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SEDEC-VII/030

152.ª reunião plenária de 30 de novembro e 1 de dezembro de 2022

PROJETO DE PARECER

O futuro da política da juventude na UE –


Reflexão sobre a política da juventude e a integração da perspetiva da
juventude no contexto do Ano Europeu da Juventude 2022

_____________

Relator: Tine Radinja (SI-Verdes)


Presidente do município de Škofja Loka
_____________

Prazo de apresentação das alterações:

15 de novembro de 2022, às 15 horas (hora de Bruxelas), utilizando a ferramenta em linha para a


apresentação de alterações (disponível no Portal dos Membros: https://memportal.cor.europa.eu/).

Número de assinaturas exigido: 32

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PT
Projeto de parecer do Comité das Regiões Europeu – O futuro da política da juventude na UE –
Reflexão sobre a política da juventude e a integração da perspetiva da juventude no contexto do
Ano Europeu da Juventude 2022

I. RECOMENDAÇÕES POLÍTICAS

O COMITÉ DAS REGIÕES EUROPEU

Observações preliminares

1. pretende, com o presente documento, proporcionar uma nova reflexão abrangente sobre a
política da juventude, sobre a integração da perspetiva da juventude nos vários domínios de
intervenção e sobre a participação ativa dos jovens na construção do futuro da Europa, no
contexto da designação de 2022 como Ano Europeu da Juventude, ao abrigo da
Decisão (UE) 2021/2316, e como recomendado pela Conferência sobre o Futuro da Europa.
Além disso, propõe que se apresente uma recomendação vigorosa sobre a integração da
perspetiva da juventude, um dos objetivos do Ano Europeu da Juventude de 2022.

2. salienta que a pandemia de COVID-19 representou, para muitos jovens, quase dois anos
perdidos em termos de oportunidades educativas, de trabalho, de saúde mental e de vida social.
Por conseguinte, o Ano Europeu da Juventude deve não só reconhecer os sacrifícios que as
gerações mais jovens tiveram de fazer durante a pandemia, mas também desencadear uma
mudança duradoura que perdure para além dele. À medida que a sociedade recupera dos efeitos
da pandemia, torna-se crucial dialogar com os jovens e compreender as suas preocupações para
ultrapassar definitivamente a crise;

3. assinala que a política da juventude e a integração da perspetiva da juventude são


particularmente sensíveis às dimensões territorial e social, porquanto existem desigualdades
significativas no acesso aos serviços essenciais, à educação, ao emprego, à habitação e à
mobilidade social entre as regiões da UE, que afetam os jovens de diferentes formas. Os órgãos
de poder local e regional dispõem também de competências importantes em muitos domínios
pertinentes para a política da juventude, como a habitação, a educação, o emprego, a luta contra
a pobreza, a discriminação, o apoio aos estudantes, as associações de jovens, o trabalho com
jovens e as atividades culturais e de lazer, razão pela qual importa tê-los mais em conta nas
várias fases de coordenação e execução da Estratégia da UE para a Juventude;

Integração da perspetiva da juventude

4. apela para a integração da perspetiva da juventude, assente nos direitos dos jovens, na
elaboração das políticas a nível local, regional, nacional e europeu, assegurando que a
perspetiva e o interesse dos jovens são sistematicamente tidos em conta em todos os domínios
de intervenção. Além disso, os jovens e as organizações de juventude devem ser consultados em
todos os debates políticos, a fim de adotar uma abordagem coerente da integração da perspetiva
da juventude, nomeadamente no que toca à aplicação dos planos nacionais para a execução dos
fundos do Instrumento de Recuperação da União Europeia (NextGenerationEU) e dos pacotes
de recuperação;

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5. insta a Comissão Europeia a proceder a um «teste da juventude» que permita aferir os impactos
das políticas nos jovens. Antes da adoção de novas políticas, importa respeitar, pelo menos, as
três etapas seguintes: encetar um diálogo construtivo com as partes interessadas pertinentes no
domínio da juventude, incluindo os peritos que trabalham na área da juventude e as
organizações representativas dos jovens ativas em domínios pertinentes, proceder a uma
avaliação do impacto que as políticas terão nos jovens e apresentar propostas de medidas que
minimizem os possíveis efeitos negativos;

