07/11/2022 10:06 FECAF - Linguagens e Comunicação

Disciplina | Linguagens e Comunicação

Unidade 1 Aula 3

Unidade 1
Linguagens e Língua

Aula 3
Análise, interpretação e utilização dos recursos
expressivos das linguagens

Objetivo da Aula: Conceitos

Explorar os recursos Abordados:
expressivos das Signo, Semiótica,
linguagens, habilitando-se Interpretação,
a análise, interpretação e Compreensão.
utilização em contextos
sociais diversos.

Videoaula

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Unidade 1 Aula 3

Contextualização
A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido e o sentido
é dependente de uma série de fatores.

A ciência que estuda o sentido é a Semiótica.

Trata-se de uma teoria filosófica e científica que se ocupa de tudo que carrega
consigo algum sentido, que comunica algo e que transmite uma informação.

Sistemas de reconhecimento automático de voz, letreiros luminosos, outdoors,

panfletos, jornais com fotos, hipertextos, mangás, emoticons e outros elementos
imagéticos e sonoros fazem parte das nossas vidas diárias. São signos.

Signo é qualquer coisa que possa ser utilizado para representar

algo, ele possui significado, um valor e precisa fazer sentido para
alguém, com base nas suas experiências.

Efeitos de sentido são possibilidades de expressão escolhidas pelo emissor de

acordo com a intenção comunicativa. Eles podem ser duplo sentido, ambiguidade,
ironia, humor e muitos outros. Em uma mensagem muitas vezes utilizamos
recursos para expressar algum sentido além do óbvio.

Nosso desafio é sempre compreender e interpretar os significados das diversas

manifestações na sociedade contemporânea.

Para Saber

Atenção: compreender não é o mesmo que interpretar.

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A compreensão de uma mensagem é a análise e decodificação do

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que está realmente expresso, seja em frases ou imagens. É um ato
o que está1explícito.
Unidade
objetivo sobre Aula 3
Já a interpretação de uma mensagem está ligada às conclusões que
podemos chegar ao conectar as ideias da mensagem com a realidade.
É o entendimento subjetivo que o leitor tem sobre o que está expresso.
Depende do repertório do leitor, das suas experiências.

Fundamentação Teórica

OS CAMINHOS DO LETRAMENTO VISUAL: UMA ANÁLISE DE MATERIAL

DIDÁTICO VIRTUAL
Sâmia Alves Carvalho
Universidade Federal do Ceará
Cleudene de Oliveira Aragão
Universidade Estadual do Ceará
Disponível em https://nexos.ufsc.br/index.php/reaa/article/viewFile/1274/662.Acesso em 13/07/2021.

Letramento Visual Crítico

Como destaca Russel (2000), todos os textos são posicionados e são

posicionamentos. Com os textos visuais não é diferente. Cada escolha
feita nos textos visuais é motivada para produzir o efeito desejado pelo
autor.

Os elementos que formam a imagem são orquestrados para criar a realidade

intencionada pelo compositor. Os agentes envolvidos na construção dos
significados levam para a composição e para a interpretação seu conhecimento de
mundo, sua cultura e seu propósito composicional.

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Portanto, a leitura e a produção de significados através de imagens permeiam as

mais diferentes culturas. Como afirma Rose (2001, p. 6),

o que é visto e como é visto é culturalmente construído

Se as imagens são construídas dentro de uma cultura e com um propósito

específico, então não são isentas de ideologias. Segundo Vieira (2007, p. 19),

O olhar é fruto da experiência individual, mediada por afetos, rancores,

preconceitos, padrões morais e posturas ideológicas

Então, a neutralidade é ilusória.

O texto visual também é ponto de vista.

Nos textos visuais também são feitas escolhas de elementos composicionais da

imagem de acordo com ideologias. Se há ideologias por trás da escolha e na
interpretação das imagens e, se os textos visuais são influenciados pelas culturas,
valores, ideologias e visões de mundo no qual eles são criados e consumidos, isso
pede de todos nós um novo olhar em relação ao papel do letramento visual na
formação de pessoas capazes de ler as ideologias contidas nas imagens de forma
consciente; pessoas que sejam capazes de interpretar os sentidos de forma crítica;
pessoas que sejam capazes de lidar com os significados que resultam do encontro
de vários modos de linguagem.
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Newfield (1993, p.II), destaca a importância de que nós, enquanto
espectadores, sejamos capazes de 1
refletir criticamente
Unidade a respeito das
Aula 3
"entrelinhas da imagem" e que nos questionemos acerca dos seguintes
aspectos:

‣ Quem construiu a imagem?

‣ No interesse de quem?
‣ Onde a imagem apareceu?
‣ A quem é endereçada?
‣ O que está sendo mostrado e o que está sendo omitido?
‣ De que outras formas o mesmo evento poderia ser mostrado?

