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Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial
Matemática Financeira
BB — Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial
Autores
ISBN: 978-65-5451-019-6
Edição: Dezembro/2022
MATEMÁTICA FINANCEIRA.............................................................................................5
CONCEITOS GERAIS............................................................................................................................. 5
EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA............................................................................................................................13
JUROS SIMPLES................................................................................................................................. 14
CÁLCULO DO MONTANTE.................................................................................................................................14
DOS JUROS........................................................................................................................................................15
DA TAXA DE JUROS...........................................................................................................................................15
DO PRINCIPAL....................................................................................................................................................16
JUROS COMPOSTOS.......................................................................................................................... 17
DOS JUROS........................................................................................................................................................21
DA TAXA DE JUROS...........................................................................................................................................21
CONCEITOS GERAIS
Dica
Vale lembrar que o Capital pode aparecer, na sua prova, como “Valor Presente, Presente
Valor ou PV”.
Quando falamos de Juros, por sua vez, nos referimos ao aumento do capital ao longo do
tempo, ou seja, ao dinheiro acumulado ao longo do tempo, a partir de um Capital.
O Montante, no que lhe diz respeito, é a soma do capital mais o juro, e pode ser entendido
como resgate total do investimento, Valor Futuro, Future Value ou FV.
Por último, tem-se a Taxa de Juros, que é uma porcentagem fracionária do Juro sobre o
Capital, gerada ao longo do tempo, ou seja, o quociente entre o Juro e Capital.
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z Consumo
z Inflação e Deflação
z Custo de Oportunidade
Aqui, temos um fator que está diretamente relacionado a algum investimento alternativo
que gera resultado futuro. Por exemplo, se temos disponível o valor de R$ 1000,00, hoje, qual
o custo de oportunidade desse dinheiro? Caso eu o invista, eu vou ter um resultado no futuro.
Agora, eu preciso ficar atento para saber se o custo de oportunidade é maior que a deflação.
Numa situação hipotética, digamos que houve uma deflação de 1% no ano e eu tenho um cus-
to de oportunidade de investir a 10% no ano. Perceba que o meu dinheiro vai perder o valor
com o tempo se ficar guardado, pois o meu potencial de lucro é muito maior, com os 10%, do
que com apenas os 1% da deflação. O risco nada mais é do que a possibilidade de perda do
dinheiro no futuro.
z Liquidez
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definimos os Juros (J) em função do valor presente (PV), da taxa de juro (i) e prazo (n):
J = PV · i · n
O valor futuro ou montante (FV) a ser pago então é dado pela soma do valor presente com
o juro no período:
FV = PV + J
Substituindo J em FV temos:
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No caso do regime de capitalização simples, o cálculo dos juros é feito apenas sobre o
Principal. Neste caso os juros serão sempre constantes, pois são calculados sobre a mesma
base de cálculo (capital inicial ou Valor Presente). Assim, não há acúmulo de juros ao capital
para o cálculo dos novos juros dos períodos seguintes, por isso, dizemos que o crescimento
do capital é linear (Figura 20).
Figura 20. Capitalização simples, com PV = R$2000,00 e i = 10% ao mês, por 10 meses.
Assim, para encontrar os resultados da Figura 20, utilizamos a fórmula do Montante (FV)
anterior e obtemos os valores mensais a serem pagos em cada mês à taxa de juros de 10%.
FV = PV · (1 + i)n
1
Sendo (1 + i)n o fator de capitalização e o fator de atualização.
(1 + i)n
Neste caso, note que o crescimento da capitalização composta não é linear como na capita-
lização simples, como pode ser observado na Figura 21, o crescimento é exponencial.
Figura 21. Capitalização composta, com PV=R$2000,00 e i=10% ao mês, por 10 meses.
