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1.

2 Modelo Sistêmico e
treina mento esportivo
Modelo Sistêmico e sua introdução na aprendizagem motora e
o treinamento esportivo

O treinamento esportivo esteve marcadamente influenciado pela noção


mecanicista do ser humano. O mecanicismo é uma corrente teórica que propõe o
seguinte: a realidade que nos rodeia é composta de uma série de estruturas
comparáveis com as de uma máquina, ou seja, nestes termos, se é possível
entender o funcionamento de uma máquina, pode-se interpretar a realidade ou
separá-la como uma máquina a ser estudada. É de concepção filosófica
reducionista garantir que toda realidade ou contexto deve ser analisado de acordo
com os modelos fornecidos pelas máquinas.

Além das contribuições para mudar o modelo dominante e tentar introduzir visões
mais holísticas, ainda hoje estamos sob a tutela do modelo cartesiano que
concebe o ser humano como um conjunto de peças, formado por partes, como
máquinas em série. Estende-se a ideia de individualização e se está ciente das
limitações da teoria clássica do treinamento para atender às necessidades, em
constante mudança, dos atletas, mas ainda são utilizados métodos de
treinamento baseados na redução do corpo em componentes menores (Torrents,
2005).

A partir de Descartes, a ciência nos ensinou a estudar um fenômeno dividindo-o


em partes até o nível atômico, gerando grupos acadêmicos especializados no
estudo de cada fragmento de cada parte de um ser. Assim, surgiram inúmeras
disciplinas especializadas em temas específicos como: fisiologia, biologia,
anatomia, biomecânica. Entendia-se que esta era a única possibilidade de
estudo para a análise de um determinado fenômeno. Tomar um caso, dividí-lo
em partes e que cada especialidade o estude de forma isolada.

Ao longo do século XX, surgiram diversas teorias que geraram grande influência
na maneira de interpretar a ciência. O or ganismo vivo é concebido como parte de
um todo que está em constante interação com o ambiente que o rodeia.
Surgem modelos de análise que têm mudado a maneira de fa zer ciência nos
grandes campos do conhecimento como a matemática, a filosofia ou a economia.

Essas teorias já não se concentrarão na redução dos sistemas em componentes


menores, senão neles de forma integral focalizando os princípios básicos de sua
organização. Esses princípios de organização são comuns a todos os sistemas,
especialmente os Sistemas Dinâmicos Complexos, os quais representam, de
acordo com as novas linhas de pesquisa, todos os seres vivos. Isso manifesta o
fenômeno da autoor ganização vinculada ao comportamento geral com
semelhanças.
A teoria dos sistemas dinâmicos está presente para fornecer ferramentas de
análise que não servem apenas para ser aplicadas em esportes de alto
rendimento, mas também no campo da pesquisa científica, fornecendo conceitos
não levados em conta anteriormente. A TSD entra no mundo do treinamento
esportivo para analisar como funciona o comportamento motor do atleta e,
assim, criar novas linhas de pesquisa. Isto é considerado muito importante, uma
vez que se pode compreender como se alcançam a aprendizagem e a
organização do corpo em movimento a partir do estudo da motricidade (Torrents,
2005).

Para começar a entender melhor o assunto, iniciamos definindo o que se entende


por sistema, que é um conjunto de dois ou mais elementos inter-relacionados, e
que trabalham para alcançar um objetivo comum. A teoria geral de sistemas,
descrita por Ludwig Von Bertalanffy (1976), estendeu o pensamento sistêmico a
todos os campos da ciência. Apesar de Bertalanffy ter sido biólogo e ter
enfatizado a necessidade de formular uma teoria matemática, a teoria geral de
sistemas é especialmente filosófica (Aracil, 1986). Essa teoria foi gerada pela
necessidade de solucionar problemas de organização e ordem, e estabelecer
princípios universais aplicáveis aos sistemas em geral.

Desde o ponto de vista formal e matemático, considera-se um sistema como uma


entidade formada por um conjunto de elementos, que são os componentes
básicos do sistema, e pelas relações existentes entre si e com seu entorno.

A teoria geral dos sistemas é resultado da história de uma filosofia e um método


que servem para estudar a realidade, investigá-la e analisá-la. O objetivo
almejado é gerar modelos úteis para interpretar uma pequena parte desta
realidade ou do univer so, e que este seja interpretado como parte de um
modelo mais global (Bertalanffy, 1969).

Todos os sistemas são entendidos como partes do todo que é o universo, que
não pode ser estudado isoladamente do contexto do qual fa z parte. A
realidade descontextualizada é uma realidade sem sentido para ser estudada.
Estamos tentando, lentamente, entender como o contexto determina o que se
pretende estudar.

