Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS-UFAM

INSTITUTO DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO E ZOOTECNIA – ICSEZ

AURICELIA CARDOSO FERREIRA

ALFABETISMO VISUAL

Parintins/AM
2023
AURICELIA CARDOSO FERREIRA

ALFABETISMO VISUAL

Trabalho apresentado, para a disciplina, Programação


Visual do 3º período de Artes visuais, ministrada pelo
professor: Glaedson Nogueira Azavedo.

Parintins/AM
2023
1. O QUE É LINGUAGEM?
Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de
ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.
Consideramos linguagem todas as formas de comunicação que o homem criou ao longo dos
tempos. Uma coisa é certa; O alfabetismo visual jamais poderá ser um sistema tão lógico e
preciso quanto a linguagem. As linguagens são sistemas inventados pelo homem para codificar,
armazenar e decodificar informações. Sua estrutura, portanto, tem uma lógica que o alfabetismo
visual é incapaz de alcançar.
1.1Linguagem verbal
Quando se fala com alguém, lê um livro ou uma revista, é utilizado a palavra como um
código. Esse tipo de linguagem, como vimos no início do texto, é conhecido como linguagem
verbal, podem ser através de palavra escrita ou falada. Certamente, essa é a linguagem mais
comum no dia a dia. Quando alguém escreve uma mensagem em rede social, por exemplo, ela
está utilizando a linguagem verbal, ou seja, transmitindo informações através das palavras.
• Linguagem verbal: A linguagem verbal é a da palavra articulada podendo ser oral ou
escrita.
• Linguagem não-verbal: As outras todas são não-verbais. Linguagens que se valem dos
sons, como a música, as linguagens corporais e a comunicação visual, que serão o nosso
foco de estudo e se subdividem em:
• Não-Intencional: “Comunicação visual casual é a nuvem que passa no céu, não
certamente com a intenção de nos advertir de que está para chegar um temporal”
(Munari, 1997).
• Intencional: “Comunicação intencional é, pelo contrário, a série de nuvenzinhas de
fumaça que os índios faziam para se comunicar, através de um código preciso, uma
informação precisa.” (Munari, 1997).
2. O QUE É ALFABETISMO VISUAL?

Alfabetização visual é a sensibilidade à forma como as imagens são utilizadas e


manipuladas para conter mensagens precisas e reunirem informação. É a capacidade de
entender o que está a ser visto numa imagem, incluindo certas convenções tais como perspectiva
e profundidade, equilíbrio, aguçamento, preferência pelo ângulo superior esquerdo, positivo e
negativo etc. O alfabetismo visual deve operar, de alguma maneira, dentro desses limites.

Não se pode controlá-lo mais rigidamente que a comunicação verbal. A primeira


experiência por que passa uma criança em seu processo de aprendizagem ocorre através da
consciência tátil. Além desse conhecimento “manual”, o reconhecimento inclui o olfato, a
audição e o paladar, num intenso e fecundo contato com o meio ambiente.
Esses sentidos são rapidamente intensificados e superados pelo plano icônico (a
capacidade de ver, reconhecer e compreender, em termos) visuais, as forças ambientais e
emocionais. A experiência visual humana é fundamental no aprendizado para que possamos
compreender o meio ambiente, e reagir a ele conforme nossas experiências visuais, sociais e
culturais.

