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Curso de Preparação

para o Exame

Contabilidade de Gestão
Curso de Preparação para o Exame – Contabilidade Financeira
Regimes de fabrico

 Método direto ou de custos por encomenda ou obra ou ordem de


fabrico/produção

 Método indireto ou de custos por processos ou fases

 Método Misto

 Valorização dos produtos em vias de fabrico NOS DOIS MÉTODOS

 Produção conjunta

 Produção defeituosa/perdas
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1º Quanto ao número de operações

Simples
Quando o produto se obtém de uma operação

Complexos
Quando o produto se obtém em várias operações

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Regimes de fabrico

Complexos
Lineares

1 2 3 4

4
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Regimes de fabrico

Compostas
Convergentes

1 4 6

8
2 5 7

5
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Regimes de fabrico
Compostas
Divergentes

6
2 4

1 7
3 5

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MÉTODO DIRETO OU DE CUSTOS POR ENCOMENDA OU OBRA
Aplica-se em empresas com produção diversificada e descontínua, com um processo de
fabrico distinto para cada produto ou conjunto de produtos, sendo possível e necessário
imputar a cada um deles o respetivo custo
Ex: produção de mobiliário nobre (não em série)
O custo industrial é determinado por ordens de produção, ordens de fabrico, encomendas
ou outra designação semelhante.

A acumulação dos custos é feita durante todo o período de produção da ordem (início em
data qualquer, fim idem, não acompanha o início dos meses ou períodos de produção
calendarizados).
O valor dos produtos em vias de fabrico é determinado adicionando os gastos já registados
nas fichas de custos (de cada Ordem de Produção, de fabrico, encomenda, etc.).
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MÉTODO DIRETO OU DE CUSTOS POR ENCOMENDA OU OBRA

Ficha de custo (modelo reduzido)

Obra nº Modelo Nº de peças Data de início


Cliente Desenho Data de entrega Data de fim

Data Descrição Matérias MOD GGF Total

Total

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Folha de controlo das ordens de produção

Data Transitado Custos do mês O/F em O/F


de início O/F nº Descrição do mês Matérias MOD GGF Total curso terminadas
anterior

Total

Custo da produção em vias de fabrico

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

Aplica-se em empresas com produção uniforme ou com um pequeno


número de produtos fabricados em grandes séries, em processo
contínuo, não sendo possível identificar o ou os produtos no processo
ou em cada uma das suas fases.

O custo industrial é determinado mensalmente e por produto, sendo


possível calcular o custo industrial unitário.

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MÉTODO INDIRETO DEMONSTRAÇÃO DO CUSTO POR FASES

OU Designação Fase I Fase II Fase III

DE CUSTOS POR PROCESSOS 1.Custos imputados à fase 61.060 39.950 101.900

OU FASES MP 34.500 23.450 43.700


MOD 12.560 7.600 23.500
GGF 14.000 8.900 34,700
2.Recebido de fases anteriores -- 60.000 104.050
3.Ei PVF 3.600 8.500 5.500
Total (1+2+3) 64.660 108.450 211.450
4.Transferência para fases seguintes 60.000 104.050 --

5.CIPA -- -- 208.850
6.Ef PVF 4.660 4.400 2.600
Total (4+5+6) 64.660 108.450 211.450
Custo unitário da fase
Quantidade produzida 502.000
Custo unitário acumulado da fase [(4+5)/Q] 0.416

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

Para calcular os custos unitários é necessário fazer a inventariação dos produtos


em vias de fabrico e proceder à sua valorização no fim de cada período de cálculo
(geralmente o mês).

Consiste em determinar a quantidade que se encontra em vias de fabrico e o


seu grau de acabamento em cada um dos fatores de custo (M.P., M.O.D., e
G.G.F.); e

Valorizar aquelas existências recorrendo-se ao método das unidades


equivalentes

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Em que consiste o método das unidades equivalentes?

Reduzir a unidades de produto acabado as quantidades em curso de fabrico, com


graus de acabamento variáveis para cada elemento do custo de produção
(Matérias-Primas, MOD e GGF/CIP)

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EXEMPLO Unidades Equivalentes

• No início do mês havia na linha de montagem 5 equipamentos “X”, aos


quais faltavam incorporar os seguintes componentes de custos:

– Materiais - 20%; MOD - 60%; GGF - 60%

– O custo atribuído aos 5 equipamentos foi de:

Materiais-720.000; MOD-137.000; GGF-148.000

Total-1.005.000

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

• Durante o mês concluíram-se e deram entrada no armazém de produtos


acabados 120 equipamentos “X”.

• No final do mês ficaram na linha de montagem 10 equipamentos “X” os


quais tinham aplicados a seguinte % de custos:

– Materiais - 60% MOD - 50% GGF - 60%

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

Os custos do mês foram assim distribuídos:

Materiais requisitados ao armazém: 26.237.000

MOD: 5.682.000

GGF: 5.902.400

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

O que se pretende determinar?

O valor (custo) da produção acabada


e
O valor (custo) da produção em vias de fabrico no fim do mês, se esta acontecer.

