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Análise Sobre A Regularização E Aprovação De Obras Residenciais Da

Construção Civil

ARTIGO ORIGINAL

[1] [2] [3]


DONATO, Marina , SOUZA, Ana Flávia Moraes de , SANTOS, Débora Dávila Cruz , SOUZA,
[4] [5] [6]
Joseane Silva de , GUERRA, Felipe Augusto Piacesi , ROCHA, Rhully Cristian Vidal

DONATO, Marina. Et al. Análise Sobre A Regularização E Aprovação De Obras Residenciais Da


Construção Civil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 04,
Vol. 09, pp. 22-59. Abril de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de
acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/obras-residenciais

Contents

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Análise Sobre A Regularização E Aprovação De Obras Residenciais Da
Construção Civil

RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2.1 MUNÍCIPIO DE OURO BRANCO
2.2 OBRAS CIVIS
2.2.1 BENEFÍCIOS DE LEGALIZAR O IMOVÉL
2.2.2 PROJETOS
2.2.3 EXECUÇÃO DE OBRA
2.3 PARTES ENVOLVIDAS E SUAS RESPONSABILIDADES
2.4 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL
2.4.1 PLANO DIRETOR
2.4.2 CÓDIGO DE OBRAS
2.4.3 SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO
2.4.4 ÓRGÃOS AMBIENTAIS
2.4.5 CONCESSIONÁRIA FORNECIMENTO DE ÁGUA (COPASA)
2.4.6 CONCESSIONÁRIA FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA (CEMIG)
2.4.7 CORPO DE BOMBEIROS
2.4.8 IEPHA
2.4.9 IPHAN
2.4.10 CONSELHOS
3. METODOLOGIA
3.1 DOCUMENTAÇÃO ENGENHEIRO – PROPRIETÁRIO
3.1.1 QUESTIONÁRIO DE VIABILIDADE / DADOS DA OBRA
3.1.2 CONTRATOS ENGENHEIRO / CLIENTES EM PROJETO
3.2 DOCUMENTAÇÃO ENGENHEIRO- ÓRGÃOS
3.2.1 DOCUMENTOS
3.2.2 DEFINIÇÃO DOS DOCUMENTOS
4. ESTUDO DE CASO
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RESUMO

O presente trabalho visa realizar uma simulação dos trâmites de aprovação para construção
de um imóvel residencial, descrevendo as etapas e taxas a serem pagas pelo proprietário,
projetista, prefeitura e governos estadual e federal. Dessa forma, foi possível reunir todas as
informações dessa atividade cotidiana e tão comum para quem lida com projetos e
construções, auxiliando e facilitando a realização de projetos futuros a partir de um estudo
de caso no munícipio de Ouro Branco, em Minas Gerais. A partir da legislação nacional e do
Código de Obras da cidade de Ouro Branco, foram verificadas as diretrizes burocráticas de
acordo com endereço simulado do proprietário e a partir de projetos hipotéticos. Toda a
simulação da documentação para aprovação de uma obra envolveu as relações do
proprietário, engenheiro e órgãos governamentais. Por fim, concluímos que o engenheiro civil
deve estar ciente de todo o processo de legalização de uma obra para que não haja atrasos e
pendências administrativas. Visto por vezes, que o conhecimento do engenheiro em
processos jurídicos auxilia na fluidez de todo este processo e destaca-se que uma boa
comunicação com o cliente e com os órgãos governamentais é essencial para qualidade do
projeto.

Palavras-chaves: Obra civil, Legalização, processo burocrático, Plano de desenvolvimento


urbano.

1. INTRODUÇÃO

Na engenharia e na arquitetura, a construção é a execução de um projeto previamente


elaborado, seja uma edificação ou uma obra de infraestrutura (pontes, viadutos, túneis, etc.).

Para qualquer projeto de construção civil é necessário que o proprietário esteja ciente das
normas vigentes em sua região, que estão contidas no Plano Diretor Urbano e no Código de
Obras do município em que a mesma será realizada.

O engenheiro civil é responsável por projetar, gerenciar e executar as obras. Cabendo ainda
ao engenheiro a análise do solo, a definição dos tipos de fundação, do partido estrutural, da
impermeabilização, dos acabamentos e todos os sistemas incorporados a um

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empreendimento.

No Plano Diretor Urbano estão definidas as leis de como deve ser o crescimento e o
funcionamento da cidade buscando a qualidade de vida dos moradores. Além disso, o Plano
Diretor ainda organiza a forma de crescimento da cidade visando melhorias na vida
econômica e social da população e também a preservação dos aspectos ambientais do local.

O Código de Obras é um conjunto de leis que permite à administração municipal controlar e


fiscalizar os espaços construídos em determinada região, especificando normas técnicas para
todo tipo de construção. No Código de Obras estão os procedimentos de aprovação de
projeto e licenças para execução de obras, bem como os parâmetros para fiscalização do
andamento da obra e aplicação de penalidades.

Sendo assim, este trabalho tem como objetivo elucidar, através de um exemplo prático, os
trâmites da construção civil de forma legalizada no Brasil. Para isso, construtores e
empreiteiros devem seguir algumas etapas pré-estabelecidas pelos órgãos governamentais,
de forma a garantir a padronização e segurança de diversos modelos de construções,
seguindo desde o processo de planejamento, de execução e aprovação das edificações.
Portanto, através de um estudo de caso, o presente artigo visa a simulação das etapas de
construção de uma obra residencial, indo desde a parte burocrática/administrativa até o
conceito, elaboração e execução de projeto.

Este artigo está estruturado da seguinte forma. Na seção 2, trata-se de uma breve
abordagem sobre os principais pontos para regulamentação de uma obra, vale ressaltar que,
neste trabalho. A seção 3 apresentas as relações de cada setor: Proprietário do imóvel,
Projetista (Engenheiros e Arquiteto), Prefeitura, Governo Estadual e Federal. No tópico 4 é
apresentado o estudo de caso em que simula os tramites de aprovação para construção de
um imóvel, descrevendo as etapas e taxas a serem pagas, pelo proprietário, projetista,
prefeitura e governos estadual e federal. Por fim, a seção 5 evidencia a conclusão do artigo.

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2.1 MUNÍCIPIO DE OURO BRANCO

A cidade de Ouro Branco, onde se encontra este estudo de caso, é um município brasileiro na
região central do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do Brasil (Figura 1). Ocupa uma
área de 258,7 km² e está situada a cerca de 100 km a Sul-Leste da capital do estado.
Localizada a 1033 metros de altitude contava com uma população em 2020 de 39500
habitantes. Ouro Branco é um município do Parque Estadual Serra do Ouro Branco (CIDADE-
BRASIL, 2021).

Figura 1 : Localização do município de Ouro Branco-MG.

Fonte: Google Maps (2021).

