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MARETÓRIO, UM CONCEITO LATINO-AMERICANO?

Paulo Victor Sousa Lima2

Resumo

Lideranças da comissão nacional que representa os povos e comunidades de


extrativistas costeiro-marinhos do litoral brasileiro (CONFREM) apresentam um
desafio à academia: construir um conceito para o termo “maretório”. Na literatura
brasileira é possível observar os primeiros esforços nesta direção. Ocorre que,
a maior parte destes estudos não levou em conta que o termo “maretório”, ou
melhor “maritorio”, não é uma novidade na literatura latino-americana. Os
primeiros registros datam o início dos anos 1970, no Chile. Desde então, o
conceito vem sendo mobilizado em diferentes áreas do conhecimento e países
da América Latina. Tendo em vista contribuir com esse debate, este artigo
apresenta um breve estado da arte em torno do conceito “maritorio” – focado na
origem e alguns de seus desdobramentos. Argumenta-se que este percurso
pode vir a fornecer elementos teórico-metodológicos para se pensar a
construção do conceito “maretório” reivindicado pelos povos e comunidades de
extrativistas costeiro-marinhos do Brasil.

Palavras-chave: CONFREM; Maretório; Povos e comunidades de extrativistas


costeiro-marinhos;

MARETÓRIO, A LATIN AMERICAN CONCEPT?

Abstract

The leadership of the national commission that represents the coastal extractive
peoples and communities of the Brazilian coast (CONFREM) presents a
challenge for the academy: to build a concept for the tidal thermal. In Brazilian
literature it is possible to observe the first efforts in this direction. It turns out that
most of these studies do not show that neither the term "maretorio" nor the other
"maritorio" is not new in Latin American literature. The first records date from the
early two years of 1970, not from Chile. Since then, I have been mobilizing myself
in different areas of knowledge in Latin American countries. I intend to contribute
to this debate, this article presents a brief state of the art around the “maritime”

1 O presente artigo foi desenvolvido com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento


Cientifico e Tecnológico (CNPq) através da concessão de bolsa de estudo de Mestrado.
2 Discente do curso de mestrado em Sociologia do Programa de Pós-Graduação em Sociologia

e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Pará (UFPa). Bolsista pesquisador de


Mestrado do CNPq. Integrante do Núcleo de Pesquisa Ação Pública, Território e Ambiente l
Núcleo ACTA. E-mail: paulo.lima@ifch.ufpa.br

1
concept - focused on its origin and some of its consequences. It is argued that
this course can serve to provide theoretical-methodological elements to think
about the construction of the concept of “maretorium” claimed by the poor hair
and extractivist communities of the Brazilian coast.

Key-words: CONFREM; Maretório; Coastal Marine Extractive Peoples and


Communities

MARETÓRIO, ¿UN CONCEPTO LATINOAMERICANO?

Resumen

El liderazgo de la comisión nacional que representa a los pueblos y comunidades


extractivas costeras de la costa brasileña (CONFREM) presenta un desafío para
la academia: construir un concepto de marea térmica. En la literatura brasileña,
es posible observar los primeros esfuerzos en esta dirección. Resulta que la
mayoría de estos estudios no muestran que ni el término "maretorio" ni el otro
"maritorio" no sean nuevos en la literatura latinoamericana. Los primeros
registros datan de los dos primeros años de 1970, no de Chile. Desde entonces,
me he ido movilizando en diferentes áreas del conocimiento en países de
América Latina. Pretendo contribuir a este debate, este artículo presenta un
breve estado del arte en torno al concepto “marítimo”, centrado en su origen y
algunas de sus consecuencias. Se argumenta que este curso puede servir para
aportar elementos teórico-metodológicos para reflexionar sobre la construcción
del concepto de “maretorio” reivindicado por las comunidades pobres cabelleras
y extractivistas del litoral brasileño.

Palabras-clave: CONFREM; Maretório; Pueblos y comunidades de extracción


marina costera;

2
1. Introdução (30.000 a 50.000 caracteres incluindo os espaços e as
referências)

O artigo apresenta uma reflexão desenvolvida a partir de resultados


preliminares de um projeto de dissertação de Mestrado em Sociologia, vinculado
ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da
Universidade Federal do Pará (UFPa). Tem por objetivo contribuir com uma
reivindicação direcionada à academia por membros da Comissão Nacional para
o Fortalecimento das Reserva Extrativista e dos Povos e Comunidades
Tradicionais Extrativistas Costeiros Marinhos, a CONFREM.
A comissão nacional que representa os povos e comunidades de
extrativistas costeiro-marinhos do litoral brasileiro nasceu no ano de 2007. Ela
surgiu em função da necessidade de uma maior articulação entre essas
lideranças, em especial das que representam os povos e comunidades que
vivem em Reservas Extrativistas3 (Resex’s) Costeiro-Marinhas4. É necessário
ressaltar que até a sua criação, todas as decisões envolvendo essas Unidades
de Conservação ficavam sob a responsabilidade do então Conselho Nacional
dos Seringueiros.
Atualmente, em diferentes espaços de participação sociopolítica – como
encontros, fóruns e seminários – observa-se lideranças e membros da

