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CURSO BÁSICO MANEABILIDADE DO GRUPO DE COMBATE

CAPÍTULO I
GENERALIDADES

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

a. Maneabilidade é o conjunto de atividades desenvolvidas pelas pequenas frações das organi-


zações militares operacionais, com o objetivo de desenvolver técnicas e procedimentos ope-
racionais, necessários à execução do combate.
b. Pequenas frações são as tropas com efetivo máximo de um Pelotão.
c. A instrução para pequenas frações deve ser eminentemente prática e o adestramento perse-
guido constantemente, buscando formar uma equipe que atue em perfeita coordenação.

1.2 CONCEITOS

a. Coluna – dispositivo em que os elementos da fração (homens, peças, seções ou grupos) se


escalonam em profundidade, independente da formação e distância adotada por eles.
b. Desdobramento – divisão de uma fração em profundidade, largura ou ambas, orientado pa-
ra vias de acesso ou itinerários definidos, com a finalidade de possível emprego em comba-
te.
c. Desenvolvimento – organização de uma tropa no terreno, adotando um dispositivo de com-
bate, com a finalidade de reduzir a observação e eficácia do fogo inimigo.
d. Dispositivo – modo em que estão dispostos os elementos de uma força.
e. Distância – espaço entre cada viatura, homem ou fração de uma tropa formada em coluna,
medida em passos ou metros.
f. Escalões – elementos sucessivos de uma tropa disposta em profundidade.
g. Formação – organização dos elementos de uma tropa segunda maneiras definidas.
h. Frente – intervalo entre os extremos direito e esquerdo de uma fração.
i. Homem base ou unidade base – homem ou fração que será usada como referência para os
demais se orientarem.
j. Intervalo – espaço entre cada viatura, homem ou fração de uma tropa formada em linha,
medida em passos ou metros.
k. Lanço – progressão de um homem ou tropa, de um ponto em linha até o outro.
l. Linha – dispositivo em que os integrantes da fração se escalonam lateralmente.
m. Objetivo – ponto do terreno, linha ou posição inimiga que deve ser atingida por uma tropa.
n. Passo – unidade empírica de comprimento, equivale a 0,75 metros.
o. Profundidade – espaço entre a testa do primeiro elemento e a cauda do último.
p. Progressão – deslocamento de uma tropa desdobrada em determidada direção.
q. Rodízio – troca de posição ou mudança de função entre os homens de uma mesma fração.
r. Tropa em posição – tropa se encontra com suas armas instaladas no terreno.
s. Unidades justapostas – dispositivo em que as peças, seções ou grupos de uma fração estão
colocados uns ao lado do outro, parados ou em movimento, independente da formação que
adotam por si.
t. Unidades sucessivas - dispositivo em que as peças, seções ou grupos de uma fração estão
colocados uns atrás dos outros, parados ou em movimento, independente da formação que
adotam por si.

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1.3 FORMAÇÕES DE COMBATE

a. As formações de combate são as previstas nos capítulos referentes às respectivas frações.


b. Durante o combate, os seguintes fatores influenciam as formações:
(1) Situação.
(2) Ação do Inimigo.
(3) Terreno.
(4) Visibilidade.
(5) Velocidade desejada.
(6) Flexibilidade.
c. A distância e intervalo entre os homens normalmente é de 10 passos, porém as formações
não são tão rígidas. Mais importante do que as distâncias ou posições dos homens é a cor-
reta utilização do terreno para progredir e atirar.

ARTIGO II
COMANDOS

1.4 EMISSÃO DOS COMANDOS

a. Os comandos podem ser transmitidos das seguintes maneiras:


(1) Voz.
(2) Gestos.
(3) Sinais convencionados (visuais ou acústicos).
(4) Ordens verbais ou escritas.
(5) Exemplo ou imitação.

b. Os comandos são compostos por:


(1) Advertência – alerta de quem vai executá-lo, preparando o comando para ser execu-
tado.
(2) Comando propriamente dito – define a ação ou movimento que a tropa irá realizar.
(3) Execução – determina o início do movimento ou o instante de execução.