2.2 OBRAS CIVIS

Qualquer benfeitoria associada ao solo ou ao subsolo, como ações de construir, demolir,


reformar, ampliar edificações, entre outras são consideradas obras civis, segundo a resolução
no Anexo VII da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009 (BRASIL,
2021).

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2.2.1 BENEFÍCIOS DE LEGALIZAR O IMOVÉL

Muitos proprietários questionam os custos para legalizar um imóvel. Porém, de acordo com
sua área construída, os custos de uma multa no caso de denúncia de alguma irregularidade
podem chegar a mais de 10 % do valor do imóvel (FIKS ADVOGADOS, 2021). Além disso, a
venda desse imóvel também pode se tornar mais dificultosa. De acordo com Salgado (2021),
a procura e o interesse diminuem quando o comprador sabe que o lugar não está
regularizado. Quando a venda vem a acontecer, ela é feita com valores abaixo do mercado,
visto que além dos gastos da compra, o comprador deverá arcar com todos os custos da
legalização.

O aluguel para comércio é um outro fator que fica impossibilitado em caso de ilegalidade de
documentação. Com a ampla ocorrência de brasileiros que utilizam sua propriedade para
abertura de empreendimentos ou desejam mudá-lo de categoria, é fundamental que o
imóvel seja regularizado para a obtenção das licenças comerciais (IME JÚNIOR, 2021).

2.2.2 PROJETOS

Trata-se de um processo específico que abarca um conjunto de ações coordenadas e


controladas com prazos de início e término, proposto a fim de se alcançar um certo objetivo
segundo requisitos específicos, no que diz respeito a limitações de tempo, custo e recursos,
conforme a NBR ISO 10006 (2000).

2.2.3 EXECUÇÃO DE OBRA

A execução de uma obra é a etapa que o conjunto de elementos necessários e suficientes


para à execução são detalhados, definindo o projeto executivo. É necessário obter-se a
licença para a construção, e esta que será concedida por meio de Alvará. O código de obras é
o responsável por direcionar e orientar a execução de obra em cada município, além de se
imprescindível cumprir as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT.

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2.3 PARTES ENVOLVIDAS E SUAS RESPONSABILIDADES

Para a regularização de uma edificação é necessário que todos os envolvidos estejam cientes
de suas responsabilidades e antes do início das atividades da obra é indispensável que não
existam pendencias nas instancias legais.

2.4 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL

2.4.1 PLANO DIRETOR

O Plano Diretor é o instrumento básico e estratégico de implementação da política municipal


de desenvolvimento econômico, social, urbano, rural e ambiental de um município,
vinculando as ações de todos os agentes públicos e privados. Conforme consta no artigo 182
da Constituição Federal de 1988, essa diretriz deve ser aprovada pela Câmara Municipal e é
obrigatória para as cidades que apresentam mais de vinte mil habitantes
(OURO BRANCO, 2007).

O plano diretor deve explicitar os seus objetivos relativamente às funções sociais da


propriedade urbana e da cidade e a política de desenvolvimento urbano, de acordo com a
NBR 12267 (1992). É facultado ao Poder Público municipal a exigência do proprietário do solo
urbano não edificado que promova o seu adequado aproveitamento, sob pena em caso de
não cumprimento (BRASIL, 1937).

2.4.2 CÓDIGO DE OBRAS

O Código de Obras de um município estabelece as normas que contém orientações para a


elaboração de projetos, execução de obras e instalações em seus aspectos técnicos,
estruturais e funcionais (OURO BRANCO, 2001). De acordo com o Instituto Brasileiro de
Administração Municipal (IBAM, 2021), esse instrumento permite que a administração
municipal exerça o controle e a fiscalização do espaço edificado e de todo o seu entorno,
garantindo a segurança e a salubridade das edificações.

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Parâmetros Urbanísticos (Zoneamento Urbano)

Para a ordenação do uso, da ocupação e parcelamento do solo urbano de um município, o


mesmo é dividido em zonas definidas no Mapa de Uso e Ocupação do Solo do Plano Diretor
(OURO BRANCO, 2007).

Alguns dos principais objetivos do zoneamento são o controle do crescimento urbano, a


proteção de áreas inadequadas à ocupação, minimização dos conflitos entre usos e
atividades e controle do tráfego (PLANO DIRETOR DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, 2006).

De acordo com Mello (2021), o zoneamento é contemplado pela natureza do uso entrelaçado
aos coeficientes da edificação, as taxas de ocupação, os recuos exigidos das construções, as
dimensões de lote e o alinhamento do mesmo.

2.4.3 SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO

À Secretaria Municipal de Urbanismo compete o planejamento, coordenação e controle da


execução das atividades relacionadas ao urbanismo, transporte coletivo e concessões,
posturas e fiscalização, habitação e regularização fundiária, defesa social, trânsito e
mobilidade urbana (SECRETARIA MUNICIPAL DE GESTÃO URBANA, 2021).

2.4.4 ÓRGÃOS AMBIENTAIS

De acordo com o decreto nº 47.787 de 13 de dezembro de 2019, a Secretaria de Estado de


Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) exerce a função de coordenação do
Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema). Responsável pela
implementação e pelo acompanhamento das políticas públicas, com o intuito de conservar,
preservar e recuperar os recursos ambientais, a Semad tem como função, o planejamento, a
elaboração, a deliberação, a coordenação, a gerenciarão e a supervisão das ações setoriais a
cargo do Estado de Minas Gerais (BRASIL, 2019)

O Semad constitui-se por conselhos estaduais de Política Ambiental (Copam) e de Recursos


Hídricos (CERH), assim como por outros órgãos vinculados, tais como a Fundação Estadual do

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Meio Ambiente (Feam) que é responsável pela qualidade ambiental no Estado, no tocante à
Agenda Marrom, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) que é responsável pela Agenda Verde
e o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) responsável pela Agenda Azul (SEMAD,
2021).

A ocupação de qualquer uma das zonas industriais fica condicionada à elaboração e


aprovação de Estudos de Impacto Ambiental – EIA e/ou Relatório de Impacto Ambiental –
RIMA e de Estudo de Impacto de vizinhança – EIV, a partir das diretrizes definidas pelo
CODEMA, embasando-o na legislação ambiental federal, estadual e municipal, e,
incorporando-o ao projeto ambiental de parcelamento do solo (OURO BRANCO, 2010).

2.4.5 CONCESSIONÁRIA FORNECIMENTO DE ÁGUA (COPASA)

De acordo com o Decreto nº 43.753, de 19 de fevereiro de 2014, compete à Companhia de


Saneamento de Minas Gerais – COPASA, o assentamento de rede distribuidora de água e da
coletora de esgoto, a instalação de equipamento e a execução de ligação dos mesmos
(MINAS GERAIS, 2004). Caso a obra não seja executada pela COPASA, a mesma deve aprovar
o projeto e fiscalizar a execução.