Assim, para encontrar os resultados da Figura 21, utilizamos a fórmula do Montante (FV)
anterior e obtemos os valores mensais a serem pagos em cada mês à taxa de juro de 10%, com
correção composta, ou seja, juro do tempo j em relação ao montante j – 1. MATEMÁTICA FINANCEIRA
MONTANTE MONTANTE
MÊS
(JUROS SIMPLES) (JUROS COMPOSTOS)
0 1000 1000
1 1000 + 100 1100
2 1000 + 200 1210
3 1000 + 300 1331
4 1400 1464,10
Pontos principais:
z Ao final do primeiro período (1 mês), os valores devidos nos dois regimes são iguais. Assim,
para t = 1, juros simples e compostos geram o mesmo montante;
z Já ao final do prazo total, observe que os juros compostos são mais onerosos, com isso,
levam a um montante superior ao dos juros simples. Isto vale desde n = 2, onde tínhamos
uma dívida de 1200 no regime simples e 1210 no regime composto. Ou seja, para n > 1,
juros compostos são mais onerosos que juros simples;
z Atente-se que para n < 1 (prazos fracionários, como por exemplo 0,5 mês), juros simples
são mais onerosos do que os juros compostos;
z Perceba que na coluna de juros simples foi exposto apenas o principal da dívida (1000)
separado dos juros (100, 200, 300). Isto acontece, pois, no regime simples os juros são capi-
talizados (adicionados ao capital) somente no fim do prazo;
z Já na coluna do regime composto, observe que os juros são capitalizados (somados ao capi-
tal) no final de cada período, e começam a render juros já no período seguinte. Com isso,
aqui temos o fenômeno dos juros sobre juros;
z Em relação aos prazos relativamente curtos (como n = 2 períodos), veja que a diferença
entre juros simples e compostos é bem pequena. É possível fazer até mesmo um cálculo
aproximado dos juros compostos utilizando o regime simples;
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Sintetizando:
os
st
po
m
co
os
jur les
ss imp
juro
1 t
A importância de saber essas comparações reside no fato de que bancas de concurso cos-
tumam cobrar questões teóricas sobre matemática financeira, inclusive de assuntos como
esta comparação, e não apenas questões de cálculo.
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Hoje
| | | | | | | | | | | ano
5 10
50.000,00
Operações Financeiras
Vamos aprender como “transportar” uma parcela no tempo, ou seja, como levar uma par-
cela presente para o futuro (capitalização), e como trazer uma parcela do futuro para o
presente (desconto ou descapitalização). Aqui, vale lembrar que dependeremos do regime
de capitalização, simples ou composto, e, que, para cada um deles, teremos uma maneira de
calcular. Veja:
Na Capitalização Simples usaremos as seguintes fórmulas:
VF = VP · (1 + i · t) ou VP = VF ÷ (1 + i · t)
VF = VP · (1 + i)t ou VP = VF ÷ (1 + i)t
Em que,
VF = Valor Futuro
VP = Valor Presente ou Valor Atual
i = taxa de juros
t = período
Note que podemos fazer uma analogia com as equações do Montante de regime de juros:
Regime Simples → M = C · (1 + i · t)
Regime Composto → M = C · (1 + i)t
O Montante será sempre entendido como o Valor Futuro, e, o Capital, como Valor
Presente:
Exemplo:
Determine o Valor Presente do Fluxo de caixa para uma taxa de juros simples de 10% ao
mês.
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mês
0 1 2 3 4
Note que para calcular o VP teremos que transportar essa parcela (Valor Futuro) 4 períodos
para trás, isto é, descapitalizá-la. Vamos aplicar a fórmula do Valor Presente em regime de
juros simples e calcular seu valor:
VP = VF ÷ (1 + i · t)
VP = 2800 ÷ (1 + 0,1 · 4)
VP = 2800 ÷ 1,4
VP = 2000
EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
Dois ou mais capitais, resgatáveis em datas distintas, são equivalentes quando são trans-
portados para uma mesma data e com a mesma taxa de juros, resultarem valores iguais.
Dica
Para saber se dois capitais são equivalentes:
� Coloque na mesma data;
� Veja se têm a mesma taxa de juros;
� Resultam no mesmo valor.
A equivalência permanecerá válida para qualquer data, a partir de uma determinada data
focal, quando dois capitais forem equivalentes.
Em matemática financeira, sempre que quisermos comparar dois capitais, devemos trans-
portá-los para uma mesma data (a uma mesma taxa de juros), pois, assim, podemos constatar
se são iguais (equivalentes) ou não.
Vejamos alguns exemplos, a fim de facilitar a compreensão do conteúdo:
MATEMÁTICA FINANCEIRA
z Qual a taxa anual de juros de um financiamento que cobra juros mensais de 3,5%?
1 mês = 30 dias
(1+im) = (1+id)t
(1 + im) = (1 + 0,004)30
1 + im = 1,00430
1 + im = 1,1272
im = 1,1272 – 1
im = 0,1272
im = 12,72% ao mês.