3 As Resex’s são concebidas como um modelo de conservação que propõe conciliar a proteção
dos recursos naturais – aqui compreendidos como bens comuns da natureza – e o modo de vida
de grupos sociais caracterizados como populações tradicionais: seringueiros (as), extrativistas,
pescadores (as) artesanais, marisqueiras, coletores (as) de caranguejo, coletoras de coco-
babaçu, entre outros. Sobre a trajetória de mobilizações que repercutiu na criação da primeira
Resex no território brasileiro, consultar por exemplo, Allegretti (1994), Almeida (2004), Diegues
(1996), Gonçalves (2001), entre outros.
4 Inspirados nas mobilizações que resultaram nas primeiras Resex’s, povo e comunidades de

extrativistas costeiro e marinhos, viram na criação de Resex’s Marinhas – uma ampliação do


modelo “Resex’s” para bioma marinho costeiro – uma alternativa para conflitos socioambientais,
decorrentes da incorporação do litoral brasileiro à agenda desenvolvimentista. A expressão
“Resex’s Costeiro-Marinhas” é utilizada por membros da COFREM, como uma forma de se
referenciar as Resex’s localizadas no bioma costeiro-marinho do litoral brasileiro. Acredita-se
que, a inclusão da palavra “costeiro” ao termo “Resex’s Marinhas” ocorre em função de que nem
todas as Unidades de Conservação decretas em regiões litorâneas carregam em seu nome a
palavra “marinha”. É possível também observar o emprego da expressam em documentos
oficiais, ver por exemplo Fernandes e Souza (2009).

3
CONFREM apresentando um desafio direcionado a academia: a construção de
um conceito para o termo “maretório”.
Para esses povos e comunidades de extrativistas costeiro-marinhos5, a
palavra e/ou conceito “territorio” – ou mesmo “territorialidade”6 – não seria capaz
de expressar as especificidades presente no litoral brasileiro, onde se localizam
as Resex’s Costeiro-Marinhas. Particularidades estas, que estão atreladas a um
modo particular de se reproduzir social, política economicamente, em meio a
uma dinâmica que envolve a apropriação e o uso dos bens comuns naturais do
bioma marinho-costeiro.
Em função disso, os membros da CONFREM reivindicam que em
alternativa ao uso da palavra “territorio”, as áreas protegidas delimitadas como
Resex’s Costeiro-Marinhas sejam denominadas “maretórios”. Nas palavras de
uma liderança: “(...) nós chamamos nosso território de maretório. É uma
terminologia ainda em construção. É nossa. É daqui. É dos povos das marés”.
Na literatura brasileira é possível observar os primeiros esforços nesta
direção, a saber Pimentel (2019), Ribaric (2020), Sousa (2019) entre outros.
Ocorre que, a maior parte destes estudos não levou em conta que o termo
“maretório”, ou melhor “maritorio”, não é uma novidade na literatura latino-
americana.
Este conceito, surgira na década de 1970, no Chile, como uma crítica a
dicotomia entre terra e mar. E na atualidade, vem sendo mobilizado por
diferentes áreas do conhecimento na literatura de países da América Latina,
dentre eles Colômbia e Costa Rica – associado, por exemplo, a imagem de um

5É através desta expressão que as lideranças da comissão nacional que representa esses povos
e comunidades – a CONFREM - se autodenominam. É interessante ressaltar que ela dialoga
com o conceito de populações tradicionais sustentado por Cunha e Almeida (2001). Como consta
no estatuto da comissão, o termo “povos e comunidades de extrativistas costeiro-marinhos”
constitui-se em uma categoria em extensão: pescadores artesanais, marisqueiras, catadoras de
mangaba, piaçaveiros, tiradores de caranguejo, agroextrativistas, cipozeiros, artesãos de pesca,
artesãos, extrativistas, catadeiras de camarão, caiçaras, coletoras de frutíferas e sementes,
coletores de algas, “possíveis inclusões”.
6 O termo “maretorialidade” foi empregue no discurso de uma liderança da CONFREM, em

alternativa ao termo “territorialidade”, em um Colóquio em comemoração ao aniversário de 20


anos do Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza, realizado de forma virtual
entre os dias 8 e 12 de março de 2021.

