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Brazilian Journal of Health Review 27707

ISSN: 2595-6825

Fraturas maxilofaciais associadas ao esporte: revisão integrativa

Maxillofacial fractures associated with sports: integrative review


DOI:10.34119/bjhrv6n6-092

Recebimento dos originais: 13/10/2023


Aceitação para publicação: 13/11/2023

Maria Eduarda Ribeiro d’Acampora Filomeno


Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade Paulista
Endereço: Avenida Comendador Enzo Ferrari, 280, Swift, Campinas – SP, CEP: 13045-770
E-mail: dudribeiroo@gmail.com

Nicholas Pascuotte Filippetti


Mestrando em Oncologia pelo Departamento de Radioterapia do Hospital AC Camargo
Instituição: Universidade Paulista
Endereço: Avenida Comendador Enzo Ferrari, 280, Swift, Campinas – SP, CEP: 13045-770
E-mail: nicholasfilippetti@hotmail.com

Débora Dias da Silva Harmitt


Pós-Doutora em Odontologia Social pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo (USP)
Instituição: Universidade Paulista
Endereço: Avenida Comendador Enzo Ferrari, 280, Swift, Campinas – SP, CEP: 13045-770
E-mail: debora.harmitt@docente.unip.br

RESUMO
O trauma maxilofacial é uma condição desafiadora aos profissionais de saúde, que pode ser
representado por injúrias e fraturas aos ossos da face, sendo considerado uma das agressões
mais devastadoras dos centros de trauma devido as consequências emocionais e às
possibilidades de deformidades dentofaciais aos pacientes. O objetivo deste estudo foi realizar
uma revisão da literatura sobre traumas maxilofaciais associados ao esporte, bem como,
destacar os sítios anatômicos mais acometidos e quais os esportes possuem maior risco aos
traumas, destacando seus meios de prevenção e proteção. Para realizar o levantamento
bibliográfico foi realizada a pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde, em que foram inclusos
artigos em inglês, português e espanhol, publicados nos anos de 2016 a 2023, que abordaram a
incidência de traumas maxilofaciais em atletas, bem como, as regiões anatômicas de maior
envolvimento, o tipo de esporte e o uso ou não de protetores faciais e bucais. A partir destes
dados, foram selecionados 25 artigos. Os resultados, de acordo com a revisão, apontaram o
futebol como o principal esporte causador das fraturas faciais e o sítio anatômico mais
acometido é o terço médio da face, além de haver grande predominância para o gênero
masculino. Conclui-se que medidas são necessárias para atenuar a problemática, destacando a
importância dos equipamentos de prevenção e proteção durante a prática esportiva.

Palavras-chave: traumatismos maxilofaciais, traumatismos em atletas, esportes.

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ABSTRACT
Maxillofacial trauma is still a challenging condition for health professionals, which can be
represented by injuries and fractures in the bones of the face, being considered one of the most
devastating aggressions in trauma centers due to the emotional consequences and the possibility
of dentofacial deformities for patients. The objective of this study was to carry out an updated
review of the incidence of maxillofacial trauma associated with sports, as well as to highlight
the most affected anatomical sites and which sports present a higher risk of trauma, highlighting
their means of prevention and protection. To carry out the bibliographical survey, a search was
carried out in the Virtual Health Library, which included articles in English, Portuguese and
Spanish, published from 2016 to 2023, which addressed the incidence of maxillofacial trauma
in athletes, as well as in the regions anatomical areas of greater involvement, the type of sport
and the use or not of face and mouth protectors. From these data, 25 articles were selected. The
review carried out showed that soccer is the main sport that causes bone fractures and the most
affected anatomical site is the middle third of the face, in addition to the great predominance of
males. It is concluded that measures are easy to mitigate a problem, highlighting the importance
of prevention and protection equipment during sports practice.

Keywords: maxillofacial injuries, injuries in athletes, sports.

1 INTRODUÇÃO
O trauma representa um dos principais problemas de saúde a nível mundial e constitui
a principal causa de morte nos primeiros 40 anos da vida humana. A Organização Mundial da
Saúde (OMS) o define como "danos intencionais ou não intencionais causados ao organismo
pela exposição repentina a fontes de energia que excedam sua margem de tolerância" 1.
O trauma maxilofacial é uma condição desafiadora aos profissionais de saúde, que pode
ser representado por injúrias e fraturas aos ossos da face, sendo considerado uma das agressões
mais devastadoras dos centros de trauma devido as consequências emocionais e às
possibilidades de deformidades dentofaciais aos pacientes. O seu tratamento inclui um
planejamento cirúrgico complexo, detalhado e normalmente multidisciplinar2.
Nos tempos contemporâneos, sabe-se que a fratura facial se dá pela descontinuidade do
tecido ósseo de algum componente do viscerocrânio, quando determinada força físico-mecânica
é exercida contra tal elemento ósseo. Os ossos faciais são arquitetados para fornecer proteção e
contorno do rosto, bem como colaborar nos sistemas respiratórios, fonético e digestório. Por
conseguinte, existe certa desigualdade na prevalência das fraturas maxilofaciais, na qual os
ossos nasais são os mais acometidos, seguido pelos ossos zigomáticos, que são caracterizados
como os mais proeminentes. Porém isso pode variar de acordo com o agente etiológico27.
Os esportes estão sendo cada vez mais praticados em todo o mundo e consequentemente
ocasiona um maior índice de lesões associadas às práticas desportivas. Estas lesões afetam não
só a saúde dos atletas, mas também possuem grande influência no seu emocional, havendo

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interferências na rotina do atleta, sendo responsável pelo afastamento dos treinos e redução do
seu desempenho. Os esportes de contato mantiveram um lugar relevante na causa de trauma
facial, fato que pode ser justificado, por ser uma área mais vulnerável e menos protegida do
corpo 2.
Embora seja inevitável a ocorrência de algumas lesões causadas pela prática esportiva,
a maioria pode ser evitável com a utilização de protetores bucais e faciais adequados.
Entretanto, a maioria dos atletas consideram dispensável seu uso, devido à falta de informação
e conhecimento sobre estes dispositivos de proteção 2. As máscaras faciais, protetores faciais e
protetores bucais são considerados os principais métodos de prevenção de lesões maxilofaciais,
de forma que os protetores bucais individualizados são os mais eficazes para a prevenção dessas
lesões durante a prática esportiva e sua função mais importante é estabilizar a mandíbula e
minimizar o risco de concussões e lesões cerebrais3.
Os estomatologistas recomendam o uso do protetor bucal obrigatório na prática de
qualquer esporte, seja amador ou profissional, razão pela qual se faz necessária a divulgação de
informações tendo em vista a pouca cultura de proteção bucal existente na população em geral
para a prevenção de lesões traumáticas dentomaxilofaciais 4.
O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão da incidência de traumas maxilofaciais
associados ao esporte, bem como, destacar os sítios anatômicos mais acometidos e quais os
esportes possuem maior risco aos traumas, destacando seus meios de prevenção e proteção.

