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P~MOTCHÓ - A.PIUAGÉ
Rio Tocantins
N sT 1T u T o o. M A eE oo eo s T A
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Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org
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io Ciurupy
{Terceiro capitulo, inéllito, do livro NOS SERTÕES DO GURUPY, pnblicano r,m1928)
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RIO G UR OJDY
Suas nascentes~ seus affluentes da margem esquerda
<pa1,aense); seus affluentes da margem direita
(111aranhense): suas eachoeiras e ilhas; sttas mi-
nas de ouro. Povoações de pretos (antigos mo-
cambos) e aldeiament os indigenas ~ seu:> selva-
gens ' ' tembés", ' ' tymbiras .. , " guajás.. errantetF,
(( a111a11agés'' e "'urubús". e
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«Ü G U RUPY que separa o Pará do Ma-
ranhão, e cuja origem, segundo uns, é o T it·
Oil-tmandiua e segundo outros, o Cajuapára, r e -
cebe no P ará diversos tri butari os, taes como
o Branco, Tucumandiua, Pitne ntal, P anema,
Coracy-paratá, Itapur itiua. Jararaca, 1-ucunar é·
quára, Gurupy-una, Ara pa ratiua, Assitiua, Gu·
rupy - miry, SurubiJú, P o run ga, Apuhy, _t\ pa ra
e outros.
Apezar ele estreito, pois sua largura não
vae além de 400 metros, é este rio de :onsi-
deravel importancia pela riqueza do territorio
fertii que atravessa e d e tal modo aitrife1~0
qt,ie em seu leito as areias vern constante-
m ente misturadas co m palhetas de ouro que
os 11atut·aes explo1·am ai1ida q1,ie rotineira-
mente.
A' marge m esque rda deste rio fica111 fl po-
voação do Gurup)' e a villa de Vize u, a 26 kilo-
metros da fóz, no Oceano.-«Chorographia
do B rasil» de M oreira P into, pag. 58.
***
«A séde do muni cípi o é Vi-reit , á MAR-
G EM ESQUERDA DO RlO GURUPY, que é
a linha de limite deste Estado com o do Mara-
nhão, a vinte e sete kilotnetros da foz do Oce-
~ no e a duzentos e quarenta e cinco kilometros
de Belem. E ste ri o é inte rceptado por trinta ~
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Ser aphitn José Lopes que organizou a «Carta Geral das
Gapitanias do Grão Pará e tvlaranh ão», por ordem do
Brigadei ro Manoel Marqu es . Nessa «Carta», que é fe ita
á mão e perten ce á Bibliotheca Publica do Estado do
Pará, se encon tra o rio Gurupy, esboçado e m esquele-
to, m ostrando d ois aftluentes na margem di reita e seis
na margem esquerda e indicando que, o rio, nas n as-
centes, se bi-parte .
Parece qu e esse rnappa não ha sido consultado
pelos que se têm dedicado á geograpl1ia do Estado, es-
pecia l1nente, pelos que se entregan1 ao paciente ser-
viço de copiar, a rtistican1ente em itnpecavel pintura,
o mappa do Estado do Pará, pois, só assim se póde jus·
tificar o grave erro em que se deixara1n cahir com r e-
lação ao rio Piriá, que está sendo lezado em mai s de
cem l{ilometros no seu curso, até n1esmo no excelle nte
mappa do estudioso cho rographo e belletrista dr, The-
odoro Braga, or ga nizado e 19r8 ! Na «Carta> de Sera-
phim Lopes o Piriá se não mostra t ão reduzido ...
***
A necessidade de exan1inar, de visu, as cachoei-
r as do rio Gurupy Q.ue servem de cHminl10, no verão,
ao selvagens urubú~, do 1'1aranhão l)ara as te rras do
Estad o do Pará, obrigou-111e a conhecer tamben1 o
alto Gurupy desde se u atlluente Uruain1 até á foz .
D e tudo e que v i e do q ue, com cuidado e habi-
lidade, n1e info rm ei dos selvagens tem bés da alde ia
Uruai111 e dos cear enses Joaqui1n Paz Sobrinho, João
Clemente de Queir oz, R icardo Francisco dos Santos e
m aranhen ses, fi lhos e.lo Grajahú, Verissirno Antonio
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de Oli vei ra e R ayrnundo B er c11la no Pinto, antigos
moradores do alto Acaiú-apára, do Gurupy-mi r; do 1
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MARGEM DIREITA
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ESTADO DO MARANHAO
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la prin1ci ra volta do ri o cban1ada ]11ira, coutou o dr.
