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Ji \ i \ n I H : E M

M.\|{( I I \

(IS edição)

Trnta-se d e trabalho
eluliorado p e l o ' D e p a r t a -
Perdas de Além
m e n t o de J u v e n t u d e d a
Federação Espirita Bra-
Hllelrn, c o m a finalidade
de orientar o s moços e
MiuiH Agremiações Juve-
nta q u a n t o à l e g i t i m a
posição q u e d e v e m o c u -
pnr dentro do E s p i r i t i s -
mo Cristão
Nu g é n e r o é a p r i m e i -
ra obra q u e se e d i t a no
llrnsil e no M u n d o . O s
Jovens espiritistas brasi-
l< Iro* d e v e m olhar esto
111'ontecimento c o m o e x -
pressiva v i t ó r i a d o seu
Idealismo r e n o v a d o r e
«onstmtivo.
( >H O i tentadores d e E s -
i n l a s ile E v a n g e l h o e o s
Mentores de Mocidades
i I ii v rui mie* t e r ã o eni
Juv.nltidr rtn Marcha
i r I U r l o B o e auguro ro-
Francisco Cândid
<*~ r— *

Pérolas do Além r

1/ E D I Ç Ã O

1D52

F E D E R A Ç Ã O ESPIRITA B R A S I L E I R A
(Departamento Editorial)
Rua Figueira de Melo, ),10 c Avenida Passos, 50
Rio DE JANEIRO
^ u a s 'paicwras
Acreditamos seja desnecessário fazer-sc a
apresentação de ''Pérolas do Além", porque o
leitor, ao simples manuseio dessa obra, veri-
ficará desde logo tratar-se de um limo original
na, literatura espírita, e notará, também, que
de qualquer de suas páginas flui a mais pura
linfa do pensamento do Além.
Os livros psicografados pelo conhecido mé-
dium Francisco Cândido Xavier estão refertos
de sublimes pensamentos e de extraordinários
ensinos que merecem destacados para que a
todo instante e com facilidade possamos tê-los
sob as vistas, por isso que eles esclarecem a
razão e melhor reajustam os sentimentos às
verdades evangélicas.
Daí o termos ideado a feitura deste livro,
Composto e Impresso
cm forma de dicionário, o que muito facilitará
nas oficinas da
— FEDERAÇÃO —
a consulta acerca dos variados temas que inte-
gram esta obra.
31-RF; 5061-Li; 952
"Pérolas do Além" será, sem dúvida algu-
ma, um livro prestimoso a todos os que têm a

f
missão de difundir a Terceira Revelação, pois
não nos arreceamos em afirmar: as obras psi-
cografadas pelo incomparável médium de Pedro
Leopoldo constituem de fato uma enciclopédia
de Espiritismo.
Sua leitura interessará indubitavelmente
não apenas os espíritas amantes das boas lei- INDICADOR DAS OBRAS
turas, mas também os profitentes de quaisquer
1 — Nosso L a r
outros credos religiosos ou filosóficos, por-
2 — Os Mensageiros
quanto este livro fala realmente à razão e ao 3 — Os Missionários da L u z
coração das criaturas, oferecendo-lhes oportu- 4 — Obreiros da V i d a E t e r n a
nidade a que seu pensamento divague, deslum- 5 — N o Mundo M a i o r
brado, através de uma magnífica floresta de 0 — Libertação
concepções filosóficas e transcendentes! 7 — A g e n d a Cristã

Desde já somos agradecidos a todos os lei- 8 — Caminho, V e r d a d e e V i d a


9 — Pão Nosso
tores que venham a contribuir com as suas
10 — A Caminho da L u z
sugestões e observações, para melhorar ou cor-
11 — Emmanuel
rigir o que exija aperfeiçoamento ou correção.
\2 — O Consolador
Rio, 1.° de Janeiro de 1952. 13 — H á D o i s M i l A n o s
14 — 50 A n o s Depois
15 — Renúncia
SYLVIO BRITO SOARES
10 — Paulo e E s t ê v ã o
17 — R e p o r t a g e n s d e A l é m - T ú m u l o
18 — Brasil, Coração do Mundo, P á t r i a do E v a n -
gelho
19 — B o a - N o v a
20 — Crônicas de A l é m - T ú m u l o
21 — N o v a s Mensagens
22 — V o l t e i
v
23 — L á z a r o R e d i v i v o
24 — L u z A c i m a

í
25 Pontos c Contos
P é r o l a s do A l é m
86 A l v o r a d a Cristã
27 — Jesus no L a r
28 — C a r t i l h a d a N a t u r e z a
29 — P a r n a s o de A l é m - T ú m u l o
30 — V o l t a Bocage
:;i — Mensagens d o Pequeno Morto
32 — Jardim da Infância
A
33 — F a l a n d o à T e r r a
ABORTO

O aborto m u i t o r a r a m e n t e se v e r i f i c a obede-
cendo a causas de nossa esfera d e a ç ã o . E m r e g r a
geral, origina-se d o recuo inesperado d o s p a i s ter-
restres, diante das sagradas o b r i g a ç õ e s assumidas
ou aos excessos de leviandade e inconsciência cri-
minosa das mães, menos p r e p a r a d a s n a responsa-
bilidade e n a compreensão p a r a este ministério
d i v i n o . E n t r e t a n t o , m e s m o aí, encontrando v a s o s
matei iiais menos dignos, tudo fazemos, por nossa
v< /., pura opor-lhes resistência a o s p r o j e t o s de f u g a
ao dever, quando essa f u g a representa m e r o capri-
cho dft Irresponsabilidade, s e m qualquer base e m
pi >.»•.• uiiia-i r.lil K-antes. Claro, porém, que a nossa
lutei ferem In no assunto, em se tratando de luta
aborta contra nossos a m i g o s reencarnados, t r a n -
sitoriamente esquecidos d a o b r i g a ç ã o a cumprir,
(riu l}-uiiliin<nti- n : i : cus l i m i t e s . Se os interessa-
•I i. i<min nas decisões espirituais, perse-
verara sistematicamente c o n t r a nós, somos com-
pelidos a deixÀ-Ion entregues à p r ó p r i a s o r t e . D a í
a raafto de oxlstirem m u i t o s casais humanos, abso-
liitanieiili .« I H i I H doa filhos, visto que anula-
ram M M p i o p n a a faculdades g e r a d o r a s . Quando n ã o
proeodei um de rn inelliiinle modo no presente, 3e-
quiosos do satisfação ogoistica, a g i r a m assim, n o
passado, determinando sérias anomalias n a o r g a -
nizarão psíquica que lhes é peculiar-. N e s t e último
caso, e x p e r i m e n t a m dolorosos periodos d e solidão
e sede afetiva, até que r e f a ç a m , dignamente, o pa-
AGRADAR
t r i m ô n i o de veneração que t o d o s nós d e v e m o s à s
leis de D e u s . ( 3 )
A g r a d a r a todos é m a r c h a r p e l o caminho l a r e o
T?*r2 t a
.
s m e
«n t
c o n v e n ç ã o . S e r v i r a Deus
i r d a

é t a r e f a que d e v e e s t a r acima de tudo e, p o r v e z e s


ACONSELHAR nesse s e r v i ç o divino, é natural que desagrademos
aos mesquinhos interesses h u m a n o s . ( 1 9 )
A c o n s e l h a r é sempre útil, m a s aconselhar e x -
cessivamente p o d e t r a d u z i r esquecimento de nossas
obrigações. ( 2 )
AGUA

A água, no mundo, n ã o somente carreia os


AFEIÇÃO resíduos dos corpos, m a s t a m b é m as expressões de
nossa v i d a m e n t a l . S e r á n o c i v a n a s mãos p e r v e r -
— A simpatia ou a antipatia t ê m as suas sas, útil nas m ã o s g e n e r o s a s e, quando e m m o v i -
raízes profundas n o espírito, na sutilíssima e n t r o - mento, sua c o r r e n t e n ã o só espalhará bênçãos de
s a g e m dos fluidos peculiares a cada u m e, quase vida, m a s constituirá i g u a l m e n t e u m veículo da
sempre, de m o d o geral, atestam u m a r e n o v a ç ã o de P r o v i d ê n c i a D i v i n a , absorvendo a m a r g u r a s , ódios
sensações experimentadas pela criatura, desde o c ansiedades d o s homens, lavando-lhes a casa m a -
p r e t é r i t o delituoso, e m iguais circunstâncias. terial e purificando-lhes a a t m o s f e r a í n t i m a . ( 1 )
Devemos, porém, considerar que toda antipatia,
aparentemente a m a i s justa, d e v e m o r r e r p a r a d a r
l u g a r à simpatia que edifica o coração p a r a o t r a -
AGUILHÃO
balho construtivo e l e g í t i m o da f r a t e r n i d a d e . ( 1 2 )
Obedece a Deus e passa,
V i v e s e m p r e atento a i s t o :
AFIRMAÇÕES Todo^ a g u i l h ã o que t e f e r e
E ' bênção de Jesus-Cristo. ( 2 8 )
S ó devemos dizer aquilo que o coração pode
t e s t i f i c a r m e d i a n t e atos sinceros, porque, de outra
f o r m a , a s afirmações são simples ruído sonoro de AJUDAR
uma caixa v a z i a . ( 1 9 )
N i n g u é m ajuda eficientemente, intensificando
a s f o r ç a s contrárias, c o m o n ã o se p o d e a p a g a r na
T e r r a um incêndio com p e t r ó l e o . E ' indispensável
AFLIÇÃO
a m a r ! O s que descrêem perdem o r u m o v e r d a d e i r o ,
A aflição não constrói, a ansiedade não edifica. peregrinando p e l o d e s e r t o ; os que erram se des-
Saibamos ser d i g n o s do clarim do Senhor, atenden- v i a m da e s t r a d a real, m e r g u l h a n d o n o pântano. ( 1 )
do-lhe a V o n t a d e D i v i n a n o t r a b a l h o silencioso, em
nossos postos. ( 1 )
E' necessário imii^a c o r a g e m e muita renúncia

( f
pura ajudar a quem nada compreende d o auxílio Estende a m ã o fraterna ao que ri e ao que
quo se lhe o f e r e c e . ( 1 )
[chora:
* O palácio e a choupana, o ninho e a sepultura,
T u d o o q u e v i b r a espera a luz que resplendora,
Quase t o d a s as pessoas t e r r e s t r e s , que se v a - N a e t e r n a l e i d e a m o r q u e c o n s a g r a a criatura.
lem d e nossa cooperação, se sentem n o d i r e i t o de
Planta a bênção da paz, como raios de aurora
d u v i d a r . E ' m u i t o r a r o s u r g i r u m companheiro que
se sinta c o m o d e v e r de a j u d a r . ( 3 ) N a s t r e v a s d o ladrão, n a d o r d a a l m a perjura,
I r r a d i a o perdão e a t e n d e , mundo a f o r a ,
Onde c l a m e a r e v o l t a e onde e x i s t a a a m a r g u r a .

Agora, hoje e amanhã, compreende, ajuda e


A j u d a r n ã o é i m p o r . E ' a m p a r a r , substancial-
mente, sem p r u r i d o s d e personalismo, p a r a que o [passa;
beneficiado cresça, se ilumine e seja feliz p o r si E s c l a r e c e a a l e g r i a e consola a desgraça,
mesmo. ( 7 ) Guarda o anseio d o b e m q u e é l u m e peregrino...
X'',' * N ã o troques mal por mal, f o g e à sombra e à
[vingança,
A j u d a n o caminho p a r a q u e o u t r o s t e bene-
N ã o t e a f l i j a a miséria, a r r i m a - t e à esperança,
f i c i e m . N e m todos os instantes pertencem à pri- Seja a bênção de a m o r a luz d o teu d e s t i n o .
m a v e r a . Sê compassivo e g e n e r o s o ! O r i c o pede ( 2 9 ) Alberto de Oliveira.
cooperação f r a t e r n a l , a f i m de que a f o r t u n a o n ã o
encegueça; e o p o b r e reclama concurso, p a r a que
a escassez não o conduza ao d e s e s p e r o . ( 2 5 ) ALEGRIA

* A a l e g r i a também, quando excessiva, costuma


castigar o coração. ( 1 )
O homem q u e ajuda p o r v a i d a d e e ostentação,
quase sempre, e m pouco tempo, cria p a r a si m e s m o
o hábito d e auxiliar, a t i n g i n d o sublimes v i r t u d e s . ALIMENTAÇÃO
A q u e l e , p o r é m , q u e m u i t o fiscaliza o s beneficiados
e raciocina com excesso quanto a o " d a r " e a o " n ã o T u d o se equilibra n o a m o r i n f i n i t o d e Deus, e,
d a r " converte-se, não r a r o , e m calculista da piedade, quanto mais e v o l v i d o o s e r criado, m a i s sutil o pro-
a endurecer o coração p o r séculos numerosos. ( 2 6 ) cesso d e a l i m e n t a ç ã o . ( 1 )

*
ALIMENTOS
m conquistou o d o m d e ajudar, s e m pedir
remuneração, penetrou o caminho d e acesso e f e t i v o O homem encarnado saberá, m a i s t a r d e , q u e a
à E s p i r i t u a l i d a d e S u p e r i o r . ( 3 3 ) Abel Gomes. conversação a m i g a , o g e s t o afetuoso, a bondade
reciproca, a confiança mútua, a luz d a compreen-
d o , o interesse f r a t e r n a l — p a t r i m ô n i o s q u e se
derivam naturalmente do amor profundo — cons-
t i t u e m sólidos alimentos p a r a a v i d a e m s i . (1) problemas d e o r d e m d o u t r i n á r i a , m a s e m t o d o s
08 d e p a r t a m e n t o s d a a t i v i d a d e i n t e l e c t u a l d o sé-
rulo X L X . A Ciência, nessa época, d e s f e r e o s v o o s
soberanos q u e a c o n d u z i r i a m às culminâncias do
ALLAN KARDEC Século X X . O p r o g r e s s o d a a r t e t i p o g r á f i c a con-
A ação de Bonaparte, invadindo as searas segue i n t e r e s s a r t o d o s o s núcleos d e t r a b a l h o hu-
a l h e i a s c o m o seu m o v i m e n t o d e t r a n s f o r m a ç ã o mano, fundando-se bibliotecas circulantes, r e v i s t a s
e conquistas, f u g i n d o à f i n a l i d a d e d e m i s s i o n á r i o e j o r n a i s n u m e r o s o s . A f a c i l i d a d e d e comunicações,
d a r e o r g a n i z a ç ã o do p o v o f r a n c ê s , compeliu o m u n - c o m o t e l é g r a f o e a s v i a s f é r r e a s , estabelece o in-
d o e s p i r i t u a l a tomai" e n é r g i c a s p r o v i d ê n c i a s con- t e r c â m b i o d i r e t o d o s p o v o s . A l i t e r a t u r a enche-se
t r a o seu d e s p o t i s m o e v a i d a d e o r g u l h o s a . A p r o x i - de expressões n o t á v e i s e i m o r r e d o u r a s . O l a b o r a -
m a v a m - s e os t e m p o s em que Jesus d e v e r i a e n v i a r tório afasta-se d e f i n i t i v a m e n t e d a sacristia, i n t e n -
a o m u n d o o Consolador, de acordo c o m a s suas sificando as c o m o d i d a d e s d a c i v i l i z a ç ã o . Constrói-se
auspiciosas p r o m e s s a s . a pilha d e coluna, descobre-se a indução m a g n é t i c a ,
surgem o telefone e o f o n ó g r a f o . Aparecem os pri-
A p e l o s a r d e n t e s são d i r i g i d o s a o D i v i n o M e s t r e , m e i r o s sulcos n o campo d a r a d i o t e l e g r a f i a , encon-
p e l o s g ê n i o s que se reúnem e c o n f r a t e r n i z a m no3 tra-se a a n á l i s e espectral e a u n i d a d e das e n e r g i a s
espaços, n a s e s f e r a s m a i s p r ó x i m a s d a T e r r a . U m tísicas d a N a t u r e z a . E s t u d a - s e a t e o r i a a t ô m i c a e
d o s m a i s lúcidos discípulos do C r i s t o b a i x a a o p l a - a f i s i o l o g i a a s s e n t a b a s e s d e f i n i t i v a s c o m a ana-
n e t a , c o m p e n e t r a d o de sua m i s s ã o c o n s o l a d o r a e, tomia comparada. A s artes atestam u m a v i d a nova.
d o i s m e s e s antes d e N a p o l e ã o B o n a p a r t e s a g r a r - s e A p i n t u r a e a m ú s i c a denunciam e l e v a d o s a b o r d e
i m p e r a d o r , o b r i g a n d o ò papa P i o V T I a coroá-lo n a espiritualidade avançada.
i g r e j a d e N o t r e D a m e , era P a r i s , nascia A l l a n
K a r d e c , a o s 3 d e Outubro d e 1804, c o m a s a g r a d a A d á d i v a celestial do i n t e r c â m b i o e n t r e o m u n -
m i s s ã o d e a b r i r caminho ;io E s p i r i t i s m o , a g r a n d e d o v i s í v e l e o i n v i s í v e l chegou ao p l a n e t a nessa o n d a
v o z d o C o n s o l a d o r p r o m e t i d o ao m u n d o pela m i s e - d e c l a r i d a d e s i n e x p r i m í v e i s . C o n s o l a d o r da huma-
r i c ó r d i a de J e s u s - C r i s t o . ( 1 0 ) nidade, s e g u n d o a s p r o m e s s a s d o C r i s t o , o E s p i r i -
t i s m o v i n h a e s c l a r e c e r os homens, p r e p a r a n d o - l h e s
* o coração para o perfeito aproveitamento de tantas
riquezas do C é u . ( 1 0 )
O século X L X d e s e n r o l a v a u m a t o r r e n t e d e
c l a r i d a d e s na f a c e d o mundo, e n c a m i n h a n d o t o d o s
os p a í s e s p a r a as r e f o r m a s úteis e p r e c i o s a s .
»
A s l i ç õ e s s a g r a d a s do E s p i r i t i s m o i a m ser
o u v i d a s pela humanidade s o f r e d o r a . Jesus, na sua A tarefa de A l l a n Kardec era difícil e com-
m a g n a n i m i d a d e , r e p a r t i r i a o p ã o s a g r a d o d a espe- p l e x a . C o m p e t i a - l h e r e o r g a n i z a r o e d i f í c i o desmo-
r a n ç a e da crença com t o d o s os c o r a ç õ e s . ronado da crença, reconduzindo a c i v i l i z a ç ã o à s
A l l a n K a r d e c , t o d a v i a , na sua m i s s ã o d e escla- fni.-is p r o f u n d a s b a s e s r e l i g i o s a s .
r e c i m e n t o e consolação, f a z i a - s e a c o m p a n h a r d e Alenta à missão de concórdia e fraternidade
u m a p l ê i a d e de c o m p a n h e i r o s e c o l a b o r a d o r e s , cuja d a A m é r i c a , o p l a n o i n v i s í v e l l o c a l i z o u a í as p r i -
a ç ã o r e g e n e r a d o r a n ã o se m a n i f e s t a r i a t ã o s o m e n t e m o l r a s m a n i f e s t a ç õ e s t a n g í v e i s d o m u n d o espiritual,
no f a m o s o l u g a r e j o d e H y d e s v i l l e , p r o v o c a n d o o s

( r
m a i s l a r g o s m o v i m e n t o s d e o p i n i ã o . A f a g u l h a par- fiança n a minha misericórdia, hoje se entorna e m
tira das plagas americanas, como partira igual- tua própria alma, fortificando-te p a r a a claridade
m e n t e d e l a s a consolidação das conquistas d e m o - maravilhosa do futuro. N o Céu estão guardados
cráticas. todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios
A E u r o p a busca a m b i e n t a r a s ideias n o v a s e que e m p r e e n d e s t e . . . A l e g r a - t e n o Senhor, pois teus
g e n e r o s a s , q u e e n c o n t r a m o discípulo n o seu p o s t o labores não ficaram perdidos. T u a palavra terá
d e o r a ç ã o e v i g i l â n c i a , p r o n t o a a t e n d e r a o s chama- uma bênção para o s infelizes e desafortunados do
mentos do Senhor. Numerosos cooperadores dire- m u n d o , e a o i n f l u x o d e t u a s o b r a s a T e r r a conhe-
t o s d a sua t a r e f a auxiliam-lhe o e s f o r ç o s a g r a d o , c e r á o E v a n g e l h o n o seu n o v o d i a ! . . . ( 2 0 )
d e s d o b r a n d o - l h e a s sínteses e m g l o r i o s o s comple-
m e n t o s . O o r b e , c o m a s suas instituições sociais e
p o l í t i c a s , h a v i a a t i n g i d o u m período d e g r a n d i o s a s
t r a n s f o r m a ç õ e s , q u e r e q u e r i a m m a i s d e u m século ALMA
d e lutas d o l o r o s a s e r e m i s s o r a s , e o E s p i r i t i s m o
s e r i a a essência dessas conquistas n o v a s , recondu- A alma, e m q u a l q u e r p a r t e , r e c e b e segundo
zindo os corações ao Evangelho suave d o Cristia- as suas c r i a ç õ e s i n d i v i d u a i s ; os l a ç o s d o a m o r e
do ó d i o n o s a c o m p a n h a m em q u a l q u e r círculo d a
nismo . ( 1 0 )
v i d a . ( 3 ) Prefácio de Emmanuel.

*
T e r i a sido a alma c r i a d a no m o m e n t o d a con-
C o n t a - s e q u e l o g o a p ó s a sua desencarnação,
cepção, n a mulher, s e g u n d o a s t e o r i a s anti-reen-
quando o c o r p o a i n d a n ã o h a v i a b a i x a d o a o P è r e -
c a r n a c i o n i s t a s ? C o m o será a p r e e x i s t ê n c i a ? O espí-
- L a c h a i s e p a r a descansar à s o m b r a d o d o l m e n d o s
rito j á é c r i a d o pela p o t ê n c i a s u p r e m a d o U n i v e r s o ,
seus v a l o r o s o s antepassados, u m a m u l t i d ã o d e E s -
a p t o a i n g r e s s a r n a s f i l e i r a s h u m a n a s ? E o s pen-
p í r i t o s v e i o s a u d a r o m e s t r e n o l i m i a r d o sepulcro.
sadores s e v o l t a m p a r a o s v u l t o s e m i n e n t e s d o
E r a m a n t i g o s h o m e n s d o p o v o , seres infelizes q u e
p a s s a d o . A s a u t o r i d a d e s católicas v a l e m - s e d e T o -
e l e h a v i a c o n s o l a d o e r e d i m i d o c o m a s suas ações
más de Aquino, que acreditava na criação d a alma
p r e s t i g i o s a s , e, quando se e n t r e g a v a m à s m a i s san-
no p e r í o d o d e t e m p o q u e p r e c e d e o n a s c i m e n t o d e
tas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa
um n o v o ser, esquecendo-se d o s g r a n d e s p a d r e s
caiu d o céu s o b r e a g r a n d e assembleia d o s humil-
d a antiguidade, como Orígenes, cuja obra é u m
des, iluminando-a c o m u m a luz que, p o r sua v e z ,
atestado e t e r n o e m f a v o r d a s v e r d a d e s da p r e -
e r a f o r m a d a d e expressões d o seu " E v a n g e l h o se-
e x i s t ê n c i a . O u t r a s d o u t r i n a s r e l i g i o s a s buscam a
gundo o Espiritismo", ao mesmo tempo que u m a
o p i n i ã o f a l í v e l d a sua o r t o d o x i a e d o s seus t e ó l o -
voz poderosa e suave dizia do I n f i n i t o : — " K a r d e c ,
g o s , relutando e m a c e i t a r a s realidades luminosas
r e g o z i j a - t e c o m a t u a o b r a ! A luz q u e acendes-
d a r e e n c a r n a ç ã o . Pascal, e s c r e v e n d o e m t e n r a idade
t e c o m o s teus s a c r i f í c i o s n a e s t r a d a e s c u r a d a s
o seu t r a t a d o s o b r e o s cones, e i n ú m e r o s e s p í r i t o s
descrenças h u m a n a s v e m f e l i c i t a r - t e n o s p ó r t i c o s
do escol l a b o r a n d o c o m a sua g e n i a l i d a d e p r e c o c e
misteriosos da I m o r t a l i d a d e . . . O mel suave da
mu» g r a n d e s t a r e f a s p a r a a s quais f o r a m c h a m a d o s
esperança e d a f é q u e d e r r a m a s t e n o s c o r a ç õ e s
A Torra, constituem uma p r o v a eloquente aos olhos
s o f r e d o r e s , d a T e r r a , reconduzindo-os p a r a a con-
dos menos perspicazes e d o s estudiosos d e m e n t a -

\
lidades t a r d a s no raciocínio, a p r o l da v e r d a d e tromagnéticos gerados por ela mesma, projetando
reencarnacionista. ondas que, na essência, são o s fluidos p o s i t i v o s ou
O h o m e m atual r e c o r d a i n s t i n t i v a m e n t e os seus n e g a t i v o s c o m os quais j o g a m o s no campo de ati-
l a b o r e s e as suas observações do p a s s a d o . Sua exis- v i d a d e s a que f o m o s c h a m a d o s ou conduzidos. ( 3 3 )
tência d e h o j e é a continuação d e q u a n t o efetuou Miguel Couto.
n o s dias do p r e t é r i t o . A s conquistas de a g o r a r e -
p r e s e n t a m a soma dos seus esforços d e antanho,
e a c i v i l i z a ç ã o é a g r a n d e oficina onde cada u m ALMAS DECAÍDAS
d e i x a estereotipada a p r ó p r i a o b r a . ( 1 1 )
A s a l m a s decaídas, quaisquer que sejam, n ã o
* constituem u m a r a ç a e s p i r i t u a l sentenciada i r r e -
O entendimento d a a l m a é qual l e n t e minús- m e d i a v e l m e n t e ao satanismo, i n t e g r a n d o , t ã o so-
cula no seio d a I n f i n i t a O b r a U n i v e r s a l e o p r o b l e m a mente, a coletividade das c r i a t u r a s humanas desen-
p r i m á r i o d a consciência interessada n a aquisição carnadas, e m posição d e absoluta insensatez. M i s -
de A m o r e Sabedoria não é o de perscrutar, c o m turam-se à m u l t i d ã o t e r r e s t r e , e x e r c e m atuação sin-
infantilidade ou desespero, os p a t r i m ô n i o s d a V i d a g u l a r s o b r e inúmeros l a r e s e a d m i n i s t r a ç õ e s e o
e, sim, o d e enriquecer a lente da p r ó p r i a com- interesse f u n d a m e n t a l das m a i s poderosas i n t e l i g ê n -
preensão, aprimorando-a e dilatando-lhe o poder, a cias, d e n t r e elas, é a c o n s e r v a ç ã o d o mundo ofus-
f i m de que possa r e f r a n g e r e disseminar a E t e r n a cado e d i s t r a í d o , à f o r ç a d a i g n o r â n c i a d e f e n d i d a e
G r a n d e z a d o Senhor, aproveitando-a p a r a si e p a r a d o e g o í s m o recalcado, adiando-se o R e i n o d e Deus,
os outros. (22) e n t r e o s homens, i n d e f i n i d a m e n t e . . .
D e milênios a milênios, a r e g i ã o e m que respi-
* r a m padece e x t r e m a s alterações, qual acontece a o
Onde h o u v e r um r a i o d e certeza na s o b r e v i v ê n - campo p r o v i s o r i a m e n t e ocupado pelos p o v o s conhe-
cia da alma, aí d e v e aparecer m a i s j u s t i ç a e m a i s cidos. A m a t é r i a q u e lhes e s t r u t u r a a residência
a l e g r i a de s e r ú t i l . ( 3 3 ) Luís Olímpio Teles de sofre t r e m e n d a s modificações e precioso t r a b a l h o
Menezes. seletivo se o p e r a na t r a n s f o r m a ç ã o natural, d e n t r o
dos moldes d o I n f i n i t o B e m . E n t r e t a n t o , e m b o r a
* V, de fileiras compactas incessantemente substituídas,
persistem p o r séculos sucessivos, acompanhando o
Cada a l m a sente e atua pelo g r u p o de seres e m
curso das civilizações e seguindo-lhes os esplendores
ascensão ou e m e s t a g n a ç ã o a que se incorpore, na
e experiências, as aflições e d e r r o t a s . ( 6 ) .
e c o n o m i a do U n i v e r s o . ( 3 3 ) Farias Brito.
*

Cada a l m a v i v e e r e s p i r a na a t m o s f e r a m e n - ALMAS GÊMEAS


t a l q u e estabelece p a r a si mesma, e m qualquer
d i s t r i t o d o U n i v e r s o . ( 3 3 ) Miguel Couto. N o s a g r a d o m i s t é r i o d a v i d a , cada c o r a ç ã o
possui no I n f i n i t o a a l m a g ê m e a d a sua, c o m o d i v i n o
. >K. *
complemento da sua p e r s o n a l i d a d e .
Cada a l m a v i v e c a r r e g a d a dos princípios ele- C r i a d a s u m a p a r a a outra, as a l m a s g ê m e a s se

\
í
c

1
buscam a t r a v é s da e t e r n i d a d e . A união perene
descoberta d o continente novo, sem que os euro-
é-lhes a aspiração suprema e i n d e f i n í v e l . Milhares
peus, de m o d o geral, compreendessem, na época, a
de seres, se transviados n o crime ou na inconsciên-
importância de semelhante a c o n t e c i m e n t o . A s ri-
cia, e x p e r i m e n t a m a separação da alma que os
quezas fabulosas da Í n d i a deslumbram o espírito
integra, como a p r o v a ç ã o m a i s ríspida e dolorosa
aventureiro daquele tempo, e as testas coroadas do
e, no d r a m a das existências m a i s obscuras, vemos
V e l h o Mundo não entenderam a significação m o r a l
sempre a a t r a ç ã o eterna das almas g ê m e a s evol-
d o continente a m e r i c a n o .
v e n d o uma para a outra, num turbilhão de ansie-
dades angustiosas, a t r a ç ã o que e superior a todas O s o p e r á r i o s d e Jesus, p o r é m , abstraídos da
as expressões convencionais da v i d a terrestre. Quan- crítica ou do aplauso do mundo, cumprem os seus
d o se encontram, no acervo dos trabalhos humanos, g r a n d e s d e v e r e s no âmbito das novas t e r r a s . Sob
sentem-se de posse da felicidade real para os seus a determinação superior, o r g a n i z a m as linhas e v o -
corações — a da v e n t u r a de sua união, pela qual l u t i v a s das nacionalidades que aí t e r i a m de flores-
n ã o trocariam t o d o s os impérios d o mundo, e a cer n o p o r v i r . N e s s e c a m p o d e lutas n o v a s e r e g e -
única a m a r g u r a que lhes empana a a l e g r i a é a pers- neradoras, t o d o s os espíritos de b o a v o n t a d e pode-
pectiva de uma nova separação pela m o r t e , pers- riam trabalhar pelo a d v e n t o da paz e da f r a t e r n i -
pectiva essa que a luz da N o v a R e v e l a ç ã o v e i o dade do futuro humano, e f o i por isso que, labo-
dissipar, descerrando para todos os espíritos, aman- rando p a r a os séculos porvindouros, definiram o
t e s d o bem e da verdade, os horizontes eternos da papel de cada r e g i ã o no continente, localizando o
vida. ( 1 2 ) cérebro da n o v a civilização no ponto onde h o j e se
alinham o s E s t a d o s U n i d o s da A m é r i c a do N o r t e ,
c o seu coração nas extensões de t e r r a f a r t a e aco-
lhedora onde floresce o Brasil, na A m é r i c a d o S u l .
ALUCINAÇÃO Os primeiros, guardam os poderes m a t e r i a i s ; o
segundo, detém as primícias dos poderes espirituais,
A alucinação é sempre um fenômeno intrinse- com vistas à civilização planetária do f u t u r o . ( 1 0 )
camente espiritual, m a s pode nascer de perturba-
ções estritamente orgânicas, que se f a ç a m reflexas
no aparelho sensorial, viciando o instrumento dos
sentidos, p o r onde o espírito se m a n i f e s t a . ( 1 2 ) AMOR

O m a i o r sustentáculo das criaturas é justa-


mente o a m o r . T o d o sistema de alimentação, nas
AMANHÃ variadas esferas da vida, t e m no a m o r a base pro-
funda. O alimento físico, mesmo aqui, propria-
O amanhã será o que hoje p r o j e t a m o s . (33) mente considerado, é simples p r o b l e m a d e materia-
Isabel de Castro. lidade transitória, como no caso dos veículos ter-
restres, necessitados da colaboração da g r a x a e do
ó l e o . A alma, em si, apenas se nutre d o a m o r .
AMÉRICA Quanto mais n o s e l e v a r m o s no plano e v o l u t i v o da
O i ação, mais extensamente conheceremos essa
O C r i s t o localiza, então, na A m é r i c a as suas
verdade. ( 1 )
fecundas esperanças. O século X V alvorece com a

1
f
\
O a m o r é o pão d i v i n o das almas, o pábulo su- O A m o r é o clima do U n i v e r s o . ( 3 3 ) João de
blime dos corações. ( 1 ) Brito.

» *

O verdadeiro amor, para transbordar e m bene- O a m o r encontra, depois da morte, aqueles a


fícios, precisa t r a b a l h a r s e m p r e . ( 1 ) quem se consagra ou aquilo a que se d e v o t o u . ( 3 3 )
Romeu A. Camargo.

