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CENTRO PAULA SOUZA

ETEC PROFESSOR ALFREDO DE BARROS SANTOS

Ensino Técnico Integrado ao Médio em Administração

Ana Carolina de Paula Carvalho Leite

Anna Paula Camargo de Oliveira Gomes

João Victor de Oliveira

José Marcos Vila Nova da Silva

Maria Eduarda Alves Eskildesen

Misael Medeiros Batalha

APLICAÇÃO DA GESTÃO FINANCEIRA NA LOJA E CONFECÇÃO


DA PATRÍCIA

Guaratinguetá – SP

2021
Ana Carolina de Paula Carvalho Leite

Anna Paula Camargo de Oliveira Gomes

João Victor de Oliveira

José Marcos Vila Nova da Silva

Maria Eduarda Alves Eskildesen

Misael Medeiros Batalha

APLICAÇÃO DA GESTÃO FINANCEIRA NA LOJA E CONFECÇÃO


DA PATRÍCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em


Administração Integrado ao Médio da Etec Professor Alfredo de
Barros Santos, orientado pelas professoras Fabrícia Maria Alberti de
Almeida e Márcia Regina dos Santos, como requisito parcial para
obtenção do título de técnico em Administração.

Guaratinguetá – SP

2021
Agradecemos primeiramente a Deus, por permitir a realização desse trabalho,
concedendo-nos força e vigor durante todo o processo de execução até a sua
finalização.

Agradecemos também a senhora Patrícia, a proprietária das empresas, por


nos ter dado abertura para realizar o trabalho, nos fornecendo todas as informações
necessárias para a elaboração desse.

Agradecemos do mesmo modo aos nossos familiares por nos ter dado apoio,
motivação, carinho e amor nesse período importante da nossa vida.

Por fim, agradecemos de maneira especial às nossas professoras


orientadoras Fabrícia Maria Alberti de Almeida e Márcia Regina dos Santos, por nos
terem guiado e apoiado durante o decorrer de todo o trabalho de conclusão de
curso.
Dedicamos a todos que colaboraram com esse trabalho, das mais diversas
maneiras possíveis, de forma direta ou indireta, aqueles que contribuíram tanto no
momento de realizar este trabalho ou mesmo com palavras de apoio e carinho nos
períodos árduos e difíceis.
RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta um enfoque dentro da área de


Gestão Financeira, propondo soluções para os problemas encontrados na Loja e
Confecção da Patrícia, baseado em métodos administrativos. Na introdução é
apresentado o que será abordado no decorrer dos capítulos deste trabalho, trazendo
uma visão sobre todo o processo de realização do mesmo. No primeiro capítulo, é
abordado a história da Administração desde os primórdios até seus conceitos
modernos, demonstrando sua evolução ao decorrer dos séculos através de diversas
contribuições de demasiados autores e influenciadores como Chiavenato. No
segundo capítulo é apresentado o município de Cunha, no qual situa-se a Loja e
Confecção da Patrícia, sendo analisado suas características mercadológicas,
econômicas e sociais, bem como uma análise profunda sobre o bairro Centro, onde
está localizada os negócios em questão, além da descrição dos problemas da
empresa relacionados com a área da Administração Financeira, que se
evidenciaram através de uma profunda análise realizada no decorrer da produção
deste trabalho. Tais problemas são responsáveis por ocasionar dificuldades na
condução da empresa, bem como prejuízos, que são nocivos a uma administração
eficiente. O terceiro capítulo apresenta propostas de soluções para os problemas
averiguados, como a falta de planejamento estratégico, mistura de finanças pessoais
e profissionais, capital de giro, fluxo de caixa, pró-labore, reserva de contingência e
balanço patrimonial, desenvolvendo dessa maneira, um modo mais eficiente na
administração do negócio da proprietária. Para concluir, esse trabalho é resultado de
três longos anos de aprendizado no curso técnico em administração, sendo assim
possível a confecção desse trabalho de conclusão de curso, que tem o intuito de
identificar os problemas em uma determinada organização e a formular propostas
que visam soluciona-los, por meio de métodos científicos.

Palavras-chave: Gestão Financeira. Administração. Controle. Finanças


ABSTRACT

This capstone presents an approach within the area of Financial Management,


proposing solutions to the problems found in Loja e Confecção da Patrícia, based on
administrative methods. The introduction presents what will be discussed during the
chapters of this work, realizing the vision of the whole process. In the first chapter,
the history of Administration from its beginnings to its modern concepts is
approached. This chapter demonstrates its evolution throughout the centuries
through various contributions from many authors and influencers, such as
Chiavenato. The second chapter presents the municipality of Cunha, where Loja e
Confecção da Patrícia is located, and analyzes its market, the economic and social
characteristics, as well as an in-depth analysis of the downtown district. It also
includes a description of the company's problems related to the area of Financial
Administration, which became evident through a thorough analysis performed during
the production of this work. These problems are responsible for causing difficulties in
conducting the company, as well as economic losses, which are harmful to an
efficient administration. The third chapter presents proposals for solutions to the
identified problems, such as the lack of strategic planning, the mixture of personal
and professional finances, insufficient working capital and cash flow, absence of a
fixed remuneration, lack of contingency reserve and balance sheet, thus developing
a more efficient way of managing the owner's business. To conclude, this work is the
result of three long years of learning in the technical course of administration and
aims to identify the problems in a particular organization and formulate proposals
aimed at solving them, through scientific methods.

Keywords: Financial Management. Administration. Control. Finance.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................8
1 ADMINISTRAÇÃO.................................................................................................10

1.1 História da Administração................................................................................10

1.2 Administração no Brasil...................................................................................12

1.3 Conceitos de Administração............................................................................16

1.4 Teorias da Administração................................................................................18

1.4.1 Teoria da Administração Científica..............................................................18

1.4.2 Teoria Clássica da Administração................................................................19

1.4.3 Teoria das Relações Humanas.....................................................................20

1.4.4 Teoria da Burocracia......................................................................................22

1.4.5 Teoria da Estruturalista.................................................................................24

1.4.6 Teoria dos Sistemas......................................................................................25

1.4.7 Teoria Comportamental.................................................................................26

1.4.8 Teoria da Contingência..................................................................................27

1.5 Áreas da Administração...................................................................................28

1.5.1 Gestão de Pessoas .......................................................................................29

1.5.2 Administração de Marketing.........................................................................29

1.5.3 Logística Empresarial....................................................................................30

1.5.4 Contabilidade..................................................................................................32

1.5.5 Empreendedorismo........................................................................................33

1.5.6 Gestão de Estoque.........................................................................................33

1.5.7 Gestão Financeira..........................................................................................34

2 SITUAÇÃO PROBLEMA................................................................................38
2.1 Descrição do Município....................................................................................38

2.2 Caracterização da Empresa.............................................................................39


2.3 Descrição de Problemas...................................................................................40

3 PROPOSTAS DE SOLUÇÃO.............................................................49

CONCLUSÃO........................................................................................58

ANEXOS................................................................................................60
ANEXO A – Previsão de vendas............................................................................60

ANEXO B – Simulação de fluxo de caixa..............................................................61

ANEXO C – Segunda parte da simulação de elaboração do fluxo de caixa......62

ANEXO D – Terceira parte da simulação de elaboração do fluxo de caixa.......63

ANEXO E – Gráfico de elaboração de balanço patrimonial................................64

APÊNDICES..........................................................................................65
Apêndice A – Análise SWOT..................................................................................65

REFERÊNCIAS.....................................................................................66
8

INTRODUÇÃO

Através deste trabalho de conclusão de curso iniciado em fevereiro de 2021,


serão abordados problemas administrativos averiguados na empresa Loja e
Confecção da Patrícia, além de propostas de soluções que possibilitarão mudanças
na forma de gerir, visto que a Gestão Financeira da organização se mostra de uma
forma não produtiva, cumulando em prejuízos para a empresa e prejudicando seu
potencial econômico e estrutural. Serão promovidas ações de intervenção na gestão
financeira da loja e confecção com métodos e princípios administrativos eficazes, a
fim de que sejam encorajadas práticas competentes e responsáveis para a
propriedade guiar o seu negócio no mercado comercial.

No decorrer do primeiro capítulo foi abordado acerca da história da


Administração desde os seus primeiros registros até seus estudiosos
contemporâneos que elaboraram teorias, construindo e modificando a maneira de
gerir empresas ao longo do tempo, dando forma ao que conhecemos nos dias que
correm. Além disso, no capítulo em questão apresentou-se as áreas agregadas pela
Administração e que dentre elas se encontra a Gestão Financeira, que é tida como
fundamento do trabalho realizado, devido aos problemas da Loja e Confecção da
Patrícia estarem relacionados a ela, sendo essa de suma importância para as
organizações, visto que durante a escrita do trabalho nós pudemos constatar a
Gestão Financeira como base para o sucesso da empresa.

No segundo capítulo foi analisado com maior profundidade o ambiente no


qual a empresa atua, situando-se no município de Cunha, bem como as
características do empreendimento da senhora Patrícia. O âmbito comercial da loja
é pouco extenso, abrangendo um pequeno público local e possuindo apenas um
concorrente em toda a cidade. Através desta etapa notamos a falta de conhecimento
da empreendedora na questão da Gestão Financeira, além da ausência de
informações e dados financeiros que foram outra grande problemática
extremamente prejudicial a organização. Ademais, a empresa não realiza o
planejamento estratégico e não possui uma visão a longo prazo e nem perspectiva
de crescimento do negócio.
9

As soluções para os problemas da empresa, propostas à proprietária e


apresentadas no terceiro capítulo, buscam facilitar a gestão dos empreendimentos
em relação a área financeira do negócio. Tais métodos baseiam-se na elaboração
de planejamentos e documentos, que têm por finalidade a geração de informações
referentes ao estado do andamento da organização, de forma facilitada à
proprietária através de planilhas e de programa de fácil acesso em smartphones,
como apresentou-se o SmartPos. No que se refere a falta de planejamento
estratégico, propusemos uma definição de missão, visão e valores da empresa,
além da elaboração de uma matriz SWOT e ciclo PDCA, essas ferramentas e
métodos vão proporcionar a visualização das forças, fraquezas, propósito da
empresa e o traçamento de metas.

Por meio de estudos com base em autores, desenvolvemos propostas que na


nossa opinião são viáveis para o negócio da proprietária Patrícia, tendo em vista a
finalidade de sanar os problemas referentes a sua Gestão Financeira. Dessa forma,
a partir das soluções propostas, a senhora Patrícia poderá conduzir melhor as ações
da sua empresa, guiando-a por caminhos que levarão ao sucesso da organização.
Além de propostas, que têm como característica a fácil utilização e a geração de
informações claras e precisas, ajudando a proprietária a conhecer melhor a empresa
que geri. Acreditamos que esse trabalho possibilitará à senhora Patrícia uma
experiência para um maior controle da vida financeira de sua empresa, garantindo
sucesso e prosperidade para o empreendimento.

O conteúdo que será exposto no decorrer deste trabalho de conclusão de


curso basear-se-á em obras de grandes estudiosos da área de Administração,
especialmente da Gestão Financeira, pelo fato de que esta estará intimamente
ligada a Loja e Confecção da Patrícia. Os autores principais que tornarão possível a
composição deste trabalho serão, Idalberto Chiavenato (2007), Lawrence Gitman
(2010) e Osni Ribeiro (2013).
10

1 ADMINISTRAÇÃO

1.1 História da Administração

A Administração é uma ciência contemporânea, com pouco mais de cem


anos, porém percebe-se que ela vem sendo usada de maneira empírica, se
desenvolvendo ao longo da história da humanidade de maneira lenta, absorvendo as
ideias de filósofos, organizações e intelectuais. A partir de documentos escritos dos
povos sumérios, datados de 5 mil anos atrás, pode-se identificar o controle
administrativo, com a finalidade das descrições de seus inventários, controlando as
somas de bens e valores, como rebanhos, propriedades e rendas. Posteriormente o
povo egípcio, que durante a construção de suas estruturas arquitetônicas, utilizaram
métodos administrativos que auxiliavam a determinar um planejamento de longo
prazo. Ademais, esse povo também demonstrou conhecer a importância da
especialização na organização total, da autoridade, responsabilidade e o
detalhamento nas descrições de serviços e tarefas.

Influenciada pelas ideias dos filósofos clássicos até os contemporâneos, a


Administração foi fortemente desenvolvida. Como ressalta Chiavenato (2004), o
filósofo grego Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.), em seu dialogo com Nicomáquides,
expõe a Administração como uma habilidade pessoal que não depende apenas do
conhecimento técnico e das experiências, portanto para se administrar bem algo não
é necessário estar intimamente ligado a ela. O discípulo de Sócrates, Platão (429
a.C – 347 a.C.), inicia a discussão a respeito da Administração dos negócios
públicos, em sua obra intitulada A República (379 a.C.), inspirando Aristóteles (384
a.C. – 322 a.C.) a distinguir as três formas de administração pública, sendo elas a
monarquia onde o poder está centralizado na mão de apenas uma pessoa; a
aristocracia, onde o poder se encontra nas mãos da elite e a democracia, que se
refere ao governo do povo, onde a população tem o direito de escolha de seu
governador.

Ao longo dos séculos, os princípios da Administração pública foram


incorporados também pelas instituições da Igreja Católica e das organizações
militares. Através de um sistema hierárquico e buscando manter a sua integração, a
Igreja utiliza métodos administrativos simplificados, mas que no decorrer do tempo
11

se tornou um referencial para muitas organizações, pois consegue ter como


autoridade máxima uma pessoa, sendo ela o Sumo Pontífice. Ao adentrar nas
organizações militares, percebe-se que essas favoreceram ao surgimento das
teorias da Administração. Dentro desse cenário as técnicas administrativas são
essenciais nas operações militares, como nas preparações dos planos, nas
manobras, em análise de terrenos, nas movimentações de tropas e entre diversas
outras necessidades. Além disso, outro demasiado benefício gerado foi a
centralização do comando dentro dessas organizações, acentuando a hierarquia,
entretanto desconcentrando as execuções das atividades.

A Revolução Industrial ocasionou o surgimento da empresa moderna e das


fábricas industriais, essa mudou os métodos de produção com a maquinação,
divisão do trabalho e tarefas nas quais os trabalhadores não precisavam ter uma
qualificação. “O rápido e intenso fenômeno da maquinização das oficinas provocou
fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores e que, aos
poucos, foram crescendo e se transformando em fábricas.” (CHIAVENATO, 2004,
p.34) mostrando a rápida transformação da sociedade, além da grande importância
desse acontecimento para a Administração, com a ideia de produção em maior
escala e mais ligeiramente.