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

Critérios valorimétricos utilizados neste método:


(para mensurar a produção terminada)
FIFO (acabam e saem (da Fabricação) primeiro as que estavam em curso no início do mês. As que ficam em curso
de fabrico no fim do período são valorizadas ao custo das que foram adicionadas durante o período, designadas
por produção efetiva.
Custo médio ponderado (da produção em curso no início do mês com a produção efetiva (unidades
adicionadas durante o período)

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MÉTODO INDIRETO OU DE CUSTOS POR PROCESSOS OU FASES

FIFO (First in first out)


As primeiras unidades a serem acabadas e a darem entrada em armazém são as que
se encontravam em curso no início do período, logo as unidades em curso no final
do período são valorizadas ao custo das unidades equivalentes referentes à
produção efetiva do período (unidades adicionadas durante o período).

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5 pontos para a valorização da Ef(pvf) e da Produção Acabada

1º. Débitos da conta Fabricação

Fabricação
Ei (pvf) 1.005.000
a MP 26.237.000 P. Acabada (?)
a MOD 5.682.000
a GGF 5.902.400 Ef (pvf) (?)
________ __________
38.820.400 38.820.400

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2º. Cálculo da Produção Efetiva do mês

Ei + Pef - Ef = Pac ---> Pef = Pac - Ei + Ef

Fabricação (unid. produzidas)

Ei (pvf) Prod. acabada

Prod. efetiva Ef (pvf)


__________ __________

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2º. Cálculo da Produção Efetiva do mês

Ei + Pef - Ef = Pac > Pef = Pac - Ei + Ef


UNID MATERIAIS MOD GGF
Pac 120 100% 120 100% 120 100% 120
(Ei) 5 80% (4) 40% (2) 40% (2)
Ef 10 60% 6 50% 5 60% 6

Pef 122 123 124

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3º. Cálculo do custo unitário dos elementos do mês

MP (26.237.000) / 122 = 215.000


MOD 5.682.000 / 123 = 46.200
GGF 5.902.400 / 124 = 47.600

Custo unitário total 308.800

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4º. Valorização dos PVF

MP = 10 x 0,60 x 215.000 =1.290.000


MOD = 10 x 0,50 x 46.200 = 231.000
GGF = 10 x 0,60 x 47.600 = 285.600
TOTAL 1.806.600

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5º. Valorização da Produção Acabada na fase

Valor do débito da conta de fabricação – Valor dos PVF

38.827.400 - 1.806.600 = 37. 013.800

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Conclusão

Fabricação

Ei (pvf) 1.005.000
a MP 26.237.000 P. Acabada 37.013.800
a MOD 5.682.000
a GGF 5.902.400 Ef (pvf) 1.806.600
_________ __________
38.820.400 38.820.400

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CUSTO MÉDIO PONDERADO
(Average Weighted Method)
O cálculo é feito estabelecendo o quociente [(valor da Ei+valor
dos input’s do mês) / (unidades equivalentes da Ei e da
produção efetiva) ].

O custo médio obtido é aplicado igualmente à produção


acabada e à Ef (pvf).

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Método indireto

Características do método indireto (1)

Natureza contínua da produção


Por ser contínua existe normalmente produção em vias de fabrico no fim do período que
deve ser quantificada e valorizada.

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Características do método indireto (2)

Não é possível construir registos independentes e autónomos que


permitam determinar os custos individuais:
custo unitário de produção terminada
custo unitário da produção em vias de fabrico no fim do período

Porque a produção em vias de fabrico é uma massa homogénea que não se pode separar.

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Características do método indireto (3)

Existem por vezes perdas/aumentos no processo devido a:


Estragos ou aumentos de massa ou volume;
Desperdícios normais e anormais;
Razões técnicas: Evaporação normal, sedimentação, absorção de água ou
oxigénio

Etc.

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Características do método indireto (4)

A produção acabada num dado processo (fase, departamento, etc.) pode ser
constituída por:
Um único produto ou vários produtos principais.
Um ou mais subprodutos, podendo este(s) ser(em) obtido(s) ou não conjuntamente com o
produto principal
Um qualquer tipo de resíduos com ou sem valor.
Um qualquer tipo de refugos podendo causar custos de extinção ou remoção.

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Bases do método de custeio por processos

Quando uma série de processos separados (fases) são necessários e interligados para
produzir um ou vários produtos acabados, significa:

Que o output de um processo é o input do processo seguinte, até ao output final de


todos os processos ter sido atingido, num determinado ponto.

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1. Bases do método de custeio por processos

Exemplo:
Processo 1
Materiais 100.000 Output p.ª
MOD 40.000 processo 2 180.000
GGF 40.000
180.000 180.000
Processo 2
Input do Output p.ª
processo 1 180.000 A. p.acabados 240.000
Materiais 30.000
MOD 15.000
GGF 15.000
240.000 240.000
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2.
Perdas durante o
processo
As perdas durante o processo podem ocorrer através:
Evaporação de líquidos
Desperdícios, resíduos
Unidades rejeitadas
Outras
Por isso, a quantidade de output pode ser menor do que a quantidade de input de material. E até pode
acontecer (em casos raros) que seja maior (fenómenos físicos ou químicos de aumento de peso ou de
volume, por absorção de humidade ou outra causa).

