Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEDICINA VETERINÁRIA
AMERICANA
2023
Danilo Menconi Etechebere
Vitoria Sandy Pires
Americana
2023
Resumo: O ozônio é um gás formado a partir do oxigênio, presente em nosso cotidiano, que é
produzido por meio da passagem do gás por uma corrente elétrica que faz com que o O2 se
modifique em O3. Sua aplicação prática na medicina começou a tomar espaço no ano de
1986, e desde então vem sendo cada vez mais utilizada com o intuito de tratar feridas e lesões
locais, infecções bacterianas e fúngicas, aumentar a imunidade e acelerar a cicatrização,
podendo também, dependendo da dose e método de aplicação, possuir efeitos analgésicos e
anti-inflamatórios; na medicina veterinária, o ozônio tem ganhado considerável espaço,
juntamente com outras áreas da medicina integrativa, como a acupuntura, o laser, a
eletroacupuntura, a cromoterapia e a kinesioterapia, entre outras. Um dos principais fatores
que faz com que o ozônio se destaque positivamente é seu baixo custo e rápida resposta
fisiológica nos animais; as principais formas de sua utilização na rotina clínica veterinária são:
insuflação retal, auto-hemoterapia maior e menor, aplicações locais, soro ozonizado, bagging
e cupping.
A Ozonioterapia não é uma técnica nova, tendo dentre seus primeiros usos registrados
em humanos e animais durante a primeira guerra mundial no tratamento de feridas infectadas,
queimaduras e fístulas dos soldados feridos (Batinjan et al., 2014) e para o tratamento de uma
ferida infeccionada na pata de um equino (Freitas, 2011) desta época ate os dias atuais
conseguimos observar quase que diariamente melhorias em sua utilização como o auxílio na
resistência a antibióticos, bem como menores efeitos colaterais, ambos associados a um
menor custo do tratamento (Wollheim, 2020)
A busca por técnicas terapêuticas que ofereçam novas perspectivas de tratamento aos
pacientes tem incentivado os médicos veterinários a se aprofundarem em questões
relacionadas à Medicina Complementar (COLIN, 2016). Nas últimas décadas, a
Ozonioterapia tem sido objeto de estudos mais aprofundados e científicos, com o objetivo de
propor novos protocolos de tratamento complementares (BOCCI, 2011). As propriedades
terapêuticas e biológicas do ozônio permitem sua aplicação em uma ampla variedade de
especialidades e quando utilizado respeitando as concentrações adequadas e as vias de
aplicação é seguro e não tóxico (BOCCI, 2005).
Na medicina humana, a Ozonioterapia é amplamente utilizada devido à sua eficácia
contra doenças infecciosas de origem bacteriana, viral, fungicas, patologias do sistema
imunológico e patologias associadas à deficiência de oxigênio nos tecidos, bem como doenças
degenerativas (ZAMORA, 2012). A molécula de ozônio reage com uma grande quantidade de
compostos orgânicos e inorgânicos, gerando uma série de respostas bioquímicas,
farmacológicas e neuro imunológicas que são responsáveis pela resposta terapêutica
(KOWALTOWSKI et al., 2009). O poder oxidante do ozônio é superado na natureza apenas
pelo fluoreto e persulfato (Gall et all, 2022). Esse efeito oxidante pode ser vantajoso em
relação a diversas patologias, uma vez que o ozônio é produzido naturalmente no organismo
durante a ativação de anticorpos, tornando-o uma molécula biológica (BULIES, 1997).
Quando administrado em concentrações adequadas, o estímulo oxidante do ozônio é leve e
transitório, aumentando a resposta antioxidante do organismo em um efeito conhecido como
efeito hormético (GOLDMAN, 1996).
Além de ser descrito como uma molécula biológica que auxilia a resposta antioxidante
do paciente, o ozônio melhora a circulação sanguínea, combate agentes infecciosos, processos
inflamatórios, melhora a síntese de ATP e otimiza o metabolismo celular (BOCCI, 2008). O
estresse oxidativo tem sido implicado na patogênese de diversas doenças e é definido como a
perda do equilíbrio entre as defesas antioxidantes do organismo e os radicais livres circulantes
(SEMBA & TANG, 1999).
Referencias:
1. Gall, Paulo Oliveira et All. Relatório de estágio supervisionado desenvolvido em wier – tecnologia em
plasma e ozonio/palhoça/sc. 2022. Dissertação sobre estagio supervisionado na área de química,
universidade federal de santa catarina centro de ciências físicas e matematicas departamento de
química, 2022
2. Censo, CFMV, Brasilia, DF, 11/12/2020 – Atualizado em 14/12/2020 – 10:00pm, Disponivel em:
https://www.cfmv.gov.br/censo/transparencia/2017-2020/2020/12/11/ acessado em 02/03/2023
3. Informações Gerais do Setor Pet, dados do mercado, Online Disponivel em https://abinpet.org.br/dados-
de-mercado/ acessado em 02/03/2023
4. Batinjan, G., Zore, I. F., Vuletić, M., & Rupić, I. (2014). The use of ozone in the prevention of
osteoradionecrosis of the jaw. Saudi Medical Journal, 35(10), 1260–1263.