Um dos postulados mais importantes que esta teoria nos tra z é entender que os
fatos não podem ser estudados como situações isoladas enquanto são divididos
em partes. Mas devemos entender que suas partes interagem e formam um todo
que os unifica, gerando um comportamento que não pode ser entendido se as
partes são estudadas isoladamente.

1.2.1 Correntes científicas que começam a interpretar as


Teorias Sistêmicas

A biologia começou a questionar o reducionismo consolidado, a divisão dos


organismos em partes, para passar a enfatizar o todo, o holismo, a perspectiva
sistêmica ou ecológica (Capra, 1996). As propriedades essenciais de um
or ganismo ou sistema vivo serão propriedades do todo que nenhuma das
partes possue, emergidas pela interação entre elas. (Torrents, 2005).

Em psicologia, a visão mecanicista do ser humano e a metáfora do homem


máquina começou a mudar com o surgimento de novas abordagens, como é o
caso da psicologia da Gestalt (Kõhler, 1941).

Esta corrente, junto com Eherenfileds, afirma que o "todo" é mais do que a soma
das partes. Com esta visão, o "todo" torna-se irredutível (não se decompõe) e os
conjuntos organizados nos mostrarão peculiaridades, características ou
comportamentos que estão ausentes em suas partes. As condições que ocorrem
em uma determinada área influenciarão diretamente o que acontece em outra
área, e assim por diante, e vice-versa. A corrente da Gestalt afirma que o todo,
definitivamente, é irredutível.

Para a formação de unidades, o decisivo será a inter-relação que ocorre entre os


componentes que formam essas unidades, e não as propriedades de cada um
dos componentes (Torrents, 2005).

A física quântica também considera a importância das interconexões. Capra


(1985) descreve: "A perspectiva cartesiana do mundo é mecanicista; ao contrário
disso, a visão do mundo que emerge da tísica moderna é caracterizada por ser
or gânica, holística e ecológica. Poderia ser chamado de visão de sistemas, no
sentido da teoria geral dos sistemas. O mundo não pode mais ser percebido
como uma máquina formada por um grande número de objetos, mas deve ser
concebido como uma unidade indivisível e dinâmica cujos elementos estão
intimamente ligados e podem ser compreendidos apenas como modelos de
um processo cósmico". (Torrents, 2005).

A Cibernética (Wiener, 1961) foi, nos anos 40, um novo ramo da ciência que
criou várias teorias que explicavam o comportamento das máquinas e do ser
humano. Foram utilizados conceitos como informação, comunicação,
confiabilidade ou confiança e feedback. Ele concentrou sua atenção nos padrões
organizacionais e na capacidade de autorregulação do sistema para se manter
em equilíbrio. Estudou os sistema s de controle tendo em vista a comunicação
entre o sistema e o ambiente circundante, e dentro do sistema, no controle da
operação do sistema em consideração ao meio ambiente.

1.2.2 Teoria dos Sistemas Dinâmicos e Treinamento Esportivo

A chegada da TSD nos dá a possibilidade não apenas de melhorar o campo da


pesquisa científica, mas também nos ajuda a compreender as variáveis da
aprendizagem motora. Com isso, as propostas de treina mento começam a
mudar e a considerar mais o sujeito-atleta como um ser global, interagindo
com o seu ambiente.
Esta nova v1sao despertou o interesse de inúmeros treinadores, médicos,
preparadores físicos e pesquisadores que estão gerando conhecimentos com
base nessas novas correntes. É evidente, no campo da formação desportiva, o
fato de compreender e aceitar que as partes do organismo do individuo e do
ambiente circundante influenciarão a sua conduta final que, por sua vez, é
influenciada por uma rede de sistemas (Sanchez. Uriondo, 2012).

O atleta é entendido como um ser global no qual coexistem múltiplas habilidades


e condições que se acoplam em cada momento da prática esportiva. Nunca é
uma condição por vez, são todas funcionando simultaneamente, com
predomínio de uma sobre a outra, onde o grande desafio é, justamente, gerar
esse tipo de treinamentos para estar à altura de um contexto que nunca é o
mesmo.

Figura 5: modelo esportivo no século XX

Esporte no século
Ensino XX
Treinamento

MENTE CORPO

Desenvolve-se por
Mecanicista
meio de seu
Comporta menta lista

Ciência s que constroem com seu conhecimento ou modelo ATOMIZADO MULTIDISCIPLINAR


/ ;_M_EN_s_u_RA- v_E _
OBSERVÁVE

I Fisiologia
Biomecânica Física
Psicologia

Pedagogia

Didática

Metodologia
Medicina

Fonte: Seurul-lo Vargas 2002.

Devemos entender o sujeito esportista como um ser complexo e imprevisível,


para quem se deve montar um contexto de treinamento que siga ou se pareça o
máximo possível à sua realidade. Uma realidade que nunca é a mesma, porque
jamais nos encontramos com um momento idêntico a outro. A repetição só
adapta o atleta a responder dessa maneira; treinamos centenas de vezes um
mesmo estímulo que
deve ser aplicado em um contexto que sempre muda. Assim, educamos a
responder e analisar a situação com poucas ferramentas.