6. insta as instituições europeias e os governos centrais e locais a recolherem dados relativos aos
jovens em todos os domínios de intervenção, desagregados de forma coerente por idade. Essa
recolha deve realizar-se em colaboração com as organizações de juventude, cabendo prever
políticas que reforcem as suas competências em literacia de dados, permitindo-lhes, assim,
extrair, analisar e interpretar informações, a fim de conceberem ações e projetos de defesa dos
seus interesses assentes em dados concretos para fomentar a mudança;

7. reitera a necessidade de integrar a política de juventude em todas as políticas da UE, através de


uma abordagem horizontal, que promova a cooperação transetorial, inter-regional e
transfronteiriça;

8. solicita a adoção de medidas que reforcem e capacitem as organizações de juventude, uma vez
que organizações de juventude fortes a nível europeu contribuem para a educação cívica, para
um maior conhecimento sobre a democracia e para cidadãos mais ativos;

9. lamenta que o espaço da sociedade civil para as organizações de juventude tenha vindo a
diminuir nos últimos anos e solicita a disponibilização sustentada de recursos mais adequados,
bem como um financiamento operacional que corresponda às necessidades estruturais das
organizações de juventude. Esses recursos devem ser distribuídos de forma transparente,
contribuindo para um setor da juventude robusto e capaz de garantir aos jovens de todas as
origens o acesso a um espaço seguro que lhes permita participar, envolver-se e crescer como
cidadãos ativos;

10. destaca a importância das regiões e dos municípios europeus para o êxito da Estratégia da UE
para a Juventude e o contributo que podem dar, através da educação e da cultura, para promover
uma sociedade inclusiva para os jovens; incentiva o reforço da dimensão local e regional do
Diálogo da UE com a Juventude;

11. insta os órgãos de poder local e regional a darem sistematicamente prioridade às questões da
juventude aquando da elaboração de políticas e propõe a adoção de uma estratégia local para a
juventude em todas as regiões e municípios;

12. insta a Comissão Europeia a reforçar a dimensão da juventude nos Programas Erasmus+ e
Corpo Europeu de Solidariedade, a prever medidas adicionais para assegurar o acesso de todos
os grupos de jovens a esses programas e a garantir que os jovens são capacitados e devidamente
apoiados, incluindo no âmbito da sua participação nos programas; insta os Estados Membros e
os órgãos de poder local e regional a promoverem campanhas de informação para sensibilizar os

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jovens para os benefícios e o enriquecimento pessoal e profissional proporcionados por esses
programas, bem como a incentivarem a sua participação nos mesmos através dos respetivos
estabelecimentos de ensino e universidades;

Emprego e proteção social

13. solicita que se adotem medidas adequadas para garantir o direito dos jovens a um emprego
estável, valorizador e com condições de trabalho dignas em toda a Europa;

14. sublinha a importância da educação para o empreendedorismo, do empreendedorismo social e


da economia social para a redução do desemprego dos jovens;

15. insta os Estados-Membros e os órgãos de poder local e regional a promoverem a aproximação


dos jovens às instituições europeias e a incentivarem, nos estabelecimentos de ensino e nas
universidades, a mobilidade dos jovens entre os Estados-Membros, destacando as oportunidades
de desenvolvimento profissional e pessoal que essa mobilidade proporciona, assim como as
experiências positivas que pode trazer para o desenvolvimento dos jovens europeus;

16. propõe que a Comissão Europeia preveja medidas de apoio, de acompanhamento e de


coordenação destinadas a reduzir o nível de precariedade laboral entre os jovens, a fim de
facilitar o acesso a uma proteção social que elimine qualquer forma de discriminação em razão
da idade, tanto para os jovens como para os grupos etários mais velhos, e que ponha termo ao
estabelecimento de salários mínimos específicos para os jovens;

