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M.\|{( I I \
(IS edição)
Trnta-se d e trabalho
eluliorado p e l o ' D e p a r t a -
Perdas de Além
m e n t o de J u v e n t u d e d a
Federação Espirita Bra-
Hllelrn, c o m a finalidade
de orientar o s moços e
MiuiH Agremiações Juve-
nta q u a n t o à l e g i t i m a
posição q u e d e v e m o c u -
pnr dentro do E s p i r i t i s -
mo Cristão
Nu g é n e r o é a p r i m e i -
ra obra q u e se e d i t a no
llrnsil e no M u n d o . O s
Jovens espiritistas brasi-
l< Iro* d e v e m olhar esto
111'ontecimento c o m o e x -
pressiva v i t ó r i a d o seu
Idealismo r e n o v a d o r e
«onstmtivo.
( >H O i tentadores d e E s -
i n l a s ile E v a n g e l h o e o s
Mentores de Mocidades
i I ii v rui mie* t e r ã o eni
Juv.nltidr rtn Marcha
i r I U r l o B o e auguro ro-
Francisco Cândid
<*~ r— *
Pérolas do Além r
1/ E D I Ç Ã O
1D52
F E D E R A Ç Ã O ESPIRITA B R A S I L E I R A
(Departamento Editorial)
Rua Figueira de Melo, ),10 c Avenida Passos, 50
Rio DE JANEIRO
^ u a s 'paicwras
Acreditamos seja desnecessário fazer-sc a
apresentação de ''Pérolas do Além", porque o
leitor, ao simples manuseio dessa obra, veri-
ficará desde logo tratar-se de um limo original
na, literatura espírita, e notará, também, que
de qualquer de suas páginas flui a mais pura
linfa do pensamento do Além.
Os livros psicografados pelo conhecido mé-
dium Francisco Cândido Xavier estão refertos
de sublimes pensamentos e de extraordinários
ensinos que merecem destacados para que a
todo instante e com facilidade possamos tê-los
sob as vistas, por isso que eles esclarecem a
razão e melhor reajustam os sentimentos às
verdades evangélicas.
Daí o termos ideado a feitura deste livro,
Composto e Impresso
cm forma de dicionário, o que muito facilitará
nas oficinas da
— FEDERAÇÃO —
a consulta acerca dos variados temas que inte-
gram esta obra.
31-RF; 5061-Li; 952
"Pérolas do Além" será, sem dúvida algu-
ma, um livro prestimoso a todos os que têm a
f
missão de difundir a Terceira Revelação, pois
não nos arreceamos em afirmar: as obras psi-
cografadas pelo incomparável médium de Pedro
Leopoldo constituem de fato uma enciclopédia
de Espiritismo.
Sua leitura interessará indubitavelmente
não apenas os espíritas amantes das boas lei- INDICADOR DAS OBRAS
turas, mas também os profitentes de quaisquer
1 — Nosso L a r
outros credos religiosos ou filosóficos, por-
2 — Os Mensageiros
quanto este livro fala realmente à razão e ao 3 — Os Missionários da L u z
coração das criaturas, oferecendo-lhes oportu- 4 — Obreiros da V i d a E t e r n a
nidade a que seu pensamento divague, deslum- 5 — N o Mundo M a i o r
brado, através de uma magnífica floresta de 0 — Libertação
concepções filosóficas e transcendentes! 7 — A g e n d a Cristã
í
25 Pontos c Contos
P é r o l a s do A l é m
86 A l v o r a d a Cristã
27 — Jesus no L a r
28 — C a r t i l h a d a N a t u r e z a
29 — P a r n a s o de A l é m - T ú m u l o
30 — V o l t a Bocage
:;i — Mensagens d o Pequeno Morto
32 — Jardim da Infância
A
33 — F a l a n d o à T e r r a
ABORTO
O aborto m u i t o r a r a m e n t e se v e r i f i c a obede-
cendo a causas de nossa esfera d e a ç ã o . E m r e g r a
geral, origina-se d o recuo inesperado d o s p a i s ter-
restres, diante das sagradas o b r i g a ç õ e s assumidas
ou aos excessos de leviandade e inconsciência cri-
minosa das mães, menos p r e p a r a d a s n a responsa-
bilidade e n a compreensão p a r a este ministério
d i v i n o . E n t r e t a n t o , m e s m o aí, encontrando v a s o s
matei iiais menos dignos, tudo fazemos, por nossa
v< /., pura opor-lhes resistência a o s p r o j e t o s de f u g a
ao dever, quando essa f u g a representa m e r o capri-
cho dft Irresponsabilidade, s e m qualquer base e m
pi >.»•.• uiiia-i r.lil K-antes. Claro, porém, que a nossa
lutei ferem In no assunto, em se tratando de luta
aborta contra nossos a m i g o s reencarnados, t r a n -
sitoriamente esquecidos d a o b r i g a ç ã o a cumprir,
(riu l}-uiiliin<nti- n : i : cus l i m i t e s . Se os interessa-
•I i. i<min nas decisões espirituais, perse-
verara sistematicamente c o n t r a nós, somos com-
pelidos a deixÀ-Ion entregues à p r ó p r i a s o r t e . D a í
a raafto de oxlstirem m u i t o s casais humanos, abso-
liitanieiili .« I H i I H doa filhos, visto que anula-
ram M M p i o p n a a faculdades g e r a d o r a s . Quando n ã o
proeodei um de rn inelliiinle modo no presente, 3e-
quiosos do satisfação ogoistica, a g i r a m assim, n o
passado, determinando sérias anomalias n a o r g a -
nizarão psíquica que lhes é peculiar-. N e s t e último
caso, e x p e r i m e n t a m dolorosos periodos d e solidão
e sede afetiva, até que r e f a ç a m , dignamente, o pa-
AGRADAR
t r i m ô n i o de veneração que t o d o s nós d e v e m o s à s
leis de D e u s . ( 3 )
A g r a d a r a todos é m a r c h a r p e l o caminho l a r e o
T?*r2 t a
.
s m e
«n t
c o n v e n ç ã o . S e r v i r a Deus
i r d a
( f
pura ajudar a quem nada compreende d o auxílio Estende a m ã o fraterna ao que ri e ao que
quo se lhe o f e r e c e . ( 1 )
[chora:
* O palácio e a choupana, o ninho e a sepultura,
T u d o o q u e v i b r a espera a luz que resplendora,
Quase t o d a s as pessoas t e r r e s t r e s , que se v a - N a e t e r n a l e i d e a m o r q u e c o n s a g r a a criatura.
lem d e nossa cooperação, se sentem n o d i r e i t o de
Planta a bênção da paz, como raios de aurora
d u v i d a r . E ' m u i t o r a r o s u r g i r u m companheiro que
se sinta c o m o d e v e r de a j u d a r . ( 3 ) N a s t r e v a s d o ladrão, n a d o r d a a l m a perjura,
I r r a d i a o perdão e a t e n d e , mundo a f o r a ,
Onde c l a m e a r e v o l t a e onde e x i s t a a a m a r g u r a .
*
ALIMENTOS
m conquistou o d o m d e ajudar, s e m pedir
remuneração, penetrou o caminho d e acesso e f e t i v o O homem encarnado saberá, m a i s t a r d e , q u e a
à E s p i r i t u a l i d a d e S u p e r i o r . ( 3 3 ) Abel Gomes. conversação a m i g a , o g e s t o afetuoso, a bondade
reciproca, a confiança mútua, a luz d a compreen-
d o , o interesse f r a t e r n a l — p a t r i m ô n i o s q u e se
derivam naturalmente do amor profundo — cons-
t i t u e m sólidos alimentos p a r a a v i d a e m s i . (1) problemas d e o r d e m d o u t r i n á r i a , m a s e m t o d o s
08 d e p a r t a m e n t o s d a a t i v i d a d e i n t e l e c t u a l d o sé-
rulo X L X . A Ciência, nessa época, d e s f e r e o s v o o s
soberanos q u e a c o n d u z i r i a m às culminâncias do
ALLAN KARDEC Século X X . O p r o g r e s s o d a a r t e t i p o g r á f i c a con-
A ação de Bonaparte, invadindo as searas segue i n t e r e s s a r t o d o s o s núcleos d e t r a b a l h o hu-
a l h e i a s c o m o seu m o v i m e n t o d e t r a n s f o r m a ç ã o mano, fundando-se bibliotecas circulantes, r e v i s t a s
e conquistas, f u g i n d o à f i n a l i d a d e d e m i s s i o n á r i o e j o r n a i s n u m e r o s o s . A f a c i l i d a d e d e comunicações,
d a r e o r g a n i z a ç ã o do p o v o f r a n c ê s , compeliu o m u n - c o m o t e l é g r a f o e a s v i a s f é r r e a s , estabelece o in-
d o e s p i r i t u a l a tomai" e n é r g i c a s p r o v i d ê n c i a s con- t e r c â m b i o d i r e t o d o s p o v o s . A l i t e r a t u r a enche-se
t r a o seu d e s p o t i s m o e v a i d a d e o r g u l h o s a . A p r o x i - de expressões n o t á v e i s e i m o r r e d o u r a s . O l a b o r a -
m a v a m - s e os t e m p o s em que Jesus d e v e r i a e n v i a r tório afasta-se d e f i n i t i v a m e n t e d a sacristia, i n t e n -
a o m u n d o o Consolador, de acordo c o m a s suas sificando as c o m o d i d a d e s d a c i v i l i z a ç ã o . Constrói-se
auspiciosas p r o m e s s a s . a pilha d e coluna, descobre-se a indução m a g n é t i c a ,
surgem o telefone e o f o n ó g r a f o . Aparecem os pri-
A p e l o s a r d e n t e s são d i r i g i d o s a o D i v i n o M e s t r e , m e i r o s sulcos n o campo d a r a d i o t e l e g r a f i a , encon-
p e l o s g ê n i o s que se reúnem e c o n f r a t e r n i z a m no3 tra-se a a n á l i s e espectral e a u n i d a d e das e n e r g i a s
espaços, n a s e s f e r a s m a i s p r ó x i m a s d a T e r r a . U m tísicas d a N a t u r e z a . E s t u d a - s e a t e o r i a a t ô m i c a e
d o s m a i s lúcidos discípulos do C r i s t o b a i x a a o p l a - a f i s i o l o g i a a s s e n t a b a s e s d e f i n i t i v a s c o m a ana-
n e t a , c o m p e n e t r a d o de sua m i s s ã o c o n s o l a d o r a e, tomia comparada. A s artes atestam u m a v i d a nova.
d o i s m e s e s antes d e N a p o l e ã o B o n a p a r t e s a g r a r - s e A p i n t u r a e a m ú s i c a denunciam e l e v a d o s a b o r d e
i m p e r a d o r , o b r i g a n d o ò papa P i o V T I a coroá-lo n a espiritualidade avançada.
i g r e j a d e N o t r e D a m e , era P a r i s , nascia A l l a n
K a r d e c , a o s 3 d e Outubro d e 1804, c o m a s a g r a d a A d á d i v a celestial do i n t e r c â m b i o e n t r e o m u n -
m i s s ã o d e a b r i r caminho ;io E s p i r i t i s m o , a g r a n d e d o v i s í v e l e o i n v i s í v e l chegou ao p l a n e t a nessa o n d a
v o z d o C o n s o l a d o r p r o m e t i d o ao m u n d o pela m i s e - d e c l a r i d a d e s i n e x p r i m í v e i s . C o n s o l a d o r da huma-
r i c ó r d i a de J e s u s - C r i s t o . ( 1 0 ) nidade, s e g u n d o a s p r o m e s s a s d o C r i s t o , o E s p i r i -
t i s m o v i n h a e s c l a r e c e r os homens, p r e p a r a n d o - l h e s
* o coração para o perfeito aproveitamento de tantas
riquezas do C é u . ( 1 0 )
O século X L X d e s e n r o l a v a u m a t o r r e n t e d e
c l a r i d a d e s na f a c e d o mundo, e n c a m i n h a n d o t o d o s
os p a í s e s p a r a as r e f o r m a s úteis e p r e c i o s a s .
»
A s l i ç õ e s s a g r a d a s do E s p i r i t i s m o i a m ser
o u v i d a s pela humanidade s o f r e d o r a . Jesus, na sua A tarefa de A l l a n Kardec era difícil e com-
m a g n a n i m i d a d e , r e p a r t i r i a o p ã o s a g r a d o d a espe- p l e x a . C o m p e t i a - l h e r e o r g a n i z a r o e d i f í c i o desmo-
r a n ç a e da crença com t o d o s os c o r a ç õ e s . ronado da crença, reconduzindo a c i v i l i z a ç ã o à s
A l l a n K a r d e c , t o d a v i a , na sua m i s s ã o d e escla- fni.-is p r o f u n d a s b a s e s r e l i g i o s a s .
r e c i m e n t o e consolação, f a z i a - s e a c o m p a n h a r d e Alenta à missão de concórdia e fraternidade
u m a p l ê i a d e de c o m p a n h e i r o s e c o l a b o r a d o r e s , cuja d a A m é r i c a , o p l a n o i n v i s í v e l l o c a l i z o u a í as p r i -
a ç ã o r e g e n e r a d o r a n ã o se m a n i f e s t a r i a t ã o s o m e n t e m o l r a s m a n i f e s t a ç õ e s t a n g í v e i s d o m u n d o espiritual,
no f a m o s o l u g a r e j o d e H y d e s v i l l e , p r o v o c a n d o o s
( r
m a i s l a r g o s m o v i m e n t o s d e o p i n i ã o . A f a g u l h a par- fiança n a minha misericórdia, hoje se entorna e m
tira das plagas americanas, como partira igual- tua própria alma, fortificando-te p a r a a claridade
m e n t e d e l a s a consolidação das conquistas d e m o - maravilhosa do futuro. N o Céu estão guardados
cráticas. todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios
A E u r o p a busca a m b i e n t a r a s ideias n o v a s e que e m p r e e n d e s t e . . . A l e g r a - t e n o Senhor, pois teus
g e n e r o s a s , q u e e n c o n t r a m o discípulo n o seu p o s t o labores não ficaram perdidos. T u a palavra terá
d e o r a ç ã o e v i g i l â n c i a , p r o n t o a a t e n d e r a o s chama- uma bênção para o s infelizes e desafortunados do
mentos do Senhor. Numerosos cooperadores dire- m u n d o , e a o i n f l u x o d e t u a s o b r a s a T e r r a conhe-
t o s d a sua t a r e f a auxiliam-lhe o e s f o r ç o s a g r a d o , c e r á o E v a n g e l h o n o seu n o v o d i a ! . . . ( 2 0 )
d e s d o b r a n d o - l h e a s sínteses e m g l o r i o s o s comple-
m e n t o s . O o r b e , c o m a s suas instituições sociais e
p o l í t i c a s , h a v i a a t i n g i d o u m período d e g r a n d i o s a s
t r a n s f o r m a ç õ e s , q u e r e q u e r i a m m a i s d e u m século ALMA
d e lutas d o l o r o s a s e r e m i s s o r a s , e o E s p i r i t i s m o
s e r i a a essência dessas conquistas n o v a s , recondu- A alma, e m q u a l q u e r p a r t e , r e c e b e segundo
zindo os corações ao Evangelho suave d o Cristia- as suas c r i a ç õ e s i n d i v i d u a i s ; os l a ç o s d o a m o r e
do ó d i o n o s a c o m p a n h a m em q u a l q u e r círculo d a
nismo . ( 1 0 )
v i d a . ( 3 ) Prefácio de Emmanuel.