JUROS SIMPLES
CÁLCULO DO MONTANTE
Para calcularmos o Montante, ou seja, o Juros somado ao valor inicial, no final do período
de tempo, devemos utilizar a seguinte fórmula:
M=C+J
M=C+C·i·n
M = C · (1 + i · n)
M=C+J
J=C·i·n
M=C+C·i·n
Com a fórmula acima, pode-se resolver a maioria dos problemas de juros simples. Subs-
titua corretamente os dados do problema, observando a compatibilidade das unidades e,
depois, ache a incógnita.
Juro J M Montante
Capital C
0 1 2 3 n—1
n nº de Períodos
Dica
Memorize as duas fórmulas de Juros Simples:
M = C · (1 + i · n)
J=C·i·n
E, ainda, lembre-se de verificar, e/ou deixar, a taxa de juros J sempre na mesma medida
de tempo N.
DOS JUROS
J=C·i·n
Onde,
J: juros
C: capital
i: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de número decimal. Para isso, basta dividir
o valor dado por 100).
MATEMÁTICA FINANCEIRA
DA TAXA DE JUROS
J
i=
C
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A seguir, observaremos que a taxa de juros pode ser representada de duas maneiras. Além
disso, perceberemos como é fácil passar de uma forma para a outra!
Taxa Percentual
Por Taxa Percentual entende-se a taxa de juros referente a cem unidades de capital. Inte-
ressante notar que seu próprio nome já demonstra isso, uma vez que “percentual” significa
“por cem”.
Taxa Unitária
A Taxa Unitária, por sua vez, refere-se a uma unidade de Capital, assim como afirma, tam-
bém, seu próprio nome. Atenção: Para os cálculos de juros, montante e capital apresentados
na apostila, e também existentes na vida real, devemos utilizar, nas fórmulas, a taxa unitária.
Desse modo, ao encontrarmos uma taxa percentual, devemos, antes de tudo, transformá-la
em taxa unitária. Só depois , poderemos inseri-la na fórmula. Para tal, basta realizar sua divi-
são por cem. Observe a tabela abaixo:
TAXAS DE JUROS
Para transformar
Forma Percentual Forma Unitária
na forma unitária
20% ao ano 20/100 0,2 ao ano
Inversamente, para transformarmos uma taxa unitária em sua forma percentual, deve-
mos multiplicá-la por cem.
DO PRINCIPAL
O calculo do capital principal pode ser dado pela própria fórmula de calculo de juros sim-
ples, apenas isolando o C (capital) ao invés do J (juros). Veja:
J=C·i·n
C·i·n=J
C = J/i · n
16 Onde,
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O cálculo do tempo ou prazo da operação financeira também pode ser calculado a partir
da fórmula de cálculo de juros, ficando da seguinte maneira:
J=C·i·n
C·i·n=J
n = J/C · i
Onde,
J: juros
C: capital
i: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de número decimal. Para isso, basta dividir
o valor dado por 100).
n: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se referir à mesma unidade de tempo).
JUROS COMPOSTOS
z Em juros simples, os juros são sempre calculados sobre o capital inicial. Chama-se este
regime de capitalização simples;
z Em juros compostos, os juros são somados ao capital para cálculo do período seguinte.
Chama-se este regime de capitalização composta.
Concluímos que, ao final dos 4 meses, você deverá ressarcir ao banco o valor de R$ 1.464,10,
que é a soma da dívida inicial (R$ 1.000) e dos juros de R$ 464,10.
No regime de juros compostos, os rendimentos em cada período são somados ao montan-
te anterior para cálculo do período seguinte. Assim, os rendimentos crescem, a cada período,
em progressão geométrica.
Para calcular diretamente o valor do montante final (M) devido em uma aplicação do capi-
tal inicial (C) por um determinado prazo (n) a uma determinada taxa de juros (i), basta usar
a fórmula:
M = C · (1 + i)n
M = 1000 · (1 + 10%)4
M = 1000 · (1 + 0,10)4
M = 1000 · (1,10)4
M = 1000 · 1,4641
M = 1.464,10 reais
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M = C · (1 + i)n
M
C = (1 + i) n
Ou ainda:
1
C=M· n
(1 + i)
Esse fator é importante, pois pode aparecer em sua prova, veja a tabela abaixo com os
valores de alguns deles para facilitar o cálculo.