2.4.6 CONCESSIONÁRIA FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA (CEMIG)

A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) é destinada à construção, operação e


exploração de sistemas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia
elétrica e serviços correlatos, conforme a Lei nº 828, de 14 de dezembro de 1951
(MINAS GERAIS, 1951).

Para a solicitar uma nova ligação é necessário apresentar documentos originais à CEMIG (RG
ou outro documento oficial com foto, e CPF), juntamente com a Certidão de Número, Habite-
se ou Declaração/Documento semelhante emitido pela Prefeitura Municipal (CEMIG, 2021).

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2.4.7 CORPO DE BOMBEIROS

De acordo com o art. 3 da Lei Complementar nº 54/1999 de 13/12/1999, compete ao Corpo


de Bombeiros Militar coordenar e executar as ações de defesa civil, prevenindo e
combatendo a incêndios (MINAS GERAIS, 1999). Assim, conforme a Lei Estadual nº
14.130/2001, toda edificação que for designada ao uso coletivo deverá ser regularizada junto
ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2001).

Toda edificação regularizada possui o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) que diz
respeito a um documento emitido após a vistoria das medidas de segurança instaladas
conforme o Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico (PSCIP) (LOPES, 2021).

2.4.8 IEPHA

O Instituto Estadual do patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA) é uma


fundação sem fins lucrativos vinculado à Secretaria de Estado e Cultura de Minas Gerais
(IEPHA, 2021). Cabe ao IEPHA proceder ao levantamento e tombamento dos bens
considerados de excepcional valor histórico, arqueológico, etnográfico, paisagístico,
bibliográfico ou artístico existentes no Estado e cuja conservação seja do interesse público,
conforme a Lei nº 5.775, de 30 de setembro de 1971 (MINAS GERAIS, 1971).

2.4.9 IPHAN

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma autarquia federal


vinculada ao Ministério do Turismo que responde pela preservação do Patrimônio Cultural
Brasileiro (IPHAN, 2021). Constituem o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos
bens existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, por sua vinculação a
fatos memoráveis do Brasil ou por seu valor (BRASIL, 1937).

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2.4.10 CONSELHOS

CREA

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) é o responsável pela fiscalização


das atividades profissionais nas áreas de Engenharia, Agronomia, Geologia e
Meteorologia (CREA-DF, 2021).

Para um profissional atuar, ele deve fazer o seu registro no Conselho, como previsto na Lei n°
5.194 de 1966. É função do CREA não permitir que leigos atuem, garantindo a segurança de
toda a população (CREA-MG, 2021).

CAU

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) orienta, disciplina e fiscaliza o exercício da


profissão de Arquitetura e Urbanismo, coibindo o exercício ilegal ou irregular da profissão,
defendendo a sociedade em relação à prestação de serviços da área (CAU/MG, 2021).

3. METODOLOGIA

Para dar início nas atividades em uma obra, é necessário que todas as partes envolvidas
estejam de comum acordo e regularizadas em todas as instâncias legais. Portanto, a
documentação por parte do engenheiro civil deve ser organizada de modo que esteja
alinhada com todos os órgãos que o circundam, garantindo respaldo e evitando embargos,
gastos extras e demais problemas que envolvem a obra.

As principais relações que devem ser avaliadas são:

Documentação Engenheiro-Proprietário;
Documentação Engenheiro-Órgãos;
Documentação Proprietário-Órgãos.

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3.1 DOCUMENTAÇÃO ENGENHEIRO – PROPRIETÁRIO

O engenheiro deve pressupor que o proprietário é desinformado sobre construção civil


portanto, no primeiro contato do engenheiro com o cliente é necessário realizar o
levantamento do maior número de informações possíveis e só assim verificar a viabilidade do
projeto.

O contrato firmado entre ambos deve ser consolidado de forma que não fique nenhum mal
entendido após a aprovação na prefeitura e até durante a construção. Para facilitar esse
processo é importante que sejam feitos os seguintes contratos entre as partes:

Questionário de viabilidade/ dados da obra.


Contratos engenheiro/ clientes em projeto.
Contratos engenheiro/ clientes em execução.

3.1.1 QUESTIONÁRIO DE VIABILIDADE / DADOS DA OBRA

Para pequenas obras, a primeira etapa é realizar uma entrevista com o interessado em
executar a construção, coletando as informações do lote à ser construído ou a construção e
ser reformada e as dimensões da construção ou reforma que pretende realizar. Dessa forma,
é possível analisar se a intenção do cliente condiz com as dimensões do lote, quantia que
pretende ser gasta e se está de acordo com o código de obras do município e região da obra.

Algumas informações são vitais no primeiro contato e visita ao local onde há a possibilidade
de se iniciar um empreendimento deste tipo:

Dados do cliente: Nome, CPF, endereço, telefone, etc.;


Dados do terreno: Dimensões, inclinação, vizinhança, localização do abastecimento de água, etc.;
Compatibilização com PDU: Cálculo dos afastamentos, CA (Coeficiente de Aproveitamento), TO (Taxa
de Ocupação), etc.;
Construção: Número de pavimentos, área, finalidade, número de usuários, acabamento, verba, etc.

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3.1.2 CONTRATOS ENGENHEIRO / CLIENTES EM PROJETO

Quando o proprietário contrata um engenheiro para a execução de determinada obra, há um


vínculo profissional e dessa forma, estabelece-se automaticamente um contrato entre os
dois, mesmo que seja verbal. Porém a documentação é necessária para evitar dúvidas,
ambiguidades de interpretação e até empecilhos caso uma das partes faleça.

Qualquer contrato é composto basicamente por:

Indicação e descrição das partes contratantes;


Deveres e direitos de cada uma das partes contratantes;
Indicação do valor de contrato, multa para a parte que não o respeitar, sede, data e assinatura.

No contrato deve constar ainda a modalidade de projeto acertada entre as partes que podem
ser:

por metro quadrado de área construída;


por prancha;
por hora;
por valor fechado;

O modelo de contrato que é o mais comum para obras de pequeno porte é projetos por m²
de área construída, porém costuma ser o menos assertivo devido à questão de pavimentos-
tipo e complexidade do projeto. Uma vantagem dessa metodologia é ter o respaldo de
valores base do CREA.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Projetos Por Prancha

O modelo de contrato por prancha costuma ser o mais comum para projetos que exigem
muitos detalhes, como estruturas metálicas e hidrossanitários. A vantagem dessa
metodologia é que é capaz de considerar a complexidade do projeto e tem-se a base de
diversos valores de mercado, uma vez que é a mais utilizada em empresas de grande porte.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Projetos Por Hora

Este modelo de contrato é mais assertivo, uma vez que leva em consideração a

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complexidade, tamanho, porte e especialização do serviço. Dessa forma, há uma melhor


disputa no mercado e valores coerentes. O valor por hora é o modo mais comum de cobrar
uma prestação de serviços de modo geral, mas não necessariamente na engenharia civil. A
dificuldade dessa metodologia é parâmetros para o valor, no caso de engenheiros recém-
formados e com menor experiência.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Projetos Por Valor Fechado

Este modelo de contrato é muito comum, porém é o que pode gerar maior insegurança para
o engenheiro.