4
território habitado por povos e comunidades pesqueiras; ou como ferramenta de
zoneamento ou estratégia sociopolítica de conservação.
Tendo em vista contribuir com esse debate, este artigo apresenta um
breve estado da arte em torno do conceito “maritorio” – focado em sua origem e
alguns de seus desdobramentos. Argumenta-se que este percurso pode vir a
fornecer elementos teórico-metodológicos para se pensar a construção do
conceito “maretório” reivindicado pelos povos e comunidades de extrativistas
costeiro-marinhos do Brasil.

2. Procedimentos metodológicos

Estudo qualitativo, de caráter exploratório, constitui-se numa revisão


bibliográfica fruto de um levamento realizado na plataforma de pesquisa Google
Scholar. Justifica-se a escolha desta, em função de ser a única em que foi
possível identificar um número significativo de publicações em torno do tema.
Foram utilizadas três palavras-chave: “maretório”, “maritorio” e “maritorium”.
Optou-se por não usar booleanos – “and” ou “our” – restringindo-se a inserção
das palavras-chave entre aspas, de modo a ampliar o levantamento o máximo
possível.
Após um exame do material coletado, por meio da análise de títulos,
resumos e palavras-chave, observa-se a ocorrência de estudos duplicados ou
mesmo triplicados. Isso ocorreu em função de alguns trabalhos apresentarem
tais elementos (títulos, resumos e palavras-chave) em mais de um idioma. Ao
passo que esse erro foi corrigido, a bibliografia fora reduzida a 62 estudos.

3. Maretório na literatura brasileira

A partir do levantamento bibliográfico, observou-se que o “maretório” se


caracteriza como um termo ainda pouco explorado pela literatura, em particular

5
das Resex’s Costeiro-Marinhas7 do litoral brasileiro. E, a análise desses estudos
possibilitou reuni-los em dois grupos.
O primeiro, reúne a maior parte das pesquisas (ARRUDA, 2020;
CASAGRANDE, 2019; DE LUCCA, 2018; MARÇAL, 2019; SANTOS, BRAGAS
e ESPÍRITO SANTO, 2020). Em resumo, a principal característica deste grupo
é o fato de que nenhum (a) dos (as) autor (as) se propôs a construir um conceito
para o termo “maretório”. Esses (as) pesquisadores (as) fazem menção ao
termo, o apresentando como uma reivindicação da CONFREM.
O segundo grupo concentra os trabalhos em que os (as) autores (as) se
propuseram a conceituar o termo “maretório”. É o caso do antropólogo Adrian
Ribaric (2020), que em sua pesquisa se ancorou na ideia de “maritimidade”
(DIEGUES, 1998; MALDONADO, 1994), isto é, a apropriação social do ambiente
aquático pelos pescadores, que ocorre dentro dos limites de uma territorialidade
tradicional. Para o antropólogo,

O mar não é um espaço vazio ou indistinto, mas um lugar


antropológico sendo apropriado coletivamente pelos pescadores
artesanais através de formas individuais, coletivas e
comunitárias de acesso a tenência que garante formas coletivas
de sobrevivência, convivência de devir (RIBARIC, 2020, p. 46)

Com base nisso, Ribaric (2020, p. 46) faz a seguinte interpretação:

O maretório, isto é, o território aquático, portanto, além de base


material para a reprodução da sociabilidade tradicional, é onde
estão impressos os marcadores simbólicos que mantém viva a
memória coletiva do grupo, sustentando um sistema de
significados por meio do qual a existência é apreendida e
vivenciada.

É necessário ressaltar que, ao tomar como base o conceito de


“maritimidade” (DIEGUES, 1998; MALDONADO, 1994), a interpretação em torno
do termo “maretório” apresentada por Ribaric (2020) atuaria como um marcador
de uma dicotomia entre os dois corpos: terrestre e marinho.

7É de conhecimento do autor os estudos de Brasilino e Barata (2017) e Marques (2020). Todavia,


não fora incluído nesta análise pelo fato de não abordarem o tema das Resex’s Costeiro-
Marinhas, bem como não apresentarem um conceito para o termo. Apenas fazendo menção.

