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LINGUAGEM INCLUSIVA
- SiNUS 2017-
Sumário
1. Apresentação....................................................................................................................... 3
2. A Linguagem como mecanismo reprodutor de significados sociais ................................... 4
3. O uso sexista da linguagem ................................................................................................ 5
3.1 O “falso neutro” .......................................................................................................... 5
3.2 Deixando o “X” e outras formas de neutralização da linguagem para trás .............. 7
3.3 Formas não sexistas da linguagem ............................................................................. 8
4. Linguagem Inclusiva para além do gênero ...................................................................... 10
5. Linguagem Inclusiva na SiNUS ........................................................................................ 12
5.1. A escolha pelo feminino da SiNUS 2017 ....................................................................... 12
6. Referências bibliográficas ................................................................................................ 13
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1. Apresentação1
A SiNUS 2017 surge a partir de um debate sobre o cuidado que nós, como relacionais
e interdependentes, devemos ter em sociedade, com as outras, com nós mesmas e com o
funcionamento de todas as esferas sociais. Neste sentido, há que se questionar a maneira pela
qual nos comportamos socialmente, isso inclui como tratamos umas as outras, como nos
expressamos e como respondemos aos fatores externos.
Seguindo a politização proposta pela SiNUS 2016, acreditamos na linguagem como
um fator social que tem implicações, sejam elas causas ou consequências. Desse modo, a
SiNUS 2017 utiliza da linguagem como forma de ativismo contra- hegemônico que renega
mecanismos da comunicação discriminatórios. Visto que de acordo com seu lema
"Compartilhando Cuidados na Transformação da Sociedade", objetiva incentivar o
pensamento crítico de todas as envolvidas no evento, de forma que tomem consciência sobre
como a linguagem pode transmitir ideias que silenciam e marginalizam individualidades,
diferentes perspectivas e realidades.
Assim, em consonância aos nossos pilares e em acordo principal com o primeiro deles
– inquietar-se – a SiNUS 2017 escolheu utilizar o feminino em seu projeto, documentos e
outras produções gráficas. Objetivando gerar reflexão, debate e inquietações sobre o papel da
linguagem normatizada enquanto reprodutora de significados sociais e perpetuadora de
discursos de poder.
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Este manual foi elaborado, inicialmente, com o propósito de gerar uma padronização e institucionalização do
uso da linguagem inclusiva no âmbito da Simulação das Nações Unidas para Secundaristas de 2016. Sendo
seguido também na SINUS 2017 com as devidas modificações, visto ser permitido o seu livre uso e reprodução
por quaisquer participantes do evento e pelos membros das edições vindouras do projeto.
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2. A Linguagem como mecanismo reprodutor de significados sociais
Real change comes when people are enabled to use their thinking and their energy
in a new way, using a different system of thought, different language, and having
fresh visions of the future.
Scilla Elworthy
“Cuando yo uso una palabra – insistió Humpty Dumpty con un tono de voz más
bien desdeñoso- quiere decir lo que quiero que diga...,ni más ni menos.”
Lewis Carrol
Algo que se deve ter em mente, quando pensamos na linguagem que utilizamos no dia
a dia, é o fato de ela nunca ser neutra. A língua não apenas reproduz, mas reforça visões
estereotipadas do mundo que, de algum modo, reverberarão na maneira como
compreendemos o lugar social de cada uma e cada um. Ela interfere em nossa socialização,
sendo parte do processo, constituindo um referencial para a atribuição de significados às
coisas ao nosso redor (SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2014).
Como parte de uma construção social, no entanto, a língua não é imutável, podendo
ser discutida, refletida e remodelada de acordo com as mudanças que ocorrem na sociedade à
qual ela se refere e codifica. O desmantelamento das estruturas opressoras que servem às
relações de poder deve passar pela desconstrução dos códigos que marcam essas mesmas
opressões, sejam elas de gênero, raça, classe, baseadas nas capacidades físicas dos indivíduos,
etc. Como assinalado por Young (1980) em “Justice and the Politics of Difference”, o fim das
opressões passa, em primeiro lugar, pela crítica qualitativa das instituições. Assim, a reforma
dos usos da língua pode conter a busca do fim das desigualdades a partir de um ideal de
equidade que, por sua vez, está relacionado a uma concepção material de igualdade. Tal como
explica Silvia Pimentel (2009):
Se, para a concepção formal de igualdade, esta é tomada como um pressuposto,
como um dado e um ponto de partida abstrato, para a concepção material de
igualdade esta é tomada como um resultado ao qual se pretende chegar, tendo como
ponto de partida a visibilidade às diferenças. Isto é: mostra-se essencial distinguir a
diferença da desigualdade. A ótica material objetiva construir e afirmar a igualdade
com respeito à diversidade e, assim sendo, o reconhecimento de identidades e o
direito à diferença é que conduzirão a uma plataforma emancipatória e igualitária
(PIMENTEL, 2009, p. 29).