Temos como a função principal de uma tabela financeira disponibilizar valores numéricos
complicados de serem calculados à mão, uma vez que contas em juros compostos envolvem
sempre exponenciação1. Saber ler uma tabela é fácil, basta procurarmos pela linha que cor-
responde ao prazo e que cruza a coluna da respectiva taxa de juros que queremos. Ali estará
o número determinado, ou melhor, o fator.
N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510
1 1
= n
an (1 + i)
Dica
Memorize:
1,11 = (1 + 10%)1 = 1,10
1,12 = (1 + 10%)2 = 1,21
1,13 = (1 + 10%)3 = 1,331
1,14 = (1 + 10%)4 = 1,4641
Faça sempre os cálculos à mão, pois você precisa praticar bastante para obter velocidade
e confiança.
Importante!
Memorize as principais fórmulas dos Juros Compostos:
M = C · (1 + i)n
20 J=M—C
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O cálculo dos juros compostos pode ser dado por meio da fórmula
J=M-C
Onde,
J: Juros
M: Montante
C: Capital
DA TAXA DE JUROS
Atente-se às seguintes informações pois são importantes para saber aplicar corretamente
uma taxa de juros compostos:
z A unidade de tempo sobre a qual a taxa de juros é definida. Ou seja, não adianta saber
apenas que a taxa de juros é de “10%”. É preciso saber se essa taxa é mensal, bimestral,
anual etc.;
z De quanto em quanto tempo deve haver cálculo de juros e seu valor incorporado no total
devido. Trata-se do período de capitalização. Por exemplo, se tivermos juros com capita-
lização semestral, isso quer dizer que os juros devem ser calculados a cada semestre, e o
valor calculado deve ser acrescido à dívida.
Quando ocorre assim, temos uma taxa de juros efetiva, ou seja, uma taxa de juros que
efetivamente corresponde à realidade da operação. Nestes casos normalmente é omitida a
informação sobre o período de capitalização, diz-se apenas “10% ao mês” ou “12% ao ano”.
Contudo, há a possibilidade também de ter uma taxa de juros de 10% ao ano com capita-
lização semestral. Neste caso, a unidade de tempo sobre a qual a taxa de juros é definida
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(ao ano) é diferente do período de capitalização (a cada semestre). Com isso, tem-se a cha-
mada taxa de juros de nominal, pois ela precisará ser “adaptada” para então ser utilizada
nos cálculos.
Quando temos uma taxa de juros nominal, é necessário obter a taxa efetiva para então
efetuar os cálculos devidos. Isto é algo simples, pois basta uma simples divisão, de modo a
levar a taxa de juros para a mesma unidade de tempo da capitalização.
Taxas Proporcionais
i1 i
= 2
n1 n2
Importante!
Quando trabalhamos com juros simples, taxas de juros proporcionais são também taxas
de juros equivalentes.
Entretanto, isto não é verdade no regime de juros compostos, ou seja, taxas proporcionais
não necessariamente são também equivalentes.
Taxas Equivalentes
Uma forma mais rápida de calcular taxas equivalentes é pensando no número de períodos
de capitalização.
Ex.: Calcular a taxa trimestral (it) equivalente à taxa bimestral de ib= 4%.
O primeiro passo é tomar um determinado período. Tomamos 6 meses, pois é múltiplo de
3 (trimestre) e 2 (bimestre).
Em 6 (seis) meses temos:
(1 + it)2 = (1 + ib)3
Substituindo os valores:
(1 + it)2 = (1 +4%)3
(1 + it)2 = (1,04)3
(1 + it)2 = 1,124864
1 + it = 1, 124864
it = 6,06%
Atenção! Em relação às taxas equivalentes em juros compostos:
Taxa Nominal
Taxa Efetiva
Taxa de juros efetiva: é aquela onde o período de capitalização é igual da unidade tem-
poral da taxa (10% ao ano, com capitalização anual).
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Podemos dizer que é a taxa “mais importante”, pois é essa taxa que será utilizada nas
fórmulas.
Dica
No regime composto, há uma única situação em que a regra de 3 é aplicável: na transfor-
mação da taxa nominal em taxa efetiva.
Para calcular as taxas efetivas são utilizadas as fórmulas de juros compostos, e estas
fórmulas são todas exponenciais (ou seja, não vale a proporcionalidade).