Figura 6: Modelo tradicional vs sistêmico

Estudo da s pa rtes e
extr a polação de sua
Treina mento Tradicional A+B+C= s proprieda des ao
A BC todo

;
A

Proposta Sistêmica
A
--
B <-> C
B E ) C
As pa rtes + as propried a des
emergentes não pertencente s
a nenhu ma dela s.

Recuperado de Pai, 2012.

Um dos autores, que trabalharam na TSD aplicada à aprendizagem motora, é


N.A Bernstein, na época em que predominavam os postulados de Paulov e
dominava a ciência no seu país. Bernstein interpretou as ações de coordenação
como fatos de grande complexidade, e tentou reduzir o grande número de
variáveis de estudo para gerar padrões comuns. Seu objetivo era reduzir os
níveis de complexidade em variáveis contáveis e que se caracterizavam por
ordem e não por caos e dinâmica.

Bernstein identificou a formulação do programa motor como o ponto de partida


para entender o movimento de todo o organismo, e o feedback como o principal
corretor da dinâmica da ação motora.

Continuando com este autor, dizemos que a coordenação motora abrange a


relação entre os diferentes planos da organização, componentes e estados
funcionais do sistema motor (coordenação interna), bem como a relação entre o
sistema motor e possíveis objetivos e eventos do meio ambiente (coordenação
externa).

Aparece no campo do esporte o que é conhecido como treinamento integrado, no


qual, por meio da técnica e tática do esporte em estudo, as capacidades e
aspectos tísicos, psicológicos e visuais serão aperfeiçoados. Por isso, o nome de
treinamento integrado.
Autores como Verchoshansky, García Manso ou Ruiz e Sánchez Bafíuelos
utilizam estes termos quando fazem referência ao treinamento. Eles
ar gumentam que o comportamento do atleta não pode ser descontextualizado,
ele deve ser integrado com o ambiente em que se desenvolve. Não é mais
possível explicar o comportamento motor apenas do ponto de vista biológico. A
integração das variáveis serão o determinante do sucesso esportivo (Torrents,
2005).

Alguns autores, Sole (2002) afirmam que atualmente se considera a existência de


duas perspectivas diferentes de análise do treinamento: a biológica, baseada em
uma perspectiva analítica que estuda os fenômenos relacionados com o
rendimento de forma isolada; e a holística, que compreende os processos de
preparação do atleta de forma global, como um produto de inter-relações dos
diversos aspectos que compõem o rendimento esportivo. A primeira tendência
corresponde ao que é feito no laboratório, enquanto a segunda corresponde ao
trabalho de campo analisando os fenômenos relacionados ao rendimento de
forma conjunta. No entanto, cada vez mais trabalho de campo é feito em
biologia e, provavelmente, as dua s perspectivas podem ser complementares.

Até agora, com a exposição desta bibliografia, queremos mostrar a importância do


fato de que o atleta é contemplado a partir de todos os ângulos e, não apenas de
uma perspectiva única, onde a prioridade é potencializar e aumentar o rendimento
esportivo. A biologia, fisiologia, preparação física, psicologia ... podem trabalhar
de forma isolada, mas se o fizerem de uma forma integrada e inter-
relacionada, a melhoria do rendimento será multiplicada: "O todo é mais que a
soma das partes". Se os profissionais que trabalham com atletas das diferentes
áreas internalizarem esta premissa e trabalharem tendo em vista este objetivo
para o jogador, veriam aumentar tanto seus conhecimentos sobre o atleta, como
a forma de analisar e avaliar, uma vez que expandiriam seus repertórios de
métodos de ensino e, assim, realizariam exercícios a partir de uma perspectiva
holística.
Figura 7.

Nova perspectiva do esporte

Cognitivismo Estr utura tismo

Biologia O rga nicista.


Neu rociência.
Teoria dos Sistema s.
Teoria da infor
mação.
T. Ecologista.

Ensino e Treina mento é um processo único


de integra çã o do atleta

Fonte: Elaboração própria.

1.2.3 Modelo de estruturas

Dando continuidade a esta corrente de análise e, em relação ao que a TSD coloca e


os diferentes autores que a abordam, podemos entender como se gera um
processo metodológico de educação esportiva, de acordo com o que foi visto.