1.5 COMANDOS A VOZ

a. A voz é o modo de comando mais empregado e eficiente, embora a distância entre os ho-
mens, ventos e ruídos de combate interfiram diretamente na compreensão.
b. Os comandos a voz deverão ser transmitidos de forma a serem ouvidos por toda a tropa.
c. As frações poderão contar em suas Normas Gerais de Ação com comandos informais mais
curtos e simple, a fim de ganhar presteza e agilidade em situações de combate.

1.6 COMANDOS POR GESTOS

a. Os comandos por gestos substituirão os comandos a voz quando a distância, vento ou ruídos
ou quaisquer outras circunstâncias impeçam que o comandante se faça ouvir. Deverão ser
transmitidos de um local visível a toda tropa comandada ou, pelo menos, a todos os coman-
dantes interessados.

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b. Devem ser evitadas combinações de gestos. Após cada gesto aguarda-se-á que a ordem cor-
respondente seja cumprida, para que, só então, seja transmitido o gesto seguinte.

1.7 COMANDOS POR SINAIS CONVENCIONADOS

a. Os sinais convencionados podem ser visuais, acústicos ou diversos.


b. Devem fazer parte das Normas Gerais de Ação da fração.
c. Podem ser transmitidos por diversos meios, tais como apito, sirene, tiro, buzina, luzes, etc.
d. Apresentam como desvantagem a dependência das condições de visibilidade e ruídos do
combate, além de poderem ser percebidos pelos inimigos com mais facilidade.

1.8 COMANDOS POR ORDENS

a. Quando não for possível usar outro modo, serão expedidas ordens, que poderão ser transmi-
tidas a voz ou por escrito.
b. Nas pequenas frações, esta forma de comando é utilizada quando a tropa está muito dispersa
no terreno. Para tanto, será utilizado um mensageiro que conduzirá a ordem verbal ou escri-
ta.

1.9 COMANDOS PELO EXEMPLO

Em alguns casos, os comandantes poderão determinar que seus movimentos ou ações sejam
imitados. A partir de então, estarão comandando pelo exemplo.

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CAPÍTULO II
O GRUPO DE COMBATE

ARTIGO I
O GRUPO DE COMBATE MOTORIZADO, LEVE E PÁRA-QUEDISTA

2.1. ORGANIZAÇÃO

a. O Grupo de Combate (GC) é orgânico do Pelotão de Fuzileiros (Pel Fuz), da Companhia de


Fuzileiros de um Batalhão de Infantaria.
b. As unidades de Infantaria Motorizada, Leve ou Pára-quedista possuem idêntica constituição
dos Grupos de Combate.
c. O Grupo de Combate é comandado por um 3º Sargento e organizado em 2 esquadras.

2.2. ATRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES

As atribuições dos components do Grupo de Combate são as seguintes:


a. Sargento Comandante do Grupo de Combate
(1)Comandar o GC, emitindo os comandos necessários e oportunos que o conduzam ao
cumprimento da missão.
(2)Empregar e controlar o GC, conduzindo o tiro e a manobra da fração.
(3)Impulsionar seu GC na ofensiva.
(4)Selecionar as posições de seus homens na defensiva.
(5)Supervisionar as atividades de manutenção de seu grupo.
(6)Conduzir o tiro da Peça de Morteiro 60 orgânica do Pelotão, quando necessário.

b. Cabo Comandante de Esquadra


(1)Comandar a esquadra.
(2)Controlar a manobra, posicionamento do pessoal e mecanismo de execução de fogos de
sua esquadra.
(3)Coordenar os fogos de sua esquadra.
(4)Conduzir, além do seu material de dotação, 2 carregadores para os FAP.

c. Soldados Esclarecedores e Atiradores


(1)Cumprir as ordens emanadas dos Cmt GC e Esquadra.
(2)Recebem a instrução individual, porém seu adestramento deve ser voltado para o combate
coletivo, em que a eficiência do grupo é o mais importante.
(3)O Sd 3º Esc tem a função de granadeiro.
(4)Os atiradores conduzem e operam o FAP, identificando e realizando os fogos sobre os al-
vos determinados.