Neste tipo de contrato, recomenda-se prever um máximo de alterações durante a execução


do serviço e o maior esclarecimento possível em contrato, evitando ambiguidade que é muito
comum neste caso.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Execução

Os contratos na Modalidades em execução podem ser de três tipos:

Por administração;
Por empreitada;
Preço-alvo;

Contratos Cliente / Engenheiro Em Execução Por Administração

No contrato em execução por administração, o engenheiro só negociará a sua atividade


profissional; dessa forma, não assumirá responsabilidade por quantidades e preços de
materiais e mão de obra empregados na construção.

Este contrato tem as seguintes características:

Remuneração por uma parcela da despesa total da obra;


O proprietário custeia todos as despesas da obra, nos valores em que serão feitas;
O orçamento prévio, feito pelo engenheiro, terá apenas valor informativo, não constituindo termo de
responsabilidade sobre qualquer dos itens.

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Contratos Cliente / Engenheiro Em Execução Por Empreitada

Entende-se por contrato de empreitada aquele no qual o engenheiro se compromete a


construir a obra por um valor pré-definido. Haverá alteração no preço apenas quando ocorrer
alguma alteração no serviço a ser executado e com acordo entre as duas partes. Costuma-se
adicionar de 2 a 5% do valor do orçamento para suprir pequenas alterações.

Quando um engenheiro aceita um contrato por empreitada, deve-se ater às providências


importantes:

Memorial descritivo detalhado e completo;


Condições de pagamento que permitam a compra de materiais e contratação da mão-de-obra
antecipada, evitando preços fora do orçamento;
Indicação clara e firme que qualquer alteração, deve ser acordada por ambas as partes e com novo
valor definido;
Trabalhos da obra em ritmo acelerado.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Execução Por Preço- Alvo

Muito similar ao contrato por empreitada, porém este apresenta um prêmio para o
engenheiro caso atinja um valor mais baixo que o do orçamento.

Geralmente definido por 50% da economia, este valor representa um benefício para ambas
as partes devido ao esforço da prestação do serviço.

É uma modalidade muito crescente no mercado, uma vez que há a busca por melhores
resultados e vantagens para os dos lados.

Contratos Cliente / Engenheiro Em Execução Misto

Qualquer contrato intermediário entre a “omissão” dos custos como no contrato


administrativo e a total responsabilidade como no caso do contrato por empreitada ou preço-
alvo, trata-se de um contrato misto.

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Este geralmente é dado por um caso onde o profissional responsabiliza-se por determinado
setor da obra ou então se compromete a construir por um preço fixo desde que tenha alguns
adendos. O sistema misto é mais comum em obras públicas.

3.2 DOCUMENTAÇÃO ENGENHEIRO- ÓRGÃOS

3.2.1 DOCUMENTOS

Para iniciar a obra não basta ter a equipe e materiais, é necessário a apresentação dos
projetos e a autorização da prefeitura – segundo o Código de Obras da cidade – com a
energia e água em funcionamento. Sem esses documentos sua obra corre o risco de ser
paralisada e o proprietário ser multado.

Vale ressaltar que, consultar um engenheiro não é uma questão de luxo e sim uma
necessidade por questões de segurança, economia de tempo e dinheiro. Um projeto bem
elaborado, evita muitos problemas futuros. Os itens abaixo apresentam as etapas e
documentos necessários para regularização da construção:

Regularização do engenheiro na prefeitura;


Projetos para apresentação na prefeitura (Código de Obras);
Documento de Propriedade do imóvel;
ART’s no CREA/CAU;
Ligação definitiva (energia e água);
Combate ao incêndio (CBM) em obras comerciais e multifamiliares.
Regularização com os órgãos ambientais;
Regularização com os órgãos de patrimônio histórico;

Regularização Do Engenheiro Na Prefeitura

O licenciamento é de suma importância ao construir um imóvel, sem ele o proprietário está


sujeito a multas, embargos e, até mesmo, a demolição da construção.

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Cada município tem um código de obras diferente, este código traz documentos específicos
para atender à lei de uso e ocupação do solo.

O engenheiro precisa ter uma liberação da prefeitura para que ele possa começar a obra.
Faz-se um cadastro e o engenheiro paga uma taxa para esta liberação. Esta taxa tem uma
validação referente ao ano que foi solicitado, caso a obra tenha começado em novembro, a
taxa deverá ser paga no mês em que começou a obra e caso no próximo ano a obra ainda
não esteja finalizada, o engenheiro paga a taxa novamente.

Projetos Para Apresentação Na Prefeitura (Código De Obras)

Ao se construir um imóvel, é imprescindível verificar o processo de licenciamento para obras


do munícipio. O projetista responsável pelo projeto deve ser responsável por verificar as leis
vigentes na cidade. Para licenciar uma obra é preciso obedecer, por exemplo, ao Código de
Obras. Sem esse licenciamento, o dono do imóvel será multado, embargado e está sujeito,
até mesmo, à demolição da construção.

No caso do projeto em questão, a legislação municipal de Ouro Branco prevê alguns


documentos como exigência:

Lei N.º 1.320/2001 – Código de Obras do Município de Ouro Branco;


Lei N.º 1.619/2007 – Plano Diretor participativo do município de Ouro Branco;
Lei N.º 1.794/2010 – Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do solo do município de Ouro Branco;
Lei N.º 2188/2017 – Revisão da Lei n.º 1619/2007 que institui o Plano Diretor e alterações da Lei n.º
1794/2010 que institui a Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do solo do município de Ouro Branco.

O projeto arquitetônico ao ser protocolado na prefeitura deverá atendar todas as exigências


estabelecidas pela Lei de Zoneamento Local. Portanto, deve-se adequar todo o projeto aos
índices urbanísticos.

Parâmetros Urbanísticos

O Art. 4° da Lei Municipal de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo deverá dispor,


notadamente, sobre as seguintes matérias, observando o Plano Diretor e as demais

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legislações federais e estaduais. Para ordenação do uso e da ocupação do solo, o Município


terá os seguintes tipos de zonas (Figura 2):

Zonas de Adensamento Restrito – ZAR, subdivididas em ZAR 1, 2, 3 e 4;


Zona Central – ZC;
Zonas Especiais – ZE, subdivididas em ZE 1 e 2;
Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS;
Zonas Industriais – ZI;
Zona de Interesse Histórico – ZIH;
Zonas de Proteção Ambiental – ZPAM subdivididas em ZPAM 1 e 2;

Figura 2: Mapa da lei de Uso e Ocupação do Solo de Ouro Branco.

