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E-BOOK COMPLETO

OPERAÇÃO DE TAXA E
HEDGE EM OPÇÕES

.
G ostaria de lhe contar a minha história:

O início de minha trajetória no mercado de renda variável e investimentos em ações e o


momento da virada onde decidi largar tudo para me dedicar ao meu sonho que é viver de
mercado financeiro.
Iniciei minha trajetória na área de projetos em 1997 e em 2010 com uma boa experiência na
área de engenharia, já trabalhava como projetista em uma empresa de grande porte. Naquela
época meu salário era excelente, porém havia um problema que acontecia com muitas
pessoas à medida que sua renda começava a aumentar, meus gastos eram extremamente
altos. As dívidas que eu fazia ao longo dos anos foram consumindo meu salário de uma forma
que ele era creditado em minha conta bancária, imediatamente o banco debitava as contas e
logo eu chegava ao limite. Eu não conseguia ficar mais que três dias com saldo positivo em
conta e o pior, eu havia me habituado a isso. O limite do cheque especial havia virado uma
rotina que ia se perpetuando. Eu não fazia contas pra comprar um carro e tão pouco olhava a
taxa de juros aplicada no período para saber quanto pagaria naquele bem no final do
financiamento. Meu pensamento era “cabe no meu orçamento atual? Sim!”. Então fazia mais
um parcelamento. O problema de viver desta forma é que eu pagava altíssimas taxas para os
bancos e pior, não guardava dinheiro.

Ha muitos anos eu mantinha uma planilha de gastos mensais, porém o problema não eram os
gastos que já estavam programados, estes eu já sabia o custo, mas sim os que eu não
controlava, uma cervejinha no futebol, restaurante com a família no final de semana, encontro
com os amigos no meio da semana, mais um restaurante para compensar a ausência na
família, fim de semana na praia, imprevistos, etc.

Nesta época, com 30 anos, eu comecei a me preocupar pois sabia que teria que fazer algo pois,
em teoria, restariam mais 25 anos de trabalho na melhor das hipóteses caso o mercado de
trabalho e a concorrência permitissem que eu prestasse serviço até os 55 anos e para uma
aposentadoria que suprisse minhas necessidades, teria que ganhar próximo dos meus
rendimentos atuais ou até mais. Sabia que teria que fazer algo para mudar minha vida e
mesmo antes de dar uma guinada na parte financeira e guardar dinheiro comecei a estudar
alternativas para o futuro.

A busca por rendimentos

Previdência Privada

No ano de 2007 Comecei os estudos do básico, após uma pesquisa nos sites de busca e
verificar a rentabilidade oferecida pela tão comentada previdência privada, ao longo de anos,
na maioria dos casos, ela perdia para a poupança. Claro que a conversa com o gerente de
qualquer instituição bancária que tente vender a você este “pacote” ou “produto”, a última
coisa que ele iria comentar é sobre a rentabilidade uma vez que após estudar todas as outras

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alternativas no longo prazo, tive a certeza que de todas as formas de “investimento”, esta é
uma das piores. Claro que o gerente tentou me convencer de que a previdência não é um
investimento e sim uma forma de guardar o dinheiro e ter um futuro mais tranquilo, porém,
pra mim, se estamos pensamento em 25 ou 30 anos à frente, estou certo em se tratar de um
investimento para o futuro.

Poupança x Renda Fixa

Após descartar essa possibilidade, comecei a pensar na poupança, pois se a previdência


privada perderia em rentabilidade para a poupança em alguns casos, eu teria apenas que
resolver um problema, parar de viver no cheque especial e guardar dinheiro.

A primeira conta que me lembro de ter feito em uma planilha com juros compostos (aqueles
que vão rendendo mês a mês e aumentando seu capital), foi simular um capital inicial e
calcular ao longo de 25 anos para que a rentabilidade acumulada deste período conseguisse
suprir as minhas necessidades. Ao final da simulação cheguei à conclusão que se eu guardasse
metade do meu salário, conseguiria chegar a um montante que me deixaria confortável. Claro
que pra isso teria que criar em mim uma cultura de parar de pagar altas taxas de cheque
especial.

Da poupança para a renda fixa foi um pequeno salto uma vez que alguns títulos de renda fixa
proporcionavam uma rentabilidade maior que a poupança e em alguns casos, a liquidez era
análoga à poupança, ou seja, alguns títulos tinham liquidez diária caso precisasse sacar o
dinheiro. Claro que essa vantagem poderia ser também uma desvantagem uma vez que eu
poderia retirar todo o dinheiro e voltar para a estaca zero.

Uma vez que a renda fixa pagava em média 0,2% a mais do que a poupança não teria que
pensar muito entre escolher um ou outro, claro que essa rentabilidade era bruta e em alguns
casos haveria tributação de imposto de renda.

Uma consideração importante foi que em setembro de 2010, a taxa de juros do DI, estava
aproximadamente 10,50% e caso você conseguisse aplicar o dinheiro em uma renda fixa que
lhe rendesse 100% do CDI, anualmente você teria 10,50% adicionado ao seu capital. Nada mal.
Claro que naquela época a inflação girava em torno de 5,91%.

Como referência, estamos em 2016, taxa de juros está 14,25% e a inflação acumulada no ano
está 8,90% aproximadamente, ou seja, mesmo com rentabilidade maior e o dinheiro
multiplicando mais, temos que entender que a inflação é o que consome nosso dinheiro
mensalmente cada vez que realizamos uma compra. Claro que não precisa de muita conta
para saber que a poupança deve se igualar a inflação no decorrer deste ano e que uma renda
fixa pagando 100% do CDI e um ótimo investimento mesmo descontando imposto de renda.

Voltando aos estudos e o próximo passo saindo da renda fixa, uma vez que naquela época a
rentabilidade era praticamente metade do que é hoje, um degrau acima disso tudo no meu
entendimento era o tesouro direto.

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Tesouro Direto

Imaginei que não seria fácil a trajetória de aprendizado, porém como já estava nela e sabia que
meu futuro dependia disso, comecei a me interessar pelo tema. Na internet você tem muito
conteúdo e a cada ano isso aumenta muito, em 2010 o material para investimentos em alguns
mercados não era tão abundante como hoje, então comecei a procurar livros a respeito do
assunto, detalhe que eu não gostava de ler, mas acabei desenvolvendo essa rotina passando a
ler livros sobre os assuntos que me interessavam.

