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FAM - FACULDADE DE AMERICANA

MEDICINA VETERINÁRIA

DANILO MENCONI ETECHEBERE


VITORIA SANDY PIRES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:


USOS DA OZONIOTERAPIA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NA ROTINA
CLÍNICA MÉDICA VETERINÁRIA

AMERICANA
2023
Danilo Menconi Etechebere
Vitoria Sandy Pires

USES OF OZONETHERAPY AS A COMPLEMENTARY THERAPY IN


VETERINARY MEDICAL CLINICAL PRACTICE

USOS DA OZONIOTERAPIA COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NA


ROTINA CLÍNICA MÉDICA VETERINÁRIA

Dissertação constituída por artigo


apresentado a instituição FAM Faculdade
de Americana para a aprovação na matéria
TCC I e II sob orientação do Prof. Dr. MV.
Renan Bignotto Ferreira durante o curso
de Medicina Veterinária no ano de 2023
na área de Ozonioterapia veterinária.

Americana
2023
Resumo: O ozônio é um gás formado a partir do oxigênio, presente em nosso cotidiano, que é
produzido por meio da passagem do gás por uma corrente elétrica que faz com que o O2 se
modifique em O3. Sua aplicação prática na medicina começou a tomar espaço no ano de
1986, e desde então vem sendo cada vez mais utilizada com o intuito de tratar feridas e lesões
locais, infecções bacterianas e fúngicas, aumentar a imunidade e acelerar a cicatrização,
podendo também, dependendo da dose e método de aplicação, possuir efeitos analgésicos e
anti-inflamatórios; na medicina veterinária, o ozônio tem ganhado considerável espaço,
juntamente com outras áreas da medicina integrativa, como a acupuntura, o laser, a
eletroacupuntura, a cromoterapia e a kinesioterapia, entre outras. Um dos principais fatores
que faz com que o ozônio se destaque positivamente é seu baixo custo e rápida resposta
fisiológica nos animais; as principais formas de sua utilização na rotina clínica veterinária são:
insuflação retal, auto-hemoterapia maior e menor, aplicações locais, soro ozonizado, bagging
e cupping.

Palavras-chave: ozonioterapia, oxigenio-Ozonio, medicina integrativa, Antioxidante


Abstract: Ozone is a gas formed from oxygen that is present in our daily lives. It is produced
by passing the gas through an electric current, causing O2 to change its composition to O3. Its
practical application in medicine began to gain ground in 1986 and has since been
increasingly used for treating local wounds and injuries, bacterial and fungal infections,
boosting immunity, accelerating healing, and, depending on the dose and application method,
producing analgesic and anti-inflammatory effects; in veterinary medicine, ozone has been
gaining considerable ground in conjunction with other areas of integrative medicine such as
acupuncture, laser therapy, electroacupuncture, chromotherapy, kinesiotherapy, among others.
One of the main factors that make ozone stand out positively is its low cost and quick
physiological response in animals; the main forms of ozone utilization in veterinary clinical
practice are rectal insufflation, major and minor autohemotherapy, local applications,
ozonized saline solution, bagging, and cupping.

Keywords: ozone therapy, oxygen-ozone, integrative medicine, antioxidant


Introdução:

De acordo com a ABINPET, o Brasil possui uma população de 149,6 milhões de


animais de estimação, sendo 58,1 milhões de cães, 27,1 milhões de gatos, 41 milhões de aves
ornamentais e 20,8 milhões de peixes. No mercado mundial, o setor Pet é uma das áreas que
mais crescem em faturamento anualmente, tendo alcançado um faturamento de 139,2 bilhões
de dólares em 2021. Dentre os países com maior participação nesse mercado, temos os
Estados Unidos em primeiro lugar, com 44,8%, seguido pela China com 9%, e Alemanha e
Reino Unido com 4,6% cada. O Brasil e o Japão aparecem em seguida, com 4,5%,
consolidando o Brasil como o sexto maior mercado Pet do mundo.

Em relação à quantidade de clínicas veterinárias, o Conselho Federal de Medicina


Veterinária (CFMV) registrou um aumento constante no número de estabelecimentos, que
passaram de 38,1 mil em 2017 para 53,1 mil em novembro de 2020, representando um
aumento de 39,3%. Essa tendência indica que a demanda por tratamentos, técnicas e produtos
que ofereçam boa relação custo-benefício tende a crescer cada vez mais no país.

A Ozonioterapia não é uma técnica nova, tendo dentre seus primeiros usos registrados
em humanos e animais durante a primeira guerra mundial no tratamento de feridas infectadas,
queimaduras e fístulas dos soldados feridos (Batinjan et al., 2014) e para o tratamento de uma
ferida infeccionada na pata de um equino (Freitas, 2011) desta época ate os dias atuais
conseguimos observar quase que diariamente melhorias em sua utilização como o auxílio na
resistência a antibióticos, bem como menores efeitos colaterais, ambos associados a um
menor custo do tratamento (Wollheim, 2020)

A busca por técnicas terapêuticas que ofereçam novas perspectivas de tratamento aos
pacientes tem incentivado os médicos veterinários a se aprofundarem em questões
relacionadas à Medicina Complementar (COLIN, 2016). Nas últimas décadas, a
Ozonioterapia tem sido objeto de estudos mais aprofundados e científicos, com o objetivo de
propor novos protocolos de tratamento complementares (BOCCI, 2011). As propriedades
terapêuticas e biológicas do ozônio permitem sua aplicação em uma ampla variedade de
especialidades e quando utilizado respeitando as concentrações adequadas e as vias de
aplicação é seguro e não tóxico (BOCCI, 2005).
Na medicina humana, a Ozonioterapia é amplamente utilizada devido à sua eficácia
contra doenças infecciosas de origem bacteriana, viral, fungicas, patologias do sistema
imunológico e patologias associadas à deficiência de oxigênio nos tecidos, bem como doenças
degenerativas (ZAMORA, 2012). A molécula de ozônio reage com uma grande quantidade de
compostos orgânicos e inorgânicos, gerando uma série de respostas bioquímicas,
farmacológicas e neuro imunológicas que são responsáveis pela resposta terapêutica
(KOWALTOWSKI et al., 2009). O poder oxidante do ozônio é superado na natureza apenas
pelo fluoreto e persulfato (Gall et all, 2022). Esse efeito oxidante pode ser vantajoso em
relação a diversas patologias, uma vez que o ozônio é produzido naturalmente no organismo
durante a ativação de anticorpos, tornando-o uma molécula biológica (BULIES, 1997).
Quando administrado em concentrações adequadas, o estímulo oxidante do ozônio é leve e
transitório, aumentando a resposta antioxidante do organismo em um efeito conhecido como
efeito hormético (GOLDMAN, 1996).

Além de ser descrito como uma molécula biológica que auxilia a resposta antioxidante
do paciente, o ozônio melhora a circulação sanguínea, combate agentes infecciosos, processos
inflamatórios, melhora a síntese de ATP e otimiza o metabolismo celular (BOCCI, 2008). O
estresse oxidativo tem sido implicado na patogênese de diversas doenças e é definido como a
perda do equilíbrio entre as defesas antioxidantes do organismo e os radicais livres circulantes
(SEMBA & TANG, 1999).
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