6
Há outras interpretações em torno do conceito, onde no lugar desta
oposição se impera a ideia de fluidez entre os corpos: terra, mangue e mar. É o
caso da geógrafa Marcia Pimentel (2019) que, ao tomar sua experiência de
campo na Resex Costeiro-Marinha de São João da Ponta, no litoral do Pará,
apresentou a seguinte definição:

Para os extrativistas do mar e dos estuários, a singular relação


com a dinâmica da maré, considerada o marcador temporal de
todas as atividades da vida, constrói um novo termo, o maretório
(...) O sentindo do maretório é o da apropriação construída
mediante práticas culturais, ecológicos, econômicas, rituais, por
isso, não tem fronteiras fixas, já que é um conceito que
representa a mobilidade de uma coletividade pela zona costeira
(PIMENTEL, 2019, p. 202).

Somado a isso, Pimentel (2019, p. 202) afirma que se pode também


compreende–lo como “uma expressão do poder como dominação, quer seja na
demarcação dos espaços de extração de caranguejos dentro do manguezal,
quer seja na reivindicação de políticas públicas especificas para esse grupo nos
fóruns nacionais e internacionais”.
Em uma direção semelhante a essa, Sousa (2019) em sua análise sobre
o processo de mobilização que repercutiu na criação da Resex Marinha Caeté-
Taperaçu, também localizada no litoral do Pará, partiu da ideia de “maritorio”
(CHAPANOFF, 2007) para interpretar o conceito de “maretório”.

O maretório se traduz como um espaço relacional, que envolve


um conjunto de práticas tradicionais exercidas por essas
populações, desde a retirada do caranguejo dos mangues até a
pesca artesanal. E a luta em seu maretório resulta na formação
de uma identidade compartilhada por mulheres e homens que
habitam a terra, o mangue e mar (SOUSA, 2019, p. 68)

Com base neste rascunho, pode-se dizer que a reivindicação apresentada


pelos membros da CONFREM vem resultando em esforços dentro da academia
para a construção de um conceito para o termo “maretório”. No entanto, como
dito anteriormente, somente na pesquisa de Sousa (2019) há menção ao
conceito “maritorio”.

7
4. Maritorio, um breve estado da arte

A construção de um estado da arte em torno do conceito “maritorio” já fora


objeto – ou pelo menos em parte – de dois interessantíssimos estudos. O
primeiro foi o artigo escrito em coautoria pelos antropólogos Jorge Herrera e
Miguel Chapanoff, intitulado “Regional maritimes contexts and maritorium: a
lantin american perspective on archaeological land and sea integration”
publicado no ano de 2017.
O segundo estudo foi o artigo intitulado “Reflexiones sobre el concepto de
maritorio y su relevancia para los estudios de Chiloé contemporáneo” de autoria
do antropólogo Ricardo Álvarez – em conjunto com os também antropólogos
Francisco Ther-Ríos, Juan Skewes e Carlos Hidalgo, o arqueólogo Diego
Carabia e o arquiteto Christian García – publicado no ano de 2019.
Ambos os estudos serão tomados como base para a reflexão apresentada
a seguir.

4.1 A origem do conceito

Ao que parece, com base na leitura dos artigos de Álvarez et al. (2019) e
o de Herrera e Chapanoff (2017), a origem bem como a autoria do conceito
“maritorio” é objeto de disputa na literatura chilena. No entanto, esse atrito
concentra-se mais em torno da autoria do conceito do que em sua definição.
Uma vez que, as interpretações mais se complementam do que divergem.
Herrera e Chapanoff (2017, p.7) defendem o seguinte: “the concept of
maritorio was developed from a visual motif and ethnographical experience by
Chilean anthropologist, Miguel Chapanoff”8. No artigo intitulado “El mundo
invisible: identidad y maritorio”, publicado no ano de 2003, Chapanoff

8Em tradução livre: “o conceito de maritorio foi desenvolvida a partir da experiência etnográfica
e visual do antropólogo chileno Miguel Chapanoff” (HERRERA e CHAPANOFF, 2017, p.7).

8
apresentaria o conceito como uma crítica a frequente dicotomia concebida entre
o espaço marítimo e o espaço terrestre.
Chapanoff (2003, p. 242) problematiza a forma como o espaço marítimo
é frequentemente caracterizado: “inmensidad, extensión, lejanía son descriptivos
espaciales habituales para referirse al mar massa/llanura de agua al ojo
inabitada, carente de sentidos, no semantizada por el rumor de la cultura”. O
antropólogo ilustra seu argumento da seguinte forma:

Tome cualquer mapa de Chile, uno carretero e de turismo, por


ejemplo, y mire a su derecha la parte firme de la patria, replete
de significaciones... colores, tramas, línes de distinto color, trazo
y tipo. Observe a su izquierda, el mar de Chile, plano celeste
ausente de grafia, donde sólo pequeñas inscripciones denotan
ciertas significaciones (CHAPANOFF, 2003, p. 242)

