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Pitágoras

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Pitágoras
Pré-socráticos

Nome completo Ὁ Πυθαγόρας


Escola/Tradição: Pitagóricos, Naturalismo, Escola Itálica
Data de nascimento: c. 580 a. C. - 572 a. C.
* Local: Samos
Data de falecimento c. 500 a. C. - 490 a. C.
Principais Metafísica, Música, Matemática, Ética, Política Astronomia
interesses:
Trabalhos notáveis Teorema de Pitágoras, Proporção áurea, Musica Universalis
Influências: Filolau, Alcmeón, Parmênides, Platão, Euclides, Empédocles,
Hipaso, Kepler
Portal Filosofia

Pitágoras de Samos (em grego antigo: Ὁ Πυθαγόρας ὁ Σάμιος, transl.: Ho Pythagóras


ho Sámios – trad.: “Pitágoras o Samiano”, ou simplesmente Ὁ Πυθαγόρας) foi um
filósofo e matemático grego que nasceu em Samos entre cerca de 571 a.C. e 570 a.C. e
morreu em Metaponto entre cerca de 497 a.C. ou 496 a.C.
A sua biografia está envolta em lendas. Diz-se que o nome significa altar da Pítia ou o
que foi anunciado pela Pítia, pois mãe ao consultar a pitonisa soube que a criança seria
um ser excepcional.

Pitágoras foi o fundador de uma escola de pensamento grega denominada em sua


homenagem de pitagórica. Teve como sua principal mestra, a filósofa e matemática
Temstocléia 1 .

Índice
 1 Biografia
 2 A escola de Pitágoras
 3 Principais descobertas
o 3.1 Números figurados
o 3.2 Números perfeitos
o 3.3 Teorema de Pitágoras
 4 Reitor da primeira universidade
 5 Importância para o Direito
 6 Bibliografia
 7 Referências
 8 Ligações externas

Biografia
Da vida de Pitágoras quase nada pode ser afirmado com certeza, já que ele foi objeto de
uma série de relatos tardios e fantasiosos, como os referentes a viagens e contatos com
as culturas orientais. Parece certo, contudo, que o filósofo tenha nascido em 580 a.C. na
cidade de Samos.

Fundou uma escola mística e filosófica em Crotona (colônias gregas na península


itálica), cujos princípios foram determinantes para a evolução geral da matemática e da
filosofia ocidental sendo os principais temas a harmonia matemática, a doutrina dos
números e o dualismo cósmico essencial.

Acredita-se que Pitágoras tenha sido casado com a física e matemática grega Theano,
que foi sua aluna. Supõe-se que ela e as duas filhas tenham assumido a escola pitagórica
após a morte do marido.
Pitágoras cunhado em moeda.

Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números. Para eles, o
número, sinônimo de harmonia, constituído da soma de pares e ímpares - os números
pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de
mutação -, era considerado como a essência das coisas, criando noções opostas
(limitado e ilimitado) e sendo a base da teoria da harmonia das esferas.

Segundo os pitagóricos, o cosmo é regido por relações matemáticas. A observação dos


astros sugeriu-lhes que uma ordem domina o universo. Evidências disso estariam no dia
e noite, no alterar-se das estações e no movimento circular e perfeito das estrelas. Por
isso o mundo poderia ser chamado de cosmos, termo que contém as idéias de ordem, de
correspondência e de beleza. Nessa cosmovisão também concluíram que a Terra é
esférica, estrela entre as estrelas que se movem ao redor de um fogo central. Alguns
pitagóricos chegaram até a falar da rotação da Terra sobre o eixo, mas a maior
descoberta de Pitágoras ou dos seus discípulos (já que há obscuridades em torno do
pitagorismo, devido ao caráter esotérico e secreto da escola) deu-se no domínio da
geometria e se refere às relações entre os lados do triângulo retângulo. A descoberta foi
enunciada no teorema de Pitágoras.

Pitágoras foi expulso de Crotona e passou a morar em Metaponto, onde morreu,


provavelmente em 496 a.C. ou 497 a.C..