Após pesquisas relacionadas ao assunto conheci o livro do autor Marcos Silvestre –


“Investimentos a prova de Crise”, livro excelente para quem pretende se aprofundar neste tipo
de investimento.

O Tesouro direto basicamente trabalha com dois modelos de remuneração. Pré-fixado, onde
você já sabe a taxa que receberá no vencimento do título e os indexados, onde há uma
pequena taxa fixa mais a variação de algum indicador como IPCA, Selic (depende do título
escolhido).

Quais os riscos? São baixos, pois uma vez que você empresta dinheiro ao governo, não há
motivo para que ele não devolva uma vez que a “máquina do dinheiro” está em suas mãos.

Claro que a avaliação a ser feita para realizar este tipo de investimento é que para que você
consiga a taxa máxima e pague a menor tributação de imposto de renda, você deverá
permanecer com o título até o vencimento, caso contrário, você pagará um imposto mais alto,
caso seja uma emergência, você poderá vender o título, dependendo da cotação você poderá
ter lucro ou prejuízo mas a ideia não é especular neste tipo de título e sim vender apenas no
vencimento para capturar a taxa máxima.

Buscando sempre mais – Renda Variável

Seria inevitável dizer que para sair da rentabilidade fixa e risco calculável, se é que podemos
assim chamar, teríamos que buscar outras fontes de investimento e teríamos que abrir mão
deste “risco calculável”. Teríamos que nos expor mais caso quiséssemos o céu como limite,
contudo, por se tratar de renda variável, assim como o céu, o inferno também pode ser
alcançado.

Justamente por não conhecer nada sobre mercado financeiro, minha maior preocupação no
começo era não saber administrar e perder todo o meu dinheiro.

Fundo de Investimento em Renda Variável

No mercado financeiro há vários fundos de investimentos em renda variável. Caso você queira
entrar em um destes fundos, basta comprar uma cota e será cobrada uma pequena taxa de
administração anual pelo fundo. É uma forma de você não ter dor de cabeça uma vez que a
responsabilidade da carteira de investimentos, análises, balanceamentos de carteira, ficam a
cargo dos gestores e você não tem que tomar nenhum tipo de decisão. Apenas entrar e sair do
fundo de investimento quando lhe for conveniente.

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No ano de 2009, recuperação da crise do subprime americana, vários fundos de investimentos
performaram bem, trazendo altas rentabilidades para seus clientes. Em anos de recuperação
de crise, geralmente a performance é excelente em função da alta nas ações. O grande
problema é antes destas crises.

Voltando um pouco no tempo, em 2008, tomei conhecimento de uma grande gestora, que
vinha performando bem nos anos de 2004 a 2007 e resolvi abrir uma conta e colocar um
capital para ver o comportamento desta gestora. Naquela época eu não tinha o menor
conhecimento de como funcionava uma gestora e seus fundos, o que era exposição, fundo de
gestão passiva ou ativa, etc.

Após adquirir uma cota de um dos fundos desta empresa (abril de 2008), vi o capital despencar
praticamente 20% em dois meses, resolvi vender minha cota e tirar o dinheiro deste fundo
pois o cenário no curto prazo não era animador e mesmo seguindo a contraindicação do
gestor do fundo, acabei tirando meu dinheiro. Para quem permaneceu neste fundo, ele
despencou mais 30% além dos 20% que eu havia perdido em função do agravamento da crise
de 2008. No ano seguinte ele voltou a recuperar está perda.

Ai vem a pergunta, se crise é um momento atípico, por qual motivo então não deixamos nosso
dinheiro em fundos como esses.

Se você deixar seu dinheiro em um fundo de gestão passiva, é a mesma coisa que você
comprar ações por um banco ou corretora uma vez que a função do gestor de um fundo de
gestão passiva é replicar a rentabilidade da ação ou título, se a ação ou o título sobe, a
rentabilidade do fundo deve permanecer próximo da ação, assim como se a ação cair, o fundo
irá replicar esta queda uma vez que o papel do fundo é este, replicar o índice de referência.

Por qual motivo então não escolhemos um fundo de gestão ativa? Alguns fundos de hedge por
exemplo, são referência e fazem a gestão ativa protegendo a exposição da carteira caso o
gestor acredite que uma ação possa cair muito ou aumentar a exposição comprando ativos
caso ele acredite que a ação possa subir no longo prazo.

Então esse é o melhor? Não necessariamente, pois vários fatores farão com que a decisão no
meio do caminho mude. Em função de um cenário macroeconômico, o gestor pode diminuir a
exposição e vender os ativos mesmo acreditando em uma alta, a carteira pode mudar, o gestor
pode mudar de empresa, há muitos motivos para que um ativo entre ou saia da carteira, além
disso, um fundo Multimilionário ou até Bilionário, terá problemas em diminuir sua exposição
em um curto espaço de tempo. Parece estranho pensarmos que quanto mais dinheiro, pior é
para diminuir ou aumentar a exposição.

Um ponto importante sobre os fundos de gestão ativa é que no mês, a média de queda das
ações foi de 25% e o fundo perdeu 20%, o gestor fez o papel dele, ou seja, ele diminuiu a
exposição e a perda comparada às ações de referência. Não entenda que só por ser um fundo
de gestão ativa, o fundo não irá perder nada ou irá ganhar sempre.

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Ok. Entendi. O que faço então!?

Acho importante colocar uma opinião minha a respeito da nossa cultura. Eu particularmente
acredito que qualquer um pode desenvolver uma habilidade e adquirir um conhecimento em
qualquer tipo de assunto. Quando eu comecei a estudar opções (mercado de derivativos),
mercado pouco difundido e que sofre até algum preconceito por falta de conhecimento, os
materiais eram escassos, eu não conhecia ninguém que operava e a orientação que mais ouvia
era para ficar fora deste mercado. Um funcionário de uma corretora chegou a falar em um dos
cursos de Análise Técnica que fiz, que era “para não mexer com isso”. Parece que isso serviu
mais como estimulo do que como precaução.

A título de ilustração, na década de 90, minha avó ganhou um livro sobre ervas pois ela
gostava muito deste assunto. O detalhe é que minha avó mal sabia escrever o nome, aos 60
anos de idade, ela começou com o máximo esforço, lendo uma palavra, outra, até que
conseguiu terminar o livro de aproximadamente 300 páginas. O que isso tem a ver com
mercado de opções? Nada! Tem a ver com determinação e foco para alcançar um objetivo.

Acredito que cada um de nós, não só em nossa família ou fora dela, conhece uma história de
superação onde a pessoa não imaginava chegar onde chegou para ter os resultados esperados.