17. recomenda o reforço da coordenação em matéria de política de emprego dos jovens,


especialmente no que diz respeito à aplicação da Garantia para a Juventude Reforçada pelos
serviços públicos de emprego locais e regionais;

18. solicita à Comissão Europeia que, no âmbito da revisão do quadro de qualidade para os estágios,
proíba efetivamente os estágios não remunerados em todos os Estados-Membros; preconiza a
adoção de medidas, nomeadamente a introdução de uma diretiva da UE, para assegurar que os
estágios, as experiências laborais e os programas de aprendizagem preveem um conjunto
mínimo de direitos em matéria de condições de trabalho, nomeadamente o direito ao salário
mínimo nacional e à proteção social;

19. sublinha a importância de dispor de estruturas de acolhimento de crianças, dignas e a preços


acessíveis, a fim de permitir que os pais, nomeadamente os mais jovens, entrem ou reentrem no
mercado de trabalho;

20. solicita à Comissão e aos Estados-Membros que proponham medidas concretas para melhorar a
inserção dos jovens de todas as origens no mercado de trabalho, combater a discriminação e
garantir a igualdade de oportunidades. A este respeito, impõe-se uma coordenação mais estreita
para melhorar o apoio aos jovens vulneráveis que enfrentam múltiplos obstáculos,
designadamente devido à pobreza, ao género, à orientação sexual e à identidade de género, à
deficiência, ao baixo nível de escolaridade ou à sua pertença a uma minoria étnica ou origem
migrante;

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21. reitera a necessidade de reconhecer que as pessoas jovens LGBTIQ da UE «estão especialmente
vulneráveis, dado estarem expostas a discriminação, vitimização, estigmatização e abusos desde
uma idade precoce [...][,] enfrentam dificuldades ao revelarem a sua orientação sexual às
respetivas famílias e comunidades e deparam-se com conhecimentos limitados dos prestadores
de serviços profissionais e da sociedade em geral sobre questões relacionadas com as pessoas
LGBTI+, a par de desafios relacionados com a saúde mental, física e sexual» 1; apela, por
conseguinte, para a adoção de medidas eficazes a nível europeu para capacitar plenamente os
jovens LGBTIQ;

22. salienta que a dificuldade de acesso à habitação e o seu custo elevado constituem um obstáculo
significativo à autonomia dos jovens, dificultando a educação e a mobilidade profissional e
reduzindo o poder de compra das gerações mais jovens. Solicita, por conseguinte, que se dê
prioridade à adoção de medidas de apoio, nomeadamente através da mobilização de fundos da
UE, destinadas a garantir condições de habitação adequadas e a preços acessíveis para todos os
jovens na Europa;

23. frisa que muitos jovens europeus enfrentaram um maior risco de pobreza e exclusão social
devido à pandemia de COVID-19 e insta a UE a adotar medidas de apoio para que os jovens
recebam sempre apoio suficiente em tempos de crise;

24. entende que se impõe uma maior coordenação com vista ao intercâmbio de boas práticas,
objetivos e indicadores relacionados com a luta contra a pobreza, o risco de exclusão social e a
precariedade social dos jovens;

25. salienta a situação crítica que os jovens refugiados enfrentam, especialmente os menores não
acompanhados, e apela para a adoção de medidas de apoio destinadas a assegurar o acesso de
todos os jovens refugiados e das suas famílias a serviços essenciais – como a educação, a
habitação e a saúde – e o respeito pelos seus direitos humanos;

Saúde física e mental e bem-estar dos jovens

26. salienta a importância de garantir o acesso a serviços de saúde preventivos e curativos


universais, de elevada qualidade e a preços acessíveis; insiste, neste sentido, em que cumpre
eliminar os obstáculos com que se deparam os jovens sem acesso à segurança social;

27. considera que é muito importante quebrar o estigma e reconhecer os desafios e os obstáculos em
matéria de saúde mental que os jovens enfrentam em resultado da pandemia, cabendo adotar
medidas imediatas para dar resposta às necessidades de saúde mental dos jovens;

28. propõe que se adote uma abordagem holística da saúde mental, prevendo medidas centradas na
proteção económica e nos direitos sociais para prevenir as determinantes socioeconómicas da
saúde mental, bem como um apoio específico e um conjunto de serviços e direitos de base para
os jovens em situação de exclusão, discriminação e marginalização;
1
Parecer do CR – União da Igualdade: Estratégia para a igualdade de tratamento das pessoas LGBTIQ 2020-2025 (COR-2020-
05861).