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Além disso, mecanismos claros de segregação com base na diferença impedem a valoração
equitativa dos diferentes coletivos que compõem a sociedade (YOUNG, 1980).
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O androcentrismo se refere ao enfoque à uma única perspectiva: a masculina (SUÁREZ, [s.d.]).
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Humanidade”. Dessa forma, definimos o masculino como o universal, a norma geral
(ABRANCHES, 2009).
O uso de artigos, substantivos, pronomes, adjetivos, advérbios e numerais variados em
gênero se torna um problema à medida que nos acostumamos a utilizar a flexão no masculino
para fazer referência a grupos gerais (incluindo indivíduos identificados com o gênero
feminino e masculino), de forma supostamente neutra. Desse modo, incorremos na atitude de
negação da feminização da língua, invisibilizando não apenas as mulheres, mas todas as
mudanças socioculturais em prol da igualdade de gênero que temos alcançado
(SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL, 2014).
O uso que fazemos da língua pode e tem implicações sobre a inclusão das mulheres
em posições de poder, por exemplo. A ausência do reconhecimento de suas potencialidades e
capacidades na linguagem escrita, ainda como um resquício de uma construção histórica
discriminatória, pode gerar obstáculos para aqueles que interpretam normas (BONFIM, 2007).
Atualmente, um exemplo disso aparece em meio às discussões sobre a eleição de uma futura
Secretária-Geral para a Organização das Nações Unidas (ONU). Uma resolução adotada pela
organização em 1946, dispondo sobre a pessoa que ocupará o cargo de Secretária/o-Geral da
instituição, faz referência a “um homem de grande valor”, quando não se podia imaginar que
uma mulher estaria apta a ocupar a posição (G1, 2015). Foi preciso a apresentação de um
projeto de resolução dispondo sobre o processo de escolha da nova dirigente da ONU para
assegurar que tanto homens quanto mulheres podem ocupar o cargo, 70 anos após a criação
da organização (G1, 2015).
Outro exemplo desse tipo de “questão gramatical” pôde ser verificado na ocasião de
ingresso da escritora Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras. Em 1977 ainda
havia muita resistência à entrada de mulheres no círculo de intelectuais que compunham o
quadro da Academia e o ingresso da escritora ocorreu à revelia dos que argumentavam que a
expressão “brasileiros natos” presente no estatuto da Academia era um mecanismo impeditivo
para a entrada de uma brasileira (BONFIM, 2007). Com certeza, outros casos existem para
mostrar como a invisibilização das mulheres por meio do uso que fazemos da língua gerou (e
ainda gera) entraves para que elas ocupassem espaços de destaque na sociedade. Assim, se
percebe a importância da linguagem inclusiva como mecanismo de combate dessa exclusão.
O Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 12, apresentado pela senadora Serys
Slhessarenko (PT-MT) em 2005 e ainda em processo de tramitação, prevê o emprego
obrigatório da flexão de acordo com o gênero da ocupante na nomeação dos cargos,
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empregos, funções e outras designações dos encargos da administração pública, seja ela civil
ou militar. Vale lembrar que ainda constam no quadro de postos das Forças Armadas
brasileiras (art. 16 da Lei 6.880, de 9 de dezembro de 1980) nomes como “Capitão-de-Mar-e-
Guerra”, “Capitão-de-Fragata”, “Capitão-Tenente” (Marinha); “Coronel”, “Tenente-Coronel”
(Exército); “Coronel”, “Tenente-Coronel” (Aeronáutica) e, entre os postos de “Cabos e
Soldados”, “Soldado, Marinheiro, Taifeiro” (BONFIM, 2007).