Importante salientar que em nosso país, não temos cultura de investimento, falo isso não só
relacionado a ações mas como um todo. Nosso próprio governo há anos não investe em
questões básicas como saúde, educação, saneamento básico, entre outras coisas de primeira
necessidade.
Mas se a obrigação de investir em educação é do governo, por qual motivo devemos nos
preocupar?

Honestamente, se ele não faz este trabalho de investir na cultura e na sua educação, quem
você acha que deverá fazer este trabalho?

Muitas pessoas se questionam neste momento sobre ter um bom relacionamento com o
gerente do banco. Conforme já mencionei acima, não necessariamente uma orientação do
gerente de uma instituição financeira para que você coloque o dinheiro em uma aplicação será
o melhor pra você. Se fosse o melhor eles jamais ligariam para seus clientes para oferecer
títulos de capitalização por exemplo. Das formas de você ter o dinheiro de volta corrigido
depois de alguns anos, é o que carrega o pior tipo de rentabilidade. Lembre-se que o gerente
trabalha em uma instituição e como qualquer outro tipo de funcionário, esta empresa tem
metas de resultado e vendas.

No começo deste e-book eu mencionei que não gostava de ler. Fazer algo a contragosto é a
pior coisa que tem. Para que você comece a adquirir este hábito, comece lendo pequenos
conteúdos de coisas que lhe interessem muito, pois se você ler algo que lhe agrada, ficará
entretido nesta leitura. Com o tempo isso vai ficando automático. Hora ou outra você vai
acabar lendo algo que não seja interessante, mas assim vai se criando o hábito de ler. Lembre-
se que como informei acima, quando comecei no mercado de derivativos não tinha muito
conteúdo, tive que recorrer a livros do mercado interno e externo para atingir outro patamar
de conhecimento.

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Qual o seu maior medo para investir em ações?

Imagino que a resposta de 100% das pessoas que não investem em ações é justamente o
medo de perder dinheiro.

E se tivéssemos uma forma da minimizar esta perda, mas participar dos ganhos? Algo que você
não precisasse ficar 3 ou 4 anos para extrair uma rentabilidade e caso a ação caia, você
conseguisse minimizar esta perda. Seria interessante? Você ficaria mais confortável desta
forma?

Se nós mostrássemos como você pode montar uma operação e após 3 ou 4 dias sair dela
atingindo rentabilidade próxima do CDI do mês, deixaria você mais confortável? Seria
interessante?

Vamos descrever agora o porquê comecei a gostar tanto destas operações e como a planilha
que desenvolvemos com FOCO EM RENTABILIDADE E PROTEÇÃO pode nos deixar mais
confortáveis neste tipo de investimento.

Acompanhe

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Objetivo: Proporcionar uma boa rentabilidade no mercado financeiro com risco controlado.

Operações de Taxa e Hedge

Consistem na compra de determinada AÇÃO e a venda de OPÇÃO OTM (“out the Money”, em
português “fora do dinheiro”).

Lançamento Coberto com Trava de Baixa

Cobertura: Proteção. Possuir a mesma quantidade em ações das opções lançadas (vendidas) e
a diferença travarmos com a compra de outra opção bem fora do dinheiro.

Opção de Compra: Uma opção de compra (Call) vendida para abrir uma posição vendida,
quando o vendedor possui a mesma quantidade de ações das opções que foram vendidas.

Ações

Títulos emitidos por empresas que ao serem comprados transformam o comprador em sócio
da mesma, a fim de investir ou especular, até o momento da venda da mesma.

Prêmio

É o preço de um contrato de opção, ou seja, o valor pago pelo comprador (titular) do contrato
ao vendedor (lançador) no momento da aquisição da opção.

Prêmio da Opção = Valor Intrínseco + Valor Extrínseco

Histórias de Opções

Há registros na Bíblia onde Jacob tivera que trabalhar por sete anos para Laban, pai de Raquel
para ter o direito de se casar com ela. Fazendo uma analogia, Jacob comprou o direito de se
casar e pagou como prêmio sete anos de trabalho para seu pai, Laban.

Outra história foi de Thales, antigo filósofo grego da cidade de Miletus, com seus estudos
adquiridos sobre as estrelas ele conseguiu prever com nove meses de antecedência que a
próxima colheita de azeitonas seria excelente, assim sendo ele comprou o direito de alugar
todas as prensas da região utilizadas para prensar azeitonas e transforma-las em azeite. Como
sua previsão estava certa ele exerceu seu direito de alugar estas prensas e por consequência
alugou a produtores de azeite por um valor bem mais caro.

No século XVII, as Tulipas eram objetos de cobiça e status na aristocracia Holandesa, algumas
Tulipas eram muito raras, nesta época os mercadores começaram a trabalhar com contratos
futuros com medo que nos meses que antecedesse a colheita, o preço disparasse em função
de desastre climático por exemplo.

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Opções ou Derivativos (pois deriva de uma ação ou título)

Contrato

Direitos e deveres para quem compra ou vende uma opção. Podemos associar as opções a
caução de um carro a ser comprado, um imóvel (call) ou seguro de um carro (put)

Strike (preço de exercício)

O preço de exercício, também conhecido pelo termo em língua inglesa strike, é o preço do
ativo-objeto do contrato de opção: valor pago no ato do exercício da opção para aquisição do
ativo-objeto previsto em contrato.

Opções de Compra (Call)

Assemelha-se a compra de um carro ou imóvel. Quem vende a opção de compra (call) tem
como obrigação, caso o comprador exerça seu direito, fornecer as ações ao preço
preestabelecido (strike). Quem compra a opção de compra (call) tem o direito, não o dever, de
escolher se quer exercer o direito de “tomar” a ação do vendedor a um preço preestabelecido
(strike).

Exemplo:

Possuímos um carro com valor estabelecido de R$10.000,00. Caso um comprador tenha


interesse neste carro, devera me pagar um caução (R$250,00 por exemplo) para ter o direito
de comprar este carro a R$10.000,00. Neste caso os R$10.000,00 e considerado valor de strike.

Caso tenha uma depreciação do valor do carro e daqui a 5 ou 10 dias o carro esteja valendo
R$8.000,00, o comprador deste direito de adquirir o carro, não vai querer exercer ou “tomar” o
carro uma vez que no mercado este carro já está com valor de R$8.000,00. Neste caso ele
perde o valor da caução (R$250,00) e eu continuo com o carro e mais a caução.

