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Conceitos básicos em

Fertilidade do Solo e Nutrição de plantas

Josi Prado – TIMAC Agro


Introdução
O que é fertilidade?
Importância
Cenário
Perspectivas
pH

Matéria Nutrição de
Orgânica Nutrientes
do solo plantas

Textura e
CTC
Mapa de argila (%) Textura e
CTC
Características dos solos do Cerrado
Textura e
• Principais classes de solo: CTC

• Latossolos – 45,7%
• Areia Quartzosa – 15,2%
• Podzólicos – 15,1%
• Plintossolos – 2,5%
• Outros – 21,5%
Diferenças entre solos de diferentes texturas
• Poros Textura e
CTC
• Compactação
• Matéria orgânica
• Fertilidade
• Lixiviação de nutrientes
O solo e a capacidade de fornecer nutrientes.

Fase sólida
(Fração orgânica)

Fase
líquida
(Solução
do solo)
Fase sólida
(Fração
mineral)
Fase gasosa
(Ar-poros)
O solo e a capacidade de fornecer nutrientes.

Fase sólida
Textura e
(Fração orgânica) CTC

Fase líquida
Fase sólida (Solução do solo)
(Fração mineral)

Solução
Fração
do solo
Fase gasosa Mineral ou
(Ar-poros)
Orgânica
(CTC)
Quanto maior ae
Textura
Fase sólida
(Fração orgânica)
CTC, maior
CTCa
capacidade de reter
cátions (maior o
armazém do solo)
Fase líquida
Fase sólida (Solução do solo)
(Fração mineral)

Solução
Fração
do solo
Fase gasosa Mineral ou
(Ar-poros)
Orgânica Ca+2
K+
(CTC)
Mg+2
pH
pH
• Os solos brasileiros são predominantemente
ácidos.
• Fatores responsáveis por acidificação do solo:
material de origem, chuva, fertilizantes, micro-
organismos e plantas.
• Acidez ativa x acidez potencial.
Capacidade de Troca de Cátions
pH
O pH tem uma influência
muito grande na absorção
dos nutrientes essenciais às
plantas. Não é a concentração
muito grande de H+ que é
prejudicial e sim a alteração
na disponibilidade dos
nutrientes. Nas faixas mais
baixas de acidez do solo, os
nutrientes vão estar menos
disponíveis. Na faixa de pH
6,0 a 6,5 encontra-se a maior
disponibilidade dos
nutrientes para absorção
pelas plantas.
Matéria
Principais contribuições da Orgânica
matéria orgânica aos solos

• + Atividade microbiana;
• + velocidade em
Biológicos decomposição de resíduos

• Solo mais estruturado; • pH;


• - Compactação; • + CTC;
• + Retenção de H2O; • +nutrientes;
• Percolação. • Reduz Cond. Elétrica;
• Complexa minerais.

Físicos Químicos
SOLO COM MENOR CTC SOLO COM MAIOR CTC
Matéria
Orgânica
- +K - +K
- +NH4 - +NH4

ARGILA
ARGILA

- ++Ca - ++Ca
- +H - +H
- ++Mg - ++Mg
- ++Ca - ++Ca
- ++Ca - +K
- ++Mg
M.O.

- +K
- ++Mg - +K
- ++Ca
- ++Mg
- ++Ca
M.O.
- +K
- ++Mg
Nutrientes e a produtividade
O que são nutrientes essenciais? Nutrientes

1. Na ausência do elemento mineral a planta não cresce normalmente e


não é capaz de completar seu ciclo de vida, não se desenvolve
corretamente e/ou não se reproduz;
2. O elemento é insubstituível, sua ausência não pode ser suprida pelo
fornecimento de qualquer outro nutriente.
Nutrientes e a produtividade
Nutrientes
Macronutrientes
Nutrientes minerais essenciais necessários em maior
quantidade às plantas. São eles:
Macros primários - Carbono, Oxigênio, Hidrogênio,
Nitrogênio, Fósforo, Potássio,
Macros secundários - Cálcio, Magnésio e Enxofre.

Micronutrientes produtividade
Nutrientes minerais essenciais necessários em
menor quantidade às plantas:
Boro, Cloro, Cobre, Ferro, Manganês, Molibdênio,
Níquel e Zinco.

