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Telêmaco Borba - PR
2007
2
ACADÊMICOS:
Alexandre M. de Almeida
Alisson Pinheiro
Gilson Alexandre
Rodrigo da Silva
Roberson Carneiro
Pâmila H. de Melo
Telêmaco Borba - PR
2007
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 05
2. COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA DO GRÂNULO DE AMIDO----------------------------------- 06
2.1 AMILOSE ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 09
2.2 AMILOPECTINA -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10
2.3 ESTRUTURA DO GRÂNULO DE AMIDO ------------------------------------------------------------------------ 11
3. CARACTERISTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO AMIDO--------------------------------------------------------- 12
3.1 BIRREFRIGÊNCIA ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
3.2 DILATÂNCIA ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
3.2.1 IMPORTÂNCIA TECNOLOGICA DA DILATÂNCIA --------------------------------------------------------- 13
3.3 GELATINIZAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 13
3.3.1 GELATINIZAÇÃO POR EFEITO TÉRMICO------------------------------------------------------------------- 15
3.3.1.1 PERDA DE BIRREFRINGÊNCIA------------------------------------------------------------------------------ 16
3.3.1.2 PODER DE INCHAMENTO ------------------------------------------------------------------------------------- 16
3.3.1.3 VISCOSIDADE DA PASTA DE AMIDO ---------------------------------------------------------------------- 16
3.3.2 IMPORTÂNCIA TECNOLOGICA DA GELATINIZAÇÃO --------------------------------------------------- 19
3.4 RETROGRADAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
3.5 SUSCEPTIBILIDADE ENZIMÁTICA ------------------------------------------------------------------------------- 22
3.5.1 IMPORTANCIA TECNOLOGICA DE ENZIMAS AMILOLÍTICAS ----------------------------------------- 22
4. APLICAÇÃO DE AMIDO NA FABRICAÇÃO DE PAPÉIS ---------------------------------------------------- 22
4.1 QUÍMICA DA PARTE ÚMIDA E O AMIDO (“WET END”)------------------------------------------------------ 23
4.2 INTERAÇÃO DO AMIDO COM A CELULOSE------------------------------------------------------------------- 24
4.3 PRINCIPAIS AMIDOS APLICADOS EM CELULOSE E PAPEL --------------------------------------------- 25
4.3.1 AMIDOS NÃO MODIFICADOS (“IN NATURA”) --------------------------------------------------------------- 25
4.3.2 AMIDOS CATIÔNICOS--------------------------------------------------------------------------------------------- 25
4.3.3 AMIDOS ANFÓTEROS-------------------------------------------------------------------------------------------- 25
5. OS AMIDOS E SUAS APLICAÇÕES NO "WET END" -------------------------------------------------------- 26
5.1 AMIDO COMO AGENTE DE RETENÇÃO ------------------------------------------------------------------------ 26
5.2 AMIDO COMO AGENTE DE DRENAGEM ----------------------------------------------------------------------- 27
5.3 AMIDOS NÃO MODIFICADOS (“IN NATURA”) ----------------------------------------------------------------- 28
5.4 AMIDOS CATIÔNICOS/AMIDOS ANFÓTEROS --------------------------------------------------------------- 29
5.4.1 BENEFÍCIOS DOS AMIDOS CATIÔNICOS E/OU ANFÓTEROS --------------------------------------- 29
5.5 AMIDO NO INCREMENTO DA RESISTÊNCIA ---------------------------------------------------------------- 30
6. ESCOLHA DO PRODUTO -------------------------------------------------------------------------------------------- 30
6.1 AVALIAÇÃO DOS AMIDOS CATIÔNICOS E/OU ANFÓTEROS-------------------------------------------- 31
7. COLAGEM SUPERFICIAL E AS INTERAÇÕES COM O AMIDO ------------------------------------------ 32
7.1 PRENSA DE COLAGEM (SIZE PRESS) ------------------------------------------------------------------------- 32
7.2 BENEFÍCIOS DA APLICAÇÃO DE AMIDO SUPERFICIAL -------------------------------------------------- 33
7.3 APLICAÇÃO DE AMIDO ---------------------------------------------------------------------------------------------- 33
7.4 PROPRIEDADES DOS AMIDOS SUPERFICIAIS -------------------------------------------------------------- 33
7.5 DESVANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE AMIDO NA COLAGEM SUPERFICIAL ----------------------- 34
3
4
4
5
1. INTRODUÇÃO
5
6
6H2
Figura 2.1 – Formação de Glicose.
