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Jaqueline – 78 a 83

Abertura das primeiras casas de correção na Inglaterra = Recessão


econômica

Ato de 1610- recomenda reunir todas as casas de correção, os


moinhos, as tecelagens e os ateliês de cardadura, a fim de ocupar os
pensionários.

1951- Ato de navegação + redução das taxas de desconto =


reestabelecimento da situação econômica e desenvolvimento do
comércio e da indústria.

John Carey - Projeto de Workhouse

Ateliê para crianças fabricarem roupas e lonas baratas, competindo


com as indústrias e comércio locais. Devido a concorrência desleal, as
autoridades deixaram que essa forma de trabalho desaparecesse.

Os pensionistas não conseguiam mais ganhar o necessário para seu


sustento, muitas vezes indo para a prisão apenas para ter o pão
gratuito.

Criação do Hospital Geral de Paris- Priorizando a supressão da


mendicância e não a ocupação dos internos. Colbert viu na
assistência pelo trabalho um remédio para o desemprego e um
estimulante para o desenvolvimento das manufaturas. Empresários
privados passaram a utilizar para proveito próprio a mão de obra dos
asilos.

Acordo de 1708- Um empresário fornece lã, sabão e carvão à


caridade de Tulle, recebendo em troca a lã cardada e fiada, dividindo
o lucro entre o hospital e o empresário.

Tentou-se transformar as grandes construções do Hospital Geral de


Paris em manufaturas. No entanto, as tentativas não foram frutíferas.
Colbert acreditava que a fonte das desordens era a ociosidade e que
somente o trabalho poderia remediar essa situação.

O internamento representava duplo papel:

1- Reabsorver o desemprego ou ocultar seus efeitos sociais mais


visíveis (miséria e os inconvenientes políticos ou sociais de sua
agitação);
2- Controlar os preços, quando esses ameaçassem aumentar
demais (artificial).
Agir de forma alternada entre mercado da mão de obra e os preços
de produção.

A criação das casas de internação foi um fracasso. No início do


século XIX, as casas começaram a desaparecer em quase toda a
Europa, culminando em seu fracasso final: remédio transitório,
ineficaz e uma precaução social mal formulada pela industrialização
nascente.

No primeiro impulso do mundo industrial, o trabalho não é percebido


como um problema e sim como uma solução geral, panaceia infalível,
remédio para todas as formas de miséria.

Trabalho X Miséria

O trabalho como “punição” tinha valor de penitência e resgate.

O que força o homem a trabalhar não é uma lei da natureza, mas o


efeito de uma maldição. Tanto para os católicos quanto para os
reformistas, o trabalho não é capaz de produzir seus próprios frutos.
A colheita e a riqueza não se encontram ao final de uma dialética do
trabalho e da natureza. Para eles, é a benção de Deus que governa
tudo.

O orgulho foi o pecado do homem antes da queda, mas o pecado da


ociosidade é o supremo orgulho do homem caído, o inútil orgulho da
miséria. Segundo o édito de criação, o Hospital Geral deve impedir "a
mendicância e a ociosidade como fontes de todas as desordens".

O trabalho nas casas de internamento assume assim uma significação


ética: dado que a preguiça se tornou a forma absoluta da revolta,
obrigam-se os ociosos ao trabalho, no lazer indefinido de um labor
sem utilidade nem proveito.

O asilo ocupou rigorosamente o lugar do leprosário na geografia dos


lugares assombrados, bem como nas paisagens do universo moral.
Retomaram-se os velhos ritos da excomunhão, mas no mundo da
produção e do comércio.

É nesses lugares da ociosidade maldita e condenada, nesse espaço


inventado por uma sociedade que decifrava na lei do trabalho uma
transcendência ética, que a loucura vai aparecer e rapidamente
desenvolver-se ao ponto de anexá-los.

A necessidade de conferir aos alienados um regime especial,


descoberta no século XVIII, e a grande crise da internação que
precede de pouco à revolução estão ligadas à experiência da loucura
que se pode ter com a obrigação geral do trabalho. Não se esperou o
século XVII para "fechar" os loucos, mas foi nessa época que se
começou a "interná-los", misturando-os a toda uma população com a
qual se lhes reconhecia algum parentesco.

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