Os economistas clássicos liberais, que tem como fundador Adam Smith


(1723-1790) ofereceram grandes contribuições ao pensamento administrativo que
podem ser notados na atualidade dentro da Administração. Nas teorias desses
economistas, toma-se como a principal característica a livre concorrência, pois
através da competição o mercado funciona de maneira espontânea, sem a
intervenção estatal. A divisão do trabalho e as especializações de tarefas seriam,
para estes economistas, a maneira pela qual se origina as riquezas das nações, tais
ideias se tornaram a base da Administração científica. Em contrapartida, o
socialismo junto ao sindicalismo fez com que as ideias liberais repensassem
algumas de suas ideias, oferecendo uma melhor remuneração aos trabalhadores.
Dentro deste cenário, as empresas capitalistas se empenharam na implementação
de métodos e em processos de racionalização de trabalho, voltando-se para a
produtividade.
12

No século XIX as empresas presenciaram significativas mudanças e


crescimento. As ferrovias foram um grande empreendimento nos Estados Unidos em
1820, elas contribuíram muito para a urbanização das cidades, com isso o consumo
aumentou, e consequentemente as empresas também. As grandes empresas
começaram a fazer a integração de fornecedores e concorrentes para assegurar
seus interesses, entretanto, esse aglomerado de negócios gerou problemas que um
pequeno grupo familiar não conseguiria gerenciar. Assim surgiram os gerentes, com
o intuito de organizar melhor a fábrica, porém deixando de lado as vendas e
compras. Entretanto, os gestores se preocupavam mais em aumentar a produção,
não tinha uma preocupação com a distribuição e vendas. Em 1880 que se deu início
ao que chamamos hoje de Marketing, as empresas Westinghouse e a General
Eletric criaram organizações próprias de vendas com vendedores treinados. A partir
de 1880 e 1890 as indústrias passaram a fazer o controle de matérias-primas, por
meio da compra de fornecedores e controlando a distribuição de vendas, essa era
uma medida de conseguir maior eficiência em produção, compras, distribuição e
vendas. Posteriormente o que as indústrias almejavam era controlar o mercado de
distribuição, para que não houvesse intermediários, o que encarecia o produto, para
isso Gustavus Swift, empresário na indústria frigorifica, elaborou uma estratégia de
mercado em que a empresa teria uma rede própria de distribuição. Por conseguinte,
em 1895, a indústria frigorifica teve uma clara ascensão, controlando uma boa parte
do mercado. No começo do século passando várias corporações faliram, já que seus
gestores não estavam preparados para dirigir grandes empresas.

1.2 História da Administração no Brasil

A história da Administração no país tem o seu início com a vinda dos


portugueses ao Brasil. Para introduzir a colonização em terras sul-americanas, os
europeus usaram métodos de controle como direção, planejamento e organização
para a extração de recursos naturais da colônia aqui existente. Em 1534, como
primeira forma de administração da colônia, o rei de Portugal dividiu o Brasil em
quinze grandes lotes de terra chamados capitanias hereditárias e as entregou para
os donatários que eram membros da burguesia e da pequena nobreza. Os
donatários administravam, mas não eram donos dos lotes. Em decorrência do
insucesso das capitanias, a coroa criou um mecanismo que centralizava a
13

administração sem extinguir as capitanias. O governador geral seria o responsável


pela justiça, arrecadação de impostos, defesa e concessão de sesmarias (extensões
livres de terra para cultivo). O primeiro governador geral Tomé de Souza (1549-
1553) foi responsável pela fundação de Salvador que se tornou a primeira capital do
Brasil, pela vinda dos jesuítas com objetivo de catequização dos indígenas, e pelo
início da pecuária. Durante o governo do segundo governador geral Duarte da Costa
(1553-1558), aconteceu à invasão dos franceses no Rio de Janeiro. Mas somente,
no governo do terceiro governador geral, Mem de Sá (1558-1572) que os franceses
são expulsos, além de se iniciar o incentivo à cana-de-açúcar.

O Ciclo do Açúcar foi uma das principais bases econômicas, sociais e


culturais no Brasil Colonial, entre meados dos séculos XVI e XVIII. É importante
ressaltar que as atividades econômicas foram fatores fundamentais que
possibilitaram que os portugueses povoassem o Brasil, dessa forma, os outros
países europeus não tinham interesse em invasões, devido ao crescimento do país.
Na atividade açucareira houve a utilização intensa de mão de obra africana. O
engenho era dividido em seis partes: a casa grande, onde morava o senhor de
engenho e sua família; a senzala, onde os negros moravam em condições precárias;
a capela; a casa da moenda, que moía o açúcar; a casa da fornalha, ambiente em
que o açúcar era cozido e se transformava em melaço para depois ser cristalizado; a
casa de purgar era onde o açúcar passava pela sua última etapa, o branqueamento.
Em Pernambuco, a produção de açúcar alcançou os melhores resultados. Pois
apresentava o clima tropical ideal para o cultivo do açúcar. Portanto, Pernambuco se
tornou a região com a maior produção mundial de açúcar  do século XVII.

A história da administração colonial no Brasil apresenta a unificação do


governo e divisão dele. A centralização  ocorria quando a metrópole queria exercer
um melhor controle na colônia. Já a descentralização ocorria quando a metrópole
queria ocupar regiões despovoadas e impulsionar o desenvolvimento delas. Dessa
forma, o Rei de Portugal resolveu dividir a administração do país em dois governos:
o governo do Norte, com sede em Salvador, chefiado por Luís Brito de Almeida
(1573-1578) e o governo do Sul com sede no Rio de Janeiro, chefiado por Antônio
Salema (1574-1578). Porém, em 1578, o rei insatisfeito com a divisão, decidiu
estabelecer um único centro administrativo no Brasil, com sede em Salvador. De
14

1572 à 1763, o Brasil mudou sua capital inúmeras vezes, em alternância entre
Salvador e Rio de Janeiro, mas em 1763, o Rio de Janeiro se torna capital do Brasil,
porém somente em 1960 que a capital do país passa a ser Brasília.

Nos primeiros momentos após a independência brasileira a forma em que se


configurava o poder era a monarquia, que durou de 1822 a 1889 e se caracterizou
pela centralização do poder. Para Maquiavel (1512), em sua obra O Príncipe, como
defensor do absolutismo, relata essa forma de governo como a ideal e de maneira
fácil de governar, desde que o príncipe não ultrapasse os limites que já foram
estabelecidos por seus antecessores, de modo que o príncipe com uma capacidade
normal saberá manter-se no poder, tais ideias fizeram com que se estabelecesse o
Império no Brasil. Durante o período do segundo reinado, na Região Sudeste do
país, era intensa a produção de café, por ocasião do solo e clima propicio, além da
mão de obra escrava. Foi através dos lucros do café que o Brasil pode se recuperar
da crise que vinha ocorrendo desde a sua independência, por conta dos
empréstimos externos e da queda das exportações agrícolas. Em decorrência disso
os cafeicultores se tornaram a classe mais influente desta parte da história brasileira
e o Sudeste o centro socioeconômico de todo o país.

Com a queda da Monarquia, a República foi declarada, começando assim


com uma forma de governo provisório em 1889. As primeiras medidas tomadas pelo
novo governo foi conceder mais autonomia administrativa às províncias, e convocar
uma Assembleia Constituinte para assim elaborar a primeira Constituição da
República. Em 1890, a primeira Constituição foi promulgada e trouxe diversas
mudanças, ela limitava o tempo dos governantes no poder que seriam eleitos pelo
voto do povo, além disso, cada estado elegeria seus governadores e deputados, e
contaria com Constituição própria. Foi feita também a divisão do Estado brasileiro
em três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, onde o chefe do estado e do
governo é o Presidente da República.

A Era Vargas foi caracterizada por diversas mudanças que influenciam o


Brasil até os dias hodiernos. Posteriormente a crise da bolsa de valores de Nova
Iorque em 1929, o Brasil se vê em situação de crise na economia cafeeira, tal
cenário abalou as organizações estruturais de poder da República Velha. Com o fim
da oligarquia cafeeira paulista, o governo de Vargas inicia-se em 1930, se
15

estendendo até o ano de 1945, durante os 15 anos o governo brasileiro se despiu de


três fases, o governo provisório, governo constitucional e o governo ditatorial. Pode-
se observar um pouco mais sobre a administração daquela época, devido o caráter
e ações iniciais de seu mandato: "Os primeiros anos do governo Vargas foram
marcados pela mudança do pacto político dominante pela formação de uma nova
coalizão política nacional-desenvolvimentista que substituiu a velha coalizão
oligárquica do Império e da Primeira República". (BRESSER-PEREIRA, 2009, p.14),
assim Vargas suspende a Constituição de 1891, tendo a intenção de centralizar o
poder, nesse momento o Brasil é demarcado por grandes mudanças como a criação
de ministérios, como da educação e trabalho e o uso do código eleitoral.

No ano de 1932, é criada uma nova Constituição, assim iniciando a segunda


fase de seu governo (1934), segmentada de melhorias como voto feminino e leis
trabalhistas, esse momento da história foi de extrema relevância na modificação da
cultura organizacional brasileira. Na terceira fase de seu governo (1937), Vargas
fecha o congresso e com um golpe de estado com o apoio popular, iniciando-se
assim uma ditadura personalista no país. Ademais, dá-se a criação do
Departamento de Imprensa e Propaganda, meio de comunicação e propaganda do
governo que fazia a censura nacional. Nessa época o presidente também
estimulava o desenvolvimento industrial, com a criação de empresas estatais como
a Companhia Siderúrgica Nacional, sediada em Volta Redonda, estado do Rio de
Janeiro, ulteriormente criando a Consolidação das Leis do Trabalho, de suma
importância para seu o Brasil daquela época, que estava tendo seus primeiros
contatos com a indústria. A Era Vargas foi responsável pela implementação da
importância da gestão e organização, na empregabilidade de novas leis e
Constituições, no seu governo ditatorial e na criação das empresas estatais no
Brasil.

O regime militar (1964-1985) foi um período que ficou marcado na história do


país pelo autoritarismo e pela censura, essa época foi insigne na administração
brasileira, pois esse período com a sua organização, por exemplo, influenciam até
os dias que correm. Ademais, esse tinha como finalidade desenvolver a economia
do Brasil através da expansão no âmbito industrial, com uma modernização
paulatinamente, tentativa de redução de custos na produção e otimização de tempo,
16

entre outras mudanças no cenário administrativo brasileiro. A ditadura contribuiu


para que as empresas multinacionais atuassem no mercado brasileiro, na qual
esses concentravam seu capital em setores importantes da economia do país,
abrindo caminho para o capitalismo e uma melhor definição para a Administração no
Brasil.

Depois de mais de vinte e um anos de regime militar no Brasil, houve uma


tentativa de democratização nacional com a nova Constituição Brasileira de 1988. A
Carta Magna instituía as eleições diretas e novos princípios de liberdade dos
cidadãos. Após isso, o país sofreu por impeachments e problemas de corrupção que
levaram a uma grave crise econômica que por fim, levou o Brasil ao desemprego e
falta de infraestrutura, e é nesse cenário caótico que o administrador deverá se
aprimorar de maneira empreendedora a fim de que possa se sobressair de modo
eficaz. Desde os primórdios da história brasileira, a nação sempre necessitou da
administração, ainda de que forma empírica ou genérica, para a sua formação como
um Estado independente e soberano. O Brasil é uma nação extensa e multicultural
da qual é impossível controlá-la sem que haja princípios administrativos eficazes
para a sua gestão.

1.3 Conceitos de Administração

Segundo Chiavenato (2014, p.16), a palavra Administração vem do latim ad


(direção) e minister (obediência), ou seja, aquele que presta serviços a partir do
comando de outro. O ato de administrar inclui planejamento, direção, organização,
coordenação e controle dos recursos humanos, financeiros e econômicos das
organizações, sejam elas com fins lucrativos ou não. A Administração é uma ciência
que não possui um conceito específico, pois abrange diversas ideias de diferentes
estudiosos e pesquisadores que ao decorrer dos séculos colaboraram com sua
conceituação e consolidação de uma forma mais efetiva, levando a Administração
moderna a atuar em diferentes áreas.

Chiavenato (2014, pag.15), estudioso da área de administração de empresas


e recursos humanos, descreve a Administração como um dos principais fatores do
avanço do desenvolvimento econômico no século XX. Segundo o autor, as
tecnologias que vem sendo descobertas necessitam da Administração para que
sejam utilizadas de maneira harmoniosa e adequada. Visto que, sem ela, são
17

apenas meios sem resultados e incapazes de gerar avanços prósperos. O autor


define a Administração como a inteligência da organização, isto é, ela é responsável
pelo planejamento, pela organização e pelo controle das operações de uma
organização para alcançar metas por intermédio dos recursos que se dispõe. Esta é
a mágica da Administração, ela transforma os recursos em resultados tangíveis e
notáveis. Dessa forma, a Administração é o veículo pelo qual as organizações são
conduzidas para alcançar o êxito.

Dentre os inúmeros conceitos acerca da Administração feitos por estudiosos,


Maximiano, seguindo os caminhos de Henry Fayol, define que o processo de
administrar é composto por uma série de outros processos integrativos e
fundamentais, realizados pelos administradores ou gerentes que por sua vez têm a
autoridade e a responsabilidade nas tomadas de decisões. O desempenho na arte
da Administração se relaciona as habilidades dos gerentes, que podem ser
adquiridos ou aprimorados através de suas vivências e estudos. Tais processos
administrativos são aliados de grande importância para a busca dos objetivos das
organizações.

Administração significa, em primeiro lugar, ação. A Administração é


um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende
em quatro processos principais interligados: planejamento,
organização, execução e controle. Os processos administrativos são
também chamados funções administrativas ou funções gerenciais.
Outros processos ou funções importantes, como coordenação,
direção, comunicação e participação, contribuem para a realização
dos quatro processos principais. (MAXIMIANO, 2000, pág. 26)
“O principal objetivo da Administração deve ser o de assegurar o máximo de
prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao
empregado” (TAYLOR, 1990, pág. 24). Diante disso a finalidade da Administração é
a de proporcionar prosperidade, em seu sentido mais amplo, tanto para a
organização quanto também para os seus colaboradores. Uma organização que tem
o objetivo de oferecer mais prosperidade ao empregado tem melhores resultados.
Portanto os processos de planejamento, organização, direção e controle, devem ser
os meios para uma mútua prosperidade entre patrão e empregado, que gerará
grandes benefícios para ambas às partes.
18

A administração é trabalho. Na realidade, é o trabalho específico da


sociedade moderna, o trabalho que distingue a nossa sociedade das
anteriores. Pois a administração constitui o trabalho específico da
organização moderna, que a faz produzir um bom desempenho.
Como trabalho, a administração tem suas especializações, seus
instrumentos e técnicas. (DRUCKER, 1998, pág.14)
Para o escritor e economista Peter Ferdinand Drucker, a Administração é
importante e necessária em todas as entidades, das maiores as menores, pois
apresenta como disciplina a organização, trabalho com metas, motivação e
comunicação no intuito de gerar um bom resultado nas entidades públicas ou
privadas, sem ela as instituições seriam somente um amontoado de pessoas e não
algo organizado. Por meio da Administração que as empresas conseguem se
planejar e organizar, de maneira que suas metas sejam alcançadas e seu
desempenho seja o mais eficiente possível. Assim o trabalho do administrador é de
grande importância e responsabilidade.