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2.3. RODÍZIO DAS FUNÇÕES

a. Os Cb Aux devem estar em condições de assumir o comando do GC e de operar o AT4.


b. Os Sd Esc devem estar em condições de assumir o comando da esquadra e a missão dos Sd
At, operando em boas condições o FAP.
c. Os Sd At devem estar em condições de desempenhar as funções dos Sd Esc.

2.4. ENUNCIAR FUNÇÕES

a. O comando de enunciar funções tem a finalidade de verificar se todos os homens estão pre-
sentes e cientes da função que irão desempenhar no exercício ou ação de combate, bem co-
mo verificar eventuais faltas ou baixas na fração. É empregado nas seguintes condições:
(1)Antes do exercício.
(2)Após movimentos que dispersem o GC.
(3)Após exercícios ou ações de combate.
(4)Após efetuado o rodízio das funções.
(5)Antes ou depois de um deslocamento aéreo.
b. Execução – ao comando de “GRUPO ATENÇÃO! ENUNCIAR FUNÇÕES! ”, cada ho-
mem, na sequência mostrada na figura 2-1, a partir do Cmt GC inclusive, tomará a posição
de sentido, levantará energicamente o braço direito com a mão espalmada, voltada para o
centro, e dirá a sua graduação e função em voz alta. Caso o GC esteja desdobrado no terre-
no, o militar somente dirá, em voz alta, a sua graduação e função, permanecendo na sua po-
sição.

2.5. FORMAÇÕES

a. Generalidades
(1)A formação, distâncias e intervalos a serem adotados são decorrentes dos diversos fa-
tores apresentados no capítulo 1-3. Normalmente, as distâncias serão de 10 passos en-
tre os homens e de 20 a 50 metros entre as esquadras.
(2)A primeira esquadra sempre será a base das formações. Quando estiver escalonado em
profundidade, a base estará à frente. Caso esteja em largura, a base estará à esquerda,
tornando-se referência direção de progressão.
(3)A adequada utilização do terreno é mais importante do que a rígida manutenção das
distâncias entre os homens. O Cmt GC deve progredir em uma posição na qual possa
controlar e melhor orientar seus subordinados.
b. Formatura do Grupo de Combate (Fig 2-2)
(1)Adotada nas formaturas diárias do GC.
(2)Os homens entrarão em forma em coluna por um, à distância de um braço.
c. Em coluna (Fig 2-3)
(1)Formação adotada para o movimento em terreno que restringe o emprego de uma for-
mação mais dispersa (trilhas, passagens estreiras, etc) ou em situações de visibilidade
reduzida.
(2)Apresenta como vantagens o controle e a boa velocidade de progressão.
(3)Como desvantagem, proporciona pouca dispersão.
(4)As esquadras adotarão, obrigatoriamente, a formação em coluna.
(5)As distâncias entre os homens são de 5 passos e de 5 metros entre as esquadras. Po-
rém, elas podem ser reduzidas em funções de limitação de visibilidade.

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d. Por esquadras sucessivas (Fig 2-4)


(1)É a formação que o GC normalmente adota. Assim que os fatores que determinaram
outra formação tiverem cessado, o GC retornará à formação de esquadra sucessiva.
(2)É utilizada em reconhecimentos e sempre que houver a necessidade de uma esquadra
apoiar a outra durante o deslocamento.
(3)Oferece boa dispersão, bom controle, bom bolume de fogos nos flancos e à frente,
grande flexibilidade e apoio mútuo entre as esquadras.
(4)As esquadras adotarão a formação em cunha modificada sempre que possível, apenas
modificando-a temporariamente em função dos fatores previstos no capítulo 1-3.
(5)O Cmt Esq é o vértice da cunha, o que lhe permite servir de base para os movimentos
de sua esquadra, bem como proporciona um bom controle de seus homens.
(6)As distâncias entre os homens são de 10 passos e de 20 a 50 metros entre as esquadras.