A escola de Pitágoras
Segundo o pitagorismo, a essência, que é o princípio fundamental que forma todas as
coisas é o número. Os pitagóricos não distinguem forma, lei, e substância, considerando
o número o elo entre estes elementos. Para esta escola existiam quatro elementos: terra,
água, ar e fogo.

Assim, Pitágoras e os pitagóricos investigaram as relações matemáticas e descobriram


vários fundamentos da física e da matemática.

O pentagrama era o símbolo da Escola Pitagórica.


O símbolo utilizado pela escola era o pentagrama, que, como descobriu Pitágoras,
possui algumas propriedades interessantes. Um pentagrama é obtido traçando-se as
diagonais de um pentágono regular; pelas intersecções dos segmentos desta diagonal, é
obtido um novo pentágono regular, que é proporcional ao original exatamente pela
razão áurea.

Pitágoras descobriu em que proporções uma corda deve ser dividida para a obtenção das
notas musicais no início, sem altura definida, sendo uma tomada como fundamental
(pensemos numa longa corda presa a duas extremidades que, quando tangida, nos dará o
som mais grave) - e a partir dela, gerar-se-á a quinta e terça através da reverberação
harmônica. Os sons harmônicos. Prendendo-se a metade da corda, depois a terça parte e
depois a quinta parte conseguiremos os intervalos de quinta e terça em relação à
fundamental. A chamada SÉRIE HARMÔNICA. À medida que subdividimos a corda
obtemos sons mais altos e os intervalos serão diferentes. E assim sucessivamente.
Descobriu ainda que frações simples das notas, tocadas juntamente com a nota original,
produzem sons agradáveis. Já as frações mais complicadas, tocadas com a nota original,
produzem sons desagradáveis.

O nome está ligado principalmente ao importante teorema que afirma: Em todo


triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa.

Além disto, os pitagóricos acreditavam na esfericidade da Terra e dos corpos celestes, e


na rotação da Terra, com o que explicavam a alternância de dias e noites. A filosofia
baseou uma doutrina chamada Filosofia explanatória Cristo-Pitagorica.

A escola pitagórica era conectada com concepções esotéricas e a moral pitagórica


enfatizava o conceito de harmonia, práticas ascéticas e defendia a metempsicose. A
propósito, no seu livro A Vida de Apolónio de Tiana, Filóstrato escreveu que Pitágoras
não só sabia quem era como quem tinha sido 2 .

Durante o século IV a.C., verificou-se, no mundo grego, uma revivescência da vida


religiosa. Segundo alguns historiadores, um dos fatores que concorreram para esse
fenômeno foi a linha política adotada pelos tiranos: para garantir o papel de líderes
populares e para enfraquecer a antiga aristocracia, os tiranos estimulavam a expansão de
cultos populares ou estrangeiros.

Dentre estes cultos, um teve enorme difusão: o Orfismo (de Orfeu), originário da Trácia,
e que era uma religião essencialmente esotérica. Os seguidores desta doutrina
acreditavam na imortalidade da alma, ou seja, enquanto o corpo se degenerava, a alma
migrava para outro corpo, por várias vezes, a fim de efetivar a purificação. Dioniso
guiaria este ciclo de reencarnações, podendo ajudar o homem a libertar-se dele.

Pitágoras seguia uma doutrina diferente. Teria chegado à concepção de que todas as
coisas são números e o processo de libertação da alma seria resultante de um esforço
basicamente intelectual. A purificação resultaria de um trabalho intelectual, que
descobre a estrutura numérica das coisas e torna, assim, a alma como uma unidade
harmônica. Os números não seriam, neste caso, os símbolos, mas os valores das
grandezas, ou seja, o mundo não seria composto dos números 0, 1, 2, etc., mas dos
valores que eles exprimem. Assim, portanto, uma coisa manifestaria externamente a
estrutura numérica, sendo esta coisa o que é por causa deste valor.

