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05EÍ - 1
RES?
Francisco Cândido
Xavier (
ESPÍRITOS D I V E R S O S )
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
COLETÂNEA
DO ALÉM
Diversos Autores
EDIÇÕES FEESP
INDICE
Capa: - P A U L O JOSÉ
Págs.
P r o d u ç ã o : - P A U L O ALVES G O D O Y
Palavras de Amigo 7
I A Criança é o Futuro 9
Ilha da Paz 13
A Oportunidade 14
Revisão: - A L B A N O R BRASIL AROUCA
Carta Fraternal 17
Mensagem 20
Provérbios Antigos 23
O Cristão que voltou 26
Direitos autorais de propriedade do
Ide, Irmãos! 31
N Ú C L E O E S P I R I T A C A M I N H E I R O S D O BEM Revolução Espiritual 32
A Lição da Cancela • 34^
/ I Orai pelos que vos perseguem GJf (¿ÍL/
Macrocosmo versus microcosmo 38
Acordai-vos! *2
(esus e nós outros
I ^ ~ N a Missão do Bem
A Graça do Senhor
. Em Vão _il ,
J $ 0 Advogado da Cruz Q'Y\ S¡P°n—
O Sol e a Neblina ' 5 2
O Conquistador Diferente 5 4
Velhos Rifões 58
Jesus e César °9
Ouve, Irmão de Minha'alma "
Interrogação do Mestre ^4
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO ESTADO DE SÃO PAULO A Grande Vitória ™
Rua Japurá, 211 - Bela Vista • N o Campo da Mediunidade 6 7
Fala Contigo II
Caixa Postal 8763 - C. E. P. 01000 - São Paulo - SP - Lrasil Liberdade Espiritual
C. G. C. (MF) 6 1 6 6 9 9 6 6 / 0 0 0 3 - 7 2 — I. E. 105900241 Da Sabedoria Popular ••
Do Mestre e as Opiniões P -K
\ O Réu da Cruz ¿WMÍ ' l ^
•j ¿ A Ironia e a Verdade C-ní**}
1981 Missionário „,
O Tempo
Impresso no Brasil — 5 —
Presita em Brazilo
A Divina Lição J^-n ^E>-mS
J & R i d i c u l o e Silêncio O (TTS^jif ff émT BM
< O Homem e a Dor JJl "ífj •
2 ^ N o Escândalo da Cruz (fP ÂkL^UÊ—^.
Coração do Mundo 45 P | *•
Pátria do Evangelho 96 fík
Postais Cristãos 98 •£Tj 4
Cristianismo Restaurado '"0 y# tjj ~
Súplica à Mãe Santíssima 103 5t^-?rg w E X P L I C A Ç Ã O DA E D I T O R A
A Arvore Ütil '»1 . jll
Adágios 06 1
Xi r fi | •
¿7^0 Velho c o Novo Testamentos TÍGDP
Avante "0 -f^^Q 1 Por gentileza do "Núcleo Espírita Caminheiros do Bem",
Sentimento e Razão 1' 1
*M| proprietário dos direitos autorais de "Coletânea do Além", as
Sementeira "3 , í'- h •
Como Conhecer os Espíritas "5 HÉTJSu^ edições FEESP, lançam a sua primeira edição dessa magnífica
Avante, Irmãos U.7 8 U obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
5 2 o Evangelho ^lA ' H-f >%
A Cruz 121 \M As edições anteriores continham a explicação de que, parte
Pergunta e resposta '22 dos resultados da venda dessa obra seria revertida em benefício
Além da Morte J24 -&~\ de uma instituição assistencial, por isso, a fim de não alterar
_5"6Lembrança Fraternal aos Enfermos *"} ^ g j i l - A esse objetivo, parte dos livros da presente edição, será também
Prece , 2 9
iLJ destinada a uma instituição de amparo a menores carentes.
Para a Mulher 1 3 0
~_ W% 1%
Cumpre aqui editar que estando essa obra com suas edições
Aqueles Velhos Bandeirantes 132 *Mr Ij
esgotadas, um dos objetivos da presente é de evitar que um livro
O Espiritismo e a Contribuição Científica 135 , jp
Rogativa ao Cruzeiro do Sul '37 g^f • •
que encerra ensinamentos de tão relevante teor espiritualizante
À Procura da Fé ¡38 venha a faltar nas bibliotecas espíritas.
Carta de Irmão
,4Ü
. jjE** | J
Comungar com Deus 1 4
^ J£HB "Coletânea do Além" representa um repositório de mensa-
Brilha Vossa Luz J * A ^ _v_V~ S | ~ gens de grande itualidade, emanadas de vários benfeitores es-
•"'^Evangelização C T ^ - . Ç-* -
^ pirituais. Nessas páginas, de marcante importância, são focali-
fr^Os Óculos • a- zados temas empolgantes, que falam bem de perto às nossas
f ^lesus í - ^ - ^ . f 5 * necessidades de aculturamento e de assimilação de novas verda-
V Entregai-vos ao Cristo J,..fl ~ des, tão necessárias no agitado ambiente do mundo contem-
SOA Manjedoura ^S|>0 ^
. Súplica do Natal "f? porâneo.
Esperamos pois, que esta obra, uma das quase dius cente-
nas recebidas pela psicografia do famoso sensitivo de Uberaba,
1> preencha as suas relevantes finalidades e constitua mais uma
jóia a enriquecer as bibliotecas espíritas.
- 9 -
?edro Leopoldo, 10 de setembro de 1945
i
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Nessa movimentação desordenada das criaturas,
muitas vezes, faz-se mister lançar mão de sagrados
patrimônios da consciência, sufocam-se as tendências
mais nobres, espezinham-se os melhores sentimentos.
Faltam a esses lutadores inquietos os valores le-
A OPORTUNIDADE gítimos da iluminação interior e é por isso que, fre-
qüentemente, vemos o político elevar-se para atender
à maquinaria da destruição, formar-se o sacerdote para
Em todas as direções io planeta, observamos o a defesa de vãos interesses, eleger-se o jurista para des-
homem do mundo perseguindo as oportunidades. viar o direito ou preparar-se o médico para confundir
De modo geral, todavia, as criaturas humanas o problema da saúde.
não procuram senão a oportunidade de uma situação Quase todas as criaturas marcham ansiosas, na
de evidência transitória na Terra. valorização da oportunidade falsa, e chegam esgotadas
Encontram-se apressados os que buscam as gran- ao término da luta, esbarrando na realidade da morte,
des ocasiões do dinheiro, dos títulos convencionais, desprevenidas e infelizes.
das situações de destaque, dos desejos satisfeitos, sob
o ponto de vista planetário. Os homens, identificados É que o homem ainda não quis compreender que
no mesmo ideal mundano, abraçam-se, na comunhão a maior oportunidade não poderia sair da indigência
do interesse, nesses encontros fortuitos. Os demais de nossas mãos. Somos espíritos imperfeitos e não po-
saudam-se ligeiramente, em atitude suspeitosa, temen- deríamos criar a oportunidade perfeita para a felici-
do a alheia intromissão nos seus inferiores desígnios. dade real. Só a sabedoria e a magnanimidade de Deus
podem conceder às nossas almas esse ensejo divino.
Essa, a estrada comum da vida sobre a Terra. E
E essa oportunidade sagrada é a da Vida. O berço
os que passam contemplando o céu ou meditando na
mais pobre e o corpo mais deformado constituem essa
sabedoria da Inteligência Suprema que lhes facultou
concessão da Infinita Misericórdia. Representam a por-
as belezas e utilidades do caminho, para os seus seme-
ta consoladora, pur onde o espírito humano regressa
lhantes inquietos não serão criaturas de seu tempo.
à valorosa oficina de trabalhos que é a Terra. E so-
O homem vulgar, todavia, ainda não se capacitou mente quando a criatura sabe apreciar a extensão des-
de que essa corrida apressada não é mais que uma se ensejo, lendo a cartilha do esforço próprio, nas sen-
oportunidade para morrer. Morrer, segundo a carne das mais penosas da regeneração ou do aprendizado,
e segundo o espírito também, porque as realizações terá descoberto a sua oportunidade definitiva de glo-
materiais, quando não acompanhadas de finalidade rificação e paz, porquanto, não mais estará edificando
edificante, no plano definitivo da alma, podem condu- sobre a areia das convenções d o m u n d o , das preten-
zir aos débitos mais escabrosos, em séculos de regene- sões científicas ou das galerias do falso conhecimento,
ração pungente e amarga.
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mas sim, na base imortal do sentimento e da justa
razão.
Dentro dessas observações, devemos considerar
que a mais elevada oportunidade de um homem é a CARTA F R A T E R N A L
sua própria existência e a vantagem real dessa bênção
Na leitura da parábola dos cegos
reside na iluminação definitiva do espírito.
O Mestre é Jesus.
A Escola é a Terra.
O Bem é o trabalho que aperfeiçoa. Meu amigo, o Espiritismo
O Adversário é tudo o que afaste a energia do É campo de vida e luz;
serviço real com o Cristo. Não conserves sem trabalho
Em vista dessas verdades, que o discípulo ponha A idéia que te conduz.
mãos à obra de sua purificação e ninguém espere um
céu que não edificou em si mesmo. • Nessa lavoura bendita
De paz, harmonia e amor,
Emmanuel Cada qual tem a tarefa
Que lhe reserva o Senhor.
És médium? Sê diligente
No amoroso apostolado.
Mediunidade é serviço
Em nome do Mestre A m a d o .
Investigas a verdade?
Procura ver que ninguém
Deve andar observando
Sem propósitos no bem.
És curioso somente?
N ã o olvides, meu irmão,
Que a boa curiosidade
É nota de elevação.
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Não foste chamado à fé
És companheiro de luta? Para sonho ou distração,
Guarda a prece e a vigilância, Mas à justa atividade
Quem é irmão de verdade De nossa renovação.
Nunca foge à tolerância.
O aprendiz do Espiritismo
És simples necessitado Não vive sem rumo, a e s m o . . .
Na sombra e no sofrimento? Tem Jesus por Mestre Amado
Pondera a lei generosa E a escola dentro em si mesmo.
De esforço e merecimento.
Casimiro Cunha
És pregador? Meu amigo,
Foge à ilusão, foge à treva,
Q u e as palavras sem os atos
São folhas que o vento leva. . .
Doutrinas desencarnados?
Procura reconhecer
Que se vives ensinando
É necessário aprender.
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tórios do pão humano e os senhores dos roteiros in-
telectuais cobram a colaboração a dobrados preços de
ouro. E, na maioria das vezes, a miragem surpreende
os viajantes infelizes. Disfarçam-se misérias, dores e
aflições, na convenção de mentirosos trajes.
MENSAGEM
É necessário que apareçam os semeadores do bem
e os Samaritanos da fraternidade corajosos no sacri-
Bem-aventurados os que removem espinheiros, os fício pelo desacordo com o mundo inferior e habili-
que a d u b a m terrenos ásperos, os que lavram o campo tados à cruz da redenção, suportando, com valor, o
alegremente e semeiam nas leiras férteis partindo para peso das responsabilidades tremendas, embora sintam,
a frente, entregando os resultados ao Senhor da Vinha! em torno, a crítica mordente e a ironia venenosa.