O a m o r é o laço de luz eterna que une todos


os mundos e todos os seres da imensidade; sem ele, AMOR FRATERNAL
a p r ó p r i a Criação I n f i n i t a não t e r i a r a z ã o de ser,
O verdadeiro a m o r fraternal não pede com-
porque Deus é a sua expressão s u p r e m a . . . ( 1 3 )
pensações, não experimenta ciúme, não é exclusi-
*
v i s t a . Reclama somente a felicidade do objeto ama-
O a m o r é a força de Deus, que equilibra o do, com a qual se contenta. ( 2 3 )
U n i v e r s o . ( 1 6 ) Prefácio de Emmanuel.
*
ANIMAIS
O amor, essência de toda g l ó r i a e de toda vida,
pede um coração e sabe ser f e l i z . ( 1 9 ) Se b e m haja no p r ó p r i o círculo dos estudiosos
# dos espaços o grupo dos opositores das grandes
ideias sobre o evolucionismo do princípio espiritual
O a m o r v e r d a d e i r o e sincero nunca espera r e - através das espécies, sou dos que o estudam, atenta
c o m p e n s a s . A renúncia é o seu ponto de apoio, e carinhosamente.
como o a t o de dar é a essência de sua v i d a . ( 1 9 )
Eminentes naturalistas do mundo, como Carlos
* D a r w i n , vislumbram grandiosas verdades, levando
a efeito preciosos estudos, os quais, aliás, se pre-
Onde o a m o r de N o s s o P a i ? Nunca v i s t e a pri-
judicaram pelo excessivo a p e g o à ciência terrena,
m a v e r a dar flores sobre uma casa em ruínas? A s
que se modifica e se transforma, com os próprios
ruínas são as criaturas humanas; porém, as flores
homens; e, dentro das minhas experiências, posso
s ã o as esperanças e m D e u s . Sobre todas a s f a l ê n -
afirmar, sem laivos de dogmatismo, que, oriundos
cias e desventuras próprias d o homem as bênçãos
da f l o r a microbiana, e m séculos remotíssimos, n ã o
paternais de Deus descem o c h a m a m . ( 1 9 )
poderemos precisar onde se encontra o acume das
# espécies ou da escala dos seres, no pentagrama uni-
versal . E, como o o b j e t i v o desta palestra é o estudo
O a m o r sincero não e x i g e satisfações passa- dos animais, nossos i r m ã o s inferiores, sinto-me à
geiras, que se e x t i n g u e m no mundo com a primeira vontade p a r a declarar que todos nós j á nos debate-
ilusão; trabalha sempre, sem amargura e sem am-

r
mos no seu acanhado círculo e v o l u t i v o . São eles
bição, com os júbilos d o sacrifício. S ó o a m o r que os nossos parentes próximos, apesar d a teimosia
renuncia sabe caminhar para vida s u p r e m a ! ( 1 9 ) de quantos persistem em não o reconhecer.
Considera-se, às vezes, como afronta ao género
humano a aceitação dessas verdades. E pergun-
ta-He como poderíamos admitir um principio espi-
atVurrdefiS ^ ™ »*"
ação de Jesus p o r q u a n t o rom T f ^ a
ne-
n e u t r a J i

ritual nas arremetidas furiosas das feras indomes- ganamos a p evidS o K ? / P°sição,
a
t 1 u

previdencia e
ticadas, ou como poderíamos crer na existência de Deus. ( 1 2 ) bondade infinitas de
um raio de luz divina na serpente venenosa ou na
astúcia traiçoeira dos carnívoros. Semelhantes in-
quirições, contudo, são filhas de entendimento pou-
ANTROPOMORFISMO
co atilado. Atualmente, precisamos modificar todos
os nossos conceitos acerca de Deus, porquanto nos
falece autoridade para defini-Lo ou individuali- N o s tempos primevos, como na atualidade, o ho-
z á - L o . Deus existe. E i s a nossa luminosa afirma- mem teve uma concepção antropomórfica de Deus.
ção sem poder, todavia, classificá-Lo em sua essên- N o s períodos primários da civilização, como pre-
cia. Os que nos interpelam por essa forma, olvidam ponderavam as leis da força bruta e a humanidade
as histórias de calúnias, de homicídios, no seio das era uma aglomeração de seres que nasciam da
perversidades humanas. P a r a que o homem se con- brutalidade e da aspereza, que apenas conheciam
servasse nessa posição especial de perfectibilidade os instintos nas suas manifestações, a adoração aos
única, deveria apresentar todos os característicos seres invisíveis que personificavam os seus deuses
de uma entidade irrepreensível, dentro do "orbe, era feita de sacrifícios inadmissíveis em vossa época.
onde f o i chamado a v i v e r . T a l não se verifica e, Hodiernamente, nos vossos tempos de egoísmo uti-
diariamente, comentais os dramas dolorosos da hu- litário, Deus é considerado como poderoso magnata,
manidade, os assassinatos, os infanticídios nefan- a quem se pode peitar com bajulação e promessa,
dos, efetuados em circunstâncias nas quais, muitas no seio de muitas doutrinas religiosas. ( 1 1 )
vezes, as faculdades imperfeitas dos irracionais
agiram com maior benignidade e clemência, dando
testemunho de melhor conhecimento das leis de APRIMORAMENTO
amor que regem o mecanismo do mundo. ( 1 1 )

ANJOS

Impossível é o título de anjos, sem serdes,


antes, criaturas ponderadas. ( 5 )
ARISTOCRACIA

A verdadeira aristocracia deve ser a do tra-


ANTI-CRISTO
balho, lançando a fórmula sagrada, definida pelo
pensamento moderno, como o coletivismo das mãos,
— Podemos simbolizar como Anti-Cristo o con- aliado ao individualismo dos corações — síntese
junto das forças que operam contra o Evangelho, social para a qual caminham as coletividades dos
na T e r r a e nas esferas vizinhas do homem, mas, tempos que passam. ( 1 0 )

í
AKKKPENDIMENTO
£ S n £ ,? ™ > Jamais endossou a vaidade
d e s a r m o a

N o arrependimento verdadeiro é preciso saber S I 0


-P 3
° s se declaram puros,
q u e e l 0 S l á b i

calar, para construir de novo. ( 1 ) oHÍSftn 0


T ° ' a Ç
no lodo miasmáticô
a a t a S C a d 0

* do orgulho e do egoísmo fatais. ( 5 )

O arrependimento é caminho para regeneração


• nunca passaporte direto para o céu. ( 5 ) AVAREZA

ARTE / o & V a S ? é
° ^ q u e s e e n c a r c e r a
- ( 3 3
>

— A arte pura é a mais elevada contemplação


espiritual por parte das criaturas. E l a significa a
mais profunda exteriorização do ideal, a divina ma-
nifestação desse "mais a l é m " que polariza as espe-
ranças da alma.
O artista verdadeiro é sempre o "médium" das BEM
belezas eternas e o seu trabalho, em todos,os tem-
pos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sen- A prática do bem exterior é um ensinamento
timento humano, alçando-o da Terra para a Infinito e um apelo, para que cheguemos à prática do bem
e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos cora- interior. Jesus deu mais de si para o engrandeci-
ções para Deus. nas sus manifestações supremas mento dos homens, que todos os milionários da
do beleza, de sabedoria, de paz e de amor. ( 1 2 ) T e r r a congregados no serviço, sublime embora, da
caridade material. ( 1 )
*
AUXILIAR
Quem dá o bem é o primeiro beneficiado, quem
Para que qualquer de nós alcance a alegria de acende uma luz é o que se ilumina em primeiro
auxiliar os amados, faz-se necessária a interferên- lugar. ( 3 )
cia de muitos a quem tenhamos ajudado, por nossa
\m/.. Os que não cooperara não recebem cooperação.
Isso é da lei eterna. ( 1 ) Procura a alegria do trabalho honesto e semeia
o bem através de todas as oportunidades que o mun-
do t e ofereça! A prática do bem dá saúde ao corpo
AUXILIO FRATERNAL e alegria ao espírito! ( 3 )
*
Fugi ao farisaísmo dos tempos modernos que
se recusa ao auxilio fraternal, em nome do genio N o mundo vale quem tem
satánico do cisma dogmático. Jesús nunca foi U m cifrão de prata ou de ouro;
Mas, da morte ao sorvedojiro,

r
Jamais escapa ninguém! Da Divina Sementeira
N o céu só vale o tesouro N a s zonas do coração. (28)
Dnquele que fez o bem.
( 2 9 ) Belmiro Braga.
BENEFICIAR

O bem é o A m o r que se desdobra, em busca


da Perfeição no Infinito, segundo os Propósitos ciosa nlo w "
Pa m a P
^l a
efetivamente pre-
n t a

Divinos. ( 3 3 ) João de Brito. estufa mtíSíf V J\ e


e perfumada na
s t e b e l a

estura protetora. E ' necessário receber o auxilia


externo, consolidando a resistência própr?de
modo a produzir utilidades no bem comum (6)
BEM - M A L

Quem se detenha exclusivamente no mal, apa-


BENZEDURAS
ga a lâmpada e foge à colaboração com a v i d a ;
mas, quem v i v e pelo bem, embora se aproxime do
mal, consegue transformá-lo em coisa útil, porque — A s chamadas "benzeduras", t ã o comuns no
encontrará possibilidades divinas em toda parte, ambiente popular, sempre que empregadas na cari-
dade, são expressões humildes do passe regenera-
cooperando com o Cristo para a luz eterna. ( 1 7 )
dor, vulgarizado nas instituições espiritistas de
socorro e de assistência.
BEM E M A L Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido,
impondo as mãos divinas sobre os enfermos e so-
O bem é a sementeira da luz, portadora de co- fredores, no que foi seguido pelos apóstolos do
lheitas sublimes de alegria e paz, enquanto que o cristianismo p r i m i t i v o .
mal nos enegrece o espírito, como tinta escura que " T o d a boa dádiva e dom perfeito vêm do Alto*'
mancha os alvos cadernos escolares. ( 3 1 ) — dizia o apóstolo, na profundeza de suas expla-
nações .
A prática do bera pode assumir as fórmulas
BEM-VIVER mais diversas. Sua essência, porém, é sempre a
mesma diante do Senhor. ( 1 2 )
A ciência do bem-viver não está somente em
nos não incomodarmos com os pensamentos e atos
de quem quer que seja, mas em deixar, também,
BIOLOGIA
que os outros se importem constantemente com a
nossa própria vida. ( 1 4 )
A t é agora, a Biologia está igualmente encar-
cerada nas escolas materialistas da Terra, porém,
nas suas expressões mais legítimas, evolverá para
BfiNÇÃOS
Deus, com as suas demonstrações sublimes, cum-
Dores, lutas, sofrimentos, prindo-nos reconhecer que, mesmo na atualidade,
São bênçãos d e f o r m a ç ã o seus enigmas profundos são os mais nobres apelos

\
a renlidade espiritual e ao exame das fontes divinas
mazia injustificável de bispo universal. Consumada
da existência. ( 1 2 ) .
essa medida, que facilitava ao orgulho e ao egoísmo
toda sua nociva expansibilidade, têm-se levado a
eteito, ate hoje, os maiores atentados, que culmi-
BISPOS
papal ' ( H )
1 n a d e
^falibilidade
c l a r a ç à 0 d a

N o s primitivos movimentos de propaganda da


nova fé, não possuíam nenhuma supremacia os
bispos romanos, entre os seus companheiros de BONDADE
episcopado e a igreja era pura e simples, como nos
tempos que se seguiram ao regresso do seu divino A bondade não endossa a preguiça, nem supri-
fundador às regiões da L u z . A s primeiras reformas m e o valor da necessidade de luta, na evolução das
surgiram no terceiro século da vossa era, quando almas. ( 1 7 )
Basílio de Cesareia e Gregório Nazianzeno instituí-
#
r a m o culto dos santos.
Os bispos romanos sempre desejaram exercer A bondade é o A m o r que se desenvolve. (33)
injustificável primazia entre os seus co-irmãos; to- João de Brito.
davia, semelhantes pretensões f o r a m sempre pro-
fligadas, destacando-se entre os vultos que as com-
bateram a venerável figura de A g o s t i n h o , que se A bondade é o princípio da e l e v a ç ã o . ( 3 3 ) Ma-
tornara adepto fervoroso dó Crucificado, à força riano José Pereira da Fonseca.
de ouvir as prédicas de Ambrósio, bispo de Milão,
»
a cujos pés se prostemou Teodósio Magno, peni-
tenciando-se das crueldades perpetradas ao reprimir Onde luzir o verbo da bondade que auxilia e
a revolta dos tessalonicenses. educa, aí se reflete, magnânima, a v o z da P r o v i -
Desde o primeiro concílio ecumênico de Niceia, dência. ( 3 3 ) André de Cristo.
convocado para condenação do cisma de A r i o , con-
tinuaram as reuniões desses parlamentos eclesiás-
»
ticos, onde eram debatidos todos os problemas que Vê-se a miséria desditosa
interessavam ao movimento cristão. Datam dessas Perambulando numa praça,
famosas reuniões as inovações desfiguradoras da Sob o seu manto de desgraça
beleza simples d o E v a n g e l h o ; ainda aí, contudo, E m aflitíssimo amargor.
nesses primeiros séculos que sucederam à implan-
tação da doutrina de Jesus, destinada a exercer tão E i s que a Fortuna se lhe esconde,
acentuada influência na legislação de todos os po- O gozo passa, muito ao largo,
E ela ressente o gosto amargo
vos, não se conhecia, em absoluto, a hegemonia da
D o fel, da m á g o a e da d o r .
iffreja de Roma entre as outras congêneres. So-
mente no princípio do século V H , a presunção dos Mas eis que alguém a reconforta:
prelados romanos encontrou guarida no famigerado E ' a bondade. Abre-lhe a porta
imperador Focas, que outorgou a Bonifácio a p r i - Cheia de luz da manhã,

f
Dizendo-lhe — Tens frio e fome? O arado impõe o suor da preocupação e a in-
Despreocupa-te do meu nome, quietude da incerteza. O celeiro traça o sorriso da
Vem aqui. Sou tua irmã. paz e do reconforto. E a hora atual do Brasil ainda
( 2 9 ) João de Deus.
c de preparação intensiva, de ação experimental e
e de esforço edificante. ( 3 3 ) Robert Southey.
*
BRASIL
N a abençoada tarefa de espiritualização, o N ã o advogaríamos a causa do Brasil, que não
Brasil caminha na vanguarda. O material a em- necessita de nós para fazer-se valer na civilização
pregar nesse serviço não vem das fontes de pro- contemporânea, nem desrespeitaríamos as grandes
dução originariamente terrena e sim do plano invi- nações que orientam a vida moderna; entretanto,
sível, onde se elaboram todos os ascendentes cons- seria lícito indagar se conviria o progresso material
trutores da Pátria do Evangelho. ( 1 8 ) sem alicerces morais suficientemente consolidados.
D e que nos valem o poder aquisitivo, a técnica
* das indústrias, a produção em massa, a universi-
dade ativa e a riqueza rural, se não possuímos di-
Exalçando o Brasil, berço de nossas melhores
ques capazes de barrar as paixões individuais e as
aspirações, saudamos o nosso glorioso futuro, ro- raciais, que ateiam o ruinoso fogo da guerra. ( 3 3 )
gando a Deus que tenhamos a coragem de sermos Robert Southey.
nós mesmos, unidos na execução do novo manda-
mento, que para os jovens da Nação pode ser resu- *
mido numa simples palavra: — trabalhar. ( 3 3 )
E agora, que a ciência mortífera grava tran-
Deodoro da Fonseca.
sitória supremacia nos regimes, estimulando a po-
* lítica da força pelo triunfo numérico; que a per-
versidade da inteligência lança o descrédito nos
Rejubilo-me, observando que o Brasil não fugiu fundamentos morais do mundo; que a crise do ca-
à vocação de fraternidade que lhe marcou os vaci- ráter emite vagas negras de perturbação e desor-
lantes passos do início. dem; que a toga desce da majestade dos seus prin-
P o r muito que esbravejem na crítica moderna cípios, para dourar os instintos da barbárie nos
os pessimistas intransigentes, que em tudo vêem a tremendos conflitos internacionais que se agigan-
falência espiritual de que se sentem possuídos, so- tam no século; que a moral religiosa concorre ao
mos, aqui, lavradores otimistas e felizes, confiados pleito de dominação indébita, imergindo nas trevas
no esplêndido porvir da jovem e vigorosa nação, da discórdia as consciências que lhe cabe dirigir;
depósito de firmes esperanças de milhões de espí- que a doutrina do sílex substitui os tratados nas
ritos, empenhados na regeneração humana. guerras sem declaração; que os dogmas de todos
Sempre existirá quem lobrigue inconsciência os matizes se insinuam nas conquistas ideológicas
onde há juventude, aventura onde há necessidade, da Humanidade, preconizando a mordaça e o obs-
fulta de segurança onde apenas sobra inexperiência. curantismo — agora ponho meus olhos em teu
( 3 3 ) Robert Southey. vasto f u t u r o . . . ( 3 3 ) Rui Barbosa.
*
Templo de solidariedade humana, teu minis- águas Voltam a refletir a beleza do f i r m ã m e n t e
tério de pacificação e redenção apenas c o m e ç a . . . ( 3 3 ) Mariano José Pereira da Fonseca.
Novo hino será desferido por tua voz no coro das
nações. Nem Atenas adornada de filósofos, nem
Esparta pejada de guerreiros. N e m estátuas im- CAPITAL
passíveis, nem espadas contundentes. Nem Roma,
nem Cartago. Nem senhores, nem escravos. Des- O capital é um recurso de sofrimento purifi-
dobrem-se, isto sim, em teu solo amaroso os ramos cador, não somente para os que o possuem, mas
vlridentes da Á r v o r e do Evangelho, a cuja sombra para quantos se esforçam pelo obter. E' o meio
inviolável se mitigue a sede multimilenar do homem através do qual o amor de Deus opera sobre toda
fatigado e deprimido! Desfraldaip estrelado pavi- a estruturação da vida material no globo; sem sua
lhão que te assinala os destinos e não te quebrantes influência, as expressões evolutivas do mundo dei-
à frente dos espetáculos cruentos, em que os povos xariam a desejar, mesmo porque os espíritos encar-
desprevenidos da atualidade erguem cenotáfios e nados estariam longo de compreender os valores
ossuários à própri?. grandeza. Descerra hospitalei- legítimos da vida, sem a verdadeira concepção da
ras portas aos ideais da bondade construtiva, do dignidade do trabalho. ( 2 5 )
perdão edificante, do ilimitado bem, porque somos
era ti a família venturosa do Cristianismo restau-
rado, e, por amor, se necessário, mil vezes nos con-
fundiremos no pó abençoado e anônimo dos teus ca- CARIDADE
minhos floridos de esperança, empunhando o código
Em todos os tempos, há exércitos de criaturas
da justiça para o exercício varonil do direito, emer-
que ensinam a caridade, todavia, poucas pessoas
gindo das sombras da morte — celeiro sublime da
vida renascente. ( 3 3 ) Rui Barbosa. praticam-na verdadeiramente.
Torquemada, organizando os serviços da Inqui-
sição, dizia-se portador da divina virtude. A cami-
v

nho de terríveis suplícios, os condenados eram


compelidos a agradecer os verdugos. Muitos deles,
em plena fogueira ou atados ao martírio da roda,
acicatados pela flagelação da carne, eram obrigados
a louvar, de mãos postas, a bondade dos inquisido-
res que- os ordenava morrer. Essa caridade reli-
CALUNIA giosa era irmã da caridade filosófica da Revolução
Francesa. ( 2 3 )
Quem transmite a calúnia é o companheiro na-
tural daquele que a formula. ( 3 3 ) Mariano José *
Pereira da Fonseca.
A caridade, antes de tudo, pede compreensão.
* Não basta entregar os haveres ao primeiro men-
digo que surja à porta, para significar a posse da
Não te perturbe a calúnia: a pedra atirada ao virtude sublime. P" preciso entender-lhe a neces-
lago tranquilo desce ao fundo de lodo, enquanto as sidade e ampará-lo com amor. Desembaraçar-se
doa aflitos, oferecendo-lhes o supérfluo, é livrar-se A caridade é a beleza
dos necessitados, de maneira elegante, com abso- De um divind plenilúnio,
luta ausência de iluminação espiritual. ( 2 5 ) Luz que se estende à pobreza,
* N a escuridão do infortúnio.
( 2 9 ) Antônio Nobre.
A caridade é muito maior que a esmola. Ser
caridoso é ser profundamente humano e aquele que
nega entendimento ao próximo pode inverter con-
sideráveis fortunas no campo de assistência social, CARINHO
transformar-se em benfeitor dos famintos, mas terá O carinho é o amor que se enflora. ( 3 3 ) João
de iniciar, na primeira oportunidade, o aprendizado
de Brito.
do amor cristão, para ser efetivamente útil. ( 2 3 )
*
CARNE
A caridade é a virtude sublime que salva, apri-
mora, enaltece e aperfeiçoa, mas a imprudência, A carne terrestre, onde abusamos, é também
dissimulada por palavras lisonjeiras, não lhe pode o campo bendito onde conseguimos realizar frutuo-
arrebatar a auréola fulgurante. ( 2 3 ) sos labores de cura radical, quando permanecemos
atentos ao dever justo. ( 1 )

A caridade, por substitutos, indiscutivelmente


é honrosa e louvável, mas o bem que praticamos CARTOMANCIA
em sentido direto, dando de nós mesmos, é sempre
o maior e o mais seguro de todos. ( 2 7 ) — A cartomancia pode enquadrar-se nos fenô-
menos psíquicos, mas não no Espiritismo evangé-
lico, onde o cristão deve cultivar os valores do seu
mundo íntimo pela fé viva e pelo amor no coração,
Sem obediência às normas da caridade, que
buscando servir a Jesus no santuário de sua alma,
exalta o sacrifício de cada um para a bem-aventu-
não tendo outra vontade que não aquela de se ele-
rança de todos, qualquer ensaio de felicidade é
v a r ao seu amor pelo trabalho e iluminação de si
impraticável. ( 3 3 ) Fabiano de Cristo.
mesmo, sem qualquer preocupação pelos aconteci-
* mentos nocivos que se foram, ou pelos fatos que
hão-de vir, na sugestão nem sempre sincera dos
A caridade é o amor, que devassam o mundo oculto. ( 1 2 )
B' 6 sol que Nosso Senhor
Fêz raiar claro e fecundo;
Alegrando nesta vida
A existência dolorida CASA DE ISMAEL
l ><-H que sofrem neste mundo!
Nesta Casa temos de compreender que toda
( 2 9 ) Casimiro Cunha.
a caridade, em seus valores mais legítimos, deve
* nascer do Espírito para o EiBÍrito. A s ideias reli-
O bem é para salvar o mal, o amor foi criado
glosas do mundo não se esqueceram de monumen-
para que amemos, a sabedoria se destina, em pri-
tal izar as suas teorias de abnegação e bondade.
meiro lugar, ao ignorante. A maior missão da
Hospitais e orfanatos, abrigos e templos se edifi-
caram, por toda parte; entretanto, o homem foi virtude é eliminar o vício e amparar o viciado.
esquecido para o Conhecimento e para Deus. A P o r isto mesmo, o Céu não perde o inferno de
caridade que veste nus e alimenta os famintos está vista. ( 2 4 )
certa, mas não está justa, se desconhece o Evan-
gelho no santuário do coração. A obra de Ismael
tem de começar no íntimo das criaturas. Aqui, CIÊNCIA
não podem prevalecer os antagonismos do homem,
Todas as aquisições da filosofia e da ciência
no acervo de suas anomalias. Iniciar pelo fim é
caminhar para a inversão de todos os valores da terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem
vida. A Casa de Ismael tem de irradiar, antes de calor e sem vida, quando não se tocam das clari-
tudo, a claridade do amor e da sabedoria espiritual, dades do sentimento. ( 1 8 )
objetivando o grandioso serviço da edificação das *
almas. Primeiramente, é necessário educar o ope-
rário para os preciosos princípios e finalidades da E' certo que ninguém poderá excluir as carac-
máquina. Iluminado o homem, estará iluminada a terísticas científicas no exame transcendente do
obra humana. A evolução da alma para Deus se intercâmbio entre os vivos da Terra e os vivos do
fará, então, por si mesma, sem desvios da meta Infinito. Toda indagação séria é justa e toda a
a ser alcançada. Não haverá razão para o sacri- análise conscienciosa produzirá os frutos doces da
fício de seus pregoeiros, porque em cada coração verdade. Charles Richet, com toda a sua imper-
existirá um hostiário celeste. ( 2 1 ) tinência de pesquisador, prestou grande serviço à
divulgação dos novos ensinamentos; suas perqui-
rições desapaixonadas e incessantes impuseram res-
CASAMENTO peito aos valores psíquicos, entre os espíritos mais
O verdadeiro casamento é de almas e essa empedernidos de nossa época.
união ninguém poderá quebrantar. ( 1 ) Mas, entre a mentalidade indagadora e a men-
talidade leviana existe considerável distância.
A grande questão de todos os tempos não é
CÉREBRO propriamente a de conhecer, mas a de entender a
finalidade do conhecimento.
O cérebro é o órgão sagrado da manifestação
O Espiritismo constitui a porta da esperança
da mente, em trânsito da animalidade primitiva
para um mundo melhor. Seus fenômenos repre-
para a espiritualidade humana. ( 5 )
sentam chamamentos comuns para uma compreen-
são mais elevada dos valores da vida. O inter-
CRU câmbio entre a natureza visível e a invisível con-
duz a profundas ilações de ordem moral, que é
O reino do céu no coração deve ser o tema necessário não esquecer. Sua expressão religiosa
central do nossa vida. Tudo o mais é acessório. ( 1 9 ) com o Cristo tem de ser essencial. Sua mensagem
permanente tem no Evangelho os primórdios eter- O ciúme é o amor que se dilacera. ( 3 3 ) João
nos. Nada poderá realizar de substancialmente de Brito.
ii IH, sem aquele Divino Amigo dos homens.
Instalar mais uma ciência puramente intelec-
tual, onde todas as expressões científicas do cére-
bro sem o coração já faliram desastradamente, no CÓLERA
capítulo da elevação real da criatura, não consti- U m simples raio de cólera costuma pertur-
tuiria uma leviandade de consequências fatais? bar ou destruir longas e pacientes sementeiras de
A plataforma espiritista, em todos os lugares, amor. ( 3 3 ) Mariano José Pereira da Fonseca.
será, antes de tudo, uma aleluia dos corações. Suas.
vozes deverão reviver as lições incompreendidas
daquele Mestre amoroso e sábio que veio salvar os
COMPLETISTA
pecadores. ( 2 5 )
E' o título que se designa os raros irmãos
que aproveitaram todas as possibilidades constru-
CIÜME tivas que o corpo terrestre lhes oferecia. Em geral,
quase todos nós, em regressando à esfera carnal,
P ô r excesso de preocupações, muitos cônjuges perdemos oportunidades muito importantes no des-
descem às cavernas do desespero, defrontados pelos perdício das forças fisiológicas. Perambulamos por
insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam
lá, fazendo alguma coisa de útil para nós e para
a felicidade. ( 9 )
outrem, mas, por vezes, desprezamos cinquenta,
* sessenta, setenta per cento e, frequentemente, até
mais, de nossas possibilidades. E m muitas oca-
— O ciúme, propriamente considerado nas suas
siões, prevalece ainda, contra nós, a agravante de
expressões de escândalo e de violência, é uma ex-
termos movimentado as energias sagradas da vida
pressão de atraso moral ou de estacionamento no
em atividades inferiores que degradam a inteli-
egoísmo, dolorosa situação que o homem somente
gência e embrutecem o coração. Aqueles, porém,
vencerá a golpes de muito esforço, na oração e na
que mobilizam a máquina física, à maneira do
vigilância, de modo a enriquecer o seu íntimo com
operário fidelíssimo, conquistam direitos muito ex-
a luz do amor universal, começando pela piedade
pressivos em nossos planos. O completista, na
para com todos os que sofrem e erram, guardando
qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode
também a disposição sadia para cooperar na ele-
escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe
viição de cada um.
apraz o regresso à Crosta em missões de amor e
Só a compreensão da vida, colocando-nos na
iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o
situação de quem errou ou de quem sofre, a fim de
prosseguimento de suas tarefas, a caminho de cír-
iluminarmos o raciocínio para a análise serena dos
culos mais elevados de trabalho. ( 3 )
acontecimentos, poderá aniquilar o ciúme no cora-
d l o , do modo a cerrar-se a porta ao perigo, pela
qual toda alma pode atirar-se a terríveis tentações,
com largos reflexos nos dias do futuro. ( 1 2 ) COMPREENSÃO
Quando há compreensão recíproca, vivemos

"Tf.
U antecâmara da ventura celeste, e, se permane-
CONQUISTAR
cm desentendimento e maldade, temos o
inferno v i v o . ( 1 ) O homem está sempre decidido a conquistar
o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para
uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito,
CONFISSÃO AURICULAR subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia.
Se Deus lhe concede bastante saúde física, cos-
A confissão auricular constitui uma aberra- tuma usá-la na aquisição da doença destruidora;
ção, dentro do amontoado das doutrinas desvirtua- se consegue amealhar possibilidades financeiras,
das do romanismo. E é justamente a mulher, pelo tenta açambarcar os interesses alheios. ( 8 )
espírito sensível de religiosidade que a caracteriza,
a maior vítima do confessionário.
Infelizmente, toda a série de absurdos do in- CONSCIÊNCIA
qualificável sacramento da penitência é oriunda
dos superiores eclesiásticos, dos teólogos e falsos N a história de todos os povos, observa-se a
moralistas da Igreja que, perversamente, criaram tendência religiosa da humanidade; é que, em toda
os longos e indiscretos interrogatórios, aos quais personalidade existe uma fagulha divina — a cons-
terá a mulher de submeter-se passivamente, diante ciência, que estereotipa em cada espírito a gran-
de um homem solteiro, estranho, que ela, inúme- deza e a sublimidade de sua origem; no embrião,
ras vezes, nem conhece. a princípio rude nas suas menores manifesl ações,
Os padres, geralmente, em virtude do seu des- a consciência se vai despindo dos véus de imper-
conhecimento dos sagrados deveres da paterni- feição e bruteza que a rodeiam, debaixo da in-
dade, não a vão interpelar no tocante às obriga- fluência de muitas vidas do seu ciclo evolutivo, em
ções austeras do governo da casa; ferem exata- diferentes círculos de existência, até que atinja a
mente os problemas mais íntimos e mais delicados plenitude do aperfeiçoamento psíquico e o conhe-
da vida do casal, violando o sagrado respeito das cimento integral do seu próprio "cu", que, então,
questões do lar, dando pasto aos pensamentos mais se unirá ao centro criador do Universo, no qual
injustificáveis e, às vezes, repugnantes. E o véu se encontram todas as causas reunidas e de onde
de modéstia e de beleza que Deus concedeu à mu- irradiará o seu poema eterno de sabedoria e de
lher, para que ela pudesse mergulhar qual lírio de amor.
espiritualidade nos pântanos deste mundo, é arran- E' a consciência, centelha de luz divina, que
cado justamente por esse homem que se inculca faz nascer em cada individualidade a ideia da ver-
ministro das luzes celestes. Muitas vezes, é no con-
1
dade, relativamente aos problemas espirituais, fa-
íonârio que começa o calvário social da mulher. zendo-lhe sentir a realidade po3ÍUv:i dá vida imor-
I ><>lorosos e pesados tributos são cobrados das cató- tal, atributo de todos os seres da criação. ( 1 1 )
licas romanas, que, confiadas em Deus, se lançam *
aon pés de um homem cheio das mesmas fra-
A voz de nossa consciência não pode concor-
quczaB dos outros mortais, na enganosa supo-
dar invariavelmente com a opinião dos melhores
sição do que o sacerdote é a imagem da Divindade
amigos. O dever é mais imperioso que os pressá-
do Senhor ( 1 1 )
gios de qualquer adivinho
CONSOLADOR que temporariamente usufrui. ( 3 3 ) Joaquim Mur-
tinho.
O Consolador prometido pelo Mestre chegava
#
no momento oportuno. U r g e reformar, reconstruir,
aproveitar o material ainda firme, para destruir O corpo de sangue e ossos é simplesmente uma
os elementos apodrecidos na reorganização do edi- sombra da nossa entidade real e todas as nossas
fício social / E é por isso que a nossa palavra bate virtudes ou vícios a nós se atrelam além da T e r r a ;
insistentemente nas antigas teclas do Evangelho pelo que, de cada qual depende o caminho aberto
cristão, porquanto não existe outra fórmula que ou o desfiladeiro sombrio na sublime romagem para
possa dirimir o conflito da vida atormentada dos a L u z . ( 3 3 ) Romeu A
r Camargo.
homens. A atualidade requer a difusão dos seus
divinos ensinamentos. Urge, sobretudo, a criação
dos núcleos verdadeiramente evangélicos, de onde
CORPO HUMANO
possa nascer a orientação cristã a ser mantida no
lar, pela dedicação dos seus chefes. A s escolas do O corpo humano tem as suas atividades pro-
lar são mais que precisas, em vossos tempos, para priamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba
a formação do espírito que atravessará a noite de que o corpo perispiritual, que dá forma aos elemen-
lutas que a vossa Terra está vivendo, em demanda tos celulares, está fortemente radicado no sangue.
da gloriosa luz do porvir. ( 1 1 ) N a organização fetal, o patrimônio sanguíneo é
uma dádiva do organismo materno. L o g o após o
renascimento, inicia-se o período de assimilação di-
COOPERAÇÃO ferente das energias orgânicas, em que o " e u "
reencarnado ensaia a consolidação de suas novas
Sem cooperação não poderia existir amor; e experiências e, somente aos sete anos de vida
o amor é a força de Deus, que equilibra o Uni- comum, começa a presidir, por si mesmo, ao pro-
verso. ( 1 6 ) Prefácio de Emmanuel. cesso de formação do sangue, elemento básico de
equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexis-
tente, no novo serviço iniciado. ( 3 )
*
CORAÇÃO
O corpo humano não deixa de ser a mais
Nas regiões do estômago, o privilégio per- importante moradia para nós outros, quando com-
tence aos sujeitos felizes, bem fichados nos cír- pelidos à permanência na Crosta. N ã o podemos
culos bancários, mas, nos planos do coração, os esquecer que o próprio Divino Mestre classificava-o
livros de cheque são desnecessários. ( 2 1 ) como templo do Senhor. ( 3 )

CORPO FÍSICO CORPO PERISPIRITUAL

O homem é inquilino da carne, com obriga- O corpo perispiritual humano, vaso de nossas
ções naturais de preservação e defesa do patrimônio manifestações, é, por ora, ^ nossa mais alta con-
j^noss
quista na Terra, no capítulo das formas. Para as A crença, como o fruto, tem a sua época de
almas esclarecidas, já iluminadas de redentora luz, amadurecimento necessário. ( 2 3 )
representa ele uma ponte para o campo superior *
da vida eterna, ainda não atingido por nós mesmos;
para os espíritos vulgares, é a restrição indispensá- Plantemos a crença e a confiança entre os
vel e justa; para as consciências culpadas, é a homens, entendendo, entretanto, que cada criatura
cadeia intraduzível, pois, além do mais, regista os tem o caminho que lhe é próprio. ( 2 7 )
erros cometidos, guardando-os com todas as par- *
ticularidades vivas dos negros momentos da queda.
O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, Crença é o perfume dalma que se enflora
determina a densidade dò organismo perispirítico Com a luz divina, resplendente e rara
após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o Da F é , única Luz da única Aurora,
instrumento que traduz a mente, manancial de nos- Que as trevas mais compactas aclara.
sos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à ( 2 9 ) Antônio Torres.
luz ou à treva, ao bem ou ao mal. ( 5 )
*
Se tens o leve agasalho
CREMAÇÃO
D o santo calor da crença,
— Na cremação faz-se mister exercer a pie- Exemplifica o trabalho
dade com os cadáveres, procrastinando por mais Sem cuidar da recompensa.
horas o ato do d e s t r u i r ã o das vísceras materiais, ( 2 9 ) Belmiro Braga.
pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos *
de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o
corpo onde se extinguiu o "tônus vital", nas pri- Crença! Luminosíssima riqueza
meiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos Que enche a vida de paz e de beleza,
/ fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para Mas que chega no mundo muito tarde.
as sensações da existência material. ( 1 2 ) ( 2 9 ) Antero de Quental.