6
7
Dentre as fontes de amido economicamente viável para extração industrial podemos citar os
cereais (milho híbrido, milho “waxy”, trigo e arroz) e raízes (mandioca e batata).
A tabela a seguir apresenta a composição média presente no milho e na mandioca, onde se
observa uma maior quantidade de amido presente no milho.
Amido 60 % 22 %
Glúten 10 % 2%
Germe 8,5 % -
Fibras - 1,5 %
Água 15 % 70 %
Uma outra forma de diferenciação entre as diversas fontes amiláceas é o formato dos
grânulos quando observados ao microscópio. A seguir na Figura 2 é mostrado um esquema
do formato de grânulos de amido de algumas fontes amiláceas.
MILHO
BATATA
ARROZ
7
8
O O O O
Amido
CH2OH CH2OH
O O O
Celulose
O
O amido é insolúvel em água fria. Tratado com água quente, intumesce-se, dando um
líquido viscoso não redutor, que por resfriamento produz consistência gelatinosa.
Como as plantas possuem a capacidade de sintetizar e armazenar diferentes quantidades e
tipos de amido,é possível, através de controles durante o cultivo, obter cereais contendo
amidos com diferentes características. O amido não é um composto homogêneo, é formado
por dois polissacarídeos: amilose (ou β amilose ou granulose) e amilopectina (ou
eritroamilose ou ∝ amilose). Ambos são polímeros de glicose e por hidrólise obtêm-se
glicose ou maltose, porém diferem por suas propriedades e por sua estrutura.
Dependendo da matéria-prima original, a composição do amido pode variar quanto aos
teores de amilose e amilopectina.
8
9
2.1 AMILOSE
É um polímero formado por cadeias lineares através de ligações glucosídicas (∝ 1 → 4).
Possui uma conformação helicoidal, na forma cristalina. Esta estrutura helicoidal promove a
formação de um complexo de cor azul quando o iodo é colocado em contato com amido. O
mecanismo de formação deste complexo amilose-iodo envolve a inserção de uma cadeia
linear de iodo-iodeto no interior da hélice. Esta caracterização com iodo é normalmente
usada para identificar um amido. A amilose é responsável pela retrogradação do amido,
quando o mesmo é resfriado após sua gelatinização. Suas suspensões gelatinosas são
opalescentes e menos viscosas em relação a amilopectina.
Em soluções aquosas diluídas, as moléculas de amilose existem como segmentos
distendidos, com os turnos da hélice muito afastados uns dos outros, para permitir a
existência de pontes de hidrogênio entre ciclos subseqüentes da hélice.
Quando ácidos graxos ou álcoois de alto peso molecular são adicionados à soluções
diluídas de amilose, ocorre a formação de complexos insolúveis, nestes complexos, a parte
hidrofóbica do composto orgânico esta inserida no interior da hélice. A formação destes
complexos provoca um enrijecimento e compactação da hélice alterando o comportamento
da amilose em solução. A tendência à formação de complexos com amilose depende
principalmente do peso molecular e estrutura do ácido graxo. É evidente que para
monoglicerídeos com ácidos graxos saturados, a afinidade de formar complexos, em
amilose é máxima, quando a cadeia carbônica é formada por 16 carbonos.