Bem-aventurados os que se alimentam com o pão Compreendemos, portanto, a tarefa dos que se
do espírito de serviço! propõem às verdades divinas. Percorrendo os mes-
Bem-aventurados os que edificam as sendas do mos caminhos do Mestre, conhecerão imensas lutas,
próximo, sem que o próximo lhes conheça a generosi- incompreensões ásperas e paisagens d o l o r o s a s . . . To-
dade! davia, o que repartem pela cooperação ser-lhes-á res-
Inflamemo-nos, ainda e sempre, no ideal de ser- tituído em bênçãos, o que fornecem pelo conforto e
vir com o Senhor. esperança, receberão em energias, o que espalham pela
D e muito pouca utilidade seria nossa adoração a fé ser-lhes-á devolvido em verdadeira e leal dedicação
Jesus, se não a convertêssemos em atividade laboriosa dos mensageiros da Divindade. Nos círculos mais bai-
e fecunda, em benefício de nossos irmãos. Em todos xos, trabalhos sacrificiais e testemunhos angustiosos,
os lugares, muitos ensinam com as palavras, entre- mas, na esfera superior, realizações e forças novas;
tanto, raros atendem ao espírito eterno. entre os homens ignorantes, espinhos e pedradas, entre
Nos mais variados caminhos, a fome de esperan- os Espíritos Esclarecidos, a fé, a sabedoria e a expe-
ça invade as almas sem r u m o . . . riência; nas ansiedades terrestres, desilusões e renova-
E as nossas experiências seculares representam ções, mas, na realidade celeste, edificação e eternidade.
dias de marcha na divina jornada para Deus! A todo Somos a corrente de trabalhadores d'Aquele que,
instante, viajores incautos reclamam roteiros. Supli- até hoje, nos ensina constantemente a servir. Necessi-
cam socorro os famintos, os sedentos, os imprudentes tamos, nós outros, de ruídos e palavras. Ele, porém,
que gastaram sem propósito edificante os patrimônios nos ajuda em silêncio. Sofremos e lutamos. Ele aper-
sagrados. De quando em quando, surgem aqueles que feiçoa sempre. Por vezes a perturbação nos assedia
lhes podem atender as rogativas, mas os donos transi-
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o espírito. Ele, porém, é a Paz e a Harmonia Invio-
láveis.
Irmãos nossos muito amados, Jesus é o nosso
Orientador Supremo. PROVÉRBIOS ANTIGOS
Felizes de vós, toda vez que banhardes o coração
nas águas cristalinas do Evangelho da Redenção. Edi-
ficante ser-vos-á a experiência humana, proveitosas
ser-vos-ão as lutas, santificadoras as alegrias, abençoa- Trabalha, atendendo a Deus,
das as dores, sublimes as renunciações, benfazeja a Seja inverno ou primavera.
mão do tempo e doce ser-vos-á o despertar! Recorda que o dia findo
Unamo-nos, pois, em torno do Senhor e, cum- Nunca mais se recupera.
prindo-Lhe a divina vontade, louvemos o Seu nome
para sempre! Desconfia da bondade
De todo e qualquer irmão,
Veneranda
Que passa o dia a queixar-se
De espinhos da ingratidão .
Equilibra-te na estrada.
Não guardes excesso algum.
O lobo farto, igualmente,
No outro dia faz jejum.
Entende, primeiramente,
O que diga o companheiro.
Escuta silencioso
E fala por derradeiro.
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Procede zelosamente
O excesso de solidão. Na imitação de Jesus.
Nas lutas da humanidade, O demônio, muitas vezes,
Pode ser muita virtude Esconde-se atraz da cruz.
Ou muita perversidade.
Casimiro Cunha
Não te esqueças que, entre os maus,
Enquanto há passas e figos,
Terás sempre, em derredor,
Bons vinhos e bons amigos.
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— Jesus compadeceu-se de ti e mandou-me ao
— Para quê? teu encontro.
E acrescentava: — Estamos no Reino do Senhor? — inquiriu,
— Os felizes são bastante endurecidos para se afinal, o crente venturoso.
aproveitarem de meu concurso, e os infelizes bastante — Sim, respondeu o emissário angélico, — temos
desesperados, merecendo, por isso mesmo, a purifica- à frente o início de vasta região bem-aventurada do
ção pela dor. Não perturbarei meu trabalho, seguirei Reino.
ao encontro de meu Senhor.
— Posso entrar? — indagou o cristão contente.
E de tal modo viveu apaixonado pela glória do O anjo fixou nele o olhar melancólico e infor-
encontro celeste que se retirou, um dia, do corpo, pela
mou:
influência da morte, revestido de pureza singular. Na
leveza das almas tranqüilas, subiu, orgulhoso de sua — Ainda não meu amigo.
vitória, para ter com o Senhor e com Ele identificar-se E ante o interlocutor, profundamente decepcio-
para sempre. nado, continuou:
No esforço de ascensão, passou por velhos desi- — Realizaste a fiel adoração do Mestre, mas não
ludidos, mães atormentadas, pais sofredores, jovens executaste o trabalho do Pai. Teu coração em ver-
sem rumo e espíritos infortunados de toda sorte. . . dade palpitou pelo Cristo, entretanto, Jesus não se
Não lhes deu atenção, todavia. Suspirava por Cristo, enfeita de admiradores apaixonados como as árvores
pretendia-lhe a convivência para a eternidade. Pere- que se adornam de orquídeas. Não pede cortejadores
grinou dias e noites, procurando ansiosamente, até que, para a sua glória e sim espera que todos os seus apren-
em dado instante, lhe surgiu aos olhos maravilhados dizes sejam também glorificados. Por isso, em sua pas-
um palácio deslumbrante. Luzes sublimes banhavam- sagem pela Terra nunca se afirmou proprietário do
-no todo e, lá dentro harmonias celestes se fazem ouvir mundo ou doador das bênçãos. Antes, atendeu a todos
em deliciosa surdina. os sublimes deveres do serviço comum e convidou os
O crente ajoelhou-se e chorou de júbilo intenso. homens a cumprir os superiores desígnios do nosso
Palpita-lhe descompassado o coração amante. Ia, en- Eterno Pai. Não deixou os discípulos diretos, aos quais
fim, concretizar o longo sonho. chamou amigos, na qualidade de flores ornamentais
Contudo, antes que se dispusesse a bater junto de sua doutrina e sim na categoria de sal da Terra
à portaria resplandecente, apareceu-lhe um anjo, dian- destinado à glorificação do gosto de viver.
te do qual se prosterna, extasiado e feliz. Quis falar,
Estabelecera-se longa pausa que o mísero desen-
mas não pôde. A emoção embargava-lhe a voz, todavia,
carnado não ousou interromper. O mensageiro, porém,
o mensageiro afagou-lhe a fronte e exclamou com-
acariciando-o, com bondade, observou ainda:
passivo:
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— Volta, meu amigo, e completa a realização es-
piritual! Não procures Jesus como admirador apaixo-
n a d o , mas inútil. . . Torna ao plano terrestre, luta,
chora, sofre e ajuda no círculo dos outros homens! IDE, I R M Ã O S !
A dor conferir-te-á dons divinos, o trabalho abrir-te-á
portas benditas de elevação, a experiência encher-te-á
o caminho de infinita luz e a cooperação entregar-te-á
tesouros de valor imortal! Não necessitarás, então, pro- O caminho é de penas e amargores,
curar o Senhor, como quem busca um ídolo, porque Entre pedras e espinhos da impiedade;
o Senhor te procurará como amigo fiel! Volta e não Ide, porém, que o Mestre da Bondade
temas! Caminha à frente dos trabalhadores.
Nesse momento, algo aconteceu de inesperado e
doloroso. Desapareceram o palácio, o anjo e a paisa- Não temais aflições e dissabores. . .
gem de l u z . . . Estranha escuridão pesou no ambiente É na sombra de dor que vos invade
e, quando o pobre desencarnado tornou a sentir o Que acendereis a eterna claridade
beijo da luz nos olhos lacrimosos, encontrava-se, no Daquele Arnor de todos os amores.
mesmo lar modesto de onde havia saído, ansioso ago-
ra por retomar o trabalho da realização divina noutra
forma carnal. Servos fiéis, o Mestre generoso
Nunca viveu nos édens de repouso,
Enquanto cooperais na h u m a n a lida!
Irmão X
Bittencourt Sampaio
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-se compreensão e sentimento, a fim de que a verdade
relativa dilate os seus horizontes, dentro do próprio
âmbito de conhecimentos do planeta. Não bastará, pois,
a freqüência às reuniões ou a procura deste ou daque-
le concurso da doutrina, para que, em semelhante as-
R E V O L U Ç Ã O ESPIRITUAL sunto, se arvore o leigo em sabedor de teorias espiri-
tualistas. Requer-se o sentimento e a essência educati-
va, para que o ideal não se perca em seus grandiosos
Dentro de suas atividades, nos tempos modernos, fins.
os espiritistas sinceros não podem desconhecer o sen-
tido revolucionário da tarefa que lhes coube. Não no Os espiritistas estão vivendo a fase revolucioná-
senrido de movimentação exterior ou de predicações ria. . . em si mesmos e, dentro dela, convém recordar
exaltadas na consideração de nossa mística reconfor- que, para seguir o Divino Mestre, não é necessário
tadora, mas revolução em si mesmos, estendendo os escarificar as minas profundas da cultura complicada
benefícios colhidos a outras almas, no grande e aben- do século e nem é preciso condenar as demais doutri-
çoado labor educativo. nas que não sentiram ainda o Evangelho Redentor.
Necessitam eles de muito tempo ainda, na conta- Sabemos que, no futuro, todas as filosofias terrestres
gem dos anos sucessivos para a preparação de ambien- estarão irmanadas em sua lição de simplicidade e amor.
te, no objeto de aplicar-se o ensinamento de modo co- O que se faz imprescindível nos tempos que passam é
letivo. Não se atingirá a finalidade dos ideais elevados a demonstração viva de cada discípulo, dentro do con-
e luminosos que alimentam a doutrina, sem a forma- ceito profundo de sinceridade confirmando a firmeza
ção da base espiritual, mantenedora da estabilidade de sua fé e a nobreza de sua convicção em afirmativas
individuais de legítima compreensão.
das grandes realizações.
A revolução preconizada é toda de natureza es-
piritual, começando no eu, desenvolvendo-se no mun- Emmanuel
do individual, projetando assim mais luz no caminho
da coletividade. Cada estudante da escola doutrinária
deverá sentir em si mesmo o estímulo do aprendiz de-
dicado ao seu mestre, provando ao Senhor da Seara,
com os seus sacrifícios próprios, o índice de aprovei-
tamento pessoal.
Esse movimento, portanto, não requer armas,
apoio político e outros auxílios necessários às organi-
zações estritamente materiais. No problema, requer-
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— Vês, Alberto, as nossas flores
Tombando, desprotegidas?
Sob os olhos, temos hoje
O quadro de nossas vidas.
A L I Ç Ã O D A CANCELA
Recorda, filho, que o touro,
Em força desesperada,
Penetrou-nos o jardim
Enquanto brincava Alberto Pela porta descuidada.
Junto aos bancos do portal, O
O touro bravio e forte Notaste, neste desastre,
Avançou para o quintal. A lição que é forte e bela?
O touro nunca entraria
O pequeno quis correr Se guardasses a cancela.
