Você está na página 1de 3

1.

INTRODUÇÃO

Os traumas maxilofaciais possuem um elevado índice de registro de


ocorrência mundial, demonstrando ser um problema antigo de saúde pública 2,4,5,6,9,14.
Fraturas maxilofaciais são casos frequentes no meio hospitalar emergencial, que afetam
indivíduos de várias idade e de ambos os sexos. Elas não só acometem aos ossos da
face, como também afetam aos tecidos moles (língua e áreas cervicais), dentes e
estruturas supraorbitárias, causando dano ao bem-estar físico e psicológico do
paciente7,8,9. Considerando sua complexidade, para que fraturas faciais não se
desenvolvam em futuras complicações, uma avaliação completa e tratamento precoce,
são fundamentais para evitar possíveis sequelas, caso o manejo tardio ocorra8.
A incidência de traumas em homens é maior do que em mulheres quando
vista de maneira geral em relação a sua etiologia, pois o gênero masculino costuma se
envolver em maior numero de acidentes de trânsito, brigas e possui maior participação
em atividades esportivas de elevado contato físico1,2,4,5,6. No entanto, quando se fala
sobre violência, sendo ela interpessoal, urbana ou doméstica, o índice de traumas
maxilofaciais em mulheres é elevado, principalmente em relação a ultima citada, onde
os números são ainda maiores1,3.

A maioria dos traumas costumam ser prevalentes em indivíduos adultos


jovens, brancos e com idade média entre 20 a 30 anos. Por outro lado, indivíduos pretos,
pardos e amarelos, mulheres, idosos e crianças foram citados como estatística, porém
em um número menor10,12,13. A maioria casos são derivados por causas não intencionais,
como acidentes de trânsito, que se apresenta como maior causador de traumas
maxilofaciais em ambos os gêneros1,2,4,5,6. Ademais, os diversos tipos de violência
seguem em segundo lugar como agente causador, além disso, acidentes esportivos e
quedas derivadas da própria altura também são destacados como outros causadores.
Além disso, acidentes de trabalho também foram mencionados, mas em menor
porcentagem 2,4,10,11,12.

Estudos apontam que os locais mais acometidos por trauma são mandíbula,
complexo orbito-zigomático-maxilar e ossos nasais, fator explicado pelas suas
localizações na face, sendo consequência direta das etiologias apresentadas
anteriormente como as principais causadoras dos traumas2,4,10,11,12. O tipo de tratamento
em situações de trauma maxilofacial, se resume em conservadores ou cirúrgicos, no
entanto, a maior prevalência da escolha nos diversos locais do mundo acabam se
distinguindo, por exemplo, em uma pesquisa feita em um Hospital de Belo Horizonte, o
tratamento não cirúrgico foi o de principal escolha, em contrapartida, na República
Dominicana e na Índia, o tratamento cirúrgico foi o mais utilizado 1,4,5 . Dessa forma, se
mostra nítido que a escolha do tipo de tratamento se reflete na particularidade de cada
caso, levando em conta não apenas a região afetada, mas a situação como um todo,
dificultando a elaboração de um “padrão” para os diversos tipos de tratamento6.

O Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia (HOUFU)


é visto como referência em todo o país, principalmente no estado de Minas Gerais, pelo
atendimento odontológico fornecido15. A CTBMF (Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial) do HO-UFU, faz parte desse reconhecimento, realizando tratamento
de excelência às vítimas de trauma maxilofacial. O levantamento desses casos em
relação a idade, gênero, abordagem de tratamento, localização anatômica, raça e a
etiologia das lesões, é de extrema importância, visto que há carência dessas informações
pela instituição.

Referências Bibliográficas

1. CHRCANOVIC, B. R. et al. Facial fractures: a 1-year retrospective study in a hospital in Belo


Horizonte. Brazilian oral research, v. 18, p. 322-328, 2004.

2. GUEDES, O. A. et al. Maxillofacial Fractures in a University Hospital in Central


Brazil. Journal of Health Sciences, v. 21, n. 1, p. 51-57, 2019.

3. GARCEZ, R. H. M. et al. Caracterização de lesões bucomaxilofaciais decorrentes de agressão


física: diferenças entre gênero. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, p. 1143-1152, 2019.

4. MERAN, A. P. M. Prevalência do trauma maxilofacial em um hospital de referência da


República Dominicana. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Bauru, 2021.

5. BALI, R. et al. A comprehensive study on maxillofacial trauma conducted in Yamu- nanagar,


India. J Inj Violence Res, v. 5, n. 2, p. 108-116, 2013.

6. JIN, Z. et al. Analysis of 627 hospitalized maxillofacial–oral injuries in X i'an, China. Dental
traumatology, v. 30, n. 2, p. 147-153, 2014.

7. PETERSON, L. J. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea, Rio de Janeiro, Koogan,


2009.

8. FONSECA.J.R. Trauma Bucomaxilofacial. 4ª Edição, Elsevier, 2015.

9. BRUCOLI, M. et al. Epidemiology of maxillofacial trauma in the elderly: A European


multicenter study. Journal of stomatology, oral and maxillofacial surgery, v. 121, n. 4, p.
330-338, 2020.
10. MAIA, S. É. S. et al. Epidemiologia das fraturas dos ossos da face no brasil- Revisão integrativa
Epidemiology of face bone fractures in brazil-Integrative review. Brazilian Journal of Health
Review, v. 4, n. 6, p. 23801-23808, 2021

11. SANTOS, A. C. P. et al. Abordagem no diagnóstico e tratamento de paciente com fratura


mandibular ocasionada por trauma: relato de caso. Brazilian Journal of Health Review, v. 6, n.
1, p. 1281-1291, 2023.

12. MAIA, S. É. S. et al. Análise epidemiológica das fraturas dos ossos da face em um hospital
público no nordeste do Brasil. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac, p. 6-12, 2022

13. ALEKSANYAN, L. V. et al. Epidemiology of maxillofacial injuries in "Heratsi" No 1 university


hospital in Yerevan, Armenia: a retrospective study. BMC oral health, v. 22, n. 1, p. 123, 2022.

14. ABOSADEGH, M. M. et al. Epidemiology of maxillofacial fractures at a teaching hospital in


Malaysia: a retrospective study. BioMed research international, v. 2019, 2019.

15. Hospital Odontológico- HOUFU. Universidade Federal de Uberlândia, 2022. Disponível em:
https://ufu.br/unidades-organizacionais/hospital-odontologico-houfu. Acesso em: 01/09/2023

Você também pode gostar