Opções de Venda (Put)

Assemelha-se ao seguro de carro ou imóvel. Quem compra uma opção de venda adquire o
direito de vender a ação principal pelo preço pré-estabelecido. Quem vende uma opção de
venda (lançador) se compromete a, se for exercido, comprar as ações pelo preço pré-
estabelecido até a data do vencimento.

Exemplo:

Melhor exemplo neste caso é o seguro que fazemos para um veículo. Quando fazemos o seguro
de um carro compramos uma (put), ou seja, compramos o direito de entregar este carro à
seguradora caso aconteça algum problema como roubo, perca total, etc. Neste caso para o
valor de “strike” utilizamos geralmente a tabela FIPE como referência e caso queiramos exercer
esse direito (ligar na seguradora e comunicarmos o sinistro) e mesmo que esse veículo após
sinistro não tenha praticamente valor (no caso de uma perda total, por exemplo) a segurador

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terá que nos pagar conforme preestabelecido. Para a seguradora, que é a vendedora de put,
pois ela vendendo o seguro, a opção garante o compromisso de, caso nós queiramos exercer o
seguro, pagar o valor do veículo.

Tipos de Opções

Americanas – As opções Americanas tem a característica de permitir o exercício em qualquer


momento e não apenas no vencimento.

Europeias – As opções Europeias tem como característica o exercício apenas em seu


vencimento, ou seja, não pode ser exercida antes desta data.

Estratégias

Nas operações que iremos abordar mais a frente, trabalhamos apenas com opções de compra
(call) em função da baixa liquidez no mercado de opções de venda (put) no Brasil.
Futuramente iremos abordar uma outra estratégia com put onde a baixa liquidez não afetará
tanto as nossas operações.

Vencimentos das Opções

As opções têm como data de vencimento sempre a terceira segunda feira de cada mês. Caso
nesse dia não haja pregão, o vencimento ficará para o próximo dia útil.

A nomenclatura da opção é formada pela letra do ativo-objeto, no caso a ação, além da letra
que se refere ao mês e também, em alguns casos, ao pelo preço de exercício.

Exemplo: PETRA6 – PETR - Opção de Petrobras


A - Vencimento em Janeiro
6 - Strike de R$6,00 *

* Vale lembrar que nem sempre o número no final da nomenclatura corresponde ao


valor de strike, há casos onde o strike é diferenciado desse número. Para consultar ou
tirar qualquer dúvida com relação ao preço do strike e séries autorizadas pela CBLC,
consulte o link abaixo.

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado-
a-vista/opcoes/

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Meses de vencimentos

Mês Call Put


JANEIRO A M
FEVEREIRO B N
MARÇO C O
ABRIL D P
MAIO E Q
JUNHO F R
JULHO G S
AGOSTO H T
SETEMBRO I U
OUTUBRO J V
NOVEMBRO K W
DEZEMBRO L X

Classificação das Opções

ITM = In the Money (dentro do dinheiro)

ATM = At the Money (no dinheiro)

OTM = Out the Money (Fora do Dinheiro)

Exemplo: Ação da Petrobras a R$6,30

Opção com Strike de R$5,50 (Dentro do Dinheiro)

Opção com strike de R$6,25 (Opção no Dinheiro)

Opção com strike de R$8,00 (Fora do Dinheiro)

Valor Intrínseco (VI)

Valor Intrínseco (interno, inerente) é o valor embutido na opção. Esse valor é obtido através
do prêmio da opção comparado com o preço da ação.

Exemplo: VALE5 – R$10,96


VALEC10 – Preço do Prêmio = R$1,57 / Valor de Strike = R$9,62
VI = Valor da Ação – Valor do Strike, logo VI = R$10,96 – R$9,62 = R$1,34.

Sendo assim o valor Intrínseco é a diferença entre o valor da ação e o valor de strike da opção.

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Valor Extrínseco (VE)

É o valor de expectativa ou valor de prêmio liquido de uma opção. Para ficar mais fácil vamos
utilizar o mesmo exemplo acima.
Exemplo: VALE5 – R$10,96
VALEC10 – Preço do Prêmio = R$1,57 / Valor de Strike = R$9,62
VI = R$10,96 – R$9,62 = R$1,34.
VE = Prêmio – VI, logo VE = R$ 1,57 – R$ 1,34 = R$ 0,23

Se o preço do prêmio é R$1,57 e a opção tem R$1,34 de VI, a diferença que sobra é o valor
extrínseco, neste caso R$0,23.

Gregas

Delta
O Delta de uma opção nos informa quanto o valor da opção irá aumentar ou diminuir para
cada R$1,00 na mudança no valor do ativo-objeto (ação). Por exemplo, uma opção que tem
Delta de 50%, significa que para cada R$1,00 que a ação subir, a opção sobe R$0,50. Caso o
ativo-objeto caia R$1,00, a opção irá diminuir R$0,50.

Justamente por este motivo muitos acabam acreditando, de forma equivocada, que o mercado
de opções é muito arriscado pois uma opção pode subir 100% em um dia e cair 100% no outro.
De fato, há um risco, porém se bem gerenciado você pode tirar proveito destas distorções.
Imagine a possibilidade de você comprar uma Opção de Vale a R$1,57 como no exemplo
acima, e após um dia de alta de apenas R$1,00 na ação da Vale do Rio Doce (VALE5), caso a
opção estivesse com 50% de delta antes da subida, a Opção saltaria para R$2,07, uma alta de
31,84% em apenas alguns instantes. Essa lógica é aplicada tanto para alta quanto para baixa do
preço. No caso acima uma queda de R$1,00 na ação faria com que a opção fosse para R$1,07,
ou seja, uma queda de 31,84% em apenas alguns instantes.

Uma outra analogia feita com o Delta é que ele mostra a probabilidade de uma opção ser
exercida, ou seja, uma opção que tem Delta de 80% é uma opção que está bem próximo de ser
exercida, uma opção com Delta de 20% significa que teria 20% de probabilidade de ser
exercida. Justamente por este motivo, as opções com Delta de 50% são as que oferecem maior
valor extrínseco (VE), pois como a Opção está justamente entre ser exercida ou não, paga-se
um prêmio maior por carregar esta opção.

Gama
O Gama mede a aceleração no Delta, ou seja, um Gama de 10% significa que para cada R$1,00
de variação no valor da ação, o valor do Delta irá variar 10%.