T e n t a n d o defesa incerta,
Mas o touro atravessara E, ao passo que o pequenino
A grande cancela aberta. Ouvia com atenção,
A mãezinha concluía
Canteiros e vasos lindos, A doce observação:
Floridos e bem cuidados,
No curso de alguns momentos — Quem deseje conservar
Jaziam espatifados. As luzes do sentimento
Necessita resguardar
Alberto não resistiu A porta do pensamento.
Ver a sanha do animal.
E, em pranto de desespero, Em nossa estrada, meu filho.
Busca a saia maternal. Há monstros destruidores. . .
Defendamos a cancela
Dona Gertrudes, porém, Que protege nossas flores.
Q u e via, aflita, o jardim,
Num gesto de proteção
Toma o filho e diz-lhe assim:
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fios negros aos seus próprios autores, encasulando-os
em sua obra.
Orai pelos que vos perseguem e caluniam, acendei
a luz dos pensamentos nobres no círculo de sombras
O R A I PELOS Q U E VOS PERSEGUEM dos que vos tentam confundir, certos de que a mal-
dade é o inferno dos maus e que cada Espírito car-
rega na vida o abismo tenebroso ou a montanha de
luz, dentro de si mesmo.
O conselho de Jesus, no que se refere à oração
pelos nossos perseguidores não se baseia tão-somente Emmanuel
na lei universal da bondade para com os semelhantes.
Vai mais além. Fundamenta-se no princípio justo
das correspondências.
O ódio, o crime, a calúnia segregam forças per-
niciosas e destrutivas. O perseguidor encarcera-se no
abismo das inquietações; o criminoso, onde estiver,
é prisioneiro da consciência, guardado pelo remorso,
então transformado em sentinela vigilante; o calunia-
dor envolve-se na peçonha dos próprios atos. Emitem
pensamentos destruidores, como o pântano os ele-
mentos mortíferos.
Na lei das trocas, que rege todos os fenômenos
da vida, os semelhantes atraem-se uns aos outros.
Odiar aos que odeiam, retribuir o mal com o mal, se-
ria abrir portas em nós mesmos à selvageria dos que
nos convocam a suas furnas de trevas.
Alimentemos a chama benéfica que indique o ca-
minho santo do bem mas evitemos o incêndio devas-
tador que aniquila as possibilidades da vida. Contra
a labareda criminosa do mal, façamos chover os pensa-
mentos calmantes do bem.
Toda vez que a onda escura da perseguição nos
procure envolver na luta digna, oremos e vigiemos.
Encontrando-nos a resistência fraternal, voltarão os
- 36 - - 37 -
cósmica. Sírios é 12 vezes maior que ele, Capela 5.80.
vezes maior. No diâmetro de Arctúrus caberiam mi-
lhares de sóis iguais ao nosso. Somente em Canópus
poderiam aglomerar-se 8.760.
Estes, são dados estatísticos suscetíveis de veri-
M A C R O C O S M O S VERSUS MICROCOSMOS (1) ficação pelo olho humano, pálida visão da alma, encar-
nada nas leis organogenésicas da estrutura celular,
sem nos referirmos diretamente às esferas múltiplas,
situadas em diferentes planos vibratórios, a expres-
No macrocosmo, a Casa Planetária onde evolvem sarem-se em mundos maravilhosos, inacessíveis à ob-
os homens terrestres é um simples departamento do servação terrestre, cidades divinas, ilhas bonançosas
nosso sistema solar que, por sua vez, é modesto con- de aprendizado e repouso, lares de afeto e encanta-
junto da vida no rio de sóis da Via-Látea. mento, círculos de trabalho, zonas retificadoras e cam-
A Esfera da Crosta, em cálculo aproximado, dis- pos evolutivos nos domínios eternos do Espírito.
ta 150 milhões de quilômetros da Sede Luminosa do No microcosmo, a Casa Orgânica, onde habita a
Sistema, distância essa que é percorrida pela luz em alma humana em estágio passageiro de aprendizado
8 minutos e 15 segundos, na média de 300 mil quilô- e elevação, é formada por trilhões de células, obede-
metros por segundo. cendo a diferentes disposições, alimentando-se em par-
te, de carboidratados e proteínas e quase que exclusi-
Se o homem encarnado tomasse um comboio ex- vamente de princípios atmosféricos e de raios lumino-
presso, com a velocidade de 100 quilômetros por hora sos e invisíveis.
em viagem, sem estações de parada, iria da Crosta à
Esse corpo é senhor de uma cabeça para as insta-
Sede do Sistema, aproximadamente em 170 anos, e
lações mentais, sustentada por uma coluna de 33 vér-
atingiria a Lua, satélite próximo, em 166 dias. Se qui-
tebras, representada pelo esqueleto que revela 4 for-
sesse visitar os mundos vizinhos mais conhecidos, de-
mas diversas de articulações, no ombro, onde os ossos
pendentes do mesmo Sol que lhes dá vida física, uti-
se movem para todos os lados, nas vértebras, em que
lizando o mesmo veículo, gastaria 50 anos para chegar
se movimentam apenas em dois sentidos, nos dedos
a Vénus, 76 para atingir Marte, 110 para alcançar
onde agem numa direção única e nos cotovelos, nos
Mercúrio, 740 para ir a Júpiter, 1.470 para pisar em
quais se movimentam em torno de seu eixo, à maneira
Saturno, 3.160 para ganhar a crosta de Urano e 5.055
anos para alcançar a superfície de Nctuno. de chave.
A habitação carnal da alma caracteriza-se por 3
O nosso Sol é 1 milhão e 300 mil vezes maior andares distintos, o crânio, o tórax e o abdômen. Para
que a Terra, mas comparado a outros pais de sistemas edificá-la tecnicamente, constaria a construção de 33
planetários, é astro humilde na brilhante comunidade
- 39 -
- 38 -
cm toda a superfície planetária da Terra, e, para todos
elementos básicos, com 150 articulações e 1.000 liga- os serviços técnicos de governo, distribuição, troca,
mentos diversos. controle e procriação conta o aparelho fisiológico com
A fim de mover os múltiplos serviços celulares, a glândulas autônomas e especializadas, salientando-se
Casa Orgânica precisa de um motor eletrônico, que é que toda a Casa Orgânica do espírito reencarnado está
o coração, vigorosa maquinaria, colocada entre gran- revestida no agasalho da pele, da qual cada centímetro
des artérias, habilitada a suportar a pressão de 20 at- quadrado é verdadeira maravilha de construção, no
mosferas. campo vital.
Nesse universo microscópico, expresso na orga-
A Casa é mantida, em sua expressão física, pela
nização fisiológica, existem mundos de bacilos, pro-
corrente sanguínea, efetuada em dois percursos, co-
digiosas cidades celulares-ctrculos educativos de seres
ração-cérebro-coração e coração-pé-coração, gastando-
-se 8 e 18 segundos, respectivamente, em cada um dos infinitesimais, centros de preparação e evolução de in-
percursos referidos. finitesimais, centros de preparação e evolução de infu-
sorios, subordinados à direção do homem, filho inteli-
O organismo, vivendo em altitude média de 240 gente de Deus.
metros terá, aproximadamente, 5 milhões de glóbulos Neste pequenino agrupamento de dados informa-
vermelhos, em cada milímetro cúbico de sangue.
tivos, apresentamos pálida síntese de vastos conheci-
A moradia da alma precisa dos pulmões para a mentos que a ciência h u m a n a já conseguiu catalogar;
constante regeneração das células sanguíneas, ligados entretanto, quase sempre cega para a luz divina, se lhe
ao oxigênio atmosférico por um tubo de cerca de 15 pedirmos a legítima solução dos problemas referentes
centímetros, constituído pela cavidade nasal, sendo ao destino h u m a n o , a ciência terrestre, com sorriso
que a máquina física respira 20.000 litros de ar, dia- irônico, nos responderá que a existência de Deus e a
riamente; para sustentar a produção e a alimentação imortalidade da alma são apenas duas hipóteses uni-
do sangue nos processos nutritivos, possui o corpo um versais.
aparelho digestivo, maravilhoso pela sua complexidade
e sabedoria. Como fontes produtoras de substâncias André Luis
químicas variadas e indispensáveis, a Casa Orgânica
possui grande número de glândulas especializadas; a
maior delas é o fígado, extraordinário aparelho elétri-
co da maquinaria física, que se compõe de um milhão
de cones de um milímetro de comprimento.
(1) No presente trabalho existem afirmativas suscetíveis de maio-
Nos processos mentais de variada espécie, a mo- res verificações e observações ao quadro de conclusões provisórias da
radia física dispõe de um telégrafo especial que é o ciência oficial, considerando-se a impossibilidade de particularizados
apontamentos técnicos. — Nota do Autor Espiritual.
sistema nervoso, a mais perfeita rede de comunicações,
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X!
JESUS E N Ó S O U T R O S
ACORDAI-VOS!
Os corações, verdadeiramente interessados na rea-
lização divina da fé, à luz do Evangelho de Jesus Cris-
to, não podem esquecer a exemplificação do Mestre,
Não procurareis a fé na carne morta, se procuram, de fato, a redenção espiritual para a vida
N o montão de bactérias e de humores, eterna.
Q u e a sugestão das sombras exteriores Não raro, os discípulos menos avisados exigem
É fantasia que não reconforta. companheiros completos e irrepreensíveis, olvidando
que Jesus, para obter os colaboradores iniciais de sua
Penetrai os caminhos interiores, obra, foi compelido a semear qualidades novas em seus
O n d e a consciência ensina, ampara e exorta; corações, mobilizando exemplos, palavras e pensa-
Lá dentro, encontrareis a chave e a porta mentos.
Para o mundo de excelsos resplendores. A maioria dos crentes anseia por dias cor-de-rosa
e noites azuis, cheios de tranqülidade e sonhos belos;
entretanto, o Senhor passou pelo m u n d o , vivendo dias
Prender-se à teia obscura do sensório e noites de trabalho e preocupações, que culminaram
É demorar no engano transitório, no sacrifício supremo.
Desde o primitivismo da caverna!. . . Muitos estudiosos da fé reclamam guias solícitos,
que os assistam e consolem, olvidando, contudo, que o
Toda razão sem luz dorme infecunda, Mestre desceu das esferas resplandecentes para conver-
E é na consciência lúcida e profunda ter-se no escravo de todos os homens.
Q u e vibra o campo da verdade eterna. Requisita-se a adesão absoluta e a colaboração
fiel dos amigos do dia, esquecendo-se de que Jesus viu,
A. dos Anjos de perto, a incompreensão e a fraqueza, entre os pró-
prios cooperadores de apostolado.
Muitos trabalhadores solicitam entendimento e
solidariedade nos momentos difíceis; todavia, não se
recordam de que o Amigo Fiel da Humanidade esteve
absolutamente sozinho nos testemunhos supremos.
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Til ~
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Foi cozido devagar
Ao calor de alta expressão.
A . dos Anji
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sabia a verdade, calou-se para não ferir aos próprios
verdugos.
Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado
transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o su-
premo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os
O A D V O G A D O DA CRUZ corações humanos. Ele, que falava na Palestina, co-
meçou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas
conversava com o povo de Israel, passou a entender-se
com as várias nações do Globo; que somente se dirigia
N o m u n d o antigo, o apelo à Justiça significava a aos homens de pequeno país, passou a orientar os mis-
punição com a morte. As dívidas pequeninas repre- sionários retos de todos os serviços edificantes da Hu-
sentavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atira- manidade.
dos nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes Que importam, pois, nos domínios da Fé, as per-
nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis seguições da maldade e os ataques da ignorância? O
aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os Advogado da Cruz continua operando em silêncio e
tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que
se trajavam de espinhos. possuam "ouvidos de ouvir".
Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advo-
gado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Emmanuel
Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, atra-
vés de uma estrebaria singela.
Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva,
na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu
vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignifi-
cou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos hu-
mildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu
a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos à
conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, condu-
ziram-nO ao madeiro destinado aos criminosos co-
muns.
Ele, que ensinara a Justiça, não se justiçou; que
salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que
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— " O n d e os ensinos, m a m ã ?
Quero ouvi-los, quero tê-los!"
Respondeu a mãe bondosa,
Afagando-lhe os cabelos:
O SOL E A NEBLINA
— "Medita apenas num deles,
Muito simples, mas profundo. .
A mentira, minha filha.
Enquanto se desfazia É a neblina deste mundo.
A neblina da manhã,
A pequena Carolina Mas os seus véus de ilusão
Ouviu a voz da mamã. Só perturbam a existência,
Até que o Sol da Verdade
Ressurja na Consciência."
Falava Dona Cacilda
Com desvelos maternais: João de Deus
— "Existem no sol, filhinha,
Ensinos celestiais.
J o ã o de Deus
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gritar a palavra de ódio em tribunas de ouro,
exercer a vingança, oprimir, gozar, amaldiçoar...
Em verdade, o homem, usufrutuário da Terra e
depositário da confiança de Deus, pode fazer tudo isso
I N T E R R O G A Ç Ã O DO MESTRE contudo, que lhe aproveitará tamanha exaltação se,'
distraído de si mesmo, se vale das glórias da inteli-
"Que aproveita ao homem granjear gência para precipitar-se nos despenhadeiros da treva
o mundo todo, perdendo-se ou pre- e da morte?
judicando a si mesmo?"
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N O CAMPO DA M E D I U N I D A D E
A GRANDE VITÓRIA
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ficado com o círculo, onde pretende fazer-se sentir.
com as suas exigencias particularistas, no capítulo da Trata-se de imposição vulgar nas próprias relações
minudência, da gramática, da adivinhação. entre países terrestres, de cultura diversa. O brasilei-
A organização mediúnica, entretanto, como as de- ro que precise conduzir certa mensagem à Inglaterra,
mais edificações elevadas, n ã o se improvisa no cami- desprovido de contacto anterior com a vida britânica,
nho da vida. E o médium não é urna inteligencia ou de modo algum dispensará o intérprete e esse inter-
uma consciência anuladas nas exteriorizações feno- mediário para cumprir a tarefa deve preparar-se devi-
ménicas da comunicação entre as duas esferas. Ainda damente.
no chamado sonambulismo puro, no transe completo Adaptar-se uma entidade desencarnada ao cérebro,
e nas hipnoses mais profundas, a colaboração de- ao sistema nervoso e aos núcleos glandulares do com-
le será manifesta c indispensável. A energia da usi- panheiro encarnado, ajustando peças biológicas e eli-
na longínqua precisa do filamento da lámpada, em minando resistências celulares, sem nos referirmos aos
que se manifesta, produzindo luz e calor. O artista, processos mentais, inacessíveis à compreensão atual
para arrancar a melodia perfeita, necessita de cordas dos fenômenos, não é operação matemática que se efe-
afinadas firmes no violino q u e lhe empresta o con- tue através dos cálculos de alguns instantes. É orga-
curso na demonstração musical. A mensagem do can- nização paciente, requisitando muito concurso e devo-
tor ou do político requer o aparelho de recepção para tamento por parte dos amigos em serviço na Crosta
ser ouvida à distância. Exige a lámpada características Planetária.
especializadas na fabricação, o violino requisita gran-
E, assim afirmando, convidamos os colaboradores
de experiência e cuidado de manufatura e o receptor
sinceros do Espiritismo Evangélico a dedicarem maior
radiofônico pede extensa cópia de material elétrico
atenção à chamada mediunidade consciente, dentro
para atender à finalidade que lhe é própria.
da qual o intermediário é compelido a guardar suas
Se em semelhantes serviços de transmissão, à ba- verdadeiras noções de responsabilidade no dever a
se de matéria comum, há imperativos de técnicos e or- cumprir. Cultive cada trabalhador o seu campo de
ganização, como improvisar um mecanismo mediúni- meditação, educando a mente indisciplinada e enrique-
co, no qual a base de matéria viva associada a elemen- cendo os seus próprios valores, nos domínios do co-
tos espirituais, ainda imponderáveis à ciência humana, nhecimento, multiplicando as afinidades com a esfe-
exige a construção da vontade com os valores da co- ra superior c observará a extensão dos tesouros de
operação? serviço que poderá movimentar a benefício de seus
irmãos e de si mesmo. Sobretudo ninguém se engane
Edificar a mediunidade constitui uma obra digna relativamente ao mecanismo absoluto em matéria de
do esforço aliado à perseverança no espaço e no tempo. mediunidade. Todo intérprete da espiritualidade, cons-
Um habitante de esfera diferente necessita valer- ciente ou não, no decurso dos processos psíquicos,
-se dos recursos que lhe oferece o cooperador identi-
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c obrigado a cooperar, fornecendo alguma coisa dc si
próprio, segundo as características que lhes são pe-
culiares, porquanto sc existem faculdades semelhan-
tes, não encontramos duas mediunidades absolutamen- FALA CONTIGO
te iguais.
Lembremo-nos dc que não nos achamos empe-
nhados cm edificações exteriores, onde a forma deva
sacrificar a essência c onde a letra asfixie o espírito,
Q u a n d o as nuvens do sofrimento
e sim na construção dc um mundo melhor, nos círculos
de experiência para a vida eterna. Guarde cada cola- Invadirem teu céu mental,
borador do Espiritismo Cristão a consciência, a res- Não desfaças a sombra em trovões e coriscos,
ponsabilidade c o espírito de serviço, à maneira de ri- Fulminando corações em d e r r e d o r . . .
quezas celestes que é necessário valorizar e multiplicar. Poderias aniquilar
Não nos esqueçamos de que, segundo a profecia, atra- Muitos germes da fé,
vés dos canais mediúnicos, o Senhor está derramando Muitas flores tenras da esperança.
a sua luz sobre a carne, mas que é preciso purificar o
vaso carnal e enriquecer a mente, a fim de que o ho- Buscar o refúgio do silêncio e m e d i t a . . .
mem terrestre seja, de fato, o intérprete fiel da divina E quando a serenidade acolher-te em seu m a n t o ,
luz. Fala contigo mesmo,
Conversa com a tua própria ira,
André Luís
Põe diante dos olhos sua figura sombria,
Dize-lhe que talvez teu irmão
Sinta fome de pão ou sede de carinho
Sem que ninguém lhe conheça o heroísmo obscuro!
Talvez esteja exausto
À procura das oportunidades que te sorriem desde
muito,
Incapaz de suportar, por mais tempo, as lutas que lhe
parecem intermináveis. . .
Possivelmente,
N ã o iniciou a existência com os recursos felizes de
teu começo
E viverá revoltado, entre os espinhos da ignorância.
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Q u e m sabe?
Dize à tua cólera
Q u e o pobrezinho é desfavorecido e infeliz.
Provavalmente, nunca recebeu LIBERDADE ESPIRITUAL
U m beijo de mãe, um carinho de esposa, a ternura de
um filho, Como poderá a criatura adquirir a sua liberdade?
Um abraço de irmão, o afeto de um amigo,
Talvez
Esteja perseguido em si mesmo
Pelos demônios da inconformação! Muitos de vós que atualmente na Terra lutais e
sofreis, no círculo doloroso das penas e trabalhos ter-
Comunica-lhe tuas impressões fraternais no grande restres, ignorais que o cárcere de hoje é a vossa eman-
silêncio. . . cipação de amanhã, na existência real.
Tua cólera ouvirá, chorando de dor Freqüentemente, de coração oprimido e de alma
E as lagrimas benditas alanceada nos tormentos purificadores, o homem ex-
Lavar-lhe-ão a túnica negra clama: — Senhor, não é possível lutar por mais
Que resplandecerá de alvura e de beleza. . . tempo. . . as dores transbordaram e não posso ir
adiante. . .!
Em seguida, É preciso, porém, saber conduzir a cruz das pro-
Voltará ao teu coração, vas salvadoras. A tudos concedeu o Senhor o qui-
Plenamente transformada. nhão de forças necessárias. Sabe Jesus onde se
Deixará seus títulos, seus direitos e honrarias, derrama a lágrima obscura, fazendo brotar, ao seu
Esquecerá toda ofensa, toda injúria, toda dor. . . lado, a flor perfumada da resignação e da esperança
Mudará o próprio nome e todos os padecimentos e dificuldades terrestres têm
E chamar-se-á Compreensão, sua causa justa, ainda que temporariamente inacessí-
Compreensão gloriosa e sublime, vel ao entendimento de vossas consciências, adorme-
Filha de Deus, cidas na reencarnação.
Irmã da H u m a n i d a d e e Serva da Natureza, Desejais a tranqüilidade, a aspiração satisfeita,
Para a Vida I m o r t a l . . . o sonho realizado, a paz e a fartura. . . mas vos
esqueceis de que viestes ao mundo para a reparação
Alma Eros ou aprendizado, em que as dores são elementos vitais
de toda a conquista para a felicidade futura. Adqui-
rireis, portanto, a vossa emancipação e a vossa liber-
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dade sagradas, suportando com heroísmo as amargu-
ras e as experiências que a Terra vos oferece.
N o oceano encapelado, cheio de perigos, aprende
o marujo a dominar tempestades.
DA SABEDORIA POPULAR
Aprendizes da escola do sofrimento, num mundo
onde toda posse material é precária e transitória,
sabei que apenas o ouro sagrado da experiência na
dor e no trabalho pode comprar o palácio de vossa
Evita o excesso de adorno.
liberdade.
De ovelha muito louçã
Toda gente se aproxima
Emmanuel.
E todos desejam lã.
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Não peças à Providência
Muito almoço, muita ceia,
Que dc carne farta c gorda
A sepultura está cheia.
O MESTRE E AS O P I N I Õ E S
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a Deus, mas a incompreensão se manifestou de pronto.
Socorria os obsidiados de todos os matizes, con- Por que socorrer inimigos e verdugos? Como entre-
ferindo-lhes tranqüilidade aos corações; no entanto, gar-se sem defesa à perseguição dos sacerdotes? Como
a ignorância não o desculpava. Que razões o detinham interpretar semelhante covardia, no momento mais vivo
no esclarecimento aos espíritos das trevas? Não teria da missão nova? Não seria melhor desertar, entregando
combinações secretas com Satanás? o Mestre à sua sorte?