Elementos benéficos (auxiliares)


Não atendem aos critérios de essencialidade, mas
contribuem de forma positiva na fisiologia de plantas:
Sódio, Silício, Alumínio, Selênio e Cobalto.
QUÍMICA DOS ELEMENTOS Nutrientes

• Íons: elementos ou moléculas • Ex. Cátions:


que apresentam cargas elétricas.
– Na+;
– Mg2+;
– H+;
• Se cargas elétricas forem (+)
positivas, serão Cátions
– Ca2+;
– K+

• Se as cargas elétricas forem (-) • Ex. Ânions:


negativas, serão ânions. – NO3-;
– H2PO4-;
– Cl-
Nutrientes
Disponibilidade de nutrientes

De forma simplificada, pode-se considerar como


disponível o somatório da quantidade de
nutriente na solução do solo - capaz de chegar
até a superfície da raiz - mais a quantidade que
se encontra na fase sólida - capaz de ressuprir
prontamente a solução do solo à medida que o
nutriente da fase líquida vai sendo absorvido.
Nutrientes
Disponibilidade de nutrientes

1 – Poder tampão
ou quantidade na
fase sólida.

2- Transporte

3- Interação com
outros
elementos.
Forma contato íon-raiz dos nutrientes

Mg
P P
P PP

Difusão Fluxo de massa

Ca

Interceptação
radicular
Mecanismo de Contato íon-raiz Nutrientes

Nutrientes Interceptação Fluxo de Difusão


Radicular Massa
% do total absorvido
Nitrogênio 1 99 0
Fósforo 1 5 94
Potássio 2 20 40 78 60

Cálcio 29 71 0
Magnésio 13 87 0
Enxofre 5 95 0
Malavolta (1998)
O que é Soma de Bases?

• É a soma dos cátions Ca, Mg e K.

• Utilizada para avaliar a quantidade total de


cátions importantes para a planta.

• Se tiver na análise, Na também!

• SB = Ca2+ + Mg2+ + K+
Como medimos a CTC?

• A Capacidade de troca catiônica é a medida da


capacidade total de retenção de cátions pelos
coloides do solo. Calculamos através da soma
total de cátions, incluindo H e Al.

• CTC total (T) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + H+ + Al3+

• CTC efetiva (t) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Al3+


O que é saturação de bases (V%)?

• É o quanto a CTC total é ocupada pelos


cátions importantes para absorção das
plantas.

• V (%) = SB / CTC (T) x 100


O que é saturação por alumínio (m%)?

• É o quanto da CTC efetiva é ocupada pelo


alumínio, principal elemento tóxico presente
no solo.

• m (%) = Al / CTC (t) x 100


Vamos calcular?

Ca Mg K H Al
cmolc/dm³
2,7 0,9 0,15 2,3 0,1

• SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ = 3,75


• CTC total (T) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + H+ + Al3+ = 6,15
• CTC efetiva (t) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Al3+ = 3,85
• V (%) = SB / CTC (T) x 100 = 61%
• m (%) = Al / CTC (t) x 100 = 2,6%
Equilíbrio entre bases

• Malavolta: • Martinhão (Cerrado):

• Ca na CTC – 50 a 60% • Ca na CTC – 40 a 50%

• Mg na CTC – 10 a 15% • Mg na CTC – 10 a 20%

• K na CTC – 3 a 5% • K na CTC – 2 a 3%

• V% - 63 a 80% • V% - 52 a 73%

• Ca/Mg – 3 a 5 • Ca/Mg – 2 a 10

• Ca/K – 12 a 17 • Ca/K – 15 a 25

• Mg/K – 2 a 5 • Mg/K – 5 a 15

• (Ca+Mg)/K – 13 a 20 • (Ca+Mg)/K – 20 a 30
Vamos calcular?

Ca Mg K H Al
cmolc/dm³
2,7 0,9 0,15 2,3 0,1
• Ca na CTC = 43,9%
• K na CTC = 2,4%
• Mg na CTC = 14,6%
• Ca/Mg = 3
• Ca/K = 18
• Mg/K = 6
• (Ca+Mg)/K = 24
Funções do nutrientes
Nutrientes

Proteínas

Clorofila
Componente
estrutural e Alcaloides
metabólico
Hormônios

Enzimas

Vitaminas
Elemento mineral: Nitrogênio (N)
• Volatilização
Características: • Lixiviação
• Dependendo da fonte, acidificação

Formas de absorção pela


NH4+ NO3-
planta:

Movimentação: No solo: Fluxo de massa. Na planta: móvel.