2 METODOLOGIA
A elaboração da presente revisão da literatura foi feita a partir do levantamento
bibliográfico na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando as bases de dados National Library of
Medicine (PubMed), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline),
Science Direct e Scientific Eletronic Liberay Online (Scielo). Inicialmente, foram incluídos
artigos em inglês, português e espanhol, publicados entre os anos 2016 e 2023, que abordaram
a prevalência de traumas maxilofaciais em atletas, bem como, as regiões anatômicas de maior
envolvimento, o tipo de esporte e o uso ou não de protetores faciais e bucais.
A estratégia de busca teve como base os seguintes Descritores em Ciências da Saúde –
DeCS: Maxillofacial Injuries; Athletic Injuries; Sports; Traumatismos Maxilofaciales e
Traumatismos Maxilofaciais. A fim de padronizar as buscas, foi utilizada a seguinte
combinação: ‘’Maxillofacial injuries’’ AND ‘’Athletic injuries’’ AND
‘’Sports’’;’’Maxillofacial injuries’’ AND ‘’Traumatismos Maxilofaciales’’ e ‘’Traumatismos

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Maxilofaciais’’ A partir da busca, foram encontrados 41 artigos. A seleção foi realizada em


etapas, seguindo a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.
Foram excluídos os estudos em formato de dissertações, teses e resumos. Em seguida,
foi realizada a leitura dos títulos e resumos, excluindo os trabalhos duplicados e os que não
estavam de acordo com o tema proposto, totalizando 28 artigos.

3 RESULTADOS
As principais causas de lesões maxilofaciais são acidentes de trânsito, quedas e
violência doméstica. As práticas de esportes também podem ser consideradas causas
importantes, em que provocam aproximadamente 5% de todas as fraturas de mandíbula e 9%
das fraturas nos dois terços superiores da face. Os acidentes relacionados ao esporte também
são responsáveis por aproximadamente 10% de todos os terços médios da face 5.
Em um estudo realizado por Ruslin et al. (2016) foi realizada a análise de prontuários
de pacientes contendo fraturas maxilofaciais sofridas entre 1º de janeiro de 2000 e 1º de abril
de 2014 na Vrije Universiteit University Medical Center em Amsterdã, Holanda. A população
do estudo consistiu em 108 pacientes com 128 fraturas maxilofaciais (79% homens; 21%
mulheres). Observou-se uma média de idade de 30,6 anos, sendo que a maior incidência foi de
20 e 29 anos. Os pacientes praticavam 18 esportes diferentes, onde o futebol foi a principal
causa de trauma maxilofacial (28%), seguido por hóquei em campo (25%), equitação (8%) e
rugby (8%). As fraturas maxilofaciais relacionadas ao esporte mais comuns foram as
fraturas do complexo zigomático (45%) e da mandíbula (32%). O futebol teve o maior
percentual de politraumatizados (20%) seguido do hóquei em campo (11%). Dentre as fraturas
da mandíbula, o corpo da mandíbula foi a área mais afetada (45%), seguido pelo côndilo da
mandíbula (36%).
As diferenças geográficas também podem desempenhar um papel na frequência e no
tipo de fraturas maxilofaciais relacionadas ao esporte. Observou-se que na Áustria, 55,3%
das fraturas mandibulares relacionadas ao esporte foram causadas pelo esqui e na Suíça, 27%
das fraturas maxilofaciais relacionadas ao esporte, foram sofridas durante o esqui e o
snowboard. Em um estudo realizado nos Estados Unidos, não foram
relatadas fraturas decorrentes de acidentes de esqui. Essas diferenças geográficas podem ser
afetadas por diferentes números de indivíduos que praticam esportes específicos 5.
Kim et al. (2016) realizaram um estudo retrospectivo de 134 pacientes com fraturas
maxilofaciais durante o período de 2010 a 2014, em que o intuito foi analisar as fraturas
maxilofaciais sofridas durante a liga de rugby, união de rugby, regras australianas e partidas de

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futebol no Território da Capital Australiana. Os pacientes foram avaliados e tratados no


Canberra Hospital e os dados coletados dos pacientes incluíram tipo de futebol, idade, sexo,
mecanismo da lesão, local da lesão e tratamento. A liga teve a maior incidência de fraturas
faciais, seguida por união, regras australianas e futebol. O futebol de alta velocidade e alta
colisão (liga e união) teve uma taxa maior de fraturas mandibulares do que o futebol de alta
velocidade e baixo contato (regras australianas e futebol) (n = 43, 45% em comparação com n
= 7, 21%). As regras australianas e o futebol tiveram maior incidência de fraturas do terço
médio da face do que liga e união (n = 26, 79%, em comparação com n = 52, 55%). O choque
de cabeças foi a principal causa de fraturas e as colisões contra os ombros e antebraços de outros
jogadores foram mais propensas a causar fraturas mandibulares. Diante disso, 70% dos
pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica 6.
Svider et al. (2016) evidenciaram através do Sistema Nacional de Vigilância de Lesões
Eletrônicas, a avaliação de atendimentos de emergência nos Estados Unidos, de 2010 a 2014
de crianças feridas por atividades esportivas de inverno, como, snowboard, esqui, patinação no
gelo e trenó. Foram avaliados os dados demográficos, diagnósticos e outros fatores clínicos.
Houve um número estimado de 27.618 pacientes. As lesões mais comuns foram lacerações
(69,4%), contusões/abrasões (19,5%) e fraturas (5,5%), sendo os locais de fratura mais
frequentes, nariz (60,9%), órbita (15,2%) e mandíbula (10,9%). A idade média foi de 9 anos e
65,8% eram do sexo masculino. Uma proporção maior de adolescentes sofreu fraturas do que
crianças mais novas (8,1% vs. 4,0%). Os adolescentes apresentam um risco maior de sofrer
lesões graves do que as crianças mais novas, e os pacientes feridos em trenós/tubos tiveram um
risco maior de fratura em comparação com aqueles que participam de atividades de inverno
mais “ativas”.
Yamamoto et al. (2018) realizaram um estudo cujo objetivo foi analisar as tendências e
características das fraturas maxilofaciais sofridas durante a atividade esportiva, a fim de
desenvolver tratamentos mais eficazes. Foram obtidos os dados de 248 pacientes com fraturas
maxilofaciais sofridas durante a atividade esportiva, sendo analisados retrospectivamente com
base em seus registros clínicos e radiografias. A maioria dos pacientes eram homens (n=226,
91,1%). A idade variou de 6 a 70 anos e a maioria estava na segunda década. As fraturas
ocorreram durante a prática de diversos esportes, destacando o beisebol em 85 pacientes
(34,3%), rugby em 40 (16,1%), futebol em 30 (12,1%), softball em 22 (8,9%), golfe em 10
(4,0%), hóquei em 8 (3,2%), esportes de combate em 28 (11,3%) e outros em 29 (11,7%). A
causa das lesões foi colisão com outro jogador em 97 pacientes (39,1%), acerto de bola em 89
(35,9%), ataque pretendido em 20 (8,1%), acerto por equipamento de outro jogador em 15