Interessou-se pela renovação espiritual de Ma- Até o derradeiro instante na cruz, ouviu o Se-
dalena. Os próprios amigos estranharam-lhe o con- nhor as mais estranhas opiniões, os mais contraditó-
duta. Por que tamanha atenção para com uma rios pareceres do mundo, mas a todos respondeu com
pecadora comum? o bendito silêncio de seu amor, porque bem sabia que,
Aceitou o oferecimento gentil dos publicanos, acima de tudo, lhe cumpria atender à Vontade do Pai
comendo à mesa de pessoas afastadas da lei; todavia, e que os homens só poderiam compreender-lhe o tra-
a perversidade não lhe compreendeu a disposição fra- balho augusto, à medida que desenvolvessem os ouvi-
terna. N ã o seria ele simples comilão e beberrão? dos de ouvir e os olhos de ver, a capacidade de sentir
Dedicou longa palestra à samaritana pobre e e a resolução de se realizarem espiritualmente, à luz
desviada. A malícia, porém, não lhe entendeu a lição do Evangelho no longo caminho de sucessivas reen-
divina. Por que se demorava em conversação com carnações.
semelhante mulher, que já possuíra cinco maridos?
Ensinava as verdades eternas, por amor às cria- Emmanuel
turas, mas, não raro, ao terminar as pregações subli-
mes, a desordem estabelecia tumultos. Não era ele
anônimo operário de Nazaré? A que títulos poderia
aspirar, além da carpintaria da sua infância?
Confiando nos companheiros, falou-lhes do seu
testemunho, diante das verdades do Pai, prevendo
lutas, desgostos, sacrifícios e humilhações; todavia, a
inconformação apossou-se do próprio Pedro e chove-
ram protestos. Por que o anúncio descabido de tantas
flagelações e tantas dores? Não era o sofrimento in-
compatível com a realização de um Messias que vinha
de tão alto? Não teria Jesus enlouquecido?
Diante da revolta de Simão, em frente dos vara-
paus, pediu-lhe o Mestre serenidade e sensatez, para
que não fosse perdido o ensejo da suprema fidelidade
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Devotou-se a toda gente
Em sua missão de amor.
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Servidores do povo — buscam interesses privados.
Lavradores — abandonam a terra.
Trabalhadores — escapam do serviço.
Gozadores temporários — entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho — apanham borboletas A DIVINA LIÇÃO
da fantasia.
Desfrutam a existência — assassinando-a em si
próprios. Quando o Grande Processado
Possuem os bens da Terra — acabando possuídos. Ouviu a condenação,
Reclamam liberdade — submetendo-se à escravidão. O povo esperava, aflito,
Mas chega, um dia — porque há sempre um dia mais Os gestos de reação.
claro que os outros,
Em que a morte surge — reclamando trapos velhos. . . Não se dizia emissário
O tempo recolhe, então, apressado — as oportunidades Da majestade de Deus?
que pareciam sem fim. . . Por que dobrar-se humilhado
E o homem reconhece — tardiamente preocupado, À tricas de fariseus?
Q u e a Eternidade infinita — pede contas do minuto. . .
Não se afirmava o Senhor?
André Luís Não era o Divino Mestre?
Por que curvar-se à injustiça
No campo da dor terrestre?
Vencido e dilacerado,
O sangue a empapar-lhe a fronte,
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Contemplava, angustiado.
A fímbria azul do horizonte.
A. dos Anjos
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— Ensinara a resistência ao crime e às tenta-
ções. . . Por que se entregava, assim, como desordeiro
vulgar?
— Não seria vergonha atender a missionário
N O ESCÂNDALO DA CRUZ como aquele, incapaz de qualquer reação? Entretanto,
um dia, indignara-se no templo, perante os mercado-
res infiéis. . .
— Que razões o moviam a não recorrer à jus-
Finda a crucificação, espraiou o Mestre o olhar
tiça do mundo?
pela turba inconsciente. As opiniões contraditórias do
povo alcançavam-lhe os ouvidos. Ocultavam-se os be- — Contrariamente, a toda expectativa, aceitar a
neficiários de seu amor. Era constrangido, agora, a prisão sem resistência!
permanecer entre o insulto dos acusadores e o escárnio — Deixou-se conduzir como criança pela pior
da multidão. companhia, submeteu-se aos açoites e b o f e t a d a s . . .
Angustiado, identificava a maioria dos sem- — Deixou-se vestir de uma túnica escandalosa,
blantes. ele que era simples e sóbrio por excelência, nem re-
clamou contra os espinhos com que lhe coroaram a
Ali, comprimiam-se pessoas da cidade que lhe co-
fronte. . .
nheciam a missão divina; mais além, acotovelavam-se
romanos aos quais socorrera, generoso, ou romeiros — Aceitou a cruz como se a merecesse e, por
de regiões diversas, que lhe deviam favores e benefí- fim, ó ridículo supremo!, não se revoltou quando o
cios. Quase todos haviam comparecido à festividade exibiram no madeiro, seminu, sob apupos e gargalha-
de sua entrada triunfal em Jerusalém, comentando-lhe das . . .
o feito, na ressurreição de Lázaro, ou recordando-Ihe, Jesus ouvia as opiniões que se entrechocavam,
entusiasmadamente, a virtude, a cooperação, o ânimo e guardando silêncio.
o serviço. Onde estaria o Evangelho, se reagisse? Para
onde enviaria os seguidores de sua palavra se lhes
Não haviam decorrido muitas horas e as mesmas
abrisse no coração a sede de vingança? Que seria do
bocas ridicularizavam-no, sem piedade.
Reino de Deus, se pretendesse um reino dominador
— Por que não reagira, em recebendo a ordem
na Terra? Onde colocaria a Justiça do Pai, se tam-
de prisão?
bém duelasse com a justiça dos homens? Onde situava
— Não seria razoável a fuga dos discípulos
o auxílio divino, de que era portador, se não descul-
diante de sua tolerância em frente aos sequazes dos
passe a ignorância. Como demonstraria o amor de
sacerdotes? que se fizera pregoeiro, lançando chamas de cólera,
— Não salvara a tantos? Por que não remediara exigindo reivindicações e castigando os escarnecedo-
a si mesmo?
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res, já de si mesmos tão infelizes? Deveria acusar
publicamente os organizadores do escândalo, dando-
-lhes pasto aos sentimentos perversos ou deveria tratá-
-los com o silêncio, para que tivessem de enxergar a
C O R A Ç Ã O DO M U N D O
si próprios.
O Mestre espraiou o olhar pela multidão desvai-
rada, lembrou-se dos amigos distantes e fixou os
adversários presentes, meditou nas profundas pertur-
Pátria de luz da bem-aventurança,
bações da hora em curso, considerou as necessidades
Sobre as tuas vastíssimas estradas.
espirituais de cada homem, compreendeu o imperativo
Fala o Mestre do Amor e da Esperança,
da vontade de Deus e, já que era indispensável dizer
Como outrora, entre ovelhas desgarradas. . .
alguma coisa, movendo os lábios na direção do futuro
de sua doutrina, levantou os olhos da Terra para os
Vives nos bens da fúlgida aliança
Céus e murmurou compassivo:
Que te ofertam as almas bem amadas,
— **Perdoai-lhes, meu Pai, porque não sabem o
Nutrindo-te das flores de Bonança,
que f a z e m . . . *
Filhas de um sol de novas alvoradas!
Emtnanuel
No teu seio de amor augusto e grande,
Eis que a luz evangélica se expande,
Em clarões de ciência e de bondade.
Pedro D'ÀIcântara
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de todas as estradas das criaturas humanas, na hu-
mildade e no amor, buscou identificar os labores de
todos os povos entre si, mas a civilização ocidental
não soube guardar as valorosas virtudes de seus an-
tepassados.
PÁTRIA DO EVANGELHO Um véu de sombras procurou perpetuar a
ignorância no coração da humanidade sofredora.
Novas missões coletivas foram dadas às nacio-
nalidades do globo que, abusando da sua linha de
Como as individualidades, também as pátrias emancipação e liberdade, em considerável maioria, se
surgem no vasto cenário das civilizações, com funções entregaram à sinistra embriaguez do imperialismo e
definidas, no concerto dos povos e assim como o ho- da ambição, fazendo jus às mais dolorosas expiações,
mem isolado possui uma zona de liberdade de ação, quais as que se verificam, desde muito, na totalidade
na teia de circunstâncias da vida coletiva, também às dos países europeus.
nações é conferido, do Alto, o direito de agir, no ca- Mas o relógio da evolução universal não pode
minho das decisões de natureza coletiva, no âmbito de estacionar, em face da defecção dos homens. A hora
serviços que lhes compete desempenhar na grandiosa do Cristo há de soar, no momento oportuno. É por
oficina da evolução humana. isso que, multiplicando-se em atividades, o mundo es-
A História é a bíblia sagrada dessas noções de piritual, sob a determinação augusta do Divino Mes-
direitos e deveres isolados dos povos, objetivando-se tre, transplantou para a América a árvore maravi-
a construção do progresso universal. lhosa da fraternidade e da paz , a cuja sombra
Enquanto os israelitas organizavam as luzes reli- cariciosa e divina, vamos encontrar o Brasil, sob a
giosas para o futuro do mundo, os fenícios erguiam luz do Cruzeiro, desempenhando a tarefa significadora
as bases econômicas dos fenômenos da troca para a de Pátria do Evangelho.
subsistência da vida material. Enquanto os gregos pes-
cavam as pérolas da filosofia, no oceano imenso de
Emmanuel
suas atividades espirituais, os romanos preparavam os
princípios de direito para a vida prática.
Cada pátria é uma colmeia de trabalhadores fa-
bricando o mel de sabedoria da experiência, nos esfor-
ços purificadores e dolorosos, a caminho da absoluta
união de toda a família universal.
Com o advento do Cristo, há dois mil anos, feli-
citavam-se os horizontes do planeta, com um roteiro
novo e definitivo. O Evangelho, com a simplificação
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Nem todo o dia no mundo
Será de júbilo e mel,
Mas se buscas Jesus Cristo
Segue sempre e sê fiel.
Agradece à Providência
O tempo vestido em flor
E louva o Senhor da Vida
Nos dias de tua dor.
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para que anunciassem o Reino de Deus, conclamando
as criaturas à sua justiça.
Essa, ainda, a nossa função, regressando aos
ambientes de estudos evangélicos, dos caminhos que
a morte nos revelou aos corações. Nossa missão é
CRISTIANISMO RESTAURADO essencialmente religiosa, na restauração da fé viva e
na revivência das tradições simples dos tempos
apostólicos.
Espiritismo religioso? Sim. Somente o Cristianis- Compreendemos a sede e a angústia dos homens
mo restaurado pode salvar o mundo que se perde. menos esclarecidos, interpelando os planos invisíveis
Respeitamos a ciência honesta, entretanto, desa- para satisfazer impulsos primários de suas indagações,
provamos o cientificismo pretensioso que intenta mas temos de dosar as lições como quem sabe o obje-
converter consciências livres em cobaias humanas. tivo a atingir.
Admiramos a filosofia digna desse nome, todavia, Continuemos, pois, em nosso esforço reconstru-
desestimamos os sofismas e as dissenções infindáveis, tivo da fé, porquanto no mundo atormentado pela fome
a detrimento da obra construtiva do sentimento. de cobiça, flagelado pela guerra e ferido por misérias
de toda torte, não seria justo agravar as desordens
Claro que o mundo permanece repleto de enigmas
do pensamento, com ignorância deliberada dos impe-
surpreendentes, desde o primeiro instante de aglutina-
rativos da tolerância.