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29. defende a adoção de medidas para tornar o apoio à saúde mental comportável e acessível a todos
os jovens, nomeadamente os mais vulneráveis. Reclama, além disso, uma melhor acessibilidade
e o reforço do financiamento dos cuidados de saúde mental, assegurando que todos recebem a
ajuda de que necessitam;

30. defende um maior investimento em iniciativas já existentes de desenvolvimento da comunidade


da base para o topo, ou seja, centros de juventude, atividades culturais e desportivas gratuitas e
acessíveis e apoio às organizações da sociedade civil ativas no domínio da saúde mental;

31. solicita a adoção de uma estratégia da UE para a saúde mental que preveja medidas destinadas a
prevenir problemas de saúde mental, capacitar verdadeiramente os jovens europeus e promover
a sua participação ativa nas decisões relativas à sua saúde mental. A estratégia deverá também
assegurar um apoio específico em matéria de saúde mental em todas as fases da vida;

32. insiste na necessidade de proteger plenamente os direitos dos jovens no domínio da saúde
sexual e reprodutiva, o que inclui o acesso a produtos contracetivos e menstruais a preços
comportáveis;

Participação construtiva

33. reitera que «apoia a promoção do desenvolvimento da personalidade das pessoas com
deficiência, em particular das crianças e dos adolescentes, como para qualquer outra pessoa,
através do acesso à arte, à cultura, às atividades recreativas e de lazer, ao desporto e ao
turismo»2 enquanto elemento essencial do bem-estar das pessoas com deficiência; salienta, para
o efeito, o papel do desporto na promoção da inclusão das pessoas com deficiência e «insta os
Estados-Membros a promoverem programas que facilitem a participação das crianças, dos
jovens e das pessoas com deficiência com maiores limitações» 3;

34. salienta que o Ano Europeu da Juventude 2022 constitui uma excelente oportunidade para
incentivar uma participação construtiva dos jovens na vida democrática que resulte num reforço
estrutural e perene de uma democracia que envolva os jovens e coloque a ênfase no papel das
organizações representativas da juventude;

35. recomenda que se associe a juventude à conceção, governação, execução e avaliação das
políticas a nível local, regional, nacional e da UE com impacto nos jovens, bem como aos
respetivos mecanismos formais de consulta. Ademais, importa acompanhar a execução e a
eficácia destas iniciativas, de molde a assegurar que a participação dos jovens produz resultados
tangíveis;

36. solicita que se tire partido dos resultados dos mecanismos de participação já existentes, como o
Diálogo da UE com a Juventude, que proporciona a todos os jovens da UE um espaço para
exprimirem as suas opiniões sobre temas pertinentes e para influenciarem os procedimentos

2
Parecer do CR – Estratégia sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (COR-2021-01679).
3
Ibidem.

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legislativos ao colaborarem diretamente com os decisores políticos. Cabe aprofundar este
processo e associar outras instituições da UE;

37. defende a adoção de medidas para apoiar os jovens e dotá-los de ferramentas que lhes permitam
contribuir para o desenvolvimento sustentável e lutar contra as alterações climáticas, bem como
pôr o seu potencial ao serviço de uma mudança significativa nas sociedades;

38. convida os Estados-Membros a considerar seriamente a diminuição da idade mínima para


exercer o direito de voto para os 16 anos em todas as eleições locais e regionais na Europa;
solicita que se proceda à recolha de dados e ao intercâmbio de conhecimentos sobre o impacto
das disposições institucionais na participação política dos jovens, por exemplo, no que diz
respeito à idade mínima para votar e para se candidatar a eleições ou às limitações impostas ao
número de mandatos políticos;