*
T e r i a sido a alma c r i a d a no m o m e n t o d a con-
C o n t a - s e q u e l o g o a p ó s a sua desencarnação,
cepção, n a mulher, s e g u n d o a s t e o r i a s anti-reen-
quando o c o r p o a i n d a n ã o h a v i a b a i x a d o a o P è r e -
c a r n a c i o n i s t a s ? C o m o será a p r e e x i s t ê n c i a ? O espí-
- L a c h a i s e p a r a descansar à s o m b r a d o d o l m e n d o s
rito j á é c r i a d o pela p o t ê n c i a s u p r e m a d o U n i v e r s o ,
seus v a l o r o s o s antepassados, u m a m u l t i d ã o d e E s -
a p t o a i n g r e s s a r n a s f i l e i r a s h u m a n a s ? E o s pen-
p í r i t o s v e i o s a u d a r o m e s t r e n o l i m i a r d o sepulcro.
sadores s e v o l t a m p a r a o s v u l t o s e m i n e n t e s d o
E r a m a n t i g o s h o m e n s d o p o v o , seres infelizes q u e
p a s s a d o . A s a u t o r i d a d e s católicas v a l e m - s e d e T o -
e l e h a v i a c o n s o l a d o e r e d i m i d o c o m a s suas ações
más de Aquino, que acreditava na criação d a alma
p r e s t i g i o s a s , e, quando se e n t r e g a v a m à s m a i s san-
no p e r í o d o d e t e m p o q u e p r e c e d e o n a s c i m e n t o d e
tas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa
um n o v o ser, esquecendo-se d o s g r a n d e s p a d r e s
caiu d o céu s o b r e a g r a n d e assembleia d o s humil-
d a antiguidade, como Orígenes, cuja obra é u m
des, iluminando-a c o m u m a luz que, p o r sua v e z ,
atestado e t e r n o e m f a v o r d a s v e r d a d e s da p r e -
e r a f o r m a d a d e expressões d o seu " E v a n g e l h o se-
e x i s t ê n c i a . O u t r a s d o u t r i n a s r e l i g i o s a s buscam a
gundo o Espiritismo", ao mesmo tempo que u m a
o p i n i ã o f a l í v e l d a sua o r t o d o x i a e d o s seus t e ó l o -
voz poderosa e suave dizia do I n f i n i t o : — " K a r d e c ,
g o s , relutando e m a c e i t a r a s realidades luminosas
r e g o z i j a - t e c o m a t u a o b r a ! A luz q u e acendes-
d a r e e n c a r n a ç ã o . Pascal, e s c r e v e n d o e m t e n r a idade
t e c o m o s teus s a c r i f í c i o s n a e s t r a d a e s c u r a d a s
o seu t r a t a d o s o b r e o s cones, e i n ú m e r o s e s p í r i t o s
descrenças h u m a n a s v e m f e l i c i t a r - t e n o s p ó r t i c o s
do escol l a b o r a n d o c o m a sua g e n i a l i d a d e p r e c o c e
misteriosos da I m o r t a l i d a d e . . . O mel suave da
mu» g r a n d e s t a r e f a s p a r a a s quais f o r a m c h a m a d o s
esperança e d a f é q u e d e r r a m a s t e n o s c o r a ç õ e s
A Torra, constituem uma p r o v a eloquente aos olhos
s o f r e d o r e s , d a T e r r a , reconduzindo-os p a r a a con-
dos menos perspicazes e d o s estudiosos d e m e n t a -
\
lidades t a r d a s no raciocínio, a p r o l da v e r d a d e tromagnéticos gerados por ela mesma, projetando
reencarnacionista. ondas que, na essência, são o s fluidos p o s i t i v o s ou
O h o m e m atual r e c o r d a i n s t i n t i v a m e n t e os seus n e g a t i v o s c o m os quais j o g a m o s no campo de ati-
l a b o r e s e as suas observações do p a s s a d o . Sua exis- v i d a d e s a que f o m o s c h a m a d o s ou conduzidos. ( 3 3 )
tência d e h o j e é a continuação d e q u a n t o efetuou Miguel Couto.
n o s dias do p r e t é r i t o . A s conquistas de a g o r a r e -
p r e s e n t a m a soma dos seus esforços d e antanho,
e a c i v i l i z a ç ã o é a g r a n d e oficina onde cada u m ALMAS DECAÍDAS
d e i x a estereotipada a p r ó p r i a o b r a . ( 1 1 )
A s a l m a s decaídas, quaisquer que sejam, n ã o
* constituem u m a r a ç a e s p i r i t u a l sentenciada i r r e -
O entendimento d a a l m a é qual l e n t e minús- m e d i a v e l m e n t e ao satanismo, i n t e g r a n d o , t ã o so-
cula no seio d a I n f i n i t a O b r a U n i v e r s a l e o p r o b l e m a mente, a coletividade das c r i a t u r a s humanas desen-
p r i m á r i o d a consciência interessada n a aquisição carnadas, e m posição d e absoluta insensatez. M i s -
de A m o r e Sabedoria não é o de perscrutar, c o m turam-se à m u l t i d ã o t e r r e s t r e , e x e r c e m atuação sin-
infantilidade ou desespero, os p a t r i m ô n i o s d a V i d a g u l a r s o b r e inúmeros l a r e s e a d m i n i s t r a ç õ e s e o
e, sim, o d e enriquecer a lente da p r ó p r i a com- interesse f u n d a m e n t a l das m a i s poderosas i n t e l i g ê n -
preensão, aprimorando-a e dilatando-lhe o poder, a cias, d e n t r e elas, é a c o n s e r v a ç ã o d o mundo ofus-
f i m de que possa r e f r a n g e r e disseminar a E t e r n a cado e d i s t r a í d o , à f o r ç a d a i g n o r â n c i a d e f e n d i d a e
G r a n d e z a d o Senhor, aproveitando-a p a r a si e p a r a d o e g o í s m o recalcado, adiando-se o R e i n o d e Deus,
os outros. (22) e n t r e o s homens, i n d e f i n i d a m e n t e . . .
D e milênios a milênios, a r e g i ã o e m que respi-
* r a m padece e x t r e m a s alterações, qual acontece a o
Onde h o u v e r um r a i o d e certeza na s o b r e v i v ê n - campo p r o v i s o r i a m e n t e ocupado pelos p o v o s conhe-
cia da alma, aí d e v e aparecer m a i s j u s t i ç a e m a i s cidos. A m a t é r i a q u e lhes e s t r u t u r a a residência
a l e g r i a de s e r ú t i l . ( 3 3 ) Luís Olímpio Teles de sofre t r e m e n d a s modificações e precioso t r a b a l h o
Menezes. seletivo se o p e r a na t r a n s f o r m a ç ã o natural, d e n t r o
dos moldes d o I n f i n i t o B e m . E n t r e t a n t o , e m b o r a
* V, de fileiras compactas incessantemente substituídas,
persistem p o r séculos sucessivos, acompanhando o
Cada a l m a sente e atua pelo g r u p o de seres e m
curso das civilizações e seguindo-lhes os esplendores
ascensão ou e m e s t a g n a ç ã o a que se incorpore, na
e experiências, as aflições e d e r r o t a s . ( 6 ) .
e c o n o m i a do U n i v e r s o . ( 3 3 ) Farias Brito.
*
\
í
c
1
buscam a t r a v é s da e t e r n i d a d e . A união perene
descoberta d o continente novo, sem que os euro-
é-lhes a aspiração suprema e i n d e f i n í v e l . Milhares
peus, de m o d o geral, compreendessem, na época, a
de seres, se transviados n o crime ou na inconsciên-
importância de semelhante a c o n t e c i m e n t o . A s ri-
cia, e x p e r i m e n t a m a separação da alma que os
quezas fabulosas da Í n d i a deslumbram o espírito
integra, como a p r o v a ç ã o m a i s ríspida e dolorosa
aventureiro daquele tempo, e as testas coroadas do
e, no d r a m a das existências m a i s obscuras, vemos
V e l h o Mundo não entenderam a significação m o r a l
sempre a a t r a ç ã o eterna das almas g ê m e a s evol-
d o continente a m e r i c a n o .
v e n d o uma para a outra, num turbilhão de ansie-
dades angustiosas, a t r a ç ã o que e superior a todas O s o p e r á r i o s d e Jesus, p o r é m , abstraídos da
as expressões convencionais da v i d a terrestre. Quan- crítica ou do aplauso do mundo, cumprem os seus
d o se encontram, no acervo dos trabalhos humanos, g r a n d e s d e v e r e s no âmbito das novas t e r r a s . Sob
sentem-se de posse da felicidade real para os seus a determinação superior, o r g a n i z a m as linhas e v o -
corações — a da v e n t u r a de sua união, pela qual l u t i v a s das nacionalidades que aí t e r i a m de flores-
n ã o trocariam t o d o s os impérios d o mundo, e a cer n o p o r v i r . N e s s e c a m p o d e lutas n o v a s e r e g e -
única a m a r g u r a que lhes empana a a l e g r i a é a pers- neradoras, t o d o s os espíritos de b o a v o n t a d e pode-
pectiva de uma nova separação pela m o r t e , pers- riam trabalhar pelo a d v e n t o da paz e da f r a t e r n i -
pectiva essa que a luz da N o v a R e v e l a ç ã o v e i o dade do futuro humano, e f o i por isso que, labo-
dissipar, descerrando para todos os espíritos, aman- rando p a r a os séculos porvindouros, definiram o
t e s d o bem e da verdade, os horizontes eternos da papel de cada r e g i ã o no continente, localizando o
vida. ( 1 2 ) cérebro da n o v a civilização no ponto onde h o j e se
alinham o s E s t a d o s U n i d o s da A m é r i c a do N o r t e ,
c o seu coração nas extensões de t e r r a f a r t a e aco-
lhedora onde floresce o Brasil, na A m é r i c a d o S u l .
ALUCINAÇÃO Os primeiros, guardam os poderes m a t e r i a i s ; o
segundo, detém as primícias dos poderes espirituais,
A alucinação é sempre um fenômeno intrinse- com vistas à civilização planetária do f u t u r o . ( 1 0 )
camente espiritual, m a s pode nascer de perturba-
ções estritamente orgânicas, que se f a ç a m reflexas
no aparelho sensorial, viciando o instrumento dos
sentidos, p o r onde o espírito se m a n i f e s t a . ( 1 2 ) AMOR
1
f
\
O a m o r é o pão d i v i n o das almas, o pábulo su- O A m o r é o clima do U n i v e r s o . ( 3 3 ) João de
blime dos corações. ( 1 ) Brito.
» *
r
mos no seu acanhado círculo e v o l u t i v o . São eles
bição, com os júbilos d o sacrifício. S ó o a m o r que os nossos parentes próximos, apesar d a teimosia
renuncia sabe caminhar para vida s u p r e m a ! ( 1 9 ) de quantos persistem em não o reconhecer.
Considera-se, às vezes, como afronta ao género
humano a aceitação dessas verdades. E pergun-
ta-He como poderíamos admitir um principio espi-
atVurrdefiS ^ ™ »*"
ação de Jesus p o r q u a n t o rom T f ^ a
ne-
n e u t r a J i
ritual nas arremetidas furiosas das feras indomes- ganamos a p evidS o K ? / P°sição,
a
t 1 u
previdencia e
ticadas, ou como poderíamos crer na existência de Deus. ( 1 2 ) bondade infinitas de
um raio de luz divina na serpente venenosa ou na
astúcia traiçoeira dos carnívoros. Semelhantes in-
quirições, contudo, são filhas de entendimento pou-
ANTROPOMORFISMO
co atilado. Atualmente, precisamos modificar todos
os nossos conceitos acerca de Deus, porquanto nos
falece autoridade para defini-Lo ou individuali- N o s tempos primevos, como na atualidade, o ho-
z á - L o . Deus existe. E i s a nossa luminosa afirma- mem teve uma concepção antropomórfica de Deus.
ção sem poder, todavia, classificá-Lo em sua essên- N o s períodos primários da civilização, como pre-
cia. Os que nos interpelam por essa forma, olvidam ponderavam as leis da força bruta e a humanidade
as histórias de calúnias, de homicídios, no seio das era uma aglomeração de seres que nasciam da
perversidades humanas. P a r a que o homem se con- brutalidade e da aspereza, que apenas conheciam
servasse nessa posição especial de perfectibilidade os instintos nas suas manifestações, a adoração aos
única, deveria apresentar todos os característicos seres invisíveis que personificavam os seus deuses
de uma entidade irrepreensível, dentro do "orbe, era feita de sacrifícios inadmissíveis em vossa época.
onde f o i chamado a v i v e r . T a l não se verifica e, Hodiernamente, nos vossos tempos de egoísmo uti-
diariamente, comentais os dramas dolorosos da hu- litário, Deus é considerado como poderoso magnata,
manidade, os assassinatos, os infanticídios nefan- a quem se pode peitar com bajulação e promessa,
dos, efetuados em circunstâncias nas quais, muitas no seio de muitas doutrinas religiosas. ( 1 1 )
vezes, as faculdades imperfeitas dos irracionais
agiram com maior benignidade e clemência, dando
testemunho de melhor conhecimento das leis de APRIMORAMENTO
amor que regem o mecanismo do mundo. ( 1 1 )
ANJOS
í
AKKKPENDIMENTO
£ S n £ ,? ™ > Jamais endossou a vaidade
d e s a r m o a
ARTE / o & V a S ? é
° ^ q u e s e e n c a r c e r a
- ( 3 3
>
r
Jamais escapa ninguém! Da Divina Sementeira
N o céu só vale o tesouro N a s zonas do coração. (28)
Dnquele que fez o bem.
( 2 9 ) Belmiro Braga.
BENEFICIAR
\
a renlidade espiritual e ao exame das fontes divinas
mazia injustificável de bispo universal. Consumada
da existência. ( 1 2 ) .
essa medida, que facilitava ao orgulho e ao egoísmo
toda sua nociva expansibilidade, têm-se levado a
eteito, ate hoje, os maiores atentados, que culmi-
BISPOS
papal ' ( H )
1 n a d e
^falibilidade
c l a r a ç à 0 d a
f
Dizendo-lhe — Tens frio e fome? O arado impõe o suor da preocupação e a in-
Despreocupa-te do meu nome, quietude da incerteza. O celeiro traça o sorriso da
Vem aqui. Sou tua irmã. paz e do reconforto. E a hora atual do Brasil ainda
( 2 9 ) João de Deus.
c de preparação intensiva, de ação experimental e
e de esforço edificante. ( 3 3 ) Robert Southey.
*
BRASIL
N a abençoada tarefa de espiritualização, o N ã o advogaríamos a causa do Brasil, que não
Brasil caminha na vanguarda. O material a em- necessita de nós para fazer-se valer na civilização
pregar nesse serviço não vem das fontes de pro- contemporânea, nem desrespeitaríamos as grandes
dução originariamente terrena e sim do plano invi- nações que orientam a vida moderna; entretanto,
sível, onde se elaboram todos os ascendentes cons- seria lícito indagar se conviria o progresso material
trutores da Pátria do Evangelho. ( 1 8 ) sem alicerces morais suficientemente consolidados.
D e que nos valem o poder aquisitivo, a técnica
* das indústrias, a produção em massa, a universi-
dade ativa e a riqueza rural, se não possuímos di-
Exalçando o Brasil, berço de nossas melhores
ques capazes de barrar as paixões individuais e as
aspirações, saudamos o nosso glorioso futuro, ro- raciais, que ateiam o ruinoso fogo da guerra. ( 3 3 )
gando a Deus que tenhamos a coragem de sermos Robert Southey.
nós mesmos, unidos na execução do novo manda-
mento, que para os jovens da Nação pode ser resu- *
mido numa simples palavra: — trabalhar. ( 3 3 )
E agora, que a ciência mortífera grava tran-
Deodoro da Fonseca.
sitória supremacia nos regimes, estimulando a po-
* lítica da força pelo triunfo numérico; que a per-
versidade da inteligência lança o descrédito nos
Rejubilo-me, observando que o Brasil não fugiu fundamentos morais do mundo; que a crise do ca-
à vocação de fraternidade que lhe marcou os vaci- ráter emite vagas negras de perturbação e desor-
lantes passos do início. dem; que a toga desce da majestade dos seus prin-
P o r muito que esbravejem na crítica moderna cípios, para dourar os instintos da barbárie nos
os pessimistas intransigentes, que em tudo vêem a tremendos conflitos internacionais que se agigan-
falência espiritual de que se sentem possuídos, so- tam no século; que a moral religiosa concorre ao
mos, aqui, lavradores otimistas e felizes, confiados pleito de dominação indébita, imergindo nas trevas
no esplêndido porvir da jovem e vigorosa nação, da discórdia as consciências que lhe cabe dirigir;
depósito de firmes esperanças de milhões de espí- que a doutrina do sílex substitui os tratados nas
ritos, empenhados na regeneração humana. guerras sem declaração; que os dogmas de todos
Sempre existirá quem lobrigue inconsciência os matizes se insinuam nas conquistas ideológicas
onde há juventude, aventura onde há necessidade, da Humanidade, preconizando a mordaça e o obs-
fulta de segurança onde apenas sobra inexperiência. curantismo — agora ponho meus olhos em teu
( 3 3 ) Robert Southey. vasto f u t u r o . . . ( 3 3 ) Rui Barbosa.
*
Templo de solidariedade humana, teu minis- águas Voltam a refletir a beleza do f i r m ã m e n t e
tério de pacificação e redenção apenas c o m e ç a . . . ( 3 3 ) Mariano José Pereira da Fonseca.
Novo hino será desferido por tua voz no coro das
nações. Nem Atenas adornada de filósofos, nem
Esparta pejada de guerreiros. N e m estátuas im- CAPITAL
passíveis, nem espadas contundentes. Nem Roma,
nem Cartago. Nem senhores, nem escravos. Des- O capital é um recurso de sofrimento purifi-
dobrem-se, isto sim, em teu solo amaroso os ramos cador, não somente para os que o possuem, mas
vlridentes da Á r v o r e do Evangelho, a cuja sombra para quantos se esforçam pelo obter. E' o meio
inviolável se mitigue a sede multimilenar do homem através do qual o amor de Deus opera sobre toda
fatigado e deprimido! Desfraldaip estrelado pavi- a estruturação da vida material no globo; sem sua
lhão que te assinala os destinos e não te quebrantes influência, as expressões evolutivas do mundo dei-
à frente dos espetáculos cruentos, em que os povos xariam a desejar, mesmo porque os espíritos encar-
desprevenidos da atualidade erguem cenotáfios e nados estariam longo de compreender os valores
ossuários à própri?. grandeza. Descerra hospitalei- legítimos da vida, sem a verdadeira concepção da
ras portas aos ideais da bondade construtiva, do dignidade do trabalho. ( 2 5 )
perdão edificante, do ilimitado bem, porque somos
era ti a família venturosa do Cristianismo restau-
rado, e, por amor, se necessário, mil vezes nos con-
fundiremos no pó abençoado e anônimo dos teus ca- CARIDADE
minhos floridos de esperança, empunhando o código
Em todos os tempos, há exércitos de criaturas
da justiça para o exercício varonil do direito, emer-
que ensinam a caridade, todavia, poucas pessoas
gindo das sombras da morte — celeiro sublime da
vida renascente. ( 3 3 ) Rui Barbosa. praticam-na verdadeiramente.
Torquemada, organizando os serviços da Inqui-
sição, dizia-se portador da divina virtude. A cami-
v
"Tf.
U antecâmara da ventura celeste, e, se permane-
CONQUISTAR
cm desentendimento e maldade, temos o
inferno v i v o . ( 1 ) O homem está sempre decidido a conquistar
o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para
uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito,
CONFISSÃO AURICULAR subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia.
Se Deus lhe concede bastante saúde física, cos-
A confissão auricular constitui uma aberra- tuma usá-la na aquisição da doença destruidora;
ção, dentro do amontoado das doutrinas desvirtua- se consegue amealhar possibilidades financeiras,
das do romanismo. E é justamente a mulher, pelo tenta açambarcar os interesses alheios. ( 8 )
espírito sensível de religiosidade que a caracteriza,
a maior vítima do confessionário.