CRENÇA CRIAÇÕES
Mudar de crença religiosa pode ser modifi- Viveremos, de fato, com as criações mais ínti-
cação de caminho, mas pode ser também continui- mas de nossa alma. ( 2 )
dade de perturbação. Torna-se necessário encon-
trar o Cristo no santuário interior. ( 8 )
* CRIMINOSO
A crença fiel deve ser lição viva do espírito O criminoso nunca consegue fugir da verda-
de serviço. ( 1 7 ) deira justiça universal, porque carrega o crime
cometido, em qualquer paçt£. ( 2 )
CRISTÃO CRISTIANIZAR
Os passos do cristão, em qualquer escola reli- Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas
giosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, feições exteriores. E' reformá-la para o bem no
e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em âmbito particular. ( 8 )
verdade, do Espiritismo e do espiritualismo, mas,
muito mais, de espiritualidade. (1) Prefácio de
Emmanuel.
CRUELDADE
*
A crueldade é o A m o r que se tiraniza. (33)
Ser cristão, outrora, simbolizava a escolha da <7oão de Brito.
experiência mais nobre, com o dever de exemplifi-
car o padrão de conduta consagrado pelo Mestre
Divino. Constituía ininterrupto combate ao mal
com as armas do bem, manifestação ativa do amor CRUZ
contra o ódio, segurança de vitória da luz contra
as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva A cruz do Cristo é um §ímbolo de perfeito
sobre a discórdia derruidora. (5) equilíbrio. Uma linha horizontal e uma linha ver-
tical, justapostas, formavam figuras absolutamente
retas. Sim, o instrumento do suplício enviava uma
O cristão não odeia, nem f e r e . Segue ao Cristo, silenciosa mensagem. Era preciso ser justo, sem
servindo ao mundo. ( 7 ) parcialidade ou falsa inclinação. O Mestre amara
a todos, indistintamente. Repartira os bens eter-
nos com todas as criaturas. A o seu olhar compas-
sivo e magnânimo, gentios e judeus eram irmãos.
CRISTIANISMO
Experimentava, agora, singular acuidade para exa-
O Cristianismo jamais será doutrina de regras minar conscientemente as circunstâncias. (16)
implacáveis, mas sim a história e a exemplificação
das almas transformadas com Jesus, para glória
de Deus. Se as lições do Mestre apenas nos ofere- CULPA
cessem motivos de condenação, onde estariam as
grandes figuras evangélicas de Maria Madalena, A culpa e o mérito crescem, quando o discer-
Paulo de Tarso e tantas outras? N o entanto, a pe- nimento se desenvolve. ( 3 3 ) Abel Gomes.
cadora transformada foi a mensageira da ressurrei-
ção; o inflexível e cruel perseguidor convertido,
recebeu de Jesus a missão de iluminar o genti- CULTO INTIMO
lismo. (15)
r * % •'•V L4 N o templo de pregações públicas poderemos re-
ceber as insujrações externas, ao passo que no
Em Cristianismo não existe neutralidade. (33) culto íntimo entramos em contacto com o próprio
Mariano José Pereira da Fonseca. eu, recebendo divinas mensagens na consciência. Os
diversos ministros religiosos têm fórmulas conven- cias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam
c i o n a i s ; nós, como sacerdotes da própria ilumina- -nos a experiência, de minuto a minuto. ( 7 )
ção, temos as expressões espontâneas da vida. ( 1 5 )

DEMÔNIOS
C U L T O DOS MORTOS
Milhões de desencarnados permanecem iman-
O culto dos mortos atinge proporções espan-
tados à Crosta do Mundo, impedindo o progresso
tosas. Inúmeras eram as tribos que se entregavam
mental dais criaturas que lhes são afins. Preferem
às invocações dos trespassados, por meio de encan-
tamento e de cerimônias de magia. A s excessivas a discórdia e a malícia, como autênticos demônios
homenagens aos mortos, no seio da civilização dos soltos, e, quando podem, chegam a destilar venenos
egípcios, constituem, até em vossos dias, objeto de cruéis, através de escritores invigilantes. Mantêm
estudos especiais. Toda a vida oriental está amal- a ignorância de muita gente, a respeito da eterni-
gamada nos mistérios da morte e, no Ocidente, dade, para melhor se acomodarem às reclamações
pode-se reparar, entre as raças primitivas, a do da inferioridade em que se comprazem. ( 2 4 )
povo celta, como a depositária de tradições longín-
quas, que diziam respeito à espiritualidade. ( 1 1 )
DESCOBERTA

CULTURA A descoberta de si mesmo é apanágio de


cada um. ( 1 )
Cultura e, sobretudo, esclarecimento, são nor-
mas pacíficas contra a discórdia ( 3 3 ) Demétrio
Nunes Ribeiro.
DESENGANO

A princípio molhava a pena no vermelhão com


que se pintam os palhaços inteligentes para atender
as exigências do público, em seguida ensopou-a no
D vasto tinteiro das lágrimas. Começou bebendo o
vinho adocicado da fantasia para vomitar, mais
DEDICAÇÃO tarde, o vinagre amargoso do desengano. ( 2 3 )

A dedicação é o A m o r que se estende. (33)


João de Brito.
DESGRAÇA

DELIBERAR O que êNlj^Terra, clama, tudo passa:


Tanto a flor veludosa da Ventura,
Não delibere apressadamente. A s circunstân- Quanto o acerado " a t í ^ j ^ da Desgraça.
DESIDIA
A noção do dever bem cumprido, ainda que
O carro mais reforçado,
todos os homens permaneçam contra nós, é uma
A desidia do cocheiro, luz firme para "o dia e abençoado travesseiro para
Abandona o rumo certo, a noite. ( 2 )
Resvala ao despenhadeiro.

N o mundo, também é assim;


DIA
O homem, na Humanidade,
E ' o viajor demandan'lo
Que vale um dia? Interroga
A s luzes da Eternidade.
Quem não sabe ter vontade;
Mas, cada dia é caminho
A experiência é a viagem,
N a esfera da eternidade. ( 2 8 )
O carro é teu organismo:
Quem descuide o próprio corpo
Precipita-se no abismo. ( 2 8 )
DIABO

A palavra "diabo" era então compreendida na


DESIGUALDADE
sua justa acepção. Segundo o sentido exato da
expressão, era ele o adversário do bem, simboli-
A desigualdade social é o mais elevado teste-
zando o termo dessa forma, todos os maus senti-
munho da verdade da reencarnação, mediante a qual
mentos que dificultavam o acesso das almas à acei-
cada espírito tem sua posição definida de regene-
tação da Boa-Nova e todos os homens de vida
ração e resgate. Nesse caso, consideramos que a
perversa, que contrariavam os propósitos da exis-
pobreza, a miséria, a guerra, a ignorância, como
tência pura, que deveriam caracterizar as atividades
outras calamidades coletivas, são enfermidades do
dos adeptos do Evangelho. ( 1 9 )
organismo social, devido à situação de prova da
quase generalidade dos seus membros. Cessada a *
causa patogênica com a iluminação espiritual de
todos em Jesus-Cristo, a moléstia coletiva estará O diabo existe como personificação do desequi-
eliminada dos ambientes humanos. ( 1 2 ) líbrio. ( 2 3 )

DEVER DINHEIRO

O dinheiro não soluciona problemas fundamen-


mos no 7nfiHr
0 d PrÍd0
°é
1U
atravessa-
m a P r t a u e
tais do destino e o elevado conceito que possamos
mos no Infinito, rumo ao continente sasrrarln rta conseguir dos outros nem sempre corresponde à
união com o Senhor. E ' natural S a n S t l e
realidade. ( 5 )
homem esquivo à obrigação justa ?a essa b l n
çao indefinidamente adiada ri)
O dinheiro naoTrtgntfica um m a l . Todavia, o
apóstolo dos gentios n o s ^ g j a r e c e que o amor do
dinheiro é a raiz de toda espécie de males. O ho- DISCÓRDIA
mem não pode ser condenado pelas suas expressões
financeiras, mas, sim, pelo mau uso de semelhantes A discórdia é o A m o r que divide. ( 3 3 ) João de
recursos materiais, porquanto é pela obsessão da Brito.
posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas
do infortúnio humano, se instalam nas almas, com-
pelindo-as a desvios da luz eterna. DISCUTIR
O dinheiro que te vem às mãos, pelos caminhos
retos, que só a tua consciência pode analisar à cla- N ã o discuta estérilmente. Aprenda a reconhe-
ridade divina, é um amigo que te busca a orientação cer nos outros necessidades diferentes das nossas.
sadia e o conselho humanitário. Responderás a N e m todos os homens poderão partilhar de tuas
Deus pelas diretrizes que lhe deres e ai de ti se crenças. N ã o vemos que a idade assinala as criatu-
materializares essa força benéfica no sombrio edi- ras? Entre a meninice e a mocidade e a decrepi-
fício da iniquidade. ( 8 ) tude, há numerosos graus de posição física. ( 1 7 )

DIVIDA
O dinheiro é um Instrumento Útil, mas nunca
será tudo, porque, acima dos tesouros perecíveis, O dever possui as bênçãos da confiança, mas
está o amor com os seus infinitos recursos. (19) a dívida tem os fantasmas da cobrança. ( 2 )

DOR
pre S s s o Í v p ™ V***" M 0 b e m
p e i t a d o sem- Dor, para nós, significa possibilidade de enri-
Lntas (16) Ç
° S 6 a S r e s
P° n s a b i l i d
a d e s mais quecer a alma; a luta constitui caminho para a
divina realização. (1)
*
DIREITOS
Temos sempre, na Terra, a ilusão de que
N ã o indagueis de direitos prováveis aue vos não há dor maior que a nossa. Pura cegueira:
caberiam no banquete divino, antes de l i q u S a r os há milhões de criaturas afrontando situações ver-
compromissos humanos. ( 5 ) "quiüar os dadeiramente cruéis, comparadas às nossas expe-
riências. (1)
*
DISCÍPULO Nossa dor não nos edifica pelos prantos que
vertemos, ou pelas feridas que sangram em nós,
rtn m ° * i d Í S C Í p U l
° d 0 E v a n
Selho é apenas inimigo mas pela porta de luz que nos oferece ao espírito,
do mal e, na sua tarefa, coloca, , > J n o r arinm de ,-a f i m de sTS^ms^mais compreensivos e mais hu-
todos os princípios. Além ;\, 'mais, nós consTdera manos. (1)
mos que todo jugo, . c ^ j o s u s , é suave ^ ^ ' l d e r a
A dor, muitas vezes, funciona como medida de
auxílio nas corrigendas indispensáveis. ( 3 ) A dor e o obstáculo guardam para nós a fun-
* » ção de legítimos instrutores. E ' um erro inter-
pretar dificuldades à conta de punições ou pesa-
A dor, o obstáculo e o conflito são bem-aventu- delos, quando nelas devemos encontrar recursos de
radas ferramentas de melhoria, funcionando em aprimoramento e provas abençoadas. A lei é de
nosso f a v o r . Que dizer da pedra preciosa que fu- evolução comum e de perfeição final para todos,
gisse às mãos do lapidario, do barro que repelisse ainda mesmo considerando a necessidade de expia-
a influência do oleiro? ( 6 ) ção para o crime e corrigenda para o mal. Como
habilitar-se o aluno sem o livro de lições? que seria
* do espírito encarnado sem a oportunidade de expe-
N ã o esperes deste mundo mais que lágrimas e rimentar, atuar, lapidar-se e conhecer? ( 2 5 )
padecimentos, porque é na dor que os corações se
lucificam para o c é u . . . ( 1 3 )
E ' a dor que através dos anos,
Dos algozes, dos tiranos,
Todas as dores passam como a vertigem dos Anjos puríssimos faz,
relâmpagos ou como os vóus da neblina desfeitos Transmutando os Neros rudes
ao Sol. ( 1 4 ) E m arautos de virtudes,
# E m mensageiros de paz.
( 2 9 ) Castro Alves.
Só a dor nos ensina a ser humanos. (16)
*
*
Tudo sofri,
O leito de dor é um campo de ensinamentos O' Dor, por te querer,
sublimes e luminosos. Nele a alma exausta vai esti- Porque depois que vieste
mando no corpo a função de uma túnica. Tudo o Qual pássaro celeste
que se refira à vestimenta vai perdendo, consequen-
Para abrir rosas de sangue no meu peito,
temente, de importância. ( 1 6 )
Encheste a minha vida
* De um estupendo prazer, quase perfeito!

N ã o basta sofrer desesperadamente, como o A o s poucos me ensinaste a abandonar


náufrago revoltado, recolhido na onda de sua pró- Meus prazeres fictícios,
pria imprevidência. E ' necessário conhecer a fina- Trocando-os pela luz dos sofrimentos!
lidade da dor, lapidaria da evolução e eterna obrei-
ra do Espírito. ( 2 1 ) ( 2 9 ) Carmen Cinira.

#
*
A dor é, como o incêndio, suscetível de trans-
A dor bem compreendida é .-íáíi luz para o
1

ferir-se d*"iwJ|jJjação do vizinho para a nossa casa.


coração. ( 2 4 ) , • •
?

(33) DemétriõTfàlhf^libeiro.
grama de elevação. E', portanto, indispensável dis-
**rUmo José pSelaS FonZet (33)
tinguir entre harmonia e desequilíbrio, evitando o
estacionamento em desfiladeiros fatais. ( 3 )

DOUTRINADOR
Toda elevação representa uma subida e toda
subida pede esforço de ascensão. ( 5 )
Para Víq ue°r
S
Não"/ m U Í t Í 3 S Í m
°
atribui a Nosso S e n C jl\VtS ^J™»*
Deus palpita em toda parte,
Nada faz ou cria a esmo,
Mas pede em tudo a seu filho
A elevação de si mesmo. ( 2 8 )
E
EDUCAÇÃO ELEVAR-SE

O processo de educação do Ser para a Divin- N ã o intenteis o voo sem haver aprendido a
dade tem sua base no reencarnacionismo e no tra- marcha. ( 5 )
balho incessante. ( 2 2 )

ENFERMIDADE
EDUCAR
A enfermidade é conselheira carinhosa e es-
clarecida. ( 1 6 )

ENGANO
EGOÍSMO Mas quanto o homem fraco inda se engana,
Porque em sua triste condição humana,
Fêz a essência de Deus igual a si!
- e s m o . ^ Í T 0
^ lTn?o U e
* C
° D C e n t r a
* ( 2 9 ) Antero de Quental.

ELEVAÇÃO
ENSINAMENTO
N o pKgzer, no sofrimento,
N a noite io>i»t>L-e sombria,
N a claridade
Tudo é flor de ensinar
ENSINAR
declarou que as cartas do convertido de Damasco
Ensinar não é ferir v ^•
deviam ser interpretadas como cartas do Cristo
amorosamente, para o reino *1 ° ° P «mo, t & r r ó

aos discípulos e seguidores, afirmando, ainda, que


paz. ( 7 ) * a 0 r
compreensão e da
e m o d a

elas assinalavam um novo período luminoso na his-


tória do Evangelho. ( 1 6 )

EPÍFISE
ESCLARECER
E ' a glândula da vida mental. Ela acorda no
organismo do homem, na puberdade, as forças Esclarecer não é discutir. E ' respeitar os
criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como fundamentos, restaurando as obras para o bem
o mais avançado laboratório de elementos psíquicos geral. ( 7 )
da criatura terrestre. ( 3 )

ESCOLA
EPISTOLAS
A escola do mundo tem aqui o seu prolonga-
mento lógico e é inútil que o nosso pensamento se
Percebendo o elevado espírito de cooperação perca nas cogitações da dúvida, agora injustificável
de todas as obras divinas, Paulo de Tarso nunca pela ausência da indumentária larval. ( 2 1 )
procurava escrever s ó ; buscava cercar-se, no mo-
mento, dos companheiros mais dignos, socorria-se
*
de suas inspirações, consciente de que o mensageiro Bendita seja a oficina
de Jesus, quando não encontrasse no seu tono sen- Que nos cede ao pensamento
timental as possibilidades precisas para transmitir O pão do conhecimento
os desejos do Senhor, teria nos amigos instrumen-
E a bênção da luz divina. ( 3 2 )
tos adequados.
*
Desde então, as cartas amadas e célebres, te-
souro de vibrações de um mundo superior, eram Abramos escolas e o canhão se recolherá ao
copiadas e sentidas em toda parte. E Paulo con- museu. ( 3 3 ) Demétrio Nunes Ribeiro.
tinuou a escrever sempre, ignorando, contudo, que *
aqueles documentos sublimes, escritos muitas vezes
em hora de angústias extremas, não se destinavam A escola será, em todos os seus graus, um tem-
a uma igreja particular, mas à cristandade uni- plo da luz divina. ( 3 3 ) Demétrio Nunes Ribeiro.
versal. A s epístolas lograram êxito rápido. Os
irmãos as disputavam nos rincões mai* humildes,
por seu conteúdo de consolações ,» «^próprio Simão ESCRAV22ÃO
Pedro, recebendo as p r r ò ü i à s cópias, em Jeru-
salém, reuniu a comá^xuade e, lendo-as, comovido, Escravidão i f e s i ^ g v i d ã o ! Quantos contrastes
surpreendentes encerras!*S^n raro, o homem que
r^^^S^^J^ «confessáveis, A esperança em Cristo será sempre um refúgio
favorecer o engrandecimento > D
. Para
a e s t r a d a

indispensável na hora da partida, mas a advertência


J W . quando não se S õ e ° S n f 1 0 1 0 d ° S <*ue S apostólica nos convoca a ilações mais g r a v e s . Lem-
jando-se, então, ao E , , ^8 0
demais, arro-
0 3

dade. ( 3 3 ) W cLn* ^ ° da miseraníi-


S p e n h a d
bremos os perversos que aceitam Jesus na hora
S
extrema. Muita gente, portadora de crimes inomi-
náveis, faz ato de f é no leito de m o r t e . Enquanto
tem saúde e mocidade, vivem ao léu, entre capri-
ESCRITORES
chos e desregramentos; mas tanto que o corpo que-
brantado lhes dá ideias de morte, alarmam-se e des-
Os escritores, em geral, sentem-se desvane- fazem-se em rogativas a Deus. Podem, criaturas
cidos com as gentilezas da multidão. N ã o importa que tais, esperar de pronto, imediata, a glória do
se o simpatizante de suas obras é algum êmulo d e Cristo?
José do Telhado. Sabem apenas que a lista de
seus leitores relaciona mais um. Madame de Stael E os que se sacrificam nas aras do dever en-
reunia admiradores para a sua inteligência. Ninon quanto lhes resta uma partícula de forças? Claudi-
de Lenclos arrebanhava adoradores para a sua be- caria a justiça, em suma, se afinal a virtude se
leza. ( 2 3 ) confundisse com o crime, a verdade com a mentira,
o labor com a ociosidade. Certo que será sempre
útil recorrer à misericórdia do Senhor, ainda que
ESFORÇO manchados até os cabelos, bem • como acreditar
que, para toda enfermidade, haverá remédio ade-
quado. Penso, porém, que a assertiva de Paulo
O esforço próprio, com o trabalho legítimo, é
uma lei para todos os planos evolutivos. ( 3 ) não se refere ao termo da vida corporal, fenômeno
natural e apanágio de justos e de injustos, de piedo-
* sos e de ímpios. Bafejado pela divina inspiração, o
amigo do gentilismo aludiu, por certo, à morte da
A prece ajuda, a esperança balsamiza, a f é
sustenta, o entusiasmo revigora, o ideal ilumina, "criatura velha", que está dentro de nós. E ' a
mas o esforço próprio na direção do bem é a alma personalidade egoística e má, que trazemos conosco
da realização esperada. E m razão disso, ainda e precisamos combater a cada dia, para que pos-
aqui, a bênção do minuto, a dádiva da hora e o samos viver em Cristo. ( 1 5 )
tesouro das oportunidades de cada dia hão-de ser
convenientemente aproveitados se pretendemos san-
tificadora ascensão. ( 6 )
N ã o te aflijas. A bonança
E ' flor de sabedoria,
N ã o te esqueças que a esperança
ESPERANÇA
E ' bênção de cada dia.
(29) Belmiro Braga.
* • ter i r ^ s ^ ^ i
A esperança b virente,
A l v a estrela, respléiüSçate,
Que ilumina os corações; m o s . Invocam a verdade, mas não caminham ao
Que conduz as criaturas encontro dela. Enquanto muitos estudiosos redu-
À s almejadas venturas zem os médiuns a cobaias humanas, numerosos
E n t r e célicos clarões. crentes procedem à maneira de certos enfermos
( 2 9 ) Casimiro Cunha. que, embora curados, crêem mais na doença que
na saúde, e nunca utilizam os próprios p é s . Enfim,
procuram-se, por lá, os espíritos materializados
para o fenomenismo passageiro, ao passo que nós
ESPERAR
outros vivemos à procura de homens espiritualiza-
dos para o trabalho sério. ( 1 )
E s p e r a ! — diz a noite — o dia v o l t a r á .
E s p e r a ! — clama a semente — o fruto não
tarda.
O Espiritismo cristão é a revivescência do
E s p e r a ! — anuncia a justiça — e tudo recom-
porei . Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a
Bem-aventurados, pois, quantos no mundo sa- mediunidade constitui um de seus fundamentos
bem aprender, servir e esperar! ( 3 3 ) Viana de vivos. ( 3 )
Carvalho. #

— "Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado


desse modo, como um triângulo de forças espi-
ESPIRITA
rituais.
" A Ciência e a Filosofia vinculam à T e r r a essa
Se procuramos a companhia de orientadores
benevolentes, tão só para o gozo de vantagens figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino
pessoais, onde estará o aprendizado? acaso não que a liga ao céu. N o seu aspecto científico e filo-
permanecemos aqui na Terra, em lição? Teríamos sófico, a doutrina será sempre um campo nobre
recebido o corpo, ao renascer, apenas para re- de investigações humanas, como outros movimentos
pousar? ( 3 ) coletivos, de natureza intelectual, que visam o aper-
feiçoamento da humanidade. N o aspecto religioso,
todavia, repousa a sua grandeza divina, por cons-
tituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo,
ESPIRITISMO
estabelecendo a renovação definitiva do homem, para
a grandeza do seu imenso futuro espiritual." ( 1 2 )
O Espiritismo é a nossa grande esperança e,
por todos os títulos, é o Consolador da humanidade
*
encarnada; m a s a nossa marcha é ainda muito
lenta. Trata-se de uma dádiva sublime, para a O que infesta o Espiritismo em nossa terra é o
qual a maioria dos homens ainda não possui "olhos mau gosto pelas discussões estéreis. O nosso_ tra-
de v e r " . Esmagadora percentagem dos aorendizes balho é contínuo para que muitos confrades não se
novos aproxima-se dessa fonte divi".^, â 6opiar an-
c n engalfinheií?*!«*l«i imprensa, demonstrando-lhes com
t i g o s vícios religiosos. Qu^"" ~. receber proveitos, lições indiretas a" !, - ü l i d a d e das suas polêmicas.
1

mas não se dispõem a coisa alguma de si mes- Mesmo assim, a d o u t r i f i a ^ : r ; realizado


m u
-i t
| o S u a
obras de caridade crista estão multiplicadas por
toda parte, atestando o labor do Evangelho. ( 2 0 ) Espiritismo é uma luz
Gloriosa, divina e forte,
Que clareia toda a vida
O Espiritismo, verdadeiramente interpretado, E ilumina além da m o r t e .
é a síntese maravilhosa que abrange todas as ati- ( 2 9 ) Casimiro Cunha.
vidades humanas, no sentido de aperfeiçoá-las para
o bem comum. ( 2 0 )

ESPIRITISMO CRISTÃO
O Espiritismo é um campo imenso onde cada
qual tem a sua tarefa a desempenhar, e onde o O Espiritismo cristão não oferece ao homem
exclusivismo pecará sempre pela inoportunidade; tão somente o campo de pesquisa e consulta, no
mas, é prudente criar-se a mentalidade evangélica qual raros estudiosos conseguem caminhar digna-
antes das obras espíritas, a fim de que elas não mente, mas, muito mais que isso, revela a oficina
se percam nos labirintos do mundo, e para que de renovação, onde cada consciência de aprendiz
sejam devidamente cultivadas pelos verdadeiros dis- deve procurar sua justa integração com a vida mais
cípulos do único Me3tre, que é Jesus-Cristo. ( 2 0 ) alta, pelo esforço interior, pela disciplina de si
* mesma, pelo auto-aperfeiçoamento. ( 2 ) Prefácio
de Emmanuel.
Espiritismo não é somente a graça recebida,
é também a necessidade de nos espiritualizarmos
para as esferas superiores. ( 2 2 )
* ESPIRITO

O Espiritismo, como oficina de sabedoria e O espírito, no limiar do túmulo, sente angús-


amor, aperfeiçoamento e iluminação, é instituto tia e receio; e, nos estertores de sua impotência,
mundial de trabalho incessante, onde não há pa- vê, numa continuidade assombrosa de imagens mo-
lanque para espectadores ociosos. ( 2 3 ) vimentadas, toda a inutilidade das ilusões da vida
#
material. Todas as suas vaidades e enganos tom-
bam furiosamente, como se um ciclone impiedoso
A plataforma espiritista, em todos os lugares, os arrancasse do seu íntimo, e os que, somente para
será, antes de tudo, uma aleluia dos corações. Suas esses enganos viveram, sentem-se na profundeza de
vozes deverão reviver as lições incompreendidas suas consciências, como se atravessassem um de-
daquele Mestre amoroso e sábio que veio salvar os serto árido e extenso; todos os erros do passado
pecadores. ( 2 5 ) gritam nos seus corações, todos os delizes se lhes
apresentam, e nessa quietude aparente de uns lá-
bios que se cerram no doloroso rictos da morte,
O Espiritismo constitui a porÇji-coí» ^esperança existem 4qf^ps de blasfêmia e desesperação, que
para um mundo melhor. (25^ não escutais, èm vçsso próprio benefício.
Para esses espírrüb;- não existe a paz do último
dia. Amargurados e desditdSfct lançam ao passado
0 olhar e reflexionam: — A h ! se eu pudesse voltar ESPIPJTOS PERVERSOS
aos teiapos i d o s ! . . . " ( 1 1 )

# Para muitas criaturas, é difícil compreender a


arregimentação inteligente dos espíritos perversos.
Todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo Entretanto, é lógica e natural. Se ainda nos situa-
irradiante de forças que criam, transformam ou mos distantes da santidade, não obstante os pro-
destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência pósitos superiores que já nos orientam, que dizer
terrestre presentemente não pode compreender. ( 1 ) dos irmãos infelizes que se deixaram prender, sem
* resistência, às teias da ignorância e da maldade?
N ã o conhecem região mais elevada que a esfera
Forçoso é reconhecer, todavia, que o cérebro carnal, a que ainda se ajustam por laços vigorosos.
é o aparelho da razão e que o homem desencarnado,
Enleados em forças de baixo padrão vibratório,
pela simples circunstância da morte física, não pe-
não apreendem a beleza da vida superior e, enquan-
netrou os domínios angélicos, permanecendo diante
to mentalidades frágeis e enfermiças se dobram
da própria consciência, lutando por iluminar o ra-
ciocínio e preparando-se para a continuidade do humilhadas, os gênios da impiedade lhes traçam
aperfeiçoamento noutro campo vibratório. ( 2 ) P r e - diretrizes, enfileirando-as em comunidades extensas
fácio de Emmanuel. e dirigindo-as em bases escuras de ódio aviltante
e desespero silencioso. Organizam, assim, verda-
* deiras cidades, em que se refugiam falanges com-
Nossos amigos encarnados muitas vezes acre- pactas de almas que fogem, envergonhadas de si
ditam que somos meros adivinhos e, pelo simples mesmas, ante quaisquer manifestações da divina
fato de nos conservarmos f o r a da carne, admitem luz. Filhos da revolta e da treva ai se aglomeram,
que j á somos senhores de sublimes dons divinató- buscando preservar-se e escorando-se aos milha-
rios, esquecidos de que o esforço próprio, com o res, uns nos o u t r o s . . . ( 6 )
trabalho legítimo, é uma lei para todos os planos
evolutivos. ( 3 )

ESPIRITUALISMO
E ' necessário encarar-se a situação dos de-
sencarnados com a precisa naturalidade. N ã o há O espiritualismo, nos tempos modernos, não
forçais miraculosas para os seres humanos, como pode restringir Deus entre as paredes de um templo
não existem igualmente para nós. O l i v r e arbítrio da Terra, porque a nossa missão essencial é a de
relativo nunca é ab-rogado a todos nós; em con- converter toda a T e r r a no templo augusto de
junto, somos obrigados, em qualquer plano da vida, Deus. ( 5 )
a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento. ( 1 1 )
*
ESQUECIMENTO
Cada Espírito é um mundo v i v o ^ ^ m movi-
mento próprio, atendendo à s causas que criou para Senrtf"^az do esquecimento transitório, talvez
si mesmo, no curso do tem^ijrf gravitando em torno a T e r r a deixasse de- ?er uma escola abençoada para
da L e i Eterna q u e ^ p ^ e a V i d a Cósmica. ( 2 2 ) ser um ninho abominável d a e oódios
a i o s perpétuos.
] (15)
EUCARISTIA
EUTANÁSIA
Intensa luminosidade fluía do sacrário, envol-
vendo todo o material do culto, mas, surpreendido, — O homem não tem o direito de praticar a
reparei que o sacerdote, ao erguer a oferta sublime, eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja
apagou a luz que a revestia com os raios cinzento- a demonstração aparente de medida benfazeja.
-escuros que ele próprio expedia em todas as dire- A agonia prolongada pode ter finalidade pre-
ções. L o g o após, quando se preparou a distribuir ciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser
o alimento eucarístico entre os onze comungantes um bem, como a única válvula de escoamento das
que se prosternavam, humildes, à mesa adornada imperfeições do espírito em marcha para a sublime
de alvo linho, notei que as hóstias, no prateado aquisição de seus patrimônios da vida imortal.
recipiente que as custodiava, eram autênticas flo- Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis
res de farinha, coroadas de doce esplendor. Irra- e a ciência precária dos homens não pode decidir
diavam luz com tanta força que o magnetismo nos problemas transcendentes das necessidades do
obscuro das mãos do ministro não conseguia inu- espírito. ( 1 2 )
tilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dis-
punha a receber o pão simbólico, enegreciam como
por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, EVANGELHO
cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor
divina com a pureza desejável. V i a hóstia, qual O Evangelho de Jesus lembra-nos que há maior
foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alegria em dar que em receber. Aprendamos a
alojando-se-lhe a claridade em pleno coração. concretizar semelhante princípio, no esforço diário
a que formos conduzidos pela nossa própria feli-
Intrigado, procurei ouvir o Instrutor que, mui-
to ponderado, elucidou sem delonga: cidade. ( 1 )
— Apreendeste a lição? O celebrante, apesar
de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos
Enquanto o espírito do homem se engolfa ape-
sentidos, sem esforço interior de sublimação pró-
nas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus
pria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se
não lhe parece mais que repositório de ensinamen-
sumamente interessado em terminar a cerimônia
tos comuns; mas, quando se lhe despertam os
com brevidade, de modo a não perder uma alegre
sentimentos superiores, verifica que as lições do
excursão em perspectiva. Quanto aos que compa-
Mestre têm vida própria e revelam expressões des-
receram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos
conhecidas da sua inteligência, à medida que se
rasteiros e sombrios, eles mesmos se incumbem de
esforça na edificação de si mesmo, como ins-
anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam
trumento do P a i . Quando crescemos para o Se-
benefícios imerecidos. Temos aqui grande quanti-
nhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos
dade de crentes titulares, mas muito poucos amigos
olhos. ( 2 )
do Cristo e servidores do bem.
O "ite, missa e s t " dispensou os íüfs^que, ao
fim da reunião, mais se assemelhavam a barulhento O Evangelho, em sua expressão total, é um
bando de passarinhos^de bela plumagem. ( 6 ) vasto caminho ascensional, cujo fim não podere-
mos atingir, legitimaments^sem conhecimento e
aplicação de todos os detalhes. Muitos estudiosas
presumem haver alcançado o termo da lição do adota providências para uma vida inteira? N o mun-
Mestre, com uma simples leitura vagamente racio- do vivem os que entesouram na terra e os que
cinada. Isso, contudo, é erro g r a v e . A mensagem entesouram no céu. Os primeiros escondem suas
do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida possibilidades no cofre da ambição e do egoísmo e,
e vivida. ( 1 5 ) por vezes, atiram moedas douradas ao faminto que
passa, procurando livrar-se de sua presença;,os se-
* gundos ligam suas existências a vidas numerosas,
fazendo de seus servos e dos auxiliares de esforços
Jesus transplantou da Palestina para a região
a continuação de sua própria família. Estes últimos
do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho,
sabem empregar o sagrado depósito de Deus e são
a fim de que os seus rebentos delicados floresces-
seus mordomos fiéis, à face do mundo. ( 1 9 )
sem de novo, frutificando em obras de amor para
todas as criaturas. A o cepticismo da época soará *
estranhamente uma afirmativa desta natureza. O
Evangelho? N ã o seria mera ficção de pensadores Os Evangelhos constituem a biografia de Jesus
do Cristianismo o repositório de suas lições? N ã o na T e r r a ; contudo, os homens não dispensam, em
foi apenas um cântico de esperança do povo hebreu,
suas atividades, o véu da matéria e o símbolo. A
que a I g r e j a Católica adaptou para garantir a coroa
todas as coisas puras da espiritualidade adicionam
na cabeça dos príncipes terrestres? N ã o será uma
a extravagância de suas concepções. N e m nós e
palavra vazia, sem significação objetiva na atuali-
dade do globo, quando todos os valores espirituais nem os Evangelhos poderíamos escapar. E m diver-
parecem descer ao "sepulcro caiado" da transição sas basílicas de Ravena e de Roma, Mateus é repre-
e da decadência? Mas, a realidade é que, não sentado por um j o v e m ; Marcos por um leão; Lucas
obstante todas as surpresas das ideologias moder- por um touro e João, pelo símbolo estranho de uma
nas, a lição do Cristo aí está no planeta, aguardan- águia. ( 2 0 )
do a compreensão geral do seu sentido profundo.
Sobre ela, levantaram-se filosofias complicadas e *
as mais extravagantes teorias salvacionistas. E m
seu favor, muitos milhares de livros foram editados O Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo
e algumas guerras ensanguentaram o roteiro dos não é apenas um conjunto brilhante de ensinamen-
povos. Entretanto, a sublime exemplificação do tos sublimes para ser comentado em nossas doutri-
Divino Mestre, na sua expressão pura e simples, nações — é Código da Sabedoria Celestial, cujos
só pede a humildade e o amor da criatura, para dispositivos não podemos confundir. ( 2 2 )
ser devidamente compreendida. ( 1 8 )
*
*
Se caminhas neste mundo,
Acreditais, porventura, que o E v a n g e l i n tenha Sejas moço, sejas velho,
vindo ao mundo para transformar todos ós homens NSd* esqueças, meu amigo,
em miseráveis mendigos? Qual a esmola maior: a A bússola do Evangelho. ( 2 8 )
que socorre as necessidades de um dia ou a que
O Evangelho, na luz do Espiritismo, A vida é a peça importante.
£ a escada de Jacob vencendo o abismo O período de tempo, que medeia entre uma
lrazendo ao mundo o verbo de Jesus entrada pelo berço e uma saída pelo túmulo, é
( 2 9 ) João de Deus. precisamente um ato para cada um de nós no con-
junto. ( 3 3 ) Leopoldo Fróis.
EXEMPLIFICAÇÃO

Muita gente julga, a esmo, EXISTÊNCIA DIGNA


Que as lutas da educação
Resumem-se à teoria, O homem poderá rir com Voltaire, estudar
Discurso e doutrinação. com Darwin, filosofar com Spinoza, conquistar com
Napoleão, teorizar com Einstein, ou mesmo fazer
Mas o problema é bem outro: teologia com São Tomás; entretanto, para viver a
N ã o se dispensa a harmonia existência digna, há que alimentar-se intimamente
Entre ação e ensinamento, de princípios santificantes, tanto quanto entretém
N o s quadros de cada dia. ( 2 8 ) o corpo à custa de pão. Quem não dispõe do divino
combustível para uso próprio, recorre inconsciente-
mente às reservas alheias, porquanto, não existe
EXEMPLIFICAR idealismo superior que não tenha nascido da ativi-
dade espiritual e, sem ele, o conceito de civilização
w . Q
TU
° n ã f a Z
arraiais do
q u a n t 0 e n s i n a n o s redunda em grossa mentira. ( 2 4 )
bem, pode ser um sonhador, benéfico para os ou-
5™f{ f f « f i n i t a m e n t e perigoso para si mesmo.
ã

(àó) Luis Gama.