Fonte: Ouro Branco (2017).

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De posse de todos os parâmetros do loteamento, deve ser realizado os cálculos de cada


índice urbanístico de acordo com a localidade do zoneamento.

Coeficiente máximo de Aproveitamento – CA:

Onde:

é o coeficiente máximo de aproveitamento;

é a área total construída;

é a área total do terreno.

Taxa máxima de ocupação -TO (Figura 3):

Onde:

é a taxa máxima de ocupação;

é a projeção da edificação sobre o plano horizontal;

é a área total do terreno.

Figura 3 : Coeficientes máximo e mínimo de aproveitamento de cada zona.

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Construção Civil

Fonte: Ouro Branco (2017).

Taxa de Permeabilidade – TP (Figura 4):

Onde:

é a taxa de permeabilidade;

é a área permeável;

é a área total do terreno.

Figura 4 : Taxa máxima de ocupação e a taxa mínima de permeabilidade de cada zona.

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Fonte: Ouro Branco (2017).

Afastamentos Frontais, Laterais e de Fundos (Figura 5):

Todos os afastamentos entre a edificação e a divisa do lote podem ser consultados no PDU
do munícipio na parte que trata sobre zoneamento.

Figura 5: Afastamentos frontal, lateral e de fundos definidos para cada zona.

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Fonte: Ouro Branco (2017).

Para que alguma construção possa ser feita legalmente, previamente o proprietário do
imóvel deve apresentar à Prefeitura os documentos do projeto arquitetônico e do projeto
estrutural, adjunto as respectivas ARTs (ou RRTs) do dono da obra. Esses projetos permitem
que a municipalidade entenda qual será o tipo de construção a ser realizada e quais serão as

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necessidades legais para cada caso.

Os projetos devem atender aos anseios do dono do imóvel e, ainda, estarem de acordo com
o Código de Obras do seu respectivo município. Também devem conter em seu esquema,
instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias e outros detalhes relacionados a instalações.

O Código Obras determina especificamente os projetos a serem apresentados de acordo com


a área construída e o tipo de construção. Essas especificações podem ser encontradas na
Figura 6 abaixo.

Figura 6: Projetos necessários para regularização no munícipio de Ouro Branco – MG.

Fonte: Ouro Branco (2001).

Documento De Propriedade Do Imóvel

O registro atualizado do imóvel também é um documento fundamental, visto que comprova a


propriedade do terreno onde a construção ocorrerá, o Apêndice A traz um modelo de
escritura.

A Matrícula CEI (Cadastro Específico do INSS) é, basicamente, um documento que permite a


vinculação de uma obra civil, seja ela relacionada a uma reforma, ampliação, construção ou
demolição, ao seu proprietário, à construtora envolvida e aos seus funcionários, junto à

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Receita Federal. Tal matrícula possibilita a arrecadação da contribuição do INSS, no tocante


ao uso da mão de obra para a edificação.

É dever das prefeituras comunicar à Receita Federal do Brasil, a relação do Alvará de


Construção e do Alvará de Habite-se realizadas em seu Município, mensalmente, assim, caso
não o faça, a mesma poderá ser submetida ao pagamento de uma determinada multa. Ou
seja, a Receita Federal sabe de todas as obras emitidas através de Alvará de Construção ou
Habite-se, mesmo que você ainda não tenha informado.

Na efetivação das obras de construção civil, as responsabilidades previdenciárias são


sobrepostas ao proprietário do imóvel, ao profissional responsável pela obra, ao
incorporador, ao condômino da unidade imobiliária não inserido segundo a Lei n° 4.591/1964
e à empresa construtora. (BRASIL, online)

ART’S NO CREA/CAU

ART- Anotação de Responsabilidade Técnica – criada pela Lei 6.496/77 (BRASIL, 1977) é a
formalização do contrato entre o cliente e o profissional, onde se estabelece, além das
obrigações contratuais, a identificação dos responsáveis para a obra ou prestação de
serviços. A emissão do documento possui taxa incidente que varia de acordo com o tipo de
serviço. O recolhimento é obrigação do profissional ou da empresa contratada conforme a
Resolução 425/98 – CONFEA, art. 4º (CONFEA, 1998).

O Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) é o mesmo documento, contudo, sua emissão


ocorre pelo arquiteto registrado no CAU (Conselho de Arquitetura). Criado em 2011, o CAU é
um órgão relativamente novo que se originou através da separação dos conselhos de classe
entre os arquitetos e o CREA.

Esse documento formaliza o contrato estabelecido entre o cliente e o profissional, incluindo


em si as obrigações contratuais de cada um e a identificação dos responsáveis.

Ligação Definitiva (Energia E Água)

Antes de começar a obra é primordial que a energia e água do lote estejam em vigor, por
necessidades da construção. Geralmente o proprietário é quem se responsabiliza por essas

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tarefas. O pedido é feito pessoalmente na rede de energia da cidade e nos sistemas de


abastecimento de água da cidade ou da região.

Combate À Incêndio (Cbm)

Os inúmeros acontecimentos trágicos com relação à incêndio dos últimos anos fortaleceu a
importância do combate e prevenção à incêndio nas edificações de modo geral e a
dificuldade de se conseguir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) a cargo da
polícia militar.

As únicas edificações isentas do projeto de combate a incêndios e, portanto, do AVCB, são as


edificações unifamiliares. Tal discrepância é percebida quando comparado ao código de
obras de Ouro Branco criado em 2001 por exemplo, que exigiria o AVCB apenas para
edificações acima de 4 pavimentos.

As diretrizes com as metodologias de prevenção e combate à incêndio estão descritos nas


Instruções Técnicas (ITs) do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

3.2.2 DEFINIÇÃO DOS DOCUMENTOS

É decidido em comum acordo quais os documentos serão entregues pelo engenheiro e quais
serão entregues pelo proprietário. No próprio Código de Obras não está definido quem
exerce qual função. Aqui, ilustraremos uma das duas possíveis situações.

Caso seja inviável para o proprietário realizar essa entrega, por exemplo, o mesmo mora ou
se encontra em cidade diferente onde irá ocorrer a obra, ou caso ele se sinta desconfortável
ou não esteja disponível para tal contribuição, o engenheiro pode desempenhar esse papel,
sem nenhum problema.

Os documentos a serem solicitados no decorrer da obra são:

Alvará de construção;
Certidão de Número;
Habite-se.

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Alvará De Construção

Antes de construir um imóvel, é necessário solicitar o Alvará de Construção, que é


basicamente a autorização da prefeitura para a execução da obra, o modelo encontra-se no
Apêndice E. Para que esse Alvará seja aprovado, todas as características da edificação e do
terreno devem seguir as regras impostas pelo município. Vale ressaltar que o Alvará de
Construção deverá ser exposto no local da obra, para atestar que está em conformidade com
a lei.