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e. Por esquadras justapostas (Fig 2-5)


(1) Formação adotada para a progressão quando a localização do inimigo for conhecida e se
desejar um bom volume de fogo à frente.
(2) Proporciona um bom grau de controle, segurança à frente e nos flancos, e um grande
volume de fogo à frente. Adotada nas formaturas diárias do GC.
(3) As esquadras adotarão a formação em cunha modificada.
(4) As distâncias entre os homens são de 10 passos e o interval de 20 a 50 metros entre as
esquadras.

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f. Por esquadras justapostas modificadas (Fig 2-6)


(1) Quando as restrições impostas pelo terreno não forem tão grandes que obriguem a ado-
ção da formação em coluna, o GC poderá adotar a formação de esquadras justapostas
modificadas.
(2) Nesta formação, as esquadras estarão justapostas, porém cada uma estará em coluna.
Esta formação também é chamada de “Por esquadras justapostas coluna por dois”.
(3) Esta formação é adotada quando o movimento é realizado em uma trilha larga ou estra-
da.
(4) Apresenta como vantagem a rapidez e muito bom controle.
(5) Como desvantagem está a reduzida potência de fogo à frente.

g. Em linha (Fig 2-7)


(1) Formação utilizada para a transposição de cristas, estradas ou locais de passagem obri-
gatória, sujeitos ao fogo e observação do inimigo.
(2) As esquadras devem adotar obrigatoriamente a formação em linha.
(3) Apresenta como vantage a máxima potência de fogo à frente, sendo, por isso, a forma-
ção mais adequada para o assalto.
(4) Como desvantagem, verifica-se que o controle é muito dificil.
(5) Os intervalos entre os homens são de 10 passos.

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2.6. MUDANÇAS DE FRENTE E FORMAÇÃO

a. Generalidades
(1) O GC não interrompe o movimento se o comando de mudança de frente e formação for
emitido com o grupo em deslocamento. Da mesma forma, se estiver parado, continuará
nesta situação após a execução.
(2) Os Cmt Esq não repetem o comando do Cmt de GC. Poderão, em alguns casos, emitir
comandos para adotar as formações adequadas ao dispositivo imposto pelo Cmt GC.
(3) Ao realizar mudanças de frente e formação o Cmt GC pode alterar a base, a fim de evi-
tar deslocamentos desnecessários ou cruzamentos de esquadras.

b. Comando para mudança de frente e formação


(1) Advertência…………………………...”GRUPO, ATENÇÃO! ”
(2) Comando propriamente dito………....”BASE (Esquadra base)”|
“FRENTE (ou DIREÇÃO) ”
“FORMAÇÃO”
“DISTÂNCIAS E INTERVALOS”
(3) EXECUÇÃO……………………….…”MARCHE (ou MARCHE-MARCHE)
Observação: A sequência do comando acima deve ser seguida. Caso algum item do coman-
do propriamente não sofra alteração em algum comando subsequente, este não precisa ser
mencionado. Sempre constará do comando de advertência, item ou itens que foram altera-
dos, e a execução.

2.7. DESLOCAMENTOS

a. Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! MARCHE”, o GC se deslocará em passo nor-


mal. Se o comando for “GRUPO, ATENÇÃO! MARCHE-MARCHE! ”, o GC se delo-
cará em acelerado.
b. No caso do comando de “GRUPO, ATENÇÃO! COMIGO! ”, a velocidade de desloca-
mento será a mesma do Comandante de GC.
c. O GC poderá também se deslocar rastejando ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO!
RASTEJAR! ”, ou então engatinhando ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! ENGA-
TINHAR! ”.

2.8. ALTOS

A fim de interromper o movimento do GC, o Cmt comandará “GRUPO, ATENÇÃO! AL-


TO! ” Ou “GRUPO, ATENÇÃO! DEITAR! ”. Os homens farão alto ou se deitarão imediata-
mente, aproveitando o terreno e abrigando-se frente às direções de onde possa partir qualquer
ameaça.

2.9. OBSERVAÇÃO E CONTROLE

As atividades de observação e controle sempre são realizadas, estando condicionadas ao


movimento do GC, e a proximidade do inimigo.

a. Mecanismo para observação e movimento.