Infelizmente, toda a série de absurdos do in- CONSCIÊNCIA
qualificável sacramento da penitência é oriunda
dos superiores eclesiásticos, dos teólogos e falsos N a história de todos os povos, observa-se a
moralistas da Igreja que, perversamente, criaram tendência religiosa da humanidade; é que, em toda
os longos e indiscretos interrogatórios, aos quais personalidade existe uma fagulha divina — a cons-
terá a mulher de submeter-se passivamente, diante ciência, que estereotipa em cada espírito a gran-
de um homem solteiro, estranho, que ela, inúme- deza e a sublimidade de sua origem; no embrião,
ras vezes, nem conhece. a princípio rude nas suas menores manifesl ações,
Os padres, geralmente, em virtude do seu des- a consciência se vai despindo dos véus de imper-
conhecimento dos sagrados deveres da paterni- feição e bruteza que a rodeiam, debaixo da in-
dade, não a vão interpelar no tocante às obriga- fluência de muitas vidas do seu ciclo evolutivo, em
ções austeras do governo da casa; ferem exata- diferentes círculos de existência, até que atinja a
mente os problemas mais íntimos e mais delicados plenitude do aperfeiçoamento psíquico e o conhe-
da vida do casal, violando o sagrado respeito das cimento integral do seu próprio "cu", que, então,
questões do lar, dando pasto aos pensamentos mais se unirá ao centro criador do Universo, no qual
injustificáveis e, às vezes, repugnantes. E o véu se encontram todas as causas reunidas e de onde
de modéstia e de beleza que Deus concedeu à mu- irradiará o seu poema eterno de sabedoria e de
lher, para que ela pudesse mergulhar qual lírio de amor.
espiritualidade nos pântanos deste mundo, é arran- E' a consciência, centelha de luz divina, que
cado justamente por esse homem que se inculca faz nascer em cada individualidade a ideia da ver-
ministro das luzes celestes. Muitas vezes, é no con-
1
dade, relativamente aos problemas espirituais, fa-
íonârio que começa o calvário social da mulher. zendo-lhe sentir a realidade po3ÍUv:i dá vida imor-
I ><>lorosos e pesados tributos são cobrados das cató- tal, atributo de todos os seres da criação. ( 1 1 )
licas romanas, que, confiadas em Deus, se lançam *
aon pés de um homem cheio das mesmas fra-
A voz de nossa consciência não pode concor-
quczaB dos outros mortais, na enganosa supo-
dar invariavelmente com a opinião dos melhores
sição do que o sacerdote é a imagem da Divindade
amigos. O dever é mais imperioso que os pressá-
do Senhor ( 1 1 )
gios de qualquer adivinho
CONSOLADOR que temporariamente usufrui. ( 3 3 ) Joaquim Mur-
tinho.
O Consolador prometido pelo Mestre chegava
#
no momento oportuno. U r g e reformar, reconstruir,
aproveitar o material ainda firme, para destruir O corpo de sangue e ossos é simplesmente uma
os elementos apodrecidos na reorganização do edi- sombra da nossa entidade real e todas as nossas
fício social / E é por isso que a nossa palavra bate virtudes ou vícios a nós se atrelam além da T e r r a ;
insistentemente nas antigas teclas do Evangelho pelo que, de cada qual depende o caminho aberto
cristão, porquanto não existe outra fórmula que ou o desfiladeiro sombrio na sublime romagem para
possa dirimir o conflito da vida atormentada dos a L u z . ( 3 3 ) Romeu A
r Camargo.
homens. A atualidade requer a difusão dos seus
divinos ensinamentos. Urge, sobretudo, a criação
dos núcleos verdadeiramente evangélicos, de onde
CORPO HUMANO
possa nascer a orientação cristã a ser mantida no
lar, pela dedicação dos seus chefes. A s escolas do O corpo humano tem as suas atividades pro-
lar são mais que precisas, em vossos tempos, para priamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba
a formação do espírito que atravessará a noite de que o corpo perispiritual, que dá forma aos elemen-
lutas que a vossa Terra está vivendo, em demanda tos celulares, está fortemente radicado no sangue.
da gloriosa luz do porvir. ( 1 1 ) N a organização fetal, o patrimônio sanguíneo é
uma dádiva do organismo materno. L o g o após o
renascimento, inicia-se o período de assimilação di-
COOPERAÇÃO ferente das energias orgânicas, em que o " e u "
reencarnado ensaia a consolidação de suas novas
Sem cooperação não poderia existir amor; e experiências e, somente aos sete anos de vida
o amor é a força de Deus, que equilibra o Uni- comum, começa a presidir, por si mesmo, ao pro-
verso. ( 1 6 ) Prefácio de Emmanuel. cesso de formação do sangue, elemento básico de
equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexis-
tente, no novo serviço iniciado. ( 3 )
*
CORAÇÃO
O corpo humano não deixa de ser a mais
Nas regiões do estômago, o privilégio per- importante moradia para nós outros, quando com-
tence aos sujeitos felizes, bem fichados nos cír- pelidos à permanência na Crosta. N ã o podemos
culos bancários, mas, nos planos do coração, os esquecer que o próprio Divino Mestre classificava-o
livros de cheque são desnecessários. ( 2 1 ) como templo do Senhor. ( 3 )
O homem é inquilino da carne, com obriga- O corpo perispiritual humano, vaso de nossas
ções naturais de preservação e defesa do patrimônio manifestações, é, por ora, ^ nossa mais alta con-
j^noss
quista na Terra, no capítulo das formas. Para as A crença, como o fruto, tem a sua época de
almas esclarecidas, já iluminadas de redentora luz, amadurecimento necessário. ( 2 3 )
representa ele uma ponte para o campo superior *
da vida eterna, ainda não atingido por nós mesmos;
para os espíritos vulgares, é a restrição indispensá- Plantemos a crença e a confiança entre os
vel e justa; para as consciências culpadas, é a homens, entendendo, entretanto, que cada criatura
cadeia intraduzível, pois, além do mais, regista os tem o caminho que lhe é próprio. ( 2 7 )
erros cometidos, guardando-os com todas as par- *
ticularidades vivas dos negros momentos da queda.
O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, Crença é o perfume dalma que se enflora
determina a densidade dò organismo perispirítico Com a luz divina, resplendente e rara
após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o Da F é , única Luz da única Aurora,
instrumento que traduz a mente, manancial de nos- Que as trevas mais compactas aclara.
sos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à ( 2 9 ) Antônio Torres.
luz ou à treva, ao bem ou ao mal. ( 5 )
*
Se tens o leve agasalho
CREMAÇÃO
D o santo calor da crença,
— Na cremação faz-se mister exercer a pie- Exemplifica o trabalho
dade com os cadáveres, procrastinando por mais Sem cuidar da recompensa.
horas o ato do d e s t r u i r ã o das vísceras materiais, ( 2 9 ) Belmiro Braga.
pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos *
de sensibilidade entre o espírito desencarnado e o
corpo onde se extinguiu o "tônus vital", nas pri- Crença! Luminosíssima riqueza
meiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos Que enche a vida de paz e de beleza,
/ fluidos orgânicos que ainda solicitam a alma para Mas que chega no mundo muito tarde.
as sensações da existência material. ( 1 2 ) ( 2 9 ) Antero de Quental.
CRENÇA CRIAÇÕES
Mudar de crença religiosa pode ser modifi- Viveremos, de fato, com as criações mais ínti-
cação de caminho, mas pode ser também continui- mas de nossa alma. ( 2 )
dade de perturbação. Torna-se necessário encon-
trar o Cristo no santuário interior. ( 8 )
* CRIMINOSO
A crença fiel deve ser lição viva do espírito O criminoso nunca consegue fugir da verda-
de serviço. ( 1 7 ) deira justiça universal, porque carrega o crime
cometido, em qualquer paçt£. ( 2 )
CRISTÃO CRISTIANIZAR
Os passos do cristão, em qualquer escola reli- Cristianizar a vida não é imprimir-lhe novas
giosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, feições exteriores. E' reformá-la para o bem no
e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em âmbito particular. ( 8 )
verdade, do Espiritismo e do espiritualismo, mas,
muito mais, de espiritualidade. (1) Prefácio de
Emmanuel.
CRUELDADE
*
A crueldade é o A m o r que se tiraniza. (33)
Ser cristão, outrora, simbolizava a escolha da <7oão de Brito.
experiência mais nobre, com o dever de exemplifi-
car o padrão de conduta consagrado pelo Mestre
Divino. Constituía ininterrupto combate ao mal
com as armas do bem, manifestação ativa do amor CRUZ
contra o ódio, segurança de vitória da luz contra
as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva A cruz do Cristo é um §ímbolo de perfeito
sobre a discórdia derruidora. (5) equilíbrio. Uma linha horizontal e uma linha ver-
tical, justapostas, formavam figuras absolutamente
retas. Sim, o instrumento do suplício enviava uma
O cristão não odeia, nem f e r e . Segue ao Cristo, silenciosa mensagem. Era preciso ser justo, sem
servindo ao mundo. ( 7 ) parcialidade ou falsa inclinação. O Mestre amara
a todos, indistintamente. Repartira os bens eter-
nos com todas as criaturas. A o seu olhar compas-
sivo e magnânimo, gentios e judeus eram irmãos.
CRISTIANISMO
Experimentava, agora, singular acuidade para exa-
O Cristianismo jamais será doutrina de regras minar conscientemente as circunstâncias. (16)
implacáveis, mas sim a história e a exemplificação
das almas transformadas com Jesus, para glória
de Deus. Se as lições do Mestre apenas nos ofere- CULPA
cessem motivos de condenação, onde estariam as
grandes figuras evangélicas de Maria Madalena, A culpa e o mérito crescem, quando o discer-
Paulo de Tarso e tantas outras? N o entanto, a pe- nimento se desenvolve. ( 3 3 ) Abel Gomes.
cadora transformada foi a mensageira da ressurrei-
ção; o inflexível e cruel perseguidor convertido,
recebeu de Jesus a missão de iluminar o genti- CULTO INTIMO
lismo. (15)
r * % •'•V L4 N o templo de pregações públicas poderemos re-
ceber as insujrações externas, ao passo que no
Em Cristianismo não existe neutralidade. (33) culto íntimo entramos em contacto com o próprio
Mariano José Pereira da Fonseca. eu, recebendo divinas mensagens na consciência. Os
diversos ministros religiosos têm fórmulas conven- cias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam
c i o n a i s ; nós, como sacerdotes da própria ilumina- -nos a experiência, de minuto a minuto. ( 7 )
ção, temos as expressões espontâneas da vida. ( 1 5 )
DEMÔNIOS
C U L T O DOS MORTOS
Milhões de desencarnados permanecem iman-
O culto dos mortos atinge proporções espan-
tados à Crosta do Mundo, impedindo o progresso
tosas. Inúmeras eram as tribos que se entregavam
mental dais criaturas que lhes são afins. Preferem
às invocações dos trespassados, por meio de encan-
tamento e de cerimônias de magia. A s excessivas a discórdia e a malícia, como autênticos demônios
homenagens aos mortos, no seio da civilização dos soltos, e, quando podem, chegam a destilar venenos
egípcios, constituem, até em vossos dias, objeto de cruéis, através de escritores invigilantes. Mantêm
estudos especiais. Toda a vida oriental está amal- a ignorância de muita gente, a respeito da eterni-
gamada nos mistérios da morte e, no Ocidente, dade, para melhor se acomodarem às reclamações
pode-se reparar, entre as raças primitivas, a do da inferioridade em que se comprazem. ( 2 4 )
povo celta, como a depositária de tradições longín-
quas, que diziam respeito à espiritualidade. ( 1 1 )
DESCOBERTA
DEVER DINHEIRO
DIVIDA
O dinheiro é um Instrumento Útil, mas nunca
será tudo, porque, acima dos tesouros perecíveis, O dever possui as bênçãos da confiança, mas
está o amor com os seus infinitos recursos. (19) a dívida tem os fantasmas da cobrança. ( 2 )
DOR
pre S s s o Í v p ™ V***" M 0 b e m
p e i t a d o sem- Dor, para nós, significa possibilidade de enri-
Lntas (16) Ç
° S 6 a S r e s
P° n s a b i l i d
a d e s mais quecer a alma; a luta constitui caminho para a
divina realização. (1)
*
DIREITOS
Temos sempre, na Terra, a ilusão de que
N ã o indagueis de direitos prováveis aue vos não há dor maior que a nossa. Pura cegueira:
caberiam no banquete divino, antes de l i q u S a r os há milhões de criaturas afrontando situações ver-
compromissos humanos. ( 5 ) "quiüar os dadeiramente cruéis, comparadas às nossas expe-
riências. (1)
*
DISCÍPULO Nossa dor não nos edifica pelos prantos que
vertemos, ou pelas feridas que sangram em nós,
rtn m ° * i d Í S C Í p U l
° d 0 E v a n
Selho é apenas inimigo mas pela porta de luz que nos oferece ao espírito,
do mal e, na sua tarefa, coloca, , > J n o r arinm de ,-a f i m de sTS^ms^mais compreensivos e mais hu-
todos os princípios. Além ;\, 'mais, nós consTdera manos. (1)
mos que todo jugo, . c ^ j o s u s , é suave ^ ^ ' l d e r a
A dor, muitas vezes, funciona como medida de
auxílio nas corrigendas indispensáveis. ( 3 ) A dor e o obstáculo guardam para nós a fun-
* » ção de legítimos instrutores. E ' um erro inter-
pretar dificuldades à conta de punições ou pesa-
A dor, o obstáculo e o conflito são bem-aventu- delos, quando nelas devemos encontrar recursos de
radas ferramentas de melhoria, funcionando em aprimoramento e provas abençoadas. A lei é de
nosso f a v o r . Que dizer da pedra preciosa que fu- evolução comum e de perfeição final para todos,
gisse às mãos do lapidario, do barro que repelisse ainda mesmo considerando a necessidade de expia-
a influência do oleiro? ( 6 ) ção para o crime e corrigenda para o mal. Como
habilitar-se o aluno sem o livro de lições? que seria
* do espírito encarnado sem a oportunidade de expe-
N ã o esperes deste mundo mais que lágrimas e rimentar, atuar, lapidar-se e conhecer? ( 2 5 )
padecimentos, porque é na dor que os corações se
lucificam para o c é u . . . ( 1 3 )
E ' a dor que através dos anos,
Dos algozes, dos tiranos,
Todas as dores passam como a vertigem dos Anjos puríssimos faz,
relâmpagos ou como os vóus da neblina desfeitos Transmutando os Neros rudes
ao Sol. ( 1 4 ) E m arautos de virtudes,
# E m mensageiros de paz.
( 2 9 ) Castro Alves.
Só a dor nos ensina a ser humanos. (16)
*
*
Tudo sofri,
O leito de dor é um campo de ensinamentos O' Dor, por te querer,
sublimes e luminosos. Nele a alma exausta vai esti- Porque depois que vieste
mando no corpo a função de uma túnica. Tudo o Qual pássaro celeste
que se refira à vestimenta vai perdendo, consequen-
Para abrir rosas de sangue no meu peito,
temente, de importância. ( 1 6 )
Encheste a minha vida
* De um estupendo prazer, quase perfeito!
#
*
A dor é, como o incêndio, suscetível de trans-
A dor bem compreendida é .-íáíi luz para o
1
(33) DemétriõTfàlhf^libeiro.
grama de elevação. E', portanto, indispensável dis-
**rUmo José pSelaS FonZet (33)
tinguir entre harmonia e desequilíbrio, evitando o
estacionamento em desfiladeiros fatais. ( 3 )
DOUTRINADOR
Toda elevação representa uma subida e toda
subida pede esforço de ascensão. ( 5 )
Para Víq ue°r
S
Não"/ m U Í t Í 3 S Í m
°
atribui a Nosso S e n C jl\VtS ^J™»*
Deus palpita em toda parte,
Nada faz ou cria a esmo,
Mas pede em tudo a seu filho
A elevação de si mesmo. ( 2 8 )
E
EDUCAÇÃO ELEVAR-SE
O processo de educação do Ser para a Divin- N ã o intenteis o voo sem haver aprendido a
dade tem sua base no reencarnacionismo e no tra- marcha. ( 5 )
balho incessante. ( 2 2 )
ENFERMIDADE
EDUCAR
A enfermidade é conselheira carinhosa e es-
clarecida. ( 1 6 )
ENGANO
EGOÍSMO Mas quanto o homem fraco inda se engana,
Porque em sua triste condição humana,
Fêz a essência de Deus igual a si!
- e s m o . ^ Í T 0
^ lTn?o U e
* C
° D C e n t r a
* ( 2 9 ) Antero de Quental.
ELEVAÇÃO
ENSINAMENTO
N o pKgzer, no sofrimento,
N a noite io>i»t>L-e sombria,
N a claridade
Tudo é flor de ensinar
ENSINAR
declarou que as cartas do convertido de Damasco
Ensinar não é ferir v ^•
deviam ser interpretadas como cartas do Cristo
amorosamente, para o reino *1 ° ° P «mo, t & r r ó
EPÍFISE
ESCLARECER
E ' a glândula da vida mental. Ela acorda no
organismo do homem, na puberdade, as forças Esclarecer não é discutir. E ' respeitar os
criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como fundamentos, restaurando as obras para o bem
o mais avançado laboratório de elementos psíquicos geral. ( 7 )
da criatura terrestre. ( 3 )
ESCOLA
EPISTOLAS
A escola do mundo tem aqui o seu prolonga-
mento lógico e é inútil que o nosso pensamento se
Percebendo o elevado espírito de cooperação perca nas cogitações da dúvida, agora injustificável
de todas as obras divinas, Paulo de Tarso nunca pela ausência da indumentária larval. ( 2 1 )
procurava escrever s ó ; buscava cercar-se, no mo-
mento, dos companheiros mais dignos, socorria-se
*
de suas inspirações, consciente de que o mensageiro Bendita seja a oficina
de Jesus, quando não encontrasse no seu tono sen- Que nos cede ao pensamento
timental as possibilidades precisas para transmitir O pão do conhecimento
os desejos do Senhor, teria nos amigos instrumen-
E a bênção da luz divina. ( 3 2 )
tos adequados.