Primeiramente, o proprietário (ou preposto) deve comparecer à Secretaria de Obras e


apresentar a seguinte documentação: Projetos regularizados e suas respectivas ART´s;
Documentos pessoais do proprietário (Comprovante de endereço, RG, etc.); Escritura
atualizada.

Dentro da própria prefeitura essa documentação será encaminhada ao Setor de Tributação


para análise. Caso tudo esteja dentro dos padrões exigidos ocorrerá a emissão do Alvará de
Construção.

Em Ouro Branco, a taxa para a emissão tem o valor médio de R$90,00, mas isso muda tanto
com a metragem tanto de uma cidade pra outra. Mas, normalmente, esse valor não
ultrapassa R$300,00.

Certidão De Número

Após a aprovação dos projetos e posterior emissão do Alvará, haverá o requerimento da


Certidão de Número. Ela é o documento que certifica o endereço oficial de um imóvel;
utilizado para fins cartoriais, para concessionárias de serviço público (CEMIG, COPASA), entre
outros.

A taxa para emissão dessa Certidão tem o valor médio de R$20,00 e um prazo por volta de
15 dias úteis.

Habite-Se

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Depois de terminada a construção, ocorrerá a solicitação da Certidão de Habite-se, também


na prefeitura.

O Habite-se é um documento que atesta que a edificação foi executada conforme projeto
aprovado e em condições de ser habitada. Para a solicitação da certidão do Habite-se, a
construção deverá estar com todas as ligações definitivas estabelecidas pelos serviços
públicos.

A ligação duradoura de energia e água podem ser solicitadas via telefone ou


presencialmente, com os dados da obra. As concessionárias irão vistoriar o local a fim de
verificar se a obra construída corresponde ao projeto arquitetônico disposto e aprovado no
Alvará de Construção. Caso tudo esteja de acordo, a energia e a água poderão ser fornecidas
junto à rede pública, incluindo também o sistema de esgoto.

Em Ouro Branco, a taxa para a emissão do Habite-se tem o valor médio de R$100,00, mas
assim como o Alvará, esse valor irá variar de acordo com a metragem e prefeitura.

4. ESTUDO DE CASO

Buscando descrever as relações entre as partes envolvidas nas atividades de uma obra, será
simulado o contato entre as mesmas, desde a compra de um terreno até a entrega do
projeto. O objetivo é demonstrar quais os documentos necessários para a regularização de
uma edificação no município de Ouro Branco-MG, perante aos Órgãos Governamentais.
Sendo de extrema importância assegurar a integridade e conformidade dessas certidões.

Primeiro contato do cliente com o engenheiro

O proprietário entra em contato com o Escritório de Engenharia, a fim de construir uma casa


no lote de sua posse. Primeiramente é solicitado uma reunião entre o cliente e a empresa.

Durante a reunião com a proprietária, a engenheira fez uma breve apresentação da empresa,
sobre os serviços oferecidos, além de procurar conhecer um pouco mais do perfil da cliente e
o que ela pretendia para sua construção. Dando início ao preenchimento de um questionário
de viabilidade da obra com as primeiras informações adquiridas, que auxiliariam no decorrer

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do projeto. O questionário compreendia informações desde os dados pessoais mais


detalhados da cliente, do projeto pretendido, da localização e caracterização do lote em que
seria construído, das restrições da prefeitura do município, e verba disponível para
implantação do projeto, dentre outros detalhes.

O proprietário informou o que desejava para a residência que pretendia construir. Que se
tratava de uma casa de apenas um pavimento, possuindo dois quartos, um banheiro, sala,
cozinha e área de serviço. Além de informar o endereço de seu lote, conforme solicitado pelo
engenheiro, que se localizava Rua Vereador Sebastião Matias, na Quadra J1, bairro Soledade
na cidade de Ouro Branco – Minas Gerais.

Visita do Engenheiro no lote

Após o primeiro contato, é agendada uma visita no lote supracitado com o engenheiro
(devidamente inscrito no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, ou no Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do estado ou município) e o proprietário do lote. Tal visita, visa ter
mais conhecimento do terreno, desníveis, acesso, análise dos lotes vizinhos, nível econômico
das construções do entorno, entre outras informações fundamentais para elaborar o projeto
de acordo com o que o cliente planeja, seguindo todas as diretrizes técnicas.

As Figuras 7 e 8 abaixo trazem as vistas do lote:

Figura 7: Vista do lote – Frontal.

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Fonte: Deise Imóveis (2021).

Figura 8: Vista do lote – Lateral.

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Fonte: Deise Imóveis (2021).

De acordo com a Figura 3, o lote está localizado em uma esquina e possui uma área de
488,28 m². A vista frontal está na rua José da Silva, com 25,14 metros, enquanto 17,11
metros está de frente para a Rua Vereador Sebastião Matias, 22,75 metros confrontando com
o lote J2 e 24,5 metros confrontando com o lote I1.

Avaliação E Preparação Da Proposta De Serviço

Primeiramente o engenheiro verificou as informações das dimensões do lote em questão,


conforme a descrição na escritura registrada. Na escritura constava que o imóvel situado o
lote está localizado em uma esquina e possui uma área de 488,28 m². A vista frontal está na
Rua José da Silva, com 25,14 metros, enquanto 17,11 metros está de frente para a Rua
Vereador Sebastião Matias, 22,75 metros confrontando com o lote J2 e 24,5 metros
confrontando com o lote I1. Desta forma, foi possível situar e afirmar que as medidas do lote
constantes no documento condiziam com a realidade, após a medidas aferidas pela

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engenheira.

Durante a vistoria preliminar no local, foi possível coletar à posição relativa do norte
magnético do terreno com o auxílio de uma bússola, com a finalidade de obter a melhor
orientação para a nova construção, em relação à insolação e ventilação.

Foi constatado que o lote ainda se encontra em seu perfil natural, possuindo um suave aclive
com o caimento no sentido da rua, possibilitando uma ótima topografia e evitando grandes
movimentações de terra. O local também não possuía nenhum tipo de vegetação.

O local onde o lote está inserido possui as infraestruturas básicas como: abastecimento de
água potável, abastecimento de energia elétrica, rede coletora de esgoto e água pluvial e
iluminação pública.

Figura 9 :Vista Dimensões Lote.

Fonte: Deise Imóveis (2021).

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Métodos Construtivos (Cliente/Engenheiro)

Depois da visita ao local, é discutido os métodos construtivos com o cliente, este optou pela
estrutura em concreto armado, pois não tem urgência para a execução e a mão de obra não
precisa ser especializada, sendo assim é encontrada na cidade e por um valor mais acessível
em relação aos centros urbanos maiores. Ele também optou por acabamentos intermediários
e nos informou que a casa será habitada por 2 adultos e 2 crianças, totalizando 4 moradores.