EXISTÊNCIA TERRESTRE

A existência terrestre é um aprendizado em


EXEMPLO que nos consumimos devagarinho, de modo a atin-
gir a plenitude do Mestre. N o plano da própria
,^ ° n Í ^ í P 0
Í a f o r Ç a m a i s c o n
t a g i o s a do mundo. materialidade, poderemos observar esse imperativo
(ád) Demétrio Nunes Ribeiro. de lei. A infância, a mocidade e a decrepitude, em
seu aspecto de transitoriedade, não podem repre-
sentar a vida. São fases de luta, demonstrações da
EXISTÊNCIA
sagrada oportunidade concedida por Deus para nos
expurgarmos da grosseria dos sentimentos, da cros-
«ÍA / " ® a do homem deve valer pela inten-
x i s t ê n c i
ta de imperfeição. ( 1 5 )
sidade da sua edificação espiritual. ( 2 1 )

EXPEWIiNCIA
Cada existência é uma parte no drama evolu-
tivo Cada corpo é um traje provisório, e cada A experiência humana não é uma estação de
profissão uma exper>*icia rápida prazer. O homem p e r m a n er c^e m função de apren-
iu:
dizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valori-
zar a oportunidade de aprender, facilitando o mes- FARDO
mo ensejo aos semelhantes. ( 8 )
O fardo que sobrecarrega os ombros de um
# amigo será sempre mais agravado em seu peso, se
nos pomos a examiná-lo, muitas vezes guiados por
Deus tudo concede, mas não nos pode isentar observações inoportunas; ele, entretanto, se tor-
das experiências necessárias. O perdão do Pai, ao
nará suave e leve para aquele a quem amamos, se
lavrador ocioso, está na repetição anual da época
o tomarmos com os nossos esforços sinceros, ensi-
de plantio. Nessa renovação de possibilidades, o
nando-lhe como se pode atenuar-lhe o peso, nas
semeador indolente encontra os meios de regene-
curvas do caminho. ( 1 9 )
rar-se, ao passo que o trabalhador diligente e ativo
defronta condições de engrandecimento sempre
maior. ( 1 5 )
FAXINA
«*
Muita gente sofre e chora,
A experiência é o A m o r que amadurece. (33)
João de Brito. N a dor e na inquietação,
P o r nunca fazer faxina
N a s salas do coração. ( 2 8 )

FE'
F
A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem
FAMÍLIA não a exercita de algum modo, na Terra, preferin-
do deliberadamente a negação injustificável, en-
E ' razoável sugerir-se uma divisão entre os contrar-se-á mais tarde sem movimento. ( 2 )
conceitos de "família" e "parentela". O primeiro *
constituiria o símbolo dos laços eternos do amor,
o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes A manifestação da fé não se limita a simples
acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos afirmação mecânica de confiança. O homem que
sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor vive mentalmente, visceralmente, a religião que lhe
para a eternidade. A família não seria a parentela, ensina a senda do bem, está em atividade intensa
mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas e renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais
santas expressões da família. ( 8 ) fortes contribuições de amparo espiritual, porquan-
to abre a porta viva da alma para o socorro de
mais alto, através da oração e da posição ativa de
confiança no Poder Divino. ( 3 )

1
FANATISMO

t - °
J ? !
f a a ; i s m o é
o A m o r que se petrifica. (33)
João de Brito. E m todas as casas de fé, os mensageiros do
Senhor distribuem favores%^bênçãos
3^^b( compatíveis
com as necessidades de cada um; entretanto, é im- Os ensinamentos da fé constituem receituário
prescindível que se prepare o coração nas linhas permanente para a cura positiva das antigas en-
do mérito, a fim de recolhê-los. ( 6 ) fermidades que acompanham a alma, século trás
século. ( 3 3 ) Joaquim Murtinho.
*
A fé é a divina claridade da certeza. (12)
* FECUNDAÇÕES

A fé pertence, sobretudo, aos que trabalham H á fecundações físicas e fecundações psíqui-


e confiam. Tê-la no coração é estar sempre pronto cas. A s primeiras exigem as disposições da forma,
para Deus. ( 1 9 ) a fim de atenderem a exigência da vida, em caráter
provisório, no campo das experiências necessárias.
* A s segundas, porém, prescindem do cárcere de limi-
tações e efetuam-se nos resplandecentes domínios
A fé representa claridade de um sol que ilu-
da alma, em processo maravilhoso de eternidade.
mina o espírito humano, por dentro, e, sem essa Quando nos referimos ao amor do Onipotente, quan-
claridade no caminho, o Planeta poderia perder, do sentimos sede da Divindade, nossos espíritos não
em definitivo, a esperança num futuro melhor. ( 2 4 ) procuram outra c o i 3 a senão a troca de qualidade
* com as esferas sublimes do Universo, sequiosos do
Eterno Princípio Fecundante. . . ( 3 )
A fé sem obras é uma lâmpada apagada.
Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar
os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos
maiores pecados diante do Poderoso e Compassivo FEDERAÇÃO ESPIRITA BRASILEIRA
Senhor. ( 2 7 )
U m dos emissários de Ismael, que dispunha
# de maiores elementos no terreno das afinidades
mediúnicas, para se comunicar nos grupos parti-
A fé é a força potente culares organizados na cidade, adotou o pseudônimo
Que desponta n'alma crente
de Confúcius, sob o qual transmitia instrutivas
Elevando-a aos altos céus:
mensagens e valiosos ensinamentos. Em 1873 fun-
Ela é chama abrasadora,
dava-se, com estatutos impressos e demais forma-
Reluzente, redentora,
lidades exigidas, o "Grupo Confúcius", que consti-
Que nos alça para Deus.
tuiria a base da obra tangível e determinada de
( 2 9 ) Casimiro Cunha.
Ismael, na terra brasileira. P o r esse grupo passa-
ram, na época, todos os simpatizantes da doutrina
e, se efêmera foi a sua existência como sociedade
A Ciência sincera é grande e augusta, organizada, memoráveis foram os seus trabalhos,
Mas só a Fé, na estrada eterna e jusy>. aos fluais compareceu pessoalmente o próprio Is-
T e m a chave do Céu, vencendo o a b i s m o ! . . . mael, pela primeira vez, esclarecendo os grandes
( 2 9 ) Augusto dos Anjos. objetivos da sua elevada missão no país do Cru-
zeiro .

r
N e m todos os espiritistas modernos conhecem
o fecundo labor daqueles humildes arroteadores dos dolorosa tarefa de fomentar a desarmonia e, esta-
terrenos inférteis da sociedade humana. A reali- belecida de novo a discórdia, os mensageiros de
dade é que eles lutaram denodadamente contra a Ismael reorganizam as energias existentes, para
opinião hostil do tempo, contra o anátema, o insulto fundarem, em 1880, a "Sociedade Espírita Frater-
e o ridículo e, sobretudo, contra as ondas reacio- nidade", com a qual se carregava em triunfo o
nárias das trevas do mundo invisível, para levan- bendito lema do suave estandarte do emissário do
tarem bem alto a bandeira de Ismael, como ma- Divino Mestre. E m 1883, Augusto Elias da Silva,
nancial de luz para todos os espíritos e de conforto na sua posição humilde, lançava o "Reformador",
para todos os corações. A s entidades da sombra coadjuvado por alguns companheiros e com o apoio
trouxeram a obra ingrata da oposição ao traba- das hostes invisíveis. A s mesmas reuniões do grupo
lho produtivo da edificação evangélica no Brasil. humilde de Antônio Saião e Bittencourt Sampaio
Bem sabemos que, assim como Aquiles possuía continuam. U m a plêiade de médiuns curadores,
um ponto vulnerável no seu calcanhar, o homem, notáveis pela abnegação, iniciam, no Rio, o seu
em si, pela sua vaidade e fraqueza, também tem penoso apostolado. Elias da Silva e seus compa-
um ponto vulnerável em todos os escaninhos da sua nheiros notam, entretanto, que a situação se ia
personalidade espiritual, e os seres das trevas, se tornando difícil com as polêmicas esterilizadoras.
não conseguiram vencer totalmente os trabalhado- A esse tempo, os emissários do A l t o prescrevem
res, conseguiram desuni-los no plano dos seus ser- categoricamente aos seus camaradas do mundo tan-
viços à grande causa. O Grupo Confúcius teve uma gível:
existência de três anos rápidos. — "Chamem agora Bezerra de Menezes ao seu
apostolado!"
Os mensageiros de Ismael, triunfando da dis-
Elias bate, então, à porta generosa do mes-
córdia que destruía o grande núcleo nascente, fun-
tre venerável, o que não era preciso, porque seu
davam sobre ele, em 1876, a "Sociedade de Estudos
grande coração j á se encontrava a postos, no sagra-
Espíritas Deus, Cristo e Caridade", sob a direção
do serviço da Seara de Jesus, na face da T e r r a .
esclarecida de Francisco Leite de Bittencourt Sam-
paio, grande discípulo do emissário de Jesus, que, Bezerra de Menezes traz consigo a palma da
juntamente com Bezerra, tivera a sua tarefa pre- harmonia, serenando todos os conflitos. Estabelece
viamente determinada no A l t o . A ele se reuniu a prudência e a discrição entre os temperamentos
Antônio Luís Saião, em 1878, para as grandes vi- mais veementes e combativos.
tórias do Evangelho nas terras do Cruzeiro. O A obra de Ismael, no que se referia às luzes
trabalho maléfico das trevas, na plano invisível, é sublimes do Consolador, estava definitivamente ins-
arrojado e perseverante. N o seio desse redil de talada na Pátria do Cruzeiro, apesar da precaridade
almas humildes e simples, esclarecidas à luz dos do concurso dos homens. A s divergências foram
princípios cristãos, onde militavam espíritas lúcidos atenuadas, para que a tranquilidade voltasse a to-
e sábios como Bittencourt Sampaio, que abando- dos os centros de experimentação e de estudo. Os
nara os fulgores enganosos da sua elevada^osição operários espalhavam-se pelo Rio, cada qual com
na literatura e na política para se apegar às cla- a su^Jierramenta, dentro do grande plano da unifi-
ridades do ideal cristão, as entidades tenebrosas cação e da paz, nos ambientes da doutrina, plano
conseguem e n c o n t r a r a m médium, pronto para a esse que eles conseguiram relativamente realizar,
mais tarde, organizando o aparelho central de suas
diretrizes, que se consolidaria com a Federação
Espírita Brasileira, onde seria localizada a sede Felicidade, paz, alegria, não se improvisam.
diretora, no plano tangível, dos trabalhos da obra Representam conquistas da alma no serviço inces-
de Ismael no Brasil. ( 1 8 ) sante de renovar-se para a execução dos Desígnios
Divinos. ( 6 )

A obra da Federação Espírita Brasileira é a A felicidade legítima não é mercadoria que se


expressão do pensamento imaterial dos seus dire- empresta. E ' realização íntima. ( 7 )
tores do plano invisível, indene de qualquer influen-
ciação da personalidade dos homens. Semelhantes
àqueles discípulos que partiram para o mundo co- Toda a felicidade do espírito provém da feli-
mo o "Sal da Terra", na feliz expressão do Divino cidade que deu aos outros, todos os seus bens
Mestre, os seus administradores são intérpretes de são oriundos do bem que espalhou desinteressada-
um ditame superior, quando alheados de sua von- mente. ( 1 1 )
tade individual, para servir ao programa de amor
e de fé a que se propuseram. O roteiro de sua
marcha é conhecido e analisado no mundo das ver-
dades do Espírito, a sua orientação nasce da fonte A fé, a paz, o ideal, a confiança, a libertação,
das realidades superiores e eternas, não obstante a sabedoria, constituem obras individuais de cada
todas as incompreensões e todos os combates. A um. Ninguém possuirá a felicidade, se não cons-
história da Casa de Ismael, nos espaços, está cheia truí-la dentro de si mesmo. ( 2 3 )
de exemplos edificantes, de sacrifícios e dedi-
cações. ( 2 0 )
A felicidade é impraticável onde não haja es-
quecimento das culpas. ( 2 4 )

FELICIDADE
Se queres felicidade
A construção da felicidade real não depende do
E m paz e sabedoria,
instinto satisfeito. A permuta de células sexuais
Evita as indecisões,
entre os seres encarnados, garantindo a continui-
Trabalha, seguindo o dia! (28)
dade das formas físicas em processo evolucionário,
é apenas um aspecto das multiformes permutas de
amor. Importa reconhecer que o intercâmbio de
forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibra- FEMINISMO
ções sintonizadas entre almas que se amam, paira
— O homem e a mulher, no instituto conjugal,
acima de qualquer exteriorização tangível de afeto,
são como o cérebro e o coração do organismo do-
sustentando obras imperecíveis de vida e luz,
méálRií.
nas ilimitadas esferas do Universo. ( 5 )
Ambos são portadores de uma responsabilidade
igual no sagrado colégio da família; e se a alma
feminina sempre apresentai^um coeficiente mais
avançado de espiritualidade na vida, é que, desde hereges, cujos embates atravessaram o espaço de
cedo, o espírito masculino intoxicou as fontes da vinte anos, quando alguns chefes da I g r e j a consi-
sua liberdade, através de todos os abusos, preju- deravam a oportunidade da fundação do tribunal da
dicando a sua posição moral no decurso das exis- penitência, cujos projetos de há muito preocupavam
tências numerosas, em múltiplas experiências se- o pensamento do V a t i c a n o .
culares. Mascarar-se-ia o cometimento com o pretexto
A ideologia feminista dos tempos modernos, da necessidade de unificação religiosa, mas a rea-
porém, com as suas diversas bandeiras políticas e lidade é que a instituição desejava dilatar o seu
sociais, pode ser um veneno para a mulher desa- vasto domínio sobre as consciências.
visada dos seus grandes deveres espirituais na face Todavia, se a Inquisição preocupou longamente
da T e r r a . Se existe um feminismo legítimo, esse as autoridades da Igreja, antes da sua fundação, o
deve ser o da reeducação da mulher para o lar, negro projeto preocupava igualmente o Espaço,
nunca para uma ação contraproducente fora dele. onde se aprestaram providências e medidas de
E ' que os problemas femininos não poderão ser renovação educativa. P o r isso, um dos maiores
solucionados pelos códigos do homem, mas somente apóstolos de Jesus desceu à carne com o nome de
à luz generosa e divina do E v a n g e l h o . ( 1 2 ) Francisco de A s s i s . Seu grande e luminoso espí-
r i t o resplandeceu próximo de Roma, nas regiões da
Ümbria desolada. Sua atividade reformista veri-
FILOSOFIA ficou-se sem os atritos próprios da palavra, por-
que o seu sacerdócio foi o exemplo na pobreza e
Todas as aquisições da filosofia e da ciência e na mais absoluta humildade. A Igreja, todavia,
terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem não entendeu que a lição lhe dizia respeito e, ainda
calor e sem vida, quando não se tocam das clari- uma vez, não aceitou as dádivas de Jesus. ( 1 0 )
dades do sentimento. ( 1 8 )

FRATERNIDADE
FLOR

A flor morta volve à terra, mas o perfume v i v e A fraternidade pura é o mais sublime dos sis-
no céu. Todo embrião de vida parece dormir. N ã o temas de relações entre as almas. ( 9 )
devemos esquecer estas lições. ( 1 )
* *
A fraternidade é o caminho da salvação. P a r a
A flor, no mundo, pode ser o princípio do fru- que um criminoso retome o patrimônio da paz, urge
to, mas pode também enfeitar o cortejo das ilu- regenerar-se e socorrer os irmãos ignorantes que
sões. ( 1 9 ) tiveram também o infortúnio de resvalar nos des-
penhadeiros do crime; a f i m de que o intemperante
se nBftjuste, é imprescindível se cure, colocando-se
FRANCISCO DE ASSIS no auxílio aos que ainda não puderam libertar-se
dos maus hábitos; se o ingrato deseja iluminar o
H a v i a terminado-<Jm 1229, a guerra contra os próprio caminho, c o n v é m - l h ç ^ reparação dos erros
em que se mergulhou impensadamente, amparan-
do o próximo, de coração enrijecido, despertando-o aspiração superior; no entanto, chegados à com-
para os benefícios da gratidão. ( 2 2 ) preensão de agora, podemos assegurar que tudo,
na vida, é impulso criador. ( 5 )
*
A fraternidade é o A m o r que se expande. ( 3 3 )
*
João de Brito.
Se a psicologia analítica de Freud e de seus
* colaboradores avançou muito no campo da inves-
tigação e do conhecimento, resolvendo, em parte,
O cultivo da fraternidade na terra brasileira, certos enigmas do psiquismo humano, falta-lhe, no
onde representantes de quase todos os povos se entanto, a chave da reencarnação, para solucionar
entrelaçam para a obra do entendimento mundial, integralmente as questões da alma. Impossível é
é, indubitavelmente, uma nova esperança para a resolver o assunto em caráter definitivo, sem as
vida na T e r r a . ( 3 3 ) Robert Southey. noções de evolução, aperfeiçoamento, responsabi-
lidade, reparação e eternidade. N ã o vale descobrir
complexos e frustrações, identificar lesões psíqui-
FREUD cas e deficiências mentais, sem as remediar.. . E m
suma, não satisfaz o simples exame da casca: é
O notável cientist* centralizou o ensino no
essencial atingir o cerne e Seterminar modificações
impulso sexual, conferindo-lhe caráter absoluto, en-
nas causas. Para isto, é imprescindível confessar
quanto as duas correntes de psicologistas, inicial-
a realidade do reencarnacionismo e da imortali-
mente filiadas a ele, se diferenciaram na interpre-
dade. ( 5 )
tação. A primeira estuda o anseio congênito da
criatura, no que se refere ao relevo pessoal, en-
quanto a segunda proclama que, além da satisfação
do sexo e da importância individualista, existe o FUNERAIS
impulso da vida superior que tortura o homem ter-
restre mais aparentemente feliz. Para o círculo u
de estudiosos essencialmente freudianos, todos os A cerimônia dos funerais e o convencionalismo
problemas psíquicos da personalidade se resumem do velório dificultam, sobremaneira, a nossa cruza-
à angústia sexual; para grande parte de seus cola- da de libertação mental.
boradores, as causai se estendem à aquisição de O catafalco, o crepe escuro, as velas acesas
poder e à ideia de superioridade. Diremos, por nossa e os cantos lúgubres, usados ^>ela I g r e j a que há
vez, que as três escolas se identificam, portadoras séculos nos preside a cultura sentimental, impri-
todas elas de certa dose de razão, faltando-lhes, mem tamanhas características de terror na alma
todavia, o conhecimento básico do reencarnacionis- recém-desencarnada, que somente alguns poucos es-
m o . Representam belas e preciosas casas dojfc^rin- píritos treinados no conhecimento superior conse-
cípios científicos, sem, contudo, o telhado da ló- g u e i » c v i t a r as deprimentes crises de medo que, em
gica. N ã o podemos afirmar que tudo, nos círculos muitos casos, perduram por longo tempo.
carnais, constitua se^p, desejo de importância e Mentiríamos asseverando «que a transição é ser-
:ua seja?,
viço rotineiro para todos. (ü^t. Abel Gomes.

>
FÚRIA — O gênio constitui a súmula dos mais longos
esforços em múltiplas existências de abnegação e
A fúria não é amiga da verdade e quase sem- dc trabalho, na conquista dos valores espirituais.
pre esconde inconfessáveis interesses. ( 1 6 ) Entendendo a vida pelo seu prisma real, muita
vez, desatende ao círculo estreito da vida terrestre,
no que se refere às suas fórmulas convencionais e
FURTAR aos seus preconceitos, tornando-se um estranho ao
seu próprio meio, por suas qualidades superiores e
* Quem furta por necessidade pode ser um louco, inconfundíveis.
mas quem acumula riquezas, indefinidamente, sem Esse é o motivo por que a ciência terrestre,
movimentá-las no trabalho construtivo ou na prá- encarcerada nos cânones do convencionalismo, pre-
tica do bem, com absoluta despreocupação pelas sume observar no gênio uma psicose condenável,
angústias dos pobres, muita vez passará por inte- tratando-o, quase sempre, como a célula enferma
ligente e sagaz, aos olhos daqueles que, no mundo, do organismo social, para glorificá-lo, muitas vezes,
adormecem no egoísmo e na ambição desmedida, depois da morte, tão logo possa apreender a gran-
mas é malfeitor diante do Todo-Poderoso que nos deza da sua visão espiritual na paisagem do fu-
julgará a todos, no momento oportuno. ( 2 6 ) turo ( 1 2 )

FUTURO GLÓRIA

Quanto ao futuro, com o infinito de suas pers- N o sacrifício reside a verdadeira glória. (24)
pectivas, é necessário que cada um tome sua cruz,
em busca da porta estreita da redenção, colocando
acima de tudo a fidelidade a Deus e, em segundo GRAÇA CELESTIAL
lugar, a perfeita confiança em si mesmo. ( 1 9 )
A graça do céu não desce a esmo. Tem que
ser merecida. ( 7 )
*

G A graça celestial é como o fruto que sempre


surge na fronde do esforço terrestre: onde houver
colaboração digna do homem, aj se acha o amparo
GÊNIO de Deus. N ã o é a confissão religiosa que nos inte-
O gênio construtivo expressa superioridade es- ressa em sentido fundamental, senão a revelação
piritual com livre trânsito entre as fontes sublimes de f é viva, a atitude positiva da alma na jornada
da vida. Ninguém cria sem ver, ouvir ou sentir, de elevação. ( 5 )
e os artistas de superior mentalidade cosjjpyiam
ver, ouvir e sentir as realizações mais altas do ca-
minho para Deus. ( 2 ) GUERRA

O mundo cogitou de ciêcoia, mas esqueceu a


consciência, ilustrou o cérebro e olvidou o coração, os homens conhecem a fatalidade da morte e sa-
organizou tratados de teologia e de política, fazen- bem que é inevitável a sua futura mudança para a
do tábua rasa de todos os valores da sinceridade e vida espiritual. Todas as criaturas estão, assim,
da confiança. E ' por isso que vemos o polvo da fadadas a conhecer aquilo que já conhecemos.
guerra envolver os corações desesperados, em seus Nossa palavra é para que a T e r r a vibre conosco
tentáculos monstruosos, enquanto há gigantes da nos ideais sublimes da fraternidade e da redenção
nova barbaria, proferindo discursos bélicos, em espiritual. Se falamos dos mundos felizen, é para
nome de Deus, e sacerdotes abençoando, em nome que o planeta terreno seja igualmente venturoso.
do Céu, as armas da carnificina. ( 2 1 ) Se dizemos do amor que enche a vida inteira da
Criação Infinita, é para que o homem aprenda tam-
* bém a amar a vida e os seus semelhantes. Ss dis-
corremos acerca das condições aperfeiçoadas da
V e j a "Revolução", na letra " R " . existência em planos redimidos do Universo, é para
que a T e r r a ponha em prática essas mesmas con-
dições. Os códigos aplicados, em outras esferas
GUIAS mais adiantadas, baseados na solidariedade univer-
sal, deverão, por sua vez, merecer aí a atenção e os
Os guias invisíveis do homem não poderão, estudos precisos ( 1 1 )
de forma alguma, afastar as dificuldades mate-
riais dos seus caminhos evolutivos sobre a face
da T e r r a .
O Espaço está cheio de incógnitas para todos
os espíritos. H
Se os encarnados sentem a existência de flui-
dos imponderáveis que ainda não podem compre- HOMEM
ender, os desencarnados estão marchando igual-
mente para a descoberta de outros segredos divi- O homem comumente apenas regista efeitos,
nos que lhes preocupam a mente. sem consignar as causas profundas. ( 3 3 ) Joaquim
Murtinho.
Quando falamos, portanto, da influência do
Evangelho, nas grandes questões sociológicas da *
atualidade, apontamos às criaturas o corpo de leis,
pelas quais devem nortear as suas vidas no pla- O homem é inquilino da carne, com obrigações
neta. O chefe de determinados serviços recebe re- naturais de preservação e defesa do patrimônio
gulamentos necessários dos seus superiores, que ele que temporariamente usufrui. ( 3 3 ) 'Joaquim Mur-
deverá pôr em prática na administração. Nossas tinho.
atividades são de colaborar com os nossos irmãos *
no domínio do conhecimento desses códigos de jus-
tiça e de amor, a cuja base viverá a l e g i s l a f l o do i i v e o homem no mundo sorte dura,
futuro. Os espíritos não voltariam à Terra apenas P o r estranho caminho arremessado,
para dizerem aos seus companheiros, das beatitudes Fero titã cativo a negro fado,
eternas nos p l a n o s ^ i v i n o s da imensidade. Todos D o berço morno à fria ^epultura. ( 3 0 )
HOMENS
vel, mas o companheiro é nosso próximo de cuia
Os homens da Terra ainda não se reconhece- condição ninguém deveria abusar. (9)
ram a si mesmos. Ainda são cidadãos da pátria,
sem serem irmãos entre si. Marcham uns contra
os outros, ao som de músicas guerreiras e sob a IGNORÂNCIA
proteção de estandartes que os desunem, aniqui-
lando-lhes os mais nobres sentimentos de huma- - * ?! a
^ « r a n c i a a magia negra de todos os
nidade. ( 2 0 ) infortunios. ( 3 3 ) Demétrio Nunes Ribeiro.

HUMANIDADE IGNORÂNCIA CATÓLICA

A humanidade não se constitui de gerações Eu por mim, católico militante que fui, sempre
transitórias e sim de Espíritos eternos, a caminho aguardei o sossego beatífico depois da morte. —
da gloriosa destinação. ( 1 ) V i m com todos os sacramentos e passaportes da
política religiosa, passados em solenes exéquias.
Creio, todavia, que o serviço diplomático de minha
igreja não está bem atendido no céu. N ã o trouxe
HUMILDADE bastante documentação que me garantisse paz na
transferência. E m vão, reclamei direitos que nin-
Trabalho e humildade são as duas margens do guém conhecia e supliquei bênçãos indébitas. E m
caminho do auxílio. ( 1 ) face do desconhecimento aqui predominante a meu
respeito, regressei ao meu velho templo, onde nin-
guém me identificou. Desesperado, então, mergu-
HUMILDE lhei-me por longos anos em dolorosa cegueira espi-
ritual. E, francamente, rememorando fatos, rio-me,
O humilde não foge ao orgulhoso. Coopera ainda hoje, da confiança ingênua com que cerrei
silenciosamente, em favor dele. ( 7 ) os olhos no lar, pela última v e z . O padre Gustavo
prometia-me a convivência dos anjos e asseverava-
-me que eu seria levado e m triunfo aos pés do
Senhor, e isso apenas porque legara cinco contos
de réis à nossa antiga paróquia. Meus familiares
acompanhavam, em pranto, nosso diálogo final, em
I que minha palavra sufocada comparecia, em monos-
sílabos, de longe em longe, na extrema hora do
ÍDOLOS corpo. N o entanto, se era quase impossível para
m h t s » comentário inteligente da situação, o pároco
Criar ídolos humanos é pior que levantar está- falava por nós ambos, explanando a felicidade que
tuas destinadas à adoração. O mármore é impassí- m e caberia no Reino de Deus. Médico de curta jor-
nada, mas de intensa observação, a moléstia não
de São Pedro, constituído por territórios conquis-
me enganou, mas, inexperiente nos assuntos da tados aos povos gregos, a golpes de espada. A esse
alma, confundiram-me plenamente as promessas re- tempo, os vários soberanos da época dispunham da
ligiosas. Penetrando o portão do sepulcro e não me I g r e j a de acordo com os seus caprichos pessoais,
sentindo na corte dos santos, voltei, copiando peri- conferindo dignidades eclesiásticas às consciências
gosas atitudes dos sonâmbulos, para interpelar o mais apodrecidas. A sede do catolicismo se trans-
sacerdote que me encomendara o cadáver às anota- formara em vasto mercado de títulos nobiliárqui-
ções celestes. Incompreendido e cego, peregrinei cos de toda a espécie. A t é depois do século X ,
por muito tempo, entre a aflição e a demência, nas semelhante situação de descalabro moral marchava
criações mentais enganadoras que trouxera do mun- para a frente, num crescendo espantoso. Os A p ó s -
do físico. ( 4 ) tolos do Divino Mestre, nas claridades do Infinito,
deploram semelhantes espetáculos de indigência es-
piritual e promovem a reencarnação de numerosos
IGREJA auxiliares da tarefa remissora, nas hostes da regra
de São Bento. Estes missionários da verdade e do
A s igrejas são sempre santas em seus funda- bem operam a restauração do mosteiro de Cluny,
mentos e o sacerdócio será sempre divino, quando de onde sairiam pensamentos novos e energias re-
cuide essencialmente da Verdade de Deus; mas o generadoras . ( 1 0 )
sacerdócio político jamais atenderá a sede espiri-
tual da civilização. Sem o sopro divino, as perso-
nalidades religiosas poderão inspirar respeito e
IGUALDADE
admiração, menos a fé e a confiança. ( 1 )

A concepção igualitária absoluta é um erro


grave dos sociólogos, em qualquer departamento
IGREJA CATÓLICA da v i d a . A tirania política poderá tentar uma im-
posição nesse sentido, mas não passará das espe-
Apesar dos numerosos desvios da Igreja ro- taculosas uniformizações simbólicas para efeitos ex-
mana, que esquecera os princípios cristãos tão teriores, porquanto o verdadeiro valor de um ho-
logo que chamada aos gabinetes da política do mem está no seu íntimo, onde cada espírito tem
mundo, nunca o catolicismo foi de todo abandonado sua posição definida pelo próprio esforço.
pelas potências do bem, no mundo espiritual. A d v e r - Nessa questão existe uma igualdade absoluta
tências inúmeras lhe foram enviadas em todos os de direitos dos homens perante Deus, que concede
tempos da sua vida histórica, pela misericórdia do a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos
Cristo, condoído da impiedade de quantos, sob o tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos
seu nome, manchavam o altar dos templos. são os da conquista da sabedoria e do amor, através
Enquanto esteve subordinada aos imperadores da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do
de Constantinopla, a instituição católica trabalhou trabalho e do esforço individual. Eis porque cada
para libertar-se de semelhante tutela, procirfándo criatura terá o seu mapa de méritos nas sendas
a mais ampla independência espiritual, somente evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas
conseguida depois do papa Estêvão I I , em 756, planetárias, uma grandiosa escala progressiva em
com a o r g a n i z a ç ã q J » í q u a do chamado Patrimônio
matéria de raciocínios e sentimentos, em que se ele- Proceda como a candeia:
vará naturalmente todo aquele que mobilizar as A si mesmo se ilumine
possibilidades concedidas à sua existência para o Sem reclamar luz alheia. (28)
trabalho edificante da iluminação de si mesmo nas
sagradas expressões do esforço individual (12)
ILUSÃO
ILUMINAÇÃO Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos
abandone. ( 5 )
N ã o é justo esquecer os grandes serviços da
igreja de Jerusalém aos pobres e necessitados, mas
a assistência piedosa dos seus trabalhos tem sido, ILUSÕES
muitas vezes, sua tábua de salvação. Existem, po-
rém, outros setores de atividade, outros horizontes A s ilusões da v i d a comum são demasiado es-
essenciais. Poderemos atender a muitos doentes, pessas para que o raio da verdade consiga varar,
ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; m a s de pronto, a grossa camada de véus que envolvem
sempre houve e haverá corpos enfermos e cansa- a mente humana. ( 3 3 ) Inácio Bittencourt.
dos, na T e r r a . N a tarefa cristã, semelhante esforço
não poderá ser esquecido, mas a iluminação do
Espírito deve estar em primeiro lugar. Se o homem IMORTALIDADE
trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das neces-
N ã o basta crer na imortalidade da alma. Ina-
sidades seria completamente modificado. A com-
diável é a iluminação de nós mesmos, a f i m de que
preensão do Evangelho e da exemplificação do
sejamos claridade sublime. ( 5 )
Mestre renovaria as noções de dor e sofrimento. O
necessitado encontraria recursos no próprio es- *
forço, o doente sentiria, na enfermidade mais longa,
um escoadouro das imperfeições; ninguém seria Basta a certeza, a mitigar-te a fronte,
mendigo, porque todos teriam luz cristã para o D e que além do cadáver macilento
auxílio mútuo, e, por fim, os obstáculos da vida Contemplarás a luz de outro h o r i z o n t e . . . (30)
seriam amados como corrigendas benditas do P a i
amoroso a filhos inquietos. ( 1 6 )
IMPOSTURA

A impostura reclama interminável fileira de


ILUMINADO defensores, para espalhar a destruição; basta, no
entanto, um homem bom para ensinar a verdade
O iluminado não insulta o que anda em t r e v a s . de Deus e exaltar-lhe as glórias eternas, confor-
Aclara-lhe a senda. ( 7 )
tando a infinita legião de seus filhos. ( 1 9 )

ILUMINAR
INCOERÊNCIAS
Quem deseje iluminar,
Solicitais a luz, quase sempre perseverando nas
r 7
consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo
que o plano infernal e a expressão diabólica encon-
tram início na esfera interior de nossas próprias
almas. ( 3 )
INDAGAÇÃO

Toda indagação séria é justa e toda análise


conscienciosa produzirá os frutos doces da ver- O homem, herdeiro presuntivo da Coroa Ce-
dade. leste, é o condutor do próprio homem, dentro de
enormes extensões do caminho evolutivo. Entre
Mas, entre a mentalidade indagadora e a men-
talidade leviana existe considerável distância. aquele que j á se acerca do anjo e o selvagem que
ainda se limita com o irracional, existem milhares
A grande questão de todos os tempos não é
propriamente a de conhecer, mas a de entender a de posições, ocupadas pelo raciocínio e pelo sen-
finalidade do conhecimento. ( 2 5 ) timento dos mais variados matizes. E, se há uma
corrente, brilhante e maravilhosa, de criaturas en-
carnadas e desencarnadas, que se dirigem para o
monte da sublimação, desferindo glorioso cântico
INDIVIDUALIDADE de trabalho, imortalidade, beleza e esperança, exal-
tando a vida, outra corrente existe, escura e infeliz,
nas mesmas condições, interessada em descer aos
recôncavos das trevas, lançando perturbação, desâ-
nimo, desordem e sombra, consagrando a m o r t e .
Espíritos incompletos que somos ainda, aderimos
de b a t a , r e q n ê n c i a . ^ " f K f t t e . " aos movimentos que lhes dizem respeito e colhemos
os benefícios da ascensão e da vitória ou os pre-
juízos da descida e da derrota, controlados pelas
INÉRCIA
inteligências mais vigorosas que a nossa e que se-
guem conosco, lado a lado, na zona progressiva ou
Aquele que se precipita no mal e não se levar, deprimente, em que nos colocamos.
O inferno, por isto mesmo, é um problema de
muTtat" u m nV ; V
e 0 q U e &
^ S f i S o "
direção espiritual. ( 6 )
<£»5 p d 0 m a i o r q u e a
- < >
o f e n s a 33