Por isso, tirando o caso excepcional de conversão entre taxa nominal e taxa efetiva, nas
demais situações envolvendo juros compostos não podemos mais usar a regra de três.
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z Taxa nominal de 10% ao ano com capitalização semestral: como a taxa é anual, devemos
dividi-la por 2 (pois 1 ano possui 2 semestres) para chegar à taxa efetiva de 5% ao semestre;
z Taxa nominal de 6% ao semestre com capitalização mensal: basta dividir a taxa por 6 (afi-
nal temos 6 meses em 1 semestre) para obter a taxa efetiva de 1% ao mês.
Se aplicamos certa quantia em um investimento, ela renderá juros com o passar do tempo,
entretanto, uma parte deste crescimento é “corroída” pela inflação. Isto é, apesar de o inves-
timento ter certo rendimento nominal, ou aparente, é necessário tirar deste valor o que foi
corroído pela inflação, restando o rendimento real.
Inflação é um aumento na quantidade de dinheiro e crédito criado, que tem como resul-
tado um aumento generalizado e persistente no valor dos preços dos produtos. Ou seja, o
aumento generalizado dos preços é uma consequência da inflação, e não sua causa.
Em economias em que existe inflação, o poder de compra do dinheiro varia ao longo do
tempo.
Observe que a taxa aparente tem “dentro de si” as outras duas taxas: a taxa de inflação e a
taxa real. A taxa aparente é, portanto, a resultante destas duas taxas:
C ia
ii ir
0 n
Figura 2: Matemática financeira para concurso. PENIDO, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 83.
Veja a fórmula abaixo onde se relaciona o rendimento nominal, ou aparente (ou taxa de
juros nominal/aparente) com a taxa de juros real “r”, de acordo com a taxa de inflação “i”:
^1 + ah
= (1 + r)
^1 + ih
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
Taxa aparente “a” é a taxa de juros total de determinada operação financeira, tanto a de
empréstimo quanto a de investimento, nas quais não se descontaram os efeitos da inflação
que tenha ocorrido entre o início e o término desta operação. Portanto, trata-se de “quanto
eu ganhei ou paguei”, em termos de taxa de juros, sem qualquer desconto ou dedução dos
efeitos da inflação.
Taxa de Inflação
A taxa de inflação “i” representa a perda do valor da moeda, ou seja, a diminuição do seu
poder de compra resultante do aumento médio dos preços das coisas.
Taxa Real
Taxa real “r” é a taxa de juros de determinada operação financeira, tanto de empréstimo
quanto de investimento, em que são descontados os efeitos da inflação que ocorreu entre o
início e o término desta operação.
Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que escolher um sistema de pagamento. Para
isso, existem as seguintes opções: Tabela Price ou SAC. Aqui, discutiremos um pouco a res-
peito de tais sistemas, para entendermos o que de fato eles são, se há alguma diferença,
vantagem e/ou desvantagem entre eles e, também, se um deles é mais barato/acessível que o
outro.
Esses sistemas, basicamente, são formas de amortização e financiamento a longo prazo,
acertadas ao banco ou à construtora, durante o financiamento da compra de um imóvel: a
Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização Constante).
Ambos, segundo José Mansini planejador financeiro pela Planejar:
MATEMÁTICA FINANCEIRA
[...] são dois cálculos distintos que determinam de que forma o comprador do imóvel irá pagar
[amortizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o valor
da parcela mensal a ser paga2.
Há várias diferenças entre esses dois sistemas de amortização, mas a que mais se destaca
diz respeito à forma e à rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida).
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe, a ele, optar pela forma de pagamento
que mais se adequa a sua realidade financeira A escolha, notadamente, deve levar em con-
sideração o fator de correção (TR — Taxa Referencial — ou IPCA — Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) que julgar mais econômico no momento da assinatura do contrato do
financiamento.
Contudo, é válido ressaltar que, quando se necessita de financiamento, optar por um pra-
zo mais curto, se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque em financiamentos imo-
biliários, paga-se juros sobre o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização houver, menos
gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amortização Constante) pode ser mais van-
tajoso que a Tabela Price, porque representa uma economia de cerca de 10%, em média. A
Tabela Price possui, como vantagem, sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor.
No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores no começo, há uma amortização
maior da dívida, que leva a uma economia significativa no final.
Altas parcelas no início, logo ela é indicada para quem tem maior renda;
De acordo com as mudanças no mercado, podem ocorrer variações nos juros e na
amortização;
Existe a chance de uma parcela vir maior do que a anterior.