(1) Manter a direção de movimento.
(2) Não realizar paradas.
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(3) De acordo com o terreno, percorrer determinada distância, observando o setor desig-
nado e voltar-se para a direção de progressão nos intervalos das observações.

b. Em movimento e longe do inimigo


(1) Em princípio, nesta situação o GC se deslocará em coluna ou por esquadra justaposta
modificada.
(2) A observação caberá ao Cmt GC e aos Esclarecedores lançados à frente do grupo.
(3) Os demais homens ampliarão a observação do grupo buscando verificar a presença
de aviação, carros de combate e agentes QBRN.

c. Em movimento perto do inimigo


(1) Cada homem recebe um setor de observação cobrindo todas as direções.
(2) O Cmt GC não tem um setor fixo de observação, devendo fazê-lo em todas as dire-
ções, além de controlar seus homens.
(3) O Cmt Esq deve, além de observar o setor que lhe foi atribuído, manter o contato vi-
sual com Cmt GC.
(4) A observação quanto a aviação, carros de combate e agentes QBRN será realizada
por todos os integrantes do GC.

d. Durante os altos
(1) Cada homem recebe um setor de observação, cobrindo todas as direções.
(2) O Cmt GC deve aproveitar a oportunidade para conferir a sua fração, podendo fazê-
lo pela vista ou por meio do comando de “ ENUNCIAR FUNÇÕES! ”.

2.10. TÉCNICAS DE PROGRESSÃO

a. Progressão contínua – a velocidade é o fator mais importante. Geralmente adotada nos mo-
vimentos antes do contato com o inimigo.
b. Progressão protegida – a segurança é o fator mais importante, porém a velocidade deve ser
mantida. Normalmente, o contato com o inimigo ainda não foi estabelecido. O Cmt GC de-
terminará a dispersão do grupo, de uma maneira que uma esquadra não seja atingida pelo
fogo dirigido a outra, bem como proporcione o apoio mútuo entre elas. Nessa situação, nor-
malmente é adotada a formação por esquadras sucessivas, e o Cmt GC se desloca próximo a
esquadra da retaguarda.
c. Progressão por lanços – ao ser percebido pela observação inimiga ou receber fogos, o GC
progredirá por lanços. O Cmt determinará as formações compatíveis com o terreno e ade-
quadas a situação. Uma esquadra deverá permanecer em posição, apoiando o deslocamento
da outra esquadra. Quando esta atingir entre 100 e 150 metros à frente, fará alto e apoiará o
deslocamento da esquadra que estava à retaguarda, até que ultrapasse de 100 a 150 metros à
sua frente, e assim sucessivamente. Este movimento também é chamdo de “ marcha do pa-
pagaio”. O Cmt GC deslocar-se-á junto à Esquadra de Apoio, mudando de uma Esquadra
para outra quando a que executa o lanço passar pela que está no apoio. (Fig 2-10)

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2.11. MOVIMENTO SOB AS VISTAS E FOGOS DO INIMIGO

a. Generalidades
(1)Ao perceber a possibilidade de atuação do inimigo, o GC adotará a formação que melhor
possibilite observar, fugir das vistas do inimigo e progredir em segurança, além de ficar
em condições de atuar rapidamente.
(2)Para tanto, o Cmt GC comandará “GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA O COM-
BATE! ”. Os homens verificarão se as armas estão carregadas e travadas, conduzindo-as
de maneira que permita rápida utilização.
(3)O GC progredirá por lanços se estiver sob vistas e fogos. Os lanços podem ser executados
por todo grupo, por esquadras ou homem a homem, e no passo acelerado, normal, raste-
jando ou engatinhando. Cabe ao Cmt GC.
(4)O lanço termina ao se atingir o ponto ou linha determinado ou ao comando de “ALTO! ”
ou “DEITAR!”. Imediatamente o homem irão ocultar-se e abrigar-se, aproveitando ao
máximo o terreno.

b. Comandos para a progressão


(1)Todo o grupo – o comando é emitido somente pelo Cmt GC e todos os integrantes do
grupo executam o lanço ao mesmo tempo.
-GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!
-ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)
-TODO O GRUPO!
-MARCHE-MARCHE!