ção atômica no mecanismo planetário. A Terra,
porém, é uma escola e ainda não chegamos, na condi- O campo oferece um momento próprio à semea-
ção de desencarnados, a ser enciclopédias individuais, dura e a semente possui o seu dia de germinação,
nem podemos subtrair a lição aos estudantes da vida, como a árvore que atingirá a época adequada de fru-
invertendo as leis justas que regem as forças evolu- tificação.
tivas. Tenhamos paciência e prossigamos em nosso tra-
Se a verdade tem o seu preço em esforço próprio balho pacífico.
daquele que a investiga, é razoável que cada aprendiz Não temos a presunção de pedir o atestado de
caminhe com os próprios pés, ouça com os ouvidos óbito das escolas religiosas existentes na atualidade
que lhe pertencem e veja com os olhos que possui. do mundo, nem desejamos estabelecer a luta dogmá-
Jesus não permite que os mortos se levantem dos tica e sectarista entre as várias correntes cristãs, tão
túmulos para fomentar as discórdias regionais ou divididas entre si.
incentivar as rixas domésticas. Não concedeu o Se- Nosso objetivo é diferente. Desejamos tão só
nhor aos discíulos a luz divina do Pentecostes para reavivar a crença pura, a fim de que o homem, na
que estabelecessem novas dissenções entre romanos qualidade de herdeiro divino, possa entrar na glória
e gregos, publícanos e fariseus, mas simplesmente
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espiriiual da compreensão de Jesus Cristo, inaugu-
rando novos caminhos à evolução do pensamento re-
ligioso.
Longo e penoso é o trabalho, bem o sabemos. SÚPLICA À MÃE SANTÍSSIMA
Entretanto, não teremos estradas novas sem o sacri-
fício daqueles que calejam as mãos nos desbravamen-
tos e sacrifícios. Anjo dos bons e Mãe dos pecadores ;
Que Jesus, pois, nos inspire a ação e nos for- Enquanto ruge o mal, senhora, enquanto
taleça. Reina a sombra da angústia, abre o teu manto,
Demonstrai vossa fé com os atos de vossa vida. Que agasalha e consola as nossas dores.
O mundo está cheio de palavras, pregações e polê-
micas. Muitos ensinam, poucos aprendem. Quase to-
Nos caminhos do mundo, há treva e pranto
dos mandam. Raríssimos obedecem. Sede, portanto,
No infortúnio dos homens sofredores,
os sermões vivos e silenciosos da fé nova e continue-
Volve à Terra ferida de amargores
mos a cooperar pela restauração do cristianismo puro.
O teu olhar imaculado e santo!
no setor religioso que o Divino Mestre nos confiou,
porque, em verdade, observando a destruição e o mor-
ticínio, as trevas e as perturbações que atormentam o Ó Rainha dos Anjos, meiga e pura,
mundo, somos forçados a reconhecer que sem a fé não Estende tuas mãos à desventura
E ajuda-nos, ainda, Mãe piedosa!
podereis sair dessa imensa noite que vos obscurece o
entendimento; sem o Evangelho de Jesus, sentido e
Conduze-nos às bênçãos do teu porto
aplicado, não haverá concórdia entre as nações e sem
E salva o mundo em guerra e desconforto,
Deus estaremos perdidos.
Clareando-lhe a noite tormentosa. . .
Emmanuel
Bittencourt Sampaio
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Na ausência do homem, os animais grosseiros
buscam-lhe os benefícios. A lesma percorre-lhe os ga-
lhos, o lobo goza-lhe o refúgio.
Seu trabalho, porém, não se circunscreve ao plano
A ÁRVORE UTIL visível. Movimentando todas as suas possibilidades,
o vegetal precioso esforça-se e respira, para que as
Vão e voltam viajores. Sucedem-se os dias inin- criaturas respirem melhor, em atmosfera mais pura.
terruptos. O mordomo da terra, no entanto, quase nunca
A árvore útil permanece, à margem do caminho, lhe vê o serviço integral, não lhe conhece os sacrifí-
atendendo, generosamente, aos que passam. cios silenciosos e jamais relaciona a totalidade das
Mergulhando as raízes na terra, protege a fonte dádivas recebidas. Raramente, dá-lhe um punhado de
próxima, alentando os seres inferiores, que se arras- adubo e nunca se informa, respeito à invasão dos
tam no-solo. Recolhendo o orvalho celeste, na fronde vermes para defendê-la. convenientemente. Conhecen-
alta, atende aos pássaros felizes que cortam os céus. do-lhe apenas o concurso econômico, ameaça-a todos
Costuma descansar em seus braços a serpente os dias, com o machado destruidor, se a colheita des
venenosa. Na folhagem, as aves pacíficas tecem o ni- benefícios tangíveis oferece expressão menos abun-
nho. A andorinha errante e exausta ganha força nova dante.
em seus galhos, enquanto o filhote mirrado ensaia o A árvore generosa, porém, continua produzindo
primeiro vôo. e alimentando, servindo e espalhando o bem, nada es-
O viandante repousa à sua sombra. perando dos homens, mas confiando na garantia eterna
O botânico submete-a a estudos demorados e ex- de Deus.
periências laboriosas.
A agricultura apossa-se-lhe das sementes. Médiuns dedicados a Jesus, fixai a árvore útil
Pede-lhe o doente a substância medicamentosa. como símbolo de vossas vidas!. . . Dilacerados e per-
O faminto exige-lhe frutos. seguidos, incompreendidos e humilhados, alimentando
Os jovens arrebatam-lhe as flores. vermes e pássaros, auxiliando viajores felizes e infeli-
O podador reclama-lhe o fogo de inverno. zes, continuai em vosso ministério sublime de amor.
Não raro, seus ramos são conduzidos às câmaras não obstante a indiferença do ingrato e o escárnio da
mortuárias, onde chovem as lágrimas de dor ou aos foice, convencidos de que, enquanto o machado do
adornos de praças festivas, onde vibram gargalhadas mundo vos ameaça, sustenta-vos. na batalha do bem,
de ironia da multidão. o invisível manancial da Providência Divina.
Em seu tronco respeitável, muitos servos do cam-
po experimentam o gume afiado da foice ao deixar o Emmanuel
rebolo.
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No cruzeiro do sovina
De sentimentos escravos,
Tem o demônio, ao dispor,
Noventa e nove centavos.
ADÁGIOS
Na tempestade, na luta,
Na ameaça, no atoleiro,
É que encontramos, de fato,
O pulso do cavalheiro.
Não compliques teu caminho
Simplicidade é um dever.
Preguiça é como a ferrugem
Por mais alto voe a garça
Que ataca bigorna e malho;
Descerá para comer.
Consome com mais presteza
Que os atritos do trabalho.
Estima a frugalidade.
Depois de ruído e festa, Na jornada para Deus,
Há sempre dor de cabeça, Quem possui casa e moinho
Coceira e calor na testa. Precisa muito cuidado
Para andar em bom caminho.
Tens filhos para educar?
A alegria que não passa
Não te apaixones, de leve. . .
E que não fere ninguém,
Recorda que para o corvo
Nasce forte, rica e pura
O filho é de arminho e neve.
Naquele que faz o bem.
- Ill -
A ciência analítica, a filosofia especulativa po-
dem fazer muito pelo Espiritismo, dentro de seus mé-
todos experimentais, mas, sem a claridade religiosa,
oriunda das ilações dc campo doutrinário, estaria eie
destinado a representar um papel tão h u m a n o e tão SEMENTEIRA
transitório, como o das mais notáveis filosofias que
o precederam, abrindo as janelas douradas de seus cas-
telos teóricos no mundo, acenando às almas com o
jogo das palavras, mas passando. . . passando sempre, "Mamãe, — pergunta a pequena.
um curso do tempo, acabando mumificadas no sarcó- Contemplando a sementeira, —
fago das bibliotecas esquecidas. Por que razão há marmelos
Os espiritistas sinceros devem saber que a ciência Ao lado da pimenteira?'*
e a filosofia do Planeta são um conjunto de verdades
provisórias. Suas equações variam de cérebro a cére-
bro, como de escola para escola. Sem estabilidade no "É verdade, Manoelita. —
Responde a mãe carinhosa,
tempo, ambas acompanham os vôos do sentimento, de
— A natureza é cartilha
quando em quando aceso pela fagulha do gênio, que
Da lição silenciosa.
despreza a rotina e o convencionalismo, para iluminar
a estrada do futuro infinito. Só o sentimento é bastante
grande para elevar-se da esfera comum, quebrando as A origem de cada coisa
fórmulas rasteiras. Pertence à sabedoria
£ por essa causa justa que o espiritista cristão, D'Aquele que fez o Sol,
invocando o raciocínio, em todos os instantes da vida, A Noite, o Luar, o Dia.
não deve esquecer sua iluminação própria na fé, de
sua elevação sentimental, de sua riqueza interior, em Mas notemos no canteiro
suma, de seu aperfeiçoamento individual, na lei do A sugestão que ele encerra —
esforço próprio. E é ainda por isso que todos os tra- Duas plantas diferentes,
balhadores espirituais da grande causa centralizam os Nascidas da mesma terra.
seus ensinamentos em Cristo Jesus, fundamento de
toda a verdade sobre a Terra e Modelo Supremo de
todas as criaturas humanas, em face de sua necessidade A pimenta, muitas vezes,
imediata de renovação interior. Fere a boca descuidada;
Ao passo que agrada sempre
Emmanuel O gosto da marmelada.'*
- 112 - - 113 -
E, enquanto a menina ouvia,
Refletindo, atenciosa,
A palavra maternal
Concluía, generosa:
COMO CONHECER OS ESPÍRITAS
— "Nossa existência no mundo,
Em todos os seus minutos, Sendo o Espiritismo, antes de tudo,
uma filosofia religiosa, como conhecer
É como o solo amoroso os verdadeiros espíritas?
Sempre disposto a dar frutos.
115 -
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^9
^ í
incessantemente ministradas. Os entendedores legíti-
m
mos da doutrina não são aqueles que se apaixonam nos
círculos esterilizadores das palavras da polêmica mas
justamente os que se saturam da tolerância e da sere-
nidade evangélicas, cooperando com o seu esforço para
AVANTE IRMÃOS
que as leis fraternas da caridade cristã sejam devida-
mente compreendidas e postas em prática.
Estes últimos, considerados aqueles de boa vonta-
de aos quais se refere o Evangelho em suas lições di- Amigos enquanto o mundo
vinas, ignoram se há dogmas e princípios religiosos Se despedaça no mal,
separando os espíritos na Terra; todos os homens são Procuraremos no Evangelho
seus irmãos, necessitados de sua amizade e de seu cari- A luz espiritual.
nho. E, fechando os olhos para os erros alheios, fazem
da existência terrena um apostolado sublime de humil- Façamos do Espiritismo
dade, caridade e perdão. Com Jesus no coração
A bússola da verdade
Emmanuel Em nossa religião.
Há tropeços no caminho,
Perseguições, morte, cruz?
Em meio da tempestade,
Guardai a paz de Jesus.