*
Desde então, as cartas amadas e célebres, te-
souro de vibrações de um mundo superior, eram Abramos escolas e o canhão se recolherá ao
copiadas e sentidas em toda parte. E Paulo con- museu. ( 3 3 ) Demétrio Nunes Ribeiro.
tinuou a escrever sempre, ignorando, contudo, que *
aqueles documentos sublimes, escritos muitas vezes
em hora de angústias extremas, não se destinavam A escola será, em todos os seus graus, um tem-
a uma igreja particular, mas à cristandade uni- plo da luz divina. ( 3 3 ) Demétrio Nunes Ribeiro.
versal. A s epístolas lograram êxito rápido. Os
irmãos as disputavam nos rincões mai* humildes,
por seu conteúdo de consolações ,» «^próprio Simão ESCRAV22ÃO
Pedro, recebendo as p r r ò ü i à s cópias, em Jeru-
salém, reuniu a comá^xuade e, lendo-as, comovido, Escravidão i f e s i ^ g v i d ã o ! Quantos contrastes
surpreendentes encerras!*S^n raro, o homem que
r^^^S^^J^ «confessáveis, A esperança em Cristo será sempre um refúgio
favorecer o engrandecimento > D
. Para
a e s t r a d a
ESPIRITISMO CRISTÃO
O Espiritismo é um campo imenso onde cada
qual tem a sua tarefa a desempenhar, e onde o O Espiritismo cristão não oferece ao homem
exclusivismo pecará sempre pela inoportunidade; tão somente o campo de pesquisa e consulta, no
mas, é prudente criar-se a mentalidade evangélica qual raros estudiosos conseguem caminhar digna-
antes das obras espíritas, a fim de que elas não mente, mas, muito mais que isso, revela a oficina
se percam nos labirintos do mundo, e para que de renovação, onde cada consciência de aprendiz
sejam devidamente cultivadas pelos verdadeiros dis- deve procurar sua justa integração com a vida mais
cípulos do único Me3tre, que é Jesus-Cristo. ( 2 0 ) alta, pelo esforço interior, pela disciplina de si
* mesma, pelo auto-aperfeiçoamento. ( 2 ) Prefácio
de Emmanuel.
Espiritismo não é somente a graça recebida,
é também a necessidade de nos espiritualizarmos
para as esferas superiores. ( 2 2 )
* ESPIRITO
ESPIRITUALISMO
E ' necessário encarar-se a situação dos de-
sencarnados com a precisa naturalidade. N ã o há O espiritualismo, nos tempos modernos, não
forçais miraculosas para os seres humanos, como pode restringir Deus entre as paredes de um templo
não existem igualmente para nós. O l i v r e arbítrio da Terra, porque a nossa missão essencial é a de
relativo nunca é ab-rogado a todos nós; em con- converter toda a T e r r a no templo augusto de
junto, somos obrigados, em qualquer plano da vida, Deus. ( 5 )
a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento. ( 1 1 )
*
ESQUECIMENTO
Cada Espírito é um mundo v i v o ^ ^ m movi-
mento próprio, atendendo à s causas que criou para Senrtf"^az do esquecimento transitório, talvez
si mesmo, no curso do tem^ijrf gravitando em torno a T e r r a deixasse de- ?er uma escola abençoada para
da L e i Eterna q u e ^ p ^ e a V i d a Cósmica. ( 2 2 ) ser um ninho abominável d a e oódios
a i o s perpétuos.
] (15)
EUCARISTIA
EUTANÁSIA
Intensa luminosidade fluía do sacrário, envol-
vendo todo o material do culto, mas, surpreendido, — O homem não tem o direito de praticar a
reparei que o sacerdote, ao erguer a oferta sublime, eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja
apagou a luz que a revestia com os raios cinzento- a demonstração aparente de medida benfazeja.
-escuros que ele próprio expedia em todas as dire- A agonia prolongada pode ter finalidade pre-
ções. L o g o após, quando se preparou a distribuir ciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser
o alimento eucarístico entre os onze comungantes um bem, como a única válvula de escoamento das
que se prosternavam, humildes, à mesa adornada imperfeições do espírito em marcha para a sublime
de alvo linho, notei que as hóstias, no prateado aquisição de seus patrimônios da vida imortal.
recipiente que as custodiava, eram autênticas flo- Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis
res de farinha, coroadas de doce esplendor. Irra- e a ciência precária dos homens não pode decidir
diavam luz com tanta força que o magnetismo nos problemas transcendentes das necessidades do
obscuro das mãos do ministro não conseguia inu- espírito. ( 1 2 )
tilizá-las. Todavia, à frente da boca que se dis-
punha a receber o pão simbólico, enegreciam como
por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, EVANGELHO
cuja contrição era irrepreensível, recolheu a flor
divina com a pureza desejável. V i a hóstia, qual O Evangelho de Jesus lembra-nos que há maior
foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alegria em dar que em receber. Aprendamos a
alojando-se-lhe a claridade em pleno coração. concretizar semelhante princípio, no esforço diário
a que formos conduzidos pela nossa própria feli-
Intrigado, procurei ouvir o Instrutor que, mui-
to ponderado, elucidou sem delonga: cidade. ( 1 )
— Apreendeste a lição? O celebrante, apesar
de consagrado para o culto, é ateu e gozador dos
Enquanto o espírito do homem se engolfa ape-
sentidos, sem esforço interior de sublimação pró-
nas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus
pria. A mente dele paira longe do altar. Acha-se
não lhe parece mais que repositório de ensinamen-
sumamente interessado em terminar a cerimônia
tos comuns; mas, quando se lhe despertam os
com brevidade, de modo a não perder uma alegre
sentimentos superiores, verifica que as lições do
excursão em perspectiva. Quanto aos que compa-
Mestre têm vida própria e revelam expressões des-
receram à mesa da eucaristia, cheios de sentimentos
conhecidas da sua inteligência, à medida que se
rasteiros e sombrios, eles mesmos se incumbem de
esforça na edificação de si mesmo, como ins-
anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam
trumento do P a i . Quando crescemos para o Se-
benefícios imerecidos. Temos aqui grande quanti-
nhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos
dade de crentes titulares, mas muito poucos amigos
olhos. ( 2 )
do Cristo e servidores do bem.
O "ite, missa e s t " dispensou os íüfs^que, ao
fim da reunião, mais se assemelhavam a barulhento O Evangelho, em sua expressão total, é um
bando de passarinhos^de bela plumagem. ( 6 ) vasto caminho ascensional, cujo fim não podere-
mos atingir, legitimaments^sem conhecimento e
aplicação de todos os detalhes. Muitos estudiosas
presumem haver alcançado o termo da lição do adota providências para uma vida inteira? N o mun-
Mestre, com uma simples leitura vagamente racio- do vivem os que entesouram na terra e os que
cinada. Isso, contudo, é erro g r a v e . A mensagem entesouram no céu. Os primeiros escondem suas
do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida possibilidades no cofre da ambição e do egoísmo e,
e vivida. ( 1 5 ) por vezes, atiram moedas douradas ao faminto que
passa, procurando livrar-se de sua presença;,os se-
* gundos ligam suas existências a vidas numerosas,
fazendo de seus servos e dos auxiliares de esforços
Jesus transplantou da Palestina para a região
a continuação de sua própria família. Estes últimos
do Cruzeiro a árvore magnânima do seu Evangelho,
sabem empregar o sagrado depósito de Deus e são
a fim de que os seus rebentos delicados floresces-
seus mordomos fiéis, à face do mundo. ( 1 9 )
sem de novo, frutificando em obras de amor para
todas as criaturas. A o cepticismo da época soará *
estranhamente uma afirmativa desta natureza. O
Evangelho? N ã o seria mera ficção de pensadores Os Evangelhos constituem a biografia de Jesus
do Cristianismo o repositório de suas lições? N ã o na T e r r a ; contudo, os homens não dispensam, em
foi apenas um cântico de esperança do povo hebreu,
suas atividades, o véu da matéria e o símbolo. A
que a I g r e j a Católica adaptou para garantir a coroa
todas as coisas puras da espiritualidade adicionam
na cabeça dos príncipes terrestres? N ã o será uma
a extravagância de suas concepções. N e m nós e
palavra vazia, sem significação objetiva na atuali-
dade do globo, quando todos os valores espirituais nem os Evangelhos poderíamos escapar. E m diver-
parecem descer ao "sepulcro caiado" da transição sas basílicas de Ravena e de Roma, Mateus é repre-
e da decadência? Mas, a realidade é que, não sentado por um j o v e m ; Marcos por um leão; Lucas
obstante todas as surpresas das ideologias moder- por um touro e João, pelo símbolo estranho de uma
nas, a lição do Cristo aí está no planeta, aguardan- águia. ( 2 0 )
do a compreensão geral do seu sentido profundo.
Sobre ela, levantaram-se filosofias complicadas e *
as mais extravagantes teorias salvacionistas. E m
seu favor, muitos milhares de livros foram editados O Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo
e algumas guerras ensanguentaram o roteiro dos não é apenas um conjunto brilhante de ensinamen-
povos. Entretanto, a sublime exemplificação do tos sublimes para ser comentado em nossas doutri-
Divino Mestre, na sua expressão pura e simples, nações — é Código da Sabedoria Celestial, cujos
só pede a humildade e o amor da criatura, para dispositivos não podemos confundir. ( 2 2 )
ser devidamente compreendida. ( 1 8 )
*
*
Se caminhas neste mundo,
Acreditais, porventura, que o E v a n g e l i n tenha Sejas moço, sejas velho,
vindo ao mundo para transformar todos ós homens NSd* esqueças, meu amigo,
em miseráveis mendigos? Qual a esmola maior: a A bússola do Evangelho. ( 2 8 )
que socorre as necessidades de um dia ou a que
O Evangelho, na luz do Espiritismo, A vida é a peça importante.
£ a escada de Jacob vencendo o abismo O período de tempo, que medeia entre uma
lrazendo ao mundo o verbo de Jesus entrada pelo berço e uma saída pelo túmulo, é
( 2 9 ) João de Deus. precisamente um ato para cada um de nós no con-
junto. ( 3 3 ) Leopoldo Fróis.
EXEMPLIFICAÇÃO
EXPEWIiNCIA
Cada existência é uma parte no drama evolu-
tivo Cada corpo é um traje provisório, e cada A experiência humana não é uma estação de
profissão uma exper>*icia rápida prazer. O homem p e r m a n er c^e m função de apren-
iu:
dizado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valori-
zar a oportunidade de aprender, facilitando o mes- FARDO
mo ensejo aos semelhantes. ( 8 )
O fardo que sobrecarrega os ombros de um
# amigo será sempre mais agravado em seu peso, se
nos pomos a examiná-lo, muitas vezes guiados por
Deus tudo concede, mas não nos pode isentar observações inoportunas; ele, entretanto, se tor-
das experiências necessárias. O perdão do Pai, ao
nará suave e leve para aquele a quem amamos, se
lavrador ocioso, está na repetição anual da época
o tomarmos com os nossos esforços sinceros, ensi-
de plantio. Nessa renovação de possibilidades, o
nando-lhe como se pode atenuar-lhe o peso, nas
semeador indolente encontra os meios de regene-
curvas do caminho. ( 1 9 )
rar-se, ao passo que o trabalhador diligente e ativo
defronta condições de engrandecimento sempre
maior. ( 1 5 )
FAXINA
«*
Muita gente sofre e chora,
A experiência é o A m o r que amadurece. (33)
João de Brito. N a dor e na inquietação,
P o r nunca fazer faxina
N a s salas do coração. ( 2 8 )
FE'
F
A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem
FAMÍLIA não a exercita de algum modo, na Terra, preferin-
do deliberadamente a negação injustificável, en-
E ' razoável sugerir-se uma divisão entre os contrar-se-á mais tarde sem movimento. ( 2 )
conceitos de "família" e "parentela". O primeiro *
constituiria o símbolo dos laços eternos do amor,
o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes A manifestação da fé não se limita a simples
acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos afirmação mecânica de confiança. O homem que
sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor vive mentalmente, visceralmente, a religião que lhe
para a eternidade. A família não seria a parentela, ensina a senda do bem, está em atividade intensa
mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas e renovadora, recebendo, por isto mesmo, as mais
santas expressões da família. ( 8 ) fortes contribuições de amparo espiritual, porquan-
to abre a porta viva da alma para o socorro de
mais alto, através da oração e da posição ativa de
confiança no Poder Divino. ( 3 )
1
FANATISMO
t - °
J ? !
f a a ; i s m o é
o A m o r que se petrifica. (33)
João de Brito. E m todas as casas de fé, os mensageiros do
Senhor distribuem favores%^bênçãos
3^^b( compatíveis
com as necessidades de cada um; entretanto, é im- Os ensinamentos da fé constituem receituário
prescindível que se prepare o coração nas linhas permanente para a cura positiva das antigas en-
do mérito, a fim de recolhê-los. ( 6 ) fermidades que acompanham a alma, século trás
século. ( 3 3 ) Joaquim Murtinho.
*
A fé é a divina claridade da certeza. (12)
* FECUNDAÇÕES
r
N e m todos os espiritistas modernos conhecem
o fecundo labor daqueles humildes arroteadores dos dolorosa tarefa de fomentar a desarmonia e, esta-
terrenos inférteis da sociedade humana. A reali- belecida de novo a discórdia, os mensageiros de
dade é que eles lutaram denodadamente contra a Ismael reorganizam as energias existentes, para
opinião hostil do tempo, contra o anátema, o insulto fundarem, em 1880, a "Sociedade Espírita Frater-
e o ridículo e, sobretudo, contra as ondas reacio- nidade", com a qual se carregava em triunfo o
nárias das trevas do mundo invisível, para levan- bendito lema do suave estandarte do emissário do
tarem bem alto a bandeira de Ismael, como ma- Divino Mestre. E m 1883, Augusto Elias da Silva,
nancial de luz para todos os espíritos e de conforto na sua posição humilde, lançava o "Reformador",
para todos os corações. A s entidades da sombra coadjuvado por alguns companheiros e com o apoio
trouxeram a obra ingrata da oposição ao traba- das hostes invisíveis. A s mesmas reuniões do grupo
lho produtivo da edificação evangélica no Brasil. humilde de Antônio Saião e Bittencourt Sampaio
Bem sabemos que, assim como Aquiles possuía continuam. U m a plêiade de médiuns curadores,
um ponto vulnerável no seu calcanhar, o homem, notáveis pela abnegação, iniciam, no Rio, o seu
em si, pela sua vaidade e fraqueza, também tem penoso apostolado. Elias da Silva e seus compa-
um ponto vulnerável em todos os escaninhos da sua nheiros notam, entretanto, que a situação se ia
personalidade espiritual, e os seres das trevas, se tornando difícil com as polêmicas esterilizadoras.
não conseguiram vencer totalmente os trabalhado- A esse tempo, os emissários do A l t o prescrevem
res, conseguiram desuni-los no plano dos seus ser- categoricamente aos seus camaradas do mundo tan-
viços à grande causa. O Grupo Confúcius teve uma gível:
existência de três anos rápidos. — "Chamem agora Bezerra de Menezes ao seu
apostolado!"
