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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

PSICOLOGIA SOCIAL E COMUNICAÇÃO

ANDRESSA FERREIRA DOS SANTOS


BRUNO BRITO DE AGUIAR
MARIA CLARA NUNES MONTEIRO CARLOS
RICCARDO HENRIQUE DE CARVALHO

FICHAMENTO DE ARTES VISUAIS “GESTALT DO OBJETO”


JOÃO GOMES FILHO

PROFESSOR ARYOVALDO DE CASTRO AZEVEDO JR

MAIO
2010

A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental. Considera-se que Von Ehrenfels,


filó sofo vienense de fins do século XIX, foi o precursor da psicologia da Gestalt.

O movimento gestaltista atuou principalmente no campo da teoria da forma, segundo essa


teoria, o que acontece no cérebro nã o é idêntico ao que acontece na retina. A excitaçã o
cerebral nã o se dá em pontos isolados, mas por extensã o. Logo, nã o vemos partes isoladas,
mas relaçõ es. A nossa percepçã o é resultado de uma sensaçã o global, as partes sã o
insepará veis do todo e sã o outra coisa que nã o elas mesmas, fora desse todo.

O termo Gestalt significa uma integraçã o de partes em oposiçã o à soma do "todo". É


geralmente traduzido em inglês, espanhol e português como estrutura, figura, forma. Em
termos de Design Industrial, o termo se vulgarizou como "boa forma".

 Leis da Gestalt

Unidades: um ú nico elemento que se encerra em si mesmo, ou como parte de um todo.

Segregaçã o: a capacidade perceptiva de separar, identificar, evidenciar ou destacar


unidades formais em um todo compositivo ou em partes deste todo.

Unificaçã o: consiste na igualdade ou semelhança dos estímulos produzidos pelo campo


visual. Verifica-se quando os fatores de harmonia, equilíbrio, coerência da linguagem ou
estilo formal das partes.

Fechamento: importante para a formaçã o de unidades, em que as forças de organizaçã o da


forma dirigem-se espontaneamente para uma ordem espacial que tente para a formaçã o
de unidades em todos fechados.

Continuidade: é a impressã o visual de como as partes se sucedem através da organizaçã o


perceptiva da forma de modo coerente, sem quebras ou interrupçõ es na sua trajetó ria ou
na sua fluidez visual. É também a tendência dos elementos de acompanharem uns aos
outros, por elementos como: pontos, linhas, planos, cores, etc.

Proximidade: elementos ó pticos pró ximos uns dos outros tendem a ser vistos juntos e, por
conseguinte, a constituírem um todo ou unidades dentro do todo. Proximidade e
semelhança sã o dois fatores que muitas vezes agem em comum e se reforçam
mutuamente, tanto para constituírem unidades como para unificar a forma.

Semelhança: a igualdade de forma e de cor desperta também a tendência de construir


necessidades.

Pregnâ ncia da Forma: quanto melhor for a organizaçã o visual da forma e objeto, em
termos de facilidade de compreensã o e rapidez de leitura ou interpretaçã o, maior será o
seu grau de pregnâ ncia.

 Forma
"A forma pode ser definida como a figura ou a imagem visível do conteú do. De um modo
mais prá tico, ela nos informa sobre a natureza da aparência externa de alguma coisa. Tudo
que se vê possui forma". A percepçã o da forma é o resultado de um interaçã o entre o
objeto físico e o meio de luz.
Ponto: é a unidade mais simples e irredutivelmente mínima de comunicaçã o visual.
Qualquer ponto tem uma grande força de atraçã o visual sobre o olho.

Linha: é definida como uma sucessã o de pontos, ou como um ponto em movimento. A


linha conforma, contorna e delimita objetos e coisas de modo geral. Em design, no plural,
define também estilos como "Linhas Modernas", "Linhas Orgâ nicas", "Linhas Geométricas",
e outros.

Plano: é definido como uma sucessã o de linhas. Em geometria, por definiçã o, tem somente
duas dimensõ es. No espaço, porém, nã o é possível expressar um plano sem espessura.

Volume: algo que se expressa por projeçã o nas três dimensõ es do espaço. Pode ser físico,
algo só lido e real. Por outro lado, o volume, ou solidez tridimensional é um efeito que pode
ser criado por meio de artifícios, como na pintura, no desenho, entre outros. Pode-se obter
a sensaçã o de espessura ou profundidade pelo emprego de luzes, brilhos, sombras,
texturas, o uso ou nã o da perspectiva linear, formas que avançam sobre outras ou cores
que avançam e recuam de modo a ressaltar determinadas partes do objeto.