1.4 Teorias da Administração


1.4.1 Administração Científica
A primeira de todas as teorias da Administração foi iniciada pelo
estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que elaborou a Teoria da
Administração Científica. Como seu próprio nome revela, a teoria termina com a
característica empírica acerca da Administração, definindo a análise do tempo e de
movimentos, com a finalidade de encontrar padrões que agregue maior eficiência no
processo de produção, principalmente em um momento da história em que havia
diversos problemas que levavam a ineficiência, tais como a vadiagem sistemática, o
desconhecimento (principalmente por parte da gerência) e a falta da uniformidade na
realização de trabalhos.

As ideias de Taylor que buscavam a melhor maneira de realização do


trabalho tinham quatro princípios básicos, sendo eles: um método científico para a
realização do trabalho dos operários que contrariou o empirismo da época, a
inserção do processo científico na seleção e no treinamento de trabalhadores
proporcionando a escolha de um trabalho com critérios, a cooperação entre os
trabalhadores e gerentes que garantia que os trabalhos ocorressem de acordo com
os processos científicos desenvolvidos e a divisão dos trabalhos dos operários em
função de sua especialização. Tais fundamentos buscavam diminuir os custos das
19

organizações e proporcionar melhores salários para seus empregados, gerando uma


relação harmônica entre as partes.

O objetivo básico da Administração científica era de incrementar a


produtividade do trabalhador por meio de uma análise científica
sistemática do trabalho do empregado, atingindo ‘uma maneira
melhor’ de realizar tal trabalho, assegurando prosperidade para o
empregador, conjugada com a máxima prosperidade para os
trabalhadores. (DA SILVA, 2008, p. 112)
Outrossim, a preocupação com a motivação dos operários se faz presentes
dentro da Administração científica. Em seu livro Princípios de Administração
científica, Taylor define que para maior produtividade e motivação de seus
trabalhadores é necessária uma remuneração de acordo com a produção do
empregado, portanto, quanto maior fosse sua produtividade, também seria seu
pagamento. Essa nova ideia busca trazer um incentivo do empregador para seu
empregado, que é pago por seus resultados dentro do processo de produção da
organização. Porém na época, tal ideia foi reprovada pelos sindicatos, que obtinham
solidariedade coletiva.

1.4.2 Teoria Clássica

A Teoria Clássica da Administração surgiu na França (1916), e se caracteriza


pela ênfase na estrutura organizacional e busca da máxima eficiência. Ao contrário
da Teoria Cientifica que buscava aumentar a produtividade da fábrica e do
empregado individualmente, essa nova teoria se preocupava com a estrutura
organizacional que a empresa como um todo deveria ter para alcançar a eficiência
em todas as suas partes. Fayol queria a organização total da empresa, para isso
dividiu-a em 6 áreas, as quais ele enfatiza que toda empresa possui, são elas: 1-
função técnica (produção de bens ou serviços); 2- Funções comerciais (compra,
venda e permutação); 3- Funções financeiras (gerência de capitais); 4- Funções de
segurança (proteção e preservação dos bens e pessoas; 5- Funções contábeis
(inventários, registros, balanços, custos e estatísticas; 6-Funções administrativas
(integração das outras 5 funções), para o autor essas seis áreas são essenciais em
qualquer empresa, seus cinco primeiros itens são mais conhecidos, porém o sexto é
mais complexo.

Administrar e prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.


Prever e perscrutar o futuro e traçar o programa de ação. Organizar e
20

constituir o duplo organismo, material e social, da empresa. Comandar


e dirigir o pessoal. Coordenar e ligar, unir e harmonizar todos os atos e
todos os reforços. Controlar e velar para que tudo corra de acordo com
as regras estabelecidas e as ordens dadas. (FAYOL, 1989, p. 26)
Assim a Administração é entendida como uma função que se reparte, não só
entre o chefe ou encarregados, mas sim entre outras funções e com o social da
empresa. Segundo Fayol, para a empresa obter bom funcionamento e saúde
precisa-se seguir princípios e regras, dessa forma ele definiu os princípios gerais de
Administração, sendo eles: 1- divisão do trabalho: é feito uma divisão de tarefas, em
que cada indivíduo vai fazer somente aquilo em que é melhor, com isso se produz
mais e melhor; 2- Autoridade e responsabilidade: Se compreende no direito de dar
ordens e no poder de ser obedecido. Já a responsabilidade vem junto com a
Autoridade; 3- Disciplina: É como a obediência, e respeito as regras e acordos; 4-
Unidade de comando: somente uma pessoa deve comandar; 5- Unidade de direção:
Uma pessoa no comando e um só plano de ação para atividades que tenham o
mesmo objetivo; 6- Subordinação do interesse Particular ao interesse Geral: Os
interesses gerais da empresa devem ser mais importantes do que o interesse
particular das pessoas; 7- Remuneração de Pessoal: a remuneração deve ser feita
de modo que satisfaça a empresa e o empregado, como uma retribuição; 8-
Centralização: é a concentração de poder no topo da hierarquia; 9- Cadeia escalar:
É uma escala de autoridades que vai da autoridade maior até a de menor função;
10- Ordem: corresponde pela ordem material e humana, ou seja, cada coisa em seu
lugar; 11- Equidade: Para conquistar as pessoas é necessário tratá-las com
bondade e justiça; 12- Estabilidade do Pessoal: A rotação de pessoas nos diferentes
cargos é prejudicial a empresa, quanto mais tempo no cargo melhor será a
eficiência; 13- Iniciativa: É a capacidade de elaborar um plano e ter a iniciativa para
executá-lo; 14- Espirito de Equipe: A união e harmonia entre o pessoal são grandes
aliadas para a organização. Embora alguns conceitos da Teoria Clássica estejam
ultrapassados, ela ainda é a mais usada atualmente, pois a sua divisão em
categorias facilita o trabalho.

1.4.3 Teoria das Relações Humanas

A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como


consequência da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e
21

colaboradores. Em 1927, O Conselho Nacional de Ciências realizou uma pesquisa


chefiada por Elton Mayo para verificar a relação entre produtividade e iluminação no
local de trabalho na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company. Os
pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram prejudicados por
variáveis de natureza psicológica.

Na primeira fase da experiência, dois grupos foram selecionados para realizar


o mesmo trabalho, um grupo trabalhava sob intensidade de luz variável enquanto o
outro grupo tinha intensidade constante. O objetivo era conhecer o efeito da
luminosidade no rendimento e produtividade dos operários. Os observadores não
encontraram uma correlação entre ambas, mas um fator psicológico presente: os
operários reagiam à luminosidade de acordo com suas suposições pessoais, ou
seja, eles se viam obrigados a produzir mais quando a intensidade de iluminação
aumentava e o contrário quando diminuía. Na segunda fase, o grupo experimental
contava com seis operárias, das quais cinco montavam o equipamento enquanto
uma sexta era responsável por fornecer as peças necessárias ao trabalho. O grupo
contava com um observador que permanecia na sala e assegurava a cooperação
entre as mulheres. A experiência trouxe as seguintes conclusões: as operárias
gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido; não havia temor ao
supervisor pois ele era como um orientador; o ambiente era amistoso, no qual a
conversa era permitida; o grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar
o ritmo de produção.

Na terceira fase, os pesquisadores se afastaram da finalidade de verificar as


condições físicas de trabalho e passaram a focar nas questões das relações
humanas no trabalho. Dessa forma, se iniciou um programa de entrevistas com os
empregados para conhecer seus sentimentos, opiniões e atitudes em relação ao
trabalho, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores. O
programa foi muito bem recebido entre os operários e supervisores e gerou ótimos
resultados. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21.126 de uma empresa
com 40.000 operários (CHIAVENATO, 2014, p.108). Através dessa pesquisa fez-se
possível notar que quando o operário pretende ser leal à organização, esse fator é
dividido entre o grupo e a companhia, assim gerando conflito e tensão. Para estudar
esse fenômeno foi desenvolvida uma quarta fase da Experiência de Hawthorne.
22

Portanto na quarta fase, foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em


condições idênticas às do departamento. Um observador ficou responsável por
acompanhar as moças dentro da sala e um entrevistador ficava do lado de fora
entrevistando o grupo. Essa experiência tinha o objetivo de analisar a organização
informal dos operários. O pagamento era baseado na produção do grupo, havendo
um salário-hora e um salário mínimo horário, para o caso de interrupções na
produção. Os salários só podiam ser maiores se a produção total aumentasse. Com
o tempo, o observador percebeu que o grupo utilizava de várias artimanhas,
reduzindo seu ritmo logo que montavam o que julgavam ser sua produção normal. O
grupo desenvolveu métodos para garantir suas atitudes, considerando delator
qualquer membro que prejudicasse um companheiro. Essa fase possibilitou o estudo
das relações entre a organização informal dos operários com a organização formal
da fábrica.

A Experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932 por motivos financeiros,


mas sua influência sobre a Teoria das Relações Humanas foi essencial para abalar
os princípios da Teoria Clássica da Administração. Em suma, para Chiavenato, a
Experiência de Hawthorne forneceu um delineamento para o pensamento humanista
na Administração. Além disso, a experiência constatou que o nível de produção é
resultado da integração social, ou seja, o nível de competência era determinado pela
capacidade social de um indivíduo. Quanto maior a integração social do grupo,
maior será sua motivação para produzir. Portanto, os operários não agem de
maneira isolada, mas como membros de um grupo. A cada desvio das normas do
grupo, ele sofreria punições de seu grupo, mesmo se ele tivesse uma produção
acima da média. Dessa forma, foi constatado que os operários preferem produzir
menos e ganhar menos do que pôr em risco a relação com os colegas. Devido à
esses fatos, a empresa passou a ser vista como um núcleo social formado por
pequenos grupos, e nem sempre os objetivos desses pequenos grupos coincidem
com os propósitos da empresa. Dessa forma, os estudiosos do movimento
acabaram recebendo o nome de autores humanistas, pois a teoria enfatizou o lado
social e humano, ao contrário da visão mecanicista e formal da teoria clássica.

1.4.4 Teoria da Burocracia


23

A teoria da burocracia foi desenvolvida pelo sociólogo alemão Max Weber


(1864-1920). Ele foi um intelectual, jurista e economista, considerado um dos
fundadores da sociologia moderna e um dos homens mais influentes do século XX.
O trabalho de Weber à Administração foi notória, pois foi o primeiro a explorar e
integrar estudos de desenvolvimento nas relações de Hierarquia Social e Autoridade
dentro das organizações. O autor, com um estudo minucioso e comprovado, fez com
que tal teoria eliminasse o mecanicismo das organizações e, por outro lado,
trouxesse padronização e orientação para o trabalho do administrador. A abordagem
burocrática traz a procura de um planejamento estratégico para o estabelecimento
de princípios primordiais dentro de uma organização, sendo eles as noções de
autoridade e de uma estrutura social racionalmente organizada.

Como afirma Chiavenato (2014, p.262) Max Weber foi o pioneiro numa
abordagem voltada para a estrutura da organização, ele cria que a burocracia era
uma prática de excelência devido sua forma de organização humana que se baseia
na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos fins pretendidos, a fim de
garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. Hoje em dia, a
burocracia é entendida como uma organização onde o papelório se multiplica e se
avoluma, impedindo soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado
com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando
ineficiência à organização. As pessoas passaram a dar o nome de burocracia aos
defeitos do sistema, as chamadas disfunções, ou seja, os problemas, mas não ao
sistema em si mesmo. Pois, o conceito de burocracia é exatamente o contrário. A
teoria da burocracia é a organização eficiente por excelência. Para conseguir essa
eficiência, a burocracia explica nos mínimos detalhes como as coisas devem ser
feitas.

A abordagem burocrática contribui de diversas maneiras para a


Administração atual, uma das contribuições foi a noção de trabalho
profissionalizado, o nepotismo é evitado e as condições de trabalho favorecem a
moralidade econômica e dificultam a corrupção. Existe igualdade das normas
burocráticas, sempre baseadas em padrões universais de justiça e tratamento
igualitário. A burocracia tem o objetivo de trazer cooperação entre grande número de
pessoas, sem que elas se sintam necessariamente cooperadoras, pois as pessoas
24

cumprem regras porque os fins visados pela organização são valorizados e cada
qual deve fazer a sua parte para que o objetivo global seja alcançado. A teoria da
Burocracia é de suma relevância, pois ela traz as ideias de processos mais seguros
e eficientes, contribuindo em muito para a Administração.

1.4.5 Teoria Estruturalista

A teoria Estruturalista surgiu na década de cinquenta, através de estudos


sobre as limitações do modelo burocrático, e a partir desse modelo foi formulado o
conceito estruturalista que tentava conciliar a abordagem Clássica e a humanística.
A palavra estrutura vem do grego struo (ordenar), ou seja, ela utiliza o conceito
estrutura, pois a organização é composta por diversas partes que se relacionam
formando uma soma de conjuntos ordenados. Portanto, o foco dessa teoria é mais
no ambiente organizacional, mostrando as empresas como um sistema aberto e que
se relaciona com o ambiente e outras organizações, diferentemente da teoria
Burocrática, que caracterizava a empresa como um sistema fechado.

“As organizações sociais são consequências da necessidade que as pessoas têm


de se relacionar e se juntar com outras pessoas a fim de poder realizar seus
objetivos. Dentro da organização social, as pessoas ocupam certos papéis [...]”
(CHIAVENATO, 2014 p. 290) a teoria estruturalista elabora a ideia da sociedade das
organizações, enfatizando assim, que as diferentes organizações dependem umas
das outras, por isso é extremamente importante o papel do homem organizacional,
pois ele irá desempenhar diferentes papeis na organização, servindo como molde
comportamental, ela ainda define as organizações em sistemas abertos, que estão
em constante interação com o meio externo.

Ela não leva em conta somente fatores externos, mas também fatores
internos, e isso a torna uma instituição mais flexível, possibilitando que a empresa
seja vista como uma organização social, composta por diferentes grupos de pessoas
que interagem entre si e compartilham de alguns mesmos objetivos da empresa ou
não, ou seja, essa teria possibilitou um olhar para fora da organização. O
estruturalismo foi considerado uma teoria que trouxe diversas mudanças e
expansão da teoria administrativa, além disso, ela serviu de modelo para a teoria
comportamental e das ciências sociais, destacando a importância do homem
organizacional, que desempenha seu papel em diversas organizações.
25

1.4.6 Teoria dos Sistemas

A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) é pautada na necessidade de uma


análise por dentro da natureza dos sistemas e da interrelação existente entre elas,
assim como as partes de um todo. Foi criada em meados dos anos de 1950 pelo
biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy, porém o conceito de sistemas vem sendo
aprofundado desde os antigos preceitos de Renê Descartes, que visavam dividir e
examinar o problema por parcelas e começando assim pelas mais simples, partes
menores, até as questões de mais complexidade. Um sistema é um conjunto de
elementos que formam um todo, assim a ideia a ser passada é que os elementos ou
componentes em questão interajam e assim formem um todo que estão em busca
de um objetivo em comum a ser alcançado. 

