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A Fé Obediente – Lição 6

Lição 6
Texto Base: Josué 22 a 24

A Fé Obediente
Os três últimos capítulos do livro de Josué narram
o fim da liderança deste servo de Deus. Uma pala-
vra que fica evidente neste trecho é OBEDIÊNCIA.
Uma vez que visualizava o fim de sua jornada, Josué
chama os rubenitas, os gaditas e a meia tribo de
Manassés e os abençoa a retornar às suas terras.
A razão: eles haviam sido obedientes, cumprido sua
palavra de pelejar juntamente com os seus irmãos,
pela conquista da terra
Leitura Diária prometida.
SEG Josué 22.1-9
O capítulo 23 é uma
TER Josué 22.10-29
exortação geral para
QUA Josué 22.30-34
que se observe a Lei do
QUI Josué 23.1-16
Senhor. O verso chave
SEX Josué 24.1-13
dessa narrativa é o 11:
SÁB Josué 24.14-25
“Portanto, empenhai-vos
DOM Josué 24.26-33
em guardar a vossa alma,
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para amardes o Senhor, vosso Deus”. O substituo


de Moisés jamais esmoreceu no ímpeto de condu-
zir seu povo aos pés de Javé. Foram muitas as ad-
vertências para que Israel permanecesse piedoso
nos caminhos do Deus todo poderoso. Deveria ha-
ver esforço (v. 6), separação (v. 7), apego (v. 8) e
empenho (v. 11).
Finalmente, o último e derradeiro capítulo, culmi-
nará na celebração da renovação da aliança entre
Israel e o Senhor, o que exigirá de Israel uma toma-
da de decisão. Mais uma vez, obedecer será condi-
ção singular para uma trajetória bem-sucedida.

1. A fé obediente como testemunho


de que o Senhor é Deus (Js 22)
As tribos de Gade, Rubem e a meia tribo de
Manassés, herdaram partes da terra de Canaã lo-
calizadas na Transjordânia. A autorização para vol-
tarem para lá, aconteceu em razão da obediência
dessas tribos em pelejar com seu povo (v. 22). A
orientação de obedecer foi novamente reafirmada,
registrando cinco grandes incumbências (v. 5): a)
amar o SENHOR Deus; b) andar em Seus caminhos;
c) guardar Seus mandamentos; d) se apegar a Ele;
e e) servi-Lo com todo coração e alma.
A jornada de retorno foi repleta de bênçãos ma-
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teriais (v. 8) e de desejo de honrarem ao Senhor


por Sua grandeza e fidelidade. Tão logo chegaram
nos limites do Jordão, estas tribos decidiram por
erguer um altar. “Sua intenção era boa: percebe-
ram a barreira que significava o Jordão e quiseram
expressar sua solidariedade com o resto de Israel,
levantando um memorial ao único Deus... Foi signi-
ficativo que as duas tribos e meia tenham erguido
um altar como símbolo de sua unidade com as ou-
tras tribos de Israel, reconhecendo assim que as
bases da sua unidade estavam assentadas sobre
seu culto e sua fé comum1”.
O altar construído gerou preocupação nas de-
mais tribos, justamente porque o nome do mesmo
é, em hebraico, mizbeach, cujo significado é “ma-
tança”. Estariam as duas tribos e meia inclinadas
a oferecer sacrifícios a outros deuses contrarian-
do a lei de Moisés de que somente no tabernáculo
isso deveria acontecer (Dt 12.1-14) ? Saindo de
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Siló, as demais tribos partiram para pelejar contra

1  HOFF, Paul. Os livros históricos. A poderosa atuação de


Deus no meio do seu povo. trad. de Jefferson M. Costa. São Paulo:
Vida, 1996. p. 60.