Principais descobertas
Além de grandes místicos, os pitagóricos eram grandes matemáticos. Eles descobriram
propriedades interessantes e curiosas sobre os números.

Números figurados

Ver artigo principal: Números figurados

Os pitagóricos estudaram e demonstraram várias propriedades dos números figurados.


Entre estes o mais importante era o número triangular 10, chamado pelos pitagóricos de
tetraktys, tétrada em português. Este número era visto como um número místico uma
vez que continha os quatro elementos fogo, água, ar e terra: 10=1 + 2 + 3 + 4, e servia
de representação para a completude do todo.

α
αα
ααα
αααα

A tétrada, que os pitagóricos desenhavam com um α em cima, dois abaixo deste, depois
três e por fim quatro na base, era um dos símbolos principais do seu conhecimento
avançado das realidades teóricas. Representação toda perfeita em si de qualquer um dos
lados que se observe.

Números perfeitos

Ver artigo principal: Números perfeitos

A soma dos divisores de determinado número com exceção dele mesmo, é o próprio
número. Exemplos:

1. Os divisores de 6 são: e . Então, .


2. Os divisores de 28 são: e . Então,
.

Teorema de Pitágoras

Ver artigo principal: Teorema de Pitágoras


Uma das formas de demonstrar o Teorema de Pitágoras.

Um problema não solucionado na época de Pitágoras era determinar as relações entre os


lados de um triângulo retângulo. Pitágoras provou que a soma dos quadrados dos
catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.

O primeiro número irracional a ser descoberto foi a raiz quadrada do número 2, que
surgiu exatamente da aplicação do teorema de Pitágoras em um triângulo de catetos
valendo 1:

Os gregos não conheciam o símbolo da raiz quadrada e diziam simplesmente: "o


número que multiplicado por si mesmo é 2".

A partir da descoberta da raiz de 2 foram descobertos muitos outros números


irracionais.

Reitor da primeira universidade


Estátua de Pitágoras.

Pitágoras,
pormenor d'A escola de Atenas de Raffaello Sanzio (1509).

A palavra Matemática (Mathematike, em grego) surgiu com Pitágoras, que foi o


primeiro a concebê-la como um sistema de pensamento, fulcrado em provas dedutivas.

Existem, no entanto, indícios de que o chamado Teorema de Pitágoras (c²= a²+b²) já era
conhecido dos babilônios em 1600 a.C. com escopo empírico. Estes usavam sistemas de
notação sexagesimal na medida do tempo (1h=60min) e na medida dos ângulos (60º,
120º, 180º, 240º, 360º).

Pitágoras percorreu por 30 anos o Egito, Babilônia, Síria, Fenícia e talvez a Índia e a
Pérsia, onde acumulou ecléticos conhecimentos: astronomia, matemática, ciência,
filosofia, misticismo e religião. Ele foi contemporâneo de Tales de Mileto, Buda,
Confúcio e Lao-Tsé.

Quando retornou a Samos, indispôs-se com o tirano Polícrates e emigrou para o sul da
Itália, na ilha de Crotona, de dominação grega. Aí fundou a Escola Pitagórica, a quem
se concede a glória de ser a "primeira Universidade do mundo".
A Escola Pitagórica e as atividades se viram desde então envoltas por um véu de
lendas. Foi uma entidade parcialmente secreta com centenas de alunos que compunham
uma irmandade religiosa e intelectual. Entre os conceitos que defendiam, destacam-se:

 prática de rituais de purificação e crença na doutrina da metempsicose, isto é, na


