterada-mente nossos Tribunais e, finalmente, sumulou o STF, nestes acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor não serão computados
termos: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, nem acumulados para fim de concessão de acréscimos posteriores. Não
aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de podem, pois, incidir um sobre o outro. Não há confundir acumulação de
isonomia” (Súmula 339). cargos com acumulação de vantagens de um mesmo cargo, ou de cargos
A natureza alimentar dos vencimentos não permite sejam eles diversos constitucionalmente acumuláveis. Desde que ocorra o motivo
retidos pela Administração, nem admite arresto, sequestro ou penhora, gerador da vantagem, nada impede sua acumulação, se duplicadas forem
consoante dispõe o art. 649, IV, do CPC, a que fazem remissão os arts. as situações que a ensejam. Outra observação que se impõe é a de que a

Regime Jurídico 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
concessão das vantagens pecuniárias só por lei pode ser feita, e por lei agravam o orçamento do servidor. O adicional relaciona-se com o tempo ou
cuja iniciativa deve observar os preceitos constitucionais dos arts. 61, § 1º , com a função; a gratificação relaciona-se com o serviço ou com o servidor.
II, “a”, e 63, I. O adicional, em princípio, adere ao vencimento e, por isso, tem caráter
As vantagens pecuniárias podem ser concedidas tendo-se em permanente; a gratificação é autônoma e contingente. Ambos, porém,
vista unicamente o tempo de serviço, como podem ficar condicionadas a podem ser suprimidos para o futuro.
determinados requisitos de duração, modo e forma da prestação de serviço Fixada a distinção conceitual entre adicional e gratificação,
(vantagens modais ou condicionais). As primeiras tomam-se devidas desde vejamos as modalidades ou subespécies de adicionais (de tempo de
logo e para sempre com o só exercício do cargo pelo tempo fixado em lei; serviço e de função) para, após, examinarmos as gratificações e suas
as últimas (modais ou condicionais) exigem, além do exercício do cargo, a variantes, encontradiças na prática administrativa.
ocorrência de certas situações, ou o preenchimento de determinadas Adicional por tempo de serviço é o acréscimo pecuniário que se
condições ou encargos estabelecidos pela Administração. Exemplo típico adita definitivamente ao padrão do cargo em razão exclusiva do tempo de
de vantagens dependentes apenas do tempo de serviço são os adicionais exercício estabelecido em lei para o auferimento da vantagem. É um
por biênio, triênio, quinquênio etc.; exemplos de vantagens condicionais ou adicional ex facto temporis, resultante de serviço já prestado — pro labore
modais temo-los nos adicionais de tempo integral, de dedicação plena e de facto. Dai por que se incorpora automaticamente ao vencimento e o
nível universitário, como, também, nas gratificações por risco de vida e acompanha na disponibilidade e na aposentadoria.
saúde, no salário-família, na licença-prêmio conversível em pecúnia e Este adicional adere ao vencimento para todos os efeitos legais,
outras dessa espécie. salvo “para fins de concessão de acréscimos ulteriores” (CF, art. 37, XIV),
O que convém fixar é que as vantagens por tempo de serviço pois a regra é sua vinculação ao padrão de vencimento do beneficiário. E é
integram-se automaticamente no padrão de vencimento, desde que irretirável do funcionário precisamente porque representa uma
consumado o tempo estabelecido em lei, ao passo que as vantagens contraprestação de serviço já feito. É uma vantagem pessoal, um direito
condicionais ou modais, mesmo que auferidas por longo tempo em razão adquirido para o futuro. Sua conditio juris é apenas e tão-somente o tempo
do preenchimento dos requisitos exigidos para sua percepção, não se de serviço já prestado, sem se exigir qualquer outro requisito da função ou
incorporam ao vencimento, a não ser quando essa integração for do servidor.
determinada por lei. E a razão dessa diferença de tratamento está em que O adicional por tempo de serviço tem origem remota em nossa
as primeiras (por tempo de serviço) são vantagens pelo trabalho já feito Administração, pois vem da Lei de 14.10.1827, interpretada pelo Aviso
(pro labore facto), ao passo que as outras (condicionais ou modais) são Imperial 35, de 10.2.1854, onde se lê que tal vantagem “tem em vista
vantagens pelo trabalho que está sendo feito (pro labore faciendo), ou, por remunerar serviços já prestados; sendo de natureza mui diversa das
outras palavras, são adicionais de função (ex facto officii), ou são gratificações que se concedem em vista de serviços prestados na
gratificações de serviço (propter laborem), ou, finalmente, são gratificações atualidade”. De lá para cá esse adicional generalizou-se nas
em razão de condições pessoais do servidor (propter personam). Daí por Administrações e se estendeu a quase todas as categorias de servidores
que quando cessa o trabalho, ou quando desaparece o fato ou a situação das repartições centralizadas e das entidades autárquicas. E é louvável sua
que lhes dá causa, deve cessar o pagamento de tais vantagens, sejam elas adoção, pelo sentido de justiça que tal acréscimo apresenta para aqueles
adicionais de função, gratificações de serviço ou gratificações em razão das que há mais tempo se dedicam ao serviço público, e nos quais se presume
condições pessoais do servidor. maior experiência e mais eficiência no desempenho de suas funções, o que
Além dessas vantagens, que encontram justificativa em fatos ou justifica o acréscimo estipendiário, sem correr os azares de uma eventual
situações de interesse administrativo, por relacionadas direta ou promoção.
indiretamente com a prestação do serviço ou com a situação do servidor, O adicional em exame tanto pode ser calculado percentualmente
as Administrações têm concedido vantagens anômalas, que refogem sobre o padrão de vencimento atual do servidor como pode a lei indicar
completamente dos princípios jurídicos e da orientação técnica que devem outro índice ou, mesmo, instituí-lo em quantia fixa, igual para todos, ou
nortear a retribuição do servidor. Estas vantagens anômalas não se progressiva em relação aos estipêndios. Sua adoção fica inteiramente a
enquadram quer como adicionais, quer como gratificações, pois não têm a critério e escolha da Administração, que poderá concedê-lo, modificá-lo ou
natureza administrativa de nenhum destes acréscimos estipendiários, extingui-lo a qualquer tempo, desde que o faça por lei e respeite as
apresentando-se como liberalidades ilegítimas que o legislador faz à custa situações jurídicas anteriores, definitivamente constituídas em favor dos
do erário, com o só propósito de cortejar o servidor público. servidores que já completaram o tempo necessário para a obtenção da
A legislação federal, estadual e municipal apresenta-se com vantagem.
lamentável falta de técnica e sistematização na denominação das O adicional de função apresenta-se como vantagem pecuniária ex
vantagens pecuniárias de seus servidores, confundindo e baralhando facto officii, ligada a determinados cargos ou funções que, para serem bem
adicionais com gratificações, o que vem dificultando ao Executivo e ao desempenhados, exigem um regime especial de trabalho, uma particular
Judiciário o reconhecimento dos direitos de seus beneficiários. Essa dedicação ou uma especial habilitação de seus titulares. Ocorrendo qual-
imprecisão conceitual é que responde pela hesitação da jurisprudência, quer dessas hipóteses, em que o serviço refoge da rotina burocrática, por
pois que em cada estatuto, em cada lei, em cada decreto, a nomenclatura é seu caráter técnico, didático ou científico, passando a exigir maior jornada
diversa e, não raro, errônea, designando uma vantagem com o nomenjuris de trabalho, maior atenção do servidor ou maior especialização profissional,
da outra. Urge, portanto, a adoção da terminologia certa e própria do Direito a Administração recompensa pecuniariamente os funcionários que o
Administrativo, para unidade de doutrina e exata compreensão da natureza, realizam, pagando-lhes um adicional de função enquanto desempenham o
extensão e efeitos das diferentes vantagens pecuniárias que a cargo nas condições estabelecidas pelo Poder Público.
Administração concede aos seus servidores.
Nesta categoria entram os adicionais de tempo integral, de
Feitas essas considerações de ordem geral sobre o gênero dedicação plena e nível universitário.
vantagens pecuniárias, vejamos as suas espécies, isto é, os adicionais e as
gratificações e suas várias modalidades. Todo adicional de função é, por natureza, vantagem pecuniária pro
labore faciendo, de auferimento condicionado à efetiva prestação do
Adicionais: são vantagens pecuniárias que a Administração serviço nas condições estabelecidas pela Administração. Dai por que não
concede aos servidores em razão do tempo de exercício (adicional de se incorpora automaticamente ao vencimento, mas deve integrá-lo para
tempo de serviço) ou em face da natureza peculiar da função, que exige efeitos de disponibilidade ou aposentadoria se no momento da passagem
conhecimentos especializados ou um regime próprio de trabalho (adicionais para a inatividade remunerada o funcionário estava exercendo o cargo ou a
de função). Os adicionais destinam-se a melhor retribuir os exercentes de função com o período de carência consumado. Nem seria justo e jurídico
funções técnicas, científicas e didáticas, ou a recompensar os que se que a Administração se beneficiasse durante todo o tempo de atividade do
mantiveram por longo tempo no exercício do cargo. O que caracteriza o servidor com as vantagens da exclusividade de seu trabalho e de sua
adicional e o distingue da gratificação é o ser aquele uma recompensa ao profissão e ao pólo em disponibilidade, ou ao conceder-lhe a
tempo de serviço do servidor, ou uma retribuição pelo desempenho de aposentadoria, passasse a desconhecer o regime especial em que
funções especiais que refogem da rotina burocrática, e esta, uma trabalhou e o diploma universitário que apresentou para ter acesso ao
compensação por serviços comuns executados em condições anormais cargo ou à função.
para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de cenas situações que