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Pessoas com deficiência visual costumam usar programas de leitura de tela que servem para pronunciar o texto
escrito (NÃO BINÁRIO, 2014).
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3.3 Formas não sexistas da linguagem
Refletir sobre as possibilidades de uso inclusivo de gênero para a língua envolve,
fundamentalmente, duas dimensões: (1) a especificação do gênero e (2) a neutralização ou
abstração de sua referência. Basicamente, a primeira delas diz respeito ao uso de formas
duplas a partir da marcação explícita de ambos os gêneros de forma simétrica e paralela como
em “pai e mãe” ao invés de “pais”, “professor e professora” ao invés de “professores”. Nesses
casos, é importante observar para que o masculino não seja sempre anteposto ao feminino,
como estamos condicionados a fazer (ABRANCHES, 2009).
Além disso, quando se trata da especificação do gênero por meio do uso de formas
duplas, se tornou prática a utilização das barras como um recurso alternativo4. Por permitir
economia de espaço, elas são úteis em formulários, por exemplo, e podem ser empregadas
para separar as duas variações do artigo em caso de nomes invariáveis (tabela 1) ou para
acrescentar a desinência nominal de gênero alternativa para formas variáveis (tabela 2)
(ABRANCHES, 2009).
Tabela 1: Uso das barras para nomes invariáveis
A presidente e o presidente A/O presidente
A chefe e o chefe de delegação A/O chefe de delegação
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É também frequente a utilização de parênteses para designar a variação de gênero, como se utiliza no grafema
de plural como em “estudante(s)”. No entanto, esta não é a forma mais adequada para o uso inclusivo da
linguagem visto que os parênteses servem para “intercalar num texto qualquer indicação acessória” (CUNHA,
CINTRA, 1984, p. 660 apud ABRANCHES, 2009, p. 21). Assim, seu uso não serve a um ideal de marcação da
simetria de gênero, mas sim para a criação de uma ideia de exceção quando do reconhecimento do gênero
feminino – mais comumente deixado entre os parênteses (ABRANCHES, 2009).
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abordado na seção anterior, mas o emprego de formas já disponíveis em nossa língua,
conhecidas como as formas genéricas verdadeiras. Ela pode se dar por três modos:
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No Natal, sempre vai visitar os seus No Natal, sempre vai visitar sua família
Os estudantes não podem sair da sala Não é permitido sair da sala
Os paulistas economizam bastante Em São Paulo se economiza bastante
Se os diretores optarem por essa estratégia, Optando por essa estratégia, terão menos
terão menos dificuldade dificuldade
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Há, também, a possibilidade de utilização de formas apenas femininas como estratégia de contestação do uso
sexista da linguagem. No entanto, ao optar por essa alternativa, a pessoa que escreve deve informar a pessoa que
lê da opção, evidenciando que a flexão para o feminino, nesse caso, pode se referir a um grupo de mulheres ou
de homens e mulheres, visto que tendemos a considerar que a flexão para o feminino só serve para designar o
gênero feminino. Em relação ao objetivo de promoção da simetria de gênero contido na prática de inclusão por
meio da linguagem, o uso, apenas, de formas femininas não se mostra tão adequado. Por isso, a locutora ou o
locutor deve evidenciar para sua interlocutora ou interlocutor que a opção adotada de volta para unicamente para
um objetivo de contestação.
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“Os portugueses trouxeram os negros africanos para trabalharem aqui”.
“Mais um homem gay morreu de AIDS”.
“Tomou vergonha na cara e emagreceu”.
“Passou a comer como uma pessoa normal”.
“O marido daquela mulher deixa que ela trabalhe meio turno”.
“O gaúcho gosta de churrasco, chimarrão, fandango, trago e mulher”.
” Fabiane e Jorge trabalham em período integral. Depois de buscar as crianças na escola ele a
ajuda nas tarefas domésticas”.
• Etnias
Como regra geral, para fazer referência a minorias étnicas ou religiosas, use os termos
de preferência das próprias minorias.
Asiáticas/os: use “pessoas de origem asiática” ou “asiática/o”
Indígena: Índia/o é substantivo e se refere ao indivíduo. Use indígena apenas como adjetivo.
Alguns termos que precisam ser evitados por se basearem em discriminações étnico/raciais:
denegrir, deixar claro, judiar. Substitua por comprometer, manchar, evidenciar, maltratar.
