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A

presença da Horta do Vinil na praça ainda pode não ser bem compreendida ou
mesmo aceita por muitos dos moradores da vizinhança. Temos um longo
caminho já percorrido, mas ainda temos desafios a enfrentar no sentido de
comunicar, aproximar e envolver a comunidade local.

Alguns dos cuidados que devemos ter, enquanto agentes sociais de


transformação são a escuta e o acolhimento. Escutar e acolher não significa
concordar com aquilo que chega até nós, mas estar aberto para o diálogo. Nesse
sentido, é importante considerar a fala recorrente de que o espaço por nós ocupado
parece “abandonado” e/ou “desorganizado”.

Entendemos que há uma possível confusão entre o que se refere aos diferentes
agentes e suas responsabilidades. Citamos como exemplos:

1. Poder público: cuidado/abandono do espaço público pelo poder


municipal. Ex.: descuido com calçamento, coleta de lixo, manutenção da
arena de concreto, deficiência do sistema de escoamento de água da
chuva, ineficiência no combate aos focos de dengue...
2. Ocupação Horta do Vinil. Ex.: canteiros, SAF, composteiras,
armazenamento de ferramentas, cuidado com matéria orgânica, ....
3. Frequentadores em geral (tipos de uso e qualidade do uso do espaço).
Ex.: fezes de animais domésticos não recolhidas, abandono de latinhas de
refrigerante e álcool, garrafas de vidro, guimbas de cigarro, restos de
embalagens plásticas, restos de comida...

Nesse sentido, acreditamos que, num primeiro momento, é parte da nossa


responsabilidade tornar clara a distinção dos diferentes agentes atuando sobre, e
frequentando a praça. Além disso, como agentes socialmente responsáveis e
politicamente ativos, acreditamos que é nosso papel acionar o poder público
(mobilizando a comunidade, se necessário) para que corrijam os problemas
decorrentes de abandono.

Ação 1: acionar poder público e comunicar comunidade

✔ Piscinão
Problemas:
- drenagem
- limpeza
- reforma

Proposta de solução:
- acionar 1746 – Comlurb
- acionar a AmaRosas
- buscar contato direto com Comlurb / projeto Rio Novo Olhar
- trazer candidates à vereança e buscar comprometimento (fazer alguma
carta?)

Ação 2: comunicação com comunidade

✔ Projetos (Ex.: Espaço Raven; reforma da Composteira Marapendi; mudário...)


Proposta de solução:
- definir cada projeto (o que é, porque, como, onde, quando, quanto tempo,
quem).
- Comunicar nas redes e no local, convidando a participação (pode ser mão
na massa ou doação).

✔ Placas informativas

- indicando Horta do Vinil e seus canais de comunicação


- indicando quais canais de comunicação com prefeitura para solicitar
manutenção do espaço público (piscinão, calçada, recolhimento de lixo...).
- recolher lixo pessoal, fezes de pets...
- orientando sobre ser voluntário.

✔ Placas educativas

- indicando tipos de plantas (árvores nativas, frutíferas, PANCS...)


- indicando o que é um SAF. Horta. Pomar. Jardim. Porque é importante um
espaço assim na cidade...
- indicando existência da composteira, orientando o uso.
- indicando como colher na horta/SAF. Colher, partilhando.
- orientando sobre doação (recepção?) de mudas.

Ação 3: participação lúdica comunidade

Talvez seja bacana promover no Instagram e mesmo presencialmente (na praça)


um mural de fotos livres ou com temas (insetos da praça, lixo na praça, PANCS,
animais na praça, atividades na praça, ...).

Tragam suas fotos?

Ação 4: Escuta e cuidado


Naquilo que diz respeito à nossa ocupação, é preciso buscar uma aproximação
com o olhar que nos oferece críticas. Isso não significa abandonar nossa estética
ou princípios, mas podemos entender essas críticas como a manifestação de
quem se importa e merece ser ouvido.

Com isso em mente, procuramos mapear o que de mais imediato podemos


cuidar. Concentramos nossa atenção naquilo que chamamos de “hall de entrada”
da Horta do Vinil: O espaço entre os canteiros do SAF e a parede da igreja, onde
estão encostadas as composteiras do projeto Composta Marapendi.