Sintomas de deficiência: Folhas


Onde mais
está ovelhas amarelas
sintoma de deficiência?

• Uréia (45% N)
Principais fontes (adubos): • Nitrato de amônio (≈ 33%N)
• Sulfato de amônio (≈ 20%N)
Volatilização NH3 NH4
Uréia Amônio
Urease

Ciclo do Nitrogênio Nitrificação


Liberação H+

N2 NO3
N2O Nitrato
Desnitrificação
Solos inundados Lixiviação
Sintoma de deficiência N
Funções do nutrientes
Nutrientes

ATP, ADP

Armazenamento DNA, RNA


e transferência
de energia e Coenzimas
estrutural
Fosfolipídios
(membranas)
Elemento mineral: Fósforo (P)
Pode ser adsorvido ou fixado no solo, se
Características
tornando indisponível.

Formas de absorção pela planta: H2PO4-

Movimentação: No solo: Difusão. Na planta: móvel.

Folhas mais velhas azuladas/arroxeadas,


Sintomas de deficiência: Onde está o sintoma de deficiência?
Plantas pouco desenvolvidas.
• SSP
• STP
Principais fontes (adubos): • MAP
• DAP
•Fosfatos naturais reativos
Fatores que afetam a absorção do P

Teor de argila do solo


Fatores que afetam a assimilação do P

Reações de fixação do P no solo em função do pH

Rápida solubilização

Solos ácidos

Solos alcalinos
Arroxeamento das folhas Deficiência severa

Redução de folíolos
Diminuição do perfilhamento
Funções do nutrientes
Nutrientes

Regulação dos
estômatos
Síntese de
proteínas e
carboidratos

Relações osmóticas
Transporte de N
Elemento mineral: Potássio (K)
• Lixiviação em solos arenosos
Características: • Salinização
• Competição com outras bases

Formas de absorção pela planta: K+

Solo: Difusão / Fluxo de massa.


Movimentação:
Planta: móvel.
Clorose/necrose nas pontas e
Sintomas de deficiência: margens
Onde está odas folhas
sintoma de mais velhas,
deficiência?
frutos pouco desenvolvidos.
• Cloreto de potássio
Principais fontes (adubos): •Nitrato de potássio
• Sulfato de potássio
Início: Clorose nas bordas das folhas Necrose em “V”
Funções do nutrientes
Nutrientes

Estrutura e
funcionamento
Ativação
das membranas
enzimática
Elongação e
Estrutural
divisão celular

Permeabilidade
Elemento mineral: Cálcio(Ca)

• Sinalizador de crescimento de raízes


Características:
• Percola no solo quando associado a sulfato.

Formas de absorção pela planta: Ca+2

Movimentação: Solo: Fluxo de massa. Planta: imóvel.


Deformações nas folhas novas, morte de
Sintomas de deficiência: Onde
gemasestá o sintoma
apicais, de deficiência?
rachadura (cenoura),
chochamento (amendoim), etc.

• Calcário (carbonato de cálcio)


Principais fontes (adubos):
• Gesso (sulfato de cálcio)
-Abortamento de flores e frutos

- Aparecimento de sintomas de
Fundo preto
deficiência nos órgãos mais jovens
(baixa mobilidade na planta)

Coração preto
Funções do nutrientes
Nutrientes

Ativação Clorofila
enzimática

Estabilidade de
ribossomos Ativação de
aminoacidos
Fotossíntese
Elemento mineral: Magnésio (Mg)

• Pouco absorvido pela planta


Características:
• Alta competição com outros cátions

Formas de absorção pela planta: Mg+2

Movimentação: Solo: Fluxo de massa. Planta: móvel.


Clorose internerval nas folhas mais velhas
Sintomas de deficiência: Onde
com está o sintoma
nervuras de folhas
verdes, ou deficiência?
mais velhas
vermelhas (algodoeiro)

Principais fontes (adubos): • Calcário (carbonato de magnésio)


Folhas velhas vermelhadas ´(algodão) Clorose internerval

Clorose internerval
Funções do nutrientes
Nutrientes

Cisteína, cistina,
metionina e
Grupo ativo de taurina,
enzimas e glutatione,
coenzimas glicosídios e
sulfolipídios,
coenzimas.
Elemento mineral: Enxofre (S)
• Menor interação com componentes do solo.
• Apresenta-se no solo principalmente na forma
Características:
orgânica.
• Fácil lixiviação.