39. defende que importa apoiar e coordenar as medidas destinadas a aprofundar a educação cívica
dos jovens, a fim de assegurar que compreendem o processo de decisão nas suas comunidades
locais e que estão conscientes dos processos democráticos e dos seus direitos humanos e de
cidadania;

40. frisa que cumpre garantir que todos os jovens têm acesso a informações de qualidade sobre as
oportunidades de participação, assim como promover uma participação informada,
especialmente no que diz respeito aos processos democráticos;

Sociedade inclusiva

41. apoia a coordenação e o intercâmbio de boas práticas relativas ao papel do género nos percursos
educativos e profissionais, a fim de identificar obstáculos e melhorar o acesso das mulheres e
raparigas a todas as oportunidades educativas e profissionais;

42. apoia a integração da perspetiva de género nas políticas públicas em todos os níveis; reitera
também o seu apelo «para que os órgãos de poder local e regional sejam associados à conceção
e execução da campanha de sensibilização e comunicação à escala europeia, necessária para
combater os estereótipos de género, e salienta a necessidade de prestar especial atenção aos
jovens, sendo estes um dos segmentos fundamentais da mudança» 4;

43. entende que é prioritário integrar os jovens com antecedentes migratórios no sistema educativo
e na vida social, pelo que solicita uma coordenação e um intercâmbio mais estreitos de
conhecimentos e de boas práticas sobre as políticas que se revelaram eficazes neste domínio;

44. reputa necessário reforçar as medidas de apoio destinadas a assegurar que os jovens ciganos têm
acesso a serviços essenciais em todos os Estados-Membros da UE; reafirma que «as quatro
áreas temáticas fundamentais identificadas pela Comissão Europeia na definição dos seus
grupos de objetivos, nomeadamente a educação, o emprego, os cuidados de saúde e a habitação,
são fundamentais para o processo de integração dos ciganos, a par do trabalho desenvolvido

4
Parecer do CR – Uma União da Igualdade: Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025 (COR-2020-02016).

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pelos serviços sociais, especialmente a nível local e regional» 5; além disso, solicita que se dê um
apoio significativo às crianças ciganas, a fim de combater eficazmente o baixo nível de
escolaridade;

45. reitera que a luta contra a discriminação, o racismo e outras formas de intolerância é
fundamental para combater a radicalização violenta e para evitar que os jovens caiam nas
malhas do extremismo político ou religioso. Na mesma ordem de ideias, considera que a
educação e as organizações da sociedade civil devem desempenhar um papel fundamental na
transmissão de valores democráticos e humanistas e que uma maior coordenação neste domínio
a nível da UE poderá ser útil para todos os Estados-Membros;

Trabalho com jovens

46. defende a adoção de medidas para apoiar o desenvolvimento de trabalho de qualidade com
jovens a nível local, regional, nacional e europeu, incluindo uma coordenação mais eficaz e
medidas de apoio destinadas a assegurar um nível de formação de elevada qualidade para os
técnicos de juventude – remunerados e voluntários –, bem como a afetação de recursos
suficientes às organizações de trabalho com jovens;

47. considera que a participação ativa dos órgãos de poder local e regional é fundamental para
assegurar o êxito da Agenda Europeia do Trabalho com Jovens, pelo que importa associá-los.
Entende, além disso, que cumpre assegurar a disponibilidade de dados e indicadores comuns
adequados, incluindo a nível local e regional, a fim de assegurar um acompanhamento eficaz da
iniciativa;

48. é favorável a um enquadramento jurídico do conceito de trabalho com jovens, a fim de


especificar melhor em que consiste, balizar claramente a sua função e âmbito de aplicação e
reconhecer o trabalho específico dos técnicos de juventude;

49. apela para que se reconheça e apoie melhor o trabalho de voluntariado;

Educação e formação

50. insta os Estados-Membros e os órgãos de poder local e regional a garantirem o acesso universal
a uma educação de qualidade e propõe uma maior coordenação e intercâmbio de boas práticas
sobre a inclusão social dos jovens, em especial dos jovens vulneráveis, no sistema educativo,
bem como sobre a prevenção do abandono escolar precoce;