Alem das reações mencionadas, a amilose em solução tem a tendência de formar
agregados cristalinos insolúveis. A formação destes complexos ocorre através da formação
de pontes de hidrogênio entre as moléculas adjacentes (intermolecular). Esta instabilidade
da amilose é de extrema importância tecnológica e depende do peso molecular do polímero,
viscosidade, pH, temperatura e composição do meio. Moléculas com 150-200 unidades são
bastante instáveis, enquanto que altas temperaturas e pH alcalinos evitam a formação de
complexos insolúveis. A adição de certos lipídeos também evita este tipo de associação
intermolecular. Supõe-se que os lipídeos, formando complexos rígidos com amilose,
impedem o rearranjo e super posicionamento necessário para uma associação
intermolecular. A Figura a seguir apresenta a estrutura molecular da amilose.
9
10
2.2 AMILOPECTINA
É um polímero formado por cadeias ramificadas através de ligações glucosídicas (∝ 1 → 6),
difícil de dispersar em água fria. Suas suspensões gelatinosas são ligeiramente
opalescentes e muito viscosas.
A amilopectina não apresenta a característica de retrogradar como a amilose, após o
resfriamento da solução cozida. A amilopectina produz com o iodo uma coloração menos
uniforme que a amilose, podendo ser púrpura, vermelho escuro ou roxo.
As cadeias externas da maioria das amilopectinas tem, em media 12 unidades de glicose.
Como em media, a cadeia total contem 20 unidades de glicose e cada cadeia é ramificada
apenas uma vez, o tamanho médio da cadeia no interior é de 8 unidades de glicose. Deve-
se lembrar, entretanto, que estes números para tamanho de cadeias, externas ou internas,
grau de ramificação, etc, representam a média dos valores encontrados. Assim, a estrutura
exata da amilopectina e sua dependência quanto ao peso molecular do polímero, grau de
maturidade da planta e origem, ainda não são conhecidas.
10
11
(1)
A maior viscosidade da amilose em relação à amilopectina é devido a forma de bastão (reta) da amilose, em comparação
com a forma “globular” da amilopectina.
11
12
3.1 BIRREFRNIGÊNCIA
As moléculas são capazes de formar ligações de hidrogênio sempre que se encontrarem
paralelas umas às outras. Devido a este fato aparecem regiões amorfas ou cristalinas.
O resultado é que os grânulos de amido são estruturas birrefringentes, apresentando uma
cruz quando examinados em microscópio sob luz polarizada.
A associação é fraca na área amorfa e mais forte nas áreas cristalinas. Após a perda da
birrefringência, começa a aumentar a transmitância ótica e a viscosidade.
A perda da birrefringência é uma das técnicas mais usadas para se medir o início da
gelatinização do amido.
3.2 DILATÂNCIA
O grânulo de amido no seu estado natural não é solúvel em água fria, e forma suspensões
com determinadas características reológicas. Suspensões concentradas de amido
(2)
comportam-se como fluidos Dilatantes , sendo difíceis de bombear e com fluxo irregular.
Em dutos com superfície lisa, o movimento da suspensão tem a tendência de proceder com
velocidade uniforme, exceto na camada em contato com a parede do duto. Entretanto,
quando esta suspensão passa por um bico ou constrição, existe uma tendência para a
quebra de continuidade do fluxo. O perfil do fluxo deixando o duto é, assim, alterado.
O fluxo de dispersões concentradas de amido é variável em função da pressão aplicada. À
baixas pressões a velocidade do material é, praticamente proporcional à pressão aplicada.
Entretanto, esta proporcionalidade diminui com o aumento da pressão e, em alguns casos
especiais, a velocidade é praticamente independente da pressão. Os aumentos excessivos
da pressão causam interrupção do fluxo.
(2)
Um fluido é denominado dilatante quando, independente do tempo, exibe um aumento na resistência do fluxo com aumento
na força de cisalhamento ( τ ).
12
13
3.3 GELATINIZAÇÃO
Uma suspensão aquosa de amido sob a influência do calor ou de produtos químicos
adequados, tem o seu sistema molecular enfraquecido através do rompimento das ligações
de hidrogênio.