Formas de absorção pela planta: SO4-2

Movimentação: Solo: Fluxo de massa. Planta: pouco móvel.

Sintomas de deficiência: Clorose generalizada


Onde está o sintomanas folhas mais novas
de deficiência?

Principais fontes (adubos): • Sulfatos


Folhas enroladas nas pontas, folhas pequenas

-Necrose nas pontas e desfolhamento


-Reduz florescimento
- Mais de 60% dos solos brasileiros são carentes em enxofre
(macronutriente).
Nutriente: Boro Cloro Cobre Ferro
Facilita o transporte de Fotossíntese e Ativador de enzimas, FBN, ações de
açúcares através das regulação FBN. redução;
Funções: membranas e síntese de osmótica respiração
proteínas

Folhas mais novas Folhas murchas Folhas novas muito Folhas novas
menores, clorose e bronzeadas grandes, verde amarelas, finas,
Sintomas de
malhada nos bordos das (raro) escuras e flácidas ou evoluindo para
deficiência:
folhas mais velhas com pontas branqueamento
esbranquiçadas.

Normal / sem B Deficiência de Cobre Deficiência de Ferro


Nutriente: Manganês Molibdênio Zinco Cobalto
Ação na
Ações RNAse,
Ativação enzimática; nitrogenase FBN
Funções: Metabolismo do
fotossíntese. (redutase do (leghemoglobina)
N, síntese de AIA
nitrado), FBN
Encurvamento do
Folhas novas amarelas Folhas novas
limbo foliar (folhas Frequentemente
Sintomas de com reticulado grosso, pequenas,
novas e velhas) ou sintomas de falta
deficiência: nervuras permanecem cloróticas,
folhas sem limbo de N
verdes lanceoladas.
("rabo de chicote“)

Deficiência de Mn Deficiência de Zn
Amostragem e interpretação
da análise de solo

Cálculos
Época de amostragem

• Culturas anuais: logo após colheita ou 2 a 3 meses


antes do plantio ou da semeadura.

• Pastagens já estabelecidas: 2 a 3 meses antes


do máximo crescimento vegetativo.

• Culturas perenes: após a colheita.


Tipo de amostragem - Tradicional

• Profundidade:
0 a 20 cm e 20 a 40 cm.
(Cerrado)

• Número de amostras:
• Depende da área, diferenças de solo, etc.
• No mínimo 6 subamostras por amostra composta.

O laudo da análise de solo juntamente com histórico de


produtividade e o conhecimento do clima são
indispensáveis para entender as limitações de
produtividade de um sistema.
Tipo de amostragem – Agricultura de Precisão

Mapa de amostragem Mapa de nutrientes


Cuidados na amostragem

Mapa de amostragem Mapa de nutrientes


Unidades da análise de solo

Unidade antiga (U) Fator de conversão (F) Unidade nova (N) = U x F


% 10 g/Kg; g/dm³; g/L
me/100 cm³ 10 mmolc/dm³
me/100 cm³ 1 cmolc/dm3
me/100 g 1 cmolc/Kg
me/100 g 10 mmolc/Kg
me/L 1 mmolc/L
ppm 1 mg/Kg; mg/dm³; mg/L
P2O5 0,437 P
K2O 0,83 K
CaO 0,715 Ca
MgO 0,602 Mg
Unidades da análise de solo

Para transformar cmolc em mg:

Elemento Peso Atômico (g) Valência


H+ 1,008 1
Ca2+ 40,080 2
Mg2+ 24,312 2
K+ 39,102 1
Al3+ 26,981 3

cmolc  mg = peso atômico em g /valência/100


Exemplo: 1 cmolc/dm³ Cálcio = 40,08 / 2 / 100 = 0,2004 gramas x 1000 =
200,4 mg/dm³.
Unidades da análise de solo

Para transformar qualquer quantia de mg/dm² para Kg/ha:

Exemplo: 30 mg/dm³ de Fósforo x 2 = 60 Kg/ha

Multiplica-se por 2 porque considera-se sempre a camada de até 20 cm do


solo!
Em 1 ha = 10.000 m² x 0,20 m = 2.000 m³
Se 1 m³ = 1.000 dm³, então 1 ha = 2.000 m³ x 1.000 = 2.000.000 dm³
Então por exemplo, 30 mg/dm³ de P = 0,00003 Kg/dm³
0,00003 Kg/dm³ x 2.000.000 dm³ = 60 Kg/ha
Portanto, elimina-se os zeros e multiplica-se direto por 2.
Parâmetros da análise de solo - pH