Elaboração Da Proposta

Foi analisado o código de obras de Ouro Branco LEI N.º 1.794, DE 31 DE MAIO DE 2010-
Revisado em 2017 (OURO BRANCO, 2017), juntamente ao plano diretor da cidade (2017).
Desse estudo pode-se afirmar que a futura residência se encontra na zona ZAR2: Zona de
Adensamento Restrito 2, regiões com maior índice pequeno de restrição em decorrência de
uma menor dimensão dos lotes. É permitido então que se construa uma residência
unifamiliar no local.

Através do acima citado podemos afirmar:

Coeficiente Mínimo de Aproveitamento: 0,15


Taxa Máxima de Ocupação (TO): 70%
Taxa mínima de Permeabilidade (TP): 20%
Afastamento Frontal: 3m
Afastamento Lateral: Isento
Afastamento de Fundo: Inexistente
Altura Máxima: 30m
Altura Máxima na Divisa: 6m
Para o terreno em questão CA= 0,09, TO= 9,4 e TP= 90,6.

Contrato

Ao analisar todos os dados do documento anteriormente citado, do capital financeiro


disponível e o Código de Obras de Ouro Branco, foi marcada outra reunião com o cliente com
a proposta pela elaboração dos projetos, de acordo com as Normas Brasileiras (NBR’s). Neste

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momento foram combinados os termos de compromisso entre as partes, o valor e a


indicação de quais serviços serão executados.

Os serviços a serem executados são:

a. ESTUDO PRELIMINAR: Estudo de massa para a determinação de viabilidade do programa e


do partido adotado;

b. PROJETO DE ARQUITETURA LEGAL (PREFEITURA): Projeto para aprovação junto à Prefeitura


Local, atendendo as exigências legais

c. PROJETO ESTRUTURAL: Solução definitiva do projeto estrutural, a nível de execução com


definições do partido adotado, da concepção estrutural em geral;

d. PROJETO ELÉTRICO: Solução definitiva do projeto elétrico a nível de execução com


definições do partido adotado, da concepção das instalações elétricas em geral;

e. PROJETO HIDROSSANITÁRIO: Solução definitiva do projeto hidrossanitário a nível de


execução com definições do partido adotado, da concepção das instalações hidrossanitários
em geral;

f. DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA PARA FINANCIAMENTO BANCÁRIO: Elaboração de Planilha


Orçamentária, Cronograma Físico -Financeiro, Memorial Descritivo, e demais documentos
técnicos necessários exigidos pelas instituições financeiras, para fins de financiamento
bancário;

g. RESPONSABILIDADE TÉCNICA DE EXECUÇÃO DE OBRA: Fazer o acompanhamento técnico


da obra do projeto objeto deste contrato.

A sugestão de projeto foi apresentada para o cliente, conforme a planta da residência na


Figura 10.

A proposta da empresa ao cliente foi por meio da realização do projeto por um valor fechado,
conforme o contrato. O valor para a realização do projeto arquitetônico da edificação com
uma área total de 45,92m².

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O prazo para a entrega do projeto preliminar seria de 10 dias a contar da data de assinatura
do contrato, e após as considerações do cliente em relação ao projeto a empresa possuiria
mais 10 dias para a entrega do projeto final.

Após todas as cláusulas serem esclarecidas, o cliente assinou o contrato para a realização
dos serviços com a Empresa de Engenharia.

Figura 10: Projeto arquitetônico – Planta baixa residência.

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Fonte: Autor.

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Prefeitura

O cliente foi instruído a procurar a prefeitura em posse dos seguintes documentos:

Documentos pessoais;
Comprovante de residência;
Projetos e suas ART’s;
Escritura do imóvel;
Certidão negativa de débito (CND).

Ele receberá, após de pagar as devidas taxas, o alvará de construção.

Após ele irá no mesmo órgão para retirar a certidão de número, documento que atesta a
numeração do imóvel.

Infraestrutura Para Construção

De posse dos projetos arquitetônicos, estruturais, instalações elétricas e instalações


hidrossanitárias, foi orientado ao cliente que solicitasse à Copasa e Cemig que fizessem as
ligações de água e luz.

Os documentos necessários para a ligação são:

– Pessoa física:

a. CPF;

b. Apresentação da carteira de identidade ou um dos seguintes documentos: CNH,


carteira de entidade de classe, de trabalho ou passaporte;

– Imóveis localizados em áreas urbanas:

a. Certidão de número ou Habite-se ou Declaração semelhante emitida pela


Prefeitura, constando nome do logradouro, número predial e bairro;

b. Documento alternativo desde que contenha o endereço completo do local para

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onde está sendo solicitada a ligação nova. Pelo menos um dos documentos a
seguir: alvará de construção, alvará de licença de localização, escritura pública,
planta de arquitetura aprovada pela Prefeitura, registro do imóvel, IPTU (COPASA,
2019, p.15):

Para a ligação de energia são necessários (site da CEMIG):

As pessoas físicas ou jurídicas que desejam solicitar uma ligação nova devem
estar com a situação cadastral regular do CPF ou CNPJ, junto à Secretaria da
Receita Federal, e precisam apresentar documento, com data, que comprove a
propriedade ou posse do imóvel e a relação de equipamentos elétricos instalados
na unidade consumidora.

Para a inicialização da obra o engenheiro deve providenciar uma placa com os dados da obra
para inserir na construção.

– Placa nas obras/serviços

Trata-se de uma exigência legal que pode servir também como um instrumento em potencial
de divulgação do profissional e/ou da empresa. A fixação das placas nas obras e serviços
facilita o trabalho dos Agentes Fiscais, informa à comunidade sobre a presença obrigatória de
um profissional habilitado naquele empreendimento e divulga o nome do mesmo como o
agente responsável pelos serviços e obras.

Desta forma, a placa de identificação deve sempre estar visível nas obras e serviços, de
modo a evitar autuações indevidas por parte do Crea-Minas.

A placa deve ter, no mínimo, 1m² e conter os seguintes dados:

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2. Nome do autor(es) e/ou coautor(es) do(s) projeto(s) e do(s) responsável(eis) técnico(s) pela
execução da obra, instalação ou serviço, de acordo com o(s) seu(s) registro(s) ou visto(s) no
Crea-Minas;
4. Título, número da carteira e/ou do(s) “visto(s)” do(s) profissional(ais) no Crea-Minas;
6. Atividade(s) técnica(s) específica(s) pela(s) qual(ais) o profissional(ais) é(são) responsável(eis);
8. Nome da empresa executora da obra, instalação ou serviço, se houver, com a indicação do
respectivo número do registro ou “visto” no Crea-Minas (CREA-MG, 2017, Online).

Finalização

Após a construção da obra, com a ART quitada e os documentos anteriormente citados, o


cliente entrou em contato com a prefeitura e solicitou o HABITE-SE, o qual obteve após
pagamento das taxas necessárias.