A teoria de Bertalanffy não visava apenas soluções práticas ou a solução de


problemas, para ele o importante era produzir formulações conceituais para
aplicações na realidade atual, sob a ótica das questões científicas dos sistemas,
queria mostrar que todos os sistemas interagem entre si, vendo assim a organização
por inteiro e não apenas o funcionamento de um sistema isolado, partindo do
princípio de que são encontradas características no conjunto que não são
encontradas em elementos dispersos, dependendo assim de uma empresa unida no
objetivo de manter a organização viva. Logo um efeito sinérgico é gerado, sinergia
está ligada à um esforço realizado de derivadas partes que provoca um resultado de
grande ampliação e potencialização, sendo assim, por meio da sinergia, as
organizações produzem valores agregados e possibilitando um sistema funcionar
adequadamente. Diferentemente da entropia, que é justamente o inverso, sendo a
desordem ou ausência de sinergia, para um sistema deixar de funcionar, está
ocorrendo uma entropia interna.

Sistemas existem dentro de sistemas e cada sistema é constituído de um


subsistema que faz parte de um sistema maior, assim como uma célula em um
tecido, esse conjunto de sistemas é chamado de meio ambiente. A organização que
demanda de uma interação com o meio externo é classificado como um sistema
aberto, para Chiavenato (1983, p.515) um sistema é definido como “um conjunto de
elementos interdependentes e interagentes”. Tendo assim como característica
principal o processo infinito de intercâmbio de conhecimento, insumos e influências
26

com o ambiente para a troca de energia de informação de seu ambiente interno,


quando esse intercâmbio cessa, o sistema é desintegrado e perde suas fontes de
energia. Já os sistemas fechados são aqueles que não apresentam intercâmbio com
o meio ambiente, não são influenciados e não influenciam, não interferindo assim
com o meio externo, o ambiente externo é formado por disciplina, consumidores,
clientes, sindicato, governo, fornecedores, dentre outras entidades. É também
utilizado o conceito de homem funcional, sendo ele um indivíduo executante de seu
papel, sabendo que as pessoas se interrelacionam dentro do sistema, variáveis
distintas interferem no papel, ajustando assim a novos papéis que lhe são atribuídos,
a interação de todas elas são de suma importância para a produtividade da
empresa. O conhecimento de tal teoria pode nos ajudar a entender a interrelação
existente entre os sistemas e indivíduos podendo se ter uma ideia de como eles são
formados, quais são suas tendências no futuro, como são organizados e descobrir
seus potenciais.

1.4.7 Teoria Comportamental

A Teoria Comportamental teve início com Herbert Alexander Simon, essa


teoria foi responsável por trazer para a Administração uma liderança mais
humanística, com uma definitiva substituição da ênfase organizacional para a ênfase
nas pessoas (influenciada pela Teoria das Relações Humanas), modificando a
definição e conceito da estrutura da organização, com uma proposta democrática e
humana. Além do mais, por meio do estudo do comportamento individual humano, a
Teoria Comportamental consegue explicar o comportamento das pessoas dentro do
ambiente organizacional. Dessa forma, muitos estudiosos constataram que é de
demasiada importância que os administradores entendam as necessidades dos
indivíduos e para que assim, possam compreender sua conduta.

Sob o mesmo ponto, essa teoria foi responsável pela produção de diversas
teorias de motivação da Administração. Segundo Chiavenato, (2014, p. 356),
“A Teoria Comportamental mostra a mais profunda influência das ciências do
comportamento na Administração, seja por meio de novos conceitos sobre o homem
e suas motivações ou sobre a organização e seus objetivos.” mostrando a influência
desta na Administração. Ademais, uma das mais importantes teorias da motivação
conhecida como Hierarquia das Necessidades de Maslow, desenvolvida pelo
27

psicólogo norte-americano Abraham Maslow, na qual as necessidades humanas


estão organizadas em níveis hierárquicos, de acordo com a sua importância e
influência, com as necessidades fisiológicas como necessidades mais baixas e as
necessidades de autorrealização no topo da pirâmide.

Outrossim, outra importante teoria é a Teoria dos dois fatores de Herzbeng,


na qual ele formulou para explicar o comportamento das pessoas no trabalho. Para
o autor, existem dois fatores que influenciam o comportamento humano: os fatores
higiênicos que são decididos pela empresa como os salários e os benefícios sociais,
por exemplo. Historicamente, apenas esses fatores eram utilizados como forma de
motivação para os trabalhadores, algo displicente e que precisava de outros
incentivos para que os empregados trabalhassem mais, por exemplo, prêmios e
incentivos salariais. Em síntese, o outro fator era os fatores motivacionais, no qual,
está sob controle do indivíduo, estando relacionado com o que ele faz. Nesses
fatores, estão envolvidos sentimentos de crescimento individual, autorrealização,
entre outros, dependendo da tarefa do indivíduo no seu trabalho. Anteriormente, as
tarefas eram definidas para atender a eficiência e a economia, criando um
sentimento de desmotivação por parte das pessoas.

Ademais, McGregor desenvolveu a teoria X e a teoria Y, na qual a primeira


representa o estilo das primeiras teorias administrativas, fazendo com que os
trabalhadores façam o que é imposto pela organização, sendo algo desagradável e
maçante, pois suas opiniões, objetivos e criatividade não são considerados pela
empresa. Por outro lado, a teoria Y é uma nova concepção na Teoria
Comportamental, sendo agradável trabalhar, pois muitas vezes para o funcionário
pode ser uma forma de satisfação, além de ser recompensado. Além do mais, essa
teoria é aplicada nas empresas com medidas mais humanísticas como a
descentralização das decisões e delegação de responsabilidades, participação nas
decisões e administração consultiva, entre outras, que criam oportunidade para
novos potenciais nos trabalhadores.

1.4.8 Teoria da Contingência

A palavra contingência se refere a algo que pode acontecer ou não, sendo,


portanto, incerto. A Teoria da contingência foi resultado de pesquisas que buscavam
descobrir os modelos de estruturas de organizações que seriam os mais adequados
28

e que oferecessem melhores resultados em determinadas empresas. Tais


pesquisas, coordenadas por Lawrence e Lorsch, gerou a Teoria contingencial que
de certa forma é a mais eclética de todas as teorias anteriores a ela, pois define que
não há uma maneira apenas de administrar, apresentando que as organizações
devem ajustar-se de acordo com as condições ambientais, portanto, sendo algo
incerto.

Chiavenato ao definir o que é o ambiente, o principal foco da Teoria da


Contingência, deixa de maneira clara que este se relaciona com as atividades das
organizações. Torna-se necessário para as empresas mapearem o ambiente onde
estão inseridas, conhecendo-os com a finalidade de se adequarem no que diz
respeito a sua administração, podendo variar, por exemplo, entre organizações
mecanicistas ou orgânicas. O ambiente tem sua característica como variáveis
independentes, diferente das características da organização, que por sua vez são
variáveis dependentes ao ambiente e também à tecnologia que é utilizada por essas
organizações e que proporciona desafios internos que devem ser confrontados, para
isso as organizações se diferenciam em níveis operacionais, sendo eles o
estratégico, o intermediário e o operacional.

Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização (ou


o sistema). É a situação dentro da qual uma organização está
inserida. Como a organização é um sistema aberto, ela mantém
transações e intercâmbio com seu ambiente (CHIAVENATO, 2014, p.
500)
Compreende-se, portanto, que a Teoria da Contingência apresenta diversas
mudanças inovadoras no pensamento no que se refere à administração das
organizações, independente das diversas contribuições de teorias anteriores que
fazem dela eclética. Diante de um mundo de rápidas mudanças as estruturas das
organizações caracterizam-se pela importante capacidade de flexibilidade e de
adaptação dentro do ambiente onde está inserida. Acerca da Teoria da
Contingência, revela-se a sua característica relativista e situacional, que enfatiza o
modelo do homem complexo e abordagens contingenciais sobre motivação e
liderança nas empresas. Nos dias atuais, tais ideias ainda possuem grande
importância e relevância, tornando-a, dessa maneira, extremamente atual.

1.5 Áreas da Administração


29

1.5.1 Gestão de Pessoas

Sendo os recursos humanos de extrema importância para as organizações,


se faz necessário uma ênfase maior nas relações entre funcionários e empresa, pois
as pessoas constituem um dos principais capitais de uma empresa. A área de
recursos humanos é a que mais vem possuindo transformações ao longo da história,
isso se torna perceptível até mesmo pelas modificações em seu nome, passando a
chamar-se Gestão de Pessoas. Anteriormente, as pessoas de uma organização
eram vistas apenas como um recurso produtivo a serviço da organização,
entretanto, no decorrer do tempo esse tipo de abordagem modificou-se e o
funcionário atualmente é visto como um indivíduo que possui capacidades e
competências que podem ser de grande valia para a organização.

A Gestão de Pessoas (GP) é uma área muito sensível à mentalidade


que predomina nas organizações. Ela é extremamente contingencial e
situacional, pois depende de vários aspectos, como a cultura que
existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada, das
características do contexto ambiental, do negócio da organização, da
tecnologia utilizada, dos processos internos, do estilo de gestão
utilizado e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
(CHIAVENATO, 2010, p. 08)
A Gestão de Pessoas na atualidade se fundamenta em alguns princípios, tais
como a compreensão acerca das pessoas como seres humanos e não apenas como
um recurso que está a serviço de toda a organização, mas que também são
responsáveis pela dinamização de toda a empresa e por fornecer competências. As
pessoas tidas como parceiras da organização oferecem maiores contribuições,
sendo elas seu esforço, dedicação e comprometimento para com a empresa. Com
esse pensamento, as entidades tornaram-se mais democráticas e passaram a tratar
diversos assuntos que antes eram desconhecidos, tais como a motivação de
funcionários, liderança, comunicação e com um ambiente tranquilo e agradável, que
além de trazer uma melhor satisfação no trabalho, proporciona uma maior
produtividade.

1.5.2 Administração de Marketing

A área de Administração de Marketing é de grande importância nas


organizações, pois através dela é possível descobrir as necessidades humanas e
sociais e a partir disso supri-las e consequentemente aumentar a demanda de
30

determinado produto ou serviço oferecido, para isso ela segue um processo de


análise de oportunidades, seleção de mercado alvo, projeção de estratégias e
desenvolvimento de programas de marketing. Pode-se dizer que a busca principal
do Marketing é encontrar os produtos certos, assim focando nas necessidades e
preferências dos consumidores, diferente do que pensavam durante a era industrial,
na qual os produtos eram básicos e produzidos em grande escala para ter um maior
número de vendas.

O sucesso financeiro muitas vezes depende da habilidade do


Marketing. Finanças, operações, contabilidade e outras funções de
negócios não terão sentido se não houver uma demanda para
produtos e serviços suficiente para que a empresa obtenha lucro.
(KELLER; KOTLER, 2006, p. 02).

Os profissionais desta área atuam no marketing não somente de produtos e


serviços, mas também de bens, pessoas, eventos, propriedades, experiências,
organizações, ideias e informações. Ademais, eles têm a importante missão de
manter a demanda da organização em um bom nível, através do conhecimento de
seu mercado e de suas necessidades que devem ser satisfeitas. Tal função se
mostra atualmente ainda mais complexa por conta da crescente digitalização que
fornece aos clientes compras cada vez mais facilitadas, grande quantidade de
informações, maior variedade de bens e serviços e o principal, a troca de opiniões
com outras pessoas acerca de algum produto ou serviço.

1.5.3 Logística Empresarial

A logística empresarial é um campo relativamente novo no estudo das áreas


das finanças, marketing e produção. Todavia, as atividades relacionadas à logística
foram exercidas em longa escala pela humanidade ao longo da história, porém a
novidade nessa área resulta-se do conceito da gestão coordenada de atividades
inter-relacionadas, que substituiu a prática de administrá-las separadamente. A
gestão coordenada origina-se em 1844, nas ideias do engenheiro francês Jules
Depuit, com o conceito do intercâmbio entre os custos, como por exemplo, trocar os
custos gerados por transportes pelos gerados pelo armazenamento, a ideia visava
trocar os meios mais convencionais por meios menos convencionais, assim trazendo
benefícios em outra área distinta.
31

A logística não lida somente com os bens materiais, mas também com o fluxo
de serviços. Todavia, a logística é um processo que inclui todas as atividades
essenciais para oferecer bens e serviços aos consumidores. Dessa forma, vê-se que
a área é uma parte do processo da cadeia de suprimentos. O Gerenciamento de
Cadeia de Suprimentos (GCS), é uma expressão que passou a ser utilizada mais
recentemente, essa expressão está ligada diretamente às raízes da logística,
destacando as interações logísticas que estão presentes nas funções de marketing,
de logística e produções empresariais, deste modo, cria-se um canal de fluxo de
produtos. Dessa forma, por meio da coordenação e colaboração entre os integrantes
de tal canal, há uma oportunidade para melhoria dos custos ou serviços aos
consumidores. Apesar da utilização de diversos outros termos para datar a logística,
tais como, gestão de materiais, distribuição física e gestão de canais, foram sem
eficácia em expressar o real significado de logística, dessa forma, impuseram a
logística de forma brusca às empresas sem a visão das limitações.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a


coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de
negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no
âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no
âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o
desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia
de suprimentos como um todo. (MENTZER; DEWITT; MIN; NIX;
SMITH, ZACHARIA, 2001 apud BALLOU, 2004, p.28)
Portanto, as empresas que demandam uma política logística de produção
just-in-time, que pode ser traduzida como no tempo certo um conceito que tem
objetivo de produzir uma quantidade exata de determinado produto de acordo com a
demanda, com rapidez, sem a formação de um estoque, chegando assim no tempo
determinado. Esse conceito apresenta tendências a terem maiores relações entre
fornecedores e benefícios, assim gerando uma redução do estoque, porque todo o
processo é realizado com precisão e rapidez. A cadeia de suprimentos aborda todas
as atividades correlacionadas com fluxo e transformação de mercadoria, desde o
seu estágio inicial (matéria prima), até seu consumidor final, os materiais e
informações agem tanto para baixo como para cima dentro da cadeia. Já o
gerenciamento dela é a integração de tais atividades, objetivando a conquista de
uma vantagem competitiva sustentável. O planejamento logístico é realizado a fim
de obter eficiência, buscando diminuir a distância entre o produto e a demanda, de
32

forma que o consumidor tenha acesso aos produtos e serviços quando for
necessário. Portanto, uma boa logística empresarial significa ter uma ótima gerência
de estoques, isto é, apresentar disponibilidade de produtos em relação à demanda;
gerência de transportes, que é essencial para garantir segurança e rapidez para que
o produto chegue nas melhores condições nos pontos de venda; e uma excelente
gerência de informações, que aumenta o valor agregado do produto através da
divulgação de informações, que torna as atividades, do início ao fim, harmoniosas.