Theta
O Theta tem uma relação direta com o tempo até o exercício, ou seja, uma opção que tem
Theta de 0,02, significa que a cada dia que passar, o valor de 0,02 será subtraído do valor de
prêmio da opção, mantidas todas as outras variáveis inalteradas.

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Vega
O Vega mede o comportamento do preço da opção em função das mudanças da Volatilidade.
Quanto maior a volatilidade de uma opção, ou seja, maior a frequência de alta e baixa de uma
ação em um período de tempo, maior será o valor de Vega e por consequência maior será o
valor do prêmio.

Rho
O Rho está relacionado a Taxa de Juros e como nossas operações tem uma liquidez de dois ou
três meses para vencimento futuro e as reuniões para elevação ou queda da taxa de juros não
acontece constantemente, não há tanta interferência direta em nossas operações, de qualquer
forma poderemos simular esta variável em nossa planilha de controle.

Apenas para conhecimento, no mercado americano, como há liquidez em Opção para um ano
ou até mais dependendo do papel, a relação da taxa de juros chega a influenciar diretamente
na operação.

Aviso: Não sou pessoa vinculada a qualquer corretora ou qualquer instituição financeira, as
operações realizadas são de responsabilidade do leitor e os exemplos citados tão pouco
representam indicações de compra e venda de ações.

Operando na Prática
Este e-book tem como principal objetivo a operação de Lançamento Coberto e trava de baixa
com foco específico na taxa de retorno, não iremos abordar operações direcionais como trava
de alta, borboleta, Mesa, etc.

Lançamento Coberto
Operação muito realizada como remuneração de carteira com objetivo de capturar a taxa do
período. Como a operação é realizada?

Ao comprar uma determinada quantidade de ações (Petrobrás, Vale do Rio Doce, Banco do
Brasil, Itaú, Bradesco, etc.), vende-se automaticamente a mesma quantidade de opções.

Exemplo:
Compra de 1.000 ações da Vale do Rio doce (VALE5) a R$10,96.
Total da Operação R$10,96 x 1.000 ações = R$10.960,00

Venda da Opção VALED10 a R$1,50 - Valor de strike da D10 é R$10,12


Total da Operação R$1,50 x 1.000 = R$1.500,00.

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Simulação de cenários

Para os cenários abaixo utilizamos a seguinte hipótese:

Operação realizada faltando 32 dias para o vencimento da Opção série D, com vencimento na
terceira segunda feira de Abril.

Cenário de Alta

Você comprou 1000 ações a R$10,96. Como “lançou” ou vendeu a mesma quantidade de
opção, imagine que a ação VALE5 suba R$5,00, e faltando 2 dias para o vencimento, a ação
esteja valendo R$15,96. Como você vendeu o direito de ser exercido a R$10,12, você receberá
R$10.120,00 (valor de exercício) + R$1.500,00 (prêmio da opção), ou seja, R$11.620,00 sobre o
capital inicial de R$10.960,00, uma taxa de 6,02%.

Aí vem uma pergunta, se o valor de R$1,50 multiplicado por 1.000 ações é de R$1.500,00, por
qual motivo eu não tive uma taxa de 13,68% (R$ 1.500,00 / R$10.960,00)?

Vamos lembrar sobre VI e VE. O VI é a diferença entre o valor da ação e o valor de strike da
opção, certo? Pois bem, pagamos pela ação o preço de R$10,96 e não o valor de strike de
R$10,12, sendo assim a diferença entre os R$10,12 e os R$10,96 (R$0,84) não é considerado
prêmio líquido, esse valor é o VI, que irá nos proteger 7,66% juntamente com os 6,02% do VE
totalizando o prêmio total.

Vale lembrar que conforme informado, uma alta de R$5,00 na ação fará com que a opção
aumente o Delta, quando o Delta chegar próximo de 100% significa que para cada R$1,00 que
a ação subir, a opção subirá próximo de R$1,00 também. Isso fará o preço da opção subir
absurdamente, mas nossa maior preocupação é se vai dar exercício ou não, não estamos
fazendo uma carteira de investimentos, nem preocupados com o valor de dividendos, estamos
preocupados com a nossa taxa de retorno. Se você não suporta entregar a ação ao preço de
R$10,12 que é o strike e ver o valor da ação muito maior do que você pagou, esta operação
não é pra você.

Cenário de Lado

Imagine o seguinte cenário. A ação sofre uma queda de 7,75% e você não fez a operação de
lançamento coberto. Você pensaria em estopar a operação, vender mais baixo e perder
dinheiro, rezar para subir ou comprar mais para tentar fazer preço médio (o que não
funciona).

Você fez a mesma operação acima, mas o papel (ação) próximo do vencimento (faltando um
dia para vencimento da opção) está com valor de R$10,11, neste caso você estaria perdendo
R$0,85 (R$10,96 – R$10,11) por ação ou R$ 850,00, mas como vendeu 1.000 opções ao preço
de R$1,50, colocou no Bolso R$1.500,00.

Analisando nossa operação temos o seguinte. Não há motivo para o comprador da opção te
exercer pois o preço da ação no mercado está R$10,11 e o strike para te exercer além do que

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ele já pagou a você é R$10,12 + R$1,50 (pago pela opção antecipadamente). Como esta opção
não deu exercício, qual o valor desta opção no vencimento? Zero! Viraria pó, ou seja, não
dando exercício você não só estaria protegido de uma queda dos mesmos R$0,85, uma vez
que vendeu a opção a R$1,50, mas também teria uma taxa de retorno de 5,93% sobre o valor
comprado da ação (R$10,96), pois a diferença de R$0,65 seria justamente o VE, ou seja, R$1,50
– R$0,85 = R$0,65.

Cenário de Baixa

A ação sofre uma queda de 15% e você não fez a operação de lançamento coberto. Você
estaria perdendo R$1,64 sobre o valor pago na ação, ou seja, de R$10,96 estaria valendo agora
R$9,32. Caso tivesse realizado a operação mencionada acima, o papel (ação) próximo do
vencimento (faltando um dia) estaria com valor de R$9,32, e você estaria perdendo R$1,64 por
ação ou R$ 1.640,00, mas como vendeu 1.000 opções ao preço de R$1,50, colocou no bolso
R$1.500,00.

Analisando nossa operação temos o seguinte. Não há motivo para o comprador da opção te
exercer, pois o preço da ação no mercado está R$9,32 e ele não vai exercer para te pagar
R$10,12 sendo que no mercado o valor da ação está muito mais barata. Como essa opção não
deu exercício, qual o valor no vencimento? Zero! Viraria pó, ou seja, não dando exercício você
estaria protegido de uma queda de R$1,50 frente a R$1,64 da queda do papel, que
corresponde a 1,49% de perda para um papel que já caiu 15%. Por este motivo que o VI é
extremamente importante.