Os mensageiros de Ismael, triunfando da dis-
Elias bate, então, à porta generosa do mes-
córdia que destruía o grande núcleo nascente, fun-
tre venerável, o que não era preciso, porque seu
davam sobre ele, em 1876, a "Sociedade de Estudos
grande coração j á se encontrava a postos, no sagra-
Espíritas Deus, Cristo e Caridade", sob a direção
do serviço da Seara de Jesus, na face da T e r r a .
esclarecida de Francisco Leite de Bittencourt Sam-
paio, grande discípulo do emissário de Jesus, que, Bezerra de Menezes traz consigo a palma da
juntamente com Bezerra, tivera a sua tarefa pre- harmonia, serenando todos os conflitos. Estabelece
viamente determinada no A l t o . A ele se reuniu a prudência e a discrição entre os temperamentos
Antônio Luís Saião, em 1878, para as grandes vi- mais veementes e combativos.
tórias do Evangelho nas terras do Cruzeiro. O A obra de Ismael, no que se referia às luzes
trabalho maléfico das trevas, na plano invisível, é sublimes do Consolador, estava definitivamente ins-
arrojado e perseverante. N o seio desse redil de talada na Pátria do Cruzeiro, apesar da precaridade
almas humildes e simples, esclarecidas à luz dos do concurso dos homens. A s divergências foram
princípios cristãos, onde militavam espíritas lúcidos atenuadas, para que a tranquilidade voltasse a to-
e sábios como Bittencourt Sampaio, que abando- dos os centros de experimentação e de estudo. Os
nara os fulgores enganosos da sua elevada^osição operários espalhavam-se pelo Rio, cada qual com
na literatura e na política para se apegar às cla- a su^Jierramenta, dentro do grande plano da unifi-
ridades do ideal cristão, as entidades tenebrosas cação e da paz, nos ambientes da doutrina, plano
conseguem e n c o n t r a r a m médium, pronto para a esse que eles conseguiram relativamente realizar,
mais tarde, organizando o aparelho central de suas
diretrizes, que se consolidaria com a Federação
Espírita Brasileira, onde seria localizada a sede Felicidade, paz, alegria, não se improvisam.
diretora, no plano tangível, dos trabalhos da obra Representam conquistas da alma no serviço inces-
de Ismael no Brasil. ( 1 8 ) sante de renovar-se para a execução dos Desígnios
Divinos. ( 6 )
FELICIDADE
Se queres felicidade
A construção da felicidade real não depende do
E m paz e sabedoria,
instinto satisfeito. A permuta de células sexuais
Evita as indecisões,
entre os seres encarnados, garantindo a continui-
Trabalha, seguindo o dia! (28)
dade das formas físicas em processo evolucionário,
é apenas um aspecto das multiformes permutas de
amor. Importa reconhecer que o intercâmbio de
forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibra- FEMINISMO
ções sintonizadas entre almas que se amam, paira
— O homem e a mulher, no instituto conjugal,
acima de qualquer exteriorização tangível de afeto,
são como o cérebro e o coração do organismo do-
sustentando obras imperecíveis de vida e luz,
méálRií.
nas ilimitadas esferas do Universo. ( 5 )
Ambos são portadores de uma responsabilidade
igual no sagrado colégio da família; e se a alma
feminina sempre apresentai^um coeficiente mais
avançado de espiritualidade na vida, é que, desde hereges, cujos embates atravessaram o espaço de
cedo, o espírito masculino intoxicou as fontes da vinte anos, quando alguns chefes da I g r e j a consi-
sua liberdade, através de todos os abusos, preju- deravam a oportunidade da fundação do tribunal da
dicando a sua posição moral no decurso das exis- penitência, cujos projetos de há muito preocupavam
tências numerosas, em múltiplas experiências se- o pensamento do V a t i c a n o .
culares. Mascarar-se-ia o cometimento com o pretexto
A ideologia feminista dos tempos modernos, da necessidade de unificação religiosa, mas a rea-
porém, com as suas diversas bandeiras políticas e lidade é que a instituição desejava dilatar o seu
sociais, pode ser um veneno para a mulher desa- vasto domínio sobre as consciências.
visada dos seus grandes deveres espirituais na face Todavia, se a Inquisição preocupou longamente
da T e r r a . Se existe um feminismo legítimo, esse as autoridades da Igreja, antes da sua fundação, o
deve ser o da reeducação da mulher para o lar, negro projeto preocupava igualmente o Espaço,
nunca para uma ação contraproducente fora dele. onde se aprestaram providências e medidas de
E ' que os problemas femininos não poderão ser renovação educativa. P o r isso, um dos maiores
solucionados pelos códigos do homem, mas somente apóstolos de Jesus desceu à carne com o nome de
à luz generosa e divina do E v a n g e l h o . ( 1 2 ) Francisco de A s s i s . Seu grande e luminoso espí-
r i t o resplandeceu próximo de Roma, nas regiões da
Ümbria desolada. Sua atividade reformista veri-
FILOSOFIA ficou-se sem os atritos próprios da palavra, por-
que o seu sacerdócio foi o exemplo na pobreza e
Todas as aquisições da filosofia e da ciência e na mais absoluta humildade. A Igreja, todavia,
terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem não entendeu que a lição lhe dizia respeito e, ainda
calor e sem vida, quando não se tocam das clari- uma vez, não aceitou as dádivas de Jesus. ( 1 0 )
dades do sentimento. ( 1 8 )
FRATERNIDADE
FLOR
A flor morta volve à terra, mas o perfume v i v e A fraternidade pura é o mais sublime dos sis-
no céu. Todo embrião de vida parece dormir. N ã o temas de relações entre as almas. ( 9 )
devemos esquecer estas lições. ( 1 )
* *
A fraternidade é o caminho da salvação. P a r a
A flor, no mundo, pode ser o princípio do fru- que um criminoso retome o patrimônio da paz, urge
to, mas pode também enfeitar o cortejo das ilu- regenerar-se e socorrer os irmãos ignorantes que
sões. ( 1 9 ) tiveram também o infortúnio de resvalar nos des-
penhadeiros do crime; a f i m de que o intemperante
se nBftjuste, é imprescindível se cure, colocando-se
FRANCISCO DE ASSIS no auxílio aos que ainda não puderam libertar-se
dos maus hábitos; se o ingrato deseja iluminar o
H a v i a terminado-<Jm 1229, a guerra contra os próprio caminho, c o n v é m - l h ç ^ reparação dos erros
em que se mergulhou impensadamente, amparan-
do o próximo, de coração enrijecido, despertando-o aspiração superior; no entanto, chegados à com-
para os benefícios da gratidão. ( 2 2 ) preensão de agora, podemos assegurar que tudo,
na vida, é impulso criador. ( 5 )
*
A fraternidade é o A m o r que se expande. ( 3 3 )
*
João de Brito.
Se a psicologia analítica de Freud e de seus
* colaboradores avançou muito no campo da inves-
tigação e do conhecimento, resolvendo, em parte,
O cultivo da fraternidade na terra brasileira, certos enigmas do psiquismo humano, falta-lhe, no
onde representantes de quase todos os povos se entanto, a chave da reencarnação, para solucionar
entrelaçam para a obra do entendimento mundial, integralmente as questões da alma. Impossível é
é, indubitavelmente, uma nova esperança para a resolver o assunto em caráter definitivo, sem as
vida na T e r r a . ( 3 3 ) Robert Southey. noções de evolução, aperfeiçoamento, responsabi-
lidade, reparação e eternidade. N ã o vale descobrir
complexos e frustrações, identificar lesões psíqui-
FREUD cas e deficiências mentais, sem as remediar.. . E m
suma, não satisfaz o simples exame da casca: é
O notável cientist* centralizou o ensino no
essencial atingir o cerne e Seterminar modificações
impulso sexual, conferindo-lhe caráter absoluto, en-
nas causas. Para isto, é imprescindível confessar
quanto as duas correntes de psicologistas, inicial-
a realidade do reencarnacionismo e da imortali-
mente filiadas a ele, se diferenciaram na interpre-
dade. ( 5 )
tação. A primeira estuda o anseio congênito da
criatura, no que se refere ao relevo pessoal, en-
quanto a segunda proclama que, além da satisfação
do sexo e da importância individualista, existe o FUNERAIS
impulso da vida superior que tortura o homem ter-
restre mais aparentemente feliz. Para o círculo u
de estudiosos essencialmente freudianos, todos os A cerimônia dos funerais e o convencionalismo
problemas psíquicos da personalidade se resumem do velório dificultam, sobremaneira, a nossa cruza-
à angústia sexual; para grande parte de seus cola- da de libertação mental.
boradores, as causai se estendem à aquisição de O catafalco, o crepe escuro, as velas acesas
poder e à ideia de superioridade. Diremos, por nossa e os cantos lúgubres, usados ^>ela I g r e j a que há
vez, que as três escolas se identificam, portadoras séculos nos preside a cultura sentimental, impri-
todas elas de certa dose de razão, faltando-lhes, mem tamanhas características de terror na alma
todavia, o conhecimento básico do reencarnacionis- recém-desencarnada, que somente alguns poucos es-
m o . Representam belas e preciosas casas dojfc^rin- píritos treinados no conhecimento superior conse-
cípios científicos, sem, contudo, o telhado da ló- g u e i » c v i t a r as deprimentes crises de medo que, em
gica. N ã o podemos afirmar que tudo, nos círculos muitos casos, perduram por longo tempo.
carnais, constitua se^p, desejo de importância e Mentiríamos asseverando «que a transição é ser-
:ua seja?,
viço rotineiro para todos. (ü^t. Abel Gomes.
>
FÚRIA — O gênio constitui a súmula dos mais longos
esforços em múltiplas existências de abnegação e
A fúria não é amiga da verdade e quase sem- dc trabalho, na conquista dos valores espirituais.
pre esconde inconfessáveis interesses. ( 1 6 ) Entendendo a vida pelo seu prisma real, muita
vez, desatende ao círculo estreito da vida terrestre,
no que se refere às suas fórmulas convencionais e
FURTAR aos seus preconceitos, tornando-se um estranho ao
seu próprio meio, por suas qualidades superiores e
* Quem furta por necessidade pode ser um louco, inconfundíveis.
mas quem acumula riquezas, indefinidamente, sem Esse é o motivo por que a ciência terrestre,
movimentá-las no trabalho construtivo ou na prá- encarcerada nos cânones do convencionalismo, pre-
tica do bem, com absoluta despreocupação pelas sume observar no gênio uma psicose condenável,
angústias dos pobres, muita vez passará por inte- tratando-o, quase sempre, como a célula enferma
ligente e sagaz, aos olhos daqueles que, no mundo, do organismo social, para glorificá-lo, muitas vezes,
adormecem no egoísmo e na ambição desmedida, depois da morte, tão logo possa apreender a gran-
mas é malfeitor diante do Todo-Poderoso que nos deza da sua visão espiritual na paisagem do fu-
julgará a todos, no momento oportuno. ( 2 6 ) turo ( 1 2 )
FUTURO GLÓRIA
Quanto ao futuro, com o infinito de suas pers- N o sacrifício reside a verdadeira glória. (24)
pectivas, é necessário que cada um tome sua cruz,
em busca da porta estreita da redenção, colocando
acima de tudo a fidelidade a Deus e, em segundo GRAÇA CELESTIAL
lugar, a perfeita confiança em si mesmo. ( 1 9 )
A graça do céu não desce a esmo. Tem que
ser merecida. ( 7 )
*
A humanidade não se constitui de gerações Eu por mim, católico militante que fui, sempre
transitórias e sim de Espíritos eternos, a caminho aguardei o sossego beatífico depois da morte. —
da gloriosa destinação. ( 1 ) V i m com todos os sacramentos e passaportes da
política religiosa, passados em solenes exéquias.
Creio, todavia, que o serviço diplomático de minha
igreja não está bem atendido no céu. N ã o trouxe
HUMILDADE bastante documentação que me garantisse paz na
transferência. E m vão, reclamei direitos que nin-
Trabalho e humildade são as duas margens do guém conhecia e supliquei bênçãos indébitas. E m
caminho do auxílio. ( 1 ) face do desconhecimento aqui predominante a meu
respeito, regressei ao meu velho templo, onde nin-
guém me identificou. Desesperado, então, mergu-
HUMILDE lhei-me por longos anos em dolorosa cegueira espi-
ritual. E, francamente, rememorando fatos, rio-me,
O humilde não foge ao orgulhoso. Coopera ainda hoje, da confiança ingênua com que cerrei
silenciosamente, em favor dele. ( 7 ) os olhos no lar, pela última v e z . O padre Gustavo
prometia-me a convivência dos anjos e asseverava-
-me que eu seria levado e m triunfo aos pés do
Senhor, e isso apenas porque legara cinco contos
de réis à nossa antiga paróquia. Meus familiares
acompanhavam, em pranto, nosso diálogo final, em
I que minha palavra sufocada comparecia, em monos-
sílabos, de longe em longe, na extrema hora do
ÍDOLOS corpo. N o entanto, se era quase impossível para
m h t s » comentário inteligente da situação, o pároco
Criar ídolos humanos é pior que levantar está- falava por nós ambos, explanando a felicidade que
tuas destinadas à adoração. O mármore é impassí- m e caberia no Reino de Deus. Médico de curta jor-
nada, mas de intensa observação, a moléstia não
de São Pedro, constituído por territórios conquis-
me enganou, mas, inexperiente nos assuntos da tados aos povos gregos, a golpes de espada. A esse
alma, confundiram-me plenamente as promessas re- tempo, os vários soberanos da época dispunham da
ligiosas. Penetrando o portão do sepulcro e não me I g r e j a de acordo com os seus caprichos pessoais,
sentindo na corte dos santos, voltei, copiando peri- conferindo dignidades eclesiásticas às consciências
gosas atitudes dos sonâmbulos, para interpelar o mais apodrecidas. A sede do catolicismo se trans-
sacerdote que me encomendara o cadáver às anota- formara em vasto mercado de títulos nobiliárqui-
ções celestes. Incompreendido e cego, peregrinei cos de toda a espécie. A t é depois do século X ,
por muito tempo, entre a aflição e a demência, nas semelhante situação de descalabro moral marchava
criações mentais enganadoras que trouxera do mun- para a frente, num crescendo espantoso. Os A p ó s -
do físico. ( 4 ) tolos do Divino Mestre, nas claridades do Infinito,
deploram semelhantes espetáculos de indigência es-
piritual e promovem a reencarnação de numerosos
IGREJA auxiliares da tarefa remissora, nas hostes da regra
de São Bento. Estes missionários da verdade e do
A s igrejas são sempre santas em seus funda- bem operam a restauração do mosteiro de Cluny,
mentos e o sacerdócio será sempre divino, quando de onde sairiam pensamentos novos e energias re-
cuide essencialmente da Verdade de Deus; mas o generadoras . ( 1 0 )
sacerdócio político jamais atenderá a sede espiri-
tual da civilização. Sem o sopro divino, as perso-
nalidades religiosas poderão inspirar respeito e
IGUALDADE
admiração, menos a fé e a confiança. ( 1 )
ILUMINAR
INCOERÊNCIAS
Quem deseje iluminar,
Solicitais a luz, quase sempre perseverando nas
r 7
consciencial dentro de nós mesmos, esclarecendo
que o plano infernal e a expressão diabólica encon-
tram início na esfera interior de nossas próprias
almas. ( 3 )
INDAGAÇÃO
4
condenados experimentam torturas eternas. São no ócio reprovável ou confundidas no eclipse tem-
raras, todavia, as que ensinam a verdade da queda porário da razão. Desesperadas e insubmissas,
criam zonas de tormentos renaradores. Semelhan-
100
PÉROLAS DO A L E M
4
v i d a . São esses os elementos que procuramos, em
nossa pesca de luzes celestiais, para que, recebendo Jesus no estábulo não é um fenômeno isolado
as consolações de Jesus, sejamos igualmente ope- no espaço e no t e m p o : é acontecimento v i v o para
rosos trabalhadores. ( 1 5 ) o espírito humano. ( 3 3 ) Francisco de Monte Al-
verne.
<
JUSTIÇA
T
Criação, sob a bênção providencial de um Pai
único. ( 1 ) divino não está devidamente traçado. Duas linhas
divergentes tentam, em vão, f o r m a r o vértice su-
* blime, a f i m de constituírem um degrau na escada
grandiosa da vida eterna. ( 1 )
O lar é como se f o r a um ângulo reto nas
linhas do plano da evolução divina. A reta vertical #
é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações
criadoras da v i d a . A reta horizontal é o sentimento L a r é instituição essencialmente divina e que
masculino, em marcha de realizações no campo do se deve viver, dentro de suas portas, com todo o
progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde coração e com toda a alma. Enquanto as criaturas
o homem e a mulher se encontram para o enten- vulgares atravessam a florida região do noivado,
dimento indispensável. E ' templo, onde as criatu- procuram-se mobilizando os máximos recursos do
ras devem unir-se espiritual antes que corporal- espírito, e daí o dizer-se que todos os seres são
m e n t e . H á na Terra, agora, grande número d e belos quando estão verdadeiramente amando. O
estudiosos das questões sociais, que aventam v á - assunto mais t r i v i a l assume singular encanto nas
rias medidas e clamam pela regeneração da v i d a palestras mais fúteis. O homem e a mulher com-
doméstica. A l g u n s chegam a asseverar que a ins- parecem aí, na integração de suas forças sublimes.
tituição da família humana está ameaçada. I m - M a s logo que recebem a bênção nupcial, a maioria
porta considerar, entretanto, que, a rigor, o l a r é atravessa os véus do desejo, e cai nos braços dos
a conquista sublime que os homens v ã o realizando velhos monstros que tiranizam corações. N ã o há
vagarosamente. Onde, nas esferas do globo, o v e r - concessões recíprocas. N ã o há tolerância e, por
dadeiro instituto doméstico, baseado na harmonia vezes, nem mesmo fraternidade. E apaga-se a be-
justa, com os direitos e deveres legitimamente par- leza luminosa do amor, quando os cônjuges perdem
tilhados? N a maioria, os casais terrestres passam a camaradagem e o g o s t o de conversar. Daí em
as horas sagradas do dia vivendo a indiferença ou diante, os mais educados respeitam-se; os mais
o egoísmo f e r o z . Quando o marido permanece cal- rudes mal se suportam. N ã o se entendem. Pergun-
mo, a mulher parece desesperada; quando a esposa tas e respostas são formuladas em vocábulos bre-
se cala, humilde, o companheiro tiraniza. N e m a v e s . P o r mais que se unam os corpos, vivem as
consorte se decide a animar o esposo, na linha ho- mentes separadas, operando em rumos opostos. ( 1 )
rizontal de seus trabalhos temporais, nem o marido
se resolve a segui-la no v o o divino de ternura e *
sentimento, rumo aos planos superiores da Criação.