(2)Esquadra por esquadra – o comando é emitido inicialmente pelo Cmt GC.


-GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!
-POR ESQUADRAS!
-1ª ESQUADRA ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)
-2ª ESQUADRA ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)

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-MARCHE-MARCHE!
Em seguida, os Cmt Esq emitirão o comando para suas esquadras, na sequência estabele-
cidas pelo Cmt GC, partindo junto com suas esquadras.
-1ª (ou 2ª) ESQUADRA, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!
-ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)
-TODA A ESQUADRA!
-MARCHE-MARCHE (ou COMIGO)!

(3)Homem a homem sucessivamente – o comando é emitido inicialmente pelo Cmt GC


que, após emitir o comando, realizará seu lanço individualemnte.
-GRUPO, ATENÇÃO!
-BASE A 1ª (ou 2ª) ESQUADRA!
-ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!
-HOMEM A HOMEM!
-MARCHE-MARCHE!
Em seguida, os Cmt Esq emitirão o comando para suas esquadras, na sequência estabele-
cidas pelo Cmt GC.
-1ª (ou 2ª) ESQUADRA, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!
-ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!
-HOMEM A HOMEM!
- A MEU COMANDO!
-FULANO! MARCHE-MARCHE!
Caso o Cmt Esquadra esteja em uma posição que lhe proporcione perfeita observação,
poderá comandar “POR INICIATIVA! ”, em vez de chamar nominalmente seus homens.
Nesta situação, os homens iniciarão sucessivamente seus deslocamentos, de acordo com o
posicionamento no terreno, e da esquerda para a direita. O Cmt Esquadra será o primeiro
a progredir.

(4)Homem a homem simultaneamente – o comando é emitido inicialmente pelo Cmt GC,


que será o ultimo a progredir, visto que permanecerá controlando o movimento de toda a
fração.
-GRUPO, ATENÇÃO! PREPARAR PARA PARTIR!
-SIMULTANEAMENTE!
-ATÉ TAL PONTO (ou LINHA)!
-HOMEM A HOMEM!
-AO MEU COMANDO!
-TAIS HOMENS! MARCHE-MARCHE!

2.12. ENTRADA EM POSIÇÃO

a. Mediante ordem – ao receber ordem para entrar em posição ou se a situação exigir, o


Cmt GC colocará o seu grupo em posição. O comando deve abordar os seguintes
aspectos:
- Advertência (GRUPO, ATENÇÃO!)
- Locais das esquadras e dos FAP
- Direção geral dos fogos.
- Execução (EM POSIÇÃO!)
b. Por interferência do inimigo – estando o GC em movimento, ao receber fogos, seu
Cmt ou qualquer homem que tenha percebido ou localizado a direção ou origem dos ti-
ros informará –“FOGO DE TAL PONTO! ”, imediatamente todos os integrantes do

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grupo abrigar-se-ão independente de ordem. Após rápido estudo de situação, o Cmt GC


determinará o local de entrada em posição, emitindo o comando previsto no subparágra-
fo a. Realizar esta tomada de posição homem a homem sucessivamente proporcionará
mais segurança ao grupo. Após ocupar a posição, o grupo poderá executar seus fogos,
caso seja necessário.

2.13. MANOBRAS DO GC

a. Em conduta, as frações enfrentam situações imprevistas, tais como contato furtuito


com o inimigo, deparar-se com a posição inimiga, campo de minas, entre outros. Para
reagir, rapidamente a estes fatos novos, o Cmt GC deve ser capaz de manobrar o gru-
po.
b. A manobra a ser empregada em cada caso é decorrência do rápido estudo de situação
do Cmt GC.
c. Existem dois tipos de manobra para os quais o GC deve estar adestrado e apto a reali-
zar em qualquer situação.

(1)Manobra de Flanco - Neste tipo de manobra o Cmt GC poderá atuar com todo o
grupo ou com apenas uma esquadra sobre um dos flancos do inimigo.