Esse tipo de questionamento pode nos levar a compreender que as representações

da realidade partem de diferentes perspectivas e que, portanto, se constituem como
realidades ideologicamente determinadas e não a realidade em si. Desta forma, tão
importante quanto a habilidade de apreender e construir sentido através de textos
visuais (letramento visual) é a habilidade de desvendar os interesses sociais e
políticos na produção e recepção das imagens em relação aos efeitos sociais de
poder e dominação (letramento crítico).

Para Newfield (2011, p.82),

o letramento visual é a educação que melhora a compreensão do papel e

da função das imagens na representação e na comunicação; promove o
engajamento com textos visuais de vários tipos e a compreensão de como
as formas visuais constroem sentido

De acordo com Bamford (2003, p.01), para ser visualmente letrado um indivíduo
precisa:

» ter algum conhecimento do assunto da imagem;

» analisar e interpretar as imagens para apropriar-se do significado dentro
do contexto cultural em que a imagem foi criada;
» analisar as técnicas utilizadas para produzir a imagem;
» avaliar o mérito da imagem com relação ao seu propósito e a sua
audiência e compreender a sinergia, interação e o teor afetivo da imagem.

Desta forma, o letramento visual envolve o desenvolvimento de um

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conjunto de habilidades necessárias para se interpretar os

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conteúdos visuais das imagens, avaliar seus aspectos sociais, seus
propósitos, suas audiênciasUnidade 1
e suas autorias. Aula 3

Leitura Complementar

Textos multimodais: a nova tendência na

comunicação | Silvio Porfirio, Francisco E.B. de
Souza e Luis Carlos Cipriano

"Com a disseminação das novas tecnologias, o texto vem

adquirindo cada vez mais novas configurações, que
transcendem as palavras, as frases e, acima de tudo, a
modalidade escrita da linguagem. Dizendo de outro modo,
a proliferação tecnológica tem instigado a promoção de
novas composições textuais, sendo estas constituídas por
elementos advindos das múltiplas formas da linguagem
(escrita, oral e visual). [...]"

Leia aqui.

Leitura Recomendada

Comunicação e Semiótica | Alberto Puppi

Leitura recomendada para esta unidade de estudos.

Leia aqui.

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A CASA | VINICIUS DE MORAES E TOQUINHO

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O que é linguagem corporal: conheça alguns

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truques e como interpretá-los | Xerpay Blog

Leia aqui.
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Fontes

COSTA VAL, M. G. F. Texto, textualidade e textualização. Pedagogia Cidadã

Cadernos de Formação Língua Portuguesa, Unesp – São Paulo, v. 1, p. 113-124,
2004.

DIONÍSIO, A. P.. “Multimodalidade discursiva na atividade oral e escrita

(atividades)”. In: MARCUSCHI, L. A.; DIONÍSIO, A. P. (orgs.). Fala e Escrita. Belo
Horizonte: Autêntica, 2007.

LUNA, T. S. A pluralidade de vozes em aulas e artigos científicos. Ao Pé da Letra

(UFPE), v. 4, 2002.

MORAES, A. S.. Pôster acadêmico: um evento multimodal. Ao Pé da Letra (UFPE.

Impresso), v. 09, p. 1, 2007.

MORAES, A. S; DIONÍSIO, A. P.“O entorno dos pôsteres acadêmicos”. In: Anais do

XVII Congresso de Iniciação Científica da UFPE, Recife, 2009.

NASCIMENTO, R. G.; BEZERRA, F. A. S.; HEBERLE, V. M. “Multiletramentos:

iniciação à análise de imagens”. Linguagem & Ensino, v. 14, n. 2, p. 529-552, 2012.

SILVA, S. P. O Texto Visual na Educação Infantil: contribuições para construção do

conhecimento da criança. ArReDia, v. n.º 03, p. 77-101, 2014a.

_____. Multimodalidade, afinal, o que é? Observatório da Imprensa Laboratório de

Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas
Unicamp, São Paulo SP, v. nº 768, p. 01- 02, 15 out. 2013.

Referências Bibliográficas
LYONS, J. Introdução à Linguística Teórica. Trad. de Rosa V. M. Silva e Hélio
Pimentel. São Paulo: Nacional, 1975.

PEIRCE, Charles S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva. 1977.

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PUPPI, Alberto. Comunicação e Semiótica. Curitiba: Intersaberes, 2012.

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Biblioteca Virtual
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REITER, Airton Júlio. Língua portuguesa expressão escrita e compreensão de
texto. Indaial: UNIASSELVI, 2007.

SCHAFF, Adam. Linguagem e conhecimento. Coimbra: Almeida, 1974.

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