A rigor, não temos círculos infernais, de acordo


INFERNO com os figurinos da antiga teologia, onde se mos-
tram indefinidamente gênios satânicos de todas as
Quase todas as escolas religiosas falam- do épocas e, sim, esferas obscuras em que se agregam
inferno de penas angustiosas e horríveis, onae os còVjniências embotadas na ignorância, cristalizadas

4
condenados experimentam torturas eternas. São no ócio reprovável ou confundidas no eclipse tem-
raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda porário da razão. Desesperadas e insubmissas,
criam zonas de tormentos renaradores. Semelhan-
100
PÉROLAS DO A L E M

tes criaturas, no entanto, não se regeneram à força


de palavras. Necessitam de amparo eficiente que tanto quanto nós mesmos, conseguiram reconhecer
lhes modifique o tom vibratório, elevando-lhes o no homem pequenino, que as circunstâncias arre-
modo de sentir e pensar. ( 6 ) batavam ao anonimato, o simples instrumento do
progresso renovador. ( 3 3 ) Deodoro da Fonseca.
*
Inferno ou purgatório são estados de espírito
em tribulação p o r faltas graves, ou em vias de peni- INSULAMENTO
tência regeneradora. ( 1 5 )
U m homem sozinho é simplesmente um adorno
v i v o da solidão, mas aquele que coopera em bene-
INQUISIÇÃO fício do próximo é credor do auxílio comum. A j u -
dando, seremos ajudados. Dando, receberemos: esta
é a L e i Divina. ( 2 7 )
Muito pouco valeram as lições do bem, diante
do mal triunfante, porque, em 1231, o Tribunal da
Inquisição estava consolidado com Gregório I X . INTELECTUALISMO
Esse instituto, ironicamente, nesse tempo não con-
denava os supostos culpados, diretamente à morte N o s tempos modernos, mentalidades existem
— pena benéfica e consoladora em face dos mar- que pugnam pelo desaparecimento das noções reli-
tírios infligidos aos que lhe caíssem nos calabou- giosas do coração dos homens, saturadas do cien-
ços — m a s podia aplicar todos os suplícios imagi- tificismo do século e trabalhadas por ideias excên-
náveis .
tricas, sem perceberem as graves responsabilidades
A repressão das " h e r e s i a s " foi o pretexto de dos seus labores intelectuais, porquanto hão-de co-
sua consolidação na Europa, tornando-se o flagelo lher o fruto amargo das sementes que plantaram
e a desdita do mundo inteiro. nas almas jovens e indecisas. Pede-se uma educação
L o n g o período de sombras invadiu os depar- sem Deus, o aniquilamento da fé, o afastamento das
tamentos da atividade humana. A penumbra dos esperanças numa outra vida, a morte da crença
templos era teatro de cenas amargas e sacrílegas. nos poderes de uma providência estranha aos ho-
Crimes tenebrosos foram perpetrados aos pés dos mens. Essa tarefa é inútil. Os que se abalançam
altares, em nome d'Aquele que é amor, perdão e a sugerir semelhantes empresas podem ser dignos
misericórdia. A instituição sinistra da I g r e j a ia de respeito e admiração, quando se destacam por
cobrir a estrada evolutiva do homem com um su- seus méritos científicos, mas assemelham-se a al-
dário de trevas espessas. ( 1 0 ) guém que tivesse a fortuna de obter um oásis entre
imensos desertos. Confortados e satisfeitos na sua
felicidade ocasional, não vêem as caravanas inume-
ráveis de infelizes, cheias de sede e fome, transi-
INSTRUMENTO DE PROGRESSO
tando sobre as areias ardentes. ( 1 1 )
Muitos espíritos comodistas enxerearW"™
*
ingrat0 d0
*Z£?S££t INTELIGÊNCIA
nos L S E Í ? T ? e
> e sofrimento que
s a r c a s m o s

nos seguiram ate a b o r t e do corpo; mas outros,


N ã o basta ao homem ¿ inteligência apurada,
é-lhe necessário iluminar raciocínios para a vida
eterna. ( 1 ) íntimo do homem, de modo que cada alma possa
edificá-lo por si mesma, à custa de esforços e lá-
* grimas, a caminho das moradas gloriosas do Infi-
N ã o basta esclarecer a inteligência, repetire- nito, onde nos aguardarão, depois da jornada, as
mos ainda e sempre. E ' imprescindível aperfeiçoar bênçãos do Cordeiro de Deus, que se imolou na
o coração nos caminhos do bem. ( 2 6 ) Prefácio de cruz, para nos re<iimir do infortúnio e do pe-
Emmanuel. cado! ( 1 4 )
*
INTOXICAÇÃO O reino de Jesus deve ser fundado sobre os
corações, sobre as almas e não poderá conciliar-se
Assim como o corpo físico pode ingerir alimen-
nunca, neste mundo, com qualquer expressão polí-
tos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, tam-
tica de egoísmo humano ou de doutrinas de vio-
bém o organismo perispiritual pode absorver ele-
lência, que estruturam os Estados da T e r r a ! ( 1 4 )
mentos de degradação que lhe corroem os centros
de força, com reflexos sobre as células materiais.
Se a mente da criatura encarnada ainda não atin-
giu a disciplina das emoções, se alimenta paixões O ensinamento de Jesus é vibração e vida, e
que a desarmonizam com a realidade, pode, a qual- como o estudo mais simples demanda o esforço da
quer momento, intoxicar-se com as emissões men- comparação, não podemos versar o Evangelho sem
tais daqueles com quem convive e que se encontrem esse esforço. Muitos procuram, nestas páginas, so-
no mesmo estado de desequilíbrio. Ã s vezes, seme- mente motivos de consolação, esquecendo a essência
lhantes absorções constituem siráples fenômenos do ensino. Mas seria um contra-senso v i r o Mestre
sem maior importância; todavia, em muitos casos, a nós, dos paçoS gloriosos da imortalidade, apenas
são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres para nos adoçar o coração onusto de perversidades
orgânicos. Isto acontece, mormente quando os inte- e fraquezas humanas. Jesus é a fonte do conforto
ressados não têm vida de oração, cuja influência e da doçura supremos. N o entanto, reconhecemos
benéfica pode anular inúmeros males. ( 3 ) que uma criança que %òmente receba consolações
e mimos paternos, arrisca-se a envenenar o coração
para sempre, na sede insaciável dos caprichos.
N ã o ; não devemos acreditar que o Cristo só haja
trazido ao mundo a palavra revigoradora e afe-
tuosa, senão também um roteiro de trabalho, que
é preciso conhecer e seguir, em que pesem às maio-
res dificuldades. Para isso, é indispensável tomar
JESUS
os nossos sentimentos e raciocínios como campo de
O reino de Jesus não está nos templos ou observação e experiência, trabalhando diariamente
manuscritos materiais que o Tempo se incumbirá Jesus na construção da arca íntima da nossa
de aniquilar em sua passagem incessante e, sim f é . Naturalmente que essa edificação não prescinde
que os alicercesl divinos do material adequado, constituído pelas virtudes e
divinos têm de ser construídos nó
conhecimentos nobres que adquirimos no curso da

4
v i d a . São esses os elementos que procuramos, em
nossa pesca de luzes celestiais, para que, recebendo Jesus no estábulo não é um fenômeno isolado
as consolações de Jesus, sejamos igualmente ope- no espaço e no t e m p o : é acontecimento v i v o para
rosos trabalhadores. ( 1 5 ) o espírito humano. ( 3 3 ) Francisco de Monte Al-
verne.

Jesus desconhecido, ignorado da sociedade mais


culta de Jerusalém, triunfava no coração dos infe- JOÃO BATISTA
lizes, pela contribuição de amor desinteressado que O Mestre dos mestres quis colocar a figura
trouxera aos mais deserdados da sorte. Compreen- franca e áspera do seu profeta no limiar de seus
deu, ao mesmo tempo, a discrição que se lhe im-
gloriosos ensinos e, por isso, encontramos em João
punha naquele meio humilde, atentas as suas res-
Batista um dos mais belos de" todos os símbolos
ponsabilidades na vida pública. ( 1 6 )
imortais do Cristianismo. ( 1 9 )
*
Lembro-me de que, um dia, palestrando com al- JUDAS
guns amigos protestantes, notei que classificavam
a Jesus como "rocha dos séculos". Sorri e passei, Judas foi mais infeliz que perverso. Ele não
como os pretensos espíritos fortes de nossa época, acreditava na validade das obras sem dinheiro,
aí no mundo. H o j e , porém, j á não posso sorrir, não aceitava outro poder que não fosse o dos prín-
nem passar. Sinto a " r o c h a " milenária, luminosa cipes do mundo. Estava sempre inquieto pelo triun-
e sublime, que nos sustenta o coração atolado no f o imediato das ideias do Cristo. Muitas vezes
pântano de misérias seculares. E aqui estou pára altercava, impaciente, pela construção do Reino de
lhe prestar o meu preito de reconhecimento com Jesus, adstrito aos princípios políticos do mundo.
estas páginas simples, cooperando com os que tra- O Mestre sorria e fingia não entender as insinua-
balham devotadamente na sua causa divina, de luz ções, como quem estava senhor do seu divino pro-
e redenção. ( 1 9 ) • g r a m a . Judas, antes do apostolado, era negociante.
E s t a v a habituado a vender a mercadoria e receber
# o pagamento imediato. Ele não pôde compreender
o Evangelho de outra forma, ignorando que Deus
N ã o basta confiar em Jesus; é necessário que é um credor cheio de misericórdia, que espera g e -
Jesus também possa confiar em nós. ( 2 3 ) nerosamente a todos nós, que não passamos de
míseros devedores. Talvez amasse profundamente
* o Messias, contudo, a inquietação fê-lo perder a
oportunidade sagrada. Tão só pelo desejo de apres-
— " V e m ao Mestre que ampara os pobrezinhos,
Que esclarece e conforta os s o f r e d o r e s ! . . . sar a vitória, engendrou a tragédia da cruz, com
P o i s com o mundo uma flor tem mil espinbf a sua falta de vigilância. ( 1 6 )
Mas com Jesus um espinho tem mil f l o r e s !
( 2 9 ) Carmen Cinira.

<
JUSTIÇA

A justiça divina nunca f o ^ g e r c i d a sem amor.


E quando a fidelidade sincera ao Senhor perma-
nece viva no coração dos homens, há sempre lugar
para o "acréscimo de misericórdia" a que se refe-
ria Jesus em seu apostolado. ( 3 )
L
LÁGRIMAS
*
L á g r i m a s e úlceras constituem o processo de
A justiça é uma árvore estéril se não pode bendita extensão dos nossos mais puros senti-
produzir frutos de amor para a vida eterna. ( 2 4 ) mentos. ( 1 )
*
H á chuvas que destroem e chuvas que criam.
JUSTIÇA DIVINA
L á g r i m a s há também, assim. ( 1 )

Nenhum de nós peitará a Justiça Divina em-


bora permaneçais cultivando, muitas vezes, a ideTa
LAMENTAÇÕES
de um c o m e m o ridículo com Divindade
a (5)
Lamentação denota enfermidade mental e en-
fermidade de curso laborioso e tratamento difícil.
JUVENTUDE E ' indispensável criar pensamentos novos e disci-
plinar os lábios. ( 1 )
O moço poderá e fará muito se o espírito en- *
velhecido na experiência não o desamparar n o
trabalho. N a d a de novo conseguirá erigir, caso Quem v i v e colecionando lamentações, cami-
não se valha dos esforços que lhe precederam as nhará sob a chuva de lágrimas. ( 7 )
atividades. E m tudo, dependerá de ^eus anteces-
sores .
A juventude pode ser comparada a esperan- A lamentação é energia que dissolve o caráter
çosa saída de um barco para viagem importante. e opera o isolamento da criatura. ( 1 7 )
A infância foi a preparação, a velhice será a che- *
gada ao porto. Todas as fases requisitam as lições
dos marinheiros experientes, aprendendo-se a o r - A lamentação viciosa é força destrutiva. (17)
ganizar e a terminar a viagem com êxito dese-
jável. ( 8 )
LAR
*
i ^ ^ ^ N o s s o s lares terrestres são cadinhos de puri-
O j o v e m que recusa a orientação acertada dos TraRirtO dos sentimentos ou templos de união su-
mais velhos que lhe desejam o bem, procede qual blime, a caminho da solidariedade universal. Muito
lavrador leviano que reprova a boa semente. ( 2 6 ) lutamos e padecemos, até adquirir o verdadeiro
título de irmão. Somos todos^ima só família, na

T
Criação, sob a bênção providencial de um Pai
único. ( 1 ) divino não está devidamente traçado. Duas linhas
divergentes tentam, em vão, f o r m a r o vértice su-
* blime, a f i m de constituírem um degrau na escada
grandiosa da vida eterna. ( 1 )
O lar é como se f o r a um ângulo reto nas
linhas do plano da evolução divina. A reta vertical #
é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações
criadoras da v i d a . A reta horizontal é o sentimento L a r é instituição essencialmente divina e que
masculino, em marcha de realizações no campo do se deve viver, dentro de suas portas, com todo o
progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde coração e com toda a alma. Enquanto as criaturas
o homem e a mulher se encontram para o enten- vulgares atravessam a florida região do noivado,
dimento indispensável. E ' templo, onde as criatu- procuram-se mobilizando os máximos recursos do
ras devem unir-se espiritual antes que corporal- espírito, e daí o dizer-se que todos os seres são
m e n t e . H á na Terra, agora, grande número d e belos quando estão verdadeiramente amando. O
estudiosos das questões sociais, que aventam v á - assunto mais t r i v i a l assume singular encanto nas
rias medidas e clamam pela regeneração da v i d a palestras mais fúteis. O homem e a mulher com-
doméstica. A l g u n s chegam a asseverar que a ins- parecem aí, na integração de suas forças sublimes.
tituição da família humana está ameaçada. I m - M a s logo que recebem a bênção nupcial, a maioria
porta considerar, entretanto, que, a rigor, o l a r é atravessa os véus do desejo, e cai nos braços dos
a conquista sublime que os homens v ã o realizando velhos monstros que tiranizam corações. N ã o há
vagarosamente. Onde, nas esferas do globo, o v e r - concessões recíprocas. N ã o há tolerância e, por
dadeiro instituto doméstico, baseado na harmonia vezes, nem mesmo fraternidade. E apaga-se a be-
justa, com os direitos e deveres legitimamente par- leza luminosa do amor, quando os cônjuges perdem
tilhados? N a maioria, os casais terrestres passam a camaradagem e o g o s t o de conversar. Daí em
as horas sagradas do dia vivendo a indiferença ou diante, os mais educados respeitam-se; os mais
o egoísmo f e r o z . Quando o marido permanece cal- rudes mal se suportam. N ã o se entendem. Pergun-
mo, a mulher parece desesperada; quando a esposa tas e respostas são formuladas em vocábulos bre-
se cala, humilde, o companheiro tiraniza. N e m a v e s . P o r mais que se unam os corpos, vivem as
consorte se decide a animar o esposo, na linha ho- mentes separadas, operando em rumos opostos. ( 1 )
rizontal de seus trabalhos temporais, nem o marido
se resolve a segui-la no v o o divino de ternura e *
sentimento, rumo aos planos superiores da Criação.
O homem deve aprender a carrear para o am-
Dissimulam em sociedade e, na vida íntima, um f a z
biente doméstico a riqueza de suas experiências, e
viagens mentais de longa distância, quando o outro
a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os
comenta o serviço que lhe seja peculiar. Se a mu-
labores ásperos do homem. Dentro de casa, a ins-
lher fala nos filhinhos, o marido excursiona a tro-
piração; fora dela, a atividade. U m a não v i v e r á
v e s dos negócios; se o companheiro e x a m i n a ^ ü a i -
mi a outra. Como sustentar-se o rio sem a fonte,
quer dificuldade do trabalho, que lhe diz respeito,
c como espalhar-se a água da fonte sem o leito
a mente da esposa volta ao gabinete da modista.
do rio? ( 1 )
E ' claro que, e j e t a i s circunstâncias, o ângulo
Todos os encarnados que edificam o ninho O lar é a célula sagrada de todo o edifício da
conjugal, sobre a retidão, conquistam a presença civilização. ( 1 4 )
de testemunhas respeitosas, que lhes garantem a
privatividade dos atos mais íntimos, consolidando- *
-lhes as fronteiras vibratórias e defendendo-as con- O lar constitui sessão permanente, onde a dou-
tra as forças menos dignas, tomando, por base de trinação e a caridade com os filhos pedem, às vezes,
seus trabalhos, os pensamentos elevados que encon- sacrifício secular. ( 1 7 )
tram no ambiente doméstico dos amigos; não ocor-
r e o mesmo, entretanto, nas moradias, cujos pro-
prietários escolhem baixas testemunhas espirituais,
O lar é a escola das almas, o templo onde a
buscando-as em zonas inferiores. A esposa infiel
sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao
aos princípios nobres da vida em comum e o esposo
grande entendimento da Humanidade. ( 2 7 )
que põe sua casa em ligação com o meretrício, não
devem esperar que seus atos afetivos permaneçam *
coroados de veneração e santidade. Suas relações
mais íntimas são objeto de participação das des- O lar é um curso ligeiro para a fraternidade
vairadas testemunhas que escolheram. Tornam-se que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e
vítimas inconscientes de grupos perversos, que lhes conflitos naturais, em seu círculo, são lições. ( 2 7 )
partilham as emoções de natureza fisiológica, in- *
duzindo-as à mais dolorosa viciação. Ainda que
esses cônjuges infelizes estejam temporariamente O lar é a minha escola mais querida,
catalogados no pináculo das posições sociais hu- Doce escola em que nunca me confundo,
manas, não poderão trair a miserável condição in- Onde aprendo a ser nobre para o mundo
terior, sequiosos que vivem de prazeres criminosos, E a ser alegre e forte para a vida. ( 3 2 )
dominados de estranha e incoercível volúpia. ( 3 )

LEAL
O sublime amor do altar doméstico anda muito
longe, quando os cônjuges perdem o gosto de con- Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa.
versar entre si. ( 3 ) A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais
verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade
* Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de
cada dia. ( 7 )
O lar não é somente a moradia dos corpos,
mas, acima de tudo, a residência das almas. O
santuário doméstico que encontre criaturas aman-
LEI
tes da oração e dos sentimentos elevados, convejv,-
te-se em campo sublime das mais belas floraçõêá 6 Ninguém deve agir contra a lei. O uso respei-
colheitas espirituais. ( 3 ) tável dos patrimônios da vida, a união enobrece-
dora, a aproximação digna, constituem o programa
*
de elevação. E', portanto, indispensável distinguir

f
entre harmonia e desequilíbrio, evitando o estacio-
ritos em aprendizado ou reparação, mas também
namehto em desfiladeiros f a t a i s . ( 3 )
os missionários da mais elevada estirpe. ( 1 5 )

LEI DIVINA
LEMBRANÇA
O amor pode improvisar infinitos recursos de Cada homem permanece no planeta com a lem-
assistência e carinho, acordando faculdades supe- brança v i v a dos compromissos assumidos, revelando
riores do Espírito, mas a lei divina é sempre a
singularidades que a ciência das criaturas consi-
mesma para todos. ( 4 )
dera vocações espontâneas. ( 1 7 )

LEI MOISAICA
LIBERDADE

A lei moisaica foi a precursora direta do E v a n - O problema da liberdade é sempre uma questão
gelho de Jesus. O protegido de Termutis, depois
delicada para todas as criaturas, porque todos os
de se beneficiar com a cultura que o E g i t o lhe podia
direitos adquiridos se fazem acompanhar de uma
prodigalizar, foi inspirado a reunir todos os ele-
série de obrigações que lhes são correlatas. Cum-
mentos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando
pre considerar que toda elevação requer a plena
o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a
consciência do dever a cumprir. ( 1 8 )
inspiração divina, cujas determinações são até hoje
a edificação basilar da Religião da Justiça e do
Direito, se bem que as doutrinas antigas já tives-
sem arraigado a crença de Deus único, sendo o LIVRO
politeísmo apenas uma questão simbológica, apta
a satisfazer à mentalidade geral. O livro é o bom companheiro
Que me educa, que me alerta,
A legislação de Moisés está cheia de lendas A todo o instante é o roteiro
e de crueldades compatíveis com a época, mas, Que me traça a estrada certa. (32)
escoimada de todos os comentários fabulosos a seu
respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem
extraordinário, revestido dos mais elevados pode-
res espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis LOUCOS
às massas populares os ensinamentos somente con-
seguidos à custa de longa e penosa iniciação, com Excetuados os casos puramente orgânicos, o
a síntese luminosa de grandes verdades ( 1 1 ) louco é alguém que procurou forçar a libertação
do aprendizado terrestre, por indisciplina ou igno-
rância. ( 5 )

LEIS PLANETÁRIAS
O louco, em geral, considerando-se não. só o
A s leis planetárias não afetam somente os espí-
presente, senão até o passado longínquo, é alguém

f "N
que aborreceu as bênçãos da experiência humana,
preferindo segregar-se nos caprichos mentais; e acima de todas as exortações, aquela que recomenda
a entidade espiritual atormentada após a morte é a oração e a vigilância ( 1 2 )
sempre alguém que deliberadamente fugiu às rea-
lidades da Vida e do Universo, criando regiões nur-
g a t o n a i s para si mesmo. ( 5 ) LUGARES DESPREZÍVEIS

N ã o há lugares desprezíveis para o cristão fiel,


LOUCURA porque, em toda parte, é possível praticar o bem
com Jesus. ( 1 7 )
"Quase podemos afirmar que noventa em cem
dob casos de loucura, excetuados aqueles que se
originam da incursão microbiana sobre a matéria
LUTAS
cinzenta, começam nas consequências das faltas
graves que praticamos, com a impaciência ou com
a tristeza, isto é, por intermédio de atitudes men- Todas as lutas terrenas chegam e passam; ain-
tais que imprimem deploráveis deflexões ao cami- da que perdurem, não se eternizam. ( 5 )
nho daqueles que as acolhem e alimentam. Instala-
das essas forças desequilibrantes no campo íntimo,
inicia-se a desintegração da harmonia mental; esta LUTAS RELIGIOSAS
por vezes perdura, não só numa existência, mas em
várias delas, até que o interessado se disponha, A s lutas religiosas que nos expulsam do berço,
com fidelidade, a valer-se das bênçãos divinas que o não serão resultantes da desordem do pensamento?
aljofram, para restabelecer a tranquilidade e a P o r que motivo os protestantes e mesmo os católi-
capacidade de renovação que lhe são inerentes à cos eminentes se empenham em lutas de morte?
individualidade, em abençoado serviço evolutivo. Será porque trabalharam com as mãos, ou porque
Pela rebeldia, a alma responsável pode encami- se desviaram do caminho de Deus pelo abuso de
nhar-se para muitos crimes, a cujos resultados ne- raciocínios? A s mãos não se equilibram sem o im-
fastos se cativa indefinidamente; e, pelo desânimo, pulso orientador das ideias, como as ideias não se
é propensa a cair nos despenhadeiros da inércia, materializam sem o concurso das mãos; no entan-
com fatal atraso nas edificações que lhe cabe pro- to, suponho que os homens vão esquecendo o dom
videnciar" ( 5 ) do serviço pelos excessos do pensamento em des-
vario. (15)
*

— O desequilíbrio mental é sempre uma pro-


LUZ
vação difícil e dolorosa. Essa realidade, contudo,
podendo representar o resgate de uma divida <
pretérito escabroso e desconhecido pode, igualmen- Toda luz que acendermos, de fato, na Terra,
te, constituir uma resultante da imprevidência de lá_ ficará para sempre, porque a ventania das pai-
hoje, no presente que passa, fazendo necessária, xões humanas jamais apagará uma só das luzes
de Deus. ( 1 ) _
M tensão e complexidade dos fatores mentais no cam-
po das moléstias do corpo físico. Muito raramente
MÁ FÉ não se encontram as afecções diretamente relacio-
nadas com o psiquismo. Todos os órgãos são su-
A má fé tem sempre caminhos para tentar bordinados à ascendência m o r a l . A s preocupações
a confusão do que é puro. ( 1 6 ) excessivas com os sintomas patológicos aumentam
as enfermidades; as grandes emoções podem curar
o corpo ou aniquilá-lo. Se isso pode acontecer na
MÃE esfera de atividades vulgares das lutas físicas, ima-
gine o campo enorme de observações que nos ofe-
Ser mãe é ser médium da vida. (17) rece o plano espiritual, para onde se transferem,
todos os dias, milhares de almas desencarnadas,
em lamentáveis condições de desequilíbrio da mente.
MAL O médico do porvir conhecerá semelhantes verdades
e não circunscreverá sua ação profissional ao sim-
O mal indica posição de desequilíbrio, exigindo ples fornecimento de indicações técnicas, dirigin-
restauração e corrigenda. ( 3 ) do-se, muito mais, nos trabalhos curativos, às pro-
vidências espirituais, onde o amor cristão repre-
sente o maior papel. ( 3 )
í m w ^ Í ' simplesmente, o A m o r fora da L e i .
(Sá) João de Bnto.
... f .. Áir,..A.l'mT „ .V. i , ...
MEDICINA ESPIRITUAL

MATRIMÔNIO ESPIRITUAL A saúde humana nunca será o produto de com-


primidos, de anestésicos, de soros, de alimentação
O matrimônio espiritual realiza-se, alma com
artificialíssima. O homem terá de v o l t a r os olhos
alma, representando os demais simples conciliações
para a terapêutica natural, que reside em si mes-
indispensáveis a solução de necessidades ou proces-
mo, na sua personalidade e no seu meio ambiente.
sos reüficadores, embora todos sejam sagrados. ( 1 )
H á necessidade, nos tempos atuais, de se extin-
guirem os absurdos da "fisiologia d i r i g i d a " . A
MEDICINA medicina precisa criar os processos naturais de
equilíbrio psíquico, em cujo organismo, se bem que
remoto para as suas atividades anatômicas, se loca-
vMoJ ^ 0 m
. honesta é serviço de amor, ati-
e d i c i n a

vidade de socorro j u s t o ; mas o trabalho de cura é lizam todas as causas dos fenômenos orgânicos
peculiar a cada espírito. ( 1 ) tangíveis. A medicina do futuro terá de ser emi-
nentemente espiritual, posição difícil de ser atual-
m e n t e alcançada, em razão da febre maldita do
fi,t„™ j n a humana será muito diferente no
m e d i c
ouro; mas, os apóstolos dessas realidades grandio-
futuro, quando a C y a puder compreender a ex- sas não tardarão a surgir nos horizontes acadêmicos
do mundo, testemunhando omiovo ciclo evolutivo da
humanidade. O estado precário da saúde dos ho-
mens, nos dias que passam, tem o seu ascendente Qualquer droga, no campo infinitesimal dos
na longa série de abusos individuais e coletivos das núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades
criaturas desviadas da lei sábia e justa da Natu- elétricas específicas. Combinar aplicações químicas
reza. A civilização, na sua sede de bem-estar, com as verdadeiras necessidades fisiológicas, cons-
parece haver homologado todos os vícios da ali- tituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no por-
mentação, dos costumes, do sexo e do trabalho. vir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio
Todavia, os homens caminham para as mais pro- está saturado de energias electro-magnéticas em
fundas sínteses espirituais. A máquina, que esta- seu raio de ação. E ' por isso que o veneno destrói as
beleceu tanta miséria no mundo, suprimindo o ope- vísceras e o entorpecente modifica a natureza das
rário e intensificando a facilidade da produção, há- células em si, impondo-lhes incapacidade temporá-
-de trazer, igualmente, uma nova concepção da civi- ria. A gota medicamentosa tem princípios elétricos,
lização que multiplicou os requintes do gosto hu- como também acontece às associações atômicas que
mano, complicando os problemas de saúde; há-de v ã o recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a
ensinar às criaturas a maneira de viverem em har- Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à
monia com a Natureza. ( 1 1 ) base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente tri-
lhões de unidades unicelulares da nossa esfera de
MÉDICOS ação, que abandonam o campo físico saturadas da
vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos
Os médicos espirituais são detentores de técni- e angústias de determinadas criaturas, além do
ca diferente. N o planeta sabia que meu direito de decesso. Os suicidas costumam sentir, durante
intervir começava nos livros conhecidos e nos títu- longo tempo, a aflição das células violentamente
los conquistados; mas, naquele ambiente novo, a aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tre-
medicina começa no coração, exteriorizando-se em menda inquietação pelo desejo insatisfeito. ( 4 )
amor e cuidado fraternal. ( 1 )
*
Grande número de médicos, na Terra, prefere MEDIUNIDADE
apenas a conclusão matemática diante dos serviços
de anatomia. Concordemos que a Matemática é res- Mediunidade construtiva é a língua de f o g o do
peitável, mas não é a única ciência do U n i v e r s o . Espírito Santo, luz divina para a qual é preciso
O médico não pode estacionar em diagnósticos e conservar o pavio do amor cristão, o azeite da boa
terminologias. H á que penetrar a alma, sondar-lhe vontade pura. Sem a preparação necessária, a ex-
as profundezas. Muitos profissionais da medicina, cursão dos que provocam o ingresso no reino invi-
no planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, sível é, quase sempre, uma viagem nos círculos de
porque a vaidade lhes roubou a chave do cárcere. sombra. Alcançam grandes sensações e esbarram
Raros conseguem atravessar o pântano dos intere3-^g nas perplexidades dolorosas. Fazem descobertas
ses inferiores, sobrepor-se a preconceitos comuns è ^ " surpreendentes e acabam nas ansiedades e dúvidas
para essas exceções, reservam-se as zombarias do :m f i m . Ninguém pode t r a i r a lei impunemente,
mundo e o escárnio dos companheiros. ( 1 ) e, para subir, Espírito algum dispensará o esforço
st* - de si mesmo, no aprimoramento íntimo. ( 3 )
Mediunidade constitui "meio de comunicação",
A mediunidade não é exclusiva dos chamados
e o próprio Jesus nos afirma: "eu sou a p o r t a . . . se
"médiuns". Todas as criaturas a possuem, por-
alguém entrar por mim será salvo e entrará, sairá
quanto significa percepção espiritual, que deve ser
e achará pastagens"! P o r que audácia incompreen-
incentivada em nós mesmos. N ã o bastará, entre-
sível imaginais a realização sublime sem vos afei-
çoardes ao Espírito de Verdade, que é o próprio tanto, perceber. E ' imprescindível santificar essa
Senhor? Se v o s dispondes ao serviço divino, não há faculdade, convertendo-a no ministério ativo do
outro caminho senão E l e , que detém a infinita luz bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento
da verdade e a fonte inesgotável da v i d a ! não dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços
existe outra porta para a mediunidade celeste, preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem,
para o acesso ao equilíbrio divino que anelais no inexoravelmente, a matéria e o espírito, locali-
recôndito santuário do coração! Somente através zando-os em campos opostos, quando nós, estudan-
d'Ele, vivendo-lhe as sublimes lições, alcançareis tes da verdade, ainda não conseguimos identificar
a sagrada liberdade de entrar nos domínios da es- rigorosamente as fronteiras entre uma e outro,
piritualidade e deles sair, conquistando o pão eterno integrados na certeza de que toda a organização
que v o s saciará a fome para sempre. Sem o Cristo, universal se baseia em vibrações puras. ( 3 )
a mediunidade é simples "meio de comunicação" e *
nada mais, mera possibilidade de informação, como
tantas outras, da qual poderão assenhorear-se tam- Mediunidade não é disposição da carne tran-
bém os interessados em perturbações, multiplicando sitória e sim expressão do espírito imortal. Natu-
presas infelizes. ( 3 ) ralmente, o intercâmbio aprimorado, entre os dois
planos, requere sadias condições do vaso sagrado
* de possibilidades fisiológicas que o Senhor vos con-
Se as máquinas mais simples da Terra pedem fiou para santificação; todavia o corpo é instru-
o curso preparatório do operário, para que o setor mento elevado nas mãos do artista, que deve ser
da produção não desmereça em qualidade e quan- divino. Se aspirais ao desenvolvimento superior,
tidade, como esperais que a mediunidade sublime abandonai os planos inferiores. Se pretendeis o
se reduza a serviços automáticos, a puras manifes- intercâmbio com os sábios, crescei no conhecimento,
tações de mecanismo fisiológico, indene de educa- valorizai as experiências, intensificai as luzes do
ção e responsabilidade? Sempre será possível abrir raciocínio! Se aguardais a companhia sublime dos
meios de comunicação entre v ó s outros e os pla- santos, santificai-vos na luta de cada dia, porque
nos que vos são invisíveis, mas não esqueçais de as entidades angélicas não se mantêm insuladas
que as afinidades são leis fatais de reunião e inte- nos júbilos celestes e trabalham também pelo aper-
gração nos reinos infinitos do E s p í r i t o ! Sem os feiçoamento do mundo, esperando a vossa angeli-
valores da preparação, encontrareis irremediavel- zação! Se desejais a presença dos bons, tomai-vos
mente a companhia dos que fogem aos processos bondosos por vossa v e z ! Sem afabilidade e doçura,
educativos do Senhor; e sem as bênçãos da respo_ "ti compreensão fraternal e sem atitudes edifi-
sabilidade encontrareis logicamente os irresponsá- ques, não podereis entender os Espíritos afáveis
veis. ( 3 ) e amigos, elevados e construtivos. Se não seria
razoável encontrar Platão ensinando filosofia avan-
çada a tribos selvagens e primitJH|as, nem Francisco
de Assis operando com salteadores, não será admis-
zando os preceitos evangélicos e edifiquemo-nos,
sível a integração dos Espíritos esclarecidos e cada dia, erguendo-nos para a redenção final.
santificados com as almas rigorosamente agarra- Unamo-nos todos no compromisso sagrado de co-
das às manifestações mais baixas e grosseiras da operação legítima com Jesus! ( 3 )
existência carnal. E m vossas atividades espiritua-
listas," lembrai-vos de que não v o s encontrais pe- *
rante uma doutrina sectária de homens em trânsito N ã o provoqueis o desenvolvimento prematuro
no planeta! Permaneceis num movimento divino e de vossas faculdades psíquicas! V e r sem compreen-
mundial, de libertação de consciências, numa reve- der e ouvir sem discernir pode ocasionar desastres
lação sublime de vida eterna e de valores imortais valtosos ao coração. Buscai, acima de tudo, pro-
para todas as criaturas de boa v o n t a d e ! Acolhendo gredir na virtude e aprimorar sentimentos. Acen-
essa convicção, não vos detenhais na atitude exclu- tuai o próprio equilíbrio e o Senhor v o s abrirá a
siva e presunçosa dos que supõem haver encontra- porta dos novos conhecimentos. ( 3 )
do na mediunidade tão somente um sexto sentido!
O valor mediúnico não é um dom de privilegiados, *
é qualidade comum a todos os homens demandando A mediunidade mais estável e mais bela co-
a boa vontade sincera no terreno da elevação. P o r meça, entre os homens, no império da intuição
agora, é inegável que necessitamos das grandes pura. ( 5 )
tarefas estimuladoras, em que determinados com-
panheiros encarnados são convocados aos grandes
testemunhos nesse setor do esclarecimento coletivo,
na disseminação da f é positiva e edificante; mas o — A mediunidade é aquela luz que seria der-
ramada sobre toda carne e prometida pelo Divino
futuro nos revelará que o serviço dessa natureza
Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em
pertence a todas as criaturas, porque todos nós
curso na T e r r a .
somos Espíritos imortais. N ã o alimenteis qualquer
A missão mediúnica, se tem os seus percalços
dúvida! não permitais que o padrão vibratório das
e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas
forças físicas vos apague a luz gloriosa da divina
oportunidades de progresso e de redenção, conce-
certeza deste momento, porque todos nós nos en-
didas por Deus aos seus filhos misérrimos.
contramos diante da própria espiritualidade sem
Sendo luz que brilha da carne, a mediunidade
fim, renovando energias viciadas de séculos con-
é atributo do espírito, patrimônio da alma imortal,
secutivos, a caminho de transformações que mal
elemento renovador da posição moral da criatura
poderíeis imaginar, nos círculos de vosso presente
terrena, enriquecendo todos os seus valores no capí-
e v o l u t i v o ! Elevemo-nos, pois, no espírito do Senhor,
tulo da virtude e da inteligência, sempre que se
que nos convidou ao banquete da luz, desde h o j e !
encontre ligada aos princípios evangélicos na sua
Levantemo-nos para o porvir, não no sentido d trajetória pela face do mundo. ( 1 2 )
menosprezar a Terra, mas no propósito de a : x

feiçoar as nossas qualidades individuais, para ser- Jttl


mos verdadeiramente úteis às suas realizações que
— Quando um médium se resolva a transfor-
hão-de v i r ! E n t r ^ m e m o - n o s intensamente, reali-
mar suas faculdades em fonte de renda material,
será melhor esquecer suas possibilidades psíquicas
e não se aventurar pelo terreno delicado dos estudos
espirituais. Mediunidade é sintonia. Cada mente recebe
A remuneração financeira, no t r a t o das ques- segundo a natureza e extensão da onda de senti-
tões profundas da alma, estabelece um comércio mento que lhe é própria. ( 2 5 )
criminoso, do quaL o médium deverá esperar no
futuro os resgates.mais dolorosos.
A mediunidade não é ofício do mundo, e os MÉDIUNS
espíritos esclarecidos, na verdade e no bem, conhe-
cem, mais qtle os seus irmãos da carne, as neces- H á médiuns e mediunidade, doutrinadores e
sidades dos seus intermediários. ( 1 2 ) doutrina, como existem a enxada e os trabalhado-
r e s . P o d e a enxada ser excelente, mas, se f a l t a
espírito de serviço no cultivador, o ganho da enxa-
O apostolado mediúnico não se constitui t ã o da áferá inevitavelmente a f e r r u g e m . Assim acon-
somente dá movimentação das energias psíquicas tece com as faculdades psíquicas e com os grandes
e m suas expressões fenoménicas e mecânicas, por- conhecimentos. A expressão mediúnica pode ser ri-
que e x i g e o trabalho e o sacrifício do coração, quíssima; entretanto, se o dono não consegue olhar
onde a luz da comprovação e da referência é a além dos interesses próprios, fracassará fatalmente
que nasce do entendimento e da aplicação c o m na tarefa que lhe f o i conferida. T o d o trabalho
Jesus-Cristo. ( 1 2 ) construtivo tem as batalhas que lhe dizem res-