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(6,0%), queda em 14 (5,6%) e colisão com equipamento de solo em 13 (5,2%). O local das
fraturas foi a mandíbula em 145 pacientes (58,5%), terço médio da face em 100 (40,3%) e
ambos em 3 (1,2%). Entre 210 locais de fratura na mandíbula, 77 (36,6%) foram no ângulo, 68
(32,4%) na sínfise e 65 (30,9%) nas demais. Das 103 fraturas do terço médio da face, 58
(56,3%) foram no zigoma, 26 (25,2%) no osso alveolar e 19 (18,4%) em outros. O tratamento
foi observação em 67 pacientes (27,0%), fixação maxilomandibular em 64 (25,8%), redução
aberta e fixação interna em 63 (25,4%), imobilização intramaxilar em 40 (16,1%), redução
transcutânea em 10 (4,0%), e outros procedimentos em 4 (1,6%). Foi possível concluir que as
fraturas sofridas durante as atividades dependeram do tipo de esporte e da causa da lesão 8.
Gupta et al. (2018) estudaram retrospectivamente mil oitocentos e cinquenta pacientes
de dois hospitais terciários de referência, registrando sua idade, sexo, etiologia, local da fratura
e modalidade de tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar o padrão de lesões
maxilofaciais e os resultados do tratamento nos anos de 2002 a 2016. Como resultado, obteve-
se que 1.228 homens e 622 mulheres foram operados entre 2002 e 2016. A idade média foi de
29 ± 17,2 anos. A incidência máxima foi observada na faixa etária de 16 a 30 anos no sexo
masculino, enquanto no sexo feminino foi de 16 a 30 anos e 31 a 45 anos. Os acidentes de
trânsito foram responsáveis pela maioria das fraturas (42,2%), seguidos por agressões (26,4),
lesões esportivas (17,6%) e quedas (10,7%). As fraturas mais comuns foram de mandíbula
(53,5%), seguidas de terço médio da face (25,6%) e trauma panfacial (20,8%). Cerca de 53,6%
dos pacientes foram submetidos à redução aberta e fixação interna (FIRA), 34,2% pelo método
fechado e 12,1% foram mantidos em observação 9.
Os acidentes que levam a lesões dos ossos faciais podem ter impactos funcionais,
estéticos e psicossociais a longo prazo. Até 30 milhões de jovens adultos participam de algum
tipo de esporte nos Estados Unidos por ano, e as lesões faciais dessas atividades não são
incomuns e, portanto, requerem maior estudo. Foi realizada uma revisão retrospectiva para
explorar padrões de fraturas maxilofaciais em pacientes adultos jovens com idades entre 18 e
22 anos de 2004 a 2017. Utilizou-se o ‘’National Electronic Injury Surveillance System’’ para
conduzir o estudo e os dados analisados forneceram informações demográficas, diagnósticos e
produtos associados do paciente. Foram incluídos no estudo 3.486 atendimentos de
emergência. As fraturas faciais mais comuns foram fraturas nasais (64,4%), mandíbula (12,3%)
e orbitais (6,1%). As causas mais comuns de fraturas foram esportes (55,48%), estruturas fixas
(6,39%) e escadas ou degraus (5,60%). Os 3 principais esportes associados a fraturas faciais
foram basquete (25,4%), beisebol (11,6%) e futebol americano (10,4%) 10.

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Um estudo realizado por Hwang e Kim (2019) teve como objetivo investigar a
ocorrência de trauma facial em jogadores de handebol na Coreia do Sul; 41 treinadores de
handebol responderam a um questionário padronizado contendo 11 itens, sendo que 23
treinadores (56,1%) afirmaram que seus jogadores sofreram uma lesão facial e relataram 56
pacientes. O nariz foi o local mais comum das lesões (51,7%), seguido do olho (19,6%) e
bochecha (12,5%). As causas mais comuns de lesões no nariz foram golpes de mão (26,8%),
cotovelo (12,5%) e bola (8,9%). A maioria das lesões de nariz foram fraturas (41,1%), seguida
de contusão (26,8%) e laceração (21,4%). A posição mais comum do jogador foi pivô (25,0%),
seguida de zagueiro (21,4%) e lateral direito (19,6%). O tempo médio de convalescença após
as lesões faciais foi de 3,2 ± 1,6 semanas. Não houve a afirmação de que os jogadores usavam
protetor bucal11.
Martins et al. (2019) realizaram um estudo transversal e descritivo envolvendo 248
praticantes de oito modalidades esportivas distintas da Paraíba e do Rio Grande do Norte, no
Brasil. Aproximadamente 80% dos indivíduos já sofreram um trauma facial durante sua vida
esportiva, com a lesão de tecido mole e a fratura dental como mais comum. Do total, 92,7%
afirmaram conhecer os protetores bucais; 89,9% já usaram o protetor bucal em sua vida
esportiva, entretanto, apenas 50% relataram o uso rotineiro. Já em relação ao tipo de protetor
bucal utilizado, esta pesquisa traz o tipo termoplástico com 71,4% do total12.
Os esportes de combate podem resultar em ferimentos tanto na face, quanto na região
oral, levando à traumas dentários. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi investigar a
prevalência de lesões dentofaciais em praticantes de esportes de combate. Foi realizada uma
revisão sistemática, considerando estudos que avaliaram a prevalência de lesões dentofaciais
(dentes, osso alveolar, mandíbula, lábios e/ou maçãs do rosto) entre participantes de esportes
de combate. O risco de viés foi avaliado usando o ‘’Joanna Briggs Institute Critical Appraisal
Checklist’’. A versão estatística do ‘’software R’’ foi usada para realizar todas as meta-
análises. A evidência cumulativa dos artigos incluídos foi avaliada usando os critérios GRADE
(Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Foram incluídos 27
artigos, em que 18 estudos foram julgados como baixo, 7 como moderado e 2 como alto risco
de viés. Foram investigados os seguintes esportes: boxe, capoeira, esgrima, jiu-jitsu, judô,
caratê, kendo, kickboxing, kung fu, muay thai, sumô, taekwondo, luta livre e wushu. Os
resultados da meta-análise sugeriram uma prevalência combinada de traumas/lesões dentais de
25,2%. Considerando as categorias esportivas individualmente, o jiu-jitsu teve a maior
prevalência agrupada de lesões dentofaciais (52,9%), enquanto o judô foi o esporte com a menor
prevalência agrupada (25,0%). Entre os esportes pan-americanos, o boxe apresentou a maior