51. solicita que se adotem medidas adequadas para reconhecer melhor as competências adquiridas
através da educação não formal e da aprendizagem informal e para assegurar que essas
competências podem ser validadas aquando do ingresso ou reingresso num percurso educativo
formal, no mercado de trabalho, etc., bem como para incentivar o desenvolvimento de
competências transversais, adaptadas à natureza evolutiva do emprego, e promover as

5
Parecer do CR – Uma União da igualdade: Quadro estratégico da UE para a igualdade, a inclusão e a participação dos ciganos
(COR-2020-05625).

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competências linguísticas, a fim de aumentar as possibilidades de inserção dos jovens no
mercado de trabalho;

52. apela para que se apoie os técnicos de juventude – remunerados ou voluntários – e as


organizações de juventude enquanto principais prestadores de serviços educativos no âmbito da
educação não formal e da aprendizagem informal;

53. defende a adoção de medidas de apoio destinadas a assegurar que todos os professores podem
adquirir e manter atualizados os conhecimentos pedagógicos necessários, bem como as
competências avançadas exigidas, nomeadamente no domínio digital, e a garantir o
reconhecimento e a valorização da sua profissão pela sociedade, o que inclui a forma como é
remunerada no mercado de trabalho;

54. apoia a criação de plataformas pan-europeias (e a utilização mais intensa das já existentes) para
disseminar amplamente os conteúdos e os instrumentos didáticos de forma inclusiva e
multilingue, tendo em conta as línguas regionais;

Transição digital

55. salienta a importância de todos os jovens terem acesso a novas tecnologias e a equipamentos
adequados que lhes garantam igualdade de oportunidades;

56. recomenda que se estabeleçam as qualificações e competências importantes, bem como as


normas necessárias, para a transição digital da educação, o que inclui analisar e eliminar
potenciais novos fatores de exclusão para os professores ou os formadores e os jovens;

57. incentiva o desenvolvimento de competências digitais abrangentes nos sistemas de ensino


destinados aos jovens, incluindo sobre a forma de utilizar a tecnologia de forma judiciosa.

Bruxelas,

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II. PROCESSO

Título O futuro da política da juventude na UE –


Reflexão sobre a política da juventude e a integração da
perspetiva da juventude no contexto do Ano Europeu da
Juventude 2022
Referências Não se aplica.
Base jurídica Artigos 165.º e 166.º do Tratado sobre o Funcionamento
da União Europeia
Processo regimental Parecer de iniciativa (artigo 41.º, alínea b), subalínea ii),
do Regimento)
Data da consulta do Conselho / PE / Não se aplica.
Data da carta da Comissão
Data da decisão do presidente / da 26 de abril de 2022
Mesa
Comissão competente Comissão da Política Social, Educação, Emprego,
Investigação e Cultura (SEDEC)
Relator Tine Radinja (SI-Verdes)
Nota de análise 1 de junho de 2022
Exame em comissão
Data da adoção em comissão 3 de outubro de 2022
Resultado da votação em comissão Unanimidade
(maioria, unanimidade)
Data da adoção em plenária 30 de novembro e 1 de dezembro de 2022 (a confirmar)
Pareceres anteriores do Comité  Apoio ao emprego dos jovens: uma ponte para o
emprego da próxima geração e Reforçar a Garantia
para a Juventude6
 Programa Erasmus para o ensino, a formação, a
juventude e o desporto7
 O Corpo Europeu de Solidariedade e a nova Estratégia
da UE para a Juventude8
 Construir uma Europa mais forte: o papel das políticas
para a juventude, educação e cultura9
 Cooperação europeia no domínio da juventude10
 Pacote «Emprego dos Jovens»11
 Juventude em Movimento12

Data da consulta da Rede de Não se aplica.

6
COR 3454/2020.
7
COR 3950/2018.
8
COR 3892/2018.
9
COR 3952/2018.
10
COR 4872/2015.
11
COR 789/2013.
12
COR 292/2010.

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Observância da Subsidiariedade
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