• p e i t o . São muito escassos os servidores que tole-


ram as dificuldades e reveses das linhas de f r e n t e .
A perseguição da polícia ou a perseguição Esmagadora percentagem permanece a distância do
d o padre não são os maiores inimigos da mediu- f o g o f o r t e . Trabalhadores sem conta recuam quan-
nidade, de modo algum. O padre e a polícia podem do a tarefa abre oportunidades mais valiosas. ( 2 )
até ser os portadores de grandes bens. O m a i o r
inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios
muros. ( 2 1 )
A possibilidade de comerciar emoções com as
esferas invisíveis que v o s rodeiam não representa,
de modo algum, a realização espiritual imprescin-
A mediunidade não está circunscrita a deter-
dível à edificação divina de cada um de nós, por-
minados seres. T o d a s as criaturas são instrumen-
que o problema da glória mediúnica não consiste
tos do bem ou do mal, médiuns d o plano superior
em ser instrumento de determinadas inteligências,
ou inferior, no campo infinito da v i d a . Ninguém
mas em ser instrumento fiel da divindade. P a r a
f o g e à corrente de inspiração com que sintoniza.
que a alma encarnada efetue semelhante conquista
E todos os que marcharam na vanguarda da v e r -
dade e dja luz, sofreram o assédio da mentira e da é indispensável desenvolva os seus próprios princí-
treva, não obstante a sua condição de instrume" "4-
pios divinos. A bolota é o carvalho potencial. O
da Providência Divina para o aperfeiçoamento e jgunhado de sementes minúsculas é o t r i ^ l de ama-
felicidade do mundo. ( 2 3 ) uña. O germe insignificante será, em breves dias,
a ave poderosa cortando amplidões. ( 3 )
Os médiuns, em sua generalidade, não são a ambição, a ignorância ^ou a rebeldia no volun-
1

missionários na acepção comum do t e r m o ; são tário desconhecimento dos seus deveres à luz do
almas que fracassarão? desastradamente, que con- Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não
trariaram, sobremanflíra, ò curso das leis divinas, raro, o conduzem à invigilância,. à leviandade e à
e que resgatam, sobrepeso de severos compromissos
confusão dos campos imprdtiutivos. (12)
e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro
e delituoso. O sju pretérito, muitas vezes, se en- *
contra enodoadir de graves deslizes e de erros cla-
morosos. Quaáe sempre, são espíritos que tomba- N ã o são os Espíritos que desenvolvem os mé-
ram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da diuns e sim estes que apuram as faculdades re-
autoridade,^Ía fortuna e da inteligência, e que ceptivas, alargando as suas possibilidades de co-
regressam/ao orbe terráqueo para se sacrificarem laboração e valorizando-as pelo estud,o constante
em f avor^ído grande número de almas que desviaram e pela aplicação própria às obras da verdade e
das sendas luminosas da fé, da caridade e da v i r - do bem. ( 2 3 )
tude. »fíão almas arrependidas, que procuram arre-
banhar todas as felicidades que perderam, reorga-
nizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram A t é que o avanço moral do Planeta possibilite
nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e equações definitivas da ciência, no terreno da so-
dé condenável insânia ( 1 1 ) brevivência e da intervenção das almas desencar-
nadas no círculo terrestre, o médium será a "cabeça
r *
de ponte" do mundo espiritual entre os homens,
solicitando compreensão, solidariedade e incentivo
O médium sem Evangelho pode fornecer as para funcionar com a eficiência precisa. ( 3 3 ) Fer-
1

mais elevadas informações ao quadro das filosofias nando de Lacerda.


e ciências fragmentárias da T e r r a ; pode ser um
profissional de nomeada, um agente de experiências
do invisível, mas não poderá ser um apóstolo pelo
coração. Só a aplicação com o Divino Mestre pre- MEDO
para no íntimo do trabalhador a fibra da ilumina-
Todos os fracassos do dia constituem a resul-
ção para o amor, e da resistência contra as energias
tante da ação de um só adversário que muitos aca-
destruidoras, porque o médium evangelizado sabe lentam. Esse adversário invisível é o medo.
cultivar a humildade no amor ao trabalho de cada Quando o tempo e a dor difundirem, entre
dia, na tolerância esclarecida, no esforço educa- os homens, a legítima compreensão da vida e
tivo de si mesmo, na significação da vida, sabendo, o verdadeiro amor ao próximo, ninguém mais te-
igualmente, levantar-se para a defesa da sua ta- merá. ( 2 5 )
refa de amor, defendendo a verdade sem transigir
com os princípios no momento oportuno. ( 1 2 )
#
. MENDIGOS
O primeiro inimigo do médium reside dentro
A o s mendigos desprezados
dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, é
Não ridicularizeis,

%
#
São senhores despojados
seus tesouros de r e i s . excelente incubador de bactérias e sintomas mórbi-
( 2 9 ) Antônio Nobre. dos, enquanto, o espírito, em reajustamento, quando
reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que be-
néfico e merecido, encontra imensos recursos de
MKNTALISMO concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de
v i d a v i t o r i o s a . (6)
Sendo cada um de nós uma f o r ç a inteligente,
detendo faculdades criadoras e atuando no U n i - '
verso, estaremos sempre engendrando agentes psi- MENTE
cológicos, através da energia mental, exteriorizando
o pensamento e com ele improvisando causas posi- Cada homem, como cada Espírito, é um mundo
tivas, cujos efeitos podem ser próximos ou r e m o t o s por si mesmo e cada mente é como um céu. . . D o
sobre o ponto de o r i g e m . Abstendo-nos de mobili- f i r m a m e n t o descem raios de sol e chuvas benéficas
z a r a vontade, seremos invariáveis j o g u e t e s das cir- para a organização planetária, mas também, no
cunstâncias predominantes, no ambiente que nos instante do atrito de elementos atmosféricos, desse
r o d e i a ; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, mesmo céu procedem faíscas destruidoras. Assim
é indispensável resolvamos o problema de direção, a mente humana. Dela se originam as f o r ç a s equi-
porquanto nossos estados pessoais nos r e f l e t i r ã o a librantes e restauradoras para os trilhões de células
escolha í n t i m a . E x i s t e m princípios, forças e leis do organismo físico; mas, quando perturbada, emite
n o universo minúsculo, tanto quanto no universo
raios magnéticos de alto poder destrutivo para as
macrocósmico. D i r i j a u m homem a sua v o n t a d e
comunidades celulares que a s e r v e m . ( 3 )
para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá
ao apelo, com todas as características dos moldes *
estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a
sugestão mental positiva determina a sintonia e
Cada tipo de mente v i v e na dimensão com que
receptividade da r e g i ã o orgânica, em conexão com
se harmonize. ( 3 3 ) Abel Gomes.
o impulso havido, e as entidades microbianas, que
v i v e m e se reproduzem no campo mental dos m i -
lhões de pessoas que as entretém, acorrerão em
massa, absorvidas pelas células que as atraem, e m MENTIRA
obediência à s ordens interiores, reiteradamente re-
cebidas, formando no campo a enfermidade ideali- A mentira e a tirania e x i g e m exércitos e m o -
zada. Claro que nesse capítulo temos a questão das narcas, espadas e riquezas imensas para dominarem
p r o v a s necessárias, nos casos em que determinada as criaturas. O amor, porém, essência de toda g l ó -
personalidade renasce, atendendo a impositivos das ria, e de toda vida, pede um coração e sabe ser
lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de feliz. A impostura reclama interminável fileira de
ligação mental é infinitamente importante, por- ' defensores, para espalhar a destruição; basta, no
quanto o doente que se compraz na aceitação e no
entanto, um homem bom para ensinar a verdade
e l o g i o da própria decadência acaba na posição de
de Deus e exaltar-lhe as g l ó r i a s eternas, confor-
iundo a infinita legião de seus f i l h o s . ( 1 9 )
* 5
MÉRITO
MIKKOES
\ C
xU l
° crescem, quando o discer
p a 6 0 m é r i t

nimento se desenvolve. ( 3 3 ) Abel Gemei. Nunca te esqueças de que as missões salvado-


• ih na Terra, quase sempre, chegam vestidas de
Avental ou de macacão. (24)
MISSA

A missa é um ato religioso tão venerável quan-


MOÇO
to qualquer outro em que os corações procuram V e j a : "Juventude", na letra "J".
identificar-se com a Proteção Divina; no entanto,
raros são aqueles que trazem até aqui o espírito
efetivamente inclinado à assimilação do auxílio ce-
lestial. E para a formação de semelhante clima MOMENTO
interior, cada crente, além do serviço de purificação
dos sentimentos, necessitará também combater a Todo momento é um ensejo de redenção, que
influência dispersiva e perturbadora que procede Deus nos concede na Sua infinita b o n d a d e . . . ( 1 3 )
dos companheiros desencarnados que lhe buscam
arrefecer o f a v o r . ( 6 )
MORRER
*
E ' preciso morrer para o mundo, para que o
— Perante o coração sincero e fraternal dos Cristo v i v a em nós. ( 1 6 )
crentes, a missa idealizada pela igreja de R o m a
deve ser um a t o exterior, respeitável para nós
outros, como qualquer cerimônia convencionalista MORTE
do mundo, que exija a mútua consideração social
no mecanismo de relações superficiais da T e r r a . A maior surpresa da morte carnal é a de nos
colocar face a face com a própria consciência, onde
A I g r e j a de R o m a pretende comemorar, com
edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou
ela, o sacrifício do Mestre pela humanidade; to-
nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar
davia, a cerimônia se efetua de conformidade com
a posição social e financeira do crente. que a T e r r a é oficina sagrada, e que ninguém a
menosprezará, sem conhecer o preço do terrível
Ocorrem, dessa maneira, as missas mais varia- engano a que submeteu o próprio coração. (1)
das, tais como a "do g a l o " , " a nova", a "parti- Prefácio de Emmayiuel.
cular", a "pontifical", a "das almas", a "seca", a
"cantada", a "chã", a "campal", e t c , adstritas a um *
prontuário t ã o convencionalista e tão superficial,
que é de admirar a adaptação ao seu mistifório, A morte física não é salto do desequilíbrio, é
por parte do sacerdote inteligente e afeito à since- passo de evolução, simplesmente. (2) Prefácio de
ridade. (12) Emmanuel.
A morte física não é o f i m . E ' pura mudança
dfl capitulo no livro da evolução e do aperfeiçoa- I >epois da m o r t e física, o que há de mais sur-
mento. A o seu influxo, ninguém deve esperar solu- ndente para nós é o reencontro da v i d a . A q u i
ções finais e definitivas, quando sabemos que cem lidemos que o organismo perispirítico que nos
anos de atividade no mundo representam uma fra- diciona em matéria mais leve e mais plástica,
ção relativamente curta de tempo p a r a qualquer «pós o sepulcro, é fruto igualmente do processo
edificação na vida eterna. ( 3 ) Prefácio de Em-
•VOlutivo. N ã o somos criações milagrosas, desti-
manuel.
na < las ao adorno de um paraíso de papelão. Somos
# iillios de Deus e herdeiros dos séculos, conquis-
t a n d o valores, de experiência em experiência, de
A m o r t e da forma não santifica o ser que a milênio a milênio. N ã o há favoritismo no Templo
habitou! Se o raio de sol não se contamina ao Universal do E t e r n o , e todas as forças da Criação
contacto do pântano, também o doente rebelde é o aperfeiçoam-se no I n f i n i t o . ( 5 )
mesmo enfermo se apenas troca de residência. O
corpo físico representa apenas o vaso em uso, *
durante algum tempo, e o vaso quebrado não signi-
fica redenção ou elevação do seu temporário pos- A m o r t e não existe como a entendemos. O que
suidor. ( 3 ) se verifica, apenas, é uma transmutação da v i d a .
Os teólogos suprimiram a chave simples das nossas
*
crenças. Quando o corpo é reclamado pelo sepulcro,
N o leito da morte, as criaturas são mais hu- o Espírito volta à pátria de origem, e, como a natu-
manas e mais doces. Dir-se-ia que a moléstia in- reza não dá saltos, as almas que alimentam aspira-
transigente enfraquece os instintos mais baixos, ções puramente terrestres continuam no ambiente
atenua as labaredas mais v i v a s das paixões infe- do mundo, embora sem o revestimento do corpo
riores, desanimaüza a alma, abrindo-lhe, em torno, carnal. Desde a mais remota antiguidade, os ho-
interstícios abençoados por onde penetra infinita mens se comunicaram com os seus semelhantes de-
luz. E a dor v a i derrubando as pesadas muralhas sencarnados. Enéas fêz consultas a Anquises, por
da indiferença, do egoísmo cristalizado e do amor- meio dos estranhos poderes da feiticeira de Cumas;
-próprio excessivo. ( 3 ) Plutarco afirmava que os seres de outro mundo se
manifestavam nos Mistérios; Sócrates tinha seu
*
gênio f a m i l i a r ; Apolonio de Tiana sentia-se auxi-
A morte física não é banho milagroso, que liado por entidades invisíveis; os imperadores ro-
converta maus em bons e ignorantes em sábios, manos buscavam os pareceres dos habitantes de
dum instante para o u t r o . H á desencarnados que Além-Túmulo, com a cooperação dos Oráculos; V e s -
se apegam aos ambientes domésticos, à maneira da pasiano procurou a palavra dos numes tutelares no
hera às paredes. Outros, contudo, e em vultoso Oráculo de G e r y o n ; T i t o fêz o mesmo na Tlha de
número, revoltam-se nos círculos da ignorância que Chipre; Trajano imitava-os, sondando as revela-
lhes é própria e constituem as chamadas legiões ções do Oráculo de Heliópolis, na Síria; os cronistas
das trevas que afrontaram o próprio Jesus, por do tempo antigo declaram que Augusto, depois de
intermédio de obsidiados diversos. ( 3 ) iniciado no culto de Elêusis, tinha contacto com
os fantasmas; nas páginas sagradas da Bíblia v e -
mos Saul procurando o falecid^ Samuel por inter-
PÉROLAS DO ALEM

médio da Pitonisa de Êndor, e contemplamos os


discípulos de Jesus bafejados pelo Espírito-Santo, Dobram sinos a finados,
DO glorioso dia do Pentecostes. ( 1 5 ) (*om m á g o a e d e s o l a ç ã o . . .
Porque não sabem que a morte
*
E ' a nossa libertação.
O homem não encontrará na m o r t e mais d o ( 2 9 ) Casimiro Cunha.
que vida e, no misterioso umbral, a grande sur- *
presa é o encontro de si m e s m o . ( 1 7 )
Se a m o r t e aniquila o corpo,
*
N ã o aniquila a lembrança:
A m o r t e do corpo abre as portas de um mundo Jamais se extingue a esperança,
novo para a alma. N i n g u é m fica verdadeiramente Nunca se extingue o sonhar!
ó r f ã o sobre a Terra, como nenhum ser está aban- E à minha t e r r a querida,
donado, porque tudo é de Deus e todos somos seus Recortada de palmeiras,
filhos. ( 1 9 ) Espero em horas fagueiras
U m dia poder v o l t a r .
* ( 2 9 ) Casimiro de Abreu.
A morte não é uma fonte miraculosa de v i r - *
tude e de sabedoria. E', porém, uma asa luminosa
de liberdade para os que pagaram os mais pesados Crê-se na M o r t e o Nada, e, todavia,
tributos de dor e de esperança, nas esteiras do A M o r t e é a própria V i d a a t i v a e intensa;
tempo. ( 2 1 ) F i m de toda a amargura da descrença,
Onde a grande certeza principia.
1(29) Antero de Quental.

A m o r t e não é sinónimo de renovações inte- *


g r a i s e definitivas. P a r a o homem que demandou Esperai a sepultura,
o reino das sombras, ainda existe o v é u de Isis, e, O' crentes de uma outra v i d a ! . . .
no seu coração, ainda ressoam as célebres exorta- T a n g e i harpas de esperança,
ções do oráculo de D e l f o s . Encontramo-nos "neste N a s lutas de vossa esfera,
outro lado da v i d a " , com as mesmas inquietações Porque a M o r t e é a primavera
e com a mesma necessidade de aperfeiçoamento.
Luminosa, eterna e i m e n s a . . .
E, não raro, sentimo-nos envolvidos na rede capri-
( 2 9 ) Alphonsus de Guimarães.
chosa dos cálculos de Édipo, ansiosos por solver cs
nossos problemas próprios. ( 2 1 ) *
* Se a morte é uma grande surpresa para quan-
tos levantaram o sagrado cálice, à frente do altar,
N ã o suponha que a m o r t e lhe venha pregar ;i virtude é sempre a mesma divina moeda de luz
asas nos o m b r o s . ( 2 4 )
nos mais remotos centros da v i d a . ( 3 3 ) Joaquim
Arcoverde.
A morte de um homem começa no instante em
que ele d e s i 3 t e de aprender. ( 3 3 ) Mariano José • I«* mágoa ou de revolta, paixões ocultas e verda-
Pereira da Fonseca. • Vir.i mole de outros fenômenos corruptores do
Mntimento — nos obrigam a lamentável demora
* || viagem, constrangendo-nos à perda de muito
A morte é o banho revelador da verdade, por- ii-mpo que poderia ser utilizado em nossa própria
que a vida espiritual é a demonstração positiva da ;.são. ( 3 3 ) Romeu A. Camargo.
alma eterna. ( 3 3 ) Antônio Americano do Brasil.
*
Reencontrar a vida, além da morte, para quem
Indubitavelmente, a morte do corpo é uma cai- Migou o túmulo simples amontoado de cinzas, den-
xa de surpresas, que nem sempre são as mais agra- ini da noite indevassável do nada, é castigo pior
dáveis à nossa formação. ( 3 3 ) Luís Gama. que a m i s é r i a . . . ( 3 3 ) Sílvia Serafim.
*
A m o r t e é processo revelador de caracteres e
corações, e hoje compreendo que, se noutro tempo MOVIMENTOS BROWNIANOS
era necessário delir a nódoa da escravidão, nas — N o s chamados movimentos brownianos, bem
órbitas exteriores da vida, reconheço também que
como nas atrações moleculares, ainda não podere-
o cativeiro das paixões, no mundo interno, é o do-
mos ver, propriamente, manifestações de espiritua-
mínio das trevas sobre nós, exigindo-nos enorme
lidade, como princípio de inteligência, mas fenôme-
capacidade de renúncia para derribá-lo, com vistas
ao reassentamento dos princípios que nos susten- nos rudimentares da vida em suas demonstrações
tam o ser em função do Supremo B e m . ( 3 3 ) Luís de energia potencial, na evolução da matéria, a ca-
Gama. minho dos princípios anímicos, sob a bênção de luz
da natureza divina. ( 1 2 )
*
A m o r t e oferece tranquilidade somente ao es-
pírito em cujas profundezas o incêndio das paixões MULHER
j a z e x t i n t o . ( 3 3 ) Mariano José Pereira da Fon-
seca. A derrocada moral da mulher, quase sempre,
vem da prostituição do homem. ( 1 6 )

P a r a cá voltamos à semelhança de máauinas


MUNDO
desarranjadas à oficina. Vícios do pensarTento i n !
clinaçoes nocivas não combatidas, desequilíbrios O mundo está repleto de bocas famintas que
S S h 'í,
n
r
e X t
' ™ t o s de culpa i m a !
t 0 S s e n t
devoram o pão, sem cogitar dos sacrifícios ou das
as que lhe deram o r i g e m . ( 3 3 ) Francisco
estos, hábitos deprimentes, impulsos não educa-
Malhão.
i s matula ° * ° ° ' S * Paisa-
b j e t S S Í t u a õ e s

gens materiais ainda arraigadas, acidentes íntimos


Digo-lhe, usando a experiência pessoal que o \ j i r i o . Todavia, se a alma que regressa ao mundo
' « " ' P o hoje me confere, que esse mundo é reaí permanece disposta a o serviço de auto-elevação,
mente, um grande t e a t r o . Represente o seu naíe iKihropairará a quaisquer exigências menos nobres
com serenidade e firmeza e, decerto, você^receberá do corpo ou do ambiente, triunfando sobre as con-
• i i r n e s adversas e obtendo títulos de vitória da
m a i s alta significação para a v i d a eterna. E m sã
consciência, portanto, ninguém se pode queixar de
forças destruidoras ou de circunstâncias asfixian-
MUSICA
tes, em se referindo ao círculo onde renasceu.
Haverá sempre, dentro de nós, a luz da liberdade
«rv, , .
A m Ú S
c a o rendimento do serviço
Í C a i n t e n s i f í
íntima indicando-nos a ascensão. Praticando a su-
em todos os setores de esforço construtivo. (7) '
bida espiritual, melhoraremos sempre. E s t a é a
lei. (3)

NATUREZA
N
O homem v u l g a r costuma estimar as expecta-
NASCITUROS tivas ansiosas, à espera de acontecimentos espe-
taculares, esquecido de que a Natureza não se
O organismo dos nascituros, em sua expres- perturba para satisfazer a pontos de vista da
são mais densa, provém do corpo dos pais, que criatura. ( 2 ) Prefácio de Emmanuel.
lhes entretém a v i d a e lhes criam os caracteres #
com o próprio sangue; todavia, em semelhante im-
perativo das leis divinas para o serviço de repro- — A Natureza é sempre o l i v r o divino, onde
dução das formas, não devemos v e r a subversão as mãos de Deus escrevem a história de sua sabe-
dos princípios de liberdade espiritual, imanente na doria, livro da vida que constitui a escola de pro-
ordem da Criação I n f i n i t a . P o r isso mesmo, a cria- gresso espiritual do homem, evolvendo constante-
tura terrena herda tendências e não, qualidades. mente com o esforço e a dedicação de seus dis-
A s primeiras cercam o homem que renasce, desde cípulos. ( 1 2 )
os primeiros dias de luta, não só em seu corpo
*
transitório, mas também no ambiente g e r a l a que
f o i chamado a v i v e r , aprimorando-se; as segundas
A natureza é o l i v r o de páginas v i v a s e eter-
resultam d e labor individual da alma encarnada, na
nas. ( 2 8 ) Prefácio de Emmanuel.
defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma
nos círculos benditos da experiência. Se o Espírito *
reencarnado estima as tendências inferiores, de-
A natureza é a fazenda vasta que o P a i en-
senvolvê-las-á, ao reencontrá-las dentro do novo
tregou a todas as criaturas. Cada pormenor do
quadro de experiência humana, perdendo um tempo
valioso patrimônio apresenta significação parti-
precioso e menosprezando o sublime ensejo de ele-
cular. A árvore, o caminho, a^núvem, o pó, o rio,
revelam mensagens silenciosas e especiais. (28)
Prefácio de Emmanuel. "IISIDIADO

* Médiuns, inclusive nós outros, os desencar-


nados, todos o somos, em vista de sermos interme-
A natureza é sempre o celeiro abençoado de diários do bem que procede de mais alto, quando
lições maternais. E m seus círculos de serviço, nos elevamos, ou portadores do mal, colhido nas
coisa alguma permanece sem propósito, sem fina- zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio.
lidade j u s t a . ( 2 8 ) Prefácio de Emmanuel.
O obsidiado, porém, acima de médium de energias
perturbadas, é quase sempre um enfermo, repre-
NEGÓCIO sentando uma legião de doentes invisíveis ao olhar
humano. P o r isto mesmo, constitui, em todas as
Qual o melhor negócio do mundo ? Será a aven- circunstâncias, um caso especial, exigindo muita
tura que se efetua a peso de ouro, muita vez amor- atenção, prudência e carinho. ( 3 )
daçando-se o coração e a consciência, para aumen-
t a r as preocupações da vida material, ou a ilumi-
nação definitiva da alma para Deus, que se realiza
OCIOSIDADE
tão só pela boa vontade do homem, que deseje
marchar para o seu amor, p o r entre as luzes do O paraíso da ociosidade é talvez a maior ilusão
caminho? N ã o será a adversidade nos negócios dos princípios teológicos que obscureceram na Cros-
do mundo um convite amigo para a criatura semear
ta o sentido divino da verdadeira r e l i g i ã o . ( 3 )
com mais amor, um apelo indireto que a arranque
às ilusões da T e r r a para as verdades do reino de *
Deus? ( 1 9 )
Enquanto a enxada descansa
Esquecida e enferrujada,
A casa desprotegida
Prossegue na derrocada. ( 2 8 )

O
OBRAS ÓDIO

A maioria das nossas obras pessoais são como — O ódio pode traduzir-se nas chamadas aver-
bolhas de água sabonada que se dispersam nos sões instintivas, dentro das quais há muito de
ares, porque, visando o bem-estar e o repouso d o animalidade, que cada homem alijará de si, com os
" e u " , têm como base o egoísmo que atrofia a nos- valores da auto-educação, a fim de que o seu enten-
sa evolução. ( 1 1 ) dimento seja elevado a uma condição superior.
Todavia, na maior parte das vezes, o ódio é
o g e r m e do amor que foi sufocado e desvirtuado
OBSERVAR
por um coração sem E v a n g e l h o . A s grandes ex-
pressões afetivas convertidas nas paixões desorien-
Observar p a r a , realizar é serviço divino. (3)
tadas, sem compreensão legítima do amor sublime,
iiHvndeiam-se no íntimo, p o r vezes, no instante das
tempestades m o r a i s da vida, deixando a t r á s de si Casas confidências lhes atenuarão os cansaços do
as expressões a m a r g a s do ódio, como c a r v õ e s que mundo, restaurando-lhes as energias, porque Deus
enegrecem a a l m a . lhes concederá de sua l u z . E ' necessário, portanto,
cultivar a prece, para que ela se torne um elemento
Só a evangelização do homem espiritual poderá
natural da vida, como a respiração. E ' indispen-
conduzir as criaturas a um plano superior de com-
preensão, de m o d o a que j a m a i s as energias a f e - sável conheçamos o m e i o seguro de nos identificar-
tivas se convertam em forças destruidoras do co- mos com o N o s s o P a i . ( 1 9 )
ração. ( 1 2 )
* T o d a oração é a doce quinta-essência
D a esperança ditosa e peregrina,
O ódio é o A m o r que se envenena. (33) João
de Brito. F i l h a da crença que nos ilumina
Os mais tristes refolhos da consciência.
( 2 9 ) João de Deus.
*
P a i de A m o r e Caridade,
Romeu A. Camfrgo
q U ã l S 3 6 a l i m e n t
*. (33)
Que sois a terna clemência
E de todas as criaturas
Carinhosa P r o v i d ê n c i a !
ORAÇÃO
Que os homens todos v o s amem,
Que v o s possam compreender,
E ' preciso h a v e r sofrido muito, para entender P o i s tendo ouvidos não ouvem,
todas as misteriosas belezas da o r a ç ã o ; é necessário E v e n d o não querem v e r .
h a v e r conhecido o remorso, a humilhação, a ex-
( 2 9 ) João de Deus.
trema desventura, para t o m a r com eficácia o su-
blime e l i x i r da esperança. ( 1 ) *
V i r g e m , Mãe de Jesus, anjo de amor,
#
V i n d e a nós que na luta fraquejamos,
Naturalmente que deveremos apelar para os Ajudai-nos a f i m de que a v e n ç a m o s . . .
céus, mas, no interpretar a prece como r o g a t i v a , Vinde, piedosa V i r g e m de bondade,
suponho q u e não devemos i r além d o " P a i N o s s o " , Cremos em vós, na vossa alma m a g n â n i m a !
porque, acima de tudo, j u l g o que a oração d e v e V i n d e ! . . . dai-nos mais força e mais coragem,
D e r r a m a i sobre nós o eflúvio santo
ser um esforço para nos m e l h o r a r m o s . ( 1 5 )
D o vosso amor, que ampara e que r e d i m e . . .
*
( 2 9 ) Bittencourt Sampaio.
D e v e a oração construir o nosso recurso per-
manente de comunhão ininterrupta com D e u s . N e s -
se intercâmbio incessante, as criaturas devem apre- ORGULHO
sentar ao Pai, no segredo das íntimas aspirações,
O orgulho é o A m o r que enloquece. ( 3 3 ) João
os seus anelo3 e esperanças, dúvidas e a m a r g o r e s .
de Brito.
PÉROLAS DO ALÉM

ORIENTADOR
sem amor ao trabalho de curar, ou como os advo-
gados sem qualquer espécie de devotamente ao
ovelha irííe^frí^ ™° . °
E C U S a a
«te. A
p r e n d i z t a t e a

ovema insegura e a que mais reclama o pastor. ( 7 ) D i r e i t o . Estimam os interesses imediatos, requi-
sitam as honrarias humanas e, terminada a exis-
tência transitória, se encontram em doloroso fra-
ORTODOXIA
casso de consciência. Habituados, porém, ao in-
censo dos altares e à submissão das almas encar-
A ortodoxia no mundo costuma ser o cadáver
nadas, não reconhecem, na maioria das vezes, a
da revelação. A r g u m e n t o s teológicos de milênios
própria falência e preferem o encastelamento na
obstruem os canais da inteligência humana, quanto
revolta lamentável. Acostumados à fácil aquisição
às realidades d i v i n a s . M a s a criatura prosseguirá
na tarefa de auto-descobrimento. A f o r ç a mental, de vantagens convencionais na Crosta, pretendem
na luta comum, permanece restrita ao círculo aca- resolver, depois da perda d o corpo físico, os p r o -
nhado da personalidade egoística, copiando o m o - blemas espirituais pelo mesmo processo, e, encon-
lusco algemado à concha, e sabemos que semelhante trando tão somente a L e i , que manda conceder a
energia, patrimônio eterno com que nos sublimamos cada um segundo as suas obras, não raro a g r a v a m
ou viciamos, emite raios criadores sobre a m a t é r i a a situação, internando-se no escuro país do deses-
passiva que nos cerca, dependendo de nós a direção pero, onde se reúnem a inúmeras companhias da
que venha a t o m a r . Se milhões de raios luminosos mesma espécie. Dentre as criaturas dessa ordem,
f o r m a m um astro brilhante, é natural que milhões sobressai a elevada percentagem dos ministros de
de pequeninos desesperos integrem um inferno per- várias religiões. Referindo-nos apenas aos das es-
feito. ( 6 ) colas cristãs, verificamos que a maioria não pondera
na exemplificação do próprio Mestre D i v i n o . Cer-
ram olhos e ouvidos aos sacrifícios apostólicos.
Simão P e d r o , João Evangelista, Paulo de T a r s o ,
representam para eles figuras demasiadamente dis-
P tantes. Apegam-se às decisões meramente conven-
cionais dos concílios,, estudam apenas os livros ecle-
PACIÊNCIA siásticos e querem resolver todas as transcendentes
questões da alma através de programas absurdos,
Tenha paciência. Se você não chega a domi- de dominação pelo culto e x t e r i o r . E r g u e m basíli-
nar-se, debalde buscará o entendimento de quem cas suntuosas, olvidando o templo v i v o do próprio
não o compreende ainda. ( 7 ) espírito; homenageiam o Senhor como os orgulho-
sos romanos reverenciavam a estátua de Júpiter,
tentando subornar o poder celeste pela grandeza
PADRES material das oferendas. M a s a i ! esquecem o cora-
ção humano, menosprezam o espírito de humani-
Existem padres que, contrariamente a todas as dade, ignoram as aflições do povo, a quem f o r a m
esperanças de nosso plano, se entregam completa- mandados s e r v i r . E, cegos aos próprios desvarios,
mente ao sentido literal dos ensinamentos da f é . ainda aguardam um céu fantástico que lhes entro-
Recebem os títulos sacerdotais, como os médicos nize a vaidade criminosa e a^ociosidade cruel. ( 3 )
PAIS
p o . Mas, a verdade é que o progresso das criaturas
Ouçamos a palavra esclarecedora de nossos poderia dispensar esse mecanismo de crimes mons-
pais, os primeiros amigos que a Bondade Divina truosos. P o r isso, nos débitos romanos pesam essas
colocou às portas de nossa vida terrestre e nunca responsabilidades tão tremendas quão dolorosas.
desprezemos os bons conselhos recebidos. A nossa A Inquisição f o i obra direta do papado e cada
natureza, quase sempre, reclama ternura e com- personalidade, como cada instituição, tem o seu
preensão dos que nos cercam, m a s a nossa neces- processo d e contas na Justiça D i v i n a . E i s porque
sidade de preparação espiritual e x i g e luta e con- não podemos justificar a existência desse tribunal
trariedade.
espantoso, cuja ação criminosa e perversa entravou
N e m sempre aprendemos o necessário, rece- a evolução da Humanidade por mais de seis longos
bendo demasiadas carícias. P o r isso mesmo, na séculos. ( 1 0 )
maioria das ocasiões, precisamos do socorro de
advertências mais f o r t e s . ( 3 1 ) #