Preparamos a seguinte lista:

1. Caminhos (entre composteira Marapendi e SAF, entre muro do


condomínio e mobiliário de praça): limpar e colocar cobertura que ajude
a identifica-los com mais clareza.
Sugestões: grama amendoim, lascas de madeira, areia.
2. Ponto de Coleta e Armazenamento de matéria orgânica: definir 3
pontos de coleta e armazenamento da matéria orgânica, evitando que a
mesma fique amontoada em múltiplos e diferentes lugares. Isso também
facilita o uso do material recolhido e devidamente acondicionado.
3. Contorno dos canteiros: buscar uma estratégia de definir o contorno dos
canteiros de modo que eles permaneçam integrados, porém menos
susceptíveis à desintegração.
Sugestões: troncos mais grossos, evitando gravetos; cercadinho de
toquinhos de tronco fixos ao chão; contorno de PET irrigadora
4. Organização do galpão de ferramentas: manter o galpão sempre
arrumado e coberto; manter as ferramentas dentro do galpão; deixar
todos os baldes e recipientes emborcados e limpos; não empilhar material
sobre o galpão sem estar devidamente acondicionado e organizado,
evitando o acúmulo de água de chuva ou criação de formigueiros.
5. Orientação aos usuários: plaquinha “não alimente os animais”; “canteiro
de produção de alimentos não é banheiro”; “recolha as fezes de seus
pets”...
6. Campanha ZERO GUIMBA: oferecer “cinzeiro” para descarte de guimbas.
Isso pode virar indicador e ajudar em campanha de saúde e limpeza.
Fazer uma ação de coleta de guimbas e deixar o resultado exposto como
forma de conscientização (garrafa PET com guimbas, p. Ex.).



7. Cisterna coletora de água da chuva: Recicloteca, Rua Miranda Valverde,
118, Sala 101 – Botafogo. Passo a Passo:
http://www.sempresustentavel.com.br/hidrica/minicisterna/minicistern
a.htm
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=YbDMdiv30ms
Sugestão / Ação: lista de materiais necessários, lista de ferramentas
necessárias, orçamento, captação de recurso, segmentação do projeto por
etapas e previsão de conclusão de cada etapa para execução.

Algumas dessas atitudes são importantes para que possamos funcionar


harmonicamente.

1) Autogerenciamento: Capacidade e ação de gerir a própria atividade. Assumir


responsabilidade pelo início, meio e fim da atividade com a qual se
comprometeu. Deixar o espaço organizado.

2) Prestação de contas e Divulgação: Comunicar ao coletivo as atividades


planejadas e objetivos. Manter registro de atividades em andamento e resultados
obtidos de forma clara e acessível.

3) Representação e Educação: Ter em conta o contexto e a comunidade, de modo


mais amplo, para além do coletivo da horta. Promover ações de engajamento e
educação. Buscar o diálogo, primando pela escuta.

Talvez seja interessante pensar em GTs para organizar a vasta gama de


atividades regulares que demandam nossa atenção no cuidado com a Horta do
Vinil, sempre considerando o contexto no qual estamos inseridos: contexto
imediato da vizinhança local imediata, vizinhança do bairro, contexto na cidade.
A organização em GT também permite visualizar e concretizar com melhor uso
dos recursos disponíveis, o volume de atividades extraordinárias que podem se
tornar, ou não, permanentes.

Alguns GT identificados:
GT Voluntariados
GT Canteiros
GT Compostagem
GT Interlocução com poder público
GT Interlocução com Vizinhos (condomínios, igreja, escola)
GT Interlocução com usuários da praça: Útil e motoristas, jogadores de futebol,
treinadores e outros
GT Mutirão/ voluntários
GT Comunicação
GT Educação Ambiental/Cidadania *
GT Articulação com outros coletivos
GT Articulação com outras Hortas Urbanas e Centros de Pesquisa

* como/onde incluir um mutirão de cuidado/ coleta de lixo na praça.

Outra coisa que vale incluir é a discussão sobre o interesse de se adotar a praça.

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