Regime Jurídico 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Comumente, o estatuto estabelece um período de carência para Advocacia para a Administração da qual é servidor, mas poderá
que o adicional de função se incorpore ao vencimento, cautela muito desempenhar a atividade de Magistério ou qualquer outra para a
conveniente, a fim de que a Administração obtenha uma relativa Administração (acumulação de cargos) ou para particulares.
continuidade nos trabalhos empreendidos por seus técnicos, professores e Trabalhando em regime de dedicação plena o servidor fará jus ao
pesquisadores e, por outro lado, para que o acréscimo estipendiário não adicional de função estabelecido em lei, como compensação pelas
venha a integrar o vencimento dos inconstantes no serviço, nem se preste restrições do cargo. Este regime só se justifica para aqueles serviços que
à maj oração de proventos daqueles que às vésperas da aposentadoria exigem demorados estudos e pacientes trabalhos técnicos que nem
ingressem no regime de tempo integral ou no de dedicação plena ou sempre podem ser feitos nas repartições, requerendo do funcionário a
passem a exercer cargos ou funções de nível universitário. preparação ou a complementação em casa ou, mesmo, em biblioteca e
O adicional de tempo integral advém do regime de full-time norte- locais diversos do da sede do serviço. O adicional de dedicação plena não
americano e só recentemente foi adotado pela Administração Brasileira. O se incorpora imediatamente ao vencimento, dependendo do transcurso de
estatuto federal facultava o estabelecimento deste regime de trabalho “para período de carência que a Administração estabelecer.
os cargos ou funções indicados em lei” (Lei 1.711/52, art. 244). A O adicional de nível universitário é um típico adicional de função
subsequente Lei 3.780, de 12.7.60, permitia sua adoção pelo servidor que (ex facto officii), decorrente do caráter técnico de certas atividades da
exercesse atividades técnico-científicas, de magistério ou pesquisa, Administração, que exigem conhecimentos especializadas para serem bem
satisfeitas as exigências regulamentares, declarando-o incompatível com o realizadas. Por sua natureza, deve incorporar-se ao vencimento, mas essa
exercício cumulativo de cargos, empregos ou funções, bem como de integração tem sido evitada pela legislação pertinente das três esferas
qualquer outra atividade pública ou privada (art. 49 e §1º). administrativas, que o classificam, equivocadamente, como “gratificação”.
Posteriormente, as Leis 4.345, de 26.6.64, e 3.863, de 29.11.65, Desde que a finalidade institucional deste adicional é propiciar
estabeleceram novas regras para esse adicional, especificando os casos melhor remuneração aos profissionais diplomados em curso superior, de
em que poderia ser adotado. Atualmente, o regime jurídico dos servidores cuja habilitação se presume a maior perfeição técnica de seu trabalho, não
públicos civis da União’57 não prevê esse adicional. se justifica sua extensão a servidores leigos, embora exercendo funções
As esferas públicas estaduais e municipais podem ou não adotar especializadas ou ocupando cargos reservados a titulares de nível
esse regime, variando na percentagem do adicional e em minúcias para universitário. A ampliação dessa vantagem aos não diplomados, sobre ser
sua concessão. O adicional de tempo integral é, assim, uma vantagem um contra-senso, prejudicaria os objetivos que a Administração teve em
pecuniária ex facto officii, privativo de certas atividades (comumente de vista quando a destinou unicamente aos diplomados em curso superior,
Magistério e Pesquisa) e condicionado a determinados requisitos excluindo de seus benefícios até mesmo os habilitados em cursos de grau
regulamentares. Não é um acréscimo por tempo de serviço, como à médio.
primeira vista pode parecer; é um típico adicional de função, auferível em Finalmente, é de se observar que não basta seja o servidor titular
razão do serviço técnico ou científico a ser prestado (pro labore faciendo) de diploma de curso superior para o auferimento da vantagem de nível
nas condições estabelecidas pela Administração. A ampliação da jornada universitário; é necessário que esteja desempenhando função ou
de trabalho entra, tão-somente, como pressuposto do regime, e não como exercendo cargo para o qual se exige o diploma de que é portador. O que a
causa da vantagem pecuniária, a qual assenta, precipuamente, na Administração remunera não é a habilitação universitária em si mesma; é o
realização de certas atividades que exigem maior assistência do trabalho profissional realizado em decorrência dessa habilitação, e da qual
funcionário, que há de ficar integralmente à disposição da Administração, e se presume maior perfeição técnica e melhor rendimento administrativo.
somente dela. O que caracteriza o regime de tempo integral é o fato de o Gratificações: são vantagens pecuniárias atribuídas precariamente
servidor só poder exercer uma função ou um cargo público, sendo-lhe aos servidores que estão prestando serviços comuns da função em
vedado realizar qualquer outra atividade profissional particular ou pública. condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade
Nesse regime a regra é um emprego e um só empregador, diversamente do (gratificações de serviço), ou concedidas como ajuda aos servidores que
que ocorre no regime de dedicação plena, em que o servidor pode ter mais reúnam as condições pessoais que a lei especifica (gratificações
de um emprego e mais de um empregador, desde que diversos da função especiais). As gratificações — de serviço ou pessoais — não são
pública a que se dedica precipuamente. liberalidades puras da Administração; são vantagens pecuniárias
Como adicional de função, o acréscimo de tempo integral não deve concedidas por recíproco interesse do serviço e do servidor, mas sempre
ser estendido, indiscriminadamente, a cargos e funções de atividades vantagens transitórias, que não se incorporam automaticamente ao
meramente burocráticas, porque isto importa desvirtuar o regime e anular vencimento, nem geram direito subjetivo à continuidade de sua percepção.
sua finalidade, convertendo-o num simples meio de majoração de Na feliz expressão de Mendes de Almeida, “são partes contingentes, isto é,
vencimento, quando seu objetivo institucional é o de aprimorar o trabalho partes que jamais se incorporam aos proventos, porque pagas
técnico e incrementar a investigação científica e a formação de episodicamente ou em razão de circunstâncias momentâneas”.
pesquisadores, necessários ao desenvolvimento do País. Por idêntica Como já vimos precedentemente, as gratificações distinguem-se
razão, este adicional não deve ser instituído como vantagem pessoal pura, dos adicionais porque estes se destinam a compensar encargos
sem condições de melhoria do serviço e sem prazo de carência para se decorrentes de funções especiais, que se apartam da atividade
incorporar ao vencimento. administrativa ordinária, e aquelas — as gratificações — visam a
O adicional de dedicação plena tem natureza similar à do de tempo compensar riscos ou ônus de serviços comuns realizados em condições
integral, visto que ambos resultam de regimes especiais de trabalho, extraordinárias, tais como os trabalhos executados em perigo de vida e
exigidos por determinadas atividades do Magistério e Pesquisa, próprias saúde, ou no período noturno, ou além do expediente normal da repartição,
das Universidades e Institutos científicos. ou fora da sede etc. As gratificações são concedidas em razão das
A diferença entre o regime de tempo integral e o de dedicação condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum
plena está em que naquele o servidor só pode trabalhar no cargo ou na (propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter
função que exerce para a Administração, sendo-lhe vedado o desempenho personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do
de qualquer outra atividade profissional pública ou particular, ao passo que tempo de serviço (ex facto officii). Não há confundir, portanto, gratificação
neste (regime de dedicação plena) o servidor trabalhará na atividade com adicional, pois são vantagens pecuniárias distintas, com finalidades
profissional de seu cargo ou de sua função exclusivamente para a diversas, concedidas por motivos diferentes. A gratificação é retribuição de
Administração, mas poderá desempenhar atividade diversa da de seu um serviço comum prestado em condições especiais; o adicional é
cargo ou de sua função em qualquer outro emprego particular ou público, retribuição de uma função especial exercida em condições comuns. Daí por
desde que compatível com o da dedicação plena. No regime de tempo que a gratificação é, por índole, vantagem transitória e contingente e o
integral o servidor só poderá ter um emprego; no de dedicação plena adicional é, por natureza, permanente e perene.
poderá ter mais de um, desde que não desempenhe a atividade Em última análise, a gratificação não é vantagem inerente ao cargo
correspondente à sua função pública exercida neste regime. ou à função, sendo concedida em face das condições excepcionais do
Exemplificando: o professor em regime de tempo integral só poderá exercer serviço. ou do servidor.
as atividades do cargo e nenhuma outra atividade profissional pública ou Feitas essas considerações preliminares sobre as gratificações,
particular; o advogado em regime de dedicação plena só poderá exercer a vejamos as duas modalidades em que se apresentam na Administração
Regime Jurídico 13 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pública: gratificação de serviço e gratificação pessoal. trabalho (salário-família) e outras circunstâncias peculiares do beneficio.
Gratificação de serviço (propter laborem) é aquela que a Tais gratificações não decorrem de tempo de serviço, nem do desempenho
Administração institui para recompensar riscos ou ônus decorrentes de de determinada função, nem da execução de trabalhos especiais, mas, sim,
trabalhos normais executados em condições anormais de perigo ou de da ocorrência de fatos ou situações individuais ou familiares previstas em
encargos para o servidor, tais como os serviços realizados com risco de lei. Daí por que podem ser auferidas independentemente do exercício do
vida e saúde ou prestados fora do expediente, da sede ou das atribuições cargo, bastando que persista a relação de emprego entre o beneficiário e a
ordinárias do cargo. O que caracteriza essa modalidade de gratificação é Administração, como ocorre com os que se encontram em disponibilidade
sua vinculação a um serviço comum, executado em condições ou na aposentadoria.
excepcionais para o funcionário, ou a uma situação normal do serviço mas O salário-família é uma típica gratificação pessoal, pois é
que acarreta despesas extraordinárias para o servidor. Nessa categoria de concedido aos servidores em exercício ou em inatividade, desde que
gratificações entram, dentre outras, as que a Administração paga pelos apresentem as condições familiares estabelecidas na lei respectiva. Essa
trabalhos realizados com risco de vida e saúde; pelos serviços gratificação não deflui do serviço público, nem lhe é privativa, mas encontra
extraordinários; pelo exercício do Magistério; pela representação de justificativa no interesse do Estado em amparar os servidores que tenham
gabinete; pelo exercício em determinadas zonas ou locais; pela execução maiores encargos pessoais para a manutenção de filhos menores ou de
de trabalho técnico ou científico não decorrente do cargo; pela participação dependentes incapacitados para o trabalho. É assegurado aos servidores
em banca examinadora ou comissão de estudo ou de concurso; pela de baixa renda nos termos da lei (arts. 7º, 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII, da CF,
transferência de sede’6’ (ajuda de custo); pela prestação de serviço fora da com as redações das EC 18, 19 e 20). Essa lei é de caráter nacional.
sede (diárias). Enquanto não editada, o salário-família assim como o auxílio-reclusão
somente serão concedidos àqueles que tenham renda bruta mensal igual
Essas gratificações só devem ser percebidas enquanto o servidor
ou inferior a R$ 360,00 (art. 13 da EC 20).
está prestando o serviço que as enseja, porque são retribuições
pecuniárias pro labore faciendo e propter laborem. Cessado o trabalho que Com essas vantagens pecuniárias a Administração atende à
lhes dá causa ou desaparecidos os motivos excepcionais e transitórios que recomendação constitucional para que se dê à família especial proteção do
as justificam, extingue-se a razão de seu pagamento. Daí por que não se Estado (CF, art. 226). Não se incorporam à remuneração, mas devem ser
incorporam automaticamente ao vencimento, nem são auferidas na auferidas também na disponibilidade, na aposentadoria e na pensão
disponibilidade e na aposentadoria, salvo quando a lei expressamente o enquanto subsistirem as condições legais para sua percepção.
determina, por liberalidade do legislador. Desde que o salário-família não integra o vencimento, sobre esta
Dentre as gratificações de serviço merece algumas considerações, gratificação não devem incidir os adicionais de tempo de serviço ou de
por sua novidade e generalidade no serviço público, a que se paga aos função, nem as gratificações de serviço, os quais terão para base de
servidores que executam trabalho com risco de vida ou saúde. cálculo o padrão do cargo, se de outra forma não dispuser a lei.
A gratificação por risco de vida ou saúde é uma vantagem A Constituição de 1988 acrescentou dentre os direitos dos
pecuniária vinculada diretamente às condições especiais de execução do servidores públicos e aos militares, a licença-gestante e a licença-
serviço. Não é uma retribuição genérica pela função desempenhada pelo paternidade (arts. 39, § 3º, e 142, § 3º, VIII), as quais, embora não sejam
servidor; é uma compensação específica pelo trabalho realizado em tipicamente vantagens pecuniárias, assumem esse caráter, por serem
condições potencial-mente nocivas para o servidor. O que se compensa remunerados os períodos de afastamento do trabalho.
com esta gratificação é o risco, ou seja, a possibilidade de dano à vida ou à Indenizações — São previstas em lei e destinam-se a indenizar o
saúde daqueles que executam determinados trabalhos classificados pela servidor por gastos em razão da função. Seus valores podem ser fixados
Administração como perigosos. Daí por que tal gratificação só é auferível em lei ou em decreto, se aquela permitir. Tendo natureza jurídica indeniza-
enquanto o servidor estiver executando o trabalho beneficiado com essa tória, não se incorporam à remuneração,’ não repercutem no cálculo dos
vantagem. benefícios previdenciários e não estão sujeitas ao imposto de renda.
Essa gratificação só pode ser instituída por lei, mas cabe ao Normalmente, recebem as seguintes denominações: ajuda de custo —
Executivo especificar, por decreto, quais os serviços e os servidores que destina-se a compensar as despesas de instalação em nova sede de
irão auferi-la. Não será o servidor, nem o Judiciário, que dirá se ocorre o serviço, pressupondo mudança de domicílio em caráter permanente; diárias
risco gratificável, porque o conceito de risco, para fins de vantagem — indenizam as despesas com passagem e/ou estadia em razão de
pecuniária, não é técnico, nem jurídico: é meramente administrativo. O risco prestação de serviço em outra sede e em caráter eventual; auxílio-
só existe, para efeito de gratificação, onde a Administração o admitir, e transporte — destina-se ao custeio total ou parcial das despesas realizadas
cessará quando ela o considerar inexistente. Por esse motivo, a pelo servidor com transporte coletivo nos deslocamentos de sua residência
gratificação por risco de vida ou saúde pode ser suprimida, ampliada ou para o trabalho e vice-versa.
restringida a todo tempo, sem ofensa a direito dos que a estavam Outras podem ser previstas pela lei, desde que tenham natureza inde-
percebendo. nizatória. Seus valores não podem ultrapassar os limites ditados por essa
Por outro lado, o Executivo não pode estender essa vantagem a finalidade, não podem se converter em remuneração indireta. Há de impe-
serviços e servidores que não satisfaçam os pressupostos legais para seu rar, como sempre, a razoabilidade.
auferimento, porque, como bem decidiu o STF, isto importaria majoração de Responsabilidades dos servidores
vencimentos por decreto, o que é inadmissível para o serviço público de Os servidores públicos, no desempenho de suas funções ou a
qualquer das entidades estatais. pretexto de exercê-las, podem cometer infrações de quatro ordens:
Observe-se, finalmente, que a gratificação por risco de vida ou administrativa, civil, criminal e improbidade administrativa. Por essas
saúde não cobre o dano efetivo que o servidor venha a suportar no serviço. infrações deverão ser responsabilizados no âmbito interno da
Esta gratificação visa a compensar, apenas, a possibilidade de dano, vale Administração e/ou judicialmente.
dizer, o risco em si mesmo, e não a morte, a doença ou a lesão ocasionada A responsabilização dos servidores públicos é dever genérico da
pelo trabalho. Se nada ocorrer ao servidor durante o serviço, cessado este, Administração e específico de todo chefe, em relação a seus subordinados.
deve cessar a gratificação, por afastada a potencialidade do dano, que é o No campo do Direito Administrativo esse dever de
risco. Assim, todavia, não tem sido entendido pela jurisprudência, que vem responsabilização foi erigido em obrigação legal, e, mais que isso, em crime
considerando a gratificação incorporada ao vencimento e integrante dos funcional, quando relegado pelo superior hierárquico, assumindo a forma
proventos da aposentadoria. Não podemos abonar esse entender, contrário de condescendência criminosa (CP, art. 320). E sobejam razões para esse
à natureza e à finalidade da vantagem em exame, que é uma gratificação rigor, uma vez que tanto lesa a Administração a infração do subordinado
de serviço, e não um componente do padrão de vencimento, que deva como a tolerância do chefe pela falta cometida, o que é um estímulo para o
acompanhá-lo na inatividade. cometimento de novas infrações.
Gratificação pessoal, ou, mais precisamente, gratificação em razão Responsabilidade administrativa
de condições pessoais do servidor (propter personam), é toda aquela que
Responsabilidade administrativa é a que resulta da violação de
se concede em face de fatos ou situações individuais do servidor, tais como
normas internas da Administração pelo servidor sujeito ao estatuto e
a existência de filhos menores ou dependentes incapacitados para o
disposições complementares estabelecidas em lei, decreto ou qualquer