* Desde a décima perseguição que o Cristianismo


— Meus pais, a m i g a querida, era considerado em R o m a como doutrina morta,
São as estrelas de amor, mas os prepostos do Mestre não descansavam, com
Que Jesus, N o s s o Senhor, o nobre f i m de fazer v a l e r os seus generosos prin-
M e concedeu para a v i d a . ( 3 2 ) cípios. A fatalidade histórica reclamava a sua
colaboração nos gabinetes da política do mundo e,
ainda uma vez, a indigência dos homens não com-
preendeu a dádiva do plano espiritual, porque, l o g o
PALXÃO depois da vitória, os bispos romanos solicitavam
p r e r r o g a t i v a s injustas sobre os seus humildes com-
A paixão é o A m o r que se incendeia. (33)
João de Brito. panheiros de episcopado. O mesmo espírito de am-
bição e de imperialismo, que de longo tempo tra-
balhava o organismo do império, dominou igual-
mente a I g r e j a de Roma, que se arvorou em chefe
PALAVRA DOS MORTOS e censora de todas as demais do planeta. Co-
operando com o Estado, faz sentir a força das
T e r á bastante força a palavra dos mortos para suas determinações arbitrárias. Trezentos anos lu-
despertar a consciência dos v i v o s ? N ã o acredito
taram os mensageiros do Cristo, procurando am-
Mas se Jesus, que é o Divino Senhor da Humani-
pará-la no caminho do amor e da humildade, até
dade, continua semeando a verdade e o bem, porque
que a deixaram enveredar pelas estradas de som-
deixaríamos, nós outros, de semear? ( 2 3 )
bra para o esforço de salvação e de experiência,
e, tão logo a abandonaram ao penoso trabalho de
aperfeiçoar-se a si mesma, eis que o imperador
PAPADO
Focas favorece a criação do Papado, no ano de
H á quem tente justificar esses longos séculos 607. A decisão imperial faculta aos bispos de R o m a
de sombra pelos hábitos e concepções daquele tem- prerrogativas e direitos até então jamais justifi-
cados. Entronizam-se, m a i s _ u m a vez, o orgulho
r
e a ambição da cidade dos césares. E m 610, Focas
. chamado ao mundo dos invisíveis, deixando no sublimes; não representam, porém, os únicos ser-
orbe a consolidação do P a p a d o . Dessa data em viços divinos, no setor da criação infinita. O após-
diante, ia começar um período de 1260 anos de tolo que produz no domínio da virtude, da ciência
amarguras e violências para a civilização que se ou da arte, vale-se dos mesmos princípios de troca,
fundava. (10) apenas com a diferença de planos, porque, para
ele, a permuta de qualidades se verifica em esferas
* superiores. ( 3 )
A história do papado é a do desvirtuamento
dos princípios do Cristianismo, porque, pouco a
pouco, o E v a n g e l h o quase desapareceu sob as suas PÁTRIAS
despóticas inovações. Criaram os pontífices o latim
nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a A luz espiritual dará aos homen3 um conceito
confissão auricular, a adoração da hóstia, o celibato novo de pátria, de maneira a proscrever-se o movi-
sacerdotal e, atualmente, noventa p o r cento das mento destruidor pelos canhões e balas homicidas.
instituições são de o r i g e m humaníssima, f o r a de Quando isso se verifique, o homem aprenderá
quaisquer características d i v i n a s . ( 1 1 ) a valorizar o berço em que renasceu, pelo trabalho
e pelo amor, destruindo-se concomitantemente as
fronteiras materiais e dando lugar à era nova da
grande família humana, em que as raças serão subs-
PARTICULARISMO
tituídas pelas almas e em que a pátria será honrada,
Todo particularismo é cárcere. Lembre-se de não com a morte, mas com a vida bem aplicada e
que as dádivas do P a i são comuns a todos nós bem v i v i d a . ( 1 2 )
que as idéias não têm nome e de que o espírito é *
universal. ( 2 3 )
A s pátrias devem ser as casas imensas das
famílias enormes. Unidas fraternalmente, realiza-
PASSES riam o sonho da Canaã das Escrituras, na face da
T e r r a . Contudo, quanto mais avançou a civilização
— A s s i m como a transfusão de sangue repre- nas suas estradas, mais o conceito de pátria foi v i -
senta uma renovação das forças físicas, o passe é
ciado na essência da sua legítima expressão. ( 2 0 )
uma transfusão de energias psíquicas, com a dife-
rença de que os recursos orgânicos são retirados de
um reservatório limitado, e os elementos psíquicos
o são do reservatório ilimitado das forças espi- PAUPERISMO
rituais. ( 1 2 )
Se o pauperismo e a enfermidade fossem elimi-
nados de vez, possivelmente o orgulho e a vaidade
consolidariam o seu império na existência terrestre,
PATERNIDADE
encerrando os habitantes do planeta em grosseira
A paternidade ou a maternidade são tarefas crosta de egoísmo, por milênios inumeráveis, além
de cerrar-lhes a visão do panorama universal. ( 2 3 )
PAZ
fecunda a t e r r a . A s montanhas guardam as r o -
N ã o frutifica a paz legítima sem a semeadura chas e estabelecem a segurança dos v a l e s . Somen-
necessária. A l g u é m , para g o z a r o descanso, p r e - t e os homens costumam receber sem dar coisa
cisa, antes de tudo, merecê-lo. A s almas inquietas alguma. ( 1 7 )
entregam-se facilmente ao desespero, gerando cau-
sas de sofrimento cruel. ( 4 )
* PENSAMENTO

N ã o pode haver paz fora do dever cumprido; O pensamento é força viva, em toda p a r t e ;
não há alegria sem aprovação da consciência tran- é atmosfera criadora que envolve o P a i e os filhos,
quila. ( 1 5 ) a Causa e os Efeitos, no L a r U n i v e r s a l . N e l e ,
transformam-se homens em anjos, a caminho do
* céu, ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do
inferno. ( 1 )
A paz do mundo começa sob as telhas a que
nos acolhemos. Se não aprendemos a v i v e r em paz, *
entre quatro paredes, como aguardar a harmonia
O pensamento, em vibrações sutis, alcança o
das nações ? Se nos não habituamos a a m a r o irmão
alvo, por mais distante que esteja. A permuta de
mais próximo, associado à nossa luta de cada dia,
ódio e desentendimento causa ruína e sofrimento
como respeitar o E t e r n o P a i que nos parece dis-
nas almas. ( 1 )
tante? ( 2 7 )

A s fontes do pensamento procedem de origens


A paz não é dom gratuito e, sim, f r u t o divino
excessivamente complexas. E, nesse sentido, cada
do coração. ( 3 3 ) J. A. Nogueira.
criatura humana, nos serviços comuns, reflete o
* núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de
mente e coração. N ã o nos cansaremos de repetir
A paz resulta do equilíbrio e não da inércia. que as esferas dos encarnados e desencarnados se
( 3 3 ) Joana Angélica.
.... interpenetram em toda a p a r t e . ( 2 5 )
*
PEDIR O pensamento, qualquer que seja a sua natu-
reza, é uma energia, tendo, conseguintemente, seus
E ' justo p e d i r ; entretanto, é preciso igualmente
e f e i t o s . ( 3 3 ) Joaquim Murtinho.
saber receber as dádivas e distribuí-las. A própria
natureza oferece as mais profundas lições neste
sentido. Deus dá sempre. A fonte recebe as águas
e espalha cs regatos cristalinos. A árvore alcança P E N S A M E N T O DO CRISTO
o benefício da seiva e produz flores e f r u t o s . O
Sob a luz do Cruzeiro, o pensamento do Cristo
m a r detém a corrent^ dos rios e faz a nuvem que
adquire nova feição. Libertado da velha clausura
«los templos de pedra, caminha ao encontro de toda Soluça no silêncio. A l m a doce e submissa,
a gente, em obras de iluminação e de assistência E em vez de suplicar a Deus para a injustiça,
do mais alto m é r i t o . ( 3 3 ) Robert Southey.
O f o g o destruidor em tormentos que arrasem,

Lança os marcos da luz na noite primitiva,


PENSAMENTO RELIGIOSO E alça aos céus a v o z tristonha e compassiva:
— "Perdoai-lhes, meu Pai, não sabem o que
Subtrair o pensamento religioso da experiên-
[fazem!. ..
cia humana seria o mesmo que desidratar o corpo
( 2 9 ) Olavo Bilac.
da T e r r a . Sem a água divina da espiritualidade,
qualquer construção planetária se destina a irre-
mediável secura. ( 2 4 )
PERISPIRITO

PERDÃO O perispírito não é um corpo de v a g a neblina


e sim organização v i v a a que se amoldam as células
Jesus perdoa, não com as fórmulas verbais, materiais. ( 3 ) Prefácio de Emmanuel
tão fáceis de enunciar, mas com a renovação do #
ensejo de purificação. O corpo terrestre é tenda
preciosa, na qual podemos corrigir e engrandecer O corpo perispiritual humano, vaso de nossas
a alma, apagar as nódoas do passado obscuro, ou manifestações, é, por ora, a nossa mais alta con-
desenvolver asas divinas, por nos librarmos a pleno quista na Terra, no capítulo das f o r m a s . P a r a as
espaço, em busca dos mundos superiores. ( 1 5 ) almas esclarecidas, j á iluminadas de redentora luz,
representa ele uma ponte para o campo superior da
vida eterna, ainda não atingido por nós mesmos;
PERDOAR para os espíritos vulgares, é a restrição indispen-
sável e justa; para as consciências culpadas, é ca-
P e r d o a r verbalmente é questão de p a l a v r a s ; deia intraduzível, pois, além do mais, regista os
mas aquele que perdoa realmente, precisa m o v e r erros cometidos, guardando-os em todas as par-
e remover pesados fardos de outras eras, dentro ticularidades v i v a s dos negros momentos da queda.
de si m e s m o . ( 1 ) O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal,
determina a densidade do organismo perispirítico
após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o
F i t a o Mestre, da cruz, a mu-Itidão fremente,
instrumento que traduz a mente, manancial de
A negra multidão de seres que ainda ama.
nossos pensamentos. A t r a v é s dele, pois, unimo-nos
Sobre tudo se estende o raio dessa chama,
à luz ou à treva, ao bem ou ao m a l . ( 5 )
Que lhe mana da luz do olhar clarividente.

Gritos e altercações! Jesus, amargamente,


Contempla a vastidão celeste que o reclama; PERSONALIDADE
Sob os gládios da dor aspérrima, derrama
A personalidade não é obra da usina interna
A s lágrimas de fel do pranto mais ardente.
d a s glândulas, mas produto da química mental. ( 5 )
PERTURBAÇÃO PORTA DIVINA

Toda expressão diabólica é perversão da bênção A P o r t a Divina não se abre a espíritos que se
divina. Onde esteja a perturbação da harmonia uni- não divinizaram pelo trabalho incessante de coope-
versal, aí se encontra o adversário do Senhor. ( 2 3 ) ração com o P a i A l t í s s i m o . E o solo do planeta, a
que vos prendeis provisoriamente, representa o
abençoado círculo de colaboração que o Senhor vos
PLANO INVISÍVEL confia. Recolhei o orvalho celeste no escrínio do
coração sedento de p a z ; contemplai as estrelas que
N o plano invisível cada criatura somente po- nos acenam de longe, como sublimes ápices da
derá v e r através da luz que acendeu na própria Divindade; todavia, não olvideis o campo de lutas
alma. ( 1 7 ) presentes. ( 5 )

POLÍTICA POVO

— O sincero discípulo de Jesus está investido O povo determina os acontecimentos, e os


de missão mais sublime, em face da tarefa política acontecimentos se encarnam nos homens que o re-
saturada de lutas materiais. Essa é a razão por presentam. ( 3 3 ) Deodoro da Fonseca.
que não deve provocar uma situação de evidência
para si mesmo, nas administrações transitórias do
mundo. E, quando convocado a tais situações pela PRECE
força das circunstâncias, deve aceitá-ias não como
galardão para a doutrina que professa, mas como A oração é compromisso da criatura para com
provação imperiosa e árdua, onde todo êxito é Deus, compromisso de testemunho, esforço e dedi-
sempre difícil. O espiritista sincero deve compre- cação aos superiores desígnios. T o d a prece, entre
ender que a iluminação de uma consciência é como nós, deve significar, acima de tudo, fidelidade do
se fora a iluminação de um mundo, salientando-se coração. ( 2 )
que a tarefa do Evangelho, junto das almas encar- *
nadas na Terra, é a mais importante de todas, visto
constituir uma realização definitiva e real. A mis- A prece traça fronteiras v i b r a t ó r i a s . (3)
são da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, *
para que todos mobilizem as suas possibilidades
divinas no caminho da v i d a . Trocá-la por um lugar A prece deve ser cultivada, não para que sejam
no banquete dos Estados é inverter o valor dos revogadas as disposições da lei divina, mas a fim
ensinos, porque todas as organizações humanas são de que a coragem e a paciência inundem o coração
passageiras em face da necessidade de renovação de de fortaleza nas lutas ásperas, porém necessárias.
todas as fórmulas do homem na lei do progresso A alma, em se voltando para Deus, não deve ter em
universal, depreendendo-se daí que a verdadeira mente senão a humildade sincera na aceitação de
construção da felicidade geral só será efetiva com sua vontade superior. ( 1 1 )
bases legítimas n o ^ s p í r i t o das criaturas. ( 1 2 )
P o r prece devemos interpretar todo ato de rela- — "Sê bendito, Senhor, por tudo o que nos dás,
ção entre o homem e D e u s . Devido a isso mesmo, Seja alegria ou dor, tudo é ventura e p a z .
como expressão de agradecimento ou de rogativa, E u vejo-te no alvor das manhãs harmoniosas,
a oração é sempre um esforço da criatura em face N o azulíneo do céu, no cálice das rosas,
da Providência D i v i n a . Os que apenas suplicam N a corola de luz de todas as florinhas,
podem ser ignorantes, os que louvam podem ser N o canto, todo amor, das meigas avezinhas,
somente preguiçosos. T o d o aquele, porém, que tra- N a estação outonal, na loura primavera,
balha pelo bem, com as suas mãos e com o seu N o coração do bom, que te ama e te venera,
pensamento, esse é o filho que aprendeu a orar, N a vibração dos sons, na irradiação da luz,
na exaltação ou na r o g a t i v a , porque em todas as N a dor, no sofrimento, em nossa própria cruz...
circunstâncias será fiel a Deus, consciente de que ( 2 9 ) Augusto de Lima.
a vontade do P a i é mais justa e sábia do que a sua
própria. ( 1 9 )
* PREGADORES

O Senhor da V e r d a d e e da Clemência Os pregadores, quase sempre, estimam os ou-


Concedeu-nos a f o n t e cristalina vintes, não pela qualidade, mas pelo número. ( 2 3 )
Da prece, água do amor, pura e divina,
Que suaviza os rigores da existência.
( 2 9 ) João de Deus. PREGUIÇA
*
A i n d a mesmo que a preguiça apareça adornada
Estendei vossa m ã o bondosa e pura, de ouro, um dia acordará nua e empestada, ao
Mãe querida dos fracos pecadores, clarão das realidades eternas. ( 3 3 ) Sousa Caldas.
A o s corações dos pobres sofredores
Mergulhados nos prantos da amargura.
PREVIDÊNCIA
Derramai vossa luz, toda esplendores
D a imensidade, da radiosa altura,
Quem atravessa um caminho sem organizar se-
D a região ditosa da ventura
menteira necessária ao pão e sem proteger a fonte
Sobre a sombra dos cárceres das dores!
que sacia a sede, não pode v o l t a r com a intenção
M ã e ! excelsa Mãe de anjos celestes, de abastecer-se. ( 1 )
Mais amor, desse amor que j á nos destes,
Queremos nós em cada novo dia;
PROBLEMA FAMILIAR
V ó s que mudais e m flores os espinhos,
Transformai toda a t r e v a dos caminhos O problema familiar, por mais que nos des-
E m clarões refulgentes de a l e g r i a . preocupemos dele, buscando f u g i r à responsabili-
( 2 9 ) Auta de Souza. dade direta, constituirá sempre uma das questões
fundamentais da felicidade humana. (23)
PROGREDIR Os preconceitos científicos, por enquanto, im-
possibilitam a aproximação legítima da psicologia
Impossível é progredir no século, sem atender oficial e do Espiritismo.
às obrigações da h o r a . (5) Os processos da primeira falam da parte des-
conhecida do mundo mental e chamam-lhe sub-
consciencia, sem definir essa cripta misteriosa da
PROGRESSO personalidade humana, examinando-a apenas na
classificação pomposa das palavras. Entretanto,
O progresso pede ação, luta e sacrifício. (33) somente à luz do Espiritismo poderão os métodos
Luís Gama. psicológicos apreender que essa zona oculta, da
esfera psíquica de cada um, é o reservatório pro-
fundo das experiências do passado, em existências
PROTOPLASMA múltiplas da criatura, arquivo maravilhoso, onde
todas as conquistas do pretérito são depositadas
— A s s i m com o químico humano encontra no em energias potenciais, de modo a ressurgirem no
hidrogênio a fórmula mais simples para estabelecer momento oportuno. ( 1 2 )
a rota de suas comparações substanciais, os espí-
ritos que cooperaram com o Cristo, nos primórdios
da organização planetária, encontraram, no proto-
PSIQUISMO
plasma, o ponto de início para a sua atividade rea-
lizadora, tomando-o como base essencial de todas
Fazer psiquismo é atividade comum, tão co-
as células vivas do organismo terrestre. ( 1 2 )
mum quanto qualquer outra. O essencial é desen-
v o l v e r trabalho santificante. V i s i t a r medianeiros
de reconhecida competência no trato entre os dois
PROVAS mundos, senhores de faculdades magníficas no se-
t o r informativo, é o mesmo que entrar em contacto
A s provas de resgate legítimo inclinam a alma com os donos de soberba fortuna. Se o detentor de
encarnada a situações periclitantes e difíceis da re- tão grandes bens não se acha interessado em gas-
capitulação das experiências; todavia, não obrigam tar os recursos de que dispõe, a f a v o r da felicidade
a novas quedas espirituais, quando dispomos de dos semelhantes, o conhecimento e o dinheiro ape-
verdadeira boa vontade no trabalho de elevação. ( 3 ) nas lhe agravarão os compromissos no egoísmo
praticado, na distração inoperante ou na perda la-
mentável de t e m p o . ( 6 )
PSICANÁLISE

— Essas escolas do mundo constituem sempre


grandes tentativas para aquisição das profundas PUREZA
verdades espirituais, mas os seus mestres, com
raras exceções, se perdem na vaidade dos títulos A genuflexão não soluciona questões funda-
acedêmicos ou nas falsas apreciações dos valores mentais do espírito, nem a mera adoração à Divin-
convencionais. dade constitui a máxima edificação. E m verdade,
todo ato de humildade e amor é respeitável e santo,
e, incontestavelmente, o Senhor nos concederá suas aceitar e aplicar os princípios sagrados do E v a n -
bênçãos; no entanto, é imprescindível considerar g e l h o . Os regulamentos apaixonados, as greves, os
que a manutenção e limpeza do vaso para recolhê- decretos unilaterais, as ideologias rev.olucionárias,
são cataplasmas inexpressivas, complicando a chaga
-las é dever que nos assiste. ( 2 )
da coletividade.
O socialismo é uma bela expressão de cultura
humana, enquanto não resvala para os pólos d o
extremismo.
Todos os absurdos das teorias sociais decorrem
Q da ignorância dos homens relativamente à necessi-
dade de sua cristianização. Conhecemos daqui os
QUEDAS maus dirigentes e os maus dirigidos, não como ricos
e pobres, mas como a homens avarentos e a r e v o l -
Somos os responsáveis pela queda nos desfila- t a d o s . Nessas duas expressões, as criatura opera-
deiros cruciais. A Providência nos cerca de todos ram o desequilíbrio de todos os mecanismos de
os carinhos, traça as sendas de amor que devemos trabalho natural.
trilhar e, no entanto, no círculo da liberdade hu- A verdade é que todos os homens são proletá-
mana, relativa, a paixão nos aniquila, o orgulho rios da evolução e nenhum esforço de boa realização
nos cega, o egoísmo nos encarcera em suas prisões na T e r r a é indigno do espírito encarnado.
malsãs. ( 1 5 )
Cada máquina e x i g e uma direção especial, e o
mecanismo do mundo requer o infinito de aptidões
e de conhecimentos.
QUEDAS ESPIRITUAIS Sem a harmonia de cada peça na posição e m
que se encontra, toda produção é contraproducente
N ã o há queda absoluta para o e s p í r i t o . H á e toda bca tarefa impossível.
descida no campo das emoções, com a consequente T o d o s os homens são ricos pelas bênçãos d e
perda de visão mais vasta e de felicidade mais se- Deus e cada qual deve aproveitar, com êxito, os
gura, temporariamente. ( 3 3 ) Abel Gomes. " t a l e n t o s " recebidos, porquanto, sem exceção de
um só, prestarão um dia, além-túmulo, as contas
de seus esforços. ( 1 2 )
QUEIXA

T o d a queixa viciosa converte-se em crítica in-


justa à Providência. ( 1 7 )

QUESTÕES PROLETÁRIAS
m r
RAÇAS
Os homens poderão resolver sem atritos as cha-
madas questões proletárias, quando se decidirem a Falar, pois, de homens e de espíritos, como se
<
fossem expoentes de duas raças antagônicas, v a l e
por Falsa concepção das realidades eternas. A s cria- mentais, a saber: primeiro, desejar; segundo, saber
turas terrenas são, igualmente, Espíritos revesti- ' d f H e j a r ; e, terceiro, merecer, ou, por outros termos,
dos de expressões peculiares ao planeta. Eis a ver- vontade ativa, trabalho persistente e merecimento
dade que o Cristianismo restaurado difundirá nos justo. (1)
círculos da cultura religiosa. (17)
*

N ã o basta iniciar a edificação para que o tra-


RAZÃO balho se realize. E ' indispensável saber prosseguir
e saber terminar. (25)
A razão do homem, em si mesma, fêz o direito
convencional, mas fêz igualmente o canhão e o pros-
tíbulo. E, sem a fé, sem a compreensão de sua RECONHECIMENTO
própria alma, estranho às suas realidades profun-
das, o homem caminha, às tontas, endeusando todas Ninguém será reconhecido a Deus se não mos-
as energias destruidoras da alegria e da vida. (21) trar agradecimento aos h o m e n s . . . (16)

REDENÇÃO
REAJUSTAMENTO
Nós, que conhecemos a vontade suprema, te-
O trabalho de reajustamento próprio é artigo
mos que lhe seguir o roteiro. N ã o devemos pensar
de lei irrevogável, em todos os ângulos do Universo.
no deus que concede, mas no P a i que educa; não
Ninguém suplique protecionismo a que não fêz jus,
no deus que recompensa, sim no P a i que aperfeiçoa.
nem flores de mel às sementes amargas que semeou
Daí se segue que a nossa batalha pela redenção tem
em outro tempo. Somos livros v i v o s de quanto
de ser perseverante e sem tréguas. (19)
pensamos e praticamos e os olhos cristalinos da
Justiça Divina nos lêem, em toda parte. (6)
REENCARNAÇÕES
REALIDADE Há reencarnações que funcionam como drás-
ticos. Ainda que o doente não se sinta corajoso,
Disse Berkeley que toda a realidade jaz en-
existem amigos que o ajudam a sorver o remédio
cerrada no espírito. E não tenho hoje maior novi-
santo, embora muito amargo. Relativamente à li-
dade além desta.
berdade irrestrita, a alma pode invocar esse direito
O progresso do homem e a purificação da alma
somente quando compreenda o dever e o p r a t i q u e
representam, no fundo, expansão da consciência.
Quanto ao mais, é indispensável reconhecer que <>
( 3 3 ) Farias Brito.
devedor é escravo do compromisso assumido. Deus
criou o livre arbítrio, nós criamos a fatalidade. E'
preciso quebrar, portanto, as algemas que fundimos
REALIZAÇÕES para nós mesmos. ( 1 )
Realização nobre exige três requisitos funda-
A reencarnação é sempre uma tentativa de OU feios, fazem parte dos estatutos educativos. E m
magna importância. ( 1 ) geral, a reencarnação sistemática é sempre um
* curso laborioso de trabalho contra o s defeitos m o -
rins preexistentes nas lições e conflitos presentes,
Quando o espírito reencarna, promete cum- r u i menores anatômicos imperfeitos, circunstâncias
prir o programa de serviços do P a i ; entretanto, ao adversas, ambientes hostis, constituem, na maioria
recapitular experiências no planeta, é muito difícil das v e z e s , os melhores lugares de aprendizado e
fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao redenção para aqueles que renascem. P o r isso, o
egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio mapa de provas úteis é organizado com antecedên-
aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. cia, como o caderno de apontamentos dos apren-
Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. dizes nas escolas comuns. ( 3 )
Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica
#
a economia da v i d a . ( 1 )
* Temos necessidade da luta que corrige, renova,
restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a
Receber um corpo, nas concessões do reencar- educação divina é o f i m . P o r isso mesmo, a par de
nacionismo, não é ganhar um barco para nova milhões de semelhantes nossos que evolvem, exis-
aventura, ao acaso das circunstâncias, mas signi- tem milhões que se reeducam em determinados
fica responsabilidade definida nos serviços de apren- setores do sentimento, porquanto, se já possuem
dizagem, elevação ou reparação, nos esforços evo- certos valores da vida, faltam-lhes outros não me-
lutivos ou redentores. ( 3 ) nos importantes. ( 3 )
# •
Os processos de reencarnação, tanto quanto os
da morte física, diferem ao infinito, não existindo, A reencarnação constitui sempre uma bênção
segundo cremos, dois absolutamente iguais. A s que se concretiza com a ajuda superior. ( 5 )
facilidades e obstáculos estão subordinados a fato- *
res numerosos, muitas vezes relativos com o estado
consciencial dos próprios interessados no regresso -— Para fazer-me mais claro, voltemos ao sím-
à Crosta ou na libertação dos veículos carnais. H á bolo da árvore. O vaso físico é o vegetal, limitado
companheiros de grande elevação que, ao voltarem no espaço e no tempo, o corpo perispirítico é o
à esfera mais densa em apostolado de serviço e fruto que consubstancia o resultado das variadas
iluminação, quase dispensam o nosso concurso. operações da árvore, depois de certo período de
Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zo- maturação, e a matéria mental é a semente que
nas inferiores, necessitam de cooperação muito representa o substrato da árvore e do fruto, con-
mais complexa. ( 3 ) densando-lhes as experiências. A criatura, p a r a ad-
quirir sabedoria e amor, renasce inúmeras vezes, no
* campo fisiológico, à maneira da semente que re-
gressa ao chão. E quantos se complicam, delibera-
Os contornos anatômicos da forma física, dis- damente, afastando-se do caminho reto na direção
r
otines ou perfeitos, longilíneos ou brevilíneos, belos de zonas irregulares em que ^ c o l h e m experimon-
tos doentios, atrasam, como é natural, a própria diiM nas írevas, assim como os relâmpagos de clarão
lia, perdendo longo tempo para se afastarem deslumbrante faíscam dentro da noite escura. ( 3 3 )
«lo terreno resvaladiço a que se relegaram, liga- André de Cristo.
dos a grupos infelizes de companheiros que, em
companhia deles, se extraviaram através de gra-
ves compromissos com a leviandade ou com o de- KI0INO SOLAR
sequilíbrio. ( 6 )
Francamente, hoje creio que um homem, dentro
do nosso reino solar, é, comparativamente, muito
menor que uma formiga no corpo ciclópico da mon-
Cada criatura nasce na Crosta da T e r r a para tanha onde se oculta. ( 3 3 ) Inácio Bittencourt.
enriquecer-se através do serviço à coletividade. Sa-
crificar-se é superar-se, conquistando a vida maior..
P o r isto mesmo, o Cristo asseverou que o maior RELIGIÃO
no Reino Celeste é aquele que se converter em
servo de todos. U m homem poderá ser temido e A religião é chama sublime, congênita na cria-
respeitado no Planeta pelos títulos que adquiriu à tura. Todas as noções de direito no mundo nasce-
convenção humana, mas se não progrediu no do- ram à sua claridade e todas as secretarias de jus-
mínio das ideias, melhorando-se e aperfeiçoando-se, tiça, nos mais diversos países do Globo, devem a
guarda consigo mente estreita e enfermiça. E m ela sua procedência. ( 2 4 )
suma, ir à matéria física e dela regressar ao campo *
de trabalho em que nos achamos presentemente, é
submetermo-nos a profundos choques biológicos, — Religião, para todos os homens, deveria
destinados à expansão dos elementos divinos que compreender-se como sentimento Divino, que cla-
nos integrarão, um dia, a forma gloriosa. ( 6 ) rifica o caminho das almas e que cada espírito
* apreenderá na pauta do seu nível evolutivo.
Neste sentido, a religião é sempre a face au-
— Desde o instante primeiro das manifestações gusta e soberana da Verdade, porém, na inquieta-
de vida do embrião humano, a entidade espiritual ção que lhes caracteriza a existência na Terra, os
experimenta os efeitos da sua nova condição. Im- homens se dividiram em numerosas religiões, como
porta reconhecer, todavia, que o espírito mais lú- se a fé também pudesse ter fronteiras, como as
cido, em contraposição com os mais obscurecidos pátrias materiais, tantas vezes mergulhadas no
e ignorantes, goza de quase inteira liberdade, até egoísmo e na ambição de seus filhos.
a consolidação total dos laços materiais com o Dessa falsa interpretação têm nascido no mun-
novo nascimento na esfera do mundo. ( 1 2 ) do as lutas anti-fraternais e as dissensões religio-
sas de todos os tempos. ( 1 2 )
*
REINO DIVINO
— Religião é o sentimento Divino, cujas exte-
A s notícias do Reino Divino podem chegar riorizações são sempre o A m o r , nas expressões
até nós por intermédio das inteligências mergulha - mais sublimes. Enquanto a Gjjcncia e a Filonofia
Operam o trabalho da experimentação e do racio-
dado, quando não se encontram em simples estrada
cino, a Religião edifica e ilumina os sentimentos.
evolutiva; contudo, nas demonstrações de ordem
A s primeiras se irmanam na Sabedoria, a se-
:;u porior que lhes cabe, preferem, na maioria das
gunda personifica o A m o r , as duas asas divinas
ocasiões, adorar a morte na ociosidade, na ignorân-
com que a alma humana penetrará, um dia, nos pór-
cia agressiva ou no crime disfarçado, olvidando a
ticos sagrados da espiritualidade. ( 1 2 )
gloriosa imortalidade que lhes compete atingir. A o
* invés de estruturarem destino santificante, com v i s -
tas ao porvir infinito, menosprezam oportunidades
A religião é viveiro de almas, não cárcere do
de crescimento, fogem ao aprendizado salutar e con-
pensamento. ( 3 3 ) Joaquim Arcoverde.
traem débitos clamorosos, retardando a obra de
elevação própria. E se eles mesmos, senhores de
preciosos dons de inteligência, com todo o acervo
REMÉDIO ESPIRITUAL de revelações religiosas de que dispõem para solu-
cionar os problemas da alma, se confiam volunta-
Indicação: " D e z horas de serviço ativo por dia.
riamente a semelhante atraso, que nos resta fazer
Muitas dificuldades e pouco dinheiro. Nuvens de
senão seguir nas linhas de paciência por onde se
preocupação e chuvas de suor."
regula a influenciação dos nossos benfeitores? Sem
Modo de usar: "Entregar-se ao trabalho de
dúvida, esta paisagem é inquietante e angustiosa,
boa vontade, a fim de encontrar o tesouro do espí-
mas compreensível e necessária. ( 6 )
rito de serviço. Encarar as dificuldades como ins-
trutoras; aprender a alcançar muita espiritualidade
com reduzidas possibilidades materiais. Aceitar as
RENÚNCIA
nuvens de preocupação e as chuvas de suor como
elementos indispensáveis à sementeira e à colheita A renúncia é o A m o r que se ilumina. (33)
nas terras da vida." ( 1 7 ) João ãe Brito.