Interpretação pH H2O pH CaCl


Baixo < 5,1 < 4,4
Médio 5,2 a 5,5 4,5 a 4,8
Adequado 5,6 a 6,3 4,9 a 5,5
Alto 6,4 a 6,6 5,6 a 5,8
Muito alto > 6,7 > 5,9
Interpretação da análise de solo do Cerrado, da camada de 0 a 20 cm, para pH H2O e
pH CaCl. Fonte: SOUZA, 2004.

O único modo de aumentar o pH do solo na camada arável é pela calagem. Uma calagem
bem feita irá neutralizar o alumínio do solo, elevar o pH para uma faixa favorável de
assimilação de nutrientes e fornecer cálcio e magnésio. Além disso facilitará o
crescimento de raízes pelo desimpedimento químico, aumentando a absorção de água e
consequentemente de mais nutrientes.
Parâmetros da análise de solo – Matéria orgânica (MO)

Teor de matéria orgânica (%)


Argila (%)
Baixo Médio Bom
>15 <0,5 0,6 a 1,0 >1,0
16 a 30 <1,0 1,1 a 2,0 >2,0
31 a 45 <1,5 1,6 a 2,5 >2,5
46 a 60 <2,0 2,1 a 3,0 >3,0
> 60 <2,5 2,6 a 4,0 >4,0
Interpretação da análise de solo para teor de matéria orgânica,
em função do teor de argila. Fonte: Adaptado de Broch e Ranno
(2012).
Parâmetros da análise de solo – Fósforo
Teor de P no solo - Mehlich 1 - SEQUEIRO
Teor de argila
M.Baixo Baixo Médio Adequado Alto
% Textura ------------------mg.dm --------------------
-3

≤ 15 Arenosa 0 – 6,0 6,1 – 12,0 12,1 - 18,0 18,1 - 25,0 > 25,0
16 a 35 Média 0 – 5,0 5,1 – 10,0 10,1 - 15,0 15,1 - 20,0 > 20,0
36 a 60 Argilosa 0 – 3,0 3,1 – 5,0 5,1 - 8,0 8,1 - 12,0 > 12,0
> 60 M. argilosa 0 – 2,0 2,1 – 3,0 3,1 - 4,0 4,1 - 6,0 > 6,0
Teor de P no solo - Mehlich 1 - IRRIGADO
Teor de argila
M.Baixo Baixo Médio Adequado Alto
% Textura ------------------mg.dm -3--------------------
≤ 15 Arenosa 0 – 12,0 12,1 – 18,0 18,1 - 25,0 25,1 - 40,0 > 40,1
16 a 35 Média 0 – 10,0 10,1 – 15,0 15,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,1
36 a 60 Argilosa 0 – 5,0 5,1 – 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,1
> 60 M. argilosa 0 – 3,0 3,1 – 4,0 4,1 - 6,0 6,1 - 9,0 > 9,0
Teor de P no solo - RESINA
Sistema Agrícola
M.Baixo Baixo Médio Adequado Alto
------------------mg.dm -3--------------------
Sequeiro 0a5 6a8 9 a 14 15 a 20 >20
Irrigado 0a8 9 a 14 15 a 20 21 a 35 >35
Tabelas para interpretação dos níveis de fósforo de acordo com o método de extração no
laboratório e sistemas de manejo. Fonte: SOUZA, 2004.
Parâmetros da análise de solo – Potássio

Interpretação Teor de K no solo (mg/dm³) Teor de K no solo (cmol c/dm³)


Solos com CTC a pH 7 menor que 4,0 cmolc/dm³
Baixo < 15 < 0,03
Médio 16 a 30 0,04 a 0,07
Adequado 31 a 40 0,08 a 0,10
Alto > 40 > 0,11
Solos com CTC a pH 7 igual ou maior que 4,0 cmolc/dm³
Baixo < 25 < 0,06
Médio 26 a 50 0,07 a 0,13
Adequado 51 a 80 0,14 a 0,20
Alto > 81 > 0,21