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prevalência de lesões dentárias (73,7%). Os critérios GRADE foram considerados baixos para
as lesões dentofaciais. A prevalência global combinada de lesões dentofaciais em esportes de
combate foi de aproximadamente 30%13.
Conforme Bojino et al. (2020), as atividades esportivas tornaram-se cada vez mais
populares entre os amadores, resultando em um aumento das fraturas maxilofaciais. Foi
realizado um estudo a fim de investigar o manejo de fraturas maxilofaciais relacionadas ao
esporte amador e medidas preventivas apropriadas. Utilizou-se um banco de dados para analisar
3.231 pacientes com fraturas maxilofaciais admitidos na Divisão de Cirurgia Maxilofacial do
Hospital Città della Salute e della Scienza, Turim, Itália, de janeiro de 2001 a dezembro de
2019, sendo incluídos apenas pacientes com fraturas maxilofaciais relacionadas a esportes não
profissionais. Os seguintes dados foram analisados: idade, sexo, tipo de esporte, mecanismos
de lesão, locais de fratura, escala de gravidade, lesões associadas, mês de trauma, tempo para
tratamento, tratamento, tempo de permanência e intervalo antes do retorno ao esporte. Foram
avaliados 432 pacientes, em que 378 eram homens e 54 mulheres, com idade média de 29,2. O
futebol foi a causa mais comum de fraturas maxilofaciais relacionadas ao esporte (54,2%) e o
impacto com um jogador/adversário foi o principal mecanismo de lesão (72%). Um ato violento
intencional (jogador atingido por soco) foi a causa da fratura em 8,5% das lesões relacionadas
ao futebol. As fraturas do terço médio da face ocorreram em 61,2% dos pacientes. As fraturas
foram tratadas em 24 horas em 25% dos pacientes. Dos 412 pacientes, 343 receberam redução
aberta e fixação interna (tempo médio de internação: 3,7 dias). Não houve contraindicação para
o retorno às atividades esportivas 30/40 dias após o tratamento, com exceção aos esportes de
combate 14.
Partiali et al. (2020) realizaram um estudo visando estimar a incidência de pacientes
atendidos em departamentos de emergência como resultado de trauma facial causado pelo skate.
Utilizou-se o banco de dados do Sistema Nacional de Vigilância Eletrônica de Lesões (NEISS)
– Estados Unidos, como consulta para fraturas, contusões, escoriações e lacerações na cabeça
e face, de 2009 a 2018. Foram identificadas 2.519 lesões relatadas, havendo uma incidência
nacional de 100.201 lesões. As fraturas representaram 14,1% desses atendimentos. Houve 355
atendimentos de emergência por fraturas, extrapolando para uma estimativa de 11.893
atendimentos nacionalmente. Os dados referem-se a informações demográficas, tipo de fratura,
mecanismo de lesão e disposição. Os pacientes com traumatismo craniano e facial tinham idade
média de 16 anos e eram predominantemente do sexo masculino (85,9%). A maioria dos
pacientes fraturados era do sexo masculino (87,9%), com idade média de 18 anos. Os tipos de
fratura mais comuns incluíram fraturas de crânio não especificadas (31%), fraturas nasais (29%)

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e fraturas mandibulares (18%). O mecanismo de lesão mais comum foi a queda do skate
enquanto andava (76,9%). As colisões com veículos automotores também foram responsáveis
15
por uma proporção substancial das lesões (7,3%) . Um número substancial de atendimentos
de emergência foi resultado de trauma facial relacionado ao skate. Dados os resultados
neurológicos do traumatismo craniano e as consequências funcionais das fraturas faciais,
especialmente entre os adolescentes15.
Audlin et al. (2021) afirmaram que a prática de atletismo é comum em estudantes do
ensino médio e universitário, apresentando um maior risco de lesões nessa faixa etária. Dessa
forma, realizaram um estudo das tendências de lesões maxilofaciais em alunos do ensino médio.
A metodologia do estudo engloba pacientes que se apresentaram em um centro de trauma nível
1 com lesões maxilofaciais e que foram identificados por consulta de prontuário para fraturas
faciais entre outubro de 2015 e outubro de 2017. Os dados coletados incluíram idade, esporte,
tipo de fratura, necessidade de cirurgia, concussão associada e tempo para voltar a jogar foram
medidos. Os dados regionais de participação em esportes da Associação Atlética do Ensino
Médio do Estado de Nova York, dos anos de 2016 a 2018 foram usados para calcular a
incidência. Foram identificados 33 pacientes com idade entre 13 e 19 anos. Beisebol, basquete
e lacrosse foram mais frequentemente associados ao trauma maxilofacial. As taxas anuais de
incidência de fraturas mandibulares em atletas do ensino médio foram de 0,037%, 0,012% e
0,01% para lacrosse, beisebol e basquete, respectivamente. As taxas de incidência de fratura
anual para fraturas do terço médio da face em atletas do ensino médio foram de 0,17%, 0,018%
e 0,01% para beisebol, lacrosse e basquete, respectivamente. As fraturas maxilofaciais são
lesões incomuns entre os atletas, mas apresentam sérias implicações, incluindo correção
cirúrgica. O beisebol foi fortemente associado a fraturas do terço médio da face, apesar de ser
considerado um esporte sem contato.
Segundo um estudo realizado por Park et al. (2021), dos pacientes que visitaram o
Departamento de Emergência do Hospital Odontológico da Universidade Nacional de Pusan,
na Coreia do Sul, entre 2014 e 2018 por mais de 5 anos, foram pesquisados por meio de
investigações epidemiológicas retrospectivas. O tipo de esporte foi classificado de acordo com
a classificação da Academia Americana de Pediatria. Para análise estatística, foram coletados
dados de distribuição de idade e sexo, causa do trauma e tendências anuais. Dos 517 pacientes,
a maioria dos pacientes eram adolescentes (27,9%), seguidos por menores de 10 anos (23,2%)
e os esportes sem contato, que é o ciclismo, foram a causa mais comum (43,5%) de trauma nos
grupos de adultos e crianças. Os esportes mais comuns associados a esportes de contato,
esportes de contato limitado e esportes sem contato foram futebol (47,7%), beisebol (50,0%) e