1.5.4 Contabilidade

A Contabilidade é uma ciência que tem como finalidade o estudo e o registro


das variações e informações de natureza financeira e econômica das organizações.
Ela surgiu juntamente com as primeiras atividades econômicas, que indicavam ser
necessário o controle e registro contábil dos acúmulos financeiros e do patrimônio
dessas práticas. Os profissionais desse setor possuem algumas responsabilidades
como escriturar, analisar e fazer projeções a fim de auxiliar na gestão do patrimônio
da empresa, além da sua higidez contábil, para a empresa alcançar resultados,
através do controle e planejamento financeiro e econômico, facilitando a gestão das
entidades.

A principal finalidade da Contabilidade é fornecer informações sobre


o Patrimônio, informações essas de ordem econômica e financeira,
que facilitam assim as tomadas de decisões, tanto por parte dos
administradores ou proprietários, como também por parte daqueles
que pretendem investir na empresa. (RIBEIRO, 2001, pág.14).

Essa área administrativa tem seus campos de aplicação nas entidades com
fins econômicos, socioeconômicos e sociais. Com a análise, registro e
demonstração dos dados da instituição, a Contabilidade permite que as
organizações atinjam seus objetivos por meio das informações constatadas por
essa. Ademais, diversas técnicas são utilizadas para fazer o controle do patrimônio
das entidades, porém algumas são mais comumente usadas como a escrituração,
auditoria, demonstrações contábeis, análise de balanços e a consolidação de
balanços, fornecendo informações que facilitem as tomadas de decisões nas
organizações, independentemente do fim a que se destinam.
33

1.5.5 Empreendedorismo

Diante da atualidade, onde o mercado exige a todo o momento mudanças e


inovações, o empreendedorismo tornou-se ainda mais essencial, pois gera, além de
inovações, o estímulo da economia e o fornecimento de empregos, sendo assim
apresenta-se com um combustível que fomenta o crescimento econômico das
nações. O termo empreendedor resulta desde os defensores do liberalismo
econômico, na França, nos séculos XVIII e XIX e refere-se a uma pessoa que decide
assumir as responsabilidades e riscos na busca da realização de uma ideia ou
negócio. O primeiro passo para o empreendedor iniciar o desenvolvimento de seu
produto ou serviço é a identificação de uma oportunidade, que por sua vez pode
ocorrer de diversas maneiras, como através da experiência pessoal, de hobbies, de
uma busca deliberada ou até mesmo de uma descoberta acidental. Com o
descobrimento de uma oportunidade se torna necessário apenas um refinamento e
um período de testes para analisar se há necessidade de mudanças ou não. Todo
negócio deve ser muito bem definido, para empreender isso também não é diferente,
pois é a partir do conhecimento preciso da ideia que o empreendedor saberá onde
empregar as suas forças para um resultado mais satisfatório.

Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as


coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os
negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades.
Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício
próprio e para benefício da comunidade. (CHIAVENATO, 2007, p.
07)
A principal necessidade básica para o empreendedorismo é o espírito
empreendedor, que se caracteriza no empreendedor como um alto nível no desejo
de realização em relação às demais pessoas, a coragem para assumir os riscos das
diversas naturezas e a autoconfiança, acreditando nas suas habilidades como
capazes de solucionar os problemas a serem enfrentados. Existem diversos tipos de
empreendedores atualmente, entretanto para se ter sucesso na sua carreira,
qualquer pessoa que queira empreender deve ter desenvolvido a sua perseverança,
comprometimento, autocontrole, capacidade de persuasão e diversas outras
habilidades que fazem do caminho do empreendimento mais fácil.

1.5.6 Gestão de Estoque


34

O estoque constitui-se pelo armazenamento da matéria prima e suprimentos


que não são necessários no momento, mas que futuramente terão a utilidade de
suprir as necessidades da empresa em produzir produtos e executar serviços.
Recursos armazenados ou inativos são considerados estoque, e esses itens têm um
valor econômico para a empresa, além disso, representam um bom investimento
financeiro, porém, é necessário manter níveis adequados de estoque, que garantam
o sistema de produção, em vista disso, a estocagem representa significativa
importância para que a empresa possa produzir sem haver paralisações na
produção por falta de insumos.

“Os estoques estão localizados em todos os níveis da cadeia de suprimentos,


desde as fontes de fornecimento até o cliente final, incluindo os estoques existentes
dentro das fábricas, nos depósitos e durante o transporte” (GRAZIANI, 2013, p. 11)
Como Graziani definiu, o estoque está presente em todas as etapas de produção,
seja no processo de fabricação até na comercialização. Ademais, a gestão de
estoque deve estar sempre alinhada e em equilíbrio com a área financeira, uma vez
que a primeira está voltada na facilitação do fluxo de materiais e a outra se preocupa
com o lucro, por conseguinte, o estoque diminui efeitos como a demora ou atraso no
fornecimento de materiais e dificuldades no fornecimento, com isso diminui-se o
impacto na produção e prejuízos na empresa.

1.5.7 Gestão Financeira

A Gestão Financeira é uma área da administração de extrema importância,


pois é responsável pelo controle financeiro da empresa. Por meio de ferramentas e
ações administrativas é possível executar o controle e planejamento das contas da
organização, sendo assim, é muito mais fácil elaborar uma análise, previsões da
parte financeira e traçar metas, algumas dessas ferramentas administrativas são: o
balanço patrimonial, demonstração dos resultados e demonstração do fluxo de
caixa. Além disso, sem uma boa gestão a empresa pode vir a falir, essa análise é
feita baseando-se e norteada pelos registros e relatórios feitos, em que se verifica as
entradas, saídas, financiamentos e capital organizacional. Conhecer os segredos da
gestão financeira é uma necessidade para qualquer administrador, assim como,
conhecer as características financeiras da organização empresarial. Juntamente
com a contabilidade, a gestão financeira tenta guiar a organização num norte de
35

direção. Ela mostra para uma empresa uma nova realidade do mundo dos negócios,
onde necessariamente no mercado atual se dá a relevância a respeito da gestão
financeira. A história da Gestão Financeira como um campo distinto deu início no
começo do século XX, por conta das consolidações e fusões das empresas nos
Estados Unidos. O estudo desta área se tornou ainda mais importante com a nova
legislação americana, que fazia com que as empresas divulgassem os seus dados
financeiros para o mercado. No Brasil, a Gestão Financeira chegou através das
grandes multinacionais que adentravam no país. Houve diversas abordagens acerca
da área da Administração Financeira, tais como a tradicional, estudando as
características financeiras, principalmente de grandes empresas, a abordagem
administrativa, que era voltada para as operações de rotina e por fim a abordagem
mista que é a união das duas abordagens anteriores.

O administrador financeiro possui três decisões básicas dentro desta área,


sendo elas a decisão de financiamento, onde deve escolher as melhores maneiras
para a captação de recurso para a organização, a decisão de investimento, na qual
se considera alternativas de aplicação dos recursos da organização e as decisões
operacionais, que se refere à utilização dos recursos da empresa de maneira
eficiente para a geração de lucros. Uma das principais atividades de um gestor
financeiro é a administração do ativo circulante ou capital de giro, ou seja, os
recursos correntes da empresa usados no dia a dia e que faz com que ela tenha
capacidade de se sustentar e de ter maior crescimento. A composição principal do
capital de giro são os estoques, caixa, títulos negociáveis e contas a receber. Um
baixo ativo circulante coloca a organização em risco, visto que poderá levar a
empresa a um aperto na sua liquidez, no caso de possíveis atrasos de
recebimentos. O profissional dessa área também tem a importante missão de
controlar os recursos financeiros buscando as melhores alternativas e decisões para
obter sempre um melhor lucro, para isso a Administração Financeira relaciona-se
com as diversas áreas de uma empresa, como por exemplo, com o Marketing e os
Recursos Humanos. Ademais, o ambiente externo é de grande importância e
preocupação para o gestor, visto que influenciado por fatores econômicos, este
ambiente interfere também nas organizações e em sua área de finanças, por isso é
36

sua função estar sempre atento as variáveis que podem vir a comprometer a
empresa.

Já que a maioria das decisões empresariais são medidas em termos


financeiros, o administrador financeiro desempenha um papel crucial
na operação da empresa. Ele possui uma visão sistêmica da
organização, interagindo com todas as áreas da empresa:
contabilidade, produção, marketing, recursos humanos, pesquisas e
assim por diante. (VITAL, 2010, p.15)
Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-
se para obtenção de lucros. Os recursos supridos pelos proprietários e pelos
credores das empresas serão aplicados em ativos utilizados na produção e
comercialização de bens ou na prestação de serviços. Assim, o fluxo econômico de
resultados ocorre com uma movimentação de numerário que deve permitir a
liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reversão
da remanescente dos lucros. Nas empresas privadas os proprietários desejam que
seu investimento produza retorno compatível com o risco assumido. Nas empresas
públicas, o lucro reflete a eficiência gerencial e garante a melhoria e expansão dos
serviços oferecidos à sociedade. Essa função é responsável pela obtenção dos
recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização
do uso desses fundos. Encontrada em qualquer tipo de empresa, a função financeira
tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades
operacionais, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa é um recurso demasiadamente


importante para as empresas, pois através desse é possível ter o controle das
operações que sucedem na organização, salientando se essa está tendo mais
saídas do que entradas no caixa, ou seja, se está havendo lucro ou prejuízo durante
o seu exercício. Ademais, a Lei nº 6.404/76, inciso I do artigo 188 estabelece a
forma, no qual deve ser feito o Fluxo de Caixa, separando as modificações dos
recursos financeiros em três grupos: das operações, dos financiamentos e dos
investimentos. As atividades que não alteram ou movimentam o dinheiro da entidade
não devem constar na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Contudo, mediante a
essa ferramenta é factível que o gestor financeiro compreenda o que levou a
empresa aquele resultado negativo ou positivo, favorecendo as futuras tomadas de
decisões.
37

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil


que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um
determinado período e que provocaram modificações no saldo da
conta Caixa. (RIBEIRO, 2009, pág. 341).
Com o desenvolver da sociedade contemporânea e a departamentalização do
mercado atual, a administração financeira das organizações determinarão o seu
futuro, o seu fracasso ou sucesso. Num ambiente de constantes variáveis, a
consolidação de uma estrutura financeira sólida dará sustância para a empresa gerir
seus recursos contábeis, patrimoniais e tecnológicos. Além disso, revela-se a
excelência do papel do gestor financeiro numa instituição socioeconômica, a sua
capacidade de tomar decisões importantes, tendo o planejamento como uma das
suas principais atribuições. Por fim, conclui-se que o setor financeiro acarreta em si,
todos os demais departamentos da instituição, sendo vital no bom funcionamento
não apenas do capital financeiro, mas de toda a organização.
38

2 SITUAÇÃO PROBLEMA

2.1 Descrição do Município

O nome da cidade de Cunha tem origem do sobrenome português e foi dado


em homenagem ao Capitão-General Francisco da Cunha e Menezes, que foi
responsável pela emancipação do município. Localizada no Vale do Paraíba, à 230
km da capital paulista e com uma população estimada em 21.459 habitantes,
segundo dados de 2020 do IBGE, Cunha está rodeada por serras, que proporciona
belas paisagens naturais, com cachoeiras e áreas verdes, tendo uma grande
diversidade na fauna e na flora, contribuindo para o turismo da cidade que atrai
muitos visitantes durante o ano. Ademais, a cidade era a última parada dos tropeiros
que transitavam pela Estrada Real, pois essa fica próxima de Paraty no Rio de
Janeiro, onde eram embarcados ouro e diamantes rumo a Portugal.

Um importante fator turístico de Cunha é seu polo de cerâmica artística, que


tem demasiada notoriedade na América do Sul, provenientes de ceramistas
japoneses que trouxeram para o Brasil, uma técnica de cerâmica, na qual essa é
queimada a lenha em temperaturas elevadas. Tal atividade foi expandindo-se pela
cidade, que atualmente possui diversos ateliês de cerâmica artística, que é
responsável por atrair turistas de várias regiões do país, devido à produção de
variados estilos de peças. Além disso, destaca-se na economia a gastronomia, que
tem como destaque o pinhão, fruto típico da região, esse é ingrediente principal em
numerosos pratos do festival que acontece anualmente; no ano de 2019 foram
consumidas 10 toneladas de pinhão. Outra ênfase econômica do município é o
agroturismo que devido às características naturais da região, tais como trilhas,
parques e o lavandário, que é favorecido pelo clima e pelo solo, que permite o
cultivo da lavanda, sendo essa localidade demasiadamente conhecida. A
promulgação de Cunha ocorreu em 1945 pelo Governo do Estado de São Paulo,
nomeando a cidade em Estância Climática e reafirmando a sua característica
turística como cidade serrana.

A extensão territorial da cidade é uma das maiores do estado, segundo


dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística com área de
1.207,250 km2. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município, segundo os
39

dados do censo do IBGE de 2018, é de R$ 11.971,43. Sob esse viés, compreende-


se o valor turístico e cultural do município, sendo esses uns dos grandes
fomentadores da economia e da geração de empregos, dessa forma estimulando
pequenos empresários a investirem no setor turísticos tais como pousadas, cafés,
comércio, entre outros; servindo como base da economia local.

2.2 Descrição da Empresa

A empresa Loja e Confecção da Patrícia situada à Rua Dom Lino, número 63,
bairro Centro, Cunha – São Paulo. É de importante assinalar que a empresa
localiza-se em um dos bairros mais antigos, sendo esse considerado o centro
comercial da cidade. A proprietária, Sra. Patrícia Maria de Oliveira, fundou a
confecção em 1991, quando ela tinha somente quinze anos de idade, já que
precisava de dinheiro na época, pelo ramo que ela se identificava e por ser atividade
que estava em falta na cidade. Quando a empresa foi aberta trabalhavam apenas a
proprietária e sua mãe, posteriormente, com o crescimento das encomendas e das
vendas foi necessária a contratação de uma funcionária para auxiliar na produção.

Para expandir as vendas, em 1999, ela abriu a loja de roupas, na qual


revezava a empresária e sua mãe entre a atividade da confecção e da loja. A
senhora Patrícia contratava um trabalhador autônomo quando era necessário para
auxiliar no estabelecimento. No decorrer dos anos o espaço físico da loja precisou
ser expandido para conseguir atender a demanda do comércio. Com um espaço
maior, a empresa conseguiu aumentar a variedade de produtos, assim conseguindo
atingir um maior número de consumidores. Atualmente, o público-alvo da loja são os
jovens e adultos, pois as peças atraem mais essa faixa etária. Por outro lado, a
confecção tem maior número de vendas para escolas, eventos e instituições.