Portanto, a gelatinização é atribuída à afinidade do amido (particularmente o grupo hidroxila)
pelo solvente e trata-se de um processo irreversível.
O grânulo de amido natural tem uma capacidade limitada de absorver água fria. Esta
capacidade é controlada pela estrutura cristalina do grânulo que, por sua vez, depende do
grau de associação e arranjo molecular dos componentes do amido.
O aquecimento de uma suspensão aquosa de amido provoca a quebra de pontes de
hidrogênio, que mantém o arranjo molecular dentro do grânulo de amido. Os grupos
hidroxilas das unidades de glicose que participavam das áreas cristalinas são hidratados e o
13
14
grânulo de amido incha. A figura abaixo mostra o comportamento do amido durante o seu
cozimento.
Aumento da Temperatura
Figura 3.2 – Curva típica de gelatinização.
14
15
O comportamento do amido em absorção de fase líquida, sugere que o grânulo deve conter
poros microscópicos e portanto atua como “peneiras moleculares”. Acredita-se que a
gelatinização inicia-se na área intermiscelar, mais acessível e amorfa do grânulo onde as
ligações químicas são mais fracas.
Após a faixa de gelatinização, as pontes de hidrogênio continuam a ser rompidas, os
grânulos incham, e a amilose começa a ser lixiviada do grânulo. Como conseqüência direta
do intumescimento, ocorre um aumento na solubilidade do amido, da claridade e
viscosidade da pasta. O intumescimento dos grânulos continua até que estes sejam
rompidos, e a estrutura granular deixe de existir. Com o rompimento dos grânulos, a
viscosidade decresce abruptamente.
15
16
O comportamento do amido em água, quando aquecida, pode ser avaliado através de vários
métodos. Entre os mais usados destacam-se:
• Perda de birrefringência;
• Poder de inchamento;
• Viscosidade da pasta.
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O amido de mandioca é de alta expansão porque seus grânulos sofrem grande inchamento
quando aquecidos em água, porém as forças associativas internas tornam-se frágeis com
agitação mecânica fazendo com que o viscograma ou amilograma Brabender apresente um
pico de viscosidade, seguido de uma acentuada queda durante o cozimento.
A exploração depende do conhecimento de suas propriedades quanto a estrutura, forma,
cor, absorção de água, solubilidade, inchamento e viscosidade.
Algumas das avaliações importantes são:
• Calorimetria diferencial de varredura (DSC);
• Visicosidade Brabender;
• Viscoelasticidade;
• Cor;
• Transparência;
• Consistência do gel.
Retrogradação
Viscosidade Brabender (BU)
Pico de
Viscosidade Dispersão Total
Temperatura de Gelatinização
60 110 150
Temperatura (°C)
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solúveis e pela interação ou coesão entre os grânulos. A Figura 3.4 ilustra um amilograma
típico. A viscosidade no inicio aumenta rapidamente até um máximo e, então, decresce.
800
B
700
600
500
Viscosidade (U.B)
C E
400
300 D
200
100
A
0
40 60 80 100 120 140
Temperatura (°C)
Figura 3.4 – Amilograma em unidades brabender, obtido com amido de mandioca a 4,5 %.
18
19
19
20
1600
36 gramas de amido (base seca)
1400 mais água = 490 gramas total.
Aquecer rapidamente até 50°C,
Unidades de Brabender
800 Mandioca
600 Trigo
Híbrido
400 (Waxy)
200
0
0 20 40 60 80 100
Tempo (Minutos)
Figura 3.5 – Amilograma de amido de milho, batata, mandioca, trigo e híbrido (waxy).
Observando a Figura 3.5, nota-se que os grânulos mais inchados (mandioca, batata, hibrido
waxy) – são mais frágeis e suscetíveis à ruptura com o aquecimento prolongado e/ou
agitação mecânica. O amido de milho, por outro lado, gelatiniza-se mais lentamente e incha
menos, produzindo pastas com viscosidade menor e mais estáveis que a mandioca, batata
ou hibrido waxy.