Regime Jurídico 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
outro provimento regulamentar da função pública. A falta funcional gera o das conjunta ou separadamente. A condenação criminal implica, entretanto,
ilícito administrativo e dá ensejo à aplicação de pena disciplinar, pelo o reconhecimento automático das duas outras, porque o ilícito penal é mais
superior hierárquico, no devido processo legal. que o ilícito administrativo e o ilícito civil. Assim sendo, a condenação
A punição administrativa ou disciplinar não depende de processo criminal por um delito funcional importa o reconhecimento, também, de
civil ou criminal a que se sujeite também o servidor pela mesma falta, nem culpa administrativa e civil, mas a absolvição no crime nem sempre isenta o
obriga a Administração a aguardar o desfecho dos demais processos, bem servidor destas responsabilidades, porque pode não haver ilícito penal e
mesmo em face da presunção constitucional de não culpabilidade. Apurada existir ilícitos administrativo e civil.
a falta funcional, pelos meios adequados (processo administrativo, A absolvição criminal só afasta a responsabilidade administrativa e
sindicância ou meio sumário), o servidor fica sujeito, desde logo, à civil quando ficar decidida a inexistência do fato ou a não autoria imputada
penalidade administrativa correspondente. ao servidor, dada a independência das três jurisdições. A absolvição na
A punição interna, autônoma que é, pode ser aplicada ao servidor ação penal, por falta de provas ou ausência de dolo, não exclui a culpa
antes do julgamento judicial do mesmo fato. E assim é porque, como já administrativa e civil do servidor público, que pode, assim, ser punido
vimos, o ilícito administrativo independe do ilícito penal. A absolvição administrativamente e responsabilizado civilmente.
criminal só afastará o ato punitivo se ficar provada, na ação penal, a Culpa e dolo são conceitos diversos. A culpa verifica-se na ação
inexistência do fato ou que o acusado não foi seu autor.’7’ Mas, se a ou omissão lesiva, resultante de imprudência, negligência ou imperícia do
punição estiver fundamentada na “prática de crime contra a Administração agente; o dolo ocorre quando o agente deseja a ação ou omissão lesiva ou
Pública, este há que estar afirmado em sentença transitada em julgado”. assume o risco de produzi-la. Um exemplo distinguirá bem as duas
situações: se um motorista propositadamente atropelar um transeunte,
O que a Administração não pode é aplicar punições arbitrárias, isto
desejando matar ou ferir, cometerá um crime doloso; se o mesmo motorista
é, que não estejam legalmente previstas. Desde já deixamos esclarecido
atropelar um mesmo transeunte sem o querer, mas com imprudência,
que tais atos exigem fiel observância da lei para sua prática e impõem à
imperícia ou negligência, terá cometido um crime culposo. A diferença entre
Administração o dever de motivá-los, isto é, de demonstrar sua
os dois ilícitos é subjetiva: varia segundo a conduta do agente. Assim, se o
conformidade com os dispositivos em que se baseiam. Aliás, a tendência
servidor causar prejuízo à Administração por negligência, imperícia ou
moderna, como observa mui agudamente Jèze, é a da motivação de todo
imprudência na sua conduta, ficará sujeito à responsabilização civil e
ato administrativo que não decorra do poder discricionário da Administração
administrativa, mas pode não ficar sujeito à responsabilização penal, se
e da sua vinculação aos motivos determinantes do seu cometimento. Na
não cometeu nenhum ilícito criminal. A culpa é menos que o dolo, como os
motivação da penalidade, a autoridade administrativa competente para sua
ilícitos administrativo e civil são menos que o ilícito penal, e, por isso, pode
aplicação deve justificar a punição imposta, alinhando os atos irregulares
haver responsabilidade civil e administrativa sem haver responsabilidade
praticados pelo servidor, analisando sua repercussão danosa para o Poder
criminal, mas não pode haver responsabilidade penal sem responsabilidade
Público, apontando os dispositivos legais ou regulamentares violados e a
administrativa e civil.
cominação prevista. O necessário é que a Administração Pública, ao punir
seu servidor, demonstre a legalidade da punição. Feito isso, ficará Essencial para existência da responsabilidade civil é que o ato
justificado o ato, e resguardado de revisão judicial, visto que ao Judiciário culposo do servidor cause dano patrimonial à Administração. Sem a
só é permitido examinar o aspecto da legalidade do ato administrativo, não ocorrência de dano patrimonial não há fundamento para a
podendo adentrar os motivos de conveniência, oportunidade ou justiça das responsabilização civil, que visa, unicamente, à reparação material,
medidas da competência específica do Executivo. pecuniária, da Administração.
A extinção da pena administrativa dá-se normalmente pelo seu A comprovação do dano e da culpa do servidor é comumente feita
cumprimento, e excepcionalmente pela prescrição e pelo perdão por parte através do processo administrativo, findo o qual a autoridade competente
da Administração. O cumprimento da pena exaure a sanção; a prescrição lhe impõe a obrigação de repará-lo, através de indenização em dinheiro,
extingue a punibilidade, com a fluência do prazo fixado em lei, ou, na sua indicando a forma de pagamento. Os estatutos costumam exigir a
omissão, pelo da norma criminal correspondente; o perdão da pena é ato reposição de uma só vez quando o prejuízo decorrer de alcance, desfalque,
de demência da Administração e só por ela pode ser concedido em caráter remissão ou omissão de recolhimento ou entrada no prazo devido,
geral (a que se denomina, impropriamente, “anistia administrativa”), ou em admitindo para os demais casos o desconto em folha, em bases módicas,
cada caso, sempre por atuação do Executivo que aplicou a sanção. Não geralmente não mais de dez por cento do vencimento do responsável.
pode o Legislativo conceder “anistia administrativa” por lei de sua iniciativa, Esse procedimento é válido inclusive na hipótese prevista no § 6º
porque isto importaria cancelamento de ato do Executivo por norma do art. 37 da CF, mas, em qualquer caso, é necessária a concordância do
legislativa, o que é vedado pelo nosso sistema constitucional (art. 2º) (STF, responsável, porque a Administração não pode lançar mão dos bens de
RDA 86/142). Observamos que a pena expulsiva (demissão) é insuscetível seus servidores, nem gravar unilateralmente seus vencimentos, para
de extinção, porque todos os seus efeitos se consumam no ato de sua ressarcir-se de eventuais prejuízos. Faltando-lhe esta aquiescência, deverá
imposição, fazendo cessar o vinculo funcional com a Administração. recorrer às vias judiciais, quer propondo ação de indenização contra o
Responsabilidade civil servidor, quer executando a sentença condenatória do juízo criminal ou a
certidão da divida ativa (no caso de alcances e reposições de recebimentos
A responsabilidade civil é a obrigação que se impõe ao servidor de
indevidos).
reparar o dano causado à Administração por culpa ou dolo no desempenho
de suas funções. Não há, para o servidor, responsabilidade objetiva ou sem A responsabilização civil de servidor por danos causados a
culpa. A sua responsabilidade nasce com o ato culposo e lesivo e se terceiros no exercício de suas atividades funcionais depende da
exaure com a indenização. Essa responsabilidade (civil) é independente comprovação de sua culpa em ação regressiva proposta pela pessoa
das demais (administrativa e criminal) e se apura na forma do Direito jurídica de Direito Público depois de condenada à reparação (CF, art. 37, §
Privado, perante a Justiça Comum. 6º). É óbvio que o servidor pode ter interesse em intervir na ação,
principalmente para assegurar o justo valor da indenização, devendo fazê-
A Administração não pode isentar de responsabilidade civil seus
lo na qualidade de assistente voluntário, e nunca como litis-consorte
servidores, porque não possui disponibilidade sobre o patrimônio público.
necessário (CPC, art. 75, I), situação que lhe permite, entre outras coisas,
Muito ao contrário, é seu dever zelar pela integridade desse patrimônio,
confessar os fatos alegados pelo autor (art. 75, III), prejudicando a defesa
adotando todas as providências legais cabíveis para a reparação dos danos
da Administração e obrigando-a a uma indenização nem sempre devida,
a ele causados, qualquer que seja o autor. Dai por que a parte final do § 6º
sem possibilidade, na maioria das vezes, de ressarcir-se.
do art. 37 da CF impõe a responsabilização do agente causador do dano
somente quando agir com culpa ou dolo, excluindo, portanto, a Responsabilidade criminal
responsabilidade objetiva, que é unicamente da Administração perante a A responsabilidade criminal é a que resulta do cometimento de
vitima. crimes funcionais. O ilícito penal sujeita o servidor a responder a processo
A responsabilização de que cuida a Constituição é a civil, visto que crime e a suportar os efeitos legais da condenação (CP, arts. 91 e 92). O
a administrativa decorre da situação estatutária e a penal está prevista no Estado-membro e o Município não podem legislar sobre crimes funcionais,
respectivo Código, em capítulo dedicado aos crimes funcionais (arts. 312 a porque tal matéria é de Direito Penal e constitui reserva constitucional da
327). Essas três responsabilidades são independentes e podem ser apura- União (CF, art. 22, I).