Embora os dois estabelecimentos sejam interligados, os horários de


funcionamento de ambos são distintos, sendo a confecção das 8 horas às 18 horas
de segunda-feira à sexta-feira e o estabelecimento de vendas das 9 horas às 18
horas de segunda-feira à sábado. A produção tem como ramo de atividade a
confecção de roupas e a loja o comércio dessas. A concorrência da Confecção da
Patrícia é pequena, havendo apenas um concorrente direto no município, já a loja
possui numerosos, pois existem muitas microempresas com o mesmo segmento
empresarial no entorno. Os empreendimentos estão há mais de uma década no
40

mercado, pois a qualidade dos produtos e do atendimento, fidelizou os clientes,


diferenciando-se entre os demais concorrentes.

2.3 Descrição dos Problemas

No período em que o grupo esteve na empresa Loja e Confecção da Patrícia


pesquisando com a proprietária a respeito da Administração do seu negócio, foi
possível constatar a inexistência da Gestão Financeira, dentre os seus processos
administrativos. Tal fato se faz presente pela falta de planejamento estratégico,
mistura de finanças pessoais e profissionais, capital de giro, fluxo de caixa, pró-
labore, reserva de contingência e balanço patrimonial. A falta de Gestão Financeira
acarreta problemas em todo âmbito empresarial, já que a área de finanças afeta
diretamente todos os setores, uma vez que sem ela os recursos são utilizados de
maneira ineficiente.

A administração financeira diz respeito às atribuições dos


administradores financeiros nas empresas. Os administradores
financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financeiros
de organizações de todos os tipos — financeiras ou não, abertas ou
fechadas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles
realizam as mais diversas tarefas financeiras, tais como
planejamento, concessão de crédito a clientes, avaliação de
propostas que envolvam grandes desembolsos e captação de fundos
para financiar as operações da empresa. Nos últimos anos,
mudanças nos ambientes econômico, competitivo e regulamentador
aumentaram a importância e a complexidade das tarefas desse
profissional. (GITMAN, 2010, p. 04)
O planejamento dentro de uma organização é um processo permanente, que
possui grande notoriedade, visto que com ela o gestor possui maior controle do
negócio. Do mesmo modo, o planejamento estratégico, sendo cíclico e responsável
pelos planejamentos de longo prazo, busca uma relação harmônica entre o
ambiente interno e externo da empresa, almejando vantagens competitivas em suas
ações, por sua vez, possui alto risco, além de geralmente ser de difícil
reversibilidade, com isso novas possibilidades podem passar despercebidas, não
demonstrando os caminhos a serem seguidos diante de oportunidades ou
imprevistos. Sendo assim, Planejamento Estratégico responsável por realizar os
objetivos da empresa, também é de grande valor que a organização tenha todas as
suas metas, missão, visão e valores definidos, além de conhecer quais são as suas
forças e fraquezas dentro do mercado. Assim, quando não há a realização do
41

Planejamento Estratégico, ocorre o desconhecimento das dificuldades da própria


organização.

Para o bom funcionamento de um negócio é de suma importância o


Planejamento Estratégico ao realizar as compras de matéria prima na empresa,
sendo ela responsável por manter um estoque mínimo, evitando a falta de capital de
giro, além de evitar que haja a compra em excesso de produtos. Mesmo com a
demasiada necessidade da realização do Planejamento Estratégico na aquisição de
mercadorias, inúmeros empreendimentos não a colocam em prática, entre eles o da
senhora Patrícia, que por sua vez, ao não realizar a previsão de aquisições, local
necessário para armazenamento e o controle dos materiais, o que ocasiona
inúmeros problemas, tais como o excesso de materiais, a compra de produtos já
existentes em estoque, além da geração de materiais inservíveis por conta da sua
falta de movimentações durante um longo período. Torna-se evidente, que os
problemas citados afetam a Gestão Financeira da empresa, que é fortemente
atingida pelos altos desperdícios durante a compra de materiais.

Pode-se verificar que a Loja e Confecção da Patrícia não realiza o


Planejamento Estratégico para o seu negócio, visto que, esses possuem uma
demanda maior em determinados períodos do ano, sobretudo no início do ano com
o retorno das aulas, na qual a confecção da Senhora Patrícia produz os uniformes
das escolas do município, esses que são vendidos na loja, assim o fluxo de vendas
é maior que em outros períodos. Ademais, o negócio também fabrica os trajes dos
blocos de carnaval, época do ano em que o número de turistas na cidade é
demasiado, porém com a ausência desse planejamento, a empresa tende a ter uma
má distribuição do fluxo de clientes durante o ano, tendo uma carência de
consumidores em determinadas temporadas.

A necessidade de planejar estrategicamente é resultado de dois


conjuntos de forças principais:
O primeiro compreende as oportunidades e desafios criados pelos
segmentos do ambiente, como concorrência, consumidores,
tecnologia, fontes de matéria-prima e outros elementos.
O segundo compreende os problemas e as oportunidades que
surgem nos sistemas internos da organização, como as
competências de seus funcionários, a tecnologia de suas máquinas,
equipamentos e processos, sua disponibilidade de capital e outros
elementos. (MAXIMIANO, 2000, p. 203)
42

         O processo estratégico da organização é fundamental para a consolidação do


desenvolvimento econômico-estrutural da empresa, e sua falta resulta na frustração
dos alvos e metas determinados pela organização. Avaliando os fatores internos e
externos, é possível ao administrador traçar o rumo das ações empresariais. O
processo da Administração Estratégica pode tirar a organização de sua situação
precária ou caótica, e quando não há objetivos a serem realizados, a estagnação da
situação da empresa pode por fim, ocasionando no término da organização. É
necessário atentar que não há possibilidade de crescimento da organização sem
que haja propostas estratégicas de evolução e de aprimoramento da situação atual
da corporação. É nula também a possibilidade de amplificação da visão empresarial,
isto é, onde a empresa deseja chegar. É inviável tais acontecimentos sem que haja
planejamento da Administração Estratégica, uma vez que não haja atos para nortear
o caminho que a empresa deva seguir, o crescimento da organização não será
concreto.

Tanto a organização como também o empresário deve possuir suas finanças


distintas, proporcionando uma melhor forma de condução da empresa, como
também auxilia na proteção do patrimônio do gestor. Portanto, uma está destinada
as atividades civis do proprietário e a outra relacionada a uma finalidade dentro da
sua atividade empresarial, permitindo o seu funcionamento. É nítido, porém, que
uma substancial parcela de micro e pequenas empresas não realizam a separação
de suas finanças, como se evidencia na Loja e Confecção da Patrícia, sendo esse a
causa de inúmeros problemas relacionados à Gestão Financeira de seu negócio,
tais como o registro incorreto de informações. Dessa maneira ocorre a perda do
controle financeiro, no qual a empresária paga as despesas pessoais com o dinheiro
da empresa, falta de organização dos custos, além da ausência de planejamento
pessoal e empresarial, impossibilitando objetivos e metas a longo prazo.

Desse primeiro conceito deduz-se que a Contabilidade é mantida


para a entidade como pessoa distinta dos sócios. A Contabilidade é
realizada para a entidade, devendo o contador fazer um esforço para
não misturar as movimentações da entidade com as dos
proprietários. Pessoas físicas e jurídicas não devem ser confundidas,
ou sócios não devem ser confundidos com empresas. (MARION,
2009, p. 31)
43

Uma empresa que não detém em suas mãos um controle financeiro


adequado e que não possui um plano de contas será prejudicada tanto interna
quanto externamente. Se não há separação das contas pessoais das contas da
empresa, isso impossibilitará enxergar aspectos relevantes da situação financeira:
onde está indo o dinheiro, o que pode ser feito para economizar recursos, quanto
minha empresa está gerando de lucro e quanto a organização deve a terceiros.
Misturar as finanças da corporação com outras contas transtornará as divisões
econômicas, retirando toda a eficiência e também prejudicando na hora de destinar
dinheiro aos dividendos e aos impostos. Quando não há prestação de contas
adequadas quanto a recursos de terceiros, a empresa pode acabar por não ter
dinheiro no momento de pagar os tributos ao governo e não possuir capital para
pagar suas promissórias, o que acarretará ainda mais dividas prejudicando assim o
desenvolvimento econômico da organização.

O capital de giro também é habitualmente conhecido como ativo circulante,


visto que possui um alto nível de liquidez na classificação dos bens da empresa. A
falta de experiência do administrador em reconhecer o papel de tal capital nas
funções de compra e de vendas acarretará numa possível estagnação das ações da
organização, trazendo prejuízos à empresa, fornecedores e clientes, quebrando o
ciclo comercial de um serviço ou produto. Sendo assim ele é crucial no desempenho
operacional das empresas, porém a sua ausência faz com que a Loja e a Confecção
da Patrícia não detenham um auxílio por meio de uma estratégia eficaz para
fornecer recursos para as empresas serem capazes de realizar a aplicação desse,
nos seus próprios negócios. Ademais, quando uma empresa está em
funcionamento, a gestão do capital de giro se torna essencial, pois é justamente pela
falta de controle das entradas e saídas que grande parte das empresas vão à
falência em um mercado tão competitivo e frenético.

[...] Qualquer que seja a definição adotada, o conceito de


capital de giro (ou de capital circulante) identifica os recursos que
giram (circulam) várias vezes em determinado período. Em outras
palavras, corresponde a uma parcela de capital aplicada pela
empresa em seu ciclo operacional, caracteristicamente de curto
prazo, a qual assume diversas formas ao longo de seu processo
produtivo e de venda (ASSAF NETO, 2003, p. 450).
Diante disso, na Loja e Confecção da Patrícia é notória a falta da Gestão do
Capital de Giro, não sendo realizado o seu cálculo, dessa maneira a proprietária não
44

tem ideia se a sua situação é suficiente ou não, isso leva a grandes dificuldades na
condução de seu negócio, em consequência da ausência de capital de giro e da má
gestão, a empresa não terá capacidade de pagar seus passivos e pode até declarar
estado de falência. Portanto, tal problemática é responsável por dificultar a
realização dos pagamentos de suas obrigações, pois não apresenta caixa suficiente
para a realização deste fato em um futuro próximo. Ademais, o Capital de Giro
apresenta-se como uma maneira de precaução e sua falta ocasiona possíveis riscos
a empresa quando não há considerável entrada de receitas. Por conseguinte,
através do exposto, torna-se evidente que a má gestão apresentada decorre por
conta da proprietária não possuir um conhecimento técnico acerca dos métodos de
controle de capital, dificultando a mesma a realizar a projeção do Capital de Giro
necessário para o bom funcionamento do seu negócio.

O fluxo de caixa é uma das ferramentas mais importantes para o controle de


caixa, entretanto, é notório que a sua ausência pode gerar o desconhecimento das
entradas e saídas e acarretar problemas financeiros, tais como a desinformação das
operações empresariais e suas prováveis operações no futuro. O seu controle é feito
por meio de anotações e registros, ordenados por datas de pagamentos e
recebimentos, de modo a identificar os períodos em que se têm mais sobras ou falta
de dinheiro. Ademais, não havendo o fluxo de caixa o gestor pode não planejar suas
necessidades financeiras, dificultando quando for imprescindível a solicitação de
crédito para a compra de matéria prima com os fornecedores, devido a inópia de
recursos financeiros.

O fluxo de caixa é considerado um dos principais instrumentos de


análise e avaliação de uma empresa, proporcionando ao
administrador uma visão futura dos recursos financeiros da empresa,
integrando o caixa central, as contas correntes em bancos, contas de
aplicações, receitas, despesas e as previsões. As decisões
relacionadas à compra, venda, investimentos, aportes de capital
pelos sócios captação ou pagamento de empréstimos e
desinvestimentos, constituem um fluxo contínuo entre as fontes
geradoras e as utilizadoras de recursos. Deve e pode ser utilizado
por empresas de qualquer porte dada a sua importância e
simplicidade. (SILVA, 2002, p. 109).
Percebe-se que pela falta de fluxo de caixa nos empreendimentos da Patrícia,
a proprietária não possui dados atualizados e confiáveis do seu negócio, assim
dificultando a tomada de decisões sobre as ações da empresa, em relação aos
45

pagamentos e datas estabelecidas e na disponibilização de uma reserva para


possíveis incidentes. Além disso, a ausência do controle dessa ferramenta contábil,
faz com que a Loja e Confecção não efetue um planejamento a longo prazo e
consequentemente não trace metas para o crescimento do negócio. Desse modo,
por a proprietária achar que a elaboração do fluxo de caixa é complexa, são
desencadeados problemas na realização das demais demonstrações financeiras
que possuem correlação a essa, afetando toda a empresa.

Outra problemática é que a mistura de finanças profissionais e pessoais


afetam diretamente o pró-labore, pois não há a possibilidade de realizar o cálculo
desse sem fazer a separação dos custos da Loja, da Confecção e da Senhora
Patrícia. O termo pró-labore, de origem latina que significa pelo trabalho, refere-se à
remuneração dos sócios da empresa pelo seu serviço prestado, sendo esse,
portanto, parte dos custos administrativos da organização. A distinção do salário em
relação ao pró-labore está no fator de que nele não há regras que obrigatoriamente
devem ser seguidas, tais como o décimo terceiro salário, férias e o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mostra-se de grande valia a realização da
remuneração por meio do pró-labore, desde que tenha sido estipulado um valor
mensal fixo através do planejamento, definindo o lucro a ser também investido na
empresa. Dentro da organização, a carência do pró-labore dificulta o empresário na
gestão e planejamento do seu negócio, assim como ocorre no empreendimento da
proprietária Patrícia.

O pró-labore refere-se à remuneração dos sócios, administradores e


diretores pela prestação de serviços à empresa. Está sujeito à
incidência do imposto de renda retido na fonte e à declaração de
ajuste anual. Ou seja, pró-labore é o montante mensal, computado
pelo valor bruto, de todos os pagamentos ou créditos recebidos em
caráter de remuneração pelos serviços efetivamente prestados à
empresa. (GOUVEIA, AFONSO, 2011, p. 8).
A ausência de um pró-labore na Loja e Confecção da Patrícia resulta na
perda de grandes vantagens, tornando-se dessa forma mais um problema que afeta
a gestão do seu negócio e o impede de obter melhores resultados. Evidencia-se que
pela falta de uma remuneração fixa, a proprietária não tem uma distinção entre o
capital da empresa e o seu, fazendo com que haja frequentes retiradas do caixa da
organização para a sua utilização com outras finalidades, sendo essas sem relação
com os interesses do empreendimento, dessa forma, origina-se a dificuldade da
46

gestora na identificação da geração de lucros de empresa e no controle das suas


contas. Ademais, com o pró-labore a proprietária tem a comprovação de renda,
permitindo a ela benefícios, tais como o empréstimo, financiamentos, contas em
bancos, além de inúmeros outros. Diante disso, observa-se que a falta do pró-labore
atinge de maneira negativa tanto a organização como também a proprietária.