Configuraçã o Real: é a representaçã o de objetos, em que seus limites reais sã o traduzidos


pelos pontos, linhas, planos, volumes.

Configuraçã o Esquemá tica: é o registro por meio do conceito de esqueleto estrutural. Sã o


as formas materiais que se originam na nossa percepçã o, mas que raramente coincidem
com elas. Geralmente representadas por meio de sombras, manchas, chapados, traços,
linhas de contornos, silhuetas e outros meios.

 Harmonia
Diz respeito à disposiçã o formal bem organizada no todo ou entre as partes de um todo, e
predominam os fatores de equilíbrio, de ordem e de regularidade visual.

Ordem: acontece quando se produz concordâ ncias e uniformidades entre as unidades que
compõ em as partes do objeto ou o pró prio objeto como um todo.

Regularidade: consiste em favorecer a uniformidade de elementos no desenvolvimento de


uma ordem tal em que nã o se permitam irregularidades, desvios ou desalinhamentos.

 Desarmonia
O resultado de uma desarticulaçã o na integraçã o das unidades ou partes do objeto,
daquilo que é visto.

Desordem: a desordem visual acontece quando se produz discordâ ncias entre elementos
ou unidades dentro de partes de um todo ou do pró prio objeto como um todo. Caracteriza-
se pela ausência de relaçõ es ordenadas naquilo que é visto.

Irregularidade: se caracteriza pela ausência de ordem e de nivelamento. Muitas vezes


usado como um fator estratégico, com o propó sito de causar efeitos visuais inesperados ou
insó litos do ponto de vista psicoló gico.

 Equilíbrio
É o estado no qual as forças, agindo sobre um corpo, se compensam mutuamente. Numa
composiçã o equilibrada, todos os fatores como configuraçã o, direçã o e localizaçã o
determinam-se mutuamente de tal modo que nenhuma alteraçã o parece possível, e o todo
assume o cará ter de "necessidade" de todas as partes.
Peso e Direçã o: o peso é um efeito dinâ mico que sofre influência da localizaçã o. Uma
"posiçã o" forte no esquema estrutural pode sustentar mais peso do que uma localizada
fora do centro. A direçã o da forma pode ser equilibrada pelo movimento em direçã o a um
centro de atraçã o.

Simetria: é uma configuraçã o que dá origem a formulaçõ es visuais iguais, ou seja, as


unidades de um lado sã o idênticas à s do outro lado.

Assimetria: nenhum dos lados opostos sã o iguais, ou sequer semelhantes, em nenhum dos
eixos de referência.

Desequilíbrio: a formulaçã o oposta do equilíbrio. Uma composiçã o ou um objeto formal ou


visualmente desequilibrado parece acidental, transitó rio e, portanto, instá vel.

 Contraste
Aguça os significados, excita e atrai a atençã o do observador, dramatiza e é capaz de fazê-
lo mais importante e mais dinâ mico.

Luz e Tom: baseia-se nas sucessivas oposiçõ es de claro-escuro, criando a noçã o de volume
- com a presença ou ausência da cor.

Cor: é a parte mais emotiva do processo visual, possui uma grande força e pode ser
empregada para expressar e reforçar a informaçã o visual. Podem fazer algo recuar ou
avançar, podem alterar o volume de um objeto, pode ser um elemento de peso. O uso
proposital, por exemplo, de cores quentes-frias pode fazer com que os objetos pareçam
mais leves ou mais pesados, mais amenos ou mais agressivos. A cor pode ainda ter um
valor simbó lico adicional, e pode ser explorada em diversas finalidades funcionais,
simbó licas, mercadoló gicas, cromoterá picas e outras.

Vertical e Horizontal: de modo geral, as formas horizontais passam a sensaçã o de maior


solidez e de maior estabilidade sobre o plano em que se assentam, enquanto que, com as
verticais, acontece o contrá rio, passando a sensaçã o de leveza e menos estabilidade,
tentando a se levantar do solo, a se elevar.

Contraste Movimento: é muito comum ter-se a sensaçã o de movimento em uma imagem.