Vale lembrar que nosso objetivo é capturar VE, mas para que consigamos ganhar dia a dia com
o Theta da opção, precisamos deixar a operação andar e por este motivo precisamos encontrar
uma relação entre VI e VE que possibilite um bom retorno com uma boa proteção. Muitas
vezes você encontrará uma relação entre 1% de taxa para 12% de proteção, 2% de taxa para
8% de proteção, 4% de taxa para 4% de proteção e justamente por esse motivo temos uma
excelente operação, diferente das operações direcionais no mercado financeiro que
montamos e ficamos torcendo e rezando para que tome o caminho que desejamos ou ficamos
tentando acertar o momento de entrada em função de indicadores técnicos, nessa operação
não, com um cenário de alta muito grande ganhamos a taxa total, com cenário de leve alta
ganhamos a taxa parcialmente, com um cenário de lado ganhamos uma pequena taxa e na
perda estamos protegidos até um valor, lembrando que nossa faixa de perda será definida em
função da taxa de retorno que vamos escolher.

Quando o mercado está um pouco mais volátil e com notícias onde podem mudar a direção de
um papel, podemos escolher uma proteção maior, quando o cenário está um pouco mais
tranquilo podemos adotar uma taxa de retorno maior e uma proteção um pouco menor. Isso
quem vai definir é você.

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Pulo do Gato

Já mencionamos acima que uma opção com 50% de Delta, à medida que a ação sobe R$1,00, a
opção sobe R$0,50 e caso a ação caia R$1,00, a opção sofrerá uma queda de R$0,50. É de
compreensão do leitor que uma ação tem um delta de 100%? Porque 100%? Justamente pelo
fato que se a ação sofrer uma alta de R$1,00 custará R$1,00 mais caro e se cair R$1,00 terá
este valor diminuído ao seu. Correto!? Vamos pensar na seguinte operação abaixo. Compra -
1000 - VALE5 - Delta 100%

Venda - 2000 – VALED10 - Delta 50% x 2 (estamos vendendo duas vezes a quantidade da ação).

Quando realizamos esta operação, no momento que montamos, estamos zerados em Delta.
Sim pois como temos uma ação com 100% de Delta e vendemos duas opções com delta de
50%, em teoria estamos zerados, ou seja, em uma alta de R$1,00 na ação, a soma das opções
também subirá R$1,00 e para uma queda de R$1,00 na ação, a soma das opções perderá
R$1,00. Aí vem a primeira pergunta: Por qual motivo então devo montar esta operação sendo
que qualquer distorção no mercado, a soma tanto na alta quanto na baixa será ZERO? Simples.
Em função de Theta. Como vimos acima o theta é o valor que diminui a opção com o passar do
tempo, ou seja, para cada dia que a ação não oscilar muito, teremos uma diminuição no valor
da opção, como estamos vendidos na opção, podemos nos beneficiar com esta distorção. A
Segunda pergunta que o leitor deve estar fazendo é “Como posso vender uma quantidade
maior de opção sendo que tenho apenas metade ou um terço em ações? Isso não é perigoso?”
Sim. Muito! Justamente por este motivo, iremos comprar uma opção mais fora do dinheiro em
mesma quantidade do saldo restante do lançamento coberto para “travarmos nosso risco”. No
caso compra de 1000 opções da VALED12 (strike R$12,00) por exemplo.

Não recomendamos que você tenha uma operação descoberta de opções. Posteriormente
mostramos como proteger esta operação para diminuir a exposição caso o mercado tenha
uma alta muito elevada.

Quando executamos esta compra temos a seguinte operação.

Lançamento Coberto

Compra - 1000 – VALE5

Venda – 1000 – VALED10

Trava de Baixa

Venda – 1000 – VALED10

Compra – 1000 – VALED12

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Vantagens e Desvantagens

Cenário de Baixa

Caso o mercado caia, como você está vendido em uma quantidade maior em opções, sua
perda é minimizada pelo dobro da proteção (VI + VE de cada opção).

Cenário de Lado

Caso o mercado não se altere, você irá capturar o dobro do theta calculado, e a medida que o
seu target seja atingido, você poderá desmontar a operação diminuindo sua exposição.

Cenário de Alta

Caso o mercado suba, você terá que lembrar que está vendido em uma quantidade maior de
opção. Tendo esta trava de baixa junto com o lançamento coberto, no dia do vencimento caso
a cotação da ação estiver acima do strike + a taxa recebida, você entraria em uma zona de
prejuízo uma vez que será exercido a um valor maior (strike + taxa) e terá que comprar uma
quantidade de papel para entregar ao tomador da ação. Deixe-me explicar melhor.
Vamos supor que a ação no dia do vencimento da opção ou até antes, esteja com o valor de
R$15,00. Neste caso será interessante para o tomador da opção lhe exercer, sim, porque uma
vez que ele lhe pagará o valor de strike (10,12 como o exemplo acima) acrescido do prêmio
(1,57), tendo a soma dos dois resultando R$11,69, acima desta soma você começará a entrar
na zona de prejuízo da trava de baixa uma vez que terá que comprar a ação pelo valor de
mercado pela cotação de R$15,00 e entregar ao preço do strike + Taxa. Lembramos que este
prejuízo acontecerá no dia do vencimento ou caso o mercado suba muito de um dia para o
outro ao ponto de ser extremamente vantajoso pra o tomador lhe exercer. Vale lembrar que
por você possuir uma compra na VALED12, ela irá se valorizar com esta alta repentina e irá lhe
proteger de um prejuízo alto. É justamente por esse motivo que não carregamos as operações
abaixo de 7 dias para vencimento pois o gama começa a aumentar muito e qualquer distorção
no preço da ação, pode aumentar ou diminuir muito rápido o valor da opção.

Por qual motivo então realizamos a operação se podemos perder dinheiro caso a ação suba
muito? Não é melhor comprar só a ação então!? Primeiro que não podemos prever quando
uma ação sobe ou cai, um outro fator que nos beneficia com esta operação é que quando o
mercado cai em um dia, a volatilidade sobe e quando o mercado sobe, a volatilidade cai, com a
queda da volatilidade isso acaba nos beneficiando no curto prazo pois mesmo com delta de
100% travado, a opção irá se valorizar um pouco menos do que a alta da ação.