Regime Jurídico 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A maioria dos crimes contra a Administração Pública está definida Para os fins previstos na Lei 8.429/92, reputa-se agente público
no tít. XI, caps. 1 (arts. 312 a 326) e II (arts. 359-A a 359-H), do Código todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
Penal; este último com o nome de “Crimes Contra as Finanças Públicas”, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
foi acrescentado pela Lei 10.028, de 19.10.2000, que instituiu novos crimes de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em
em decorrência da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas nada impede que entidades da Administração direta, indireta ou fundacional ou de empresa
lei especial federal estabeleça outras infrações, visando a proteger incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
determinados interesses administrativos. custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
Considera-se servidor público, para efeitos penais, quem, embora cento do patrimônio ou da receita anual (art. 2º, c/c O art. 1º).
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função Os responsáveis por atos de improbidade praticados contra o
pública (art. 327 do CP). O parágrafo único desse art. 327, na redação patrimônio de entidade que receba subvenção ou qualquer beneficio do
dada pela Lei 9.983, de 14.7.2000, equipara a “funcionário público quem Poder Público ou para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal e quem trabalha concorra com menos de cinquenta por cento também estão sujeitos às
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a penalidades dessa lei (art. 1º, parágrafo único). O art. 52 da Lei
execução de atividade típica da Administração Pública”. Convém observar 10.527/2001 (Estatuto da Cidade) diz que, pelas condutas ali relacionadas,
que a legislação penal continua a empregar a terminologia “funcionário o “Prefeito” pode incorrer em improbidade administrativa, nos termos da Lei
público” mesmo diante da Constituição Federal de 1988, que só utiliza o 8.429/92. Embora essa norma mencione apenas o “Prefeito”, é claro que
nomen juris “servidor público”. outros agentes públicos que também participarem ou concorrerem para
O processo dos crimes funcionais previstos no Código Penal e em aquelas condutas poderão cometer improbidade administrativa, só que esta
leis esparsas obedece ao rito estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP, deverá se enquadrar nas espécies previstas pela Lei 8.429/92.
ficando o réu, desde o indiciamento, sujeito ao sequestro de bens, a O § 2º do art. 84 do CPP, na redação que lhe dava a Lei
requerimento do Ministério Público, quando houver prejuízo para a Fazenda 10.268/2003, foi julgado inconstitucional pelo STF na ADI 2.797-DF. Assim,
Pública (Dec.-lei 3.240/41). Para os crimes de abuso de autoridade o quer se cuide de ocupante de cargo público, quer se cuide de titular de
processo é o previsto nos arts. 12 a 28 da Lei 4.898/65. mandato eletivo, a ação de improbidade de que trata a Lei 8.429/92 será
Além dos crimes funcionais comuns, nos quais pode incidir proposta em primeiro grau.
qualquer servidor público, há, ainda, os crimes de responsabilidade dos Meios de punição
agentes políticos (Chefes do Executivo federal, estadual e municipal, A responsabilização e a punição dos servidores públicos fazem-se
Ministros do Estado e do STF, Procurador-Geral da República e Secretários por meios internos e externos. Aqueles abrangem o processo administrativo
de Estado), capitulados na Lei 1.079, de 10.4.50, que regula o disciplinar e os meios sumários, com a garantia do contraditório e da ampla
impeachment a ser aplicado como penalidade político-administrativa, sem defesa; estes compreendem os processos judiciais, civis e criminais. Os
prejuízo da ação penal, e no Dec.-lei 201, de 27.2.67 (para os Prefeitos). meios internos, como o nome está indicando, desenvolvem-se e se
Todos os crimes funcionais e os de responsabilidade são delitos exaurem no âmbito da própria Administração; os meios externos ficam a
de ação pública, o que permite a instauração do processo respectivo cargo exclusivo do Poder Judiciário e se realizam como prestações
mediante comunicação de qualquer pessoa à autoridade competente e jurisdicionais comuns, quando requeridas pela própria Administração
denúncia do Ministério Público. Para os crimes de abuso de autoridade a (ações civis) ou pelo Ministério Público (ações criminais e ação civil
Lei 4.898/65 condicionava a denúncia do Ministério Público a pública). Ao Direito Administrativo só interessam os meios internos como
representação do ofendido (art. 12), mas a Lei 5.249, de 9.2.67, formas especificas de proteção ao serviço público e de repressão às
praticamente dispensou este requisito ao dispor que a falta de infrações funcionais dos servidores.
representação “não obsta a iniciativa ou o curso da ação” (art. 1º). Conforme a gravidade da infração a apurar e da pena a aplicar, a
Responsabilidade por improbidade administrativa Administração disporá do meio de responsabilização adequado, que vai
O art. 12, caput, da Lei 8.429/92 diz que, independentemente das desde o processo administrativo disciplinar até a apuração sumária da falta,
sanções penais, civis e administrativas, o responsável pelo ato de através de simples sindicância, ou mesmo pela verdade sabida, mas, em
improbidade administrativa fica sujeito às punições previstas nos seus incs. qualquer hipótese, com a garantia de ampla defesa (CF, art. 5º, LV).
I, II e III. Logo, ex vi legis, a punição por improbidade administrativa decorre Para a demissão dos vitalícios, entretanto, o meio único é o
de responsabilidade distinta e independente das responsabilidades penal, processo judicial (CF, arts. 95, I, e 128, § 5º, I, “a”); para os estáveis poderá
civil e administrativa previstas na legislação específica, analisadas acima. ser utilizado o processo administrativo disciplinar (CF, art. 41, § 1º) e para
Por essa razão, “a aplicação das penalidades previstas na Lei 8.429/92 não os instáveis bastará a sindicância, despida de maiores formalidades, desde
incumbe à Administração”, sendo “privativa do Poder Judiciário” (STF, RTJ que por ela se demonstre a falta ensejadora da pena demissória. Em
195/73). qualquer caso, porém, é necessário que se faculte ao processado ou ao
A Lei 8.429/92 classifica e define os atos de improbidade sindicado a possibilidade de ampla defesa.
administrativa em três espécies: a) os que importam enriquecimento ilícito Por ampla defesa deve-se entender a vista do processo ou da
(art. 90); b) os que causam prejuízo ao erário (art. 10); e c) os que atentam sindicância ao servidor acusado, com a faculdade de resposta e de
contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Para cada espécie produção de provas contrárias à acusação. Essa defesa poderá ser feita
há uma previsão de punições, descritas nos incs. I a III do art. 12. pessoalmente pelo servidor ou por advogado regularmente constituído, sem
Conforme o caso, as cominações podem ser: perda dos bens ou valores que os autos saiam da repartição em que tramitam. Não se exigem para a
acrescidos ilicitamente; ressarcimento integral do dano; perda da função punição disciplinar os rigores do processo criminal, nem do contraditório da
pública; suspensão dos direitos políticos; multa civil; proibição de contratar ação penal, mas é necessário que se conceda ao acusado oportunidade de
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou ilidir a acusação. Sem esta possibilidade de defesa a punição administrativa
creditícios — cabendo ao Judiciário aplicá-las, levando em conta a é nula, por afrontar uma garantia constitucional (CF, art. 5º, LV).
extensão do dano e o proveito patrimonial obtido pelo agente, dentre outros Dada sua importância como meio de punição interno, o processo
fatores inerentes e inafastáveis na aplicação da lei (art. 12, parágrafo administrativo disciplinar, espécie do gênero processo administrativo, está
único). examinado exaustivamente no item 3.3.6 do cap. XI, a que remetemos o
Dentre os diversos atos de improbidade administrativa, leitor, para evitar repetições.
exemplificados nessa lei, o de “adquirir, para si ou para outrem, no Sequestro e perdimento de bens
exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer O sequestro e o perdimento de bens são cabíveis contra os
natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou renda servidores que enriqueceram ilicitamente com o produto de crime contra a
do agente público” (art. 9º, VII) merece destaque, dado seu notável alcance, Administração, ou por influência ou com abuso de cargo, função ou
pois inverte o ônus da prova, sempre difícil para o autor da ação em casos emprego público. O sequestro é providência cautelar, enquanto o
como o descrito pela norma. Nessa hipótese, quando desproporcional, o perdimento é medida definitiva, respaldada no art. 5º, XLV, da CF, que
enriquecimento é presumido como ilícito, cabendo ao agente público a resulta do reconhecimento da ilicitude do enriquecimento do servidor. O
prova de que ele foi lícito, apontando a origem dos recursos necessários à perdimento, quando não decorre de sentença criminal condenatória (CP,
aquisição.
Regime Jurídico 16 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
art. 74, II), pode ser declarado judicialmente, através de procedimento Os não integrantes das Forças Armadas estão tratados no tít. III,
próprio. cap. VII, que cuida “Da Administração Pública”, apenas separados dos
O sequestro dos bens adquiridos pelo indiciado com o produto da servidores civis, em seção diversa. Já os membros das Forças Armadas
infração penal está genericamente disciplinado no CPP, arts. 125 a 144. estão tratados no cap. II (“Das Forças Armadas”) do tít. V, que cuida “Da
Todavia, quando a vítima é a Fazenda Pública, o procedimento é o previsto defesa do Estado e das instituições democráticas”.
no Dec.-lei 3.240, de 8.5.4 1, expressamente revigorado pelo Dec.-lei O ingresso no serviço público militar dá-se, normalmente, por
359/68 (art. 11). Nesse caso, é requerido pelo Ministério Público, por recrutamento e, excepcionalmente, por concurso, na forma regulamentar da
representação da autoridade policial ou da administrativa, dependendo sua respectiva Arma ou serviço. Os militares têm por base a hierarquia e a
subsistência da instauração da ação penal no prazo de noventa dias (arts. disciplina, no que diferem dos servidores civis. A estrutura do serviço militar
6º, I, e 20, §1º). consiste em patentes (para os oficiais) e graduação (para os praças).
O sequestro é cabível, também, como medida preliminar, nos Os direitos e deveres dos militares constam dos respectivos
processos de perdimento, a requerimento do Ministério Público ou da regulamentos, atendidos os preceitos constitucionais pertinentes (art. 42,
pessoa jurídica interessada (art. 16 da Lei 8.429/92). O pedido pode incluir, §§1º e 2º, para os Estados; e art. 142, § 3º, para as Forças Armadas),
ainda, a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e ressaltando-se que “ao militar são proibidas a sindicalização e a greve”,
aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no Exterior, nos termos da aplicando-se-lhes o disposto no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no
lei e dos tratados internacionais (art. 16, § 2º). É evidente que tais medidas art. 37, XI, XIII, XIV e XV, bem como no art. 40, §§ 4º, 5º e 6º, da CF (art.
podem envolver contas e aplicações existentes no território nacional. 142, § 3º, IV e VIII). Vale destacar que para as punições disciplinares
O perdimento dos bens que constituem produto de crime ou militares não é cabível habeas corpus (CF, art. 142, § 2º).
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso, em favor da Os militares em atividade, como ocorre com os servidores civis,
União, é um dos efeitos da condenação, nos termos do art. 91, II, “b”, do podem passar para a inatividade remunerada, mediante reforma, nos
CP. Por isso mesmo, na hipótese de crime comum, a Administração termos da Constituição Federal e da legislação ordinária correspondente,
interessada deverá promover o sequestro, na forma do Dec.-lei 3.240/41, a ou, ainda, manter-se na reserva não remunerada, como ocorre com os
fim de garantir o ressarcimento com os referidos bens. oficiais provenientes do Centro e Núcleos de Preparação de Oficiais da
Em qualquer hipótese, porém, é cabível ação autônoma visando à Reserva —CPOR e NPOR, os quais, em tempo de guerra, podem ser
decretação da perda dos bens, a qual, caso tenha havido medida cautelar, convocados para a ativa de sua patente.
deve ser proposta dentro de trinta dias, contados da efetivação da medida O art. 42, § 1º, da CF, na redação dada pela EC 20/98, manda
(Lei 8.429/92, art. 17). aplicar aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além
Enriquecimento ilícito do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º (militar
Enriquecimento ilícito, no que tange a servidores públicos, é o que alistável e elegível), do art. 40, § 9º (contagem de tempo de contribuição), e
decorre da prática de crime contra a Administração definido no CP, arts. do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo à lei estadual específica dispor sobre as
312 a 327. matérias do art. 142, § 3º, X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
pelos respectivos Governadores. Esse inc. X do § 3º do art. 142, na
Abuso de autoridade redação dada pela EC 18, prevê um regime jurídico peculiar para os
O abuso de autoridade, definido na Lei 4.898, de 9.12.65, alterada militares, inclusive sobre a remuneração, as prerrogativas e outras
pela Lei 6.657, de 5.6.79, sujeita o agente público federal, estadual ou situações especiais, “consideradas as peculiaridades de suas atividades”.
municipal à tríplice responsabilidade civil, administrativa e penal. Quanto aos pensionistas, o § 2º do art. 42, na redação da EC 41, determina
A apuração da responsabilidade civil faz-se por ação ordinária, a aplicação do que for fixado em lei específica de cada Estado, do Distrito
perante a Justiça Comum federal ou estadual, conforme seja a autoridade. Federal e dos Territórios. Registre-se que a aplicação do disposto no art.
A responsabilidade administrativa e a penal apuram-se através dos 40, § § 7º e 8º, da CF, prevista pelo inc. IX do § 3º do art. 142 da CF, foi
processos especiais estabelecidos pela própria lei, mediante representação excluída, por força de sua revogação pelo art. 10 da EC 4 1/2003.
da vítima à autoridade superior ou ao Ministério Público competente para a Direito adquirido
ação criminal. A EC 19 determina, pelo seu art. 29, que os “subsídios,
Os abusos de autoridade puníveis nos termos dessa lei são vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria e pensões e
somente os indicados em seus arts. 3º e 4º, relativos à liberdade individual, quaisquer outras espécies remuneratórias adequar-se-ão”, a partir da sua
à inviolabilidade do domicílio e da correspondência e aos direitos de publicação, “aos limites decorrentes da Constituição Federal, não se
locomoção, de culto, de crença, de consciência, de voto e de reunião, bem admitindo a percepção de excesso a qualquer título”. Já a EC 20, no art.
como os concernentes à incolumidade física do indivíduo. 30, caput e seus §§ 2º, 3º e 4º, após assegurar o direito adquirido quanto
Para os efeitos dessa lei, considera-se autoridade todo aquele que ao regime jurídico anterior para os já aposentados ou os pensionistas dos
exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda já falecidos ou para os que já tenham cumprido os requisitos para a
que transitoriamente ou sem remuneração. aposentadoria e/ou para a concessão da pensão com base na legislação
As penas por abuso de autoridade vão desde a advertência administra- então vigente, determina que seja observado o disposto no art. 37, XI (cf
tiva até a demissão, e no processo penal escalonam-se em multa, deten- parte final do referido § 4º). Por seu turno, o art. 90 da EC 41 determina a
ção, perda do cargo e inabilitação para função pública, aplicadas isolada ou aplicação do disposto no art. 17 do ADCT da CF/88, aos vencimentos,
cumulativamente. remunerações e subsídios, bem como aos proventos, pensões e outra
Os procedimentos decorrentes dessa lei são autônomos em espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
relação à responsabilização civil e administrativa da própria Administração, vantagens pessoais ou de qualquer natureza.
visto que o legislador deu legitimidade às vitimas para chamarem a juízo Em razão dessas normas, pode-se pensar que a EC 41 teria
diretamente seus ofensores. Isto não impede, entretanto, que a imposto uma redução do valor percebido quando este for superior ao
Administração tome a iniciativa da ação regressiva prevista no art. 37, § 6º, resultante da aplicação do art. 37, XI, na redação por ela dada, mesmo nos
da CF, independentemente de qualquer representação do ofendido (Lei casos em que esse quantum decorra de ato legítimo, ou seja, conforme aos
4.619, de 28.4.65). princípios constitucionais e à lei. Assim seria porque, como aquele valor
Militares estaria sendo percebido em desacordo com a Constituição, haveria a
incidência do disposto no art. 17 do ADCT da Carta de 1988. Como
Como acentuado, a EC 18 alterou a denominação da seç. III do
veremos, esse raciocínio não é admitido pela ordem jurídica, mesmo
cap. VII do tít. III da Constituição para “Dos militares dos Estados, do
porque recentemente o colendo STF voltou a proclamar que a garantia
Distrito Federal e dos Territórios” e deslocou o tratamento dos militares das
constitucional de irredutibilidade de vencimentos ou do valor dos benefícios
Forças Armadas para o cap. II do tít. V. De servidores públicos, passaram a
(arts. 37, XV, e 194, parágrafo único, IV, da CF) é “modalidade qualificada
ser denominados exclusivamente de militares, quando membros das Forças
da proteção ao direito adquirido”.
Armadas; e de servidores policiais ou, ainda, de militares, quando
integrantes das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros (cf. art. 42, do art. Por isso, a exemplo do que dissemos nas edições anteriores a
144, § 9º, e art. 142, § 3º) respeito das EC 19 e 20, para evitar numerosos conflitos entre servidores e
a Administração Pública, cremos que o art. 90 da EC 41, na sua parte final,
Regime Jurídico 17 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
deveria ter o acréscimo da locução “salvo os direitos adquiridos”, em na sua nova redação, não poderá ter redução desse valor. A diferença
especial o da garantia da irredutibilidade do quantum percebido. Note-se entre esse valor e o do teto geral deverá ser absorvida por alterações
que essa proteção decorre também do princípio da segurança jurídica. Isso futuras do subsídio, da remuneração ou do beneficio.
sem falar que somente dessa forma é que se assegura a preservação da É manifesto que somente o que foi adquirido de conformidade com
dignidade dos servidores, aposentados ou pensionistas. Aqui, desde logo, a ordem jurídica constitucional e legal então vigente é que tem a garantia
deve-se frisar que a garantia da irredutibilidade refere-se ao montante do direito adquirido. Nessa linha, no nosso entender, remunerações que
global de remuneração, obstando à diminuição do quanto já percebido. estejam em valores notoriamente desproporcionais aos limites máximos
Assim sendo, desde que não haja redução, não é vedada a alteração de estabelecidos pelo art. 37, Xl, da CF, inclusive com as vantagens pessoais
critérios legais de fixação do valor da remuneração ou do regime legal de incorporadas, não guardam razoabilidade e moralidade. Vale dizer, re-
cálculo ou reajuste de vencimentos ou vantagens funcionais. velam-se destituídas do necessário coeficiente de razoabilidade e, assim,
Na aplicação de norma constitucional que tem por objetivo fixar um lesivas à cláusula do substantive due process of law, objeto de expressa
valor máximo e ideal para a remuneração e os proventos dos servidores proclamação pelo art. 50, LIV, da CF (cf Ministro Celso de Melo, RTJ 160/
públicos, do naipe, por exemplo, do art. 37, XI, haverá sempre uma postura 143, STF, Pleno). Portanto — e considerando que, como visto, o douto
voltada para o ideal e outra para o cumprimento dos mandamentos Plenário do STF proclamou que a incidência da garantia da irredutibilidade
constitucionais, ainda que isto não corresponda ao ideal. Preferimos, como pressupõe a licitude da aquisição da remuneração —‘ as remunerações
se verá, flcar com a segunda hipótese, única cabível no Estado de Direito, ilegítimas, ou seja, não conformes com a lei e os princípios constitucionais,
mesmo porque, acreditamos, o sistema constitucional instituído pela Carta podem e devem ser revistas. Dessa forma, o caminho está no exame da
de 1988 contém mecanismos que podem levar àquele ideal, como, a título razoabilidade e da moralidade entre as vantagens pessoais, antes não
de exemplo, a correta aplicação dos princípios da razoabilidade e da sujeitas ao cálculo do teto, e os valores computados nesse cálculo. E, pois,
moralidade administrativo, mesmo porque, no mesmo precedente acima possível alcançar a aplicação da ordem jurídica sem ofensa às garantias
referido, o STF consignou que a incidência da garantia da irredutibilidade, individuais e, portanto, aos mandamentos constitucionais e ao real e
como direito adquirido, pressupõe a licitude da aquisição do direito a legítimo direito adquirido.
determinada remuneração. Obviamente, cada situação individual ou cada carreira poderão ser
Perfilhando o entendimento dominante entre os publicistas, o STF objeto dessa revisão. Porém, quando o exame do caso indicar a ilicitude da
assentou a possibilidade de emenda constitucional ser submetida ao remuneração, a Administração Pública deverá instaurar processo
controle concentrado ou difuso de constitucionalidade. Assim, qualquer administrativo e observar o devido processo legal, com o direito de defesa e
emenda constitucional pode ser objeto de controle de constitucionalidade contraditório, devendo a decisão pela redução ou pela manutenção ser
no pertinente às limitações decorrentes da própria Carta Magna. Segundo amplamente motivada e comunicada ao respectivo Tribunal de Contas.
Michel Temer, essas limitações são de três espécies: procedimentais, Fonte: DIREITO ADMINISTRATIVO BRASILEIRO – Hely Lopes
materiais (explícitas e implícitas) e circunstanciais. No caso, o exame do Meirelles – 33ª edição, Malheiros Editores Ltda., 2007, SP
direito adquirido à irredutibilidade envolve limitação de natureza material
explícita, uma vez que advém do art. 60, § 4º, da CF.
Com efeito, ali está consignado que não será objeto de deliberação 4. Seguridade Social do Servidor.
a proposta de emenda tendente a abolir, dentre outros, os direitos e
garantias individuais. Como ensina o acatado constitucionalista José Título VI - Da Seguridade Social do Servidor
Afonso da Silva, é “claro que o texto não proíbe apenas emendas que Posted on 19. Jul, 2007 by imprensa in RJU
expressamente declarem: ‘fica abolida a Federação ou a forma federativa Capítulo I
de Estado’, ‘fica abolido o voto direto (...)‘, ‘passa a vigorar a concentração Disposições Gerais
de Poderes’, ou ainda ‘fica extinta a liberdade religiosa, ou de comunicação Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e
(...), ou o habeas corpus, o mandado de segurança (...)‘. A vedação atinge sua família.
a pretensão Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja,
de modificar qualquer elemento conceitual (...) ou indiretamente simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração
restringir a liberdade religiosa, ou de comunicação ou outro direito e pública direta, autárquica e fundacional,
garantia individual; basta que a proposta de emenda se encamINhe, ainda não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exce-
que remotamente, ‘tenda’ (emendas tendentes, diz o texto) para sua ção da assistência à saúde. (Parágrafo acrescentado pelo art. 2º da Lei no
abolição”. 8.647, de 13 de abril de 1993)
Nessa linha, por força dessa cláusula pétrea, a garantia do direito Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a
adquirido há de ser respeitada e preservada mesmo pelo chamado poder que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de
constituinte derivado. Vale dizer, nenhum pessoa — e, portanto, nenhum benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:
servidor — poderá ter seu direito adquirido desrespeitado ou afrontado, I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice,
ainda que remotamente, por qualquer emenda constitucional. Nas palavras acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
do STF — nosso maior guardião e intérprete da Constituição —, as II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
“limitações constitucionais explícitas, definidas no § 4º do art. 60 da III - assistência à saúde.
Constituição da República, incidem diretamente sobre o poder de reforma Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições
conferido ao Poder Legislativo da União, inibindo-lhe o exercício quanto às definidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei.
categorias temáticas ali referidas”. Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compre-
endem:
Não se afirma, aqui, que há direito adquirido ao regime jurídico; o
I - quanto ao servidor:
que se sustenta é o direito adquirido de ordem individual, isto é, os efeitos
a) aposentadoria;
jurídicos produzidos no passado (facta praeterita) e já incorporados ao
b) auxílio-natalidade;
patrimônio jurídico do servidor, ativo e inativo, e de seus pensionistas. Por-
c) salário-família;
tanto, os limites remuneratórios decorrentes da EC 19 da EC 20 e, agora,
d) licença para tratamento de saúde;
da EC 41 aplicam-se a partir da entrada em vigor de cada uma, e, quanto à
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
última, para o futuro, não podendo retroagir para colher efeitos que ocorre-
f) licença por acidente em serviço;
ram em momento anterior ao da respectiva publicação. Registre-se: os
g) assistência à saúde;
efeitos jurídicos já produzidos, não as meras expectativas de direito, na
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;
medida em que estas não caracterizam direito adquirido, justamente
II - quanto ao dependente:
porque, por serem expectativas, ainda não se concretizaram e, por não
a) pensão vitalícia e temporária;
terem se concretizado, não produziram efeitos anteriormente à norma nova.
b) auxílio-funeral;
Comensurando o exposto, temos que o servidor, o inativo ou o c) auxílio-reclusão;
pensionista que percebia quando da publicação da EC 41 remuneração, d) assistência à saúde.
proventos ou pensão superior ao teto geral previsto no art. 37, XI, da CF,