A visão é natural. Criar e compreender mensagens visuais é natural até certo ponto, mas
a eficácia, em ambos os níveis, só pode ser alcançada através do estudo.
A sintaxe visual existe. Há linhas gerais para a criação de composições. Há elementos básicos
que podem ser aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de comunicação
visual. Esses elementos básicos podem ser usados em conjunto com técnicas manipulativas,
para a criação de mensagens visuais claras. A capacidade intelectual decorrente de um
treinamento para criar e compreender as mensagens visuais está se tornando uma necessidade
vital para quem pretende trabalhar com atividades ligadas à comunicação.
Provavelmente o alfabetismo visual torne-se um dos paradigmas fundamentais da educação em
um futuro mais distante.
3. CARÁTER E CONTEÚDO DO ALFABETISMO VISUAL.
Qualquer acontecimento visual é uma forma com conteúdo, mas o conteúdo é
extremamente
influenciado pela importância das partes constitutivas, como a cor, o tom, a textura, a
dimensão, a proporção e suas relações compositivas com o significado. Palavras como
significado, experiência, estética e beleza colocam-se todas em contiguidade no mesmo ponto
de interesse, isto é, aquilo que extraímos da experiência visual, e como o fazemos. Isso abrange
toda a experiência visual, em qualquer nível e de qualquer maneira em que ela se dê. Porém...
Se tudo o que vemos comunica algo, como podemos pensar que existe domínio sobre a
comunicação? O que usamos para nos comunicar visualmente? Nossas escolhas são
propositais? Em quais suportes?
Para responder a essas perguntas é preciso examinar os componentes individuais do
processo visual em sua forma mais simples. A caixa de ferramentas de todas as comunicações
visuais são os elementos básicos, a fonte compositiva de todo tipo de materiais e mensagens
visuais, além de objetos e experiências: o ponto, a linha; as formas básicas, o círculo, o
quadrado, o triângulo; a direção; o tom; a cor; a textura; a escala ou proporção; a dimensão e o
movimento.
São esses os elementos visuais básicos; a partir deles obtemos matéria-prima para todos
os níveis de inteligência visual, e é a partir deles que se planejam e expressam todas as
variedades de manifestações visuais, objetos, ambientes e experiências.
4. Elementos básicos da comunicação Visual
Para analisar e compreender a estrutura total de uma linguagem visual, é conveniente
concentrar-se nos elementos visuais individuais, um por um, para um conhecimento mais
aprofundado de suas qualidades específicas.
A utilização dos componentes visuais básicos como meio de conhecimento e
compreensão tanto de categorias completas dos meios visuais quanto de obras individuais é um
método excelente para explorar o sucesso potencial e consumado de sua expressão.

Ponto - Unidade visual mínima.


“Qualquer ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista ele naturalmente ou
tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objetivo.” (DONDIS, 2003). Quando
vistos, os pontos se ligam, sendo, portanto, são capazes de dirigir o olhar.
Em-grande número justapostos, os pontos criam a ilusão de tom ou de cor. O artista Seurat,
“antecipou” o processo de quadricromia a meio-tom, pelo qual são atualmente reproduzidos,
na impressão em grande escala.

UTILIZAÇÃO DO PONTO NAS ARTES VISUAIS

Qualquer ponto tem grande poder de atração visual, quando juntos eles são capazes de dirigir o
olhar do espectador. Essa capacidade de conduzir o olhar é intensificada pela maior
proximidade dos pontos, ou seja, quanto mais próximos uns dos outros estiverem os pontos,
mais rápido será o movimento visual. Nas artes visuais um único ponto não é capaz de construir
uma imagem. Porém com um conjunto de pontos podemos obter imagens visuais casuais ou
organizadas.
LINHA - Articuladora, fluida.
Pode ser imprecisa e indisciplinada, dura, rígida e sisuda, delicada e ondulada. Segundo
White (2005), ela guia o olhar independente do contexto a qual esteja inserida.
Onde quer que seja utilizada, é o instrumento fundamental da pré-visualização, o meio
de apresentar, em forma palpável, aquilo que ainda não existe, a não ser na imaginação. A linha
raramente existe na natureza, mas aparece no meio ambiente: na rachadura de uma calçada, nos
fios telefônicos contra o céu, nos ramos secos de uma árvore no inverno, nos cabos de uma
ponte.
UTILIZAÇÃO DAS LINHAS NAS ARTES VISUAIS
As linhas nascem do poder de abstração da mente humana, uma vez que não há linhas
corpóreas no espaço natural. Elas só se tornam fato físico quando são representadas pela mão
humana. Independentemente de onde seja utilizada, a linha é o instrumento fundamental da pré-
visualização, ou seja, ela é o meio de apresentar em forma palpável, concreta, aquilo que só
existe na imaginação.
Nas artes visuais, a linha é o elemento essencial do desenho, seja ele feito a mão livre
ou por intermédio de instrumentos.