Tal sensaçã o pode ser gerada por vá rios fatores como: direçã o obliqua, sombras,
ondulaçõ es, etc.

Contraste Dinamismo: é relacionado ao movimento dinâ mico, é mais forte, perspicaz,


rá pido. Reflete nitidez, mobilidade e açã o.

Contraste Ritmo: um movimento regrado, medido, um conjunto de sensaçõ es de


movimento.

Contraste Passividade: é quando a imagem nã o produz sensaçã o de movimento. Ela é


imó vel, completamente equilibrada.

Contraste Proporçã o: é a comparaçã o entre dois ou mais objetos, que pode ou nã o


obedecer a uma ordem matemá tica, geométrica.

Contraste Proporçã o e Escala: a comparaçã o de elementos por meio do uso da escala gera
uma reproduçã o realística, que pode ser reduzida, ampliada ou igual ao original.
Contraste Agudeza: Quase sempre causa grande impacto visual, esta relacionado à clareza,
uma característica predominante é o uso de formas geométricas.
 CATEGORIAS CONCEITUAIS
Técnicas Visuais Aplicadas

Clareza: sã o imagens organizadas, unificadas, harmoniosas e equilibradas. É uma técnica


que exige facilidade de leitura e inelegibilidade do objeto.

Simplicidade: sã o organizaçõ es fá ceis de serem assimiladas, está associada à minimidade e


clareza, mas também pode estar presente em objetos complexos.

Minimidade: é considerada uma técnica monossêmica, econô mica, está atrelada a clareza e
a simplicidade.

Complexidade: presença de varias unidades formais, implica em uma complicaçã o visual, é


oposto ao conceito de simplicidade.

Profusã o: está associada à complexidade diferencia-se por ser direcionada a objetos


específicos. Geralmente Um exemplo seria ornamentaçã o.

Coerência: é quando o resultado final está completamente integrado, congruente,


harmonioso e equilibrado.

Incoerência: o resultado final apresenta desarmonia, desarticulaçã o, é o oposto da


coerência.

Exageraçã o: busca criar grande foco de atraçã o, no todo ou em algumas partes. Utiliza da
extravagâ ncia, pode ser combinado com a profusã o.

Arredondamento: tem como características a suavidade, brandura, delicadeza e maciez. É


um fator que facilita a leitura visual, e é bastante utilizado em carros.

Transparência Física: permite a visualizaçã o por meio do objeto ou coisa sobreposta. Tal
visualizaçã o pode ocorrer de modo total ou parcial.

Transparência Sensorial: é produzida por meio de técnicas pictó ricas e computacionais.


Passa uma sensaçã o muito pró xima da realidade.

Opacidade: bloqueia a visualizaçã o por meio dos objetos. É oposta a transparência.

Redundâ ncia: caracteriza-se pela repetiçã o de elementos iguais.

Ambigü idade: induz a diferentes interpretaçõ es do que é visto.

Espontaneidade: caracteriza-se pela falta de um aparente planejamento. É uma técnica


natural.

Aleatoriedade: elementos disposto de modo a obedecer a um esquema rítmico, nã o


seqü encial.
Fragmentaçã o: está associada à decomposiçã o de elementos em peças separadas que se
relaciona entre si.

Sutileza: reflete o bom gosto. Porém envolve subjetividade, esta sujeito a interpretaçõ es
diferentes.

Diluiçã o: tem intuito de suavizar as imagens, nã o esta associada à nitidez e precisã o, mas
passa a sensaçã o de calor humano.

Distorçã o: caracterizada por deformaçã o, desvirtuamento, mudança de sentido, diferença


de ampliaçã o.

Profundidade: sustenta-se na variaçã o de imagens retilíneas, e na sucessã o de planos.

Superficialidade: manifestaçõ es vistas de maneira bidimensionais. É o oposto da


profundidade.

Seqü encialidade: unidades ordenadas de modo continuo. Pode se dar a partir de vá rios
elementos, como: linhas, volumes, sobreposiçã o, etc.

Sobreposiçã o: é a organizaçã o de elementos uns em cima dos outros.

Ajuste Ó ptico: objetiva alcançar harmonia e equilíbrio visual do objeto.

Ruído Visual: sã o interferências que perturbam a harmonia e equilíbrio do objeto. Pode


ser considerado positivo se utilizado de maneira inteligente.

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