Regime Jurídico 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com
órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
observado o disposto nos arts. 189 e 224. Seção II
§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má- Do Auxílio-Natalidade
fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimen-
penal cabível. to de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público,
Capítulo II inclusive no caso de natimorto.
Dos Benefícios § 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinquen-
Seção I ta por cento), por nascituro.
DA APOSENTADORIA § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público,
Art. 186. O servidor será aposentado: quando a parturiente não for servidora.
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decor- Seção III
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, conta- Do Salário-Família
giosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos; Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor- dependente econômico.
cionais ao tempo de serviço; Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de
III - voluntariamente: percepção do salário-família:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte
mulher, com proventos integrais; e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se inválido, de qualquer idade;
professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais; II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial,
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;
mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; III - a mãe e o pai sem economia própria.
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço. do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra
§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou
refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose superior ao salário-mínimo.
múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em
público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será
irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.
grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e,
de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
na medicina especializada. Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá
§ 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.
perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a
de que trata o inciso III, "a" e "c", observará o disposto em lei específica. suspensão do pagamento do salário-família.
§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica Seção IV
oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o Da Licença para Tratamento de Saúde
desempenho das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a
disposto no art. 24. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei no 9.527, de pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remune-
10.12.97) ração a que fizer jus.
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por Art. 203. Para licença até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico
ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a do setor de assistência do órgão de pessoal e, se por prazo superior, por
idade-limite de permanência no serviço ativo. junta médica oficial.
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residên-
data da publicação do respectivo ato. cia do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar interna-
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamen- do.
to de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses. § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reas- tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando
sumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado. as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publi- passado por médico particular. (Redação dada pelo art. 1º da Lei no 9.527,
cação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da de 10.12.97)
licença. § 3º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produzirá efeitos
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância do depois de homologado pelo setor médico do respectivo órgão ou entidade,
disposto no § 3º do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre ou pelas autoridades ou pessoas de que tratam os parágrafos do art. 230.
que se modificar a remuneração dos servidores em atividade. (Redação dada pelo art. 1º da Lei no 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou § 4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de trinta dias
vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusi- de licença para tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a conces-
ve quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou são de nova licença, independentemente do prazo de sua duração, será
função em que se deu a aposentadoria. submetido a inspeção por junta médica oficial. (Parágrafo acrescentado
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de pelo art. 1º da Lei no 9.527, de 10.12.97)
serviço, se acometido de qualquer das moléstias especificadas no art. 186, Art. 204. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova inspe-
§ 1º, passará a perceber provento integral. ção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licen-
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será ça ou pela aposentadoria.
inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade. Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou
Art. 192. (Revogado pelo art. 18 da Lei no 9.527, de 10.12.97) natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por
Art. 193. (Revogado pelo art. 18 da Lei no 9.527, de 10.12.97) acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especifi-
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia cadas no art. 186, § 1º.
vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcio-
deduzido o adiantamento recebido. nais será submetido a inspeção médica.
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de opera- Seção V
ções bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei no Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade

Regime Jurídico 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e § 1º A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as
vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. alíneas "a" e "c" do inciso I deste artigo exclui desse direito os demais
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, beneficiários referidos nas alíneas "d" e "e".
salvo antecipação por prescrição médica. § 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do alíneas "a" e "b" do inciso II deste artigo exclui desse direito os demais
parto. beneficiários referidos nas alíneas "c" e "d".
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão
será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão temporária.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a § 1º Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalícia, o seu valor
30 (trinta) dias de repouso remunerado. será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à § 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária, metade do
licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos. valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, sendo a outra metade
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a rateada em partes iguais, entre os titulares da pensão temporária.
servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de § 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o valor integral
descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora. da pensão será rateado, em partes iguais, entre os que se habilitarem.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo
(um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remune- tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
rada. Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilita-
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com ção tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só
mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.
(trinta) dias. Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela prática de
Seção VI crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor.
Da Licença por Acidente em Serviço Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do servi-
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado dor, nos seguintes casos:
em serviço. I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições não caracterizado como em serviço;
do cargo exercido. III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: missão de segurança.
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercí- Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou
cio do cargo; temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência,
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa. ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento benefício será automaticamente cancelado.
especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recur- Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
sos públicos. I - o seu falecimento;
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial consti- II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão
tui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios da pensão ao cônjuge;
e recursos adequados em instituição pública. III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário inválido;
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorro- IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada, aos 21 (vinte e
gável quando as circunstâncias o exigirem. um) anos de idade;
Seção VII V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
Da Pensão VI - a renúncia expressa.
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a uma pensão Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota
mensal de valor correspondente ao da respectiva remuneração ou proven- reverterá:
to, a partir da data do óbito, observado o limite estabelecido no art. 42. I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e titulares da pensão temporária, se não houver pensionista remanescente da
temporárias. pensão vitalícia;
§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanentes, que II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta destes, para
somente se extinguem ou revertem com a morte de seus beneficiários. o beneficiário da pensão vitalícia.
§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e
extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de invalidez ou maiori- na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, apli-
dade do beneficiário. cando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.
Art. 217. São beneficiários das pensões: Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa
I - vitalícia: de mais de duas pensões.
a) o cônjuge; Seção VIII
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percep- Do Auxílio-Funeral
ção de pensão alimentícia; Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na ativida-
c) o companheiro ou companheira designado que comprove união estável de ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou
como entidade familiar; provento.
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora em razão do cargo de maior remuneração.
de deficiência, que vivam sob a dependência econômica do servidor; § 2º (VETADO).
II - temporária: § 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inváli- de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o
dos, enquanto durar a invalidez; funeral.
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade; Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, ob-
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a servado o disposto no artigo anterior.
invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor; Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de
d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão
até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez. à conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.
Seção IX
Do Auxílio-Reclusão

Regime Jurídico 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguin- ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades menciona-
tes valores: das no artigo anterior.
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele
flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática
perdurar a prisão; do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de conde- indireta.
nação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obri-
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à gados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impes-
integralização da remuneração, desde que absolvido. soalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato afetos.
àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional. Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão,
Capítulo III dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarci-
Da Assistência à Saúde mento do dano.
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua famí- Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
lia, compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
farmacêutica, prestada pelo Sistema Único de Saúde - SUS ou diretamente Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio
pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou, ainda, público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa
mediante convênio ou contrato, na forma estabelecida em regulamento. responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indis-
(Redação dada pelo art. 1º da Lei no 9.527, de 10.12.97) ponibilidade dos bens do indiciado.
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avalia- Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste
ção ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano,
para a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
convênio com unidades de atendimento do sistema público de saúde, Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou
entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Parágrafo acrescentado pelo do valor da herança.
art. 1º da Lei no 9.527, de 10.12.97)
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do disposto CAPÍTULO II
no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da Dos Atos de Improbidade Administrativa
prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica
especificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos
seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não Seção I
estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora Dos Atos de Improbidade Administrativa que Impor-
da profissão. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei no 9.527, de tam Enriquecimento Ilícito
10.12.97)
Capítulo IV Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enri-
Do Custeio quecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
Art. 231. (Revogado pelo art. 8º da Lei no 9.783, de 28.1.99) em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
5. Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de Improbidade
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comis-
Administrativa. são, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992. decorrente das atribuições do agente público;
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação
na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras provi- de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
dências. de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de servi-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso
ço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equi-
pamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposi-
CAPÍTULO I ção de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como
Das Disposições Gerais o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades;
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente públi- V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
co, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocí-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos nio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concor- VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
ra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras
serão punidos na forma desta lei. públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, das atribuições do agente público, durante a atividade;
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura

Regime Jurídico 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das
aplicação de verba pública de qualquer natureza; atribuições e que deva permanecer em segredo;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou IV - negar publicidade aos atos oficiais;
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que V - frustrar a licitude de concurso público;
esteja obrigado; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencio- antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica
nadas no art. 1° desta lei; capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores inte- CAPÍTULO III
grantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta Das Penas
lei. Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrati-
Seção II vas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação
ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicita-
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: mente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
no art. 1º desta lei; incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial dez anos;
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonali- circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
zado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
aplicáveis à espécie; intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte- cinco anos;
grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco
mercado; anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
serviço por preço superior ao de mercado; receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; majoritário, pelo prazo de três anos.
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevida- obtido pelo agente.
mente; CAPÍTULO IV
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em Da Declaração de Bens
lei ou regulamento; Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patri-
como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; mônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competen-
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas perti- te. (Regulamento) (Regulamento)
nentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, di-
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça nheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimo-
ilicitamente; niais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante,
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em
contratados por essas entidades. que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a função.
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público,
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a pres-
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na tar falsa.
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
Seção III anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformida-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios de da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natu-
da Administração Pública reza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra caput e no § 2° deste artigo .
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole CAPÍTULO V
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às insti- Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
tuições, e notadamente: Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administra-
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso tiva competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
daquele previsto, na regra de competência; prática de ato de improbidade.
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

Regime Jurídico 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assina- CAPÍTULO VI
da, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e Das Disposições Penais
sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento. Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despa- agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
cho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § inocente.
1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Públi- Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
co, nos termos do art. 22 desta lei. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determi- indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que
nará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores houver provocado.
federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos
8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimen- emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
to administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. fizer necessária à instrução processual.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
procedimento administrativo. pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno
representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante
patrimônio público. representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. CAPÍTULO VII
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o Da Prescrição
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. nesta lei podem ser propostas:
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias em comissão ou de função de confiança;
da efetivação da medida cautelar. II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos
trata o caput. de exercício de cargo efetivo ou emprego.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações CAPÍTULO VIII
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. Das Disposições Finais
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957,
no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.
1996) Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, República.
atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir
6. Decreto nº 7.203/2010.
ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que conte- DECRETO Nº 7.203, DE 4 DE JUNHO DE 2010.
nham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com Dispõe sobre a vedação do nepotismo no âmbito da administração
razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer pública federal.
dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) DECRETA:
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e Art. 1o A vedação do nepotismo no âmbito dos órgãos e entidades
ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, da administração pública federal direta e indireta observará o disposto
que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo neste Decreto.
de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Art. 2o Para os fins deste Decreto considera-se:
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em I - órgão:
decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do a) a Presidência da República, compreendendo a Vice-
ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via Presidência, a Casa Civil, o Gabinete Pessoal e a Assessoria Especial;
eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) b) os órgãos da Presidência da República comandados por Minis-
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar tro de Estado ou autoridade equiparada; e
contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) c) os Ministérios;
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de II - entidade: autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de
instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) economia mista; e
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da III - familiar: o cônjuge, o companheiro ou o parente em linha reta
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até o terceiro grau.
mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Parágrafo único. Para fins das vedações previstas neste Decreto,
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos pro- serão consideradas como incluídas no âmbito de cada órgão as autarquias
cessos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código e fundações a ele vinculadas.
de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Art. 3o No âmbito de cada órgão e de cada entidade, são vedadas
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de as nomeações, contratações ou designações de familiar de Ministro de
dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o Estado, familiar da máxima autoridade administrativa correspondente ou,
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa ainda, familiar de ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
jurídica prejudicada pelo ilícito. de direção, chefia ou assessoramento, para:

Regime Jurídico 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
I - cargo em comissão ou função de confiança;
II - atendimento a necessidade temporária de excepcional interes- Divulgação de segredo
se público, salvo quando a contratação tiver sido precedida de regular Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documen-
processo seletivo; e to particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou
III - estágio, salvo se a contratação for precedida de processo sele- detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
tivo que assegure o princípio da isonomia entre os concorrentes. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1o Aplicam-se as vedações deste Decreto também quando exis- § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único
tirem circunstâncias caracterizadoras de ajuste para burlar as restrições ao renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
nepotismo, especialmente mediante nomeações ou designações recípro- § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reserva-
cas, envolvendo órgão ou entidade da administração pública federal. das, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações
§ 2o As vedações deste artigo estendem-se aos familiares do Pre- ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983,
sidente e do Vice-Presidente da República e, nesta hipótese, abrangem de 2000)
todo o Poder Executivo Federal. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela
§ 3o É vedada também a contratação direta, sem licitação, por ór- Lei nº 9.983, de 2000)
gão ou entidade da administração pública federal de pessoa jurídica na § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação
qual haja administrador ou sócio com poder de direção, familiar de detentor penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsá- Falsificação do selo ou sinal público
vel pela demanda ou contratação ou de autoridade a ele hierarquicamente Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
superior no âmbito de cada órgão e de cada entidade. I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Es-
Art. 4º Não se incluem nas vedações deste Decreto as nomea- tado ou de Município;
ções, designações ou contratações: II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a
I - de servidores federais ocupantes de cargo de provimento efeti- autoridade, ou sinal público de tabelião:
vo, bem como de empregados federais permanentes, inclusive aposenta- Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
dos, observada a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo ou § 1º - Incorre nas mesmas penas:
emprego de origem, ou a compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
a complexidade inerente ao cargo em comissão ou função comissionada a II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuí-
ocupar, além da qualificação profissional do servidor ou empregado; zo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
II - de pessoa, ainda que sem vinculação funcional com a adminis- III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos,
tração pública, para a ocupação de cargo em comissão de nível hierárquico siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos
mais alto que o do agente público referido no art. 3º; ou entidades da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
III - realizadas anteriormente ao início do vínculo familiar entre o 2000)
agente público e o nomeado, designado ou contratado, desde que não se § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevale-
caracterize ajuste prévio para burlar a vedação do nepotismo; ou cendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
IV - de pessoa já em exercício no mesmo órgão ou entidade antes DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO (Incluído
do início do vínculo familiar com o agente público, para cargo, função pela Lei 12.550. de 2011)
ou emprego de nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei
ocupado. 12.550. de 2011)
Parágrafo único. Em qualquer caso, é vedada a manutenção de Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de bene-
familiar ocupante de cargo em comissão ou função de confiança sob su- ficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame,
bordinação direta do agente público. conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 5º Cabe aos titulares dos órgãos e entidades da administração I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
pública federal exonerar ou dispensar agente público em situação de nepo- II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de
tismo, de que tenham conhecimento, ou requerer igual providência à auto- 2011)
ridade encarregada de nomear, designar ou contratar, sob pena de respon- III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
sabilidade. ou (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Parágrafo único. Cabe à Controladoria-Geral da União notificar os IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela
casos de nepotismo de que tomar conhecimento às autoridades competen- Lei 12.550. de 2011)
tes, sem prejuízo da responsabilidade permanente delas de zelar pelo Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
cumprimento deste Decreto, assim como de apurar situações irregulares, pela Lei 12.550. de 2011)
de que tenham conhecimento, nos órgãos e entidades correspondentes. § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
Art. 6º Serão objeto de apuração específica os casos em que haja qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações
indícios de influência dos agentes públicos referidos no art. 3o: mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I - na nomeação, designação ou contratação de familiares em hipó- § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração públi-
teses não previstas neste Decreto; ca: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II - na contratação de familiares por empresa prestadora de serviço Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pe-
terceirizado ou entidade que desenvolva projeto no âmbito de órgão ou la Lei 12.550. de 2011)
entidade da administração pública federal. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por
Art. 7o Os editais de licitação para a contratação de empresa pres- funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
tadora de serviço terceirizado, assim como os convênios e instrumentos TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
equivalentes para contratação de entidade que desenvolva projeto no CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLI-
âmbito de órgão ou entidade da administração pública federal, deverão CO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
estabelecer vedação de que familiar de agente público preste serviços no Peculato
órgão ou entidade em que este exerça cargo em comissão ou função de Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
confiança. qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
Art. 8o Os casos omissos ou que suscitem dúvidas serão discipli- razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
nados e dirimidos pela Controladoria-Geral da União. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora
Brasília, 4 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da Re- não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
pública. que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
Decreto-Lei nº 2.848/1940:

Regime Jurídico 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de ou- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
trem: pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - detenção, de três meses a um ano. Prevaricação
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se pre- Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
cede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, cio, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interes-
reduz de metade a pena imposta. se ou sentimento pessoal:
Peculato mediante erro de outrem Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no e- Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
xercício do cargo, recebeu por erro de outrem: cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de Condescendência criminosa
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar da- falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade compe-
no: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) tente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Lei nº 9.983, de 2000) Advocacia administrativa
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor- Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado pe-
mações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) rante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informa- Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
ções ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autori- Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
dade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul- Violência arbitrária
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a me- exercê-la:
tade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena corres-
Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pondente à violência.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Abandono de função
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: lei:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
mais grave. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da es- § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
tabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Concussão Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, a- as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de
inda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
gem indevida: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Violação de sigilo funcional
Excesso de exação Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que
deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio constitui crime mais grave.
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:(Redação dada pela Lei nº § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela
8.137, de 27.12.1990) Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e emprésti-
Lei nº 8.137, de 27.12.1990) mo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autoriza-
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o das a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Públi-
que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: ca; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº
Corrupção passiva 9.983, de 2000)
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indi- § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública
retamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação Violação do sigilo de proposta de concorrência
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Funcionário público
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de o- Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
fício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
outrem: prego ou função pública.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, empre-
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de go ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
contrabando ou descaminho (art. 334): prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de ativi-
dade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Regime Jurídico 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituí- nº 4.729, de 14.7.1965)
da pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou
CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA descaminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 14.7.1965)
Usurpação de função pública Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou ven-
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. da em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concor-
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. rente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
Resistência mento de vantagem:
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pe-
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja na correspondente à violência.
prestando auxílio: Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de con-
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. correr ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Inutilização de edital ou de sinal
Pena - reclusão, de um a três anos. Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edi-
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corres- tal afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
pondentes à violência. empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público,
Desobediência para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. Subtração ou inutilização de livro ou documento
Desacato Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial,
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de
em razão dela: ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime
mais grave.
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 9.983, de 2000)
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e
por funcionário público no exercício da função:(Redação dada pela Lei nº qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº
9.127, de 1995) 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação da- I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de in-
da pela Lei nº 9.127, de 1995) formações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado,
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente ale- empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equipa-
ga ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcioná- rado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
rio. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabili-
Corrupção ativa dade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983,
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: de 2000)
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remu-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação nerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o Lei nº 9.983, de 2000)
pratica infringindo dever funcional. § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara
Contrabando ou descaminho e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informa-
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ções devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
saída ou pelo consumo de mercadoria: § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente
Pena - reclusão, de um a quatro anos. a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
4.729, de 14.7.1965) II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamen-
lei; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) te, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fis-
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou desca- cais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
minho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de paga-
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer for- mento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais),
ma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comerci- o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a
al ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas
produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previ-
fraudulenta por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965) dência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exer- CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLI-
cício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência es- CAS (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
trangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de Contratação de operação de crédito
documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, inter-
14.7.1965) no ou externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000)