A resistência à ruptura por ação mecânica é uma característica importante para pastas
submetidas à agitação, ou que são bombeadas de uma etapa para outra do processamento.
Neste caso pode ocorrer a fragmentação dos grânulos provocando variação na viscosidade
e o comportamento de todo o processo.
O comportamento do amido gelatinizado pode, entretanto ser modificado de modo a atender
determinadas necessidades tecnológicas. Modificações químicas ou físicas podem ser
efetuadas no grânulo de amido, tornando-o menos viscoso, mais resistente à ação
mecânica, etc.
A Figura 3.6 mostra amilogramas de amidos modificados quimicamente.
20
21
Viscosidade (U.B)
Temperatura (°C)
3.4 RETROGRADAÇÃO
Retrogradação é o termo dado às transformações que ocorrem durante o resfriamento e
armazenamento de pastas de amido gelatinizado. Soluções com baixa concentração de
amido tornam-se progressivamente turvas, devido à agregação e conseqüente
insolubilização de moléculas de amido. Pastas com altas concentrações formam géis, que
se tornam mais rígidos e opacos com o tempo. Frequentemente, a evolução da
retrogradação é acompanhada de exudação de umidade do gel (fenômeno denominado de
sinérese). A retrogradação é, basicamente, um processo de cristalização das moléculas de
amido. Esta cristalização ocorre pela forte tendência de formação de pontes de hidrogênio
entre as moléculas adjacentes. A associação das moléculas do amido propicia o
desenvolvimento de uma “rede” tridimensional, mantida coesa pelas áreas cristalinas. Esta
rede é formada por grânulos de amido parcialmente inchados e componentes do amido em
solução. A formação desta rede durante o resfriamento resulta na formação de géis.
21
22
22
23
positivamente na resistência física dos papéis, podem contribuir para a melhora da retenção
e drenagem do sistema.
O amido é uma das mais importantes matérias-primas para esta indústria, dentre as várias
razões que contribuíram para isto, destacam-se:
• Aumento dos níveis de carga dos papéis (substituição de fibra por carga mineral),
que diminui a resistência do papel e, para compensar este enfraquecimento
demanda a adição de um agente de resistência a seco.
• Aumento do uso de fibras recicladas e de alto rendimento.
• Aumento da velocidade nas máquinas.
Há vários fatores que determinam a escolha do amido mais adequado, destacando-se:
• Tipo de papel - (propriedades físicas requeridas);
• Capacidade e condição de refinação;
• Composição fibrosa;
• Tipo de máquina;
• Econômicos.
De um modo geral, o amido ideal seria aquele que possibilitaria o máximo de resistência
final, melhoria da aparência, com o máximo de retenção e o mínimo custo. Vale destacar
que nenhum amido cumpre todos esses requisitos, mas a maioria atende às necessidades
inerentes a cada processo.
O amido pode ser utilizado na forma “in natura” ou sofrer modificações químicas e/ou físicas
de forma a adequá-los às necessidades tecnológicas.
23
24
• Repulsão de partículas;
• Água de hidratação;
• Área superficial de seus diversos componentes;
• Repulsão de finos;
Como já foi mencionado a química da parte úmida está diretamente relacionada com a
superfície coloidal de seus aditivos.
O efeito da adição de amido pode ser melhor explicado quando consideremos:
• Forças de atração entre o amido solubilizado e sólidos (fibras e carga mineral).
Forças de van der Waals e pontes de hidrogênio nas regiões não iônicas do amido,
atração eletrostática mais pontes de hidrogênio nas regiões catiônicas do amido.
• Absorção do amido sobre a superfície das partículas sólidas. Floculação dos finos e
cargas mineral pelo amido catiônico.
• Aumento da força de atração das partículas sólidas durante o processo de drenagem
e secagem do papel.
