UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial

JÚNIA ROSA DE SOUZA

LEVANTAMENTO DOS TIPOS DE ABORDAGENS EMPREGADAS EM

FRATURAS MAXILOFACIAIS NO HOSPITAL ODONTOLÓGICO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (HO-UFU)

UBERLÂNDIA
2023
RESUMO
Introdução: Na real atualidade, o alto índice de casos de fraturas maxilofaciais,
contribuem para que elas sejam apontadas como um problema de saúde mundial.
São caracterizadas por ter uma maior incidencia proveniente por acidentes e atingir
em larga escala homens jovens entre 20 e 30 anos. Ossos da face, tecidos moles
(língua e áreas cervicais), dentes e a estruturas supraorbitárias, são as regiões mais
acometidas por esse tipo de trauma. Os tratamentos utilizados dependem de uma
avaliação para definir se a fratura é apontada como complexa ou não, assim,
possibilitando estabelecer a melhor conduta ao caso, podendo ser uma abordagem
de tratamento conservador, como a utilização da barra de Erich, ou se irá necessitar
de uma intervenção cirúrgica, como por exemplo a fixação de placas. Objetivo: O
trabalho a ser desenvolvido, terá como propósito realizar um estudo de fraturas
maxilofaciais, com o intuito de apresentar resultados referentes a predominância
principalmente aos meios abordagens (conservador ou cirúrgico) escolhido por
cirurgiões BucoMaxiloFaciais em um período de 13 anos. Além do método utilizado
para tratamento, a faixa etária, gênero, raça, etiologia do trauma e localização da
fratura também serão exploradas nos prontuários analisados, para realizar o
levantamento. Metodologia A pesquisa dessa temática, será possível realizar
mediante a autorização do Hospital Odontológico da UFU (Universidade Federal de
Uberlândia) e após a submissão ao CEP (Comitê de Ética em Pesquisa), para que a
coleta de dados e informações possa ser feita. O meio utilizado para coletar os
elementos necessários para a base da pesquisa, dispensa o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, pois a obtenção de casos clínicos para estudo,
será feita através da disponibilização de prontuários e exames de imagem de
atendidos já realizados no serviço de CTBMF do Hospital Odontológico da UFU
(Universidade Federal de Uberlândia), do ano de 2010 a 2023. Será priorizada a
coleta de informações relacionadas a: idade, gênero e raça, relacionada com a
prevalência da localização das fraturas, a etiologia dos traumas e principalmente
sobre o tipos de tratamentos utilizados. Resultados esperados: Após a análise dos
casos, é esperado ter ciência do número e tipos de abordagens empregadas em
cada caso atendido no Hospital Odontológico da UFU (Universidade Federal de
Uberlândia), gerando uma discussão e comparação através do levantamento.
Palavras-chave: tipos de abordagem, tratamento, fraturas maxilofaciais,
levantamento.
 1. INTRODUÇÃO

Fraturas maxilofaciais são casos frequentes diariamente no meio hospitalar

emergencial, que afetam indivíduos a todo momento. Elas não só acometem aos
ossos da face, como também aos tecidos moles (língua e áreas cervicais), dentes e
estruturas supraorbitárias, causando dano ao bem-estar físico e psicológico do
paciente7,8,9. Considerando sua complexidade, para que fraturas faciais não se
desenvolvam em futuras complicações, uma avaliação completa e tratamento
precoce, são fundamentais para evitar possíveis sequelas, como contrações faciais,
espasmos e tiques, que são consequências de situações caso o manejo tardio
ocorra8. Os traumas maxilofaciais possuem um elevado índice de registro de
ocorrência mundial, demonstrando ser um problema antigo de saúde pública 2,4,5,6,9,14.
A incidência de traumas em homens é maior do que em mulheres quando vista de
maneira geral em relação a sua etiologia, pois o gênero masculino costuma se
envolver em maior numero de acidentes de trânsito, brigas e possui maior
participação em atividades esportivas de elevado contato físico 1,2,4,5,6. No entanto,
quando se fala sobre violência, sendo ela interpessoal, urbana ou doméstica, o
índice de traumas maxilofaciais em mulheres é elevado, principalmente em relação a
ultima citada, onde os números são ainda maiores 1,3.
A maioria dos traumas costumam ser prevalentes em indivíduos adultos jovens,
brancos e com idade média entre 20 a 30 anos. Por outro lado, indivíduos pretos,
pardos e amarelos, mulheres, idosos e crianças foram citados como estatística,
porém em um número menor10,12,13. A maioria casos são derivados por causas não
intencionais, como acidentes de trânsito, que se apresenta como maior causador de
traumas maxilofaciais em ambos os gêneros 1,2,4,5,6. Ademais, os diversos tipos de
violência seguem em segundo lugar como agente causador, além disso, acidentes
esportivos e quedas derivadas da própria altura também são destacados como
outros causadores. Além disso, acidentes de trabalho também foram mencionados,
mas em menor porcentagem 2,4,10,11,12.
Estudos apontam que os locais mais acometidos por trauma são mandíbula,
complexo orbito-zigomático-maxilar e ossos nasais, fator explicado pelas suas
localizações na face, sendo consequência direta das etiologias apresentadas
anteriormente como as principais causadoras dos traumas 2,4,10,11,12. O tipo de
tratamento em situações de trauma maxilofacial, se resume em conservadores ou
cirúrgicos, no entanto, a maior prevalência da escolha nos diversos locais do mundo
acabam se distinguindo, por exemplo, em uma pesquisa feita em um Hospital de
Belo Horizonte, o tratamento não cirúrgico foi o de principal escolha, em
contrapartida, na República Dominicana e na Índia, o tratamento cirúrgico foi o mais
utilizado1,4,5 . Dessa forma, se mostra nítido que a escolha do tipo de tratamento se
reflete na particularidade de cada caso, levando em conta não apenas a região
afetada, mas a situação como um todo, dificultando a elaboração de um “padrão”
para os diversos tipos de tratamento6.
O Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia (HOUFU) é visto
como referência em todo o país, principalmente no estado de Minas Gerais, pelo
atendimento odontológico fornecido 15. A CTBMF (Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial) do HO-UFU, faz parte desse reconhecimento, realizando
tratamento de excelência às vítimas de trauma maxilofacial. O levantamento desses
casos em relação a idade, gênero, abordagem de tratamento, localização
anatômica, raça e a etiologia das lesões, é de extrema importância, visto que há
carência dessas informações pela instituição.
 2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Realizar um estudo epidemiológico dos casos de fraturas maxilofaciais
atendidos no Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia
(HO-UFU) nos anos de 2010 a 2022.