Casimiro Cunha
- 116 - - 117 -
embuste rodearam o Evangelho, enegrecendo-lhe as
páginas e a figura luminosa do Cristo foi adaptada
por todas as filosofias, por todas as escolas e interes-
ses particulares. O Evangelho serviu de instrumento
para lutas e morticídios. Os homens, tocados de egoís-
O EVANGELHO mo e ambição, procuraram torcer-lhe o ensinos, como
se estes se constituíssem de textos de leis humanas e
falíveis. Raros corações entenderam o amai-vos da li-
ção imorredoura do Sublime Enviado. E o resultado
Entre a Manjedoura e o Calvario, guarda-se a da grande incompreensão é presentemente vivido pela
lição eterna do Cristo. Na primeira, ergue-se a humil- vossa época de supremas angustias.
dade, clarificando o caminho dos homens; no segundo,
erguem-se a esperança e a resignação na Providência Será, talvez, ociosa a vós outros nossa insistencia
Divina. no exame da civilização em curso, falha de valores
espirituais. Acresce notar, porém, que o nosso esforço
Nesses dois capítulos, imensos pela sua expressão deve caracterizar-se pelo trabalho de encaminhar a luz
simbólica, encerra-se todo o monumento de filosofias divina ao vosso entendimento. O mundo, na atualida-
do cristianismo. de, experimenta transições angustiosas e rudes. Para
a culminância da luta deste crepúsculo de civilização,
Vinte séculos decorreram. a corrida armamentista, no Planeta, custa às nações
Os primeiros mártires da fé edificaram as bases fabulosas fortunas por dia, ignorando-se, na estatística
da doutrina do Crucificado sobre a face do mundo. exata, os elementos despendidos na educação do povo
Uma luz poderosa irradiava-se da cruz, iluminando e na assistência às massas.
as estradas da evolução em todo o Planeta. Todos os
No entanto, os políticos, os falsos sacerdotes e
deuses do politeísmo romano desapareceram dentro do
todos os cientistas da Terra enganam-se em suas in-
novo conhecimento da verdade. A poesia grega, que
gratas cogitações. A direção do orbe pertence a Je-
ainda era a fonte essencial da inspiração do mundo,
sus, cuja mão divina permanece no leme, apesar da
teve as suas bases regeneradas pela doce lição da Di- escuridão da noite e não obstante a força destruidora
vina Vítima. da procela.
^ Mas, a ambição de domínio sobrepõe-se ao sa- Os grandes gênios da Espiritualidade Superior
crifício e ao martirio. O imperialismo romano não reúnem-se no Infinito, examinando o curso dos huma-
tardou a se manifestar, travestido nas mitras episco- nos destinos e, enquanto lembrais, em vossa assem-
pais, e a grande lição do Calvario foi esquecida, no bléia humilde, o vulto luminoso da cruz, prepara-se
abismo das exterioridades religiosas. A má fé e o
119 -
- 118 -
In. *
no ilimitado um novo dia para o conhecimento ter-
restre.
O cristianismo marcou uma era diferente e os
séculos futuros viverão à claridade de uma outra luz A CRUZ
que, em breve, raiará nos horizontes da Terra, para
o coração aflito e sofredor da Humanidade. * h *
Emmanuel — "Minha mãezinha, — interroga
A pequena, olhos em luz, —
Por que razão nosso Mestre
Preferiu morrer na cruz?
O Horto de Solidão,
O Calvário do Tormento
São convites do Senhor
*•
a
À luz do desprendimento.
E a Cruz é a realidade
Sem qualquer flor de ilusão,
Sem a qual não chegaremos
À paz da Ressurreição."
)oao de Deus
- 121 -
- 120 -
Semelhante estado de coisas, porém, nunca será
imposto por armas ou decretos humanos. Representará
o amadurecimento da consciência coletiva na com-
preensão dos legítimos deveres da fraternidade e so-
P E R G U N T A E RESPOSTA mente surgirá, no mundo, por efeito do conhecimento
e da educação de cada indivíduo.
Emmanuel
Como devemos encarar o comunismo cristão?
J
ALÉM DA M O R T E LEMBRANÇA F R A T E R N A L
AOS ENFERMOS
- 125 -
terrestre. Somos espíritos imortais c esses microor- Entretanto, no capítulo das enfermidades que bus-
ganismos são naturalmente intoxicados, quando os vi- cam a criatura, necessitamos considerar que todas têm
ciamos ou aviltamos, cm nossa condição dc rebeldia ou sua função justa e definida.
dc inferioridade. As moléstias dificilmente curáveis, como a tuber-
Os estados mórbidos são reflexos ou resultados culose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o
dc nossas vibrações mais íntimas, câncer, são escoadouros das imperfeições. A epidemia
é uma provação coletiva, sem que essa afirmativa, no
Não trates as doenças com pavor c desequilíbrio
entanto, dispense o homem do esforço para o sanea-
das emoções. Cada uma tem uma linguagem silenciosa mento c higiene de sua habitação. Há dores íntimas,
e se faz acompanhar dc finalidades especiais. ocultas ao público, que são aguilhões salvadores para
A hepatite, a indigestão, a gastralgia, o resfriado, a existência inteira. As enfermidades oriundas dos aci-
são excelentes avisos contra o abuso c a indiferença. dentes imprevistos são resgates justos. Os aleijões são
Por que preferes bebidas excitantes, quando sabes parte integrante das tabelas expiatórias. A moléstia
que a água é a boa companheira, que lava os piores hereditária assinala a luta merecida.
detritos humanos? Por que o excesso dos frios no Vemos, portanto, que a doença, quando não seja
verão e a demasia de calor no tempo do inverno? a advertência das células queixosas do tirânico senhor
Acaso ignoras que o equilíbrio é filho da sobriedade? que as domina, é a mensageira amiga, convidando a
O próprio irracional tem uma lição de simples im- meditações necessárias.
pulso, satisfazendo-se com a sombra das árvores na
secura do estio e com a bênção do sol nas manhãs Desejas a cura; é natural. Mas, precisas tratar-
hibernais. Pela tua inconformação e indisciplina, de- -te a ti mesmo, para que possas remediar ao teu corpo.
sordenas o fígado, estragas os órgãos respiratórios, Nos pensamentos ansiosos, recorre ao exemplo de Je-
aborreces o estômago. Observamos, assim, que essas sus. Não nos consta que o Mestre estivesse algum dia
de cama; todavia, sabemos que Ele esteve na cruz.
doenças-avisos se verificam por causas de ordem mo-
Obedece, pois, a Deus e não te rebeles contra os agui-
ral. Quando as advertências não prevalecem, surgem
lhões. Socorre-te do médico do mundo ou de teu irmão
as úlceras, as nefrites, os reumatismos, as obstruções,
do plano espiritual, mas não exijas milagres que esses
as enxaquecas. Por não se conformar o homem com
benfeitores da terra e do céu não podem fazer. Só
os desígnios do Pai, que criou as leis da natureza como
Deus te pode dar acréscimo de misericórdia, quando
regulamentos naturais para a sua casa terrestre, subme-
te esforçares por compreendê-lo.
te as células que o servem ao desregramento, velha
causa de nossas ruínas. Não deixes de atender às necessidades de teus
órgãos materiais, que constituem a tua vestimenta no
E que dizermos da sífilis e do alcoolismo, pro- mundo, lembra-te, porém, do problema fundamental,
curados além do próprio abuso?
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que é a posse da saúde para a vida eterna. Cumpre
os teus deveres, repara como te alimentas, busca pre-
ver antes de remediar e, pelas muitas experiências
dolorosas que já vivi no mundo terrestre, recorda co- PRECE
migo aquelas sábias palavras do Senhor ao paralítico
de Jerusalém:
• • . . — Eis que já estás são; não peques mais, para
Do teu trono de eternos esplendores
que te não suceda alguma coisa pior.
Derrama, meu Jesus, a luz divina,
Emmanuel
Luz generosa e doce que propina
Vida e consolo aos pobres pecadores.
Bittencourt Sampaio
transcendente de nossas obrigações. Q u a n d o nos refe-
rimos ao dever doméstico, claro que não aludimos à
subserviência ou à escravidão. Referimo-nos à dignida-
de feminina com o Cristo para que todas nos tornemos
devotadas cooperadoras de nossos irmãos. O mau fe-
PARA A MULHER minismo é aquele que promete conquistas mentirosas,
perdido em pregações brilhantes para esbarrar, mais
tarde, em realidades dolorosas. Reconhecemos, porém,
que o feminismo, esse que integra a mulher no conhe-
Na dolorosa situação dos vossos tempos, observa- cimento próprio, é o movimento de Jesus em favor
mos a mulher, de modo geral, indiferente aos seus do lar, para o lar e dentro do lar.
deveres. As ilusões políticas, a concorrência profissio- Felizes, sois, portanto, pela santidade de vosso
nal, os venenos filosóficos invadiram os lares. ministério.
São poucas as companheiras fiéis que se mantêm, Unamos as mãos no trabalho redentor. Seja nossa
nos postos de serviço com Jesus, convictas da transi- casa o grande abrigo dos corações, onde todos temos
toriedade das posições humanas. uma tarefa sagrada a cumprir. Deus no-la concedeu,
Quase sempre, o que se verifica é justamente o atendendo-nos às aspirações mais elevadas e às súpli-
naufrágio de luminosas esperanças, que, a princípio, cas mais sinceras. Cada obstáculo seja um motivo novo
pareciam incorruptíveis e vigorosas. Semelhantes de- de vitória e cada pequena dor seja para nós u m a jóia
sastres são oriundos do esquecimento de que a nossa do escrínio da eternidade.
linha de frente, na batalha humana, é o lar, com todas Deixai que a tormenta do mundo, com suas velhas
as suas obrigações sacrificiais, compelindo as mães, incompreensões, se atenue pelo Poder Divino. Não vos
as esposas, filhas e irmãs aos atos supremos da renun- magoe os ouvidos o rumor das quedas exteriores. Con-
ciação. tinuai na casa do coração, certas de que Jesus estaria
Nosso Mestre é Jesus. Nosso trabalho é a edifi- conosco, sempre que lhe soubermos preferir a compa-
cação para a vida eterna. É imprescindível não olvidar nhia sacrossanta.
que os homens obedecerão, em todas as suas tarefas,
ao imperativo do sentimento. Sem esse requisito, são Eugênia Braga
muito raros os que triunfam. É necessário converter
o nosso potencial de fé em fonte de auxílio.
Nada conseguiremos no terreno das competições
mesquinhas, mas sim na esfera da bondade e da co-
operação espiritual.
Busquemos compreender, cada vez mais, o caráter
- 130 - - 131 -
Canaviais e engenhos poderosos,
E unidos, valorosos,
Foram para o sertão verde renovar as sementes da
vida.
AQUELES VELHOS BANDEIRANTES
Desde então,
Aqueles velhos bandeirantes,
Aqueles velhos bandeirantes Tendo Cristo, no Céu, por companheiro,
Da epopéia paulista, Erigiram nos montes e nos vales
Semeadores da vida e da beleza, As fraternas cidades do Cruzeiro.
Que seguiram a cruz consoladora Entregaram aos índios a cartilha da fé,
Em auxílio amoroso à natureza, Lavraram o chão duro,
Nunca morreram, nunca e s t a c i o n a r a m . . . Semearam as bênçãos do futuro. . .
De quando a quando, bebem no Infinito Deixando a vida nova nos seus trilhos,
Novas forças em luzes surpreendentes, Talharam lealmente
E renascem felizes O esperançoso berço de seus filhos;
No lar amigo de seus descendentes. Obedecendo ao Cristo de bondade
Foram chamar os filhos de outras terras
Velhos trabalhadores do Evangelho, Que desejassem a fraternidade.
