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O Copom entende que o cenário prospectivo para a inflação não evoluiu favoravelmente
desde sua última reunião. No último trimestre de 2010 e no primeiro deste ano, a inflação
foi forte e negativamente influenciada por choques de oferta domésticos e externos. As
evidências sugerem que os preços ao consumidor já incorporaram parcela substancial dos
efeitos desses choques. Também foram relevantes efeitos localizados decorrentes da
concentração atípica de reajustes de preços administrados ocorrida no primeiro trimestre
deste ano, embora, para o ano como um todo, o comportamento desses itens tenda a ser
relativamente benigno. O Comitê pondera que esses efeitos ainda deverão impactar a
dinâmica dos preços ao consumidor, entre outros mecanismos, via inércia. Ao mesmo
tempo, avalia como relevantes os riscos derivados da persistência do descompasso entre
as taxas de crescimento da oferta e da demanda, apesar dos sinais de que esse
descompasso tende a diminuir. Destaca, além disso, a estreita margem de ociosidade dos
fatores de produção, especialmente de mão de obra, e pondera que, em tais circunstâncias,
um risco importante reside na possibilidade de concessão de aumentos de salários
incompatíveis com o crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a
dinâmica da inflação. Não menos importantes são os riscos associados à trajetória dos
preços das commodities nos mercados internacionais, que, a despeito de mais
recentemente ter apresentado sinais de moderação, tem se apresentado envolta em grande
incerteza.