Nosso objetivo é difundir algumas operações que lhe proporcionam uma rentabilidade com
boa proteção, claro que uma pessoa mais conservadora, pode realizar uma operação de
lançamento coberto simples, compra uma vende duas, outra pessoa que possui um perfil um
pouco mais arrojado e entenda bem dos cálculos de delta e a exposição, pode optar em
realizar a compra de uma ação e vender duas opções (comprando mais uma opção fora do
dinheiro para zerar o risco direcional) para zerar o delta por exemplo. De qualquer forma a
vantagem é que independente da operação escolhida, você poderá entrar e sair do mercado
em um curto período de tempo ao invés de comprar uma ação e caso ela caia, você ficar
“casado” com ela esperando ela subir.

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Black&Scholes

Fischer Black e Myron Scholes inicialmente apresentaram a fórmula de Black-Scholes em um


artigo em 1973, "The Pricing of Options and Corporate Liabilities." A base para a pesquisa
utilizou o trabalho desenvolvido por pesquisadores como Jack L. Treynor, Paul Samuelson, A.
James Boness, Sheen T. Kassouf, e Edward O. Thorp. O conceito fundamental de Black-Scholes
é que uma opção é implicitamente precificada se a ação é negociada.

Robert C. Merton foi o primeiro a publicar um artigo expandido da compreensão matemática


do modelo de precificação de opções e cunhou o termo modelo de precificação de opções de
"Black-Scholes".

Merton e Scholes receberam em 1997 o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de


Alfred Nobel por este trabalho e outros relacionados. Ainda que inelegível para o prêmio
devido a sua morte em 1995, Black foi mencionado como colaborador pela academia sueca.
Fonte: Wikipedia.

A Planilha do Sucesso

Após ter visto alguns DVDs, feito alguns cursos com pessoas que entendiam bem de opção no
Brasil e ter lido alguns livros específicos sobre o assunto, tanto daqui quanto do mercado
americano, após cinco anos de estudo e operações de taxa e hedge, já estava com bons
resultados com relação à rentabilidade (3% a 5% ao mês). Nos períodos de queda conseguia
proteger muito meu capital, percebi então que se eu monitorasse essas operações segundo a
segundo conseguiria gerenciar melhor meu risco e potencializar os lucros. Reparei que muitas
vezes as operações proporcionavam uma boa rentabilidade dia após dia e não teria que
esperar entre ser exercido ou torcer para o mercado não cair muito.

Eu ficava insatisfeito em não poder simular ou fazer os cálculos de stress das operações, uma
vez que o capital, em alguns casos, não era tão baixo e a exposição no mercado me deixava
desconfortável, sendo assim coloquei um módulo ao lado da operação monitorada para que
pudéssemos realizar os testes de stress das operações com os cálculos de Black & Scholes
servindo como referência, mas não como verdade absoluta, uma vez que a opção é um
derivativo de uma ação.

Link RTD ou DDE

Algumas plataformas de operação ou corretoras de valores oferecem gratuitamente um link


chamado de RTD (Real Time Data) ou DDE (Dynamic Data Exchange) com algumas informações
das ações e opções negociadas na Bovespa, como por exemplo, o preço de última cotação ou
último negócio realizado, quantidade de negócios realizados, valor de strike de opções, volume
negociado, etc.

Empresas como a Tryd, Bússola do Investidor, Rico, entre outras oferecem o link RTD (mais
atual e mais rápido comparado ao DDE), outras como a ADVFN, Xp Pro, Investcharts entre
outras oferecem o link DDE. Algumas cobram para que você tenha este serviço de acesso e em

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outras o serviço é gratuito. Como exemplo, estou utilizando o link RTD da Tryd. Vale lembrar
que não sou agente autônomo e tão pouco estou indicando plataformas ou corretoras.

Vamos à Ferramenta

Vemos acima que há duas áreas em nossa planilha, uma indicada como Operação Real ou
conta real (lado esquerdo) e uma de operações simuladas ou simulado (lado direito) para
realizarmos nossas simulações e cálculos de stress na ação.

Conta Real

Veremos a seguir que os campos destacados em amarelo deverão ser preenchidos


manualmente.

1 2 3 4

5 6 7 8

9 A
C B
D
E
F
G
H

1 – Código da ação (PETR4, VALE5, BBAS3, ITUB4)

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2 – Data de entrada na operação. Importante preenchermos para termos uma ideia de quanto
tempo estamos posicionados na operação.

3 – Valor da cotação da ação no momento que estamos montando a operação.

4 – Quantidade de compra da ação

5 – Código da opção escolhida. Importante preencher corretamente o código pois será em


função dela que será extraída a letra de referência para detectar quantos dias estão faltando
para o vencimento. No exemplo acima é o código PETRH78. Letra H corresponde ao
vencimento no dia 15/08/2016.

6 – Data de Venda da opção. Similar ao item 2.

7 – Valor da cotação da opção no momento que estamos montando a operação.

8 – Quantidade da Opção vendida. Repare que neste ponto, estamos vendendo uma
quantidade maior de opção. Isto tem um motivo. Você se lembra de que falamos que se
zerarmos o delta da operação, teremos uma operação em teoria “travada”? Sim, em teoria,
pois o mercado teria que estático para que estas variáveis se mantivessem por algum tempo.
Veja que o cálculo para verificarmos a quantidade a ser vendida de opção é simples.
Capturamos o valor de delta da ação que sempre será 100% e dividimos pelo delta de uma
opção (em nosso exemplo 42,29%). Chegaremos ao resultado de 2,36 que é mostrado no Fator
de Multiplicação, item A. No item B já é informado a quantidade correta de venda de opção
para que o delta da operação fique 100%. Como opção não trabalha com lotes fracionados,
teremos que vender 4700 ou 4800 opções. Caso o mercado venha de altas consecutivas ou
esteja em uma importante região de resistência, você poderá deixar o delta da operação mais
positivo. Caso o mercado venha de quedas consecutivas e você queira diminuir a exposição em
opções deixando o delta da operação um pouco negativo não há problema. Lembrando que
em uma alta, a volatilidade costuma cair e mesmo que esteja mais exposto, poderá até sair
com um lucro em uma alta moderada da ação.
Veja que em nossa planilha não colocamos a quantidade de opções fora do dinheiro, pois
iremos explicar mais abaixo como trabalharemos com estas opções.