2  ARNOLD, Bill T. e BEYER, Bryan E. Descobrindo o Antigo


Testamento: uma perspectiva cristã. 1ª ed. trad. de Suzana
Klassen. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 177.
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eles (v. 12). O líder da empreitada foi Fineias, filho


de Eleazar, o novo sacerdote. Felizmente, a inser-
ção do povo de Israel em Canaã não começou com
uma guerra entre o povo.
O questionamento dos israelitas é registrado nos
versos 16-20. Como fundamento, trazem à memória
a iniquidade de Peor (v. 17) e a infidelidade de Acã
(v. 20). No primeiro caso, a iniquidade de Peor faz
referência a adoração a outros deuses (Nm 25.1-
3), onde a ira do Senhor se acendeu. Na ocasião,
Fineias executou o julgamento do Senhor, transpas-
sando uma lança pelo ventre de um homem israelita
e uma mulher midianita (Nm 25.8). Imediatamente
uma praga que já havia matado 24.000 pessoas
cessou (Nm 25.8-9). No segundo caso (Acã), se re-
fere à derrota em Ai (Js 7). A preocupação era clara:
se vocês forem infiéis e rebeldes todo nosso povo
pode sofrer.
As tribos da Transjordânia rechaçaram quaisquer
intenções escusas. A resposta que deram se encon-
tra nos versos 21-29 e revela que a intenção era a
de manter a unidade entre as tribos e as gerações
futuras (v. 24-28). O altar lembraria aos israelitas
que o povo de ambos os lados do Jordão, serviam
e adoravam ao mesmo Deus. Fineias e os prínci-
pes dos sacerdotes se deram por satisfeitos (v. 30,
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33). Ao altar deram o nome de Testemunho: “É um


testemunho entre nós de que o Senhor é Deus”
(v. 34b).

2. A fé obediente para assimilar


bons conselhos (Js 23)
O capítulo 23 narra que Josué estava avançado
em dias (v. 1-2) e a terra estava em paz. “Em seu
primeiro discurso (v. 1-6), Josué desafia os líderes
de Israel a se lembrarem das grandes coisas que
eles tinham visto Deus fazer. Ele pediu que eles se
apropriassem das promessas de Deus para o pre-
sente e para o futuro – Deus expulsaria os outros
povos e os estabeleceria na terra prometida. O povo
de Deus deveria demonstrar a sua fé obedecendo
à Lei de Moisés e não se misturando com os povos
ao seu redor ”.
3

A obediência deveria ser ampla, sem restrições (v.


6). A adoração ao Senhor era de caráter exclusivo
(v. 7) e a associação com os deuses dos pagãos era
impensável, uma ordem elementar, já devidamente
registrada no decálogo (Ex 20.3-6). A conexão com
o poder de Deus era inevitável. A empreitada bem-

3  Ibidem.
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-sucedida em Canaã era fruto dos livramentos, fi-


delidade e ação de Javé. Portanto, apegar-se a Ele
reconhecendo Sua atuação inequívoca, se consti-
tuía condição preponderante para a sobrevivência
de Israel (v. 8-10).
Um conselho do verso 11 é vital: “Portanto, em-
penhai-vos em guardar a vossa alma, para amardes
o Senhor, vosso Deus”. “A gratidão pelas inúmeras
bênçãos recebidas exigia o amor deles ”. Se os de-
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safios externos eram grandes, os internos também


eram. A dedicação do povo, bem como seu compro-
metimento, exigia um esforço interior e de atenção
sem precedentes. Seria o amor pelo Senhor que
impossibilitaria o desvio e apostasia do povo.
Outros conselhos aparecem nos demais versos,
quais sejam:
a) Não se unir aos pagãos em casamentos mis-
tos (v. 12), para não suceder cair em armadilhas e
perecer na terra (v. 13);
b) Deus é fiel em cumprir suas promessas (v. 14)
como também é fiel em implementar seu juízo (v.
15-16).

4  CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento


Interpretado: versículo por versículo. vol. 2. Deuteronômio-1 Reis.
2 ed. São Paulo: Hagnos, 2011. p. 982.
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A parte final do verso 16 elenca as práticas que


abririam as portas para o juízo de Deus: violar a
aliança, servir outros deuses e adorá-los. Esse re-
gistro sintetiza de alguma forma o tom do capítulo
23, qual seja: a exortação de um homem de Deus
para que o povo observe a Lei do Senhor.