REMÉDIOS RENUNCIAR

A escravização aos sintomas e aos remédios Quem não sabe renunciar aos próprios desejos,
não passa, na maioria das ocasiões, de fruto dos dificilmente receberá o dom divino da alegria im-
desequilíbrios a que nos impusemos. ( 3 3 ) Joaquim perecível. ( 2 4 )
Murtinho.
REPOUSO

RENASCER N ã o invoqueis Jesus para justificar anaektfl


de repouso indébito. E l e não atingiu as culmi
Todos os Espíritos renascem nos círculos car- nâncias da Ressurreição sem subir ao Calvário,
n a i s para destruírem os ídolos da mentira e da e as suas lições referem-se à f é que t r a n s p o r t a
dombra e entronizarem, dentro de si mesmos, os montanhas. ( 5 )
Principio! da sublimação vitoriosa para a eterni-
* %
O repouso absoluto no túmulo é a mais enga- duzem o barco da vida humana ao m a r encapelado
nosa de todas as imagens que o homem inventou das dores expiatórias. Os pensadores terrestres
para a sua imaginação atormentada. Atravessa-
poderão objetar que das ações revolucionárias nas-
da a fronteira de cinzas do sepulcro, sentimo-nos
cem novas modalidades evolutivas no planeta e que
dentro do santuário das mais profundas reve-
múltiplos benefícios se originam das suas ativida-
lações. ( 2 1 )
des destruidoras; nós, porém, não compreendemos
outras transformações que não sejam as que se
verificam no íntimo dos homens, no augusto silên-
REPUBLICA BRASILEIRA cio do seu mundo interior, conduzindo-os aos mais
altos planos do conhecimento superior. Se, após
A República foi descerrada ao espírito brasilei- os movimentos revolucionários, surgem no orbe
r o na hora certa; e se é verdade que pecámos p o r novos aspectos de progresso geral, é que o bem
incapacidade de supervisão das nossas exigências é o único determinismo divino dentro do Universo,
objetivas, não é menos certo que cada coletividade, determinismo que absorve todas as ações humanas,
quanto cada indivíduo, desfruta o direito de evo-
para as assinalar com o sinete da fraternidade, da
luir e, consequentemente, a prerrogativa de expe-
experiência e do amor. Os Espíritos das trevas 3e
rimentar e de errar, no sentido construtivo, pavi-
reúnem para a chacina e para a destruição, como
mentando o próprio caminho de acesso aos mais
acontece atualmente na T e r r a . Aliando-se às ten-
altos valores da Civilização. ( 3 3 ) Deodoro da Fon-
dências e às fraquezas das criaturas humanas, le-
seca.
v a m a mentalidade geral a todos os desvarios. Eles
julgam estabelecer o império das sombras no plano
moral do globo terrestre; mas, a verdade é que
RESOLUÇÕES todos os triunfos pertencem a Jesus, e as correntes
Das resoluções de uma hora podem sobre- da luz e d o bem absorvem todas as atividades,
vir acontecimentos para mil anos. ( 3 3 ) Isabel de anulando os resultados porventura decorrentes da
Castro. expansão limitada das t r e v a s . E ' essa a razão por
que, mesmo depois dessas ações destruidoras, flo-
rescerão outros núcleos valiosos de civilização. A t é
que a fraternidade deixe de ser uma figura mito-
REVOLTA
lógica no coração das criaturas humanas, até que
A revolta é o A m o r que se transvia. ( 3 3 ) João estejam extintas as vaidades patrióticas,, para que
de Brito. prevaleçam um só rebanho e um só pastor, que
é Jesus-Cristo, os seres das sombras terão o poder
de arrastar o homem da terra às lutas fratricidas.
Mas, ai daqueles que fomentarem semelhantes de
REVOLUÇÕES
l i t o s . P a r a as suas almas, a noite dos séculos é
A revolução e a guerra não obedecem ao sa- mais sombria e mais dolorosa. Infelizes de quantos
grado determinismo das leis de Deus; traduzem tentarem fechar a porta ao progresso dos seus
0 atrito tenebroso d^s correntes do mal, que con- irmãos, porque acima da j u s t ^ a subornável dos
homens há um tribunal onde impera a equidade SABIO
inviolável. ( 1 8 )
* O sábio não satiriza o ignorante. Esclarece-o
fraternalmente. ( 7 )
A revolução é sempre o engano trágico daque-
les que desejam arrebatar a outrem o cetro d o
governo. Quando cada servidor entende o dever SACERDÓCIO POLITICO
que lhe cabe no plano da vida, não há disposição
para a indisciplina, nem tempo para a insub- O sacerdócio político jamais atenderá a sede
missão. ( 2 7 ) espiritual da civilização. Sem o sopro divino as
personalidades religiosas poderão inspirar respeito
e admiração, menos a f é e a confiança (1)
RIQUEZA

Os homens afortunados têm uma grande tarefa


a cumprir, na Terra, mas admito que os pobres, SACRIFÍCIO
além da missão que lhes cabe no mundo, são mais
Somente o sacrifício contém o divino mistério
livres e mais felizes. N a pobreza, é mais fácil
da vida. V i v e r bem é saber imolar-se. ( 1 9 )
encontrar a amizade sincera, a visão da assistên-
cia de Deus, os tesouros da natureza, a riqueza das *
alegrias simples e puras. E ' claro que não me r e -
f i r o aos ociosos e ingratos dos caminhos terrenos. N o sacrifício reside a verdadeira glória. ( 2 4 )
Refiro-me aos pobres que trabalham e guardam *
a fé. (2)
O sacrifício é o A m o r que se santifica. ( 3 3 ;
João de Brito.

ROGATIVAS

O P a i ouve sempre as nossas rogativas, m a s SALVAÇÃO


é preciso discernimento para compreender as res-
postas d'Ele e aproveitá-las. ( 2 7 ) A salvação é contínuo trabalho de renovação
e de aprimoramento. ( 5 )

SANGUE

S O sangue é como se f o r a o fluido divino que


nos fixa as atividades no campo material, e, em sen
SABEDORIA fluxo e refluxo incessantes, na organização i
lógica, nos fornece o símbolo do eterno movimento
Toda sabedoria, sem a bondade, é como luz q u e
das forças sublimes da Criação Infinita. Quando
não aquece, ou coupo flor que não perfuma. ( 2 0 )
a sua circulação deixa de ser l i « r e , surge o deeequJ
líbrio ou a enfermidade e, se surgem obstáculos que SEPULTURA
impedem o seu movimento, de maneira absoluta,
A sepultura não é a porta do céu, nem a pas-
então sobrevêm a extinção do tônus vital, no campo
sagem para o inferno. E ' o bangalô subterrâneo
físico, ao qual se segue a morte com a retirada
das células cansadas — silencioso depósito do ves-
imediata da alma. ( 3 )
tuário apodrecido. ( 1 7 )
*
SAODE N ã o acredite que a sepultura o exonere da res-
A saúde, na essência, é harmonia de vibra- ponsabilidade individual de prosseguir aprendendo
ções. ( 3 3 ) Joaquim Murtinho. com o bem. Deus é amor; entretanto, a harmonia
é a base de suas manifestações, e um pai, a fim
* de ser amoroso, não deixará de ser justo. ( 2 4 )
A saúde é questão de equilíbrio vibracional,
de conformação de frequências. Naturalmente, en-
quanto na Terra, esse problema implica uma equa- SERVIÇO
ção de vários parâmetros, quais sejam a respiração
e a atividade, o banho e o alimento. Forçoso é, O serviço do bem é a muralha defensiva das
todavia, convir que as raízes morais são sempre tentações. ( 1 6 )
os fatores de maior importância, não somente na
vida normal, senão também, e em particular, nas
horas conturbadas. ( 3 3 ) Miguel Couto. SESSÕES E S P I R I T A S

— A sessão espírita deveria ser, em toda par-


SENTIMENTO te, uma cópia fiel do cenáculo fraterno, simples e
humilde do Tiberíades, onde o Evangelho do Se-
Nenhum mármore existe mais puro e mais nhor fosse refletido em espírito e verdade, sem
formoso do que o do sentimento, e nenhum cinzel qualquer convenção do mundo, de modo que, entre-
é superior ao da boa vontade. ( 1 9 ) laçados todos os pensamentos na mesma finalidade
amorosa e sincera, pudesse a assembleia constituir
aquela reunião de dois ou mais corações, em nome
SEPULCRO do Cristo, onde o esforço dos discípulos será sempre
santificado pela presença do seu amor. ( 1 2 )
Depois do sepulcro, o dia do bem é mais lumi-
noso, e a noite do mal é, sobremaneira, mais densa SEXO
e tormentosa. ( 5 )
* O sexo é manifestação sagrada do amor uni-
versal e divino, mas é apenas uma expressão isolada
Sepulcro é mudança de casa, nunca de situação do potencial infinito. Entre os casais mais espiri-
espiritual. A morte do corpo não elimina o campo tualizados, o carinho e a confiança, a dedicação
que plantamos. ( J ? ) e o entendimento mútuos permanecem muito acima
da união física, reduzida, entre eles, à realização N ã o devemos esquecer que o sexo, na existência
transitória. A permuta magnética é o fator que humana, pode ser um dos instrumentos do amor,
estabelece ritmo necessário à manifestação da har- sem que o amor seja o sexo. P o r isso mesmo, os ho-
monia. Para que se alimente a ventura, basta a mens e as mulheres, cuja alma se vai libertando
presença, e, às vezes, apenas a compreensão. ( 1 ) dos cativeiros da forma física, escapam, gradativa-
mente, do império absoluto das sensações carnais.
P a r a eles, a união sexual orgânica vai deixando
O sexo tem sido tão aviltado pela maioria dos de ser uma imposição, porque aprendem a trocar os
valores divinos da alma, entre si, alimentando-se re-
homens reencarnados na Crosta e é muito difícil
ciprocamente, através de permutas magnéticas, não
para nós outros, por enquanto, elucidar o raciocínio
menos valiosas para os setores da Criação Infinita,
humano, com referência ao assunto. Basta dizer
gerando realizações espirituais para a eternidade
que a união sexual entre a maioria dos homens e
gloriosa, sem qualquer exigência dos atritos ce-
mulheres terrestres se aproxima demasiadamente
lulares. Para esse gênero de criaturas, a união
das manifestações dessa natureza entre os irracio-
reconfortadora e sublime não se acha circunscrita
nais. N o capítulo de relações dessa espécie, há
à emotividade de alguns minutos, mas constitui a
muita inconsciência criminosa e indiferença siste- integração de alma com alma, através da vida
mática às leis divinas. Desse plano não seria razoá- inteira, no campo da espiritualidade superior. Dian-
vel qualquer comentário de nossa parte. Trata-se te dos fenômenos da presença física, bastam-lhes,
de um domínio de semi-brutos, onde muitas inteli- na maioria das vezes, o olhar, a palavra, o simples
gências admiráveis preferem demorar em baixas gesto de carinho e compreensão, para que recebam
correntes evolutivas. E ' inegável que também aí o magnetismo criador do coração amado, impreg-
funcionam as tarefas de abnegados construtores nando-se de força e estímulo para as mais difíceis
espirituais, que colaboram na formação básica dos edificações. (3)
corpos, destinados a servirem às entidades que re-
encarnam nesses círculos mais grosseiros. E n t r e -
tanto, é preciso considerar que o serviço, em seme-
*
lhante esfera, é levado a efeito em massa, com ca-
Substituamos as palavras "união sexual" por
racterísticas de mecanismo primitivo. O amor, nes-
"união de qualidades" e observaremos que toda a
ses planos mais baixos, é tal qual o ouro perdido
vida universal se baseia nesse divino fenômeno,
em vasta quantidade de ganga, exigindo l a r g o
cuja causa reside no próprio Deus, Pai Criador de
esforço e laboriosas experiências para revelar-se
todas as coisas e de todos os seres. Essa "união
aos entendidos. Entre as criaturas, porém, que se
de qualidades", entre os astros, chama-se magne-
encaminham, de fato, aos montes de elevação, a
tismo planetário da atração, entre as almas deno-
união sexual é muito diferente. Traduz a permuta
mina-se amor, entre os elementos químicos é co-
sublime das energias perispirituais, simbolizando nhecida por afinidade. N ã o seria possível, portanto,
alimento divino para a inteligência e para o cora- reduzir semelhante fundamento da vida universal,
ção e força criadora não somente de filhos carnai3, circunscrevendo-o a meras atividades de certos ór-
mas também de obras e realizações generosas da gãos do aparelho físico. ( 3 )
alma para a vida eterna. ( 3 )

#> *
O cativeiro nos tormentos do sexo não é pro- SIMPATIA
blema que possa ser solucionado por literatos ou
médicos a agir no campo exterior: é questão da A sementeira de simpatia é impositivo pre-
alma, que demanda processo individual de cura, cípuo, a que nossa paz se condiciona. ( 3 3 ) 4.bel
e sobre esta só o espírito resolverá no tribunal da Gomes.
própria consciência. E ' inegável que todo auxílio
externo é valioso e respeitável, mas cumpre-nos
reconhecer que os escravos das perturbações do SOFRER
campo sensorial só por si mesmos serão liberados,
isto é, pela dilatação do entendimento, pela com- Toda a dor que na vida padeceres,
preensão dos sofrimentos alheios e das dificuldades Todo o fel que tragares, todo o pranto,
próprias, pela aplicação, enfim, do "amai-vos uns Ser-te-ão como trevas, e, entretanto,
aos outros", assim na doutrinação, como no imo Serás pobre de luz se não sofreres.
da alma, com as melhores energias do cérebro e ( 2 9 ) Cruz e Souza.
com os melhores sentimentos do coração. ( 5 )

A sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, SOFRIMENTO


mas na alma, em sua sublime organização. (5) O sofrimento, quando aceito à luz da fé
*
é uma fonte criadora de asas espirituais. (3)
O sexo fêz o lar e criou o nome de mãe, con-
tudo, o egoísmo humano deu-lhe em troca absurdas
experimentações de animalidade, organizando para O sofrimento dos vencidos no combate humano
si mesmo provações cruéis. é celeiro de luz da experiência. ( 5 )
O Pai ofereceu o santuário aos filhos, mas a
incompreensão se constituiu em oferta deles. E '
por isto que romances dolorosos e aflitivos se es- Todos os sofrimentos são vésperas divinas do
tendem, através de todos os continentes da T e r r a . júbilo espiritual nos planos da verdadeira v i d a ! ( 1 4 )
Ainda assim, mergulhado em deploráveis des- #
vios, pergunta o homem pela educação sexual, exi-
gindo-lhe os programas. Sim, semelhantes progra- O catre do sofrimento é um barco de salvação,
mas poderão ser úteis; todavia, apenas quando es- nas tempestades do mundo, para o crente identi
palhar-se a santa noção da divindade do poder ficado com a própria f é . Usa a provação como
criador, porque, enquanto houver imundície no co- termômetro da confiança em Deus e não desa-
ração de quem analise ou de quem ensine, os m é t o - nimes!. .. ( 1 7 )


dos não passarão de coisas igualmente imundas. ( 9 )

SILÊNCIO O sofrimento é criação nossa, fogueira conH-


Toda vez que guardares silêncio, o silêncio te tante em que buscamos consumir os resíduos de
guardará. ( 3 3 ) Mariano José Pereira da Fonseca. nossas i m p e r f e i ç õ e s . . . ( 3 3 ) Sílvia Serafim.
SOL
SORRISO
— O Sol é essa fonte vital para todos os
núcleos da vida planetária. Todos os seres, como O sorriso é uma gota de luz. (33) Mariano
todos os centros em que se processam as forças José Pereira da Fonseca.
embrionárias da vida, recebem a renovação cons-
tante de suas energias através da chuva incessante
dos átomos, que a sede do sistema envia à sua SUICIDA
família de mundos, equilibrados na sua atração,
dentro do Infinito. . 1 2 ) Todo suicida presume
Que a morte é o fim do amargor,
#
Sem saber que o desespero
E' porta para outra dor.
Esse sol amigo e farto, ( 2 9 ) Casimiro Cunha.
Que revigora e ilumina,
Retrata em toda expressão
A Providência Divina. ( 2 8 ) SUOR

O suor é sempre um grande mestre. ( 3 3 ) Ma-


riano José Pereira da Fonseca.
SONHO

N a maioria das vezes, o sonho constitui ativi- SÚPLICAS


dade reflexa das situações psicológicas do homem,
no mecanismo das lutas de cada dia, quando as Os crentes, em geral, ao suplicarem a proteção
forças orgânicas dormitam em repouso indispen- do Céu, não pretendem, no fundo, respirar o clima
sável. superior da verdade e da l u z . . . O que pleiteiam,
sem dúvida, é a posição de orquídeas na estufa
E m determinadas circunstâncias, contudo, como celeste. ( 2 4 )
nos fenômenos premonitórios, ou nos de sonambu-
lismo em que a alma encarnada alcança elevada
percentagem de desprendimento parcial, o sonho
representa a liberdade relativa do espírito prisio-
neiro da Terra, quando, então, se poderá verificar
a comunicação "inter-vivos", e, quando são possí- T
veis, as visões proféticas, fatos esses sempre orga-
TALISMÃ
nizados pelos mentores espirituais de elevada hie-
rarquia, obedecendo a fins superiores, e quando o Será grande talismã, na existência, o sabermos
encarnado em temporária liberdade pode receber viver com os nossos próprios recursos, sem <
a palavra e a influência diretas de seus amigos e bitar do necessário ao nosso enriquecimento espi
orientadores do plano invisível. ritual. ( 1 6 )
f *
O bendito talismã é propriedade comum a
todos. E ' "a hora que estamos a t r a v e s s a n d o " . . . riais do Cristianismo estarão transformados em
Cada minuto de nossa alma permanece revestido de igrejas-escolas, igrejas-orfanatos, igrejas-hospitais,
prodigioso poder oculto, quando sabemos usá-lo no onde não somente o sacerdote da fé veicule a pala-
Infinito Bem, porque toda a grandeza e toda deca- vra de interpretação, mas onde a criança encontre
dência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com arrimo e esclarecimento, o jovem a preparação ne-
a colaboração do dia. ( 2 7 ) cessária para as realizações dignas do caráter e
do sentimento, o doente o remédio salutar, o igno-
* rante a luz, o velho o amparo e a esperança. ( 3 )
O tempo é o divino talismã que devemos apro-
veitar. ( 2 7 )
De que serve construirmos soberbos templos
levantados à fé e à arte, para depois serem Incen-
diados pelo nosso próprio vandalismo. ( 3 3 ) Roberl
TAREFA
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é convite" dT Pa? pIr '


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templos divinos do tr abXo°


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TEMPO
O tempo é um patrimônio sagrado que ninguém
malbarata sem graves reparações. ( 1 7 )
TEMPLO DE ISMAEL
«
Se é verdade que as reuniões das quintas-fei-
O tempo é o divino talismã que devemos apro-
ras, na Academia Brasileira de Letras, eram o
veitar. ( 2 7 )
último encanto intelectual dos derradeiros dias de
minha vida, agora, a minha nova alegria verifica-se *
às quartas, quando de nossas assembleias delicio-
sas e amigas, no Templo de Ismael. Se no mundo O tempo é o rio da vida cujas águas nos devol-
prevaleciam as expressões ruidosas da ornamen- vem o que lhe atiramos. ( 3 3 ) Isabel ãe Castro.
tação exterior, com os fardões acadêmicos, os pe-
sados livros de literatura ou de ciência, junto das
mulheres elegantes e gozadoras da vida, o meu TENTAÇÃO
júbilo, no momento, é mais íntimo e mais profundo,
porquanto, aqui, preponderam as harmonias do bem O único remédio seguro contra as tentações
e as luzes da humildade cristã. ( 2 1 ) é o mergulho do pensamento e das mãos no traba-
lho que nos dignifica a vida para o Senhor. ( 2 4 )

TEMPLOS
TERRA
N o futuro da Humanidade, os templos mate-
Cesse, para nós outros, a concepção de qu< |
T e r r a é o vale tenebroso, destinado a quedas la-
mentáveis, e agasalhemos a certeza de que a es- O trabalho salvacionista não é exclusividade
fera carnal é uma grande oficina de trabalho da religião: constitui ministério comum a todos,
redentor. ( 2 ) porque dia v i r á em que o homem há-de reconhecer
a Divina Presença em toda p a r t e . A realização que
* nos compete não se filia ao particularismo: é obra
genérica para a coletividade, esforço do servidor
A terra é a sementeira, no Espaço a co-
lheita. ( 1 4 ) honesto e sincero, interessado no bem de todos. ( 5 )

*
TESTEMUNHO A P o r t a Divina não se abre a espíritos que se
não divinizaram pelo trabalho incessante de coope-
ração com o P a i A l t í s s i m o . E o solo do Planeta,
a que v o s prendeis provisoriamente, representa o
abençoado círculo de colaboração que o Senhor voe
confia. Recolhei o orvalho celeste do escrínio do
coração sedento de p a z ; contemplai as estrelas <|m-
nos acenam de longe, como sublimes ápices da Di-
vindade; todavia, não olvideis o campo de lutas
TRABALHADORES presentes. ( 5 )

O trabalhador possui o tesouro da paz de *


cada dia, o ocioso encontra em cada noite o pade-
cimento da insatisfação; um v i v e na claridade da O trabalho incessante para o bem, a elevação
esperança, outro na ambição da tormenta. ( 1 5 ) de motivos na experiência transitória, a disciplina
dos impulsos pessoais, com amplo curso às mani-
* festações mais nobres do sentimento, o esforço
perseverante no infinito bem, constituem as v i a s
E m verdade, há muitos trabalhadores no mundo de crescimento mental, com aquisição de luz para a
que merecem a bênção do Céu pelo bem que pro- vida imperecível. ( 6 )
porcionam ao corpo e à mente das criaturas, mas
aquele que educa o espírito eterno, ensinando e *
servindo, paira acima de todos. ( 2 7 )
Onde há trabalho há riqueza, e onde há co-
operação há p a z . ( 1 6 )
TRABALHO

camiSfaÒ a i S T
11
^ & S d U a S m a r
^ *> Qualquer trabalho, desde que honesto, é titula
de glória para a c r i a t u r a . . . ( 1 7 )
*
u
Meu trabalho atual não é o de escrever nara
agradar, mas o de escrever com proveito
*
UMBRAL

wfjo^TBãr é
° Amor que se a
*™™- O Umbral começa na crosta terrena. E ' a zona
obscura de quantos no mundo não se resolveram
a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim
de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão
TRADIÇÕES RELIGIOSAS
ou no pântano dos erros numerosos. ( 1 )
V a m o s encontrar, historicamente, as concep- *
ções mais remotas da organização religiosa na civi-
lização chinesa, nas tradições da índia védica e O Umbral funciona como região destinada B
bramânica, de onde também se irradiaram as pri- esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de
meiras lições do budismo, no antigo E g i t o , com os zona purgatorial, onde se queima a prestações o
mistérios do culto dos mortos, na civilização res- material deteriorado das ilusões que a criatura
plandecente dos faraós, na Grécia com os ensina- adquiriu por atacado, menosprezando o sublime o u -
mentos órficos e com a simbologia mitológica, exis- se j o de uma existência terrena. ( 1 )
tindo j á grandes mestres, isolados intelectualmente
das massas, a quem ofereciam os seus ensinos exó-
ticos, conservando o seu saber de iniciados o círculo

V
restrito daqueles que os poderiam compreender de-
vidamente. ( 1 1 )

VÁCUO
TRIUNFOS
t H á esferas de vida em toda parte, o vácuo
Os triunfos exteriores são aparentes e nodem há-de ser mera imagem literária. E m tudo há ener-
ser mentirosos. A vitória espiritual pertence ? gias viventes e cada espécie de seres funciona em
determinada zona da v i d a . (1)
alma heróica que soube unir-se ao céu, através e d

b u r ü a r ^
Duriiar-se a .siT própria.
^ 6
° ( 1 5») * > .
8 6 8 d m u
trabalSSop
*S
VAIDADE

TÜMULO A vaidade é o A m o r que se ilude. (33) João


de Brito.

nem°resíZÍ° Z° -t^^ C e s s a ç ã o d
trabalho,
e

E^ i m n í t ^ í
^ -
d e m t v a a o s n o s s
°s Problemas.
ts^Sr^l
VANGLORIAR-SE
a aUXÍIÍar n0S
uns
N ã o te vanglories do que possuis, porque Deus
concede os recursos no momento preciso e reto-
VERDADE

Somente são dignos da verdade plena os que


se encontram plenamente libertados das paixões. ( 3 )

VELHICE *
Precisamos ser canal de verdade para os ou-
Costuma-se dizer que a velhice é um ataúde t r o s ; mas não é só isso, porque é indispensável
de fantasias mortas, mas isso apenas se verifica sejamos canais e reservatórios ao mesmo tempo,
com os que não souberam ou não quiseram " m o r r e r " a fim de que, como discípulos de um Mestre tão
com o Cristo para alcançar a fonte eterna da sua rico de sabedoria e amor, não venhamos a sucum-
v i d a gloriosa. Quem se valeu da possibilidade bir pela miséria própria. ( 1 7 )
divina tão somente para cultivar ilusões balofas, *
não poderá encontrar mais que o fantasma dos
seus enganos caprichosos. A criatura, porém, que A verdade não constitui edificação que se le-
caminhou de olhos fixos em Jesus em todos os vante por informações alheias, no caminho da vida.
pormenores da tarefa, essa, naturalmente, conquis- E ' realização eterna que cabe a cada criatura con-
tou o segredo de v i v e r triunfante acima de quais- solidar aos poucos, dentro de si mesma, utilizando
quer circunstâncias adversas. Jesus palpita em seus a própria consciência. ( 2 3 )
atos, palavras e pensamentos. Seu coração, na po-
breza ou na abastança, será como flor de luz, aber-
t a a o sol da v i d a e t e r n a ! . . . ( 1 5 )
VERDUGOS

A maioria dos verdugos da humanidade consti-


VERBALISMO tui-se de homens eminentemente cultos, que des-
prezam a inspiração divina. ( 1 )
Desligai-vos do excessivo verbalismo sem o b r a s !
N ã o v o s falo aqui t ã o somente das obras do bem,
exteriorizadas no plano físico, mas, muito parti- VICIO
cularmente, das construções silenciosas da renún-
cia, do trabalho de cada dia no entendimento de O vício é o A m o r que se embrutece. ( 3 3 ) João
Jesus Cristo, da paciência, da esperança, do per- de Brito.
dão, que se efetuam portas a dentro da alma, no
grande país de nossas experiências interiores. ( 3 )
VIDA

VERBO A vida do homem estará centralizada onda


centralize ele o próprio coração. ( 1 )

I V ' A vida é uma sinfonia perfeita. Q u a n d o pro


curamos desafiná-la, no círculo das notas que de-
Enquanto o homem se mantiver tíbio, desencantado,
vemos emitir para a sua máxima glorificação, •
somos compelidos a estacionar em pesado serviço indiferente ou pessimista, dificilmente poderá en-
de recomposição da harmonia quebrada. ( 3 ) contrar no Evangelho algo mais que os sublimes
apelos do Senhor. E m tais condições negativas,
# recebemos os convites do Cristo, mas frequente-
mente ficamos ignorando a tarefa; somos chamados
A l g u n s fisiologistas da Crosta concordam em
ao banquete da verdade e da luz, mas comparece-
asseverar que a vida humana é uma resultante de
conflitos biológicos, esquecidos de que, muitas v e - mos como comensais bisonhos, mal sabendo como
zes, o conflito aparente das forças orgânicas não iniciar o suculento repasto. ( 1 5 )
é senão a prática avançada da lei de cooperação *
espiritual. ( 3 )


A vida, na sua expressão terrestre, é como
uma árvore grandiosa. A infância é a sua rama-
gem verdejante. A mocidade se constitui de suas
A vida física é puro estágio educativo, dentro
flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto
da eternidade, e a ela ninguém é chamado a f i m
de candidatar-se a paraísos de f a v o r e, sim, à mol- da experiência e da sabedoria. H á ramagens que
dagem v i v a do céu no santuário do Espírito, pelo morrem depois do primeiro beijo do Sol, e flores
máximo aproveitamento das oportunidades recebi- que caem ao primeiro sopro da P r i m a v e r a . O fruto,
das no aprimoramento de nossos valores mentais, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso.
com o desabrochar e evolver das sementes divinas A ramagem é uma esperança, a flor uma promessa,
que trazemos conosco. ( 6 ) o fruto é realização; só ele contém o doce mistério
da vida, cuja fonte se perde no infinito da divin-
* dade. ( 1 9 )
A vida é um cântico de trabalho e criação *
incessantes. ( 1 7 )
A vida é onda contínua e inextinguível a ma-
*
nifestar-se em diversos planos. ( 3 3 ) Farias Brito.
O termo central de nossa v i d a deve ser o reino *
do céu no coração. ( 1 9 )
A vida pede a nossa renovação permanente
*
para chegarmos ao Sólio Divino, que lhe é meta
A v i d a é o resultado das trocas incessantes e fulgurante. P a r a isso é imprescindível aprender,
o insulamento é a única morte no concerto uni- transformar, agir e santificar, incessantemente, as-
versal. ( 2 0 ) similando as ondas de vitalidade que nos cercam em
nosso crescimento espiritual. ( 3 3 ) Miguel Couto.
*

O rio da vida está sempre correndo e é indis-


pensável energia serena e vontade ardente, a f i m VIDA HUMANA
de mergulharmos na coleta dos valores divinos.
A vida humana é uma torre, que erguera OB
para o regresso à sublime pátria de origem; mas
meras fórmulas verbalistas. São forças v i v a s . Sem
todos havemos de cozer o áspero tijolo da expe-
a posse delas, é impraticável a ascensão do espírito
riência e preparar o cimento da verdadeira fra-
humano. Personalidades vulgares apegam-se à sal-
ternidade com as próprias mãos, ligando-os na cons-
vaguarda de recursos exteriores e neles centralizam
trução do edifício do aperfeiçoamento comum, e,
então, saberemos e conquistaremos o direito de os sentimentos mais nobres, prendendo-se a fanta-
analisar com lucidez os fatos em torno de nós. ( 3 3 ) sias i n ú t e i s . . . Encarcera-se-lhes, então, a monte
Maria Lacerda de Moura. na insegurança, na fragilidade, no pavor. O choque
da morte imprime-lhes tremendos conflitos à orga-
nização perispirítica, veículo destinado às suas pró-
prias manifestações no círculo novo de matéria
VIDA NO ALÉM diferente a que foram arrebatadas, e, após perderem
abençoados anos no campo didático da esfera car-
A vida no A l é m é também atividade, trabalho, nal, enredadas em conflitos deploráveis, erram a d i -
luta, m o v i m e n t o . Se as almas estão menos subme- tas, exânimes e revoltadas, ajustando-se ao primei-
tidas a o cansaço, não combatem menos pelo seu ro grupo de entidades viciosas que lhe3 garantam
aperfeiçoamento. continuidade de aventura em fictícios prazeres. ( 6 )
A lei das afinidades a tudo preside, entre os
seres despidos dos indumentos carnais, e, liberto *
o espírito dos laços que o agrilhoavam à matéria,
recebe o apelo de quantos se afinam pelas suas pre- E m hora alguma proclame seus méritos indi-
ferências e inclinações. ( 1 1 ) viduais, porque qualquer qualidade excelente é mui-
to problemática no quadro de nossas aquisições.
Lembre-se de que a virtude não é uma v o z que fale
VIDA TERRENA e, sim, um poder que irradia. ( 7 )

A virtude é sempre grande e venerável, mas


não há-de cristalizar-se à maneira de jóia rara sem
proveito. Se o amor cobre a multidão dos pecados,
o serviço santificante que nele se inspira pode dar
aos pecadores convertidos ao bem a companhia dos
VIGIAR
anjos, antes que os justos ociosos possam desfru-
t a r o celeste convívio. ( 2 7 )
*
Se a morte é uma grande surpresa para quan-
tos levantaram o sagrado cálice, à frente do altar,
VIRTUDE
a virtude é sempre a mesma divina moeda do luz
nos mais remotos centros da vida. ( 3 ) Joaquim
Qualidades morais e virtudes excelsas não são Arcoverde.
VIVER

Cada criatura v i v e r á daquilo que cultiva. Quem


se oferece diariamente à tristeza, nela se movimen-
t a r a ; quem enaltece a enfermidade, sofrer-lhe-á o
dano. ( 1 )

VOAR

N ã o intenteis o v o o sem haver aprendido a BIBLIOGRAFIA


marcha. ( 5 )
ANDRÉ LUIZ :

VOCAÇÃO Nosso Lar


Os Mensageiros
Missionários da Luz
— A vocação é o impulso natural oriundo da
Obreiros da Vida Eterna
repetição de análogas experiências, através de mui-
tas vidas. Suas características, nas disposições No Mundo Maior
íntantis, sao o testemunho mais eloquente da ver- Libertação
dade reencarnacionista. ( 1 2 ) Agenda Cristã

BOCAGE :
VOZ D A PROVIDÊNCIA Volta Bocage
Onde luzir o verbo da bondade que auxilia e
educa, ai se reflete, magnânima, a voz da P r o v i - CASIMIRO CUNHA :
dencia. ( 3 3 ) André de Cristo.
Cartilha da Natureza

VOZ D E JESUS EMMANUEL :

Caminho, Verdade e Vida


E m qualquer posto de trabalho honesto pode-
rás ouvir minha voz, desde que me procures no Pão Nosso
coração. ( 1 7 ) A Caminho da Luz
Emmanuel
O Consolador
Há Dois Mil Anos
FIM 50 Anos Depois
Renúncia
Paulo e Estêvão
HUMBERTO DE CAMPOS :
VADE-MfiCTJM
Reportagens ãe Alêm-Túmulo
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evan- KABDEQUIANO
gelho (1.' edição)
Boa-Nova
Crônicas de Além-Túmulo E s t a obra, e m b o r a p e -
Novas Mensagens quena e m sua a p r e s e n -
t a ç ã o g r á f i c a , é d e ines-
t i m á v e l valia, p e l a sua
IRMÃO JACOB : c o n t e x t u r a , a todos os
espiritistas estudiosos.
Voltei Por m e i o dela, f á c i l e
prontamente se encon-
trará o p e n s a m e n t o do
IRMÃO X :
grande mestre francês,
Lázaro Redivivo sobre os mais variados
assuntos q u e i n t e g r a m
Luz Acima
as 2.597 p á g i n a s d o s l i -
Pontos e Contos vros que f o r m a m o
monumental heptateuco
JOÃO DE DEUS : kardequiano.
Este l i v r o v e i o preen-
Jardim da Infância cher uma g r a n d e lacuna
e x i s t e n t e n a s bibliotecas
espiriticas, e s e r v i r á pa-
NEIO LÜCIO : ra ainda m a i s e x a l ç a r o
v a l o r e x t r a o r d i n á r i o da
Alvorada Cristã obra q u e o i n t e l i g e n t e
Jesus no Lar C o d i f i c a d o r da T e r c e i r a
Mensagem do Pequeno Morto R e v e l a ç ã o legou à H u -
manidade.

DIVERSOS:

Parnaso de Além-Túmulo Esperanto sem Mestre


Falando à Terra
Gramática, exercício»
com chaves, conversação,
poesias, provérbios, voca-
bulários Esperanto-Portu-
gués e Portugués-Esperan-
to. 4.« edlcao revista •
aumentada
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

^akiriclo à Tierra
Quarenta Espíritos voltam do A l é m e, em vi-
brantes páginas, falam construtivamente à Huma-
nidade inteira, cada qual no sou estilo, muitos a
lembrar-nos a sua passagem pela face planetária.
Obra em prosa, prefaciada por Emmanuel em
18 de Abril, encerra aquelas manifestações a que
Kardec se referia em " O que é o Espiritismo", isto
é, aquelas cujo fim providencial "é convencer os
incrédulos de que p a r a o homem nem tudo acaba
com a vida terrena, e dar aos crentes ideias mais
justas sobre a vida futura".

Síntese de
" O Novo Testamento
( 2 / edição)
Muito bom impressa era papel houffant de 1/,
em caracteres facilmente legíveis, é obra que me-
receu a aceitação do público em geral.
Mínhmis, o Autor, reuniu as exposições dos
quatro evangelistas numa única narrativa, que flui,
do princípio ao fim, sem interrupções—bmscas e
observando sempre üma ordem natural no relato
dos acontecimentos, o que muito contribui para
tornar mais agradável a leitura e o estudo dos
Evangelhos.
Os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o A p o -
calipse tomaram forma resumida, abandonando-se
os excessos, as repetições e as referências de pouca
ou nenhuma importância, conseryando-se apenas o
indispensável.
Síntese possui ainda dois utilíssimos índices
alfabéticos: por assunto, e por capítulos e versícu-
los, que facilitam sobremaneira o encontro da ma-
téria que se deseja. 4

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