A Reserva de Contingência é um item do patrimônio líquido das empresas. É


uma reserva de capital que assegura que a empresa tenha recursos financeiros para
compensar possíveis perdas, prejuízos ou quedas de lucro. Portanto, o papel das
reservas é ajudar a empresa caso ela necessite de capital de forma que as perdas
não sejam monetariamente mensuradas. Dessa forma, as reservas evitam o
surgimento de um prejuízo muito grande no balanço patrimonial, na empresa da
Senhora Patrícia isso fica evidente, pois como a empreendedora não possui uma
reserva, ela finda por ter que retirar dinheiro da Confecção para suprir prejuízos na
Loja. Por conseguinte, se a proprietária não elaborar uma eficiente reserva e as
perdas futuras, a empresa apresentará resultados insatisfatórios que causará
dificuldades nas operações de mercado. Portanto, essa reserva é essencial, pois o
cenário econômico é cheio de incertezas, e nem sempre apresenta lucros estáveis e
previsíveis.

As reservas para contingências não tem como finalidade antecipar


reconhecimento de perdas eventuais pertencentes a exercícios
futuros, mas evitar pagamento de dividendos com a parcela do lucro
do período, a fim de criar reservas que possam absorver prejuízos
eventuais futuros. Servem para normalizar o pagamento dos
dividendos no caso de empresas sujeitas a grandes flutuações de
resultados por fatores externos e incontroláveis. (IUDÍCIBUS, 2010,
p. 325)
Visto que os empreendimentos são a principal fonte de renda da proprietária,
a não realização de uma Reserva de Contingência faz com o seu negócio corra
riscos em meio a prejuízos, podendo ir à falência ao não possuir dinheiro reserva
para a sua proteção. Nos tempos hodiernos, a pandemia da Covid-19 trouxe
demasiadas incertezas aos empresários, principalmente no fluxo de vendas, na
empresa da Senhora Patrícia, houve uma diminuição nos números de vendas, fato
que gera enormes prejuízos e com a ausência dessa segregação de uma parcela do
seu ganho para uma reserva, a empresa aflige-se com a diminuição dos lucros,
impossibilitando o crescimento da organização.
47

Outra função desempenhada pela Gestão Financeira é a elaboração do


Balanço Patrimonial da empresa no final do seu tempo de exercício. A sua
realização torna possível a visualização da situação da organização no que diz
respeito ao seu patrimônio, ou seja, é a soma de bens, direitos e obrigações, sendo
elas demonstradas tanto de maneira qualitativa como também de modo quantitativo,
gerando assim o seu patrimônio líquido. Por meio desta demonstração o gestor pode
obter inúmeras soluções para os problemas de seu negócio, porém com a sua
ausência, como no caso de Loja e Confecção da Patrícia, a empresa pode sofrer
diversos empecilhos durante a sua atuação dentro do mercado, dessa maneira
pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é o documento mais importante dentro da
Contabilidade.

O balanço em Contabilidade e uma evidência de equilíbrio de


elementos patrimoniais através de: causas, efeitos, tempo, espaço,
qualidade e quantidade; ou seja, e uma demonstração gráfica
dimensional de fatos patrimoniais. (ALENCAR; DIAS, 2019, p. 816)

Com o carecimento desse documento, é perceptível que devido ao fato do


Balanço Patrimonial ser afanoso, a proprietária não o efetua, dessa forma são
ocultadas informações necessárias para a empresa, como o valor do ativo que
necessita possuir um valor maior que o passivo, para que a empresa esteja em uma
boa situação econômica. Portanto, sem o Balanço Patrimonial o caminho a ser
seguido torna-se uma incógnita para a Senhora Patrícia. Ademais, sem o mesmo o
gestor torna-se impossibilitado de realizar a elaboração de outros documentos que
possuem grande importância na gestão da organização, além de seu planejamento
estratégico, prejudicando a eficácia da empresa no cenário na qual está inserida.

O balanço patrimonial é uma descrição resumida da posição


financeira da empresa em uma certa data. Essa demonstração
equilibra os ativos da empresa (aquilo que ela possui) contra seu
financiamento, que pode ser capital de terceiros (dívidas) ou capital
próprio (fornecido pelos proprietários e também conhecido como
patrimônio líquido). (GITMAN, 2010, p. 43)
Embora tenha demasiada importância, muitas vezes ele é negligenciado pelo
empreendedor. Isso não ocorre por acaso, a falta de entendimento, como no caso
da Senhora Patrícia que não possui conhecimento sobre como ele é formado e o
que representa, fazendo com que a proprietária não o utilize. Sem os registros
48

necessários para amparar as ações empresariais, é impossível ter base para realizar
qualquer ato dentro da organização. A Loja e Confecção da Patrícia não possuem
visão sobre o passado da empresa, muito menos sobre o seu porvir, uma vez que,
sem registros oficiais, os relatórios de exercícios anteriores são inexistentes e
desencadeando uma série de emblemas dentro dos empreendimentos por falta de
noção de ações passadas. Dessa forma, as empresas acabam praticando os
mesmos erros cometidos anteriormente, como a falta de controle do valor a ser pago
aos seus fornecedores, porque não houve a constatação anteriormente, fazendo que
a proprietária não saiba a importância da correção dos valores, uma vez que não
terá o histórico das ações realizadas em exercícios anteriores, estagnando o
desenvolvimento da empresa.
49

3 PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

O planejamento estratégico é um importante instrumento de gestão para as


organizações atuais como foi averiguado, fazendo parte de uma das mais
importantes funções administrativas, através dele o sócio estabelece os parâmetros
corretos que irão direcionar a empresa, a liderança e o controle das atividades. Além
disso, o seu objetivo é fornecer aos gestores uma ferramenta responsável por juntar
todas as informações para as futuras decisões que serão tomadas, assim ajudando-
as a atuar de forma produtiva, antecipando todas as mudanças possíveis. Além do
mais, ele é essencial para a sobrevivência da empresa, portanto ele deve ser
realizado minuciosamente.

A primeira dimensão do planejamento corresponde ao assunto


abordado, que pode ser produção, pesquisa, novos produtos,
finanças, marketing, instalações, recursos humanos etc. Outra
dimensão corresponde aos elementos do planejamento, entre os
quais podem ser citados propósitos, objetivos, estratégias, políticas,
programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros. Uma
terceira dimensão corresponde à dimensão de tempo do
planejamento, que pode ser, por exemplo, de longo, médio ou curto
prazo. ( OLIVEIRA, 2007, p. 3)
Através do planejamento estratégico, a proprietária terá a oportunidade de
traçar as metas da loja e da confecção, refletir sobre o propósito da empresa, sobre
os valores que regem o comportamento da organização e o que a diferencia das
outras. Ademais, definição de missão, visão e valores é um dos pilares para
alavancar a empresa, orientar a forma que o negócio será gerido, obter uma visão
do futuro da organização, criar uma identidade organizacional no ambiente interno e
externo, facilitar a tomada de decisões, além de ajudar a empresa a encontrar
caminhos mais adequados que a levarão rumo ao objetivo. Para um bom
planejamento estratégico, se deve definir aonde a empresa quer chegar, ou seja,
quais suas metas e objetivos.

A primeira fase da realização do planejamento estratégico inicia-se com o


diagnóstico, onde se deve buscar maior clareza da situação da organização em
relação ao seu ambiente externo e interno e colaborando para melhorias. A Matriz
SWOT é uma ferramenta de grande valia na elaboração do diagnóstico estratégico,
50

pois por meio dela torna-se fácil a identificação dos pontos positivos e negativos da
empresa em relação ao ambiente externo e interno, sendo dividido em quatro
quadrantes a serem preenchidos. Os quadrados superiores são aqueles onde se
deve colocar as forças e fraquezas internas da empresa, ou seja, o que está sob o
controle da organização. Em relação aos quadrados inferiores, trata-se dos aspectos
do ambiente externo, sendo, portanto, incontrolável pela empresa, sendo eles
ameaças para o negócio e oportunidades que possam ser de grande relevância. Ao
se realizar a Matriz SWOT é essencial que as informações registradas sejam claras
e honestas para que permita um diagnóstico mais preciso da situação. Dessa forma,
com a análise através da Matriz SWOT torna-se fácil a maneira estratégica de
enfrentar suas forças competitivas e sua implementação deve ser monitorada
garantindo que o planejamento ocorra da maneira esperada. Fecha-se dessa
maneira um ciclo contínuo da empresa, conhecido como Ciclo PDCA, sigla que
refere-se ao planejamento, desenvolvimento, controle e avaliação.

O objetivo da administração estratégica é criar condições para que a


empresa opere com eficácia diante de ameaças ou restrições
ambientais, e possa também capitalizar as oportunidades oferecidas
pelo ambiente. Para atingir esse objetivo, os administradores
estratégicos devem identificar e analisar essas forças
macroambientais nacionais e mundiais. (RIBAS; FACINI; TEIXEIRA,
2014 p.26)
Devido a venda da Confecção da Patrícia ter uma maior procura durante
determinados períodos do ano, mostra-se necessário um maior planejamento para a
obtenção de melhores resultados, fazendo com que esses meses de maior
rendimento sejam ainda mais frutuosos para a organização. Um meio de
planejamento que serviria como aliado da proprietária é a realização da previsão de
vendas, que possibilitará a estimativa da sua produção e comercialização durante
um certo período. A elaboração da previsão de vendas ocorre através das
informações de vendas anteriores que decorreram no mesmo período, de pesquisas
em relação a outras empresas com ramo semelhante, além da análise de mercado
na qual a confecção atua. Outro benefício do planejamento estratégico na empresa
será o planejamento de produção, principalmente em períodos sazonais, com a
proprietária conseguindo listar na confecção qual a demanda do produto oferecido,
quanto de matéria prima vai ser gasta, qual a capacidade de produção, e enquanto
tempo será necessário para produzir.
51

A mistura de despesas e receitas pessoais e empresariais para a Loja e


Confecção da Patrícia são um empecilho para o bom funcionamento da
organização. A separação das contas pessoas e empresariais trará um alívio maior
na hora de organizar as contas, além de uma eficiência maior no processo contábil e
será possível chegar a uma análise mais clara da situação financeira da empresa,
evitando assim desperdícios ou a falta dos mesmos, é uma forma eficiente de
reduzir prejuízos na organização. Diante disso, faz com que a proprietária necessite
de melhores métodos de organização, tendo como princípio fundamental a
diferenciação entre as contas da entidade e da pessoa física, pois ambas têm
finalidades distintas. Através da elaboração de um pró-labore, a senhora Patrícia
receberá pelo seu trabalho realizado, desse modo não se pode haver retiradas a
mais do caixa da organização, assim como ela não pode atender as necessidades
da empresa, decorrentes de um mau planejamento, com o seu capital pessoal.

O caos é o estágio inicial de praticamente todos os empreendedores.


[...] não há nenhuma distinção entre vida financeira pessoal e vida
financeira profissional, as despesas se misturam, não há
previsibilidade alguma sobre os recebíveis, tampouco sobre os
gastos. Nesse cenário, ou o empreendedor tem uma única conta
bancária e todas as receitas e despesas, pessoais e profissionais,
passam por ali ou ele tem várias contas bancárias e as entradas e
saídas passam por todas elas, de modo desordenado. (AMURI,
2018, p.63)
A diferenciação de finanças é fundamental para a proprietária conhecer a sua
situação financeira empresarial e pessoal, pois através dessa distinção será possível
constatar se a empresa está conseguindo arcar com as suas despesas e custos ou
se está havendo a necessidade da empreendedora realizar tais pagamentos com
seu capital pessoal. Ademais, uma das ferramentas para realizar essa separação é
por meio cálculo do pró-labore que irá colaborar com a proprietária da Loja e
Confecção da Patrícia, para que essa não confunda as suas finanças pessoais com
as das empresas, tendo a sua remuneração de maneira que não afete os
empreendimentos. Portanto, com a separação de contas, junto a realização do pró-
labore e planejamentos a proprietária terá como benefícios a facilidade em entender
o andamento do seu negócio, em relação aos lucros, além de ter maior êxito na vida
pessoal e empresarial.

O Capital Circulante, que tem também outras denominações como


Capital de Giro e Ativo Circulante, representa o valor dos recursos
52

aplicados pela empresa para movimentar seu Ciclo Operacional, que


compreende o período de tempo que vai desde a entrada da matéria-
prima no estoque da empresa até a venda dos produtos elaborados e
respectivo recebimento. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005,
p. 329)
O capital circulante ou capital de giro é o ativo responsável pelas operações
cotidianas da empresa e com a inexistência do seu cálculo nos empreendimentos da
senhora Patrícia, tem sido fonte de dificuldades, sendo resolvidas através da
realização da gestão do capital de giro, tendo como princípio a identificação do
capital circulante líquido através da dedução do passivo circulante da soma dos
ativos circulantes. Tal resultado refere-se à capacidade da organização de realizar
os pagamentos de suas obrigações de curto prazo. Sabendo quanto de capital de
giro a organização possui torna-se mais simples a análise do quanto de capital
possui para suprir as contas a curto prazo da empresa. Assim, a problemática
enfrentada pela empresa na gestão do capital de giro faz com que seja dificultoso
manter os ativos circulantes adequados às necessidades de operação da empresa.
Uma vez que se encontra em baixo nível, a empresa sofre com maiores riscos,
entretanto possui uma maior rentabilidade, portanto é necessário manter um
equilíbrio entre a lucratividade e os riscos que a empresa sofre. Na empresa em
questão, como o seu ciclo operacional é curto, menor será a necessidade de
recursos responsáveis pelo giro da organização.

Os investimentos em ativos circulantes sofrem alterações constantes,


quase cotidianas, pois o capital de giro está relacionado
principalmente às vendas, que são realizadas diariamente e sofrem
oscilações freqüentes. Esses investimentos são efetuados no curto
prazo por causa do ciclo de operações da empresa. Parte das
aplicações de fundos da empresa destinam-se ao seu capital de giro.
(CHIAVENATO, 2007, p. 235)
O capital de giro é utilizado com o intuito de o empresário saber o valor
necessário para arcar com as despesas e assim manter a empresa funcionando.
Diante disso, para saber a quantia necessária, é preciso realizar um cálculo, no qual
o prazo médio de estoque, que é o ciclo em que a mercadoria chega à organização
até o momento em que ela é entregue ao consumidor final, mais o prazo médio de
recebimento, que é tempo da efetuação da venda até o recebimento do valor no
caixa da organização, menos o prazo médio de pagamento, período da emissão da
fatura até o pagamento efetuado pela empresa. Fatores como compras à vista,
53

vendas fiado com prazo maior, menor lucratividade e nível alto de estoque
aumentam a necessidade de capital de giro. Só é possível saber sobre isso fazendo
o fluxo de caixa, para assim saber sobre a necessidade do capital de giro.