O homem deve aprender a carrear para o am-
Dissimulam em sociedade e, na vida íntima, um f a z
biente doméstico a riqueza de suas experiências, e
viagens mentais de longa distância, quando o outro
a mulher precisa conduzir a doçura do lar para os
comenta o serviço que lhe seja peculiar. Se a mu-
labores ásperos do homem. Dentro de casa, a ins-
lher fala nos filhinhos, o marido excursiona a tro-
piração; fora dela, a atividade. U m a não v i v e r á
v e s dos negócios; se o companheiro e x a m i n a ^ ü a i -
mi a outra. Como sustentar-se o rio sem a fonte,
quer dificuldade do trabalho, que lhe diz respeito,
c como espalhar-se a água da fonte sem o leito
a mente da esposa volta ao gabinete da modista.
do rio? ( 1 )
E ' claro que, e j e t a i s circunstâncias, o ângulo
Todos os encarnados que edificam o ninho O lar é a célula sagrada de todo o edifício da
conjugal, sobre a retidão, conquistam a presença civilização. ( 1 4 )
de testemunhas respeitosas, que lhes garantem a
privatividade dos atos mais íntimos, consolidando- *
-lhes as fronteiras vibratórias e defendendo-as con- O lar constitui sessão permanente, onde a dou-
tra as forças menos dignas, tomando, por base de trinação e a caridade com os filhos pedem, às vezes,
seus trabalhos, os pensamentos elevados que encon- sacrifício secular. ( 1 7 )
tram no ambiente doméstico dos amigos; não ocor-
r e o mesmo, entretanto, nas moradias, cujos pro-
prietários escolhem baixas testemunhas espirituais,
O lar é a escola das almas, o templo onde a
buscando-as em zonas inferiores. A esposa infiel
sabedoria divina nos habilita, pouco a pouco, ao
aos princípios nobres da vida em comum e o esposo
grande entendimento da Humanidade. ( 2 7 )
que põe sua casa em ligação com o meretrício, não
devem esperar que seus atos afetivos permaneçam *
coroados de veneração e santidade. Suas relações
mais íntimas são objeto de participação das des- O lar é um curso ligeiro para a fraternidade
vairadas testemunhas que escolheram. Tornam-se que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos e
vítimas inconscientes de grupos perversos, que lhes conflitos naturais, em seu círculo, são lições. ( 2 7 )
partilham as emoções de natureza fisiológica, in- *
duzindo-as à mais dolorosa viciação. Ainda que
esses cônjuges infelizes estejam temporariamente O lar é a minha escola mais querida,
catalogados no pináculo das posições sociais hu- Doce escola em que nunca me confundo,
manas, não poderão trair a miserável condição in- Onde aprendo a ser nobre para o mundo
terior, sequiosos que vivem de prazeres criminosos, E a ser alegre e forte para a vida. ( 3 2 )
dominados de estranha e incoercível volúpia. ( 3 )
•
LEAL
O sublime amor do altar doméstico anda muito
longe, quando os cônjuges perdem o gosto de con- Seja leal, mas fuja à franqueza descaridosa.
versar entre si. ( 3 ) A pretexto de ser realista, não pretenda ser mais
verdadeiro que Deus, somente de cuja Autoridade
* Amorosa recebemos as revelações e trabalhos de
cada dia. ( 7 )
O lar não é somente a moradia dos corpos,
mas, acima de tudo, a residência das almas. O
santuário doméstico que encontre criaturas aman-
LEI
tes da oração e dos sentimentos elevados, convejv,-
te-se em campo sublime das mais belas floraçõêá 6 Ninguém deve agir contra a lei. O uso respei-
colheitas espirituais. ( 3 ) tável dos patrimônios da vida, a união enobrece-
dora, a aproximação digna, constituem o programa
*
de elevação. E', portanto, indispensável distinguir
f
entre harmonia e desequilíbrio, evitando o estacio-
ritos em aprendizado ou reparação, mas também
namehto em desfiladeiros f a t a i s . ( 3 )
os missionários da mais elevada estirpe. ( 1 5 )
LEI DIVINA
LEMBRANÇA
O amor pode improvisar infinitos recursos de Cada homem permanece no planeta com a lem-
assistência e carinho, acordando faculdades supe- brança v i v a dos compromissos assumidos, revelando
riores do Espírito, mas a lei divina é sempre a
singularidades que a ciência das criaturas consi-
mesma para todos. ( 4 )
dera vocações espontâneas. ( 1 7 )
LEI MOISAICA
LIBERDADE
A lei moisaica foi a precursora direta do E v a n - O problema da liberdade é sempre uma questão
gelho de Jesus. O protegido de Termutis, depois
delicada para todas as criaturas, porque todos os
de se beneficiar com a cultura que o E g i t o lhe podia
direitos adquiridos se fazem acompanhar de uma
prodigalizar, foi inspirado a reunir todos os ele-
série de obrigações que lhes são correlatas. Cum-
mentos úteis à sua grandiosa missão, vulgarizando
pre considerar que toda elevação requer a plena
o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a
consciência do dever a cumprir. ( 1 8 )
inspiração divina, cujas determinações são até hoje
a edificação basilar da Religião da Justiça e do
Direito, se bem que as doutrinas antigas já tives-
sem arraigado a crença de Deus único, sendo o LIVRO
politeísmo apenas uma questão simbológica, apta
a satisfazer à mentalidade geral. O livro é o bom companheiro
Que me educa, que me alerta,
A legislação de Moisés está cheia de lendas A todo o instante é o roteiro
e de crueldades compatíveis com a época, mas, Que me traça a estrada certa. (32)
escoimada de todos os comentários fabulosos a seu
respeito, a sua figura é, de fato, a de um homem
extraordinário, revestido dos mais elevados pode-
res espirituais. Foi o primeiro a tornar acessíveis LOUCOS
às massas populares os ensinamentos somente con-
seguidos à custa de longa e penosa iniciação, com Excetuados os casos puramente orgânicos, o
a síntese luminosa de grandes verdades ( 1 1 ) louco é alguém que procurou forçar a libertação
do aprendizado terrestre, por indisciplina ou igno-
rância. ( 5 )
LEIS PLANETÁRIAS
O louco, em geral, considerando-se não. só o
A s leis planetárias não afetam somente os espí-
presente, senão até o passado longínquo, é alguém
f "N
que aborreceu as bênçãos da experiência humana,
preferindo segregar-se nos caprichos mentais; e acima de todas as exortações, aquela que recomenda
a entidade espiritual atormentada após a morte é a oração e a vigilância ( 1 2 )
sempre alguém que deliberadamente fugiu às rea-
lidades da Vida e do Universo, criando regiões nur-
g a t o n a i s para si mesmo. ( 5 ) LUGARES DESPREZÍVEIS
vidade de socorro j u s t o ; mas o trabalho de cura é lizam todas as causas dos fenômenos orgânicos
peculiar a cada espírito. ( 1 ) tangíveis. A medicina do futuro terá de ser emi-
nentemente espiritual, posição difícil de ser atual-
m e n t e alcançada, em razão da febre maldita do
fi,t„™ j n a humana será muito diferente no
m e d i c
ouro; mas, os apóstolos dessas realidades grandio-
futuro, quando a C y a puder compreender a ex- sas não tardarão a surgir nos horizontes acadêmicos
do mundo, testemunhando omiovo ciclo evolutivo da
humanidade. O estado precário da saúde dos ho-
mens, nos dias que passam, tem o seu ascendente Qualquer droga, no campo infinitesimal dos
na longa série de abusos individuais e coletivos das núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades
criaturas desviadas da lei sábia e justa da Natu- elétricas específicas. Combinar aplicações químicas
reza. A civilização, na sua sede de bem-estar, com as verdadeiras necessidades fisiológicas, cons-
parece haver homologado todos os vícios da ali- tituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no por-
mentação, dos costumes, do sexo e do trabalho. vir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio
Todavia, os homens caminham para as mais pro- está saturado de energias electro-magnéticas em
fundas sínteses espirituais. A máquina, que esta- seu raio de ação. E ' por isso que o veneno destrói as
beleceu tanta miséria no mundo, suprimindo o ope- vísceras e o entorpecente modifica a natureza das
rário e intensificando a facilidade da produção, há- células em si, impondo-lhes incapacidade temporá-
-de trazer, igualmente, uma nova concepção da civi- ria. A gota medicamentosa tem princípios elétricos,
lização que multiplicou os requintes do gosto hu- como também acontece às associações atômicas que
mano, complicando os problemas de saúde; há-de v ã o recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a
ensinar às criaturas a maneira de viverem em har- Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à
monia com a Natureza. ( 1 1 ) base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente tri-
lhões de unidades unicelulares da nossa esfera de
MÉDICOS ação, que abandonam o campo físico saturadas da
vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos
Os médicos espirituais são detentores de técni- e angústias de determinadas criaturas, além do
ca diferente. N o planeta sabia que meu direito de decesso. Os suicidas costumam sentir, durante
intervir começava nos livros conhecidos e nos títu- longo tempo, a aflição das células violentamente
los conquistados; mas, naquele ambiente novo, a aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tre-
medicina começa no coração, exteriorizando-se em menda inquietação pelo desejo insatisfeito. ( 4 )
amor e cuidado fraternal. ( 1 )
*
Grande número de médicos, na Terra, prefere MEDIUNIDADE
apenas a conclusão matemática diante dos serviços
de anatomia. Concordemos que a Matemática é res- Mediunidade construtiva é a língua de f o g o do
peitável, mas não é a única ciência do U n i v e r s o . Espírito Santo, luz divina para a qual é preciso
O médico não pode estacionar em diagnósticos e conservar o pavio do amor cristão, o azeite da boa
terminologias. H á que penetrar a alma, sondar-lhe vontade pura. Sem a preparação necessária, a ex-
as profundezas. Muitos profissionais da medicina, cursão dos que provocam o ingresso no reino invi-
no planeta, são prisioneiros das salas acadêmicas, sível é, quase sempre, uma viagem nos círculos de
porque a vaidade lhes roubou a chave do cárcere. sombra. Alcançam grandes sensações e esbarram
Raros conseguem atravessar o pântano dos intere3-^g nas perplexidades dolorosas. Fazem descobertas
ses inferiores, sobrepor-se a preconceitos comuns è ^ " surpreendentes e acabam nas ansiedades e dúvidas
para essas exceções, reservam-se as zombarias do :m f i m . Ninguém pode t r a i r a lei impunemente,
mundo e o escárnio dos companheiros. ( 1 ) e, para subir, Espírito algum dispensará o esforço
st* - de si mesmo, no aprimoramento íntimo. ( 3 )
Mediunidade constitui "meio de comunicação",
A mediunidade não é exclusiva dos chamados
e o próprio Jesus nos afirma: "eu sou a p o r t a . . . se
"médiuns". Todas as criaturas a possuem, por-
alguém entrar por mim será salvo e entrará, sairá
quanto significa percepção espiritual, que deve ser
e achará pastagens"! P o r que audácia incompreen-
incentivada em nós mesmos. N ã o bastará, entre-
sível imaginais a realização sublime sem vos afei-
çoardes ao Espírito de Verdade, que é o próprio tanto, perceber. E ' imprescindível santificar essa
Senhor? Se v o s dispondes ao serviço divino, não há faculdade, convertendo-a no ministério ativo do
outro caminho senão E l e , que detém a infinita luz bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento
da verdade e a fonte inesgotável da v i d a ! não dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços
existe outra porta para a mediunidade celeste, preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem,
para o acesso ao equilíbrio divino que anelais no inexoravelmente, a matéria e o espírito, locali-
recôndito santuário do coração! Somente através zando-os em campos opostos, quando nós, estudan-
d'Ele, vivendo-lhe as sublimes lições, alcançareis tes da verdade, ainda não conseguimos identificar
a sagrada liberdade de entrar nos domínios da es- rigorosamente as fronteiras entre uma e outro,
piritualidade e deles sair, conquistando o pão eterno integrados na certeza de que toda a organização
que v o s saciará a fome para sempre. Sem o Cristo, universal se baseia em vibrações puras. ( 3 )
a mediunidade é simples "meio de comunicação" e *
nada mais, mera possibilidade de informação, como
tantas outras, da qual poderão assenhorear-se tam- Mediunidade não é disposição da carne tran-
bém os interessados em perturbações, multiplicando sitória e sim expressão do espírito imortal. Natu-
presas infelizes. ( 3 ) ralmente, o intercâmbio aprimorado, entre os dois
planos, requere sadias condições do vaso sagrado
* de possibilidades fisiológicas que o Senhor vos con-
Se as máquinas mais simples da Terra pedem fiou para santificação; todavia o corpo é instru-
o curso preparatório do operário, para que o setor mento elevado nas mãos do artista, que deve ser
da produção não desmereça em qualidade e quan- divino. Se aspirais ao desenvolvimento superior,
tidade, como esperais que a mediunidade sublime abandonai os planos inferiores. Se pretendeis o
se reduza a serviços automáticos, a puras manifes- intercâmbio com os sábios, crescei no conhecimento,
tações de mecanismo fisiológico, indene de educa- valorizai as experiências, intensificai as luzes do
ção e responsabilidade? Sempre será possível abrir raciocínio! Se aguardais a companhia sublime dos
meios de comunicação entre v ó s outros e os pla- santos, santificai-vos na luta de cada dia, porque
nos que vos são invisíveis, mas não esqueçais de as entidades angélicas não se mantêm insuladas
que as afinidades são leis fatais de reunião e inte- nos júbilos celestes e trabalham também pelo aper-
gração nos reinos infinitos do E s p í r i t o ! Sem os feiçoamento do mundo, esperando a vossa angeli-
valores da preparação, encontrareis irremediavel- zação! Se desejais a presença dos bons, tomai-vos
mente a companhia dos que fogem aos processos bondosos por vossa v e z ! Sem afabilidade e doçura,
educativos do Senhor; e sem as bênçãos da respo_ "ti compreensão fraternal e sem atitudes edifi-
sabilidade encontrareis logicamente os irresponsá- ques, não podereis entender os Espíritos afáveis
veis. ( 3 ) e amigos, elevados e construtivos. Se não seria
razoável encontrar Platão ensinando filosofia avan-
çada a tribos selvagens e primitJH|as, nem Francisco
de Assis operando com salteadores, não será admis-
zando os preceitos evangélicos e edifiquemo-nos,
sível a integração dos Espíritos esclarecidos e cada dia, erguendo-nos para a redenção final.
santificados com as almas rigorosamente agarra- Unamo-nos todos no compromisso sagrado de co-
das às manifestações mais baixas e grosseiras da operação legítima com Jesus! ( 3 )
existência carnal. E m vossas atividades espiritua-
listas," lembrai-vos de que não v o s encontrais pe- *
rante uma doutrina sectária de homens em trânsito N ã o provoqueis o desenvolvimento prematuro
no planeta! Permaneceis num movimento divino e de vossas faculdades psíquicas! V e r sem compreen-
mundial, de libertação de consciências, numa reve- der e ouvir sem discernir pode ocasionar desastres
lação sublime de vida eterna e de valores imortais valtosos ao coração. Buscai, acima de tudo, pro-
para todas as criaturas de boa v o n t a d e ! Acolhendo gredir na virtude e aprimorar sentimentos. Acen-
essa convicção, não vos detenhais na atitude exclu- tuai o próprio equilíbrio e o Senhor v o s abrirá a
siva e presunçosa dos que supõem haver encontra- porta dos novos conhecimentos. ( 3 )
do na mediunidade tão somente um sexto sentido!
O valor mediúnico não é um dom de privilegiados, *
é qualidade comum a todos os homens demandando A mediunidade mais estável e mais bela co-
a boa vontade sincera no terreno da elevação. P o r meça, entre os homens, no império da intuição
agora, é inegável que necessitamos das grandes pura. ( 5 )
tarefas estimuladoras, em que determinados com-
panheiros encarnados são convocados aos grandes
testemunhos nesse setor do esclarecimento coletivo,
na disseminação da f é positiva e edificante; mas o — A mediunidade é aquela luz que seria der-
ramada sobre toda carne e prometida pelo Divino
futuro nos revelará que o serviço dessa natureza
Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em
pertence a todas as criaturas, porque todos nós
curso na T e r r a .
somos Espíritos imortais. N ã o alimenteis qualquer
A missão mediúnica, se tem os seus percalços
dúvida! não permitais que o padrão vibratório das
e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas
forças físicas vos apague a luz gloriosa da divina
oportunidades de progresso e de redenção, conce-
certeza deste momento, porque todos nós nos en-
didas por Deus aos seus filhos misérrimos.
contramos diante da própria espiritualidade sem
Sendo luz que brilha da carne, a mediunidade
fim, renovando energias viciadas de séculos con-
é atributo do espírito, patrimônio da alma imortal,
secutivos, a caminho de transformações que mal
elemento renovador da posição moral da criatura
poderíeis imaginar, nos círculos de vosso presente
terrena, enriquecendo todos os seus valores no capí-
e v o l u t i v o ! Elevemo-nos, pois, no espírito do Senhor,
tulo da virtude e da inteligência, sempre que se
que nos convidou ao banquete da luz, desde h o j e !
encontre ligada aos princípios evangélicos na sua
Levantemo-nos para o porvir, não no sentido d trajetória pela face do mundo. ( 1 2 )
menosprezar a Terra, mas no propósito de a : x
missionários na acepção comum do t e r m o ; são tário desconhecimento dos seus deveres à luz do
almas que fracassarão? desastradamente, que con- Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não
trariaram, sobremanflíra, ò curso das leis divinas, raro, o conduzem à invigilância,. à leviandade e à
e que resgatam, sobrepeso de severos compromissos
confusão dos campos imprdtiutivos. (12)
e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro
e delituoso. O sju pretérito, muitas vezes, se en- *
contra enodoadir de graves deslizes e de erros cla-
morosos. Quaáe sempre, são espíritos que tomba- N ã o são os Espíritos que desenvolvem os mé-
ram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da diuns e sim estes que apuram as faculdades re-
autoridade,^Ía fortuna e da inteligência, e que ceptivas, alargando as suas possibilidades de co-
regressam/ao orbe terráqueo para se sacrificarem laboração e valorizando-as pelo estud,o constante
em f avor^ído grande número de almas que desviaram e pela aplicação própria às obras da verdade e
das sendas luminosas da fé, da caridade e da v i r - do bem. ( 2 3 )
tude. »fíão almas arrependidas, que procuram arre-
banhar todas as felicidades que perderam, reorga-
nizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram A t é que o avanço moral do Planeta possibilite
nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e equações definitivas da ciência, no terreno da so-
dé condenável insânia ( 1 1 ) brevivência e da intervenção das almas desencar-
nadas no círculo terrestre, o médium será a "cabeça
r *
de ponte" do mundo espiritual entre os homens,
solicitando compreensão, solidariedade e incentivo
O médium sem Evangelho pode fornecer as para funcionar com a eficiência precisa. ( 3 3 ) Fer-
1
%
#
São senhores despojados
seus tesouros de r e i s . excelente incubador de bactérias e sintomas mórbi-
( 2 9 ) Antônio Nobre. dos, enquanto, o espírito, em reajustamento, quando
reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que be-
néfico e merecido, encontra imensos recursos de
MKNTALISMO concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de
v i d a v i t o r i o s a . (6)
Sendo cada um de nós uma f o r ç a inteligente,
detendo faculdades criadoras e atuando no U n i - '
verso, estaremos sempre engendrando agentes psi- MENTE
cológicos, através da energia mental, exteriorizando
o pensamento e com ele improvisando causas posi- Cada homem, como cada Espírito, é um mundo
tivas, cujos efeitos podem ser próximos ou r e m o t o s por si mesmo e cada mente é como um céu. . . D o
sobre o ponto de o r i g e m . Abstendo-nos de mobili- f i r m a m e n t o descem raios de sol e chuvas benéficas
z a r a vontade, seremos invariáveis j o g u e t e s das cir- para a organização planetária, mas também, no
cunstâncias predominantes, no ambiente que nos instante do atrito de elementos atmosféricos, desse
r o d e i a ; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, mesmo céu procedem faíscas destruidoras. Assim
é indispensável resolvamos o problema de direção, a mente humana. Dela se originam as f o r ç a s equi-
porquanto nossos estados pessoais nos r e f l e t i r ã o a librantes e restauradoras para os trilhões de células
escolha í n t i m a . E x i s t e m princípios, forças e leis do organismo físico; mas, quando perturbada, emite
n o universo minúsculo, tanto quanto no universo
raios magnéticos de alto poder destrutivo para as
macrocósmico. D i r i j a u m homem a sua v o n t a d e
comunidades celulares que a s e r v e m . ( 3 )
para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá
ao apelo, com todas as características dos moldes *
estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a
sugestão mental positiva determina a sintonia e
Cada tipo de mente v i v e na dimensão com que
receptividade da r e g i ã o orgânica, em conexão com
se harmonize. ( 3 3 ) Abel Gomes.