Tabela para interpretação dos níveis de potássio na camada de 0 a 20 cm para K


extraído pelo extrator Mehlich 1, de acordo com a CTC. Fonte: SOUZA, 2004.
Parâmetros da análise de solo – Cálcio e Magnésio

Os níveis de Ca e Mg adequados dependem muito mais do equilíbrio dentro da CTC e


da relação entre eles e com potássio. Conforme tabela:

Elemento Participação na CTC (%)


Ca 40 a 50
Mg 10 a 20
K 2a3

Mas de maneira geral, a faixa adequada de Cálcio fica entre 1,5 cmolc/dm³ a 7,0
cmolc/dm³ e de Mg entre 0,5 e 2,0 cmolc/dm³, observando-se o equilíbrio entre as
bases:
Interpretação Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca + Mg/K
Baixo <2 <7 <2 < 10
Médio 7 a 14 2a4 10 a 19
Adequado 2 a 10 15 a 25 5 a 15 20 a 30
Alto >10 > 25 > 15 > 30
Obs: Respeitar os teores mínimos de 1,5 cmolc/dm³ para Ca, 0,5
cmolc/dm³para Mg e de 0,10 cmolc/dm³ para K. Fonte: SOUZA, 2004.
Parâmetros da análise de solo – Enxofre

A faixa adequada da média entre 0 a 40 cm no solo está entre 5 a 9 mg/dm³,


abaixo disso é considerada baixa e acima considerado alto.

Parâmetros da análise de solo – CTC

CTC a pH 7
Baixo Médio Adequado Alto
Textura
_____________cmolc/dm³_____________
Arenosa <3,2 3,2 a 4,0 4,1 a 6,0 > 6,0
Média < 4,8 4,8 a 6,0 6,1 a 9,0 > 9,0
Argilosa < 7,2 7,2 a 9,0 9,1 a 13,5 > 13,5
M. argilosa < 9,6 9,6 a 12,0 12,1 a 18,0 > 18,0
Interpretação dos resultados da determinação da CTC a pH 7 em amostras de solos do Cerrado
da camada de 0 a 20 cm. Fonte: SOUZA, 2004.
Parâmetros da análise de solo – Micronutrientes

B¹ Cu² Mn² Zn²


Interpretação
_____________mg/dm³_____________
Baixo <0,2 < 0,4 < 1,9 < 1,0
Médio 0,3 a 0,5 0,5 a 0,8 2,0 a 5,0 1,1 a 1,6
Alto < 0,5 > 0,8 > 5,0 > 1,6
¹ Extraído com água quente. ² Extraído com Mehlich 1.
Interpretação da análise de solo do Cerrado, da camada de 0 a 20 cm, a pH em água a 6,0.
Tipos de Recomendação

 Adubação corretiva:
 Necessária para adequar teores de nutrientes do solo ao mínimo
proposto para a instalação da cultura, conforme tabelas de
interpretação da análise de solo (diretamente ligado ao solo).

 Adubação de manutenção:
 Necessária para fornecer nutrientes à cultura durante o próximo ciclo
produtivo, baseada na extração total de nutrientes pela planta inteira
(diretamente ligado à cultura e sua expectativa de produtividade).

 Adubação de reposição:
 Repõe ao solo os nutrientes extraídos no ciclo produtivo anterior,
mantendo o potencial de produtividade e preparando-se para o ciclo
posterior, baseada na exportação de nutrientes pela produção colhida
de grãos, fibras, etc. Só pode ser utilizada quando a análise de solo
indica um nível alto do nutriente (adubação de sistema).
Tipos de recomendação
Tipos de Recomendação

Exemplo dos tipos de recomendação de fertilizantes de acordo com


os níveis no solo:
Cálculos para elevação dos nutrientes
Relembrando fórmulas e conversões importantes para interpretação:
De Para Multiplica por Fator de DE cmolc/dm³ DE mg/dm³
N NO3 4,4268 conversão PARA mg/dm³ PARA cmolc/dm³
N NH4 1,2878 K x 391 / 391
P P2O5 2,2914 Ca x 200 / 200
P2O5 P 0,4360 Mg x 122 / 122
K K2O 1,2046
Fator de correção para Fósforo
K2O K 0,8302
% de Argila Fósforo M. Baixo Fósforo Baixo Fósforo Médio
CaO Ca 0,7147 ≤ 15 0,72 0,54 0,54
MgO Mg 0,6030 16 - 35 1,46 1,09 1,09
SO4 S 0,3338 36 - 60 5,46 4,37 3,64
cmolc/dm³ mmolc/dm³ 10 ≥ 60 15,28 15,28 15,28