A gestão do fluxo de caixa é uma solução efetiva para os problemas de


compra e venda da Loja e Confecção da Patrícia. Dessa forma, todas as decisões
da Loja e Confecção da Patrícia devem ser pensadas baseadas em dados e o fluxo
de caixa apresenta uma série de informações uteis, que permitirá a dona Patrícia
visualizar claramente as finanças, enxergar quais as necessidades e quais produtos
devem ter prioridade no setor de compras, ele também a ajudará a reavaliar os
gastos e reduzi-los. Para fazer o fluxo de caixa, a proprietária do empreendimento
deverá organizar todas as contas de compras e vendas, depois deverá categorizar
as que são receitas ou despesas. Por fim, ela deverá determinar o período do caixa
e fazer sua análise.

O fluxo de caixa é uma demonstração de caráter dinâmico e prático,


que oferece ao gerente financeiro uma bagagem de informações que
o ajudará na tomada de decisões. Esse documento representa a
previsão, o controle e o registro de entradas e saídas financeiras
durante um determinado período, contendo informações sobre a vida
financeira da empresa. (FILHO, 2012, p. 49)
O fluxo de caixa é uma ferramenta essencial para manter o negócio. Por meio
da sua elaboração, a proprietária conseguirá ter um auxílio nas tomadas de
decisões, além de conseguir fazer um planejamento mais adequado dos seus
pagamentos e averiguar se o lucro das vendas está suprindo as necessidades do
seu negócio. Assim, fluxo de caixa é uma prática dinâmica, que deverá ser revista e
atualizada constantemente, com a finalidade de ser útil nas tomadas de decisões,
sendo indispensável na empresa em questão. A partir do uso desse sistema de
gestão o empresário é capaz de obter uma completa base de dados, e
consequentemente será capaz de tomar decisões melhores.

As transações ocorridas durante um período e que levaram à modificações no


capital financeiro é demonstrado no fluxo de caixa, que através dos registros de
débito e crédito do caixa, Banco conta Movimento e das outras contas
representativas. As alterações decorrem a partir das operações, investimentos e
financiamentos. Outra vantagem do fluxo de caixa são as previsões que ele faz,
proporcionando ao gestor a execução de um planejamento, com isso ele vai saber
54

se a empresa vai ter caixa suficiente. A ferramenta ideal encontrada para a Loja e
Confecção da Patrícia fazer esse controle de caixa é o aplicativo chamado
SmartPOS, que se apresenta como uma plataforma de fácil uso, por um valor de
vinte e nove reais e cinquenta centavos. Através do aplicativo que se encontra
disponível para uso em smartphones, o empreendedor realiza o cadastro de
produtos, e quando ocorrer a venda basta registra-la, informando a quantidade de
produtos vendidos e forma de pagamento. Por fim, deve-se finalizar a venda, com
isso o próprio aplicativo realiza o fluxo de caixa, mostrando as vendas,
recebimentos, retiradas e vendas fiado.

O pró-labore é uma maneira de destinação de resultados tradicional,


mas é atribuída ao pró-labore a incidência do Imposto de renda de
pessoa jurídica (empresa que paga) e o imposto de renda de pessoa
física (sócio que paga), bem como a incidência de contribuição do
INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) que é de 20% a parte
da empresa e 11% a parte do sócio, sendo que a parte do sócio está
limitada a 11% de R$5.531,31 a partir de 01/01/2017, e a parte que
cabe a empresa não tem limite. (ALCÂNTARA, 2017, p.292).

O pró-labore é um mecanismo de remuneração para membros com


prerrogativas de gestão, ou para administradores de empresas, mesmo que não
sejam membros. É importante ressaltar que pró-labore não é a mesma coisa que
distribuição de lucros de uma empresa. Afinal, é possível que um sócio seja também
administrador no dia a dia da empresa, recebendo tanto a distribuição dos lucros
quanto o pró-labore. O pró-labore refere-se à remuneração mensal paga aos sócios
que exercem atividades administrativas dentro da empresa, ou seja, uma espécie de
salário de sócios. O pró-labore é essencial para a organização, que não sofre com
as necessidades do gestor, que por sua vez consegue manter-se através do valor
por ele estipulado. O pró-labore, assim como os salários, contam com uma folha de
pagamento, porém os seus benefícios trabalhistas são facultativos, assim como o
Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS). A contribuição previdenciária é
obrigatória e corresponde a 20% do valor bruto do pró-labore definido, além de 11%
que deve ser destinado à previdência social.

O pró-labore é de suma importância para os negócios, visto que esse é como


um salário para os sócios ou proprietários. Assim, através dele a senhora Patrícia
poderá calcular o valor adequado para suprir suas necessidades e despesas
pessoais sem afetar sua renda e a das empresas. Ademais, o pró-labore não possui
55

uma regra específica para se calcular, mas a proprietária pode estipular o valor de
acordo com o seu negócio, pois não existe uma quantia máxima obrigatória para
fazer o cálculo de pró-labore. Dessa forma, isso facilitará na hora de classificar
contas e usar recursos, contribuindo para uma gestão mais simplificada para a
proprietária, que permitirá a solução do problema já citado anteriormente a respeito
da mistura de finanças da organização e da senhora Patrícia.

Em realidade, a Reserva de Contingência é uma dotação alocada no


orçamento, ainda que não se trata, em princípio, de uma despesa,
posto que não tem tratamento de despesa e nem poderia ter, já que
existe uma restrição relacionada com a sua destinação, ou seja, ele
está destinada a atender àquelas obrigações imprevistas ou riscos
que podem estar ou já estão influenciando a execução de uma ação
qualquer que o governo tenha planejado para o período (REIS, 2004,
p. 03)
Parte do lucro obtido pelas organizações são distribuídos aos sócios,
entretanto, outra parte desse lucro fica dentro da própria organização, como no caso
da reserva de contingência que visa o futuro da empresa destinado à compensação
de possíveis perdas de lucro da organização por fatores externos ou internos,
portanto é extremamente relevante a sua realização para que a empresa a médio ou
longo prazo possa sobreviver a possíveis dificuldades que podem vir a surgir. A
reserva para contingência será de muita importância para a loja e confecção da
Patrícia, pois evitará que ela tenha que fazer dívidas e realizar empréstimos de
capital para suprir contas ou prejuízos em períodos que as vendas não forem boas.
Para isso, será necessário que o gestor estipule um valor que será retirado do lucro
líquido da empresa para destinar às reservas, sendo assim, elas só serão usadas
em períodos de dificuldade da organização a fim de servirem como precaução para
possíveis perdas.

Essa conta, criada na contabilidade, é uma resposta a uma situação em que


existem motivos concretos para esperar a perda, que pode ser estimada em
números. A proprietária Patrícia terá uma maior segurança financeira ao determinar
um valor para a reserva de contingência, preocupações com instabilidades dos
fornecedores e compradores terão uma situação mais confortável e será mais fácil
passar por momentos de crise havendo encurtamento de períodos desfavoráveis
para a organização. Primeiramente a dona Patrícia deverá saber quais são as
épocas que ela mais perde capital, seus fatores e seus períodos para que no fim de
56

um exercício social ela possa contabilizar todas as perdas que ela teve no ano
inteiro, assim ela poderá ter em mãos o valor de quanto capital da empresa foi
usado para custear prejuízos. Após saber quanto de dinheiro a organização perdeu
em um ano, a proprietária deverá retirar uma quantia do lucro líquido um pouco
maior que o número de prejuízos que ela deteve no ano anterior, ou seja, ela deverá
reservar para o próximo ano um valor baseado nos prejuízos do ano passado.
Fazendo este cálculo, a proprietária Patrícia terá reservado um determinado capital
para épocas do ano que ela sabe que passará dificuldades, assim a organização
estará preparada para os períodos em que ela sabe que terá uma dificuldade maior
de obter lucros.

Os valores enumerados no balanço patrimonial constituem os saldos


das várias contas do plano de contas de ativo e de passivo em um
determinado dia. Nessa data, o balanço especifica qual é o estoque
existente, quanto a empresa vendeu no período, quanto pagou de
salários, quanto deve de impostos etc. (CHIAVENATO, 2007, p. 225)
O balanço patrimonial é uma demonstração contábil, portanto visa apresentar
os resultados da gestão de um exercício, definindo a situação patrimonial e
financeira da organização de maneira qualitativa e também quantitativa dentro de
uma data. Segundo os artigos 178 a 184 da Lei n° 6.404/76 o balanço deve seguir
alguns requisitos em sua elaboração através de um gráfico com formato semelhante
a letra T, separando o ativo, que se localiza no lado esquerdo, e o passivo, que por
sua vez encontra-se no lado direito do gráfico. Dentro da coluna dos ativos deve-se
inserir os bens e direitos da empresa de maneira que fique em ordem decrescente
ao grau de liquidez de acordo com cada elemento, sendo assim, em primeiro lugar
ocupado são dos ativos circulantes, ou seja, o capital de giro da organização. Abaixo
encontra-se o ativo não circulante, que é composto pelos investimentos da
organização, imobilizados, bens intangíveis e o ativo realizável a longo prazo. O
outro lado do gráfico do balanço patrimonial refere-se ao passivo, que é composto
pelas obrigações e pelo patrimônio líquido da organização. As obrigações
correspondem ao passível exigível, que são os passivos circulantes e não
circulantes, portanto nessa área do gráfico se enquadram os compromissos para
com os fornecedores, os empréstimos, aluguéis a pagar e demais outras obrigações.
O patrimônio líquido é o capital próprio, sendo assim são os capitais gerados dos
proprietários e os lucros apurados, portanto nessa área deve-se preencher com o
57

capital social, as reservas de capital, ajustes da avaliação patrimonial, reservas de


lucro e prejuízos acumulados.

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil (financeira)


destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa
determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade.
(Ribeiro, 2013, p.438)
O balanço patrimonial é a mais ampla das ferramentas contábeis presentes
na vida da empresa, sendo essa uma importante ferramenta para solução de
diversos problemas presentes na Loja e Confecção da Patrícia como a visão do
estado da saúde financeira da organização durante o período no fim do exercício e
também ajudará no auxílio do planejamento estratégico e pró-labore. Para isso, a
Dona Patrícia deverá realizar a escrituração no Livro Diário. Esse controle, por sua
vez, visa registrar todos os fatos contábeis e financeiros ocorridos, incluindo
entradas e saídas. Assim, ela terá mais noção da natureza das contas de sua
empresa, podendo assim se organizar melhor e ter um aproveitamento maior na
conduta de sua organização.
58

CONCLUSÃO

Este trabalho de conclusão de curso foi iniciado em fevereiro de 2021, através


da realização das pesquisas de campo no bairro do Pedregulho no município de
Guaratinguetá, com o objetivo de identificar uma empresa com problemas
administrativos. Todavia, escolhemos a empresa Loja e Confecção da Patrícia,
localizada no bairro do Centro, no município de Cunha, na qual a proprietária se
mostrou solicita ao desenvolvimento do trabalho e forneceu as informações
necessárias, que nos permitiu constatar a ausência da Gestão Financeira no seu
negócio, devido a não elaboração de documentos contábeis, além da ausência da
realização de planejamento estratégico nos seus empreendimentos.

No decorrer do primeiro capítulo foi abordado acerca da história da


Administração desde os seus primeiros registros até seus estudiosos
contemporâneos que elaboraram teorias, construindo e modificando a maneira de
gerir empresas ao longo do tempo, dando forma ao que conhecemos nos dias que
correm. Além disso, no capítulo em questão apresentou-se as áreas agregadas pela
Administração e que dentre elas se encontra a Gestão Financeira, que é tida como
fundamento do trabalho realizado, devido aos problemas da Loja e Confecção da
Patrícia estarem relacionados a ela, sendo essa de suma importância para as
organizações, visto que durante a escrita do trabalho nós pudemos constatar a
Gestão Financeira como base para o sucesso da empresa.

No segundo capítulo foi analisado com maior profundidade o ambiente no


qual a empresa atua, situando-se no município de Cunha, bem como as
características do empreendimento da senhora Patrícia. O âmbito comercial da loja
é pouco extenso, abrangendo um pequeno público local e possuindo apenas um
concorrente em toda a cidade. Através desta etapa notamos a falta de conhecimento
da empreendedora na questão da Gestão Financeira, além da ausência de
informações e dados financeiros que foram outra grande problemática
extremamente prejudicial a organização. Ademais, a empresa não realiza o
planejamento estratégico e não possui uma visão a longo prazo e nem perspectiva
de crescimento do negócio.
59

As soluções para os problemas da empresa, propostas à proprietária e


apresentadas no terceiro capítulo, buscam facilitar a gestão dos empreendimentos
em relação a área financeira do negócio. Tais métodos baseiam-se na elaboração
de planejamentos e documentos, que têm por finalidade a geração de informações
referentes ao estado do andamento da organização, de forma facilitada à
proprietária através de planilhas e de programa de fácil acesso em smartphones,
como apresentou-se o SmartPos. No que se refere a falta de planejamento
estratégico, propusemos uma definição de missão, visão e valores da empresa,
além da elaboração de uma matriz SWOT e ciclo PDCA, essas ferramentas e
métodos vão proporcionar a visualização das forças, fraquezas, propósito da
empresa e o traçamento de metas.

Portanto, concluímos que através de uma longa pesquisa e horas de trabalho


em conjunto, foi possível elaborar propostas de soluções que são viáveis para os
empreendimentos da proprietária Patrícia, com a finalidade de sanar os problemas
referentes a sua Gestão Financeira. Dessa forma, a partir das soluções propostas, a
senhora Patrícia poderá conduzir melhor as ações da sua empresa, conduzindo-a
por caminhos que levarão ao sucesso da organização. Além das propostas, que têm
como característica a fácil utilização e a geração de informações claras e precisas,
podem haver novas ferramentas de gestão que podem vir a ser de grande valia na
resolução de demais problemas.
60

ANEXOS

ANEXO A – Previsão de vendas

Fonte: (CHIAVENATO, 2007, p.213)


61

ANEXO B – Simulação de fluxo de caixa

Fonte: NetPOS, atualizado em 31 de outubro de 2021


62

ANEXO C – Segunda parte da simulação de elaboração do fluxo de caixa

Fonte: NetPOS, atualizado em 31 de outubro de 2021.


63

ANEXO D – Terceira parte da simulação de elaboração do fluxo de caixa

Fonte: NetPOS, atualizado em 31 de outubro de 2021.


64

ANEXO E – Gráfico de elaboração do balanço patrimonial

Fonte: (GITMAN, 2010, p. 45)


65

APÊNDICES

APÊNDICE A – Análise SWOT


66

REFERÊNCIAS

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