o impulso havido, e as entidades microbianas, que
v i v e m e se reproduzem no campo mental dos m i -
lhões de pessoas que as entretém, acorrerão em
massa, absorvidas pelas células que as atraem, e m MENTIRA
obediência à s ordens interiores, reiteradamente re-
cebidas, formando no campo a enfermidade ideali- A mentira e a tirania e x i g e m exércitos e m o -
zada. Claro que nesse capítulo temos a questão das narcas, espadas e riquezas imensas para dominarem
p r o v a s necessárias, nos casos em que determinada as criaturas. O amor, porém, essência de toda g l ó -
personalidade renasce, atendendo a impositivos das ria, e de toda vida, pede um coração e sabe ser
lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de feliz. A impostura reclama interminável fileira de
ligação mental é infinitamente importante, por- ' defensores, para espalhar a destruição; basta, no
quanto o doente que se compraz na aceitação e no
entanto, um homem bom para ensinar a verdade
e l o g i o da própria decadência acaba na posição de
de Deus e exaltar-lhe as g l ó r i a s eternas, confor-
iundo a infinita legião de seus f i l h o s . ( 1 9 )
* 5
MÉRITO
MIKKOES
\ C
xU l
° crescem, quando o discer
p a 6 0 m é r i t
NATUREZA
N
O homem v u l g a r costuma estimar as expecta-
NASCITUROS tivas ansiosas, à espera de acontecimentos espe-
taculares, esquecido de que a Natureza não se
O organismo dos nascituros, em sua expres- perturba para satisfazer a pontos de vista da
são mais densa, provém do corpo dos pais, que criatura. ( 2 ) Prefácio de Emmanuel.
lhes entretém a v i d a e lhes criam os caracteres #
com o próprio sangue; todavia, em semelhante im-
perativo das leis divinas para o serviço de repro- — A Natureza é sempre o l i v r o divino, onde
dução das formas, não devemos v e r a subversão as mãos de Deus escrevem a história de sua sabe-
dos princípios de liberdade espiritual, imanente na doria, livro da vida que constitui a escola de pro-
ordem da Criação I n f i n i t a . P o r isso mesmo, a cria- gresso espiritual do homem, evolvendo constante-
tura terrena herda tendências e não, qualidades. mente com o esforço e a dedicação de seus dis-
A s primeiras cercam o homem que renasce, desde cípulos. ( 1 2 )
os primeiros dias de luta, não só em seu corpo
*
transitório, mas também no ambiente g e r a l a que
f o i chamado a v i v e r , aprimorando-se; as segundas
A natureza é o l i v r o de páginas v i v a s e eter-
resultam d e labor individual da alma encarnada, na
nas. ( 2 8 ) Prefácio de Emmanuel.
defesa, educação e aperfeiçoamento de si mesma
nos círculos benditos da experiência. Se o Espírito *
reencarnado estima as tendências inferiores, de-
A natureza é a fazenda vasta que o P a i en-
senvolvê-las-á, ao reencontrá-las dentro do novo
tregou a todas as criaturas. Cada pormenor do
quadro de experiência humana, perdendo um tempo
valioso patrimônio apresenta significação parti-
precioso e menosprezando o sublime ensejo de ele-
cular. A árvore, o caminho, a^núvem, o pó, o rio,
revelam mensagens silenciosas e especiais. (28)
Prefácio de Emmanuel. "IISIDIADO
O
OBRAS ÓDIO
A maioria das nossas obras pessoais são como — O ódio pode traduzir-se nas chamadas aver-
bolhas de água sabonada que se dispersam nos sões instintivas, dentro das quais há muito de
ares, porque, visando o bem-estar e o repouso d o animalidade, que cada homem alijará de si, com os
" e u " , têm como base o egoísmo que atrofia a nos- valores da auto-educação, a fim de que o seu enten-
sa evolução. ( 1 1 ) dimento seja elevado a uma condição superior.
Todavia, na maior parte das vezes, o ódio é
o g e r m e do amor que foi sufocado e desvirtuado
OBSERVAR
por um coração sem E v a n g e l h o . A s grandes ex-
pressões afetivas convertidas nas paixões desorien-
Observar p a r a , realizar é serviço divino. (3)
tadas, sem compreensão legítima do amor sublime,
iiHvndeiam-se no íntimo, p o r vezes, no instante das
tempestades m o r a i s da vida, deixando a t r á s de si Casas confidências lhes atenuarão os cansaços do
as expressões a m a r g a s do ódio, como c a r v õ e s que mundo, restaurando-lhes as energias, porque Deus
enegrecem a a l m a . lhes concederá de sua l u z . E ' necessário, portanto,
cultivar a prece, para que ela se torne um elemento
Só a evangelização do homem espiritual poderá
natural da vida, como a respiração. E ' indispen-
conduzir as criaturas a um plano superior de com-
preensão, de m o d o a que j a m a i s as energias a f e - sável conheçamos o m e i o seguro de nos identificar-
tivas se convertam em forças destruidoras do co- mos com o N o s s o P a i . ( 1 9 )
ração. ( 1 2 )
* T o d a oração é a doce quinta-essência
D a esperança ditosa e peregrina,
O ódio é o A m o r que se envenena. (33) João
de Brito. F i l h a da crença que nos ilumina
Os mais tristes refolhos da consciência.
( 2 9 ) João de Deus.
*
P a i de A m o r e Caridade,
Romeu A. Camfrgo
q U ã l S 3 6 a l i m e n t
*. (33)
Que sois a terna clemência
E de todas as criaturas
Carinhosa P r o v i d ê n c i a !
ORAÇÃO
Que os homens todos v o s amem,
Que v o s possam compreender,
E ' preciso h a v e r sofrido muito, para entender P o i s tendo ouvidos não ouvem,
todas as misteriosas belezas da o r a ç ã o ; é necessário E v e n d o não querem v e r .
h a v e r conhecido o remorso, a humilhação, a ex-
( 2 9 ) João de Deus.
trema desventura, para t o m a r com eficácia o su-
blime e l i x i r da esperança. ( 1 ) *
V i r g e m , Mãe de Jesus, anjo de amor,
#
V i n d e a nós que na luta fraquejamos,
Naturalmente que deveremos apelar para os Ajudai-nos a f i m de que a v e n ç a m o s . . .
céus, mas, no interpretar a prece como r o g a t i v a , Vinde, piedosa V i r g e m de bondade,
suponho q u e não devemos i r além d o " P a i N o s s o " , Cremos em vós, na vossa alma m a g n â n i m a !
porque, acima de tudo, j u l g o que a oração d e v e V i n d e ! . . . dai-nos mais força e mais coragem,
D e r r a m a i sobre nós o eflúvio santo
ser um esforço para nos m e l h o r a r m o s . ( 1 5 )
D o vosso amor, que ampara e que r e d i m e . . .
*
( 2 9 ) Bittencourt Sampaio.
D e v e a oração construir o nosso recurso per-
manente de comunhão ininterrupta com D e u s . N e s -
se intercâmbio incessante, as criaturas devem apre- ORGULHO
sentar ao Pai, no segredo das íntimas aspirações,
O orgulho é o A m o r que enloquece. ( 3 3 ) João
os seus anelo3 e esperanças, dúvidas e a m a r g o r e s .
de Brito.
PÉROLAS DO ALÉM
ORIENTADOR
sem amor ao trabalho de curar, ou como os advo-
gados sem qualquer espécie de devotamente ao
ovelha irííe^frí^ ™° . °
E C U S a a
«te. A
p r e n d i z t a t e a
ovema insegura e a que mais reclama o pastor. ( 7 ) D i r e i t o . Estimam os interesses imediatos, requi-
sitam as honrarias humanas e, terminada a exis-
tência transitória, se encontram em doloroso fra-
ORTODOXIA
casso de consciência. Habituados, porém, ao in-
censo dos altares e à submissão das almas encar-
A ortodoxia no mundo costuma ser o cadáver
nadas, não reconhecem, na maioria das vezes, a
da revelação. A r g u m e n t o s teológicos de milênios
própria falência e preferem o encastelamento na
obstruem os canais da inteligência humana, quanto
revolta lamentável. Acostumados à fácil aquisição
às realidades d i v i n a s . M a s a criatura prosseguirá
na tarefa de auto-descobrimento. A f o r ç a mental, de vantagens convencionais na Crosta, pretendem
na luta comum, permanece restrita ao círculo aca- resolver, depois da perda d o corpo físico, os p r o -
nhado da personalidade egoística, copiando o m o - blemas espirituais pelo mesmo processo, e, encon-
lusco algemado à concha, e sabemos que semelhante trando tão somente a L e i , que manda conceder a
energia, patrimônio eterno com que nos sublimamos cada um segundo as suas obras, não raro a g r a v a m
ou viciamos, emite raios criadores sobre a m a t é r i a a situação, internando-se no escuro país do deses-
passiva que nos cerca, dependendo de nós a direção pero, onde se reúnem a inúmeras companhias da
que venha a t o m a r . Se milhões de raios luminosos mesma espécie. Dentre as criaturas dessa ordem,
f o r m a m um astro brilhante, é natural que milhões sobressai a elevada percentagem dos ministros de
de pequeninos desesperos integrem um inferno per- várias religiões. Referindo-nos apenas aos das es-
feito. ( 6 ) colas cristãs, verificamos que a maioria não pondera
na exemplificação do próprio Mestre D i v i n o . Cer-
ram olhos e ouvidos aos sacrifícios apostólicos.
Simão P e d r o , João Evangelista, Paulo de T a r s o ,
representam para eles figuras demasiadamente dis-
P tantes. Apegam-se às decisões meramente conven-
cionais dos concílios,, estudam apenas os livros ecle-
PACIÊNCIA siásticos e querem resolver todas as transcendentes
questões da alma através de programas absurdos,
Tenha paciência. Se você não chega a domi- de dominação pelo culto e x t e r i o r . E r g u e m basíli-
nar-se, debalde buscará o entendimento de quem cas suntuosas, olvidando o templo v i v o do próprio
não o compreende ainda. ( 7 ) espírito; homenageiam o Senhor como os orgulho-
sos romanos reverenciavam a estátua de Júpiter,
tentando subornar o poder celeste pela grandeza
PADRES material das oferendas. M a s a i ! esquecem o cora-
ção humano, menosprezam o espírito de humani-
Existem padres que, contrariamente a todas as dade, ignoram as aflições do povo, a quem f o r a m
esperanças de nosso plano, se entregam completa- mandados s e r v i r . E, cegos aos próprios desvarios,
mente ao sentido literal dos ensinamentos da f é . ainda aguardam um céu fantástico que lhes entro-
Recebem os títulos sacerdotais, como os médicos nize a vaidade criminosa e a^ociosidade cruel. ( 3 )
PAIS
p o . Mas, a verdade é que o progresso das criaturas
Ouçamos a palavra esclarecedora de nossos poderia dispensar esse mecanismo de crimes mons-
pais, os primeiros amigos que a Bondade Divina truosos. P o r isso, nos débitos romanos pesam essas
colocou às portas de nossa vida terrestre e nunca responsabilidades tão tremendas quão dolorosas.
desprezemos os bons conselhos recebidos. A nossa A Inquisição f o i obra direta do papado e cada
natureza, quase sempre, reclama ternura e com- personalidade, como cada instituição, tem o seu
preensão dos que nos cercam, m a s a nossa neces- processo d e contas na Justiça D i v i n a . E i s porque
sidade de preparação espiritual e x i g e luta e con- não podemos justificar a existência desse tribunal
trariedade.
espantoso, cuja ação criminosa e perversa entravou
N e m sempre aprendemos o necessário, rece- a evolução da Humanidade por mais de seis longos
bendo demasiadas carícias. P o r isso mesmo, na séculos. ( 1 0 )
maioria das ocasiões, precisamos do socorro de
advertências mais f o r t e s . ( 3 1 ) #
N ã o pode haver paz fora do dever cumprido; O pensamento é força viva, em toda p a r t e ;
não há alegria sem aprovação da consciência tran- é atmosfera criadora que envolve o P a i e os filhos,
quila. ( 1 5 ) a Causa e os Efeitos, no L a r U n i v e r s a l . N e l e ,
transformam-se homens em anjos, a caminho do
* céu, ou se fazem gênios diabólicos, a caminho do
inferno. ( 1 )
A paz do mundo começa sob as telhas a que
nos acolhemos. Se não aprendemos a v i v e r em paz, *
entre quatro paredes, como aguardar a harmonia
O pensamento, em vibrações sutis, alcança o
das nações ? Se nos não habituamos a a m a r o irmão
alvo, por mais distante que esteja. A permuta de
mais próximo, associado à nossa luta de cada dia,
ódio e desentendimento causa ruína e sofrimento
como respeitar o E t e r n o P a i que nos parece dis-
nas almas. ( 1 )
tante? ( 2 7 )
Toda expressão diabólica é perversão da bênção A P o r t a Divina não se abre a espíritos que se
divina. Onde esteja a perturbação da harmonia uni- não divinizaram pelo trabalho incessante de coope-
versal, aí se encontra o adversário do Senhor. ( 2 3 ) ração com o P a i A l t í s s i m o . E o solo do planeta, a
que vos prendeis provisoriamente, representa o
abençoado círculo de colaboração que o Senhor vos
PLANO INVISÍVEL confia. Recolhei o orvalho celeste no escrínio do
coração sedento de p a z ; contemplai as estrelas que
N o plano invisível cada criatura somente po- nos acenam de longe, como sublimes ápices da
derá v e r através da luz que acendeu na própria Divindade; todavia, não olvideis o campo de lutas
alma. ( 1 7 ) presentes. ( 5 )
POLÍTICA POVO
QUESTÕES PROLETÁRIAS
m r
RAÇAS
Os homens poderão resolver sem atritos as cha-
madas questões proletárias, quando se decidirem a Falar, pois, de homens e de espíritos, como se
<
fossem expoentes de duas raças antagônicas, v a l e
por Falsa concepção das realidades eternas. A s cria- mentais, a saber: primeiro, desejar; segundo, saber
turas terrenas são, igualmente, Espíritos revesti- ' d f H e j a r ; e, terceiro, merecer, ou, por outros termos,
dos de expressões peculiares ao planeta. Eis a ver- vontade ativa, trabalho persistente e merecimento
dade que o Cristianismo restaurado difundirá nos justo. (1)
círculos da cultura religiosa. (17)
*
REDENÇÃO
REAJUSTAMENTO
Nós, que conhecemos a vontade suprema, te-
O trabalho de reajustamento próprio é artigo
mos que lhe seguir o roteiro. N ã o devemos pensar
de lei irrevogável, em todos os ângulos do Universo.
no deus que concede, mas no P a i que educa; não
Ninguém suplique protecionismo a que não fêz jus,
no deus que recompensa, sim no P a i que aperfeiçoa.
nem flores de mel às sementes amargas que semeou
Daí se segue que a nossa batalha pela redenção tem
em outro tempo. Somos livros v i v o s de quanto
de ser perseverante e sem tréguas. (19)
pensamos e praticamos e os olhos cristalinos da
Justiça Divina nos lêem, em toda parte. (6)
REENCARNAÇÕES
REALIDADE Há reencarnações que funcionam como drás-
ticos. Ainda que o doente não se sinta corajoso,
Disse Berkeley que toda a realidade jaz en-
existem amigos que o ajudam a sorver o remédio
cerrada no espírito. E não tenho hoje maior novi-
santo, embora muito amargo. Relativamente à li-
dade além desta.
berdade irrestrita, a alma pode invocar esse direito
O progresso do homem e a purificação da alma
somente quando compreenda o dever e o p r a t i q u e
representam, no fundo, expansão da consciência.