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ciclismo (74,8%), respectivamente. As causas da lesão traumática foram: esportes de contato,


corpo de outra pessoa (53,4%); esportes de contato limitado, outros objetos (60,9%)17.
De acordo com Reich et al. (2021), o trauma craniofacial em atletas de diversas
modalidades esportivas já foi bem detalhado e descrito, entretanto, apesar desta pesquisa, há
uma escassez de literatura que descreva a natureza do trauma facial secundário ao voleibol,
apesar de sua popularidade global. Produziu-se uma análise transversal de trauma facial
relacionado ao voleibol, utilizando o banco de dados do National Electronic Injury Surveillance
System – Estados Unidos (NEISS) de 2009 a 2018. Dados demográficos do paciente (idade,
sexo e raça), informações sobre lesões médicas (tipo e localização da lesão) e disposição
(observado e liberado, internado, falecido) foram coletados e analisados. Um total de 235
traumas faciais relacionados ao voleibol foram registrados com uma estimativa de 10.424
atendimentos ocorridos nacionalmente. A maioria das lesões ocorreu em adultos jovens de 20
a 29 anos (52,3%) e foi distribuída igualmente entre homens e mulheres. As lacerações foram
o tipo de lesão mais frequente (37,9%), enquanto a face foi o local mais comum (41,7%). A
maioria das fraturas envolveu o nariz (71,4%) e entre indivíduos de 20 a 49 anos (90,5%). Os
homens tiveram significativamente mais lacerações do que as mulheres (75,3% vs 24,7%),
enquanto as mulheres tiveram significativamente mais contusões/abrasões (64,5% vs 35,5%) e
concussões (72,9% vs 27,1%) 18.
Gelin e Giot (2021) afirmaram que dentre todas as cidades da França, Grenoble é
conhecida por ser cercada por montanhas que variam de 500 a 3.000 m de altitude. Os esportes
de montanha, tão divertidos e economicamente valiosos para a região, também são fonte de
muitos acidentes. Esses acidentes inevitavelmente causam lesões, entre elas as do rosto. O
Hospital Universitário de Grenoble é um centro de trauma de nível um. Os traumatismos faciais,
devido aos esportes de montanha, representam cerca de 20% da atividade da equipe de cirurgia
maxilo-facial do referido Hospital. O objetivo do estudo realizado foi reunir e comparar os
trabalhos anteriores, com foco nas lesões causadas por esportes de montanha. Estudou-se a
evolução dos traumas nos esportes de montanha nos últimos 40 anos e foram feitas observações
sobre a ação protetora na face e nos ossos faciais do capacete. Os dados de todas as lesões
faciais tratadas nos anos de 2016 e 2017 foram coletados e um estudo retrospectivo foi
realizado. Foi complementado pelos dados de 3 artigos (1981, 1992, 2006) e uma tese (1985).
O tipo de ferida ou fratura foi selecionado a partir da base de dados do hospital, usando a décima
versão dos códigos de diagnóstico da Classificação Internacional de Doenças (CIM-10) para
feridas faciais, incluindo feridas nervosas. Um total de 897 pacientes foram incluídos neste
estudo. A média de pacientes com trauma facial por mês foi de 37,4 +/-6,8 (desvio padrão). O

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número de pacientes com trauma facial causado pelo esporte de montanha foi mais variável,
sendo a média de 4,1 pacientes por mês, com desvio padrão de 3,1. Há aumento nos meses de
fevereiro a abril e de junho a setembro, o que corresponde aproximadamente às estações de
esqui e caminhadas/ciclismo. Os traumatismos graves foram também originados por outras
causas, por exemplo, esportes não montanhosos, assaltos e acidentes de via pública. Esses
traumas apresentavam alta proporção de fraturas. No entanto, as fraturas causadas por esportes
não montanhosos foram geralmente menores em comparação com as fraturas causadas por
esportes de montanha. A maioria dos pacientes que sofreram esportes não montanhosos,
agressão e acidente em vias públicas era do sexo masculino. Enquanto a proporção geral de
sexo era de 2,6/1. Esses pacientes também eram predominantemente adolescentes e adultos
jovens, 78% na faixa etária de 10 a 30 anos19. Os pacientes com acidentes em esportes de
montanha eram de todas as idades. No entanto, adultos entre 20 e 50 anos têm menos acidentes
que resultam em lesões faciais do que pacientes jovens ou idosos. Pessoas com mais de 50 anos
correm mais risco de cair enquanto esquiam e fazem caminhadas devido à diminuição da força
e do equilíbrio. As localizações das fraturas foram de 66% de fraturas de 2/3 superiores da face
e 22% de fraturas de 1/3 inferiores. Entretanto, observou que a localização das fraturas dependia
da causa do trauma. 75% das fraturas devido a esportes não montanhosos foram fraturas do
terço médio da face. Nos esportes de montanha, apenas 24% das fraturas atingiram o terço
médio da face. Os resultados dos estudos anteriores realizados em Grenoble mostram que, antes
de 2000, os pacientes com lesões em esportes de montanha sofriam principalmente de lesões
nos dois terços superiores da face. No estudo de 2019, o número de lesões nos 2/3 superiores
da face é igual ao número de lesões no 1/3 inferior. A proporção dessas lesões é, portanto,
significativamente diferente em 2019 da proporção em anos anteriores. Essa diminuição nos
dois terços superiores das lesões faciais em um período em que o uso de capacete aumentou
muito, sugere fortemente que o uso de capacete protege não apenas a cabeça, mas também os
dois terços superiores da face de fraturas e feridas. Nas caminhadas, onde nenhum capacete é
usado, a localização das lesões se assemelham à localização em esportes não-montanhosos: os
13 caminhantes do estudo sofreram dez lesões nos dois terços superiores (sete fraturas no meio
da face, três ferimentos na parte superior da face), por apenas três fraturas do terço inferior da
face. Ao contrário, esquiadores e ciclistas foram mais atingidos por lesões na parte inferior da
face. Com a convicção de que o capacete tem uma ação protetora da cabeça e 2/3 superiores da
face, e com o aparecimento do novo painel dos esportes de montanha de risco e sensações
(canyoning, escalada, via ferrata, parapente, base jump, wingsuit), o capacete é um equipamento
básico que ninguém deve omitir na prática de desportos de montanha19.