Formas básicas
Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero, cada qual
com características específicas. Todas as formas básicas são figuras planas e simples,
fundamentais, que podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto
verbalmente.

Segundo Dondis (2003) a cada forma se atribuiu uma grande quantidade de significados, alguns
por associação, outros por vinculação arbitrária, outros por percepções fisiológicas e
psicológicas. A partir de combinações e variações infinitas dessas três formas básicas,
derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana;
Direção
Todas as formas básicas expressam três direções visuais básicas e significativas: o
quadrado, a horizontal e a vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva. Todas as forças
direcionais são de grande importância para a intenção compositiva voltada para um efeito e um
significado definidos.
• Horizontal-vertical: Referência primária do homem, em termos de bem-estar e
maneabilidade. Relação entre o organismo humano e o meio ambiente; estabilidade em
todas as questões visuais; equilíbrio.
• Diagonal: É a formulação oposta, a força direcional mais instável, e, conseqüentemente,
mais provocadora das formulações visuais. Seu significado é ameaçador e quase
literalmente perturbador.
• Curvas: significados associados à abrangência, à repetição e à calidez.

TEXTURA
Textura, nas artes plásticas, é o elemento visual que expressa a qualidade tátil das
superfícies dos objetos (DONDIS, 1997). A palavra textura tem origem no ato de tecer.
Existem várias classificações para a textura, segundo diferentes autores que tratam do assunto.
Para começar, ela pode ser classificada como natural - quando encontrada na natureza -
ou artificial - quando produzida pelo ser humano (simula texturas naturais ou cria novas
texturas). A textura natural de alguns animais, como o camaleão, pode ser modificada quando
ele simula outra cor de pele. O homem também simula texturas naturais em suas vestimentas
(como é o caso dos soldados camuflados).
As texturas podem também ser divididas em visuais (óticas) e táteis.
A textura visual ou ótica possui apenas qualidades óticas. Ela simula as texturas táteis.
Ex.: Uma pintura que crie o efeito da maciez de uma pétala de rosa, ou o pêlo do
cachorrinho.
A textura tátil possui tanto qualidades visuais quanto táteis. Existe textura tátil em todas
as superfícies e está nós podemos realmente sentir através do toque ou do contato com nossa
pele. Quanto à forma de apresentação a textura pode ser geométrica ou orgânica. Nas artes
gráficas pode ser reproduzida através de desenhos, pinturas, impressões, fotografia etc.