Um atleta que precisa melhorar um gesto esportivo específico, por exemplo, um


chute a gol no futebol, é treinado de acordo com a corrente metodológica
clássica, sob o método analítico. Este gesto motriz é tomado e separado em
partes para ser trabalhado de forma isolada e analítica. Isto é, de uma forma
linear, onde mais do mesmo é melhor. Se o problema é o chute a gol, se treina o
chute entendendo que a melhora vai ser proporcional a quantidade de ensaios.
O treino é descontextualizado e isolado do todo, que é o jogo e seu ambiente,
para levá-lo a um meio fora do contexto onde a ação se manifesta. Assim era
entendida a proposta de treinamento, resultado da forma em que a ciência
olhava um fenômeno para ser analisado. De acordo com esta perspectiva, o
contexto não intervém, nem determina, nem influencia o sujeito-atleta.

Tal gesto esportivo treinado sob a corrente metodológica dos sistemas dinâmicos
será trabalhado com base na realidade que caracteriza o gesto motor. Ou seja, o
treinamento é realizado onde o movimento ocorre, nas condições em que é
executado, com as diferentes estruturas que podem intervir nesse tipo de
situações
e que compõem o sujeito-atleta. Estas estruturas foram definidas por Seirul. lo
Vargas e serão detalhadas abaixo.

o Estrutura sócio-afetiva: Fornece a possibilidade do sujeito propor,


interpretar e avaliar qualquer situação relacional interpessoal observada ou
vivida nas múltiplas ações compartilhadas com os componentes dos grupos
esportivos em que intervém.

o Estrutura emotivo-volitiva: É a identificação pessoal de si mesmo. Se o


sujeito-atleta não acredita no processo de treinamento que está realizando,
produz-se um ciclo de retroalimentação negativo que dificultará ou
impedirá sua progressão.

o Estrutura criativo-expressiva: É quando cada atleta coloca sua parcela


de individualidade diferente na tarefa desenvolvida. Entende-se que o
individual é parte de uma história de aprendizagem anterior.

o Estrutura cognitiva: Encarrega-se de captar os estímulos que o


jogador pode receber do ambiente para identificar as possibilidades
de ação. Processamento de informação contextual.

o Estrutura coordenativa: Encarrega-se da execução do movimento da


forma desejada. É o controle motor, tanto espacial como temporal, da
ação.

o Estrutura condicional: Proporciona o suporte físico para o desenvolvimento


do atleta. Seus valores mais representativos relacionam-se aos conceitos
clássicos de força, velocidade e resistência.

Estas estruturas são compostas por sistemas e subsistemas que interagem e se


inter-relacionam, resultando no comportamento do sujeito-atleta. Por sua vez,
essa interação é gerada no contexto do ambiente onde a ação motriz é realizada.
Com tudo isso, vemos que a partir desta perspectiva o sujeito-atleta é treinado
analisando-o como uma estrutura complexa formada por sistemas e subsistemas
em interação com um contexto que, por sua vez, é composto de microssistemas,
mesossistemas, exossistemas e macrossistemas que influenciarão cada uma das
ações motoras que são realizadas.

1.2.4 Reflexões sobre as novas tendências geracionais e


seu impacto no treinamento esportivo

Como analisamos anteriormente na unidade um, vemos como as novas gerações,


de repente, rompem os parâmetros desde os quais essas novas teorias se
baseiam. Tomaremos um exemplo do que acontece diariamente no campo da
prática esportiva. Estes exemplos vêm de casos que os próprios treinadores
comentam nas nossas sessões diárias de trabalho multidisciplinar.
Uma das características mais importantes nestas novas gerações é a
conectividade ilimitada com o mundo por meio da Internet. As diferentes redes
sociais permitem que eles saibam o que está acontecendo em qualquer canto do
planeta, em todos os momentos. Assim, o educador está na frente de um grupo
de sujeitos que, em muitas oportunidades, sabem o que estamos talando e não
só isso, sabem mais graças à sua adaptação ao mundo da conectividade.

Em muitas ocasiões, os grupos de treinadores a bordaram, por exemplo,


questões da natureza: as crianças sabem todos os exercícios que usamos
nas práticas esportivas, eles assistem na Internet os vídeos dos treinamentos de
outro clube e nós argumentam que estamos fazendo exercícios pouco
motivadores.

Os jovens de hoje já viram tudo o que querem saber sobre o seu esporte favorito,
assistem os vídeos dos seus ídolos, seus treinamentos e o que as crianças da
sua idade fazem nos clubes mais importantes do mundo. Logo, com toda essa
informação, eles se deparam com um treinador pouco atualizado, fazendo-os
exigir dele trabalhos mais interessantes. Isto acontece em todas as áreas
educacionais, talvez no esporte aconteça com maior intensidade,o que desperta
maior motivação nas crianças.

Assim, como profissionais do campo da psicologia esportiva, outra variável para


trabalharmos e levarmos em consideração, além do que foi estudado em todo o
módulo sobre as correntes teóricas, é como nos adaptarmos às novas gerações e
tudo o que elas nos exigem.
Ref e rê nc ia s
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