Oscilações econômicas afetam menos a parcela, uma vez que a taxa é fixa;
Parcelas menores no começo do período;
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É um sistema indicado para indivíduos com fonte de renda mais estável e, também,
para financiamentos de automóveis;
Embora as parcelas sejam fixas, o prazo mais longo pode ocasionar riscos ao comprador
se ele não tiver em mãos o valor para a finalização do pagamento;
O saldo devedor é anulado de maneira mais lenta, ocasionando na demora para efetuar
a amortização.
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as vantagens oferecidas por cada um dos Sis-
temas (SAC e Price), veja o quadro abaixo, no qual está representado um financiamento de
R$ 200 mil, parcelado em 20 anos, com juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba que
a prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara, mas o valor total pago no final é quase R$ 30
mil mais baixo:
— SAC PRICE
Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
A Caixa Econômica Federal divulgou, em agosto de 2019, uma nova linha de crédito para
aquisição de casa própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação do
país, medida pelo IPCA. Disponível somente para contratos novos, esse novo modelo pode
ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis novos e usados, com prazo de até 360
meses.
Importante!
A prestação terá seu valor corrigido mensalmente, o que é, geralmente, feito pelo sistema
MATEMÁTICA FINANCEIRA
SAC. O valor da parcela, por sua vez, pode, ou não, diminuir com o decorrer do tempo, pois
depende da trajetória da inflação. Ao passo que, na Tabela Price, a correção feita por meio
do IPCA descaracteriza totalmente o conceito de parcelas fixas.
A título de exemplo, leve em consideração o mesmo valor utilizado na situação que vimos
anteriormente, de R$ 200 mil, financiado em 20 anos, diferenciando apenas a taxa, que passa
a ser de 4,95%, e uma estimativa de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata apenas de
uma situação hipotética/simulada, já que não é certo a previsão da trajetória da inflação por
um período tão longo:
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SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO
Para fazer simulações de financiamentos com Tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar
sites de bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander e fazer as simulações.
HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) Responsável por entender o comportamento dos produtos oferecidos
por determinado banco onde trabalhava, e preocupado com a quantidade enorme de dados
disponíveis para a análise, um funcionário decidiu extrair um subconjunto desses dados.
a) amostra
b) censo
c) parâmetro
d) população
e) variável
Sabendo-se que essa é uma escala ordinal, qual é a medida de tendência central adequada
para analisar essa variável?
a) média aritmética
b) média geométrica
c) mediana
d) quartis
e) variância
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a) intervalares e razão
b) nominais e intervalares
c) nominais e ordinais
d) ordinais e intervalares
e) ordinais e razão
NOTA QUANTIDADE
1 3.000
2 9.500
3 12.000
4 15.000
5 8.000
MATEMÁTICA FINANCEIRA
a) 2
b) 3
c) 3,33
d) 4
e) 5
29
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a) 2,16%
b) 2,24%
c) 3,20%
d) 7,96%
e) 16,72%
Com isso, nas condições dadas, o cliente deverá pagar nessa operação um valor total de
a) R$ 25.600,00
b) R$ 25.800,00
c) R$ 26.100,00
d) R$ 26.300,00
e) R$ 26.500,00
8. (CESGRANRIO — 2021) No boleto bancário da sua prestação, uma pessoa leu que é cobrada
uma multa de 1,2% por dia de atraso sobre o valor da prestação, condicionada a atrasos não
maiores que 30 dias. Em certo mês, essa pessoa pagou uma prestação com atraso, tendo de
desembolsar R$ 233,20 em vez dos R$ 220,00 normalmente pagos nos meses em que não hou-
ve atraso no pagamento.
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20
e) 25
30
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a) 0,01 ao mês
b) 10% ao ano
c) 1% ao ano
d) 0,1 ao mês
e) 0,05 ao mês
10. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa está planejando comprar uma geladeira no valor de
R$1.300,00, no futuro.