(2)Manobra Frontal - Este tipo de manobra deve ser evitado ou então ser empregado
somende quando o inimigo for muito fraco ou o terreno permitir. O GC progredirá por
lanços, utilizando criteriosamente o terreno e fazendo máximo emprego do fogo e mo-
vimento, até que tenha condições de eliminar a resistência inimiga. Apresenta como
desvantagens o alto consume de munição e possibilidade de grande número de baixas.

2.14. DISTRIBUIÇÃO DOS FOGOS

a. Generalidades
Durante o combate, o GC deve buscar o máximo volume de fogos, isto é possível con-
centrando os fogos do grupo em um alvo determinado pelo Comandante. Sempre que
possível os fogos deverão ser conduzidos pelo Cmt GC. Nas situações de combate
aproximado, os homens atirarão sobre os alvos que lhes surgirem, sem a necessidade
de ordem do Cmt GC. Em qualquer situação, o emprego das granadas de bocal pelo
granadeiro e do AT-4 pelo E2 e E4 somente ocorrerá mediante ordem do Cmt GC.
b. Distribuição dos fogos
(1) Objetivo em largura. (Fig 2-14)
(a) O Cmt define as extremidades e o centro do alvo.
(b) A esquadra que estiver à esquerda bate a porção esquerda do alvo. Da mesma
forma, a que estiver à direita bate a porção direita do alvo.
(c) Os FAP atiram em toda frente da esquadra, com rajadas curtas de três tiros.
(d) Os Cmt esquadra atiram dentro do setor de sua esquadra, onde julgarem mais
conveniente.

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(2) Objetivo em profundidade. (Fig 2-15)


(a) O Cmt define à frente, centro e retaguarda do objetivo
(b) A esquadra da esquerda atira na metade anterior do objetivo, e a esquadra direita
na metade posterior.
(c) Os FAP atiram na porção central do objetivo, com rajadas curtas e três tiros.
(d) Os Cmt Esquadra atiram dentro do setor de sua esquadra, onde julgarem mais
conveniente.
(e) Caso o objetivo seja tropa se deslocando e, após receber fogos, ela se desdobre em
largura, deve-se proceder como no caso anterior.

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2.15. MECANISMO PARA EXECUÇÃO DOS FOGOS

a. Para execução dos fogos, o Cmt GC emitirá o comando de tiro com os seguintes ele-
mentos.
(1)Advertência – Tem a finalidade de deixar os homens alertas para receberem ins-
truções. O Cmt GC pode alertar todo o grupo ou parte dele, como apenas uma es-
quadra, o granadeiro, os atiradores ou o E2 e E4 que conduzem os AT4.
(2)Direção – O Cmt GC indica a direção geral do alvo, ou até mesmo a localização
exata, se for possível. Define as extremidades e o centro dos alvos. Define as ex-
tremidades e o centro dos alvos que estiverem dispostos em largura e profundidade.
(3)Distância – Será expressa em metros e anunciada por algarismos. É fundamental
que os homens registrem no armamento a alça equivalente.
(4)Natureza do alvo – Descrição sumária do alvo. Sendo nítido, não precisa ser reali-
zada.
(5)Condições de execução – Definição de quem vai atirar, quantos tiros e quando exe-
cutará os fogos. Se os homens que forem atirar são os mesmos que foram alertados,
este aspecto não precisa ser repetido.
(6)Execução – Ordem para o início dos disparos.

b. Exemplo de comandos de tiro


(1)Primeiro exemplo
- GRUPO, ATENÇÃO!
- UMA HORA!
- DOIS – CINCO – ZERO!
- ARMA AUTOMÁTICA!
- CINCO TIROS! ATIRADORES DEZ TIROS!
- AO MEU COMANDO!
- FOGO!
(2)Segundo exemplo
- 4º ESCLARECEDOR, ATENÇÃO!
- DIREITA, CORTE DE ESTRADA!
- DOIS – ZERO – ZERO!
- CARRO DE COMBATE!
- QUANDO PRONTO, FOGO!
c. Os comandos de tiro, em princípio, devem conter todos os elementos. No entanto, eles
não precisam ser formais, dependendo do grau de adestramento do GC e da criativida-
de de seu Cmt, qualquer processo é válido desde que cumpra a finalidade. Um exem-
plo de seu comando informal pode ser.
“OBSERVEM O TRAÇANTE! TODO O GRUPO! DOIS TIROS! ”
d. Interrupção do fogo
(1)Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! SUSPENDER FOGO! ”, os homens deixa-
rão de atirar e substituirão os carregadores que estiverem incompletos. Permanecem
prontos para reiniciar os tiros nas mesmas condições anteriores.
(2)Ao comando de “GRUPO, ATENÇÃO! CESSAR FOGO! ”, os homens deixarão
de atirar, travarão as armas e colocarão a alça de combate.