Se descobriram ouro e pedrarias, E, reunindo-os nas mesmas leis de amor,
Se gemeram, suando nos trabalhos, Esses espíritos heróicos
Nas grandes matas ermas e sombrias, No ideal renovador,
Jamais obedeceram Acenderam novas luzes,
Ao sentido cruel da ambição destruidora; junto ao Colégio de Piratininga.
Persistiram, lutaram e sofreram,
Vida em fora,
Suas casas-grandes, agora,
Porque eram os amigos bem-amados Em vastas proporções,
Que Jesus enviou a Anchieta.
Não somente se espraiam pela terra amorosa
Mas elevam-se também para o céu,
Depois de ouvirem o apóstolo do Brasil,
Copiando o impulso de seus corações.
Recordaram as promessas sagradas
Jesus multiplicou-lhes os talentos
Do Senhor compassivo E os filhos das bandeiras
E abandonaram tudo nas fazendas, Traçam novos caminhos opulentos
Alegrias, afetos e contendas,
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Aqueles velhos bandeirantes
Nunca se foram para sempre.
•
1 ojv aj\S> a passagem do sepulcro,
Sc não voltam imediatamente,
Continuam no esforço, cm forma diferente. O ESPIRITISMO E A CONTRIBUIÇÃO
Renovando, inspirando, combatendo, CIENTÍFICA
Num sublime trabalho jamais visto
Por um Brasil maior, com Jesus Cristo. O EtpfriiliMH diipenia i conlribulcio científica?
Rodrigues dc Abreu
O Espiritismo não pode prescindir dc suas carac-
terísticas científicas, analisando todos os fenômenos
da sua esfera de influenciação, dentro da razão c da
lógica das coisas.
Todavia, faz-se necessário conhecer até onde po-
deremos chegar com semelhantes contribuições, por-
quanto, trazendo o homem percepções sobremaneira
restritas, há um domínio dc conhecimento superior que
se conserva fechado à sua perquirição.
Portanto, cremos que é preciso estabelecer um
critério entre ciência c sabedoria. Jesus nunca se afir-
mou como sendo a ciência, mas sim como verdade
salvadora do mundo, Ê que a primeira sc constitui
de uma série dc conhecimentos instáveis, porque hu-
manos, caracterizando-se pelas suas contínuas trans-
formações. As verdades da sabedoria, ao contrário,
não repousam na base fictícia dos sentidos e sim na
Luz Infinita, que promana do Espírito, cm suas ma-
nifestações de inteligência e de sentimentos superiores.
Necessitando, pois, da cooperação da ciência, o
corpo doutrinal do Espiritismo tem de repousar na
revelação divina da fé, na filosofia imortalista, na
sabedoria espiritual, enfim, único elemento apto a
135 -
fornecer às coletividades a pedra basilar do progresso
e da regeneração, há tanto tempo esperada.
Consideramos, desse modo, que o espiritualismo,
antes das ciências humanas, em si, que apenas lhe po-
dem servir de colaboradoras, deverá trabalhar no pla- ROGATIVA AO C R U Z E I R O DO SUL
no superior da espiritualidade, elevando os caracteres,
enobrecendo os sentimentos e iluminando os corações.
Pedro d'Alcântara
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os trabalhadores do pensamento, sequiosos de liberta-
ção espiritual. Acorrem todos aos seus estudos, expe-
riências e benefícios.
Urge compreender, todavia, que não se arrebata
a luz divina, através dos aparelhos materiais, com que
À PROCURA DA FÉ
se observam os médiuns humanos, nem se colhe o trigo
eterno da verdade, à força de interrogatórios e impo-
sições.
Enquanto dolorosos fenômenos políticos e sociais A aquisição de qualquer utilidade terrestre exige
afligem os povos do mundo, a alma humana procura pagamento ou compromisso. A obtenção da fé recla-
ansiosamente a fé. ma, por sua vez, determinados valores da natureza es-
Angustiado, desiludido, o homem do século ver- piritual . Buscar-lhe o valor positivo, exibindo um
tiginoso, busca a solução do mistério do destino e do coração carregado de forças negativas das convenções
ser. Ele sabe que as civilizações vieram e passaram, terrestres é o mesmo que reclamar água cristalina da
que as guerras se sucederam às promessas de paz, que fonte, trazendo um cântaro cheio de vinagre e detritos.
numerosos códigos surgiram e desapareceram, que as Não vale experimentar sem entendimento, respon-
afirmações científicas e filosóficas não são as mesmas sabilidade, sinceridade e consciência. A fé, ciosa de
do passado próximo. suas dádivas, não se interessa pelos insensatos, já de
Onde a estabilidade? si mesmos recomendados à piedade do bem.
Na dominação política? Não desconhece que Ale- É por este motivo que Espiritismo sem edifica-
xandre e Napoleão brilharam, como pirilampos, atra- ção do homem interior é simples fenômeno e de fenô-
vés de algumas noites. menos estão repletos todos os recantos da vida. É por
Na cultura intelectual, pura e simplesmente? A isto que a procura da fé, sem a reforma íntima dos inte-
inteligência desvirtuada fortalece os monstros bélicos. ressados, em Jesus Cristo, costuma representar mera
No império dos sentidos? As emoções transitó- aventura da vaidade humana, impermeável à revelação
rias não resolvem o problema fundamental da vida. superior, nas densas trevas dos abismos do eu.
Na satisfação egoística dos interesses individuais?
É possível que a morte física se verifique para cada Emmanue!
lutador terrestre em minuto inesperado.
Aflito, o transviado do País Divino recorre às
religiões antigas, mas o culto externo, aparatoso e con-
vencional, dificulta a visão da consciência.
É por isto que o Espiritismo, em sua feição de
cristianismo restaurado, provoca os interesses de todos
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Padeces atormentado
Na sede do transitório.
- 145 -
Resumindo, somos compelidos a concluir que, em
dernos, as penosas desarmonias do homem físico do
Espiritismo, não basta crer. É preciso renovar-se. Não
planeta, estabelece o Consolador a renovação dos va-
basta apreender as filosofias e as ciências do m u n d o ,
lores mais íntimos da criatura e não poderá executar a
mas sentir e aplicar com o Cristo.
sua tarefa sagrada, na hipótese de seus trabalhadores
abandonarem o esforço próprio, no sentido de operar- Emmanuel
-se o reajustamento das energias morais de cada in-
divíduo.
A capacidade intelectual do homem é restrita ao
seu aparelhamento sensorial; todavia, a iluminação de
seu mundo intuitivo condu-lo aos mais elevados planos
de inspiração, onde a inteligência se prepara, em face
das generosas realizações que lhe compete atingir no
imenso futuro espiritual.
A grande necessidade, ainda e sempre, é a da
evangelização íntima, para que todos os operários da
causa da verdade e da luz conheçam o caminho de
suas atividades regeneradoras, aprendendo que toda
obra coletiva de fraternidade, na redenção humana,
não se efetua sem a cooperação legítima, cuja base
é o esclarecimento sincero, mas também é a abnega-
ção, em que o discípulo sabe ceder, tolerar e amparar,
no momento oportuno.
Para a generalidade dessa orientação moral faz-
-se indispensável que todos os centros de estudo dou-
trinário sejam iluminados pelo Espiritismo evangélico,
a fim de que a mentalidade geral se aplique à luta
da edificação própria, sem fetichismos e sem o apoio
temporal de forças exteriores, mesmo porque se
Jesus convocou ao seu coração magnânimo todos os
que choram com o vinde a mim, vós os que sofreis,
também asseverou tomai a vossa cruz e segui-me!. . .,
esclarecendo a necessidade de experiências edificantes
no círculo individual.
- 147 -
- 146 -
— "Vês, filha? — diz-lhe a mãezinha,
Que buscava meditar, —
Na vida, tudo depende
Do modo de analisar.
OS ÓCULOS
Quem aplique aos próprios olhos
O vidro do pessimismo,
Envolve-se em densas trevas.
Projetando-se no abismo."
Descuidada, a pequenita,
Face rósea de romã,
João de Deus
Revirava, buliçosa,
Os óculos da mamãe.
André Luís
- 152 -
Com o budismo e com o síntoísmo, temos o Japão
c a China mergulhados num oceano de metralha e de
sangue.
Com o Alcorão e com o judaísmo, temos as ne-
A MANJEDOURA fandas disputas da Palestina.
Com o catolicismo, que mais de perto deveria
representar o pensamento evangélico, na civilização
ocidental, vemos basílicas suntuosas e frias, onde já
As comemorações do Natal conduzem-nos o en- se extinguiram quase todas as luzes da fé. Aí dentro,
tendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no com os requintes da ciência sem consciência e do ra-
momento preciso em que a sua mensagem de amor ciocínio sem coração, assistimos a guerras absurdas
felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, da conquista pela força, identificamos o veneno das
ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensina- doutrinas extremistas e perversoras, verificamos a onda
mentos. pesada de sangue fratricida, nas revoluções injustifi-
A Manjedoura foi o Caminho. cáveis e anotamos a revivescência das perseguições
A Exemplificação era a Verdade. inquisitórias da Idade Média, com as mais sombrias
O Calvário constituía a Vida. perspectivas de destruição.
Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá Um sopro de morte atira ao mundo atual supre-
os tesouros da Verdade e da Vida. mo cartel de desafio.
£ por isso que, emaranhados no cipoal da ambi- Não obstante o progresso material, sente a alma
ção menos digna, os povos modernos, perdendo o ro- humana que sinistros vaticínios lhe pesam sobre a
teiro da simplicidade cristã, desgarram-se da estrada fronte. É que a tempestade de amargura na dolorosa
que os conduziria à evolução definitiva, com o Evan- transição do momento significa que o homem se man-
gelho do Senhor. Sem ele, que constitui o transunto tém muito distante da Verdade e da Vida.
de todas as ciências espirituais, perderam-se as cria- As lembranças do Natal, porém, na sua simpli-
turas humanas, nos desfiladeiros escabrosos da impie- cidade, indicam à terra o caminho da M a n j e d o u r a . . .
dade. Sem ele, os povos do mundo não alcançarão as fontes
Debalde, invoca-se o prestígio das religiões nu- regeneradoras da fraternidade e da paz. Sem ele, tudo
merosas, que se afastaram da Religião Única, que é será perturbação e sofrimento nas almas, presas no
a Verdade ou a Exemplificação com o Cristo. turbilhão das trevas angustiosas, porque essa estrada
providencial para os corações humanos é ainda o Ca-
Com as doutrinas da índia, mesmo no seio de
minho esquecido da Humildade.
suas filosofias mais avançadas, vemos os párias mise-
ráveis morrendo de fome, à porta suntuosa dos pago-
Emmanuel
des de ouro das castas privilegiadas.
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Ao longo de Teus caminhos
Sublimes c abençoados,
Surgem trevas pavorosas
De abismos escancarados.
SÚPLICA D O N A T A L
<
Por isso, ó Pastor Divino,
No lugar, onde plantaste
Nos júbilos do Natal,
As árvores da união,
Saudamos a Tua estrela
Vivem monstros implacáveis
De vida excelsa e imortal.
De dor e separação.
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Que o mundo Te guarde a lei
Pela fé que nos conduz
Das sombras de nossa vida
Ao reino de Tua luz!. . .
Casimiro Cunha
FIM
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