Regime Jurídico 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº c) poderá ter validade de um ano e ser prorrogado uma única vez, por mais
10.028, de 2000) dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou d) terá seu prazo de validade e condições de realização fixados em Decreto
realiza operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, Presidencial.
de 2000) e) poderá ter validade de seis meses e ser prorrogado várias vezes, por
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido mais seis meses em cada prorrogação, até o limite
em lei ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de de quatro anos.
2000)
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite má- 2. (Analista de Planejamento e Gestão MPOG 2003) Nos termos do Estatu-
ximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) to dos Servidores Públicos Civis da União, o estágio probatório será avalia-
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa- do com base em alguns fatores. Assinale, no rol abaixo, o fator que não
gar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) está previsto na norma positiva:
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de a) disciplina
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite b) capacidade de iniciativa
estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) c) pontualidade
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela d) assiduidade
Lei nº 10.028, de 2000) e) responsabilidade
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-
ra (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) 3. (Analista de Finanças e Controle STN 2002) O servidor nomeado para
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público adquire estabi-
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despe- lidade
sa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parce- a) após dois anos de exercício.
la a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente b) após três anos de exercício.
de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) c) após cinco anos de exercício.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº d) quando toma posse.
10.028, de 2000) e) quando entra em exercício.
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000) 4. (Procurador da Fazenda Nacional 2004) Em vista dos preceitos constitu-
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela cionais que tratam da estabilidade do servidor público, assinale a opção
Lei nº 10.028, de 2000) correta.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº a) Na atualidade, existem apenas duas formas de perda do cargo pelo
10.028, de 2000) servidor público estável: em virtude de sentença judicial transitada em
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028, de julgado, ou mediante processe administrativo disciplinar em que lhe seja
2000) assegurada ampla defesa.
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha b) Com a reforma administrativa promovida por meio da Emenda Constitu-
sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da ga- cional nº. 19/98, restou afastada a necessidade de instituição de comissão
rantia prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) para que se dê a avaliação de desempenho do servidor, durante seu está-
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei gio probatório.
nº 10.028, de 2000) c) Se restar declarada a desnecessidade do cargo, o servidor, mesmo que
Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, ainda não seja estável, poderá ficar em disponibilidade.
de 2000) d) Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cance- reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
lamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permi- cargo de origem. Em tal hipótese, ambos os servidores (o reintegrado e o
tido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) reconduzido) terão o direito à indenização, em vista da falha cometida pela
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Administração Pública.
Lei nº 10.028, de 2000) e) Na sistemática da Constituição Federal, está claro que há distinção entre
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do man- estabilidade e efetividade.
dato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento 5. (Técnico em Finanças e Controle SFC 2000) São requisitos simultâneos
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final para a aquisição de estabilidade no serviço público, exceto:
do mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)) a) declaração de idoneidade financeira
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº b) três anos de efetivo exercício
10.028, de 2000) c) aprovação em concurso público
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluído pela d) nomeação para cargo de provimento efetivo
Lei nº 10.028, de 2000) e) aprovação em avaliação especial de desempenho
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a co-
locação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham 6. (Auditor Fiscal da Receita Federal SRF 2001) Em relação à posse do
sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centraliza- servidor público, é incorreto afirmar:
do de liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) a) haverá posse em todos os casos de provimento de cargo b) a posse
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provi-
10.028, de 2000) mento
c) a posse dependerá de prévia inspeção médica oficial
PROVA SIMULADA d) a posse dar-se-á mediante procuração específica
Trabalho elaborado pelo Prof. Elyesley Silva. e) no ato da posse o servidor declarará seus bens e os valores de seu
patrimônio
1. (Especialista ANA 2009) Sabendo-se que a prévia habilitação em con-
curso público é condição necessária à nomeação para cargo de carreira ou 7. (Especialista ANA 2009) De acordo com a Lei n. 8.112/1990, são formas
cargo isolado de provimento efetivo, e considerando o que dispõe a Lei n. de provimento de cargo público, exceto:
8.112/1990, é correto afirmar sobre tal instituto que: a) Nomeação.
a) poderá ser aberto novo concurso ainda que haja candidato aprovado em b) Promoção.
concurso anterior com prazo de validade já expirado. c) Readaptação.
b) será de provas, de títulos ou de provas e títulos. d) Recondução.

Regime Jurídico 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e) Remoção. Inconformado com a decisão, ajuizou uma ação em que requereu a anula-
ção da decisão administrativa. Ao final de seu processamento, o servidor
8. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) Não integra o rol de requisi- obteve decisão transitada em julgado favorável a seu pedido. Nos termos
tos básicos para investidura em cargo público: da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, a fim de que o servidor retor-
a) gozo dos direitos políticos. ne a seu cargo de origem, ainda existente, a decisão judicial deverá ter
b) nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo. determinado sua:
c) aptidão física e mental. a) readaptação.
d) comprovação de ausência de condenação penal. b) reintegração.
e) idade mínima de dezoito anos. c) reversão.
d) recondução.
9. (Tecnico administrativo ANEEL 2004) Virgílio, servidor público federal, e) disponibilidade.
estável, foi reintegrado no cargo que ocupava anteriormente. Porém, esse
cargo estava provido por Sócrates. Nesse caso, o servidor Sócrates, tam- 15. (Tecnico Judiciario-administrativa TRT 7º 2003) Para a posse, em
bém estável, será qualquer cargo público federal, pode-se considerar
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado dispensável a
em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. a) apresentação da declaração de bens.
b) exonerado do cargo de origem, com direito a indenização, ou transferido b) aptidão em inspeção médica.
para outro cargo, ou, ainda, colocado à disposição. c) observância de prazo.
c) revertido ao cargo de origem, com direito à indenização, ou redistribuído d) quitação eleitoral.
para outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. e) aprovação em concurso público.
d) removido para o cargo de origem, com direito a indenização, readaptado
para outro cargo, ou, ainda, colocado 16. (Especialista – Administração ANA 2009) Considerando o que dispõe o
à disposição. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
e) reintegrado também ao cargo de origem, com direito a indenização, ou União, com as alterações advindas das mutações constitucionais pertinen-
exonerado, com indenização, ou, ainda, posto em disponibilidade. tes, assinale a afirmativa correta.
a) O servidor será exonerado do cargo se não tomar posse no prazo de
10. (Advogado IRB 2006) Relativamente às formas de provimento do servi- trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
dor público, assinale a opção em que o servidor passa a exercer suas b) A investidura em cargo público ocorrerá com a nomeação.
atribuições como excedente. c) O servidor não aprovado no estágio probatório será demitido ou, se
a) Reintegração estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.
b) Readaptação d) O servidor investido no mandato de Prefeito será afastado do cargo,
c) Recondução sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
d) Redistribuição e) O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de
e) Reversão, no interesse da Administração provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço
público ao completar dois anos de efetivo exercício.
11. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) O retorno à atividade, do
servidor público civil da União, regido pela Lei n. 17. (Analista de Finanças e Controle CGU 2006) Os ocupantes de cargos
8.112/90, para o cargo em que tenha sido colocado em disponibilidade dar- em comissão, na Administração Pública Federal, sem
se-á mediante nela deterem outro vínculo funcional efetivo são.
a) aproveitamento. a) regidos pelo regime da CLT (legislação trabalhista).
b) readmissão. b) submetidos ao regime jurídico disciplinar, previstos na Lei nº. 8.112/90,
c) reintegração. que estabeleceu o regime jurídico único dos servidores civis federais.
d) reversão. c) filiados obrigatórios do Plano de Seguridade Social do Servidor estabele-
e) recondução. cidos na Lei nº. 8.112/90.
d) destinatários dos mesmos direitos e das vantagens, que a Lei nº.
12. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) São formas de provimento 8.112/90 assegure aos servidores titulares de cargos
de cargo público, exceto: efetivos, inclusive aposentadoria.
a)aproveitamento. e) destinatários dos direitos e vantagens assegurados na Lei nº. 8.112/90,
b) transferência. aos servidores efetivos, inclusive os relativos a
c) recondução. licenças.
d) promoção.
e) reversão. 18. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Determinado concurso
público, destinado a selecionar candidatos a cargos
13. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Servidor Público não públicos na Administração Federal, teve seu edital publicado em
estável responde a processo administrativo disciplinar, ao final do qual é 02/01/2006, com prazo de validade de um ano, prorrogável por igual perío-
demitido. Um ano após a demissão, o ex-servidor consegue ver anulado o do. O concurso foi homologado em 03/03/2006. Não houve prorrogação.
ato administrativo que o demitiu. Feitas tais considerações, assinale a Determinado candidato provado foi nomeado em 01/03/2007, respeitada a
opção correta. ordem de sua classificação. A posse deu-se 30 (trinta ) dias depois da
a) A anulação da demissão gera para o servidor a reintegração imediata ao nomeação. O exercício ocorreu 15 (quinze) dias depois da posse. Baseado
cargo ocupado. nos fatos acima narrados Baseado nos fatos acima narrados, assinale a
b) O servidor não possui direito a retornar ao cargo antes ocupado por não única
ser estável quando foi demitido. opção correta.
c) Em face dos efeitos produzidos pelo ato administrativo anulado, o servi- a) A nomeação é válida.
dor tem o direito de retornar ao cargo de origem. b) A nomeação é nula, vez que realizada fora do prazo de validade do
d) Haverá reintegração desde que o servidor tenha completado tempo concurso.
suficiente para a aquisição da estabilidade c) A posse é nula, vez que ocorrida fora do prazo de validade do concurso.
quando a demissão foi anulada. d) A nomeação somente seria válida até 02/01/2007.
e) A reintegração será possível desde que, embora ainda não estável, o e) A investidura não é válida, pois dois de seus atos ocorreram após o
servidor já tenha cumprido o estágio probatório. encerramento da validade do concurso.

14. (Especialista ANA 2009) Um servidor público federal estável foi demitido 19. (Tecnico Administrativo MPU 2004) A Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre
após processo administrativo disciplinar. o regime jurídico, do servidor público federal,

Regime Jurídico 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
prevê várias formas de provimento e vacância de cargos efetivos, algumas ( ) Servidor público efetivo recebe valores em decorrência do cumprimento
das quais, necessariamente, são comuns e de uma decisão judicial, que é posteriormente modificada, tornando-os
simultâneas a ambas, como é o caso indevidos.
a) do aproveitamento. a) 1/2/1/2
b) da disponibilidade. b) 2/1/1/2
c) da reintegração c) 1/1/2/2
d) da reversão. d) 2/2/1/2
e) da readaptação. e) 2/1/2/1

20. (Técnico da Receita Federal SRF 2006) À luz da Lei n. 8.112/90, que 26. (Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) No âmbito do Regime Jurídico
dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, não dos Servidores Públicos Civis da União (Lei nº.
constitui forma de provimento nem de vacância de cargo, a figura 8.112/90), a vantagem que se caracteriza como indenização é.
a) do aproveitamento. a) ajuda de custo,
b) da promoção. b) adicional de insalubridade
c) da readaptação. c) gratificação natalina
d) da recondução. d) abono pecuniário.
e) da redistribuição. e) adicional noturno.

21. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) São hipóteses de vacân- 27. (Analista de Finanças e Controle CGU 2006) A licença a favor do servi-
cia que importam provimento em novo cargo: dor público para o exercício de atividade política
a)promoção e readaptação. será
b) exoneração e demissão. a) não-remunerada, até o limite de três meses.
c) aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável. b) remunerada, até o limite de três meses, entre o registro de sua candida-
d) redistribuição e remoção. tura e o décimo dia seguinte ao da eleição.
e) disponibilidade. c) remunerada, desde a escolha em convenção partidária, até o décimo dia
seguinte ao da eleição.
22. (Técnico Administrativo ANEEL 2006) Assinale a opção que contemple d) não-remunerada, entre o dia da escolha em convenção partidária até o
uma forma de vacância comum aos cargos efetivos décimo dia seguinte ao da eleição.
e em comissão. e) remunerada, até o limite de quatro meses, entre a escolha em conven-
a) Promoção. ção partidária e a data da eleição.
b) Demissão.
c) Exoneração. 28. (Especialista – Administração ANA 2009) A Lei n. 8.112/1990, além de
d) Readaptação. vencimento e vantagens, também defere aos servidores públicos federais
e) Redistribuição. alguns adicionais, retribuições e gratificações. Neste conjunto não se inclui:
a) A gratificação natalina.
23. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Assinale o tipo de exone- b) O adicional por tempo de serviço.
ração que se caracteriza por encerrar um juízo de c) A gratificação por encargo de curso ou concurso.
conveniência e oportunidade da Administração. d) O adicional pela prestação de serviço extraordinário.
a)Exoneração ad nutum. e) A retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessora-
b) Decorrente de não aprovação do servidor não estável em estágio proba- mento.
tório.
c) A pedido do servidor. 29. (Especialista em Regulação ANEEL 2006) O servidor ocupante de
d) Quando o servidor não toma posse no prazo legal. cargo público federal efetivo, regido pelo regime jurídico da Lei nº8. 112 90,
e) Em razão da não observância do limite gasto com pessoal previsto na desde que regularmente nomeado, após aprovação em concurso, tem
Lei de Responsabilidade Fiscal. direito a licença remunerada, pelo prazo de até
dois anos, a fim de acompanhar cônjuge, deslocado para
24. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Correlacione as colunas servir em outro ponto, dê território nacional.
abaixo a respeito dos tipos de vantagens previstas b) dois anos consecutivos, para trato de assuntos particulares.
na Lei n. 8.112/90: (1) adicional (2) gratificação (3) indenização c) dois anos, para o desempenho de mandato, em associação
( ) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramen- de classe ou entidade sindical, da respectiva categoria.
to. d) 10 dias, por motivo de seu casamento ou falecimento de
( ) Pagamentos que possuam relação com o local e a natureza do trabalho. seus pais, avós, irmãos filhos, netos e outros parentes,
( ) Ajuda de custo. e) 30 dias, por motivo de doença do seu cônjuge, dos pais ou
( ) Retribuição por encargo de curso ou concurso. dos filhos, quando indispensável for a sua assistência.
( ) Diárias.
a) 2 - 1 - 3 - 2 - 3 30. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Assinale a opção que
b) 3 - 2 - 3 - 1 - 2 contempla licença em que há a possibilidade de sua concessão ao
c) 2 - 1 - 2 - 3 - 1 servidor, ora com, ora sem remuneração.
d) 3 - 1 - 2 - 3 - 3 a) Licença capacitação.
e) 2 - 1 - 2 - 3 – 2 b) Licença por motivo de doença em pessoa da família.
c) Licença para tratar de interesses particulares.
25. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Leia atentamente as d) Licença para tratamento de saúde do próprio servidor.
situações abaixo para classificá-las como ensejadoras de uma das duas e) Licença adotante.
opções oferecidas. Após, identifique a opção que traga a seqüência correta.
(1) Reposição ao Erário (2) Indenização ao Erário 31. (Analista De Finanças e Controle CGU 2006) Se o servidor público
( ) Motorista oficial, servidor público efetivo, infringe as leis de trânsito civil, regido pelo regime da Lei n. 8.112/90, receber
fazendo com que a União seja multada. penalidade administrativa de advertência e de suspensão, sem vir a
( ) Servidor público efetivo recebe importância superior a que lhe era devida cometer nova infração disciplinar, elas terão seus
em razão de erro material por parte da Administração. registros cancelados, após o decurso de
( ) Servidor público efetivo desatentamente liga equipamento elétrico na a) 3 anos, em ambos os casos.
tomada com cuja voltagem ele era incompatível, causando a destruição do b) 5 anos, em ambos os casos.
aparelho. c) 2 e 3 anos, respectivamente.