E mais...
De mg/dm3 para Kg/ha = multiplicar 1 se 10 cm; 2 se 20 cm; 3 se 30 cm de profundidade da
amostragem.
NC (t.ha-1) = Al3+ x 2 + [2 - (Ca2+ + Mg2+)]
NC (t.ha-1) = (V2 – V1) x T / PRNT
Cálculos para elevação dos nutrientes
FOSFATAGEM:
Exemplo: Adequar P de 3,3 para 15,1 mg/dm3 em solo com 18% de argila

15,1 – 3,3 = 11,8 mg/dm3 de P

11,8 x 2,29 = 27,02 mg/dm3 de P2O5

27,02 x 2* = 54,04 Kg/ha de P2O5


*2= recomendação a 20 cm de solo

54,04 x 1,46* = 78,9 kg/ha de P2O5


*FC solo médio com P Muito baixo

78,9 kg P2O5 ÷ 0,28 = 281,78 kg/ha de TOP PHOS 328


Cálculos para elevação dos nutrientes
POTASSAGEM:
Exemplo: Elevar o K para 3% da CTC, CTC de 5,4 cmolc/dm³, análise de solo
com 0,02 cmolc/dm³ de K.

3% da CTC que é 5,4 cmolc/dm3 = 0,16 cmolc/dm3 de K


Já tenho 0,02 cmolc/dm3(análise de solo) então:
0,16 – 0,02 = 0,14 cmolc/dm3 de K

0,14 x 1,2 = 0,17 cmolc/dm3 de K2O.

0,17 x 391 = 66,47 mg/dm3 de K2O.

66,47 x 2* = 133 Kg/ha de K2O.


*2= recomendação a 20 cm de solo

133 kg K2O ÷ 0,6** = 222 kg/ha de KCl **Cloreto de potássio (60% de K2O)
Cálculos para Calagem

O método mais utilizado para recomendação de calagem é o da Saturação por


bases:
NC (t.ha-1) = (V2 – V1) x T / PRNT

Exemplo: Elevar o V% para 65%, sendo que a CTC da análise é de 4,6 cmolc/dm³,
V% de 51% e PRNT do calcário de 80%.

NC (t.ha-1) = (65 – 51) x 4,6 / 80 = 0,805 t.ha-1 x 1000 = 805 Kg/ha de calcário.

Para solos com alto teor de Al, pode se usar a fórmula abaixo:

NC (t.ha-1) = Al3+ x 2 + [2 - (Ca2+ + Mg2+)]

Exemplo: Análise com Al a 1,5 cmolc/dm³, Ca a 1,3 cmolc/dm³ e Mg a 0,40


cmolc/dm³.

NC (t.ha-1) = 1,5 x 2 + [2 - (1,3 + 0,40)] = 3,3 t.ha-1 de calcário.


Cálculos para calagem
Outro método que vem sendo bastante utilizado é pela saturação de cálcio e/ou
magnésio na CTC.
Exemplo: Elevar o Ca para 50% da CTC, sendo uma CTC de 5,8 cmolc/dm³e teor de
cálcio de 1,5 cmolc/dm³ na análise.
50% da CTC que é 5,8 cmolc/dm3 = 2,9 cmolc/dm3 de Ca

Já tenho 1,5 cmolc/dm3 (análise de solo) então:

2,9 – 1,5 = 1,4 cmolc/dm3 de Ca

1,4 / 0,715 = 1,96 cmolc/dm3 de CaO.

1,96 x 200 = 392 mg/dm3 de CaO.

392 x 2* = 784 Kg/ha de CaO. *2= recomendação a 20 cm de solo

784 kg CaO ÷ 0,3** = 2.613 kg/há de calcário. **Calcário dolomítico (30% de K2O)
Cálculos para calagem

Exemplo: Quanto que a recomendação anterior eleva de Mg no solo? Considerar


teor de 16% de MgO no calcário e 0,4 cmolc/dm³ de Mg na análise de solo.

2.613 Kg/ha x 0,16 = 418 Kg/ha de MgO

418 ÷ 2* = 209 mg/dm³ de MgO. *2= recomendação a 20 cm de solo

209 x 0,603 = 126 mg/dm3 de Mg.