2.16. CONDUTA NO ASSALTO

a. O GC progredirá dentro da formação adequada até o mais próximo possível de seu ini-
migo, utilizando o fogo e movimento.
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CURSO BÁSICO MANEABILIDADE DO GRUPO DE COMBATE

b. O assalto será desencadeado assim que for alcançada a superioridade de fogos local sobre o
inimigo. A formação mais adequada para o assalto é a formação em linha.
c. Os homens avançam todo o tempo utilizando o terreno, aproveitando os abrigos existentes,
sem se expor desnecessariamente.
d. É grande o risco de desorganização neste momento, exigindo rápida e agressiva ação do Cmt
GC, impulsionando e controlando seu grupo.
e. As armas serão conduzidas o tempo todo em posição de emprego imediato e em condições
de tiro. Os disparos apenas ocorrerão contra os alvos identificados, evitando-se desperdício
de munição com tiros a esmo.
f. Os homens devem realizar o controle da quantidade de tiros dados. No momento de efetuar a
troca de carregador abrigar-se-ão para efetuá-la.
g. Após ultrapassar a linha do objetivo, os homens iniciam imediatamente os trabalhos de con-
solidação, que constam de reajuste do dispositivo, preparação de abrigos para homens deita-
dos, divisão de setores de tiro e vasculhamento das posições inimigas.
h. Mediante ordem, ocorre a reorganização. As atividades de reorganização consistem em re-
distribuição da munição, atendimento a feridos, consumo de ração, e a evacuação das baixas
e prisioneiros de Guerra (PG). A conduta com os PG será definida pelo Comandante de Pe-
lotão, de acordo com a ordem de operações passada pelo Comandante de Companhia.
i. As atividades de consolidação têm prioridade sobre as atividades de reorganização, e podem
ocorrer simultaneamente, de acordo com a situação.

2.17. DEFESA PASSIVA CONTRA AVIAÇÃO, BLINDADOS E AGENTES QBRN

a. Defesa contra aviação – Estando o GC em movimento ou parado, ao aparecerem aerona-


ves, inimigas ou não identificadas, o primeiro homem a avistá-las, dará o alerta: “ALERTA
AVIÃO! ”
(1) Estando os homens em terreno limpo, ficarão imóveis.
(2) Estando em marcha e havendo tempo, procurarão um abrigo, se possível à sombra. Se
estiverem em Estrada, devem abandoná-las e deitar-se nas margens.
(3) Estando em posição ou estacionados, procurarão o abrigo ou coberta mais próxima, fi-
cando imóveis.
(4) Durante a noite, todas as luzes deverão ser apagadas.
(5) Assim que a aeronave tiver passado, todos retomam ás suas atividades.

b. Defesa contra blindados – Estando o GC parado ou em movimento, o primeiro homem que


avistar o carro dará o alerta: “ALERTA CARRO! ”. Os homens procederão da seguinte for-
ma:
(1)Fugir à observação do carro.
(2)Abrigar-se.
(3)Procurar identificá-lo.
(4)Passada a ameaça, o GC retorna às atividades.
c. Defesa contra agente QBRN – Ao ser constatada presença de agentes QBRN é dado o se-
guinte alerta: “ALERTA AGENTES QUÍMICOS! (ou BIOLÓGICOS! Ou RADIOLÓGI-
CO! ou NUCLEARES!)”. Todos os homens colocarão seus equipamentos de proteção e so-
mente os retirarão mediante ordem, após haver cessado a ameaça.

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