CAPÍTULO 6

HOMEOPATIA E SOLO

O uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura convencional extermina os

inimigos naturais do ecossistema, ou seja, aqueles que consomem os organismos
causadores das doenças. A falta de inimigos naturais é um prato cheio para as doenças
na propriedade e nas culturas, chegando a causar sérios prejuízos econômicos. Os
conhecimentos de homeopatia sobre adoecimento e cura dos sistemas vivos são válidos
aos solos. Na visão orgânica e sistêmica, todos os sintomas de desequilíbrio das plantas
e dos animais tem origem no desequilíbrio dos solos.

As preparações homeopáticas causam alterações na atividade microbiana do solo

interferindo com a dinâmica da matéria orgânica. Elas interagem com processos
biológicos e com atividade microbiana, que segundo Gliessman (2000), é responsável
pela manutenção do agrossistema sadio, dinâmico e produtivo. Além do mais, as
famílias devem produzir uma variedade de plantas ao mesmo tempo para evitarem
riscos de perdas por clima, doenças e pragas.

RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Andrade (2004) observou que as potências específicas de Natrum muriaticum e

de Magnesia carbonica causam alteração na atividade microbiana do solo. Phosphorum
e Ammonium carbonicum causam grande variação na respiração do solo quando
comparado ao não tratado (Andrade, 2004).

Andrade e Casali (2005) identificaram que o preparado homeopático Sulphur

causa menor variação na taxa respiratória do solo quando comparado ao Phosphorus e
Ammonicum carbonicum. Sulphur 6D a 201 D reduziu respiração enquanto Phosphorus
incrementou, alcançando a taxa máxima em 12 D. De acordo com a Teoria da
Homeopatia (SILVA, 2004) ao dinamizar o solo não somente as informações dos
componentes materiais estão presentes, mas também as informações do estado vitalício.
Os preparados homeopáticos desintoxicam os solos adoecidos pelos venenos, e o
adoecimento é refletido na falta de capacidade natural de conservar e manter a vida.

Os resultados experimentais indicam potencial dos preparados homeopáticos

interagindo com práticas de manejo ecológica que favorecem mudanças nos organismos
vivos e assim favorecem o aceleramento dos processos de recuperação.
 EXPERIÊNCIA DAS FAMÍLIAS

Nosódio do solo

Andrade et al (2010) lembram que na agricultura familiar são utilizados

nosódios a partir de amostras de solo local coletadas em vários pontos e são misturadas,
formando amostra única. Esses nosódios geralmente são a primeira opção das famílias
no manejo homeopático dos sistemas agrícolas. Esse nosódio causa melhorias
percebidas e apontadas pelas famílias agricultoras, como maior vitalidade do sistema,
aumento da M.O e da diversidade de animais e plantas espontâneas no solo. Percebem
melhorias na cor e no cheio também, o que indica desenvolvimento saudável.

Elaboração do nosódio

 Coleta-se 6 colheres de solo superficial;

 Faça a mistura homogeneizada para amostra única;
 Retire uma amostra e coloque em cinco partes de álcool 70% dentro de
um frasco de vidro escuro;
 Deixe de molho por 14 dias, agitando diariamente. Após esse tempo é só
coar o nosódio;
 Retire cinco gotas e coloque em um vidro de 30 ml, com 20ml de álcool
70% e está feita a diluição;
 Agite 100x e está pronta a potência 1 CH. Com a 1 faz a 2 e assim por
diant., repetindo até a 6 CH para aplicar no solo para correção, como
se fosse calcário;
 Fazer a pulverização no terreno molhado após a chuva ou nas primeiras
horas do dia.

Preparado homeopático do adubo

Coletar o adubo químico na formulação desejada, como por exemplo a

20:5:20 com cinco partes de álcool 70% e repetir o mesmo passo da
preparação do nosódio de solo.

Dosagem 6CH por planta:

Cafezal de um mês= 10ml

Cafezal de um ano= 50ml

 Cafezal de doi anos= 70ml

Cafezal de três anos= 100ml

Visão homeopática Bioquímica de Schussler

As células que compõem o corpo humano e os órgãos contém proteínas, lipídios,

carboidratos, sais minerais e orgânicos, dentre outros compostos. Schussler identificou
condições clínicas de deficiência nas células, quanto aos sais minerais inorgânicos e
forneceu esses sais dinamizados. Ele preparou doses de produtos minerais e pela
composição e a síndrome clínica, aplicou em organismos humanos obtendo ótimos
resultados.

Esse método não seria homeopático com base nos argumentos de Isopatia. O
vínculo com o método homeopático é a nomenclatura dos medicamentos e a preparação
correspondente aos níveis de escala decimal.

Os doze sais Teciduais de Schussler são os Fosfatos de Ferro D12, Mangnésio

D6, Cálcio D6, Potássio D6, Sódio D6, Cloreto de potássio e de Sódio D6, Fluoreto de
Cálcio D12, Sillicea D12, Sulfatos de Sódio, Potássio e Cálcio D6.

Na agricultura familiar os Sais de Shussler poderão ser usados em outras

potências. A tabela foi elaborada pelo autor visando o tratamento e a reposição de
nutrientes em humanos.