O O O
Celulose O
O
CH2OH OH
CH2OH - OH CH2OH +
H⊕
O
H⊕
CH2OH
- -
CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH CH2OH
Amido
O O O O O
24
25
CH2OH CH2OH
O O
H H
OH
OH H
H OH H
H
O
H H OH
⊕
O-CH2-CHOH-CH2-N(CH3)3Cl
CH2OH
-
CH2O-PO3
O O
H H
OH
OH H
H OH H
H
O
H H OH
⊕
O-CH2-CHOH-CH2-N(CH3)3Cl
25
26
Resistência Física
Retenção de Carga (%)
Resistência Física
26
27
27
28
Uma das ferramenta mais importantes que auxilia a seleção do amido catiônico e/ou
anfótero é o D.D.J. (Dynamic Drainage Jar), que permite determinar a adequada taxa de
aplicação de amido, o que contribui para a maximização dos valores de retenção e/ou
drenagem.
Outra possibilidade é utilizar um formador de folha manual que possibilita a avaliação da
resistência, retenção total e de cargas.
Uma série de testes devem ser realizados, entretanto, o mais importante é determinar, da
melhor forma possível, o produto mais indicado para se alcançar os objetivos pretendidos,
tendo em vista que a máquina de papel é um importante instrumento de produção e não de
pesquisa.
Com os dados da avaliação laboratorial, torna-se possível selecionar, com maior precisão, o
tipo adequado de amido. Importância deve ser dada à cationicidade e a taxa de aplicação do
produto. De posse dessas informações, será possível propor mudanças no sistema, sem
que haja transtornos significativos na máquina.
Outros equipamentos/análises que podem auxiliar na seleção são: Zeta Potencial e a
Titulação Coloidal (demanda aniônica e catiônica).
Fibra
Amido Carga
Mineral
28
29
Com isso, sua retenção é muito baixa, o que requer a utilização de altas taxas de aplicação
do mesmo (30 a 60 kg/t de fibra) para compensar a perda para a água branca e possibilitar
incrementos na resistência física do papel em que é aplicado. Neste tipo de aplicação o
amido deve ser utilizado gelatinizado, à baixa concentração, na faixa de 1 a 3% de sólidos,
de modo a proporcionar uma dispersão homogênea na massa.
Os inconvenientes da utilização do amido regular na massa são os seguintes:
• Baixa retenção do mesmo;
• Necessidade de altas taxas de aplicação para obtenção de bons resultados;
• Aumento do D.B.O..
29
30
• Redução do D.B.O.;
• Redução da porosidade;
• Auxílio no equilíbrio de carga do sistema.
6. ESCOLHA DO PRODUTO
Para a seleção do tipo de amido a ser utilizado deve-se inicialmente definir qual o objetivo
de sua utilização. Usualmente para eleger qual o melhor produto é utilizado a atividade
catiônica do amido conjugado com a finalidade de sua utilização, porém devemos ressaltar
trata-se de recomendações iniciais o melhor produto só será obtido após avaliações
industriais.
Tabela 6.1 – Atividade catiônica em função do objetivo.
30
31
Sólidos da solução de
Objetivo Ponto de Aplicação
amido
Retenção Baixa consistência 1%
Resistência Tanque de Massa, após a refinação 2a3%
O processo de refinação das fibras celulósicas danificam a cadeia do amido que reduz sua
eficiência.
31
32
Amido Catiônico
CaCO 3
Agente de Retenção
• Taxa de Aplicação
Esta variável está também relacionada com os benefícios a serem alcançados. Quando
objetivamos ganhos de resistência física do papel, recomenda-se trabalhar com quantidades
maiores de amidos, quantidades estas que serão mais elevadas, quanto maior for o
benefício requerido. Há, no entanto, um limite para estas quantidades que será norteado por
fatores relacionados com o balanço de cargas elétricas do sistema, assim como, os
econômicos. Quanto maior a cationicidade do amido, este estará sujeito à taxas de
aplicação menores, tendo em vista a interferência no equilíbrio de cargas do sistema.
32
33
33
34
• Viscosidade;
• Temperatura;
• Aditivo;
• Tipo de amido
.