5. Freitas, A. I. A. (2011). Eficiência da Ozonioterapia como protocolo de tratamento alternativo
das diversas enfermidades na Medicina Veterinária. PUBVET, 5(30), Art-1192.
https://doi.org/: 10.22256/pubvet.v5n30.1194.
6. Wollheim, C., Gonçalves, E. S., Lopes, K. C., & Bega, A. (2020). Efeito microbicida do ozônio
gasoso em Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida albicans. Revista
Ibero-Americana de Podologia, 2(1), 121–125. https://doi.org/10.36271/iajp.v2i1.22
7. Xiao, W., Tang, H., Wu, M., Liao, Y., Li, K., Li, L., & Xu, X. (2017). Ozone oil promotes wound
healing by increasing the migration of fibroblasts via PI3K/Akt/mTOR signaling pathway.
Bioscience Reports, 37(6). https://doi.org/10.1042/BSR20170658.
8. Teixeira, L. R., Luna, S. P. L., Taffarel, M. O., Lima, A. F. M., Sousa, N. R., & Joaquim, J. G. F.
(2013). Comparison of intrarectal ozone, ozone administered in acupoints and meloxicam for
postoperative analgesia in bitches undergoing ovariohysterectomy. The Veterinary Journal,
197(3), 794–799.
9. Silva, T. C., Shiosi, R. K., & Raineri Neto, R. (2018). Ozonioterapia: um tratamento clínico em
ascensão na medicina veterinária-revisão de literatura. Revista Cientifica de Medicina
Veterinária, XV(31).
10. Silva Júnior, J. I. S. (2018). Ozonioterapia no tratamento de ferida contaminada em canídeo
(CANIS LUPUS FAMILIARIS)–Relato de caso. Revista Investigação, 17(4).
https://doi.org/10.26843/investigacaov1742018p%25p.
11. Dagostin, R. (2019). Uso de ozonioterapia no tratamento de ferida por modedura em um
felino–relato de caso. Curitibanos, SC.
12. Ferreira, A. V. F. (2019). Insuficiência renal crônica em cães: uma abordagem em medicina
veterinária integrativa e complementar-relato de caso. Universidade Federal de Uberlândia.
13. BOCCI, V.; ZANARDI, I.; TRAVAGLI, V. Oxygen/ozone as a medical gas mixture. A critical
evaluation of the various methods clarifies positive and negative aspects. Medical Gas
Research, v.1, p. 6-15, 2011.
14. BOCCI, V.; VALACCHI, G.; CORRADESCHI, F.; ALDINUCCI, C.; SILVESTRI, S.; PACCAGNINI, E.
Studies on the biological effects of ozone: J Biol Regul Homeost Agents, v. 12, p.67-75, 1998.
15. BOCCI, V. Is it true that ozone is Always toxic? The end of dogma. 2006b.
16. BOCCI V. Ozone A new medical drug Dordrecht, The Netherlands: Springer; 2011.
17. BOCCI V, BORRELLI E, VALLACHI E. Total blody exposure to an oxigen-ozone mixture in a sauna
cabine. European Journal Physol. 1999;80:549-54.
18. BOCCI V. How ozone acts and how its exerts therapeutics effects: the revolution in dentistry,
United Kingdom; 2004a, cap1.1, pag15-22.
19. BOCCI V. Non-specific immunomodulation in chronic heart failure. Lancet 2008, 371:2083
20. BULIES, 1997. “Response of pups with maternal derived antibody to modifiedlive canine
parvovirus vaccine”. Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases
15(4):281- 283.
21. ZAMORA Z.B., BORREGO A., LOPEZ O.Y., DELGADO R., GONZALEZ R., MENENDEZ S.,
HERNANDEZ F. AND SCHULZ S. Effects of Ozone Oxidative Preconditioning on TNF- alpha
Release and Antioxidant-Prooxidant Intracellular Balance in Mice During Endotoxic Shock.
Mediators Inflamm, 2012; 16-22.
22. KOWALTOWSKI, A. J., DE SOUZA-PINTO, N. C., CASTILHO, R. F. et al., 2009, Mitochondria and
reactive oxygen species, Free Radic. Biol. Med. in press, May 7.
23. BULIES, 1997. “Response of pups with maternal derived antibody to modifiedlive canine
parvovirus vaccine”. Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases
15(4):281- 283.
24. SEMBA, R.D., TANG, A.M., 1999. Micronutrients and the pathogenesis of human
immunodeficiency virus infection. British Journal of Nutrition 81, 181–18.
25. SCHULZ, S. et al. Significant increase on survival in lethal peritonitis with ozone and antibiotics
in rats in proceedings. Intern Ozone Symposium Basel, 1999.