3. A fé obediente e a renovação da
aliança com o Senhor (Js 24)
Depois de ser bem-sucedido no cumprimento de
sua missão e perto de encerrar sua jornada, este
servo de Deus profere dois discursos distintos:
a) No primeiro (v. 1-13), o líder de Israel se des-
pede da nação e relembra aspectos relativos ao
passado do povo de Deus.
b) No segundo (v. 14-28), celebra a renovação
da aliança de Deus com Seu povo.
Josué reúne todo o povo em Siquém, como no
monte Ebal (Js 8.30-35). Relembra momentos pas-
sados, ressaltando a soberania do Senhor e Sua
promessa na vida de Abraão (v. 2-3). Registra os
feitos de Deus nas vidas de Esaú, Jacó, Moisés e
Arão (v. 4-5) e como Deus conduziu Seu povo do
Egito à Terra Prometida, dando-lhe vitórias sobre os
povos que ali habitavam (v. 6-13). “Josué apoiou-se
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no importante fato de que toda a história de Israel


devia-se a Jeová” (v. 18).
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Nos versos 14 a 25, um novo pacto é celebrado.


“Josué exortou o povo a se comprometer totalmen-
te com o Senhor, acrescentando seu testemunho
pessoal: ‘Eu e minha casa serviremos ao Senhor’
(24.15). Quando o povo afirmou que seguiria ao
Senhor, Josué fez uma aliança com eles e ergueu
uma grande pedra como testemunha de suas pala-
vras (v. 26-27).
Em linhas gerais, o pacto de aliança exigia o re-
púdio total ao pecado (v. 14), uma firme decisão
em servir ao Senhor (v. 15), uma profissão de fé
onde o reconhecimento dos feitos de Deus deveria
ser lembrado (v. 17-18). Josué reafirma a santida-
de do Senhor (v. 19) e o perigo da idolatria (v. 20,
22-23). O povo de Israel, unânime, responde a seu
líder: “Ao Senhor, nosso Deus, serviremos e obede-
ceremos à Sua voz” (v. 16, 21, 23).

Conclusão
O livro de Josué encerra com o registro de três
sepultamentos:

5  HOFF, Paul. Ibidem p. 62.


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a) Josué, com 110 anos (v. 29-30 igual a Jz 2.9-


10). Oportuno observar que Josué aqui é chama-
do de “servo do Senhor”, assim como Moisés (Dt
34.5).
b) José (v. 32), filho de Jacó. Ambos, José e Josué,
morreram com cento e dez anos (Gn 50.26). A as-
sociação aqui é com o registro de Gn 50.24-26 e à
compra do local de sepultamento (Gn 33.18-20).
Isto liga a geração que deixou a terra prometida
àquela que retornou e ali se estabeleceu.
c) Eleazar (v. 32), filho de Arão. Eleazar represen-
tava a liderança religiosa do sacerdócio. Ele era da
geração de Josué. Fineias representava a geração
seguinte (ele vai aparecer em Jz 20.28). Com o se-
pultamento destes dois últimos, uma outra era se
encerrava na história de Israel.
“Ele (Josué) liderou o povo por meio da palavra
e do exemplo, e confiou a mensagem de Deus a
líderes fiéis que deram continuidade a ela depois
que Josué morreu” (v. 31). Isso nos faz lembrar da
6

importante tarefa que temos: somos responsáveis


por colocar a fé cristã firmemente nas mãos da ge-
ração seguinte.

6  ARNOLD, Bill T. e BEYER, Bryan E. Ibidem p. 178.


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Esta lição encerra o livro de Josué e aprende-


mos no conteúdo apresentado que a fé necessita
ser: resiliente, permanente, diligente, dependente
e obediente.

Para pensar e agir

1. As tribos que ficaram ao leste do Jordão, jul-


garam equivocadamente a atitude das tribos que
foram para o oeste, quando da construção do altar
do Testemunho. Você já julgou erradamente a ati-
tude de alguém ou já foi julgado de maneira equi-
vocada?

2. Em relação aos bons conselhos bíblicos que


recebe, você os rechaça ou assimila com gratidão
em seu coração?

3. “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24.15). Esse


foi o grande desafio de Josué ao povo, e este de-
safio se estende a nós de igual forma: ao quê ou a
quem temos servido?
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