126 ÷ 122 = 1,03 cmolc/dm3 de Mg.

1,03 + 0,4 = 1,43 cmolc/dm3 de Mg no solo.

1,43 ÷ 5,8 x 100 = 24,6 % da CTC e relação Ca/Mg de 2,02.


Tipos de recomendação
Tipos de Recomendação

Exemplo dos tipos de recomendação de fertilizantes de acordo com


os níveis no solo:
Extração e Exportação das culturas
Algodão Soja
Nutrientes Extração Total (planta inteira) Nutrientes Extração Total (planta inteira)
(Kg/ha) 1000 kg/algodão em caroço (Kg/ha) 1000 kg de soja
N 59 N 83,0
P2O5 24 P2O5 15,4
K2O 65 K2O 38,0
CaO 36 CaO 17,0
MgO 27 MgO 11,1
S 6 S 15,4

Nutrientes Exportação (produção) Nutrientes Exportação (produção)


(Kg/ha) 1000 kg/algodão em caroço (Kg/ha) 1000 kg de soja
N 34 N 51,0
P2O5 12 P2O5 10,0
K2O 22 K2O 20,0
CaO 4 CaO 4,2
MgO 14 MgO 3,3
S 3 S 5,4
Média adaptada em Kg/ha de extração e exportação de nutrientes da cultura do algodão e da soja. Fonte: SOUZA,
2004 (Embrapa).
Extração e Exportação das culturas

Milho Feijão
Nutrientes Extração Total (planta inteira) Nutrientes Extração Total (planta inteira)
(Kg/ha) 1000 kg de milho (Kg/ha) 1000 kg de feijão
N 21,1 N 90,0
P2O5 5,6 P2O5 21,0
K2O 27,3 K2O 93,0
CaO 3,8 CaO 50,3
MgO 4,5 MgO 20,0
S 4,3 S 16,7

Nutrientes Exportação (produção) Nutrientes Exportação (produção)


(Kg/ha) 1000 kg de milho (Kg/ha) 1000 kg de feijão
N 15,5 N 38,5
P2O5 4,6 P2O5 9,2
K2O 9,4 K2O 24,7
CaO 0,2 CaO 4,2
MgO 2,6 MgO 5,0
S 2,6 S 5,0
Média adaptada em Kg/ha de extração e exportação de nutrientes da cultura do milho e feijão. Milho - Fonte:
COELHO, 2006 (Embrapa). Feijão - Fonte: OLIVEIRA E THUNG, 1988.
Extração e Exportação das culturas - Micronutrientes

Consumo de micronutrientes para a colheita de uma tonelada de algumas culturas.


Bibliografia

• SOUSA, D. M. G. LOBATO, E. (Eds). Cerrado: Correção de solo e adubação.


2 ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2004.

• FLORES, R. A. CUNHA, P. P. (Eds). Práticas de manejo do solo para


adequada nutrição de plantas do Cerrado. Goiânia: Gráfica UFG, 2016.

• BELTRÃO, N. E. A. et al. O Agronegócio do Algodão no Brasil. vol. 2. 2. ed. -


Brasília, DF: Embrapa, 2008.

• COELHO et al. Embrapa Milho e Sorgo. 2.ed. Versão Eletrônica - Embrapa:


dez, 2006. Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/Cultiv
odoMilho_2ed/feraduba.htm
Exercícios

• 1-) Na análise de solo a média de Fósforo é 20 mg/dm³. Quanto de Super


Simples por hectare preciso acrescentar no solo para chegar a 30 mg/dm³,
contando com 50% de fixação do P? Considerar camada de 20 cm do solo e
SS – 18% de P2O5.

• 2-) Quanto de Calcário Dolomítico preciso aplicar em Kg/ha para chegar a


uma V% de 70% em um lote com V% igual a 60%, CTC de 4,0 cmolc/dm³ e
um calcário com PRNT de 95%? Quanto de Ca e Mg essa quantia irá me
fornecer em cmolc/dm³?

• 3-) Na análise de solo tenho 0,45 cmolc/dm³ de Potássio, se eu quiser


“gastar” 0,15 cmolc/dm³ sem repor no solo, quanto isso representaria em
KCl economizado? Isso seria suficiente para uma produção de 300@/ha de
algodão, contando que não quero deixar meu teor de K no solo abaixo de
0,30 cmolc/dm³?

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