Regime Jurídico 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
d) 3 e 5 anos, respectivamente. acumulação de cargos e empregos públicos, avalie a
e) 5 e 10 anos, respectivamente. seguinte situação: José, Auditor aposentado da Receita Federal, é
Professor da autarquia Universidade Federal do Rio
32. (Adminstrador ENAP 2006) O regime jurídico dos servidores de Janeiro - UFRJ. Pretende, agora, submeter-se ao concurso público
públicos federais, de que trata a Lei n. 8.112/90, prevê a para Gestor governamental. Uma vez aprovado, aponte
possibilidade de aplicação da penalidade de suspensão, no caso de a sua conduta lícita.
a) inassiduidade habitual. a) Pediria licença sem remuneração da UFRJ para tomar posse como
b) insubordinação grave em serviço. Gestor.
c) ofensa física a servidor em serviço. b) Poderia assumir o novo cargo, sem qualquer alteração em sua
d) reincidência em falta punida com advertência. situação funcional.
e) servidor primário na inobservância de violação da proibição c) Somente poderia assumir o novo cargo de Gestor se renunciasse à
de recusar fé a documento público. aposentadoria de Auditor.
d) Para assumir o novo cargo de Gestor, teria de deixar o magistério
33. (Auditor Fiscal da Previdencia Social INSS 2002) No Estatuto dos na UFRJ e renunciai à aposentadoria de Auditor.
Servidores Públicos Civis da União, Lei nº 8.112/90, a pena de demis- e) Pediria aposentadoria proporcional na UFRJ para tomar posse
são ou destituição de cargo em comissão, não implica a indisponibili- como Gestor.
dade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação
penal cabível no caso de: 38. (Auditor Fiscal da Receita Federal 2005) A Emenda Constitucional
a) corrupção. nº. 34/01 alterou uma regra relativa exceção ao princípio de não-
b) aplicação irregular de dinheiros públicos. acumulação remunerada de cargos públicos. Essa alteração referiu-se
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. à possibilidade da acumulação lícita de
d) improbidade administrativa. a) um cargo de juiz e um de professor.
e) crime contra a administração pública. b) um cargo técnico e outro de provimento em comissão.
c) um cargo de professor e outro de provimento em comissão.
34. (Analista De Finanças e Controle CGU 2008) Considerando as d) um cargo de provimento em comissão, de recrutamento amplo, e os
disposições relativas às proibições constantes da Lei n. proventos do servidor aposentado.
8.112, de 11 de dezembro de 1990, assinale a opção correta. e) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
a)Servidor que preside e administra clube de futebol profissional, profissões regulamentadas.
registrado como sociedade empresária, não incide em hipóteses de
proibição. 39. (Fiscal Trabalho 2003) Relativamente à responsabilidade do
b) A proibição de valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de servidor público assinale a afirmativa falsa.
outrem caracteriza-se mesmo que ausente a vantagem financeira. a) A responsabilidade penal abrange exclusivamente os crimes impu-
c) Inexiste proibição inerente ao nepotismo no âmbito desta Lei. tados ao servidor, nessa qualidade.
d) É permitido ao servidor público atuar como procurador ou interme- b) As sanções penais, civis e administrativas poderão cumular-se,
diário junto a repartições públicas quando se tratar de sendo independentes entre si.
parentes até o segundo grau civil, cônjuge ou companheiro. c) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores do
e) É vedado ao servidor em geral o recebimento de propina, comissão, servidor, até o limite do, valor da herança recebida.
presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribui- d) A responsabilidade administrativa não pode subsistir quando houver
ções, exceto se a vantagem não ultrapassar o valor de R$ 100,00 absolvição criminal que negue a existência do fato.
(cem reais). e) A responsabilidade civil-administrativa pode resultar de ato comissi-
vo ou omissivo.
35. (Tecnico administrativo ANEEL 2004) Madalena, na qualidade de
servidora pública federal, é reincidente de duas faltas punidas com 40. (Fiscal do Trabalho 2006) Sobre a responsabilidade do servidor
advertência. Diante disso, foi agora punida com suspensão pelo público é correto afirmar que:
período de 45 (quarenta e cinco) dias. Entretanto, sempre demonstrou I. a responsabilidade administrativa resulta de atos ou omissões
eficiência, prestando serviços com dedicação. Nesse caso, havendo praticados nos desempenho do cargo ou função.
conveniência para o serviço a pena de suspensão poderá ser II. A existência de dolo constitui condição necessária à imputação de
a) interrompida por período não superior a 30 dias, considerando que responsabilidade civil por ato que resulte prejuízo ao erário ou a
a pena de suspensão aplicada foi superior a 30 dias, e igual ou inferior terceiros.
a 60 dias. III. Nos casos em que a Fazenda Pública for condenada a indenizar
b) interrompida pelo prazo máximo de 15 (quinze) dias, considerando terceiro, por ato de servidor público no exercício da função, assiste-lhe
que a pena de suspensão aplicada foi igual ou inferior a 60 (sessenta) o direito de regresso contra o responsável, desde que o mesmo tenha
dias. agido com dolo ou culpa.
c) substituída pela multa correspondente a 30% (trinta por cento), por IV. A obrigação de reparar o dano causado ao erário estende-se aos
dia de vencimento, ficando a servidora obrigada a cumprir metade da sucessores do servidor e contra eles será executada,
jornada de trabalho. até o limite do valor da herança recebida.
d) convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia V. a absolvição criminal que negue a existência do fato afasta a res-
de vencimento ou remuneração, ficando a servidora obrigada a per- ponsabilidade administrativa.
manecer em serviço. Estão corretas:
e) reduzida pela metade, mas com fixação de uma multa, também na a) as afirmativas I, II, III, IV e V.
base de 50% (cinqüenta por cento) da remuneração, podendo a b) apenas as afirmativas I, III, IV e V.
servidora permanecer no serviço se solicitada pela chefia. c) apenas as afirmativas II, IV e V.
d) apenas as afirmativas I, II e IV.
36. (CGU 2004) A destituição de cargo em comissão é prevista na Lei e) apenas as afirmativas I, III e IV.
nº. 8.112/90, especificamente, para quando o servidor
a) perde o fator confiança. 41(NCE/AGU/2006) O processo administrativo, em sentido amplo, designa
b) comete falta grave, no seu cargo efetivo. o conjunto de atos coordenados para a solução de controvérsia no âmbito
c) comete falta grave, mas não detém cargo efetivo. administrativo. Existem alguns princípios próprios do processo administrati-
d) for demitido do seu cargo efetivo. vo, dentre os quais o que assegura a possibilidade de instauração do
e) renuncia ao exercício do seu comissionamento. processo por iniciativa da Administração Pública, independentemente de
provocação do administrado e, ainda, a possibilidade de impulsionar o
37. (Especialista em Políticas Públicas MPOG 2002) Tratando-se de

Regime Jurídico 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
processo adotando todas as medidas necessárias a sua adequada instru-
ção. Trata-se 46(NCE/CEPEL/2005) No processo administrativo, admite-se a interposição
do seguinte princípio: de recursos administrativos. Sobre a matéria, analise as afirmativas a
(A) publicidade; seguir:
(B) atipicidade; I Os recursos administrativos, como regra, não têm efeito suspensivo.
(C) oficialidade; II A coisa julgada administrativa significa que uma decisão administrativa se
(D) obediência à forma e aos procedimentos; tornou definitiva no âmbito da Administração Pública.
(E) gratuidade. III De acordo com a Constituição, a parte interessada em um processo
administrativo somente poderá acionar o Poder Judiciário após esgotar os
42(NCE/AGE/2006) Sobre o processo administrativo, analise as afirmativas recursos administrativos existentes na lei.
a seguir: É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
I. Os recursos administrativos normalmente não são recebidos com efeito a) I e II;
suspensivo, sendo possível a execução da decisão recorrida enquanto o b) I e III;
recurso não for apreciado. c) II e III;
II. Em razão do princípio da informalidade, o processo administrativo não d) I, II e III;
está sujeito às mesmas solenidades aplicadas ao processo judicial. e) nenhuma.
III. O processo administrativo, como regra, é impulsionado por provocação
da parte interessada, sendo vedada a atuação de ofício da Administração 47(NCE/CEPEL/2005) Sobre o processo administrativo, é INCORRETO
Pública. afirmar que:
São verdadeiras somente as afirmativas: a) o processo administrativo obedece ao princípio do informalismo que
(A) I e II; permite a simplificação dos atos processuais;
(B) I e III; b) a instauração de qualquer processo administrativo depende de requeri-
(C) II e III; mento fundamentado da parte interessada;
(D) I, II e III; c) as decisões proferidas nos processos administrativos devem ser funda-
(E) nenhuma. mentadas sob pena de nulidade;
d) as decisões proferidas nos processos administrativos podem ser contro-
43(NCE/POLÍCIA CIVIL RJ/2002) Com relação aos princípios aplicáveis à ladas pelo Poder Judiciário no aspecto da legalidade;
Administração Pública, analise as afirmativas a seguir: e) o pedido de reconsideração será apreciado pela mesma autoridade que
I. O princípio da motivação somente é exigido para as decisões administra- praticou o ato.
tivas dos tribunais.
II. A lesão ao princípio da moralidade administrativa justifica a propositura 48(NCE/Advogado ELETRONORTE/2006) Sobre o processo administrativo,
da ação popular. analise as seguintes afirmativas:
III. Como regra, o princípio da segurança jurídica veda, nos processos I. Como regra, aplicam-se ao processo administrativo as mesmas solenida-
administrativos, a aplicação retroativa por parte da Administração Pública des existentes no processo judicial.
de nova interpretação. II. As decisões proferidas no processo administrativo devem ser motivadas.
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: III. Cada ente estatal deverá elaborar sua própria legislação sobre processo
a) I e II administrativo disciplinar aplicável aos seus servidores.
b) I e III São verdadeiras somente as afirmativas:
c) II e III (A) I e II;
d) I, II e III (B) I e III;
(C) II e III;
44(NCE/POLÍCIA CIVIL RJ/2002) Com relação ao processo administrativo (D) I, II, III ;
disciplinar adotado no Estado do Rio de Janeiro, no Estatuto dos Funcioná- (E) nenhuma.
rios Públicos Civis, analise as afirmativas a seguir:
I. É possível a aplicação da punição suspensão por até trinta dias nos autos 49(NCE/Eletronorte/2006) Sobre o processo administrativo, analise as
de sindicância. seguintes afirmativas:
II. A exoneração será aplicada nas faltas graves superiores as que ensejam I. Como regra, aplicam-se ao processo administrativo as mesmas solenida-
a punição de suspensão. des existentes no processo judicial.
III. A aplicação da punição de advertência dispensa a instauração formal de II. As decisões proferidas no processo administrativo devem ser motivadas.
sindicância ou processo administrativo. III. Cada ente estatal deverá elaborar sua própria legislação sobre processo
A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: administrativo disciplinar aplicável aos seus servidores.
a) I São verdadeiras somente as afirmativas:
b) II a) I e II;
c) III b) I e III;
d) I e II c) II e III;
e) I e III d) I, II, III ;
e) nenhuma.
45(NCE/MPE RJ/2001) Com relação aos recursos administrativos e de
acordo com o posicionamento doutrinário de Hely Lopes Meirelles, analise 50. .A respeito do recurso no processo administrativo, analise a veracidade
as afirmativas a seguir: das frases.
I Inexistindo previsão expressa na lei, presume-se que o recurso adminis- I. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
trativo não deve ser recebido no efeito suspensivo. II. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar,
II A coisa julgada administrativa não retira do interessado a possibilidade de anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria
provocar o controle judicial do ato impugnado. for de sua competência.
III O recurso administrativo que não é recebido no efeito suspensivo não III. O não conhecimento do recurso impede a Administração de rever de
interfere no prazo de prescrição administrativa. ofício o ato administrativo, mesmo ilegal.
São verdadeiras as afirmativas: IV. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em
a) I e II; violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade
b) I e III; prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deve-
c) II e III; rão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes,
d) I, II e III; sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e
e) nenhuma. penal

Regime Jurídico 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Está(ão) correta(s): _______________________________________________________
a) I, II. e III
b) II e III. _______________________________________________________
c) I, III, IV _______________________________________________________
d) III e IV.
e) I, II e IV. _______________________________________________________
______________________________________________________
_______________________________________________________
Luís Gustavo
Editora Ferreira
_______________________________________________________
_______________________________________________________
GABARITO
RESPOSTAS _______________________________________________________
01. D 11. A 21. A 31. D 41. C _______________________________________________________
02. C 12. B 22. C 32. D 42. A
03. B 13. C 23. A 33. E 43. C _______________________________________________________
04. E 14. B 24. A 34. B 44. A _______________________________________________________
05. A 15. E 25. E 35. D 45. D
06. A 16. D 26. A 36. C 46. A _______________________________________________________
07. E 17. B 27. B 37. C 47. B
08. D 18. A 28. B 38. E 48. C
_______________________________________________________
09. A 19. E 29. E 39. A 49. C _______________________________________________________
10. B 20. E 30. B 40. B 50. E
_______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________

Regime Jurídico 32 A Opção Certa Para a Sua Realização

Você também pode gostar