transmigração da alma após a morte, de um corpo para outro. Portanto,
advogavam a reencarnação e a imortalidade da alma;
 lealdade entre os membros e distribuição comunitária dos bens materiais;
 austeridade, ascetismo e obediência à hierarquia da Escola;
 proibição de beber vinho e comer carne (portanto é falsa a informação que os
discípulos tivessem mandado matar 100 bois quando da demonstração do
denominado Teorema de Pitágoras);
 purificação da mente pelo estudo de Geometria, Aritmética, Música e
Astronomia;
 classificação aritmética dos números em pares, ímpares, primos e fatoráveis;
 "criação de um modelo de definições, axiomas, teoremas e provas, segundo o
qual a estrutura intrincada da Geometria é obtida de um pequeno número de
afirmações explicitamente feitas e da ação de um raciocínio dedutivo rigoroso"
(George Simmons);
 grande celeuma instalou-se entre os discípulos de Pitágoras a respeito da
irracionalidade do 'raiz de 2'. Utilizando notação algébrica, os pitagóricos não
aceitavam qualquer solução numérica para x² = 2, pois só admitiam números
racionais. Dada a conotação mística atribuída aos números, comenta-se que,
quando o infeliz Hipasus de Metapontum propôs uma solução para o impasse, os
outros discípulos o expulsaram da Escola e o afogaram no mar;
 na Astronomia, idéias inovadoras, embora nem sempre verdadeiras: a Terra é
esférica, os planetas movem-se em diferentes velocidades nas várias órbitas ao
redor da Terra. Pela cuidadosa observação dos astros, cristalizou-se a idéia de
que há uma ordem que domina o Universo;
 aos pitagóricos deve-se provavelmente a construção do cubo, tetraedro,
octaedro, dodecaedro e a bem conhecida "seção áurea";
 na Música, uma descoberta notável de que os intervalos musicais se colocam de
modo que admitem expressões através de proporções aritméticas. Pitágoras -
assim como outros filósofos gregos pré-socráticos - também descreveu o poder
do som e seus efeitos sobre a psique humana. Essa experiência musicoterápica
possivelmente foi utilizada mais tarde por Aristóteles como base teórica para sua
definição de música, que, segundo ele, era uma "arte medicinal".

Pitágoras é o primeiro matemático puro. Entretanto é difícil separar o histórico do


lendário, uma vez que deve ser considerado uma figura imprecisa historicamente, já que
tudo o que dele sabemos deve-se à tradição oral. Nada deixou escrito, e os primeiros
trabalhos sobre o mesmo deve-se a Filolau, quase 100 anos após a morte de Pitágoras.
Mas não é fácil negar aos pitagóricos - assevera Carl Boyer - "o papel primordial para o
estabelecimento da Matemática como disciplina racional". A despeito de algum
exagero, há séculos cunhou-se uma frase: "Se não houvesse o 'teorema Pitágoras', não
existiria a Geometria".

Ao biografar Pitágoras, Jâmblico (c. 300 d.C.) registra que o mestre vivia repetindo aos
discípulos: “todas as coisas se assemelham aos números”.
A Escola Pitagórica ensejou forte influência na poderosa verba de Euclides, Arquimedes
e Platão, na antiga era cristã, na Idade Média, na Renascença e até em nossos dias com o
Neopitagorismo.

Pensamentos de Pitágoras

1. Educai as crianças e não será preciso punir os homens.


2. Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
3. Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo.
4. O que fala semeia; o que escuta recolhe.
5. Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.
6. Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem.
7. Todas as coisas são números.
8. A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de
Deus.
9. A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei
de Deus.
10. A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se.
11. A sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas os homens podem
desejá-la ou amá-la tornando-se filósofos.

12. Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em


cometê-las

Importância para o Direito


Pitágoras foi o primeiro filósofo a criar uma definição que quantificava o objetivo final
do Direito: a Justiça. Ele definiu que um ato justo seria a chamada "justiça aritmética",
na qual cada indivíduo deveria receber uma punição ou ganho quantitativamente igual
ao ato cometido. Tal argumento foi refutado por Aristóteles, pois ele acreditava em uma
justiça geométrica, na qual cada indivíduo receberia uma punição ou ganho
qualitativamente, ou proporcionalmente, ao ato cometido; ou seja, ser desigual para com
os desiguais a fim de que estes sejam igualados com o resto da sociedade.

Bibliografia
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da
Ciência Grega. 2ª Ed., Porto Alegre: Edipucrs, 2003

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