• Orientação Sexual
Use “homossexualidade”, da mesma forma como é utilizado “heterossexualidade”.
Nunca utilize o termo “homossexualismo”, que possui conotação de patologia. Além disso,
use “orientação sexual” e não “opção sexual”.
Transexual: pessoa que se identifica com uma identidade de gênero que não corresponde ao
sexo biológico com o qual nasceu. Se diz mulheres cis e homens cis para designar aquelas e
aqueles que se identificam com uma identidade de gênero correspondente a seu sexo
biológico.
Travesti: utilize “a travesti”.
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Drag queen: pessoa que se caracteriza como indivíduos do gênero oposto por motivações
artísticas.
• Doenças
HIV/AIDS: HIV designa o vírus causador da AIDS. A AIDS é uma doença, portanto,
evite se referir a indivíduos portadores de HIV (que estão em tratamento, com o vírus já
indetectável e, por isso, não possuem AIDS) como “portador de AIDS” ou “doente com
AIDS”. Em nenhum dos casos, use “aidético/a”.
Epilepsia: o correto é dizer “pessoa com epilepsia”. Evite “epilético”. O mesmo vale
para pessoas com paraplegia, tetraplegia e semelhantes.
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questionar as questões sociais postas, aceitas e normatizadas; a forma como lidamos
naturalmente com estruturas determinadas há anos e como isso não nos incomoda. Nesse
sentido, o questionamento da linguagem teoricamente “neutra” do masculino encontrou seu
total oposto no uso do feminino, justamente com o objetivo de gerar desconforto, inquietação
e para analisar as reações do nosso público, tanto da organização (universitárias) como das
participantes (secundaristas e professoras).
Neste período, podemos confirmar que homens não se sentem representados pela
utilização da linguagem no feminino. Em diversas ocasiões, como em processos seletivos para
diretores, no lançamento de editais para as secundaristas e na comunicação com professoras,
podemos perceber o incomodo e a confusão de pessoas em relação ao público que a SiNUS
2017 se destina. Embora, em momento algum, tenha sido mencionada a exclusividade dos
eventos para o sexo feminino.
Consequentemente, pudemos analisar a reação das pessoas, comprovar o quão
impressionante é o fato da troca de uma vogal incomodar pessoas e propor diversos
questionamentos: por que mulheres devem se “identificar” e se incluir em discursos
proferidos com o masculino e o contrário não se faz verdadeiro? Por que a linguagem foi feita
desta maneira? Podemos questioná-la?
Enquanto um secretariado composto por 2/3 de liderança feminina, podemos afirmar
que o uso inclusivo da linguagem nos remete identidade, nos remete empoderamento, nos
remete inclusão. Assim, valorizamos discursos que incluam o feminino, valorizamos mulheres
que utilizem seus cargos para questionar essas estruturas (ex: Presidenta Dilma), valorizamos
os questionamentos sobre a linguagem e o pensamento de que esta pode e deve evoluir.
6. Referências bibliográficas
ABRANCHES, G. Guia para uma Linguagem Promotora da Igualdade entre Mulheres e
Homens na Administração Pública. Disponível em:
<file:///C:/Users/Karine/Documents/SiNUS%202016/Guias%20e%20Manuais/Material%20s
obre%20linguagem%20inclusiva/guia%20para%20a%20administração%20pública.pdf>.
Acesso em: 19 out. 2015.
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G1. Resolução da ONU permitirá que mulher seja eleita secretária-geral. Disponível em:
<http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/09/resolucao-da-onu-permitira-que-mulher-seja-
eleita-secretaria-geral.html>. Acesso em: 3 nov. 2015.
NÃO BINÁRIO. Deixando o X para trás na linguagem neutra de gênero. Disponível em:
<https://naobinario.wordpress.com/>. Acesso em: 15 out. 2015.
SUÁREZ, T. Porque las palabras no se las lleva el viento: por un uso no sexista de la lengua.
Disponível em:
<http://xenero.webs.uvigo.es/profesorado/teresa_meana/sexismo_lenguaje.pdf> Acesso em:
01 dez. 2015.
YOUNG, I. M. Justice and the Politics of Difference. Princeton: Princeton University Press,
1990.
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