Quanto ao mais, é indispensável reconhecer que <>
( 3 3 ) Farias Brito.
devedor é escravo do compromisso assumido. Deus
criou o livre arbítrio, nós criamos a fatalidade. E'
preciso quebrar, portanto, as algemas que fundimos
REALIZAÇÕES para nós mesmos. ( 1 )
Realização nobre exige três requisitos funda-
A reencarnação é sempre uma tentativa de OU feios, fazem parte dos estatutos educativos. E m
magna importância. ( 1 ) geral, a reencarnação sistemática é sempre um
* curso laborioso de trabalho contra o s defeitos m o -
rins preexistentes nas lições e conflitos presentes,
Quando o espírito reencarna, promete cum- r u i menores anatômicos imperfeitos, circunstâncias
prir o programa de serviços do P a i ; entretanto, ao adversas, ambientes hostis, constituem, na maioria
recapitular experiências no planeta, é muito difícil das v e z e s , os melhores lugares de aprendizado e
fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao redenção para aqueles que renascem. P o r isso, o
egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio mapa de provas úteis é organizado com antecedên-
aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. cia, como o caderno de apontamentos dos apren-
Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. dizes nas escolas comuns. ( 3 )
Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica
#
a economia da v i d a . ( 1 )
* Temos necessidade da luta que corrige, renova,
restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a
Receber um corpo, nas concessões do reencar- educação divina é o f i m . P o r isso mesmo, a par de
nacionismo, não é ganhar um barco para nova milhões de semelhantes nossos que evolvem, exis-
aventura, ao acaso das circunstâncias, mas signi- tem milhões que se reeducam em determinados
fica responsabilidade definida nos serviços de apren- setores do sentimento, porquanto, se já possuem
dizagem, elevação ou reparação, nos esforços evo- certos valores da vida, faltam-lhes outros não me-
lutivos ou redentores. ( 3 ) nos importantes. ( 3 )
# •
Os processos de reencarnação, tanto quanto os
da morte física, diferem ao infinito, não existindo, A reencarnação constitui sempre uma bênção
segundo cremos, dois absolutamente iguais. A s que se concretiza com a ajuda superior. ( 5 )
facilidades e obstáculos estão subordinados a fato- *
res numerosos, muitas vezes relativos com o estado
consciencial dos próprios interessados no regresso -— Para fazer-me mais claro, voltemos ao sím-
à Crosta ou na libertação dos veículos carnais. H á bolo da árvore. O vaso físico é o vegetal, limitado
companheiros de grande elevação que, ao voltarem no espaço e no tempo, o corpo perispirítico é o
à esfera mais densa em apostolado de serviço e fruto que consubstancia o resultado das variadas
iluminação, quase dispensam o nosso concurso. operações da árvore, depois de certo período de
Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zo- maturação, e a matéria mental é a semente que
nas inferiores, necessitam de cooperação muito representa o substrato da árvore e do fruto, con-
mais complexa. ( 3 ) densando-lhes as experiências. A criatura, p a r a ad-
quirir sabedoria e amor, renasce inúmeras vezes, no
* campo fisiológico, à maneira da semente que re-
gressa ao chão. E quantos se complicam, delibera-
Os contornos anatômicos da forma física, dis- damente, afastando-se do caminho reto na direção
r
otines ou perfeitos, longilíneos ou brevilíneos, belos de zonas irregulares em que ^ c o l h e m experimon-
tos doentios, atrasam, como é natural, a própria diiM nas írevas, assim como os relâmpagos de clarão
lia, perdendo longo tempo para se afastarem deslumbrante faíscam dentro da noite escura. ( 3 3 )
«lo terreno resvaladiço a que se relegaram, liga- André de Cristo.
dos a grupos infelizes de companheiros que, em
companhia deles, se extraviaram através de gra-
ves compromissos com a leviandade ou com o de- KI0INO SOLAR
sequilíbrio. ( 6 )
Francamente, hoje creio que um homem, dentro
do nosso reino solar, é, comparativamente, muito
menor que uma formiga no corpo ciclópico da mon-
Cada criatura nasce na Crosta da T e r r a para tanha onde se oculta. ( 3 3 ) Inácio Bittencourt.
enriquecer-se através do serviço à coletividade. Sa-
crificar-se é superar-se, conquistando a vida maior..
P o r isto mesmo, o Cristo asseverou que o maior RELIGIÃO
no Reino Celeste é aquele que se converter em
servo de todos. U m homem poderá ser temido e A religião é chama sublime, congênita na cria-
respeitado no Planeta pelos títulos que adquiriu à tura. Todas as noções de direito no mundo nasce-
convenção humana, mas se não progrediu no do- ram à sua claridade e todas as secretarias de jus-
mínio das ideias, melhorando-se e aperfeiçoando-se, tiça, nos mais diversos países do Globo, devem a
guarda consigo mente estreita e enfermiça. E m ela sua procedência. ( 2 4 )
suma, ir à matéria física e dela regressar ao campo *
de trabalho em que nos achamos presentemente, é
submetermo-nos a profundos choques biológicos, — Religião, para todos os homens, deveria
destinados à expansão dos elementos divinos que compreender-se como sentimento Divino, que cla-
nos integrarão, um dia, a forma gloriosa. ( 6 ) rifica o caminho das almas e que cada espírito
* apreenderá na pauta do seu nível evolutivo.
Neste sentido, a religião é sempre a face au-
— Desde o instante primeiro das manifestações gusta e soberana da Verdade, porém, na inquieta-
de vida do embrião humano, a entidade espiritual ção que lhes caracteriza a existência na Terra, os
experimenta os efeitos da sua nova condição. Im- homens se dividiram em numerosas religiões, como
porta reconhecer, todavia, que o espírito mais lú- se a fé também pudesse ter fronteiras, como as
cido, em contraposição com os mais obscurecidos pátrias materiais, tantas vezes mergulhadas no
e ignorantes, goza de quase inteira liberdade, até egoísmo e na ambição de seus filhos.
a consolidação total dos laços materiais com o Dessa falsa interpretação têm nascido no mun-
novo nascimento na esfera do mundo. ( 1 2 ) do as lutas anti-fraternais e as dissensões religio-
sas de todos os tempos. ( 1 2 )
*
REINO DIVINO
— Religião é o sentimento Divino, cujas exte-
A s notícias do Reino Divino podem chegar riorizações são sempre o A m o r , nas expressões
até nós por intermédio das inteligências mergulha - mais sublimes. Enquanto a Gjjcncia e a Filonofia
Operam o trabalho da experimentação e do racio-
dado, quando não se encontram em simples estrada
cino, a Religião edifica e ilumina os sentimentos.
evolutiva; contudo, nas demonstrações de ordem
A s primeiras se irmanam na Sabedoria, a se-
:;u porior que lhes cabe, preferem, na maioria das
gunda personifica o A m o r , as duas asas divinas
ocasiões, adorar a morte na ociosidade, na ignorân-
com que a alma humana penetrará, um dia, nos pór-
cia agressiva ou no crime disfarçado, olvidando a
ticos sagrados da espiritualidade. ( 1 2 )
gloriosa imortalidade que lhes compete atingir. A o
* invés de estruturarem destino santificante, com v i s -
tas ao porvir infinito, menosprezam oportunidades
A religião é viveiro de almas, não cárcere do
de crescimento, fogem ao aprendizado salutar e con-
pensamento. ( 3 3 ) Joaquim Arcoverde.
traem débitos clamorosos, retardando a obra de
elevação própria. E se eles mesmos, senhores de
preciosos dons de inteligência, com todo o acervo
REMÉDIO ESPIRITUAL de revelações religiosas de que dispõem para solu-
cionar os problemas da alma, se confiam volunta-
Indicação: " D e z horas de serviço ativo por dia.
riamente a semelhante atraso, que nos resta fazer
Muitas dificuldades e pouco dinheiro. Nuvens de
senão seguir nas linhas de paciência por onde se
preocupação e chuvas de suor."
regula a influenciação dos nossos benfeitores? Sem
Modo de usar: "Entregar-se ao trabalho de
dúvida, esta paisagem é inquietante e angustiosa,
boa vontade, a fim de encontrar o tesouro do espí-
mas compreensível e necessária. ( 6 )
rito de serviço. Encarar as dificuldades como ins-
trutoras; aprender a alcançar muita espiritualidade
com reduzidas possibilidades materiais. Aceitar as
RENÚNCIA
nuvens de preocupação e as chuvas de suor como
elementos indispensáveis à sementeira e à colheita A renúncia é o A m o r que se ilumina. (33)
nas terras da vida." ( 1 7 ) João ãe Brito.
REMÉDIOS RENUNCIAR
A escravização aos sintomas e aos remédios Quem não sabe renunciar aos próprios desejos,
não passa, na maioria das ocasiões, de fruto dos dificilmente receberá o dom divino da alegria im-
desequilíbrios a que nos impusemos. ( 3 3 ) Joaquim perecível. ( 2 4 )
Murtinho.
REPOUSO
ROGATIVAS
SANGUE
#> *
O cativeiro nos tormentos do sexo não é pro- SIMPATIA
blema que possa ser solucionado por literatos ou
médicos a agir no campo exterior: é questão da A sementeira de simpatia é impositivo pre-
alma, que demanda processo individual de cura, cípuo, a que nossa paz se condiciona. ( 3 3 ) 4.bel
e sobre esta só o espírito resolverá no tribunal da Gomes.
própria consciência. E ' inegável que todo auxílio
externo é valioso e respeitável, mas cumpre-nos
reconhecer que os escravos das perturbações do SOFRER
campo sensorial só por si mesmos serão liberados,
isto é, pela dilatação do entendimento, pela com- Toda a dor que na vida padeceres,
preensão dos sofrimentos alheios e das dificuldades Todo o fel que tragares, todo o pranto,
próprias, pela aplicação, enfim, do "amai-vos uns Ser-te-ão como trevas, e, entretanto,
aos outros", assim na doutrinação, como no imo Serás pobre de luz se não sofreres.
da alma, com as melhores energias do cérebro e ( 2 9 ) Cruz e Souza.
com os melhores sentimentos do coração. ( 5 )
•
dos não passarão de coisas igualmente imundas. ( 9 )
TEMPLOS
TERRA
N o futuro da Humanidade, os templos mate-
Cesse, para nós outros, a concepção de qu< |
T e r r a é o vale tenebroso, destinado a quedas la-
mentáveis, e agasalhemos a certeza de que a es- O trabalho salvacionista não é exclusividade
fera carnal é uma grande oficina de trabalho da religião: constitui ministério comum a todos,
redentor. ( 2 ) porque dia v i r á em que o homem há-de reconhecer
a Divina Presença em toda p a r t e . A realização que
* nos compete não se filia ao particularismo: é obra
genérica para a coletividade, esforço do servidor
A terra é a sementeira, no Espaço a co-
lheita. ( 1 4 ) honesto e sincero, interessado no bem de todos. ( 5 )
*
TESTEMUNHO A P o r t a Divina não se abre a espíritos que se
não divinizaram pelo trabalho incessante de coope-
ração com o P a i A l t í s s i m o . E o solo do Planeta,
a que v o s prendeis provisoriamente, representa o
abençoado círculo de colaboração que o Senhor voe
confia. Recolhei o orvalho celeste do escrínio do
coração sedento de p a z ; contemplai as estrelas <|m-
nos acenam de longe, como sublimes ápices da Di-
vindade; todavia, não olvideis o campo de lutas
TRABALHADORES presentes. ( 5 )
camiSfaÒ a i S T
11
^ & S d U a S m a r
^ *> Qualquer trabalho, desde que honesto, é titula
de glória para a c r i a t u r a . . . ( 1 7 )
*
u
Meu trabalho atual não é o de escrever nara
agradar, mas o de escrever com proveito
*
UMBRAL
wfjo^TBãr é
° Amor que se a
*™™- O Umbral começa na crosta terrena. E ' a zona
obscura de quantos no mundo não se resolveram
a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim
de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão
TRADIÇÕES RELIGIOSAS
ou no pântano dos erros numerosos. ( 1 )
V a m o s encontrar, historicamente, as concep- *
ções mais remotas da organização religiosa na civi-
lização chinesa, nas tradições da índia védica e O Umbral funciona como região destinada B
bramânica, de onde também se irradiaram as pri- esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de
meiras lições do budismo, no antigo E g i t o , com os zona purgatorial, onde se queima a prestações o
mistérios do culto dos mortos, na civilização res- material deteriorado das ilusões que a criatura
plandecente dos faraós, na Grécia com os ensina- adquiriu por atacado, menosprezando o sublime o u -
mentos órficos e com a simbologia mitológica, exis- se j o de uma existência terrena. ( 1 )
tindo j á grandes mestres, isolados intelectualmente
das massas, a quem ofereciam os seus ensinos exó-
ticos, conservando o seu saber de iniciados o círculo
V
restrito daqueles que os poderiam compreender de-
vidamente. ( 1 1 )
VÁCUO
TRIUNFOS
t H á esferas de vida em toda parte, o vácuo
Os triunfos exteriores são aparentes e nodem há-de ser mera imagem literária. E m tudo há ener-
ser mentirosos. A vitória espiritual pertence ? gias viventes e cada espécie de seres funciona em
determinada zona da v i d a . (1)
alma heróica que soube unir-se ao céu, através e d
b u r ü a r ^
Duriiar-se a .siT própria.
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° ( 1 5») * > .
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VANGLORIAR-SE
a aUXÍIÍar n0S
uns
N ã o te vanglories do que possuis, porque Deus
concede os recursos no momento preciso e reto-
VERDADE
VELHICE *
Precisamos ser canal de verdade para os ou-
Costuma-se dizer que a velhice é um ataúde t r o s ; mas não é só isso, porque é indispensável
de fantasias mortas, mas isso apenas se verifica sejamos canais e reservatórios ao mesmo tempo,
com os que não souberam ou não quiseram " m o r r e r " a fim de que, como discípulos de um Mestre tão
com o Cristo para alcançar a fonte eterna da sua rico de sabedoria e amor, não venhamos a sucum-
v i d a gloriosa. Quem se valeu da possibilidade bir pela miséria própria. ( 1 7 )
divina tão somente para cultivar ilusões balofas, *
não poderá encontrar mais que o fantasma dos
seus enganos caprichosos. A criatura, porém, que A verdade não constitui edificação que se le-
caminhou de olhos fixos em Jesus em todos os vante por informações alheias, no caminho da vida.
pormenores da tarefa, essa, naturalmente, conquis- E ' realização eterna que cabe a cada criatura con-
tou o segredo de v i v e r triunfante acima de quais- solidar aos poucos, dentro de si mesma, utilizando
quer circunstâncias adversas. Jesus palpita em seus a própria consciência. ( 2 3 )
atos, palavras e pensamentos. Seu coração, na po-
breza ou na abastança, será como flor de luz, aber-
t a a o sol da v i d a e t e r n a ! . . . ( 1 5 )
VERDUGOS
•
A vida, na sua expressão terrestre, é como
uma árvore grandiosa. A infância é a sua rama-
gem verdejante. A mocidade se constitui de suas
A vida física é puro estágio educativo, dentro
flores perfumadas e formosas. A velhice é o fruto
da eternidade, e a ela ninguém é chamado a f i m
de candidatar-se a paraísos de f a v o r e, sim, à mol- da experiência e da sabedoria. H á ramagens que
dagem v i v a do céu no santuário do Espírito, pelo morrem depois do primeiro beijo do Sol, e flores
máximo aproveitamento das oportunidades recebi- que caem ao primeiro sopro da P r i m a v e r a . O fruto,
das no aprimoramento de nossos valores mentais, porém, é sempre uma bênção do Todo-Poderoso.
com o desabrochar e evolver das sementes divinas A ramagem é uma esperança, a flor uma promessa,
que trazemos conosco. ( 6 ) o fruto é realização; só ele contém o doce mistério
da vida, cuja fonte se perde no infinito da divin-
* dade. ( 1 9 )
A vida é um cântico de trabalho e criação *
incessantes. ( 1 7 )
A vida é onda contínua e inextinguível a ma-
*
nifestar-se em diversos planos. ( 3 3 ) Farias Brito.
O termo central de nossa v i d a deve ser o reino *
do céu no coração. ( 1 9 )
A vida pede a nossa renovação permanente
*
para chegarmos ao Sólio Divino, que lhe é meta
A v i d a é o resultado das trocas incessantes e fulgurante. P a r a isso é imprescindível aprender,
o insulamento é a única morte no concerto uni- transformar, agir e santificar, incessantemente, as-
versal. ( 2 0 ) similando as ondas de vitalidade que nos cercam em
nosso crescimento espiritual. ( 3 3 ) Miguel Couto.
*
VOAR
BOCAGE :
VOZ D A PROVIDÊNCIA Volta Bocage
Onde luzir o verbo da bondade que auxilia e
educa, ai se reflete, magnânima, a voz da P r o v i - CASIMIRO CUNHA :
dencia. ( 3 3 ) André de Cristo.
Cartilha da Natureza
DIVERSOS:
^akiriclo à Tierra
Quarenta Espíritos voltam do A l é m e, em vi-
brantes páginas, falam construtivamente à Huma-
nidade inteira, cada qual no sou estilo, muitos a
lembrar-nos a sua passagem pela face planetária.
Obra em prosa, prefaciada por Emmanuel em
18 de Abril, encerra aquelas manifestações a que
Kardec se referia em " O que é o Espiritismo", isto
é, aquelas cujo fim providencial "é convencer os
incrédulos de que p a r a o homem nem tudo acaba
com a vida terrena, e dar aos crentes ideias mais
justas sobre a vida futura".
Síntese de
" O Novo Testamento
( 2 / edição)
Muito bom impressa era papel houffant de 1/,
em caracteres facilmente legíveis, é obra que me-
receu a aceitação do público em geral.
Mínhmis, o Autor, reuniu as exposições dos
quatro evangelistas numa única narrativa, que flui,
do princípio ao fim, sem interrupções—bmscas e
observando sempre üma ordem natural no relato
dos acontecimentos, o que muito contribui para
tornar mais agradável a leitura e o estudo dos
Evangelhos.
Os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o A p o -
calipse tomaram forma resumida, abandonando-se
os excessos, as repetições e as referências de pouca
ou nenhuma importância, conseryando-se apenas o
indispensável.
Síntese possui ainda dois utilíssimos índices
alfabéticos: por assunto, e por capítulos e versícu-
los, que facilitam sobremaneira o encontro da ma-
téria que se deseja. 4