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Secanho et al. (2021) realizaram uma busca bibliográfica por "fratura facial" e "fratura
craniofacial" e recuperaram 693 artigos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão,
11 artigos foram incluídos no estudo de revisão. Um total de 647 pacientes sofreram trauma
facial, com uma proporção de homens para mulheres de 63,7:1. A idade média foi de 27,3 anos.
Os artigos relataram 670 fraturas da seguinte forma: 219 (32,7%) no zigoma, 197 (29,4%) no
osso nasal, 153 (23,6%) na mandíbula, 54 (8,0%) na órbita na parede frontal, 12 (1,8%) no seio
frontal, 10 (1,5%) no osso alveolar, 3 (0,4%) na maxila, 3 (0,4%) em padrão Le Fort e 1 (0,1%)
em padrão naso-órbito-etmoidal (NOE). Os esportes são uma causa frequente de trauma
maxilofacial e são responsáveis por 9,2% a 33,2% dessas lesões. O futebol apesar de ser um
esporte de contato mais associado a lesões de membros inferiores, há um índice significativo
de fraturas faciais. Visto que o futebol é um esporte popular praticado sem proteção facial e que
envolve movimentos e contato de alta intensidade, a prevenção de fraturas faciais relacionadas
a esse esporte é indispensável para melhorar a segurança dos jogadores20.
O atual estilo de vida da sociedade propicia o aumento da participação em atividades
esportivas entre os adolescentes, que apesar de suas vantagens, não são isentas de riscos. Em
alguns esportes, a cabeça é utilizada como área primária de impacto, o que justifica a alta
incidência de lesões traumáticas dentomaxilofaciais relacionadas a essas atividades. Devido a
isso, faz-se necessário o uso de equipamentos de proteção adequados e bem ajustados, por isso
o uso de protetores bucais durante a prática esportiva é fundamental como medida preventiva
para traumas dentomaxilofaciais4.
Segundo Díaz-Valdés e Valle-Lizama (2021), há três tipos de protetores bucais: pré-
fabricados, adaptáveis e individualizados. Os pré-fabricados são comprados em lojas de
esportes e podem ser confeccionados a partir de diversos materiais como a borracha, silicone e
látex. Estes materiais são normalmente acessíveis e fáceis de comprar, entretanto, têm medidas
pré-estabelecidas, podendo ser desconfortáveis, interferindo na fonação, respiração e
deglutição. Os protetores bucais adaptáveis também são comprados em lojas de esportes, porém
têm condições fixas que se adaptam à boca do usuário, são acessíveis e possuem boa retenção,
são feitos de materiais termoplásticos, como acetato de etileno e vinil. Os protetores
individualizados são confeccionados em laboratórios dentários, realizados em modelos de gesso
obtidos por meio de impressão em alginato, geralmente com etileno acetato de vinila e
espessura mínima de 3 mm. Apresentam boa adaptação, boa retenção, proteção adequada, são
confortáveis e são feitos de materiais estáveis, interferindo minimamente na fala e não
influenciam a respiração.

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Os protetores bucais conferem ao paciente a proteção dos dentes e estruturas moles de


golpes diretos, evita impactos por mecanismo indireto, estabiliza a mandíbula, protegendo a
articulação temporomandibular, previne micro traumas dentários durante o esforço ou em
pacientes bruxistas. Dessa forma, proporciona maior confiança e segurança aos atletas4.
Um estudo retrospectivo realizado por Ribeiro-dos-Santos et al. (2021) obteve
informações coletadas dos prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de cirurgia buco-
maxilo-facial de uma unidade de trauma hospital que atende a zona sul da cidade de São Paulo,
São Paulo Estado, Brasil. Foram incluídos pacientes com fraturas maxilofaciais relacionadas
ao esporte, atendidos entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Foram avaliados 806 casos de
fraturas maxilofaciais, dentre eles 4,96% das fraturas que estavam relacionadas ao esporte
foram incluídas. A média de idade foi de 24,9 anos, com predominância do sexo masculino,
que correspondeu a 92,5%. O esporte mais envolvido foi o futebol com 19 casos (47,5%),
seguido do ciclismo com 11 casos (27,5%), artes marciais com 2 casos (5%), e esporte não
especificado com 8 casos (20%). Todos os pacientes eram esportistas amadores e não houve
dados relevantes encontrados sobre histórico médico ou abuso de drogas. A localização da
fratura mais prevalente foi o nariz com 18 casos (45%), a mandíbula com 10 casos (25%), sendo
3 casos de fraturas bilaterais, 7 casos do complexo zigomático, 3 casos de trauma dentoalveolar,
1 caso de fratura do seio frontal e 1 caso de fratura orbitária. Diante dos tratamentos realizados,
houve predominância do tratamento conservador (24 casos - 60%) sobre o tratamento cirúrgico
(16 casos - 40%). O futebol e ciclismo exigiram maior percentual de tratamentos conservadores
(63,2%). Em relação à localização das fraturas, o tratamento das fraturas nasais foi
predominantemente conservador (55,6%). O mesmo ocorreu com a fratura de mandíbula
(70%), fraturas do complexo zigomático (71,4%) e orbitais fraturas (100%). O tratamento
cirúrgico foi mais prevalente no trauma dentoalveolar (66,7%), sendo: 1 caso de luxação lateral
e 1 caso de extrusão tratados por reposicionamento e extração dentária21.
Lima et al. (2021) afirmaram que as lesões faciais podem gerar consequências
catastróficas para os atletas, sendo de extrema importância examinar as taxas, os fatores de risco
e a natureza desses traumas. Portanto, o objetivo do estudo realizado pelos mesmos foi realizar
uma investigação da incidência de traumas faciais, bem como as regiões anatômicas mais
acometidas e tratamento através de uma revisão integrativa da literatura. Os critérios de
inclusão foram artigos em inglês que abordassem sobre a incidência de traumas faciais em
atletas, de categoria profissional, bem como as regiões anatômicas envolvidas, o esporte e o uso
ou não de proteção facial e bucal. Analisaram-se 12 artigos que atenderam os critérios de
inclusão. Os artigos revisados mostraram que há uma alta prevalência de lesões maxilofaciais