Sabendo-se que ela pretende gastar exatamente esse valor e que dispõe de um capital de
R$1.000,00, que será aplicado no dia de hoje a uma taxa de juros simples de 1,5% ao mês, qual
será o prazo dessa aplicação, em meses, para que ela consiga comprar a geladeira à vista, o
mais rápido possível?
a) 2
b) 16
c) 20
d) 50
e) 200
11. (CESGRANRIO — 2021) Qual é a taxa de juros simples utilizada por uma aplicação para tornar
um capital inicial de R$1.000,00 em um montante de R$1.240,00, em um período de um ano?
a) 0,02 ao mês
b) 0,02% ao mês
c) 0,02 ao ano
d) 0,02% ao ano
e) 0,24% ao ano
12. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente montou uma estratégia financeira, aplicando parte de seu
décimo terceiro salário, sempre no início de janeiro, de 2018 a 2021, conforme mostrado na
Tabela a seguir.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
A partir da orientação financeira de um especialista, ele conseguiu obter nesse período, com
essas aplicações, uma taxa de retorno de 10% ao ano, sempre na comparação com o ano ante-
rior. Ele pretende atingir o valor total acumulado de 65 mil reais no início de jan/2023.
31
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Dados:
1,15 =
1,611;
1,14 =
1,464;
1,13 =
1,331.
a) R$ 8.000,00 a R$ 8.199,00
b) R$ 8.200,00 a R$ 8.399,00
c) R$ 8.400,00 a R$ 8.599,00
d) R$ 8.600,00 a R$ 8.799,00
e) R$ 8.800,00 a R$ 8.999,00
a) 54%
b) 56%
c) 58%
d) 60%
e) 62%
14. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente deseja fazer uma aplicação em uma instituição financeira,
que paga uma taxa de juros compostos de 10% ao ano, por um período de 3 anos, já que, ao final
da aplicação, planeja comprar uma TV no valor de R$ 3.500,00 à vista.
Qual o valor aproximado a ser investido para esse objetivo ser alcançado?
a) R$ 2.629,60
b) R$ 2.450,00
c) R$ 2.692,31
d) R$ 2.341,50
e) R$ 2.525,00
32
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a) x² + 10000
b) x² + 3x + 10000
c) x² - 197x +10000
d) x² +197x + 9700
e) x² - 97x + 9700
16. (CESGRANRIO — 2021) Em uma carta aos clientes, um investimento é oferecido com a promes-
sa de recebimento de um montante de R$8.200,00 líquidos, após 2 anos, para quem aderisse
investindo inicialmente R$5.000,00. O valor líquido pago é obtido após descontados R$250,00
de taxas e impostos. Para melhorar a comunicação com os clientes, julgaram interessante
acrescentar a taxa de juros compostos usada no cálculo do valor bruto, isto é, sem o desconto.
a) 2%
b) 3%
c) 20%
d) 25%
e) 30%
17. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa deixou de pagar a fatura do cartão de crédito, de modo
que, após dois meses, o valor inicial da fatura se transformou em uma dívida de R$26.450,00.
Nunca foram feitas compras parceladas e não foram feitas compras adicionais durante esses
dois meses.
Considerando-se que foram cobrados, indevidamente, juros compostos de 15% ao mês e que,
por determinação judicial, o valor inicial deva ser reconsiderado para uma nova negociação
entre as partes, o valor inicial da dívida era de
MATEMÁTICA FINANCEIRA
a) R$18.515,00
b) R$18.815,00
c) R$20.000,00
d) R$21.000,00
e) R$21.115,00
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SALDO
PERÍODO JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO FINAL
INICIAL
0 120.000,00
1 120.000,00 42.000,00
2
3
4
Quais os valores aproximados que serão pagos, pelo cliente, a título de juros e prestação, res-
pectivamente, ao final do terceiro mês?
a) R$ 12.000,00; R$ 42.000,00
b) R$ 3.000,00; R$ 39.000,00
c) R$ 12.000,00; R$ 30.000,00
d) R$ 6.000,00; R$ 36.000,00
e) R$ 9.000,00; R$ 33.000,00
a) 1.490
b) 1.334
c) 1.292
d) 1.196
e) 1.100
a) R$ 1.120,00
b) R$ 1.220,00
c) R$ 1.320,00
d) R$ 1.420,00
e) R$ 1.520,00
a) 1,0%
b) 1,3%
c) 1,6%
d) 2,3%
e) 2,6%
9 GABARITO
1 A
2 C
3 C
4 E
5 D
6 C
7 C
8 A
9 A
10 C
11 A MATEMÁTICA FINANCEIRA
12 A
13 A
14 A
15 D
16 E
17 C
18 D
19 D
20 B
21 E
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