Com esse exemplo, Chapanoff (2003, p. 242) aponta para “nuestra


incapacidad para vizualizar el espacio marítimo como uno de tipo indentitario. Se
le ha despojado de su noción de lugar y por tanto de arraigo cultural, es decir, de
su condición fundante de estilo de vida”.
Todavia, a partir de sua experiência etnográfica junto às comunidades
marítimas do Chile, o antropólogo afirma que exista outras formas de conceber
o espaço marítimo, diferentemente de como é retratado nos mapas
cartográficos,

(...) For the maritime communities, the sea contains as many


significant factors and details as the land, therefore their sea is
as “drawn” as their land is. It has routes, areas, sectores, and
colours, landscapes that are read by the people who are used to
that environment. Therefore, if it has symbolism, it has meaning
(HERRERA e CHAPANOFF, 2017, p. 7)9.

É com base nisso que Chapanoff (2003, p.242-243) define “maritorio”.


Nas palavras do antropólogo:

9Em tradução livre: “(...) para as comunidades marítimas, o mar contém tantos fatores e detalhes
significativos quanto a terra, portanto, seu mar é tão “desenhado” quanto sua terra. Tem
percursos, áreas, setores e cores, paisagens que são lidas pelas pessoas que estão
acostumadas com aquele ambiente. Portanto, se tem símbolos, tem significados” (HERRERA e
CHAPANOFF, 2017, p. 7).

9
Al hablar de maritorio, me refiro a aquel espacio marítimo que a
lo largo del tiempo há sido habitado, confiriéndole la condición
cultural donde algo tiente lugar o puede tenerlo. El maritorio así
entendido es um escenario cualificado de conducta y acción,
conocido, usado e imaginado. Al asociarse con usos y usuarios
(habitantes), se contituye en un referente de identidad.

De acordo com Herrera e Chapanoff (2017), o conceito “maritorio” tem


como objetivo dar valor e significado a tudo que parece “vazio” quando
observado de um ponto de vista terrestre. Isto é, compreender o mar enquanto
um espaço com significado e, portanto, sujeito a construção e leitura cognitiva.
Para os antropólogos, nós – os terrestres – possuímos um conjunto de
códigos próprios e especiais que utilizamos para interpretar o mar a partir da
terra. Neste sentindo, Herrera e Chapanoff (2017) afirmam que pensar o
“maritorio” requer uma mudança de racionalidade. Mudança esta que, não
significa ler o mar a partir de uma perspectiva marítima: o maritorio busca
compreender terra e mar, como uma única unidade, sem dicotomia
(CHAPANOFF,2003).
Essa perspectiva se aproxima muito da interpretação do conceito
apresentada por Álvarez et al. (2019). De acordo com os autores, o conceito
constitui-se em uma crítica ao modelo desenvolvimentista ocidental imposto aos
países latino-americanos, como o Chile.
O maritorio, então, caracteriza uma dinâmica territorial em contextos,
cujas fronteiras entre terra e mar se confunde, e em que “la actividad humana
demuestra un comportamiento transaccional y no disruptivo, por lo que pareciera
prescindir de las fronteras que convencionalmente se han impuesto al territorio
en el continente” (ÁLVAREZ, et al. 2019, p. 116).
No entanto, os autores não atribuem a autoria do conceito ao antropólogo
Miguel Chapanoff, como os anteriores. Em seu estudo, Álvarez, et al. (2019)
afirmam que o conceito “maritorio” emergiu pela primeira vez na década de 1970.
Ao seguir o percurso traçado pelos autores, observa-se que a primeira referência
ao conceito está contida no documento intitulado “Fundamentos de la Escuela
de Arquitectura da Universidad Católica de Valparaiso”, publicado no ano de
1971.

10
Esse documento é de autoria dos arquitetos Oscar Buttazoni, Manuel
Casanueva, Aberto Cruz, Claudio Diaz, Godofredo Iommi, Jorge Sanchez e Juan
Verchueren. E, foi resultado de oficinas realizadas na Escuela de Arquitectura
da Pontifícia Universidad Católica de Valparaíso, como parte de um estudo
realizado no Sul do Chile em torno dos tipos de embarcações existentes na
época e como eram utilizadas pelos habitantes locais para gerar novos
assentamentos.
Trata-se de uma região formada por um conjunto de ilhas que compõem
o Arquipélago de Chiloé. Uma localidade marcada, segundo Álvarez et al. (2019),
por sua insularidade e povoada desde os tempos pré-colombianos (final do
século XV e inicio do século XVI), onde a partir de uma forte miscigenação
hispano-indígenas se desenvolveu um modo de vida particular, e que hoje reage
aos traumas desencadeados por um modelo hegemônico de desenvolvimento.
Como afirma Álvarez, et al. (2019), o que chamou a atenção da equipe de
pesquisadores da Escuela de Arquitectura da Universidad Católica de
Valparaiso, foi a existência de duas formas de exercícios de povoamento da
região de Chiloé