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e a não utilização de medidas preventivas foi o principal fator para ocorrência dos traumas, com
prevalência maior na região da mandíbula e complexo zigomático. O esporte com maior
envolvimento em traumas foi o futebol, seguido do rugby. A forma de tratamento mais utilizada
foi a conservadora.
Fogaça et al. (2021) produziram uma revisão de literatura analisando os dados de
prevalência de traumas maxilofaciais e identificando os sítios mais acometidos. Não houve
restrição para o ano de publicação. Para a busca dos estudos, foi utilizada uma combinação dos
seguintes termos em inglês: esporte, atleta, trauma maxilofacial, fratura de órbita, fratura de
maxila, fratura de mandíbula, fratura de arco zigomático, fratura nasal, fratura Le Fort I, fratura
Le Fort II, fratura Le Fort III. Obteve-se como resultado que as maiores prevalências de fraturas
foram as fraturas nos ossos mandibulares (7% a 95,3%), nasal (0,6% a 87 %), componentes da
órbita (1,6% a 60%), zigomático (6% a 56,3%), complexo naso-orbitoetmoide (0,48% a 36,4%)
e maxilar (0,3% a 12,6%). Foi possível observar que a modalidade esportiva pode ser
responsável por fatores de risco distintos na prevalência de lesões. Além disso, a cinesiologia
dos movimentos de cada esporte é capaz de influenciar na magnitude e variabilidade das
fraturas. O trauma maxilofacial pode influenciar na rotina do atleta, sendo o causador do
afastamento de treinos e competições e pela redução do desempenho22.
O estudo realizado por Stier et al. (2022) revisou retrospectivamente os prontuários
médicos de pacientes tratados por fraturas maxilofaciais relacionadas a cavalos em uma única
instituição na Alemanha entre janeiro de 2000 e março de 2015. O intuito foi estimar o efeito
do mecanismo de trauma, dados demográficos do cavaleiro, experiência equestre, equipamento
de proteção e se um cavalo foi ferrado ou não no local anatômico de uma fratura maxilofacial
relacionada ao cavalo, tempo de operação, taxa de complicações pós-operatórias e tempo de
internação. Durante o período do estudo, foram tratadas 138 fraturas faciais relacionadas a
cavalos em 71 pacientes. A média de idade dos pacientes foi de 34,5 anos e 80,3% das lesões
ocorreram em mulheres. A maioria das fraturas maxilofaciais foi decorrente de coice de cavalo
(71,8%) quando desmontado e a maioria ocorreu em cavaleiros mais experientes
(70,4%). Houve associação significativa do uso de equipamentos de proteção com menor tempo
de internação e menor risco de complicações pós-operatórias23.
No Reino Unido, onde o futebol é o esporte coletivo mais popular, as lesões
maxilofaciais associadas são uma ocorrência regular. O estudo realizado por Gallagher et al.
(2022) examinou retrospectivamente dados de pacientes encaminhados com lesões faciais
causadas pelo futebol entre 2007 e 2019 (n = 265). Dados demográficos, mecanismo de lesão,
diagnóstico e tratamento recebido foram analisados. A idade média (DP) foi de 25 (11,0) anos

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(intervalo 3-85) e houve forte predominância do sexo masculino (n = 256, 97% do sexo
masculino). Fraturas faciais foram diagnosticadas em 143 (54%) pacientes. A lesão mais
comum foi uma fratura do terço médio da face e o mecanismo de lesão mais comum foi um
choque de cabeças. Pacientes com fratura facial foram significativamente mais propensos a
sofrer traumatismo craniano concomitante (p = 0,006). Jogadores que receberam cotoveladas
ou socos foram significativamente mais propensos a ter uma fratura facial do que um tecido
mole ou lesão dentoalveolar (p ≤ 0,05). Jogadores que bateram de cabeça tiveram
significativamente mais chances de ter uma fratura no terço médio da face (p ≤ 0,001). Pode-se
concluir que as lesões maxilofaciais relacionadas ao futebol afetam predominantemente
homens adultos jovens após um choque de cabeças. Portanto, para reduzir a porcentagem de
lesões maxilofaciais observadas neste esporte, o contato intencional observado entre os
jogadores, usando um cotovelo ou punho no rosto em particular, deve continuar a receber a
sanção mais alta24.
Conforme relatado por Mertz et al. (2022) as lesões maxilofaciais representam cerca de
11% das lesões relacionadas ao esporte da National Collegiate Athletic Association (NACAA) -
Estados Unidos e ocorrem a uma taxa de 0,2-1,5 lesões por 1.000 eventos/exposições atléticas.
Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, cujo objetivo foi relatar a epidemiologia,
tratamento e resultados de lesões maxilofaciais em atletas da Divisão I da NCAA que
participam de 13 esportes25. Um registro de instituição única foi utilizado para recuperar as
lesões maxilofaciais e procedimentos cirúrgicos registrados ao longo de 4 temporadas atléticas,
dos anos de 2015 a 2019, em 13 esportes. A incidência de lesões por esporte foi relatada como
o número por 1.000 horas de exposição (AE) do atleta. O tempo perdido desde a participação e
o tempo para completar a resolução da lesão por esporte foram relatados como média e variação.
Um total de 193 lesões maxilofaciais ocorreram ao longo de 4 temporadas. A incidência geral
de lesões maxilofaciais foi de 2,06 lesões por 1000 horas de EA. Ao todo, 20 atletas (10,4%)
necessitaram de cirurgia. O tempo médio de resolução em todos os esportes foi de 33,3 dias
(intervalo, 0-336 dias) por lesão. O tempo médio perdido em todos os esportes foi de 17,1 dias
por lesão. Em uma única instituição da Divisão I da NCAA, as lesões maxilofaciais ocorreram
em uma taxa mais alta do que se pensava anteriormente e podem levar a uma perda significativa
de tempo na participação no esporte. Os jogadores de basquete tiveram o maior risco dessa
lesão. Em todos os esportes, os atletas do sexo masculino levaram mais tempo para retornar ao
esporte após uma lesão maxilofacial em comparação com as atletas do sexo feminino, mas o
último exigiu mais tempo para se recuperar totalmente. Lesões maxilofaciais podem requerer
tratamento cirúrgico e sua prevenção é fundamental. A maioria das lesões maxilofaciais

