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1º ano

A Filosofia Escolástica é uma tradição filosófica que surgiu na Idade Média, tendo
acontecido, aproximadamente, entre os séculos IX e XIII. Podemos dividir a Filosofia
Medieval em duas vertentes: a Patrística e a Escolástica.
Enquanto a Patrística encontra-se no período de transição da Antiguidade para o
Medievo, com uma profunda valorização de Platão, a formação das apologias
necessárias para formar novos cristãos e a retomada das teses aristotélicas por meio das
consultas de Boécio às traduções mouras, a Escolástica é caracterizada por uma maior
valorização da filosofia aristotélica e do conhecimento científico defendido
por Aristóteles na Antiguidade. Os responsáveis por esse resgate são os monges Alberto
Magno e Tomás de Aquino.
Características
A Filosofia Escolástica foi um período de intensa produção filosófica e de valorização do
conhecimento científico e da junção entre fé e razão. Tomás de Aquino, o principal
filósofo escolástico, ficou conhecido por lutar contra as heresias (o pecado e a
contrariedade aos dogmas da Igreja Católica) por meio do conhecimento intelectual e
das ciências.
O período escolástico sofreu grande influência dos árabes, que migraram para o
território da península hispânica por volta do século VII, a partir da expansão árabe,
tendo ocupado também parte da península ibérica. Os árabes levaram consigo as
traduções das obras aristotélicas. Averróis, um importante filósofo árabe do século XII,
teceu comentários acerca da obra aristotélica que, sem dúvida, influenciaram os
filósofos cristãos do período tomista.
2º ano

POLÍTICA

A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude,
isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O estado é
um organismo moral, condição e complemento da atividade moral individual, e fundamento
primeiro da suprema atividade contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral,
porquanto esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a doutrina moral
individual, a política é a doutrina moral social. Desta ciência trata Aristóteles precisamente na
Política, de que acima se falou.

O estado, então, é superior ao indivíduo, porquanto a coletividade é superior ao indivíduo, o


bem comum superior ao bem particular. Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas
as necessidades, pois o homem, sendo naturalmente animal social, político, não pode realizar a
sua perfeição sem a sociedade do estado.

Visto que o estado se compõe de uma comunidade de famílias, assim como estas se compõem
de muitos indivíduos, antes de tratar propriamente do estado será mister falar da família, que
precede cronologicamente o estado, como as partes precedem o todo. Segundo Aristóteles, a
família compõe-se de quatro elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos; além,
naturalmente, do chefe a que pertence a direção da família. Deve ele guiar os filhos e as
mulheres, em razão da imperfeição destes. Deve fazer frutificar seus bens, porquanto a família,
além de um fim educativo, tem também um fim econômico. E, como ao estado, é-lhe essencial
a propriedade, pois os homens têm necessidades materiais. No entanto, para que a propriedade
seja produtora, são necessários instrumentos inanimados e animados; estes últimos seriam os
escravos.

Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo; mas constata que na sociedade são
necessários também os trabalhos materiais, que exigem indivíduos particulares, a que fica assim
tirada fatalmente a possibilidade de providenciar a cultura da alma, visto ser necessário, para
tanto, tempo e liberdade, bem como aptas qualidades espirituais, excluídas pelas próprias
características qualidades materiais de tais indivíduos. Daí a escravidão.
Vejamos, agora, o estado em particular. O estado surge, pelo fato de ser o homem um animal
naturalmente social, político. O estado provê, inicialmente, a satisfação daquelas necessidades
materiais, negativas e positivas, defesa e segurança, conservação e engrandecimento, de outro
modo irrealizáveis. Mas o seu fim essencial é espiritual, isto é, deve promover a virtude e,
conseqüentemente, a felicidade dos súditos mediante a ciência.
3º ano

"Para Aristóteles, a lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto pensar.
O objeto da lógica é o silogismo. Silogismo nada mais é do que um argumento constituído de
proposições das quais se infere (extrai) uma conclusão. Assim, não se trata de conferir valor de
verdade ou falsidade às proposições (frases ou premissas dadas) nem à conclusão, mas apenas
de observar a forma como foi constituído. É um raciocínio mediado que fornece o conhecimento
de uma coisa a partir de outras coisas (buscando, pois, sua causa). Em si mesmas, as proposições
ou frases declarativas sobre a realidade, como juízo, devem seguir apenas três regras"
"fundamentais.

1- Princípio de Identidade: A é A;

2- Princípio de não contradição: é impossível A é A e não-A ao mesmo tempo;

3- Princípio do terceiro excluído: A é x ou não-x, não há terceira possibilidade.

Dessa forma, o valor de verdade ou falsidade é conferido às proposições, pois são


imediatamente evidenciados. No entanto, a lógica trabalha com argumentos.

As proposições classificam-se em:

Afirmativas: S é P;

Negativas: S não é P;

Universais: Todo S é P (afirmativa) ou Nenhum S é P (negativa);

Particulares: Alguns S são P (afirmativa) ou Alguns S não são P (negativa);

Singulares: Este S é P (afirmativa) ou Este S não é P (negativa);

Necessárias: quando o predicado está incluso no sujeito (Todo triângulo tem três lados);
Não necessárias ou impossíveis: o predicado jamais poderá ser atributo de um sujeito (Nenhum
triângulo tem quatro lados);

Possíveis: o predicado pode ou não ser atributo (Todos os homens são justos).

O silogismo é composto de, no mínimo, duas proposições das quais é extraída uma conclusão. É
necessário que entre as premissas (P) haja um termo que faça a mediação (termo médio sujeito
de uma P1 e predicado da P2 ou vice-versa). "

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