(...) uno basado en el modelo consuetudinario, en el que los


habitantes eran capaces de portar sobre el agua su cultura
recurriendo a los elementos que los elementos que los rodeaban
para establecer nuevos asentamientos; y outro, impuesto por el
Estado basado em la aproximación de artefactos e inversión
pública con los que extraer recursos naturales, siempre
sustentado en la conectividad vial para acercar lo capturado
desde la periferia al centro, encausando uma enorme cantidad
de energía para transformar las especies hidrobiólogicas en
recursos pesqueros, e imponer una forma de habitar planificada
en gabinete (ÁLVAREZ, et al. 2019, p. 118)

Ambos os exercícios de povoamento apresentam uma característica


muito relevante, que necessariamente deve ser destacada: “los asentamientos
históricos presindían de artefactos para la construcción de caminos o de energias
que fuese la propia, la que sus animales pudiessen proveerles, o la canalizarían
a través de ingenios” (ÁLVARES, et al. 2019, p.118-119).

11
Os autores ilustram isso a partir do seguinte exemplo: “si se requería de
un puente, o una pasarela aérea, o un molino de agua para transformar los
granos cosechados, era la problación local que recurría a su experiencia
acumulada para resolver esta carencia”. Todavia, no contexto atual, Álvarez et
al. (2019, p.119) observam que isso contrasta com as iniciativas atuais que
buscam “arreglar lo rural para que parezca lo más urbano posible (y por tanto de
fácil manipulación centralizada), y, cuando no despoblar los campos”.
O “maritorio”, argumentam Álvarez et al. (2019, p.17), foi sendo então
constituído através da navegação em direção aos canais do Sul do Chile, a partir
da adaptação exercidas por esses grupos sociais às particularidades da região

(...) las embarcaciones fueron, a la vez, el hogar quase se


mobilizaba [y ocasionalmente las vivendias se transformaban en
naves que eran transladadas desde orilla a outra]. Possibilitaban
la nevegación y dormir com seguridad. También eran el espacio
de alimentación y vida cotidiana, donde se planificaban nuevos
projectos de vida.

De acordo com autores, esta forma de habitar e compreender o mundo


não se extinguiu. Mas se encontra sobre constante ameaças

Esta forma de habitar y compreender el mundo comezón a ser


violentada cuando el Estado comezón a incorporar
económicamente estas zonas, promoviendo el despligue de
interesses comerciales, facilitando la implementación y
expansión de un modelo de desarrollo esencialmente
extractivista. Para ello se instauraron regulaciones que
facilitaron este proceso (ÁLVAREZ et al., 2019, p. 117)

A intervenção do Estado chileno através de uma série de


regulamentações, ocasionou na restrição da liberdade de navegar na região.
Culminando, segundo Álvarez et al. (2019) na separação do que antes era
transitório, e compartimentando os recursos naturais para a exploração10. Os
autores ressaltam que

10De acordo com Álvarez et al. (2019) boa parte da ação do Estado tem se concentrado no
contexto da modernização neoliberal da economia chilena, em individualizar os recursos afim de
promover sua privatização e extração. O estabelecimento de cotas de pesca, a definição de
áreas de manejo, o ordenamento territorial, entre tantos outros instrumentos, dá conta de uma

12
(...) cuando el efecto negativo sobre los recursos explotados se
hizo patente, se agregaron nuevos regulaciones para controlar
los modos de trabajar y habitar. Este fenómeno, siempre do tipo
top down, provocó um efecto traumático sobre las comunidades
insulares, problema que sigue vigente y que en lugar de
solucionar el problema sólo lo há agudizado (ÁLVAREZ, et al.
2019, p. 117)

Álvarez et al. (2019, p. 118) acreditam que, talvez a discussão sobre o


conceito sirva para repensar esses dois mundos: “uno que portaba uma cultura
sobre el mar, tanto objeto como sujeto en su cosmovisión; y outro que sólo ve un
objeto que debe ser utilizado para generar acumulación por deposesión”.
É com base nestes elementos que os autores não se surpreendem do
porquê o Arquipélago de Chiloé surgira como uma referência inicial para a
formulação do conceito “maritorio” para os pesquisadores da Escuela de
Arquitectura de Universidad Católica de Valparaiso. Este arquipélago pensado
por meio de suas transformações cotidianas. E que, através de distintas e
históricas formas de apropriação, o mar é territorializado – o maretório