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ocorreram no olho (29%), seguido pelo nariz (24%), dente (13%) e mandíbula (9%). Mais de
dois terços de todas as fraturas foram observadas em atletas do sexo masculino (69%) e 44%
em jogadores de futebol. O total de 20 atletas (10,4%) necessitaram de tratamento cirúrgico
para suas lesões maxilofaciais. Jogadores de futebol foram submetidos a mais da metade de
todos os procedimentos cirúrgicos (55,0%)25.
A fratura nasal é frequente entre as fraturas dos ossos faciais, podendo gerar alterações
estéticas importantes e determinar alterações de funcionalidade. Com o objetivo de caracterizar
as fraturas nasais tratadas em cirurgia buco-maxilo-facial não imediata no Hospital Carlos
Manuel de Céspedes – Cuba, realizou-se um estudo observacional descritivo que incluiu todos
os pacientes (105) atendidos em regime ambulatorial com diagnóstico recente de fratura nasal
no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. As variáveis estudadas foram idade, sexo,
procedência, fatores etiológicos, sintomatologia clínica, classificação do segundo
deslocamento, exposição ao foco da fratura e direção do trauma. A população mais acometida
tinha entre 20 e 29 anos, de origem urbana e do sexo masculino e a média de idade registrada
nos pacientes foi de 30,6 anos. Diante dos fatores etiológicos, encontra-se: agressão física
(32,4%), acidentes de trânsito (23,8%), quedas causais (17,1%), seguida das fraturas
relacionadas ao esporte, que obtiveram um percentual de 16,2. O principal sinal clínico presente
nos pacientes foi a epistaxe. As fraturas nasais deslocadas, com desvios laterais predominaram
em ambos os sexos1.
Grillo et al. (2023) efetuaram uma revisão da literatura das lesões maxilofaciais
relacionadas ao esporte. Não foram aplicadas restrições de ano de publicação e idioma. Duas
estratégias de busca diferentes foram realizadas, abordando quais esportes, geralmente
associados a lesões maxilofaciais, e uma busca foi realizada para determinar a frequência de
lesões associadas a cada esporte individualmente. A primeira busca retornou 26 artigos
distribuídos em diferentes esportes, de diferentes países e com distribuição etária variada. A
segunda busca apresentou 85 artigos sobre esportes individuais em grupo. Os artigos foram
classificados e categorizados de acordo com o esporte associado à lesão relatada. Uma escala
de risco esportivo útil para lesões maxilofaciais foi desenvolvida e foram destacados o uso de
equipamentos de proteção e outras medidas preventivas. Alguns esportes com bola e ciclismo
foram considerados esportes de maior risco para lesões maxilofaciais. A educação do atleta e o
uso obrigatório de protetores bucais, capacetes e proteção para os olhos, entre outras coisas, são
imprescindíveis para a prevenção dessas lesões26.

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4 DISCUSSÃO
A epidemiologia do trauma facial sofre alterações conforme as características
específicas de cada população e região, entretanto, foi observado que há um predomínio
masculino nas fraturas faciais relacionadas aos esportes. Os homens apresentam maior risco a
estes tipos de fraturas faciais, visto que culturalmente estão mais inseridos nos esportes de
contato que as mulheres. Há uma exceção quando se observa a prática de esportes a cavalo, que
possui um maior número de fraturas faciais em mulheres, como foi descrito por Stier et, al.
(2016), sendo responsável por 80,3% dos casos.
O pico de incidência ocorreu entre 20-25 anos de idade, sendo que esse padrão ocorreu
em diversos estudos (Ruslin et al., 2016; Yamamoto et al., 2018; Gupta et al., 2018; Povolotskiy
et al., 2019; Reich et al., 2021; Ribeiro dos Santos et al., 2021; Gallagher et al., 2022 e Núñez-
Blanco et al., 2022). A baixa ocorrência em pacientes com idades mais avançadas se dá pela
baixa prática de atividades esportivas exercidas por esta faixa etária, como demonstrado por
grande parte dos estudos selecionados, com exceção dos esportes a cavalo que a faixa etária
mais acometida foi de 34,5 anos de idade5.
A principal etiologia das fraturas associadas ao esporte foi a prática de futebol, sendo
citado como o maior causador das fraturas em 32% dos artigos selecionados e a segunda prática
mais mencionada nos estudos foi de beisebol, sendo equivalente a 8% dos artigos. Os números
discrepantes de fraturas ocorridas devido ao futebol em comparação com os outros esportes
podem estar relacionados ao fato de ser um esporte de contato entre os jogadores e com a bola,
não havendo o costume da utilização de protetores faciais durante os jogos, como afirma
Secanho et al. (2021).
O local em que houve o maior número de fraturas foi terço médio da face, havendo
grande destaque para as fraturas nasais (Svider et al., 2016; Povolotsky et al., 2019; Hwang e
Kim, 2019; Reich et al., 2021 e Núñes-Branco et al., 2022;). Foram ocasionadas principalmente
devido à sua proeminência anatômica na face e por ser uma estrutura frágil que comumente não
é coberta por nenhum tipo de equipamento de proteção durante a prática esportiva, sendo a
epistaxe o principal sinal clínico nas fraturas nasais.
As fraturas mandibulares foram o segundo tipo de fraturas faciais mais ocorridas durante
as práticas de esportes, como citado por Yamamoto et al., 2018; Gupta et al., 2018 e Fogaça et
al., 2021. De acordo com Gallagher et al. (2022), os atletas que receberam cotoveladas ou socos
foram significativamente mais propensos a ter fraturas faciais, bem como, os jogadores que
tiveram o choque de cabeças. Dessa forma, observa-se a grande importância do uso adequado
de equipamento de proteção. Como descrito por Grillo et al. (2023), a educação do atleta, o uso

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obrigatório de protetores bucais, capacetes e proteção para os olhos são cruciais para prevenir
essas lesões.
Fogaça et al. (2021) observaram que a cinesiologia dos movimentos de cada esporte
pode ser capaz de influenciar na magnitude e variabilidade das fraturas, portanto, o trauma
maxilofacial pode interferir na rotina do atleta, sendo responsável pelo afastamento de treinos
e competições e consequentemente causando a redução do desempenho.
A partir dos resultados obtidos, é possível afirmar que as lesões orofaciais fazem parte
da rotina dos atletas. No entanto, as pessoas envolvidas no meio esportivo como um todo ainda
não prestam a devida importância ao tema. Sendo assim, recomenda-se o surgimento de
políticas de regularização do uso do protetor bucal nos esportes e a divulgação dos benefícios
que a proteção e a prevenção trazem aos atletas 12.
Dessa forma, há a necessidade de conhecer os fatores que levam ao maior risco de
fraturas, a fim de se realizar a prevenção adequada e assim garantir maior qualidade de vida e
melhor desempenho esportivo28.

5 CONCLUSÃO
A partir deste estudo, foi possível observar que o trauma maxilofacial é ainda um grande
desafio para os profissionais da saúde, tendo em vista as suas consequências físicas, funcionais
e até mesmo emocionais para os pacientes acometidos.
A revisão de literatura apontou que o futebol é principal esporte causador das fraturas
faciais e o sítio anatômico mais acometido é o terço médio da face, além de haver grande
predominância para o gênero masculino. Conclui-se que medidas são necessárias para atenuar
a problemática, destacando a importância dos equipamentos de prevenção e proteção durante a
prática esportiva.

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