7.4 PROPRIEDADES DOS AMIDOS SUPERFICIAIS
- Convertidos pelo papeleiro:
• Processo térmico;
• Processo enzimático;
• Processo oxidativo – peróxido [H2O2/CuSO4]/persulfato de amônia [(NH4)2S2O8].
- Pré-modificados:
• Amidos acidulados – pré convertidos via ácida;
• Amidos oxidados ;
• Éteres e esteres de amido - etilados, propilados, acetilados.
A tabela abaixo mostra as principais propriedades dos amidos superficiais aplicados:
Tabela 7.1 – Propriedades dos amidos superficiais.
34
35
35
36
36
37
AMIDO
ÁGUA
TANQUE DE
PREPARO E
COZIMENTO
TI
VAPOR
TANQUE DE
ESTOCAGEM DE
AMIDO COZIDO
TI
SC AMIDO COZIDO
BOMBA DE
DOSAGEM
37
38
10-12% •Sólidos 3%
de AMIDO •Viscosidade 140cPs
umidade
250 m3 •Temperatura 78ºC
•pH 6
LSLL
FE
FCV
dPT
VAPOR
ÁGUA SUSPENSÃO
DE AMIDO TANQUE DE
SUSPENSÃO
A 30% TT
LT
JET
COOKER
FT FCV
SC FT
SERPENTINA DE
BOMBA DE RETENÇÃO
AMIDO
ÁGUA
BOMBA DE
ÁGUA FT
BPV
FCV
MISTURADOR
ESTÁTICO
TANQUE DE
ESTOCAGEM DE ESGOTO
AMIDO COZIDO
VAPOR
TT
SC AMIDO COZIDO
BOMBA DE
DOSAGEM
38
39
150
120
90
200 r.p.m.
60
30
0
3 6 9 12 15 18 21
Tempo (Minutos)
210
180 7,0 pH
4,0 pH
150
10,0 pH
120
90
60
2,5 pH
30
0
0 3 6 9 12 15
Tempo (Minutos)
39
40
Figura 9.1 – Aplicação dos amidos nas condições A, B e C e a influencia nas retenções.
40
Figura 9.2 – Resultados de Denninson e Scott Bond em função da aplicação de amido de milho
e mandioca.
42
43
10.5 FORMALDEÍDO
Conhecido pelo nome de formol, é adicionado ao adesivo simplesmente para protegê-lo
contra possível contaminação bacteriológica, quando o adesivo preparado tem que ser
armazenado por tempo superior a 24 horas. Esse tempo é uma função das condições de
higiene dos tanques de preparação e armazenagem, os quais devem estar sempre limpos.
É importante saber que o preservativo não tem ação sobre a colagem. Ele apenas protege o
adesivo líquido ou, seu filme seco, contra o ataque de microrganismos.
Se a contaminação já tiver se iniciado, o emprego de um preservativo não a eliminará,
somente diminuirá sua velocidade de propagação.
43
44
segunda fração é:
• Água;
• Amido de Milho;
• Bórax;
• Veículo;
• Formaldeído.
Esses componentes são misturados em outro tanque, denominado tanque secundário,
equipado com agitador. Após completada a mistura das duas frações, o adesivo está pronto
para ser enviado à máquina corrugadora.
Uma formulação típica é dada a seguir:
- Tanque secundário:
44
45
45
46
- Segunda Fase
• Características do Adesivo
46
47
47
48
ponto. Para correção dos defeitos apresentados deverão ser observados os seguintes
pontos:
• Ajustes dos dedos também baixos, sujos gastos;
• Pressão incorreta nos rolos corrugadores;
• Miolo não condicionado corretamente, úmido
• Excesso de arraste sobre o miolo;
• Baixa espessura do miolo;
• Temperatura superficial do miolo também alta.
48
49
49
50
50
51
51
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Francisco Ciaco, César & Cruz, Renato. Fabricação de Amido e sua
Utilização. Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia – FTPT, São
Paulo - SP, 1986.
52