Maritorio (concepto análogo a territorio). La palabra nace em


Valparaiso a proposito de un estudio sobre la razon de ser de la
localizaction de sus ciudades costeras. Tal como se fundaba en
el territorio, surge el maritorio como concepcion de magnitud de
mar. El maritorio es un concepto de area geografica que conjuga:
la comunicabilidad, la riqueza, la adversidad y las energias
(BUTTAZONI et al. 1971, p. 109)

Para Álvarez et al. (2019), a perspectiva que inspirou estes arquitetos


chilenos não foi a de produzir, mas sim a de habita-lo. Uma vez que, esses
grupos sociais avistaram “la necesidad de adecuarse a las características de un
determinado territorio más que en la compulsión por transformarlo, compulsión
que asociaron a la miopía extractivista (ÁLVAREZ et al. 2019, p. 119)
De modo semelhante a Herrera e Chapanoff (2017) ao se referirem ao
trabalho de Chapanoff (2003), os autores também argumentam que o conceito
“maritorio” a partir dos arquitetos da Universidad Católica de Valparaiso, exigira
de nós uma mudança de racionalidade

cartografia política cujo eixo central é a demarcação territorial e que reflete o que James C. Scott
(1998), chama o olhar do Estado.

13
(...) llamado de atención. Sus alcances incluían dimensiones
tanto teóricas como prácticas. Se anticipaba, a su modo, a la
crítica que se formularan en la antropología respecto a las
visiones esencialistas de la cultura y de los territorios (...) e
invitaban a reconocer la fluidez de procesos que hoy conocemos
como dinámicas socioambientales en interacción con las
dinámicas socioculturales y productivas. En su dimensión
práctica, la propuesta de los arquitectos de la Universidad de
Valparaíso llamaba a promover los espacios territoriales
colectivos y los intereses comerciales de grupo particulares
(ÁLVAREZ et al. 2019, p. 118-119)

No entanto, os autores afirmam que a proposta sustentada pelos


arquitetos da Universidad Católica de Valparaíso não foi bem recebida. Há
estudos que demostram episódios traumáticos sobre esta região, decorrentes de
processos migratórios imprevistos a partir da década de 1980. E se seguiram
durante as décadas de 1990 e 2000, com a expansão da indústria do salmão e
mudanças urbanísticas

4.2 Os usos do conceito

Atualmente, na literatura chilena o conceito “maritorio” ainda vem sendo


utilizado de forma semelhante à sua origem, como “uma suerte de transición
entre dos cuerpos (terrestre y marítimo) que frecuentemente son tratados como
das unidades distintas” (ÁLVAREZ et al. 2019, p. 121). Bem como, uma crítica
direcionada ao modelo de intervenção estatal – mencionado anteriormente –
sobre o modo de vida dos grupos sociais locais.
A partir da bibliografia coletada, foi observado que o conceito também vem
sendo mobilizado de outras formas. A seguir são destacados alguns exemplos:

a) A imagem de um territorio habitado

A associação do conceito maritorio a imagem de um território habitado –


em particular uma região marcada por insularidade, como arquipélago, habitada
por povos originais (e/ou indígenas) e tradicionais – vem sendo utilizadas desde
a década de 1970. E está contida em todos os estudos identificados. No entanto,

14
observa-se a presença de pesquisas em que está ideia tem um maior destaque,
a saber Bick e Morales (2007; 2012); Buttazoni et al. 1971; Boris (2005); Carrera,
Baeza e Villalobos (2019); Rodríguez et al. (2019).
O artigo intitulado “Dinámicas de la insularidade: espacio, lugar y
territorio em Puerto Gala”, publicado em 2007, de autoria dos antropólogos
Guillermo Brinck e Cristian Morales, constitui e um bom exemplo. Neste estudo,
Brinck e Morales (2007), analisam a noção de insularidade a partir dos aspectos
sociais, culturais e econômicos dos habitantes de Puerto Gala, uma comunidade
composta por vilarejos de pescadores, na Ilha de Torto, localizada ao sul do
Chile.
Ao partirem da perspectiva de Chapanoff (2003), os antropólogos
afirmam que, os habitantes de Puerto compreendem o mar a partir de uma
perspectiva náutica: “como um ‘maritorio’, un espacio compuesto de lugares
(simbólicos y productivos), que se habita y que comunica con el exterior” (BINCK
e MORALES, 2007, p. 593).
Outro exemplo, o artigo intitulado “Apropiaciones territoriales y
transformaciones socio-espaciales del maritorio de Chiloé”, publicado 2019, de
autoria dos (as) cientistas sociais Nérton Italo Carrera e María Patrícia Baeza,
em conjunto com o engenheiro comercial Ricardo Andrés Villalobos.
Neste estudo, os autores e a autora procuram analisar a relação cultura-
natureza no maritorio de Chiloé caracterizado pelo desenvolvimento de múltiplas
estratégias cognitivas de apropriação e uso de espaços, construção de relações
de dominação e poder, particularmente, através dos modos de viver e habitar
que alcançaram – para uma maior ou menor medida – fundir o teleológico com
o axiológico, a práxis com o símbolo e o espiritual.