9 – Valor de strike da Ação escolhida. Importante que o valor esteja correto, pois é em função
deste valor, valor da opção, valor da ação e dos dias de vencimento que serão calculadas a
volatilidade e posteriormente as gregas relacionadas à opção. Para verificar o valor correto
consulte: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/mercado-a-
vista/opcoes/

C – Informa o Delta da Opção.

D – Informa o Gama da Opção.

E – Informa o Theta, ou seja, a cada dia que a ação não subir e nem cair, é o valor que iremos
ganhar, é os juros pela venda da opção.

F – Informa a Volatilidade da Opção.

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G – Informa os dias para o vencimento da opção.

H – Informa a Taxa de Juros fixada pelo Banco Central.

A célula em azul Rent. % nos informa a Rentabilidade em função dos valores preenchidos de
compra da ação, venda da ação, venda da opção e recompra da opção. Como informamos,
caso você tenha um link RTD ou DDE e utilize a planilha, os valores de venda da ação e
recompra da opção serão preenchidos automaticamente como mostramos na próxima figura
abaixo. Caso você não possua este link, terá um pouco mais de trabalho digitando o valor das
cotações a mercado. De qualquer forma poderá ser feito sem problema.

As células abaixo da rentabilidade, como o próprio nome nos informe, é referente ao Delta da
Operação e logo abaixo ao Gama da Operação. Importante frisar que qualquer distorção de
R$0,01 no valor da ação, irá fazer com que o gama e o delta da operação mudem, justamente
por este motivo se torna inviável ficar corrigindo para 100% a cada distorção na ação em
função dos valores de corretagem. Justamente por esse motivo que a ideia é capturarmos as
pequenas distorções e encerramos as operações.

Simulada

Veja que a nossa planilha de conta real, está com uma rentabilidade de 0,59% caso
decidíssemos encerrar a operação e na conta simulada podemos detectar que faltando 15 dias
para o vencimento, ou seja, um dia após a planilha real, o valor da opção terá um decaimento
de R$0,02, o que irá nos proporcionar uma taxa de 1,02% mesmo com a alta de 0,59% na ação.

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A ideia da simulação é que façamos os testes de alta e baixa no valor da ação para o próximo
dia de modo que os cálculos de Black & Scholes nos informe o valor estimado da opção com o
passar do tempo. Vejam que uma distorção de R$0,07 no valor da ação, pouco afeta no delta e
gama da operação. Neste caso em pouquíssimo tempo poderíamos sair da operação com uma
rentabilidade próxima ao DI.

Estoque de Pó

Como informado anteriormente, não recomendamos que você fique descoberto em


nenhuma operação. Mostramos como você pode se proteger nesta operação, realizando uma
trava de baixa (comprando a diferença da opção vendida com opções fora do dinheiro)
justamente com o lançamento coberto simples (Compra 1000 e Vende 1000).

O que vamos propor a você é a compra desta opção fora do dinheiro em uma quantidade um
pouco maior ao necessário para travar a operação. Ela não aparece na planilha por um motivo.
Nossa sugestão é que você compre para se proteger e deixe esta opção em custodia, ou seja,
não venda caso queira sair da operação. De forma que você possa realizar duas, três, quatro
operações no mês, sempre estando protegido e a rentabilidade gerada por estas operações,
pague este “seguro”. Veja o que pode acontecer com esta opção fora do dinheiro (pó) nos três
diferentes cenários:

Cenário de Alta

Em um cenário de alta moderada ou até um pouco mais forte, nós conseguiremos sair de
nossa operação e as opções fora do dinheiro que compramos para nos protegermos, ainda
terá um lucro e podemos sair com uma rentabilidade maior ainda.

Cenário de Lado

Compramos um estoque de opções, realizamos umas seis operações no mês com a proteção
da opção fora do dinheiro e próximo do vencimento ainda podemos vender praticamente pelo
preço que compramos, ou seja, venderemos este “seguro” praticamente pelo preço que
compramos.

Cenário de Baixa

As opções que compramos fora do dinheiro muito provável que não sejam exercidas e iremos
perder o dinheiro desta opção comprada, como realizamos a compra para nos proteger e
como estavam fora do dinheiro, pagamos barato (R$ 0,01 a R$0,15 vezes a quantidade
comprada) e como realizamos algumas operações com lucro, não teremos problema em
perder este dinheiro.

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Base de Dados (como escolher as opções)

Na planilha que possui link RTD ou DDE, na aba “Base de Dados”, temos várias opções
carregadas e estando o link RTD ativo, os valores são atualizados. Nesta planilha é possível
filtrar liquidez, taxa, proteção, volatilidade, delta, gama, theta, vencimento. Um critério
importante quando decidimos entrar em uma operação é a liquidez. Uma vez que a opção
apresente poucos negócios no dia, o spread (a diferença entre o valor de compra e valor de
venda) da opção geralmente é mais alto. Opções com maior liquidez possuem spread reduzido
o que acaba facilitando para montarmos e desmontarmos as operações.

Qual opção escolher? Maior Taxa? Maior Proteção?

Isso é muito relativo e diz respeito única e exclusivamente ao perfil de cada um. Uma pessoa
pode realizar uma operação Comprando 1000 ações e vendendo 1000 Opções que lhe ofereça
10% de proteção com uma taxa de ganho de 2%. Outra pessoa pode escolher 5% de proteção
e 5% de taxa nas mesmas quantidades do primeiro sem montar uma trava de baixa e sem a
necessidade de comprar pó. Outras pessoas ficam confortáveis em vender uma quantidade
maior de opção se protegendo mais em uma queda e caso a ação comece a subir ele vai
desmontando a operação com lucro (pois a volatilidade vai caindo), diminuindo sua exposição
para não ser exercido.

Conclusão

O objetivo da planilha é controlar as operações de modo que a pequena distorção nos preços,
nos proporcione uma boa rentabilidade. Caso a ação não se movimente, o Theta da opção está
a nosso favor, esta diferença entre a opção vendida e a ação comprada, nos permite sair com
um ganho, ou caso seja muito negativa a queda na ação, a operação está nos protegendo em
parte dessa queda.

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Veja o resultado da operação corrente

Gráfico de operações realizadas no mês

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Gráfico de operações acumuladas

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Links Complementares

Download da planilha – FREE e Link RTD ou DDE - http://www.everhedge.com.br/download/

Tutorial para planilha com Link RTD ou DDE - https://youtu.be/-BLt1MuEPJg

Tutorial para planilha Free RTD ou DDE - https://youtu.be/md3CYVHcNlY

Operações - http://www.everhedge.com.br/operacoes/

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