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M3 - Telas interativas

2. Contratação de planos de saúde


2.4. Taxa de adesão contratual

De acordo com os órgãos e entidades de defesa do consumidor, a cobrança de taxa de adesão para contratação
de plano de saúde é considerada irregular, posto que ainda não foi prestado serviço ao consumidor, configurando-se
exigência de vantagem manifestamente excessiva, caracterizada como prática abusiva pelo CDC.

Em suma, refere-se, é entendimento da ANS, por sua vez, que é possível a cobrança de taxa pelas
Figura 4
Administradoras de Benefícios e/ou corretoras contratadas por elas. No setor, a referida taxa é denominada de taxa de
angariação, taxa de administração, taxa de adesão, taxa de corretagem, ou outro semelhante. Em suma, se refere a um
valor cobrado ao beneficiário de planos privados de assistência à saúde, pago uma única vez, com a finalidade de cobrir despesas
administravas, em especial o serviço de corretagem.

Eventual pagamento de taxa de angariação pelo beneficiário de plano de saúde ao corretor não representa nada mais do que
uma contraprestação a um serviço desempenhado, de modo que a ANS não é dado determinar parâmetros para tal relação. Trata-se
de operação regulada eminentemente pelo Direito Civil, sem norma regulatória tratando de forma diversa. Isso posto, não há óbice a
cobrança de taxa de angariação para remunerar tais serviços.

Todavia, em que pese não existir vedação regulatória para que a Administradora ou corretores que prestam serviço de
corretagem, efetuem a cobrança da citada taxa, tal cobrança não poderá induzir o beneficiário ao erro que está assinando os
documentos de contratação, especialmente quanto a expectativa de início de vigência do contrato do plano de saúde. A indução a
erro pode ocorrer em duas hipóteses. A primeira, na hipótese de o instrumento de adesão contratual não prever expressamente e
com clareza que essa taxa não se confunde com o pagamento da contraprestação pecuniária do plano de saúde, mas sim aos
serviços administrativos desempenhados. E, a segunda, se o valor cobrado a título de taxa de angariação for idêntico ao valor da
primeira contraprestação pecuniária do plano de saúde, o que certamente induz à impressão do pagamento da primeira
mensalidade.

Dessa forma, entende-se possível a cobrança de taxa, desde que observadas duas exigências cumulativas, a fi m de não
ocorrer indução a erro do consumidor, quais sejam: (1) o beneficiário precisa saber claramente no ato da contratação para que fins
está pagando a taxa de angariação e que aquele valor não se confunde com o pagamento à operadora da primeira contraprestação
pecuniária. Caso o contrário é natural que o beneficiário entenda que o seu plano de saúde esteja vigente, portando se achar no
direito de procurar um profissional de saúde a partir daquele momento; e nesse contexto, acrescenta-se mais uma exigência a ser
observada, (2) é fundamental que haja expressa e clara previsão no instrumento contratual sobre o dia de início de vigência do seu
plano de saúde.

Em resumo, tem-se pela não caracterização de infração à legislação em saúde suplementar na hipótese de cobrança de taxa
de angariação, taxa de administração, taxa de adesão, taxa de corretagem, ou outro semelhante, como remuneração dos serviços
prestados pelas Administradoras de Benefícios e/ou corretores que prestam serviço de corretagem, desde que cumpridos
cumulativamente os seguintes requisitos:

a) que o valor da referida taxa seja diferenciado do valor da mensalidade do plano de saúde; e

b) que o beneficiário seja comprovadamente cientificado, no ato de sua adesão ao plano privado de assistência à saúde, que a
cobrança da referida taxa não representa o pagamento da primeira mensalidade, o que deverá estar previsto no instrumento
contratual pactuado entre as partes; bem como, que lhe seja dada comprovada ciência da data do início de vigência do seu contrato,
que pelos motivos expostos, poderá ser fixada para data posterior ao pagamento efetuado

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