b) Construção social do tempo-espaço

No artigo “Configuraciones del tiempo en el mar interior de Chiloé y su


relación con la apropiación de los territorios marítimos” publicado em 2011, o
antropólogo Francisco Ther-Rios fez uso do conceito maritorio para dar sentido
a conjugação entre a terra e o mar que ocorre no Arquipélago de Chiloé. Ther-

15
Rios (2011) sustenta esse argumento, a partir da análise das formas de
apropriações socioculturais realizadas pelos atores locais, o que resulta em uma
determinada construção social de tempo: passado, presente e futuro.
É com base nessa perspectiva que Araos et al. (2019, p. 419) afirmam
que, o maritorio nos permite “entender el pasado para observar el presente e
imaginarnos el futuro”. Ideia reforçada por outros estudos, como por exemplo
Gárcia et al. (2020) que partem da ideia de que o termo, como representação
social e forma de arranjo coletivo de existência, pode expressar as formas pelas
quais os pescadores artesanais de Chiloé se organizam para garantir sua
sobrevivência como um grupo social.

c) Ferramenta de zoneamento e proposta de conservação

Álvarez et al. (2019) afirma que em função das múltiplas ameaças11


direcionadas ao Arquipélago de Chiloé e os Canais Austral a partir das políticas
do Estado chileno, o conceito “maritorio” adquire um senso político-territorial
estratégico, de vida e soberania para os seus habitantes, sendo usada em
ferramentas de zoneamento marinho e propostas de conservação (GAJARDO
et. al. 2019); HUCKE-GAETE et. al. (2010); ARAOS et al. (2020); BARRA e
ARAOS (2021); MARTINS (2019).
O estudo intitulado “espacios costeros marinos para pueblos orinarios:
usos consuetudinarios y conservación marina” (ARAOS et al., 2020), ilustra bem
essa questão. Nesta pesquisa observa-se o uso do conceito maritorio associado
ao “el reconhecimiento de las cosmologias de las comunidades costeras”
(ARAOS et al., 2020, p.52), no processo de criação e implantação de políticas
públicas que objetivam a conservação ambiental

(...) una oportunidad para repensar las formas de habitar los


territorios/maritorios, basada en el uso consuetudinario ejercido
por comunidades indígenas y tradicionales sobre la base de una
ética de convivencia entre humanos y no humanos. Un nuevo
puto de partida que invita a reorientar la conveservación y la

11 Os autores fazem referência as seguintes: eutrofização marinha, projetos de mineração,


externalidades negativas da aquicultura, conflitos entre atores à sobreposição de usos
incompatíveis entre si, etc.

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sustentabilidad de los maritorios hacia el resguardo de los
procesos vitales de los sistemas socioecológicos y su
regeneración cuando se encuentren danados (ARAOS et al.,
2020, p.64)

A partir do que fora exposto é possível observar as diferentes formas e


usos do conceito “maritorio” dentro da literatura chilena. Por se tratar de um
trabalho ainda em desenvolvimento, ficaram de fora desta análise os trabalhos
que utilizam o conceito “maritorio” associado a outros temas dentre eles: os
conflitos socioambientais; a transformações nas identidades locais; maritorio
urbano; e maritorium.

5. Discussões e apontamentos

Como dito anteriormente, a reflexão apresentada aqui constitui-se em


resultados preliminares de um projeto de dissertação ainda em desenvolvimento,
e que necessita de um maior aprofundamento. No entanto, fica claro com base
no exposto que a maior parte dos estudos que se propuseram a construir um
conceito para o termo “maretório” acabaram por “invisibilizar” a presença do
conceito “maritorio” na literatura latino-americana.
Argumenta-se que este percurso pode vir a fornecer elementos teórico-
metodológicos para se pensar a construção do conceito “maretório” reivindicado
pelos povos e comunidades de extrativistas costeiro-marinhos do Brasil.
No entanto, é necessário ressaltar que tal movimento não significa uma
“importação de conceitos”, mas buscar uma base e inspiração em um conceito
caracterizado pela literatura como genuinamente latino-americano, que nasceu
para responder questões próprias de sua realidade.

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