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Perdas durante o processo

Como se podem mensurar as perdas?


Poderíamos aplicar três métodos.
Vejamos a partir de um exemplo:
Suponha que o input de um processo é de 500 litros de material.
Os custos totais do processo são de 428.260 Kz
Qual é o custo por litro se o output é de 460 litros?

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1.º Método

Mensurar o output apenas com base no custo unitário das unidades boas produzidas.

O que significa que o custo das perdas é absorvido pelas unidades boas produzidas, ou seja, as perdas são
consideradas sem custo (custo zero).

Custo por litro: 428.260 Kz / 460 litros = 931 Kz


Custo das perdas 0.
Constata-se que o custo por litro varia de período para período de acordo com a perda verificada no
mesmo.

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2.º Método
Mensurar a produção atribuindo um custo unitário às perdas no processo e
integrantes da produção efetiva (debitadas à conta de Fabricação) idêntico ao custo
das unidades boas aceites (creditadas à conta de Fabricação).

Isto é, o custo unitário iria ser, por isso, calculado com base nas unidades de input (todas, as boas e
as más), em vez de ser com base nas unidades de output (só as boas) e valorizaria todas as unidades
por igual, as boas e as más.

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Vejamos este 2.º Método:

Custo por litro da produção “carregada” no período:


428.260 Kz / 500 litros = 856,52 Kz

Custo do output:
460 litros * 856,52 Kz = 393.999,20 Kz

Custo das perdas:


40 litros * 856,52 Kz = 34.260,80 Kz

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3.º Método, o mais usado:

Resulta da articulação entre os 1.º e o 2.º métodos anteriores, da seguinte forma:

As perdas consideradas esperadas (normais) durante o processo, não têm custo atribuído, têm custo zero.

As perdas consideradas inesperadas (anormais) durante o processo, têm um custo idêntico ao das
unidades boas, necessariamente acidental, sendo registado numa conta de Resultados Analíticos com
uma designação adequada, sendo a de Resultados Acidentais.

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3.º Método

Perdas normais e perdas anormais

A perda média esperada ou padrão no processo é denominada como perda normal. Não tem
custo, ou melhor, tem custo zero. O valor da perda é imputado ao custo da produção sem defeito,
ou seja só a produção sem defeito é valorizada.

Quando só há perda anormal (não se espera que o processo produza perdas) ou a perda real
excede a perda normal, a diferença é denominada de perda anormal. Tanto aquela como esta,
ambas perdas anormais (em existências) são valorizadas pelo mesmo custo unitário da produção
sem defeito.

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3.º Método (PTotais > PNormais).

Ainda o exemplo anterior, supondo que a perda considerada normal não DEVERIA ultrapassar os
5% do input, mas ultrapassa.
O custo unitário é calculado com base no output esperado, isto é, o input total menos a perda
normal.
Perda normal em unidades: 500 * 5% = 25 litros.
Output esperado: 500-25 = 475 litros.
Custo unitário: 428.260 Kz / 475 litros = 901,60 Kz / litro
Perda total: 500 – 460 = 40 litros
Perda anormal: 40 – 25 = 15 litros
Custo de produção da perda anormal: 15* 901,60 = 13.524 Kz .

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CONTABILIZAÇÃO
2. Perdas durante o
processo Custo do output (460 litros * 901,60 Kz) 414.736,00
Perda normal (25 litros) * 0,00 0,00
Perda anormal (15 litros * 901,60 Kz) 13.524,00
428.260,00
Fabricação - Processo
M P, MOD e GGF(500) 428.260,00 P. Acabados (460) 414.736,00
Perda normal (25) 0,00
Perda anormal
(15) 13.524,00
428.260,00 428.260,00
Resultados acidentais
(conta de resultados Analíticos)

Processo 13.524,00

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13.524,00 42
3.º Método (PTotais < PNormais).

(Quando as perdas totais verificadas são em quantidade inferior às perdas esperadas,


todas as perdas são normais).

Supondo agora que o output real é de 490 litros.

Perda esperada (normal) em unidades: 500 * 5% = 25 litros


Perda total: 500 – 490 = 10 litros (são todas normais, portanto com custo zero).
Considera-se a quantidade real produzida (boas) para o cálculo do custo,
Custo unitário: 428.260 K / 490 litros = 874 K / litro
Custo total das 490 litros : 428.260 Kz.

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2. Perdas durante
o processo 3.º Método , 490 litros bons
Custo do output (490 litros * 874,00 Kz) 428.260,00
Perda normal (10 litros * 0) 0,00

428.260,00
Processo
M, MOD e GGF (500) 428.260,00 P. Acabados (490) 428.260,00
Perda normal (10) 0,00
428.260,00 428.260,00

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