COR
A cor é o elemento visual caracterizado pela sensação provocada pela luz sobre o órgão
da visão, isto é, sobre nossos olhos. O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material.
Quando mencionamos cor, temos duas linhas de pensamento distintas: a Cor-Luz e Cor-
Pigmento.
A Cor-Luz pode ser observada através dos raios luminosos. Cor-luz é a própria luz que
pode se decompor em muitas cores. A luz branca contém todas as cores.
No caso da Cor-Pigmento a luz é que, refletida pelo material, faz com que o olho humano
perceba esse estímulo como cor. Os pigmentos podem ser divididos em dois grupos diferentes:
os transparentes e os opacos.
As cores pigmento transparentes são mais utilizadas nas artes gráficas, nas
impressoras coloridas entre outros meios de produção.
As cores pigmento opacas são geralmente utilizadas nas artes plásticas, são mais
populares, portanto, são mais conhecidas pelos estudantes da escola básica.
Os dois extremos da classificação das cores são: o branco, ausência total de cor, ou seja, luz
pura; e o preto, ausência total de luz, o que faz com que não se reflita nenhuma cor.
Essas duas "cores". Portanto. não são exatamente cores, mas características da luz, que
convencionamos chamar de cor.
NOMENCLATURA DAS CORES
Tanto a cor-luz quanto a cor-pigmento, seja ela transparente ou opaca se divide em:
• Cores primárias - aquelas consideradas puras, que não se fragmentam.
• Cores secundárias - obtidas através da mistura em partes iguais de duas cores
primárias.
• Cores terciárias - são obtidas pela mistura de uma primária com uma secundária ou a
partir das primárias em proporções desiguais.
• Cores neutras - o preto e o branco, embora sejam consideradas como ausência e
totalidade das cores-luz respectivamente, no entendimento das cores-pigmento são
também conhecidas, juntamente com o cinza, como cores neutras. Não aparecem no
círculo cromático.
Tom
Vemos graças à presença ou à ausência relativa de luz, mas a luz não se irradia
com uniformidade no meio ambiente, seja ela emitida pelo Sol, pela Lua ou por alguma
fonte artificial.
As variações de luz ou de tom são os meios pelos quais distinguimos oticamente a
complexidade da informação visual do ambiente. Em outras palavras, vemos o que é
escuro porque está próximo ou se superpõe ao claro, e vice-versa. Quando observamos a
tonalidade na natureza, estamos vendo a verdadeira luz.
Quando falamos de tonalidade em artes gráficas, pintura, fotografia e cinema,
fazemos referência a algum tipo de pigmento, tinta ou nitrato de prata, que se usa para
simular o tom natural. Entre a luz e a obscuridade na natureza existem centenas de
gradações tonais específicas, mas nas artes gráficas e na fotografia essas gradações são
muito limitadas.
O acréscimo de um fundo tonal reforça a aparência de realidade através da sensação de
luz refletida e sombras projetadas. O valor tonal é outra maneira de descrever a luz.
Graças a ele, e exclusivamente a ele, é que enxergamos.

Escala
A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais,
mas também através das relações com o campo ou com o ambiente. Em termos de escala, os
resultados visuais são fluidos, e não absolutos, pois estão sujeitos a muitas variáveis
modificadoras.
Dimensão
A representação da dimensão em formatos visuais bidimensionais também depende da
ilusão. A dimensão existe no mundo real. Mas em nenhuma das representações bidimensionais
da realidade, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, existe uma
dimensão real; ela é apenas implícita.

A dimensão real é o elemento dominante no desenho industrial, no artesanato, na


escultura e na arquitetura, e em qualquer material visual em que se Iida com o volume total e
real.
Movimento
Como no caso da dimensão, o elemento visual do movimento se encontra mais freqüentemente
implícito do que explícito no modo visual. Contudo, o movimento talvez seja uma das forças
visuais mais dominantes da experiência humana.
As técnicas, porém, podem enganar o olho; a ilusão de textura ou dimensão parecem reais
graças ao uso de uma intensa manifestação de detalhes, como acontece com a textura, e ao uso
da perspectiva e luz e sombra intensificadas, como no caso da dimensão. A sugestão de
movimento nas manifestações visuais estáticas é mais difícil de conseguir sem que ao mesmo
tempo se distorça a realidade, mas está implícita em tudo aquilo que vemos, e deriva de nossa
experiência completa de movimento na vida. Como o modelo de leitura ocidental e a busca de
um eixo e uma base numa imagem.
Referencias:
BARBOSA, Elson. LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL, educa + Brasil, 2019.
Disponível em <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/linguagem-
verbal-e-nao-verbal> acesso 27 de agosto, 2023.

Grupo Evolução. Centro educacional Evolução. Elementos Básicos da Linguagem Visual.


<https://grupoevolucao.com.br/livro/Old/cor.html>, acesso em 27 de agosto de 2023.

Você também pode gostar