Arrojado Lis bôa 2.48q estirões até á fóz, al iá s confir-
ma n d o , es~a pacien t e contagen1 , o que observou o dr.
,
J osé M a ria de Bernes que tan1ben1 por a lli andára .
Des preznndo·se a fracção 89 e tomando-se por
bnse. para cada estirão 1neio kilon1e tro , podem os cl1e-
ga r á conclusão d e que o Gurup)T t en1 r . 200 l(il or11e-
tros de c urso .
E' possível, tan1ben1, que no arcbivo do distíncto
engenhei ro dr. P a ulo de Que1roz. t ão precoce e vio-
l e ntainen te a rreba tado ás le ttras do Pa rá e ao Paiz, se
cncon tre tn precipsas notas sob re o Gurup_y.
POPU LA ÇAO ABOR fGENE. se lv,1gens !eni bes L __
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- São os / r 11tbés , os ce are ns es e o s 111H rcJn hcn ses fi-
lh o s d o G raj ahl.'.1, que dão \·ida á s t c r rn s elos se rtões d o
lvl a ra n hão e LJará, desde a regia o bn n hada pelo J-1caizí- •
apara, onde don1i na a Serra dos Corôaclos, que é o
llivorti1111i aquar·11m (i,f[GCJ') das aguas d o Pinda ré .
Rio Gu ru P}' e ele dois ri os tributa ri os elo R io Tocan-
l i11s~ a té ás pri n1e irns ag uas d0 Rio Capi11i , ..tIU e vêm
da 1n esn1u origcn1.
D escendentes legitin1os dos Tupinambás ou d o
tupy su pe ri o r, fa ]an1 os te11ibés a 'i ingua geral viciada
pelos n eologisD1os o riundos do po rtu guez e da liog ua
congolezn , vocabulos que para alli foram lev ados, a in-
da no t en1po da escravidão, pelos pre tos fugidos qt1e
en tre os índios achavarn a libe rdade, que lhes fôra a r-
reba tada nos sertões africanos .
Os t enibés vi ven1 reunidos sob a nc.1n1i n istracão >
prin1itiva, r otineira e preju dicial de t11chá1tas. I-la, na
n1argem paraense, as seguintes a ld eias :
r .ª-URUAI!YI : t1tchdua Caetano Ribeiro da Si 1va_,
casado con1 duas 01ulhe r cs, sendo que uma aind a não
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attirigi1,t á p1tberdade ! Estão sob os domíni os d esse
r egulo 44 índi os, dos quaes 23 são a dultos e 21 sao
m e n o res.
Nessa aldeia, l11esclados a lguns con1 os tenibés
n1oram os seguintes sertanejos cea renses e 111aréln hen·
ses :
Fabiano Monte Cruz, co n11ner.:iante e dono de
seri ngaes e copahybaes; João Cl e tne nte de Queiroz,
casado, con1 quatro filhos, dois 1n e nores; Joaqu im Paz
Sobrinho, a tnas ia e dois filhos, Ra~yLn u n do I-1 e rcula no
Pinto, a n1asia e t1 m filho; Ricardo Francisco dos San-
tos, Jo rge Cardoso, Damas io Cardoso, Verissi mo An~
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P o r essas no tas est::tti sticas se pócle con cluir qu e
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o s ty mbir as não são natur,1es de ssa r egião e, pe netran-
do nn sel va colo nia l de nos sa h isto ri a, prova rei que
essa tribtf. nos ' ro iu e n1 ig radn e.los sertões Pinul1v e
Ma r anh.ã o . ~
D esd e t 7 3 2 vi nh am se nd o p e rseguidos en1 seus
habitaculos nos centros do P ia ul1y e Maranhão os Gua·
jajáras e. os Ty mbLr as.
O padr e d . J o ão d a Cunha, Presbítero do habito de
São Pedr.o , p edi nd o pa ra se r mi ssiooar io no sertão do
n o rte d o Bras il, di zja t e r co11ve rtido á fé catho lica o s
índios Çlos sertões d a B abia, P ern ambuco, Maranhão,
Pi aulrv., e Pa rá !
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OS URUBÚS
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[a foto da capa nada• tem• a ver rcom o rio Gurupi] "
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