Objetivo específico 1
Identificar a prevalencia das fraturas faciais nos pacientes atendidos pela
equipe de CTBMF do HO-UFU no período de 2010 a 2022.
Objetivo específico 2
Identificar as características sociodemográficas dos pacientes vítimas de
fraturas faciais atendidos pela equipe de CTBMF do HO-UFU no período
de 2010 a 2022.
Objetivo específico 3
Fazer levantamento das formas de tratamentos, escolhido por cirurgiões
BucoMaxiloFaciais nos casos de trauma facial no HO-UFU no período de
2010 a 2022.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Será uma análise retrospectiva, de cunho quantitativo, feito através de um
levantamento de casos por meio da técnica de pesquisa documental indireta,
utilizando prontuários de pacientes atendidos no período de 2010 a 2022 no Hospital
Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia. O projeto será submetido à
avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal de
Uberlândia de acordo com o previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde, dispensando a necessidade de obter o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, pois os dados serão obtidos mediante a registros de casos já
realizados.
Será avaliado a prevalência dos casos de fraturas maxilofaciais atendidos pela
equipe de CTBMF do HO-UFU no período de 2010 a 2022, as características
sociodemográficas dos pacientes e as formas de tratamentos escolhidos pelos
cirurgiões BucoMaxiloFaciais nos casos de trauma facial no HOUFU.
4. CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
1. CHRCANOVIC, B. R. et al. Facial fractures: a 1-year retrospective study in a
hospital in Belo Horizonte. Brazilian oral research, v. 18, p. 322-328, 2004.

2. GUEDES, O. A. et al. Maxillofacial Fractures in a University Hospital in Central

Brazil. Journal of Health Sciences, v. 21, n. 1, p. 51-57, 2019.

3. GARCEZ, R. H. M. et al. Caracterização de lesões bucomaxilofaciais

decorrentes de agressão física: diferenças entre gênero. Ciência & Saúde
Coletiva, v. 24, p. 1143-1152, 2019.

4. MERAN, A. P. M. Prevalência do trauma maxilofacial em um hospital de

referência da República Dominicana. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de São Paulo, Bauru, 2021.

5. BALI, R. et al. A comprehensive study on maxillofacial trauma conducted in

Yamu- nanagar, India. J Inj Violence Res, v. 5, n. 2, p. 108-116, 2013.

6. JIN, Z. et al. Analysis of 627 hospitalized maxillofacial–oral injuries in X i'an,

China. Dental traumatology, v. 30, n. 2, p. 147-153, 2014.

7. PETERSON, L. J. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, Rio de

Janeiro, Koogan, 2009.

8. FONSECA.J.R. Trauma Bucomaxilofacial. 4ª Edição, Elsevier, 2015.

9. BRUCOLI, M. et al. Epidemiology of maxillofacial trauma in the elderly: A

European multicenter study. Journal of stomatology, oral and maxillofacial
surgery, v. 121, n. 4, p. 330-338, 2020.
10. MAIA, S. É. S. et al. Epidemiologia das fraturas dos ossos da face no brasil-
Revisão integrativa Epidemiology of face bone fractures in brazil-Integrative
review. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 6, p. 23801-23808, 2021

11. SANTOS, A. C. P. et al. Abordagem no diagnóstico e tratamento de paciente

com fratura mandibular ocasionada por trauma: relato de caso. Brazilian
Journal of Health Review, v. 6, n. 1, p. 1281-1291, 2023.

12. MAIA, S. É. S. et al. Análise epidemiológica das fraturas dos ossos da face
em um hospital público no nordeste do Brasil. Rev. cir. traumatol. buco-
maxilo-fac, p. 6-12, 2022

13. ALEKSANYAN, L. V. et al. Epidemiology of maxillofacial injuries in "Heratsi"

No 1 university hospital in Yerevan, Armenia: a retrospective study. BMC oral
health, v. 22, n. 1, p. 123, 2022.

14. ABOSADEGH, M. M. et al. Epidemiology of maxillofacial fractures at a

teaching hospital in Malaysia: a retrospective study. BioMed research
international, v. 2019, 2019.

15. Hospital Odontológico- HOUFU. Universidade Federal de Uberlândia, 2022.

Disponível em: https://ufu.br/unidades-organizacionais/hospital-odontologico-
houfu. Acesso em: 01/09/2023