Nesse momento, foi explicado para o cliente que a ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica), criada pela lei nº 6.496 de 7 de dezembro de 1977 (BRASIL, 1977) , é um
documento que estabelece a formalização do contrato entre o cliente e o responsável técnico
pela obra, podendo ser um Engenheiro ou Arquiteto, ambos devidamente inscritos nos seus
respectivos conselhos. A ART também tem a função de indicar que aquela determinada obra
está sob uma responsabilidade técnica e que está sendo realizada dentro do especificado no
projeto.

A ART pode ser emitida através do site do CREA por um Engenheiro habilitado, através do
seu login e senha, o profissional terá acesso à área de preenchimento das ART’s. Ao final do
preenchimento, será gerada uma guia de pagamento, cujo valor é uma parcela do valor do
contrato firmado. De acordo com o artigo 32 da Resolução nº 1.025 de 30 de outubro de
2009 do CONFEA, esta taxa da ART deverá ser recolhida pelo profissional quando este é
contratado como autônomo ou quando é o dono do empreendimento, caso o profissional
esteja trabalhando em nome de uma empresa, o pagamento da taxa fica a cargo da
empresa. Após o pagamento da taxa, a ART é confirmada, e levará a assinatura do
profissional e do proprietário da obra. A ART pode ser emitida através do site do CREA por
um Engenheiro habilitado, através do seu login e senha, o profissional terá acesso à área de
preenchimento das ART’s. Ao final do preenchimento, será gerada uma guia de pagamento,
cujo valor é uma parcela do valor do contrato firmado. De acordo com o artigo 32 da
Resolução nº 1.025 de 30 de outubro de 2009, (CONFEA, 2009) esta taxa da ART deverá ser

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recolhida pelo profissional quando este é contratado como autônomo ou quando é o dono do
empreendimento, caso o profissional esteja trabalhando em nome de uma empresa, o
pagamento da taxa fica a cargo da empresa. Após o pagamento da taxa, a ART é confirmada,
e levará a assinatura do profissional e do proprietário da obra.

Por último o cliente deve ir ao cartório atrás da averbação da construção, este é o ato que
aprova a existência do imóvel para a cidade.

5. CONCLUSÃO

Através deste trabalho foi possível perceber o amadorismo do cidadão comum com relação à
regularização de uma edificação. Foi possível perceber também que os processos
burocráticos que envolvem a legalização geram custos para cada um dos procedimentos. As
altas cobranças aliadas aos entraves ao cumprimento das leis faz com que muitas
edificações sejam executadas de forma irregular.

Foram avaliados e não citados anteriormente, a necessidade de aprovação do IEPHA, Corpo


de bombeiros e da Autorização Ambiental de Funcionamento. Entretanto, por se tratar de
uma residência unifamiliar, não comercial, um empreendimento sem potencial poluidor e em
uma área que não é histórica, não houve a necessidade de aprovação de nenhum desses
órgãos.

Este trabalho, aliado às Normas Brasileiras, é uma forma de minimizar as dificuldades de um


cidadão comum em obter informações precisas e de fácil entendimento de todas as fases da
regularização de uma edificação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12267: Normas para elaboração de


Plano Diretor. Rio de Janeiro. 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10006: Gestão da qualidade –


Diretrizes para a qualidade no gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro. 2000.

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BRASIL. Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Organiza a proteção do patrimônio


histórico e artístico nacional. 1937.

BRASIL. Decreto Lei nº 4591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre condomínio em


edificações e as incorporações imobiliárias. 1964.

BRASIL. Decreto Lei nº 6496, de 7 de dezembro de 1977. Institui a “Anotação de


Responsabilidade Técnica” na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e
agronomia. 1977.

BRASIL. Decreto Lei nº 47.787, de 13 de dezembro de 2019. Organização da Secretaria de


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http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15937. Acesso em: 2
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CAU/MG. Dúvidas sobre a fiscalização da CAU. Disponível em:


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https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-ouro-branco-mg.html. Acesso em: 4 de fevereiro
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CONFEA. Resolução nº 1025, de 30 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Anotação de


Responsabilidade Técnica e acervo Técnico Profissional e dá outras providências. 2009.

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https://www.creadf.org.br/index.php/template/lorem-ipsum/o-que-e-art. Acesso em 26 de
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instituir, sob forma de Fundação, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico –
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MINAS GERAIS. Lei complementar nº 54, de 13 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a


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MINAS GERAIS. Lei 14130, de 19 de dezembro de 2001. Dispõe sobre a prevenção contra
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OURO BRANCO – Lei nº 1320, 2001. Institui o código de obras do município de Ouro Branco.
Ouro Branco, 2001.

OURO BRANCO – Lei nº 1619, de 13 de dezembro de 2007. Institui o plano diretor


participativo do município de Ouro Branco. Ouro Branco, 2007.

OURO BRANCO – Lei nº 1794, 2010. Institui a lei de uso, ocupação e parcelamento do solo do
município de Ouro Branco. Ouro Branco, 2010.

OURO BRANCO – Lei nº 2188,2017. Dispõe sobre a revisão da lei 1619 de dezembro de 2007
que institui o plano diretor participativo do município de Ouro Branco e alterações posteriores
e da lei 1794 de 31 de maio de 2010 que institui a lei de uso, ocupação e parcelamento do
solo e alterações posteriores e dá outras providências. Ouro Branco, 2017.

PLANO DIRETOR DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA – Lei complementar nº 44, de 10 de


outubro de 2006. Institui o Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Urbano do
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SALGADO, G. Saiba todos os benefícios em legalizar um imóvel. Hidros Consultoria, 2018.


Disponível em: https://www.hidrosconsultoria.com.br/artigo-legalizar-imovel/ . Acesso em: 28
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https://www.congonhas.mg.gov.br/index.php/sec-mun-de-gestao-urbana/. Acesso em 27 de
janeiro de 2021.

SEMAD. Institucional. Disponível em: http://www.meioambiente.mg.gov.br/instituicao. Acesso


em: 4 de fevereiro de 2021.

[1]
Doutoranda em Engenharia de Transportes.

[2]
Graduanda em Engenharia Civil e Técnica em Edificações.

[3]
Mestranda em Geotecnia e Transportes e Técnica em Edificações.

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Construção Civil

[4]
Graduanda em Engenharia Civil – Universidade Federal de São João Del Rei – e Técnica em
Eletroeletrônica – Colégio Batista Mineiro.

[5]
Bacharel em Engenharia Civil – Universidade Federal de São João Del Rei – e Técnico em
Mineração – CET – Fundação CSN.

[6]
Bacharel em Engenharia Civil – Universidade Federal de São João Del Rei.

Enviado: Março, 2021.

Aprovado: Abril, 2021.

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